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Guilherme Pereira Scagion Detecção sorológica, molecular e caracterização dos Paramixovírus aviários do tipo 1 (classe I e classe II) em aves silvestres e sinantrópicas. Serological and molecular, detection and characterization of avian Paramyxovirus type 1 (class I and class II) in wild and synanthropic birds. CAMPINAS– SP 2015 UNIVERSIDADE ESTADUAL DE CAMPINAS INSTITUTO DE BIOLOGIA

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Guilherme Pereira Scagion

Detecção sorológica, molecular e caracterização dos Paramixovírus aviários do tipo 1 (classe I e

classe II) em aves silvestres e sinantrópicas.

Serological and molecular, detection and

characterization of avian Paramyxovirus type 1

(class I and class II) in wild and synanthropic birds.

CAMPINAS– SP

2015

UNIVERSIDADE ESTADUAL DE CAMPINAS

INSTITUTO DE BIOLOGIA

Guilherme Pereira Scagion

Detecção sorológica, molecular e caracterização dos Paramixovírus aviários do tipo 1 (classe I e classe II) em aves

silvestres e sinantrópicas.

Serological and molecular detection and characterization of

avian Paramyxovirus type 1 (class I and class II) in wild and

synanthropic birds.

Dissertação apresentada ao Instituto de Biologia para obtenção do título de

Mestre em Genética e Biologia Molecular na área de Microbiologia.

Dissertation presented to the Institute of

Biology to obtain the title Master of Genetics and Biology

Molecular in the area Microbiology.

Orientadora: Profa. Dra. Clarice Weis Arns Coorientadora: Profa. Dra. Helena Lage Ferreira

ESTE EXEMPLAR CORRESPONDE À VERSÃO FINAL DA DISSERTAÇÃO DEFENDIDA PELO ALUNO GUILHERME PEREIRA SCAGION, E ORIENTADA PELO Profa. Dra. CLARICE WEIS ARNS.

CAMPINAS – SP 2015

UNIVERSIDADE ESTADUAL DE CAMPINAS

INSTITUTO DE BIOLOGIA

Ficha catalográfica

Universidade Estadual de Campinas

Biblioteca do Instituto de Biologia

Gustavo Lebre de Marco - CRB 8/7977

Informações para Biblioteca Digital

Título em outro idioma: Serological and molecular, detection and characterization of avian Paramyxovirus type 1 (class I and class II) in wild and synanthropic birds

Palavras-chave em inglês:

Newcastle disease vírus

Wild bird

Reverse Transcriptase - Polymerase Chain Reaction

Real-Time Polymerase Chain Reaction

Área de concentração: Microbiologia

Titulação: Mestre em Genética e Biologia Molecular

Banca examinadora:

Clarice Weis Arns

Lara Borges Keid

Rodolfo Thomé

Data de defesa: 29-06-2015

Programa de Pós-Graduação: Genética e Biologia Molecular

Campinas, 29 de junho de 2015.

Banca Examinadora Profa. Dra. Clarice Weis Arns (Orientadora) _____________________ (Titular) Prof. Dr. Rodolfo Thomé _____________________ (Titular) Profa. Dra. Lara Borges Keid _____________________ (Titular) Prof. Dr. José Luiz Proença Modena _____________________ (Suplente) Profa. Dra. Maria Angela Orsi _____________________ (Suplente)

Agradecimentos

A Deus, por ter me dado forças para persistir no meu ideal e colocar pessoas maravilhosas na minha vida que sempre me ajudaram, Aos meus pais, irmãos, tios e tias, enfim a toda minha família, pelo apoio recebido nesta fase da minha vida. Um agradecimento especial a minha Vó Maria, que apesar de não estar mais entre nós, sempre me apoiou e sei que continua me apoiando de onde estiver. À minha orientadora Profa Dra Clarice e à minha coorientadora Profa Dra Helena Lage Ferreira, pela confiança, incentivo, ensinamentos e pela maneira eficiente como me conduziram na elaboração dos meus estudos. Ao Professor Dr. Paulo Anselmo Nunes Felippe pela sua colaboração no trabalho, À Professora Dra. Maria Silvia Viccari Gatti pelos ensinamentos e pela paciência, Às amigas Larissa, Tamires, Carol e Babi por toda ajuda que me deram na mudança para UNICAMP, as dicas, os almoços, os trabalhos, Aos meus amigos Kamila, Clara, Dayane, Lewris, Mariana, Breno, Eliane, Bianca, Ferzinha, Marmitinha, Bruna e Ariela que mesmo não podendo estar sempre perto, tornam meus dias mais leves, e por nós dividirmos os problemas e somarmos soluções. Agradeço a todos do Laboratório Multiusuário de Saude Animal e Segurança Alimentar pelo convívio diário, em especial a Julia, nossa super tecnica e a Vanessa pela ajuda, conselhos, amizade e risadas. Aos colegas do Laboratório de Virologia Animal, por toda ajuda. A coordenação do Curso de pós-graduação de Genética e Biologia Molecular pelo apoio recebido. Á Universidade Estadual de Campinas agradeço pela formação científica. A CAPES, e principalmente a FAPESP pelo suporte financeiro a este projeto (2013/02059-2) e aos projetos que auxiliaram o desenvolvimento do mesmo (2011/09019-0 e ao projeto BIOTA FAPESP 2011/50919-5). E a você que direta e indiretamente me ajudou e que não foi citado aqui, Um grande abraço Obrigado!

“A ciência nunca resolve um problema sem criar pelo menos outros dez.”

George Bernard Shaw

Resumo

Os paramixovírus aviários do tipo 1 (APMV-1) pertencem à família Paramyxoviridae, subfamília Paramyxovirinae, gênero Avulavirus. O APMV-1 causador da doença de Newcastle (DN) é considerada uma das maiores causas de perdas econômicas para a avicultura mundial, devido a alta mortalidade e os embargos econômicos envolvidos. A compreensão da epidemiologia de infecções causadas por APMV-1 é dificultada pelo fato de que estes vírus não produzem sinais clínicos e frequentemente não são detectados por métodos de diagnóstico rápidos. As aves silvestres parecem ser um importante reservatório desses vírus. Recentemente, a análise dos tamanhos de genoma e sequências de genes revelou dois clados distintos dentro APMV-1: classe I e II. O presente estudo teve como objetivo investigar a presença de APMV-1 em aves selvagens e sinantrópicas através de testes moleculares e sorológicos. Para este fim, 387 amostras de aves (194 amostras de orofaringe e 193 esfregaços de cloaca) pertencentes a 37 espécies de 12 ordens foram testados. Um ensaio em tempo real de RT-PCR (RRT-PCR), para a detecção simultânea de vírus de classe I e classe II foi utilizado para a detecção molecular de genes L e M, respectivamente. Outros sete testes RT-PCR convencional direcionados ao gene de fusão (F) e ao gene de hemaglutinina-neuraminidase (HN) foram testados em comparação com a sensibilidade analítica do ensaio de RRT-PCR. Estes RT-PCR foram também utilizados para sequenciamentos das amostras positivas. Assim, das 387 amostras testadas 10 foram detectadas como positivas pelos RRT-PCR. Entre as amostras positivas, encontra-se, uma proveniente de Sporophila frontalis ave ameaçada de extinção, na qual ainda não se sabe totalmente o efeito do AMPV-1. Foi possível sequenciar três amostras com o gene HN e onze com gene F, estas sequências foram agrupadas dentro do genótipo II, classe II de APMV-1. Além disso, em um ELISA competitivo testado, obteve-se uma sensibilidade analítica e especificidade perto de 100% e 10% reprodutibilidade. No total, 123 soros foram testados por ELISA e pelo teste de Inibição da hemaglutinação (HI). A frequência de ocorrência, utilizando HI foi de 22,73% e 19,51% no ELISA competitivo. Essas duas técnicas tiveram uma correlação de 0,62. Portanto, nosso estudo reitera a importância de continuar a vigilância em aves selvagens para aumentar o conhecimento sobre a epidemiologia da AMPV -1 no Brasil.

Palavras chave: Paramixovírus, Aves silvestres, RRT-PCR.

Abstract

The avian paramyxovirus type 1 (APMV-1) belongs to family Paramyxoviridae, subfamily Paramyxovirinae, genus Avulavirus. APMV-1 that causes Newcastle disease (ND) is considered a major cause of economic losses to the global poultry industry, because of high mortality and economic embargoes. The Understanding of epidemiology of infections caused by APMV-1 is hampered by the fact that these viruses do not produce clinical signs and often are not detected by rapid diagnostic methods.Wild birds seem to be an important reservoir of these viruses. Recently, analysis of the genome sizes and sequences of genes has revealed two distinct clades within APMV-1: class I and II. The present study aimed to investigate the presence of APMV-1 in wild and feral birds through molecular and serological tests. To this end, 387 samples (194 oropharyngeal swabs and 193 cloacal swabs) of 37 species belonging to 12 orders of birds were tested. A test of real time RT-PCR (RRT-PCR), for the simultaneous detection of viruses of class I and class II was used for molecular detection of genes L and M, respectively. Seven others conventional RT-PCR tests targeting fusion (F) and hemagglutinin-neuraminidase (HN) genes were tested and analytical sensitivity compared with RRT-PCR assay. Those RT-PCR were used for DNA sequencing. Ten out of 387 tested samples were positive by RRT-PCR. Among the positive samples were found, one from Sporophila frontalis an endangered birds species, for which is not yet fully know about AMPV-1 effect. Three samples sequences with the HN gene and eleven with gene F were analyzed phylogenetically and grouped within the genotype II, class II of APMV-1. A competitive ELISA test was tested that performed analytical sensitivity and specificity close to 100% and 10% reproducibility using reference sera. In total, 123 sera were tested by ELISA and also tested by HI test. The occurrence frequency in birds, Anseriforms, especially was 22,73% and 19,51% using HI and ELISA tests, respectively. Those two techniques had a correlation of 0.62. Therefore, our study reiterates the importance of continuing surveillance in wild birds to increase knowledge about epidemiology of AMPV -1 in Brazil.

Keywords: Paramyxovirus, wild birds, RRT-PCR.

Lista de abreviações

APMV- paramixovírus aviário

APMV-1- paramixovírus aviário sorotipo 1

APMV-2,-3,-4,-5,-6,-7,-8,-9,-10,-11,-12- paramixovírus aviário sorotipo 2, 3, 4, 5, 6, 7, 8, 9, 10, 11, 12

CCD- sistema ótico e câmera

CCZ -Centros de Controle de Zoonoses

c-ELISA- ELISA competitivo

CR-Criticamente ameaçada

DD- Deficiente em Dados

DN- Doença de Newcastle

ELISA- Ensaio de imunoabsorção enzimática

ELISA-PCR- PCR ligado ao ensaio imunoenzimático

EM- Em Perigo

EW- Extinta na Natureza

EX -Extinta

HI- Inibição da Hemaglutinação

IBAMA- Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis

ICMBio- Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade

ICTV -Comitê Internacional de Taxonomia de Vírus

IFN- Interferon

IPIC- índice de patogenicidade intracerebral

IUCN- União Internacional para Conservação da Natureza

LC- Pouco Preocupante

Mab - anticorpos monoclonais específicos

MDA5- melanoma differentiation associated gene 5

NT- Quase Ameaçada

OIE- Organização Mundial de Saúde Animal

OP- orofaríngeo

PCR- Reação de polimerase em cadeia

PIB- Produto Interno Bruto

PNSA - Plano Nacional de Sanidade Avícola

RRT-PCR- Real Time RT-PCR

SPF - livres de patógenos especifico

STAT1- signal transducers and activators of transcription 1

VDN- Vírus da Doença de Newcastle

VDNv- Vírus da Doença de Newcastle virulento

Sumário

1. Introdução ................................................................................................................................. 19

1.1. A Doença de Newcastle .......................................................................................................... 19

1.1.1 Transmissão .......................................................................................................................... 22

1.1.2 Situação do VDN no Mundo ................................................................................................. 23

1.1.3 Situação do VDN no Brasil .................................................................................................... 24

1.2. O Vírus .................................................................................................................................... 25

1.2.1.Classificação dos APMV-1 .................................................................................................... 34

1.3. Avifauna Brasileira e Rotas de Migração ................................................................................ 39

1.3.1. Aves Ameaçadas de Extinção .............................................................................................. 42

1.3.2. Aves Sinantrópicas .............................................................................................................. 43

1.4. Avicultura Brasileira ............................................................................................................... 44

1.5. Real-Time RT PCR (RRT-PCR) .................................................................................................. 45

1.6. Sorologia ................................................................................................................................. 47

1.7. Considerações Finais .............................................................................................................. 49

2. Objetivos ................................................................................................................................... 50

2.1.Gerais ...................................................................................................................................... 50

2.2. Específicos .............................................................................................................................. 50

3. Material e Métodos ................................................................................................................... 50

3.1 Tecnica Moleculares ................................................................................................................ 50

3.1.1 Amostras Padrão .................................................................................................................. 50

3.1.2 Coleta de Amostras .............................................................................................................. 51

3. 1. 3 Purificação do RNA viral ..................................................................................................... 56

3. 1. 4 Controle Interno ................................................................................................................. 56

3. 1. 5 RRT-PCR para Detecção de APMV-1 ................................................................................... 56

3. 1. 6 RT-PCR para Sequenciamento ............................................................................................ 58

3. 1. 7 Limite de Detecção e Especificidade dos Testes ................................................................ 58

3. 1. 8 Sequenciamento dos Fragmentos Amplificados ................................................................ 58

3. 1. 9 Análise das sequências e desenho da árvore filogenética ................................................. 58

3. 2. Tecnicas Sorologicas .............................................................................................................. 59

3. 2. 1 Amostras ............................................................................................................................. 59

3. 2. 2 Teste de Inibição de Hemaglutinação (HI) ......................................................................... 60

3. 2. 3 ELISA Competitivo .............................................................................................................. 60

3. 3 Comparação entre as Técnicas ............................................................................................... 61

4. Resultados ................................................................................................................................. 61

4. 1 Controle Interno ..................................................................................................................... 61

4. 2 RRT-PCR .................................................................................................................................. 61

4. 3 RT-PCR Convencional ............................................................................................................. 63

4. 4 Detecção do Vírus nas Amostras de Aves Silvestres pelos Testes de RRT-PCR e RT-PCR

Convencionais. .............................................................................................................................. 66

4. 5 Análise Filogenética ................................................................................................................ 67

4. 6 Sorologia ................................................................................................................................. 71

4. 6.1 Teste de inibição de hemaglutinação (HI) ........................................................................... 71

4. 6. 2 ELISA ................................................................................................................................... 72

4. 7 Comparação das Técnicas ...................................................................................................... 72

5. Discussão ................................................................................................................................... 73

6. Conclusões................................................................................................................................. 78

7. Referências ................................................................................................................................ 80

Anexo 1 ............................................................................................................................................ 103

Anexo 2 ............................................................................................................................................ 107

Anexo 3 ............................................................................................................................................ 109

19

1. Introdução

1.1. A Doença de Newcastle

A doença de Newcastle (DN) é considerada uma das maiores causas de perdas

econômicas para a avicultura mundial 1. Esta doença foi descrita inicialmente em 1926 como

uma doença altamente patogênica em dois diferentes pontos geográficos do mundo,

Newcastle-on-Tyne, Inglaterra e na ilha de Java, agora parte da Indonésia2; 3.

Todavia, na literatura, há evidência de que podem ter ocorridos surtos de uma doença

muito semelhante à DN antes de 1926. Porém, como o conhecimento sobre as doenças que

afetavam aves domésticas no início do século 20 era escasso. Parece bem possível que em

um período em que as viagens, a comunicação e a natureza da produção de aves comerciais

eram muito diferentes das atuais, os surtos da DN podem ter ocorrido, mas por diagnóstico

equivocado ou problemas de comunicação não atraíram a atenção dos profissionais da área1.

A DN é uma doença viral listada no Código Zoosanitário Internacional da Organização

Internacional de Epizootias também conhecida como Organização Mundial de Saúde Animal

(OIE), sendo de notificação obrigatória imediata ao serviço veterinário oficial 4. Ela é definida

pela OIE como uma doença infecciosa das aves causada por um paramixovírus aviário

sorotipo 1 (APMV-1), que apresenta pelo menos um dos seguintes critérios de virulência:

primeiro, o vírus tem índice de patogenicidade intracerebral (IPIC) de pelo menos 0,7 em

pintos livres de patógenos específicos (SPF) de um dia de idade; ou, segundo, a presença de

múltiplos aminoácidos (aa) básicos (arginina e lisina) é demonstrada no vírus (diretamente ou

por dedução), entre os resíduos 111 e 117 do sítio de clivagem da proteína de fusão F0. Estes

critérios determinam a caracterização da doença, bem como sua endemicidade, e a

necessidade ou não de barreiras sanitárias para comércio interno e externo 5.

Essa enfermidade é considerada como sendo uma das mais devastadoras doenças

de galinhas e outras aves domésticas. As perdas causadas por surtos desta enfermidade têm

sido significativas resultando na eliminação de milhares de aves em diversos países e

restrições nas importações/exportações. Os prejuízos e danos não se limitam apenas às aves

infectadas com mortalidade do lote, mas também devido ao impacto econômico negativo

devido à restrição do comércio de animais e subprodutos com embargos de áreas e países

com focos da doença 6.

Os sinais clínicos da DN são observados em aves infectadas e podem variar desde

uma infecção assintomática à mortalidade súbita de todo o plantel avícola ou com

20

apresentação de síndrome respiratória e lesões neurológicas. Esta variação clínica depende

de fatores como: o tipo de vírus, a espécie hospedeira, a idade do hospedeiro, a ocorrência

de infecção simultânea, situações de estresse ambiental e o estado imunológico do

hospedeiro6; 7; 8.

Em termos gerais, não existem sinais patognomônicos, mas; sinais clínicos, como

depressão, diarreia, edema de cabeça, crista e barbela; sinais nervosos, como paralisia e

torcicolo; sinais respiratórios; redução do ganho de peso e da postura de ovos, podem também

ser observados 9. Essa doença também pode causar rápida morbidade, mortalidade de 70 a

100% em 2 a 3 dias e um período de incubação de 3 a 6 dias ou, em raras ocasiões, 2 a 15

dias 10.

O vírus da DN (VDN) já foi detectado em mais de 250 espécies de aves, representando

27 das 50 ordens da classe 7. As espécies mais susceptíveis a esse agente são as galinhas,

galinhas d’angola, faisões, codornas e pombos. Já aves como patos e gansos parecem ser

mais resistentes. As aves de rapina são geralmente resistentes à DN; porém há relatos de

doença aguda em abutres barbudos (Gypaetus barbatus), em pigargos (Haliaeetus albicilla),

em águia-pescadora (Pandion haliaetus) e algumas espécies de falcões de vida livre. Sabe-

se, que entre outras aves que foram afetadas por VDN, incluem: gaivotas (ordem

Charadriiformes), corujas (ordem Strigiformes) e pelicanos (ordem Pelecaniformes). E ainda,

esse vírus pode ser carreado por psitacídeos e outras aves silvestres, porém estas, não

necessariamente, apresentam qualquer sinal clínico da doença 11.

Muitos genótipos deste vírus têm sido isolados em aves aquáticas silvestres

assintomáticas, portanto, acredita-se que aves silvestres, principalmente aquáticas, sejam os

reservatórios naturais do vírus e que possuem um importante papel na disseminação da

doença para as aves domésticas12; 13, embora isso ainda não esteja completamente elucidado.

A manifestação clínica e a mortalidade variam segundo, a patogenicidade da estirpe,

ou até mesmo da amostra do vírus. Essa patogenicidade pode variar de muito alta (amostra

velogênica), intermediária (amostra mesogênica) a muito baixa (amostra lentogênica) 14.

Atualmente, essa determinação da patogenicidade pode ser realizada por testes

moleculares, como o da reação da polimerase em cadeia (PCR), sequenciamento de

nucleotídeos e dedução de aminoácidos do sítio de clivagem da proteína de fusão ou por

testes in vivo, como IPIC permite 5; 15; 16; 17.

A base molecular da patogenicidade é baseada principalmente em diferentes sequências

pela proteína precursora da proteína de fusão, a F0, que durante a replicação é clivada em

F1 e F2 para que as partículas virais da progênie se tornem infecciosas (Figura 1)18. Esta

21

clivagem pós-traducional ocorre pela ação de proteases celulares dos hospedeiros19.

Diferentes estudos compararam as sequências de aminoácidos deduzidos do precursor F0

dos AMPV-1 com diferentes padrões de patogenicidade em galinhas20; 21; 22. Nestes estudos,

todos os vírus apresentaram uma arginina (R) como aminoácido do resíduo 116 da porção C-

terminal da proteína F2 no sítio de clivagem.

E os vírus lentogênicos apresentaram leucina (L) no resíduo 117 da porção N-terminal da

proteína F1 e outro aminoácido básico no resíduo 113. Assim, estes vírus com até 2 motivos

monobásicos no sítio de clivagem F0, podem ser clivados apenas por enzimas proteolíticas

extracelulares do tipo tripsina, encontrados apenas em epitélios do trato respiratório e

intestinal. Enquanto todos os vírus mesogênicos e velogênicos possuem fenilalanina (F) no

resíduo 117 e aminoácidos básicos nos resíduos 115 e 112, além dos 113 e 116. Deste modo,

estes vírus mesogênicos e velogênicos, isto é, com patogenicidade maior, possuem

aminoácidos adicionais no sítio de clivagem F0. A presença de múltiplos aminoácidos básicos

no sítio de clivagem permite com que as proteases presentes em diversos tipos celulares em

diferentes tecidos e órgãos de hospedeiros clivem as partículas virais das progênies,

resultando em infecções sistêmicas 5.

Figura 1: Bases moleculares da patogenicidade dos APMV-1. A proteína F0 é clivada em F1 e F2 após a ação das proteases celulares para a ativação da proteína de fusão. A sequência de nucleotídeos do sítio de clivagem entre os aminoácidos 111 e 117 é determinante para o reconhecimento das diferentes proteases, o que acaba sendo uma das razões determinantes para virulência.

Essa caracterização da patogenicidade das amostras pode possuir uma maior

acurácia, ao utilizar o teste do IPIC em pintos de 1 dia de idade, SPF, pois permitem

caracterizar e classificar o vírus da doença de Newcastle em 5 patotipos. Por patotipo

entende-se o grau de patogenicidade do vírus e, portanto, severidade da doença causada por

determinada estirpe do vírus 14.

Estirpes altamente patogênicas do VDN, pertencem aos patótipos denominados: 1)

viscerotrópico e velogênico ou também conhecido como “forma de Doyle”, que causa doença

22

severa e fatal, com alta mortalidade em galinhas, e os principais sintomas são apatia, diarreia

esverdeada e lesões hemorrágicas, principalmente nos intestinos; 2) neurotrópico e

velogênico ou “forma de Beach”, que provoca problemas respiratórios como espirros e

corrimento nasal ou ruído dos pulmões, inchaço da cabeça e face, prostração, sintomas

nervosos como torcicolo, paralisia das pernas e tremores musculares e finalmente ocorre

mortalidade, que pode chegar até a 100% das aves; 3) outros patótipos já menos patogênicos

são os vírus classificados como mesogênicos, ou “forma de Beaudette”, que podem causar

apenas leves sintomas respiratórios nas aves, queda de postura em poedeiras e

eventualmente podem ocorrer também sintomas nervosos, mas a mortalidade das aves é

normalmente baixa e mais comum em aves jovens; 4) lentogênicos, ou “forma de Hittchner”

são comumente usadas como estirpes vacinais e podem causar sintomas respiratórios

brandos em aves jovens, dependendo da estirpe vacinal utilizada; 5) há ainda um último tipo,

não patogênico, conhecido como entérico assintomático, que não causa sintomas ou lesões

nas aves e também tem sido utilizado como estirpe vacinal. Portanto, nem todas as estirpes

do vírus de Newcastle causam doença 14.

1.1.1 Transmissão

A transmissão entre animais ocorre de forma horizontal como resultado da inalação de

partículas ou gotículas, ou ingestão de material infeccioso excretado, como fezes. Os vírus

podem não induzir sinais respiratórios significativos, sendo assim, chamados assintomáticos,

acredita-se que esses, vírus assintomáticos, possuem como via de transmissão primária as

fezes contaminadas. A transmissão por via aérea fica evidente a partir da administração de

vacinas vivas por aerossol, sendo a infecção estabelecida pela via respiratória. E ainda

pesquisadores comprovaram experimentalmente a transmissão por meio de via aérea em

curta distância, através aerossóis de galinhas infectadas em galinhas SPF. Entretanto, ainda

há poucas evidências da transmissão aerógena entre aves infectadas e aves susceptíveis

demonstradas em campo, mesmo entre curtas distâncias 7. Pois, como é sabido a transmissão

aerógena do agente é dependente de fatores ambientais como temperatura, umidade e

densidade 23.

A existência de reservatórios e/ou disseminadores é importante para a ocorrência,

introdução e manutenção do VDN em uma população aviária. Os fatores envolvidos na

manutenção da infecção são: a) a presença de indivíduos portadores; b) a introdução de aves

susceptíveis; c) a multiplicidade de espécies aviárias em convívio contíguo, especialmente

quando estão presentes aves silvestres e domésticas, e a heterogeneidade de estirpes do

vírus 24.

23

Em suma, as principais formas de introdução e propagação do vírus em uma área livre

são: a) o movimento de aves selvagens migratórias com papel significativo na propagação do

vírus em áreas onde a enfermidade já esteja estabelecida, já que a maioria das estirpes

circulantes nessas espécies é de baixa virulência, não sendo, entretanto excluído a

possibilidade de infecção primária; b) o comércio mundial de aves de cativeiro e de caça,

pombos correios e aves domésticas mantidas para fins de recreação; c) a comercialização de

aves comerciais vivas e produtos avícolas; d) o movimento de pessoas e equipamentos; e)

alimentos avícolas e água contaminada 7.

1.1.2 Situação do VDN no Mundo

Atualmente, estirpes isoladas de VDN estão continuamente a ser relatadas em todo o

mundo (Figura 2). Recentemente, surtos do VDN foram relatados no Vietnã, Indonésia,

Malásia e Camboja 25. Em 2013, 96 surtos VDN foram relatados em aves domésticas de

Camarões, República Centro-Africano, Costa do Marfim e Nigéria 26. Em 2011, um surto de

VDN velogênico foi relatado em Israel em pequenas corujas e pinguins africanos 27. Além de

surtos de rotina, por vacinação ineficiente, que também tem sido relatado causando

aparecimento de novas estirpes do VDN 28. Só nos EUA, VDN virulentos (também chamado

de VDN exóticos) foram isolados e notificados de cormorões e gaivotas no estado de

Minnesota, Massachusetts, Maine, New Hampshire, e Maryland 29. Surtos de VDN sucessivas

foram também reportados nos continentes europeu e na China 30; 31.

Figura 2: Situação do VDN no mundo no período de Julho a Dezembro de 2013 32.

Curiosamente, um isolamento do VDN foi relatado em um conjunto de mosquitos em

Jacarta 33. E também, embora, a Austrália tenha estado livre dos surtos VDN desde 1932 a

1998, vários focos foram notificados em New South Wales entre 1998 a 2002 34. A presença

24

do VDN também foi relatada a partir de uma população de aves selvagens, incluindo patos-

reais selvagens 35 e Spilopelia chinensis 36. Ocasionalmente, o VDN foi isolado a partir de

espécies não aviárias como suínos e caprinos 37; 38.

1.1.3 Situação do VDN no Brasil

No Brasil, a história da DN iniciou-se com os primeiros surtos na região norte em

Belém-PA e Macapá-AP no ano de 1953 39, sendo que a introdução do vírus ocorreu,

provavelmente, pela importação de carcaças de frango de cortes congeladas provenientes do

Estados Unidos da América para um hotel da capital paraense 40. A partir desta data, a doença

foi observada em todo território nacional, ocasionando várias perdas econômicas para os

avicultores brasileiros 41; 42. Também ocorreram vários surtos e/ou casos da DN em aves

reprodutoras, comerciais, criadas em galinheiros domésticos e/ou aves caipiras, os quais

provocaram vários prejuízos à avicultura nacional, além de comprometimento do comércio

internacional dos produtos avícolas 43.

E essa doença tornou-se endêmica por quase 20 anos, com a ocorrência de surtos

esporádicos e isolados. No entanto, nos anos 1970, a doença ressurgiu sob a forma de um

VDN de alta patogenicidade 44. Ao longo dos próximos 20 anos, esse VDN virulento (VDNv)

foi responsável por vários surtos em diferentes regiões do Brasil, até a implementação de

medidas de controle mais rigorosas, incluindo a extensa vacinação com estirpes de VDN

atenuadas (LaSota e estirpes B1), reduzindo o número e a gravidade dos surtos DN 45.

Assim, devido a importância que a produção avícola brasileira adquiria tanto no

contexto nacional e internacional, e a necessidade de uma normatização e das ações de

acompanhamento sanitário, relacionadas ao setor avícola, principalmente em relação à

ocorrência das principais doenças de notificação obrigatória da OIE como, Newcastle,

salmoneloses, micoplasmoses, além da influenza aviária. Nosso país observando o contexto

da globalização mundial, e quanto o estabelecimento de programas de cooperação entre as

instituições públicas e privadas era necessária. Em setembro de 1994, a Portaria Ministerial

nº 193, consolidou e estruturou o Programa Nacional de Sanidade Avícola (PNSA), do

Ministério da Agricultura Pecuária e do Abastecimento4.

O objetivo desse programa é aumentar a disponibilidade, nos mercados interno e

externo, de produtos avícolas de qualidade, mediante o incentivo às empresas, por meio dos

termos de parceria, destacando-se, nestes, o controle oficial, a produtividade e as exportações

com controle sanitário pelo setor privado. As áreas das atividades avícolas a serem

abrangidas são: Parque criatório (avozeiros e matrizeiros); Incubatórios; Terminadores;

25

Abatedouros e frigoríficos; Trânsito nacional e internacional; Rede laboratorial (pública e

privada/credenciada); e Controle de insumos e imunobiológicos 46.

Assim, com a implementação do PNSA, os surtos de Newcastle caíram de 218 focos

em 1983, para 63 focos em 1994, o primeiro ano do PNSA, dessa forma os surtos foram

decaindo gradativamente com 12 focos em 1995, 6 em 1996, 3 em 2000. Com isso em 2003

a OIE reconheceu o Brasil como livre do VDN patogênica na indústria de aves 45. No entanto,

estudos sorológicos detectaram a atividade de infecção do VDN em aves selvagens em 2003

e 2006 47; 48 e aves de fundo de quintal em 2005 49 e em 2006 nos municípios de Lambari d’

Oeste-MT, Manaus-AM e Vila Real-RS 44; 50; 51; 52.

Atualmente, a estirpe APMV-1 / Frango / Brasil / SJM / 75 (SJM) do VDN é a única

estirpe disponível obtida partir dos surtos 1970 no Brasil do VNDv. Esta estirpe produz várias

lesões e alta mortalidade em galinhas infectadas experimentalmente, enquanto que em outras

espécies de aves não-galiformes a replicação e excreção ocorre sem efeitos patológicos.

Estes resultados sugerem que as aves selvagens podem ainda ser reservatórios e contribuir

para a disseminação do vírus. De fato, as estirpes de VDNv que surgiram na América do Sul

e Central na década de 1970, estavam relacionadas aos surtos na Europa e nos Estados

Unidos no mesmo período, através de aves exóticas 53; 54.

Portanto, embora seja plausível que um surto epidêmico de VDN seja pouco provável

de ocorrer no Brasil a curto prazo, a ameaça de a médio e longo prazo não deve ser

subestimada 55. Por isso, se exige não só vigilância epidemiológica constante, mas também

esforços para aumentar a compreensão atual sobre as relações das estirpes do VDN

relevantes para o Brasil e as outras estirpes circulantes em todo mundo.

1.2. O Vírus

Os vírus que infectam animais selvagens têm se tornado cada vez mais importantes

em todo o mundo. E nas últimas décadas causaram um substancial impacto, na saúde

humana, na produção agrícola e nas economias com base em conservação da vida selvagem 56. As aves selvagens têm um importante papel na difusão de orthomyxovirus e

paramyxovirus, que podem ter causado doenças em humanos e animais durante séculos 9; 57.

Os Paramixovírus aviários (APMV) pertencem ao gênero Avulavirus, subfamília

Paramyxovirinae, família Paramyxoviridae, ordem Mononegavirales. Atualmente há doze

tipos de APMV descritos, apesar de, ainda constar na nomenclatura mais atual do ICTV

(Comitê Internacional de Taxonomia de Vírus), apenas, os tipos do APMV-1 ao APMV-9, pois

os últimos três, APMV-10 ao APMV-12, foram descritos mais recentemente 58; 59; 60.

26

APMV-1 é o sorotipo mais bem caracterizado, devido à sua importância econômica e

os efeitos causados pelo VDN. Assim, suas sequências genômicas completas foram

determinadas para um grande número de estirpes, e há uma grande quantidade de

informação disponível sobre sua biologia molecular e patogênese. Contudo, em contraste,

pouco se é sabido sobre os outros, demais sorotipos de APMV61.

Como um primeiro passo para a sua caracterização, sequências genômicas completas

de APMV-2 a -9 foram determinados 62; 63; 64; 65; 66; 67; 68; 69. No entanto, as suas características

biológicas e patogenicidade permanecem mal compreendidas. APMV-2 tem sido associada

com doença respiratória leve e queda na produção de ovos, e infertilidade em perus; o APMV-

3 tem sido associada a encefalite e alta mortalidade em pássaros de estimação, doenças

respiratórias em perus e crescimento atrofiado em frangos jovens 70; 71. Já, os APMV-4, foram

isoladas de frangos, patos e gansos 71. E a infecção experimental de galinhas com APMV-4

resultou em pneumonia intersticial leve e traqueíte catarral 70.

APMV-5 são responsáveis pela doença nos Periquitos-australianos (Melopsittacus

undulatus), causando depressão, dispneia, diarreia, torcicolo, e até enterite aguda fatal em

periquitos imaturos, conduzindo a mortalidade muito elevada 72. Os APMV-6 foram isolados

pela primeira vez a partir de um pato doméstico, e são responsáveis por causar infecção

respiratória leve e queda na produção de ovos em perus, mas é avirulento em frangos 9; 70; 73.

APMV-7 foi isolado pela primeira vez a partir de uma pomba morta em caçadas, e estes vírus

também têm sido isolados em surtos naturais de doenças respiratórias em perus. Infecções

de APMV-7 em perus causam doenças respiratórias, aerossaculite multifocal linfocítica

nodular leve, e diminuição na produção de ovos 74.

Os APMV-8 foram isolados a partir de um ganso e de uma marreca-arrebio selvagem 75. Já, os APMV-9 foram isolados a partir de patos em todo o mundo 76. Os tipos de APMV -

2, -3 e -7 têm sido associados a doenças referentes a produção de ovos e com problemas

respiratórios leves em galinhas domésticas 74. Não há relatos de isolamento de APMV-5, -8 e

-9 em aves domésticas 9. No entanto, um inquérito sorológico de granjas avícolas comerciais,

nos EUA, indicou a possível prevalência de todos os sorotipos de APMV exceto o APMV-5

em frangos 77.

E os subtipos mais recentes, APMV -10, -11, -12 foram detectados em diferentes

estudos. Dessa maneira, um vírus isolado de pinguins rockhopper (Eudyptes chrysocome)

demonstrou ser um paramixovírus que possuía antígenos e genes distinto dos outros nove

grupos representantes e assim APMV/penguin/Falkland Islands/324/2007 e foi considerado

para representar o protótipo de um novo tipo, APMV-10 78. Em um estudo o grupo Briand et

al. 59 ao avaliar um isolado obtido a partir de uma narceja (Gallinago gallinago), concluíram

27

que o vírus era um paramixovírus, geneticamente distinto dos representantes de APMV-1 ao

APMV-10, sendo assim o isolado APMV/common snipe/France/100212/2010 foi sugerido

como protótipo do grupo APMV-11. E como parte de um programa de vigilância para detectar

a presença de vírus da gripe aviária, em amostra de suabe cloacal de uma Marreca piadeira

(Anas penelope) capturada em novembro de 2005, na província de de Rovigo no Norte da

Itália, a partir da qual um vírus AMPV foi isolado, o qual se apresentou sorológico e

geneticamente diferentes dos demais AMPVs, e portanto APMV/ wigeon/It/3920-1/2005 foi

considerado um novo grupo, o AMPV-12 60.

Entre os APMVs, os Paramixovírus aviário do tipo 1 (APMV-1) contêm os vírus

responsáveis por causar a doença de Newcastle, sendo que o nome de vírus da doença de

Newcastle (VDN) é reservado exclusivamente para estirpes de APMV-1 patogênicas que

resultam na infecção e doença para aves domésticas 4; 79.

Os APMV-1 são caracterizados por apresentar um genoma de RNA fita simples de

polaridade negativa com o tamanho aproximado de 15 000 nucleotídeos. O genoma destes

vírus codifica 6 genes na ordem de 3’-NP-P-M-F-HN-L-5’ que produzem 6 proteínas principais:

nucleoproteína, fosfoproteína, matriz, fusão, hemaglutinina-neuraminidase e polimerase,

respectivamente 18. Devido à ocorrência de leituras alternativas no gene da proteína P, esse

gene pode ser codificado em mais duas proteínas, V e W. Assim, ao sofrer edição em seu

RNA mensageiro (RNAm), esse gene pode codificar estas duas outras proteínas que

possuem funções similares à proteína P 80. Estes vírus apresentam também envelopes

derivados das células hospedeiras com projeções de dois tamanhos diferentes: a maior

projeção é formada pela glicoproteína HN e está associada à atividade de hemaglutinação e

neuraminidase; e a espícula menor, formada pela glicoproteína F (Figura 3), associada à fusão

do envelope viral com a membrana celular da célula hospedeira 78; 81; 82.

Figura 3: A ) Representação de vírion da doença de Newcastle. B) Representação do genoma de um VDN 83.

A

B

28

Nucleoproteína é a proteína mais abundante presente na partícula viral. Na

microfotografia electrônica, ele parece possuir uma estrutura semelhante a uma espinha de

peixe. Ela constitui o cerne da estrutura helicoidal da nucleocapsídeo do vírus, juntamente

com o RNA genômico. O RNA genômico em associação com as proteínas N, P e L formam o

complexo ribonucleoproteíco (RNP), que atua como um molde para a síntese de RNA. Esta

proteína possui o tamanho de 489 aminoácidos (aa) e 55 kDa de peso molecular. Ela reveste

todo o comprimento genômico, tanto no sentido negativo (RNA genômico), quanto no positivo

(RNA mensageiro), de modo a protegê-los contra nucleases 84. Sua região amino-terminal é

responsável pela sua interação com o RNA viral, juntamente a necessidade para a formação

da estrutura semelhante a espinha de peixe 85 e tem sido observado que os primeiros

aminoácidos, amino-terminais, da proteína N do VDN formam um complexo proteico solúvel

com a proteína P. A região carboxi-terminal, por outro lado, não é necessária para a

montagem do nucleocapsídeo, mas presumivelmente desempenha um papel regulatório na

sua polimerização 86. Proteínas N recombinantes do VDN expressas em baculovírus,

apresentam o padrão de estruturas semelhantes a espinha de peixe, a qual assemelha-se a

um nucleocapsídeo típico85.

A proteína P do VDN consiste em 395 aa e apresenta múltiplas bandas de peso

molecular variando de 50 a 55 kDa ,em géis SDS-PAGE, devido a diferentes formas

fosforiladas 84. A fosfoproteína de VDN é fosforilada, especificamente, em resíduos de serina

e treonina, e funciona como um homo-oligômero. Essa proteína tem um papel crucial na

replicação e na transcrição viral. Além de auxiliar a estabilizar a proteína L, no complexo P-L,

o qual, funciona como uma RNA-polimerase dependente de RNA viral 87. O complexo P-L

realiza a replicação genômica, assim, sintetizando uma fita de polaridade positiva de RNA que

é usada como um modelo para sintetizar uma fita de RNA polaridade negativa 84. Um

tetrâmero de fosfoproteína medeia a interação entre a proteína L e o complexo N-RNA

modelo, o qual atua como uma chaperona, a fim, de prevenir a encapsidação de RNA

aleatório, não-viral, pela proteína N. Além disso, a proteína P forma um complexo com a

proteína N que regula a mudança da transcrição para a replicação. Ambas as regiões, amino

e carboxi-terminais, da proteína P são necessários para as interações P-N. Diferentes

domínios das proteínas P, realizam diferentes funções do complexo P-N, enquanto interagem

com a proteína N durante a replicação do vírus. Os seus resíduos carboxi-terminais (247-291)

participam em interação P-P e P-N 88. Também tem sido observado que a proteína P tem um

papel importante na virulência, o qual depende do tipo de célula infectada e a estirpe do

VDN84.

Desta maneira, a inserção de um resíduo G na ORF da proteína P, sequência

consenso "394AAAAGGG401", durante a edição da sequência de RNA, transcreve uma

29

proteína V (Figura 4). A proteína V modula a replicação do RNA viral pela interação com a

proteína N 89 e tem um peso molecular de 36 kDa e o tamanho de 239aa 90. Ela é um fator de

virulência das estirpes de VDN 91. O domínio carboxi-terminal desta proteína inibe o IFN alpha

/ beta (IFN -α /β), que é importante para a virulência da estirpe. A replicação do VDN bem

sucedida, requer fuga da cascata pró-apoptótica, a fim de realizar a produção de vírus

eficientes e propagação da progênie viral. Enquanto, a proteína V do VDN foi observada

inibindo a resposta do IFN (Interferon) do hospedeiro de duas maneiras. Ela inibe a sinalização

do IFN por direcionamento para STAT1 (signal transducer and activator of transcription 1) e

sua degradação pelo domínio carboxi-terminal. Alternativamente, o domínio carboxi-terminal

da proteína V do VDN interage com a MDA5 (melanoma differentiation associated gene 5) e

inibe a resposta do IFN β 91. Ocasionalmente, a inserção de dois resíduos G no local da edição

de RNA no gene P codifica um RNAm W. Embora RNAms foram detectadas nas células

infectadas por VDN, a proteína W do VDN numa célula infectada nunca foi reportado. Por

conseguinte, o papel da proteína W no ciclo de replicação do VDN ainda não foi estabelecido.

As proteínas V e W são semelhantes a proteína P para suas extremidades amino-terminais,

enquanto que diferem nas suas carboxi-terminais.

Figura 4: Fenômeno da edição de RNA do vírus da doença de Newcastle. A incorporação de um único ou dois resíduos Guanina no local da edição de RNA pode dar origem as proteínas V ou W, respectivamente.87 modificado por Scagion, G.P. 2014.

Sendo a maior proteína do genoma do VDN, a proteína L, consiste em 2204 aa com

um peso molecular de 250 kDa 90. A proteína L sintetiza o RNAm viral e auxilia na replicação

genômica do RNA. É o último gene a ser transcrito, durante o ciclo de replicação viral. Além

disso, a proteína L também executa formação do cap 5´, metilação e atividade poli A da

polimerase sobre o RNAm recém-formado 84; 90. A proteína L e P em conjunto formam a

polimerase viral ativa. O complexo da nucleoproteína helicoidal vinculado pela proteína N age

30

como um modelo que é reconhecido pelo complexo L-P para formar o complexo polimerase

viral ativo. Seis resíduos de aminoácidos extremamente conservados QGDNQ estão

presentes no domínio III realizando a atividade de transcrição e são responsáveis pela sua

atividade de polimerase 90. Tem sido relatado que a proteína L modula a virulência da estirpe

de VDN sugerindo o seu importante papel na virulência do vírus, presumivelmente pelo

aumento da taxa de síntese de RNA viral durante a replicação 92.

A proteína da Matriz possui cerca de 40 kDa e é constituída por 364 aa. É uma proteína

básica com uma região que interage com ácidos nucleicos virais (17 pb de comprimento), que

inclui nove aminoácidos básicos 93. A carga líquida positiva auxilia a proteína M com sua

associação a proteína N durante a montagem viral. A proteína M é de natureza hidrofóbica,

sem membrana abrangendo os peptídeos e está presente entre a membrana lipídica e o

nucleocápsideo. Há poucas funções propostas para a proteína M; porém é discrito que ela

controla a síntese de RNA viral, principalmente, e que em segundo lugar ela interage com a

actina, e, finalmente, que ajuda na montagem do vírion na membrana da célula hospedeira 94.

A proteína M é altamente conservado entre os paramixovírus, o que é evidente pela

presença de poucas substituições de base não sinônimas seguido por mutações na

população. Estas descobertas podem ser utilizadas como base para classificar diferentes

estirpes do VDN e isoladas a partir de diferentes localizações geográficas 95. Também tem

sido sugerido que a proteína M pode ser responsável pela manutenção da forma do

nucleocapsídeo 96. Além disso, a proteína M ajuda no processo de brotamento do vírus por

interagir com a membrana plasmática da célula hospedeira. A proteína M tem as suas próprias

sequências de localização nuclear e, por conseguinte, não necessita de outras proteínas do

VDN para executar a função de localização. Também, foi notado que a proteína M é

criticamente importante para a montagem viral, quando mutantes sensíveis à temperatura

falharam ao produzir o nível exigido de M sob temperaturas sub-ótimas 94.

A glicoproteína HN é uma proteína de superfície com peso molecular de 74 kDa. É

uma proteína de membrana integral do tipo II, que consiste em uma sequência sinal não

clivada, perto de sua extremidade amino-terminal 97. A HN está presente como um

homotetrâmero com ligação por dímeros de dissulfeto, dentro das células infectadas por vírus.

O domínio exterior da proteína HN consiste de uma haste longa suportando uma cabeça

globular terminal. Estudos anteriores, indicam que HN é uma proteína multifuncional,

envolvida em funções tais como, o reconhecimento do receptor da célula hospedeira, a

remoção de receptores, para evitar automontagem, e a interação com a proteína F para

promover a fusão viral. Tanto o reconhecimento do receptor e a propriedade de neuraminidase

da HN encontram-se na cabeça globular, que é altamente conservada. A estrutura da proteína

31

HN revela a presença de um motivo de hélice beta, com a capacidade de reconhecimento do

receptor e a atividade da neuraminidase situada em um monómero do domínio da cabeça

globular. Um segundo sitio de ligação de ácido siálico, na parte superior da sua cabeça

globular estende-se na extremidade distal da membrana de interface do dímero e é orientada

para a membrana do hospedeiro alvo 98. Além disso, a região da cabeça globular é também

sugerida ser os sítios de ligação dos anticorpos 99. A proteína HN, também, é responsável

pela fusão de membrana específica dos vírus. E a co-expressão e interação entre proteínas

homologas HN e a proteína F são importantes para a fusão dos vírus. Experimentalmente são

propostos dois modelos para a interação HN-F.O modelo antigo previa que a ligação de HN

com o receptor da célula desencadeava sua interação com a proteína F, levando a mudanças

conformacionais na F para a fusão 90; 100. Outro modelo, mais atual, propôs que F e HN formam

um complexo metaestável antes da fixação de HN. Ocorrendo a transição de HN da forma

complexada para forma catalítica que libera a proteína F a qual sofre uma mudança de

conformação para iniciar a fusão. Tem sido sugerido que o domínio da haste da proteína HN

confere especificidade para a fusão 101 e que a interação HN-F é mediada por resíduos na

região do ectodomínio da haste de HN, que se ligam ao domínio F complementar 102; 103.

A proteína HN do VDN contém 14 resíduos de cisteína entre, as quais, 12 resíduos

são conservados e formam ligações intramoleculares de dissulfeto. A cisteína na posição 123

é responsável pela ligação covalente entre as proteínas HN e é importante para a sua

integridade estrutural 104; 105. A cauda citoplasmática possui 26 aminoácidos conservados que

interagem com a proteína M, análises mutacionais de proteínas HN do VDN sugerem, que

apenas, os primeiros dois aminoácidos podem ser removidos enquanto qualquer outra

mutação afetaria sua viabilidade. A proteína HN determina também o tropismo do VDN; no

entanto, o tamanho da proteína HN não parece afetar o seu tropismo para região entérica do

organismo 106. Há proteínas HN do VDN de diferentes tamanhos na natureza, devido à

diferença na posição do códon de parada. A HN mais curta possui 571 aa e está presente em

estirpes velogênicas e as mais longas de 616 aminoácidos são encontradas em estirpes

lentogênicas 107. O tamanho e a sequência carboxi-terminal foram marcados e estudados em

proteínas HN para avaliar a influencia em sua função, mas o seu papel na virulência do VDN

não foi, ainda, claramente entendido 87.

A proteína de fusão (F) também é uma glicoproteína de superfície presente no

envelope do VDN e medeia a fusão da partícula viral com a membrana celular do hospedeiro.

Supõem-se que a proteína F tem um papel importante na virulência das estirpes do VDN 108;

109. Sendo como já visto, a proteína HN conhecida por auxiliar F em sua função 110. A proteína

F é sintetizada como um precursor inativo F0, que é clivada por uma protease celular na forma

de subunidades ativas, que são as proteínas F1 e F2. Sendo processadas na região trans do

32

complexo de Golgi dentro das células de mamíferos que formam uma ligação dissulfeto na

forma ativa de F1-F2. A especificidade de clivagem é determinada pela sequência de

aminoácidos presente no sítio de clivagem e varia com o tipo de estirpe viral 20; 111. A proteína

F não necessita de pH ácido para a sua clivagem e ativação. A proteína F funde-se com a

célula em pH neutro levando a uma condição multinucleada (formação de sincícios), que tem

como consequências, necrose do tecido e propagação viral. Estirpes de baixa virulência de

VDN, lentogênica, apresentaram leucina (L) no resíduo 117 da porção N-terminal da proteína

F1 e outro aminoácido básico no resíduo 113, assim estes vírus que contem resíduos de

aminoácidos mono ou dibásico no seu sítio de clivagem da proteína F e a presença de um ou

dois aminoácidos básicos torna as proteínas F insensíveis às proteases intracelulares e

dependente de proteases extracelulares do tipo tripsina, para serem clivadas, tornando o seu

tropismo limitado a trato respiratório e intestinal onde está enzima se encontra. Para vírus

velogênicos e mesogênicos, ou seja, as estirpes mais virulentas, aminoácidos polibásicos são

os sítios de reconhecimento preferidos para proteases do tipo furina, que estão presentes na

maioria das células 20; 111.

A clivagem da proteína F em uma vasta gama de tecidos é responsável pela

disseminação sistémica do VDN e também por sua alta virulência. Tem-se observado que as

proteínas F de estirpes do VDN virulentas contem lisina (K) e arginina (R) no seu local de

clivagem (112R-RQR / K-R116), e uma fenilalanina na posição 117 da F1. Este local é

reconhecido por proteases intracelulares, furinas que cortam no sítio de clivagem polibásico

formando subunidade F1 que é sugerida como sendo o membro que contribui para os efeitos

neurológicos 19; 111; 112. Também tem sido observado que a presença de arginina na posição

113, 115, e 116 no sitio da clivagem origina variações no corte intracelular da proteína F do

VDN virulento 113. A glutamina está presente na posição 114 que é um aminoácido neutro e

os estudos têm mostrado que a substituição por um resíduo de aminoácido básico ou ácido

nesta posição diminuem a virulência da estirpe do VDN 113. Sugeriu-se então que um

aminoácido neutro, juntamente com aminoácidos básicos no sítio de clivagem é necessário

para a ligação adequada da protease furina e a realização da clivagem por enzima da célula

hospedeira 19. Além disso, as subtilisinas semelhantes a proteases de mamífero também são

candidatas para a clivagem da proteína F, por exemplo, PC6 e PACE4 114.

A replicação dos VDN ocorre quando estes primeiramente infectam o epitélio

respiratório. A adesão da partícula viral à célula hospedeira se dá por intermédio de suas

proteínas de superfície HN, que é uma proteína multifuncional e um dos principais

determinantes antigênicos dos paramixovírus. Além do mais a infecção pode também ocorrer

por endocitose mediada por receptores e, por vezes, através de endocitose dependente de

caveolas 115. A proteína HN é o responsável pela adsorção do vírus junto as moléculas de

33

ácido siálico contidas na superfície celular e por sua clivagem (atividade de neuraminidase),

analogamente ao papel das proteínas (NA) do vírus da influenza, para prevenir a auto-

montagem das partículas virais durante o brotamento da membrana citoplasmática. Além

disso, HN possui atividade promotora na proteína F 90.

A penetração do vírus ocorre devido a fusão do envelope viral e a membrana

plasmática celular, em pH neutro, causada pela proteína F. Como consequência o

nucleocapsídeo é liberado no citoplasma celular, ocorrendo o desnudamento após a entrada.

No citoplasma da célula hospedeira, o genoma de RNA polaridade negativa transcreve RNAm

polaridade positiva que, em seguida é traduzido em proteínas virais. O início da transcrição

se dá na extremidade 3’ da fita líder e sintetiza o RNAm dos genes individualmente do códon

de início até códon de parada de cada gene. Devido ao reinício da transcrição em cada gene,

e variação nas sequências promotoras a produção de RNAm não é uniforme, o que leva a um

gradiente na população destes ácidos nucleicos que diminui de acordo com a distância a partir

da extremidade 3’ do genoma viral (Figura 5). As proteínas N, P e L são essenciais para

formação do nucleocapsídeo 90.

E como em todo vírus de RNA genômico de polaridade negativa, este ácido nucleico

serve a duas funções, sendo a primeiro substrato para produção RNAms, que já foi descrita

no parágrafo a cima, e a segunda é a síntese de fita positiva antigenômica. O RNA de sentido

positivo depois é utilizado como um molde para a síntese de RNA genômico de sentido

negativo. A montagem e brotamento das partículas de VDN maduras dependem das proteínas

M e dos microdomínios lipídicos (lipid rafts) produzidos através da membrana celular (Figura

5)90.

A capacidade de infecção do VDN é dependente do sitio de clivagem do precursor da

proteína F (F0) a subunidades F1-F2. A ativação proteolítica da F0 envolve a ação sequencial

de duas enzimas e uma protease que cliva o lado carboxílico de um resíduo de arginina, e

uma carboxipeptidase que remove os resíduos básicos. Desta forma a sequência de

aminoácido do sitio de clivagem da proteína F é portanto postulado como o determinante

primário da infecção 109; 113; 116. A proteína HN com atividades de reconhecimento de

receptores e neuraminidase do vírus contribui para a virulência da estirpe do VDN 117; 118.

Assim sugere-se que as proteínas F e HN do VDN são determinantes de virulência em galinha

e macrófagos infectados 119; 120.

Outro fato interessante quanto a capacidade de infecção do VDN é que ele também

pode ser patogênico para os seres humanos e pode causar conjuntivite se exposto aos olhos 121. E essa capacidade de infectar células humanas, bem como o fato da replicação viral

ocorrer inteiramente no citoplasma 90. Faz com que o NDV surja como um importante vírus na

área de pesquisa de tratamentos para o câncer no final do século 20, por seu potencial

34

oncolítico 122; 123. Cassel e Garrett observaram pela primeira vez o efeito oncolítico de NDV em

1965, e desde então o NDV tem sido amplamente utilizado como um agente oncolítico tanto

nos estudos pré-clínicos e clínicos 124; 125.

Figura 5: Representação esquemática da replicação do vírus da doença de Newcastle. Entrada do vírus para o sistema das células hospedeiras é mediad pela interação de glicoproteínas (F, HN) de superfície de ligação viral que ligam-se a receptores na superfície celular que contêm ácido siálico, tais como gangliósidios e N-glicoproteínas, resultando na fusão do vírus junto as células hospedeiras. O nucleocapsídeo do vírus é então empurrado para dentro do citoplasma do hospedeiro onde o RNA viral de sentido negativo é transcrito para produzir os RNAms estruturais, com a ajuda da RNA polimerase dependente de RNA viral de um modo gradiente. As respectivas proteínas são traduzidas e conformacionadas usando a maquinaria da célula hospedeira. Uma vez que um limiar de RNAm do gene N é atingido, o RNA genômico de polaridade negativa é convertido em polaridade positiva modelo anti-genômico para a síntese de novos genomas. Estes RNA de polaridade negativas recém-formados (RNA genômico) são então enrolados em proteínas N, P e L para formar o nucleocapsídeo que é montado com a matriz de glicoproteínas de superfície e liberado da célula hospedeira 87, modificado por Scagion, G.P. 2014.

1.2.1.Classificação dos APMV-1

Apesar dos APMV-1 estarem distribuídos em todo o mundo e já terem sido detectados

em mais de 250 espécies de aves 82, sua classificação ainda não possui consenso. Apesar

de todos os VDNs serem classificados dentro de um único sorotipo (AMPV-1) , há uma grande

diversidade antigênica e genética entre as suas estirpes 53. Assim, alguns autores usam a

classificação do grupo de Lomniczi e Ballagi-Pordany 54; 126 com base em “genótipos” enquanto

outros usam o de “linhagem” classificação de Aldous et al 127. Ambos englobam conjuntos de

isolados distintos, mas baseiam-se na mesma informação genômica 128.

O primeiro sistema que classificou os VDN possuía seis linhagens com 13 sub-

linhagens 129, e três sublinhagens foram adicionadas mais tarde 130. No segundo sistema, o

35

APMV-1 é separado em dois subtipos, denominados de classe I e classe II, com base na

relação genética entre vírus. Uma das principais carcterísticas utilizadas na classificação dos

APMV-1 é o tamanho genômico, que pode ser dividido em três grupos atualmente; 15186,

15192 e 15198 nucleotídeos131. AMPV-1 eram separados, em vírus de classe I, os quais

possuem o maior genoma, 15198. Estes, são geralmente avirulentos em Gallus gallus exceto

por uma estirpe virulenta, vG90IE CHK; número de acesso AY972102, a qual foi

historicamente recuperada de aves aquáticas e limícolas, que estão distribuídas por todo o

mundo, em aves de vida livre 129.

Enquanto, os vírus de classe II são divididos em “primitivos”, que emergiram entre

1930 a 1960, possuindo um genoma de 15186 nucleotídeos, os vírus considerados “tardios”

surgiram após 1960, com 15192 nucleotídeos131. Já os vírus de classe II, genótipo II, incluem

os vírus de baixa virulência que são utilizados como vírus de vacinas em todo o mundo, tais

como LaSota, B1 e VG/GA132.

Assim, com base na classificação em genótipo 54; 129, o genótipo I continha estirpes

principalmente não virulentas. Enquanto os genótipos II, III e IV foram considerados

envolvidos na primeira panzootia que começou em 1920 e desapareceu por volta de 1950.

Os genótipos V, VI, e VIII foram responsáveis pela segunda panzootia entre os anos 1960 e

1970. Sub-genótipos VIb,VIc, e VId causou o terceira panzootia que emergiu de pombos

durante os anos 1980, e sub-genótipos VIIa, VIIb, VII c, e VIId apareceu na década de 1980

e 1990 no Extremo Oriente, Europa e África do Sul 132; 133. O genótipo VII tem sido o genótipo

predominante em circulação em todo o mundo, particularmente na Ásia e na África, e foi

relatado recentemente na América do Sul 134; 135; 136. Isolados sul-africanos, europeus,

americanos e asiáticos foram previamente tipificados como genótipos VIb, VIIb, e VIII 54; 134;

135; 137; 138.

Em Uganda, isolados de um genótipo indeterminado, mas próximo ao genótipo VI

também foram isolados 139. Em muitas regiões da África, a DN é considerada endêmica, mas

poucos dados estão disponíveis dos vírus isolados circulantes lá. Na África Ocidental, novos

sub-genótipos VIIf, VIIg, e VIIh foram recentemente descritos 130; 140. E ainda, com base em

análises filogenéticas de um sequenciamento parcial do gene F, de isolados do VDN

recuperados a partir aves domesticas em Mali, aparentemente saudáveis, em 2007 e 2008,

foi previamente proposto um novo sub-genótipo, VIIi141. Recentemente, em estudos realizados

com amostras de surtos advindos da Indonésia, Paquistão e Israel o novo sub-genótipo VIIi

foi detectado 142. Em Madagascar, outras estirpes foram isoladas e sequenciadas, e atribuída

a um novo genótipo, genótipo XI 141; 143.

Porém, ao utilizar distâncias evolutivas, Miller et al 53, mostraram inconsistências entre

as duas nomenclaturas, por exemplo a linhagem 3 não é monofilética e contém genótipos III,

36

IV, V e VIII. As discrepâncias detalhadas entre as duas nomenclaturas podem ser encontradas

na Tabela 1 128.

Dessa maneira, recentemente, um método mais racional de classificação dos

genótipos foi proposto por Diel et al. com base em médias das distâncias evolutivas

interpopulacionais da proteína F completa com valores de corte para atribuir novos genótipos

(> 10% significativo evolutiva interpopulacional distância) e novos sub-genótipos (3 a 10%

média distância evolutiva interpopulacional) 144. Embora ambos sistemas concordem com os

vírus de classe I como uma única linhagem, a classe II sob a classificação de Diel et al.

contem 15 grupos genéticos incluindo 10 previamente estabelecido (I-IX e XI) e cinco novos

genótipos (X, XII, XIII, XIV e XV) 144. Espera-se que este novo sistema de nomenclatura

unificada seja um sistema de classificação mais clara e uniforme dos isolados do VDN e facilite

o entendimento comum da epidemiologia, evolução, controle de doenças e diagnóstico deste

vírus. A desvantagem é que ele requer a obtenção das sequências completas do gene F.

Dessa maneira, as classificações de genótipos com base em outros genes do APMV-

1 ainda concorrem com o agrupamento básico para as classes I e II, como a classe II dos

vírus compreendem a grande maioria do material sequenciado do VDN. Isto inclui a maioria

dos vírus isolados e recuperados de aves domésticas (galináceos), de aves de estimação e

das selvagens 145. Os estudos filogenéticos tanto do gene das proteínas F quanto da

hemaglutinina-neuraminidase (HN) do VDN foram usados para a maioria das análises

epidemiológica moleculares e caracterização da estirpe dos VDNs em estirpes específicas 146.

Mesmo antes da proposta de Diel el al. 144, a classificação pelo mapeamento do sítio de

restrição da enzima do gene da proteína F e análise das sequências foram também utilizados

para qualificar os isolados do VDN em sete genótipos e esta foi a base para a identificação

de um novo genótipo de isolados do VDN em Uganda relatado em 2004 139. Diferentes estirpes

foram descritas em muitas partes da África baseando-se no sitio de clivagem da proteína de

fusão 127 e alguns estão a começar a usar o sistema descrito por Diel et al., 144; 147; 148. Assim

Snoeck et al., terminou recentemente a classificação sob os mesmos critérios utilizados por

Diel et al. 144 e demonstrou e estabeleceu que a classe II dos VDNs possuem 17 genótipos

(nomeados I ao XVIII, mas sem o genótipo XV) que circulam juntamente em todo o mundo147.

Portanto, atualmente, os AMPV-1 são divididos em duas classes I e II, sendo classe I

possuindo 9 genótipos e classe II com XVII. Os VDNs de classe I apresentam um genoma

com o tamanho 15.198-nt e são ocasionalmente isolados de aves aquáticas selvagens e aves

domésticas e todos com exceção de um deles são não virulentos. Enquanto a classe II os

vírus incluem estirpes mais virulenta e algumas não virulentas de VDN: sendo os vírus com

genótipos I-IV são linhagem iniciais ou seja de antes de 1960 com o genoma de tamanho de

37

15.186-nt; porem ao considerar os genótipos V-VIII mais recentes, estirpes depois de 1960,

com o tamanho do genoma de 15192-nt 117; 131; 145; 149; 150.

Desse modo, como pode-se ver novos genótipos são constantemente identificados,

normalmente provenientes de epizootias globais e pelas mudanças observadas nas

sequências genômicas dos vírus, implicando que genótipos de baixa e alta virulência estão

evoluindo simultaneamente em diferentes localizações geográficas 53. Contudo o

conhecimento sobre as relações evolucionárias das linhagens virais de APMV-1 presentes

em diferentes reservatórios e entre os fenótipos, velogênicos e lentogênicos é extremamente

limitado. Sabendo-se que aparentemente há dois grandes sistemas de hospedeiros

existentes na natureza:o primeiro, as espécies de aves selvagens aquáticas principalmente

para as estirpes não virulentas; e o segundo, as galinhas, hospedeiras dos VDNs virulentos 24; 151. Dessa maneira, mostra-se a necessidade de continuar os estudos com os AMPV-1 que

continuam a evoluir pelo mundo.

38

Tabela 1: Correpondencia entre Antiga Nomenclatura proposta por Aldous et al. ou Lomniczi et al. 126 completada por Kwon et al 152 e a nova nomenclatura proposta para todos os genótipos baseadas nos resultados de Almeida et al. 128 Diel et al.144 and Courtney et al. 153.

Antiga Nomenclatura (Lomniczi, Kwon)

Antiga Nomenclatura (Aldous)

Nomenclatura proposta

- Linhagem 6 Class 1 Genótipo I Linhagem 1 Genótipo Ia

Genótipo I Linhagem 1 Genótipo Ib

Genótipo I Linhagem 1 Genótipo Ic

Genótipo I Linhagem 1 Genótipo Id

Genótipo II Linhagem 2 Genótipo II Genótipo II Genótipo III Linhagem 3a Genótipo III Genótipo IV Linhagem 3b Genótipo Iva Genótipo IV Linhagem 3b Genótipo IV Genótipo V Linhagem 3c Genótipo Va Linhagem 3c Genótipo Vb NA Linhagem 4a Genótipo Via Genótipo VIb Linhagem 4b Genótipo VIb Genótipo Vic Linhagem 4c Genótipo Vic Genótipo Vie Linhagem 4b Genótipo Vie Genótipo VIf NA Genótipo Vic NA NA Genótipo VIf Genótipo VII Linhagem 5e Genótipo VII Genótipo VII Linhagem 5c Genótipo VII NA Linhagem 5d Genótipo VIId NA Linhagem 5d Genótipo VIIe NA Linhagem 5e Genótipo VIIf NA Linhagem 3d Genótipo VIII NA Linhagem 3a Genótipo IX NA Linhagem 2 Genótipo X NA NA Genótipo XI NA Linhagem 5b Genótipo XII NA Linhagem 5b Genótipo XIII NA Linhagem 5g*** or 7b* Genótipo XIVa** NA Linhagem 7a* Genótipo XIVb NA Linhagem 5f*** or 7d* Genótipo XIVc

* Proposto por Catolli et al. 140 ** Proposto anteriormente por Almeida e colaboradores subgenótipo VIIi 141 *** Proposto por Snoeck et al. 130 NA: não aplicável Observação: Os genótipo XV e subgenótipo VIIg propostos por Diel et al.144, não foram confirmados por de Almeida et al.128, dessa forma estes táxons que incluem apenas estirpes recombinantes, não constam na tabela.

39

1.3. Avifauna Brasileira e Rotas de Migração

O Brasil possui uma das mais diversas avifauna do mundo, contendo 1901 espécies

que abrangem 33 ordens e 103 famílias 154. Esse número de espécies corresponde a

aproximadamente 18% de toda a riqueza de aves mundial. Um grande número das espécies

que ocorrem em nosso território são compartilhadas com outros países, mas entre 10 e 15%

delas são endêmicas ao país, ou seja, não são encontradas em nenhum outro lugar do mundo 155.

Um dos motivos da grande diversidade das aves no Brasil é a variedade de ambientes

existentes no país. Uma grande parte das duas maiores regiões de floresta tropical da América

do Sul (Amazônia e Mata Atlântica) são encontradas no Brasil, além, da maior região de

savana (Cerrado), uma das maiores planícies alagáveis (Pantanal), uma das maiores área de

florestas secas (Caatinga), os maiores e mais preservados mangues das Américas e um

ambiente marinho muito diversificado, com ilhas oceânicas e recifes de corais 155.

Toda essa variedade de biomas permite ao país abrigar aves de outras regiões do

mundo inclusive do norte do continente americano. As aves chamadas de migratórias são

definidas pela realização do fenômeno de migração. Segundo IBAMA/CEMAVE, migração é

o termo que determina os deslocamentos realizados anualmente, repetidamente, de forma

sazonal, por determinada população animal, que se desloca de um ponto A (área de

reprodução) para um ponto B (áreas de alimentação, descanso, etc), em uma determinada

época do ano, retornando posteriormente ao ponto A, completando o ciclo biológico. Enquanto

deslocamentos não estacionais, que estão associados à resposta rápida a alterações

ambientais não antrópicas, tais como chuvas, secas prolongadas, incêndios, redução ou

aumento na disponibilidade de alimento, dentre outros fenômenos é determinado como

nomadismo 156.

40

A América do Sul é atravessada por três principais rotas migratórias ou flyways,

terminologia mais atual (Figura 6). Entende-se por rotas migratórias ou Flyway, toda a

extensão percorrida pelo qual o conjunto total de espécies de aves migratórias, podendo ser

de diferentes espécies ou populações distintas de uma única. As quais locomovem-se

anualmente de áreas de reprodução para locais de não-reprodução, incluindo as regiões

intermediárias de descanso e as de alimentação, bem como as áreas onde as mesmas

ocorrem 157.

Figura 6.:Principais flyways de aves que se deslocam entre o Hemisférios Norte e Sul 157 adaptado por Scagion 2014.

O Brasil é um país que está na rota de muitas espécies de aves migratórias, tanto de

visitantes setentrionais (aves Neárticas), que possuem seus sítios de reprodução no

hemisfério norte, como as meridionais (aves Neotrópicais), que reproduzem em áreas do

hemisfério sul. No total, já foram registradas 152 espécies de aves migratórias no país destas

61 meridionais e 91 setentrionais 158 apud; 159.

As aves neárticas chegam ao Brasil utilizando as áreas de baixa elevação do leste

americano para alcançarem o Golfo do México e, a partir daí, cruzam as ilhas do Mar das

Antilhas, atingindo o continente Sul Americano pela costa venezuelana e colombiana,

podendo então utilizar uma das quatro rotas conhecidas: a do Pacífico, Cisandina, do Brasil

Central (incluindo as rotas do Rio Negro – Pantanal e dos Rios Xingu - Tocantins) e Atlântica 160; 161; 162; 163. Através da rota Cisandina, estas aves chegam até a região do Acre, e a partir

daí utilizam um trajeto que as levam em direção à Patagônia ou outro trajeto que adentra a

região oeste do território brasileiro, na qual podem conectar-se com outras rotas, como a do

Brasil Central. Estas rotas são vantajosas para estes migrantes uma vez que lhes permitem

desviar da Cordilheira dos Andes e da Serra da Pacaraima, na Venezuela 163; 164. Estes

41

migrantes encontram no Brasil vários sítios de descanso (Figura 7), que lhes oferecem clima

mais quente e abundância de alimento 165.

Figura 7: Rotas migratórias das aves migratórias setentrionais 156

Os locais de concentração de aves migratórias, além da relevância para a conservação

das aves, também são importantes no contexto de vigilância epidemiológica 166. Outro

importante aspecto a ser considerado pelos países em rotas de aves migratórias é sobre a

potencialidade dessas espécies na disseminação de doenças, particularmente aquelas que

possam gerar impactos na economia e trazer riscos à saúde pública. Sabe-se que as aves

42

migratórias são reservatórios naturais de vírus de importantes enfermidades, por exemplo o

vírus da Influenza, da Febre do Nilo Ocidental e da doença Newcastle 158 apud; 159.

Portanto, um dos meios naturais de introdução da DN no Brasil poderia ser pelo

carreamento de estirpes virulentas do VDN agente causador da doença, por intermédio de

aves migratórias existentes. O tamanho considerável da população de aves selvagens, a

ausência de fronteiras e a liberdade de movimentos de aves fazem com que essa população

seja considerada um fator extremamente importante de disseminação viral 167.

Em um estudo realizado por Marks e colaboradores na região da Lagoa do peixe,

estuário o qual recebe uma grande quantidade de aves migratórias do Hemisfério Norte e do

Sul da América, pois possui um sitio adequado para alimentação e descanso 168. Foi realizada

uma investigação quanto a presença do material genético e anticorpos do VDN, com aves de

fundo de quintal. Estas aves “sentinelas” e possíveis reservatórios são um bom indicador para

o levantamento e fiscalização da introdução e disseminação de patógenos dentro de uma

região. Os resultados revelaram uma grande quantidade de aves soropositivas para VDN,

porém sem detecção do material genético viral, o que indica que o vírus circula em aves de

fundo de quintal, e este sistema de criação pode ser uma fonte de VDN de baixa virulência na

região, bem como favorece a propagação do vírus entre a fauna selvagem local e a aves de

fundo de quintal 169.

E ainda, outro trabalho com aves de vida livre e domésticas assintomáticos, da região

litorânea do estado do Amazonas, ou seja áreas geográficas consideradas como possíveis

porta de entrada do VDN no Brasil. Foi mostrado utilizando a técnica de PCR-Real time, tendo

o gene M do VDN como alvo da detecção viral, sete amostras positivas lentogênicas entre

1022 amostras 170.

Estes estudos demostram a importância do monitoramento e vigilância contínua tanto

das aves de vida livre como as de subsistência, para um melhor entendimento da dinâmica

do VDN. Contudo, devido à escassez de informações ainda não é possível realizar uma

análise robusta do real risco da possível chegada de doença através das aves. E ainda não

sabemos a suscetibilidade de cada uma dessas espécies migrantes de se tornar um potencial

reservatório, condutor e transmissor do vírus. Por isso a necessidade de maior conhecimento

sobre epidemiologia do VDN em diferentes grupos de aves, informação sobre ecologia e

comportamento, além dos padrões migratórios 167.

1.3.1. Aves Ameaçadas de Extinção

O Brasil é o país com o maior número de espécies ameaçadas no mundo 171. Uma

espécie ameaçada de extinção é aquela cuja população está decrescendo a ponto de colocá-

43

la em alto risco de desaparecimento na natureza em futuro próximo 172. O principal documento

que possui informações de espécies ameaçadas de extinção em escala global é a Lista

Vermelha de Espécies Ameaçadas, elaborada pela IUCN (sigla em inglês para União

Internacional para Conservação da Natureza) que avalia o estado de conservação das

espécies por mais de quatro décadas, com o objetivo de destacar os táxons ameaçados e

promover a sua conservação. Essas informações tornam a tomada de decisão mais clara e

objetiva, elevando-a de um nível local para global. A Lista Vermelha divide as espécies

em categorias: Extinta (EX), Extinta na Natureza (EW), Criticamente ameaçada (CR), Em

Perigo (EN), Vulnerável (VU), Quase Ameaçada (NT), Pouco Preocupante (LC) e Deficiente

em Dados (DD) 171.

Entre 2010 e 2014, o ICMBio (Instituto Chico Mendes de Conservação de

Biodiversidade) avaliou 12.256 táxons da fauna, incluindo todos os vertebrados descritos para

o país. Foram 732 mamíferos, 1980 aves, 732 répteis, 973 anfíbios e 4.507 peixes, sendo

3.131 de água doce (incluindo 17 raias) e 1.376 marinhos, totalizando 8.924 animais

vertebrados. Foram avaliados também 3.332 invertebrados, entre crustáceos, moluscos,

insetos, poríferos, miriápodes, entre outros 173.

Após a avaliação 1.173 táxons foram oficialmente reconhecidos como ameaçados,

entre estas estão 234 aves. A principal razão da perda de diversidade é devido a degradação

do habitat, principalmente decorrente da expansão agrícola e urbana e da instalação de

grandes empreendimentos, como hidrelétricas, portos e mineração, sendo a mais importante

ameaça para as espécies continentais. Para as espécies marinhas, a pesca excessiva, seja

direcionada ou incidental, é a ameaça que mais se destaca 173.

1.3.2. Aves Sinantrópicas

Fauna sinantrópica são as populações animais de espécies silvestres nativas ou

exóticas, que utilizam recursos de áreas antrópicas, de forma transitória em seu

deslocamento, como via de passagem ou local de descanso; ou permanente, utilizando-as

como área de vida 174. Os animais sinantrópicos adaptaram-se a viver junto ao homem, a

despeito da vontade deste. Diferem dos animais domésticos, os quais o homem cria e cuida

com as finalidades de companhia (cães, gatos, pássaros, entre outros), produção de

alimentos ou transporte (galinha, boi, cavalo, porcos, entre outros)175.

As principais aves sinantrópicas encontradas nas grandes áreas urbanas no Brasil são

da ordem Columbiformes, mais comumente o pombo doméstico (Columba livia) e, em

algumas regiões, os pombos de bando (Zenaida auriculata). Os Columbiformes têm vasta

distribuição no planeta, são granívoros e frugívoros, com grande capacidade de voo e

44

convivem em bandos. O pombo-doméstico, proveniente da Europa, foi introduzido no Brasil

por volta do século XVI como ave doméstica. Contudo, com passar do tempo, exemplares que

saíram do cativeiro se adaptaram a vida livre e atualmente são considerados sinatrópicos.

Esta ave possui o hábito de nidificar em rochedos, razão de sua provável adaptação à vida

em cidade já que encontra edificações de estatura elevada 176.

No Brasil, cada vez mais os pombos estão se tornando alvo de pedidos de controle

populacional pelos municípios aos Centros de Controle de Zoonoses (CCZ). O número de

reclamações sobre pombos urbanos por parte de municípios da grande São Paulo durante o

ano de 2002 alcançou quase de 50% do total de reclamações sobre roedores, considerados

pelo CCZs as de maior ocorrência dentre as pragas urbanas 177. Além disso, ressalta-se a

espantosa população de pombos existentes nos locais de armazenamento de grãos e

sementes, com silos, entrepostos, armazéns, fábricas de rações e áreas portuários. Em

virtude deste aumento populacional, o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos

Naturais Renováveis (IBAMA) através de sua Instituição Normativa n.º 141, de 19 de

dezembro de 2006, regulamento o controle e o manejo ambientais da fauna sinantrópica

nociva 174.

Estas aves de vida livre podem transmitir para as aves comerciais algumas

enfermidades, dentre as quais, temos as salmoneloses (Salmonella pullorum, Salmonella

gallinarum, Salmonella typhimurium, Salmonella enteritidis), as micoplasmoses (Mycoplasma

gallisepticum, Mycoplasma synoviae) e o vírus da Doença de Newcastle (VDN), razão pela

qual elas são referidas no PNSA. Pois, a ocorrência destas enfermidades podem causar

prejuízos econômicos ao país, afetando de maneira negativa as exportações, além do impacto

para saúde pública. O Plano Nacional de Sanidade Avícola – PNSA - 178 envolve elevados

investimentos relacionados aos recursos físicos, humanos e de monitoramento laboratorial

representado por uma sistemática coleta, análise e interpretação de resultados de provas

diagnósticas.

1.4. Avicultura Brasileira

No Brasil, a avicultura emprega mais de 5 milhões de pessoas, direta e indiretamente,

e respondendo por 1,5% do Produto Interno Bruto (PIB) nacional. O mercado tem-se utilizado

de sistemas de planejamento e novas tecnologias, resultando em seu crescimento como uma

importante atividade para o agronegócio brasileiro, pela geração de benefícios sociais e

econômicos179.

Em 2013, foi produzido no Brasil 12,3 milhões de toneladas de carne de frango, sendo

68,4% destinado ao consumo interno e 31,6% à exportação. A avicultura de corte brasileira

45

se destaca no agronegócio mundial como uma das mais competitivas. O país ocupa a terceira

posição no ranking mundial dos maiores produtores, sendo superado apenas por Estados

Unidos e China, e é líder em exportações de produtos avícolas, tendo comercializado com

155 países em 2013 179.

Dessa forma, as barreiras sanitárias impostas pelos países importadores, em

substituição às barreiras tarifárias, constituem atualmente o maior entrave para acesso dos

produtos agropecuários aos mercados internacionais. Portanto para o livre comércio mundial

de aves e seus produtos, uma das principais barreiras sanitárias é a presença da DN 5.

Assim, além dos grandes impactos econômicos que a presença desse patógeno pode

acarretar, ainda, é importante ressaltar o impacto social que o mesmo pode causar, que vai

além de perda de empregos. De maneira que muito brasileiros, principalmente das regiões

Norte e Nordeste, assim como em outros países em desenvolvimento, possuem os “frangos

de fundo de quintal” ou frangos caipiras, que representam uma forma de alimento, seja por

meio de ovos ou da carne. E com o surgimento da doença de Newcastle que é altamente

contagiosa e afeta tanto aves domésticas e selvagens com grande potencial epidêmico e letal,

poderia ter um impacto tão grande na produção de aves doméstica quanto na industrial 170.

Desde 2003, o Brasil foi reconhecido como um país livre de estirpes patogênicas do

vírus da doença de Newcastle (VDN) 180. No entanto, estudos sorológicos detectaram

atividades de VDN entre aves silvestres em 2003 e 2006 48; 181 e aves de fundo de quintal em

2005 49 e 2006 44. No entanto, apesar das rigorosas medidas de biossegurança adotadas pela

indústria de aves, o risco de reintrodução do vírus em aves domésticas está sempre presente 45. Portanto exige-se não só uma vigilância epidemiológica constante, mas também esforços

para aumentar a compreensão atual sobre as relações das estirpes do VDN relevantes para

o Brasil bem como estirpes circulantes no mundo inteiro55.

1.5. Real-Time RT PCR (RRT-PCR)

A técnica de PCR em Tempo Real tornou-se um método padrão ouro para a

quantificação precisa e a caracterização de ácidos nucleicos, em rotina de detecção e

aplicações que vão desde a detecção de agentes patogênicos para a descoberta de mutações

e de verificação de perfis de expressão gerados em microarrays.

O desenvolvimento do PCR em tempo real por Higuchi e colaboradores182; 183, foi

possível monitorar em tempo real a quantidade de produto formado durante o curso da reação

de PCR. A primeira PCR em tempo real foi realizada por simples adição de brometo de etídio

na mistura para PCR e acompanhamento da amplificação através das propriedades

fluorescentes 183. Para aumentar a sensibilidade, brometo de etídio foi posteriormente

46

substituído pelo corante SYBR Green 184. A técnica foi implementada com o desenvolvimento

de um equipamento que, num único compartimento, apresenta termociclador, sistema ótico e

câmera CCD (Charged Coupled Device).

Nesta técnica, há vários sistemas para detecção de sequências-alvo, tais como, sistemas

de corante inespecífico (SYBR Green, EVA Green, SYTO 9), tecnologias baseadas em

primers (primer LUX, AmpliFluor, Plexor) e sistemas de sondas FRET (sondas TaqMan ou

sondas de hidrólise, molecular beacons, Scorpions, sondas de hibridização FRET), entre

outros.

O sistema TaqMan® ou ensaio para nuclease 5’ fluorescente utiliza uma sonda

fluorescente para possibilitar a detecção de um produto especifico de PCR conforme esse se

acumula ao longo dos ciclos da reação. A sonda contém um corante repórter na extremidade

5’ e um corante supressor na extremidade 3’. A proximidade do supressor reduz drasticamente

a fluorescência emitida pela repórter, resultando em um substrato não fluorescente 185.

As sondas TaqMan® (sondas de hidrólise) são oligonucleotídeos desenhados para

hibridizar em uma região interna do produto da PCR. Se a sequência-alvo estiver presente, a

sonda se anela logo após um dos primers e é clivada pela atividade exonucleásica 5’-3’ da

Taq DNA polimerase enquanto o primer é estendido. A clivagem separa o repórter do

quencher, removendo a sonda da fita alvo, permitindo que a extensão continue (figura 8). As

sondas clivadas a cada ciclo resultam no acúmulo de repórter livre e refletem a quantidade de

produto formado 186. A fluorescência é captada na fase de extensão e esse sistema tem como

grande vantagem a alta especificidade 187.

A sonda deve ser desenhada de modo a localizar-se de uma a cinco bases do primer

forward. Sua temperatura de anelamento deve ser 10°C maior que a dos primers. Isso garante

que, quando a enzima começar a estender, a sonda já estará anelada. As sondas usadas no

experimento são conhecidas comercialmente como sondas TaqMan MGB. Possuem um

quencher não fluorescente na extremidade 3´ e uma molécula minor groove binder (MGB),

que aumenta em 10°C a temperatura de melting da sonda. As sondas podem ser marcadas

com diferentes corantes, permitindo o desenvolvimento de ensaios multiplex,

TaqMan® Universal PCR Master Mix (PE Applied Biosystems P/N 4304437).

Dessa maneira, com a metodologia para isolamento viral convencional atualmente é

realizada em ovos embrionados de galinhas, está se torna trabalhosa, relativamente

demorada e com isso limita o monitoramento da DN. Atualmente, testes moleculares são

reconhecidos pela OIE por proverem resultados rápidos e eficientes, como RT-PCR

(transcriptase reversa e reação em cadeia da polimerase) e real time RT-PCR (RRT-PCR). A

47

principal vantagem RRT-PCR é a eliminação da etapa de processamento após a amplificação,

que reduz enormemente a possibilidade contaminação de amostras além aumentar a

velocidade do diagnóstico 81.

Com isso a identificação de amostras AMPV-1 tem sido realizada em diversos países

através de uma técnica de RRT-PCR validada 188. A técnica foi desenvolvida e validada

durante um surto de APMV-1 velogênico nos Estados Unidos em 2002-2003 189 e substituiu o

isolamento viral como principal teste de diagnóstico de APMV-1. Assim, esta técnica que

detecta o gene M dos APMV-1 é amplamente utilizada como triagem de amostras para

detectar qualquer APMV-1 em 48 laboratórios nos Estados Unidos e diversos países da União

Europeia.

Porém, um recente estudo demonstrou que esta técnica falhou ao detectar cerca de 73%

de amostras coletadas de aves aquáticas, aves limícolas e LBM 190. Análises das sequências

de nucleotídeos do gene M revelaram que uma grande variabilidade entres os isolados de

classe I e classe II dos APMV-1 na região onde se liga a sonda do teste, o que provocaria

uma diminuição na sensibilidade do teste M. Kim et al (2008) desenvolveram um RRT-PCR

capaz de detectar o gene L um grande número de isolados dos AMPV-1 de classe I. O que

demonstra que apesar do grande poder detecção dessa técnica, ainda é necessário a

continuidade de estudos nessas áreas para um melhor entendimento da epidemiologia viral.

1.6. Sorologia

NDV pode ser utilizado como um antígeno em uma ampla gama de testes sorológicos,

permitindo neutralização, ou ensaio de imunoabsorção enzimática (ELISA) e HI (inibição da

hemaglutinação) a serem utilizados para avaliar os níveis de anticorpos em aves. No

momento, o teste de HI é o mais amplamente utilizado para a detecção de anticorpos para

APMV-1 nas aves, enquanto o uso de kits comerciais de ELISA para avaliação dos níveis de

anticorpos pós-vacinais é comum. Geralmente as neutralizações virais, e os títulos derivados

das técnicas de HI ou ELISA são correlacionados a nível de plantel em vez de a nível de

individual em aves. Testes sorológicos são utilizados em laboratórios de diagnóstico para

avaliar o nível de resposta dos anticorpos após a vacinação, mas possui um valor limitado na

vigilância e diagnóstico da DN devido ao uso quase universal de vacinas em aves

domésticas5.

Atualmente, o teste HI é além de ser um dos mais utilizados para detectar/titular os

anticorpos contra o VDN, ainda é também considerado como uma reação padrão para o

diagnóstico dessa enfermidade 191. Porém, atualmente, vários relatos na literatura indicam que

o método indireto de ELISA é também eficaz nessa mesma tarefa, apresentando, ainda,

48

algumas vantagens relevantes, tais como: ser o teste sorológico mais utilizado em avicultura

para VDN e outros agentes etiológicos, por sua sensibilidade, especificidade e rapidez 192.

Comparativamente, o teste de HI apresenta baixa sensibilidade, especialmente quando soros

de outras espécies de aves são testados, e ainda há a possibilidade de ocorrência de

aglutinação inespecífica de hemácias de galinha 193.

Valores dos níveis de anticorpos quantificados pela técnica de ELISA usualmente são

correlacionados com os valores obtidos no teste de HI, por ser este adotado como padrão no

monitoramento pós-vacinal da DN 194; 195; 196; 197.

É válido ressaltar também que o ensaio ELISA pode ser executado através de vários

protocolos, e fazendo uso de diferentes tipos de conjugados imunoenzimáticos, os quais, por

sua vez, podem restringir a detecção de anticorpos antivirais a uma dada espécie animal como

verificado pelo método indireto do teste, disponível sob a forma de kits comerciais, para os

quais, conjugados específicos para a maioria das espécies de aves não-galiformes não são

encontrados comercialmente. Adicionalmente, algumas variantes de métodos de ELISA,

como exemplifica o próprio ensaio indireto, a despeito de certas vantagens mencionadas,

envolvem o preparo e a padronização frequentes de várias partidas de antígeno viral

purificado por ultracentrifugação, tornando sua exequibilidade na rotina laboratorial, um tanto

mais laboriosa 198.

No entanto, em relação às aves de vida livre, o uso do método indireto de ELISA para

o sorodiagnóstico da DN encontra-se limitado, pois apesar dos conjugados imunoenzimáticos

conseguirem detectar anticorpos presentes nos soros de aves galiformes não há a mesma

disponibilidade desses tipos de conjugados para as outras espécies de aves, sobretudo as de

vida-livre. Em vista dessa dificuldade, tem-se utilizado com maior frequência o teste de HI, ou

na melhor das hipóteses há o esforço para a padronização de métodos alternativos de ELISA,

usando o formato de ELISA competitivos (c-ELISA) 199.

Com respeito aos testes de c-ELISA sabe-se que essa técnica faz uma abordagem

mais refinada e sua execução não requer o uso de anticorpos secundários espécie-

específicos 200; 201. Adicionalmente, alguns métodos variantes do ELISA como exemplifica o

próprio ensaio indireto, a despeito de certas vantagens mencionadas, envolvem o preparo e

a padronização frequentes de várias partes de antígeno viral purificado por ultracentrifugação,

o que representa dificuldades adicionais no preparo desse ensaio imunoenzimático. Entre os

métodos do c-ELISA, constata-se que o método de ELISA de bloqueio de fase líquida

49

utilizando anticorpos monoclonais específicos (Mab) para o VDN, tem sido empregado para

detectar anticorpos específicos em amostras de soro de aves exóticas ou selvagens 193.

No entanto, o crescimento e a manutenção das células de hibridoma para produção

continua de Mabs possuem procedimentos muito trabalhosos e onerosos, ou ainda, a

aquisição deste tipo de anticorpos monoclonais é cara 197; 202; 203; 204. Ademais, em relação ao

uso de Mab, sabe-se que o método de ELISA competitivo utilizando esses anticorpos, não é

capaz de reconhecer todas as estirpes de APMV-1, já que os Mabs são conhecidos pela sua

especificidade para epitopos individuais 5.

1.7. Considerações Finais

A importância econômica e social da avicultura brasileira coloca o setor em evidência no

âmbito nacional e internacional, uma vez que o Brasil é atualmente o maior exportador mundial

de carne de frango e o terceiro maior produtor. Em 2013, a produção de carne de frango

atingiu 12,3 milhões de toneladas, desse total 68,4% foi destinado ao consumo interno, e

31,6% para exportações. Com isto, o consumo per capita de carne de frango atingiu 41,8

quilos por pessoa 179. Neste cenário, a sanidade dos plantéis avícolas brasileiros deve ser

monitorada com o objetivo de manter o status produtivo alcançado nos últimos anos. Em

relação a esta sanidade, as doenças respiratórias estão associadas na avicultura a grandes

perdas econômicas em todo o mundo, sendo as enfermidades virais reconhecidas como o

maior desafio da avicultura moderna.

As aves silvestres, especialmente aves aquáticas migratórias, aves de rapina e

passeriformes são frequentemente consideradas reservatórios, ou até mesmo vetores de

patógenos aviários de importância para as aves comerciais 205; 206; 207; 208. Dessa forma, o

sorotipo APMV-1 tem sido amplamente pesquisado, uma vez que esse sorotipo abrange os

vírus que causam uma grave doença em frangos e com grande prejuízo econômico causado

pelas restrições comerciais 5; 209.

Portanto, como o entendimento da ecologia dos vírus lentogênicos em aves silvestres e

sinantrópicas é ainda limitado bem como as técnicas de diagnóstico empregadas. A técnica

de multiplex real time quantitativo de RT-PCR, RRT-PCR 210; 211 que tem como alvo os genes

L e M para a detecção simultânea os vírus AMPV-1 correspondentes a classe I e classe II,

respectivamente, parece ser promissora para a detecção deste agente. Dessa forma a

validação e emprego desta técnica para detecção viral circulantes em aves silvestres e

sinantropicas. Além disso, o teste HI será utilizado como uma ferramenta complementará a

avaliação dos AMPV-1 circulantes em aves silvestres. Assim, o presente estudo será de

50

grande importância para enriquecer nossos conhecimentos sobre as estirpes dos APMV-1

presentes em aves silvestres e sinantrópicas no Brasil.

2. Objetivos

2.1.Gerais Investigação da presença dos diferentes paramixovírus aviários do sorotipo I através

de testes sorológicos e moleculares e caracterizá-los molecularmente por meio de

materiais obtidos a partir de aves silvestres nos estados de São Paulo e Maranhão do

Brasil.

2.2. Específicos 1) Validação do multiplex RRT-PCR, para detectar a presença do gene M e L dos APMV-

1 através do real time RT-PCR em amostras padrões.

2) Validação de 7 RT-PCR convencionais para futuro sequenciamento do genes F e HN;

3) Detecção da presença dos genes M e L dos APMV-1 através do RRT-PCR em suabes

cloacais e traqueais obtidos a partir de aves silvestres.

4) Sequenciamento do sítio de clivagem do gene F e do gene HN;

5) Realizar a análise genética baseada no gene da proteína F e HN dos APMV através do

sequenciamento afim de caracterizar as variantes circulantes presentes nas aves

silvestres;

5) Detectar anticorpos específicos contra APMV-1 nas aves silvestres através do HI e

ELISA.

3. Material e Métodos 3.1 Tecnica Moleculares

3.1.1 Amostras Padrão

Plasmídeos Topo TA Cloning kits (Invitrogen, Carlsbad, EUA) expressando os genes L e

M dos AMPV-1 190 foram cedidos pelo Dr Claudio Afonso, ARS-USDA em Atenas, EUA. Os

plasmídeos foram utilizados para a padronização do teste na detecção dos vírus de classe I

e II. Além disso, vacinas contendo o vírus vivo da doença de Newcastle estirpe La Sota e B1

51

(New Vaccin e New Vaccin HB1, Laboratório Biovet, Brasil) também foram utilizadas como

amostras referência para os vírus de classe II.

3.1.2 Coleta de Amostras

A coleta das amostras em aves foi realizada em conformidade com as diretrizes de

proteção animal e aprovação legal (SISBIO no 34751-2, data da emissão: 10/06/2013,

anexo1, e Comitê de Ética e Uso de Animais USP no 2012.1.170.74.0, data de emissão:

20/06/2012, anexo 2). Foram selecionadas 387 amostras (194 suabes orofaringeanos-OP e

193 suabes cloacais) de 37 espécies pertencentes a 12 ordens de aves para serem testadas

(Tabela 2). Todas amostras listadas na tabela são provenientes do Centro de Recuperação

de Animais Silvestres (CRAS) "Orlando Villas-Boas" (São Paulo, SP), do Parque Ecológico

do Tietê (http://www.ecotiete.org.br/), Bosque dos Jequitibás (Campinas, SP), Parque

Ecológico Municipal de Americana (Americana, SP).

52

Tabela 2: Amostras testadas durante a vigência do projeto. Foram enviadas 194 suabes orofaringeanos (OP) e 193 suabes cloacais totalizando 387 amostras de 37 espécies de aves pertencentes a 12 Ordens.

Total amostras suabe OP suabe Cloacal

Ordem/Espécie aves Nome popular 387 194 193 Local da coleta

Accipitriformes

Rupornis magnirostris Gavião Carijó 8 4 4 Centro de Recuperação de Animais Silvestres (CRAS)

Anseriformes

Aix galericulata Pato Mandarim 64 32 32 Parque Ecológico Municipal de Americana, Casa de aves

Aix sponsa Pato Carolina 4 2 2 Parque Ecológico Municipal de Americana, Casa de aves

Cereopsis novaehollandiae Ganso Australiano 4 2 2 Parque Ecológico Municipal de Americana

Cygnus melanocoryphus Cisne do Pescoço

Preto 2 1 1

Parque Ecológico Municipal de Americana

Cygnus atratus Cisne Negro 2 1 1 Parque Ecológico Municipal de Americana

Aix sponsa Pato Carolina 14 7 7 Casa de aves

Chenonetta jubata Pato Paraquedistas 8 4 4 Casa de aves

Apodiformes

Eupetomena macroura Beija-flor 1 1 0 Centro de Recuperação de Animais Silvestres (CRAS)

Cariamiformes

Cariama cristata Seriema 3 2 1 Centro de Recuperação de Animais Silvestres (CRAS)

53

Cathartifomes

Coragyps atratus Urubu de Cabeça

Preta 17 9 8

Centro de Recuperação de Animais Silvestres (CRAS)

Columbiformes

Columba livia Pomba Comum 63 33 30 Centro de Recuperação de Animais Silvestres (CRAS); CETAS, Bosque dos jequitibás

Falconiformes

Caracara plancus Gavião Carcará 10 5 5 Centro de Recuperação de Animais Silvestres (CRAS)

Falco peregrinus Falcão Peregrino 4 2 2 Centro de Recuperação de Animais Silvestres (CRAS)

Passeriformes

Paroaria dominicana Galo da Campina 1 0 1 Centro de Recuperação de Animais Silvestres (CRAS)

Pyroderus scutatus Pavó 4 2 2 Centro de Recuperação de Animais Silvestres (CRAS)

Pitangus sulphuratus Bem-te-vi 4 3 1 Centro de Recuperação de Animais Silvestres (CRAS)

Sporophila frontalis Pixoxó 3 3 0 Centro de Recuperação de Animais Silvestres (CRAS)

Sicalis flaveola brasiliensis Canário da Terra 7 6 1 Centro de Recuperação de Animais Silvestres (CRAS)

Pelecaniformes

Syrigma sibilatrix Maria Faceira 6 3 3 Centro de Recuperação de Animais Silvestres (CRAS)

54

Tigrisoma lineatum Socó Boi 3 2 1 Centro de Recuperação de Animais Silvestres (CRAS)

Ardea alba Garça Branca 4 2 2 Centro de Recuperação de Animais Silvestres (CRAS)

Phalacrocorax brasilianus Biguá 2 1 1 Centro de Recuperação de Animais Silvestres (CRAS)

Piciformes

Colaptes campestris Pica-pau-do-campo 5 2 3 Centro de Recuperação de Animais Silvestres (CRAS)

Ramphastos dicolorus Tucano de Bico Verde 6 3 3 Centro de Recuperação de Animais Silvestres (CRAS)

Dryocopus lineatus Pica-pau-banda-

branca 4 2 2

Parque Ecológico Municipal de Americana

Colaptes melanochloros Pica-pau-verde-

barrado 2 1 1

Parque Ecológico Municipal de Americana

Psittaciformes

Amazona vinacea Papagaio-de-peito-

roxo 47 12 35

Centro de Recuperação de Animais Silvestres (CRAS)

Amazona aestiva Papagaio Verdadeiro 4 2 2 Centro de Recuperação de Animais Silvestres (CRAS)

Anodorhynchus leari Arara Azul de Lear 3 3 0 Centro de Recuperação de Animais Silvestres (CRAS)

Aratinga leucophthalma Periquitão Maracanã 34 17 17 Parque Ecológico Municipal de Americana

Amazona farinosa Papagaio Moleno 2 1 1 Parque Ecológico Municipal de Americana

Alipiopsitta xanthops Papagaio Galego 2 1 1 Parque Ecológico Municipal de Americana

55

Ara chloropterus Arara Vermelha 4 2 2 Parque Ecológico Municipal de Americana

Lorius Iory Loris 6 3 3 CETAS, Bosque dos jequitibás

Strigiformes

Megascops choliba Coruja do Mato 19 11 8 Centro de Recuperação de Animais Silvestres (CRAS)

Rhinoptynx clamator Mocho Orelhudo 11 7 4 Centro de Recuperação de Animais Silvestres (CRAS)

56

3. 1. 3 Purificação do RNA viral

A purificação de RNA do NDV, estirpes La Sota e B1, foi realizada com o kit QIAamp Viral

RNA Mini Kit (Cat no# 52904, Qiagen, Hilden, Alemanha) conforme instruções do fabricante

(Figura 8). Esse mesmo kit foi utilizado para a extração de RNA das amostras obtidas das

aves silvestres.

Figura 8: A extração do vírus NDV estirpe La Sota foi realizada conforme o gráfico acima. Os suabes orofaringeanos e cloacais coletados das aves silvestres também tiveram seus RNA extraídos a partir dessa metodologia utilizando 200µL de amostra.

3. 1. 4 Controle Interno

A reação de RT-PCR em tempo real (RRT-PCR) para detecção do gene interno, beta actina

(Tabela 3), será utilizada como controle da reação com o kit QuantiFast Probe RT-PCR+ROXVial

Kit (Cat # 204554, Qiagen, Hilden, Alemanha), sob as mesmas condições descritas

previamente212. A amostra e purificação de RNA serão avaliadas através do controle interno

beta-actina com um valor de Ct<45.

3. 1. 5 RRT-PCR para Detecção de APMV-1

A reação de RRT-PCR foi baseada em sondas marcadas com duas fluorescências: FAM

e VIC para a detecção dos vírus APMV de classe II e I (Tabela 3), respectivamente15; 190. Para

57

a reação de RRT-PCR foi utilizado o kit Qiagen onestep RT-PCR (Cat no#210212, Qiagen,

Hilden, Alemanha) em volume de 25µL (17µL de mix mais 5 µL de RNA) contendo 8,105 μl

de água livre de RNAse, 5 μl de buffer (5x), 0,8 μl de DNTP´s (10mM), 1,25μl de MgCl²

(25mM), 0,325 μl RNAse-inhibitor (Qiagen), 1μl de enzima mix, 0.12 μl de cada oligo (500 mM

de cada oligonucleotídeo), 0.025µl de cada sonda (100mM de cada sonda) e 5μl de RNA.

A reação foi realizada em 30 minutos a 50°C para a transcrição reversa, seguidos de 15

minutos a 95°C para a inativação da enzima RT e ativação da enzima Taq polimerase. Após

esta etapa, serão efetuados 40 ciclos: 10 segundos a 95°C (denaturação), 33 segundos a

56°C (detecção e anelamento) e 10 segundos a 72°C (extensão). As reações foram realizadas

no termociclador LightCycler 480 II (Roche Diagnostics, Manheim, Alemanha). Os produtos

da RT-PCR foram analisados com o programa específico do equipamento e a eficiência de

cada reação foi determinada baseada em uma curva padrão. Esta curva padrão foi realizada

através de diluições seriadas na base 10 de concentrações conhecidas de produto da RT-

PCR, em triplicata. Os valores serão expressos em Cycle Threshold (Ct), ou seja, o valor que

a amostra atinge a linha Threshold determinada após o cálculo da eficiência de cada reação.

Os valores para corte foram calculados baseados na última diluição detectada na curva

padrão +2*DP (desvio padrão).

Tabela 3. Oligonucleotídeos e sondas a serem utilizados para amplificação do material genético dos testes moleculares no RRT-PCR.

Gene alvo Nome Posição Sequência

Referência

APMV-1 M

NDVM+4100 4100-4121 5’-AGTGATGTGCTCGGACCTTC-3’

[15] NDVM+4169 4169-4191

5’- FAM-TTCTCTAGCAGTGGGACAGCCRG

C-BHQ-3’

NDVM-4220 4198-4220 5’-

GCCATGTTGTCACTGTCTATTG-3’

APMV-1 L

NDVL+8738 8738-9760

5’-TGTTGAAAAGAAGCTGCTAGGC-

3’

[194] NDVL+9762 9762-9786

5’-VIC-TGCCTGGTCACACAAGATCCGCC

G-BHQ-3’

NDVL-8847 8825-8847 5’-TGGACCATGAAGAGTGGAACC-

3’

Controle Beta -actina

β actin632F 632-653 5’-CCTCATGAAGATCCTGACAGA-

3’

[212] β

actin696 696-719 5’-FAM-

CGTGACATCAAGGAGAAGCTGTG-BHQ-3’

β actin747R 729-747 5’-TCTCCTGCTCYAAYTCCA-3’

58

3. 1. 6 RT-PCR para Sequenciamento

O kit Qiagen onestep RT-PCR (Cat no#210212, Qiagen, Hilden, Alemanha) foi utilizado

para a reação da RT-PCR e as sequências dos oligonucleotídeos do gene HN e F foram

baseadas em um estudo anterior 213. As reações foram realizadas no termociclador Veriti®

96-Well Thermal Cycler (Applied Biosystems, California, EUA). Os produtos da PCR foram

visualizados pela luz ultravioleta (UV) após a eletroforese em gel agarose 2,0% contendo o

corante SYBR safe (Life Technologies, Carlsbad, EUA) em tampão Tris-borato (pH 8.0).

3. 1. 7 Limite de Detecção e Especificidade dos Testes

As vacinas comerciais foram extraídas e suas concentrações foram obtidas através da

utilização do espectrofotômetro de microvolumes, Thermo Scientific NanoDrop™ 2000/2000c

Spectrophotometer. Então foram realizadas diluições seriadas na base 10 em água ultra pura

para a avaliação do limite de detecção.

3. 1. 8 Sequenciamento dos Fragmentos Amplificados

Amostras positivas que foram amplicadas com sucesso pela técnica de RT-PCR mais

sensível foram submetidas ao sequenciamento parcial do gene F e do gene HN com

oligonucleotídeos específicos previamente descritos sem necessidade de isolamento viral 213.

Cada reação com um oligonucleotídeo específico (sentido senso ou anti-senso) foi realizada

em triplicada para garantir confiabilidade nas seqüência geradas. O fragmento de DNA foi

purificado através da eletroforese em gel agarose 1,5% (w/v) contendo SYBR safe

(Invitrogen). A banda específica foi extraída do gel com auxílio de uma lâmina de bisturi, assim

o produto de PCR foi purificado utilizando o kit de purificação da QIAquick Gel extraction

(Qiagen) e as amostras quantificadas utilizando um espectrofotômetro. O produto de PCR na

concentração de 20ng/uL e 5µM de cada oligonucleotídeo foram enviados ao LACTAD

(Laboratório Central de Tecnologias de Alto Desempenho em Ciências da Vida) da

Universidade Estadual de Campinas, conforme recomendações do Setor de Sequenciamento

de DNA.

3. 1. 9 Análise das sequências e desenho da árvore filogenética

A qualidade das sequências obtidas foi avaliada no programa Sequence Scanner Software

2 (Applied Biosystems). As seqüências de nucleotídeos senso e antisenso foram manipuladas

utilizando o programa Bioedit Sequence Alignment Editor versão 7.1.11 214 e alinhadas

59

usando-se o programa Clustal W 215 no programa MEGA versão 6.0 216 e a similaridade das

seqüências comparada com seqüências depositadas no GenBank

(http://www.ncbi.nlm.nih.gov/blast/Blast.cgi?PROGRAM=blastn&PAGE_TYPE=BlastSearch&

LINK_LOC=blasthome). O alinhamento foi então verificado manualmente e três sequências

de vírus de classe I foram utilizadas como outgroup. Eventos de recombinações foram

avaliados nas sequências obtidas pelo programa RDP 3.44 217. Análises filogenéticas foram

realizadas de acordo com o método Maximum Likelihood como implementado pelo programa

Tree finder 218 e MEGA 6.0. A árvore consenso infere 1000 replicas 219 é utilizada para

representar a evolução das sequências analisadas. As distâncias evolucionárias são

computadas pelo método Hasegawa-Kishino-Yano 220 e estão em unidade do número de

substituição por sítio. A análise envolveu 151 sequências de 603 nucleotídeos para o gene

HN e 57 sequências de 161 nucleotídeos para o gene F. Para a análise da região do sítio de

clivagem, as seqüências de aminoácidos foram deduzidas utilizando o programa MEGA

versão 6.0, conforme o manual da OIE. As árvores foram editadas no programa FigTree

v1.4.2.

3. 2. Técnicas Sorológicas

A sorologia foi realizada utilizando os testes de Inibição da Hemaglutinação (HI) e ELISA

competitivo comercial (IdVet, Montpellier, França).

3. 2. 1 Amostras

A coleta das amostras em aves foi realizada em conformidade com as diretrizes de

proteção animal e aprovação legal (SISBIO no 34751-2, data da emissão: 10/06/2013, anexo

1, e Comitê de Ética e Uso de Animais USP no 2012.1.170.74.0, data de emissão: 20/06/2012,

anexo 2). No total, 132 soros foram testados com 17 espécies de aves pertencentes a 4

Ordens (Tabela 4). Destas amostras, 31 foram provenientes de aves do Parque ecológico de

Americana, 100 amostras de Anseriformes (gentilmente cedidos pelo Prof. Edson Duringon)

e amostra de Galliformes da cidade de Pirassununga.

60

Tabela 4: Amostras de soros testadas durante a vigência do projeto, com 17 espécies de aves pertencentes a 4 Ordens.

Ordem/ Espécie Número de amostras

(132) Local de coleta

Anseriformes

Aix galericulata 1 Parque ecológico de Americana -SP

Aix sponsa 2 Parque ecológico de Americana -SP

Cereopsis novaehollandiae 2 Parque ecológico de Americana -SP

Cygnus melanocoryphus 1 Parque ecológico de Americana -SP

Cygnus atratus 1 Parque ecológico de Americana -SP

Anser cygnoides 81 Parque do Ibirapuera - SP

Dendrocygna viduata 8 São Bento-MA, Bacurituba-MA

Dendrocygna autumnalis 7 São Bento-MA, Cajapió-MA

Amazonetta brasiliensis 3 São Bento -MA

Netta erythrophthalma 2 São Bento -MA

Galliformes

Gallus gallus 1 Pirassununga-SP

Meliagres gallopavo 1 São Bento -MA

Piciformes

Dryocopus lineatus 1 Parque ecológico de Americana -SP

Psittaciformes

Aratinga leucophthalma 17 Parque ecológico de Americana -SP

Amazona farinosa 1 Parque ecológico de Americana -SP

Alipiopsitta xanthops 1 Parque ecológico de Americana -SP

Ara chloropterus 2 Parque ecológico de Americana -SP

3. 2. 2 Teste de Inibição de Hemaglutinação (HI) O teste de HI foi realizado seguindo a metodologia padrão5. Todos os títulos acima de 3

(log2) foram considerados positivos.

3. 2. 3 ELISA Competitivo O teste ELISA competitivo (NDVC-2P, IDvet, França) foi realizado de acordo com as

especificações do fabricante.

61

3. 3 Comparação entre as Técnicas A concordância entre as tecnicas foi determinada pelo teste kappa com p<0,001, a

comparação foi realizada entre as técnicas de RRT-PCR, HI e ELISA utilizando parâmetros

citados acima.

4. Resultados

4. 1 Controle Interno

Todas as amostras foram detectadas pelo RRT-PCR da beta actina. Dessa forma, todas

as amostras foram consideradas para a detecção de APMV-1.

4. 2 RRT-PCR

A eficiência da reação multiplex RRT-PCR utilizando o vírus NDV estirpe La Sota foi de

99.99% (vírus La Sota, respectivamente), e a inclinação da curva (slope) obtida foi de -3.24 e

o ponto de intersecção no eixo Y de 27,16. O limite de detecção em picogramas por microlitro

(pg/µL) foi de 2,52 .10-7 (Figura 9) e a diluição detectada foi de 10-11 (Figura 11 VIII). Obtivemos

resultados similares com a estirpe viral B1. Os resultados obtidos com o plasmídeo contendo

o gene M foram similares. Os valores para corte foram calculados baseados na última diluição

do gene M detectada na curva padrão +2*DP (desvio padrão). O teste é válido unicamente se

a fluorescência do controle negativo (mix + água sem amostra) for negativo (Ct>40) e o

controle positivo apresentar um sinal não contestável (Ct<38,22).

62

A B

Figura 9. Detecção dos plasmídeos contendo os genes L e M dos AMPV-1 cedidos pelo laboratório do Dr Claudio Afonso, ARS-USDA em Atenas, EUA, através do RRT-PCR multiplex A) A sonda específica para a detecção do plasmídeo M e NDV estirpe La Sota, correspondente aos vírus de classe II, foi marcada com o fluoróforo FAM (que utiliza filtro de 465-510). A curva padrão foi obtida através de diluições em série na base 10 do NDV estirpe NDV. B) A sonda específica para a detecção do plasmídeo M e NDV estirpe La Sota, correspondente aos vírus de classe II, foi marcada com o fluoróforo VIC (que utiliza filtro de 533-580). O equipamento LightCycler 480II da Roche foi capaz de detectar com eficiência as duas fluorescências.

Enquanto a eficiência da reação do multiplex RRT-PCR utilizando o plasmídeo

contendo o gene L não foi obtida, uma vez que o plasmídeo apresentou uma baixa

concentração (8,39 .104 pg/μL) e apenas uma diluição foi identificada pelo aparelho, sendo

assim a curva padrão não pode ser calculada. Novos oligos foram desenhados baseados na

sequência do gene L inserido no plasmídeo (GenBank: EU419620.1). Para tanto, foram

selecionados dois oligonucleotídeos para a amplificação de um amplicon 302pb (Figura 10).

Canal VIC/YY Canal FAM

63

A Sequência (5'->3') Fita alvo Tamanho Início Final Tm GC%

L+17 ATCAGACACTCAGCCATTCCTC Positiva 22 17 38 59.83 50.00

L-300

(L-8749)

AAGCCATGCGAATTTGGCG Negativa 19 318 300 60.15 52.63

B >gi|180036694|gb|EU419620.1| Newcastle disease virus isolate Mallard/US(MD)/02-200/2002 polymerase gene, partial cds CTAGGTCGCTCGGTGCATCAGACACTCAGCCATTCCTCAAAACTCACTGGGATCTTACATCCTAGGTGTCTAGAAGACCTAGTAAGGCTAGATATACCCGATTCAACAAACAAGTTCAGAAGGATAGAGAAGAAGATTCAGATTCACAATACAAGGTATGGGGAGCTATTCACCAGACTCTGTTCTTATGTTGAAAAGAAGCTGCTAGGCTCTGCCTGGTCACACAAGATCCGCCGTTCTGAGGAATTTGACAGTCTCCGCACAGACCCAGCATTCTGGTTCCACTCTTCATGGTCCACCGCCAAATTCGCATGGCTTCATGTGAAGCAGATCCAGAGGCACTTGATTGTAGCCGCGCGGACGAGGTCTGCCTCCAGCAAGCTTGTGACACTGTCTCATCATTCAGGCCAAGTCTTTATCACTCCTGAGCTAGTAATAGTAACGCATACGAATGAG Figura 10. Desenho de oligos para amplificação do plasmídeos contendo os genes L dos AMPV-1 cedidos pelo laboratório do Dr Claudio Afonso, ARS-USDA em Atenas, EUA, baseado na sequência GenBank: EU419620.1 A) Os oligos foram desenhados com auxílio do programa Primers 3221. Os dois oligos desenhados pelo programa apresentam uma temperatura de anelamento similar bem como conteúdo de GC (%). B) A sequência dos novos oligos foi marcada em cinza na sequência alvo. As sequências marcadas em azul e vermelho correspondem às sequências dos alvos dos oligos NDVL+8738, NDVL-8847, respectivamente. A sonda específica para a detecção do plasmídeo L marcada com o fluoróforo VIC foi identificada com a marcação amarela (NVL+8762). É importante salientar que os novos oligos amplificarão a sequência de interesse do gene L.

4. 3 RT-PCR Convencional

Os gradientes de temperatura das reações de RT-PCR convencional (denominadas de

RT-PCR I a VIII) foram testados no termociclador. Os limites de detecção bem como as

temperaturas de anelamento determinados de cada reação estão descritos na tabela 5. O RT-

PCR IV (PGA e HN886VV) obteve uma temperatura de 50°C, onde também foi registrado um

limite de detecção de 10-11, correspondente a 2,52 10-7 pg/ µL (Figura 11 IV) na diluição após

a repetição. O RT-PCR V (3HNOV e P7B) obteve uma tmperatura de 60°C, onde foi registrado

um limite de detecção na diluição de 10-10, correspondente a 2,52 10-6 pg/ µL (Figura 11 V).

64

Tabela 5 Limite de detecção determinado pelos diferentes testes com temperaturas de anelamento e tamanhos de amplicon distintos.

Nome par Par de oligonucleotídeos

Temperatura de

anelamento (°C)

Tamanho amplicon

(bp)

Gene alvo

Limite de Detecção (diluição)

Concentração

(pg/ µL)

I MFS1 e F3AS 59 766 M e F 10-10 2,52 . 10-6

II F+4952 e MFS3 52 747 F 10-3 2,52 .10

III F+5429/ F+886 e HN49rev

50 1040 F e HN

10-9 2,52 .10-5

IV P6A EHN886rev

50 1120 F e HN

10-11 2,52 .10-7

V 3HNOV e P7B 60 1271 HN e L

10-10 2,52 . 10-6

VI NDVA e NDVB 50 363 F 10-10 2,52 . 10-6

VII F2-S e F2-AS 50 192 F 10-12 2,52 .10-8

VIII- RRTPCR

NDVM+4100 e NDVM-4220

60 121 M 10-11 2,352 .10-7

O RT-PCR I (MF51 e F3A5) obteve uma temperatura 59°C, onde após constatar o valor

de 10-8 na diluição seriada, repetiu-se o processo a fim de que se obtivesse o limite de

detecção correto para ele que foi registrado como 10-10, correspondente a 2,52 10-6 pg/ µL

(Figura 11 I). O RT-PCR III (F+5429 ou F+886 e HN49) obteve uma temperatura de 50°C,

onde foi determinado um limite de detecção de 10-9 (Figura 11 III) após repetição,

correspondente a 2,52 10-5 pg/ µL. O RT-PCR II (F+4952 e MF52) obteve uma temperatura

de 52°C, onde primeiramente obteve-se o limite de detecção de 10-7, porém ao repeti-lo foi

encontrado um limite de detecção inferior, de 10-3 (Figura 11 II), correspondente a 2,52 10 pg/

µL. O RT-PCR VI obteve uma temperatura de 50°C, onde foi determinado um limite de

detecção de 10-10 (Figura 11 VI) após repetição, correspondente a 2,52 10-6 pg/ µL, contudo

foram aplicadas apenas as diluições de 10-5 a 10-12. Finalmente, o RT-PCR VII obteve uma

temperatura de 50°C que apresentou o limite de detecção de 10-12 (Figura 11 VII)

65

correspondente a 2,52 10-8 pg/ µL. Dessa forma, essa foi a técnica mais sensível entre todos

os testes validados.

VII

66

Figura 11 Determinação do limite de detecção com diluições seriadas de cDNA usando os testes de RT-PCR e RRT-PCR.I) RT-PCR I que consegue detectar até a diluição de 10-10; II) RT-PCR II, que consegue detectar até a diluição de 10-3;III) RT-PCR IIIque consegue detectar até a diluição de 10-9; IV) RT-PCR IV detecta até a diluição de 10-10;V) RT-PCR V detecta até a diluição de 10-11; VI) RT-PCR VI detecta até a diluição de 10-6; VII) RT-PCR IV detecta até a diluição de 10-12; VIII) RRT-PCR VII detecta até a diluição de 10-11. A visualização dos amplicons com os tamanhos esperados (conforme indicado na tabela 2) foi realizada com gel de agarose a 2,0% corado com SYBR Safe (Life Technologies, Carlsbad, EUA).

4. 4 Detecção do Vírus nas Amostras de Aves Silvestres pelos Testes de RRT-PCR e RT-PCR Convencionais.

No total, todas as amostras listadas na tabela 2 foram testadas pelo teste RRT-PCR.

Oito amostras foram detectadas pela fluorescência FAM, específica para o gene M e três pela

fluorescência VIC, específica para o gene L. A amostra de Gavião Carcará foi detectada pelas

duas fluorescências. Todas as amostras foram detectadas também pelo RT-PCR VII e

submetidas ao sequenciamento (tabela 6).

VIII

VIII

67

Tabela 6 Amostras detectadas pelo teste RRT-PCR e RT-PCR. Espécie, nome comum, tipo de suabe e o ciclo em que a amostra foi detectada (CP) para cada gene do RRT-PCR e resultado na RT-PCR convencional estão listados na tabela abaixo. aAmostras detectadas pelo RRT-PCR gene M; bAmostras detectadas pelo RRT-PCR gene L.

Espécie/Ordem Nome Comum Suabe RRT-PCR

(CP) RT-PCR VII

Columbiforme

Columba livia Pomba comum OP 33,17 a Positivo

Columba livia Pomba comum OP 35,05a Positivo

Columba livia Pomba comum OP 36,00a Positivo

Columba livia Pomba comum OP 37,54 a Positivo

Falconiforme

Falco peregrinus* Falcão peregrino OP 35,00 a Positivo

Caracara plancus Gavião carcará OP 26,15 a,b Positivo

Anseriformes

Cygnus atratus Cisne Negro OP 37,4 a Positivo

Passeriformes

Sporophila frontalis Pixoxó Cloacal 33,79b Positivo

Strigiformes

Rhinoptynx

clamator Mocho orelhudo OP 21,49b Positivo

Psittaciformes

Amazona vinacea Papagaio do peito

roxo Cloacal 37,23 a Positivo

4. 5 Análise Filogenética

Na análise filogenética baseada no gene HN com 151 sequências de 603 nucleotídeos,

as três amostras sequenciadas foram agrupadas dentro do genótipo II dos vírus de classe II,

originando um subgenotipo com as amostras brasileiras com um alto valor de bootstrap com

94,93% (Figura 12A). Esses resultados foram confirmados com a análise filogenética do

sequenciamento parcial do gene F, embora o pequeno fragmento analisado (161

nucleotídeos) gerou uma baixa bootstrap (48%) com pouca confiabilidade (Figura 12B). Todas

as amostras sequenciadas foram classificadas como lentogênicas. Essa classificação é

68

baseada na sequência de aminoácido do sítio de clivagem da proteína F que contem apenas

uma arginina (R) no resíduo 113 e um aminoácido básico entre os resíduos 114 e 116 (R no

resíduo 116, mais leucina no resíduo 117 (Figura 12C).

69

Genotipo II

A

70

B

71

Figura 12 Análises filogenéticas realizadas com genes HN e F das amostras brasileiras identificadas em aves silvestres. As amostras brasileiras foram destacadas em vermelho. A) Análise filogenética utilizando 151 sequências com 603 nucleotídeos do gene HN. B) Análise filogenética utilizando 57 sequências com 196 nucleotídeos correspondentes ao sítio de clivagem do gene F. Os fragmentos sequenciados por este estudo foram classificados dentro do genotipo II dos vírus de classe II. As sequências correspondentes aos demais genotipos e a classe I (outgroup) foram agrupadas e identificadas na árvore. Os ramos correspondendo partições reproduzidas em menos de 50 boostrap são agrupados. A porcentagem das árvores replicadas em cada taxa agrupado pelo teste bootstrap (1000 replicatas) está escrita perto de cada ramo 219. C) Dedução da sequência de aminoácido do sítio de clivagem da proteína F das amostras sequenciadas entre resíduos 113 e 117. As sequências de aminoácido deduzidas dos vírus detectados foram comparadas com outras sequências velogênicas e lentogênicas e todas são lentogênicas.

4. 6 Sorologia 4. 6.1 Teste de inibição de hemaglutinação (HI)

Trinta (22,73%) dos 132 soros testados foram considerados positivos e 102 outros foram

negativos pelo teste. Vinte oito desses soros positivos são provenientes de aves da ordem

Anseriformes (Anser cygnoides, Anas platyrhynchos, Cereopsis novahollandiae, Cygnus

atratus, Cygnus melanocoryphus, Cygnus olor, Dendrogygna Viduata), um pertencente a

ordem Psittaciformes (Ara chloropterus) e um pertencente a ordem Galliformes (Gallus gallus).

C

72

4. 6. 2 ELISA

O ELISA testado avaliou o soro de 123 aves e apresentou especificidade e sensibilidade

de quase 100% e reprodutibilidade de 10%. Vinte e quatro (19,51%) dos soros testados

também pelo HI foram detectados pelo ELISA, enquanto que 99 soros foram considerados

negativos ou duvidosos (Porcentagem de inibição inferior a 40%). Os soros testados

provenientes dos cisnes brancos (Cygnus olor) e marrecos mallard (Anas platyrhynchos)

apresentaram uma alta frenquencia de ocorrência de 22% e 33%, respectivamente.

4. 7 Comparação das Técnicas

O teste de concordância entre os dois testes sorológicos foi de 0.617, Quadro 1 A, sendo

considerado como bom.

Também foram realizados testes de concordancia entre as técnicas sorológicas e RRT-

PCR, porém não foi possível realizar uma comparação completa devido a disponibilidade das

amostras, estes resultados estão dispostos no Quadro 1 B, C e D a concordância entre RRT-

PCR e HI utilizando 29 amostras disponiveis foi de 0,365, já a comparação entre RRT-PCR e

o ELISA com 21 amostras foi de 1,0 e com as três técnicas também 21 amostras foi 0, 447,

respectivamente, todos os testes foram aplicados com o valor de P<0,001. A amostra positiva

a todas as técnicas foi a proveniente de um Anseriforme da espécie Cygnus atratus.

73

Quadro 1 Comparação entre as técnicas de HI, ELISA e RRT-PCR determinada pelo teste kappa com p<0,001. A) Comparação entre as técnicas sorológicas HI e ELISA, utilizando 123 aves. B) Comparação entre as técnicas HI e RRT-PCR, utilizando 29 aves.C) Comparação entre as técnicas ELISA e RRT-PCR, utilizando 21 aves D) Comparação entre as três técnicas utilizando 21 aves.

5. Discussão

Atualmente, muitos relatos tendem a generalizar a ideia de que RRT-PCR, tem uma

sensibilidade melhor em comparação com RT-PCR convencional ou PCR ligado ao ensaio

imunoenzimático (ELISA-PCR). É inegável que RRT-PCR tem melhorado em muito as

práticas de diagnóstico molecular e, como tal, representa um considerável progresso no

diagnóstico molecular. De fato, ele tem muitas vantagens objetivas sobre RT-PCR

convencionais, particularmente, a velocidade, uma ampla e dinâmica gama de alvos (RNA e

DNA) pra quantificação, e a redução da contaminação. Contudo, deve-se ressaltar que RRT-

PCR não é necessariamente mais sensível do que RT-PCR convencional 222. Nossos

resultados estão em concordância com a literatura, uma vez que encontramos uma grande

variação de sensibilidade entre as técnicas 223; 224; 225.

Além disso, em nosso trabalho a técnica RT-PCR convencional padronizada do primer VII

(gene alvo F) apresentou uma sensibilidade superior ao RRT-PCR esse fenômeno já foi

observado em diferentes estudos prévios 226; 227; 228; 229. Da mesma forma, um outro RT-PCR

A HI B RRT-PCR

Negativo Positivo Total Negativo Positivo Total

ELISA

Negativo 84 15 99 HI

Negativo 25 0 25

Positivo 9 15 24 Positivo 3 1 4

Total 93 30 123 Total 28 1 29

Kappa geral 0.617

Kappa geral 0.365

C ELISA D Técnicas

Negativo Positivo Total HI ELISA RRT-PCR

RRT-PCR

Negativo 20 0 20 Negativo 17 20 20

Positivo 0 1 1 Positivo 4 1 1

Total 20 1 21 Total 21 21 21

Kappa geral 1.0

Kappa geral 0.447

74

convencional, primer II, apresentou uma sensibilidade muito inferior aos demais. Estudos

prévios relatam que essa diferença de sensibilidade está relacionada aos desenhos dos

oligonucleotídeos principalmente a presença do resíduo pirimidina na porção 3’ do

oligonucleotídeo 224 e também ao número de cópias do material genético do gene alvo no

genoma do organismo, por isso, ainda que dois métodos de PCR usem o mesmo alvo, ou

mesmo os mesmos oligonucleotídeos, não assegura necessariamente a resultados idênticos 222.

Em muitos aspectos, é extremamente difícil avaliar a prevalência da DN no mundo em

qualquer período de tempo. Pois, há falta de dados sobre a enfermidade, em alguns países

ou regiões só há relatos da ocorrência em aves comerciais, enquanto a sua presença em aves

de subsistência ou bandos criados em fundo quintal é ignorado. Mesmo em aves comerciais,

as estimativas da distribuição geográfica do VDN são confusas pelo uso de vacinas vivas em

quase todos os países pelo mundo. Além disso, em alguns países, a distribuição é

especialmente complicada devido a utilização de vacinas vivas, com vírus que são

considerados virulentos em outros países 7.

Em nosso estudo, 2,58% das amostras de aves foram detectadas pelo teste de RRT-PCR

utilizados. Em um estudo prévio realizado por Thomazelli e colaboradores 170, no qual

investigaram a presença de VDN em aves silvestres e domésticas na região litorânea da

Amazônia brasileira a porcentagem de amostras foi menor (de apenas, 0,7%), porém como

no nosso estudo todas foram lentogênicas. Em outro trabalho realizado na região Sul do

Brasil, com aves de fundo de quintal, apesar de ter sido encontrado uma quantidade de aves

não vacinadas soropositivas para o VDN, indicando a possível presença do vírus em aves

silvestres, não foi detectado nenhuma amostra positiva no RRT-PCR 169. Indicando a variação

do VDN no país e a necessidade continua de estudos na área para manutenção da sanidade

dos planteis avícolas.

A detecção em suabes OP foi maior que em suabes cloacais. Concordando com a

literatura prévia já que substâncias inibitórias presentes no material fecal podem reduzir e

bloquear amplificação, além disso, sabe-se que em aves de vida livre o nível de inibidores de

PCR pode variar dependendo da localização (origem geográfica), ecossistema, dieta, e o

habitat das aves 230.

Entre as amostras positivas deste trabalho uma é proveniente Sporophila frontalis, o

pixoxó, esta ave passeriforme da família Thraupidae ocorre no Paraguai, Argentina e no Brasil,

estendendo sua distribuição da Bahia ao Rio Grande do Sul. Estima-se que haja menos de

10.000 indivíduos adultos, no Brasil, sendo que há declínio populacional continuado de ao

75

menos 10% em três gerações (cerca de 15 anos), principalmente, à grande pressão de

captura e engaiolamento, devido ao seu canto. Dessa forma, S. frontalis foi avaliada como

Vulnerável (VU)231.

Essa amostra é especialmente interessante devido a pertencer a uma espécie ameaçada,

e como a ave pertence a ordem Passeriforme a qual apresenta uma susceptibilidade variada

ao VDN, com algumas espécies podendo ser assintomáticas, porém com capacidade para

excretar o vírus, enquanto outras espécies podem apresentar a doença de uma maneira mais

severa 11. Dessa forma, são levantadas duas possíveis problemáticas, uma ecológica, pois se

a doença se manifestar de forma severa em uma espécie, que já se apresenta ameaçada pela

ação humana, e a pressão de extinção pode se intensificar sobre a mesma.

E uma problemática epidemiológica, já que a espécie pode ser assintomática à doença e

mesmo assim excretar o vírus, podendo dessa maneira espalhá-lo. O perigo se intensifica

quando a ocorrência da espécie no Brasil 232 perpassa a mesma região onde duas das

principais flyways do país, Flyway Americana do Atlântico e Flyway Americana do Mississipi 157 se encontram, mostrando um risco inerente. Portanto, é necessário conhecer-se melhor o

efeito do vírus sobre está espécie e entender melhor sua ação sobre os passeriformes de

modo geral.

Outros autores já descreveram as dificuldades de isolar o VDN a partir de espécimes de

aves adultas clinicamente saudáveis, especialmente as estirpes de baixa virulência 170; 233; 234.

Assim, apesar destas dificuldades conseguimos sequenciar parcialmente nossos genes alvos

e realizar análises filogenéticas com estas sequências do gene F e HN. A análise filogenética

dessas amostras baseada no gene HN indicou que os vírus detectados pertencem a um

cluster distinto, porem próximo, das amostras vacinais do genótipo II da classe II. Esse

resultado foi o mesmo obtido com a análise filogenética utilizando um pequeno fragmento do

gene F para onze amostras. Através de um estudo anterior de nosso laboratório sabe-se que

há uma estirpe de campo de VDN circulando entre os lotes de aves comerciais 235.

Além disso, nossos resultados concordam com um estudo prévio realizado na Argentina

em que em aves de vida livre aparentemente saudáveis, localizadas em regiões de relevância

para produção avícola, foram investigadas por técnicas sorológicas e moleculares (RT-PCR

com alvo em gene M e gene F), ao realizar as análises filogenéticas a maioria dos isolados

argentinos estão relacionados com o genótipo II. Sendo que um isolado obtido de um flamingo,

estava fortemente relacionado com a estirpe vacinal La Sota 236.

Porém, nos Estados Unidos, estudo realizado por Seal e colaboradores em 2005 145 com

aves provenientes do mercado de aves vivas, encontraram isolados de VDN de baixa

76

virulência não relacionados com as estirpes comumente utilizadas em vacinas na América do

Norte. Em outro estudo realizado na região do alto meio oeste com Anseriformes de vida livre,

Jindal e colaboradores em 2009 237 descobriram através de análises filogenéticas e de

sequenciamento parcial gene F, que 38 dos 43 isolados de VDN pertenciam a classe II

genótipo II, e que nenhum destes isolados foi filogeneticamente próximo as estirpes vacinais

por comparação. As relações entre estes estudos levantam a possibilidade de possuirmos

uma estirpe circulante entre as aves de vida livre da Argentina e Brasil que diferem do VDN

presente nas aves de vida livre dos Estados Unidos. Pois apesar da grande maioria das

amostras circulantes serem classe II genótipo II, o fenômeno de ocorrência de escape das

estirpes vacinais para os animas silvestres, não parece estar bem elucidado. Levantando a

questão sobre quais diferenças podem estar ocasionando este fenômeno, se há contato entre

as aves silvestres através da migração.

Em nosso trabalho, todas as estirpes foram lentogênicas. Atualmente sabe-se que as aves

domésticas, aves selvagens são consideradas um reservatório natural do VDN e muitas

estirpes com diferentes genótipos foram isoladas de aves selvagens31; 37; 53; 238, estes autores

estão de acordo com nossos resultados.

E através das análises de diversidade genética, a transmissão viral entre aves selvagens

e aves de domesticas foi provada 26; 30; 129; 239. Além disso, os VDN isolados de aves selvagens

podem causar surtos DN em aves domésticas 240. Por exemplo, isolados do VDN de

cormorões migratórios foram a provável fonte de alguns surtos de VDN em aves domésticas 129, possivelmente porque as distâncias genéticas entre os isolados e as estirpes vacinais são

tão grandes, que a vacina atual não pode reduzir a propagação desses vírus em frangos

vacinados 241; 242; 243. Contudo, apesar dos vírus neste estudo serem lentogênicos a presença

dos vírus de classe II em aves selvagens demonstra a necessidade da monitorização continua

para este vírus 1; 54.

Há relatos que sugerem VDNv podem surgir através de estirpes lentogênicas encontradas

na natureza22; 244. Além do mais, estudos também tem sugerido que eventos de mutação

pontual, e não de recombinação, podem ser os responsáveis por gerar estirpes virulentas e

avirulentas. Por exemplo, o surto de VDN na avicultura australiana, durante o período de 1988

a 2000, foi causado por VDNv originado devido a mutação em um virus do genótipo I da classe

II 244. Estes autores acreditam que vírus lentogênicos tem potencial para tornarem-se

virulentos com o passar do tempo. Sempre que há passagem do VDN de um hospedeiro para

outro reporta-se um aumento em sua virulência. Além do mais, as forças seletivas impostas

pelo ambiente de um novo hospedeiro pode também desenvolver um papel na aquisição da

virulência 245; 246. Estes estudos sugerem que estirpes lentogênicas, de aves selvagens,

77

podem adquirir virulência pela transmissão entre aves aquáticas de vida livre e aves

domésticas. Nesse cenário pode-se encontrar um surto de VDN em aves domésticos 247.

Mostrando a importância deste estudo e do continuo monitoramento do VDN no Brasil devido

a sua grande produção avícola.

Quanto a sorologia, a técnica do HI é a metodologia padrão adotada para detecção do

VDN5, mas a algum tempo, vários métodos de ELISA vêm sendo desenvolvidos 248. Diversos

estudos sobre a sensibilidade, especificidade e o teste correlação entre o HI e ELISA indicam

que os resultados podem não concordar 40; 195; 249. Além disso, os kits de ELISA disponíveis

comercialmente para anticorpos de VDN são mais sensíveis do que o teste de HI e, para

laboratórios de diagnóstico, as principais vantagens de kits de ELISA são a padronização do

ensaio, a eficácia melhorada devido a semi-automatização, e a velocidade para a triagem

rápida de agentes múltiplos 202.

Ainda, em relação às aves de vida livre, o uso do método indireto de ELISA para o

sorodiagnóstico da DN encontra-se limitado, pois apesar dos conjugados imunoenzimáticos

conseguirem detectar anticorpos presentes nos soros de aves galiformes não há a mesma

disponibilidade desses tipos de conjugados para as outras espécies de aves, sobretudo as de

vida-livre. Em vista dessa dificuldade, tem-se utilizado com maior frequência o teste de HI, ou

na melhor das hipóteses há o esforço para a padronização de métodos alternativos de ELISA,

usando o formato de ELISA competitivos (c-ELISA) 199.

Em nosso estudo, os soros provenientes de aves da ordem Anseriformes (Anser

cygnoides, Anas platyrhynchos, Cereopsis novahollandiae, Cygnus atratus, Cygnus

melanocoryphus, Cygnus olor, Dendrogygna Viduata), um pertencente a ordem Psittaciformes

(Ara chloropterus) e um pertencente a ordem Galliformes (Gallus gallus) foram detectados

como positivos pelos nossos testes sorológicos. Estes resultados concordam com resultados

prévios presentes na literatura que indicam os Anseriformes 129; 170 e Psitaciformes 142 como

reservatórios do vírus.

Esta variação entre estas técnicas, HI e ELISA, já foi relatada na literatura250, pois como

já foi demonstrado em estudos prévios utilizando a técnica de ELISA a detecção de

imunoglobulinas nos soros de aves selvagens podem apresentar variação devido a diferenças

na patogenicidade de estirpes e na respostas imune do hospedeiro a exposição ao

organismos patogênico251. Além do mais a afinidade antigênica pode ser diferente para cada

espécie, além das reações cruzadas entre anticorpos da espécie de interesse (selvagens) e

dos galináceos produzir alterações no resultado da técnica251; 252. Dessa maneira é

interessante conduzir estudos prévios para padronização do ELISA na espécie de interesse

78

ou utilizar técnicas em conjunto, como o HI e Western Blotting para um melhor entendimento

das condições dos organismos estudados.

Em estudos prévios, realizado com aves de fundo de quintal pelo de teste de ELISA, no

estado do Rio Grande do Sul 169 e em aves silvestres e de fundo de quintal pelo HI, no estado

Rio de Janeiro, 47, a presença de anticorpos para NDV também já foi detectada. Portanto,

nossos resultados corroboram com estes estudos prévios, mostrando a necessidade de

estudos sorológicos contínuos nessas aves, pois estas podem atuar como reservatório viral.

Bem como apresenta uma nova ferramenta para este trabalho, o kit NDVC-2P, IDvet, França,

de ELISA competitivo.

E, ainda, comparamos a concordância através do teste de Kappa entre as técnicas

sorológicas e o RRT-PCR, porem devido a disponibilidade de amostras, não podemos realizar

uma comparação entre todas as amostras testadas. A comparação das técnicas HI, ELISA e

RRT-PCR resultou em concordância moderada, isso é explicado pois o alvo das técnicas é

diferente enquanto as técnicas de RT-PCR buscam a presença do material genético viral

(RNA), as sorológicas como HI e ELISA buscam anticorpos. Estes resultados são

demonstrados também no estudo de Marks e colaboradores em 2014 169, em que 411 aves

de fundo de quintal da região sul foram testadas pelas técnicas ELISA e RRT-PCR, 33,8%

foram positivas para técnica sorológica e nenhuma para o RRT-PCR. Sendo assim, é

interessante a utilização das técnicas sorológicas e moleculares, para um maior entendimento

da dinâmica viral.

6. Conclusões

O presente estudo foi capaz de comparar a sensibilidade da técnica de RRT-PCR e

outras sete técnicas de RT-PCR. A técnica de RRT-PCR foi utilizada como teste de

triagem por conseguirmos testar mais amostras concomitantemente evitando

contaminações. Contudo, uma das técnicas de RT-PCR convencional apresentou uma

sensibilidade analítica superior à técnica RRT-PCR com a amostra de referência. Dez

(2,58%) das 387 amostras testadas provenientes de 8 espécies representantes de 6

ordens de aves foram detectadas pelos testes utilizados. A detecção em suabes OP

(2,07%) foi maior que em suabes cloacais (0,51%).

As técnicas de RT-PCR convencional foram utilizadas para o sequenciamento gênico.

A análise filogenética dessas amostras baseada no gene HN indicou que os vírus

detectados pertencem a um cluster entre as amostras vacinais do genótipo II da classe II.

79

Esse resultado foi o mesmo obtido com a análise filogenética utilizando um pequeno

fragmento do gene F das dez amostras. Contudo, precisamos confrontar os resíduos nos

sítios antigênicos e marcações descritas pelos estudos anteriores 128; 213 para confirmar se

as vacinas utilizadas nas aves comercias brasileiras conseguiriam neutralizar esses vírus

circulantes em aves silvestres.

A soroprevalência em aves, em sua maioria Anseriformes, foi de 22,73% e 19,51%

utilizando os testes HI e ELISA, respectivamente. As duas técnicas apresentaram uma

concordância de 0,62. Dessa forma, o teste de ELISA competitivo parece ser uma boa

ferramenta para avaliar anticorpos específicos contra APMV-1, mas deveria ser avaliado

para cada espécie de ave. O presente estudo apresenta resultados que podem auxiliar

para uma maior compreensão do APMV-1 no Brasil em aves silvestres no Brasil. Além de

levantar questões sobre a ocorrência do VDN e a interação entre o vírus e seus

hospedeiros que deve ser foco dos próximos estudos.

80

7. Referências

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Comp. Pathol. Ther, v. 40, p. 144-169, 1927.

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Diergeneeskd, v. 38, p. 448-450, 1926.

4 MAPA. INSTRUÇÃO NORMATIVA Nº 50, DE 24 DE SETEMBRO DE 2013.

MINISTÉRIO DA AGRICULTURA, P. E. A.: 6 p. 2013.

5 OIE. CHAPTER 10.9. Newcastle Disease. In: OIE (Ed.). Terrestrial Animal Health

Code 2012. 21th, v.II, 2012.

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Anexo 1

104

105

106

107

Anexo 2

108

109

Anexo 3 Profa. Dra. Rachel Meneguello

Presidente Comissão Central de Pós-Graduação

Declaração

As cópias de artigos de minha autoria ou de minha co-autoria, já publicados ou submetidos para publicação em revistas científicas ou anais de congressos sujeitos a arbitragem, que constam da minha Dissertação de Mestrado, intitulada Soroepidemiologia, detecção

molecular e caracterização dos Paramixovírus aviários do tipo 1 (classe I e classe II) em

aves silvestres e sinantrópicas, não infringem os dispositivos da Lei n.° 9.610/98, nem o direito autoral de qualquer editora. Campinas, 30 /07 /2015 Autor Guilherme Pereira Scagion RG n.° 417576493 __________________________________ Orientadora Profa. Dra. Clarice Weis Arns RG n.° 5003366001