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UNIVERSIDADE PARANAENSE
CURSO SUPERIOR DE ENFERMAGEM
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FERNANDA TIECHER CIRELLE
TRANSTORNO DO PÂNICO NA
PERSPECTIVA DA ENFERMAGEM
GUAÍRA-PR
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FERNANDA TIECHER CIRELLE
TRANSTORNO DO PÂNICO NA PERSPECTIVA DA
ENFERMAGEM
GUAÍRA-PR
2017
Trabalho de Conclusão de Curso
apresentado ao curso de Enfermagem da
Universidade Paranaense – UNIPAR,
como exigência parcial para obtenção do
grau de Bacharel em Enfermagem.
Orientação: Profº Ms Eduardo Henrique
Pereira Sandim
FERNANDA TIECHER CIRELLE
TRANSTORNO DO PÂNICO NA PERSPECTIVA DA
ENFERMAGEM
Trabalho de Conclusão de Curso apresentado como requisito parcial para a obtenção do grau
de Bacharel em Enfermagem da Universidade Paranaense- UNIPAR, pela seguinte banca
examinadora:
_________________________________________________________
Orientador: Profº Ms Eduardo Henrique Pereira Sandim
__________________________________________________________
Janaina Cabral de Souza Vendrusculo
__________________________________________________________
Marileisa Barbosa
Guaíra, 2017
Dedicatória
Dedico este trabalho
primeiramente a Deus,
segundo ao meu pai, mãe,
irmãs e amigos. E também
aqueles que se dedicam na
missão de cuidar.
AGRADECIMENTOS
Agradeço a Deus pelo dom da vida e pela força de ir em busca dos meus objetivos;
A minha família pelo total apoio, carinho e cuidado que tiveram comigo em especial ao meus
pais José Mauro e Cristiane, que sempre me incentivaram a lutar pelos meus ideais, me
orientaram, e me deram proteção durante toda vida e me fizeram me tornar quem sou hoje;
As minhas irmãs, Laura e Beatriz, que sempre estiveram ao meu lado;
Ao meu grande amigo e namorado, Carlos Henrique, que me motivou na escolha do tema e por
estar comigo em todos os momentos, e também a sua mãe que me acolheu e me deu apoio
necessário;
Ao meu avô Juvenal, porque em vida sentiu- se muito orgulhoso ao dizer que teria uma neta
enfermeira e me fez apaixonar pela Enfermagem;
Aos meus amigos que estiveram junto comigo me dando apoio, ouviram minhas reclamações e
me aconselharam sempre que precisei além de compartilhar muitos momentos alegres;
Ao meu Orientador, profº Ms. Eduardo Henrique Pereira Sandim, e demais professores por
transmitir seus ensinamentos;
E por fim, a mim mesma por nunca ter desistido, mesmo quando o cansaço batia, pois graças a
minha força e determinação hoje posso dizer que sou vitoriosa;
O meu muito obrigada a todos pelo carinho e por fazerem parte desta conquista.
.
APRESENTAÇÃO
Este trabalho de Conclusão de Curso está sendo apresentado ao Colegiado do Curso de
Enfermagem do Campus de Guaíra da Universidade Paranaense- UNIPAR na forma de artigo
científico, conforme regulamento específico. Este artigo está adequado as instruções para
autores da revista Arquivos de Ciências da Saúde da Unipar (ISSN- 1415-076X) e baseado nas
Normas ABNT- NBR-6023 as quais encontram-se anexo.
TRANSTORNO DO PÂNICO NA PERPCTIVA DA
ENFERMAGEM
¹Fernanda Tiecher Cirelle
²Eduardo Henrique Pereira Sandim
RESUMO
A agitação e as dificuldades do dia a dia estão colaborando para o surgimento de novos casos
de Transtornos mentais e crises de ansiedade. Com base no aumento da procura por atendimento
na área da saúde por pacientes com Transtorno do Pânico, este trabalho tem como objetivo,
identificar através da literatura as característica e sintomatologias do Transtorno do Pânico e
descrever as possibilidades de tratamento elaborando intervenções e ações que ajudem e
orientem o paciente, a família e a equipe de enfermagem para desenvolver os cuidados
necessários de forma qualitativa. Em síntese, um dos papeis fundamentais do enfermeiro é
efetuar orientações, tanto aos familiares quanto ao cliente. O profissional de enfermagem
precisa apresentar informações sobre o Transtorno e ensinar ao cliente, equipe e família os
sinais e sintomas do Transtorno bem como as maneiras de interromper sua progressão, assim
alcançará o objetivo de tornar o indivíduo capaz de reconhecer os sintomas de início da
ansiedade e de intervir antes que esta chegue ao nível de pânico proporcionando melhora na
qualidade de vida e consequente resgate da sua autoconfiança e autonomia. A busca foi
realizada a partir de publicações indexadas nas bases de dados LILACS, SciELO, Google
acadêmico, e portais eletrônicos do Ministério da Saúde. Como critério de inclusão, adotou-se
artigos publicados a partir 2000.
Palavras-Chave: Transtorno do Pânico. Síndrome do Pânico. Saúde Mental. Intervenções
de Enfermagem
¹ Acadêmica – Orientanda do Curso de Graduação em Enfermagem – Unipar
² Docente – Orientador do Curso de Graduação em Enfermagem – Unipar
PANIC DISORDER IN THE NURSING VIEW
¹Fernanda Tiecher Cirelle
²Eduardo Henrique Pereira Sandim
ABSTRACT
The daily excitement and difficulties are collaborating to the appearance of new cases of mental
and anxiety attacks. Based on the increased demand for healthcare by patients with Panic
Disorder, this work aims to identify through the literature the characteristics and symptoms of
Panic Disorder and describe the possibilities of treatment by elaborating interventions and
actions that help and guide the patient, the family and the nursing team to develop the necessary
care in a qualitative way . In short, one of the nurses' fundamental roles is to provide guidance
to both family and client. The nursing professional needs to present information about the
disorder and teach the client, staff and family the signs and symptoms of the disorder as well as
ways to interrupt its progression, thus achieving the goal of making the individual able to
recognize the symptoms of onset of anxiety and to intervene before it reaches the level of panic
providing improvement in the quality of life and consequent redemption of their self-confidence
and autonomy. The research was done from database publications located in SciElo, LILACS,
Google academic, and Ministry of Health electronic portals using published articles from the
year 2000.
Keywords: Panic Disorder, Panic Syndrome, Mental Health, Nursing Interventions.
¹Academic - Advisees of Nursing Graduation course - Unipar
² Instructor - Advisor of Nursing Graduation course – Unipar
LISTA DE ILUSTRAÇÕES
Figura 1- Algoritmo de avaliação diagnóstica dos ataques de pânico ...................................... 19 Figura 2- Algoritmo Emergencial (Crise Emergencial) ........................................................... 21
LISTA DE SIGLAS
TAS Transtorno de ansiedade social
TAG Transtorno de ansiedade generalizada
TEA Transtorno de estresse agudo
TEPT Transtorno de estresse pós-traumático
TOC Transtorno obsessivo compulsivo
TP Transtorno do pânico
SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO ................................................................................................................ 12
2 MATERIAIS E MÉTODOS ............................................................................................. 14
3 DESENVOLVIMENTO .................................................................................................... 15
3.1 Caracterização do Transtorno do Pânico .............................................................................. 15
3.2 Diagnóstico diferencial .......................................................................................................... 18
3.3 Abordagem do Enfermeiro e da equipe de Enfermagem ..................................................... 20
3.4 Diagnósticos e Intervenções de Enfermagem ....................................................................... 22
3.5 Tratamento ............................................................................................................................ 24
3.6 A importância da família ....................................................................................................... 25
4 CONCLUSÃO .................................................................................................................. 27
5 REFERÊNCIAS ................................................................................................................ 29
12
1 INTRODUÇÃO
A agitação do dia a dia, o estresse, a ansiedade, a dificuldade de aceitação relacionada
a perdas, necessidade de estar no controle da situação e as exigências da atualidade estão
afetando a saúde mental da população, limitando tarefas diárias tornando-se comuns novos
casos de depressão, Transtorno do Pânico (TP), ansiedade, medo e demais transtornos mentais,
fazendo com que o paciente busque ajuda no serviço de saúde, sendo tanto na atenção básica
como na urgência e emergência. O transtorno do pânico atinge aproximadamente 3% da
população e traz grande sofrimento pessoal e prejuízos na vida do indivíduo (SHINOHARA,
2005).
“O Transtorno do Pânico, ou Síndrome (conjunto de sintomas) do Pânico, é um quadro
de ansiedade acentuado, apresentando os mesmos sintomas da ansiedade, no entanto, de
maneira mais intensa” (GUERRA, 2015, p.9).
A Síndrome do Pânico ou Transtorno do Pânico gera grande sofrimento e mudança na
vida diária do paciente. Segundo Valença (2013) 90% dos pacientes com Transtorno do Pânico
acreditam que têm um problema físico e não um problema psiquiátrico ou psicológico, o que
deixa claro que algumas sintomatologias podem ser confundidas com outras doenças crônicas,
tornando muitas vezes difícil a abordagem do enfermeiro que diante dos fatos pode não prestar
a assistência adequada.
“Qualquer pessoa pode vir a apresentar um ataque de pânico no decorrer da vida, mas
apenas as que tem ataques frequentes são diagnosticadas com Transtorno do Pânico (OBELAR,
2016, p.9)”.
Durante a crise de pânico, as sensações físicas são interpretadas como perigo, risco de
morte, de enlouquecer , ou ter alguma patologia que leve à morte , tais sensações fazem com
que o corpo produza mais adrenalina, acentuando os sintomas cada vez mais (GUERRA, 2015,
P.11).
As funções do enfermeiro estão focadas na promoção da saúde mental, na
prevenção da enfermidade mental, na ajuda ao doente a enfrentar as pressões da
enfermidade mental e na capacidade de assistir ao paciente, à família e à comunidade,
ajudando-os a encontrarem o verdadeiro sentido da enfermidade mental (VILLELA,
SCATENA, 2004, p.739).
Nesta perspectiva é de grande importância o conhecimento do profissional de
enfermagem sobre os sinais e sintomas e a compreensão dos mesmos para desenvolver
assistência e cuidados de Enfermagem, a fim de amenizar os sintomas e ajudar o paciente a
controlar o medo e a ansiedade decorrentes do transtorno do pânico.
13
O presente trabalho tem como objetivo identificar através das literaturas as
características do transtorno do pânico, agregando informações precisas ao enfermeiro para
melhora da qualidade assistencial ao cliente. Objetiva também, estabelecer diferenças entre o
diagnóstico de pânico em relação às outras enfermidades e descrever as possibilidades de
tratamento, elaborando intervenções que possam ser realizadas pelo profissional de
enfermagem na tentativa de incluir a família na melhora da qualidade de vida do paciente e
ressaltar a importância da mesma no tratamento do Transtorno do Pânico.
14
2 MATERIAIS E MÉTODOS
Para a realização deste trabalho, foi utilizada uma revisão bibliográfica sobre a temática do
estudo no intuito de estudar o transtorno do pânico, suas características, tratamento,
diagnósticos e intervenções de enfermagem. A coleta de dados foi realizada a partir de
publicações indexadas nas bases de dados da Literatura Latino-Americano e do Caribe em
Ciências da Saúde (LILACS), Scientific Electronic Library Online (SciELO) Biblioteca Virtual
em Saúde, Google Acadêmico, portais eletrônicos do Ministério da Saúde, e da Organização
Mundial de Saúde, utilizando-se os Descritores em Ciências da Saúde (DeCS): Transtorno do
Pânico. Síndrome do Pânico. Saúde Mental. Intervenções de Enfermagem. Adotou-se como
critério de inclusão artigos publicados a partir de 2000 até 2017 com o intuito de analisar as
publicações mais atuais sobre a temática.
15
3 DESENVOLVIMENTO
Para compreender a síndrome do pânico ou transtorno do pânico convém salientar o
significado das palavras síndrome, transtorno e pânico. Síndrome: reunião, conjunto de sinais,
sintomas que caracterizam uma doença ou determinada condição ou situação. Transtorno: ato
ou efeito de transformar; perturbação, alteração, mudança incômodo. Pânico, medo, susto,
eventualmente infundados; que assusta, súbita e violentamente, sem motivo (MURTA, 2009).
A palavra Pânico vem do Deus Grego Pã, uma mistura de homem e bode que de acordo
com a mitologia grega, foi desprezado pela própria mãe devido sua feiura; vivia isolado nas
montanhas e sua diversão era assustar os viajantes que sentiam medo e pânico na sua presença.
(BATTELLO, 2016).
Embora possam ter ocorrido sintomas do pânico em qualquer fase da humanidade, o
primeiro relato dos sintomas da Síndrome do pânico se deu em 1871, na guerra franco-
prussiana, onde os soldados entrincheirados sentiam, dor no peito, tremores, diarreia, tontura e
palpitações , o que foi denominado na época como “ Síndrome do Coração Imutável”,
posteriormente, sendo constatado que não havia nenhuma lesão no coração concluiu –se que se
tratava de um distúrbio de função decorrente de uma descarga de adrenalina (BATTELLO,
2016).
De acordo com Neto (2010) as causas do Transtorno do Pânico são desconhecidas, há
fatores predisponentes e fatores desencadeantes da doença como: hereditariedade, fatores
psicológicos ligados à primeira infância e especialmente vivências de ansiedade de separação
que parecem tornar os indivíduos vulneráveis, a crise de pânico também pode ser desencadeada
por meio de medicações. Segundo Amaral (2017) O estresse tem grande influência no
desencadeamento do transtorno do pânico, sendo um dos principais causadores desse
transtorno.
3.1 Caracterização do Transtorno do Pânico
“O Transtorno do Pânico, ou Síndrome (conjunto de sintomas) do Pânico, é um quadro
de ansiedade acentuado, apresentando os mesmos sintomas da ansiedade, no entanto, de
maneira mais intensa” (GUERRA 2015, p.9).
O transtorno do pânico tem como característica a ocorrência espontânea e inexplicável
de ataques de pânico, sem fatores desencadeantes aparentes, esses ataques de pânico são
períodos de intenso medo, podendo variar desde diversos ataques ao dia até poucos ao longo de
um ano. (SOARES FILHO G. L. F. et al., 2007). Durante a crise os sintomas começam de forma
16
crescente, atingindo o ápice em torno de dez minutos e raramente ultrapassa trinta minutos
(NUNES; BUENO; NARDI, 2005).
As crises de pânico são marcadas por períodos distintos, súbitos e inesperados de medo
ou desconforto intenso e produzem taquicardias, náuseas, tremores, formigamento, sudorese e
outras reações do sistema nervoso simpático (FREITAS, 2005).
Os sintomas do TP desenvolvem-se na tentativa de alertar o organismo para defesa,
envolvendo assim vários sistemas do corpo, como o cardiorrespiratório, digestivo e sistema
nervoso (GUERRA 2015).
Convictos de que estão tendo um sério problema de saúde, dezenas de pessoas, todos os
dias, procuram pelas emergências médicas, acreditando que algo muito sério, e que pode levá-
las à morte, está acontecendo, já que sentem sintomas físicos extremamente severos. Guerra
(2015) destaca algumas sintomatologias da crise como: taquicardia, hiperventilação, dispnéia,
náusea e/ou diarreia, nó na garganta, xerostomia, vertigem, tremores, sudorese, calor, calafrios,
tensão na nuca, dificuldade de concentração e falha de memória, insônia, irritabilidade,
impaciência, poliúria e astenia.
Além das sintomatologias citadas por Guerra (2015), Abrão (2004) também especifica
os sintomas de medo intenso e inexplicável, terror, palpitações, sensação de desmaio, dor no
peito, alterações na menstruação, atordoamento, parestesia, tensão muscular, náusea, sensação
de estar sonhando, medo de enlouquecer, medo de perder o controle, confusão mental,
pensamento rápido e sensação de morte iminente.
De acordo com Locatelli (2010) “os ataques de pânico podem ocorrer em qualquer local,
contexto ou hora, inclusive durante o sono, onde a pessoa acorda apresentando sintomas do
Transtorno do Pânico.’’ Os sinais e sintomas de um ataque de pânico variam, sendo muitas
vezes detectados precocemente, porém as crises de pânico podem ocorrer sem nenhum aviso
(ABRÃO, 2004).
O Transtorno do Pânico tem grande influência na qualidade de vida dos pacientes,
podendo acometer a vida familiar, ocupacional, física e social, causando sofrimento intenso ao
paciente. Hoje, esse transtorno é considerado um grave problema de saúde pública, afeta cerca
de 3% da população geral ao longo da vida (MANFRO et al, 2008).
De acordo com Marot (2004) o transtorno do pânico atinge mais as mulheres do que os
homens, sendo aproximadamente o dobro a incidência do transtorno do pânico sobre as
mulheres em relação aos homens, a idade de início concentra-se em torno dos trinta anos,
podendo começar durante a infância ou na velhice.
17
Após crises de pânico, algumas pessoas apresentam importante restrição em suas vidas,
ao ponto de evitarem atividades normais, se isolam em casa e se tornam incapazes de enfrentar
situações consideradas ameaçadoras, solicitando frequentemente um acompanhante para sair
de casa o que é chamado de Transtorno do Pânico com agorafobia (VALENTE; MELLO,
2013).
O medo que o paciente com Transtorno do Pânico tem de que a crise retorne
desencadeia um processo de associação, que a partir da primeira crise, qualquer estímulo
interno ou externo pode remeter à situação das crises anteriores e funcionarem como o
elemento-índice, desencadeador de uma nova crise (AQUINO, 2000).
O transtorno de pânico pode gerar consequências na vida do paciente desenvolvendo
níveis altos de incapacidade social, profissional e física, aumento na taxa de tentativa de
suicídios, gera custos econômicos consideráveis, aumento de consultas médicas, ausência
frequente no trabalho acarretando desemprego e consequentemente piora na qualidade de vida
(DSM 5, 2014).
“Embora os sintomas do pânico sejam bem desagradáveis, eles não são perigosos, eles
fazem parte de uma reação de emergência do organismo, sendo uma resposta fisiológica normal
que visa nos proteger de qualquer ameaça interna ou externa. ” (GUERRA 2015, p.13).
A Classificação Internacional de Doenças e Problemas relacionados à Saúde (CID 10)
Classifica o transtorno do pânico com a sigla F41.0 e afirma que o indivíduo para ser
diagnosticado com transtorno do pânico deve apresentar vários ataques graves de ansiedade
autonômica, ataques de pânico em cerca de um mês, em circunstâncias em que não há perigo e
sem estar em situações previsíveis e deve haver relativa ausência de sintomas ansiosos entre os
ataques de pânico (NUNES; BUENO; NARDI, 2005).
Segundo Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais (DSM5, 2014 ) para
diagnóstico de transtorno do pânico é necessário que tenha ataques de pânico recorrentes e
inesperados que causam medo intenso ou desconforto intenso que alcança um pico em minutos
e durante o qual ocorrem quatro ou mais dos seguintes sintomas: palpitações, taquicardia,
sudorese, tremores ou abalos, sensações de falta de ar ou sufocamento, sensações de asfixia,
dor ou desconforto torácico, náusea ou desconforto abdominal, sensação de tontura,
instabilidade, vertigem ou desmaio, calafrios ou ondas de calor, parestesia, desrealização,
despersonalização, medo de perder o controle ou enlouquecer e medo de morrer.
18
“ Podem ser vistos sintomas específicos da cultura tinido, dor na nuca, cefaleia, gritos
ou choro incontrolável, no entanto esses sintomas não devem contar como um dos quatro
sintomas exigidos para ser diagnosticado o transtorno do pânico” ( DSM5,2014, p.208).
3.2 Diagnóstico diferencial
Os sintomas do transtorno do pânico são intensos, portanto o diagnóstico deve ser
realizado com cautela, descartando todos os diagnósticos diferencias. Deve ser levado em conta
no diagnóstico diferencial doenças cardiovasculares, incluindo angina, hipertensão, infarto,
palpitações, hipertireoidismo, uso abusivo de cafeína e estimulantes (VALLENTE, 2013). No
diagnostico diferencial devem ser consideradas as fobias, demais transtornos de ansiedade, a
simulação, a despersonalização e a depressão nas suas diferentes apresentações (NUNES;
BUENO; NARDI, 2005).
De acordo com Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais (2014)
algumas condições médicas podem causar ou ser mal diagnosticadas como ataques de pânico.
Entre as condições médicas constam o hipertireoidismo, hiperparatireoidismo,
feocromocitoma, disfunções vestibulares, transtornos convulsivos e condições
cardiopulmonares como arritmias, taquicardia supraventricular, asma e doença pulmonar
obstrutiva crônica.
O transtorno de pânico não é diagnosticado se os ataques forem considerados
consequência fisiológica direta de uma substância ou medicamento e se o ataque de pânico é
uma consequência fisiológica direta de outra condição médica. Para determinar o papel
etiológico de outra condição médica é necessário testes laboratoriais apropriados ou exame
físico (DSM5, 2014).
Pacientes com Transtorno do pânico estão sujeitos a doenças como angina,
cardiomiopatia idiopática, hipertensão arterial instável, doenças respiratórias, enxaquecas,
dores de cabeça, diabetes mellitus, úlcera péptica, doenças gastrointestinais e doenças da
tireoide (VALLENTE, 2013).
19
Figura 1- Algoritmo de avaliação diagnóstica dos ataques de pânico
Fonte: SALUM; BLAYA; MANFRO, 2009 p.5
20
3.3 Abordagem da equipe de Enfermagem
Saúde não é apenas uma ausência de doenças e sim um estado de completo bem-estar
físico, mental e social, dentro do âmbito de saúde mental as funções do profissional de
enfermagem estão focadas na promoção de saúde mental, prevenção de enfermidade mental,
no auxílio ao doente a enfrentar a enfermidade mental, assistir o paciente e à família dando o
suporte adequado ao paciente, cabendo ao enfermeiro perceber, observar e formular
interpretações válidas, delinear campo de ação junto com tomada de decisões, planejar a
assistência e avaliar as condutas e o desenvolvimento desse processo. (SCATENA; VILLELA,
2004).
Os Profissionais de Enfermagem apresentam, uma característica diferenciada das
outras profissões, pois são os que passam a maior parte do tempo junto ao paciente,
logo o cuidado de enfermagem é compreendido como um conjunto de técnicas e
procedimentos uma vez que a enfermagem é reconhecida por seus aspectos práticos
(FERNANDES, 2014, p. 14, 15).
Hoje dentro do campo de saúde mental o enfermeiro psiquiátrico tem como um
importante instrumento de trabalho seu próprio eu, a humanização, o relacionamento
terapêutico e a comunicação terapêutica estabelece uma assistência de enfermagem adequada,
nesta perspectiva o enfermeiro necessita estar preparado para atuar em novos modelos de
atenção adequando–se a mudanças e adotando novas tarefas, advindas da Política Nacional De
Saúde Mental proporcionando qualidade de vida do indivíduo em sofrimento psíquico.
(MURTA, 2014).
A abordagem da equipe de enfermagem com o paciente é de grande importância
principalmente se esta for uma abordagem humanizada pois os pacientes com TP geralmente
procuram o serviço de saúde durante a crise, e necessitam de amparo e ajuda tanto no processo
de amenizar os sintomas quanto compreender o que está acontecendo. Caso uma pessoa chegue
a um serviço de urgência e emergência, ou a qualquer outro serviço de saúde, durante um ataque
de pânico, deve-se perguntar se já sofreu alguma crise parecida antes, quanto tempo ela durou,
se foi atendida em serviço de saúde, perguntar se já está recebendo tratamento para transtorno
do pânico, realizando as investigações mínimas necessárias para excluir problemas físicos
agudos, e se houver necessidade de internação ou ficar em observação em pronto socorro não
se deve deixar por tempo longo devendo, o paciente ser encaminhado para atenção primária
para cuidados posteriores, mesmo que tenha sido feito um diagnóstico presuntivo de transtorno
de pânico; e fornecer informação apropriada sobre ataques de pânico e explicar o
encaminhamento (SANTA CATARINA, 2015).
21
Figura 2- Algoritmo Emergencial (Crise Emergencial)
Fonte: SANTA CATARINA, 2015 p.12
22
3.4 Intervenções de Enfermagem
O processo de enfermagem é baseado em cinco etapas: levantamento de dados,
diagnóstico de enfermagem, planejamento, intervenção e avaliação. Dentro do diagnóstico de
enfermagem, pacientes com transtorno do pânico podem apresentar diversos problemas de
saúde reais ou potenciais que cabe ao enfermeiro reconhecê-los a fim de desenvolver e
executar planos de cuidado com a finalidade de melhorar a condição de saúde física e mental
do paciente.
Com base nas leituras de revisão bibliográfica e na percepção e convivência com
pacientes com TP, podem ser observados alguns diagnósticos de enfermagem como:
distúrbios no autoconceito, baixa autoestima, enfrentamento familiar comprometido,
enfrentamento ineficaz, interação social prejudicada, isolamento social, medo, padrão de sono
prejudicado, risco de suicídio, sobrecarga de estresse, sofrimento, ansiedade e risco de
autocontrole ineficaz (DOENGES, MOORHOUSE, MURR, 2004).
De acordo com os diagnósticos de enfermagem é possível elaborar ações que possam
intervir, melhorar, manter ou devolver a saúde física e mental do paciente. É muito importante
ganhar a confiança do paciente, ouvi-lo atentamente e fazer com que ele se sinta à vontade,
conversar, proporcionar privacidade e um ambiente seguro. Estimular a pessoa a expressar
sentimentos, sobre a maneira como sente, pensa ou vê a si mesma, estimular o cliente a fazer
perguntas sobre o problema de saúde, tratamento e resultados esperados, proporcionar
informações confiáveis e reforçar informações já fornecidas, incentivar o indivíduo a imaginar
resultados futuros positivos, auxiliar a família durante a avaliação situacional e orientar sobre
a importância da família para melhora do paciente e ajudar a identificar como o estresse
precipita os problemas (DOENGES, MOORHOUSE, MURR, 2004).
Quando se trata do medo é importante orientar o paciente quanto ao ambiente, falar
calma e lentamente, estimular a expressão do sentimento, incentivar respostas que reflitam a
realidade, quando a intensidade dos sentimentos diminuir, conscientizar a pessoa sobre os
indícios comportamentais e ensinar técnicas de relaxamento como respiração lenta e ritmada,
relaxamento progressivo dos grupos musculares e interrupção dos pensamentos (DOENGES,
MOORHOUSE, MURR, 2004).
No caso de ataques avulsos de pânico, deve se aconselhar e monitorar o paciente para
detectar recorrência dos ataques ou o possível desenvolvimento de outros sintomas, deve-se
aconselhar os pacientes de que embora esses ataques sejam desconfortáveis, não são perigosos
e são limitados no tempo (SANTA CATARINA, 2015).
23
Os pacientes podem ainda ser incentivados a monitorar a intensidade, a frequência e a
duração dos ataques, bem como se estes episódios são esperados ou inesperados, marcar
avaliação de acompanhamento em até duas semanas, para reavaliar os sintomas do paciente e
se necessário neste período fornecer alguma orientação escrita sobre ataques de pânico e
orientar a leitura de materiais de autoajuda baseados nos princípios da terapia cognitivo-
comportamental (SANTA CATARINA, 2015).
Em casos de haver novas ocorrências de ataques de pânico deve aconselhar ao paciente
e familiares a permanecer onde está até que o ataque passe, deve-se esclarecer ao paciente
que o ataque tem um começo, um meio e um final, e que ele passa rapidamente, e que o
ataque, apesar de assustar não mata e não enlouquece, incentivá-lo a concentrar-se para
controlar a ansiedade, não só os sintomas físicos, orientar o paciente a praticar respiração
lenta, relaxada, pois a respiração controlada reduzirá os sintomas físicos, orientar que respirar
muito profundamente ou rapidamente (hiperventilação) pode causar alguns dos sintomas
físicos do pânico e identificar medos exagerados que ocorrem durante o pânico e discutir
formas de desafiar esses medos durante a crise de pânico (SANTA CATARINA, 2015).
Segundo Guerra (2005) o paciente deve aprender a aceitar as sensações físicas ao sentir
a ansiedade generalizada, pois assim desenvolve capacidade de aplicar outras técnicas de
relaxamento simultaneamente até que as sensações sejam amenizadas. Aceitando a situação,
as sensações físicas enfraquecerão até desaparecer. É importante também incentivar o paciente
a fazer o que é necessário mesmo sentindo-se ansioso podendo diminuir a quantidade e
velocidade que exerce, mas continuar ativo.
De acordo com Miranda (2016) Artefatos tecnológicos estão cada vez mais integrados
ao nosso cotidiano e podem ser grandes aliados nas situações de crise. Hoje existe uma
variedade de aplicativos disponíveis em aparelhos celulares que possibilitam opções e
flexibilidade de caminhos para se atingir a calma e contornar situações de medo atendendo às
necessidades do usuário, como exemplos temos o aplicativo gratuito Querida Ansiedade que
tem como objetivo informar, esclarecer e proporcionar formas mais saudáveis de conviver com
a ansiedade e o aplicativo gratuito Respiração Prânica –Pranayama que disponibiliza exercícios
respiratórios e meios de aliviar o estresse . O profissional da área de saúde pode apresentar esses
meios que são uma alternativa para auxiliar na qualidade de vida dos indivíduos que tem
Transtorno do pânico.
Townsend (2002) afirma que a enfermagem deve permanecer com o cliente e transmitir
segurança e tranquilidade, manter uma abordagem calma, usar palavras simples e mensagens
breves ditas com calma e clareza, para explicar as experiências no hospital, administrar
24
medicamentos tranquilizantes conforme prescrição médica, avaliando quanto à eficácia e aos
efeitos colaterais.
Quando o nível de ansiedade tiver sido reduzido, explorar as possíveis razões para sua
ocorrência, e ensinar ao cliente os sinais e sintomas e maneiras de interromper sua progressão,
assim alcançará o objetivo de tonar o cliente capaz de reconhecer os sintomas de início da
ansiedade e de intervir antes que esta chegue ao nível de pânico Townsend (2002).
3.5 Tratamento
O tratamento para pessoas que sofrem de síndrome do pânico tem o objetivo de controlar
as crises e evitar com que ocorram. O tratamento pode ser feito através de terapia
comportamental, técnicas de distração e uso de medicamentos ansiolíticos e antidepressivo. “O
tratamento precoce é essencial para reduzir as consequências físicas e sociais, e o manejo
adequado dos primeiros ataques de pânico iniciais pode prevenir o desenvolvimento ou
agravamento de um TP crônico” (FLORIANOPOLIS, 2010, p.56).
Guerra (2015) cita em sua obra que há diferentes etapas no tratamento; a primeira etapa
e a mais importante é a fase educativa que consiste em conhecer o pânico, para então
desenvolver as etapas seguintes, como capacidade de autorregulação emocional, aumento à
tolerância em relação à excitação interna, busca de distração desviando o foco da situação, além
de compreender e resolver os fatores estressantes que contribuem para o aparecimento das
crises.
Uma das modalidades eficazes no tratamento de Transtorno do pânico é a terapia
cognitivo-comportamental que tem como objetivo corrigir interpretações catastróficas e os
medos condicionados das sensações corporais, a terapia cognitivo comportamental é de grande
praticidade, pois é um tratamento breve, podendo ser utilizada junto com o tratamento
medicamentoso e ser introduzida em qualquer fase do tratamento, é vista como uma alternativa
e estratégia quando não se vê resposta ao tratamento medicamentoso (MANFRO et. al. 2008).
A terapia cognitivo-comportamental é uma abordagem terapêutica que busca
através de suas técnicas a correção dos pensamentos catastróficos que colaboram para
a manutenção do medo e as evitações, bem como técnicas comportamentais que
diminuem a ansiedade, ajudam a vencer a agorafobia, melhorando a qualidade de vida
do cliente (VARELLA ,2013, p.11).
Quando bem indicado o tratamento farmacológico produz grande resposta à prevenção
e redução do pânico, da ansiedade antecipatória e da evitação fóbica, há a utilização de
antidepressivos tricíclicos e inibidores de monoamino-oxidase; estes possuem vários efeitos
colaterais como tolerância por parte do paciente, efeitos anticolinérgico, restrições dietéticas
entre outros, o que leva a baixa adesão ao tratamento; Há também a utilização dos inibidores
25
seletivos de receptação de serotonina, que são a categoria dos medicamentos que mais
produzem eficácia e possuem baixos efeitos colaterais (VALLENTE, 2013).
De acordo com Santa Catarina (2015) os psicoanalépticos (antidepressivos) são
considerados única classe de medicamentos utilizada a longo prazo para o tratamento do
transtorno de pânico, os medicamentos anti-histamínicos, antipsicóticos, Benzodiazepínicos e
outros tipos de sedativos não devem ser usados no tratamento do pânico, pois podem induzir a
dependência causando agravamento nos sintomas do transtorno do pânico.
Florianópolis (2010) relata que se há a existência de ataques frequentes e graves, ou se
o paciente estiver deprimido, podem ser utilizados conforme prescrição médica antidepressivos.
Esses medicamento são ideais para manejo do transtorno do pânico, os mais utilizados são:
Fluoxetina 20 a 60mg, que vem sendo mais eficaz na redução dos ataques, Sertralina 50-200mg,
Nortriptilina, 50 a150mg e também citado por Santa Catarina (2015) Clomipramina: 12,5 a 25
mg.
A farmacoterapia para transtorno de pânico deve continuar durante 2 anos após
o ponto de resposta ao tratamento para garantir a redução dos sintomas e proteger
contra a recidiva. As vantagens e desvantagens da resposta ao medicamento atual
devem ser revisadas. Deve-se recomendar um esquema de redução lenta e gradual,
com monitoramento frequente da resposta. (SANTA CATARINA, 2015, p.11).
Toda medicação pode trazer efeitos colaterais, reações adversas, contraindicações,
interações medicamentosas e como todo medicamento antidepressivo estes devem ser
prescritos pelo médico tendo um acompanhamento constante. O enfermeiro deve sempre
orientar o paciente sobre os efeitos do medicamento e que os resultados satisfatórios são
evidenciados após mais de 1 mês de tratamento, orientar também sobre a importância de seguir
o tratamento e não interromper sem consentimento médico, informar ao paciente que a
medicação pode causar tontura e comprometer atividades que requeiram estado de alerta,
orientar o paciente que não deve ingerir bebida alcoólica e é importante ressaltar que o
medicamento não deve ser tomado de estômago vazio e aconselhar ao paciente a comunicar ao
médico no caso de qualquer efeito colateral ou se não houver melhora no quadro. (VIANA,
SILVA 2010).
3.6 A importância da família
O transtorno do Pânico gera grande sofrimento para o indivíduo, afasta-o do convívio
social e de suas atividades, além de gerar vergonha, preconceito, incompreensão social o que
intensifica suas angústias diante da crise de pânico. A família é parte fundamental no
tratamento do paciente, além de dar apoio e suporte durante as crises, podem influenciar
26
positivamente na aceitação do tratamento, na mudança de comportamento, na compreensão da
doença e ajudar o indivíduo a reconstruir sua autoconfiança.
Além dos sintomas causados pela crise de pânico, a falta de compreensão da família
aumenta o sofrimento dos indivíduos com transtorno, pois muitas vezes membros da família ou
pessoa do convívio jugam o indivíduo sem ter conhecimento do transtorno, o que gera críticas
destrutíveis e podem desencadear outros transtornos. A família deve amparar o indivíduo com
TP, entender o seu sentimento de medo e ansiedade antecipatória e estimular a seguir tratamento
contando com a ajuda médica e orientações prescritas.
O desamparo e o despreparo da família em lidar com indivíduo com TP faz com que
potencialize o sofrimento gerado pelo transtorno, portanto é necessário que as pessoas que têm
transtorno de pânico e suas famílias e cuidadores tenham informações claras sobre sua condição
e opções de tratamento. Cabe aos profissionais de saúde transmitir a informação adequada,
promover interação entre as pessoas ansiosas, suas famílias e cuidadores e acompanhar este
progresso (SANTA CATARIA, 2015).
Durante o processo de saúde e doença, a equipe de enfermagem deve estar em constante
interação com os membros da família; a doença ou hospitalização de um cliente afeta todos os
membros da família e a equipe de enfermagem tem de saber lidar e trabalhar em conjunto, pois
a família tem profundos efeitos no processo de cura do paciente. (TOWNSEND, 2002).
É essencial que a família se capacite, busque informações e seja orientada a agir sem
julgamento, cobranças e pensamentos negativos, a família deve apoiar, encorajar o familiar com
TP e sempre o incentivar a recuperar a autoconfiança e voltar a ter uma vida produtiva e feliz.
27
4 CONCLUSÃO
O Transtorno do Pânico é um quadro de ansiedade acentuado que tem como
característica a ocorrência espontânea e inexplicável de ataques de pânico que começam de
forma crescente, atingindo o ápice em torno de dez minutos e raramente ultrapassa trinta
minutos e apresentam sintomatologias como : palpitações, taquicardia, sudorese, tremores ou
abalos, sensações de falta de ar ou sufocamento, sensações de asfixia, dor ou desconforto
torácico, náusea ou desconforto abdominal, sensação de tontura, instabilidade, vertigem ou
desmaio, calafrios ou ondas de calor, parestesia, desrealização, despersonalização, medo de
perder o controle ou enlouquecer e medo de morrer.
Os indivíduos com transtorno do pânico, convictos de que estão tendo um sério
problema de saúde procuram constantemente pelas emergências médicas, acreditando que algo
muito sério, e que pode levá-los à morte, está acontecendo, já que sentem sintomas físicos
extremamente severos. As sintomatologias do transtorno do pânico são intensas, portanto se
faz necessário uma atenta avaliação do profissional descartando todos os diagnósticos
diferenciais.
O enfermeiro deve abordar o paciente com cautela passando calma e confiança e
necessita observar, formular interpretações, tomar decisões, planejar cuidados e executá-los
procurando a melhora na condição física e mental do paciente. Podem ser observados diversos
diagnósticos de enfermagem o que torna possível o enfermeiro elaborar ações que possam
intervir, melhorar, manter ou devolver a saúde física e mental do paciente. Além do tratamento
farmacológico é possível contar com o tratamento baseado na terapia cognitivo-
comportamental que é um tratamento breve que pode ser utilizada junto com o tratamento
medicamentoso e ser introduzida em qualquer fase do tratamento.
A família é parte fundamental no tratamento do paciente, além de dar apoio e suporte
durante às crises, podem influenciar positivamente na aceitação do tratamento, na mudança de
comportamento, na compreensão da doença e ajudar o indivíduo a reconstruir sua
autoconfiança. O despreparo da família em lidar com indivíduo com TP faz com que se
potencialize o sofrimento gerado pelo transtorno, sendo necessário que a família seja orientada
e busque informações e, em conjunto com a equipe de enfermagem incentivem o paciente a
recuperar a autoconfiança e voltar a ter uma vida produtiva. Em síntese, um dos papeis
fundamentais do enfermeiro é efetuar orientações, tanto aos familiares quanto ao cliente. O
profissional de enfermagem precisa apresentar informações sobre o Transtorno e ensinar ao
cliente, equipe e família os sinais e sintomas do Transtorno bem como as maneiras de
28
interromper sua progressão, assim alcançará o objetivo de torná-lo capaz de reconhecer os
sintomas de início da ansiedade e de intervir antes que esta chegue ao nível de pânico
proporcionando melhora na qualidade de vida e consequente resgate da sua autoconfiança e
autonomia.
29
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32
ANEXO 1 - REVISTA ARQUIVOS DE CIÊNCIAS DA SAÚDE DA UNIPAR.
33
ANEXO 2 – FICHA CATALOGRÁFICA.
34
ANEXO 3 – INSTRUÇÕES PARA AUTORES.
35
ANEXO 4 – FICHA CATALOGRÁFICA.
36
ANEXO 5 – DECLARAÇÃO DE CORREÇÃO DE INGLÊS.
DECLARAÇÃO DE CORREÇÃO DE INGLÊS
Declaro, para os devidos fins, que foi realizada a tradução do resumo (abstract) do Trabalho de
Conclusão de Curso do Curso de Enfermagem junto à Unipar – Universidade Paranaense, para
o acadêmico: Fernanda Tiecher Cirelle – R.A: 134493, com o título: Transtorno do Pânico na
Perspectiva da Enfermagem.
Atesto que o Abstract encontra-se bem redigido, em inglês conciso e adequado,
gramaticalmente correto, estando apto para o uso que a referida instituição julgue conveniente.
Guaíra, 31de novembro de 2017.
Tradutor e Intérprete: Saulo Ferreira.
CNPJ: 26.057.063/0001-78