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    CONHECENDO OS PRINCIPAIS

    SOLOS DO PARANAbordagem para professoresdo ensino fundamental e mdio

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    DiretorOromar Joo Bertol

    Vice-diretorArnaldo Colozzi Filho

    TesoureiroVolnei Pauletti

    SecretrioMarcelo Muller

    ReitorZaki Akel Sobrinho

    Diretor do Setor de Cincias AgrriasEduardo Teixeira da Silva

    Chefe do Departamento de Solos e Engenharia Agrcola

    Marco Aurlio de Mello Machado

    Coordenador do Projeto de Extenso Universitria Solo na Escola/UFPRValmiqui Costa Lima

    Vice Coordenador do Projeto de Extenso Universitria Solo na Escola/UFPRMarcelo Ricardo de Lima

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    Sociedade Brasileira de Cincia do Solo

    Ncleo Estadual Paran

    Universidade Federal do Paran

    Projeto de Extenso Universitria Solo na Escola/UFPR

    CONHECENDO OS PRINCIPAISSOLOS DO PARAN

    Abordagem para professoresdo ensino fundamental e mdio

    Valmiqui Costa Lima

    Marcelo Ricardo de Lima

    Vander de Freitas Melo

    Curitiba PR

    2012

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    Copyright 2012 Ncleo Estadual Paran da Sociedade Brasileira de

    Cincia do Solo

    Os conceitos e opinies emitidos pelos autores dos captulos so de

    responsabilidade dos mesmos. permitida a reproduo parcial ou

    citao, desde que citada a fonte. proibida a reproduo total desta obra

    sem a autorizao prvia, e por escrito, dos respectivos autores.

    ISBN: 978-85-89950-07-7

    2012 1 edio

    Tiragem: 3.000 exemplares

    Publicao impressa com recursos do Programa de Gesto de Soloe gua em Microbacias

    Foto capa: Municpio de Maring - Fonte Instituto EmaterCapa: Marlene Suely Ribeiro Chaves

    Editorao: Jos R. R. de Carvalho

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    FICHA CATALOGRFICA

    Lima, Valmiqui Costa Conhecendo os principais solos do Paran : abordagempara professores do ensino fundamental e mdio / ValmiquiCosta Lima: Marcelo Ricardo de Lima; Vander de Freitas Melo. Curitiba : Sociedade Brasileira de Cincia do Solo / NcleoEstadual Paran, 2012. vi + 18 p.

    ISBN 978-85-89950-07-7

    1- Solos Classificao Paran. I. Lima, MarceloRicardo de Lima. II. Melo, Vander de Freitas. III. Ttulo.

    CDU 631.44(816.2) CDD 631.448162

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    AUTORES

    Valmiqui Costa LimaEng. Agrnomo, Doutor em Solos e Nutrio de Plantas

    Coordenador do Projeto de Extenso Universitria Solo na

    Escola/UFPR

    Professor do Departamento de Solos e Engenharia Agrcola

    Universidade Federal do Paran Curitiba PR

    E-mail: [email protected]

    Marcelo Ricardo de Lima

    Eng. Agrnomo, Doutor em Agronomia

    Vice Coordenador do Projeto de Extenso Universitria Solo na

    Escola/UFPR

    Professor do Departamento de Solos e Engenharia Agrcola

    Universidade Federal do Paran Curitiba PR

    E-mail: [email protected]

    Vander de Freitas Melo

    Eng. Agrnomo, Doutor em Solos e Nutrio de Plantas

    Colaborador do Projeto de Extenso Universitria Solo na

    Escola/UFPR

    Professor do Departamento de Solos e Engenharia Agrcola

    Universidade Federal do Paran Curitiba PR

    E-mail: [email protected]

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    SUMRIO

    1. POR QUE CLASSIFICAR OS SOLOS? _________________ 1

    2. OS PRINCIPAIS SOLOS QUE OCORREM

    NO PARAN ________________________________________ 3

    2.1. LATOSSOLOS ____________________________________ 4

    2.2. NEOSSOLOS _____________________________________ 6

    2.3. ARGISSOLOS _____________________________________ 7

    2.4. NITOSSOLOS ____________________________________ 8

    2.5. CAMBISSOLOS ___________________________________ 9

    2.6. GLEISSOLOS ____________________________________ 11

    2.7. ESPODOSSOLOS _________________________________ 13

    2.8. ORGANOSSOLOS ________________________________ 15

    3. SUGESTES PARA O PROFESSOR ABORDAR

    ESTE TEMA ________________________________________ 16

    4. BIBLIOGRAFIA CONSULTADA _____________________ 18

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    CONHECENDO OS

    PRINCIPAIS SOLOSDO PARANAbordagem para professores do

    ensino fundamental e mdio

    Valmiqui Costa LimaMarcelo Ricardo de LimaVander de Freitas Melo

    1. POR QUE CLASSIFICAR OS SOLOS?

    Classificar significa agrupar segundo determinados crit-rios. Por exemplo, uma turma de alunos pode ser classificada se-

    gundo o critrio cor dos cabelos. Teramos ento grupos de cabe-

    los loiros, pretos, castanhos, ruivos, etc. Classificar uma forma de

    organizar o conhecimento existente a respeito de alguma coisa. O

    ser humano tem a proveitosa mania de classificar. Exemplo disso

    so as classificaes: de animais (zoolgica); vegetais (botnica) e

    rochas e minerais (geolgica).

    importante que os solos sejam classificados porque: a)

    permite conhecer quais as qualidades e limitaes dos solos de um

    municpio, estado ou pas; b) possibilita a troca de informaes tc-

    nicas entre as pessoas que usam ou estudam os solos; c) permite

    predizer o comportamento dos solos; d) permite identificar o uso

    mais adequado dos solos.

    Nos livros didticos destinados ao ensino fundamental

    e mdio encontram-se, com frequncia, expresses como solo cal-

    crio, solo humfero, etc. O que seria um solo calcrio? Seria um

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    solo derivado de uma rocha calcria ou com carbonato de clcio em

    sua composio? No Brasil, os solos com essa constituio so pouco

    frequentes e restritos a regies semiridas. No caso do termo hum-fero, a nica coisa que se pode deduzir tratar-se de solo que contm

    hmus, tambm de pouco significado ou valia, j que praticamente

    todos os solos contm esse componente em maior ou menor quan-

    tidade. Alm de causar confuso, a utilizao indiscriminada desses

    termos em nada contribui para o conhecimento do solo.

    As denominaes, tais como: solos argilosos, solos areno-

    sos, solos rasos, solos vermelhos, solos profundos, solos de mata,

    solos de campo, solos de granito, solos jovens, solos velhos, etc.,

    tambm podem ser consideradas formas simples de classificao,

    em que se considera apenas um fator ou caracterstica, como a pro-

    fundidade, granulometria, cor, tipo de vegetao, material de ori-

    gem, ou idade. Por se fundamentar em uma nica caracterstica ou

    propriedade, essa forma de agrupar solos pouco revela a respeito

    das suas qualidades ou limitaes para qualquer tipo de uso, seja

    agrcola ou no. , no entanto, uma maneira aceitvel de iniciao

    ao estudo de solos, principalmente no ensino fundamental. Tam-

    bm muito comum os solos serem conhecidos por denominaes

    locais, utilizadas na linguagem coloquial, tais como, massap, terra

    roxa, chernozm e outras, mas que no deveriam estar divulgadasem livros didticos.

    Contamos atualmente com o Sistema Brasileiro de Clas-

    sificao de Solos (SiBCS), no qual os solos so agrupados em cate-

    gorias segundo propriedades em comum e recebem denominaes

    prprias e condizentes com o estgio atual do conhecimento cien-

    tfico. Dessa forma, desaconselha-se a utilizao de termos impr-prios, superados e errneos para tratar os solos. No SiBCS, os solos

    so classificados com base em propriedades que resultam dos pro-

    cessos de gnese do solo, ou seja, do modo como foram formados.

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    2. OS PRINCIPAIS SOLOS QUEOCORREM NO PARAN

    O sistema de identificao, classificao e mapeamento

    dos solos do Brasil iniciou-se na dcada de cinquenta, culminando

    com o atual Sistema Brasileiro de Classificao de Solos (Embrapa,

    2006). Este sistema dividido em 13 ordens, sendo que algumas

    no so comuns no Paran. No Quadro 1 so relacionadas as ordens

    de maior ocorrncia no Estado e, de forma resumida, so dados osconceitos, alm de algumas informaes sobre as qualidades e limi-

    taes ao uso agrcola e os significados do ponto de vista ambiental

    e urbano.

    Quadro 1.Principais classes de solos encontradas no estado do Paran.

    Classe (ordem) Termos de conotao ou memorizao

    Solos jovens em incio de formao (sem horizonte B). Nome derivado

    do grego neos (novo)

    Solos com horizonte B incipiente e em estgio inicial de formao

    Solos com acumulao de argila no horizonte B

    Solos com agregados do horizonte B com superfcies brilhantes. Nome

    derivado do latim nitidus (brilhante)

    Solos velhos e profundos

    Solos muito arenosos com acmulo de matria orgnica e compostos

    de ferro e alumnio no horizonte B

    Solos com cores acinzentadas. Nome derivado do russo gley (massa

    pastosa)

    Solos com altos teores de matria orgnica.

    Neossolos

    Cambissolos

    Argissolos

    Nitossolos

    Latossolos

    Espodossolos

    Gleissolos

    Organossolos

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    2.1. LATOSSOLOS

    a) Conceito: so solos profundos (Figura 1), bastante intemperiza-dos (velhos e alterados em relao rocha) e geralmente de baixa

    fertilidade. Ocupam, normalmente, os topos de paisagens, em re-

    levos mais planos (Figura 2). De maneira geral, so muito porosos,

    permeveis, com boa drenagem (no tem excesso de gua) e so

    muito profundos (mais de 2 metros de espessura).

    b) Ocorrncia: a principal classe de solo encontrada no Paran,sendo distribudo em 31% do territrio estadual. A Plancie Litor-

    nea e as reas mais declivosas do estado apresentam a menor ocor-

    rncia dessa classe de solo.

    c) Significado agrcola: suas caractersticas, tais como boa profun-

    didade, relevo quase plano, ausncia de pedras, grande porosida-

    de, boa drenagem e permeabilidade fazem com que sejam os mais

    utilizados na produo rural. Embora geralmente sejam de baixa

    fertilidade, as prticas de adubao e correo do solo, realizadas

    pelos produtores rurais, os tornam muito produtivos.

    d) Significado ambiental e urbano: o relevo plano e as caractersti-

    cas fsicas adequadas j destacadas anteriormente determinam que

    os Latossolos apresentem alta estabilidade, baixo risco de eroso e

    grande capacidade para suportar estradas, construes, alm de ser

    local favorvel para instalao de aterros sanitrios. Contudo, os

    Latossolos do noroeste do Paran apresentam maior teor de areia

    e, por este motivo, so mais susceptveis eroso e com maior fra-

    gilidade ambiental, apesar do relevo aplainado.

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    Figura 1.Perfil de Latossolo localizado no municpio de Cianorte (PR). Foto: MarceloRicardo de Lima.

    Figura 2.Paisagem de ocorrncia de Latossolos, localizada no municpio de Jussara(PR). Foto: Marcelo Ricardo de Lima.

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    2.2. NEOSSOLOS

    a) Conceito: so solos rasos em estdio inicial de evoluo, apresen-tando mais comumente apenas horizonte A sobre o horizonte C ou

    sobre a rocha de origem (camada R) (Figura 3).

    b) Ocorrncia: so predominantes em 22% do territrio paranaen-

    se, ocorrendo em todas as regies, porm com pouca incidncia na

    regio noroeste.

    c) Significado agrcola: como principais obstculos ao uso, podemser citados o relevo declivoso, pouca espessura e presena de pe-

    dras. Podem ser de baixa ou alta fertilidade e, quando ricos quimi-

    camente, so muito utilizados para a agricultura, principalmente

    por agricultores familiares que possuem pequena rea. Quando

    possuem baixa fertilidade e relevos inclinados, os solos devem ser

    reservados para preservao da flora e fauna.

    d) Significado ambiental e urbano: considerando as caractersticas

    j relatadas, constituem reas extremamente frgeis. Nos Neosso-

    los arenosos, devido pequena capacidade de reteno de substn-

    cias qumicas e gua, resultam em sua baixa capacidade de atuar

    como filtro de materiais poluentes. Devem ser evitados para ocupa-

    o urbana para no intensificar os processos erosivos.

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    Figura 3. Perfil de Neossolo localizado no municpio de Guarapuava (PR). Foto:Marcelo Ricardo de Lima.

    2.3. ARGISSOLOS

    a) Conceito: apresentam acmulo de argila no horizonte B, ou seja,

    o horizonte mais superficial do solo (horizonte A) possui mais areia

    que o horizonte subsuperficial (horizonte B) (Figura 4). Alm disso,

    apresentam reduzida capacidade de reter nutrientes para as plan-

    tas no horizonte A.

    b) Ocorrncia: so predominantes em 15,5% do territrio parana-

    ense, desde o litoral at o noroeste. Contudo, so escassos nas re-

    gies de rochas baslticas (norte, oeste e sudoeste do estado). Nor-malmente ocupam relevos moderadamente declivosos.

    c) Significado agrcola: dependendo da rocha de origem, podem ser

    frteis ou pobres quimicamente.

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    d) Significado ambiental: so solos bastante susceptveis eroso,

    principalmente em relevos mais declivosos. Muitos dos problemas

    de eroso existentes no noroeste do Paran ocorrem neste tipo desolo.

    Figura 4.Perfil de Argissolo localizado no municpio de Paranava (PR). Foto: OromarJoo Bertol.

    2.4. NITOSSOLOSa) Conceito: so solos caracterizados pela presena de um horizon-

    te B cujos agregados apresentam em sua superfcie brilho carac-

    terstico (reluzente) (Figura 5). Esse brilho pode ser causado pela

    presena de argila vinda dos horizontes superficiais do solo em sus-

    penso na gua, ou de superfcies alisadas formadas por expanso e

    contrao das argilas do solo.

    b) Ocorrncia: so predominantes em 15% do territrio paranaen-

    se, principalmente nas regies de rochas baslticas (norte, oeste e

    sudoeste do estado) e em relevos moderadamente declivosos.

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    c) Significado agrcola: no Paran, so, em sua maioria, de boa fer-

    tilidade, embora possam ocorrer em relevos mais acidentados que

    prejudicam a mecanizao dos solos ou aumentam o risco de ero-so.

    d) Significado ambiental: quando em relevos ondulados e mal ma-

    nejados, a eroso um fator preocupante nestes solos.

    Figura 5. Perfil de Nitossolo localizado no municpio de Borrazpolis (PR). Foto:Oromar Joo Bertol.

    2.5. CAMBISSOLOS

    a) Conceito: so solos geralmente pouco espessos e que apresentam

    horizonte B ainda em estgio inicial de formao (normalmente

    pouco espesso) (Figura 6). A fertilidade bastante varivel, poden-

    do ser alta ou baixa, dependendo da rocha de origem e do clima.

    b) Ocorrncia: so predominantes em 11% do territrio paranaen-

    se, principalmente no sul e leste do estado.

    c) Significado agrcola: so mais profundos comparativamente aos

    Neossolos. Quando frteis so intensamente usados, apesar do

    relevo mais acidentado (Figura 7). Naqueles de baixa fertilidade

    (maioria no Paran), porm situados em relevo plano, a utilizao

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    de corretivos e adubos os tornam produtivos.

    d) Significado ambiental e urbano: aqueles pouco profundos e que

    ocorrem em relevos inclinados so muito susceptveis eroso, oque facilita o assoreamento dos rios. Essa situao agravada quan-

    do, juntamente com o solo, so levados adubos e outros produtos

    qumicos, que iro contaminar rios e lagos. Nas reas declivosas, e

    com solos mais rasos devem ser destinados preservao da fauna

    e flora ou pastagem (cultura perene). Ocupaes urbanas neste tipo

    de solo representam problemas sanitrios e de deslizamento, em

    decorrncia do relevo e/ou reduzida profundidade do solo.

    Figura 6. Perfil de Cambissolo localizado no municpio de Pinhais (PR). Foto: MarceloRicardo de Lima.

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    Figura 7.rea de ocorrncia de Neossolos (maior declive) e Cambissolos, localizada nomunicpio de Pinho (PR). Foto: Marcelo Ricardo de Lima.

    2.6. GLEISSOLOS

    a) Conceito: so solos que apresentam horizonte de subsuperfcie

    (B ou C) de cor acinzentada, denominado horizonte glei (Figura 8).

    b) Ocorrncia: so predominantes em apenas 1% do territrio pa-

    ranaense, em regies planas ou abaciadas (vrzeas e banhados dos

    rios) (Figura 9), nas quais h excesso de gua. Outro ambiente de

    ocorrncia deste tipo de solo a rea de manguezais no litoral do

    estado.

    c) Significado agrcola: uma vez drenados (retirada do excesso de

    gua por meio de valetas ou canais), podem ser utilizados com agri-

    cultura. Geralmente so solos de baixa fertilidade, o que implica na

    obrigatoriedade de emprego de adubos e corretivos.d) Significado ambiental e urbano: se localizam prximos aos rios

    e lagos e em razo disso geralmente apresentam-se saturados por

    gua, o que facilita a contaminao da gua subterrnea com pro-

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    dutos qumicos e adubos utilizados na agricultura. Devido a essa

    fragilidade ambiental, as leis ambientais vigentes passaram a pro-

    teger grande parte desses solos, transformando-os em reas depreservao ambiental. A ocupao urbana destes solos desacon-

    selhada, por apresentarem excesso de gua e serem sujeitos inun-

    dao. Os Gleissolos localizados nas reas de manguezais tambm

    apresentam grande importncia para manter a estabilidade deste

    frgil ambiente litorneo.

    Figura 8. Perfil de Gleissolo (com destaque para o horizonte C de cor acinzentadana base do perfil) localizado em rea de vrzea no municpio de Colombo (PR). Foto:

    Marcelo Ricardo de Lima.

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    Figura 9. Paisagem de ocorrncia de Gleissolo, em rea de vrzea prximo ao rioCanguiri, no municpio de Colombo (PR). Foto: Marcelo Ricardo de Lima.

    2.7. ESPODOSSOLOS

    a) Conceito: so muito arenosos, com acmulo de matria orgnica

    e/ou xidos de ferro no horizonte B (Figura 10), deslocados dos

    horizontes superficiais do solo. Em alguns casos, este horizonte B

    pode ser duro e pouco permevel gua. Ocorrem em relevo plano.

    b) Ocorrncia: so predominantes em apenas 0,5% do territrio

    paranaense, sendo encontrados somente na plancie litornea do

    estado.

    c) Significado agrcola: considerando a grande quantidade de areia,

    esses solos apresentam baixa fertilidade e baixa capacidade dead-

    sorode nutrientes e reteno de gua. Nos perodos mais secos

    ocorre escassez de gua para as plantas e nas pocas chuvosas o re-

    levo plano favorece o acmulo de gua. Com todas essas limitaes

    os solos so usados apenas esporadicamente para a agricultura em

    pequenas reas.

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    d) Significado ambiental: por serem muito arenosos so extrema-

    mente frgeis e devem ser considerados apenas para a preserva-

    o da fauna e flora. Graas grande capacidade de infiltrao ebaixo poder de reteno de poluentes, o lenol fretico pode ser

    facilmente contaminado por adubos, agrotxicos e poluentes urba-

    nos ou industriais. A exuberncia das espcies florestais nativas

    dependente da decomposio lenta e contnua da matria orgnica

    e liberao de nutrientes para o solo (ciclagem de nutrientes). No

    litoral do Paran muitas das reas de Espodossolos so ocupadas

    por unidades de conservao (parques, estaes ecolgicas, etc.),

    embora outras sejam muito utilizadas para loteamentos.

    Figura 10.Perfil de Espodossolo localizado em Paranagu (PR). Foto: Marcelo Ricardode Lima.

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    2.8. ORGANOSSOLOS

    a) Conceito: apresentam elevados contedos de material orgnico ecor muito escura na superfcie do solo (Figura 11). A grande quan-

    tidade de matria orgnica favorecida pelo acmulo de restos ve-

    getais em ambientes saturados por gua (banhados). Em razo da

    falta de oxignio, a decomposio lenta e a matria orgnica se

    acumula ao longo dos anos.

    b) Ocorrncia: so predominantes em apenas 0,5% do territrio pa-

    ranaense, em situao que permite saturao por gua, tais como,

    vrzeas e banhados. Ocorrem principalmente nas vrzeas dos rios

    Iap, alto Iguau e Paran (principalmente no Parque Nacional da

    Ilha Grande).

    c) Significado agrcola: como so solos de banhados, para uma pos-

    svel utilizao agrcola h a necessidade de abertura de valetas

    para a sada do excesso de gua (drenagem). Devido ao acmulo dematria orgnica e relevo plano, sua utilizao para fins agrcolas

    foi crescente desde o incio da agricultura no Paran. Contudo a

    atual legislao ambiental restringe o uso destes solos. So solos de

    baixa fertilidade natural.

    d) Significado ambiental: Quando estes solos so drenados, o maior

    arejamento acelera a decomposio da matria orgnica. Esses so-los tm grande importncia no meio ambiente por abrigarem fauna

    e flora especficas e funcionarem como verdadeiras esponjas na re-

    teno de gua proveniente das chuvas e das partes altas do rele-

    vo, ajudando na manuteno dos rios e na recarga dos aquferos. A

    proximidade com os cursos de gua (rios, crregos, nascentes), e a

    elevada saturao por gua, tornam essas reas facilmente conta-

    minveis por agrotxicos, adubos e outros produtos qumicos, as-

    sim como por qualquer tipo de lixo domstico ou industrial. Devem

    ser preservados, no sendo recomendvel sua utilizao, seja para

    atividades agrcolas ou para construo de moradia.

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    Figura 11. Perfil de Organossolo (horizonte orgnico superficial bastante escuro)localizado no municpio de Pinhais (PR). Foto: Marcelo Ricardo de Lima.

    3. SUGESTES PARA O PROFESSORABORDAR ESTE TEMA

    Conforme discutido no captulo inicial deste material, os

    termos utilizados para classificar solos, existentes nos livros did-

    ticos de ensino fundamental ou mdio, apresentam terminologias

    que levam a simplificaes inadequadas ou at mesmo incorretas.

    A divulgao da terminologia de classificao de solos uti-

    lizada no Brasil contribui para minimizar este equvoco, permitin-

    do que os alunos possam visualizar, com maior clareza, os solos

    que ocorrem em sua regio, tendo em vista a existncia de mapas

    de solos do estado.

    Sugere-se ao professor que consulte, juntamente com seusalunos, o mapa simplificado de solos do estado do Paran (impresso

    ou disponvel em www.escola.agrarias.ufpr.br) e procure identificar

    quais solos so predominantes em sua regio. Procurem na Inter-

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    net ou outras fontes, mais informaes sobre este(s) solo(s) e fotos

    do(s) mesmo(s). Se houverem barrancos de solo dentro ou prxi-

    mo da escola tambm interessante dar uma olhada para tornar aaprendizagem mais interativa e significativa.

    Contudo, deve ser ressalvado que nem sempre a escola,

    ou seu entorno, est inserida no contexto do solo mais comum de

    sua regio. Um mapa de solos apenas delimita locais nos quais a

    ocorrncia de determinado solo mais comum, mas outros solos

    podem ocorrer nesta rea.

    Tambm se sugere conhecer um pouco mais sobre os

    horizontes do solo. A videoteca do Projeto Solo na Escola/UFPR

    (www.escola.agrarias.ufpr.br) tem alguns vdeos que podem auxi-

    liar o professor a entender melhor como se divide o perfil do solo,

    que o objeto bsico para entender a classificao do mesmo.

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    4. BIBLIOGRAFIA CONSULTADA

    BHERING, S.B.; SANTOS, H.G. (Eds.). Mapa de solos do Estado doParan: legenda atualizada. Rio de Janeiro: Embrapa Flores-

    tas, Embrapa Solos, Instituto Agronmico do Paran, 2008.

    74 p.

    EMPRESA BRASILEIRA DE PESQUISA AGROPECURIA - EM-

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