rochas & equipamentos n. 97

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Rochas & Equipamentos | 1º Trimestre 2010 | Nº 97 | XXV Anos | Preço: € 8.00

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A revista Rochas & Equipamentos é uma revista de informação especializada em recursos geológicos ornamentais, mármores, granitos, ardósias e outras pedras naturais. Assim como equipamentos, serviços, e outras actividades que operam neste sector de actividade. A sua temática abrange as áreas da extracção, transformação, aplicação, comercialização, tecnologias, marketing, reportagens, artigos de opinião e análises de mercado, ordenamento do território, legislação, arquitectura, gestão, formação profissional e ambiente. Para mais informações, consulte o nosso site: www.rochas.info Obrigado e boa leitura!

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Índice de Anunciantes

Índex

ROCHAS & EQUIPAMENTOS4

1° Trimestre 2010 - N° 97

ROCHAS&EQUIPAMENTOSSEWSICRÉTWOURMALURMIVARIOGRAMAVISAWIRES

2 | 73 5958534856771155

ABRESSA AIREMÁRMORES ANTÓNIO JACINTO FIGUEIREDOCARRARA MARMOTECCASA DOS DIAMANTESCEVALORCFMCIMERTEXC. MATA EXPORTCO.FI.PLASTCONSTRUALDELLASDIAPORDRAGÃO ABRASIVOSDIAMOND SERVICEEQUIMÁRMOREEUROGRANIPEXEZEQUIEL FRANCISCO ALVESFIGALJORFRAVIZELGHGRANIPLACGRANITRANSGRUPO FRAZÃOGRUPO GALRÃOHUSQVARNA PORTUGALJORGE CRUZ PINTOLIEBHERRLUXIMARMANUAL DA CALÇADA PORTUGUESAMARBRITOMARFILPEMARMOZ MOCAMARPOEIRASRABAÇAL MARTINSRE/MAX

31 7

3321157257373

4143 139782945

Capa | 6714 476917132379194968888087

C.CapaV.C.Capa

V.Capa81514630

PROGRAMA EDITORIAL 2010 | 2011

EDITORIAL PROGRAM

Nº 98 - 2|2010

Nº 99 - 3|2010

Nº 100 - 4|2010

Nº 101 - 1|2011

Nº 102 - 2|2011

Nº 103 - 3|2011

DISTRIBUIÇÃO EM FEIRAS 2010

FAIRS DISTRIBUTION

Vitória Stone Show - BrasilXiamen Stone Fair - ChinaMarble - TurquiaStonetech - ChinaStone+Tec - AlemanhaCarraraMarmotec - ItáliaMarmomacc - ItáliaPedra - PortugalPiedra - Espanha

Sumário

Summary

5ROCHAS & EQUIPAMENTOS

OS SABORES DA PEDRA

CONTRIBUTO PARA O RELANÇAMENTO DO SECTOR GLOBAL DAS ROCHAS ORNAMENTAIS

ROCHA ORNAMENTALPARA O MAGREBE

ENTREVISTA DR. MIGUEL GOULÃO

EUROGRANIPEX

EDITORIAL

“OS SIG E A SELECÇÃO DE ÁREAS COM POTENCIAL MINEIRO”

AGENDA 2010 / 2011

2ª BIENAL DA PEDRA

SEMINÁRIO SOBRE A APLICAÇÃO DE EXPLOSIVOS INDUSTRIAIS E OPERAÇÕES DE DESMONTE

WORKSHOP “TECNOLOGIA DE PONTA NA INDUSTRIA PORTUGUESA

VITÓRIA STONE SHOW 2010

GLOBAL STONE CONGRESS 2010

CANAL ABERTO

GUIA DE APLICAÇÃO DE ROCHAS EM REVESTIMENTO

DRIVECONFIGURATOR - O NOVO CONFIGURADOR ONLINE DA SEW-EURODRIVE

O AUTOR ERNESTO MATOS LANÇA NOVA OBRA SOBRE A CALÇADA PORTUGUESA

GESTÃO DOS RESÍDUOS DAS INDUSTRIAS EXTRACTIVAS

BUYERS GUIDE

EditorialEditorial 8/9

EstudosStudies 10

EntrevistaInterview 60

Feiras & CongressosFairs & Congresses 16

DocumentosDocuments 32

EmpresasCompanies 64

InformaçãoInformation 74

Boas PráticasBest Practices 70

Sopa da PedraThe Stone Soup 28

MercadosMarkets 50

R & E Buyers GuideR & E Buyers Guide 82

ROCHAS & EQUIPAMENTOS6

REVISTA DA INDUSTRIA DA PEDRA NATURAL

NATURAL STONE INDUSTRY MAGAZINE

PUBLICAÇÃO TRIMESTRAL

Nº 97 - 25º ANO

1º TRIMESTRE 2010

JANEIRO | FEVEREIRO | MARÇOEDIÇÃO - 1|2010

DIRECTORNUNO HENRIQUESC..I.P. Nº [email protected]

PROPRIEDADECOMEDIL - COMUNICAÇÃO E EDIÇÃO, LDA.NIPC - Nº 502 102 152

EDITORES:COMEDIL - COMUNICAÇÃO E EDIÇÃO, LDA.Empresa Jornalística Registada no Instituto de Comunicação Social nº 223679

ADMINISTRAÇÃO, REDACÇÃO E PUBLICIDADE:Rua das Enfermeiras da Grande Guerra, 14-A1170 - 119 LISBOA - PORTUGALTelef.: 21 812 37 53 | Fax: 21 814 19 00E.mail: [email protected]

ROCHAS&EQUIPAMENTOS E A SUA DIRECÇÃO EDITORIAL PODERÃO NÃO CONCORDARNECESSARIAMENTE COM TODAS AS OPINIÕES EXPRESSAS PELOS AUTORES DOS ARTIGOS PUBLICADOS OU POR AFIRMAÇÕES EXPRESSAS EM ENTREVISTAS, COMO NÃO SE RESPONSABILIZA POR POSSÍVEIS ERROS, OMISSÕES E INEXACTIDÕES QUE POSSAM EVENTUALMENTE EXISTIR.

ROCHAS&EQUIPAMENTOS NÃO É PROPRIEDADE DE NENHUMA ASSOCIAÇÃO SECTORIAL.

DISTRIBUIÇÃO NACIONAL E INTERNACIONAL:EMPRESAS EXTRACTORAS E TRANSFORMADORAS DO SECTOR DA PEDRA NATURAL, FABRICANTES E REPRESENTANTES DE MÁQUINAS E EQUIPAMENTOS, ABRASIVOS, FER-RAMENTAS DIAMANTADAS, ACESSÓRIOS, ARQUITECTOS, CONSTRUTORES, DESIGNERS, ENGENHEIROS, GEÓLOGOS, EMPRESAS DE CONSTRUÇÃO E SERVIÇOS, ENTIDADES OFICIAIS, ENTIDADES BANCÁRIAS, UNIVERSIDADES, INSTITUTOS E FEIRAS SECTORIAIS.

PREÇO: €8,00DEP. LEGAL Nº 40622/90REGISTADO NO I.C.S. Nº 108 066

ROCHAS & EQUIPAMENTOS É MEMBRO DAS ASSOCIAÇÕES JORNALÍSTICAS:

BÉLGICA

CAPA:EUROGRANIPEX

EDITOR EXECUTIVO:NUNO HENRIQUES

DESIGN E PRODUÇÃO:CRISTINA SIMÕES

DIR. ADMINISTRATIVA:M. JOSÉ SOROMELHO

REDACÇÃO:MÓNICA GIROTTO

DEP. COMUNICAÇÃO E ASSINATURAS:M. JOSÉ SOROMELHO

IMPRESSÃO:OFFSET MAIS - Artes Gráficas, S.A.Rua Latino Coelho Nº6 - Venda Nova | 2700 - 516 AmadoraTelf.: 21 499 87 00 | Fax: 21 499 87 17 Email: [email protected] www.offsetmais.pt

PRODUÇÃO FOTOGRÁFICA:COMÉDIL, LDA.

ASSINATURA ANUAL:PORTUGAL: 32 Euros

TIRAGEM:3000 Ex.

COLABORADORES NESTA EDIÇÃO COLABORATORES

Victor LambertoOctávio Rabaçal MartinsA. Casal MouraSofia L. D. C. SobreiroAlfredo MartiniVisa Consultores

CORRESPONDENTES:

Cid Chiodi Filho - BrasilFernando Cabral - AngolaManuel Santos Guedes - PortoPaulo L. Flório Giafrov - BrasilSérgio Pimenta - BélgicaMarco Selmo - Itália

Editorial

Editorial

Nuno Esteves Henriques

[email protected]

ROCHAS & EQUIPAMENTOS8

Caros Leitores,

Portugal começa o ano de 2010 como acabou o de 2009, com os indica-dores internos a anunciarem melhorias que não se observam, e os externos a serem-nos desfavoráveis. Fomos isso sim, filiados a um “clube restrito” – hoje já não tão restrito – que sãos os PIGS (Portugal, Irlanda, Grécia e Espanha). Mas não foi por entrar em “clube restritos”, que se registou qualquer alteração no estado de inércia comercial em que se encontra o sector, sendo que esta, difere conforme a região e/ou os materiais, resultando num diferente enqua-dramento, estratégia e soluções.

O Alentejo tem especificidades, problemas e soluções diferentes, das do Norte. Assim como a zona da Serra de Aires e Candeeiros apresenta outras completamente distintas, e em exemplo de produto na mesma região, uma exploração de Moca Creme ou de Calçada Portuguesa, diferem tanto nos pro-blemas como em soluções, apesar da sua localização geográfica. O que tam-bém demonstra a riqueza geológica única que o nosso país possui, requerendo por isso mesmo uma maior ponderação, trabalho e união. E aqui entra a maior dificuldade da sociedade portuguesa: o associativismo. Seja através de parce-rias, associações, cooperativas, conglomerados, etc. O facto é que, temos este espinho cultural que só sai quando nos encontramos perante uma adversidade épica. E este tem sido o nosso fado.

Mas o presente acarreta uma realidade que todos partilham, só com o mer-cado interno será complicado sobreviver. Isto claro, se quisermos ter as fá-bricas e as pedreiras “legais”, pagar aos fornecedores, ao estado, etc. Pois aqueles que não cumprem as suas responsabilidades, não só hipotecam o seu futuro, como dos restantes parceiros económicos e mesmo do sector em que trabalham.

É imperativo que subsista uma estratégia sustentável, inovadora e comer-cialmente agressiva para bem do sector da rocha ornamental portuguesa. Sem descorar a importância dos aspectos ecológicos, tecnológicos, empresariais e legislativos, sem uma estratégia comercial e promocional do país, empresas e produtos, o futuro reserva um stock a aumentar e uma facturação a diminuir. Se a rocha ornamental partilha muitos aspectos técnicos e legais com a rocha industrial e restante sector extractivo, no aspecto comercial as similitudes são com materiais concorrentes. Embora numa observação mais profunda, o material mais concorrente da rocha ornamental é a própria rocha ornamental, e não os materiais de revestimento de baixo valor. Já os aglomerados sim, pois apesar de muitas vezes se apresentarem com custo superior, são verdadeiros concorrentes da rocha ornamental, em especial do granito. Hoje com um vasto leque de produtos e um marketing agressivo, os aglomerados absorvem 80%

9ROCHAS & EQUIPAMENTOS

do mercado de bancadas de cozinha. O sector terá que adaptar-se e absorver esta linha de produtos sintéticos, pois eles estão cá para ficar. E se olharmos para o crescimento que estes têm demonstrado em países como a China e os EUA, é na diferenciação e certificação que temos que apostar.

O sector da cortiça anunciou que a solução para a sua crise passa pelo for-necimento desse material para a construção de aviões. O nosso sector para já, não terá a mesma sorte, não teremos uma solução única, eu pelo menos não creio, mas sim um conjunto de pequenas soluções, que terão que ser debatidas sem demora. Temos empresários experientes, técnicos mundialmente reconhe-cidos, associações, centros de formação e tecnologia e uma tutela pronta para ouvir o sector. O que realmente falta é uma voz única. O país precisa tanto do sector como o sector do país. Os recursos geológicos são estratégicos para equilibrar a balança comercial nacional. Se o nosso governo não se sensibilizar com as nossas necessidades, é porque a mensagem carece de alteração.

Segundo a análise económica do “Economic Watch” para 2010 os recursos de Portugal são: Peixe, floresta (cortiça), minério de ferro, cobre, zinco, esta-nho, tungsténio, prata, ouro, urânio, mármore, argila, gipsita ou pedra gesso, sal, terra para cultivo e energia hídrica. Porventura alguns não serão assim tão estratégicos e outros estão em falta nesta lista, mas é notório a importância dos recursos geológicos para o país. O laisse-faire não resulta, Alan Greenspan chegou a essa conclusão um pouco tarde, e observámos aquilo que foi a crise do subprime, afastando ainda mais, vários países emergentes do modelo ame-ricano para o modelo chinês que visa a rápida liberdade económica, mesmo que esta seja em prol da liberdade social. Vários países hoje seguem o modelo industrial chinês de rochas ornamentais, com destaque para os países do norte de África, que com baixo custo de transformação e com investimentos auspi-ciosos em tecnologia, se transformaram em fábricas nacionais. Este fenómeno aumenta a procura mundial de blocos, mas desloca geograficamente a indús-tria de transformação. É óbvio que no imediato fornece uma rentabilidade fá-cil, mas a longo prazo, nos casos que se conhecem, foram sempre prejudiciais para as regiões que se apoiaram exclusivamente neste comércio. Um equilíbrio seria o ideal para Portugal, que com algumas regras manteria o seu comércio de blocos - essencial para algumas empresas que não têm muitas alternativas imediatas, como a venda de pedra para a China - e apostava fortemente na criação de redes comerciais bilaterais e apoiadas, para mercados de produto acabado.

O futuro não será fácil meus caros, é exportar ou morrer.Nuno Esteves Henriques

Estudos

Studies

ROCHAS & EQUIPAMENTOS10

“OS SIG E A SELECÇÃO DE ÁREAS COM POTENCIAL MINEIRO”

Autor:

Sofia L. D. C. SobreiroGeóloga

INTRODUÇÃOA selecção de áreas com potencial mineiro não

depende apenas da existência do recurso geológico com interesse económico (massa mineral ou depó-sito mineral), existindo outros factores determinan-tes para a viabilização de uma unidade extractiva, tais como o ordenamento do território e as condi-cionantes de carácter biofísico, ambiental, social e cultural.

Deste modo, torna-se imprescindível recorrer a diversos elementos cartográficos da especialidade (como cartas topográficas e geológicas, Rede Na-tura 2000, áreas protegidas, espaços naturais, ins-trumentos de gestão territorial, entre outros), cujo cruzamento permitirá avaliar o potencial mineiro e estudar a viabilidade de exploração de uma deter-minada área.

METODOLOGIAA selecção de áreas com viabilidade para a aber-

tura de uma pedreira ou mina incorpora um con-junto de estudos em que o recurso aos Sistemas de Informação Geográfica resulta em mais valias im-portantes para a gestão, designadamente ao nível económico e operacional, do bom aproveitamento do jazigo e no respeito pelo ambiente, permitindo um tratamento de dados integrado, célere e com a geração de modelos que apoiam a tomada de de-cisão.

Os Sistemas de Informação Geográfica possibili-tam a organização da informação espacial por te-mas e, de forma expedita, efectuam operações que

permitem definir zonas de defesa de acordo com a legislação vigente; executar pesquisas por áreas (áreas sem condicionamentos ambientais ou resul-tantes do planeamento do ordenamento do territó-rio); obter pesquisas cronológicas e visualizar o seu resultado de forma gráfica. A base de dados criada pode ser constantemente actualizada, possibilitan-do uma visão global e evolutiva da área alvo de es-tudo.

Figura 1 - Elementos cartográficos organizados por temas.

A metodologia de trabalho a desenvolver para a selecção de áreas com potencial mineiro através da utilização de um SIG envolve geralmente 6 fases de trabalho:

1.Recolha bibliográfica e da informação disponível

Consiste na recolha de informação com interesse para o estudo, designadamente artigos científicos,

ROCHAS & EQUIPAMENTOS12

ambientais, obtendo-se áreas sem condicionantes;3. Realização de trabalho de campo para validar a

informação existente.No trabalho de campo é necessário verificar o in-

teresse económico das litologias em questão, atra-vés da realização de prospecção e pesquisa (sanjas, poços, sondagens mecânicas, recolha de amostras para análises fisico-mecânicas e/ou químicas), se-leccionar os melhores acessos às áreas e verificar a presença de possíveis obstáculos ambientais para uma futura área mineira (existência de edificações nas proximidades e qualidade visual da área em es-tudo).

Figura 3 - Vala e sondagens mecânicas

4. A informação obtida do trabalho de campo é inserida na base de dados, sendo necessário voltar a relacionar a informação de modo a obter as áreas com as litologias desejadas e sem condicionantes de ordenamento do território e ambientais.

5. Hierarquização de áreas com potencial mineiro e pesquisa dos resultados

Com base nos objectivos inicialmente definidos pelo utilizador para a selecção de áreas com po-tencial mineiro, por exemplo a composição química, as reservas ou a distância aos locais de consumo, é efectuada uma pesquisa na base de dados e selec-cionadas áreas com potencial mineiro hierarquiza-das de acordo com os objectivos definidos.

6. Saída de resultados (Output)A saída de resultados pode ser feita através de

peças desenhadas, relatórios, gráficos e imagens.

cartas geológicas, cartas de recursos minerais, car-tas de concessões mineiras, cartas militares, planos de ordenamento de áreas protegidas, planos direc-tores municipais, fotografias aéreas, entre outra do-cumentação.

Fotografia aérea Planta de Ordenamento do PDM de Palmela (fonte: www.cm-palmela.pt)

Figura 2 - Exemplo de Informação necessária para o estudo.

2. Entrada e armazenamento de dados (Input)Toda a informação recolhida será introduzida

num programa SIG e transformada em formato vec-torial (com a localização dos elementos no espaço) de forma a poder relacionar a informação entre si.

3. Organização dos dados e selecção da informação relevante

Num SIG, a organização da informação deverá ser efectuada por áreas temáticas, tais como: geologia, ordenamento do território, concessões existentes, ocupação do solo, tipologia de acessos, entre outras relevantes para o estudo.

4. Análise e avaliação dos dadosEsta fase apresenta diversas etapas, nomeada-

mente:1. Selecção das litologias com interesse para o

estudo;2. Cruzamento das litologias com as condicionan-

tes do ordenamento de território e condicionantes

ROCHAS & EQUIPAMENTOS14

CONCLUSÕES

A aplicação de um SIG na selecção de áreas com potencial mineiro é determinante para a avaliação dos aspectos ambientais e de ordenamento do ter-ritório. Não basta caracterizar o recurso mineral, é essencial avaliar as condicionantes ao licenciamen-to da actividade extractiva.

Deste modo, os SIG permitem a interligação entre a cartografia existente e as condicionantes e carac-terísticas de uma determinada região.

A base de dados criada poderá ser constantemen-te actualizada e georeferenciada, possibilitando uma visão global do território e da interdependência entre os vários descritores e áreas temáticas anali-sadas.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

GUERREIRO, H.; MEIRA, J., FERREIRA, N., SOBREI-RO, S. (2007). Ferramentas Informáticas no Apoio à Actividade Mineira. Boletim de Minas, Vol.42, n.º1. p.51-64. Lisboa.

www.cm-palmela.pt

Figura 4 - Mapa de cruzamento de pedreiras com o Ordenamento do Território

Figura 5 - Mapa de declives e hipsométrico da área alvo de estudo

Feiras & Congressos

Fairs & Congresses

ROCHAS & EQUIPAMENTOS16

AGENDA 2010 / 20112010ABRIL

STONETECH - R&E* 6 - 9 ABRILSHANGHAI - CHINA

STONEX (MOSBUILD)6 - 9 ABRIL CROCUS EXPO MOSCOVO - RUSSIA

INTERKAMIEN9-11ABRIL KIELCE - POLÓNIA

BAUMA19 - 25 ABRILMUNIQUE - ALMANHA

TECHNIPIERRE22 - 25 ABRILLIEGE - BELGICA

COVERINGS 27 - 30 ABRILORLANDO - FLORIDA - U.S.A.

MAIO

PIEDRA - R&E* 05 - 08 MAIOMADRID - ESPANHA

TEKTÓNICA - R&E* 11 - 15 MAIOLISBOA - PORTUGAL

ASTANA BUILD19 - 21 MAIOASTANA - CASAQUISTÃO

CARRARAMARMOTEC - R&E* 19 - 22 MAIOCARRARA - ITALIA

STONE EXPO22 - 25 MAIOUCRÂNIA

JUNHO

INTER BUILD17-21 JUNHOC.I.C.C. GIZA - EGIPTO

EGYPT STONJE EVENT 201017 - 21 JUNHOCAIRO - EGIPTO

EXPOSTONE22-25 JUNHOMOSCOVO - RÚSSIA

JULHO

IRANCONMIN5 - 8 JULHOTEHRAN PERMANENT FAIRGROUND IRÃO

4TH QINGDAO STONE FAIR16 - 19 JULHOQINGDAO - CHINA

AGOSTO

CACHOEIRO STONE FAIR24 - 25 AGOSTOCACHOEIRO DE ITAPEMIRIMESPIRITO SANTO - BRASIL

SETEMBRO

45º MARMOMACC - R&E* 29 SETEMBRO - 2 OUTUBROVERONA - ITÁLIA

OUTUBRO

FINNBUILD6 - 9 OUTUBROHELSINKI EXHIBITION CENTER - FILANDIA

NOVEMBRO

KAMIEN STONE10 - 13 NOVEMBROPOZNAN - POLÓNIA

BAUMA CHINA 201023 - 26 NOVEMBROSHANGHAI - CHINA

NATURAL STONE25 -28 NOVEMBROISTAMBUL - TURQUIA

DEZEMBRO

ERBIL INTERNATIONAL FAIR 20106 - 9 DEZEMBROIRAQUE

EUA THE BIG 521 - 24 DEZEMBRODUBAI

2011JANEIRO

STONEMART20 - 23 JANEIROJAIPUR - ÍNDIA

STONEEXPO MARMOMACC AMERICAS26 - 28 JANEIROLAS VEGAS - E.U.A.

FEVEREIRO

MADE EXPOFEVEREIROMILÃO - ITÁLIA

VITORIA STONE FAIRFEVEREIROVITÓRIA - BRASIL

MARÇO

MADE EXPO6 - 9 MARÇOXIAMEN - CHINA

TECHNIPIERRE - R&E*

31 MARÇO - 3 ABRILLIÈGE - BÉLGICA

MARBLE - R&E* 23 - 26 MARÇOIZMIR - TURQUIA

JUNHO

STONE+TEC - R&E* 22 - 25 JUNHONUREMBERGA - ALEMANHA

NOVEMBRO

BATIMAT7-12 NOVEMBROPARIS - FRANÇA

R&E* DISTRIBUIÇÃO E REPORTAGEM

ROCHAS & EQUIPAMENTOS18

2ª Bienal da Pedra

Nos dias 5, 16 e 17 de Outubro vai realizar a 2ª Bienal da Pedra em Marco de Canaveses. O municí-pio de Marco de Canaveses está geograficamente localizado numa zona de forte actividade extracti-va e transformadora de granitos e derivados. Neste sentido o seu município promove mais uma edição da Bienal da Pedra. Este evento visa promover a di-vulgação deste nobre material assim como criar um maior dinamismo na sua comercialização, valori-zando a região e o concelho.

O evento tem ainda como objectivo a promoção de equipamentos e serviços. Paralelamente irão decorrer actividades de cariz científico e cultural. Para mais informações podem contactar a Câmara Municipal através de correio electrónico ([email protected]) ou telefone (255 538 800).

Seminário sobre a aplicação de explosivos industriais e operações de desmonte

Numa colaboração entre o Departamento de Ge-ociências da Universidade de Évora e a AP3E – As-sociação Portuguesa de Estudos e Engenharia de Explosivos realiza-se no dia 27 de MAIO de 2010 (Quinta-Feira), pelas 14:30, no Colégio Luís António Verney, Universidade de Évora um Seminário sobre Explosivos e Operações de Desmonte.

O referido Seminário prevê o desenvolvimento dos seguintes temas e oradores:

1. Explosivos de uso civil: suas propriedades e co-locação no mercado

Prof. José Carlos Góis (DEM-FCTUC)2. Aplicação de explosivos em operações de des-

monte de rocha.Engº António Vieira (ISEP)3. Controlo de impactes ambientais decorrentes

da aplicação de explosivos. Prof. Pedro Bernardo (IST)4. Aspectos legislativos relacionados com o sector

dos explosivos.Dr. Victor Rodrigues (MAXAMPor, SA)5. Importância do acompanhamento técnico, a

nível do desempenho e do controle de impactes am-bientais, em desmontes de rocha com explosivo.

Engª. Ana Rita Borralho (SEC, SA)

Pode aceder à ficha de inscrição através do nosso site (www.rochas.info).

Workshop “Tecnologia de ponta na industria Portuguesa

A empresa FrontWave desenvolveu o Workshop “Tecnologia de ponta na industria Portuguesa – Uma nova idade da pedra”.

Esta acção tem como objectivo apresentar os no-vos serviços da área de Inovação Industrial ao Sec-tor das Rochas Ornamentais. A sua realização irá também contemplar os novos desenvolvimentos de caracterização e classificação de ferramentas dia-mantadas. Tendo como destinatários os:

Industriais das rochas ornamentais, produtores de ferramentas, engenheiros e arquitectos.

Os interessados deverão efectuar uma pré-inscri-ção preenchendo, para o efeito, a ficha de inscrição que se encontra no site www.frontwave.pt.

Para mais informações visite www.rochas.info.

ROCHAS & EQUIPAMENTOS20

Vitória Stone Show 2010

Vasco Fernandes Coutinho partiu de Lisboa numa embarcação com cerca de sessenta homens a bordo, entre os quais se incluíam dois nobres: D. Jorge de Menezes e D. Simão Castelo Branco. No dia 23 de Maio de 1535 desembarcou na actual Prainha de Vila Velha.

Como era o domingo de Pentecostes, o navegador baptizou a terra de Espírito Santo, em homenagem à Santíssima Trindade.

O Espírito Santo é um dos 27 Estados federais do Brasil. Está localizado na Região Sudeste e tem como limites o Oceano Atlântico a leste, a Bahia a norte, Minas Gerais a oeste e noroeste e o es-tado do Rio de Janeiro a sul, ocupando uma área de 46.077,519 km². A sua capital é o município de Vitória. Onde se realizou a ultima edição da Vitória Stone Show nos dias 23, 24, 25 e 26 de Fevereiro.

Esta edição da feira de Vitória revelou-se um caso de sucesso numa altura de grandes dúvidas no sec-tor. A feira de Vitória é hoje uma das 5 feiras mais importantes do mundo e a maior da América Latina, apesar de contar apenas com 370 expositores, sen-do que 15%, são expositores internacionais oriun-dos da Itália, Argentina, Egipto, China, Portugal, Pa-quistão, Holanda, Índia e Turquia.

A feira começou com sentimento de esperança diante da retoma nas exportações em Novembro de

2009. Um ano bastante complicado para o Estado Capixaba, marcado com a queda de 22,17% nas ex-portações. Pois se em 2008 as exportações de Pedra Natural cifraram-se nos 630 milhões de USD, em 2009 ficaram-se nos 490 milhões de USD. Contudo em Dezembro de 2009 as exportações aumentaram 9,45% em comparação ao mesmo mês do ano tran-sacto, atingindo os 70 milhões de USD.

A retoma de exportações que se começou a sen-tir em Novembro passado, em muito é alcançada, pelo aumento da venda de blocos para China – uma tendência mundial, que deve ser debatida – assim como a atenção de outros materiais que não os

ROCHAS & EQUIPAMENTOS22

quais destacamos, o quartzito azul da Bahia, que é vendido a um preço médio de 300 euros. Apreciá-mos também , o granito Midnight Blue – do Brasil, não da Índia, por vezes é dado o mesmo nome a pedras similares dos dois países – que dentro dos granitos azuis, apresenta características muito apreciáveis. Observamos várias novidades que ainda não tinham nome, tendo sido levados para a feira, apenas para receber o feedback do mercado. Pois a riqueza geológica deste país é vasta.

O sector brasileiro conta ainda com o suporte de um mercado interno forte, com tendência ainda a crescer com os vários projectos internacionais que o Brasil vai organizar, sente-se já nas contratações de novos funcionários – sendo que o ordenado mí-nimo no Brasil ronda os 200 Euros. Mas as empresas brasileiras revelam um nível de profissionalismo, ca-pacidade técnica e tecnológica equiparável às em-

granitos exóticos, sendo que estes materiais, abrem portas para outros mercados.

No leque de novos produtos deslumbram-se ar-dósias ou lousas – como defendem os técnicos na Europa – os arenitos e em especial os quartzitos, dos

23ROCHAS & EQUIPAMENTOS

presas do velho continente. É hoje um dos maiores consumidores de máquinas multi-fio. Em declara-ções exclusivas à Rochas & Equipamentos, Emílio Brocco, proprietário da Co.Fi.Plast, líder mundial de máquinas multi-fio, “O Brasil é o segundo maior consumidor mundial, logo a seguir à Itália”.

Mas a feira de Vitória, assim como a indústria do

Estado Capixaba, vive essencialmente do mercado norte-americano. Sendo que dos 24.124 visitantes 30% são de origem norte-americana. Os restantes 70%, englobam uma variedade de 63 países, dos quais se começam a destacar os países do Médio Oriente e Norte de África, sem excluir a Europa e claro, como em todo mundo, o maior importador mundial, a China, embora esta última só compre em blocos e os seus agentes funcionem directamente nos círculos extractivos.

Mais importante que uma feira ter muitos metros quadrados ou ter muitos e diversos visitantes como é apogeu das organizações destes eventos, é a feira resultar em negócio ou em hipótese de negócio. A feira de Vitória, segundo a maioria dos expositores, conseguiu exactamente isso, se tivermos em con-ta, a situação precária que ainda se encontra o seu principal parceiro, que está a atravessa um período

ROCHAS & EQUIPAMENTOS24

Em resumo:• 2º maior pólo industrial do mundo no sector.• 50% da produção de todo o mercado nacional.• 65% das exportações brasileiras.• Maior extractor, transformador e exportador do

Brasil.• 1,5 milhão de toneladas de blocos e chapas ex-

portadas.• 130 mil empregos directos e indirectos.• 800 mil metros cúbicos de Pedra Natural extra-

ídos anualmente.

de abstinência no mercado da construção imobili-ária.

Mas centrando as atenções na feira. A sua lo-calização no centro do pólo de transformação do Brasil é a escolha acertada. Captando 90% dos in-vestimentos brasileiros aplicados no sector da Pe-dra Natural, Vitória é o estado líder na extracção e transformação.

Mais de 90% dos investimentos no parque indus-trial brasileiro do sector da Pedra Natural são reali-zados no Estado de Espírito Santo. O Estado é líder absoluto na produção nacional de Pedra Natural, fi-cando em segundo o Estado de Minas Gerais. Espírito de Santo irá captar um investimento de 43.000 mi-lhões de euros, nos diferentes segmentos industriais, revelando um crescimento do PIB 3% maior que o resto do país, fixando-se entre os 9% e os 10%.

25ROCHAS & EQUIPAMENTOS

Dentro da estratégia de consolidação da feira como centro de negócios e informação, o congresso apresentou variados temas, com principal destaque para a discussão do Novo Marco Regulatório da Mi-neração Brasileira, em que as entidades representa-tivas da exploração em minas, pedreiras de Rocha Ornamental, Industrial e complementares, junta-ram-se para discutir uma legislação de 1967, de maneira a conceber mudanças que compreendam a preservação do meio ambiente, desenvolvimento social, mas acima de tudo valorizar a livre iniciativa como elemento fundamental para a manutenção da competitividade do sector extractivo.

A apresentação do Guia de Aplicação de Rochas em Revestimentos, pelo Dr. Cid Chiodi. O sector de rochas ornamentais nos Estados Unidos, pelo Se-nhor Vice-presidente do Marble Institute of Ame-rica, Gary Distelhorst. Financiamento nos mercados exteriores, promovido pelo Banco Espírito de Santo.

O mármore e o granito na construção industriali-zada, promovido pelo Crea-ES, teve como objectivo o reforço da cooperação entre os arquitectos, de-signers e engenheiros. Destacamos ainda:” Mercado Italiano – Operações Estruturadas”, “Radar – Habi-litação no Siscomex”, Fachadas de pedra com ven-tilação” e o “Programa Ex-imbank Americano – Li-nhas de Financiamento”.

ROCHAS & EQUIPAMENTOS26

Portugal como vem sendo hábito, esteve presen-te no evento, não só como visitante, mas também como expositor. A MVC-Marmores de Alcobaça que acompanha a propensão do mercado interno brasileiro usar calcários e consequentemente uma procura cada vez mais intensa dos materiais por-tugueses, dos quais destacamos o Moca Creme. Já a Fravizel fez a sua estreia, apresentando um stand bem estruturado, com uma boa montra de produ-tos e já com uma estratégia comercial bem definida e apoiada. O que é essencial, para entrar e vencer, no mercado brasileiro, que reúne uma serie de di-ficuldades extra geográficas e tributárias. Pela sua localização, acabou por ser um ponto de encontro de portugueses.

27ROCHAS & EQUIPAMENTOS

Global Stone Congress 2010Entre 2 e 5 de Março em Alicante (Espanha), ocorreu o Global Stone Congress 2010.

Com participação de técnicos de todo o mundo en-tre os quais o Dr. Casal Moura do LNEG, o congresso debateu a actual situação do sector à escala mun-dial.

Através de um fórum multidisciplinar, foram dis-secados os principais avanços tecnológicos e cien-tíficos do nosso sector de actividade. Tendo como objectivo a disseminação do conhecimento da Pedra Natural.

As sessões foram estruturadas em conferências, apresentações, workshops e discussões de mesa re-donda.

Reportagem do congresso em www.rochas.info

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Sopa da Pedra

The Stone Soup

OS SABORES DA PEDRA

Victor Lamberto 1

Nesta coluna, que percorre ligações entre as pe-dras e os sabores, apresentamos, agora, num país de sopas e de caldos, como é indubitavelmente Portu-gal, a SOPA DE PEDRA...

Este prato, característico de Almeirim, começou a ser popularizado, a partir dos anos 60 do século passado numa mercearia, local onde se situa actu-almente o Restaurante Toucinho, localizado nesta cidade. O presente texto basear-se-á, assim, nas receitas disponibilizadas por José Manuel Toucinho e Hélia Costa (www.cm-almeirim.pt, www.ribatejo-digital.pt), proprietários do dito restaurante.

Tomemos, em primeiro lugar, para a confecção desta SOPA DA PEDRA para 8 a 10 convivas, os in-gredientes necessários, um conjunto diversificado de ingredientes regionais:

água; 1 l de feijão encarnado; 1 orelha de porco; chispe; 150 g de toucinho entremeado; 2 cebolas; 2 dentes de alho; louro; colorau; piripíri; sal; pimenta;

1 chouriço negro de sangue (morcela); 1 chouriço de carne; 1 farinheira; 750 g de batatas; 1 molho de coentros…Segue-se a confecção deste manjar, que obedece

aos seguintes passos:1. colocar o feijão de molho durante algumas horas (se for do ano não precisa ser demolhado);2. escaldar e raspar a orelha de porco;3. levar o feijão a cozer numa panela, juntamente com água, a orelha, o chispe, o toucinho, as cebolas, o alho, o louro, o colorau, o pipipíri, sal e pimenta;4. adicionar água se for necessário (que deverá estar a ferver);5. a meio da cozedura adicionar os enchidos;6. retirar a carne quando estiver cozida e cortar em bocadinhos;7. deixar o feijão cozer;8. introduzir as batatas, cortadas aos quadradinhos, e rectificar os temperos;9. deixar cozer a batata;10. retirar a panela do lume, verter para uma terri-na e introduzir as carnes, previamente cortadas aos bocadinhos, uma PEDRA (seixo de rio ou pequena pedra), bem lavada, e os coentros, picados.

(www. blogoparati.blogspot.com)

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Refira-se que, para a confecção desta sopa, pode-rá ser considerada a seguinte informação adicional:

modo de preparação: lume; tempo aproximado de preparação: 75 min; doses: 8 a 10; grau de dificuldade: difícil; época de confecção: todo o ano.

Aconselha-se, para que este prato regional se apresente em todo o seu esplendor, que seja de-gustado na “capital da sopa da pedra”, e acolitado por uma «caralhota» (pão tradicional), por um bom vinho tinto ribatejano e por aprazível companhia, e rematado com um gostoso melão de… Almeirim!

Todavia, e para que possamos saborear plenamen-te este acepipe, importa referir a sua proximidade a uma lenda, recolhida por Teófilo Braga, escritor e político, nos seus “Contos Tradicionais do Povo Por-tuguês”, em 1883…

Um frade andava ao peditório; chegou à porta de um lavrador, mas não lhe quiseram aí dar nada. O frade estava a cair com fome, e disse: “Vou ver se faço um caldinho de pedra...” E pegou numa pedra do chão, sacudiu-lhe a terra e pôs-se a olhar para

ela para ver se era boa para fazer um caldo. A gente da casa pôs-se a rir do frade e daquela lembrança. Diz o frade: “Então nunca comeram caldo de pedra? Só lhes digo que é uma coisa boa.” Responderam-lhe: “Sempre queremos ver isso!” Foi o que o frade quis ouvir. Depois de ter lavado a pedra, pediu: “Se me emprestassem aí um pucarinho…” Deram-lhe uma panela de barro. Ele encheu-a de água e dei-tou-lhe a pedra dentro. “Agora, se me deixassem estar a panelinha aí ao pé das brasas…” Deixaram. Assim que a panela começou a chiar, disse ele: “Com um bocadinho de unto, é que o caldo ficava de pri-mor!” Foram-lhe buscar um pedaço de unto. Ferveu, ferveu, e a gente da casa pasmada para o que via. Diz o frade, provando o caldo: “Está um bocadinho insosso; bem precisa de uma pedrinha de sal.” Tam-bém lhe deram sal. Temperou, provou e disse: “Agora é que com uns olhinhos de couve o caldo ficava que até os anjos o comeriam!” A dona da casa foi à horta e trouxe-lhe duas couves tenras. O frade limpou-as, e ripou-as com os dedos, deitando as folhas na pa-nela. Quando os olhos já estavam aferventados disse o frade: “Ai, um naquinho de chouriço é que lhe dava uma graça…” Trouxeram-lhe um pedaço de chouri-ço; ele botou-o à panela, e enquanto se cozia, tirou do alforge pão e arranjou-se para comer com vagar.

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O caldo cheirava que era um regalo. Comeu e lam-beu o beiço; depois de despejada a panela, ficou a pedra no fundo; a gente da casa, que estava com os olhos nele, perguntou-lhe: “Ó senhor frade, então a pedra?” Respondeu o frade: “A pedra levo-a comigo para outra vez.” E assim comeu onde não lhe que-riam dar nada.

(www.ribatejodigital.pt)Esta lenda, que se encontra em várias culturas oci-dentais, evidencia que a cooperação pode levar a re-sultados inesperadamente bons, que a soma de pe-quenos contributos pode originar algo engenhoso, sobretudo num contexto de escassez… Saliente-se, também, que a pedra, aparentemente sem valor, se assume, afinal, como elemento imprescindível para a prossecução do objectivo do frade! Que lições po-derão os envolvidos com o sector da pedra natural tirar desta pequena lenda?!

Desta forma, e com o auxílio de uma suculenta e muito apreciada refeição, com “sabor a pedra”, onde esta surge associada a conceitos como produto lo-cal, cooperação e engenho humano…

prosseguimos, uma vez mais, a degustação dos sabores da pedra… lentamente, com produtos re-gionais e com prazer, como defende o movimento global Slow Food!!!

1 Eng.º Geólogo, Mestre em Planeamento Mineiro, leader

do Convivium Alentejo - Slow Food; [email protected]

[email protected]

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CONTRIBUTO PARA O RELANÇAMENTO DO SECTOR GLOBAL DAS ROCHAS ORNAMENTAIS

Autor:Eng. Octávio Rabaçal Martins

Engenheiro de Minas Assessor Principal

1 - Introdução

O momento económico mundial caracteriza-se pela contracção, que atingiu inevitavelmente a in-dústria da edificação e daí também o SECTOR GLO-BAL DAS ROCHAS ORNAMENTAIS, cujo mercado pa-rece denominado em 75% pela construção de casas.

Contudo os empresários do nosso SECTOR e as suas Associações não podem nem devem cruzar os braços perante a actual crise que afecta muitos pa-íses, incluindo Portugal, nem tão pouco as Institui-ções governamentais de tutela, às quais compete a tomada de fogases, pertinentes e oportunas medidas de política tendentes a fomentar o RELANÇAMENTO das actividades pétreas decorativas, a começar pela construção atempada das necessárias e imprescindí-veis infra-estruturas, sem as quais não há progresso.

Esta problemática abrange muitas áreas de inter-venção, mas este nosso trabalho limita-se a abordar alguns temas de candente actualidade, a saber:

a) A Importância actual do Sector Mundial das Ro-chas Ornamentais;

b) Contracção da Economia Mundial e Reflexos no Momento Pétreo;

c) Aposta na Reactivação do Desenvolvimento Pé-treo Decorativo;

d) Atitude Construtiva Expectante;e) Optimização da Produtividade;f) Pedra e Memória;

2 - A Importância Actual do Sector Mundial das Rochas Ornamentais

O volume de negócios do nosso SECTOR movimen-

ta na Economia Mundial, excluindo as passagens in-termédias e o seu induzido tecnológico, isto é, o ramo fabril colateral, atinge a ordem de grandeza de 13 mil milhões de Euros na exportação, a que corresponde uma facturação de idêntico valor na importação, o que assume relevante significado.

Estes dados têm como proveniência as fontes ofi-ciais do sistema informativo da ONU, que entre ou-tras coisas permitem acrescentar como as expedições dos três países de vanguarda – China, Itália e Índia – lograram representar 47% da totalidade em valor, com uma incidência ainda mais elevada em termos ponderais.

Bastante menos fácil se apresenta o cálculo da im-portância dos mercados domésticos, mas levando em consideração um emprego global substancialmente superior ao do intercâmbio, que ascende a mais de 700 milhões de metros quadrados equivalentes à es-pessura convencional de 2 centímetros, daí resulta que as estimativas devem ser aumentadas de mais de dois terços, elevando-se a 23 mil milhões de Eu-ros, a que deve acrescentar-se, entre outras coisas, o montante referente aos serviços directamente liga-dos, não só à venda, mas também aos trabalhos de colocação em obra.

Em definitivo, afigura-se razoável fazer referência a um fluxo comercial da ordem de 25 mil milhões de Euros, que constitui um a cifra notável também com respeito ao valor “per capita” à escala do nosso planeta, já bastante povoado.

Para uma população mundial um pouco superior a 6 mil milhões de pessoas, facilmente se chega à rela-ção actual de 4,2 Euros, tanto mais apreciável quan-to em muitos países do Terceiro Mundo a utilização

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de Rochas Ornamentais permanece ainda marginal, por razões evidentes de carácter económico; afigura-se banal observar que o Afeganistão, com um ren-dimento unitário anual da ordem de 163 Euros, de modo nenhum pode aspirar às utilizações da Noruega ou da Suiça, no topo da escala mundial do Produto Interno Bruto( BIP ) “per capita”, com altos padrões de qualidade de vida.

A situação conjuntural fez desacelerar um desen-volvimento que nos anos procedentes se apresentara muito rápido - especialmente à custa das arrancadas dos gigantes pétreos asiáticos ( China, Índia, Irão e Turquia ) e do Brasil, mas tendo este caído actual-mente em recessão, devido à crise da edificação norte-americana - , levando à queda da taxa de cres-cimento da facturação pétrea decorativa global em 2008 para apenas 2,8 %, contra os 19% de 2007, o que representa o maior declínio da recente história lítica.

Contudo a expansão global, sobretudo mercê do comportamento da China e da Índia, não surgiu in-terrompida em 2008, confirmando uma tendência ascendente de longo prazo testemunhada pelo facto de que no início do século XXI o intercâmbio dera lugar a um volume de negócios da ordem de 4,2 mil milhões de Euros; daí resulta que em poucos anos se apresentou efectivamente triplicado, com um au-mento de preço médio que emerge do confronto com as quantidades expedidas, cujo crescimento, embora significativo, se mostrou inquestionavelmente mais contido.

Importa sublinhar como estes números, bem lon-ge de trem uma simples valência estatística, embora significativa, demonstram que o SECTOR MUNDIAL DAS ROCHAS ORNAMENTAIS continua vivo e de boa saúde, não obstante os recuos patentes em diversos países, tais como a Itália, Portugal e o Brasil, apesar das previsões nem sempre favoráveis que por vezes vêm sendo formuladas por este ou aquele analista.

Pelo contrário, progressos globais como os conse-guidos pelas ROCHAS DECORATIVAS, embora por via de regra com taxas de crescimento muito diferentes de país para país, não deixam lugar para interpreta-

ções problemáticas mas confirmam que a secular tra-dição de sucesso dá sinais de prosseguir, certamente com pequenos recuos aqui mas grandes avanços aco-lá, tanto mais quanto busca fundamento em valores naturais únicos, exclusivos, inimitáveis e irrepetíveis, mas também nas prodigiosas conquistas da Ciência, da Técnica e da Tecnologia, cuja evolução se mostra imparável, tendo contudo presente que apenas DEUS é o Senhor da História e portanto da evolução da Humanidade em particular e do Universo em geral, regido pelos célebres dez anéis constantes físicas, às quais mais recentemente se vieram juntar as des-cobertas por Albert Einstein referentes à Mecânica Relativista, por Max Planck e Niels Bohr no campo da Mecânica Quântica e as respeitantes à teoria ató-mica, que vieram revolucionar o nosso Mundo.

3 - Contracção da Economia Mundial e Reflexos no Momento Pétreo

As previsões do FUNDO MONETÁRIO INTERNA-CIONAL (FMI) sobre a evolução da Economia Mundial durante o presente ano não se apresentam tais que levantem fáceis entusiasmos, de resto fora de lugar, ainda que não falte uma tímida clarificação.

Segundo as mais credíveis estimativas, no final de 2009 o Produto Interno Bruto ( PIB ) mundial deverá regredir cerca de dois pontos percentuais, com per-das máximas no Japão, onde se espera uma queda de 6,2%; na Europa Comunitária, onde se conta com uma retirada de 4,2%; e nos Estados Unidos da Amé-rica, aguardando a contracção de 2,8%.

De nada serve acrescentar que a Economia Mundial se encontra em condições de reduzir as perdas mercê do contributo decisivo da China e da Índia, para onde estão calculados aumentos respectivamente de 6,5% e de 4,1%, certamente inferiores aos anos anteriores de reconhecida euforia, mas largamente superiores aos melhores alcançados no Ocidente.

A Itália manifestou em 2008 um crescimento nulo e estima-se para 2009 um mergulho de 4,4%, supe-rior ao dos outros maiores países comunitários, com excepção da Alemanha, o tradicional motor propulsi-

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vo da Economia europeia, onde se espera uma queda de 5,6%.

Mas isto não chega: em 2010, sempre segundo avaliações levadas a cabo pelo FMI, deverá assistir-se a uma inversão de tendência e o PIB mundial poderá retornar a marcha ascendente, com um crescimento de quase dois pontos percentuais, devido uma vez mais ao contributo prioritário da China e da Índia; os E.U.A. permanecerão estacionários; e a Europa Co-munitária iniciará a recuperação, mas não sem dura-douro sofrimento, sobretudo na Itália e na Alemanha, onde se aguardam os declínios respectivamente de 0,4% e 1%.

Se estas previsões vierem a confirmar-se, não há razões para contentamento, porque se trata de que-das que vão acrescentar-se às precedentes, com inevitáveis efeitos negativos do género cascata nos domínios laboral, aumentando o desemprego, e dos consumos. De facto caindo o poder de compra das famílias, o comércio de bens de consumo definha.

Neste momento, ninguém sabe bem quais pode-rão ser os remédios, restando apenas a antiquíssima atitude de lançar o coração contra o obstáculo, arre-gaçando as mangas e procurando da melhor manei-ra colher nas dificuldades da conjuntura as ocasiões mais apropriadas para a modernização gestional, técnica e tecnológica em condições competitivas, segundo um modelo popular muito conhecido, que seria quase evidente se não tivesse que contar com as permanentes dificuldades creditícias e com a subs-tancial impossibilidade de financiamento próprio, devido à queda do volume de negócios e assim dos proveitos, com frequência com perdas maiores.

Assim sobressai uma forte razão que justifica as medidas de apoio em favor do mundo financeiro, mas que não mostra contrapartida na real disponibilida-de da banca para vir ao encontro das exigências dos produtores e dos distribuidores.

Em tais condições, não fica despropositado presu-mir que, depois de ter atirado o coração contra o obs-táculo, ninguém se arrisca a ultrapassar a estacada, a dar um salto em frente, com grande regozijo para os numerosos abutres prontos para devorar a presa.

Metáfora à parte, nada de novo surge no horizonte ao dizer que a recessão já deixou ao longo do cami-nho numerosas vítimas, especialmente no âmbito das pequenas e médias empresas (PME); embora doloro-sa, ocorre uma autêntica selecção natural (darwinis-mo económico), que a longo prazo poderia revelar-se vantajosa para os raros sobreviventes, mas que en-tretanto acaba por agravar as consequências da crise.

E assim não é possível dizer que estão completa-mente enganados aqueles que pensam na hipótese de deslocalização das suas fábricas para os países em vias de desenvolvimento e de reenvio dos investi-mentos, tendo em vista também a redução do pessoal e também com o objectivo de ir apalpando o caminho à frente, especialmente quando se verifica que aque-les que aplicam as medidas anti-cíclicas, são sempre, geralmente suspeitos.

Estes factos assumem particular relevância no SECTOR DAS ROCHAS ORNAMENTAIS.

Figuram nos antípodas os casos da Itália e da Chi-na: enquanto a primeira perde terreno em termos ab-solutos e relativos, a segunda tem revelado avanços espectaculares.

De facto a Itália vem perdendo quotas de merca-do, de tal maneira que referente ao produto acabado caiu de 42% em 1994 para 7% em 2008, enquanto a China viu crescer a sua quase exponencialmente. A fase reflexiva italiana em números absolutos eviden-cia uma situação de difusa incomodidade que não pode ser atribuída à conjuntura recente, ainda que a estagnação mundial se faça sentir.

As ROCHAS DECORATIVAS foram atingidas pelas consequências de uma procura global regressiva de maneira menos dramática do que aconteceu noutros sectores, demonstrando que o ramo pétreo à escala mundial goza de boa saúde e pode dispor de forte capacidade reactiva.

A regressão patente nalguns países, como a Itália e Portugal, tem muito a ver com a carência das ne-cessárias e imprescindíveis infra-estruturas, as difi-culdades creditícias, a solução técnica e económica do problema dos resíduos, melhor dizendo hoje re-jeitados, quer da extracção quer do processamento,

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a ausência substancial de uma política promocional orgânica e partilhada, sabendo-se que até agora na melhor das hipóteses se procede de maneira isolada, dispersa, com iniciativas de curto alcance e com ca-rácter episódico.

Um exemplo entre tantos outros diz respeito ás regiões produtivas, geralmente de costas voltadas, que á luz do específico interesse público deveriam estar ao serviço de todas as empresas e beneficiar do suporte institucional de todas as forças políticas e sociais, mas que na prática conduzem a um esquema que não funciona, arrastando-se penosamente numa apagada e inútil sobrevivência por falta de meios hu-manos e materiais.

Muitos industriais pétreos, recorrendo à metáfora precedente, lançaram o coração contra o obstáculo, e fizeram-no várias vezes, apesar das desilusões e das incompreensões de tal maneira pertinazes que leva-ram bastantes operadores a considerá-los à beira da traição.

Afigura-se provável que voltam a fazê-lo, mas prosseguindo desta maneira não será fácil perseverar, dada a ocorrência de muitos enganos, portadores de desastres.

Perante estes factos, urge actuar com sagacidade e com rapidez, de modo a prevenir novos e mais apara-tosos soçobros, conducentes á ruína económica.

4 - Aposta da Reactivação do Desenvolvimento Pétreo Decorativo

A crise que em 2009 atingiu o nosso SECTOR, na linha do declínio da Economia Global, embora com forte impacto, em primeiro lugar psicológico, não deve fazer esquecer que a expansão mundial da ac-tividade lítica ornamental, testemunha pelo seu an-damento histórico, vem manifestando uma tendência mais favorável que a de todo o sistema económico.

De 1995 em diante, exceptuando os acontecimen-tos de 2008 e de 2009, a tendência de crescimento tem sido constante, embora com algumas oscilações mais ou menos significativas da taxa de desenvolvi-mento: os próprios eventos de maior relevância, po-

tencialmente negativa, como os atentados contra as torres de Nova Iorque e o Pentágono, ou na guerra do golfo Pérsico, não acarretaram com sequências de vulto sobre a produção pétrea decorativa mundial, sobre no intercâmbio e sobre as utilizações.

Há muito tempo se vem dizendo que as ROCHAS ORNAMENTAIS são produtos de paz, e afirmação e certamente verdadeira; mas pode acrescentar-se que, exactamente enquanto tal, têm demonstrado saber superar melhor que outros materiais o impacto das mais variadas turbulências, se outras razões não houvesse, porque podem contar com um mercado universal; de facto já vivem na terra mais de 6 mil milhões de pessoas, que precisam de casas.

Esta realidade justifica a hipótese de uma prosse-cução do desenvolvimento por tempos indefinidos, bem para além da duplicação da produção útil e das utilizações actuais, que já foram estimadas para o ano 2015 e propostas em estudos anteriores.

Não aconteceu por acaso que se estimou para da-qui a dez anos – quando a população mundial, se-gundo as projecções da Onu, terá ultrapassado os 9 mil milhões de pessoas – um volume de utilizações pétreas decorativas superior a 5 mil milhões de me-tros quadrados equivalentes á espessura convencio-nal de 2 centímetros.

Trata-se de um objectivo que hoje parece bastante ambicioso, mas que no entanto resta muito inferior aos actuais níveis produtivos e distributivos da cerâ-mica concorrente.

De nada serve propor metas pré-estabelecidas, ain-da que realisticamente exequíveis.

Torna-se necessário, pelo contrário, procurar solu-ções válidas para os graves problemas que persistem em opor-se ao progresso do nosso SECTOR, que a manterem-se acarretam a impossibilidade de alcan-çar aqueles ambiciosos objectivos.

Revela-se assim imperioso cuidar da dotação de infra-estruturas funcionais, da armazenagem, valo-rização e aproveitamento económico dos resíduos, melhor dizendo, hoje rejeitados, da aposta na ne-cessária e imprescindível qualificação profissional, sem a qual as máquinas automáticas computoriza-

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das não funcionam, da obtenção a custo contido do financiamento dos investimentos indispensáveis para a modernização técnica e tecnológica capaz de in-crementar as produções e as utilizações.

Em certos países, especialmente do Terceiro Mun-do, o nosso SECTOR assume importante carácter estratégico, já reconhecido na Índia, mas também nalguns povos menores, onde foi assimilado ao dos materiais de primeira categoria, produzidos pela in-dústria mineira.

Não se trata da uma realidade de pequena impor-tância, uma vez que a classificação superior suben-tende o reconhecimento de normativas mais garan-tistas e incentivantes.

Está reservado ao nosso SECTOR resolver problemas de grande relevância, mas não faltam de um modo geral reservas geológicas de qualidade e em grande quantidade, sendo típica por exemplo a realidade da Turquia, onde já foram evidenciados volumes de ro-cha útil de muitas centenas de milhões de toneladas, e tendo presente a sua fraca dependência energética, o papel de uma tradição irrepetível, e também a fun-ção propulsiva das feiras e dos certames, que no últi-mo meio século forneceram um suporte promocional de ampla relevância internacional.

Muito resta fazer no campo associativo, onde as ROCHAS ORNAMENTAIS pagam dolorosamente as consequências uma excessiva parcealização em-presarial, diremos mesmo pulverização – na Itália a ocupação média situa-se em cinco trabalhadores por unidade produtiva, sendo estas condições análogas em diversas nações desenvolvidas - , acrescido isto da falta de organizações internacionais em condições de poder influenciar o poder político, catalogando e assumindo os problemas comuns, procurando encon-trar as melhores soluções.

Todavia nem tudo estará mal; de facto a reduzida dimensão das empresas pode assegurar alguns va-lores positivos, porque promove um empenhamento directo do momento empreendedor, põe a render os dotes de criatividade e de fantasia que desde sempre lhes são reconhecidos, e permite concretizar um diá-logo directo com os fabricantes de tecnologia, e so-

bre tudo com o utilizador pétreo final, de que resul-tam colaborações construtivas e de comum interesse.

As ROCHAS ORNAMENTAIS vêm sendo aprovei-tadas e utilizadas há milénios, logo vêm de longe e poderão chegar longe; as dificuldades e os problemas existem, mas a pedra sobreviverá.

Os industriais pétreos ornamentais afirmam com sérios motivos estar bastante preocupados com o an-damento da actual situação económica, cujos proble-mas mostram gravidade maior ou menor conforme o país atingido, mas de um modo geral pondo em prática juízos de valor muito semelhantes, uma vez que as condições são análogas.

Para muitas nações o ano de 2008 caracterizou-se pela estagnação pétrea, e nalgumas, como a Itália e Portugal assistiu-se ao declínio. Por outro lado alguns mercados propulsores, especialmente o norte-ame-ricano, manifestaram grave crise, em relação com o forte retrocesso da edificação, sabendo-se que a crise ianque-generalizada a quase todos os povos do planeta – teve início com escandalosa especulação imobiliária.

Estes factos bastam para comprovar a presença de um momento difícil, que deve ser enfrentado de maneira consciente e incisiva, com argúcia, coragem e determinação, sem medo excessivo, com razoável realismo, e apostando sempre na modernização téc-nica e tecnológica.

Cruzar os braços, lamentar-se sem nada fazer de positivo, constituiria uma desastrosa estratégia, que mais não faria senão agravar uma crise já penalizan-te.

No Sector Pétreo Decorativo a experiência com-prova a falência de semelhante atitude, uma vez que as estéreis lamentações não encontram o melhor acolhimento por parte das instituições governamen-tais; estas fazem ouvidos de mercador, e o seu erro fica a dever-se prioritariamente – e isso encontra justificação no desastrado e frequentemente pouco influente comportamento das associações da classe, quer na Europa, quer por esse mundo fora – à recu-sa em acreditar na importância estratégica do nosso SECTOR.

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No estado actual da evolução pétrea, torna-se absolutamente necessário arregaçar as mangas e desenvolver um sagaz, pertinente e oportuno leque de iniciativas, começando pela renovação gestional e tecnológica, pela inovação em termos de métodos, esquemas, sistemas, práticas, processos e modelos, por ganhos de produtividade e portanto de compe-titividade, passando por estudar e pôr em prática novas e revolucionárias técnicas de “marketing” e culminando com intervenções promocionais de am-plo espectro, em oposição á mera causa individual.

Não se apresenta menos relevante o lançamento da marcação de qualidade a nível mundial, bem como de outras assinaladas iniciativas que facilitariam o comércio internacional.

Protestar é compreensível, pelo menos como legí-timo desabafo, mas não basta para resolver os graves problemas patentes. Torna-se absolutamente neces-

sário integrar os legítimos protestos com sagazes e oportunas propostas, bem estruturadas, credíveis, válidas e exequíveis.

5 - Atitude Construtiva Expectante

Os últimos resultados conhecidos sobre o sector Mundial das ROCHAS ORNAMENTAIS colocam em evidência uma situação estagnante, e nalguns casos mesmo de retirada, como sucedeu por exemplo em Itália e em Portugal, com mergulhos maiores ou me-nores.

Esta realidade encontra-se relacionada com a crise da Economia do nosso Planeta, que arrastou consigo o descalabro da Edificação, principal utilizadora da pedra decorativa (75%).

Contudo outros sectores colaterais acusaram per-das globais bastante mais acentuadas.

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O fiel da balança continua a ser a China, em me-dida ainda mais volumosa do que no passado, mercê da alta incidência de 26% na produção pétrea deco-rativa global, pouco inferior ao nível do intercâmbio, onde se verificam ulteriores incrementos, contidos em quantidade, mas mais notórios em valor, benefi-ciando de apreciável subida de preço médio.

As coisas vão menos bem na Europa, designada-mente em Portugal e em Itália, tendo aqui às perdas no âmbito das quotas de mercado vindo a juntar-se outras mais graves em números absolutos. Com es-panto se constata que a Itália retrocede em quanti-dade.

Não faltam contudo alguns sinais que permitem prever balanços futuros mais satisfatórios: antes de mais, importa referir o bom comportamento das tec-nologias, e em particular das máquinas, que em 2008 manifestaram o incremento das exportações em qua-lidade e quantidade, confirmando que diversas em-presas estrangeiras vêm aproveitando a oportunidade conferida pela estagnação para levar a cabo a sua indispensável modernização técnica e tecnológica, privilegiando a automatização computorizada.

A Itália continua a beneficiar de altas cotações do seu produto acabado, bastante superiores ás de outros países, confirmando que a qualidade italiana continua a ser muito apreciada e em muitos casos preferida pela sua excelência.

Os transalpinos esperam ainda que o declínio das suas vendas no mercado norte-americano não ultra-passe as quedas relativas e absolutas de outros gran-des exportadores, como o Brasil nas rochas siliciosas e a Turquia nos travertinos .

A sensação prevalente é que os negócios se limi-tam ao curto prazo, pondo de lado toda e qualquer programação a grande distância no tempo, dada a incerteza da evolução económica, actuando os em-presários à defesa flexível, diremos mesmo elástica, que procura tirar o melhor proveito das oportunida-des ainda agora oferecidas pelo mercado, devendo empenhar-se exaustivamente, em cada caso mais do que nunca, em conseguir algum proveito para acudir às carências de tesouraria.

De resto, não é só a Itália que atravessa uma con-juntura crítica; idêntico fenómeno, embora com proporções diferentes, se verifica em Portugal e em Espanha; aqui existe uma forte queda nas vendas imobiliárias, da ordem de um milhão de unidades sem comprador, a edificação está paralisada, e o mercado interno atravessa a fase mais difícil dos últimos trinta anos, subindo o desemprego a mais de 4 milhões de trabalhadores, representando 18% da população ac-tiva, a taxa mais alta da União Europeia.

Somente raros países podem vangloriar-se da pos-se de condições económicas semelhantes às exibidas pela China; no campo pétreo ornamental a Coreia do Sul e o Japão evidenciam a queda quase total da res-pectiva actividade extractiva e transformadora, em consequência da importação maciça de artefactos líticos chineses.

Um velho adágio sustenta que a melhor defesa consiste no ataque, mas importa sempre saber se o adversário o consente. Se a desproporção de forças for grande, o adágio fracassa.

Efectivamente trata-se de uma táctica ao alcance de poucos contendores; à parte a China, o maior ex-tractor, o maior transformador, o maior importador, o maior exportador e o maior utilizador mundial de ROCHAS ORNAMENTAIS – mas por enquanto com um baixo “ratio per capita” - , apenas poucos povos podem seguir-lhes o exemplo, devendo destacar-se o Egipto, mercê de uma exportação de blocos (na sua maioria adquiridos pela China) em rápida ascensão; o Irão que dispõe de um mercado interno capaz de ab-sorver a esmagadora maioria da produção; a Turquia, um dos maiores produtores mundiais de travertino, mármore e calcário sedimentar bastante apreciado.

Também alguns países de segunda faixa progre-diram, mercê de amplas e intensivas campanhas de prospecção, pesquisa, reconhecimento, valorização e aproveitamento de apreciáveis recursos geológicos com rochas de qualidade e em quantidade, não obs-tante as dificuldades do mercado.

Atacar sem instrumentos adequados e capazes seria contraproducente, e equivaleria a fazer o jogo da concorrência; basta dizer que em Itália são muito

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realçadas mesmo as armas promocionais, ainda que tratando-se das mais acessíveis, e que na melhor das hipóteses não vêm sendo utilizadas da melhor ma-neira, faltando adequada coordenação e assumindo um carácter individual e episódico, sem impacto glo-bal, desperdiçando não poucas das escassas disponi-bilidades.

Por outras palavras, não restam muitas alternativas à defesa flexível, ainda que comportando o risco de deixar pelo caminho algumas vítimas de conhecido valor.

Em todo o caso, torna-se necessária a posse de uma ampla visão estratégica, no sentido de que se revela imperioso para cada operador dotar-se de adequadas armas e bagagens em cada momento para poder aproveitar, da melhor maneira possível as oportunidades oferecidas pela retoma, que chegará mais cedo ou mais tarde.

Torna-se então necessário pôr em prática planos unitários, encetar o diálogo construtivo com as es-feras governamentais, construir a paz sindical, em oposição ao confronto demagógico e estéril, recupe-rar a dinâmica empresarial a cargo de gestores saga-zes, competentes e experientes, capazes de planear, projectar, programar e combinar a melhor maneira possível os factores produtivos, e naturalmente de arriscar.

6 - Optimização da Produtividade

Os custos continuam a subir sem interrupção, a começar pelos referentes à mão de obra e à energia, que representam a maior incidência no domínio da indústria pétrea.

Pode dizer-se que actual conjuntura, sob este pronto de vista, não induziu consequências signifi-cativas, com algumas excepções que confirmam a regra, como a de alguns fretes marítimos nas grandes e longínquas rotas internacionais.

Salários e facturas constituem uma variável inde-pendente agora mais do que nunca, realçando a mar-ginalidade de bastantes empresas, e dando lugar, nos casos extremos, à terminação das relações de traba-

lho e à suspensão dos fornecimentos.À parte os aspectos contraditórios que se podem

verificar, não se descobrem alternativas fora do au-mento dos preços ou do crescimento da produtivi-dade.

A revalorização das cotações pétreas, como com-provam os últimos resultados das exportações de artefactos por parte dos maiores países do mundo lítico, constitui uma estratégia já existente, que está mudando as opções precedentes, embora com as limitações impostas pela concorrência, não esque-cendo nunca que em muitos casos se trata de ajus-tamentos aparentes, na medida em que escondem variações da composição dos lotes comercializados ou então simples flutuações cambiais, especialmente entre o Euro, o dólar e algumas moedas asiáticas.

A intervenção mais viável consiste em recorrer à produtividade, mesmo se em diversos países bastan-tes empresas já adoptaram este expediente, procu-rando optimizar os rendimentos das máquinas, redu-zir os tempos mortos, baixar a produção de resíduos, melhorar o manuseamento e promover transportes internos mais funcionais e mais rápidos, sem descurar a imprescindível qualidade do produto e a segurança.

Em teoria são sempre possíveis novos espaços de melhoria, mas presumem elevados investimentos, que a actual conjuntura torna problemáticos, tanto mais quanto o desenvolvimento do controlo numé-rico computorizado e da automatização já fizeram enormes progressos, conduzindo a saltos de qualida-de muito relevantes.

Devem também ter-se presentes os avanços no campo da robótica.

Aumentar a produtividade constitui um autêntico imperativo, mas no Sector Pétreo Decorativo, carac-terizado por excessiva parcelização, bem comprovada por uma ocupação média que em Itália não ultra-passa os cinco trabalhadores por empresa como já referimos, encontra um limite objectivo na estrutura de um grande número de empresas artesanais, onde o desiderato vem sendo conseguido na maioria das vezes, pelo alongamento dos tempos de trabalho fabril, envolvendo o titular, os seus familiares ou os

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sócios; também nestes casoscom manifestos limites, e não sem alguns riscos devido à excessiva confiança, ao facilitismo, ou à simples fadiga, especialmente na dura e penosa faina extractiva.

O objectivo é alcançável através de uma maior uti-lização da capacidade produtiva das máquinas que no nossos SECTOR se apresenta alta, mas que na prá-tica não pode ser total, por causa da especificidade de certas encomendas, executadas prioritariamente nas pequenas empresas.

O mesmo pode dizer-se para a tendência de tirar o máximo proveito dos consumíveis e em primeiro lugar dos abrasivos e dos discos diamantados, ainda que com alguns problemas de compatibilidade das rochas a tratar, devido a possíveis defeitos de corte e de po-limento.

Afigura-se compreensível que a actual situação económica não permita cuidada e atenta reflexão e antes exija soluções de emergência, mas é também verdade que seria oportuno, usando uma linguagem bastante gasta, trabalhar em conjunto, fazer sistema, no sentido de tentar economias de escala, levando a cabo aquisições em comum de bens instrumentais e de outros factores produtivos em condições compe-titivas.

Seria também muito útil governar o fenómeno sin-dical com acordos colectivos vincolantes pelo menos a nível sectorial; cuidar do acesso em grupo ao cré-dito bancário e confrontar-se com o poder financei-ro em condições mais igualitárias; estudar e pôr em prática eficazes iniciativas promocionais de carácter global, pondo de lado meras acções individuais – em-bora por vezes válidas – e substituindo-as por traba-lhos de grupo, associando-se convenientemente, sem o tradicional medo de favorecer a concorrência.

Trata-se certamente de iniciativas de impacto por vezes reduzido quando consideradas individualmen-te, mas juntamente podem assumir reconhecida efi-cácia.

É um facto que o futuro da Indústria das ROCHAS ORNAMENTAIS, particularmente nos países mais de-senvolvidos, se joga sobre a capacidade de optimizara oportunidade, que de modo nenhum significa actu-

ar sobre os tempos de depreciação do equipamento, descurar a segurança e o ambiente de trabalho, pres-cindir de adequada, permanente e exaustiva quali-ficação profissional em todo o ciclo produtivo, mais rigorosa nas pequenas unidades produtivas onde a osmose entre as obrigações é a regra.

Pelo contrário, um rendimento maior pode ser al-cançado através do conhecimento e da consciência de que existem sempre oportunidades para melhorar: por exemplo, com um diálogo mais frequente entre o industrial pétreo e o fabricante de máquinas, com a aquisição atempada de inovações tecnológicas que favorecem a competitividade, e por último, mas não o menos importante, com a efectiva unidade do nosso SECTOR; de facto a união faz a força.

7 - Pedra e Memória

Definir o produto pétreo decorativo como especial, o que frequentemente acontece, é antes redutivo, ainda que as ROCHAS ORNAMENTAIS tenham todo o direito a tal qualificação.

De facto os produtos líticos possuem a capacida-de de conservar as suas excepcionais características tecnológicas ao longo de milhões de anos e de pro-porcionar à espécie humana um valor civil de inegá-vel relevância e rara significação como o da memória.

Com efeito estes materiais com um valor inesti-mável são protagonistas do futuro e constituem a prova de uma sugestiva história geológica verdadei-ramente universal através dos fósseis que abundam nas rochas sedimentares, constituindo restos, rastos ou impressões de seres vivos animais ou vegetais, na maioria dos casos extintos.

Ao mesmo tempo desempenham uma função in-substituível como instrumento de comunicação: sem as mensagens postas na parede muita informação so-bre a Evolução da Humanidade ter-se-ia inevitavel-mente perdido, uma vez que pode reviver nos objec-tos, nos sarcófagos, nos monumentos comemorativos e assim fornecer esclarecimentos acerca da nosso história que de outro modo seria impossível possuir, e de maneira iniludível.

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Nos nossos dias o papel da comunicação torna-se ainda mais importante, valorizando ulteriormente o emprego da pedra, que tem sido facilitado através das prodigiosas conquistas da Ciência, da Técnica e da Tecnologia, a que atrás fizemos referência.

Tenham-se presentes as obras de arranjo urbano e a dotação dos espaços verdes com elementos estru-turais construídos com ROCHAS DECORATIVAS, com realce para bancos, fontes e mesmo algumas áreas de lazer para crianças e adultos, recantos de relaxação ou de gáudio, escorregadouros, taboleiros de xadrez – à semelhança da realização famosa de Marostica – e outros jogos ao ar livre, para além de pavimentos e o embelezamento de várias áreas de uso comum, em que se destacam as obras de arte e de bom gosto, como as estátuas.

Também isto constitui um contributo para a me-mória dos momentos felizes, embora breves e bas-tantes raros, e para o prosseguimento de um estilo de vida à dimensão humana, cuja exigência, dada a actual era de competição é cada vez mais necessária.

Tais utilizações do material pétreo decorativo, a que vêm juntar-se as de natureza funerária, em que a rocha acaba por perder o carácter estrutural para assumir o simbólico tornando-se matéria estritamen-

te ligada à recordação, fazem dela um produto que deixa de ter qualquer valência anti-decomposição e estática.

Pelo contrário, assume um conteúdo vivo e cheio de energia, inspirando-se, sob este aspecto, nalgu-mas grandes obras primas da arte plástica e na ideia de movimento contínuo.

Cumpre acrescentar que estas realizações não são possíveis de levar a cabo sem planificação, projecto e programação bastante inteligentes e flexíveis, em que a exigência prática se coloque lado a lado com a decorativa, e sem uma execução profissionalmente empenhada, confiada a fábricas em condições de po-der talhar com medidas rigorosas as peças especiais da estrutura ou do pavimento em mosaico.

Requerem-se ainda equipas de assentadores com-petentes e escrupulosos; e sempre que necessário, instaladores – cortadores capazes de combinar a téc-nica e a criatividade.

Trata-se de criar, basicamente, infra-estruturas de serviço público à disposição dos cidadãos, e assim de promover, juntamente com realizações conformes ao estado da arte,uma gerstão e uma manutenção óp-timas geralmente a cargo da Administração pública.

Está-se em presença de uma tarefa importante,

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quer na perspectiva da memória, quer na exigência não somente cultural de chamar a sensibilidade co-mum para o apreço concreto de materiais como as rochas, autênticos, genuínos, únicos, inimitáveis e irrepetíveis produtos da Natureza, em condições de eliminar muita confusão, incerteza e desinformação, destruindo ineptos preconceitos.

Ainda uma vez, o material pétreo decorativo, mer-cê de aplicações exclusivas de enorme relevância também a nível quantitativo para além do respeitan-te ao valor, pode comprovar a sua aptidão para levar a cabo realizações de índole funcional e decorativo, e ao mesmo tempo para prosseguir objectivos de desenvolvimento tanto mais actuais numa situação económica bastante difícil como a presente.

Pensar que obras projectísticas e profissionais de prestígio como aquelas referenciadas possam vir a contribuir decisivamente para a substancial melhoria dos estilos de vida e prestar um bom contributo à me-mória das futuras gerações, é certamente admirável e sugestivo, e constitui uma prerrogativa praticamen-te exclusiva da pedra, e que precisamente por esta razão deve ser inteiramente cultivada, valorizada e aproveitada.

Referências Bibliográficas

1 - BELATTI, Luciano – World Economic Recession and Re-percussion in Stone Moment. <<International Stone Maga-zine>>, nº281, Settembre-Ottobre, 2009.

2 - DANESI, Renato – A Feasible Development. << I. S. Ma-gazine,>> nº 281, Settembre – Ottobre 2009, Faenza (Itália)

3 - DAVINI, Pietro – Appropriate Plans of Action. << I. S. Magazine>>, nº 281, Settembre – Ottobre 2009, Faenza (Itá-lia)

4 - GRECO, António – A Broad Strategic Vision. << I.S. Ma-gazine>>, nº 281, Settembre – Ottobre 2009, Faenza (Itália)

5 - LOSI, Mattia – Increasing Productivity. <<I.S. Maga-zine>>, nº 281, Settembre – Ottobre 2009, Faenza (Itália)

6 - MARTINS, Octávio Rabaçal – Bases para o Desenvolvi-mento do Sector Pétreo Decorativo Mundial. Lisboa, Setem-bro de 2009. Em vias de publicação.

7 - MONTANI, Carlo – Stone 2009. World Marketing Han-dbook. Faenza Editrice, Faenza (Itália), 2009.

8 - MONTANI, Carlo – Importance of WORLD Stone Sec-tor. <<I.S. Magazine>>, nº 281, Settembre – Ottobre 2009, Faenza (Itália).

9 - NAPOLI, Silvana – Stone Sector 2008. Italian Industry and International Trends. Internazionale Marmi e Macchine Carrara, S.P.A., Carrara 2009.

10 - PONCI, Roberta – Stone and Remembrance. <<I.S. Magazine>>, nº 281, Settembre – Ottobre 2009, Faenza (Itália).

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Mercados

Markets

Nos últimos anos, o sector de construção civil vi-venciou na África um boom constante: empurrado pelo formidável desempenho da economia e con-tando com grandes projectos e infra-estruturais, os investimentos nos últimos oito anos cresceram a um ritmo de +8,5%, alcançando uma receita de 167 bilhões de euros (341 euros per capita).

Em 2008 o crescimento foi de 9,4%, o que é comparável a países como China (12,6%) ou Índia (14,9%). Em 2009, enquanto nos países industria-lizados foi observado um grave recuo nos investi-mentos (na Europa -7,9% e nos EUA -14,4%), e no conjunto da economia mundial um decréscimo de -2,6%, os números do “Sistema Informativo Mon-diale sul mercato delle Costruzioni” (SIMCO), me-didos até Outubro, apontam para um claro cres-cimento de 6% na África. O SIMCO é um sistema informático mundial focado no mercado da cons-trução, administrado pelo CRESME.

Para 2010 desenha-se, segundo esses prognósti-cos, uma aproximação da dinâmica verificada nos anos anteriores, da ordem de +7,6%. A razão de tal crescimento é investimento nos grandes projectos

ROCHA ORNAMENTAL PARA O MAGREBE

Por Alfredo Martini, CRESME*

e infra-estruturais que devem começar em breve e uma afluência forte de capital estrangeiro, sobre-tudo da Índia e da China. Em comparação, o cresci-mento mundial está estimado em +3,3%.

Em todos os países africanos em torno do Medi-terrâneo, verificou-se uma extraordinária dinâmica no ramo da construção e mesmo a médio e longo prazo as perspectivas apresentam tendências positi-vas no que diz respeito aos investimentos. Isso vale não apenas para as obras de engenharia, que lucram com grandes projectos, mas também para a cons-trução de imóveis privados, sobre os quais recaem um quarto dos investimentos na região. Para 2009 espera-se mais uma vez um crescimento acelerado na construção de imóveis privados. Entretanto, cui-dado com os números: o crescimento prognosticado de +22% também se deve a uma queda de -14% em 2008.

Sobretudo no Magreb, que compreende os paí-ses francófonos Marrocos, Argélia e Tunísia, o sec-tor da construção civil registou entre 2007 e 2009 uma trajectória extremamente vivaz e movimen-tada. Junto com os extraordinários resultados do conjunto das nações norte-africanas, seus acordos económicos e a vindoura Zona de Livre Comércio Euro-Mediterrânica, a região oferece grandes con-dições para o sector de construções italiano e seus fornecedores.

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Isso atinge especialmente o ramo de pedras na-turais. Especialmente no sector de construção de imóveis privados … existe um tremendo potencial. Os produtores italianos devem olhar com grande atenção o mercado norte-africano não apenas em razão dos prognósticos positivos para a construção civil ou para a economia em geral, mas também porque ali já existem empresas italianas activas, que podem melhorar suas condições de sucesso em outros projectos. Isso se aplica especialmente aos países francófonos.

As estatísticas de exportação comprovam que o sector já se movimenta nessa direcção e que já reconheceu o potencial do mercado magrebino. O valor das pedras naturais beneficiadas que rumam da Itália para o Magreb cresceu entre 2001 e 2008 em média +17% e alcançou a cifra de 55 milhões de euros. De fato, o índice de crescimento em 2008 correspondeu à média dos anos anteriores, mas mostrou um ímpeto menor do que em comparação com os resultados espectaculares de 2007 (+44% em comparação com 2006). Em relação ao volume, o índice de crescimento médio entre 2001 e 2008 foi de +13%.

Para os primeiros sete meses do ano de 2009, os

dados preliminares do instituto estatístico italia-no Istat apontam para um crescimento de +14% na exportação de pedras naturais em relação ao mesmo período no ano anterior. Esse crescimento contudo se deve exclusivamente ao aumento nos preços médios dos produtos, pois no que toca ao volume exportado houve um claro recuo de -36%. Atrás disso pode ser que se esconda um desloca-mento de demanda na direcção de produtos de maior valor agregado.

Para a indústria de pedras naturais Italianas o po-tencial de crescimento na África em torno do Me-diterrâneo é ainda maior. Em 2008 toda essa região representou uma participação de 5% nas exporta-ções de pedras naturais italianas. Para o Magreb es-pecificamente o percentual dessas exportações foi de apenas 3,2%. A penetração no mercado africano até aqui manteve-se surpreendentemente pequena em relação ao enorme potencial do continente: dos pouco mais de 104 milhões de euros exportados para lá, 84% teve como destino essa região norte. Apenas 17 milhões de euros destinaram-se à parte subsaarianas. Esses dividiram-se sobretudo entre Nigéria, África do Sul, Guiné Equatorial e Senegal.

Resumidamente, o Norte da África apresenta-se como uma região de grande potencial de cresci-mento económico e social, com um grande merca-do de mais de 157 milhões de pessoas e um sector de construção de mais de 40 bilhões de euros. Esse sector cresce anualmente a uma média de +7%. A indústria de pedras naturais italiana, fomentada também pelo extraordinário sucesso na exportação para essa região nos anos recentes, deve olhar com mais interesse para o mediterrâneo africano, alme-jando uma diferenciação mais forte nesses países

É possível afirmar que esses países sempre vão desempenhar um papel importante no plano inter-nacional. Nesse contexto fundem-se por exemplo os acordos de 1995 da Conferência Euro-Mediterrâni-ca, que determinaram para 2010 a criação de uma

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zona de livre comércio na região. É possível que esse prazo não seja definitivo. Em todo caso, com cerca de 40 estados e 600 milhões de consumidores, essa zona de livre comércio representará uma das maio-res regiões económicas do mundo.

* CRESME é uma organização sem fins lucrativos que desde 1962 pesquisa o sector da construção ci-vil.

NOTA DO EDITOR2:

O mercado do Magreb é neste momento um mer-cado estratégico para Portugal e em especial para o sector da Rocha Ornamental Portuguesa.

O Primeiro-ministro, Eng. José Sócrates, afirmou - Os países do Norte de África são para Portugal uma prioridade política e económica, num discurso na capital da Tunísia.

A região representa 6.000 milhões de euros em exportações, 2% do total das vendas portuguesas ao exterior.

O Grupo de Estudo Euro-Med-Atlântico publicou um estudo denominado “O PAPEL DE PORTUGAL NO MAGREBE - UM CAMINHO PARA UMA PARCERIA EURO-MED-ATLÂNTICA” da autoria de Pedro Este-ves1, este conclui que “Portugal reúne as condições,

através da mobilização dos organismos oficiais e Instituições da sociedade civil, para se assumir como ponte no intercâmbio de conhecimentos, pro-moção de iniciativas e concretização de programas com vista a apoiar os esforços de desenvolvimento regional no Magrebe. Este papel não está limitado ao Estado e deverá essencialmente abranger todas as instituições da sociedade civil, nas mais variadas áreas de actividade e da investigação.”

Para este papel destinado a Portugal a Facilidade Euro-Mediterrânica de Investimento e Parceria (FE-MIP), é fundamental. E segundo as informações do Ministério das fianças:

“A Facilidade Euro-Mediterrânica de Investimento e Parceria (FEMIP), criada em Outubro de 2002 e inserindo-se no mandato externo do Banco Euro-peu de Investimento (BEI), visa fundamentalmente a promoção do desenvolvimento económico e a es-tabilidade política e social dos Países Parceiros Me-diterrânicos (PPM), incidindo a sua acção sobretudo no apoio ao desenvolvimento do sector privado e à criação de um ambiente favorável ao investimento.

Estão abrangidos por este Instrumento os seguin-tes países: Argélia, Egipto, Faixa de Gaza/Cisjordâ-nia, Israel, Jordânia, Líbano, Marrocos, Síria e Tu-nísia.

Relativamente às facilidades e instrumentos ao serviço da FEMIP, destacam-se: (i) o Mandato ENP-MED, com garantia comunitária (2007-2013), (ii) a Facilidade para a Parceria Euro-Mediterrânica II, sem garantia comunitária (2007-2013), (iii) o enve-lope de capital de risco e assistência técnica, prove-niente do orçamento comunitário (2007-2010), (iv) o Fundo de Assistência Técnica, e (v) o Trust Fund da FEMIP, com recursos provenientes das contribuições dos Estados-membros e da Comissão Europeia.

A estrutura da FEMIP organiza-se da seguinte forma: (i) o Conselho Ministerial, de nível Ministe-

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rial, reúne uma vez por ano, afigurando-se como um quadro formal de debate de reformas no que con-cerne ao desenvolvimento na região Mediterrânica; (ii) o Comité FEMIP, no qual estão representados os Estados-membros, os países parceiros e a Comissão Europeia, está incumbido de debater a estratégia da FEMIP e o relatório anual, bem como tecer opiniões e comentários relativamente à estratégia sectorial da FEMIP e à disponibilização de novos produtos fi-nanceiros; reúne 2 a 4 vezes por ano, desde 2007; e (iii) realizam-se igualmente algumas conferências temáticas, sobre questões consideradas relevantes para o desenvolvimento dos PPM.

A FEMIP disponibiliza essencialmente três tipos de produtos:

(i) Empréstimos: em forma de (a) linhas de cré-dito concedidas aos parceiros financeiros do BEI a nível local para posterior afectação a investimentos de PME, na forma de empréstimos a longo prazo ou tomadas de participação, e (b) empréstimos in-dividuais, para apoio ao desenvolvimento de infra-estruturas nos PPM, com especial ênfase concedida ao crescimento do sector privado e à criação de um ambiente favorável ao investimento. A FEMIP pode-rá igualmente recorrer ao Envelope Especial FEMIP, enquanto mecanismo de apoio a operações de risco mais elevado do que o habitualmente aceite pelo Banco;

(ii) Contribuições de capital, com vista a reforçar os capitais próprios das empresas e catalisar a par-

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ticipação de parceiros em co-empresas, e também para apoiar a implementação de fundos de investi-mento ou de fundos participantes locais; e

(iii) Assistência técnica, baseada em dois instru-mentos: (a) o FEMIP Support Fund, que visa apoiar projectos já previamente identificados, podendo este apoio ser providenciado nas várias fases do projecto, e (b) o Trust Fund FEMIP.

O Trust Fund, cuja constituição data de 2004, visa sobretudo o desenvolvimento do sector priva-do nos PPM, incidindo a sua actividade no apoio a projectos que, dado o seu tipo, risco e dimensão, não se enquadram no tipo de operações financiadas com base em recursos do orçamento comunitário. O Trust Fund presta o seu apoio os PPM na forma de assistência técnica e estudos, bem como através de operações de capital de risco, em especial ope-rações que envolvem micro financiamento, fundos para constituição de PME e micro empresas, sendo concedida particular atenção aos sectores financei-ro, energia, água e saneamento, transportes e re-

cursos naturais. No final de 2008, o montante total deste Trust Fund ascendia a EUR 34 516 milhões, tendo Portugal efectuado uma contribuição de EUR 1 milhão.

A participação de Portugal, quer no Comité FE-MIP, quer na Assembleia de Doadores do Trust Fund da FEMIP, é assegurada pelo Gabinete de Planea-mento, Estratégia, Avaliação e Relações Internacio-nais, do Ministério das Finanças e da Administração Pública. Por seu turno, o Conselho Ministerial FEMIP conta com a presença do Senhor Ministro de Estado e das Finanças.”

1Membro do GEEMA. Mestre em Ciência Política e licenciado em Relações Internacionais. Entre os cur-sos de formação complementar, destaca-se o Cour-se on International Security (1996) na University of St. Andrews (Escócia). Publicou trabalhos de inves-tigação e proferiu palestras no âmbito do Centro de Estudos do Magrebe (CEMAG). Trabalhou no Magre-be, em especial em Marrocos e Argélia. Consultor.

2Revista Rochas & Equipamentos

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Entrevista

Interview

ENTREVISTA DR. MIGUEL GOULÃO

Miguel Goulão, Vice-Presidente da ASSIMAGRA, em conversa com a Rochas & Equipamentos, fala da importância da internacionalização do sector, do re-conhecimento do Cluster e da necessidade de união para vencer os desafios.

Rochas & Equipamentos – Pode contar-nos um pouco do seu percurso até assumir a vice-presidên-cia da ASSIMAGRA?

Miguel Goulão – Vou-me apenas cingir ao último ano antes de assumir funções de secretário geral na associação, e na realidade, eu pouco conhecia sobre este sector de actividade. Mas, enquanto ocupei o cargo de chefe do gabinete do secretário de Estado do Ambiente e do Ordenamento do Território, depa-rei-me com um conjunto de problemas que o sector vivia na altura, como, por exemplo, os licenciamen-tos de pedreiras, areeiros, Barreiros e afins. De certa

forma, isso obrigou-me a estabelecer contactos e a ganhar um maior conhecimento sobre o sector. Mais tarde, quando saí, fui convidado para ocupar o cargo de secretário-geral da ASSIMAGRA. O pro-jecto era muito aliciante. Um novo e grande desa-fio. Hoje, aqui estou. E, quando olho para trás, vejo como é reconfortante todo o conhecimento que eu adquiri e como isso me permite ter uma abordagem em relação a muitos outros assuntos completamen-te diferentes dos que eu estava habituado a lidar. Tenho que reconhecer que este sector ensina-nos muito, aprendi muito, e quando chegar o dia de partir vou concerteza levar muitos amigos comigo, conheci gente notável neste sector, com grande ca-pacidade, grande coragem e dedicação, aproveito para agradecer a todos aqueles, que todos os dias me ajudam neste percurso, que nem sempre tem tido dias fáceis.

R&E- Quais foram os objectivos que traçou para a ASSIMAGRA quando aqui chegou?

Miguel Goulão – Bem, quando aqui cheguei, a minha principal missão foi concluir todos os pro-jectos que a Associação tinha em mãos, estávamos em final de quadro comunitário de apoio, existiam compromissos, era importante cumpri-los. Depois dessa tarefa cumprida, à cerca de 2 anos começá-mos a organizar uma nova estratégia. Estratégia essa que começará a ser visível no decurso deste ano de 2010, visível na perspectiva dos resultados. E penso que quando o sector a apreender verdadeira-mente vai sair mais fortalecido e capaz de enfrentar os grandes desafios da competitividade.

R&E- Quais são os desafios que a ASSIMAGRA tem pela frente?

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Miguel Goulão – Os desafios são muitos. A As-sociação tem parcos meios para fazer muita coisa ao mesmo tempo. E é por isso imperioso definir com muita clareza quais são as nossas prioridades. Ne-cessitamos de recorrer a recursos externos para per-mitir a execução das nossas tarefas o que por norma sucede através dos quadros comunitários de apoio para termos uma ideia mais clara, os mesmos cor-respondem a 84% das receitas totais da Associação. Mas, sem dúvida, o primeiro desafio da Associação é representar o sector da pedra natural na sua glo-balidade, contribuindo para a satisfação dos nos-sos Associados, disponibilizando o que necessitam e preferem no mais curto espaço de tempo, criando valor e fazendo-o melhor que todos os outros.

R&E – E quais são os projectos da Associação?

Miguel Goulão – Entre muitos, talvez o mais importante, seja o projecto de internacionalização do sector da pedra natural. É um grande objectivo. Portugal tem que ganhar capacidade de exportar. Só assim teremos viabilidade. O nosso modelo de desenvolvimento económico não pode ser outro. E quando falamos de um sector que tem dentro de si, por exemplo, os mármores do Alentejo, que têm aceitação em todo o mundo. Um produto natural, com características únicas, com uma identidade muito própria. Que por isso à partida lhe confere uma competitividade enorme, não poderemos dei-xar de ter outra postura que não o de apoiar for-temente a internacionalização do Sector. Mas isto confere-nos depois outra responsabilidade que é a da sustentabilidade ambiental. Este, outro gran-de desafio do Sector, e que tem merecido da nossa parte uma atenção enorme. Confesso que tenho um sonho que gostaria de concretizar, ajudar o sector a não ter desperdícios. E acredite que acho que é possível tal desiderato.

Mas para que isso aconteça, teremos que ter a capacidade de valorizar aquilo que hoje é conside-rado um resíduo no sector, para isso importa valo-

rizar toda a fileira da pedra da forma mais correc-ta, fugindo ao modelo tradicional de a montante a exploração para efeitos ornamentais e a juzante a exploração para efeitos indústrias e ponto final tudo o resto é desperdício e vamos deixando-o amonto-ado sem ter a capacidade de o valorizar. Esse é sem dúvida um grande desafio que o Sector terá que vencer.

Temos dado alguns passos decisivos nesse cami-nho, hoje o sector tem já constituídas 3 entidades gestoras de resíduos, mas ainda existe um longo ca-minho a percorrer, e é precisamente aí que nos en-contramos actualmente na busca de soluções ino-vadoras para a resolução destes problemas, estou em crer que em breve teremos boas novidades, mas não queria ainda adiantar muito sobre as soluções que estamos a estudar para implementar.

R&E- Além da internacionalização e do ambiente,

quais são os outros projectos?

Miguel Goulão – Como sabe, somos um sector fortemente consumidor de energia eléctrica, gosta-ríamos de ser olhados como um sector que se preo-cupa em encontrar soluções alternativas ao actual paradigma de consumo de energia. É por isso que estamos neste momento, a elaborar um estudo que visa conhecer o modelo de fornecimento energético do sector, através de medições de consumo e com-portamento das maquinas mais usuais na indústria, de modo a termos a factura de consumo energética do sector. Assim, teremos em mãos mais uma ferra-menta para avaliar uma alternativa de energias de fontes renováveis que se apliquem melhor ao sector da pedra. No final do ano, o estudo estará concluído.

Também, não posso deixar de falar de uma gran-de vitória que o sector alcançou. A aprovação do Estatuto Reconhecimento do cluster do sector da pedra natural, que dessa forma, pretende dinamizar e promover todas as actividades com ele relaciona-do. Temos consciência que não temos a dimensão

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e o apoio que outros sectores têm. Mas tivemos a capacidade de conseguir um reconhecimento que nos dá condições de mostrar que o nosso sector é fundamental para a economia portuguesa. Este pro-cesso de reconhecimento do Cluster é uma ferra-menta fundamental para requalificar e reorganizar o sector.

O Cluster da Pedra Natural foi o resultado da con-certação estratégica de todos os actores que inter-vém directa ou indirectamente no Sector da Pedra Natural, foi sem sombra de dúvidas uma das gran-des virtualidades da estratégia delineada para esta vitória.

R&E - Acha que o Alentejo precisa de uma aten-ção especial da ASSIMAGRA neste momento?

Miguel Goulão - Não só o Alentejo. Pêro Pi-nheiro, por exemplo, está a atravessar uma crise tremenda e aí com maior dificuldade por parte da nossa intervenção porque o quadro comunitário não apoia projectos desenvolvidos nesta região. Portan-to, tudo que quisermos desenvolver em Pêro Pinhei-ro tem que ser financiado pelas empresas. O sector da pedra natural é muito específico com questões de impacto ambiental muito próprias. Pêro Pinhei-ro precisa de uma zona industrial que requalifique todo o sector. Podemos criar condições de requa-lificar o sector. Através de uma política de orde-namento do território adequada em Pêro Pinheiro consegue-se financiar o sector. Por outro lado urge criar uma zona de protecção ao Lioz sob pena da construção desmesurada se encarregar de acabar com o que ainda existe.

Outra zona à qual temos dado particular impor-tância é a zona das serras de Aire e Candeeiros, no que concerne a toda a política de ordenamento do território, temos tido uma intervenção muito forte, penso que claramente reconhecida pelo sector.

Mas voltando à sua questão, é óbvio que o Alente-

jo também ele necessita de uma particular atenção, até porque um Alentejo pujante e forte significa um sector mais capaz de corresponder aos desafios da competitividade, estou profundamente convencido que o Mármore do Alentejo vai conhecer de novo os tempos áureos, dos quais todos temos saudades, uns por umas razões outros por outras.

R&E - Qual é a percentagem das empresas no Alentejo associadas à ASSIMAGRA?

Miguel Goulão – Posso dizer-lhe que, das pe-dreiras em funcionamento no Alentejo quase todas são nossas associadas. Ao nível da transformação isso não se verifica. Há um conjunto de empresas de dimensão diminuta que não é associada da AS-SIMAGRA.

R&E- Qual é a relação que a ASSIMAGRA man-tém com as empresas do Norte?

Miguel Goulão – A Associação não tem uma De-legação no norte do País e essa ausência ditou um afastamento entre nós. Para que as relações fossem melhores era fundamental estar lá. A ASSIMAGRA tinha um selo de ser uma associação do Sul e tinha razão de ser. Agora, ao iniciarmos este novo ciclo, acredito que vai ser possível criar um processo de aproximação entre todos. É provável, que com este projecto de internacionalização se consiga estabe-lecer uma primeira relação e ultrapassar as barrei-ras. Com a ANIET, isto tem vindo a ser alcançado, e, temos, inclusive, trabalhado em projectos comuns. Mas, há ainda um longo caminho a percorrer por-que existem outras associações. E a essas ainda não chegámos lá. Mas, no futuro, creio que alcançare-mos a unidade do sector da pedra natural do ponto de vista associativo.

R&E - Acredita numa futura fusão entre a ASSI-MAGRA e a ANIET?

Miguel Goulão - Estou certo que uma união en-

63ROCHAS & EQUIPAMENTOS

tre as Associações serve melhor o sector. Embora sejam duas realidades completamente diferentes. A ANIET representa sobretudo o ramo industrial e mi-neiro, e nós, ASSIMAGRA, a rocha ornamental. Este processo de fusão visará a melhoria da qualidade dos serviços prestados aos associados. Juntos, pas-saremos a representar todo o conjunto da indústria extractiva e transformada em Portugal, com uma maior capacidade de influenciar, de corresponder melhor assim às expectativas dos Sector.

Penso que o sector merece uma maior capacidade de intervenção, e estou certo que essa fusão a acon-tecer, ajudará nesse desígnio, se os associados da ASSIMAGRA o desejarem, estarei na primeira linha dessa união.

R&E - Qual é a análise que faz sobre a Lei das Pedreiras - Decreto-Lei 340/2007 de 12 de Outubro?

Miguel Goulão - A lei tem um princípio mui-to positivo. Este diploma prevê a compatibiliza-ção do ordenamento do território com o estatuto da actividade. O nosso sector depende, como é do conhecimento de todos, do ordenamento do terri-tório em grande medida. Mas, os instrumentos de gestão do território estão desactualizados, caducos. Aquilo que tem acontecido, na prática, e não são alguns casos pontuais, com esta nova adaptação, é que muitas das pedreiras ultrapassaram os limites concessionados, com necessidades efectivas e pre-mentes de adaptação a um novo ordenamento para o território, que infelizmente urge em entrar na or-dem do dia das entidades competentes. Na prática e em suma o sector não encontrou neste decreto-lei a ajuda que necessitava, e que se pressuponha no inicio de todo o processo, por isso o balanço que faço é muito negativo.

O que temos feito, para ultrapassar tais situações, é no caso a caso, o que nem sempre é a melhor solução. Uma possível solução, para este impasse, é a criação de uma licença provisória com base em

uma certidão que garanta que numa futura revisão de PDM´s, aqueles locais vão ser alterados para a indústria extractiva. Mas, para tal acontecer, é ne-cessário criar as condições para que o ordenamento seja modificado, e aí estamos a trabalhar de uma forma integrada e com uma estratégia clara que penso que já tem dado os seus frutos, mas que no médio prazo, esses frutos serão muito mais eviden-tes.

R&E - Que mensagem deixa aos empresários do sector da pedra?

Miguel Goulão - Somos um sector que tem que olhar para os problemas em conjunto. Temos que ter uma capacidade de união para vencer os desafios. Gostaria que Associação pudesse ser esse veículo de união, com um objectivo em mente “ganhar hoje e vencer sempre” para que todos ganhem todos os dias.

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Empresas

Companies

A revista Rochas & Equipamentos foi conhecer a Eurogranipex, filial europeia do Grupo Granipex-Arar, o grupo com sede localizada no Rio de Janeiro, próximo do porto como o nome da cidade é um dos maiores portos do Brasil, o grupo apresenta-se com um eficiente programa de logística que distribui os seus materiais para todo o mundo.

O grupo é sinónimo de qualidade e beleza dos produtos que exporta para o mundo inteiro. Ardó-sias, Quartzitos, Granitos e pedras naturais brasi-leiras.

O Grupo Granipex ARAR foi fundado em 1968 por um jovem imigrante português, Arlindo de Sousa, que foi para o Brasil e atraiu-se com a diversidade de rocha ornamental brasileira. Abriu uma empresa de comércio de pedras para revestimento na cidade

do Rio de Janeiro. Com a expansão dos negócios, investiu em pedreiras próprias, consolidou-se no mercado interno e externo e é hoje uma das prin-cipais exportadoras de ardósias e quartzitos bra-sileiros. Exporta para mais de 35 países, nos cinco continentes, e continua em constante crescimento e escolheu Portugal para abrir sua primeira sede fora na Europa.

O grupo possui de momento 8 pedreiras e 3 uni-dades industriais – uma em Felixlândia, uma em Caxambu e uma em Congonha do Norte, todas no Estado de Minas Gerais, Brasil - e um escritório cen-tral na cidade de Rio de Janeiro. Contamos agora com uma nova pedreira de quartzitos que vai lançar a linha dos quartzitos Savanah e Platinium.

Para melhor conhecer a Eurogranipex e a sua es-trutura, conversámos com o Sr. Armando de Sousa, vice-presidente do grupo.

EUROGRANIPEX“Achamos que o sector pode ser mais atractivo se houver uma maior união entre as empresas de pedras visando a projecção internacional.”

Armando de Sousa

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R&E – Que filosofia segue a empresa?Armando de Sousa - A filosofia do Grupo Grani-

pex-Arar, é oferecer um produto de alta qualidade, com serviço, que garanta a satisfação total do nos-so parceiro comercial.

Toda linha de trabalho é dirigida e efectuada por pessoal altamente qualificado e uma linha de equipamentos moderna de maneira a responder a todas as exigências do mercado. Todo o material é embalado com madeira Pinus Elliotis, proveniente de programas de reflorestamento. Possuímos ainda um programa de restauração ambiental, num com-promisso com o meio ambiente.

O nosso grupo tem muito orgulho de como se posiciona perante a responsabilidade social. Para além de acções sociais junto de creches de comu-nidades carentes no Rio de Janeiro, promovemos eventos educacionais para a comunidade em Mi-nas Gerais, como concursos de redacção, bolsas de estudo e a organização de eventos desportivos. Criando uma sinergia na comunidade que nos ser-ve, dos nossos empregados e suas famílias, pau-tando por uma gestão familiar transparente mas sempre pró-activa na identificação das necessida-des do mercado.

Temos a sensibilidade para retribuir à natureza uma parte do que ela nos fornece. O grupo pos-sui hoje uma reserva ecológica de 150 hectares, não utilizamos produtos químicos na extracção e transformação das pedras naturais e os líquidos

resultantes passam por um processo de reapro-veitamento e reciclagem. Mais de 80% da água utilizada é reaproveitada através de uma bacia de decantação. Os detritos de quartzito são todos re-aproveitados e parte são doados para o município local para melhoramentos de ruas e calçadas.

R&E - O que os levou a criar a Eurogranipex?Armando de Sousa – A Eurogranipex foi cria-

da para melhor atender a necessidade dos nossos clientes e do mercado que cada dia mais precisa de um stock permanente para entregas rápidas e man-ter ao alcance do cliente toda variedade de cores, tamanhos e acabamento dos nossos produtos e di-vulgação de toda linha de nossos produtos. Através do nosso armazém na Venda do Pinheiro, Lisboa, interagimos com os nossos clientes, damos o supor-te técnico e alternativas para todos projectos, além de apresentar soluções de logística desde a nossa pedreira para toda a Europa ou mesmo para todo o mundo.

R&E – Que materiais e produtos agregam o leque de oferta da Eurogranipex?

Armando de Sousa – A Eurogranipex conta com uma larga gama de materiais, no leque actual de ofertas posso mencionar as Ardósias de cor verde, vinho, preta, cinza, multicor e exótica; Quartzitos amarelos, rosa, verde e branco; contamos ainda com o Gnaisse, Pedra Sabão, Calcários e temos ainda um a Morayma ou Morisca.

Produzimos ladrilhos, chapa, telhas, peças cut

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to size, pavimentação vária e cacos. Com todos os tipos de acabamento disponíveis no mercado e ma-terial calibrado, produzimos e exportamos ardósias de alta qualidade de acordo com as normas inter-nacionais.

R&E - O que deferência neste momento a Euro-granipex?

Armando de Sousa - Controlamos todo o pro-cesso dentro de nossa empresa, desde a pedreira, transformação, acompanhamento logístico na saída do material nos portos Brasileiros e a chegada da carga na Europa, através do Porto de Lisboa, garan-tido assim a qualidade total dos produtos e serviços.

R&E - Porquê neste momento e porquê Portu-gal?

Armando de Sousa - Esse projecto de expansão para Europa já existe a algum tempo, mas vimos nesse momento de crise actual no sector, uma opor-tunidade para avançar, já que através da Eurogra-nipex oferecemos um stock permanente aos nossos parceiros, podendo assim contribuir para a redução de custo e desenvolvimento de novas oportunidades de negócio.

Porque Portugal? Para os empresários Brasileiros, Portugal é a considerado a porta de entrada da Eu-ropa, por ser um país magnífico com laços muito fortes com Brasil, além de ter uma grande tradição no sector de pedras com reconhecimento mundial.

R&E – Que dificuldades observaram até ao mo-mento e quais têm sido a as vantagens?

Armando de Sousa - As dificuldades foram mais no sentido da crise mundial no sector do que real-

mente em estabelecer o negocio. A grande vanta-gem de estar em Portugal, é estar em um sector de rochas ornamentais muito desenvolvido, com gran-de tradição e experiencia na transformação, pelo que já estamos construindo forte parcerias.

R&E - O que falta para este ser ainda mais atrac-tivo, na sua opinião?

Armando de Sousa - Achamos que o sector pode ser mais atractivo se houver uma maior união entre as empresas de pedras visando a projecção inter-nacional. Também é necessário desenvolver novas tecnologias para que, cada vez mais, consigamos através da Pedra Natural, criar oportunidades para uma arquitectura sustentável.

R&E - Como tem sido a resposta do mercado europeu aos vossos produtos?

Armando de Sousa - As pedras Brasileiras tem uma grande aceitação na Europa que já importa esses materiais a muitos anos e o mercado tem se mostrado crescente.

R&E – É vosso objectivo no futuro transformar os vossos materiais em Portugal?

Armando de Sousa - O nosso projecto na Europa através de Portugal é fundamentalmente de distri-buição e divulgação de nossos produtos e desenvol-ver parcerias com empresas de transformação.

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R&E – Para findar a nossa entrevista gostaria de saber como antevêem o futuro do sector a nível glo-bal nos próximos anos, qual será a vossa estratégia?

Armando de Sousa - Acreditamos que nos pró-ximos anos haverá uma “retomada” no sector imo-biliário mundial com destaque para o Brasil e nossa estratégia e estar cada vez mais próximos da ne-cessidade dos clientes e das grandes oportunidades. Para tal assumir um serviço de excelência na satis-fação de nossos clientes e apresentação de soluções sustentáveis.

R&E - Qual a vossa resposta em termos de en-comendas?

Armando de Sousa - Estamos atentos as todas as oportunidades, desde os projectos de arquitectura aos stocks dos nossos parceiros e procuramos nos antecipar às necessidades de materiais reduzindo assim o tempo de entrega.

R&E - Além da Europa, têm em mente outros mercados?

Armando de Sousa - Além do projecto comercial na Europa, temos ainda como projecto a divulgação e exportação de pedras Portuguesas para as Améri-cas, Ásia e África.

Boas Práticas

Best Practices

ROCHAS & EQUIPAMENTOS70

CANAL ABERTOCoordenação: A. Casal Moura

Colaboração: Laboratório do INETI e Cevalor

Estou com dificuldades em elaborar o Manual de Controlo da Produção em Fábrica que me é exigido pelas actuais disposições legais. Poderá indicar-me que rubricas deverei contemplar?

Um esquema orientativo para a estrutura de um Manual de Controlo da Produção em Fábrica aplicável à pedra natural é o seguinte:

− Disposições gerais− Organização

− Responsabilidade, autoridade e competências − Gestão da produção

− Diagrama(s) de produção− Controlo das matérias-primas em bruto− Controlo do equipamento de produção− Processo de produção

− Inspecções e ensaios de controlo− Generalidades − Os ensaios e o equipamento de ensaio− Frequência das verificações de controlo e dos ensaios

− Controlo de documentos e registos − Controlo de produtos não conformes − Marcação CE e rotulagem

O Manual não obedece a uma redacção rígida, até porque será variável consoante o estabelecido em cada Norma de produto, mas, no entanto, deve focar o seguinte:− Disposições geraisNeste ponto deve ser referido o objectivo e âmbito de aplicação do manual e convém constar uma breve descrição das instalações, o que se produz e como se produz e uma representação esquemática do “lay-out” da fábrica. As páginas do Manual devem ser autenticadas com a rubrica do responsável máximo. − Organização Apresentar um organigrama funcional que contenha os diversos níveis de responsabilidade e indicar o prin-cipal responsável pelo controlo da produção.− Gestão da produção

- Indicar o(s) Diagrama(s) de produção;- Identificar o Pessoal ao serviço em cada sector, respectivas atribuições e os responsáveis sectoriais;- Indicar os Procedimentos para o controlo das matérias-primas em bruto e da sua origem;- Indicar o(s) Procedimentos para o controlo do equipamento de produção (manutenção e regulação do

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equipamento);- Descrever as diversas fases de produção, bem como as verificações a realizar em curso de produção e nos

produtos acabados.− Inspecções de controlo e ensaios Este capítulo deve conter as seguintes rubricas:

− Generalidades, onde, para além da enumeração das acções de inspecção e dos ensaios de controlo, deve ser indicado quem está habilitado para as realizar;

− Frequência mínima dos ensaios de tipo inicial, em conformidade com as indicações fornecidas em cada uma das Normas de produto, e indicação de quem os realiza;

- Procedimentos para verificações e ensaios durante a produção, tendo em conta as Frequências mínimas das amostragens, das verificações de controlo e dos ensaios indicadas nas secções das Normas de produto que tratam do Controlo da Produção em Fábrica;

- Equipamento e aparelhagem existente para ensaios e designação do pessoal habilitado para efectuar cada um dos ensaios requeridos. O equipamento e a aparelhagem devem ser identificados, periodicamente calibrados e utilizados de acordo com procedimentos documentados.− Controlo de documentos e registos Deste capítulo deve constar:

- O Arquivo dos registos das calibrações do equipamento e da aparelhagem de ensaio;- O Arquivo dos registos dos resultados do Controlo da Produção em Fábrica, com a informação dos sectores

onde se realizou cada amostragem, a data, a hora e os produtos ensaiados, tal como quaisquer outros factos relevantes, mas, pelo menos, o seguinte:

a) identificação do produto ensaiado;b) informações sobre a amostragem: - local e data e hora da amostragem; - identificação do lote da produção amostrado; - frequência das amostragens; - formato e quantidade de elementos amostrados;c) métodos de ensaio utilizados;d) resultados dos ensaios efectuados.

- Os Procedimentos com vista à conservação dos registos pelo menos durante o período de tempo fixado pelos regulamentos vigentes (normalmente um mínimo de 2 anos para os registos de produção e inspecção e de 5 anos para os registos de transacções);

- As Acções empreendidas caso o produto inspeccionado ou ensaiado não satisfizer os requisitos prefixados (por exemplo, a adopção de medidas correctivas para alterar o processo de produção, seguidas da repetição da verificação ou do ensaio (ou dos ensaios) em que foi detectada a não conformidade:

- O Registo e tratamento de eventuais reclamações.− Controlo de produtos não conformesEste capítulo deve conter:

- O Registo de todos os casos de não conformidade, da investigação da causa e da decisão tomada (repro-cessar os produtos, reclassificá-los ou rejeitá-los);

- Os Procedimentos de identificação inequívoca e de controlo das existências de produtos não conformes ou reclassificados.− Marcação CE, rotulagem e armazenagem

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Este capítulo engloba: − Os Procedimentos para marcação, rotulagem e embalagem de acordo com as indicações fornecidas na

secção pertinente da Norma de produto aplicável;- Os Procedimentos para o controlo dos produtos durante a armazenagem (por exº, para verificar se o

produto se deteriorou ou não) e para assegurar a rastreabilidade dos produtos armazenados (pelo menos o conhecimento da(s) data(s) de fabrico e as quantidades existentes).Sublinha-se que, entre os requisitos para o Controlo da Produção em Fábrica de todas as Normas dos pro-dutos de construção em pedra, também está incluído o controlo das características do aspecto através de exame visual (comparação com uma amostra de referência), a realizar em cada lote produzido.Embora seja uma tarefa que, certamente, irá dar algum trabalho, estou certo que a redacção do Manual estará ao seu alcance porque já possuirá disposições internas para o cumprimento de muitas das rubricas referidas. Bastará enquadrá-las devidamente no documento!

Informação

Information

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Guia de Aplicação de Rochas em Revestimentos

Na última edição da feira de Vitória, no Brasil, foi apresentado o “Guia de Aplicação de Rochas em Revestimentos”, obra da autoria dos geólogos Cid Chiodi Filho e Eleno de Paula Rodrigues, que visa uma melhor aplicação e utilização da rocha orna-mental. Uma obra que vem no seguimento do que vem sido publicado em Portugal através de várias obras publicadas pelas instituições Portuguesas, re-alçando, o “Manual da Pedra Natural para a Arqui-tectura”.

A obra abraça o universo de Pedra Natural brasi-leiro, que como sabemos além de extenso, é tam-bém único em características e diversidade.

Num momento em cada vez mais, ambos os paí-

ses estabelecem pontes comerciais dentro do sector, esta obra é fundamental para as empresas portu-guesas que pretendem trabalhar com materiais brasileiros, sendo que, a obra apenas foi editada na língua portuguesa.

Cid Chiodi Filho, um dos mais reconhecidos con-sultores do sector no Brasil, com um largo curricu-lum de obras, estudos e inúmeros projectos técni-cos, faz o resumo de uma obra, que, não só vai de encontro ao perfil de conhecimento e estratégia do empresário brasileiro, mas é também, uma fer-ramenta para o empresário português que deseja trabalhar este leque de produtos.

“…os materiais rochosos naturais notabilizam-se pela diversidade e beleza de seus padrões estéticos. Tais padrões são resultantes da interacção de dife-rentes estruturas (desenhos/movimentos), texturas (dimensão e arranjo dos cristais constituintes) e feições cromáticas (dependentes da mineralogia e quimismo da rocha).

Mesmo as rochas mais resistentes, a exemplo de qualquer outro material sólido utilizado em reves-timentos, não estão, contudo, isentas de agressões físico-mecânicas e químicas, incidentes nos diver-sos ambientes de aplicação. As principais patologias dos revestimentos referem-se a manchamentos, eflorescências, fissuras e desgaste abrasivo, mani-festados tanto pelo contacto com produtos de lim-peza, alimentos, bebidas, cosméticos, tintas, óleos, graxas, etc., quanto pela poluição atmosférica, in-clusive chuvas ácidas.

As patologias não são usualmente decorrentes de problemas ou deficiências da própria rocha, mas sim da sua inadequada especificação aos ambientes de-sejados e técnicas incorrectas de aplicação nesses ambientes. A maior parte das patologias pode ser, portanto, prevenida mediante conhecimento das propriedades tecnológicas das rochas e selecção de argamassas de assentamento e rejuntamento. São também importantes a adopção de técnicas apropriadas de aplicação, o manuseio e acondicio-namento controlados das peças na obra, procedi-mentos sistemáticos de limpeza e, quando devido,

75ROCHAS & EQUIPAMENTOS

as recomendação de uso de produtos impermeabili-zantes e/ou selantes.

A obra objectivada compõe uma referência auxi-liar para a correcta especificação, aplicação e con-servação das rochas de revestimento, colocando-se como um guia para fornecedores, especificadores, construtores e consumidores finais. As indicações e recomendações expressas foram compiladas de di-versas normas e trabalhos publicados, no Brasil e exterior, reflectindo o conhecimento comum exis-tente a respeito do tema enfocado.”

Não queria deixar de agradecer ao Dr. Cid pelo agradecimento público que fez na cerimónia de apresentação à Revista Rochas & Equipamentos e à minha pessoa, pela colaboração a esta obra e deixar aqui patente, que a mesma estará sempre disponí-vel.

DriveConfigurator – O novo configurador online da SEW-EURODRIVE

Fig. 1 – DriveConfigurator (Ferramenta Online)

O projecto e configuração de arquitecturas de ac-cionamento constituem um autêntico desafio. Nem os mais elevados níveis de competências técnicas e de experiencia podem prevenir na sua totalidade erros e mal entendidos.

O novo DriveConfigurator da SEW-EURODRIVE é uma ferramenta online eficiente que torna o pro-cesso de configuração de accionamentos mais rápi-

do, simples, e, acima de tudo, prático.O DriveConfigurator da SEW-EURODRIVE está

acessível directamente a partir do portal de clien-tes DriveGate (www.drivegate.biz/com/). Disponível sem custos e para uso sem restrições, o DriveConfi-gurator oferece funções práticas e inovadoras, com design amigável e inovador.

Para aceder a esta ferramenta, o utilizador sim-plesmente tem que entrar na DriveGate e seguir di-rectamente o procedimento usando a função “new login”. São necessários poucos passos para usufruir sem quaisquer restrições de toda a funcionalidade do DriveConfigurator.

Adicionalmente, o DriveGate da SEW-EURODRIVE disponibiliza muitas outras ferramentas, designada-mente para projecto e uma extensa gama de docu-mentos.

Graças à concepção lógica e a operação intuiti-va, o DriveConfigurator é a ferramenta ideal para a criação e verificação profissionais de configurações de accionamentos.

São disponibilizados desenhos, listas de peças e uma abrangente gama de documentos para todos os componentes seleccionados, sejam eles motores, moto-redutores, Conversores de Frequência ou Va-riadores Tecnológicos. Toda esta informação pode ser livremente descarregada e usada em qualquer projecto de clientes.

Uma das maiores vantagens do DriveConfigurator da SEW-EURODRIVE é o facto de oferecer uma op-ção para rápida verificação de plausibilidade. Esta abrange a verificação online dos accionamentos, a funcionalidade e viabilidade de construção. Pode também ser feito um pedido de cotação online, pos-sibilitando ao utilizador uma visão clara da configu-ração e total transparência de custos.

Todas as ferramentas disponibilizadas no Drive-Gate (incluindo o DriveConfigurator) podem ser combinadas. Cada elemento compreende uma solu-ção enquanto que, a combinação de vários módulos cria um package completo de soluções que pode ser usado para optimizar processos internos com a má-xima eficiência.

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O autor Ernesto Matos lança nova obra sobre a Calçada Portuguesa

ros tapetes de calçada fizeram na cultura tradi-cional do território, nomeadamente na numis-mática, filatelia, lai-sis, postais, etc. Este livro prefaciado pela Dra. Ana Paula Laborinho, está traduzido nos seus principais textos para inglês e chinês. Além de textos do autor conta ainda com a colaboração literária de Jorge Arrimar, António Correia, Alberto Estima de Oliveira, Lao Zi, Confúcio, Maria Anna Acciaioli Tamaginini e de Pedro Miranda Albuquerque.

O livro foi lançado no dia 6 de Abril, em con-junto com a inauguração da exposição “Calça-da Portuguesa de Macau”, este foi o tema da exposição fotográfica realizada pela Delegação Económica e Comercial de Macau e o Centro de Informação e Promoção Turística de Macau integrada no ciclo “Sentir Macau”, que foi inau-gurada no espaço de exposições do Centro de Informação e Promoção Turística de Macau. Esta exposição foi composta por 17 fotos da autoria de Ernesto Matos.

A obra está disponível nas principais livrarias do país.

Projecto de 264 páginas, capa dura e sobre-capa faz um levantamento generalizado aos principais empedrados em calçada portuguesa no território de Macau, incluindo a Taipa e Co-loane.

Além de um excelente registo fotográfico o autor recolhe ainda um conjunto de elementos que se centram no impacto que estes verdadei-

ROCHAS & EQUIPAMENTOS78

Gestão dos resíduos das indústrias extractivas

Através do Decreto-Lei n.º 10/2010, de 4 de Feve-reiro, os responsáveis por explorações de depósitos e massas minerais passam ter de cumprir novas regras relativas à gestão dos respectivos resíduos, a partir de dia 19 deste mês, data em que entra em vigor o regime que transpõe para Portugal uma directiva comunitária nesta matéria.

Por seu lado, os operadores das instalações de re-síduos têm que se adaptar às novas obrigações que lhe são impostas até 1 de Maio de 2012.

Este novo regime revoga o regime anterior, de 1999, e estabelece medidas de prevenção, valori-zação e deposição final dos resíduos em condições adequadas de estabilidade, segurança, integração

no meio envolvente e de protecção do ambiente e da saúde pública, obrigando os operadores a asse-gurar que essas condições são cumpridas, mesmo depois do encerramento das instalações de resíduos.

Refira-se que quando estejam integradas em ex-plorações de depósitos minerais e de massas mine-rais, as instalações de resíduos são autorizadas no próprio licenciamento dessas explorações. No en-tanto, este licenciamento integrado não substitui o necessário título de utilização de recursos hídricos.

O licenciamento de instalações de resíduos está sujeito ao pagamento de taxas, a fixar pelo Governo, relativas à aprovação do projecto, emissão da licen-ça, vistorias realizadas e reavaliação e actualização da licença. As entidades licenciadoras divulgam nos respectivos sites os valores destas taxas em vigor para cada ano.

Actividades abrangidas:1. O regime aplica-se à gestão dos resíduos re-

sultantes directamente da prospecção, extracção, tratamento, transformação e armazenagem de re-cursos minerais, bem como da exploração das pe-dreiras.

2. Aplica-se também às antigas áreas mineiras degradadas e abandonadas. A Direcção-Geral de Energia e Geologia vai inventariar estas instalações em todo o país até 1 de Maio do próximo ano, para

79ROCHAS & EQUIPAMENTOS

lhes aplicar um plano de reabilitação de acordo com as novas metodologias e técnicas disponíveis.

3. Não se aplica aos resíduos resultantes da pros-pecção, extracção e tratamento de recursos mi-nerais, ao largo, abrangendo a zona de mar e do fundo marinho que se estenda para além da linha de baixa-mar das marés normais ou médias, nem à injecção de água e reinjecção de águas superficiais bombeadas.

Operadores responsáveis pela gestão de resíduos:1. É proibido o abandono, a descarga ou o depósi-

to não controlado de resíduos de extracção.2. Todo o sistema se baseia na adopção e imple-

mentação de um plano de gestão de resíduos de extracção do qual constam as medidas necessárias para a prevenção e valorização dos resíduos, mo-nitorização e minimização dos seus impactos, bem como na obrigatoriedade de ter os meios financeiros

para suportar todos os encargos decorrentes.3. O responsável pela gestão dos resíduos de ex-

tracção é o operador, pessoa singular ou colectiva que deve assegurar o cumprimento das regras du-rante a armazenagem temporária dos resíduos, bem como nas fases de funcionamento e de pós-encer-ramento da instalação de resíduos.

4. É ao operador que cabe elaborar o plano de gestão de resíduos, obrigatoriamente revisto a cada cinco anos, cujas exigências aumentam em função do tipo de resíduos ou perigosidade de substâncias neles contidas.

5. Este plano tem de garantir a eliminação segura dos resíduos de extracção no curto e no longo prazo, tendo particularmente em conta, durante a fase de projecto, o modelo de gestão a observar durante o funcionamento e no pós-encerramento da instala-ção.

ROCHAS & EQUIPAMENTOS80

6. Deve também conter as medidas preventivas a tomar, os procedimentos de controlo e monito-rização, e o plano proposto para o encerramento, incluindo reabilitação, procedimentos pós-encerra-mento, monitorização posterior e encargos finan-ceiros.

7. É ainda o operador quem tem de garantir que a instalação de resíduos é construída no local mais adequado e satisfaz todas as exigências.

8. A monitorização e inspecção regular às insta-lações de resíduos cabe ao responsável técnico no caso de explorações de massas minerais, ou ao di-rector técnico, no caso de explorações de depósitos minerais.

9. Uma instalação de resíduos só pode iniciar o procedimento de encerramento se tiver obtido li-cença para o efeito por parte da entidade licencia-dora.

10. O encerramento definitivo ocorre apenas de-pois da entidade licenciadora realizar uma vistoria final ao local, aprovar todos os relatórios apresen-tados pelo operador, certificar a reabilitação dos terrenos afectados pela instalação e comunicar ao operador a aprovação do encerramento.

11. Depois, o operador mantém-se responsável pela manutenção, monitorização, controlo e imple-mentação de medidas correctivas na fase de pós-

encerramento, durante o prazo que a entidade li-cenciadora lhe fixar.

12. Para assegurar o cumprimento destas condi-ções, o regime prevê a obrigatoriedade da constitui-ção de uma garantia financeira por parte do ope-rador. Os operadores já em funcionamento devem cumprir esta exigência até 1 de Maio de 2014. Os novos devem assegurá-la mais cedo, até Maio de 2012.

Prevenção de acidentes graves:1. No caso de instalações de resíduos que, cumu-

lativamente, sejam classificadas na categoria A, ou seja, perigosas, e não estejam abrangidas pelas re-gras já em vigor relativas à prevenção de acidentes graves devem ser cumpridas exigências suplemen-tares.

2. O operador tem de garantir que existe uma po-lítica de prevenção de acidentes graves (PPAG) e im-plementar um sistema de gestão de segurança (SGS) em conformidade com os elementos agora definidos por este regime. Este requisito deve ser cumprido logo aquando do pedido de licenciamento.

3. Estas regras aplicam-se para além das prescri-ções mínimas de saúde e segurança previstas para as indústrias extractivas por perfuração a céu aber-to ou subterrâneas.

4. Estas instalações devem ainda estar apetrecha-

81ROCHAS & EQUIPAMENTOS

das com um plano de emergência interno, de acordo com as orientações fornecidas no Portal da Agência Portuguesa do Ambiente e um plano de emergência externo, de acordo com as orientações aprovadas e divulgadas pela Autoridade Nacional de Protecção Civil, com as medidas a tomar fora do sítio em caso de acidente.

5. Em caso de incidente ou acidente ligeiro, o operador accionará o plano de emergência interno e aplica as medidas correctivas definidas pela enti-dade licenciadora. Em caso de um acidente grave, o operador tem ainda de avisar imediatamente a au-toridade de protecção civil territorialmente compe-tente, a entidade licenciadora e a Inspecção-Geral do Ambiente e do Ordenamento do Território.

Sanções:1. O novo regime prevê sanções a aplicar na se-

quência de contra-ordenações como o incumpri-mento de vários deveres na implementação dos pla-nos de emergência e dos deveres de comunicação de toda a informação relevante às autoridades em

caso de acidente. Estas contra-ordenações e respec-tivas coimas aplicáveis as entidades abrangidas por este regime, incluem ainda a transmissão da licença sem decisão, expressa ou tácita, da entidade licen-ciadora.

2. São também estabelecidas especificamente contra-ordenações ambientais leves (como as falhas relativas a informações e registos) graves e muito graves, que vão punir uma longa lista de condutas.

3. Os operadores que não cumpram o plano de gestão de resíduos, não elaborem os planos de emergência ou não comuniquem à entidade licen-ciadora alterações na instalação de resíduos, come-tem uma contra-ordenação ambiental grave.

4. As coimas a aplicar foram revistas em Setem-bro passado e situam-se, para pessoas colectivas, entre 3.000 euros e um máximo de 2.500.000 eu-ros, em caso de actuação dolosa muito grave. Será o caso de um operador que faça gestão não contro-lada dos seus resíduos ou explore uma instalação não licenciada.

R & E Buyers Guide

R & E Buyers Guide

ROCHAS & EQUIPAMENTOS82

EMPRESAGRUPO ABRESSA ABRASIVOS

CONTACTOCentral: Barcelonès, 39 – Pol. Ind. El Ramassar08520 Les Franqueses del Vallès Barcelona (Spain)Tel.: (34) 93 846 58 75Fax: (34) 93 846 80 29E-mail: [email protected]

EMPRESAANTÓNIO JACINTO FIGUEIREDO, LDA

CONTACTOApartado 2, Estrada Nacional, 9 – Cruz da Moça2715-951 Pêro Pinheiro – PortugalTelfs.: 00 351 21 927 01 00 | 00 351 21 967 82 10Fax: 00 351 21 927 16 27E-mail: [email protected] | [email protected]

EMPRESACFM - PROJECTO E CONSTRUÇÃO DE MÁQUINAS, LDA.

CONTACTOAv. Da Aviação Portuguesa, nº5 - Apartado 14 – Fação – 2715-901 Pêro Pinheiro – PortugalTel.: + 351 219 678 280Fax: +351 219 678 289E-mail: [email protected]

EMPRESAAIREMÁRMORES – EXTRACÇÃO DE MÁRMORES, LDA.

CONTACTOOFFICE AND FACTORY: Rua dos Arneiros – Ataíja de Cima 2460-712 Alcobaça – PortugalTel.: (+351) 262 508 501 | (+351) 938 383 600Fax: (+351) 262 508 506E-mail: [email protected]

EMPRESACASA DOS DIAMANTES LINO A. FERNANDES, LDA

CONTACTOLugar de Rio Tinto - 4720-632 Rendufe – Amares - P.O. BOX 451 EC Avenida - 4711-914 Braga - PortugalTel.: +351 253 311 300Fax: +351 253 311 400E-mail: [email protected]

EMPRESACIMERTEX

CONTACTORua Abade Mondego, 165-4455-489 Perafita MTS – PortugalTel.: +351 220 912 600Fax: +351 220 912 665E-mail: [email protected]

PLANT EQUIPMENT

QUARRY EQUIPMENT

LIMESTONE

GRANITE

MARBLE

SLATE

OTHER STONES

CUT TO SIZE

TILES

SLABS

BLOCKS

DIAMOND TOOLS

ABRASIVES

SERVICES

83ROCHAS & EQUIPAMENTOS

EMPRESAEQUIMÁRMORE, LDA

CONTACTOE.N. 9 – Apartado 22 - 2715-901 Pêro Pinheiro – PortugalTel.: 00 351 219 671 197Fax: 00 351 219 271 964E-mail: [email protected]

EMPRESACO.FI.PLAST

CONTACTOABRADIAM, LDAEstrada Nacional 378 - Rua Pinheiro Grande, Nº 8 2865-020 Fernão FerroTel.: 21 212 11 26Fax: 21 212 22 27E-mail: [email protected]

EMPRESAGRUPO CONSTRUAL - CONSTRUTORA MECÂNICA, LDA

CONTACTOAv. Da Aviação Portuguesa, nº 5, Apartado 14 - Fação 2715 901 Pêro Pinheiro – PortugalTel.: 00 351 219 678 280Fax: 00 351 219 678 289E-mail: [email protected]

EMPRESADRAGÃO ABRASIVOS

CONTACTORua Dragão Abrasivos, 5954536-906 Paços de brandãoTel.: 227 442 007Fax: 227 448 739E-mail: [email protected]

EMPRESADIAMOND SERVICE PORTUGUESA, LDA

CONTACTOZona Industrial – Lote 1 e 2 – Apartado 507160-999 Vila Viçosa – PortugalTelf.: +351 268 980 555Fax: +351 268 989 525E-mail: [email protected]

EMPRESAEZEQUIEL FRANCISCO ALVES, LDA.

CONTACTOOffice and Factory: Avª Marquês de Pombal, nº 247Falimas – Morelena - 2715-005 Pêro Pinheiro – PortugalTel.: + 351 21 027 07 97Fax: + 351 21 927 97 05E-mail: [email protected]/

EMPRESADELLAS

CONTACTOOfficial Dellas Seller: Lino A. Fernandes, Lda - Lugar de Rio Tinto - 4720-632 Rendufe - Amares - P.O. BOX 451 EC Avenida - 4711-914 Braga - PortugalTel.: +351 253 311 300Fax: +351 253 311 400www.dellas.it

EMPRESADIAPOR – DIAMANTES DE PORTUGAL, S.A.

CONTACTORua 8 – Zona Industrial de Rio MeãoApartado 412 – 4524-907 Rio Meão – PortugalTel.: +351 256 780 400Fax: + 351 256 780 409E-mail: [email protected]

ROCHAS & EQUIPAMENTOS84

EMPRESADIAMANT BOART - HUSQVARNA PORTUGAL

CONTACTOEdíficio Diamant Boart – Lagoa – Albarraque 2635-595 Rio de MouroTel.: (351) 219 254 700Fax: (351) 219 254 720E- mail: [email protected]

EMPRESAGRANIPLAC, LDA. | GRANITOS DO CENTRO, LDA

CONTACTOZona Industrial – Apartado 26 3150-194 Condeixa-a-Nova – PortugalTelf.: 351 239 942 430Fax: 351 239 941 051E-mail: [email protected]

EMPRESAGRANITRANS – TRANSFORMAÇÃO DE GRANITOS, LDA.

CONTACTOCerrado – Negrais – 2715 Pêro PinheiroTel.: 21 967 10 16 | 21 967 71 27Fax: 21 967 08 01E- mail: [email protected]

EMPRESAFIGALJOR

CONTACTOAv. Liberdade, 168 - 170 – Apartado 1 2715-007 Pêro PinheiroTel.: 21 927 99 14 | 21 927 98 89 | 21 927 95 52Fax: 21 967 27 24E-mail: [email protected]

EMPRESAINDÚSTRIAS ELECTROMECÂNICAS GH, S.A.

CONTACTOZona Industrial do Soeiro, Lote 94745-460 S. Mamede Coronado PortugalTel.: +351 229 821 688Fax: + 351 229 821 687E-mail: [email protected] | www.pontesrolantes.pt

EMPRESAGRUPO FRAZÃO

CONTACTOZona Industrial Norte – Pê da Pedreira – Apartado 67 2026-901 Alcanede - PortugalTel.: + 351 243 400 598Fax: + 351 243 400 606E-mail: [email protected]

EMPRESAMÁRMORES GALRÃO, S.A.

CONTACTOAv. Da Liberdae, 153 Apartado 6 2716-922 Pêro Pinheiro – PortugalTel.: (+351) 219 270 302Fax: (+351) 219 279 912E-mail: [email protected]

EMPRESALUXIMAR – TRANSF. EXP. IMP. DE MÁRMORES E GRANITOS, LDA.

CONTACTOAlm. Henrique Pousão 15 7160-262 Vila Viçosa – PortugalTel.: 268 980 526Fax: 268 980 549Parque Ind.: Tel.: 268 999 280

85ROCHAS & EQUIPAMENTOS

EMPRESAMARFILPE – MÁRMORES E GRANITOS, S.A

CONTACTOIC2 Casal da Amieira, Apartado 1742440-001 Batalha PortugalTel.: (351) 244 768 030 | 244 768 120Fax: (+351) 244 768 342E-mail: [email protected]

EMPRESAMARBRITO

CONTACTOHead Office – Factory: AP.54 7160 -999 Vila Viçosa – PortugalTel.: +351 268 889 550Fax: +351 268 889 569E-mail: [email protected]

EMPRESASICRÉ – SOCIEDADE PORTUGUESA DE GRANITOS, LDA.

CONTACTOSede e Granitos: Facão – Apartado 4 – 2716 Pêro PinheiroTel.: 21 927 01 22Fax: 21 927 03 58Mármores – Pedra Furada: Apartado 28 – 2726 Pêro PinheiroTel.: 21 927 66 11Fax: 21 927 07 50

EMPRESAMARMOZ

CONTACTOEdifício Marbrito – Ap. 54 7160-999 Vila Viçosa – PortugalTel.: +351 268 889 550Fax: + 351 268 889 569E-mail: [email protected]

EMPRESAMOCAMAR – MÁRMORES DE ALCANEDE, LDA.

CONTACTOZona Industrial – Pe da Pedreira – Apartado 46 2025-161 Alcanede – PortugalTel.: +(351) 243 400 687 | 243 400 275 | 243 408 879Fax: + (351) 243 408 892E-mail: [email protected]

EMPRESAEUROGRANIPEX LDA

CONTACTONúcleo Empresarial da Venda do Pinheiro2665-602 Venda do Pinheiro - Lisboa - PortugalTel. 219 662 039E-mail: [email protected]: eurogranipex

EMPRESAPOEIRAS – MÀQUINAS E FERRAMENTAS

CONTACTOZona Industrial – Lote 1 e 2 – Apartado 50 7160-999 Vila Viçosa – PortugalTel.: +351 268 889 380Fax: +351 268 889 389E-mail: [email protected]

EMPRESAURMAL – JOAQUIM DUARTE URMAL & FILHOS, LDA.

CONTACTOApartado 16 2716 Pêro Pinheiro – PortugalTel.: 219 677 580Fax: 219 279 172E-mail: [email protected]

ROCHAS & EQUIPAMENTOS86

EMPRESALIEBHERR MÁQUINAS DE CONSTRUÇÃO PORTUGAL, LDA

CONTACTOEstrada do Contador s/n, Apartado 122131-901 BenaventeTel.: + 351 263 518 010Fax: + 351 263 518 012E-mail: [email protected]

EMPRESAC. MATA EXPORT - MÁRMORES E GRANITOS LDA.

CONTACTOCasais Robustos, Apartado 672396-909 Minde Codex - PortugalTel.: 249 890 652Fax: 249 890 660E-mail:[email protected]

EMPRESAURMI – UNIDADE DE REPARAÇÕES DE MÁQUINAS INDUSTRIAIS, S.A.

CONTACTOEscritorio e Instalações Fabris: Parque Industrial da Beijoca Rua do Rio, 24 – EN 250-1, km 6,6 – Algueirão 2725-524 Mem Martins – Sintra – PortugalTel.: + 351 219 266 800Fax: + 351 219 266 820E-mail: [email protected] | www.urmi.pt

EMPRESAWIRES

CONTACTOABRADIAM, LDAEstrada Nacional 378 - Rua Pinheiro Grande, Nº 8 2865-020 Fernão FerroTel.: 21 212 11 26Fax: 21 212 22 27E-mail: [email protected]

EMPRESASEW-EURODRIVE PORTUGAL

CONTACTOE.N. 234 - Apartado 15 - 3050-901 MEALHADATel.: + 351 231 209 670Fax: + 351 231 203 685Serviço de Emergência 24/24h: 935 987 130E-mail: [email protected] www.sew-eurodrive.pt

EMPRESACEVALOR

CONTACTOEstrada Nacional nº 4 - km 158 - EC de Borba - Apartado 487151 912 BorbaTel.: 268 891 510Fax. 268 891 529E-mail: [email protected]

EMPRESAJORGE CRUZ PINTO & CRISTINA MANTAS, ARQUITECTOS LDA.

CONTACTOR. Banco 4 Monte Estoril, Estoril 2765-397 LisboaTel: + 351 21466 12 90/1 E-mail: cruzpinto.comwww.cruzpinto.com

EMPRESARE/MAX LUMIAR - FCGM - SOC. MEDIAÇÃO IMOBILIARIA, SA

CONTACTOAlameda das Linhas de Torres, nº 60 B1750-147 Lumiar, LisboaFax: + 351 217 520 649TM: 96 170 65 64E-mail: [email protected]