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    UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES

    PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU”

    AVM FACULDADE INTEGRADA

    QUALIDADE DE VIDA NO TRABALHO

    Por: Paulo Fernandes Jailes

    Orientador

    Prof. Vinicius Calegari

    Rio de Janeiro 

    2012 

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    UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES

    PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU”

    AVM FACULDADE INTEGRADA

    QUALIDADE DE VIDA NO TRABALHO

    Apresentação de monografia à AVM Faculdade

    Integrada como requisito parcial para obtenção do

    grau de especialista em Gestão de Recursos

    Humanos.

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    AGRADECIMENTOS

    Ao Deus da minha existência e a minha família.

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    DEDICATÓRIA

    .....dedico A minha Esposa Edvanda

    Jailes e meus filhos Jhony Jailes e Paulo

    Jailes Junior.

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    RESUMO

     Nesta monografia, será analisado o tema Qualidade de vida no trabalho de uma

    empresa brasileira específica – o SESI – Serviço Social da Indústria, que adota um

     programa de QVT em duas Unidades Operacionais: Vicente de Carvalho e Honório

    Gurgel, onde apresentaremos a importância de estar envolvido com a Qualidade de

    Vida, que proporciona um ambiente agradável de trabalhar e se orgulhar de fazer parte

    do Sistema Firjan. Será aplicado um questionário nesta empresa e a metodologia

    empírica empregada, serão descritos os principais resultados e conclusões a partir da

    QVT, para assim, relacionar os indicadores de satisfação com as características dos

    trabalhadores. Será mensurado o grau de satisfação/insatisfação dos colaboradores que

    trabalham na Instituição e identificaremos as lacunas no decorrer da pesquisa e

    apresentar ações de melhorias. Analisar até que ponto a produtividade e afetada com a

    inserção da QVT.

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    METODOLOGIA

    Esta pesquisa classifica-se como descritiva com aplicação de questionário,

    utilizando bibliografia de autores especializados, internet e historicidade da Empresa

    SEI. Segundo Gil (1987), a pesquisa descritiva tem por objetivo básico descrever as

    características de determinada população ou fenômeno e estabelecer possíveis relações

    entre variáveis. De outra forma, Mattar (1993) define a pesquisa descritiva como aquela

    que possibilita ao pesquisador conhecimento sobre as características de grupos, estimar

     proporções de determinadas características, além de constatar a presença de relações

    entre diversas variáveis.

    Os estudos descritivos visam o conhecimento de comportamento, sem

    necessariamente descer às análises sobre causas e efeitos, ou à tentativa de

    interpretação. Transmitem uma constatação, enriquecida muitas vezes com o

    cruzamento de informações, de modo a que se possa visualizar um campo mais amplo

    de observação (MUNHOZ, 1989, p.32). 

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    SUMÁRIO

    Capítulo 1 - Introdução 08

    Capítulo 2 – Breve Resenha da Literatura Sobre Qualidade de Vida No

    Trabalho 12

    Capítulo 3 – Metodologia Empírica 22

    Capítulo 4 – Resultados Empíricos 29

    Capítulo 5 – Conclusão 58

    Capítulo 6 - Bibliografias 62

    Capítulo 7 - Anexo 65

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    INTRODUÇÃO

    O objetivo desta monografia é analisar o tema Qualidade de vida no

    trabalho de uma empresa brasileira específica – o SESI – Serviço Social da

    Indústria, que adota um programa de QVT em duas Unidades Operacionais:

    Vicente de Carvalho e Honório Gurgel, este tema é abordado na literatura

    econômica, sobretudo, na literatura microeconômica que relaciona o salário e

    ganhos do trabalhador (benefícios não necessariamente monetários) com a

    sua eficiência produtiva.1 Será mostrado que algumas conclusões da literatura

    de Administração de Empresas estão de acordo com a abordagem desta

    literatura econômica. Mostraremos que grande parte dos estudos de qualidade

    de vida do trabalho no campo da Economia enfatiza a satisfação do

    trabalhador, principalmente com seu ambiente de trabalho e com seu sucesso

    profissional e pessoal.

    As últimas décadas têm se caracterizado por expressivas e rápidas

    mudanças tecnológicas, econômicas, políticas e sociais, com reflexos diretos

    nas empresas, influenciadas pela globalização da economia, criando-se,

    assim, um mercado concorrencial, em nível global, bastante competitivo.

    Com estas novas formas de organização do trabalho, que buscam tornar

    trabalho e vida pessoal complementares, fica evidente que diversos fatores,

    além daqueles presentes na organização, interferem na satisfação do

    indivíduo, refletindo-se em seu desempenho no trabalho. Assim, não podemos

    restringir a preocupação com a qualidade de vida dos trabalhadores ao

    ambiente de trabalho. Para que eles se tornem mais produtivos e motivados é

    preciso entender o conceito de Qualidade de vida no trabalho (QVT) para alémdos limites da organização onde exercem suas atividades profissionais. A

    melhoria da qualidade de vida dos empregados deve abranger todas as

    dimensões do seu ser: como física, social, psicológica, intelectual e

    profissional. A Qualidade de vida no trabalho deve ser entendida como um

    indicador de satisfação do trabalhador, não somente com relação às suas

    condições de trabalho, mas principalmente com relação ao seu modo de vida.

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    Dessa forma, as organizações vêm demonstrando um interesse

    crescente por programas de QVT mais abrangentes. Há a compreensão de

    que é necessário transformar as relações patrão-empregado em relações de

    parceria, da qual ambos, empresa e empregado possam obter o máximo de

    benefícios. Este maior interesse está associado ao fato de que há uma ligação

    forte entre condições adequadas para realização de um trabalho e a

    produtividade do trabalhador. Neste sentido, se a empresa não oferecer boas

    condições certamente terá funcionários desmotivados, e como conseqüência

    não conseguirá atingir os objetivos por ela definidos e se tornar mais

    competitiva.

    Será mostrado que algumas conclusões da literatura de Administração

    de Empresas estão de acordo com a abordagem desta literatura econômica.

    Mostraremos que grande parte dos estudos de qualidade de vida do trabalho

    no campo da Economia enfatiza a satisfação do trabalhador, principalmente

    com seu ambiente de trabalho e com seu sucesso profissional e pessoal.

    A partir desta resenha bibliográfica, que comporá o segundo capítulo da

    monografia, será construída uma metodologia de análise (um estudo de caso)

    de uma empresa brasileira específica – o SESI, que adota um programa de

    QVT em duas unidades operacionais: Vicente de Carvalho e Honório Gurgel. O

    terceiro capítulo da monografia mostra o questionário aplicado nesta empresa

    e a metodologia empírica empregada.

    No quarto capítulo, serão descritos os principais resultados e conclusões

    a partir da QVT nesta empresa, e, sempre que possível iremos relacionar os

    indicadores de satisfação com as características dos trabalhadores.

    No último capítulo, serão traçadas as considerações finais e possíveisextensões deste trabalho.

    1.1 - Formulação do Problema

    Quais os impactos que a Qualidade de Vida no Trabalho pode gerar naEmpresa?

    1 Teoria do salário eficiência.

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    1.2 - Hipótese

    A hipótese formulada do problema acima é que há a compreensão de

    que é extremamente necessário transformar as relações patrão-empregado em

    relações de parceria, da qual ambos, empresa e colaborador possam obter e

    usufruir o máximo de benefícios proporcionados. Existe uma forte ligação entre

    condições adequadas para realização de um trabalho e a produtividade e

    satisfação do trabalhador. Se a empresa não oferece boas condições de

    trabalho, certamente terá colaboradores desmotivados, e como consequência

    não terá sucesso em seus objetivos definidos.

    1.2.1 - Justificativa

    Esta monografia se justifica pela importância de se compreender e

    mensurar as consequências de se implantar um excelente programa de

    Qualidade de Vida visando à saúde física, mental e profissional de seus

    colaboradores.Este estudo trata de um assunto totalmente relevante e atual que abordaremos

    aspectos motivacionais e de produtividade que está correlacionado com a

    QVT.

    Em uma empresa é de suma importância compreender que as

    atividades que trazem aumento no grau de satisfação dos colaboradores

    devem ser estimuladas, a fim de melhorar a produtividade de modo eficiente e

    eficaz tornando o ambiente agradável e cativante.

    Todos ganham quando a satisfação do colaborador e externada

    mediante as ações que estão sendo tomadas em relação aos benefícios

    adquiridos, e com a simples prática de atividades que envolvem o

    fortalecimento pessoal diante de seus companheiros de trabalho, tendo como

    exemplo a ginástica laboral, a massagem de relaxamento no local de trabalho,

    etc.

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    De conformidade com o texto acima, este trabalho visa também

    demonstrar a importância de cada colaborador no sucesso dos resultados

    obtidos e que é motivacional trabalhar no Sistema Firjan, onde se agrega

    valores.

    1.3 - Objetivo Geral

    Compreender a importância de estar envolvido com a Qualidade de

    Vida, que tem como objetivo primordial proporcionar aos colaboradores um

    ambiente agradável de trabalhar e se orgulhar de fazer parte do Sistema Firjan.

    1.3.1 - Objetivos Específicos

    Investigar e mensurar o grau de satisfação/insatisfação dos

    colaboradores que trabalham na Instituição e identificar as lacunas no decorrer

    da pesquisa e apresentar ações. Analisar até que ponto a produtividade e

    afetada com a inserção da QVT.

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    Breve Resenha da Literatura sobre Qualidade de Vida

    do Trabalho

    A Qualidade de Vinda no Trabalho pode ser julgada de forma concreta

    ou técnica e subjetiva ou humana. A qualidade técnica visa satisfazer

    exigências concretas, como tempo, função, garantia, enquanto a qualidade

    humana funciona com as expectativas emocionais daqueles que estão por trás

    da elaboração dos produtos e serviços, como comprometimento, atenção e

    atitudes (MOLLER, 1992).

    2.1. Introdução

    Toda e qualquer organização tem por finalidade a venda de produtos ou

    serviços, almejando o retorno financeiro investido no negócio (lucro), que só

    será alcançado se satisfazerem uma necessidade. Para que um bem ou

    serviço satisfaça uma necessidade é fundamental que ele atenda os desejos

    de seus compradores. O bem/serviço deverá ser útil. A utilidade dobem/serviço para os indivíduos garante que eles sejam comprados e, portanto,

    que o retorno financeiro de seus produtores seja realizado.

    Devido à competitividade, as empresas precisam se diferenciar para

    atingirem um padrão de produção ou prestação de serviços superior às de

    suas concorrentes, para assim, permanecerem no mercado. Uma forma de se

    diferenciarem é modificar a qualidade de seus produtos/serviços. Isto pode ser

    viabilizado através do investimento no principal insumo de um processo

    produtivo: o trabalho. A melhora da qualidade de vida no trabalho cria

    incentivos e oferece um ambiente mais adequado para que os trabalhadores

    passem a executar melhor suas atividades produtivas, gerando aumento de

    sua produtividade.2 

    2 A produtividade é a relação entre bens e serviços produzidos e o valor dos recursos utilizadosno processo de produção. A produtividade do trabalho humano é o quociente da produção pelotempo empregado na produção. (HONORIO,2002). A baixa produtividade está relacionada a

    um material de controle, a uma formação insuficiente ou inexistente do pessoal, e também, àscondições ruins de trabalho e vida dos trabalhadores. (SANTOS, apud HONORIO, 2002).

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    Neste capítulo será feita uma breve resenha sobre a literatura que

    aborda a qualidade de vida no trabalho (QVT), tanto no campo da

    Administração quanto no campo da Economia.

    Este tema é multidisciplinar, envolvendo diversas áreas de

    conhecimento, contudo optou-se por restringir a análise a estas duas áreas

    tendo em vista as suas interligações com a importância da qualidade de vida

    do trabalhador para o desenvolvimento do processo produtivo.

    De um lado, a teoria da administração enfatiza os meios pelos quais a

    qualidade de vida no trabalho deve ser posta em operação e a sua importância

    para a administração de uma organização produtiva. Por outro lado, no campo

    da economia, enfatizam-se as relações entre a qualidade de vida no trabalho eseus impactos em termos de comportamento dos agentes microeconômicos.

    2.2. O conceito de Qualidade de Vida no Trabalho (QVT)

    O conceito de Qualidade de Vida no Trabalho continua evoluindo à

    medida que pesquisas e intervenções nas organizações eram realizadas.

    Inicialmente, a Qualidade de Vida no Trabalho foi definida em termos dereação e ou percepção das pessoas em relação ao trabalho, particularmente

    resultados individuais relacionados à satisfação com as tarefas e a saúde

    mental. O foco era dirigido, portando, às conseqüências pessoais da experiência

    de trabalho e a forma de enriquecer tal atividade com vistas à satisfação de

    necessidades individuais (ALENCAR, 1996).

    Mais tarde, a QVT passou a ser concebida como uma abordagem, ou

    melhor, como um método. Ela passou a ser definida em termos de técnicasespecíficas usadas para reformular o trabalho (administração de pessoal), com

    o enriquecimento de cargos e tarefas, com o surgimento de grupo de trabalho

    autônomos e semi-autônomos, comissões, dentre outros (KAPLAN; NORTON,

    1997).

    A qualidade precisa ser atingida em relação a estes dois níveis para ser

    completa. Portanto, não é só a qualidade técnica dos produtos e serviços que

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    deve ser importante, a qualidade das pessoas que os produzem deve ter a

    mesma atenção para as empresas atualmente.

    O trabalhador é, portanto um alicerce da qualidade. A qualidade humana

    está relacionada com a qualidade de vida do trabalhador. A qualidade de vida

    do trabalhador, por sua vez, depende de fatores internos à empresa na qual

    ele trabalha, bem como a fatores externos, associados especificamente às

    condições de vida do trabalhador. Os fatores internos à empresa são

    importantes à medida que atuam sobre a motivação do trabalhador, e portanto,

    sobre sua eficiência produtiva.

    Limongi-França (1996, apud LIMONGI-FRANÇA; ARELLANO, 2002)

    conceitua QVT como relacionada principalmente a fatores internos a empresa.Para este autor a QVT deve ser entendida como um conjunto de ações de uma

    empresa no sentido de implantar melhorias e inovações gerenciais,

    tecnológicas e estruturais no ambiente de trabalho.

    Chiavenato (2002, p.297), por sua vez, assinala que “a qualidade de

    vida no trabalho (QVT) representa o grau em que os membros da organização

    são capazes de satisfazer suas necessidades pessoais através de sua

    atividade na organização”. Outro aspecto levantado é que a QVT não afetasomente aspectos ligados ao cargo, ela afeta também atitudes pessoais e

    comportamentais importantes para a produtividade.

    Conforme França (1997, p.80),

    Qualidade de vida no trabalho (QVT) é o conjunto das ações de umaempresa que envolve a implantação de melhorias e inovaçõesgerenciais e tecnológicas no ambiente de trabalho. A construção daqualidade de vida no trabalho ocorre a partir do momento em que seolha a empresa e as pessoas como um todo, o que chamamos deenfoque biopsicossocial. O posicionamento biopsicossocial representa

    o fator diferencial para a realização de diagnóstico, campanhas,criação de serviços e implantação de projetos voltados para apreservação e desenvolvimento das pessoas, durante o trabalho naempresa. A origem do conceito vem da medicina psicossomática quepropõe uma visão integrada, holística do ser humano, em oposição àabordagem cartesiana que divide o ser humano em partes. Nocontexto do trabalho esta abordagem pode ser associada à éticadesde a identificação, eliminação, neutralização ou controle de riscosocupacionais observáveis no ambiente físico, padrões de relações detrabalho, carga física e mental requerida para cada atividade,implicações políticas e ideológicas, dinâmica da liderança empresariale do poder formal até o significado do trabalho em si, relacionamentoe satisfação no trabalho.

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    Para SUCESSO (1998), pode-se dizer, de maneira geral, que a

    qualidade de vida no trabalho é atingida quando:

    •  O rendimento do trabalho é compatível com a satisfação das

    expectativas pessoais e sociais;

    •  O trabalhador sente orgulho pelo trabalho que realiza;

    •  O trabalhador possui uma vida emocional satisfatória;

    •  O trabalhador possui auto-estima;

    •  A empresa/instituição tem uma imagem positiva junto à opinião

    pública;

    •  Existe equilíbrio entre trabalho e lazer;

    •  Os horários e as condições de trabalho são coerentes;

    •  Existem oportunidades e perspectivas de carreira para os

    trabalhadores;

    •  Os trabalhadores podem usar o seu potencial;

    •  Os direitos de trabalhadores e empregadores são respeitados;

    •  As recompensas advindas do trabalho são justas.

    Para Silva e De Marchi (1997),

    A adoção de programas de qualidade de vida e promoção da saúdeproporciona ao indivíduo resistência ao stress, maior estabilidadeemocional, maior motivação, maior eficiência no trabalho, melhorauto-imagem e melhor relacionamento. Por outro lado, as empresasseriam beneficiadas com uma força de trabalho mais saudável, menorabsenteísmo/rotatividade, menor número de acidentes, menor custode saúde assistencial, maior produtividade, melhor imagem e, por

    último, um melhor ambiente de trabalho.

    2.3. A qualidade de vida no trabalho: a abordagem da Administração

    As preocupações com o bem estar das pessoas no trabalho sempre

    existiram desde a Antiguidade. Porém, os primeiros estudos centrados nos

    aspectos sobre a qualidade de vida no trabalho foram realizados na década de

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    30, com a análise das relações humanas por parte da Administração, em

    contraposição, às condições desumanas proporcionadas pelo uso dos

    métodos de racionalização do trabalho do Taylorismo. Deste modo, variáveis

    como a motivação, a moral, a liderança democrática, o treinamento, a

    participação, entre outras, passaram a serem incorporadas as dimensões da

    qualidade de vida no trabalho (VIEIRA, 1996).

    No ano de 1950, Eric Trist e outros colaboradores (apud Fernandes

    1996) desenvolveram uma série de análises que deram origem a abordagem

    sócio–técnica em relação à organização do trabalho. A base passou a ser a

    satisfação dos trabalhadores no trabalho. Este é considerado um dos primeiros

    estudos sistematizados sobre a qualidade de vida no trabalho.A partir da década de 60, os estudos sobre a QVT enfatizaram o

    aumento da conscientização dos trabalhadores e o incremento das

    responsabilidades sociais da empresa. (apud Fernandes 1996)

    A partir de meados da década de 70, surgiram os modelos de

    gerenciamento participativo e democracia industrial na área da Administração.

    Adotava-se a qualidade de vida no trabalho como prerrogativa. São vários

    autores que abordam esta questão, tais como Walton (1974), Hackman eOldham (1975) e Westley (1979) e Werther & Davis (1983).3 Eles construíram

    modelos teóricos de gerenciamento e administração pessoal que visam à

    qualidade de vida no trabalho.

    Estes modelos teóricos de Administração sobre a QVT, propostos pelos

    diversos autores ao longo do tempo, vem sendo reformulados e combinados

    de forma a se adaptarem aos novos contextos, uma vez que, as percepções

    sobre as dimensões da QVT podem variar para cada indivíduo e organização.Na década de 80, a qualidade de vida no trabalho adquiriu importância

    como conceito global e como uma forma de enfrentar problemas relacionados

    à qualidade dos produtos e serviços e a produtividade dos trabalhadores

    (RODRIGUES, 1994).

    3

      Para maiores detalhes destes modelos ver, conforme bibliografia, os autores : HACKMAN(1975),WESTLEY(1979) e WERTHER(1983).

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    Há também uma vertente de estudos na área de administração sobre

    satisfação do indivíduo no trabalho. Estes estudos enfatizam principalmente a

    forma como as empresas devem atuar para administrar da melhor forma

    possível seu fator de produção trabalho.

    Existem várias teorias sobre o comportamento humano e sua relação

    com o trabalho. No âmbito da administração, destacam-se as duas abaixo que

    explicamos detalhadamente nos próximos parágrafos:

    (i) A Teoria X e a Teoria Y, desenvolvidas por Douglas Mcgregor;

    (ii) A Teoria de Hierarquia das Necessidades de Abraham H.

    Maslow, e;

    Teoria X e Y

    Em 1973, McGregor (1980: p.45) comparou duas formas de ver o

    indivíduo perante o trabalho, ao que chamou de Teoria X e Teoria Y. Na

    primeira, os indivíduos seriam incapazes de dirigir seu trabalho, havendo a

    necessidade de uma rígida vigilância, com possibilidade de sanções.

    Nestes casos, o trabalhador era considerado imaturo e incapaz de dirigir

    seu trabalho. Essa teoria enfatiza a frustração do trabalhador perante a suaatividade profissional. Além disso, ressalta a existência das relações

    conflituosas entre patrão e empregado que culminam na ênfase ao método de

    gerenciamento e nas remunerações monetárias.

    Isso é explicado pelo fato dos trabalhadores terem sido privados da

    oportunidade de se realizarem por meio do trabalho, pois mesmo aqueles a

    quem eram dadas oportunidades para dirigir seus trabalhos não eram

    reconhecidos. Logo, também, não se satisfaziam com o do trabalho.(ARGYRIS, 1996).

    A Teoria Y, admite que o indivíduo não seja avesso ao trabalho e que

    procura se satisfazer com aquilo que executa, estimulando sua criatividade,

    responsabilidade e autonomia. Geram-se recompensas e condições para que

    o indivíduo obtenha satisfação e supra suas necessidades de realização

    profissional. As relações entre empresas e trabalhadores não são conflituosas.

    A Teoria Y não só atribui à organização a responsabilidade de obter o

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    comprometimento do indivíduo, como também encoraja a responsabilidade no

    planejamento e realização das metas entre trabalhador e organização

    (CARVELL, 1982).

    Na administração, a Teoria Y tem grande importância para os estudos

    sobre Qualidade de Vida no Trabalho, tendo em vista que defende a idéia de

    que o trabalho é um fator de motivação e realização profissional.

    Teoria da Hierarquização das Necessidades

    Esta teoria foi construída por Abrahan H. Maslow (apud Rodrigues,

    1994) e divide as necessidades humanas em cinco níveis hierárquicos.

    Encontram-se no primeiro nível, as necessidades fisiológicas, essenciais

    à vida humana, como, por exemplo, respirar e alimentar-se.

    No segundo nível, apresenta-se a necessidade de segurança, partindo-

    se do princípio de que todo ser humano busca se sentir amparado.

    O terceiro nível trata da necessidade social das relações interpessoais,

    cruciais à vida humana, ou seja, o homem procura sempre inserir-se em um

    grupo.

    O quarto nível constitui-se da necessidade de auto-estima, mostrando oquanto é indispensável o valor do reconhecimento e prestígio às pessoas, por

    tudo o que desenvolvem.

    Por último, há necessidade de realização pessoal, isto é, todo indivíduo

    busca o sucesso e o auto-desenvolvimento.

    2.4. A qualidade de vida no trabalho: a abordagem da Economia

    2.4.1. A Teoria do Salário Eficiência

    Um dos principais conceitos utilizados em Economia é o custo de

    oportunidade, ou seja, refere-se a todas as coisas a que renunciamos para

    adquirir uma outra coisa, segundo Mankiw (2005). Assim, quando um

    trabalhador decide exercer uma atividade econômica sendo remunerado a um

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    determinado salário, o seu custo de oportunidade está associado a todas

    outras atividades que poderia exercer, tais como lazer, ou ingressar em outro

    tipo de trabalho. Se o seu custo de oportunidade ultrapassar o valor que

    recebe de salário, ele optará por deixar este trabalho e exercer a atividade

    onde o seu custo de oportunidade é mais baixo comparativamente ao que

    ganha.

    O custo de oportunidade é um conceito abstrato e que engloba todas

    alternativas possíveis ao trabalhador. Se está sendo muito custoso para o

    trabalhador se manter num emprego, devido não somente a custos

    monetários, mas também devido ao esforço que despende no trabalho ou a

    sua baixa motivação com a atividade exercida, pode-se deduzir que seusincentivos para mudar de emprego são altos. Em termos gerais, pode-se dizer

    que o seu custo de oportunidade de ficar no seu trabalho é alto relativamente

    ao que está sendo oferecido como alternativa (neste caso, pode significar até

    ficar sem trabalhar).

    Para que isto não ocorra, os empregadores muitas vezes são

    incentivados a oferecer alguns benefícios ou ganhos monetários adicionais aos

    trabalhadores se quiserem que eles fiquem na sua empresa e se sintammotivados para tal. Neste caso, o trabalhador não pode apenas ser

    remunerado pelo salário de mercado para ser motivado.

    Os modelos de salário eficiência, analisados na área de Economia,

    incorporam essa idéia de que as empresas poderiam obter melhores

    resultados econômicos ao pagarem, a seus funcionários, salários superiores

    aos estabelecidos no mercado. Vários são os argumentos teóricos que

     justificam o pagamento de salário eficiência, tais como garantir a motivação e oesforço dos trabalhadores. (EHRENBERG; SMITH, 2000)

    O pagamento de salários acima do que os trabalhadores poderiam

    ganhar em outra parte fez sentido apenas porque se espera que as relações

    de emprego de longo prazo nas empresas sejam priorizadas.4  Os

    empregadores cujos empregados estão em busca de vinculações de longo

    4 Se os trabalhadores mudassem de emprego a cada período, eles não teriam incentivos para

    reduzir a evasão quando uma empresa pagasse salários acima do mercado, porque demitiralguém que irá embora de qualquer forma não é uma punição eficaz.

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    prazo, uma vez que as perdas dos trabalhadores por serem demitidos se

    elevam tanto com o nível salarial como pela extensão de seu tempo futuro

    esperado no emprego. (EHRENBERG; SMITH, 2000, p.451-452)

    As empresas podem utilizar “salários de eficiência” como estratégia de

    compensação para motivar os trabalhadores e desencorajar a ociosidade.

    Essas estratégias encorajam deliberadamente uma relação de longo prazo

    entre os trabalhadores e a empresa, relação da qual são dependentes. Para os

    trabalhadores com um período de emprego esperado relativamente curto,

    requere-se um esforço direto de monitoramento. As empresas não têm

    incentivos de adotar estratégias de altos salários. (EHRENBERG; SMITH,

    2000, p.486)Os pagamentos acima do mercado ou os benefícios extras adquiridos,

    tais como bolsas de estudos, planos de saúde, ambiente agradável na

    empresa etc, servem, portanto, como incentivos para que os trabalhadores se

    dediquem mais a suas atividades. A qualidade de vida no trabalho, entendida

    não apenas como uma remuneração justa e acima das alternativas oferecidas

    para o trabalhador permite que ele se incorpore ao processo produtivo de

    forma mais produtiva. Na teoria do salário eficiência o trabalhador éincentivado, através de benefícios que garantam a sua qualidade de vida no

    trabalho a produzir de forma mais eficaz. Esta teoria demonstra mecanismos

    pelos quais os agentes econômicos, principalmente trabalhadores, aumentam

    sua produtividade e, por outro lado, o que os empregadores devem fazer para

    garantir isto e relações de trabalho de mais longo prazo.

    2.5. Ações para a QVT

    2.5.1 O papel das empresas

    As empresas ao conceberem um programa de qualidade de vida, no

    trabalho, devem perceber que o mesmo não será implantado com sucesso, se

    não houver um efetivo envolvimento e participação dos funcionários, atuando

    com satisfação e motivação para a realização de suas atividades.

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      21

     Se a saúde pessoal, financeira e familiar não estiver bem, todo o resto

    fica comprometido. Um funcionário pode sair altamente motivado de um

    programa de treinamento. Mas, se ao retornar à sua sala receber umtelefonema do banco sobre seu saldo vermelho na conta corrente, certamente

    perderá parte da motivação. Ao manter um padrão de vida acima da realidade,

    você prejudica sua qualidade de vida, pois fica estressado, e assim não

    consegue concluir seus planos, dormir direito e pode até adquirir problemas de

    saúde (VIEIRA, 1996)

    Segundo Fernandes (1996: p. 38-39),

    Apesar de toda badalação em cima das novas tecnologias deprodução, ferramentas de qualidade, etc., é fato facilmenteconstatável que mais e mais os trabalhadores se queixam de umarotina de trabalho, de uma subutilização de suas potencialidades etalentos e de condições de trabalho inadequadas. Estes problemasligados à insatisfação no trabalho têm conseqüências que geram umaumento no absenteísmo, uma diminuição do rendimento, umarotatividade de mão-de-obra mais elevada, reclamações e grevesmais numerosas, tendo um efeito marcante sobre a saúde mental efísica dos trabalhadores e, em decorrência na rentabilidadeempresarial.

    Os trabalhadores buscam na empresa, além de salário, possibilidadesde aprendizagem e realização de seu potencial, oportunidades de crescimento

    e desenvolvimento, reconhecimento, amizades e identificação com seu

    trabalho. A empresa, por sua vez, precisa de empregados produtivos e

    comprometidos com os objetivos organizacionais, a fim de otimizar seus

    recursos produtivos e oferecer aos seus clientes produtos e serviços de

    qualidade.

    Sabe-se que a vida pessoal do empregado também exerce grandeinfluência em sua satisfação no trabalho, logo, não se pode separar a realidade

    pessoal da vida profissional do trabalhador, porque “a pessoa é um todo,

    convivendo razão e emoção, vida pessoal e profissional”. (SUCESSO, 1998)

    Por fim, pode-se dizer que a QVT é uma via de mão dupla, pois ao

    mesmo tempo em que eleva a satisfação dos funcionários, com motivação,

    preservando sua saúde física e psicológica, estará também renovando a força

    da organização e aumentando a produtividade.

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      22

    METODOLOGIA EMPÍRICA

    Diferentes critérios podem ser adotados para orientar o processo de

    investigação, visando alcançar conclusões de forma objetiva, muito embora

    preponderem determinados métodos em distintas áreas das ciências, como

    também cada pesquisador tende a revelar, de forma implícita em seu trabalho,

    a preferência por procedimentos que sigam uma forma definida de

    investigação.

    3.1. Caracterização da pesquisa e da empresa

    Esta pesquisa classifica-se como descritiva. Segundo Gil (1987), a

    pesquisa descritiva tem por objetivo básico descrever as características de

    determinada população ou fenômeno e estabelecer possíveis relações entre

    variáveis. De outra forma, Mattar (1993) define a pesquisa descritiva como

    aquela que possibilita ao pesquisador conhecimento sobre as características

    de grupos, estimar proporções de determinadas características, além de

    constatar a presença de relações entre diversas variáveis.

    Os estudos descritivos visam o conhecimento de comportamento, sem

    necessariamente descer às análises sobre causas e efeitos, ou à tentativa de

    interpretação. Transmitem uma constatação, enriquecida muitas vezes com o

    cruzamento de informações, de modo a que se possa visualizar um campo

    mais amplo de observação (MUNHOZ, 1989, p.32).

    Todavia, por ser desenvolvido totalmente dentro de uma empresa e

    procurando generalizar alguns resultados, este estudo é caracterizado como

    um estudo de caso, que permite a análise em profundidade e detalhamento de

    vários aspectos da Qualidade de Vida no Trabalho em uma empresa. O estudo

    de caso, para Gil (1991, p.58), "é caracterizado pelo estudo profundo e

    exaustivo de um ou de poucos objetos, de maneira que permita o seu amplo e

    detalhado conhecimento”. A partir desse estudo de caso, será possível analisar

    alguns indicadores sobre a qualidade de vida no trabalho.

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      23

    O questionário, segundo Cervo e Bervian (2004) é a forma mais usada

    para coletar dados, pois possibilita medir com melhor exatidão o que se

    deseja. Em geral, a palavra questionário refere-se a um meio de obter

    respostas às questões por um formulário que o próprio informante preenche.

    Ele contém um conjunto de questões lógicas, relacionadas a um problema

    central. Para a coleta e levantamento dos dados da pesquisa, optou-se por

    utilizar o questionário, em função de sua capacidade de atingir um grande

    número de pessoas simultaneamente, possibilitando redução de tempo na

    aplicação do questionário. Além disto, o questionário obtém respostas precisas

    e, em razão do anonimato, há maior sinceridade por parte dos respondentes.

    (LAKATOS; MARCONI, 1985)

    Neste estudo, elaborou-se um questionário que foi distribuído à

    aproximadamente 25 % do total de funcionários, ou seja, 68 funcionários das

    unidades operacionais de Honório Gurgel e Vicente de Carvalho do Serviço

    Social da Indústria (SESI), através de e-mail ou impressos. Esses 68

    selecionados são funcionários de todos os setores da empresa e de todos os

    níveis hierárquicos, sem distinção. O questionário é composto por 31

    perguntas e busca pesquisar a qualidade de vida no trabalho, analisando

    fatores como condições físicas, remuneração, segurança, integração social,

    desenvolvimento de capacidades, etc. O questionário trata de percepções

    sobre as condições de vida no trabalho, através de uma análise subjetiva.

    O conteúdo do questionário foi constituído a partir da metodologia de

    Walton (1974), cujos critérios para a verificação do nível de Qualidade de Vida

    no Trabalho ficam subdivididos em blocos.

    Para Richard Walton 5, a expressão qualidade de vida tem sido usadacom crescente freqüência para descrever certos valores ambientais e

    humanos, negligenciados pelas sociedades industriais em favor do avanço

    tecnológico, da produtividade e do crescimento econômico. Enfatiza questões

    elementares à realização do trabalho priorizando os fatores higiênicos,

    condições físicas, aspectos relacionados à segurança e à remuneração,

    5 Walton apud Rodrigues (1994: p.81)

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      24

    portanto, considera fatores internos e externos à empresa para determinar a

    QVT.

    Walton

    10

     apresenta oito dimensões seguidas de indicadores que afetamas pessoas em seu trabalho. Contudo, o autor chama atenção para o fato de

    que o grupo de trabalhadores pesquisado, assim como o ambiente

    diferenciado pode gerar um conjunto distinto de critérios, ou seja, mudando o

    contexto, a hierarquia e a importância dos critérios e dimensões que

    influenciam a qualidade de vida no trabalho, o resultado pode ser alterado.

    Walton 10 determina oito critérios para a QVT:

    1. compensação adequada e justa,2. condições de trabalho,

    3. uso e desenvolvimento de capacidades,

    4. oportunidades de crescimento e segurança,

    5. integração social na organização,

    6. constitucionalismo,

    7. trabalho e espaço total de vida

    8. relevância social do trabalho na vida.

    Conforme Apêndice 1, o questionário é dividido em 8 blocos : as

    questões 1, 2 e 3 são referentes às percepções da remuneração e dos

    benefícios; as questões 4 a 10 são referentes às percepções sobre as

    condições de trabalho; as questões 11, 12 e 13 são referentes às percepções

    sobre o uso e desenvolvimento de capacidades; as questões 14, 15 e 16 são

    referentes às chances de crescimento e segurança; as questões 17 e 18 sãoreferentes à integração social na empresa; as questões 19, 20, 21 e 22 são

    referentes às percepções sobre os direitos e deveres do trabalhador; as

    questões 23, 24, 25, 26 são referentes às percepções sobre o trabalho x

    espaço total de vida e as questões 27 , 28 , 29 , 30 e 31 são referentes às

    percepções sobre a relevância social da vida no trabalho.

    Para avaliar a opinião dos respondentes, as variáveis investigadas

    foram enunciadas em forma de afirmativas. A percepção dos entrevistados foi

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      25

    quantificada, para permitir o tratamento estatístico dos dados, de acordo com a

    seguinte escala de 5 pontos:

    1 – discordo totalmente

    2 – discordo parcialmente

    3 – não concordo nem discordo

    4 – concordo parcialmente

    5 – concordo totalmente

    Considerando-se que todas as afirmativas fazem uma referência positiva

    aos indicadores de QVT investigados, pode-se concluir que, conforme a escalade avaliação utilizada, o grau 1 corresponde à total insatisfação do funcionário

    com a variável, e o grau 5, à total satisfação. Assim, através dessa escala, foi

    possível mensurar o grau de satisfação dos entrevistados em relação aos

    diversos indicadores de QVT.

    É importante ressaltar que foi assegurado o anonimato aos

    respondentes, evitando constrangimentos que poderiam alterar os resultados

    da pesquisa.Para a segmentação dos funcionários analisados, visando a posteriores

    cruzamentos na análise dos resultados, investigaram-se os seguintes aspectos

    dos respondentes:

    - Sexo

    - Estado civil

    - Grau de escolaridade- Faixa etária

    - Tempo de Empresa

    - Meio de transporte utilizado para ir ao trabalho

    - Residência próxima ao local de trabalho

    - Número e idade dos filhos

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    A empresa pesquisada foi o Serviço Social da Indústria, pertencente ao

    Sistema Firjan. O Sistema FIRJAN é composto por cinco instituições que

    trabalham de forma integrada para o desenvolvimento da indústria fluminense:

    FIRJAN - Federação das Indústrias do Estado do Rio de Janeiro, CIRJ - Centro

    Industrial do Rio de Janeiro, SESI - Serviço Social da Indústria, SENAI -

    Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial e IEL – Instituto Euvaldo Lodi.

    Todas as instituições se caracterizam hoje fortemente como prestadoras de

    serviços às empresas. O Serviço Social da indústria desenvolve ações para a

    promoção da saúde, educação, esporte, lazer e cultura direcionadas aos

    trabalhadores e às comunidades em que estão inseridos. Atua também nas

    áreas de saúde ocupacional, segurança do trabalho e proteção ao meioambiente. O SESI-RJ conta com 29 Unidades Operacionais distribuídas por

    todo estado do Rio de Janeiro 6.

    O SESI é uma entidade de direito privado, mantida e administrada pela

    indústria, criada em 01/07/1946. Os serviços prestados pelo SESI aos

    industriários são possíveis graças à contribuição social de indústrias e

    agroindústrias. Seguindo o que foi estabelecido pela Lei nº 5.107, de 1966,

    essas empresas recolhem mensalmente o equivalente a 1,5% sobre o total da

    folha de salários. O SESI realiza, em nome da indústria, iniciativas de

    responsabilidade social que atingem a comunidade como um todo. Em

    parcerias com o governo ou com o setor privado, são desenvolvidos programas

    que buscam promover a cidadania e garantir o bem-estar da população 7.

    O SESI não só atua visando beneficiar aos industriários, mas também

    em prol de toda a sociedade. Nas unidades operacionais, as pessoas que não

    são ligadas às indústrias também podem usufruir de serviços especializados

    como consultas médicas, exames clínicos e laboratoriais, consultas

    odontológicas e utilizar o SESI Clube a preços acessíveis à comunidade. Ou

    seja, a responsabilidade social é uma marca do SESI. Por este motivo, a

    empresa foi escolhida para ser fonte de pesquisa desta monografia. Para

    6

     Disponível em: acesso em 14/01/20127 Disponível em: < http://www.sesi.org.br  > acesso em 14/01/2012 

    http://www.firjan.org.br/http://www.firjan.org.br/http://www.firjan.org.br/http://www.sesi.org.br/http://www.sesi.org.br/http://www.sesi.org.br/http://www.firjan.org.br/

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      27

    assim poder comprovar ou não, se a política social difundida pela empresa é

    também voltada para seus funcionários.

    Devido à facilidade da aplicação da pesquisa dentro do próprio ambientede trabalho e à localização próxima da sua residência, o autor se baseou nas

    unidades operacionais do SESI de Vicente de Carvalho e Honório Gurgel para

    avaliar a qualidade de vida no trabalho. 

    A cada dia, as unidades operacionais do SESI vêm tentando alcançar a

    auto sustentabilidade, que consiste em não usar o compulsório, que são os

    1,5% sobre o total da folha de salários dos industriários, para que assim, os

    totais de suas receitas compensem o total de suas despesas. Mas isso aindanão é possível, pois os custos superam os lucros nas duas unidades

    operacionais (Vicente de Carvalho e Honório Gurgel), e também nas outras

    unidades.

    3.2. Caracterização da amostra da população

    Após a aplicação dos questionários aos funcionários foram feitos: a

    tabulação dos dados obtidos, o tratamento estatístico e a interpretação dos

    resultados. Dos 25 % dos funcionários selecionados para a pesquisa, apenas

    18 % responderam ao questionário. Isso se deve ao fato de que alguns se

    recusaram a participar da pesquisa e outros não tiveram tempo hábil para

    responder. Um fator de limitação foi a veracidade das respostas obtidas pelo

    questionário, visto que muitas vezes, ocorre certo receio por parte dos

    entrevistados, em apontar alguns pontos negativos da organização, apesar danão identificação dos entrevistados.

    A pesquisa foi efetuada em todos os setores das unidades de Vicente

    de Carvalho e Honório Gurgel do Serviço Social da Indústria, compreendendo

    a administração, a área financeira, as áreas de medicina, odontologia, lazer e

    educação básica e educação profissional, no período de 12/12/2011 a

    29/02/2012, sendo que, 51 questionários foram respondidos de um total de

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    278 funcionários, dos quais 164 são mulheres e 114 são homens. (Ver tabela

    1)

    TABELA 1 – TOTAL DE FUNCIONÁRIOS E AMOSTRA SELECIONADA - SESIVICENTE DE CARVALHO E HONÓRIO GURGEL

    Homens % Mulheres % Total %Quantidade defuncionários

    114 41% 164 59% 278 100%

    Questionários distribuídos 28 41% 40 59% 68 100%Responderam o

    questionário21 41% 30 59% 51 100%

     Não responderam oquestionário

    7 41% 10 59% 17 100%

    FONTE : RESULTADOS DA PESQUISA

    3.3 Metodologia e análise dos dados

    As análises das informações coletadas e as conclusões serão

    apresentadas através de tabelas e gráficos. Segundo Munhoz (1989, p. 131), o

    procedimento mais freqüente para a apresentação de dados é o preparo de

    tabelas, que tem a vantagem de poder fornecer informações mais completas

    sobre o fenômeno observado, inter-relação com outros fenômenos, seu

    dinamismo em relação a comportamentos verificados em períodos anteriores,

    etc. Os gráficos normalmente são introduzidos como elementos de reforço, na

    tentativa de evidenciar aspectos particulares de informações inseridas em

    tabelas; e normalmente não são utilizados isoladamente como uma alternativa

    à colocação de tabelas na exposição do trabalho de investigação.

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    RESULTADOS EMPÍRICOS

    Neste capítulo são analisados os resultados descritivos obtidos dos

    questionários aplicados aos funcionários do Serviço Social da Indústria.

    Inicialmente serão feitos gráficos e tabelas mostrando estatísticas descritivas

    gerais. Posteriormente faremos uma análise das correlações existentes entre

    as variáveis selecionadas, destacando-se possíveis determinantes da

    qualidade de vida do trabalhador.

    4. 1. Perfil da amostra

    Dentre os 51 funcionários do SESI que responderam ao questionário

    sobre QVT, 41 % são homens e 59 % são mulheres. (Ver tabela 1)

    Do total dos 51 funcionários entrevistados, 29 % são solteiros, 61 % são

    casados, 8 % são divorciados e 2% são viúvos, Analisando em separado, os

    homens e mulheres que participaram da pesquisa, em relação ao estado civil,

    a grande maioria dos homens são casados (76 %), enquanto a proporção entre

    as mulheres é equilibrada (40 % são solteiras, 5% são casadas e 10% são

    divorciadas). (Ver gráfico 1)

    FONTE: RESULTADOS DA PESQUISA

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    De acordo com o gráfico 2, 6 % têm de 18 a 25 anos, 37 % têm de 26 a

    35 anos, 37 % têm de 36 a 45 anos e 20 % têm mais de 45 anos. Em relação à

    idade, os homens do SESI são mais velhos, 33 % têm de 36 a 45 anos e 33 %

    têm mais de 46 anos, enquanto esta proporção fica dividida entre as mulheres,

    10 % têm de 18 a 25 anos, 40 % têm de 26 a 35 anos, 40 % têm de 36 a 45

    anos e 10 % têm mais de 46 anos. Este resultado está em conformidade com

    a descrição do perfil dos funcionários com relação ao estado civil. Como a

    proporção de homens com mais de 46 anos é mais alta que de mulheres faz

    sentido termos uma maior proporção de homens casados. Este fenômeno não

    é particular a esta empresa. Dados gerais sobre o mercado de trabalho

    mostram que a taxa de participação dos homens mais velhos é maior que dasmulheres mais velhas, pois apenas a partir da década de 80 que a inserção

    das mulheres foi ampliada.

    FONTE: RESULTADOS DA PESQUISA

    Com relação à escolaridade, o gráfico 3 mostra que 45 % dos

    entrevistados possuem o 2º grau completo, 31 % possuem o ensino superior e

    24 % possuem pós-graduação. Em relação ao grau de escolaridade, a maioria

    dos homens (62 %) possui 2º grau completo e apenas 14 % fez pós-

    graduação. A proporção do grau de escolaridade fica dividida entre as

    mulheres: 33 % possuem o 2º grau completo, 37 % possuem o ensino superior

    e 30 % possuem pós-graduação. As mulheres ocupadas nestas unidades têm

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    um grau de escolaridade, em média superior, resultado em conformidade com

    a literatura.

    FONTE: RESULTADOS DA PESQUISA

    No tocante ao tempo de trabalho na empresa (Ver gráfico 4), verifica-se

    que do total de funcionários entrevistados, 6 % têm até 1 ano de empresa, 14

    % têm de 1 a 3 anos de empresa, 47 % têm de 3 a 10 anos de empresa e 33

    % têm mais de 10 anos de empresa. Ou seja, aproximadamente 80 % dos

    homens e das mulheres possuem de 3 a 10 anos ou mais de 10 anos de

    trabalho no SESI. Ressalta-se que a porcentagem de homens com mais de

    dez anos de tempo de trabalho na empresa é oito pontos percentuais maior

    que das mulheres. Resultado em conformidade com o perfil destes

    trabalhadores com relação à idade e ao estado civil : mais velhos e casados.

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     FONTE: RESULTADOS DA PESQUISA

    O gráfico 5 mostra através de quais meios de transporte os funcionários

    entrevistados chegam ao trabalho. A maioria vai trabalhar de ônibus (65 %),

    apenas 8 % e 2 % utilizam metrô e transporte alternativo Van/kombi,

    respectivamente. Cerca de 25 % vão trabalhar de carro. Não existem muitas

    diferenças nas porcentagens quando analisamos dos dados por sexo. É

    importante destacar que de um lado esta característica pode demonstrar a

    demanda por meios de transporte, mas por outro a sua disponibilidade (oferta).

    FONTE: RESULTADOS DA PESQUISA

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    O meio de transporte utilizado também está muito relacionado com a

    distância entre o local de trabalho e de residência dos funcionários. Como

    pode ser visto no gráfico 6, 25 % moram próximos ao SESI e 75 % moram

    longe do SESI. Em relação a distância da residência dos funcionários do SESI,

    a grande maioria dos funcionários mora longe do trabalho, tanto os homens

    quanto as mulheres moram longe. A proporção de homens que moram longe

    (86%) é maior do que as mulheres (67%).

    FONTE: RESULTADOS DA PESQUISA

    Como a maioria dos entrevistados é casada (61 %) conforme gráfico 1,

    a existência de filhos é mais comum. Conforme o gráfico 7, 37 % não têm

    filhos e 63 % têm filhos, (sendo 23 % com filhos de 0 a 7 anos, 22 % com filhos

    de 8 a 18 anos e 18 % com filhos maiores que 18 anos). Em relação aos filhos,

    24 % dos homens não têm filhos e 76 % têm filhos (sendo 38 % com 0 a 7

    anos, 14 % de 7 a 18 anos e 24 % maiores de 18 anos). Do total de mulheres,

    47 % não têm filhos e 53 % têm filhos (sendo 13 % de 0 a 7 anos, 27 % de 7 a

    18 anos e 13 % maiores de 18 anos).

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     FONTE: RESULTADOS DA PESQUISA

    4.2 Percepções sobre a QVT

    Essa descrição breve do perfil da amostra mostrou que a maioria dos

    homens são mais velhos, casados e com filhos, têm 2º grau completo, mais de

    3 anos de trabalho na empresa, vão trabalhar de ônibus e moram longe dolocal de trabalho. Em relação às mulheres, há homogeneidade na faixa etária,

    estado civil e filhos, possuem melhor nível de escolaridade, mais de 3 anos de

    trabalho no SESI, vão trabalhar de ônibus e moram longe do local de trabalho.

    4.2.1 Percepções acerca da remuneração e dos benefícios

    Este item demonstra o nível de satisfação dos funcionários em relação

    aos seus rendimentos. Os valores são comparados com as funções que

    desempenham. No gráfico 8 consta que 24 % dos funcionários pesquisados

    discordam totalmente e 31 % discordam parcialmente que exista remuneração

     justa na empresa, ou seja, o salário por eles recebido, se comparado com as

    funções que desempenham, deixa a desejar. A maioria das pessoas considera

    a remuneração como uma forma de valorização do seu trabalho, e se não

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      35

    estão satisfeitos com o que recebem, podem se tornar improdutivos por acharem

    que não são reconhecidos.

    FONTE: RESULTADOS DA PESQUISA

    Os benefícios que a empresa oferece, são capazes de motivar e

    melhorar a qualidade de vida dos funcionários. Segundo Araújo (2006), os

    benefícios são uma forma de remuneração indireta oferecida aos funcionários.

    “Os benefícios sociais são incentivos internos oferecidos com o objetivo de

    satisfazer às necessidades pessoais, proporcionando um ambiente mais

    harmonioso possível e produtivo para a organização.” (ARAÚJO, 2006, p. 169)

    Com um programa de benefícios adequados, qualquer empresa

    consegue deixar o funcionário mais satisfeito, atendendo a algumas de suas

    necessidades e deixando-o mais motivado para o trabalho. O SESI oferece os

    seguintes benefícios indiretos aos seus funcionários : 8 

    1. Benefícios associados à saúde : assistência médica Golden Cross,

    descontando apenas 3% do salário bruto na folha de pagamento; assistência

    médica e odontológica nas unidades operacionais do SESI; convênio com a

    SodexhoPassSaúde (cartão para compra de medicamentos); desconto em

    folha para tratamento odontológico;

    8 Manual de benefícios do Sistema Firjan : DRH/GBA/DIBEN

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      36

    2. Benefícios de auxílio às famílias: concessão de tíquetes refeição ou

    alimentação;

    concessão de auxílio creche; convênio com o INSS: aposentadorias,

    auxílio doença, auxílio acidente e pensão por morte; seguro de vida;

    assistência funeral; Previndus (previdência complementar)

    3. Benefícios associados ao lazer : SESI clube através da academia,

    cabanas e teatro; convênio com empresas que oferecem produtos e

    serviços com desconto para os funcionários do SESI, em vários ramos

    de atividades, como papelarias, livrarias, óticas, restaurantes, beleza,

    moda entre outros.

    4. Benefícios associados à educação: convênios com universidades e

    cursos de idiomas.

    Os dados da pesquisa aplicada mostraram que os benefícios extras são

    considerados muito importantes pelos funcionários. A maioria das pessoas

    pesquisadas (75%) concordou totalmente com sua existência, apenas 4 %discordaram totalmente.(Ver gráfico 9)

    FONTE: RESULTADOS DA PESQUISA

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      37

    O gráfico 10 mostra que cerca de 51 % das pessoas pesquisadas

    discordaram totalmente sobre a equidade salarial interna, que pode se

    explicada por um salário proporcional ao tempo de serviço na empresa.

    Quem tem mais tempo de empresa deveria ganhar mais do que quem está

    há pouco tempo, devido ao reconhecimento do trabalho executado e ao

    plano de carreira. Este percentual é relevante, pois a falta do plano de

    carreira no SESI, gera insatisfação dos trabalhadores podendo comprometer

    o interesse pelo trabalho que executam.

    A questão da equidade salarial interna é um ponto negativo no SESI,

    pois há funcionários que estão no sistema há mais de 10 anos e recebem o

    mesmo salário de um funcionário que acabou de entrar para a empresa. O

    SESI e as outras instituições do Sistema Firjan possuem o plano de

    administração de cargos e salários (PUCS), que tem como objetivo hierarquizar

    os cargos existentes na empresa, agrupando-os de acordo com o seu peso

    relativo e a importância de cada atividade para a empresa. Para cada grupo de

    cargos, também denominados de Grupo Salarial (GS), há uma faixa salarial, com

    limites mínimos e máximos estabelecidos. Essas faixas salariais permitem a

    criação de critérios e procedimentos para admissões, promoções e

    transferências de empregados dentro da empresa. Contudo, o SESI não

    promove mecanismos que possibilitem ascensão horizontal (faixa) e vertical

    (cargos de maior complexidade e responsabilidade) dos funcionários 9.

    Com o decorrer dos anos, o funcionário que entrou como auxiliar

    administrativo 1, por exemplo, deveria avançar de nível através da análise do

    seu desempenho, mas isso não ocorre. Este fato gera uma grande insatisfação

    por parte dos funcionários que estão há muitos anos na empresa. Eles acabamnão se sentindo valorizados, pois ganham praticamente o salário inicial.

    O único incremento salarial acontece com o dissídio anual, que é

    insignificativo. De dois em dois anos, a empresa geralmente paga um 14º

    salário. Contudo, isso não acontece todos anos, para não gerar vínculo e ser

    adicionado ao salário. No ano de 2010, por exemplo, este pagamento se deu

    9 Intranet Sistema Firjan

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    através de um abono em fevereiro. O valor correspondeu a 100 % do salário

    do funcionário.

    Em 2011, a premiação foi dada de 2 formas: 78 % do salário de cada

    funcionário e 22 % através da análise individual de desempenho de cada

    funcionário.

    FONTE: RESULTADOS DA PESQUISA

    4.2.2 Percepções sobre as condições de trabalho

    Este item analisa a percepção do trabalhador em relação às condições

    do ambiente de trabalho de sua empresa. Abordam-se questões de riscos

    relativos aos danos físicos ao trabalhador, como disponibilidade de

    equipamentos de segurança para evitar acidentes, e a existência de um

    ambiente físico seguro e saudável.

    A maioria dos entrevistados concorda totalmente com a existência de

    boas condições de trabalho para a execução de suas tarefas. Em destaque as

    questões referentes às condições físicas, onde 47 %, 45% e 33 % dos

    entrevistados concordam totalmente com as boas condições de iluminação,

    higiene e ventilação, respectivamente, conforme tabela 2.

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      Em relação ao cansaço da jornada de trabalho, os funcionários

    responderam em proporções parecidas, ou seja, quase metade dos

    funcionários tem uma rotina de trabalho cansativa, enquanto a outra metade

    não tem. Essas respostas mostram que se a empresa tiver interesse, poderiam

    ser criados programas para minimizar o stress no ambiente de trabalho.

    (Gráfico 11)

    Em relação à organização, 47 % dos funcionários concordam

    parcialmente e

    16 % concordam totalmente que a empresa é organizada, o que representa o

    reconhecimento administrativo da instituição perante os empregados. (Ver

    tabela 3)

    TABELA 2 – PERCEPÇÕES SOBRE AS CONDIÇÕES FÍSICAS DO TRABALHO

    Condiçõesfísicas

    DiscordoTotalmente

    DiscordoParcialmente

    Nemconcordo/Nem

    discordo

    Concordoparcialmente

    Concordototalmente

    Iluminação 8% 16% 2% 27% 47%

    Higiene 2% 12% 10% 31% 45%

    Ventilação 12% 14% 8% 33% 33%FONTE: RESULTADOS DA PESQUISA 10 

    10 Ver questionário. Perguntas : 6, 7 e 8 :O ambiente físico em que trabalho é bem iluminado? É

    higiênico? É ventilado?

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     FONTE: RESULTADOS DA PESQUISA

    TABELA 3 – PERCEPÇÕES DO GRAU DE ORGANIZAÇÃO DAEMPRESA

    ORGANIZAÇÃO FREQUÊNCIADiscordo Totalmente 6%

    Discordo Parcialmente 19%

     Nem concordo/Nem discordo 12%

    Concordo parcialmente 47%Concordo totalmente 16%

    FONTE: RESULTADOS DA PESQUISA

    4.2.3 Percepções sobre o uso e desenvolvimento de capacidades 

    Este tópico tem por objetivo analisar as percepções dos entrevistados

    quanto à valorização de seus potenciais, o reconhecimento dos acertos de

    parte da empresa, assim como a sua responsabilidade no trabalho que

    executa, e a autonomia na tomada de decisão, feedback 11.

    Percebe-se que a maioria dos funcionários (73%) se sente responsável

    pelo bom desempenho e resultado do trabalho que desempenham (Ver gráfico

    12). Em relação ao feedback da empresa, ou seja, se são reconhecidos de

    11 Feedback é uma via de mão dupla, retroalimentação, retorno motivacional e desenvolvedor(esclarece, posiciona, mostra caminhos, estabelece metas de aperfeiçoamento, reconhece evaloriza as pessoas pelo que elas fazem ou pela forma como se comportam. Manual de

    treinamento de Feedback do Sistema Firjan

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    alguma forma quando executam as tarefas de forma correta, os funcionários

    tiveram respostas divergentes, 44% discordam totalmente e parcialmente, 19

    % não concordam e nem discordam e 37 % concordam parcialmente e

    totalmente. (Ver gráfico 13) Pode-se concluir que alguns chefes de setores são

    gestores e estimulam a responsabilidade entre seus funcionários pelo

    atingimento das metas, enquanto outros não aplicam corretamente as técnicas

    de relacionamento interpessoal, tão divulgadas nos treinamentos dos recursos

    humanos. A técnica do feedback passou a ser implantada oficialmente pela

    empresa, através dos analistas de recursos humanos que divulgaram a

    importância desta prática. Mas essa política foi apenas um modismo e o que

    prevalece hoje em dia são os feedbacks não oficiais, onde os chefes reúnemsuas as equipes e expões os pontos a serem melhorados.

    A questão da autonomia para decidir o que fazer e como fazer o

    trabalho pode ser comparada utilizando a tabela 4. A grande maioria dos

    funcionários depende de alguma autorização superior para realizar o trabalho.

    A iniciativa e pró-atividade são estimuladas, mas dependem de uma

    supervisão, ou seja, os funcionários são incentivados a tomarem decisões para

    melhorar as suas atividades, mas essas decisões precisam passarprimeiramente pelo crivo dos chefes imediatos.

    FONTE: RESULTADOS DA PESQUISA

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    FONTE: RESULTADOS DA PESQUISA

    TABELA 4 – AUTONOMIA PARA REALIZAR O TRABALHOAUTONOMIA PARA TRABALHAR FREQUÊNCIA

    Discordo Totalmente 18%Discordo Parcialmente 33%

     Nem concordo/Nem discordo 8%Concordo parcialmente 31%Concordo totalmente 10%

    FONTE : RESULTADOS DA PESQUISA

    4.2.4 Percepções sobre as chances de crescimento e segurança na

    empresa

    Procura-se verificar neste item, a percepção dos trabalhadores com

    relação às condições de crescimento profissional. Isto pode ser analisado

    através da existência de algum investimento em treinamento por parte da

    empresa.

    O treinamento, conforme Chiavenato (2004), era considerado

    antigamente, apenas como uma forma de adequar a pessoa ao seu cargo,

    hoje tornou-se uma forma de melhorar o seu desempenho. O autor ainda

    complementa que “o treinamento é considerado um meio de desenvolver

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    competências nas pessoas para que se tornem mais produtivas, criativas e

    inovadoras, a fim de contribuir melhor para os objetivos organizacionais”

    (CHIAVENATO, 2004, p.339)

    Os programas de treinamento e desenvolvimento de pessoas são uma

    forma de aumentar o capital intelectual da empresa, mas também geram

    benefícios ao empregado, agregando conhecimentos que serão importantes

    para o desenvolvimento pessoal e profissional do individuo e qualquer empresa

    em que ele estiver.

    De acordo com a tabela 5, há um certo equilíbrio entre os que

    concordam ou que discordam, parcialmente ou totalmente, em termos de

    chances de crescimento dentro da empresa, mudança de cargo e avançosalarial. O mesmo resultado é encontrado para o treinamento interno para

    capacitar os funcionários. Porém, vale ressaltar que a questão com maior grau

    de discordância foi referente ao crescimento individual profissional, ou seja, a

    empresa não estimula a continuidade da educação formal e também, não

    incentiva o desenvolvimento profissional.

    A questão do crescimento interno na empresa, acontece apenas para

    algumas pessoas. Enquanto outras ficam trabalhando na empresa por muitosanos e não encontram nenhuma oportunidade de mudança de cargo. Esta falta

    de oportunidade as vezes ocorre pelo fato do funcionário não estar qualificado

    para a vaga em aberto.

    Em alguns casos, um funcionário poderia subir de cargo por ter as

    características exigidas pelo cargo, contudo não consegue devido à políticas

    internas.

    Do total de funcionários que responderam o questionário, 47 % têm de 3a 10 anos de trabalho no SESI e 33 % têm mais de 10 anos no SESI, onde

    pode-se concluir que 80 % dos funcionários da pesquisa são funcionários

    antigos no SESI, conforme já visto na seção 4.1. Esta situação não estimula o

    desenvolvimento profissional de alguns funcionários.

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     TABELA 5 – PERCEPÇÕES DO CRESCIMENTO PROFISSIONAL

    CRESCIMENTOPROFISSIONAL

    DiscordoTotalmente

    DiscordoParcialmente

    Nem concordoNem discordo

    Concordoparcialmente

    Concordototalmente

    Capacitação profissional através

    de treinamentointerno

    20% 25% 12% 29% 14%

    Chances decrescimento na

    empresa28% 22% 12% 20% 18%

    Capacitação profissional

    individual37% 29% 10% 14% 10%

    FONTE: RESULTADOS DA PESQUISA

    4.2.5 Percepções sobre a integração social na empresa

    Walton 12  buscou dar ênfase a importância de se ter um bom

    relacionamento interpessoal, com tratamento igualitário, na execução das

    tarefas. Isto é considerado fundamental para se constituir um bom ambiente de

    trabalho, que por sua vez refletirá na produção e desempenho da empresa.

    Como mostra o gráfico 14, um número bem representativo dos

    entrevistados, cerca de 53%, afirma que não há nenhum tipo de discriminação

    social, seja por religião, sexo ou raça; e também, acredita que exista um bom

    relacionamento interpessoal entre os trabalhadores da empresa (61%) (Ver

    gráfico 15). Isso quer dizer que o ambiente interno é igualitário e existe uma grande

    afinidade entre os funcionários, o que pode vir a contribuir para a constituição

    de um ambiente mais harmônico de trabalho.

    12 Walton (1974) apud Buss (2002)

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      45

     FONTE: RESULTADOS DA PESQUISA

    FONTE: RESULTADOS DA PESQUISA

    4.2.6 Percepções sobre os direitos e deveres do trabalhador

    Neste item, busca-se verificar a percepção dos trabalhadores quanto ao

    cumprimento de seus direitos e deveres por parte da Empresa. Apesar dos

    direitos e deveres dos trabalhadores se encontrarem assegurados pela CLT

    (Consolidação das Leis Trabalhistas), muitas empresas não divulgam o que é

    oferecido aos seus funcionários, e estes se sentem lesados.

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    Outros pontos importantes neste item são: verificar se os trabalhadores

    se sentem à vontade para dar sugestões de trabalho (liberdade de expressão).

    A grande maioria dos entrevistados concorda totalmente ou

    parcialmente, quando se trata da possibilidade de dar sugestões de trabalho,

    assim como expressar suas opiniões à chefia. (Ver tabela 6) Se há um bom

    relacionamento interpessoal entre os funcionários e entre os funcionários e os

    chefes, e os funcionários se sentem à vontade com suas chefias, então deve-

    se incentivar a prática do feedback.

    Inclui-se também, a questão do conhecimento das normas e rotinas da

    empresa, que para a maioria, são bem divulgadas. Isso acontece devido aos

    murais com informativos sobre a empresa e também através da intranet, ondetodos podem ter acesso. Para aqueles que não possuem e-mail, há um

    terminal da intranet em cada unidade operacional.

    Assim como também quase todos os funcionários concordam

    parcialmente ou totalmente, quanto ao cumprimento dos direitos trabalhistas

    (férias, 13º salário, etc) pela empresa, fator que evita, em parte, as

    conseqüências para a organização em termos de ações trabalhistas. O fator

    que mais gera ações trabalhistas são as horas extras, que no SESI sãoadministradas através de controle do ponto.

    TABELA 6 – PERCEPÇÕES SOBRE OS DIREITOS E DEVERES DOTRABALHADOR

    DIREITOS EDEVERES DO

    TRABALHADOR

    DiscordoTotalmente

    DiscordoParcialment

    e

    Nemconcordo/Nem

    discordo

    Concordoparcialment

    e

    Concordototalment

    e

    Liberdade para darsugestões de

    trabalho

    2% 6% 6% 33% 53%

    Liberdade paraexpressar opiniões

    à chefia10% 9% 2% 24% 55%

    Conhecimento dasnormas e rotinas

    operacionais8% 7% 6% 47% 32%

    Direitostrabalhistasrespeitados

    2% 0% 0% 10% 88%

    FONTE : RESULTADOS DA PESQUISA

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     4.2.7 Percepções sobre o trabalho e espaço total de vida

    Neste tópico, abordam-se questões referentes à interferência dotrabalho na vida pessoal e social dos funcionários. Assim sendo, procura-se

    verificar o equilíbrio entre o trabalho e as atividades existentes na vida dos

    trabalhadores.

    Em sua maioria, os funcionários não percebem nenhuma influência, ou

    prejuízo causado pelo trabalho em sua vida familiar, o que vem a ser um ponto

    positivo. Em uma situação negativa, poderia se formar um ambiente de

    insatisfação, que atrapalharia o funcionário tanto na vida pessoal quanto notrabalho, refletindo diretamente em seu rendimento. Essa maioria concorda

    também, quando perguntado sobre a disponibilidade de tempo para lazer e

    atividades sociais, ou seja, afirma ter tempo suficiente para se divertir e

    executar atividades fora do horário de trabalho, o que contribui para o não

    aparecimento da fadiga física ou mental. É importante ressaltar a importância

    do tempo para atividades fora do ambiente de trabalho, pois os funcionários

    são seres humanos completos e precisam satisfazer outras necessidadescomo descanso, lazer, vida familiar e social, etc. (Ver tabela 7 e gráfico 6)

    TABELA 7 – PERCEPÇÕES DO EQUILÍBRIO ENTRE TRABALHO E ESPAÇO TOTAL DEVIDA

    TRABALHO XOUTRAS

    ATIVIDADES

    DiscordoTotalmente

    DiscordoParcialment

    e

    Nemconcordo/Nem

    discordo

    Concordoparcialment

    e

    Concordototalmente

     Não há prejuízo davida familiar

    8% 8% 7% 22% 55%

    Tempo para lazer eatividades sociais

    6% 10% 6% 29% 49%

    Descanso do corpoe da mente

    8% 14% 10% 37% 31%

    FONTE: RESULTADOS DA PESQUISA

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    FONTE: RESULTADOS DA PESQUISA

    4.2.8 Percepções sobre a relevância social da vida no trabalho

    Este último tópico procura verificar qual a percepção dos trabalhadores

    em relação à imagem da empresa junto à comunidade local, ou seja, se a

    imagem da empresa perante a sociedade traz ao empregado satisfação em

    trabalhar nela, desenvolvendo com orgulho seu trabalho.

    A tabela 8 mostra que a grande maioria dos entrevistados, representada

    por aproximadamente 68%, concorda de forma parcial ou total, dizendo ser

    orgulhosa e realizada em relação ao trabalho que executam.

    Entretanto, esse grau de concordância acima mencionado, se contradiz

    em relação à insatisfação dos funcionários causada pela remuneração injusta.

    Assim sendo, essa realização e orgulho que eles têm em exercer o trabalho, se

    deve ao fato talvez, que para eles, trabalhar em uma empresa com importância

    nacional e social, é de grande significância.Além disso, a maioria acredita também, que a empresa possua uma boa

    imagem diante da comunidade local onde esta inserida, até porque suas

    instalações geram renda, empregos e contribuem para o desenvolvimento

    daquela localidade, assim como os clientes estão satisfeitos com os serviços

    prestados pelo SESI.

    Em relação à preocupação com a qualidade de vida, alguns concordam

    e outros discordam. Isso se dá devido às diferentes concepções sobre

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    qualidade de vida que cada funcionário têm. Cada um tem uma idéia sobre o

    que é qualidade de vida. Como para a grande maioria a qualidade de vida está

    relacionada com a remuneração, esta questão, o SESI deixa a desejar. Assim

    como a questão do incentivo educacional pela empresa. Contudo em relação

    às condições físicas do trabalho, integração social na empresa e tempo para

    lazer, os funcionários são bem assistidos. Pode-se concluir que o nível de

    satisfação dos funcionários se encontra a um nível intermediário.

    TABELA 8– PERCEPÇÕES DA RELEVÂNCIA SOCIAL DA VIDA NO TRABALHO

    RELEVÂNCIASOCIAL DA VIDANO TRABALHO

    DiscordoTotalmente

    DiscordoParcialment

    e

    Nemconcordo/Nem

    discordo

    Concordoparcialment

    e

    Concordototalment

    eOrgulho de

    trabalhar no SESI2% 4% 21% 22% 51%

    Realização dotrabalho

    desenvolvido4% 12% 16% 35% 33%

    Reconhecimentodo SESI na

    comunidade local0% 12% 14% 25% 49%

    Satisfação dosclientes com os

    serviços prestados pelo SESI

    0% 25% 14% 49% 12%

    FONTE: RESULTADOS DA PESQUISA

    FONTE: RESULTADOS DA PESQUISA

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    4.3 Correlações entre as variáveis analisadas

    Nesta seção, serão analisadas as correlações entre as variáveis das

    afirmativas (percepções subjetivas) e as características pessoais dos

    funcionários do SESI, das unidades operacionais de Vicente de Carvalho e

    Honório Gurgel.

    O objetivo destas correlações é comprovar o nível de compatibilidade

    entre as variáveis escolhidas para compor o questionário de qualidade de vida

    no trabalho aplicado, onde algumas possuem um bom nível de concordância

    entre si, ou seja, caminham na mesma direção, enquanto outras são

    discordantes e caminham em direções opostas.

    Para facilitar a visualização dos resultados, foi construída a tabela 9. A

    composição desta tabela é formada por 3 colunas. Na 1ª coluna intitulada

    “variável”, encontram-se todas as características pessoais dos trabalhadores

    entrevistados e as variáveis de percepção subjetiva (questões 1 a 31 do

    questionário). Na 2ª coluna denominada “descrição” são atribuídos valores

    para as variáveis, por exemplo: em relação ao sexo, atribui-se 1 para homens

    e 0 para mulheres; para escolaridade atribui-se 0 para funcionários com até a4ª série e 4 para funcionários com pós graduação e para as questões de 1 a

    31 do questionário, atribui-se 1 para discordo totalmente e 5 para concordo

    totalmente, conforme apêndice 1. A distribuição de valores para as variáveis

    analisadas, foi realizada com a intenção de promover o nível de concordância

    entre elas. Caso, as características pessoais dos entrevistados não fossem

    transformadas em números, não seria possível correlacionar com as variáveis

    de percepção subjetiva do questionário. Na 3ª coluna aparece a direção docrescimento das variáveis através de seta indicativa. Ou seja, a variável

    percepção subjetiva da remuneração justa aumenta de 1 (grau de discordância

    máxima) para 5 (grau de concordância máxima). Quando cresce, o grau de

    concordância de que a remuneração é justa está aumentando. Já para as

    variáveis dicotômicas, que possuem valores iguais a 0 ou 1, a seta mostra a

    direção para o valor unitário.

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      51

    Analisando as variáveis, verificamos dois grupos: as com correlação alta

    e baixa. Priorizamos os estudos das variáveis que possuem correlações

    superiores a 0,20, seja positiva ou negativamente ( > 0,20 ou < - 0,20).

    TABELA 9– RESUMO DAS VARIÁVEIS USADAS PARA O ESTUDO DASCORRELAÇÕES

    VARIÁVEL DESCRIÇÃO DIREÇÃO DE CRESCIMENTO

    Sexo0 = mulher 1 = homens ↑↑↑↑ 1 = homem 0 = mulher

    Estado Civil0 = demais casos 1 = solteiro ↑↑↑↑ 1 = solteiro 0 = demais casos

    Faixa etária18 a 25 anos = 0 3 = mais de 46 anos

    ↑↑↑↑ 26 a 35 anos = 136 a 45 anos = 2mais de 46 anos = 3 0 = 18 a 25 anos

    Grau deescolaridade

    0 = até 4ª série 4 = pós graduação

    ↑↑↑↑ 1 = 1º grau completo

    2 = 2º grau completo

    3 = superior

    4 = pós graduação 0 = até 4ª série

    Tempo deempresa

    0 = até 1 ano 3 = mais de 10 anos

    ↑↑↑↑ 1 = de 1 a 3 anos2 = de 3 a 10 anos3 = mais de 10 anos 0 = até 1 ano

    Meio detransporte

    0 = demais casos 1 = carro ↑↑↑↑ 1 = carro 0 = demais casosResidência

     perto 0 = demais casos 1 = morar perto ↑↑↑↑ do trabalho 1 = morar perto 0 = demais casos

    Filhos0 = não tem filhos 1 = têm filhos ↑↑↑↑ 1 = filhos 0 = não tem filhos

    Idade dos filhos0 = filhos de 0 a 7 anos 2 = filhos maiores de 18 anos

    ↑↑↑↑ 1 = filhos de 7 a 18 anos2 = filhos maiores de 18 anos 0 = filhos de 0 a 7 anos

    Questões 1 à 31do questionário ↑↑↑↑ 

    1 – discordo totalmente2 – discordo parcialmente

    5 – concordo totalmente

    3 – não concordo nemdiscordo

    4 – concordo parcialmente5 – concordo totalmente 1 – discordo totalmente

    FONTE : RESULTADOS DA PESQUISA

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    Com relação ao estado civil dos funcionários, pode-se concluir que os

    solteiros consideram-se melhor remunerados que os demais, devido àcorrelação positiva 0,21. Isso pode acontecer pelo fato dos solteiros

    possivelmente terem mais tempo para se dedicar ao trabalho e à qualificação

    profissional. Os solteiros consideram que a jornada de trabalho é suficiente

    para a realização das tarefas, dada a correlação positiva 0,24. Os solteiros

    possivelmente dedicam maior atenção ao trabalho do que os casados, que

    precisam conciliar as questões familiares do dia-a-dia com o trabalho. Alguns

    problemas relacionados ao cônjuge e aos filhos são resolvidos durante oexpediente de trabalho, enquanto os solteiros não passam por esta

    experiência.

    Os funcionários que responderam que a jornada de trabalho é suficiente

    para a realização das tarefas, são os que também não acham a jornada de

    trabalho cansativa. Ou seja, as respostas para essas duas questões estão indo

    na mesma direção. Quando uma cresce, a outra também cresce, dada

    correlação positiva 0,40. Tal comprovação faz sentido, pois os funcionários do

    SESI não sofrem pressões por resultados como algumas outras empresas do

    mercado de trabalho.

    As pessoas que concordam com a higiene do ambiente físico de

    trabalho, também concordam com a ventilação adequada, ou seja, as variáveis

    caminham no sentido de concordância, visto que a correlação entre elas (0,55)

    é positiva. Assim como as pessoas que consideram o ambiente físico em que

    trabalham bem iluminado, também o consideram higiênico, tendo uma

    correlação 0,38, onde pode-se concluir que as condições físicas de trabalho

    são muito boas no SESI. As percepções sobre diferentes aspectos das

    condições físicas do trabalho relacionam-se bem entre si.

    O meio de transporte utilizado para ir ao trabalho influencia a vida dos

    funcionários do SESI. A grande maioria, 75 % dos funcionários vão trabalhar

    com outros meios de transporte e apenas 25 % vão trabalhar de carro. Os

    funcionários que responderam que o trabalho não prejudica a vida familiar e

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    que fora do trabalho possuem tempo para lazer e atividades sociais não vão

    trabalhar de carro, por isso as correlações entre estas variáveis foram

    negativas -0,39 e -0,25. Pode-se concluir que se os funcionários tivessem e

    fossem trabalhar de carro, suas vidas familiares iriam ser ainda menos

    prejudicadas e teriam ainda mais tempo para lazer e atividades sociais, uma

    vez que o carro diminui o tempo de transporte e encurta as distâncias.

    Algumas questões da vida familiar e social poderiam ser resolvidas pelos

    funcionários caso eles tivessem e fossem trabalhar de carro, como por

    exemplo: poderiam buscar os filhos na escola, ir ao banco, supermercados,

    etc.

    Em relação à organização da empresa, o SESI prioriza as técnicas eequipamentos de segurança, com uma equipe de segurança do trabalho que

    monitora as condições de segurança dos trabalhadores. Esta preocupação

    com a segurança de seus funcionários é uma prova da organização da

    empresa, com a correlação positiva (0,46). Outra questão que comprova a

    organização da empresa é o fato dos funcionários não considerarem a jornada

    de trabalho cansativa, visto que o planejamento das atribuições de cada

    funcionário é bem definido e a divisão da escala de trabalho é bemestruturada, ocasionando uma correlação positiva entre estas questões (0,67).

    Mais uma correlação positiva (0,50) comprova a organização da empresa, pois

    os funcionários do SESI responderam que seus trabalhos não prejudicam suas

    vidas familiares.

    Os trabalhadores que sentem orgulho de trabalhar no SESI, também se

    sentem realizados com o trabalho que desenvolvem, com a correlação positiva

    (0,26) entre as variáveis, concluindo que os funcionários do SESI gostam detrabalhar na empresa. O orgulho de trabalhar no SESI também é devido aos

    direitos trabalhistas oferecidos pela empresa, dada a correlação positiva 0,51.

    O SESI oferece treinamentos internos visando melhorar o

    desenvolvimento de seus funcionários. Estes treinamentos contribuem para

    que o funcionário se aperfeiçoe ainda mais na área em que trabalha ou até

    mesmo em outra área, o que pode ocasionar mudança de cargo e

    consequentemente aumento salarial. Um profissional bem treinado nos

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    sistemas de contratos, ponto de venda (PDV), IQ Financeiro, IQ material, por

    exemplo, pode migrar para outra área e assim conseguir uma promoção. Por

    isso as variáveis destas questões analisadas são bem correlacionadas (0,66).

    O SESI é uma instituição que valoriza o ser humano sem qualquer

    discriminação. O reconhecimento e valorização dos acertos dos funcionários

    se dão independente da raça, sexo, opção sexual, podendo ser comprovado

    com a correlação positiva de 0,42 entre estas variáveis.

    O relacionamento interpessoal no SESI é muito bom. Os funcionários do

    mesmo setor ou de diferentes setores se ajudam quando surge uma dúvida ou

    dificuldade. Quando o resultado do trabalho coletivo é positivo, as metas são

    alcançadas, todos são parabenizados. A correlação entre as variáveis destasquestões é 0,34, comprovando este fato.

    Os funcionários do SESI possuem liberdade para expressarem suas

    opiniões à chefia, assim como dar sugestões em seus trabalhos, o que

    comprova com a correlação alta e positiva 0,61. Esta liberdade de expressão é

    um ponto forte, pois os funcionários se consideram importantes para a

    empresa, influenciando positivamente a qualidade de vida no trabalho.

    Os trabalhadores com pouca escolaridade e pouco tempo de trabalhona empresa acham a jornada de trabalho insuficiente para a realização das

    tarefas, em oposição aos que são mais escolarizados e possuem mais tempo

    de trabalho no SESI, dadas as correlações negativas - 0,23 entre as variáveis

    das questões analisadas. Um melhor grau de escolaridade e um maior tempo

    de trabalho na empresa contribuem para uma melhor percepção do que

    significa o trabalho para os funcionários. O trabalho é importante para todos. O

    trabalhador vende sua força de trabalho em troca de uma remuneração capazde satisfazer suas necessidades. Cada funcionário tem uma forma de

    visualizar seu próprio trabalho e sua importância para si mesmo e para a

    empresa. O tempo de trabalho na empresa modifica a visão do trabalho para o

    funcionário. Um funcionário com pouco tempo de empresa pensa de uma

    forma e um funcionário com mais de 10 anos de empresa pensa de outra

    forma. Assim como o grau de escolaridade, um funcionário com poucos anos

    de vida acadêmica, necessita mais daquele trabalho, do que um funcionário

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    com pós-graduação, por exemplo. Este funcionário está bem preparado para o

    mercado e caso saia da empresa, é natural que em pouco tempo encontre um

    novo trabalho, ou invés daquele funcionário pouco escolarizado, pois o

    mercado de trabalho hoje em dia está bastante seletivo e exigente.

    Com mais tempo de trabalho na empresa, os funcionários deveriam

    participar de mais treinamentos, mas como estes treinamentos internos são

    mais voltados para os funcionários com menos tempo de casa, e

    conseqüentemente menos experientes, as variáveis das questões analisadas

    são negativamente correlacionadas -0,23.

    As pessoas menos escolarizadas, em seu tempo livre não conseguem

    descansar o corpo e a mente,