manual para red academica
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Pblio Athayde
Manual para redao acadmica
Editora Keimelion Ltda.
Belo Horizonte 2002
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Pblio Athayde
Manual para redao acadmica
Verso para uso interno e divulgao
entre clientes, amigos e colaboradores.
Agradeceremos crticas e comentrios.
Editora Keimelion Ltda.
Belo Horizonte 2002
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O Autor contou com a colaborao da equipe da Editora Keimelion na elaborao deste
Manual para redao acadmica:
Assistente de redao: Michel Jorge Gannam (estagirio)
Apoio de formatao: Sonia Regina Athayde
Edio virtual: Fernando Pereira Silveira
Leitura crtica: Ricardo Arreguy Maia
Reviso final: Roberto Arreguy Maia
Os colaboradores compartilham os mritos do trabalho, mas o Autor se responsabiliza
individualmente pelas falhas.
Pblio AthaydeContato com o autor:[email protected] e sugestes sero bem recebidos.
Pblio AthaydePBLIO ATHAYDE, 42, solteiro, professor universitrio nas reas de Histria, Sociologia, Poltica e Educao. Graduou-se em Histria (Licenciatura) no ano de 1987, pela Universidade Federal de Ouro Preto - UFOP, tendo sido aproveitado, logo em seguida, como professor substituto daquela universidade. Ainda em Ouro Preto, onde nasceu, participou de diversos Festivais de Inverno, cursos e eventos nas reas de Museologia, Arquivstica, Histria de Minas Gerais e da Arte - conhecendo bastante de perto os acervos documentais histricos da regio de Ouro Preto e Mariana. Lecionou ainda na Universidade Federal do Esprito Santo, na Unio de Negcios e Administrao (UNA), na Faculdade de Educao da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), na Faculdade de Par de Minas (FAPAM). A principal atividade exercida atualmente a de Revisor Acadmico e Literrio. Tem formao em Cincia Poltica pela UFMG e vivncia de dirigente em educao extra-escolar, programas de meninos de rua, vida ao ar livre, educao alternativa e desenvolvimento e integrao social oriundas de quinze anos de atividades no escotismo. Autodidata em Filologia Romnica, conhece arcasmos das lnguas neolatinas e variantes do Latim. Dedica-se atualmente atividade literria e orientao de diversos projetos acadmicos.
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ATHAYDE, Pblio Manual para redao acadmica
I
Sumrio
Sumrio I
Listas de ilustraes ..................................................................................................... III
1 Apresentao ............................................................................................... 1
2 Trabalho acadmico ................................................................................... 4
2.1 Conceito.................................................................................................................................... 4 2.2 Finalidade................................................................................................................................. 4 2.3 Tipos ......................................................................................................................................... 5 2.4 Estrutura................................................................................................................................. 10 2.5 Forma e contedo ................................................................................................................... 21 2.6 Ilustraes .............................................................................................................................. 26 2.7 Recomendaes....................................................................................................................... 33
3 Referncia bibliogrfica e bibliografia ................................................... 47
3.1 Formas de referncia.............................................................................................................. 48 3.2 Listagem bibliogrfica............................................................................................................ 54
4 Quadro de normas da ABNT................................................................... 62
5 Coletnea gramatical e estilstica ............................................................ 66
5.1 Acentuao ............................................................................................................................. 66 5.2 Adjetivo................................................................................................................................... 68 5.3 Advrbio.................................................................................................................................. 70 5.4 Artigo...................................................................................................................................... 71 5.5 Concordncia ......................................................................................................................... 74 5.6 Conjuno............................................................................................................................... 81 5.7 Crase....................................................................................................................................... 84 5.8 Diviso silbica ...................................................................................................................... 86 5.9 Erros mais comuns ................................................................................................................. 87 5.10 Estrangeirismo........................................................................................................................ 90 5.11 Locues ................................................................................................................................. 91 5.12 Maisculas e minsculas ........................................................................................................ 95 5.13 Numerais e algarismos ......................................................................................................... 101 5.14 Pontuao............................................................................................................................. 104 5.15 Pronomes .............................................................................................................................. 107 5.16 Sinais grficos ...................................................................................................................... 111
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II
5.17 Verbo .................................................................................................................................... 119 5.18 Vcios de linguagem.............................................................................................................. 132
6 Reviso do texto ...................................................................................... 139
6.1 Reviso primria .................................................................................................................. 140 6.2 Reviso secundria............................................................................................................... 143
7 Links para redao acadmica .............................................................. 144
7.1 Sites de cincia e tecnologia................................................................................................. 144 7.2 Sites de lngua....................................................................................................................... 149
8 Glossrio .................................................................................................. 152
9 Bibliografia .............................................................................................. 160
10 ndice analtico ........................................................................................ 165
11 ndice remissivo....................................................................................... 174
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III
Listas de ilustraes
Figura 1: Capa................................................................................................................. 11
Figura 2: Folha de rosto .................................................................................................. 12
Figura 3: Sumrio ........................................................................................................... 14
Figura 4: Desenho........................................................................................................... 27
Figura 5: Diagrama ......................................................................................................... 28
Figura 6: Grfico radar ................................................................................................... 30
Figura 7: Pgina de texto ................................................................................................ 53
Fotografia 1 Colgio e Santurio do Caraa................................................................ 29
Quadro 1: Normas da ABNT.......................................................................................... 63
Quadro 2: Por que, porque, por qu, porqu................................................................. 111
Quadro 3: Formatao primria.................................................................................... 141
Quadro 4: Erros comuns ............................................................................................... 142
Quadro 5: Reviso secundria ...................................................................................... 143
Tabela 1: Exemplo de tabela........................................................................................... 32
Tabela 2: Abreviaturas.................................................................................................... 35
Tabela 3: Abreviaturas dos meses .................................................................................. 38
Tabela 4: Numerais....................................................................................................... 103
Tabela 5: Emprego de hfen.......................................................................................... 114
Tabela 6: Voz ativaTabela 7Tabela 8 ........................................................................... 128
Tabela 9: Voz passiva ................................................................................................... 129
Tabela 10: Regncias verbais ....................................................................................... 130
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1
1 Apresentao
Todos temos problemas de redao. A
redao acadmica apresenta problemas
peculiares, dada sua natureza formal, linguagem
necessariamente precisa e absoluto rigor tcnico,
lingstico, morfossinttico e semntico
requeridos.
No espere encontrar novidades aqui, exceto as minhas opinies sobre algumas
questes controversas e, na maior parte, sem grande importncia. H muitos manuais
disponveis que apresentam as normas acadmicas e muitos que atendam s questes
lingsticas da redao. Este trabalho procura conjugar os dois aspectos, de forma
sistemtica e prtica.
O objetivo deste Manual de redao acadmica subsidiar a produo de
textos cientficos, fornecendo elementos para que os aspectos lingsticos e formais no
constituam grandes obstculos ao trabalho. Espera-se que aqui se encontrem algumas
indicaes de procedimentos a serem seguidos ou evitados.
So fornecidas sugestes de apresentao dos trabalhos, de acordo com as usuais
formataes e regras de referncia. Note-se que h enormes variaes entre as diferentes
instituies quanto a esses aspectos. As formas propostas so sntese simplificada das
exigncias genricas.
Qualquer que seja a coisa que queiramos dizer, h apenas uma palavra para exprimi-la, um verbo para anim-la e um adjetivo para qualific-la. Maupassant.
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ATHAYDE, Pblio Manual para redao acadmica
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Este trabalho fruto de minha experincia como revisor, atuando
especificamente com teses e dissertaes ao longo de vrios anos. No trabalho de
especialista para tratar de assuntos tcnicos ou tericos, nem se destina a especialistas;
tentei montar um manual prtico, a partir de informaes coletadas e reunidas da
internet, por ser recurso universalmente acessvel, e em diversas outras fontes,
adaptadas e modificadas segundo meu entendimento e prtica, para servir de apoio a
quem est escrevendo para a academia.
Muito da Coletnea Gramatical e Estilstica, um dos tpicos deste Manual,
oriundo de manuais de redao jornalstica principalmente o da Folha de So Paulo,
e dO Estado de So Paulo. O texto foi modificado e adaptado pratica e necessidade
acadmicas, bastante diferentes daquelas de origem.
Assim, algumas recomendaes dos manuais de redao jornalstica tero sido
diametralmente transformadas. Outras se aplicam integralmente.
Procurei adequar os exemplos ao texto acadmico; este procedimento estar em
construo contnua, assim com todo este Manual continua em modificao; vou
publicando pela via eletrnica as sucessivas verses, j pretendendo ser til.
Foram elaborados dois ndices ao fim do trabalho: o ndice analtico contm o
contedo do trabalho organizado segundo sua disposio lgica no Manual (ver na
pgina n 165); o outro, o ndice remissivo, contm diversas entradas que ocorrem ao
longo do texto, dispostas em ordem alfabtica (ver na pgina n 174). Espero que esses
ndices possam fazer deste trabalho um instrumento til.
As sugestes e indicaes deste Manual no dispensam qualquer texto da
necessidade de ser revisado por profissional que tenha se mantido distante das etapas de
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produo do documento. Nem mesmo as sugestes referentes reviso dispensam o
trabalho do profissional. Os autores sempre estaro to prximos do texto que no
identificaro muitos dos problemas existentes.
Pretendo futuramente acrescentar a este Manual mais indicaes de
procedimento para simplificar o trabalho para o usurio do Word, o processador de
texto que hoje quase unanimidade entre os autores.
Sero incorporadas as crticas, sempre bem-vindas, e sugestes para ampliao
de sua utilidade e preciso, pelas quais agradeo antecipadamente.
Desculpo-me pelas falhas e lacunas.
A verdadeira eloqncia consiste em dizer tudo o que
preciso e em dizer apenas o que preciso
La Rochefoucauld.
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2 Trabalho acadmico
2.1 Conceito
Trabalho acadmico o texto resultado de algum dos diversos processos ligados
produo e transmisso de conhecimento executados no mbito das instituies
ensino, pesquisa e extenso, formalmente reconhecidas para o exerccio dessas
atividades.
2.2 Finalidade
As diversas finalidades do trabalho acadmico podem se resumir em apresentar,
demonstrar, difundir, recuperar ou contestar o conhecimento produzido, acumulado ou
transmitido.
Ao apresentar resultados, o texto acadmico atende necessidade de publicidade
relativa ao processo de conhecimento. A pesquisa realizada, a idia concebida ou a
deduo feita perecem se no vierem a pblico; por esse motivo existem diversos canais
de publicidade adequados aos diferentes trabalhos: as defesas pblicas, os peridicos, as
comunicaes e a multimdia virtual so alguns desses.
A demonstrao do conhecimento necessidade na comunidade acadmica,
onde esse conhecimento o critrio de mrito e acesso. Assim, existem as provas,
concursos e diversos outros processos de avaliao pelos quais se constata a construo
ou transmisso do saber.
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Difundir o conhecimento s esferas externas comunidade acadmica
atividade cada vez mais presente nas instituies de ensino, pesquisa e extenso, e o
texto correspondente a essa prtica tem caracterstica prpria sem abandonar a maior
parte dos critrios de cientificidade.
A recuperao do conhecimento outra finalidade do texto acadmico. Com
bastante freqncia, parcelas significativas do conhecimento caem no esquecimento das
comunidades e das pessoas; a recuperao e manuteno ativa da maior diversidade de
saberes finalidade importante de atividades cientficas objeto da produo de texto.
Quase todo conhecimento produzido contestado. Essa contestao, em que no
constitua conhecimento diferenciado, certamente etapa contribuinte no processo da
construo do saber que contesta, quer por valid-lo, quer por refut-lo.
As finalidades do texto acadmico certamente no se esgotam nessas, mas ficam
aqui exemplificadas. Para atender diversidade dessas finalidades, existe a
multiplicidade de formas, entre as quais se encontram alguns conhecidos tipos, sobre os
quais procurarei estabelecer o conceito difuso.
2.3 Tipos
Apresentamos, a seguir, alguns dos tipos mais comuns dos trabalhos acadmicos
formais, no considerando provas, exerccios e outros textos menos significativos.
H ainda sites, trabalhos de multimdia, encenaes e outros que no so
considerados, uma vez que o foco deste Manual est concentrado na produo escrita
formal.
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2.3.1 Tese
Trabalho acadmico que apresenta o resultado de investigao complexa e
aprofundada sobre tema mais ou menos amplo, com abordagem terica definida. um
texto que se caracteriza pela defesa de uma idia, de um ponto de vista. Ou ento pelo
questionamento acerca de um determinado assunto. O autor do texto dissertativo
trabalha com argumentos, com fatos, com dados, que utiliza para reforar ou justificar o
desenvolvimento de suas idias (SILVEIRA, 2002). A tese deve ser elaborada com base
em pesquisa original. Visa obteno do ttulo de doutor, ps-doutor ou livre-docente
ou o acesso ao cargo de professor titular, em muitas instituies.
Em geral, a tese produo de cerca de 200 pginas, podendo variar bastante
esse nmero. o trabalho final dos cursos de doutorado e ps-doutorado, elaborado
depois de cursados os respectivos crditos e feita a pesquisa correspondente; nesses
casos desenvolvida sob assistncia de um orientador acadmico. trabalho autnomo
de pesquisador snior, quando se trata de livre-docncia ou acesso titularidade.
defendida publicamente perante bancas de cinco ou mais doutores.
Sabe tese, de faculdade? Aquela que defendem? Com unhas
e dentes? dessa tese que eu estou falando. Voc deve conhecer pelo
menos uma pessoa que j defendeu uma tese. Ou esteja defendendo.
Sim, uma tese defendida. Ela feita para ser atacada pela banca, que
so aquelas pessoas que gostam de botar banca.
As teses so todas maravilhosas. Em tese. Voc acompanha
uma pessoa meses, anos, sculos, defendendo uma tese. Palpitantes
assuntos. Tem tese que no acaba nunca, que acompanha o elemento
para a velhice. Tem at teses ps-morte (PRATA, 1998).
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2.3.2 Dissertao
Trabalho acadmico que apresenta o resultado de investigao menos complexa
e aprofundada sobre tema especfico e mais bem delimitado. Pode ser elaborada com
base em pesquisa original, apresentar resultado parcial de estudo experimental, ou expor
estudo recapitulativo, de base bibliogrfica. Visa obteno do ttulo de mestre.
Em geral produo de aproximadamente 100 pginas, podendo variar um
pouco o nmero. o trabalho final dos cursos de mestrado, elaborado depois de
cursados os respectivos crditos e feita a pesquisa correspondente; desenvolvida sob
assistncia de um orientador acadmico. defendida publicamente perante bancas de
trs ou mais doutores.
2.3.3 Monografia
Trabalho acadmico que apresenta o resultado de investigao pouco complexa
e sobre tema nico e bem delimitado. Raramente elaborada com base em pesquisa
original ou apresenta resultado de estudo experimental; normalmente estudo
recapitulativo, de base bibliogrfica. Visa geralmente obteno do ttulo de bacharel
ou especialista, sendo usada ainda como trabalho de concluso de alguma disciplina
regular.
Em geral produo de cerca de 60 pginas, variando pouco esse nmero. o
trabalho final dos cursos de graduao, elaborado depois de cursados os respectivos
crditos e feita a pesquisa correspondente; desenvolvida, em alguns casos, sob
assistncia de um orientador acadmico. Raramente tem defesa pblica.
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2.3.4 Artigo
Trabalho acadmico curto, apresenta o resultado de investigao sobre tema
nico e bem delimitado. Pode ser elaborado com base em pesquisa original ou
apresentar resultado de estudo experimental ou bibliogrfico. Pode visar obteno de
ttulo, sendo usado ainda como trabalho de concluso de alguma disciplina regular.
Em geral, produo de 40 pginas ou menos. Pode ser resultado de snteses de
trabalhos maiores ou elaborados em nmero de trs ou quatro, em substituio s teses e
dissertaes; so desenvolvidos, nesses casos, sob a assistncia de um orientador
acadmico. So submetidos s comisses e conselhos editoriais dos peridicos, que
avaliam sua qualidade e decidem sobre sua qualidade relevncia e adequao ao
veculo.
2.3.5 Comunicao
Trabalho acadmico curto, apresenta normalmente o estado de pesquisa em
andamento. Tanto pode ser elaborada com base em pesquisa original quanto apresentar
estudo experimental ou bibliogrfico. No visa obteno do ttulo, nem usada como
trabalho de concluso de alguma disciplina regular, mas pode ser etapa de estgio,
pesquisa ou ser resultado de snteses de trabalhos maiores.
Algumas so feitas sob assistncia de orientador acadmico. So submetidas s
comisses e conselhos dos colquios, que decidem sobre sua relevncia e adequao ao
tema do evento.
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2.3.6 Relatrio
Trabalho acadmico que apresenta o estado de pesquisa ou trabalhos de outra
natureza. Tanto pode ser elaborado com referncia a pesquisa original, quanto
apresentar estudo bibliogrfico. Visa comumente apresentar o andamento de trabalhos
junto a rgos financiadores e fiscalizadores, pode ser etapa de estgio ou pesquisa.
submetido s comisses e conselhos dos rgos competentes, ou do evento,
que decidem sobre o mrito.
2.3.7 Resenha
Trabalho acadmico de divulgao, apresenta sntese e crtica sobre trabalho
mais longo. Pode ser elaborado com base em leitura motivada por interesse prprio ou
sob demanda editorial. Visa geralmente publicao em peridico.
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2.4 Estrutura
Os trabalhos acadmicos maiores monografias, dissertaes e teses, relatrios
seguem estrutura mais ou menos homognea, apresentada na ordem abaixo, com
pequenas variaes. Quando esses trabalhos so transformados em livros, a base a
mesma, apenas com variaes formais.
a) Pr-texto:
9 capa (*); 9 folha-de-rosto; 9 ficha catalogrfica; 9 folha de aprovao (**); 9 nominata (**); 9 dedicatria (*); 9 agradecimentos (*); 9 sumrio; 9 epgrafe (*); 9 ndices: de figuras, mapas, tabelas, grficos, fotografias (*); 9 lista de abreviaturas (ABNT, NB-14: 01.05.001 e ISO 832-1975); 9 resumo.
b) Texto:
9 introduo; 9 desenvolvimento; 9 concluso.
c) Ps-texto:
9 referncias bibliogrficas ou bibliografia; 9 anexos ou apndices (*); 9 glossrio (*); 9 ndices onomsticos, remissivos, cronolgicos, toponmicos (*); 9 contra-capa (*).
(*) Elementos adicionados de acordo com as necessidades. (**) A critrio da
instituio.
Atrasos tm conseqncias funestas. Shakespeare.
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11
297 mm
210 mm
Instituio onde o trabalho foi executado e cidade.
Autor(es)
Ttulo
Ano
2.4.1 Pr-texto
2.4.1.1 Capa
Este elemento deve constar entre as pginas introdutrias somente quando a
cobertura do contedo for transparente, deve ser impressa na cobertura quando ela for
opaca, externamente; muitas vezes a capa interna solicitada mesmo quando a
cobertura opaca, mas em minha opinio essa exigncia no faz nenhum sentido. Capa
, necessariamente, o elemento externo, para identificao do trabalho; contm:
Figura 1: Capa
9 nome do autor (na margem
superior);
9 ttulo do trabalho (mais ou
menos
centralizado na
folha) (ver
recomendao na
pgina n 46);
9 instituio onde o trabalho foi
executado (na
margem inferior);
9 cidade e ano de concluso do trabalho (na margem inferior).
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As informaes essenciais da origem do trabalho.
2.4.1.2 Folha de rosto
Deve conter:
9 as mesmas informaes contidas na capa; 9 as informaes essenciais da origem do trabalho.
Figura 2: Folha de rosto
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2.4.1.3 Ficha catalogrfica
Localizada no verso da pgina de rosto e na parte inferior da mesma. Dever ser
elaborada por profissional bibliotecrio, para padronizao das entradas de autor,
orientador e definio dos cabealhos de assunto a partir de ndices de assuntos
reconhecidos internacionalmente.
2.4.1.4 Folha de aprovao
Deve conter data de aprovao, nome completo e local para assinatura dos
membros da banca examinadora. Outros dados como notas, pareceres, podem ser
includos nesta pgina a critrio da instituio.
2.4.1.5 Nominata
a lista de cargos e nomes das principais autoridades da administrao da
instituio de vnculo do pesquisador universidade e instituto, por exemplo.
2.4.1.6 Dedicatria
Tem a finalidade de oferecer o trabalho a algum como homenagem de gratido
especial. Este item dispensvel, mas usual. So preferveis as mais formais.
2.4.1.7 Agradecimento
a manifestao de gratido queles que contriburam na elaborao do
trabalho. outro item dispensvel e usual, a formalidade aqui tambm recomendada.
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2.4.1.8 Sumrio
Figura 3: Sumrio
Enumerao das principais
divises, sees e outras partes de um
documento, na mesma ordem em que a
matria nele se sucede (NBR 6027).
O ttulo de cada seo deve ser
digitado com a mesma fonte em que
aparece no texto, mas se podem fazer as
adequaes diagramao, mantidas as
propores.
A indicao das pginas
localiza-se direita de cada seo.
2.4.1.9 Epgrafe
Item opcional, citao de um
pensamento que, de certa forma, embasou ou inspirou o trabalho. Pode ocorrer,
tambm, no incio de cada captulo ou partes principais.
2.4.1.10 Resumo
O resumo do trabalho tem por objetivo dar viso rpida do contedo ao leitor,
para que ele possa decidir sobre a convenincia da leitura do texto inteiro. Deve ser
totalmente fiel ao trabalho e no pode conter nenhuma informao que no conste do
texto integral. A primeira frase do resumo deve ser significativa, explicar o tema
Numerao em algarismos romanos nas pginas pr-textuais.
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principal do documento. No devem constar do resumo citao de autores, tabelas e
figuras.
O resumo pode ser precedido da referncia bibliogrfica completa do documento
e deve, preferencialmente, estar contido em nico pargrafo e nica pgina. De acordo
com a norma da ABNT (NBR 6028), o resumo deve conter at 250 palavras para
monografias e at 500 palavras para dissertaes e teses. Para contar o nmero de
palavras do resumo, use o menu Ferramentas e Contar palavras (GARCIA, 2000).
O resumo deve ser vertido para o ingls, por ser a lngua de maior difuso da
produo cientfica, sendo facultado ainda fazer verses para outras lnguas, o francs
comumente, em caso de interesse especfico. Esse abstract e o rsum so inseridos
depois do resumo.
2.4.2 Texto
Conjunto de palavras e frases articuladas, escritas sobre qualquer suporte
(CAMARGO e BELLOTTO, 1996:74). Obra escrita considerada na sua redao original e
autntica (por oposio a sumrio, traduo, notas, comentrios, etc.) (AURLIO).
a parte em que todo o trabalho de pesquisa apresentado e desenvolvido; deve
expor raciocnio lgico, ser bem estruturado, fazer uso de linguagem simples, clara e
objetiva.
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Um relato honesto se desenrola melhor se o fazem sem rodeios. Shakespeare.
2.4.2.1 Introduo
A introduo apresenta o tema e indica aos leitores a
linha do trabalho, sua motivao e o plano da obra, com
alguns elementos das concluses alcanadas; menciona a
importncia do trabalho e justifica contextual e
pessoalmente a necessidade da realizao do empreendimento.
A introduo deve ambientar o leitor. Cita fatos histricos importantes e
trabalhos clssicos. A caracterizao do problema, as justificativas e as hipteses podem
ser includas na introduo ou destacadas parte, quando for o caso. Autores podem ser
citados, mas no se trata de reviso; apenas trabalhos de relevncia para a caracterizao
do contexto devem ser citados. A introduo deve ter cerca de trs ou quatro pginas.
Apresenta, no seu final, o objetivo do trabalho, de maneira clara e direta. importante
que o objetivo apresentado tenha relao direta com o texto exposto no corpo da
introduo (GARCIA, 2000).
2.4.2.2 Desenvolvimento dos captulos
O desenvolvimento dos captulos varia muito conforme o tipo do trabalho. Em
pesquisas experimentais comum subdividir essa parte em reviso da literatura,
metodologia, resultados e discusso. Entretanto, em pesquisas qualitativas, muitas vezes
essa estrutura no adequada.
Em qualquer tipo de pesquisa importante apresentar os trabalhos realizados por
outros pesquisadores. A redao desta reviso da literatura normalmente de grande
dificuldade, sobretudo pelos que se iniciam no universo cientfico-acadmico. Em face
dessa dificuldade, muitos optam por apenas resumir os trabalhos lidos em um ou dois
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pargrafos e apresent-los em ordem cronolgica. Deve-se evitar esse tipo de redao,
pois, alm de tedioso, o texto escrito dessa forma no apresenta de maneira eficiente o
que j existe publicado sobre o tema. O texto deve apresentar as diferentes correntes de
pesquisadores que estudaram a questo, deve ser fluente e os pargrafos devem possuir
articulao entre si, cada um contendo idias que evoluram do pargrafo anterior e que
preparam o seguinte.
Apesar de ser mais comum a apresentao dos trabalhos em ordem cronolgica,
isto no regra, os trabalhos mais antigos podem ser apresentados posteriormente,
desde que a clareza e a lgica do texto o justifiquem. Para facilitar a redao, opo
bastante usual dividir a reviso da literatura em partes, conforme os assuntos.
fundamental que a reviso da literatura possua consistncia com o objetivo proposto, os
trabalhos apresentados devem ter relao direta com o tema do trabalho.
A metodologia empregada deve ser destacada em um tpico, com rigor de
detalhes, de forma a permitir sua total repetio por outros autores.
Deve-se evitar texto como:
As extraes de RNA foram realizadas a partir das
suspenses virais obtidas no item 3.3, de acordo com a tcnica
descrita por Adzhar et al. (1996) e com o manual de instrues do kit
SUPERSCRIPTTM (Preamplification System for First Strand cDNA
Synthesis CAT. NO. 18089-011/GIBCO BRL/Life Technologies,
EUA), com modificaes () (SANTIAGO, 2001:41).
A menos que se prossiga descrevendo:
Uma alquota (2 mL/amostra) de cada amostra foi retirada do
nitrognio lquido, descongelada em gua corrente e centrifugada em
microcentrfuga (mod. 212 centimicro, rotor ngulo fixo, FANEM,
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Brasil) a 6.000 X g/ 4C/3 min. Aps a centrifugao, [segue-se
minuciosa descrio do procedimento] (SANTIAGO, 2001:41).
O autor deve ser mencionado, mas isso no elimina que a tcnica seja descrita
detalhadamente. Para maior clareza, o captulo sobre material e mtodos poder ser
subdivido de acordo com as particularidades de cada rea. Em pesquisas qualitativas, a
completa descrio das fontes imprescindvel.
Em pesquisas experimentais, convm destacar os resultados em texto descritivo,
apresentando de maneira objetiva os resultados encontrados. No fazer nenhum
comentrio sobre os resultados encontrados, reservando-os para a discusso. Os
resultados devem ser expostos na forma de texto, tabelas, grficos o que couber
melhor. Normalmente se evita apresentar os resultados apenas em tabelas. Podem ser
usados grficos para ilustrar os resultados, mas eles no dispensam sua apresentao na
forma de texto ou tabelas. Deve-se checar que todos os resultados tenham sido obtidos
por metodologia j descrita, bem como verificar se todas as metodologias descritas
possuem resultados apresentados. Na discusso, deve-se ter em mente que no se trata
apenas de fazer a discusso dos resultados, mas do trabalho. Assim, todas as etapas
devem ser discutidas: objetivo, literatura, metodologia e resultados. Cabe sempre
discutir a pertinncia do trabalho em questo e as motivaes que levaram o autor a
conduzir o trabalho.
Em seguida, discorre-se sobre a metodologia empregada e as alternativas a ela.
Os resultados sero discutidos em duas etapas: primeiro a explicao do autor para os
resultados encontrados, depois a comparao entre os resultados encontrados e os
disponveis na literatura, com os respectivos comentrios pertinentes.
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Por fim, faz-se o balano do trabalho com eventuais proposies de novos
trabalhos para as novas questes que se apresentarem face aos resultados encontrados.
Para cada questo respondida pelo trabalho devem surgir vrias outras novas.
importante que sejam discutidos apenas aspectos apresentados nos captulos anteriores,
no apresentando fatos ou resultados novos nem sendo citados autores que no tenham
sido previamente mencionados (GARCIA, 2000).
2.4.2.3 Concluses
As concluses e recomendaes apresentam, objetivamente, o desfecho do
trabalho a partir dos resultados. sempre importante apresent-las de maneira relativa.
Evita-se a redao do tipo no houve influncia do rdio na aculturao dos povos
indgenas, e se d preferncia a textos como no foi possvel demonstrar a
influncia do rdio na aculturao dos povos indgenas.
Colocam-se lado a lado os objetivos e as concluses, assegurando-se que no
tenham sido citadas concluses que no foram objetivos do trabalho (GARCIA, 2000).
2.4.3 Ps-texto
2.4.3.1 Anexos ou apndices
Material suplementar de sustentao ao texto (por exemplo: questionrio
aplicado, roteiro de entrevista ou observao, lei discutida no corpo do texto).
2.4.3.2 Glossrio
a explicao dos termos tcnicos, verbetes ou expresses que constem do texto
ou que o complementem. Elemento facultativo, a ser inserido de acordo com
necessidade, uma lista em ordem alfabtica de palavras especiais, de sentido pouco
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ATHAYDE, Pblio Manual para redao acadmica
20
conhecido, obscuro ou de uso muito restrito, ou palavras em lngua estrangeira
acompanhadas de suas respectivas definies.
2.4.3.3 Lista bibliogrfica (bibliografia)
a relao do material consultado para elaborao do trabalho. Parte de uma
obra na qual o autor apresenta as referncias bibliogrficas dos documentos
consultados, de obras recomendadas para leitura complementar (AURLIO).
Deve ser apresentada em ordem alfabtica pelo sobrenome do autor, em ordem
cronolgica crescente; quando o autor tem mais de uma obra editada no mesmo ano
devem-se usar as letras a, b, c,, em minscula. Exemplo: 1998a, 1998b, 1998c, 1999,
2001 As obras individuais do autor antecedem as obras coletivas em que ele aparece.
Quando o autor tem mais de uma obra citada no mesmo ano, a segunda obra e as
seguintes devem seguir a ordem alfabtica de acordo com o ttulo da obra (veja mais
detalhes na pgina n 26). Evita-se substituir a repetio do nome pela barra de espaos
____ , procedimento arcaico e que impossibilita a ordenao e identificao eletrnica
do segmento.
Exemplo extrado da Bibliografia de FERREIRA, NRS, 2001:
MORIN, Edgar. Introduo ao pensamento complexo. 2.ed. Lisboa: Instituto Piaget, 1995.
MORIN, Edgar. Cincia com conscincia. 4. ed. Rio de Janeiro: Bertrand Brasil, 2000a.
MORIN, Edgar. Os sete saberes necessrios educao do futuro. So Paulo: Cortez; Braslia, DF: UNESCO, 2000b.
MORIN, Edgar; Moigne, Jean-Louis Le. A inteligncia da complexidade. 2.ed. So Paulo: Peirpolis, 2000.
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2.5 Forma e contedo
2.5.1 Formato
No h determinao precisa e unificada quanto ao formato do texto e do pr-
texto na pgina, manchas e margens; no entanto, passaram a ser usuais as seguintes
caractersticas, com pequenas variaes entre as instituies:
a) papel alcalino branco, 75g/m2, formato A4 (210 X 297mm);
b) margens de:
9 3,5 cm na parte superior; 9 2,5 cm na inferior; 9 3,5 cm no lado esquerdo; 9 2,5 cm no lado direito; 9 1,7 cm no cabealho; 9 1,7 cm no rodap.
Para definir as margens e o tamanho do papel, use o menu Arquivo e
Configurar pgina...
c) fonte para o texto: Times New Roman; Corpo: 12; Espao: 2 no texto e 1,5
nas citaes longas (mais de cinco linhas), ou
d) fonte para o texto: Arial; Corpo: 11; Espao: 1,5 no texto e 1 nas citaes
longas (mais de cinco linhas);
e) fontes para os ttulos e sees sero hierarquizadas segundo a necessidade,
mantendo-se sempre a mesma fonte utilizada no texto, em tamanhos
diferentes, e usando-se negritos e itlicos, segundo convier. Este Manual pode
ser utilizado como exemplo.
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2.5.2 Paginao
A numerao das pginas introdutrias contada a partir da folha de rosto e
deve ser feita em algarismos romanos, colocados no canto superior direito, no cabealho
de cada pgina h quem prefira letras minsculas, mas isso absolutamente contrrio
ao procedimento romano clssico, portanto sem fundamento.
A numerao em algarismos arbicos inicia-se na primeira pgina do texto
(pgina 1), a numerao em romanos termina na pgina anterior a esta.
So contadas na numerao, mas no recebem nmeros, as folhas de rosto, a
primeira pgina do texto (pgina 1) e as pginas que iniciam captulo o que no
costuma ser seguido com muito rigor.
Para paginar o documento, usa-se o menu Inserir e Nmeros de pginas... Para
que o programa possa paginar de maneira diferente (I, II, III e 1, 2, 3 ), deve-se
dividir o trabalho em sees ou em arquivos diferentes.
Considerando que se devero assumir diferentes formataes para as pginas,
deve-se dividir o trabalho em pelo menos trs arquivos: um para capa e contra-capa,
outro para o pr-texto e um terceiro para texto e ps-texto. Se o autor j possui
intimidade com o programa, poder manter todo o texto em arquivo nico, dividindo-o
em sees, por meio do menu Inserir e Quebra, definindo em seguida: Quebra de
seo / Prxima pgina.
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ATHAYDE, Pblio Manual para redao acadmica
23
2.5.3 Citaes
So empregadas para transcrever o que o autor escreveu, suas idias ou suas
palavras.
As autoras ALVES-MAZZOTTI (1999), LAKATOS e MARCONI
(1991) destacam a relevncia da tcnica observao no contexto das
investigaes qualitativas. A observao de fatos, comportamentos e
cenrios extremamente valorizada pelas pesquisas qualitativas
(p.164), assinala ALVES-MAZZOTTI. Para LAKATOS e MARCONI a
observao desempenha papel importante nos processos
observacionais, no contexto da descoberta () [essa tcnica] permite
a evidncia de dados no constantes do roteiro de entrevistas ou de
questionrios (p. 191) (FERREIRA, NRS, 2001:135).
Aqui FERREIRA, NRS (2001) est reproduzindo as idias de ALVES-MAZZOTTI
(1999), LAKATOS e MARCONI (1991), em alguns pontos; em outros, transcrevem-se as
palavras daqueles autores.
2.5.3.1 Citao direta ou textual
Quanto menos usado o recurso
da citao textual, mais valor ele
adquire. Reserve-o para afirmaes de
grande relevncia, por seu contedo ou pelo carter inusitado que possa ter.
Reproduzir citaes textuais confere credibilidade informao, ajuda o leitor a
conhecer melhor o pensamento citado. Devem-se reproduzir apenas as frases mais
importantes, expressivas e espontneas:
Existem coisas que inviabilizam a elaborao concreta do
contedo programtico [trabalhar dois professores com contedos
No abuse das citaes. Como costumava dizer meu pai: Quem cita os outros no tem idias prprias.
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ATHAYDE, Pblio Manual para redao acadmica
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diferentes ao mesmo tempo]. O meu [contedo] est elaborado em
funo () como se eu tivesse dando uma disciplina (Informante
1C) (Apud FERREIRA, NRS, 2001:151).
Informaes de carter universal ou de fcil averiguao no devem ser
atribudas a algum, mas assumidas pelo autor: Belo Horizonte a capital mais
montanhosa do Sudeste. E no: O gegrafo Fulano afirma que Belo Horizonte a
capital mais montanhosa
Na reproduo de citao textual, deve-se ser fiel ao que foi dito, mas, se no for
de relevncia cientfica, convm eliminar repeties de palavras ou expresses da
linguagem oral: hum, , ah, n, t, sabe?, entende?, viu? Para facilitar a leitura, pode-se
suprimir trecho ou alterar a ordem do que foi dito desde que respeitados o contexto e o
contedo.
Usa-se o travesso para reforar aspas, principalmente em transcrio de
entrevistas. A declarao deve estar entre aspas, ainda que se trate de dilogo.
Na necessidade de chamar a ateno do leitor para algo de errado ou estranho
em declarao, admite-se o uso da expresso latina sic (assim mesmo) entre parnteses
e em itlico. Mas um recurso de uso restrito.
Cuidado com os sujeitos e os verbos ao reproduzir
declaraes textuais. Nunca se deve escrever Agripino
Viso declarou que vi com meus prprios olhos, nem
Agripino Viso declarou que viu com seus prprios olhos. Usa-se: Vi com meus
prprios olhos, disse Agripino Viso; ou Agripino Viso disse ter visto com seus
prprios olhos; ou ainda Agripino Viso disse: Vi com meus prprios olhos
(FOLHA).
Analogias na escrita so to fteis quanto chifres numa galinha.
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ATHAYDE, Pblio Manual para redao acadmica
25
Citao direta e curta (com menos de cinco linhas) deve ser feita na seqncia
do texto, entre aspas: O estudo de caso do tipo etnogrfico faz uso das tcnicas que
tradicionalmente so associadas etnografia, ou seja, a observao participante, a
entrevista intensiva e a anlise de documentos (ANDR, 1995:28, apud FERREIRA,
NRS, 2001:124).
Na citao direta e longa (com cinco linhas ou mais), as margens so recuadas
direita, em fonte e espao menor que a do corpo de texto (espao 1,5, em Times New
Roman 11, ou espao 1, quando em Arial 10, que so as fontes recomendadas). Esse
procedimento pode ser verificado anteriormente.
2.5.3.2 Citao de citao
a citao citada por outro pesquisador. H ocorrncias anteriores que
exemplificam esse caso. Observao: apud significa citado por. Recomenda-se evitar
esse procedimento tanto quanto possvel.
2.5.3.3 Citao indireta
Sofre interpretao por parte do autor, apenas as idias so advindas do texto
original.
Um dos maiores desafios da educao e da escola, neste momento, o da
tecnologia, em especial das tecnologias de informtica, centradas no computador, e o
produto destas tecnologias a informao sistematizada, de modo a promover a
disponibilizao e sua utilizao de forma democrtica e cidad (CHAVES, 1998 apud
REIS, 2001:14).
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Aqui Reis est reproduzindo as idias de Chaves; este exemplo uma citao da
citao indireta. Foram usadas aspas por serem as palavras de Reis e no de quem o
cita.
2.6 Ilustraes
As ilustraes devem estar acompanhadas de legenda, que dever ser
mencionada na respectiva lista, ou na lista geral de ilustraes, como melhor convier.
Vrias so as possibilidades atuais de introduo de ilustraes no texto. A
disposio das ilustraes pode se subordinar sua natureza, ao texto ou exigncia de
destino do trabalho, com amplas possibilidades.
Os cuidados a serem tomados se referem ao excesso cabe ponderar sobre a
necessidade da ilustrao e sobre a informao que ela agrega ao texto; se no for
realmente pertinente, prefervel descartar; no que se refere aos grficos, fluxogramas e
outros elementos ilustrativos criados para o trabalho, bom verificar se possuem
tamanho e cores adequadas sbrias como convm ao texto cientfico; as cores que os
programas mais usuais de planilha de clculo usam automaticamente parecem bastante
adequadas, no sendo preciso inventar muito.
Outra recomendao quanto quantidade de ilustraes coloridas, recurso to
fcil com os computadores atuais, refere-se aos custos: bom ter em mente que cada
cpia ou impresso laser de pgina em preto e branco custa hoje alguns centavos, mas
as coloridas custaro algo prximo a R$2,00 cada uma.
Quando a ilustrao provier de outro autor, as exigncias de meno fonte so
as mesmas que aquelas estabelecidas para quaisquer informaes, dados ou texto.
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0
Cn-1
Cn-2
Cn-3
Cn
o
= 0 trans = 120 gauche (g+) = -120 gauche (g-)
2.6.1 Desenhos
Vrios tipos de desenhos podem ser usados como ilustrao dos trabalhos
acadmicos, inclusive desenhos feitos apenas com os recursos do prprio editor de
textos1, como o do exemplo a seguir:
A figura abaixo ilustra as possveis configuraes numa cadeia de polmero, em
funo do ngulo :
Figura 4: Desenho
Quando 0= , temos um mnimo de energia associado
configurao trans; quando
D120+= , temos um outro mnimo para a configurao
gauche +g ; () (NASSIF,
2002:118).
Recomenda-se que os
desenhos feitos em editor de textos sejam agrupados em todos os seus componentes e
convertidos em figura, para que no se percam informaes e que no haja problemas
futuros de editorao.
1 Foi usado o Microsoft WordXP. Todas as referncias a editor de textos e comandos aplicveis neste
Manual se referem a ele.
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Outros desenhos podem ser escaneados e introduzidos. Observar que a resoluo
do escaneamento no seja alta para que o documento no fique muito grande, nem baixa
demais que prejudique a imagem no momento da impresso. Algo entre 50 e 120dpi
deve ser suficiente.
2.6.2 Diagramas
A seguir esboado um diagrama sobre os conceitos discutidos:
Figura 5: Diagrama
Fluxo de Caixa + Acumulaes = ResultadoContbilLucro/Prejuzo
- Deprec. & Amort.(Ac. no Correntes)
+ Cap.Circ.Liq. (excluir Disponibilidades
e Financ. Banc. C.P. )(Ac. Correntes)
Discricionrias No Discricionrias
Lanamentoscontbeis naturais
do negcio
Gerenciamentodos
Resultados
Contabilmenteno manejvel
por hiptese
A diferena entre a contabilidade pelo regime de caixa e a contabilidade pelo
regime de competncia reside no aspecto temporal de reconhecimento de receitas e
despesas (MARTINEZ, 2001:33).
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2.6.3 Fotografias
s fotografias aplicam-se os mesmos comentrios referentes s legendas,
escaneamento quando for o caso ou insero no texto que foram feitos para as outras
ilustraes. No parece apropriado que ocupem mais de 40% da mancha na pgina e
devem estar o mais prximas possvel do texto a que corresponderem.
Fotografia 1 Colgio e Santurio do Caraa
Descrio do atrativo:
Propriedade da Congregao da Misso dos
Padres Lazaritas, ou Vicentinos, o Parque
Natural do Caraa, hoje, uma Reserva
Particular do Patrimnio Natural RPPN,
com 11.233 hectares. Alm disso, possui o
ttulo de Zona de Vida Silvestre e seu
conjunto arquitetnico est tombado pelo
SPHAN, que lhe conferiu o ttulo de
Patrimnio Cultural. O Santurio,
localizado a 1.300 metros de altitude, pode
ser considerado o maior atrativo turstico da
regio, em virtude da diversidade de modalidades tursticas ali existentes e da qualidade
das atividades que delas decorrem (MAGALHES, 2000:139).
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ATHAYDE, Pblio Manual para redao acadmica
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2.6.4 Grficos
Diversos tipos podem ser usados; o deste exemplo conhecido como radar,
permite visualizar grande quantidade de fatores correlacionados.
Fatores intervenientes no uso do computador [percentual por escola].
Figura 6: Grfico radar
Questionrio dos Alunos
020406080
100 H quanto Tempo Usa Computador
Uso de Computador fora daEscola
Freqncia do Uso de Computador na Escola
Aprendizado com o Computador
Orientao Dada pelo Professor Freqncia do Uso dos Meios de
comunicao
Freqncia do Uso da Biblioteca
Programas Utilizados
Nmero de Acertos
Pblica 1 Pblica 2 Particular 3 Particular 4
Fonte: PINTO, 2001:110.
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ATHAYDE, Pblio Manual para redao acadmica
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2.6.5 Tabelas e quadros
As tabelas e os quadros devem ser numerados seqencialmente com nmeros
arbicos e listados no pr-texto. O ttulo deve ser objetivo. Devem ser evitadas linhas
verticais e as linhas horizontais devem se limitar, sempre que possvel, ao cabealho e
ao rodap da tabela.
A apresentao de quadros e tabelas est regida pelas Normas de apresentao
tabular (IBGE, 1979) e Normas de apresentao tabular (Conselho Nacional de
Estatstica, 1958).
A ABNT define normas para tabelas e figuras (NBR 6029 e NBR 6822). Nessas
normas, h distino entre tabelas e quadros. Segundo a ABNT, tabelas apresentam
informaes tratadas estatisticamente e quadros contm informaes textuais agrupadas
em colunas.
A melhor obra disponvel sobre o assunto a publicao do Tribunal de Contas
da Unio: Tcnicas de apresentao de dados; alm de excelente, gratuita, pode ser
obtida na internet.
2.6.5.1 Tabelas
So conjuntos de dados estatsticos, associados a dado fenmeno, dispostos em
determinada ordem de classificao. Expressam as variaes qualitativas e quantitativas
do fenmeno. A finalidade bsica da tabela resumir ou sintetizar dados de maneira a
fornecer mxima informao em mnimo espao. Na apresentao da tabela devem ser
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ATHAYDE, Pblio Manual para redao acadmica
32
levados em considerao:
a) toda tabela deve ter significado prprio, dispensando consultas ao texto;
b) a tabela deve ser colocada em posio vertical, para facilitar a leitura dos
dados. No caso em que isso seja impossvel, deve ser colocada em posio
horizontal, com o ttulo voltado para a margem esquerda da folha;
c) se a tabela ou quadro no couber em uma pgina, deve ser continuado na
pgina seguinte. Neste caso, o final no ser delimitado por trao horizontal
na parte inferior e o cabealho ser repetido na pgina seguinte;
d) no devem ser apresentadas tabelas nas quais a maior parte dos casos
indiquem inexistncia do fenmeno (PUC-PR).
As tabelas podem usar fontes bem menores que as do texto corrente, para
possibilitar a incluso de grande volume de informaes em espao pequeno,
possibilitando a viso global dos dados. As fontes da tabela abaixo, obtida em BRITO
(2000:22), so de corpos 10 e 9.
Tabela 1: Exemplo de tabela
TABELA N. 5 BRASIL
MIGRANTES INTERESTADUAIS 1981/1991
IMIGRANTES EMIGRANTES ESTADOS E REGIES absoluto % absoluto % NORTE 1.170.161 11,00 654.539 6,15 NE. SETENTRIONAL 399.270 3,75 787.120 7,40 NE. CENTRAL 1.166.571 10,96 1.916.605 18,01 NE. MERIDIONAL 577.892 5,43 973.223 9,15 MINAS GERAIS 799.339 7,51 1.018.903 9,58 ESPRITO SANTO 269.382 2,53 197.692 1,86 RIO DE JANEIRO 580.821 5,46 624.921 5,87 SO PAULO 2.686.636 25,25 1.498.981 14,09 PARAN 592.854 5,57 1.083.620 10,18 EXTREMO SUL 564.730 5,31 569.635 5,35 CENTRO-OESTE 1.832.176 17,22 1.314.593 12,36 TOTAL 10.639.832 100,0 10.639.832 100,0 Fonte: FIBGE; Censo Demogrfico de 1991.
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ATHAYDE, Pblio Manual para redao acadmica
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2.6.5.2 Quadros
Denomina-se quadro a apresentao de dados de forma organizada, para cuja
compreenso no seja necessria qualquer elaborao matemtico-estatstica. A
identificao ser feita com o nome do elemento quadro, seguido do nmero de ordem
em algarismo romano (PUC-PR).
2.7 Recomendaes
2.7.1 Abreviatura, siglas e smbolos
Abreviatura a apresentao de uma
palavra por meio de alguma(s) de suas slabas ou
letras, usada no tratamento documental (CAMARGO
e BELLOTO, 1996:1).
Evitamos inventar abreviaturas, exceto aquelas que se referirem a elementos
conceituais ou referncias a obras clssicas repetidas extensiva e intensivamente no
trabalho.
Entre as mais comuns universalmente aceitas, h: designao de ano ou sculo
em relao era crist (a.C., d.C.); a expresso etc. (et ctera); meses do ano em
ilustrao, tabelas e referncias (jan., fev., mar., abr., mai., jun., jul., ago., set., out.,
nov., dez.); designaes comerciais (Cia., Ltda., S/A, S/C).
H, verdadeiramente, duas coisas diferentes: saber e crer que se sabe. A cinciaconsiste em saber; em crer que se sabe reside ignorncia. Hipcrates.
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Siglas criam dificuldades para o leitor, porque
exigem que sejam decifradas. A regra evit-las,
principalmente em ttulos, exceto em casos
consagrados, como Aids, Bradesco, Embratel, ONU, OLP, USP.
Observe-se a seguinte padronizao:
a) no usar pontos: ONU e no O.N.U.;
b) escrever por extenso seu significado, de preferncia logo aps a primeira meno:
O filme vai ser exibido no MIS (Museu da Imagem e do Som), exceto quando a
sigla for muito consagrada, como Aids, Bradesco, ONU;
c) usar apenas letras maisculas para sigla com at trs letras: OMS, DPF, ONU.
Mas ateno: alguns nomes, como Efe (a agncia de notcias espanhola) e Fed (o
banco central norte-americano), parecem siglas, mas no so;
d) empregar maiscula apenas na primeira letra de siglas com mais de trs letras que
podem ser lidas sem dificuldade como palavra: Unesco, Banespa, Petrobrs,
Sudene, Sesc, Prona;
e) usar apenas letras maisculas para sigla que exija leitura letra por letra: UFMG,
SBPC, DNDDC, DNER, PMDB;
f) h algumas excees consagradas, como CNPq, UnB;
g) se precisar formar plural, acrescente-se s minsculo: TVs, BTNs.
Os smbolos das unidades de medida no so abreviaturas nem siglas, devendo
ser escritos em minsculas, exceto aqueles etimologicamente ligados a nomes prprios;
assim: g grama; m metro; kg quilograma; V volt (maisculo, por causa de
Alessandro Volta), s segundo. So grafados sem ponto de abreviao e sem plural
(FOLHA, adaptado).
Nunca use siglas desconhecidas, conforme recomenda a A.G.O.P.
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ATHAYDE, Pblio Manual para redao acadmica
35
A ABNT, atravs da NBR 6032, define regras para se criarem abreviaes.
Algumas dessas regras so:
a) no se abreviam palavras com menos de cinco letras;
b) devem-se suprimir artigos e preposies;
c) o tipo do peridico abrevia-se com uma letra maiscula (p.ex.: B. boletim, C.
correio, D. dirio, F. Folha, G. gazeta, J. jornal, R. revista);
d) os substantivos abreviam-se com a primeira letra maiscula e os adjetivos em
minscula, exceto para nomes de entidades (Revista Brasileira de Medicina
Veterinria = R. bras. Med. vet.; Sociedade Brasileira de Medicina
Veterinria = Soc. Bras. Med. Vet.).
Da tabela que se segue, embora existam e sejam aceitos, pelos motivos expostos
no se recomenda o uso das abreviaturas transcritas em itlico, exceto em trabalhos
ligados rea especfica de seu emprego.
Tabela 2: Abreviaturas
Abr
evia
tura
Sign
ifica
do
a. assinado(a)
A. autor
aa. assinados(a)
AA. autores
a.C. antes de Cristo
a.D. anno Domini
Al. Alameda
Alm. Almirante
Alm.-Esqdra.
Almirante-de-Esquadra
a.m. ante meridiem
ap. apartamento
AR Administrao Regional
asp. aspirante
Av. Avenida
bel. bacharel
Brig. Brigadeiro
btl. batalho
C grau centesimal, centgrado ou Clsius (ex: 20C)
C.-Alm. Contra-Almirante
Cap. Capito
cap. captulo
Cap.corv. Capito-de-Corveta
Cap.Frag. Capito-de-Fragata
Cap.M.G. Capito-de-Mar-e-Guerra
caps. captulos
Cap.-Ten. Capito-Tenente
cav. cavalaria
cc. centmetro cbico
Cel. Coronel
cg centigrama(s)
Cia. companhia
CIF cost, insurance and freight (custo, seguro e frete)
cl centilitro(s)
cm centmetro(s)
cm2 centmetro(s) quadrado(s)
cm3 centmetro(s) cbico(s)
cm/s centmetro(s) por segundo
cd. cdigo
Com. Comandante
comp. companhia (militarmente)
Cr$ cruzeiro
Cz$ cruzado
-
ATHAYDE, Pblio Manual para redao acadmica
36
NCz$ cruzado novo
D. Dom, Dona
D. digno
d.C. depois de Cristo
DD. dignssimo
dec. decreto
dg decigrama(s)
DL decreto-lei
Dr. Doutor
Dr. doutora
Drs. Doutoras
Drs. Doutores
E. editor
E Este (ponto cardeal)
ed. edio
EE. editores
EM Estado-Maior
Em. Eminncia
Emb. Embaixador
Eng. Engenheiro(s)
Esc. escola
etc. et ctera
ex. exemplo(s)
Ex. Excelncia
Exm. Excelentssima
Exm. Excelentssimo
Fed Federal Reserve (BC-EUA)
fem. feminino
fl. folha
fls. folhas
FOB free on board (livre a bordo)
Fr. Frei
g grama(s)
Gen. General
GMT Greenwich Meridian Time (hora do meridiano de
Greenwich)
h hora(s)
ha hectare(s)
hab. habitante(s)
hl hectolitro(s)
HP horse-power (cavalo-vapor)
ib. ibidem (no mesmo lugar)
id. idem (o mesmo)
i.e. id est (isto )
Ilm. Ilustrssima
Ilm. Ilustrssimo
inf. infantaria
Jr. Jnior
K grau(s) Kelvin
kg quilograma(s)
kHz quilohertz
km quilmetro(s)
Km2 quilmetro(s) quadrado(s)
km/h quilmetro(s) por hora
KO nocaute
kV quilovolt(s)
kVA quilovolt(s)-ampre(s)
kw quilowatt(s)
kwh quilowatt(s)-hora
l litro
lb libra, libra-peso
log. logaritmo
LP long-playing
Ltda. Limitada
m metro(s)
m2 metro(s) quadrado(s)
m3 metro(s) cbico(s)
mA miliampre(s)
Maj. major
Mal. marechal
md. mdico
mg miligrama(s)
MHz megahertz
min minuto(s)
ml mililitro(s)
Mlle. Mademoiselle (Senhorita)
mm milmetro(s)
mm2 milmetro(s) quadrado(s)
mm3 milmetro(s) cbico(s)
MM. Meritssimo
Mme. Madame
m/min metro(s) por minuto
Mons. Monsenhor
Mr. Mister (senhor)
Mrs. Mistress (Senhora)
m/s metro(s) por segundo
MTS metro, tonelada, segundo
mV milivolt(s)
N Norte
N. da R. nota da redao
N. do A. nota do autor
N. do E. nota do editor
N. do T. nota do tradutor
NE Nordeste
N.N. abreviatura com que se oculta um nome em programas, cartazes, subscries etc.
n nmero
N.S. Nosso Senhor
N.S. Nossa Senhora
N.T. Novo Testamento
O Oeste
obs. observao
-
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op. cit. opus citatum (obra citada)
pg./p. pgina
Pe. padre
p. ex. por exemplo
pg. pago
Ph.D. Philosophiae Doctor (doutor em filosofia)
pl. plural
p.m. post meridiem
Prof. Professor
Prof. Professora
Profs. Professoras
Profs. Professores
P.S. post scriptum (ps-escrito)
pt ponto
QG quartel-general
R. Rua
R$ real
Revm. Reverendssimo
rpm rotao por minuto
rps rotao por segundo
s segundo(s) (de tempo)
S. Santa, Santo, So
S Sul
S.A. Sociedade Annima
sarg. sargento
s/d sem data
sc. sculo
scs. sculos
seg. seguinte
segs. seguintes
S. Em. Sua Eminncia
S. Ems. Suas Eminncias
S. Ex. Sua Excelncia
S. Exs. Suas Excelncias
SOS sinal de socorro
Sr. Senhor
Sra. Senhora
Sras. Senhoras
S. Revm. Sua Reverendssima
S. Revmas.
Suas Reverendssimas
Srs. Senhores
Srta. Senhorita
S. S. Sua Senhoria
S. Ss. Suas Senhorias
t tonelada
tel. telefone
Ten. Tenente
Ten.-Cel. Tenente-Coronel
Trav. Travessa
TV televiso
V volt(s)
V. voc
VA volt-ampre
V.A. Vossa Alteza
V.-Alm. Vice-Almirante
V. Em. Vossa Eminncia
V. Ems. Vossas Eminncias
V. Ex. Vossa Excelncia
V. Exs. Vossas Excelncias
V. Revm. Vossa Reverendssima
V. Revms
Vossas Reverendssimas
vs. versus (contra)
V.S. Vossa Santidade
V.S. Vossa Senhoria
V.Ss. Vossas Senhorias
VT Videoteipe
w watt(s)
W watt internacional
W Oeste
w.c. water-closet (sanitrio)
wh watt-hora
x Versus (no futebol)
yd yard(s) (jardas)
-
ATHAYDE, Pblio Manual para redao acadmica
38
Os meses, a serem mencionados nas referncias de peridicos, so sempre
abreviados na lngua de origem do artigo; segue-se quadro com abreviaturas em
algumas lnguas; observe-se a grafia nas lnguas romnicas em minsculas; nas
germnicas, inicial maiscula.
Tabela 3: Abreviaturas dos meses
Portugus Espanhol Italiano janeiro jan. enero ene. gennaio gen. fevereiro fev. febrero feb. febbraio feb. maro mar. marzo mar. marzo mar. abril abr. abril abr. aprile apr. maio maio mayo mayo maggio mag. junho jun. junio jun. giugno giug. julho jul. julio jul. giuglio giugl. agosto ago. agosto ago. agosto ago. setembro set. septiembre set. settembre set. outubro out. octubre oct. ottobre ott. novembro nov. noviembre nov. novembre nov. dezembro dez. diciembre dic. decembre dec.
dicembre dic.
Francs Ingls Alemo janvier jan. January Jan. Januar Jan. fvrier fv. February Feb. Februar Feb. mars mars March Mar. Mrz Mrz avril avr. April Apr. April Apr. mai mai May May Mai Mai juin juin June June Juni Juni juillet juil. July July Juli Juli aot aot August Aug. August Aug. septembre sept. September Sept. September Sept. octobre oct. October Oct. Oktober Okt. novembre nov. November Nov. November Nov. decembre dec. December Dec. Dezember Dez.
2.7.2 Arredondamento
Todo cuidado pouco ao arredondar nmeros. A informao apurada com
esforo e zelo pode ser comprometida pela impercia na hora de tornar o dado mais
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ATHAYDE, Pblio Manual para redao acadmica
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legvel: US$ 20,34 bilhes muito mais do que US$ 20 bilhes. Essa simplificao ter
subtrado US$ 340 milhes em informao (FOLHA).
Apesar de esse arredondamento ser matematicamente correto, no se deve faz-
lo. Evite-se qualquer operao que altere o nmero em mais de 1% de seu valor
original.
Na hora de eliminar casas ao arredondar, nunca desprezar: populao de 13,7
milhes pode ser transformada em 14 milhes, nunca em 13 milhes. Para facilitar a
leitura, cabe restringir os numerais fracionados inevitveis a uma casa decimal, como
regra, mas convm tomar cuidado com as quantidades muito grandes, usando o bom
senso.
Para arredondar, podem-se seguir estas duas regras prticas:
a) concentrar-se na casa seguinte que se pretende manter;
b) arredondar para cima os algarismos 5, 6, 7, 8 e 9; os restantes (1, 2, 3 e 4),
para baixo.
Assim, arredonda-se 1,4499 para 1,4 e no 1,5 (o segundo 4 exige
arredondamento para baixo). A razo clara: 1,4499 est mais perto de 1,4 do que de
1,5.
Se a inteno for manter duas casas decimais, escreve-se 1,45, porque 1,4499
est mais perto de 1,45 do que de 1,44 (o primeiro 9, neste caso, fala mais forte)
(FOLHA, adaptado).
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ATHAYDE, Pblio Manual para redao acadmica
40
2.7.3 Aspectos ticos
Nos termos da Portaria 196/96, do Conselho Nacional de Sade, tratando-se de
pesquisa clnica, epidemiolgica ou no mbito das Cincias Humanas, envolvendo
experimentao com seres humanos, o projeto deve conter seo onde se explicite como
esto sendo contemplados seus aspectos ticos, devendo ser anexados o parecer da
Comisso de tica das instituies envolvidas e cpia do formulrio para consentimento
aps informao.
2.7.4 Biossegurana
Conforme legislao em vigor, projetos que envolvam experimentos com
organismos geneticamente modificados devem informar o nmero de registro e data da
publicao do certificado de qualidade em Biosegurana.
2.7.5 Desdobramento em volumes
Divide-se em dois volumes o trabalho que ultrapassar significativamente as 200
pginas, para facilitar o manuseio.
Quando a obra for em mais de um volume, a capa e a folha de rosto devem
destacar a indicao de volume (Volume I; Volume II) logo abaixo do ttulo.
A numerao das pginas dos volumes deve ser seqncia natural do volume
anterior (UFRGS, adaptado).
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ATHAYDE, Pblio Manual para redao acadmica
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2.7.6 Direitos autorais
Os direitos autorais sobre as obras intelectuais, inclusive os trabalhos
acadmicos, esto regulados pela Lei 9.610 de 19/02/1998, que altera, atualiza e
consolida a legislao sobre direitos autorais e d outras providncias. No
necessrio qualquer tipo de registro para adquirir direito autoral, mas isso pode ser feito
para garantir de forma lquida, inquestionvel, o exerccio desse direito. O registro pode
ser feito em diversas instituies, inclusive na Biblioteca Nacional (veja link na pgina
n 144). As citaes, menes e excertos, respeitadas e mencionadas as fontes e os
limites, no violam o direito autoral. A idia no objeto de direito, segundo a Lei.
2.7.7 Estilo
O estilo na redao de trabalhos
cientficos deve ter por referncia princpios
bsicos que devem ser observados de modo a
garantir o mximo de iseno e clareza na
descrio da atividade de investigao desenvolvida.
Os princpios indispensveis redao acadmica, comuns a outras formas de
escrita, podem ser resumidos nas seguintes caractersticas: clareza; preciso;
comunicabilidade e consistncia.
A redao clara quando no deixa margem a interpretaes diferentes da que o
autor deseja comunicar. A linguagem rebuscada, cheia de termos desnecessrios, desvia
a ateno do leitor, servindo apenas para o confundir.
Releia suas redaes e, onde quer que se depare com um trecho que lhe parea particularmente brilhante, risque-o. Samuel Johnson, segundo Boswell.
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ATHAYDE, Pblio Manual para redao acadmica
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A falta de clareza do texto aparece muitas vezes acompanhada de ambigidade,
falta de ordem na apresentao de idias, utilizao excessiva de termos com pouco uso
na lngua. O texto correto expe os conceitos e a lgica pretendida em seqncia que
estimule o prosseguimento da leitura.
O autor claro quando usa linguagem precisa, quando atribui a cada palavra
empregada o sentido exato do pensamento que deseja transmitir. mais fcil ser preciso
na linguagem cientfica do que na literria, uma vez que nesta ltima a escolha de
termos bem mais ampla. De qualquer forma, a seleo de termos inequvocos e a
cautela no uso de expresses coloquiais (de uso comum: por exemplo, quer chova ou
faa sol; ou das duas, uma) devem constituir preocupao sempre presentes na redao
acadmica.
A comunicabilidade caracterstica essencial na linguagem cientfica, os
assuntos devem ser tratados de maneira direta e simples, expondo a lgica e a
continuidade que sustentem as idias defendidas.
A pontuao tambm deve ser usada criteriosamente, proporcionando pausas
adequadas compreenso do texto. Pontuao em excesso cansa o leitor e, quando
deficiente, no oferece clareza.
Por ltimo, o princpio da consistncia elemento importante no estilo e pode
ser analisado de trs formas complementares: consistncia da expresso gramatical;
consistncia de categoria; consistncia de seqncia.
A consistncia de expresso gramatical violada quando, na enumerao de trs
itens, o primeiro um substantivo, o segundo, uma frase e o terceiro, um perodo
completo, o que confunde e distrai o leitor. Outro exemplo seria a enumerao cujos
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ATHAYDE, Pblio Manual para redao acadmica
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Evite frases exageradamente longas, por dificultarem a compreenso da idia contida nelas e, concomitantemente, por conterem mais de uma idia alm da central, o que nem sempre torna o seu contedo acessvel, forando, desta forma, o pobre leitor a separ-la em seus componentes diversos, de forma a torn-las compreensveis, o que no deveria ser, afinal de contas, parte do processo da leitura, hbito que devemos estimular atravs do uso de frases mais curtas
itens se iniciassem, ora por substantivo, ora por verbo. Vejamos: na redao cientfica,
cumpre observar, entre outras regras: (1) terminologia precisa; (2) pontuao criteriosa;
(3) no abusar de sinnimos; (4) evitar ambigidade de referncias Observe como fica
melhor: (1) terminologia precisa; (2) pontuao criteriosa; (3) sinonmia restrita; (4)
referncias precisas.
A consistncia de categoria reside no equilbrio que deve ser mantido nas
principais sees do captulo ou subsees da seo. Um captulo cujas trs primeiras
sees se referem, respectivamente, aos aspectos tecnolgicos, econmicos e sociais dos
sistemas de informao, e a quarta seo que trate de ferramentas de anlise e
desenvolvimento de sistemas de informao, est desequilibrado. A quarta seo, sem
dvida, apresenta matria de categoria diferente da abordada pelas trs primeiras,
devendo pertencer a outro captulo.
A consistncia de seqncia est relacionada ordem que deve ser mantida na
apresentao de captulos, sees e subsees do trabalho. Embora nem sempre a
seqncia a ser observada seja cronolgica, existe lgica inerente ao assunto em
qualquer enumerao. Uma vez detectada, a lgica determinar a ordem em que
captulos, sees, subsees e quaisquer outros elementos devem aparecer. Seja qual for
a seqncia adotada, o que importa que esta deve refletir organizao lgica.
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ATHAYDE, Pblio Manual para redao acadmica
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2.7.8 Nomes comerciais
Nomes comerciais ou marcas no devem ser mencionados no texto, a menos que
por necessidade absoluta. Deve ser citado apenas o nome tcnico correspondente, ou a
descrio do produto, e a marca comercial deve ser citada em nota de rodap. Por
exemplo, no mencionar Fanta Uva, usando refrigerante base de uva; dizer dipirona
no lugar de Novalgina (GARCIA, 2000).
Esse procedimento universal entre os autores da rea mdica, mas deve ser
adotado por todos, por ser mais pertinente do ponto de vista acadmico e de maior
formalidade.
2.7.9 Notas de rodap
As notas de rodap destinam-se a prestar esclarecimentos ou tecer consideraes
que no devem ser includas no texto para no interromper a seqncia lgica da leitura.
Essas notas devem ser reduzidas ao mnimo e situar-se em local to prximo quanto
possvel do texto, no sendo mais cabvel reuni-las todas ao fim dos captulos ou da
publicao.
Inserem-se notas pelo menu Inserir / referncia / notas. O programa faz tudo
automaticamente, sem maiores transtornos.
H dois tipos de notas de rodap:
2.7.9.1 Bibliogrficas
So em geral utilizadas para indicar fontes bibliogrficas, permitindo
comprovao ou ampliao de conhecimento do leitor; para indicar textos relacionados
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ATHAYDE, Pblio Manual para redao acadmica
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s afirmaes contidas no trabalho, remeter o leitor a outras partes do mesmo trabalho
ou a outros trabalhos para comparao de resultados e para incluir a traduo de
citaes feitas em lngua estrangeira ou indicar a lngua original de citaes traduzidas.
2.7.9.2 Explicativas
Referem-se a comentrios ou observaes pessoais do autor. So tambm
adotadas para indicar dados relativos s comunicaes pessoais, a trabalhos no
publicados e a originais no consultados, mas citados pelo autor.
2.7.10 Numerao progressiva
Consiste na diviso do trabalho em sees. Segundo a NBR 6024 da ABNT, no
se deve subdividir em sees alm da terciria, procedimento de que discordamos e no
adotamos.
2.7.10.1 Sees primrias
Correspondem aos captulos. Numeram-se as sees primrias com a srie
natural dos nmeros inteiros, a partir de 1 (um), pela ordem de sua colocao no
documento. O ttulo dessa seo deve ser em negrito e somente a primeira letra da frase
maiscula.
No Word, basta o comando Crtl+Alt+1 e a frase est formatada como seo
primria.
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ATHAYDE, Pblio Manual para redao acadmica
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2.7.10.2 Sees secundrias e tercirias
So resultantes da diviso do texto dos captulos. Numeram-se seqencialmente
com a srie natural dos nmeros inteiros, a partir de 1 (um), pela ordem de sua
colocao no respectivo captulo.
No editor de textos, basta o comando Crtl+Alt+2 e Crtl+Alt+3 e a frase est
formatada como seo secundria ou terciria.
2.7.11 Ttulo
Recomenda-se adotar titulo objetivo, direto; usar substantivos, estando atento s
preposies exatas e ao mnimo de artigos.
O ttulo do trabalho no seu resumo. Devem-se evitar ttulos longos, buscando-
se objetividade e contendo apenas as palavras essenciais, sem prejuzo da clareza e
entendimento da natureza do trabalho. No se usam metforas, ironias ou outros
recursos literrios em ttulos acadmicos, exceto com absolutas conscincia e
intencionalidade no procedimento.
Observe-se o exemplo do ttulo deste Manual para redao acadmica: a
preposio foi escolhida visando determinar a aplicao que o trabalho ter. Outros
manuais, principalmente os jornalsticos, so intitulados: Manual de redao
redao aqui onde eles so usados, na redao do peridico. Em ambos casos houve
propriedade na escolha dos ttulos.
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ATHAYDE, Pblio Manual para redao acadmica
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3 Referncia bibliogrfica e bibliografia
Este manual usa regras adaptadas da
Associao Brasileira de Normas Tcnicas
(ABNT).
H que se distinguir o que normalmente se
confunde:
Referncia bibliogrfica o conjunto de indicaes que possibilitam a
identificao de documentos, publicaes, no todo ou em parte. Referncia: Nota
informativa de remisso (em publicao); fonte de esclarecimento (para o leitor)
(AURLIO).
Bibliografia o conjunto de obras pesquisadas a que o leitor pode recorrer para
aprofundamento sobre o assunto do trabalho. Documento que apresenta lista de
referncias bibliogrficas, usadas em ordem alfabtica, relativas a um ou mais assuntos.
Parte de uma obra na qual se listam as referncias bibliogrficas de obras recomendadas
para leitura complementar (AURLIO).
Confundem-se tambm referncia e citao, por proximidade e contaminao,
mas vale observar que so coisas bem distintas (ver citao na pgina n 23).
poca triste a
nossa, em que mais difcil
quebrar um preconceito do
que um tomo. Einstein,
segundo Kaplan.
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ATHAYDE, Pblio Manual para redao acadmica
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3.1 Formas de referncia
Entre as muitas formas pelas quais as referncias bibliogrficas podem ser feitas,
escolha-se a mais conveniente de acordo com o tipo de trabalho e as exigncias da
instituio a que ele se destina.
No h meno na NBR 10520 para que os nomes dos autores no corpo do texto
devam aparecer em maisculas ou versalete, todos os exemplos da NBR 10520 esto
com apenas a primeira letra em maiscula, mas essa prtica difundida e entendemos
haver justificativa: facilita visualmente a localizao dos autores no texto.
3.1.1 Referncia completa
Aplica-se raramente no texto. Essa referncia reproduz integralmente os dados
da obra citada, fica muito longa e adequada exclusivamente s listagens bibliogrficas
(bibliografia).
Exemplo:
a democracia tem a demanda fcil e a resposta difcil; a autocracia, ao
contrrio, est em condies de tornar a demanda mais difcil e dispe de maior
facilidade para dar respostas (BOBBIO, Norberto. Il futuro della democrazia, in: Nuova
civilt delle machine, II, vero, 1984, pp. 11-20 trad. bras. de Marco Aurlio
Nogueira, So Paulo: Editora Paz e Terra, 7 ed. revista e ampliada, 2000, p. 49, apud
RIBEIRO, Wladimir Antonio. Em busca do federalismo perdido. Coimbra: Dissertao
de Mestrado, Universidade de Coimbra, 2001, p. 52).
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ATHAYDE, Pblio Manual para redao acadmica
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claro absurdo fazer referncia assim: ela muito maior que a prpria citao.
Alm disso, referncia indireta: Bobbio citado por Ribeiro; traz mais informaes que
o necessrio: o tradutor informao raramente pertinente.
3.1.2 Referncia abreviada
a forma mais aceita e usual, consiste simplesmente em mencionar o
sobrenome do autor, o ano da publicao e letra identificadora (quando couber),
seguindo-se dois pontos e o nmero da pgina ou pginas correspondentes.
Com base em BEAVER (1981:50) possvel identificar algumas relevantes
conseqncias econmicas da informao contbil (MARTINEZ, 2001:18).
O nome do autor e os dados numricos podem vir dentro ou fora dos parnteses,
dependendo de integrar ou no o texto.
3.1.3 Referncia codificada
Usa-se para obras de domnio pblico, em que as diversas edies esto
codificadas de modo que a referncia possa ser identificada em qualquer delas: (Luc.
I,20) Lucas, Captulo I, versculo 20.
Pode ser usada ainda quando o autor se refere inmeras vezes ao mesmo
trabalho, de forma especfica ou generalizada: como FOLHA ou AURLIO, neste trabalho,
para referir ao Manual de redao da Folha de So Paulo ou ao Dicionrio Aurlio
eletrnico Sculo XXI.
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ATHAYDE, Pblio Manual para redao acadmica
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3.1.4 Referncia numerada
A referncia introduzida numericamente, ao longo do texto, entre parnteses,
sobrescrita ou entre colchetes, de acordo com a listagem ao fim do artigo, do captulo ou
da obra. No se recomenda esse procedimento, apesar de ser exigido por algumas
publicaes e raros departamentos de universidades. Dificulta a leitura, levando leitor a
desprezar a informao. No tem mais justificativa; os outros procedimentos de maior
legibilidade so facilmente empregados com uso do computador.
3.1.5 Localizao das referncias s citaes
3.1.5.1 Antes do texto
Quando o texto se refere exclusivamente a determinada publicao, como ocorre
nas resenhas, resumos e recenses.
3.1.5.2 No texto
A referncia vem logo aps o texto, conforme os exemplos acima, ou antes da
prpria citao, para benefcio do leitor, quando se tratar de referncia a trabalho ou
idias de autor nico.
Exemplo:
A horticultura a principal atividade econmica desenvolvida no municpio de
Mrio Campos. Segundo a EMATER-MG (1999:4),
a agricultura do municpio envolve aproximadamente
1.200 trabalhadores (meeiros, parceiros, arrendatrios, proprietrios,
diaristas, atravessadores) que esto diretamente ligados produo
agrcola, garantindo a sobrevivncia de 235 famlias (Apud
RODRIGUES, 2002:53).
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ATHAYDE, Pblio Manual para redao acadmica
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3.1.5.3 Referncia em p-de-pgina
Coloca-se o nmero sobrescrito que dever ser repetido no rodap da pgina; o
corpo indicado para as notas de rodap o 10, para ambas as fontes usadas. O autor
opta por esse procedimento quando prefere deixar o texto mais leve, ou quando a
imediata identificao da fonte no item essencial ao raciocnio desenvolvido:
Todavia, na Alemanha, as bases naturais do federalismo se
debilitaram progressivamente2. Visto de outro modo, os
pressupostos da formao da unidade federativa: uma
diferenciabilidade dada dos Estados-membros, cuja individualidade,
pela construo federativa, deve ser conservada, assegurada e unida
para a colaborao comum na unidade do Estado-total, na Repblica
Federal da Alemanha, em grande parte deixaram de existir3 (Apud
RIBEIRO, 2001:50).
3.1.5.4 Ao final de cada parte, captulo ou do trabalho
As referncias aparecem em forma de notas no final. Devem ser numeradas em
ordem crescente. No mais recomendado esse procedimento, deve-se evit-lo. Fazer
isso dificulta o acesso do leitor informao, trunca a leitura e prejudica a apreenso do
contedo, caso o leitor consulte a cada ocorrncia. O que ocorrer mais freqentemente
que o leitor desprezar a informao suplementar.
2 GRIMM, op. cit., p. 45. 3 HESSE, Grundzge , op. cit., pp. 181-182.
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ATHAYDE, Pblio Manual para redao acadmica
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3.1.5.5 Termos latinos usados em citaes e referncias
9 apud = citado por; 9 cf. = confira; 9 circa = em torno de (para aproximao temporal); 9 et alli ou et al. = e outros (autores); 9 et. seq. seguinte ou que se segue; 9 ibidem = na mesma obra (sugerimos evitar); 9 idem = o mesmo autor (evitar, se possvel); 9 in = em, dentro de; 9 infra ou inf. = abaixo; 9 loco citado ou loc. cit. = lugar citado; 9 passim = aqui e ali (expressa que a idia encontra-se dispersa no texto); 9 sic = exatamente assim; 9 supra = acima.
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ATHAYDE, Pblio Manual para redao acadmica
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Figura 7: Pgina de texto
Ttulo de nvel 2
Ttulo de nvel 3
Citao longa
Corpo de texto
Notas de rodap; corpo 9; rodap 1,7 cm.
Nmero da pgina (corpo do texto); cabealho 1,7 cm.
Margem de 2,5 cm
Margem de 2,5 cm
Margem de 3,5 cm
Margem de 3,5 cm
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ATHAYDE, Pblio Manual para redao acadmica
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3.2 Listagem bibliogrfica
O grande referencial para a apresentao dos dados nas listagens continua sendo,
no Brasil, a NBR 6023 (ABNT), fundamentada na International Standard 690/87 da
International Standardization Organization (ISO), mas fique claro que ela no esgota o
assunto e muitas vezes se estende mais que o necessrio. O critrio deve ser a clareza,
homogeneidade (padronizao), preciso e confiabilidade na apresentao dos dados.
As obras so identificadas na seguinte ordem, separadas ou no por tipo de
publicao, segundo a quantidade de itens a ser relacionada, seja maior ou menor (veja
o exemplo deste Manual na pgina n 119):
3.2.1 Livros
a) Autor(es) (ou organizador(es), ou editor(es))
DONADON-LEAL, Jos Benedito.
Escreve-se primeiro o sobrenome pelo qual o autor conhecido, em caixa alta
(ou em VERSALETE, como neste Manual o que mais elegante), a seguir, o restante do
nome aps separao por vrgulas. Ateno para os autores hispnicos: o nome paterno
o penltimo, no o ltimo. Donadon-Leal nome composto, assim como Castro e
Silva, sendo tratados como se uma s palavra fossem.
b) Ttulo e subttulo: Marlia sonetos desmedidos.
Reala-se o ttulo usando negrito, itlico ou sublinhado. Quando o subttulo
constituir elemento relevante ou indispensvel compreenso da obra, dever estar da
mesma forma realado, facultado estender o realce ao subttulo quando sua relevncia
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ATHAYDE, Pblio Manual para redao acadmica
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forem menor. Quando sublinhado, a linha no pode se prolongar entre as palavras, isso
erro ortogrfico. Sugerimos usar sempre o negrito, para que o itlico seja usado nas
palavras estrangeiras e o sublinhado, para dar algum destaque a partes do texto.
c) Cidade da publicao:
Exemplo: Mariana.
Aps a referncia de cidade devem ser acrescidos dois pontos (:); ateno: no
confundir o nome da cidade com sigla do estado.
d) Editora: Lzaro Francisco da Silva Editor.
e) Nmero da edio (a partir da segunda edio).
f) Nmero de volumes (se houver).
g) Ano da publicao: 1996. Quando o texto no est publicado, substituem-se
os dados inexistentes pela expresso indito ou no prelo, o que melhor
couber. A data no determinada pode ser substituda pelo smbolo s.d. ou pela
aproximao que for possvel fazer: circa 1900 [cerca de 1900]; [1927 ou
1928]; [152-] dcada certa. O dado no lanado na publicao constar entre
colchetes []. No havendo dados, se anota: s.n.t. (sem notas tipogrficas).
Essas observaes quanto datao se aplicam a quaisquer documentos.
h) Paginao: 40p. (este dado omitido com muita f