sermão nº 1027, a alegria do senhor É a força do seu povo, por charles haddon spurgeon
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Pregado na manhã do Dia do Senhor, em 31 de dezembro de 1971. Por C. H. Spurgeon, no Tabernáculo Metropolitano, Newington.“A alegria do Senhor é a vossa força.” (Neemias 8:10)“E faziam-se ouvir os cantores, juntamente com Jezraías, o seu superintendente. E ofereceram, no mesmo dia, grandes sacrifícios e se alegraram; porque Deus os alegrara com grande alegria; e até as mulheres e os meninos se alegraram, de modo que a alegria de Jerusalém se ouviu até de longe.” (Neemias 12:42-43)TRANSCRIPT
A ALEGRIA DO SENHOR
É A FORÇA DE SEU POVO C. H. SPURGEON
Issuu.com/oEstandarteDeCristo
Traduzido do original em Inglês
The Joy of the Lord, The Strength of His People — Sermon Nº 1027
The Metropolitan Tabernacle Pulpit — Volume 17
By C. H. Spurgeon
Via SpurgeonGems.org
Adaptado a partir de The C. H. Spurgeon Collection, Version 1.0, Ages Software.
Tradução e Capa por Camila Almeida
Revisão por William Teixeira
1ª Edição: Março de 2015
Salvo indicação em contrário, as citações bíblicas usadas nesta tradução são da versão Almeida
Corrigida Fiel | ACF • Copyright © 1994, 1995, 2007, 2011 Sociedade Bíblica Trinitariana do Brasil.
Traduzido e publicado em Português pelo website oEstandarteDeCristo.com, com permissão de
Emmett O’Donnell em nome de SpurgeonGems.org, sob a licença Creative Commons Attribution-
NonCommercial-NoDerivatives 4.0 International Public License.
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A Alegria Do Senhor É A Força De Seu Povo (Sermão Nº 1027)
Pregado na manhã do Dia do Senhor, em 31 de dezembro de 1971.
Por C. H. Spurgeon, no Tabernáculo Metropolitano, Newington.
“A alegria do Senhor é a vossa força.” (Neemias 8:10)
“E faziam-se ouvir os cantores, juntamente com Jezraías, o seu superintendente.
E ofereceram, no mesmo dia, grandes sacrifícios e se alegraram; porque Deus os
alegrara com grande alegria; e até as mulheres e os meninos se alegraram, de
modo que a alegria de Jerusalém se ouviu até de longe.” (Neemias 12:42-43)
No último Domingo de manhã eu falei do nascimento de nosso Salvador como sendo cheio
de alegria para o povo de Deus e, de fato, para todas as nações (veja o Sermão de Nº 1026,
Alegria Nascida Em Belém, publicado em Português pelo Projeto Spurgeon). Em seguida,
nós olhamos para a alegria a uma distância, vamos agora na contemplação nos aproximar
dela, e, talvez, como consideramos, e observamos as várias razões para a sua existência,
algumas dessas razões podem operar sobre nossos próprios corações, e que nós possa-
mos sair desta Casa de Oração nós mesmos participantes desta extremamente grande ale-
gria. Vamos considera-la tendo sido uma manhã bem sucedida se o povo de Deus for feito
alegre no Senhor, e especialmente se aqueles que têm sido curvados e sobrecarregados
na alma receberem o óleo de alegria em vez de pranto. Não há um meio para consolar os
enlutados do Senhor, é uma obra especialmente cara ao Espírito de Deus, e, portanto, não
deve ser levemente estimada. A tristeza santa é preciosa diante de Deus, e não é empecilho
para a alegria piedosa. Que isso seja cuidadosamente observado em conexão com o nosso
primeiro texto, que abundante luto não é razão pelo que eles não deveriam rapidamente
ver uma alegria igualmente abundante, pois as mesmas pessoas que foram ordenadas por
Neemias e Esdras a alegrarem-se estavam assim derretidas com pesar penitencial, “pois
todo o povo chorava, ouvindo as palavras da lei”. A grande congregação, diante da porta
das águas, sob o ensinamento de Esdras, foi despertada e ferida até ao coração; eles sen-
tiram a borda da Lei de Deus como uma espada abrindo seus corações, rasgando, cortan-
do, e matando, e bem poderiam lamentar: então era a hora de deixá-los sentir o bálsamo
do Evangelho e ouvir a música do Evangelho, e, por isso, os antigos filhos do trovão canali-
zaram as suas notas, e tornaram-se filhos da consolação, dizendo-lhes: “Este dia é consa-
grado ao Senhor vosso Deus; então, não lamenteis, nem choreis. Ide, comei as gorduras,
e bebei as doçuras, e enviai porções aos que não têm nada preparado para si; porque este
dia é consagrado ao nosso Senhor; portanto não vos entristeçais; porque a alegria do
Senhor é a vossa força” [Neemias 8:9-10].
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Agora aqueles que eram penitentes, e sinceramente convertidos ao seu Deus, foram orde-
nados a se alegrar. Como determinados tecidos precisam ser umedecidos antes que eles
possam levar as cores brilhantes com as quais devem ser adornados, assim nossos espí-
ritos precisam do adorno do arrependimento antes que possam receber a coloração radian-
te de alegria. A notícia alegre do Evangelho só pode ser impressa em papel molhado. Você
já viu brilhar mais clara luz do que a que segue uma chuva? Assim, o sol transforma as
gotas de chuva em pedras preciosas, as flores olham para cima com novos sorrisos e faces
brilhantes de seu banho refrescante, e as aves dentre os ramos pingantes cantam com no-
tas mais arrebatadores, porque eles tiveram uma pausa por algum tempo. Assim, quando
a alma foi saturada com a chuva de penitência, o claro resplendor do amor perdoador
produz flores da floração de alegria por toda parte. Os passos pelos quais ascendem ao
palácio do deleite são geralmente úmidos com lágrimas. Tristeza pelo pecado é a varanda
da Bela Casa, onde os convidados estão cheios da “Alegria do Senhor”. Espero, então, que
os entristecidos, a quem este discurso virá, descobrirão e apreciarão o significado dessa
Divina bênção no Sermão do Monte “Bem-aventurados os que choram, porque eles serão
consolados”.
Do nosso texto vamos extrair vários temas de reflexão, e deveremos observar: primeiro, há
uma alegria de origem Divina, “A alegria do Senhor”, e em segundo lugar, que esta alegria
é uma fonte de força para todos os que participam dela, “a alegria do Senhor é a vossa
força”. Então vamos continuar a mostrar que essa força se revela sempre praticamente;
nosso segundo texto nos ajudará ali: e concluiremos por perceber, em quarto lugar, que es-
ta alegria, e, consequentemente, essa força, estão ao nosso alcance hoje.
I. HÁ UMA ALEGRIA DE ORIGEM DIVINA: “A alegria do Senhor”. Saltando do Senhor co-
mo sua fonte, ela será, necessariamente, de um caráter muito elevado. Desde que o homem
caiu no Jardim, ele muitas vezes busca por seus prazeres, onde a serpente encontra os se-
us; está escrito, “sobre o teu ventre andarás, e pó comerás todos os dias da tua vida”, esta
foi a condenação da serpente, e o homem, com ambição apaixonada, tem tentado encontrar
seu prazer em seus apetites sensuais, e contentar a sua alma com o miserável pó da terra.
Mas as alegrias temporais não podem satisfazer uma natureza imortal, e quando uma alma
é uma vez vivificada pelo Espírito Eterno, ela não pode mais ocupar-se com a alegria mun-
dana, ou mesmo com os prazeres comuns da vida, do que um homem pode respirar o vento
e se alimentar dele, mas, amados, não somos deixados para procurar alegria, ela é trazida
para nossas portas pelo amor de Deus, nosso Pai, a alegria refinada e satisfatória, condi-
zente com espíritos imortais.
Deus não nos deixou a vagar entre aquelas coisas insatisfatórias que zombam da presa
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que eles convidam, Ele nos deu apetites que as coisas carnais não podem satisfazer, e Ele
providenciou satisfação adequada para esses apetites, Ele armazenou em Sua mão direita
deleites para todo o sempre, os quais mesmo agora Ele revela pelo Seu Espírito para
aqueles escolhidos a quem Ele instruiu há muito tempo para eles.
Esforcemo-nos para analisar esse deleite especial e peculiar, que é aqui chamado de “A
alegria do Senhor”. Ela brota de Deus, e tem Deus como seu objetivo. O crente que está
em um estado espiritualmente saudável alegra-se principalmente em Deus, ele é feliz, por-
que há um Deus, e pelo que Deus é em Sua Pessoa e Caráter. Todos os atributos de Deus
tornam-se nascentes de alegria para o crente reflexivo, pois tal homem diz dentro de sua
alma, “Todos esses atributos do meu Deus são meus; Seu poder é a minha proteção; Sua
sabedoria é a minha orientação, Sua fidelidade, é o meu fundamento; Sua graça é a minha
Salvação”. Ele é um Deus que não pode morrer, fiel e verdadeira é a Sua promessa. Ele é
todo amor, e ao mesmo tempo infinitamente justo, supremamente santo. Ora, a contem-
plação de Deus para aquele que sabe que esse Deus é o Seu Deus para todo o sempre é
o suficiente para fazer os olhos transbordarem de lágrimas por causa da profunda, miste-
riosa, indescritível bem-aventurança que enche o coração! Não havia nada no caráter de
Júpiter, ou em qualquer um dos falsos deuses dos gentios, para fazer qualquer um feliz,
mas há tudo no caráter de Jeová, tanto para purificar o coração, e para torná-lo emocionado
com deleite. Quão doce é pensar sobre tudo o que o Senhor fez, como Ele se revelou no
passado, e, especialmente, como Ele demonstrou a Sua glória no Pacto da Graça, e na
Pessoa do Senhor Jesus Cristo! Quão encantador é o pensamento de que Ele revelou a Si
mesmo para mim, pessoalmente, e me fez ver nEle meu Pai, meu Amigo, meu Ajudador,
meu Deus!
Oh, se houver uma palavra fora do Céu que não pudesse ser superada, mesmo pelo brilho
do próprio Céu, é esta palavra: “Meu Deus, meu Pai,” e que doce promessa, “Eu serei o
seu Deus, e eles serão o meu povo”. Não há mais valiosa consolação a ser encontrada;
mesmo o Espírito de Deus não pode trazer para o interior do coração do Cristão nada mais
pleno de prazer do que esta bendita consideração! Quando o filho de Deus, depois de admi-
rar o caráter e maravilhando-se dos atos de Deus, pode ao mesmo tempo sentir: “Ele é o
meu Deus, eu O tenho tomado para ser meu, Ele me tomou para ser Seu; Ele agarrou-me
com a mão de Seu Amor poderoso, tendo me amado com um Amor Eterno, com as cordas
de Amor Bondoso Ele me trouxe para Si mesmo, o meu Amado é meu, e eu sou dEle”, ora,
então, a sua alma dançaria jubilosamente como Davi diante da Arca do Senhor, regozi-
jando-se no Senhor com toda a sua força!
Uma outra fonte de alegria é encontrada pelo Cristão que vive perto de Deus em um profun-
do senso de reconciliação com Deus, de aceitação com Deus e, ainda, além disso, de
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adoção e estreita relação com Deus. Não faz um homem feliz saber que, embora uma vez
os seus pecados tenham provocado o Senhor, todos eles são apagados, e nenhum deles
permanece; embora uma vez ele estivesse afastado de Deus e longe dEle pelas más obras,
ainda assim ele é aproximado pelo sangue de Cristo? O Senhor não é mais um Juiz irado
nos perseguindo com uma espada desembainhada, mas um Pai amoroso em cujo seio nós
derramamos nossas tristezas, e encontramos facilidade para cada pontada no coração. Oh,
saibam, amados, que Deus realmente nos ama! Eu sempre disse a vocês que eu não pode-
ria pregar sobre esse tema, pois é um assunto para meditar em silêncio, uma questão para
sentarmos por horas juntos e meditarmos. O Infinito amar uma criatura insignificante, uma
sombra que declina! Não é isto uma maravilha? Quanto a Deus apiedar-se de mim eu posso
entender, Deus condescender em ter misericórdia de mim, eu posso compreender; mas
que Ele me ame? O Puro amar o pecador, o infinitamente Grandioso amar um verme, é
incomparável, um milagre dos milagres! Tais pensamentos devem consolar a alma, e então,
adicione a isso que o Amor Divino nos trouxe, os crentes, a uma relação real com Deus,
para que sejamos Seus filhos e filhas, o que, novamente, é um rio de santo deleite! “Porque,
a qual dos anjos disse jamais: Tu és meu Filho”. Nenhum ministro como labareda de fogo,
embora perfeito em obediência, recebeu a honra da adoção! Para nós, mesmo para nós,
criaturas frágeis de pó, é dado um benefício negado a Gabriel, pois, por meio de Jesus
Cristo, o Primogênito, nós somos membros da família de Deus! Oh, o abismo de alegria
que repousa na filiação a Deus e herança conjunta com Cristo!
As palavras são vãs aqui. Além disso, a alegria que brota do espírito de adoção é outra par-
te da bem-aventurança do crente. Não pode ser um homem infeliz aquele que pode clamar,
“Aba, Pai”. O Espírito de adoção é sempre observado pelo amor, alegria e paz, que são os
frutos do Espírito, porque nós não recebemos o espírito de escravidão novamente para
temer, mas temos recebido o espírito de liberdade e alegria em Cristo Jesus. “Meu Deus,
meu Pai”. Quão doce o som! Mas todos os homens de Deus não fruem disso, você diz. In-
felizmente, nós admitimos isso, mas também acrescentamos que isso é sua própria culpa.
É o direito e porção de cada crente o viver na certeza de que ele está reconciliado com
Deus, que Deus o ama, e que ele é filho de Deus, e se ele não vive assim, ele mesmo tem
a culpa; se há qualquer faminto à mesa de Deus, é porque o convidado limita a si mesmo,
pois a festa é superabundante. Se, no entanto, um homem vem, e oro para que todos vocês
possam vir, a viver habitualmente sob um sentimento de perdão por meio da aspersão do
sangue precioso, e em um deleitoso senso de perfeita reconciliação com o grande Deus,
ele é o possuidor de uma alegria indizível e cheia de glória! Mas, amados, isso não é tudo.
A alegria do Senhor no espírito nasce também de uma garantia de que todo o futuro, seja
ele qual for, é garantido pela bondade Divina. Sendo filhos de Deus, o amor de Deus em
relação a nós não é de caráter mutável, mas permanece e continua imutável. O crente sente
uma plena satisfação em entregar-se nas mãos de eterno e imutável amor.
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Por mais que eu possa ser feliz hoje, se eu estou em dúvida quanto ao amanhã, há um ver-
me na raiz da minha paz. Embora o passado seja agora doce em retrospecto, e o presente
formoso em prazer, no entanto, se o futuro é sombrio com temor, a minha alegria é apenas
superficial. Se a minha salvação ainda é uma questão de risco e perigo, a alegria sem mis-
tura não é minha, e a paz profunda ainda está fora do meu alcance, mas quando sei que
Aquele em quem tenho descansado tem poder e graça suficientes para completar aquilo
que Ele começou em mim, e para mim; quando eu vejo a obra de Cristo não ser meia-Re-
denção, mas uma completa e eterna salvação; quando eu percebo que as promessas são
estabelecidos sobre uma base imutável, e são sim e amém em Cristo Jesus, ratificadas pe-
lo juramento e seladas pelo sangue, então a minha alma tem contentamento perfeito! É ver-
dade, que olhando para a frente podem ser vistas longas avenidas de tribulação, mas a
glória está no final delas. Batalhas podem ser previstas, e ai do homem que não as espera,
mas o olho da fé percebe a coroa da vitória. Águas profundas são mapeadas sobre a nossa
jornada, mas a fé pode ver Jeová vadeando esses rios conosco, e ela antecipa o dia em
que subirá das margens do litoral, e entrará no descanso de Jeová; quando recebemos es-
sas verdades inestimáveis de Deus em nossas almas, somos satisfeitos com o favor e ple-
nos com a bondade do Senhor. Há uma teologia que nega aos crentes esta consolação;
não entraremos em controvérsia com ela, mas tristemente avisamos que um castigo pesado
pelos erros do sistema doutrinário reside na perda do consolo que a verdade teria trazido à
alma. De minha parte, eu valorizo o Evangelho não só por a- quilo que ele fez por mim no
passado, mas pelas garantias que ele me oferece da salvação eterna. “E dou-lhes a vida
eterna, e nunca hão de perecer, e ninguém as arrebatará da minha mão” [João 10:28].
Agora, amados, eu ainda não os conduzi para o interior das grandes profundezas da ale-
gria, embora aqueles ribeiros não sejam certamente, de maneira nenhuma, superficiais; há
um poço de deleite para cada Cristão, quando ele entra em comunhão real com Deus. Falei
da verdade que Deus nos ama e do fato de que estamos ligados a Ele por laços mui próxi-
mos e queridos, mas, quando estas doutrinas tornam-se experiências, então somos, de
fato, ungidos com o óleo de alegria! Assim, entramos no amor de Deus, e este adentra em
nós, quando andamos com Deus habitualmente, então a nossa alegria é como o Jordão na
época da colheita, quando transborda em todas as suas ribanceiras. Você conhece o que
significa andar com Deus, a alegria de Enoque; sentar-se aos pés de Jesus, a alegria de
Maria; inclinar a cabeça sobre o seio de Jesus, a alegria familiar de João? Ah, sim, a comu-
nhão com o Senhor não é uma mera conversa para alguns de nós; nós a temos conhecido
na câmara da aflição; a conhecemos na solidão de muitas noites de descanso interrompido,
nós a conhecemos sob desânimos, e sob tristezas e difamações, e todos os tipos de males,
e nós consideramos que um pequeno cálice de comunhão com Cristo é suficiente para
adoçar um oceano cheio de tribulação! Só de saber que Ele está perto de nós, e ver o brilho
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de Seus queridos olhos, transformaria até mesmo o Inferno, ele próprio, em Céu, se fosse
possível para nós desfrutarmos de Sua Presença ali! Infelizmente, vocês não conhecem e
não podem conhecer esta felicidade, vocês que bebem suas taças espumantes. Ouvindo o
som de instrumentos de cordas, vocês não sabem o que essa bem-aventurança significa;
vocês não têm sonhado com isso, nem poderiam entender, embora um homem a mostrasse
a vocês.
Como o animal no pasto não conhece os pensamentos de longo alcance daquele que lê as
estrelas, e as linhas do firmamento, assim também o homem carnal faz tanto como um
palpite de quais sejam as alegrias que Deus tem preparado para aqueles que O amam, as
quais a qualquer dia e todos os dias, quando nossos corações as buscam, Ele nos revela
por Seu Espírito! Esta é “A alegria do Senhor”: comunhão com o Pai e com Seu Filho Jesus
Cristo. Amados, se nós chegamos a este ponto, devemos nos esforçar para manter nossa
firmeza, pois nosso Senhor nos diz: “Permanecei em Mim”, o hábito da comunhão é a vida
de felicidade!
Outra forma de “alegria do Senhor” nos visitará praticamente todos os dias na honra de
sermos autorizados a servi-lO. É uma alegria no valor de mundos o ser autorizado a fazer
o bem, ensinar uma criancinha as suas letras, pois Cristo dará a um coração verdadeiro
alguma prova da alegria do Senhor, se isto for feito conscientemente somente por causa
do Senhor; o suportar a porção daqueles para quem nada está preparado, visitar os do-
entes, consolar o enlutado, ajudar os pobres, instruir os ignorantes, qualquer e todas essas
obras Cristãs, se feitas em nome de Jesus, irão, na sua medida, nos dispor na alegria de
Jeová! E felizes somos, irmãos e irmãs, se nós, quando não pudermos trabalhar, somos
capazes de ainda repousar e sofrer, pois consentimento passivo é outro tubo de prata, atra-
vés do qual “a alegria do Senhor” virá para nós! É doce sofrer sob a vara de Deus, e sentir
que se Deus nos teria feito sofrer, é a felicidade fazê-lo assim; voltar a cair com a fraqueza
da natureza, mas ao mesmo tempo com a força da graça, e dizer: “seja feita a Tua vontade”.
É uma alegria, quando entre pedras de moinho esmagados como uma azeitona, nada é
produzido, senão o óleo da gratidão; quando feridos sob o mangual da tribulação, ainda
nada se perde, senão o joio, e rende-se a Deus o precioso grão da inteira submissão! Ora,
isso é um pequeno Céu sobre a terra! Gloriar-se nas tribulações, também, este é um alto
grau da subida em direção à semelhança de nosso Senhor. Talvez as comunhões habituais
que temos com o nosso Amado, embora extremamente preciosas, nunca serão iguais
àquelas que nós fruímos quando temos de romper espinhos e abrolhos para estar nEle.
Quando nós O seguimos para o deserto, então nós sentimos o amor de nossas núpcias se-
rem duplamente doce; é algo jubiloso quando no meio de circunstâncias tristes, nós ainda
sentimos que não podemos lamentar, porque o Noivo está conosco; bem-aventurado é o
homem que na mais terrível tempestade não é conduzido à parte de seu Deus, mas ainda
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cavalga sobre a crista das elevadas ondas mais próximas do Céu! Tal felicidade é a porção
Cristã; eu não digo que cada Cristão a possui, mas tenho certeza de que todo Cristão deve-
ria possui-la.
Há uma estrada para o Céu, e tudo nela está seguro, mas no meio do caminho há um cami-
nho especial, um caminho interior, e todos os que andam nele são felizes, bem como segu-
ros. Muitos professos estão apenas dentro do recanto; eles andam na vala ao lado da estra-
da, e porque eles estão seguros ali, se contentam em suportar todos os inconvenientes de
sua caminhada. Mas aquele que toma a coroa da Estrada elevada, e anda no centro do ca-
minho que Deus pavimentou, encontrará que não haverá leão ali, nem qualquer animal fe-
roz sobe, pois ali o próprio Senhor será seu Companheiro, e manifestará a Si mesmo a ele.
Vocês Cristãos superficiais que apenas creem em Cristo, e malmente isso; cujas Bíblias
não são lidas; cujos quartos de oração não são frequentados; cuja comunhão com Deus é
uma coisa de espasmos, vocês não têm a alegria do Senhor, nem são fortes. Rogo-vos,
não descansem como vocês estão, mas façam com que a sua fraqueza consciente os pro-
voque a procurar os meios de força, e que os meios de força possam ser encontrados em
um remédio agradável, doce, uma vez que é proveitoso: o delicioso e eficaz remédio da
“alegria do Senhor”.
II. Mas o tempo me desapontaria ao prolongar-me sobre este mui frutífero assunto, e nós
devemos voltar para o nosso segundo ponto, o qual é: ESSA ALEGRIA É UMA FONTE DE
GRANDE FORÇA. Muito rapidamente permita-nos considerar esse pensamento; isto é as-
sim porque essa alegria surge de considerações que sempre fortalecem a alma. Muito da
profundidade de nossa piedade dependerá dessa nossa reflexão; muitas pessoas, depois
de terem recebido uma doutrina, guardam-na em uma prateleira, pois eles são ortodoxos,
eles receberam a verdade de Deus, e eles se contentam em manter essa verdade na mão
como estoque morto. Senhores, em que consideração pode ser isso para você: guardar os
seus celeiros de trigo, se você nunca mói o trigo para o pão, ou o semeia nos sulcos dos
seus campos? O Cristão feliz é aquele usa as doutrinas do Evangelho como alimento
espiritual como elas foram feitas para ser usadas! Ora, alguns homens podem muito bem
ter um credo heterodoxo como um alguém ortodoxo, por toda a diferença que isso faz para
eles; tendo a noção de que eles conhecem, e imaginando que conhecer é suficiente, eles
não consideram, contemplam, ou estimam as verdades que professam crer, e, consequen-
temente, eles não derivam nenhum benefício a partir delas. Agora, contemplar as grandes
verdades da eleição Divina, do amor eterno, das promessas do Pacto, da justificação pela
fé, através do sangue de Cristo, e da habitação e permanência perpétua do Espírito Santo
em Seu povo; voltar-se sobre estas coisas é extrair alegria delas, e isso também é forta-
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lecimento para o espírito! Prensar as uvas celestiais por meio da meditação, e fazer fluir
adiante o vinho tinto em torrentes é tanto um exercício de fortalecimento, quanto é emocio-
nante. A alegria vem das mesmas verdades que sustentam a nossa força, e vem pelo
processo de meditação.
Novamente, “a alegria do Senhor” dentro de nós é sempre o sinal e símbolo de uma vida
espiritual forte. A vivacidade santa prenuncia vigor espiritual. Eu disse que aquele que tinha
alegria espiritual a obteve pela comunhão com Deus e comunhão com Deus é a mais certa
propulsão de força. Você não pode estar com um Deus forte sem obter força paras si mes-
mo, pois Deus é sempre um Deus transformador! Contemplando e olhando para Ele, a
nossa semelhança muda até que nos tornemos em nossa medida como nosso Deus. O
calor do sul da França, o qual muitas vezes você tanto ouve, não brota de suaves ventos
amenos, mas a partir do sol; ao pôr do sol a temperatura cai. Você deve estar em um lado
da rua, na Itália, e pensa ser Maio; atravessa a rua para a sombra, e é frio como Janeiro. O
sol faz isso tudo. Um homem que caminha na luz solar da face de Deus, por essa mesma
razão é aquecido e forte; a luz do sol da alegria normalmente anda com o calor da vida
espiritual.
À medida que a luz da alegria varia, o mesmo acontece com o calor da santa força, aquele
que habita na Luz de Deus é ao mesmo tempo feliz e forte, e aquele que vai para a sombra,
e perde a alegria do Senhor, torna-se, ao mesmo tempo, fraco; e assim a alegria do Senhor
se torna a nossa força, como sendo um indicador da sua subida ou descida. Quando uma
alma é muito vigorosa e ativa, é como a torrente que corre ao lado da montanha, que
menospreza no inverno o reconhecimento das contenções de geada; em poucas horas as
poças e riachos que se deslocam lentamente são acorrentados no gelo. Mas a suprema
nevasca deve trazer adiante toda a sua força antes que possa algemar a apressada
torrente; assim quando uma alma corre com a força sagrada da fé, é difícil congelá-la na
miséria, seu vigor assegura a sua alegria!
Além disso, o homem que possui “a alegria do Senhor”, encontra sua força em outro aspec-
to, que ela o fortalece contra a tentação. O que há ali pelo que ele possa ser tentado? Ele
já tem mais do que o mundo pode oferecer como uma recompensa por traição, ele já é rico,
quem o enganará com o prêmio da injustiça? Ele já está satisfeito; quem é aquele que pode
seduzi-lo com iscas agradáveis? “Um homem como eu fugiria?” [Neemias 6:11]. O Cristão
jubiloso é igualmente seguro contra a perseguição; eles podem muito bem suportar serem
ridicularizados em ganhar tal avaliação como as que eles ganham. “Você pode zombar”,
ele diz, “mas eu sei que a verdadeira religião está dentro de minha alma, e seu escárnio
não me fará abandonar a pérola de grande valor”. Tal homem é feito também forte para su-
portar a aflição, pois todos os sofrimentos colocados sobre ele são apenas poucas gotas
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de amargura lançadas na sua taça de felicidade para dar um tom mais profundo para a
doçura que delas absorve! Tal homem se torna forte para o serviço, também, o que não
pode fazer aquele que é feliz no seu Deus? Por seu Deus, ele salta sobre uma muralha, ou
se rompe por entre tropa! Ele é forte, também, para qualquer tipo de autossacrifício. Para
Deus que tudo lhe dá, e continua a ser para ele como sua porção perpétua, tal homem en-
trega tudo o que ele tem, e não pensa em nenhuma rendição, está apenas, armazenando
o seu tesouro em sua própria casa do tesouro particular, no próprio Deus da sua Salvação!
Um homem alegre, como eu tenho agora em minha mente, é para todos os efeitos, um
homem forte, ele é forte em uma forma calma e repousante; aconteça o que acontecer, ele
não é irritado ou perturbado, ele não tem medo de más notícias, o seu coração está firme,
confiando no Senhor.
O homem irritado é sempre fraco; ele está com pressa, e faz as coisas mal feitas. O homem
cheio de alegria interior é tranquilo, ele espera o momento apropriado e se inclina na pleni-
tude de sua força. Tal homem, embora ele seja humilde, é firme e inabalável, ele não se
deixa levar por todo o vento, ou se curva pela brisa, ele conhece o que ele sabe, e man-
tém o que ele tem, e a âncora de ouro da sua esperança adentra no interior do véu, e o
prende rápido; sua força não é pretensiosa, mas real. A felicidade resultante da comunhão
com Deus não gera nele nenhuma ostentação; ele não fala do que ele pode fazer, ele o faz!
Ele não diz o que ele poderia suportar, mas ele suporta tudo o que ocorre, ele nem sempre
sabe o que ele pode fazer, sua fraqueza é mais evidente a ele mesmo por causa da força
que o Espírito Santo coloca sobre ele. Mas quando chega o momento, a sua fraqueza
apenas ilustra o poder Divino, enquanto o homem prossegue calmamente conquistando e
para conquistar. Sua luz interior o torna independente do sol exterior; seus celeiros secretos
o tornam independente da colheita externa; suas fontes internas o colocam para além do
pavor de que o ribeiro de Querite possa secar. Ele é independente dos homens e dos anjos,
e destemido de demônios; todas as criaturas podem se voltar contra ele, se quiserem, mas
uma vez que Deus é a sua grande alegria, ele não sentirá a falta do seu amor ou lamentará
seu ódio! Ele permanece aonde os outros caem, ele canta aonde os outros choram, ele
vence onde os outros fogem, ele glorifica a Deus aonde os outros trazem desonra sobre si
mesmos e sobre o nome sagrado. Deus nos conceda a alegria interior que surge da força
real, e é tão ligada a ela a ponto de ser, em parte, a sua causa.
III. Mas agora tenho que apressar-me em observar, em terceiro lugar, que ESSA FORÇA
LEVA A RESULTADOS PRÁTICOS. Tenho certeza de que terei sua sincera atenção para
isso, porque em muitos de vocês eu tenho visto o resultado que segue ao que falo agora.
Eu não bajularia ninguém, mas meu coração foi cheio de ação de graças ao Deus de toda
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graça quando eu vi muitos de vocês regozijando-se no Senhor em circunstâncias dolorosas,
e produzindo os frutos de uma força graciosa.
Voltem-se, então para o nosso segundo texto, e ali observarão alguns dos frutos de santa
alegria e força piedosa. Primeiro, isso leva a um grande louvor: “Os cantores cantaram em
voz alta”, a sua cantoria foi calorosa e entusiasmada; o canto sagrado não é uma questão
menor. O singular George Herbert disse:
“Louvar é o fim da pregação.”
Ele poderia ter ido além, e ter dito: louvar é o fim da oração? Afinal, a pregação e a oração
não são os fins principais do homem, mas sim a glorificação de Deus, da qual o louvor a
Deus em alta voz é uma forma. Pregar é a semeadura, a oração é a rega, mas o louvor é
a colheita. Deus visa a Sua própria glória, assim, deveríamos nós, e: “Aquele que oferece
o sacrifício de louvor me glorificará” [Salmos 50:23]. Sejam diligentes, então, em cantar os
Seus louvores com entendimento. Nós temos afastado harpas e trombetas e órgãos; vamos
pensar que nós realmente nos elevamos acima da necessidade deles. Acho que fazemos
bem em dispensar estas ajuda da típica dispensação, pois eles são todos inferiores, até
mesmo na música, à voz humana; certamente não há nenhuma melodia ou harmonia, como
aquelas criadas por línguas vivas. Mas pensemos que nós não afastamos um átomo da
alegria! Vamos ser felizes quando na congregação nos unimos em salmodia. É uma coisa
lamentável ouvir os louvores de Deus proferidos profissionalmente, como se a mera música
fosse tudo; é horrível ter uma dúzia de pessoas no banco da mesa cantando por vocês, co-
mo se fossem procuradores de todo o conjunto! É chocante para mim estar presente em
lugares de culto onde nem um décimo das pessoas nunca se aventuram a cantar absoluta-
mente, e estes o fazem através de seus dentes tão suavemente, que alguém teria neces-
sidade de ter um microscópio inventado para os ouvidos para capacitá-lo para ouvir o esfor-
ço moribundo! Fora com tal balbucio e assassinato de louvores a Deus! Se os corações dos
homens fossem alegres e fortes, eles desprezariam tal adoração miserável!
Nesta casa todos nós tentamos cantar, mas nós não poderíamos fazer mais serviços de
louvor? Temos tido uma reunião de louvor de vez em quando; não deveríamos fazer uma
reunião louvor toda semana? A reunião de oração não deveria ser mais do que nunca
animada por louvor? O canto do povo de Deus deve ser, e se eles fossem mais cheios da
força divina seria, mais constante e universal. Como pecadores cantam o louvor de Baco
nas ruas! Vocês dificilmente podem descansar no meio da noite, sem que sons indecorosos
os assustassem. Porventura os devotos do vinho cantam tão vigorosamente, e ficaremos
em silêncio? Nós não somos muitas vezes culpados de perturbar o mundo com a nossa
música; os dias em que o zelo Cristão interferiu com o ímpio parece ter passado; nós temos
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nos estabelecido em mais ordens, e eu temo que também em mais tibieza. Oh, pelo grito
do velho Metodista! Irmãos e irmãs, acordem seu cantar novamente! Que o Senhor nos dê
novamente um tempo de canto, e faça com que todos nós O louvemos com o coração e
com a voz; até mesmo os adversários dirão: “O Senhor fez grandes coisas por eles”. E va-
mos responder: “Sim, você fala a verdade, Ele fez grandes coisas por nós, pelas quais nós
estamos alegres”. Talvez não tem havido tão grande a bênção sobre as Igrejas da Inglater-
ra, porque elas não têm prestado devidas ações de graças. Em todo o tempo em que
estamos em apuros somos ansiosos e orantes; quando um príncipe está doente, boletins
são emitidos a cada hora ou quase isso, mas ah, quando a misericórdia vem, poucos bole-
tins são anunciados convidando-nos para bendizer e louvar o nome de Deus por Suas mise-
ricórdias! Louvemos ao Senhor desde o nascer até ao pôr-do-sol, porque grande é o Se-
nhor, e Ele é mui digno de ser louvado!
O próximo resultado é grande sacrifício. “E ofereceram, no mesmo dia, grandes sacrifícios
e se alegraram”. Que dia é aquele em que a Igreja de Deus atualmente faz grandes sacri-
fícios? Eu não vi isso no calendário recentemente. E, infelizmente, se os homens fa-zem
qualquer sacrifício, eles muitas vezes o fazem de um modo que indica que eles escapariam
da inflexão se pudessem! Poucos fazem grandes sacrifícios e se alegram, você pode con-
vencer um homem a dar uma soma considerável; um grande número de argumentos, final-
mente o vencem, e ele faz isso é porque ele teria tido vergonha de não fazê-lo, mas em seu
coração ele desejava que você não tivesse vindo neste caminho, e tivesse ido para algum
outro doador. Esse é o presente mais agradável a Deus, o que é dado alegremente; é bom
sentir que qualquer que seja o bem que você possa presentear a Igreja, ou o pobre, ou o
doente, isto é como que o dobro de benefício para você que o dá. É bom dar, porque você
ama dar, como a flor que derrama o seu perfume, porque nunca sonhou em fazer de outra
forma; ou como o pássaro que treme com a canção, porque é um pássaro, e encontra um
prazer em suas notas; ou como o sol que brilha, não pela força, senão porque, sendo um
dom, ele deve brilhar, ou como as ondas do mar, que refletem o brilho do sol, porque é a
sua natureza refletir, e não acumular a luz! Oh, ter tal graça em nossos corações para que
fizéssemos sacrifícios jubilosos ao nosso Deus! Que o Senhor conceda que possamos ter
muito desta, pois trazer as primícias à casa do tesouro é o caminho para a bênção. Como
diz a Escritura: “Trazei todos os dízimos à casa do tesouro, para que haja mantimento na
minha casa, e depois fazei prova de mim nisto, diz o Senhor dos Exércitos, se eu não vos
abrir as janelas do céu, e não derramar sobre vós uma bênção tal até que não haja lugar
suficiente para a recolherdes”.
Após isso, há a certeza de seguir outras expressões de alegria. Eles “se alegraram; porque
Deus os alegrara com grande alegria”. Eles não se limitaram a cantar e sacrificar; quando
as rodas da máquina são bem oleadas, toda a máquina prossegue facilmente, e quando o
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homem tem o óleo da alegria, então, no seu negócio, e em sua família as rodas de sua na-
tureza deslizam suave e harmoniosamente, porque ele é um homem satisfeito e feliz. Há
alguns professos que imaginam que a tristeza do Senhor deve ser a sua força, pois eles se
gloriam no espírito de escravidão, e em uma experiência descrente; tendo grande familia-
ridade com a corrupção de seus corações, por vezes, de um caráter demasiado prático.
Eles fazem as deformidades dos santos serem seus lugares de beleza e os seus defeitos
serem suas evidências. Tais homens denunciam todos os que se alegram no Senhor, e
somente toleram o incrédulo. A força deles reside em serem capazes de levá-los através
de todas as catacumbas da escuridão da natureza, e mostrar-lhes a podridão de seus cora-
ções malignos. Bem, tal força como esta, deixem-na ter os que quiserem, mas nós estamos
persuadidos de que nosso texto está mais próximo da sabedoria: “A alegria do Senhor é a
vossa força”. Embora nós conheçamos algo de nossa corrupção, e a lamentamos, embora
saibamos algo sobre os problemas do mundo, e às vezes lamentamos enquanto os carre-
gamos, ainda assim, há uma alegria na obra perfeita de Cristo, e uma alegria em nossa
união com Ele que nos eleva muito acima de todas as outras considerações! Deus vem
para nós com tal força, que não podemos deixar de mostrar a nossa alegria em nossa vida
comum.
Mas, depois, o texto nos diz que a santa alegria conduz à felicidade da família. “E até as
mulheres e os meninos se alegraram”. É assim nesta Igreja. Eu recentemente tenho visto
várias crianças de famílias que Deus tem abençoado, e eu tenho me regozijado ao ver que
o pai e a mãe conhecem o Senhor, e que mesmo o último da família foi levado a Jesus. Ó
famílias felizes, onde a alegria não se limita a um, mas onde todos participam da mesma!
Eu não gosto muito daquele Cristianismo que faz um homem sentir: “Se eu for para o Céu,
isto é tudo o que me importa”. Ora, você é como um fogão alemão, que eu encontrei no
quarto de um hotel em outro dia, uma espécie de fogão que exigiu toda a madeira que eles
poderiam trazer apenas para aquecer-se, em seguida, todo o calor subiu pela chaminé.
Sentamos em torno dele para aquecer-nos, porém escassa e rara partícula de calor saiu
dele para nós. Muitos precisam de toda a religião que possam obter para alegrar os seus
próprios corações, e suas pobres famílias e vizinhos sentam-se tremendo no frio da impie-
dade. Sejam como aqueles fogões bem construídos de nossas próprias casas, que propa-
gam todo o calor na sala; propaguem o calor da piedade em sua casa, e façam com que
todos os vizinhos participem da bênção, pois assim o texto termina: “a alegria de Jerusalém
se ouviu até de longe”. A alegria do Senhor deve ser observada em toda a vizinhança, e
muitos que de outro modo poderiam ter sido descuidados da religião verdadeira, então,
perguntarão: “O que faz essas pessoas felizes, e gera tais famílias felizes?”. Sua alegria
será, assim, missionária de Deus!
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IV. E agora eu tenho que concluir. ESTA ALEGRIA, ESTA FORÇA, ESTÃO AMBAS A NOS-
SO ALCANCE! “Porque Deus os alegrara com grande alegria”. Somente Deus pode nos
dar essa grande alegria! Então, ela está ao alcance de qualquer um, pois Deus pode dar a
um, bem como a outro; se ela dependesse de nossas boas obras ou de nossas habilidades
naturais, alguns de nós jamais poderiam alcançá-la, mas, se Deus é a fonte e o doador
dela, Ele pode dar para mim, assim como a você, meu irmão, minha irmã, e para vocês,
assim como para os outros.
Qual foi a maneira pela qual Deus deu essa alegria? Bem, primeiro, Ele a deu a essas pes-
soas através de sua condição de ouvintes atentos. Eles não eram apenas ouvintes, mas
eles ouviram com os seus ouvidos, seus ouvidos estavam na Palavra, que foi lida para eles;
e sugaram-na, recebendo-a em suas almas. Um ouvinte atento está no caminho para ser
um receptor da alegria! Tendo-a ouvido, eles sentiram o poder dela, e eles choraram. Será
que isso parece o caminho para a alegria? Isto deveria acontecer! Eles receberam as ame-
aças da Lei com todos os seus terrores em suas almas, eles deram-se para que o martelo
da Palavra os quebrasse em pedaços; eles se submeteram à Palavra de reprovação. Oh,
que Deus incline todos a fazerem o mesmo, pois essa, mais uma vez, é a maneira pela qual
Deus concede alegria! A Palavra é ouvida, a Palavra é sentida; então depois disso, quando
eles sentiram o poder da Palavra, vemos que eles adoraram a Deus devotamente. Eles cur-
varam a cabeça, suas posturas indicaram o que eles sentiam interiormente; adoradores
com corações penitentes realmente adoram a Deus; eles nunca reclamarão de Sabaths
cansativos. Adoração nos auxilia na alegria; aqueles que podem se curvar baixo o suficiente
diante do trono, serão elevados tão alto diante deste trono quanto o seu coração possa
anelar! Lemos, também, que esses ouvintes e adoradores compreenderam claramente o
que ouviram. Nunca estejam contentes em ouvir um sermão a menos que vocês possam
compreendê-lo, e se há uma verdade que está sobre vocês; esforcem-se por ela, lutem pa-
ra conhecê-la; leitor da Bíblia, não se contente em ir através das palavras do capítulo. Ore
ao Espírito Santo para que lhe diga o significado, e use os meios apropriados para descobrir
qual o significado! Pergunte a quem conhece, e use seu próprio julgamento esclarecido
para desvelar o sentido. Quando é que vamos ter acabado com o formalismo da adoração,
e entrarmos em adoração viva? Às vezes, por todo o verdadeiro cantar que há aqui, a
música poderia muito bem ser em latim ou em grego. Ah, conhecer o que vocês estão can-
tando, saber o que vocês estão dizendo em oração, saber o que vocês estão lendo, obter
isso, chegar corretamente a isso, compreender isso, este é o caminho para a santa alegria.
E um outro ponto; aquelas pessoas, quando entenderam o que tinham ouvido devotamente,
estavam ansiosas para obedecer. Eles obedeceram, não só os pontos comuns da Lei em
que o antigo Israel havia decorado com exemplos, mas eles descobriram uma instituição
antiga, que havia sido enterrada e esquecida. O que foi aquilo para eles? Deus havia orde-
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nado a eles a celebração, e ao fazê-lo, esta alegria peculiar veio sobre eles. Oh, o momento
em que todos os crentes buscarão a Palavra de Deus; quando eles não se contentarão em
dizer: “Eu me juntei a certo corpo de Cristãos, e eles fazem isso, e por isso eu o faço”. Que
nenhum homem diga mais a si mesmo: “Tal é a regra de minha Igreja”, mas que possa,
cada um, dizer: “Eu sou servo de Deus, e não servo de homem; nem o servo de trinta e no-
ve artigos; do Livro de Oração, ou do Catecismo. Eu me firmo em meu próprio Mestre, e o
único Livro da Lei que reconheço é o Livro de Sua Palavra, inspirada pelo Seu Espírito”.
Oh, bendito dia, quando cada homem dirá: “Eu quero saber se eu estou errado; eu desejo
saber o que estou fazendo; estou ansioso para seguir o Senhor plenamente”. Bem, então,
se a sua alegria em Deus o conduz à obediência prática, você pode estar certo de que isso
o tornou forte da melhor maneira.
Amados irmãos e irmãs, tivemos, antes de que eu fosse embora para o descanso neces-
sário, um verdadeiro espírito de oração entre nós. Eu parti para o continente alegremente,
porque eu deixei com vocês os nomes de cerca de 80 pessoas sugeridas para a membresia
da Igreja. Meus amados oficiantes, com grande diligência, visitaram estes e outros, e no
próximo Dia do Senhor esperamos receber mais de uma centena, talvez uns 120 novos
membros na Igreja. Bendito seja Deus por isso! Eu não sentiria ser fácil partir, se vocês es-
tivessem em um estado estéril, frio, morto; mas havia um fogo real em chamas no altar de
Deus e as almas estavam sendo salvas! Agora eu desejo que este zelo gracioso continue
a ser renovado; este não se foi na minha ausência, eu creio, mas eu anelo que agora uma
nova explosão do Espírito de Deus sopre a chama mui veemente. Vamos nos reunir ama-
nhã para a oração, e faça com que a oração seja muito diligente! E permitam que esses lu-
tadores quem têm sido movidos por súplica agonizante; renovem o ardor e fervor de seus
desejos, e que possamos ser um povo forte e, consequentemente, um povo alegre na força
e alegria do Senhor! Que os pecadores em grande número olhem para Jesus e sejam
salvos! Amém e amém.
Porção da Escritura lida antes do Sermão: Neemias 8.
ORE PARA QUE O ESPÍRITO SANTO use este sermão para trazer muitos
Ao conhecimento salvador de JESUS CRISTO.
Sola Scriptura!
Sola Gratia!
Sola Fide!
Solus Christus!
Soli Deo Gloria!
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10 Sermões — R. M. M’Cheyne
Adoração — A. W. Pink
Agonia de Cristo — J. Edwards
Batismo, O — John Gill
Batismo de Crentes por Imersão, Um Distintivo
Neotestamentário e Batista — William R. Downing
Bênçãos do Pacto — C. H. Spurgeon
Biografia de A. W. Pink, Uma — Erroll Hulse
Carta de George Whitefield a John Wesley Sobre a
Doutrina da Eleição
Cessacionismo, Provando que os Dons Carismáticos
Cessaram — Peter Masters
Como Saber se Sou um Eleito? ou A Percepção da
Eleição — A. W. Pink
Como Ser uma Mulher de Deus? — Paul Washer
Como Toda a Doutrina da Predestinação é corrompida
pelos Arminianos — J. Owen
Confissão de Fé Batista de 1689
Conversão — John Gill
Cristo É Tudo Em Todos — Jeremiah Burroughs
Cristo, Totalmente Desejável — John Flavel
Defesa do Calvinismo, Uma — C. H. Spurgeon
Deus Salva Quem Ele Quer! — J. Edwards
Discipulado no T empo dos Puritanos, O — W. Bevins
Doutrina da Eleição, A — A. W. Pink
Eleição & Vocação — R. M. M’Cheyne
Eleição Particular — C. H. Spurgeon
Especial Origem da Instituição da Igreja Evangélica, A —
J. Owen
Evangelismo Moderno — A. W. Pink
Excelência de Cristo, A — J. Edwards
Gloriosa Predestinação, A — C. H. Spurgeon
Guia Para a Oração Fervorosa, Um — A. W. Pink
Igrejas do Novo Testamento — A. W. Pink
In Memoriam, a Canção dos Suspiros — Susannah
Spurgeon
Incomparável Excelência e Santidade de Deus, A —
Jeremiah Burroughs
Infinita Sabedoria de Deus Demonstrada na Salvação
dos Pecadores, A — A. W. Pink
Jesus! – C. H. Spurgeon
Justificação, Propiciação e Declaração — C. H. Spurgeon
Livre Graça, A — C. H. Spurgeon
Marcas de Uma Verdadeira Conversão — G. Whitefield
Mito do Livre-Arbítrio, O — Walter J. Chantry
Natureza da Igreja Evangélica, A — John Gill
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Necessário Vos é Nascer de Novo — Thomas Boston
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Pregação Chocante — Paul Washer
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Um Cordão de Pérolas Soltas, Uma Jornada Teológica
no Batismo de Crentes — Fred Malone
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2 Coríntios 4
1 Por isso, tendo este ministério, segundo a misericórdia que nos foi feita, não desfalecemos;
2 Antes, rejeitamos as coisas que por vergonha se ocultam, não andando com astúcia nem
falsificando a palavra de Deus; e assim nos recomendamos à consciência de todo o homem,
na presença de Deus, pela manifestação da verdade. 3 Mas, se ainda o nosso evangelho está
encoberto, para os que se perdem está encoberto. 4 Nos quais o deus deste século cegou os
entendimentos dos incrédulos, para que lhes não resplandeça a luz do evangelho da glória
de Cristo, que é a imagem de Deus. 5 Porque não nos pregamos a nós mesmos, mas a Cristo
Jesus, o Senhor; e nós mesmos somos vossos servos por amor de Jesus. 6 Porque Deus,
que disse que das trevas resplandecesse a luz, é quem resplandeceu em nossos corações,
para iluminação do conhecimento da glória de Deus, na face de Jesus Cristo. 7 Temos, porém,
este tesouro em vasos de barro, para que a excelência do poder seja de Deus, e não de nós. 8 Em tudo somos atribulados, mas não angustiados; perplexos, mas não desanimados.
9 Perseguidos, mas não desamparados; abatidos, mas não destruídos;
10 Trazendo sempre
por toda a parte a mortificação do Senhor Jesus no nosso corpo, para que a vida de Jesus
se manifeste também nos nossos corpos; 11
E assim nós, que vivemos, estamos sempre
entregues à morte por amor de Jesus, para que a vida de Jesus se manifeste também na
nossa carne mortal. 12
De maneira que em nós opera a morte, mas em vós a vida. 13
E temos
portanto o mesmo espírito de fé, como está escrito: Cri, por isso falei; nós cremos também,
por isso também falamos. 14
Sabendo que o que ressuscitou o Senhor Jesus nos ressuscitará
também por Jesus, e nos apresentará convosco. 15
Porque tudo isto é por amor de vós, para
que a graça, multiplicada por meio de muitos, faça abundar a ação de graças para glória de
Deus. 16
Por isso não desfalecemos; mas, ainda que o nosso homem exterior se corrompa, o
interior, contudo, se renova de dia em dia. 17
Porque a nossa leve e momentânea tribulação
produz para nós um peso eterno de glória mui excelente; 18
Não atentando nós nas coisas
que se veem, mas nas que se não veem; porque as que se veem são temporais, e as que se
não veem são eternas.