manoel de oliveira - rev_camoes_12-13

Upload: rogerio-barbosa-silva

Post on 14-Apr-2018

337 views

Category:

Documents


2 download

TRANSCRIPT

  • 7/27/2019 Manoel de Oliveira - Rev_camoes_12-13

    1/160

    EVISTA . LT AS E CUURAS LUSFONAS

    j

    12-13

  • 7/27/2019 Manoel de Oliveira - Rev_camoes_12-13

    2/160

    dt

    Hoje mundialmente conhecdo, Manoe

    de Olvera , sem somba de dvda, o

    mao ealzador pougus. Ao ongo das

    ltimas sete dcadas, ealizou vnte e

    duas longas e quinze cutas meagens,

    paa am de e sido acto, supevisor

    ou co-ealzador cedado ou no

    pelo menos em sete ouos tuos

    O Insiuo Cames no podeia dexa de

    se assoca s miplas omenagens que

    o cneasa em recebido oundas dosmas dvesos quadranes e dos mais

    diferenes pases

    O toque de gno, assocado ao asgo de

    oginaldade que caracezam Manoe de

    Oliveira, bem coo a transmisso de uma

    sabedoia adquirda ao longo dos anos

    fazem da vda e da oba dese cineasampa o exempo acabado da

    concreizao de um sono.

    A oba grandiosa poque a sua vida

    onde bebe a nspao, gualmene

    invulga Sobretudo no acto de a

    modar are e de a revea em seguda

    Em odo este nmeo monogrco osdeenes auores (encabeados pelo

    ppo Manoe de Oveia) efeem

    reteradamene o peso que o io Douro

    e o seu percuso m na sua

    boflmogafa Mas nada como as

    palavas do Mese paa lusra o

    seu pensamento: Nele me vejo e ]e

    revejo conw um espelho nltifacetado,pois otem era uma cousa e hoje j

    outra out ser certamete ah.

    Assi como ele nUdou tambm eu

    mudei e j o sou hoje o que fui otem

    e o serei amah o que sou hoje.

    O que quer dizer que a vida corre por

    detro da gete como as guas os cursos

    talhados pa os rios at chegar ao seu

    fiameto. Fiameto que a ossa

    etda pa esse gde esprito

    esse imeso Oceao ode todos

    acabaremos por desaguar

    Merece particula reace o procuo

    dogo que, aavs de Manoe de

    Olveia se desenvove enre Cinema

    e Leraua avulando a mponca

    dessa outra gande gua da Culua

    Portuguesa Agusina BessaLus,

    tambm pofundamente ligada

    ao Douo cuos omances funconaamcomo fone nspradora de alguns

    dos seus mais belos mes, ou a vda

    e obra dessa figura mpar do imaginro

    usobaseo que o Pade Antno

    Vea

    Que este nmeo especa de

    Caes - Revista de Lets e Cultususfoas consua paa os seus

    eitoes e, em parcular, paa os

    admradores de Manoe de Oveira,

    uma viagem s eferncas

    undamenas de uma oba plurorme e

    magsral.

    Jorge Couto

  • 7/27/2019 Manoel de Oliveira - Rev_camoes_12-13

    3/160

    6

    DIRECTOR 38

    Jorge outoDIRECTORADJUNO 8

    Lusa Mellid-Fraco

    DIRECTOR DE PRDUORu M. Perera

    DESGN GRFCO desigers 57

    EDITORESoana AmaralM Piedade Braga Santos

    60ASSINATURAClia Gomes

    IMPRESSO63

    Grfca Maiadouro

    ADMINISRAO 70Instituto CamesRua Rodrigues Sampaio, 13110-279 sboa 79Tel: 21 310 91 00Fax 21 314 398gera@istitutocamoespt

    REDAc 82stituto CaesRua Rodrgues Sampaio 113110279 Lisoa 0e 21 30 9 12 2 310 9182rev@istituto-camoespt

    RAGEM 810 000 exempares 102

    DESIO LEGAL1012473499

    DSRIBlO 107

    Sodiivos

    stituto Cames 110

    0874-3029113

    116

    127

    12

    132

    Pedra de Toque. dito Eterno Feminino na Obra de Manoel de Oiveirajoao Bd/lnr Cost

    Conversa com vista para Paulo BrancoMri Joo Seixs

    Os Caminhos da Prostituiooe e Oieir

    -Rios da terra, os da nossa aldea

    MDeI e Oiveir Corpo, esprito e vozes msteriosas das guas

    Douro de Oiveira entre histria, mito e criao arsicaNeo Ae

    O Douo de Manoel de OliveiaMri e Fim Brg e Mos

    Oliveira e o Documentrio Trabahos do EspritoJoo Lopes

    O Sculo de OliveiaEis Frugoi

    Funces paradigmticas de O Acto da Primaverano cinema de Manoel de Oliveia

    Joo !rio Grio Manoel de Oliveira: a seduo do texto literrio

    Joo Frciso rques

    Entre a infona e a pera msica dos fimes da maturdade de Manoe de Oliveira

    Joo Pes-TSM Jlia Busel O Passado e o Pesente

    TSTMH Glria de MatosSMH Maria oo Pires

    Obrigada a Manoel de Oliveira4ri e Meeiros

    Manoel de Olveira No vou por aue Csimiro

    Memria de um Crtico de Cinemaoe e Oieir

    Algumas notas sobe a recepco em Francada obra de Manel de Oliveia

    Jques emire

    Um Homem o OlharJos e tos-Cruz-

    Jacques Parsi entevista Manoel de Oliveira Manoel de Oliveia, Realizador

    Jos e Mtos-Cruz

  • 7/27/2019 Manoel de Oliveira - Rev_camoes_12-13

    4/160

  • 7/27/2019 Manoel de Oliveira - Rev_camoes_12-13

    5/160

    I" u ( h

    t { fi I! l ,

    i' l i n q j

    l,:

    !"J"'.1 ; 1 I r-

    f Ir : I 1 ;I ,: t n

    j I e o.1 i ' [ ', )r" t. l r ;.

    ltl f , . ( 1 I

    ,

    I:I1

    J r

    h . ' fUI I

    " J f ' J " { 1h X! . l 1 ri rAi :' ( L " I ' !'!Pll[ , " ; .'I ( l'

    \ : , .

    l

    r.J'), I., 1 , ( I [t

    , .

  • 7/27/2019 Manoel de Oliveira - Rev_camoes_12-13

    6/160

    Pra deToqu

    J o o B n a r d d a c o s a

    Publcado em org. Simone Fie e Robeto Tigliatocogo do Toio Fil estval, Trm,

    "Uma mulher tem demasiados bs e peas pa

    Ina Gama de casal. A dor de cotovelo feia com o

    ma/ dormir de duas pessoas ode s m chega>!

    gu Be-u, As Ters do Risco

    NU OU O NN OUO N

    asta s poogo, at ho, por 0 aos A 21 dStmbo d 2001 omptams 0 aos sobra sra da so mda d Doro, Faaa , o Sao Fo, m Lisboa, drat mCogrsso aioa da Cia. ao d

    Oiia ha 22 aosAo ogo dstas st dadas, Oiia ai

    o it das ogas mtrags q tas, paa am d tr sdo aor, sprisor o o-aiado, diado o o, po mos, ms otros ttos Sdo obamt obrad ap xts, mitos oos a tmbm maor m mto mo podo d tmpo.O q s xpa, omo s sab, pos ogos hiatos q so ma das mitas sigadads dasa ara ada d mto sigifiatio tr91 1942, tr Doo AiBb , si-io toa tr 942 1956, ao d O ito aCidad. Uma ia oga mtagm Ato darimaa ma a oba d fio ACaa ambas stadas m 196) 1956 192 ao d O assado o Prst Qatroogas mtrags dad q das dasogssimas o d do d 98 So d Sati d 985) t 1972 985 Sa pati d 1980 iha Oiira 2 aos, a saatiidad passo a s ota qi ogasmtrags io tas m i aos, mas dmtad da sa oba

    Rparado na mntnia ds bs de Vin-teuil ssas frasstipo q rapam, smpr igais, as omposis d, Post sr as ihas brs es gds littteusn'nt jamais a q'ne seule eve u plutt

    psent tve des miliex dives une mme

  • 7/27/2019 Manoel de Oliveira - Rev_camoes_12-13

    7/160

    ataz Ak 1) C

    ea Pu ue ea

    7

    spec sem cssiic sei(Par indvuos cm s 13 s)?i

    beaut quis apptent au mnde paidodo persoagem de ei, exempifio omBarbey dArviy, o ao de es iabliquesesse mesmo Bar bey qe disse qe a are em doisbos omo o rebro e qe a areza se asse-meha qeas mheres qe m m oho aze o oro ego (riosamee os ohos de Oiveira ambm so de ores diferees.

    aoe de Oiveia fez sempre a mesmaobra Se bem eo qe s om exesso de imagia o se podem aproximar Doro e Paavae Uopia paa reer apeas m dos imos mes esreados de Oveira o meos ero qea obra iiia voo a opar Oiveira os aos

    90, reosiido, primeio a verso mda de191 aerada qado se so o mesmo egaivopara ma veso soora de 194) e depois esohedo ova msia, qe sbsi em 1995 aparira origia. a imagem do aro, om qese iiia e ermia o ime, pode ser vsa, semderio de exegese, omo a primeira das meforas do ema a obra de Oiveira, a primeiraimagem a reevar ao ohar da mara, omosederia em aos mes ros Pode aidassearse qe o oro de Doro o primerodos mioosmos erados e mados, de qeaos exempos se eoram a obra poseriorm disso (f adiae o exero da erevisa

  • 7/27/2019 Manoel de Oliveira - Rev_camoes_12-13

    8/160

    qe Ove me de em 1989), Doo o mdomeo ms pos j medde d mgem emogf obsesso p os-eo do to ciea sempe umfansada alde5. Doo fo o pmeo dos sesfmes ftomt os.

    Assm, se ds ve qe o em de O ve o oepo ove do em mdo meso de 19 t hoje, peemegmete dstve qe h m ddepofd dde temt e dde obsesso o ogo de tod s ob ddomo (ve poos ess tehm mddotto, sve os ses mes ms eetesmto ms fo o qe pesst do qe o qe seteo

    ped de toqe evese sempe o mesmomet. O, eto, omo eseve AgstBesss, a ped de que es de me s sepes6

    Fmes fomos, emt e obsessvmete tomtos Obs dvesmete so mete dvess.

    P podemos eo ess dde eesses fsms ee ob dos os 8090 e sobs s (os qe, em Ove, se poogm po e de t os, dos os 0 osos 60) eesso ve estes pmeos mes

    dos tmos o so dee, o fom os te-pssdos qe m posedde, ms postedde qe o os ses tepssdos, omosstetv Boges, vdo evemete ottodde de Post pessed em Rs

    O sej se o tem d mh pode se otem de Doo se o tem dos moes stdos e do eteo femo ( mhe omo deodo de todo o m e de tod p pode seo tem de ABb se o tem d s-dde d epeseto pode se o tem de Ato

    MflIES 12

    omo despedd (oe de Bbe degs e opos pode se o tem de A C possvemee o os desobmos, e oompeedemos eo ee odos ees, se ob ft o os tvesse d do s hves p e ede.

    Pom, sem eo e ess vso psmt, pt de qe momeo podemos eoem Ove m odde ms eddo qe s evdetes pts exstetes eteDoo o ABb , o ete A-Bb e A C , mes p msdvegees do qe ovegees

    m qesto qe me teho posto fe

    qetemete Ove, ot pte d etevst m td e em mts ots de-es, sto gde vgem d s ob em

    Cartaz e Ado Pimv (1962). Colco

    Cn ougus / Msu o Ci

    d Pmve se o em do pedo og e d Bede o gem e (95) eide' 8

  • 7/27/2019 Manoel de Oliveira - Rev_camoes_12-13

    9/160

    tz Bil o ig- 9_oe iemte oruue / Mueu donm.

    ua ob a que eu dou oje ua ipocia

    uio gde a ia evouo a ia

    eeo Coscieeee foi quado e dei

    co . . que ia de coseva de xa a ui-dade de epo e aco da pea de ea pa que

    essa uidade se o perdesse. ciea s pode

    a: e ou vesse ou poo de visa a uidadepedase ] ciea o pode ir a do ea-o s pode i sob o earo.

    Compdo mio bm o poo d isa dOiia po mos o s poo d sa m1989) oodo iiam q sobdoa pai d Bd q Oiia o sfamoso axioma sob a ixisa do mao o da sa xsa xsia omo moadioisa paa fixa o ao Como dad

    mm so a pa maio m O assado os oq mboa s im a qasigiosa mobiidad da maa a aboda-

    gm aiam ooa do xo aad Vi Sahs aejado a pa fgidofqm idad d ga s aasmssim dos mos os da oba d Oia im p a pma imdomam oas aasas maosq dpos om gssaam

    Sm qaq pso hqa ao:

    a a aia d gads sqias smdogos om sqias mio faadas o mq o diogo dmia a iseesce. o sdiz ma paaa a iodo do fim o sjam oda a so d q ad o pmoao da pa aa obiam o a pada sqas pgo o ao os23 paos dsss o mos ias pgam os mas maos d O assado o

    s : a oia omo foma spma da pa-xo Wada ompado o ao do madomoo os safiados poos d sa das as-ss soiais o ma das os os paa os moos os dos moosios. o s di mapaaa a sqia do miio da aasadao d Riado o pimio maido dWada sposam oo sposampsado a ima po s mo

    gmo Dai dpo do fado s aoio os mios aos do moo qWada spaho po oda a asa o s d mapaaa a sqa do sido d imiosgdo maido d Wada q a aia qomiam faha q qado s aia msmoda jaa m ambos os asos pa o oha aio d m mdo adiio. o s di mapaaa da a a d m d Wada om o res-ssciado Riado qado aig o paoxsmo a

    q s a pai d Bid s oam g simboo gia dos ads odos dos aajos mas das figas maios do s sio. as po ais o s di ma paa da os o

  • 7/27/2019 Manoel de Oliveira - Rev_camoes_12-13

    10/160

    garios do mdio e do advogado, afim de resabeeeem a ideidade do gmeo vivo o sediz ma pavra a ea apia em qe o moro

    irmio t em asa, aravs do se reraopiado a qe Wada se oferee em xase eio. E praiamee o faam imiams e a frases oveioais a riada o j ardieiro, o haffer o os oros servidores, voyu priviegiados do qe as pavras eidem e maifesos exi-biioisas dos gesos erios a qe os sehoess s oas o soiaiamee se eregam

    b o primeiro fime de oporaidade viadamee faomia, em qe os oio proagoisas se movem omo esperos ma asaigamee esper o em o ais asso iveis more emirio, igrea

    o primeiro ime domiado pea earaidade da represeao, perorredo as gamasqe vo de ma earaidade assmida e domiada a pesoagem de omia iepeadapea grade ariz aea de Freias a maearaidade amadora, pois qe amadores soqase odos os oros aores, ags pariarmee desajeiados. obviamee Oiveira oesohe os irprees mehoes o piorespeos ses dos, mas pea sa imagem, pea saaa Simaeamee, o exo dio , o sambm raeara, omo m exo semqaqe orrespodia om o porgssa, aeado, a ariara a iverosimihaa dos diogos e das siaes

    d o primeiro fime de Oiveira em qe hm evidee deseqibio ere a fora dasmheres e a fraqeza dos homes. As mheresso beas e aaees, idadosamee vesidase peeadas, para os diversos momeos e siaes qe as defiem Todas domiam faimee os homes respeivos, egimos o ie

    gimos Os homes peo orrio, so odosises figras e od os fazem rises figras ivosso jogees deas, moros so faasmas deas.esmo o emproado ario qe se ga sed

    or ridiarizado e hmihado por omiaqado ea variar os ses preesos does deD Ja

    odas esas araesias, e vrias orasafis qe me dispeso de emerar para ofgir ao ema dese esdo, expiaam emgrade pare, a orovrsia om qe o fme foireebido, em 1972. ara os deaores e mias figas oheidas da a porgesa oforam o sbrio Oiveira dos fimes preedees,qe sobera domear o bem o oro ribeiriho o represeaes aesrais rasmoaas, perdiase ma fio preesiosa qe dema earo passara a pssimo iema. ara osdefesores qe a a iham viso em Oiveiramais m exempo moa do qe m expoee damodeidade O assado e o reseesbveredo os digos da represeao, assmido a earaidade omo maria espear evirado as osas qer ao araismo qer aoreaismo, era ma poposa origia a qereaioogrfia do empo, e o primeiro fimemodero do se aor.

    Aravs do ema dos gmeos o ema dodpo era, pea primei ra vez domiae a obade Oiveia. Aravs da adodo d aidosdos a more e a imagem dos moros eramassmidas omo pora do amor O moro Firmio repeido do ammo a sa ara deades ao mdo ara qe Wada rasgara eespezihara drae a agoia dee provoavahe sohos hmidos. erae o se reraoWada despiase ofereedohe ma dezqe he resara em vida Se O assado e o resee o primeio paie da eraogia dosamores frsrados omo Oiveira assmi aoempo do Amor de erdio, o porqe ee

    orpo masio agm saia a voraidadesexa da mher, qe s a imagem mea oa imagem figrada desse o rpo, ohee amorqe o se possa frsrar

  • 7/27/2019 Manoel de Oliveira - Rev_camoes_12-13

    11/160

    Na casa murada e murahada de Wada(pores que s se abrem paa oo se fecharem,jaeas que do sempre paa um tuso exe

    rio ohares ats de cada buraco de echadua)casa da frustrada vitia das muheres e da co state derota dos homes, casa do etero emi-o, ceebouse, pea pmea vez, a epese-tao ecria e sacra da dissociao ete oscopos e o sexo, rerado espao e empo mpossve udade ee o homem e a muhe.Ao som da macha upcia, o casameo do mdo me, Wada e cado o ecoam uar

    e, vistos de uma atura iexstete, cruzamse ebuscamse uma perptua ercia

    Ceca de vte aos depos, Oiveira epreseou o epsdio do Geesis do pecado oiia a "Dva Comdia 1 99 1) .

    A imaem ica a de uma bea casasehoa dos s do scuo passado. No pao

    seuite, um azuejo com a iscio Casa deAieados, idetificaos que ero de casa essa No terceiro pao, estamos o erio dacasa. Corredo um corredor, a ouca, que setoma por a do Crie e Cstigo de Dostoievsy, chama po asoioff e dz he queveha ve. Os dois utamse uma saa evidaada a ouros oo aieados e em upocompacto e siecioso vem Vem o qu Co

    tracampo e a ade discia, ao fudo do ar -dim um pomar, vemos o que ees vem Umhome m e uma muher competamee us, viados para a cmaa e paa ees. A muher coheuma ma de uma macieira o Ado e va ouos oucos que por Ado e va se tomam

    Novo pao e os deraus da casa, mas oexterio dea, vemos o direc o do aso imeda-tamete recohecve o seu esatu o pea baa

    baca acompahado po um uarda, eira

    a passaem do pao era de Ado e va a paomdio, de va de busto. va trca devaar ama com um sorriso deiciado ovo pao de

    buso mas aoa s de Ado, ohadoa. vaetra em campo e estede a ma a Ado que arepee va seurao pea uca e obriao a cuvarse e a comer. Ouvese um tovo. Ado dpequeas moddeas, mas, depos, aaca ama das mos de va e comea s oeamete ecom vsve pae. va so, vo osa.

    Comea a chove a ctaos. O uada vai acasa busca um uardachuva ecarado para o

    decor que cotiua a ohar a cea, semicuioso, semibico. Ado e va abraamse e vaecosta a cabea de Ado cotra o seio comoque a proteo da chuva ao mateameteempaos Fiamete o director madaouo uada busca os dos foaidos e cobros com um mao es que ee cheue,pom, vemos o co do adm uma cobacom o seu movimeto sepeteado, um pao

    basae fua e iso, ora obscuro, ora umi-ado peos rempaos. pea pmeia vez osabemos a que poto de vista corespode opao da cobra, ou com que pao esse pao fazccord va quem a v, um timo o har aado do paaso, dode a chuva os troves e aautoidade a expusam Ado, detcadoacomo a causa dos seus maes Ou o mdicoque, com essa vso compea o quado bbco

    a sua eeree cuura ea quem fo ou comofor, a pertubao toase mais ote e o damesma aurea que a da dscusso qu e, poucodepois, j com odos os oucos eudos em casaope o Profea ao Fisofo sobe a aturea damuher.

    O fime que assim comea o co fme deOvera a epesea o u itera e rota o me dee que mas evoca "O assado e o e

    sete .mete avaado Dode esto o dector tem mbora em "O assado e o Presee s um

    1 1 um poo de visa mas pximo, o que permite dos persoaes Wada) seja expessamete

  • 7/27/2019 Manoel de Oliveira - Rev_camoes_12-13

    12/160

    acusada de oucura todos viviam essa outracasa soaea, situaes de aieao ota. mmas de um setido, a casa em assado e o

    resete era uma casa de aieados to maisaieados quato todos se comportavam comose fossem ou estivessem aeos sua aieaoE emboa do pricpio ao fim se o aassem,formado um rupo omipresete em toda aespcie de rituais cada um dees ea iteiramete soitrio. Devoravamse us aos ourosmas o se oc avam. Como o dco os devoavaa ees sem uca os tocar e sem uca ser

    ocado por ees. E os mtipos j arros com oeseram tao sa de vida (de casa abit ada) co mosia de morte ores para os mortos).

    Expressamete, este pao de fudo retoaem A Dia Comdia mas aora sem a cau-o de quaquer ormaidade. Desde o pricpiosabemos que esamos uma casa de aieados eque todos os abaes dea so oucos assumdo iusrias idetidades que esta casa deaieados ada tem que ver com a ossa oode istituio semeae. as uma vez umabea maso rodeada po um mafco p arque,com aas de pameias e decorado com a mesmapovoada e despovoada existca com as mesmas ivas e motas oes que caraceriavam acasa de assado e o resete Os pesoa-es evouem recotados cotra azuejos be ssi-mos escadarias moumetais saas ricameteorametadas que todos esses adeeos emsetido prprio e urado) so t o siificatescomo isiificates e parecem joar om ospersoaes o mesmo joo que estes joam uscom os outros: oamos sem os oa etramees sem ees etrar represetam sem itervir e itervm quado o epesetam. stoum ouro pao do pao de aco mas coexistem esse pao o msteriosamete comoos doze aieados coexistem us com o s outro sou com aquees que represetam os papis dedirector e efermeiros da Casa. odos parecem

    ver udo sem ver ada ouvr tudo sem ouirada set udo sem seir ada. A odos cabeo poto de vista embora o aja pot o de sa

    de um e uca se possa faar de uma quaquer subjecvdade desse poto de vista Nemmesmo os frequessmos capocotra-campo que seria mais exacto camar pao-cotrapao O uar das persoaes ou daspeas de dco em uca a que am idoi e existe uma pemaete dstoro face aouar ou posio o cupados por outrem Os fasosccods so costates, quer sejam ccods de

    posio quer de fiurao (um pesoaem queum pao est vestido e peeado de detemi-ado modo e o corapao o mesmoespao e o mesmo empo se vese com outrasroupas e se peteo u difereemee) .

    Existem cotudo vrias fudametais dfe-reas face a essa visve aaoia com O as

    aa e Fasa 198) le maa

    Prugua u ima

    2

  • 7/27/2019 Manoel de Oliveira - Rev_camoes_12-13

    13/160

    1 3

    sado e o Presee . Fixome apeas em das.quao, esse me, a cmara acompaaaos pesoaes o se o coi ( ce

    amee o fme de Oera com mas moime-tos de cmara e qe mais cotrad a sua ee-raiada imaem como cutor de paos os)em A Da Comda, excepo de m icopao (c eada em moo de a Kaamo, oco istate, o ico que o em aaaqea casa) o qaqer mometo decmaa. Os paos so cotes (, seua-mete, o mas decpado dos mes de Oieia e

    ae m dos mais decpados mes de sem-pre) mas a cmara uca se moe. essa abso-a ausca de moimeto dea qe coocaoutro e os pesoaes de A Dia Comda e radcamee os sepaa dos de O assadoe o Presee Aqees, debatamse cosate-mete, em bsca de ma fua posse. ses

    o m espao ou tempo para quaque easo.sto imes, pesos dos pesoaes com qe

    se detcaram, dos pesoaes qe so. m O Passado e o Presee, o exteror ada podiaeor, embora s circarmete eousse m A Da Comdia, eum moimeto exte-rio se pode acresceta o pode mudar seja oqe o. Passado e pesete imobaramse.Furo o exse o empo e o espao que iso de espao. stamos do otro ado daiso.

    Po outro ado, se O Passado e o Pesetesea ma aco arraa (a aaa da peade Vcee aces em A Da Comdacruamse rias arratias, de dersssimasories: episdios do Atio estameto (comoo arrado) e episdios do oo estameo (aessreo de ao, a mu e adera, ec. epsdos do Crie e Caigo de Dostoes edos ro aao do mesmo escritor oProeta persoiica dtca persoaem dapea A aao do Mdo de Jos Rio oFisoo eecara o AtCiso de ietsce

    m aeado que se jua Cristo, otras qese am Mara e Mara, outro qe pesa searo Amas saes so cadas e a

    mesmo epreseadas (como o episdio de Adoe a, a morte d a surade Cie e Caigo, aressrreio de aro, o beijo do pisoeiro aoGrade qsdo dos Kaamao ouas ape-as ecadas Mas odos coexsem o mesmoespao e o mesmo tempo, como se a isria detodos fosse comum e simutea. eumara jamais o se persoaem, excepto precisa-mete o qe repesea a mer a.

    a pimeira cea de rpo que se seue cea descta, setado, co mo a tma Ceia deCristo, tree persoaes mesma mesa de umacasa de jaar (doe aeados e o director) ae Ado ocupam as cabeceas. a em aoaoralee esda e oe em sico, mai-fesamete eeada, a discusso etre o Profetae o Fsofo, em que este timo, em rudes er-mos, e aba o corpo qe, como os outros, aca-

    bou de e. Mas decaa imedaamee umamdaa de idedade o o va oa aa aa pa e rediir do pecado ori

    gial. o a va rrepedida Depois dirque aa eresa e peieciase peate mccixo. Re csa se a Ado, qe epee epetdasees. O Fsoo, com sedas tees,itercede peo desoado Ado. Vsta a (ouata eresa) o quato dea, iterrompedo-

    e as eas eta possa, abaadoa edebadoa, deadose sobe ea o co.a epeeo, mas, a ceta aura, parece cede scarcias brcas do Fisofo ubiamete,domiase, afasa o sedor, eatase e dieimperiosamee aie eo erpee qee eava a e: ai pao e aie

    daqea jaea . Atio, o Fsoo, acetado aoa idetdade da muer, aida e di ofaa o aa, qe pecado Mas, jutado osacos s paaras, a sata da aea A atradesa exca o scdo. A mer cai o co e

  • 7/27/2019 Manoel de Oliveira - Rev_camoes_12-13

    14/160

    oo se evanta correndo anta ficar at aofina ea que, num dos seus dioos com do,he dz epcitamente que no foi ea quem o

    tentou, foi a serpente, duas vezes nomeada nome e uma vez fiuada.

    Ou seja mesmo na espcie de auto que "Divna Comdia tambm , s a uher epre-senta duas imaens opostas: a da tentao e a dasantidade maens que, de certo modo, tambm so as de nia, antia prostituta, identificada com a muher adtea, e finamente capazda subme epiao e da santdade por amo de

    asonio ea tambm desperta a ubricidade doutra personaem, o Fariseu

    ste fime que comea com a serpente eacaba com uma pomba, identificada peos aienados com o sprito anto (um sprito antoque faz as suas necessidades na testa do Fisofo) u m fme que faz depender todos os conitos do pecado oriina e em que todos assu-mem a parboa dostoievsiana do Grandenquisidor, representando nea, ao mesmotempo, o prisoneiro e o carrasco e repetndocoectivamente o beijo que, na parboa, o primero deu ao seundo

    Cabe ainda muher outra muher opape de dar ou no dar uma resposta divia codia representada peos aienados.efirome a aria Joo Pires, a ceebrrima panista que assume a identidade de arta a irmde zaro as inicamente no assume identidade auma nem histica nem ficcionaOuvindoa em o da primeira vez que a ouvi-mos o Director chamahe a oa aria ooPire. Ou seja aria o o ires a fazer de ariaJoo Pires, aria oo ires como a ouca quepretende ser aria Joo Pies Como a essa personaem/intpete est confada a msica dofime (sempre msica

    imesmo quando se ouve

    em o temos que neste me a msica se per-sonaza, a msica personaem a msica msica a fazer de msica. o veso e o reverso

    mais abissa de uma obra inteiramente constru-da em versos e reversos, sendo tambm a nicavez (que eu conhea) em que um eemento die

    tico se personaizou. nquanto arta, irm deum mudo e de um morto (zaro mudo nofime a arte (a msica ocupa tanto o espao damudez e da morte como o do som e o da ressurreio ea s parece acredita (no panofna isoada de todos os outros aienados, que avem e ouvem do eteror) que h ainda umaperspectiva (seja a do cinem a seja a da msica)anterior e eterior da casa dos aienados. a s

    esteve ae da serpente (atravs da msica eas ficou depoi da pomba (imaem primeiro, smsica depois

    cima disse que em " Divna Comdiaestamos do outro ado da so. stamoo a taponto que o nico aparente coordenado deuma eventua viso o director do asio, ora personaem caaresca, oa eventuamente outroaenado assumindo o pape de Director se sui-cida sendo pois o nico per sonaem que aban-dona aquea casa. tambm o nico persona-em repesentado por do is actores: uy Furtadoe o prpro anoe de Oveia.

    abese que essa dupa representao noestava prevista Aconteceu porque p or acaso para quem acredita que os acasos acontecempor acaso uy Furtado moreu a meio das i-maens quando anda fatava roda a decisivasequncia em que o Director deva escutar aparboa do Grande nquisidor anoe de Oiveira decidiu substituo e assim, por acaso, contra o pr po eai zador que van Karamazoffana as suas acusaes chamandohe cptico,pessmista e revotado. ocha o irmo, vaimais one: evoado? . . . deepedoOiveira tenta justificase e depois diz: "ec-pe a iio quando, num ono discurso que no pertence ao teto dostoievsiano, 1

  • 7/27/2019 Manoel de Oliveira - Rev_camoes_12-13

    15/160

    e eu as 8 leieatea P u i

    5

    AXEI. nOUGUS'SK fHl P:N WI! S LOS

    Mr i o H "H (RH1 ,!t':"I\GRiO>_C( ) p SrElh ! r> 1. ' ; H'!U-,tj( J.\Ilr \H "[{FiR f S f u r)o e LJ N / n Q51: CtUTEn- OlG [DE; (

    pretende aargar o terror inqisitoria a todosos terrores totatrios posteriores sobretdoaos do nosso sco

    E tavez por ter descoberto qe no podi aser mais do qe m intrometido naqea istria de qe se jgava encenador e organizadorqe o Director se sicida. O se pape de Caigari

    cego ao fim e as sombras dstorceramsetanto qe acabaram por o absorver. qe aseqncia da morte sicdio por enforcamentofoi mada antes o seja ainda em vida de yFrtado e assim a imagem do enorcado no ade Oiveira mas a do actor qe sempre comoCaigari conecemos fica a iptese pertrbantssima de qe as prprias criatras setenam insrgido contra o se criador e qe

    nesse momento nem mesmo Oivera tenadomnado a no ser como intrometido a instncia qe convoco os qe tambm dee

    em o a paavra fina a ordem de aquet aqe se sege a imagem da mesma qe pareceannciarnos ma otra cena qe j no vemos.

    Apenas a ovimos pois qe como sbineio nico intrprete qe contina a actar em oe com o cran a negro a anista no timodos redios de acmaninoff

    Esse otro ado da viso oi das mais inces-santes procras de Oveira entre O assado e oresente e A Divina Comdia Foi reativamente fci segio qando esse otro ado teveo contorno de m texto iterro o seja qando

    a fico romanesca Amor de erdio rancsca o a fico teatra enide e oierde ati foram o contracampo da vso cinematogrfica

    A partir porm de on Cas 1986) capita o bra de vragem na esttic a e na metasica deOiveira o qe rarssimos entenderam verso ereverso deixaram de fncionar nos mesmos termos fcconas e representativos.

    on Cas comea com a pea omnmade os gio pea de constro aparente-mente pirandeiana em qe m espectadorsobe ao paco para nee expor o se caso qejga mito mais interessante do qe a pea deboevard qe nee ria representarse Contnos ator espectadores a vedeta spicam-e qe saia. Cegase s vas de acto Qe caso o caso mais importante er sempre o me

    go foi mito atacado peo gar cimeiroqe de sbectivdade ao mndo do e aoqe o s ses detractores camaram mbigismo.Tavez por essa razo na segnda representaoda pea a preto e branco e sem diogo s Oiverasobreps aco excertos do poem a de ecettor n inir ncore et dAtres Foirades onde a dimenso do e vai mito para am daeitra redtora de qe os adversrios de Rgio

    o acsaram. ua ais a ver e /e nunamais dir eu / e nua mais dir nada / o

    faar om ningum / ingm faar om ee /

  • 7/27/2019 Manoel de Oliveira - Rev_camoes_12-13

    16/160

    u etarei l dent dele / r mal por minha

    cau xtto o mpto qu ou cofusoda pa tatra quato isuamt a sma

    cofuso cotiua (ou aproxim, pos qu asdifrts rprstas da pa o souas fica a oz do e>, qu renuncou antede nce>, d um u qu , ou cua tradam d o sr suto d tada Na tciraprstao Oiira ai aida mais o Apa rpstas aoa m acrado com asozs raadas ao cotrio. At qu, o fudodo paco (

  • 7/27/2019 Manoel de Oliveira - Rev_camoes_12-13

    17/160

    7

    nados foam ambm os dos seus habianes. O eu Caso o da eda angula do edcioesihaado nas unas de Job ou o da eda de

    oque que, mais ade sobeudo em

  • 7/27/2019 Manoel de Oliveira - Rev_camoes_12-13

    18/160

    coros dos rsonagns o olhar do azadorno odia sr o nuro ou o suosamnnuo como o xo d Rgo. O conio do

    lm obrigaoramn, nha qu anscndro msrio dsss coros amas, simuana-mn oacos ansarns. Tinha qu smanifsar na conamnao qu udo odossofrm d um ouro olhar o olha do alzador)qu a odos dsvnda qu a odos dsvnraOu sa o msro na, no lm sobudo omsro das aarncias.

    Oivira nou manrs a ns aricu-

    la, muo rxmo do aro da rma r-snao d Bnd m 194 . Aos acosara Barroso Auguso d Figurdo ) qu,m 9, inham o d Bnld d Eduado,su noivo confou os ais da criada do adr.A ouros noms conhcidos do aro Gria daos, Vara Sva Jacno Ramos) conou osas da a, do ai ou do mdico. as, aa osroagonisas, fo buscar dois ovns acors no

    ofissonais qu criando um confo dogo cam ambm um cono n asalavras os coros, nr a coroalidad aoraidad. A aarnca rurban d araAmia aa a nr d Bnd bmcomo a aarncia mo nsigniican d JorgRola o nrr d Eduardo) cram ouradmnso do misro acnuando a baranr o vsv o nvisv. Sob a sa das

    aavras aa a sa do olhar ssa nadadnunciando do misio rgiano, sobrho msio olvirano. sio qu aing amxima dnsdad no ongo diogo ina nros dois ovns, ans da mor d Bnid . A xa-cbao dos coos s, cabos os)invad amn o rrno das aavras. Vrgm ou no, sana ou no Bnid manifsa mcada oo uma vsdad baca ou d mo

    naca xicv ou no la loucua ou lahrdiardad, qu h do um onca r-ico qu mais nica a ona ou mas consil

    ransforma a sua nconsuibdad Eduardo,o conrio, dsvancs, assxualizandosa um lm o xrmo quano a sxuadad

    da. Nss ornoso clma, qual , ina-mn, o amor usrado? No cramn oamor nr Bnild Eduardo, mas o amor nBnd o mnsagiro qu s xim nasvozs nas msicas) qu s la ouv, nssgido qu aravssa o film do subrrnoncal ao so n. O amo usado o amonr Bnd aqu a qum a chama o Ao,amor mossv ns mundo sob sa aa-

    rnca O qu cbado m Bnd o ms-ro da ncarnao a vida no vnr a mo nosio. Por isso, s ilm ano aco d luo comoaco d rmava. E or isso o su maio mis-io o msrio da ulh.

    Vrgns so ambm, as duas oagonisasd Aor d Pdo sa ariana amuh o qum Smo s d a muhr qus rd or Smo.

    O amor dlas siuas, orm m anosdfns m lanos drns do amo dSmo O amo d Tsa um amo damico.Todo o fm a lua or uma concrizaodss amo nfnando, o sso fama rconcios. as no os nfna s a ls O suimo grand comba cona Smo quandos scoh o dgrdo m vz dos dz anos drso qu v como rnava. Numa cb

    cara, nciao a acar a cadia qu dz anosassam dssa, qu o a da no vv anomo qu odo inamn s zs

    as Smo no qu a licdad Qu amo Paa l, s na na rdio, o amords s od az. Poqu Smo ao conr-ro d Trsa, s a hona acima do amo osso o su comba s rfaz s sgoa namadugada m qu assassna o va Ova

    comrnduo o bm qu rsna no m,m duas squncias sucssivas ss snisroduo, a ar do qua oda a sana s du 1 8

  • 7/27/2019 Manoel de Oliveira - Rev_camoes_12-13

    19/160

    Roe e Aikb 194) eo

    Ciee e se e

    9

    Amor rio assa rama a tragiaE na tragia na imnso amor tr

    gio qu ariana viv a sua aixo imossvlor Simo Porqu a sab mossvl imo ssvlor azs lass soial, imossvl orquSimo st aaxonao or Trsa ariana noluta abanonas ao stino No nal Trsavoa aa o u, o ato o Convnto m qu anraram nquanto ariana s atira ara ofno o mar aomanhano murrano oavr Simo.

    as, or ou tro lao s Simo rsa ouos falam mno s s vm uant os anos o suamor uma s v fgamnt, s toamariana Simo vivm baixo o msmo tto, ois, na msma la riso En os ri-mros oa a isnia fsia uma omunia-o s onfaa srta as atas) ntr ossgunos, toa a roximia, quas at romisuia, mas uma omunao nuna vrbalizaa s Olivra sublinha o artr troo amor ntr Simo Trsa sublinhou aina

  • 7/27/2019 Manoel de Oliveira - Rev_camoes_12-13

    20/160

    mais m ois aontamntos ahios ao txtocamiiano a caaia a aixo aianao Simo Lvano o antar a Simo aianancos ta ao bao vntr a bana com uma gali-nha assaa, qu, iuminaa or ntro, nasntranhas, uma visv mtfora o sxo fmi-nino As a mot Simo m v o b iana tsta co mo Camio scrvu, ariana biah snsualmnt a boca, no rimiro ltimobio qualqur s

    A virgina Tsa, qu no voto masimosio, invioaa orqu Simo cusoutoas as ocasis vrias foam ara a arranca famlia ou ao convnto A virgina ariana, qu voto or imosio o su amora Simo, invioaa orqu o so la imossv raizao como a sm soub smr sabr ma uma virgina branca o r isso msmo infigurv A outra u ma virgina ngra qu amit a mtfora ou atransosio As aturas ara Trsa, os abismosaa ariana

    Em rancisca tuo aina mais abissaNss outro fim camilian o buraco ngro aina mais total Porqu nunca sabmos comona histria ra nunca s soub orqu quos Augusto oi s tr atao rancisca s tr casao com la no consumou o casamnto. Tuo quanto s sab qu houv umarvlao trrvl intriga facto ral) qu ovou a susita a virgina a muhr arcusah o coo ara sm

    o lito mort rancisca a msma Fran-cisca qu issra no como qu a ama umvcio como no Amor Prio, Olivirart a squncia o ilogo) ana o bao trrv haver a um hme que me aeA m rsonh qu o mario a ama, vc pe vulgare. nto, virano orosto agonizant ara Jos Augusto, ssa muhrqu mor scaa com os s nus saino osnis h rgunta que u pea vu

    ga dize J ugut? a vez pei pr

    ua ru de e que ningum faa pe e

    nte e parig Pei pr pr enga u

    pa encurtr caminh u prque algua ca

    e artava ali. vi ent prt ci

    nh que em cm pmba vi mulhere vulga

    re Tinhm e cia a pee pente e

    evti c mih e a peeit e

    tan tnj e plu que parecam

    gne ber prpri pa receber ua cri

    a lh e prcipe. m vulgare ia

    vam deej, vulgar prete a eternide

    ao morr com os Augusto oniricamnt ntro fora o ano como ntro fora la smr stivra rancisca iz qu ammria s h foi com a ama ou sa, m tr-mos a, com o vcio com a s foam as bor-boltas bancas que ab tm al sabm c ngu tcar

    Borbotas qu, como rcoou rtinntmnt avir Carrir, significavam, na intura o quattrocnto qu o moo tinhamoio ants o rtrato sr intao borbotas

    Na roaem d Bid u a ViremM (1)oeco nematea ora / Museu do

    inma

    20

  • 7/27/2019 Manoel de Oliveira - Rev_camoes_12-13

    21/160

    qu rgssam mas agoa gas ua maisbraas a gial squa m qu JosAugusto a apla mostra iaa o orao

    osrao m lool qu maara tirar oorpo a mulhr

    oo Oliira rpiu ssa a S qusta z a ptiu o s ois potos isa Oramos os Augusto prouiao as trrispalaras para a aa qu s a imagmora mos a riaa apaoaa suao a ozo os Augus

    os Augusto maou auopsar o orpo

    Fraisa para sabr s la ra rgm ou oas os rsultaos ssa autpsia s os hou o os ohmos E omo Oliira sublihou rias zs o qu os Augusto guaroua foi o oao o o hm Ess oraoqu io " qe e ssstd dee coi-ss espantoss o destio de hoe e de is

    verdde bsol e vingiva ab se

    fbricav

    E por uas zs ouimos os Augustosmiamt xprssioista prgutar "qe fz co qe aeos alg? Viveos des-

    peddos pc dos ossos corpos qe se

    esph pela ter intei rit o vent qe

    se qern tar aos bos gee o fgdo qe p-

    tede derir o costdo diito o coo e

    i bocdos ent os becos is iserveis e

    pergna onde es o sange qe o f//24.Essa gm qu sabi a qu a ama um io

    qu o so part pobr a tiaqu ohu o io ou o so para alma rua as mulhrs ugars? ua o sabrmos huma autpsia o rlar Por issoos Augusto tambm morru orreria poro se a s pesso

    "o ser s pesso Em L Souir Sati smula a traloga ulapassagma as sombas os ois amats Roigo rouhz fum s um os mas blos

    s oram a oi ogaor Essas sombras so um s opo om ois sxos. es andrgio ss Oliira m poosa mt

    fora qea velha istria de Pao ates dcrio hoes e lhes e os e depois

    fo sepados coo ds etdes de a

    ara s qere voltar nirse. ncontr

    a ot ede d sexo apea o

    encotro d otr etde. sexo pe o

    adrgio25Claul iss qu o tma o Souir

    Sati ra o uma la hisa qu fala

    ois amas stars qu t oos os aos apslogas prgias s osgum r ft afrt. a s sp araos pl a Via Lta amais sosgum ruir.

    a pa o qu mp a uio Rorigo Prouhz o fao rouhz s asaa ao osio o asamto assumopaa a ra uma la qu osapao im a mora. A issolubi

    a o asamto pois paa o atlio Clau-l o qu mp a uio sia Rorigo Prouhz as o mp a rusa Pouhz(tripla rusa) m ruiar a Rorigo

    O grande scento o outo om a atalia os proagoistas ums m sombra sprto mas s muo sta imagmamais s uo m orpo oqu a aogiia osa us o os homs. e conaist prse qe l'e et a fee e pevent

    s'aier aille qe das e padis? 26 iz a uaa Rorigo ss absoluto momo imam qu Oiira ousou figurar o astro om rosto oz muh ariChisti arraultsimulta am m rriao a magia os primtios lis) o fto imatogrio mqu s la a atuza apat a imagm pi-a a aurza lusria a ao taa

    as Oiira o aia mas og a Ca a Quarta oraa tr Roigo o pior

    2 momtos toa a histria o ima quao apos aibutsu o z a o qu s

  • 7/27/2019 Manoel de Oliveira - Rev_camoes_12-13

    22/160

    insinua, em fieliae insirao latonio-augustniana a ea e Clauel a ossbiiae e tdo o er ai do qe a oa iagem, ou e ser a imagem a nossa nia ossibi-liae e libertao, a nossa nia saa arafora a avea Liberai al cativ obrao om que terminam ea e fime. S talveza imagem as ossa libertar e entre toas aimagem inemaogrfia a mais onra e a maisfanasmagra.

    Na oerosssma totaliae essa obraimensa, o tema a frusrao os amores terre-nos o tema as d metde ppitate, otema a alma que faz o oro e a mulher quese faz estrela omo se iz nes sa flgurante enaom o Ano a Guara) o tema o mistro oeerno femnino, volves e istro a Comu-niao os Santos ona Prouhze onje nenocei p odrigo) ee ao amao umaalavra, uma s alava, e fiar om ele el mot etil i diicile dire?. as omoSimo, omo os Auguso embora nm outrolano Rorigo no a iz livce ax ecaptive! E as luzes o inema agamse umaa uma enquanto a mara traa, ombinanoravelings om anormas omo o fizera noinio o fime, o Sinal a Cruz.

    Posso agora retomar o o meaa one aeixara nos labirinos e A ivina Comia ,uno figurao o Peao Origna ou nos fiosomunianes e on Cas uno magem oEteo Feminino. Se a entalogia aresen-tano teraoga e Soulier e Satin fora umroigoso reseno on Cas a ruuraabruta omo rtura abruta A vinaComia seguinose ao freso imenso e Nonou a V Gra e ana> esse filme e que Oi-vera sse ar sua obra um sento que no

    qualquer ees or isso mesmo as obras quemas esanalizaram os que se xaram numamagem e Overa fosse ea a o Ao a Pr-mavera fosse ela a a tetraogia fosse ela a e o ) Oliveira quebrou um tea e amlioua sua viso, omo, mais tare, o voou fazer om A Carta outro ume o corp lveiran.

    O ia o esesero obra segunte vna Comia e ltimo at hoe o s filmesamlianos e Oliveira ara mm omo queum reverso o Anor e Perio . No terrvelasameno e Camilo e Ana Plio no vemoso fnal feliz e uma turbulenta e arrebataa histria e amor mas uma nsttuionalizao queaavora os ois e, metaforamente eerminaa eguera e o suiio e Camlo. o esnoineluavemente em ao omo os ois granes tvelling sobre a roa o arro que leva omo a asa e Camlo ara lhe ar a notafatal, figuam. as h tambm e a ltimafrase o filme sobre o azigo e Camilo a frasemais enigmia o esrior bem certo qepa lm d cmpa h o qe qer qe ej qe

    ainda no prede co mor. Qual o sentio essa frase? Sea ele qual for Olive ira aban-ona a o fantasma e Camio E retomou a suaolaborao om Agustina interomia ese1982 e o filme inito isita ou emrias eConfisses .

    E regressa sob mais forma mais exlta oeterno femnino que subterraneamente ligaraos ino filmes que Oliveira assnou entre 1 986 e992. as se, na obra anterior a muher muarae magem e e oro a aa ilme aria eSaisse, anuela e Freitas e Brbara Viera em O Passao e o Presene ; aria Amia aaem Benile ; Cristina auser e Elsa Wallenam em Amor e Perio ; Teresa enezesem ransa; Paria Barzy Anne Consgnye sabelle Weingarten em Le Soulier e Satin ;

    teria sem ele. Por isso om esses lmes e om O Bulle Ogier em on Cas ; aria Jo o Pires ePassao e o Presente, niie ese argo Em ara e eeiros em A ivna Coma; 22

  • 7/27/2019 Manoel de Oliveira - Rev_camoes_12-13

    23/160

    Na rodaem de Amor de erdio 178)oeo ineaeca otuuea / Meu donema

    23

    Teresa auga em "O ia o esesero) amesma imagem e o mesmo coo vo ser aulhe ou uma as formas a uher) em "ValeAbao "O Coveo e "ary Refirome aLeoor Siveia que Olivea escobru aos 8aos em "O Cabais ara oagoiar amais irrisra oe e cias a sua obra eque eois e uma fgaz aario em "No

    foa a va / Saa e "A ivia Coma. eLeoor Silveira e com eoor Siveira fe aBovariha o "Vale Abao a Pieae e Coveo ou a Leoo e "Pary Toos fil-mes agusiiaos ou sea oos ilmes em que oseu imagiro se combiou com o e Agusia.

    Se Fann wen, ublicao em 99 umromace co m curio sa gese ciemaogrfica,o cruameo ere Olivera e Agusia em Valeb aia mais siomco O livro, ei-ao em 99, asceu e uma sugeso e Oliveira romacsa, eolhe que ela escre

    vesse uma viso coemorea, e siuaa oore e Porugal, a aame Bovary e Flau-ber

    irse ia que ao escever o livro, a "esc ocerae Agusia quis ificular a arefa eOliveira ois que o romace em muio oucoe ciemaogrfico areao o s ilogos ou oiscurso ireco) Como alis rarearam semre

    a obra e Agusia escriora geil (em mihaoiio o maior escrior orugus vivo ificilmee classificvel em qualquer ecia oucorree criaoa e uversos eleicos ecrcos oe as eses ascem as corai-es e ehum sicologismo resie cosru-o os ersoages. e aame Bovary o queficou em Vale b O "bovarysmo comomio e coramio fequeemee Agusia o

    rasforma em irso) e uma mulher coxa que,o muo roviciao e fechao em que vive, eor causa a aaree issiao a sua via, os

  • 7/27/2019 Manoel de Oliveira - Rev_camoes_12-13

    24/160

    conerneos alcunha e bovarnha C ha-a ass a essa anqueante craura quenas boas e n a oe se vestu e azu e no a

    o casaento exou car a alana ao cho.as se se chaa Ea coo a heona e laubert se o a o ea c oo o ao a B ovary co e se chaa Caros se fo nu balecoo Bovary que a note a ocou as seehanas fcase o r a Ela rra r que no nenhua Bovary ara zer eos que uhoe coarano se a laubert e ao Douroo o o nore e otugal uno ao qua vve o

    ro e Olvea e e AgustnaOlvea aaou esta sngularssa obra e

    oo uto verso o que hava feto coFann wen a que chaou rancsca ara no fala o

  • 7/27/2019 Manoel de Oliveira - Rev_camoes_12-13

    25/160

    a tae e Ar ri 198)

    C inee rta / dCnea

    2

    se qe, qano ea ciana e egnava onome e ma o, lhe esonam rs oaleque Ela qestionava a esosa. Pr-qu rsa? Prque ssi que se cha, esoniamlhe macienes Peante as costasnas e Nacso, ocoe egna Prquhe? Prq ulher? E a cmaa vemeno a he at Ema. S a ea, com to aea, aa m esanoso monogo qe em

    Agsna no monogo) em qe iscoesobe o timo snscio a alava osa, qe qe-e ize ala e blu E como ama embaloo a ltima efnio e si ia. bar e eixa de ser Qano a imagem seissolve, Ema e eixo e se.

    Na seqnca seginte, h m novo movi-meno e baoo caea e baoo). as obaloa no ente a eita e aavosa

    igesso e m os ses amantes e os qe oovem ente Ema e o gato qe tem ao cooQato olhos o s ela e os o gato azlssimos eemasiaos o emasaos qe o maio, eaimeia vez se evolta e aemessa o bicho elaanela foa, como eante ma ovocao qeno oe ecebe, mas ecebe qe obscena.

    Poco eois, Ema esazse a osa e obaoo a o ma e ate aa a qinta

    a qe chamavam Vesvo, ce esi e vc, a qe esie o eato e maBovay e otoa. itaa e sege eois elo

    laana a one one sabia qe as basestavam oes. E m tvelling naecivvel,como qe sgand a baloante mlhe, acom

    anhaa aa a mote e aa o fno o ioAgstina iz qe Ema estav uit be

    c estava n fun d Vesvi Oliveia noiz isso Poqe nesta histia sagaa, em qe osexo assagem e no fim, a sagao e Oliveia no ag nem mca e pfndis ca-avit d te E a cmaa, escavano o o qe a ve sem m nco temo, sem ma nicaconaio, no es acima esse clamo Jna-

    se a ele e pfdisNnca Ema Bovay foi to ntensamente

    amaa. Em senti o etimo gico, este o filme acomaixo. a sublie cpaix, comoceio qe, ages, se iz no livo e no fme.

    Sblime comaxo acenaa na vesoinegal evelaa em 1998 Nea exste maexaoinia seqnca, nma caela baoca,em qe Ema, oco eois e casaa, ove ma

    insla homlia sobe a cane e o esito, aanasase e o avento Azeos extaoiniosfiguam santos e emnios, slcios e xtasesAt qe a cmaa vai at ela, no esco a emae na oniae e camo. mnaa o mcastanho sensalssimo, esses castanhos qefoam segeos os intoes venezianos, Emaos olhos e Ema, cescem no nego e no negose oeecem a m estino, qe, a at esse

    momento, ea nnca mais omina e a qe ecoo e alma, nteiamene se oa.

    Na caea, Ema comeo a entegase aoeseo Na seqncia com o gato, comeo aentegase mote ma e ota so as ontasclminantes o se baoa, o se se emlheo, angina como as lantas e en-a como a mlhe.

    E o tema a anoginia fica em ssenso

    aa voa em O Convento e Paty , obasscessivas, as o inslito anesis qe ACaixa , e qe neste texto me no ocae

  • 7/27/2019 Manoel de Oliveira - Rev_camoes_12-13

    26/160

    S as ontas orrnts Olivira Agus-tina j ra assaz stranas, Fanisa Val Abrao, ais stranas s tonaa

    O Convnto.Olivira voltou a ir a Agustina ua s

    tria ara u l ou u roan ara uil. Agustina oou a srvr Ped deToqe situao no Convnto a Abia, ao su Lisboa, ua as aisagns ais isiosas gas ortugal Sabno qu Oliviransava Carin nuv Gar aiu aa os as rniais guious las

    iagns ls ara os rotagonistas. as o ivroorou Olivira quria oar a ilaru, ois, a Agustina qu l rsuiss a isria io ossvl ara qualqur istra Agustina) , o bas no rsuo qu a stora l z sabr o iabo qual), abrou, lrrio, o guio, qu ouo qu vr o oivo Agustina. Quano st iou ronto, Oli-va n squr o lu ilou a sua vrso o

    qu rtiva.Nsta anstia stria, anas s ru o

    bo tulo niial. Olivira, sabno quanto ol s aastara o oan no qurno srausao abuso, rsolvu anal Convnto . Agustna, ulgano qu o s a ava ra Toqu no qurno ais assoiars a ss tuo, uouo aa Ter do isco.

    O Convnto s o izr qu a

  • 7/27/2019 Manoel de Oliveira - Rev_camoes_12-13

    27/160

    e e lei u R CCite tues / seu d ine

    27

    iabos ua vz mas, pqunssias parts apar imnsa qu a uhr

    O tma ou o mistrio, mas s ansa mPary, fim m qu a coaborao ntr Agustina Oivra tv ugar nvrso Nst caso oiOivra qum xps a ia a Agusna,pinoh os i ogos para o m Ou sa, s

    quas too o txto Agustna ivro agum Agustina s chaou Pary ou, coo inciant inham pnsao, A art a Part ria no GarnParty

    as Party no apnas uma rcaptu ao O Convnto tabm uma rvisitaoa quas toos os fims qu nst txto mori

    isra o s casais (onor Sivira/Rog

    rio Saora ich Pcco iIrn apas qu pranntnt s cruza scruzam Parysituao nua iha So igu nos Aors ocorr

    m ois ugars o ari o gardepar ointrior a casa Lonor Rogrio cinco anospois

    Rpars na composio coposioos pars os casais) ao ongo oa asguna pare ary (a qu s siua no nt-rior a casa) A dcopage, a composio os

    panos o ogo ntr prsonagns obctos(prsonagns dcor) rcora porosantO Passao o rsnt, a ponto m parcrgo sustntars qu O assao o Pr-snt A Divina Coia Party formau conuno cornt stacv na obra Oivra o qu corr sob o signo a sintgrao ou a sprsonazao A concuso ofm no muito vrsa a concso O

    assao o rsnt Entr o nrior o x-ror, o casa ivs Lonor rntra casaao sabr a notcia a ra o mario) mas

  • 7/27/2019 Manoel de Oliveira - Rev_camoes_12-13

    28/160

    dixa do lado d oa a mala q a chgo aazr ara partir Rogrio acomanhaa masolta dos ao xtror ara bscar a mala q

    s abr dond cai a roa ntima da mlhrq rcra com algma dicldad isl atraalhao. Entr a casa o ardim os r-sonagns no tm gar crto como o notinham na gra do casamno no na d assado o sn. S as aixs dagraramno xrio os ardins do garenpar o asso biramar d Lono chl) crisalizam no intrio a sa rsolo nal ocorr

    n o intro o xtior o atom dosisitans a sola da ora dos isitados. Eonor sgr a Rogro como hits d rsolo ara a alnca do marido noo garen-par, o q raz com o m "O assado o rsnt razia a strta circlar da oba otno rorno.

    nss agoa m Bnld . toextorinrio e noite extorinria o-

    tav de volr qele garenpar, diz Lonora ich oco ants d s ntrgar cha qm anda cha molhas E os dois alamdo momnto m q tdo mdo ara snss gardenpar q os z dsarmsdrant cinco anos odmos conctra qmomno oi ss. O assio biramar qano rbo ch lo onor a scon-ds m moa obscssima? Camn.

    as o momnto mais dcisio o mais radicalmnt rrbador oi o da sbita tmstadd nto q tdo todos dcoms dscoms. mossl no r ssa sqncia sm n sar notra misriosa ntania a q naBnild abr as anlas da caschada orgal dscom a tia dla a q mlho rsma ordm q arisionaa Bnild.

    as com "ancisca ss lm m

    braco ngro q "ay tm mais coas. o h por a home qe me ae,oda tambm s o brado d onor aql q

    e gvo a cem met e pfndie Ea istza q inad ichl nto ao mar atristza q inad Jos Agsto m "rancsca .

    como a nvem qe ve o ar e meeconde como m tvo qe ve do ar e me

    qeb em bocdo ca aor e ao

    ao memo tempo. Lonor assstas ao oisto. S m "Fancsca o ssto o mdo qcondz tragda aqi condz o iga comdia na agoia mais bliana da obad Ola dos d O assado o rsn .

    as s m lmbro dsss ilms od ia lm

    brarm com a msma azo d Val Abrao do odr das mhs do sxo das mlhrsm eejo qe n e abe a qem dirigido

    a io embriaga de alegri E a dirna ntr aazs aarigas nt homns mlhs nsta bblia e rico7 q aryambm consst m q os mos arndm o amo as sgndas os noms do amoQm

  • 7/27/2019 Manoel de Oliveira - Rev_camoes_12-13

    29/160

    29

    l vou) O sopro msico banio e, com essasupresso cerrase o campo para os personagens que no vivem nem nesse outro espao

    nem nesse outro tempo que no tem reexoor outro lao ou pelo mesmo lao) naae sensorial os liga entre ees Nunca se ocamnunca se abraam nunca se beiam Tambmnunca comem O antar a quatro o antar emtorno e uma mesa vazia em que naa h paracomer ou beber, nem pratos, nem alheres Namesa, s os anos barrocos, exiaos, solaamente sorrino ou o enorme peixe artificia a

    barracua, omnvora e antropfagaSe os iogos roam o inecente ou o obs-

    ceno vrias vees os protagonistas se acusamuns aos outros e o serem) o erotismo nuncaultrapassa a verbalizao ou a stante sugestoe um elemento o dcor o leo e pera oilhu rochoso o passeo e Leonor e ichelantropomrfico ou anromrfico como oissexos giganescos e petrificaos) o peixe a est-

    tua o iscpulo e iguel gelo, etc etc stamos nos nomes o amor ou nas me toras ele,amais na sua figurao O sexo atravessa asalmas mas no lhes move os corpos

    Apenas por trs vees, esa generaizaotem excepo, mas sempre sob figuras e ocultao Quano Leonor se escone atrs asrochas, no passeio com ichel como se a exposio o seu corpo, nesse momento, fosse exces

    siva ou inecene) Quano Leonor epois achuva mua e vesio e a sua silhuea sem-nua se aivinha atrs a anela, espreitaa poriche como que num voyeursmo sem razoQuano rene canta a cano grega uno aofogo essa e que ouvimos algumas notas nogenrico, em o . Nessa alura, pea seguna verene iz expliciamente a ogro que eonor eichel eso um com o outro encostdos o

    otro agardos coo aps embora nocompreenamos as paavras, a cano quecanta e ana como que uma igurao o que

    ogrio se recusa a ver O te ma o cisne animalque a si prprio se evora) omina essa sequncia aone pela primera vez, eso presentes

    garraas e copos E rene comparaa Callas ecomparase a Electra a grega no sentido asfeinino cea de caridde e dedico o nico

    teso qe os deses de ler. E epoisiz esa coisa espantosa que poa s er epgrafeeste espantoso filme s a dedcao afora de desespe e s no desespe soos feli

    zes.

    seguese o trovo antes a sequnca a

    chuva), c omo em A vna Comia que,nesse plano e esttuas e e petrificao, secruza tambm com o imaginro e ary

    oemos lembrarnos, ento que no i-ogo beiramar e Leonor e chel, se falaraas mulheres como ntmas a more, intimiae que regressa nesse bailao intimiae eque a noa suspensa avso ou pressgio nosficou no inco

    Aparentemente ao contrrio e O Convento nenhuma presena sobrenatural,nenhum flro mgico veio acorar ou aorme-cer para o amor, quer n a are o gardenpar,quer na noe e cinco anos epois as s aparentemene orque Olvera vai aina maslonge a orem natural a ilha, os vulces, astempestaes a chuva) a orem social que em"arty orenam a sobre naturalae ou a

    sobrerealiae O cano as sereias vem os vlces qe sspi coo leres ou asleres do ndo dos vlces. Se h hstera,como tanto se iz a histeria tem a sua orgemnessas esorenaas orens as a histeria tambm uma luso ou a iuso tambm a his-teria No espao e um corpo no h espao paraningum mais artes e parte nascemos, parese parte morremos

    Nestas histrias e reaes humanas ehome ns e mulheres que so, por vias iferentes,as histras e Oliveira e Agustna, enho para

  • 7/27/2019 Manoel de Oliveira - Rev_camoes_12-13

    30/160

    mim qu uca s chgou a oo mas acaNa origm o sso po casa de dez an-daentos do tepo dos pfetas anacos No

    rmo a bza convusiva as imags smaaas. E smr a rma busca sua uma harmoia qu s Oivira m osgro masao sabo qu ss sgo cifrv

    S ao ssro aa ragia ao

    ama aa ragicomia ana coma oumsmo aa arsa o os os gnros comoiusrao s arigo o faam xmos naoba Oivira m origm m dez anda-entos do tepo dos pfetas anacos fras Agusia obvam) qua ou qua o a orgm o ssro os roas maacos?aa o coiua a ogar Ovira aasou smomaam o ma a ar as ar

    s asous nos quao anos sguisr 996 2000 Agusa xco aaaao o anigo co A um Riorciro imo sio Iquiu m 998

    E aou a ao rincio o muo no mcom ss uo 99 qu sm va o sum mas auobiogco N s gurou uasvzs ou s s obou o uas gura s. A o

    rsoagm o Raizao mo a aco asroia nico a asro-ai um m Oivira qu s chamaao com o uo cuas mmrias soas mmias Oiva o a o irmo Casimiro, as amas o rmo a xricia comoinro sua no Cogio La Guara asfas a ifcia o Ga Ho o so, c.c) qu usa mam a caba o

    chau qu Oivra cosuma usar ua asroags A o sonagm o chaer, rsa iscrssima o scra qu agus

    m n raram, aarnm oa aqufim sm voz aciva os iogos s faa umavz) mas com chau igua ao o raizao Nofaz aa? ss ouco qu conuzi uma viagm, misso Caron. E ss muio qu cabh quas smr o ono visa cru-ca quso o cma Ova Ns fma vso quas smr a viso o ovso o

    auomv so s ossv ao couo Tuoo qu fcou ara s s vso o um ss um o conuo

    as o ma s arigo, obrigam a aban-onar ssa sa vagm, m qu s riara subihar o a a muhr Nova-m cofiao a Loo Svira o rsonagmfmo chamas u como a u bbicaqu coou a caba a Hoofns ( a coci

    cia xssam subinhaa o m)Vss mauo como Sivia ia ao fazr iabo, s vsiu m Simon sio

    noel e iveir om o ven oleoCnmt ortuue eu do Cinm

    30

  • 7/27/2019 Manoel de Oliveira - Rev_camoes_12-13

    31/160

    3 1

    Buue. E ncessaneene povoca e sexualene povoca o eaado Manoel no ssublinhando a uvenude dea face vehice

    dele coo quesionando o sobe as suaseias sexuais enio e denio casa-do u se de bva pevesidade coo poduas vezes Masoann a acusa: T quetion etnon eueente inrte i ee et pervere

    et t quetion qui et peine e ignit. Oeeno fenno n ese ie voa sua facealihiana que fa a de Mon Cas a de ACaxa ou uo as eoa e epcaene

    a de ikBb.Co

  • 7/27/2019 Manoel de Oliveira - Rev_camoes_12-13

    32/160

    frqns inruos q como scdram O Convno, s subsm s vozs odAmor d Prdio d Val Abrao

    A aco ransosa do sclo ara osculo X. S d Clvs conina a sr marincsa, ilha dos qs d Chars, a suaaixo no or nnhm nobr nnhum . Nmors mas or m canor pop Pdro Abrunhosa inrrado o canor do msmonom vda oarssima m Porgal cuaassocao a Olvira fo a norm srrsa dsfim. E ao conrrio do romanc d Cl-

    vs no scoh a rcluso no rmo da narraiva, mas dcid ddcars aos dsrdados dorciro ndo, nconrando a az ossvl noconsoo imnsa msria sofrimno hma-nos, qu dsconh cia, algrs no mundo. ssanova vida d cona n a cara (a cara do lo doflm) q s crv a uma frira sa maor amigarsonagm nramn ahia ao vro niramn criada or Ovra. rra ssa qu ro

    fssa nma comn idad ond s manm vo osrio d PorRoyal o ansnismo d mrrao da Abadssa d Por Royal domina a sacla)

    Quando o film s srou m Canns o cr-co hisoriador finlands Pr von Baghscrv e todo o file qe vi e ae eh 1 ao qe vo a ae [ . . ] o ovo liveifoi o ai/ ai aida icaete grade

    coovete pfdo talvez l tpadotdo o qe at oe e fez o doio de ler a

    litet cieatogcaete2.Olivira gosou mio da lima frmula

    achando qu la faia a oa ds alteativve otr e ovi E num xo do msmoano, rcaiulando a sua conco sobr asrlas nr a liraura o cinma falou dpavra via>, o q m arc a mlhor

    xrsso ara abarcar a dnsidad do qu fzm A Cara a mu vr o a m lr um dosmaiors films do cinasa

    sa viso ma gn sbarro conra msoso anacronsmo do auor manr os valors da Prncsa d Clvs, no film inrrada

    or Chara asroianni, no final do scuo rirandoos do conxo da moral domnanna nossa oca. Qu ma ovm d ho srcs a qalqur conaco sco com o hommqu ama or fidlidad s romssas d umcasamno sm amor sa honra d mlhrs o qu arc o arfcio rrgrado oviso s ossvl a um homm d 0 anos. Agravada lo faco da rcsa s manr dois da

    viuv (como s um sgundo casamno fossainda raio ao rimiro marido) da aixor or obco o or suio) um canor popcramn o limo a odr acar smhans concs da casdad da virud.

    Esqcrams sss comnadors d qusob ss scfico asco no h rao aomndo d Laay. A socidad mqu a Prn csa d Clvs vivu (a cor d Ls

    V) no ra mnos rmissva do q a acualno qu ao sxo diz rsio. ma das maorssingularidads do romanc rsid, xacamn,no faco d d Cvs vivr a sa aixo or. mors rodada or amigos famiiars qu, nas sas consans runs s falamdo lmo aman d ou d onsiur YToda a gn ngana od a a gn odoshomns mhrs m mios amans a

    coma r no ri a acabar no nobr mas rcn . d Clvs a xco. Nss sndo oxco como no mundo d ho, o coninuaa sr no film d Olivira.

    mrovvl qu s aaxonass or um canor como Pdro Abrunhosa? as ss canorq racamn nunca fala, s vs smr dro nnca rra os cos scros ood sr uma viso da mor. Nos concros

    d com concros dl coma acaba ofim o q rdomina ma amosfra dorgia ngra, ar a no dir uma vso nfrnal 32

  • 7/27/2019 Manoel de Oliveira - Rev_camoes_12-13

    33/160

    oco Cic Poga / oma

    33

    de que ele simulaneamene saedoe e exo-isa po essa imagem de moe moemuda ou moe uvada) que Mme de Clves seapaxona sabendo que se on seni ea ppiase levada ao pono exemo da oua exemidade em que se oloou .

    as a sua fidelidade ambm moal e lhe

    diada num leo de moe pela me mobundaMm de Chaes anoise abian) que epeenessa ena apial, palava po pava a sim o disuso que no omane a me faz filha.

    Agonizane Mm de Chaes que adivi-nhou a paixo da fiha e pessene o pego)mandaa hama. No uma filha quem vemonfoa a me nos limos insanes, mas umame que onvoa a filha paa lhe da a lima

    lio o a filha quem oma a mo da me,mas a me qu em va busa a mo da fiha quesegua ene as dela duane odo o empo que

    fala A filha nada diz nada esponde e udo ouveem silnio. No fnal, quando a me lhe diz que no em foa paa oninua aida esaquem se deslga do onao sio e quemmanda a ilha sa

    a mo moa quem dia a sua lei de moe mo e ao opo d mulhe que vo oninua

    a vve. em obedinia a essa le de moeefoada pelo limo dilogo om o madomoibundo) que Mm de Clves se pobe paaodo o sempe qualque onao om o aoQuando ese esolhe paa vive a asa em feneda dela pemiindo nossa vso um dosmomenos mais belos da oba de veia)uma sinalizao avisa poibido esaiona>. EMmc de Clves foge pela ima vez, dessa omo

    que somba dela, que do ouo lado dela udoouve e udo sabe mesmo o que ea suposonuna ouvi e nuna sabe

  • 7/27/2019 Manoel de Oliveira - Rev_camoes_12-13

    34/160

    m A Cata

  • 7/27/2019 Manoel de Oliveira - Rev_camoes_12-13

    35/160

    Bru rn i Cn 7 e ie rn u (7)C Cin Prug u Ce.

    3

    as nouta passagem quano Balta opobe iabo) obseva ao pofesso que aqueeluga est embuxao e que s hs da

    de lg; qe n fza desde a e teao pofesso esponelhe s peds de tqe eteza Thstne qe qe dze as d

    qe paee. Pde te sentd bsen Ths

    tne E o iabo obseva spees qe n bsen a ped de tqe da tent eee

    snha n s ens fablss sb pn de vsta

    d pesa qe a desa d.Como isse ats paee que Oliveia

    nuna leu o livo que e Ped de Tqe passoua Tes d s. as om o so tantas e to mis-teiosas as oesponnas ente ee e Agus

    tina deee snh que se no o leu o ai-vinhou e quis fugi a to expessa imagem apea e toque a tentao. ela se abeiou

    vezes sem onta na sua oba e mas o quenuna nesse mesmo onvento nos sonhosquase obsenos e Hlne e e Pieae. as bem veae epetinome na itao iniial eAgustina que a ped de tqe est de ensse pens. Na mo mota e e Chates nosapato e etim e ona Pouhze no oaoembasamao e anisa na eia que aianaofeee a Simo na boquilha e ouo e Suzy ou

    na tnia e lneE tambm veae que a imagem a hamaa oupa e baio se no oi ltima a imageme O Convento foi a ltima e aty

    uano igeiamente Agustina (ela queme peoe. se n agent pessal denda. P ss qe ssst

    E po isso que toquei na pea e toque aotoa na oba e Oliveia pelo lao o eteno

    emininoPo muitos outos lhe poia toa? speo

    que no estem vias a quem le este atigo ea quem lhe onhee a imensa oba.

    A lg Ov n xiv ga (pa ng) nt ft p fn qut ip

    n a E prt, Ovi i pr nt, pi t uit p qu,

    p q- u z q pntn

    u pu ptni (

  • 7/27/2019 Manoel de Oliveira - Rev_camoes_12-13

    36/160

    CnvcIAad. Em 192 u o m do itou Mm OrL'w m iu boa Cura!>, P Je Vgo etdos em 98) m oeu am d L

  • 7/27/2019 Manoel de Oliveira - Rev_camoes_12-13

    37/160

    Quno sim elo, com b capis, Paado e rent Hon n i Cta , eou a uetar e j o mlhre fme d -ir ou, eqer, o meu Oe prefrid b n

    tou a dzer otrio. Eou a unar ua btv impotci coo br de \gem. Vit ou Memria e Cone peae id por

    onad pra de Olieira qe cnidrad o cTteautobo do le, autoz ap rteNgat e cpia d e eto pi elad cfre dCnematec Portuguea.

    Dpi da u tei em .0 CaibiS,or otrou " O Di a d Deer e A x> gd, pi z les d e Oieira, gdo- Mie Cintrom pren ai cn1te da s br

    Fanny Owen foi t por Agutina pr get de utoine a, que n Olivea N prei d v Agui dizMa te v em um co a pra prque at-mee 1/ omane ndzid at mm atv de uma deque n me u a mm F de me pd dlg pa um lme uj u e nny we. Pa dlg t qu nheer run ue pram; e ha que mpa Asm neu le rev. Ma gdad av bocd .. Qnd OIirlu ivr, reolveu adaptlo.

    t d m nio sbr gtia, da aa do eat Eduard rn, publicad a ta O Tp e Md, Db de

    _le Abr tceir adapto de um rmae n a bra

    d Oiir, depo de Aor d Prd e r'--ia O Coet e A ( de tr cts daptd e qiud)

    N r trda m Ces, em ,

  • 7/27/2019 Manoel de Oliveira - Rev_camoes_12-13

    38/160

    z > I J I r

    Convrsa comvisa para . . .

    aulo BrancoM a i a J o o S e i x a s

    P B M GD DSmanchao. Os braos muo comros acabam nns usos esreos o ges qe qase

    arecem no suser as mos longas e eosmuo fnos Os olhos so e aeche como se o cabeo reonos e veros qasenans Como a o as mas esafecaas qeenho ouo

    anos qe nos conhecemos e nuncanhamos conversao anos q e o sgo enreo nrgaa e o surreena elos meanroscaa e mas enoelaos os flmes que con

    namene o sbu e exbe anosque oo hsras qe ouo enreos sobre asa a sobre o moo como rou os lmesqe ro ou como o seu aqe e saas sea alagano o como negoce a nernaconalmene as cones e arcao fnanceranos seus oecos o como assegura a esena os seus flmes nos melhoes fesasnernaconas e ara a crca ara esses uos

    Vo em muos fesas com o mesmo ar esmanchao com que me esero aa o anaesa Conersa ao ao e as aramenaaselos granes a moa e acomanhaas osmongs esumbranes Semre gose e mcero ar acganao e nmaa com qe araessa ano as naes as caeras o cnemacomo os becos as elas o one a sma aeambm se fa e esfa Desoao e aarene

    mene sem ressa Chega e are sem granessobessalos S qe qase semre exa umasro a ena esecacuar e um lme eanoel e Olera a esena em mllosfesas o lmo oo Csar onero a ceebrao e conraos e rouo com s ealaoes franceses um luano ma alanam suo . a comra os reos e srbuo e mas m Abbas Kaosam e e oros

    anos rananos a garana qe CaherneDeneve J ohn aloch rene Paas e chelPccol esaro em Pouga nma roagem

    e a

  • 7/27/2019 Manoel de Oliveira - Rev_camoes_12-13

    39/160

    u nc.

    gri ci rg Fies

    3

    xma do sr Plo mo, um rnso nfrnalnr os srros d produo m ars Paullan m Londrs Paul Wh? m Aloh s om a hanla d anul GraaDas gas Jos Vra para o oo d a adragoa

    Flms. A ompor o rrao, dos flhos adulos qu om frquna o aompanham nsasdrvas prmanns mas dos anda pqu-nnos, fruo d um asamno lbrado omalguma runsna na Cadral d SvhaSusnham porm o vosso flgo qu o rnsoanda no aabou flhos flms fam d adoquando h rads hpos, d al modo qu sm 20 no ranng munda da modaldad

    So provas d dsrza rssna pos hgaa sr prso umpr 160 m a avalo, o msmoavalo num s da ona horas a fo, aos fns

    a

    d smana plo mo d oros sobrros. no qu dslga o lmvl no va a pnadxar mnsagns

    Dz qu no as sab lr as garan sarsmpr dsponvl para qualqur dos sus

    ralzadors No unvrso ada v mas auoso dos produors mundas d nmaPaulo rano arroado ravo Fa dosonho d ada razador, qu lgu omo su , o su prpro sonho dvrs om orso da avnura, smpr mprvsvl d au-dar a dar luz sss as sonhos, fos d ma-gns sons qu ouros sonharam por l Paral? ss o rso qu o fa orrr A apo sa da

    sua vda Va a ogo om galharda Raramnpassa E, m mar d bu dsmanhasanda mas fraglzando om grand asa

    I ' I J I a

  • 7/27/2019 Manoel de Oliveira - Rev_camoes_12-13

    40/160

    I I J I a

    a vntual pria dos sus advsrios Car-s dados avaos d oida audaam afabiar o imaginrio do s inma sla

    amno a l po um pato d ddiao quasxlusiva. Vinna a fabulosa oan Craford! d ohnny Guia no o dixaria partr dosu asno aulo Bano ngoiara smdvda alguma, a hgada do aminho dfrro mas no onsntiria qu a mtia asa dogo foss por isso abaixo

    Pauo, amos comear pelo seu etao

    Dame uem . difil rspondr Pnso qu sou omo

    toda a gnt o fruto d muitos aasos as soos outos qu pod m dizr qum sou, qu mpodm lassfiar Como m vo? O qu mdfin mlhor talvz sta ararsta d trum sprito d grand uriosidad qu m fazstar prmanntmnt spra d dsobriqualqur oisa qu ainda no onho Sm

    pr.

    Recohece o so ode eu a sua fca eo modo como fo educado como fo ces

    cedo, aum pap e parcuarmee eeaepaa o que hoe ?

    Essas siuas qu rfu foam d r-tza importants para no sr por aaso ustar ond ho stou stou nst pas prto

    do trrito da minha infnia Nasi m Lisboa vivi a minha mnini numa vla o on -tio Naquls mpos o ontio sava muitomais prto do Alnto do qu d Lisboa vss xtraordinrio privilgio d rsr mspao abrto om os horizonts rasgados doampo sobtudo o ampo d uma hdadomo a d Rio rio oi l qu fiz a pimriamas o liu vim fazlo a Lisboa num olgio

    d sutas o S oo d Brio oi um hoqubua aos 0 anos Sonhava om os fins dsmana durant muto mpo, onvnm

    qu nuna onsguiia vivr numa granddad.

    A opo por um coo esua decoeu deuma educao elosa fore?

    O mu pai a rpubliano laio A minham ra atlia onsguu matriulamnaqul olgio. al a saba qu andar numolgio rligioso a mlhor sola para a formao d um atu! Por l stiv at ao fim doliu ambm foi l qu ganhi hbitos d i-ura lia muo lia tudo o qu m vnha mo

    sndo mbora um aluno mdio dispnsinas orais do ano insrvim m Engnharia Qumia m pouo para m dixarm mpaz.

    Nuna v uma voao dfnda mas rabom a atmta o mu pai no qua quu oss p ara Vtrinria ou Agrono mia Ahavaqu ram ursos para mninos rios. Aos 1anos, om a mort sbita do mu pai vim

    omo o homm da asa. nho duas rms masnovas. A nivsidad abum outos hoi-zonts aproviti bm o tmpo qu por landi Snta a Euopa muito long , pouoans d aabar o urso, fuim mbora. argu udo fui para Londrs.

    Mao de 68 tee a e com essa decso?Sguramn qu dv tr ido Os ars da

    mudana tambm s fizram snti nas Unvrsidads potugusas. as no foi por azsidolgias qu m fui mboa. Estiv smprmuito distaniado das manifstas poltiasFuim mbora porqu sntia qu havia outrasoisas qu s passavam noutro ado quis rdsobri las

    Fuim mbora sis mss ants d aabao urso m aniro d . Com quaro ou ino

    mprgos mais qu garatidos Calul o ho-qu qu no dv t sido para a mnha m para as mnhas ms 40

    e J r

  • 7/27/2019 Manoel de Oliveira - Rev_camoes_12-13

    41/160

    A a nbsa q s nvs-s vva h aar

    No O inma ra para mim uma oisa

    absoluamn longnqua A minha nia passagm plo inma foi aravs d um onaoom Annio dro Vasonlos om as filma-gns d "rdido por Cm Andi por l a sa-giar Imdiaamn ans d ir para Londrs.

    A qna abns aO balo do Gambrinus m ra famlar,

    no pla a dos inasas, as pla dos an-

    anos plo mundo do ogo do por.

    n gava ns s a n-vsa a an na sa va

    uio imporan O mu av nsinouma ogar bridg aos 6 anos, d manira qu as ar-as habaram o mu mundo dsd muo do.O o go, parularmn o por, duran o prodo da Univrsidad, ra um mio qu m

    garania uma ra aisan onmia Nopor, omo sab, sundrio as aras quvo m O imporan sabr as aras qu osouros m na mo.

    B n aa na ara udo

    E ns ab gava

    uio Caras no s. Apliqui nasorridas d avalos

    s gum xio, alguma sor muio sudo. A

    aplao ra ana qu iv qu parar. Aquilo m dava mai s rabalho do qu um rabahor a-balho. o m ondrs qu omi a vr muioinma Havia dias qu via rs lms. A qu,

    uma vz, om um bom nai q fiz nas orridas, alugui uma sala d inma, qu no

    Road ara fazr uma spi d inlub,ond p assava os lms qu m ap a vr urainfia Nouvll Vagu, Rnor, Mizoguh,ord. oi um sorvdoro, omo pod imaginar.assados pouos mss, iv qu abandonar oprojo a sala. O ngraado q a mnham as mnhas irms oram dpos r omgoa ondrs , nquano manv a sala, h ouv ss-ss m qu ram praamn as nas s p-adoras . ais um ou dos amigos. No dava.

    n a q s aa as

    oi porqu inha23

    anos, viva do da adia, hava m mim uma oal disponibidadpara udo, mas rigorosamn para uo, aminha nia filosofia d vida ra a d pnsarqu s rabalhava qum no sabia azr masnada A sobrvivnia m aris ra basanmas ompliada qu m ondrs. Tv a sord onhr pssoas muio inrssans,omo nio aosa, Jli o omar, org Mar-

    ns, Eduaro Lus . . . Agumas dlas ornarams grands rfrnias para a mnha via. Oslor Caros Cobra foi uma ssas pssoas.Na aura l inha um alr ond, para adas sluras q faza qu dsrua ogo sgida, por fala d spao d inrss naoraliao da sua ar, s onfonavam bosas para snhora, muio na moa J rabalhavam m o dois igrans porugu

    ss quando, para dar vazo s nomndas, fuaudar ao rabalho om mais uas mo s, dsa iadas ainda por ma. oi Caros Cob ra qumm fz dsobrr a dad, idad o q vivuma innsa hisra d amor A msmoapaionado por ars E o nma vo porarsio. Via muios ims, na Cnmaa,sobruo Um da, or aaso, fui om a TrsaRo a uma ssso da man o, v um film

    d Wrnr Shror , por voa das 2 damanh, sm dinhiro, pdimos bola r

    4 s o aris ulman, pro d ulham ri rrand qu nos apanhou dissnos

    I J I a

  • 7/27/2019 Manoel de Oliveira - Rev_camoes_12-13

    42/160

    qe o Werner estava instalado em casa deleComo no tinha meos nenhuns tive a idea de

    he pedr ma entrevsa porqe alve e Porga agm a qsesse compar arcado oencontro paa o dia seguinte, no Espace PieeCardin l fi de novo com a Teresa que fez defografa A conversa que nunca publiqeicore to bem Foos convidados a ir comee, nessa noit e, ver a pea de teao qeieocionado, ao ado de Bulle Ogier, actr quepara mim era um noe importante A pea

    era de Peter Hande, co m eanne oea e movem esreante, chaado Grad padieu!Esta srie de concidncias maco o eu pr

    meio encontro co autores e actores comqem viria, mais arde a trabalha

    Para um apostador, essas coincidncias

    deviam fazer pate do abueio do jogo e ser

    visos como sinais q e confimavam, porvezes o ineesse e o vao das paadas! Continuou a joga, em aris'

    No No era como e ondes

    de Abil apanhou-o em ais

    obe no atelier de Cobra pelas 8h0 damanh qe aguma cosa se tinha passado

    Pl Bran m al d Oivra drat adagm d nsa 981 limata Prg / d inma

    paa 29, co m grpo de aigos esovi v a 42

    e t e a

  • 7/27/2019 Manoel de Oliveira - Rev_camoes_12-13

    43/160

    43

    Porugal. Congu i nm i omo unar alguminhiro. uio pouo ma algum. O qu mprmiiu apanhar o aio om Jorg arin oura poa O Comanan amo noar aiou qu qum no i o papi miliar m orm, poia r pro hgaa 74ra o mu primiro ano lio inha aabaoo proo aiamno . ou gn qu fiouauaima. Para ifarar o mo mbb -mono oo uran o oo. Claro qu hgmo naa aonu

    Como qu viu o pas rs anos dpos d o

    dado?Fiqui pouo ia E ahi fainan pr-

    br qu a poa aam oa muiapla primira a r poa proa No upara r mai naa Tambm u para onh a Ana a m o mu oi filho mailho m ap aionar Voli para Pari omola nuna mai hgaa u no inhanhiro para omprar ouro bilh aiomm no arro om Jorg arin imnuma ira 24 hora bula S qu lanrano inha pario para ir r omigoE aio. Foi um nonro inrl iqu prar m iboa qu o org qurgrar noo a Pari, para m ar a bolia ola

    Com um a ovm mul da d ortuga paafcar a su cargo dsps-s nto a muda dmodo d vida?

    No o noo moo ubinia on-nuou a r rmamn prrio. opao m q u iamo on nhamo mui a qu aparr por fala onipara liquiar a rna . aia uma opa maa un amigo, um ou ouro apoio m aa

    ouro ma a praria ra aboua.Abolua S qu ra por opo. Era uma opo ia

    Agunou-s at quando nssa pcaridad?A mai ou mno 1976 E foi o nma qu

    m rlou a oao qu aina no inha obro m mim. Pla mo Fri iran Srg any (uma a poa maiimulan qu onh, Carlo Saboga.Fui oniao plo Frri a oganar umaRropia Cinma porugu no Olym-pi, qu nrano aru uma mana ana oa omar. poi olabor om oCahir u Cinma inni a Smana oCahir. A guir omi a programar a alao Enrp qu ambm ram o rri omi a ir ao fiai omprar film. EmLonr por mplo aina Wim Wnr nora onhio, omprilh o film. Eou aonarlh io , rpn lmbrim umaoia raorinria oura oininia, aqu omo o i o prpria o ogaor faz ho alz a a mma hora aamn 23 ano qu u m Pari, quano m fuiiar i Ana: prono aab ou a iaou omar a rabahar a rio! No ia guinia 5 Ouubro 1977, abriu o Aion Rpubliqu u nuna mai i fria. A ho

    Como pogamado eaao do Acon

    Rpubqu cnma qu nauguado no dia

    d Ouubo strou o su pogama co m -ms potuguss oundos da sua Rbica?

    No. Qui primiro fazr uma oia pialobr JanLu oar, om o film q ningum inha aina paao. O inma uoaa na moa , no onuno um ilouo, om film Tannr ora, .ongui onn oar a iarm paaraqul ulo a a inii a no foi po l arranar logo om programa porqua pia no aam oalmn iponi.

    Aii para poi nrano a iia abrir om ouro ilo obr Cinma in-ia ono ouro. Na 4a fra ( r

    C I a

  • 7/27/2019 Manoel de Oliveira - Rev_camoes_12-13

    44/160

    ez que o di 5 de Ouubo de 9 chou um ei, que o di em que os imes seeseim em is), come noie o Le Modee veo n mei gin um chmd onque do Acion Rublque e o cclo dResisnci. Fique bsoumene sueenddo o meu meio ogm n imeign do Le Mode? ecbi deois que hviimes nquele ogm que im ss elime vez, que nh consegudo ncis ssms ec. o que comeou minh bo elo com imens.

    c sse ss sg s c c

    Nunc n mnh vd nh ens do em seoduo. O gnde esf, n lu, e eum s de cnem n cdde d cnem eze dsso um cos que dquisse lgummonc. oduoes mm em Sez

    nc e Geoges de Beueg essos que ouem ics ou nhm concos vilegidos.No e o meu cso. N oc o que me neessv e mos mes nque sl, que inh sdo condo como ogmdo.evo dzelhe que, como mbm sou nosgco o Acon Rubque ou ecenemne s mnhs mos. ugueio enhode novo um s em s N oc em que

    ogmv e de que esvmos , z umcodo com o nsiuo ugus de Cnem ssgem de mes ougueses e o meo ime que mose i s s Mones.Annio Res e Mgd Codeo om ese, ei en Rouch e os vens quescevessem os exos de esen o e o lmecoeu mu bem En Ann dCunh ees que e n u esidene do

    nsiuo desoume odu Como n esv ese do nsso sgundo ho e

    se dces, ondee he se de c m um bse em isbo, ms conove.E, de eee, que como decdo bo e scoiss esv ce quee dso. A eocom Mnoe de Ove come com esede mo de edo, no Acon Rubqu o como sbe, um exodnoEu sb d omc qu o me nh cusdoem oug sbeudo com dso em sdos n R O sucesso d es em ssbens cmene bem e xmuns muio. Comeo u d mh ce d oduo. Com ncsc Emb vesse ouzdo um cumegem dMguee us e Ox d e An edoVscnces. Aend se oduo zendE end mbm que ess e mnh voc vco que nunc nh cnsegdidenc um oco de sc e o co des o gdo udoume seme ss uss s nmes cses que oduo

    de um me, de quque m cssmene mc

    s s E s s s cs s s s s ss s s cs scs sc

    scc cA exec cumd g dodos ss os e edeemne umg e d noss ocnc s connuo en, mb nm sm com xoque c me que odzo se m nu um n O qu m ssm o d se de uz mu ds m v mu s vzes co m o ezd m de

    odo se mo como coes sbec es de cumc cm uoss condes de vd em is coninu vm ezds m me que se z sem

    C t ; } t a

  • 7/27/2019 Manoel de Oliveira - Rev_camoes_12-13

    45/160

    ul Oiir Pulo ro drt rodm

    r (19 81 otori d Joquimril d dr Lop Coo Cmt

    Potuu / u do im

    5

    uma poa aba paa um pximo assimpo ian. Uma spc wo n pogssconsan. o com ano Oiva quapni as gas sa cumpicia. umgan pa abaha com agum qu nossupn iaiamn. Pac um uga-comum mas no . H vin anos qu aba-hamos junos igoosamn iso qu s

    passa A pai ni xapoa paaouos aizaos as viuaias umaao s ipo qu muio muio simu

    an Quano po xmpo pai paa a pouo ancisca ano Oivia aconsiao m Pouga um aiao muioifci pou. Anvias paa mim umgan soio. Aina po cima u no aaina um pouo a sio a uma spc avnuio. A confiana qu Oiva posi-ou m mim s a pmia hoa m ovou-

    m co mo uma moa p aa gaan qu o fimfoss fo nas mhos conis possvis foi o qu aconcu.

    I I r

  • 7/27/2019 Manoel de Oliveira - Rev_camoes_12-13

    46/160

    Os gues no so fundamenas para o seu

    envovmento?O go m meo smeo de aba-

    lho, disesve aa esabelece o lao deabalho ecso le bem aa ve se ohave l ma cea, geo ma cidade a ade!O eesse do gio aixo do eaizadoqe emee

    O caso de Shaunas Baas, reazado da u

    na, deve ser dferene. Como que aconeceua descoerta e a aposta num nome desconhe

    cdo e vndo de um mundo to dsante?oo Caijo qe iha sido membo do jdo aasoo, disseme qe iha assado oesival m fime geial Ts as de mo lao, qe a iha gaho m mo eqe e devia absolamee ve Vi mas ima-ges ma sesso dos Kigs e gosei mioeses deois, o esival de Belim, AdiaoA veo e comigo e dsseme qe m e qeia

    aesea m eazado do Lese Comece ohe dze qe j o iha mio esao aaodzi mais filmes de mais acioalidadesQado ele me exlico qe ea m io daLiia qe se chamava Shaas Baasdssehe ogo j as hoas deos esvamosa almoa Baas mosome ma olha deael, c om algmas coisas escias, sobe o seximo ojeco, a se odado a Sibi a O qe

    a folha coiha ea aeas m oema basome Comomeime a odzo

    ea algm qe ecisava de filma com oda alibedade O oameo ea eqeo, ceca de00 000 dlaes, mais as desesas de aboa-

    io e o cso da elca a o qe e iha qelhe assega svamos em eveeio e esabia qe o ealzado qeia ai aa a Sba em aio Cosegi em sei como diheioa Aemaha, a R ais m miage Nogabiee em fee a m dos decisoes da esao, qe e cohecia mio bem e com qemiha qe faa o ca sa de m filme de Alaiae qe esava a aa a odzi, hava

    oo gabee de m coega qe esava viadoaa filmes de ese mio em voga aqelemomeo oi a moche ! eois em aa,o iiso da Cla lgo qe ea Jacqesobo, mage) ambm se ieesso eoojeco e aoio a em ogal foi oss-vel aaja algmas vebas o coa da o-doa se ogesa e do evolvimeo deags elemeos ogeses qe egavam

    a eqia cica do fme

    Bem pomco que fo esse apoo do Ipaca . ..

    O filme fezse O ieesse das aosas deisco o es mias vezes o aes es qaseseme o deois Shaas Baas m dosomes icoesveis do ciema eoeacal sso o qe me imoa

    Baas passou a se um dos seus realzadores-cmplces?J Com aoel de Olveia, Joo Csa

    os meos, Pauo, os meos tcncos e os nan- oeio deois de Joaqim Pio e, ifelizceos? Comeou ogo a defn uma esatga mee deixado de se odo, Chaalara o s aana? pesar de tudo uma rodagem Ackema, Raol Rz Aai Tae masna Sra no deve se, paa um prodor por- eceemee os vao de oas e aidaugus quase usofancs o mesmo que flma no Douo, na Madera ou em Pas

    Na ala s sabia qe da a s meses ihaqe aaa ma soo deois esei asoas a qe iha qe bae ecebi qe Baas

    oos Negocea udo o que ndspensvel paa a

    monagem de um pojeco de poduo de umfme?

    Tdo 46

    I J I r

  • 7/27/2019 Manoel de Oliveira - Rev_camoes_12-13

    47/160

    7

    E cumpe sempe?

    Cumo o q st aoao.

    Poduindo tantos filmes po ao, co mo agoa

    aconece, aida tem empo paa i ao paeau?

    Ao no sava sm sn nasoagns. Agoa no. imossvl. Os mus lataux assaam a s viuais.

    Os eaiadoes no se essetem com a sua

    auscia?

    Essa ma as sitas mais ifis

    solv atalmn Emboa tnham toos ohamao tfon vmho manntmngao a mim. Pao muito muito bm as filmagns om os alzaos ans. H ns-tnias assimas m qu ana sinto qvo tnta aa.

    Isso implica uma gade equipa de poduoes

    execuivos a abalhaem paa si?

    Pouo s xvos no q so u qontinuo a i tuo. itos ou-o sim. Anigamnt onhia toos os lmnto s qu ntgavam as qias Agoa humas ssoas q m saam. Tnho namas fata

    H quem pense que o nmeo cada ve maiode filmes que poduz, 7 em um esta

    agema paa gaanti o indispensvel cashfow e que vai tiando de uns paa acaba

    outos, de modo a que a mquina o pe vedade?

    No. va qu mutas vzs no ossv z no aos ossos isso mqu s oam too os isos msmo o iso sobaga m alnio abalho.

    A Distibuio e a Exbio, nas quaena e alsaas que neste momeno pogama em Pou

    ga, ambm so deemiaes paa o co

    foo do al cashow?

    A istbuio a xibo gaantmm aminha innna fazm va as minhas

    aostas Comltam o ilo Pouzo m fimaa q o im sa vsto om salas gaantsso. mio simls as om oos os fimssm xo aa alm a stia nas minhassalas stou sm a nsa m toos os onos o mno on os fims vm ambmo assa a Coia ao Basil os staosnios Almanha o Jao Rssia . . . So uq vno io sob as vnas Volto a

    iz os fims fazms aa s vistos xis-tm quano so vistos

    O cinema est, paa si, wel and alive?

    Comltamnt as u so m homm ao. S m ou bm om o movimnto E oinma s m ontnuo movmnto montnuo movimnto Quas sm muito su-nn t muo xatant S m ss aa

    a flxo ta q aa. Como o nma n oosso aa No quo aa

    Os cavalos so um escape paa fugi ao des

    gaste e pesso do ciema?Os avalos so uma aixo infnia.

    Ria h ns anos ono a avalo toasas smanas ao m as hios noaa sq o inma mas xatamnt

    aa o ouzi mlho os films q o-zo aa ogama mho as saas quogamo. Ana a avalo fazm m bminv fsia mntalmnt Os avalos nom afastam o inma aoximamm aa vz mas. E a invsa oma tambm as va.

    Tem uma palava de eleio?

    Viv. O az viv. m manntsusa

  • 7/27/2019 Manoel de Oliveira - Rev_camoes_12-13

    48/160

    Os Caminhosda Prostituico

    M a n o e l d e O l i v e i r a

    QU O A BOMIA E O BOMO DO MO DA

    minha uenude?Poderamos dier que fora um ipo de aen-

    ua que ugo e desabrochado peos fns do

    scuo X e que ombara num ceo romanismo em Poruga usamene a ao decorreda Segunda Grande Guea depos do quecomeou a esanecese De eno para c obomo pca igua omnica que caaceaa a bomia foi desaparecendo e com eeesse gnero de da nocurna

    Nasci em 108 duane a onarquia e doisanos anes da impanao da Repbica enre

    ns 0 . De criana a oem assisi s dieen-es mudanas de goenos epubicanos prece-didas de reoues que eaam as famiasmais pacaas co mo era a minha por preenoa resguadase em casa nesses perodos deaco agiada e a fecha as poadas ineoresdas aneas com eceio das baas pedidas

    Assm cresci na mnha inconscincia demenno e a peos meus seis anos de idade

    comeaa a ohar como especado e a compre-ende aos poucos o que se passaa ao ado

    ssa experincia aera da minha innciano deixou de me macar muo e paa sempreme ficou enanhada esa iso de inanquiidade de nceea e de insabidade das cousasdaquee mundo que me rodeaa eno e afinado que me cerca hoe

    A cona a as mudanas do pode que pas-

    saa de parido em pardo epbicano surgiuum inesperado gope monrqui co que ais nodurou mais de quine das circunscrios aoNore Po esse perodo a cidade do Poro ondese desencadeou a aco maneese em esadode sio durane a ua conra a aco repubi-cana que aacaa do Su e acabaia por esau-rar a Repbica depois de grande roeo e mu-as mores de ambos os ados

    sas uas eram uga anes e depois doexrcio porugus er uado em Fana na

  • 7/27/2019 Manoel de Oliveira - Rev_camoes_12-13

    49/160

    noe e Oiir o o . Cociem Potuguesa / Museu o ie

    49

    rra 1 1 4 ao ao os aaos cas ropasforam smobzaas m 18

    Vo ar fm ao sconcro nr os paros rpbcanos o movmno mar 26,ana car rpbcano q rso osao ovo o qa por prsso saazarsavra a ornars nma ara q s proon-

    o a cbr rvoo os Caps m 2 5 Abr 74 a scoonao

    Como vmos esta ove ciat crscsob m sno varaas connncas ran ss pro o q fo o crana a aoscn so no c passo a sr parao Coo nvrsa como smnrno posnrno noro coo q por sr s-as fora xpso na Rpbca nsaaras na

    marm ra o ro Mno porano naGaza no ao camno para a Gara cr

    cnsnca q o orno conco po olgiode a pssage. ara a f m 11 com o rmo Casmro svmos rs o qroanos Rrssmos a casa on connmos os

    sos com profssors parcars Como osfaass vocao abanonmos os ss passmo s a rabaar nos scrr os m a

    A pbra por mm fao a passammas caa formao cao mnvo Com fo as fors socas ocorpo acompanaas por n o mnos for a-ao manava o sprar ma nsa-v crosa q s faz nsa concr a

    va m o o q nos ra ana sconompanos a ma prca q s acnaa m cas profnzas ra fc car m mosos varaos rscos

    Como ans oros ovns prssa v-r pa boma co s m nfro o sopa va nocrna cosa q ao msmompo no xava sr ma scoa mas mascoa com mos aaps.

    o osan ra ma xprnca q sabra a mos concmnos a va asnoraos na mna nara nocnca aracampo a ma cra rba s o s rrassocas o pracamn nxsns) ram mposas acs pa soca aqapoca Rba no fno oraa nqnopracaa nos ars prpros mas no accomo cosa pbca pos como a spr

    rnara m scnaoA boma fo ( o fo porq o bo m a

    a como ra ans no xs as noaas sooras como as scocas ambm ors osvrmnos os qas prram oo o roan-smo q caracrava o vraro spr aboma) ra no como m sramnoan na soca por razs orm ca cca por sso a m qaqr rapaz q

    aravssava ss momno prcao sq sava na a coe o se fdo aps

  • 7/27/2019 Manoel de Oliveira - Rev_camoes_12-13

    50/160

    epo conceddo aos rapazes coo necesso

    para se lberae das cagas bdnas prpras

    da idade e na prca conhecere o qe era

    nerdo fazer e socedade Tab a

    anera de ear devaneos ardios na crena

    de qe endo vivdo o seu fado e epo pr

    prio depos de casados dara chefes de fa

    la ais onderados. qe eno no era coo

    agoa esse epo a ove de falia no

    ea acee e casaeno porqe os apazes no

    as qeria para esposas se no esvesse v

    gens. ra as prosas qe coo bons jos

    d gur d, savava a honra do coveto s

    eninas de exepar copoaeno. E, anona aa coo na da era ass qe rgesa

    e povo ensava Seno a co aor sever

    dade no povo e na dia brgesa apesar das

    enaes qe os gals as responsveis da

    ala execia sobe as ingnas de classe as

    baixa. Ass e paecia ser e ass ea ainda

    qe co excepes qe so o panegico pr

    prio de qalqer egra geral.

    Volando boa o elho ao booqe por vezes e po iseriosas razes obava

    aoroso por a dessas heres de qe se

    dza as pixes co psttutas se gervm n

    c o qe no deixas de esar ceo as have

    ia ora azo o vena as foe a do coa

    o qe coo diz o poea enre anas s a

    desea escohe e qe> ese peqeno deahe

    spea odas as oas sensaes desde o gozo

    da caa a oos prazees qe na vda posda chega a ser vco ais coo o so

    ab a vda nocrna o jogo nos Casinos o

    as bacanais nos cbes nocrnos vcos prop

    cos a connas orgas co essas afadadas

    heres a qe chaava putas ero assaz

    so as por paecer deasiado peoravo e se

    onar agessivo coo nslo da po

    vezes paa pegas. O coso qe hoje po