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CURSO DE ARQUITETURA E URBANISMO DISCIPLINA: THAUP II PROFESSORA: MS MARCIA CRISTINA NUNES UNIDADE I O RENASCIMENTO NO ESPAÇO EUROPEU E AMÉRICA DO NORTE

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CURSO DE ARQUITETURA E URBANISMODISCIPLINA: THAUP II

PROFESSORA: MS MARCIA CRISTINA NUNES

UNIDADE I

O RENASCIMENTO NO ESPAÇO EUROPEU E AMÉRICA DO NORTE

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TRATADISTAS RENASCENTISTAS

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LEON BATTISTA ALBERTI

O primeiro tratadista da Renascença, LEONBATTISTA ALBERTI (1404-72) sistematizouteoricamente as ideias artísticas do período,

tanto para a pintura e a escultura (1435) comopara a arquitetura (1455).

Em seu tratado em dez livros De re aedificatoria,

de inspiração vitruviana, estabeleceu o que seriam as premissas do urbanismo

renascentista.

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De Re Aedificatoria = L.B.Alberti 1456

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Entre as principais ideias deAlberti (1404-72) sobre a CIDADE

apresentadas em seu tratado De ReAedificatoria (1455) estavam:

I. Não estabelecia diferenças relevantes entre ascidades do mundo clássico e aquelas surgidas

na Idade Média, nem contrapunha os novoscritérios racionalizados de planejamento da

Renascença aos tradicionais tardo-medievais;

II. Concebia a cidade como uma “grande casa”,ainda que de natureza composta, além da

necessidade de conciliar finitude e mutação:a cidade deveria ser dotada de determinado

número de “moradias de reserva” àsexigências de seu crescimento;

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III. Enunciava as regras universais da cidadequanto à sua situação ou localização, assim

como em relação à sua área, seus limites e suas“aberturas”: passagens e meios de comunicação

que se constituiriam na dimensão-chave dacidade, ao mesmo tempo em que seu modo de

divisão - vias de circulação intra e extraurbana,praças, pontes e portos;

Sua teoria urbana demonstrou-se possível empequenas cidades (Pienza e Urbino), mas ineficaz nas médias (Mantova e Ferrara) e

desastrosa nas grandes (Milano e Roma), já que ali aplicadas acabaram rompendo a coerência e

o equilíbrio dos conjuntos precedentes.

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RECOMENDAÇÕES GERAIS:

•As ruas devem estar bem empedradas e limpas ao extremo.

•Todos os edifícios devem estar alinhados, ter continuidade e mesma altura.

•Deve-se prever espaços públicos.

• A perspectiva de uma praça representa as proporções matemáticas da praça, a forma perfeita

circular apresentada na igreja central e a regularidade dos pequenos palácios nas margens.

.

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OUTROS TRATADISTAS

• BRUNELLESCHI, ficará conhecido como o responsável por traçar o caminho em que os arquitetos do Renascimento trilharão suas obras.

• O domínio do Classicismo ao longo do século XIV e terá na pessoa de DONATO BRAMANTE uma figura paradigmática. Bramante prova, que não só conhece e domina a linguagem clássica como também entende as características e o espírito de sua época. A principal imagem deste "estilo bramantiano" é a tríade de aberturas enfeitadas com arcos de volta inteira.

• Durante os séculos 15 e 16, outros tratados de arquitetura tiveram repercussão. Podemos citar SEBASTIANO SERLIO e ANDREA PALLADIO.

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INTERVENÇÕES URBANÍSTICAS NA

AMÉRICA DO NORTE

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Descobrimento em 1492 – Cristóvão Colombo.Um continente sem memórias, mas colonizado por

europeus.

 

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IMAGO MUNDI E FORMA URBIS

Com o descobrimento da América por Cristóvão Colombo em 1492, a cultura do Renascimento

modifica as condições mentais do projeto arquitetônico, mas não consegue modificar da

mesma forma a prática das intervenções urbanísticas, diz Leonardo Benévolo..

Em 1507 foi publicado o primeiro mapa que mostra a América separada da Ásia, onde mais tarde será concebido como a primeira nova visão do mundo -

a nova imago mundi renascentista.

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Imago Mundi renascentista, com o novo mundo e velho mundo

concebidos em contraposição dialética

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O Renascimento correspondeu ao período de expansão européia. Nos séculos XV e XVI, a

expansão marítima e comercial coube às duas nações ibéricas: Espanha e Portugal.

A Espanha foi o segundo país a se lançar em sua expansão além-mar.

Os espanhóis financiam a viagem de Colombo, que chega ao continente americano em 1492. Na

América, eles vislumbram vastas terras virgens, palco propício para as realizações urbanísticas

utópicas do Renascimento europeu –possibilidade real de concretização de modelos e planos de

cidades ideais quinhentistas.

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Os espanhóis encontram territórios mais propícios à colonização: os planaltos da América Central e

Meridional ideal para construções e cidades bem planejadas, enquanto a América do Sul era uma

imensa floresta tropical repleta de animais e muito hostil.

A colonização teve como ponto de apoio às minas de ouro e prata, no México e no Peru, e as

riquíssimas minas de prata de Potosí , atual Bolívia.

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Potosi. Olfert Dapper, cerca de 1673

Potosi. Fonte: Biblioteca John Carter - Brown Library, Brown University

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Na segunda década do século XVI, os espanhóis implantaram as cidades de La Habana, Guatemala, Campeche e Panamá. Estes povoados seguem as mesmas regras: planos simples e práticos, que se

adaptavam a topografia local.

Ao conquistar a grande cidade indígena Tenochtitlán (transformada na cidade do México), Cortéz impõe

um modelo de cidade com planta em forma de tabuleiro de xadrez. O mesmo procedimento é

adotado por Pizarro em Cuzco, no Peru.

No resto do continente, os espanhóis destroem as aldeias indígenas e suas pirâmides e obrigam seus

moradores a ocuparem as novas cidades.

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À esquerda, traçado de Luiz Díez Navarro para Nova Guatemala, 1776. À direita, plano de Cusco na época da conquista espanhola.

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À esquerda, mapa de 1582 de Tentenango, Vila indígena no México. À direita, Cidade do

Panamá, plano do século 17.

Tenochtitlán, a capital asteca. Fonte: University of Wisconsin

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O conceito urbano segue um padrão uniforme:

• Quarteirões idênticos, geralmente, com forma quadrada, definidos por ruas ortogonais e retilíneas;

• O centro da cidade é ocupado por grandes edifícios públicos;

• Estas edificações repousam sobre uma grande praça regular, obtida com a supressão de alguns quarteirões..

Planta de Havana, Juan Síscara, 1691 Arquitetura

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Mapa colonial de Atitlan. Fonte: University of WisconsinArquitetura

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Em 1573,Filipe II institui a Lei das Índias-associação entre os princípios ideais renascentistas, as influências do Tratado de Vitrúvio e as realizações concretizadas na América.

Algumas regras mais importantes:

- A planta do estabelecimento a ser fundado deveria sempre ser levada pronta de Portugal;

- O plano composto por ruas, praças e lotes deveria ser implantado a partir da praça principal, de onde sairiam às ruas, que se prolongavam até as portas e ruas exteriores;

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- A implantação deveria ser feita, deixando espaço vazio aberto;

- A praça principal, denominada de praça maior deveria estar sempre localizada no centro da

cidade;

- A área da praça deveria ser proporcional e adequada ao número de habitantes, pensando-

se sempre no futuro crescimento da cidade;

- A praça e as ruas principais que se originam nela deveriam ser ladeadas com pórticos;

- Nas áreas que necessitam de defesa, as ruas deveriam ser largas para permitir o acesso aos

cavalos;

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Os traçados das cidades hispano-americanas não expressam uma grande variedade, seus objetivos são eminentemente práticos, pois visam a facilidade de reimplantação e a defesa.

Na realidade a cidade que é produzida na América possui características próprias originais, que Leonardo Benevolo traduz da seguinte forma:

1. o desenho das ruas e das praças é, por vezes, inutilmente grandioso, ao passo que os edifícios são baixos e modestos (as casas são quase sempre de um andar)”

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Planta da fundação da cidade de León, hoje Caracas

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2. A cidade poderá e deverá crescer, porém não se sabe o quanto crescerá; sendo assim o plano em tabuleiro xadrez poderá ser estendido em todo e

qualquer sentido.

O acentuado contraste entre campo e cidade encontrado na Europa,não é o mesmo na América,

em função da incerteza das fronteiras ; e também pelos enormes espaços abertos existentes entre as

habitações;.

No centro da cidade existe o grande vazio constituído pela praça central.

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Planta de 1581, com a a parte central da cidade de Cholula, no México.

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3. O traçado é uniforme não se importando com as especificidades de cada local. Os traçados americanos

não acompanharam a evolução da Europa, A quadrícula alastrou-se unanimemente, sem questionamento à ordem

uniforme..

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As Leis das Índias, de acordo com a estética do Renascimento, aconselham que todas as casas da

cidade sejam da mesma forma, isto é conservem uma grande unidade.

Até há pouco eram assim as cidades hispano-americanas grandes e pequenas, um legado de

unidade, harmonia e graça que, hoje, só podemos imaginar revendo as velhas litografias e um ou outro

daguerreótipo amarelecido”.

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Ruas em Mérida, na Venezuela, ainda circundada pelas casas térreas coloniais.

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O ambiente das cidades coloniais na América espanhola, uma rua típica, com casas térreas, e a

fachada de uma igreja, onde os elementos da arquitetura clássica são interpretados livremente

pelos construtores.

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Durante os séculos XVII e XVIII, a cidade hispano-americana não evoluiu seguindo as novidades

européias do Barroco.

A Europa retirou tudo o quê pode de riquezas da América do Sul e do Norte,  mas os norte-

americanos  lutaram por independência. Finalmente, a América do Norte deixava de ser

uma colônia, enquanto abaixo da linha do equador a historia era bem diferente.

Servirá de base para as propostas serem generalizadas no quadro da cultura neoclássica

- para a colonização e a urbanização dos Estado Unidos.

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INTERVENÇÕES URBANÍSTICAS NA EUROPA

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O Renascimento teve suas raízes na Itália espalhando-se em seguida por parte da Europa.

Trouxe nova energia, novas ideias e nova base racional para extensão das cidades. O crescimento

ordenado das cidades e as ideias emergentes da Renascença encontraram sua grande expressão na

Piazza della Santíssima Anunziata, em Florença, cidade onde o movimento alcançou seu apogeu. O

projeto de Brunelleschi simboliza melhor todos os espaços abertos , o ordenamento matemático, a

precisão e a clareza da forma como ideal da praça do Renascimento.

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A teoria albertiniana da cidade: Uma característica forte desta teoria é a capacidade de unir as novas

concepções urbanísticas com a antiga, de estrutura medieval.

1- TRATADO DA EDIFICAÇÃO

2- TRATADO DO URBANISMO

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1- TRATADO DE EDIFICAÇÃO divide-se em:

•Lugar: deve ser grande e aberto em todas as elevações;

•Distribuição: é a organização dos espaços, setorização;

•Muros: suportam as cobertas e que cercam a propriedade;

•Cobertas: proteções no alto do edifício contra a chuva, sol;

•Ventos: aberturas que passam pessoas, entrada de luz e ar;

•Solar: espaço aberto dentro do limite de cada terreno para entrada de luz solar e circulação do vento, o popular quintal.

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2- TRATADO DE URBANISMO:

A cidade é formulada a partir de fatores climáticos. As ruas estão divididas em 3 categorias:

•As principais se dividem em rurais, devem ser largas e retas e o mais curta possível, e as urbanas, por serem nobres e poderosas, é justo que sejam largas e retas para valorizarem seu entorno.

•As secundárias são estreitas para transmitirem aconchego e proteger as edificações do sol, além de proteger seus moradores contra inimigos, levemente curvilíneas devido aparentar maior largura das vias. As ruas secundárias devem se ligar com as principais, formando linhas diagonais nos pontos de convergência.

•As ruas funcionais:são as que exercem funções dentro da cidade, como por exemplo, a rua que conduz ao templo, ou a rua que leva ao trabalho e assim por diante.

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FORTIFICAÇÕESAs muralhas das cidades limitavam o espaço das

cidades medievais.

Quando a população da cidade crescia, a alta densidade populacional tornava-se um grave

problema nestas cidades.

Algumas cidades resolveram este problema por meio da expansão das muralhas - via demolição e

reconstrução. Outras simplesmente deixavam as muralhas de pé e construíam novas cidades nas

proximidades.

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  Durante a Idade Média, os castelos reais eram

fortificados porque, numa terminologia atual, os países só permaneceriam soberanos caso

nenhum inimigo conseguisse seqüestrar ou matar o rei.

A evolução das técnicas militares e a

generalização do canhão tornam obsoletas as muralhas medievais.

Com o Renascimento e o absolutismo, a pólvora e os canhões tornaram inúteis as fortificações. A

função do castelo passou a ser outra. Ele virou símbolo da opulência do poder centralizado.

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  Durante esse milênio, as fortificações mudaram

com a guerra, e por sua vez foram modificados para atender às novas táticas, armas e cerco

técnicos.

As estratégias de defesa vão apoiar-se em muralhas e na distância entre o sistema de

fortificações e a cidade que deveria obrigar o assaltante a parar antes que os seus canhões

pudessem atingir a cidade. Assim se criaram complexos sistemas de fossos, rampas,

baluartes e muralhas, segundo técnicas que Vauban desenvolveria e sistematizaria no

século XVII.

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Aspeto da Praça-forte de Briancon na França - fortificação de montanha construída por Vauban

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ica O sistema de fortificação no Renascimento é

estático, custoso e pesado, impede o crescimento da cidade e comprime-a com

conseqüências na elevação das densidades.

A concentração humana motivada pelas necessidades de defesa irá condicionar os

modos de vida dos habitantes, favorecendo a urbanidade e a vida social. A importância das fortificações vai estender-se até o século XIX,

embora com sistemas e processos diferentes.

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Fortaleza de Bourtrange, Países Baixos, vendo-se os seus cinco baluartes, coroada e fossos múltiplos

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A RUA 

A rua, ou o traçado, irá tornar-se um elemento de grande importância. A rua renascentista será

um percurso retilíneo que mantém a função de acesso aos edifícios, mais será pela primeira vez, eixo de perspectiva, traço de união e de

valorização entre os elementos urbanos. A rua deixa de ser apenas um percurso

funcional – como na Idade Média – para se tornar um percurso visual, decorativo, de

aparato, próprio a deslocação por carruagem e organizador de efeitos cênicos e estéticos.

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Rua medieval

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Rua renascentista

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A rua renascentista e as suas variações mais elaboradas, como a avenida, são retilíneas por

razões estéticas e de perspectiva, e também para resolver problemas viários, já que se

generaliza a utilização de carroças e coches, para cujo tráfego as tortuosas e estreitas ruas medievais não se encontravam preparadas. A

rua renascentista será um importante sistema de circulação, até se tornar, no período barroco, em

cenário – corredor de grandes movimentações, procissões, cortejos e paradas

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A burguesia e a nobreza que necessitam das fachadas de seus palácios para ostentarem o

poder e a magnificência irão encontrar na rua o suporte do sistema social que se serve da

arquitetura como meio de ostentação. O traçado das ruas irá adquirir uma identidade

importante ao se unir as fachadas dos edifícios que o margeiam. Os desenhos das fachadas se

repetem com ordem e disciplina e o traçado adquire grande unidade e intensidade estética. As árvores passam também a ser utilizadas no

traçado por razões funcionais, climáticas e estéticas.

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Vista geral do Palais du Louvre, da Grande Galeria e dos Jardins das Tulherias

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O TRAÇADO RETICULAR

A QUADRÍCULA 

O uso da quadrícula geométrica que preenche os espaços entre os grandes traçados vai constituir

outro elemento importante da forma urbana, servindo as necessidades distributivas, de

organização habitacional e divisão cadastral, além de permitir a hierarquização das diferentes

ruas – como na Baixa Pombalina, em Lisboa.

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Os elementos principais da estrutura urbana serão os traçados e as praças – e não tanto a

quadrícula, que resultaria do processo de cruzamento ortogonal de ruas e permitia uma

adequada subdivisão do solo.

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A religião reflete nas cidades da época, onde na maioria das vezes, a igreja principal estava

localizada no centro da cidade, e era a maior, a mais alta e a mais cara

estrutura.

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Assim toda a cidade é organizada, de modo hierárquico, em torno da igreja e o palácio papal.

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A FACHADA

A fachada ostentará uma ordem intelectual abstrata e métrica no

Renascimento autonomizando-se ao próprio edifício, justificando sacrifícios

interiores, para que a construção não fuja aos cânones da beleza, proporções e ritmos de estética clássica. Aplicados

sistematicamente a vários lotes, conferirão ao espaço urbano grande

unidade, produzindo requintados e elegantes conjuntos.

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Antonio Filarete – Castello Sforzesco – Milão: 1450

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No Renascimento , por volta de 1500, encontramos janelas alinhando-se sobre janelas,

cada uma delas tratada como um elemento independente e ressaltada por um frontão, por pilastras ou colunas, e ainda assim articuladas

de forma ritmada umas às outras.

Material utilizado em suas construções foi a pedra, com diferentes texturas e acabamentos.

 

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EDIFÍCIOS SINGULARES 

Os edifícios de valor e significação social, política ou religiosa vão adquirir grande

individualidade e expressão no seu posicionamento urbano.

A Câmara Municipal, o palácio, a igreja serão colocados em posição predominante: fecham lados de praças e de perspectivas retilíneas,

posicionam-se em escorço e em proeminência.

A partir do renascimento, a praça e o traçado irão prover e necessitar de edifícios singulares para o

seu desenho, numa conjugação recíproca de efeito cênico e monumental.

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Antonio Filarete – Ospedale Maggiore (Ca’ Granda – Milão: 1496)

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Santa Maria NOvellaGiorgio Vasari (Florença: 1565 - 1571)

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Michelangelo - Palazzo Farnese - (Roma: 1546)

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MONUMENTO

Peça individual, arquitetônica e escultórica, com posicionamento destacado e gerador de forma urbana, o monumento, é de certa forma, uma

invenção renascentista.

São de resto, algumas esculturas romanas que os homens do Renascimento irão utilizar como monumentos: a estátua eqüestre de Marco

Aurélio na praça do Campidóglio, a Coluna de Trajano, e outras.

A escultura, o obelisco, a fonte, o arco do triunfo serão utilizados como meio de embelezamento

urbano, por vezes unindo-se a uma necessidade utilitária – como a fonte e o chafariz – ou apenas com significações religiosas, sociais, políticas e

culturais.

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Praça do Campidóglio

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REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

Introdução à História da Arquitetura, das origens ao século XXI. José Ramón Pereira;

Morfologia Urbana e Desenho da Cidade . José Lammas;

Espaço, tempo e arquitetura. S. Gideon.