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Tiago Manuel Magalhães Ferreira
A participação dos pais na vida escolardo aluno no ensino vocacional de música
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a
Universidade do MinhoInstituto de Educação
outubro de 2015
Relatório de EstágioMestrado em Ensino de Música
Trabalho efetuado sob a orientação deProfessor Doutor Luís PipaDr. Vitor Lima
Tiago Manuel Magalhães Ferreira
A participação dos pais na vida escolardo aluno no ensino vocacional de música
Universidade do MinhoInstituto de Educação
iii
Agradecimentos
Ao Professor Doutor Luís Pipa pela orientação prestada no desenvolvimento do Projeto
de Intervenção e do Relatório de Estágio.
Ao professor Vitor Lima pelo apoio e entusiasmo demonstrados ao longo da realização
deste trabalho na área da direção coral.
À professora cooperante e colega de trabalho Cristina Cunha pelo incentivo e ajuda
no desenvolvimento deste projeto.
À Academia de Música José Atalaya pelas condições proporcionadas para a realização
deste projeto.
Ao colega e pianista Giosuè de Vincenti pelo acompanhamento musical do coro nos
ensaios e concertos.
Aos elementos do coro de pais e aos alunos da Academia de Música José Atalaya pela
disponibilidade e alegria demonstradas nas aulas, nos ensaios e nos concertos.
A todos os meus professores pela orientação ao longo dos anos de formação.
Aos meus pais e ao meu irmão João pelo apoio e estímulo, fundamentais para a
realização deste trabalho.
iv
v
A participação dos pais na vida escolar do aluno no ensino vocacional de música
Resumo
A participação dos pais na escola assume hoje um papel muito importante na
educação e formação dos alunos. Contudo, torna-se necessário criar condições para que essa
participação seja efetiva e os pais possam desempenhar plenamente o seu papel de parceiros
na educação. Este relatório incide na temática da participação dos pais na vida escolar do
aluno no contexto de uma escola do ensino vocacional de música e surge no âmbito do
Mestrado em Ensino de Música da Universidade do Minho, como resultado do Estágio
Profissional realizado na Academia de Música José Atalaya, em Fafe, onde foi implementado
um Projeto de Intervenção que abrangeu alunos, pais e professores.
O objetivo principal deste trabalho consistiu na criação de condições que permitissem
aos pais realizar um melhor acompanhamento escolar dos seus filhos, através do aumento do
seu conhecimento sobre o ensino musical. Outro objetivo consistiu na implementação de
estratégias para melhorar a comunicação escola-casa e vice-versa.
Para se procurar atingir o objetivos acima mencionados foi criado o Coro de Pais e
Amigos da Academia de Música José Atalaya, realizaram-se reuniões periódicas com os
encarregados de educação e procedeu-se à elaboração de uma caderneta do aluno adaptada
ao ensino musical, sendo promovida a sua utilização junto dos alunos, pais e professores.
Foi aplicado um inquérito aos pais/familiares (10 participantes) e aos alunos (9
participantes). Foram também realizadas observações ao longo da execução do Projeto de
Intervenção. Os resultados do inquérito aplicado aos pais/familiares demonstram que 90% dos
participantes considera o ensino musical como muito importante na formação dos seus filhos
e, pelo facto de participarem no coro de pais, a totalidade dos pais/familiares sente que
compreende melhor o ensino artístico e estão melhor integrados na academia de música. Por
seu lado, dos resultados ao inquérito aplicado aos alunos constata-se que 89% deles sente que
a participação dos seus pais/familiares no coro de pais da academia contribui para uma maior
motivação para o seu estudo musical. De referir também que 78% dos alunos inquiridos são
de opinião que o facto dos seus pais/familiares pertencerem ao coro de pais da academia
favorece o acompanhamento do seu estudo musical em casa.
vi
vii
The participation of parents in their children’s school lives within the context of
specialized music studies
Abstract
Parent’s participation in their children’s school has an important role in the education
of school children. However, it has been necessary to create conditions so that participation is
possible for parents to become full partners in education. This report is about the paticipation
of parents in the school life of their children when it comes to musical studies. This is the topic
for the Teacher Training Practice Component of Minho University Master Programme in Music
Teaching, carried out at the Academia de Musica José Atalaya in Fafe, where a Project of
Intervention between students, parents and teachers was implemented.
The principal objective of this work is to create the conditions which permit parents to
coach their children in school in a better way through an increased knowledge about musical
teaching. Another objective is to better implement strategies of home/school communication
and vice versa. The Choir of Parents and Friends of the Academia de Musica José Atalaya was
created to try to meet the above goals, together with the realization of periodical meetings
between teachers and parents. A student’s report book was adapted, whereby it’s usage
between students, parents and teachers was promoted.
Parents/families (10 participants) and students (9 participants) were given a
questionaire. Throughout the Intervention Project observations were done. The
parents/families questionaire showed that 90% of the participants considered musical studies
to be very important in the education of their children, due to the fact of parents participating in
the choir, parents/families as a whole feel that they understood better artistic studies and were
better integrated in the music academy. Results also showed that 89% of participant students
felt that the participation of parents/families contributed to more motivation in their musical
studies. It was also noted that 78% of the students that were inquired were of the opinion that
the paticipation of their parents/families in the parent’s choir helped them in their musical
studies at home.
viii
ix
Índice
Agradecimentos.................................................................................................................... iii
Resumo................................................................................................................................ v
Abstract............................................................................................................................... vii
Introdução......................................................................................................................... 1
CAPÍTULO I - Contexto e plano geral de intervenção
1.1 - Revisão da literatura..................................................................................................... 3
1.1.1 - A importância da família no desenvolvimento e educação da criança............. 3
1.1.2 - Conhecer a diversidade existente entre famílias............................................. 4
1.1.3 - A comunicação entre a família e a escola...................................................... 6
1.1.4 - O envolvimento dos pais na escola................................................................ 8
1.2 - O contexto de intervenção........................................................................................... 11
1.2.1 - A escola...................................................................................................... 11
1.2.2 - Os alunos.................................................................................................... 11
1.2.3 - O coro de pais............................................................................................. 13
1.3 - O plano geral de intervenção....................................................................................... 14
1.3.1- Objetivos...................................................................................................... 14
1.3.2 - Estratégias.................................................................................................. 14
1.3.3 - A metodologia aplicada............................................................................... 14
CAPÍTULO II - Desenvolvimento e avaliação da intervenção
2.1 - Planificações e relatórios das atividades mais representativas..................................... 17
2.1.1 - Concerto de homenagem à poetisa fafense Soledade Summavielle............. 17
2.1.2 - Concerto de Ano Novo............................................................................... 35
2.1.3 - Concerto de encerramento das 5as Jornadas Literárias de Fafe................... 52
2.2 - Relatórios de outras atividades.................................................................................. 59
2.3 - Relatórios das reuniões com os encarregados de educação....................................... 63
2.4 - A caderneta do aluno................................................................................................ 65
2.5 - Instrumentos de recolha de informação..................................................................... 66
x
2.6 - Avaliação da intervenção............................................................................................ 70
2.6.1 - Análise de respostas ao questionário aos elementos do Coro de Pais
e Amigos da Academia de Música José Atalaya..................................................... 70
2.6.2 - Análise de respostas ao questionário aos alunos com pais/familiares
no Coro de Pais e Amigos da Academia de Música José Atalaya............................ 74
Considerações finais..................................................................................................... 77
Referências bibliográficas................................................................................................... 81
Anexos............................................................................................................................... 85
Anexo 1 - Páginas ilustrativas da caderneta do aluno.............................................. 86
Anexo 2 - Questionário aos elementos do Coro de Pais
e Amigos da Academia de Música José Atalaya...................................................... 95
Anexo 3 - Questionário aos alunos com pais/familiares no Coro de Pais
e Amigos da Academia de Música José Atalaya...................................................... 99
Anexo 4 - Respostas às questões abertas colocadas aos pais................................ 103
Anexo 5 - Respostas às questões abertas colocadas aos alunos............................ 106
xi
Índice de Figuras
Figura n.º 1 Extrato da obra African Alleluia de Jay Althouse......................................... 18
Figura n.º 2 Vocalizo de Lois Fiftal: The Choral Warm-Up Collection.............................. 22
Figura n.º 3 Extrato da obra Look at the world de John Rutter....................................... 24
Figura n.º 4 Vocalizo de Henry Leck: Vocal Techniques For The Young Singer............... 27
Figura n.º 5 Extrato da obra Adiemus de Karl Jenkins................................................... 29
Figura n.º 6 Vocalizo de Raymond Sprague: The Choral Warm-Up Collection................. 32
Figura n.º 7 Extrato da obra Hoje na Terra de C. Gabaráin........................................... 36
Figura n.º 8 Vocalizo de Robinson & Althouse: The Complete Choral Warm-Up Book.... 39
Figura n.º 9 Extrato da obra Noite Serena de Delfina Figueiredo................................... 41
Figura n.º 10 Vocalizo de Robinson & Althouse: The Complete Choral Warm-Up Book.... 44
Figura n.º 11 Extrato da obra Jesus Já Nasceu de Delfina Figueiredo............................. 46
Figura n.º 12 Vocalizo de Alan Raines: The Choral Warm-Up Collection.......................... 49
Figura n.º 13 Extrato da obra Ode a Euterpe de António Correia/Jorge Salgueiro........... 53
Figura n.º 14 Vocalizo de Leslie Guelker-Cone: The Choral Warm-Up Collection.............. 56
xii
xiii
Índice de Gráficos
Gráfico n.º 1 Gosta de pertencer ao coro de pais da academia de música?..................... 70
Gráfico n.º 2 Considera o ensino vocacional da música importante
na formação do seu educando?.......................................................................................... 70
Gráfico n.º 3 Acha que ser membro do coro de pais facilita
a comunicação com os professores do deu educando?....................................................... 71
Gráfico n.º 4 O facto de pertencer ao coro de pais possibilitou
um maior acompanhamento do seu educando?................................................................. 71
Gráfico n.º 5 Gostas de estudar na academia de música?............................................. 74
Gráfico n.º 6 Os concertos e audições são importantes
para desenvolveres o gosto pelo estudo?........................................................................... 74
Gráfico n.º 7 Quantas vezes ajudaste os teus pais/familiares
em casa no estudo das músicas do coro?......................................................................... 75
xiv
1
Introdução
O presente relatório de estágio foi elaborado no âmbito do Mestrado em Ensino de
Música da Universidade do Minho e tem como tema a importância da participação dos pais na
vida escolar do aluno, no contexto específico do ensino vocacional de música. Trata-se de um
documento onde se procura descrever, refletir e avaliar o Projeto de Intervenção Pedagógico
Supervisionado desenvolvido durante o meu Estágio Profissional realizado na Academia de
Música José Atalaya, em Fafe.
Nos dias de hoje, a escola realiza um importante esforço na tentativa de melhorar a
comunicação com os pais e de procurar que estes se envolvam mais nas suas atividades. Este
esforço tem procurado encontrar estratégias e meios que possam promover um melhor
acompanhamento escolar do aluno por parte dos pais, com vista a um crescimento saudável
da criança e à melhoria dos seus resultados escolares. No caso do ensino vocacional de
música, seria importante que os pais pudessem conhecer melhor as características
particulares deste tipo de ensino, a realidade do dia a dia das escolas de música e os projetos
nos quais os seus filhos estão envolvidos. Desta forma, poderiam acompanhar melhor os seus
filhos nas atividades escolares e no estudo em casa.
Este Projeto de Intervenção parte da premissa que os pais constituem uns parceiros
fundamentais na educação dos seus filhos e que, para o serem de uma forma plena, seria
importante o seu envolvimento na escola. Contudo, para alcançar este objetivo, os pais
precisam, na maior parte dos casos, de alguma orientação. Em Portugal, este aspeto reveste-
se de particular importância, pois no contexto do ensino musical muitos são os pais que
parecem sentir não possuir os conhecimentos ou as vivências musicais suficientes para
poderem apoiar da melhor forma os seus filhos, no que à componente musical da sua
formação diz respeito.
Atendendo à relevância desta situação, achou-se pertinente que o meu Projeto de
Intervenção se centrasse na procura de respostas para a promoção da participação dos pais
na vida escolar dos seus filhos, num contexto de uma escola do ensino vocacional de música,
com a criação e desenvolvimento de um coro, posteriormente denominado Coro de Pais e
Amigos da Academia de Música José Atalaya.
A criação deste coro teve como objetivo geral promover a participação dos pais e de
outros familiares na vida escolar do aluno no ensino vocacional de música. Procurou-se
2
também com este projeto que os pais pudessem reconhecer a importância do ensino musical,
tivessem uma melhor compreensão do ensino artístico, por forma a existir uma maior
aproximação dos pais/familiares à academia de música e que estes possam estar melhor
integrados e informados das atividades da academia. Procurou-se também uma melhoria na
comunicação com os professores de música dos seus filhos e, consequentemente, a
promoção de um maior acompanhamento escolar. Para melhor poderem ser atingidos os
objetivos propostos, o projeto do coro de pais foi complementado com a realização de
reuniões com os encarregados de educação e com a criação e utilização de uma caderneta do
aluno adaptada ao ensino musical.
No primeiro capítulo deste trabalho, intitulado “Contexto e plano geral de
intervenção”, é realizada uma revisão da literatura acerca de temas como a importância da
família no desenvolvimento e educação da criança, a diversidade existente entre famílias, a
comunicação entre a família e a escola e o envolvimento dos pais na escola. O contexto de
intervenção, a escola, os alunos e o coro de pais, é de seguida caracterizado. A finalizar este
capítulo, é apresentado o plano geral da intervenção, descrevendo os objetivos, as estratégias
e a metodologia aplicada.
No segundo capítulo, intitulado “Desenvolvimento e avaliação da intervenção”, são
apresentadas as planificações e os relatórios das atividades mais representativas, assim como
os relatórios de outras atividades desenvolvidas. Também são incluídos um relatório das
reuniões com os encarregados de educação, a caderneta do aluno, os instrumentos de
recolha de informação e a avaliação da intervenção.
No final do trabalho são apresentadas as considerações finais, sendo também feito
um balanço da importância do Mestrado em Ensino de Música e deste Projeto de Intervenção
na minha formação pessoal e enquanto professor.
3
CAPÍTULO I - Contexto e plano geral de intervenção
1.1 - Revisão da literatura
1.1.1 - A importância da família no desenvolvimento e educação da criança
Os pais parecem hoje bastante atentos à educação dos seus filhos, procurando dar-
lhes as condições necessárias para que estes obtenham o desejado sucesso na escola. Talvez
influenciados pela sociedade moderna, que pressiona o ser humano para a obtenção de
resultados, cada vez mais exigem da escola pelo facto de estarem preocupados com o futuro
dos seus filhos. Segundo Montandon e Perrenoud (2001),
o sucesso escolar tornou-se num assunto de grande importância para a maior parte dos pais.
Hoje mais do que nunca, preocupam-se com a felicidade e o desenvolvimento dos seus filhos,
esperando simultaneamente que a escola os discipline sem castigar e que os instrua sem os
privar da sua infância (p. 2).
Ao longo dos tempos, a escola tem vindo a desempenhar um papel cada vez maior na
educação do ser humano, desde os primeiros anos de vida até idade adulta. Devido às
circunstâncias das suas vidas profissionais, são muitos os pais que confiam à escola os seus
filhos e esperam que ela assuma a responsabilidade da sua educação, procurando que eles
obtenham sucesso escolar e se integrem nas tradições e regras da sociedade em que se
pretende que vivam e exerçam no futuro as suas vidas profissionais, participando ativamente
na sociedade. Contudo, a importância da participação dos pais neste processo é fundamental.
Fuller e Olsen (1998) defendem que
apesar de a escola assumir uma grande parte da responsabilidade pela educação, as famílias
continuam a ser os primeiros e os mais importantes professores das crianças, porque é
através das famílias que as crianças aprendem a viver no mundo (p. 4)1.
1 “Although schools assumed more of the educational responsibilities, families continued to be the first and most important teachers of children, because it is through families that children learn how to live in their worlds”.
4
Apesar da evidente falta de tempo de muitos pais nesta sociedade moderna, será
importante que estes, em conjunto com a escola, encontrem espaços de partilha de
experiências e vivências para que possam melhor acompanhar o crescimento dos seus filhos.
Também cada um destes dois atores, pais e escola, deverão assumir e repartir a suas
responsabilidades na educação das crianças.
A partilha das tarefas educativas faz parte do princípio das relações entre a família e a escola:
elas não fazem sentido senão em função de uma divisão das responsabilidades e das acções
educativas entre estas duas instituições, que partilham entre si o tempo da criança e a sua
disponibilidade para aprender (Montandon e Perrenoud, 2001, p. 5).
Ainda no que diz respeito à divisão de tarefas entre pais e escola, Diogo (1998) refere
que “a educação participada integra as noções de parceria, de partilha de responsabilidades e
de participação, tendo como pressuposto de base que o sucesso educativo de todos só é
possível com a colaboração de todos” (Diogo, 1998, p. 74).
Reforçando a importância da família na educação da criança, Fuller e Olsen (1998)
referem que a família desempenha dois importantes papeis: por um lado proteger a criança de
influências negativas e da violência; por outro, preparar as crianças para viverem em
sociedade, através da aprendizagem das regras, costumes, crenças e tradições culturais do
meio que a rodeia.
1.1.2 - Conhecer a diversidade existente entre famílias
Nos dias de hoje é usual os alunos de uma mesma escola serem oriundos de famílias
heterogéneas ao nível étnico, cultural, religioso e, sobretudo na escola onde trabalho e no
meio onde vivo, no que diz respeito à estrutura familiar e ao nível socioeconómico. Assim, no
que concerne à estrutura familiar, além das famílias tradicionais com uma estrutura nuclear,
neste momento existem algumas crianças que têm uma família monoparental, cujos pais
estão divorciados e a criança vive com um deles ou reparte o tempo pelo dois o que, por
vezes, pode causar alguma dificuldade no seu dia a dia. Por outro lado, as crianças procedem
de estratos socioeconómicos diferentes. Algumas possuem uma maior facilidade na compra
5
de um instrumento musical, por exemplo, ou praticam um número maior de atividades
extracurriculares, pois os pais têm uma maior disponibilidade para lhes oferecer essas
mesmas atividades, em relação a outros colegas da turma. Tutwiler (1998) avisa que “os
professores têm que estar preparados para trabalhar com famílias que desafiam as suas
noções e experiencias pessoais sobre aquilo que constitui uma família” (p. 55)2.
Também no que diz respeito à valorização da escola e do trabalho aí desenvolvido por
professores e alunos, encontramos diferenças entre famílias. Montandon e Perrenoud (2001)
advertem para a condição de que “é indiscutível que nem todos os pais atribuem a mesma
importância à escolaridade dos seus filhos” (p. 1). Neste contexto, que se verifica nas nossas
escolas tanto ao nível das disciplinas da componente geral como da componente musical, a
escola poderá fornecer ao aluno outra perspetiva para que este não desmotive mas, pelo
contrário, procure através da educação uma forma de construir o seu futuro com uma maior
liberdade de escolha. Assim, cabe à escola procurar acolher todos estes alunos e, respeitando
as respetivas diferenças, procurar dar-lhes condições para que sejam felizes e obtenham
sucesso nos seus estudos de acordo com o seu esforço, trabalho e aptidões. “Perceber as
diferenças entre as famílias permite à escola desenvolver uma variedade de estratégias para
trabalhar com as famílias” (Tutwiler, 1998, p. 41)3.
Os professores têm um papel muito importante neste trabalho de aproximação às
famílias, pois são a parte mais visível da escola. Além disso, são os professores, sobretudo
através do diretor de turma, quem mais contacto tem com os encarregados de educação e
mais informações possui sobre os alunos. Através dos conselhos de turma, os professores têm
um grande poder de decisão e de implementação de medidas que podem melhorar a vida do
aluno. Contudo, será importante procurar respeitar as famílias na sua diferença e não tentar
modificá-las à força.
Uma compreensão da diversidade existente nas famílias não significa fornecer informação
para a criação de estratégias para mudar as famílias, para estas responderam às
necessidades da escola. Em vez disso, providencia informação que permite à escola mudar,
2 “Teachers must be prepared to work with families who challenge their personal notions and experiences of what constitutes family”.
3 “Understanding differences among families allows school personnel to structure a variety of strategies for working with families”.
6
para estar preparada para dar resposta à variedade de famílias que estão hoje representadas
na escola” (Tutwiler, 1998, p. 55)4.
Assim, segundo Perrenoud (2001), trata-se de dar liberdade à criança e permitir que
esta construa a sua identidade, respeitando as tradições familiares, mas também que possa
tornar-se uma pessoa diferente, se esse for o seu desejo:
Através da sua família, todas as crianças pertencem a uma classe social, a uma colectividade
local ou regional e a diversos agrupamentos. Mas, a partir de uma certa idade, podem tornar-
se membros, desta vez a título pessoal, de grupos, de organizações, de redes das quais os
membros da sua família não fazem parte. Desde logo, como a maior parte dos adultos, a
criança partilha o seu tempo com a família e outros grupos de pertença (p. 31).
1.1.3 - A comunicação entre a família e a escola
Uma boa comunicação entre a família e a escola é uma condição fundamental para
que o professor possa melhor compreender as características do contexto familiar de cada
aluno e, desta forma, conseguir trabalhar em conjunto com os pais e procurar que estes se
envolvam na educação dos seus filhos. De acordo com Lyons, Robbins e Smith (1983) “a
designação ‘relação casa - escola’ contém dois tipos de interações entre escolas e pais: troca
de informação e relações pessoais” (p. 3)5. Ainda de acordo com os mesmos autores, “uma
efetiva troca de informação consiste na partilha aberta de ideias e opiniões, entre pais e o
pessoal da escola, relacionada com questões de interesse mútuo” (p. 3)6. De salientar que
será fundamental o papel que a escola poderá desempenhar com vista a facilitar essa
comunicação, o que originará o posterior envolvimento dos pais na educação dos filhos.
Com o objetivo de envolver os pais na educação dos seus filhos, vários são os autores
que defendem que deve existir uma relação pessoal entre a escola e os pais. Assim, “boas
4 “An understanding of diversity among families is not meant to provide information for development of strategies to change families so that they fit the needs of the school. Rather, it provides information that allows schools to change, so that they are inviting to the variety of families represented in contemporary school settings”. 5 “The term, ‘home-school relationships’, covers two types of interactions between schools and parents: information exchange and interpersonal relations”. 6 “Effective information exchange is the open sharing of ideas and opinions, between parents and school staff, concerning issues of mutual concern”.
7
relações entre os pais e a escola preparam o palco para bem sucedidos programas de
envolvimento parental” (Lyons et. al., 1983, p. 3)7. O contacto pessoal é importante, não
bastando a troca de correspondência ou de informação por outros meios não presenciais.
Esse contacto pessoal com os pais será realizado pelo professor, que deverá estar preparado
para essa tarefa. Como refere Judith Macdonald (1998) “ao professor é solicitado que
desempenhe vários papéis nos dias de hoje” (96)8.
Contudo, nem sempre uma boa comunicação é estabelecida entre os pais e a escola
e vice-versa. De acordo com Macdonald (1998) “o stress dos pais, vidas ocupadas e horários
de trabalho acabam por impedir que falem com os professores sobre assuntos nos quais
poderiam ajudar” (p. 91)9. Também entre pais e filhos parece existir hoje uma cada vez maior
dificuldade em partilhar experiências do trabalho e da escola. Estas situações estão
provavelmente relacionadas com as exigências do dia a dia e por uma quase constante
sensação de falta de tempo com que vivemos atualmente.
Outra questão que dificulta a comunicação entre a escola e família é a qualidade do
diálogo que, uma vez estabelecido, poderá não ser suficientemente produtivo. Montandon e
Perrenoud (2001) afirmam mesmo que “o diálogo é, por vezes, difícil e nalguns casos não
chega a existir” (p. 2). Ainda no que diz respeito à qualidade da comunicação estabelecida
entre escola e a família, Diogo (1998) refere o
diálogo inexistente porque, para que haja verdadeiramente comunicação, é necessário que
esta seja bilateral, verificando-se, porém, que, em muitos casos, a relação
professores/encarregados de educação assume um carácter unilateral (p. 60).
Na origem do problema acima descrito encontra-se a situação de alguns professores
estarem sobretudo mais preparados para falar do que para escutar. Contudo, Hanhan (1998)
adverte que “para obtermos benefícios da participação dos pais na escola, estes devem falar e
serem escutados” (p. 107)10.
Depois de estabelecida uma boa comunicação inicial, seria importante que esta se
mantivesse regular no tempo. Uma forma regular e eficaz de comunicação entre pais e 7 “good relationships between parents and the school set the stage for successful parental involvement programs”.
8 “Teachers are required to take on many roles today”.
9 “Parents’ stressful, busy lives an work schedules often prevent them from consulting with teachers on issues with which they could provide assistance”. 10 “To reap the benefits of parent involvement, however, parents too must speak and be heard”.
8
professores parece ser a comunicação informal, ou seja, “a conversa casual que pais têm com
os professores quando deixam ou vão buscar as suas crianças à escola” (Hanhan, 1998, p.
113)11. Por outro lado, as reuniões com os pais servem para que estes sejam melhor
informados do percurso escolar dos seus filhos. Aqui surgem os diretores de turma, que são
uns atores centrais na promoção da comunicação entre a escola e os pais e vice-versa. Assim,
a direcção de turma ocupa uma posição privilegiada na comunidade escolar, tendo em vista o
desenvolvimento pessoal e a socialização dos alunos: uma posição de interface entre
diferentes subsistemas (alunos, professores, encarregados de educação) que lhe confere
especial competência para o envolvimento, de forma activa e participada, dos diferentes
actores no processo de construção da identidade intelectual, moral, afectiva e psicomotora
dos alunos (Diogo, 1998, p. 30).
Entre a criança, os pais e a escola deverá existir uma efetiva comunicação, uma vez
que todos estes intervenientes têm um papel fundamental na educação da criança. “Os pais
devem ser membros da equipa de educação dos seus filhos. Os educadores são peritos no
seu campo - crianças e a educação de crianças - e os pais são peritos nos seus próprios
filhos” (Fuller e Olsen, 1998, p. 9)12. Desta forma, a troca de informação entre a escola e a
família é fundamental para que todos possam beneficiar dos conhecimentos de ambas as
partes.
1.1.4 - O envolvimento dos pais na escola
Por vezes o sucesso escolar do aluno depende do acompanhamento da sua vida
escolar realizado pela sua família. “Todos parecem concordar que o envolvimento dos pais é
uma ideia maravilhosa. De facto, os investigadores dizem-nos que a mais simples e rápida
maneira de melhorar os resultados académicos dos estudantes é envolver os pais” (Sandell,
11 “the casual conversation parents have with teachers while dropping off or picking up their children from school”.
12 “Parents must be team members in the education of their children. Educators are experts in their field - children and the education of children - and parents are the experts on their children”.
9
1998, p. 128)13. De acordo com uma revisão de sessenta e seis estudos acerca da prestação
dos alunos na escola pode-se concluir que:
quando os pais se envolvem na educação dos filhos e na comunidade, os resultados incluem
um ou mais dos seguintes tópicos: melhores notas e resultados nos testes; melhorias na
realização dos trabalhos de casa; menos alunos na educação especial ou turmas de apoio;
melhores atitudes e comportamentos na escola; melhores médias finais de curso; mais
matrículas na educação pós-secundária (Henderson & Berla, 1994, citado por Sandell, 1998,
p. 128)14.
Assim, são vários os benefícios para todos os intervenientes retirados de um maior
envolvimento dos pais na escola. Diogo (1998) afirma que “a participação das famílias e dos
EEs na vida escolar se traduz em benefícios vários para o desenvolvimento e aproveitamento
escolar das crianças, para as famílias, para os professores e as escolas e para o
desenvolvimento de uma sociedade democrática” (p. 35).
Para melhor poderem ajudar os seus filhos os pais deverão ter a oportunidade de
aumentar os seus conhecimentos e, se for esse o seu desejo, de poderem continuar a sua
formação académica.
Os pais que se tornam envolvidos na escola aprendem formas de ajudar as suas crianças e
ficam motivados para continuarem a desenvolver a sua própria educação, e aqueles pais que
estão alienados das correntes da cultura dominante ou têm experiências negativas da escola
podem vir a encarar a escola como um bastião de esperança para as crianças e para eles
mesmos (Haynes e Ben-Avie, 1996, p. 45)15.
Existem ainda programas nos quais são os pais a beneficiar da ajuda e orientação da
escola, no que diz respeito ao apoio escolar e à ocupação dos tempos livres dos seus filhos.
13 “Everyone seems to agree that parent involvement is a wonderful idea. In fact, researchers tell us that the single fastest way to improve a student’s academic performance is to involve the parents”. 14 “when parents become involved in children’s education at school and in the community, the results include one or more of the following: Higher grades and test scores; Better attendance and regularly completed homework; Fewer placements in special education or remedial classes; More positive attitudes and behavior in school; Higher graduation rates; Greater enrollment in post-secondary education”. 15 “Parents who become involved in the school learn ways to help their children and become motivated to further their own education, and those parents who are alienated from mainstream culture or have had negative school experiences could come to perceive the school as a bastion of hope for their childrem and for themselves”.
10
Desta forma, com esta ajuda e orientação os pais podem tornar-se parceiros da escola na
educação dos seus filhos (Pauli, 1975, citado por Montandon, 2001, pp. 21-22).
Coloca-se aqui também a questão da igualdade de oportunidades. Se os pais tiverem
a possibilidade de tomar um maior contacto com a escola e de adquirirem conhecimentos e
ferramentas que lhes permitam melhor ajudar e orientar os seus filhos, poderemos ficar mais
perto de alcançar uma verdadeira igualdade de oportunidades no contexto escolar. No caso do
ensino musical, esta situação observa-se em pais que procuraram uma instrução musical ou
que possuem uma maior sensibilidade para a música. Estes pais, em geral, valorizam e
reconhecem a importância e as especificidades do ensino artístico. Com a criação de
condições e de oportunidades para trazer os pais até escola de música, através de projetos
como o coro de pais, por exemplo, estamos a sensibilizar esses pais para o ensino musical e a
procurar que estes o valorizem, o que se espera vir a refletir no empenho e na motivação dos
seus filhos para o estudo da música. Assim, “experiências de aprendizagem que ajudam os
pais a desempenharem melhor as suas funções ajudam, por fim, a criança” (Lyons et. al.,
1983, p. 35)16.
16 “Learning experiences that help a parent function better ultimately help the child”.
11
1.2 - O contexto da intervenção
1.2.1 - A escola
Realizei o meu Estágio Profissional, sobre o tema da participação dos pais na vida
escolar do aluno no ensino vocacional de música, na Academia de Música José Atalaya, em
Fafe, instituição onde leciono a disciplina de Formação Musical e desempenho a função de
Diretor de Turma desde o ano letivo 2009/2010. Trata-se de uma escola do ensino
especializado da música que conta com cerca de 300 alunos, desde a pré-iniciação (4 anos de
idade) até ao final do ensino secundário (12º ano/8ºgrau).
A Academia de Música José Atalaya foi fundada em 1998 sob proposta do maestro
José Atalaya. O seu principal objetivo é o desenvolvimento cultural no concelho de Fafe, ao
nível da divulgação e do ensino da música. É uma escola com paralelismo pedagógico que
obteve autorização definitiva de lecionação em 16 de janeiro de 2003, através da autorização
n.º 95/DREN. Em 17 de janeiro de 2012, por Despacho do Diretor Regional de Educação do
Norte, conseguiu autonomia pedagógica concedida pelo período de 3 anos. Possui neste
momento os cursos básicos oficiais de Canto, Acordeão, Piano, Flauta Transversal, Clarinete,
Oboé, Fagote, Saxofone, Trompete, Trompa, Trombone, Tuba, Viola Dedilhada, Violino, Violeta,
Violoncelo e Contrabaixo. Possui também os cursos complementares oficiais de Formação
Musical, Piano, Flauta Transversal, Clarinete, Fagote, Saxofone, Trombone, Viola Dedilhada,
Violino e Violoncelo.
A Academia de Música José Atalaya possui ensino articulado com as seguintes
escolas: Escola Básica 2º e 3º Ciclo Professor Carlos Teixeira; Escola Básica 2º e 3º Ciclo de
Montelongo e Escola Secundária de Fafe. Estas três escolas situam-se na cidade de Fafe e
próximas do edifício da academia de música.
1.2.2 - Os alunos
Desde que iniciei o meu percurso como professor de Formação Musical já lecionei na
academia todos os anos desde o 1º grau (5º ano) até ao 8º grau (12º ano). No ano letivo
2013/2014, ano de realização do estágio, fui professor de Formação Musical das seguintes
12
turmas: 5º ano (5º A); 6º ano (6º D); 7º ano (7º D); 8º ano (8º A e 8º B); 9º ano (9º A, 9º B e
9º D) e uma turma do 12º ano (12º G), num total de 9 turmas. Importante referir que, com
exceção para a turma do 12º ano (4 alunos), as outras turmas com que trabalhei tinham na
escola regular em média cerca de 28 alunos cada. Na academia de música, para possibilitar a
realização de um trabalho mais individualizado com os alunos na disciplina de Formação
Musical, cada uma das turmas acima referida, à exceção do 12º G, desdobrou-se em duas
com cerca de 14 alunos cada. Assim, no mesmo horário escolar, eu leciono a uma parte da
turma e a minha colega de Formação Musical leciona à outra parte da turma. É realizado um
trabalho em parceria no que diz respeito à planificação das aulas e de outras atividades.
Desempenhei também a função de diretor de turma de todas as turmas que me foram
atribuídas, estando responsável pela articulação com as escolas do ensino regular como
representante da academia, fazendo parte dos respetivos conselhos de turma, nomeadamente
nas reuniões de início do ano letivo, intercalares e de avaliação no final de cada período.
De uma forma geral, as turmas do ensino articulado com que trabalhei obtiveram
entre bons e muito bons resultados escolares, tanto nas disciplinas do ensino musical como
nas disciplinas da componente geral. Apesar do presente trabalho não estar direcionado para
esta temática, na minha opinião o ensino musical promove o sucesso do aluno em todas as
disciplinas do currículo escolar ao desenvolver a organização, a adopção de métodos de
estudo diários, a capacidade de adaptação do horário às necessidades de estudo, a
autodisciplina e a concentração.
Como na Academia de Música José Atalaya as turmas do ensino básico são
desdobradas para as aulas de Formação Musical no mesmo horário, ou seja, metade da
turma fica com cada um dos professores, só foi possível eu trabalhar, observar e lecionar
aulas de outras turmas, do ensino complementar (secundário), pois são turmas pequenas e,
portanto, sem necessidade de desdobramento, num horário em que eu estava livre. Então, a
turma com a qual eu trabalhei foi o 11º ano (7º grau), composta por três alunos: uma
pianista, uma saxofonista e um guitarrista.
No que respeita à componente de Direção Coral, o meu estágio foi efetuado com o
Coro de Iniciação, dos 3º e 4º anos, num total de cerca de 40 alunos, e com o Coro de Pais e
Amigos da Academia de Música José Atalaya, com cerca de 25 elementos.
13
1.2.3 - O coro de pais
O Coro de Pais e Amigos da Academia de Música José Atalaya nasceu da vontade de
melhor integrar os pais dos alunos e fazer com que eles participassem de uma forma regular
nas atividades da academia. Desde o início, a possibilidade de participação no coro foi
alargada a outras pessoas que, de alguma forma, mesmo não sendo pais de alunos,
reconhecem e gostam do trabalho realizado na academia.
O coro de pais surgiu em fevereiro de 2012, estava eu no primeiro ano do Mestrado
em Ensino de Música, nas áreas de Formação Musical e de Direção Coral, na Universidade do
Minho, com vontade de colocar em prática os conhecimentos que estava a adquirir entretanto,
paralelamente à necessidade de vozes adultas para fazerem parte do Coro da Academia.
Depois de uma série de ensaios e do primeiro espetáculo, e face à adesão do pais ao projeto,
entendi que seria importante continuar a promover o Coro de Pais, como forma de aproximar
os pais da vida escolar dos seus filhos, num contexto tão específico como o do ensino
vocacional da música. Desde então, começou a fazer sentido que este poderia ser o foco do
meu Projeto de Intervenção, realizado no âmbito do Mestrado em Ensino de Música.
O Coro de Pais e Amigos da Academia de Música José Atalaya é constituído por cerca
de 25 elementos, distribuídos por quatro vozes (sopranos, contraltos, tenores e baixos). Os
membros do coro são sobretudo pais de alunos, mas também avós, tios ou outros amigos da
academia. Alguns elementos do coro já tiveram os seus filhos no passado a estudar na
academia.
Nos concertos do coro de pais alguns alunos da academia, sobretudo do curso
secundário de instrumento (flauta, clarinete, guitarra e percussão), participaram mais
ativamente acompanhando o coro, procurando-se desta forma construir uma comunidade
educativa em que estivessem presentes várias gerações, para as quais a música constitui um
importante fator de união que facilita a partilha de experiências.
14
1.3 - O plano geral de intervenção
1.3.1 - Objetivos
O objetivo principal do meu Projeto de Intervenção foi procurar contribuir para uma
maior aproximação dos pais à academia, para que estes pudessem melhor perceber e
vivenciar as especificidades e as exigências da aprendizagem da música. Desta forma,
poderiam compreender e apoiar melhor os seus filhos no estudo musical. Outros objetivos do
plano de intervenção foram tentar melhorar a quantidade e a qualidade da comunicação
escola-casa e vice-versa.
1.3.2 - Estratégias
A estratégia principal adotada para procurar atingir os objetivos acima descritos foi a
criação e desenvolvimento de um coro de pais na academia, chamado “Coro de Pais e Amigos
da Academia de Música José Atalaya”. Outras estratégias utilizadas para melhorar a
comunicação foram as reuniões com os encarregados de educação e a criação e utilização ao
longo do ano letivo da caderneta do aluno adaptada ao ensino musical.
1.3.3 - A metodologia aplicada
Nesta intervenção foi utilizada a metodologia de investigação denominada
Investigação–Ação. Esta metodologia permite que a partir de observações e análises efetuadas
de uma realidade, possamos estabelecer um plano de atuação prático, com o objetivo de
provocar mudanças e resolver problemas dessa mesma realidade. Coutinho (2011) refere que
“a Investigação–Acção pode ser descrita como uma família de metodologias de investigação
que incluem acção (ou mudança) e investigação (ou compreensão) ao mesmo tempo,
utilizando um processo cíclico ou em espiral, que alterna entre acção e reflexão crítica” (p.
313). Kemp (1995) refere também que “o estímulo dado aos professores para que se tornem
professores-investigadores é a principal característica da investigação-acção” (p. 20).
15
Durante os anos de experiência a lecionar numa escola de ensino vocacional de
música tive a oportunidade de verificar que a maioria dos pais estava um pouco distante da
academia e alheios à dinâmica do ensino musical, e que esta situação se refletia no
acompanhamento escolar dos seus filhos. Apercebi-me desta realidade durante as aulas de
formação musical lecionadas na academia e no contacto que fui estabelecendo com os
encarregados de educação, sobretudo nas reuniões realizadas no âmbito das minhas direções
de turma. Também o facto de assistir regularmente às audições de classe e aos concertos
finais de período me permitiu melhor perceber esta problemática.
Esta questão foi abordada e refletida em reuniões com a minha orientadora
cooperante na academia, a professora Cristina Cunha, e com os professores supervisores da
Universidade do Minho. Assim, chegámos à conclusão que era importante desenvolver uma
estratégia para alcançar o objetivo de integrar os pais na vida da academia, permitindo desta
forma que estes melhor percebessem as características do ensino musical e
consequentemente melhor pudessem ajudar os seus filhos no estudo em casa. Para tentar
alcançar esse objetivo foi criado um coro de pais na academia.
O projeto foi planificado de forma a que o coro de pais tivesse aulas/ensaios
regularmente. Assim, as aulas/ensaios decorreram ao longo do ano letivo, semanalmente às
terças-feiras das 21:00 às 22:30, nas quais os seus elementos, na sua maioria pais ou
familiares de alunos da academia, foram aprendendo ou melhorando a sua técnica vocal, ao
mesmo tempo que preparavam repertório para uma série de concertos a realizar ao longo do
ano letivo. Foram efetuadas reuniões com os encarregados de educação ao longo do ano
letivo, uma por cada período, como forma de os aproximar à academia de música e também
com o objetivo de melhorar a comunicação escola-casa e vice-versa. Também para tentar
melhorar esta comunicação, foi elaborada e utilizada uma caderneta do aluno adaptada ao
ensino musical.
Ao longo dos ensaios, dos concertos e das reuniões com os encarregados de
educação foram realizadas reflexões com vista a se obter uma melhor perceção do problema.
Foram recolhidos dados através da observação e do diálogo com os participantes do coro de
pais. No final do ano letivo foram aplicados questionários para conseguir perceber de uma
forma mais precisa se os objetivos foram ou não alcançados. Estes questionários foram
elaborados de forma a conterem também questões em aberto que permitissem aos alunos e
aos pais darem a suas opiniões acerca desta temática.
16
Nas considerações finais são apresentadas as conclusões e é feita uma reflexão
acerca da importância deste projeto no meu desenvolvimento pessoal e profissional.
17
CAPÍTULO II - Desenvolvimento e avaliação da intervenção
Ao longo do ano letivo 2013/2014 foram realizadas 12 atividades com o Coro de Pais
e Amigos da Academia de Música José Atalaya. De seguida, são apresentadas três dessas
atividades como representação do trabalho desenvolvido. No final da apresentação destas três
atividades é feita uma descrição, ainda que de uma forma muito resumida, das outras 9
atividades planeadas e realizadas com o coro de pais.
2.1 - Planificações e relatórios das atividades mais representativas
2.1.1 - Concerto de homenagem à poetisa fafense Soledade Summavielle
O concerto decorreu no dia 07 de dezembro de 2013 no Club Fafense. O programa
executado pelo Coro de Pais e Amigos da Academia de Música José Atalaya foi composto
pelas seguintes obras:
- African Alleluia de Jay Althouse;
- Look at the world de John Rutter;
- Adiemus de Karl Jenkins.
De seguida são apresentadas as planificações dos ensaios em que cada uma destas
três obras foi trabalhada. Para cada uma delas é referida a análise da obra efetuada para
preparar o ensaio, os vocalizos utilizados e, de seguida, o relatório contendo uma reflexão de
cada ensaio realizado. Por fim, é feito um relatório com uma reflexão referente à apresentação
final em concerto destas obras.
18
Planificação
Turma: Coro de Pais e Amigos da Academia de Música José Atalaya
Data: 17.09.2013 Local: Sala Manoel de Oliveira
Aula N.º 1 Duração: 90’ Horário: 21:00 - 22:30
Sumário: Aquecimento vocal; African Alleluia de Jay Althouse.
Objetivos gerais: desenvolver o gosto pelo canto; desenvolver a musicalidade; preparar repertório para o concerto de homenagem à poetisa fafense Soledade Summavielle.
African Alleluia Jay Althouse
Figura 1 - Extrato da obra African Alleluia de Jay Althouse
86
19
Conteúdos Objetivos específicos Estratégias Tempo
• Aquecimento físico.
• Relaxar e preparar o corpo
para cantar; • Desenvolver uma correta
postura para cantar.
• Exercícios de relaxamento dos músculos dos ombros, do pescoço e da face; • Exercícios de estímulo à adopção de uma correta forma de respirar e de
utilizar o diafragma; • Adopção de uma correta postura para cantar, procurando alinhar os pés
com os ombros.
10’
• Aquecimento
vocal.
• Desenvolver o aparelho
vocal; • Desenvolver o apoio, a
fusão e a afinação vocal.
• Começar com um vocalizo com a boca fechada, por graus conjuntos desde
a tónica até à dominante, na forma ascendente e, depois, na forma descendente. Continuar o exercício subindo de meio em meio-tom;
• Realizar o exercício anterior, agora com as vogais, pela ordem “i”, “e”, “a”, “o” e “u”, procurando uma uniformidade no som do coro através da adoção de uma correta emissão vocal;
• Vocalizo utilizando a palavra “Alleluia”. Descrição do exercício na página 22; • Realizar parte do exercício anterior em staccato para estimular o uso do
diafragma e desenvolver o apoio vocal.
20’
20
• African
Alleluia: - Contexto da obra; - Partitura; - Texto.
• Conhecer o contexto da
obra e a finalidade do seu estudo;
• Perceber a partitura; • Compreender o significado
do texto em português.
• Explicar o contexto da obra, musical e religioso, e a finalidade de a cantar na
época Natalícia; • Depois de entregar as partituras aos cantores, explicar os sistemas da
partitura e os instrumentos e vozes presentes. Identificar cada parte vocal (soprano, contralto, tenor ou baixo);
• Explicar o significado do texto em português.
20’
• African
Alleluia cc. 9 -17.
• Aprender a música,
desenvolver a memória musical, a audição interior e a “leitura” de partituras.
• O professor canta a voz do soprano dos compassos 9 ao 17 e os sopranos
do coro cantam por imitação, procurando reconhecer a melodia na partitura e tentando memorizá-la. Utilizar, por vezes, o piano para tocar a melodia. Proceder de igual modo para os contraltos e tenores;
• Enquanto que o professor toca o acompanhamento no piano, as três vozes ensaiadas cantam em conjunto. Corrigir o ritmo, a afinação e a dicção.
20’
• African
Alleluia cc. 19 -27.
• Aprender a música,
desenvolver a memória musical, a audição interior e a “leitura” de partituras.
• O professor canta a voz do baixo dos compasso 19 ao 27 e estes cantam
por imitação, procurando reconhecer a melodia na partitura e tentando memorizá-la. Utilizar, por vezes, o piano para tocar a melodia;
• Enquanto que o professor toca o acompanhamento no piano, as quatro vozes ensaiadas cantam em conjunto.
20’
90’
21
Análise da obra African Alleluia
A obra African Alleluia foi composta por Jay Althouse e publicada no ano de 2007. Jay
Althouse, nascido em 1951, é um compositor norte-americano com mais de 600 obras corais
editadas para coros de todos os níveis, e coautor do The Complete Choral Warm-up Book que
eu utilizei por diversas vezes como fonte para alguns dos vocalizos usados ao longo do ano
letivo no início dos ensaios (Alfred Music, 2013).
African Alleluia é uma obra coral a quatro vozes (S.A.T.B.) com acompanhamento de
piano, de bongó e de “hand drum”. É uma obra nas tonalidades de Ré Maior e Mib Maior
(começa em Ré Maior e modula no compasso n.º 62 para Mib Maior) num estilo africano, com
muito ritmo e energia. O texto em inglês gira à volta da frase “sing alleluia” que em português
significa “canta aleluia”, e conta com a sonoridade característica da consonante “s” em “sing”
e das vogais “a”, “e”, “u”, “i” em “alleluia” que a tornam numa palavra com muita cor e que
constitui um bom exercício para a colocação da voz. Assim, penso que o autor ao escolher o
texto, para além do seu carácter temático e religioso, teve em conta aspetos pedagógicos, pois
Jay Althouse é um importante pedagogo para o ensino da música vocal, particularmente no
que diz respeito à música coral.
As vozes soprano, contralto e tenor têm muitas vezes ao longo da peça, como nos
compassos 9-27, o mesmo ritmo e texto. Quanto à voz do baixo, do compasso n.º 20 até ao
compasso n.º 27, ela apenas se diferencia das outras ritmicamente no início de cada uma das
frases, fazendo melodicamente um salto de dominante – tónica. Estas características do ritmo
e do texto facilitam a aprendizagem das diferentes vozes e a sua posterior junção. Por vezes,
como nos compassos 28-37, as vozes agrupam-se em femininas (soprano e contralto) e
masculinas (tenor e baixo) para darem um contraste de sonoridades numa frase do tipo
“pergunta - resposta”. Depois de uma secção diferente (do compasso n.º 52 ao compasso n.º
69) a peça, agora em Mib Maior, volta ao tema inicial e termina com uma pequena coda do
compasso n.º 110 até ao compasso n.º 121.
22
Descrição de exercícios
Vocalizo utilizando a palavra “Alleluia”, muito utilizada no texto da obra, para trabalhar
o fraseado, a dicção e a afinação.
Figura 2 - Vocalizo de Lois Fiftal: The Choral Warm-Up Collection
Relatório da aula n.º 1
Durante o aquecimento físico os pais acharam divertido os exercícios de relaxamento
e respiratórios, o que levou a que ficassem bem dispostos, ativos e melhor preparados para
cantar. Durante os vocalizos foi necessário demonstrar e corrigir a forma de abertura da boca
para a formação das diferentes vogais, de forma a facilitar a produção de um som uniforme
que promovesse a fusão entre as diferentes vozes.
Após a entrega da partitura, foi necessário orientar alguns cantores na identificação
das diferentes vozes e instrumentos nela presentes. Alguns recorreram a um marcador para
assinalarem a sua voz na partitura. Esta parte do ensaio demorou um pouco mais de tempo
em relação ao que estava previsto. De referir que alguns pais colaboraram na tradução do
texto e na sua pronúncia em inglês, pondo em prática as suas aptidões e capacidades ao
serviço do grupo.
Em geral, os cantores aprenderam com facilidade as suas partes, sendo no final do
ensaio apenas necessário eu acompanhar o coro tocando a harmonia no piano. Nos
compassos 19 a 27 foi apenas necessário reforçar a linha do baixo, tocando-a no piano, para
que estes cantores estivessem mais seguros. As partes em comum da peça, como o ritmo
igual entres as diferentes vozes e a modulação de Ré Maior para Mib Maior que manteve o
ritmo e a linha melódica, vieram a facilitar o sua aprendizagem. Uma dificuldade que surgiu
durante o ensaio desta peça foi na entrada dos contraltos no compasso n.º 52 (no quarto
tempo do compasso e uma 5ª perfeita acima dos tenores) e na entrada dos sopranos no
23
compasso n.º 62 ( no segundo tempo do compasso e uma 8ª perfeita acima dos tenores).
Assim, foi necessário trabalhar com o coro cada uma das vozes em separado e explicar
melhor o gesto do compasso quaternário. Aconselhei os elementos do coro para que
estivessem atentos à minha direção, pois eu daria a entrada a cada uma das vozes. Para o
ensaio desta secção foi necessário mais tempo que o inicialmente previsto.
A planificação acima apresentada é exemplificativa do ensaio desta peça, abordando
os primeiros 27 compassos (onde surge o tema principal). O restante da obra, do compasso
n.º 28 até ao compasso n.º 121, foi ensaiada de forma semelhante nos seguintes dias:
01.10.2013; 15.10.2013; 05.11.2013 e 12.11.2013. Foi realizado um ensaio geral no dia
03.12.2013. O concerto de homenagem à poetisa fafense Soledade Summavielle decorreu no
dia 07.12.2013.
24
Planificação
Turma: Coro de Pais e Amigos da Academia de Música José Atalaya
Data: 22.10.2013 Local: Sala Manoel de Oliveira
Aula N.º 2 Duração: 90’ Horário: 21:00 - 22:30
Sumário: Aquecimento vocal; Look at the world de John Rutter.
Objetivos gerais: desenvolver o gosto pelo canto; conhecer repertório novo; preparar repertório para o concerto de homenagem à poetisa fafense Soledade Summavielle.
Look at the world John Rutter
Figura 3 - Extrato da obra Look at the world de John Rutter
100
25
Conteúdos Objetivos específicos Estratégias Tempo
• Aquecimento físico.
• Relaxar e preparar o corpo
para cantar; • Desenvolver uma correta
postura para cantar; • Desenvolver um correto
uso da respiração ao cantar.
• Exercícios de relaxamento dos músculos dos ombros, do pescoço e da face; • Exercícios de alongamento para promover uma correta postura; • Exercício respiratório: os cantores inspiraram devagar ao mesmo tempo que
levantam os braços; com os braços na horizontal sustêm a respiração e de seguida expiram devagar e de forma controlada ao mesmo tempo que baixam os braços.
10’
• Aquecimento
vocal.
• Desenvolver a audição; • Desenvolver a colocação
da voz; • Desenvolver o apoio, a
fusão e a afinação vocal.
• Começar com um vocalizo livre, com a boca fechada, no qual o maestro
com as mãos pede ao coro diferentes sons em altura, dinâmica e articulação;
• Vocalizo utilizando as sílaba “Vee” “Vay” e “Vah”. Descrição do exercício na página 27.
• Realizar o vocalizo anterior agora em staccato.
15’
• Contexto da
obra; • Partitura; • Texto.
• Conhecer o contexto da
obra e os objetivos a atingir;
• Perceber a partitura; • Perceber o significado do
texto em português.
• Contextualizar a obra e o seu compositor; • Depois de entregar as partituras aos cantores, explicar os sistemas da
partitura, o instrumento e as vozes presentes. Identificar as partes vocais (soprano, contralto, tenor ou baixo);
• Explicar o significado do texto em português.
10’
26
• Look at the world
• Aprender o texto.
• Estrofe a estrofe, os cantores aprendem o texto, imitando o professor. Ter
especial atenção à dicção e à pronúncia.
15’
• Look at the
world cc. 9 -24.
• Aprender a música,
desenvolver a memória musical, a audição interior e a “leitura” de partituras.
• O professor canta a voz do soprano dos compasso 9 ao 24, por frases, e os
sopranos do coro cantam por imitação, procurando reconhecer a melodia na partitura e tentando memorizá-la. Utilizar, por vezes, o piano para tocar a melodia.
10’
• Look at the
world cc. 25 -39.
• Aprender a música,
desenvolver a memória musical, a audição interior e a “leitura” de partituras.
• O professor canta a voz do baixo dos compasso 25 ao 39, por frases, e os
baixos cantam por imitação, procurando reconhecer a melodia na partitura e tentando memorizá-la. Utilizar, por vezes, o piano para tocar a melodia. Proceder de igual modo para as restantes vozes, tenor, contralto e soprano;
• Cantar o refrão a quatro vozes com acompanhamento ao piano.
30’
90’
27
Análise da obra Look at the world
A obra Look at the world foi composta por John Rutter e editada em 1996. John Rutter
nasceu em 1945 e é um compositor inglês que estudou música no Clare College em
Cambridge. Durante a sua carreira como compositor escreveu obras corais, orquestrais e
instrumentais, um concerto para piano, duas óperas para crianças, música para televisão,
entre outras. Formou o coro “Cambridge Singers”, com o qual gravou grande parte das suas
obras (John Rutter, 2015).
Look at the world é uma obra coral a quatro vozes (S.A.T.B.) com acompanhamento
de piano, ou opcionalmente de uma orquestra de câmara. É uma obra em que as estrofes e o
refrão vão alternando e onde existem várias modulações, começando em Dó Maior, passando
por Si Maior e terminando em Ré Maior. As vozes que cantam as estrofes vão mudando ao
longo da obra, trazendo-lhe uma certa variedade.
Descrição de exercícios
Vocalizo utilizando as sílabas “Vee” “Vay” e “Vah”, para colocar corretamente a vogal
“a”. A parte superior do corpo e as mãos inclinam-se para a frente na nota mais aguda.
Figura 4 - Vocalizo de Henry Leck: Vocal Techniques For The Young Singer
.....
vc. Vocal ise for vowel consistency and buoyancy of tone. (Hands above head rotating in outward circles.)
v Be ne die tlls,
-'- -* "-"
De fie dIe· tus.
tl I
r · f" OJr· ....r)[u--r. )
I I r ' ...... #.
f T I
Yd. Vocalise to promote "lift" and fonvard "A" vowel. (Upper body and hands tilt forward on highest pitch.)
;J ........I .&. "-'.&.,v - - .....J ... -"';-9 Vee vay yah vee_ vay_ vah vee__ vay__ vah
Jl II -J -41- -a-- .y 41- -.J -9 r r -9
J J I:{I
" Vee Modified "slinky" exercise to promote openness and evenness of registers. (Hands open on highest pitch.)
,...- ,...-f\
,-.; ... y Py Mee yah
fl
{ - ...-.:J 11! ''t:t' ...
, 11
,&.J - c.-mee yah__,
fl
{ J%"# Itt:: _=-_1-
Vf. Vocalise to keep the resonance forward and extend the head register down. (Index finger horizontal below nose. The other hand rotating outward in a circular motion near the head.)
II
T T
...; noh______Noh nob nohnoh
tl
tJ I T'f v
-,-
4.
r fl
noh floh nob nOLLh_____
I L , h,.,
10 1 11
28
Relatório da aula n.º 2
Foi necessário motivar os cantores para respirarem corretamente, pois isso influencia
muito o resultado obtido ao nível do legato e da afinação, aspetos muito importantes na
execução desta peça. Pedi para fazerem um movimento horizontal com um dos braços, por
forma a estimular o apoio e conseguir uma articulação em legato, pois verifiquei que estavam
a separar muito as diferentes sílabas e palavras. Este procedimento resultou bem numa
primeira fase, mas foi necessário relembrar esta questão do apoio e do legato mais tarde ao
longo do ensaio.
Alguns cantores tiveram alguma dificuldade com a pronúncia de certas palavras em
inglês. Pedi a colaboração de um elemento do coro que é professora de inglês na tradução e
pronúncia do texto, o que se veio a revelar muito útil e eficaz. De qualquer forma, aconselhei
todos a ouvirem a gravação do coro Cambridge Singers para trabalharem a pronúncia em
casa.
A planificação acima apresentada é exemplificativa do ensaio desta peça, do início até
ao compasso n.º 39, que foi ainda ensaiada de forma similar no dia 05.11.2013. Como o
refrão da peça se vai mantendo semelhante (só muda de tonalidade) e como as estrofes são a
uma voz (o que permite o seu estudo em casa utilizando uma gravação) a sua aprendizagem
foi bastante rápida. Foi realizado um ensaio geral no dia 03.12.2013. Como já foi referido, o
concerto de homenagem à poetisa fafense Soledade Summavielle decorreu no dia
07.12.2013.
29
Planificação
Turma: Coro de Pais e Amigos da Academia de Música José Atalaya
Data: 29.10.2013 Local: Sala Manoel de Oliveira
Aula N.º 3 Duração: 90’ Horário: 21:00 - 22:30
Sumário: Aquecimento vocal; Adiemus de Karl Jenkins.
Objetivos gerais: desenvolver o gosto pelo canto; conhecer repertório novo; preparar repertório para o concerto de homenagem à poetisa fafense Soledade Summavielle.
Adiemus Karl Jenkins
Figura 5 - Extrato da obra Adiemus de Karl Jenkins
111
30
Conteúdos Objetivos específicos Estratégias Tempo
• Aquecimento físico.
• Relaxar e preparar o corpo
para cantar; • Desenvolver uma correta
postura para cantar; • Desenvolver um correto
uso da respiração ao cantar.
• Exercícios de relaxamento e alongamento muscular; • Exercícios respiratórios.
10’
• Aquecimento
vocal.
• Desenvolver a colocação
da voz; • Desenvolver a fusão e a
afinação vocal.
• Começar com um vocalizo livre, com a boca fechada, no qual o maestro
com as mãos pede ao coro diferentes sons em altura, dinâmica e articulação;
• Vocalizo em graus conjuntos, na forma ascendente e descendente, utilizando diferentes vogais. Descrição do exercício na página 32.
15’
• Contexto da
obra.
• Conhecer o contexto da
obra.
• Contextualizar a obra e o seu compositor.
10’
• Adiemus cc.
1-12.
• Desenvolver a memória; • Desenvolver a afinação;
• Sem terem ainda acesso à partitura, os sopranos e os contraltos aprendem
a música por imitação; • O professor acompanha tocando a harmonia no piano.
15’
31
• Partitura; • Texto.
• Perceber a partitura; • Compreender o texto.
• Depois de entregar as partituras aos cantores, explicar os sistemas da
partitura, os instrumentos e as vozes presentes. Identificar a parte de cada voz (soprano, contralto, tenor ou baixo);
• Explicar o significado do texto.
10’
• Adiemus cc.
12-23.
• Aprender a música,
desenvolver a memória musical, a audição interior e a “leitura” de partituras.
• Os sopranos do coro cantam por imitação, seguindo o professor, procurando
reconhecer a melodia na partitura e tentando memorizá-la. Proceder de igual modo para as outras vozes;
• Os tenores e os baixos cantam a parte do contralto 2 (oitavar se necessário); • Utilizar, sempre que necessário, o piano para tocar a melodia e/ou a
harmonia.
30’
90’
32
Análise da obra Adiemus
Adiemus é o primeiro andamento de uma obra maior intitulada Songs of Sanctuary,
composta por Karl Jenkins e publicada em 1995. Karl Jenkins nasceu em 1944 e é um
compositor galês que estudou música clássica na University of Wales em Cardiff e na Royal
Academy of Music em Londres e que se tem dedicado a compor obras corais e instrumentais,
uma parte delas destinadas a anúncios publicitários. Adiemus, que foi o seu primeiro grande
sucesso, foi uma composição elaborada para um anúncio de uma companhia de aviação
norte-americana, a Delta Airlines (Boosey & Hawkes, 2015).
Adiemus combina um estilo de composição de tradição clássica com a utilização de
sons vocais étnicos que sugerem uma sonoridade característica de algumas músicas do
mundo. É uma obra que utiliza muita percussão e uma linguagem inventada, não tendo o seu
“texto” qualquer significado e constituindo uma espécie de vocalizo. Segundo o autor, para
estimular o som “tribal” os cantores devem utilizar uma dinâmica forte e procurar uma
sonoridade sem utilizar o vibrato.
Descrição de exercícios
Vocalizo em graus conjuntos, nas formas ascendente e descendente, para trabalhar a
respiração, o apoio vocal e a correta colocação da vogal “a”.
Figura 6 - Vocalizo de Raymond Sprague: The Choral Warm-Up Collection
33
Relatório da aula n.º 3
Os elementos do coro de pais gostaram muito da sonoridade desta música e do seu
texto.
Foi necessário dividir os sopranos em alguns momentos para cantarem alguns
apontamentos para soprano 1 que surgem ao longo da música. Os homens, por seu lado,
conseguiram cantar a parte do contralto 2 sem dificuldades, excepto no compasso 21 onde foi
necessário oitavar o fá (de fá3 para fá2).
Esta planificação foi idealizada para o ensaio desta peça desde o seu início até ao
compasso n.º 23. O resto da peça foi ainda ensaiada, de forma semelhante, no dia
12.11.2013. Como do compasso n.º 24 até ao compasso n.º 44 a peça se vai basicamente
repetindo, existindo apenas para ser ensaiado de novo uma “coda” final, do compasso n.º 45
até ao compasso n.º 55, a sua aprendizagem foi possível nos ensaios previstos. Foi realizado
ainda um ensaio geral no dia 03.12.2013 onde foi estudada esta peça, em conjunto com as
peças das aulas anteriores, como forma de preparação para o concerto de homenagem à
poetisa fafense Soledade Summavielle que decorreu no dia 07.12.2013.
34
Relatório do concerto de homenagem à poetisa fafense Soledade Summavielle
O concerto inseriu-se numa tertúlia literária que decorreu em Fafe no Club Fafense, no
dia 7 de dezembro de 2013, pelas 21:30 e contou com a participação do Coro de Pais e
Amigos da Academia de Música José Atalaya e de alguns alunos (flauta transversal, percussão
e trio de clarinetes). O coro atuou a encerrar o espetáculo com as peças African Alleluia de Jay
Althouse, Look at the world de John Rutter e Adiemus de Karl Jenkins.
Apesar deste concerto não envolver o coro dos alunos, contou com a presença de
muitos deles a assistir, na sua maioria filhos de elementos do coro de pais, e alguns a
acompanhar o coro. Assim, a primeira peça interpretada, African Alleluia, contou com a
participação de um aluno da academia na percussão e a terceira peça, Adiemus, contou com
a participação de uma ex-aluna da academia na flauta transversal e de um aluno da academia
na percussão. Todas as três peças tiveram acompanhamento ao piano de um professor da
academia de música. No decorrer do espetáculo, atuou também um trio de clarinetes, alunos
da minha turma do 12º ano.
Depois de alguma ansiedade antes de começar a atuação, na minha opinião o coro
esteve muito bem ao nível da interpretação das obras apresentadas. Também pelas reacções
no final do concerto, fiquei com a impressão que os alunos que estiveram a assistir gostaram
de ver os seus pais a atuar.
35
2.1.2 - Concerto de Ano Novo
O concerto decorreu no dia 17 de janeiro de 2014 no Teatro-Cinema de Fafe. O
programa executado pelo Coro de Pais e Amigos da Academia de Música José Atalaya foi
composto pelas seguintes obras:
- Hoje na Terra de C. Gabaráin;
- Noite Serena de Delfina Figueiredo;
- Jesus Já Nasceu de Delfina Figueiredo;
- African Alleluia de J. Althouse.
De seguida são apresentadas as planificações dos ensaios em que cada uma destas
três obras foi trabalhada (a obra African Alleluia de J. Althouse já estava ensaiada
anteriormente). Para cada uma delas é referida a análise da obra efetuada para preparar o
ensaio, os vocalizos utilizados e, de seguida, o relatório contendo uma reflexão do ensaio
realizado. Por fim, é feito um relatório com uma reflexão referente à apresentação final em
concerto destas obras.
36
Planificação
Turma: Coro de Pais e Amigos da Academia de Música José Atalaya
Data: 10.12.2013 Local: Sala Manoel de Oliveira
Aula N.º 4 Duração: 90’ Horário: 21:00 - 22:30
Sumário: Aquecimento vocal; Hoje na Terra de C. Gabaráin.
Objetivos gerais: desenvolver o gosto pelo canto; desenvolver a memória musical; preparar repertório para o concerto de Ano Novo.
Hoje na Terra C. Gabaráin
Figura 7 - Extrato da obra Hoje na Terra de C. Gabaráin
118
Hoje na TerraC. Gabarain
InstrumentalSol Do Sol Re7 Sol
43
Refrão9
Ho je na ter ra nas ce o a mor.
Sol Re7 Sol Re7
17
Deus pa ra os ho mens Sal va dor.
Sol Re7 Do Re7 Sol
Estrofes24
1. A le gria a, Paz e a mor. pa ra os ho mens cá na ter ra!
Sol Do Sol Re7 Sol
31
A le gri a paz e a mor, que es ta noi te nas ce Deus!
Sol Do Sol Re7 Sol
2. Alegria, festa e paz, para os homens cá na terra!Alegria, festa e paz, que esta noite é Natal!
3. Alegria, paz e bem, para os homens cá na terra!Alegria, paz e bem, Jesus nasce em Belém!
37
Conteúdos Objetivos específicos Estratégias Tempo
• Aquecimento físico.
• Relaxar e preparar o corpo
para cantar; • Promover a concentração; • Desenvolver uma correta
postura para cantar.
• Exercícios de relaxamento e de alongamento muscular; • Exercícios respiratórios:
- inspirar de forma lenta, suster a respiração alguns segundos e, de seguida, expirar de forma lenta e controlada;
- inspirar devagar ao mesmo tempo que se levantam os braços com as palmas das mãos juntas. Depois expirar, também devagar, descendo os braços (com os braços afastados).
15’
• Aquecimento
vocal.
• Interpretar o gesto do
maestro; • Desenvolver a colocação
da voz ao nível da ressonância;
• Desenvolver o timbre, a fusão e a afinação.
• Começar com um vocalizo com a boca fechada. O professor, utilizando
diferentes gestos, varia a altura, a dinâmica e a articulação. • Vocalizo por graus conjuntos, nas formas ascendente e descendente,
utilizando as diferentes vogais; • Vocalizo por terceiras, nas formas ascendente e descendente, utilizando as
diferentes vogais. Descrição do exercício na página 39.
20’
• Hoje na Terra
cc. 9-24.
• Desenvolver a memória
musical; • Desenvolver a afinação; • Aprender o cântico.
• Os sopranos aprendem a sua voz no refrão por imitação do professor.
Proceder de igual modo para as outras vozes; • Cantar o refrão a quatro vozes, procurando que o coro preste atenção às
sensações que as diferentes harmonias provocam; • O professor acompanha o coro ao piano para promover estabilidade na
afinação.
20’
38
• Contexto do
cântico; • Partitura; • Texto.
• Conhecer o contexto do
cântico; • Perceber a partitura; • Compreender o texto.
• Contextualizar o cântico e o seu compositor; • Depois de entregar as partituras aos cantores, explicar os sistemas da
partitura, os instrumentos e as vozes presentes. Identificar cada parte vocal na partitura (soprano, contralto, tenor ou baixo);
• Interpretar em grupo o significado do texto.
10’
• Hoje na Terra
cc. 25-40.
• Desenvolver a afinação; • Aprender a música.
• O professor canta a voz do soprano e tenor, e estes cantam por imitação,
procurando reconhecer a melodia na partitura e tentando memorizá-la. Proceder de igual modo para as outras vozes;
• Cantar as estrofes a duas vozes; • O professor acompanha tocando a harmonia no piano.
15’
• Hoje na Terra
cc. 9-40.
• Desenvolver a afinação; • Desenvolver a
musicalidade; • Desenvolver a memoria
musical.
• Executar o cântico completo com a introdução tocada ao piano; • Destacar a importância da compreensão do texto durante a interpretação do
cântico; • Interpretar o cântico sem recorrer à partitura.
10’
90’
39
Análise da obra Hoje na Terra
Cesáreo Gabaráin (1936-1991) foi um padre e compositor espanhol de música coral,
com cerca de 500 cânticos da sua autoria. Foi um importante compositor de música religiosa
ao serviço de uma liturgia renovada. Os seus cânticos são muito conhecidos, sobretudo nos
países de língua espanhola (Portal Música Cristiana, 2008).
Hoje na Terra é um cântico com um texto que se adequa ao tempo Natalício. O refrão
é a quatro vozes (S.A.T.B.) com uma harmonia acessível, e as estrofes são a duas vozes,
essencialmente por intervalos de terceiras.
Descrição de exercícios
Vocalizo por terceiras, nas formas ascendente e descendente, utilizando as diferentes
vogais.
Figura 8 - Vocalizo de Robinson & Althouse: The Complete Choral Warm-Up Book
Relatório da aula n.º 4
A música trabalhada na aula parece ter ficado relativamente bem aprendida pelos
cantores. Para tal contribui, na minha opinião, o facto do texto ser em português e a harmonia
muito consonante e acessível.
A primeira frase de cada estrofe foi executada em conjunto pelos sopranos e
contraltos e a segunda frase por todos. Ao longo do ensaio surgiu-me a ideia de repetir o
refrão, numa dinâmica piano, como se de um eco se tratasse, por uma questão de equilíbrio
formal, o que pareceu resultar muito bem na interpretação final do cântico. No refrão explorei
a afinação, parando em alguns acordes, ou ensaiando vozes que por vezes têm notas comuns
40
e chamando a atenção do coro para esse facto. Ainda no refrão, trabalhei o legato com o coro,
enquanto que nas estrofes pedi uma atitude mais enérgica.
O cântico foi acompanhado ao piano, seguindo as cifras dos acordes presentes na
partitura, e a melodia da introdução instrumental foi tocada pela flauta e com o
acompanhamento do piano.
41
Planificação
Turma: Coro de Pais e Amigos da Academia de Música José Atalaya
Data: 16.12.2014 Local: Sala Manoel de Oliveira
Aula N.º 5 Duração: 90’ Horário: 21:00 - 22:30
Sumário: Aquecimento vocal; Noite Serena de Delfina Figueiredo.
Objetivos gerais: desenvolver o gosto pelo canto; desenvolver a musicalidade; preparar repertório para o concerto de Ano Novo.
Noite Serena Delfina Figueiredo
Figura 9 - Extrato da obra Noite Serena de Delfina Figueiredo
119
42
Conteúdos Objetivos específicos Estratégias Tempo
• Aquecimento físico.
• Relaxar e preparar o corpo
para cantar; • Desenvolver uma correta
postura para respirar e cantar.
• Exercícios de relaxamento muscular, como rodar os ombros e o pescoço; • Exercícios de alongamento dos braços; • Exercícios respiratórios, controlando a inspiração e a expiração e
promovendo o apoio do diafragma.
15’
• Aquecimento
vocal.
• Desenvolver a colocação
da voz; • Desenvolver a fusão e a
afinação vocal.
• Começar com um vocalizo com a boca fechada; • Vocalizo por graus conjuntos, nas formas ascendente e descendente,
utilizando as diferentes vogais, procurando alcançar uma boa fusão do coro; • Vocalizo, utilizando diferentes vogais, procurando promover a extensão
vocal. Descrição do exercício na página 44.
15’
• Contexto da
obra; • Partitura; • Texto.
• Conhecer o contexto da
obra; • Perceber a partitura; • Compreender o texto.
• Contextualizar a obra e o seu compositor; • Depois de entregar as partituras aos cantores, explicar a partitura; • Analisar o significado literário do texto.
10’
43
• Noite Serena
cc. 1-8.
• Desenvolver a memória; • Desenvolver a afinação; • Aprender a música.
• O professor canta a voz do soprano e do tenor e estes repetem por imitação,
procurando reconhecer a melodia na partitura e tentando memorizá-la. Proceder de igual modo para os contraltos e os baixos;
• Cantar os primeiros oito compasso com a vogal “o” para trabalhar a afinação. Em conjunto, cantam primeiro os sopranos e os tenores e, depois, os contraltos e os baixos. Finalizar com a entoação simultânea deste exercício pelas quatros vozes;
• Cantar esta secção a quatro vozes com o texto. O professor acompanha tocando a harmonia no piano.
20’
• Noite Serena
cc. 9-16.
• Desenvolver a memória; • Desenvolver a afinação; • Aprender a música.
• O professor canta a voz do contralto e do baixo, e estes cantam por
imitação, procurando reconhecer a melodia na partitura e tentando memorizá-la. Proceder de igual modo para os sopranos e tenores;
• Cantar a quatro vozes. O professor acompanha tocando a harmonia no piano.
20’
• Noite Serena
cc. 1-16.
• Consolidar a
aprendizagem do cântico.
• Executar o cântico na sua totalidade depois de uma introdução tocada no
piano.
10’
90’
44
Análise da obra Noite Serena
Noite Serena faz parte de um livro de canções infantis intitulado Cantigas da
Minh’Avó, da autoria da compositora portuguesa Delfina Figueiredo. O livro foi publicado pela
primeira vez em 1982, mas conta com uma 2º edição de 2011, desta vez com as canções
harmonizadas.
Delfina Figueiredo concluiu o Curso Superior de Piano no Conservatório Nacional em
1940. Dedicou-se à educação musical sobretudo depois de, em 1962, frequentar o Curso de
Educação e Didáctica Musical de Edgar Willems, promovido pela Fundação Gulbenkian. Foi
professora no Conservatório de Lisboa e pertenceu ao Coro Gulbenkian (Centro de
Investigação & Informação da Música Portuguesa, s.d.).
A canção Noite Serena enquadra-se na temática da época Natalícia, é a duas vozes e
possui uma harmonia implícita bastante interessante. Está em Mi Maior e tem um texto com
apenas duas quadras.
Descrição de exercícios
Vocalizo, utilizando diferentes vogais, procurando promover a extensão vocal.
Figura 10 - Vocalizo de Robinson & Althouse: The Complete Choral Warm-Up Book
Relatório da aula n.º 5
Os elementos do coro gostaram do cântico ao nível do texto, da melodia e da
harmonia. Conseguiram aprender o cântico num ensaio, o que para tal terá contribuído o facto
de a voz do soprano e do tenor ser a mesma à diferença de uma oitava, o mesmo se
passando com as vozes do contralto e do baixo. Esta foi a técnica usada para todos poderem
45
interpretar este cântico, o que resultou muito bem no caso dos tenores que ficaram a cantar
numa tessitura que, na minha opinião, harmoniza muito bem com os contraltos.
Sugeri aos sopranos e tenores que, nos primeiros quatro compassos da música,
pensassem numa frase longa com um balanço bem sustentado, por forma a apoiarem bem
esta frase que tem um âmbito vocal bastante grande, de uma décima segunda perfeita.
Ultrapassada esta dificuldade inicial, foquei a atenção do coro para a afinação e para o legato,
tão importantes nesta música. Para a fusão das vozes sugeri que pensassem nos vocalizos
realizados no início do ensaio, nos quais foi trabalhada uma correta abertura para cada vogal.
46
Planificação
Turma: Coro de Pais e Amigos da Academia de Música José Atalaya
Data: 07.01.2014 Local: Sala Manoel de Oliveira
Aula N.º 6 Duração: 90’ Horário: 21:00 - 22:30
Sumário: Aquecimento vocal; Jesus Já Nasceu de Delfina Figueiredo.
Objetivos gerais: desenvolver o gosto pelo canto; desenvolver a musicalidade; preparar repertório para o concerto de Ano Novo.
Jesus Já Nasceu Delfina Figueiredo
Figura 11 - Extrato da obra Jesus Já Nasceu de Delfina Figueiredo
120
47
Conteúdos Objetivos específicos Estratégias Tempo
• Aquecimento físico.
• Relaxar e preparar o corpo
para cantar; • Desenvolver uma correta
postura para respirar e cantar.
• Exercícios de relaxamento muscular, como rodar os ombros e o pescoço; • Exercícios de alongamento dos braços; • Exercícios respiratórios, controlando a inspiração e a expiração e
promovendo o apoio do diafragma.
15’
• Aquecimento
vocal.
• Desenvolver a colocação
da voz; • Desenvolver a fusão e a
afinação vocal.
• Começar com um vocalizo com a boca fechada; • Vocalizo por graus conjuntos, nas formas ascendente e descendente,
utilizando as diferentes vogais, procurando alcançar uma boa fusão do coro; • Vocalizo para trabalhar a respiração, a articulação e a flexibilidade.
Descrição do exercício na página 49.
15’
• Contexto da
obra; • Partitura; • Texto.
• Conhecer o contexto da
obra; • Perceber a partitura; • Compreender o texto.
• Contextualizar a obra e o seu compositor; • Explicar a partitura aos cantores; • Abordar a questão do significado literário do texto.
10’
48
• Jesus Já
Nasceu cc. 1-8.
• Desenvolver a memória; • Desenvolver a afinação; • Aprender a música.
• O professor toca no piano a voz do contralto e do baixo, e estes cantam por
imitação, procurando reconhecer a melodia na partitura e tentando memorizá-la. Proceder de igual modo para os sopranos e tenores;
• Para trabalhar a afinação entoar esta primeira secção com a vogal “a”. • Cantar com o texto a quatro vozes. O professor acompanha tocando a
harmonia no piano.
20’
• Jesus Já
Nasceu cc. 9-24.
• Desenvolver a memória; • Desenvolver a afinação.; • Aprender a música.
• O professor canta a voz do soprano e do tenor, e estes cantam por imitação,
procurando reconhecer a melodia na partitura e tentando memorizá-la. Proceder de igual modo para os contraltos e baixos;
• Cantar a quatro vozes. O professor acompanha tocando a harmonia no piano.
20’
• Jesus Já
Nasceu cc. 1-24.
• Consolidar a
aprendizagem do cântico.
• Executar o cântico na sua totalidade depois de uma introdução tocada no
piano.
10’
90’
49
Análise da obra Jesus Já Nasceu
Jesus Já Nasceu faz parte, tal como a canção Noite Serena da planificação anterior,
de um livro de canções infantis intitulado Cantigas da Minh’Avó, da autoria da compositora
portuguesa Delfina Figueiredo. Tal como a canção anterior, também se enquadra na temática
da época Natalícia.
É uma canção a duas vozes, está na tonalidade de Ré Maior e possui um refrão e
duas estrofes. A melodia do soprano no refrão é caracterizada por intervalos de 4ª perfeita
ascendente, da dominante para a tónica, o que lhe imprime um carácter enérgico e
determinado. Já a melodia das estrofes é caracterizada por graus conjuntos e intervalos de
terceira, o que lhe confere um carácter mais legato e suave que contrasta com o carácter do
refrão, enriquecendo assim musicalmente o cântico.
Descrição de exercícios
Vocalizo para trabalhar a respiração, a articulação e a flexibilidade.
Figura 12 - Vocalizo de Alan Raines: The Choral Warm-Up Collection
Relatório da aula n.º 6
Este cântico Natalício de Delfina Figueiredo teve uma boa receção pelos elementos do
coro de pais, que gostaram da música, do texto e da mensagem nele presente. Nos primeiros
oito compassos pedi muita energia ao coro e que cantassem a palavra “Natal” no final das
frases com energia e pensando nos sinos a anunciar o nascimento de Jesus Cristo. Já nos
compassos nove até ao dezasseis sugeri uma dinâmica mais suave e uma articulação o mais
50
legato possível. Nos compassos dezassete até ao vinte e quatro é retomada o enérgico motivo
inicial.
Como forma de tornar o cântico mais longo e variado pedi para que nos compassos
nove até ao dezasseis, numa primeira vez cantassem apenas os sopranos a primeira estrofe e,
na repetição, que cantassem apenas os contraltos a segunda estrofe. De seguida, foi repetido
todo o cântico, mas desta vez os sopranos e contraltos cantaram as estrofes a duas vozes.
Decidi que os tenores e os baixos cantariam apenas no refrão, o que penso que veio dar ao
cântico uma maior variedade ao nível do timbre. Os primeiros oito compassos da canção
foram tocados primeiro pelo instrumental composto pela flauta e pelo piano e, de seguida,
pelas vozes acompanhadas pelo piano.
51
Relatório do concerto de Ano Novo
O concerto de Ano Novo decorreu no dia 17 de janeiro de 2014, pelas 21:30, no
Teatro-Cinema de Fafe. Para além do coro de pais, participaram neste concerto alunos
atuando a solo ou inseridos noutros ensembles. Desta forma, foi um espetáculo em que
alunos, pais, professores e restante público estiveram presentes, sendo a música o fator de
motivação e de integração que contribuiu para a formação e crescimento desta comunidade
educativa. Alguns pais aproveitaram a oportunidade para estarem com os professores, numa
troca de informações importante para o acompanhamento da evolução musical dos seus
filhos.
O coro de pais atuou na parte final do concerto, contou com a participação de uma
aluna (flauta transversal) a acompanhar o coro e interpretou as seguintes peças: Hoje na Terra
de C. Gabaráin; Noite Serena e Jesus Já Nasceu de Delfina Figueiredo e African Alleluia de J.
Althouse.
Foi importante ver pais e filhos a partilharem o mesmo palco e a mostrarem o
trabalho desenvolvido ao longo das aulas.
52
2.1.3 - Concerto de encerramento das 5as Jornadas Literárias de Fafe
O concerto decorreu no dia 21 de março de 2014 no Teatro-Cinema de Fafe. O
programa executado pelo Coro de Pais e Amigos da Academia de Música José Atalaya foi
composto pela seguinte obra:
- Ode a Euterpe de Jorge Salgueiro.
De seguida é apresentada a planificação do ensaio no qual esta obra foi trabalhada. É
referida a análise da obra efectuada para preparar o ensaio, os vocalizos utilizados e, de
seguida, o relatório contendo uma reflexão do ensaio realizado. Por fim, é feito um relatório
com uma reflexão do concerto final.
53
Planificação
Turma: Coro de Pais e Amigos da Academia de Música José Atalaya
Data: 25.02.2014 Local: Sala Manoel de Oliveira
Aula N.º 7 Duração: 90’ Horário: 21:00 - 22:30
Sumário: Aquecimento vocal; Ode a Euterpe de António Correia/Jorge Salgueiro.
Objetivos gerais: desenvolver o gosto pelo canto; desenvolver a musicalidade; preparar repertório para o concerto de encerramento das 5as Jornadas Literárias de Fafe.
Ode a Euterpe António Correia/Jorge Salgueiro
Figura 13 - Extrato da obra Ode a Euterpe de António Correia/Jorge Salgueiro
124
54
Conteúdos Objetivos específicos Estratégias Tempo
• Aquecimento físico.
• Relaxar e preparar o corpo
para cantar; • Desenvolver uma correta
postura para respirar e cantar.
• Exercícios de relaxamento muscular, como rodar os ombros e o pescoço; • Exercícios de alongamento dos braços; • Exercícios de relaxamento dos músculos da face; • Exercícios respiratórios, controlando a inspiração e a expiração.
10’
• Aquecimento
vocal.
• Desenvolver a audição
interior; • Desenvolver uma correta
ressonância e afinação das diferentes vogais;
• Desenvolver a fusão e a afinação nos diferentes registos da voz.
• Começar com um vocalizo com a boca fechada. O professor indica ao coro,
por intermédio de gestos, algumas partes do exercício que devem ser “cantadas” em audição interior;
• Vocalizo por graus conjuntos, nas formas ascendente e descendente, utilizando as diferentes vogais, procurando alcançar uma boa afinação e fusão do coro;
• Vocalizo para procurar promover a flexibilidade e a extensão vocal. Descrição do exercício na página 56.
15’
• Contexto da
obra; • Partitura; • Texto.
• Conhecer o contexto da
obra; • Perceber a partitura; • Compreender o texto.
• Contextualizar a obra e o seu compositor; • Depois de entregar as partituras aos cantores, explicar os sistemas da
partitura, os instrumentos e as vozes presentes. Identificar a sua parte vocal na partitura (soprano, contralto, tenor ou baixo);
• Trabalhar e discutir com o coro o significado literário do texto.
10’
55
• Ode a Euterpe
cc. 19-31.
• Desenvolver a memória; • Desenvolver a audição
musical; • Trabalhar a afinação; • Interpretar a música.
• O professor canta a voz do soprano e do tenor, e estes cantam por imitação,
procurando reconhecer a melodia na partitura e tentando memorizá-la. Proceder de igual modo para os contraltos e os baixos;
• Cantar esta secção a quatro vozes, procurando que o coro tenha atenção à direção do professor que dará indicações no que diz respeito à dinâmica, à articulação, à respiração e ao fraseado;
20’
• Ode a Euterpe
cc. 53-69.
• Desenvolver a memória; • Desenvolver a audição
musical; • Trabalhar a afinação; • Interpretar a música.
• O coro aprende por imitação a melodia em uníssono, procurando
reconhecer a melodia na partitura e tentando memorizá-la; • O professor acompanha tocando a harmonia no piano.
15’
• Ode a Euterpe
cc. 77-85.
• Desenvolver a memória; • Desenvolver a audição
musical; • Trabalhar a afinação; • Interpretar a música.
• O professor canta a voz do soprano e do tenor, e estes cantam por imitação,
procurando reconhecer a melodia na partitura e tentando memorizá-la. Proceder de igual modo para os contraltos e baixos;
• O professor acompanha tocando a harmonia no piano.
20’
90’
56
Análise da obra Ode a Euterpe
A obra Ode a Euterpe foi composta por Jorge Salgueiro em 2002 e tem como texto
um poema de António Correia. Jorge Salgueiro é um compositor português nascido em 1969,
autor de cerca de 130 obras para orquestra, banda, coro, de câmara e para crianças (Centro
de Investigação & Informação da Música Portuguesa, s.d.).
Ode a Euterpe (opus 99) é uma obra para soprano, coro misto e banda. Depois de
uma introdução para banda de dezoito compassos, o coro e o soprano solista vão se
intercalando nas suas atuações sendo que, por vezes, cantam em conjunto. No coro, a voz do
soprano e do tenor encontra-se à distância de uma oitava o mesmo sucedendo com a voz do
contralto e do baixo. Esta característica faz com que a obra seja praticamente a duas vozes, o
que vem permitir ensaiar a parte do coro de uma forma mais rápida. De referir que a parte
vocal do soprano e do tenor apresenta algumas secções com notas agudas (até ao sol#).
Descrição de exercícios
Vocalizo para procurar promover a flexibilidade e a extensão vocal.
Figura 14 - Vocalizo de Leslie Guelker-Cone: The Choral Warm-Up Collection
Relatório da aula n.º 7
A obra Ode a Euterpe foi do agrado do coro pela beleza da música e pelo facto do
texto ser em língua portuguesa. Foi uma obra especial pois foi interpretada num projeto
realizado em conjunto com o coro e a orquestra dos alunos. A sua apresentação foi no
concerto de encerramento das 5as Jornadas Literárias de Fafe, um importante evento cultural
que decorre anualmente em Fafe.
57
Quanto ao estudo da obra, desde o compasso n.º 19 até ao compasso n.º 31
surgiram algumas dificuldades nos sopranos e tenores ao cantarem as notas mais agudas.
Apesar de ter preparado o coro no aquecimento para a região aguda, voltei a destacar a
importância do apoio vocal ao cantar. Pedi também para sopranos e tenores cantarem de uma
forma mais leve, procurando sobretudo as ressonâncias de cabeça. Assim, preservaram
melhor a sua voz e a afinação melhorou também.
Do compasso n.º 53 até ao compasso n.º 69 a aprendizagem da música foi rápida,
por se tratar de uma melodia em uníssono numa zona confortável para cantar. Pedi para
tentarem colocar os “rr” na palavra “terra” à frente, o que alguns elementos do coro
conseguiram fazer bem. De seguida foquei a atenção do coro para a pausa no início de cada
frase, explicando como identificar se essa pausa é de um ou de dois tempos. Por fim, pedi
uma especial atenção na abertura das vogais, ao que o coro correspondeu muito bem, ficando
esta parte da obra com uma sonoridade bastante coesa.
Na secção do compasso n.º 77 até ao compasso n.º 85 foi necessário treinar o ritmo
só com o texto, para não forçar as vozes na parte final do ensaio, pois alguns compassos
apresentavam dificuldades rítmicas para o coro. O trabalho desta secção até ao final da obra
foi realizado no ensaio seguinte, no dia 05.03.2014. O estudo desta obra foi ainda feito e
consolidado nos ensaios dos dias 11.03.2014 e 18.03.2014.
58
Relatório do concerto de encerramento das 5as Jornadas Literárias de Fafe
O concerto de encerramento das 5as Jornadas Literárias de Fafe decorreu no Teatro-
Cinema de Fafe, no dia 21 de março de 2014 pelas 21:30. Contou com a participação
conjunta da orquestra de sopros, do coro dos alunos e do coro de pais em alguns ensaios e no
concerto final. Os elementos do coro de pais revelaram-se importantes na parte vocal,
sobretudo nas vozes masculinas (tenores e baixos), que são por vezes escassas numa escola
em que a maior parte dos alunos se situa na faixa etária dos dez aos quinze anos.
Foi um projeto que contribuiu para o envolvimento dos pais na vida escolar dos
alunos, pois aconteceu num contexto de uma atuação musical onde pais e filhos tiveram a
oportunidade de realizar um trabalho em conjunto e de partilharem o palco, com a
aprendizagem e a vivência de todas as emoções a isso associadas. Tive a oportunidade de
observar que os pais gostaram particularmente deste concerto pelo facto de estarem a atuar
ao lado dos seus filhos, o que implicou também a prévia participação em ensaios conjuntos.
Nestes ensaios, assim como no concerto, pais e filhos tiveram a oportunidade de partilhar o
seu tempo fazendo algo que penso que ambos gostam e valorizam.
59
2.2 - Relatórios de outras atividades
De seguida é feita uma breve descrição para cada uma das outras 9 atividades
planeadas e realizadas com o Coro de Pais e Amigos da Academia de Música José Atalaya
durante o ano letivo de 2013/2014.
“Concerto/Missa de aniversário da Academia de Música José Atalaya”
O “Concerto/Missa de aniversário da Academia de Música José Atalaya” decorreu na
Igreja do Sagrado Coração de Jesus, em Fafe, no dia 30 de novembro de 2013 pelas 15:00.
Foi interpretada a Missa Brevis de Jacob de Haan numa participação conjunta de alunos, pais
e alguns professores numa Missa de Acção de Graças inserida nas comemorações dos 15
anos da Academia de Música José Atalaya. Constituiu o primeiro momento do ano letivo no
qual o coro de pais atuou em conjunto com o coro dos alunos e a orquestra de sopros da
academia.
“Concerto de Abertura das 5as Jornadas Literárias de Fafe”
O “Concerto de Abertura das 5ª Jornadas Literárias de Fafe” decorreu no Teatro-
Cinema de Fafe, no dia 17 de março de 2014 pelas 21:30. Neste concerto o Coro de Pais e
Amigos da Academia de Música José Atalaya interpretou as peças Puestos Estan Frente a
Frente de autor anónimo do Séc. XVI e Balaio de Heitor Villa-Lobos. Tratou-se de um concerto
no qual o coro de pais teve a oportunidade de atuar na principal sala de espetáculos de Fafe,
inserido num grande evento cultural como são as Jornadas Literárias de Fafe, e vivenciar um
pouco as emoções que os seus filhos também sentem quando atuam em público, quer a solo
ou inseridos nos mais variados ensembles.
60
“Concerto de Encerramento das Atividades da Academia no 2º período (Concerto
de Páscoa)”
O “Concerto de Encerramento das Atividades da Academia no 2º período (Concerto de
Páscoa)” teve lugar no Teatro-Cinema de Fafe, no dia 4 de abril de 2014 pelas 21:30. Puestos
Estan Frente a Frente de autor anónimo do Séc. XVI e Balaio de Heitor Villa-Lobos foram as
obras interpretadas. Este concerto contou com a atuação do coro de pais e de diversos alunos
a solo e inseridos noutros ensembles. Mais uma vez os pais participaram num concerto que
faz habitualmente parte do calendário de atividades da academia. Desta forma, puderam
comunicar com todos os elementos que fazem parte da comunidade educativa da academia
de música.
“Concerto de Páscoa”
No dia 12 de abril de 2014, pelas 21:30, realizou-se um concerto de Páscoa pelo coro
dos alunos em conjunto com o coro de pais e a orquestra de sopros da academia. Neste
concerto, que teve lugar na Igreja de Quinchães, em Fafe, foi interpretada a obra Missa Brevis
de Jacob de Haan. Foi uma reposição de uma obra já ensaiada e interpretada em novembro
de 2013.
Comemorações oficiais do 25 de Abril
O Coro de Pais e Amigos da Academia de Música José Atalaya foi convidado pelo
Município de Fafe para participar nas comemorações do 25 de Abril. Assim, o coro interpretou
o Grândola Vila Morena de Zeca Afonso nas comemorações que tiveram lugar no Teatro-
Cinema de Fafe, no dia 25 de abril de 2014.
61
Apresentação do Livro “As Palavras nas Dunas do Tempo” de Artur Ferreira
Coimbra
No dia 09 de maio de 2014, pelas 21:30, realizou-se a apresentação do livro “As
Palavras nas Dunas do Tempo” de Artur Ferreira Coimbra. O Coro de Pais e Amigos da
Academia de Música José Atalaya participou, a convite do autor, neste evento cultural que
decorreu na Sala Manoel de Oliveira, em Fafe. O coro de pais contou com a participação de
dois alunos (flauta transversal e guitarra) e interpretou as peças Não Tragais Borzeguis Pretos
de autor anónimo do Séc. XVI, Pase el agoa do Cancioneiro do Palácio e Gentil Lavadeira de
Delfina Figueiredo. Tratou-se de um concerto no qual o coro de pais teve a oportunidade de
apresentar em público um conjunto de obras trabalhadas nos ensaios semanais.
Apresentação do Livro “Alma dos Canaviais e Outras Histórias” de Carlos Afonso
No dia 23 de maio de 2014, pelas 21:30, realizou-se a apresentação do livro “Alma
dos Canaviais e Outras Histórias” de Carlos Afonso, um escritor que é também elemento do
coro de pais. Neste evento cultural, que decorreu na Sala Manoel de Oliveira, em Fafe, o Coro
de Pais e Amigos da Academia de Música José Atalaya, que contou no acompanhamento
instrumental com a participação de dois alunos (flauta transversal e guitarra), interpretou as
obras Gentil Lavadeira de Delfina Figueiredo, Pase el agoa do Cancioneiro do Palácio e Poetas
Andaluces de Malolo Diaz. Tratou-se de um concerto no qual a atuação do coro de pais foi
articulada e enquadrada pelo autor numa narrativa que serviu de base à apresentação do livro.
“Concerto de Encerramento das Atividades da Academia no 3º período”
O “Concerto de Encerramento das Atividades da Academia no 3º período” teve lugar
no Teatro-Cinema de Fafe no dia 27 de junho de 2014, pelas 21:30. Neste concerto, que
contou com a atuação de diversos alunos a solo e inseridos noutros ensembles, o coro de pais
interpretou as peças Pase el agoa do Cancioneiro do Palácio e Poetas Andaluces de Malolo
62
Diaz. Mais uma vez o coro de pais esteve presente num concerto que faz parte do plano de
atividades da academia de música.
“Concerto de Encerramento das Comemorações dos 15 anos da Academia de
Música José Atalaya”
No dia 5 de julho de 2014, pelas 21:30, decorreu o “Concerto de Encerramento das
Comemorações dos 15 anos da Academia de Música José Atalaya”. Este concerto teve lugar
no Multiusos de Fafe e, para além de outras obras para banda de música, contou com a
atuação dos coros da academia na interpretação de Marcha Pompa e Circunstância de E.
Elgar, Ode a Euterpe de Jorge Salgueiro e 1812 Abertura Solene de P. I. Tchaikovsky. Neste
projeto verificou-se a participação conjunta de pais e de alunos nos ensaios (por naipes e
gerais) e no concerto. Foram vários os ex-alunos e amigos da academia de música que
estiveram a assistir ao concerto, assim como muitos familiares dos alunos, naquele que foi o
concerto do ano letivo com maior assistência.
63
2.3 – Relatório das reuniões com os encarregados de educação
Ao longo das reuniões com os encarregados de educação, realizadas no âmbito das
minhas direções de turma, fui verificando que os pais, de um modo geral, se preocupam com
a felicidade dos seus filhos e gostariam que estes obtivessem bons resultados em todas as
disciplinas do currículo escolar. Nestas reuniões, as minhas orientações e sugestões para os
encarregados de educação foram sempre abordadas num contexto de diálogo aberto e franco
que com eles fui estabelecendo. O objetivo principal foi sempre procurar estabelecer uma boa
comunicação com os pais dos alunos (a maior parte dos encarregados de educação são os
pais dos alunos) e, desta forma, encontrar as melhores estratégias para, respeitando a
individualidade de cada um, se poderem solucionar os problemas que entretanto foram
surgindo no decorrer do ano letivo.
Conhecedor dos diferentes contextos educacionais em que o ensino-aprendizagem decorre, o
professor deve conhecer também o contexto real dos alunos. Sendo assim, deverá ter em
conta as necessidades reais de cada aluno, as suas características pessoais e sociais, bem
como as necessidades da turma a que cada aluno pertence, ao situar o seu progresso real na
aprendizagem. Para o conhecimento deste contexto, é fundamental a acção do Director de
Turma que, em interacção com os demais agentes educativos, sobretudo com a família,
obtém as informações e os elementos de enquadramento considerados necessários
(Coutinho, 1998, p. 17).
Nas reuniões com os encarregados de educação, depois das apresentações e dos
cumprimentos iniciais, eram fornecidas, numa primeira fase, informações e explicações aos
pais acerca das regras de funcionamento da academia e do ensino articulado, do calendário
escolar, dos horários, dos critérios de avaliação, das datas dos testes e das provas de
avaliação, das datas das audições e dos concertos. Numa segunda fase da reunião,
aconselhava os encarregados de educação a incentivarem os seus educandos a estudarem
diariamente e a elaborarem, em conjunto com os seus filhos, um horário semanal que
incluísse um conjunto de horas para o estudo das diversas disciplinas, contendo também as
da componente de formação musical.
As reuniões com os encarregados de educação constituíram importantes momentos
para a partilha de informações acerca do alunos. É fundamental o professor ficar a conhecer
64
cada vez melhor os seus alunos a partir das informações de casa e os pais ficarem a conhecer
melhor os seus filhos no que diz respeito ao seu trabalho na escola. Muitas das vezes
encontram-se soluções para os problemas existentes e o bem estar e os resultados escolares
dos alunos melhoram significativamente. Verifiquei também que o aluno, por outro lado,
apercebendo-se que existe uma verdadeira comunicação entre o professor e os encarregados
de educação, começa a adotar uma atitude mais consciente e responsável nas aulas e na
escola, procurando esforçar-se mais e reconhecendo o trabalho desenvolvido na escola como
importante para a sua formação.
Nas reuniões com os encarregados de educação procurei explicar e exemplificar as
características específicas do ensino musical, sobretudo no que diz respeito ao método de
estudo do instrumento e na abordagem à ansiedade, muitas das vezes sentidas pelos alunos
nas audições e concertos. Tais especificidades e sensações poderiam também ser vivenciadas
agora pelos encarregados de educação ao participarem nos ensaios e concertos do coro de
pais e amigos da academia. Assim, nestas reuniões os encarregados de educação foram
convidados a participar no coro de pais e amigos e, alguns deles, aceitaram o desafio.
Durante o estágio profissional participei também nas reuniões de início do ano letivo,
intercalares e de avaliação nas escolas de ensino regular com as quais a academia tem o
modelo de ensino articulado. Estas reuniões, que eu participei enquanto diretor de turma
representante da academia de música, constituíram momentos importantes para melhor ficar
a conhecer os alunos nas outras disciplinas e também em casa, através de informações
transmitidas pelos restantes professores e, sobretudo, pelo diretor de turma da escola regular.
Também em várias reuniões (exceto nas reuniões de avaliação) estiveram presentes os
representantes dos alunos e dos encarregados de educação que forneceram ao conselho de
turma informações importantes acerca dos alunos e da turma. Este conjunto alargado de
reuniões permitiu ficar a conhecer melhor todos os alunos, o que veio a se revelar muito
importante no acompanhamento realizado por parte de professores e pais.
65
2.4 – A caderneta do aluno
No âmbito da direção de turma foi adotada no ano letivo 2013/2014 uma caderneta
do aluno, elaborada pela Academia de Música, com a participação ativa do grupo de formação
musical, a qual compreendia espaços nos quais poderiam ser registados os resultados das
provas de avaliação, para além das datas e dos locais das audições, concertos e outras
atividades promovidas pela Academia e não só. Continha também espaços dedicados à
monitorização do comportamento e outros que permitiam a troca de informação entre a escola
e os pais e vice-versa. Foi um suporte criado por forma a se adaptar às necessidades do
ensino vocacional da música, que eu incentivei os professores (de instrumento e de classe de
conjunto), os alunos e os encarregados de educação a utilizar sempre que necessário. Na
minha opinião, e com base em observações feitas ao longo do ano letivo, a utilização da
caderneta do aluno promoveu uma melhoria da comunicação entre a escola e os
encarregados de educação e vice-versa. Penso também que a caderneta do aluno
desempenhou um papel importante ao nível da criação de hábitos de organização por parte
dos alunos. Em anexo são apresentadas algumas páginas da caderneta do aluno.
66
2.5 - Instrumentos de recolha de informação
Ao longo da intervenção foram registadas observações, nomeadamente nos ensaios,
concertos, aulas, reuniões e em conversas informais com os pais. Já no final da intervenção foi
aplicado um questionário aos elementos do Coro e Pais e Amigos da Academia de Música José
Atalaya. Neste questionário procurou-se compreender melhor o impacto da sua participação no coro
de pais, sobretudo ao nível do acompanhamento escolar do seu educando, em particular no que ao
estudo musical diz respeito. No final do ano letivo foi também aplicado um questionário aos alunos
com pais/familiares no Coro e Pais e Amigos da Academia de Música José Atalaya. As questões
elaboradas e aplicadas são apresentados nas próximas páginas.
Questionário aos elementos do Coro de Pais e Amigos da Academia de Música José
Atalaya
Caracterização dos inquiridos
1 - Encarregado de Educação/Familiar - grau de parentesco:
Pai Mãe Outro Qual: _____________ 2 - Idade: ____ 3 - Profissão: ____________________ 4 - Nível de escolaridade do Encarregado de Educação/Familiar: _______________ 5 - Encarregado de Educação/Familiar de aluno(a) que frequenta:
Iniciação 5º ano 6º ano 7º ano
8º ano 9º ano Secundário Questionário aos Encarregados de Educação/Familiares 1 - Gosta de pertencer ao Coro de Pais da Academia de Música José Atalaya? Gosto muito Gosto Gosto pouco Não gosto 2 - O que o(a) levou a fazer parte do Coro de Pais da Academia? _________________________
67
3 - Considera o ensino vocacional da música importante na formação do seu educando? Muito importante Importante Pouco importante Nada importante 4 - A participação no Coro de Pais, nomeadamente em ensaios e nos concertos, proporcionou-lhe uma melhor compreensão do ensino artístico? Sim Não 5 - Se respondeu afirmativamente à questão anterior, diga de que forma a participação no Coro de Pais lhe proporcionou uma melhor compreensão do ensino artístico? _____________________ 6 - Considera que a sua participação no Coro de Pais desempenhou um papel importante para uma maior aproximação entre pais/familiares e a academia? Muito importante Importante Pouco importante Nada importante 7 - Sente-se mais integrado na instituição Academia de Música José Atalaya desde que participa no coro de pais? Sim Não 8 - Considera-se mais informado acerca do que se passa na Academia de Música desde que pertence ao Coro de Pais? Sim Não 9 - Acha que ser membro do Coro de Pais facilita a comunicação com os professores do seu educando? Facilita muito Facilita Facilita pouco Não facilita 10 - Desde que faz parte do Coro de Pais comunicou mais vezes com os professores do seu educando pertencentes à Academia de Música? Sim Não 11 - O facto de pertencer ao Coro de Pais possibilitou um maior acompanhamento do seu educando? Sim Não
68
12 - Como acha que o seu educando se sente no que diz respeito à motivação por fazer parte do Coro de Pais? Muito motivado Motivado Pouco motivado Nada motivado 13 - Gostaria de deixar algum comentário e/ou sugestão para o futuro? ___________________ Obrigado pela sua colaboração.
Questionário aos alunos com pais/familiares no Coro de Pais e Amigos da Academia de
Música José Atalaya
Caracterização dos inquiridos
1 - Idade: _______ 2 - Sexo: Masculino Feminino 3 - Ano de escolaridade:
Iniciação 5º ano 6º ano 7º ano
8º ano 9º ano Secundário 4 - Instrumento: _________________________ 5 - Classe(s) de Conjunto: Coro Orquestra de Cordas Orquestra de Sopros Outra Qual: __________________________ Questionário aos Alunos 1 - Gostas de estudar na Academia de Música? Sim Não 2 - O que te levou a vires estudar para a Academia de Música José Atalaya? ________________
69
3 - Os concertos e audições são importantes para desenvolveres o gosto pelo estudo musical? Muito importantes Importantes Pouco importantes Nada importantes 4 - Gostas que o(s) teus pais/familiares cantem no Coro de Pais da Academia? Sim Não Indiferente Porquê? ___________________ 5 - A participação dos teus pais/familiares no Coro de Pais e nos concertos da Academia de Música contribuiu para a uma maior motivação para o teu estudo da música? Sim Não 6 - Sentes que os teus pais/familiares por pertencerem ao Coro de Pais estão mais informados dos Concertos e Actividades da Academia? Sim Não 7 - Na tua opinião o facto dos teus pais/familiares pertencerem ao Coro de Pais favorece o acompanhamento do teu estudo musical em casa? Sim Não 8 - Gostas de ajudar os teus pais/familiares em casa no estudo das músicas do coro? Sim Não 9 - Quantas vezes ajudaste os teus pais/familiares em casa no estudo das músicas do coro? Ajudei muitas vezes Ajudei algumas vezes Nunca ajudei 10 - Gostarias de deixar algum comentário e/ou sugestão para o futuro? _____________ Obrigado pela tua colaboração. Em anexo são apresentados os questionários originais aplicados.
70
10
0 0 0
Gosta de pertencer ao coro de pais da Academia de
Música?
Gosto muito
Gosto
Gosto pouco
Não gosto
2.6 – Avaliação da intervenção
2.6.1 - Análise de respostas ao questionário aos elementos do Coro de Pais e
Amigos da Academia de Música José Atalaya
Foram dez os pais/familiares pertencentes ao coro de pais da academia que
responderam aos questionários apresentados (1 pai, 5 mães e 4 outros familiares),
maioritariamente pais/familiares de alunos do 5º ano e do 9º ano de escolaridade. Quando
questionados acerca do nível de interesse pessoal em
participar no coro de pais (questão n.º 1) a resposta
foi unânime: todos os inquiridos responderam
afirmativamente à questão “Gosta de pertencer ao
coro de pais da Academia de Música?”, o que revela
que os participantes se sentem satisfeitos com o facto
de pertencerem ao coro de pais.
Gráfico 1 - Gosta de pertencer ao coro de
pais da Academia de Música?
Por seu lado, quando questionados acerca da importância atribuída ao ensino
vocacional da música na formação do seu educando (questão n.º 3), a grande maioria dos
inquiridos considerou
como “Muito importante”
esse mesmo ensino, o
que revela que se
encontram bastante
sensibilizados para a
importância da
aprendizagem musical.
Gráfico 2 - Considera o ensino vocacional da música importante
na formação do seu educando?
Todos os inquiridos consideraram que a sua participação no coro de pais,
nomeadamente nos ensaios e nos concertos, lhes proporcionou uma melhor compreensão do
0
2
4
6
8
10
Muito importante Importante Pouco importante Nada importante
Considera o ensino vocacional da música importante na formação do seu educando?
71
ensino artístico (questão n.º 4). A maioria dos inquiridos (80%) considera que a sua
participação no coro de pais desempenhou um papel “Muito importante” para uma maior
aproximação entre pais/familiares e a academia, enquanto que os restantes 20% classifica
esse aspeto como “Importante” (questão n.º 6).
Todos os inquiridos responderam que se sentiam mais integrados na instituição
Academia de Música José Atalaya e mais informados acerca das suas atividades (questões n.º
7 e n.º 8), o que revela a importância desempenhada pelo coro de pais ao nível da promoção
de uma melhor comunicação escola - casa, e vice-versa.
Também no que diz respeito à contribuição que a participação no coro de pais
exerceu na comunicação entre
pais e professores (questão n.º
"9), as respostas situam-se entre
“Facilita muito” e “Facilita”, o
que revela que o coro de pais
teve também um papel
importante na promoção do
contacto entre pais e
professores.
Gráfico 3 - Acha que ser membro do coro de pais facilita a
comunicação com os professores do deu educando?
Uma grande maioria dos inquiridos (80%) respondeu afirmativamente à questão n.º
10, o que demonstra que a participação no coro de pais permitiu uma efetiva melhor
comunicação entre pais e professores.
Também a grande maioria
dos pais referiu que o facto de
pertencer ao coro de pais lhes
possibilitou um maior
acompanhamento do seu educando
(questão n.º 11).
Gráfico 4 - O facto de pertencer ao coro de pais possibilitou um
maior acompanhamento do seu educando?
0 1 2 3 4 5 6
Acha que ser membro do coro de pais facilita a comunicação com os
professores do seu educando?
Facilita muito
Facilita
Facilita pouco
Não facilita
Não responde
8
1 1
O facto de pertencer ao coro de pais possibilitou um maior acompanhamento
do seu educando?
Sim
Não
Não responde
72
No que diz respeito à questão n.º 12, a maioria dos inquiridos (70%) acha que o seu
educando se sente “Muito motivado” pelo facto de o seu pai/familiar pertencer ao coro de
pais, enquanto que 30% responderam “Motivado” a esta questão, o que demonstra que em
geral os alunos gostam que os seus pais/familiares participem no coro de pais da academia.
De seguida são apresentadas algumas respostas às questões abertas colocadas aos
pais.
Questão n.º 2: “O que o(a) levou a fazer parte do Coro de Pais da Academia?”
“Partilhar a aprendizagem e a cultura musical com as minhas educandas; melhorar o
acompanhamento das atividades por estar mais envolvida no espírito da academia; fazer de
alguns ensaios e concertos momentos importantes de partilha da música com as minhas
educandas.”
“O facto de poder acompanhar mais de perto os meus educandos nas Atividades da
Academia, aliado à possibilidade de valorização pessoal em termos musicais.”
“Por achar uma excelente ideia, os pais participarem de forma mais ativa na Academia e por
achar até mais um estímulo para o meu filho, atuar com ele em espetáculos.”
“O gosto de cantar. Desde muito nova pertenci a grupos corais. Como tinha a minha filha a
estudar na Academia achei interessante.”
“A grande oportunidade de fazer parte de algo onde posso vivenciar aquilo que sempre me
deu muito prazer (cantar) e também fazer parte de uma família onde o meu filho está
inserido.”
“Valorização pessoal; Participar numa actividade ambicionada desde jovem; Mostrar aos mais
jovens (netos) que o saber e participar faz parte do “Homem” que somos.”
Questão n.º 5: “De que forma a participação no Coro de Pais lhe proporcionou uma melhor
compreensão do ensino artístico?”
“Aprender a ler uma pauta, perceber a adrenalina dos músicos antes de subir ao palco.”
“Permitiu verificar o funcionamento do ensino artístico “por dentro” e adquirir noções e
competências que antes não possuía.”
73
“A importância do trabalho diário nesta área; A valorização das Atividades promovidas pela
Academia.”
“Compreendi o grau de exigência necessário para cumprir objetivos e noções básicas de
compreender partituras, que até então não sabia.”
“Passei a dar mais valor às obras apresentadas porque até ao dia dos concertos temos muito
trabalho nos ensaios.”
“O facto de pertencer ao Coro de Pais permitiu-me compreender a importância do ensino
artístico no desenvolvimento da criança a vários níveis como: concentração; organização;
responsabilidade; saber ser e saber estar.”
Questão n.º 13: “Gostaria de deixar algum comentário e/ou sugestão para o futuro?”
“Manutenção das estratégias adoptadas pelo professor responsável pelo coro de pais, que
penso estarem a traduzir-se em resultados positivos.”
“Continuar a colaboração entre coros dentro da academia, aumentando-a se possível.
Aumentar as apresentações conjuntas coro/orquestra.”
“Penso que deveriam ser mais pais/familiares a participar no coro.”
“Quero felicitar o nosso professor, os músicos que nos acompanham, a academia em geral.
“Que o desempenho do nosso coro se perpetue. Temos muito que aprender. Que o espírito de
grupo seja uma mais valia.”
74
2.6.2 - Análise de respostas ao questionário aos alunos com pais/familiares no
Coro de Pais e Amigos da Academia de Música José Atalaya
Foram 9 os alunos com pais/familiares no coro de pais da academia que
responderam aos questionários apresentados,
maioritariamente alunos do 5º ano (10/11 anos de
idade) e do 9º ano (15 anos de idade). Todos os
alunos responderam afirmativamente à questão n.º 1:
“Gostas de estudar na Academia de Música?”
Gráfico 5 - Gostas de estudar na Academia
de Música?
Por seu lado, a maioria
dos alunos respondeu que os
concertos e audições são “Muito
importantes”, ou “Importantes”
para desenvolverem o gosto pelo
estudo (questão n.º 3).
Gráfico 6 - Os concertos e audições são importantes para
desenvolveres o gosto pelo estudo?
A maioria dos alunos (89%) respondeu que a participação dos seus pais/familiares no
coro de pais e nos concertos da Academia de Música contribuiu para uma maior motivação
para o estudo musical (questão n.º 5).
A totalidade dos alunos sente que os seus pais/familiares, por pertencerem ao coro
de pais, estão mais informados dos concertos e das atividades da academia (questão n.º 6).
A maioria dos alunos (78%) respondeu afirmativamente quando questionados se o
facto dos seus pais/familiares pertencerem a coro de pais favoreceu o acompanhamento do
seu estudo musical em casa (questão n.º 7).
9
0
Gostas de estudar na Academia de Música?
Sim
Não
0 1 2 3 4 5 6 7
Muito importantes
Importantes Puco importantes
Nada importantes
Os concertos e audições são importantes para desenvolveres o gosto pelo estudo?
75
Também a maioria dos alunos (78%) diz que gosta de ajudar os seus pais/familiares
no estudo em casa das músicas de coro (questão n. 8). Contudo, apenas 56% desses alunos
ajudaram de facto os seus
pais/familiares em casa no
estudo das músicas do coro.
Como se observa no gráfico n.º 7,
as respostas dividem-se, com
uma pequena preponderância
para a resposta “Nunca ajudei”
(questão n.º 9).
Gráfico 7 - Quantas vezes ajudaste os teus pais/familiares
em casa no estudo das músicas do coro?
De seguida são apresentadas algumas respostas às três questões abertas colocadas
aos alunos.
Questão n.º 2: “O que te levou a vires estudar para a Academia de Música José Atalaya?”
“Gostar de música e querer aprender mais sobre ela.”
“O que me levou a vir foi para poder tocar um novo instrumento e ter mais conhecimentos
sobre música.”
“Devido à vontade que eu tinha de saber tocar um instrumento e aprender música.”
“Queria aprender música e tocar numa orquestra.”
Questão n.º 4: “Gostas que o(s) teus pais/familiares cantem no Coro de Pais da Academia?
Porquê?”
(Todos os inquiridos responderam “Sim” à primeira parte da questão)
“Porque acho que é uma boa maneira de os pais aprenderem mais sobre música.”
“Porque podem aprender música como eu e estar nos concertos comigo.”
0
1
2
3
4
5
Quantas vezes ajudaste os teus pais/familiares em casa
no estudo das músicas do coro?
Ajudei muitas vezes
Ajudei algumas vezes
Nunca ajudei
76
“Assim desenvolvem o gosto pela música e aprendem a cantar, estando mais perto da vida da
Academia.”
“Porque nos ajudam e incentivam a andar na academia.”
“Porque gosto de ouvir cantar os meus pais.”
“Porque eles ajudam-me e incentivam-me a participar em todas as atividades.”
Questão n.º 10: “Gostarias de deixar algum comentário e/ou sugestão para o futuro?”
“Gostava de deixar registado que, embora não seja um coro muito grande, eu gosto de ouvir o
coro de pais.”
“Gostaria que o coro de pais se mantenha e com muito sucesso.”
77
Considerações finais
A criação de um coro de pais e amigos na academia de música procurou promover a
participação dos pais e encarregados de educação na vida escolar do aluno, para que melhor
pudessem compreender as especificidades do ensino musical e conseguissem manter uma
comunicação mais regular com os professores de música dos seus filhos. Desta forma, os
pais e encarregados de educação puderam prestar um melhor acompanhamento aos seus
filhos na componente musical do seu currículo escolar.
Durante a implementação do projeto, nomeadamente durante as aulas, os ensaios e
os concertos, observei pela parte dos alunos e dos pais um grande envolvimento e motivação
para o trabalho desenvolvido em cada semana. O trabalho musical realizado e o
relacionamento observado entre os alunos, os pais e os professores nos concertos foram
bastante benéficos para o desenvolvimento da comunidade educativa em torno da academia
de música. Observei também que os pais sentiam um enorme prazer ao participar em projetos
ao lado dos seus filhos. Por parte da comunidade de Fafe o coro recebeu vários elogios e foi
convidado a participar em diversos eventos ao longo do ano letivo.
Ao longo de todo o estágio encontrei condições favoráveis que facilitaram a
implementação do Projeto de Intervenção, nomeadamente por parte da Academia de Música
José Atalaya, da professora cooperante Cristina Cunha, dos alunos e dos pais e amigos da
academia que fizeram parte do coro. Para o sucesso deste projeto foi também importante, na
minha opinião, a motivação por todos demonstrada em participar de forma ativa nas tarefas
propostas e a exigência aplicada nos ensaios por forma a se obterem bons resultados e a
valorizar-se o trabalho efetuado.
A análise dos questionários aos pais revela que estes reconhecem a importância do
ensino musical para a formação dos seus filhos e, pelo facto de participarem ativamente no
coro de pais, têm uma melhor compreensão do ensino artístico, sentem-se melhor integrados
na Academia de Música e melhor informados das suas atividades. Verificou-se também que
existe uma maior aproximação dos pais/familiares à academia de música, assim como uma
melhoria na comunicação com os professores de música dos seus filhos e,
consequentemente, um maior acompanhamento escolar.
A análise dos questionários aos alunos revela que estes gostam de estudar na
academia de música e que a maioria considera que a participação dos seus pais/familiares no
78
coro de pais contribuiu para uma maior motivação para o estudo musical. Também os alunos
sentem que os seus pais/familiares estão mais informados dos concertos e das atividades da
academia e que a participação no coro de pais favoreceu o acompanhamento do seu estudo
musical em casa.
Penso que de um modo geral os objetivos foram cumpridos. Com a criação do Coro
de Pais e Amigos da Academia de Música José Atalaya o impulso inicial para uma maior
participação dos pais na vida escolar dos alunos foi dado, e penso estarem criadas as bases
necessárias para o desenvolvimento deste projeto nos próximos anos.
O coro de pais não será a única estratégia possível de implementar nas nossas
escolas, pois outros grupos musicais, grupos de estudo ou ateliers artísticos poderão ser
promovidos e desenvolvidos pelas escolas, o que constituiria uma forma de aproximar os pais
da escola, além de uma oportunidade que estes teriam de melhorar e aprofundar a sua
própria formação em áreas do seu interesse.
Este Projeto de Intervenção, planificado no âmbito do Mestrado em Ensino de Música
da Universidade do Minho e colocado em prática durante o meu Estágio Profissional realizado
na Academia de Música José Atalaya, foi um contributo muito importante para o meu
desenvolvimento profissional e pessoal. Com a implementação deste projeto tive a
oportunidade de colocar em ação os conhecimento adquiridos nas áreas da Educação e da
Música, designadamente nas áreas da Didática e da Direção Coral. Assim, e apesar de contar
na altura de elaboração deste relatório com cerca de 7 anos de serviço como professor de
Formação Musical no ensino vocacional de música, este projeto revelou-se muito importante
na minha formação enquanto professor.
O mestrado em Ensino de Música que frequentei foi nas áreas da Formação Musical e
da Direção Coral. Contudo, o meu Projeto de Intervenção focou-se mais numa delas, a Direção
Coral. Esta minha decisão deveu-se ao facto de querer aprofundar melhor uma área já
trabalhada na minha formação anterior (Licenciatura em Formação Musical), mas não de uma
forma tão direcionada. Assim, esta formação obtida ao longo do mestrado na área da Direção
Coral, acrescida da prática obtida com a implementação do Projeto de Intervenção que levou à
criação de um coro de pais na Academia de Música José Atalaya, constituiu uma oportunidade
de enriquecimento profissional e pessoal muito importantes para o meu dia a dia enquanto
professor de Formação Musical, pois as competências para trabalhar com grupos e os
conhecimentos na área vocal são fundamentais no ensino da música em geral e no ensino da
79
Formação Musical em particular. Através da prática pude verificar que as áreas da Formação
Musical e da Direção Coral se enriquecem mutuamente.
Também o trabalho desenvolvido nas diciplinas do Mestrado em Ensino de Música, a
pesquisa e a revisão da literatura efetuada e a própria implementação do Projeto de
Intervenção foram muito importantes para o meu trabalho diário, nomeadamente nas aulas
em turma de Formação Musical e nas reuniões com os Encarregados de Educação, que
oriento na qualidade de Diretor de Turma. Aqui destaca-se também a importância da criação e
implementação da caderneta do aluno, como meio facilitador e promotor da comunicação
entre pais, alunos e professores, além do seu importante contributo para a criação de
melhores hábitos de organização por parte dos alunos.
Espero no futuro poder continuar a desenvolver a minha formação nas áreas da
Formação Musical e da Direção Coral, procurando sempre estreitar os fortes laços que penso
existirem entre estas duas áreas. Também gostaria de continuar a procurar e a implementar
estratégias com vista à melhoria da comunicação estabelecida entre a escola, os alunos e os
pais para que, desta forma, se possam criar condições para o desenvolvimento e obtenção de
melhores resultados.
80
81
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85
Anexos
86
Anexo 1 - Páginas ilustrativas da caderneta do aluno
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Ano Letivo ___ / ___
Aluno(a): ______________________________________
87
De: Para: Convoco/Comunico a V.ª Exc.ª Tomei conhecimento: _____/____/____ Assinatura: ____________________
De: Para: Convoco/Comunico a V.ª Exc.ª Tomei conhecimento: _____/____/____ Assinatura: ____________________
Disciplinas que frequenta
Disciplina Grau Professor(a)
Formação musical Instrumento: _________________
Classe de conjunto:
_________________ _________________ _________________
_______________________ _______________________ _______________________
Horário
Formação Musical Instrumento Classe de Conjunto
Dia Hora Dia Hora Dia Hora
88
Dados de Avaliação 1º Período
Formação Musical
PROVAS Avaliação Enc. de Educação
Leituras obrigatórias Teste Escrito Teste de Teoria Teste Oral
Classe de Conjunto
Realização de Concertos Data Enc. de Educação
Participação em Concertos, Audições, Masterclasses, etc.
(enquanto público)
Atividade Dia / hora Comprovativo (bilhete / programa)
De: Para: Convoco/Comunico a V.ª Exc.ª Tomei conhecimento: _____/____/____ Assinatura: ____________________
De: Para: Convoco/Comunico a V.ª Exc.ª Tomei conhecimento: _____/____/____ Assinatura: ____________________
89
De: Para: Convoco/Comunico a V.ª Exc.ª Tomei conhecimento: _____/____/____ Assinatura: ____________________
De: Para: Convoco/Comunico a V.ª Exc.ª Tomei conhecimento: _____/____/____ Assinatura: ____________________
Instrumento Programa a lecionar à disciplina de Instrumento 1º Período
Data de início
e Termo Programa Enc. Educação
___/___/____
A
___/___/____
___/___/____
A
___/___/____
___/___/____
A
___/___/____
___/___/____
A
___/___/____
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Calendário de Atividades 1º Período
Dia Atividade E. Educ.
De: Para: Convoco/Comunico a V.ª Exc.ª Tomei conhecimento: _____/____/____ Assinatura: ____________________
De: Para: Convoco/Comunico a V.ª Exc.ª Tomei conhecimento: _____/____/____ Assinatura: ____________________
91
De: Para: Convoco/Comunico a V.ª Exc.ª Tomei conhecimento: _____/____/____ Assinatura: ____________________
De: Para: Convoco/Comunico a V.ª Exc.ª Tomei conhecimento: _____/____/____ Assinatura: ____________________
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92
Data de início
e Termo Programa Enc. Educação
___/___/____
A
___/___/____
___/___/____
A
___/___/____
___/___/____
A
___/___/____
PROVAS Avaliação Enc. de Educação
Prova Trimestral a ____/___/_______
Disciplina : Data:
______/______/____
Não se comportou adequadamente.
Não trouxe o material necessário para a aula.
Não realizou o trabalho de casa.
Não foi pontual. Outra situação:
O(A) Aluno(a):
O(A) Enc. de Educação:
Disciplina : Data: ______/______/____
Não se comportou adequadamente.
Não trouxe o material necessário para a aula.
Não realizou o trabalho de casa.
Não foi pontual. Outra situação:
O(A) Aluno(a):
O(A) Enc. de Educação:
93
Calendário de Atividades 2º Período
Dia Atividade E. Educ.
De: Para: Convoco/Comunico a V.ª Exc.ª Tomei conhecimento: _____/____/____ Assinatura: ____________________
De: Para: Convoco/Comunico a V.ª Exc.ª Tomei conhecimento: _____/____/____ Assinatura: ____________________
94
Calendário dos Testes / Provas
1º Período
Data Designação Enc. Educação
2º Período
Data Designação Enc. Educação
3º Período
Data Designação Enc. Educação
95
Anexo 2 - Questionário aos elementos do Coro de Pais e Amigos da Academia de Música José
Atalaya
96
Universidade do Minho Instituto de Educação
Instituto de Letras e Ciências Humanas
Questionário
aos elementos do Coro de Pais e Amigos da Academia de Música José Atalaya
O presente questionário tem como objetivo a recolha de dados para uma investigação, inserida no âmbito do Mestrado em Ensino de Música, nas áreas de Direção Coral e Formação Musical, na Universidade do Minho, sobre “A Participação dos Pais na Vida Escolar do Aluno no Ensino Vocacional de Música”.
Este questionário é anónimo e as suas respostas são confidenciais. A sua participação é importante para uma melhor compreensão do tema deste estudo, pelo que deve assinalar com uma cruz (X) a resposta que ache mais adequada a cada uma das questões.
Caracterização dos inquiridos 1 - Encarregado de Educação/Familiar - grau de parentesco:
Pai Mãe Outro Qual:_____________ 2 - Idade:____ 3 - Profissão:____________________ 4 - Nível de escolaridade do Encarregado de Educação/Familiar:_______________ 5 - Encarregado de Educação/Familiar de aluno(a) que frequenta:
Iniciação 5º ano 6º ano 7º ano
8º ano 9º ano Secundário Questionário aos Encarregados de Educação/Familiares 1 - Gosta de pertencer ao Coro de Pais da Academia de Música José Atalaya? Gosto muito Gosto Gosto pouco Não gosto
97
2 - O que o(a) levou a fazer parte do Coro de Pais da Academia? _________________________________________________________________________ _________________________________________________________________________ _________________________________________________________________________ 3 - Considera o ensino vocacional da música importante na formação do seu educando? Muito importante Importante Pouco importante Nada importante 4 - A participação no Coro de Pais, nomeadamente em ensaios e nos concertos, proporcionou-lhe uma melhor compreensão do ensino artístico? Sim Não 5 - Se respondeu afirmativamente à questão anterior, diga de que forma a participação no Coro de Pais lhe proporcionou uma melhor compreensão do ensino artístico? __________________________________________________________________________ __________________________________________________________________________ __________________________________________________________________________ 6 - Considera que a sua participação no Coro de Pais desempenhou um papel importante para uma maior aproximação entre pais/familiares e a academia? Muito importante Importante Pouco importante Nada importante 7 - Sente-se mais integrado na instituição Academia de Música José Atalaya desde que participa no coro de pais? Sim Não 8 - Considera-se mais informado acerca do que se passa na Academia de Música desde que pertence ao Coro de Pais? Sim Não 9 - Acha que ser membro do Coro de Pais facilita a comunicação com os professores do seu educando? Facilita muito Facilita Facilita pouco Não facilita
98
10 - Desde que faz parte do Coro de Pais comunicou mais vezes com os professores do seu educando pertencentes à Academia de Música? Sim Não 11 - O facto de pertencer ao Coro de Pais possibilitou um maior acompanhamento do seu educando? Sim Não 12 - Como acha que o seu educando se sente no que diz respeito à motivação por fazer parte do Coro de Pais? Muito motivado Motivado Pouco motivado Nada motivado 13 - Gostaria de deixar algum comentário e/ou sugestão para o futuro? __________________________________________________________________________ __________________________________________________________________________ __________________________________________________________________________ Obrigado pela sua colaboração.
99
Anexo 3 - Questionário aos alunos com pais/familiares no Coro de Pais e Amigos da Academia de Música José Atalaya
100
Universidade do Minho Instituto de Educação
Instituto de Letras e Ciências Humanas
Questionário
aos alunos com Pais/Familiares no Coro de Pais e Amigos da Academia de Música José Atalaya
O presente questionário tem como objetivo a recolha de dados para uma investigação,
inserida no âmbito do Mestrado em Ensino de Música, nas áreas de Direção Coral e Formação Musical, na Universidade do Minho, sobre “A Participação dos Pais na Vida Escolar do Aluno no Ensino Vocacional de Música”.
Este questionário é anónimo e as tuas respostas são confidenciais. A tua participação é importante para uma melhor compreensão do tema deste estudo, pelo que deves assinalar com uma cruz (X) a resposta que aches mais adequada a cada uma das questões.
Caracterização dos inquiridos 1 - Idade:_______ 2 - Sexo: Masculino Feminino 3 - Ano de escolaridade:
Iniciação 5º ano 6º ano 7º ano
8º ano 9º ano Secundário 4 - Instrumento:_________________________ 5 - Classe(s) de Conjunto: Coro Orquestra de Cordas Orquestra de Sopros Outra Qual:__________________________ Questionário aos Alunos 1 - Gostas de estudar na Academia de Música? Sim Não
101
2 - O que te levou a vires estudar para a Academia de Música José Atalaya? _________________________________________________________________________ _________________________________________________________________________ 3 - Os concertos e audições são importantes para desenvolveres o gosto pelo estudo musical? Muito importantes Importantes Pouco importantes Nada importantes 4 - Gostas que o(s) teus pais/familiares cantem no Coro de Pais da Academia? Sim Não Indiferente Porquê? ___________________________________________________________________ __________________________________________________________________________ 5 - A participação dos teus pais/familiares no Coro de Pais e nos concertos da Academia de Música contribuiu para a uma maior motivação para o teu estudo da música? Sim Não 6 - Sentes que os teus pais/familiares por pertencerem ao Coro de Pais estão mais informados dos Concertos e Actividades da Academia? Sim Não 7 - Na tua opinião o facto dos teus pais/familiares pertencerem ao Coro de Pais favorece o acompanhamento do teu estudo musical em casa? Sim Não 8 - Gostas de ajudar os teus pais/familiares em casa no estudo das músicas do coro? Sim Não 9 - Quantas vezes ajudaste os teus pais/familiares em casa no estudo das músicas do coro? Ajudei muitas vezes Ajudei algumas vezes Nunca ajudei
102
10 - Gostarias de deixar algum comentário e/ou sugestão para o futuro? __________________________________________________________________________ __________________________________________________________________________ Obrigado pela tua colaboração.
103
Anexo 4 - Respostas às questões abertas colocadas aos pais
“O que o(a) levou a fazer parte do Coro de Pais da Academia?”
“O interesse pela música, o facto de gostar muito de cantar e tocar e também por gostar de
ter sempre presente a música na minha vida.”
“Partilhar a aprendizagem e a cultura musical com as minhas educandas; melhorar o
acompanhamento das atividades por estar mais envolvida no espírito da academia; fazer de
alguns ensaios e concertos momentos importantes de partilha da música com as minhas
educandas.”
“O gosto pela música e a vontade de aprender alguma coisa.”
“Gostar de cantar e aumentar os conhecimentos musicais”
“O facto de poder acompanhar mais de perto os meus educandos nas Atividades da
Academia, aliado à possibilidade de valorização pessoal em termos musicais.”
“Por achar uma excelente ideia, os pais participarem de forma mais ativa na Academia e por
achar até mais um estímulo para o meu filho, atuar com ele em espetáculos.”
“O gosto de cantar. Desde muito nova pertenci a grupos corais. Como tinha a minha filha a
estudar na Academia achei interessante.”
“A grande oportunidade de fazer parte de algo onde posso vivenciar aquilo que sempre me
deu muito prazer (cantar) e também fazer parte de uma família onde o meu filho está
inserido.”
“Valorização pessoal; Participar numa actividade ambicionada desde jovem; Mostrar aos mais
jovens (netos) que o saber e participar faz parte do “Homem” que somos.”
“Sempre me senti motivada para o ensino artístico. Então, quis partilhar com as minhas netas
esta experiência.”
104
“De que forma a participação no Coro de Pais lhe proporcionou uma melhor compreensão do
ensino artístico?”
“Na qualidade de membros de um coro, os ensaios e concertos proporcionam a
aprendizagem e o desenvolvimento das capacidades relacionadas com a música”
“Aprender a ler uma pauta, perceber a adrenalina dos músicos antes de subir ao palco.”
“Permitiu verificar o funcionamento do ensino artístico “por dentro” e adquirir noções e
competências que antes não possuía.”
“A importância do trabalho diário nesta área; A valorização das Atividades promovidas pela
Academia.”
“Compreendi o grau de exigência necessário para cumprir objetivos e noções básicas de
compreender partituras, que até então não sabia.”
“Passei a dar mais valor às obras apresentadas porque até ao dia dos concertos temos muito
trabalho nos ensaios.”
“O facto de pertencer ao Coro de Pais permitiu-me compreender a importância do ensino
artístico no desenvolvimento da criança a vários níveis como: concentração; organização;
responsabilidade; saber ser e saber estar.”
“Aprendizagem da leitura de uma pauta e de uma partitura; Aprendizagem na preparação,
aquecimento, colocação e uso da voz.”
“Foram claramente os ensaios que me levaram a uma compreensão deste ensino; a
preparação física, a leitura de uma partitura. Os concertos são então o resultado final desta
aprendizagem.”
“Gostaria de deixar algum comentário e/ou sugestão para o futuro?”
“Manutenção das estratégias adoptadas pelo professor responsável pelo coro de pais, que
penso estarem a traduzir-se em resultados positivos.”
“Continuar a colaboração entre coros dentro da academia, aumentando-a se possível.
Aumentar as apresentações conjuntas coro/orquestra.”
105
“Parabéns por a Academia ter tido esta iniciativa de formar um coro de Pais e que continue
com a mesma dedicação quer da parte dos professores, quer da parte dos pais e que
continue o excelente ambiente de trabalho e empenhamento de todos.”
“Penso que deveriam ser mais pais/familiares a participar no coro.”
“Apenas agradeço a iniciativa, e dada a sua importância, sugiro que se mantenha e seja
levada para outras academias.”
“Que a aprendizagem e restante trabalho até agora desenvolvidos se perpetuassem no tempo,
pois a vida é “uma busca permanente do saber”.
“Quero felicitar o nosso professor, os músicos que nos acompanham, a academia em geral.
Que o desempenho do nosso coro se perpetue. Temos muito que aprender. Que o espírito de
grupo seja uma mais valia.”
106
Anexo 5 - Respostas às questões abertas colocadas aos alunos
O que te levou a vires estudar para a Academia de Música José Atalaya?
“O facto de gostar de música e de morar perto.”
“Porque gosto de música.”
“Gostar de música e querer aprender mais sobre ela.”
“O meu gosto pela música e pelas disciplinas.”
“O que me levou a vir foi para poder tocar um novo instrumento e a ter mais conhecimento
sobre música.”
“Devido à vontade que eu tinha de saber tocar um instrumento e aprender música.”
“Querer aprender guitarra.”
“Queria aprender música e tocar numa orquestra.”
Gostas que o(s) teus pais/familiares cantem no Coro de Pais da Academia? Porquê?
“Sim”,
“Porque acho que seja um bom passatempo e também acho que os nossos pais
devam fazer coisas novas.”
“Porque acho que é uma boa maneira de os pais aprenderem mais sobre música.”
“Porque podem aprender música como eu e estar nos concertos comigo.”
“Assim desenvolvem o gosto pela música e aprendem a cantar, estando mais perto da
vida da Academia.”
“Porque nos ajudam e incentivam a andar na academia.”
“Porque gosto de ouvir cantar os meus pais.”
“Proporciona-me concertos inesquecíveis.”
“Porque eles ajudam-me e incentivam-me a participar em todas as atividades.”
“Para participarmos juntos em espetáculos.”
107
Gostarias de deixar algum comentário e/ou sugestão para o futuro?
“Eu gosto muito da Academia de Música José Atalaya.”
“Gostava de deixar registado que, embora não seja um coro muito grande, eu gosto de ouvir o
coro de pais.”
“Gostaria que o coro de pais se mantenha e com muito sucesso.”