revista brasil feito a mão

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No Centro CAPE, oficina de artesanato é instrumento de geração de renda PROJETOS In the CAPE Center, crafts workshop is an income generator instrument PROJECTS Foto/Photo: Walmir Monteiro Nas mãos dos artesãos, memórias e identidades In the hands of the artisans, memories and identities Year 3 Nº 6 March 2009 BRASIL Ano 3 Nº 6 Março 2009 Revista Feito a Mão Brazil Made by Hand Magazine

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Revista Brasil Feito a Mão, Centro Cape

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No Centro CAPE, oficina deartesanato é instrumento

de geração de renda

PROJETOS

In the CAPE Center, craftsworkshop is an income

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Nas mãos dos artesãos,memórias e identidades

In the hands of the artisans,memories and identities

Year 3 Nº 6 March 2009

BRASILAno 3 Nº 6 Março 2009

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Feito a MãoBrazil Made by Hand

Magazine

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Incentivar o empreendedorismo e fortalecer os pequenos negócios. Fornecer os instrumentos para aprimorar a

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Page 3: Revista Brasil Feito a Mão

4Editorial Editorial

5Artigo Article

7 O Mapa da Arte em Minas The Map of Art in Minas

11Artesanato: matéria-prima de Minas Handicraft: raw material of Minas

26Entrevista Interview

29Projetos Projects

32Feiras e Eventos Fairs and Events

34Mercado Externo Foreign Market

37 Eu Faço I Make

39 Onde Encontrar Where to Find

Edição e Projeto Editorial Edition and Editorial Project Instituto Centro CAPE / Central Mãos de Minas

Editor Editor Rodrigo Narciso - 9710/MG

Colaboradores Colaborators Cláudio NarcisoDaniel BarcelosJuniele RabêloRaquel Francine

Fotografia Photography Walmir MonteiroClaudio NarcisoDivulgação Centro CAPEDivulgação Servas

Revisão RevisionMário Viggiano - MG 05641 JP

Tradução Translation Cláudio NarcisoEloy OliveiraMário Viggiano Litany Pires RibeiroRaphaela Ladeia

Diagramação e Arte Diagramming and Graphic Arts Cristiano Martins

Gráfica Printing CompanyDifusora Editora Gráfica

Tiragem Drawing 10.000 exemplares

Distribuição Gratuita Costless Distribution

Departamento Comercial Commercial DepartmentEspaço Comercial - Simone Carvalho

Tel.: 55 31 3262 2869 / 3261 8240 / 3234 2869 [email protected]

Centro CAPE - MG R. Grão Mogol, 662 - Sion / CEP 30 310-010

Belo Horizonte - Minas Gerais Tel.: 55 31 3282 8313 / Fax: 55 31 3282 8301

Centro CAPE - DF SCN. Quadra 5 / Bloco A / Sala 212

Ed. Brasília Shopping / CEP 70 710-500 Brasília - Distrito Federal

Tel.: 55 61 328 0621 Fax: 55 61 328 5802

www.centrocape.org.br [email protected]

Tel.: 55 31 3281 6820

Show room Estados Unidos7 West 34th Street Suite 925.10001

New York City - NYPhone: 917 282 5838

[email protected]

Show room PortugalParque Industrial Meramar IV

R. das Amendoeiras / Zip Code: 2645 097 Alcoitão - Estoril

Phone: 351 96 707 [email protected]

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Page 4: Revista Brasil Feito a Mão

ARTESANATO E A CRISE MUNDIAL

Por/By: Tânia Machado* Fotos/Photos: Divulgação Centro CAPEHANDICRAFTS AND THE WORLD CRISIS

Quando estourou a crisemundial no ano passado, está va -mos a 60 dias da Feira Nacionalde Artesanato e a expectativa eramuito grande, pois não sabíamoscomo o mercado iria reagir emrelação ao artesanato.

Qual não foi a nossa gratasurpresa, quando vimos que acompra média dos visitantes em2007 tinha sido de R$ 192,00 e,em 2008, aumentou para R$323,00. A mídia nacional, queantes nos dava alguns minutos dedivulgação, nos levou a quaseuma hora nos grandes jornaistelevisivos do país, mostrando atodos que no artesanato não

estava havendo desemprego,muito ao contrário, os artesãosestavam buscando aprendizesque os ajudassem a atender agrande demanda que se levantouem torno do produto artesanal.

Isto é muito bom, pois nos dáa certeza de que estamos no ca -minho certo. Todo este trabalhoque realizamos há quase 30 anos,valorizando o artesão e seu pro-duto, agora vem colhendo frutos,pois enquanto as grandes empre-sas estão demitindo, o artesanatoestá ampliando a sua mão deobra, gerando empregos e renda.

O mesmo se deu em feirasinternacionais, quando fomos

apenas para “marcar espaço”, semnenhum esperança de venda, evimos nossos produtos seremcomprados e desejados peloscompradores da Europa e EEUU.

Apesar de sermos MinasGerais, fazemos questão devalorizar e divulgar os arte-sanatos de outros estados, poisacreditamos que se em MinasGerais temos conseguido credibi -lidade e sucesso em nossasvendas, temos que compartilharisto com outros artesãos que nãotiveram as mesmas oportuni -dades que nós temos.

*Presidente do Centro CAPE.

When the crisis broke outlast year, we were just 60 daysaway from the opening of theFeira Nacional de Artesanato.We were terribly apprehensivebecause we did not have thefaintest idea of how the handi-crafts market would react.

But, to our surprise, wesaw that each visitor had spentmore in 2008 than in 2007.From an average of R$192,00in 2007 the figures rocketed toR$323,00 in 2008. The natio -nal media which granted us

just a very short slot, nowextended that to one hourin the TV news all over thecountry, showing everyone thatthe crisis had not hit the handi-crafts market; rather, instead oflaying off, the artisans werelooking for apprentices to helpthem meet the great demand fortheir hand-made products.

This is very good, as itshows us we are in the rightpath. All the work we havebeen doing for almost 30years, promoting the artisans

and their products, is nowbearing fruit: while the bigcompanies are making theirworkers redundant, the handi-crafts market is admittingmore people and providingjobs and income. The samehappened in the internationalfairs, when we thoughtwe were only going to "fillup an empty space", withoutany expectations of sellinganything, we saw our productssell out, and become becomingobjects of desire of European

and American buyers.Although we are from

Minas Gerais, we make it partof our efforts to divulge thehandicrafts production ofother Brazilian States, becausewe believe that if we, fromMinas Gerais, were such a bigbusiness success, we feel wehave open the doors to otherartists who did not have thesame opportunity.

*President of InstitutoCentro CAPE.

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PEÇAS ARTESANAIS COMO OBJETOS BIOGRÁFICOS

Por/By: Juniele Rabêlo de Almeida* Fotos/Photos: DivulgaçãoHANDMADE PIECES AS BIOGRAPHICAL OBJECTS

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Experiências, im pres sões,sentimentos e sonhos... Ex pre s -sões dinâmicas e abrangentes dovivido emergem, muitas vezes,de peças artesanais que se reve-lam como objetos biográficos.Os objetos biográficos são cons -truções do mundo materialsobre as quais são projetadasexperiências de vida do seu pos-suidor, conforme salientou JanetHoskins. Como fonte de des -cobertas, o objeto biográficoancora memórias e represen-tações. O significado biográficodado ao objeto é efetivado napresença constante deste ele-mento material na vida de seusproprietários. Pessoas e coisasnão existem de forma separada.Os objetos biográficos contem-plam significados simbólicos eidiossincráticos: “contam” a his -tória de seus donos.

O objeto biográfico pode

esti mular a construção e conso -lidação de memórias e iden -tidades. Observa-se o recentein teresse teórico das ciênciashumanas pelas narrativas pes-soais, ressaltando a relação decomunidades com determina-dos objetos, denominados bio -

gráficos, por permitirem co -nhecer a história de vida de seuspossuidores. Uma peça arte-sanal pode, em alguns casos,ser depositária de crenças, ritu-ais e experiências pessoais ecoletivas, apontando, assim,uma dupla característica: é umobjeto intensamente pessoal esimultaneamente social. O ar -tesanato não significa por si,mas por agregar uma gama deexperiências. As pessoas serelacionam com tais peças, sejade forma empática ou conflitu-osa. De qualquer forma, torna-se possível uma leitura dosobjetos biográficos nas his tó -rias de vida de quem os possui,seja porque estiveram pre-sentes em momentos impor-tantes de sua vida ou porqueforam eleitos por identificaçõesposteriores que possuem umsentido subjetivo.

Experiences, impressions feelings and dreams ...Dynamic and broad expressions of life experiences, manytimes, emerge from handmade objects that reveal themselvesas biographical objects. Biographical objects are constructionsof the material world, upon which the life story of their cre-ator is imprinted, as Janet Hoskins put it. As a source of dis-covery, the biographical object hosts memories and represen-tations. The biographical meaning given to the object is con-solidated in the constant presence of this material element inthe life of its owner. People and things come together. Thebiographical object contemplates symbolic and idiosyncraticmeanings: it tells the life story of its owner.

The biographical object can foster the construction andconsolidation of memories and identities. It has been observedlately that there has been a growing interest of human sci-

ences in the personal narratives; particularly concerning therelationship of certain communities with certain objects,denominated biographical, which reveal the life story of theirowners. A handmade piece can, in some cases, be the deposi-tory of beliefs, rituals and personal and collective experiences,thus pointing to a twofold nature: it is at the same time anintensely personal and social object. The handicraft has nomeaning in its own right; its meaning lies in the fact that itholds a wide range of experiences within it. The people arerelated to these pieces either in an emphatic or in a conflict-ing way. Anyhow, it is possible to read in the biographicalobjects the life stories they carry in them, either because theywitnessed important moments of these people’s lives orbecause they were chosen in later identifications for subjec-tive reasons.

Page 6: Revista Brasil Feito a Mão

Ultrapassando gerações, oobjeto biográfico permite o con-tato com o passado, representan-do experiências vividas. O objetointeressa no seu valor inestimá -vel, como ins trumento de regis -tro dos momentos consideradossignificativos para a construçãode histórias de vida. Sus citandoposicionamentos reflexivos, oobjeto biográfico facilita a elabo-ração de narrativas por meio daatribuição de sentidos aos váriosdetalhes do objeto apresentado.

Com seu valor e significadocultural específicos, objetos bio -gráficos resguardam lembrançasque poderiam desaparecer, mor-mente nesses tempos onde tudoé muito passageiro apontando

as pectos de identidades líquidas,como afirmou Zygmunt Bau -man, caracterizada pela instabi -lidade, insegurança e fluidez.Em meio às velozes mudançasda sociedade adquirem-se ape-nas objetos práticos e descar -táveis para usar e jogar fora. Porconseguinte, as peças artesanaisganham maior relevância porproporcionar a sensação de per-tencimento a uma comunidade.

Objetos biográficos são obje-tos de memória e esta, segundoMichael Pollack, é marcada pelotempo presente em sua dinâmi-ca social, revelando lembrançase esquecimentos em múltiplasdimensões. A memória deve serentendida também, ou, sobretu-

do, como um fenômeno coleti -vo e social, ou seja, como umfe nôme no construído coleti va -men te e submetido a flutua -ções, transformações, mu dan çascons tantes. Não obstante, veri -ficam-se na construção damemória coletiva muitos ele-mentos de imposição, pois asmemórias estão sempre emdisputa. Os valores identi -tários das peças artesanais,tomadas como objetos biográ-ficos, são, assim, cada vez maisdisputados so cialmente.

*Mestre e doutoranda em His -tória; Pesquisadora do Núcleode Es tudos em História Oral daUSP; Professora do CentroUni versitário Newton Paiva.

Traveling through ge -nerations, the biographicalobject provides a link with thepast, representing past expe-riences. The object is valuedfor its inestimable value; it isa tool that registers momentsthat had a significantmea ning to the constructionof life stories. By instigatingreflective positioning, thebiographical object allowsthe elaboration of narrativesby lending meaning to itsdifferent details.

With their specific cul tu -

ral value and meaning, thebiographical objects hostmemories that otherwisewould disappear, particu-larly in these days ofshortlivedness, pointing toliquid identity aspects, asZygmunt Bau man stated.In the turmoil of to thespeedy changes peopletend buy only practicaland dispo sable objects. Asa result, hand made piecesgain in relevance as theyhave the power to inspirethis feeling that one

belongs in a community.Biographical objects

are memory objects, andthis memory, according toMi chael Pollack, is markedby the social dynamics ofthe present time, revealing,at the same time, memoriesand oblivion in a multitudeof dimensions. Memoryshould also – or mainly - beunderstood as a social andcollective phenomenon, thatis, a phenomenon builtcollec tively and subject tofluc tu ation, transformations

and relentless changes.However, in the construc-tion of the collective me mo -ry there emerge impo singelements, since memoriesare always in dispute. Theidentitarian value of hand-made pieces, taken as bio -graphical objects, is steadilybecoming socially cherished.

*Masters and PhD inHistory; Researcher of theNúcleo de Estudos emHistória Oral from USP;Professor of Centro Uni -versitário Newton Paiva.

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INOVAÇÃO E RESGATE DAS MEMÓRIAS LOCAIS

Por/By: Cláudio Narciso Fotos/Photos: Cláudio NarcisoINNOVATING AND RESCUING LOCAL MEMORIES

Botumirim is located 160 kmfrom Montes Claros, traveling 90km on the paved BR 251 road, tothe location called Barrocão andfrom there 70 km on an unpavedroad that makes the access difficultand few visitors dare to adventure.The town, on top of a mountainchain known as “Serra Geral”,presents us with a wonderful viewof hill tops going down to the

valley of the Jequiti nho -

nha River. Innumerous streamsspring out of the hillsides, slidedown in waterfalls and createpools of all sizes, perfect forbaths and relaxation. The town isso tranquil that people like to saynothing new ever happens there.

According to the BrazilianInstitute of Geography andStatistics – IBGE, the popula-tion, nowadays in 6,500,diminished in 500 inhabitants

between the last two censuses.The lack of jobs is the reasonfor young and adults, mostlymale, to leave searching foremployment.

Julio Cézar, 19, is one of theyoung men who want to stay.After his high-school graduation,he saw most of his friends flee toSão Paulo. For those who stay theonly option is to get a govern-ment job, but the municipalitycan not employ all who need.

Botumirim está loca lizada a 160 km deMontes Claros. São 90 km pela BR 251 até omunicípio de Barrocão e, depois, mais 70 kmem estrada de terra. O difícil acesso faz comque poucos visitantes cheguem à cidade. Asede do município, no alto da Serra Geral, nospresenteia com uma belíssima vista dasmonta nhas, até o vale do Rio Jequi ti nhonha.Inúmeros regatos brotam das encostas, escor-regam em cachoeiras e formam poços e pilõespropícios ao banho e relaxamento.

Segundo o IBGE, a população (hoje de

6.500 habitantes) diminuiu em 500 mo -radores entre os dois últimos censos. A faltade emprego é a justificativa para que jovense adultos, principalmente homens, partam àprocura de trabalho.

Julio Cézar, 19 anos, é um dos jovensque relutam em abandonar a terra natal.Após concluir o ensino médio, viu a maio riados amigos ir para São Paulo. Aos quef icam, a única opção de emprego é apre feitura, que não consegue atender toda ademanda local.

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Para se qualificar, Júlioparticipa de cursos na área deturismo e artesanato procuran-do uma fonte de renda parapermanecer em sua terra.“Estou feliz em conhecer maissobre minha cultura e emajudar na sua preservação evalorização”, diz orgulhoso departicipar deste resgate.

Júlio faz parte da Asso -ciação de Artesãos de Botumi -rim que, há dois anos, atende a

população local. A partir dainiciativa de algumas mulheresartesãs, formou-se o grupo debordadeiras e costureiras “Mu -lhe res de Fibra”, que retrata emmantas, estandartes e almo-fadas cenas do cotidiano local.As benzedeiras, as lavadeiras,a trabalhadora rural e o dia-a-dia das mulheres são as figurasregionais resgatadas e va -lorizadas nos trabalhos daassociação. Borda do, ponto-

cruz e costura são técnicasartesanais que passam de mãepara as fi lhas, preservando aidentidade cultural da região.No lugar de linha, utilizamfibras naturais de buriti, ba -naneira e piteira, tingidas compigmentos naturais.

Maria Quaresma Xavier, aLia, chegou criança e vive há 42anos em Botumirim. “De diaenxada e à noite agulha decrochê”, ela descreve o dia-a-dia.

Aiming to improve hisprofessional qualifications, heparticipated in courses in theareas of tourism and hand-craft, searching for a sourceof income that will enablehim to stay in his hometownwhile reviving the local tradi-tions. “I’m satisfied to knowmore about my culture andreferences specific to myplace and to help in showingits value” says, proud to

be part of this rescue.But something is being

weaved and embroidered inthe Botumirim ArtisansAssociation, which wascreated two years ago. Theinitiative of a few artisanwomen who embroideredand sewed created a groupinside the association, the“Women of Fiber”, whichdepicts local everyday scenesin bed spreads, flags and

cushions. The healing ladies,the washing ladies, the farmworkers, the women’s dailylabor are some of the localtypes and scenes rescued andwhose work is valued in thepieces produced. Embroideryand sewing are traditionspassed from mothers todaughters and the group isrescuing the cultural iden -tity and occupations thatonce existed. Instead of

industrialized thread theyuse natural fibers fromlocal plants such as buriti,banana tree and piteira,colored with natural dyes.

Maria Quaresma Xa -vier, nicknamed Lia, came 42years ago, as a child, toBotumirim, completed onlythe fourth grade. “During theday the hoe and at night theknitting needle” that is howse describes her routine.

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Perto de se aposentar, Liaprecisa continuar trabalhandona roça. Para ela, a associação éimportante. “Além de melhorara renda, estamos mais enga-jadas, participando mais dacomunidade. A gente se reúne,conversa e, a partir daí, surgemvárias idéias e projetos. Eu mesinto feliz, realizada e querocada vez mais”, afirma. Quandocriança, Lia se encantava com asrocas de fiar e os teares pre-

sentes em muitas casas.Adulta, sonhava com o resgatedesta atividade, sonho que serealiza com os novos tearesadquiridos pela associação.

Em Botumirim falta rendapara a população consumirartesanato e foi grande a difi-culdade para os artesãos ini-ciarem a produção. A ativi-dade está sendo viabilizadapelas parcerias com órgãospúblicos. A Emater presta as -

sis tência técnica e faz a pontecom o governo do estado. OSebrae ministra cursos degestão e reserva espaços emfeiras de artesanato. O Senarviabiliza cursos de qualifi-cação e a prefeitura municipalcede o espaço físico para aassociação e as passagens paraas feiras de artesanato. Estasparcerias são essenciais e pos-sibilitam a continuação e odesenvolvimento do trabalho.

Nearly retiring, shemust continue to workon farms. For her, theAssociation is importantbecause “besides the extraincome, we are more en -gaged, improving, learningand it is an option to the hoeand to house work. We gettogether, talk and new ideascome up for us to keep going.

I’m happy, feel realized andwant more. With the loomswe are going to do manythings I’ve wished for.” As achild her curiosity wasaroused by the looms presentin many houses. As a grownup, dreamed with rescuingthis activity, dream thatcomes through with thenew looms recently bought

by the Association.In Botumirim, the average

income is too low to allow thepopulation to buy handcraftand it wasn’t easy for theartisans to start the produc-tion. The activity is madepossible through partner-ships with government insti-tutions. EMATER givestechnical support and is the

link with the state govern-ment, SEBRAE givesmanagement courses andpays for stands in craft fairs,SENAR allows qualificationcourses, the City Govern -ment lent a house and helpswith logistic needs. Thesepartnerships are essentialand make possible the workcontinuity and improvement.

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Incluída no Pro gra ma Estadualde Combate à Pobreza Rural, aAssociação de Artesãos conse guiuuma verba de R$ 23 mil com a qualadqui riu teares, má qui nas de costu-ra e custeia a ida de ins trutores quereali za ram, periodicamente, cursosde capa ci ta ção. Esses investimentosderam um no vo patamar para asustentação do em pre en di mento.

Mariuza Sanches Xavier énatu ral de Bo tumirim e estudou atéa 4ª série primária. Quando eramais jo vem, colhia café, fazia roça-do, plantava feijão e buscava le nha.Ho je, para com ple men tar a rendado més tica, costura, faz bis coitos,bordados e ta pe tes de fita. Viu noscursos oferecidos pela associação ao por tunidade de a pren der novastécnicas pa ra se aprimorar e po derensinar para outras pessoas.

Included in the State Program toFight Rural Poverty, the Associationgot a U$10,000 government loan topurchase looms, sewing machines andpay the instruc tors and qualificationcour ses which will raise the level ofsustainability of the enterprise.

Mariuza Sanches Pauli no Xavierwas born in Botumirim and went toschool until fourth grade. When shewas youn ger, she picked coffee beans,prepared the ground for crops, culti-vated beans and colle cted wood forcooking. Today, to complement thedomestic income she sews, makescookies, embroideries and doormats.She saw in the cour ses offered throughthe Association an oppor tu nity tolearn new techni ques to improve herwork and to be able to teach others.

A primeira participaçãodo grupo na Feira Na cional deArtesanato, em 2007, mostroua boa aceitação das mantas,almofadas, estan dar tes borda-dos e dos traba lhos com fibrade bananeira. As vendas rea -lizadas no even to fizeram comque as artesãs acreditassem nasua capacidade de produzir,na existência de mercado paracomer cia lizar os produtos e naqualidade das peças. Em 2008voltaram à Feira Na cional eoutros mercados se abrirampara os produtos, no vos con-tatos foram feitos e parcerias

formadas. Neste intervalo deum ano, entre as duas partici-pações na feira, foi notável amelhoria na qualidade edesign. Os produtos estãomelhorando com a experi ênciae consequentemente au men -tando a valorização e aceitaçãope los consumidores.

O grupo acredita que oinvestimento começa a terretorno e que estão nocami nho certo para atingir osob jetivos da associação:gerar renda e preservar aiden tidade cultural a partirdo artesanato.

Feiras valorizam a produção

The first time the group tookpart at the Feira Nacional deArtesanato - National Hand -craft Fair, in 2007, they sawthat the embroidered bedspreads, cushions and flags, andthe work with banana tree fibersold well and reinforced theirbelief in their capacity, in theexistence of a market for theirproducts and that they could besold with a good profit. In 2008they came back to the FeiraNacional and more marketsopened up for the products, new

contacts were made and partner-ships formed. In one year period,between both Fairs, the improve-ment in the product design andquality was noticeable. The pro -ducts improve with experienceand consequently increase theirmarket value and demand.

The group believes theirinvestment is starting to payback and that they’re on theright path to reach their objec-tives: provide income and pre-serve cultural identity fromhandicrafts.

Fairs add value to the production

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FLORES NO HORIZONTE CAPIXABAFLOWERS IN THE CAPIXABA HORIZON

Por/By: Daniel Barcelos Fotos/Photos: Walmir Monteiro

Quem nunca visitou a FeiraNacional de Artesanato não temideia do universo criativo que seinstala em Belo Horizonte umavez por ano. Uma verdadeiracornucópia a despejar um infin -dável repertório de objetos,cores, barulhos, aromas e tex-turas em meio ao público. E foiali, procurando por materiaisinusitados, que conheci o traba -

lho da família Paixão, de Vitória(ES). O “Clã das Paixão”, naspalavras de Herica Paixão, re pre -sentante da terceira gera ção deartesãs. Foi a avó dela, LeoníliaPaixão, quem desenvolveu umatécnica com a qual transformavaem flores as escamas dos peixesque o marido tirava do rio Doce.

Atualmente, o grupo produzas flores de escamas na oficina

que ocupa dois cômodos dacasa de Dona Leonília. “Somostodas mulheres, sendo trêssolteiras, uma viúva e quatrodivorcia das”, ressaltou a em -polgada Herica Paixão. “Amaioria tem o artesanato comosua única fonte de renda”,comentou ao revelar seus ga -nhos. “De um a dois salários,dependendo das vendas”, disse.

Those who have nevervisited Feira Nacional deArtesanato have no idea ofthe universe of creation thatis installed in Belo Hori -zonte once a year. A real cor-nucopia pouring an endlessprofusion of objects, colors,noises, smells and textures.And it was there, looking for

innovative materials that Isaw the work developed bythe Paixão family, fromVitória (ES) - the “Clã dasPaixão”, according to HericaPaixão, a representative ofthe third generation of arti-sans. It was her grand -mother, Leonília Paixão,who developed the technique

that consists of makingflowers out the scales ofthe fish her husband caughtin the Doce River.

Today, the family pro-duces the flowers in a work-shop that takes up tworooms in Dona Leonília’s.“We are all women: threeare single, one is a widow

and four are divorced”,explained Herica Paixãoenthusiastically. “Most ofus make a living out ofhandicrafts production”,she said before making acomment about her earnings.“I get one or two basicsalaries a month; it willdepend on how much I sell”. Ar

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Pieces made out of fish scalesare not exclusive of the “clan”.We have registers of other pro-ducers, especially in the south ofthe country; a tradition whichwas brought by the Portuguesefrom Azores. But Dona Leonília’stechnique was her own creation.She is a self-taught person. Andthis seems to make the light ofthat family shine even brighter.

The history of the flowersin the Paixão family started in1960, as Herica reports to us.“It was on the banks of the Doce

River, in the tiny village ofBaixo-Guandu (ES) that mygrandmother realized that shecould make scale ornamentsusing glue made of starch”, shesays. She occasionally soldsomething to her friends andneighbors, but it was when shemoved to the capital of theState, divorced, with fivechildren that she discovered thather flowers could guarantee thedaily bread. “When she arrivedin Vitória, my grandmothercame across bigger scales from

marine fish”, she ex plains.From that point on her workstarted improving steadily and,unwittingly, Dona Leonília hadset a family tradition in train.“My grandmother, my mother,Madalena, and I made this artinto more than an exercise oftalent and tradition. We madeour hobby into an occupation,the fish-scale flowers broughtincome to the family and today,a few friends and neighborsjoined us in the workshop”, saysthe young artisan proudly.

Artesanato com escamas de peixesnão chega a ser uma exclusividade do“clã”. Há registros de outros centrosprodutores, especialmente no Sul dopaís, por influência da cultura portu -guesa trazida pelos açorianos. Masa técnica de Dona Leonília écriação dela. Autodidata. Eesse fato parece acenderainda mais os briosda família Paixão.

A história dasflores das Paixãocomeçou em1960, segun-do o relato deHe rica. “Àsmar gens do rioDo ce, em um pe -queno povoadodo muni cí pio deB a i x o - G u a n d u(ES), foi queminha avó des -cobriu que poderiaaproveitar as escamaspara criar ornamentos,usando cola de polvilho”, afirma.

Ela até vendia alguma coisa para asamigas e vizinhas, mas foi ao mudar-se

para a capital do Estado, divorciada ecom os cinco filhos, que descobriu quesuas flores poderiam garantir o sustentodos seus. “Quando chegou à Vitória,minha avó encontrou escamas maiores,

tiradas de peixes marinhos comoo budião e o dentão”, explica.

A partir de então, otra balho foi se aper-feiçoando e, semperceber, DonaLe o nília deu o ri -

gem a uma tra -di ção familiar.“A minha avó,minha mãe,

Ma da lena, e eufizemos dessa

arte muitomais que ume xer cí cio de

talento e tra -dição. Fizemos

do passatempouma pro fis são, transformamos

as flores de escamas de peixe em rendafamiliar e, hoje, amigas e vizi nhascompletam o núcleo de produção”, dizcom o orgulho estampado no rostosério, a jovem artesã.

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As escamas são compradas em peixa -rias da Grande Vitó ria, ainda congeladasno couro dos peixes. Após separadas docouro, passam pelo processo de limpeza esecagem, ganham cores e são coladas emsobre posição até comporem uma flor.

A singeleza das flores de escamasmereceu destaque na imprensa, primeiroem nível local e, em seguida, nas revistase programas de TV decir culação nacional.O su cesso alcançadopelo “Clã das Paixão”chamou a atenção deoutros artesãos capi -xabas até então muitoidentificados com astradicionais panelasde barro. Ao ponto de, hoje, o artesanatocom escamas fazer parte do catálogo dedivulgação do Estado, segundo Herica,tornando-se, assim, parte da cultura doEspírito Santo, conforme afirmou, con -victa de sua contribuição para isso.

As peças são usadas para decoração

e exploradas pela indústria da moda,aplicadas a roupas e acessórios. Ecaíram mesmo no gosto de modistasdo polo de confecções de Colatina (ES).Em 2005 foram aplicadas à coleção querepresentava o polo no Rio FashionBusiness, onde puderam ser vistas pelomundo da alta costura.

Apesar de atenderem a lojistas,tanto do Espírito San -to quan to de ca pitaiscomo Rio de Janeiro,São Paulo, João Pes -soa e Belo Horizonte,as Paixão não deixamde fazer suas vendasdiretas. Quem pro -curar, certamente en -

con trará Herica na feira de artesanato ecomidas típicas da Praça dos Na -morados, no bairro da Praia do Canto,em Vitória (ES). A não ser que esteja emépoca de grandes eventos, pois ela cos -tuma participar das principais feirasde artesanato do país.

The scales are bought at fishmongers in GreatVitória, still frozen, attached to the skin. At theworkshop they are detached from the skin,cleaned, dried and finally they are dyed andsuperposed to form the flower.

The dainty flowers deserved a slot in thelocal press and later onthey gained the nationalTV networks. The successof “Clã das Paixão”caught the interest ofother artisans in EspiritoSanto, who had beenworking only with pottery until then. Accordingto Heri ca, who is aware of the contributionshe has made, the practice took such dimensionsthat today scale flowers are featuring inthe catalogue that divulges the traditions ofthat State, becoming part of the culture ofthe State of Espírito Santo.

The pieces are used in both by interior

and fashion designers, applied to clothes andaccessories. And, most importantly, theyattra cted the attention of the clothing factoriesin the locality of Colatina (ES). In 2005 theywere decorating the collection that representedthe designers of Colatina in the Rio Fashion

Business, where theywere seen by famousfashion designers.

Besides selling inEspírito Santo and tobig centers such Rio deJaneiro, São Paulo,

João Pessoa and Belo Hori zonte, the Paixãofamily also have their own selling point.Anyone can find Herica in the handicraftsand typical foods fair in Praça dosNamorados, in the district of Praia do Canto,in Vitória (ES), unless it is the season ofgreat events when she participates in themain fairs of the country. Ar

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A singeleza das flores de escamasmereceu destaque na imprensa,primeiro em nível local e, emseguida, nas revistas e programasde TV de cir culação nacional

The dainty flowers deserved a slotin the local press and later on theygained the national TV networks

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Bolsas, bijuterias e vasos pro-duzidos por artesãos amapaenses,com a fibra de tururi e grafismoMaracá e Cunani, são produtoscom forte identidade cultural quevalorizam os recursos naturais daRegião Norte do Brasil.

Segundo a gestora do projeto“Artesanato Feito a Mão”, JosseliPantoja, a fibra de tururi é extraídado ubuçu, árvore típica da RegiãoNorte, como Amazonas, Paráe Amapá. “Nosso projeto resgataos grafismos Maracá e Cunanie o artesa na to quilombola doMaruanum. Desde 2003, aposta-

mos na diferenciação e no valorda história dessas civilizações,visando a colocar o artesanatolocal num patamar de destaquenos cenários nacional e interna-cional,” enfatizou a gestora. Alémde produtos com a fibra esementes, a madeira, argila e bar rotambém são matérias-primastrabalhadas pelos artesãos paracriação de produtos.

Ainda segundo Josseli, oEstado do Amapá possui umavasta herança cultural, com maisde 70 sítios arqueológicos cadas -trados pelo Instituto do Patri -

mônio Histórico e Artístico Na -cional (IPHAN). As civilizaçõesMaracá e Cunani viveram há mi -lhões de anos na Ama zônia, maisespecificamente no Amapá ealguns achados arqueológicoscomprovam a existência dessespovos que tinham uma refinadahabilidade na produção de peçascom cerâmicas e desenhos ru -pestres na decoração. “A herançacultural faz parte do cotidiano dosartesãos amapaenses, sendo umimportante aliado no incrementoda produção e na valorização desuas peças”, concluiu.

Bags, jewels and vases made by artisans from Amapá outof tururi fibers and Maracá and Cunani drawings are loadedwith cultural identity and add value to the natural resourcesof the Brazilian North region.

According to Josseli Pantoja, manager of Sebrae’s project“Arte sanato Feito a Mão”, the tururi fiber is extracted from atree, called ubuçu, of the Arecaceae family, found in the NorthRegion of Brazil in the states of Amazonas, Pará and Amapá.“Our project promotes the revival of Maracá and Cunanidrawings and the crafts made by the Maruanum, who are thepeople from a Quilombola community (a community of slavedescendants). Since 2003, we have bet on diffe rences and onthe value of these peoples, which has enabled us to give theircraft pride of place in the national and interna tional scene”,

emphasized the manager. Besides the fiber and seeds pieces,other raw materials like wood, clay and mud are also used inthe creation of the pieces.

Also according to Jos seli, the State of Amapá is very richin cultural heritage, with more than 70 archaeolo gical sitesregistered in the Heritage Au thority - Instituto do Pa trimônioHistórico e Ar tís tico Nacional (IPHAN). The Maracá andCunani civilizations lived millions of years ago in Amazonia,more specifically in Amapá and some archaeological findingsprove the existence of these peoples, whose production ofceramics was a refined and delicate art, de corated with rupes-trian designs. “Cultu ral heritage plays a very important rolein the daily life of the artisans from Amapá. It is invaluable inthe production as it adds value to it.”, she concluded.

MÃOS DO AMAPÁ RECEBEM INFLUÊNCIA CULTURALDEFT HANDS OF AMAPÁ RECEIVE CULTURAL INFLUENCEPor/By: Raquel Francine Fotos/Photos: Walmir Monteiro

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FONTE DE RENDA PARA AS ARTESÃS ALAGOANAS

SOURCE OF INCOME FOR THE WOMEN FROM ALAGOASPor/By: Raquel Francine Fotos/Photos: Walmir Monteiro

O Pontal da Barraé um antigo bairrode Maceió (AL) esurgiu de uma aldeiade pes cadores queretira vam da lagoa edo mar o sustento dafa mília. Atualmenteé um dos locais turís -ticos mais visitadosda região e o artesa -

nato típico é ex postonas calçadas das ca -sas, atra indo os tu ris -tas in teressados pe lacom pra. A con fec çãodo filé corres pon deao tra çado fei to nagrade, seme lhante aodas re des de pescar emui tas artesãs con-tam que a atividade

das fi lan zeiras sur giupara le lamen te ao tra-balho mas cu li no emáreas pes queiras. Asfi lan zei ras do Pon talda Bar ra são famosasem to do o país.

Segundo a artesãI vo nete Santos dosAn jos, 66 anos, quefaz parte da As so -

ciação das Artesãs doPon tal da Bar ra eeste ve presente naXIX Fei ra Nacionalde Ar te sa nato emBelo Ho ri zon te, asmu lhe res da aldeiados pes ca do res pro -cu ra vam o que fazer,en quanto os ma ri -dos pescavam.

Pontal da Barra, an old districtof Maceió (AL), started as a fishingvillage where the fishermen’sfa milies lived on what they took fromthe sea and the lake. Today it is oneof the most famous tourist resortsof the region, and its pavementscovered with locally producedhandicrafts attract lots of tourists.

The filet lace follows the lines of agrid, the same process as for fishingnets, and the artisans tell us thatthe work of the filanzeiras – as theartisans are known – from Pontalda Barra are famous throughoutthe country and in manycounrtries in the world.

According to artisan Ivonete

San tos dos Anjos, 66, who is amember of the Associação dasArtesãs do Pontal da Barra andwas present in the XIX FeiraNacional de Artesanato in BeloHorizonte, the women from thefishing village had to findsomething to keep them busy whiletheir husbands were away at sea. Ar

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“Foi assim que encontra ramo filé como fonte de renda paraas famílias do Pontal. Es sa téc-nica é secular e é re passada demãe para filha, que vão adap-tando as rendas conforme corese formas da moda”, contou.

Há 59 anos Ivonete dedica-se ao artesanato com o filé egarante que para ela não existe

distância que vá impedi-la deexpor seu trabalho. “Eu nãome incomodo de enfrentar lon-gas viagens para vender emostrar o meu produto. AFeira Na cio nal de Artesanato,por exemplo, reúne trabalhosde artesãs de vários estados e,sempre que existir a oportu-nidade, fa rei de tudo para

estar presen te. Não tive estu-do, de diquei toda mi nha vidaao artesanato e foi com eleque consegui sustentar mi nhafa mília e formar meus 6 fi -lhos. Já participei de feiras emSão Paulo, Rio de Janeiro,Por to Alegre, Ar gen ti na eChile. Para mim é uma grandeconquista”, frisou.

“This is how they found in filet lace a source ofincome for the families from Pontal. This technique iscenturies old and has come down from mother todaughter, who adapt color and style to the latestfashion trends”, she told us.

Ivonete has dedicated herself to producing filet lacefor 59 years now and says whatever the distance; it willnever stop her from displaying her work. “I don’t mindtravelling long distances to show and sell my products.

Feira Nacional de Artesanato, for example, is an eventin which exhibitors from different Brazilian statesparticipate, and whenever there is an opportunity, I willbe there. I didn’t have the chance to study, so, all my lifewas dedicated to making crafts, and it was from it thatI managed to bring up and educate my six children. I’vealready participated in fairs in São Paulo, Rio deJaneiro, Porto Alegre, Argentine and Chile. It amreally proud of my achievements”, she pointed out.Ar

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A vice-presidente daAssociação das Artesãs doPontal da Barra, GilvâniaBarbosa dos Santos, tam-bém esteve presente naXIX Feira Nacional, emMinas Gerais, e graças asua iniciativa, as filan -zeiras do Pontal da Barrapuderam expor seus pro-dutos no Expominas. “Érealmente um aconteci-mento dos melhores emnível de exposição arte-sanal e não podíamosdeixar de participar”, dissea artesã. Filha de filanzeira,Gilvânia começou na arteainda adolescente, incenti-vada pela mãe, e hojeajuda a administrar a as -sociação que conta comcerca de 300 associados.“Este ano, além de toalhas,trilho de mesa, cangas,vestidos, saí da de praia,passadeiras, blusas, biquí-

nis e bermudas, trouxemosmuitos artigos infantis,principalmente para opúblico feminino. Sãotodos trabalhos em filé,os mais procurados emex posições. O filé é umaarte secular, que chegou aoPontal há mais de duzen-tos anos. Hoje o bairro éuma referência nessa ren -da para o País e para omundo, já que temosvários trabalhos em di -versos países. Todos osprodutos desta exposiçãoforam confeccionados pe -las filanzeiras do Pontal,que já possui cerca detrezentas profissionais doramo”, es clareceu a vice-presidente.

Os produtos das ar -tesãs do Pontal da Barrasão vendidos ao preçode R$5 a R$350, depen-dendo da peça.

De acordo com Gilvânia, odesemprego ronda o estado deAlagoas, afetando residentesdo Pontal da Barra. Por isso,cresceu no bairro o número dehomens que estão aderindo aotrabalho com o artesanato pa -ra ajudar a pagar as despesasda família. “Muitos maridosestão ajudando as esposas naarte com o filé. Devido ao pre-conceito, eles fazem os traba -lhos com as portas da casafechada, para ficarem escondi-dos, mas certos de que estãocontribuindo com o lar. Emoutros estados, onde partici-pamos de eventos, pudeperceber que os homens nãotêm preconceitos e se orgu -lham em mostrar os trabalhos,muitas vezes melhores que osfeitos pelas esposas”, concluiu.

Preconceito

The vice-president of theAssociação das Artesãs doPontal da Barra, GilvâniaBarbosa dos Santos, was alsopresent at XIX FeiraNacional, in Minas Gerais,and thanks to her initiative,the filazeiras from Pontalmanaged to display theirproducts in Ex pominas. “Itis no doubt one of the besthandicrafts fairs in thecountry and it just can’t bemissed”, she says. Daughterto a filanzeira, Gilvâniastarted in this craft when shewas still a teenager, moti -vated by her mother. Todayshe helps administer the asso-ciation, which has 300members. “This year, besides

the towels, beach wear, rugs,blouses and shorts, webrought items for childrenand women. Everything ismade of filet lace, the sellingchampion. Filet lace is acenturies old art, whichwas introduced to Pontal200 years ago. Today the filetlace made in the districtis known all over the world.All the products in thisdis play were made by thefilanzeiras from Pontal, nowwith 200 professionals workingwith the craft”, pointed outthe vice-president.

The the prices of thepro duction from Pontal daBarra range from R$5 toR$350, depending on the piece.

According to Gilvânia,unemployment plagues the State ofAlagoas, affecting the people fromPontal da Barra. For this reason, thenumber of men taking up craftsproduction to support their familieshas grown. “A lot of men are helpingtheir wives, making filet lace. Becauseof the prejudice, they work behindclosed doors, away from the curiouslooks of neighbors, but certain that theyare contributing to the welfare of theirfamilies. In other states, where weparticipate in events, I noticed thatmen are not prejudiced, much to thecontrary, they are proud of their work,which sometimes o better than thework of their wives”, she concluded.

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Cheguei à casa da artesã quinze minutosatrasado. A empregada que abriu a porta merecebeu com cortesia e um providencial copode suco de uva. Quando dona Malcy apareceu,descendo as escadas com impressionante agili-dade, fiquei surpreso. “Ela anda meio indispostanesses últimos dias”, me dissera o simpáticoesposo instantes atrás. A impressão de senili-dade que a frase do marido me causou, de fato,não era compatível com a variedade e a quanti-dade de trabalhos expostos na sala, especial-mente separados para ilustrar a entrevista, eque sugeriam uma produção efervescente.

A pauta que eu tinha em mente era sobre

os estandartes com motivos religiosos, típicosdo interior de Minas Gerais, e aos quais aartesã Malcy Travessoni Gomes tem dedicadosua atenção nos últimos anos. E estavam ali aspeças, em variados formatos, tamanhos emateriais. O nome desta seção “MatériaPrima” norteava meu olhar sobre a conversaque começaria em instantes. Mas a juta, ospanos, as imagens, fuxicos, bordados, linhas,miçangas e fitas compradas no MercadoCentral de Belo Horizonte ou em armarinhosescondidos no centro da cidade, jamaisroubariam a cena quando se tem o prazer deuns momentos com dona Malcy.

I arrived fifteen minutes late atthe artisan´s house. The maid, who hasopened the door, received me withcourtesy and a providential glass ofgrape juice. By the time Mrs. Malcyhad showed up, coming down thestairs with impressive agility, I gotsur prised. “She has been feeling indis-posed lately”, told me her sympatheticspouse instants before.The impressionof senility that her husband´s sentencecaused me, in fact, was not compatible

with the variety and quantity of craftsthat was exhibited in the living room,specially positioned to illustrate theinterview, and that suggested aneffervescent production.

The guideline that I had in mymind was about the flags withreligious patterns, typical of MinasGerais´s country side, and to whichthe artisan Malcy Travessoni Gomesdedicated her attention for the last fewyears. There were the crafts, in varied

shapes, sizes and materials. The nameof this section “Raw Material”,guided my idea about the conversationthat would start in instants. But, thejute, the cloths, the images, fuxicos ,embroideries, threads, beads andwebbings bought at “MercadoCentral” in Belo Horizonte or in ahaberdashery hidden into town wouldnever deviate my attention when onehas the pleasure of spending sometime with Mrs. Malcy.

ATIVIDADE É A MATÉRIA-PRIMAACTIVITY IS THE RAW MATERIALPor/By: Daniel Barcelos Fotos/Photos: Walmir Monteiro

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Durante a conversa me senti abrindoum grande baú, de onde saíam castiçais co -loridos, de papel artesanal ou enferrujadosem chapas de ferro, almofadinhas queestampam santos, também encontrados emoratórios que eu descobria aqui e ali, entrea decoração da casa, além dos cachecóis egorros de lã, que apareceram mais tarde, àmedida que a conversa se desenvolveu.Todas as peças criadas pela mente ativa ecriativa da artesã.

O artesanato entrou na vida de donaMalcy em 1969, quando começou a desen-volver um trabalho de pintura em cerâmica.“Sim, eu acho que fui a primeira a exporporcelana pintada na Feira Hippie”,confirma, referindo-se à tradicional feiradominical de Belo Horizonte, que na épocaenfeitava a praça da Liberdade mas que,descaracterizada, já não tem o mesmocharme de décadas atrás. “Em 1993 eume mudei de Belo Horizonte. Quandovoltei, depois de uns quatro anos, tinhaperdido meu lugar na Feira”.

During the conversation I felt like opening a bigtrunk, from where came out colored candlesticks,artisan paper or rusted in plates of iron, littlecushions with figure of saints, also found inoratories, which I found here and there decoratingthe house, besides the woollen scarfs and caps thathad appeared later, as the conversation developed.All these crafts created by the active and creativemind of the artisan.

Handicraft had entered in Mrs. Malcy lifein 1969, when she started making some paintingwork in ceramics. “Yes, I think I was the first oneto exhibit painted porcelain at “Feira Hippie”,she confirms, mentioning the traditional Sundayfair in Belo Horizonte, that at the time used todecorate “Praça da Liberdade”, but that deprived ofits traditional characteristics, does not have thesame charm of the last decades. “In 1993 I movedout of Belo Horizonte. When I came back, after aboutfour years, I had lost my place at the fair”. Ar

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Pude ver em apenas uma peça asdelicadas pinceladas e o rococó daspétalas de rosa que, segundo elaprópria, já não interessam aoscompradores de hoje. “A partir deentão, vendi meu forno, meus mate-riais, que eram muito caros, e pareide mexer com porcelana”, disse semdemonstrar nostalgia.

Essa saída de Belo Horizonte foiuma volta às origens. A artesã énatural de Casa Grande, na regiãodos Campos das Vertentes (MG) e foiem sua terra natal que passou cercade quatro anos afastada da capital.Lá, parece ter se realimentado dascoisas da roça. Foi quando osestandartes passaram a dominara intuição artística de Malcy. Asfestas religiosas, como as folias dereis e procissões de Semana Santa,despertaram a atenção da devota,que com a intenção de enfeitar osdesfiles de sua cidade, confeccionouos primeiros pavilhões.

I could see only in one craft the delicateflicks and the rococo of the rose petals that,according to her, do not interest thepurchasers nowadays. “So, I have sold myoven, my materials, which were very expen-sive, and stopped working with porcelain”,she said without demonstrating nostalgia.

Moving out of Belo Horizonte was areturn to her origins. The artisan isoriginally from Casa Grande, in the regionof Campos das Vertentes (MG) and it wasin her birthland that she spent four yearsaway from the state capital. There, sheseemed to be filled with the things from thecountry side. It was when the flags starteddominating Malcy’s artistic intuition. Thereligious parties, like folia de reis andprocessions of the Holy Week called theattention of the worshipper, who hadconfectioned the city’s first pavilions,willing to decorate the city parades.Ar

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Dona Malcy trabalha só, em casa. Muitoativa, confessa que não é lá muito fã do trabalhodoméstico. Em sua oficina obedece a uma rotinadiária de trabalho, que começa bem cedo, às6:30h da manhã, e vai até tarde da noite, comexceção ao período da cesta, depois do almoço.“Eu fico até umas 10 da noite tricotando etambém tenho feito umas bolsas...”, dizrevelando mais um produto. “Desde a épocade Feira Hippie, sempre fui uma mulher ativae independente. Eu já dirigia, como ainda dirijo.Só que hoje eu não vou mais ao centro, não.Só aqui pelo bairro”.

Enquanto revelava a força de sua personali-dade no curso do bate-papo, como ao narrar os

preconceitos que testemunhou quando era umamãe de família que tinha amigos hippies, DonaMalcy me abriu os olhos para o mote que euprocurava. A “Matéria Prima”, que não me saíada cabeça, ao mesmo tempo em que não desper-tava o interesse jornalístico, em meio a umaaparente contradição, pousou em meu colo,como uma joaninha trazendo bons agouros:a matéria-prima do trabalho de Malcy é a própriavivacidade da artesã. Sua mola-mestra, comoela mesma admite. “Nunca cheguei a juntarum tostão que consegui com artesanato.Reinvisto tudo o que ganho em materiais paranovos trabalhos. Então, com certeza eu trabalhopor prazer. E é isso o que me empurra.”

Mrs. Malcy works alone at home.Active, she confesses that she does notlike very much house chores. At herworkshop she follows a daily routine ofwork, that starts really early, at 6:30in the morning, and continues untillate night, except for the siesta time. “Iknit until around 10 p.m. and I alsomake some purses…” she says,revealing one more of her products.“Since the time I worked at ‘FeiraHippie’, I was an active and independ-

ent woman. I used to drive, as I stilldo. However, nowadays I do not godowntown. I just drive aroundthe neighborhood”.

While she revealed the strength ofher personality in the course of thechat, like telling the prejudices shewitnessed when she was not a matronand had hippie friends, Mrs. Malcyshowed me what I was looking for. The“Raw Material”, that I could notforget and, on the other hand, that I

would never have the journalisticinterest at, as thought it is an apparentcontradiction, settles in my lap, like aladybird bringing good omen: the rawmaterial of Malcy´s work is the ownvivacity of the artisan. Hermotivation, as she admits. “I havenever had profits, properly, with thecrafts. I reinvest everything that Iprofit in material for new works. So,absolutely sure, I work because it is apleasure. And, it is what pushes me.” Ar

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s29OFICINA DE ARTESANATO DO

INSTITUTO CENTRO CAPE

Por/By: Rodrigo Narciso Foto/Photo: Walmir MonteiroCRAFTS WORKSHOP OF INSTITUTO CENTRO CAPE

Desde que o bebê nasceu, ficou difícil paraMariana Rodrigues, 22 anos, trabalhar fora decasa. Fazer tapetes de retalhos foi a solução queencontrou para ajudar o marido nas despesas men-sais. “Estando em casa, eu cuido da minha filha edas coisas que tenho que fazer no dia-a-dia. Notempo que sobra, e sempre sobra um tempinho, euestou trabalhando com artesanato”, diz Mariana.

A artesã aprendeu a costurar e a bordar quan-do frequentou a Oficina de Artesanato do InstitutoCentro CAPE, projeto desenvolvido, desde 2001,em parceria com a Central Mãos de Minas. Na ofi -cina, jovens de 14 a 17 anos aprendem diversas téc-

nicas artesanais e a única exigência para seinscreverem no projeto é que estejam estudandona rede pública de ensino.

Assim como Mariana, outros 600 adoles-centes já participaram das oficinas e, atual-mente, 18 jovens frequentam, diariamente, asaulas de artesanato. Durante os encontros, reali -zados no prédio do Centro CAPE, em BeloHorizonte, os adolescentes aprendem diversastécnicas artesanais. Tecelagem, pintura, mol -dagem, modelagem, costura e trabalhos compapel marché e cerâmica são algumas das ativi-dades desenvolvidas durante as aulas.

Since her baby was born, MarianaRodrigues, 22, has found it difficult togo out to work. Making rugs from clothscraps was the way she found to help herhusband with the expenses. “Being athome, I can take care of my daughter anddo the house chores. The rest of the time,and there is always some free time, Imake my handicrafts. I am free to createwhatever I want. I have learnt how tomake flowers, rugs, cushions. It is very

pleasant to work with handicrafts andmake a living from it”, says Mariana.

The artisan learnt how to sewand embroider at the Crafts Workshopof Instituto Centro CAPE, as part of aProject that started in 2001, in apartnership with Central Mãos deMinas. At the workshop, peopleranging in age from 14 to 17, learndifferent crafts techniques and the onlyrequirement for them to enroll is that

they are studying in a public school.Like Mariana, another 600

adolescents have already attendedclasses at the workshop and, today, 18youths are attending the crafts lessonson a daily basis. During the meetings,held in the premises of Centro CAPE, inBelo Horizonte, the adolescentslearn different crafts techniques such asta pestry, painting, molding, weaving,sewing, papier-mâché and pottery.

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The material used inthe production of the piecesis donated by the Workshopand companies that bringrecyclable material.

The items produced bythe group are sold and theproduction caters for marketdemands. A few weeks ago it

was cushions; now it is napkinholders made of seed beads.Handbags made of re cycledmaterial and fuxico were thefavorite among consumers. “Ifthe demand is for embroidery,they will have embroideryclasses; if sewing is in demandthen they will have sewing

classes. The same goes forpottery and other techni ques.After some time working herethey acquire a series of skills”,says the coordinator of theworkshop, Carla Maciel.

Natacha Bicalho heardabout the Project from afriend who had been attending

classes at the Workshop fortwo years. “ Now I buy myclothes and I can also helpwith the expenses at home,something I couldn’t do be -fore. I do not need to ask mypa rents to give me some mo -ney when I want to go out”,she says enthusiastically.

O material utilizado paraa confecção das peças é forneci-do pela oficina e por outrasempresas, que doam materiaispara serem reciclados e trans -formados em artesanato.

O que o grupo produz é ven-dido e as atividades vão mudan-do para atender as demandas domercado. Há al gumas semanasforam as almofadas. Agora sãoos porta-guar danapos feitos de

miçangas. Bolsas feitas commaterial reciclado e peças emfuxico também fizeram sucessoentre os consumidores. “Se ademanda é por bordado, elasvão aprender a bordar. Se forpreciso costurar, aprendem cos-tura. Se for necessário produzirpeças em cerâmica, elas vãoaprender a trabalhar a técnica damodelagem. Depois de umtempo trabalhando aqui, elas já

sabem fazer diversas ativi-dades”, diz a coordenadora daoficina, Carla Maciel.

Natacha Bicalho soube doprojeto através de uma amiga e,há dois anos, frequenta diaria-mente as aulas na oficina.“Compro roupas e já posso aju-dar em casa, coisa que eu nãofazia antes. Quando eu querosair não preciso pedir dinheiroaos meus pais”, comemora.

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A artesã deixa,ainda, um recado paraos jovens que tiverema mesma oportuni da -de que ela. “Decida rá -pi do. O tempo nãopara. Se conhecer al -gum pro jeto como es -se, não dei xe a chancees ca par”, avisa.

Os alunos fabri-cam, em média, 300peças por mês. Na ofi -cina, cada adolescenteé re munerado de acor-do com a sua produçãoe nunca falta trabalhopara ser feito. A qua -lidade dos produtoscon feccionados na ofi -ci na já rendeu três con-vites para que le vas -sem suas peças à FeiraNacional de Ar te sa -nato. Em 2006, 2007 e2008 os participantes

da oficina pu derammanter, du ran te o e -ven to, contato diretocom lojistas de diver-sas partes do Bra sil.

Três edições daCasa Cor/MG tambémtiveram a participaçãoda oficina - responsávelpela produção de peçasque decoraram o am -biente Mãos de Mi nas.

“Ao sairmos daofi cina para comerci a -lizar e divulgar nossaprodução em eventoscom a magnitude daFeira Nacional deArtesa na to e da Ca saCor, tivemos uma no -ção exata das de man -das do con su midor.Foi gra ti fi can te sa berque estamos no ca -minho cer to”, co me -mo ra Carla Maciel.

She also leaves amessa ge for the young peo-ple. “Make up your mindsquickly. Time does not stop.If you hear about a Projectlike this, do not miss theopportunity”, she warns.

The students make anaverage of 300 pieces amonth and receive a com-mission according to theamount they produce andthey are never short ofwork. The quality of thepieces has resulted in threeinvitations to the FeiraNacional de Artesanato. In2006, 2007 and 2008 theworkshop participants had

the opportunity to get intouch with retailers andwholesalers from differentparts of Brazil. Their piecesalso decorated the Mãos deMinas room in CasaCor/MG for three consecu-tive years. “These werevery important experiencesfor us. As we took our workout of the workshop toevents as important asFeira Nacional de Ar te sa -nato and Casa Cor, we hadthe exact idea of what theconsumers want. It wasreally rewarding to knowwe are on the right way”,celebrates Carla Maciel.

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BRAZIL PATCHWORK SHOW3ª Feira de Produtos de Tecidos Importados e RetalhosData: 14 a 17 de abril de 2009Feira Setorial / Internacional / AnualLinhas de produtos e/ou serviços: Máquinas, tecidos,avia men tos, revistas, acessórios, marcas e produtos paraartesa na to, cursos, etc.Local: Centro de Eventos São Luiz - São Paulo/SPSite do evento: www.brazilpatchworkshow.com.brE-mail do evento: [email protected]

ART MUNDIData: 17 a 26 de abril de 2009Feira Setorial / Nacional /BBienalLinhas de produtos e/ou serviços: Produtos de origemartesanal, decoração, vestuário, utilidades domésticas,tapetes, acessórios e complementos de moda, bebidas, etc.Local: Pavilhão de Exposições do Riocentro - Rio deJaneiro/RJSite do Evento: www.artmundirj.com.brE-mail do evento: [email protected]

FINNAR3ª Feira Internacional de Negócios do ArtesanatoData: 17 a 26 de abril de 2009Feira Setorial / Internacional / QuadrimestralLinhas de produtos e/ou serviços: Artesanato nacional,recicla gem, cerâmica, sementes, barro, resina, madeira,gastronomia, turismo, etc.Local: Centro de Convenções Ulysses Guimarães -Brasília/DFSite do Evento: www.charpheventos.com.brE-mail do evento: [email protected]

FEIARTE - Edição Porto Alegre21ª Feira Internacional de ArtesanatoData: 1 a 10 de maio de 2009Feira Setorial / Internacional / AnualLinhas de produtos e/ou serviços: Produtos de origemartesanal, decoração, vestuário, utilidade doméstica, tapetes,acessórios e complementos de moda, comidas típicas, etc.Local: Estacionamento do Parque Esportivo da PUC - PortoAlegre/RSSite do Evento: www.feiarters.com.brE-mail do evento: [email protected]

FEIARTE – Edição Curitiba22ª Feira Internacional de ArtesanatoData: 15 a 24 de maio de 2009Feira Setorial / Internacional / AnualLinhas de produtos e/ou serviços: Produtos de origemartesanal, decoração, vestuário, utilidade doméstica, tapetes,acessórios e complementos de moda, comidas típicas, etc.Local: Centro de Exposições de Curitiba - Parque Barigui -Curitiba/PRSite do evento: www.feiartepr.com.brE-mail do evento: [email protected]

MÃOS & ARTE - Edição Maringá1ª Feira Nacional e Internacional de ArtesanatoData: 5 a 14 de junho de 2009Feira Setorial / Internacional / AnualLinhas de produtos e/ou serviços: Decoração, móveis,confecção, acessórios, semi-jóias, artesanato em geral.Local: Sociedade Rural de Maringá - Maringá/PRSite do evento: www.redproducoes.com.brE-mail do evento: [email protected]

Feiras Nacionais

CALENDAR

BRAZIL PATCHWORK SHOW 3rd Fair of Imported Cloth and Cloth ScrapsDate: 14 to 17 April 2009Sectoral / National / Annual FairProducts and/or services: Machines, cloth, haberdashery, magazines,accessories, products for handicrafts courses, etc.Venue: Centro de Eventos São Luiz – São Paulo/SPWebsite: www.brazilpatchworkshow.com.brE-mail: [email protected]

ART MUNDIDate: 17 to 26 April 2009Sectoral / National / Biannual FairProducts and/or services: Handicrafts, design, clothing, housegadgets, rugs fashion accessories, drinks, etc.Venue: Pavilhão de Exposições do Riocentro – Rio de Janeiro/RJWebsite: www.artmundirj.com.brE-mail: [email protected]

FINNAR 3rd International Fair of Handicraft BusinessDate: 17 to 26 April 2009Sectoral / International / Quarterly FairProducts and/or services: National handicrafts, recycling, pottery,seeds, clay, resin, wood, typical food, tourism, etc.Venue: Centro de Convenções Ulysses Guimarães – Brasília/DFWebsite: www.charpheventos.com.brE-mail: [email protected]

FEIARTE - Edição Porto Alegre21st International Handicrafts FairDate: 1 to 10 May 2009Setoral / International / Annual FairProducts and/or services: Handicrafts, interior design, clothing, houseobjects, rugs, fashion accessories, typical foods, etc.Venue: Car park of Parque Esportivo da PUC – Porto Alegre/RSWebsite: www.feiarters.com.brE-mail: [email protected]

FEIARTE - Edição Curitiba22nd International Fair of HandicraftsDate: 15 to 24 May 2009Setoral / International / Annual FairProducts and/or services: Handicrafts, decoration, clothing, houseobjects, fashion accessories, typical food, etc.Venue: Centro de Exposições de Curitiba – Parque Barigui - Curitiba/PRWebsite: www.feiartepr.com.brE-mail: [email protected]

MÃOS & ARTE - Edição Maringá1st National and Internaltional Handicrafts FairDate: 5 to 14 June 2009Setoral / Internaiional / Annual FairProducts and/or services: Design, furniture, clothing, accessories,semi-jewellery, handicrafts in general.Venue: Sociedade Rural de Maringá – Maringá/PRWebsite: www.redproducoes.com.brE-mail: [email protected]

National Fairs

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INTERNATIONAL ARTEXPOData: 26 de fevereiro a 2 de março de 2009Feira de grande destaque no mercado norte-americano no segmentode arte, decoração e presentes, com 31 anos de experiência. A feiraapresenta milhares de novos objetos e proporciona diversasopor tunidades de negócios. Expõem na feira artistas, decoradores,galerias, colecionadores e fabricantes de cerca de 50 países, atraindocompradores de todo o mercado norte-americano e de váriosoutros países.Local: Nova Iorque (EUA)

TENDENCEData: 3 a 7 de julho de 2009A feira Tendence acontece em Frankfurt e é considerada uma dasmelhores feiras do gênero da Europa.Local: Frankfurt (Alemanha)Site do Evento: tendence-lifestyle.messefrankfurt.com

NEW YORK INTERNATIONAL GIFT FAIRData: 15 a 19 de agosto de 2009A feira Gift Fair é o maior evento do gênero nos EUA e é realizadoduas vezes ao ano, nos meses de janeiro e agosto. Acontece noJavits Center, em Nova Iorque, com 8.700 expositores, sendo 75%americanos e 25% internacionais. Apenas o projeto APEX leva oartesanato brasileiro para o evento.Local: Nova Iorque (EUA)Site do Evento: www.nyigf.com

CERANOR Data: 2 a 6 de setembro de 2009Evento profissional que já está na 18ª edição, comuma visitação de 30.000 compradores, sendo 45%espanhóis e 55% de outros países da Europa. Lojistasde decoração, decoradores, arquitetos e designersde hotéis, restaurantes e similares compõem o públicodo evento.Local: Porto (Portugal)Site do Evento: www.ceranor.exponor.pt

INTERGIFTData: 9 a 13 de setembro de 2009São 500 expositores distribuídos em um espaço de23.500 metros quadrados e 33.000 visitantes. Trata-sede uma feira de decoração de interiores, decoraçãofloral, design, bijuteria e acessórios de moda. Éuma feira reconhecida por apresentar produtore erepresentantes de produtos de qualidade diferenciadae com design elaborado. O concurso internacionalde design é internacionalmente reconhecido e,anualmente, conta com concorrentes de diferentespaíses. Na última edição participaram artistas daEspanha, Polônia, Dinamarca, Alemanha, Taiwan,Itália, Senegal e Argentina.Local: Madri (Espanha)Site do Evento: www.expohogar.com

Feiras Internacionais

INTERNATIONAL ARTEXPO Date: 26 February to 2 March 2009Being one of the most important fairs in the US in the art and interior designsegments, this fair has 31 years of experience. It displays thousands of new objectsand opens excellent business opportunities. It brings together artists, interiordesigners, collectors and makers from about 50 countries, and attracts buyers fromthe four corners of the US and the world.Venue: New York (US)

TENDENCEDate: 3 to 7 July 2009Tendence, a fair held in Frankfurt, is considered of of the best of the kind in Europe.Venue: Frankfurt (Germany)Website: tendence-lifestyle.messefrankfurt.com

NEW YORK INTERNATIONAL GIFT FAIR Date: 15 to 19 August 2009The Gift Fair, the biggest event of its kind, is held twice a year, in January andAugust, at the Javits Center, in New York, with 8,700 exhibitors, 75% of whombeing American and 25% from other countries. In Brazil only APEX takesBrazilian handicrafts to the fair.Venue: New York (USA)Website: http://www.nyigf.com

CERANOR Date: 2 to 6 September 2009Ceranor is in its 18th edition and receives around 30,000 buyers,45% being Spanish and the others from other European countries.Decoration retailers, interior designers, architects and designersin general from hotels, restaurants and other business are thepublic of the fair.Venue: Porto (Portugal) Website: www.ceranor.exponor.pt

INTERGIFTDate: 9 to 13 September 2009Five hundred exhibitors display their pieces in a space of23,500 square meters and 33,000 visitors. It is geared mainlyto interior design, design in general, flowers, jewellery andfashion accessories. This fair is famous for bringing togetherpeople who make high quality products with a distinctivedesign. The international design contest is world famous andbrings contestants from di fferent parts of the world. In its lastedition it received representatives from Spain, Poland,Denmark, Germany, Taiwan, Italy, Senegal and Argentine.Venue: Madrid (Spain)Website: www.expohogar.com

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The export project developed byCentro CAPE / Mãos de Minas in part-nership with APEX-Brasil started in2009 in full swing. In two months, theproject participated in four internationalfairs. The prospects for handicraftsexport both for Minas Gerais and the restof the country this year are very opti-mistic. With the support of APEX-

Brasil, the handicrafts segment gave agiant step in the last few years – both interms of quantity and quality. A verygood example of the increase in exports isthe project Brazil Handcraft- By MinasGerais. In the first year of the project,ICCAPE and Mãos de Minas exportedUS$ 10 thousand in handicrafts. In2007, official data provided by APEX

registered US$ 2 million and 100 mil inexternal commerce. These volumes placeMinas Gerais in the leading position inthe export sector, when related to otherstates that are APEX partners.

The international fairs are, withouta shadow of a doubt, the only eventscapable of allowing the access of theBrazilian handicrafts in the internatiomal

O projeto de exporta ção do Centro CAPE /Mãos de Minas, em parceria com APEX-Brasil, co -meçou o ano de 2009 com força total. Em apenasdois meses, o projeto já participou de quatro feirasinternacionais. As perspectivas para a exportação doartesanato de Minas Gerais e do Brasil, neste ano,são muito promissoras. Com o apoio da APEX-Brasil, o segmento artesanal deu um salto quantitati -vo e quali tativo nos últimos anos. Um ótimo exemplodo aumento das exportações é o projeto BrazilHandcraft - By Minas Gerais. No primeiro ano doprojeto, o ICCAPE e a Mãos de Minas exportaram

US$ 10 mil em artesanato. Em 2007, dados oficiaisda APEX registraram US$ 2 milhões e 100 mil emcomércio exterior. Este volume fez de Minas Geraiso Estado líder em exportações no setor, entre osEstados parceiros da APEX.

As feiras internacionais são, de forma incontes te,eventos fundamentais para a inserção do artesanatobrasileiro no mercado externo. Ao levar nossaprodu ção, regularmente, aos compradores interna-cionais, conquistamos a confiança e transmitimoscredi bilidade aos lojistas, decoradores e arquitetosda Europa e dos Estados Unidos. A cada ano,

ÓTIMAS PERSPECTIVAS PARA A EXPORTAÇÃO

Por/By: Rodrigo Narciso Fotos/Photos: Divulgação Centro CAPEEXCELLENT PROSPECTS FOR EXPORTS

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market. By taking our pro-duction to the internationalbuyers on a regular basis, wehave conquered the confi-dence and credibility of theEuropean and Americanretailers, interior designersand architects. Every year,we increase our participationin the international market,and the results we obtainedin the fairs in January andFebruary indicates that thisis the way we have to stick toin 2009. The president ofICCAPE and superinten-dent of Central Mãos deMinas, Tânia Macha do, wasat the New York Inter -national Gift Fair, from 24 to28 January and could seewith her own eyes the effec-tive results of the strategy

developed for the project.“This year we could witnessthe positive results of thestrategies we develo ped forthe international market. Ihave attended the Gift Fairfor many years now. At thebeginning we were totallyunknown and received noorders at all. But our regularpresence at the events helpedus be more confident whendealing with the buyers,who, little by little, started totake interest in our pro -duction. A very importantretailer of the USA ordered,three years ago, US$ 5thousand in objects. Inanother year of the fair thesame person placed an orderfor US$ 25 thousand inhandicrafts. Now, in 2009,

his order jumped to US$ 50thousand. And there is stillroom for growth”, celebratesthe president.

The opening, in 2007,of a showroom in NewYork and the presence ofDistri -bution Centers inthe US and Europe havemade a great contributionto the boom in exports.From 23 to 29 January,Ecoarts – a brand createdto promote Brazilian craftsin the US, organi zed ahuge promotional event forthe Ame rican consumer,involving a series of care-fully selected pieces, Bra -zilian food and music, adraw of an air ticket to visitthe 20ª Feira Nacional deArte sanato in Brazil.

au men tamos nossa participação nomercado internacional, e os resul-tados obtidos nas feiras de janeiro efevereiro mostram que o ca mi nhode crescimento será mantido em2009. A presidente do ICCAPE esuperintendente da Central Mãosde Minas, Tânia Machado, estevena New York International Gift Fair,de 24 a 28 de janeiro, quandoconstatou a eficácia da estratégiaadotada pelo projeto. “Este anocomprovamos, na prática, os resul-tados positivos da nossa estratégiaem relação às feiras internacionais.Venho há muitos anos na Gift Fair.No início, éramos des co nhecidos enão recebíamos pe didos de com-pradores. Com o passar dos anos ea constante presença no evento,adquirimos a confiança dos com-pradores que, aos poucos, come -çaram a demandar nossa pro-dução. Um importante lojista dosEUA encomendou, há três anos,US$ 5 mil em peças. Em outra

edição da feira fez um pedido deUS$ 25 mil. Agora, em 2009, eleaumentou para cerca de US$ 50 mil ovolume de negócios fechadosconosco. Ainda há espaço para cres -cimento”, co me mora a presidente.

A inauguração, em 2007, de umshowroom em Nova Iorque e a pre-sença de Centros de Dis tri buiçãonos EUA e na Europa também con-tribuem para o crescimento dasexportações. De 23 a 29 de janeiro,a Ecoarts - marca criada para pro-mover o artesanato bra sileiro nosEstados Unidos, em Nova Iorque,realizou um grande evento promo-cional para os compradores esta du -nidenses. Uma série de peças rigo -rosamente se lecio nadas para omercado norte-americano, comidase bebidas típicas do Brasil, músicae o sorteio de uma passagem paravisitar nosso país durante a 20ªFeira Nacional de Artesanato,foram algumas das atrações ofere-cidas durante o evento.

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During the fairs Living& Giving, in Las Vegas(USA) and Ambiente, inFrankfurt (Germany), arti-sans from the Mineiro local-ity of São João del-Reicould, for the first time,show their products tointernational buyers. Forfive years the Sanjoanense

artisans have shaped ironinto napkin holders, lampshades, among other objectsof daily use. The apprenticesworking in the studio, coor-dinated by José Geraldo daSilva, have very goodprospects for the insertionof their pierces in the inter-national market. “It was a

very good beginning. WhenMãos de Minas / CentroCAPE invited us to takepart in the fairs in theUnited States and Germanywe knew that we were get-ting off on the right foot”,tells us Ricardo, an artisanparticipating in the project.Although it was their first

participation in interna-tional fairs they managed toreach customers who placeda substantial number oforders. “Now we must workto live up to the qualitystandards demanded by thebuyers and to meet dead-lines so that we are able togo on with our work.

Durante as feiras Living &Giving, em Las Vegas (EUA) e aAmbiente, em Frankfurt (Ale -manha), artesãos do municípiomineiro de São João del-Reipu deram, pela primeira vez,apresentar sua produção aoscompradores internacionais. Hácinco anos os artesãos do Ar te -sanato Sanjoanence transformamo ferro em porta-guardanapos,luminá rias, castiçais, entreou tras peças utilitárias. Os

apren dizes que trabalham noateliê, sob a coordenação de JoséGeraldo da Silva, vislumbramótimas perspectivas para ainserção de suas peças no merca-do externo. “Foi um ótimocomeço. Quando a Mãos deMinas / Centro CAPE, nos con-vidaram para participar dasfeiras nos Estados Unidos eAlemanha, soubemos que iría -mos entrar com o ”pé direito” nomercado internacional”, conta o

artesão Ricar do, um dos oito par-ticipantes do projeto. Mesmosendo a primeira participação emfeiras internacionais, o Artesa -nato Sanjoanence conseguiuatingir o público que, duranteo evento, realizou diversas enco -mendas. “Agora, precisamosatender às exigências dos com-pradores em relação à qualidadee aos prazos de entrega para quepossamos dar seqüência ao tra-balho”, constata o artesão.

Primeiros passos

First steps

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SINÔNIMO DE SOLIDARIEDADEA SYNONYM FOR SOLIDARITY

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Andrea Neves da Cunha,que é jorna lista de formação,preside o Serviço Voluntáriode Assistência Social (Servas)desde 2003 e, sob sua gestão, aen tidade se tornou ainda maisconhecida como sinônimo desolidariedade. Nos últimosseis anos, o Servas vem atuandopara complementar o trabalhodesenvolvido pelo poder pú -blico, exercendo um papel dear ticulador entre a sociedade

ci vil, o governo, empresas,entidades de classe e ter-ceiro setor, promovendo eexe cutando a ções sociaisem Minas Gerais.

Entre essas ações está o“Digna Idade”, desenvolvidoem parceria com o Governode Minas, para assegurarconforto, segurança e maisqua l i dade de v ida parami lhares de idosos que vivemem inst i tuições de longa

permanência no Estado.Outro programa vitorioso do

Servas é o “Valores de Mi nas”.Voltado para alunos de 14 a24 anos das escolas públicasestaduais, tem como objetivocriar oportunidades, estimulare desenvolver aptidões pormeio de atividades artísticas,fortalecendo a auto-estimados jovens selecionados. Desdeque foi criado, em 2005, jábeneficiou mais de 2.000 alunos.

Andrea Neves da Cu nha,a journalist, has been the headof Serviço Voluntário deAssistência Social (voluntarysocial service - Servas) since2003 and, under her direc-tion, the entity became widelyrecognized as a symbol ofsoli darity. In the last sixyears Servas has developed

social actions in Minas Ge -rais and worked to comple-ment the work developed bythe government, providing alink between the civil societies,the government, companies,uni ons and the third sector.

One of the programsdeveloped by Servas is called“Digna Idade”, in a partner-

ship with the government ofMinas Gerais, which aims atensuring that thousands ofold age pensioners living instate institutions enjoy a lifeof comfort and safety.

Another successful pro-gram developed by Servas is“Valores de Minas”. Thisprogram, geared to young

people in the 14-24 age range,studying in state schools,aims at creating opportu -nities and developing skillsby promoting artistic acti -vities and strengthening theself esteem of these youths.Since it was created theprogram has benefited over2,000 students.

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Também na gestão Andrea Neves foi criado oCentro Mineiro de Referência em Re síduos, umaação pioneira no País, em resposta à necessidadede mudança de hábitos e atitudes para o usoracional dos recursos naturais. O que se pretendecom o projeto é estimular a reflexão e a ação dacidadania para os desafios deuma gestão integrada de re -síduos na busca de soluçõese novas oportuni dades detrabalho e renda.

Uma de suas iniciativas,em 2008, foi a criação do“Vozes do Morro”. Tambéminédito no País, o projeto foicriado para fortalecer os vínculos comunitáriosa partir da va lo rização do talento de moradoresde vilas e favelas de Belo Horizonte e daRegião Metropolitana.

“São ações como essa, nascidas do encontro da

cidadania com a solidariedade, que ajudam a cons -truir um modelo mais justo e participativo”, disseela, no lançamento do programa.

Andrea Neves da Cunha integra também oComitê de Honra da Fundação France LibertésBrasil, entidade presidida por Danielle Miterrand,

que trabalha em defesa dosdireitos humanos, e é diretorada Fun dação Tan credo Neves.Atuou no Centro de Docu -mentação e Pesquisa da Fun -dação Getúlio Vargas e foiuma das prin cipais respon-sáveis pela implantação doMemorial Tancredo Neves,

em São João del-Rei. Exerceu também o cargo desecretária estadual adjunta de Cultura do Governode Minas, em 1991 e coordenou a edição de doislivros: São João del-Rei, em 1986, e TancredoNeves, um homem para o Brasil, em 2005.

Still in her term An drea Neves has created the CentroMineiro de Refe rência em Resíduos (Centre for the rationaluse of waste mate rial), a pioneer project in the country, inresponse to a need for a change of habits leading to the ratio -nal use of the natural resour ces. Oneof the purposes of this project is toencourage citizens to reflect on andface up to the challenges posed to anintegrated that seeks solutions, workand income opportunities.

One of her initiatives in 2008was the creation of the project“Vozes do Morro”. This project,unique in the country, was created to tighten the linksbetween the communities by promoting the talents amongthe slum and shanty town dwellers of Great Belo Horizonte.

“It is actions like these, born from the union betweencitizenship and solidarity, that help in the construction of a

fairer and more participative model”, said Andrea duringthe launching of the program.

Andrea Neves da Cu nha is also a member of the HonorCommittee of the France Libertés Brasil Foun dation,

an entity headed by DanielleMiterrand, which works to defendhuman rights, and is the directorof the Tancredo Neves Foun dation.She wor ked in the Getulio VargasFoun da tion’s Documents andResearch Center and was respon -sible for the im plan tation of theMemorial Tancre do Neves, in

São João del-Rei. She was also the deputy state secretaryof Culture of the Govern ment of Minas Ge rais, in 1991and the coordinator of the publication of two books:São João del-Rei, in 1986, and Tan cre do Ne ves, umhomem para o Brasil, in 2005.

“São ações como es sa, nas cidasdo encontro da ci da da nia coma so li da ri e da de, que a ju dama cons tru ir um mo de lo maisjus to e par ti ci pa ti vo”

“It is actions like these, born fromthe union between citizenshipand solidarity, that help in theconstruction of a fairer and moreparticipative model”

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Josseli PantojaTel.: 55 96 3312 2837E-mail: [email protected]

Ivonete Santos dos AnjosTel.: 55 82 3221 7626E-mail: [email protected]

Associação dos Artesãos de BotumirimTel.: 55 38 9919 2132

R. Deca Guimarães, 3 - Centro / Botumirim - MGE-mail: [email protected]

Cooperativa de Artesãs dos Lençóis MaranhensesTel.: 55 98 3349 0349 / 9152 3279 / 9113 8052R. Inácio Lins, s/nº - Centro / Barreirinhas - MA

E-mail: [email protected]

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Gilvânia BarbosaTel.: 55 82 3336 5075 / 3241 7701 / 9129 4895

E-mail: [email protected] Página Page 18

Dona MalcyTel.: 31 3462 2306

R. Agostinho Bretas, 281Caiçara - Belo Horizonte - MG

Artesanato SanjoanenceTel.: 51 32 3373 3764Av. Loreto Vianini, 179 - Colônia do MarçalSão João del-Rei - MG Página Page 32

Tomás CavalcantiTel.: 55 31 3355 1243 / 9112 8558R. Herculano de Freitas, 1363 - 2º andarGutierrez / Belo Horizonte - MG Página Page 20

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Salão do Artesanato

O Salão do Artesanato vem para atender à demanda de lojistas nacionais e internacionais que desejam uma feira exclusiva para artesãos com potencial para venda no atacado. 180 artesãos criteriosamente selecionados irão expor e comercializar sua produção durante o evento. Os lojistas terão à sua disposição toda a estrutura necessária para a negociação direta com osexpositores. Palestras, rodadas de negócios e tradutores também estarão à disposição dos compradoresinternacionais.

Data: 09 a 11 de outubro de 2009.Local: Serraria Souza Pinto. Belo Horizonte/Brasil.

Informações: 55 - 31 - [email protected] / [email protected]

*Apenas lojistas terão acesso ao Salão do Artesanato.

Salão do Artesanato is coming along to see to the demands of national and international buyers who are looking for a fair exclusively for artisans with potential to cater for wholesalers.

180 carefully selected artisans will exhibit and sell their production during the event.

The buyers will have at their disposal a complete infrastructure, which will allow them to negotiate directly with the exhibitors. Lectures, business rounds and translators will be made available to international buyers.

Date: 09 to 11 October 2009.Venue: Serraria Souza Pinto. Belo Horizonte/Brasil.

Information: 55 - 31 - [email protected] / [email protected]

*Only retailers and wholesalers will have access to Salão do Artesanato.