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a b “The end game?” Year Ahead 2017 Chief Investment Office WM Edição em português UBS House View

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“The end game?”

Year Ahead 2017Chief Investment Office WM Edição em português

UBS House View

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Jürg ZeltnerPresident UBS Wealth Management

Prezado leitor,

A eleição de Donald Trump e o Brexit fo-ram dois dos maiores choques da história política moderna. Esses fatos demonstram que, nas atuais circunstâncias de mercado, é muito mais fácil encontrar riscos do que retornos. Nossa missão é ajudá-lo a resta-belecer o equilíbrio entre esses dois ele-mentos.

Espero que esta edição do Year Ahead lhe ofereça o contexto necessário para entender e prosperar nas atuais circunstâncias turbu-lentas de mercado, discuta algumas de suas dúvidas e preocupações mais importantes e lhe traga ideias e abordagens que o ajudem a atingir suas metas de investimento.

Algumas de nossas soluções têm sucesso comprovado. A diversificação é particular-mente importante no contexto atual de dis-córdia política e protecionismo crescentes: se a economia mundial se tornar menos

global, as carteiras dos investidores precisa-rão se tornar mais globais. Ela continua ocupando o centro de nossa abordagem de investimento.

Há ainda outras soluções mais recentes. Com a redução do retorno potencial de muitos ativos, os investidores precisarão ter mais criatividade do que simplesmente “comprar e manter” em mercados líqui-dos. Isso significa utilizar abordagens de investimento diferentes: aplicar em novas classes de ativos, aproveitar a iliquidez e explorar os fatores de retorno de investi-mentos alternativos.

Temos com nossos clientes o compromisso de proteger e ampliar seus patrimônios, em parceria e ao longo de várias gerações. Que esta edição do Year Ahead seja apenas um dos muitos passos que daremos juntos em nossa caminhada.

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Destaques

Sumário 10 Cenário mundial

12 The end game?

18 Principais lições aprendidas em 2016

23 7 perguntas e 7 respostas para 2017 24 O que o governo Trump significa para os

mercados? 27 O sentimento antiglobalização é uma

ameaça para meu patrimônio? 30 Quais são os principais riscos para 2017 e

como devo lidar com eles? 33 Como posso obter retornos de 5%? 36 Os mercados conseguirão sobreviver sem o

dinheiro fácil? 39 China: risco ou oportunidade? 42 O futuro da Europa é relevante para os

mercados?

45 10 principais ideias para 2017 48 Ações dos EUA 50 Ações de ME 53 Cesta de moedas de ME 56 REITs da APAC 58 Dividendos e recompras 61 Empréstimos seniors dos EUA 63 TIPS dos EUA 66 Paládio e platina 68 Investimentos alternativos 71 Venda de títulos de alta qualidade

74 Investimentos de longo prazo 78 Educação 82 Serviços de saúde em mercados emergentes 86 Eficiência energética

90 Investimento em carteiras 97 Ações 100 Renda fixa 103 Investimentos alternativos 105 Commodities 107 Câmbio

110 Entreouvido no CIO

113 Projeções

The end game?

Nos últimos anos, a política e as diretrizes econômicas desempe-nharam um papel de destaque nos mercados financeiros e isso não será diferente em 2017. Descubra o impacto das diretrizes econômicas sobre os mercados em nosso jogo interativo, disponí-vel em ubs.com/cio, e veja por que acreditamos que a diversifica-ção global é tão importante no cenário político polarizado da atualidade.

Participe do do jogo The end game em ubs.com/cio e leia mais a partir da página 12.

clique no artigo

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Ideias de investimento nos EUA e ME em destaque

Ações dos EUA, empréstimos seniors dos EUA e títulos dos EUA atrelados à inflação estão entre nossas principais ideias de investi-mento. Além disso, acreditamos que o crescimento dos mercados emergentes poderá se manter firme em 2017 e destacamos oportunidades em ações de ME e em uma cesta de moedas dessas regiões.

Perguntas prementes

Respondemos às perguntas pre-mentes que nossos clientes têm feito às vésperas de 2017. Descu-bra o que o governo Trump signi-ficará para os mercados, como os investidores podem se preparar para os mais de 28 riscos que enfrentaremos em 2017, onde en-contrar retornos no atual cenário de rendimentos baixos e muito mais.

Leia as 7 perguntas e 7 respostas para 2017 a partir da página 23.

Confira nossas 10 principais ideias para 2017 a partir da página 47.

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Novos modos de encontrar retornos

A busca de rendimentos continua-rá em 2017: as taxas isentas de risco estarão abaixo da inflação na maior parte do mundo financeiro. Os investidores em busca de carteiras mais eficazes precisarão pensar em diversificar com hedge funds, investir em ativos ilíquidos e tirar proveito de fatores de retorno de investimentos alternati-vos.

Para o longo prazo

No atual cenário de turbulências, as empresas que se beneficiarão de tendências imutáveis como urbanização, crescimento popula-cional e envelhecimento podem oferecer um alívio bem-vindo aos investidores de longo prazo. Destacamos serviços de educação, serviços de saúde em mercados emergentes e soluções de eficiên-cia energética, apresentando entrevistas exclusivas com em-preendedores e especialistas setoriais.

Veja nossas ideias de investimento em car-teiras a partir da página 90.

Sinta a força dos investimentos de longo prazo no site ubs.com/cio e a partir da página 74.

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”O futuro não é o que parecia ser.”– Yogi Berra

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10 ubs.com/cio

Cenário mundial

ME-lhorandoApesar das incertezas políti-cas, estamos otimistas em relação às ações e a moedas selecionadas de mercados emergentes (ME), tendo em vista a retomada dessas eco-nomias. (ver página 50)

Estagnação do dólar? Projetamos a valoriza-ção do euro e da libra esterlina em relação ao dólar dos EUA em 2017. (ver página 107)

Política fiscal supera a monetáriaEstimamos que o Federal Reserve aumentará os juros uma vez em dezembro e duas vezes em 2017, mas novas medidas de es-tímulo fiscal deverão respaldar o crescimento e é provável que a inflação suba mais do que os ju-ros. Estamos otimistas com os TIPS. (ver página 63)

Lucros em altaEstamos otimistas em relação às ações dos EUA, projetando crescimento de 8% nos lucros em 2017. Nossos setores preferidos são tecnologia dos EUA, empresas financeiras e serviços de saúde. (ver página 48)

Aceleração Projetamos aceleração no crescimento do PIB dos EUA, de 1,5% em 2016 para 2,4% em 2017, devido ao aumento dos salários e preços baixos dos financiamentos imobiliários e dos combustíveis. As ações do país deverão continuar a subir. (ver página 48)

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Descida suave Estimamos que a China administrará sua desacele-ração com eficiência, regis-trando crescimento de 6,4%. Projetamos que o câmbio USDxCNY passará para 7,00 em 12 meses. (ver página 39)

Ganhando impulso Estamos otimistas em rela-ção aos REITs da Austrália, Cingapura e Hong Kong, países que deverão ser be-neficiados com a constante caça global aos rendimen-tos. (ver página 56)

Dividendos nas alturasEm um mercado em alta, as ações suíças poderiam ter desempenho inferior ao de ações globais. Contudo, as que pagam dividendos sustentáveis e crescentes ainda são convidativas. (ver página 59)

Para o longo prazoVemos oportunidades de investimento de longo pra-zo em serviços de saúde de ME, educação e eficiência energética. (ver página 74)

Luzes, câmera… reduçãoProjetamos que o cresci-mento da Zona do Euro passará de 1,6% em 2016 para 1,3% em 2017. Ainda que possa reduzir gradual-mente seu programa de AQ, o BCE manterá sua po-lítica acomodatícia. (ver página 36–37)

Cuidado com as urnas Haverá eleições nos Países Baixos, França e Alemanha. Os investidores precisarão estar atentos a um maior apoio a candidatos contrá-rios ao poder estabelecido. (ver página 42)

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Os problemas econômicos mundiais de longo prazo são bem conhecidos: au-mento do endividamento, envelheci-mento das populações e crescimento contido. Mas esses não os serão únicos problemas a impulsionar os mercados em 2017. Assim como em 2016, é provável que a política econômica seja um fator decisivo. Simule suas próprias opções de política econômica em nosso jogo interativo em ubs.com/cio

Muitos investidores com quem conversamos acreditam que já passou da hora de uma “reinicialização” dos mercados financeiros. A lógica parece simples: todos podem ver que os mercados subiram sistematicamente, mas mesmo assim as desigualdades, endividamento, índices de dependência e tensões sociais também aumentaram. Enquanto isso, o crescimento, o investimento e a produtividade são fracos. Aparentemente algo tem que ceder.

Mark HaefeleGlobal Chief Investment Officer

The end game?

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Contudo, é preciso lembrar que entre as pessoas que podem ver os problemas eco-nômicos mundiais estão também as autori-dades econômicas e os eleitores de todo o mundo, que têm demonstrado disposição para tomar medidas cada vez mais extremas para solucionar os problemas em questão. Faça os seguintes exercícios mentais simples: em face de um crescimento insuficiente, um banco central que já distorceu o mercado de renda fixa local optará por parar ou começa-rá a comprar ações? Diante da concorrência internacional, os eleitores continuarão apoiando o status quo ou se voltarão para o protecionismo? As respostas a essas pergun-tas e a muitas outras semelhantes serão ex-tremamente importantes para sua carteira.

Perspectivas para o próximo ano Em 2017, as autoridades econômicas e os eleitores voltarão a enfrentar vários dilemas como esses.

Os bancos centrais de mercados desenvolvi-dos notaram que a inflação está começan-do a subir, mas também que o emprego ainda está abaixo dos picos anteriores à cri-se. As lideranças da China sabem que o país precisa manter os patamares de cresci-mento e emprego, mas a alta acelerada das taxas de endividamento e dos preços de imóveis residenciais sugere que o cresci-mento terá um preço. Em outras regiões, os políticos que disputarão eleições em 2017 podem acreditar que o comércio e a imigra-ção são benéficos para o crescimento, mas o Brexit e a eleição de Donald Trump de-monstram que políticas protecionistas estão ganhando popularidade entre os eleitores.

As questões que as autoridades econômi-cas optarem por enfocar no próximo ano e o modo como decidirem enfrentá-las in-fluenciarão fortemente o desempenho do

mercado. Dessa forma, entender suas op-ções mais prováveis é parte essencial de nosso processo de investimento. Precisa-mos fazer a nós mesmos as perguntas cer-tas: “o que o comportamento anterior das autoridades econômicas pode nos dizer?”, “o que elas estão tentando conseguir?”, “como elas são estimuladas a agir?”

Em nossa hipótese básica, acreditamos que os bancos centrais dos EUA e da Europa continuarão pecando por excesso de frouxi-dão da política monetária, mesmo que às custas do aumento da inflação. O compor-tamento dos bancos centrais após a crise fi-nanceira sugere que o crescimento, o em-prego e o respaldo de curto prazo à economia são uma prioridade maior do que as preocupações com as possíveis conse-quências de suas ações no longo prazo. Re-centemente, Janet Yellen, presidente do Fed, reconfirmou isso ao levantar a possibi-lidade de uma “economia de alta pressão”

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(isto é, acima da meta de inflação) a fim de estimular o crescimento do emprego. Além disso, Draghi, presidente do BCE, ignorou algumas alegações de efeitos colaterais ne-gativos de suas políticas.

Estaremos alertas a uma mudança nesse modus operandi no ano que vem e nos que se seguirem. Contudo, ao entrar em 2017, acreditamos que isso significa que as ações podem continuar a ter sustentação (ver pá-ginas 48 e 50), sobretudo as dos EUA (pági-na 48), e que os investimentos com rendi-mentos razoáveis continuarão bastante procurados (página 30). Além disso, os in-vestidores precisarão considerar formas de proteger suas carteiras contra o aumento da inflação (página 73).

Enquanto isso, a manutenção de níveis ele-vados de emprego e estabilidade social é essencial para o governo chinês, que tem demonstrado sistematicamente capacidade e disposição para intervir em busca de uma estabilidade no curto prazo em detrimento de reformas que demandariam um prazo mais longo. A nosso ver, não há por que acreditar que 2017 será diferente. Os riscos

de médio prazo e a relação dívida/PIB conti-nuarão aumentando, mas, a nosso ver, a demanda da China deverá se manter relati-vamente estável e os ativos expostos a esse crescimento serão beneficiados (página 39). Duas de nossas 10 principais ideias envol-vem a exposição a mercados emergentes (páginas 50 – 53).

Assim como em 2016, o rumo do cenário político poderá ser o maior fator de incerte-za em 2017. O Brexit e a eleição de Donald Trump mostraram que na política o “cen-tro” não é fixo e os investidores precisam ter em mente que os políticos são estimula-dos basicamente pelo sucesso eleitoral e (por extensão) pela popularidade e não pelo PIB ou pelo crescimento dos lucros das empresas. Nesse cenário, os investidores te-rão de monitorar o impacto do governo Trump sobre os mercados (página 24), o cada vez mais complexo processo do Brexit, as eleições na França e na Alemanha (pági-na 42) e a crescente tendência global de protecionismo (página 27). Para enfrentar essa incerteza política, acreditamos que a melhor opção para os investidores será a di-versificação em termos de países e regiões,

The end game?

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a fim de evitar a exposição excessiva a polí-ticas experimentais de regimes específicos.

Perspectivas de longo prazoNum prazo mais longo, a única certeza é que cada país optará por um caminho dis-tinto e veremos resultados diferentes. Dessa forma, acreditamos que a diversificação en-tre regiões e classes de ativos proporciona aos investidores a melhor forma de prote-ger e ampliar seus respectivos patrimônios em um mundo de complexidade crescente e escolhas difíceis.

Além disso, os investidores precisarão consi-derar investir em tendências e classes de ati-vos que sejam menos afetadas pela política econômica. Por exemplo, a urbanização, o crescimento populacional e o envelhecimen-to estão contribuindo para o aumento da demanda por educação (página 78), serviços de saúde (página 82) e eficiência energética (página 86). A sustentabilidade é um fator essencial para os investimentos de prazo mais longo. Os investimentos alternativos (página 68) também podem oferecer aos in-vestidores uma forma para reduzir a exposi-ção dos investidores a diversos resultados políticos mantendo, simultaneamente, a va-lorização do capital ao longo do ciclo.

The end gamePara demonstrar de que modo as mudan-ças nas políticas monetária, fiscal e social interagem para afetar as economias, mer-cados e carteiras, criamos The end game, jogo interativo disponível em ubs.com/cio. Desde a crise financeira, temos conduzido sistematicamente simulações como parte de nosso processo de investimento. The end game lhe oferece a oportunidade de assumir o papel de autoridade econômica global e usar uma versão simplificada de nossa análise de cenários.

Acredito que ele nos ajuda a entender as opções, interações e variações de política econômica que afetarão as carteiras. Espe-ro que ele o leve a uma discussão mais aprofundada de seus investimentos e a sua diversificação.

Confira o jogo em ubs.com/cio

Em resumoSolucionar a miríade de problemas econô-micos do mundo envolve dilemas e as op-ções escolhidas pelas autoridades econômi-cas e pelo eleitorado serão extremamente importantes para sua carteira. A única cer-teza é que as escolhas serão diferentes con-forme o país. A diversificação é a melhor forma de proteger e ampliar seu patrimônio em um mundo cada vez mais complexo.

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The end game The end game é uma análise interativa de cenários dispo-nível em ubs.com/cio, que lhe oferece a oportunidade de desempenhar o papel de uma autoridade econômi-ca e ver como as soluções para os problemas econômi-cos mundiais podem afetar economias, mercados e carteiras.

Que problema que você enfren-taria primeiro?

Envelhecimento da populaçãoO encolhimento da popula-ção em idade de trabalho dificulta a arrecadação de impostos suficientes. Você pode estimular a imigração ou aumentar a idade para a aposentadoria.

Falta de investimentosMuitas empresas não estão investindo com vistas ao fu-turo. Você pode imprimir moeda para estimular os in-vestimentos ou gastar seus próprios recursos com in-fraestrutura.

Mais informações:www.ubs.com/cio

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17Investment views · Financial news · Economic thoughts

DesigualdadesAs desigualdades crescentes estão contribuindo para tensões sociais. Você pode aumentar os impostos e gastar com benefícios para famílias de baixa renda ou manter uma política de emissão de moeda.

Polarização políticaPontos de vista extremados estão ganhando populari-dade. Para continuar no po-der você pode gastar di-nheiro com a população descontente ou mudar sua própria postura política.

Bolhas financeirasAlguns títulos de renda fixa estão com rendimento ne-gativo. Você pode aumen-tar os juros para solucionar as distorções do mercado ou manter uma política de emissão de moeda.

Produção dispendiosaAlguns setores só são lucra-tivos se receberem apoio governamental. Você pode retirar esse apoio ou criar novos estímulos para tentar aumentar a lucratividade.

Endividamento excessivoA dívida pública é elevada e seu país ainda registra défi-cit. Você pode cortar gastos públicos ou imprimir dinhei-ro para financiar o serviço da dívida.

Força de trabalho improdutivaO crescimento da produti-vidade continua fraco. Para aumentar seu poten-cial de crescimento no longo prazo você pode in-vestir em infraestrutura ou em educação.

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Não confundir “hipóteses básicas” com “fatos consumados”Os últimos doze meses foram vergonhosos para diversas projeções baseadas em “hipó-teses básicas”. Contrariando todas as expec-tativas, Donald Trump obteve a candidatura republicana e em seguida venceu a eleição para presidente dos EUA. O Reino Unido vo-tou pela saída da UE. Até mesmo os aparen-tes mestres da economia – isto é, os bancos centrais – foram forçados a afrouxar suas políticas mais do que seria considerado ne-cessário anteriormente. Em 2014, o Fed pro-jetou que hoje os juros estariam em 3%.

Principais lições aprendidas em 2016Em 2016, ficou evidente o valor dos princípios eternos da diversifi-cação, reequilíbrio da carteira e proteção cambial. Além disso, a atual busca de retorno de investi-mentos faz com que sejam neces-sárias novas abordagens.

1O que fazer?A boa notícia para os investidores é que as áreas nas quais o mercado tem cometido os piores erros de projeção tendem a ser relativamente específicas: eleições, juros e crescimento econômi-co. Se evitarem investir em eventos dis-cretos e se concentrarem nas tendên-cias mais amplas dos lucros e da política monetária, além de diversificar entre as classes de ativos e regiões, os investidores podem minimizar sua ex-posição a fatos identificáveis, encontrar oportunidades e reduzir a volatilidade de suas carteiras. Um elemento impor-tante dessa estratégia é a proteção cambial, conforme ficou demonstran-do nas quedas acentuadas da libra es-terlina e do peso mexicano em 2016, determinadas por fatores políticos.

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Não entrar em pânicoO ano de 2016 trouxe vários choques, mas também recompensou os investidores que mantiveram a calma em meio às incertezas. O índice MSCI All-Country World caiu 13% ao longo de janeiro e fevereiro, devido a re-ceios de uma possível deficiência nas reservas cambiais da China, mas recuperou suas per-das até o final de março. Em junho, houve o Brexit e o pior dia dos últimos anos para os mercados acionários que, mesmo assim, con-seguiram recuperar seus máximos anteriores em apenas três semanas. Mais recentemente, logo após a eleição de Donald Trump, houve um movimento de venda, mas o mercado re-cuperou-se em questão de horas.

2 3Não subestimar os bancos centraisFrequentemente se afirma que a política monetária “atingiu seu limite”. Contudo, os últimos doze meses demonstraram que os bancos centrais ainda têm capacidade de surpreender. O Banco Central Europeu co-meçou a comprar títulos privados, o Banco do Japão impôs um limite superior ao ren-dimento das obrigações e o Banco da Ingla-terra retomou seu programa de afrouxa-mento quantitativo.

Para os investidores, essas reações dos ban-cos centrais significam que até mesmo al-guns ativos com rendimento negativo gera-ram retornos positivos e que a busca de rendimento continua.

O que fazer?“Não entrar em pânico” e “comprar nas baixas” parecem ser opções ób-vias, mas podem ser difíceis de seguir – afinal, as quedas de mercado muitas vezes são motivadas por notícias desa-nimadoras. Contudo, uma estratégia disciplinada de reequilíbrio frequente da carteira pode acalmar os nervos dos investidores por ser uma forma sistemática de vender na alta e com-prar na baixa. Nossos estudos suge-rem que os investidores que optaram por eliminar riscos em suas posições em ações dos EUA na proximidade de eventos incertos e aplicaram em caixa tiveram perdas médias de 1,8%. Por outro lado, os que mantiveram os ris-cos tiveram ganhos de 12%, sem con-siderar os dividendos.

O que fazer?Nos últimos anos, os bancos centrais conseguiram criar retornos elevados, mas, na prática, estão eliminando a possibilidade de retornos futuros. Os investidores precisarão ter mais criati-vidade, o que equivale a buscar clas-ses de ativos com as quais possivel-mente não tenham familiaridade, como hedge funds e mercados priva-dos (página 68), e explorar novas abordagens na montagem de suas carteiras (ver página 90) para gerar retornos maiores no futuro.

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Principais lições aprendidas em 2016

Rede de Lideranças Setoriais do UBS A Rede de Lideranças Setoriais do UBS é um grupo cuidadosamente se-lecionado de executivos de clientes e proprietários de empresas de capital fechado em todo o mundo. Discus-sões mensais e eventos de networking permitem que os participantes tirem conclusões sobre a saúde da econo-mia através das observações e expe-riências diretas de outros proprietários de empresas. Esse aprendizado entre iguais é um serviço diferenciado, vol-tado para alguns de nossos maiores clientes empreendedores. A rede ali-menta nosso processo de investimen-to com percepções oportunas e exclu-sivas.

Lições aprendidas pelas lideranças setoriaisEm uma pesquisa de opinião, os membros da Rede de Lideranças Se-toriais do UBS destacaram as seguin-tes lições aprendidas em 2016:

• Empresas que não se adaptam às transformações tecnológicas cor-rem risco de serem ultrapassadas.

• Novas tecnologias para aprimorar processos de produção industrial e gestão da cadeia de suprimentos são um componente importante da vantagem competitiva.

• A diversificação de fatores de cres-cimento é essencial. A queda no preço das commodities tem refrea-do a demanda em economias re-gionais afetadas, como os merca-dos emergentes.

Lideranças setoriais veem o novo cenário político como a maior mudança em 2017

Fonte: UBS

Sem mudanças

Cenário político

Respostas à pergunta: “Como 2017 será diferentepara sua empresa?“

Atualizações tecnológicas

Outras mudanças

12%

44%

25%

19%

Fig. 1

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7 perguntas e 7 respostas para 2017

1. O que o governo Trump significa para os mercados?

2. O sentimento antiglobalização é uma ameaça para meu patrimônio?

3. Quais são os principais riscos para 2017 e como devo lidar com eles?

4. Como posso obter retornos de 5%?

5. Os mercados conseguirão sobreviver sem o dinheiro fácil?

6. China: risco ou oportunidade?

7. O futuro da Europa é relevante para os mercados?

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1ª pergunta

O que o governo Trump significa para os mercados? A vitória surpreendente de Donald Trump na corrida presidencial dos EUA repre-senta uma drástica mudança de status quo na maior eco-nomia do mundo.

A eleição de Donald Trump foi mais uma entre várias surpresas políticas globais este ano e os mercados internacionais aguar-dam com expectativa o programa de gover-no do novo presidente.

Com uma maioria republicana em ambas as casas do Congresso, Trump terá ampla margem para implementar decisões execu-tivas que poderão alterar consideravelmen-te o status quo das políticas econômica e social dos EUA, com implicações globais. Esse período de transformações poderá ser prolongado. Na próxima eleição, os sena-dores democratas precisarão defender o dobro do número de mandatos dos republi-canos, o que sugere que estes terão grande probabilidade de preservar sua maioria du-rante os próximos quatro anos.

Na opinião do CIO, a melhor orientação para os investidores é avaliar três áreas am-plas de política governamental:

Promessa de uma política fiscal expan-sionista. Em sua campanha eleitoral, Trump prometeu reduções de impostos e aumento nos gastos públicos. Ele compro-meteu-se a investir US$ 1 trilhão na infraes-trutura do país ao longo da próxima déca-

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da, reiterando esse compromisso em seu primeiro discurso como presidente eleito. O estímulo fiscal dado pela redução da tribu-tação e aumento dos gastos da União terá amplas implicações macroeconômicas e para os investimentos. Ele beneficiará, por exemplo, os fornecedores militares e as em-preiteiras. Contamos ainda com uma maior pressão sobre a inflação dos salários, o que elevará a atratividade dos títulos do Tesou-ro dos EUA atrelados à inflação (Treasury Inflation Protected Securities, TIPS) em comparação com outros títulos públicos dos EUA.

Compromisso de lançar medidas de apoio ao empresariado, diminuir a carga tributária das pessoas jurídicas e reduzir a regulamentação. O presiden-te eleito prometeu impulsionar o cresci-mento econômico eliminando regulamen-tos federais invasivos, diminuindo alíquotas do imposto de renda de pessoa jurídica e reduzindo o custo da conformidade regula-tória. A nosso ver, o setor energético dos EUA deverá ser beneficiado por operar em um ambiente regulatório mais benevolente. Além disso, a eliminação do prêmio de ris-co das ações de empresas farmacêuticas e de serviços financeiros deverá permitir que

Em resumoNo governo de Donald Trump, a política fiscal mais expansionista e a legislação favorável ao empresariado deverão be-neficiar os títulos do Tesouro atrelados à inflação (TIPS) e alguns setores do mercado acionário dos EUA. A incerteza é maior nos mercados emergentes, mas acreditamos que o crescimento será um fator positivo no decorrer de 2017.

“ O que distingue os vencedores dos perdedores é o modo de reagir a cada nova reviravolta do destino.” – Donald Trump

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esses setores registrem desempenho me-lhor no próximo ano. O risco de notícias ne-gativas sobre os preços de medicamentos continuará a existir, mas é muito menos provável que haja intervenção estatal no próximo governo. Além disso, as empresas de um modo geral poderão ter uma redu-ção de sua carga tributária. A legislação fa-vorável ao empresariado, a diminuição dos impostos de pessoas jurídicas e a redução da regulamentação poderão ser benéficas para as ações dos EUA, nas quais já proje-tamos aumento de 8% nos lucros no ano que vem.

Ameaça ao comércio e à imigração. Trump declarou que adotaria uma posição mais dura nas negociações com os parcei-ros comerciais dos EUA. Se transformado em política de governo, isso poderá ser um desafio econômico considerável para o Mé-xico, que depende dos EUA para 80% de suas exportações e 98% do volume de di-nheiro enviado por trabalhadores mexica-nos no exterior. Na opinião do CIO, o go-verno Trump gerará certa volatilidade. Contudo, embora a mudança possa trazer desafios para alguns países com foco no comércio – como o México, Coreia do Sul e Colômbia –, os países com mercados inter-

nos maiores, como o Brasil e a Índia, de-vem ser menos vulneráveis. Além disso, as relações com a Rússia podem melhorar, a julgar pelos sinais de respeito mútuo entre Vladimir Putin e Trump. A menos que o go-verno implemente medidas extremas, acre-ditamos que a retomada da economia e dos lucros que está em andamento nos mercados emergentes (ME) pode ter conti-nuidade. Ingressaremos em 2017 com posi-ção acima do neutro em ações de ME e em moedas selecionadas dessas regiões.

Após as dúvidas iniciais em relação às me-didas heterodoxas do novo presidente nas áreas de comércio e imigração, os merca-dos acionários ficaram mais otimistas com a possibilidade de que o estímulo fiscal e a redução da regulamentação estimulem o crescimento econômico. Na opinião do CIO, os TIPS, as ações dos EUA e as ações de ME podem continuar avançando ao lon-go do ano que vem. (ver páginas 63, 48 e 50).

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2ª pergunta

O sentimento antiglobalização é uma ameaça para meu patrimônio? A queda do entusiasmo glo-bal pelo comércio fez surgir receios de que a globalização esteja sendo revertida. Não necessariamente esse quadro representa uma ameaça para seu patrimônio, desde que a diversificação e a proteção cambial sejam adequadas.

O protecionismo parece estar em ascensão. Depois de quase três décadas de hiperglobali-zação, aprendemos que seus benefícios, as-sim como os do livre-comércio, tendem a se estender à sociedade como um todo, mas seus custos podem se concentrar e muitas ve-zes são sentidos profundamente pelos indiví-duos afetados. Em meio à estagnação das medianas da renda e ao crescimento das desi-gualdades patrimoniais, a resistência ao co-mércio está aumentando e o sentimento pro-tecionista está em ascensão. Hoje, o consenso político que havia fomentado a liberalização do comércio está mudando e um percentual cada vez maior de votos está ao alcance de candidatos que usam de uma retórica prote-cionista.

Em 2016, o Brexit, a campanha vitoriosa de Donald Trump pela presidência dos EUA e as negociações angustiantes sobre acordos de comércio global como a Parceria Transpacífi-co, o Acordo de Parceria Transatlântica de Comércio e Investimento e o pacto do CETA demonstram que há um ceticismo crescente em relação aos méritos da globalização.

Quais são as consequências para os investidores?The end game (ubs.com/cio) demonstra como

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0

5

–5

–10200720031999199519911987 2011 2015

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15

Crescimento do comércio global tem desacelerado

Exportações mundiais de bense serviços (crescimento do volume, em %)

Exportações mundiais de bens e serviços(crescimento do volume, em %)

Fonte: FMI

Média 1987–2007

Média 2008–2015

Fig. 2

14

16

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2014

2013

2012

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20

18

22

O mundo está se tornando mais protecionista

Fonte: OMC

Medidas de restrição ao comércio

Medidas de facilitação do comércio

Medidas comerciais do G20 (média mensal)

Fig. 3

2ª pergunta – O sentimento antiglobalização é uma ameaça para meu patrimônio?

Em resumoA tendência de ascensão do protecionismo aumenta o risco para investidores localizados em economias pequenas e abertas que de-pendem de um parceiro comercial de grande porte. A desaceleração do comércio é ruim para o crescimento, mas a diversificação e a proteção cambial podem proteger os investi-dores contra alguns dos riscos associados ao sentimento antiglobalização.

as mudanças na política governamental po-dem ter consequências significativas para os mercados, economias e carteiras. Vemos dois efeitos principais da ascensão do protecionis-mo:

Em primeiro lugar, os mercados de econo-mias menores e mais abertas que depen-dem do comércio com um único país ou bloco econômico mais poderoso são parti-cularmente vulneráveis. O fraco desempe-nho da libra esterlina, das ações do México e do peso mexicano em 2016, decorrente de temores de um retrocesso no comércio, exemplifica claramente essa situação.

Em segundo lugar, mesmo que os países não revoguem acordos de comércio nem criem barreiras comerciais, a desvalorização competitiva continuará sendo um risco en-

quanto os países recorrerem a medidas cambiais (ou outras com o mesmo efeito) para tentar impulsionar seu crescimento fraco às custas de seus parceiros comer-ciais. Desde 2012, o euro, o iene japonês e a libra esterlina – três das quatro moedas mais negociadas do mundo – tiveram, em algum momento, queda de 20% no decor-rer de um ano.

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29Investment views · Financial news · Economic thoughts

“ A globalização faz parte da vida, mas subestimamos sua fragilidade.”– Kofi Annan

O que fazer?Se a economia mundial se tornar menos globalizada, as carteiras dos investidores precisarão se tornar mais globais. Apesar dos efeitos diretos do Brexit, os investi-dores sediados no Reino Unido e expos-tos a multinacionais (cujos lucros cresce-ram em moeda local) se saíram bem em 2016. Com a proliferação dos riscos polí-ticos, os investidores podem se sentir mais dispostos a manter seu capital per-to de casa, onde estão mais familiariza-dos com o clima político. Contudo, eles terão de combater esse instinto e investir com diversificação global.

Além disso, eles também precisarão re-duzir sua vulnerabilidade aos riscos cam-biais globais, fazendo hedge de seus in-vestimentos internacionais em sua moeda local. As tendências antiglobali-zação elevam o risco de quedas abruptas de moedas específicas – o hedge pode ajudar os investidores a proteger o poder de compra local contra os perigos da vo-latilidade cambial excessiva. O investido-res que compraram ativos do Reino Uni-do ou do México em 2016 sem proteção

cambial provavelmente tiveram retornos extremamente negativos.

Claramente, a desaceleração do cresci-mento global decorrente da ascensão do protecionismo não é uma bênção para os investidores. A parcela do PIB gerada pelo comércio internacional subiu de 26,9% em 1970 para o pico de 61,1% em 2008, correspondendo quase perfei-tamente ao percentual de aumento da prosperidade global. Não chega a ser surpreendente que o relatório “Perspec-tivas da Economia Mundial” do Fundo Monetário Internacional (edição de outu-bro de 2016) tenha citado a volta de me-didas protecionistas com um dos princi-pais riscos para a continuidade da saúde da economia mundial.

Contudo, essa tendência não necessaria-mente prejudica o desempenho das car-teiras, desde que os investidores evitem a concentração em mercados pequenos, diversifiquem globalmente e evitem ris-cos cambiais exagerados.

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3ª pergunta

Quais são os principais riscos para 2017 e como devo lidar com eles? Mesmo com o estímulo dos bancos centrais levando os investidores para ativos mais arriscados, os riscos estão aumentando. Para atenua -los, os investidores precisa-rão aceitar, diversificar e pro-teger.

AceitarRelacionamos 28 riscos que podem impac-tar os mercados em 2017. Contudo, essa relação não contempla o maior risco que os investidores individuais enfrentarão: o pânico.

O pânico pode gerar inércia, levando os investidores a ficar subalocados em classes de ativos essenciais para suas carteiras de longo prazo e a esperar eternamente pelo “momento certo para comprar”. Ele tam-bém pode levar o investidor a vender no pior momento possível. O grupo DALBAR, especializado em análises quantitativas, estima que ao longo dos últimos 20 anos os investidores perderam mais de 2% ao ano com tentativas malsucedidas de pre-ver o momento do mercado. Na conjuntu-ra atual, onde pode ser difícil obter um retorno de 5% (ver página 33), esse per-centual é significativo.

Criar uma longa lista de riscos a monitorar pode ajudar os investidores a aceitar que eles são muitos, manter uma mentalidade de longo prazo e, dessa forma, reagir de maneira menos impetuosa quando eles surgirem.

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DiversificarPor meio da diversificação entre classes de ativos, regiões e títulos, os investidores po-dem reduzir sua exposição a alguns dos ris-cos da relação.

Muitos dos riscos estão vinculados a regiões ou países específicos, de modo que os investidores que evitarem concentração excessiva em qualquer país ou regime monetário poderão reduzir sua vulnerabi-lidade.

Mesmo quando surgirem riscos globais, eles não afetam igualmente a todos os ati-vos. Por exemplo, o aumento da inflação pode ser ruim para as disponibilidades, mas bom para ativos reais e ações. Analoga-mente, o aumento dos juros pode prejudi-car os títulos de alta qualidade (ver página 72), mas impulsionar o retorno dos emprés-timos seniors (ver página 61). A diversifica-ção eficaz entre obrigações, ações e ativos alternativos pode diminuir a vulnerabilida-de.

Alguns riscos também afetarão determina-das empresas mais do que mercados intei-ros. Por exemplo, tecnologias disruptivas e preocupações com ataques cibernéticos

Em resumoOs riscos, previstos ou imprevistos, afeta-rão os mercados em 2017. Será essencial um planejamento eficaz: aceitar que os riscos afetarão sua carteira, diversificar com eficácia e obter proteção contra riscos não recompensados.

“ Planos são inúteis, mas planejar é tudo.” – Dwight D. Eisenhower

Principais riscos em 2017

Identificamos pelo menos 28 riscos conhecidos que poderão preocupar os mercados em algum momento de 2017. Também surgirão riscos imprevistos.

Preocupações econômicasRecessão nos EUAPouso forçado na ChinaEstagnação secularInflação globalEstagflaçãoAumento do protecionismo

Erros de política econômicaAumentos acelerados de juros nos EUA“Histeria da redução” na Zona do EuroDesvalorização competitiva

Preocupações com o sistema financeiroCrise no ramo de previdência/segurosCrise bancária europeiaLitígiosDeficiência nas reservas cambiais da ChinaCrise da dívida no JapãoComprometimento da liquidez dos mercados

Fatos políticosEleição na AlemanhaEleição na FrançaCrise política na UECrise na VenezuelaRiscos geopolíticosCrise migratóriaEscalada do conflito no Oriente Médio Intensificação global do terrorismo Sentimento antiglobalização

Choques exógenosAumento dos preços de alimentosSalto nos preços do petróleoEscassez de dólaresOcorrências climáticasPandemias

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podem agravar o risco de títulos específicos e, simultaneamente, afetar muito pouco o mercado como um todo (ver Percepções da Rede de Lideranças Setoriais). Reduzir a ex-posição a empresas específicas geralmente ajuda a aumentar os retornos financeiros ajustados pelos riscos.

Proteger Os investidores podem diminuir ainda mais sua exposição a riscos por meio de hedges. Em um ambiente de protecionismo em alta e de incerteza em relação à política mone-tária, os riscos cambiais são elevados. Isso aumenta a volatilidade da carteira sem ofe-recer uma perspectiva clara de retorno. Os riscos cambiais devem ser assumidos ape-nas no curto prazo e, de um modo geral, ser cobertos com hedge no longo prazo.

O hedge também pode ser interessante para investidores que esperam tirar proveito de mercados acionários em alta, mas temem os riscos globais, como uma recessão nos EUA ou um pouso forçado na China. Em nossa abordagem de Hedge Sistemático, o objeti-vo é comprar regularmente proteção a pre-ços mais baixos em mercados menos nego-ciados. Embora envolva custos, essa prática pode diminuir a vulnerabilidade a grandes quedas nos mercados acionários globais.

Analogamente, uma abordagem sistemática de buscar alocações em ações quando o ce-nário do mercado for favorável e reduzi-la quando as condições piorarem pode gerar proteção contra grandes recuos na carteira.

Hoje em dia, os riscos são numerosos, mas os investidores podem trazer sua vulnerabi-lidade para patamares mais administráveis se seguirem a estratégia de aceitar, diversi-ficar e proteger.

3ª pergunta – Quais são os principais riscos para 2017 e como devo lidar com eles?

Rede de Lideranças Setoriais do UBScita geopolítica como maior risco

Fonte: UBS

Geopolítica

Tecnologias disruptivas

Respostas à pergunta “Qual é o maior risco para sua empresa atualmente?”

Recessão global

Segurança cibernética

Outras

9%

15%

39%

21%

16%

Fig. 4

Percepções da Rede de Lideranças SetoriaisRiscos de natureza geopolítica, tecno-logias disruptivas e recessão global fo-ram os principais temores citados por mais de 75% das lideranças setoriais.

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33Investment views · Financial news · Economic thoughts

Os juros foram levados para mínimos his-tóricos enquanto os bancos centrais tenta-vam reaquecer economias fracas. Os in-vestidores buscaram retornos em outros segmentos, mas hoje os preços de títulos em grau de investimento, títulos de alto rendimento e ações estão em alta. A bus-ca de Outros rendimentos poderia ganhar novo ímpeto em 2017, com a inflação su-bindo ainda mais rapidamente do que os juros.

Não é sensato contar com retornos maiores sem um aumento também dos riscos. Além disso, é sempre uma má estratégia buscar um retorno definido quando não se tem condições realistas de lidar com o risco a ele associado.

Contudo, supondo-se que a tolerância ao risco seja adequadamente elevada, vemos três possibilidades que os investidores po-dem considerar para ampliar seus retornos em 2017:

1. Investir em ativos de maior riscoSegundo a teoria financeira, os investidores não podem esperar retornos maiores sem um aumento dos riscos. Entretanto, o au-mento dos riscos não garante retornos

4ª pergunta

Como posso obter retornos de 5%? Há dez anos, era relativa-mente simples gerar retornos acima de 5%. Hoje, com os juros próximos de mínimos históricos, isso é muito mais difícil, mas ainda possível.

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4ª pergunta – Como posso obter retornos de 5%?

maiores e por isso os investidores precisam ser seletivos:

Estas são algumas de nossas áreas preferidas conforme avançamos em direção a 2017:

a) Ações dos EUA e de mercados emergen-tes. Acreditamos que os mercados acio-nários globais estejam em condições de proporcionar retorno positivo em 2017 e preferimos ações dos EUA e de merca-dos emergentes. A aceleração do cresci-mento econômico, melhora dos lucros e aumentos apenas graduais dos juros de-verão respaldar a valorização nesses mer-cados (leia mais em “Ações dos EUA”, na página 48, e “Ações de mercados emergentes”, na página 50).

b) Empréstimos seniors dos EUA são uma alternativa atraente a investimentos em renda fixa mais “tradicionais” e com ren-dimentos menores. Segundo nossa esti-mativa, essa classe de ativos será benefi-ciada com a firmeza dos dados econômicos dos EUA e com a caça glo-bal aos rendimentos em uma conjuntura de juros reais ainda baixos. Além disso, os empréstimos seniors têm “taxa flu-tuante”, ou seja, ao contrário da maioria dos ativos de renda fixa, eles provavel-

mente serão beneficiados com o aumen-to dos juros nos EUA. No momento da preparação deste artigo, eles ofereciam rendimento corrente de 5,9% (para mais detalhes, veja a seção “Empréstimos se-niors dos EUA”, na página 61).

c) Moedas selecionadas de mercados emer-gentes. Depois de anos de desempenho abaixo da média, os mercados emergen-tes finalmente começaram a reaquecer em 2016. Embora a vitória eleitoral de Donald Trump tenha agregado mais uma camada de incerteza, acreditamos que algumas moedas de mercados emergen-tes parecem atraentes para investidores em busca de maiores retornos. Temos uma visão positiva de uma cesta de moedas de ME – composta pelo real bra-sileiro, rupia indiana, rublo russo e rand sul-africano, todas com ponderações iguais – contra uma cesta de moedas de mercados desenvolvidos (DM) – dólar australiano, dólar canadense e coroa sueca, também com ponderações iguais. (leia mais na seção “Cesta de moedas de mercados emergentes”, na página 53).

2. Aumentar a alavancagemOutra opção para os investidores é alavan-car uma carteira bem diversificada em bus-

Em resumoEm um mundo de rendimentos baixos, os investidores precisam reduzir suas expec-tativas de retorno ou assumir mais riscos. Ações dos EUA, ações de ME e investimen-tos alternativos (hedge funds e mercados privados) podem ajudar os investidores a impulsionar os retornos em 2017.

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35Investment views · Financial news · Economic thoughts

ca de retornos maiores. Os juros vigentes atualmente no mercado estão baixos em relação a padrões históricos, oferecendo um ambiente favorável para estratégias ala-vancadas. Para investidores que tenham uma tolerância ao risco elevada, em alguns casos pode ser mais interessante alavancar uma carteira de risco médio do que investir diretamente em uma carteira de risco alto.

Isso posto, diante da expectativa de aumen-to dos juros nos EUA nos próximos anos, os investidores precisarão avaliar bem qual se-ria seu horizonte de investimento. Agora que os retornos potenciais estão baixos em relação a padrões históricos, pequenas mu-danças nos custos de captação podem ter efeito considerável sobre as relações de ris-co-retorno.

3. Buscar prêmios de risco alternativosOs retornos disponíveis em uma estratégia tradicional de “comprar e manter” nos mercados de ações e títulos de renda fixa estão mais baixos do que nunca. Por isso, consideramos importante que os investido-res passem a analisar uma faixa mais ampla de opções de investimento,

que poderia incluir investimentos alternati-vos como hedge funds e mercados privados (ver página 68). Atualmente, projetamos para uma carteira equilibrada, com aloca-ção de 40% a hedge funds e mercados pri-vados, um retorno anual de 7,2% ao longo dos próximos 10 anos Novas abordagens de montagem de carteiras (ver página 90) também poderiam ajudar a obter retornos ajustados pelos riscos superiores aos obti-dos com métodos mais tradicionais. Estima-se que uma carteira diversificada de ativos de crédito globais parcialmente ilíquidos gere retorno da ordem de 4,9%.

“ Para ter sucesso, empenhe-se na medida certa. Para fracassar, empenhe-se demasiadamente.“ – Malcolm Forbes

50% de alavancagemÍndice de Sharpe: 0,41

6,0

6,5

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Risco (%)

Reto

rno

(%)

7 13

7,0

7,5

Alavancagem aumenta não só o risco mas também o retorno

Fonte: UBS

Observação: o índice de Sharpe é um indicador do retorno ajustado pela taxa isenta de risco em relação à volatilidade.

Projeções de risco e retorno (em USD, estratégia equilibrada)

20% de alavancagemÍndice de Sharpe: 0,43

10% de alavancagemÍndice de Sharpe: 0,44

Sem alavancagemÍndice de Sharpe: 0,45

Fig. 5

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5ª pergunta

Os mercados conseguirão sobreviver sem o dinheiro fácil? Os mercados teriam dificulda-des sem o dinheiro fácil. Contudo, a era do dinheiro fácil não acabou, ainda que o Federal Reserve dos EUA eleve os juros e o Banco Central Europeu (BCE) come-ce a reduzir gradualmente seu programa de afrouxa-mento quantitativo (AQ) em 2017.

A inflação está em alta. Tanto nos EUA como na Europa, os preços ao consumidor estão subindo no ritmo mais acelerado em mais de dois anos. Os tremores nos merca-dos de títulos de renda fixa sugerem que os investidores estão começando a ficar de olho nas possíveis reações dos bancos cen-trais: aumentos dos juros nos EUA e redu-ção gradual do AQ pelo BCE. Estimamos que os juros dos EUA subam para 1,00% a 1,25% até o final de 2017 e que o BCE re-duza seu ritmo de compra de títulos.

Nos últimos anos, os investidores têm sido claramente beneficiados pelo dinheiro fácil. Conseguirão sobreviver sem ele?

A resposta sucinta é não – ou pelo menos ainda não. Historicamente, os mercados têm apresentado desempenho relativamente bom em ciclos de elevação de juros, mas eles tenderam a ocorrer em uma fase inicial do ciclo econômico e em um contexto de solidez econômica e de crescimento robusto do lucro das empresas. Hoje, muitos merca-dos já atingiram sua avaliação plena e pare-ce improvável que o crescimento retorne ao patamar antes considerado “normal”. Dessa forma, os investidores têm razão em esta-rem atentos a aumentos agressivos nos ju-

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ros. A “histeria da redução” do terceiro tri-mestre de 2013, quando os títulos de renda fixa e as ações caíram ao mesmo tempo, serviu de alerta para o tipo de conjuntura de mercado que os investidores devem temer.

Isso posto, não acreditamos que o próximo ano trará o fim do dinheiro fácil. Na verdade, os juros reais poderiam cair para o menor patamar em dois anos caso a inflação suba mais rapidamente que os juros nominais. Assim como no Jogo The end game (página 16), tudo dependerá de uma decisão de política econômica. Confrontados com uma escolha entre elevar agressivamente os juros para combater uma ameaça inflacionária ainda não confirmada e manter a política folgada para ajudar na desalavancagem e melhorar o crescimento fraco, os bancos centrais continuam pesadamente motivados a manter os juros baixos. A ortodoxia da po-lítica econômica continua concentrada em evitar a repetição dos equívocos da Grande Depressão, quando a política monetária foi arrochada cedo demais.

Janet Yellen, presidente do Fed, sinalizou que não teria problemas com uma inflação acima da meta se isso estimulasse uma par-ticipação maior no mercado de trabalho.

Mario Draghi, presidente do BCE, “continua comprometido com a preservação do nível bastante considerável de afrouxamento monetário”, sugerindo que a instituição ainda está fortemente predisposta a dar continuidade ao volumoso AQ, ainda que ele seja reduzido em 2017. Finalmente, ape-nas recentemente o Banco do Japão com-prometeu-se com a limitação do nível de rendimentos dos títulos, uma medida que acreditamos que será mantida em 2017.

No contexto de políticas monetárias ainda fol-gadas e de possível afrouxamento da política fiscal nos EUA durante o novo governo, esta-

Em resumoEstimamos que, em 2017, o Federal Reserve dos EUA elevará os juros e o Banco Central Europeu reduzirá gradualmente seu programa de afrouxamento quantitativo. Entretanto, a política econômica continuará acomodatícia enquanto o foco continuar a ser estimular o crescimento econômico e o emprego. Nesse cenário, estamos com posi-ção acima do neutro em ações dos EUA, empréstimos seniors dos EUA e títulos do Tesouro dos EUA atrelados à inflação.

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O ouro deve ser beneficiado pelos juros reais ainda mais negativos nos EUA.

Fontes: Bloomberg e UBS

Fig. 6

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“ Os bancos centrais sempre tentam evitar seu último grande equívoco.” – Milton Friedman

mos com posição acima do neutro no merca-do acionário norte-americano (ver página 48). Estamos também com posição acima do neu-tro em empréstimos seniors dos EUA (ver pági-na 61), que podem ser beneficiados com a caça ao rendimento pelos investidores em uma conjuntura de juros reais negativos e oferecer alguma proteção contra o aumento dos juros, graças a seus cupons variáveis. É provável que os títulos dos EUA atrelados à inflação (TIPS) também tenham desempenho superior ao dos títulos prefixados de alta qualidade quando a inflação subir.

Os investidores devem cogitar também aloca-ções a ativos menos correlacionados, como hedge funds e mercados privados. A história demonstra que mesmo que os juros conti-nuem baixos as ações e os títulos de renda fixa podem mover-se na mesma direção quando os mercados temem viradas da política mone-tária, o que aumenta a volatilidade das cartei-ras dos investidores diversificados. Ainda que normalmente tais episódios de aumento da volatilidade durem apenas alguns meses, os hedge funds podem reduzir a vulnerabilidade a essa incerteza. Por sua vez, os mercados pri-vados podem ajudar a evitar reações emocio-nais irrefletidas à volatilidade, que podem pre-judicar permanentemente o patrimônio.

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6ª pergunta

China: risco ou oportunidade? Devido ao superaquecimento do mercado imobiliário e à crescente alavancagem finan-ceira, a China pode voltar a assustar os mercados em 2017. Mas a transição do país oferece oportunidades abundantes.

Nos últimos anos, tornou-se corriqueiro a China provocar pânico nos mercados finan-ceiros. Em agosto de 2015, as ações globais caíram 4% depois de uma mudança sur-preendente na política cambial chinesa. Elas voltaram a cair 11% nas primeiras semanas de 2016 devido a temores de que os fluxos de saída de capital da China estivessem fora de controle.

Ao que parecem, em 2017 existirão motivos de sobra para surgirem temores semelhan-tes. Parece haver um superaquecimento em alguns segmentos do mercado imobiliário. Nas cidades de Nível 1, os preços apresenta-ram aumento anual de quase 30% e os pre-ços em Shenzhen são hoje os maiores do mundo em relação à renda da população. Um imóvel médio de 100 metros quadrados custa quase 20 vezes a renda média. O yuan se desvalorizou e as reservas cambiais co-meçaram a cair novamente nos últimos me-ses. Finalmente, a alavancagem financeira continua não apenas subindo, mas também se tornando menos produtiva. A relação en-dividamento total/PIB da China subiu de 150% antes da crise financeira para os atuais 250%; aparentemente, agora são ne-cessários quatro yuans de empréstimo para gerar um yuan de crescimento.

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6ª pergunta – China: risco ou oportunidade?

Enfrentar com essas questões obviamente implicará em riscos. Se forem excessivamen-te severas, medidas de arrocho no mercado imobiliário podem ter impacto arrepiante so-bre a economia como um todo. Nos últimos doze meses, o mercado imobiliário foi res-ponsável por quase 10% do crescimento do PIB. E será difícil reduzir o crescimento da dí-vida por meio do fechamento de indústrias não lucrativas sem provocar aumento do de-semprego e instabilidade social. Temores de um “pouso forçado” da economia podem vir a gerar volatilidade no mercado.

Porém, como mencionado em The end game? (página 12), acreditamos que, em úl-tima análise, a perspectiva da China depen-derá dos incentivos oferecidos por sua lide-rança. A nosso ver, caso seja necessária uma escolha clara, o crescimento e a estabilidade provavelmente terão prioridade em relação às reformas de longo prazo. Graças à base de poupança interna cativa do país e ao su-perávit em transações correntes (US$ 260 bi-lhões), raramente o governo toma medidas forçadas pelo mercado. Além disso o cresci-mento do consumo continua sólido, com au-mento anual de 10% nas vendas do varejo em outubro, que representaram 73% do crescimento da China no primeiro semestre.

Em meio à transformação da China, lança-mos um foco em oportunidades derivadas da abertura contínua de sua conta de capi-tais e da transição para uma “nova econo-mia” e para serviços ao consumidor.

Em primeiro lugar, à medida que o governo abre sistematicamente sua conta de capitais por meio de programas como o Shenzhen--Hong Kong Connect, acreditamos que em-presas chinesas de pequeno e médio porte listadas na Bolsa de Hong Kong (ações H)

“ Quando for óbvio que a meta não poderá ser atingi-da, não altere a meta, mas sim os passos para atingi-la.”

– Confúcio

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A dívida da China continuará aumentando em 2017

Fonte: Bloomberg

Endividamento total/PIB da China (%)

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Fig. 7

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podem beneficiar-se com a busca de diver-sificação pelo capital onshore. Contudo, acreditamos que à medida que o capital desviar-se do setor imobiliário local para ativos internacionais, os investidores devem evitar créditos de empresas bancárias e imobiliárias do país. Estimamos que o yuan chinês continuará se desvalorizando em 2017 e projetamos que o câmbio USDxCNY chegue a 7,00 em 12 meses.

Em segundo lugar, investimos em empresas que se beneficiem da composição variável do crescimento chinês. O setor terciário (ser-viços, exceto financeiros) é hoje maior que o secundário (indústrias), enquanto setores como serviços de saúde, turismo, internet e entretenimento provavelmente crescerão em ritmo acima da média nos próximos anos, enquanto essa tendência for mantida.

Finalmente, tendo em vista o novo gover-no nos EUA, nos concentramos em setores voltados para o mercado interno, que po-derão se sair melhor em meio a receios quanto ao comércio global ou caso o go-verno chinês busque estimular a demanda. Esses setores abrangem empresas selecio-nadas de bens consumo básico, telecomu-nicações, serviços de saúde e internet.

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Projetamos que o crescimento terá desaceleração, mas permaneceráestável

Fonte: UBS

Crescimento do PIB da China (%)

5,5

Fig. 8

Em resumoA China ainda está tentando equilibrar o crescimento com as reformas econômicas necessárias. Em nossa opinião, o primei-ro terá prioridade em 2017 e a demanda continuará estável ainda que a dívida continue aumentando. Há oportunidades em empresas de capitalização média cota-das na bolsa de Hong Kong e em setores como serviços de saúde, turismo, internet e entretenimento.

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7ª pergunta

O futuro da Europa é relevante para os mercados? O Reino Unido ainda não deu início formalmente a seu processo de saída da UE e em breve haverá eleições na Alemanha e na França. Em meio à incerteza política, crescimento fraco e lucros contidos, em 2017 a Europa pode não estar entre as melhores opções para os investidores.

Nos últimos anos, acontecimentos na UE abalaram os mercados globais. A crise da dívida da Zona do Euro em 2011, os temo-res de que a Grécia se desligasse do bloco em 2015 e a surpreendente votação do “Brexit” no terceiro trimestre de 2016 in-tensificaram a volatilidade dos mercados globais.

Ao ingressarmos em 2017, a agenda políti-ca europeia parece novamente agitada. Ao que tudo indica, no primeiro trimestre o Reino Unido invocará o “Artigo 50”, dando início a uma contagem regressiva de dois anos para sua saída da UE. Haverá eleições na Holanda em março, na França em abril e maio e na Alemanha em algum momento entre agosto e outubro. Conforme discuti-do em The end game? (página 12), os polí-ticos agora podem estar mais motivados a seguir campanhas populistas, enquanto vá-rios anos de crescimento letárgico e a crise migratória mudaram o centro político. O Brexit foi o exemplo mais claro desse fenô-meno, mas partidos de extrema-direita nos Países Baixos, França e Alemanha (Partido para a Liberdade, Frente Nacional e a AfD) também ganharam popularidade em pes-quisas de opinião, prenunciando o poten-cial de mais incerteza política.

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43Investment views · Financial news · Economic thoughts

Sendo assim, os investidores devem voltar a temer a Europa em 2017?

Em nosso ponto de vista, a transformação da incerteza em turbulência no mercado dependerá dos seguintes fatores:

a) Desempenho econômicob) Efeitos das incertezas sobre os lucros das

empresasc) Impacto potencial sobre o sistema ban-

cário

É improvável que as eleições a serem reali-zadas em breve alterem a perspectiva eco-nômica. O crescimento como um todo é bastante sólido, mas o impacto cada vez menor dos estímulos do Banco Central Eu-ropeu (BCE) e alguns entraves decorrentes da falta de definição no processo de nego-ciações do Brexit nos levam a crer que a economia da Zona do Euro terá expansão de 1,3% em 2017 (1,6% este ano).

Além disso, no curto prazo normalmente as eleições não geram repercussões relevantes sobre a lucratividade das empresas como um todo. Setores ou países específicos po-dem reagir a ajustes nas alíquotas tributá-rias, regulamentação ou relações de troca,

mas os investidores bem diversificados não deverão sofrer redução na capacidade de geração de lucro de suas aplicações devido à uma troca de guarda no meio político. Isso posto, na Zona do Euro a lucratividade das empresas está relativamente contida, em grande parte devido ao fraco cresci-mento do setor financeiro, que ainda sofre com os juros negativos, fraca demanda por empréstimos e parcela relativamente alta de empréstimos em inadimplência.

“ O problema é que sempre que dois governos europeus têm opiniões diver-gentes surge ime-diatamente uma crise.” – Jean-Claude Juncker

Em resumoEm 2017, haverá eleições nos Países Baixos, França e Alemanha. Em meio à desaceleração da economia, crescimento fraco dos lucros e incertezas políticas, não incluímos a Europa entre as melhores opções de investimento para 2017. Dentro da região, concentramo-nos em empresas que obtêm uma grande parcela de seus lucros em mercados emergentes.

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Entretanto, as eleições poderiam trazer mais consequências para os bancos da re-gião. As medidas do BCE conseguiram con-ter os efeitos políticos adversos – os spreads dos créditos bancários acabaram encolhendo após a votação do Brexit no Reino Unido. Contudo, um eventual resul-tado favorável à Frente Nacional na França poderia causar nervosismo em relação ao setor bancário europeu, visto que a simples possibilidade de um país da Zona do Euro cogitar seu desligamento da UE levaria os credores da região a temer possíveis des-compassos entre ativos e passivos.

7ª pergunta – O futuro da Europa é relevante para os mercados?

Devido às incertezas políticas e ao fraco crescimento econômico e dos lucros, neste momento vemos opções de investimento melhores fora da Europa (ver a seção “10 principais ideias para 2017”, nas páginas 45–73). Aos investidores com alocação de longo prazo na Europa, sugerimos foco em empresas que gerem um percentual eleva-do de seu faturamento em mercados emer-gentes (página 51) ou nas que distribuem caixa aos acionistas por meio de dividendos e recompras (página 58).

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Partidos contrários ao poder estabelecidos estão ganhando popularidade na Europa

Fonte: Resultados das eleições nacionais

Votos obtidos (%)

Partido da Liberdade (Áustria)Movimento 5 Estrelas (Itália)Frente Nacional (França)Democratas Suecos (Suécia)Syriza (Grécia)AfD (Alemanha)

Podemos (Espanha)Partido dos Finlandeses /Finlandeses Verdadeiros (Finlândia)Partido PopularDinamarquês (Dinamarca)UKIP (Reino Unido)

Fig. 9

Percepções da Rede de Lideranças SetoriaisNossos clientes empreendedores que formam a Rede de Lideranças Seto-riais do UBS reuniram-se recentemen-te para discutir cenários de risco que podem afetar seus negócios.

Para eles, a crise migratória na Europa é um dos principais riscos. Os participantes concluíram que pare-ce provável a continuidade do fluxo de refugiados da Síria e que o acordo entre a UE e a Turquia sobre refugia-dos corre o risco de desmoronar. Em um ano eleitoral, o aumento do nú-mero de imigrantes na Alemanha po-deria afetar as perspectivas de reelei-ção de Merkel, provocando uma possível desordem política no país e na região como um todo, benefician-do políticos populistas em toda a Eu-ropa.

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clique no artigo1. Ações dos EUA

2. Ações de ME

3. Cesta de moedas de ME

4. REITs da APAC

5. Dividendos e recompras

6. Empréstimos seniors dos EUA

7. TIPS dos EUA

8. Paládio e platina

9. Investimentos alternativos

10. Venda de títulos de alta qualidade

10 principais ideias para 2017

” A diferença entre o animal humano e os primatas inferiores é a paixão do primeiro por listas.” – H. Allen Smith

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O crescimento econômico não se esgotouOs indicadores antecedentes dos setores in-dustrial e de serviços apontam para um au-mento na atividade, o que deve significar crescimento maior nas receitas e lucros das empresas dos EUA, sobretudo à medida que se reduzirem os obstáculos representados pelo preço do petróleo e pelo fôlego do dó-lar. Para 2017, o CIO estima um aumento de 8% nos lucros das empresas desse país. Um possível estímulo fiscal durante o governo do novo presidente poderia dar sustentação ainda maior ao cenário econômico.

Política monetária provavelmente continuará acomodatíciaA inflação está se firmando, mas continua confortavelmente abaixo da meta do Federal Reserve dos EUA. Embora seja provável que o Fed aumente os custos de captação (a esti-mativa do CIO é que haverá um aumento de juros em dezembro e outros dois no ano que vem), a instituição não está sendo pres-sionada a aumentar os juros agressivamente e, dessa forma, comprometer a expansão. Ao que tudo indica, as condições de finan-ciamento para empresas e consumidores de-verão continuar acomodatícias.

Avaliações não estão exageradasEmbora as avaliações absolutas das ações dos EUA, tais como os múltiplos de preço/lucro (P/L), estejam ligeiramente acima da média, elas não estão exageradas e se justi-ficam em razão da inflação baixa e do cres-cimento estável. Historicamente, o P/L ten-de a aumentar quando os juros sobem a partir de um patamar baixo. E, por fim, as avaliações de ações parecem atraentes em comparação com as da renda fixa.

1ª ideia

Ações dos EUA Apesar da forte alta após o mínimo de 2009, acreditamos que as ações dos EUA conti-nuam bem posicionadas para continuar se valorizando em 2017.

1

Serviços de saúde dos EUA. A nos-so ver, esse setor se valorizará à medi-da que diminuírem os temores de que a regulamentação dos preços de me-dicamentos se torne mais rigorosa após as eleições nos EUA. As ações de empresas farmacêuticas devem be-neficiar-se com a melhora das linhas de produtos em desenvolvimento, di-versificação das fontes de receita e avaliações atraentes que não refletem nossas expectativas de que os lucros cresçam na casa dos 5–9%.

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Empresas financeiras dos EUA. A maior firmeza dos dados da inflação e crescimento dos EUA deverão elevar as taxas de juros de longo prazo. Com grande liquidez à disposição, os ban-cos não terão de elevar as taxas de depósitos mesmo que a taxa básica de juros do país aumente. O aumento da diferença entre as taxas de depósi-tos bancários e os ativos de prazo mais longo deve sustentar a lucrativi-dade. A atividade nos mercados de capitais está melhorando e as avalia-ções parecem atraentes. Se a regula-mentação se tornar menos rigorosa durante o novo governo, isso poderá dar sustentação adicional ao setor.

Tecnologia dos EUA. À medida que as empresas se concentrarem em inves-tir, é possível que os segmentos empre-sariais – e não mais os de consumo – tenham crescimento. Damos preferência ao setor de software, já que as avaliações não levam em considera-ção a sustentabilidade dos modelos de receitas baseadas em assinaturas, carac-terísticos de tecnologias como a com-putação na nuvem. A aceleração do crescimento dos lucros das empresas, as avaliações relativas atraentes e as dis-tribuições de caixa aos acionistas são fatores que respaldam a perspectiva para o ano que vem. Além disso, a demanda por softwares de proteção contra ataques cibernéticos pode conti-nuar crescendo no longo prazo.

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Em um contexto histórico, as ações estão baratas em relação à renda fixa

Fonte: Datastream

Rendimento dos títulos de 10 anos dos EUA (%)

Rendimento dos dividendos das ações do S&P 500 (%)

Rendimento dos dividendos das ações do S&P 500 e dos títulos de 10 anos

(%)

Fig. 10

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2ª ideia

Ações de ME Em 2016, as ações de ME têm superado as de mercados desenvolvidos (MD), após vários anos de desempenho inferior. Existe o risco de as incertezas políticas aumenta-rem a volatilidade no curto prazo, mas o CIO acredita que as ações de ME têm condi-ções de manter o desempe-nho no ano que vem.

Previsão de aceleração do crescimento regional no ano que vem.A julgar pelos indicadores antecedentes da atividade econômica, tais como os índices dos gerentes de compras, até outubro de 2016 os ME tiveram quatro meses de ex-pansão.

A aceleração do crescimento dos ME não se deu apenas em função do aumento da demanda interna movida pela classe média. Os termos de troca melhoraram e os pro-dutores de commodities devem ser benefi-ciados pela estabilidade ou alta dos preços de seus produtos; segundo projeções do CIO, no ano que vem o Brent subirá para US$ 60/barril.

Juros globais baixos trazem liquidez abundante nos ME.Ao que tudo indica, as taxas de juros glo-bais deverão continuar baixas no ano que vem. O CIO estima que o Federal Reserve

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Atualmente, os investidores estão subalocados em mercados emergentes

Fontes: EPFR e IIF; *inclui fundos mútuos e ETFs; não ajustadas pela avaliação

Ponderação das ações nas carteiras

Ponderação recomendada pelo UBS (SAA equilibrada)

% de alocações dos fundos de ações globais

Fig. 11

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dos EUA aumentará os juros duas vezes e que o Banco Central Europeu reduzirá o vo-lume de seus programas de compra de títu-los. Porém, a política monetária atualmente folgada sofrerá um aperto apenas gradual. Além disso, o prêmio pago pelas empresas de ME para emissão de títulos de dívida em grau de investimento permanece próximo de seus mínimos dos dois últimos anos.

O CIO conta também com uma queda no dólar dos EUA à medida que os investidores passem a considerar nos preços um ritmo gradual de aumento de juros no país. Isso é importante para empresas de ME, pois mui-tas delas geram vendas em moedas locais, mas o serviço de suas dívidas é em dólares. Um enfraquecimento do dólar no ano que vem acabaria barateando as dívidas e teria o potencial de estimular os lucros das em-presas.

Ações vencedoras ME-uropeias. A nosso ver, no ano que vem o desem-penho das ações da Zona do Euro com exposição a mercados emergen-tes (ME) deverá ser superior ao do índi-ce MSCI Europe como um todo. Nos-sas ações preferidas têm exposição de pelo menos 20% a ME e lucros com potencial de crescimento superior, po-dendo apresentar volatilidade menor do que a da exposição direta a ME. Após cinco anos de quedas nas moe-das de ME, reduzindo o valor em euros dos lucros repatriados, os efeitos cam-biais dessas moedas deixaram de cons-tituir uma barreira significativa para as empresas da Zona do Euro com expo-sição a países em desenvolvimento. Os lucros das empresas da Zona do Euro expostas a ME têm aumentado e por isso estimamos que os preços de suas ações começarão a refletir essa valori-zação.

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O crescimento dos lucros das empresas está acelerando, respaldado por fatores fundamentais sustentáveis.Depois de caírem um terço desde 2012, os lucros das empresas de países em desen-volvimento finalmente voltaram a crescer, subindo 8% em relação ao mínimo de fevereiro. Além disso, o índice de revisões (indicador das elevações e reduções das projeções feitas por analistas do setor empresarial) se recuperou de -40% para um equilíbrio entre revisões positivas e negativas.

Recomenda-se que os investidores monito-rem a evolução da política comercial dos EUA durante o novo governo, mas neste momento acreditamos que os fundamentos dos ME têm solidez suficiente para superar as incertezas.

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Analistas cada vez mais otimistas em relação aos lucros das empresas de mercados emergentes

Fontes: Datastream e UBS, em 7 de novembro de 2016

Índice de revisões das projeções de lucros (mais-menos) / (mais+menos)

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Fig. 12

(%)

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3ª ideia

Cesta de moedas de ME As moedas de mercados emergentes (ME) estiveram entre as maiores vencedoras de 2016. Mesmo assim, acre-ditamos que o próximo ano também será positivo para moedas selecionadas de ME.

As incertezas políticas podem criar volatili-dade para as moedas de mercados emer-gentes no curto prazo, mas a conjuntura de rendimentos baixos continua favorável e as avaliações estão atraentes. Recomendamos posição acima do neutro em uma cesta de moedas de ME – incluindo o real brasileiro,

rupia indiana, rublo russo e rand sul-africa-no, todas com ponderações iguais – contra uma cesta de moedas de mercados desen-volvidos (MD) – dólar australiano, dólar ca-nadense e coroa sueca, também com pon-derações iguais.

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As moedas de ME que selecionamos oferecem um diferencial de juros substancial.A vantagem, no momento da preparação deste texto, era de cerca de oito pontos percentuais. O Brasil, cuja taxa de três me-ses está em 12%, tem o rendimento mais alto desse grupo, cujo rendimento mais bai-xo – registrado pela Índia – é de 6%. Em contrapartida, as taxas de MD ainda estão extremamente baixas. Entre as moedas que formam nossa cesta de MD para financia-mento, o rendimento é de apenas 0,6%.

O risco de desvalorização significativa nessas moedas de ME é limitado.Embora tenham se valorizado em 2016, es-sas moedas ainda apresentam desvaloriza-ção significativa nos últimos cinco e 10 anos. Desde 2006, nossa cesta de moedas de ME sofreu 60% de desvalorização em relação ao dólar dos EUA, aproximando-as de um patamar que o CIO acredita ser um valor justo. Paralelamente, elas estão sendo beneficiadas pela recuperação nas perspec-tivas econômicas. Em 2016, os índices dos gerentes de compras ultrapassaram a mar-ca de 50, que separa a expansão da retra-ção. Os preços das commodities também subiram, favorecendo as perspectivas de crescimento. Segundo nossas estimativas, tanto a Rússia como o Brasil terão expansão econômica em 2017, depois de sofrerem re-cessões.

A diversificação limita os riscos de entraves políticos.Em The end game? (página 12), destaca-mos a influência que a política pode exer-cer sobre os mercados. Nos últimos anos, a Rússia, o Brasil e a África do Sul têm estado sujeitos a turbulências políticas, mas a pro-babilidade de que todos esses países sejam

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Uma posição acima do neutro em uma cesta de moedas selecionadas de mercados emergentes contra outra de moedas de mercados desenvolvidos teria gerado retornos estáveis

Fonte: UBS

Rendimento relativo (esquerda, %)

Retorno da cesta de ME/MD (indexado, direita)

Fig. 13

3ª ideia – Cesta de moedas de ME

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afetados simultaneamente é menor. Como sempre, a diversificação é uma ferramenta fundamental do investidor.

Operação relativa: os investidores podem proteger-se contra a volatili-dade dos ME combinando-as com moedas selecionadas de MD.As moedas de ME provavelmente se desva-lorizariam se houvesse um declínio nos pre-ços de commodities e/ou no crescimento global, mas o mesmo aconteceria com as moedas de países desenvolvidos dependen-tes de commodities, a exemplo do Canadá e da Austrália. A coroa sueca, por sua vez, está altamente correlacionada com o cresci-mento global. Por isso o uso dessa cesta de moedas selecionadas de mercados desen-

volvidos para financiar a operação deve reduzir o risco geral da posição.

Mais que isso, estimamos que os bancos centrais desses países serão sensíveis a uma forte valorização de suas moedas, o que reduzia ainda mais o potencial de perdas financeiras da posição.

Investir em mercados emergentes é arrisca-do. As moedas de ME enfrentariam riscos em caso de desaceleração do crescimento global ou aumento do protecionismo. Por outro lado, usamos essa combinação de cestas de moedas para reduzir os riscos de perdas financeiras e estimamos que 2017 será outro ano positivo para as moedas de ME.

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4ª ideia

REITs da APAC É provável que os bancos centrais prefiram pecar por excesso de afrouxamento da política monetária, mesmo que às custas do aumento da inflação. Um segmento que provavelmente será beneficia-do por essa tendência é o de fundos imobiliários (REITs) da Ásia-Pacífico.

Essa classe de ativos oferece um atraente diferencial de rendimentos em uma conjuntura mundial de juros baixos.A nosso ver, os REITs são substitutos seme-lhantes aos títulos de renda fixa, com a vantagem adicional de oferecerem valor re-lativo aos investidores que buscam rendi-mentos. Seus spreads em relação aos títu-los públicos de Cingapura (450 pontos) e Hong Kong (400 pontos) estão acima da média global de 306 pontos em vigor no fechamento desta publicação. Além disso, acreditamos que a demanda contínua por rendimentos diminuirá ainda mais esse spread, sustentando o preço dos REITs.

Os REITs da Ásia-Pacífico podem oferecer não só dividendos estáveis como também potencial de valorização.Os REITs oferecem uma segurança maior de pagamento de dividendos em um clima econômico incerto, no qual as incertezas quanto aos lucros põem em risco alguns di-videndos. Ao longo dos últimos doze me-ses, as empresas asiáticas pouco reduziram seus pagamentos de dividendos, confir-

mando que esse é um elemento importante a considerar.

O ambiente atual de juros “mais baixos por mais tempo” e crescimento econômico conti-do deve favorecer os REITs de qualidade e bem capitalizados, que apresentam rendi-mentos de dividendos sustentáveis. Em nossa seleção, investimos sobretudo em Cingapura (cujo rendimento de dividendos é de 4,1%), Hong Kong e Austrália. Embora os funda-mentos do mercado imobiliário de Hong Kong sejam fracos no curtíssimo prazo, os REITs da região são apenas uma pequena parcela (12%) do índice de REITs da APAC.

Avaliações continuam atraentes.Os spreads de rendimentos projetados, que indicam se um REIT está caro ou barato, estavam em 5,2% no momento da prepa-ração deste material (novembro), contras-tando com os juros referenciais “isentos de riscos” de apenas 2%. O spread (diferen-cial) de 3,2% entre esses dois rendimentos estava acima da média de longo prazo de 2,9%.

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dimentos da média de longo prazo. Uma redução de 0,3% no spread de rendimen-tos ao longo de um horizonte de investi-mento de seis a 12 meses produziria um re-torno total de 10%. A nosso ver, há espaço até mesmo para que os spreads fiquem abaixo da média, com um possível aumento do retorno dos investidores.

Convém levar em consideração os riscos potenciais. Os REITs, que são sensíveis à taxa de juros, poderão ter desempenho abaixo da média caso os EUA implementem um programa de estímulo fiscal substancial ou o Fed eleve os custos de captação de forma mais agressiva do que prevemos atualmente. Além disso, aluguéis estrutural-mente mais baixos ou o aumento dos cus-tos operacionais podem pressionar os pa-gamentos de dividendos.

Ainda assim, no cômputo geral, as perspec-tivas para essa classe de ativos parecem atraentes. O Fed deve elevar os juros em 2017, mas, como os juros ainda estão abai-xo da inflação, acreditamos que o desem-penho superior dos REITs da Ásia-Pacífico terá continuidade em 2017.

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Rendimentos em diversos mercados de REITs da APACparecem atraentes em relação à taxa isenta de riscos

Fontes: Bloomberg e UBS

Taxa isenta de riscos (%)

Diferenciais de rendimentos do índice (%)

Fig. 14

Uma busca de ativos de maior rendimento pode levar os investidores a alocar capital aos REITs da Ásia-Pacífico, aumentando os preços e aproximando esse spread de ren-

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5ª ideia

Dividendos e recompras O rendimento dos títulos de renda fixa está extremamente baixo na Suíça, Zona do Euro e Japão. As empresas que oferecem um fluxo de renda constante se tornaram ainda mais convidativas.

Historicamente, muitos investidores têm re-corrido aos títulos de renda fixa para obter rendimentos e as ações em busca de valori-zação do capital. Porém, em uma conjuntura mundial de rendimentos extremamente bai-xos, os títulos deixaram de oferecer renda suficiente. Isso se aplica sobretudo à Suíça, à Zona do Euro e ao Japão. Na Zona do Euro, 51% dos títulos públicos estão com rendi-mento negativo; no Japão e na Suíça, o per-centual é de 77% e 85%, respectivamente.

A boa notícia é que algumas ações podem ajudar a reduzir a defasagem de renda. Ao nosso ver, investidores em busca de renda em 2017 podem procurar ações seleciona-das da Zona do Euro, Suíça e Japão como uma alternativa aos títulos de renda fixa. O CIO dá preferência às ações que ofere-cem pagamentos sustentáveis e aumento dos dividendos acima da média.

5

Na Zona do Euro: Os dividendos sempre foram uma parcela impor-tante dos retornos dos investidores, respondendo por cerca de um terço dos retornos de longo prazo do MSCI EMU. Mas sua importância cresceu na atual conjuntura de rendimentos baixos. No início de novembro, enquanto o rendimento dos títulos públicos de 10 anos estava pouco acima de zero, o índice de ações MSCI EMU oferecia rendimento de dividen-dos de aproximadamente 3,7%. Esse diferencial está próximo da máxima histórica e nossa seleção de ações da Zona do Euro com crescimento de dividendos apresenta, em média, um rendimento de dividendos ainda maior. Se houver políticas relativa-mente favoráveis aos acionistas e estabilidade no crescimento econô-mico, essas empresas deverão ser capazes de continuar aumentando seus dividendos.

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Na Suíça: No mercado acionário suíço, o índice SMI oferece um rendi-mento de dividendos acima de 3,5%. Esse percentual é superior ao dos ren-dimentos do mercado suíço de renda fixa privada, situados atualmente bem abaixo de 1%. Também nesse país, o CIO identificou algumas ações que oferecem dividendos que reúnem sus-tentabilidade e crescimento, em um momento em que as empresas suíças apresentam endividamento historica-mente baixo e sólida rentabilidade.

20

30

10

0Valorização das ações Retorno total

40

90

20,2

80

70

60

50

100

Crescimento dos dividendos é importante

Fontes: FactSet e UBS

Empresas com crescimento de dividendos acima da média

Empresas com crescimento de dividendos abaixo da média

Desempenho médio e retorno total das ações das 73 empresas suíças de capitalização elevada que pagam dividendos continuamente desde 2006. Todas as ações têm ponderações iguais.

92,2

53,563,1

(%)

Fig. 15

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60 ubs.com/cio

O CIO não está otimista em relação a esses três mercados acionários de um modo ge-ral, mas as perspectivas de lucros que eles apresentam deverão ter estabilidade sufi-ciente para respaldar a continuidade de grandes volumes de pagamentos entre as empresas que identificamos. Em um mun-do de rendimentos baixos, os dividendos são altamente valorizados.

No Japão: As empresas japonesas estão inundadas de liquidez, apresentando má-ximos históricos de dinheiro em caixa, en-quanto o índice de endividamento sobre o patrimônio líquido está no patamar mais baixo dos últimos 15 anos. Tradicio-nalmente, essas empresas são conhecidas por pagar dividendos escassos, mas isso está mudando. O novo Código de Gestão e Governança Corporativa tem fomenta-do políticas mais favoráveis aos acionistas. Já está havendo um movimento de re-compras de ações, estimulado por investi-dores mais vigorosos e por pressões pelo

fim das participações cruzadas, que au-mentariam o retorno sobre o patrimônio líquido. Em novembro, os programas de recompras de ações das empresas japo-nesas apresentavam aumento de 17% em relação ao ano anterior. A nosso ver, os investidores podem ser beneficiados pelo investimento em ações de empresas que estão realizando recompras de suas ações ou têm condições sólidas para tal. Desde janeiro de 2012, as empresas que anun-ciaram recompras de ações têm tido de-sempenho mais de 30% superior ao do mercado.

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61

6ª ideia

Empréstimos seniors dos EUADiante do crescimento eco-nômico razoável, retomada da inflação e provável au-mento dos juros pelo Fed, acreditamos que em 2017 os empréstimos seniors dos EUA estarão entre os segmentos mais convidativos da renda fixa.

Em 2016, um dos desempenhos mais des-tacados dos mercados de renda fixa foi o dos títulos de alto rendimento dos EUA, que tiveram 13% de valorização nos pri-meiros 10 meses do ano. Devido a essa alta impressionante eles atualmente parecem

ser menos atraentes. Os empréstimos se-niors, por outro lado, têm maior probabili-dade de brilhar em 2017.

Os empréstimos seniors são atraentes em uma conjuntura de rendimentos baixos no mercado de renda fixa.O rendimento dos empréstimos seniors, si-tuados na faixa de 5-6%, oferece um dife-rencial de 4% em relação ao dos títulos pri-vados de curto prazo classificados em grau de investimento. Mesmo na hipótese de aumento das taxas de inadimplência dos atuais 2% para a média de longo prazo de 3%, os empréstimos seniors deverão pro-porcionar retorno de 3–5%.

Os cupons podem ser reajustados para cima, oferecendo proteção contra o aumento dos juros básicos.Graças a seus juros flutuantes, os emprésti-mos seniors apresentam menor risco de

6

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62 ubs.com/cio

6ª ideia – Empréstimos seniors dos EUA

prazo. Um empréstimo senior típico é refe-renciado à LIBOR de 3 meses em USD e seu cupom é repactuado em média a cada 45-60 dias. Existe um piso para a repactuação – em média, 98 pontos acima da LIBOR. Entretanto, uma vez rompido esse pata-mar, os cupons dos empréstimos seniors acompanham as elevações dos juros. Dian-te da previsão de que o Fed aumentará os juros em dezembro e duas vezes em 2017, estimamos que a demanda por essa classe de ativos aumentará.

O risco de crédito é menor do que o dos títulos de alto rendimento.De um modo geral, estamos otimistas em relação às perspectivas para a economia e as empresas dos EUA. Nossa projeção para 2017 é de um aumento de 8% nos lucros das empresas, contrastando com a estima-tiva de 1% para 2016. Mesmo assim, o ci-clo de crédito dos EUA está em fase relati- O que são os empréstimos seniors

Essa classe de ativos é formada por empréstimos bancários concedidos a empresas com classificação menor do que grau de investimento e possui diversas características próprias, inclu-sive juros flutuantes e senioridade geral sobre os ativos da empresa em caso de inadimplência. Tais emprésti-mos são negociados “no balcão”, o que faz com que sejam menos líquidos do que alguns dos demais ativos que compõem o mercado de renda fixa. Nos últimos 15 anos, os empréstimos seniors dos EUA apresentaram volatili-dade anualizada de 6,8%, contras-tando com os 9,8% dos títulos de alto rendimento e 14,7% das ações. Além disso, eles apresentam correlação baixa com outras classes de ativos, o que aumenta a diversificação.

3

4

2

–1Emprés-timos

em dólares dos EUA

5,9

0,8

–0,2

Emprés-timos em euros

Grau de investi-mento

em dólares dos EUA

Grau de investi-mento

em euros

Alta qualidade em francos

suíços

1

6

5

7

Aumento de rendimentos com empréstimos privilegiados

Fontes: BAML, Datastream e UBS

Rendimentos atuais (%)

0

2,4

4,7

Fig. 16

vamente avançada, de forma que os investidores devem monitorar o risco de aumento das inadimplências. Embora a taxa de inadimplência dos empréstimos se-niors tenha estado historicamente no mes-mo patamar da dos títulos de alto rendi-mento, suas taxas de recuperação são mais elevadas, já que muitas vezes eles são ga-rantidos pelos ativos da empresa e têm prioridade na estrutura de capital. Ao lon-go dos últimos 20 anos, a média anual das perdas de crédito nos empréstimos seniors foi de 1,3%, menos da metade dos 2,8% registrados pelos títulos de alto rendimen-to.

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63Investment views · Financial news · Economic thoughts

7ª ideia

TIPS dos EUA Há sinais de que a inflação esteja subindo. A nosso ver, o mercado de títulos atrelados à inflação não está embutindo suficientemente nos preços o risco de novos aumentos.

Normalmente, os investidores veem na in-flação uma ameaça que corrói o valor real de seus ativos, mas acreditamos que, em 2017, será possível lucrar com a aceleração da inflação.

Eis os motivos:

Resta pouco potencial não aproveitado no mercado de trabalho dos EUA, o que dever antecipar um maior crescimento salarial.O desemprego nos Estados Unidos voltou aos níveis de antes da crise financeira, en-quanto a renda média por hora começou a aumentar já no terceiro trimestre de 2016. Aumentos de salários e da renda normal-mente resultam em maiores gastos discri-cionários e estimulam um aumento genera-lizado dos preços.

3,5

2,5

3,0

1,0

Mar

-16

Mar

-15

Mar

-14

Mar

-13

Mar

-12

Mar

-11

Mar

-10

Mar

-09

Mar

-08

Mar

-07

2,0

4,0

Desemprego baixo nos EUA está contribuindo para aumento maior nos salários

Fonte: Bloomberg

Salário horário médio de todos os empregados nos EUA

1,5

Fig. 17

7

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64 ubs.com/cio

Os preços do petróleo parecem ter se estabilizado, afastando uma impor-tante pressão de queda da inflação.De meados de 2014 até fevereiro de 2016, o barril do petróleo Brent caiu 75%, atingindo seu ponto mínimo. Essa forte desvalorização contribuiu para diversas quedas surpreen-dentes no índice de preços ao consumidor (IPC). Embora responda por apenas cerca de 6% do índice geral de preços dos EUA, o petróleo tem um efeito colossal sobre a per-cepção da inflação. Estimamos que o exces-so existente na oferta global de petróleo será eliminado no decorrer de 2017, permi-tindo que o Brent suba um pouco e atinja o patamar de US$ 60/barril ao longo dos pró-ximos 12 meses. É provável que os efeitos de base da estabilização do petróleo façam a inflação subir nos próximos meses.

A plataforma de Donald Trump tem um viés inflacionário.O novo presidente provavelmente imple-mentará uma política fiscal expansionista e tem propensões para o protecionismo, que é inflacionário devido aos efeitos das tarifas e da contenção da imigração.

40

0

20

–60

Abr

-17

Fev-

17

Jun-

17

Dez

-16

Out

-16

Ago

-16

Jun-

16

Abr

-16

Fev-

16

Dez

-15

Out

-15

–20

hoje

60

80

Efeitos de base do petróleo contribuirão para aumento da inflação nos próximos meses

Fonte: Bloomberg

Variação anual do WTI (pressupondo-se preços estáveis) (%)

–40

Fig. 18

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65Investment views · Financial news · Economic thoughts

Operação relativa: É possível investir de forma mais pura em uma alta das expectativas inflacionárias compen-sando uma posição comprada em títulos do Tesouro dos EUA atrelados à inflação (TIPS) com uma posição vendida em títulos prefixados do Tesouro. Financiar a compra de TIPS com a venda de títulos prefixados do Tesouro dos EUA envolve um risco menor do que o financiamento com disponibilidades. Essa operação rela-tiva limita a exposição ao prazo, embora um aperto agressivo inespe-rado por parte do Fed possa fazer com que seu desempenho fique abaixo da média. Mesmo assim, essa possibilidade parece remota tendo em vista a ênfase das principais autorida-des monetárias no caráter gradual de sua política.

Estimamos que o enfraquecimento do dólar dos EUA impulsionará os preços dos produtos importados, incitando ainda mais o aumento de preços.Segundo o índice Bloomberg Dollar Spot, a moeda norte-americana subiu 25% desde meados de 2014. Esse fortalecimento tem forçado a queda do preço das importações. Com a estabilização recente do dólar, os preços dos produtos importados começa-ram a subir. Segundo estimativa do CIO, o dólar se enfraquecerá em 2017, pois atual-mente está sobrevalorizado.

Além disso, declarações dos diretores do Federal Reserve, inclusive de sua presidente Janet Yellen, sugerem que o Fed está dis-posto a tolerar uma inflação ligeiramente acima de sua meta de 2%. No final de 2016, Yellen indicou que o Fed poderia co-gitar conduzir uma “economia de alta pres-são” durante algum tempo a fim de trazer os trabalhadores mais desalentados de vol-ta ao mercado de trabalho.

O CIO acredita que os melhores retornos de investimentos em títulos do Tesouro atrelados à inflação podem ser obtidos com uma concentração em TIPS que tenham prazo médio de três a sete anos. As expec-tativas inflacionárias implícitas nos títulos de prazo mais curto tendem a ser mais vo-láteis e atualmente já estão levando em consideração um aumento mais significati-vo da inflação. Em contrapartida, a liquidez é menor no lado mais longo da curva de rendimentos.

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66 ubs.com/cio

8ª ideia

Paládio e platina O aumento na atividade indus-trial, a incerteza política e a queda na taxa real de juros devem sustentar o paládio e a platina em 2017.

O ouro e a prata foram surpresas positivas em 2016. As incertezas políticas e financeiras ao longo do ano – seja em relação à economia chinesa, ao plebiscito do Brexit ou às eleições nos EUA – garantiram a demanda elevada por “ativos de garantia” como o ouro.

Acreditamos que os metais preciosos po-dem voltar a ter bom desempenho em 2017. Contudo, estamos centrados em pa-ládio e platina, metais preciosos que têm aplicações industriais.

A atividade industrial está em alta, elevando a demanda por paládio e platina.Em 2016, os investidores praticamente fugi-ram desses dois metais devido à fraqueza na atividade manufatureira e nos dados da pro-dução industrial no primeiro semestre. Mas, ao que parece, as perspectivas para a ativi-dade industrial como um todo no ano que vem são mais promissoras, agora que os PMIs estão bem acima de 50 na maior parte do mundo. A demanda por platina e paládio em catalisadores automotivos, que transfor-mam gases nocivos em substâncias menos

8

6

8

4

–2

2011 2012 2013 2014 2015 2016

2

10

12

Faturamento crescente do setor automobilístico deverá impulsionar a demanda por platina e paládio

Fontes: Bloomberg e UBS

Variação anual (%), média móvel de 3 meses

0

Fig. 19

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danosas, está aumentando devido ao cresci-mento das vendas de veículos leves e pesa-dos na China e na Europa e ao maior rigor nas normas de controle de emissões. Tam-bém projetamos novo aumento na demanda por platina no setor joalheiro da China, sus-tentado pelo fato de o metal estar com pre-ço de varejo mais baixo do que o do ouro.

A oferta de ambos esses metais bran-cos é baixa, em parte devido à con-tração da atividade mineradora.Atravessamos um período de investimentos insuficientes em decorrência dos preços bai-xos. Os estoques dos produtores também são baixos, de forma que dificilmente conse-guirão cobrir a defasagem entre a oferta res-trita e a demanda industrial em alta.

É provável que os juros reais continuem baixos.O aumento das taxas de juros, ou seja, do custo de oportunidade, é um dos principais inimigos dos metais preciosos, que não ofere-cem rendimentos nem dividendos. Dessa for-

ma, à primeira vista, o aumento das taxas pelo Fed é um fator potencialmente negativo para o ouro e a platina. Entretanto, acredita-mos que a taxa de juros real seja mais impor-tante e é provável que os aumentos de juros nos EUA não acompanhem a retomada da in-flação. Com a manutenção de juros reais nos Estados Unidos, os preços dos metais precio-sos deverão contar com boa sustentação.

Acreditamos que uma pequena alocação a ouro reduz os riscos dos investidores inte-ressados em comprar paládio e platina. Caso o crescimento da demanda global fi-que abaixo de nossas projeções e prejudi-que a demanda industrial, o ouro tenderia a se valorizar enquanto a platina e o palá-dio ficariam sob pressão.

Diante da continuidade da política de di-nheiro fácil implementada pelos bancos centrais, constante incerteza política e me-lhora na demanda industrial, essa cesta de metais preciosos é uma de nossas melhores ideias de operações para 2017.

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68 ubs.com/cio

9ª ideia

Investimentos alternativos Os hedge funds e os mercados privados serão partes essen-ciais das carteiras dos investi-dores em 2017. É provável que o retorno das classes de ativos tradicionais sejam moderados e a exposição não correlacio-nada será mais valiosa do que nunca.

Hedge fundsAcreditamos que os hedge funds representam uma parcela essencial de carteiras bem equili-bradas e atualmente recomendamos à maio-ria dos investidores uma alocação de 16% a 20%. Em uma conjuntura na qual os rendi-mentos baixos provavelmente farão com que os retornos de títulos de renda fixa também sejam baixos, estimamos que os hedge funds oferecerão uma alternativa atraente, com cor-relação baixa, retornos mais altos, proteção contra quedas e risco apenas moderado.

Estimamos que, em 2017, o desempenho será impulsionado pelos seguintes fatores:

• Aumentos regulares nas taxas de juros dos EUA Historicamente, as estratégias de hedge funds têm apresentado bom desempe-nho em períodos de aumento dos juros. Durante os três últimos ciclos de aumen-to de juros nos Estados Unidos, o índice HFRI Fund Weighted Composite apresen-tou retorno de quase 12% ao ano. Em-

bora esse desempenho dificilmente se repita, ele demonstra que os hedge funds têm condições de gerar forte de-sempenho relativo e absoluto em perío-dos de elevação dos juros.

• Mercados acionários em alta Os hedge funds têm um pequeno beta positivo em relação aos mercados acioná-rios e deverão ser beneficiados caso a alta que projetamos nas ações se torne reali-dade (ver página 97).

• Dispersão elevada das ações e nor-malização da volatilidade Com a maturação da alta nos mercados acionários, os fundamentos das ações es-tão se tornando mais importantes para o desempenho dos preços, proporcionando aos gestores de ações compradas/vendi-das oportunidades para geração de alfa.

Projetamos retornos na faixa de 4–6% em 2017 para essa classe de ativos como um todo.

9

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69Investment views · Financial news · Economic thoughts

Uma carteira bem diversificada que aplique em uma série de gestores e estilos continua sendo a melhor abordagem de investimen-to em hedge funds. Por exemplo, em 2016 a diversificação em uma carteira de hedge funds usando modelos quantitativos teria melhorado significativamente as caracterís-ticas de risco-retorno, já que essa estratégia teve desempenho positivo enquanto outros estilos de investimento em hedge funds en-frentavam dificuldades. Entretanto, como investimento isolado, a estratégia se classi-fica entre as de desempenho mais fraco de 2016.

Recentemente, o segmento de hedge funds sofreu saída de recursos, em parte devido a resgates de fundos de fundos e ao aumen-to do beta inteligente dos fundos negocia-dos em bolsa. Acreditamos que os saques criam uma oportunidade ímpar para que os investidores privados aumentem sua aloca-ção a hedge funds e as coloquem nas mãos dos gestores de primeira linha.

Investimentos alternativos são parte essencialde uma carteira bem diversificada

Fonte: UBS

Ações/renda fixa

Investimentos alternativos

Concentração estratégica do CIO em investimentos alternativos para a maioria dos perfis de risco

80–84%

16–20%

Fig. 20

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70 ubs.com/cio

Mercados privadosPara investidores com necessidades limitadas de capital no curto prazo, 2017 poderia ser um bom ano também para experimentar es-tratégias de mercado privado.

As empresas de capital aberto parecem estar saindo de moda: nos EUA, desde que atingi-ram seu número mais alto, em 1996, elas fo-ram reduzidas quase à metade. Sobretudo as empresas em rápido crescimento do setor de tecnologia estão mantendo seu capital fechado por mais tempo. Segundo o CB Insi-ghts, existem atualmente em todo o mundo 177 empresas de capital aberto avaliadas em US$ 1 bilhão ou mais. Hoje, para conseguir exposição diversificada às empresas que im-pulsionam a economia global os investidores têm de ter pelo menos alguma exposição aos mercados privados.

Essas estratégias também proporcionam aos investidores fontes adicionais de retor-no potencial – inclusive um prêmio de ili-quidez pelo bloqueio do capital – que são importantes em uma conjuntura de rendi-mentos baixos. Elas ampliam a quantidade disponível de opções de investimento, que passam a incluir empresas e ativos ilíqui-dos: os gestores de fundos de mercados privados podem aproveitar com mais faci-lidade as distorções de preços graças a sua perspectiva de longo prazo, capital de in-vestimento bloqueado e capacidade de descobrir informações relevantes que não estão disponíveis de imediato a investido-res comuns.

Em um mundo de retornos baixos, a sele-ção de gestores é particularmente impor-tante, já que a diferença de desempenho entre os quartis superior e inferior dos fun-dos de private equity é muito maior do que aquela entre os fundos de ações e de títu-los, podendo ultrapassar os 20%. O acesso a gestores de private equity de primeira li-nha é igualmente importante, já que eles podem criar considerável valor nas empre-sas que compõem suas carteiras usando seu conhecimento do setor em questão, otimizando estruturas de capital e compar-tilhando melhores práticas entre essas em-presas.

Continuamos estimando que os retornos de longo prazo ficarão em 8,5–12,0% para os investidores que mantiverem alocações regu-lares aos mercados privados e diversificarem com uma série de estratégias, regiões e anos de lançamento.

9ª ideia – Investimentos alternativos

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10ª ideia

Venda de títulos de alta qualidade Nas posições em títulos de alta qualidade, os rendimen-tos são insignificantes e os riscos estão aumentando. Os investidores poderiam cogitar reproduzir algumas das carac-terísticas de segurança dessa classe de ativos com outras aplicações ou abordagens.

10

Os riscos para as posições em títulos de alta qualidade estão aumentando. A inflação está começando a subir e, na Europa e nos EUA, está agora em seu nível mais alto dos

últimos dois anos. Um eventual aumento dos estímulos fiscais durante o governo re-publicano poderia elevar ainda mais as ex-pectativas inflacionárias. Além disso, caso o

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crescimento econômico surpreenda positiva-mente, haverá o risco externo de que o Fed seja forçado a aumentar os juros de forma mais agressiva do que estimamos atualmen-te ou de que o Banco Central Europeu possa ser obrigado a reduzir seu programa de afrouxamento quantitativo. Os títulos de alta qualidade oferecem pouca proteção contra o aumento dos juros ou contra os riscos in-flacionários num prazo mais longo.

Alternativas aos títulos de alta qualidade.Para a maioria dos investidores, faz sentido manter certo percentual de alocação a títu-los de alta qualidade, mas quando o objeti-vo é preparar as carteiras para os desafios da atualidade, há diversas alternativas po-tencialmente atraentes:

• Troca dos títulos com probabilidade elevada de retorno negativo. É importante ter títulos de alta qualidade numa carteira, mas isso não significa que os investidores devam manter papéis que apresentem probabilidade muito elevada de gerar retornos negativos. Os investido-res devem procurar trocar os títulos de prazo curto com rendimento efetivo pro-fundamente negativo, assim como os tí-tulos de prazo mais longo, que são parti-cularmente vulneráveis a aumentos dos juros.

• Títulos do Tesouro dos EUA atrela-dos à inflação. A inflação é um risco importante para os títulos de alta qualidade, pois não só re-duz o valor nominal do principal e dos cupons como também aumenta o risco de elevações de juros. Os investidores que queiram atenuar os riscos da infla-ção sem deixar de aplicar em títulos de alta qualidade poderiam pensar em títu-los atrelados à inflação. Os títulos do Te-souro dos EUA atrelados à inflação são uma de nossas 10 principais ideias para 2017 (ver página 63), pois acreditamos que o mercado não esteja embutindo suficientemente nos preços a possibilida-de de aumento da inflação.

• Investimentos alternativos. Os investidores com maior apetite para riscos e em busca de retorno e de diversi-ficação de carteira também poderiam co-gitar investimentos alternativos – tais como hedge funds – como opção para substituir os títulos de renda fixa. Em pontos de inflexão da política monetária,

10ª ideia – Venda de títulos de alta qualidade

Quase 40% dos títulos públicos globais têm rendimento negativo

Fonte: Bloomberg

Menos de –0,4%

Entre –0,4% e 0%

Fatia do mercado de títulos públicos, por rendimento

Entre 0,5% e 1%

Mais de 1%

Entre 0% e 0,5%

0 20 40 60 80 100

Tít. públicos de MD globais

Zona do Euro

Suíça

Reino Unido

EUA

Japão

Fig. 21

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73Investment views · Financial news · Economic thoughts

a correlação entre obrigações e ações pode aumentar, reduzindo os benefícios de diversificação proporcionados pelos tí-tulos de alta qualidade. Os investimentos alternativos oferecem uma terceira fonte de retorno, que pode apresentar correla-ção relativamente menor do que obriga-ções e ações em momentos de incerteza no mercado em relação à política mone-tária (leia mais sobre isso na página 68).

• Hedge sistemático. Os investidores que detenham títulos de alta qualidade como proteção contra for-tes quedas nos mercados acionários mas estejam inseguros quanto aos aumentos dos juros poderiam cogitar uma aborda-gem de hedge sistemático. Ao comprar sistematicamente proteção em mercados menos negociados, os investidores po-dem reduzir seu risco de recuos acentua-dos na carteira e, simultaneamente, redu-zir o custo dessa segurança.

• Alocação sistemática. Investidores em busca da segurança oferecida por títulos de renda fixa quando os mercados estão voláteis, mas também do potencial de valoriza-ção oferecido pelas ações quando os mercados estão mais calmos poderiam cogitar uma abordagem de alocação sistemática. Nesta, são usados sinaliza-dores quantitativos para fazer aplica-ções em ações quando o cenário de mercado for favorável e reduzir essa ex-posição quando as condições se agrava-rem (leia mais sobre isso na página 90).

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Investimentos de longo prazoEm um ambiente de riscos políticos, crescimento contido e mercados voláteis, os investidores po-dem, com razão, sentir-se cansados com o ciclo de notícias financeiras. Nesse caso, os investimentos de longo prazo podem proporcionar algum alívio.

Embora nenhum investidor possa se dar ao luxo de ignorar os fatos da atualidade, o CIO acredita que as carteiras podem ser be-neficiadas por tendências que persistam por várias décadas, tais como urbanização, envelhecimento populacional global e as-censão da classe média abastada em mer-cados emergentes. Tais tendências prova-velmente persistirão seja qual for o resultado de qualquer eleição ou a decisão de um banco central e tampouco depen-dem da fase atual do ciclo econômico.

Nesta edição do Year Ahead, destacamos apenas três delas:• Recuperação nos serviços de saúde

em mercados emergentes O enriquecimento dos países em de-senvolvimento está fazendo com que os gastos com serviços de saúde au-mentem em ritmo bem superior ao do crescimento do PIB. Isso está criando diversas oportunidades para as empre-sas de capital fechado.

• Eficiência energética Economizar combustível pode ser tão lu-crativo quanto produzi-lo. Governos de todo o mundo estão aumentando os in-

centivos reduzir as emissões de dióxido de carbono e diminuir o consumo de energia. Hoje, esses padrões abrangem 30% do consumo mundial de combustível; na vira-da do milênio, o percentual era de 11%.

• Descompasso na educação Os governos têm dificuldade em acompa-nhar a demanda crescente por escolarida-de superior e treinamento. Essa necessida-de tem sido atendida pelo setor privado. No Brasil, cerca de três quartos dos univer-sitários estudam em instituições com fins lucrativos. Há oportunidades em países emergentes e em desenvolvimento.

Estes artigos contêm pontos de vista de pes-soas externas ao CIO Wealth Management não sujeitas a todas as disposições legais que regem a independência de pesquisas financei-ras. Não se aplicam as “Diretrizes sobre Pes-quisas Financeiras Independentes”, emitidas pelo Conselho Diretor da Associação dos Ban-queiros Suíços (SBA).

Para conhecer a opinião de empreendedo-res nas áreas abordadas, visite o site www.ubs.com/globalvisionaries

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Serviços de saúde em mercados emergentes

Eficiência energética

“ As árvores que crescem lenta-mente dão os melhores frutos.” – Molière

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A missão de Marieme Jamme é resgatar o que ela chama de “milhões perdidas” – meninas que não tiveram acesso a edu-cação ou treinamento. Bem-sucedida empreendedora africana da área de tecno-logia, ela é também fundadora da iamthe-CODE, escola que ensina programação de computadores a meninas em situação vul-nerável. Jamme, que foi traficada para a Eu-ropa como prostituta com apenas 15 anos, acredita que seu destino poderia ter sido evitado se ela houvesse tido acesso a opor-tunidades educacionais como essa.

“ Estamos tentando preencher uma lacuna que o governo sim-plesmente não consegue aten-der”, explica ela.

Para Jamme, essa é uma deficiência global.

Nos mercados emergentes, a classe média em expansão está cada vez mais consciente

dos benefícios econômicos da educação. No Brasil, por exemplo, segundo dados da OCDE, uma pessoa com curso superior tem estimativa de renda 130% superior à de in-divíduos com escolaridade mais baixa. (Nos países ricos, esse diferencial é de 48% – mais modesto, mas ainda assim substan-cial.)

“ Em parte, essa grande vanta-gem parece derivar da oferta relativamente pequena de pes-soas com curso superior em muitos países em desenvolvi-mento”, explica Daniel Sanchez Serra, analista de educação da OCDE.

Em 2013, enquanto cerca de dois terços dos cidadãos norte-americanos haviam cur-sado uma faculdade, no Brasil e na Índia o percentual era de apenas 31% 19%, res-pectivamente. Isso deixa bastante terreno a

EducaçãoA demanda crescente e as novas formas de aprendiza-do estão criando oportuni-dades para o setor privado.

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ser recuperado, sobretudo porque graças ao aumento da renda mais pessoas têm condições e desejo de pagar por educação. Na China, por exemplo, segundo dados da Xueda, a parcela da renda familiar destina-da à educação aumentou 13 vezes entre 1985 e 2012.

Transformações na educaçãoEnquanto isso, nos países desenvolvidos, devido ao maior dinamismo do mercado de trabalho os trabalhadores continuam bus-cando treinamento até bem depois de con-cluírem sua educação formal. Segundo um estudo realizado em 2016 pelo LinkedIn, os trabalhadores dos EUA com menos de 32 anos geralmente trocam de emprego qua-tro vezes durante sua primeira década no mercado de trabalho – duas vezes mais do que trabalhadores da geração anterior. Além disso, estima-se que os avanços tec-nológicos, entre eles a robótica e a inteli-gência artificial, substituirão mais trabalha-dores nas próximas décadas, estimulando um número maior deles a adquirir novas habilidades.

Em termos globais, a demanda por educa-ção e treinamento está crescendo em ritmo aproximadamente duas vezes superior ao do produto econômico. Os governos têm dificuldades em acompanhar esse ritmo, principalmente agora que muitos países en-frentam déficits fiscais elevados e aumento no endividamento. Essa defasagem nos gastos cria cada vez mais oportunidades para as empresas.

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Recursos anuais médios necessários para financiar

a educação básica em países de baixa renda

Recursos anuais médios necessários para

financiar educação básica e secundária em países de baixa renda

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Descompasso na educação global

Fonte: UNESCO, “Relatório de Monitoramento Global de Educação para Todos; Juventude e habilidades: colocando a educação em ação” (UNESCO, 2012).

Gastos públicos

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Fig. 22

em US$ bi.

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Investimentos de longo prazo – Educação

“Os governos ainda são a força dominante na educação básica, assegurando que seus cidadãos tenham alfabetização e habili-dades aritméticas básicas e, em muitos casos, habilitando-os a cursar o ensino superior, diz Hyde Chen, estrategista do Chief Investment Office do UBS.

“É nas áreas de capacitação profissional, aprendizado de idiomas e testes padroni-zados que os governos estão desempe-nhando um papel secundário, ultrapassa-dos por um número cada vez maior de empresas privadas. Além disso, a parcela dessas instituições privadas no mercado de ensino superior também está se ampliando rapidamente.” No Brasil, por exemplo, par-te do aumento da demanda pelo ensino universitário está sendo atendida por orga-nizações com fins lucrativos. Atualmente, três quartos dos sete milhões de universitá-

rios brasileiros estudam em instituições pri-vadas.

A revolução tecnológica leva o ensino para as massasA tecnologia é uma força importante que possibilita às empresas o acesso a um mer-cado ainda mais amplo.

“Adificuldadeemchegaraumasala de aulas impossibilitou que muitas pessoas conseguissem formação ou treinamento, seja por viverem em locais remotos ou porque precisavam traba-lhar durante o dia.

“ Essa restrição sobre o mercado está sendo eliminada gradualmente”,afirma Gerard Robinson, especialista em educação do American Enterprise Institute.

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Empresas como a OneUni, sediada no Quê-nia, estão tirando proveito da penetração quase universal de celulares na África, mes-mo entre os grupos de baixa renda. Em parceria com universidades regionais, a OneUni oferece cursos interativos projeta-dos para dispositivos móveis.

Enquanto isso, os estudantes têm acesso a tutoriais on-line de forma mais econômica, com custo incremental baixo para cada novo estudante. Essa pode ser uma receita para aumentar margens de lucro. Um es-tudo conduzido por Willian Bowen, ex-rei-tor da Universidade de Princeton, consta-tou que a mudança de um modelo de faculdade tradicional para um formato hí-brido poderia reduzir os custos de pessoal em 37–57% – sem considerar a economia potencial resultante da necessidade de menos edifícios no campus.

As eficiências dessa abordagem podem ser medidas a partir da experiência da Khan Academy, provedora de cursos on- line sem fins lucrativos que atende 15 mi-

lhões de usuários por mês com orçamento anual de apenas US$ 24 milhões e equipe de apenas 100 pessoas.

Até agora, Marieme Jamme e seu iamthe-CODE já ofereceram uma tábua de salvação para 2.000 meninas africanas concluintes do curso de programação. Embora ofereça esse treinamento gratuitamente, ela acredi-ta que os provedores de serviços educacio-nais do setor privado “poderiam ser os sal-vadores” de milhões de pessoas para as quais a educação é a chave do sucesso.

Saiba mais sobre a história de Marieme emwww.ubs.com/globalvisionaries

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Há doze anos, a mãe de Shaffi Mather teve de se submeter a uma emergência médica. Ele a levou às pressas para o hospital em seu próprio carro. “Mesmo se você for rico (na Índia), em caso de emergência você mesmo tem de levar seu parente ou amigo para o hospital. A Índia tem ambulâncias, mas esses veículos não contam com equi-pamentos médicos nem pessoal treinado em emergências.”

Mais tarde, enquanto esperava pela recupera-ção de sua mãe na unidade de terapia inten-siva, ele teve uma revelação. A carência de tratamentos de emergência o inspirou a criar o MUrgency, um aplicativo para celulares que conecta pessoas que precisam de uma reação de emergência a uma comunidade de profis-sionais da medicina e sua rede.

Momento de recuperar o terreno perdidoA história de Mather e do MUrgency são parte de uma tendência mais ampla na evo-

lução dos sistemas de saúde dos mercados emergentes (ME). Após anos de abandono, os governos de ME estão agora sob pres-são, já que o envelhecimento populacional e o aumento da renda conspiram para au-mentar os custos e a complexidade da pres-tação de serviços de saúde.

Doenças como hipertensão, diabetes e doenças cardiovasculares estão aumentan-do, à medida que os estilos de vida se tor-nam mais sedentários e as dietas passam a incluir mais carne e açúcar. “As doenças não transmissíveis estão se tornando cada vez mais presentes nos países em desenvol-vimento e essas condições crônicas são muito mais caras de tratar do que as doen-ças infecciosas”, explica Amanda Glassman, diretora de políticas de saúde do Center for Global Development. Os EUA, por exemplo, gastam uma média de US$ 90.000 por pa-ciente de derrame e apenas US$ 5.450 por paciente de malária.

Serviços de saúde em mercados emergentesO envelhecimento, maior prosperidade e até mesmo o turismo médico estão alimen-tando a demanda por serviços de saúde em mercados emer-gentes.

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Enquanto isso, a parcela da população dos ME com 65 anos ou mais dobrou desde 1980, atingindo o patamar de 10%, e pro-vavelmente, segundo a ONU, atingirá a marca de 15% até 2030. Populações mais velhas geram custos mais elevados. Na UE, os gastos médios com saúde pública como percentual do PIB são de 15% per capita entre os indivíduos com mais de 66 anos e de apenas 5% entre aquelas com idade de 20–65 anos.

Apesar da semelhança crescente entre os ME e os mercados mais desenvolvidos (MD) em termos de desafios na área de serviços de saúde, os primeiros gastam menos da metade do que estes últimos nessa área proporcionalmente ao PIB. Segundo o Ban-co Mundial, nos ME existem em média ape-nas 3,4 leitos hospitalares para cada 1.000 habitantes, número que aumenta para 9,5 nos MD.

Gastos com saúde prestes a superar o crescimento do PIBAs autoridades dos países de ME estão buscando agressivamente alcançar a quali-dade e acessibilidade dos serviços de saúde oferecidos pelos MD.

“ Estimamos que, de 2014 a 2020, o setor de serviços de saúde de ME crescerá ao ritmo anual de 9%, percentual duas vez maior do que o do crescimento proje-tado do PIB. A China e a Índia deverão apresentar taxas de crescimento de dois dígitos”, afirma Carl Berrisford, estrategista do CIO.

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Populações de mercados emergentesestão envelhecendo com rapidez

Fontes: Organização Mundial da Saúde, “Perspectiva Econômica Mundial” e UBS, em 2013.

Asia

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Fig. 23

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Percentual da população acima de 65 anos

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A China, em especial, está liderando a revo-lução na área de serviços de saúde de ME. O país deu início ao programa de reformas de saúde mais ambicioso da história, com vistas a um aumento de sete vezes nos gas-tos na área médica de 2011 a 2020. Isso traria uma taxa anual de crescimento efeti-vo de 26% ao longo dos próximos cinco anos, fazendo com que o mercado de ser-viços de saúde do país passe a movimentar CNY 8 trilhões (US$ 894 bilhões) e basica-mente dobrando a avaliação atual desse se-tor dos ME. Esse aumento nos gastos públi-cos visa, por exemplo, ampliar o número de leitos hospitalares por 1.000 habitantes, que subiria dos atuais 4,55 para 6 até 2020. É provável que isso seja uma bênção para os grupos hospitalares privados, empresas farmacêuticas e serviços de ambulância.

Viagens de longa distância em busca de tratamento de saúdeO turismo médico é outra fonte potencial de crescimento e oportunidades em ME.

Investimentos de longo prazo – Serviços de saúde em mercados emergentes

“ Para os indivíduos em países ricos, pode ser tentador tirar proveito dos custos mais baixos dos países em desenvolvimen-to, sobretudo no caso de proce-dimentos não cobertos por seus planos de saúde”,afirma Amanda Glassman, diretora de políticas de saúde do Center for Global Development.

Alguns países emergentes criaram nichos especializados ou de baixo custo. A Coreia do Sul, por exemplo, transformou-se em um centro regional para cirurgias cosméti-cas, enquanto a África do Sul oferece “sa-faris cirúrgicos”. Além de suas famosas praias, a Tailândia oferece uma combinação de qualidade e serviços a preços acessíveis. Na Ásia, segundo fontes do setor, o merca-do de turismo médico dobrou entre 2011 e o final de 2015, tendência que provavel-mente se manterá graças ao aumento da renda na região, melhor qualidade nos ser-viços de saúde e passagens aéreas baratas.

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85Investment views · Financial news · Economic thoughts

Economias vacilantes e preços baixos das commodities representam um risco para o setor. Ambos esses fatores podem aumentar o déficit público, reduzindo a capacidade do governo de investir em seus respectivos se-tores de saúde. Mas sendo praticamente certo que a demanda por serviços de saúde irá aumentar independentemente do cresci-mento econômico, é provável que o setor acabe tendo mais firmeza do que outros.

E caso os gastos do setor público fiquem sob pressão, empreendedores como Mather e sua empresa MUrgency têm o potencial de cobrir essa defasagem. Desde que fundou sua empresa, em 2004, ele já transportou mais de seis milhões de pessoas para o hos-pital. Se houver uma evolução semelhante em outras empresas, isso poderia fazer com que o setor de serviços de saúde de ME saia do estado critico em que se encontra e entre em um período de recuperação.

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Mercados emergentes ficam aquém dos desenvolvidos na prestação deserviços básicos de saúde

Fontes: Banco Mundial e UBS.

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Saiba mais sobre a história de Shaffi emwww.ubs.com/globalvisionaries

Um tema atraente para investido-res de impactoDevido às grandes deficiências em termos de viabilidade financeira, acesso e qualidade, os serviços de saúde em mercados emergentes são também um tema atraente para inves-tidores de impacto, que pretendem gerar não apenas retorno financeiro como também impactos sociais men-suráveis nas vidas dos pacientes e suas famílias. O peso relativamente baixo dos serviços de saúde nos índices de mercados emergentes significa que é possível encontrar muitas oportunida-des de impacto entre as empresas pri-vadas do setor de serviços de saúde.

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O apetite global por energia parece insaciá-vel. Segundo a Agência Internacional de Energia, o consumo de combustíveis deve aumentar quase 50% até 2040, impulsio-nado pelo crescimento econômico e pelo crescimento populacional.

Mesmo assim, está cada vez mais difícil ig-norar os efeitos colaterais indesejados do uso da energia. A poluição atmosférica contribui para cerca de três milhões de mortes prematuras a cada ano. A OCDE teme que esse número possa aumentar para nove milhões até 2060. Além disso, o aquecimento global ameaça afetar as sa-fras, a qualidade da água e, em última ins-tância, o crescimento global.

Para enfrentar esses desafios, os governos começaram a incorporar metas de eficiên-cia energética em suas estratégias de ener-gia: “Quando um país precisa de mais ener-gia, a opção padrão tem sido aumentar a produção energética, muitas vezes compro-

metendo-se com uma usina elétrica multi-bilionária com previsão de funcionar por várias décadas”, comenta Alexander Stiehler, estrategista do CIO. “Mas eliminar os desperdícios pode ser uma estratégia bem mais eficiente.”

Eficiência energética: o combustível “número um” do mundoAlém de ajudar a reduzir as emissões de dióxido de carbono e a poluição atmosféri-ca, a eficiência energética pode reduzir a dependência de um país em relação à ener-gia produzida no exterior – uma prioridade para muitos países na atual era de ascensão do nacionalismo.

O resultado dessa tendência foi um sem-número de regulamentos e incentivos esta-tais que criam oportunidades para que as empresas reduzam o desperdício de ener-gia. A UE, por exemplo, definiu a meta de aumentar em 20% sua eficiência energéti-ca até 2020, o que equivale a desativar 400

Eficiência energética

As oportunidades de investi-mento em eficiência energé-tica se tornam cada vez nu-merosas enquanto os governos direcionam seu foco para o aumento da economia – em vez da produ-ção – energética.

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usinas elétricas. Os países do BRIC também estão fazendo um esforço decidido para re-duzir suas emissão de CO

2 e aumentar sua

eficiência energética. A Rússia, por exem-plo, anunciou há alguns anos sua meta de impulsionar a intensidade energética em 44% entre 2005 e 2030. O Brasil está bus-cando obter 10% de ganhos de eficiência no setor elétrico até 2030. Por fim, a China pretende reduzir a intensidade de CO

2 por

unidade do PIB em cerca de 65% entre 2005 e 2030. Isso é parte de um movimen-to global. Segundo a AIE, os padrões de energia abrangem agora 30% do combus-tível usado em todo o mundo, em compa-ração com 11% em 2000.

A corrida para cumprir requisitos regulatóriosA AIE projeta que o mercado de produtos e serviços voltados para a economia energéti-ca crescerá ao ritmo de 7–8% por ano nas

Redes inteligentes aumentam a flexibilidade e eficiência da rede elétrica

Rede elétrica convencionalFluxos de energia em uma única direção

Fontes: Nomura e UBS

Fluxo de energia

Usina elétrica de grande porte

Residência unifamiliar

Residência unifamiliar

Residência unifamiliar

Fig. 25

Rede inteligenteFluxos de energia em diversas direções

Fontes: Nomura e UBS

Fluxo de energia

Residências unifamiliares com painéis solares

Plug-in de automóvel híbrido/elétrico

Parque solar de grande porte

Usina elétrica de grande porte

Turbinas eólicas

Fig. 26

“Aeficiênciaenergéticapodeajudar a enfrentar todos os desafiosenergéticoscomqueospaíses se defrontam.”

“ Apenas alguns países possuem reservas de carvão ou petróleo, mastodostêmpotencialparaexploraraeficiência.Poressemotivo, ela pode ser considera-da o combustível número um do mundo.”afirma Brian Motherway, diretor de efi-ciência energética da Agência Internacional de Energia (AIE).

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próximas duas décadas. Isso representa um salto nos gastos anuais de US$ 130 bilhões em 2013 para US$ 550 bilhões em 2035.

Um foco importante será a modernização dos edifícios, que respondem por 40% da demanda global por energia. “Pode estar havendo um enorme desperdício em edifí-cios comerciais, com sistemas de aquecimen-to e ar condicionados usados no mesmo dia e luzes e computadores que ficam ligados durante a noite ou em finais de semana”, explica Jim Barrett, economista chefe do American Council on an Energy Efficient Economy. Edifícios inteligentes contam com sistemas centralizados que controlam esses sistemas ambientais. À medida que os pa-

drões forem aprimorados, as empresas que coordenam esses processos – apagando as luzes e desligando os computadores quando sai o último empregado – podem conseguir uma eficiência ainda maior.

Segundo pesquisas do ACEEE, nos EUA o custo médio para poupar um quilowatt-hora por meio de medidas de eficiência energética é de apenas três centavos, contrastando com a média de 10 centavos para a geração do mesmo volume de eletricidade. Países como a Suíça e o Japão, cujos recursos próprios para a produção de combustíveis são escassos, têm sido pioneiros nessa área, conseguindo ganhos importantes de eficiência que podem ser reproduzidos por outros países.

Rumo a um futuro menos poluídoOs transportes respondem por outros 30% da demanda global por energia. A implemen-tação de padrões para economia de combus-tível já poupa o equivalente a 2,3 milhões de barris de petróleo por dia – o equivalente à produção do Brasil. Mesmo assim, segundo dados do Departamento de Energia dos EUA, atualmente apenas cerca de 25% da energia contida na gasolina é efetivamente usada para movimentar um veículo médio. Os car-ros elétricos, cuja taxa de conversão é de

Long-Term investments – Energy Efficiency

“Ospadrõesdeeficiêncianãoapenas estão se tornando mais predominantes como também estãoficandocadavezmaisrigorosos.”

“Osgovernosestãodefinindoospadrões e o setor privado está conseguindo cumpri-los.”diz Motherway.

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quase 60%, têm o potencial de aumentar ainda mais a eficiência dos transportes.

Empresas que oferecem serviços de compu-tação em nuvem também poderiam ser be-neficiadas pelo esforço de economizar energia. “Em vez de manter servidores que devoram energia e frequentemente são su-butilizados, as empresas poderiam delegar o gerenciamento de sua infraestrutura de TI a provedores de serviços na nuvem, que compartilham eficientemente os recursos”, explica Sundeep Gantori, analista contrata-do pelo CIO. Diversos estudos sugerem que isso poderia reduzir à metade o consumo de energia de uma empresa.

Outro grande desafio é reduzir os desperdí-cios na transmissão da eletricidade. A ABB es-tima que 80% da eletricidade é perdida entre a extração do recurso e o uso final. Essa inefi-ciência é ainda mais premente na África, onde os apagões são uma praga para as em-presas. A energia solar pode ser parte da so-lução, argumenta Matthew Tilleard, co-fun-dador da Crossboundary, empresa de painéis solares da África. “[A energia solar] permite que as empresas reduzam sua dependência em relação a uma rede ineficiente e muitas vezes inconstante ou ainda aos geradores a diesel, que são altamente poluentes”.

Os desperdícios já estão sendo reduzidos tanto em países ricos como em países po-bres. A economia dos EUA cresceu 150% nos últimos 25 anos, mas o consumo de energia aumentou apenas 26%. A AIE esti-ma que a intensidade energética global – isto é, o volume de energia usado por cada unidade do PIB – melhorou 1,8% em 2015. Mas ainda há muito a ser feito. Segundo a AIE, para atender as metas do Acordo de Paris sobre mudanças climáticas os avanços na intensidade energética precisariam ser 50% mais rápidos do que atualmente. À

Até 80% da energia é desperdiçada entre a extração de recursos e o uso finalEmpresas de bens de capital podem ajudar a reduziro desperdício ao longo da cadeia de valor

Fonte: ABB

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medida que os governos se concentrarem nas metas climáticas, poluição e segurança energética, o apetite para investir em em-presas que ajudem a reduzir os desperdí-cios de energia certamente crescerá.

Conheça a história de Matthew em www.ubs.com/globalvisionaries

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Investimento em carteirasUma carteira de investi-mento com bom desem-penho é resultado de muito mais do que boas ideias de investimento e, em um mundo de rendi-mentos baixos, os investi-dores precisam pensar em novas forma de mon-tagem de carteiras a fim de obter retorno sufi-ciente.

Acreditamos que é provável que nossas 10 principais ideias para 2017 (página 45) te-nham desempenho acima da média este ano, respaldadas pelo crescimento constan-te nos EUA e na China, manutenção da po-lítica monetária folgada e elevação gradual da inflação. Da mesma forma, somos da opinião que nossas ideias de investimento de longo prazo terão desempenho acima da média no longo prazo, graças aos fato-res seculares de crescimento descritos nas páginas 74 a 89.

Entretanto, é arriscado investir em apenas algumas ideias. Caso nossa hipótese básica não se confirme, talvez em razão de mais um resultado eleitoral surpreendente, mu-dança na política dos bancos centrais (como discutido em The end game?, na página 12) ou concretização de outro risco importante (página 30), algumas de nossas 10 princi-pais ideias – se não todas elas – poderão ser abaladas. Analogamente, nossos temas de investimento de longo prazo poderiam ser afetados no curto prazo pela volatilida-de. É por isso que a abordagem de diversifi-cação de carteiras é tão importante para os investimentos.

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” Investir não é puramente uma questão de ovos e cestas. Para fazer uma boa carteira diversificada são necessários outros ingredientes.”

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Abordagem de diversificação de carteirasEvitar concentração de riscos, evitar arma-dilhas comportamentais e reduzir a volatili-dade de curto prazo são os motivos que fa-zem o conceito de carteira diversificada ocupar o âmago de nossa abordagem de investimento.

Ao diversificar, os investidores podem me-lhorar seu retorno sem um aumento pro-porcional do risco de suas carteiras. A nos-so ver, um componente central de suas estratégias gerais de investimento deve ser uma alocação estratégica de ativos (SAA) de longo prazo.

Os investimentos alternativos são um complemento importante aos títulos de renda fixa e açõesHoje em dia, a abordagem tradicional de diversificação de carteiras com “ações e tí-tulos de renda fixa” enfrenta duas dificul-dades importantes. Em primeiro lugar, cada vez mais a renda fixa e as ações movem-se na mesma direção à medida que nos apro-ximamos de um possível ponto de inflexão na política monetária. Em segundo lugar, as perspectivas de retorno provavelmente se-rão menores nos próximos anos do que no passado recente, sobretudo na Europa e Suíça, onde muitos títulos de alta qualidade apresentam rendimento negativo.

Nos últimos anos, aumentamos a alocação a ativos alternativos em nossas carteiras modelo diversificadas a fim de tentar au-mentar seus retornos e, ao mesmo tempo, reduzir sua volatilidade. A maioria de nos-sas carteiras modelo inclui alocações a uma ampla gama de ações, títulos de renda fixa

e investimentos alternativos para tirar pro-veito de uma série de fontes de retorno e ajudar a protegê-las contra choques de mercado.

Busca de retornos mais altos para as carteiras sem riscos adicionaisEmbora sejam hoje importantes e úteis para os investidores, os investimentos alter-nativos não são uma panaceia. A criativida-de também é necessário para que os inves-tidores obtenham sucesso na busca de retornos maiores para suas carteiras.

De um modo geral, isso pode ser feito das seguintes maneiras: a) incluindo uma gama mais ampla de ativos em uma cartei-ra de longo prazo; e b) agindo com mais oportunismo.

Investimentos em mercados privados: abordagem dos fundos patrimoniaisUma abordagem criativa baseia-se no êxito dos principais fundos patrimoniais de univer-sidades. Ao longo da década terminada em 2015, a dotação do MIT valorizou-se, em

Investimento em carteiras

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média, mais de 10% ao ano, enquanto Stan-ford, Penn State e Harvard tiveram ganhos superiores a 7,5% ao ano (de acordo com dados da Bloomberg).

Esses fundos conseguiram esse desempe-nho concentrando mais fortemente suas carteiras em investimentos no mercado pri-vado (inclusive private equity e fundos de dívida) do que as alocações mais tradicio-nais mantidas por investidores individuais. Acreditamos que essa maior concentração pode melhorar os retornos da carteira dos investidores privados com horizonte de in-vestimento de vários anos.

Aproveitamento da iliquidez: aborda-gem dos créditos globaisPara investidores que excluírem as ações de suas carteiras, outra abordagem é ampliar a busca de rendimentos para o universo com-pleto das classes de crédito, inclusive ativos como empréstimos mezanino, títulos las-treados por ativos, títulos privados híbridos e capital bancário, além de classes de ativos de renda fixa “padrão”, como títulos priva-

dos privilegiados, créditos de mercados emergentes e créditos de alto rendimento.

Em nosso ponto de vista, graças às caracte-rísticas diversas do universo de créditos, um mix de títulos deverá obter diversifica-ção e retorno, sem necessariamente recor-rer a ativos como as ações para conseguir valorização.

Em busca de alfa: abordagem oportunistaAlém disso, os investidores poderiam cogitar dedicar parte de suas carteiras para tirar proveito de ideias oportunistas, como as mencionadas na seção “10 principais ideias para 2017” (página 45). A estratégia de va-lor relativo também pode ser particularmen-te atraente nesta altura do ciclo econômico. Aproveitar as divergências e convergências entre ativos aumenta o potencial de lucros em um mundo onde parece provável que os retornos futuros diretos serão menores que os conseguidos anteriormente.

As ideias de valor relativo da equipe de Oportunidades de Investimento de Curto

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Prazo do CIO poderiam ser empregadas como uma carteira “satélite” para comple-mentar uma SAA bem diversificada de lon-go prazo com o objetivo de impulsionar seu retorno. Ou então os investidores po-deriam apostar em ideias específicas de alta convicção para obter retorno adicional de forma oportunista.

Evitar vieses: abordagem da alocação sistemáticaUma última abordagem envolve o investi-mento dinâmico, alternando entre títulos de renda fixa e ações segundo as condições do mercado. Um dos principais desafios enfren-tados pelos investidores diz respeito à ques-tão da disciplina, que é estruturalmente inte-grada a esta abordagem.

Os vieses comportamentais atuam constan-temente contra os investidores, incentivan-do-os a aguardar períodos de preços mais favoráveis para vender ou comprar ativos. Essa atitude muitas vezes leva à inércia. Um modo de superá-la é empregando ferra-mentas de gestão de risco, semelhantes às usadas por investidores institucionais, para sinalizar o momento de “comprar” ou “vender”.

Investimento em carteiras

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97Investment views · Financial news · Economic thoughts

As ações globais estão sendo negociadas em linha com suas avaliações médias de longo prazo. O MSCI AC World está sendo negociado com P/L histórico de 17,0x, aci-ma da média de 10 anos (14,8.x) e abaixo da média de 20 anos (18,1x).

Embora as ações não estejam baratas em termos absolutos, suas avaliações são atraentes em comparação com as dos títu-los de renda fixa. Nos EUA, o prêmio de risco das ações, indicador do valor relativo, atualmente é de 5,4%, enquanto sua mé-dia de longo prazo é de 3,1%.

AçõesOs mercados de ações tive-ram bom desempenho nos últimos anos, mas, em nosso ponto de vista, ainda têm potencial de alta. Neste mo-mento de transição para 2017, preferimos ações dos EUA e de mercados emer-gentes.

1415

1213

1011

ME Zona do Euro EUA AC World

1617181920

Ações estão sendo negociadas em linha com suas avaliações médias de longo prazo…

Fonte: Datastream

Fig. 28

P/L histórico (x)

P/L médio (20 anos, x)

P/L médio (10 anos, x)

8

10

4

6

0

2

1960 1967 1974 1981 1988 1995 2002 2009 2016

12

… mas parecem baratas em relação aos títulos de renda fixa.

Fonte: Datastream

Fig. 29

Prêmio de risco das ações (%)

Mediana desde 1960

Observação: O prêmio de risco das ações é a dife-rença entre o rendimento de lucros e o rendimento real de títulos de 10 anos.

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98 ubs.com/cio

Ações

Estimamos que os lucros de empresas dos EUA terão aumento de 8%, graças à manu-tenção do crescimento econômico confor-me finalmente se dissipem os obstáculos trazidos pelos preços do petróleo e pelo fortalecimento do dólar.

A nosso ver, a taxa de crescimento dos lucros das ações do Reino Unido ficará ao redor de 15%, graças à fraqueza da libra esterlina e ao aumento dos preços do petróleo, mas vale observar que parte desse crescimento já está sendo considerada nos preços.

Os lucros de empresas de mercados emer-gentes estão dando a volta por cima. O ín-dice de revisões – indicador das elevações e reduções das projeções dos analistas – se recuperou de –40% para um equilíbrio en-tre elevações e reduções.

O fôlego do iene japonês provavelmente refreará o mercado do Japão.

120

140

80

100

40

60

Mar-03 Mar-05 Mar-07 Mar-09 Mar-11 Mar-13 Mar-15 Mar-17

160

Crescimento dos lucros das empresas deverá ser retomado…

Fonte: Datastream

Fig. 30

S&P 500 (índice, 2007=100)

Lucro das empresas (índice, 2007=100)

20

10

30

–10

0

–50

–30

–20

–40

Jan-10 Jan-11 Jan-12 Jan-13 Jan-14 Jan-15 Jan-16

40

… enquanto a dinâmica do lucros nos ME está melhorando. Estamos otimistas em relação às ações de ME.

Fonte: Datastream

Fig. 31

Índice de revisões de lucros (mais-menos) / (mais+menos)

1000

1200

600

800

0

400

200

2005 2007 2009 2011 2013 2015

1400

120

130

100

90

110

60

80

70

140

Ações japonesas deverão ser respaldadas pelas compras do Banco do Japão, mas o fôlego do iene pesará sobre elas.

Fonte: Bloomberg

MSCI Japan (esquerda)

Câmbio USDxJPY (direita)

Fig. 33

2100

1900

2000

1600

1800

1700

Set-

16

Jul-1

6

Mai

-16

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16

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15

Jul-1

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Mai

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Mar

-15

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15

Nov

-16

2200140

130125

135

110

120115

145

Ações do Reino Unido deverão serbeneficiadas pelo aumento dos lucros, mas o índice já subiu.

Fonte: Datastream

MSCI UK (esquerda)

Lucro das empresas (direita)

Fig. 32

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99Investment views · Financial news · Economic thoughts

Estimamos que o crescimento dos lucros na Zona do Euro será de 5% a 9%, contra um consenso de 13%. Sem surpresas econômi-cas positivas, as reduções das projeções de lucros poderão prejudicar o mercado.

As empresas de serviços de saúde e de bens consumo básico representam 59% do índice MSCI Switzerland. Esse mix de setores defensivos pode tornar a Suíça vulnerável a um desempenho abaixo da média.

2013

Cre

scim

ento

do

lucr

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na

Zona

do

Euro

(%)

–6%

3%5%

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2014 2015 2016 2017E - CIO

2017E -consenso

10

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–10

–5

15

Expectativas de lucros na Zona do Euro parecem ambiciosas demais…

Fontes: Datastream e UBS

Fig. 34

… enquanto a Suíça pode ter desempenho inferior devido a seu mix de ações de setores defensivos.

Fig. 35

Fonte: MSCI

Cons. básico

Serviços de saúde

Outros

24%

35%

41%

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100 ubs.com/cio

Apesar de seus rendimentos baixos ou ne-gativos, os títulos de alta qualidade de-monstraram ser um elemento importante das carteiras diversificadas em 2016, blin-dando os investidores em épocas de maior volatilidade nos mercados acionários.

Quase 40% do mercado global de títulos de renda fixa está sendo negociado com rendimentos negativos. Uma de nossas 10 principais ideias para 2017 é vender títulos de alta qualidade.

Renda fixaOs juros dos títulos de renda fixa estão historicamente baixos, mas vemos oportuni-dades em títulos dos EUA atrelados à inflação e em empréstimos seniors dos EUA.

2100

2200

1700

1900

2000

1800

1400

1600

1500

Out-15 Jan-16 Abr-16 Jul-16 Out-16

2300

0,40,2

0,80,6

2,01,8

1,21,0

1,61,4

0,0

Títulos de alta qualidade continuam sendofator de diversificação importante…

Fonte: Bloomberg

S&P 500 (%, esquerda)

Rendim. de tít. de 5 anos dos EUA (%, direita)

Fig. 36

…. mas os rendimentos estão excepcionalmente baixos.

Fonte: Bloomberg

0 20 40 60 80 100

Tít. públicos de MD globais

Zona do Euro

Suíça

Reino Unido

EUA

Japão

Menos de –0,4% Entre 0,5% e 1%

Entre –0,4% e 0% Mais de 1%

Entre 0% e 0,5%

Fig. 37

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101Investment views · Financial news · Economic thoughts

Estimamos que, ao longo do ano, haverá um aumento das expectativas de inflação nos EUA à medida que os preços das com-modities se estabilizarem, o desemprego cair e o dólar se enfraquecer.

Como alternativa aos títulos de alta quali-dade, os títulos em grau de investimento (GI) com prazos intermediários oferecem um diferencial de rendimentos de 0,4% com poucos riscos adicionais.

Os empréstimos seniors oferecem rendi-mento atraente, quase 4% acima do de tí-tulos de curto prazo em grau de investi-mento; além disso, têm “taxa flutuante”, o que os torna menos vulneráveis a aumentos de juros nos EUA.

Com o aumento dos juros, convém que os investidores tenham cautela em relação aos títulos de longo prazo em grau de in-vestimento. Nos níveis atuais, uma alta de 1% nos rendimentos aniquilaria quase quatro anos de renda.

Taxa

de

equi

líbrio

dos

títu

los

de 5

ano

s do

s EU

A (%

)

A compra de títulos do Tesouro atrelados àinflação (TIPS) está entre nossas 10 principaisideias para 2017…

Fonte: Bloomberg

2,0

2,5

1,0

1,5

0,0

0,5

Nov

-12

Nov

-15

Mai

-15

Nov

-14

Mai

-14

Nov

-13

Mai

-13

Mai

-16

3,0

Fig. 38

… assim como os empréstimos em dólares dos EUA, que oferecem rendimentos e proteção contra a alta dos juros.

Fonte: Bloomberg

Fig. 39

Emprés-timos

em dólares dos EUA

5,9

0,8

–0,2

Emprés-timos em euros

Grau de investi-mento

dos EUA

Grau de investi-mento

em euros

Alta qualidade em francos

suíços

3

4

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0

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Rend

imen

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(%)

Jul-13 Jan-14 Jul-14 Jan-15 Jul-15 Jan-16 Jul-16

3

1,8

2,2

2,6

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3,4

Títulos privados em grau de investimentooferecem um pequeno aumento derendimentos

Fonte: Bloomberg

Tít. dos EUA em grau de invest. (%)

Tít. dos EUA de alta qualidade (%)

Rend

imen

to (%

)

Fig. 40

1986 1990 1994 1998 2002 2006 2010 2014

4

6

8

0

2

Estamos mais cautelosos em relação a títulosGI de prazo longo, devido a sua sensibilidadeàs taxas de juros.

Fonte: Bloomberg

Div

erso

s an

os d

e re

ndim

ento

aniq

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dos

por

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alta

de 1

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Fig. 41

10

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102 ubs.com/cio

Os rendimentos de títulos de alto rendi-mento dos EUA caíram quase 4% desde fe-vereiro. Estimamos que o desempenho se reduzirá nos próximos meses e acreditamos que os empréstimos seniors (página 61) são uma opção melhor.

Os spreads de créditos soberanos de ME tenderão a ficar estáveis nos próximos seis meses; por isso nossa sugestão aos investi-dores é manter a posição neutra nesses ativos em carteiras diversificadas.

Renda fixa

9

10

Títu

los

de a

lto r

endi

men

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4

Abr

-14

Jan-

14

Jul-1

6

Out

-16

11

Estamos neutros em títulos de altorendimento em dólares e euros, após seudesempenho excepcional em 2016…

Fontes: BAML e UBS

Fig. 42

450

500

Spre

ad d

o EM

BI (p

onto

s)

300

400

350

200

250

Nov

-15

Mai

-15

Nov

-14

Mai

-14

Nov

-13

Mai

-13

Nov

-12

Mai

-12

Nov

-11

Mai

-16

550

600

… e vemos pouca margem para novavalorização em títulos de mercadosemergentes (ME)

Fontes: JP Morgan e Bloomberg

Fig. 43

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103Investment views · Financial news · Economic thoughts

As ações e os títulos de alta qualidade tive-ram três longos períodos de correlação posi-tiva nos últimos cinco anos, sempre por oca-sião de viradas da política monetária. Esses períodos elevam a atratividade de ativos me-nos correlacionados, como os hedge funds.

Atualmente, recomendamos à maioria dos investidores alocações de 16% a 20% a in-vestimentos alternativos, que oferecem não só retorno como também diversificação, com poucos riscos adicionais.

Investimentos alternativos

Os investimentos alternativos – hedge funds e mercados privados – são ingredientes essenciais de uma carteira bem diversificada. Suas van-tagens para os investidores são diversificação, retornos e acesso a prêmios de risco alternativos.

Cor

rela

ção

de 1

3 se

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S&P

500

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de

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5–7

ano

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USD

–0,6

–0,2

–0,4

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2015

2014

2013

2012

2011

2010

2009

2016

0,6

0,4

0,2

0,0

0,8

Correlação entre ações e títulos podeaumentar por ocasião de mudanças napolítica monetária…

Fonte: Bloomberg

Fig. 44

… valorizando ativos menos correlacionados,como os investimentos alternativos.

Fonte: UBS

Ações/renda fixa

Investimentos alternativos

80–84%

16–20%

Fig. 45

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104 ubs.com/cio

O desempenho dos hedge funds deve ser impulsionado por aumentos constantes dos juros nos EUA e no mercados acionários, bem como por uma maior dispersão das ações. No longo prazo, estimamos que os hedge funds oferecerão relação risco-retor-no superior à dos demais ativos.

A diversificação continua sendo a melhor abordagem de investimento em hedge funds. Por exemplo, embora isoladamente tenham tido desempenho relativamente fra-co em 2016, os fundos quantitativos foram responsáveis por uma melhora considerável da relação risco-retorno das carteiras.

Segundo nossa estimativa, os mercados pri-vados oferecerão retornos de 8,5% a 12%, superiores aos da maioria dos mercados acionários, com volatilidade próxima da dos títulos de alto rendimento.

A diferença entre os quartis superior e infe-rior dos gestores de private equity pode chegar a 20% – consideravelmente maior do que no caso de fundos de ações de em-presas de capital aberto. É fundamental se-lecionar o gestor certo.

Investimentos alternativos

Nossa carteira recomendada é diversificadaentre uma série de gestores e estilos.

Fonte: UBS

Valor relativo

Macro e negociação

Hedge de ações

Direcionada por eventos

20%

42.5%

20%

17.5%

Fig. 47

1,0

0

0,5

Açõ

es d

os E

UA

Açõ

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o Eu

ro

Títu

los

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Títu

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Títu

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Hed

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unds

Açõ

es d

e M

E

1,5

Projetamos retornos de 4% a 6% para oshedge funds em 2017

Fonte: UBS

Fig. 46

10

0

5

121086420 14

25

20

15

30

Ações de ME

Ações daZona do Euro

PrivateequityMercado

imobiliárioprivadoDívida

privada

Ações dos EUATítulos de altorendimento

em USD

Hedge funds

Títulos privados em USD

Títulos de altaqualidade de

5–7 anos em USD

Estimamos que os mercados privadosoferecerão relações retorno/volatilidadesuperiores às de outros ativos nos próximos10 anos…

Fonte: UBS

Fig. 48

Risco (%)

Retorno (%) Compra deações dos EUA

Fundos de açõeseuropeias

Fundos deações dos EUA

Compra de açõeseuropeias

10

15

20

0

5

25 In %

…. mas a seleção de gestores será essencial,devido à grande diferença de desempenhoentre os quartis superior e inferior dosgestores.

Fontes: UBS e Hamilton Lane

25º percentil Mediana 75º percentil

Reto

rnos

pon

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dos

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nos

Fig. 49

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105Investment views · Financial news · Economic thoughts

Apesar de termos cautela no curto prazo, estimamos que em 2017 a demanda por petróleo bruto (aumento de 1,1 mbpd) su-perará a oferta (aumento de 0,5 mbpd).

Commodities

Em 2016, as commodities tiveram uma retomada após um longo período de queda. Paládio e platina são nossas principais opções nesse seg-mento ao ingressarmos no ano novo.

0,00,5

Supe

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t / (

défic

it) (m

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–1,5

–0,5–1,0

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16

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16

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13

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12

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12

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11

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11

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10

1Q20

10

3Q20

171,01,52,02,5

Superávit

Déficit

Estimamos que, em 12 meses, o petróleoserá negociado a US$ 60/bbl conforme ademanda superar a oferta.

Fontes: AIE e UBS

Fig. 51

No longo prazo, as commodities provavel-mente gerarão retornos ajustados pelo risco positivos, mas desinteressantes. No curto prazo, porém, é possível que surjam oportu-nidades nesse segmento.

Índi

ce B

loom

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Com

mod

ities

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l (%

)

100

200

150

0

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2014

2012

2010

2008

2006

2004

2002

2000

1998

1996

2016

250

Os retornos de longo prazo de commoditiessão desinteressantes, mas poderão surgiroportunidades táticas.

Fonte: Bloomberg

Fig. 50

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106 ubs.com/cio

Ambos os metais brancos deverão ser be-neficiados pela melhora na demanda e contração da oferta pelas minas.

Commodities

8

10

Var

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o an

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2

6

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0

2015

2014

2013

2012

2011

2016

12

Acreditamos que as vendas crescentes deautomóveis sustentarão o paládio e a platina,que estão entre nossas 10 principais ideiaspara 2017.

Fontes: Bloomberg e UBS

Fig. 53

As elevações de juros pelo Federal Reserve poderão pesar sobre os preços do ouro no curto prazo. Ao longo do ano, porém, à me-dida que os juros reais caírem mais profun-damente para território negativo (ver pági-na 36), nossa estimativa é que os preços subam para US$ 1,350/oz.

0

1

–3

–1

–2

–5

–4

2

3

Fig. 52

Mai

-15

Out

-14

Mar

-14

Ago

-13

Jan-

13Ju

n-12

Nov

-11

Abr

-11

Set-

10Fe

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8M

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7

Fev-

17Ju

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Dez

-15

Set-

17

Juro

s do

s EU

A m

enos

IPC

(%)

O ouro deve ser beneficiado pelos juros reaisainda mais negativos nos EUA.

Fontes: Bloomberg e UBS

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107Investment views · Financial news · Economic thoughts

Ambas as moedas teriam o potencial de ser beneficiadas por uma eventual volatili-dade no mercado, mas nossa estimativa é que elas fecharão o ano mais fracas. Proje-tamos que o câmbio EURxUSD será nego-ciado em 1,20 em 12 meses, enquanto o EURxCHF ficará em 1,16.

Contamos com valorização do euro, à me-dida que o Banco Central Europeu reduzir seu programa de afrouxamento. A libra es-terlina estará vulnerável durante as nego-ciações do Brexit, mas deverá valorizar-se assim que as circunstâncias estiverem mais definidas.

CâmbioAs moedas seguras tiveram bom desempenho em 2016. Para o ano que vem, estima-mos que o euro, a libra ester-lina e moedas selecionadas de mercados emergentes (ME) irão se valorizar.

151050–5

GBP

EUR

USD

JPY

0%

Sobrevalorizada

CHF

–10–15 20–20

O USD e o CHF, tidos como moedas seguras,estão sobrevalorizados em relação a outrasmoedas do G10 e projetamos suadesvalorização.

Fig. 54

Fonte: UBS

Subvalorizada

17%

13%

–12%

–14%

PPP relativa

1,20

1,25

EURU

SD

1,10

1,15

1,00

1,05

Mar

-16

Nov

-15

Jul-1

5

Mar

-15

Nov

-14

Jul-1

4

Mar

-14

Nov

-13

Jul-1

3

Mar

-13

Nov

-12

Jul-1

61,30

Projeção para12 meses:

1,20

1,35

1,40

1,45

A redução gradual do AQ pelo BCEfortalecerá o EUR, enquanto a subvalorizaçãodeverá beneficiar a GBP.

Fontes: Bloomberg e UBS

Fig. 55

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108 ubs.com/cio

Em termos táticos, uma cesta de moedas de mercados emergentes (ME) está entre nossas 10 principais ideias para 2017 (ver página 45). A nosso ver, a política mone-tária acomodatícia e os rendimentos bai-xos em economias de mercados desenvol-vidos (MD) conferem atratividade ao diferencial de juros de aproximadamente 8%.

De modo geral, aconselhamos o hedge da exposição cambial, mas as moedas po-dem oferecer aos investidores um meio tático de tirar proveito de desdobramen-tos econômicos como melhoras na produ-tividade ou mudanças na política monetá-ria.

Câmbio

810

46

02

Set-

16

Ago

-16

Jul-1

6

Jun-

16

Mai

-16

Abr

-16

Mar

-16

Fev-

16

Jan-

16

Dez

-15

Out

-16

1214

115

120

105

110

95

100

125

Uma posição acima do neutro em uma cestade moedas de ME contra moedas selecionadasde MD tem carregamento atraente.

Fontes: Thomson Reuters e UBS

Rendimento relativo (esquerda, %)

Retorno da cesta de ME/MD (indexado, direita)

Fig. 56

Estrategicamente, recomendamos hedgeda exposição cambial.

Fig. 57

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110 ubs.com/cio

Especialistas do Chief Investment Office fo-ram consultados sobre as possíveis surpresas, riscos e oportunidades aos quais estarão aten-tos em 2017. Aqui estão alguns de seus pontos de vista:

1. Que surpresas 2017 poderá nos trazer?

Política econômica coerente nos EUA • Inflação • Aceleração econômica no Japão • Inflação nos alimentos • Retorno da inflação • Crescimento dos lucros na Zona do Euro e em ME

Entreouvido no CIO

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111Investment views · Financial news · Economic thoughts

3. Qual é a maior oportunidade potencial em 2017?

Coordenação regulatória • ME • Estoques dos produtores de petróleo • Renovação da Europa • Reforma na Europa em razão do Brexit

2. Qual é o maior risco para os mercados em 2017?

O abismo de entendimento entre os mercados e as autoridades econômicas • Queda violenta no crescimento global • Expectativas de juros acentuadamente mais altos • Elevação inesperada na inflação global • Estagflação • China

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112 ubs.com/cio

7. Qual é o melhor conselho de investi-mento que você já recebeu?

Faça um plano de longo prazo e atenha-se a ele no curto prazo • Tenha sempre uma sensação desconfortável ao investir • Mantenha a humildade • As experiências sempre se repetem • Diversifique • Investir em minha capacitação e saúde • Escolher investimentos de acordo com objetivos financeiros

5. E nos próximos 20 anos?

Ações • Investimentos de impacto ou influentes • Ações de ME combinadas com títulos atrelados à inflação • Ações diversificadas com base em temas de longo prazo • Investimentos no estilo de fundos de dotações: private equity, infraes-trutura e imóveis

6. Qual ativo você menos gostaria de ter em grande quantidade?

Títulos privados com rendimento negativo • Títulos públicos • Títulos do Tesouro dos EUA • Títulos públicos suíços de longo prazo • Uma grande posição em uma única ação

4. Onde você investiria seu dinheiro no próximo ano?

Private equity • Em uma carteira global diversificada com posição acima do neutro em ações • Em uma carteira diversificada de ações, títulos privados e investimentos alternativos • Poupança previdenciária isenta de impostos • Alocação sistemática entre ações e títulos de renda fixa • Paridade de risco

Entreouvido no CIO

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113Investment views · Financial news · Economic thoughts

Projeções

Economia Crescimento do PIB (%) Inflação (%)

Região 2016 2017 2018 2016 2017 2018

EUA 1,5 2,4 2,5 1,3 2,3 2,3

Zona do Euro 1,6 1,3 1,2 0,2 1,4 1,8

China 6,7 6,4 6,0 1,9 2,1 1,8

Japão 0,5 0,8 0,9 –0,3 0,5 0,6

Reino Unido 2,0 1,0 0,7 0,7 2,8 2,8

Suíça 1,5 1,3 1,6 –0,4 0,4 0,9

Economias avançadas 1,6 1,8 1,9 0,7 1,8 1,9

Mercados emergentes 4,4 4,9 5,1 4,2 3,8 3,5

Mundo 3,1 3,5 3,6 2,6 2,9 2,8

Moedas À vista 3 meses 6 meses 12 meses

EURUSD 1,08 1,12 1,15 1,20

USDJPY 108 102 102 98

GBPUSD 1,26 1,25 1,28 1,36

USDCHF 0,99 0,96 0,97 0,97

EURCHF 1,07 1,08 1,12 1,16

EURGBP 0,86 0,90 0,90 0,88

USDCNY 6,81 6,85 7,00 7,00

Commodities À vista 6 meses 12 meses

Petróleo bruto tipo Brent US$ 44,8/barril US$ 55/barril US$ 60/barril

Petróleo bruto tipo WTI US$ 43,4/barril US$ 53/barril US$ 58/barril

Ouro US$ 1.225/onça US$ 1.350/onça US$ 1.350/onça

Platina US$ 949/onça US$ 1.150/onça US$ 1.150/onça

Paládio US$ 680/onça US$ 750/onça US$ 750/onça

Rates and bondsJuros

básicos Rendimentos de 10 anos (%)

Atualfinal de

2016final de

2017 À vista 6 meses 12 meses

EUA 0,25–0,5 0,5–0,75 1,00–1,25 2,23 2,20 2,30

Zona do Euro 0,00 0,00 0,00 0,36 0,30 0,40

Suíça –0,75 –0,75 –0,75 –0,17 –0,20 –0,10

Reino Unido 0,25 0,25 0,10 1,36 1,30 1,40

Fonte: UBS, em 14 de novembro de 2016

Projeções

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UBS House View: Year Ahead 2017Este relatório foi preparado pelo UBS AG, UBS Switzerland AG e UBS Financial Services Inc. (“UBS FS”).

Editor-chefeKiran Ganesh

Gestão de produtoLinda Sutter

EditoresCLS Communication AGRonaldo Patah

Projeto gráficoRodrigo Jiménez

Editoração eletrônicaVirender Negi*

Ilustraçõesistockphoto.comshutterstock.com

Foto de Mark HaefeleMartin Rütschi

ImpressãoNeidhart + Schön AG

Fechamento da edição14 de novembro de 2016

IdiomasPublicado em português, inglês, alemão, italiano, francês, espanhol, russo, chinês (tradicional e simplificado) e japonês.

[email protected] ubs.com/cio

Pedidos e assinaturasComo cliente do UBS, você pode assinar a visão impressa do UBS House View: Year Ahead 2017 por intermédio de seu consul-tor de clientes ou enviando um e-mail ao departamento Printed & Branded Products([email protected]).

A assinatura eletrônica também está disponível através da seção Visões de Investimento da plataforma de e-banking do UBS.

SAP-Nr. 82251P

Expediente

* Funcionário do Grupo Cognizant. Funcionários da Cognizant prestam serviços de

apoio ao UBS.”

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Isenção de responsabilidades

As visões de investimento do UBS Chief Investment Office WM são elaboradas e publicadas por Wealth Management e Personal & Corporate Banking ou por Wealth Management Americas, que são divisões de negócios do UBS AG (entidade regulamentada pela FINMA na Suíça), ou por uma de suas subsidiárias ou afiliadas (a seguir denominadas conjuntamente “UBS”). Em alguns países o UBS AG é referido como UBS SA. O presente material destina-se única e ex-clusivamente a sua informação e não representa oferta ou solicitação de oferta para comprar ou vender qualquer investimento ou outro produto específico. Alguns serviços e produtos estão sujeitos a restrições legais em determinadas jurisdições, não podendo ser oferecidos irrestritamente em todo o mundo e/ou podem não ser qualificados para venda a todos os investidores. Todas as informações e opiniões expressas neste material foram obtidas em fontes tidas como confiáveis e fidedignas, mas não é feita qualquer declaração nem dada qualquer garantia, expressa ou implícita, quanto a elas serem exatas ou completas (salvo pelas informações relativas ao UBS). Os preços de mercado apresentados em gráficos e tabelas de desempenho são as cotações de fechamento na respectiva bolsa de valores principal. A análise aqui apresentada baseia-se em diversas premissas. Premissas diferentes podem levar a resultados substancial-mente distintos. Todas as informações e opiniões bem como os preços indicados referem-se única e exclusivamente à data da presente publicação e estão sujeitos a alterações sem aviso prévio e podem diferir ou serem contrárias as opiniões expressas por outras áreas de negócio ou segmentos do UBS em virtude de terem sido utilizados diferentes premissas e critérios. O UBS e seus diretores ou funcionários podem ter o direito de, a qualquer tempo, manter posições compradas ou vendidas nos instrumentos de investimento mencionados neste material, efetuar transações envolvendo os instrumentos de investimento cita-dos, por conta própria ou na condição de agentes, prestar quaisquer outros serviços ou ter executivos que atuem como membros do conselho de um emissor, do próprio instrumento de investimento ou de qualquer empresa comercial ou financeiramente associada a tal emissor. A qualquer momento, as decisões de investimento (inclusive quanto à compra, venda ou manutenção de títulos mobiliários) tomadas pelo UBS e seus funcionários poderão diferir ou divergir das opiniões expressas nas publicações de pesquisa do UBS. Alguns investimentos podem não apresentar liquidez imediata e, portanto, o valor do investimento bem como a identificação do risco a que o investidor está exposto podem ser difíceis de quantificar. O UBS baseia-se na política de barreiras de informação (information barriers) para controlar o fluxo de informações dentro de uma ou mais áreas do UBS, entre outras áreas e entre unidades, segmentos, conglome-rados ou afiliados do UBS. As negociações com Futuros e Opções não são adequadas a todos os investidores, já que envolvem risco substancial de prejuízos, podendo ocorrer perdas superiores ao investimento inicial. O desempenho passado de um investimento não constitui indicação quanto ao seu desempenho futuro. Informações adicionais serão disponibilizadas mediante solicitação. Alguns investimentos podem resultar em significativas perdas de valor, podendo, inclusive, acarretar perdas superiores ao capital aplicado e consequente necessidade de aporte de recursos adicionais. Oscilações nas taxas de câmbio podem afetar adversamente o preço, valor ou rendimento de um investimento. O(s) analista(s) responsável(is) pela elaboração deste relatório pode(m) ter contato com profissionais atuantes na mesa de operações ou na área de vendas ou ainda com representantes de outras áreas visando a coletar, sintetizar e interpretar informações de mercado. O tratamento tributário dependerá das circunstâncias específicas e poderá estar sujeito a alterações no futuro. O UBS não oferece assessoria jurídica ou tributária nem faz declarações relativas ao tratamento tributário de ativos ou seu retorno de investimentos, seja em termos gerais ou com referência a circunstâncias e necessidades de clientes específicos. Este material não considera os objetivos de investimento, a situação financeira ou as necessi-dades específicas de cada um dos nossos clientes. Por este motivo, o UBS recomenda a consulta a um assessor financeiro e/ou jurídico com relação às possíveis implicações (incluindo questões fiscais) de investir em qualquer um dos produtos aqui apresentados. É proibido reproduzir ou distribuir cópias deste material sem a autorização prévia do UBS. O UBS proíbe expressamente a distribuição ou transmissão deste material a terceiros por qualquer motivo. O UBS não aceita qualquer responsabilidade por quaisquer reclamações ou processos judiciais apresentados por terceiros e decorrentes do uso ou distribuição deste material. Este relatório somente deverá ser distribuído sob as circunstâncias permitidas pela respectiva legislação vigente. Na elaboração das previsões econômicas da Chief Investment Office (CIO), os economistas da CIO trabalharam em cooperação com economistas contratados pela UBS Investment Research. As previsões e estimativas são atuais apenas na data de publicação deste material e podem sofrer alteração sem aviso prévio. Para obter informações sobre como o UBS CIO WM administra conflitos e mantém a independência de suas visões de investimento e publicações e sobre as metodologias de pesquisa e classificação, visite o site www.ubs.com/research. Informações adicionais sobre os respectivos autores de conteúdos desta publicação e de outras publicações do CIO men-cionadas neste relatório e exemplares de relatórios anteriores sobre o tema desta edição podem ser obtidos mediante solicitação a seu consultor de cliente.

Gestores patrimoniais externos / Consultores financeiros externos: Caso este estudo ou publicação seja oferecido a um gestor patrimonial externo ou consultor financeiro externo, o UBS proíbe expressamente que o gestor patrimonial externo ou consultor financeiro externo redistribua este documento e o disponibilize a seus clientes e/ou terceiros. Alemanha: Conforme a legislação alemã, a entidade emissora é o UBS Deutschland AG, Bockenheimer Landstrasse 2-4, 60306 Frankfurt am Main. O UBS Deutschland AG é autorizado e regulado pelo “Bundesanstalt für Finanzdienstleistungsaufsicht“. Arábia Saudita: Esta publicação foi aprovada pelo UBS Saudi Arabia (subsidiária do UBS AG), sociedade por ações de capital fechado saudita constituída no Reino da Arábia Saudita sob o número de registro comercial 1010257812 e escritório registrado no endereço Tatweer Towers, P.O. Box 75724, Riad 11588, Reino da Arábia Saudita. O UBS Saudi Arabia é autorizado e regulado pela Autoridade dos Mercados de Capitais da Arábia Saudita. Austrália: Este documento é emitido pelo UBS AG ABN 47 088 129 613 (titular da Licença Nacional Australiana para Serviços Financeiros No 231087). Este documento é emitido e distribuído pelo UBS AG – informação que é válida a despeito de qualquer outra informação contrária aqui contida. O documento destina-se a uso exclusivo de “clientes de atacado”, conforme definição do parágrafo 761G (“Clientes de Atacado”) da Lei das Sociedades Anônimas Australianas, de 2001 (Cth) (“Lei das Sociedades Anônimas Australianas”). Este documento não poderá, em circunstância alguma, ser distribuído pelo UBS AG a um “cliente de varejo”, conforme definição do parágrafo 761G da Lei das Sociedades Anônimas Australianas. Os serviços de pesquisa do UBS AG são disponibilizados somente a clientes de atacado. Este documento constitui apenas informação geral e não leva em consideração os objetivos de investimento, situação financeira e tributária, nem as necessidades específicas de qualquer indivíduo. Bahamas: Esta publicação é distribuída aos clientes privados do UBS (Bahamas) Ltd e não se destina a cidadãos ou residentes das Bahamas, conforme a regulamentação da “Bahamas Exchange Control”. Barein: O UBS é um banco suíço não licenciado, nem supervisionado, nem regulado no território do Barein pelo Banco Central do Barein. Este banco tampouco mantém atividades comerciais no ramo bancário ou de investimentos no Barein. Portanto, os clientes não são protegidos pelas leis e regulamentos que regem os serviços bancários e de investimentos nesse país. Brasil: Preparado pela UBS Brasil Administradora de Valores Mobiliários Ltda., entidade regulamentada pela Comissão de Valores Mobiliários (“CVM”). Canadá: Esta publicação é distri-buída aos clientes do UBS Wealth Management Canada pelo Investment Management Canada Inc. Cingapura: Para questões resultantes desta análise ou relatório ou a estes relacionadas, favor entrar em contato com a sucursal do UBS AG em Cingapura, assessoria financeira autorizada conforme a Lei sobre Consultorias Financeiras de Cingapura (cap. 110) e banco de atacado licenciado conforme a Lei sobre Operações Bancárias de Cingapura (cap. 19), regulado pela Autoridade Monetária de Cingapura. EAU: O presente relatório não tem a finalidade de constituir uma oferta, venda ou entrega de ações ou quaisquer outros títulos segundo a legislação dos Emirados Árabes Unidos (EAU). O conteúdo deste relatório não foi e não será aprovado por qualquer autoridade dos Emirados Árabes Unidos, incluindo o “Emirates Securities and Commodities Authority” ou o Banco Central dos EAU, o Mercado Financeiro de Dubai, o Mercado de Títulos de Abu Dhabi qualquer outra bolsa de valores dos EAU. Este material destina-se exclusivamente a clientes profissionais. A Agência Dubai do UBS é regulamentada pela DFSA (Autoridade de Serviços Financeiros de Dubai) no DIFC (Centro Financeiro Internacional de Dubai). O UBS AG/UBS Switzerland AG não são licenciados pelo Banco Central dos EAU nem pela Autoridade de Mercadorias e Valores Mobiliários dos EAU para prestar serviços bancários naquele país. O Escritório de Representação do UBS AG em Abu Dhabi é licenciado pelo Banco Central dos EAU para atuar como um escritório de representação. Espanha: Esta publicação é distribuída aos clientes do UBS Bank, S.A. pelo UBS Bank, S.A., banco registrado no “Banco da Espanha”. Estados

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Unidos: Este documento não é destinado à distribuição nos Estados Unidos, para pessoas dos EUA nem por funcionários do UBS lotados nos EUA. A UBS Securities LLC é uma filial do UBS AG e uma empresa afiliada ao UBS Financial Services Inc. UBS Financial Services Inc. é uma subsidiária do UBS AG. França: Esta publicação é distribuída pelo UBS (France) SA, sociedade anônima francesa com capital social de € 125.726.944, sediada em 69 boulevard Haussmann F-75008 Paris, R.C.S. Paris B 421 255 670, a seus clientes atuais e potenciais. O UBS (France) S.A. é um provedor de serviços de investimento devidamente autorizado nos termos do “Code Monétaire et Financier” e regulamentado pelas autoridades bancárias e financeiras francesas, como a “Autorité de Controle Prudentiel et de Résolution”. Hong Kong: Esta publicação é distribuída pela sucursal em Hong Kong do UBS AG a clientes desta mesma entidade, banco autorizado pela “Hong Kong Banking Ordinance” e registrado sob o “Securities and Futures Ordinance”. Índia: Esta publicação é distribuída pelo UBS Securities India Private Ltd. 2/F, 2 North Avenue, Maker Maxity, Bandra Kurla Complex, Bandra (East), Bombaim (Índia) 400051. Tel.: +912261556000. Número de registro na SEBI - NSE (segmento de mercado de capitais): INB230951431, NSE (segmento de F&O) INF230951431, BSE (segmento de mercado de capitais) INB010951437. Indonésia: Esta pesquisa ou publicação não é concebida nem deve ser considerada como uma oferta pública de títulos conforme a legislação indonésia de mercados de capitais e os regulamentos que a implementa. Os valores mencionados neste material não foram nem serão registrados conforme a legislação indonésia de mercados de capitais e suas normas correspondentes. Israel: O UBS Switzerland AG é registrado como entidade operadora de mercado estrangeira em cooperação com a UBS Wealth Management Israel Ltd, sociedade subsidiária sob controle acionário total do UBS. A UBS Wealth Management Israel Ltd é credenciada como gestora de carteiras que também atua na área de marketing de investimentos e está sujeita a mecanismos regu-latórios da Autoridade de Valores Mobiliários de Israel. Esta publicação não deverá servir de substituta para recomendações de investimento ou materiais de marketing de investimentos preparados por uma entidade competente credenciada e adaptados a suas próprias necessidades pessoais. Itália: Esta publicação é distribuída a clientes do UBS (Itália) S.p.A, via del vecchio politecnico 3 – Milão, banco italiano devidamente autorizado pelo “Banco da Itália” para o forne-cimento de serviços financeiros e sob a supervisão da “Consob” e do “Banco da Itália”. Jersey: A sucursal de Jersey do UBS AG é regulamentada e autoriza-da pela Comissão de Serviços Financeiros de Jersey para o exercício de atividades bancárias, de fundos e de investimentos. Luxemburgo: Esta publicação não se destina a ser uma oferta pública segundo a legislação de Luxemburgo, mas pode ser disponibilizada para fins informativos a clientes do UBS (Luxembourg) S.A., 33A avenue J.F.Kennedy, L-1855 Luxembourg, R.C.S.Luxembourg B 11142, banco regulamentado sob a supervisão conjunta do Banco Central Europeu e da “Commission de Surveillance du Secteur Financier” (CSSF - Comissão de Fiscalização do Setor Financeiro), à qual esta publicação não foi submetida para aprovação. México: Este documento foi distribuído por UBS Asesores México, S.A. de C.V., sociedade que não faz parte do UBS Grupo Financiero, S.A. de C.V. nem de qualquer outro grupo financeiro mexicano e cujas obrigações não são garantidas por terceiros. O UBS Asesores México, S.A. de C.V. não garan-te qualquer rendimento de qualquer espécie. Nova Zelândia: Este documento é distribuído pelo UBS Wealth Management Australia Ltd. aos clientes do UBS Wealth Management Australia Limited ABN 50 005 311 937 (titular da Licença Nacional Australiana para Serviços Financeiros Nº 231127), Chifley Tower, 2 Chifley Square, Sydney, Nova Gales do Sul, NSW 2000. Você está recebendo esta publicação ou material do UBS por ter indicado ao UBS sua condição de cliente certificado na qualidade de investidor de atacado e/ou qualificado (“cliente certificado”) localizado na Nova Zelândia. Esta publicação ou material não se destina a clientes que não tenham a condição de clientes certificados (“clientes não-certificados”); caso você seja um cliente não-certificado, não deverá utilizar esta publicação ou material para embasar decisões. Se, a despeito deste aviso, você utilizar esta publicação ou material para embasar decisões, você estará (i) reconhecendo que não tem autorização para utilizar o conteúdo desta publicação ou material para embasar decisões e que as recomendações e opiniões aqui contidas não se destinam a sua pessoa e (ii) dentro do limite permitido pela lei, (a) isentando o UBS e suas entidades associadas ou relacionadas (bem como seus respectivos diretores, executivos, agentes e consultores, a seguir denominados “indivíduos pertinentes”) de perdas, danos, responsabilidades ou pretensões contraídos ou sofridos por qualquer um desses indivíduos e que tenham relação causal ou outra relação com o fato de você ter utilizado esta publicação ou material para embasar decisões sem autorização, bem como (b) renunciando a quaisquer direitos ou indenizações que você possa ter perante qualquer indivíduo pertinente por (ou relacionados a) perdas, danos, responsabilidades ou pretensões contraídos ou sofridos por você e que tenham relação causal ou outra relação com o fato de você ter utilizado esta publicação ou material para embasar decisões sem autorização. Países Baixos: Esta publicação não se destina a constituir uma oferta pública ou solicitação equivalente nos termos da legislação dos Países Baixos, mas pode ser disponibilizada para fins de informação aos clientes do UBS Bank (Netherlands) B.V., banco sujeito a mecanismos regulatórios do “De Nederlansche Bank” (DNB) e da “Autoriteit Financiële Markten” (AFM), aos quais a presente publicação não foi submetida para aprovação. Reino Unido: Aprovado pelo UBS AG, autorizado e regulado na Suíça pela Autoridade Supervisora do Mercado Financeiro. No Reino Unido, o UBS AG é autorizado pela Autoridade de Regulação Prudencial e está sujeito a regu-lação pela Autoridade de Conduta Financeira e a regulação parcial pela Autoridade de Regulação Prudencial. Detalhes sobre o escopo de nossa regulação pela Autoridade de Regulação Prudencial podem ser obtidos conosco mediante solicitação. Membro da Bolsa de Valores de Londres. Esta publicação é distribuída aos clientes privados do UBS de Londres, Reino Unido. Nos casos em que os produtos ou serviços forem provenientes do exterior do Reino Unido, não estarão cobertos pelo regime fiscalizador do Reino Unido ou pelo serviço de compensações financeiras. Taiwan: Este material é oferecido pela Agência Taipei do UBS AG, em conformidade com as leis de Taiwan, mediante consentimento ou solicitação de clientes ou clientes em potencial.

Versão: 06/2016.© UBS 2016. O logotipo com as chaves e o nome “UBS” fazem parte das marcas comerciais registradas e não registradas do UBS. Todos os direitos reservados.

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