protocolo das antropozoonosesos - aracaju.se.gov.br · dengue - esquistossomose - leishmaniose...

25
Manual das ações programáticas 89 M o d e l o S a ú d e T o d o D i a DENGUE - ESQUISTOSSOMOSE - LEISHMANIOSE VISCERAL - LEISHMANIOSE TEGUMENTAR - DOENÇA DE CHAGAS - ACIDENTES POR ANIMAIS PEÇONHENTOS PROTOCOLO DAS ANTROPOZOONOSES PROGRAMA DE VIGILÂNCIA EPIDEMIOLÓGICA DE AGRAVOS TRANSMISSÍVEIS DENGUE ....................................................................................................................... 91 LEISHMANIOSE TEGUMENTAR AMERICANA ..................................................... 102 DOENÇA DE CHAGAS .............................................................................................. 106 ACIDENTES POR ANIMAIS PAÇONHENTOS ....................................................... 110 BIBLIOGRAFIA .......................................................................................................... 114

Upload: lycong

Post on 03-Dec-2018

218 views

Category:

Documents


0 download

TRANSCRIPT

Page 1: PROTOCOLO DAS ANTROPOZOONOSESOS - aracaju.se.gov.br · dengue - esquistossomose - leishmaniose visceral - leishmaniose tegumentar - doenÇa de chagas - acidentes por animais peÇonhent

Manual das ações programáticas 89 M o d e l o S a ú d e T o d o D i a

Secr

etar

ia M

unic

ipal

de

Saúd

e

DENGUE - ESQUISTOSSOMOSE - LEISHMANIOSE VISCERAL - LEISHMANIOSE TEGUMENTAR - DOENÇA DE CHAGAS - ACIDENTES POR ANIMAIS PEÇONHENTOS

PROTOCOLO DAS ANTROPOZOONOSES

PROGRAMA DE VIGILÂNCIA EPIDEMIOLÓGICA DE AGRAVOS TRANSMISSÍVEIS

DENGUE ....................................................................................................................... 91

LEISHMANIOSE TEGUMENTAR AMERICANA ..................................................... 102

DOENÇA DE CHAGAS .............................................................................................. 106

ACIDENTES POR ANIMAIS PAÇONHENTOS ....................................................... 110

BIBLIOGRAFIA .......................................................................................................... 114

Page 2: PROTOCOLO DAS ANTROPOZOONOSESOS - aracaju.se.gov.br · dengue - esquistossomose - leishmaniose visceral - leishmaniose tegumentar - doenÇa de chagas - acidentes por animais peÇonhent

Manual das ações programáticas 91 M o d e l o S a ú d e T o d o D i a

Secr

etar

ia M

unic

ipal

de

Saúd

e

DENGUE

Doença febril aguda, que pode ser de cursobenigno ou grave, dependendo da forma comose apresente: infecção inaparente, Dengue clás-sico, Febre Hemorrágica da Dengue, ou sín-drome do choque da dengue. Atualmente é aprincipal arbovirose que afeta a ser humano,onstituindo-se num sério problema de saúdepública.

Agente Etiológico

É um Arbovírus do gênero Flavivírus. Sãoconhecidos quatro sorotipos: 1, 2, 3, 4.

Reservatório

A fonte de infecção e reservatório vertebra-do é o ser humano.

Vetores

São mosquitos do gênero Aedes, sendo aespécie Aedes aegypti a mais importante natransmissão da doença.

Período de Incubação

Varia de 3 a 15 dias, sendo em média de 5a 6 dias.

Modo de Transmissão

A transmissão se faz através da picada demosquito Aedes aegypti. Após um repasto desangue com presença de vírus (período deviremia - que vai do dia anterior ao apareci-mento da febre até o sexto dia da doença), o

mosquito está apto a transmitir o vírus, de-pois de 8 a 12 dias de incubação nas glându-las salivares do mosquito.

Manifestações clínicas

. Dengue Clássico - os sintomas mais co-muns são febre (39 a 40 °c) de iníciosúbito seguidas de cefaléia, mialgia,prostração, artralgia, anorexia, astenia,dor retroorbital, náuseas, vômitos,exantema, prurido cutâneo, podendoocorrer também Hepatomegalia doloro-sa. Em alguns casos, geralmente emadultos pode ocorrer manifestações He-morrágicas como: petéquias, epistaxe,gengivorragia e metrorragia, e em cri-anças pode acontecer dor abdominal.A doença tem duração de 5 a 7 dias,podendo persistir debilidade física porvárias semanas.

. Febre Hemorrágica da Dengue

° Grau I - febre acompanhada de sin-tomas inespecíficos. A única mani-festação hemorrágica é a prova dolaço positiva.

° Grau II - além dos sintomas do GrauI, somam-se homorragias espontâne-as leves (sangramentos de pele,epistaxe, gengivorragia e outros).

° Grau III - colapso circulatório, compulso fraco e rápido, e pressão arte-rial ou hipotensão, pele pegajosa efria e inquietação.

° Grau IV - choque profundo, com au-sência da pressão arterial e pressãode pulso imperceptível (Síndrome doChoque da Dengue)

Page 3: PROTOCOLO DAS ANTROPOZOONOSESOS - aracaju.se.gov.br · dengue - esquistossomose - leishmaniose visceral - leishmaniose tegumentar - doenÇa de chagas - acidentes por animais peÇonhent

Manual das ações programáticas 92 M o d e l o S a ú d e T o d o D i a

Pre

feit

ura

Mun

icip

al d

e A

raca

ju

Diagnóstico Laboratorial

Exames Específicos

° Diagnóstico Sorológico - método de di-agnóstico que demosntra a presença deanticorpos de classe IgM, ou o aumentodo título de anticorpos IgG. A coleta daamostra de sangue deve ser feita após5° dia do aparecimento dos sintomas,podendo ser realizada até o 30° dia.

° Isolamento Viral - determina o tipo devírus (1, 2, 3 ou 4). A amostra deve sercoletada entre o 1° e o 5° dia do apareci-mento dos sintomas.

* Amostra de Sangue:

- Quantidade - adultos 5 a 10 ml / crian-ças 2 a 5 ml

- Acondicionamento - tubos hermetica-mente fechados com tampa rosca, outubos a vácuo.

- Separação do soro antes de enviar aamostra ao laboratório, para evitar ris-co de hemólise:

> Sorologia: repouso na temperaturaambiente por 2 ou24 horas.

> Virologia: refrigerador a 4°c (fora docongelador) por no máximo 6 horas

- Identificação com etiqueta contendo nomedo paciente sem abreviaturas, data dacoleta, Unidade de Saúde e Município.

- Deve ser enviada ao LACEN (I.P.H.)acompanhada de uma ficha para diag-nóstico laboratorial de dengue, devida-mente preenchida.

Exames Inespecíficos - hematócrito eplaquetometria são os mais importantes parao diagnóstico e acompanhamento das formashomerrágicas.

Tratamento

. Dengue Clássico - o tratamento é sinto-mático (analgésicos e antipiréticos), epode ser feito no domicílio, com retor-no a Unidade de Saúde após 48 a 72horas do início dos sintomas. Indica-sehidratação oral e repouso. Não devemser usados medicamentos com ou deri-vados do ácido acetil salicílico, por au-mentar o risco de hemorragias.

. Dengue Clássico com manifestaçõeshemorrágicas sem sinais de choque ouhipotensão - além das medidas do qua-dro anterior:

- Realizar exame de sangue e prova do laço.

- Manter hidratação oral, com maior vo-lume de líquido possível.

- Monitoramento de hematócrito eplaquetas.

- Manter o paciente em observação por12 a 24 horas.

- Havendo necessidade, transferir o paci-ente para outra unidade de Saúde commelhores condições operacionais, de pre-ferência com soro fisiológico instalado.

. Dengue Clássico com minifestaçõeshemorrágicas com sinais de hipotensãoou choque

- Iniciar imediatamente reidratação paren-teral, e coleta de sangue para exames.

Page 4: PROTOCOLO DAS ANTROPOZOONOSESOS - aracaju.se.gov.br · dengue - esquistossomose - leishmaniose visceral - leishmaniose tegumentar - doenÇa de chagas - acidentes por animais peÇonhent

Manual das ações programáticas 93 M o d e l o S a ú d e T o d o D i a

Secr

etar

ia M

unic

ipal

de

Saúd

e- Se a Unidade de Saúde não tiver condi-ções de realizar a reposição hidroeletro-lítica, encaminhar o paciente para outraunidade já com infusão venosa de soro.

- Avaliar as condições hemodinâmicasdo paciente a cada hora, para adequa-ção da dose de soro (10 a 20 ml de sorofisiológico ou Ringer por Kg/hora).

. Dengue Homorrágico

- Hospitalização para reidratação paren-teral e monitoramento cuidadoso.

. Síndrome do Choque do Dengue

- Hospitalização imediata em Unidade deTerapia Intensiva.

OBS: A Unidade de Referência para ca-sos graves de Dengue em Aracaju é oHospital João Alves Filho.

Sinais de Alerta de Dengue Hemorrágico

. Dor abdominal intensa

. Vômitos persistentes

. Prova do laço positiva

. Hepatomegalia dolorosa

. Derrames cavitários (pleural e/ou ab-dominal)

. Gengivorragia, epistaxe ou metrorragias

. Sangramentos importantes

. Hipotensão arterial

. Hipotensão postural

. Diminuição da diurese

. Agitação ou letargia

. Pulso rápido e fraco

. Extremidades frias e cianose

. Diminuição brusca da temperatura docorpo, associada a sudorese

. Taquicardia intensa e lipotímia

* Prova do laço - colocar o tensiômetro no bra-ço do paciente e isuflar o manguito, manten-do-o entre a Tensão Arterial Média por 3 mi-nutos. Verificar se aparecem petéquias abaixodo manguito. A prova é positiva se aparece-rem 20 ou mais petéquias no braço, em áreacorrespondente a uma polpa digital.

Objetivo da Vigilância Epidemiológica

. Evitar propagação da doença

. Detectar precocemente epidemias

. Reduzir o risco de transmissão da den-gue, através de ação conjunta da V.E,CCZ e Atenção Básica.

. Reduzir a letalidade de FH.D, atravésde diagnóstico precoce e tratamentoadequado.

Definição de caso

. Caso Suspeito - todo indivíduo que apre-sente febre alta com duração máximade 7 dias acompanhada de pelo menos

Page 5: PROTOCOLO DAS ANTROPOZOONOSESOS - aracaju.se.gov.br · dengue - esquistossomose - leishmaniose visceral - leishmaniose tegumentar - doenÇa de chagas - acidentes por animais peÇonhent

Manual das ações programáticas 94 M o d e l o S a ú d e T o d o D i a

Pre

feit

ura

Mun

icip

al d

e A

raca

ju

dois dos seguintes sintomas: cefaléia, dorretroorbital, mialgia, artralgia, protração,exantema; e que tenha estado nos últi-mos 15 dias em áreas de transmissãode dengue.

. Caso Confirmado - todo caso suspeitoconfirmado através de exame laborato-rial (sorologia). Em caso de epidemia aconfirmação se dá através do critérioclínico epidemiológico.

. Caso descartado - caso suspeito com di-agnóstico laboratorial negativo ou casosuspeito, sem confirmação laboratorial,cuja investigação clínica e epidemioló-gica forem compatíveis com outras pa-tologias.

Conduta frente ao caso suspeito

. Acolhimento

. Atendimento médico imediato, com ori-entação ao paciente.

. Em casos de dengue clássico, solicitarretorno do paciente para avaliação após2 ou 3 dias.

. Se houver sinais de alerta de denguehomorrágico, solicitar remoção do pa-ciente através do SAMU.

. Notificação compulsória.

. Investigação epidemiológica.

. Coleta de material para realização desorologia e/ou virologia de acordo como período da doença.

. Acompanhar evolução clínica do paciente.

. Contato com o CCZ para que sejam to-madas medidas de controle ao vetor.

. Intensificar ações de educação em saú-de e mobilização da comunidade.

. Avaliar ações de prevenção e controledesenvolvidas.

Page 6: PROTOCOLO DAS ANTROPOZOONOSESOS - aracaju.se.gov.br · dengue - esquistossomose - leishmaniose visceral - leishmaniose tegumentar - doenÇa de chagas - acidentes por animais peÇonhent

Manual das ações programáticas 95 M o d e l o S a ú d e T o d o D i a

Secr

etar

ia M

unic

ipal

de

Saúd

e

ESQUISTOSSOMOSE MANSÔNICA

Endemia importante no Brasil, por sua mag-nitude e transcendência. Causada por parasi-ta (Schistosoma mansoni) que requer caramu-jos, de água doce para completar o seu ciclode desenvolvimento. Em Sergipe está presentede forma endêmica. Em Aracaju é uma dasdoenças transmissíveis mais prevalentes.

MODO DE TRANSMISSÃO

Os ovos de Schistosoma mansoni são eli-minados pelas fezes do hospedeiro infectado(homem). Na água os ovos eclodem e liberamlarvas ciliadas denominadas miracídios, queinfectam o caramujo, e depois de algumas se-manas saem na forma de cercarias, ficandolivres na água. O contato do individuo comágua que contenham cercarias é a maneira dese adquirir a doença. Estas penetram no orga-nismo humano através da pele, indo se alojarnos vasos sanguíneos, principalmente no fí-gado e intestino, onde proliferam.

Período de Incubação – duas a seis sema-nas após a infecção

SINAIS E SINTOMAS

É uma doença de evolução crônica, de gra-vidade variável. A maioria das pessoasinfectadas pode permanecer assintomática,dependendo da intensidade da infecção, asintomatologia clinica corresponde ao estágiode desenvolvimento do parasita no hospedei-ro. Clinicamente é classificada em aguda ecrônica. Na fase aguda ocorre a dermatitecercariana devido a penetração da cercaria no

indivíduo, ocorrendo erupção popular,eritema, edema e prurido. Após três a sete se-manas de exposição pode acontecer febre,anorexia, dor abdominal e cefaléia, podendotambém ocorrer diarréia, náuseas, vômitos etosse seca; pode ser encontrado hepatoesple-nomegalia. A fase crônica inicia-se a partir dosseis meses após a infecção, os sinais e sinto-mas são progressivos, podendo atingir grausde severidade extremos, como hipertensão pul-monar e portal, epigastralgia, hepatomegalia,esplenomegalia, ascite, varizes de esôfago, sen-do classificada em: Tipo I ou Fase Intestinal,Tipo II ou Fase Hepatointestinal, Tipo III ouForma Hepatoesplênica Compensada, e TipoIV ou Forma HepatoesplênicaDescompensada.

√√√√√ Diagnóstico – exame parasitológico defezes (Método Kato-Katz)

√√√√√ Tratamento – existem duas drogas dis-poníveis:

. Praziquantel – apresentado em compri-midos de 600 mg, com dosagem reco-mendada de 60 mg de peso para crian-ças com até 15 anos, e 50 mg / Kg depeso para adultos, em dose única.

. Oxamniquine – apresentado em cápsu-las de 250 mg e suspensão contendo 50mg por cada ml. È recomendado na do-sagem de 20 mg/kg de peso para crian-ças até 15 anos, e 15 mg/kg de pesopara adultos, em dose única.

Efeitos Colaterais: tonturas, náuseas, vômi-tos, cefaléia, sonolência são comuns aos doismedicamentos, sendo a tontura mais freqüen-te com Oxamniquine e náuseas e vômitos comPraziquantel.

Page 7: PROTOCOLO DAS ANTROPOZOONOSESOS - aracaju.se.gov.br · dengue - esquistossomose - leishmaniose visceral - leishmaniose tegumentar - doenÇa de chagas - acidentes por animais peÇonhent

Manual das ações programáticas 96 M o d e l o S a ú d e T o d o D i a

Pre

feit

ura

Mun

icip

al d

e A

raca

ju

CONTRA-INDICAÇÕES:

- gestação

- fase de amamentação (se o risco beneficiocompensar o tratamento da mulher nutriz,esta só deve amamentar a criança 24 horasapós a administração do medicamento.

- Criança menor de 2 anos;

- Desnutrição ou anemia acentuada;

- Infecções agudas ou crônicas intercorrentes;

- Insuficiência renal ou cardíaca descom-pensada;

- Insuficiência hepática grave;

- História de epilepsia ou doença mental;

- Qualquer doença associada que seja gra-ve ou incapacitante do que a própria es-quistossomose;

- Estados de hipersensibilidade e doençasdo colágeno;

- Adulto com mais de 70 anos (somente sena avaliação médica o risco/beneficiocompensar o tratamento).

OBJETIVOS DA VIGILÂNCIA EPIDEMIOLÓGICA:

. Evitar ocorrência de formas graves;

. Reduzir a prevalência;

. Impedir a expansão da endemia.

DEFINIÇÃO DE CASO

. Suspeito

Todo indivíduo residente ou procedente deárea endêmica para esquistossomose, comquadro clínico sugestivo de forma aguda oucrônica, com história de contato com coleçõesde águas onde existam caramujos.

. Caso confirmado

Critério clínico laboratorial; todo o indiví-duo residente em área endêmica para esquis-tossomose, com quadro clínico compatível,com história de exposição a água onde existeo caramujo eliminando cercarias, que apre-sente ovos viáveis de Schistosoma mansoni nasfezes.

Conduta frente a caso suspeito

. Acolhimento

. Assistência médica ao paciente

. Notificação compulsória;

. Coleta de fezes para realização decoproscopia pelo método Kato Katz

. Tratamento de todas as pessoasinfectadas ou reinfestadas positivas paraSchistosoma mansoni no exame labora-torial.

. Acompanhar evolução clinica do paciente

. Busca ativa de novos casos

Page 8: PROTOCOLO DAS ANTROPOZOONOSESOS - aracaju.se.gov.br · dengue - esquistossomose - leishmaniose visceral - leishmaniose tegumentar - doenÇa de chagas - acidentes por animais peÇonhent

Manual das ações programáticas 97 M o d e l o S a ú d e T o d o D i a

Secr

etar

ia M

unic

ipal

de

Saúd

e. Definir o local ou locais de risco ondeocorreu a transmissão, visando o direci-onamento das ações e controle.

. Contato com o Centro de Controle deZoonose solicitando intensificação dasmedidas de controle.

. Contato com setor responsável por obrasde saneamento ambiental no intuito de

eliminar focos de transmissão da doen-ça .

. Ações educativas a população quanto àmaneira de prevenção, transmissão, for-mas graves da doença e importância dotratamento dos casos confirmados.

. Avaliar as ações de prevenção e controledesenvolvidas.

Page 9: PROTOCOLO DAS ANTROPOZOONOSESOS - aracaju.se.gov.br · dengue - esquistossomose - leishmaniose visceral - leishmaniose tegumentar - doenÇa de chagas - acidentes por animais peÇonhent

Manual das ações programáticas 98 M o d e l o S a ú d e T o d o D i a

Pre

feit

ura

Mun

icip

al d

e A

raca

ju

LEISHMANIOSE VISCERAL(CALAZAR)

É uma antropozoonose que é um crescenteproblema de saúde pública no Brasil, dado oaumento de sua incidência e a alta letalidade,principalmente em indivíduos não tratados ecrianças desnutridas. Sua transmissão, inici-almente silvestre ou concentrada em peque-nas localidades rurais, já ocorre na periferiados centros urbanos de médios e grande por-te, em área domiciliar ou peri-domiciliar.

AGENTE ETIOLÓGICO

No Brasil é causada por um protozoárioda espécie Leishmania chagasi. Seu cicloevolutivo se caracteriza por apresentar duasformas: amastigota (parasita intracelular novertebrados), e promastigota (tubo digestivo dosvetores invertebrados).

RESERVATÓRIO

. Área urbana – o cão é a principal fonte deinfecção

. Ambiente Silvestre – raposas e marsupi-ais.

VETOR

Os vetores da leishmaniose visceral no Bra-sil são insetos flebótomos da espécie Lut-zomyia longipalpis (principal) e Lutzomyiacvruzi, conhecidos popularmente como mos-quito palha, tatuquiras, birigui, entre outros.

MODO DE TRANSMISSÃO

No Brasil, é aceito que, a principal formade transmissão é através da picada dosflebótomos. Estes se contaminam ao sugar osangue de um animal contaminado. No tubodigestivo do inseto as leishmanias se desen-volvem, e após 8 a 20 dias estarão aptos ainfectar outros indivíduos.

PERÍODO DE INCUBAÇÃO

. Homem – 10 dias a 24 meses, com médiade 2 a 6 meses

. Cão – 3 meses a vários anos, com médiade 3 a 7 meses

SINAIS E SINTOMAS

As manifestações clínicas refletem o de-seqüilíbrio entre a multiplicação dos para-sitos nas células do sistema fagocitico mo-nonuclear, a resposta imunitária do indiví-duo e o processo inflamatório presente.Observa-se que o número de casos gravesou sintomáticos, é relativamente pequenoem relação aos infectados, o que reforça ateoria de imunidade de alguns indivíduos àdoença.

Segundo os sintomas pode ser classifica-da em:

. Inaparente – paciente com sorologia po-sitiva, ou exame de intradermoreação po-sitivo, ou quando encontrado o parasitanos tecidos, sem sintomatologia clínicamanifesta.

Page 10: PROTOCOLO DAS ANTROPOZOONOSESOS - aracaju.se.gov.br · dengue - esquistossomose - leishmaniose visceral - leishmaniose tegumentar - doenÇa de chagas - acidentes por animais peÇonhent

Manual das ações programáticas 99 M o d e l o S a ú d e T o d o D i a

Secr

etar

ia M

unic

ipal

de

Saúd

e. Oligossintomática – quadro intermiten-te, febre baixa ou ausente, hepatomega-lia, adinamia, esplenomegalia discretaquando presente.

. Aguda – febre alta e contínua ou intermi-tente, hepatoesplenomegaliua, adinamia,perda de peso, hemorragias, anemia comhiperglobulinemia.

. Clássica – quadro de evolução mais pro-longada que determina o comprometi-mento do estado nutricional, com quedade cabelos, crescimento e brilho dos cíliose edema dos membros inferiores. Febre,astenia, adinamia, anorexia, perda depeso e caquexia. Hepatoesplenomegaliaacentuada, micropoliadenopatia, inten-sa palidez de pele e mucosas como con-seqüência da severa anemia. Fenômenoshemorrágicos: gengivorragias, epistaxe,equimose e petéquias. As mulheres nor-malmente apresentam amenorréia. Nosadolescente a puberdade fica retardada,e o crescimento sofre grande atraso nascrianças e jovens.

. Refratária – forma evolutiva do tipo clás-sica, que não respondeu ou respondeuparcialmente ao tratamento. É clinica-mente mais grave.

Ao pacientes com leishmaniose visceral,em geral, têm como causa de óbito as hemor-ragias e as infecções associadas, em virtudeda debilidade física e imunológica.

DIAGNÓSTICO LABORATORIAL

. Exames Sorológicos (Específicos):

. Imunofluorecência Indireta

. Elisa

. Exame Parasitológico – material coletadoda medula óssea, linfonodo ou baço.

. Inespecíficos

. Hemograma

. Dosagem de Proteínas – inversão da rela-ção albumina/globulina

OBS: Os resultados variáveis dos examessorológicos podem persistir positivos por lon-go período, mesmo após tratamento. Portan-to, o resultado positivo de um exame, na au-sência de manifestações clínicas, não auto-riza a instituição do tratamento.

TRATAMENTO

Por ser uma doença crônica, sistêmica, decaracterísticas graves, quando não tratada,pode evoluir para óbito, em 1 ou 2 anos, apóso aparecimento dos sintomas. Portanto o di-agnóstico e tratamento precisam ser implemen-tados o mais rápido possível.

. Antimônio Pentavalente (Antimoniato N– metil-glucamina) – droga de primeiraescolha. Apresenta-se em frascos de 5 ml,que contém 405 mg de antimôniopentavalente. A dose recomendada é de20mg/kg/dia, IM ou IV, com limite máxi-mo de 3 ampolas/dia, por no mínimo 20e no máximo 40 dias consecutivos. Con-tra-indicações: gestantes, insuficiência re-nal ou hepática, arritmias cardíacas edoença de Chagas.

Efeitos colaterais: artralgias, mialgias, pru-rido, adinamia, náuseas, vômitos, plenitudegástrica, pirose, dor abdominal, febre, fraque-za, cefaléia, tontura, palpitação, insônia, ner-vosismo, choque pirogênico, edema, insufici-ência renal aguda e arritmias.

Page 11: PROTOCOLO DAS ANTROPOZOONOSESOS - aracaju.se.gov.br · dengue - esquistossomose - leishmaniose visceral - leishmaniose tegumentar - doenÇa de chagas - acidentes por animais peÇonhent

Manual das ações programáticas 100 M o d e l o S a ú d e T o d o D i a

Pre

feit

ura

Mun

icip

al d

e A

raca

ju

. Anfotericina B – droga de segunda esco-lha quando houver resistência ao antimo-nial. A dose diária é de 1 mg/kg de peso/dia (limite máximo de 50 mg/dia), entre-tanto deve ser iniciada com 0,5 mg/kg/dia até atingir 1 a 1,5 mg. Deve serreconstituída em água destilada e depoisem soro glicosado. È administrada porvia endovenosa em infusão lenta (4 a 6horas), por 14 dias consecutivos, sob ori-entação e acompanhamento médico, emhospitais de referência, em virtude de suatoxicidade.

OBJETIVOS DA VIGILÂNCIA EPIDEMIOLÓGICA

. Reduzir taxas de letalidade

. Reduzir grau de morbidade

. Reduzir riscos de transmissão

AÇÕES

. Controle da população de reservatórios

. Controle da população do agente trans-missor

. Diagnóstico e tratamento precoce dos ca-sos humanos

DEFINIÇÃO DE CASO

. Suspeito – todo individuo proveniente deárea endêmica ou onde esteja ocorrendosurto, com febre há mais de duas sema-nas, ou outras manifestações clínicas dadoença.

Confirmado

. Critério clínico-laboratorial – pacientecom manifestações clínicas compatíveiscom leishmaniose visceral e que apresen-te teste sorológico ou exame parasitológi-co positivo.

. Critério clínico-epidemiológico – todo in-divíduo procedente de área endêmica,com quadro clínico compatível, e querespondeu favoravelmente ao testeterapêutico.

DESCARTADO

. Casos suspeitos com exames sorológicose/ou parasitológico negativo, sem ma-nifestações clínicas.

. Casos suspeitos que após investigaçãoclínico-laboratorial se confirma outro di-agnóstico.

CONDUTA FRENTE A CASO SUSPEITO

. Acolhimento

. Assistência médica ao paciente

. Notificação compulsória

INVESTIGAÇÃO EPIDEMIOLÓGICA

. Identificar área de transmissão

. Confirmação laboratorial

. Tratamento supervisionado

Page 12: PROTOCOLO DAS ANTROPOZOONOSESOS - aracaju.se.gov.br · dengue - esquistossomose - leishmaniose visceral - leishmaniose tegumentar - doenÇa de chagas - acidentes por animais peÇonhent

Manual das ações programáticas 101 M o d e l o S a ú d e T o d o D i a

Secr

etar

ia M

unic

ipal

de

Saúd

e. Busca ativa de casos

. Acompanhamento da evolução clínicado paciente

. Nos casos de resultado quantitativo doexame parasitológico acima de 100 ovos,realizar nos exames no 2º, 4º, 6º e 12ºmês após o tratamento.

. Contato com o centro de Controle deZoonoses para a realização das ações

de controle necessárias, tanto com rela-ção ao reservatório como ao vetor.

. Educação em saúde e mobilização dacomunidade quanto aos métodos deprevenção, transmissão, manifestaçõesclínicas graves e importância do trata-mento.

. Avaliar as ações de prevenção e contro-le desenvolvidas.

Page 13: PROTOCOLO DAS ANTROPOZOONOSESOS - aracaju.se.gov.br · dengue - esquistossomose - leishmaniose visceral - leishmaniose tegumentar - doenÇa de chagas - acidentes por animais peÇonhent

Manual das ações programáticas 102 M o d e l o S a ú d e T o d o D i a

Pre

feit

ura

Mun

icip

al d

e A

raca

ju

LEISHMANIOSE TEGUMENTARAMERICANA

Doença infecciosa, causada por protozoá-rio do gênero Leishmania, que acomete pele emucosas. É primariamente uma zoonose, atin-gindo o homem secundariamente.

AGENTE ETIOLÓGICO

O agente etiológico é um protozoário dogênero Leishmania . Existem vários subgênerose espécies. No Brasil as mais importantes são:

. Leishmania amazonensis – distribuídapela floresta amazônica (áreas de igapó evárzea), ampliando-se para os Estados daBahia, Minas Gerais, São Paulo e Goiás.

. Leishmania guyanensis – norte da Ba-cia Amazônica

. Leishmania braziliensis – Região Nor-deste, Amazônia ocidental e centro suldo país.

RESERVATÓRIO

Os animais que servem como hospedeirointermediário varia de acordo com a espéciedo parasita:

. Leishmania amazonensis – animais sil-vestres (marsupiais)

. Leishmania guyanensis – vários ma-míferos selvagens

. Leishmania braziliensis – animais do-mésticos como cão e eqüinos. Roedoresdomésticos ou sinantrópicos também jáforam identificados como portadores.

VETORES

São insetos flebotomínios de várias espéci-es e diferentes gêneros (Psychodopigus, Lutzo-mia), que variam de acordo com a região, co-nhecidos popularmente como palha, cangalhi-nha, tatuquira, mulambinho, catuqui, etc.

MODO DE TRANSMISSÃO

Picada de insetos transmissores infectados.Não há transmissão de pessoa a pessoa.

PERÍODO DE INCUBAÇÃO

No homem pode ser de duas semanas adois anos, sendo em média de dois meses, apósa picada do flebótomo infectado.

CLASSIFICAÇÃO CLÍNICA

. Leishmaniose Cutânea

. Forma Cutânea Única

. Forma Cutânea Múltipla

. Forma Cutânea Disseminada

. Forma Recidiva Cutis

. Forma Cutânea Difusa

. Leishmaniose Mucosa

. Forma Mucosa Tardia

. Forma Mucosa Concomitante

. Forma Mucosa Contígua

. Forma Mucosa Primária

. Forma Mucosa Indetermina

Page 14: PROTOCOLO DAS ANTROPOZOONOSESOS - aracaju.se.gov.br · dengue - esquistossomose - leishmaniose visceral - leishmaniose tegumentar - doenÇa de chagas - acidentes por animais peÇonhent

Manual das ações programáticas 103 M o d e l o S a ú d e T o d o D i a

Secr

etar

ia M

unic

ipal

de

Saúd

eSINAIS E SINTOMAS

. Leishmaniose Cutânea – das formas cutâne-as, a mais comum é a que se apresenta comouma lesão ulcerada única. A lesão se caracte-riza por úlcera com bordas elevadas, em mol-dura, fundo granuloso, com ou sem exsudato,e em geral são indolores. Observam-se tam-bém outros tipos de lesão como ulcero-crostosa,impetigóide, ectimatóide, ulcero-vegetante,verrucosa crostosa, tuberosa, liquenóide e outras.

. Leishmaniose Cutânea Disseminada – carac-teriza-se por lesões eritematosas, sob forma depapulas, tubérculos, nódulos e infiltraçõesdifusas, e menos freqüente sob forma tumoral.Pode envolver extensas áreas do corpo, e quan-do acomete a face confere ao paciente aspectoleonino. É rara, e seu prognóstico é ruim, pornão responder bem à terapêutica.

LEISHMANIOSE MUCOSA

Forma Mucosa TardiaForma Mucosa ConcomitanteForma Mucosa ContíguaForma Mucosa PrimáriaForma Mucosa Indetermina

Sinais e Sintomas

- Leishmaniose Cutânea – das formascutâneas, a mais comum é a que se apresentacomo uma lesão ulcerada única. A lesão se ca-racteriza por úlcera com bordas elevadas, emmoldura, fundo granuloso, com ou sem exsudato,e em geral são indolores. Observam-se tambémoutros tipos de lesão como ulcero-crostosa,impetigóide, ectimatóide, ulcerovegetante, verru-cosa crostosa, tuberosa, linquenóide e outras.

- Leishmaniose Cutânea Disseminada –caracteriza-se por lesões eritematosas,

sob forma de pápulas, tubérculos, nó-dulos e infiltrações difusas, e menos fre-qüente sob forma tumoral. Pode envol-ver extensas áreas do corpo, e quandoacomete a face confere ao paciente as-pecto leonino. É rara, e seu prognósticoé ruim, por não responder bem à tera-pêutica.

- Leishmaniose Mucosa – na maioria dasvezes é secundária às lesões cutâneas, sur-gindo geralmente meses ou anos após a re-solução das lesões da pele. São mais fre-qüentemente acometidas as cavidades na-sais, seguidas da faringe, laringe e cavida-de oral.

DIAGNÓSTICO

O diagnóstico laboratorial, na rede básicade saúde, baseia-se principalmente em Exa-mes Parasitológicos (Esfregaço de Lesão) eImunológicos (Intradermorreação deMontenegro – IRM, Sorologia), podendo-seproceder em laboratórios de referencia outrosde maior complexidade.

Diagnóstico Diferencial

- Lesões Cutâneas – úlceras traumáticas,úlceras de estase, úlcera tropical, úlce-ras de membros inferiores por anemiafalciforme, piodermites, paracoccidioi-domicose, esporotricose, cromomicose,neoplasias cutâneas, sífilis e tuberculo-se cutânea, hanseníase virchowiana(cutânea difusa).

- Lesões Mucosas – paracoccidioidomi-cose, hanseníase virchowiana, rinos-cleroma, sarcoidose, bouba, sífilisterciária, granuloma médio facial eneoplasias.

Page 15: PROTOCOLO DAS ANTROPOZOONOSESOS - aracaju.se.gov.br · dengue - esquistossomose - leishmaniose visceral - leishmaniose tegumentar - doenÇa de chagas - acidentes por animais peÇonhent

Manual das ações programáticas 104 M o d e l o S a ú d e T o d o D i a

Pre

feit

ura

Mun

icip

al d

e A

raca

ju

TRATAMENTO

Cuidados Locais – as lesões ulceradas po-dem sofrer contaminação secundária, por issodevem ser indicados cuidados locais como lim-peza com água e sabão, e se possível com-pressa de permanganato de potássio em dilui-ção de 1/500 ml de água morna.

AntimoniatoN-metil glucamina – droga deprimeira escolha. Apresente-se em frascos de5 ml, sendo que cada ml contém 81 mg deantimoniato.

A dose recomendada pela OMS e MS variasegundo a forma clínica, mas não deve ultra-passar 3 amp./dia:

Leishmaniose Cutânea– 10 a 20 mg / kg / dia – por 20 dias.

Leishmaniose Difusa– 20 mg /kg / dia – por 20 dias.

Leishmaniose Mucosa– 20 mg / kg /dia – por 30 dias.

Modo de Aplicação– intramuscular ou endovenosa.

Contra-indicação – gestantes, idosos,cardiopatias, nefropatias, hepatopatias, doen-ças de Chagas.

Efeitos colaterais – artralgia, mialgia,inapetência, náuseas, vômitos, plenitudegástrica, epigastralgia, pirose, dor abdomi-nal, prurido, febre, fraqueza, cefaléia, ton-tura, palpitação, insônia, nervosismo, cho-que pirogênico, edema e insuficiência renalaguda .

Obs.: Nas doses de 20 mg / kg pode atin-gir o limiar de toxicidade, podendo le-var a alterações cardíacas ou renais, queobriguem a suspensão do tratamento. Porisso deve-se proceder acompanhamen-to em paciente acima de 50 anos.

Recomendações – abstinência de bebidas al-coólicas e repouso físico durante o tratamento.

Afrotericina B – droga de segunda escolha,empregada quando não se obtém resposta aotratamento com antimonial, ou na impossibi-lidade de seu uso. Deve ser administrada sobvigilância, em serviços especializados, com opaciente hospitalizado.

Isoniato de Pentamidina – usada comomedicamento alternativo. Tem-se obtido bonsresultados, com baixas doses, na leishmaniosecausada por Leishmania V. Guyanensis.

CRITÉRIOS DE CURA

O critério de cura é clínico, e recomenda-se que seja feito acompanhamento mensal dopaciente por um período de 12 meses após otérmino do tratamento.

OBJETIVOS DA VIGILÂNCIA EPIDEMIOLÓGICA

- Diagnóstico e tratamento precoce;

- Reduzir a incidência da doença;

- Orientar a adoção de medidas de contro-le pertinentes.

Page 16: PROTOCOLO DAS ANTROPOZOONOSESOS - aracaju.se.gov.br · dengue - esquistossomose - leishmaniose visceral - leishmaniose tegumentar - doenÇa de chagas - acidentes por animais peÇonhent

Manual das ações programáticas 105 M o d e l o S a ú d e T o d o D i a

Secr

etar

ia M

unic

ipal

de

Saúd

eDEFINIÇÃO DE CASO

SUSPEITO

- Leishmaniose Cutânea – todo indivíduocom presença de úlcera cutânea, com fundogranulomatoso e bordas infiltradas em mol-dura.

- Leishmaniose Mucosa – todo indivíduocom presença de úlcera na mucosa nasal, comperfuração ou perda do septo nasal, podendoatingir lábios e boca.

Confirmado

- Critério Clínico Laboratorial – residên-cia, procedência ou deslocamento em áreacom confirmação de transmissão mais resul-tado positivo de exame laboratorial(parasitológico, IRM, ou outros métodos diag-nósticos).

- Critérios Clínico Epidemiológico – todocaso com suspeita clínica, sem acesso a mé-todo de diagnóstico laboratorial, e com resi-dência, procedência ou deslocamento em áreacom confirmação de transmissão.

- Descartado – caso suspeito com diag-nóstico laboratorial negativo, ou caso suspei-to com diagnóstico confirmado de outra do-ença.

CONDUTA FRENTE A CASO SUSPEITO

- Acolhimento.

- Assistência médica ao paciente.

- Confirmação laboratorial.

- Notificação.

- Investigação do caso.

- Identificar local de transmissão.

- Busca ativa de novos casos.

- Tratamento supervisionado.

- Acompanhamento mensal do pacientepor um ano após o término do tratamen-to, para confirmação da cura.

- Busca ativa de casos.

- Contato com o Centro de Controle de Zoonosespara que sejam realizadas ações de controlenecessárias, tanto com relação ao vetorcomo aos hospedeiros intermediários.

- Educação em saúde e mobilização da comu-nidade quanto aos métodos de prevenção,transmissão, sinais e sintomas, manifestaçõesclínicas graves e importância do tratamento.

- Avaliação das medidas de prevenção econtrole desenvolvidas.

Page 17: PROTOCOLO DAS ANTROPOZOONOSESOS - aracaju.se.gov.br · dengue - esquistossomose - leishmaniose visceral - leishmaniose tegumentar - doenÇa de chagas - acidentes por animais peÇonhent

Manual das ações programáticas 106 M o d e l o S a ú d e T o d o D i a

Pre

feit

ura

Mun

icip

al d

e A

raca

ju

DOENÇA DE CHAGAS

Doença Infecciosa causada por um proto-zoário (Trypanosoma cruzy), que se caracteri-za por fase inicial aguda, com sinais e sinto-mas quase sempre inespecíficos, quando pre-sentes, e que pode evoluir pra fase crônica,com comprometimento cardíaco.

A distribuição espacial da doença se limi-ta ao continente Americano, por isso é tam-bém chamada Tripanossomíase Americana.

Sua ocorrência está diretamente ligada àdistribuição dos vetores e as condições sócio-econômicas da população, que determinam oconvívio do homem com o vetor, no ambientedomiciliar.

AGENTE ETIOLÓGICO

Protozoário flagelado da ordem Kinetoplas-tida, chamado Trypanosoma cruzy

RESERVATÓRIO

Além do homem, mamíferos domésticos esilvestres tem sido naturalmente encontradosinfectados. Os mais importantes são aquelesque coabitam, ou estão próximos do homem,como o cão, gato, rato, gambá, tatu, porco,macaco, entre outros.

VETORES

Insetos hematófagos da família Triatomi-nae, conhecidos genericamente por triatomi-neos e, vulgarmente, por barbeiro, chupão,fincão, procotó.

MODO DE TRANSMISSÃO

. Transmissão natural ou primária – sefaz pela contaminação da pele oumucosas, pelas fezes dos vetores comformas infectantes de Tripanossomacruzi. Estes, ao picar os vertebrados, emgeral defecam após o repasto, eliminan-do formas infectantes do parasita presen-tes em suas fezes, e que penetram peloorifício da picada, ou por solução decontinuidade deixada pelo ato de coçar.

. Transmissão transfusional – ganhougrande importância epidemiológica, nasduas últimas décadas, em função damigração de indivíduos infectados paraos grandes centros urbanos, e da inefici-ência no controle das transfusões, nosbancos de sangue, problema que estima-se já ter sido superado nos dias atuais.

. Transmissão congênita – ocorre, masmuitos dos conceptos tem morte prema-tura, não se sabendo, com, precisão,qual a influência dessa forma de trans-missão na manutenção da endemia

. Transmissão acidental em laboratório ea transmissão pelo leite materno – tempouca significância epidemiológica.Sugere-se a hipótese de transmissão porvia oral em alguns surtos episódicos.

PERÍODO DE INCUBAÇÃO

Quando existe sintomatologia, na fase agu-da, costuma aparecer 5 a 14 dias após a pica-da do inseto vetor. Quando adquirida portransfusão sanguinea, o período de incubaçãovaria de 30 a 40 dias.

Page 18: PROTOCOLO DAS ANTROPOZOONOSESOS - aracaju.se.gov.br · dengue - esquistossomose - leishmaniose visceral - leishmaniose tegumentar - doenÇa de chagas - acidentes por animais peÇonhent

Manual das ações programáticas 107 M o d e l o S a ú d e T o d o D i a

Secr

etar

ia M

unic

ipal

de

Saúd

eAs formas crônicas se manifestam mais de10 anos após a infecção inicial.

SINAIS E SINTOMAS

A doença de Chagas apresenta distintasformas clínicas:

. Forma Aguda Aparente, estima-se quese manifestem em 3% dos casos. Carac-teriza-se por miocardite, febre, mal es-tar geral, cefaléia, astenia, hiporexia,edema, hipertrofia dos linfonodos. Fre-qüentemente ocorre hepatoesplenomega-lia. Nos primeiros meses ou anos de vidapode agravar-se para uma forma menin-goencefálica.

. Forma Aguda Inaparente

. Forma Crônica Indeterminada – passa-da a fase aguda, o indivíduo albergauma infecção assintomática, que podenunca se manifestar, ou se expressar cli-nicamente anos ou décadas mais tarde,em uma das formas crônicas.

. Forma Cardíaca – é a mais importanteforma de limitação do doente chagásico,e a principal causa da morte. Pode apre-sentar-se sem sintomatologia, mas comalterações eletrocardiograficas como sín-drome de insuficiência cardíaca pro-gressiva, insuficiência cardíaca fulmi-nante, arritmias graves, morte súbita.Seus sintomas são: palpitações,dispnéia, edema, dor precordial, tosse,tonturas, desmaios, acidentes embóli-cos, extrassistolias, desdobramento desegunda bulha, sopro sistólico. O raio xde tórax revela cardiomagalia globaldiscreta.

. Forma Digestiva – Caracteriza-se por altera-ções, ao longo do trato digestivo, ocasiona-das por lesões dos plexos nervosos, comconseqüentes alterações da mobilidade ede morfologia, ao nível do trato digesti-vo, sendo o megaesôfago e o megacolonas manifestações mais comuns.

. Forma Mista – o paciente pode ter associ-ação da forma cardíaca com a digestiva,e também apresentar mais de um mega.

. Forma Nervosa e de outros mega – ape-sar de aventadas, não parecem ser ma-nifestações importantes.

. Forma Congênita – hepatomegalia, esple-nomegalia, ictericia, equimoses, convul-sões decorrentes da hipoglicemia.

DIAGNÓSTICO

Fase Aguda

. Métodos parasitológicos – exame a fres-co , gota espessa, esfregaço corado, cre-me leucocitário, xenodiagnostico.

. Sorologia que detectam IgM – Imuno-fluorecência e Hemaglutinação

Fase Crônica

. Métodos de detecção de anticorposcirculantes(IgG):

- ELISA

- Imunofluorecência

- Hemaglutinação indireta

Page 19: PROTOCOLO DAS ANTROPOZOONOSESOS - aracaju.se.gov.br · dengue - esquistossomose - leishmaniose visceral - leishmaniose tegumentar - doenÇa de chagas - acidentes por animais peÇonhent

Manual das ações programáticas 108 M o d e l o S a ú d e T o d o D i a

Pre

feit

ura

Mun

icip

al d

e A

raca

ju

TRATAMENTO

. Específico – objetiva suprimir a parasi-temia e seus efeitos patogênicos no or-ganismo.

. Indicações: na fase aguda, em casoscongênitos, na reativação da parasite-mia por imunossupressão, transplanta-do que recebeu órgão de doadorinfectado.

. Contra-indicações: casos crônicos e ges-tantes

. Esquema Terapêutico:

. Benzonidazol – 8mg/kg/dia, em duasdoses diárias, por 60 dias.

. Efeitos colaterais: cefaléias, tonturas,anorexia, perda de peso, dermatites,lassidão das células da série vermelha.

. Sintomático

. Formas Cardíacas – as drogas utili-zadas são as mesmas que se usamem outra cardiopatias: cardiotônicos,diuréticos, antiarritmicos, vasodilata-dores, etc. Em alguns casos indica-se a implantação de marcapasso.

. Formas digestivas – dependendo doestágio em que a doença é diagnostica-da, indicam-se medidas mais conser-vadoras, como uso de dietas, laxativosou lavagens. Em estágios mais avan-çados, impõe-se a dilatação ou corre-ção cirúrgica do órgão afetado.

OBJETIVOS DA VIGILÂNCIA EPIDEMIOLÓGICA

. Manter erradicado o Triatoma infestans,e sob controle as outras espécies impor-tantes na transmissão humana.

. Investigação epidemiológica de casosagudos, de transmissão vetorial outransfusional, visando adoção de medi-das de controle adequadas.

. Monitoramento da presença do vetor nosdomicílios.

DEFINIÇÃO DE CASO

Suspeito

. Todo paciente, residente em área detransmissão ativa da doença que: apre-sente sinal de Romana ou Chagoma deInoculação, febre com mais de uma se-mana de duração.

. Todo paciente com febre, que tenha sidosubmetido à transfusão de sangue ouhemoderivados, sem o devido controlede qualidade.

Confirmado

. Todo caso suspeito, em que se encontreo T. cruzi em sangue periférico

. Paciente que apresente sintomas das for-mas crônicas, e confirmado em examelaboratorial.

Page 20: PROTOCOLO DAS ANTROPOZOONOSESOS - aracaju.se.gov.br · dengue - esquistossomose - leishmaniose visceral - leishmaniose tegumentar - doenÇa de chagas - acidentes por animais peÇonhent

Manual das ações programáticas 109 M o d e l o S a ú d e T o d o D i a

Secr

etar

ia M

unic

ipal

de

Saúd

eNOTIFICAÇÃO

Todo caso agudo da doença deve ser notifi-cado e investigado imediatamente. Os casoscrônicos não são de notificação compulsória.

CONDUTA FRENTE A CASO SUSPEITO

. Acolhimento;

. Assistência médica ao paciente;

. Confirmação diagnóstica;

. Notificação;

. Investigação;

. Identificar origem e mecanismo detransmissão;

. Tra tamento específ ico ou s in tomá-t ico;

. Medidas de prevenção e controle;

. Educação e mobilização da comuni-dade ;

Page 21: PROTOCOLO DAS ANTROPOZOONOSESOS - aracaju.se.gov.br · dengue - esquistossomose - leishmaniose visceral - leishmaniose tegumentar - doenÇa de chagas - acidentes por animais peÇonhent

Manual das ações programáticas 110 M o d e l o S a ú d e T o d o D i a

Pre

feit

ura

Mun

icip

al d

e A

raca

ju

ACIDENTES POR ANIMAISPAÇONHENTOS

Animais Peçonhentos são todos aqueles quesecretam veneno e que possuem órgãos (den-tes ocos, ferrões, guilhões), para sua inoculaçãono corpo de suas vítimas.

Na natureza existem vários animais comesta característica: serpentes, aranhas, escor-piões, lacraias, abelhas, vespas, maribondos,formigas, arraias. Os que têm maior impor-tância para o homem, por causar maiores pre-juízos para sua saúde são as serpentes, os es-corpiões e as aranhas.

NOTIFICAÇÃO

Todo acidente por animal peçonhento deimportância epidemiológica, atendido em Uni-dade de Saúde, deve ser notificado, indepen-dente de ter sido ou não submetido à soroterapia.

OBJETIVOS DA VIGILÂNCIA EPIDEMIOLÓGICA

- Diminuir a letalidade dos acidentes atra-vés de tratamento precoce e adequado.

- Diminuir o número de casos através deeducação em saúde.

DEFINIÇÃO DE CASO

Suspeito - paciente com queixa de aciden-te por animal peçonhento, podendo apresen-tar sinais e sintomas de envenenamento, ten-do trazido ou não o agente agressor.

Confirmado - paciente com evidências clí-nicas de envenenamento, tendo trazido ou nãoo animal causador do acidente.

OFIDISMO

Dentre os acidentes por animais peçonhen-tos, o ofidísmo é o principal, pela sua freqüên-cia e gravidade. Ocorre em todas as regiões eestados do Brasil e é um importante problemade saúde, quando não se institui a soroterapiade forma precoce e adequada.

AGENTES CAUSAIS

São quatro os gêneros de serpentes brasi-leiras de importância médica: Bothrops (Gru-po Botrópito - Jararaca), Crotalus (GrupoCrotálico - Cascavel), Lachesis (GrupoLaquético - Surucucu) e Micrurus (GrupoElapídico - Coral), compreendendo cerca de60 espécies.

ASPECTOS CLÍNICOS

As manifestações clínicas dependem dogrupo ao qual o agente causal do acidente per-tence. Os sinais e sintomas mais comumenteobservados na fase aguda dos diversos tiposde envenenamento possibilitam o diagnósticoclínico, com boa margem de acerto.

Acidente Botrópico - as manifestações lo-cais mais frequentes são edema, dor, equimosee sangramento. Incoagulabilidade pode seracompanhada de fenômenos hemorágicos comgengivorragia, hematúria, sangramentos porferimentos recentes. Oligoanúria e/ou alteraçõeshemodinâmicas, como hipotensão arterial per-sistente e choque, nos casos mais graves.

Acidente Laquético - semelhante aobotrópico. Além das manifestações do grupoanterior, tem sido descritos fenômenos de ex-citação vagal, clinicamente traduzidos porbradicardia, hipotensão arterial, diarréia e vô-mitos.

Page 22: PROTOCOLO DAS ANTROPOZOONOSESOS - aracaju.se.gov.br · dengue - esquistossomose - leishmaniose visceral - leishmaniose tegumentar - doenÇa de chagas - acidentes por animais peÇonhent

Manual das ações programáticas 111 M o d e l o S a ú d e T o d o D i a

Secr

etar

ia M

unic

ipal

de

Saúd

eAcidente Crotálico - não há edema ou dorlocal, sendo eventualmente referida parestesia.Quadro neuroparalítico precoce caracterizan-do-se por ptose palpebral, diplopia eoftalmoplegia. Mialgia generalizada, acompa-nhada de mioglobinúria, se manifesta cercade 6 a 12 horas após o acidente, podendo ha-ver evolução para insuficiência renal aguda,causa maior de óbitos desse grupo.

Acidente Elapídico - Quadro neuroparalí-tico se manifesta por ptose palpebral, diplopia,mialgia e dispnéia, podendo evoluir para in-suficiência respiratória aguda e óbito.

DIAGNÓSTICO LABORATORIAL

A determinação do Tempo de Coagulação(TC) constitui-se em medida auxiliar extrema-mente útil para confirmação de suspeitadiagnóstica.

TRATAMENTO

Os soros antiveneno para ofidismo são apre-sentados em ampolas definidas para cada umdos grupos de serpentes:

Gruoo Botrópico - Soro Antibotrópico, SoroAntibotrópico-crotálico, Soro Antibotrópico-lequético..

Acidente leve - 2 a 4 ampolas

Acidente Moderado - 4 a 8 ampolas

Acidente Grave - 12 ampolas

Grupo Crotálico - Soro Anticrotálico e SoroAntibotrópico-crotálico.

Acidente leve - 5 ampolas

Acidente Moderado - 10 ampolas

Acidente Grave -20 ampolas

Grupo Laquétlco - Soro Antilaquético e SoroAntibotrópico-laquético.

Acidente Moderado - 10 ampolas

Acidente Grave -20 ampolas

Grupo Elapídico - Soro Antielapídico.

Acidente Grave - 10 ampola

CONDUTA FRENTE A CASO

Acolhimento.

Assistência médica ao paciente.

Tratamento adequado ao caso.

Notificação.

Investigação (COVEPI).

Identificar local do acidente.

Informar ao CCZ, para realização de medi-das de controle de campo.

Educação em saúde e mobilização da co-munidade.

ESCORPIONISMO

A ocorrência de acidentes com escorpiõesvem aumentando nas áreas urbanas. As pre-cárias condições de vida, habitação e sanea-mento ambiental, aliada à falta de informaçãosobre noções de higiene, favorecem para o de-

Page 23: PROTOCOLO DAS ANTROPOZOONOSESOS - aracaju.se.gov.br · dengue - esquistossomose - leishmaniose visceral - leishmaniose tegumentar - doenÇa de chagas - acidentes por animais peÇonhent

Manual das ações programáticas 112 M o d e l o S a ú d e T o d o D i a

Pre

feit

ura

Mun

icip

al d

e A

raca

ju

senvolvimento de um ambiente propício aoescorpião na periferia das cidades.

O ESCORPIÃO

Os escorpiões pertencem à classe dos arac-nídeos, filo artrópode. Todas as mais de 1000espécies catalogadas são venenosas, sendo queum pequeno número é perigoso para os sereshumanos.

São seres carnívoros de hábitos noturnos.Alimentam-se principalmente de baratas, gri-los, aranhas e outros escorpiões. Durante o diaocultam-se em locais sombreados ou escurose úmidos.

TOXICIDADE

O venero tem ação neurotóxica, produzin-do normalmente reações locais, com dor in-tensa, às vezes irradiadas. As manifestaçõessistêmica, que caracterizam os acidentes mo-derados e graves, estão relacionadas aos fato-res que determinam o nível de toxicidade:

Toxidez do veneno – varia de acordo coma espécie de escorpião.

Quantidade de veneno injetada.

Tamanho do corpo da vítima.

Condição de saúde da vítima.

Sensibilidade do paciente ao veneno.

CLASSIFICAÇÃO DOS ACIDENTES

Leve - presente apenas sinais e sintomaslocais. Dor intensa, as vezes irradiada.

Moderado - sintomas locais com mais al-guns sinais e sintomas sistêmicos, tais comosudorese, agitação, náuseas, sonolência, hiper-tensão arterial, vômitos, taquicardia e taquip-néia.

Grave - vômitos profusos e freqüentes, náu-sea, sialorréia, sudorese profusa, lacrimeja-mento, agitação, taquicardia, hipertensão ar-terial, taquipnéia, tremores, espasmos muscu-lares, paralisias, convulsões, edema pulmonaragudo e coma.

TRATAMENTO

Acidente Leve - combate a dor, observaçãodo acidentado por 6 a 12 horas, principalmentese a vítima for criança menor de 7 anos ouidoso.

Acidente Moderado - combate a dor. Ob-servação da evolução clínica por período de12 a 24 horas. Aplicar 2 a 3 ampolas por viaendovenosa.

Acidente Grave - combate a dor. Observa-ção da evolução clínica por período de 12 a24 horas. Aplicar 4 a 6 ampolas por viaendovenosa.

MEDIDAS DE CONTROLE E PREVENÇÃO

Limpeza periódica do peridomicílio.

Evitar acúmulo de materiais como lenha,tijolos, pedras (entulho).

Manejo adequado do lixo.

Vedação das soleiras das portas e janelas.

Usar luvas quando manusear entulho.

Page 24: PROTOCOLO DAS ANTROPOZOONOSESOS - aracaju.se.gov.br · dengue - esquistossomose - leishmaniose visceral - leishmaniose tegumentar - doenÇa de chagas - acidentes por animais peÇonhent

Manual das ações programáticas 113 M o d e l o S a ú d e T o d o D i a

Secr

etar

ia M

unic

ipal

de

Saúd

eExaminar calçados e roupas antes de usá-los.

Cuidados com a higiene das residências.

Manter a casa livre de baratas, traças e ara-nhas (uso de inseticídas).

CONDUTA FRENTE A ACIDENTE

Acolhimento.

Assistência médica ao paciente.

Tratamento adequado ao caso.

Notificação.

Investigação (COVEPI).

Identificar local do acidente.

Informar ao CCZ, para realização de medi-das de controle de campo.

Educação em saúde e mobilização da co-munidade.

Page 25: PROTOCOLO DAS ANTROPOZOONOSESOS - aracaju.se.gov.br · dengue - esquistossomose - leishmaniose visceral - leishmaniose tegumentar - doenÇa de chagas - acidentes por animais peÇonhent

Manual das ações programáticas 114 M o d e l o S a ú d e T o d o D i a

Pre

feit

ura

Mun

icip

al d

e A

raca

ju

BIBLIOGRAFIA

Guia de Vigilância Epidemiológica. Ministériode Saúde: Fundação Nacional de Saúde. 5 ed.Brasília, 2002.

Doenças Infecciosas e Parasitárias. Guia deBolso. 1º ed. Ministério da Saúde; FundaçãoNacional de Saúde; Centro Nacional de Epi-demiologia. Brasília, 1999.

Curso Básico de Vigilância Epidemiológica.Ministério da Saúde; Secretária Nacional deAções Básicas de Saúde; Divisão Nacional deEpidemiologia; Escola Nacional de Saúde Pú-blica. Brasília, 1988.

Manual de Procedimentos para Vacinação.Ministério da Saúde; Fundação Nacional deSaúde; Departamento de Operações; Coorde-nação de Imunizações e Auto-suficiência emImunobiológicos; Programa Nacional de Imu-nizações. Brasília, 1993.

Hepatites Virais: o Brasil está atento. Ministé-rio da Saúde. Secretaria Executiva. ProgramaNacional de Hepatites Virais. Brasília, 2003.

Manual de Controle da Esquistossomose: Di-retrizes Técnicas. 2. ED. Ministério da Saúde:Fundação Nacional de Saúde. Brasília, 1998.

Guia para o Controle da Hanseníase. Cader-nos de Atenção Básica -n 10. Ministério daSaúde. Brasília, 2002.

Manual Técnico para o Controle da Tubercu-lose. Cadernos de Atenção Básica - n 6. Mi-nistério da Saúde. Brasília, 2002.

Hanseníase: Atividades de Controle e Manual deProcedimentos. Ministério da Saúde. Brasília, 2001.

Controle da Tuberculose: Uma Proposta deIntegração Ensino-Serviço. 5ª Edição. Minis-tério da Saúde. Fundação Nacional de Saúde.Rio de Janeiro, 2002.