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líderes antecipam 2020 0 que esperam para o mundo, o país ea economia Deterioração do crescimento é o maior risco Guerra comercial e instabilidade geopolítica preocupam Governo vai privilegiar acordos pontuais à esquerda no Parlamento Aumentar a rentabilidade é a prioridade para os empresários Investir em tecnologia é o novo desígnio

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Page 1: Press Review page · da atualidade: a transição energética. Um mercado de energia mais sustentável e integrado, em que as novas tecnologias e modelos de negócio devem estar ao

líderesantecipam

20200 que esperam para o mundo,

o país ea economia Deterioração do

crescimento é o maior risco Guerracomercial e instabilidade

geopolítica preocupam Governovai privilegiar acordos pontuais à

esquerda no Parlamento Aumentara rentabilidade é a prioridade para

os empresários Investir em

tecnologia é o novo desígnio

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COMO OS LÍDERES VÊEM 2020

É a ll. a edição do inquérito realizadopelo Negócios aos líderes nacionais.Mais pelo que pode acontecerna vertente externa, o ano de 2020é perspetivado com cautelae expectativa, à semelhança, aliás,do que já acontecia com 2019.

Reforça- sea convicção

de que as políticaseconómicas têm

de incorporarna sua essência

as questõesda desigualdade

e da sustentabilidade.

A concorrência beneficia todos nós,cidadãos e empresas. Em 2020, a AdCquer investigar mais, melhor e de forma

mais rápida de forma a ser referênciapela qualidade, agilidade e capacidade

de entregar valor à sociedade.A AdC atua de forma transversal

a toda a economia portuguesa, semexceção de setores. Em 2020, a AdC

Vejo com apreensãoa situação geopolítica.

NUNO FREITASPresidente da CP

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mantém como prioridade a atuaçãodeterminada na deteção, investigaçãoe punição de práticas que distorcem

o funcionamento dos mercados,com particular enfoque nos cartéis.

Esta prática é a mais gravepara a concorrência, com efeitosdanosos para os consumidores.

MARGARIDA MATOS ROSAPresidente da Autoridade da Concorrência

PREVISÕES SÃOCUMPRIDAS POR EUAMédia das previsões da Comissão Europeia e FMI

estima um crescimento para EUA de 2%

Tal como em 2019, os líderes ques-tionados pelo Negócios antecipam

que os Estados Unidos da América

vão cumprir as previsões de cresci-

mento.

ZONA EUROTAMBÉM CUMPREMédia das previsões da Comissão Europeia e FMI

estima um crescimento para Zona Euro de 1,3%

Os líderes nacionais acreditam quea Zona Euro vai conseguir manter--se na linha verde do crescimento e

a maioria aponta que ficará em li-

nha com as projeções.

20% NÃO ACREDITAMEM CRESCIMENTOMédia das previsões da Comissão Europeia e FMI

estima um crescimento para Portugal de 1,7%

Perto de 20% dos inquiridos acre-ditam que Portugal ficará aquémde um crescimento económico de

1,7%. Ainda assim, a maioria acre-dita que ficará em linha.

Prevemosum ano cheio

de desafios, o querequer alguma

ponderaçãoem novos

investimentose consolidação.

CARLOS LEALDiretor geral da UIP

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NUNO GAROUPAProfessor

Continuidade.Estagnação.Suspenso à

espera das outraseconomiasda UniãoEuropeia.

Sem surpresas.

No momento em que vivemos comtaxas de juro negativas e com umaforte pressão para o investimento

e não para a poupança acredito queos mercados já não têm muita

flexibilidade para a sustentaçãode uma economia sustentável

o que tendencialmente leva a que se

cometam erros que no futuro terãode ser resolver. Mas é cíclico, o que

tem sempre um lado positivo eoutro negativo, dependendo domomento em que se entra. Uma

coisa é certa e sabida, o negócio é na

compra, a venda é uma repercussão.

PEDRO RUTKOWSKICEO da WORX

INSTABILIDADE GEOPOLÍTICAE PROTECIONISMOS PREOCUPAM LIDERESPrincipais riscos para o mundo em 2020

Para 2020, os líderes antecipam como principais preocupações a ins-

tabilidade geopolítica, bem como o protecionismo e encerramento de

fronteiras, que era já um risco apontado para o ano que agora termi-nou. Há um ano, no entanto, o principal risco referido foi a instabilida-de financeira e dos mercados.

JOSÉ LUÍS ARNAUT"Managing partner"da CMS - Rui Pena

& Arnaut

Ano de algumaincerteza geopolítica

e de incertezaeconómica e política

a nível europeuque importa

ir acompanhando deperto sem grandes

expectativas,havendo, contudo,

ainda lugar a algumaesperança de que

nem todos os fatoresde incerteza

se conjuguem.

Anode transição

entre ocrescimentoeconómicoe a recessão

a conter.

LICÍNIO PINAPresidente do Grupo

Crédito Agrícola

Os desafios da transformação digitalproporcionam opções de política económica

assentes na utilização eficiente da informação,promovem o aumento da produtividadee a eficácia dos resultados, aumentando

a perceçâo de efetiva melhoria da qualidadede vida das pessoas. O desenvolvimento

económico sustentado, acompanhado de umaevolução harmoniosa do sistema fiscal

e da progressiva reorganização de procedimentose processos de trabalho nos serviços públicos

tende a proporcionar uma relação maisequilibrada entre o Estado e os cidadãos.

HELENA BORGES

Diretora-geralda Autoridade Tributária

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ECONOMIA É A PREOCUPAÇÃO PRINCIPALDOS LIDERES PARA PORTUGALPrincipais riscos para Portugal em 2020

Deterioração da economia é o principal risco para 2020. Um terço das

respostas aponta essa como a preocupação dominante para Portugal.Há um ano o principal risco apontado foi a instabilidade social, que este

ano surge em segundo lugar. A instabilidade geopolítica e as contas pú-

blicas são outros dos riscos mais relevantes.

Para 2020 tenho uma ambição muito clara para o país

que passa pelo progresso de Portugal através do acessode todos os portugueses a tecnologia de última geração

e pelo investimento em literacia digital. Não basta

possibilitar o acesso a melhores redes e a tecnologia, é

preciso garantir formação para que todos os

portugueses, crianças, jovens, adultos em idade ativa eseniores consigam tirar partido dessa mesma

tecnologia, para que ninguém fique de fora. O futuro éindubitavelmente digital e, por isso mesmo, a literacia

dos portugueses no que diz respeito às novas

tecnologias deve fazer parte das prioridades de

qualquer Governo, das instituições e da sociedade civil.

ALEXANDRE FONSECAPresidente executivo

da Altice Portugal

Vai ser um ano interessante,na União Europeia a Inglaterra

vai ter que refazer alianças e

Portugal pode aproveitar a

oportunidade. A guerra comercialvai continuar, mas não serádecisiva para a economia, a

política vai ser a chave para 2020.

JOÃO CAIADO GUERREIROSócio na Caiado Guerreiro

PEDRO CASTRO E ALMEIDACEO do Santander Totta

2020 será um ano de transição, numciclo económico que já vai muito longo.A política económica, nas suas váriasvertentes, deve estar orientada para(i) criar as condições para minorare/ou mitigar os impactos da fase

de desaceleração sobre as dinâmicasde emprego; e (ii) criar as condições para

aumentar o potencial de crescimento eaproveitar ao máximo a fase de

recuperação subsequente, tirandopartido também de condições favoráveis,

como os baixos níveis de taxas de juro.Ou seja, ter uma orientação de médioprazo, visando a geração equitativa deriqueza que promova a melhoria das

condições de vida e do bem-estar.

Estamos comuma vontade

enormeem continuar

a crescer.O mercado

externo é paraonde olhamose nos focamos.

2020 vai ser umano de afirmação

no mercadointernacional.

CELSO LASCASASCEO da Laskasas

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As bases para a próximadécada no continentedecidem-se em 2020.A Europa irá redefinir

a sua organizaçãoe prioridades sem

o Reino Unido na UniãoEuropeia, e fazê-lo numcontexto de estagnação

económica nestecontinente, e muita

incerteza política nosEUA. Em Portugal,

o abrandamentoeconómico na Europa

pressionará a nossaeconomia, o que fará

com que o novo GovernoPS, mais livre dos

acordos à esquerda,tenha que revelar de

facto o que serão as suasprioridades políticas,económicas c sociais

para este mandato.Espero que mais

conhecimento, abertura,agilidade, e um novofuturo digital façam

parte dessas prioridades.

FRANCISCO VELOSODiretor do Imperial College

Business School

FRANCISCO MADELINOEx-presidente

doIEFP

A incerteza e a imprevisibilidade política são

os principais riscos da economia internacional

para 2020, e com potenciais fortes impactosem Portugal. Os comportamentos da liderança

americana e os riscos sobre os preços do petróleosão enormes. Na Europa, a conjugação

dos populismos, do Brexit e das representaçõessobre a imigração coloca o projeto europeu

em sobressalto permanente. Se tudo isto se situarno domínio controlável, a economia portuguesacontinuará a crescer próximo dos 2% e a taxa

de desemprego a aproximar-se dos 6%.

MARIA CRISTINA PORTUGALPresidente da ERSE

Perspetivam-se grandes mudanças no setor da energiapara concretizar aquele que é um dos maiores desafios

da atualidade: a transição energética. Um mercadode energia mais sustentável e integrado, em que as novas

tecnologias e modelos de negócio devem estar ao serviço dosconsumidores que, cada vez mais, podem ser agentes ativos

e centrais no mercado, através dos seus comportamentos,do autoconsumo e da partilha de energia em comunidades.

A ERSE manterá firmeza na ação regulatória e de supervisão,na proteção dos mais vulneráveis e no reforço da comunicação

e da confiança. Porque consumidores informadossão mais conscientes e exigentes.

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Portugal tem crescido,empreendido, criado emprego,em suma, gerado coesão aindaque às vezes de forma desigual.

O desafio é, crescendo,redistribuir melhor: mais

oportunidades, mais riquezadistribuída pelo país.

No turismo e nas acessibilidades,dois desafios: dignificaçãocrescente das profissões

no turismo permitindo com issoreter talento. Nas acessibilidades.

mais respostas na relaçãode Portugal com o mundo.

BERNARDO TRINDADEAdministrador da

Portoßay Hotels & Resorts

A oportunidade para um maior desenvolvimentoeconómico e uma melhoria efetiva das condições

de vida da população, através de uma maioracessibilidade digital em todo o território nacional.Com esse objetivo, a Anacom continuará a exercer

uma regulação independente, isenta e exigenteque assegure um ambiente concorrencial

e promova o investimento eficiente,criando condições para a melhoria da qualidade

dos serviços prestados e para uma reduçãodos preços das comunicações em Portugal.

JOÃO CADETE DE MATOSPresidenteda Anacom

Em Portugal, em 2020será verdadeiramente

importante a redinamizaçãoda economia,

nomeadamente paraum maior investimento

em tecnologia e na obtençãode produtos e serviços

competitivos à escala global.Mas, mantendo um forte

controlo das contas públicase conseguindo diminuir

o endividamento do país.

LUÍS PORTELA"Chairman" da BIAL

LÍDERES ACREDITAM QUE GOVERNOFARÁ ACORDOS PONTUAIS NO PARLAMENTOEvolução da solução governativa em Portugal

Os líderes nacionais acreditam que o Governo privilegiará em 2020acordos pontuais no Parlamento. Olhar mais para a esquerda no he-

miciclo para conseguir governar é, ainda assim, a solução mais proje-tada pelos inquiridos. Mas há, no entanto, quem antecipe já para 2020a queda do segundo Governo de António Costa.

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A economia a crescer pouco com exportações e turismoa baixarem o ritmo de crescimento, em grande medida

pela evolução dos principais destinos ou mercados.Falta de incentivos significativos para o aumento

da produtividade e competitividade das empresas.Estabilização do desemprego, falta de mão de obra

qualificada. Contas públicas equilibradasmas falta de ambição no investimento, com riscos

na sustentabilidade da economia a médio e longo prazo.Será um ano de continuidade, sem reformassignificativas no Estado. A não ser que exista

alguma perturbação internacional grave não sãode esperar grandes convulsões.

JOÃO VIEIRA LOPESPresidente da CCP

DUARTE LÍBANO MONTEIROnirptnr-crpral ria Fhuru

2020 será um ano importante a nível mundial.As eleições nos Estados Unidos

e a capacidade de a Europa conseguir crescerde forma sustentada (com o risco de a Alemanha

entrar em recessão) serão temas que poderãoaumentar o risco de outra crise. Portugal,

com algum atraso devido à dependência dosmercados internacionais, poderá vir a entrar

em recessão no final de 2020, princípios de 2021,caso medidas drásticas não seiam tomadas.

Cheio de incógnitasno equilíbrio geopolíticointernacional e respetivo

impacto a nível macroe microeconómico.

Brexit, EUA vs. China,União Europeia, NATO,

políticas da FED e do BCEsão os principais pontos

de interrogação quecondicionam o devir de 2020.

PEDRO REBELO DE SOUSA"Managing partner"da SRS Advosados

Vai ser mais um ano de grandeexpectativa, com o receio

do aparecimento de uma novacrise económica, que, felizmente,

ainda não irá acontecer. A evoluçãoda economia mundial e,

em particular, da economiaeuropeia, vai estar dependente

da evolução de três fatores:"Trump impeachmcnt", impactodo Brexit e influência da China;

este país está a afirmar-secada vez mais como a grande

potência do futuro c, dado o seutipo de governo, c imprevisível

a sua forma de atuação.

MARTA ARAÚJO

CEO da Castelbel

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Um ano de desafios

crescentes, resultadode um mundo de interações

cada vez mais complexasentre atores, sejam grandesregiões, países ou empresas.

ANGELO RAMALHOPresidente executivo da Efacec

2020 será mais uma vez um ano com inúmerosdesafios geopolíticos e sociais. A clarificação

sobre a evolução do processo do Brexite a expectativa de uma conclusão com sucesso

das negociações para um acordo comercialentre os EUA e a China são dois fatores

positivos que poderão trazer algumaestabilidade nos mercados, mas continuam

a existir outros fatores externosprotecionismos, populismos, desaceleração

económica das principais economias parceirasque nos obrigam a olhar para a evolução

do desempenho económico em Portugalno novo ano com muita prudência.

JOSÉ GALAMBA DE OLIVEIRAPresidente da APS - Associação Portuguesa de Seguradores

Será um anode continuidade

em relaçãoaos grandes temas

económicos,seja na guerra

comercialEUA/China,

no impacto realdo Brexit,

no investimentopúblico, e como

isso poderá afetara economia

e a rentabilidadedas empresas.

No que concerneao setor das

tecnologiasde informação,continuar-se-áa sentir o défice

de recursoshumanos e decompetências,mantendo-sea necessidade

das empresas se

adaptarem amercados cada vezmais sofisticadose personalizados.

LUÍS URMAL CARRASQUEIRADiretor geral da SAP Portugal

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"A oeste nada den0v0"... 2020 será

provavelmente um anocom poucas novidades,

com o Governo a

repetir no seu OE asfórmulas antigas já

usadas nos outros anos:aumentar a carga fiscal

de forma camuflada.

O ano de 2020 será de grandesdesafios globais de natureza

geopolítica, social e económica,que exigirão às organizaçõesestratégias bem ponderadas e

firmes que lhes permitam ampliara sua capacidade e alcançarbons níveis de desempenho.

JOSÉ VEIGACEO da Eupago

CLÁUDIA CARVALHOAdministradora executiva da Universidade Portucalense

As eleiçõesamericanas

e a conclusãodo Brexit vão ser

decisivas

para percebercomo será

a nova ordemgeopolítica

mundial.

RICARDO REISProfessor de Economia na LSE

Tal como em 2019, 2020continuará a ser marcado poruma in desejada instabilidadea nível global: logo no início

do ano, o Brexit será uma certezaincerta (Como acontecerá?Determinará o fira do ReinoUnido como o conhecemos?Se sim, que consequências

do mesmo género terá sobreoutros países da Europa?).

Os focos regionaisde instabilidade geopolítica

que continuam a marcar o mundoparecem não ter fim à vista(Hong Kong, vários países

da América Latina, vários paísesdo Mundo Árabe); potenciaisconflitos comerciais dos EUA

com China (que já vem de 2018)e Zona Euro (aqui como possível

resposta à continuação dapolítica de estímulos do BCE)poderão ser incentivados pela

realização das eleiçõespresidenciais norte-ameri canas

em novembro, por sua vezextremadas internamente pelo

(estéril) processo de"impeachment" em curso. Será,

pois, essencialmente pelageopolítica que a economia global

se poderá ressentir em 2020 eem anos seguintes: mesmo que osconflitos económicos não sejam

concretizados, toda ainstabilidade provocada por

anúncios e contra-anúncios teráconsequências sobre a economia,

uma vez que a instabilidade e aincerteza tendem a retrair as

intenções de investimento,consumo e comércio. Nestecontexto, e como pequena

economia aberta que é, Portugalpoderá ser afetado por este clima

instável. Por isso é tãoimportante que continuemos noradar quer de investidores quer

de turistas e visitantes (aexemplo do que tem sucedido nos

últimos anos); que o primeiroexcedente orçamental do Estado

em quase 50 anos seja mesmoreal (como projetado no

Orçamento para 2020); que adívida pública continue a

trajetória descendente; e quecontinuemos atentos às

tendências globais para nãoperdermos - ou melhor, para

reforçarmos a nossa -competitividade.

Tudo somado, será um mundo

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mais instável e incerto - e, logo,mais perigoso - aquele que

enfrentaremos em 2020.Devemos todos terconsciência disso.

MIGUEL FRASQUILHO"Chairman" da TAP SGPS

Desafiante,mas numambientepositivo.

Oportunidadede corrigir

algumasatuações, masglobalmente

positivo.

PAULO GONÇALVES MARCOSPresidente do SNQTB

e SAMS Quadros

Em Portugal: alguma instabilidadesocial num quadro de manutenção

de fraco crescimento económico e emque o Orçamento do Estado para 2020

continua a não apresentar umaestratégia para o país, mas um conjunto

de medidas muito orientadas paraapoio parlamentar e, pior, com novo

aumento do nível de fiscalidade.

MANUELA ARCANJOEconomista, ex-ministra da Saúde

e ex-secretária de Estado do Orçamento

LÍDERES CONTINUAM A OLHARPARA A RENTABILIDADEPrioridades para as respetivas empresas ou entidade

Aumentar a margem do negócio é a principal prioridade dos líderes

questionados pelo Negócios para 2020. É, aliás, uma resposta que se

mantém ao longo dos tempos. Já para 2019 foi assinalada como prio-

ridade, terminando com a hegemonia que foi, até então, dada ao au-

mento das vendas para o exterior.

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2020 será uma mão-cheia de incógnitas. Como vão desenvolver-seas relações comerciais entre os grandes blocos económicos,

nomeadamente USA com China e União Europeia?A onda de refugiados vai manter-se? A nova Comissão Europeiairá propor políticas disruptivas? Como irá a economia real reagir?

E que consequências terá o Brexit? Julgo que estes poucosexemplos chegam para mostrar quão atentos teremos todos

de estar a estes desenvolvimentos, incluindo os governos,as empresas e os cidadãos. Previsibilidade é algo que todos

pedem, mas que teima em não aparecer.

ANTÓNIO COMPRIDOSecretário-geral da APETRO

ANTÓNIO SAMPAIO DE MATTOSPresidente da APCC - Associação

Portuguesa de Centros Comerciais

Anodifícil comsurpresas

desagradáveis.

A economia internacionaldeverá continuara crescer em linha

com os últimos anos.O ajustamento dos

mercados financeirospoderá ter algumas

consequências, mas semuma quebra abrupta

do PIB alemão a economiaportuguesa deve manter

o crescimento sofríveldo atual ciclo.

ANTÓNIO NOGUEIRA LEITEAdministrador

da Hipoges

Prevejo um 2020em linha como 2019 porém

ainda commaiores

incertezas,nomeadamentegeopolíticas e

geoeconómicas.

PAULO COELHO LIMACEO da Lameirinho

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PAULA ANTUNES COSTA

"Country Manager" da visa Portugal

Continuidade do crescimento da economia embora em fase dedesaceleracão a manter nos próximos anos, alicerçado num maiorcontributo aa procura interna perante a subida do salário mínimo e

redução da taxa de desemprego. O enquadramento externo da economiaportuguesa tornou-se menos favorável em 2019, perspetivando-se

para 2020 uma recuperação modesta do ritmo de crescimento do PIBe do comércio mundial. As empresas deverão continuar o processo

de transformação digital, conduzindo a parcerias, fusões e aquisiçõesque proporcionem escala e reforço de competências e talentos essenciais

à economia digital, particularmente relevante no setor financeiroe de pagamentos (lA, "data analytics" e cibersegurança).

Resultado da diretiva de pagamentos DSP2 e "open banking"assistiremos a uma intensificação da concorrência no setor financeiro

a par da dinamização seletiva do ecossistema de fintech,e maior integração de novas formas de pagamento eletrónicas,centradas no perfil e experiência do consumidor com expansão

dos pagamentos contactless, mobile e e-commerce.

A chegada da quinta geração móvel vai marcar 2020.Antecipam-se oportunidades económicas c sociais

promissoras para Portugal, que devem seraproveitadas na sua plenitude, para que o país não

fique para trás nesta corrida que se trava a nívelmundial. Mas para que tal seja possível é importante

existir uma estratégia nacional para o SG, assentena articulação plena entre todos os "stakeholders",

sejam eles operadores, Estado, indústria,empresas e instituições de ensino, e que tenha

em consideração o papel relevante que os operadoresdesempenham no progresso tecnológico

e na competitividade do país.

MÁRIO VAZCEO da Vodafone Portugal

NUNO RIBEIRO DA SILVADiretor-geral da Endesa Portugal

Volatilidade,instabilidade,

ansiedade,um pouco à

imagem de 2019.A Europa

frágil e focadaem "lamber"

feridas internas.Portugal mais

conflituoso, semreformas de vulto ea consolidar a ideia

que a legislaturanão chegará ao fim.

Vejo o próximo ano com grandeexpectativa porque prevejo muitas

alterações políticas cm muitos paísese uma grande pressão social.

Haverá também muitas alteraçõestecnológicas com consequências naeconomia. Continuará a pressão da

subida dos salários sem contrapartidade melhoria da produtividade o quepoderá provocar queda da economiadevido a perda de competitividade.

A banca continuará a tentar arrumaras contas, muitas delas à custa

dos contribuintes, o que faz umapressão enorme de impostos sobre

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os rendimentos singulares coma consequente perda de poder de

compra c pressão sobre os salários.Esta moda de esquerda vai continuar

a criar a ideia de melhoria de

condições salariais mesmo comaumento de impostos sem preocupar

com a melhoria de produtividade.Em resumo vejo um ano de 2020com muitas alterações potenciais

c grande agitação social. Como somosuma pequena economia aberta e

dependente de terceiros (Europa)muito dependerá do desempenho da

Europa c das suas políticas.A mudança de Comissão Europeia

cria um clima positivo de boas

expectativas. Vamos ver.

CARLOS POÇOCEO de Poço -

Equipamentos Industriais

2020 deverá ser um ano de estabilidade económicae política apesar de momentos de incerteza

temporária. Não se antecipam grandes alteraçõesde tendência ou inversões de ciclo. Porém, em

termos de política monetária, sinais de progressivoabandono de taxas de juro negativas podem

intensificar- se, sem contudo o pendor acomodatíciogeral ser posto em causa - inflação, crescimentoeconómico e dimensão da dívida/necessidade de

desalavancagem não justificam inflexão de caráter.A atividade económica deverá manter-se a um

ritmo moderado com risco de suave abrandamentodevido à longevidade do atual ciclo de expansão

(mercado de trabalho apresenta indicação de

aproximação de pleno emprego nas economiasdesenvolvidas). Porém, questões episódicas

de 2019, como a retração do setor automóveleuropeu, perturbação do comércio mundialdevido a tensões comerciais e o Brexit, estão

genericamente ultrapassadas, conferindo maiorestabilidade ao ambiente económico global.

CRISTINA CASALINHOCEO da Agência de Gestão da Tesouraria

e da Dívida Pública (IGCP)

JOSÉ VEIGA SARMENTOPresidente da APFIPP

Deterioração das relações comerciaisglobais, riscos geopolíticos em resultado

de agendas nacionalistas e populistas,com possibilidade pontual de

afrontamentos armados. Degradaçãodo papel internacional dos Estados Unidos,

e afirmação da liderança europeianos domínios da sustentabilidade ambiental

e na solução de conflitos. Aparecimentode uma moeda digital global.

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INVESTIR EM TECNOLOGIA É O NOVODESÍGNIO PARA AUMENTAR PRODUTIVIDADEMedida mais importante para aumentar a produtividade

Se até 2019 a reorganização dos procedimentos e processos era a me-dida mais referida como sendo a necessária para aumentar a produti-vidade, para 2020 os líderes escolheram um novo desígnio: investir em

tecnologia. É através desses investimentos que consideram poder ga-rantir maior produtividade. É a nova era tecnológica.

PEDRO PIRES DE MIRANDAPresidente executivo da Siemens Portugal

"Outlook" positivo! Em Portugal, prevejo 2020 como

politicamente sereno, economicamente estável e socialmentemuito desafiante face às expectativas de alguns setores. Vejo a

evolução das exportações como algo preocupante devido à

instabilidade política de Espanha. Um desfecho positivo do Brexite um acordo comercial EUA-China bem-sucedido poderá trazerum crescimento inesperado à Zona Euro. Portugal poderá liderar

o diálogo europeu com África e beneficiar comercialmentedas boas relações geoestratégicas com a maioria dos blocos

internacionais, especialmente por via do IDE e da consolidaçãocomo destino turístico de eleição. A redução continuada

da dívida pública afetará positivamente o "rating" da Repúblicae estimulará mais investimento público e privado.

MANUEL BRAGACEO da Imovendo

Ano de desafiosresultantes da

instabilidade políticanorte-americana, dainstabilidade política

provocada pelo Brexit eda necessidade

de o Governo portuguêsconseguir assegurarcrescimento sem ser

à custa das contas

públicas.

JOÃO MARTINHOCOO Solutions 30

O ano de 2020 será desafianteno que diz respeito à economia,

com fatoresde instabilidade, como

a implementação do Brexit,e as eleições nos EUA, mas quetambém poderão trazer novas

oportunidades, desde quetenhamos a capacidade de

antecipação e adaptaçãonecessárias para os integrar.Em resumo vejo a chegadado novo ano de 2020 comum otimismo pragmático.

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A economia mundial respira de alívio

por ter conseguido escapara uma recessão que há um ano

parecia inevitável. Com as bolsasem máximos e os juros ainda

muito baixos, o grande desafiode 2020 será o de corresponder

às expectativas positivas que se estãoa criar. As eleições presidenciais

americanas serão um focode incerteza ao longo do ano e

haverá muita curiosidade em tornoda concretização do Brexit, daquilo

que Christine Lagarde poderá trazerpara o BCE e da evolução da

situação em Hong Kong. O conflitoEUA-China está para durar décadas.

FILIPE GARCIAEconomista da IMF - Informação de Mercados Financeiros

2020 vai ser marcado pelas eleiçõesnos EUA, pela diminuição da tensão

EUA-China e pela retoma dasexportações da Alemanha.

Veremos mais instabilidade socialna América do Sul e em França,

e em novas localizações, coma fiscalidade dos combustíveis fósseis

como "rastilho" para as explosões.Em Portugal, acredito que o Governovai conseguir construir um equilíbrio

parlamentar à base de acordos pontuais,e que as medidas para a transição

energética terão um papel importantenesse equilíbrio.

PEDRO MORAIS LEITÃOCEO da Prio SGPS

FERNANDO NEVES DE ALMEIDA"Managing partner"

da Boyden

Um desafio

para oGoverno.

Consolidaçãode tendências

anteriores.MIGUEL BASTOS ARAÚJO

Biogeógrafo e Prémio Pessoa

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POUCOS ACREDITAVAM QUE PORTUGALCONSEGUIA SUPERAR O CRESCIMENTO PREVISTOHá um ano a maioria dizia que Portugal iria crescer em 2019 em linha com a previsão

Há um ano, para 2019, as projeções apontavam para um crescimento nacional de 1,9%. Nes-

te momento, esta é a estimativa do Governo, mas a Comissão Europeia avança com uma es-timativa de 2%. Assim, a média da Comissão Europeia e FMI para 2019 ainda antecipa que

Portugal tenha fechado 2019 com um crescimento de 2%, acima das previsões. Há um ano

60% dos líderes acreditavam que Portugal ficaria em linha com as projeções.

ZONA EURO ESTEVE PIORE QUASE METADE DOS LÍDERES ACERTOUHá um ano, um total de 41,27% de líderes antecipavam uma evolução da Zona Euro pior do que o previsto

Um pouco menos de metade (41,27%) dos líderes questionados em 2019 antecipava para o

ano que terminou um crescimento na Zona Euro abaixo do previsto. E acertaram. A Zona Euro

deverá ter crescido menos do que as projeções iniciais antecipavam. Há um ano 56% ainda

apontavam para um crescimento em linha com o previsto para o bloco dos países unidos poruma moeda única.

Moderadamenteotimista. Muito

dependenteda evolução externa

da economiados principais

clientes europeuse da disciplina

orçamental interna,essencial

para reduzira dívida pública

excessiva.

PEDRO VIEGAS GALVAOPresidente da direção

JOÃO RUI DA SILVA GOMES FERREIRAPresidente da Apcor

Um anode transição,novo modeloeconómicoassente emInovação e

Sustentabilidade.

Page 18: Press Review page · da atualidade: a transição energética. Um mercado de energia mais sustentável e integrado, em que as novas tecnologias e modelos de negócio devem estar ao

E o fim da segunda década do novo século.Oxalá se desvendem alguns dos grandes mistérios

da ciência: a matéria escura e a energia escura,talvez uma teoria unificada de tudo, outras Terras

e a origem da vida, soluções energéticas quepermitam enfrentar as alterações climáticas, novas

terapias genéticas, a computação quânticaacessível, inteligência artificial evoluída,

os segredos da consciência. Se não for em 2020será na década seguinte... .

CARLOS FIOLHAISFísico e professor da Universidade de Coimbra

LIDERES ANTECIPARAM CRESCIMENTO EM LINHA,MAS TRUMP NÃO CONSEGUIU CHEGAR AO VALORHá um ano 62% acreditavam que os Estados Unidos iam crescer em linha com a projeção

As projeções apontavam, há um ano, para um crescimento dos Estados Unidos da América em

2,6% em 2019. As últimas estimativas dão uma subida do PIB de 2,4%. Embora perto seráabaixo da projeção. A maioria acreditava que Trump conseguiria chegar aos 2,6%. isto no ano

em que até se antecipou uma recessão nos próximos tempos para os Estados Unidos da Amé-

rica.

Do ponto de vistada atividadeeconómica,

as perspetivas para2020 incorporam

vários riscos,que são sobretudode origem externa,

face a umenquadramento

vincadopor tendências

protecionistas, poruma desaceleração

económica nosnossos principais

mercadosde exportação e pela

saída do ReinoUnido da União

Europeia, colocandoum clima de maior

incerteza e impondoàs empresas umamaior capacidadede resiliência e de

cooperação, paraultrapassar estes

desafios e outros quejá hoje se põem,nomeadamente

fruto da revoluçãotecnológica.

LUÍS MIGUEL RIBEIROPresidente da AEP

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JOAQUIM CUNHADiretor executivo do Health Cluster Portugal

Vejo 2020 com expectativa. No plano externo,esperando que alguns sinais mais preocupantesnão passem disso mesmo e que a realidade nos

possa surpreender positivamente. No planointerno, ambicionando que na Saúde, área que

me interessa em particular, a clivagem artificial econjuntural que mantém o país, neste

como noutros domínios, paralisado possaser desconstruída e o grande consensopara as mudanças profundas, cada vez

mais emergentes, possa acontecer.

De acordo com as últimas previsões económicas, Portugal deverácontinuar a crescer em 2020, mas a um ritmo mais lento do que em2019. Se a isto juntarmos fatores conjunturais como a instabilidade

política em Espanha e no Reino Unido, a "guerra" comercialentre os EUA e o resto do mundo, a aparente recessão que ameaçaa Alemanha, ou mesmo a nova "geometria" de governação que saiudas últimas eleições, é evidente que 2020 será um ano de maiores

desafios por comparação a 2019. Seria útil, senão mesmo vital,que Portugal continuasse a desenvolver políticas concretasde atração de investimento estrangeiro, dada a escassez de

capital existente na economia portuguesa, em simultâneo comum renovado ímpeto reformista que permitisse tornar setores/áreas

como a administração pública, a justiça, ou a política fiscalmais ágeis, previsíveis, e capazes de corresponder aos desafios

que uma economia aberta como a Portuguesa coloca.

DOMINGOS CRUZ"Managing partner" da CCA Law Firm

Vemos 2020 como um ano em que semanterá a aparência de estabilidade,

mas em que continuaráa degradação paulatina da economia:

em particular, no caso português,assistiremos à continuação da

deterioração dos serviços públicos,com mais incidência na saúde e nos

transportes. Em simultâneo, mantém--se o aumento da pressão fiscal sobretodos os portugueses. Todavia, não

será ainda em 2020 que a populaçãose dará conta do que lhe

está a acontecer (tal como a lagostaque é posta ao lume em água fria não

se dá conta logo do seu destino); e, porisso, 2020 não será o ano da grande

instabilidade social.

JOÃO MACEDO VITORINOSócio administrador da Macedo vitorino & Associados

2020 trará um grande desafio:a implementação do SG. Para já, c

prioridade para o setor que, por partedo regulador, sejam garantidas todasas condições, para que este processo

decorra da melhor forma e dentrodos timings, sendo que os operadores

portugueses estão preparados paraesta transição. Esta não será umamera atualização de tecnologia,mas um verdadeiro contributo

para a efetiva revolução digital,com impactos positivos em diversos

setores, desde a economia, saúde,educação à coesão territorial .

PEDRO MOTA SOARESSecretário-geral da APRITEL

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NUNO RANGELCEO da Rangel Logistics Solutions

Acredito que as economiasamericana, europeia e portuguesa vão

estar em linha com o crescimentoprevisto. Mesmo aplicando as

políticas económicas adequadas,temos obviamente de estar atentos às

guerras comerciais globais,especialmente às políticas dos

Estados Unidos da América; ao Brexite seu impacto na União Europeia; e à

desaceleração da economia alemã.Para Portugal, para já devemos

estar otimistas com um crescimentoprevisto de 1,7%. Com esse

crescimento e a receita, o Governotem previsto no Orçamento do

Estado garantir um excedente de0,2% do PIB, o primeiro excedente

em mais de quatro décadas. OGoverno tem ainda a previsão de que

a dívida pública portuguesa atinja116,2% do PIB, o que demonstra a

continuada redução da nossa elevadadívida pública, mantendo o

importante compromisso de reduzir oendividamento para perto de 100%em 2023. Por outro lado, Portugal

nunca esteve tão exposto à economiaglobal, como se encontra no

momento; qualquer recessão ouretração a nível mundial afeta de

imediato Portugal,devido especialmente ao peso

do investimento estrangeiro diretoe das exportações no PIB e à nossa

ainda elevada dívida pública.Logo é importante e essencial que

a economia mundial continuea crescer, para que Portugal possa

atingir as previsões para 2020.Julgo que em 2020, devemos estarespecialmente atentos aos Estados

Unidos da América, pois pelaprimeira vez na história da economianorte-americana, começou e acabou

uma década sem uma recessão.Este ciclo de expansão económica já

dura há 126 meses, tornando-se ociclo de expansão económica maislongo da história, o que podemos

denominar de superciclo económico.Em junho de 2020 este superciclofará 11 anos. E um ano importantepara os Estados Unidos porque emnovembro de 2020 realizam-se as

eleições presidenciais, em que Trumpfará de tudo para tentar reeleger-se.

Logo é um ano em que devemos estarmais atentos ao que

se vai passar no mercado norte--americano, não esquecendo que é o

quinto destino das nossas

exportações. Na minha opinião a

grande incógnita é se 2020é o último ano deste

superciclo, ou se as economiasamericana e mundial vão conseguir

manter esta expansão além de 2020,mesmo que com crescimentos

menores do que o vistoem ciclos anteriores.

CARLOS SILVASecretário-geral da UGT

Em 2020 quero umpaís menos desigual,

menos pobre e com umagovernação mais justa.

Este é um desejo intemporal,que reafirmo a cada ano

que passa e não vejomelhorias substanciais.

Um ano desafiador, em quemuito está em jogo, sobretudo

em termos ambientaise geoestratégicos. Para

a Goldenergy será um anode crescimento. Com todos osinvestimentos realizados entre2018 e 2019 estamos prontos

para crescer, garantindo o melhorserviço, ao preço mais justo.

MIGUEL CHECA

Diretor-geral da Goldenergy

Um ano de crescimento

em Portugal e no exteriorfruto da necessidade

grande interna e externade infraestruturas na área

da energia para os desafios

que a transição energéticatrazem a todo o mundo.

HELENA PAINHASCEO da Painhas

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Ao nível geopolítico e económico,as eleições americanas terão um papelpreponderante nas relações dos EUA

com a China e mesmo com a UniãoEuropeia. Lagarde não deverá fazer

alterações às políticas de Draghi, masa Europa continuará a arrastar-se.

Por cá, se a ideologia não se sobrepusesseà racionalidade económica,

2020 seria um ano em que se deveriamno mínimo iniciar reformas estruturais

na justiça, saúde e educação.

FRANCISCO PEDRO BALSEMAOCEO da Impresa

Vai ser o princípio de uma nova décadacom contenção. A euforia do pós-crise acalmoucom os primeiros sinais de retração do mercado,

que embora ainda não se reflitam na taxade desemprego, já começam a fazer parte

de previsões de crescimento das economias.Ao mesmo tempo o extremismo e as minorias ganham

protagonismo a nível social, exigindo mudançasurgentes na forma como as empresas

e as pessoas atuam. A tecnologia vai continuara ser protagonista da transformação criando

verdadeiras oportunidades desde que as pessoas sejamcolocadas no centro da decisão e a ética

ganhe uma dimensão inquestionável.

JOSÉ-MIGUEL LEONARDOCEO da Randstad Portugal

FRANCISCO DE ALMADA LOBOCEO da Criticai Manufacturing

Em termosnacionais, vejo com

preocupação quenão sejam pensadas

medidas fiscais

para estímuloda economia. Emtermos mundiais,apesar dos riscos,

haverá sempreoportunidadesde negócio, em

particular nas áreas

tecnológicas.

Manutenção do excessode liquidez nos mercados

mundiais, com efeitosno aumento das vendas

de bens de consumodas famílias, mas sem,

no entanto, o aumento de

preços - com a exceçãodos preços da habitação -

devido ao aumentoda concorrência atual

e da ameaça de entradade novos concorrentesnos vários mercados.

PEDRO FERNANDESAdministrador da Prazo.pt

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Ideologias à parte, gostavaque a evolução da economia

e a posição da sociedade

portuguesa face à atuaçãodo empreendedor

assumissem um caminhoconjunto. Numa conjuntura

política caracterizadapela fragmentação da

Assembleia da República, façovotos para que a ascensão do

empreendedorismo seja umarealidade como força motrizdo crescimento económico,

da mudança estruturale da criação de emprego,

numa perspetiva dedesenvolvimento. Desejo que

a classe política assuma deuma vez por todas o enormepotencial que o investimento

na educação para o

empreendedorismopossibilita na capacitaçãodos nossos jovens talentos.

FRANCISCO BANHAPresidente do Grupo Gesbanha

Esperamos um ano de menor crescimentomas, ainda assim positivo. Estamos focadosem gerar valor, mais do que em aumentar

volumes vendidos.

MANUEL PINHEIROPresidente da CVRW

O maior desafio de 2020 é mantera estabilidade dos mercados financeiros

perante o Brexit, principalmentese sem acordo.

OCTÁVIO VIANAPresidente da ATM

Desafiante seráo ano de 2020Antecipar o ano que agora entra com

uma palavra foi o desafio deixado

aos 135 líderes que aceitaram res-

ponder ao inquérito do Negócios. E

tal como já acontece, há dois anos, a

palavra eleita foi Desafiante, a mes-

ma de 2018 e 2019. Sobressai, tam-

bém, à semelhança de 2019, a pala-vra incerteza. Mas este ano Continui-

dade ganha lugar de maior desta-

que, tal como Sustentabilidade.

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ANTÓNIO CÂMARA"Chairman" do YGroup

2020 vai ser um ano turbulento politicamente devidoaos suspeitos do costume. Mas o ano será sobretudomarcado por uma agenda climática com profundasimplicações nos hábitos individuais e nas atividadescoletivas. As mudanças na alimentação e mobilidade

urbana serão significativas, criando novasoportunidades. Em 2020, começará também a servisível uma revolução na internet com profundas

implicações: passaremos a interagir com o mundo realutilizando a realidade aumentada como interface e a

inteligência artificial como motor. Tudo passará a sertransacionável em qualquer lugar,

e em qualquer momento.

Será um ano muito confusotanto internamente - com

o equilíbrio instável do

Orçamento e os apoiospontuais necessários

para a revitalizaçãodas infraestruturas e da saúde -

como internacionalmentecom o "impeachment" e as

eleições americanas, o efeito doBrexit, e a guerra económica

e geográfica entre a Chinae o Ocidente. Mas tenhamos

esperança de que o mundopossa sobreviver a todos

estes desafios.

ILÍDIO DE AYALA SERÔDIOPresidente da PCG

Por mais investimento em novastecnologias que façamos, são as

pessoas que fazem as empresase, por isso, devemos continuar

a investir na formação,nas condições de trabalho,na relação com a família

e no desenvolvimento de novassoluções tecnológicas, de formaa permitir melhor produtividade

e maior rentabilidade.2020 para a Servilusa vai ser

um ano para continuar a crescerde forma sustentada, colhendo

os frutos dos sacrifícios dosúltimos anos, e prevendo

continuar a investir e a gerarvalor para as empresas e para

a sociedade em Portugal.

PAULO MONIZ CARREIRADiretor-geral da Servilusa

A incerteza quanto às relaçõesgeopolíticas entre EUA,China e Europa vai terum peso determinante

no funcionamentodas economias de todo

o mundo. O evoluir do estadoda economia em Portugal

vai depender mais de fatores

externos, situação políticaem Espanha, Brexit, ete,do que propriamente da

situação interna onde não se

prevê grandes alterações emrelação ao passado recente.

LUÍS SALVATERRADiretor da Intrum Portugal

A economia portuguesa irá serpressionada pela economia

global que está em desaceleraçãoe com crescimento anémico

generalizado. A pressão socialvai intensificar- se, pois

a deterioração das estruturasde saúde, educação, segurança

social e estruturas de defesa

atingiram níveis críticos deobsolescência e degradação.O Estado vai ter de resolver

a equação de ter de avançar cominvestimento público e gerir o

endividamento, bem como, numafase má da economia,

ter de encontrar consensosno Parlamento, à direita

e à esquerda.

JOÃO MIRANDACEO da Frulact

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Olhando parao mundo, é um ano

decisivo, de escolhas

que afetarãoa economia global e a

estabilidade dos paísesda questão nuclear

às guerras comerciais,passando pela

evolução dos váriospopulismos, a

incerteza deverácontinuar a marcar a

vida política eeconómica.

Já Portugal deverácontinuar a crescer,

embora com um ritmolento. Esperamos

a continuaçãodo movimento atual

de fusões e aquisições,muito marcado

pelo investimentoestrangeiro, emvários setores.

A diversificaçãoenergética será

também um elementoforte nas operações.

NUNO GALVAO TELES"Managing partner"

da Morais Leitão

PEDRO PITA BARROSProfessor catedrático da Nova School

of Business and Economics

No plano económico interno,o ano de 2020 tem como

principal elemento de incertezanas políticas públicas

a capacidade de o Governominoritário conseguir levara cabo políticas sem ceder

em excesso a medidasde aumento de despesacomo parte do processonegociai no Parlamento.No plano empresarial,

é essencial que as empresasportuguesas mantenham

uma forte presença no mercadointernacional, e não se voltem

unicamente parao mercado nacional.

Vai ser marcado pelo Brexite negociação do acordo

comercial. Fator geopolíticomais relevante: eleições

presidenciais americanas(Trump fica ou não). Fatorgeopolítico mais próximo:

evolução da situação catalã.

PAULO RANGELDeputado europeu

Um ano de ação e intensa

intervenção cívica para tornarpossível aquilo que alguns

teimam em considerarimpossível: a valorização dos

trabalhadores e o avanço nos seusdireitos individuais e coletivos,

para afirmar Portugal comoum país desenvolvido e soberano,

de progresso e justiça social.

ARMÉNIO CARLOS

Secretário-geral da CGTP-IN

Para o imobiliáriocomercial prevejo um

ano de 2020 semelhanteaos dois anos anteriores:

com muita atividade,impulsionada pela

expansão das empresas,nomeadamente de

serviços, e pela contínuaatração de investidores

estrangeiros, de todoo tipo de plumagem,

atraídos pela boa fama quePortugal tem conseguidogranjear, bem como pelo

bom desempenho da

economia, pelo mercadoforte de ocupação, e pelas

taxas de retorno aindaatraentes quando

comparadas com outrospaíses da Zona Euro.

ERIC VAN LEUVENDiretor para Portugal

da Cushman & Wakefield

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Por força dos exigentes desafios que se põemà Zona Euro e à economia global, muito

particularmente em regiões que têm importantesmercados para as exportações nacionais, o ano

de 2020 exige um esforço acrescido ao país para darcontinuidade ao crescimento económico, alicerçadonas exportações e no investimento, à consolidação

orçamental e à redução da dívida pública.Estes objetivos deverão estar enquadrados

nos grandes desafios estratégicos do país, entreos quais o combate às desigualdades, as alterações

climáticas, a demografia e a erradicaçãoda pobreza. Neste quadro exigente, a estabilidade

política é um valor essencial.

JOSÉ LUÍS CARNEIROSecretário-geral adjunto do PS

PEDRO BRAZ TEIXEIRAPresidente do Fórum para a Competitividade

A campanha presidencial nos EUAdeverá ganhar proeminência,

pela escolha entre a imprevisibilidadeatual e mudanças significativas neste paísque poderão contagiar o resto do mundo.

Com um novo Presidente, não só poderá terlugar um maior intervencionismo

orçamental, como poderão ocorreralterações estruturais na tributação, a que a

generalidade das economias avançadas nãopoderá ficar indiferente, pela forte

competição fiscal internacional que se vive.

FILIPE MOURACEO da ifthenPay

Prevejo que 2020 seja um anode clarificação de muitos fatores

que têm trazido incertezae instabilidade económica.

Por um lado, na Europa, e emresultado das últimas eleições

no Reino Unido, a questãodo Brexit poderá finalmente

definir-se e seguir o seu rumo; poroutro lado, no mundo,

o acordo comercial EUA-Chinapoderá também finalmenteclarificar-se. A questão do

"impeachment" de Trump poderáser um fator destabilizador interno

nos EUA, mas em Lermosinternacionais, penso que nãodeverá prejudicar as relações

internacionais... talvez até seja umfator benéfico. Claro que

o impacto desta clarificaçãopoderá ser mais positivo ou

negativo, consoante os acordosfinais que se alcancem... mas pelo

menos a sua resolução diminuirá aincerteza, o que será sempre

positivo. Em Portugal, o espetro dainstabilidade política estará

sempre no horizonte, mas pensoque não será ainda em 2020 queos partidos da oposição forcem

a rutura. As consequênciasdo Brexit também muito

provavelmente não se farão sentirem força ainda em 2020... fruto

dos acordos de transição queprovavelmente se alcançarão.

Em suma, 2020 deverá ser um anode muitas decisões, que terão

bastante impacto nos anosposteriores, mas que trarão aos

políticos e aos mercados uma visãomais clara do futuro.

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MIGUEL BARRETOCEO da Gesto Energia

A economia mundial continuará a vivertempos incertos devido ao crescente

protecionismo impulsionado pelos EUAe à volatilidade nos mercados energéticos

depois do IPO da Saudi Aramco.Na Europa, o real impacto do Brexit é incerto

mas a clarificação deverá ajudara restaurar a confiança e o investimento

assente em juros historicamente baixos. EmPortugal, apesar da incerteza

e de algum arrefecimento julgoque beneficiaremos de uma "performance"

europeia acima do esperado.

Os sinais de abrandamentoda economia europeia,

a crescente instabilidadegeopolítica em países

terceiros e o Brexitcolocam desafios

adicionais na manutençãodas taxas de crescimento

das vendas dosvinhos de Lisboa.

FRANCISCO TOSCANO RICOPresidente da direção

da CVR Lisboa

Como um anode novos desafios

e novas

oportunidades,resultantes

do Brexit e dos seus

impactos,mas tambémde um novo

contexto políticoem Portugal.

EDUARDO VÍTOR RODRIGUESPresidente da Câmara

Municipal de vila Nova de Gaia

2020 vai ser um anode forte crescimento

para o nosso setordo e-commerce.

Em relação à economianacional deve haverum maior controlo

da despesa do Estadoe uma baixa da carga

fiscal, para tornarPortugal num país

competitivo.

2020 não deverá trazernada de muito diferente

no panorama internacional.A questão do Brexit vai clarificar-se

e não espero que daí venha maisinstabilidade para a UE. Há alguma

expectativa relativamente ao

posicionamento do Presidente dos

EUA à medida que se aproximam as

próximas eleições. Em Portugala riqueza gerada pelo setor privado

continuará a sofrera pressão da carga fiscal para

satisfazer a pressão de mais despesapública. Não será ainda em 2020que haverá um espírito reformistano país em benefício da economia.

DIOGO XAVIER DA CUNHA"Managing partner" da Miranda

O Governo aposta numa"evolução na continuidade", mas

o contexto económico globalestá em mudança, com nuvens a

acumularem-se no horizonte,em termos de evolução da

economia dos países que são osnossos maiores parceiros

comerciais e com incertezas e

ameaças geopolíticas relevantes.Este contexto terá

necessariamente reflexo naeconomia portuguesa, ela

própria também com ameaças,nomeadamente em termos de

contestação social, que podempôr em causa os objetivos

económico-financeirosdefinidos.

CARLOS LOUREIRO"Chairman" da Deloitte

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O ano de 2020 vai ser marcado pelas tensões geopolíticas,pela consumação do Brexit (cujo resultadoe processo ninguém sabe prever ao certo),

pelas eleições americanas, pelo acentuar das pressõesde desagregação nalguns países da União Europeia

e pela situação política em Espanha, nosso maior parceirocomercial. Como economia aberta que somos, Portugal

estará sempre exposto a estas incertezas. No plano internoa grande questão será saber como resiste o Governo

minoritário a ser testado já na discussão do Orçamento.Com o aparente distanciamento da esquerda e com o PSD

em campanha eleitoral não é fácil prever um anode estabilidade política e social. Na economia não serádifícil prever uma estabilização nos setores do turismo

e imobiliário com a diminuição de alguma dinâmicade mercado. Existem também questão conhecidas

por resolver no sistema financeiro. Estou prudente,mas sempre com a esperança de que o ano novo

nos surpreenda positivamente.

LUÍS CORTES MARTINSManaging partner" da SLCM - Serra Lopes, Cortes Martins

& Associados - Sociedade de Advogados

LUÍS ARANHACEO da Mike Davis

As dificuldades para os portugueses continuarãoa aumentar porque não se altera o nível de

rendimento médio das famílias? Os impostoscontinuam a subir e os preços dos bens essenciaistambém. As empresas, principalmente as PME,continuam com dificuldades em financiar a sua

atividade c crescimento , porque a crise na bancairá acentuar- se, e não existe um mercado

de capitais adequado. No caso do setor do retalhode vestuário, as condições para as empresas serãomais difíceis: pressão sobre os preços por via da

presença crescente das grandes cadeias "low--cost" tipo Primark, rendas excessivas por partedos proprietários confortados com o "leverage"

proporcionado pela presença das grandes cadeias

que preenchem grande parte do espaço, aumentodo custo da mão de obra , carga fiscal excessiva...

Em 2020 será determinanteo impacto das tensões comerciais

nas exportações europeias,sobretudo da Alemanha e, por essa

via, também de Portugal,que para lá exporta sobretudo

bens intermédios. Quanto maisdesfavorável for esse impactopior será para o crescimentoeconómico na Europa e em

Portugal. Internamente, ao nívelorçamental as pressões sobre

a despesa pública com a funçãopública, a saúde e em investimento

obrigarão o Ministério das

Finanças a uma gestão muitocuidadosa para cumprir os

objetivos definidos para o saldo.

CARLOS MARINHEIROVogal do Conselho

das Finanças Públicas

Ano com desafios muitosérios se as orientações não

forem em prol dodesenvolvimento económico.É crítico que as empresas se

ajustem aos tempos mastambém que as políticas doEstado privilegiem a criaçãode riqueza e emprego tendopor base a "performance",

o mérito, a qualidadee o desenvolvimento

das pessoas. Num país todostêm de remar no mesmo

sentido e a ênfaseé que TODOS TÊM

de remar, só uns não chega.

MIGUEL VELEZCEO da Unlock Boutique Hotels

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2020 encerra ainda um conjunto de incertezas que condicionarão a evolução doenquadramento global. Os sinais são no entanto de algum alívio. A maioria

absoluta nas eleições no Reino Unido deverá permitir concluir a saída e lançar o

processo de negociação da relação futura. Também as disputas comerciais entrea China e os EUA aparentemente poderão terminar num qualquer acordo. Há

assim espaço para desenvolvimentos positivos.

VÍTOR ESCÁRIAProfessor do ISEG - Universidade de Lisboa

SANDRO MENDONÇAEconomista

Estaremos a entrar nos"tensos" anos 20 do século

XXI? Os primeiros 20anos foram divisivosDENTRO dos países(desigualdade). Estes

podem ser anos divisivosENTRE países

(rivalidade). Assim se

separa o Reino Unido da

UE, mas talvez também osEUA, afastando-se maisda Europa, e o Ocidente

dessincronizando doOriente. Vai ser a década

mais geopolítica c

geoeconómicado século até agora.

Novos paradigmas das relações geopolíticase novas realidades políticas continuarão

a desenvolver-se induzindo incerteza mas, ao mesmotempo, novas possibilidades de transformação

favorável do status económico mundial.

FRANQUELIM ALVESConsultor

O início de uma nova décadatem um efeito psicológico

não negligenciável, que nospredispõe a iniciar algum tipode mudança. Os últimos anosforam vividos com o espectro

do retrocesso nas relaçõeseconómicas e políticasa nível mundial, assim

como do regresso da recessão.

Vejo 2020 como umaoportunidade para deixarmosesses receios e nos focarmosnas soluções que a evolução

tecnológica nos traz, paraconstruirmos um mundo

e uma sociedade melhores.

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ANTÓNIO SARAIVAPresidente da CIP

Os recentes sinais de apaziguamento nas tensões comerciaisentre os Estados Unidos e a China são frágeis e não estamoslivres de que a Administração norte-americana abra novas

frentes da guerra comercial, focando-se na União Europeia.Continuaremos, pois, sob a ameaça do protecionismo e de

decisões políticas imprevisíveis, que escapam ao nossocontrolo. A Alemanha terá escapado à entrada em recessãotécnica, mas a sua economia permanece fraca e vulnerável.

A atividade permanece mais dinâmica na generalidadedas economias europeias periféricas, mas já é nítido o

impacto da conjuntura externa mais adversa em muitosdestes países. Neste contexto, a modesta recuperação

esperada para o próximo ano deu lugar, agora, à afirmaçãode que a economia europeia entrou num período prolongado

de crescimento reduzido. No plano interno, as empresasenfrentarão o problema crescente da escassez de recursos

humanos qualificados e um enquadramento pouco propícioao investimento e à competitividade, seja ao nível da

fiscalidade, seja nas dificuldades de acesso ao financiamento,seja, ainda, ao nível de um ambiente de negócios no qual os

custos de contexto continuam a ter um peso excessivo.

No plano internacional, vejo 2020 comoum ano marcado pelo Rrexit, pelas eleições

norte-americanas e pelas relaçõesgeopolíticas entre os EUA, Rússia, Chinae Médio Oriente, que poderão provocar

instabilidade nos mercados e na economia

global. As questões ambientais continuarãona agenda, mas espero que com resultados

mais visíveis. No plano interno, queroacreditar que este será o ano do aeroporto do

Montijo, com as obras a decorrer em pleno.Infelizmente, continuo a não ver, para 2020,

a adoção de medidas concretas e eficazes

para combater o desafio da demografia.

FRANCISCO CALHEIROSPresidente da Confederação

do Turismo de Portugal

Prevejo para 2020 imprevisibilidade dosmercados, com aumento do protecionismo e

impacto negativo na Europa da incerteza doBrexit e da possível recessão na Alemanha,

que terá efeitos também em Portugal.Em Portugal, o Governo terá maisdificuldade em gerir os equilíbrios

parlamentares e os fatores externosfarão arrefecer a economia.

LUÍS SOTTOMAYOR"Community manager" da Talent Portugal

2020 será um ano de equilíbrio e gestão para a maioria das empresas e países.Prevejo um aumento da procura da rentabilidade em todos os setores,com consequências diretas no aumento do desemprego. Em paralelo,

e por consequência das políticas monetárias passadas, teremos um aumento da

inflação, um mal menor a longo prazo dado ser a única solução possível a nívelglobal para a redução da dívida pública que é, neste momento, insustentável.

SÉRGIO PEREIRADiretor-geral da Kapten Portugal

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Será um ano com algumainstabilidade política e

reposicionamento económicofase à saída da Inglaterra

da União Europeia. Haverámaior agitação laborai, devido

aos baixos salários que se

praticam no nosso paíse a necessidade da afirmação

de alguns partidos quese encontram na oposição.

A preparação para a presidênciade Portugal na UE pode reforçar

a nossa posição na Zona Euroe desenvolver apoios às

pequenas e médias empresas.Pode também ser uma

oportunidade para incrementarcom maior dinamismo as

exportações. Por fim, haveráuma sobrecarga indireta dos

impostos que agravaráos orçamentos das famílias

mais vulneráveis.

EUGÊNIO JOSÉ DA CRUZ FONSECAPresidente da Caritas Portuguesa

BERNARDINO MEIRELESPresidente da António Meireles

Em finais de 2019 existia um claroabrandamento da economia mundial

pela expectativa da inexistênciade um acordo comercial EUA- China,

pela saída da Inglaterrada União Europeia precipitada sem

nenhum acordo e na Europa temia-seuma recessão económica na

Alemanha. Felizmente a percetivapara 2020 começa a desanuviar

porque existem progressos no acordocomercial EUA-China, o Brexit vai teruma saída organizada e a Alemanhaescapou por pouco a uma recessão

económica. Para que este cenário sejamais otimista para as empresas

portuguesas era importante que aeconomia espanhola crescesse acima

do esperado em 2020.

MANUEL REIS CAMPOSPresidente da CPCI/AICCOPN

Em 2020, tanto Portugal comoa própria Europa estão a iniciar

um novo ciclo económico epolítico, em que é necessário

conciliar soluções efetivas peranteuma conjuntura marcada peladesaceleração do crescimento,

com os grandes desafiosda sustentabilidade. O "European

New Deal" é a resposta queassenta, em grande medida, no

reforço do investimento e no papelda construção e no imobiliário.

Portugal não pode ficar à margeme as empresas do setor vão ser

decisivas neste reforço coletivo.

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HELDER PEDROSecretário geral da ACAP

Antes de mais, consideramos que a estabilidade política é

importante. Deste modo, e tendo em Portugal um Governoque não tem maioria no Parlamento, é importante que essa

situação não contribua para criar instabilidade política e socialno país, cabendo ao Governo a procura de soluções para quetal não se verifique. O setor do mercado automóvel irá, em

nossa opinião, ter um comportamento semelhante ao de 2019,pelo que não se prevê que existam aqui alterações

significativas. A proposta de Orçamento do Estado para 2020continua a manter a pesada carga fiscal sobre o automóvel,

quer no momento da compra quer na circulação.A nível internacional, prevejo que iremos assistir a um quadrode instabilidade, desde logo a nível europeu, com a efetivação

do Brexit. Não é, ainda, possível saber quais irão ser as

consequências para a indústria automóvel mas, certamente,que iremos ter um impacto no nosso setor se consideramos

que uma parte da produção automóvel da Europa continentalse destina ao Reino Unido e que mais de 50% da produção

deste país se destina aos outros países da União Europeia. Anível internacional, o conflito comercial entre os Estados

Unidos e a China irá continuar a dominar a economia mundial.

No próximo ano, em termos globais, acredito que o tema da emergência climáticacontinuará na ordem do dia, com a União Europeia a dar os primeiros passos concretos

no seu ambicioso "Green Deal". As alterações do clima e os seus impactos na vida dodia a dia implicam também o setor segurador, que tem procurado soluções para lidar

com o tema. A sustentabilidade é outro dos principais desafios do setor segurador.Na Europ Assistance, a sustenlabilidade é já um compromisso claramente assumidosob a forma de prioridade estratégica. O nosso universo de colaboradores, nas suas

diferentes esferas de atuação, está envolvido neste processo, através da integração deum conjunto de boas práticas que convergem no sentido de um futuro mais sustentável.O consumidor continuará a ser o centra das atenções, ao qual o setor terá de continuar

a apresentar soluções inovadoras e diferenciadoras que respondam às suas reais

necessidades, a preços competitivos, com um serviço rápido, eficaz e de elevadaqualidade. A digitalização põe também desafios a todos os setores, e o dos seguros não

foge à regra. A Europ Assistance vai continuar a apostar numa forte componentetecnológica e digital para melhorar os processos, aumentando a qualidade,

rapidez e eficiência do serviço ao cliente.

PAU LA CASA NOVACEO da Europ Assistance Portugal

2020 será certamenteum ano desafiante, mas

também com importantesoportunidades, em especial

na área do digital.A Oracle espera um reforçode investimento nesta área,

que irá permitir às

empresas aumentarema sua competitividade,

inovação e rentabilidade.Esperamos também

uma maior adoção das TI(tecnologias de informação)pelo setor público, dado que

o Governo selecionouesta área como uma

prioridade. Esperamosque as cativações não sejam

um bloqueador dessa

evolução e que 2020 tragamais e melhores serviços

digitais ao cidadão.

BRUNO MORAIS"Country manager"da Oracle Portugal

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PEDRO BARROS ROLOPartner da Invest&Co

A nível nacional, o Orçamentodo Estado apresentado para 2020

foi uma profunda desilusão.Pretender superavit orçamental

e em simultâneo aumentar os

impostos, muito concretamenteno imobiliário, que é a minha áreade atividade, é uma opção que nãofaz qualquer sentido e é desprovida

de qualquer ambição decrescimento. A nível externo,

o que vai acontecer nos/aos EstadosUnidos "impeachment" (?) de

Donald Trump -, o Brexit e a(in) estabilidade política do MédioOriente poderão marcar positivaou negativamente o ano de 2020.Esperemos que positivamente...

A Zona Euro com problemas do Brexit que se podem alastrar a outros paísesou regiões como, por exemplo, a Escócia, a Catalunha, o Norte de Itália.

Eleição nos EUA c caso Trump ganhe pode haver um aumento de poderesdo Presidente, o que não me parece positivo. Mais do mesmo no combate

à poluição (mares e ar); mais do mesmo no investimento público.Muito interessante seguir as eleições legislativas cm Hong Kongc saber se o fenómeno não c replicado noutras regiões da China.

CARLOS BARBOTPresidente das Tintas Barbot

Em termos globais, o ano de 2020 vai sermarcado por tensões sociais e uma forte

instabilidade nas sociedades mais evoluídas,

manipuladas essencialmente por movimentos

inorgânicos da esquerda radical e populista.Por outro lado, após mais de uma década

de crescimento da economia mundial,perspetiva-se uma inversão de ciclo cm algumaseconomias importantes com as quais Portugal

interage de forma muito próxima. Em Portugal,é previsível que os serviços públicos continuem

a deteriorar-se c que uma carga fiscaldesmesurada se mantenha como o principal

obstáculo a um crescimento consistente.

RAFAEL CAMPOS PEREIRAvice-presidente executivo

da AIMMAP

Como um desafio para cidadãos,empresas e instituições públicas.

Um desafio para o mundo,para a Europa e para Portugal.

Vamos iniciar uma nova décadacom a responsabilidade individual

e coletiva de assegurar o melhorpresente para todos nós,

mas também o melhor futuropara as gerações vindouras.Com grandes encruzilhadas

para resolver, exemplos, entremuitos, da crise dos imigrantes,

da expansão dos populismose do Brexit, vêm aí tempos

de grande responsabilidade.

PAULO CUNHAPresidente da Câmara de vila Nova de Famalicão

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Dar continuidade ao projeto de expansãoe modernização da rede, bem como à recuperaçãodo investimento em material circulante. Reforçar a

promoção da sustentabilidade ambiental, energéticae económico financeira promovendo a mobilidade

sustentável urbana através da utilizaçãodo transporte público, em modo metro, continuando

a adequar a oferta à procura. Aumentara regularidade e fiabilidade do serviço prestado,inovando os sistemas de informação ao cliente

e melhorando as acessibilidades em toda a rede.

VÍTOR DOMINGUES DOS SANTOSPresidente do conselho de administração

do Metropolitano de Lisboa

A nível económico poderáser o ano de alívio de tensões

protecionistas, com reale positivo impacto a nível global.Economias abertas desenvolvem

vantagens competitivas.A economia portuguesa teráde continuar a impulsionara indústria 4.0 para assimpotenciar a produtividadee mitigar a disponibilidade

do fator trabalho. Tal será tantomais importante quanto

mais próximos estivermosdo pico do clique económico,

o que parece ser o caso.

ARLINDO COSTA LEITEPresidente da vicaima

GABRIELA FIGUEIREDO DIASPresidente da CMVM

Um marco, pelo Brexit, a nova Comissão Europeiae o relançamento da União do Mercado de Capitais.

Uma vertigem, pela situação desaflante dos mercadose da economia mundial, a braços com relevantes

desequilíbrios ambientais, demográficos e financeirose o risco acrescido de novas crises financeiras

que deles resulta. E uma viragem, porque chegamosa 2020 confrontados com a responsabilidade

de sermos donos do futuro, comprometendo-noscom os valores da ética, da justiça e da

sustentabilidade dos mercados, da economia e dasociedade. É neste contexto, que coloca exigênciasacrescidas à supervisão financeira, que planeámos

a nossa atividade em 2020, focados na defesado investidor e na recuperação da sua confiança

no funcionamento de um mercado de capitais queseja crescentemente uma alternativa para a poupança

e o financiamento das famílias e das empresas.

O ano de 2020 será de desaceleramento económico mundial, com o aumentode barreiras comerciais e tensões geopolíticas, nomeadamente EUA-China. A

economia colaborativa continuará em forte crescimento, com as empresas de referênciadesta área a darem sinais de que se poderão tornar sustentáveis, apoiando, inclusive,

na redução dos efeitos nefastos das alterações climáticas. Em Portugal, o turismocontinuará a ser o motor de crescimento económico, que deveria ser acompanhadopor novas políticas fiscais menos penalizadoras para as empresas e para as famílias.

RICARDO HENRIQUESCEO da Agrikolage

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A nível internacional, 2020será dominado pelos mesmosfatores de ordem política que

marcaram o ano que agora termina,desde o processo do Brexit, até às

guerras comerciais e à tendência deaumento do protecionismo e recuona globalização. Adicionalmente,

as eleições presidenciais nos EUA,em novembro vão certamente

constituir mais um fatorcondicionante. Em termos

financeiros, as taxas de juro e oscustos de financiamento deverãomanter-se muito baixos, apoiadosnuma postura de "wait and see"

e suporte ao crescimentopelos principais bancos centrais,

Fed e BCE. Portugal deverá crescerum pouco menos do que em 2019

(esperamos 1,7%), mas será umcrescimento mais equilibrado,

suportado pela robustezdo mercado de trabalho, confiança

das famílias e das empresas.Os riscos são sobretudo de natureza

externa, mas atualmenteafiguram-se mais equilibrados.Pelo que o ano poderá mesmosurpreender favoravelmente.

PAULA CARVALHOEconomista-chefe do BPI

O próximo ano decorrerá sobo signo do novo propósito. Por

um lado, 2020 iniciará um novociclo legislativo nacional e europeu,

pelo que são esperadas revisõeslegislativas na área dos direitos

dos acionistas de sociedadescotadas, dos fundos de pensões,

dos prospetos, da reestruturaçãopreventiva e perdão de dívidas,

sendo todos estes temas emtransposição do regime europeu.Será, igualmente, o ano a marcara entrada em vigor das alterações

ao Código de Processo Civil,do novo regime das fundações

e dos fundos de investimento e da

regulamentação da contribuiçãoadicional por rotatividadeexcessiva, em penalização

da contratação a termo.Por outro lado, na área do

"corporate governance", 2020consagrará provavelmente umapoio mundial ao Manifesto

da Business Roundtable em tornodo propósito societário, no sentido

de uma governação alinhadacom todos os "stakeholders".

PAULO CÂMARA"Managing partner" da Sérvulo

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ANA TRIGO MORAISCEO da Sociedade Ponto Verde

2020 trará a agendada Sustentabilidade e Ambientepara todos os negócios, políticas

e cidadãos. Vamos caminharmais aceleradamente

para a Economia Circular,para a Neutralidade Carbónica

e para a Inovação na cadeiade valor da Reciclagem. Há,ainda, muitas oportunidadesde reindustrialização Verde,

precisamos de mais Ciência, maistecnologia e mais investimento naEconomia Verde. E o "Green Deal"

europeu poderá vir a ser umelemento de transformação

determinante neste caminho.Aguardemos!

MIGUEL MATOSDiretor-geral da Tabaqueira

A Tabaqueira vai aumentai- as exportaçõesde forma significativa, e consolidar-se comoum dos maiores exportadores portugueses.A sustentabilidade é a prioridade e faremostudo para alcançar uma rápida substituição

dos cigarros por alternativas semcombustão, como o tabaco aquecido.A evidência científica independenteconfirma de forma inequívoca que

se trata de opções muito melhores paraos fumadores. Os media serão

fundamentais para trazer para o debateos factos e as diferentes perspetivas.

O "generation gap" entre gerações vai acentuar-se seas mais novas continuarem a culpar as mais velhas

pelo seu insucesso na proteção do futuro do planeta eda proteção da humanidade e as mais velhas nãotomarem medidas mais drásticas nesse sentido.

A política dos Estados Unidos será uma força de bloqueioou avanço, dependendo de como os democratas serão"avaliados" por terem avançado com o "impeachment"e poderemos ter mais um mandato de Trump. Se essefor o caso, as guerras comerciais continuarão a ser um

tópico quente c a imprevisibilidade da Casa Brancacontinuará mundialmente a pôr em causa os EUAcomo um aliado conflável. A questão do gás entre

a Alemanha e Rússia, poderá contribuir como maisum impacto disruptivo entre EUA e Europa.

Ano após ano, o mundo precisa de mais empatia,entendimento entre as várias nações, esperança e líderes

que promovam a união e o fim de radicalismos.

ANA MIRANDAPresidente da Arte Institute

Vejo 2020 como um ano propenso à instabilidade política e social.Desde logo, porque o Governo não firmou um acordo parlamentarcom os partidos à sua esquerda, e à direita tem dois partidos, PSD

e CDS, em processo de afirmação das respetivas lideranças. Poroutro lado, a necessidade de prosseguir a consolidação orçamental(o que exige contenção na despesa pública) vai continuar a gerar

descontentamento social, designadamente em setores muitoreivindicativos, como a saúde, a educação e os transportes.

ANTÓNIO DE SOUSA PEREIRAReitor da Universidade do Porto

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JOÃO MOREIRA RATOConsultor

2020 vai ser um ano de eleições nos Estados Unidos. A administraçãoTrump tem todo o interesse em não desestabilizar os mercados

financeiros. Por outro lado, a economia americana está cada vez maispróxima do pleno emprego e continua a crescer acima do potencialgraças a um crescimento do consumo sustentado em boa parte pelo

aumento dos salários. Esses aumentos de salários têm sido suportadospelas empresas sem efeito nos preços, travando o impacto na inflação.Por quanto tempo isso será possível e a inflação continuará contida?

Sem inflação, a Fed não sobe taxas de juro, sendo mesmo possível que aFed seja forçada a cortar taxas em caso de correções nos mercados

acionistas. Neste caso o mercado acionista pode estar por agorarelativamente protegido pelo célebre Fed put. Se a inflação não voltar

claro. A "performance" da economia chinesa continuará a condicionar ocrescimento no resto do mundo com especial impacto nas economias

emergentes. Na China, a política monetária e a fiscal podem tentarcontrariar o ciclo mas já têm menos força para contrariar

a travagem devida à reorganização do comércio global e a diminuiçãoda capacidade de aumento do crédito interno. A questão que se põeé até quando os mercados acionistas americanos e o imobiliário na

Europa continuarão, sob a influência de uma política monetáriaacomodatícia, a subir sem que os fundamentais o justifiquem?

De forma moderadamente positivaem Portugal, embora tenha havido

uma enorme precipitação doGoverno ao imiscuir-se nos salários

do setor privado. Este não é, de todo,o papel do Governo, c mais estranho

se torna quando aos "seusfuncionários" propõe aumentoscerca de 10 vezes mais baixos do

que os que sugere ao setor privado(o próprio nome deveria ser inibidor

de sugestões de salários...).Em termos globais, Brasil c EUA

são bombas-rclógio c a derivaconservadora c ultralibcral que

percorre a América Latina c o Lesteda Europa são motivos de séria

preocupação. Há ainda as incertezasprovocadas pelas novas lideranças

ao nível do FMI, BCEc CE.

PEDRO TINOCO FRAGACEO da F3M - Information Systems

FERNANDO ALEXANDREProfessor da Universidade do Minho

Depois de décadas de crescimento daeconomia e do comércio mundial, nosúltimos anos acumularam-se tensõescomerciais c nacionalistas. A guerra

comercial entre os Estados Unidos c aChina, o Brcxit, as ameaças renovadas

da Escócia cm abandonar o ReinoUnido e da Catalunha em abandonar a

Espanha ou o fortalecimento dosnacionalismos no Leste europeu

ameaçam pôr fim a uma era em quedominou o sistema capitalista

globalizado. A evolução naquelesconflitos, explícitos ou latentes, irá

marcar o desempenho da economiamundial, da economia europeia e,

obviamente, da economia portuguesacm 2020.

Muita incerteza ao níveldos grandes blocos

gcoestratégicos: China, EUAc Europa; nomeadamente

nos acordos comerciais que podemcondicionar a evolução daeconomia da Zona Euro.

Tendência de abrandamento daeconomia alemã que condicionaráa evolução da economia europeia.A nível nacional, a falta de acordo

prévio dos partidos quesuportaram o último governo podegerar uma crise política e debilitar

a posição do Governo para a

execução de reformas estruturais,proporcionando o aumento da

despesa do OE (cedência a gruposde pressão). Será o investimentoprivado a estimular a economia.

FRANCISCO MARQUES DA SILVACEOdaCLIP

Os acontecimentosgeopolíticos internacionaisdevem continuar a marcar a

evolução da economiamundial. Três eventos

parecem ser particularmentesignificativos: i) a saída formal

do Reino Unido da UniãoEuropeia no final de janeiro

e as suas consequênciasinternas e externas; ii) a

continuação do bloqueiopolítico em Espanha, tambémcom consequências internas

imprevisíveis; e iii) o resultadodas eleições presidenciais

americanas de novembro quepodem prolongar ou não a

atual administração.

JOÃO BORGES DE ASSUNÇÃOProfessor da Universidade Católica

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Normalmente, novasdécadas começam com um

sentimento de otimismo, mas háuma grande instabilidade a nível

social e uma real falta de liderançapolítica. O facto de as pessoas nãosentirem que estão a ser ouvidas éuma grande preocupação. Causa

mudanças políticas a curto prazo e

reações populistas. Temos algunsproblemas sérios para resolver(como as mudanças climáticas),

mas isso requer honestidade,trabalho duro e sacrifício.

Enfrentamos o grande desafiode as pessoas esperarem receber

mais fazendo menos, o queprejudica o sistema económico de

base. Não há negócios fáceis e

ganhar dinheiro é difícil.Os governos, particularmente na

Europa Ocidental, esperam que as

empresas carreguem mais a cargade apoio social e as estruturasregulatórias pesadas que elas

impõem. Os custos estão a subirrapidamente, as margens estão a

ser espremidas e os altos impostos(em Portugal) esmagam o

incentivo para assumir riscos.2020 é um ano de transição que

podemos esperar passarsem grande instabilidade. Mas

a esperança não é uma estratégia.Precisamos de honestidade

política, clareza de propósitoe trabalho duro. Essas ferramentas

trazem prosperidade.

ADRIAN BRIDGECEO da The Fladgate Partnership

JORGE PAVÃO DE SOUSA"Managing director" da Eleven

Sports Portugal

2020 será o anoda convergência de

meios: linear, social edigital. Os desafios

associados à privacidadede dados pessoais,

sustentabilidade dosmodelos de negócio

e gestão do talento naera digital vão acentuaros desafios da disrupção

tecnológica e daconveniência de acessoaos serviços e produtos

que adicionam valore relevância no dia a dia.

A Eleven Sportsprocurará manter- se

na linha da frenteda inovação com

os melhores produtose formatos.

Em 2019 introduzimoso serviço "watch

together" e efetuámosa primeira emissão

desportiva em "pay-per--view". Em 2020, vamos

continuar a inovare a surpreender.