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ROLE –PLAYING ROLE - TAKING Unidade Curricular: Terapias Cognitivo-Comportamentais em Adultos II Docente : Mestre Daniel Rijo Ano Lectivo: 2008/2009 Faculdade de Psicologia e Ciências da Educação da Universidade de Coimbra

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ROLE –PLAYING

ROLE - TAKING

Unidade Curricular: Terapias Cognitivo-Comportamentais em Adultos IIDocente : Mestre Daniel Rijo

Ano Lectivo: 2008/2009

Faculdade de Psicologia e Ciências da Educação da Universidade de Coimbra

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Índice

Contextualização Teórica: Role Playing e Role-Taking Definição de Role- Playing e Role-Taking Objectivos do Role-Playing e do Role-Taking Contextos de aplicação do Role-Playing e do Role-Taking Exemplos de aplicações clínicas do Role-Playing

Avaliação Estratégia para a mudança cognitiva Ensaio / Treino de novas atitudes e comportamentos

Conclusão Referências Bibliográficas

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Contextualização teórica do Role-Playing

O conceito de Role Play foi mencionado por Moreno no desenvolvimento do Psicodrama.

Popularizou-se nos anos 60 e 70 pela Psicologia Social (dinâmicas de grupo, alterações de atitude e de comportamentos de risco, liderança).

Actualmente, na prática clínica, aplica-se sobretudo no treino de competências e assertividade.

Paralelamente, tem-se feito uso do Role-Play com treinos profissionais específicos.

(Yardley, 2001)

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Contextualização teórica do Role-Taking

Segundo Piaget durante o desenvolvimento a criança vai ganhando consciência de que existem outros pontos de vista.

O Role-Taking permite adquirir comportamentos que tenham em conta a existência do outro, e que sejam adequados para o desenvolvimento da esfera interpessoal.

Para Mead (1934) o Role Taking consiste em “assumir a disposição do outro” e a sua prática conduz ao desenvolvimento da sensibilidade social e à emergência do auto-conceito e do auto-controlo.

(Little & Kendall, 1979)

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Definição de Role-Play

O Role-play consiste em pedir a um sujeito que se imagine a si próprio, ou como outra pessoa, a apresentar-se num espaço e tempo simulado da realidade.

Pede-se à pessoa que se comporte da forma que julga sentir ser a mais representativa ou ajustada para si mesma, dentro de um contexto ou problema em particular.

Espera-se que a técnica permita ajudar a conhecer melhor, não só o sujeito, como a própria situação problemática.

(Yardley, 2001)

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Definição de Role-Taking

Role-Taking descreve a capacidade de uma pessoa para assumir a perspectiva de outro sujeito (Little & Kendall, 1979).

Pode ter um grande impacto se o sujeito representar o papel de outra pessoa na interacção.

A inversão de papéis, poderá ajudar a obter uma nova e mais exacta compreensão do ponto de vista de outra pessoa.

(Freeman et al, 1990)

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Objectivos do Role-Playing

Possibilita a observação dos sujeitos em “ acção”.

Permite a identificação de problemas de comportamento Promoção de alternativas de resposta.

O terapeuta pode simular ou treinar comportamentos mais adaptativos em situações problemáticas.

Instrumento de avaliação medir os resultados das intervenções.

(Yardley, 2001)

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Objectivos do Role- Taking

Estratégia para desenvolver capacidades sociais:

Compreensão interpessoal da expressão cognitiva e emocional do “ outro”;

Representações mais ajustadas dos papéis sociais.

(Yardley, 2001)

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Contextos de aplicação do Role- Playing

Psicodrama Inspirou os movimentos da Gestalt.

Terapia comportamental Áreas de assertividade e competências sociais.

Contexto experimental para avaliação:

Sistema familiar Estilos comunicacionais(Yardley, 2001)

Instrumento de avaliação Programas de tratamento de alcoolismo (Kadden, 1992)

Ganho de competências parentais (Rickert, 1989)

Conduta indisciplinada e deficit de atenção (kolko, 1990)

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Contextos de aplicação de Role-Taking

Tratamento de comportamentos desviantes e delinquentes

Experiência de Chandler (1973)

a natureza interpessoal da delinquência a possibilidade de treinar as competências de role-taking a importância dos processos de modelamento e feedback

(Little & Kendall, 1979)

Programas de treino de resolução de problemas interpessoais (Elardo et al, 1977, cit in Little & Kendall, 1979).

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Exemplos de aplicações clínicas de Role- Playing

Role-play no contexto da avaliação

Observação directa do comportamento

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Exemplos de aplicações clínicas de Role- Playing

Estratégia para a mudança cognitiva

Identificação de pensamentosdisfuncionais e aquisição derespostas racionais

Role-play racional - emocional

Técnica da cadeira vazia

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Exemplos de aplicações clínicas de Role- Playing

Ensaio / Treino de novas atitudes e comportamentos

Treino de competências sociais

Treino de assertividade

Terapias de resolução de problemas

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Utilização do Role-Play no contexto da avaliação

Observação directa do comportamento:

Em gabinete, através do recurso a técnicas de role-playing;

Para avaliar o comportamento do doente em situações de interacção social;

É uma técnica de avaliação que envolve a criação de situações credíveis, nas quais o sujeito deve responder na sua forma habitual.

( Rijo & Galhardo, s/d)

Permite ultrapassar as descrições vagas e gerais que os pacientes fazem dos seus problemas.

( Kirk, 1989)

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Role-Play como Estratégia para a Mudança Cognitiva

Identificação de pensamentos disfuncionais e aquisição de respostas racionais:

O objectivo da terapia cognitiva passa pela substituição da avaliação distorcida dos acontecimentos, por uma avaliação mais realista e adaptativa elaborada pelo doente;

Situações problemáticas podem ser recriadas , através do uso de role-play método para activar pensamentos automáticos.

( Bedrosian & Beck, 1980)

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Role-Play como Estratégia para a Mudança Cognitiva (cont.)

Após a identificação dos pensamentos automáticos, o paciente produz respostas racionais e adaptativas;

O Role-Play permite ensaiar a técnica de resposta a cada um dos pensamentos disfuncionais.

( Bedrosian & Beck, 1980)

Externalização de vozes

O terapeuta faz o role-play dos pensamentos disfuncionais do sujeito e este terá que praticar respostas mais adaptativas

(Freeman et al, 1990)

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Role-Play como Estratégia para a Mudança Cognitiva ( cont.)

Role – Play racional-emocional:

As crenças do sujeito são avaliadas e modificadas, para que as interpretações dos acontecimentos sejam mais adaptativas;

Útil quando o paciente diz que racionalmente consegue ver que a crença é disfuncional mas que emocionalmente ainda a “sente” como verdadeira.

Representação da parte emocional e da parte intelectual – troca de papéis.

(Beck, 1995)

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Técnica da “ cadeira vazia”:

Objectivo: ajudar a pessoa no processo de expressão de sentimentos, cuja experiência provoca emoções negativas.

O terapeuta e o doente trabalham : aspectos físicos (i.e. mímica facial) memórias emocionais componentes esquemáticas do aparelho cognitivo do

doente.

(Greenberg & Safran, 1987)

Role-Play como Estratégia para a Mudança Cognitiva ( cont.)

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Role -Play como Estratégia para a Mudança Cognitiva ( cont.)

Pacientes encontram-se no meio de uma tarefa inacabada:

Experiência recorrente de sentimentos negativos;

Os sentimentos são relacionados com outros significativos;

A experiência, na altura em que se verificou, não foi experienciada de forma completa e directa;

A experiência ainda não se encontra resolvida.

A intervenção implica a re-experiência dos sentimentos não resolvidos e a sua re-presentação com o objectivo da expressão emocional fazer o seu curso .

( Greenberg & Safran, 1987)

Desafiar a fonte de um esquema negativo .(Leahy, 2000)

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Utilização do Role-Play no Ensaio/Treino de novas atitudes e comportamentos

Treino de competências sociais:

Objectivo: ajudar os pacientes a obter as competências sociais que não foram adquiridas no curso do desenvolvimento.

Exemplos: aprender a movimentar as mãos e estabelecer contacto visual; iniciar uma conversação.

A técnica permite avaliar os progressos terapêuticos e a eficácia da terapia.

(Freeman et al, 1990)

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Utilização do Role-Play no Ensaio/Treino de novas atitudes e comportamentos

Treino de assertividade:

Objectivo: ajudar o paciente a aumentar o seu comportamento assertivo

O procedimento envolve fornecer ao sujeito exemplos de respostas alternativas apropriadas: Modelamento como estratégia e terapeuta como modelo.

O terapeuta pode representar situações com o sujeito ensinando-lhe respostas e comportamentos assertivos.

(Linehan, 1979)

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Utilização do Role-Play no Ensaio/Treino de novas atitudes e comportamentos

(D´Zurilla & Nezu, 2001)

Terapias de resolução de problemas

Ajudar os sujeitos a identificar e resolver problemas da vida corrente que são antecedentes de respostas mal adaptativas

Ensinar competências que capacitam os sujeitos a lidar mais efectivamente com os problemas

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Utilização do Role-Play no Ensaio/Treino de novas atitudes e comportamentos

Terapias de resolução de problemas:

Reverse-Advocacy:

pede-se aos pacientes para indicar argumentos de como a própria crença é irracional, ilógica, incorrecta ou mal adaptativa.

Objectivo: facilitar a adopção , por parte do paciente, de uma orientação mais positiva dos problemas da sua vida.

(D´Zurilla & Nezu, 2001)

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Conclusão

Role Play:

elemento comum nas intervenções cognitivo-comportamentais;

Várias áreas de aplicação: Avaliação; Estratégia para a Mudança Cognitiva e Ensaio/ Treino de novas atitudes e comportamentos;

Produção diminuta de guidelines terapêuticas ( Yardley, 2001)

Role-Taking

Inversão de papéis; Tratamento de comportamentos desviantes e delinquentes

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Role-Play

Fobia social

Objecto social exposto à observação e julgamento dos outros

Numa situação social

Atenção auto-focada Comportamentos de segurança

Role-Play: o doente percebe o papel dos comportamentos de segurança na manutenção do problema

( Gouveia, 2000)

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Referências Bibliográficas

Beck, J. (1995). Cogntive therapy: basics and beyond. New York: The Guilford Press.

  Bedrosian, R.C & Beck, A.( 1980). Principles of Cognitive therapy. In Mahoney,

M. Psycotherapy Process: Current issues and Future Directions. N.Y.:Plenum Press

Bergin, A. E. & Garfield, S. L. (1971). Handbook of psychotherapy and behavior change: An empirical analysis. N.Y: John Wiley & Sons

D Zurilla, T.J. & Nezu, A.M. ( 2001) Problem –Solving Therapies. In Dobson, K. S. Handbook of Cognitive-Behavioral Therapies. New York: The Guilford Press

Freeman, A. ; Pretzer, J; Fleming ,B & Simon, K.M. ( 1990).Clinical Aplications of Cognitive Therapy.New York:Plenum Press

Gouveia, J. P. (2000). Ansiedade Social - da timidez à fobia social. Coimbra: Editora Quarteto 

 

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Referências Bibliográficas

Greenberg, L. & Safran, J. (1987). Emotion in Psychotherapy: Affect, cognition and the process of change. New York: Guilford Press.

Greenberg, L.; Rice, L. & Elliott, R. (1993). Facilitating Emotional Change: The Moment-by-Moment Process. New York Guilford Press.

Leahy, Robert L. & Holland, Stephen J. (2000). Treatment Plans and Interventions for Depression and Anxiety Disorders. New York: Guilford Press.

  Little, V. L. & Kendall, P. C. (1979) Cognitive-behavioral interventions with

delinquents: Problem solving, Role-taking and Self Control. In P. C. Kendall & S. D. Hollon. Cognitive Behavior interventions. Theory, research and procedures. N.Y.:Academic Press.

Martin, P. R. ( 1991).Handbook of behavior therapy and psychological science. An integrative approach. New York: Pergamon General Psychology Series.

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Referências Bibliográficas

  Persons, B. ( 1989).Cognitive Therapy in Practice. N.Y: Norton & Company

Yardley, K.( 2001). Role Play – theory and practice. N.Y:Sage Publications

Rijo, D. & Galhardo, A. (s/d). Avaliação cognitivo-comportamental: objectivos, propostas e dificuldades. Manuscrito não publicado.