portugues 2

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LCT Português _________________________________________________________________________________________________________________________ ___________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________ _____________________________________________________________________________________________________________ SEE-AC Coordenação de Ensino Médio LCT Português 154 *MÓDULO 1* Organização textual Gêneros argumentativos Recursos para convencer Nos gêneros argumentativos, o autor geralmente tem a intenção de convencer seus interlocutores e, para isso, precisa apresentar bons argumentos, que consistem em fatos e opiniões. É comum encontrarmos circulando no rádio, na TV, nas revistas, nos jornais e na internet temas polêmicos que exigem uma posição por parte dos ouvintes, espectadores e leitores. Num jornal, por exemplo, podemos identificar vários gêneros argumentativos o artigo de opinião, o editorial, a coluna. Por vezes, alguns textos de caráter informativo, como reportagens, podem trazer juízos de valor ou adotar um posicionamento crítico (veja a reportagem reproduzida em Atividades 1). O importante, para se preparar para a prova do ENEM, é saber reconhecer estratégias argumentativas e procedimentos de argumentação. Os procedimentos implicam estruturar o texto de acordo com o receptor (uso de linguagem adequada e construção coerente da argumentação), e as estratégias são recursos que podem ser usados para reforçar a argumentação. Agora, analisemos alguns gêneros que, de imediato, podem ser identificados como argumentativos: Artigo opinativo: comum nos jornais e revistas, ele é, em geral, escrito por colaboradores ou personalidades convidadas e não reflete necessariamente a opinião do veículo de comunicação. Analisa um fato ou uma série de fatos em relação ao contexto político, social, econômico ou comportamental. Segue a estrutura de um texto dissertativo: introdução/desenvolvimento/conclusão. Pode ser escrito na primeira ou na terceira pessoa. Coluna: é um espaço dos jornais e revistas prioritariamente destinado à informação exclusiva, ao bastidor da notícia – comporta a manifestação do colunista sobre aquele fato que está informando ou analisando, muitas vezes com postura crítica em relação aos acontecimentos. Dois exemplos: Gustavo Ioschpe, da revista Veja, e Clóvis Rossi, do jornal Folha de S. Paulo. Editorial/Carta ao leitor: espaço reservado nos jornais e revistas para manifestar a opinião do veículo, da instituição – opinião que, na verdade, é definida pelos dirigentes (muitas vezes, o próprio dono) da empresa. Diferentemente dos outros formatos, o editorial não tem nenhuma preocupação em informar o leitor, mas em formar opinião. Em vez de fatos, traz argumentos, que se tornam convincentes graças a recursos de retórica. Por emitir a opinião do veículo, o texto pode vir sem a assinatura do autor ou então ser assinado pelo editor, em nome da publicação. Esses são apenas alguns gêneros. É importante saber que a argumentação e a persuasão estão presentes no texto publicitário, nas cartas argumentativas e, principalmente, em textos de caráter teoricamente informativo. REPRODUÇÃO Campanha da Prefeitura de São Paulo mostra bons motivos para adotar um animal de estimação com responsabilidade Os gêneros argumentativos têm a finalidade de persuadir e convencer o leitor a respeito de determinado assunto. As estratégias argumentativas podem ser construídas a partir de exemplos e comparação, citações, menções a dados numéricos, uso de ironia ou, ainda, na apresentação de uma ideia para, em seguida, contradizê-la ou diminuir sua importância. A falácia é construída quando se dá segmento a um raciocínio errado, fazendo-o aparentar verdadeiro. Argumentos que se destinam à persuasão podem parecer convincentes para grande parte do público apesar de conter falácias, mas não deixam de ser falsos.

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    SEE-AC Coordenao de Ensino Mdio LCT Portugus 154

    *MDULO 1*

    Organizao textual Gneros argumentativos

    Recursos para convencer

    Nos gneros argumentativos, o autor geralmente tem

    a inteno de convencer seus interlocutores e, para isso,

    precisa apresentar bons argumentos, que consistem em

    fatos e opinies. comum encontrarmos circulando no

    rdio, na TV, nas revistas, nos jornais e na internet temas

    polmicos que exigem uma posio por parte dos

    ouvintes, espectadores e leitores. Num jornal, por

    exemplo, podemos identificar vrios gneros

    argumentativos o artigo de opinio, o editorial, a

    coluna. Por vezes, alguns textos de carter informativo,

    como reportagens, podem trazer juzos de valor ou

    adotar um posicionamento crtico (veja a reportagem

    reproduzida em Atividades 1).

    O importante, para se preparar para a prova do

    ENEM, saber reconhecer estratgias argumentativas e

    procedimentos de argumentao. Os procedimentos

    implicam estruturar o texto de acordo com o receptor

    (uso de linguagem adequada e construo coerente da

    argumentao), e as estratgias so recursos que podem

    ser usados para reforar a argumentao. Agora,

    analisemos alguns gneros que, de imediato, podem ser

    identificados como argumentativos:

    Artigo opinativo: comum nos jornais e revistas, ele ,

    em geral, escrito por colaboradores ou

    personalidades convidadas e no reflete

    necessariamente a opinio do veculo de

    comunicao. Analisa um fato ou uma srie de fatos

    em relao ao contexto poltico, social, econmico ou

    comportamental. Segue a estrutura de um texto

    dissertativo: introduo/desenvolvimento/concluso.

    Pode ser escrito na primeira ou na terceira pessoa.

    Coluna: um espao dos jornais e revistas

    prioritariamente destinado informao exclusiva, ao

    bastidor da notcia comporta a manifestao do

    colunista sobre aquele fato que est informando ou

    analisando, muitas vezes com postura crtica em

    relao aos acontecimentos. Dois exemplos:

    Gustavo Ioschpe, da revista Veja, e Clvis Rossi, do

    jornal Folha de S. Paulo.

    Editorial/Carta ao leitor: espao reservado nos

    jornais e revistas para manifestar a opinio do

    veculo, da instituio opinio que, na verdade,

    definida pelos dirigentes (muitas vezes, o prprio

    dono) da empresa. Diferentemente dos outros

    formatos, o editorial no tem nenhuma preocupao

    em informar o leitor, mas em formar opinio. Em vez

    de fatos, traz argumentos, que se tornam

    convincentes graas a recursos de retrica. Por

    emitir a opinio do veculo, o texto pode vir sem a

    assinatura do autor ou ento ser assinado pelo

    editor, em nome da publicao.

    Esses so apenas alguns gneros. importante

    saber que a argumentao e a persuaso esto

    presentes no texto publicitrio, nas cartas argumentativas

    e, principalmente, em textos de carter teoricamente

    informativo.

    REPRODUO

    Campanha da Prefeitura de So Paulo mostra bons motivos para adotar um animal de estimao com responsabilidade

    Os gneros argumentativos tm a finalidade de

    persuadir e convencer o leitor a respeito de

    determinado assunto.

    As estratgias argumentativas podem ser

    construdas a partir de exemplos e comparao,

    citaes, menes a dados numricos, uso de ironia

    ou, ainda, na apresentao de uma ideia para, em

    seguida, contradiz-la ou diminuir sua importncia.

    A falcia construda quando se d segmento a um

    raciocnio errado, fazendo-o aparentar verdadeiro.

    Argumentos que se destinam persuaso podem

    parecer convincentes para grande parte do pblico

    apesar de conter falcias, mas no deixam de ser

    falsos.

  • LCT Portugus _________________________________________________________________________________________________________________________

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    SEE-AC Coordenao de Ensino Mdio LCT Portugus 155

    Articulao de ideias Coeso e coerncia

    Articular ideias estabelecer a relao entre

    palavras e frases. Devidamente conectadas, elas

    formam um todo que tem sentido para determinado

    grupo de pessoas em determinada situao.

    H dois fatores importantes para tornar um texto

    inteligvel: coeso e coerncia.

    A coeso consiste nas articulaes gramaticais

    existentes entre as palavras, oraes, frases, e

    pargrafos que garantem sua conexo textual. Um

    dos recursos mais comuns o uso de conectivos,

    como as conjunes, por exemplo. Para cada tipo de

    relao que se pretende estabelecer entre duas

    oraes, existe uma conjuno que se adapta a ela.

    Algumas conjunes:

    aditivas: e, nem, no s... como tambm

    adversativas: mas, porm, contudo, todavia,

    entretanto

    concessivas: embora, apesar de

    explicativas: pois (antes de verbo), porque

    conclusivas: portanto, logo, por isso, pois (depois de

    verbo)

    Coerncia o resultado da articulao das ideias de

    um texto. a estrutura lgico-semntica que faz com

    que, numa situao discursiva, palavras e frases

    componham um todo significativo para os

    interlocutores. Ela est, portanto, ligada

    possibilidade de compreenso daquilo que se ouve

    ou l.

    Recursos expressivos: as figuras de linguagem ou

    de estilo so empregadas para valorizar o texto,

    tornando a linguagem mais rica e expressiva. Usam-

    se, para isso, as palavras em seu sentido conotativo,

    e no com seu significado literal. As principais so:

    comparao

    metfora

    metonmia

    ironia

    Pontos de vista Recursos persuasivos

    Para se preparar para a prova do ENEM,

    importante desenvolver a capacidade de ler,

    compreender e interpretar textos de diferentes

    gneros e linguagens, como fotos, charges e poesia.

    Identificar diferentes pontos de vista No so

    apenas os artigos opinativos das revistas e dos

    jornais que apresentam uma postura sobre

    determinado assunto. Ao resolver questes que

    mostram pontos de vista diversos, importante

    distinguir frases ou perodos que evidenciem (ou

    representem argumentos que reforcem) a opinio do

    autor.

    Em questes que exigem a anlise de textos

    opinativos, fundamental responder de acordo com

    a opinio expressa no texto, e no a partir de sua

    prpria. No h posicionamento certo ou errado, mas

    maneiras de expor um ponto de vista.

    Existem duas principais estratgias de persuaso. A

    explcita expe claramente seu ponto de vista e

    recorre a argumentos lgicos e racionais, s vezes

    propositalmente incorretos. A implcita, mais sutil,

    apela para o emocional.

    Organizao textual Gneros narrativos

    Tipos de texto Basicamente, h seis tipos de texto:

    descrio, narrao, injuno, argumentao,

    exposio e agrupamento tipolgico relatar. De

    modo geral, podemos dizer que a descrio se

    caracteriza por ser um retrato verbal de pessoas,

    objetos, animais, sentimentos, cenas ou ambientes;

    a narrao um entrelaamento de fatos contados

    por um narrador, envolvendo personagens,

    localizadas no tempo e no espao; e a argumentao

    a expresso de opinio a respeito de um assunto.

    Elementos do texto narrativo:

    Enredo: sequncia de acontecimentos narrados na

    histria.

    Foco narrativo (1. e 3. pessoa): presena de

    narrador (narrador-personagem, narrador-

    -observador).

    Personagens (protagonista, antagonista e

    coadjuvante).

    Tempo (cronolgico e psicolgico).

    Espao.

    Os gneros narrativos so inmeros; os mais

    conhecidos so: romance, crnica, conto, novela,

    fbula. H ainda: piada, mito, novela etc.

    Romance: narrativa longa, de enredo normalmente

    imaginrio, mas verossmil. Os personagens so

    mais elaborados psicologicamente.

    Crnica: narrativa curta, inspirada em algum fato

    cotidiano. Pode fazer uma crtica indireta ou ter

    toques de humor.

    A diferena entre anttese e paradoxo que a

    anttese se baseia na comparao por contraste ou

    justaposio de contrrios, enquanto o paradoxo se

    reconhece como uma relao interna de contrrios:

    Anttese: Eu sou tmido, voc extrovertido.

    Paradoxo: Eu sou um tmido extrovertido.

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    SEE-AC Coordenao de Ensino Mdio LCT Portugus 156

    ********** ATIVIDADES 1 **********

    Texto para a questo 1.

    Por que tantas tragdias?

    H um imenso equvoco no modo de ocupao do solo brasileiro. Construmos casas nas vrzeas e nas encostas ngremes

    O Brasil foi premiado pela natureza por rios de imenso

    volume dgua e, como consequncia, algumas das

    maiores vrzeas (reas originalmente florestadas) do

    mundo. Isso a razo de nossa proverbial fertilidade e

    explica nossa aptido para produzir comida, a base da

    nossa atual prosperidade. No entanto, h um imenso

    equvoco no modo de ocupao do solo brasileiro.

    Construmos nossas casas nas vrzeas que, num

    ecossistema equilibrado, absorviam a gua que

    transbordava dos rios e nas encostas ngremes.

    Esse erro cometido mais ou menos do mesmo jeito

    no pas todo, o que explica por que regies to diversas

    como Santa Catarina, Alagoas e Par tenham problemas

    semelhantes. Vrzea ocupada aquilo que os noticirios

    chamam de enchente. Encosta ocupada mais

    conhecida como deslizamento. A questo central agora

    desocupar essas regies para que, no ano que vem,

    quando chover de novo, no haja ningum mais morando

    l.

    E onde botamos as pessoas que vivem em vrzeas e

    encostas? Para responder a essa pergunta, importante

    antes entender por que essas regies foram ocupadas. A

    resposta complexa, mas pode ser simplificada em duas

    palavras: especulao imobiliria.

    No Brasil, pas de economia historicamente instvel,

    sempre foi timo negcio ser dono de terra e ficar l

    sentado nela sem fazer nada. O modelo de urbanizao

    do pas, que concentrava a economia no centro da

    cidade e ia se expandindo para fora, garantia a certeza

    de que um terreno distante ontem viraria centro amanh

    e seu valor se multiplicaria. Por conta disso, h na regio

    central das maiores cidades brasileiras uma quantidade

    imensa de terrenos vazios ou subutilizados, s

    esperando valorizao. Isso faz os preos de imveis

    disparar, e os trabalhadores demandados pelas cidades

    acabam indo se espremer em vrzeas e encostas, nicas

    terras baratas.

    Isso um problema para as cidades, porque fora os

    trabalhadores a atravessar dezenas de quilmetros de

    asfalto para chegar ao trabalho, no centro. E a que

    mora nossa grande oportunidade.

    O que o Brasil precisa fazer agora tirar as pessoas

    das encostas e vrzeas e coloc-las nesses pedaos

    vazios do centro da cidade (a ltima coisa que queremos

    colocar as pessoas ainda mais longe, aumentando

    ainda mais o trnsito e os custos do transporte pblico).

    Isso trar vrias vantagens. Permitir s cidades fazerem

    grandes parques lineares em volta dos rios, onde hoje h

    avenidas, com instalaes esportivas e ciclovias. Levar

    trabalhadores para as regies centrais, diminuindo a

    presso no transporte pblico e no trnsito. Embelezar

    as cidades, criar oportunidades econmicas, mover a

    economia e far o Brasil rodar.

    Mas como fazer os especuladores colaborar? O

    remdio tem trs doses: educao, fiscalizao e

    punio. Primeiro ensina-se os proprietrios a adaptarem

    sua situao para que os terrenos vazios parem de

    prejudicar a cidade e sejam ocupados. D-se a eles um

    prazo para se adaptar e prazos curtos funcionam muito

    melhor do que prazos longos. Quem no se adapta paga

    impostos cada vez mais altos ou desapropriado.

    Precisamos comear a fazer isso rpido, assim que as

    chuvas pararem. Mas o planejamento precisa ser de

    longussimo prazo, coisa de 30 anos, para que as obras

    de 2011 no sejam apenas a maquiagem de sempre

    (piscines, muros, dragas e aumentos de calha), mas o

    primeiro passo de uma reforma profunda no sistema de

    ocupao do Brasil.

    Blog Sustentvel Pouco. Adaptado. Disponvel em:

    < http://veja.abril.com.br/blog/denis-russo/ >.

    1. (AED-SP)

    O texto tem uma estrutura dissertativo-argumentativa

    h um posicionamento do autor e ele encadeia ideias

    para sustentar seu ponto de vista. Quais foram os

    argumentos utilizados?

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    2. (ENEM-MEC)

    O ento presidente Lula assinou, em 29 de setembro de

    2008, decreto sobre o Novo Acordo Ortogrfico da

    Lngua Portuguesa. As novas regras afetam

    principalmente o uso dos acentos agudo e circunflexo, do

    trema e do hfen.

    Longe de um consenso, muita polmica tem-se levantado

    em Macau e nos oito pases de lngua portuguesa: Brasil,

    Angola, Cabo Verde, Guin-Bissau, Moambique,

    Portugal, So Tom e Prncipe e Timor Leste.

    Comparando as diferentes opinies sobre a validade de

    se estabelecer o acordo para fins de unificao, o

    argumento que, em grande parte, foge a essa discusso

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    SEE-AC Coordenao de Ensino Mdio LCT Portugus 157

    (A) A Academia (Brasileira de Letras) encara essa

    aprovao como um marco histrico. Inscreve-se,

    finalmente, a Lngua Portuguesa no rol daquelas que

    conseguiram beneficiar-se h mais tempo da

    unificao de seu sistema de grafar, numa

    demonstrao de conscincia da poltica do idioma e

    de maturidade na defesa, difuso e ilustrao da

    lngua da Lusofonia.

    SANDRONI, C. Presidente da ABL. Disponvel em:

    < http://www.academia.org.br >.

    (B) Acordo ortogrfico? No, obrigado. Sou contra.

    Visceralmente contra. Filosoficamente contra.

    Linguisticamente contra. Eu gosto do c do actor e o

    p de cepticismo. Representam um patrimnio, uma

    pegada etimolgica que faz parte de uma identidade

    cultural. A pluralidade um valor que deve ser

    estudado e respeitado. Aceitar essa aberrao

    significa apenas que a irmandade entre Portugal e o

    Brasil continua a ser a irmandade do atraso.

    COUTINHO, J. P. Folha de S. Paulo. Ilustrada.

    28 set. 2008, E1 (adaptado).

    (C) H um conjunto de necessidades polticas e

    econmicas com vista internacionalizao do

    portugus como identidade e marca econmica.

    possvel que o [Fernando] Pessoa, como produto de

    exportao, valha mais do que a PT [Portugal

    Telecom]. Tem um valor econmico nico.

    RIBEIRO, J. A. P. Ministro da Cultura de Portugal. Disponvel em:

    < http://ultimahora.publico.clix.pt >.

    (D) um acto cvico batermo-nos contra o Acordo

    Ortogrfico. O acordo no leva a unidade nenhuma.

    No se pode aplicar na ordem interna um

    instrumento que no est aceito internacionalmente

    e nem assegura a defesa da lngua como patrimnio,

    como prev a Constituio nos artigos 9. e 68..

    MOURA, V. G. Escritor e eurodeputado. Disponvel em:

    < www.mundoportugues.org >.

    (E) Se para ter uma lusofonia, o conceito [unificao

    da lngua] deve ser mais abrangente e temos de

    estar em paridade. Unidade no significa que temos

    que andar todos ao mesmo passo. No necessrio

    que nos tornemos homogneos. At porque o que

    enriquece a lngua portuguesa so as diversas

    literaturas e formas de utilizao.

    RODRIGUES, M. H. Presidente do Instituto Portugus

    do Oriente, sediado em Macau. Disponvel em:

    < http://taichungpou.blogspot.com > (adaptado).

    ________________________________________________ *Anotaes*

    3. (ENEM-MEC)

    A Herana Cultural da Inquisio

    A Inquisio gerou uma srie de comportamentos

    humanos defensivos na populao da poca,

    especialmente por ter perdurado na Espanha e em

    Portugal durante quase 300 anos, ou no mnimo quinze

    geraes.

    Embora a Inquisio tenha terminado h mais de um

    sculo, a pergunta que fiz a vrios socilogos,

    historiadores e psiclogos era se alguns desses

    comportamentos culturais no poderiam ter-se

    perpetuado entre ns.

    Na maioria, as respostas foram negativas, ou seja,

    embora alterasse sem dvida o comportamento da

    poca, nenhum comportamento permanece tanto tempo

    depois, sem reforo ou estmulo continuado.

    No sou psiclogo nem socilogo para discordar, mas

    tenho a impresso de que existem alguns

    comportamentos estranhos na sociedade brasileira, e

    que fazem sentido se voc os considerar resqucios da

    era da Inquisio. []

    KANITZ, S. A Herana Cultural da Inquisio. In: Revista Veja.

    Ano 38, n. 5, 2 fev. 2005 (fragmento).

    Considerando-se o posicionamento do autor do

    fragmento a respeito de comportamentos humanos, o

    texto

    (A) enfatiza a herana da Inquisio em

    comportamentos culturais observados em Portugal e

    na Espanha.

    (B) contesta socilogos, psiclogos e historiadores sobre

    a manuteno de comportamentos gerados pela

    Inquisio.

    (C) contrape argumentos de historiadores e socilogos

    a respeito de comportamentos culturais inquisidores.

    (D) relativiza comportamentos originados na Inquisio e

    observados na sociedade brasileira.

    (E) questiona a existncia de comportamentos culturais

    brasileiros marcados pela herana da Inquisio.

    Textos para as questes 4 e 5.

    Texto I

    praticamente impossvel imaginarmos nossas vidas

    sem o plstico. Ele est presente em embalagens de

    alimentos, bebidas e remdios, alm de

    eletrodomsticos, automveis etc. Esse uso ocorre

    devido sua atoxicidade e inrcia, isto : quando em

    contato com outras substncias, o plstico no as

    contamina; ao contrrio, protege o produto embalado.

    Outras duas grandes vantagens garantem o uso dos

    plsticos em larga escala: so leves, quase no alteram

    o peso do material embalado, e so 100% reciclveis,

    fato que, infelizmente, no aproveitado, visto que, em

    todo o mundo, a percentagem de plstico reciclado,

    quando comparado ao total produzido, ainda

    irrelevante.

    Revista Me Terra. Minuano, ano I, n. 6 (adaptado).

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    SEE-AC Coordenao de Ensino Mdio LCT Portugus 158

    Texto II

    Sacolas plsticas so leves e voam ao vento. Por

    isso, elas entopem esgotos e bueiros, causando

    enchentes. So encontradas at no estmago de

    tartarugas marinhas, baleias, focas e golfinhos, mortos

    por sufocamento.

    Sacolas plsticas descartveis so gratuitas para os

    consumidores, mas tm um custo incalculvel para o

    meio ambiente.

    Veja, 8 jul. 2009. Fragmentos de texto publicitrio do

    Instituto Akatu pelo Consumo Consciente.

    4. (ENEM-MEC)

    Na comparao dos textos, observa-se que

    (A) o texto I apresenta um alerta a respeito do efeito da

    reciclagem de materiais plsticos; o texto II justifica o

    uso desse material reciclado.

    (B) o texto I tem como objetivo precpuo apresentar a

    versatilidade e as vantagens do uso do plstico na

    contemporaneidade; o texto II objetiva alertar os

    consumidores sobre os problemas ambientais

    decorrentes de embalagens plsticas no recicladas.

    (C) o texto I expe vantagens, sem qualquer ressalva, do

    uso do plstico; o texto II busca convencer o leitor a

    evitar o uso de embalagens plsticas.

    (D) o texto I ilustra o posicionamento de fabricantes de

    embalagens plsticas, mostrando por que elas

    devem ser usadas; o texto II ilustra o posicionamento

    de consumidores comuns, que buscam praticidade e

    conforto.

    (E) o texto I apresenta um alerta a respeito da

    possibilidade de contaminao de produtos

    orgnicos e industrializados decorrente do uso de

    plstico em suas embalagens; o texto II apresenta

    vantagens do consumo de sacolas plsticas: leves,

    descartveis e gratuitas.

    5. (ENEM-MEC)

    Em contraste com o texto I, no texto II so empregadas,

    predominantemente, estratgias argumentativas que

    (A) atraem o leitor por meio de previses para o futuro.

    (B) apelam emoo do leitor, mencionando a morte de

    animais.

    (C) orientam o leitor a respeito dos modos de usar

    conscientemente as sacolas plsticas.

    (D) intimidam o leitor com as nocivas consequncias do

    uso indiscriminado de sacolas plsticas.

    (E) recorrem informao, por meio de constataes,

    para convencer o leitor a evitar o uso de sacolas

    plsticas.

    ________________________________________________

    *Anotaes*

    6. (ENEM-MEC)

    Cientistas da Gr-Bretanha anunciaram ter

    identificado o primeiro gene humano relacionado com o

    desenvolvimento da linguagem, o FOXP2. A descoberta

    pode ajudar os pesquisadores a compreender os

    misteriosos mecanismos do discurso que uma

    caracterstica exclusiva dos seres humanos. O gene

    pode indicar por que e como as pessoas aprendem a se

    comunicar e a se expressar e por que algumas crianas

    tm disfunes nessa rea. Segundo o professor

    Anthony Monaco, do Centro Wellcome Trust de Gentica

    Humana, de Oxford, alm de ajudar a diagnosticar

    desordens de discurso, o estudo do gene vai possibilitar

    a descoberta de outros genes com imperfeies. Dessa

    forma, o prosseguimento das investigaes pode levar a

    descobrir tambm esses genes associados e, assim,

    abrir uma possibilidade de curar todos os males

    relacionados linguagem.

    Disponvel em: < http://www.bbc.co.uk > (adaptado).

    Para convencer o leitor da veracidade das informaes

    contidas no texto, o autor recorre estratgia de

    (A) citar autoridade especialista no assunto em questo.

    (B) destacar os cientistas da Gr-Bretanha.

    (C) apresentar citaes de diferentes fontes de

    divulgao cientfica.

    (D) detalhar os procedimentos efetuados durante o

    processo da pesquisa.

    (E) elencar as possveis consequncias positivas que a

    descoberta vai trazer.

    Texto para as questes 7 e 8.

    Quando eu falo com vocs, procuro usar o cdigo de

    vocs. A figura do ndio no Brasil de hoje no pode ser

    aquela de 500 anos atrs, do passado, que representa

    aquele primeiro contato. Da mesma forma que o Brasil de

    hoje no o Brasil de ontem, tem 160 milhes de

    pessoas com diferentes sobrenomes. Vieram para c

    asiticos, europeus, africanos, e todo mundo quer ser

    brasileiro. A importante pergunta que ns fazemos :

    qual o pedao de ndio que vocs tm? O seu cabelo?

    So seus olhos? Ou o nome da sua rua? O nome da

    sua praa? Enfim, vocs devem ter um pedao de ndio

    dentro de vocs. Para ns, o importante que vocs

    olhem para a gente como seres humanos, como pessoas

    que nem precisam de paternalismos, nem precisam ser

    tratadas com privilgios. Ns no queremos tomar o

    Brasil de vocs, ns queremos compartilhar esse Brasil

    com vocs.

    TERENA, M. Debate. MORIN, E. Saberes globais e saberes

    locais. Rio de Janeiro: Garamond, 2000 (adaptado).

    7. (ENEM-MEC)

    Na situao de comunicao da qual o texto foi retirado,

    a norma-padro da lngua portuguesa empregada com

    a finalidade de

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    SEE-AC Coordenao de Ensino Mdio LCT Portugus 159

    (A) demonstrar a clareza e a complexidade da nossa

    lngua materna.

    (B) situar os dois lados da interlocuo em posies

    simtricas.

    (C) comprovar a importncia da correo gramatical nos

    dilogos cotidianos.

    (D) mostrar como as lnguas indgenas foram

    incorporadas lngua portuguesa.

    (E) ressaltar a importncia do cdigo lingustico que

    adotamos como lngua nacional.

    8. (ENEM-MEC)

    Os procedimentos argumentativos utilizados no texto

    permitem inferir que o ouvinte/leitor, no qual o emissor

    foca o seu discurso, pertence

    (A) ao mesmo grupo social do falante/autor.

    (B) a um grupo de brasileiros considerados como no

    ndios.

    (C) a um grupo tnico que representa a maioria europeia

    que vive no pas.

    (D) a um grupo formado por estrangeiros que falam

    portugus.

    (E) a um grupo sociocultural formado por brasileiros

    naturalizados e imigrantes.

    9. (ENEM-MEC)

    DIGA NO AO NO

    Quem disse que alguma coisa impossvel?

    Olhe ao redor. O mundo est cheio de coisas que,

    segundo os pessimistas, nunca teriam acontecido.

    Impossvel.

    Impraticvel.

    No.

    E ainda assim, sim.

    Sim, Santos Dumont foi o primeiro homem a decolar a

    bordo de um avio, impulsionado por um motor

    aeronutico.

    Sim, Visconde de Mau, um dos maiores

    empreendedores do Brasil, inaugurou a primeira rodovia

    pavimentada do pas.

    Sim, uma empresa brasileira tambm inovou no pas.

    Abasteceu o primeiro voo comercial brasileiro.

    Foi a primeira empresa privada a produzir petrleo na

    Bacia de Campos.

    Desenvolveu um leo combustvel mais limpo, o OC

    Plus.

    O que necessrio para transformar o no em sim?

    Curiosidade. Mente aberta. Vontade de arriscar.

    E quando o problema parece insolvel, quando o desafio

    muito duro, dizer: vamos l.

    Solues de energia para um mundo real.

    Jornal da ABI. n. 336, dez. 2008 (adaptado).

    O texto publicitrio apresenta a oposio entre

    impossvel, impraticvel, no e sim, sim, sim.

    Essa oposio, usada como um recurso argumentativo,

    tem a funo de

    (A) minimizar a importncia da inveno do avio por

    Santos Dumont.

    (B) mencionar os feitos de grandes empreendedores da

    histria do Brasil.

    (C) ressaltar a importncia do pessimismo para

    promover transformaes.

    (D) associar os empreendimentos da empresa petrolfera

    a feitos histricos.

    (E) ironizar os empreendimentos rodovirios de

    Visconde de Mau no Brasil.

    10. (ENEM-MEC)

    Os filhos de Ana eram bons, uma coisa verdadeira e

    sumarenta. Cresciam, tomavam banho, exigiam para si,

    malcriados, instantes cada vez mais completos. A

    cozinha era enfim espaosa, o fogo enguiado dava

    estouros. O calor era forte no apartamento que estavam

    aos poucos pagando. Mas o vento batendo nas cortinas

    que ela mesma cortara lembrava-lhe que se quisesse

    podia parar e enxugar a testa, olhando o calmo horizonte.

    Como um lavrador. Ela plantara as sementes que tinha

    na mo, no outras, mas essas apenas.

    LISPECTOR, C. Laos de famlia.

    Rio de Janeiro: Rocco, 1998.

    A autora emprega por duas vezes o conectivo mas no

    fragmento apresentado. Observando aspectos da

    organizao, estruturao e funcionalidade dos

    elementos que articulam o texto, o conectivo mas

    (A) expressa o mesmo contedo nas duas situaes em

    que aparece no texto.

    (B) quebra a fluidez do texto e prejudica a compreenso,

    se usado no incio da frase.

    (C) ocupa posio fixa, sendo inadequado seu uso na

    abertura da frase.

    (D) contm uma ideia de sequncia temporal que

    direciona a concluso do leitor.

    (E) assume funes discursivas distintas nos dois

    contextos de uso.

    ________________________________________________

    *Anotaes*

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    SEE-AC Coordenao de Ensino Mdio LCT Portugus 160

    11. (ENEM-MEC)

    O Flamengo comeou a partida no ataque, enquanto

    o Botafogo procurava fazer uma forte marcao no meio-

    -campo e tentar lanamentos para Victor Simes, isolado

    entre os zagueiros rubro-negros. Mesmo com mais posse

    de bola, o time dirigido por Cuca tinha grande dificuldade

    de chegar rea alvinegra por causa do bloqueio

    montado pelo Botafogo na frente da sua rea.

    No entanto, na primeira chance rubro-negra, saiu o

    gol. Aps cruzamento da direita de Ibson, a zaga

    alvinegra rebateu a bola de cabea para o meio da rea.

    Klberson apareceu na jogada e cabeceou por cima do

    goleiro Renan. Ronaldo Angelim apareceu nas costas da

    defesa e empurrou para o fundo da rede quase que em

    cima da linha: Flamengo 1 a 0.

    Disponvel em: < http://momentodofutebol.blogspot.com > (adaptado).

    O texto, que narra uma parte do jogo final do

    Campeonato Carioca de futebol, realizado em 2009,

    contm vrios conectivos, sendo que

    (A) aps conectivo de causa, j que apresenta o

    motivo de a zaga alvinegra ter rebatido a bola de

    cabea.

    (B) enquanto tem um significado alternativo, porque

    conecta duas opes possveis para serem aplicadas

    no jogo.

    (C) no entanto tem significado de tempo, porque ordena

    os fatos observados no jogo em ordem cronolgica

    de ocorrncia.

    (D) mesmo traz ideia de concesso, j que com mais

    posse de bola, ter dificuldade no algo

    naturalmente esperado.

    (E) por causa de indica consequncia, porque as

    tentativas de ataque do Flamengo motivaram o

    Botafogo a fazer um bloqueio.

    12. (ENEM-MEC)

    No ano passado, o governo promoveu uma campanha a

    fim de reduzir os ndices de violncia. Noticiando o fato,

    um jornal publicou a seguinte manchete:

    CAMPANHA CONTRA A VIOLNCIA DO GOVERNO DO ESTADO ENTRA EM NOVA FASE

    A manchete tem um duplo sentido, e isso dificulta o

    entendimento. Considerando o objetivo da notcia, esse

    problema poderia ter sido evitado com a seguinte

    redao:

    (A) Campanha contra o governo do Estado e a violncia

    entram em nova fase.

    (B) A violncia do governo do Estado entra em nova fase

    de Campanha.

    (C) Campanha contra o governo do Estado entra em

    nova fase de violncia.

    (D) A violncia da Campanha do governo do Estado

    entra em nova fase.

    (E) Campanha do governo do Estado contra a violncia

    entra em nova fase.

    13. (ENEM-MEC)

    Aumento do efeito estufa ameaa plantas, diz estudo

    3

    6

    9

    O aumento de dixido de carbono na atmosfera,

    resultante do uso de combustveis fsseis e das

    queimadas, pode ter consequncias calamitosas

    para o clima mundial, mas tambm pode afetar

    diretamente o crescimento das plantas. Cientistas

    da Universidade de Basel, na Sua, mostraram

    que, embora o dixido de carbono seja essencial

    para o crescimento dos vegetais, quantidades

    excessivas desse gs prejudicam a sade das

    plantas e tm efeitos incalculveis na agricultura de

    vrios pases.

    O Estado de S. Paulo, 20 set. 1992, p.32.

    O texto acima possui elementos coesivos que promovem

    sua manuteno temtica. A partir dessa perspectiva,

    conclui-se que

    (A) a palavra mas, na linha 4, contradiz a afirmao

    inicial do texto: linhas de 1 a 4.

    (B) a palavra embora, na linha 7, introduz uma

    explicao que no encontra complemento no

    restante do texto.

    (C) as expresses consequncias calamitosas, na linha

    3, e efeitos incalculveis, na linha 10, reforam a

    ideia que perpassa o texto sobre o perigo do efeito

    estufa.

    (D) o uso da palavra cientistas, na linha 5,

    desnecessrio para dar credibilidade ao texto, uma

    vez que se fala em estudo no ttulo do texto.

    (E) a palavra gs, na linha 9, refere-se a combustveis

    fsseis e queimadas, nas linhas 2 e 3, reforando

    a ideia de catstrofe.

    14. (ENEM-MEC)

    O mundo grande

    O mundo grande e cabe

    Nesta janela sobre o mar.

    O mar grande e cabe

    Na cama e no colcho de amar.

    O amor grande e cabe

    No breve espao de beijar.

    ANDRADE, Carlos Drummond de. Poesia e prosa.

    Rio de Janeiro: Nova Aguilar, 1983.

    Neste poema, o poeta realizou uma opo estilstica: a

    reiterao de determinadas construes e expresses

    lingusticas, como o uso da mesma conjuno para

    estabelecer a relao entre as frases. Essa conjuno

    estabelece, entre as ideias relacionadas, um sentido de

    (A) oposio.

    (B) comparao.

    (C) concluso.

    (D) alternncia.

    (E) finalidade.

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    15. (FUVEST-SP)

    Belo Horizonte, 28 de julho de 1942.

    Meu caro Mrio,

    Estou te escrevendo rapidamente, se bem que haja

    muitssima coisa que eu quero te falar (a respeito da

    Conferncia, que acabei de ler agora). Vem-me uma

    vontade imensa de desabafar com voc tudo o que ela

    me fez sentir. Mas longo, no tenho o direito de tomar

    seu tempo e te chatear.

    Fernando Sabino.

    No texto, o conectivo se bem que estabelece relao

    de:

    (A) conformidade.

    (B) condio.

    (C) concesso.

    (D) alternncia.

    (E) consequncia.

    16. (ENEM-MEC)

    Texto I

    Ser brotinho no viver em um pncaro azulado;

    muito mais! Ser brotinho sorrir bastante dos homens e

    rir interminavelmente das mulheres, rir como se o

    ridculo, visvel ou invisvel, provocasse uma tosse de riso

    irresistvel.

    CAMPOS, Paulo Mendes. Ser brotinho. In: SANTOS, Joaquim

    Ferreira dos (Org.). As cem melhores crnicas brasileiras.

    Rio de Janeiro: Objetiva, 2005, p. 91.

    Texto II

    Ser gag no viver apenas nos idos do passado:

    muito mais! saber que todos os amigos j morreram e

    os que teimam em viver so entrevados. sorrir,

    interminavelmente, no por necessidade interior, mas

    porque a boca no fecha ou a dentadura maior que a

    arcada.

    FERNANDES, Millr. Ser gag. In: SANTOS, Joaquim Ferreira

    dos (Org.). As cem melhores crnicas brasileiras.

    Rio de Janeiro: Objetiva, 2005, p. 225.

    Os textos utilizam os mesmos recursos expressivos para

    definir as fases da vida, entre eles,

    (A) expresses coloquiais com significados semelhantes.

    (B) nfase no aspecto contraditrio da vida dos seres

    humanos.

    (C) recursos especficos de textos escritos em linguagem

    formal.

    (D) termos denotativos que se realizam com sentido

    objetivo.

    (E) metalinguagem que explica com humor o sentido de

    palavras.

    Texto para as questes 17 e 18.

    Cidade grande

    Que beleza, Montes Claros.

    Como cresceu Montes Claros.

    Quanta indstria em Montes Claros.

    Montes Claros cresceu tanto,

    ficou urbe to notria,

    prima-rica do Rio de Janeiro,

    que j tem cinco favelas

    por enquanto, e mais promete.

    ANDRADE, Carlos Drummond de. Poesia e prosa.

    Rio de Janeiro: Nova Aguilar, 1983.

    17. (ENEM-MEC)

    Entre os recursos expressivos empregados no texto,

    destaca-se a

    (A) metalinguagem, que consiste em fazer a linguagem

    referir-se prpria linguagem.

    (B) intertextualidade, na qual o texto retoma e reelabora

    outros textos.

    (C) ironia, que consiste em se dizer o contrrio do que se

    pensa, com inteno crtica.

    (D) denotao, caracterizada pelo uso das palavras em

    seu sentido prprio e objetivo.

    (E) prosopopeia, que consiste em personificar coisas

    inanimadas, atribuindo-lhes vida.

    18. (ENEM-MEC)

    No trecho Montes Claros cresceu tanto,/ (...),/ que j tem

    cinco favelas, a palavra que contribui para estabelecer

    uma relao de consequncia. Dos seguintes versos,

    todos de Carlos Drummond de Andrade, apresentam

    esse mesmo tipo de relao:

    (A) Meu Deus, por que me abandonaste / se sabias que

    eu no era Deus / se sabias que eu era fraco.

    (B) No meio-dia branco de luz uma voz que aprendeu /

    a ninar nos longes da senzala e nunca se

    esqueceu / chamava para o caf.

    (C) Teus ombros suportam o mundo / e ele no pesa

    mais que a mo de uma criana.

    (D) A ausncia um estar em mim. / E sinto-a, branca,

    to pegada, aconchegada nos meus braos, / que rio

    e dano e invento exclamaes alegres.

    (E) Penetra surdamente no reino das palavras. / L

    esto os poemas que esperam ser escritos.

    ________________________________________________ *Anotaes*

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    SEE-AC Coordenao de Ensino Mdio LCT Portugus 162

    19. (ENEM-MEC)

    Metfora

    (Gilberto Gil)

    Uma lata existe para conter algo,

    Mas quando o poeta diz: Lata

    Pode estar querendo dizer o incontvel

    Uma meta existe para ser um alvo,

    Mas quando o poeta diz: Meta

    Pode estar querendo dizer o inatingvel

    Por isso no se meta a exigir do poeta

    Que determine o contedo em sua lata

    Na lata do poeta tudonada cabe,

    Pois ao poeta cabe fazer

    Com que na lata venha caber

    O incabvel

    Deixe a meta do poeta no discuta,

    Deixe a sua meta fora da disputa

    Meta dentro e fora, lata absoluta

    Deixe-a simplesmente metfora.

    Disponvel em: < http://www.letras.terra.com.br >.

    A metfora a figura de linguagem identificada pela

    comparao subjetiva, pela semelhana ou analogia

    entre elementos. O texto de Gilberto Gil brinca com a

    linguagem remetendo-nos a essa conhecida figura. O

    trecho em que se identifica a metfora :

    (A) Uma lata existe para conter algo.

    (B) Mas quando o poeta diz: Lata.

    (C) Uma meta existe para ser um alvo.

    (D) Por isso no se meta a exigir do poeta.

    (E) Que determine o contedo em sua lata.

    Texto para as questes 20 e 21.

    A carreira do crime

    Estudo feito por pesquisadores da Fundao Oswaldo

    Cruz sobre adolescentes recrutados pelo trfico de

    drogas nas favelas cariocas expe as bases sociais

    dessas quadrilhas, contribuindo para explicar as

    dificuldades que o Estado enfrenta no combate ao crime

    organizado.

    O trfico oferece aos jovens de escolaridade precria

    (nenhum dos entrevistados havia completado o ensino

    fundamental) um plano de carreira bem-estruturado, com

    salrios que variam de R$ 400,00 a R$ 12.000,00

    mensais. Para uma base de comparao, convm notar

    que, segundo dados do IBGE de 2001, 59% da

    populao brasileira com mais de dez anos que declara

    ter uma atividade remunerada ganha no mximo o piso

    salarial oferecido pelo crime. Dos traficantes ouvidos

    pela pesquisa, 25% recebiam mais de R$ 2.000,00

    mensais; j na populao brasileira essa taxa no

    ultrapassa 6%.

    Tais rendimentos mostram que as polticas sociais

    compensatrias, como o Bolsa-Escola (que paga

    R$ 15,00 mensais por aluno matriculado), so por si ss

    incapazes de impedir que o narcotrfico continue

    aliciando crianas provenientes de estratos de baixa

    renda: tais polticas aliviam um pouco o oramento

    familiar e incentivam os pais a manterem os filhos

    estudando, o que de modo algum impossibilita a opo

    pela delinquncia. No mesmo sentido, os programas

    voltados aos jovens vulnerveis ao crime organizado

    (circo-escolas, oficinas de cultura, escolinhas de futebol)

    so importantes, mas no resolvem o problema.

    A nica maneira de reduzir a atrao exercida pelo

    trfico a represso, que aumenta os riscos para os que

    escolhem esse caminho. Os rendimentos pagos aos

    adolescentes provam isso: eles so elevados

    precisamente porque a possibilidade de ser preso no

    desprezvel. preciso que o Executivo federal e os

    estaduais desmontem as organizaes paralelas

    erguidas pelas quadrilhas, para que a certeza de punio

    elimine o fascnio dos salrios do crime.

    Editorial. Folha de S. Paulo, 15 jan. 2003.

    20. (ENEM-MEC)

    No Editorial, o autor defende a tese de que as polticas

    sociais que procuram evitar a entrada dos jovens no

    trfico no tero chance de sucesso enquanto a

    remunerao oferecida pelos traficantes for to mais

    compensatria que aquela oferecida pelos programas do

    governo. Para comprovar sua tese, o autor apresenta

    (A) instituies que divulgam o crescimento de jovens no

    crime organizado.

    (B) sugestes que ajudam a reduzir a atrao exercida

    pelo crime organizado.

    (C) polticas sociais que impedem o aliciamento de

    crianas no crime organizado.

    (D) pesquisadores que se preocupam com os jovens

    envolvidos no crime organizado.

    (E) nmeros que comparam os valores pagos entre os

    programas de governo e o crime organizado.

    21. (ENEM-MEC)

    Com base nos argumentos do autor, o texto aponta para

    (A) uma denncia de quadrilhas que se organizam em

    torno do narcotrfico.

    (B) a constatao de que o narcotrfico restringe-se aos

    centros urbanos.

    (C) a informao de que as polticas sociais

    compensatrias eliminaro a atividade criminosa a

    longo prazo.

    (D) o convencimento do leitor de que para haver a

    superao do problema do narcotrfico preciso

    aumentar a ao policial.

    (E) uma exposio numrica realizada com o fim de

    mostrar que o negcio do narcotrfico vantajoso e

    sem riscos.

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    SEE-AC Coordenao de Ensino Mdio LCT Portugus 163

    22. (ENEM-MEC)

    Texto I

    O professor deve ser um guia seguro, muito senhor de

    sua lngua; se outra for a orientao, vamos cair na

    lngua brasileira, refgio nefasto e confisso nojenta de

    ignorncia do idioma ptrio, recurso vergonhoso de

    homens de cultura falsa e de falso patriotismo. Como

    havemos de querer que respeitem a nossa nacionalidade

    se somos os primeiros a descuidar daquilo que exprime e

    representa o idioma ptrio?

    ALMEIDA, N. M. Gramtica metdica da lngua portuguesa.

    Prefcio. So Paulo: Saraiva, 1999 (adaptado).

    Texto II

    Alguns leitores podero achar que a linguagem desta

    Gramtica se afasta do padro estrito usual neste tipo de

    livro. Assim, o autor escreve tenho que reformular, e

    no tenho de reformular; pode-se colocar dois

    constituintes, e no podem-se colocar dois

    constituintes; e assim por diante. Isso foi feito de caso

    pensado, com a preocupao de aproximar a linguagem

    da gramtica do padro atual brasileiro presente nos

    textos tcnicos e jornalsticos de nossa poca.

    REIS, N. Nota do editor. PERINI, M. A. Gramtica descritiva

    do portugus. So Paulo: tica, 1996.

    Confrontando-se as opinies defendidas nos dois textos,

    conclui-se que

    (A) ambos os textos tratam da questo do uso da lngua

    com o objetivo de criticar a linguagem do brasileiro.

    (B) os dois textos defendem a ideia de que o estudo da

    gramtica deve ter o objetivo de ensinar as regras

    prescritivas da lngua.

    (C) a questo do portugus falado no Brasil abordada

    nos dois textos, que procuram justificar como

    correto e aceitvel o uso coloquial do idioma.

    (D) o primeiro texto enaltece o padro estrito da lngua,

    ao passo que o segundo defende que a linguagem

    jornalstica deve criar suas prprias regras

    gramaticais.

    (E) o primeiro texto prega a rigidez gramatical no uso da

    lngua, enquanto o segundo defende uma

    adequao da lngua escrita ao padro atual

    brasileiro.

    ________________________________________________ *Anotaes*

    23. (ENEM-MEC)

    Apesar da cincia, ainda possvel acreditar no sopro divino o momento em que o Criador deu vida at ao mais insignificante dos microrganismos?

    Resposta de Dom Odilo Scherer, cardeal-arcebispo de

    So Paulo, nomeado pelo papa Bento XVI em 2007:

    Claro que sim. Estaremos falando sempre que, em

    algum momento, comeou a existir algo, para poder

    evoluir em seguida. O ato do Criador precede a

    possibilidade de evoluo: s evolui algo que existe. Do

    nada, nada surge e evolui.

    LIMA, Eduardo. Testemunha de Deus. Superinteressante,

    So Paulo, n. 263-A, p. 9, mar. 2009 (com adaptaes).

    Resposta de Daniel Dennett, filsofo americano ateu e

    evolucionista radical, formado em Harvard e Doutor por

    Oxford:

    claro que possvel, assim como se pode acreditar

    que um super-homem veio para a Terra h 530 milhes

    de anos e ajustou o DNA da fauna cambriana,

    provocando a exploso da vida daquele perodo. Mas

    no h razo para crer em fantasias desse tipo.

    LIMA, Eduardo. Advogado do Diabo. Superinteressante,

    So Paulo, n. 263-A, p. 11, mar. 2009 (com adaptaes).

    Os dois entrevistados responderam a questes idnticas,

    e as respostas a uma delas foram reproduzidas aqui.

    Tais respostas revelam opinies opostas: um defende a

    existncia de Deus e o outro no concorda com isso.

    Para defender seu ponto de vista,

    (A) o religioso ataca a cincia, desqualificando a Teoria

    da Evoluo, e o ateu apresenta comprovaes

    cientficas dessa teoria para derrubar a ideia de que

    Deus existe.

    (B) Scherer impe sua opinio, pela expresso claro

    que sim, por se considerar autoridade competente

    para definir o assunto, enquanto Dennett expressa

    dvida, com expresses como possvel,

    assumindo no ter opinio formada.

    (C) o arcebispo critica a teoria do Design Inteligente,

    pondo em dvida a existncia de Deus, e o ateu

    argumenta com base no fato de que algo s pode

    evoluir se, antes, existir.

    (D) o arcebispo usa uma lacuna da cincia para

    defender a existncia de Deus, enquanto o filsofo

    faz uma ironia, sugerindo que qualquer coisa

    inventada poderia preencher essa lacuna.

    (E) o filsofo utiliza dados histricos em sua

    argumentao, ao afirmar que a crena em Deus

    algo primitivo, criado na poca cambriana, enquanto

    o religioso baseia sua argumentao no fato de que

    algumas coisas podem surgir do nada.

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    24. (ENEM-MEC)

    Texto I

    O chamado fumante passivo aquele indivduo que

    no fuma, mas acaba respirando a fumaa dos cigarros

    fumados ao seu redor. At hoje, discutem-se muito os

    efeitos do fumo passivo, mas uma coisa certa: quem

    no fuma no obrigado a respirar a fumaa dos outros.

    O fumo passivo um problema de sade pblica em

    todos os pases do mundo. Na Europa, estima-se que

    79% das pessoas esto expostas fumaa de segunda

    mo, enquanto, nos Estados Unidos, 88% dos no

    fumantes acabam fumando passivamente. A Sociedade

    do Cncer da Nova Zelndia informa que o fumo passivo

    a terceira entre as principais causas de morte no pas,

    depois do fumo ativo e do uso de lcool.

    Disponvel em: < www.terra.com.br > (fragmento).

    Texto II

    Disponvel em: < www.rickjaimecomics.blogspot.com >.

    Ao abordar a questo do tabagismo, os textos I e II

    procuram demonstrar que

    (A) a quantidade de cigarros consumidos por pessoa,

    diariamente, excede o mximo de nicotina

    recomendado para os indivduos, inclusive para os

    no fumantes.

    (B) para garantir o prazer que o indivduo tem ao fumar,

    ser necessrio aumentar as estatsticas de fumo

    passivo.

    (C) a conscientizao dos fumantes passivos uma

    maneira de manter a privacidade de cada indivduo e

    garantir a sade de todos.

    (D) os no fumantes precisam ser respeitados e

    poupados, pois estes tambm esto sujeitos s

    doenas causadas pelo tabagismo.

    (E) o fumante passivo no obrigado a inalar as

    mesmas toxinas que um fumante, portanto depende

    dele evitar ou no a contaminao proveniente da

    exposio ao fumo.

    25. (ENEM-MEC)

    MOSTRE QUE SUA MEMRIA MELHOR DO QUE A DE COMPUTADOR E GUARDE

    ESTA CONDIO: 12 X SEM JUROS.

    Campanha publicitria de loja de eletroeletrnicos. Revista poca, n. 424, 3/7/2006.

    Ao circularem socialmente, os textos realizam-se como

    prticas de linguagem, assumindo configuraes

    especficas, formais e de contedo. Considerando o

    contexto em que circula o texto publicitrio, seu objetivo

    bsico

    (A) influenciar o comportamento do leitor, por meio de

    apelos que visam adeso ao consumo.

    (B) definir regras de comportamento social pautadas no

    combate ao consumismo exagerado.

    (C) defender a importncia do conhecimento de

    informtica pela populao de baixo poder aquisitivo.

    (D) facilitar o uso de equipamentos de informtica pelas

    classes sociais economicamente desfavorecidas.

    (E) questionar o fato de o homem ser mais inteligente

    que a mquina, mesmo a mais moderna.

    26. (ENEM-MEC)

    Se os tubares fossem homens

    Se os tubares fossem homens, eles seriam mais

    gentis com os peixes pequenos?

    Certamente, se os tubares fossem homens, fariam

    construir resistentes gaiolas no mar para os peixes

    pequenos, com todo o tipo de alimento, tanto animal

    como vegetal. Cuidariam para que as gaiolas tivessem

    sempre gua fresca e adotariam todas as providncias

    sanitrias.

    Naturalmente haveria tambm escolas nas gaiolas.

    Nas aulas, os peixinhos aprenderiam como nadar para a

    goela dos tubares. Eles aprenderiam, por exemplo, a

    usar a geografia para localizar os grandes tubares

    deitados preguiosamente por a. A aula principal seria,

    naturalmente, a formao moral dos peixinhos. A eles

    seria ensinado que o ato mais grandioso e mais sublime

    o sacrifcio alegre de um peixinho e que todos deveriam

    acreditar nos tubares, sobretudo quando estes

    dissessem que cuidavam de sua felicidade futura. Os

    peixinhos saberiam que este futuro s estaria garantido

    se aprendessem a obedincia.

    Cada peixinho que na guerra matasse alguns

    peixinhos inimigos seria condecorado com uma pequena

    Ordem das Algas e receberia o ttulo de heri.

    BRECHT, B. Histrias do Sr. Keuner. So Paulo:

    Editora 34, 2006 (adaptado).

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    SEE-AC Coordenao de Ensino Mdio LCT Portugus 165

    Como produo humana, a literatura veicula valores que

    nem sempre esto representados diretamente no texto,

    mas so transfigurados pela linguagem literria e podem

    at entrar em contradio com as convenes sociais e

    revelar o quanto a sociedade perverteu os valores

    humanos que ela prpria criou. o que ocorre na

    narrativa do dramaturgo alemo Bertolt Brecht mostrada.

    Por meio da hiptese apresentada, o autor

    (A) demonstra o quanto a literatura pode ser alienadora

    ao retratar, de modo positivo, as relaes de

    opresso existentes na sociedade.

    (B) revela a ao predatria do homem no mar,

    questionando a utilizao dos recursos naturais pelo

    homem ocidental.

    (C) defende que a fora colonizadora e civilizatria do

    homem ocidental valorizou a organizao das

    sociedades africanas e asiticas, elevando-as ao

    modo de organizao cultural e social da sociedade

    moderna.

    (D) questiona o modo de organizao das sociedades

    ocidentais capitalistas, que se desenvolveram

    fundamentadas nas relaes de opresso em que os

    mais fortes exploram os mais fracos.

    (E) evidencia a dinmica social do trabalho coletivo em

    que os mais fortes colaboram com os mais fracos, de

    modo a gui-los na realizao de tarefas.

    Texto para as questes 27 e 28.

    Negrinha

    Negrinha era uma pobre rf de sete anos. Preta?

    No; fusca, mulatinha escura, de cabelos ruos e olhos

    assustados.

    Nascera na senzala, de me escrava, e seus

    primeiros anos vivera-os pelos cantos escuros da

    cozinha, sobre velha esteira e trapos imundos. Sempre

    escondida, que a patroa no gostava de crianas.

    Excelente senhora, a patroa. Gorda, rica, dona do

    mundo, amimada dos padres, com lugar certo na igreja e

    camarote de luxo reservado no cu. Entaladas as banhas

    no trono (uma cadeira de balano na sala de jantar), ali

    bordava, recebia as amigas e o vigrio, dando

    audincias, discutindo o tempo. Uma virtuosa senhora

    em suma dama de grandes virtudes apostlicas, esteio

    da religio e da moral, dizia o reverendo.

    tima, a dona Incia.

    Mas no admitia choro de criana. Ai! Punha-lhe os

    nervos em carne viva.

    [...]

    A excelente dona Incia era mestra na arte de judiar

    de crianas. Vinha da escravido, fora senhora de

    escravos e daquelas ferozes, amigas de ouvir cantar o

    bolo e estalar o bacalhau. Nunca se afizera ao regime

    novo essa indecncia de negro igual.

    LOBATO, M. Negrinha. In: MORICONE, I. Os cem melhores contos

    brasileiros do sculo. Rio de Janeiro: Objetiva, 2000 (fragmento).

    27. (ENEM-MEC)

    A narrativa focaliza um momento histrico-social de

    valores contraditrios. Essa contradio infere-se, no

    contexto, pela

    (A) falta de aproximao entre a menina e a senhora,

    preocupada com as amigas.

    (B) receptividade da senhora para com os padres, mas

    deselegante para com as beatas.

    (C) ironia do padre a respeito da senhora, que era

    perversa com as crianas.

    (D) resistncia da senhora em aceitar a liberdade dos

    negros, evidenciada no final do texto.

    (E) rejeio aos criados por parte da senhora, que

    preferia trat-los com castigos.

    28. (AED-SP)

    O fragmento apresenta caracterstica marcante do

    gnero narrativo conto ao:

    (A) relatar um enredo imaginrio, mas de carter

    verossmil, e apresentar personagens vivendo uma

    sequncia de conflitos, em vrios captulos.

    (B) estruturar-se em uma narrativa curta, que gira em

    torno de um s conflito, com poucos personagens.

    (C) inspirar-se em temas do cotidiano, constituindo um

    relato pessoal do autor sobre determinado fato do dia

    a dia.

    (D) estruturar-se exclusivamente em 1. pessoa: o

    narrador, autor da histria, relata os fatos.

    (E) desenvolver uma narrativa eminentemente factual

    sobre a realidade, sobrepondo o contedo real ao

    imaginrio.

    29. (ENEM-MEC)

    Depois de um bom jantar: feijo com carne-seca,

    orelha de porco e couve com angu, arroz-mole

    engordurado, carne de vento assada no espeto, torresmo

    enxuto de toicinho da barriga, viradinho de milho verde e

    um prato de caldo de couve, jantar encerrado por um

    prato fundo de canjica com torres de acar, Nh Tom

    saboreou o caf forte e se estendeu na rede. A mo

    direita sob a cabea, guisa de travesseiro, o

    indefectvel cigarro de palha entre as pontas do indicador

    e do polegar, envernizados pela fumaa, de unhas

    encanoadas e longas, ficou-se de pana para o ar,

    modorrento, a olhar para as ripas do telhado.

    Quem come e no deita, a comida no aproveita,

    pensava Nh Tom... E ps-se a cochilar. A sua modorra

    durou pouco; Tia Policena, ao passar pela sala, bradou

    assombrada:

    h! Sinh! Vai drumi agora? No! Num presta...

    D pisadra e pde morr de ataque de cabea! Despois

    do armoo num far-m... mais despois da janta?!

    Cornlio Pires. Conversas ao p do fogo. So Paulo:

    Imprensa Oficial do Estado de So Paulo, 1987.

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    SEE-AC Coordenao de Ensino Mdio LCT Portugus 166

    Nesse trecho, extrado de texto publicado originalmente

    em 1921, o narrador

    (A) apresenta, sem explicitar juzos de valor, costumes

    da poca, descrevendo os pratos servidos no jantar

    e a atitude de Nh Tom e de Tia Policena.

    (B) desvaloriza a norma culta da lngua porque incorpora

    narrativa usos prprios da linguagem regional das

    personagens.

    (C) condena os hbitos descritos, dando voz a Tia

    Policena, que tenta impedir Nh Tom de deitar-se

    aps as refeies.

    (D) utiliza a diversidade sociocultural e lingustica para

    demonstrar seu desrespeito s populaes das

    zonas rurais do incio do sculo XX.

    (E) manifesta preconceito em relao a Tia Policena ao

    transcrever a fala dela com os erros prprios da

    regio.

    Texto para as questes 30 e 31.

    Amor fogo que arde sem se ver;

    ferida que di e no se sente;

    um contentamento descontente;

    dor que desatina sem doer.

    um no querer mais que bem-querer;

    solitrio andar por entre a gente;

    nunca contentar-se de contente;

    cuidar que se ganha em se perder.

    querer estar preso por vontade;

    servir a quem vence, o vencedor;

    ter com quem nos mata lealdade.

    Mas como causar pode seu favor

    nos coraes humanos amizade,

    se to contrrio a si o mesmo Amor?

    (Lus de Cames)

    30. (ENEM-MEC)

    O poema tem como caracterstica a figura de linguagem

    denominada anttese, relao de oposio de palavras

    ou ideias. Assinale a opo em que essa oposio se faz

    claramente presente.

    (A) Amor fogo que arde sem se ver.

    (B) um contentamento descontente.

    (C) servir a quem vence, o vencedor.

    (D) Mas como causar pode seu favor.

    (E) se to contrrio a si o mesmo Amor?.

    31. (ENEM-MEC)

    O poema pode ser considerado como um texto

    (A) argumentativo.

    (B) narrativo.

    (C) pico.

    (D) de propaganda.

    (E) teatral.

    32. (ENEM-MEC)

    Miguilim

    De repente l vinha um homem a cavalo. Eram dois.

    Um senhor de fora, o claro de roupa. Miguilim saudou,

    pedindo a bno. O homem trouxe o cavalo c bem

    junto. Ele era de culos, corado, alto, com um chapu

    diferente, mesmo.

    Deus te abenoe, pequenino. Como teu nome?

    Miguilim. Eu sou irmo do Dito.

    E o seu irmo Dito o dono daqui?

    No, meu senhor. O Ditinho est em glria.

    O homem esbarrava o avano do cavalo, que era

    zelado, mantedo, formoso como nenhum outro. Redizia:

    Ah, no sabia, no. Deus o tenha em sua guarda...

    Mas que que h, Miguilim?

    Miguilim queria ver se o homem estava mesmo

    sorrindo para ele, por isso que o encarava.

    Por que voc aperta os olhos assim? Voc no

    limpo de vista? Vamos at l. Quem que est em tua

    casa?

    Me, e os meninos...

    Estava Me, estava tio Terez, estavam todos. O

    senhor alto e claro se apeou. O outro, que vinha com ele,

    era um camarada.

    O senhor perguntava Me muitas coisas do

    Miguilim. Depois perguntava a ele mesmo: Miguilim,

    espia da: quantos dedos da minha mo voc est

    enxergando? E agora?

    Joo Guimares Rosa. Manuelzo e Miguilim.

    9. ed. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 1984.

    Essa histria, com narrador-observador em terceira

    pessoa, apresenta os acontecimentos da perspectiva de

    Miguilim. O fato de o ponto de vista do narrador ter

    Miguilim como referncia, inclusive espacial, fica

    explicitado em

    (A) O homem trouxe o cavalo c bem junto.

    (B) Ele era de culos, corado, alto (...)

    (C) O homem esbarrava o avano do cavalo, (...)

    (D) Miguilim queria ver se o homem estava mesmo

    sorrindo para ele, (...)

    (E) Estava Me, estava tio Terez, estavam todos.

    ________________________________________________ *Anotaes*

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    33. (ENEM-MEC)

    Ferreira Gullar, um dos grandes poetas brasileiros da

    atualidade, autor de Bicho urbano, poema sobre a sua

    relao com as pequenas e grandes cidades.

    Bicho urbano

    Se disser que prefiro morar em Pirapemas

    ou em outra qualquer pequena cidade do pas

    estou mentindo

    ainda que l se possa de manh

    lavar o rosto no orvalho

    e o po preserve aquele branco

    sabor de alvorada.

    .....................................................................

    A natureza me assusta.

    Com seus matos sombrios suas guas

    suas aves que so como aparies

    me assusta quase tanto quanto

    esse abismo

    de gases e de estrelas

    aberto sob minha cabea.

    Ferreira Gullar. Toda poesia. Rio de Janeiro:

    Jos Olympio Editora, 1991.

    Embora no opte por viver numa pequena cidade, o

    poeta reconhece elementos de valor no cotidiano das

    pequenas comunidades. Para expressar a relao do

    homem com alguns desses elementos, ele recorre

    sinestesia, construo de linguagem em que se mesclam

    impresses sensoriais diversas. Assinale a opo em

    que se observa esse recurso.

    (A) e o po preserve aquele branco / sabor de

    alvorada.

    (B) ainda que l se possa de manh / lavar o rosto no

    orvalho

    (C) A natureza me assusta. / Com seus matos sombrios

    suas guas

    (D) suas aves que so como aparies / me assusta

    quase tanto quanto

    (E) me assusta quase tanto quanto / esse abismo / de

    gases e de estrelas

    ________________________________________________ *Anotaes*

    34. (ENEM-MEC)

    O acar

    O branco acar que adoar meu caf

    nesta manh de Ipanema

    no foi produzido por mim

    nem surgiu dentro do aucareiro por milagre.

    Vejo-o puro

    e afvel ao paladar

    como beijo de moa, gua

    na pele, flor

    que se dissolve na boca. Mas este acar

    no foi feito por mim.

    Este acar veio

    da mercearia da esquina e tampouco o fez o Oliveira,

    [ dono da mercearia.

    Este acar veio

    de uma usina de acar em Pernambuco

    ou no Estado do Rio

    e tampouco o fez o dono da usina.

    Este acar era cana

    e veio dos canaviais extensos

    que no nascem por acaso

    no regao do vale.

    (...)

    Em usinas escuras,

    homens de vida amarga

    e dura

    produziram este acar

    branco e puro

    com que adoo meu caf esta manh em Ipanema.

    Ferreira Gullar. Toda Poesia. Rio de Janeiro:

    Civilizao Brasileira, 1980, p. 227-8.

    A anttese que configura uma imagem da diviso social

    do trabalho na sociedade brasileira expressa

    poeticamente na oposio entre a doura do branco

    acar e

    (A) o trabalho do dono da mercearia de onde veio o

    acar.

    (B) o beijo de moa, a gua na pele e a flor que se

    dissolve na boca.

    (C) o trabalho do dono do engenho em Pernambuco,

    onde se produz o acar.

    (D) a beleza dos extensos canaviais que nascem no

    regao do vale.

    (E) o trabalho dos homens de vida amarga em usinas

    escuras.

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    35. (ENEM-MEC)

    O jivaro

    Um Sr. Matter, que fez uma viagem de explorao

    Amrica do Sul, conta a um jornal sua conversa com um

    ndio jivaro, desses que sabem reduzir a cabea de um

    morto at ela ficar bem pequenina. Queria assistir a uma

    dessas operaes, e o ndio lhe disse que exatamente

    ele tinha contas a acertar com um inimigo.

    O Sr. Matter:

    No, no! Um homem, no. Faa isso com a

    cabea de um macaco.

    E o ndio:

    Por que um macaco? Ele no me fez nenhum mal!

    (Rubem Braga)

    O assunto de uma crnica pode ser uma experincia

    pessoal do cronista, uma informao obtida por ele ou

    um caso imaginrio. O modo de apresentar o assunto

    tambm varia: pode ser uma descrio objetiva, uma

    exposio argumentativa ou uma narrativa sugestiva.

    Quanto finalidade pretendida, pode-se promover uma

    reflexo, definir um sentimento ou to somente provocar

    o riso.

    Na crnica O jivaro, escrita a partir da reportagem de

    um jornal, Rubem Braga se vale dos seguintes

    elementos:

    ASSUNTO MODO DE

    APRESENTAR

    FINALIDADE

    (A) caso

    imaginrio

    descrio

    objetiva

    provocar

    o riso

    (B) informao

    colhida

    narrativa

    sugestiva

    promover

    reflexo

    (C) informao

    colhida

    descrio

    objetiva

    definir um

    sentimento

    (D) experincia

    pessoal

    narrativa

    sugestiva

    provocar

    o riso

    (E) experincia

    pessoal

    exposio

    argumentativa

    promover

    reflexo

    ________________________________________________ *Anotaes*

    ********** ATIVIDADES 2 **********

    C1 Aplicar as tecnologias da comunicao e da informao na escola, no trabalho e em outros contextos relevantes para sua vida.

    H1 Identificar as diferentes linguagens e seus recursos expressivos como elementos de caracterizao dos sistemas de comunicao.

    36. (ENEM-MEC)

    Observe a imagem:

    < http://www.sunhill-phuket.com >.

    O logotipo acima da rede hoteleira Sun Hill, na

    Tailndia. Ele trabalha formas que sugerem elementos

    da paisagem ____________. Os traos dessas formas e

    os das letras so ____________, evocando a imagem

    do(a) ____________.

    Qual a alternativa que completa as lacunas?

    (A) campestre, arredondados, lua.

    (B) martima, irregulares, mar.

    (C) campestre, irregulares, vegetao.

    (D) martima, arredondados, sol.

    (E) urbana, irregulares, vegetao.

    H2 Recorrer aos conhecimentos sobre as linguagens dos sistemas de comunicao e informao para resolver problemas sociais.

    37. (ENEM-MEC)

    Jos Dias precisa sair de sua casa e chegar at o

    trabalho, conforme mostra o Quadro 1. Ele vai de nibus

    e pega trs linhas: 1) de sua casa at o terminal de

    integrao entre a zona norte e a zona central; 2) deste

    terminal at outro entre as zonas central e sul; 3) deste

    ltimo terminal at onde trabalha. Sabe-se que h uma

    correspondncia numrica, nominal e cromtica das

    linhas que Jos toma, conforme o Quadro 2.

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    SEE-AC Coordenao de Ensino Mdio LCT Portugus 169

    Jos Dias dever, ento, tomar a seguinte sequncia de

    linhas de nibus, para ir de casa ao trabalho:

    (A) L. 102 Circular zona central L. Vermelha.

    (B) L. Azul L. 101 Circular zona norte.

    (C) Circular zona norte L. Vermelha L. 100.

    (D) L. 100 Circular zona central L. Azul.

    (E) L. Amarela L. 102 Circular zona sul.

    H3 Relacionar informaes geradas nos sistemas de comunicao e informao, considerando a funo social desses sistemas.

    38. (ENEM-MEC)

    Para verificarmos essa ideia de linguagem como forma

    de representao da realidade, vamos ler os dois trechos

    seguintes. Neles, dois jornais diferentes apresentam um

    mesmo assunto: a presena de comerciais inseridos em

    programas de televiso (o chamado merchandising), de

    forma mais ou menos implcita.

    Texto A JORNAL A

    MERCHANDISING

    Quanto mais discreto melhor

    Impulsionado pelos reality shows e novelas, o comercial

    subliminar ganha novo flego e se adapta ao

    temperamento de apresentadores e roteiristas.

    O Estado de S. Paulo, So Paulo, 7 jul. 2002.

    Caderno Telejornal, p. 4.

    Texto B JORNAL B

    Quanto vale o show?

    A publicidade invadiu programas e novelas, para alegria

    das emissoras e apreenso dos que acham que a prtica

    extrapolou.

    Folha de S. Paulo, So Paulo, 7 jul. 2002. Caderno

    TVFolha, p. 6-7. Fornecido pela Agncia Folha.

    Tendo em vista que as duas reportagens tratam de um

    mesmo assunto e foram publicadas na mesma data,

    pode-se afirmar que:

    (A) apenas o texto A levanta os aspectos negativos do

    merchandising, a partir da opinio de roteiristas e

    apresentadores.

    (B) os dois textos transmitem diferentes vises sobre o

    assunto: em A foram levantados os aspectos

    positivos (marcados pelos termos melhor, ganha e

    se adapta); em B, os negativos (marcados pelos

    termos invadiu, apreenso e extrapolou).

    (C) apenas o texto B levanta os aspectos positivos do

    merchandising, a partir da opinio de jornalistas.

    (D) os dois textos transmitem a mesma viso sobre o

    assunto: em ambos, verifica-se 20% de aumento no

    merchandising em programas de TV.

    (E) os dois textos usam a mesma estratgia para noticiar

    o merchandising e ambas as notcias so favorveis

    a ela.

    H4 Reconhecer posies crticas aos usos sociais que so feitos das linguagens e dos sistemas de comunicao e informao.

    39. (ENEM-MEC)

    Em alguns supermercados, comum observar que

    produtos como arroz, feijo, leite, carnes etc. ficam nos

    ltimos corredores. Na entrada e nas laterais, ficam

    bolachas, biscoitos, produtos de beleza, artigos

    importados, bebidas etc. Essa maneira de organizar o

    espao faz parte de uma estratgia comercial que tem

    por finalidade

    (A) atrair o consumidor para os gneros de primeira

    necessidade.

    (B) estimular o consumo de produtos que no so de

    primeira necessidade.

    (C) organizar melhor o espao para que o consumidor se

    sinta satisfeito.

    (D) facilitar as compras do consumidor.

    (E) levar o consumidor a comprar mais arroz, feijo e

    leite.

    40. (ENEM-MEC)

    Comunicao contra o preconceito

    Imagine assistir, na TV, a uma histria infantil em que

    o prncipe se apaixona por uma dama do Palcio dos

    Macacos. Ela representada por uma atriz branca com

    o rosto inteiramente pintado de preto.

    Ao ser beijada pelo prncipe, selando a unio sob as

    benes do rei, ela se transforma: some a tinta preta e

    ela agora uma princesa toda branca.

    O estarrecedor preconceito manifesto na histria no

    foi veiculado em programa humorstico (o que no o

    tornaria menos condenvel), nem em uma produo

    estrangeira pobre e inconsequente, nem em produo

    independente brasileira. Foi levado ao ar na maior rede

    de televiso da Amrica Latina, umas das maiores do

    mundo, em um dos programas infantis de maior

    audincia do Brasil.

    LORENZO, Ald. Opinio. Jornal Educao Pblica, 19/11/2003.

    Os termos de concesso de emissoras no Brasil preveem

    compromissos com a educao, a informao e o

    entretenimento. A leitura do texto anterior permite afirmar

    que a emissora

    (A) educou para a igualdade entre as etnias.

    (B) informou sobre a cultura afro-brasileira.

    (C) incorreu em manifestao de preconceito.

    (D) esclareceu sobre a diversidade tnica.

    (E) contou uma histria isenta de preconceito.

    ________________________________________________ *Anotaes*

  • LCT Portugus _________________________________________________________________________________________________________________________

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