mirabilia 3

Upload: carlos-a-de-paiva

Post on 11-Feb-2018

239 views

Category:

Documents


0 download

TRANSCRIPT

  • 7/23/2019 Mirabilia 3

    1/343

    Mirabilia 3Revista Eletrnica de Histria Antiga e

    Medieval

    Journal of Ancient and Medieval HistoryDecember 2003

    !!" #$%$&'(#(

    Livro de horas do Duque de Berry (ms de abril)

    Apresentao - Presentation

    Artigos - Articles

    Entrevista - Interview

    http://humanities.uchicago.edu/images/heures/heures.htmlhttp://www.revistamirabilia.com/Numeros/Num3/apresport.htmhttp://www.revistamirabilia.com/Numeros/Num3/artigos/index.htmhttp://www.revistamirabilia.com/Numeros/Num3/entrevistas/index.htmhttp://humanities.uchicago.edu/images/heures/heures.htmlhttp://www.revistamirabilia.com/Numeros/Num3/apresport.htmhttp://www.revistamirabilia.com/Numeros/Num3/artigos/index.htmhttp://www.revistamirabilia.com/Numeros/Num3/entrevistas/index.htmhttp://www.revistamirabilia.com/Numeros/Num3/entrevistas/index.htm
  • 7/23/2019 Mirabilia 3

    2/343

    Resenhas - Reviews

    Apresentao

    Moiss Romanazzi Trres (!"#$ - %rasil

    ARevista Mirabilia& ap's se segn)o n*mero& +e ,oi temtico&apresenta& neste terceiro n*mero& ma gama varia)a )e a.or)agens&)e pro,essores/pes+isa)ores .rasileiros e argentinos& relativas tantoa Antig0i)a)e como a I)a)e M)ia& a sa.er1

    )ristiano *is+o, "EA-.ERJ& ao est)ar as 2erras M)icas&o.serva as intera3es entre atenienses e et4opes no 5I e 5 sclos

    A676

    Ana /eresa Marues 1onalves, .1& analisan)o m amplocon8nto )e ,ontes primrias escritas& epigr9cas e nmismticas&apresenta-nos a apro:imao )os "everos com as imagens tiliza)aspelos Antoninos6

    )l4udia *eltr5o da Rosa, ."R6,est)an)o o )iscrso )eMarcos T*lio 74cero intitla)oDe Haruspicum Responso& analisaaspectos pol4ticos )a religio romana6

    )l4udia Andr7a 8rata erreira, .RJ& interpretan)o as ,ontes.4.lica e talm*)ica )a Tra)io #)aica& elenca m con8nto )eelementos nos +ais se articlam a constro e ,ormao )ai)enti)a)e e mem'ria no #)a4smo6

    8atr9cia 1rau&Diec:mann, .niversidade "acional de *uenosAires& est)a o papel religioso )os o)ores agra)veis (os per,mes$na vi)a )e #ess e nos sclos )e ,ormao e consoli)ao )o7ristianismo6

    Jo;nni & est)an)o ma ,onte iconogr9ca&

    a rnestone 5i;ing )e

  • 7/23/2019 Mirabilia 3

    3/343

    simltaneamente& o papel am.4go )a mlher me)ieval6 En+antoMatil)e e %eatriz representam a mlher-merca)oria& elemento )ano.reza para garantir aos var3es terras e t4tlos& Mcia e:erce opapel )a mlher-)ia.a& a Eva-peca)ora& ,eitora )e =,eitios= e=)a)ora= )e =mas conselhos=6

    Mois7s Romanai /rres, .!J& est)an)o aPrima Dictio)oDefensor Pacis& )emonstra como Mars4lio )e P)a& partin)o)iretamente )e Arist'teles& re)e9ne em princ4pios pramentenatrais trCs conceitos centrais )o pensamento cristo1 o )e pax& o)e civitase o )e lex6

    1erardo Rodrigue, ."Md8 =.niversidade "acional de Mardel 8lata>& est)an)o os =milagros= )os +atro primeiros c')ices )eLos Milagros de Guadalupe& apresenta-nos a ela.orao )otrinal )ema )evoo poplar& analisan)o a sim.ologia crist s.8acentenestes te:tos e planean)o ma poss4vel hist'ria )as representa3es)a Igre8a em torno )a )evoo ga)alpana6

    Angelo Adriano aria de Assis, aculdade de ilosoa, )inciase

  • 7/23/2019 Mirabilia 3

    4/343

    As 2erras M)icas1 Pro:imi)a)e )e,ronteiras tnicas e geogr9cas entre

    atenienses e et4opes nos sclos 5I e 5 a6 76

    The Me)ical >ars1 Pro:imitH o, Etnic an) 2eographic!rontiers .etween athenians an) ethiopians in the 5I an) 5%6 76 7entries

    7ristiano %ispo(Pro,essor/pes+isa)or GEA/ER#$

    ResumoF presente artigo visa apresentar as 2erras M)icas como m ,atorhist'rico capaz )e agltinar as ,ronteiras tnicas e geogr9cas entre

    atenienses e os grpos tnicos +e mantinham rela3es6 7ont)o&nossa ateno neste artigo ser a )e o.servar as intera3es

    e:istentes entre atenienses e et4opes no 5I e 5 sclos a6 76

    AbstractThis article presents the Persian >ars as a historic ,actor a.le to

    aggltinate the ethnic an) geographic ,rontier .etween atheniansan) others ethnics grops i, his ;ept relations6 ars& ethnics contacts& athenians an)

    ethiopians6

    ="e nos o,erecessem to)o o oro )o mn)o& o a terra mais.ela e ,rtil +e se possa imaginar& nnca estar4amos)isposto a 8ntar-nos ao nosso inimigo comm e participar )aescravi)o )a 2rcia (666$ h a nossa herana grega& os laos

    )e sange e i)ioma& nossos altares sagra)os e nosso mo)o )evi)a comm& e trair t)o isso no 9caria .em para Atenas666en+anto so.reviver m *nico ateniense& no haver acor)ocom ?er:es= (

  • 7/23/2019 Mirabilia 3

    5/343

    Para a socie)a)e grega& a gerra era m arti,4cio cltral&social& tnico e econmico +e rece.ia na antigi)a)eclssica os segintes nomes1 polemos& eris& nei%osAlgns9l'so,os )a antigi)a)e a9rmavam +e a gerra era o

    princ4pio )e to)as as coisas& e +e ns ela tornavam-seescravos e& a otros& homens livres (

  • 7/23/2019 Mirabilia 3

    6/343

    Gos scessivos em.ates& os atenienses vo )eparar-se comm eleva)o n*mero )e etnias +e compnham o =ex-rcitodos imortais+& +e s.8ga)os por 7iro e ses scessores voparticipar )e ,orma ativa )este pro8eto e:pansionista persa6

    Fs et4opes (termos grego +e signi9ca1

  • 7/23/2019 Mirabilia 3

    7/343

    Esta citao torna-se interessante pelos in)4cios )a presena)e comensali)a)e )os et4opes com )eses gregos6 @e acor)ocom a tra)io grega& esta comensali)a)e remete ao rital )ahospitali)a)e& ma ,orma )e contato entre grpos )e etnias e

    costmes )i,erentes& acompanha)o )as regras )e trocas )epresentes& esta.elecimento )e comnicao e o compromisso)a no-agresso6 A.re-se a comnicao )os atenienses comos et4opes pela via sagra)a )os )eses +e sacralizam estecontato6 @esta ,orma& se esta.elece ma espcie )e4eniasagra)a& m =contrato= )e a8)a m*ta& reciproci)a)e entregrpos estrangeiros6

    Em s4ntese& o .an+ete )a hospitali)a)e coloca so. o mesmoplano os h'spe)es& na 9gra )os homens e )os )eses& em

    posio )e4enai6 F contato torna-se sacraliza)o porinterm)io )e ma mesa +e comporta as partes )a v4tima )osacri,4cio& o se8a& no altar as partes )os )eses e na mesa aspartes comest4veis )esigna)as aos homens6

    Po)e-se contemplar tal proposio na seginte citao1

    = (666$ 7Bm.ises )eli.ero (666$ trCs e:pe)i3es (666$ a Eti'piaele man)o primeiro espi3es& para ver se havia algma

    ver)a)e relativa a ma mesa )o sol na+ele territ'rio& e paraespionar t)o mais& a prete:to )e enviar ao se rei6 A mesa)o sol consiste no seginte1 l m pra)o nas vizinhanas )aci)a)e )os et4opes macr'.ios& repleta )e carnes cozi)as )eto)os os +a)r*pe)es as atori)a)es )a ci)a)e se incm.em)e por a carne no local )rante a noite& e )rante o )ia+al+er pessoa +e )ese8e po)e chegar at l e comC-la6"egn)o os ha.itantes )a regio essas carnes so pro)zi)aspela pr'pria terra )iariamente6 Essa a hist'ria conta)a arespeito )a mesa )o sol= (

  • 7/23/2019 Mirabilia 3

    8/343

    )estacamos1 =Arora pari Mnon )e .rnzeo elmo rei )oset4opes= (

  • 7/23/2019 Mirabilia 3

    9/343

    compreenso )a organizao social ateniense e a relaocom as apro:ima3es +e se intensi9co com os et4opes noin4cio )o +into sclo6

    F primeiro ponto a ser analisa)o& )e acor)o com a proposta)o ator& )iz respeito ao carter )inBmico )as rela3estnicas6 "egn)o %arth& a etnici)a)e revela-se nas a3es erea3es entre o grpo e os otros em ma organizao social+e no cessa )e evolir6 m con8nto )e componentessociais +e so mtveis& variam )e acor)o com o tempo e&nesse incessante processo )e m)anas sociais& pol4ticas ecltrais +e os grpos tnicos consegem manter os limites+e os )istingem como )i,erentes (Potignat e !enart& JOOW1JWW$6 Portanto& as i)enti)a)es )os grpos& con,orme %arth&

    mo)i9cam )e acor)o com os ,atores internos e e:ternos )oconte:to hist'rico +e esto envolvi)os& a:ilia)os& pore:emplo1 pelo comercio& pelas migra3es& pelos conVitos&entre otros6

    evamos estas proposi3es para a primeira meta)e )o 5sclo e perce.emos +e as 2erras M)icas mo)i9cam acon8ntra social )os atenienses& ,azen)o sscitar maintensa pro)o te:tal e imagtica so.re o otro6 ma,orma )e acentao )e i)enti)a)e& ten)o como parBmetroos no atenienses& no caso os et4opes6 @esta maneira& asinsta.ili)a)es con8ntrais& promovi)as pelas gerras +ea:iliaram na marcao )a i)enti)a)e ateniense& ao colocaros gregos )iante )e cltras& crenas e tra)i3es )istintas6

    PRANCHA - 1 PRANCHA - 2

    PRAG7

  • 7/23/2019 Mirabilia 3

    10/343

    Resmo1 vaso com ca.ea negra e .ranca6 @ata1 9m )o sclo 5I\ a676!onte1 %FR2EFI"&Alan6 =a 2rece Anti+e @evant la Gegrit)e=6 e)io Paris1

    Presence A,ricaine6 JOQJ& p6 UJ6

    As imagens registra)as acima so in)4cios )a )emarcao

    )as ,ronteiras tnicas esta.eleci)as entre atenienses eet4opes )rante o per4o)o )as 2erras M)icas6

    ma i)enti)a)e in)ica)a pela comparao& pelacon,rontao entre elementos )istintos6 Gas imagens po)e-sei)enti9car )as varie)a)es )e )emarcao& e:pressas nas)i,erenas )e gCnero e tnicas6 A mlher e o et4ope soconsi)era)os como os outros6 os )i,erentes para a socie)a)e)os atenienses6 A mlher a representao )a alteri)a)e emrelao ao homem6 Em contraparti)a& o et4ope representa a

    marcao )e ma alteri)a)e em relao Y p:lis)osatenienses& sita)o nos limites& nas ,ronteiras )o)esconheci)o6 Tal in)4cio permite a apro:imao com amlher& ser )esconheci)o e Y margem )a socie)a)e )oshomens )e Atenas6

    Ftra apreenso interessante )a socie)a)e )os ateniensesest no ,ato )a i)enti)a)e tnica no ser imtvel eintemporal6 Tal a9rmao nos remete ao ,enmeno )a gerra&

    +e no in4cio )o 5 sclo& promove a )e9nio )o .r.aro&como sen)o perigoso& inimigo& no )e9nin)o )e +al etnia.astava consi)erar o no ,alar grego para ser con9gra)o emm grpo a ser evita)o6

    F poeta s+ilo& nas o.ras os Persas e PrometeAcorrenta)o& )e9ne o otro )e cltra )i,erente )osatenienses como m grpo sita)o nas ,ronteiras )a cltra&nos con9ns )as regi3es civiliza)as6 Entretanto& no inicio )o 5sclo a 76& o otro& o tnico e cltralmente )i,erente& vive

    ao la)o )os atenienses& 8nto ao porto )o Pire&)esenvolven)o ativi)a)es no emporione comrcio6 @estamaneira& in)icamos +e a i)enti)a)e tnica no imtvel eintemporal& evi)encian)o +e os mo)elos tnicos so)e9ni)os pelos pr'prios atores sociais& no constitin)o algo)a)o& esta.eleci)o& mas sim& intera3es sociais constantes eincessantes6

    Ftra importante consi)erao )e %arth consoli)a-se nas

    +est3es )e oposio entre as i)enti)a)es tnicas6 "egn)o oator1 =A etnici)a)e m conceito )e organizao social +e

  • 7/23/2019 Mirabilia 3

    11/343

    nos permite )escrever as ,ronteiras e as rela3es )os grpossociais em termos )e contrastes altamente seletivo& +e sotiliza)os )e ,orma em.lemtica para organizar asi)enti)a)es e as intera3es=(Potignat e !enart& JOOW1 JWS$=6

    Este conceito aplica)o Ys in,orma3es provenientes )e

  • 7/23/2019 Mirabilia 3

    12/343

    circnstBncias& a i)enti)a)e tnica )os in)iv4)os era topro.lemtica e )inBmica +anto nas socie)a)es mo)ernas6

    5eri9camos a )emarcao )e ma )i,erena +e %arth)enota entre cltra e etnia6 Para ele1 + importantereconhecer +e em.ora categorias tnicas levem em conta)i,erenas cltrais& po)emos presmir& +e no h masimples relao .in4voca entre ni)a)es tnicas esemelhanas e )i,erenas ]o.8etivas^& mas s' a+elas +e ospr'prios atores consi)eram signi9cativas+(%ART

  • 7/23/2019 Mirabilia 3

    13/343

    grpos tnicos em se senti)o )e organizao+(%ART

  • 7/23/2019 Mirabilia 3

    14/343

    necessrio +e os integrantes )os grpos tenham aconsciCncia )e +e so eles +e marcam o sistema social ao+al acham pertencer e para alm )os +ais eles i)enti9camotros atores implica)os em m otro sistema6 Esta

    a9rmativa coloca +e os marca)ores tnicos soconscientemente tiliza)os pelos grpos& servin)o )e .asepara a )i,erenciao )o grpo em m sistema intertnico6

    Encontramos na socie)a)e ateniense )o 5 sclo in)4cios )ema maior visalizao )as ,ronteiras tnicas +e encontroem otros grpos os ses limites tnicos& a acentao )eses valores& ,ortalecen)o )e ,orma signi9cativa a i)enti)a)e)e ma comni)a)e pol4a)e& rati9ca)o no se conte:tohist'rico6 Assim sen)o& os atenienses so.eram articlar as

    )emarca3es )e sas ,ronteiras6

    A )icotomizao entre os atenienses e os otros& no po)eser conce.i)a seno na ,ronteiras )o =G's=& em contato ocon,rontao& o por contraste com =Eles=6 Portanto&perce.e-se +e os atenienses apresentaram critrios s'li)ose conscientes para a )emarcao e limitao entre eles e osotros6

    A manteno )as ,ronteiras (PFTI2GAT E !EGART&JOOW1JOU$ e,etiva)a pelos pr'prios integrantes )acomni)a)e pol4a)e& esta.elecen)o ma con)io necessriapara a etnici)a)e6 Fs pr'prios atores +e conscientementepro)zem e repro)zem a manteno )as ,ronteiras +e se.aseia no reconhecimento e na vali)ao )as )istin3essociais& algo maniplvel +e )e9ne a pertena e ae:clso entre o .inmio G's/Eles6 %arth acrescenta +e amanteno ativa )a )emarcao )e ,ronteiras& acenta-se)iante )e sita3es em +e a violCncia e a insegrana

    )ominam as rela3es intertnicas6 @esta ,orma& as gerrasm)icas e:erceram ma ,orte presso interna nos valoressigni9cativos para os parBmetros )e )i,erenciao&acentan)o e )an)o espao para novos valores +e)emarcam )e ,orma )is,oriza)a o otro& consi)era)o como)i,erente6

    Geste per4o)o o otro passa a ser i)enti9ca)o como .r.aro6Este termo nos remete ao po)er )e nomeao +e os grpostnicos possem6 Esta possi.ili)a)e )e classi9car o otroentra em cena na me)i)a em +e as i)enti)a)es tnicas so

  • 7/23/2019 Mirabilia 3

    15/343

    compostas no apenas )e ma ato-atri.io& ela )epen)etam.m& )as atri.i3es e:ternas +e os ateniensesrealizaro )os .r.aros& o se8a& a i)enti)a)e tnica no se)e9ne apenas )e maneira en)'gena& ela sempre m

    pro)to )e atos signi9cativos )e otros grpos& em msistema comple:o )e intera3es sociais6

    A )ialtica e:'gena/en)'gena insere-se )e maneirasatis,at'ria em nosso o.8eto& pois o termo et4ope ,oi maatri.io +e os atenienses )eram para nomear a etnia +e

    vivia ao sl )o Egito& os =cara +eima)as=6 Isto evi)encia arelao entre atenienses e et4opes& na +al m grpo chega aser classi9ca)o pelo otro6To)avia este )iscrso apresentaapenas ma *nica via& o.stante +e no temos )ocmentos

    +e apresentem a nomeao +e et4opes atri.4am aosatenienses e at mesmo como se ato )enominavam6

    A e:o-)e9nio po)e ser e:empli9ca)a na seginte citao)e

  • 7/23/2019 Mirabilia 3

    16/343

    otros grpos6 Fs atenienses os classi9caram e&provavelmente& 9caram conheci)os por tal )enominao emotras partes )o mn)o conheci)o& visto +e& Atenas no 5sclo ,orma ma regio em )esta+e por sas ativi)a)es

    pol4ticas& econmicas e intelectais )e se tempo&)i,n)in)o& certamente& a imagem )os et4opes ,rente a otrosgrpos tnicos6

    A imagem conti)a no arH.alo representa a 9sionomia )oset4opes so. a 'tica ateniense& evi)encian)o m traocaracter4stico& o rosto tisna)o +e na posio em +e seencontra )ei:a transparecer +e o arteso tinha a inteno)e 9grar e )escrever os traos marcantes )os et4opes6

    Acre)itamos +e os conceitos propostos por !re)ri; %artha:ilia-nos a compreen)er como ,oram esta.eleci)as asapro:ima3es tnicas entre atenienses e et4opes& ressaltan)o+e teorias propostas para anlise )as socie)a)escontemporBneas po)em servir a)e+a)amente paraavaliarmos as socie)a)es antigas& pois os contatos tnicosnas socie)a)es antigas so to comple:os e )inBmicos +antonas socie)a)es mo)ernas& constitin)o ma teia )e interao+e& mitas vezes& 9ca o.scro em algmas anliseshist'ricas6

    Em sma& o 5 sclo m cenrio prop4cio para aacentao )a constro )a i)enti)a)e ateniense& atravs)a +al capta e )e9ne o +e ser ateniense emcontraposio ao +e ser .r.aro6 ma i)enti)a)e tnicaassinala)a pela comparao& pela )ialtica& em +e& osatenienses marcaram sas ,ronteiras tnicas oesta.elecimento ca)a vez mais acenta)o entre ser ateniensee os otros6 @este mo)o& po)emos a9rmar +e as gerras

    proporcionaram ma apro:imao entre as ,ronteiras& se8amelas geogr9cas& tnicas o cltrais entre atenienses eet4opes6

    **

  • 7/23/2019 Mirabilia 3

    17/343

  • 7/23/2019 Mirabilia 3

    18/343

    PFTI2GAT e !EGARTFTeorias da Etnicidade6"o Palo1 nesp&JOOW6

    "

  • 7/23/2019 Mirabilia 3

    19/343

    incti)o no esp4rito )os9lhos )os et4opes o)ese8o )e acrescentaremotros territ'rios aosses=6

    vieste espionar mes)om4nios= =Gem vosso rei m homem 8sto se ,osse

    8sto ele no teriaco.ia)o= =Gem tentariaescravizar homens +e noo o,en)eram=6=Atacar os et4opesmacr'.ios com ,orassperiores s )eles=

    De #aruspicum responso1 religio e pol4ticaem 74cero

    De #aruspicum responso1 religion an) politics in 7icero7la)ia %eltro )a Rosa

    (@epartamento )e

  • 7/23/2019 Mirabilia 3

    20/343

    religioso mito limita)o6 Ftro mo)o argmentar +erece.emos )e nossas ,ontes& especialmente as te:tais& maimagem ci)a)osamente e)ita)a )o +e se +eria +e ,ossea vi)a religiosa& escolhi)a para reVetir ma pie)a)e

    ci)a)osa e escrplosa6 Perce.emos +e havia entre osromanos& no mo)o como viam a si mesmos& ma ,orteconvico )e serem o mais religioso )os povos& o +econtrasta estranhamente com a viso +e a mo)erni)a)eteve )e sa religio6 m escritor como Tito 4vio& +e se

    voltava ao passa)o romano a partir )o sclo )e Agsto&no estava isento )a assno )e +e o scesso )os romanosna con+ista )o mn)o )eve-se a m escrploso ci)a)ocom as rela3es com os )eses6 Mitos comenta)ores oconsi)eram m cptico& mas no h )*vi)as )e +e sa

    narrativa contm elementos religiosos6 @este mo)o& poss4vel +e a imagem +e se torno tra)icional no reVitaa.soltamente a reali)a)e& e provvel +e a religioromana ,osse plena )e elementos )esconheci)os para n's6

    Go temos )e acre)itar& e talvez no )evCssemos acre)itar&+e as ,ontes )e in,ormao +e poss4mos nos )o maimagem per,eita )a religio romana& mesmo no tempo )e74cero& +anto mais para o per4o)o entre e J A76

    Gossas principais ,ontes te:tais )e in,ormao so.re osprimeiros sclos romanos so historia)ores como Tito 4vioe @ion4sio )e

  • 7/23/2019 Mirabilia 3

    21/343

    A religio romana +e conhecemos .asea)a nm corpolimita)o )e material6 Este material nos mostra a ,alta )e mainterveno )ivina )ireta& a ,alta )e milagres& a ,alta )e mitos)e ativi)a)es )ivinas& e mesmo a ,alta )e pro,etas6 Go +e

    ,alte material )ivinat'rio& )e m tipo o )e otro& mas esteno toma a ,orma )e in)iv4)os inspira)os a )izer a ver)a)eo pre)izer o ,tro6 F +e encontramos so grpos )esacer)otes tanto ar*spices& (a)ivinhos& spostamenteimporta)os )a Etr*ria$ o sacer)otes +e gar)avam osivros "i.ilinos (scessivamente )ois& )ez e +inze homenspara sacri,4cios& os /uindecimviri$& +e emanavam orclos)e se conhecimento respectivo o ar+iva)os para giar orital em Roma6 Eles reportavam essencialmente o +e os)eses necessitavam em ,orma )e sacri,4cios o otros

    ritais6

    Gossa principal preocpao com as reas )a vi)a religiosaso.re a +al temos ma +anti)a)e maior )e in,ormao& )em tipo o )e otro ritais& ,estivais& ativi)a)es religiosasna vi)a pol4tica& pr)ios religiosos e santrios6 As ,ontespara o est)o )a religio romana& ento& so varia)as literrias& art4sticas& epigr9cas& vest4gios ar+eol'gicos& etc6Elas nos )o ma imagem& principalmente& )as ativi)a)es )a

    elite social )o mn)o romano& e mais )a ativi)a)e p*.lica )o+e )a priva)a6 "rge& porm ma pergnta1 o +ocompleta esta imagemb Po)emos argmentar +e o +e permiti)o ver nas ,ontes liga-se +ase sempre ao setorp*.lico )e ativi)a)es& e +e esta era a rea +e interessava Ycomni)a)e como m to)o& e +e o homem antigo& aocontrrio )o mo)erno& no perce.ia a si mesmo como m serisola)o6 Esta verso minimiza a importBncia )a e:pressoreligiosa priva)a& mas tem a vantagem )e no pro8etarime)iatamente& no mn)o antigo& ma certa consciCncia

    mo)erna )e vi)a religiosa6 ma verso alternativa a )e +eto)as as socie)a)es tCm certos tipos )e elementos religiososcomns& e +e m )eles a e:periCncia emocional& pessoal&em relao aos po)eres so.renatrais +e controlam oniverso e o correspon)ente )ese8o )e inVenci-los6 Gesta

    verso& se no ovimos a e:periCncia in)ivi)al& nossaimagem incompleta6 En9m& h vrias +est3es +e)evemos ter em mente nm est)o )a religio romana1 as,ontes )ispon4veis nos permitem ma imagem satis,at'ria )a

    religio romanab Elas nos permitem conhecer a vi)a religiosa)a socie)a)e como m to)o& o apenas )as elitesb Po)eria a

  • 7/23/2019 Mirabilia 3

    22/343

    e:periCncia religiosa +e escapa )e nossa )ocmentao serto importante +e sa ignorBncia viciaria nossoconhecimento so.re a socie)a)e romana& o seconhecimento no mo)i9caria s.stancialmente esta

    imagembF princ4pio ,n)amental pelo +al a religio romana costmaser interpreta)a a crena )e +e os romanos ,ormavamma socie)a)e conserva)ora incomm6 At certo ponto& isto ver)a)eiro1 po)emos& e6g6& mostrar +e algns )os ritaisarcaicos eram ain)a pratica)os reglarmente no sclo I A7&e mesmo )epois e& se eles repro)ziam os ritais ano ap'sano& poss4vel +e tenham m)a)o poco atravs )ostempos6 ma )as conse+0Cncias )este spostamente

    estranho )esenvolvimento )a religio romana +e teriaposto to)a a sa Cn,ase no nos )eses e nos mitos& mas simnas a3es religiosas& nos ritais e na sa correta e:eco6ma com.inao )e e:cessivo ritalismo e se )om4nio porcolgios sacer)otais& c8o prop'sito principal seria a 9:aoe a repetio )as a3es ritais +e no mais enten)iam nem sentiam a necessi)a)e )e enten)er & con)ziria to)asas negocia3es com os ha.itantes )o mn)o )ivino& c8o,avor po)ia assegrar aos romanos o scesso na gerra e na

    paz6 Assim& esta teoria tra)icional apresentava a imagemgeral )e m tipo mito negativo )e religio6 A religioromana teria& ento& sa vali)a)e nos primeiros tempos&antes o e:atamente )rante a poca )a ,n)ao )a ci)a)e&mas permanece sempre primitiva& sem alterar sas ra4zesagr4colas e pastoris sempre teria si)o )omina)a pelarepetio )e ,'rmlas& +e se tornavam ca)a vez mais semsenti)o& con,orme o conte:to em +e ,oram gera)as& e setornavam )istante )a e:periCncia concreta )a vi)a6

    Partin)o )este sposto conserva)orismo& os est)iosos )osclo ?I? e in4cio )o sclo ?? )esenvolveram teorias +ee:plicavam as caracter4sticas )o sistema religioso romanocom .ase na i)ia )e +e ele reteve ma especial=romani)a)e= +e po)ia ser traa)a )es)e tempos remotos&mesmo antes )a ci)a)e ser ,n)a)a no sclo 5III A76 Estai)ia era com.ina)a com ma teoria geralmente aceita)eriva)a particlarmente )a antropologia )a vira)a )o sclo??& +e ligava a e:periCncia religiosa romana a m estgio

    comm chama)o =animismo=& no +al o rital no era)estina)o aos )eses e )esas conheci)os em per4o)os

  • 7/23/2019 Mirabilia 3

    23/343

    posteriores& mas a po)eres natrais o em ativi)a)e nanatreza trov3es& rvores& campos cltiva)os& on)e +er+e a ativi)a)e natral po)ia ser vista6 Alm )isso& segin)otal teoria& estes po)eres a.stratos aos pocos tornaram-se

    mais pr':imos Y ,orma e& mesmo ao comportamento hmanose/o animais& toman)o ma aparCncia hmana o animal&po)en)o ser representa)os em esttas e otras ,ormasart4sticas& e se tornan)o protagonistas )e len)as e aventras6Em otras palavras& tornaram-se progressivamente maispareci)os com os )eses +e associamos aos gregos e otrospovos antigos e mo)ernos6

    Esta teoria parecia& em se tempo& mito esclarece)oraso.re a e:periCncia )os romanos arcaicos em particlar& e a

    i)ia )e ma ,ase =pr-)e4sta= torno-se parte normal )ovoca.lrio )o )e.ate so.re o assnto& e ain)a tem sessegi)ores6 7omo ma +esto passiva& os romanos pareciamter ti)o m longo per4o)o )rante o +al no 9zeramrepresenta3es )e ses )eses e este per4o)o se esten)eriaat cerca )e Q A7& +e& )e ,ato apro:ima)amente a )ataem +e a inVCncia etrsca passo a ser mais senti)a emRoma6 Algns )esses )eses 8amais tomaram a ,ormahmana e mesmo +an)o o 9zeram& parecia no haver len)as

    especi9camente romanas so.re #*piter& #no& Minerva& etc6+an)o os poetas romanos e os )ramatrgos contavam taislen)as& pareciam ser narrativas gregas& mais )o +e len)asnativas6 F ,ato )e +e os )eses romanos eram mitas vezes,acilmente i)enti9cveis com os gregos (#*piter com _es

    #no com

  • 7/23/2019 Mirabilia 3

    24/343

    sempre ma sitao perigosa +an)o ma teoria torna-seto esta.eleci)a +e passa a ser imne Ys cr4ticas a teoriaacima )elinea)a tem ma longa hist'ria& e ses )etalhes&)ecerto& no po)em ser comenta)os a+i& por vrios motivos6

    Atalmente& poco o +ase na)a )ela aceito sem reservas6Em primeiro lgar& por+e o es+ema evolcionista )o)esenvolvimento religioso 8 ,oi a.an)ona)o& e6g6& pelosantrop'logos e pelos historia)ores6 Ao mesmo tempo& por+eas pes+isas ar+eol'gicas )emonstram ca)a vez mais +e&mesmo nos primeiros tempos& Roma estava longe )e ser macomni)a)e isola)a& )esenvolven)o sas pr'prias tra)i3es6Fs romanos mantinham estreitos contatos com otros povos+e& in).itavelmente& inVenciaram se )esenvolvimentocltral ses vizinhos etrscos ao norte& os cartagineses&

    +e tam.m eram inVencia)os pelas ci)a)es etrscas epelos gregos& +e a.asteciam os merca)os itlicos com sesarte,atos e mitos viviam e tra.alhavam nas vizinhanas )eRoma6 tam.m a.sivo )izer +e a cltra romana ,ossecompletamente )omina)a o controla)a pelos etrscos& opor +al+er otro povo a so.revivCncia e )esenvolvimento)a l4nga latina prova a cont4na in)epen)Cncia )e Roma e)e ses vizinhos latinos& mas eram to)os participantes )etrocas cltrais entre si e com otras partes )o mn)o

    me)iterrBnico6

  • 7/23/2019 Mirabilia 3

    25/343

    Esta longa intro)o teve como o.8etivo apontar algmas+est3es +e )evemos ter em mente +an)o nos lanamos Yanlise )e t'picos relaciona)os Y religio romana6Preten)emos& neste artigo& analisar algns aspectos )a vi)a

    religiosa romana& entrevistos no )iscrsoDe #aruspicumresponso& )e Marco T*lio 74cero6 Perce.emos no )iscrso&e6g6& elementos para o est)o )a )e9nio )os lgarespro,anos e lgares sagra)os& e )os proce)imentos parasacralizao e )essacralizao )o espao r.ano& +e po)emser relevantes para o est)o )a religio romana&especialmente em relao com a vi)a pol4tica6

    6 discurso

    F )iscrsoDe #aruspicum responso& )e U A7& ma ,ontepreciosa so.re +est3es prementes )o plano pol4tico ereligioso )e sa poca6 Pronncia)o ap's o e:4lio )e 74cero&reVete os sentimentos& pensamentos e as e:press3es )oora)or6 Este )iscrso se liga& pelo ,n)o& aoDe domo sua& )esetem.ro )e Q A7& e lhe posterior em algns meses ose:egetas concor)am em )at-lo )e U A7& mas hesitam entreos meses )e a.ril& maio& o mesmo setem.ro6

    m terminus a /uo 9:a)o pelo relato )os #ogos Megalenses(K a O )e a.ril$& +e prece)eram o an*ncio e a interpretao)os pro)4gios ( LL-LO$6 Ftros so sgeri)os pelasre,erCncias Y .rsca reconciliao )e 7l')io com Pompe (J-L$ e pela also a )issens3es e trata)os ( $& +eaparentemente se re,erem Y 7on,erCncia )e ca& ocorri)aem mea)os )e a.ril& entre Pompe& 7rasso e 7sar6 74cero,ala )e m ata+e Y sa domus( J& SS& SO$& ocorri)o em S)e novem.ro )e Q ( Att6 K6L6 S6L$& e ataca vigorosamenteos proconsla)os )e A6 2a.4nio e 6 7alp*rnio Piso ( S-K&

    S$& sem )izer +e o "ena)o recso ao primeiro& em J )emaio& a honra )a supplicatio& )e +e se alegra em otroste:tos (X& !r6 L6U6J @e Pro6 7ons6 JK Pis6 K$& o +e parecein)icar +e oDe #aruspicum responso anterior a estasesso )o "ena)o& e provavelmente ,oi pronncia)o no in4cio)o maio (X& !r6 L6U6J @e Pro6 7ons6 JK Pis6 K$6

    F )iscrso mito interessante por se estilo e se tom6Para convencer& 74cero constr'i racioc4nios rigorosos&acmla argmentos& san)o nmerosas e:press3es ritais&sa a invectiva& a in8*ria& o sarcasmo& a ironia e amplia-os

  • 7/23/2019 Mirabilia 3

    26/343

    pela imagem e pela met,ora& pelo 8ogo )e palavras e pelaaliterao6 7om ha.ili)a)e& move se p*.lico )a ateno am tema o a m in)iv4)o a otro& mesclan)o orglho ehmil)a)e& simpatia e )es)m& mo)erao e violCncia& stira

    e in)ignao6A vi)a pol4tica romana conhece pro,n)as tr.lCncias naprimeira meta)e )e U A76 Go 9nal )e Q& 7l')io concorria Ye)ili)a)e& mas Milo opsera-se& pela obnuntiatio& Y renio)os com4cios (X& !r6 L6U6J @e Pro6 7ons6 JK Pis6 K$6"egi-se& porm o caso )e Ptolome Alete +e& )estrona)ono Egito em W& estava em Roma visan)o a retoma)a )e setrono& )ese8an)o principalmente o apoio )e Pompe6 F l4)er)a em.ai:a)a )os ale:an)rinos& @ion& ,oi envenena)o na casa

    )e se an9trio& o pompeiano 6 ceio( SK$6 7ato& entotri.no& pe)i a conslta aos ivros "i.ilinos6 F orclo )a)opelos +in)ecCnviros )entre os +ais& 7l')io(LU$ proi.iaresta.elecer Alete por ma e:pe)io arma)a& o +e)escartava Pompe& para a satis,ao )e sena)ores in+ietose cimentos )e se po)er e sa am.io (!am6 J6J-LX6!r6L6L6S 7ael6 LS-K Pro Ra.6 Post6 L6$6 !azen)o assim&segn)o 74cero& o 8ogo )e ma ,aco )a aristocracia& ( KU&$& 7l')io o.tm a e)ili)a)e em L )e 8aneiro )e U A76

    Por se trno& 7sar& envolvi)o na 2erra )a 2lia& via seproconsla)o ameaa)o pela ao )e ses inimigos no"ena)o& +e comeavam a +estionar sa lei agrria )e O(c,6 Att6 L6JU$6 Em vista )essa mano.ra )pla& Pompe e7sar reagiram& reatan)o os laos +e os niam& e a 7rasso&)es)e 8lho )e U a 7on,erCncia )e ca& concl4)a emmea)os )e a.ril& )ivi)ia o po)er e o mn)o entre os amici6Este golpe provoco a )iviso e o en,ra+ecimento )osoptimates+e& )e mitos mo)os& viram-se re)zi)os ao

    silCncio e Y impotCncia6 Algns se ligavam a 7sar& otros)eclaravam-se por Pompe e o pr'prio 7l')io reconcilio-secom Pompe e torno-se ma espcie )e porta-voz )os amici( J-L$6

    @rante esta crise& 74cero esteve )ivi)i)o entre vriossentimentos& +e o )iscrso reVete1 a preocpao com sesinteresses materiais e com se prest4gio pol4tico se ')io por7l')io e por a+eles +e com ele compactavam sa

    amiza)e cla)icante com Pompe se temor a 7sar sasorigens e+0estres e sas ten)Cncias conserva)oras6

  • 7/23/2019 Mirabilia 3

    27/343

    @ese8an)o& acima )e t)o& recperar o pleno gozo )e ses.ens& con9sca)os )rante se e:4lio e )ispta)os por sesa)versrios& estigmatiza as a3es )e 7l')io e apoia asinvesti)as )e Milo6

    Fs acontecimentos se precipitaram em a.ril )e U6 Aoan*ncio )e pro)4gios& consltam-se os ar*spices& +e ,alamnm certo n*mero )e pro,ana3es6 Gma contio( W& J-L$&7l')io elogia Pompe e acsa 74cero )e ser o alvo )a ira )os)eses& c8a domusa.rigara m altar YLibertas)rante see:4lio6 F "ena)o solicito& ento& aos cnsles m relato )a+esto ( JJ& JK& S$6

    Geste )iscrso& +e marca o in4cio )a sa apro:imao aos

    =tri*nviros=& 74cero )enncia as cal*nias e as intrigas& anio )e certos sena)ores com 7l')io& se8a contra Pompe&se8a contra si mesmo prega a concordia)os boni& os=melhores ci)a)os=& e ,az voltar a 7l')io a responsa.ili)a)e)as )issens3es entre eles6

    FDe #aruspicum responso& porm& tem m ,n)amentoreligioso6 Parece ter havi)o& no per4o)o rep.licano& ma)istino mito n4ti)a entre o mn)o )os )eses e o )oshomens6 As intera3es entre )eses e homens eramconstantes neste per4o)o& mas +ase sempre atravs )a aorital6

  • 7/23/2019 Mirabilia 3

    28/343

    Gingm )vi)a +e ritais )e vrios tipos eram ma partecrcial nas intera3es entre )eses e homens na religioromana6 Ritais marcavam to)os os eventos p*.licos ecele.ra3es algns )eles po)em ser classi9ca)os como

    ocasi3es religiosas propriamente )itas ,estivais anais& arealizao e o cmprimento )os 8ramentos& os aniversrios)as ,n)a3es )e templos& etc6 Ftros& como seclares aselei3es& as assem.lias& o censo )os ci)a)os romanosotros& ain)a& po)em variar segn)o os critrios a)ota)os1 os

    8ogos& as per,ormances )ramticas& +e certamente tinhamelementos ritais em se programa& mesmo +e tivessemtam.m o entretenimento entre os ses prop'sitos6 Mastemos em mente +e estas )istin3es so pro.lemas )einterpretao nossos os romanos no ,aziam tais )istin3es&

    nem viam na e:istCncia )e )i,erentes tipos )e ritais algopro.lemtico per se6 Perce.emos +e o programa )os ritaisera comple:o e altamente articla)o e po)emos in,erir pelomenos algns )os princ4pios pelos +ais eram realiza)os6@ois pontos so mito claros1 primeiro& +e o sacri,4cio era,eito estritamente segn)o regras e tra)i3es& +enecessariamente tinham )e ser respeita)as segn)o& +e aha.ili)a)e )os sacri9cantes permitia a comnicao entrehomens e )eses6

    Ftro meio reglar )e trocas eram os pro)4gios e a sainterpretao6 m pro)4gio era m evento e:traor)inrio&+e os romanos consi)eravam como contrrio Y or)emnatral e era m sinal )e m )ese+il4.rio entre as rela3eshomens-)eses6 Fs pro)4gios so mito importantes para acompreenso )a religio romana& por mitas raz3es6 ma)elas por+e tais eventos e ses reslta)os so mitopresentes nos te:tos +e nos chegaram )e Roma otra apr'pria preciso com +e conservavam as listas )e pro)4gios6

    "a.emos& por e:emplo& +e estas listas )erivavam )e Tito4vio o )e #*lio F.se+ens& c8a o.ra preservo as listas pormito tempo ap's o te:to )e 4vio estar per)i)o6 Alm )isso&os pro)4gios estavam envolvi)os& )e m mo)o o )e otro&com +ase to)os os grpos +e tinham inVCncia na toma)a)as )ecis3es estatais os colgios sacer)otais& o "ena)o& osmagistra)os& mesmo ocasionalmente o povo romano6 Fspro)4gios nos )o 'timas in,orma3es so.re como estesgrpos cooperavam e o papel +e tinham nas )ecis3es

    estatais6

  • 7/23/2019 Mirabilia 3

    29/343

    F ,ato +e as ,ontes +e temos so marca)amenteine:pl4citas so.re a natreza )a cone:o entre a ocorrCncia)o pro)4gio& as pre)i3es +e )eviam ser .asea)as nele e asa3es (remedia$ realiza)as para minimizar os )anos

    implica)os pelo pro)4gio6 FDe #aruspicum responso inclino s' ma lista )e a3es +e )eviam ser toma)as e )as)ivin)a)es +e )eviam ser aplaca)as& mas tam.m )aso,ensas hmanas +e po)iam ter casa)o o )ist*r.io6 "e estaresposta serve como m mo)elo para as otras )as +ais noconhecemos os )etalhes& po)emos reconhecer ma srie )e,alhas hmanas& )e eventos +e eram vistos como e:ce)en)oos limites natrais& e )eses +e e:igiam reparao6

    Fs pro)4gios anncia)os ento incl4am1 m enorme .arlho&

    como o )e armas ( L&UK$ e m tremor )e terra no Picenm(UL$6 Mesmo +e tais ,enmenos no ,ossem e:atamentee:cepcionais na+ela regio& o "ena)o e:ploro o primeirocom 9ns pol4ticos ao consltar os ar*spices& como ,ez emotras ocasi3es& como contra 7aio 2raco& em JLJ& Mrio& emWQ e 7atilina& em U e US (@e eg6 II6 LJ$6

    A resposta )e U ,oi a *nica +e chego at n's& so. sa,orma mais o menos integral ,alta no )iscrso e:atamentea+ilo +e no interessava a 74cero& o se8a& o +e tangia aosremedia6 F )iscrso nos permite perce.er +e no s' a vi)apol4tica& como otras institi3es )a socie)a)e romanatinham ma estreita relao com as estrtras religiosas6 Emcerto senti)o& sa.emos +e to)as as ,orma3es sociais emRoma tinham aspectos religiosos6

    @o mesmo mo)o& o )iscrso torna claro +e na Rep*.licatar)ia& a composio )os colgios era tema )e interessep*.lico6

  • 7/23/2019 Mirabilia 3

    30/343

    vemos em nossa ,onte& as +est3es eram inicia)as no "ena)o&se8a com .ase em relatos e mo3es rece.i)as& o comoreslta)o )as a3es )os magistra)os o& ocasionalmente& por+est3es trazi)as pelos sacer)otes6 "e o "ena)o 8lgasse +e

    se tratava )e m ponto +e re+eria ma conslta aoscolgios& se reportava aos sacer)otes& con,orme sasespeciali)a)es6 "egiam regras tra)icionais ao ,azC-lo1assntos )e gerra e paz aosfetiales& pro)4gios aos ar*spiceso aos /uindecimviri sacris faciundis& etc6 Fs colgios se)irigiam& ento& ao "ena)o e parece +e no tinham po)erpara ma )eciso in)epen)ente& o para agir por sa pr'priainiciativa6 Por otro la)o& ses 8lgamentos so.re as leissagra)as o as interpreta3es +e o,ereciam eramrespeita)as pelo "ena)o& ao tomar sa )eciso6 Mas se o

    "ena)o no se remetesse aos colgios& a +esto permaneciainsol*vel6

    Algmas )essas +est3es se tornam claras no caso )a domus)e 74cero& +an)o o ora)or )eclara +e a ao )e 7l')io& )econsagrar parte )e sa casa Y )esaLibertas6no tinha valor)evi)o a irreglari)a)es no proce)imento6 Ap's ovirem o

    De domo sua& o colgio se reporto ao "ena)o& con9rman)o+e hove& )e ,ato& irreglari)a)es6 7om .ase nesta

    )eclarao& o "ena)o& e no o colgio& atorizo o )evolo)a casa a 74cero (Att& K6L$& o +e nos )emonstra +e& no)e.ate )o "ena)o& ma importante inVCncia era e:erci)apelos mem.ros )este corpo +e eram simltaneamentesacer)otes6

    Ap's a o.servao )os pro)4gios( L$& os ar*spices)eclararam +e ma e:piao era )evi)a Ys )ivin)a)eso,en)i)as1 #*piter& "atrno& Getno& Tells e os )esescelestes6 Perce.emos +e este grpo )ivino & na ver)a)e&

    e:cepcional vemos a presena ins'lita )e "atrno entre as)ivin)a)es )o c& )o mar e )a terra talvez isto se8a mainVCncia )a religio etrsca& o )a astrologia& +e atri.4a)ons particlares a este astro (PDGIF&

  • 7/23/2019 Mirabilia 3

    31/343

    )isc'r)ia& +e privaria Roma )a proteo )os )eses e trariaa )erroca)a )o e:rcito& a )iminio )as ,oras e a tirania)e m s' (K$ +e pro8etos secretos no pre8)icassem ares publica($ +e no se )esse honras a homens

    perversos (U$& e +e o ,n)amento )a res publicano ,ossealtera)o (U$6 "em serem to completos& otros te:tosapresentam analogias mani,estas a esta resposta )osar*spices1 em JQL& m pro)4gio ,eliz annciava a =e:panso)as ,ronteiras e a eliminao )os inimigos= (TITF D5IF& ?II&L6L$ em JL& eles pre)iziam a morte )e magistra)os esacer)otes em JLU& ma se)io em OQ& )isc'r)ias em U&massacres e incCn)ios& anlao )e leis& a gerra civil& ar4na )a ci)a)e e )o imprio(7at6 III6 JO-L$6

    Perce.emos +e as respostas )os ar*spices continham,'rmlas estereotipa)as& ,avorveis aos interesses )aaristocracia senatorial6 A resposta )e U po)ia visar& mais omenos a.ertamente& a to)os estes a)versrios1 os tri*nviros&Pompe em particlar& revesti)o )o imperium maius( K$ eamicus)e ceio& em c8a casa morre o em.ai:a)orale:an)rino ( SK$ 7l')io& neste momento agente )e 7sar&reconcilia)o com Pompe ( J-L$& instiga)or )e )esor)ensnos #ogos Megalenses ( LL-LO$ P6 5at4nio& colega )e 7l')io

    na e)ili)a)e e +e aspirava Y pretra ( U$ e& talvez& opr'prio 74cero6

    F.riga)o a respon)er simltaneamente Ys insina3es )osoptimatese aos ata+es )e 7l')io (J$& 74cero encontra no"ena)o m am.iente +e lhe era poco ,avorvel6 Estimla)opela presena )e mitos e/uites& 74cero se volta ao )iscrsorecente )e 7l')io& chegan)o a amea-lo com ma acsao

    8)icial ime)iata& atit)e srpreen)ente em relao a m e)ilem e:erc4cio& sen)o +e o *nico caso conheci)o relata)o

    por Pltarco (Marc6L$6 Fs sena)ores estavam )ivi)i)os& ealgns reprovavam a arrogBncia e a insolCncia )e 74cero ( S&JQ$6

    Preocpa)o em )iminir a animosi)a)e& 74cero comeae:plican)o sa atit)e6 Retoma& ento& os ata+es 8ha.itais aos cnsles )e W& responsveis por se e:4lio&2a.4nio e Piso (L-K$& opon)o-lhes ha.ilmente a imagem )oscnsles )e U& especialmente a )e 7n6 Cntlo6 74cero

    )enncia os crimes )e 7l')io& invocan)o contra o e)il aatori)a)e )e P6 "erv4lio 5tia (L$ e a vingana )e Milo (U-

  • 7/23/2019 Mirabilia 3

    32/343

    Q$6 5olta-se& ento& ao recente )iscrso )e 7l')io& lanan)o-lhe a a)vertCncia )os ar*spices so.re a pro,anao )oslgares sagra)os ( W-JU$ ap's evocar& mais ma vez& osacrilgio cometi)o por 7l')io nos mistrios )a %oa @esa&

    em )ezem.ro )e UL( W-O& JL$& )eclara +e sa domusestavalivre )e to)a consagrao religiosa por mitos 8lgamentos6@e ,ato& a assem.lia centriata votara& em K )e agosto )eQ& a restitio )e ses .ens os pont49ces )eclararam& emS )e setem.ro& +e1

    666se a+ele +e )eclarasse ter consagra)o m terreno no,ora nomea)amente encarrega)o )isso& nem por m voto )asassem.lias& nem por m ple.iscito& se nenhm voto )oscom4cios nem m ple.iscito o convi)ara a tal& parece +e se

    po)ia& sem )esrespeitar ma inter)io religiosa& comprar erestitir este terreno (Att& K6S6S$

    F "ena)o encarregara aos cnsles& em ot.ro& )e ci)ar)a reconstro )a casa Ys e:pensas )o Esta)o e )eci)ira&em JK )e novem.ro (Att& K6S6S$& +e +al+er ata+e Ydomuscairia so.re a lei de ui(J$6 "e essas )ecis3es )avama 74cero a cao )o Esta)o& na cas4stica religiosa ain)aca.ia )isctir o mrito )a +esto6

    Talvez se8a e:agera)o )izer +e o "ena)o ,osse o principallocus )e )eciso na or)em religiosa romana& mas certamente)esempenhava m papel central e coor)ena)o nela (%EAR@&M6 ` GFRT

  • 7/23/2019 Mirabilia 3

    33/343

    74cero passa a comentar& ponto por ponto& a resposta )osar*spices& primeiro os sacrilgios ( L-SO$& )epois asa)vertCncias (K-US$6 Entre os primeiros& )estaca apro,anao )os 8ogos ( LJ-LQ$1 os 8ogos (ludi$ provavelmente

    remontam aos primeiros tempos )e Roma& pelo menos em)as vers3es& os ludi plebeiie os ludi Romani& +e ,oramesta.eleci)os na Rep*.lica arcaica& mas otros tipos e mais)ias ,oram acrescenta)os progressivamente na Rep*.licatar)ia& chegan)o a mais )e cin+0enta na Rep*.lica tar)ia(%EAR@& M6& GFRT

  • 7/23/2019 Mirabilia 3

    34/343

    $estais seis& +e serviam por trinta anos& a partir )ain,Bncia6

    unNes1 aconselhar o "ena)o so.re to)os os assntosre,erentes aos sacra aconselhar o povo em temas )a leisagra)a& inclin)o a lei )os mortos spervisionar osassntos )a lei ,amiliar (a)oo& herana& etc6$& manter osregistros )o Esta)o6

    ugures1 tinham o mesmo n*mero )os pont49ces& mas semmem.ros a)icionais6

    Eleio/cooptao& como os pont49ces6

    !n3es1 spervisores e conselheiros so.re os ritais eproce)imentos concernentes aos asp4cios&manteno e&somente +an)o solicita)o pelo "ena)o& conslta aos ivros"i.ilinos6

    Tres/septemviri epulones:colgio cria)o com trCsmem.ros em JOU A7 amenta)o para Q mem.ros por "ilaeleitos/coopta)os como os pont49ces6

    !n3es1 sperviso )os #ogos reglares em RomaF

    Duo/decem/quindecimviri sacris faciundisKoriginalmenteL& J a partir )e SUQ A7 J ap's "ila Eleio/cooptao&como os pont49ces6

    )ol7gios sacerdotais ocasionalmente consultados +elo!enadoK

    Fetiales: L mem.ros& +e li)avam com temas )e rela3esinternacionais1 gerra& paz& trata)os& etc6

    ArspicesKe:iste ma lista )e U mem.ros6 Este colgio no romano so especialistas na arte etrsca )os pro)4gios ea)ivinha3es& etc6

    )ol7gios sacerdotais ue n5o eram consultados +elo!enadoK

    !alii9 )ois grpos )e )oze mem.ros ca)a& +e )anavam e

    cantavam na ci)a)e nos !estivais )e Maro e Ft.ro

  • 7/23/2019 Mirabilia 3

    35/343

    "uperci9 )ois grpos& c8o n*mero )e mem.ros )esconheci)o& +e corriam pelas ras )a r.s no !estival )aperclia& .aten)o nas pessoas com chicotes )e pele )eca.ra6

    Fratres Arvales9 )oze mem.ros& +e ci)avam )amanteno )o clto )aDea Dia& nma grta ,ora )e Romaenvolveram-se mito com o clto imperial posteriormente6

    74cero apresenta ma imagem interessante )osLudiMegalenses& plena )e termos ritais& a 9m )e )ennciar aatit)e )o e)il nos *ltimos cele.ra)os& evocan)o Yaristocracia o espectro )e escravos inva)in)o as ras e osteatros pois& tratava-se )e )ois teatros )istintos no Palatino&

    m& talvez& so. a plata,orma )o templo& otro& so.re a colina& so. as or)ens )e 7l')io e relaciona& ha.ilmente& asme)i)as toma)as pelo e)il +an)o tri.no& em W& contra osantrio )e 7i.ele e contra o rei @e8otrio& alia)o )o povoromano ( LW-LO$6 Trata& a segir& )a +esto )os lgarespro,anos e sagra)os ( S-SS$& on)e mltiplica os e,eitosret'ricos alternan)o )e,esa e ata+e& contesta novamente aconsagrao )e sa casa YLibertas& a9rman)o +e 7l')ioo.str4ra ma capela )e Tells no terreno )e sa casa&

    terreno )e +e se apropriara ao envenenar se antigoproprietrio ( SJ$6

    Perce.emos& nesta passagem& a relao estreita entre otemplo o teatro6 A associao entre o templo e algmas,ormas )e representa3es p*.licas remontam aos primeirostempos )e Roma& pois vrios templos tinham m teatroliga)o a eles o em ,rente )eles6 "a ,orma ar+itetnicaparece reVetir o ,ato )e +e as primeiras representa3esaconteciam nm teatro temporrio constr4)o )e ma)eira

    para ma ocasio particlar6 "em )*vi)a& os )eses& ento&apareciam nos )egras em ,rente )e ses templos paraassistir Y representao6 Para e:empli9car& +an)o Pompe&em A7& termino a constro )o primeiro teatropermanente& este ,oi incorpora)o ao templo )e)ica)o a 5Cns

    5ictri:& respeitan)o a associao tra)icional entre teatro etemplo6

    A constro e a manteno )os templos era m )osprincipais meios pelos +ais o contato entre os homens e os)eses era me)ia)o6 Esta era& alm )isso& ma ativi)a)e na

  • 7/23/2019 Mirabilia 3

    36/343

    +al ma gran)e +anti)a)e )e recrsos era investi)a6 Emparticlar a criao )e novos s4tios sagra)os& se8am templospropriamente )itos o santrios com m altar& era tema )einteresse p*.lico e conVito potencial6 74cero aponta )as

    ocasi3es em +e tentativas )e )e)icao ,oram cancela)aspelos ponti!ces& com .ase em +e no ,oram aprova)as pelaassem.lia& e perce.emos +e o conVito em torno )a casa )e74cero )a mesma categoria )e pro.lemas (@e )omo sa&JSU$6

    Mitos templos )o per4o)o rep.licano resltaram )epromessas )e generais em .atalhas& +e mitas vezescon)ziam os contratos e a cerimnia )e consagrao& maseram ocasi3es o9ciais controla)as pelos sacer)otes e pelo

    "ena)o e& com o tempo& o espao r.ano se trans,ormo pelon*mero crescente )esses templos& em posio proeminente emitas vezes agrpa)os em colna)as (FRIG& E6 JOOQ$6 Elesserviam no apenas como ma imagem vis4vel )o )om4nioromano so.re o Me)iterrBneo& mas )a contri.io )e novose antigos )eses em ca)a estgio )essa con+ista6

    L.ADR6

    D#$!#! # T#M%"&!

    Gome Templo Zrea )eatao

    !estival "acer)otes

    Aesclapis

    LOL A7 "a*)e - -

    Apollo KSJ A7 "a*)epro,ecias

    )i Apollinares -

    %acchs como i.er& KOSA7

    5inho& C:tase - -

    7eres KOS A7 (comi.er& i.era$ 2ros 7erialia& JO )ea.ril lamensacer)otisas noclto grego6

    @iana c6 KO A7

    @is Pater ".mn)o )i saeclares i

    !ortna Per4o)o real !ortna&sorte

    - -

    #no O A7 (com#*piter eMinerva$

    Esta)o&nascimentos

    - -

    #*piter O A7 (com Esta)o& )i Romani lamen

  • 7/23/2019 Mirabilia 3

    37/343

    #no e Minerva$ gerra Ple.eii (b$

    MagnaMater

    JOJ A7 )i Megalenses "acer)otisas Galli

    Marte SWW A7 2erra&

    agricltra

    @anas "lias lamen

    Merc*rio KO A7 7omrcio - -

    Minerva O A7 (com#*piter e #no$

    - -

    Getno "clo III A7 Mar Geptnalia& LS )e8lho

    -

    Gome Templo Zrea )eatao

    !estival "acer)otes

    Xirino LOS A7 - Xirinalia& JQ )e

    ,evereiro

    lamen

    "atrno KOQ A7 - "atrnalia& JQ )e)ezem.ro (etc6$

    -

    5ens LOS A7 "e:o - -

    5esta Per4o)o real A lareira 5estalia& O )e8nho

    5irgens 5estais

    5lcano "clo III A7 Metalrgia 5olcanalia& LS )eagosto

    lamen

    F ponto seginte trata )o assassinato )e em.ai:a)ores ( SK-S$ e& a)mitin)o se tratar )os ale:an)rinos& 74cero procrasemear a )*vi)a nos esp4ritos& )estacan)o o assassinato )e)ois gregos& m )os +ais& Teo)'sio )e Xios& tinha porinimigo m c*mplice )e 7l')io& e o otro& Plator )e Frsti)e(@irr+io$& ,oi morto pelo m)ico )e se an9trio& 67alp*rnio Piso (Pis6 WS$6 "o.re o ponto seginte& a violao)os 8ramentos& 74cero prop3e na)a menos )o +e aplic-laaos 8ra)os +e a.solveram 7l')io ap's o escBn)alo )e UL (

    SU$6 Alm )isso& relaciona a este caso o t'pico )a violao)as cerimnias antigas e secretas (SQ-SO$6

    Ap's os crimes religiosos& 74cero trata )a a)vertCncia )osar*spices6 @enncian)o a =)isc'r)ia e a )issenso= )os boni&o ora)or se es,ora por imptar tal clpa a 7l')io6 Fpon)o-lhe a Ti.rio e a 7aio 2raco& a Apleio "atrnino e a "lp4cioR,o +e& malgra)o ses )e,eitos tinham& ao menos& carter&apresenta 7l')io como )eprava)o& ,also e mal,eitor enmeraas torpezas )e sa vi)a e )e sa carreira estigmatiza

    so.ret)o se tri.nato& )o +al )iz ter si)o v4tima& ao la)o)a res publica( -L$6 Este longo )esenvolvimento

  • 7/23/2019 Mirabilia 3

    38/343

    segi)o por m comentrio rpi)o so.re os perigos )a)isc'r)ia (S-$ e m pe)i)o pela nio =)a+eles +e tCm,ora= com =a+eles +e tCm po)er= tri*nviros earistocratas pela segrana )a res publica6

    A recomen)ao seginte )os ar*spices era =recsar novashonras a homens perversos e e:cl4)os= (U-O$6 "e 74ceroimpta o primeiro termo a 7l')io& o segn)o parece in)icarP6 5at4nio& apesar )e no nome-lo& talvez para no entrar emcho+e com os amici& +e o apoiavam6 Em K A7& os amicio.rigaram 74cero a )e,en)er 5at4nio )e ma acsaocriminal6 7omentan)o& ento& a *ltima prescrio& )e velarpela esta.ili)a)e )a res publica& apresenta m +a)rosom.rio )a sitao pol4tica e moral em Roma e& se

    apresentan)o como porta-voz )os )eses& lana m apelo Yconcordia( U-US$6

    5emos noDe #aruspicum responsoo +anto os romanoseram ci)a)osos e preocpa)os com sa vi)a religiosa6 Estapreocpao se mani,estava em )i,erentes n4veis )eativi)a)e& como nas constr3es e nas inova3es no espaop*.lico religioso1 os gran)es nomes )a vi)a pol4tica )oper4o)o se envolveram em gran)es constr3es (%EAR@& M6&GFRTeres LibereLiberaperto )o 7irco M:imo

  • 7/23/2019 Mirabilia 3

    39/343

    Dianano Aventino

    Minervano Aventino

    KSJ A7 &polo& perto )o teatro )e MarceloSOU A7 (uno Reginano Aventino

    S A7 $ictoriano Palatino

    LOL A7 Escul)piona Ilha

    c6 LOL A7 Hercules 'nvictus& perto )o 7irco

    LUS/L A7 Minervano Aventino

    c6 L A7 idesno 7apitolinoSpesno !orm

  • 7/23/2019 Mirabilia 3

    40/343

    )onclus5o

    Xan)o o.servamos as rela3es entre pol4tica e religio& halgns pro.lemas +e )evem ser )iscti)os6 "em )*vi)a& areligio estava pro,n)amente envolvi)a na vi)a pol4ticaromana em to)os os per4o)os6 "eria inevitvel& pois os ritaisreligiosos estavam intimamente liga)os com as )emaisativi)a)es )e gerra e paz6 Assim& e6g6& a aprovao )e malei o a eleio )e m magistra)o eram atos +e envolviam atoma)a )os asp4cios a vali)a)e )estes asp4cios era

    8ris)io )os gres& responsveis pelo sistema especial )eregras +e os controlavam& o ius augurale6 (IG@ER"I& #61LJKU-SJL$6

    A +esto em 8ogo no a e:istCncia o o interesse )estarelao& mas o mo)o como era sa)a6 A ,orma e:trema )ahip'tese tra)icional )e =)ecl4nio )a religio romana= nesteper4o)o& implicava +e os po)eres eram sa)os pramentepara se o.ter vantagens pol4ticas6 @e ,ato& h )as varia3esposs4veis )esta i)ia1 primeiro& a )e +e to)a a elite romanaera completamente cptica e +e conspirava para il)ir os)emais segmentos )a poplao em segn)o lgar& a i)ia)e +e a poplao romana como m to)o era cptica e a leireligiosa era enten)i)a por to)os como m con8nto )eregras manti)as somente para so em conVitos pol4ticos6 Asegn)a verso completamente improvvel& principalmentepor+e os mem.ros )a elite pol4tica geralmente ,alavam emp*.lico com m ci)a)oso respeito pelos )eses& e aprimeira viso& a )a =teoria )a conspirao=& no po)e ser,acilmente re,ta)a e tem& no m4nimo o apoio )e ma ,amosapassagem )e Pol4.io& ,alan)o )a Roma +e conhece nosanos JK A76 Gela& Pol4.io )eclara +e os romanos eramsperiores aos gregos precisamente por+e os l4)eres

    romanos ,aziam a+ilo +e os gregos es+eceram1 sar asspersti3es )as massas para mantC-las s.missas6 Aomesmo tempo& perce.emos +e o pr'prio Pol4.io apresentama otra imagem& em contraste com a anterior& ao )eclarar+e os magistra)os romanos sempre mantinham ses

    8ramentos (PFD%IF& 6 5I& U6 U-JK$6 Assim& no apenas asmassas& mas tam.m os magistra)os )emonstravam respeitopelas o.riga3es religiosas para Pol4.io& m respeitosperior ao )emonstra)o por ses contemporBneos gregos6

  • 7/23/2019 Mirabilia 3

    41/343

    A imagem )e religio +e perce.emos& ento& nocorrespon)e a ma i)ia )e )ecl4nio )as e:periCnciareligiosa6 claro +e h vrias in)ica3es +e sgerem +eos agentes pol4ticos romanos contavam com a religio e com

    os )eses como ,atores importantes na )eterminao )oseventos e na garantia )e sas reivin)ica3es )e atori)a)e ecoman)o6 @o mesmo mo)o& h m)anas pro,n)as nestemomento talvez elas no ,ossem casa)as por atit)esreligiosas& mas encontravam se mo)o )e e:presso nascompetitivas ativi)a)es religiosas )e in)iv4)os po)erosos6@e ,ato& a religio )a Rep*.lica tar)ia era ma )ase:press3es& e )as mais vis4veis& )a i)eologia )a elite romana&)e sas tcnicas )e manteno )o po)er e )e limitao )opo)er )e in)iv4)os e )e grpos pol4ticos6

    Parte )o ,amoso conVito entre 74cero e 7l')io& +e nosinteressa )iretamente& tinha como pano )e ,n)o a ao )osegn)o& en+anto 74cero estava no e:4lio& )e consagrar sadomusY )esaLibertas(>EIG"TF7& "6& JOQJ1JSS-K$ com isso& 7l')io tanto consegiria inter)itar sa casa (+eestaria em territ'rio sagra)o$& como in)icaria a to)os +e ele,ora e:ila)o por violar os )ireitos )aLibertas& levan)o Ymorte ci)a)os romanos sem 8lgamento )rante se

    consla)o& em US A76 FDe #aruspicum responso& ,azre,erCncia Ys )eclara3es )o pr'prio 7l')io& tratan)o )a+esto religiosa com mita gravi)a)e6 poss4vel +e os )oisoponentes ,ossem totalmente c4nicos em se so )os mto)ose argmentos religiosos& e +e estivessem interessa)osapenas no controle )a proprie)a)e6 7ont)o& o conVitop*.lico no ,aria senti)o sem +e hovesse m crenacomm )e +e a +esto )evia ser resolvi)aapropria)amente e +e se a consagrao ,osse reverti)a()essacralizao$ sem +e as regras legais ,ossem

    o.e)eci)as po)ia ser mito perigoso& pois& respal)a)a,n)amentalmente na religio& a socie)a)e romanaacre)itava na e:istCncia )e )as es,eras& )ois espaos& osagra)o e o pro,ano& c8as ,ronteiras tinham )e sernecessariamente respeita)as6 Xan)o a ,ronteira erarompi)a& a or)em era s.stit4)a pela )esor)em& e tal i)iapro)zia m pro,n)o temor6 A )eciso 9nal& +e 74ceroreporta a Ztico nma )e sas cartas (Att6 K6L$& ,oi toma)a no

    ver)a)eiro centro )a vi)a pol4tica romana o "ena)o6 A i)ia

    )e +e os colgios sacer)otais e o "ena)o romano& como mto)o& estavam enga8a)os nma com)ia religiosa encena)a

  • 7/23/2019 Mirabilia 3

    42/343

    para l)i.riar massas spersticiosas nos parece improvvel&ento6

    Atravs )os )iversos ritais& a socie)a)e romana eraor)ena)a6 Eram os ritais +e garantiam a )istino e asrela3es entre os )ois grpos& homens e )eses6 Eram )oisespaos& a princ4pio separa)os& +e eram relativiza)os+an)o era pratica)o o rital& e o pro,ano po)ia penetrar nosagra)o sem +e hovesse contaminao6 Ao mesmo tempoem +e separava& o rital ,avorecia a soli)arie)a)e )osgrpos6 F homem cltava as ,oras e as )ivin)a)es& e aomesmo tempo& cltava a sa pr'pria socie)a)e&sim.olicamente representa)a6 2arantir os ritos representavaa certeza )a manteno )a socie)a)e como a +eriam1

    or)ena)a e segra6 Ao respeitar as regras )ecomportamento& como o respeito aos )eses& so.ret)o emses espaos& ao crvar-se so. a atori)a)e )os ritais& oci)a)o garantia a or)em social e a pax deorume as prticas+e acarretavam a transgresso Y or)em vigente po)iamlevar a socie)a)e ao caos e Y )esagregao6 74cero )iscrsaa 9m )e +e o Esta)o& a urbs& possa estar em concordia&reconcilian)o o espao sagra)o e o espao pro,ano& nmEsta)o no e em reposo6 A concordiaentre homens e

    )eses o 9m )a ameaa )e )estrio )a or)em romana6L.ADR6 ?

    &s %rincipais Festivais do *alend+rio ,omano

    MCs @ata Gome

    #aneiro J A (en)ae$

    GFG(ae$

    O A2FGAIA

    JJ 7ARMEGTAIA

    JS EI@(s$

    J 7ARMEGTAIA

    !evereiro J A (en)ae$

    GFG(ae$

    JS EI@(s$

    J PER7AIA

    JQ XIRIGAIA

  • 7/23/2019 Mirabilia 3

    43/343

    LJ !ERAIA

    LS RE2I!2IM

    LQ EXIRRIA

    Maro J A (en)ae$Q GFG(ae$

    JK EXIRRIA

    J EI@(s$

    JQ I%ERAIA& A2FGAIA

    LS T%I"TRIM

    A.ril J A (en)ae$

    GFG(ae$

    JS EI@(s$

    J !FR@I7I@IA

    JO 7ERIAIA

    LJ PARIIA

    LS 5IGAIA

    L RF%I2AIA

    Maio J A (en)ae$

    Q GFG(ae$

    O EMRIA

    JJ EMRIA

    JS EMRIA

    J EI@(s$

    Maio LJ A2FGAIA

    LS T%I"TRIM

    #nho J A (en)ae$

    GFG(ae$

    O 5E"TAIA

    JJ MATRAIA

    JS EI@(s$

    #lho J A (en)ae$

    PFPI!2IA

    Q GFG(ae$

  • 7/23/2019 Mirabilia 3

    44/343

    J EI@(s$

    JO 7ARIA

    MCs @ata Gome

    LJ 7ARIALS GEPTGAIA

    L !RRIGAIA

    Agosto J A (en)ae$

    Q GFG(ae$

    JS EI@(s$

    JQ PFRTGAIA

    JO 5IGAIA

    LJ 7FG"AIA

    LS 5F7AGAIA

    L FPI7FG"I5IA

    LQ 5FTRGAIA

    "etem.ro J A (en)ae$

    GFG(ae$

    JS EI@(s$

    Ft.ro J A (en)ae$

    Q GFG(ae$

    JJ ME@ITRIGAIA

    JS !FGTIGAIA

    J EI@(s$

    JO ARMI"TRIM

    Govem.r

    o

    J A (en)ae$

    GFG(ae$

    JS EI@(s$

    @ezem.ro

    J A (en)ae$

    GFG(ae$

    JJ A2FGAIA

    JS EI@(s$

    J 7FG"AIA

  • 7/23/2019 Mirabilia 3

    45/343

    JQ "ATRGAIA

    JO FPAIA

    LJ @I5AIA

    LS AREGTAIA

    ; T >J>ER;

    &tt B Epistulae ad &tticum

    >ael B Pro >aelio

    >at B 'n >atilinam

    De Leg B De Legibus

    De Prov >ons De Provinciis >onsularibus

    am Epistulae ad amiliares

    "D B De "atura Deorum

    Pro Rab Post B Pro > Rabirio Postumo

    F r Epistulae ad Fuintum ratem

    $at 'n $atinium

    D6).ME"/AOP6 /E/.AIEMIER& P TPET& A-M6 (e)6 e tra)6$De#aruspicum responso6 @iscors6 7oll6 )es niversits )e !rances(7oll6 %)$& tome ?III& L6 Paris1 es %elles ettres& JOUU6

    ddddddddd6 >ATT"& %6A66 (e)6 e tra)6$& T#e Speec#es6 Pro &rc#ia Poeta6Post Reditum in Senatu6 Post Reditum ad Fuirites6 De Domo Sua6 DeHaruspicum Responsis6 Pro Plancio7am.ri)ge& MA1 lassical Library6

    dddddddddd6 >ATT"& %6A6 (e)6 e tra)6$ >icero6 T#e Speec#es6 Pro &nnioT Milone6 'n L >alpunium Pisonem6 Pro M &emilio Scauro6 Pro M

    onteio6 Pro > Rabirio Postumo6 Pro M Marcello6 Pro F Ligario6 Pro

  • 7/23/2019 Mirabilia 3

    46/343

    Rege Deiotaro6 Gew or;1 26 P6 Ptnam^s "ons& JOSJ1Loeb >lassicalLibrary6

    ddddddddd6 !REE"E& #6icero6 T#e Speec#es6 ProPublio Fuinctio6 Pro Sexto Roscio &merino6 Pro Fuinto Roscio

    >omoedo6 De Lege &graria '6 ''6 '''6 Gew or;1 26 P6 Ptnam^s "ons&JOUU1Loeb >lassical Library6

    ddddddddd6 2AR@GER& R6 (e)6 e tra)6$6>icero6 T#e Speec#es6 ProSestio6 'n $atinium6 Pro >aelio6 De Provinciis >onsularibus6 Pro?albo6 L vols6 7am.ri)ge& MA1 lassical Library

    ddddddddd6 !RERI7

  • 7/23/2019 Mirabilia 3

    47/343

    %EAR@& M6& GFRTaesaribus& alm )e ep4gra,es

    e moe)as6

  • 7/23/2019 Mirabilia 3

    48/343

    AbstractThe o.8ective o, this article is to analHse the appro:imation o, the

    "everan Emperors with the images tilize) ,or the Antoninan rlers&sing the in,ormations o, the

  • 7/23/2019 Mirabilia 3

    49/343

    na Z,rica e 7I& ?III& n6JQK ci)a)e )e g)nm na 2lia(!itz& JOUW1LW-LWU$6 Portanto& sa escolha como scessor )opai ,oi )ivlga)a nas prov4ncias& tanto +e no .o8o )osacontecimentos& "ept4mio man)o colocar em algmas

    ep4gra,es o ep4teto )e divo "ervae atavo (por e:emplo1 7I&5I& n6OK$6 Por interm)io )este e:pe)iente vinclava-se nosomente a Marco Arlio e 7mo)o& mas a to)a )inastia

    Antonina6

    "egn)o @rora %aharal& +e parte )a anlise )e )ocmentosepigr9cos& "ept4mio teria se proclama)o 9lho )e Marco emJO )676 (%A

  • 7/23/2019 Mirabilia 3

    50/343

    Antonino )e so.renome Pio& scessor )e A)riano=(

  • 7/23/2019 Mirabilia 3

    51/343

    5i)a )e "evero& I? e ?I5 7aracala rece.e t4tlo )e 7sar enome )e Antonino

  • 7/23/2019 Mirabilia 3

    52/343

    o)ia)a imagem )e 7mo)o6 Go po)emos nos es+ecer +eaesaribus6 na +al tam.m se ressaltam as honrasp'stmas +e o Impera)or ,ez por merecer em vi)a (Epitomede >aesaribus6 ?5I$6 Gas ,ontes )o III sclo )676 8apareciam )escritas as .oas +ali)a)es )e Marco6

  • 7/23/2019 Mirabilia 3

    53/343

    Antoninos em geral e )e Marco em particlar& "evero tinha+e rea.ilitar a mem'ria )e 7mo)o6

    Apesar )e )esagra)ar os estratos senatoriais& a imagem )e7mo)o agra)ava a vrios grpos )entro )o e:rcito6 Tanto+e @4)io #liano& em se crto governo& procro comear areconstrir sa imagem& tentan)o agra)ar Pretorianos elegionrios1

    =%ai:aram (os pretorianos ap's assassinar Pertina:$ maesca)a e 9zeram s.ir #liano so.re o mro )oacampamento& pois no +eriam a.rir as portas at conhecera +antia )e )inheiro +e rece.eriam6 Xan)o estava no alto&

    #liano lhes promete renovar a mem'ria )e 7mo)o&

    resta.elecen)o sas honras e esttas& +e o "ena)o tinhaman)a)o )err.ar& e )evolven)o-lhes to)a a li.er)a)e )eao )a +al tinham goza)o )rante o governo )e 7mo)o6(666$ To)as essas promessas )eram esperanas aos sol)a)os+e proclamaram #liano impera)or& 8ntan)o ao se nomea+ele )e 7mo)o6 evantaram logo os estan)artees& nos+ais resta.eleceram as imagens )e 7mo)o (666$=(

  • 7/23/2019 Mirabilia 3

    54/343

    )e Pertina:& 5I$6 Esta associao com a imagem )e

  • 7/23/2019 Mirabilia 3

    55/343

    Torna-se& assim& interessante a in,ormao )e +e ao mesmotempo em +e se vinclava aos Antoninos& "evero sepreocpo em erigir esttas& +e ele mesmo csteo& parase pai& sa me& se av e sa primeira esposa (onsecratio ea imagem )a 7onc'r)ia& com m patera e m cetro (sestrciocnha)o em Roma em JOQ )676$ (com a imagem )e 7mo)ono anverso )e to)as elas$6

    Para #6 R,s !ears& "ept4mio .sco apoiar sas pretens3es)insticas no nomem &ntoninorum6 comparan)o a noo )enomem com a+ela )e numem6 como se a tilizao )o nome

    )os Antoninos em si ,osse capaz )e garantir a contini)a)e)a paz e )a prosperi)a)e pelos )eses (!ears& JOQQ1LQW$6Gma socie)a)e oral& como a )a Roma antiga& o ato )enomear era ma atit)e sria +e po)eria encerrar em simesma vrios e,eitos6 Pela simples associao ao nome )os

    Antoninos se po)eria atrair o apoio )as )ivin)a)es& +e 8haviam apoia)o os governantes anteriores& por e:emplo6 @eacor)o com Pierre 2rimal& os Antoninos& +e aparentementeconstr4ram a ,elici)a)e )o mn)o romano& eram na ver)a)e

    so.eranos a.soltos& tenta)os a se ,azerem a)orar e mitopoco )ispostos a entregar aos sena)ores a mais leve

  • 7/23/2019 Mirabilia 3

    56/343

    iniciativa6 7omo impera)ores& eles poss4am m numem +eos elevava acima )os otros homens6 A pessoal imperial era&assim& sagra)a invocar se nome era )esenca)ear mmecanismo religioso c8as conse+0Cncias eram imprevis4veis

    (2rimal& JOWW1$6=Antonino= se torno m nome potente& mais )o +e mcognome torno-se m signum& importante para m=srpa)or=& na leitra )e Ronal) "Hme6 Para "Hme&srpa)or era to)o a+ele +e chegava ao po)er pela ,ora)as armas e sem pertencer a )inastia anterior6 Pre,erimos

    ver como srpa)or a+eles +e tentaram o golpe e ele no)e certo& segin)o as ,ontes antigas6 Ftro =srpa)or=&Macrino& teria se tiliza)o )o mesmo e:pe)iente& ao a)otar o

    nome )e "evero e ao )ar o )e Antonino para se 9lho@ia)meniano& .scan)o manter a i)ia )a contini)a)e("Hme& JOQJ1QO e WK$6

  • 7/23/2019 Mirabilia 3

    57/343

    tam.m 8ntaria ao se nome mais tar)e e ap's o scesso emvrias vit'rias .licas (@ion 7ssio& ??5I& J6K-$6 ann e%ohec ,ornece m interessante est)o acerca )a titlatraimperial a)ota)a pelos "everos& en,atizan)o sas )iversas

    vit'rias militares6 "ept4mio a)oto os t4tlos )e&rabicus6&diabenicus6 Part#icus Maximus e ?ritannicus Maximus&en+anto 7aracala )eteve os )ePart#icus Maximus6

    ?ritannicus Maximus6 Germanicus6 &rabicus6 e &diabenicus&e 2eta ganho o )e?ritannicus(e %ohec& JOOS1LUW$6

    Por ,alar na a)oo )o t4tlo )eelix6 torna-se importanteressaltar +e os "everos tilizaram em sa nomenclatra mt4tlo cria)o por 7mo)o1 o )ePius elix6 +e nia a i)iareligiosa )aPietas Ys virt)es militares +e garantiam a

    felicitas ao 9nal )as .atalhas6 7omoPius e comoelix6 ogovernante )emonstrava )eter sempre a proteo )as)ivin)a)es& pois s' por interm)io )elas se po)eria atingir apietas e afelicitas& o se8a& ser para os s*)itos protetor eme)ia)or nas +est3es legais (Fliver& JOQW1SQU e7harlesworth& JOKS1J-J$Por isso& no ,oi por acaso +e aomesmo tempo em +e acrescento o ep4teto )ePius elix aose nome& "ept4mio passo a reservar mais tempo paracomparecer aos tri.nais (@ion 7ssio& ??5II& J6$& pois s'

    m homem pie)oso e protegi)o pelas )ivin)a)es po)eria .em8lgar6"egn)o E)mon) 5an^t @ac;& este ep4teto setrans,ormo nma ,'rmla estereotipa)a ap's 7mo)o& poiscom os primeiros "everos ain)a havia a necessi)a)e )a

    vinclao com os Antoninos& mas os Impera)oresposteriores o a)otaram simplesmente por ter si)o tiliza)opelos ses pre)ecessores& san)o-o )e ,orma a.siva (5an^t@ac;& JOOJ1SJJ$6 At as mlheres ganharam o ep4teto )ePia

    elix6 sen)o #*lia @omna a primeira a )ivlg-lo nasinscri3es ("antiago !ernan)z& JOOO1JU$& espalhan)o-se&

    assim& para a ,am4lia imperial a necessi)a)e )e se apro:imar)a imagem )os Antoninos6 #*lia tam.m rece.e& como

    veremos& o t4tlo )eMater >astrorum6 anteriormente )a)osomente a !astina& a esposa )e Marco Arlio (@ion 7ssio&??II&J6$6

    To)avia& no ,oi apenas nos t4tlos +e os primeiros "everos.scaram se apro:imar )a imagem )os Antoninos6 #lien2eH& ao est)ar o calen)rio )eeriale Duranum6 perce.e

    +e as legi3es estaciona)as emDouraEuropos6 na "4ria&,este8avam o dies imperii )e 7aracala e:atamente na mesma

  • 7/23/2019 Mirabilia 3

    58/343

    )ata )o dies imperii )e Tra8ano (LW )e 8aneiro )e OW e LW )e8aneiro )e JOW )676$& com m sclo )e )i,erena entre asaclama3es6 Para ele& no se trato )e m mero acaso6 Aotentar se apro:imar )os Antoninos& valiam vrias estratgias&

    como esta )e ,azer coinci)ir as )atas comemorativas )eascenso ao po)er imperial& pela concesso )a titlao )eAgsto6 Tra8ano ,oi o gran)e con+ista)or )a @cia&en+anto 7aracala rece.e o t4tlo )e Agsto ap's a:iliaro pai na con+ista )a importante ci)a)e oriental )e7tesi,onte (2eH& JOKW1U-Q$& como se 7aracala continasseas con+istas ,eitas por se antepassa)o& isto & como se as

    vit'rias militares ,ossem m )om )e ,am4lia6 "ept4mio sepreocpo tanto em manter a con+ista Antonina )a @cia+e coloco se pr'prio irmo& P6 "ept4mio 2eta como

    governa)or )esta prov4ncia (%alla& JOQ1US$6

    "ept4mio tam.m se inicio nos Mistrios )e jlesis& +an)ovisito Atenas& como anteriormente havia ,eito Marco Arlio(@ion 7ssio& ??II& SL6J$6 @e igal maneira ,oi m homempreocpa)o em criar legi3es& ten)o cria)o trCs novas tropas&en+anto Marco havia cria)o )as6 Alm )isso& reconsti amralha )e A)riano na %retanha e constri otra& paramanter a con+ista ,eita anteriormente pelos Antoninos

    (7arri& JOOS1OJ$6At no espao ,4sico ocpa)o pela domus severiana6 "everoprocro se associar aos Antoninos6 Para morar no Palatino&ao invs )e constrir m novo Palcio& ele amento oespao antes ocpa)o pelo Palcio )os Antoninos6 I6 Iacopi eM6 A 6 Tomei& +e tra.alharam& )rante os anos oitenta& narestarao )as arca)as )o comple:o severiano& atestam +ese trato )e ma ampliao )o Palcio )os Antoninos6"ept4mio teria constr4)o gran)es sal3es termina)os em

    arca)as& +e )avam para o 7irco M:imo& e as Termas )oPalatino& +e rece.eram se nome (Termas "everianas$(Iacopi& Tomei& JOWU1KWU$6 In,elizmente& esta *ltimaconstro menciona)a ,oi .astante a,eta)a pela criao )aIgre8a )e "anta zia& no sclo 5III )e nossa era&e:atamente so.re este espao (Iacopi& Tomei& JOWU1KWQ$6

    "egn)o

  • 7/23/2019 Mirabilia 3

    59/343

    Palcio mais )o +e m espao real& m registro pol4tico&m lgar )e mem'ria& ma institio )e centralizao emarca )e contini)a)e no po)er (%alan)ier& JOOQ1OU-OQ$6 @eacor)o com o mesmo relato )e

  • 7/23/2019 Mirabilia 3

    60/343

    imagem a )este )es eg4pcio& +e mistrava os atri.tos )eFs4ris& Zpis e Amon6 Ga

  • 7/23/2019 Mirabilia 3

    61/343

    esta me)i)a 7aracala 8 in)icava +erer se tornar o *nicoher)eiro )e "ept4mio (Mastino& JOWJ1S$6 Passo& ento& asar nas inscri3esM &ntoninus &urelius Seuerus (pore:emplo1 7I& 5III& n6JKUO 5III& n6 KJOQ e 5I& n6 JUS$6

    Po)er-se-ia pensar +e motivos econmicos tam.m teriamincentiva)o a apro:imao )e "ept4mio e 7aracala )asimagens )os Antoninos6 Talvez a 9liao tentasseproporcionar m amento nos .ens )os "everos& pois com aa)oo )a 9liao )e Marco Arlio& "ept4mio se tornavaher)eiro )os .ens )a ,am4lia antonina e no apenas )e samem'ria6 Entretanto& os )ocmentos te:tais )emonstram+e no tinha resta)o mito )as ri+ezas 8nta)as por Marco

    Arlio nos co,res p*.licos e priva)os (@ion 7ssio& ??II&

    SL6L$6 Para no criar novas ta:as& para sstentarem asgerras nas ,ronteiras& Marco teria ven)i)o vrios .ensm'veis& ornamentos )e !astina e ornamentos imperiais no!orm& para consegir pagar os sol)a)os sem e:plorar osaristocratas (@ion 7ssio& ??II& SQ6J-L$6 Esta in,ormaotam.m veicla)a por Etr'pio e pelaEpitome de>aesaribus6 +e elogiam a ven)a )os ornamentos imperiais e)o mo.ilirio )o governo para no incomo)ar os no.res(Etr'pio& 5III& JS6L e Epitome )e 7aesari.s& ?5I$6 @rante

    o governo )e Pertina:& os .ens )e 7mo)o tam.m ,oramleiloa)os e os .ens por ele con9sca)os ,oram )evolvi)os aosantigos )onos (

  • 7/23/2019 Mirabilia 3

    62/343

    negligCncia )os galeses como ele a )reza e a crel)a)e)os a,ricanos& como o pai e a ast*cia )os s4rios& como a me(@ion 7ssio& ??5III& U6J$& pre,erin)o gastar )inheiro com

    venenos& para e:terminar ses inimigos& a gastar com os

    s*)itos (@ion 7ssio& ??I?& U6S$6Tam.m para historia)ores mo)ernos tCm si)o )i,4cilcompreen)er escolhas consi)era)as to insensatas& vin)as )ehomens to a)mira)os por ses ,eitos6 "egn)o @6 Magie&7aracala era evi)entemente m psicopata e no so.ehonrar o nome )e Marco Arlio Antonino (Magie&JO1ULS$& ten)o inclsive man)a)o matar ma )as 9lhas )eMarco Arlio& 7orni,4cia& por ela ter chora)o a morte )e2eta& +e rece.era a damnatio memoriae (@ion 7ssio&

    ??5III& JU6U$6 # )e acor)o com Ro.ert @aillH e

  • 7/23/2019 Mirabilia 3

    63/343

    ETRFPE6&brg- de lHistoire Romaine Tra)ction et intro)ctionpar Marice Rat6 Paris1 2arnier& JOO6

  • 7/23/2019 Mirabilia 3

    64/343

    %IAG7

  • 7/23/2019 Mirabilia 3

    65/343

    !R_F"& E6 a "ccession Impriale )ans l^ivililassical P#ilology 7am.ri)ge& J1US-JSS&JOK6

    dddddddddddddd6 Imperial Elements in the !ormla o, the RomanEmperors @ring the !irst Two an) a ommissione &rc#eologica >omunale di Roma Roma& OJ(L$1KWU-KOL&JOWU6

  • 7/23/2019 Mirabilia 3

    66/343

    AGTFRF>I7_& E6 orpos do Rei "o Palo1 7ompanhia)as etras& JOOW6

    E %F#ronicle on)on&Q1JLU-JKO&JOKQ6

  • 7/23/2019 Mirabilia 3

    67/343

    5AG^T @A7& E6 7ommo)e et ses pithtes Pis !eli: sos les"vres6 In1Historiae &ugustae >ollo/uium Parisinum Macerata1niversitY )i Macerata& JOOJ6 P6SJJ-SS6

    5ERMEE& 76 76 T#e >ult 'mages of 'mperial Rome Roma1 2oirgio

    %retschnei)er& JOWQ6

    ddddddddddddddd6 A

  • 7/23/2019 Mirabilia 3

    68/343

    pro8ect is elencar a grop o, elements s which the constrction an),ormation o, the i)entitH an) memorH are articlate) in the #)aismten)s as re,erencial the sorces 8-)aicas& in particlar& pro)ce)them in langage he.raica6 MemorH& angage an) speech in the

    narrative& interpreting the speci9c case o, the he.rew .i.lical

    narrative an) the ra..inic narrative1 we privilege) the .i.lical an)ra..inic sorces& pillars o, the #ewish ,aith6

    8alavras&c;aveK#)a4smo Mem'ria I)enti)a)e

    eyIordsK#)aism - MemorH - I)entitH

    Fs patriarcas e matriarcas tCm como elemento comm& mpacto com @es& no +al se esta.elece m compromisso

    m*to& +e se rati9ca a ca)a gerao na transmisso )evalores e pela circnciso6 @e acor)o com o te:to .4.lico&Avraham& o primeiro he.re& a.an)ona o lar na MesopotBmiaem cmprimento Y or)em )ivina& na )ireo )e m novo)estino (2n JL& J-L$6 A circnciso a ,ormalizao )o pactoentre Avraham e @es por meio )e m sinal ,4sico (2n JQ& J-JJ$6 F pacto se renova com o 9lho )e Avraham& Isaac (2n LU&LK$ e por sa vez& a promessa )ivina se repete tam.m com

    #ac'& 9lho )e Isaac e neto )e Avraham (2n LW& JS-J$6

    #E )isse o Eterno a A.ro (Avram$1 =An)a )e ta terra e )ata parentela e )a casa )e te pai& para a terra +e temostrarei6 2E ,arei )e ti ma gran)e nao& e a.enoar-te-ei&e engran)ecerei te nome& e sers ma .Cno=6 (TFRZ& 2nJL& J-L p6LO6$6

    #0Esta a Minha aliana& +e gar)areis entre Mim e v's (os)e agora&$ e a ta semente )epois )e ti1 "er circnci)a)oem v's to)o varo6 ##E circn)areis a carne )e vosso

    prep*cio& e ser por sinal )e aliana entre Mim e v's6 (TFRZ&2n JQ& J-JJ p6SO6$6

    #3E eis +e o Eterno estava so.re ela& e )izia1 =E so oEterno& @es )e A.rao& te pai& e @es )e Isaac a terra em+e t 8azes so.re ela& a ti a )arei e Y ta semente6 #QE ser ata semente como o p' )a terra& e te ,ortalecers& ao oeste&ao leste& ao norte e ao sl e por ti sero .en)itas to)as as,am4lias )a terra& e por ta posteri)a)e6 #'E eis +e E estocontigo& e te gar)arei por on)e +er +e ,ores& e te ,arei

    voltar a esta terra por+e no te a.an)onarei at +e E,aa o +e ,alei por ti=6 (TFRZ& 2n LW JS-J p6QO6$6

  • 7/23/2019 Mirabilia 3

    69/343

    Ga palavra he.raica'sraeltemos as iniciais )os nomes )ospatriarcas e )as matriarcas& a ,am4lia original +e ) origema'srael6 Ga passagem )e G5nesis 36 3& a etimologia sgereo signi9ca)o )e'srael1 =E )isse1 Go& #aco. no ser mais te

    nome& seno Israel& pois ltaste com (o an8o )e$ @es e comhomens e venceste= (TFRZ& 2n SL& LO p6O6$6 Temosliteralmente sara =ele lto= %i sar*ta *m Elo#im=por+eltaste com @es= e el=@es=6 F ver.o saratem o senti)o )e=ltar=& =com.ater= e pe)e o so )as preposi3es el=para=& et=in)icativo )e o.8eto )ireto )e9ni)o sem e+ivalCncia nal4nga portgesa= e im=com=6 A maior parte )os )icionriospre,ere in)icar como signi9ca)o e etimologia incertos e,ornecem apenas o senti)o )e nome masclino e gent4lico6 Gapalavra'sraelencontramos o semen& a semente )o

    signi9ca)o para a realizao )e m pacto entre @es e Israel&+e manter a mem'ria e i)enti)a)e )e m grpo atravs)os tempos e )e9nir as regras )e sa relao com o )ivino6

    Mencionamos anteriormente& +e as iniciais )os nomes )osPatriarcas (A.rao& Isaac e #ac'$ e )as Matriarcas ("ara&Re.eca& ia e Ra+el$ ,ormam a palavra I"RAE6 Facrograma acima per,eito com os nomes em he.raico6 EmportgCs& tem-se ma i)ia apro:ima)a6

    A ,am4lia original se trans,eri para a terra )o Egito )evi)o am per4o)o )e seca em 7ana6 Inicialmente& os )escen)entes)e Avraham ,oram .ene9cia)os pelo posto ocpa)o por #os&9lho )e #ac' na estrtra pol4tica eg4pcia6 Go livro )eUxodo&encontramos o relato )e +e em )etermina)o momento )ahist'ria eg4pcia& m novo rei +e no conhecera #osescravizo os 9lhos )e Israel& +e ali permaneceram nacon)io )e escravos )rante m per4o)o )eapro:ima)amente +atrocentos anos (E: J$6

    Esse epis')io constiti motivo )e recor)ao e reVe:o +emarcam a ,estivi)a)e )ePessac#& a Pscoa #)aica& +ecele.ra a li.ertao )o cativeiro eg4pcio6 Esse epis')io marcano somente a interveno )ivina& agin)o hist'rica econcretamente em .ene,4cio )os )escen)entes )ospatriarcas& com os +ais tinha m pacto& mas rea9rma essepacto com a revelao )o +e posteriormente conhecemoscomo Tor)(Pentateco$6 Esse pacto cria o 8)a4smo

    propriamente )ito como ma religio com se te:to )ere,erCncia& estattos& normas )e con)ta )e vi)a revela)os

  • 7/23/2019 Mirabilia 3

    70/343

    coletivamente aos )escen)estes )os patriarcas& os 9lhos )eIsrael& +e trazem em se nome a marca )o pacto realiza)ocom ses antepassa)os6 Essa marca continar no nome

    'srael& mas ter m novo alcance com o +e ,oi revela)o no

    Monte "inai6A Tor)esta.elece o terceiro elemento )o pacto entre @es eos patriarcas6 "e anteriormente a relao pactal era terra-povo& a partir )e Moiss e o pacto sina*tico& o pacto se renovacom ma tr4plice con)io1 terra-povo-Tor)6 Terra& povo eTor)so os elementos inter)epen)entes +e ,ormam mtrip& +e sstentam o 8)a4smo6

    F ato )e lem.rar no 8)a4smo torna-se imperativo& pois ele

    +e garante atravs )a perpetao )a mem'ria +e osacontecimentos ,n)amentais e constittivos para a,ormao )esse grpo (o 8)aico$ e )o pacto com @es no sepercam na mem'ria )os 9lhos )e Israel6 Go se trata mais )em grpo )e ,am4lias )ivi)i)as pelas origens )as tri.os o )ema revelao in)ivi)al +e passa )e pai para 9lho por9)eli)a)e ao cl& ao patriarca6 A lem.rana )a sa4)a )o Egito ,n)amental para a compreenso )o nascimento )o povo e)a pr'pria religio6 A sa4)a )o Egito marca o in4cio )o povo

    8)e como m grpo organiza)o e regi)o por sas pr'priasleis& revela)as ao povo por Moiss& sete semanas ap's a sa4)a)o cativeiro eg4pcio6 Po)emos in,erir +e mitas )as leispresentes no te:to .4.lico tenham si)o cria)as so. o impacto)o e,eito )o cativeiro eg4pcio so.re o povo 8)aico6Encontramos m n*mero e:pressivo )e leis +e tratam )e+est3es sociais +e se re,erem ao po.re& ao estrangeiro& aos'r,os e vi*vas& tra.alha)ores& atit)es )e tolerBncia e.enevolCncia& nos +ais a lem.rana )o cativeiro eg4pcio ,re+0entemente menciona)a atravs )e m leitmotiv+e

    ,nciona como m imperativo )e lem.rana =E lem.rars+e servo ,oste na terra )o Egito= (@t & J$ e +e perpassa ote:to .4.lico em )iversas passagens6 Essa lem.rana 8sti9cato)as as orienta3es )a legislao social com o intito )eesta.elecer proce)imentos 8stos para com os menos,avoreci)os6

    A mem'ria 8)aica no se encontra restrita Y narrativa6Manter a mem'ria restrita ao Bm.ito )a narrativa po)eria

    ,azer com +e a mesma 9casse paralisa)a no tempo e semsenti)o para as gera3es ,tras6 A mem'ria 8)aica ganha

  • 7/23/2019 Mirabilia 3

    71/343

    senti)o e reali)a)e somente +an)o& atravs )a repetio )orital& o tempo hist'rico )estr4)o e po)emos e:perenciar)e novo o tempo ver)a)eiro )as origens& o tempo originrio6Ga ,estivi)a)e )ePessac#repro)zimos a ca)a ano a

    e:periCncia )a sa4)a )o cativeiro eg4pcio& a li.ertao& em+e ca)a in)iv4)o 8)e re,az a sa hist'ria como se elepr'prio tivesse sa4)o )o Egito6 F relato )essa sa4)a

    vivencial e se )estina a to)os& no se preten)e +e aspessoas tenham ma a+isio intelectal )o ,ato& aocontrrio& o o.8etivo a repetio sim.'lica )a e:periCnciaoriginal& +e a:ilia a compreenso )e m ,ato passa)o esimltaneamente m ,ato presente na vi)a )e ca)a m +erevive essa e:periCncia6

    A raiz he.raica para )esignar mem'ria composta pelasletras

  • 7/23/2019 Mirabilia 3

    72/343

    como a

  • 7/23/2019 Mirabilia 3

    73/343

    to)o te corao e com to)a ta alma6 (TFRZ& @t LU& JUp6W6$6

    em.ra-te )os )ias )a antig0i)a)e& atentai para os anos )asgera3es scessivas pergnta a te pai e ele te in,ormaraos tes ancios e eles te )iro6 (TFRZ& @t SL& Q p6U6$6

    F conte*)o )a mem'ria 8)aica ,oi primeiramente a sagacoletiva tal como registra)a na ,onte .4.lica eposteriormente& em coletivi)a)e& os ritais rememoran)oesses acontecimentos6 F signi9ca)o central )o passa)o.4.lico o pacto& o pacto )a mem'ria& a garantia )e +e

    'sraelsegir atravs )a hist'ria o plano )ivino6 A mem'ria8)aica essencialmente m reconhecimento )e @es& )o

    pacto e )e sa revelao atravs )a Tor)& mem'ria ,n)a)ora)a i)enti)a)e 8)aica6 A leal)a)e para com @es& parteconstittiva )o pacto da mem:ria& +e tiro se povo )ocativeiro eg4pcio& se torna elemento constittivo )e Israel6 ATor)& alm )e ser )om )ivino& aparece como tare,a )o povo&pois o povo vivencian)o ses ensinamentos preserva osenti)o )a e:istCncia e ,az com +e estes ensinamentosse8am m

  • 7/23/2019 Mirabilia 3

    74/343

    coletivi)a)e +e sai )o Egito& mais +e isso& +an)o Ele serevela #istoricamentecomo o agente +e possi.ilito a sa4)a)os he.res )o cativeiro eg4pcio1 =5ai-te& 8nta os anci3es )eIsrael e )ize-lhes1 F Eterno @es )e vossos pais aparece a

    mim o @es )e A.rao& Isaac e #aco.& )izen)o1 Tenho-vosvisita)o e o +e vos est sen)o ,eito no Egito= (TFRZ& E: S&JU p6JO6$6 Xan)o @es se apresenta no "inai para to)o opovo& no temos ma )escrio )e sa essCncia o atri.tos&mas o +e ele ,ez por esse povo1 =E so o Eterno& te @es&+e te tirei )a terra )o Egito& )a casa )os escravos= (TFRZ&E: L& L p6LJK6$6 F povo sa.e o +e @es& )evi)o Y+ilo +eEle ,ez na hist'ria6 @essa ,orma& a mem'ria torno-se oelemento ,n)amental para sa , e& por e:tenso& para sapr'pria e:istCncia6 A lem.rana m imperativo religioso

    )ireciona)o a to)o o povo6#%Recor)a-te )o +e te ,ez Amalec no caminho +an)o sa4eis)o Egito& #(+e te encontro pelo caminho e ,eri to)os os)es,aleci)os +e 9cavam atrs )e ti& e t estavas se)ento ecansa)o& e Amalec no teme a @es6 (TFRZ& @t L& JQ-JWp6QQ6$

    em.ra-te )os )ias )a antig0i)a)e& atentai para os anos )as

    gera3es scessivas pergnta a te pai e ele te in,ormaraos tes ancios e eles te )iro6 (TFRZ& @t SL& Q p6U6$6

    #ac'& lem.ra-te )isso& Israel1 t s me servo& e te mo)eleicomo servo para mim t& Israel& no me )ecepcionars6(TE%& Is KK& LJ p6KWK6$6

    Povo me& lem.ra-te )o +e tramava %ala+& rei )e Moa.& )o+e lhe respon)e %ileBm& 9lho )e %eor& na passagem )e"hitim a 2ilgal& e ento reconhecers as vit'rias )o "enhor6

    (TE%& M+ U& Q p6UUQ6$6Em.ora o ato )e lem.rar se8a imperativo para a e:istCncia ecompreenso )e Israel& )evemos )estacar +e no a hist'ria&como spomos& mas apenas o tempo m4tico se repete6 Atravessia )o Mar 5ermelho& en+anto tempo hist'rico s'po)e ser atravessa)o pelo povo ma *nica vez& mas alem.rana )esse acontecimento& nos permite realizar vriastravessias atravs )os tempos& e realizan)o essa travessiapela narrativa po)emos vivenciar m ,ato passa)o no tempopresente to somente tentan)o e:trair-lhe o senti)o )a nossa

  • 7/23/2019 Mirabilia 3

    75/343

    pr'pria e:istCncia6 F tempo hist'rico po)e ser *nico e comotal& acontece ma *nica vez& mas o pacto entre @es e Israel&oPacto da Mem:riacontina eternamente1 =E no somenteconvosco e ,ao esta aliana e este 8ramento& mas com

    a+ele +e ho8e est a+i presente )iante )o Eterno& nosso@es& e com a+ele +e ho8e no est a+i conosco=6 (TFRZ&@t LO& JS-JK p6O6$6

    Encontramos mais ma passagem signi9cativa entremem'ria e tempo1

    $Xan)o amanh vossos 9lhos vos pergntarem1 =Xesigni9cam essas pe)ras para n'sb=& %)ir-lhes-eis1 = +e asgas )o #or)o ,oram corta)as )iante )a arca )a aliana )o

    "enhor& +an)o ela passo pelo #or)o As gas )o #or)o,oram corta)as e essas pe)ras serviro )e memorial para os9lhos )e Israel para sempre=6 (TE%& #s K& U-Q p6L6$6

    Go a pe)ra em si& mas sim a mem'ria transmiti)a pelosantepassa)os )ecisiva& se a mem'ria conti)a na pe)ra tiver+e ser invoca)a a reviver o acontecimento para as gera3es,tras6 Go po)emos retornar ao "inai& mas po)emosparticipar )ele atravs )a mem'ria )e +e a pe)ra porta)ora6

    F apelo +e encontramos no te:to .4.lico para lem.rana emem'ria tem poca relao com ma criosi)a)e so.re opassa)o6 Fs bnei 'srael=!ilhos )e Israel= so instr4)osapenas para ser m reino )e sacer)otes e m povo sagra)o eno m povo )e historia)ores6 Israel no tem a o.rigao )erecor)ar to)o o passa)o& mas sim )e parte )ele& )os atos )einterveno )ivina na hist'ria& e as respostas )o homem&negativas o positivas6

    #0E +an)o te levar o Eterno& te @es& Y terra +e 8ro ates pais& a A.rao& a Isaac e a #aco.& e )e te )er ci)a)esgran)es e .oas +e no e)i9caste ##e casas cheias )e to)asas .oas coisas +e t no encheste e poos cava)os +e nocavaste vinhas e oliveiras +e no plantaste e comeres e te,artares& #2gar)a-te )e no es+ecer ao Eterno& +e te tiro)a terra )o Egito& )a casa )os escravos6 (TFRZ& @t U& J-JLp6L6$

    ##2ar)a-te +e no te es+eas )o Eterno& te @es&)ei:an)o )e o.servar os "es man)amentos& os "es 84zos e

  • 7/23/2019 Mirabilia 3

    76/343

    os "es estattos& +e te or)eno ho8e& #2para no sce)er+e& )epois )e teres comi)o e estares ,arto& )epois )e terese)i9ca)o .oas casas e ha.ita)o nelas& #3e te ga)o e tere.anho se terem mltiplica)o& e ta prata e o te oro se

    terem amenta)o& e t)o +e poss4res se ter mltiplica)oQpor isso t)o& se orglhe o te cotao e te es+eas )oEterno& te @es& Xem te ,ez sair )a terra )o Egito& )a casa)os escravos #'Xem te con)zi pelo )eserto gran)e etem4vel& em +e h co.ras& serpentes a.rasa)oras eescorpi3es& lgar ri)o on)e no h ga Xem ,ez sair parati ga )a rocha ,orte #$Xem no )eserto te ,ez comer Man&+e tes pais no conheceram para te aVigir e para teprovar& para te ,azer .em a9nal6 #%Xi )irs no te corao1=A minha ,ora e a ,ortaleza )a minha mo consegiram estes

    .ens= #(Mas& antes te lem.rars )o Eterno& te @es& por+e Ele +em te ) ,ora para consegires ri+eza& a 9m )econ9rmar "a aliana& +e 8ro a tes pais& como o ,az ho8e6(TFRZ& @t W& JJ-JW p6S-SJ6$6

    A mem'ria Vi .asicamente atravs )e )ois canais& o ritale a narrativa6 Mesmo +an)o preservan)o os ses laosorgBnicos com os ciclos natrais )o ano agr4cola e:emplo)a ,estivi)a)e )ePessac#& a Pscoa 8)aica& +e cai no in4cio

    )a primavera as gran)es peregrina3es e as ,estivi)a)es )aPscoa e )o Ta.ernclo ,oram trans,orma)as emcomemora3es )o j:o)o )o Egito e )o per4o)o )e esta)ia no)eserto6 Temos& no livro )eDeuteronVmio& m e:emplo )e