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UNIVERSIDADE PRESBITERIANA MACKENZIE
SUSI MARY DE SOUZA FERNANDES
TRADUÇÃO, ADAPTAÇÃO CULTURAL E ANÁLISE DA CONFIABILIDADE DA
VERSÃO BRASILEIRA DO QUESTIONÁRIO DE REABILITAÇÃO PARA O
TRABALHO – WORQ
São Paulo
2017
SUSI MARY DE SOUZA FERNANDES
TRADUÇÃO, ADAPTAÇÃO CULTURAL E ANÁLISE DA CONFIABILIDADE DA
VERSÃO BRASILEIRA DO QUESTIONÁRIO DE REABILITAÇÃO PARA O
TRABALHO – WORQ
Tese apresentada ao Programa de Pós-Graduação Distúrbios do Desenvolvimento da Universidade Presbiteriana Mackenzie como exigência parcial para obtenção do título de Doutor.
Orientadora: Profa. Dra. Silvana Maria Blascovi de Assis
Coorientadora: Profa. Dra. Maria Eloísa Famá D'Antino
São Paulo
2017
F363t Fernandes, Susi Mary de Souza.
Tradução, adaptação cultural e análise da confiabilidade da versão brasileira
do questionário de reabilitação para o trabalho: WORQ. / Susi Mary de Souza Fernandes. 125 f. ; 30 cm
Tese (Doutorado em Distúrbios do Desenvolvimento) Universidade
Presbiteriana Mackenzie, São Paulo, 2017.
Orientadora: Silvana Maria Blascovi Assis.
Bibliografia: f. 95-109.
1. Avaliação da deficiência. 2. Classificação Internacional de
Funcionalidade, Incapacidade e Saúde (CIF). 3. Saúde do trabalhador 4. Comparação transcultural. 5. Reprodutibilidade dos testes. I. Assis, Silvana Maria Blascovi. II. Título.
CDD 331.59
AGRADECIMENTOS
Eis aqui outro grande desafio. Agradecer!
Tenho a sorte de contar com uma infinidade de parceiros de vida, que direta ou
indiretamente me acompanham, apoiam, incentivam, me enchem de amor e
cuidado, principalmente, nas horas em que minha única vontade é desistir. Por essa
razão, temo que o cansaço dos últimos dias me conduza a enorme injustiça de
esquecer alguém. Assim, antes que a minha memória me traía, agradeço a todos
que zelam por mim.
Meus sinceros agradecimentos, a minha orientadora, Profa. Silvana, por todo
apoio, confiança, incentivo e ensinamentos que extrapolaram os limites da ciência.
A minha coorientadora, Profa. Eloi, pelas ricas contribuições na construção
deste estudo.
A Mônika Finger e ao Reuben Escorpizo pela colaboração e confiança.
Agradeço, também, aos juízes e tradutores, que dispensaram parte do tempo
para auxiliar. Vocês foram fundamentais para que este estudo alcançasse êxito. Meu
agradecimento especial, a Profa. Dra. Cássia Buchalla, que além da grandiosa
colaboração teórica, foi a responsável pela intermediação com os autores originais.
Ao Instituto Presbiteriano Mackenzie por permitir a execução desta pesquisa.
Aos amigos do departamento de Gestão de Pessoas, meu agradecimento sincero
por facilitarem a condução deste trabalho. E ainda, aos colaboradores que
participaram, o meu profundo agradecimento.
Aos amigos do QualiMack, onde tudo começou... Obrigada por me motivarem
nessa empreitada.
Aos meus colegas, professores da UPM, pela amizade, companheirismo
exacerbado nesse período, e que muitas vezes estiveram sobrecarregados de
atividades para me poupar.
Aos meus alunos que me inspiram diariamente a continuar.
Aos amigos especiais, que fiz nesse período da Pós-Graduação, minha
gratidão pela companhia tão agradável que contornaram todas as dificuldades.
Nossa amizade levarei para sempre!
Aos professores e funcionários do Programa de Pós-Graduação em Distúrbios
do Desenvolvimento pela competência e dedicação no desenvolvimento acadêmico
do aluno.
A minha querida família, minha mais profunda gratidão! Sem vocês, certamente
eu não teria chegado até aqui! Vocês são a prova de Deus na minha vida!
E por fim, meu agradecimento mais profundo e contaminado de emoção é para
as minhas amadas filhas, Beatriz e Alice. Vocês que nesse período não
descuidaram de mim, um só momento. Viveram intensamente todas as alegrias e
agruras ao meu lado, e nem sei dizer quantas foram às vezes que trocaram de lugar
comigo, no cuidado e bem querer. Vocês foram o meu porto seguro! Me estimulando
sempre a continuar, e vibrando em cada conquista. Queridas, a cada etapa
concluída nesse período, olhar para vocês e sentir o amor e orgulho que eu lhes
proporcionava foi a mola propulsora que me conduziu nesses três anos. Muito, mais
muito obrigada mesmo! Eu amo vocês!
FERNANDES, Susi Mary de Souza. Tradução, adaptação cultural e análise da confiabilidade da versão brasileira do Questionário de Reabilitação para o Trabalho – WORQ. Tese de Doutorado em Distúrbios do Desenvolvimento. São Paulo: Universidade Presbiteriana Mackenzie, 2017.
RESUMO
O impacto da deficiência é uma questão importante na área de incapacidade para o
trabalho. A capacidade funcional da pessoa com deficiência (PcD) deve ser
compreendida e mecanismos de inclusão devem ser criados na tentativa de
aperfeiçoar o desempenho e garantir funções igualitárias. O Work Rehabilitation
Questionnaire (WORQ) é um instrumento baseado na Classificação Internacional de
Funcionalidade, Incapacidade e Saúde (CIF) que propõe avaliar a funcionalidade em
PcD trabalhando ou em reabilitação profissional, porém não está validado para o
Brasil. O objetivo deste estudo foi realizar a tradução e adaptação cultural das
versões por entrevista e auto relato do Questionário para Reabilitação no Trabalho
(WORQ) e analisar a confiabilidade da versão aplicada por entrevista com
trabalhadores deficientes inseridos no mercado de trabalho pela lei de cotas. A
tradução e adaptação cultural seguiram as recomendações internacionais: tradução,
síntese das duas traduções, retrotradução da síntese, análise comitê de juízes
experts, pré-teste, retrotradução e teste piloto. Na etapa de análise participaram 05
juízes e no pré-teste 14 possíveis usuários. A taxa de concordância foi menor que
90% apenas na equivalência idiomática que resultou em pequenas modificações que
não alteraram o construto do instrumento. Para testar a confiabilidade foi verificado a
estabilidade (teste-reteste), equivalência (inter-observadores) e a consistência
interna em 34 PcD, idade média de 40,3 (DP±4,2) anos, ambos os sexos,
funcionários de uma instituição de ensino da cidade de São Paulo enquadrados pela
lei de cotas (8.213/91), por um período médio 10,3 (DP±7,8) anos. Os participantes
foram avaliados em dois momentos. O primeiro para avaliar a consistência interna,
os valores de α de Cronbach foram superiores a 80% em todos os domínios e maior
que 90% para o escore total. Foram reavaliados 15 dias após a primeira avaliação
20 PcD, escolhidos por sorteio, para análise de estabilidade e equivalência. O
coeficiente de correlação intra classe (ICC) para estabilidade foi de 82,5% (p=0,008)
e para equivalência foi de 95,4% (p<0,001). Este estudo disponibiliza um
instrumento com ótima confiabilidade capaz de responder aos domínios da CIF e
facilitar a inclusão e a permanência da pessoa com deficiência no mercado de
trabalho.
Palavras chave: Avaliação da Deficiência. Classificação Internacional de
Funcionalidade. Incapacidade e Saúde (CIF). Saúde do Trabalhador. Comparação
Transcultural. Reprodutibilidade dos Testes.
FERNANDES, Susi Mary de Souza. Translation, Cross-cultural adaptation and reliability analysis of the Brazilian version of Work Rehabilitation Questionnaire -WORQ. Doctoral
Thesis. Post- Graduation Program and Developmental Disorders. São Paulo: Mackenzie Presbiterian University, 2017.
ABSTRACT
The impact of disabilities is an important question in the work disabilities area. The
functional capacities of a person with disabilities must be understood and inclusion
mechanisms must be created in the attempt of perfecting performances and insuring
egalitarian functions. The Work Rehabilitation Questionnaire (WORQ) is an
instrument based on the International Classification of Functioning, Disability and
Health (ICF) which proposes to evaluate the functionality in people with disabilities
working or in vocational rehabilitation, however, it is not validated in Brazil. This study
goal is to translate, and do the cross-cultural adaptation of the versions by interviews
and self-report of The Work Rehabilitation Questionnaire (WORQ) and analyze the
reliability of the version applied by interviews with the disabled workers inserted in
the workplace by the Brazilian Inclusion Law. The translation and cross-cultural
adaptation follow the international recommendations: translation, synthesis of the
translations, and back-translation of the synthesis, analysis by the experts
committee, pre-test, back-translation and pilot test. The analysis stage engaged 05
judges and the pre-test 14 possible users. The agreement rate was smaller than 90%
only in the idiomatic equivalence that resulted in small modifications which did not
changed the construct of the instrument. To test the reliability it was verified the
stability (test-retest), equivalence (inter-observers) and the internal consistency with
34 disabled person, mean age of 40,3 (SD±4,2) years old, both sexes, employees of
an educational institution in São Paulo that fit in by the Brazilian Inclusion Law
(8.213/91), by a mean period 10,3 (SD ±7,8) years. The participants were evaluated
in two moments. The first one evaluated the internal consistency, the values from α
of Cronbach were bigger than 80% in every domain and bigger than 90% for the total
score. Fifteen days after the first research 20 disabled person chosen by randomly
were reevaluated to analyze the stability and equivalence. The coefficient of
correlation intra class (ICC) to stability was 82, 5% (p=0,008) e for equivalency was
95,4% (p<0,001). This study provides an instrument with great reliability, capable of
answering to the domains of ICF and facilitating the inclusion and remanence of the
person with disability in the job market.
Keywords: Disability Evaluation. International Classification of Functioning. Disability
and Health (ICF). Occupational Health. Cross-Cultural Comparison. Reproducibility of
Results.
.
LISTA DE FIGURAS
Figura 1 - Resumo esquemático da evolução das Políticas Públicas Brasileiras para
Inclusão das Pessoas com Deficiência ....................................................... 20
Figura 2 - Interação entre os componentes da CIF ..................................................... 32
Figura 3 - Estrutura hierárquica da CIF .......................................................................... 35
Figura 4 - Resumo esquemático das etapas metodológicas ...................................... 51
LISTA DE TABELAS
Tabela 1- Ajustes de divergências após análise da comissão especialistas das
traduções T1 e T2 que resultaram em síntese T1.2 ................................ 62
Tabela 2 - Taxa de Concordância do Modelo Aplicado por Entrevista de cada um
dos juízes quanto as equivalências avaliadas e valores médios da taxa de
concordância (TC) por equivalência ........................................................ 67
Tabela 3 - Taxa de Concordância do Modelo Auto Relato de cada um dos juízes
quanto as equivalências avaliadas e valores médios da taxa de
concordância (TC) por equivalência ........................................................ 67
Tabela 4 - Características sociodemográficas da amostra ..................................... 72
Tabela 5 - Principais alterações na versão brasileira WORQ Aplicado por Entrevista
e WORQ Auto Relato (V2) ...................................................................... 76
Tabela 6 - Características sociodemográficas da amostra ..................................... 83
Tabela 7 - Consistência Interna do WORQ Administrado por Entrevista - Alfa de
Cronbach da 1ª entrevista (E1) por dimensões da seção principal e para
total de itens da seção principal .............................................................. 85
Tabela 8 - Características sociodemográficas da amostra ..................................... 87
Tabela 9 - Estabilidade - E1 X E1.2 do WORQ Administrado por Entrevista medida
Coeficiente de Correlação Intra Classe (CCI) e Teste T- Student pareado
................................................................................................................. 88
Tabela 10 - Equivalência - E1 X E2 do WORQ Administrado por Entrevista medida
Coeficiente de Correlação Intra Classe (CCI) e Teste T- Student pareado
................................................................................................................. 90
LISTA DE SIGLAS
ACESSUAS - Programa Nacional de Acesso ao Ensino Técnico e Emprego
AET - Análise Ergonômica do Trabalho
BCP - Benefício de Prestação Continuada
CIDID - Classificação Internacional das Deficiências, Incapacidades e Desvantagens
CID.10 - Classificação Internacional de Doenças, 10º Revisão
CIF - Classificação Internacional de Funcionalidade, Incapacidade e Saúde
CONADE - Conselho Nacional dos Direitos das Pessoas com Deficiência
CREAS - Centro de Referência de Assistência Social
CRP - Centro de Reabilitação Profissional
DeCs - Descritores em Ciência da Saúde
EVA - Escala Visual Analógica
ICIDH - Classification of Impairments, Disabilities and Handicaps
ICIDH.2 - Classificação Internacional das Deficiências, Incapacidades e Invalidez
ICF - International Classification of Functioning, Disability and Health
IFBr - Indice de Funcionalidade Brasileiro
INPS - Instituto Nacional da Previdência Social
INSS - Instituto Nacional de Seguro Social
MDS - Model Disability Survey
NRP - Núcleo de Reabilitação Profissional
OIT - Organização Internacional do Trabalho
OMS - Organização Mundial da Saúde
ONU - Organização das Nações Unidas
PcD - Pessoa(s) com Deficiência
PN - Plano Nacional
PNI - Política Nacional para Integração
PRONATEC - Programa Nacional de Ensino Técnico
RAIS - Relação Anual de Informações Sociais
RP - Reabilitação Profissional
RV - Reabilitação Vocacional
SUAS - Sistema Único de Assistência Social
UFRJ - Universidade Federal do Rio de Janeiro
WHODAS II - World Health Organization Disability Assessment Schedule II
WHS – World Health Survey
SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO ................................................................................................... 15
2 REFERENCIAL TEÓRICO ................................................................................. 17
2.1 Legislação para Inclusão da Pessoa com Deficiência no Mercado de
Trabalho ......................................................................................................... 17
2.2 Reabilitação Profissional .................................................................... 23
2.3 Classificação Internacional de Funcionalidade, Incapacidade e Saúde
(CIF) 29
2.4 Classificação Internacional de Funcionalidade, Incapacidade e Saúde
(CIF) e Reabilitação Profissional (RP) ......................................................... 38
2.5 WORQ - Work Rehabilitation Questionnaire ..................................... 42
3 OBJETIVOS ....................................................................................................... 49
Objetivo Geral ............................................................................................... 49
Objetivos Específicos................................................................................... 49
4 MÉTODOS .......................................................................................................... 50
4.1 Procedimentos: ................................................................................... 52
4.1.1 Primeira Fase - Tradução e Adaptação Cultural ..................................................... 52
4.1.2 Segunda Fase – Testes Psicométricos ................................................................... 56
4.1.2.1 Participantes e Coleta de Dados ............................................................................. 56
4.2 Análise dos dados: ............................................................................. 57
5 RESULTADOS E DISCUSSÃO ......................................................................... 59
6 CONCLUSÃO ..................................................................................................... 93
REFERÊNCIAS ......................................................................................................... 95
ANEXOS ................................................................................................................. 110
ANEXO 1 - CARTA DE INFORMAÇÃO A INSTITUIÇÃO E TERMO DE
CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO ............................................ 110
ANEXO 2 - CARTA DE INFORMAÇÃO AO PARTICIPANTE E TERMO DE
CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO ............................................ 111
ANEXO 3 – APROVAÇÃO COMITÊ DE ÉTICA E PESQUISA EM SERES
HUMANOS ................................................................................................... 112
ANEXO 4 - AUTORIZAÇÃO DE TRADUÇÃO E ADAPTAÇÃO CULTURAL PARA
A LINGUA PORTUGUESA DO WORQ: Work Rehabilitation Questionnaire113
ANEXO 5 – VERSÃO BRASILEIRA DO QUESTIONÁRIO DE REABILITAÇÃO
PARA O TRABALHO - WORQ APLICADO POR ENTREVISTA* ............... 114
ANEXO 6 – VERSÃO BRASILEIRA DO QUESTIONÁRIO DE REABILITAÇÃO
PARA O TRABALHO - WORQ AUTO RELATO* ........................................ 120
15
1 INTRODUÇÃO
As políticas públicas brasileiras estabelecem o direito ao trabalho das
pessoas com deficiência - PcD (NEVES-SILVA, PRAIS, SILVEIRA, 2015; VICENTE,
AGUADO, 2015). Entretanto, os dados do último censo não condizem com essas
diretrizes, uma vez que apontam um grande número de pessoas sem acesso e
condições fundamentais para a garantia de emprego (BRASIL, 2010).
De acordo com o último censo brasileiro 45,6 milhões de pessoas se
declararam com algum tipo de deficiência. Desses 23,7 milhões estão fora do
mercado de trabalho (BRASIL, 2011). Em 2015, o total de vínculos empregatícios
ativos no Brasil foi de 48,061 milhões, e apenas 403,2 mil vínculos foram declarados
como PcD, o que corresponde a um valor percentual inferior a 1% (BRASIL, 2015).
Fato relacionado à falta de fiscalização e investimentos em ações de
desenvolvimento de habilidades dessa população (SIMONELLI et al., 2013).
A adequada inserção laboral das pessoas com deficiência deve-se às
metodologias assertivas e detalhadas de avaliação e inclusão. O processo de
avaliação deve ser contínuo com enfoque no indivíduo e nos aspectos ergonômicos
para execução da tarefa. Neste aspecto, as demandas do trabalho não devem
superar as capacidades funcionais do trabalhador com deficiência e devem garantir
um posto de trabalho acessível e seguro (SIMONELLI et al., 2013; WUELLRICH,
2010; MARTINS, 2010).
O Ministério da Saúde (BRASIL, 2011) reconhece que a correta avaliação
inclui o conhecimento do diagnóstico, a identificação dos níveis de funcionalidade e
incapacidade de uma pessoa na perspectiva de garantir um melhor gerenciamento e
planejamento de ações.
Segundo Finger et al. (2014a,b), a Classificação Internacional de
Funcionalidade, Incapacidade e Saúde (CIF) é uma ferramenta importante para
Reabilitação Profissional (RP), e até aquele momento, nenhum instrumento confiável
e validado baseado na CIF para o trabalho foi desenvolvido.
16
A Classificação Internacional de Funcionalidade, Incapacidade e Saúde (CIF)
é um modelo amplo que permite compreender os aspectos da relação trabalho e
saúde (SALTYCHEV et al., 2013; GLÄSSEL et al., 2011), e pode auxiliar na RP
favorecendo a comunicação interdisciplinar entre os profissionais de saúde e facilitar
o diálogo com empregadores (FINGER et al., 2014 a,b).
Para atender essa necessidade foi desenvolvido o instrumento WORQ - Work
Rehabilitation Questionnaire (FINGER et al., 2014 a,b) na língua inglesa, baseado no
Core Set breve da CIF para Reabilitação Profissional (RP), conjunto de 13
subcategorias da versão completa (SALTYCHEV et al., 2013; FINGER et al., 2012;
ESCORPIZO, 2011 a,b).
Nesse sentido, observa-se uma lacuna na literatura brasileira, no que diz
respeito a um instrumento para avaliar a funcionalidade de trabalhadores com
deficiência¹ inseridos ou provisoriamente afastados do trabalho. Tornou-se
relevante, portanto, a realização da tradução, adaptação cultural e validação para a
língua portuguesa do Brasil do Questionário para Reabilitação no Trabalho (WORQ).
O objetivo é disponibilizar aos profissionais da Reabilitação Profissional um
instrumento de avaliação para a pessoa com deficiência com enfoque no trabalho
sob a perspectiva da funcionalidade. Propõe-se um panorama amplo e mais
significativo da saúde das pessoas com deficiência, que pode ser adotado no apoio
à tomada de decisões terapêuticas, gerenciamento e planejamento de ações mais
eficazes, para adequada inclusão no mercado de trabalho (FINGER et al., 2014 a,b;
SALTYCHEV et al., 2013; SILVEIRA et al., 2013; ARAÚJO, BUCHALLA, 2013;
FINGER et al., 2012; CERNIAUSKAITE et al., 2011; ESCORPIZO, 2011a,b;
GLÄSSEL et al., 2011; DI NUBILA, 2010).
____________________
1 O termo deficiente é usado na legislação e na literatura com frequência, porém, neste trabalho, optou-se por
usar a terminologia “Pessoa com Deficiência”, de acordo com a determinação da Convenção da ONU sobre os
Direitos das Pessoas com Deficiência, incorporada à legislação brasileira em 2008. A terminologia "pessoa
deficiente" será mantida apenas quando for referente a texto da legislação ou de outros autores que optaram por
esta denominação na época da publicação.
17
2 REFERENCIAL TEÓRICO
2.1 Legislação para Inclusão da Pessoa com Deficiência no Mercado de
Trabalho
A temática da inclusão da pessoa com deficiência (PcD) alcançou evidência
mundial, sobretudo entre países em desenvolvimento. A determinação do Ano
Internacional da Pessoa Deficiente em 1981 e, a declaração da Organização das
Nações Unidas (ONU) repercutiu, em 1982, na aprovação do Programa de Ação
Mundial para Pessoas com Deficiência (BORDIGNON, 2012; SIMONELLI,
CAMAROTTO, 2011; VICK, 2010; BRASIL, 2008).
O programa destaca os direitos de igualdade e dignidade de condições de
vida da pessoa com deficiência em confronto e comparação aos demais cidadãos.
O objetivo é incentivar a criação de planos de ação nas diversas áreas de atenção,
como saúde, educação, emprego, renda, seguridade social e legislação que
produzam igualdade de oportunidades e direitos às pessoas com deficiência
(BORDIGNON, 2012; VICK, 2010; BRASIL, 1999).
Outro avanço ocorreu na Conferência Internacional da Organização
Internacional do Trabalho (OIT) de 1983, que originou a Convenção 159, com a
orientação de que tais normativas fossem adotadas pelos países signatários. A
Convenção 159/83 tratou da Reabilitação Profissional e Emprego de Pessoas
Deficientes e definiu o conceito de pessoa deficiente para o trabalho, como todas as
pessoas com possibilidades, substancialmente reduzidas devido a uma deficiência
de caráter físico ou mental comprovada, que não consigam obter e conservar um
emprego adequado e de progredir no mesmo (BRASIL, 1999).
No Brasil, os direitos dos PcD são assegurados desde a Constituição de
1988, determinados pela Convenção 159/83 da OIT e posteriormente reforçados
pela Convenção Interamericana para a eliminação de todas as formas de
discriminação contra as pessoas com deficiência, conhecida como Convenção da
Guatemala de 1999, que fez surgir outros instrumentos legais para garantir os
direitos constitucionais relativos a essa faixa populacional (BRASIL, 2008).
18
Em 11 de novembro de 1990, é sancionada a Lei nº 8.122, e determina que
até vinte por cento das vagas dos concursos públicos sejam destinadas a pessoas
com deficiência. Um ano depois, em 22 de maio de 1991, promulgada por meio de
Decreto de Lei nº 129 a Convenção 159 da OIT, a sanção da Lei nº 8.213, de 24 de
junho de 1991, conhecida como a Lei das Cotas que dispõe sobre os Planos de
Benefícios da Previdência Social e apresenta outras providências como a
contratação de portadores de necessidades especiais (BRASIL, 2007).
A seção VI da Lei nº 8213/91, na subseção II, trata da Habilitação e
Reabilitação Profissional, que abrange seis artigos. O artigo 89 define a habilitação e
a reabilitação profissional e social como mecanismo que deverá proporcionar ao
beneficiário incapacitado parcial ou totalmente para o trabalho, bem como às
pessoas com deficiência (PcD), os meios para a (re)educação e de (re)adaptação
profissional e social adequados para que possam participar do mercado de trabalho
e do contexto em que vivem (BRASIL, 1999).
Os conceitos de Habilitação e Reabilitação Profissional estão relacionados à
qualificação profissional. A habilitação profissional tem como objetivo oferecer
condições para o desenvolvimento de habilidades profissionais nas pessoas com
deficiência. Já a reabilitação profissional está relacionada à perda da aptidão para o
trabalho por motivo de doença ou acidente e implica na devolução da capacidade
para o trabalho (PERRONI, GOUVEIA, 2016).
Em complemento, o artigo 93 ordena sobre a porcentagem de cotas para
beneficiários reabilitados ou que apresentam algum tipo de deficiência. Estas variam
de acordo com a quantidade de funcionários da empresa na seguinte proporção: 2%
de 100 até 200 funcionários; 3% de 201 até 500 funcionários; 4% de 501 até 1000
funcionários e 5% a partir de 1001 funcionários (BRASIL, 2008; 1999).
O Decreto nº 3298/99 que atende a Política Nacional para Integração da
Pessoa com Deficiência (BRASIL, 2011) reforça os direitos e os avanços legislativos
no Brasil. O texto apresenta orientações normativas que asseguram
constitucionalmente o pleno exercício dos direitos individuais e sociais das pessoas
com deficiência.
19
Na prerrogativa de atender a Convenção Internacional sobre os Direitos das
Pessoas com Deficiência, aprovada por meio do Decreto Legislativo nº 186, de 9 de
julho de 2008, como emenda constitucional, e promulgados pelo Decreto nº 6.949,
de 25 de agosto de 2009, foi criado no Brasil em 17 de novembro de 2011, na forma
de Decreto de Lei nº 7.612, o Plano Nacional dos Direitos da Pessoa com
Deficiência - Viver sem Limite. O plano foi designado à implementação e
intensificação de políticas vantajosas e assertivas às pessoas com deficiência, que
desenvolve ações integradas em 15 ministérios e a participação social do Conselho
Nacional dos Direitos da Pessoa com Deficiência – Conade (BRASIL, 2013).
As ações integradas do Plano Nacional dos Direitos da Pessoa com
Deficiência – Viver sem Limite são realizadas por equipes dos Centros de
Referência de Assistência Social (CREAS), articuladas com profissionais de
educação, qualificação profissional e do Programa Nacional de Acesso ao Ensino
Técnico e Emprego (Acessuas Trabalho), nos cursos do Programa Nacional de
Ensino Técnico (Pronatec) ou outros cursos de qualificação profissional (BRASIL,
2013; 2011).
Em consonância à inclusão no trabalho, a legislação promoveu modificações
expressivas referentes ao Benefício de Prestação Continuada (BPC). O BPC é um
benefício constitucional da política assistencial brasileira, integrante do Sistema
Único de Assistência Social - SUAS de distribuição de renda pelo Governo Federal,
no valor de um salário mínimo, que permite pessoas idosas e com deficiência às
condições mínimas de vida de acordo com o artigo 2 da Lei n. 8.742, de 1993
(POLONIO, 2015; BRASIL, 2011).
A promulgação da Lei nº 12.470, de 31 de agosto de 2011, e o Decreto nº
7.617, de 17 de novembro de 2011, alteraram o BCP no que diz respeito à garantia
de retorno ao benefício. O PcD empregado que solicitar a suspensão do benefício
enquanto estiver empregado poderá retornar ao benefício em caso de perda do
emprego, sem necessidade de novo requerimento e avaliação. Além disso, o PcD
contratado como aprendiz, poderá acumular o salário de aprendiz com o benefício
(BRASIL, 2013; 2011).
20
E por fim, em 06 de julho de 2015 foi publicada a Lei Brasileira de Inclusão da
Pessoa com Deficiência (Estatuto da Pessoa com Deficiência) de nº 13.146
(BRASIL, 2015). A lei destina-se a assegurar e promover, em condições de
igualdade, o exercício dos direitos e das liberdades fundamentais para as pessoas
com deficiência, visando à inclusão social e cidadania (VICENTE, AGUADO; 2015).
Figura 1 - Resumo esquemático da evolução das Políticas Públicas Brasileiras para Inclusão das Pessoas com Deficiência.
Fonte: próprio autor
No contexto da geração do emprego e renda, as políticas públicas brasileiras
avançaram no respeito aos direitos e exercício pleno da cidadania de pessoas com
deficiência. Entretanto, não foram suficientes para combater o avanço dos processos
de exclusão social que, em movimento adverso, parecem aprofundar as
contradições na sociabilidade. A garantia de empregabilidade da pessoa com
deficiência esbarra em preconceitos de toda ordem, e as dificuldades gerenciais
dificultam a qualidade da inclusão das pessoas com deficiência no mercado de
21
trabalho (NEVES-SILVA, PRAIS, SILVEIRA, 2015; SIMONELLI, CAMAROTTO,
2011; SCHRIJNEMAEKERS, 2010; VASCONCELOS, 2010).
Os dados da RAIS - Relação Anual de Informações Sociais da Secretaria de
Políticas Públicas de Emprego do Ministério do Trabalho (BRASIL, 2016), referente
à empregabilidade de PcD no ano de 2015, revela um aumento de 0,84% no número
de PcD inseridos no mercado de trabalho brasileiro e relatam que esse aumento tem
sido progressivo quando comparado aos anos de 2014 - 0,77% e 2013 - 0,73%.
Embora, os dados apontem um cenário de crescimento nota-se uma
desigualdade no crescimento e na garantia do emprego nessa população. O que
não parece divergir do perfil mundial. Experiências na inclusão de PcD no trabalho
em outros países revelaram que as normas legais, embora imprescindíveis, não são
suficientes para modificar a realidade das pessoas em situação de vulnerabilidade.
Mesmo com todas as tentativas de inclusão desses trabalhadores, na América do
Norte e na Europa, os números daqueles que procuram emprego e daqueles que
recebem oportunidades continuam baixos (GUIMARÃES, MARTINS, JUNIOR-
BARKOKÉBAS, 2015).
Na perspectiva de melhorar essa situação, entende-se que a capacidade
laboral dessa população deve ser compreendida e mecanismos de inclusão devem
ser criados na tentativa de aperfeiçoar o desempenho dos PcD e garantir funções
igualitárias (WUELLRICH, 2010; PEREIRA, 2009; SIMONELLI, CAMAROTTO,
2008). Para Alvino‑Borba e Mata‑Lima (2011), a inclusão social ocorrerá
efetivamente com a implantação de estratégias intersetoriais integrativas nas
dimensões social, econômica e ambiental, com o intuito de garantir a
sustentabilidade social e o desenvolvimento.
Simonelli e Camarotto (2008) referem que a inclusão dos PcD no mercado de
trabalho deve considerar a diversidade profissional, a cidadania, a ética, a igualdade
de condições e, inclusive a legislação trabalhista. Essa abordagem representa uma
evolução dos conceitos, na medida em que propõe uma nova forma de assistir as
pessoas com deficiência e as peculiares limitações para o exercício pleno das
atividades decorrentes da condição de saúde. Por outro lado, influencia um novo
22
entendimento das práticas relacionadas à reabilitação e a inclusão social desses
indivíduos (BRASIL, 2011).
Os resultados do último Censo Demográfico (BRASIL, 2010) apontaram
45.606.048 milhões de pessoas com deficiência, o que corresponde a 23,9% da
população brasileira, desses 24,9% em idade de trabalho. Os resultados revelaram,
também, diferenças significativas entre o nível de instrução das pessoas com
deficiência, em idade de trabalho, comparadas aquelas sem deficiências na mesma
faixa etária. Enquanto 61,1% da população de pessoas com deficiência não tinha
instrução ou possuía apenas o ensino fundamental incompleto, o percentual de
pessoas sem deficiência, nessa condição, foi de 38,2%. O nível de ocupação do
total de pessoas foi de 53,3%, enquanto que, para a parcela daquelas com pelo
menos uma deficiência foi de 46,2%. Notou-se, também, que a maioria das pessoas
com pelo menos uma deficiência trabalhando em regime CLT – Consolidação das
Leis do Trabalho (40,2%) foi menor do que aquelas sem qualquer deficiência
(49,2%).
Zanitelli (2013) apoiado nos dados do último censo refere que embora as
políticas públicas brasileiras estabeleçam o direito ao trabalho das pessoas com
deficiência, as vagas destinadas aos PcD não são preenchidas. Vários autores
concordam que este fato demonstra a persistência na desigualdade, visto o grande
número de pessoas com alguma deficiência sem acesso e condições fundamentais
para a garantia de emprego (NEVES-SILVA, PRAIS, SILVEIRA; 2015; RIBEIRO,
CARNEIRO, 2009; ARAUJO, SCHMIDT, 2006).
Além disso, não são raros os funcionários PcD contratados para uma mesma
área da empresa, como se não tivessem capacidade para exercer outras ocupações
ou designados às funções não compatíveis com as próprias habilidades, e ainda
com riscos de agravos a condição apresentada (RIBEIRO, CARNEIRO, 2009;
ARAUJO, SCHMIDT, 2006; TANAKA, MANZINI, 2005).
Adequar-se às necessidades de inclusão da pessoa com deficiência diz
respeito à (re)educação, (re)adaptação profissional e a garantia de emprego. A
proposta é inserir medidas efetivas que beneficiem todos que se encontrem nessa
condição e a estruturação de serviços de orientação, de formação, de colocação, de
23
emprego ou de outras finalidades, bem adaptados às necessidades (NEVES-SILVA,
PRAIS, SILVEIRA, 2015; ZANITELLI, 2013; WUELLRICH, 2010).
2.2 Reabilitação Profissional
Os Descritores em Ciência da Saúde (DeCS) da Biblioteca Virtual em Saúde
apresentam o termo Reabilitação Profissional (RP) como sinônimo em português do
termo Reabilitação Vocacional, no idioma inglês Rehabilitation Vocational e em
espanhol, Rehabilitación Vocacional. O termo é definido como: [...]Treinamento de
deficientes físicos ou mentais em trabalhos especializados para que estas pessoas
possam empregar-se regularmente com o ofício aprendido[...].
A Convenção 159/83 da OIT define que o papel da Reabilitação Profissional é
permitir que a pessoa com deficiência obtenha e conserve um emprego progredindo
no mesmo, sendo, portanto, integrado ou reintegrado na sociedade. Para tanto,
estabelece que medidas adequadas de reabilitação profissional deverão estar ao
alcance de todas as categorias de pessoas deficientes. Com objetivo de promover
oportunidades de emprego para as pessoas deficientes no mercado de trabalho
regular (BRASIL,1999).
Os autores do Manual de Readaptação, Restrição funcional e Reabilitação
profissional, da Secretaria Municipal da Saúde de São Paulo (2012) definem a
reabilitação profissional como:
[...}a assistência educativa ou reeducativa e de adaptação ou readaptação profissional, instituída sob a denominação genérica de habilitação e reabilitação profissional, visando proporcionar aos beneficiários incapacitados parcial ou totalmente para o trabalho, em caráter obrigatório, independente de carência, e às “pessoas portadoras de deficiência”, os meios indicados para o reingresso no mercado de trabalho e no contexto em que vivem[...]
Na prática o termo é empregado de forma mais abrangente no que se refere a
incorporação não apenas do treinamento, mas também no aspecto da recuperação
para o trabalho. Mundialmente, o termo Reabilitação Vocacional (VR), é
caracterizado por um serviço que permite aos trabalhadores, manter os postos de
24
trabalho ou retornar ao emprego após um acidente, lesão ou início de um estado de
saúde desfavorável (ESCORPIZO et al., 2011 a,b; WUELLRICH, 2010).
Takahashi & Iguti (2008) apresentam a Reabilitação Profissional (RP) como
um programa de intervenção estruturado em atividades terapêuticas e de
profissionalização compreendendo o indivíduo na totalidade, propiciando o
enfrentamento e superação das dificuldades impostas pelas incapacidades. Os
autores afirmam que a RP visa à estabilização física e psicossocial e possibilitam a
reintegração nas relações sociais, cotidianas e de trabalho, contudo não
estabelecem os usuários.
Já Cestari e Carlotto (2012) referem RP, como um programa de prestação de
serviços para os beneficiários afastados da atividade profissional em decorrência de
doença, acidente de qualquer natureza, assim como portadores de deficiência física
ou mental cuja assistência (re)educativa e de (re)adaptação profissional viabiliza o
(re)ingresso do segurado ao mercado de trabalho e ao contexto social.
Para Maeno e Vilela (2010) uma abordagem adequada em RP requer ações
de vigilância e promoção da saúde que atendam o caráter social e cívico. De tal
modo, que além da intervenção terapêutica sobre o indivíduo, consideram-se,
também, as condições nocivas de trabalho para uma reintegração efetiva do
trabalhador.
Em complemento, Cestari e Carlotto (2012) relatam que a RP consta de um
programa estruturado que abrange a integralidade do indivíduo, por meio de
atividades terapêuticas e profissionalizantes. Isso implica em restabelecer as
condições físicas e psicossociais favoráveis para a reintegração das relações
sociais, cotidianas e de trabalho.
Atualmente, no Brasil, a RP é um serviço da Previdência Social, prestado pelo
Instituto Nacional do Seguro Social (INSS), cujo objetivo é promover o retorno ao
trabalho dos segurados que, por motivo de doença ou acidente encontram-se
impossibilitados total ou parcialmente para o exercício de atividade laboral
(ZILIOTTO, BERTI, 2013; CESTARI, CARLOTTO, 2012; SOARES, WAGNER;
2012).
25
Maeno e Vilela (2010) descrevem um longo caminho para chegar a este
cenário. As autoras relatam que a RP no Brasil teve início em 1943 e era acertada
como readaptação profissional e reaproveitamento do empregado acidentado. O
principal objetivo era restabelecer parcial ou totalmente, ao incapacitado para o
trabalho, a capacidade para profissão de origem ou conduzi-lo a outra compatível
com a nova condição. Somente em 1967, a legislação brasileira adotou a expressão
reabilitação profissional, vinculada a programas de prevenção de acidentes do
trabalho do Instituto Nacional da Previdência Social (INPS, atual INSS), sem
especificar o significado e os procedimentos.
O serviço tornou-se obrigatório a partir de 1976 (MAENO, VILELA, 2010) e foi
estabelecido nos Centros de Reabilitação Profissional do INPS (CRPs) e Núcleos de
Reabilitação Profissional do INPS (NRPs). As CRPs apresentavam todos os
recursos terapêuticos necessários em uma ampla estrutura física, equipamentos de
fisioterapia e terapia ocupacional de alto custo e uma completa equipe
multiprofissional. As NRPs consistiam em unidades menores, com uma ou duas
equipes, que prioritariamente prestavam atendimento em saúde a trabalhadores
amputados por acidentes de trabalho, desde a avaliação até a prescrição e
aquisição de órteses e próteses. Já as atividades de profissionalização eram
realizadas por professores responsáveis pelo ensino técnico profissionalizante e
programas de Alfabetização (TAKAHASHI, IGUTI, 2008).
Na década de 80, o serviço perdeu força até desativação completa no ano
2000 (TAKAHASHI, IGUTI, 2008). A implementação do SUS e a emergência de
movimentos sociais entre 1993 a 1994, impulsionaram questionamentos acerca dos
modelos vigentes de incapacidade, doença e assistência médica. Estes colaboraram
para o surgimento de iniciativas locais e regionais, de caráter interdisciplinar e
interinstitucional. De 1995 a 2000, foi realizada a reedição da Lei 8213/91, que
regulamenta a Previdência Social, pelo Decreto nº 3048/99 e apresenta o Plano de
Modernização da Reabilitação Profissional do INSS. No ano de 2001, a RP sofreu
mais uma mudança com a implantação do Projeto Reabilita, cuja principal
característica é a recolocação sob a responsabilidade institucional de orientadores
profissionais e não mais de equipes de reabilitação profissional (MAENO, VILELA,
2010).
26
O Decreto nº 3.048/99 determina que as atividades em RP devem pautar-se
pelo trabalho multiprofissional e pela articulação com a comunidade, tanto para a
programação de cursos profissionais a serem ofertados dentro das tendências e
particularidades locais, como para o treinamento das competências técnicas,
comportamentais e sociais dos reabilitados em instituições ou empresas, com vista a
efetiva reintegração social e laboral. A legislação prevê ainda o acompanhamento e
pesquisa de fixação no mercado de trabalho dos sujeitos reabilitados, o que [...] tem
como finalidade a comprovação da efetividade do processo de reabilitação
profissional [...] (BRASIL, 1999).
Um grande avanço em RP ocorreu no ano 2000 com a contratação de
profissionais atuantes no programa de reabilitação. Na ocasião admitiu-se, por meio
de concurso público cerca de 200 Terapeutas Ocupacionais para atuarem no
programa e, posteriormente em 2009 houve a implementação de profissionais do
serviço social para atuar em demandas inerentes ao artigo 88 da lei 8213/91, que
trata prioritariamente do Benefício de Prestação Continuada (BPC) da Lei Orgânica
da Assistência Social e a Reabilitação Profissional (BRASIL, 2012).
Contudo, os dados sobre RP no país apontam grandes dificuldades. Os
trabalhadores brasileiros, que apresentam limitações físicas ou psíquicas para
continuar a exercer uma atividade de trabalho, são condenados a permanecerem em
auxílio-doença por tempo prolongado, ou mesmo de forma definitiva, e em alguns
casos são recolocados no mercado de trabalho desprovidos de qualquer
possibilidade de se manterem na atividade (ZILIOTTO, BERTI, 2013; CESTARI,
CARLOTTO, 2012; SIMONELLI, CAMAROTTO, 2011; MAENO, VILELA, 2010;
SANTOS, 2009).
A superação dessa situação de exclusão de trabalhadores com deficiência do
mercado de trabalho, só ocorrerá com a construção de uma política pública de
reabilitação profissional, integrada entre os setores de trabalho, saúde e previdência.
O que demanda definição e adoção de critérios de avaliação da incapacidade e da
funcionalidade por ambos os setores, otimizando a avaliação, a comunicação e o
trabalho articulado na busca da reinserção social e profissional dos pacientes
(MAENO, VILELA, 2010).
27
Takahashi e Iguti (2008) referem que a RP tem a função de regulação
econômica, uma vez que reduz o tempo dos benefícios por incapacidade e, ainda,
proporcionar formas de intervenção para a redução e superação das desvantagens
produzidas pelas incapacidades. Em outro estudo, os autores relatam que a
reabilitação profissional brasileira é caracterizada por uma política integrante do
sistema de benefícios previdenciários, desenvolvida exclusivamente no Estado,
como uma resposta pública à questão da incapacidade associada aos acidentes de
trabalho e às doenças profissionais (TAKAHASHI, KATO, LEITE, 2010). Maeno e
Vilela (2010) complementam que na Previdência Social Brasileira prevalece a lógica
contábil e de redução de despesas com benefícios.
Em adição, Zilotto e Berti (2013) salientam que as pessoas com deficiência
devem ser contempladas com a RP, porém, a legislação não lhes confere prioridade
no atendimento. Para que os PcD possam receber atendimento em RP é necessário
Convênio de Cooperação Técnico Financeira entre o INSS e as instituições e
associações de assistência às pessoas com deficiência.
Os autores alertam que é extremamente necessário reconhecer as
capacidades laborativas dos PcD, bem como inseri-los no mercado, e para tanto
reconhecem a Habilitação e Reabilitação Profissional, conforme disposto no Decreto
nº 3.048/99 como instrumentos essenciais de inclusão (ZILOTTO, BERTI, 2013).
Direitos esses reforçados pela Lei Brasileira de Inclusão, que incorpora o modelo
biopsicossocial para avaliação e compreensão da pessoa com deficiência (BRASIL,
2015).
A Lei Complementar nº142/2013 altera o decreto de Lei nº 3.048 de 1999 e
regulamenta a aposentadoria das pessoas com deficiência reduzindo o tempo para
aposentadoria nesta população. A alteração subsidia uma portaria interministerial de
30 de janeiro de 2014 que regulamenta a concessão da aposentadoria da pessoa
com deficiência baseada em um instrumento de avaliação fundamentado no
conceito de funcionalidade disposto na CIF (BRASIL, 2014). O instrumento
designado Índice de Funcionalidade Brasileiro Aplicado para Fins de Aposentadoria
(IF-Br) tem o objetivo de definir a deficiência e o grau de acometimento do segurado
da Previdência Social, ou seja, foi criado para fins periciais (BRASIL, 2014).
28
Pereira e Barbosa (2016) relatam que o instrumento foi desenvolvido por
pesquisadores do Instituto de Estudos do Trabalho e Sociedade, da Universidade
Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) e apresenta uma seleção de 41 atividades
divididas em sete domínios a partir da CIF: sensorial, comunicação, mobilidade,
cuidados pessoais, vida doméstica, educação, trabalho e vida econômica,
socialização, vida comunitária e contempla também, a identificação das barreiras
externas.
A pontuação do IF-Br foi baseada no instrumento de Medida de
Independência Funcional (MIF) e atribui para cada atividade quatro pontuações que
variam entre 100, 75, 50 e 25, sendo que 100 representa completa independência
funcional e 25 representa completa dependência de terceiros (PEREIRA,
BARBOSA, 2016). O instrumento permite três categorias de classificação da
deficiência; a) grave – escore total menor ou igual 5.739; b) moderada – escore total
maior ou igual a 5.740 e menor ou igual a 6.354; c) leve – escore total maior ou igual
a 6.355 e menor ou igual a 7.584. Pontuações maior ou igual a 7.585 não haverá
concessão do benefício. De acordo com o texto da lei cabe a perícia do Instituto
Nacional do Seguro Social (INSS) avaliar e acompanhar o grau de deficiência para
concessão do benefício (BRASIL, 2014).
De acordo com Pereira e Barros (2016) a Lei Brasileira de Inclusão determina
que um instrumento específico e unificado para identificar os sujeitos com deficiência
deve ser criado no Brasil para atender todas as políticas sociais. Os autores referem
que o IF-Br tem o potencial para ser esse instrumento.
Com esses avanços na legislação brasileira espera-se viabilizar a garantia
dos direitos e exercício pleno da cidadania da pessoa com deficiência. Contudo,
vários autores concordam que as políticas públicas devem ser mais eficientes para
garantir recursos econômico-financeiros, ações interdisciplinares de avaliação e
acompanhamento dos projetos. Para tanto, exige uma adaptação da sociedade e a
preparação específica da pessoa com deficiência para assumir papéis na sociedade
que facilitam o convívio em uma situação real de inclusão e assim, o combate à
exclusão social (NEVES-SILVA, PRAIS, SILVEIRA, 2015; ZANITELLI, 2013;
Sassaki, 1997 apud SIMONELLI, CAMAROTTO, 2011; WUELLRICH, 2010).
29
2.3 Classificação Internacional de Funcionalidade, Incapacidade e Saúde (CIF)
No último século, as condições de vida e saúde têm melhorado de forma
contínua e sustentada na maioria dos países (BUSS, 2000). O que repercutiu na
mudança do perfil epidemiológico mundial e, consequentemente, no aumento da
expectativa de vida (ARAÚJO, 2013; PERRACINI, FLÓ, GUERRA; 2011). Tal fato
está relacionado aos progressos políticos, econômicos, sociais e ambientais, assim
como aos avanços na saúde pública e na medicina (BUSS, 2000). Apesar de
motivadoras, essas mudanças produzem novos desafios à área da saúde pública,
principalmente no que se refere a planejamento de ações de saúde (OMS, 2003).
A Organização Mundial da Saúde (OMS) tem como uma das missões a
produção de Classificações de Saúde que representem modelos consensuais a
serem incorporados por sistemas de saúde, gestores e usuários, visando à utilização
de uma linguagem comum para a descrição de problemas ou intervenções em
saúde (RUARO et al., 2012; FONTES, FERNANDES, BOTELHO, 2010).
Com vistas a essa nova realidade, a Organização Mundial de Saúde (OMS),
iniciou na década de 70, a incorporação aos indicadores de saúde, além de dados
relativos à mortalidade, morbidade e nutrição, aspectos relacionados às
consequências das doenças sobre a capacidade funcional das pessoas (ARAÚJO,
BUCHALLA, 2013; FARIAS, BUCHALLA, 2005).
Em 1980, a OMS publicou uma classificação denominada International
Classification of Impairments, Disabilities and Handicaps (ICIDH), em caráter
experimental, para ser utilizada e testada em pesquisas. Foi traduzida para o
português, em 1989, como Classificação Internacional das Deficiências,
Incapacidades e Desvantagens – CIDID (SIMONELLI, 2009; FARIAS, BUCHALLA,
2005; OMS, 2003).
A ICIDH foi empregada durante as décadas de 1980 e 1990, como um
instrumento para classificar as consequências das doenças e as repercussões na
vida do indivíduo. Com abordagens distintas e lineares entre Doença, Deficiência,
Incapacidade e Invalidez (PERRACINI, FLÓ, GUERRA, 2011; FARIAS, BUCHALLA,
2005). Nela as palavras em inglês impairment, disability e handicaps foram
30
traduzidas respectivamente aos termos deficiência, incapacidade e desvantagem. A
deficiência – refere-se às anormalidades nos órgãos, sistemas e estruturas do corpo;
incapacidade refere-se às consequências da deficiência sobre o rendimento
funcional no desempenho das atividades; e o termo desvantagem refere-se à
adaptação do indivíduo ao meio ambiente como resultado da deficiência e
incapacidade (SIMONELLI, 2009; FARIAS, BUCHALLA, 2005).
No entanto, esse modelo não informava adequadamente a relação existente
entre os conceitos e gerava interpretações adversas do modelo, com indicativos
causais e de evolução unidirecional da enfermidade. Este fato motivou, em 1993, a
revisão da Classificação Internacional de Deficiências, Incapacidades e Invalidez se
tornando conhecida como ICIDH-2 (PERRACINI, FLÓ, GUERRA, 2011).
Após a primeira revisão, em 1996, grupos de colaboração de centros
especializados em estudos sobre incapacidade na França, Holanda, Países
Nórdicos e na América do Norte se uniram a OMS com objetivo de esclarecer
distorções na conceituação dos termos e identificar a relação entre os potenciais
fatores de risco que interferem no desenvolvimento das incapacidades (OMS, 2003).
Posteriormente, testes em mais de 50 países, por cerca de 1800 profissionais
de saúde foram realizados, e a nova versão foi apresentada e aprovada para uso
internacional na 54ª Assembleia Mundial de Saúde (2001) como um novo
instrumento para a mensuração da saúde da população, passando a fazer parte da
chamada “Família de Classificações Internacionais da OMS” e designada
International Classification of Functioning,Disability and Health - ICF (FONTES,
FERNANDES, BOTELHO, 2010; OMS, 2003).
A versão brasileira foi traduzida pelo Centro Colaborador da Organização
Mundial da Saúde para a Família de Classificações Internacionais em Língua
Portuguesa com o título de Classificação Internacional de Funcionalidade,
Incapacidade e Saúde, CIF (OMS, 2003).
A nova versão apresenta modificações substanciais na terminologia e
classificação das dimensões e respectivos qualificadores, e oferta uma contribuição
conceitual, com a associação das diferentes dimensões e domínios da
31
funcionalidade e da incapacidade humana (RUARO et al., 2012; PERRACINI, FLÓ,
GUERRA, 2011).
A CIF pertence à “família das classificações internacionais” desenvolvida pela
Organização Mundial da Saúde (OMS) para aplicação em vários aspectos da saúde
e, portanto, proporciona um sistema para a codificação de várias informações sobre
saúde. Esta codificação proporciona uma linguagem comum e padronizada que
permite a descrição e a comparação da saúde das populações num contexto
internacional e interdisciplinar (OMS, 2003).
Com olhar na funcionalidade e na incapacidade relacionados as condições
de saúde, a CIF identifica o que uma pessoa - pode ou não pode fazer nas diversas
categorias da própria vida diária e prática. Contempla as funções dos órgãos,
sistemas e estruturas do corpo e as interferências nas atividades e na participação
social no meio ambiente onde vive (SIMONELLI, 2009).
Em estudo de revisão, Thonnard e Penta (2007) descrevem o esquema
conceitual da CIF, que se apresenta estruturalmente conforme a figura 2. O
esquema ilustra o panorama funcional e o impacto de uma determinada condição
clínica sobre quatro domínios relacionados à aspectos orgânicos (estrutura e função
do corpo), funcionais (atividade e participação) e contextuais (ambiente e pessoal).
Entende-se que o domínio “Função do corpo” refere-se à aspectos fisiológicos
dos sistemas orgânicos, sinais e sintomas. O Domínio “Estrutura do corpo” refere-se
a partes anatômicas do corpo, tais como, órgãos, membros e componentes,
classificados de acordo com os sistemas orgânicos. Já o domínio de “Atividade”
contempla execução de uma tarefa ou ação por um indivíduo, representando a
perspectiva individual da funcionalidade. O domínio “Participação” contém
envolvimento de um indivíduo numa situação da vida real, representando a
perspectiva social da funcionalidade. E por fim, a relação destes com o último
domínio o “Ambiente” referente aos aspectos relacionados à influência de Fatores
Contextuais externos ao indivíduo — Fatores Ambientais — ou intrínsecos ao
indivíduo — Fatores Pessoais.
32
Figura 2 - Interação entre os componentes da CIF.
Fonte: OMS, 2001.
Os Fatores Ambientais merecem destaque já que constituem o ambiente
físico, social e atitudinal em que as pessoas vivem e conduzem a própria vida.
Referem-se a todos os aspectos extrínsecos que formam o contexto de vida de um
indivíduo, tendo por isso um impacto sobre a funcionalidade dessa pessoa. Nestes
fatores estão incluídos o mundo físico e as características; o mundo físico criado
pelo homem, as outras pessoas em diferentes relacionamentos e papéis, as atitudes
e os valores, os serviços e os sistemas sociais, as políticas, as regras e as leis. Já
os Fatores Pessoais são representados pela idade, o sexo, a educação, a profissão,
entre outros, ainda não codificados na classificação (FONTES, FERNANDES,
BOTELHO, 2010).
Neste cenário amplificado a funcionalidade é compreendida como um aspecto
positivo na vida do indivíduo já que se determinam as habilidades e competências e
classificam-se os impactos determinando as principais dificuldades e barreiras.
Estes últimos referem-se às incapacidades e correspondem aos aspectos negativos,
porém como termos secundários, por exemplo, limitação ou restrição (FONTES,
FERNANDES, BOTELHO, 2010; SIMONELLI, 2009).
33
Assim, no modelo da CIF a incapacidade é vista como a resultante da
interação entre a disfunção apresentada (orgânica e/ou da estrutura do corpo), a
limitação nas atividades e a restrição na participação social, além dos fatores
ambientais que podem atuar como facilitadores ou barreiras para o desempenho das
atividades e da participação (OMS, 2003).
A incapacidade na conceituação da CIF, não é considerada um atributo
pessoal, mas o resultado de uma experiência que engloba algum, ou a totalidade de
fatores. Aspectos esses que oferecem a CIF uma fundamentada abordagem
biopsicossocial, que incorpora as três dimensões: a biomédica, a psicológica e a
social. Nesse modelo cada nível age sobre e sofre a ação dos demais, e todos os
três níveis são influenciados pelos fatores ambientais. Desta forma, não se limita
enquanto classificação, a descrever detalhadamente a incapacidade, mas descreve
de forma abrangente a possibilidade do impacto que os fatores ambientais
produzem na funcionalidade do indivíduo, quer enquanto facilitadores quer enquanto
barreiras, sendo este o maior diferencial entre as classificações anteriores
(FONTES, FERNANDES, BOTELHO, 2010).
Outro aspecto relevante se refere à complementariedade reconhecida pela
OMS entre a CID-10 (abreviatura da Classificação Internacional de Doenças,
Décima Revisão) e a CIF, no qual a CID-10 fornece uma estrutura de base etiológica
sobre o estado de saúde das pessoas, e a CIF classifica a funcionalidade e a
incapacidade associadas a este estado de saúde. Assim, duas pessoas com a
mesma doença, classificadas na CID-10, podem ter diferentes níveis de
funcionalidade, não obstante duas pessoas com o mesmo nível de funcionalidade,
classificadas pela CIF, não tem necessariamente, a mesma condição de saúde
(SIMONELLI, 2009).
Em conjunto, as informações sobre o diagnóstico e sobre a funcionalidade,
oferecem uma imagem mais extensa e mais significativa da saúde das pessoas ou
da população que pode valer-se em tomadas de decisões por avaliar as condições
de vida e fornecer subsídios para políticas de inclusão social (FARIAS, BUCHALLA,
2005).
34
Para Fontes et al., (2010) a CIF representa um dos marcos mais importantes
da reabilitação dos últimos 20 anos, ao descrever de forma prática e conceitual os
descritores múltiplos da saúde, proporcionando um modelo explicativo que permite
uma melhor compreensão da génese da(s) incapacidade(s), mas sobretudo de que
forma esta pode ser diminuída. Em complemento Oesch et.al., (2012) afirmam que a
CIF favorece a elaboração de terapêuticas mais eficazes.
O objetivo pragmático da CIF é fornecer uma linguagem padronizada e um
modelo para a descrição da saúde e dos estados relacionados à saúde, permitindo a
comparação de dados referentes a essas condições entre países, serviços, setores
de atenção à saúde, bem como o acompanhamento da evolução no tempo (FARIAS,
BUCHALLA, 2005).
De acordo com a OMS (2003) apresenta os seguintes objetivos específicos:
• proporcionar uma base científica para a compreensão e o estudo dos
determinantes da saúde, dos resultados e das condições relacionadas com a saúde;
• estabelecer uma linguagem comum para a descrição da saúde e dos
estados relacionados com a saúde, para melhorar a comunicação entre diferentes
utilizadores, tais como, profissionais de saúde, investigadores, políticos e o público,
incluindo pessoas com incapacidades;
• permitir a comparação de dados entre países, entre disciplinas relacionadas
com os cuidados de saúde, entre serviços, e em diferentes momentos ao longo do
tempo;
• proporcionar um esquema de codificação para sistemas de informação de
saúde.
Estes objetivos inter-relacionam-se dado que a necessidade de aplicar a CIF
requer a construção de um sistema prático e útil que possa ser aplicado por vários
colaboradores na política de saúde, na garantia da qualidade e na avaliação de
resultados em diferentes culturas.
Os componentes das funções e estruturas, atividades e participação e fatores
ambientais estão classificados através de categorias. Estes são apresentados em
35
uma lista com cerca de mais de 1400 categorias que formam as unidades da
classificação organizadas numa estrutura hierárquica de quatro níveis, que se
diferenciam de forma progressiva quanto à precisão ou especificidade do conceito e,
que esquematicamente, se apresenta conforme a figura 3 (FONTES, FERNANDES,
BOTELHO, 2010; FARIAS, BUCHALLA, 2005).
Figura 3 - Estrutura hierárquica da CIF
Fonte: Fontes, Fernandes, Botelho, 2010.
Na figura 3, observam-se os qualificadores como último nível, estes têm a
finalidade de determinar a magnitude e/ou extensão da lesão ou ainda quanto à
presença ou ausência de facilitadores ou barreiras ambientais. Apresentada em uma
escala numérica que varia de 0 a 4, sendo comum a todos os componentes e por
essa razão também designada como qualificador genérico.
Esta estrutura operacional permite uma avaliação normalizada e uma
descrição integral da saúde e dos estados relacionados com a saúde, do ponto de
vista biológico, pessoal e social.
A CIF é baseada no modelo biopsicossocial e classifica a funcionalidade e
incapacidade associada aos estados de saúde ou relacionada com a saúde nas
diferentes perspectivas (SILVEIRA et al., 2013; CERNIAUSKAITE et al., 2011; DI
36
NUBILA, 2010; FARIAS, BUCHALLA, 2005). Este modelo, mais coerente, está cada
vez mais presente nas ações destinadas às pessoas com deficiência, porém, ainda
não alcançou o modelo hegemônico, que na prática ainda é o modelo biomédico.
A estrutura hierárquica apresenta um esquema de ramificação, constituído por
componentes (funções e estruturas do corpo, atividade e participação), domínios e
categorias. Cada um dos componentes contém vários domínios e cada um dos
domínios contém várias categorias, que são as unidades de classificação da saúde
e dos estados da saúde (FARIA et al., 2012; RIBERTO, 2011; FARIAS, BUCHALLA,
2005). Para Riberto (2011), a CIF aborda, de forma completa, a funcionalidade
humana, apresentando-se como uma classificação extremamente abrangente e com
grande poder descritivo, paradoxalmente essa característica inibe a utilização
prática.
Fontes, Fernandes e Botelho (2010) relatam que para contornar está
dificuldade a OMS e os centros colaboradores, têm desenvolvido “listagens” mais
curtas para facilitar a aplicabilidade da classificação. Uma dessas listagens, a
“checklist”, apresenta as 152 principais categorias que identificam os problemas
mais comuns em pacientes com condições crônicas de saúde. Já utilizado em
diversos estudos demonstra uma descrição completa sobre a sintomatologia e a
funcionalidade dos grupos de pacientes testados (ŠVESTKOVÁ, SLÁDKOVÁ,
KOTKOVÁ, 2016).
Outro instrumento desta listagem é o WHODAS II — World Health
Organization Disability Assessment Schedule II, desenvolvido em 2010. Trata-se de
um questionário multidimensional que fornece um perfil da funcionalidade. Inclui seis
domínios (compreensão e comunicação, relacionamentos, participação na
sociedade, atividades relacionadas com o trabalho e atividades domésticas,
autocuidado e mobilidade). É constituído por 36 questões ou, na sua versão mais
curta, por 12 questões. Em 2015, com autorização da OMS, pesquisadores da
Universidade Federal do Triângulo Mineiro, traduziram para o português o Manual
do WHODAS 2.0 que apresenta a metodologia utilizada no desenvolvimento, os
resultados obtidos com a aplicação em diversas condições de saúde e todas as
formas de apresentação do instrumento (CASTRO et al., 2015; CASTRO et al.,
37
2016). A versão completa, com 36 questões, foi traduzida e adaptada para o Brasil
por Silveira et al., (2013).
Nessa mesma perspectiva o MDS - MODEL DISABILITY SURVEY foi
desenvolvido em parceria com a OMS e o Banco Mundial para coletar informações
de prevalência sobre a deficiência comparáveis entre países. O instrumento coleta
informações sócio demográficas; histórico do trabalho e benefícios; fatores
ambientais; funcionalidade; condições de saúde e capacidade; utilização de serviços
de saúde; e satisfação, personalidade e bem-estar. O principal diferencial em
relação ao WHODAS é a incorporação de uma seção sobre o meio ambiente, tal
detalhamento confere ao instrumento um tempo de aplicação entre 60 a 120
minutos, o que é compreensível pela amplitude das informações (CASTRO et al.,
2016).
Com vistas a ampliar a aplicabilidade da CIF, desde 2004, desenvolvem-se os
Core Sets da CIF, traduzidos como “conjunto principal” ou “itens essenciais” de um
conjunto de categorias selecionadas a partir das categorias da classificação
completa CIF. O propósito é descrever de forma típica padrões mínimos para a
avaliação e documentação da funcionalidade e saúde em estudos clínicos,
encontros clínicos e avaliação multiprofissional abrangente. Avalia-se as categorias
típicas e significativas numa determinada condição de saúde (RIBERTO, 2011).
Em estudo de revisão com objetivo de descrever os core sets existentes na
literatura, Riberto (2011), encontrou 44 artigos publicados a partir de 2004. A maior
parte na língua inglesa, apenas 04 na língua portuguesa e entre esses, dois são de
grupos brasileiros com objetivo de criar core sets para as afecções
musculoesqueléticas relacionadas ao trabalho e o outro para indivíduos com
síndrome de imunodeficiência adquirida sob terapia antirretroviral. Resultados
semelhantes foram descritos por Brasileiro, Moreira e Buchalla (2013).
Castaneda et al., (2014) em uma revisão sistemática sobre a utilização da CIF
em estudos observacionais relataram que apesar de existirem dois modelos de core
sets, ainda são escassos os estudos científicos epidemiológicos quantitativos na
prática clínica. Os autores relatam que estudos com a CIF vem aumentando nos
últimos 10 anos, porém, essa dificuldade na prática clínica, pode estar relacionada
38
ao fato de que a classificação não indica os instrumentos necessários para a
avaliação da incapacidade e da funcionalidade. Eles encontraram 31% estudos
utilizando os core sets, e a maioria utilizou categorias avulsas da CIF para
montagem de questionários e escalas de avaliação clínica.
Estudos internacionais concordam com esses argumentos e consideram a
falta de instrumento para responder o core set resulta em uma aplicação não
uniforme e dificulta a comparação e a comunicação interdisciplinar entre os usuários
contrariando os princípios da CIF (ŠVESTKOVÁ, SLÁDKOVÁ, KOTKOVÁ, 2016;
SALTYCHEV et al., 2013; FINGER et al., 2012; ESCORPIZO, 2011a,b).
Já Araújo e Buchalla (2015) consideram que a discussão sobre a
aplicabilidade da CIF não deve ser pautada na ampla abordagem. Na opinião dos
autores esta característica confere a CIF a capacidade de apreciar itens da
funcionalidade humana que outras classificações não conseguem observar. Eles
recomendam adequar as abordagens da CIF aos instrumentos de avaliação
verificando se as questões avaliadas nos instrumentos estão contempladas nos
domínios da CIF e se a forma de mensuração dos resultados e respostas atende
aos qualificadores da CIF.
2.4 Classificação Internacional de Funcionalidade, Incapacidade e Saúde (CIF)
e Reabilitação Profissional (RP)
Uma adequada inserção laboral das pessoas com deficiência advém de
ações Inter setoriais que reúnam o Estado, as empresas, e os profissionais de saúde
e assistência. A regulamentação do direito da pessoa com deficiência ao trabalho
está bem definida e amparada legalmente. No entanto, a operacionalização da
inclusão laboral encontra impedimentos de toda ordem.
Complementa-se com o questionamento sobre a visão biomédica acerca da
deficiência na qual a Lei de Cotas e o decreto 5298/99 se baseiam. Estes não
abrangem o contexto e as barreiras sociais, que dificultam a participação, o
desempenho e as oportunidades das pessoas com deficiência em todos os aspectos
da vida em sociedade. Fato reconhecido e apoiado pelo Ministério da Saúde (2008)
39
e instituído na Lei Brasileira de Inclusão (2015) que insere o modelo social proposto
pela OMS (2003), fundamentado no conceito de que a deficiência está na sociedade
e não no indivíduo e, a lesão não está diretamente relacionada à deficiência
(MARTINS, 2013; SIMONELLI et al., 2013; SIMONELLI, CAMAROTTO, 2011).
O parâmetro biomédico (CID10) permite definir os beneficiários da reserva de
mercado, mas não é suficiente para reconhecer e compreender o impacto que a
doença tem no dia-a-dia do indivíduo. Desta maneira, se propõe que além do
diagnóstico, seja reconhecida a forma como realiza as atividades habituais
necessárias para um bom desempenho no trabalho, em casa, na escola e/ou outras
áreas sociais. A identificação dos níveis de funcionalidade e incapacidade de uma
pessoa podem garantir um melhor gerenciamento e planejamento de ações
(SILVEIRA et al., 2013; ARAÚJO, BUCHALLA, 2013; CERNIAUSKAITE et al., 2011;
DI NUBILA, 2010).
Martins (2010) sugere que para uma adequada inserção laboral é necessário
realizar uma avaliação precisa, detalhada e contínua com dois enfoques específicos:
a) avaliação do indivíduo - interesse pelo trabalho, capacidades e incapacidades que
influenciam no desempenho para a vaga disponível; b) avaliação dos aspectos
ergonômicos - exigências do trabalho, características das tarefas, adequação do
posto de trabalho e equipamentos necessários para execução da tarefa.
Vários autores sugerem o modelo social como forma de garantir uma inserção
eficiente no trabalho. Uma vez que permite a ClF permite classificar a habilidade da
pessoa de modo preciso e detalhado (SALTYCHEV et al., 2013; MARTINS, 2013;
SIMONELLI, CAMAROTTO, 2011; GLÄSSEL et al., 2011; MAENO, VILELA, 2010;
TANAKA, MANZINI, 2005).
No contexto da Saúde do Trabalhador se observa o esforço de pesquisadores
brasileiros em utilizar a CIF por meio de Core Set. No entanto, os estudos abordam
os aspectos preventivos das doenças relacionadas ao trabalho (DRT), em especial,
as DORTs/LER (Doenças Relacionadas ao Trabalho/Lesões por Esforço Repetido)
devido à alta prevalência e repercussões entre a população trabalhadora típica no
Brasil e no mundo (ARAÚJO, BUCHALLA, 2013; LIMA et al., 2008).
40
Com enfoque específico nos trabalhadores em Reabilitação Profissional foram
propostos dois estudos utilizando a CIF. O estudo de Toldra et al., (2010) utilizou os
componentes da CIF para organizar e analisar os dados, de um estudo documental
exploratório, de 10 prontuários de trabalhadores acompanhados pela terapia
ocupacional em um Centro de Referência em Saúde do Trabalhador da cidade de
São Paulo. O objetivo do estudo foi identificar os facilitadores e as barreiras para o
retorno ao trabalho após um longo período de permanência sem resolutividade no
serviço. As informações coletadas nos prontuários foram distribuídas segundo as
categorias da CIF, inicialmente utilizando o checklist da CIF para a codificação em
primeiro nível e os demais níveis de codificação utilizaram a classificação completa
da CIF. Os autores consideram que os resultados foram satisfatórios e conseguiram
uma visão mais abrangente, integral, articulada e sistematizada das informações
referentes aos diversos componentes de saúde e funcionalidade dos trabalhadores.
Como limitação mencionou a dificuldade de normatização do prontuário que não
permitiu a codificação no 3º e 4º nível da CIF.
Já Simonelli e Camarotto (2011) propõe um modelo para melhoria no
processo de RP, com enfoque na inclusão da pessoa com deficiência. Os autores
sugerem um modelo que utiliza a Classificação Internacional de Funcionalidade,
Incapacidade e Saúde (CIF) para que os profissionais elejam avaliações que
completem o modelo biopsicossocial, associado a Análise Ergonômica do Trabalho
(AET) a fim de adaptar os locais de trabalho. O modelo está baseado em três
etapas, a saber: 1ª parte – Análise das tarefas e atividades: que inclui estudo das
tarefas nas situações de referência (posturas, movimentos, requisitos técnicos das
tarefas, mudanças técnicas e organizacionais); análise das estratégias de operação
(procedimentos operacionais, conhecimentos tácitos, conhecimentos
contextualizados). 2ª parte - Classificação de funcionalidade e adequação do
trabalho: inclui análise do trabalhador com deficiência reinserido (potencialidades,
barreiras e facilitadores, conhecimentos operacionais); programa de reabilitação;
adequação da situação de trabalho (rearranjo do local e das tarefas com adaptações
de artefatos, facilitadores para as tarefas, acessibilidade e relações sociais) em
função do resultado da análise das tarefas e atividades. A 3ª parte – Reinserção com
objetivo de avaliar o projeto e a prescrição que inclui estágio de reinserção
41
(ocupação do posto pelo trabalhador reinserido com acompanhamento psicossocial
e de desempenho técnico); avaliação das tarefas e do local pelo trabalhador e por
técnicos envolvidos; geração de novos requisitos de tarefas e de novas adequações.
Em 2013, os autores aplicaram o modelo, designado Projeto ATO – Ação,
Trabalho e Oportunidade: inclusão de pessoas com deficiência no trabalho. Na
primeira etapa do projeto avaliaram 74 postos de trabalho de uma indústria
metalúrgica. A segunda etapa constava da classificação de funcionalidade utilizando
CIF. Para tanto, utilizaram relato clínico, histórico ocupacional e avaliações clínicas
da estrutura do corpo em 131 participantes com deficiência física e mental leve. Em
seguida, convidaram todos os participantes a realizar o curso de capacitação de 30
horas. Do total de participantes, apenas 87 completaram o curso. Estes passaram
para fase de reinserção, no qual 82 foram encaminhadas para estágio no mercado
de trabalho formal e 05 foram indicados para um programa de economia solidária do
município. Ao final do estágio profissional, 28 pessoas (34%) foram contratadas pela
metalúrgica. Os autores questionam o número baixo de contratações, embora os
profissionais estivessem qualificados, e afirmam que o Ministério do Trabalho e
Emprego deve intensificar fiscalizações para garantia da lei de cotas (SIMONELLI et
al., 2013).
O impacto da deficiência, acidentes, lesões e problemas de saúde nos
trabalhadores é uma questão importante na área de incapacidade para o trabalho
(FINGER et al., 2016; GLÄSSEL et al., 2011). Vários autores referem que a
capacidade laboral da pessoa com deficiência deve ser compreendida e
mecanismos de inclusão devem ser criados (ZILOTTO, BERTI, 2013; CESTARI,
CARLOTTO, 2012; SIMONELLI, CAMAROTTO, 2011; GLÄSSEL et al., 2011;
WUELLRICH, 2010; PEREIRA, 2009).
Com objetivo de aferir o grau de funcionalidade de um indivíduo sob avaliação
pericial, foi desenvolvido em 2013 o Índice de Funcionalidade Brasileiro (IF- Br). O
instrumento é resultado das recomendações de uma força-tarefa interministerial,
solicitada pela Presidência da República, entre 2008 e 2009, com objetivo de [...]
avaliar o modelo de classificação e avaliação de deficiências utilizadas no Brasil e
42
definir a elaboração e Adoção de um modelo único para todo o país [...] (FRANZOI,
et al., 2013; DI NUBILA et al., 2011).
A partir de janeiro de 2011, por uma nova recomendação presidencial foi
organizada outra força tarefa interministerial para desenvolver o modelo único de
avaliação e classificação da incapacidade a ser usado em todo o país. O projeto
ficou a cargo de um grupo de pesquisadores da Universidade Federal do Rio de
Janeiro (UFRJ) que coletaram informações de medidas populacionais brasileiras
sobre as pessoas com deficiência e adotaram como base teórica a CIF para
desenvolver o instrumento que atualmente encontra-se em fase de validação
(PEREIRA, BARBOSA, 2016; FRANZOI, et al., 2013).
Nesse sentido, o Seguro Suíço de Acidente e Danos (SUVA) desenvolveu um
núcleo de estudo baseado na CIF em colaboração com Organização Mundial de
Saúde (OMS), Organização Internacional do Trabalho (OIT), Confederação Mundial
de Fisioterapia (WCPT), Federação Mundial de Terapeutas Ocupacionais (WFOT) e
da Sociedade Internacional de Medicina Física e Reabilitação (ISPRM) para elaborar
um Core Set voltado a Reabilitação Profissional (ESCORPIZO et al., 2011 a,b;
ESCORPIZO et al., 2010).
O grupo desenvolveu em 2010, com forte rigor metodológico, um Core Set da
CIF para RP com 90 categorias, que designaram como versão completa, e na
sequência uma versão designada breve composta de 13 categorias. O Core Set
breve representa um subconjunto das categorias da versão completa e contém
categorias essenciais para avaliação desta condição. Os autores referem que até o
momento faltam instrumentos de avaliação que respondam as categorias do Core
Set para RP (SALTYCHEV et al., 2013; FINGER et al., 2012; ESCORPIZO, 2011
a,b).
2.5 WORQ - Work Rehabilitation Questionnaire
Para Finger et al., (2014 a,b), a Classificação Internacional de Funcionalidade,
Incapacidade e Saúde (CIF) é uma ferramenta importante para Reabilitação
43
Profissional (RP), e nenhum instrumento confiável e validado baseado na CIF para o
trabalho ainda tinha sido desenvolvido.
A Classificação Internacional de Funcionalidade, Incapacidade e Saúde (CIF)
é um modelo amplo que permite compreender os aspectos da relação trabalho e
saúde (SALTYCHEV et al., 2013; GLÄSSEL et al., 2011), e pode auxiliar na RP
favorecendo a comunicação interdisciplinar entre os profissionais de saúde e facilitar
o diálogo com empregadores (FINGER et al., 2014 a,b).
Para atender essa necessidade foi desenvolvido o instrumento WORQ- Work
Rehabilitation Questionnaire (FINGER et al., 2014 a,b) na língua inglesa, baseado no
Core Set breve da CIF para Reabilitação Profissional (RP), conjunto de 13
subcategorias da versão completa (SALTYCHEV et al., 2013; FINGER et al., 2012;
ESCORPIZO, 2011 a,b).
Os autores referem que o Core Set breve para RP é um padrão de referência
para avaliar e descrever os fatores relevantes da funcionalidade do trabalhador,
independente do estado de saúde, ou a definição de reabilitação profissional. Assim,
desenvolveram o WORQ com objetivo de que o instrumento possa ser utilizado por
profissionais de saúde, do trabalho e gestores (FINGER et al., 2014 a,b).
Em adição, os autores complementam que o WORQ foi desenvolvido para ser
aplicado pelo entrevistador e, também em uma versão auto responsiva. Nas duas
versões, as questões têm que permitir fácil entendimento tanto para o entrevistador
quanto para o paciente, além de poder ser aplicável em qualquer cenário de RP
(FINGER et al., 2014 a,b).
O instrumento foi desenvolvimento no idioma inglês, e posteriormente
adaptado culturalmente e testado psicometricamente para confiabilidade e validade
em alemão.
O desenvolvimento do instrumento ocorreu em duas fases, a saber:
Fase 1: Seleção de categorias da CIF para WORQ:
44
Inicialmente foram identificadas as 13 categorias do Core Set breve da CIF
para RP para compor o WORQ, das quais 06 se referem a Atividades e Participação;
04 Fatores Ambientais e 03 Funções Corporais.
Em seguida 28 categorias do Core Set completo para RP foram adicionadas
por meio da análise Rasch, sendo 17 categorias de Atividades e Participação, 11
categorias de Funções Corporais. As categorias adicionadas foram baseadas em
estudo anterior do grupo (FINGER et al., 2011), com 152 participantes de diferentes
condições de saúde, no qual o objetivo foi identificar por meio de estudo
multicêntrico as principais categorias para avaliar a funcionalidade do trabalhador
em RP. Nesse estudo foram identificadas 06 categorias para estruturas corporais, 45
para categorias de atividades e participação e 25 categorias para fatores ambientais.
As categorias correspondentes do Core Set completo foram analisadas pelo
método Rasch com objetivo de verificar construto e a dependência entre os itens.
Para análise de conteúdo do item inserido foi considerando o valor de corte de 0,05,
e a relação de dependência dos itens testados considerou-se o valor de corte de 0.3.
As categorias da versão completa do Core Set que se ajustam ao modelo Rasch e
não mostraram dependência com outras categorias foram consideradas como
categorias adicionais.
Finalizando essa etapa, três categorias, 02 categorias de Atividades e
Participação e 01 categoria de Funções do Corpo foram adicionadas por
considerações clínicas considerando a experiência clínica em RP.
Fase 2: redação para as categorias da CIF selecionados:
A primeira seção do WORQ, administrado por entrevista, contém 17
perguntas sobre características sócio demográficas, condições gerais de saúde
relacionadas a RP e questões para avaliar três fatores ambientais identificados. De
tal modo que, nessa etapa do instrumento as questões são referentes a quatro
categorias do ambiente relacionadas ao Core Set breve da CIF para RP, a saber:
e310 - família imediata, e330 - pessoas em posição de autoridade, e580 - serviços
de saúde, e590 - serviços, sistemas e políticas de trabalho e emprego; e 06
categorias de atividades e participação que descrevem sobre educação vocacional
45
ou formação profissional: d825 - treinamento profissional, d830 - educação superior,
d840 - estágio (preparação para o trabalho), d845 – conseguir, manter e sair de um
emprego, d850 – trabalho remunerado, d855 - trabalho não remunerado.
A seção principal, ou 2ª seção do WORQ que avalia a funcionalidade dos
indivíduos em RP apresenta questões, que foram baseadas em várias fontes que
utilizam a CIF, como por exemplo, WHO Disability Assessment Schedule 2.0
(WHODAS 2.0) e o World Health Survey (WHS), bem como o manual da CIF.
Para responder as questões, na 2ª seção, foi criada uma pergunta de base:
''No geral na semana passada, em que medida você teve problemas com”. Foi
designado um período recordatório de uma semana para garantir que o respondente
fosse capaz de entender o conteúdo avaliado, e ao mesmo tempo conseguisse
avaliar uma alteração derivada do programa de reabilitação no período de 4 a 6
semanas. Para responder as perguntas foi adicionada uma escala visual analógica
(EVA) de valor 0 a 100, no qual zero significa nenhuma dificuldade e cem significa
dificuldade total.
Em seguida os itens foram testados cognitivamente entre dois grupos. Um
grupo composto por 03 especialistas profissionais de saúde e o outro por 02 não
especialistas, que responderam sobre o entendimento das questões, adequação das
- Opções de resposta e adequação da extensão do instrumento.
Adaptação cultural e evidências de validade do WORQ para o idioma alemão
A versão em Inglês do WORQ foi traduzida para o alemão com avaliação
psicométrica inicial em um centro RP de língua alemã, segundo recomendações
sugeridas por Beaton et al., (2000). Para tanto, dois tradutores bilíngues, que tem o
alemão como língua materna, realizaram a tradução da língua inglesa para alemã de
modo independente. O primeiro, formado em fisioterapia conhecia o conceito
avaliado no instrumento, já o segundo, formado em psicologia e comunicação não
apresentava conhecimento sobre o assunto abordado no instrumento. As duas
versões traduzidas foram analisadas e comparadas até um consenso da tradução
final. Nesta etapa, um terceiro profissional bilíngue que tinha conhecimento acerca
do conceito do WORQ, porém não participou como desenvolvedor auxiliou na
46
análise consensual das traduções. A versão consensual traduzida foi testada por 03
alemães não especialistas, a partir desta avaliação criou-se a primeira versão em
alemão do WORQ.
A primeira versão do WORQ, em alemão, foi retrotraduzida para o Inglês por
dois tradutores bilíngues independentes. O primeiro foi um tradutor nativo da língua
inglesa que estava ciente do conceito do WORQ. O segundo foi um tradutor
juramentado, nativo da língua alemã que não conhecia o conceito do WORQ.
Nenhum desses profissionais participou das fases anteriores de desenvolvimento.
As retrotraduções foram avaliadas e discutidas por um grupo consistindo de
tradutores que corrigiram discrepâncias por meio de consenso.
A versão alemã do instrumento foi submetida a testes psicométricos em um
estudo realizado no Centro de Reabilitação Profissional na Suíça. Os dados foram
coletados por 04 profissionais terapeutas ocupacionais, 03 conselheiros profissionais
e 02 especialistas em reintegração no trabalho, que realizaram de 5 a 9 entrevistas
cada. Foi eleita uma amostra de conveniência composta de pacientes entre 18 e 65
anos que participavam de um programa de intervenção RP com habilidade oral e
escrita do idioma alemão.
Os pacientes responderam um Formulário de Relato do Caso do Paciente
(CRFP) que continha informações sócio demográficos, informações específicas
sobre trabalho, saúde, funcionalidade, dor. Além disso responderam outros
questionários, como: EuroQol-single (EuroQol -5D), o Short Form 36 (SF-36),
Inventário de Depressão de Beck II (BDI II), e o Questionário de Qualidade de Vida
da OMS (WHOQUOOL BREF).
Inicialmente, os profissionais responsáveis entregavam o CRFP para que os
pacientes respondessem em seguida os profissionais administravam o WORQ. Ao
final de 14 dias, o WORQ foi administrado uma segunda vez por outro profissional
de saúde, fisioterapeuta, que não tinha conhecimento dos resultados da primeira
intervenção com objetivo de avaliar a confiabilidade inter e intra avaliadores.
Foi realizado também o teste para viabilidade e facilidade de interpretação
dos administradores do WORQ com todos os profissionais avaliadores e pacientes
47
respondentes que participaram do estudo. Estes responderam a quatro questões
sobre a abrangência e a facilidade de compreensão das perguntas, as opções de
resposta e a extensão do WORQ. Os profissionais avaliadores foram questionados
sobre o valor das informações obtidas com o instrumento e os pacientes foram
perguntados sobre qual o significado das classificações elaboradas para eles.
Participaram do estudo 74 pacientes na primeira entrevista e 52 na segunda,
com intervalo de 14,33 dias (DP ± 1,57) entre as duas. A avaliação de consistência
inter e intra avaliadores apresentou correlação de 0,789. A consistência interna do
WORQ (n = 74) mostrou Alfa Cronbach de 0,883 para a primeira avaliação e Alfa de
Cronbach de 0,887 (n= 52) na segunda avaliação. O tempo necessário para
administrar a primeira entrevista do WORQ foi 25,57 min (DP ± 11,55). O
entendimento do WORQ foi classificado como ''nenhuma dificuldade '' por 89% dos
profissionais e por 92% dos pacientes respondentes. A opção de resposta por meio
da EVA (ESCALA VISUAL ANALÓGICA) foi classificada como ''boa'' por 67% dos
profissionais e por 84% dos pacientes.
A extensão do questionário e o tempo necessário para administrar foram
classificados como ''boa'' por todos os pacientes, mas considerado longo por dois
conselheiros profissionais e um especialista em reintegração no trabalho (33%). Três
profissionais (33%) classificaram como difícil e desafiador avaliar o problema do
paciente com as perguntas 35 e 36.
Com relação à validade os profissionais consideraram o WORQ uma
ferramenta completa para avaliação da funcionalidade em RP, mas relataram que o
instrumento parecia perder fatores contextuais adicionais tais como, descrições do
local de trabalho ou fatores pessoais como estratégias de enfrentamento. Já os
pacientes, em geral, apreciaram a validade, eles relataram que o questionário
permitiu refletir sobre seus problemas diários de funcionalidade que os impedem de
retornar ao trabalho com sucesso.
Em adição foi utilizada a correlação de Spearman para avaliar a validade de
construto entre a pontuação do WORQ, em comparação com o índice EuroQol-
single, BDI-II, SF-36 e o WHOQOOL BREF. A relação mais forte com WORQ foi
com BDI-II com coeficiente de correlação de Spearman moderada (0,511). Já o SF-
48
36 apresentou a menor associação, com coeficiente de correlação negativo de -
0,353.
Os autores concluem que o questionário WORQ mostrou-se viável, válido,
confiável e fácil de administrar por profissionais de saúde ou RP para avaliar
funcionalidade no trabalho baseado na CIF. A informação adquirida com a aplicação
do instrumento contribui para melhor compreensão interdisciplinar da situação do
paciente e, portanto, pode subsidiar o planejamento do processo de retorno ou a
inclusão em um novo emprego. No entanto, afirmam que são necessários mais
estudos para verificar a utilização na prática clínica e pesquisas em outras
populações e configurações.
O instrumento já está adaptado culturalmente e validado para o alemão
(BERGAMASCHI et al., 2014; FINGER et al., 2014 a,b), e disponível para download.
Atualmente, as versões auto responsiva completa e breve foram adaptadas
culturalmente na França, China e na Rússia. A partir do feedback recebido dos
pacientes na adaptação cultural de versão auto responsiva para o francês, e dos
testes clínicos da versão alemã do WORQ administrado por entrevista, os autores
relatam a modificação na utilização da escala analógica visual 0-100 para uma
escala numérica 0-10 e a padronização no formato das opções de resposta nas
versões por Entrevista e Auto Relato. Todas as versões traduzidas já estão
disponíveis para download exceto a versão Russa (WORQ, 2017).
49
3 OBJETIVOS
Objetivo Geral
Realizar a tradução, adaptação cultural do Questionário para Reabilitação no
Trabalho - WORQ versão aplicada por entrevista e auto relato, e análise da
confiabilidade da versão aplicada por entrevista.
Objetivos Específicos
Traduzir para o português o WORQ versão por entrevista e versão auto
relato.
Realizar a adaptação cultural por analise de comitê de juízes experts e teste
preliminar com público alvo.
Verificar a confiabilidade da versão aplicada por entrevista por meio da
estabilidade, equivalência e consistência interna.
50
4 MÉTODOS
O presente estudo foi de caráter transversal (coleta única de dados) e
descritivo, visando à tradução e adaptação cultural do Questionário de Reabilitação
para o Trabalho – WORQ versão aplicada por entrevista e auto relato para a língua
portuguesa do Brasil, seguida dos testes psicométricos para análise de
confiabilidade do instrumento.
A realização do trabalho foi iniciada mediante a autorização dos autores do
instrumento WORQ (FINGER et al., 2014 a,b), que mantém a home page
http://myworq.org/ no qual são disponibilizadas as versões originais e as traduções e
adaptações já conduzidas por grupos de pesquisadores da Alemanha, França,
Rússia, Tailândia. Desde o início do processo de autorização ficou acordado que a
versão brasileira passaria a integrar o site quando finalizada, sendo disponibilizada
gratuitamente aos interessados.
Os procedimentos deste estudo foram divididos em duas fases. A primeira
fase refere-se a tradução e adaptação linguística e cultural do Questionário de
Reabilitação para o Trabalho – WORQ para as versões aplicado por entrevista e
auto relato para a língua portuguesa do Brasil, segundo os pressupostos nacionais e
internacionais, em acordo com as recomendações da Organização Mundial de
Saúde (EPSTEIN et al., 2015 a,b; FERREIRA et al., 2014; RAMADA-RODILLA et al.,
2013; BEATON et al., 2000). E obedeceu às seguintes etapas metodológicas:
autorização dos autores; tradução da escala para a língua portuguesa por dois
tradutores independentes; síntese das traduções realizadas; retrotradução, síntese e
aprovação dos autores; avaliação da versão traduzida por um comitê de juízes
experts; pré-teste versão preliminar; retrotradução da versão final e envio para
autorização dos autores.
Na segunda fase do estudo foram realizados os testes psicométricos para
análise de confiabilidade considerando estabilidade (teste-reteste), equivalência
(inter-observadores) e a consistência interna seguindo as recomendações para
validação de questionários em saúde de Coluci et al., (2015) e Ramada-Rodilla et
al., (2013), conforme esquema apresentado na figura 4. Participaram desta fase 34
trabalhadores com deficiência física, visual e auditiva.
51
Fonte: próprio autor
I. Autorização dos autores do instrumento
II. Tradução Inicial para a língua portuguesa do Brasil
Tradução Juramentada
T1
III. Síntese das Traduções
VERSÃO T1-2
Tradução Especialista
T2
Especialista 1 Especialista 3 Especialista 2
IV. Retrotradução, síntese e envio aos autores
Retrotradução RT1 Retrotradução RT2
Síntese Retrotraduções Especialista 1, 2, 3 – VERSÃO RT1-2
APROVAÇÃO AUTORES VERSÃO RT1-2
V. Avaliação Comitê de Juízes Experts
Juiz 1 Juiz 2 Juiz 3 Juiz 4 Juiz 5
VI . Pré –Teste versão preliminar (V1)
VERSÃO PRELIMINAR (V1)
Consenso Juizes e Ajustes literatura
VERSÃO (V2)
VII. Retrotradução (RTV2)
Aprovação Autores
VERSÃO FINAL (V3)
Testes psicométricos - Estudo Piloto
1ª
FA
SE
1ª ENTREVISTA
2ª ENTREVISTA
2ª
FA
SE
Figura 4 - Resumo esquemático das etapas metodológicas.
52
4.1 Procedimentos:
4.1.1 Primeira Fase - Tradução e Adaptação Cultural
I. Autorização dos autores do instrumento:
Foi enviado um pedido de autorização para tradução do instrumento aos
autores do WORQ para RP, e os procedimentos de tradução foram iniciados após o
recebimento da autorização formal.
II. Tradução inicial
Para realização da tradução participaram 02 tradutores bilíngues, nascidos e
Alfabetizados no Brasil, de forma independente. Um tradutor juramentado da língua
inglesa que não possuía conhecimento do conteúdo do instrumento, designado -
versão T1, e outro tradutor especialista com domínio linguístico e cultural da língua
inglesa e do conteúdo do instrumento, designado – versão T2.
III. Síntese das Traduções
Uma comissão formada por três especialistas, professores universitários,
nascidos no Brasil, com domínio do idioma inglês e com conhecimento do estudo
realizaram a análise e síntese das duas traduções (T1 e T2) para corrigir possíveis
discrepâncias, o que resultou na tradução comum designada versão T1-2. Um
relatório detalhado descrevendo as discrepâncias ocorridas e como foram resolvidas
foi elaborado pela comissão.
IV. Retrotradução, síntese e envio aos autores
A versão T1-2 foi encaminhada a dois tradutores bilíngues, nascidos e
Alfabetizados em país de língua igual à da escala original (inglês), tendo domínio
linguístico e cultural da língua inglesa e da língua portuguesa praticada no Brasil.
Ambos sem conhecimento do conteúdo do instrumento, e de modo independente
realizaram a tradução da versão T1-2 para o idioma inglês. O que resultou nas
versões designadas - RT1 e RT2.
A síntese das retrotraduções (RT1 e RT2) foi realizada pelos mesmos
membros da comissão de especialistas participantes da síntese em português. A
comissão comparou as duas retrotraduções com o instrumento original em inglês e
53
com a versão T1-2, corrigindo possíveis discrepâncias entre os tradutores, o que
resultou na tradução comum designada versão RT1-2. Um relatório detalhado
descrevendo as discrepâncias ocorridas e como foram resolvidas foi elaborado pela
comissão e enviado aos autores para aprovação.
V. Avaliação do Comitê de Juízes Experts
O Comitê de Juízes Experts foi composto por cinco professores universitários,
doutores, sendo um tradutor especialista que participou da primeira etapa do
processo de tradução; um com experiência na área de construção e validação de
instrumentos de medida; um com experiência em Reabilitação Profissional; um com
experiência no Modelo de Classificação Internacional de Funcionalidade,
Incapacidade e Saúde (CIF); e um com experiência clínica na CIF.
Os juízes que aceitaram participar receberam por meio eletrônico as
orientações gerais para análise; as duas versões originais em inglês do instrumento;
a versão T1-2 e duas fichas de avaliação, uma para análise do WORQ Administrado
por Entrevista e outra para a análise do WORQ Auto Relato.
A ficha de avaliação para versão WORQ Administrado por entrevista foi a
mais completa. A ficha de avaliação para versão WORQ Auto Relato contém apenas
os itens modificados da versão Administrado por Entrevista, a saber: título;
instruções de preenchimento da parte 1 e 2; posição da escala de avaliação na parte
2 e formatação da opção de resposta das questões 41 e 42. Diante disto, os juízes
foram orientados a iniciar a avaliação pela versão WORQ Administrado por
entrevista.
O modelo de avaliação seguiu os pressupostos de Beaton et al., (2000). De
tal modo que para cada item do instrumento os juízes foram orientados a assinalar
entre as opções discordo ou concordo considerando os seguintes itens:
(1) equivalência semântica – avaliar se as palavras apresentam o mesmo
significado, se o item apresenta mais de um significado e se existem erros
gramaticais na tradução;
54
(2) equivalência idiomática – avaliar se os itens de difícil tradução do
instrumento original foram adaptados por uma expressão equivalente que não tenha
mudado o significado cultural do item;
(3) equivalência experiencial – avaliar se determinado item de um instrumento
é aplicável na nova cultura e, em caso negativo, substituir por algum item
equivalente;
(4) equivalência conceitual – avaliar se determinado termo ou expressão,
mesmo que traduzido adequadamente, avalia o mesmo aspecto em diferentes
culturas.
Foi solicitado que assinalando a opção discordo em qualquer um dos itens, o
juiz deveria sugerir de modo objetivo uma proposta de alteração.
As fichas preenchidas foram devolvidas após quinze dias. Os dados foram
analisados considerando o grau de concordância entre os juízes especialistas por
meio da análise empírica qualitativa da taxa de concordância (COLUCI et al., 2015;
PASQUALI, 2003), no qual é realizado um cálculo simples da porcentagem de
concordância por meio da divisão entre o número de participantes que concordam
com o item pelo total de participantes multiplicado por cem. Foi considerado como
uma taxa aceitável de concordância quando os valores alcançados fossem iguais ou
maiores que de 90%.
Para os itens cujo resultado da taxa de concordância foi inferior a 90% foi
realizada a comparação das sugestões dos juízes com a literatura da área de
reabilitação profissional e realizados os ajustes. O que resultou na primeira versão
brasileira do instrumento (V1).
Esta primeira versão do instrumento (V1) foi encaminhada aos juízes para
verificação e concordância final. Nesta avaliação a taxa de concordância foi total.
VI. Pré-Teste Versão Preliminar
A versão preliminar (V1) foi testada em um grupo de possíveis usuários com
objetivo de verificar a compreensão do público alvo. Foram convidados a participar
55
desta etapa 20 PcD, de ambos os sexos, com idade igual ou maior que 18 anos,
com habilidade de leitura e escrita, com deficiência física e múltipla enquadrados
pela lei de cotas (8.213/91) de uma instituição de ensino da cidade de São Paulo
(Anexo 1). Foi critério de exclusão nessa etapa funcionários com deficiência auditiva,
visual e intelectual.
Após receberem as informações sobre o estudo, apenas 14 funcionários PcD
preencheram os critérios de inclusão e concordaram em participar assinando o
TCLE (Anexo 2).
Os participantes receberam as orientações sobre o preenchimento dos
instrumentos e, foi solicitado que no final respondessem sobre a compreensão
assinalando compreensível e não compreensível para a formulação das instruções
de preenchimento, as perguntas e as opções de resposta das duas versões do
instrumento. Foi solicitado que fizessem sugestões para alterações quando
assinalassem a opção não compreensível, e de que poderiam solicitar
esclarecimentos em qualquer momento durante o preenchimento. O tempo de
duração do preenchimento foi anotado nos dois grupos.
A coleta foi realizada em horário e local agendado na própria instituição e foi
realizada em um único dia. Os participantes foram divididos por sorteio em dois
grupos. O grupo 1 respondeu a versão brasileira do WORQ Aplicado por Entrevista
e o grupo 2 respondeu a versão brasileira do WORQ Auto Relato.
No grupo 1 a entrevista foi aplicada pelo pesquisador que marcou o tempo de
duração da entrevista e as dificuldades observadas. No grupo 2 as orientações
foram passadas pelo pesquisador e um auxiliar de pesquisa marcava o tempo de
duração do preenchimento e observava as dificuldades.
Para os itens no qual observou-se dificuldades foi realizada a ponderação e
as modificações necessárias foram realizadas. O que resultou na versão brasileira
do instrumento - V2.
VII. Retrotradução da Versão Final
56
A versão 2 foi retrotraduzida por uma professora universitária, doutora,
brasileira, com domínio linguístico do idioma inglês, sem conhecimento do conteúdo
do instrumento realizou a retrotradução. A versão brasileira traduzida - V2 para o
inglês foi encaminhada junto com relatório detalhado das modificações necessárias
aos autores para conhecimento e aprovação o que resultou na versão final,
designada V3.
4.1.2 Segunda Fase – Testes Psicométricos
Após aprovação dos autores foi realizado estudo piloto com objetivo de
verificar a confiabilidade da versão brasileira do WORQ administrado por entrevista
no período de abril a maio de 2017.
Seguindo orientações de Coluci et al., (2015), Alexandre et al., (2013) e
Ramada-Rodilla et al., (2013) foram realizados testes para verificar confiabilidade do
instrumento por meio da análise de consistência interna, estabilidade e a
equivalência. A consistência interna foi realizada para verificar a homogeneidade
entre as medidas dos itens para o mesmo conceito. O teste de estabilidade, também
denominado confiabilidade teste-reteste foi realizada com objetivo de verificar a
consistência da medida ao longo do tempo e o quanto os itens são representativos
independentes de fatores externos. A equivalência, também denominada
concordância inter-avaliadores foi realizada com objetivo de verificar a concordância
entre observadores que utilizam um mesmo instrumento de medida.
4.1.2.1Participantes e Coleta de Dados
Participaram desta fase 34 funcionários com deficiência enquadrados pela Lei
de Cotas (8.213/91), com deficiência física, múltipla, auditiva e visual, de ambos os
sexos, com idade igual ou maior que 18 anos, de uma instituição de ensino da
cidade de São Paulo. Foi considerado critério de exclusão ter participado da primeira
fase do estudo (pré-teste versão preliminar) e aqueles que apresentavam deficiência
intelectual.
57
A instituição de ensino na qual foi realizado o teste apresenta 2.608
funcionários e, portanto, devem designar 5% de vagas às pessoas com deficiência,
o que corresponde a aproximadamente 130 vagas. No momento da coleta 66 vagas
estavam preenchidas.
Para a primeira entrevista foram convidados por meio eletrônico 46
colaboradores PcD, considerando os critérios de exclusão. Destes apenas 34
responderam ao convite, e em dia e horário marcado foram entrevistados pela
pesquisadora, no próprio local de trabalho em três dias consecutivos. Os
participantes responderam uma ficha para caracterização da amostra e a versão
brasileira do WORQ Aplicado por Entrevista. Os dados foram tabulados para análise
de consistência interna.
Após 15 dias da primeira entrevista os 34 participantes foram contatados para
agendamento da segunda entrevista. Destas apenas 20 responderam ao convite.
Após agendamento, os participantes foram divididos em dois grupos. Um grupo, com
10 participantes, foi entrevistado pela pesquisadora, com objetivo de analisar a
estabilidade (teste-reteste) da medida. O segundo grupo, com 10 participantes, foi
entrevistado por outra pesquisadora, fisioterapeuta, mestre com especialidade em
saúde funcional, que não teve contato com a população da amostra em nenhuma
parte do estudo, com objetivo de analisar a equivalência (inter-observadores). As
entrevistas foram realizadas em um único dia, no próprio local de trabalho.
4.2 Análise dos dados: Para caracterização da amostra foi realizada análise descritiva contendo as
medidas de média, mediana, desvio padrão (DP), coeficiente de variabilidade (CV),
porcentagem, quartis, valores mínimo e máximo e intervalo de confiança (IC) de
95%.
A consistência interna dos itens do instrumento foi testada por meio do cálculo
de Alfa de Cronbach (α), medida estatística que verifica quanto cada questão de um
teste mensura o mesmo construto ou a mesma dimensão em relação aos restantes
das questões. A consistência interna pode variar de 0 - nenhuma consistência
58
interna para 1 - consistência interna perfeita (FINGER et al., 2014 a,b). Segundo
estudo de revisão de Ramada-Rodilla et al., (2013) a consistência interna maior ou
igual a 0,70 é considerada aceitável. Em complemento, Alexandre et al., (2013)
referem que valores de Alfa acima de 0,80 são considerados boa consistência e
valores maiores que 0,90 são considerados excelentes. Nesse estudo o cálculo do
Alfa de Cronbach foi realizado com os dados coletados da seção principal do
instrumento (40 itens) na primeira entrevista agrupados em duas dimensões, a
saber: a) estrutura e funções do corpo; b) atividade e participação e foi considerado
valor de α ≥ 0,80.
Para análise da estabilidade (teste-reteste) e da equivalência (inter –
observadores) foi verificado o grau de correlação entre as medidas da primeira e da
segunda entrevista por meio do cálculo do Coeficiente de Correlação Intra Classe
(CCI). Segundo Alexandre et al., (2013) estudos com instrumentos de medidas para
personalidade, interesse e atitude os valores considerados como boa confiabilidade
para CCI pode variar entre 0,70 a 0,90 (MIOT, 2016). Nesse estudo adotou-se valor
≥ 0,80.
Em complemento para análise de significância estatística das medidas
quantitativas utilizou-se o Teste T-Student Pareado para comparar a igualdade de
duas médias. O intervalo de confiança construído ao longo das análises foi de 95%
de confiança estatística e o nível de significância adotado foi de 0,05 (5%). Utilizou-
se para análise estatística os softwares SPSS V20, Minitab 16 e Excel Office 2010.
59
5 RESULTADOS E DISCUSSÃO
Os resultados deste estudo serão apresentados por etapas de
desenvolvimento. A primeira etapa consiste na Tradução e Adaptação Cultural
realizada no período de outubro de 2015 a novembro 2016. A segunda etapa
consiste nos Testes Psicométricos realizado no período de fevereiro a maio de 2017.
O Projeto foi submetido à apreciação do Comitê de Ética e Pesquisa com
Seres Humanos da Universidade Presbiteriana Mackenzie, e aprovado sob o nº
CAAE - 54515215.3.0000.0084 (Anexo 3).
Tradução e Adaptação Cultural
Os procedimentos de tradução foram iniciados após o recebimento da
autorização formal dos autores para realização do estudo (Anexo 4). Nesta etapa, a
amostra foi composta de 05 tradutores, 03 especialistas, 05 juízes experts e 14
trabalhadores com deficiência.
O estudo integra duas traduções independentes para língua portuguesa do
WORQ. A primeira foi realizada por tradutor juramentado designada T1, a segunda
realizada por tradutor especialista na área de reabilitação designada T2 e a síntese
consensual das traduções T1.2 por três especialistas.
Tais procedimentos seguem as revisões nacionais e internacionais que
recomendam realizar duas traduções cegas e com tradutores com domínios
diferentes. Espera-se que o tradutor com conhecimento do estudo e domínio do
conteúdo apresente uma tradução com adaptações clínicas condizentes com o
idioma original (TSANG et al., 2017; FERREIRA et al., 2014; RAMADA-RODILLA et
al., 2013, BEATON et al., 2000).
As duas traduções (T1 e T2) foram entregues ao pesquisador que
encaminhou para análise da comissão de especialistas, formada por três
professores universitários, brasileiros, com conhecimento da língua original do
60
instrumento (inglês), a saber: um fisioterapeuta, mestre; o outro fisioterapeuta,
doutor; e outro pedagogo, doutor.
A importância da síntese das traduções é um consenso na literatura
(FERREIRA et al., 2014; RAMADA-RODILLA et al., 2013). No entanto, a composição
da equipe que realizará a síntese não encontra concordância em estudos de revisão
e clínicos (CHAVES et al., 2017; TSANG et al., 2017; MOREIRA et al., 2015;
ARAÚJO et al., 2014; FERREIRA et al., 2014; RAMADA-RODILLA et al., 2013;
AMARAL et al., 2011; HIRATUKA et al., 2010).
A opção neste estudo por uma comissão de especialistas bilíngues, com
domínio do objetivo e conteúdo do instrumento, teve a finalidade de garantir uma
tradução consensual sem discrepâncias. Houve prudência para não produzir
traduções que alterassem o conteúdo do instrumento. Por essa razão, os
especialistas foram pesquisadores envolvidos no projeto (BORSA et al., 2012), que
não participaram das traduções e, apresentavam condições para eliminar qualquer
dúvida entre as traduções (TSANG et al., 2017; RAMADA-RODILLA et al., 2013).
Os três especialistas reuniram-se por 3 horas para realizar a síntese das
traduções. Inicialmente, realizaram leitura individual das três versões e, concluíram
que as versões estavam semelhantes. Além disso, a versão T1, tradução
juramentada, apresentava aspectos literais da versão original e, a versão T2
continha ajustes gramaticais e de interpretação que suscitavam adaptação cultural.
Após essa primeira análise, os especialistas passaram a analisar item por item de T1
e T2. Em momentos de divergência, os especialistas consultavam a versão original
em inglês (TSANG et al., 2017; RAMADA-RODILLA et al., 2013).
Após análises, os especialistas optaram por adotar a tradução mais próxima
ao idioma original corrigindo apenas diferenças gramaticais. Isso por estarem
cientes de que esta etapa consistia apenas na tradução do instrumento para a língua
portuguesa do Brasil e, que as divergências culturais deveriam ser avaliadas pelo
comitê de juízes experts (BEATON et al., 2000).
61
Dos 18 ajustes realizados no total, oito foram processados na parte 1 e dez
na parte 2 com modificações relacionadas à adequação gramatical.
Preferencialmente, adotou-se a tradução T1 - juramentada em relação a tradução T2
– especialista. Este resultado era esperado, conforme mencionado anteriormente, já
que a tradução do especialista tende a apresentar maior semelhança conceitual com
o documento original. Deste modo, o tradutor não especialista apresenta menor
probabilidade de desvios no significado dos itens, o que produz uma versão mais
literal do idioma original.
Um relatório detalhado desta etapa (MIURA et al., 2010; BEATON et al.,
2007) que deu origem a versão T1.2 foi realizado conforme sumarizado na tabela
1.
62
Tabela 1- Ajustes de divergências após análise da comissão especialistas das traduções T1 e T2 que resultaram em síntese T1.2
Questões Tradução T1 Tradução T2 T1.2
PARTE 1 – Informações Sócio demográficas e antecedentes
Título Questionário de Reabilitação de Trabalho Questionário de Reabilitação do Trabalho Questionário de Reabilitação no Trabalho
Instruções Iniciais
O Questionário de Reabilitação de Trabalho..... Na parte 1... ... situação de trabalho e reabilitação profissional.
O Questionário de Reabilitação do Trabalho... Na primeira parte... ... situação de trabalho e reabilitação vocacional.
O Questionário de Reabilitação no Trabalho... Na primeira parte... ... situação de trabalho e reabilitação vocacional.
Questão 3 - Opções de resposta
Nunca casou Casado Separado Divorciado Viúvo Coabitando/vivendo com alguém
Nunca casou Casado Separado Divorciado Viúvo Coabitando
Nunca casou Casado Separado Divorciado Viúvo Coabitando/vivendo com alguém
Questão 4 Qual dos seguintes melhor descreve a sua situação de trabalho atual, ou se no momento não estiver trabalhando, a sua última situação de trabalho?
Qual dos itens a seguir melhor descreve seu estado de trabalho atual, ou se no momento não estiver trabalhando, qual melhor representa sua última situação de trabalho?
Qual dos itens a seguir melhor descreve seu estado de trabalho atual, ou se no momento não estiver trabalhando, o que melhor representa sua última situação de trabalho?
Questão 5 - Opções de resposta
Tempo integral Temporário Plantão Modificado ou leve
Tempo integral Meio período Modificado
Tempo integral Meio período Modificado ou leve
Questão 11 Se uma mudança de trabalho for planejada, qual trabalho futuro você está buscando?
Caso esteja planejando trocar de trabalho, qual trabalho você está almejando?
Caso esteja planejando trocar de trabalho, qual trabalho você está almejando?
Questão 16 - Opções de resposta
Sim Não Não empregado
Sim Não Não aplicável
Sim Não Não empregado
Questão 17
Fora de seu trabalho atual ou programa de reabilitação vocacional, você obtém o apoio de que necessita do governo ou de agências privadas de emprego para encontrar trabalho adequado, ou para procurar trabalho
Desconsiderando seu trabalho atual ou programa de reabilitação vocacional, você recebe suporte que necessita do governo ou agência privada de emprego para encontrar trabalho, ou procurar trabalho diferenciado?
Desconsiderando seu trabalho atual ou programa de reabilitação vocacional, você recebe suporte que necessita do governo ou agência privada de emprego para encontrar trabalho, ou procurar trabalho diferente?
(continua)
63
diferente?
PARTE 2 – SEÇÃO PRINCIPAL
Instruções inicias
Quando pergunto sobre problemas, eu gostaria que você considerasse qual é a extensão dos problemas que você teve, em média, na semana passada. Por problema, quero dizer que requer de você esforço maior para fazer a atividade, que você tem desconforto ou dor, ou que fazer a atividade é mais lento do que o normal, por exemplo. Mesmo se você não tiver nenhum problema em certas funções ou atividades, é necessário que eu lhe faça todas as perguntas para totalizar. INSTRUÇÃO PARA O ENTREVISTADOR: POR FAVOR MOSTRE A ESCALA PARA RESPONDENTE Com base na escala abaixo, por favor avalie seu nível de problema na semana passada para cada questão a partir 0 = sem problema até 100 = total problema. Você está autorizado a avaliar o seu problema utilizando qualquer número de 0 e 100. Quanto maior o número que você der, maior o problema que você sente para essa pergunta. Você pode olhar para a escala de 0-100 novamente se precisar para refrescar a sua mente sobre a forma de responder à pergunta. Se você acha que alguma questão não é aplicável a você, você pode escolher
Quando eu perguntar sobre problemas, eu gostaria que você considerasse qual a extensão do problema (em média) que você teve na semana passada. Por problema, como exemplo eu quero dizer a necessidade de realizar a atividade com maior esforço, apresentando desconforto ou dor, ou realizar a atividade mais devagar do que o habitual.
Mesmo se você não apresentar qualquer problema em certas funções ou atividades, é necessário que eu faça todas as perguntas até o final. INSTRUÇÃO PARA O ENTREVISTADOR: POR FAVOR, MOSTRE A ESCALA PARA O ENTREVISTADO Com base na escala abaixo, por favor avalie seu nível de problema na semana passada para cada questão considerando 0 = sem problema até 100 = com problema. Você tem a liberdade de avaliar seu problema utilizando qualquer número entre 0 e 100. Quanto maior o número que você der, maior será o problema vivenciado na questão. Você pode olhar novamente para a escala de 0-100 de você precisar rever sua opinião em como responder à pergunta. Caso você pense que a questão não é aplicável em seu caso, você pode
Quando eu perguntar sobre problemas, eu gostaria que você considerasse qual a extensão dos problemas que você teve, em média, na semana passada. Por problema, eu quero dizer a necessidade de realizar a atividade com maior esforço, apresentando desconforto ou dor, ou realizar a atividade mais devagar do que o habitual, por exemplo. Mesmo se você não vivenciar nenhum problema em certas funções ou atividades, é necessário que eu faça todas as perguntas até o final. INSTRUÇÃO PARA O ENTREVISTADOR: POR FAVOR, MOSTRE A ESCALA PARA O RESPONDENTE Com base na escala abaixo, por favor avalie seu nível de problema na semana passada para cada questão considerando 0 = sem problema até 100 = problema total. Você tem a liberdade de avaliar seu problema utilizando qualquer número entre 0 e 100. Quanto maior o número que você der, maior será o problema vivenciado na questão. Você pode olhar novamente para a escala de 0-100 de você precisar refrescar a sua mente em como responder a pergunta. Se você acha que alguma questão não é aplicável a você, você pode escolher “Não aplicável”.
(continuação)
(continua)
64
“Não aplicável”. optar pelo item
Enunciado da Questão - Opções de resposta
Sem problema Total problema Não aplicável
Sem problemas Com problemas Não aplicável
Sem problema Problema total Não aplicável
Questão 4 ...suas atividades diárias habituais, porque você se sentiu triste ou deprimido?
...suas atividades diárias por causa desse sentir triste ou deprimido?
...suas atividades diárias habituais, porque você se sentiu triste ou deprimido?
Questão 5 ...suas atividades diárias habituais, porque você se sentiu preocupado ou ancioso?
... suas atividades diárias por causa de se sentir preocupado ou ancioso?
...suas atividades diárias habituais, porque você se sentiu preocupado ou ancioso?
Questão 6 ...sendo irritável? ...se sentir irritado? ...sentir-se irritado
Questão 13 ...dores no corpo ou sofrimento físico ...dores ou sofrimentos físicos ...dores ou sofrimento físico
Questão 21 ... iniciar e completar uma única tarefa, como arrumar a cama ou limpar sua mesa ou local de trabalho?
... iniciar e finalizar uma tarefa simples como fazer sua cama ou arrumar sua mesa ou local de trabalho?
... iniciar e finalizar uma tarefa simples como fazer sua cama ou limpar sua mesa ou local de trabalho?
Questão 40 ...ver e reconhecer uma pessoa que você conhece do outro lado da rua (distância de aproximadamente 20 metros ou 66 pés)?
...ver e reconhecer uma pessoa que você conhece do outro lado da rua (distância de aproximadamente 20 metros)?
...ver e reconhecer uma pessoa que você conhece do outro lado da rua (distância de aproximadamente 20 metros ou 66 pés)?
Questão 41 ...na parte da manhã para se levantar e ficar pronto (lavado, vestido, tomar café da manhã) para sair de casa?
...levantar de manhã e ficar pronto (lavar, vestir, tomar café da manhã) para sair de casa?
,..pela manhã levantar e ficar pronto (lavado, vestido, tomar café da manhã) para sair de casa?
Questão 42 ...para fazer todas as coisas necessárias durante a semana toda para a sua saúde, tais como participar de terapia, ou consultas médicas, ou fazer seus exercícios?
...fazer todas as coisas necessárias durante toda a semana para sua saúde, como frequentar terapia, consulta médica ou fazer exercícios?
...fazer todas as coisas necessárias durante toda a semana para sua saúde, como frequentar terapia, consulta médica ou fazer seus exercícios?
(continua)
(continuação)
65
A versão T1.2 foi encaminhada a dois tradutores bilíngues para realização
das retrotraduções, cujos resultados constituíram às versões RT1 e RT2. Adotou-se
o mesmo procedimento realizado na primeira parte do estudo de traduções inglês-
português. A comissão concluiu que as versões estavam semelhantes, como
aconteceu nas traduções para o português. Assim, optou-se pela retrotradução que
mais se aproximou da versão original em inglês e, resultou na tradução comum
designada versão RT1.2.
A etapa de retrotradução tem como objetivo verificar se a versão traduzida
assegura o conteúdo da versão original, sem risco de uma interpretação
inadequada, com garantia de qualidade a adaptação cultural (FERREIRA et al.,
2014; MIURA et al., 2010). Contudo, estudos recentes de Epstein et al., (2015 a,b)
apresentaram evidências de que não há necessidade de retrotradução em função
das barreiras entre os idiomas. Eles referem que um comitê de experts com domínio
da língua original do instrumento pode suprimir a retrotradução, principalmente,
quando o autor da versão original não apresenta domínio da língua alvo.
A comunicação com os autores ocorreu em todas as etapas por meio
eletrônico, acompanhada de relatório detalhado das sínteses retrotraduzidas. Esta
interlocução foi fundamental para garantir que as traduções contemplassem o
conceito da versão original (BORSA et al., 2012), uma vez que o instrumento foi
recentemente desenvolvido e, até o momento, a única referência internacional
refere-se ao artigo e ao capítulo do livro que trata do desenvolvimento e evidências
psicométricas do WORQ (FINGER et al., 2014 a,b).
A versão RT1-2 foi encaminhada aos autores que aprovaram a tradução e
solicitaram que a escala de zero a 100 fosse alterada para zero a 10. Argumentou-
se que os estudos de tradução e adaptação cultural em outros países
recomendaram essa mudança.
A versão T1-2 foi atualizada conforme solicitado e seguiu para análise da
comissão de juízes experts. Os critérios utilizados para a seleção dos cinco juízes
foram: ter experiência profissional e científica na área de deficiência, reabilitação,
construção e validação de instrumentos de medida, Classificação Internacional de
Funcionalidade, Incapacidade e Saúde e possuir título de doutor (REIS, 2015). Para
66
amenizar o viés regional, um dos juízes foi de outro estado brasileiro (CASSEP-
BORGES, BALBINOTTI, TEODORO; 2011).
Os juízes receberam por meio eletrônico as orientações e materiais para
realização da avaliação (BEATON et al., 2000). O objetivo desta etapa foi a
consolidação do construto da versão traduzida, e os juízes foram orientados a
avaliar a adequação dos itens levando em consideração o público ao qual o
instrumento está destinado. Após quinze dias as fichas preenchidas foram
devolvidas.
A ficha de avaliação para os juízes experts continha 82 itens. Os dados
coletados foram tabulados e realizado o cálculo da Taxa de Concordância em cada
um dos modelos do instrumento (COLUCI et al., 2015; PASQUALI, 2003) utilizando
análise empírico qualitativa de acordo com a fórmula abaixo:
Taxa de Concordância = número respostas CONCORDO X 100
número total de juízes
Inicialmente, foi realizado o cálculo da TC cada um dos itens referente às
equivalências semântica, idiomática, experiencial e conceitual (BEATON et al., 2000)
das duas versões do WORQ. Na sequência foi calculada a média das taxas de
concordância para cada área de equivalência para cada juiz e, a TC média de cada
equivalência. Os resultados da versão Administrado por Entrevista são apresentados
na tabela 2 e o resultado para versão Auto Relato são apresentados na tabela 3. Foi
considerado como uma taxa aceitável de concordância quando os valores
alcançados fossem iguais ou maiores que de 90% (COLUCI et al., 2015).
67
Tabela 2 - Taxa de Concordância do Modelo Aplicado por Entrevista de cada um dos juízes
quanto as equivalências avaliadas e valores médios da taxa de concordância (TC) por
equivalência.
Juízes Semântica Idiomática Experencial Conceitual
Juiz 1
Juiz 2
Juiz 3
Juiz 4
Juiz 5
Média da Taxa
de
Concordância
92,7%
95,1%
96,3%
96,3%
96,3%
95,4%
87,8%
85,3%
82,9%
81,7%
92,7%
86,1%
100%
100%
100%
100%
97,5%
99,3%
98,8%
100%
96,3%
100%
100%
99,%
Tabela 3 - Taxa de Concordância do Modelo Auto Relato de cada um dos juízes quanto as equivalências avaliadas e valores médios da taxa de concordância (TC) por equivalência.
Juízes Semântica Idiomática Experencial Conceitual
Juiz 1
Juiz 2
Juiz 3
Juiz 4
Juiz 5
Média da Taxa
de
Concordância
92,7%
95,1%
96,3%
96,3%
96,3%
95,4%
92,7%
85,3%
82,9%
82,9%
92,7%
87,3%
100%
100%
100%
100%
97,5%
99,3%
98,8%
100%
96,3%
100%
100%
99,%
Nas duas versões do instrumento, a TC foi < 90% para a equivalência
Idiomática. Foi realizada revisão de literatura (SCHUSTER, MCCASKEY, ETTLIN,
2013; VIANA et al., 2012) na área de reabilitação profissional para adequação dos
termos ou expressões dos itens cujo resultado da taxa de concordância mostraram-
68
se inferiores a 90% e, para aqueles cujas sugestões eram pertinentes. Deste modo,
foram realizadas alterações nas construções das frases e adicionados pronomes,
preposições, verbos de ligação, pontuação como palavras essenciais para
adequação ao idioma falado no Brasil (AZEVEDO-SANTOS et al., 2017; REIS et al.,
2015; ARAÚJO et al., 2014).
Como exemplo, os ajustes gramaticais aplicados no título do questionário. Na
versão em inglês, considera-se o título Work Rehabilitation Questionnaire, pois a
língua inglesa não faz uso de elementos de ligação. Já na língua portuguesa, a
tradução literal do idioma não seria compreendida sem os mesmos, sendo
necessário inserir as palavras “de” e “para o” no título Questionário de Reabilitação
para o Trabalho.
Igualmente, as principais alterações para equivalência idiomática requisitaram
revisão de literatura. Na parte 1, no enunciado da questão nº 04 e questão nº 5, para
expressão work status. A versão T1.2 apresentava duas opções diferentes para
referir-se a expressão. Na questão nº 04, baseados nas opções de resposta, os
juízes entenderam que a pergunta abordava as características do tipo de vínculo
com o trabalho, o que na linguagem brasileira, normalmente é perguntado como
situação ou condição. Para a questão nº 05 a expressão referia-se à quantidade de
horas trabalhadas.
Diante da falta de consenso, realizou-se uma busca sobre o regime de
trabalho e contratação das pessoas com Deficiência (PcD). Etchalus (2014) em uma
revisão na Constituição Federal Brasileira sobre a Consolidação das Leis do
Trabalho (CLT) - decreto-lei 5.452/43 para contratação de profissionais com
deficiência referente ao regime de tempo diferenciado, e a contratação com base
na lei de Cotas (lei 8.213/91 e decreto 3.298/99) menciona trechos da lei:
[...] das normas de proteção às pessoas com deficiência, e que asseguram a efetiva integração social dos portadores de deficiência, não vedam a contratação de pessoas com deficiência em jornada inferior a jornada máxima legal (8 horas diárias e 44 horas semanais) [...] há expressa referência no artigo 35 e § 2º do decreto 3.298/99, que o processo de contratação poderá levar em consideração a adoção de procedimentos e apoios especiais, inclusive condições especiais de contratação, tais como, jornada variável, horário flexível, proporcionalidade de salário, ambiente adequado às suas especificidades, dentre outros [...]
69
Com base na legislação vigente no Brasil, optou-se por adotar o termo
situação de trabalho na questão nº 04. Para o enunciado da questão nº 05 o termo
foi substituído por jornada de trabalho, que refere exatamente sobre horas
trabalhadas no dia. Ainda, com base na legislação alterou-se uma das opções de
resposta da questão nº 05. A opção de resposta apresentado na versão T1.2
como tradução do original em inglês “On modified or light duty” foi modificado ou
leve. A legislação brasileira descreve essa opção de jornada de trabalho para os
PcD como jornada variável, horário flexível.
As questões nº 07, nº 09, e nº 10 foram adaptados à cultura brasileira por
referirem-se ao nível de escolaridade e as atividades profissionais (áreas de
trabalho e terapêuticas).
Outra alteração importante na parte 01 do instrumento refere-se à questão
de nº 14: Que tipo de trabalho ou intervenção profissional você recebe no
momento? (Liste tudo que você sabe) (Por ex., treinamento físico, treinamento
cognitivo, gestão de caso, treinamento profissional...). Neste item não houve
consenso entre os juízes, três deles disseram não conhecer essa modalidade de
atuação no Brasil o que resultou em taxa de concordância para equivalência
idiomática de 40%, considerada baixa.
Foi realizada uma busca pela expressão em inglês case management nos
descritores em saúde da Bireme (Biblioteca Virtual em Saúde), cujo descritor
correspondente em português é Administração de Casos. O termo refere-se a:
[...] um termo tradicional para todas as atividades que um médico ou outro profissional de saúde, normalmente, executa para assegurar a coordenação dos serviços médicos exigidos por um paciente. Ele também, quando utilizado em relação ao cuidado gerenciado, abrange todas as atividades de avaliação do paciente, planejamento de tratamento, encaminhamento e acompanhamento para que o cuidado seja contínuo e abrangente e o pagamento do cuidado seja obtido [...]
O comitê internacional de certificação em cuidados de saúde de Nova Jersey
refere que administração de casos é uma especialidade dentro da profissão de
saúde e serviços humanos. Caracterizado como um processo colaborativo que
70
avalia, planeja, programa, coordena, monitora as opções e serviços necessários
para atender às necessidades de saúde e serviço humano do paciente. Tem como
objetivo facilitar a obtenção de bem-estar e autonomia do paciente por meio da
conexão entre os clientes, fornecedores e recursos adequados ao longo do
tratamento, assegurando simultaneamente que os cuidados prestados serão
seguros, eficazes, de qualidade e com custos efetivos (CMS, 2017).
Um serviço similar no Brasil é a orientação profissional e de carreira, definido
por Lassance et al., (2007) como uma prática essencialmente voltada ao público
adolescente com objetivo de auxiliar na escolha profissional. No entanto, os autores
relatam, que a exemplo do que acontece em outros países, a orientação e
acompanhamento profissional devem ser ampliados para adultos inseridos ou não
no trabalho, pré-aposentados, pessoas com deficiência entre outros.
Maeno e Vilela (2010) descrevem a figura do orientador profissional na
Reabilitação Profissional no Brasil, a partir de 2001, como responsável pela
recolocação dos trabalhadores substituindo o papel antes exercido pela equipe de
reabilitação profissional. O serviço está ligado a Previdência Social e, mantém o foco
na redução de despesas com benefícios (MAENO, VILELA, 2010), porém falta
treinamento e especificidade para profissionais executarem essa abordagem
(LASSANCE et al., 2007).
Com base nestes argumentos, reconheceu-se que o serviço de orientação
profissional era similar a função de gestor de caso e, optou-se por alterar no
instrumento para administração de caso, de acordo com os descritores em saúde.
Na Parte 2 dos instrumentos, os ajustes mais relevantes referem-se às
questões 26, 29, 32 e 40. Na questão 26 a expressão telecommunication device foi
traduzida como dispositivos de telecomunicação. Os juízes consideraram o termo
pouco explicativo. Assim, após busca e revisão encontrou-se que o termo
telecomunicação designa o ato de se comunicar à distância. São exemplos de
telecomunicações: o telefone, os telefones portáteis (telemóvel), a televisão, o rádio,
o computador, a telegrafia, o semáforo ótico, entre outros (FERREIRA, 2010). A
partir destes dados substituiu-se a expressão por telefone fixo e móvel, rádio e
computadores.
71
Nas questões 29 e 40 ocorreram ajustes idiomáticos, como por exemplo, a
expressão [...objects using the hand, fingers and thumb?..] que foi traduzida como
manusear objetos usando a mão, dedos e o polegar. Na cultura brasileira, o
polegar é considerado um dos dedos da mão e não costuma ser separado, como
usualmente mencionado em inglês. A expressão de medida [...or 66 feet...] não é
uma medida utilizada na cultura brasileira.
A questão 32 [...Moving around including, crawling, climbing and running?...]
foi modificada pois a palavra climbing tem significado na língua portuguesa de subir,
e não costuma vir desacompanhada de um substantivo. Assim, adicionou-se a
expressão subir e descer escadas e, a palavra crawling foi traduzida como arrastar.
Por fim, estabeleceu-se uma nova versão, designada por V1, a partir das
alterações e substituição da versão T1-2, dos dois instrumentos. Estas foram
reenviadas aos juízes para reavaliação, acompanhadas de um relatório contendo
os resultados das Taxas de Concordância e as explicações que embasaram a nova
versão, conforme mencionado acima. Todos os juízes concordaram totalmente
com as modificações e a V1 seguiu para teste no público alvo.
A versão 1 (V1) dos dois instrumentos foi testada preliminarmente em uma
amostra de conveniência composta por 14 PcD, de ambos os sexos, com idade
média de 45,35 (DP±13,86), funcionários de uma instituição de ensino superior da
cidade de São Paulo enquadrados pela lei de cotas (8.213/91) por um período médio
10,3 (DP±7,8). Em relação aos cargos, 10 de auxiliar administrativo e 04 em cargo
técnico administrativo. A tabela 4 apresenta características sócio demográficas da
amostra.
72
Tabela 4 - Características sócio demográficas da amostra (n=14).
Variáveis N %
Sexo
Masculino Feminino
09 05
64,3 35,7
Estado Civil
Casado Solteiro Divorciado
09 03 02
64,3 21,4 14,3
Deficiência
Física Múltipla
13 01
92,9 7,1
Origem
Congênita Adquirida
07 07
50 50
Escolaridade
Pós-Graduação Superior Médio
2 6 6
14,2 42,9 42,9
Jornada Trabalho
Meio período Tempo integral
4 10
28,6 71,4
A escolha desta amostra seguiu as recomendações de Pasquali (2003) para
teste da versão preliminar com potenciais usuários do instrumento com menor
habilidade que o comitê de juízes experts para testar a clareza e a compreensão do
instrumento. Foram convidados a participar desta etapa 20 funcionários PcD, porém
somente 14 apresentaram disponibilidade de horário para participar.
Os participantes foram reunidos em um único local e divididos igualmente por
sorteio em dois grupos. O grupo 1 composto por 07 participantes responderam a V1
do WORQ Aplicado por Entrevista e o grupo 2 com 07 participantes responderam a
V1 do WORQ Auto Relato. O tempo médio da entrevista nesta etapa foi de 15
minutos e 17 segundos.
A pesquisadora aplicou a versão 1 WORQ Aplicado por Entrevista, coletou o
tempo de entrevista e anotou as principais dificuldades. No grupo 2, que respondeu
a versão 1 WORQ Auto Relato, uma auxiliar de pesquisa anotou o tempo e observou
as dificuldades encontradas. Foi observado maior dificuldade de preenchimento e
solicitações de auxílio no grupo 2 que respondeu a versão Auto Relato, com tempo
73
médio para preenchimento de 17 minutos e 10 segundos, enquanto o grupo 1 que
respondeu a versão Entrevista o tempo médio de aplicação foi de 15 minutos e trinta
segundos.
Em relação às concordâncias das questões do instrumento, os participantes
do grupo 1 relataram melhor compreensão do que os do grupo 2. Os indivíduos do
grupo 1 relataram dificuldades para compreender apenas duas questões (14 da
parte 1 e 32 da parte 2). Já o grupo 2 relatou dificuldades nas questões 14, 15, 16 e
17 da primeira etapa das questões 1, 2, 14 e 32 da segunda etapa.
Ao final, sugeriram reformular essas questões tornando-as mais objetivas. Na
questão 1 – não se sentir descansado e revigorado durante o dia? Substituir por:
sentir-se cansado e não revigorado durante o dia. Na questão 2 – dormir, como
adormecer, acordar frequentemente durante a noite ou acordar muito cedo pela
manhã? Substituir por: com sono, como adormecer, acordar frequentemente durante
a noite ou acordar muito cedo pela manhã? Na questão 14 – resistência
generalizada ao realizar atividades físicas? Substituir por: fôlego ao realizar
atividades físicas?; Por fim, na questão 32 – mover-se ao redor, incluindo arrastar-
se, subir e correr? Substituir por: movimentar-se, incluindo subir e descer escadas e
correr.
Em adição, tanto a pesquisadora quanto a assistente de pesquisa
identificaram problemas de compreensão em questões não mencionadas pelos
sujeitos dos dois grupos. Na questão 14 da primeira etapa, a dificuldade relacionava-
se ao preenchimento da resposta. A questão aborda o trabalho ou intervenção
profissional que recebe atualmente. Não há opção para responder caso o indivíduo
não receba apoio ou intervenção. Além disso, ainda nessa questão, e mesmo após a
explicação do que se tratava o exemplo de serviço em RP – administração de caso,
o termo não foi reconhecido pelos participantes que acrescentaram que o
encaminhamento e acompanhamento é realizado pelo médico perito do INSS. Esse
resultado esteve em consonância com a avaliação do comitê de juízes experts.
Igualmente, identificaram que a maior parte dos entrevistados tinha
dificuldade para entender o significado da expressão suporte recebido das questões
15, 16 e 17 e, por isso, o termo foi substituído por “apoio recebido” durante a
74
explicação em ambos os grupos. Tal termo foi, também, sugerido pelos participantes
que notaram a dificuldade de compreensão após a explicação.
As observações do público alvo foram ponderadas e aquelas consideradas
pertinentes por não alterarem o conteúdo e facilitarem a compreensão foram
modificadas. O que segundo Pasquali (2003), deve ser observado na construção e
adaptação cultural de instrumentos. Se o conteúdo é compreendido por pessoas
com menos habilidades pressupõe-se que a pessoas com mais habilidades,
também, compreenderão.
Miura et.al., (2010) em estudo de adaptação cultural e validação da Modified
Dyspnea Index (MDI) realizaram dois pré-testes antes da consolidação da versão
adaptada com objetivo de detectar erros e confirmar a compreensão e aspectos
práticos da aplicação. Nas duas etapas, utilizou uma amostra por conveniência
composta de 06 pacientes internados em unidade de terapia intensiva com queixas
de dispneia, totalizando 12 participantes nesta etapa. Porém, os autores não
mencionaram as interferências promovidas pelas mudanças metodológicas.
Já Ferreira et al., (2014) realizaram um estudo clínico com a proposta de
modificar as diretrizes propostas pela Academia Americana de Cirurgiões
Ortopédicos (Academy of Orthopedic Surgeons – AAOS) e o Instituto para o
Trabalho e Saúde de Toronto (Institute for Work and Health – IWH) por Beaton et
al.,(2000) no qual reduziram a amostra no pré-teste a fim de não perder informações
importantes sobre as dificuldades do instrumento. Os autores relatam que a amostra
deve ser composta de no mínimo 05 e no máximo 10 participantes e, que outros
estudos do grupo já adotaram essas orientações com excelentes resultados.
Observaram que o pré-teste deve ser realizado em amostras menores até que
nenhuma mudança seja necessária, mas ressaltam que padrões de saturação foram
observados.
Em outro estudo, mais recente, Chaves et al., (2017) realizaram a adaptação
cultural e validação do Diabetes Empowerment Scale – Short Form. A metodologia
do teste preliminar foi semelhante à deste estudo. Os autores após avaliação do
comitê de juízes testaram a versão adaptada, por ligação telefônica, em 11
75
participantes com Diabetes tipo 2. As dificuldades de compreensão observadas
resultaram em modificações consolidadas na versão final.
O teste preliminar com público alvo é adotado em outros estudos nacionais de
adaptação cultural de instrumentos para diversas áreas da saúde e, corroboram com
os achados deste estudo. As alterações ponderadas das considerações do pós-teste
resultaram em uma nova versão, designada versão 2 - V2.
As principais alterações realizadas considerando a análise do comitê de
juízes experts (V1) e pós-teste (V2) do WORQ Entrevista e Auto Relato estão
apresentadas na tabela 5.
76
Tabela 5 - Principais alterações na versão brasileira WORQ Aplicado por Entrevista e WORQ Auto Relato (V2).
Parte 1 Documento Original Expressão em Inglês Expressão em Português Explicação
Questão 4 Work status Work condition Situação de trabalho Os juízes entenderam que esta
questão pergunta sobre
características, tipo de trabalho que na
linguagem brasileira, é perguntado
como situação ou condição.
Questão 5 Work situation Working hours
arrangements
Jornada de trabalho Os juízes entenderam que a pergunta
se referia a quantidade de horas
trabalhadas por dia. A expressão
situação de trabalho apresentava
significado de estar ou não
trabalhando, e não correspondia com
as opções de resposta. Então, após
revisão de literatura optou-se por
jornada de trabalho atendendo as leis
brasileiras.
Questão 5
– Opções
de
Resposta
On modified or light
duty
Flexible work time Jornada variável, horário flexível Da mesma forma, a expressão “on
modified or light duty”, na língua
brasileira tem um sentido de força,
trabalho com carga. Adotou-se a
terminologia utilizada na legislação
brasileira do trabalho para pessoas
com deficiência.
Questão 9 e.g., cardboard box
manufacturing, road
e.g., in industry,
agriculture,
Por ex., na indústria, agricultura,
comércio, educação, esporte,
Nesse caso, alguns itens dos
exemplos não correspondiam à cultura
(continua)
(continuação)
77
maintenance, retail
store, secondary
school, dairy farm,
municipal government)
retail,education, sports,
health care, public sector
saúde, serviço público. brasileira. Optou-se por adotar setores
de atuação da economia brasileira.
Questão
10
e.g., driving trucks,
operating machines,
writing letters,
answering telephone
calls
e.g., driving a truck,
operating machines,
computer services,
telemarketing
Por ex., dirigindo
caminhão, operando maquinas,
serviços de informática,
telemarketing
A expressão “writing letters” e
“answering telephone calls”, não
correspondem a ocupações no Brasil.
Para não alterar o conteúdo o termo foi
substituído por serviços de informática.
O mesmo foi adotado para o termo
“answering telefone calls”, que foi
substituído por telemarkenting, que
corresponde a central telefônica de
atendimento ao público.
Questão
12
e.g. with physician,
therapists, etc.
(e.g., physical therapy,
occupational therapy,
phonoaudiology,
psychotherapy, etc.)
Por ex., fisioterapia, terapia
ocupacional, fonoaudiologia,
psicoterapia, etc
Os juízes entenderão que os exemplos
precisavam estar mais claros e
inserimos as modalidades terapêuticas
Questão
14
What kind of work or
vocational intervention
are you receiving now?
(list all you know)
(e.g. physical training,
cognitive training, case
management,
vocational training, work
Do you receive any kind
of support or vocational
intervention at the time?
(list all that you know)
(e.g., physical training,
cognitive training,
Você recebe algum tipo de apoio
ou intervenção profissional no
momento?
(liste tudo que você sabe)
Por ex., treinamento físico, treina
mento
cognitivo, treinamento profissional
, adaptação do local de trabalho,
Nessa questão, no teste preliminar, os
respondentes apresentaram
dificuldades. Na revisão ficou claro que
tratava de uma pergunta
exclusivamente destinada a quem
está em RP. Já que o WORQ é
dedicado as duas populações sugeriu-
se inserir opções de respostas como
(continua)
(continuação)
78
place adaptation, work
evaluation etc.)
Interventions:
vocational training, local
work adaptation, work
evaluation, etc.)
Yes/ No/ Not applicable
If yes, please, specify
which type of intervention
do you get:
avaliação do trabalho, etc.)
Sim/Não/ Não aplicável
Se sim, por favor, especifique que
tipo intervenções você recebe:
nas alternativas anteriores para manter
o padrão.
Ainda nesta questão, a expressão
“case management” inicialmente
traduzida como “gestão de casos” foi
modificada pelos juízes para
“administração de casos. Contudo, não
é um termo comum na língua
portuguesa e não foi entendido no pré-
teste. Então, nós decidimos elimina-la
e manter somente exemplos comuns
para o Brasil.
Parte 2 Documento Original Expressão em Inglês Expressão em Português Explicação
Questão
14
general endurance resistance (breathless) resistência (fôlego) No pré-teste da versão preliminar os
participantes não entenderam a
expressão resistência geral e
sugeriram alterar para fôlego.
Questão
26
telecommunication
devices
as landline and mobile
phones, radio, television
telefone fixo e móvel, rádio,
televisão
Como a expressão consta no exemplo,
os juízes sugeriram explicitar o
significado de dispositivos de
telecomunicação.
Questão
29
using the hand, fingers,
and thumb?
hand and fingers?
mãos e dedos Na língua portuguesa não separamos
o polegar. Sua utilização está implícita
quando se refere a mão e dedos, por
isso a palavra “thumb” foi excluída.
(continua)
(continuação)
79
Questão
32
crawling, climbing going up and down stairs subir e descer escada A palavra “crawling” tem significado na
língua portuguesa de arrastar e não foi
entendida no pré-teste da versão
preliminar. Os participantes sugeriram
excluir. Do mesmo modo “climbing” foi
entendida como subir e na língua
portuguesa quem sobe, sobe em
alguma coisa. Por essa razão foi
adicionado subir e descer escadas.
Questão
40
road (distance of about
20 meters or 66 feet)?
street (distance of about
20 meters or 66 feet)?
da rua (distância de
aproximadamente 20 metros)?
A palavra “road” e a unidade de
medida “feet” por motivos culturais não
se aplicam ao vocabulário brasileiro.
Os juízes sugeriram substituir “rood”
por rua e retirar a medida “66 feet”.
(continuação)
80
A versão final (V2) seguiu para retrotradução RTV2 (Anexo 11). Após
conferência da comissão de especialistas que participou das outras sínteses, a
versão final acompanhada de relatório detalhado do processo de Adaptação
Cultural, contendo a tabela 5, foi enviada aos autores para aprovação final.
Os autores concordaram com a maior parte das alterações e solicitaram
esclarecimentos, apenas sobre três questões, a saber:
a) Questão 5 da parte 1 - mencionaram que em inglês a expressão “On
modified or light duty” não se refere apenas ao tempo de trabalho, mas também a
tarefas de trabalho adaptadas, como por exemplo, não levantar cargas pesadas, ter
a oportunidade de mudar as posições de trabalho, estar em uma sala silenciosa sem
distração, ter pausas no trabalho. O item foi revisado e concluiu-se que essa
temática estava contemplada na questão 16, da parte 1, que questiona sobre apoio
recebido do supervisor ou chefe no trabalho. Além disso, essa expressão não
apresenta esse mesmo sentido na cultura brasileira, ao utilizarmos a expressão
trabalho modificado ou livre de carga a associação será com transporte de carga
(peso). Portanto, decidiu-se por não alterar.
b) Questão 12 da parte 2 – concordaram com a nomeação de diferentes
terapias mencionadas no exemplo, porém, não entenderam porque a especialidade
médica não foi mencionada. Foi explicado que na pergunta já está explicitado o
tratamento médico, que é bem aceito na cultura brasileira. Os autores
compreenderam e acataram a decisão.
c) Questão 32 da parte 2 – sobre a exclusão da palavra “climbing” os
autores questionaram as alterações na questão. Referiram que a expressão climbing
no contexto da Reabilitação Profissional deve abranger não apenas subir e descer
escadas, mas também, subir, escalar montanhas e colinas íngremes. Ainda
mencionaram que a expressão crawling foi incluída para alcançar trabalhadores da
construção como carpinteiros, encanadores ou mulheres que brincam com crianças
pequenas no chão. Solicitaram verificar e, caso a decisão seja pela exclusão, que
esta seja declarada explicitamente como uma habilidade não relevante na população
brasileira.
81
Os termos foram avaliados e optou-se por adicionar subir e descer escadas,
rampas e ladeiras, mais contextualizadas a cultura brasileira. Já o termo crawling,
poderia ser substituído por engatinhar, mas não pareceu uma habilidade significativa
para a população estudada inseridas no trabalho, principalmente se considerarmos
os tipos de trabalho designados aos PcD e as características da população da
amostra. Nesse estudo todos os participantes se locomoviam de modo
independente.
Por fim, os autores relataram que após tradução e adaptação cultural em
outros países, o grupo optou por unificar a apresentação do instrumento adotando o
formato do modelo Auto Relato como padrão.
Das ponderações dos autores apenas a questão 5 e uma parte da questão
32 não apresentaram consenso e, optou-se por manter a tradução da versão
brasileira (V2). As alterações acatadas resultaram na versão final do WORQ
Aplicado por Entrevista e Auto Relato - versão 3 (Anexo 5 e Anexo 6).
Testes Psicométricos – Estudo Piloto
Todas as etapas metodológicas para tradução e adaptação cultural foram
extremamente importantes para adequação da versão brasileira. Contudo, um
processo adequado de tradução e a adaptação cultural de instrumentos de medida
deve garantir que as propriedades psicométricas do instrumento de origem sejam
preservadas (COLUCI et al., 2015; RAMADA-RODILLA et al, 2013). Por essa razão,
optou-se por testar as medidas psicométricas apenas da versão WORQ Aplicado por
Entrevista para fins de comparação com o modelo adotado da adaptação cultural em
alemão (FINGER et al., 2014 a,b).
Os parâmetros de medida para os testes psicométricos utilizadas para
tradução, adaptação e validação de instrumentos são referenciados de modo
bastante heterogêneos na literatura (MIOT, 2016; COLUCI et al., 2015;
ALEXANDRE et al., (2013); RAMADA-RODILLA et al, 2013; PASQUALI, 2009).
Deste modo, adotou-se as referências de estudos de revisão nacionais e
82
internacionais para tradução, adaptação cultural e validação de instrumentos de
saúde.
Assim, procedeu-se a etapa de testes psicométricos para análise da
confiabilidade, que é considerada a primeira medida, em estudos de adaptação
cultural como meio de garantir que a versão adaptada atenda aos critérios
estabelecidos na versão original (RAMADA-RODILLA, et al., 2013).
A confiabilidade tem como objetivo verificar a homogeneidade, redundância ou
heterogeneidade de um instrumento conferindo a capacidade de reprodução de
resultados semelhantes em diferentes condições. São medidas de confiabilidade de
um instrumento, a consistência interna, a estabilidade e a equivalência (COLUCI et
al., 2015; ALEXANDRE et al., 2013).
Para Pasquali (2009) essas diferentes denominações estão relacionadas a
característica do teste de medir sem erro, e, portanto, são denominadas precisão,
fidedignidade ou confiabilidade. Denominações como consistência interna,
estabilidade e equivalência são atribuídas com base no método estatístico utilizado.
Diante do exposto, foram realizados testes para análise da confiabilidade
considerando consistência interna, estabilidade e equivalência da versão final (V3)
do WORQ – Aplicado por Entrevista, em uma amostra independente, ou seja, os
participantes desta etapa eram diferentes daqueles que participaram do pré-teste e
escolhida por conveniência (MAIA, MAIA; 2016).
Os participantes deste estudo foram avaliados em dois momentos. No primeiro
momento foi realizado a primeira entrevista, aplicada pela pesquisadora, designado
como E1(teste). O segundo momento, após 15 dias, foi realizado a segunda
entrevista, aplicada pela pesquisadora, designado E1.2 (reteste) e uma outra
profissional designada E2.
Os resultados desta etapa se referem a 34 PcD, de ambos os sexos, com
idade média de 40,3 (DP±4,2) anos, funcionários de uma instituição de ensino
superior da cidade de São Paulo enquadrados pela lei de cotas (8.213/91), por um
período médio 10,3 (DP±7,8) anos. Quanto ao enquadramento funcional, 11.8%
ocupando cargos de assistente administrativo, 41,2% em cargo de auxiliar
83
administrativo, 47% em cargo de técnico administrativo. As características sócio
demográficas estão sumarizadas na tabela 6.
Tabela 6 - Características sócio demográficas da amostra (n=34)
Variáveis N %
Sexo
Masculino Feminino
19 15
55,9 44,1
Estado Civil
Casados Solteiros Divorciado
19 13 02
55,9 38,2 5,9
Deficiência
Física Visual Auditiva
25 06 03
73,5 17,6 8,8
Origem
Congênita Adquirida
14 20
41,1 58,8
Escolaridade
Pós-Graduação Superior Médio Fundamental incompleto
04 10 19 01
11,8 29,4 55,9 2,9
Jornada Trabalho
Meio período Tempo integral Horário flexível
11 21 02
32,4 61,8 5,9
A amostra deste estudo difere do estudo original em alguns aspectos
significativos relacionados ao número de participantes, características de atividade,
tipo de deficiência, idade e nível educacional (FINGER et al., 2014). No estudo
original participaram da primeira avaliação n= 74 PcD e neste estudo participaram
n= 34. Com relação as características de atividade de trabalho, todos os
participantes estavam inseridos no trabalho enquanto no original os participantes
estavam afastados em Reabilitação Profissional. Outro aspecto relevante é o tipo de
deficiência, enquanto neste estudo participaram trabalhadores com deficiência física,
visual e auditiva, no original 46% apresentavam deficiência física e 54% cognitiva. A
média de idade foi maior nesse estudo 40,3 (DP±4,2) quando comparado ao original
37,68 (± 12,7) e o nível de escolaridade foi de 55,9% com ensino médio completo e
no original 43% da mostra apresentou nível de escolaridade maior que o ensino
superior.
84
Está diferença encontra apoio no estudo original. Segundo Finger et al.
(2014), as evidências psicométricas encontradas no WORQ sugerem que é um
instrumento genérico capaz de traçar um perfil abrangente da auto percepção das
habilidades funcionais e problemas de pacientes e grupos de trabalhadores com
diversas condições clínicas, de saúde e em contextos culturais diferenciados.
Consistência Interna
A consistência interna consiste na correlação entre os itens que compõe um
instrumento. Uma boa consistência interna significa que os itens são homogêneos e
avaliam o mesmo conteúdo (ALEXANDRE et al., 2013). Usualmente é avaliada pelo
cálculo do Alfa de Cronbach, que considera a soma da pontuação de um conjunto
total de itens e/ou subitens no qual todas as pontuações totais /ou de subitens
indiquem a mesma direção (RAMADA – RODILLA et al., 2013).
A primeira entrevista (E1) foi realizada, no mês de abril, no próprio local de
trabalho em três dias consecutivos. Os dados coletados foram utilizados para
análise de consistência interna por meio do cálculo de Alfa de Cronbach.
Neste estudo foi realizada a medida considerando a seção principal da 2ª
parte do instrumento, cujo escopo avalia a funcionalidade do respondente e atribui
uma pontuação de 0 a 10. O zero representa ausência de problema e dez
corresponde a um problema total, ou seja, quanto maior a nota atribuída maior o
problema funcional. Essa seção do instrumento apresenta 42 questões, porém as
questões 41 e 42 apresentam padrão de resposta diferente das demais e, portanto,
foram excluídas para evitar viés. Desta forma, o cálculo foi realizado com 40 itens
divididos em duas dimensões, a saber: a) estrutura e funções do corpo – 18 itens; b)
atividade e participação – 22 itens. O Alfa de Cronbach foi calculado considerando a
pontuação total dos itens e a pontuação por dimensão considerado valor de α ≥
0,80, conforme apresentado na tabela 7.
85
Tabela 7 - Consistência Interna do WORQ Administrado por Entrevista - Alfa de Cronbach da 1ª entrevista (E1) por dimensões da seção principal e para total de itens da seção principal.
Dimensões (D) n Alfa Cronbach
Estrutura e Funções do corpo
Atividade e Participação
Total
34
34
34
0,834
0,883
0,915
O Coeficiente de Alfa de Cronbach varia entre 0 a 1, e como uma medida de
correlação apresenta a seguinte classificação: valores de α ≤ 0,6 - inadmissível; >
0,6 até 0,7 – fraca; > 0,7 a 0,8 – razoável; > 0,8 até 0,9 – boa; α ≥ 0,9 – muito boa
(FINGER et al., 2014 a,b; SILVA et al., 2013).
Os resultados de consistência interna foram considerados bons para as
pontuações por domínios (α > 0,8) e excelente para a pontuação do valor total (α >
0,9). O objetivo desta medida é avaliar a consistência interna do instrumento
verificando se um conjunto de itens ou variáveis está realmente relacionado a um
único fator, ou seja, se o instrumento tem a capacidade de avaliar um atributo de
forma consistente (CHAVES et al., 2017; SILVA et al., 2013). Assim, quanto mais
próximo de um maior será a consistência interna.
No estudo de desenvolvimento do WORQ, a consistência interna, também, foi
medida pelo Alfa de Cronbach na primeira avaliação (FINGER et al., 2014 a,b). Os
resultados foram semelhantes ao deste estudo e apontaram boa consistência interna
considerando o total de itens, com valor α = 0,883. Os autores não realizaram a
ponderação por domínios, mas este dado já garante que a confiabilidade medida
pela consistência interna foi mantida na versão brasileira.
Tal fato pode estar relacionado a quantidade de itens utilizados para o cálculo
dessa medida. Os valores de Alfa de Cronbach tendem a ser maiores quanto maior
o número de itens em uma escala (CURADO, TELES, MARÔCO, 2014). No estudo
original os autores utilizaram 36 itens para o cálculo total, enquanto, neste estudo foi
realizado o cálculo considerando 40 itens.
86
Outros estudos de adaptação cultural que avaliaram a consistência interna
utilizando o Alfa de Cronbach pela divisão em sub testes ou domínios encontraram
resultados semelhantes aos deste estudo (CHAVES et al., 2017; SARDO, 2016;
MOREIRA, et al., 2015; PASCUALON-ARAUJO, SCHELINI, 2015; SILVA et al.,
2013). A utilização de uma única estimativa de confiabilidade está sujeita a erro e
outras medidas deverão ser executadas.
Estabilidade e Equivalência
A confiabilidade de um instrumento de medida, também, está relacionada com
a capacidade da medida ser repetida, independente do tempo, quando é utilizado o
mesmo método de avaliação com a mesma população. Esta medida é denominada
estabilidade e realizada pela correlação entre as medidas do teste e reteste
(ALEXANDRE et. al, 2013).
Já a equivalência avalia a confiabilidade considerando o grau de acurácia das
medidas do mesmo instrumento quando é aplicado em uma mesma população por
dois ou mais avaliadores. Esta medida é denominada de consistência
interavaliadores sendo realizada pela correlação entre as medidas dos avaliadores
(ALEXANDRE et. al, 2013).
Após 15 dias da primeira entrevista (E1 - teste), os 34 participantes foram
contatados para segunda entrevista. Destes, 07 estavam de licença médica ou em
período de férias, 04 desligaram-se da empresa e 03 relataram não ter
disponibilidade no período da coleta. De modo que apenas 20 participaram desta
etapa e foram divididos em dois grupos por sorteio. Um grupo, com 10 participantes,
foram reavaliados pela pesquisadora (E1.2 - reteste), com objetivo de analisar a
estabilidade da medida. O segundo grupo, também com 10 participantes, foram
reavaliados por outra pesquisadora (E2) para analisar a equivalência da medida
(interobservador).
Os participantes do grupo reteste (E1.2) apresentaram idade média de
40,1(DP ± 5,74) anos, contratados na empresa por um tempo médio de 6,7(DP±
87
3,23) anos, 50% em cargo de assistente administrativo, 40% em cargo de auxiliar
administrativo e 10% em cargo técnico administrativo. No grupo (E2), a idade média
foi de 40,9 (DP ±13,6) anos, contratados na empresa por um tempo médio de 5,6
(DP ±2,83) anos, 40% em cargo de assistente administrativo, 50% em cargo de
auxiliar administrativo e 10% em cargo técnico administrativo. As características
demográficas estão sumarizadas na tabela 8.
O tempo médio da entrevista nesta etapa foi de 14 minutos e 42 segundos
para E1,2 e de 15 minutos e 30 segundos para E2.
Tabela 8 - Características sócio demográficas da amostra (n=20)
Características E1.2 E2
N % N %
Sexo
Masculino Feminino
07 03
70 30
05 05
50 50
Estado Civil
Casados Solteiros Divorciado
08 02 -
80 20 -
05 04 01
50 40 10
Deficiência
Física Visual Auditiva
07 01 02
70 10 20
08 01 01
80 10 10
Origem
Congênita Adquirida
02 08
20 80
01 09
10 90
Escolaridade
Pós-Graduação Superior Médio
01 02 07
10 20 70
01 03 06
10 30 60
Jornada Trabalho
Meio período Tempo integral Horário flexível
05 04 01
50 40 10
02 08 -
20 80 -
Do mesmo modo como ocorreu na primeira entrevista (E1), o perfil dos
participantes da segunda entrevista foi diferente do estudo original para número de
participantes, características de atividade, idade e nível educacional (FINGER et al.,
2014 a,b), exceto na distribuição para tipo de deficiência. Neste estudo, as
deficiências prevalentes em ambos os grupos foi a física. Fato semelhante ao estudo
original que contou com 92% de deficiências físicas na mostra da segunda
entrevista.
88
Para o cálculo da estabilidade e equivalência utilizou-se o Coeficiente de
Correlação Intra Classe (CCI), teste estatístico confiável para variáveis contínuas em
estudos clínicos e experimentais (MIOT, 2016). Foi realizado o cálculo da média do
total da pontuação obtida nas 40 questões da seção principal nas duas condições
avaliadas e adotou-se valor de confiabilidade ≥ 0,80 (MIOT, 2016; ALEXANDRE et
al., 2013), e o Teste T- Student pareado para verificar igualdade entre as médias
(p≤0,05).
A estabilidade foi calculada considerando os dados coletados na 1ª entrevista
(E1) e na 2ª entrevista (E1. 2), conforme exposto na tabela 9.
Tabela 9 - Estabilidade - E1 X E1.2 do WORQ Administrado por Entrevista medida Coeficiente de Correlação Intra Classe (CCI) e Teste T- Student pareado.
Escore Média E1 E1.2
Média 2,71 1,96
Mediana 2,62 1,91
Desvio Padrão 1,42 0,80
CV 52% 41%
Min 0,71 0,88
Max 5,71 3,05
N 10 10
IC 0,88 0,49
p-valor média 0,038
*CCI E1 x E1.2
% 82,5
p-valor CCI 0,008
*Coeficiente de Correlação Intra Classe
89
O resultado para estabilidade foi classificado como correlação quase
completa (≥ 0,80). O coeficiente de correlação intra classe é um teste de correlação
entre as medidas que varia de zero a um e apresenta a seguinte classificação de
valores: correlação 0 (ausência); 0 a 0,19 (pobre); 0,20-0,39 (fraca); 0,30-0,59
(moderada); 0,60-0,79 (substancial), e ≥ 0,80 (quase completa).
Na versão original foi realizada apenas a correlação entre teste e reteste.
Para o cálculo, utilizaram a correlação de Spearman com resultado de 0,789. Os
autores referem que a média dos escores não apresentou distribuição normal e
atribuem ao fato de que o teste foi realizado por nove profissionais e o reteste por
apenas um (FINGER et al., 2014).
Cientes desse viés no instrumento original, neste estudo procurou-se um
desenho que favorecesse a coleta, análise e interpretação dos resultados. Assim, foi
definido um limite inicial de 40 participantes para o teste, considerado adequado
estatisticamente, que se dividiria em dois grupos, para que no reteste pudesse ser
distribuído entre duas avaliadoras. A mudança no desenho do estudo em
decorrência de perdas amostrais não interferiu nos resultados. Os dados
apresentados na tabela 9 confirmam a homogeneidade entre os dois testes. O
dimensionamento amostral é fundamental para testes de concordância na
perspectiva de garantir a homogeneidade dos subgrupos avaliados (MIOT, 2016).
O cálculo da equivalência foi realizado utilizando os dados coletados pela
pesquisadora na 1ª avaliação (E1) e os dados coletados pela outra pesquisadora
(E2), conforme exposto na tabela 10.
90
Tabela 10 - Equivalência - E1 X E2 do WORQ Administrado por Entrevista medida Coeficiente de Correlação Intra Classe (CCI) e Teste T- Student pareado.
Escore Média E1 E2
Média 2,71 1,97
Mediana 2,62 1,59
Desvio Padrão 1,42 1,64
CV 52% 83%
Min 0,71 0,27
Max 5,71 5,76
N 10 10
IC 0,88 1,02
p-valor média 0,006
*CCI E1 x E2
% 95,4
p-valor CCI <0,001
*Coeficiente de Correlação Intra Classe
Os resultados para equivalência, também, chamada de consistência
interna interobservadores apresentou um CCI ≥ 0,80 sendo classificada como quase
completa. Este resultado indica que os escores alcançados nas duas entrevistas
aplicadas ao mesmo participante em momentos diferentes apresentou concordância.
O que demonstra a capacidade do WORQ aplicado por Entrevista de mensurar os
mesmos traços nos mesmos sujeitos.
Embora a entrevistadora (E2) tenha familiaridade com a CIF e tenha
recebido treinamento para aplicar o WORQ (Alexandre et al., 2013) pode-se inferir
que a relação da entrevistadora E1 com o instrumento tenha influenciado de alguma
forma esse resultado. Segundo a revisão de Ramada-Rodilla et al.(2013), pode ser
91
uma limitação na concordância interobservadores quando um dos avaliadores
apresenta maior conhecimento ou domínio do instrumento.
A confiabilidade de um instrumento de medição em saúde é essencial
para demonstrar a qualidade metodológica do instrumento, pois permite verificar a
capacidade do instrumento em reproduzir um resultado de forma consistente. No
entanto, as metodologias utilizadas não são consensuais e não há detalhamento
sobre a metodologia aplicada que possa sugerir comparações.
Tavares e Santos (2017) realizaram estudo semelhante e os resultados
apontam em outra direção. Os autores realizaram um estudo no qual dois
avaliadores, no mesmo dia, entrevistaram 100 idosos e, após 15 dias, somente um
avaliador repetiu a entrevista. Os resultados apresentaram concordância
interobservador e no teste-reteste quase completa, porém não descrevem a
qualificação e especialidade dos avaliadores.
De modo semelhante, ocorreu no estudo conduzido por Silva et al. (2013), de
adaptação cultural e validação do WHODAS 2.0, em Portugal. Este testou a
confiabilidade teste-reteste em dois momentos com duas entrevistadoras com
intervalo de um e no máximo três dias entre as entrevistas com 204 participantes. Os
resultados referem boa confiabilidade com concordância quase completa. Os
autores relataram que o tempo curto entre as avaliações foi para evitar modificações
nas condições de saúde.
Nesse estudo, o intervalo de tempo entre as duas avaliações foi de 15 dias,
muito semelhante à aplicação da versão original com intervalo de 14 dias. “Além
disso, no WORQ, o entrevistado responde às perguntas considerando um período
recordatório de uma semana ‘‘Em geral na semana passada, qual a extensão do
problema que você teve com...”. Esta condição inviabiliza um intervalo de tempo
inferior a 7 dias, e um período maior que 15 dias poderia alterar as condições
avaliadas.
A atribuição no intervalo de tempo deve ser observada para que não seja
muito distante e propiciar modificações do fenômeno observado e, nem curto demais
para evitar o efeito da aprendizagem (RAMADA-RODILLA et al., 2013).
92
A avaliação das propriedades psicométricas de instrumentos de medida em
saúde é essencial para garantia de uma ferramenta confiável e válida. O que
contempla análise de confiabilidade e validade. Neste estudo foi realizada a análise
de confiabilidade sendo necessário testar evidências de validade da versão por
Entrevista, e a testagem da versão Auto Relato.
Além disso, algumas limitações foram observadas e poderão ser
consideradas na continuidade das pesquisas nesta área. Uma delas foi o número
reduzido da amostra. Outra foi a realização das medidas por entrevistadores que
tinham envolvimento direto com o estudo, sendo aconselhável que em outras
oportunidades sejam realizados estudos com avaliadores cegos e observado o
período de intervalo entre o teste e reteste para evitar o efeito da aprendizagem.
Para a continuidade deste estudo sugere-se a testagem do instrumento em práticas
clínicas e com outras populações.
93
6 CONCLUSÃO
O Questionário para Reabilitação no Trabalho - WORQ versão Aplicada por
Entrevista e versão Auto Relato está culturalmente adaptado e oficialmente
traduzido para o Brasil. Demostrou ser um instrumento que fornece uma linguagem
clara e consistente para avaliar a funcionalidade de pessoas ou populações com
deficiência, para o trabalho ou em reabilitação profissional.
Trata-se de um instrumento genérico, em acordo com a Classificação
Internacional de Funcionalidade Incapacidade e Saúde, para delinear de forma
rápida um perfil abrangente das habilidades funcionais para o trabalho e para a
reabilitação profissional. Assim, pode ser utilizado por profissionais de saúde, na
prática clínica ou de modo experimental, por profissionais da área de recrutamento e
gestão de pessoas, perícias médicas e, para estabelecimento de política públicas de
trabalho e emprego voltadas às pessoas com deficiência.
O esforço em utilizar recomendações internacionais de tradução e adaptação
cultural tornou possível a disponibilização de um instrumento capaz de responder a
CIF e, facilitar a inclusão e a permanência da pessoa com deficiência no mercado de
trabalho. Desta forma, foi possível preencher a lacuna da literatura brasileira, que
não dispunha de uma avaliação precisa e detalhada das capacidades funcionais do
trabalhador com deficiência.
Os resultados deste estudo devem ser analisados com cautela já que a
disponibilização das versões do WORQ adaptadas à cultura brasileira não é
suficiente para atestar as qualidades psicométricas do instrumento.
A versão brasileira do WORQ aplicado por Entrevista foi submetida à análise
psicométrica de confiabilidade. Os resultados apresentaram bons níveis de
confiabilidade considerando consistência interna, estabilidade e equivalência, o que
indica que a adaptação cultural manteve o conceito de funcionalidade do
instrumento.
Os valores do Coeficiente de Alfa de Cronbach indicaram boa consistência
interna para as dimensões avaliadas e muito boa para o total de itens. Estudos
94
futuros são necessários para aumentar o número amostral, analisar concordância
item a item, e a concordância com a extração de itens. Além da análise
psicométrica, outros estudos epidemiológicos com populações diferentes devem ser
conduzidos.
Para estabilidade e equivalência, a confiabilidade foi considerada quase
completa. O intervalo entre as medidas foi suficiente para conferir robustez à
adaptação cultural realizada neste estudo.
As versões brasileiras do WORQ Aplicado por Entrevista e WORQ Auto
Relato estarão disponíveis na home page do WORQ no endereço eletrônico
http://www.myworq.org/questionnaire_en.php
Espera-se que o presente estudo tenha contribuído para apresentar o
primeiro instrumento brasileiro destinado à avaliação da capacidade funcional de
trabalhadores com deficiência na perspectiva de criar mecanismos de inclusão mais
eficientes.
95
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110
ANEXOS
ANEXO 1 - CARTA DE INFORMAÇÃO A INSTITUIÇÃO E TERMO DE
CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO
Gostaríamos de convidar a sua Instituição a participar do projeto de pesquisa “Adaptação transcultural e validação para o Brasil do Questionário de Reabilitação para o Trabalho (WORQ )” que se propõe a traduzir, adaptar a cultura brasileira e validar para a língua portuguesa do Brasil o Questionário para Reabilitação no Trabalho (WORQ ). Este questionário tem como objetivo avaliar a capacidade laboral da pessoa com deficiência (PcD) inserida no mercado de trabalho ou em Reabilitação Profissional a fim de criar mecanismos favoráveis a inclusão. Os dados para o estudo serão coletados por meio de entrevista, no próprio local de trabalho em duas etapas: na primeira etapa 30 participantes serão entrevistados pelo Pesquisador Responsável. Após 15 dias da primeira entrevista os participantes serão divididos em dois grupos. Um grupo composto por 15 participantes que serão reavaliados pelo Pesquisador Responsável e o outro grupo, com 15 participantes, serão
reavaliados por um profissional da área. Tanto o instrumento de coleta de dados quanto o contato
interpessoal oferecem riscos mínimos aos participantes.
Em qualquer etapa do estudo os participantes e a Instituição você terá acesso ao Pesquisador Responsável para o esclarecimento de eventuais dúvidas (no endereço abaixo), e terá o direito de retirar a permissão para participar do estudo a qualquer momento, sem qualquer penalidade ou prejuízo. As informações coletadas serão analisadas em conjunto com a de outros participantes e será garantido o sigilo, a privacidade e a confidencialidade das questões respondidas, sendo resguardado o nome dos participantes (apenas o Pesquisador Responsável terá acesso a essa informação), bem como a identificação do local da coleta de dados. Caso você tenha alguma consideração ou dúvida sobre os aspectos éticos da pesquisa, poderá entrar em contato com o Comitê de Ética em Pesquisa da Universidade Presbiteriana Mackenzie - Rua da Consolação, 896 - Ed. João Calvino - Mezanino. Desde já agradecemos a sua colaboração. Declaro Que li e entendi os objetivos deste estudo, e que as dúvidas que tive foram esclarecidas pelo Pesquisador Responsável. Estou ciente que a participação da Instituição e dos Sujeitos de Pesquisa é voluntária, e que, a qualquer momento ambos têm o direito de obter outros esclarecimentos sobre a pesquisa e de retirar a permissão para participar da mesma, sem qualquer penalidade ou prejuízo.
Nome do Representante Legal da Instituição:______________ ______________________ Assinatura do Representante Legal da Instituição: Declaro que expliquei ao Responsável pela Instituição os procedimentos a serem realizados neste estudo, seus eventuais riscos/desconfortos, possibilidade de retirar-se da pesquisa sem qualquer penalidade ou prejuízo, assim como esclareci as dúvidas apresentadas. São Paulo, _____ de ______________________ de __________.
_____________________________ ____________________________ Pesquisador responsável Orientador
111
ANEXO 2 - CARTA DE INFORMAÇÃO AO PARTICIPANTE E TERMO DE
CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO
Gostaríamos de convidá-lo a participar do projeto de pesquisa “Adaptação transcultural e validação para o Brasil do Questionário de Reabilitação para o Trabalho (WORQ)” que se propõe a traduzir, adaptar a cultura brasileira e validar para a língua portuguesa do Brasil o Questionário para Reabilitação no Trabalho (WORQ). Este questionário tem como objetivo avaliar a capacidade laboral da pessoa com deficiência (PcD) inserida no mercado de trabalho ou em Reabilitação Profissional a fim de criar mecanismos favoráveis a inclusão. Os dados para o estudo serão coletados por meio de entrevista, no próprio local de trabalho em duas etapas: na primeira etapa 30 participantes serão entrevistados pelo Pesquisador Responsável. Após 15 dias da primeira entrevista os participantes serão divididos em dois grupos. Um grupo composto por 15 participantes serão reavaliados pelo Pesquisador Responsável e o outro grupo, com 15participantes, serão reavaliados por um
profissional da área. Tanto o instrumento de coleta de dados quanto o contato interpessoal oferecem
riscos mínimos aos participantes.
Em qualquer etapa do estudo você terá acesso ao Pesquisador Responsável para o esclarecimento de eventuais dúvidas (no endereço abaixo), e terá o direito de retirar a permissão para participar do estudo a qualquer momento, sem qualquer penalidade ou prejuízo. As informações coletadas serão analisadas em conjunto com a de outros participantes e será garantido o sigilo, a privacidade e a confidencialidade das questões respondidas, sendo resguardado o nome dos participantes (apenas o Pesquisador Responsável terá acesso a essa informação), bem como a identificação do local da coleta de dados. Caso você tenha alguma consideração ou dúvida sobre os aspectos éticos da pesquisa, poderá entrar em contato com o Comitê de Ética em Pesquisa da Universidade Presbiteriana Mackenzie - Rua da Consolação, 896 - Ed. João Calvino - Mezanino. Desde já agradecemos a sua colaboração. Declaro que li e entendi os objetivos deste estudo, e que as dúvidas que tive foram esclarecidas pelo Pesquisador Responsável. Estou ciente que a participação é voluntária, e que, a qualquer momento tenho o direito de obter outros esclarecimentos sobre a pesquisa e de retirar a permissão para participar da mesma, sem qualquer penalidade ou prejuízo. Nome do Responsável pelo Sujeito de Pesquisa:____________________________________ Assinatura do Responsável pelo Sujeito de Pesquisa: ________________________________ Declaro que expliquei ao Responsável pelo Sujeito de Pesquisa os procedimentos a serem realizados neste estudo, seus eventuais riscos/desconfortos, possibilidade de retirar-se da pesquisa sem qualquer penalidade ou prejuízo, assim como esclareci as dúvidas apresentadas. São Paulo, _____ de ______________________ de __________. ___________________________________ ___________________________________
Pesquisador responsável Orientador
112
ANEXO 3 – APROVAÇÃO COMITÊ DE ÉTICA E PESQUISA EM SERES HUMANOS
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ANEXO 4 - AUTORIZAÇÃO DE TRADUÇÃO E ADAPTAÇÃO CULTURAL PARA A
LINGUA PORTUGUESA DO WORQ: Work Rehabilitation Questionnaire
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ANEXO 5 – VERSÃO BRASILEIRA DO QUESTIONÁRIO DE REABILITAÇÃO
PARA O TRABALHO - WORQ APLICADO POR ENTREVISTA*
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* Disponível para download em http://www.myworq.org/questionnaire_en.php
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ANEXO 6 – VERSÃO BRASILEIRA DO QUESTIONÁRIO DE REABILITAÇÃO
PARA O TRABALHO - WORQ AUTO RELATO*
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* Disponível para download em http://www.myworq.org/questionnaire_en.php