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PROJETO MECÂNICO DE UMA MÁQUINA OSCILATÓRIA LINEAR DE ALTA
FREQUÊNCIA (SRV)
Alecy Aparecida Araujo Praes
Projeto de Graduação apresentado ao Curso de Engenharia Mecânica da Escola
Politécnica, Universidade Federal do Rio de Janeiro, como parte dos requisitos
necessários à obtenção do título de Engenheiro.
Orientador: Sylvio José Ribeiro de Oliveira
Rio de Janeiro
SETEMBRO de 2016
UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO DE JANEIRO
Departamento de Engenharia Mecânica
DEM/POLI/UFRJ
PROJETO MECÂNICO DE UMA MÁQUINA OSCILATÓRIA LINEAR DE ALTA
FREQUÊNCIA (SRV)
Alecy Aparecida Araujo Praes
PROJETO FINAL SUBMETIDO AO CORPO DOCENTE DO DEPARTAMENTO DE
ENGENHARIA MECÂNICA DA ESCOLA POLITÉCNICA DA UNIVERSIDADE
FEDERAL DO RIO DE JANEIRO COMO PARTE DOS REQUISITOS
NECESSÁRIOS PARA A OBTENÇÃO DO GRAU DE ENGENHEIRO MECÂNICO.
Examinada por:
Prof. Sylvio José Ribeiro de Oliveira, Dr. Ing.
Prof. Flavio de Marco Filho, Dsc.
Prof. Vitor Ferreira Romano, Dott. Ric.
RIO DE JANEIRO, RJ - BRASIL
SETEMBRO de 2016
iii
Praes, Alecy Aparecida Araujo
Projeto mecânico de uma máquina oscilatória linear de alta
frequência (SRV)/Alecy Aparecida Araujo Praes. – Rio de
Janeiro: UFRJ/Escola Politécnica, 2016.
X, (56) p.: il.; 29, 7cm.
Orientador: Sylvio José Ribeiro de Oliveira
Projeto de Graduação – UFRJ/Escola Politécnica/Curso de
Engenharia Mecânica, 2016.
Referências Bibliográficas: p. (66,67)
1.Introdução 2. Projeto básico 3. Projeto de detalhamento
4. Conclusão 5. Bibliografia
I. de Oliveira, Sylvio José Ribeiro. II. Universidade Federal
do Rio de Janeiro, Escola Politécnica, Curso de Engenharia
Mecânica. III. Titulo.
iv
Agradecimentos Agradeço primeiramente a Deus por ser fonte inesgotável de força e fé para mim.
À toda a minha família, sempre presente em todos os momentos me dando forças para seguir
em frente, especialmente à minha mãe por ser a pessoa mais bondosa e carinhosa que conheço,
sem ela eu com certeza não teria chegado até aqui, ao meu pai por ser sempre meu incentivo e
sempre ter acreditado em mim, aos meus irmãos e cunhadas, Anderson, Alessandro, Camila e
Cássia, por serem sempre presentes na minha vida, carinhosos e amigos, a Jéssica e Niete por
serem sempre tão preocupadas e amigas em todas as horas e aos meus sobrinhos e afilhados,
Ana Carolina, Manuella, Nicolas e Isac, as crianças mais amorosas desse mundo e por quem
eu sempre penso em evoluir para ser um bom exemplo.
Ao meu namorado, Raslan, por ser o melhor companheiro que eu poderia ter sempre
compreensivo e carinhoso comigo.
Aos melhores amigos que eu poderia ter: Aryanne, Priscilla, Carol, Hayana, Larissa, Thiaron,
Aninha e Dathena.
Ao professor Sylvio José por toda paciência e conhecimentos a mim passados e a todos do
laboratório de tribologia e metrologia dimensional por contribuírem sempre comigo.
v
Resumo do Projeto de Graduação apresentado à Escola Politécnica/UFRJ como parte dos
requisitos necessários para a obtenção do grau de Engenheiro Mecânico.
PROJETO DE UMA MÁQUINA OSCILATÓRIA LINEAR DE ALTA FREQUÊNCIA
(SRV)
Alecy Aparecida Araujo Praes
Setembro/2016
Orientador: Sylvio José Ribeiro de Oliveira
Programa: Engenharia Mecânica
Este trabalho apresenta um projeto de uma máquina de oscilação linear de alta
frequência, SRV, baseado nas normas de testes padronizados da ASTM com o objetivo de ser
utilizada em ensaios de atrito e de desgaste. Foram feitos cálculos de resistência dos elementos
principais do projeto a partir de resultados de testes padronizados feitos anteriormente em
SRVs e o desenho técnico do projeto.
Palavras chaves: Tribologia, SRV, Lubricidade, Coeficiente de atrito.
vi
Abstract of Undergraduate Project presented to POLI/UFRJ as a partial fulfillment of the
requirements for the degree of Mechanic Engineer.
Machine design of a linear-oscillation of high-frequency (SRV)
Alecy Aparecida Araujo Praes
September/2016
Advisor: Sylvio José Ribeiro de Oliveira
Department: Mechanical Engineering
This coursework presents a project of a linear-oscillation of high frequency (SRV) test
machine based on standard tests of ASTM with the aim of being useful on friction and wear
tests. The main elements resistance was estimated from results of standard tests made before
in SRVs and the project design.
Key words: Tribology, SRV, Lubricity, Friction coefficient.
vii
Sumário Lista de Figuras .......................................................................................................................... x
Lista de Tabelas ........................................................................................................................ xi
1. Introdução ......................................................................................................................... 13
1.1 Lubricidade de Diesel .............................................................................................................. 13
1.2 Métodos de teste ...................................................................................................................... 13
1.3 Fundamentos da lubrificação ................................................................................................... 14
1.4 Parâmetros principais ............................................................................................................... 15
2. Projeto básico ................................................................................................................... 17
2.1 Lista de exigências ................................................................................................................... 17
2.2 Avaliação das alternativas ........................................................................................................ 18
3. Projeto de detalhamento ................................................................................................... 19
3.1 Movimento alternativo ............................................................................................................. 19
3.1.1 Motor elétrico .................................................................................................................. 19
3.1.2 Transmissão ..................................................................................................................... 20
3.1.2.1 Dimensionamento das polias e correias...................................................... 20
3.1.2.1.1 Tensões nas correias: .............................................................................. 26
3.1.2.2 Chavetas...................................................................................................... 29
3.1.2.2.1 Chaveta do motor ................................................................................... 29
3.1.2.2.2 Chavetas do eixo excêntrico ................................................................... 30
3.1.3 Eixo excêntrico ................................................................................................................ 30
3.1.3.1 Diagrama de corpo livre ............................................................................. 30
3.1.3.2 Torção ......................................................................................................... 31
3.1.3.3 Flexão ......................................................................................................... 31
3.1.3.4 Tensões ....................................................................................................... 32
3.1.3.5 Tensões de Von Mises ................................................................................ 33
3.1.3.6 Fadiga ......................................................................................................... 34
3.1.3.6.1 Fator de superfície 𝐤𝐚 ............................................................................ 34
3.1.3.6.2 Fator de tamanho 𝐤𝐛 .............................................................................. 34
3.1.3.6.3 Fator de carregamento 𝐤𝐜 ...................................................................... 34
3.1.3.6.4 Fator de temperatura 𝐤𝐝 ......................................................................... 35
3.1.3.6.5 Fator de confiabilidade 𝐤𝐞 ..................................................................... 35
3.1.3.6.6 Fator de efeitos diversos 𝐤𝐟.................................................................... 35
3.1.4 Mancal ............................................................................................................................. 35
3.1.4.1 Vedações do mancal: .................................................................................. 36
viii
3.1.4.1.1 Vedações de quatro lábios ...................................................................... 36
3.1.4.1.2 Vedador em V ........................................................................................ 36
3.1.4.1.3 Tampas de fechamento ........................................................................... 36
3.1.4.1.4 Anel de posição ...................................................................................... 37
3.1.5 Biela ................................................................................................................................ 37
3.1.5.1.1 Determinação do tamanho da biela: ....................................................... 37
3.1.5.1.2 Análise cinética do conjunto biela/eixo secundário: .............................. 37
3.1.6 Eixo secundário ............................................................................................................... 43
3.1.6.1.1 Análise de forças no eixo secundário ..................................................... 43
3.1.6.1.2 Tensão axial............................................................................................ 43
3.1.6.1.3 Deformação ............................................................................................ 43
3.2 Aplicação da força vertical ...................................................................................................... 43
3.2.1 Atuador pneumático ........................................................................................................ 43
3.3 Parafusos .................................................................................................................................. 44
3.3.1 Parafusos do mancal ........................................................................................................ 44
3.3.1.1 Rigidez dos fixadores ................................................................................. 44
3.3.1.2 Constante de rigidez da junção ................................................................... 46
3.3.1.3 Pré-carga recomendada ............................................................................... 47
3.3.1.4 Fator de carga ............................................................................................. 47
3.3.2 Parafusos suporte do atuador de fole ............................................................................... 47
3.3.2.1 Rigidez dos fixadores ................................................................................. 47
3.3.2.2 Constante de rigidez da junção ................................................................... 48
3.3.2.3 Pré-carga recomendada ............................................................................... 48
3.3.2.4 Fator de carga ............................................................................................. 48
3.3.3 Parafuso da biela ............................................................................................................. 49
3.3.3.1 Rigidez dos fixadores ................................................................................. 49
3.3.3.2 Constante de rigidez da junção ................................................................... 50
3.3.3.3 Pré-carga recomendada ............................................................................... 50
3.3.3.4 Fator de carga ............................................................................................. 50
3.4 Rolamentos .............................................................................................................................. 51
3.4.1 Rolamento do mancal ...................................................................................................... 51
3.4.1.1 Carga dinâmica equivalente do rolamento ................................................. 52
3.4.1.2 Carga estática do rolamento ....................................................................... 52
3.4.1.3 Carga mínima ............................................................................................. 52
3.4.1.4 Vida do rolamento: ..................................................................................... 55
3.4.2 Rolamentos da biela ........................................................................................................ 57
ix
3.4.2.1 Rolamento 6008 .......................................................................................... 57
3.4.2.1.1 Capacidade de carga axial ....................................................................... 58
3.4.2.1.2 Carga dinâmica equivalente do rolamento ............................................. 58
3.4.2.1.3 Carga estática equivalente do rolamento (𝑷𝟎)....................................... 58
3.4.2.1.4 Carga mínima ......................................................................................... 58
3.4.2.1.5 Vida útil do rolamento............................................................................ 59
3.4.2.2 Rolamento 6000 .......................................................................................... 60
3.4.2.2.1 Capacidade de carga axial ...................................................................... 60
3.4.2.2.2 Carga dinâmica equivalente do rolamento ............................................. 61
3.4.2.2.3 Carga estática equivalente do rolamento (𝑷𝟎)....................................... 61
3.4.2.2.4 Carga mínima ......................................................................................... 61
3.4.2.2.5 Vida útil do rolamento............................................................................ 61
3.5 Sensores ................................................................................................................................... 62
3.5.1 Sensor de força ................................................................................................................ 62
3.5.2 Sensor de temperatura ..................................................................................................... 62
3.6 Cone morse .............................................................................................................................. 63
3.7 Vedação do reservatório de óleo .............................................................................................. 65
4. Conclusão ......................................................................................................................... 65
5. Bibliografia ....................................................................................................................... 66
x
Lista de Figuras Figura 1-1 - Métodos de teste [3] ............................................................................................. 14
Figura 1-2 - Diagrama de Stribeck – [3] .................................................................................. 15
Figura 1-3 – Viscosidade[17]................................................................................................... 15
Figura 1-4 – Mancal guia[16] .................................................................................................. 17
Figura 2-1 - Projeto básico SRV [14] ...................................................................................... 18
Figura 3-1 - Especificação motor WEG [11] ........................................................................... 20
Figura 3-2 - Seleção seção da correia [6]................................................................................. 22
Figura 3-3 - Seleção do comprimento da correia [6] ............................................................... 22
Figura 3-4 - Dentes na malha e fator de correção do comprimento da correia [6] .................. 23
Figura 3-5 - Potência por correia [6] ........................................................................................ 24
Figura 3-6 - Seleção comprimento da correia [6] .................................................................... 25
Figura 3-7 - Potência por correia [6] ........................................................................................ 26
Figura 3-8 - Curvas de conjugado nominal e corrente [11] ...... Erro! Indicador não definido.
Figura 3-9 - Peso e tensão para correias sincronizadoras SKF [6] .......................................... 27
Figura 3-10 - Razão do fator arco de contato[6] ...................................................................... 28
Figura 3-11 - Diagrama de corpo livre do eixo excêntrico ...................................................... 30
Figura 3-12 - Momento fletor no eixo excêntrico .................................................................... 31
Figura 3-13 - Diagrama de momento fletor ............................................................................. 32
Figura 3-22 – Vedador de quatro lábios[18] ............................................................................ 36
Figura 3-23 – Vedador em V[18]............................................................................................. 36
Figura 3-24 – Tampa de fechamento [18] ................................................................................ 36
Figura 3-25 - Excêntrico, biela e eixo secundário ................................................................... 37
Figura 3-26 - Excêntrico, biela e eixo secundário simplificados ............................................. 37
Figura 3-27 - Gráfico velocidade x graus biela de 20 mm ...................................................... 40
Figura 3-28 - Gráfico aceleração x graus biela de 20 mm ....................................................... 40
Figura 3-29 - Gráfico velocidade x graus biela de 50 mm ...................................................... 41
Figura 3-30 - Aceleração x graus biela de 50 mm ................................................................... 41
Figura 3-31 - Velocidade x graus biela de 100 mm ................................................................. 42
Figura 3-32 - Aceleração x graus biela de 100 mm ................................................................. 42
Figura 3-37 - Parafuso do mancal ............................................................................................ 45
Figura 3-40 - Dimensões do rolamento 2306 [19] ................................................................... 51
Figura 3-41 - Dados de cálculo rolamento 2306 [19] .............................................................. 51
Figura 3-42 - Diagrama 1 [12] ................................................................................................. 54
Figura 3-43 - Diagrama 2 [12] ................................................................................................. 54
Figura 3-44 - Fator 𝒂𝟏 [20] ..................................................................................................... 55
Figura 3-45 - Fator 𝜼𝒄 [20] ...................................................................................................... 56
Figura 3-46 - Fator 𝒂𝑺𝑲𝑭 [20] ................................................................................................ 56
Figura 3-47 - Rolamento 6008 [19] ......................................................................................... 57
Figura 3-48 - Dados de cálculo rolamento 6008 [19] .............................................................. 58
Figura 3-49 - Dimensões rolamento 6000 [19] ........................................................................ 60
Figura 3-50 - Dados de cálculo rolamento 6000 [19] .............................................................. 60
xi
Lista de Tabelas
Tabela 3-1 - Seleção do fator de serviço [6] ............................................................................ 20
Tabela 3-2 - Seleção de chaveta [1] ......................................................................................... 29
Tabela 3-3 - Parâmetros no fator de condição de superfície [1] .............................................. 34
Tabela 3-4 - Seleção do fator de confiabilidade [1] ................................................................. 35
Tabela 3-5 - Coeficiente de atrito constante para rolamentos abertos [8] ............................... 53
13
1. Introdução Quando há um movimento de uma superfície em relação a outra superfície, existirá uma força
de resistência a este movimento, que se chama força de atrito. O atrito pode ser primordial ao
funcionamento de um mecanismo, por exemplo em freios, ou totalmente indesejável, pois
consome energia sem produzir trabalho. O atrito pode ser dividido em dois tipos: sólido e
fluido. O atrito sólido se subdivide em atrito de rolamento, quando o deslocamento ocorre
através de rotação (menor atrito), e atrito de deslizamento, quando uma superfície se desloca
em contato com outra. Todas as superfícies sólidas apresentam rugosidades, a relação entre as
superfícies caracteriza os mecanismos de atrito: cisalhamento ou adesão. O cisalhamento
ocorre quando há contato entre os picos de rugosidades das superfícies e a adesão ocorre nos
pontos de contato entre as superfícies. Enquanto o atrito é suficiente para impedir o início do
movimento, o atrito é estático. Após o início do movimento a força de atrito chama-se atrito
cinético. O estudo de lubrificantes se tornou uma necessidade desde a necessidade de redução
do atrito em máquinas para melhor aproveitamento da potência gasta. Os efeitos do atrito são:
força de resistência oposta ao movimento dos corpos, perda de potência e aumento de
temperatura e consequentemente danificação de superfície.
1.1 Lubricidade de Diesel O óleo Diesel constitui-se de uma mistura de hidrocarbonetos (parafínicos, olefínicos,
naftênicos e aromáticos) e moléculas de enxofre, nitrogênio, metais e oxigênio. Ele é
classificado de acordo com suas propriedades, como por exemplo: ponto de fulgor, ponto de
fluidez, percentagem de água e de sedimentos, carbono residual, cinzas sulfatadas, temperatura
de destilação, viscosidade, lubricidade, entre outras. Lubricidade é uma característica definida
segundo a norma ASTM D-6079 – 04 como um termo qualitativo para descrever habilidade de
um fluido para oferecer atrito e desgaste das superfícies em movimento relativo a carga
aplicada. Desta forma a lubricidade pode ser entendida como uma característica de um
combustível ou lubrificante que ocasiona diferença no atrito quando sob condições de
lubrificação de uma camada limite. Portanto, pode se entender que boa lubricidade está
diretamente relacionada a baixo atrito. O atrito ocorre devido a interação entre as asperezas de
duas superfícies em contato, gerando forças de contato que se opõe ao movimento, as forças
de atrito. Se entre as duas superfícies há um material diminuindo as forças de atrito então o
contato é lubrificado.
O lubrificante tem como característica principal uma tensão de cisalhamento menor que a das
superfícies envolvidas no contato, além disso a sua presença causa um afastamento entre as
superfícies em contato, o que reduz o contato entre as asperezas. A combinação destes dois
fatores evita a deformação plástica das rugosidades envolvidas no contato seguida de
cisalhamento o que causaria maior desgaste das superfícies e coeficiente de atrito alto entre as
mesmas. A lubricidade é um fator que pode ser avaliado em ensaios laboratoriais.
1.2 Métodos de teste Existem diferentes tipos de testes para avaliar o desempenho de lubrificantes industriais ou em
desenvolvimento. Tribômetros são máquinas desenvolvidas para testar propriedades
tribológicas dos lubrificantes e possuem geometrias variadas para simular situações cotidianas
dentro de laboratórios. Todos os tribômetros possuem princípios similares, uma carga crescente
atuando sobre duas superfícies lubrificadas em movimento a temperatura constante. Os
principais tipos geometrias dos tribômetros são: (a) esfera-disco onde a esfera em movimento
14
alternativo desliza contra um disco fixo; (b)“four ball”: uma esfera de aço gira contra três
esferas similares a elas e fixas; (c) pino-disco onde uma carga é aplicada a um pino fixo em
contato com um disco que gira; (d) ensaio Timken: um bloco de aço e um anel cilíndrico de
aço rotativo são pressionados por uma carga constante durante dez minutos;
(e) ensaio onde o cilindro gira em contato com uma placa onde é aplicada a carga; (f) ensaio
Falex: um eixo cilíndrico gira entre dois mancais em forma de V que são pressionados com
força crescente contra o eixo; (g) ensaio Almen um eixo cilíndrico gira em um mancal de bucha
fendida onde é aplicada a carga; (h) um disco gira atriando com uma superfície plana e a carga
se aplica no disco e (i) ensaio onde dois cilindros concêntricos são forçados a deslizar um contra
o outro.
FIGURA 1-1 - MÉTODOS DE TESTE [3]
1.3 Fundamentos da lubrificação Lubrificação é definida, tecnicamente, como a ação do lubrificante de separar as superfícies de
elementos de máquinas e evitar aquecimento.
São distintos os filmes espessos dos filmes finos de lubrificação. Quando a espessura média do
filme de lubrificação é maior que a rugosidade média da superfície então é classificada como
lubrificação hidrodinâmica. Maquinários modernos de alta velocidade usualmente operam sob
condições de filme hidrodinâmico de lubrificante.
No entanto quando uma máquina permanece estagnada, mesmo que por um instante, o
lubrificante irá escoar por uma grande extensão e ao ligar a máquina e aplicar a carga um filme
fino de lubrificante será formado provavelmente, logo a carga será suportada em sua maioria
pelos topos das asperezas das superfícies em contato, o que favorecerá o desgaste enquanto um
filme espesso não é formado.
Os regimes de lubrificação podem ser subdivididos em quatro tipos básicos, são eles:
hidrodinâmico, elastohidrodinâmico, misto e limítrofe e estão ilustrados na figura abaixo
denominada diagrama de Stribeck. A lubrificação hidrodinâmica é a melhor condição de
15
lubrificação, onde não há contato entre as rugosidades, devido a espessura do filme lubrificante
ser maior que as asperezas das superfícies em contato, portanto o coeficiente de atrito é
determinado pela viscosidade do lubrificante. Na lubrificação elastohidrodinâmica a espessura
do filme lubrificante é da ordem de grandeza da rugosidade superficial dos corpos em contato,
o filme que promove a separação das superfícies em contato é fino e ocorre modificação da
viscosidade do fluido no contato devido a pressão gerada pela deformação elástica das
superfícies. O regime misto caracteriza-se pela transição entre o regime elastohidrodinâmico e
o limítrofe. O regime limítrofe caracteriza-se por mínima parcela de fluido aderida a superfície
que não é capaz de separar completamente as superfícies pode haver contato entre os maiores
picos de rugosidade e pode haver separação entre as superfícies.
FIGURA 1-2 - DIAGRAMA DE STRIBECK – [3]
1.4 Parâmetros principais O primeiro princípio da lubrificação é que quantidade suficiente de óleo deve ser fornecida, e
é importante ressaltar que esta quantidade suficiente se encontra na folga entre as superfícies
de contato.
Foi proposto por Isaac Newton que a tensão cisalhante no fluido seria linearmente proporcional
à taxa de cisalhamento do fluido a uma temperatura fixa, o que é análogo a lei de Hooke para
uma deformação de cisalhamento em um corpo elástico. Em filmes de lubrificantes a taxa de
cisalhamento pode ser feita a partir do gradiente de velocidade em ângulos na direção do
movimento.
FIGURA 1-3 – VISCOSIDADE[17]
16
Quando o fluxo do escoamento é na direção z, a velocidade do gradiente é definida como dw/dz
e a força tangencial por unidade de área será chamada de τ. Então a lei de Newton pode ser
escrita como:
𝜏 = 𝑐𝑜𝑛𝑠𝑡𝑎𝑛𝑡𝑒. (𝑑𝑢/𝑑𝑧) [15]
Supondo-se duas placas paralelas separadas por uma distância h, preenchida com fluido viscoso
sob condições uniformes de temperatura e pressão. Se a força tangencial é F, atuante sobre a
área A para manter a velocidade constante W da placa superior em relação a placa inferior.
Então a tensão cisalhante no fluido pode ser escrita como:
𝐹/𝐴 = 𝑐𝑜𝑛𝑠𝑡𝑎𝑛𝑡𝑒. (𝑈/ℎ) [15]
A constante da equação acima é uma propriedade do fluido, sendo assim varia de acordo com
o fluido além de variar de acordo com a temperatura do fluido, esta propriedade é a viscosidade
dinâmica do fluido, comumente representada pela letra grega, e é definida como a razão entre
a tensão cisalhante e a taxa de cisalhamento. Antes da introdução do SI a unidade mais usada
para a viscosidade dinâmica era o [P] Poise, nome originado de um médico francês que
estudava o escoamento do sangue, atualmente a unidade mais usada é o [Pas]Pascal.segundo.
1𝑃 = 100𝑐𝑃 = 0,1𝑃𝑎𝑠
Outra propriedade do fluido é a viscosidade cinemática, definida como a razão entre a
viscosidade dinâmica e a densidade do fluido. Antes da introdução do SI, a unidade comumente
usada era o [S] Stoke, atualmente é usada a unidade [m/s2].
1𝑆 = 100𝑐𝑆 = 0,0001𝑚2/𝑠
Fluidos reais se assemelham mais ao comportamento de fluidos não newtonianos, ou seja,
fluidos nos quais a tensão cisalhante não é linearmente proporcional ao gradiente da
velocidade. No caso de fluidos newtonianos em um escoamento não complexo sabe-se que o
único componente diferente de zero é o xy, para um fluido não newtoniano todos os seis
componentes da matriz abaixo podem ser diferentes de zero.
(
𝑃 + 𝑥𝑥 𝑥𝑦 0𝑥𝑦 𝑃 + 𝑦𝑦 00 0 𝑃 + 𝑧𝑧
) [15]
As graxas são os lubrificantes não newtonianos mais conhecidos. As graxas comuns são feitas
de uma mistura de sabão com óleo, o sabão atua como veículo para o óleo, que talvez pudesse
sofrer separação ao aquecer para atuar como um lubrificante líquido.
Uma simples aplicação da Lei de Newton de escoamentos viscosos ilustra os princípios físicos
necessários para o estudo da lubrificação. A lei de Petroff é uma adaptação da equação: 𝐹/𝐴 =𝑐𝑜𝑛𝑡𝑎𝑛𝑡𝑒. (𝑈/ℎ) para eixo vertical girando em um mancal guia. Como ilustrado abaixo:
17
FIGURA 1-4 – MANCAL GUIA[16]
Em 1781, Coulomb publicou resultados de suas experiências, que demonstravam que a força
de atrito é proporcional a força normal, que a força de atrito independe da área de contato e que
a força de atrito independe da velocidade relativa das superfícies em contato. Surge então o
conceito do coeficiente de atrito que é a razão de proporcionalidade entre a força de atrito e a
força normal.
2. Projeto básico
2.1 Lista de exigências As exigências de projeto foram baseadas no método de teste padrão para medição de atrito e
propriedades de desgaste especificados nas normas ASTM D6425-11 e D7421-11 em óleos
lubrificantes utilizando-se a máquina de teste SRV (Schwingung, Reibung, Verschleiss). Este
método de teste utiliza uma esfera de teste oscilando a constante frequência, amplitude e carga,
contra um disco de teste lubrificado durante tempo pré-determinado ou até que a solda ocorra.
A plataforma na qual o teste ocorre é mantida a temperatura constante. A força de atrito é
medida por um dispositivo piezoelétrico. Após o período de teste a cicatriz de desgaste na
esfera de teste é medida.
Este teste cobre o coeficiente de atrito de óleos lubrificantes de extrema pressão e suas
propriedades anti-desgaste em condições de alta frequência de oscilação linear e extrema
pressão de óleos lubrificantes para engrenagens hidráulicas e motores sob condições de alta
frequência linear oscilação. As exigências para tais testes são: torque inicial de 0.5 a 5 Nm,
duração do teste de até 2 horas, temperatura de -40⁰C a 280⁰C com incrementos de 10⁰C, carga
máxima de 1200 N, frequência de 50 Hz e amplitude de 2mm.
A máquina de teste SRV consiste em: unidade de oscilação, câmara de teste, dispositivo de
carga com servomotor e dispositivo de carga, temporizador, controle de carga, controle de
frequência, controle de acesso, amplificador de dados para determinar o coeficiente de fricção,
interruptor e controle de aquecimento. As amostras de teste serão: esfera de aço AISI 52100,
Rockwell C 60 ±2, Ra 0.025 ±0.005 µm, 10 mm de diâmetro e disco de teste de aço AISI 52100
com inclusão de classificação usando Método D, Tipo A, Rockwell C 60 ±2, 24 mm de
diâmetro e 7.85 mm de espessura e com topografia definida por quatro valores: 0.5 μm < Rz
(DIN) < 0.650 μm, 0.035 μm < Ra (C.L.A.) < 0.050 μm, 0.020 μm < Rpk < 0.035 μm e 0.050
μm < Rvk < 0.075 μm.
18
FIGURA 2-1 - PROJETO BÁSICO SRV [14]
2.2 Avaliação das alternativas O projeto da máquina iniciou-se pela concepção do movimento alternativo necessariamente
aplicado a esfera de teste, para a realização deste movimento foram considerados atuadores
pneumáticos, eletropneumáticos, servo motor ou acionamento mecânico. Devido à alta
frequência do movimento de 50 Hz e força máxima de 600 N não foi encontrado atuador
compatível com as exigências do projeto, devido a este fato foi selecionado o acionamento
mecânico. Este deveria ser capaz de oferecer manutibilidade baixa, durabilidade,
disponibilidade de fonte de energia, facilidade de fabricação, facilidade de montagem, baixo
custo e baixa vibração. Foram considerados três sistemas: pinhão-cremalheira, pivô-pistão e o
eixo excêntrico. O acionamento por pinhão-cremalheira e o sistema pivô-pistão têm maior
dificuldade de fabricação que o eixo excêntrico, por isto o sistema escolhido foi o eixo
excêntrico para a realização do movimento alternativo.
Em seguida, foi avaliada a transmissão do movimento de um motor elétrico ao eixo excêntrico,
foram consideradas as transmissões por engrenagens, correias e correntes. Foi escolhida a
transmissão por correias sincronizadoras devido ao movimento silencioso, não necessidade de
lubrificação e serem utilizadas em grandes distâncias entre centros.
A carga vertical aplicada na esfera foi avaliada também, esta deveria variar conforme
explicitado nas normas, em incrementos de 100 N até chegar a solda ou a força máxima que
19
neste caso é de 1200 N, para tal efeito o atuador escolhido foi o pneumático, pois através da
variação da pressão de trabalho a força aplicada varia.
Os sensores utilizados na máquina devem medir a força de atrito, a força normal e a temperatura
do óleo testado, para tal foram escolhidos transdutores de força piezoelétricos e para medir a
temperatura um termopar.
A pinça que suporta a esfera de teste é presa ao seu suporte através de um acoplamento do tipo
cone morse, este tipo de acoplamento elimina folgas entre o suporte da pinça e a pinça
eliminando possíveis desvios nas medições do ensaio. Já o disco de teste é preso através de
parafusos escareados no seu suporte, por sua vez preso ao transdutor de força piezoelétrico.
3. Projeto de detalhamento Após a decisão de utilizar um sistema mecânico para a realização do movimento rotativo da
máquina SRV foram feitos os cálculos básicos para o projeto do sistema.
3.1 Movimento alternativo
3.1.1 Motor elétrico
A força necessária para o deslocamento deve ser maior que a força máxima de atrito, então o
cálculo se inicia pela força de atrito máxima. A força máxima aplicada pelo atuador vertical
definida pela norma ASTM D7421-11 é de 1200 N. Logo:
𝑓𝑎𝑡𝑟𝑖𝑡𝑜 = 𝜇. 𝑁
Onde: N é a força normal aplicada e 𝜇 é o coeficiente de atrito. Para tal cálculo será utilizado
𝑁 = 1200 𝑁 e 𝜇 = 0,5 pois é o maior coeficiente encontrado durante testes no SRV na norma
ASTM D 7217-11. Logo:
𝑓𝑎𝑡𝑟𝑖𝑡𝑜 = 0,5 . 1200 = 600 𝑁
A amplitude do movimento é de 2 mm, logo o deslocamento total de um período completo é
de é de 8 mm. Portanto a velocidade do movimento deve ser calculada da seguinte forma:
𝑣 = 𝑓. 𝑑
Onde 𝑓 é a frequência e 𝑑 é o deslocamento em um período completo.
𝑣 = 50 . 8 = 400𝑚𝑚/𝑠 = 0,4𝑚/𝑠
A potência necessária do motor é calculada abaixo:
𝑃𝑜𝑡 = 𝐹. 𝑣
Onde: F é a força e v a velocidade. Como a força necessária para vencer o atrito é de 600 N,
𝐹 = 600N e 𝑣 é a velocidade previamente calculada:
𝑃𝑜𝑡 = 600 . 0,4 = 240𝑊 = 0,322 𝐻𝑃
20
O torque necessário ao motor é calculado abaixo:
𝑇1 = 𝐹. 𝑑
Onde 𝑑 é a distância ao centro do eixo e 𝑇1 é o torque necessário ao eixo excêntrico. Logo:
𝑇1 = 600 . 0,002 = 1,2 𝑁𝑚
𝑇2. 3600 = 𝑇1. 3000
Onde 𝑇2 é o torque necessário ao motor.
𝑇2 = 1 𝑁𝑚
De acordo com estas especificações foi selecionado o motor WEG W21 multimontagem IR2
de dois pólos, potência 1 HP, rotação nominal de 3420 rpm e tensão 220 V e conjugado nominal
de 2,10 Nm.
FIGURA 3-1 - ESPECIFICAÇÃO MOTOR WEG [11]
3.1.2 Transmissão
3.1.2.1 Dimensionamento das polias e correias
Fator de serviço: o fator de serviço descreve a severidade das condições de trabalho.
TABELA 3-1 - SELEÇÃO DO FATOR DE SERVIÇO [6]
Tipos de máquinas
Partida leve Partida pesada
Horas de trabalho/dia
>= 10 horas
Entre 10 e 16 horas
< 16 horas
>= 10 horas
Entre 10 e 16 horas
< 16 horas
Classe 1 - Serviço leve
Ventiladores, exaustores (até 7,5 kW), compressores centrífugos e bombas. Correias transportadoras (uniformemente carregadas)
1,3 1,4 1,5 1,7 1,8 1,9
21
Classe 2 - Serviço médio
Agitadores, ventiladores, exaustores (acima de 7,5 kW). Compressores rotativos e bombas (não centrífugas). Correias transportadoras (não uniformemente carregadas), geradores, máquinas de lavar, eixos, máquina operatriz, impressoras, serraria, máquinas para trabalhar com madeira, telas (rotativas).
1,4 1,5 1,6 1,8 1,9 2,0
Classe 3 - Serviço pesado
Agitadores e mixers (densidade variável), máquinas de tijolos, elevadores de caçamba, compressores e bombas (recíprocas), correias, moinhos, pulverizadores, furadeiras, máquinas que trabalham com borracha, telas e máquinas têxteis.
1,7 1,8 1,9 2,0 2,1 2,2
Classe 4 - Serviço extra pesado
Trituradores e moinhos. 1,9 2,0 2,1 2,3 2,4 2,5
Para o motor escolhido de 1HP = 0,745 KW e até 10 horas de trabalho por dia, obtém-se da
tabela o fator de serviço:
𝐶2 = 1,3
Potência de projeto: A potência de projeto é o resultado da multiplicação da potência do motor
pelo fator de serviço.
𝑃𝑑 = 𝑃𝑟. 𝐶2 [6]
Onde: 𝑃𝑑 é a potência de projeto e Pr a potência do motor.
Sendo assim:
𝑃𝑑 = 0,745 . 1,3 = 0,968 𝑘𝑊.
Razão de velocidades requerida:
𝐼𝑟 = 𝑣𝑚/𝑣𝑟 = 3420/3000 = 1,14
Onde: vm é a velocidade de rotação do motor em rpm (rotações por minuto), vr é a velocidade
requerida em rpm e Ir é a razão requerida entre as velocidades.
Seção transversal da correia: Utiliza-se o diagrama 1 para selecionar a seção transversal
apropriada para a correia. Para uma velocidade de 3420 rpm para a polia de maior velocidade
e potência de projeto 1 kW a seção indicada é a 5M.
22
FIGURA 3-2 - SELEÇÃO SEÇÃO DA CORREIA [6]
De acordo com a distância entre centros de 167,4 mm e a razão de velocidades encontrar o
número de dentes das polias, diâmetro primitivo e o comprimento da correia utilizando-se a
tabela abaixo foram encontrados:
Polia motora: número de dentes: Nt=56, diâmetro primitivo: Dp=89,13mm; polia movida:
número de dentes: Nt=64, diâmetro primitivo: Dp=101,86mm e comprimento da correia:
Lb=635mm.
FIGURA 3-3 - SELEÇÃO DO COMPRIMENTO DA CORREIA [6]
Fatores de correção da potência: para o fator de correção C4 primeiramente é calculado o
número de dentes na malha através da seguinte fórmula:
23
𝑇𝐼𝑀 = (0,5 − (𝐷 − 𝑑)/6𝐶)𝑁𝑡 [6]
Onde TIM é o número de dentes na malha, D é o diâmetro da polia maior, d é o diâmetro da
polia menor, C é a distância entre os centros das polias e Nt é o número de dentes na polia
menor. Assim podemos concluir que:
𝑇𝐼𝑀 = (0,5 − (101,86 − 89,13)/6.167,4))56 ≈ 27
Logo C4=1. Para o fator de correção C1 é consultada a tabela 7, onde para uma correia de seção
5M e comprimento de 635 mm o C1 é igual a 1.
FIGURA 3-4 - DENTES NA MALHA E FATOR DE CORREÇÃO DO COMPRIMENTO DA CORREIA
[6]
Correção da potência e largura da correia: a potência corrigida é basicamente a potência da
correia, encontrada na tabela abaixo após interpolação entre os valores de 3400 e 3600 rpm
para o eixo de maior velocidade e número de dentes igual a 56 é encontrado o valor de 5,92
KW de potência para a correia 5M de 15 mm de largura, multiplicada pelos fatores de correção
encontrados anteriormente (C4 e C1). Obtemos então para a potência corrigida:
𝑃𝑐𝑜𝑟𝑟 = 5,92 .1.1 = 5,92 𝐾𝑊 [6]
A pressão corrigida deve ser maior ou igual à potência de projeto, como 𝑃𝑐𝑜𝑟𝑟 > 𝑃𝑑 então a
correia atende a potência de projeto.
24
FIGURA 3-5 - POTÊNCIA POR CORREIA [6]
Analogamente: para a segunda correia serão feitos os mesmos cálculos.
Fator de serviço: 𝐶2 = 1,3
Potência de projeto:
𝑃𝑑 = 𝑃𝑟 . 𝐶2
Visto que:
𝑃𝑟 = 𝐹𝑡. 𝑣
Onde Ft é a força tangencial em N e v a velocidade em m/s. A Ft máxima para este projeto é
metade da força normal, acontece com o coeficiente de atrito igual a 0,5 que corresponde a
600N, já a velocidade tangencial depende do raio da polia a ser definida, portanto será usado
um valor intermediário para encontrar uma velocidade tangencial inicial para os cálculos.
Considerando-se o raio da polia igual a 50mm obtemos:
𝑣 = 𝑟𝑝𝑚 . 2𝜋/60. 0,05 = 15,70 𝑚/𝑠
Portanto, a potência requerida seria: 3,14 KW, consequentemente a potência de projeto seria:
4,082 KW. Utilizando-se a tabela de seleção de seção transversal encontraríamos a seção 5M,
porém para a relação requerida de 1 não há uma distância entre centros suficientemente grande
adequada ao projeto, então a seção utilizada será de 8M a uma distância de centros de 1064
mm, comprimento da correia 2400mm, diâmetro primitivo da polia 86,58mm e número de
dentes da polia 34.
25
FIGURA 3-6 - SELEÇÃO COMPRIMENTO DA CORREIA [6]
O número de dentes na malha (TIM) calculado segundo fórmula anteriormente mostrada será
17 e, portanto, C4 e C1 serão iguais a 1. A potência corrigida será igual a potência da correia
13,57 KW, segundo tabela abaixo.
26
FIGURA 3-7 - POTÊNCIA POR CORREIA [6]
Sabendo-se o tamanho da polia a ser utilizada pode ser calculada a potência de projeto real:
𝑣 = 𝑟𝑝𝑚 . 2𝜋/60 . 0,04329 = 13,60 𝑚/𝑠
𝑃𝑟 = 200 . 13,60 = 2720 𝑊 = 2,72 𝐾𝑊
𝑃𝑑 = 2,72 . 1,3 = 3,53 𝐾𝑊
Como Pcorr > Pd a correia atende adequadamente a solicitação do projeto.
3.1.2.1.1 Tensões nas correias:
Tensão insuficiente na correia pode causar falta de acoplamento entre os dentes da correia e da
polia, o que pode gerar deslizamento, calor e desgaste excessivo nos dentes. Por outro lado,
excesso de tensão pode não ter efeito no acoplamento entre os dentes mas pode causar impacto
negativo na vida útil do rolamento. Existem dois valores a serem considerados quando
tensionar uma correia, o 𝑇𝑢𝑠𝑎𝑑𝑜 , mínima tensão na correia dando um acoplamento
satisfatório, e o 𝑇𝑛𝑒𝑤, máxima tensão na correia utilizada para tensionar inicialmente uma
nova correia.
Calculando valores de tensões nas correias:
Para calcular a tensão nas correias o seguinte procedimento deve ser usado.
Cálculo da velocidade linear da correia:
𝑣 =𝑑. 𝑛
19098
27
Onde: d é o diâmetro primitivo da polia motora em milímetros e n a velocidade da polia motora
em revoluções por minuto. Logo:
𝑣 =89,13.3420
19098⋍ 16 𝑚/𝑠
Achar a força de tração na correia através da equação seguinte:
𝑇𝑝𝑢 =
𝑃. 1000
𝑣
[6]
Onde P é a potência do motor e 𝑣 a velocidade linear da correia. Portanto:
𝑇𝑝𝑢 =0,745.1000
16= 46,562 𝑁
Calcular a tensão centrífuga na correia:
𝑇𝑐 = 𝑀. 𝑣2 [6]
Onde M é a massa da correia por unidade de comprimento [kg/m] indicada na tabela abaixo e
𝑣 é a velocidade linear da coreia.
FIGURA 3-8 - PESO E TENSÃO PARA CORREIAS SINCRONIZADORAS SKF [6]
𝑇𝑐 = 0,0614. 162 = 15,718 𝑁
Tensão na correia:
𝑇1 = 𝑇𝑝𝑢. 𝐴𝑐𝑟 + 𝑇𝑐 [6]
𝑇2 = [𝑇𝑝𝑢. (𝐴𝑐𝑟 − 1)] + 𝑇𝑐 [6]
28
Onde 𝑇1 e 𝑇2 são tensão do lado tensionado da correia e tensão do lado não tensionado da
correia respectivamente, 𝑇𝑝𝑢 é a força de tração na correia e 𝐴𝑐𝑟 é a razão do fator arco de
contato retirado da tabela abaixo.
FIGURA 3-9 - RAZÃO DO FATOR ARCO DE CONTATO[6]
𝑇1 = 46,562. 1,070 + 15,718 = 65,539 𝑁
𝑇2 = [46,562 . (1,070 − 1)] + 15,718 = 18,977 𝑁
Cálculo da tensão de instalação para correia nova e usada:
𝑇𝑢𝑠𝑎𝑑𝑎 = 0,5 . (𝑇1 + 𝑇2) = 0,5 . (65,539 + 18,977) = 42,258 𝑁
𝑇𝑛𝑜𝑣𝑎 = 1,4 . 𝑇𝑢𝑠𝑎𝑑𝑎 = 1,4 . 42,258 = 59,161 𝑁
O mesmo deve ser feito para a correia longa:
𝑣 =89,13.3000
19098= 14𝑚/𝑠
𝑇𝑝𝑢 =3,728.1000
14= 266,32 𝑁
𝑇𝑐 = 0,1922. 142 = 37,671 𝑁
𝑇1 = 266,32 . 1,070 + 37,671 = 322,633 𝑁
𝑇2 = [266,32 . (1,070 − 1)] + 37,671 = 56,313 𝑁
𝑇𝑢𝑠𝑎𝑑𝑎 = 0,5 . (𝑇1 + 𝑇2) = 0,5 . (322,633 + 56,313) = 189,473 𝑁
𝑇𝑛𝑜𝑣𝑎 = 1,4 . 𝑇𝑢𝑠𝑎𝑑𝑎 = 1,4 . 189,473 = 265,262 𝑁
29
3.1.2.2 Chavetas
Seleção:
A seleção da chaveta é feita de acordo com o tamanho do eixo, pela tabela abaixo.
TABELA 3-2 - SELEÇÃO DE CHAVETA [1]
Diâmetro de eixo Tamanho de chaveta Profundidade de
ranhura de
chaveta Acima Até (inclusive) w (largura) h (altura)
8 11 2 2 1
11 14 3 2 1
14 22 3 3 1,5
22 30 5 3 1,5
30 36 5 5 2
O tamanho do eixo é de 30 mm, portanto a chaveta selecionada é a da última linha da tabela
para ambas as polias do eixo e para a polia motora presa ao motor de eixo igual a 28 mm é
selecionada a chaveta da penúltima linha.
3.1.2.2.1 Chaveta do motor
Primeiramente é calculada a força sobre a chaveta no eixo do motor:
𝐹 =𝑇
𝑟
Onde 𝑇 é o torque transmitido pelo motor e 𝑟 é o raio do eixo.
𝐹 =2,10
0,014= 150 𝑁
Fator de segurança da chaveta para esmagamento:
𝑛𝑒𝑠𝑚 =
𝑆𝑦. 𝑡. 𝑙
2𝐹
[1]
Onde 𝑆𝑦 é o limite de resistência à tração do aço 1045, 𝑡 é a espessura da chaveta e 𝑙 é
comprimento da chaveta, que deve ser sempre menor que o comprimento da polia. Para o
comprimento da chaveta de 20 mm:
𝑛𝑒𝑠𝑚 =615.5.20
2.150≈ 205
Fator de segurança da chaveta para cisalhamento
𝑛𝑐𝑖𝑠 =
𝑆𝑠𝑦. 𝑤. 𝑙
𝐹
[1]
30
Onde 𝑆𝑠𝑦 é o limite de resistência ao cisalhamento.
𝑆𝑠𝑦 = 0,577. 𝑆𝑦 = 354,855 𝑀𝑃𝑎
𝑛𝑐𝑖𝑠 =354,855.5.20
150≈ 236,57
3.1.2.2.2 Chavetas do eixo excêntrico
𝑇 = 600.0,044565 = 26,739 𝑁𝑚
𝐹 =26,739
0,015= 1782,6 𝑁
𝑛𝑒𝑠𝑚 =615.5.20
2.1782,6≈ 17
𝑆𝑠𝑦 = 0,577. 𝑆𝑦 = 354,855 𝑀𝑃𝑎
𝑛𝑐𝑖𝑠 =354,855.5.20
1782,6≈ 20
3.1.3 Eixo excêntrico
3.1.3.1 Diagrama de corpo livre
As forças aplicadas sobre o eixo serão as forças relativas à força de tração nas duas correias,
66 N da correia curta e 265 N da correia longa, a força de atrito reversa de 600 N e as reações
nos mancais Ra e Rb, como esquematizado na figura abaixo:
FIGURA 3-10 - DIAGRAMA DE CORPO LIVRE DO EIXO EXCÊNTRICO
Para haver o equilíbrio:
∑ 𝐹𝑦 = 0
𝑅𝑎 + 𝑅𝑏 = 66 + 265 + 600
31
𝑅𝑎 + 𝑅𝑏 = 931 𝑁
∑ 𝑀𝑏 = 0
600 . 71,8 + 265 . 208,5 + 66 . 267,75 = 𝑅𝑎 . 141,5
𝑅𝑎 = 819,816 𝑁
𝑅𝑏 = 111,183 𝑁
3.1.3.2 Torção
A torção no eixo ocorre entre as duas polias e é estável:
𝑇𝑚 = 𝐹𝑡 .𝑑
2
𝑇𝑎 = 0
Onde 𝑇𝑚 é o torque médio e 𝑇𝑎 é o torque flutuante.
𝑇𝑚 = 265 .0,08658
2= 11,472 𝑁𝑚
3.1.3.3 Flexão
FIGURA 3-11 - MOMENTO FLETOR NO EIXO EXCÊNTRICO
A equação do momento fletor é encontrada abaixo
Para 0< x <20,25mm:
𝑀𝑥 = 0
Para 20,25< x <79,5mm:
𝑀𝑥 = 66(𝑥 − 20,25)
𝑀𝑥 = 66𝑥 − 1336,5
32
Para 79,5< x <146,5mm:
𝑀𝑥 = 66(𝑥 − 20,25) + 265(𝑥 − 79,5)
𝑀𝑥 = 331𝑥 − 22404
Para 146,5< x <216,2mm:
𝑀𝑥 = 66(𝑥 − 20,25) + 265(𝑥 − 79,5) − 819,816(𝑥 − 146,5)
𝑀𝑥 = −488𝑥 + 97699,044
Para 216,2< x <288mm:
𝑀𝑥 = 66(𝑥 − 20,25) + 265(𝑥 − 79,5) − 819,816(𝑥 − 146,5) + 600(𝑥 − 216,2)
𝑀𝑥 = 111,184𝑥 − 32020,956
Para 288< x <322mm:
𝑀𝑥 = 66(𝑥 − 20,25) + 265(𝑥 − 79,5) − 819,816(𝑥 − 146,5) + 600(𝑥 − 216,2)− 111,183(𝑥 − 288) ≈ 0
FIGURA 3-12 - DIAGRAMA DE MOMENTO FLETOR
Um eixo sob flexão rotativo está submetido a momento fletor flutuante. Logo será considerado:
𝑀𝑎 = 30 𝑁𝑚
𝑀𝑚 = 0
Onde 𝑀𝑎 é o momento fletor flutuante e 𝑀𝑚 é o momento fletor médio.
3.1.3.4 Tensões
As tensões flutuantes e médias devido a torção e flexão são representadas abaixo.
-10
-5
0
5
10
15
20
25
30
0 50 100 150 200 250 300 350
N.m
x
Diagrama de momento fletor
33
𝜎𝑎 =
32. 𝑀𝑎𝐾𝑓
𝜋. 𝑑3 𝜎𝑚 =
32. 𝑀𝑚𝐾𝑓
𝜋. 𝑑3
𝜏𝑎 =16. 𝑇𝑎𝐾𝑓𝑠
𝜋. 𝑑3 𝜏𝑚 =
16. 𝑇𝑚𝐾𝑓𝑠
𝜋. 𝑑3
[1]
Onde 𝐾𝑓 é o fator de concentração de tensão de fadiga para flexão e 𝐾𝑓𝑠 é o fator de
concentração de tensão de fadiga para torção, definidos pela equação seguinte.
𝐾𝑓 = 1 + q(𝐾𝑡 − 1) [1]
𝐾𝑓𝑠 = 1 + 𝑞𝑐𝑖𝑠𝑎𝑙ℎ𝑎𝑚𝑒𝑛𝑡𝑜(𝐾𝑡𝑠 − 1) [1]
Em que q é a sensibilidade ao entalhe e 𝐾𝑡 ou 𝐾𝑡𝑠 é o fator de concentração de tensões,
retirados dos gráficos de Elementos de máquinas de Shigley [1].
𝑞 ≈ 1
O material do eixo é o aço 4340 Temperado e Revenido a 315ºC a resistência à tração (Sut) =
1720 Mpa e o com raio de entalhe (r) = 0,1 mm.
O fator de concentração de tensões (𝐾𝑡) pode ser retirado de gráficos variados de acordo com
o tipo de entalhe no eixo, neste cálculo será utilizado o maior fator possível de todos os entalhes
presentes no eixo, retirado de Elementos de máquinas de Shigley [1].
Para: 𝑟 = 0,1𝑚𝑚 ; 𝑡 = 1,8𝑚𝑚 ; 𝑎 = 2,6𝑚𝑚 : 𝑎
𝑡= 1,44 e
𝑟
𝑡= 0,05, logo 𝐾𝑡 ≈ 7
𝐾𝑓 = 1 + 1(7 − 1) = 7
𝑞𝑐𝑖𝑠𝑎𝑙ℎ𝑎𝑚𝑒𝑛𝑡𝑜 ≈ 0,8
𝐾𝑡𝑠 ≈ 4
𝐾𝑓𝑠 = 1 + 0,8(4 − 1) = 3,4
𝜎𝑎 =32 . 30000 . 7
𝜋. 403= 33,422𝑀𝑃𝑎 𝜎𝑚 =
32. 𝑀𝑚𝐾𝑓
𝜋. 𝑑3= 0
𝜏𝑎 =16. 𝑇𝑎𝐾𝑓𝑠
𝜋. 𝑑3= 0 𝜏𝑚 =
16 . 11472 . 3,4
𝜋. 403= 3,104𝑀𝑃𝑎
3.1.3.5 Tensões de Von Mises
𝜎`𝑎 = (𝜎𝑎2 + 3𝜏𝑎
2)1/2 = 33,422 𝑀𝑃𝑎
𝜎`𝑚 = (𝜎𝑚2 + 3𝜏𝑚
2 )1/2 = 3,104 𝑀𝑃𝑎
[1]
34
3.1.3.6 Fadiga
Critério de falha por fadiga para a linha de Goodman modificado é definido pela equação
abaixo:
1
𝑛=
𝜎`𝑎
𝑆𝑒+
𝜎`𝑚
𝑆𝑢𝑡
[1]
Onde 𝑛 é o coeficiente de segurança que deve ser sempre maior que 1, 𝑆𝑢𝑡 é a resistência de
tração mínima e 𝑆𝑒 é o limite de resistência à fadiga, definido pela equação seguinte:
𝑆𝑒 = 𝑘𝑎. 𝑘𝑏 . 𝑘𝑐. 𝑘𝑑. 𝑘𝑒 . 𝑘𝑓 . 𝑆𝑒` [1]
Na qual 𝑘𝑎 é o fator de modificação de condição de superfície, 𝑘𝑏 é o fator de modificação de
tamanho, 𝑘𝑐 é o fator de modificação de carga, 𝑘𝑑 é o fator de modificação de temperatura, 𝑘𝑒
é o fator de confiabilidade, 𝑘𝑓 é o fator de modificação por efeitos variados e 𝑆𝑒` o limite de
resistência à fadiga de corpo de prova de teste de viga rotativa.
Limite de resistência a fadiga do corpo de prova:
Para o caso de aços, como no eixo analisado, o 𝑆𝑒` é definido de acordo com o limite de ruptura
do material retirado de Elementos de máquinas de Shigley [1].
Para o aço 4340 o 𝑆𝑒` = 0,5 𝑆𝑢𝑡 = 0,5 . 1720 = 860 𝑀𝑃𝑎.
3.1.3.6.1 Fator de superfície 𝐤𝐚
Definido pela seguinte equação
𝑘𝑎 = 𝑎𝑆𝑢𝑡𝑏 [1]
Na qual 𝑎 e 𝑏 são retirados da tabela abaixo
TABELA 3-3 - PARÂMETROS NO FATOR DE CONDIÇÃO DE SUPERFÍCIE [1]
Acabamento superficial
a b
Retificado 1.58 -0.086
Usinado ou laminado a frio 4.45 -0.265
Laminado a quente 58.1 -0.719
Forjado 271 -0.995
O eixo é retificado, portanto 𝑎 = 1,58, 𝑏 = −0,085 e 𝑘𝑎 = 1,58 . 1720−0,085 = 0,839
3.1.3.6.2 Fator de tamanho 𝐤𝐛
Definido de acordo com o diâmetro da seção transversal do eixo, retirado de Elementos de
máquinas de Shigley [1].
Para 𝑑 = 40 𝑚𝑚, 𝑘𝑏 = 1,24. 40−0,107 = 0,836
3.1.3.6.3 Fator de carregamento 𝐤𝐜
Definido de acordo com o tipo de carregamento sofrido pelo eixo, retirado de Elementos de
máquinas de Shigley [1]. Entre flexão e torção o menor fator é o de torção, portanto será o
utilizado nos cálculos.
35
𝑘𝑐 = 0,59
3.1.3.6.4 Fator de temperatura 𝐤𝐝
Definido de acordo com a temperatura do ambiente no qual o eixo está.
Fazendo-se uma estimativa da temperatura para um ambiente climatizado e um eixo com alta
velocidade de rotação será considerado que o eixo não atingirá temperaturas maiores que
100⁰C, assim sendo a fórmula para o fator de carregamento retirada de Elementos de máquinas
de Shigley [1] é:
𝑘𝑑 = 1,020.
3.1.3.6.5 Fator de confiabilidade 𝐤𝐞
De acordo com a confiabilidade escolhida tem-se o valor do fator de acordo com a tabela
abaixo.
TABELA 3-4 - SELEÇÃO DO FATOR DE CONFIABILIDADE [1]
Confiabilidade, % Fator de confiabilidade
50 1,000
90 0,897
95 0,868
99 0,814
99,9 0,753
99,99 0,702
99,999 0,659
99,9999 0,620
Para uma confiabilidade de 99,9999% o fator dado é: 𝑘𝑒 = 0,620.
3.1.3.6.6 Fator de efeitos diversos 𝐤𝐟
Este fator existe para levar em consideração no cálculo efeitos diversos que possam diminuir
o limite de resistência à fadiga, neste caso será considerado 𝑘𝑓 = 1.
Tendo todos os fatores o limite de resistência à fadiga e o coeficiente de segurança podem ser
calculados.
𝑆𝑒 = 0,839 . 0,836 . 0,59 . 1,020 . 0,620 . 1 . 860 = 225,066 𝑀𝑃𝑎
1
𝑛=
33,422
225,066+
3,104
1720
𝑛 = 7
3.1.4 Mancal
O mancal escolhido foi o SE 507-606 bipartido, devido a sua facilidade de montagem,
comportar rolamentos auto compensadores de esferas, permitir que os rolamentos incorporados
obtenham o máximo de vida útil, com menor necessidade de manutenção.
36
3.1.4.1 Vedações do mancal:
Os vedadores escolhidos devem evitar a entrada de corpos estranhos que prejudiquem o bom
funcionamento do mancal, para tal foram escolhidos:
3.1.4.1.1 Vedações de quatro lábios
Mais eficientes que os vedadores de lábios duplos e geram menos atrito, o que permite altas
velocidades de eixo. As vedações de quatro lábios são bipartidas horizontalmente, o que facilita
a sua montagem.
FIGURA 3-13 – VEDADOR DE QUATRO LÁBIOS[18]
3.1.4.1.2 Vedador em V
Consiste em um anel em V e em uma arruela de vedação de aço laminado com lábio de borracha
vulcanizada. O lábio de borracha encaixa no canal de vedação do mancal. A arruela é protegida
contra corrosão.
FIGURA 3-14 – VEDADOR EM V[18]
3.1.4.1.3 Tampas de fechamento
Os mancais na extremidade de um eixo devem ter uma tampa de fechamento que se encaixe no
canal de vedação do mancal.
FIGURA 3-15 – TAMPA DE FECHAMENTO [18]
37
3.1.4.1.4 Anel de posição
São anéis que posicionam os rolamentos escolhidos na cavidade do mancal.
3.1.5 Biela
3.1.5.1.1 Determinação do tamanho da biela:
Uma análise cinética do conjunto foi necessária para a determinação de um valor ótimo de
tamanho da biela.
3.1.5.1.2 Análise cinética do conjunto biela/eixo secundário:
O objetivo deste estudo é através de análise do movimento do conjunto descobrir qual é o
tamanho da biela mais indicado para que movimento seja o mais uniforme possível. O conjunto
biela/eixo secundário pode ser visto abaixo.
FIGURA 3-16 - EXCÊNTRICO, BIELA E EIXO SECUNDÁRIO
O sistema mostrado acima pode ser simplificado para a análise cinética. Será utilizada a análise
por números complexos, através do eixo real e do eixo imaginário. Onde será considerado o
tamanho do excêntrico como r2 e o tamanho da biela como r3. Logo a posição do eixo
secundário será considerada r1, como mostrado na figura abaixo:
FIGURA 3-17 - EXCÊNTRICO, BIELA E EIXO SECUNDÁRIO SIMPLIFICADOS
Pode-se relacionar r1, r2 e r3 pela seguinte fórmula:
𝑟1 = 𝑟2 + 𝑟3
Utilizando-se números complexos torna-se:
38
𝑟1 = 𝑟2 𝑒𝑖𝜃2 + 𝑟3𝑒𝑖𝜃3
Onde:
𝑒𝑖𝜃2 = cos 𝜃2 + 𝑖 𝑠𝑒𝑛 𝜃2
𝑒𝑖𝜃3 = cos 𝜃3 − 𝑖 𝑠𝑒𝑛 𝜃3
Derivando-se 𝑟1 para obter a velocidade e a aceleração, respectivamente 𝑟1̇ e 𝑟1̈:
𝑟1̇ = 𝑟2 𝑖 𝜔2𝑒𝑖𝜃2 + 𝑟3 𝑖 𝜔3 𝑒𝑖𝜃3
𝑟1̈ = 𝑟2 (𝑖 𝛼2 − 𝜔22)𝑒𝑖𝜃2 + 𝑟3 (𝑖 𝛼3 − 𝜔3
2) 𝑒𝑖𝜃3
𝑟1 = 𝑟2 (cos 𝜃2 + 𝑖 𝑠𝑒𝑛 𝜃2) + 𝑟3(cos 𝜃3 − 𝑖 𝑠𝑒𝑛 𝜃3)
Como o eixo secundário tem seu movimento apenas no eixo real então a parte imaginária de
todas as equações deve ser igualada a zero porque não há projeção no eixo imaginário para o
movimento do eixo secundário. Portanto:
Parte real: 𝑟2 cos 𝜃2 + 𝑟3 cos 𝜃3
Parte imaginária: 𝑟2 sen 𝜃2 − 𝑟3 sen 𝜃3
𝑟2 sen 𝜃2 − 𝑟3 sen 𝜃3 = 0
𝑟2 sen 𝜃2 = 𝑟3 sen 𝜃3
𝜃3 = 𝑎𝑟𝑐. 𝑠𝑒𝑛 (𝑟2 sen 𝜃2
𝑟3)
𝑟1̇ = 𝑟2 𝑖 𝜔2(cos 𝜃2 + 𝑖 𝑠𝑒𝑛 𝜃2) + 𝑟3 𝑖 𝜔3 (cos 𝜃3 − 𝑖 𝑠𝑒𝑛 𝜃3)
𝑟1̇ = 𝑟2 𝜔2(𝑖 cos 𝜃2 − 𝑠𝑒𝑛 𝜃2) + 𝑟3 𝜔3 (𝑖 cos 𝜃3 + 𝑠𝑒𝑛 𝜃3)
Analogamente para 𝑟1̇ e 𝑟1̈:
Parte real: −𝑟2 𝜔2 sen 𝜃2 + 𝑟3 𝜔3 sen 𝜃3
Parte imaginária: 𝑟2 𝜔2𝑐𝑜𝑠 𝜃2 + 𝑟3 𝜔3 𝑐𝑜𝑠 𝜃3
𝑟2 𝜔2𝑐𝑜𝑠 𝜃2 + 𝑟3 𝜔3 𝑐𝑜𝑠 𝜃3 = 0
−𝑟2 𝜔2𝑐𝑜𝑠 𝜃2 = 𝑟3 𝜔3 𝑐𝑜𝑠 𝜃3
𝜔3 =−𝑟2 𝜔2𝑐𝑜𝑠𝜃2
𝑟3 𝑐𝑜𝑠 𝜃3
𝑟1̈ = 𝑟2 (𝑖 𝛼2 − 𝜔22)𝑒𝑖𝜃2 + 𝑟3 (𝑖 𝛼3 − 𝜔3
2) 𝑒𝑖𝜃3
𝑟1̈ = 𝑟2 (𝑖 𝛼2 − 𝜔22)(cos 𝜃2 + 𝑖 𝑠𝑒𝑛 𝜃2) + 𝑟3 (𝑖 𝛼3 − 𝜔3
2) (cos 𝜃3 − 𝑖 𝑠𝑒𝑛 𝜃3)
𝑟1̈ = (𝑟2 𝑖 𝛼2 − 𝑟2 𝜔22)(cos 𝜃2 + 𝑖 𝑠𝑒𝑛 𝜃2) + (𝑟3𝑖 𝛼3 − 𝑟3𝜔3
2) (cos 𝜃3 − 𝑖 𝑠𝑒𝑛 𝜃3)
𝑟1̈ = 𝑟2 𝑖 𝛼2 cos 𝜃2 − 𝑟2 𝛼2 𝑠𝑒𝑛 𝜃2 − 𝑟2 𝜔22 cos 𝜃2 − 𝑟2 𝜔2
2 𝑖 𝑠𝑒𝑛 𝜃2 + 𝑟3𝑖 𝛼3 cos 𝜃3
+ 𝑟3 𝛼3𝑠𝑒𝑛 𝜃3 − 𝑟3𝜔32 cos 𝜃3 + 𝑟3𝜔3
2 𝑖 𝑠𝑒𝑛 𝜃3
39
Parte real: −𝑟2 𝛼2 𝑠𝑒𝑛 𝜃2 − 𝑟2 𝜔22 cos 𝜃2 + 𝑟3 𝛼3𝑠𝑒𝑛 𝜃3 − 𝑟3𝜔3
2 cos 𝜃3
Parte imaginária: 𝑟2 𝛼2 cos 𝜃2 − 𝑟2 𝜔22 𝑠𝑒𝑛 𝜃2 + 𝑟3 𝛼3 cos 𝜃3 + 𝑟3𝜔3
2 𝑠𝑒𝑛 𝜃3
𝑟2 𝛼2 cos 𝜃2 − 𝑟2 𝜔22 𝑠𝑒𝑛 𝜃2 + 𝑟3 𝛼3 cos 𝜃3 + 𝑟3𝜔3
2 𝑠𝑒𝑛 𝜃3 = 0
𝑟3 𝛼3 cos 𝜃3 = 𝑟2 𝜔22 𝑠𝑒𝑛 𝜃2 − 𝑟2 𝛼2 cos 𝜃2 − 𝑟3𝜔3
2 𝑠𝑒𝑛 𝜃3
𝛼3 =𝑟2 𝜔2
2 𝑠𝑒𝑛 𝜃2 − 𝑟2 𝛼2 cos 𝜃2 − 𝑟3𝜔32 𝑠𝑒𝑛 𝜃3
𝑟3 cos 𝜃3
Considerando-se 𝜔2 = 𝑐𝑜𝑛𝑠𝑡𝑎𝑛𝑡𝑒, logo 𝛼2 = 0. Portanto:
𝛼3 =𝑟2 𝜔2
2 𝑠𝑒𝑛 𝜃2 − 𝑟3𝜔32 𝑠𝑒𝑛 𝜃3
𝑟3 cos 𝜃3
Velocidade e aceleração:
𝑣1 = √(𝑝𝑎𝑟𝑡𝑒 𝑟𝑒𝑎𝑙)2 + (𝑝𝑎𝑟𝑡𝑒 𝑖𝑚𝑎𝑔𝑖𝑛á𝑟𝑖𝑎)2
Logo:
𝑣1 = √(−𝑟2 𝜔2 sen 𝜃2 + 𝑟3 𝜔3 sen 𝜃3)2 + (0)2
𝑣1 = −𝑟2 𝜔2 sen 𝜃2 + 𝑟3 𝜔3 sen 𝜃3
𝑎1 = √(𝑝𝑎𝑟𝑡𝑒 𝑟𝑒𝑎𝑙)2 + (𝑝𝑎𝑟𝑡𝑒 𝑖𝑚𝑎𝑔𝑖𝑛á𝑟𝑖𝑎)2
𝑎1 = √(−𝑟2 𝛼2 𝑠𝑒𝑛 𝜃2 − 𝑟2 𝜔22 cos 𝜃2 + 𝑟3 𝛼3𝑠𝑒𝑛 𝜃3 − 𝑟3𝜔3
2 cos 𝜃3)2 + (0)2
𝑎1 = −𝑟2 𝛼2 𝑠𝑒𝑛 𝜃2 − 𝑟2 𝜔22 cos 𝜃2 + 𝑟3 𝛼3𝑠𝑒𝑛 𝜃3 − 𝑟3𝜔3
2 cos 𝜃3
Foram plotados gráficos de velocidade e aceleração de acordo com as fórmulas acima para uma
revolução completa da biela para diferentes tamanhos de biela, ou seja 𝑟3. Primeiramente foi
determinada a faixa de valores entre os quais o movimento se tornava possível, ou seja, com
gráficos regulares, sem quedas ou picos grandes de velocidade e aceleração. Esta faixa
encontrada foi de 20 mm o valor mínimo e sem valor máximo encontrado, mas para evitar
excesso de peso e espaço ocupado pela máquina foi limitado como 300 mm o valor máximo.
Para uma biela de 20 mm foram obtidos os gráficos seguintes:
40
FIGURA 3-18 - GRÁFICO VELOCIDADE X GRAUS BIELA DE 20 MM
FIGURA 3-19 - GRÁFICO ACELERAÇÃO X GRAUS BIELA DE 20 MM
Pode ser notado que a velocidade não é constante, ela apresenta variações ao longo do curso e
a velocidade média em torno de 300mm/s, e a velocidade requerida para um SRV é de
400mm/s, aceleração não é uniforme durante o movimento, tendo picos maiores entre 280⁰ e
360⁰ e entre 0⁰ e 85⁰. É observado que com o aumento do tamanho da biela as mudanças no
gráfico da velocidade são quase desprezíveis, porém a aceleração continua com divergências,
0
100
200
300
400
500
600
700
11
52
94
35
77
18
59
91
13
12
71
41
15
51
69
18
31
97
21
12
25
23
92
53
26
72
81
29
53
09
32
33
37
35
1
v1
Graus
Velocidade [mm/s]
0
50000
100000
150000
200000
250000
1
13
25
37
49
61
73
85
97
10
9
12
1
13
3
14
5
15
7
16
9
18
1
19
3
20
5
21
7
22
9
24
1
25
3
26
5
27
7
28
9
30
1
31
3
32
5
33
7
34
9
36
1
Graus
Aceleração [mm/s²]
41
não conservando seu ciclo sempre igual, o que pode afetar o desgaste da esfera e do disco de
teste, como pode ser visto abaixo no gráfico de 𝑟3 = 50 mm:
FIGURA 3-20 - GRÁFICO VELOCIDADE X GRAUS BIELA DE 50 MM
FIGURA 3-21 - ACELERAÇÃO X GRAUS BIELA DE 50 MM
0
100
200
300
400
500
600
700
11
52
94
35
77
18
59
91
13
12
71
41
15
51
69
18
31
97
21
12
25
23
92
53
26
72
81
29
53
09
32
33
37
35
1
v1
Graus
Velocidade [mm/s]
0
50000
100000
150000
200000
250000
1
13
25
37
49
61
73
85
97
10
9
12
1
13
3
14
5
15
7
16
9
18
1
19
3
20
5
21
7
22
9
24
1
25
3
26
5
27
7
28
9
30
1
31
3
32
5
33
7
34
9
36
1
Graus
Aceleração [mm/s²]
42
A fim de adequar o ciclo da aceleração o 𝑟3 foi aumentado até chegar a um ciclo uniforme em
𝑟3 = 100 mm, como pode ser visto no gráfico abaixo:
FIGURA 3-22 - VELOCIDADE X GRAUS BIELA DE 100 MM
FIGURA 3-23 - ACELERAÇÃO X GRAUS BIELA DE 100 MM
0
100
200
300
400
500
600
700
11
52
94
35
77
18
59
91
13
12
71
41
15
51
69
18
31
97
21
12
25
23
92
53
26
72
81
29
53
09
32
33
37
35
1
v1
Graus
Velocidade [mm/s]
0
50000
100000
150000
200000
250000
1
13
25
37
49
61
73
85
97
10
9
12
1
13
3
14
5
15
7
16
9
18
1
19
3
20
5
21
7
22
9
24
1
25
3
26
5
27
7
28
9
30
1
31
3
32
5
33
7
34
9
36
1
Graus
Aceleração [mm/s²]
43
3.1.6 Eixo secundário
O eixo secundário transmite o movimento alternativo para dentro da câmara de teste.
3.1.6.1.1 Análise de forças no eixo secundário
A principal força atuante no eixo secundário é a força axial de 600 N correspondente a força
de atrito máxima.
𝐹𝑜 = 600𝑁
3.1.6.1.2 Tensão axial
𝜎 =𝐹𝑜
𝐴=
600
𝜋. 0,022= 477464,829 𝑃𝑎 = 0,477 𝑀𝑃𝑎
3.1.6.1.3 Deformação
Pela lei de Hooke:
𝜎 = 𝐸. 𝜖
Onde 𝐸 é o módulo de elasticidade e 𝜖 é a deformação em porcentagem.
0,477 = 210. 𝜖
𝜖 = 0,002
Como a tensão axial do material é muito menor que a tensão de cisalhamento do material e a
deformação é muito pequena não existem danos ao eixo e nem ao funcionamento da máquina.
3.2 Aplicação da força vertical
3.2.1 Atuador pneumático
O atuador pneumático escolhido foi o da Norgreen modelo PM/31021, mostrado abaixo.
FIGURE 1 - ATUADOR DE FOLE [5]
44
FIGURE 2 - GRÁFICO FORÇA X AMPLITUDE ATUADOR DE FOLE [5]
A amplitude utilizada no projeto será a média entre amplitude mínima e máxima, ou seja, 60
mm. Para este valor de amplitude pode ser notado pelo gráfico acima que para exercer a força
máxima de projeto será necessária uma pressão de trabalho em torno de 4 Bar.
3.3 Parafusos
3.3.1 Parafusos do mancal
Os parafusos do mancal serão os responsáveis pela fixação dos mancais na estrutura, logo
deverão ser resistentes as forças de tração nas correias.
3.3.1.1 Rigidez dos fixadores
Rigidez dos parafusos:
A rigidez dos parafusos rosqueados se compara a rigidez de duas molas em série, a rigidez da
parte rosqueada e a rigidez da parte não rosqueada e se dá pela fórmula abaixo:
𝑘𝑏 =
𝐴𝑑 . 𝐴𝑡. 𝐸
𝐴𝑑 . 𝑙𝑡 + 𝐴𝑡𝑙𝑑
[1]
Na qual 𝐴𝑡 é a área de tensão de tração retirada da tabela abaixo, 𝑙𝑡 comprimento da parte
rosqueada do fixador, 𝐴𝑑 área do diâmetro maior do fixador, 𝑙𝑑 comprimento da porção não
rosqueada do fixador e 𝐸 é o módulo de elasticidade do material. Como o parafuso a ser usado
é rosqueado até a cabeça então a expressão acima torna-se:
𝑘𝑏 =
𝐴𝑡. 𝐸
𝑙𝑡
[1]
45
Para tais cálculos será utilizado um parafuso de diâmetro 12 mm com rosca métrica e ao fim
dos cálculos será indicado se ele é ideal ao projeto ou não.
Retirado de Elementos de máquinas de Shigley [1]:
𝐴𝑡 = 84,3 𝑚𝑚2
O módulo de elasticidade do material é retirado de Elementos de máquinas de Shigley [1].
𝐸 = 207 𝐺𝑃𝑎
Como indicado em Elementos de máquinas de Shigley [1] os cálculos para achar o 𝑙𝑡 devem
seguir o procedimento abaixo:
𝑙𝑡 = 𝑙` − 𝑙𝑑
Onde 𝑙𝑡 é o comprimento da porção rosqueada do agarre, 𝑙` é o comprimento do agarre efetivo
e 𝑙𝑑 é o comprimento da porção não rosqueada do agarre.
O mancal sendo preso a uma mesa, como mostrado abaixo, se encaixa no segundo caso da
tabela (𝑡2 > 𝑑) onde 𝑡2 é a espessura da mesa e 𝑑 o diâmetro do parafuso.
FIGURA 3-24 - PARAFUSO DO MANCAL
𝑙` = ℎ +𝑑
2
Onde ℎ é a espessura do mancal no local em que o parafuso está fixando o mesmo.
𝑙` = 44 +12
2= 50 𝑚𝑚
De acordo com Elementos de máquinas de Shigley [1]:
𝑙𝑑 = 𝐿 − 𝐿𝑡
Onde 𝐿 é o comprimento do fixador e 𝐿𝑡 é o comprimento rosqueado. De acordo com
Elementos de máquinas de Shigley [1] para um parafuso com rosca métrica e 𝐿 < 125 𝑚𝑚 e
𝑑 < 48 𝑚𝑚:
46
𝐿𝑡 = 2𝑑 + 6 = 2 . 12 + 6 = 30 𝑚𝑚
𝑙𝑑 = 45 − 30 = 15 𝑚𝑚 Portanto:
𝑙𝑡 = 50 − 15 = 35 𝑚𝑚
𝑘𝑏 =84,3 . 207.103
35= 0,498.106𝑁/𝑚𝑚
Rigidez dos elementos:
A rigidez dos elementos de aperto também deve ser conhecida para ser conhecido o efeito do
tracionamento quando a conexão estiver montada adequadamente. Neste caso a conexão será
entre o mancal e a mesa onde este se encontra fixado por parafusos, como o mancal é de ferro
fundido e a mesa de aço 1020 a rigidez de cada material deve ser calculada separadamente e
depois será feito o cálculo da rigidez do conjunto através da fórmula a seguir:
1
𝑘𝑚=
1
𝑘1+
1
𝑘2
[1]
Onde 𝑘𝑚 é a rigidez dos elementos, 𝑘1 a rigidez do mancal de ferro fundido e 𝑘2 a rigidez da
mesa de aço SAE 1020. Para calcular a rigidez de cada elemento será utilizada a fórmula
abaixo:
𝑘 =
0,5774𝜋𝐸𝑑
ln(1,155𝑡 + 𝑑𝑤 − 𝑑)(𝑑𝑤 + 𝑑)(1,155𝑡 + 𝑑𝑤 + 𝑑)(𝑑𝑤 − 𝑑)
[1]
Onde 𝑑 é o diâmetro nominal do parafuso, 𝑑𝑤=1,5d e 𝑡 é a espessura do elemento.
Logo:
𝑘1 =0,5774𝜋100.103. 12
ln(1,155 . 22 + 6)(30)(1,155 . 22 + 30)(6)
=2175238,753
1,042= 208756,184 𝑁. 𝑚𝑚
𝑘2 =0,5774𝜋207.103. 12
ln(1,155 . 78,8 + 6)(30)(1,155 . 78,8 + 30)(6)
=4505865,706
1,388= 3245396,137 𝑁. 𝑚𝑚
1
𝑘𝑚=
1
208756,184+
1
3245396,137
𝑘𝑚 = 0,196.106 𝑁. 𝑚𝑚
3.3.1.2 Constante de rigidez da junção
Definida pela equação abaixo.
47
𝐶 =
𝑘𝑏
𝑘𝑏 + 𝑘𝑚=
0,498.106
0,498.106 + 0,196.106= 0,717
[1]
3.3.1.3 Pré-carga recomendada
Uma força de pré-carga deve ser aplicada ao parafuso antes do carregamento, esta é definida
pela equação seguinte, para fixadores que poderão ser reutilizados:
𝐹𝑖 = 0,75. 𝐴𝑡. 𝑆𝑝 [1]
Onde 𝑆𝑝 é a resistência mínima de prova retirada de Elementos de máquinas de Shigley [1].
𝐹𝑖 = 0,75 . 84,3 . 225 = 14225,625 𝑁
3.3.1.4 Fator de carga
O fator de carga é definido pela equação abaixo, qualquer valor do fator de carga maior que 1
assegura que a tensão no parafuso é menor que a resistência de prova.
𝑛 =
(𝐴𝑡 . 𝑆𝑝 − 𝐹𝑖)𝑁
𝐶. 𝑃
[1]
Onde 𝑁 é o número de parafusos e 𝑃 é a carga externa de tração. Serão utilizados 4 parafusos
para fixar os dois mancais na mesa e 𝑃 é o somatório das maiores forças de tração das correias
e da força de atrito que deve ser vencida pelo eixo excêntrico. Portanto dos valores obtidos dos
cálculos das tensões nas correias e da força máxima de atrito obtemos:
𝑃 = 229,370 + 66 + 600 = 895,370 𝑁
Logo:
𝑛 =(84,3 . 225 − 14225,625)4
0,717 . 895,370≈ 29
O fato de carga é maior que um, logo é uma fixação confiável.
3.3.2 Parafusos suporte do atuador de fole
O atuador de fole é preso a mesa através de uma estrutura de metalon fixada a mesa através de
cantoneiras e parafusos, os cálculos dos parafusos dessa estrutura serão mostrados
simplificadamente devido a semelhança com os parafusos calculados anteriormente.
3.3.2.1 Rigidez dos fixadores
Rigidez dos parafusos:
𝑘𝑏 =𝐴𝑡 . 𝐸
𝑙𝑡
Para tais cálculos será utilizado um parafuso de diâmetro 8 mm com rosca métrica e ao fim dos
cálculos será indicado se ele é ideal ao projeto ou não.
48
𝐴𝑡 = 36,6 𝑚𝑚2
𝐸 = 207 𝐺𝑃𝑎
𝑙𝑡 = 𝑙 − 𝑙𝑑
𝑙 = 23,15 𝑚𝑚
𝑙𝑑 = 𝐿 − 𝐿𝑡
𝐿 = 35 𝑚𝑚
𝐿𝑡 = 2𝑑 + 6 = 2 . 8 + 6 = 22 𝑚𝑚
𝑙𝑑 = 35 − 22 = 13 𝑚𝑚
𝑙𝑡 = 23,15 − 13 = 10,15 𝑚𝑚
𝑘𝑏 =36,6 . 207.103
10,15= 0,746.106 𝑁/𝑚𝑚
Rigidez dos elementos:
A rigidez dos elementos pode ser simplificada pela fórmula abaixo quando os elementos são
de mesmo material.
𝑘𝑚 =0,5774𝜋𝐸𝑑
2. ln(50,5774𝑙 + 0,5𝑑0,5774𝑙 + 2,5𝑑
)= 1,570.106𝑁/𝑚𝑚
3.3.2.2 Constante de rigidez da junção
𝐶 =𝑘𝑏
𝑘𝑏 + 𝑘𝑚=
0,746.106
0,746.106 + 1,570.106= 0,322
3.3.2.3 Pré-carga recomendada
𝐹𝑖 = 0,75. 𝐴𝑡 . 𝑆𝑝 = 0,75 . 36,6 . 225 = 6176,25 𝑁
3.3.2.4 Fator de carga
𝑛 =(𝐴𝑡 . 𝑆𝑝 − 𝐹𝑖)𝑁
𝐶. 𝑃
𝑃 = 1200𝑁
Logo:
49
𝑛 =(36,6 . 225 − 6176,25)4
0,322 . 1200≈ 21
Como o valor obtido é maior que um a fixação é confiável.
3.3.3 Parafuso da biela
A biela possui um parafuso utilizado para facilitar o posicionamento dos rolamentos dentro
dela, uma vez que antes do aperto eles são facilmente encaixados na biela e após o aperto estão
fixados nela.
FIGURE 3 – BIELA
3.3.3.1 Rigidez dos fixadores
Rigidez dos parafusos:
𝑘𝑏 =𝐴𝑡 . 𝐸
𝑙𝑡
Para tais cálculos será utilizado um parafuso de diâmetro 10 mm com rosca métrica e ao fim
dos cálculos será indicado se ele é ideal ao projeto ou não.
𝐴𝑡 = 58,0 𝑚𝑚2
Módulo de elasticidade do material:
𝐸 = 207 𝐺𝑃𝑎
𝑙𝑡 = 𝑙 − 𝑙𝑑
𝑙 = 20,1 𝑚𝑚
50
𝑙𝑑 = 𝐿 − 𝐿𝑡
𝐿 = 30 𝑚𝑚
𝐿𝑡 = 2𝑑 + 6 = 2 . 10 + 6 = 26 𝑚𝑚
𝑙𝑑 = 30 − 26 = 4 𝑚𝑚
𝑙𝑡 = 20,1 − 4 = 16,1 𝑚𝑚
𝑘𝑏 =58,0 . 207.103
16,1= 0,745.106 𝑁/𝑚𝑚
Rigidez dos elementos:
A rigidez dos elementos pode ser simplificada pela fórmula abaixo quando os elementos são
de mesmo material.
𝑘𝑚 =0,5774𝜋𝐸𝑑
2. ln(50,5774𝑙 + 0,5𝑑0,5774𝑙 + 2,5𝑑
)= 1,570.106𝑁/𝑚𝑚
3.3.3.2 Constante de rigidez da junção
𝐶 =𝑘𝑏
𝑘𝑏 + 𝑘𝑚=
0,745.106
0,745.106 + 1,570.106= 0,322
3.3.3.3 Pré-carga recomendada
𝐹𝑖 = 0,75. 𝐴𝑡. 𝑆𝑝 = 0,75 . 58,0 . 225 = 9787,5 𝑁
3.3.3.4 Fator de carga
𝑛 =(𝐴𝑡 . 𝑆𝑝 − 𝐹𝑖)𝑁
𝐶. 𝑃
𝑃 = 600𝑁
Logo:
𝑛 =(58,0 . 225 − 9787,5)1
0,322 . 600≈ 17
Como o valor obtido é maior que um a fixação é confiável.
51
3.4 Rolamentos
3.4.1 Rolamento do mancal
Os rolamentos escolhidos para o mancal foram os rolamentos auto compensadores de esferas
por serem os mais indicados para eixos em flexão, pois são insensíveis ao desalinhamento
angular do eixo em relação ao mancal. Os rolamentos auto compensadores de esferas possuem
duas carreiras de esferas e uma pista esférica comum no anel externo. O rolamento escolhido
para o mancal foi o rolamento 2306 auto compensador de esferas que pode ser visto abaixo:
FIGURA 3-25 - DIMENSÕES DO ROLAMENTO 2306 [19]
FIGURA 3-26 - DADOS DE CÁLCULO ROLAMENTO 2306 [19]
52
Dos dados técnicos acima a carga dinâmica básica 𝐶 = 31,2 𝑘𝑁.
3.4.1.1 Carga dinâmica equivalente do rolamento
Para:
𝐹𝑎
𝐹𝑟≤ 𝑒 , 𝑃 = 𝐹𝑟 + 𝑌1. 𝐹𝑎
𝐹𝑎
𝐹𝑟> 𝑒 , 𝑃 = 0,65𝐹𝑟 + 𝑌2. 𝐹𝑎
[19]
Onde 𝐹𝑎 é a cara axial do rolamento, 𝐹𝑟 é a carga radial, 𝑒 = 0,44, 𝑌1 = 1,4 e 𝑌2 = 2,2
são fatores de cálculo retirados da tabela acima. Como neste caso a carga axial no rolamento é
nula e a radial é 820 ou 111 N, de acordo com o diagrama de corpo livre do eixo excêntrico:
𝐹𝑎
𝐹𝑟= 0 ≤ 𝑒 , 𝑃 = 𝐹𝑟 + 𝑌1. 𝐹𝑎 = 𝐹𝑟
3.4.1.2 Carga estática do rolamento
Definida pela seguinte fórmula:
𝑃0 = 𝐹𝑟 + 𝑌0. 𝐹𝑎 = 𝐹𝑟 [19]
3.4.1.3 Carga mínima
Para o bom funcionamento do rolamento a carga a qual é submetido deve ser no mínimo igual
a carga mínima que obedece a seguinte fórmula:
𝐹𝑟𝑚 = 𝑘𝑟 (
𝜈. 𝑛
1000)
23
(𝑑𝑚
100)
2
[19]
Em que 𝑑𝑚 é o diâmetro médio do rolamento, 𝜈 é a viscosidade do lubrificante a temperatura
operacional, 𝑛 é a rotação do rolamento e 𝑘𝑟 é o fator de carga mínima.
𝑑𝑚 =72 + 30
2= 51 𝑚𝑚
𝑛 = 3000 𝑟𝑝𝑚
Para ser estimada a viscosidade do lubrificante do rolamento a temperatura operacional, deve
ser estimada a temperatura operacional do rolamento, para tal deve ser estimada a potência
perdida no rolamento como resultante do atrito, as seguintes equações fornecidas pelo próprio
fabricante serão utilizadas:
𝑁𝑅 = 1,05 . 10−4 𝑀 𝑛 [8]
Onde 𝑁𝑅 é a perda de potência [W], 𝑀 é o momento de atrito total do rolamento [Nmm] e 𝑛 é
a velocidade de rotação [revoluções/minuto]. O momento de atrito total do rolamento deve ser
estimado segundo catálogo do fabricante (SKF) pela fórmula abaixo:
𝑀 = 0,5 𝜇𝑃𝑑 [8]
Em que 𝜇 é o coeficiente de atrito constante retirado da tabela seguinte de acordo com o tipo
de rolamento, 𝑃 é a carga dinâmica equivalente do rolamento (𝑃 = 𝐹𝑟 = 1130 𝑜𝑢 35 𝑁) e 𝑑 é
o menor diâmetro do rolamento (𝑑 = 30 𝑚𝑚)
53
TABELA 3-5 - COEFICIENTE DE ATRITO CONSTANTE PARA ROLAMENTOS ABERTOS [8]
Coeficiente de atrito constante para rolamentos abertos
Tipo de rolamento Coeficiente de atrito μ
Rolamento rígido de esferas 0,0015
Rolamento de esferas de contato angular
Uma carreira de esferas 0,0020
Duas carreiras de esferas 0,0024
Quatro pontos de contato 0,0024
Rolamento auto compensador de esferas 0,0010
Rolamentos de rolos cilindricos
com gaiola 0,0011
cojunto completo 0,0020
Rolamento de rolos de agulha com gaiola 0,0020
Rolamento de rolo cônico 0,0018
Rolamento de rolo cilíndrico 0,0018
𝜇 = 0,0010
Logo:
𝑀 = 0,5 . 0,0010 . 820 . 30 = 12,30 𝑁𝑚𝑚
𝑁𝑅 = 1,05 . 10−4. 12,30 . 3000 = 4 𝑊
Após achada a perda de potência poderá ser definido o aumento de temperatura no rolamento
devido a rotação operacional, pela seguinte equação.
∆𝑇 =
𝑁𝑅
𝑊𝑠
[8]
Em que 𝑊𝑠 é o fator de resfriamento, que é considerado 1 para condições normais de dissipação
de calor. Então o aumento de temperatura no rolamento será:
∆𝑇 =4
1= 4 ⁰𝐶
Considerando-se a temperatura inicial igual a temperatura ambiente de 25 ⁰𝐶, a temperatura
operacional seria de 30 ⁰𝐶 aproximadamente. Portanto pelos diagramas abaixo pode ser
selecionado o valor da viscosidade operacional do lubrificante.
54
FIGURA 3-27 - DIAGRAMA 1 [12]
𝜈1 = 10 𝑚𝑚2/𝑠
FIGURA 3-28 - DIAGRAMA 2 [12]
𝜈 = 10 𝑚𝑚2/𝑠
55
Logo a carga mínima do rolamento é:
𝐹𝑟𝑚 = 0,05 (10.3000
1000)
23
(51
100)
2
= 0,125 𝑁
A carga aplicada aos rolamentos excede a carga mínima, então não há necessidade de aplicação
de uma carga radial para garantir seu bom funcionamento.
3.4.1.4 Vida do rolamento:
Foram utilizadas fórmulas e gráficos fornecidos pelo próprio fabricante do rolamento, a SKF
neste caso, para o cálculo de sua vida útil. A vida nominal básica com 90% de confiabilidade
é definida pela fórmula abaixo:
𝐿10 = (
𝐶
𝑃)
𝑝
[22]
Onde 𝐶 é a classificação de carga dinâmica básica em kN, 𝑃 é a carga dinâmica equivalente do
rolamento em kN e 𝑝 é o expoente da equação de vida, 𝑝 = 3 para rolamentos de esferas e 𝑝 =10
3 para rolamentos de rolos.
𝐿10 = (31200
1130)
3
= 21048,85 𝑚𝑖𝑙ℎõ𝑒𝑠 𝑑𝑒 𝑟𝑒𝑣𝑜𝑙𝑢çõ𝑒𝑠
A vida nominal em milhões de rotações obedece a seguinte fórmula descrita abaixo:
𝐿𝑛𝑚 = 𝑎1 . 𝑎2 . 𝐿10 [22]
Onde 𝑎1 é o fator de ajuste de vida para confiabilidade, 𝑎2 é o fator de modificação de vida.
FIGURA 3-29 - FATOR 𝒂𝟏 [20]
Para uma confiabilidade de 99% o fator 𝑎1 = 0,25.
56
O fator de modificação de vida 𝑎2 leva em consideração outros dois fatores, 𝑘 =𝜈
𝜈1= 1 e 𝜂𝑐
que leva em consideração o nível de contaminação do lubrificante.
FIGURA 3-30 - FATOR 𝜼𝒄 [20]
Considerando-se uma limpeza normal o fator 𝜂𝑐 = 0,6.
FIGURA 3-31 - FATOR 𝒂𝑺𝑲𝑭 [20]
𝑎2 = 50
57
𝐿𝑛𝑚 = 0,25 . 50 . 21048,085 = 263101,062 𝑚𝑖𝑙ℎõ𝑒𝑠 𝑑𝑒 𝑟𝑒𝑣𝑜𝑙𝑢çõ𝑒𝑠
A vida útil do rolamento em horas operacionais é descrita abaixo:
𝐿𝑛𝑚ℎ =
106 . 𝐿𝑛𝑚
60 . 𝑛
[22]
Onde 𝑛 é a velocidade de rotação do rolamento em revoluções por minuto.
𝐿𝑛𝑚ℎ =106 .263101,062
60 .3600= 1218060,472 ℎoras
3.4.2 Rolamentos da biela
Os rolamentos da biela escolhidos foram os rolamentos rígidos de esferas de carreira simples
por sua facilidade de montagem. O procedimento para determinar se os rolamentos são
adequados se assemelha ao dos rolamentos dos mancais e por isso será resumido.
3.4.2.1 Rolamento 6008
FIGURA 3-32 - ROLAMENTO 6008 [19]
58
FIGURA 3-33 - DADOS DE CÁLCULO ROLAMENTO 6008 [19]
Dados da ficha técnica do rolamento: 𝐶 = 17800 𝑁, 𝐶0 = 11000 𝑁, 𝑓0 = 15, 𝑘𝑟 = 0,025.
3.4.2.1.1 Capacidade de carga axial
𝐹𝑎 ≤ 0,5𝐶𝑜 = 5500 𝑁 [19]
3.4.2.1.2 Carga dinâmica equivalente do rolamento
𝐹𝑎
𝐹𝑟≤ 𝑒 , 𝑃 = 𝐹𝑟 + 𝑌1. 𝐹𝑎
𝐹𝑎
𝐹𝑟> 𝑒 , 𝑃 = 0,65𝐹𝑟 + 𝑌2. 𝐹𝑎
𝑒 =𝑓0𝐹𝑎
𝐶0=
15.0
11000= 0
[19]
Como 𝐹𝑎 ≈ 0 e 𝐹𝑟 = 600 𝑁, então 𝑃 = 600 + 𝑌1. 0 = 600 𝑁.
3.4.2.1.3 Carga estática equivalente do rolamento (𝑷𝟎)
𝑃0 = 0,6 . 𝐹𝑟 + 0,5 . 𝐹𝑎 = 0,6 . 600 + 0 = 360 𝑁 [19]
Como 𝑃0 < 𝐹𝑟, então será utilizado 𝑃0 = 𝐹𝑟 = 600.
3.4.2.1.4 Carga mínima
𝐹𝑟𝑚 = 𝑘𝑟 (𝜈 . 𝑛
1000)
23
(𝑑𝑚
1000)
2
𝑁𝑅 = 1,05 . 10−4 .0,5 𝜇𝑃𝑑. 𝑛
𝜇 = 0,0015
𝑁𝑅 = 1,05 . 10−4 . 0,5 . 0,0015 . 600 . 40 . 3000 = 5,67
59
∆𝑇 =5,67
1= 5,67 ⁰𝐶
Como a variação e temperatura é muito próxima da variação do rolamento calculado
anteriormente e o diâmetro médio também próximo será utilizado o mesmo valor para
viscosidade a temperatura operacional do rolamento (𝜈 = 10).
𝐹𝑟𝑚 = 0,025 (10 .3000
1000)
23
(54
1000)
2
= 0,0007 𝑁
A carga mínima é menor que a carga a qual o rolamento é submetido, então não há necessidade
de aplicação de carga axial.
3.4.2.1.5 Vida útil do rolamento
𝐿10 = (𝐶
𝑃)
𝑝
= (17800
600)
3
= 26109,963 𝑚𝑖𝑙ℎõ𝑒𝑠 𝑑𝑒 𝑟𝑒𝑣𝑜𝑙𝑢çõ𝑒𝑠
𝐿𝑛𝑚 = 𝑎1 . 𝑎2 . 𝐿10
𝑎1 = 0,25
𝜂𝑐 = 0,6
𝑎2 = 50
𝐿𝑛𝑚 = 0,25 . 50 . 26109,963 = 326374,537 𝑚𝑖𝑙ℎõ𝑒𝑠 𝑑𝑒 𝑟𝑒𝑣𝑜𝑙𝑢çõ𝑒𝑠
𝐿𝑛𝑚ℎ =106 . 326374,537
60 . 3000= 1813191,872 ℎ𝑜𝑟𝑎𝑠
60
3.4.2.2 Rolamento 6000
FIGURA 3-34 - DIMENSÕES ROLAMENTO 6000 [19]
FIGURA 3-35 - DADOS DE CÁLCULO ROLAMENTO 6000 [19]
Dados da ficha técnica do rolamento: 𝐶 = 4800 𝑁, 𝐶0 = 2000 𝑁, 𝑓0 = 12, 𝑘𝑟 = 0,025.
3.4.2.2.1 Capacidade de carga axial
𝐹𝑎 ≤ 0,5𝐶𝑜 = 1000 𝑁
61
3.4.2.2.2 Carga dinâmica equivalente do rolamento
𝐹𝑎
𝐹𝑟≤ 𝑒 , 𝑃 = 𝐹𝑟 + 𝑌1. 𝐹𝑎
𝐹𝑎
𝐹𝑟> 𝑒 , 𝑃 = 0,65𝐹𝑟 + 𝑌2. 𝐹𝑎
𝑒 =𝑓0𝐹𝑎
𝐶0=
12.0
4800= 0
Como 𝐹𝑎 ≈ 0 e 𝐹𝑟 = 600 𝑁, então 𝑃 = 600 + 𝑌1. 0 = 600 𝑁.
3.4.2.2.3 Carga estática equivalente do rolamento (𝑷𝟎)
𝑃0 = 0,6 . 𝐹𝑟 + 0,5 . 𝐹𝑎 = 0,6 . 600 + 0 = 360 𝑁
Como 𝑃0 < 𝐹𝑟, então será utilizado 𝑃0 = 𝐹𝑟 = 600.
3.4.2.2.4 Carga mínima
𝐹𝑟𝑚 = 𝑘𝑟 (𝜈 . 𝑛
1000)
23
(𝑑𝑚
1000)
2
𝑁𝑅 = 1,05 . 10−4 .0,5 𝜇𝑃𝑑. 𝑛
𝜇 = 0,0015
𝑁𝑅 = 1,05 . 10−4 . 0,5 . 0,0015 . 600 . 10 . 3000 = 1,417
∆𝑇 =1,417
1= 1,417 ⁰𝐶
𝜈1 ≈ 17𝑚𝑚2/𝑠
𝜈 = 10𝑚𝑚2/𝑠
𝐹𝑟𝑚 = 0,025 (10 .3000
1000)
23
(18
1000)
2
= 0,00008 𝑁
A carga mínima é menor que a carga a qual o rolamento é submetido, então não há necessidade
de aplicação de carga axial.
3.4.2.2.5 Vida útil do rolamento
𝐿10 = (𝐶
𝑃)
𝑝
= (4800
600)
3
= 512 𝑚𝑖𝑙ℎõ𝑒𝑠 𝑑𝑒 𝑟𝑒𝑣𝑜𝑙𝑢çõ𝑒𝑠
𝐿𝑛𝑚 = 𝑎1 . 𝑎2 . 𝐿10
62
𝑎1 = 0,25
𝜂𝑐 = 0,6
𝑎2 = 50
𝐿𝑛𝑚 = 0,25 . 50 . 512 = 6400 𝑚𝑖𝑙ℎõ𝑒𝑠 𝑑𝑒 𝑟𝑒𝑣𝑜𝑙𝑢çõ𝑒𝑠
𝐿𝑛𝑚ℎ =106 . 6400
60 . 3000= 35555, ,55 ℎ𝑜𝑟𝑎𝑠
3.5 Sensores
3.5.1 Sensor de força
Para monitorar a força vertical e a força de atrito foi escolhido um sensor piezoelétrico de três
componentes. Os sensores de três componentes são capazes de medir simultaneamente a força
em três direções ortogonais (x,y e z), estes sensores contém três conjuntos de placas de quartzo
empilhadas em um arranjo pré carregado. Cada um corresponde a um vetor componente de
uma força aplicada atuando ao longo do seu eixo de sensibilidade. O fornecedor deste sensor é
a PCB piezotronics e o modelo é o 260A01. O sensor pode ser visto na figura a seguir.
FIGURE 4 - SENSOR DE FORÇA DE TRÊS COMPONENTES SERIES 260A01 A 260A03 [10]
3.5.2 Sensor de temperatura
O sensor de temperatura escolhido foi um termopar da Omega do tipo K, calibração do tipo
chromega-alomega, série xc, isolado com cerâmica e utilizado no intervalo de temperatura
entre 0 e 1090°C. O termopar é feito em material flexível, o que facilita o seu uso e pode ser
visto na foto abaixo.
63
FIGURA 5 - TERMOPAR SERIE XC TIPO K [9]
3.6 Cone morse O cone morse é o acoplamento entre pinça e suporte. A pinça possui quatro rasgos no seu
entorno possibilitando a compressão da mesma. O esquema de montagem é mostrado abaixo.
FIGURA 6 - CONE MORSE
Para retirar a pinça de dentro do suporte da pinça após feito o ensaio é utilizada uma ferramenta
específica que exerce força na pinça para baixo, removendo-a, como mostrado na figura abaixo.
64
FIGURA 7 - FERRAMENTA UTILIZADA PARA RETIRAR A PINÇA DO SUPORTE DA PINÇA
FIGURA 8 - REMOÇÃO DA PINÇA
Para a remoção da esfera de teste é utilizada a ferramenta abaixo:
FIGURA 9 - FERRAMENTA PARA RETIRADA DA ESFERA DE TESTE
65
FIGURA 10 - REMOÇÃO DA ESFERA DE TESTE
3.7 Vedação do reservatório de óleo Os vedadores do reservatório de óleo foram selecionados de acordo com o catálogo da
Vedabrás. O reservatório de óleo não é pressurizado e o volume de óleo lubrificante dentro do
reservatório é pequeno, fazendo uma pressão muito pequena sob os vedadores, logo será usado
um o`ring no suporte do disco de teste, pois é uma vedação sem movimento e com baixa pressão
e será utilizado uma gaxeta no eixo secundário pois este apresenta movimento com velocidade
adequada a gaxetas.
FIGURA 11 - CORTE RESERVATÓRIO DE ÓLEO
4. Conclusão Este trabalho foi baseado nas normas relativas ao SRV, uma máquina de alta frequência
oscilatória, se adequando assim a todas as exigências de projeto das normas ASTM D6425-11
e ASTM D 7421-11. A máquina necessita apenas de compressor e eletricidade para funcionar,
sendo facilmente empregada em laboratórios.
A maior dificuldade encontrada durante o projeto foi escolher o acionamento do movimento
alternativo e o sistema mecânico não se demonstra ideal quando analisado dinamicamente
devido à variação na velocidade e na aceleração, que podem modificar o desgaste e o atrito
66
durante o teste, porém as medições não são afetadas pois podem ser analisadas juntamente
com os gráficos de velocidade e aceleração do eixo secundário.
5. Bibliografia [1] Budynas, R.G., Nisbett, J.K.; Elementos de máquinas de Shigley: Projeto de engenharia
mecânica, 8ª ed., Mc Graw Hill e Bookman, Porto Alegre, 2011. ISBN 978-85-63308-20-7
[2] Cameron, A.; Basic lubrication theory, 1ª ed, Longman, Inglaterra, 1971.ISBN 0 582 44479
9
[3] Carmo, Mariana Ribeiro, INFLUÊNCIA DOS PARÂMETROS DE OPERAÇÃO E DE
PROPRIEDADES DOS LUBRIFICANTES NAS CONDIÇÕES DE LUBRIFICAÇÃO EM
GEOMETRIA QUATRO-ESFERAS, mestrado da Coppe, 2012.
[4] Carreteiro, R.P., Moura, C.R.S.; Lubrificantes e lubrificação, 2ª ed., Makron Books do
Brasil, São Paulo, 1998. ISBN 85-346-0717-6
[5] Catálogo Norgren – Atuador tipo fole. Disponível em:
http://www.cpcomponentes.com.br/NORGREN/Cilindros-Pneumaticos/Atuador-tipo-Fole-_-
PM31000.
[6] Catálogo SKF – Power transmission belts.
[7] Catálogo SKF – Produtos para transmissão de potência
[8] Catálogo SKF – Rolling bearings.
[9] Catálogo Omega – Elementos de Termopar com revestimento em Nextel Flexível.
Disponível em: http://br.omega.com/temperature/pdf/XC.pdf.
[10] Catálogo PCB piezotronics - Model 260A01. Disponível em:
https://www.google.com.br/url?sa=t&rct=j&q=&esrc=s&source=web&cd=1&cad=rja&uact=
8&ved=0ahUKEwj9sNDPtYvPAhXCk5AKHRQGBesQFggcMAA&url=https%3A%2F%2F
www.pcb.com%2Fcontentstore%2Fdocs%2FPCB_Corporate%2FForceTorque%2FProducts
%2FManuals%2F260A01.pdf&usg=AFQjCNEt40hgbSD-
5OcyignyHjXApGrTLg&sig2=TjKqlvR5Y7xR1v_30UlWHA&bvm=bv.132479545,d.Y2I.
[11] Catálogo Vedabrás – Vedadores.
[12] Catálogo WEG – Catálogo de Motores Elétricos. Disponível em:
http://www.weg.net/br/Produtos-e-Servicos/Motores-Eletricos/Industriais/W21-
Multimontagem-IR2.
[13] Condições de lubrificação. Disponível em: http://www.skf.com/br/products/bearings-
units-housings/roller-bearings/principles/selecting-bearing-size/using-life-
equations/lubrication-conditions-the-viscosity-ratio-k/index.html. Acesso em 20 de agosto.
2016.
67
[14] Farias, A.C.M., Santana, J.S., Santana, J.S., Silva, A.O., Barbosa, C.R.F., Medeiros J.T.N.;
“LUBRICIDADE DO COMBUSTÍVEL DIESEL E DOS BIOCOMBUSTÍVEIS DE SOJA B20
E B100”, In: VI NATIONAL CONGRESS OF MECHANICAL ENGINEERING, Conem,
2010.
[15] Hersey, M. D.; Theory and research in lubrication, John Wiley & Sons, 1966.
[16] NORMA ASTM D6425 – 11, Standard Test Method for measuring Friction and Wear
Properties of Extreme Pressure (EP) Lubricating Oils Using SRV Test Machine.
[17] NORMA ASTM D7421 – 11, Standard Test Method for determining Extreme Pressure
Properties of lubricating oils Using High-Frequency, Linear-Oscillation (SRV) Test Machine.
[18] Mabie, H.H., Ocvirk, F.W.; Dinâmica das máquinas, 2ª ed., John Wiley & Sons, Rio de
Janeiro, 1980.
Plain Bearings or Sliding Bearings. Disponível em:
http://www.faculty.fairfield.edu/wdornfeld/ME312/PlainBearingsLectureE.pdf. Acesso em 10
fev. 2016.
[19] Reologia e modificadores reológicos. Disponível em:
http://www.freedom.inf.br/artigos_tecnicos/hc56/ricardopedro.asp. Acesso em 10 fev. 2016.
[20] Rolamentos rígidos de uma carreira de esferas. Disponível em:
http://www.skf.com/br/products/bearings-units-housings/ball-bearings/deep-groove-ball-
bearings/single-row-deep-groove-ball-bearings/index.html. Acesso em 20 agosto. 2016.
[21] Soluções de vedação. Disponível em: http://www.skf.com/br/products/bearings-units-
housings/bearing-housings/split-plummer-block-housings-snl-2-3-5-6-series/sealing-
solutions/index.html Acesso em 15 maio 2016.
[22] Vida nominal SKF. Disponível em: http://www.skf.com/br/products/bearings-units-
housings/roller-bearings/principles/selecting-bearing-size/using-life-equations/skf-rating-
life/index.html. Acesso: 20 de agosto. 2016.
[24] Vasques, Ana Carolina Cortez de Omena, Projeto Mecânico de uma Máquina de Ensaio
de Fadiga Para Arames da Armadura de Tração de Dutos Flexíveis, Graduação da
Universidade Federal do Rio de Janeiro, 2014.
12323242526
484746454443
2930
3132
3334
35
42
3638
3940
41
2728 45
22
7
6
1211
1314
1510
1617
189
8
19 20 21
37
PRODUCED BY AN AUTODESK EDUCATIONAL PRODUCT
PR
OD
UC
ED
B
Y A
N A
UT
OD
ES
K E
DU
CA
TIO
NA
L P
RO
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CT
PRODUCED BY AN AUTODESK EDUCATIONAL PRODUCT
PR
OD
UC
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N A
UT
OD
ES
K E
DU
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TIO
NA
L P
RO
DU
CT
6667
6869
7071 72 73
6564
81
6362
61
5556575874
5960
5150 52
79 8078
7775 7653 54
82
49
PRODUCED BY AN AUTODESK EDUCATIONAL PRODUCT
PR
OD
UC
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B
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PRODUCED BY AN AUTODESK EDUCATIONAL PRODUCT
PR
OD
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B
Y A
N A
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K E
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L P
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CT