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PRODUÇÃO DE TEXTO: A UTILIZAÇÃO DA REESCRITA PARA O ENSINO DA LÍNGUA ESCRITA TEXT PRODUCTION: THE USE OF REWRITINGFOR WRITTEN LANGUAGE TEACHING Camila Reis- [email protected] Graduanda em Pedagogia- Unisalesiano Lins Mariana Reis Cotrim – [email protected] Graduanda em Pedagogia- Unisalesiano Lins Lilian Maria Guimarães dos Santos- [email protected] Graduanda em Pedagogia- Unisalesiano Lins Profª Drª. Adriana Monteiro PiromaliGuarizo – Unisalesiano Lins – [email protected] Profª. Ma. Fatima Eliana Frigatto Bozzo – Unisalesiano Lins - [email protected] RESUMO Considerando o desafio de formar alunos produtores da língua escrita, este estudo buscou apresentar como é possível ensinar o educando a produzir textos através da reescrita. Com isso, objetivou-se mostrar o que o aluno aprende ao participar de situações de produção de texto, utilizando areescrita; compreender o percurso metodológico do Programa Ler Escrever, em relação às atividades de produção escrita; e analisar como a educadora desenvolve o trabalho com a reescrita. A metodologia adotada nesta pesquisa se baseou em análises bibliográficas e pesquisa de campo, por meio de questionários direcionados a docente e aos alunos do 3° ano do ensino fundamental, após foi elaborado uma análise qualitativa. Constata-se que, através das respostas dos questionários, ao participarem da reescrita coletiva, em dupla e individual, os alunos apreendem a pontuar um texto, escrever as palavras com grafia correta, verificar a coesão e a coerência do texto. Conclui-se que com a utilização da reescrita é possível ensinar ao aluno como elaborar um texto, uma vez que o professor modeliza como se escreve. Universitári@ - Revista Científica do Unisalesiano – Lins – SP, ano 7, n.15, jul- dez de 2016

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PRODUÇÃO DE TEXTO: A UTILIZAÇÃO DA REESCRITA PARA O ENSINO DA LÍNGUA ESCRITA

TEXT PRODUCTION: THE USE OF REWRITINGFOR WRITTEN LANGUAGE TEACHING

Camila Reis- [email protected] em Pedagogia- Unisalesiano Lins

Mariana Reis Cotrim – [email protected] em Pedagogia- Unisalesiano Lins

Lilian Maria Guimarães dos Santos- [email protected] em Pedagogia- Unisalesiano Lins

Profª Drª. Adriana Monteiro PiromaliGuarizo – Unisalesiano Lins –[email protected]

Profª. Ma. Fatima Eliana Frigatto Bozzo – Unisalesiano Lins - [email protected]

RESUMO

Considerando o desafio de formar alunos produtores da língua escrita, este estudo buscou apresentar como é possível ensinar o educando a produzir textos através da reescrita. Com isso, objetivou-se mostrar o que o aluno aprende ao participar de situações de produção de texto, utilizando areescrita; compreender o percurso metodológico do Programa Ler Escrever, em relação às atividades de produção escrita; e analisar como a educadora desenvolve o trabalho com a reescrita. A metodologia adotada nesta pesquisa se baseou em análises bibliográficas e pesquisa de campo, por meio de questionários direcionados a docente e aos alunos do 3° ano do ensino fundamental, após foi elaborado uma análise qualitativa. Constata-se que, através das respostas dos questionários, ao participarem da reescrita coletiva, em dupla e individual, os alunos apreendem a pontuar um texto, escrever as palavras com grafia correta, verificar a coesão e a coerência do texto. Conclui-se que com a utilização da reescrita é possível ensinar ao aluno como elaborar um texto, uma vez que o professor modeliza como se escreve.

Palavras-chave: Escrita. Produção de texto. Reescrita.

ABSTRACT

Considering the challenge of forming pupils producing written language, this study sought to present how it is possible to teach the student to produce texts through rewriting. With this, it was aimed to show what the student learns when participating in situations of text production, using the rewriting; Understand the methodological path of the Read Written Program, in relation to written production activities; And analyze how the educator develops the work with the rewriting. The methodology adopted in this research was based on bibliographical analyzes and field research, through questionnaires addressed to the teacher and students of the

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3rd year of elementary school, after a qualitative analysis was elaborated. It is verified that, through the answers of the questionnaires, when participating in collective rewriting, in double and individual, students learn to punctuate a text, write the words with correct spelling, check the cohesion and the coherence of the text. It is concluded that with the use of rewriting it is possible to teach the student how to prepare a text, since the teacher models how to write.

Keywords: Writing. Production of text. rewriting

INTRODUÇÃO

Para ensinar a produzir textos, é necessário que os alunos vivenciem

situações propícias em que possam desenvolver sua habilidade de escrita, na qual

são capazes de colocar em jogo todos os seus conhecimentos já internalizados,

mesmo que ainda não estejam alfabetizados.

Desta forma, justifica-se a relevância deste estudo, que buscou ressaltar a

importância da atividade de reescrita para a formação da competência escritora dos

alunos do 3º ano do Ensino Fundamental (EF).

Diante disto, a pesquisa objetiva analisar o que os educandos aprendem ao

participar das atividades de reescrita, tanto coletiva, em dupla e individual;

compreender o percurso metodológico do trabalho com a reescrita, orientado pelo

Programa Ler e Escrever, além disto, observar como a professora desenvolve esta

atividade na sala do 3º ano do E.F.

Para elucidar este trabalho, a problemática que incitou esta pesquisa se

fundamentou na indagação de como o professor pode ensinar a produzir textos e o

que os alunos podem aprender a partir da atividade de reescrita.

A metodologia deste estudo se baseou em pesquisas bibliográficas referentes

ao assunto abordado, tal como em coletas de dados obtidos por meio de quatro

questionários realizados por 16 (dezesseis) alunos e uma professora do 3º ano do

EF, durante a pesquisa de campo. Em seguida, estes dados foram analisados por

intermédio de análise qualitativa para que, assim, houvesse melhor compreensão

das informações coletadas.

Pretende-se, portanto, que este Trabalho de Conclusão de Curso auxilie no

processo de ensino aprendizagem, de modo a demonstrar que é possível os

professores ensinarem os alunos a produzirem textos, utilizando a atividade de

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reescrita. Visto que, nesta atividade, pode-se trabalhar com aspectos de pontuação,

ortografia, coesão e coerência, não de forma fragmentada, mas sim de uma maneira

contextualizada, na qual o aluno é colocado com um produtor de textos.

1 UM BREVE HISTÓRICO DE ESCRITA

Na antiguidade, o homem utilizava diversos meios para poder se comunicar.

De início, fazia uso de mímicas e gestos. Conforme a sociedade foi crescendo,

houve, então, a necessidade de relacionar-se e comunicar-se com os outros, sendo

assim, começou a explorar a fala, comunicando-se oralmente. Logo em seguida,

ocorreu a demanda de registrar suas atividades diárias, para isso fez o uso de

pictografias nas cavernas, considerados como primeiro passo da escrita

(MACHADO, 2016).

Os usos desses sinais, como gestos e sons, constituem a língua, meio que

possibilita ao indivíduo comunicar-se. Através da junção destes sinais e as palavras

que fazem parte do ser humano, o homem pode ampliar seu acesso à comunicação

com pessoas que estão perto ou longe em espaço.

O domínio da língua tem estreita relação com a possibilidade de plena participação social, pois é por meio dela que o homem se comunica, tem acesso à informação, expressa e defende pontos de vista, partilha ou constrói visões de mundo [...] a língua é um sistema de signos histórico e social que possibilita ao homem significar o mundo e a realidade [...] (BRASIL, 1997, p.23-24).

Em outras palavras, a língua permite ao ser humano compreender o modo

que outras pessoas de seu convívio social interpretam o mundo e sua realidade,

assim podendo entender os significados das palavras e participar socialmente de

uma cultura.

Quando o homem passou do processo de gestos para a exploração da fala, a

comunicação tornou-se uma necessidade de interação social entre os seres

humanos, os sons produzidos por eles eram utilizados para significar algo que se

pretendia falar, a partir disso, a linguagem oralizada foi desenvolvendo-se

lentamente (ARAÚJO, 2010).

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Através da associação de sinais, palavras, língua e fala como canais que

constituem a comunicação entre o homem e o mundo, torna o ser humano um ser

de linguagem que a utiliza para representar o meio social em que vive, expressando

seus pensamentos e opiniões.A linguagem é uma forma de ação interindividual orientada por uma finalidade específica; um processo de interlocução que se realiza nas práticas sociais existentes nos diferentes grupos de uma sociedade, nos distintos momentos de sua história. Dessa forma, se produz linguagem tanto numa conversa de bar, entre amigos, quanto a escrever uma lista de compras, ou ao redigir uma carta - diferentes práticas sociais das quais se pode participar (BRASIL, 1997, p. 23-24).

Sendo assim, a linguagem é a forma que o homem utiliza para se comunicar,

considerando a mensagem que se quer transmitir, os interlocutores, a finalidade e o

contexto histórico, que a ação comunicativa acontece.

Na transmissão de uma mensagem, o sujeito deve pressupor o emissor e

receptor, o contexto onde a comunicação acontece, o código que será utilizado e o

canal da mensagem entre emissor e o receptor. Neste processo de comunicação, a

gramática tem a função de orientar o uso da língua, pois é através dela que o sujeito

aprende as regras que a estruturam.

De acordo com o minidicionário Ediouro (2002, p.384), a gramática é o

“Estudo dos elementos da linguagem (sons, palavras e construções) e das regras

relativas a eles.” Portanto, o uso da gramática possibilita uma análise em como o

falante utiliza sua língua.

Diante disto, o ensino da gramática não deve restringir-se apenas às regras

gramaticais, estabelecendo a maneira que a língua é utilizada pelo indivíduo como

“certo” ou “errado”. É preciso considerar o contexto sociocultural do sujeito, pois a

língua não é apenas um amontoado de regras.

Para que o processo de ensino da gramática nas escolas torne-se algo

significativo, é preciso abandonar a metodologia tradicional e repetitiva dos

exercícios gramaticais, supondo que, ao praticar estas atividades de maneira

separada e decorativa, o sujeito poderá aprender a utilizá-la em sua fala.

Segundo Naspolini (1996, p.167), “O que não se deve é fazer uma enorme

quantidade de exercícios inúteis, pois o aluno só constrói os conhecimentos

gramaticais e os aplica quando compreende seu uso”.

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Com isso, a gramática não deve ser ensinada de forma fragmentada, mas

aplicado seu conteúdo por meio de textos, garantindo o uso e a função social deste

trabalho no processo de aprendizagem.

Para ensinar a produzir textos é necessário utilizar o sistema de escrita como

um todo de forma contextualizada, dentro de sua prática social, levando o aluno a

compreender o sentido e a significação pelo qual se escreve.

Portanto, é importante o trabalho com textos, porque são atividades que estão

sempre presentes nas relações interpessoais, na vida, no trabalho, ou seja, vai além

do âmbito escolar.

Segundo os PCN (BRASIL, 1997 p.65), “o trabalho com produção de textos

tem como finalidade formar escritores competentes capazes de produzir textos

coerentes e eficazes”.

Um escritor competente planeja aquilo que irá escrever, levando em

consideração a função social do texto, para que serve, a qual público se destina e

revisa aquilo que escreveu, podendo verificar aspectos que precisam ser

melhorados ou não, ou seja, é necessário rever e reescrever, até que o escritor

esteja satisfeito com sua produção textual.

Diante disto, o professor precisa modelizar aos alunos os comportamentos de

escritor, sendo eles: planejar, textualizar e revisar.

Desse modo, espera-se que a sala de aula seja um ambiente no qual se

aprende para vida, para o exercício da cidadania, onde os alunos compreendam o

sentido de suas produções fora da escola e tornem-se aptos a escrever textos

coesos e coerentes, com uma finalidade social e não apenas para um único leitor: o

professor.

Sob esse prisma, a reescrita é um momento fundamental, no qual o aluno

aprende a escrever, escrevendo, com a intervenção do professor como o outro mais

experiente, que organiza, conjuntamente, o texto.

2 O TRABALHO COM A REESCRITA ORIENTADO PELO PROGRAMA LER E ESCREVER

O Programa Ler e Escrever apresenta algumas orientações didáticas

relacionadas às atividades de produção escrita. Com isso, relata alguns objetivos

fundamentais para a produção de texto escrito.

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Dentre estes objetivos, espera-se que os alunos sejam capazes de produzir

textos de modo a considerar: o sentido do que pretende dizer, o leitor, a

aproximação com as características do gênero textual e os comportamentos de

escritor (SÃO PAULO, 2012).

Como exemplos destas produções escritas, o Programa Ler e Escrever

apresenta a reescrita de textos conhecidos, como uma produção textual que, de

início, deve ser coletiva, em um segundo momento, em dupla e, por fim, individual.

A produção escrita coletiva caracteriza-se pelo professor sendo escriba e os

alunos contam a história, oralmente, ao professor, que, por sua vez, intervém para

que a escrita seja melhorada, ao passo que os alunos ditam a história. É uma

situação de produção de texto coletiva.

O educador atua como modelo escritor explicando aos alunos quais os

comportamentos para escrever, sendo eles: a intenção para a escrita, quais os

propósitos do autor e do leitor; a seleção do gênero na qual será produzido o texto, a

revisão daquilo que já foi escrito (SÃO PAULO, 2012).

Nestas situações de produção coletiva, os alunos devem considerar a

estrutura do texto, não sendo necessário pensar na história, pois já possui um

conhecimento sobre, mas sim na organização do conteúdo. É importante destacar

que este processo de criação é baseado nas decisões coletivas, nas discussões

entre professor e aluno, levando os educandos as refletirem sobre como se escreve.

Diante disto, o professor propõe situações em que os alunos devem elaborar

oralmente os textos, na qual este por sua vez, fará os registros na lousa, com isso

auxilia o aluno a entender os procedimentos e as atitudes do ato de escrever, sendo

modelo.

Nas produções escritas em dupla, os alunos são organizados de acordo com

suas hipóteses de escrita. Por isso, faz-se necessário a sondagem feita pelo

professor, para detectar o nível de escrita que se encontra o aluno para que assim,

possam trabalhar juntos e avançar. Um dos alunos da dupla será o escriba. A

sondagem é:Uma atividade de escrita que envolve, num primeiro momento, a produção espontânea pelos alunos de uma lista de palavras sem apoio de outras fontes escritas. Ela pode ou não envolver a escrita de frases simples. É uma situação de escrita que deve, necessariamente, ser seguida da leitura pelo aluno daquilo que ele escreveu. Por meio da leitura você poderá observar

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se o aluno estabelece ou não relações entre aquilo que ele lê em voz alta, ou seja, entre a fala e a escrita (SÃO PAULO, 2012, p.24).

Em outras palavras, a sondagem é um exercício escrito, realizado pelos

alunos, sem o apoio do professor e de outras referências escritas. O aluno escreve

e, em seguida, deve ler aquilo que escreveu e, neste momento (que ele estará

lendo), o educador irá analisar se o educando estabelece ou não relação entre o que

está lendo com aquilo que escreveu.

Na formação destas duplas, o aluno que está em nível avançado de escrita,

possui o papel de escriba, preocupando-se em grafar o texto, já o outro ajuda a

pensar na escrita das palavras, no sentido entre as partes, conversando entre si,

para melhorar o texto.

Por fim, a produção escrita individual que é o momento em que os alunos irão

colocar os seus conhecimentos em prática, a partir do que vivenciaram nas outras

atividades de escrita coletiva e em dupla.

Nesta produção escrita, os alunos devem refletir sobre como escrever,

considerando o uso da linguagem, a organização do texto e o conteúdo da história a

ser escrita.

É uma forma de o professor avaliar aquilo que os alunos aprenderam sobre o

sistema de escrita e assim refletir e rever aspectos que podem ser melhorados para

garantir o avanço na aprendizagem escrita dos alunos.

Com essas situações de produção de texto individuais, coletivas e em duplas,

os alunos aprendem a planejar, escrever e rever o texto de acordo com as intenções

da escrita e do destinatário.

3 A PESQUISA

A Metodologia deste trabalho agrupa dados obtidos por meio de pesquisa

bibliográfica e pesquisa de campo.

A pesquisa de campo baseou-se em uma observação em sala de aula para

analisar o desenvolvimento do trabalho com a reescrita, orientado pelo P.L.E.

Participaram da pesquisa 16 (dezesseis) alunos e uma professora do terceiro

ano do E.F, em uma escola da rede estadual de ensino de Lins. Os dezesseis

educandos foram classificados em ordem alfabética de A à P, sendo cada um

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representado por uma letra. Dos educandos entrevistados 5 (cinco) encontram-se

em nível silábico alfabético e 11 (onze) são alfabéticos.

A análise efetuada constituiu-se a partir de quatro questionários, sendo todas

as questões dissertativas.

Para os alunos foram elaborados 3 (três) questionários, compostos por 3

(três) perguntas cada, o primeiro refere-se à aprendizagem dos educandos em

relação à reescrita coletiva. O segundo abordou perguntas relativas sobre a prática

da reescrita em duplas. Já o terceiro questionário apresentou questões a respeito da

aplicação da reescrita individual.

Para a professora foi realizado um questionário, composto por 10 (dez)

perguntas referentes ao desenvolvimento do trabalho com a reescrita.

A educadora que participou da pesquisa possui formação profissional em

Pedagogia e atua na educação há 12 (doze) anos, sendo que trabalha a 10(dez) na

rede estadual de ensino no E.F e foi durante 2 (dois) professora da rede municipal

na Educação Infantil. A idade da docente é de 32 (trinta e dois) anos.

Quanto aos alunos, a pesquisa incluiu 5 (cinco) meninas e 11 (onze) meninos,

todos do terceiro ano do E.F, sendo que a idade dessas crianças varia de 8 (oito) à 9

(nove) anos.

Para análise dos dados obtidos na pesquisa de campo, foram realizados

dois modelos de quadros, um destinado a apresentar as respostas dos alunos,

sendo que para cada pergunta possui um quadro de respostas, e outro composto

por perguntas e respostas, designado a educadora.

O quadro de respostas dos educandos é estabelecido com o intuito de

mostrar a contribuição da atividade de reescrita de textos no processo de ensino

aprendizagem, ou seja, o que é possível aprender através de sua utilização.

Já o quadro que engloba as respostas da professora visa expor como ensinar

a produzir um texto, por meio da reescrita coletiva, em dupla e individual.

4 RESULTADOS

Pode se comprovar, através das respostas obtidas pelos questionários, que,

ao participarem da reescrita coletiva, em dupla e individual, os alunos aprendem a

pontuar um texto, escrever as palavras com grafia correta, a verificar o sentido entre

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as partes do texto, sendo este, aspecto de coesão e averiguar o sentido de sua

produção, como um todo, ou seja, aprende a revisar o que produziu analisando a

coerência de seu texto.

Mediante as respostas da professora, constata-se que, no momento da

atividade de reescrita, é possível ensinar sobre os aspectos de pontuação,

ortografia, coesão e coerência.

CONCLUSÃO

O presente trabalho desempenhou estudos que apresentaram a importância

da aprendizagem da língua escrita, no qual se utiliza a produção textual de reescrita

como estratégia para formar escritores competentes.

Diante disto, pode-se constatar que, através da atividade de reescrita, os

alunos conseguem refletir sobre a escrita, uma vez que vivenciam situações em que

são colocados como produtores de textos, podendo desenvolver sua habilidade de

escrita e pôr em prática todos os seus conhecimentos e dúvidas, relativas ao ato de

escrever.

Assim, pode-se concluir que, através da utilização da reescrita, é possível

ensinar ao educando como elaborar um texto, uma vez que o docente modeliza

como se escreve e quais os comportamentos e procedimentos de um escritor.

Para além disso, o trabalho indagou o que os alunos apreendem ao

realizarem a atividade de reescrita. Pode-se compreender que, ao participarem da

atividade de reescrita, os educandos aprendem como produzir um texto, através das

situações que vivenciam ao reescreverem, coletivamente, além de compreender

como organizar os episódios da história no texto, assim refletindo sobre a coerência

do que foi produzido.

Entretanto, vale ressaltar que os discentes aprendem a pontuar um texto, a

escrever e a refletir sobre a escrita das palavras, bem como a analisar o sentido

entre as partes do texto, sendo trabalhado, neste momento, aspectos de coesão.

O assunto abordado nesta pesquisa é direcionado a todos os educadores,

podendo servir de referência para desenvolver o trabalho com a produção de texto,

utilizando a reescrita como atividade favorável neste processo de ensino

aprendizagem.

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Visto que possibilita ampliar o conhecimento do educador que acredita que o

aluno deve ser colocado em situações de produção de texto, mesmo que ainda não

escreva ortograficamente. Uma vez que, é neste momento, que o educando aprende

como escrever e como produzir um texto.

Pretende-se, assim, que este trabalho contribua para a compreensão do

percurso metodológico proposto pelo PLE referente à atividade de reescrita, além de

proporcionar, ao professor, uma reflexão sobre sua prática pedagógica, relacionada

às estratégias de como ensinar a produzir textos.

REFERÊNCIAS

ARAÚJO, Henrique. O surgimento da língua entre os homens. (2010) Web artigos. Disponível em http://www.webartigos.com/artigos/o-surgimento-da-lingua-entre-os-homens/32535/. Acesso em 20/04/2016.

BRASIL, Parâmetros Curriculares Nacionais de Língua Portuguesa, Brasília: MEC, 1997, volume 2.

MACHADO, Geraldo Magela. História da comunicação humana. (2016) Infoescola. Disponível em http://www.infoescola.com/historia/historia-da-comunicacao-humana/. Acesso em 23/04/2016.

XIMENES, Sérgio. Minidicionário Ediouro da Língua Portuguesa. 2. ed. São Paulo: Ediouro,2000.

NASPOLINI, Ana Teresa. Didática de português: Tijolo por Tijolo: Leitura e produção escrita. São Paulo: FTD, 1996.

SÃO PAULO. Secretaria da Educação. Fundação para o desenvolvimento da Educação. Ler e escrever: guia de planejamento e orientações didáticas, professor alfabetizador- 2º ano. 6.ed. São Paulo: FDE, 2012. Volume 1.

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