marketing viral e guerrilha em 10 passos

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Marketing; Viral e de Guerrilha Em 10 passos Novas Ferramentas Associadas à Comunicação Autor: Fernando Baldini Simões

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Marketing; Viral e de Guerrilha

Em 10 passos

Novas Ferramentas Associadas à Comunicação

Autor: Fernando Baldini Simões

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Marketing Viral e Marketing de Guerrilha…

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Introdução

Marketing Viral e Marketing de Guerrilha – a comunicação a surpreender e a ir

mais além do que já imaginámos. O marketing viral e o de guerrilha são apontados nos dias

de hoje como novas tendências nas estratégias das marcas, produtos e serviços. Mais ainda

que os antigos meios e veículos de comunicação já não atingem o mesmo efeito desejado

que tinham há 10 anos atrás.

O consumidor já não exprime a mesma atitude de outrora diante da televisão, de

outdoors e dos tradicionais materiais impressos. Isso deve-se principalmente ao facto de na

publicidade antiga o público agir passivamente, agora pretende-se interactividade para que

não seja esquecido e apele ao consumo. É exactamente isso que o marketing viral e de

guerrilha oferecem: interacção! Um grande exemplo disso é o bluetooth ou mobile marketing,

as acções de street marketing, sendo que estes necessitam de ser aceites pelos interlocutores

para acontecer. Mas quem não gosta de receber um brinde para o seu telemóvel, um

joguinho, um wallpaper ou ringtone? Quem não gosta de participar num concurso em que o

grátis impera e sai sempre prémio?

Outras incríveis ferramentas do marketing tecnológico são os hologramas, as

grandes projecções e os telemóveis interactivos que destronam o outdoor e outros meios

estáticos. Imagine-se uma mesa ou ecrã onde com o seu toque pode mover músicas ou

fotos, por exemplo, de um telemóvel para outro. Ou escolher um livro virtual e folheá-lo.

As opções são fantásticas e “ilimitadas”, dependerá apenas da imaginação dos criativos,

programadores e publicitários. O marketing tecnológico também torna a comunicação mais

pessoal, já que dependendo da acção, cada consumidor pode ser saudado pelo seu nome,

identificado no e-mail ou receber algo personalizado no telemóvel.

Na verdade com estas novas técnicas, a comunicação pode atingir os consumidores

de infinitas formas interactivas, onde o contacto é directo e necessário para a acção

acontecer. O consumidor faz parte da publicidade, é ele quem decide. Inclusive opta se

quer ou não divulgar o que recebeu espontaneamente, transformando-o em marketing viral.

No marketing de guerrilha, normalmente utilizado por empresas mais pequenas e

com fracos orçamentos de marketing, a postura a adoptar é a mesma da guerra, explorando

as fraquezas e posicionamento dos concorrentes directos, utilizando formas e conceitos

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não convencionais nas suas actividades, inovando e cativando com o objectivo de apelar ao

consumo.

Phillip Kotler afirmava que o Marketing é uma "actividade humana dirigida à

satisfação das necessidades e desejos através de um processo de troca". Estas duas

ferramentas são as que melhor podem ser identificadas com estas palavras.

Metodologia

Para a concretização deste projecto efectuou-se extensa pesquisa Bibliográfica e na

Internet, nomeadamente em referências bibliográficas da área e sites referenciados sobre

marketing viral e de guerrilha, sendo este o resultado de dados secundários. Efectuou-se

também algum trabalho de campo para reunir dados primários, através de entrevistas a

utilizadores de telemóveis, e recolha de opinião junto do público-alvo para melhor

entendimento sobre o conhecimento e aceitação destes pelas diferentes formas de

comunicação tecnológica.

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Marketing Viral

1. O que é o Marketing Viral?

O marketing viral ou publicidade viral é uma técnica de marketing que explora redes

sociais pré existentes (HI5, StarTracker, LinkedIn, Facebook, Myspace, Twitter etc. …) para

produzir aumentos exponenciais de conhecimento de marcas, serviços ou produtos. Esta

técnica também explora os recursos tecnológicos disponíveis em cada consumidor, ao fazer

uso da tecnologia bluetooth e SMS dos seus telemóveis. A mensagem difunde-se através de

processos similares à expansão de uma epidemia.

Neste tipo de campanhas a ideia é potenciar a própria curiosidade humana,

resultando de uma partilha desses conteúdos pelos seus contactos de forma espontânea.

Esta técnica, normalmente é patrocinada por uma marca, aquando do lançamento de uma

marca nova ou mesmo um conceito ou um serviço.

Por norma, estes conteúdos virais são divertidos videoclips, jogos interactivos,

imagens, wallpapers, ringtones ou apenas textos. Pelo interesse do conteúdo este por norma é

reenviado a outras pessoas, amigos e/ou familiares, pela sua novidade. Com capacidade de

disfarçar uma qualquer publicidade, dando a oportunidade de divulgar um produto com um

custo menor, passando despercebido ao estar fora do contexto publicitário que repeliria de

imediato o consumidor a direccionar sua atenção ao que acabara de receber de um colega

de trabalho, amigo ou familiar.

O factor que mais ajudou nesta técnica de divulgação de produtos e serviços, foi a

evolução tecnológica e aumento das larguras de banda da Internet. As empresas,

beneficiando destes recursos, servem-se de sites especializados em hospedar vídeo de

forma atingem em cheio o público-alvo.

A chave é criar-se um vírus que motive e cative, originando a sua propagação.

2. Objectivos

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Gerar "contágio" pela originalidade dos conteúdos causando uma corrente

publicitária de maneira espontânea. Para tal dever-se-á utilizar redes sociais pré-existentes

para que este multiplique a mensagem que desejamos transmitir, propagando-a através de

processos de encaminhamento, como se fosse um contágio viral.

Diferencia-se dos outros instrumentos de comunicação pela sua capacidade de

interagir com o destinatário e o expor ao anúncio. Esta diferença capta o interesse do

destinatário do vírus comunicando-lhe directamente do seu telemóvel ou de outro

dispositivo habilitado, dos conteúdos a divulgar;

• Inserção de texto na peça (como o nome do destinatário da mensagem, de

maneira a inseri-lo na mesma).

• Envio em tempo real de wallpaper com informações integradas ao anúncio.

• Possibilidade de reenvio a um contacto completando os dados necessários para

personalizar a peça do próximo destinatário.

São criados mecanismos para que o produto comercial não seja perceptível,

assumindo muitas formas, como seja um rumor ou outro, para que a motivação do “boca-

a-boca” aconteça espontaneamente.

Esta técnica estimula a partilha das mesmas percepções por um grupo de

consumidores, atingindo milhões de pessoas em pouco tempo. Em questão de minutos,

este modelo de Marketing, atinge os consumidores, como se de um vírus se tratasse.

Por norma esta ferramenta de marketing não é usada para que se aumentem os

lucros, como principal objectivo é mais apreciada no efeito top-mind que causa nos

consumidores para que se fale da marca, contribuindo desta forma para o aumento da

notoriedade da referida marca. Esta técnica deverá estabelecer uma relação interactiva entre

o target e a marca. Dever-se-á utilizar esta técnica tendo presentes os efeitos e seu impacto

no receptor.

3. Efeitos Pretendidos

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Os efeitos que se pretendem com a utilização desta técnica, que permite que o

receptor participe em tempo real na experiência, são o apelo à aceitação do conteúdo

divulgado e poderá ser coordenado como complemento integrado com outros meios de

comunicação, possibilitando;

• Rápido posicionamento no mercado;

• Crescimento exponencial do conhecimento do produto, bem ou serviço

divulgado;

• Construção da marca;

• Notoriedade da marca;

• Internacionalização da uma empresa;

• Conquista de investidores ou parceiros de negócio;

• Aproximação directa ao consumidor;

• Incremento dos lucros;

4. A execução de uma campanha

O marketing viral é uma ferramenta pensada para ser trabalhado em articulação com

outras ferramentas de marketing e para que se consiga atingir o coração do público-alvo, a

campanha deverá ser muito bem pensada para contemplar as fases seguintes:

• O planeamento é a primeira fase da campanha e é necessário definir os

objectivos desta e o esforço necessário. Também o investimento deverá ser o

adequado para se atingir o objectivo estipulado;

• A definição do público-alvo torna-se indissociável da fase anterior, pois esta

definição permite o cumprimento dos objectivos. Dever-se-á conhecer em

detalhe o target, as suas necessidades e desejos, e de preferência deverá fazê-lo

feliz;

• O conteúdo da mensagem não poderá ser apenas a de distracção, deverá ter em

conta que se pretende promover a propagação. Deverá conter uma mensagem

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clara e saber o que e a quem comunicar, um conteúdo desadequado ou formato

descuidado produzirá o efeito contrário ao estipulado;

• O canal de comunicação é importante na elaboração da mensagem e no

cumprimento dos objectivos. A internet é um veículo com pontos positivos,

pela sua massificação e formas disponíveis; e-mail, chat, mensagem instantânea,

recados on-line, entre outros. A utilização do SMS e do bluetooth são também

veículos de propagação de uma mensagem a massas;

• Por fim, a análise da campanha é também importante para se poderem avaliar

os resultados propostos.

5. O Vírus

A inovação é a chave para um crescimento rentável e estável, devendo ser aplicado

às ideias das empresas. Negócios, produtos, serviços e as mais diversas acções podem ser

executadas com o propósito de criar e dar valor, potenciando o desenvolvimento da marca.

Esta inovação deverá surgir e criar um ambiente de convívio entre tecnologia, marketing e

a empresa contratante.

As pessoas estão a mudar radicalmente a forma de uso dos conteúdos recebidos

nos telemóveis, querem ter o controle e de interagir.

Com a chegada destas novas tecnologias, gera-se um novo paradigma no consumo

de comunicação baseados em;

• Individualização

• Personalização

• Conectividade

• Interactividade

• Multimédia

Este é composto por uma peça publicitária sugestiva que utiliza o efeito "boca a

boca" através de bluetooth. Aproveitam-se os serviços disponíveis na actual geração de

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telemóveis, para atingir uma grande quantidade de pessoas rapidamente que correspondam

a determinadas características ou que estejam numa zona comercial e o estimula a enviar

para os seus conhecidos.

6. Técnicas de Marketing Viral

O marketing viral tem várias técnicas, das quais as mais utilizadas, pela sua

facilidade e divulgação são;

• Assinatura de e-mail

Esta é a técnica mais utilizada e conhecida. As assinaturas de e-mail são compostas

por algumas linhas onde escrevemos todas as mensagens a transmitir. Desta forma toda a

comunicação originada ou onde se intervém, propaga a mensagem.

• Gratuito

Explorando esta faceta dos seres humanos, o facto de se divulgar um brinde,

permite espalhar um endereço Web específico ou trazer novos visitantes ao site com o

objectivo de divulgar os seus serviços ou produtos.

• Webcards

São postais digitais que pretendem gerar uma acção ou uma reacção.

• Newsletter

Boletim informativo em formato html que se recebe por subscrição, de tempos em

tempos. Nestes boletins são publicados artigos interessantes, causando o efeito de

reencaminhamento para o seu grupo de contactos.

É importante ser criativo e ficar concentrado em seu nicho de mercado.

• Instant Mensaging

Uma das maiores formas de comunicação na internet.

• “Recomende este Site”

Seguramente já viu esta mensagem em algum site. Um simples script que permite

que se reenvie o site para os amigos.

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• Banners

Uma força comercial enorme.

• Blogs

Espaços de partilha de ideias e opiniões, que atraem milhares de consumidores.

Estes são cada vez mais um alvo importante nas campanhas de marketing viral.

• Vídeos

A utilização de vídeo no marketing viral é muito interessante e empolgante. O

vídeo terá de ser cativante ou engraçado, envolvente e, ter uma história. A mensagem tem

de ser transmitida de forma natural, sem que seja imposta ao cliente, ele não pode ser

obrigado a “engolir” o seu produto.

7. Target Potencial

A posse de telemóvel em Portugal continua a aumentar, em Dezembro de 2008

existiam 14,9 milhões de cartões emitidos, ou 12,2 milhões de assinantes de serviço móvel

que é o equivalente a 1,2 aparelhos por habitante, mais 1,6% do que em Dezembro de

2007. Segundo dados da Anacom, esta percentagem corresponde a 89,8% da população

portuguesa e reflecte um crescimento de 10,8% face ao trimestre momólogo do ano

anterior.

Também, segundo a Anacom, o número de mensagem escritas enviadas no último

trimestre de 2008 foi de 5,9 milhões em que o número médio mensal de mensagens

enviadas por assinante foi, neste período, de 132, cerca de 4 mensagens por dia. De referir

que o último trimestre de cada ano é o período do ano que mais SMS se enviam.

Um outro target e aproveitando a camada mais jovem, que passa muito tempo

diariamente em frente aos computadores em diálogo com os seus conhecidos nos chats, o

target potencial é um sem número de pessoas, que comentam e difundem o que recebem

de outras pessoas. O número de clientes do serviço de acesso à Internet no final do

primeiro trimestre de 2009 eram cerca de 2,694 milhões com acessos à Internet em banda

larga móvel e cerca de 1,73 milhões com acessos à Internet fixos, dos quais

aproximadamente 1,7 milhões em banda larga.

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No que diz respeito ao target potencial, a televisão também é um importante veículo

com 4,3 milhões de alojamentos cableados e cerca de meio milhão via satélite.

Por sua vez, a Marktest anunciou que em Novembro de 2007, 1.762 milhões de

pessoas tinham transmitido conteúdos via blootooth nos três meses posteriores.

A título de curiosidade, a área geográfica da zona da Grande Lisboa, compreende

um universo de mais de 1,9 milhões de pessoas, mais de 19% da população continental.

8. Vantagens

Os benefícios da utilização desta técnica na comunicação são facilmente

perceptíveis pela sua abrangência e baixo custo de implementação, possibilitando aos

interessados um Retorno do Investimento (ROI) num curto espaço de tempo.

• A possibilidade de construção de uma base de dados em tempo real, pela

capacidade de discovering que a tecnologia bluetooth possibilita;

• Comunicação directa, pessoal, de alto impacto e fácil lembrança;

• Possibilidade de interacção com o receptor;

• A sua facilidade de execução;

• Baixo custo de exploração;

• Target alargado;

• Elevada e rápida taxa de resposta e feedback em tempo real da acção.

• Afecta fortemente os receptores;

• Aplicabilidade variada através de uma multiplicidade de dispositivos;

• Activa a curiosidade;

• Leva à experimentação por associas valores a uma marca.

9. Desvantagens

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As desvantagens da utilização desta técnica, por ser intrusiva e necessitar que o alvo

esteja receptivo, pode trazer efeitos contrários aos perspectivados por;

• Imprevissível e imensurável;

• Poder ser entendido por spam;

• Poder prejudicar a própria marca;

• Pouco controlo sobre os canais de comunicação,

• Limitado apenas a um público-alvo consumidor de tecnologias;

• Descredibilização da marca pela mesma via, caso a insatisfação exista;

• Impossibilidade de interrupção caso haja falhas na campanha;

• Ter carácter contínuo, de difícil controlo ou orientação, com resultados

nefastos;

• Impossibilidade de detecção da falha.

10. Um exemplo

Uma campanha de marketing viral, bem conseguida, foi realizada pelo Sporting, com

a utilização do Paulo Bento numa simulação de um telefonema para o consumidor, após

este colocar os seus dados num vírus enviado pelo Sporting. Pela novidade este foi

reencaminhado para amigos resultando num sucesso para além das expectativas, no que

respeita às vendas de bilhetes de época, objectivo da campanha, assim como do público-

alvo atingido, mais de meio milhão de contactos foram gerados com esta campanha.

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Marketing de Guerrilha

1. O que é o Marketing de Guerrilha?

O termo marketing de guerrilha foi adoptado da guerrilha bélica, é encarada como

um tipo de guerra não convencional em que a principal estratégia tem como objectivo a

ocultação da mensagem e a extrema mobilidade dos combatentes, chamados de

guerrilheiros. O marketing de guerrilha tem por base a utilização das várias armas do

marketing em simultâneo com o objectivo de explorar as fraquezas ou outros factores da

sua concorrência.

Das várias armas ao seu dipôr, as tácticas utilizadas são semelhantes às de uma guerra

convencional, utilizando o máximo de recursos possiveis numa determinada acção, com o

objectivo de dizimar os seus concorrentes. As guerrilhas não obdecem a organogramas

formais, hierrarquias, planos de acção e outros hábitos característicos do marketing

convencional das grandes organizações, com um pesado quadro de consultores e decisores.

Na medida do possível, as guerrilhas devem apenas estar concentradas na linha de ataque,

melhora de forma impressionante a adaptabilidade de uma acção para responder às

mudanças no próprio mercado.

Uma vantagem desta técnica deve-se ao facto do pequeno tamanho das guerrilhas

para que no caso de terem de alterar algum ponto de uma campanha, esta seja de forma

rápida. Este é um factor precioso na guerra do marketing contra as grandes empresas de

âmbito internacional, para as quais uma decisão rápida carece de 6 meses de trabalho,

contra apenas alguns dias de uma guerrilha, para que sejam efectuadas correcções ou

alterações.

As técnicas utilizadas nestas acções passam pela exploração de tácticas de guerra,

como referiram Ries e Trout, cada vez mais as empresas têm de estar preparadas para

assumir a guerra de marketing. As ações devem ser planeadas da mesma forma que o são as

campanhas militares. "O planeamento estratégico tornar-se-á cada vez mais importante. As

empresas terão de aprender como atacar pela frente e pelos flancos, como defender as

posições conquistadas, e quando entrarem numa campanha de guerrilha os profissionais de

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marketing terão de mostrar muitas das mesmas virtudes que fazem um grande general

militar — coragem, lealdade e perseverança".

2. Objectivos

Os objectivos do marketing de guerrilha são o combate directo às marcas ou

empresas concorrentes, ou apenas terem o objectivo de sobrevivência contra concorrentes

no mesmo nicho de mercado.

São utilizados meios não convencionais para se executarem as tarefas de marketing

quando não existam elevados orçamentos, nas empresas de menor dimensão, onde são

necessárias abordagens diferentes nas suas estratégias e tácticas de marketing, como referiu

Jay Conrad Levinson na sua obra de 1982, Guerrilla Marketing. Por ser uma forma agressiva

de ataque e eficaz, esta técnica começa a fazer parte das grandes empresas nos seus

marketing mix, por forma a atingirem os seus público-alvo de forma incisiva, alterando

atitudes e criando hábitos de consumo com o intuito de incrementarem os seus resultados.

Em geral, as tácticas de guerrilha são usadas por empresas com uma posição mais

fraca contra uma com um posicionamento mais forte. A táctica é a mesma das guerrilhas

urbanas, ao carecer de equipamento e treino militar adequados, cativam e contam com a

ajuda das populações que os defendem. Adoptam ataques-surpresa ao líder e não têm

necessidade de manter uma linha de frente permanente. O conhecimento do terreno onde

decorre o combate é a arma de eleição destes guerrilheiros.

Desta forma o consumidor é envolvido, sem que lhe seja imposto, pela estratégia

não convencional e inovadora. As acções são de curta duração, inesperadas, surpreendentes

e ruidosas, pretende-se que cativem e seduzam pela sua ousadia e pela emoção causada

pelas ágeis acções desta arma de guerra.

3. Efeitos pretendidos

Por ser uma arma de guerra de alto impacto, que em nada se assemelha às

tradicionais, estas pretendem atingir o target sem que este se aperceba que esta a ser alvo de

uma campanha de marketing, por esta ser criativa e ousada. O segredo desta é a causa

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surpresa e intriga, mantendo o pensamento no ocorrido, levando à sua divulgação

espontânea, originando diálogo e interacção entre os consumidores.

À semelhança de uma guerrilha urbana, esta deve estar dotada de inteligência, ser

conhecedora do ambiente onde se irá travar a batalha, sem que bastem as acções de rua.

Estas devem ter em conta os meios ao alcance, saber como se utilizam e suas regras. O

objectivo é esconder o verdadeiro conteúdo, utilizar as redes sociais (blogs, HI5, Linkedin,

Facebook, Myspace, etc.) em acções concertadas, para que este marketing invisível se

propague e se instale nos consumidores.

Porém, os efeitos que esta técnica pode gerar não se ficam apenas pelo consumidor,

procuram também encontrar um veículo de comunicação e para tal esta tende a ir mais

além, chamando, espontaneamente, a atenção dos media com estas acções ganhando

espaço nos noticiários sem qualquer tipo de custo, atingindo desta forma os consumidores

que não disponham de telemóveis com bluetooth ou que não tenham acesso à internet. A

imprensa, escrita, auditiva e visual, tornam-se neste veículo na passagem da mensagem,

sendo uma impulsionadora para a consecução dos objectivos da marca.

4. A execução de uma campanha

Para se preparar e elaborar uma campanha de marketing de guerrilha, há que ter

presentes os princípios básicos de uma guerra, para que não se comentam erros e se

consiga a efectividade da acção. Esta técnica de marketing explora factores críticos de uma

marca ou produto, como sejam um nicho de mercado, uma zona geográfica, determinada

classe social ou escalão etário. Por norma são empresas de pequena dimensão quem

desenvolve acções de guerrilha, para se afirmarem e conseguirem manter vivos os seus

produtos e negócios.

A acção deverá ter em contas os seguintes conceitos:

Defensivos:

• Não sendo o líder não se poderá actuar à defesa;

• O ataque é a melhor defesa;

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• Reagir agilmente sempre que haja uma investida de um concorrente.

Ofensivos:

• Ter presente que a força está ao lado do líder;

• Atacar pelo ponto de ruptura;

• Não ataque com abrangência, foque-se num ponto e invista.

Ataque pelos flancos:

• Concentre-se onde ainda não tem concorrência séria;

• Surpreenda com uma táctica arrojada;

• Não se distraía, acompanhe o ataque até ao final.

Princípios de guerrilha:

• Concentre-se em algo que possa ser facilmente defendido;

• Não se exiba nem actue como se fosse líder de mercado;

• Atenção a alterações ao planeamento caso seja necessário retirar.

5. O Ataque

O Marketing tem ao seu dispor uma centena de armas e o marketing de guerrilha

utiliza em simultâneo entre 20 a 40 armas por campanha, ao contrário de uma campanha

convencional que usa em média entre 6 a 10 dessas armas. O arsenal disponível é muito

mais potente do que se possa imaginar sem que os seus custos sejam elevados. Para um

qualquer empresário, o conceito de marketing acaba sempre por cair na publicidade, sendo

essa apenas uma arma do marketing.

A necessidade da utilização desta guerra garante às empresas pequenas uma

vantagem sobre os seus concorrentes de maior dimensão, onde a economia é uma incerteza

e tem um preço enorme, a simplicidade neste mundo complicado catapulta os menores

para as oportunidades.

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Um ataque de guerrilha ocorre quando uma grande empresa se prepara para reduzir

os seus efectivos ou portfolio, quando um concorrente descentraliza o seu negócio por

expansão ou outro motivo, quando se descobrem brechas na legislação sobre determinado

serviço ou quando são lançadas novas tecnologias ou exista descontentamento social. Estas

técnicas exploram estas áreas, apanhando as pessoas em momentos mais frágeis e,

mantendo a sua campanha disfarçada com o momento vivido, atacam os opositores

fazendo uso de um arsenal completo.

Apenas são enumeradas algumas armas deste arsenal, sem qualquer ordem de importância, já que todas elas são importantes no contexto do ataque:

Plano de Marketing

Posicionamento

Identidade

Logótipo

Flexibilidade

Partilha de opinião

Telemarketing

Direct mail

Outdoor

Fax-on-demand

Eventos especiais

Posters

Brindes publicitários

Brochuras

Publicidade

Networking

Qualidade

Clube de membros

Linha telefónica verde

Serviços variados gratuitos

Street Marketing

Competitividade

Satisfação dos clientes

Testemunhos

Portfolio

Publi-reportagem

Artigos de opinião

Orador em conferencias

Newsletter

Relações públicas

Contactos publicitários

Marketing Online

Spots na Radio

Spots na TV

Filmes comerciais

Reputação

6. Técnicas de Marketing de Guerrilha

O marketing é considerado por muitos autores como um desperdício de dinheiro.

Na realidade não é necessário que se faça o que tem de ser feito, o importante é o que se

utiliza para o fazer. Para os marketeers mais convencionais este é um problema sério, mas

para a guerrilha é um convite para se manterem à parte da competição.

A utilização da vida real é para as guerrilhas a possibilidade de realizar um

bombardeamento constante de marketing, com ofertas variadas e divertidas. Os

guerrilheiros sabem que este não é um marketing no vazio, entendem que o mundo é uma

variável incontrolável, que influencia o comportamento dos consumidores, não agindo

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apenas com base nas suas expectativas de vendas ou esperança de alcançar determinada

quota de mercado.

Bons conhecedores das tecnologias, as guerrilhas estão conscientes das imensas

oportunidades que esta trás, por atraírem massas e disponibilizarem uma série de serviços

aos seus clientes. Sabem que se não utilizarem este recurso, a sua concorrência irá fazê-lo

afastando o seu target.. Estão conscientes de que o ritmo de vida é acelerado e que ninguém

pode perder tempo. Sabem das prioridades do seu público-alvo, que quase sempre se

baseiam no lucro, mas sabem também que existem outros interesses.

As técnicas utilizadas no marketing de guerrilha, exploram os seguintes pontos:

• O estado da economia é factor preponderante para focar a táctica ao momento.

Nas economias em crise o diálogo é o mais utilizado pois a precaução com as

despesas dispersa a atenção das pessoas;

• Atacar a sua concorrência, usando a informação disponível, que apenas se

concentra no marketing convencional e que nunca conseguirá conquistar o

coração e as mentes dos consumidores;

• As novas tecnologias são usadas nas várias formas para expor as suas

mensagens ao público a custos reduzidos;

• Conhecem a fundo o público-alvo e entendem que estes não estão receptivos a

comprar o que se lhes pretende vender, adaptam o seu marketing de forma a

enfrentar esta realidade, diferenciando bem uma mensagem de marketing e uma

mensagem de marketing inteligente;

A utilização destas técnicas na vida real obriga a uma obrigatoriedade no

cumprimento do estipulado, paciência na implementação da técnica e resistência às

alterações precipitadas. A vida real tem em conta que o marketing não é um evento mas

sim um processo que tarda e este necessita que se invista energia, tempo e dinheiro. Os

guerrilheiros do marketing vivem no mesmo mundo real que o seu target.

7. Target Potencial

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O target potencial para esta técnica de marketing, e em adição ao já descrito no “1º

Capítulo – Marketing Viral”, é toda a população consumidora, circulante ou residente

nos locais alvo das guerrilhas, que sejam receptivos a este tipo de comunicação.

Sendo que estas técnicas incluem, como referido anteriormente no ponto 5, várias

técnicas de marketing de guerrilha em simultâneo, o publico-alvo é quase a totalidade da

população.

8. Vantagens

As vantagens desta técnica são básicamento o baixo custo e o alcançe que esta pode

alcançar. Mas existem outras;

• Atinge o target no seu início pela curiosidade que gera e pela originalidade da

acção, pela surpresa e divertimento;

• Destinado a pequenas empresas com criação de pequenos eventos para divertir

e surpreender os futuros consumidores;

• Sem necessidade de elevados budget bastando um bom posicionamento e o uso

de ferramentas de guerrilha de forma a explorar esse posicionamento;

• Rápida implementação, a ausência de um grande estrutura ou produção,

possibilita a implementação da acção de forma rápida;

• Acções de forte impacto, geram “boca-a-boca”;

• Integração do dia-a-dia das pessoas com o produtos/marca;

• Flexibilidade ao fugir do standard, suscitando surpresa, controvérsia e polémica

ganhando mediatismo junto dos media;

• Possibilidade de implementação do “impossível”;

• Interactividade com o consumidor;

• Receptividade do consumidor à mudança com esta técnica;

9. Desvantagens

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As desvantagens desta técnica são várias e, muitas vezes imprevisíveis, podendo ter

um efeito antagónico nos consumidores;

• Quando usada com continuidade, deverá ser renovada e revitalizada na forma

de passar a mensagem, para que não se torne maçadora e deixe de chamar a

atenção do consumidor;

• Por serem acções pequenas e localizadas o retorno não é tão grande como a de

uma comunicação de mass market;

• Risco da acção sair de controlo e contrariar os valores e objectivos da marca;

• A ousadia das guerrilhas por vezes pode ser extrema e ferir o anunciante ou a

marca, com resultados negativos junto do consumidor;

• Impossibilidade de quantificar o público-alvo da campanha;

• Técnica sujeita a forte exposição, susceptível de estar sujeita a arbitrariedades.

10. Um exemplo

Para este projecto, o exemplo abordado foca o caso do canal de televisão Cartoon

Network, que distribuiu vários pacotes pela cidade de Boston, nos Estados Unidos. Estes

pacotes foram confundidos pela polícia local e pelos habitantes como um acto perpetrado

por um grupo de terroristas, o que gerou o pânico nesta cidade, levando a esta empresa o

pagamento de elevadas multas.

Relativamente ao púbico, este falou da campanha pelo seu excesso, tendo o efeito

oposto ao pretendido pelos guerrilheiros.