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ÍNDICE
PREFÁCIO ...................................................................................................... 01
1 - EXPERIÊNCIAS NO ENSINO DE INFORMÁTICA COM O USO DE
NTIC NO VALE DO JAGUARIBE ............................................................... 07
1.1 - O contexto das experiências ............................................................................ 07
1.2 - Algumas experiências na disciplina de Didática Geral ................................... 11
1.3 - Algumas experiências em eventos acadêmico-científicos .............................. 17
1.4 - Algumas experiências no estágio curricular obrigatório ................................ 24
1.5 - Algumas experiências contidas nos TCC........................................................ 32
2 - EXPERIÊNCIAS COM O USO DE SOFTWARES NO ESTÁGIO
CURRICULAR OBRIGATÓRIO DO CURSO DE LICENCIATURA EM
INFORMÁTICA............................................................................................. 39
2.1 - Aproximação entre o estágio e o uso educativo de software .......................... 39
2.2 - A experiência com o Estágio Supervisionado I .............................................. 42
2.3 - A experiência com o Estágio Supervisionado II ............................................. 46
2.4 - A experiência com o Estágio Supervisionado III ........................................... 49
3 - EXPERIÊNCIAS COM O USO DO MOODLE NO ENSINO DE
LINGUAGEM E PROGRAMAÇÃO NA EDUCAÇÃO BÁSICA ............... 53
4 - REFERÊNCIAS .............................................................................................. 63
PREFÁCIO
A presente obra foi sintetizada a partir de inquietudes advindas das
experiências vivenciadas pelos autores com a formação e a prática docente em
Informática/Computação, no contexto da região do interior do Estado do Ceará,
denominada Vale do Jaguaribe. Essa região é composta por mais de 15 municípios,
dividida em quatro microrregiões e com uma população estimada, em 2014, de
390.877 habitantes.
Com relação à educação básica, segundo informações contidas no site da
Coordenadoria Regional de Desenvolvimento da Educação (CREDE 10),
coordenadoria instituída pela Secretária de Educação do Estado do Ceará (SEDUC-
CE): http://www.crede10.seduc.ce.gov.br/, após esse estado ter sido dividido em 20
Regiões Administrativas,
elas, a CREDE 10, sediada no munícipio de Russas, que é responsável por gerir as
escolas públicas da região do Vale do Jaguaribe, objetivando a garantia educação
básica com equidade e foco no sucesso do aluno. Essa CREDE abrange 30 escolas
públicas estaduais localizadas nos municípios de Alto Santo, Aracati, Fortim, Icapuí,
Itaiçaba, Jaguaruana, Limoeiro do Norte, Morada Nova, Palhano, Quixeré, Russas,
São João do Jaguaribe e Tabuleiro do Norte.
Algumas dessas escolas foram campos de atuação para a formação e prática
docente dos licenciandos (turma de 2012) do Curso de Licenciatura em Informática
da Universidade Estadual do Ceará (UECE), que mantém convênio com a
Universidade Aberta do Brasil (UAB). De acordo com a CREDE 10, essas escolas
estão divididas em: 6 de nível A (com mais de 1.000 alunos); 6 de nível B (de 601 a
1.000 alunos); 9 de nível C (até 600 alunos); 1 Centro de Educação de Jovens e
Adultos CEJA (Nível A), com sede no município de Limoeiro do Norte e 8 Escolas
Estaduais de Educação Profissional EEEP, com sede nos municípios de: Alto Santo
(em construção), Aracati, Jaguaruana, Limoeiro do Norte (em construção), Icapuí
(em processo de licitação atualmente), Morada Nova , Russas e Tabuleiro do Norte.
As experiências relatadas pelos autores, sintetizadas através dos seus
contatos com o entorno de algumas das escolas citadas, foram obtidas graças ao
funcionamento do referido curso de graduação, que manteve suas atividades
funcionando no polo do munícipio de Limoeiro do Norte, que abrigou a turma de
licenciandos a partir do ano de 2012. Ao todo 13 licenciandos contribuíram com o
presente relato, através da realização de suas atividades no curso citado, o que
ocasionou a investigação e reflexão despendidas.
Segundo o Plano Pedagógico, disponível em:
http://www.uece.br/computacaoead/, dentre outros objetivos o curso visa inserir o
computador na sistemática funcional da sala de aula, exigindo uma mudança na
estrutura organizacional e pedagógica da escola, possibilitando com isso
flexibilização do tempo escolar, estabelecimento de redes de aprendizagem,
elaboração de materiais multimídia, entre outros recursos da prática docente que
atendam as especificidades atuais dos educandos.
Uma das características do egresso do curso, após passar por um percurso
formativo que o muna de qualidades docentes que o capacite/habilite a desempenhar
a docência em Informática/Computação com qualidade e comprometimento, é ser um
profissional da educação na qualidade de agente formador, gestor, técnico e professor
que se envolva e participe de forma continua em ações de formação dirigidas ao
ensino no contexto educativo. Portanto, a função do professor não será única, pois
não se restringirá a ensinar pela transmissão massiva de informações científico-
tecnológicas prontas e acabadas, isentas de construção evolutiva do saber.
Tendo em vista a expectativa de atuação do Licenciado em Informática e a
sua formação acadêmica, a presente obra apresenta parte do relacionamento entre
essas facetas, descrito através das experiências vivenciadas pelos dois últimos autores
dela ao longo da formação docente inicial e pelas vivenciadas pelo primeiro autor
enquanto professor formador deles e dos demais licenciandos da turma, estando,
portanto, esse último, em formação continuada.
Desse modo, dois grandes motores impulsionaram a engrenagem das
considerações tratadas neste livro, a saber: I A formação dos autores e II A
experiência docente dos mesmos. Cabe então apresentá-los de forma breve.
Francisco Ranulfo Freitas Martins Júnior é Licenciado em Química pela
UECE e Mestre em Ensino de Ciências e Matemática pela Universidade Federal do
Ceará (UFC). Atua como Professor Assistente do Curso de Licenciatura em Química
da Faculdade de Filosofia Dom Aureliano Matos (FAFIDAM), campus da UECE
situado no munícipio de Limoeiro do Norte. Atua também como Professor Formador
do Curso de Licenciatura em Informática da UAB/UECE. Tem experiência na área de
Formação de Professores e Prática Docente, com ênfase no uso das Novas
Tecnologias da Informação e Comunicação (NTIC) em favor da educação.
Francisca Lindvania da Silva Vieira é Licenciada em Informática pela
UAB/UECE. Trabalha na área da Informática Educativa, com ênfase nas tecnologias
inseridas no contexto educacional, possuindo alguns trabalhos já comunicados,
advindos da experiência de atuação nessas temáticas.
Carlos Renan Moreira é Licenciado em Informática pela UAB/UECE e
Tecnológo em Análise e Desenvolvimento de Sistemas pela Universidade Norte do
Paraná (UNOPAR). Trabalha como professor na Educação Básica Profissionalizante,
desenvolvendo ações educativas com as Tecnologias da Informação, principalmente
no uso de Ambientes Virtuais de Aprendizagens (AVA) e no desenvolvimento de
sistemas.
Após entender um pouco do contexto onde as experiências com o ensino de
Informática, através do uso das NTIC, foram obtidas, bem como ter uma breve noção
da formação e prática docente dos autores, é necessário que você, caro leitor, tenha
também noção da composição dos três capítulos da obra.
O primeiro Experiências no ensino de Informática com o uso de NTIC no
Vale do Jaguaribe
inicial e/ou continuada de professores ligados a área de Informática/Computação.
Esse capítulo está dividido em cinco partes principais.
Na primeira é discorrido o contexto onde as experiências foram
vivenciadas, havendo descrições do curso de graduação em questão, em termos de
seu convênio com a UAB, das disciplinas que o rege, dos conhecimentos docentes
que o constitui e de seu plano pedagógico.
A segunda trata das experiências vivenciadas ao longo das atividades
realizadas na disciplina de Didática Geral, cursada pelos licenciandos no ano de
2014. Essas atividades diz respeito à aquisição de saberes docentes inerentes a
docência tecnológica, os quais perpassaram pelos princípios estipulados pela didática
enquanto instrumental teórico-prático da prática docente.
A terceira elucida como se deu a participação de alguns licenciandos em
eventos acadêmico-científicos, com o fim de comunicarem trabalhos oriundos de suas
experiências formativas no curso de graduação.
A quarta mostra algumas experiências vivenciadas por eles durante a
prática do estágio curricular obrigatório. Tal trecho traz uma contextualização do
estágio curricular obrigatório do curso, além de registrar como ocorreram alguns dos
fóruns de discussão das três disciplinas que compõem essa etapa formativa.
A quinta traz uma explicação sucinta de alguns dos Trabalhos de
Conclusão do Curso (TCC), defendidos pelos licenciandos ao longo do ano de 2016.
Ao todo, 11 TCC expõem descrições de algumas experiências educativas práticas
com o uso das NTIC nos variados ambientes formais e informais de aprendizagem.
Experiências com o uso de softwares no estágio curricular
obrigatório do curso de Licenciatura em Informática softwares
no processo educacional, sendo considerada uma tarefa promissora. A inserção
tecnológica, a ocorrer no processo de ensino e aprendizagem, pode gerar a utilização
didática de uma gama de recursos tecnológicos que apresentem possibilidades de
suporte as demais ferramentas tradicionais de ensino já comumente utilizadas.
O capítulo segue informando que o curso de Licenciatura em Informática
da UECE/UAB incentiva a inserção tecnológica na prática educativa quando faz
exigência, no ementário de suas disciplinas, que as atividades dos estágios
curriculares sejam realizadas com a utilização de softwares e de outros recursos
oriundos da Informática Educativa.
Tendo essa prerrogativa como norteadora das ações a serem executadas
durante o estágio, tanto pelo professor orientador quanto pelos licenciandos, algumas
pesquisas realizadas em algumas escolas da CREDE 10, durante a realização das
atividades relativas às disciplinas de Estágio Supervisionado I, II e III, comprovaram
a deficiência quanto à utilização das NTIC nos espaços de educação formal. Além
desse problema, a falta de conhecimento tecnológico de uma parcela significativa dos
docentes dessas escolas afetou o favorecimento da prática docente mediada pela
utilização da tecnologia, fato constatado ao longo da vivência no estágio.
Outro assunto tratado com importância é a ânsia dos alunos da educação
básica em usarem as NTIC enquanto estudam. De uma forma geral, esses alunos
possuem um rendimento satisfatório em disciplinas ministradas por professores que
se utilizam desse tipo de recurso enquanto ensinam. Assim, o capítulo indaga o
motivo pelo qual esse tipo de recurso, já tão difundido na sociedade e de certa forma
amplamente acessível por parcela significativa dela, ainda continua, na maioria das
vezes, sendo subutilizado ou não utilizado como aliado ao processo educativo.
No Experiências com o uso do MOODLE no ensino de
Linguagem e Programação na Educação Básica são apresentados resultados de uma
pesquisa feita com alunos do 1º ano do Ensino Médio de uma escola pública de
educação profissionalizante, situada no município de Russas, integrada a CREDE 10.
Na pesquisa é evidenciada a importância do feedback dado pelo professor aos alunos,
a medida que as ações educativas vão sendo promovidas no espaço online de
aprendizagem, num clima colaborativo.
Foi demonstrado como o uso pedagógico do AVA MOODLE pode suportar
o processo de ensino e aprendizagem da temática de Linguagem de Programação.
Além disso, pode ser registrado que ainda não há no ambiente virtual em questão
modelos de atividade focados no ensino de programação e, dessa forma, é exigida do
professor uma maior criatividade para adequar o ambiente as necessidades impostas
ao ensino das linguagens programadas.
Pelos motivos apresentados nas descrições resumidas dos três capítulos,
esta obra busca corroborar com a potencialização e expansão do ensino de
Informática/Computação, de forma que venha a ocorrer fazendo uso das tecnologias
que ele mesmo acaba por sintetizar no meio social. É importante perceber que tal
ensino também depende, em grande parte, da formação inicial do professor
processo científico e pedagógico que instrumentaliza esse profissional com
habilidades e competências básicas indispensáveis ao exercício do magistério. Com
isso, é esperado que o docente saiba aliar a racionalidade teórica a prática e os
saberes docentes com as práticas pedagógicas, de forma a mediar a formação
constitutiva educacional de seus alunos.
Após entender um pouco das nuances porvir nas entrelinhas do presente
texto, que tratam do ensino de Informática/Computação no contexto do Vale do
Jaguaribe, esperamos que além de uma leitura proveitosa, sejam suscitadas críticas,
reflexões, debates e discussões que ensejem novas atitudes propiciadoras de
mudanças no jeito de ensinar e formar professores na área em que estamos a falar.
A obra está dirigida aos comprometidos, de forma direta e/ou indireta, com
a elevação da qualidade da educação brasileira, na esperança de que, num futuro
breve, sejam viabilizadas melhores condições para a evolução do ensinar e do
aprender nos ambientes propícios a isso.
Francisco Ranulfo Freitas Martins Júnior
1 EXPERIÊNCIAS NO ENSINO DE INFORMÁTICA COM O USO DE NTIC NO VALE DO JAGUARIBE
1.1 - O contexto das experiências
Em 2012 começaram as atividades administrativas, pedagógicas e didáticas
referentes ao Curso de Licenciatura em Informática (CLI) da Universidade Estadual
do Ceará (UECE), em convênio com a Universidade Aberta do Brasil (UAB). Ao
todo, mais de 230 candidatos concorreram a 40 vagas oferecidas para a turma que
veio a realizar suas atividades acadêmicas no polo de Limoeiro do Norte, munícipio
da região do Vale do Jaguaribe, no interior do Estado do Ceará. Os quarenta
candidatos selecionados que obtiveram aprovação no vestibular de 2012 compuseram
a turma em questão, vindo a colar grau em setembro de 2016.
No contexto dessas experiências, é importante destacar o valor dado a
Educação a Distância (EaD) pelo sistema UAB. Por definição de seu próprio site
(http://www.capes.gov.br/uab), a Comissão de Aperfeiçoamento de Pessoal no Nível
Superior (CAPES), órgão do Ministério da Educação (MEC) do Brasil, diz que o
sistema UAB disponibiliza, por meio de uma rede integrada entre as Instituições de
Ensino Superior (IES), cursos de Nível Superior a, principalmente, populações que
tem dificuldades de acesso, dos mais diferenciados tipos, as universidades físicas e
presenciais, por meio da metodologia da educação a distância.
A CAPES rotula a UAB como sistema capaz de democratizar e interiorizar
a Educação Superior Pública de forma gratuita e de qualidade. Além desse, para a
CAPES outro objetivo importante da UAB é promover os processos educativos
mediatizados por Novas Tecnologias da Informação e da Comunicação (NTIC),
principalmente a cursos voltados para a formação de professores a atuarem na
Educação Básica, a exemplo do CLI da UAB/UECE.
Em 2012, as atividades administrativas e pedagógicas do CLI da
UAB/UECE iniciaram no polo de Limoeiro do Norte, com a turma de 2012. Elas
foram planejadas e desenvolvidas de acordo com o Projeto Pedagógico do Curso
(PPC) de Licenciatura em Computação da UAB/UECE (UECE, 2014). De acordo
com esse projeto, a sistemática de funcionamento dessas atividades tem por
justificativa maior acompanhar a implantação de salas de aula, principalmente
relativas ao ensino básico, informatizadas, que usem o recurso computacional em
favor das práticas docentes e discentes que visem a evolução do saber.
As disciplinas que compõem a grade curricular dessa turma têm a proposta
de integralizar a teoria com a prática de ensino, conferindo a esses parâmetros a
introdução do computador na sala de aula, como processo que causa mudança na
cultura organizacional da escola e nos próprios processos de aprendizagem. Para isso,
há uma carga horária de 3264 horas-aulas nesse curso, que correspondem a 190
créditos, a serem integralizados em oito semestres letivos. Essa proposta curricular
divide as disciplinas do curso em cinco vertentes, a saber: I) 408 h de Estágio
curricular Supervisionado; II) 408 h de Prática como Componente Curricular; III) 204
h para Atividades Curricular Complementar; IV) 2142 h de Conteúdos Curriculares e
V) 102 h de Trabalho de Conclusão de Curso (UECE, 2014).
As experiências vivenciadas ao longo da jornada acadêmica dos
licenciandos em Informática comporão além deste, os outros capítulos desta obra,
estando divididas ao longo deste texto em saberes docentes que foram sendo
produzidos pelos licenciandos em algumas disciplinas pedagógicas com caráter na
formação do professor, na participação em eventos científicos e nas defesas dos
Trabalhos de Conclusão de Curso (TCC).
Os saberes relativos à docência foram produzidos na disciplina de Didática
Geral (4 créditos e carga horária de 68 horas), cursada no semestre letivo de 2014.1, e
nas disciplinas que compuseram o estágio curricular obrigatório, cursadas nos
semestres letivos correspondentes aos anos de 2015 e 2016, a saber: Estágio
Supervisionado I, Estágio supervisionado II e Estágio Supervisionado III (6 créditos e
carga horária de 136 horas cada).
Tardif (2002) esclarece que os saberes docentes são plurais, formados por
experiências vivenciais adquiridas em variados locais e etapas de atuação do
professor, como a instituição formativa, a formação da profissão, as práticas
curriculares e as ações educativas imbricadas as práticas cotidianas. Ele ressalta que
desse saber plural resultam diretamente quatro saberes indispensáveis à prática
docente, a saber: I) o da formação profissional; II) o disciplinar; III) o curricular e IV)
o experiencial.
Na perspectiva de percepção dessa pluralidade na formação inicial de
professores de Informática, alguns desses saberes puderam ser registrados ao longo
do desenvolvimento das atividades acadêmicas dos licenciandos, principalmente
relativas à didática e ao estágio, ficando o registro deles ao longo do presente
capítulo.
A formação profissional desses licenciandos, embora comece efetivamente
a ser fomentada a partir da atuação após a colação de grau, pôde gerar resultados
satisfatórios para a área do ensino de Informática/Computação. Isso foi conseguido
graças a realização do estágio curricular obrigatório, em termos de planejamento
pedagógico das ações inerentes ao estágio, do estágio de observação das regências
dos professores supervisores da Educação Básica, do estágio de regência para alunos
da Educação Básica, do estágio para a capacitação continuada de professores que já
atuam na Educação Básica e pela própria auto formação dos licenciandos, em
vertentes autocrítica e autorreflexiva.
Acerca da importância do estágio supervisionado para a formação dos
licenciandos, como etapa antecessora e balizadora da prática docente, que norteia o
professor a estreitar a relação entre teoria e prática de ensino pela associação profícua
entre saberes docentes e práticas pedagógicas (CHARLOT, 2013), Pimenta e Lima
(2005/2006) dizem que as tarefas inerentes ao estágio devem servir para a superação
da dicotomia teoria e prática, no sentido de conceber essa etapa formativa como
campo de conhecimento epistêmico que se atém a pontuar, esclarecer e até resolver
os empecilhos significativos do ensinar e aprender.
Entretanto, antes de entenderem os elementos constituintes da docência em
Informática/Computação, os licenciandos adquiriram algumas experiências teórico-
práticas relativas ao magistério da área em questão. As experiências foram
conseguidas no período em que esses sujeitos cursaram a disciplina de Didática
Geral, no ano de 2014. Martins Júnior e Lima (2016) demonstraram os impactos da
didática para a formação docentes desses licenciandos. Os pesquisadores constataram
que, através da mediação do educar pelo modelo andragógico, a interação proximal
estabelecida entre a educação presencial e a distância é capaz de munir o professor
com habilidades e competências indispensáveis à prática do magistério com o uso
didático-pedagógico das tecnologias. No trabalho em questão, eles diagnosticaram a
forma pela qual os licenciandos exerceram a prática docente fundamentada na
didática.
O trabalho de Martins Júnior e Lima (2016) esteve, portanto, em
consonância com o PPC do CLI da UAB/UECE, que fundamenta a docência
tecnológica em conhecimentos didáticos para o ensino. Segundo Uece (2014), um dos
objetivos da disciplina de Didática Geral para a formação inicial do professor é
fundamentar as contribuições da didática na construção da identidade docente,
ressignificando ações que compõem a docência em Informática/Computação.
Pelo trabalho dos pesquisadores citados, é percebido como a didática
influenciou e potencializou as práxis dos licenciandos, direcionando-os ao exercício
da prática docente em estágio com autonomia, criticidade, reflexividade e significado
educativo. Na realidade, em um curso de formação de professores, a didática e o
estágio devem ser disciplinas corroborativas ao desenvolvimento docente, de modo
que essa parceria perpasse a formação inicial e emboque na continuada à medida que
o professor vai adquirindo experiências com o magistério.
Nas cidades do Vale do Jaguaribe (Russas, Limoeiro do Norte, Quixeré,
Alto Santo, Morada Nova, Iracema, Jaguaruana, Tabuleiro do Norte, entre outras)
onde os licenciandos atuaram houve resultados exitosos, resultantes, principalmente,
da dialética entre didática e estágio. Tais resultados demonstram os impactos
causados no contexto educacional dessa região, causados através da inserção das
Novas Tecnologias da Informação e da Comunicação (NTIC) de modo interventivo
pela ação do professor de Informática/Computação.
1.2 - Algumas experiências na disciplina de Didática Geral
A disciplina de Didática Geral, para o CLI da UAB/UECE, ocorreu em
2014 para as turmas dos polos de Limoeiro do Norte, Maranguape, Caucaia, entre
outros situados em algumas regiões cearenses. Essa disciplina possui carga horária de
68h, correspondente a 4 créditos. A estar distribuída em atividades planejadas e
confeccionadas nos princípios que regem a modalidade EaD, essa carga horária
delimitou as tarefas: a) 3 encontros presencias de 9h; b) 2 atividades no MOODLE,
equivalentes a 9h e uma equivalente a 13h e c) 2 fóruns de discussão de 5h.
A ementa dessa disciplina (UECE, 2014) afirma que a didática tem papel
fundamental na formação de professores, pois analisa a epistemologia contida no
relacionamento entre as teorias educacionais e a docência, no que tange as questões
ligadas a aprendizagem. No desempenho desse papel, a didática analisa como ocorre
a construção da identidade docente, quando o professor interage como os
componentes de seu ambiente de trabalho, os alunos, os conteúdos científicos e
escolares, os recursos didáticos e as metodologias de ensino, as teorias da
aprendizagem, as NTIC, além de outros que agregam valor a prática docente. Alguns
conteúdos programáticos embasam a teorização desses componentes na práxis do
professor de Informática/Computação.
I. Os Fundamentos da Didática são conteúdos que a inserem no campo de
conhecimento da área educacional, em específico como ciência auxiliar da educação
que associa as teorias educacionais com a docência. II. As contribuições da Didática
para a construção da identidade profissional docente são conteúdos que estimulam o
pensar a didática na formação docente em termos subjetivos e na identidade
profissional. III. A Organização do Trabalho Pedagógico é um conteúdo que orienta
o planejamento da ação didática no processo de ensino e aprendizagem, definindo as
funções, as características e os elementos constituintes do planejamento. IV.
Avaliação: revisitando percurso em busca da ressignificação é um conteúdo que
elucida os princípios da avaliação do processo de aprendizagem, demonstrando as
concepções e práticas avaliativas como fundamentos que ressignificam as ações
educativas que levam o aprender a aprender (UECE, 2014).
Assim como as demais disciplinas do curso, a Didática Geral é suportada
pelo Ambiente Virtual de Aprendizagem (AVA) MOODLE. Segundo Uece (2014), o
MOODLE é um ambiente virtual, de várias interfaces e ferramentas digitais
educacionais, que pode suportar a educação em regime, preferencialmente,
semipresencial e/ou à distância.
As atividades didáticas propostas na disciplina de Didática Geral,
suportadas pelo regime da semipresencialidade e requeridas para realização dos
licenciandos que a cursaram, foram:
A) 3 Atividades a Distância: 1 - Escrita de um texto baseado no princípio da
didática ser a arte de ensinar tudo a todos; 2 - Entrevista com professores que
já atuam lecionando, sobre seus olhares acerca da atividade do planejamento
didático; 3 Elaboração de um planejamento sobre a regência de uma aula
acerca da Informática Educativa.
B) 2 Fóruns de Discussão: 1 Escrita de textos reflexivos sobre o poema de
Bertold Brecht; 2
para em seguida apontar 3 elementos que apontam sobre a importância da
Didática para o desempenho profissional.
C) Auto avaliação: Como em todas as disciplinas, na auto avaliação é esperado o
desempenho do senso crítico dos licenciandos sobre suas experiências de
aprendizagem e rendimento nos estudos.
A realização das atividades inerentes a disciplina de Didática Geral
culminou com o exercício da prática docente dos licenciandos em Informática
Educativa. Eles estudaram os fundamentos teóricos da didática com vistas a um
embasamento que subsidiasse, inicialmente, seus planejamentos didáticos para as
regências de aulas. Em equipe, eles confeccionaram os planejamentos que incluíam
os planos de aulas, as NTIC usadas, a forma de apresentação das aulas, os conteúdos
a serem abordados e o uso didático das mídias interativas do MOODLE.
Foi efetuada uma supervisão do planejamento realizado pelos licenciandos.
Eles tiveram livre escolha na temática da aula ministrada, que continha seus
elementos constituintes fundamentais: título, objetivos, recursos didáticos,
metodologias e avaliação. Foi orientado que eles compartimentalizassem suas aulas
em introdução, desenvolvimento e conclusão, com enfoque para a modalidade
semipresencial, com atividades aplicadas no ambiente virtual.
Desse modo, Martins Júnior e Lima (2016) puderam diagnosticar alguns
saberes docentes e práticas pedagógicas de dez desses licenciandos, conforme
descrições a seguir.
Para a licencianda 1 foi constatado a utilização de uma metodologia de aula
baseada no diálogo para a resolução de situações problematizadas. Isso visou dar
enfoque a temática central da aula pela participação ávida dos alunos que a assistiam.
Um dos recursos didáticos utilizados, o quadro branco, foi organizado de forma
didática, favorecendo o desenvolvimento cognitivo da plateia, verificado nas
respostas certas dadas as respostas. Ao final da regência, a licencianda reproduziu um
vídeo didático sobre os conteúdos abordados. Assim, pode ser percebido que essa
professora em formação desenvolveu sua prática docente com o subsídio da
tecnologia, como forma de aprimorar suas ações educativas.
Na exposição dos licenciandos 2 e 3, que ministraram a aula em dupla,
conforme livre escolha, foi explicado um projeto desenvolvido numa escola pública
do munícipio de Limoeiro do Norte. As atividades contidas no projeto, que
envolviam o uso da comunicação, linguagem, interatividade e NTIC, tinham por meta
a instrumentalização do rádio como prática educativa durante o cotidiano escolar no
ano de 2014.
O projeto consistiu numa prática pedagógica que procurou
colaborar com o processo de ensino e aprendizagem de algumas das disciplinas
curriculares de alunos do Ensino Fundamental. Ações educativas como a leitura, a
escrita, o trabalho com textos, formas de dicção e compreensão da mensagem foram
tratadas no projeto e estiveram orientadas para o desenvolvimento discente.
Durante a regência da aula foi percebido que o projeto colaborou com a
evolução social dos aprendizes da educação básica, pois com desenvoltura e ativismo
desenvolveram a capacidade de criticar e refletir sobre demandas socioeducativas
inerentes ao próprio contexto vivenciado.
Essa percepção faz parte dos objetivos pretendidos com a Informática
Educativa, os quais, através da mediação entre homem e máquina, fomentam a
alfabetização digital do ser social, que passará a atuar com desenvoltura e sem
inibição na sociedade, contribuindo com o bem-estar comum, bem como com o
progresso científico e cultural. Outra característica marcante da regência desses
licenciandos foi o processo de interação presencial e virtual que ocorreu entre
professor, aluno e tecnologia.
Na regência do licenciando 4 foram identificados os seguintes aspectos
docentes: utilização de TIC no ensino de Matemática, como os jogos digitais,
atividades que promovessem a aprendizagem autônoma e uso do raciocínio lógico
como estratégia de estudo. A temática da regência girou em torno do uso de jogos
digitais de raciocínio lógico na ensinagem da matemática escolar.
Foi percebido que esse licenciando tornou sua aula interdisciplinar (pois os
conteúdos transitaram pelos princípios matemáticos e informáticos) e contextual (pois
a abordagem se deu por situações problematizadas a partir do cotidiano). Foi possível
inferir que o uso de jogos educativos tornou a aula mais dinâmica, interativa,
interessante e descontraída. O licenciando destacou que, com o uso de recursos
tecnológicos, o ensino poderá competir com as formas de abordagem de conteúdos
presentes no espaço de aprendizagem extraescolar, dotado das ferramentas da Web
que, em sua grande maioria, não possui elucidação didática capaz de estimular a
construção do conhecimento.
O licenciando 5 ministrou uma regência a qual tinha por foco elucidar a
aplicação do Inglês Instrumental em várias áreas do conhecimento e em aplicações
práticas rotineiras. Para isso, ele mediou a explicação aos ouvintes através do uso da
Informática Educativa e de suas NTIC. O computador, o Datashow, a internet, os
dispositivos móveis e o Ambiente Virtual de Aprendizagem MOODLE foram os
recursos tecnológicos que operacionalizaram didaticamente os conteúdos abordados,
que possuíam natureza intrínseca aos princípios interativos como o ouvir, o falar, o
ler e o escrever.
A regência ainda transmitiu a necessidade de se ter domínios básicos de
leitura de textos na língua inglesa, no sentido de capacitação para a interpretação e
compreensão das ideias centrais dos manuscritos. Foram apresentadas algumas
técnicas de leitura, para entendimento da ideia central dos textos pela leitura e
intepretação do título, das palavras-chave e dos vocábulos presentes.
O licenciando 6 ministrou na sua regência conteúdos relativos a linguagem
Java como objeto de aprendizagem, informando que embora complexa, é aplicável
no acesso a bancos de dados em plataforma desktop, em dispositivos móveis e outros
tipos de aparatos tecnológicos.
Durante a exposição o licenciando demonstrou a relação estabelecida entre
os conhecimentos informáticos e os de outras áreas do conhecimento, a exemplo da
Matemática, através dos conteúdos de raciocínio lógico de situações problematizadas,
de expressões matemáticas, conjuntos e funções, e do Português, através do estudo de
leitura e interpretação de textos.
Foi notado que a explanação teórica careceu de organização didática,
principalmente nos escritos expostos no quadro branco, ficando esse recurso didático
com excesso de informações desconexas do pensamento do licenciando. Diante desse
problema, foi informado a ele que uma alternativa para solucioná-lo, a qual orienta o
uso de recursos tecnológicos para explanação teórica, a exemplo do fluxograma e dos
mapas conceituais. O uso desses recursos pode estar embasado pela teoria
educacional que considera as concepções prévias dos alunos como ponto de partida
do ensino do professor e como condições para a obtenção de experiências de
aprendizagem e construção do conhecimento.
O licenciando 7 apresentou uma regência que teve por temática o uso da
lógica e das linguagens de programação no ensino de Informática. Situações
cotidianas que envolviam o uso do conteúdo de Algoritmo Computacional foram
explanadas com o objetivos de esclarecer a aplicação prática da Lógica de
Programação.
No início da regência o licenciando introduziu o conteúdo através de
comparação entre sintaxes de algumas linguagens como o Portugol, PHP e Java;
apresentando como poderiam ser utilizadas no ensino de Informática.
Com essa regência pode ser identificada a pretensão de tornar a Lógica de
Programação um conteúdo acessível a apropriação de educandos, enquanto realizam
suas práticas sociais e encontram significado tecnológico nas atividades realizadas
corriqueiramente no entorno social. Nesse sentido, Valente (1999) afirma que ensinar
por meio das Tecnologias da Informação e Comunicação (TIC), a exemplo do
computador, poderá alterar positivamente a estrutura da organização educacional, o
modelo do processo de ensino e aprendizagem e contribuir com o desenvolvimento
docente e discente para a promoção de ações educativas autônomas e significativas.
lecionar em dupla, exploraram a temática abordando alguns pontos práticos inerentes
a avaliação escolar. Essa abordagem trouxe a tona uma discussão que envolveu todos
os partícipes da aula, através de posicionamentos reflexivos, críticos e
questionadores, a plateia corroborou com o desenvolvimento da aula, principalmente
indicando à necessidade de ressignificar a prática avaliativa a favor da prática
educativa.
Elas ressaltaram a importância dos gestores da educação (supervisores,
coordenadores e professores) pensarem na avaliação como continuidade da prática
educativa. Assim, a sistemática da avaliação integrará um conjunto de ações que
estimulem o desenvolvimento cognitivo dos aprendizes, além de engajar variadas
NTIC como suporte a esse processo.
Para exemplificação prática das conjecturas expostas, as licenciandas
utilizaram, no próprio processo avaliativo da regência que estavam ministrando,
algumas NTIC como o Quiz, testes eletrônicos, questionários e desafios; todos esses
de maneira interativa ao serem manipulados interativamente no computador
conectado a internet.
Independente da área do conhecimento, a prática avaliativa, entendida
como necessidade do professor, deve favorecer o prosseguimento dos estudos dos
estudantes a medida que os estimulam a buscarem sintetizar novas experiências de
aprendizagem, pelo desafio de superar os problemas que vão se interpondo a
construção do saber. Luckesi (2011) afirma que a prática avaliativa precisa ser
refletida, no sentido de contribuir tanto com o altruísmo dos discentes, quanto com o
desenvolvimento da própria prática do magistério.
A licencianda 10, última a ministrar a regência na disciplina de Didática
Geral, lecionou sobre a temática de Introdução a EaD, procurando demonstrar os
objetivos dessa modalidade de ensino, bem como sua importância no cenário da
educação nacional. Nessa aula, a EaD passou a ser vista em termos de implantação e
disseminação no Brasil e no mundo.
No Brasil, foi mostrado que a EaD, principalmente pelo trabalho do sistema
UAB, cresce vertiginosamente em se tratando do número de matrículas para o Ensino
Superior, contudo é necessário que a qualidade do ensino dessa modalidade seja
compatível com seu nível de expansão. Nesse sentido, a licencianda informou que o
professor que atua em EaD deve estar em contínua capacitação, que lhe confira
habilidades e competências necessárias para promover o educar autônomo e o educar-
se a distância, pois se há vontade de aprender, a EaD contribui para a superação de
barreiras como tempo e espaço, que por vezes acabam prejudicando o ritmo de
aprendizagem de educandos, que buscam oportunidade de ascensão social por meio
da educação.
1.3 - Algumas experiências em eventos acadêmico-científicos
Alguns desses licenciandos participaram de eventos acadêmico-científicos
com o fim de comunicar trabalhos referentes a experiências formativas relativas à
docência em Informática Educativa.
Um desses eventos foi o INFOBRASIL, que segundo informações de seu
site: http://www.infobrasil.inf.br/pagina/infobrasil-2015, é um evento realizado pela
Assembleia Legislativa do Ceará, em Fortaleza-Ce. A programação do evento conta
com cerca de 100 atividades, entre conferências, mesas-redondas, painéis, palestras
técnicas, apresentação de projetos inovadores, atualização profissional e troca de
conhecimentos.
Figura 1. Atividades do INFOBRASIL 2015
Fonte. Site do INFOBRASIL
São objetivos do evento: Integrar o segmento da tecnologia da Informação
com a sociedade; Apresentar as tendências e inovações tecnológicas; Promover
networking; Disseminar conhecimentos; Despertar vocações; Lançar soluções e
produtos TIC para micro e pequenas empresas e desenvolver o mercado de TIC.
O foco do evento é disseminar inovações da área de TIC integrando
Governo, Academia e Mercado. O perfil do Público participante é composto por
profissionais, pesquisadores e estudantes da área de telecomunicações, tecnologia da
informação, comunicação e internet; Empreendedores individuais e Micro e
Pequenos empresários e Gestores e Lideranças de instituições públicas e privadas.
Uma das licenciandas participou do INFOBRASIL, em sua edição de 2014,
através da comunicação de trabalho acadêmico, selecionado pela comissão avaliadora
do evento. O trabalho: "Um estudo de caso realizado em uma escola pública na
cidade de Limoeiro do Norte: Dificuldades e reflexões quanto ao uso de softwares
livres na Educação de Vieira e Martins Júnior (2014), apresentado no VII
Congresso Tecnológico, uma das atividades do evento, foi publicado nos anais
(http://www.infobrasil.inf.br/pagina/anais-2014).
Esse trabalho traz uma reflexão sobre algumas dificuldades impostas pelo
sistema educativo cearense no que tange a aplicabilidade de softwares livres nas
práticas pedagógicas da escola pública básica. A ideia parte de se demonstrar que
esses tipos de recursos tecnológicos apresentam benefícios em relação aos do tipo
proprietário, a exemplo do custo de aquisição e manutenção.
Embora o Governo Federal, mesmo que ainda de maneira não tão
adequada, venha fazendo investimentos que viabilizem o uso de softwares livres na
Educação, as instituições de fomento educativo, em sua grande maioria, não se
preparam adequadamente para receberem esse tipo de tecnologia. Dentre os
principais entraves, estão à falta de infraestrutura que viabilize o funcionamento do
aparato tecnológico na instituição e a não formação/capacitação de profissionais
habilitados a lidar com a Informática/Computação, principalmente para transpor
didaticamente o conhecimento tecnológico em saber escolar.
Outros dois entraves importantes estão destacados no trabalho apresentado.
Um diz respeito ao desconhecimento da existência do software livre, o outro a falta
de experiência prática para trabalhar com essa plataforma. Os problemas foram
identificados em uma escola pública do município de Limoeiro do Norte, no Ceará,
através de observações e vivências práticas das atividades escolares no ano de 2014.
Outro evento que contou com a participação de licenciandos do Curso de
Licenciatura em Informática da UECE/UAB foi a Semana Universitária (SU) da
UECE. De acordo com informações de seu próprio site:
(http://semanauniversitaria.uece.br/), a SU é um evento que se consolida como um
dos acontecimentos científicos mais importantes da UECE, pois atrai estudantes de
várias instituições cearenses e de outros estados. O evento abre espaço para
discussões de questões científicas atuais, debates acadêmicos que envolvam a
academia e a comunidade, o que contribui com seu objetivo principal que é promover
uma maior integração entre os meios acadêmico e empresarial.
Alguns dos objetivos do evento apontam para a divulgação, junto à
comunidade, dos trabalhos desenvolvidos pelos pesquisadores da UECE e de outras
Instituições de Ensino Superior (IES), estimulando a produção científica e a
interdisciplinaridade das áreas do conhecimento. Outrossim, objetiva a qualificação
continuada dos trabalhos de pesquisa. A promoção do intercâmbio e
interdisciplinaridade entre estudantes das diversas áreas, e entre universidades locais
e ou nacionais que eventualmente participem é outra característica do evento.
De um ponto de vista maior, a SU tem como meta, também, constituir-se
em momento de congregação dos diversos setores da universidade, sobretudo entre os
vários centros e faculdades dos vários campi dessa IES. Para tanto, além das
atividades específicas de ensino, pesquisa e extensão a UECE estrutura toda uma
programação cultural com vistas a estimular a integração da comunidade
universitária.
Atualmente, dentro da SU estão inseridos alguns encontros que apresentam
normas para participação, a saber: o Encontro de Extensão; o Encontro de Bolsistas
PBEPU; o Encontro de Iniciação Científica (IC-UECE); o Encontro de
Pesquisadores; o Concurso de Monografia de Graduação; o Encontro de Estágio
Supervisionado; o Encontro do Programa de Educação Tutorial (PET); o Encontro do
Programa de Bolsa de Iniciação a Docência (PIBID) e o Encontro do Programa de
Monitoria Acadêmica (PROMAC).
Em 2014 a mesma licencianda que participou do INFOBRASIL 2014
participou da XIX SU, de modo a complementar os resultados da pesquisa
comunicada no evento da Assembleia Legislativa do Ceará. Desse modo, foi
Percepções do uso de softwares livres na educação: o caso
de uma escola pública de Limoeiro do Norte-Ce
que fez uma breve descrição das vantagens do uso de softwares livres em instituições
educativas públicas, como liberdade de execução, cópia, estudo, distribuição,
modificação e aperfeiçoamento.
Nesse trabalho ficou clara a diferença entre software livre e software
gratuito, pois na visão de especialistas no assunto, alguns programas, mesmos que
distribuídos gratuitamente, não podem ser modificados e/ou aperfeiçoados, ou seja,
possuem código de fonte restrito. Outra característica do trabalho foi aprofundar a
percepção sobre a não utilização de softwares livres em uma escola pública de
Limoeiro do Norte-Ce, a exemplo do sistema operacional Linux e do laboratório com
o kit do Programa Nacional de Tecnologia Educacional (PROINFO).
Alguns dos motivos para a problemática são: 1) a plataforma Linux não
funciona, sendo os sistemas substituídos pela plataforma Windows, o que resultou na
inutilização das máquinas, pois elas não permitiram tal modificação; 2) As atividades
pedagógicas, que podem ser mediadas pelo uso do computador e outras NTIC, ainda
não fazem parte do Projeto Político Pedagógico (PPP) da instituição e 3) Os
professores ainda não tinham participado de nenhuma capacitação docente para o uso
de tecnologias em favor da educação.
Por fim, o trabalho apontou para a necessidade da criação de políticas
públicas municipais que valorizem a infusão da Informática como prática de
componente curricular na escola, bem como uma alerta para a disseminação do
software livre em ações de distribuição, manutenção e capacitação para o uso
didático.
Em 2015 a mesma licencianda participou da XX SU, agora apresentando
Aplicação do Seterra como recurso didático utilizável
no Estágio Supervisionado I para o Ensino Fundamental de Vieira e Martins Júnior
(2015a Experiências acerca da realização do estágio curricular
no curso de Licenciatura em Informática da UECE/UAB de Vieira e Martins Júnior
(2015b), sendo o último premiado como 2º Melhor trabalho apresentado na
modalidade oral do Encontro PIBID.
O primeiro trabalho demonstrou a aplicação do software durante a prática
docente em estágio em turmas de 5º Ano do Ensino Fundamental I e do 8º Ano do
Ensino Fundamental II, para potencialização da abordagem de saberes geográficos no
processo de ensino e aprendizagem. O referido software apresenta cerca de 70
atividades que abordam o estudo de países, capitais, cidades e bandeiras de
localidades espalhadas ao longo do globo terrestre.
Através do estudo de Geografia com o uso do Seterra, foi possível definir
que os alunos do ensino fundamental aprenderam a representar os mapas e a divisões
geográficas presentes no globo terrestre. Outro resultado considerável foi a percepção
de que a utilização das NTIC no ensino de Geografia possibilita o professor estar
imerso em práticas metodológicas diversificadas que dão suporte a formação cidadã e
científica.
O segundo trabalho, o premiado, relatou a importância do estágio curricular
obrigatório como etapa formativa que baliza a prática docente do professor em
formação. De um modo geral, ele relata como se deu a inserção da licencianda em
uma escola pública de Limoeiro do Norte-Ce para a realização dos estágios de
observação e de regência, experiência traduzida no contato direto com a gestão
escolar, com os professores que já lecionam no ensino fundamental e com os alunos
dessa modalidade educativa. Além dessas experiências, outros saberes docentes
desenvolvidos com a prática do estágio foram o conhecimento do material didático
utilizado no ensinar e aprender e a utilização de variados recursos didáticos e
estratégias diferenciadas de ensino.
O desenvolvimento desses saberes resultaram em expertise que culminou
com a elaboração de uma proposta curricular para a realização do estágio, pois a
partir da conversa entre a licencianda e os professores supervisores do estágio,
aqueles que atuam anualmente nas turmas onde os estagiários estagiam, foi possível
desenvolver o planejamento realizado em sala de aula, o que foi concebido no polo da
UAB de Limoeiro, local onde acontecem os encontros teórico-presenciais das
disciplinas de estágio.
Esse trabalho resultou no estabelecimento da teoria e da prática como
componente fundamental para a construção do saber docente escolar, em todas as
suas dimensões e características iminentes estabelecidas pelas questões complexas do
cotidiano da escola de educação básica.
Outros dois licenciandos apesentaram, também na SU 2015, o trabalho
Experiências afetivas na realização do Estagio Supervisionado I do Curso de
Licenciatura em Informática em uma escola de Limoeiro do Norte , de Maciel,
Martins, e Martins Júnior (2015). A característica marcante do trabalho foi
demonstrar como ocorreram os estágios de regência e de observação em duas turmas,
uma do 4º Ano no Ensino Fundamental I e a outra em uma turma integrada de 8º e 9º
da modalidade de Educação de Jovens e Adultos (EJA).
Essa experiência formativa proporcionou aos licenciandos a
experimentação da docência em sala de aula, bem como o contato próximo com as
dificuldades encontradas na educação básica pública, de cunho de infraestrutura e de
práticas pedagógicas defasadas para a época contemporânea. No tocante as
experiências afetivas, foram percebidas algumas carências dos alunos dessas turmas
no tocante ao companheirismo, pois eles, a todo o momento, durante as ações
educativas promovidas, se mostraram bem atenciosos nos momentos da explanação
teórica, das atividades práticas e até em atividades extra sala de aula, em casa ou em
eventos promovidos na escola.
Ao final do trabalho pode ser ensinado que é preciso superar as
dificuldades impostas a prática docente, até as resultantes da vulnerabilidade social
dos alunos, o que implicará na aquisição de saberes teórico-práticos para a prática do
lecionar.
Em 2015 uma licencianda participou do Simpósio de Educação da UECE
Os Labirintos da Matemática
para os estudos de equações do 1º Grau no Ensino Fundamental
Martins Júnior (2015). O trabalho demonstrou que, para que ocorra um efetivo
estabelecimento relacional entre o ensino e aprendizagem com a inserção das
Tecnologias da Informação e Comunicação (TIC) no meio educativo, é necessário
um conhecimento tecno-pedagógico dos conteúdos de Informática com os da área
que se queira lecionar, no caso da dessa pesquisa, a de Matemática para o 1º Grau.
Dessa forma, foi investigada uma prática docente em Matemática numa
turma, composta por vinte e um alunos, de 8º Ano do Ensino Fundamental II, que
utilizou o software Os Labirintos da Matemática na abordagem do conteúdo das
Equações do 1º Grau. O principal achado do trabalho foi motivar os alunos a
aprenderem Matemática através do desafio cognitivo, instigado pela interação com a
ferramenta tecnológica.
1.4 - Algumas experiências no estágio curricular obrigatório
O estágio curricular obrigatório do Curso de Licenciatura em Informática
da UAB/UECE, bem como das demais licenciaturas dessa universidade, se
caracteriza por ofertar, aos licenciandos, a integração da Universidade com as escolas
de Educação Básica como processo que se liga de forma eminente a docência,
tornando forte o relacionamento com os sistemas públicos estadual e municipal
(UECE, 2014). Desse modo, segundo orientações do Projeto Pedagógico do Curso
(PPC) em questão, o desenvolvimento do estágio visa:
O processo formativo do professor se compõe não só do exercício da docência, mas de aprendizagens sobre o funcionamento do equipamento escolar nas diversas dimensões da gestão.
A gestão da sala de aula demanda um conjunto de informações que encontram suporte nas avaliações externas de larga escala aplicadas pelos governos federal, estaduais e municipais, caso da Prova Brasil, SPAECE e IDEB e sistemas de avaliação municipais.
A formação do professor reflexivo exige envolvimento e participação na gestão da escola.
O professor precisa conhecer e saber trabalhar com indicadores educacionais e ser capaz de identificar elementos provenientes de dados quantitativos e qualitativos que possam orientar a sua prática pedagógica (UECE, 2014, p. 110-111).
De acordo com a UAB/UECE, de uma forma ampla, a proposta do estágio
curricular obrigatório nos cursos de licenciatura está balizada em (UECE, 2014):
1 Estabelecer uma colaboração entre as turmas abrigadas no polo presencial com as
escolas de Educação Básica de uma dada região cearense, distintas por meio de
critérios previamente estabelecidos;
2 Sistematizar um levantamento, através de estudo de campo, em busca de
indicadores educacionais das escolas, tais como os da INEP, da Prova Brasil, IDEB,
além de outros;
3 Sintetizar um relatório da escola, com um fim de elaboração de práticas
pedagógicas que viabilizem ações educativas que sanem as dificuldades
diagnosticadas. Esse relatório ficará a cargo do estagiário, a ser norteado pelo
professor orientador do estágio supervisionado;
4 Construir um banco de dados contendo a situação da escola, turma e disciplina
objeto do estágio, bem como o planejamento com medidas para intervenções
didático-pedagógicas.
Esses princípios deverão ser embutidos em atividades que, juntas, perfaçam
uma carga horária mínima de 408h, divididas em quatro disciplinas, de 102h cada,
que abranjam tanto o Ensino Fundamental quanto o Ensino Médio. Tais atividades
devem ser supervisionadas na escola no sentido que medem à docência em estágio,
com todas as suas implicações como atitudes, postura, assiduidade, planejamento,
fluência verbal, controle emocional, recursos didáticos diferenciados, estratégias
metodológicas de ensino e tipos de aprendizagem.
Além das atividades relativas ao processo de ensino e aprendizagem
ocorrente no âmbito da sala de aula, o estagiário terá a oportunidade de participar dos
eventos da escola, de atividades ligadas à administração escolar, direção e secretaria,
de atividades de serviço de apoio, como a coordenação pedagógica, coordenação
psicopedagógica e serviços de orientação, com os órgãos de apoio de apoio ao ensino,
tais como biblioteca e laboratórios, além de atividades de extensão extraescolares.
As Diretrizes Curriculares Nacionais (DCN) para a formação de
professores da Educação Básica propõe que o estágio seja visto como uma atividade
que esmere pelo tempo de aprendizagem em docência, estando o licenciando num
ser professor
efetivamente exercer o magistério (BRASIL, 2015).
Para essa aquisição experiencial, o Curso de Licenciatura em Informática,
segundo o seu PPC, determina que o licenciando, para cumprimento total do estágio
curricular obrigatório, deverá cursar, na íntegra, três disciplinas obrigatórias, os
Estágios Supervisionados I, II e III, cada um de 6 créditos que correspondem a 136h
cada (UECE, 2014).
A Uece (2014) determina que o licenciando, quando matriculado em
alguma disciplina de estágio, terá por deveres:
Elaborar individualmente ou em grupo, sob a orientação do Professor orientador, o plano de estágio, obrigando-se a cumprir integralmente as atividades propostas dentro de cronograma previamente estabelecido; Providenciar todo o material solicitado pelos Professores Orientadores para suporte teórico e prático das disciplinas; Apresentar periodicamente a ficha de comparecimento disponível no Manual do estagiário, validada mediante visto do orientador-técnico; Cumprir as etapas do estágio, segundo as orientações previstas no Manual do estagiário; Elaborar e entregar, dentro dos prazos estabelecidos o Relatório final referente às atividades desenvolvidas ao longo do estágio (p. 113).
Uma das atividades realizadas pelos licenciandos em Informática da turma
de 2012 foi o fórum de discussão do AVA MOODLE. Todas as disciplinas cursadas
por esses licenciandos apresentaram, no mínimo, dois fóruns de discussão que
estavam associados às atividades à distância, exigidas para realização online. A
sistemática de realização, no geral, consistiu que os alunos respondessem aos
questionamentos no formato de perguntas, vídeos, textos, imagens, entre outros, na
forma de relato textualizado em comentário e, além dos comentários próprios, que
interagissem comentando com no mínimo outros dois colegas, para que a expansão
potencial da discussão.
Para o acompanhamento pedagógico no formato de supervisão
tutorial/virtual, os papéis do professor formador e, principalmente, do tutor a
distância são essenciais para a orientação e o desenvolvimento da evolução do saber
que se processa em rede. A atividade desses atores da EaD media e direciona a
discussão produzida virtualmente, de modo a fornecer subsídios aos membros da
comunidade online, para uma compreensão mais holística da temática que está sendo
abordada, evitando, assim, a fuga do foco do objeto de aprendizagem.
Esses mesmos atores podem encaminhar feedbacks que contemplem uma
avaliação da participação dos membros no fórum. Além do retorno, professor e tutor
poderão estabelecer critérios avaliativos, que podem ser previamente informados aos
membros, de maneira que a participação do fórum contabilize uma nota avaliativa.
A intencionalidade didático-pedagógica da ferramenta fórum de discussão
é entendida como item essencial para a construção e o desenvolvimento de uma
atividade a ser resolvida. Essa ferramenta interativa tende a expressar as percepções e
reflexões dos membros sobre um dado assunto, o contexto que o envolve, suas
implicações e efeitos no espaço socioambiental.
Pensando nessas conjecturas, relativas ao fórum de discussão, três de seis
fóruns, relativos às três disciplinas de estágio, foram investigados no sentido de
suscitarem o tipo de reflexão e crítica que os licenciandos expuseram nos
comentários postados em rede sobre a formação e prática docente em
Informática/Computação no contexto do Vale do Jaguaribe. Desse modo, mais de
cem comentários foram coletados, lidos e interpretados na busca de demonstrar as
indicações de situações pertinentes ao ensinar e aprender com o uso das tecnologias.
Um dos fóruns de discussão da disciplina de Estágio Supervisionado I teve
Observando o contexto da sociedade tecnológica, aponte
divergências entre os interesses dos alunos e da escola, propondo alternativas que
reduzam o distanciamento entre os dois. Apresente seu ponto de vista e discuta com
os colegas . Esse fórum teve o prazo de realização de 21/02/2015 até 06/04/2015,
havendo um total 40 comentários postados por 13 licenciandos.
A leitura e interpretação desses comentários geraram cinco categorias
inerentes ao processo de ensino e aprendizagem em Informática, a saber: I) A
capacitação da gestão escolar e melhoria da infraestrutura da escola para a efetivação
de práticas pedagógicas no contexto da sociedade tecnológica; II) Uma adequada
formação inicial e/ou continuada para que o professor, por meio de sua prática
docente, oriente seu aluno; III) O envolvimento de alunos e professores como busca
de solução de situações problematizadas com o uso da Informática Educativa; IV)
Uma adequada postura do aluno para receber um ensino amparado pelas tecnologias
e V) Acomodação dos gestores e professores em não se capacitarem.
A categoria I denota que esses licenciandos já possuem, mesmo que ainda
em formação inicial, a capacidade de perceber que é fundamental a gestão escolar
estar em capacitação para o uso do recurso tecnológico em favor da educação. Além
disso, notaram que a infraestrutura escolar deve estar adequada para suportar a prática
docente mediada pelo uso das NTIC.
A categoria II representa a reflexão dos licenciandos para com a
necessidade da formação docente como etapa formativa que potencializa o
desenvolvimento de saberes docentes advindos da docência que se utiliza das
tecnologias, principalmente para nortear as atividades dos alunos.
A categoria III expõe que os licenciandos deram importância ao
relacionamento entre homem e tecnologia, entre homem e homem e, no caso do
ensino por tecnologia, entre aluno e professor como formas de resolverem situações
problematizadas a partir do contexto científico e tecnológico circundante ao mundo
vigente.
A categoria IV retrata que os licenciandos disseram ser necessária uma
postura coerente do aluno para receber um ensino mediado por tecnologias. Desse
modo, o aluno perceberá a intencionalidade didática nas ações educativas imbricadas
a prática docente, inclusive percebendo que as tecnologias são um meio e não um fim
para a aquisição de experiência de aprendizagem e, consequentemente, da construção
do conhecimento.
A categoria V entra em consonância com a categoria I, no que diz respeito
à preocupação dos licenciandos em indicar à gestão escolar e ao corpo docente a
necessidade de capacitação para a integração dos recursos tecnológicos nas práticas
pedagógicas realizadas no espaço escolar, vindo a ser viabilizadas por alunos e
professores através do exposto no projeto pedagógico da instituição.
Um dos fóruns de discussão da disciplina de Estágio Supervisionado II teve
por questionamento: Interaja com seus colegas sobre o seguinte questionamento:
Diante das possibilidades favoráveis que o uso do computador promove para a
aprendizagem e construção do conhecimento, como você avalia a presença dos
laboratórios de informática nas escolas públicas
realização de 01/09/2015 até 12/09/2015, havendo um total 54 comentários postados
por 16 licenciandos.
A leitura e interpretação desses comentários geraram seis categorias
inerentes ao processo de ensino e aprendizagem em Informática, a saber: I)
Necessidade de diminuir o distanciamento pedagógico entre o programador do
software e o professor que o utiliza; II) No geral, embora os laboratórios de
Informática de grande parte das escolas públicas de algumas das cidades do Vale do
Jaguaribe recebam algum tipo de investimento do Governo Federal para manutenção
e, em algumas que não o possuem ainda, para construção, esse espaços continuam em
desuso ou obsoletos; III) Para que ocorra a síntese de aprendizagem a partir do ensino
de Informática, é necessário que o professor esteja em permanente formação e/ou
capacitação docente; IV) Incentivo à instalação de laboratórios didáticos com
materiais de baixo custo, em parceria entre aluno e professor; V) Integração do
computador a outras NTIC para a potencialização do ensinar e aprender e VI) O
professor não deve acomodar-se em não utilizar a tecnologia em favor da educação,
tornando-se ciente que ela deriva do conhecimento científico, estando, portanto, apta
a suportar a abordagem da Informática Educativa.
A categoria I expõe que os licenciandos veem a necessidade de trabalho em
conjunto entre o programador da NTIC que será utilizada em sala de aula, com o
professor que a manipulará didaticamente. Eles frisaram que as DCN (BRASIL,
2015) que regem a formação e prática docente em Informática/Computação propõem
que o Licenciado em Computação seja o profissional capaz de executar ambas as
tarefas.
A categoria II demonstra que os licenciandos conseguiram perceber que
algumas escolas públicas da região em que atuaram estagiando até recebem algum
tipo de investimento para construção e/ou manutenção dos espações físicos dos
laboratórios de Informática, entretanto grande parte está em desuso ou obsoleta,
principalmente por falta de profissionais capacitados para lidarem com eles.
A categoria III expõe que os licenciandos veem a formação inicial do
professor uma ferramenta altamente relevante e contributiva para a prática docente
com o uso dos recursos tecnológicos. Para eles, os aparatos tecnológicos, por si só,
não são capazes de estimular uma aprendizagem efetiva nos alunos, assim o papel do
professor é mediar o processo de construção do conhecimento com o uso de
metodologias e recursos didáticos inovadores.
A categoria IV relata que os licenciandos notaram que, quando o espaço
escolar não for capaz de oferecer uma infraestrutura física para a prática educativa
com o computador e as demais NTIC, professor e aluno devem ser agentes que, ao
trabalharem conjuntamente, poderão idealizar e desenvolver um espaço alternativo,
com materiais de baixo custo que facilitem práticas laboratoriais interativas e
tecnológicas.
A categoria V retrata que os licenciandos disseram que é fundamental o uso
do computador e das demais NTIC nas ações educativas provindas do ensinar e
aprender em Informática/Computação. Nesse processo é fundamental a dialogicidade
e a interatividade entre os partícipes e as tecnologias, para que os aspectos
pedagógicos entrem em consonância com os tecnológicos no desencadear das
atividades rotineiras da escola.
A categoria VI expõe que os licenciandos sentiram a necessidade do
professor está sendo constantemente desafiado a usar as NTIC a favor da educação.
Portanto, esse profissional da Informática Educativa não deve acomodar-se e/ou
limitar-se quanto ao papel de planejar sua prática docente com o uso de diversificados
recursos advindos do intenso progresso científico e tecnológico.
Um dos fóruns de discussão da disciplina de Estágio Supervisionado III
Os avanços tecnológicos vêm ocorrendo de forma
avassaladora, mas alguns professores encontram-se alheio a essa realidade. Na sua
visão, como deve ser o futuro professor diante dos desafios da qualidade da
educação, as mudanças no mercado de trabalho e dos avanços tecnológicos?
fórum teve o prazo de realização de 01/02/2016 até 20/02/2016, havendo um total 52
comentários postados por 13 licenciandos.
A leitura e interpretação desses comentários geraram cinco categorias
inerentes ao processo de ensino e aprendizagem em Informática/Computação, a
saber: I) Além de conhecer a matéria a ser ensinada, o professor deve realizar o
magistério utilizando metodologicamente as tecnologias; II) O professor melhora sua
prática pedagógica através de respostas a situações problematizadas espontâneas do
processo de ensino e aprendizagem; III) A escola deve favorecer a prática docente ao
propiciar condições que favoreçam o desempenhar de ações educativas tecnológicas
por meio do currículo que compõe seu projeto pedagógico; IV) Em permanente
formação continuada, o professor atualiza seus conhecimentos pedagógicos acerca do
uso didático das tecnologias e V) A postura do aluno em sala de aula também
influencia significativamente a melhoria da qualidade da educação e da
aprendizagem.
A categoria I retrata a importância dada pelos licenciandos à prática
docente mediada metodologicamente pelo uso das tecnologias. Para eles, além de
obter os saberes docentes referentes aos conteúdos científicos a serem ministrados, o
professor deverá se planejar para aplicar as NTIC em suas ações educativas, com
vistas a tornar o momento da aula num espaço crítico, reflexivo e investigativo.
A categoria II expõe o fato de que os licenciandos viram na postura do
professor, enquanto responde a situações pedagógicas desafiadoras, um
melhoramento práxis , que não se restringe a ensinar pela transmissão
massiva de informações superficiais e descontextuais, isentas de significado
epistemológico.
A categoria III diz que, na visão dos licenciandos, a escola deve integrar ao
seu projeto pedagógico ações educativas que se utilizem das NTIC, para que o
professor tenha autonomia e segurança em dirigir o trabalho e as atividades dos
alunos. Desse modo, além de favorecer o processo de ensino e aprendizagem, o
professor se tornará um pesquisador atento às questões pontuais que dificultam às
tarefas educativas inerentes a sala de aula.
A categoria IV diz que, para os licenciandos, quando o professor encontra-
se em permanente formação torna-se um profissional capaz de aliar os conhecimentos
científicos com os pedagógicos, sintetizando, assim, variados saberes docentes, como
o disciplinar, o didático-pedagógico, o da profissão e o curricular. Esse processo
acarreta na aliança entre o ensinar e utilizar as NTIC na abordagem dos conteúdos.
A categoria V retrata que os licenciandos viram a aprendizagem
desenrolada por meio do uso dos recursos tecnológicos como tarefa que está mais a
cargo do aluno do que do professor. Assim, por mais que o ensino possa parecer
atraente, se o aluno não estiver disposto e motivado a aprender, a prática docente que
se utiliza das NTIC não surtirá os efeitos desejados.
1.5 - Algumas experiências contidas nos TCC
Em 2016, no ano em que esses licenciandos em Informática da turma de
2012 colaram grau, foram defendidos 13 Trabalhos de Conclusão de Curso (TCC),
que estiverem distribuídos em temáticas que giraram em torno da Informática
Educativa, a ocorrer em espaços formais e informais de aprendizagem tecnológica.
Dos treze TCC, onze serão utilizados neste tópico, com o fim de elucidar a ideia
central das pesquisas desses sujeitos.
O 1º TCC, de Martins e Martins Júnior (2016), que tem O uso
software educacion
matemático numa turma de 4º ano da rede pública de ensino do município de
Limoeiro do Norte
pesquisa quali-quantitativa, a aplicabilidade pedagógica do software em questão
numa turma de 4º Ano do Ensino Fundamental I.
A viabilidade metodológica do trabalho foi praticada através da aplicação
de atividades matemáticas com o uso do ensino tradicional e com o uso do ensino
mediado pelo . Para identificar os contributos da pesquisa, foi
aplicado um questionário ao público-alvo, que teve a pretensão de indagá-los sobre a
metodologia a qual se submeteram em sala de aula. Ao final do trabalho, foi
percebido que o software pode ser considerado um apoio pedagógico nas atividades
matemáticas, dando dinamismo e motivação aos alunos na resolução de situações
problemas, e contribuindo de forma significativa no processo de ensino e
aprendizagem.
O 2º TCC, de Nascimento e Martins O
porquê da não utilização e da rejeição dos professores ao uso dos recursos
tecnológicos no Ensino Fundamental II
professores, de uma escola pública do município de Alto Santo, em utilizarem os
recursos tecnológicos em suas práticas docentes. Assim, uma pesquisa qualitativa foi
viabilizada por meio da aplicação de um questionário e uma entrevista com esse
público-alvo, na pretensão de entender o porquê dessa não utilização.
Os principais motivos que os impedem de utilizar tais recursos foram: a)
poucos recursos oferecidos pela escola; b) a falta de conhecimento em relação ao
manuseio dos recursos e c) a não existência de capacitações na área da Informática.
Diante desses achados, o trabalho procurou trazer uma visão positiva para a inovação
das práticas pedagógicas, sendo os recursos tecnológicos vistos como aliados na
busca de uma aprendizagem voltada para o conhecimento, além de fomentar a troca
de saberes, pautada na interação, empatia e coletividade.
O 3º TCC, de Maciel e Martins Júnior (2016), que tem por título:
Abordagem das operações matemáticas básicas com o auxílio dos softwares Feche
a Caixa e a Tabuada do Dino
didático-pedagógicas numa turma de 4º Ano do Ensino Fundamental I, ao se fazer
uso da prática docente baseada nos modelos de ensino tradicional e por
problematização. Para executar a metodologia da pesquisa, foi preferida uma
estratégia metodológica quali-quantitativa, com o uso do instrumental questionário
para captar os dados.
A intenção focal foi diagnosticar como se dá o estímulo à aprendizagem
dos alunos quando usam didaticamente softwares matemáticos. Como resultado
principal, foi possível verificar que o uso desses recursos tecnológicos modificou a
estrutura do ensinar e aprender no campo de pesquisa delimitado.
O 4º TCC, de Maia e Cabral (2016 Jogos de
raciocínio lógico como ferramenta de ensino na disciplina de Matemática no 3º Ano
do Ensino Médio uma possibilidade de aplicação de softwares
matemáticos, passíveis de aplicação em educação, que podem ser operacionalizados
como uma das NTIC. Para tanto, alguns alunos do 3º Ano do Ensino Médio foram
submetidos a aulas de Matemática geridas por professor que utilizou algumas dessas
ferramentas lúdicas virtuais.
O trabalho teve o propósito de subsidiar, a professores da disciplina de
Matemática, principalmente da Educação Básica, suporte a prática docente com a
utilização dos softwares matemáticos. Isso é para que possam desenvolver o
magistério de forma mais dinâmica, possibilitando que o aprendizado da comunidade
escolar surja de modo dinâmico e eficaz através da utilização de jogos e softwares
que envolvam conceitos matemáticos.
O 5º TCC, de Silva e Cabral (2016 O uso do CalTec
como ferramenta de aprendizagem da Matemática tem a pretensão de identificar
algumas das principais dificuldades que impedem a aprendizagem matemática, bem
como, através do uso de objetos de aprendizagem, desenvolver competências que
contribuam com a resolução de problemas que exijam a aplicação de saberes
matemáticos.
Para o alcance dos objetivos pretendidos, foram selecionados alunos do 1º
Ano do Ensino Médio de uma escola pública de educação profissional do munícipio
de Russas, localizado na região do Vale do Jaguaribe, no interior do Ceará. Foi
optado, por desenvolver o trabalho no âmbito citado, o tipo de pesquisa participante,
a qual deu destaque para a inserção do pesquisador no ambiente em que se propôs
estudar e investigar.
Ao final do trabalho, foi possível estabelecer que, através da
implementação do projeto CalTec, a estratégia metodológica de resolução de
problemas referentes ao raciocínio lógico matemático proporciona o conhecimento, o
encaminhamento da formação dos conceitos e o desenvolvimento da criatividade dos
educandos.
O 6º TCC, de Martins e Freire (2016 Uma
investigação acerca da prática pedagógica do uso das Tecnologias da Informação e
Comunicação pelos professores do Ensino Médio da Escola Estadual Dep. Joaquim
de Figueiredo Correia no município de Iracema relata como se dá a utilização das
NTIC pelos professores da referida escola, a fim de verificar quais os efetivos
contributos desse tipo de tecnologia a prática docente.
Para viabilizar a investigação, o estudo de caso foi a metodologia utilizada
na pesquisa. Para a coleta dos dados que elucidaram o objeto de estudo, foram
aplicados questionários aos professores que atuam na escola e foram descritas
algumas experiências vivenciadas com a realização do último estágio supervisionado
do licenciando, autor do TCC.
Por fim, foi possível verificar o entusiasmo dos professores em relação aos
benefícios que os aparatos tecnológicos oferecem para a regência de aulas. Contudo,
é nítida a carência na formação dos professores, principalmente no quesito uso
didático das tecnologias. Foi possível perceber ainda que esses profissionais têm um
desejo de adquirir conhecimentos para potencializar a maneira como ensinam.
O 7º TCC, de Freitas e Freire (2016), que tem por título: O impacto da
Educomunicação no processo ensino aprendizagem dos alunos do 6° ao 9° Ano na
disciplina de Língua Portuguesa da E.E.B. Antônio Moreira de Freitas, Água fria,
Quixeré Ce teve o objetivo de demonstrar os principais impactos causados na
comunidade escolar em questão, com o uso do projeto Educomunicação.
Assim, o público-alvo, alunos do 6º ao 9º Ano do Ensino Fundamental II,
foi submetido a uma pesquisa do tipo exploratória, baseada na investigação dos
documentos que regem esse projeto, regulamentado pelo Ministério da Educação
(MEC). Além do levantamento bibliográfico que fundamentou teoricamente o
trabalho, um estudo de caso buscou aferir, de alunos e professores, percepções
relativas ao desenvolvimento do projeto em questão.
Com o desenvolvimento da pesquisa foi possível determinar que a
realização do projeto Educomunicação, desenvolvido na escola citada, se mostrou
rica, empreendedora e válida, entretanto, alguns de seus aspectos da implementação
devem ser reavaliados para possível potencialização. Além disso, é necessário que a
gestão escolar acompanhe mais avidamente as ações educativas que sistematizam o
projeto, para que os resultados sejam mais eficientes e contribuam para uma educação
de qualidade.
O 8º TCC, de Rodrigues Júnior e Freire (2016) O uso
das tecnologias de informação e comunicação na melhor idade
pesquisa viabilizada por questionário aplicado a vinte idosos residentes na
comunidade Sítio Morros, Zona Rural do município de Limoeiro do Norte-Ce. A
pesquisa procurou diagnosticar como está o nível de conhecimento dos idosos com
relação às NTIC, procurando identificar quais são suas experiências com o uso do
computador e da internet. Além disso, foi utilizado, com os idosos, o software Tretis
Cascata, para o exercício da memória e do raciocínio lógico.
Ao final, foi constado que muitos deles possuem dificuldades em manusear
o computador, por diversos motivos, porém é visível a vontade de usar essas
tecnologias em situações cotidianas, as quais os integrem ao convívio social com seus
contemporâneos mais jovens.
O 9º TCC, de Silva e Cabral (2016 O uso das
tecnologias educacionais oferecidas pelo MEC para as escolas do Ensino
Fundamental no município de Limoeiro do Norte-Ce
tecnologias educacionais, oferecidas pelo MEC, estiveram sendo usadas por algumas
escolas públicas do munícipio em questão no interstício 2015/2016.
Para viabilizar o trabalho, a metodologia se baseou em dois tipos de
pesquisas principais, a bibliográfica e a de campo, que tiveram por natureza uma
delineação quali-quantitativa. Para a coleta de dados, foram preferidos roteiros de
entrevistas e questionários, aplicados ao núcleo gestor e aos professores do Ensino
Fundamental da escola.
Foi apurado que o principal obstáculo para a não utilização das tecnologias
educacionais, de forma mais efetiva, é a falta de domínio por parte dos professores
em relação às tecnologias da informação e da comunicação, por ainda encontrarem
dificuldades de inseri-las em sala de aula. Outro fator apurado foi que, pelo fato dos
alunos já crescerem numa sociedade cada vez mais informatizada, é imprescindível
que os demais partícipes da comunidade escolar se qualifiquem no quesito aplicação
pedagógica das NTIC em favor da educação.
O 10º TCC, de Carmo e Freire (2016
no processo de ensino-aprendizagem no Ensino Fundamental I de uma escola
pública municipal em Jaguaruana-Ce
no processo de ensino e aprendizagem proposto por professores da escola citada.
A metodologia foi executada a partir de um estudo bibliográfico realizado
mediante acesso a artigos e periódicos disponíveis nas bibliotecas virtuais brasileiras
que apresentam textos acadêmicos. Outra parte da metodologia foi desenvolvida
através do estudo de campo realizado na referida escola, o qual submeteu professores
e coordenador escolar a entrevistas estruturadas. Isso evidenciou que os professores,
em formação continuada na área das tecnologias, devem ter a disposição, como forma
de prepará-los para o uso das mais dive um
conjunto de habilidades e competências que lhes permitam contribuir para a melhoria
do aprendizado dos alunos, fato constatado pela opinião dada pelo coordenador deles.
Esse trabalho permitiu a compreensão do papel das TIC s na escola e, em
especial, no desenvolvimento da formação de professores e alunos, através da
dinâmica relação estabelecida entre tecnologia e conhecimento.
O 11º TCC, de Almeida e Freire (2016), que O uso de
softwares educativos como ferramenta de alfabetização para crianças com déficit de
aprendizagem e dislexia , tem o objetivo de demonstrar a eficácia do uso de
softwares para a superação das dificuldades de aprendizagem de alunos com
distúrbios intelectuais.
Os softwares usados no trabalho foram o Kletters, um aplicativo que
auxilia na aprendizagem do alfabeto e alguns sons simples no seu próprio idioma ou
outro qualquer; e o Alfa+legal, um software voltado para a educação, onde as
crianças correlacionam imagens e palavras.
Além de outros, um dos conceitos de dislexia tratado no trabalho é
defendido por Lamb (2009), o qual afirma que o indivíduo com dislexia não
consegue realizar, no ato da leitura, a decodificação e a compreensão do que se lê de
forma integrada entre os dois processos. Outro conceito para o distúrbio tratado no
trabalho é defendido por Condemarim e Blomquist (1986), pois defendem que a
identificação da dislexia geralmente se dá em crianças em idade escolar, mais
precisamente no início da alfabetização.
No final do trabalho foi possível verificar que os softwares são ferramentas
que auxiliam satisfatoriamente a aprendizagem de alunos disléxicos e não disléxicos,
por estimularem a integração mútua desses alunos entre si, com os professores e com
os objetos de estudo.
2 - EXPERIÊNCIAS COM O USO DE SOFTWARES NO ESTÁGIO CURRICULAR OBRIGATÓRIO DO CURSO DE LICENCIATURA
EM INFORMÁTICA
2.1 - Aproximação entre o estágio e o uso educativo de software
O estágio supervisionado obrigatório é uma ponte importante entre o meio
acadêmico e o profissional. No curso de Licenciatura em Informática, os estágios
ganham um diferencial a mais - a possibilidade de inserção de uma ferramenta útil e
promissora, no caso, o software. A esse respeito, Vieira e Martins Júnior (2015a, p. 2)
expõem: Informática toma seu lugar no âmbito
educacional, junto a isso encontramos inúmeras possibilidades da utilização desses
recursos como ferramenta de apoio ao
Inserida nessa possibilidade está à utilização dos softwares educativos ou
softwares passíveis de aplicação na educação. Esses softwares possuem potencial
para complementarem ou aprofundarem a abordagem didática de um dado conteúdo.
Valente (1999) confirma a importância do uso do software em favor da
educação
O computador pode ser um importante recurso para promover a passagem da informação ao usuário ou facilitar o processo de construção do conhecimento. No entanto, por intermédio da análise dos softwares, é possível entender que o aprender (memorização ou construção do conhecimento) não deve estar restrito ao software, mas a interação aluno software (p. 89).
Obedecendo as definições de Valente (1999), os softwares podem ser
categorizados de acordo com as seguintes classificações:
Tutoriais: softwares onde a informação é organizada de acordo com uma sequência
pedagógica particular e apresentada ao estudante, seguindo essa sequência o aluno
pode escolher a informação desejada.
Programação: no momento em que o aprendiz programa o computador, esse pode
ser visto como uma ferramenta para resolver problemas. O programa produzido
utiliza conceitos, estratégias e um estilo de resolução de problemas.
Processador de texto: com esse tipo de software, as ações podem ser analisadas em
termos do ciclo descrição-execução-reflexão-depuração-descrição. Quando o aluno
escreve um texto, a interação com o computador é mediada pelo idioma natural e
pelos comandos de formatação do texto.
Uso de multimídia e de internet: nesse caso é importante que seja feita a distinção
entre o uso de uma multimídia já pronta e o uso de sistemas de autoria, para o
aprendiz desenvolver sua multimídia. Esse uso é de certo modo parecido com o uso
dos tutoriais, sendo que na multimídia existem outras facilidades como a combinação
de textos, imagens e sons.
Desenvolvimento de multimídia ou páginas na internet: ocorre quando o aluno
está desenvolvendo um projeto e o representa em termos de uma multimídia, usando
um sistema de autoria ele vai está construindo uma sucessão de informações,
apresentadas por diferentes mídias.
Simulação e modelagem: alguns fenômenos podem ser simulados através do
computador, desde que o modelo de tal fenômeno esteja implantado na máquina.
Assim, é necessário que o aluno faça a alteração de alguns parâmetros e a observação
do comportamento do fenômeno.
Jogos: também podem ser analisados com o ciclo descrição-execução-reflexão-
depuração-descrição. Podendo ainda possuir características dos tutoriais ou de
softwares de simulação. De modo geral, os jogos tendem a propor desafios e motivar
os usuários, que são envolvidos em competições contra a própria máquina ou contra
outras pessoas.
Cada software acima identificado tem características e funcionalidades
diferentes que facilitam dentro do seu uso a reflexão, a descrição e a depuração das
ideias que são realizadas. O que convém citar que todos eles podem favorecer a
construção do conhecimento, desde que utilizados de forma a valorizar a interação
entre o conteúdo e o software pelo aluno, bem como respeitando as particularidades
de cada programa.
Com vistas às possibilidades e benefícios trazidos pela utilização dos
softwares ao processo ensino e aprendizagem e entendendo a extrema importância da
formação inicial do professor, as ementas das disciplinas que compõem o estágio
curricular obrigatório do curso de Licenciatura em Informática da UAB/UECE
propõem que a realização das atividades de tal percurso formativo seja feita através
da utilização de softwares que apoiem a docência do professor em formação.
Dessa forma, o licenciando recebe orientação de que os softwares que serão
utilizados nos estágios passam a ser selecionados de acordo com a disciplina
curricular e o conteúdo a serem ministrados na escola de educação básica, podendo
os softwares ser livres ou proprietários.
Sobre o tipo de software a ser utilizado, o licenciando estuda previamente
suas peculiaridades. Por exemplo, a esse professor em formação é dito que, de acordo
com a visão de Cortés (2011), um software livre é definido como um que pode ser
usado, estudado, copiado, modificado ou distribuído sem nenhuma restrição e sem a
necessidade de pagamento de licenças, enquanto que o software proprietário restringe
a propriedade do código fonte a aquele que o desenvolveu, significando que o usuário
precisa de autorização do proprietário para fazer qualquer modificação ou
distribuição, pois é precisa a obtenção da licença paga para realizar tais tarefas.
Em formação, o licenciando já tem garantido o direito de optar por utilizar,
durante as atividades do estágio, um software livre ou proprietário, que vai depender
da disponibilidade desse recurso em atender aos seus anseios. Assim, durante o
executar das ações educativas inerentes ao estágio, em alguns casos, não é possível
ser encontrados softwares livres que atendam às necessidades para uma dada
situação, sendo necessário então optar pelo uso do software proprietário.
2.2 - A experiência com o Estágio Supervisionado I
O Estágio Supervisionado I do curso de Licenciatura em Informática da
UAB/UECE é voltado para o Ensino Fundamental, onde devem ser selecionadas,
pelo licenciando, turmas do Ensino Fundamental I e do Ensino Fundamental II para a
realização das atividades formativas, de acordo com a conveniência, necessidade e
possibilidade de trabalho do estudante.
O referido estágio foi realizado em uma escola pública municipal de
Limoeiro do Norte CE, com alunos das turmas do 5º Ano do Ensino Fundamental I
e 8º Ano do Ensino Fundamental II. As atividades se desenvolveram em torno das
disciplinas de Matemática e Geografia. O que norteou o desenvolvimento desse
estágio foi a oportunidade de adquirir experiência em unir teoria e prática, observação
e vivência enquanto é vislumbrado o fluir das discussões ensejadas em sala de aula.
Ainda há possibilidade de serem observadas, dentro das instituições (campos de
realização dos estágios), as condutas de seus profissionais, principalmente no quesito
usabilidade de tecnologias digitais.
As atividades desse estágio iniciaram com um diagnóstico sobre a
utilização das NTIC, com a aferição dos anseios dos alunos quanto ao uso desses
recursos na sala de aula. Passados os diagnósticos iniciais, era escolhido um conteúdo
a ser abordado para os alunos com uso de métodos tradicionais de ensino. Num
terceiro momento o mesmo conteúdo, outrora abordado, agora era visto através de
estratégias de ensino que se valiam do laboratório de Informática, onde eram
utilizados alguns softwares da modalidade jogos. As atividades foram encerradas com
uma avaliação do conteúdo, através de questionário eletrônico elaborado no
aplicativo Calc, da suíte de escritório do BrOffice, e por intermédio de uma outra
avaliação sobre as atividades realizadas durante o estágio, questionando os alunos
acerca das metodologias e dos softwares utilizados.
Como já dito, as aulas das disciplinas de Geografia e Matemática, nas
turmas anteriormente citadas, dinamizaram o campo de atuação desse primeiro
estágio. Para ministrar as aulas de Geografia foi utilizado o software Seterra, em
Outro questionamento feito aos docentes de forma subjetiva e que gerou
respostas pertinentes foi: Você acredita que com a inserção da tecnologia nas
escolas os níveis de aprendizagem podem ser elevados? .
O docente 01, (formação em Matemática, atuação Ensino Fundamental II),
respondeu: usadas
de acordo com a realidade da turma, e se o professor souber dominá-las.
O docente 02, (formação em Geografia, atuação Ensino Fundamental II),
considera que:
aprendizagem; mas, para que os índices educacionais melhorem, precisa que a
sociedade, a família e os próprios alunos se engajem nesse processo.
O docente 03, (formação em Português, atuação Ensino Fundamental I e II)
tem o seguinte ponto de vista: da maneira como será utilizada.
O docente 04, (formação Pedagogia cursando -, atuação Ensino
Fundamental I), expôs o seguinte: mas se utilizado de forma adequada e com
objetivos previamente estabelecidos, passíveis de alcance.
De acordo com os dados expressos acima, foi possível verificar que as
expectativas e aceitação do uso das NTIC são positivas e promissoras; que os alunos
têm afeição e aprovam quando esses recursos são utilizados no contexto escolar; e
que os professores têm consciência de que tais recursos podem ser utilizados em
favor do processo ensino aprendizagem, acarretando em benefícios educacionais.
Os dados encontrados aqui não condizem com os apresentados por Miranda
(2007), quando constatou que um dos entraves para sucesso do uso das NTIC no
processo educacional é que alguns professores pensam que basta apenas colocar na
sala de aula alguns computadores com softwares e liga-los à internet que os alunos
vão aprender e, assim, as práticas pedagógicas se alteram sem grande esforço.
2.3 - A experiência com o Estágio Supervisionado II
Conforme orienta o ementário do curso de Licenciatura em Informática da
UECE/UAB ( o estágio II deve ser dirigido para as
disciplinas curriculares do Ensino Médio (EM), com a aplicação de recursos digitais
utilizados na informática educativa, do tipo softwares educacionais e jogos digitais .
Com relação a esse estágio, Vieira e Martins Júnior (2015e) afirmam que
ele fortalece as práticas iniciadas no Estágio Supervisionado I, sendo que em alguns
pontos se assemelham e em outros são totalmente contrastantes, a depender da
situação experiencial vivenciada.
O Estágio Supervisionado II foi realizado em uma escola estadual do
município de Limoeiro do Norte CE, com algumas turmas do 1º ano, 2º ano e 3º
ano do Ensino Médio, abrangendo o currículo das disciplinas de Português e
Matemática. A seleção dos conteúdos e dos softwares ficou distribuída conforme o
Quadro 1.
Quadro 1. Distribuição de disciplinas, conteúdos e softwares
Fonte. Elaborado pelos autores.
O Enigma das frações é um jogo. Com seu uso, os alunos podem refletir
sobre os diferentes conceitos de fração enquanto tentam libertar a população de uma
vila presa em uma armadilha. É um software com licença Freeware e está disponível
no site: http://revistaescola.abril.com.br/matematica/pratica-pedagogica/enigma-
fracoes 424205.shtml.
O Sinistro traz o estudo de alguns casos especiais da Língua Portuguesa,
como a polissemia, a origem de alguns nomes, a formação de palavras e inversão de
palavras na construção de frases. É um software do tipo jogo, onde dois personagens
estão presos dentro da biblioteca de um juiz e para sair precisam resolver os desafios
que lhes são propostos. O Sinistro tem a licença Freeware e está disponível no site:
http://objetoseducacionais2.mec.gov.br/handle/mec/21251.
O Word e o Writer são processadores de texto. O primeiro compõe a suíte
de escritório da Microsoft Office, ou seja, é um software proprietário, e o segundo é
um software livre, desenvolvido pela The Document Foudation, como parte da suíte
da LibreOffice. O processador de texto está entre os softwares mais utilizados, com
ele é possível criar e editar documentos de texto. De acordo com o que afirma Cortés
(2011. p. 19): -lo tanto para escrever uma carta rápida, quanto para
produzir um livro inteiro com figuras embutidas, referências cruzadas, sumários,
Todas as atividades do Estágio Supervisionado II foram desenvolvidas no
Laboratório Educativo de Informática (LEI) da escola que foi o campo de atuação do
estagiário. Logo na primeira regência, o conteúdo foi introduzido com o auxílio do
quadro e com o apoio de material impresso, em seguida os alunos foram apresentados
aos softwares, para conhecerem suas funcionalidades e objetivos didáticos.
Para os trabalhos interativos com os recursos tecnológicos, os alunos se
acomodavam em dupla ou individualmente, de acordo com a disponibilidade dos
computadores, e enquanto faziam a utilização dos softwares, eram orientados quanto
às dúvidas relacionadas aos conteúdos e sobre as funções técnicas das tecnologias
que estavam sendo utilizadas.
Ao final de cada encontro os alunos eram submetidos a um questionário
diagnóstico e avaliativo, que tinham por finalidade levantar dados a respeito dos
softwares e metodologias empregadas, além de outros temas relativos à Informática
Educativa. As respostas dadas as perguntas do questionário estão expressas nos
gráficos a seguir.
mesmo. ; Aluno 8 (3º ano B) só ajudou no
nosso aprendizado. ; Aluno 9 (3º ano B) mais
sobre editar um trabalho. e Aluno 10 (3º ano B) tividade foi legal e
diferente.
Os resultados das pesquisas realizadas no Estágio Supervisionado II não se
diferenciam muito dos apresentados para o Estágio Supervisionado I, os quais tornam
perceptível a forma como as NTIC são ou não utilizadas com frequência nas escolas.
Esses resultados demonstram claramente o quanto os discentes anseiam e aprovam o
uso desses recursos como subsídio a aprendizagem.
2.4 - A experiência com o Estágio Supervisionado III
O Estágio Supervisionado III é a última disciplina que compõe o estágio
curricular obrigatório do Curso de Licenciatura em Informática da UECE/UAB.
Segundo Vieira et al. (2016), esse estágio se apresenta como momento oportuno aos
licenciandos, pois eles terão a oportunidade de aprofundar seus conhecimentos
referentes prática docente, além de trocar experiências com os profissionais já
formados e atuantes como profissionais da educação.
O exercício da docência durante a realização desse estágio fica expresso no
PPC desse curso (UECE, 2014), quando esse instrumental orienta que, durante o
desempenho das atividades inerentes ao Estágio Supervisionado III, sejam
desenvolvidas oficinas de trabalhos com os professores do Ensino Médio, nas
variadas áreas de conhecimento cabíveis a sistemática de funcionamento das escolas
públicas. Desse modo, o PPC determina também que seja disponibilizada, aos
docentes da educação básica, através da prática do estágio dos licenciandos, a
realização de minicursos sobre o uso pedagógico de softwares passíveis de aplicação
em educação.
Conforme documento de planejamento e carga horária da disciplina desse
estágio, as atividades devem também abranger um projeto de reforço para alunos do
9º ano do Ensino Fundamental e 3º ano do Ensino Médio.
Desse modo, as atividades desse estágio foram executadas em três
instituições: 1ª - uma escola pública municipal de ensino básico no município de
Limoeiro do Norte CE; 2ª - escola pública municipal de educação básica no
município de Alto Santo CE e 3ª - escola estadual de educação de jovens e adultos
de Limoeiro do Norte CE.
O projeto de reforço foi desenvolvido com alunos do 9º ano do Ensino
Fundamental, nas referidas escolas. De acordo com o afirmado por Vieira et al.
(2016), o projeto consistia em trabalhar a produção textual e casos de ortografia e
gramática com a utilização de um editor de texto, no caso o Word, com o objetivo de
explorar esse editor através de noções básicas de formatação de um texto, utilizando,
para isso, os recursos digitais do próprio editor. De posse do tema gerador do texto,
os alunos elaboravam uma produção sem nenhuma orientação, para que fosse
possível o diagnóstico de suas dificuldades em relação aos casos da Língua
Portuguesa e das funções do Word. Na segunda produção textual os alunos já eram
orientados de acordo com suas necessidades e dificuldades observadas anteriormente.
O projeto de formação continuada aos professores atuantes da educação
básica, através do minicurso, tinha como objetivo possibilitar que tivessem vivência
com os princípios que regem a Informática Educativa. Na ocasião, os participantes
tiveram uma explanação sobre o uso da tecnologia computacional como aliada do
processo ensino-aprendizagem, além de palestras instrucionais sobre assuntos como
segurança na rede social, formatação de pen drive contra vírus e gerenciamento de e-
mail.
Findadas as atividades do estágio, os alunos do projeto de reforço escolar e
os professores do projeto de formação continuada participaram da resolução de um
questionário avaliativo sobre o estágio e as atividades desenvolvidas. Alguns dados
estão expressos no gráfico e em comentários a seguir.
se usados com intencionalidade pedagógica, são aceitos e veementemente utilizados
por alunos e professores no espaço escolar. É intrigante a realidade constatada de
desuso das tecnologias pelas instituições de fomento educativo. Enquanto isso, outras
áreas profissionais aderem cada vez mais às mudanças e inovações provocadas pelo
intenso progresso em ciência e tecnologia.
3 - EXPERIÊNCIAS COM O USO DO MOODLE NO ENSINO DE LINGUAGEM E PROGRAMAÇÃO NA EDUCAÇÃO BÁSICA
Atualmente, vive-se a denominada terceira revolução, a revolução da
informação ou, como também é conhecida, revolução digital. A informação é, hoje,
para a sociedade contemporânea, a base do conhecimento, das relações, da vida
econômica, política e social (MCGARRY, 1999). Nesse contexto, o conhecimento
efetivou-se como um meio para a superação de desigualdades, de agregação de valor,
criação de emprego qualificado e de propagação do bem-estar, conforme afirma Leal
(2014). Essa atual conjectura tem relevância direta nos sistemas econômico e político,
de forma que o conhecimento passou a se tornar essencial para a manutenção da
autonomia e soberania dos países.
Para Leal (2014)
Nesta sociedade, os computadores possuem enorme importância. Sem eles, muito provavelmente não existiria a Sociedade da Informação. Entretanto, um computador sozinho não é de muita utilidade. Computadores foram projetados para resolver problemas. E o artefato que resolve estes problemas é o que chamamos de software. O processo de solução de um problema por meio de computador é constituído por etapas, como a especificação do problema, projeto em alto nível, análise de alternativas, codificação e verificação do comportamento (Veloso Et. Al., 1996). Assim, o processo de desenvolvimento de software tem se tornado fator essencial para o desenvolvimento da Sociedade de Informação (p.14).
Em consonância com os conceitos supracitados o ensino de programação,
que consiste do processo de escrita, teste e manutenção de um programa de
computador utilizando alguma linguagem de programação ou até a própria linguagem
da máquina, pode ser inserido no processo educacional de crianças e adolescentes.
Essa prática tem crescido exponencialmente no Brasil e no mundo, de forma que
além dos cursos específicos de programação, atualmente, um modelo de ensino em
constante ascensão é o Ensino Médio Integrado ao Técnico, no qual o ensino de
programação supriria justamente a necessidade de profissionais capacitados para a
atual demanda tecnológica.
Acompanhando a tendência mundial, a partir de 2008 foram instituídas no
Estado do Ceará as Escolas Estaduais de Educação Profissional (EEEP), nas quais,
atualmente, cerca de 53 cursos técnicos são oferecidos nas mais variadas áreas de
atuação, entre os quais, segundo dados oficiais, os cursos que mais têm formado
profissionais são Enfermagem, Informática e Redes (CEARÁ, 2015).
Mesmo diante dessa realidade, o ensino de programação no curso Técnico
em Informática das EEEP do Estado de Ceará esbarra em algumas dificuldades,
dentre essas, o feedback individual para cada aluno nas disciplinas de programação
atreladas ao curso, haja vista que as turmas contam em média com quarenta alunos, e
o tempo disponibilizado em sala para a disciplina dificulta o atendimento
personalizado a cada um deles.
Frente a essa dificuldade e buscando formas para aprimorar o processo de
ensino e aprendizagem em programação nos anos escolares 2015 e 2016, de uma
escola profissionalizante de educação básica, situada no município de Russas, que
compõe a CREDE 10 do Estado do Ceará, foi realizado um estudo quali-quantitativo
buscando analisar se a implantação de um Ambiente Virtual de Ensino-
Aprendizagem (AVEA) poderia tornar o ensino da disciplina de JavaScript/PHP mais
eficiente, de forma que o feedback individual fosse aprimorado e as práticas em sala
de aula pudessem ser diversificadas.
A metodologia aplicada na pesquisa foi selecionada buscando tanto a
quantificação dos resultados obtidos quanto a possibilidade de considerar os traços
subjetivos e as particularidades do sujeito pesquisado, estimulando o mesmo a pensar
e a se expressar livremente sobre o assunto em questão.
Para Gil (2008), o uso da abordagem quantificada e qualificada propicia o
aprofundamento da investigação das questões relacionadas ao fenômeno em estudo e
das suas relações mediante a máxima valorização do contato direto com a situação
estudada, buscando-se o que era comum, mas permanecendo, entretanto, aberta a
perceber a individualidade e os significados múltiplos do objeto investigado.
Para aplicação do estudo, foi selecionada uma turma do Curso Técnico em
Informática da escola descrita. A turma contava com 34 alunos e foi selecionada com
base na disparidade de notas obtidas nas disciplinas relacionadas à Programação, no
semestre anterior a aplicação da pesquisa. Durante a primeira etapa do estudo, foi
feita uma pesquisa bibliográfica objetivando entender melhor as dificuldades de
aprendizagem nas disciplinas de Programação, de forma que, antes de começar a
execução do trabalho com os alunos, fossem conhecidas situações de sucesso e
insucesso no ensino de disciplinas relacionadas, possibilitando, assim, entender
melhor quais aspectos levaram alguns alunos a ter um desempenho insatisfatório. De
posse dessas informações, foi realizado um planejamento mais eficiente para a
aplicação das atividades inerentes a pesquisa.
A fase posterior foi caracterizada por um estudo de caso que implicou na
implantação de um Ambiente Virtual de Ensino-Aprendizagem (AVEA), e dentre as
opções de sistemas livres, o AVEA MOODLE foi selecionado para aplicação do
estudo.
O AVEA possibilitou ao professor a postagem de materiais
complementares a aula já planejada e, assim, oportunizou aos alunos o
aprofundamento do conhecimento adquirido durante a aula lecionada, culminando na
resolução de um exercício na própria plataforma, onde esses sujeitos foram avaliados
e receberam um feedback posterior.
O conteúdo trabalhado com os alunos utilizando o MOODLE foi planejado
e desenvolvido na temática de Linguagem de Programação. Assim, puderam ser
relatados os resultados obtidos a partir dos estudos dos alunos para com a linguagem
JavaScript, tendo o curso ao qual foram inseridos sendo denominado JavaScript. Na
Figura 1 é apresentada a interface com parte dos conteúdos abordados. Essa interface
foi a mesma para todos os cursos implementados (os de outras turmas que não
constam nesta pesquisa), sendo alterados de um curso para o outro os tópicos
abordados, as atividades e a metodologia de abordagem, uma vez que é necessário
respeitar as peculiaridades de cada disciplina, a linguagem de programação e a turma
a qual o estudo seja aplicado.
Figura 2. Tela inicial do curso de apoio a Linguagem de Programação JavaScript
Fonte. MOODLE.
Na figura é possível perceber que a interface foi dividida em duas colunas;
na primeira (à esquerda) ficam os conteúdos relacionados ao curso, sendo divididos
nos tópicos: Introdução ao JavaScript, Variáveis, Operadores (lógicos, aritméticos e
de comparação), Condicionais, Estruturas de repetição, Funções e Array. Em cada um
dos tópicos foi utilizada, como ferramenta de apoio, uma leitura complementar, de
forma que o aluno pudesse aprofundar o conteúdo disponibilizado na apostila oficial
do curso. Após essa leitura, o aluno teria a sua disposição atividades que o ajudariam
a avaliar o seu nível de aprendizado naquele tópico. Como modelos de atividades de
apoio foram utilizadas as seguintes ferramentas nativas do próprio MOODLE:
a) Questionário com questões de múltipla escolha: esse modelo foi
utilizado objetivando um rápido feedback, já que essa modalidade de
exercício possibilita uma correção automática feita pelo próprio sistema.
Ao concluir o exercício o aluno conseguia visualizar seus erros e acertos
de forma que, se necessário, pudesse voltar aos estudos objetivando uma
aprendizagem mais significativa relacionada ao conteúdo abordado
naquele exercício;
b) Questionário com questões subjetivas: nesse modelo de atividade o
aluno tinha a possibilidade de responder alguns questionamentos de
forma subjetiva, possibilitando, assim, ir além do convencionalmente
respondido. Essa modalidade também foi utilizada para a prática de
algoritmos (trechos de códigos que objetivam a solução de alguma
tarefa). Nessa modalidade de tarefa não foi utilizado feedback
automático, uma vez que é necessário analisar detalhadamente o
conteúdo respondido pelo aluno. Dessa forma, o professor em um
momento extraclasse analisou o conteúdo postado e apresentou ao aluno
um feedback detalhado, de forma que ele pudesse aprimorar sua
resposta quando assim fosse necessário.
c) Glossário: essa atividade possibilita a construção de uma base de
conhecimento que possa ser utilizada como apoio a própria disciplina.
Na atividade foi possibilitada ao aluno a construção colaborativa de um
glossário relacionado ao conteúdo de Funções. Cada aluno escolheu
algumas funções e as descreveu. Coube ao professor supervisioná-los
caso algum conceito fosse apresentado erroneamente. Neste caso, seria
possibilitada ao aluno a correção do conceito apresentado, de forma que
ele aprofundasse seu conhecimento, bem como para que contribuísse
com a aprendizagem dos demais colegas;
d) Fórum: essa atividade possibilitou um espaço onde os alunos poderiam
promover debates e discussões relacionadas ao conteúdo abordado, no
tópico onde a atividade foi inserida. Os alunos puderam contribuir com
o conhecimento da turma, colaborando de forma harmoniosa, em grande
parte do tempo de realização da atividade, para a efetivação de saberes
advindos do tema abordado.
Embora o AVEA MOODLE conte com diversas outras atividades, nesta
pesquisa foram selecionadas somente as anteriormente citadas, de forma que o
primeiro impacto relacionado ao uso do sistema fosse minimizado e não viesse a se
tornar um desafio maior para o aluno, pois a própria disciplina estudada já tem um
demasiado grau de complexidade.
Na segunda coluna (direita da Figura 1) é dado destaque ao plug-in
Essa funcionalidade não é nativa na instalação do MOODLE, no
entanto é disponibilizada gratuitamente no repositório de plug-ins, localizado no site
oficial do próprio ambiente. Tal ferramenta implementa no sistema uma forma de
checklist, uma espécie de lista que auxilia na verificação de tarefas a serem
cumpridas. O conceito de checklist é usado não só no âmbito educacional, uma vez
que com seu uso podem ser verificadas atividades, como por exemplo: materiais a
serem comprados, tarefas a serem cumpridas, itens a serem observados, ou seja,
coloca-se em um checklist itens que, se esquecidos, venham a fazer falta na
realização, planejamento ou execução de alguma tarefa. Sendo assim, tal conceito
tem como maior objetivo prevenir esquecimentos no cumprimento de determinadas
tarefas.
Na pesquisa aqui apresentada, o checklist foi utilizado para que o professor
e os alunos pudessem fazer um melhor acompanhamento das atividades já cumpridas
ou por cumprir, trazendo implicitamente grandes benefícios para ambos os
envolvidos no processo. Para o professor é disponibilizada a opção de acompanhar o
andamento das atividades de toda a turma cadastrada no curso (Figura 2).
Figura 3. Tela de acompanhamento de andamento de atividades do Plug-
Fonte. MOODLE.
Ao aluno é possibilitada a funcionalidade de acompanhar o andamento das
suas próprias atividades (Figura 3), de forma que as que estão em verde são as já
cumpridas e as em vermelho aguardam o devido cumprimento. Ao passar o cursor do
mouse em cima de cada item é apresentada a descrição da atividade em questão,
possibilitando também o redirecionamento para a devida atividade caso o aluno opte
por clicar no item sobreposto pelo cursor do mouse. Dessa forma, além de ajudar o
aluno a não esquecer o cumprimento da atividade, ainda facilita o acesso a devida
tarefa.
Figura 4. Barra de progresso localizada no canto superior direito da coluna 2 do ambiente implementado.
Fonte. MOODLE.
Com relação aos instrumentais de coleta de dados, durante o período em
que ocorreu o estudo, foram realizadas entrevistas com os alunos participantes
objetivando identificar pontos negativos e positivos da tecnologia utilizada, de forma
que ajustes pudessem ser feitos a cada atividade e fossem descobertas estratégias para
aumentar as possibilidades de sucesso no aprendizado após a aplicação do estudo.
Após as entrevistas, foi aplicado um questionário objetivando a coleta de informações
a respeito da satisfação do aluno em relação à utilização do AVEA como ferramenta
de apoio ao estudo da disciplina de JavaScript/PHP.
Os resultados obtidos foram bastante satisfatórios, uma vez que foi possível
responder de forma positiva ao objetivo principal da pesquisa, ou seja, identificar se o
MOODLE conseguiria contribuir efetivamente na aprendizagem do aluno. É possível
reafirmar que o uso de um ambiente virtual de apoio ao ensino e aprendizagem pode
ser realmente significativo e melhorar resultados, no entanto, foi percebido que o uso
do MOODLE, por si só, não traria consigo benefícios agregados se a metodologia de
ensino utilizada durante o seu uso não fosse personalizada a cada momento vivido no
decorrer de cada conteúdo estudado.
Para a obtenção de parâmetros para a utilização e aprimoramento do
ambiente, foi proporcionada uma etapa na qual o aluno pôde contribuir com a
melhora do ambiente. Essa etapa ocorreu quando o estudo alcançou
aproximadamente 50% de sua fase exploratória. Neste ponto, foram realizadas
entrevistas e, a partir delas, foi possível aprimorar alguns detalhes no ambiente para a
propiciação de uma melhoria na qualidade de sua operacionalização.
Nem todas as sugestões foram aplicadas nessa pesquisa, mas terão sua
aplicação considerada em futuros trabalhos. De uma forma geral, a utilização do
AVEA foi bem aceita pelos alunos, visto que foram poucos os comentários negativos
recebidos durante a coleta de dados e estes, normalmente, estavam ligados à própria
dificuldade e não à utilização da mídia digital.
Outra análise realizada durante o estudo foi em relação às atividades do
próprio ambiente. Elas foram analisadas considerando a utilização de recursos e a
avaliação obtida ao final de cada realização, vindo a ocorrer na ferramenta fórum de
discussão. Isto evidenciou que o fórum precisa de um planejamento diferenciado,
uma vez que se o mesmo não contiver questionamentos que estimulem o debate, a
participação dos membros não será satisfatória, pois o uso demasiado de atividades
repetitivas desencoraja a participação, principalmente quando é facultada.
Esse resultado contrasta com o obtido por Carvalho (2007), onde em sua
pesquisa o fórum foi a segunda atividade mais utilizada, contando com 90% da
participação dos alunos pesquisados, enquanto na presente pesquisa apenas 29% dos
sujeitos utilizaram a supracitada ferramenta. Embora essa comparação numérica
tenha alcance limitado, pois não foi possível definir exatamente a metodologia
utilizada por Carvalho (2007), ficou evidenciado que o obstáculo enfrentado para
uma melhor participação nessa atividade foi não ter elaborado um questionamento
que possibilitasse um debate livre entre os alunos inseridos na rede.
Outro panorama importante advindo dos resultados colhidos está
relacionado às atividades descritivas. Esse tipo de atividade ajuda o professor
conhecer melhor a turma e suas dificuldades, possibilitando, assim, readequar o
andamento do curso sempre que necessário. A análise dos dados da atividade
descritiva evidenciou que a medida em que o estudo avançou foi possível perceber
uma melhora significativa na aprendizagem. Ficou perceptível também que, embora
em alguns casos essa melhora tenha ocorrido naturalmente em decorrência da prática,
em outros casos foram necessárias intervenções pedagógicas pontuais para que o
progresso educativo viesse a ocorrer.
Para que as atividades descritivas surtissem o efeito desejado, foi preciso
que o professor despendesse tempo extra para a correção individualizada delas,
proporcionando também um feedback adequado a cada resposta. Após este feito, os
alunos evidenciaram que o feedback dado pelo professor após a correção de cada
atividade fez a diferença em seus desempenhos posteriores.
No geral, o feedback foi fator essencial para a obtenção de resultados
satisfatórios durante a realização das atividades no AVEA. No entanto, é importante
frisar que no dia a dia do professor nem sempre é possível dedicar um maior tempo a
essas correções, uma vez que o horário de planejamento ofertado, para os professores
de disciplinas técnicas nas EEEPs do Estado do Ceará, corresponde somente a 1/5 da
carga horária docente, sendo necessária uma expansão no tempo de planejamento de
aulas. Para minimizar a dificuldade advinda desse horário apertado, é possível utilizar
uma alternativa sugerida pelos próprios alunos durante as entrevistas realizadas, a
escolha de monitores para auxiliar na manutenção diária do ambiente virtual.
Para que ocorra uma sistematização didática do AVEA, é necessário que os
exercícios e as atividades propostas não sejam constituídos com uma demasiada
quantidade de questões, mas sim que essas variem em qualidade, visto que o excesso
da quantificação pode deixar o uso do ambiente monótono ou desmotivador. A
variedade, por sua vez, se insere como desafios problematizados a serem resolvidos.
O uso do ambiente proporcionou uma forma diferente de abordar o ensino
da Programação. No caso aqui apresentado, o uso da tecnologia contribuiu
diretamente para a melhoria da prática pedagógica, especialmente nos aspectos como
dinâmica, diagnóstico e aprendizagem. A ferramenta, por si só, não é causadora dessa
melhora identificada; ela é um meio que, se pedagogicamente utilizado, pode levar o
professor a obter melhor desempenho do alunado.
Dito isto, é importante registrar que ainda não há no ambiente MOODLE
modelos de atividade focados no ensino de programação e, dessa forma, é exigida do
professor criatividade para adequar o ambiente as necessidades impostas ao ensino
das linguagens programadas. Consequentemente, um questionamento que precisa ser
respondido em pesquisas posteriores é se com o uso de um ambiente que proporcione
atividades específicas para determinada Linguagem de Programação, será possível
obter melhores resultados com mais rapidez.
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