revista dos pneus no 31 abril 2015 ano viii

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////////////////////////////////////////////////////////////////////////////////////////////////////////////////////////////////////////////////////////////////////////////////////////// DOSSIER Qualidade Pneus pesados ECONOMIA RODAS Evento incontornável no setor dos pneus Jeep Renegade 1.6 Multijet Limited Os segredos do novo Michelin GOODYEAR BH03 E TRIPLE TUBE ENTREVISTA Luis Hernández Diretor Comercial e Marketing Kumho Tyre sobre NOVIDADES TÉCNICA REPORTAGEM MUNDO AUTOMÓVEL Um produz energia, o outro faz a gestão do ar CrossClimate Consumo Estabilidade Resistência Nº31 abril ‘15

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DOSSIER

Qualidade

Pneus pesados

ECONOMIARODAS

Evento incontornávelno setor dos pneus

Jeep Renegade1.6 Multijet Limited

Os segredos do novo Michelin

GOODYEAR BH03 E TRIPLE TUBE

ENTREVISTALuis Hernández Diretor Comercial e Marketing Kumho Tyre

sobre

NOVIDADES

TÉCNICA

REPORTAGEM

MUNDO AUTOMÓVELUm produz energia,o outro faz a gestão do ar

CrossClimateConsumo Estabilidade Resistência

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Divididos pelas classificações direcionais, de tração e de reboque e distribuídos pelos tipos de utilização regional, longo curso, on/off-road,

off-road, inverno, autocarros e autocarros de longo curso, os pneus pesados põem a economia a correr sobre rodas. Como seria o transporte de pessoas

e bens sem eles?

Economiasobre rodas

Por: Bruno Castanheira e Jorge Flores

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Não há forma de contornar a ques-tão. O mercado de pneus pesados e a economia nacional estão ligados como um rodado está ao eixo de um

veículo. Um não funciona sem o outro. Basta ver que é nos pneus pesados que assentam (literalmente) os transportes de bens e servi-ços do país. Estamos perante um setor que já atingiu a maturidade. Divididos pelas classi-ficações direcionais, de tração e de reboque e distribuídos pelos tipos de utilização regional, longo curso, on/off-road, off-road, inverno, autocarros e autocarros de longo curso, os pneus pesados têm um volume considerá-vel no panorama nacional. No ano passado, foram vendidas 176.607 unidades, das quais 72,7% foram respeitantes a marcas premium (128.368) e 27,3% a segundas marcas (48.239). Por comparação, em Espanha, o domínio das marcas premium foi superior. Das 831.345 uni-dades comercializadas em 2014, 75,3% foram asseguradas por marcas premium (625.737), contra 24,7% de segundas marcas (205.608). Tendência que ganha peso...

w MERCADO DISPERSOLudgero Pinheiro, gestor de produto da Brid-

gestone, considera que o mercado nacional de pneus pesados se pauta “por uma certa disper-são de micro e pequenas empresas – que já foram bastante mais importantes em termos relativos do que atualmente – e algumas médias e grandes empresas”. Segundo avança, “uma parte considerável das frotas compra os pneus a agentes (retalhistas) e tem os seus próprios serviços de manutenção”, como sejam, por exemplo, a montagem e a desmontagem. “Os contratos quilométricos, feitos diretamente com as marcas ou com os agentes mais capacitados, representam ainda uma pequena parte do ne-gócio, se bem que no setor dos transportes de passageiros, represente uma parte significativa (Carris, STCP, Grupo Transdev, e parte do Grupo Barraqueiro)”, adianta. Por outro lado, sustenta Ludgero Pinheiro, “Portugal é um dos países em que o setor das recauchutagens está mais desenvolvido, sinal de que as frotas portuguesas procuram maximizar a vida útil dos pneus, de modo a minimizarem os custos”, diz.

Já a Dispnal, pela voz de Rui Chorado, refere que “a nível geral, grande parte das empresas opta por comprar através de renting”, de modo a controlar os custos. Segundo o diretor comercial da Dispnal, importa ter em consideração que os “pneus económicos” terão de ter “alguma qualidade”, na medida em que “existem imensas marcas no mercado”, afirma.

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w DINAMISMO LIGEIRONão é muito distinta a visão de Carlos

Oliveira. O diretor comercial CVT da Conti-nental Pneus Portugal descreve o setor dos pneus pesados como “extremamente dinâ-mico”. Na sua perspetiva, porém, “trata-se de um mercado pequeno e concentrado, quer no que se refere ao número de es-pecialistas disponíveis, quer em relação às frotas a operar em Portugal”.

Carlos Oliveira recorre aos dados da ETRMA, entre 2010 e 2012, para apro-fundar a sua análise. Segundo recorda, verificou-se uma “queda de cerca de 25%, fruto da grave crise económica que o país, a Europa e o mundo atravessam. Em 2013, o mercado teve uma recuperação ligeira, na ordem dos 5%. Em 2014, houve uma tendência de ligeiro crescimento na or-dem dos 4%”, afirma. Para 2015? “Prevê-se que a tendência de crescimento ligeiro se mantenha, não sendo expectável que o mercado atinja nos próximos anos valores como os verificados em 2010”, sublinha.

O diretor comercial CVT da Continental Pneus Portugal acredita que o “presente e

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w w A nova geração de pneus para autocarros urbanos da Bridgestone chama-se U-AP 001 e supera o R192 em praticamente todos os aspe-tos: maior durabilidade, melhor travagem em piso molhado, melhor performance na neve, maior índice de carga, maior resistência ao desgaste irregular, maior capacidade de res-sulcagem e excelente recauchutabilidade. Só vantagens, portanto. Disponível nas medidas 275/70R22.5 e 245/70R19.5, ostenta as classi-ficações D e B para consumo de combustível e aderência em piso molhado, respetivamente. Com um índice de ruído de 73 dB, o novo U-AP 001 segue o novo e prático sistema de nomes da Bridgestone. Concebida para tornar os nomes dos pneus mais claros e evidentes, a

w w A Continental dispõe de uma nova linha de produtos destinada ao transporte regional, que considera ser a mais adequada às características do nosso mercado: a gama ContiHybrid. Cujo compromisso consiste na obtenção da melhor performance quilométrica sem comprometer o consumo eficiente de combustível. Foi para responder aos desafios colocados diariamente pela condução em estradas regionais, no trá-fego urbano e, também, em autoestrada, que a marca alemã desenvolveu a nova gama Con-tiHybrid, que será mais polivalente e que foi desenvolvida com recurso à tecnologia mais eficiente, atendendo às necessidades dos consu-midores: consumo de combustível, robustez e

w w A Gripen Wheels Iberia comercializa as marcas Triangle e Doublestar, sendo que, nos países da Escandinávia, também disponibiliza a marca Aeolus. Concebido para ser instalado quer no eixo de direção quer no reboque, o Doublestar DSR118 cumpre as exigências dos autocarros e camiões. Este pneu, proje-tado para percursos de cidade e autoestrada, tem na boa capacidade de escoamento da água uma das suas características. A elevada durabilidade e a baixa acumulação de calor são outras mais-valias deste modelo. Com um nível de ruído de 76 dB, o Doublestar DSR118 ostenta as classificações C e E no que respeita ao consumo de combustível e aderência em

BRIDGESTONE U-AP 001Premium para autocarros urbanos

CONTINENTAL CONTIHYBRID HT3Substituto do mítico HTR2

nova lógica de nomes reflete os dois aspetos mais importantes da utilização correta de pneus: o tipo de superfície (U para urbano) e de eixo (AP para todas as posições). Este pneu premium vem ao encontro dos desafios que as frotas de transportes urbanos de passageiros enfrentam atualmente. Trata-se de um pneu robusto, com maior capacidade de carga do que o seu antecessor e que permite transportar maior peso.

quilómetros percorridos. O resultado traduz-se numa elevada quilometragem combinada com um excelente comportamento em termos de condução em piso molhado e travagem, man-tendo uma baixa resistência ao rolamento. O destaque desta nova gama vai para o pneu de reboque ContiHybrid HT3, que substituirá, no próximo Verão, o mítico HTR2, cujas perfor-mances são unanimemente reconhecidas no mercado como líder no segmento.

piso molhado, respetivamente. A velocidade máxima à pressão limite de insuflação cifra-se nos 110 km/h, a que corresponde o símbolo de velocidade K. Este pneu radial de Verão está disponível com jantes de 22.5 e destina-se a cumprir os requisitos dos veículos pesados de transporte de mercadorias. A Doublestar con-siste numa marca chinesa já com largos anos de experiência em matéria de pneus pesados, agrícolas e OTR, tendo feito a sua incursão, também, na competição.

DOUBLESTAR DSR118Eixo de direção e reboque

o futuro” do mercado passa pela capaci-dade de “especialização de cada um dos players” e pela “capacidade que estes têm e terão não apenas de responder às inúmeras solicitações dos seus parceiros, mas, também, de “antecipar as suas ne-cessidades e de colocar à sua disposição ferramentas e equipamentos que lhes per-mitam fazer uma gestão eficaz e eficiente da sua frota”, refere.

Mas a realidade demostra que as próprias necessidades das frotas evoluíram “e os players deixaram de ser meros fornecedo-res de pneus para passarem a ser parceiros que disponibilizam soluções integradas com um forte impacto na gestão da frota. A Continental está confortável no lugar cimeiro e pioneiro na disponibilização de soluções integradas que se adequam às

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necessidades específicas de cada um dos seus clientes”, sublinha Carlos Oliveira.

Jorge Sousa, diretor-geral da Garland Pneus, também descreve como "muito competitivo" o mercado de pneus pe-sados em Portugal. Nomedamente nos segmentos "premium, quality e budget". Uma rivalidade que, na sua opinião, se es-tende ainda aos "preços" e ao "marketing,

comunicação e desenvolvimento de novos produtos", adianta o responsável.

Por seu turno, Andrés A. Castro España, product manager da Yokohama, encontra no último ano uma forte aposta de “todos” os fabricantes e distribuidores em “des-contos encobertos no preço dos pneus, graças ao uso de cartões de combustível, pagamentos por transferências bancárias”,

entre outras soluções criativas. Para 2015, a receita, na opinião do responsável da Yokohama, deverá ser idêntica. “Existem sempre ameaças no setor. As potenciais dívidas ou faltas de pagamento das frotas profissionais do setor. A crise fez muitos danos”, afirma. Mas também criou “opor-tunidades”, admite. Exemplos? “Prestar às frotas globais um melhor serviço, sempre

Uma (simples) questão de critérioA escolha do pneu certo

w w O momento de um cliente e/ou empresa escolher o pneu pesado adequado a si ou à sua frota é extremamente delicado pelo muito que representa em termos de investimento – e retorno, sobretudo, em termos de durabi-lidade. Para tal, é preciso ter bem presentes os seus critérios. Da sua experiência, Ludgero Pinheiro, gestor de produto da Bridgestone, conta que o critério mais comum “é a avaliação do custo por quilómetro do pneu, não apenas na primeira vida do pneu, mas também tendo em consideração a segunda vida (recauchu-tagem) e, em alguns casos, uma eventual ter-ceira vida (segunda recauchutagem)”. Existe, contudo, outro critério “mais restrito”. Qual? “O da poupança de combustível, embora este fator seja de difícil comprovação. Por último, ainda há quem se fie pelo critério do menor custo de aquisição, não tendo em consideração que o pneu pode ser barato na fatura e caro no quilómetro”, alerta.Para Carlos Oliveira, diretor comercial CVT da Continental Pneus Portugal, a “garantia de se-gurança continua a ser um critério fundamental na opção por um determinado produto. Mas, no caso das frotas, o desempenho dos pneus – sobretudo na performance quilométrica e na poupança do combustível – tem um impacto fulcral nos resultados da empresa”. Desta forma, acrescenta o responsável, “podemos enume-rar dois critérios fundamentais subjacentes à escolha dos pneus: a segurança e a poupança gerada. Essa poupança é conseguida não só pela correta utilização do pneu, mas, também, pela capacidade que o produto demostra em ter vários ciclos de vida (recauchutagem). A Continental tem como compromisso de marca LODC (Lowest Overall Driving Cost), assente em três itens essenciais: segurança, economia

e ambiente”, diz Carlos Oliveira, orgulhoso de a marca “disponibilizar as melhores soluções para os seus clientes, sejam eles especialistas de pneus ou gestores de frotas, quer no que se refere a pneus novos quer nas soluções de pneus recauchutados. Queremos assumir-nos como o fornecedor de soluções privilegiado por todos os parceiros de negócio”.Para Jorge Sousa, diretor-geral da Garland Pneus, "o custo/rentabilidade, segurança, con-forto, programas de assistência em viagem e um bom serviço de apoio à frota" são condições para a tomada de decisão de um cliente.

Fatores de seleçãoNa opinião de Rui Chorado, diretor comer-cial da Dispnal, a escolha de pneus pesados é “influenciada pelo preço”, ainda que acredite que existem vários fatores que podem dese-quilibrar a balança a favor de um ou de outro pneu. “No caso dos pneus de longo curso”, por exemplo, temos a “quilometragem (durabili-dade) e o baixo custo de combustível”. A rela-ção quilómetro/custo “faz com que se vendam as marcas de primeira linha, pois o seu custo é

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altamente rentabilizado pela durabilidade do pneu”. E reforça: “não podemos negar que, em algumas situações, as primeiras marcas são substituídas devido ao baixo preço praticado pelas outras marcas”.Andrés A. Castro España, product manager da Yokohama esclarece que os condutores de pesados fazem as suas escolhas dependendo do tipo de serviço ou aplicação. “Por exem-plo, em longa distância/nacional valoriza-se a durabilidade da superfície de rodagem, consumo de combustível, não ter desgaste irregular, o preço e a qualidade do piso para os recauchutados. No caso da aplicação ur-bana, impera a qualidade de construção do piso (por danos, cortes, impactos), a vida útil da superfície de rodagem, a aderência em piso molhado e seco, o preço e a qualidade do piso para os recauchutados”, afirma. Cada cliente a sua sentença. “Finalmente, na aplicação On--Off, o preço, a qualidade de construção do piso, a vida útil da superfície de rodagem, a qualidade do piso para os recauchutados e a aderência em piso molhado e seco são os fatores que falam mais alto”.

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A aderência em piso molhado, um dos

indicadores que consta na etiqueta dos pneus, deve merecer especial atenção

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w UTILIZAÇÃO PROFISSIONALLuís Martins, general market manager da

Gripen Wheels Iberia, por seu lado, consi-dera não existirem muitas diferenças entre o mercado nacional de pneus pesados e o europeu. “É um mercado maduro e com uma oferta diversa e completa. Estamos perante um mercado que centra a sua lógica num produto de utilização profis-sional. Assim sendo, podemos analisar o mesmo focados em duas lógicas distintas. Se, por um lado, os gestores dos postos de assistência e venda de pneus pesados buscam otimizar o binómio qualidade do produto/serviço versus margem de comercialização das respetivas marcas, o cliente-utilizador (frota) procura o produto com o custo quilométrico mais económico para a sua frota. Os diferentes fabricantes procuram afinar as marcas e os produtos a esta realidade, tentando não descurar

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as questões da rentabilidade”, explica.Para Luís Martins, atualmente, “a in-

dústria disponibiliza diversas soluções, com estratégias de produto, distribuição, preço e promoção distintas”. Ou seja, “o mercado oferece ao utilizador pneus novos de marcas premium, quality e budget (nos últimos anos até já surgiram os ‘híbridos Upper-Budget’), oferecendo ainda pneus reconstruídos (a frio, a quente, integrais), pneus vendidos ao quilómetro”, entre ou-tros. De acordo com o responsável da Gri-pen Wheels Iberia, “cabe aos gestores dos postos de assistência e venda de pneus pesados fazerem as suas opções de oferta de marcas, de acordo com a sua estraté-gia de oferta de produto/rentabilidade do seu negócio e aos gestores das frotas basearem as suas escolhas em função dos resultados (custo quilométrico, tempos de imobilização, tipos de utilização)”.

Segundo acrescenta Luís Martins, a Gri-pen Wheels Iberia procura sempre “ofere-cer as marcas mais rentáveis do mercado aos seus clientes, com os mais elevados pa-drões de qualidade do serviço pós-venda”.

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w w Das três marcas de pneus pesados co-mercializadas pela Alves Bandeira (Fulda, Torque e Zeetex), um modelo há que se des-taca dos demais: o Ecotoon 2 da Fulda. Um pneu de reboque que se destina a aplicações regionais e de longo curso. Disponível na medida 385/65R22,5 o Ecotonn 2 consiste num piso recente que representa um passo em frente comparativamente ao modelo an-tecessor, satisfazendo as exigências principais do cliente: preço, rentabilidade e qualidade. Com um nível de ruído de 70 dB, este pneu exibe as classificações B no que diz respeito a consumo de combustível e aderência em piso molhado. A nova construção de invó-

w w São os dois pneus da Linglong que a Disp-nal, o representante da marca chinesa em Portugal, destaca. A Linglong conta com uma vasta gama de medidas, dispondo na sua oferta pneus para todo o tipo de veículos pesados, desde trajetos regionais até percursos fora de estrada, passando por autoestrada. Enquanto que o LTL812 dispõe de piso direcional, o LDL831 propõe piso de tração. Mas vamos por partes. Indicado para ser instalado no eixo direcional, ainda que possa ser aplicado, tam-bém, no reboque, o LTL812 foi concebido para percursos de curta e longa distância. Para além de ser um pneu recauchutável, apresenta como principais argumentos a elevada durabilidade, a baixa resistência ao rolamento e o reduzido

w w É o pneu pesado da Yokohama que me-rece destaque pela qualidade que oferece. Responde pelo nome de 106ZS e destina-se a operações de longo curso e regionais. Conce-bido para eixo de direção, está disponível nas medidas 385/55R22.5 e 385/65R22.5. Como vantagens, este pneu anuncia um composto de piso recém-desenvolvido com recurso à tecnologia “Zenvironment”, que proporciona maior quilometragem e melhora a economia de combustível, graças a um mais profundo de-sign do piso. Também os novos compostos do invólucro, uma vez mais usando a tecnologia “Zenvironment”, afirma prolongar a vida útil da carcaça para multi-recauchutados. Já o desenho

FULDA ECOTONN 2Preço, rentabilidade e qualidade

LINGLONG LTL812 E LDL831Da China, em dose dupla

lucro, adotada para reduzir a acumulação de calor e proporcionar maior durabilidade, é um dos seus ex-líbris. Tratando-se de um pneu de Verão concebido para utilização em estrada, o Ecotonn 2 cumpre os mais elevados requisitos em matéria de transporte de mercadorias. A Fulda foi fundada no ano de 1900, na cidade alemã com o mesmo nome, pelos empresários Gustav Becker e Moritz Hasenclever. No ano seguinte, a empresa começou a fabricar uma vasta gama de produtos de borracha.

consumo de combustível. Já o LDL831, trata-se de um pneu com piso de tração que apresenta um design projetado para assegurar boa mo-tricidade e aderência superior em piso seco e molhado. Para além de recauchutável, anuncia uma maior durabilidade devido à elevada re-sistência ao desgaste. Tanto o LTL812 como o LDL831 estão disponíveis com uma vasta gama de medidas, respondendo, assim, às exigências do mercado.

SC-SIPE (Stress-Wear Sipe Control) minimiza o desgaste desigual nos ombros. Ostentando as classificações C e E no que respeita ao consumo de combustível e aderência em piso molhado, respetivamente, o Yokohama 106ZS reclama um nível de ruído de 70 dB. Visualmente, destaca-se pelo design do piso dotado de seis nervuras com ranhuras retas. Os três sulcos on-dulados e os quatro ejetores de pedra são outras características deste pneu pesado.

YOKOHAMA 106ZSTecnologia “Zenvironment”

Pneus Pesados

Os pneus pesados dividem-se em vários tipos de aplicação e servem para muitos fins

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Algo que reconhece como “vital” no seg-mento profissional, mas que não permite descurar minimamente a “qualidade e a rentabilidade” dos produtos.

w TÉCNICO E PARTICULAR“Muito técnico e particular”. É desta

forma que Paulo Santos, diretor comercial da Alves Bandeira, começa por caraterizar o mercado nacional de pneus pesados, no qual, “os principais clientes (frotas/revendedores) sentem, cada vez mais, a necessidade de um acompanhamento e confiança da parte do fornecedor, onde o rosto do técnico/comercial ganha maior importância”. De acordo com Paulo San-tos, neste segmento, “os grandes distribui-dores tornam-se mais flexíveis do que as companhias, tendo em conta as próprias exigências do mercado”. Não esconde que a crise económica influenciou e muito o negócio, registando que, neste contexto, as marcas quality “ganharam terreno” face às premium. E dá um exemplo concreto da Alves Bandeira. “A marca ‘Fulda Truck’, da qual somos distribuidores oficiais para

Portugal e onde estamos a obter excelen-tes resultados. Os nossos clientes estão bastante entusiasmados pela sua perfor-mance, nomeadamente em termos de preço, rentabilidade e qualidade”, assegura.

w AMEAÇAS E OPORTUNIDADESApesar da maturidade do mercado na-

cional de pneus pesados, já aqui aludida, ainda subsistem muitas ameaças com que este se confronta diariamente. Ludgero Pi-nheiro, gestor de produto da Bridgestone, destaca a “dimensão do mercado” como o maior risco, apesar de este ter diminuído “significativamente” com a crise econó-mica. “A maior oportunidade”, sublinha este responsável, “são as oportunidades cada vez mais sofisticadas das frotas, que fazem com que apenas as marcas e os agentes mais profissionais tenham condições para singrar no mercado”, garante, não hesi-tando em colocar a rede de agentes Truck Point” entre os “vencedores”.

Como grande ameaça do setor, Jorge Sousa, da Garland Pneus, destaca o bi-nómio "qualidade/segurança muito du-

vidoso" na comercialização dos pneus. E a competição baseada apenas "no preço". Mas, por outro lado, diz, "a reali-dade macroeconómica aponta para uma recuperação de Portugal, também na área industrial, que impulsionará o setor dos transportes rodoviários e consequente-mente no negócio dos pneus pesados". Por isso, Jorge Sousa acredita que, "após vários anos de quedas nas vendas", o mercado "irá aumentar nos próximos anos".

Já Carlos Oliveira, diretor comercial CVT da Continental Pneus Portugal, elege como maior ameaça aos especialistas do setor o “afastamento” que estes evidenciam em relação a uma marca de referência, capaz de acrescentar valor a todo o processo de venda. Esta proximidade “é a única forma que terão para responder de uma maneira eficaz às necessidades de um mercado que tem sofrido alterações muito significativas nos últimos anos”, afirma. No seu enten-der, a grande mais-valia das empresas a operar neste mercado reside, portanto, na “capacidade, no imediato, de fornecerem e validarem informação estratégica para

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w w A Primewell, produzida pela GITI Tire, tem vindo a introduzir novos produtos. Como o pneu direcional PSR 125 e o regional de re-boque PTR 721. Dentro em breve, apresen-tará novos pisos e alargará as referências em comercialização. O mais recente pneu de re-boque para uso internacional responde pelo nome de PTL 719. Disponível, para já, nas medidas 385/65R22.5 e 385/55R22.5, a curto prazo chegarão outras. Dotado de piso de nova geração, com novo desenho do sulco e ombro extralargo, assegura boa proteção na zona do ombro e um desgaste muito regular.A fórmula do composto do Primewell PTL 719, que, em Portugal, é representado pela Garland,

foi concebida para uso em longa distância e combina um reduzido consumo de combustí-vel com um elevado potencial quilométrico. O desenho otimizado do piso proporciona níveis de ruído muito baixos para pneus de base larga, ao passo que a proteção adicional da parede lateral superior tem o intuito de reduzir danos. Refira-se que a Garland também comercializa as marcas Continental e Uniroyal no segmento de pneus pesados.

PRIMEWELL PTL 719Piso de nova geração

as frotas. Quem não estiver munido de ferramentas capazes de dar respostas em tempo real não vai conseguir impor-se neste mercado. E este report não pode conter só dados referentes ao momento”. Significa isto que, “quando uma frota optar por um determinado produto, terá à sua disposição ferramentas e tecnologias que lhe permita saber o que acontecerá com um determinado produto/veículo nos pró-ximos meses e qual será o seu impacto na gestão global da empresa”, refere. O dire-tor comercial CVT da Continental Pneus Portugal também encontra no horizonte do setor desafios estimulantes. “Só vai so-breviver quem tiver capacidade de acom-panhar e antecipar as necessidades das frotas e, desta forma, acrescentar valor ao serviço prestado. A qualidade do produto continua a ser muito importante na relação comercial”, esclarece. Além do produto, na sua opinião, as empresas procuram parcei-ros que possam oferecer a melhor solução no binómio “produto/serviço-informação”. Carlos Oliveira sublinha ainda que a “ma-nutenção preventiva” é determinante no negócio das frotas. “A monitorização em tempo real e a capacidade de antecipação das necessidades terão aqui um papel fun-damental no estabelecimento de relações comerciais duradouras e serão o fiel no prato da balança, decisivo na opção por um player em detrimento de outro”.

Rui Chorado, da Dispnal, não vislumbra diferenças entre os perigos deste setor com outros. “Passa pela diversidade de marcas

que existe, bem como pelos preços pra-ticados. Podemos ainda considerar uma ameaça a situação de estagnação em que se encontra o setor dos transportes”. Mas, ao mesmo tempo, vê na “disponibilidade imediata de stock, bem como possuir uma gama de pneus pesados completa”, uma oportunidade de crescer neste mercado.

w MUDANÇA DE PARADIGMAEntre as maiores dores de cabeça do

mercado, Luís Martins aponta o dedo à “evolução dos índices de atividade eco-nómica” do mercado nacional, conjunta-mente com os “complementares fluxos de importações e exportações”, algo que, na sua interpretação, “influencia de forma clara o desenvolvimento do mercado dos pneus pesados”. O responsável da Gripen Wheels Iberia adianta ainda que as “recentes evolu-ções das situações económicas dos nossos parceiros comerciais, como Angola, po-

derão ter impacto num futuro próximo. A entrada no nosso país de operadores de outros países e a entrada em Portugal de pneus oriundos de diferentes países e lo-calizações geográficas são, também, um elemento perturbador e gerador de ruído nefasto”, avisa. No entanto, o maior de to-dos os perigos que enfrentam os players do mercado assenta na “mudança de pa-radigma estratégico a que temos assistido nos últimos anos (e meses), por parte de alguns fabricantes. Relembro: temos, já hoje, fabricantes que, naturalmente, fa-bricam pneus novos; recauchutam pneus já utilizados; vendem diretamente às frotas; têm postos de assistência e venda direta às frotas; vendem pneus ao quilómetro dire-tamente às frotas... e, noutra envolvência mais além do mercado dos pneus pesados, são acionistas dos maiores sites de venda direta de pneus ao consumidor (B2C); são acionistas de empresas conhecidas na Eu-ropa como ‘Brokers’, vendendo todo o tipo de marcas e produtos a todos os clientes de forma indiferenciada e estão a aventurar-se no negócio da distribuição multimarca”.

Oportunidades? Luís Martins acredita que, seguindo o mesmo raciocínio, “teremos de explorar as fraquezas da nossa concorrência. Temos uma economia portuguesa que dá si-nais ténues de querer ‘arrancar’ e temos uma rede de agentes com vontade de fazer mais e sobretudo melhores negócios”, destaca.

Mais otimista está Paulo Santos. O diretor comercial da Alves Bandeira não identifica, “de momento” grandes ameaças no setor lusitano de pneus pesados. E prefere antes apontar o caminho da “diferenciação, atra-vés da especialização, acompanhamento no terreno, conhecimento técnico e profissio-nalismo” como os fatores que conduzirão ao “sucesso” do mercado.

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w FUTURO À VISTA“O futuro do mercado de pesados está

dependente da economia do país, das ex-portações e importações de mercadorias e da atividade interna”, sustenta Ludgero Pi-nheiro. O gestor de produto da Bridgestone considera que se “fala muito do transporte ferroviário, mas que, pela sua flexibilidade e capacidade de adaptação às necessida-des dos clientes, o transporte rodoviário de mercadorias e de passageiros terá sempre uma importância considerável no mercado”, remata o responsável.

w MOMENTO RADICALCarlos Oliveira descreve como “radical” o

momento que vive o mercado. O diretor comercial CVT da Continental Pneus Por-tugal vai mais longe e adianta que “falar atualmente em produto significa falar em capacidade de dar informação em tempo real às frotas. A orientação estratégica da área de CVT da Continental é estar mais perto do utilizador dos nossos produtos. Perceber as suas necessidades e expectativas. Queremos demonstrar que temos os produtos e solu-ções economicamente mais vantajosas. O trabalho desenvolvido pela nossa equipa de frotas permite-nos um conhecimento deta-lhado da performance dos nossos produtos, comparando-os com os restantes que estão disponíveis no mercado. Este know-how é a nossa mais-valia junto das frotas e na aborda-gem junto da rede de distribuição”, adianta. Por isso, o mesmo interlocutor prevê que o futuro do mercado de pneus pesados será “liderado por aqueles que conseguirem ante-cipar, em primeira mão, as necessidades dos seus clientes e fornecer-lhes a solução mais adequada para a sua frota. E aqui estamos a falar das ferramentas que a Continental disponibiliza aos seus clientes e que lhes permite monitorizar o estado dos pneus e qual o custo associado à performance dos mesmos. Ferramentas como o FleetCheck, a plataforma CESAR ou ContiPressureCheck” são alguns dos exemplos. “O futuro estará

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Pneus de direção foram mais procurados

Mercado contraiu em Fevereiro de 2015

w w O segmento dos pneus pesados abarca as classificações direcionais, de tração e de reboque. E vários tipos de utilização: regional, longo curso, on/off-road, off-road, inverno, autocarros urbanos e autocarros de longo curso. De acordo com o relatório do Europool na data de conclusão deste dossier, em Portugal, no passado mês de Fevereiro, no que ao mercado de substituição disse respeito, venderam-se 12.706 pneus pesados, ou seja, -17% do que em igual período de 2014. Distribuídos do seguinte modo: 8.331 premium (-17,1%); 3.245 não premium (-24,8%); 1.110 rotulados de R3 (produzidos por dois fabricantes premium, tendo crescido 17,3%); 20 classificados como Basket (+100%). Já em termos acumulados (Janeiro e Fevereiro de 2015), foram vendidos 25.065 pneus pesados (-13,1%): 17.410 premium (-12,2%); 5.916 não premium (-18,4%); 1.709 rotulados de R3 (-3,3%); 30 classificados de Basket (+50%).Aprofundando ainda mais a análise do mercado português no passado mês de Fevereiro, foram 3.309 os pneus direcionais vendidos (-18%): 2.201 premium (-20,8%); 749 não premium (-25,4%); 359 rotulados de R3 (+41,3%). No caso dos pneus de direção, Por-tugal absorveu 5.867 unidades (-14,6%): 3.827 premium (-14,5%); 1.549 não premium (-22,1%); 485 rotulados de R3 (+22,2%); 6 classificados de Basket (-40%). Já no que toca aos pneus de reboque, foram 3.530 as unidades vendidas (-19,9%): 2.303 premium (-17,5%); 947 não premium (-28,4%); 266 rotulados de R3 (-9,8%); 14 classificados de Basket (igual a 2014).Para apurarmos com exatidão o volume total do mercado de substituição de pneus pe-sados, recorremos, também, à Valorpneu. É que apesar de serem um valioso indicador, os dados do Europool não refletem a 100% a realidade do mercado nacional. Assim, enquanto que os dados do Europool mencionam um total de 176.607 pneus pesados vendidos em 2014 no nosso país (+3,9% do que em 2013), a Valorpneu refere que esse mesmo número é de 255.129 (foram 236.288 em 2013). Portanto, entre os dados do Europool e os da Valorpneu, existe um desfasamento de 78.522 pneus relativo ao ano transato. E uma vez que a recauchutagem tem particular relevância nos pneus pesados, aqui fica a quantidade registada na Valorpneu em 2014 pelos recauchutadores nacionais: 193.749 pneus (foram 181.096 em 2013).

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Nem mesmo quando os veículos pesados tiverem condução autónoma, os pneus deixarão de ser essenciais. Continuarão a ser eles o elo de ligação com o solo

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assente na evolução tecnológica dos sistemas que permitam integrar o pneu de uma forma proactiva na cadeia de gestão de cada frota”, adianta.

w RENTABILIDADE É ESSENCIALDa parte da Gripen Wheels Iberia, Luís Martins vê o futuro

deste mercado a seguir as “tendências da indústria, com es-pecial ênfase nas novas formas de comercializar o produto e o seu output final: os quilómetros”. Não há como contornar a questão. “Sempre numa ótica de rentabilidade e economia para os diferentes intervenientes e atores do processo. Para a Gripen Wheels Iberia, e, através das marcas que comer-cializamos, orgulhamo-nos de continuar a oferecer não só um produto de qualidade superior, que comparamos com as mais prestigiadas marcas a nível mundial, mas, também, através dos nossos parceiros distribuidores, oferecer o me-lhor serviço do mercado. É uma tripla parceria de futuro”, enfatiza Luís Martins.

Com uma visão bastante pragmática, Paulo Santos, da Alves Bandeira, crê que o futuro tenderá a “estabilizar” o mercado. Uma prudência partilhada por Andrés A. Castro España. O product manager da Yokohama está convicto de que haverá uma “melhoria lenta, mas contínua no futuro dos pneus pe-sados”. O mercado atual, acrescenta, “ainda não se encontra suficientemente maduro para aplicar novas tecnologias, como o TPMS. Os custos de implementação são elevados para massificar esta tecnologia no mercado de pneus pesados. Contudo, a Yokohama possui, atualmente, um pneu para eixo de direção, nas medidas 385/55R22.5 e 385/65R22.5, no desenho 106ZS, vendido pela nossa empresa, que merece destaque pela sua qualidade”, sublinha.

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Onamoro entre a Continental Pneus e algumas das casas de pneus suas clientes já era antigo, mas, em Portugal, a relação nunca ha-

via sido oficializada. Quando se trata de assu-mir uma rede em nome próprio, o fabricante mostrou, em todos os momentos, algumas reservas. Sempre preferiu ir devagar. Mas agora, por fim, decidiu dar um passo nesse sentido e apresentou o primeiro posto de venda oficial da rede ContiService: a Auto-Centro Garagem 5 de Outubro, em Lisboa. Uma oficina que era já uma “cliente histórica” da marca e que, agora, vê reconhecida a sua fidelidade.

w Apoio no terrenoA ContiService dispõe, já hoje, de 10 pon-

tos em funcionamento. Mas a Continental Pneus Portugal optou por apenas apresentar oficialmente a rede à comunicação social através da AutoCentro Garagem 5 de Ou-tubro, numa conferência que contou com a presença de José Luís de La Fuente, diretor--geral da Continental Pneus Portugal. O res-ponsável salientou a forma “natural” como surgiu o projeto ContiService. “Na sequência daquilo que tem sido apanágio da atuação da Continental no mercado nacional, mais uma vez quisemos antecipar as necessida-des dos nossos parceiros para, desta forma,

podermos apoiá-los de uma maneira mais eficaz no desenvolvimento e na rentabiliza-ção do seu negócio, reforçando o vínculo à Continental”, sublinhou.

No dia da estreia oficial da rede, José Luís de La Fuente mostrou-se satisfeito por poder cumprir com os desejos dos clientes que pe-diam um “apoio extra” para enfrentar a muita concorrência. “Como fabricantes, achamos que temos o dever de apoiá-los a todos e dar-lhes ferramentas para ajudá-los na luta diária de vender pneus. Dantes, a posição dos fabricantes passava por vender pneus aos clientes. E, hoje, a posição deve ser outra. Devemos ajudar os nossos clientes também

A Continental assumiu, finalmente, em Portugal, uma rede em nome próprio: ContiService. A primeira casa oficial da marca foi a AutoCentro Garagem 5

de Outubro. Até 2020 deverão existir 80...Por: Jorge Flores

Relação of icializada10 pontos de venda em 2015

Reportagem Rede ContiService/ / / / / / / / / / / / / / / / / / / / / / / / / / / / / / / / / / / / / / / / / / / / / / / / / / / / / / / / / / / / / / / / / / / / / / / / / / / / / / / / / / / / / / / / / / / / / / / / / / / / / / / / / / / / / / / / / / / / / / / / / / / / / / /

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a vender os pneus na ‘rua’, aos consumidores finais”, afirmou.

O homem forte da Continental Pneus Por-tugal explicou ainda à nossa revista quais são os critérios que uma oficina deverá ter para aderir à rede ContiService. “Além de uma relação com a Continental, devem conhecer os produtos. São os nossos embaixadores perante os clientes. E devem ter condições nos pontos de venda para poder prestar o serviço de qualidade que esperamos dar aos consumidores”.

w Ferramentas aos parceirosA adesão à ContiService representa para

as oficinas uma oportunidade de aceder a ferramentas de comunicação e instrumentos de apoio ao desenvolvimento do negócio, tornando-se mais “eficazes” no mercado. “Sempre associados aos valores da Conti-nental”, enfatizou o diretor-geral.

O que também significará o acesso a um portefólio de marcas de “elevada notorie-dade” e que cobrem todos os segmentos do mercado de pneus: UNIROYAL, Barum e Sportiva”.

Como fatores distintivos da rede Conti-Service, José Luís de La Fuente destacou “a flexibilidade na abordagem, a ausência de pagamento de qualquer comissão, a criação de mecanismos de apoio à dinamização do negócio”, sem, com isso, perder algo que considera fundamental na sua relação com os agentes: “a independência dos parceiros”, afirmou.

w 80 pontos em cinco anos

O objetivos da rede ContiService são am-biciosos. “Para já, este ano é o arranque. Em 2015, estamos a pensar avançar com mais 10 pontos de venda. Queremos fazer as coisas devagar e bem feitas. Provar que o conceito funciona”, adiantou José Luís de La Fuente à REVISTA DOS PNEUS. Depois? “Temos um plano: chegar a 80 em redor de Portugal no ano de 2020”, acrescentou.

Um investimento geoestratégico, de cinco anos, que obrigará a um esforço financeiro aproximado de meio milhão de euros.

AutoCentro Garagem 5 de Outubro

“As expectativas são elevadas”

Miguel Ximenes, responsável da AutoCentro Garagem 5 de Outubro, o primeiro ponto de venda a obter a chancela oficial da rede ContiService, confessou que as “expectativas são elevadas”

w Cliente histórico da Continental, Mi-guel Ximenes (ao centro na imagem abaixo) acredita que a casa vai crescer e “melhorar muito a qualidade dos servi-ços e com preços muito competitivos”. Até porque, “fizemos um grande investimento (com o apoio da Continental, claro está...) para dar o mais possível aos nossos clien-tes”, revela.As vantagens da casa com esta adesão à rede? “A ContiService dá-nos a facilidade de dispor de certos instrumentos que não poderíamos ter como empresa pequena

que somos”, reconheceu. Deixando áreas como o “marketing e a comunicação” nas mãos da Continental, a casa poderá dedi-car-se ao que sabe fazer bem. Os serviços irão muito além dos pneus. “Achamos que o futuro vai passar pelas casas que apre-sentem mais serviços. Temos aqui a pre-paração dos carros, lavagens dos estofos, polimentos, lavagens de motores, parque de estacionamento, temos os pneus e va-mos agora ter mecânica - as revisões ofi-ciais de marca - para fechar todo o apoio que podemos dar a um veículo”, concluiu.

Rede ContiService/ / / / / / / / / / / / / / / / / / / / / / / / / / / / / / / / / / / / / / / / / / / / / / / / / / / / / / / / / / / / / / / / / / / / / / / / / / / / / / / / / / / / / / / / / / / / / / / / / / / / / / / / / / / / / / / / / / / / / / / / / / / / / / / / / / / / / / / / / / / / / / / / / / / / / / / / / / / / / / / / / / / / / / / / / / / / / / / / / / / / / / / / / / / / / / / / / / / / / / / / / / / / / / / / / / / / /

José Luís de La Fuente, diretor-geral da Continental Pneus Portugal (à direita nas imagens), referiu, na sua intervenção, que “como fabricantes, achamos que temos o dever de apoiar todos os nossos clientes e dar-lhes ferramentas para ajudá-los na luta diária de vender pneus”

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Reportagem 1.ª Conferência Ibérica de Pneus/ / / / / / / / / / / / / / / / / / / / / / / / / / / / / / / / / / / / / / / / / / / / / / / / / / / / / / / / / / / / / / / / / / / / / / / / / / / / / / / / / / / / / / / / / / / / / / / / / / / / / / / / / / / / / / / / / / / / / / / / / / / / / / /

Mercado a uma vozPela primeira vez, os mercados de pneus de Portugal e Espanha falaram a uma só voz. A Conferência Ibérica de Pneus, organizada pela REVISTA DOS PNEUS e pelo AUTOPOS EL PERIÓDICO, sob o lema “Projetar o Futuro”, levou ao Centro de Congressos do Estoril mais de 200 profissionais do setor

Por: Bruno Castanheira e Jorge Flores

Nunca antes os principais protagonis-tas dos mercados de pneus portu-guês e espanhol haviam partilhado um mesmo espaço e discutido os

problemas e as soluções da sua atividade. Aconteceu no passado dia 27 de Março de 2015, naquela que foi a 1.ª Conferência Ibé-

rica de Pneus, uma iniciativa organizada, em conjunto, pela REVISTA DOS PNEUS e pelo AUTOPOS EL PERIÓDICO.

O megaevento decorreu no Centro de Con-gressos do Estoril, teve como título “Projetar o Futuro” e contou com a participação de 24 oradores, entre portugueses e espanhóis.

w TOP 10 DAS EXPORTAÇÕESOs discursos de boas vindas (e o respetivo

enquadramento da conferência com o mo-mento que vive o setor dos pneus) ficaram a cargo de João Vieira, diretor da REVISTA DOS PNEUS e de Miguel Angel Prieto, editor do AUTOPOS EL PERIÓDICO.

Vital Morgado, administrador da AICEP, foi

quem, de seguida, usou da palavra, subli-nhando a importância do setor: “Exportamos o dobro daquilo que importamos. Os pneus estão entre os 10 produtos mais exportados pelo nosso país”.

No período da manhã realizaram-se qua-tro painéis. No 1.°, subordinado ao tema “Presente e Futuro do Comércio de Pneus na Europa e na Península Ibérica”, Ricardo Martins, diretor de Marketing da Continental Pneus S.A., e Ribeiro da Silva, diretor comer-cial da Unidade de Ligeiros da mesma em-presa, analisaram a venda de pneus numa perspetiva ibérica. “No mercado de ligeiros, em Espanha, os pneus premium valeram, em 2014, 60,7%. Relativamente a Portugal,

João Vieira, diretorda REVISTA DOS PNEUS

Miguel Angel Prieto, editor do AUTOPOS EL PERIÓDICO

Pedro Pinto, jornalista da TVI e moderador do evento

Mais

informações em

revistadospneus.com

Organização:

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“Em Portugal (...) o mercado está a recuperar

os valores de 2009. Os pneus premium valeram

53,5%, os quality têm decrescido e os budget

têm vindo a crescer”

Ricardo Martins,Continental Portugal

“A disponibilidade de stock e a capacidade de

entrega são fundamentais. Uma maior disciplina

nos timings de cobrança é uma forma de evitar

situações delicadas”

Alejandro Recasens,Pirelli Portugal

“A formação e a assistência técnica são argumentos de peso. Escolher uma

marca mais premium ou menos premium é flexível. Mas o objetivo é igual para

todos. Ter rentabilidade”

Pedro Jesus,Cometil

“Existe um enorme excesso de oferta no

setor oficinal espanhol. Aproximadamente 50.000 oficinas em Espanha não

poderão continuar a existir”

Víctor Manuel Cañizares,Yokohama Iberia

“A dificuldade é o cliente ver que o equipamento (...) é um investimento.

Temos clientes que pedem equipamentos

que não são adequados para as suas oficinas”

José Morgado,Domingos & Morgado

“Por cada tonelada de pneu que é gerido

e tratado no sistema, consegue evitar-se a

emissão de 1,5 toneladas de gases com efeitos

de estufa”

Climénia Silva,Valorpneu

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existe um comportamento semelhante. A quebra foi constante até 2012. Mas, em 2015, o mercado está a recuperar os valores de 2009. Os pneus premium valeram, em 2014, 53,5%, os quality tem decrescido e os budget têm vindo a crescer”, disse Ricardo Martins.

Já Ribeiro da Silva, também da Continental, centrou-se nas tendências do mercado no que respeita aos canais de distribuição. E na sua evolução. “Nunca digas nunca quando falas do futuro”, alertou. E concretizou: “O pa-radigma mudou, a sociedade mudou, o perfil do consumidor mudou e o retalho também tem de continuar a mudar”, assegurou. Os especialistas de pneus foram o canal mais procurado em 2014, suplantando os con-cessionários, os centros auto, as oficinas, a Internet e os distribuidores. Na Europa, o volume de especialistas em pneus rondou os 44%. Em Espanha, cerca de 44% e, em Portugal, quase 58%, revelou Ribeiro da Silva.

w ASSOCIATIVISMO DE BOA SAÚDEO 2.° Painel, intitulado “Associativismo

no Setor dos Pneus na Península Ibérica”, contou com vários oradores. Jorge Vieira (Comissão Especializada de Produtores de Pneus – CEPP, da ACAP), por exemplo, garan-tiu que “o associativismo está de boa saúde e é altamente recomendável”. Disse ainda que, desde 2009, têm realizado “ações que permitem chegar ao consumidor final, como foi o caso do pneu usado e da etiquetagem”. Pedro Nascimento (Comissão Especializada de Retalhistas de Pneus – CERP, da ACAP), contou que a associação que representa está a desenvolver uma série de trabalhos, no-meadamente em termos de “apoio jurídico aos seus associados”, recordando ainda o

“seguro multirisco”, disponibilizado através da CA Seguros. “Somos um interlocutor pri-vilegiado com o Governo. A ACAP pretende dar credibilidade ao setor”.

José Luis Rodriguez, representante da Co-missão de Fabricantes de Pneus de Espanha, não tem a certeza se “a etiqueta torna o pneu mais sexy”, mas não mostrou dúvidas de que “chama mais a atenção e permite passar in-formação sobre ele”.

Sobre o mesmo assunto, Oscar Bas Mon-tesinos (secretário executivo da ADINE – Associação Nacional de Distribuidores e Importadores de Pneus de Espanha), acres-centou que “a colocação da etiqueta tem

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By Domingos & Morgado

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No 6.° Painel, Paulo Cristovão, diretor-geral da Pneubase (Rede Euromaster), Rui Car-rasqueira, administrador da Pneu Furado (Rede Vulco) e Pedro Teixeira, diretor da Best Drive, abordaram o retalho tradicional versus a nova distribuição e as redes de oficinas na Península Ibérica.

“Quem domina as redes não pretende pessoas passivas na sua estrutura. Existem planos que vêm de cima mas temos de co-municar. De vez em quando dar um murro na mesa. A energia individual cria sinergias de grupo”, enfatizou Paulo Cristovão. Rui Car-rasqueira vê a questão de outro ângulo. “A estratégia é criada para nós, não somos nós que a criamos. O operador pode não perce-ber qual a intenção de estar em rede. Caso se desmotive, pode deixar de participar nessa rede”, disse. Já Pedro Teixeira preferiu ilustrar o seu ponto de vista: “A rede funciona mais ou menos como um guarda-chuva. Numa altura de crise, é mais fácil de se ultrapassar. A nível de assessoria, comissões de conta, campanhas de marca, credibilidade e ima-gem no mercado”.

José Maria Aguado (Aguado Automoción), à esq., José Morgado (Domingos & Morgado), à esq. de Pedro Pinto e Pedro Jesus (Cometil), à direita, foram os participantes do 7.º painel dedicado aos equipamentos oficinais

No intervalo dos painéis houve tempo para um animado almoço para os mais de 200 participantes

No 6.º painel, discutiu-se o retalho tradicional vs a nova distribuição. Da esq. para a direita: Rui Carrasqueira (Pneu Furado), Pedro Pinto (moderador), Paulo Cristóvão (Pneubase) e Pedro Teixeira (Best Drive)

sensibilizado o cliente, pois é um argumento de venda. Creio apenas que a colocação de mais informação, como a pressão e o ren-dimento, seria interessante”. Para fechar o painel, Rafael García (secretário-geral da OPEN – Organização Profissional dos Espe-cialistas de Pneus de Espanha), sintetizou o espírito do associativismo. “Uma associação nasce para concentrar o esforço de todos os interlocutores”, afiançou.

w O TODO E AS PARTESNo 3.° Painel, Guillermo de Llera, diretor-

-geral da GiPA Portugal, e Fernando Al-corta, diretor da Divisão Automóvel da GfK Espanha, encarregaram-se de revelar dados estatísticos do mercado ibérico de pneus. “O setor dos pneus em Portugal tem um peso de 20% no aftermarket. Ou seja, 20% do aftermarket nacional é assegurado pelo setor dos pneus”, revelou Guillermo de Llera, acrescentando ainda que, no nosso país, “cada pneu é mudado aos 45.000 km (52.000 em Espanha), ou seja, em Espanha, a utilização do pneu é 16% superior”.

Fernando Alcorta, por seu turno, deu conta de que “o mercado espanhol de pneus cres-ceu, em 2014, 0,6% face a 2013 no que res-peita a unidades, embora tivesse caído 4% em valor”. E acrescentou: “54,9% do mercado de pneus em Espanha é assegurado pelas marcas premium”....

O 4.° Painel teve como protagonistas Rita Marques, administradora da Fedima e José Gomes, administrador da Recauchutagem Nortenha, que falaram sobre o pneu re-cauchutado. “O pneu novo quando é feito é concebido para ter mais do que uma vida. O pneu recauchutado dignifica o setor. Cada vez somos menos recauchutadores em Por-tugal”, alertou Rita Marques, enquanto José

Gomes deu conta de um dado, no mínimo, interessante: “ Fizemos um estudo que ana-lisou, através da Universidade do Minho, o tipo de destroços de pneus que aparecem nas autoestradas. 45% dos resultados disse-ram respeito a pneus novos e 55% a pneus recauchutados”.

w TRABALHAR EM REDEDepois da pausa para almoço e networking,

e já com o jornalista da TVI Pedro Pinto aos comandos, a conferência foi retomada com o 5.° Painel por Climénia Silva, diretora-geral da Valorpneu, e Gabriel Leal, diretor-geral da Signus, que abordaram o tema dos pneus em fim de vida. A responsável pela Valorp-neu deu a conhecer que, “por cada tonelada de pneu que é gerido e tratado no sistema, evita-se a emissão de 1,5 toneladas de gases com efeitos de estufa”. Gabriel Leal focou--se no problema do outro lado da fronteira: “Os importadores que não pagam Ecovalor. Estamos a recolher 22 milhões de pneus por ano. 5 milhões de euros é o que foge aos cofres do Estado espanhol”, lamentou.

Reportagem 1.ª Conferência Ibérica de Pneus/ / / / / / / / / / / / / / / / / / / / / / / /

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28 | Revista dos PNEUS | abril 2015

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w PRINCÍPIOS DE ESCOLHAO 7.° Painel, “Equipamentos para Ofici-

nas de Pneus”, contou com a participação de Pedro Jesus, diretor-geral da Cometil, José Morgado, diretor-geral da Domingos & Morgado e José Maria Aguado, admi-nistrador da Aguado Automoción.

“Os clientes escolhem todos os equipa-mentos que trazem retorno para as ofi-cinas”, explicou Pedro Jesus, adiantando que a “formação e a assistência técnica são argumentos de peso. Escolher uma marca mais premium ou menos premium é flexível. Mas o objetivo é igual para todos. Ter rentabilidade”, disparou. José Morgado, reforçou a ideia. “Ter contratos

de manutenção é fundamental. O que temos de fazer é a avaliação da casa de pneus para saber que equipamento de-vemos fornecer.

A dificuldade que tenho em passar ao cliente é fazê-lo ver que o equipamento não é um custo, mas um investimento. Temos clientes que nos pedem equipa-mentos que não são adequados para as suas oficinas”, referiu.

Para José Maria Aguado, a situação das oficinas de pneus é “preocupante”. Por-quê? “Hoje, compram-se equipamentos para utilizar apenas nos dias que correm, sem pensar que, a curto prazo, essas mes-mas máquinas já não servem”, explicou.

Reportagem 1.ª Conferência Ibérica de Pneus

w SEGMENTOS EM ANÁLISENo 8.° (e último) Painel, Alejandro Reca-

sens, diretor da Pirelli Portugal, Víctor Ma-nuel Cañizares (vice-presidente de Vendas e Marketing da Yokohama Iberia), Ramón Martínez Portillo (diretor-geral da Trelle-borg) e Luís Martins (diretor-geral da Gripen Wheels Iberia), fizeram a análise do mercado ibérico de pneus, nos segmentos Turismo, SUV/4x4, Pesados, Agrícolas e Engenharia. Víctor Manuel Cañizares tomou a dianteira para afirmar que existe um “excesso de oferta no setor”. Para apimentar o debate, disse ainda que “50.000 oficinas em Espanha não podem existir”. Os outros oradores do painel pegaram no tema. “Estamos numa situação de mercado ainda delicada. O serviço que não era tão importante há uns anos, hoje é fundamental. A disponibilidade de stock e a capacidade de entrega são fundamen-tais. Uma maior disciplina nos timings de cobrança evita situações delicadas”, avançou Alejandro Recasens.

Ramón Martínez Portillo sublinhou que, atualmente, “os pedidos 24 horas são bas-tante requisitados. Além da importância da comunicação. Como ter êxito? Oferecer produtos de qualidade. Os primeiros quatro

Gabriel Leal (Signus), à esq., e Climénia Silva (Valorpneu), à direita, foram os protagonistas do 5.º painel, perante a moderação do jornalista da TVI Pedro Pinto

O 8.º painel contou com a participação (da esq. para a dta.): Víctor Manuel Cañizares (Yokohama Iberia), Luís Martins (Gripen Wheels Iberia), Alejandro Recasens (Pirelli Portugal) e Ramón Martínez Portillo (Trelleborg)

Vital Morgado (AICEP)

falou sobre a importância

da exportação na economia e sobre a sua expressão no

setor dos pneus Ribeiro da Silva e Ricardo Martins, da Continental Pneus Portugal, foram os intervenientes no 1.º painel. JáGuillermo de Llera (GiPA Portugal) e Fernando Alcorta (GfK Espanha), os dois da dta., discursaram no 3.° painel

Rita Marques (Fedima) e José Gomes (Recauchutagem Nortenha) partilharam o palco no 4.º painel da conferência

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fatores na escolha de pneus agrícolas estão relacionados com a qualidade: tração, con-sumo de combustível, baixa compactação e baixa resistência ao rolamento”, revelou. Por fim, Luís Martins, traçou o retrato do mercado ibérico. “Portugal tem problemas idênticos aos de Espanha, mas por razões diversas. A quantidade de obras públicas e de opções erradas trouxeram ao mercado dos pneus de engenharia abundância. Quando o setor retraiu, o mercado destes produtos ressentiu-se. Espanha tem uma indústria forte e próspera. Os PALOP aju-dam o mercado português a recuperar os números. Felizmente que o nosso país ganha concursos públicos fora de Portugal e na Europa, o que faz com que muitos pneus sejam comprados cá mas utilizados no es-trangeiro”, rematou Luís Martins.

w DEPOIS DO ADEUSNo final, os mais de 200 participantes e os

24 oradores estavam visivelmente satisfei-tos. O balanço não podia, por isso, ter sido mais positivo. O objetivo deste encontro ibérico sem precedentes, considerado já como o maior evento de 2015 dedicado ao setor dos pneus, foi considerado um autêntico sucesso.

A criação de um espaço comum, onde ora-dores e participantes discutiram pontos de interesses mútuos e partilharam experiên-cias pessoais, englobou as diversas vertentes do negócio: distribuição, retalho e oficinas. A 1.ª Conferência Ibérica de Pneus permitiu aprofundar os conhecimentos sobre o pre-sente e perspetivar o futuro do comércio de pneus na Península Ibérica.

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