Publicação da Escola Superior de Agricultura �Luiz de Queiroz�

Ano IV � Número 10 � abril/2007

Pesquisa avalia solo por imagens de satélite

Formatura passa a ter seis turmas

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Ministra da Suíça visita Escola7

Gestão 2007 - 2010

Pag. 5

Antonio Roque Dechen eNatal Antonio Vello já exercem seuscargos de diretor e vice-diretor da Escola,desde os meses de janeiro e março,respectivamente, quando foram empossados.Os novos dirigentes manifestaram ocompromisso de manter, pelos próximosquatro anos, a eficiência dos programas deensino, tanto graduação como pós-graduação,e reiteram a vocação da instituição na áreade pesquisa e iniciação científica.Os significativos avanços tecnológicos daciência, sem esquecer dos compromissos comquestões sociais por meio do fortalecimentodo elo entre academia e sociedade, serãopriorizados pela nova administração que vê anecessidade de formação de profissionaiscada vez mais capacitados.

Publicação quadrimestral daEscola Superior de Agricultura

“Luiz de Queiroz”

Universidade de São PauloSuely Vilela

Reitora

Franco Maria LajoloVice-Reitor

Escola Superior de Agricultura�Luiz de Queiroz�

Antonio Roque DechenDiretor

Natal Antonio VelloVice-Diretor

Campus �Luiz de Queiroz�

José Otávio BritoPrefeito

Jornalista responsávelMarcelo Basso(MTb 26.977)

Redação e reportagemAlicia Nascimento Aguiar

(MTb 032531)

Pauta e RevisãoCarmen M. S. F. Pilotto

Luciana Joia de LimaRoberto Antonio Zucchi

Projeto gráficoJosé Adilson Milanêz

FotografiaPaulo Airton Soares da Silva

ColaboraçãoAlessandra Lopes de Carvalho

Talles Matheus de Barros

Produção gráficaServiço de Produções Gráficas

Tiragem 2.500 exemplares

Assessoria de ComunicaçãoAv. Pádua Dias, 11 � Caixa Postal 9

13418-900 � Piracicaba, SPacom@esalq.usp.br

Telefone: (19) 3429.4485www.esalq.usp.br/acom

2 ESALQ notíciasNº.10abril2007

Editorial

om satisfação, apresentamos o ESALQ notícias nº 10, o primeiro doano de 2007, com um encarte especial referente aos 100 anos do

Prédio Central que traz um artigo da historiadora Marly TherezinhaGermano Perecin.

Este ano, a ESALQ graduou seis turmas: a 103ª turma de EngenhariaAgronômica, a 32ª de Engenharia Florestal, a 6ª de Ciências Econômi-cas, a 3ª de Ciências dos Alimentos, a 2ª de Gestão Ambiental e a 1ª deCiências Biológicas, com um total de 226 formandos. Mereceu destaqueo aluno Gabriel Rodrigues Alves Margarido que, ao longo de seu cursode Engenharia Agronômica, obteve média 9,53, desempenho acadêmicoconseguido por poucos alunos.

A ESALQ voltou a participar do Projeto Rondon, atuando na região deMaraú, BA, com um grupo de seis estudantes, coordenados pelos profes-sores Vânia Galindo Massabni e Severino Matias de Alencar.

No dia 29 de março, Dr. Natal Antonio Vello, professor do Departamen-to de Genética, do qual foi chefe por três gestões e presidente da Comis-são de Pós-Graduação, assumiu a vice-diretoria da ESALQ, substituin-do o professor Raul Machado Neto.

A professora Marly Terezinha Pereira, docente do Departamento deEconomia, Administração e Sociologia assumiu a Secretaria Executivado Programa Nacional de Apoio à Agricultura Familiar – Pronaf, da Se-cretaria de Agricultura e Abastecimento do Estado de São Paulo.

A Ministra da Economia da Suíça, Doris Leuthard, e o Embaixador daSuíça no Brasil, Rudolf Bayerfuss, visitaram a ESALQ com o objetivo deconhecer os projetos do Pólo Nacional de Biocombustíveis.

Uma iniciativa conjunta da ESALQ, do Cena e da Faculdade de Enge-nharia de Alimentos da USP, em Pirassununga, possibilitará a formaçãodo Núcleo de Apoio à Pesquisa em Biologia Celular e Molecular naAgropecuária e Ambiente – Biocema, já aprovado pela Finep e deveráapoiar novos cursos de pós-graduação na área de biotecnologia, bioquí-mica e genômica.

Resgatando a história de ESALQ, apresentamos uma entrevista com oDr. Francisco de Assis Menezes Mariconi, piracicabano da gema e muitoestimado pela comunidade esalqueana.

É com grande satisfação, portanto, que apresentamos à comunidadeeste ESALQ notícias nº 10 com um especial cumprimento aos professo-res José Roberto Postali Parra e Raul Machado Neto, gestão 2003-2006,pelo grande dinamismo, dedicação e realizações.

Muito foi feito e muito ainda temos por fazer, e certamente a comunida-de esalqueana continuará unida no seu propósito de formar cidadãoscompetentes e comprometidos com a sociedade.

C

Antonio Roque DechenDiretor

Natal Antonio VelloVice-diretor

“Consumo responsável:repense seus hábitos e elimine

desperdícios”.www.cecae.usp.br/recicla

Inovação Tecnológica

Prof. José Alexandre Melo Demattê

3ESALQ notíciasNº.10abril2007

Pesquisa quantifica atributos do solopor imagens de satélite

Por meio de sensores instaladosnum laboratório e imagens de umsatélite localizado a 800 km dasuperfície da Terra, pesquisa inéditarevela uma técnica alternativa ecomplementar para se distinguir umsolo argiloso de um arenoso atravésde fotos do satélite. Tradicionalmen-te, as amostras são analisadas intei-ramente em laboratório de análisequímica e granulométrica.

A pesquisa, desenvolvida noLaboratório de Sensoriamento Re-moto Aplicado a Solos e Planejamentodo Uso da Terra, do Departamento deCiência do Solo (LSO), sob orientaçãodo professor José Alexandre M.Demattê, foi o tema da tese de douto-rado de Marcos Nanni, aluno do pro-grama de Pós-graduação em Solos eNutrição de Plantas, na área de Sen-soriamento Remoto Aplicado ao Solo.

Como exemplo da utilização dessatécnica, os pesquisadores observaramque a luz do sol que incide na amostrade solo interage em diferentescomprimentos de onda ao ser captadapelo sensor. “As fontes de luz maisconhecidas são visíveis e detectadaspelo olho humano. Entretanto, os equi-pamentos captam a energia refletidapela amostra de solo em compri-mentos de onda que o olho humanonão pode enxergar”, explica Demattê.

Então, o resultado é analisado einterpretado, gerando modelosmatemáticos capazes de diferenciaras classes de solos e quantifi-

“Uso de sensores na agricultura é um processo emcontínuo desenvolvimento”

car atributos existentes na amostra,tais como argila, ferro, titanita, silte ematerial orgânico. A conclusão dessaanálise permite gerar ao intérpreteinformações mais rápidas sobre aterra que deseja avaliar, tornando-asúteis para o conhecimento do solo ebase para o desenvolvimento agrícolae ambiental.

A aplicação de resultados dessanatureza são as mais diversificadas,tais como redução no número deamostras num levantamento de solo,melhoria no detalhamento de mapas,diminuição do impacto ambiental dasanálises de solo, possibilidade deavaliação de terras a longas distân-cias e de difícil acesso. “As incursõesem trabalhos em campo continuam aser de importância fundamental, poisnorteiam a determinação dos padrõescorrelacionados com informações desensores e os próprios modelos”,afirma o professor.

Ainda segundo Demattê, o estudomostrou o potencial do sensoriamentoremoto aplicado na estimativa dosatributos do solo. “Os resultadosindicaram que o procedimento épossível para alguns elementos. O

sensor capta a energia solar que re-flete nos diferentes comprimentos deonda, que por sua vez têm relaçãocom os elementos do solo. Essestrabalhos serão a base de outros denível internacional, onde se pretendeinstalar sensores em tratores paramedição automática e em tempo realde solo e planta”.

O assunto foi motivo de capa e oartigo foi publicado na revista SoilScience Society of America Journal,a mais conceituada do mundo na áreade Ciência do Solo. A tese foi premiadano Third International Conference onGeospatial Information in Agricultureand Forestry, realizada em Denver,nos EUA.

Há 12 anos desenvolvendo pes-quisas nessa e em outras áreascorrelatas com alunos de iniciaçãocientífica, mestrado e doutorado, oprofessor informa que a próxima etapaé realizar uma biblioteca espectral desolos para acesso ao público.“Pretendemos contribuir com osmétodos de análise e classificação desolo, pois o uso de sensores naagricultura é um processo em contínuodesenvolvimento”, finaliza.

Imagens de satélite comdiferentes composições do solo

Mar

celo

Bas

so

Ensino

4 ESALQ notíciasNº.10abril2007

Formatura passa a graduar seis turmas

Um grupo de oito pessoas, sendodois docentes e seis estudantes,

Projeto Rondon 2007

Equipe composta por seis alunos e dois docentes

Vencedores do Prêmio �Luiz de Queiroz�

Pela primeira vez, a sessão solenede colação de grau da classe gradua-da em 2006 diplomou alunos dos seiscursos da Escola. O paraninfo foiAdolpho José Melfi, ex-reitor da USPe professor aposentado do departa-mento de Ciência do Solo (LSO). Acerimônia foi a primeira solenidadeoficial do novo diretor, Antonio RoqueDechen (LSO).

Foram diplomadas as turmas deEngenharia Agronômica (103ª),Engenharia Florestal (32ª), Ciências

Econômicas (6ª), Ciências dos Ali-mentos (3ª), Gestão Ambiental (2ª) e a1ª de Ciências Biológicas, que tevecomo patrono o professor FábioPoggiani, do departamento de CiênciasFlorestais (LCF).

Os demais patronos e seusrespectivos cursos foram MaurícioJosé Lima Reis (diretor de MeioAmbiente da Vale do Rio Doce), paraGestão Ambiental; Milton Seligman(diretor de Relações Corporativas daAmBev), para Ciências dos Ali-

mentos; Rubens Ometto SilveiraMello (presidente do Grupo Cosan),para Ciências Econômicas; SérgioAntonio Garcia Amoroso (presidentedo Grupo Orsa), para EngenhariaFlorestal e Manoel Felix Cintra Neto(presidente da BM&F), para Enge-nharia Agronômica.

Durante a cerimônia, 39 prêmiosforam entregues aos melhores alu-nos. Os vencedores do Prêmio “Luizde Queiroz”, concedido aos formandosque concluíram o curso em primeirolugar, foram Maria Juliana CalderanRodrigues (Ciências Biológicas),Mario Masaru Sakaguti Junior (GestãoAmbiental), Savianne Carla de MoraisJensen (Ciências dos Alimentos),Thais Menezes Zimbres (Ciências Econômicas), Cristiane Camargo Zani(Engenharia Florestal) e GabrielRodrigues Alves Margarido (Enge-nharia Agronômica).

Destaque para Margarido, que aolongo da graduação obteve média9,53. O último aluno com essa médiafoi Wilson Roberto Maluf, em 1975.Porém, em 1979, Virgílio de Moraesatingiu 9,61.

Recém criado, o troféu Mens SanaIn Corpore Sano foi entregue aFernando Hoshino Shirahige por tercombinado o melhor desempenho aca-dêmico e atlético no decorrer do curso.

participou do Projeto Rondon -Operação Nordeste 2007, em

Maráu/BA, entre 21 de janeiro e 7de fevereiro.

Coordenaram o grupo, VâniaGalindo Massabni, professora dodepartamento de Economia, Admi-nistração e Sociologia (LES) eSeverino Matias de Alencar, dodepartamento de Agroindústria,Alimentos e Nutrição (LAN).

Os seis alunos envolvidos, todosno último ano de cada curso daEscola, foram Cássio José Gomes(Ciências Econômicas), PriscilaSiqueira Melo (Ciências dosAlimentos), Janaína de SantanaBorges (Engenharia Florestal),Marcelo Leandro Feitosa (CiênciasBiológicas), Eliane Seiko MaffiYamada (Engenharia Agronômica) eMarcel Miranda Taccini (GestãoAmbiental).

Em Destaque

5ESALQ notíciasNº.10abril2007

Dechen assume diretoria emcerimônia prestigiada

Em solenidade que contou com apresença da reitora da USP, SuelyVilela, do Secretário de Agriculturae Abastecimento do Estado de SãoPaulo, João de Almeida Sampaio Filho,além de outras autoridades, professo-res, alunos e funcionários da Escola,Antonio Roque Dechen, do departa-mento de Ciência do Solo (LSO),assumiu oficialmente o cargo de diretorda ESALQ, função que exercerá pelospróximos quatro anos.

A cerimônia, que aconteceu em 16de janeiro, reuniu cerca de 600 pessoasno Salão Nobre, local onde Decheningressou conduzido por 37 membrosda Congregação da Escola, ao som doHino Nacional Brasileiro cantado porsua esposa, Sônia Falci Dechen.

Após a leitura do termo decompromisso pelo novo diretor, asecretária-geral substituta da USP,Renata Teixeira do Reis, leu o termode posse. A troca das vestes talaresentre Dechen e o professor JoséRoberto Postali Parra, que dirigiu aEscola no período de 2003 a 2006,marcou a transição do cargo.

Em seu discurso, Dechen destacouo papel da ESALQ no cenário doagronegócio mundial e afirmou quepretende focar seu trabalho naformação de profissionais voltadospara as demandas da sociedade,ampliando as áreas de pesquisasalternativas. “A demanda por energia ealimentos seguirá com forte expansão,portanto iremos primar pela formaçãode profissionais capazes, empreen-

dedores e arrojados”, disse.Ainda em seu pronunciamento, fez

menção às mudanças sociaisocorridas nos últimos anos. “As trans-formações são tantas que as convic-ções de ontem já não valem para hoje.Temos que fortalecer o elo entre auniversidade e a sociedade. A so-ciedade deve encontrar na univer-sidade talentos capazes de resolverquestões difíceis. Ao mesmo tempo, aEscola deve contribuir na solução dosproblemas sociais”.

Para Suely Vilela, a instituição émotivo de orgulho por ser umpatrimônio nacional de referênciainternacional pela alta qualidade dassuas pesquisas e cursos. “Estou certade que poderei contar com o empenhodo professor Dechen e de sua equipe

na tarefa de prover à ESALQ ascondições necessárias para darpassos cada vez mais largos, emsintonia com os propósitos da USP”.

O secretário João de AlmeidaSampaio Filho, que assumiu a pastade Agricultura e Abastecimento doEstado no início do ano, afirmou seruma honra participar da posse do novodiretor. “É oportuno estar aqui nestadata. Em minha gestão, pretendemosfortalecer e ampliar ainda mais asparcerias existentes entre a Escola ea Secretaria”.

Finalizando a cerimônia, aconteceua inauguração do quadro do professorParra, que passou a integrar a Galeriade Diretores da ESALQ. “Deixo o cargocom o sentimento do dever cumprido”,disse emocionado.

O novo vice-diretor da ESALQ, NatalAntonio Vello, tomou posse no dia 29 demarço. Pertencente ao departamento deGenética (LGN), o professor teve seunome ratificado pela reitora Suely Vilelaapós a eleição da lista tríplice, ocorridaem 15 de março.

Vello permanece no cargo pelospróximos quatro anos em substi-tuição ao professor Raul MachadoNeto, empossado pelo então reitor daUSP, professor Adolpho José Melfi,em março de 2003.

Vice-diretor toma posse

Natal Vello sucede Raul Machado

Nascido em 1949, Natal AntonioVello é engenheiro agrônomo formadopela ESALQ na turma de julho de 1971e professor titular a partir de1996. Le-ciona no LGN desde 1974 e já ocupouposições de destaque em funçõesadministrativas, como a chefia dessedepartamento por três vezes, a coor-denação do Programa de Pós-gra-duação em “Genética e Melhoramentode Plantas”, em outros dois períodos,e a presidência da Comissão de Pós-graduação da Escola.

Momento da posse do novo diretor

Painel

6 ESALQ notíciasNº.10abril2007

A sétima edição daFeira de Profissões daUSP (Fepusp) aconte-cerá na ESALQ, entre21 e 23 de agosto de2007. Em 2002, a Es-cola abrigou a segundaedição do evento.Voltada para alunos doensino médio e vesti-bulandos, a Feira visa divulgar oscursos de graduação de todas asunidades da USP localizadas nointerior do estado. Além de Piracica-ba, participarão os campi de Bauru,Lorena, Pirassununga, Ribeirão

7a Feira de Profissões da USP

Agronegócio em Piracicabae região ganha reforço

A 1ª Reunião de PesquisaINCOR – ESALQ, realizadaentre as duas instituições,aconteceu em março. O eventofoi coordenado pelos profes-sores Raul Machado Neto,presidente da Comissão dePesquisa, e José AntonioFranchini Ramires, do Institutodo Coração.

“Foi uma excelente opor-tun idade para es t re i ta r orelacionamento e identificarinteresses comuns e pesquisasafins entre as duas institui-ções”, destacou Raul Machado.Após um breve cenário dasinvestigações científicas reali-zadas na Escola, por docentesde vários departamentos elaboratórios, Ramires apre-sentou as linhas de pesquisacom potencial de colaboração.

Encontro Incor

Em março, o Sebrae-SP renovou oconvênio do Sistema AgroindustrialIntegrado (SAI), programa que visatransformar pequenos agricultores epecuaristas em empresários rurais,melhorando as condições de vida nocampo, aumentando a renda familiar egerando empregos. Em Piracicaba, aESALQ é uma das entidades parceiras.Realizado no Centro Canagro, a ceri-mônia contou com três repre-sentantesdo Sebrae-SP, Fábio Meirelles (presi-dente do Conselho Deliberativo), An-tonio Carlos de Aguiar Ribeiro (geren-te regional) e Paulo de Arruda (diretor),além das presenças de João deAlmeida Sampaio Filho, Secretário daAgricultura e Abas-tecimento do Esta-do de São Paulo, Antonio RoqueDechen, diretor da Escola, Arnaldo

Bortoletto, presiden-te do SindicatoRural Patronal de Piracicaba, SérgioMarcus Barbosa, presidente da UniataCentral, Vicente Cancigliero, diretor daEDR Cati, José Coral, presidente doCentro Canagro, e do vereador JoãoManoel dos Santos, e mais produtoresdos 17 municípios atendidos pelo SAI.Neste ano, o SAI pretende realizarmais de 5.500 atendimentos, fortale-cer o associativismo e buscar o desen-volvimento de novos projetos de de-senvolvimento sustentável e integra-do. Na região, são atendidos produto-res das cadeias de fruticul-tura,horticultura convencional e orgânica,bovinocultura leiteira,ovinocaprinocultura, cachaça, cana-de-açúcar e avicultura de corte.

Autoridades presentes durante o evento

Preto e São Carlos.A Fepusp é uma reali-zação das Comissõesde Cultura e ExtensãoUniversitária das uni-dades envolvidas, comapoio das Pró-reitoriasde Cultura e ExtensãoUniversitária e de Gra-duação.

As escolas e grupos de estudantesinteressados em participar da Feiradevem preencher formulário deinscrição, de 21 de maio a 7 deagosto, disponível no site:www.esalq.usp.br/fepusp

Professoresassumem

cargosDois professores da Escola

assumiram cargos estaduaisno início deste ano. VirgilioMauricio Viana, docente dodepartamento de CiênciasFlorestais (LCF), reassumiu aSecretaria de Estado do MeioAmbiente e DesenvolvimentoSustentável, do Amazonas,cargo que ocupa desde 2003.

Já Marly Teresinha Pereira,docente do departamento deEconomia, Administração eSociologia (LES), assumiu aSecretaria Executiva Estadualdo Programa Nacional deApoio à Agricultura Familiar(Pronaf). Apesar de licencia-da, a professora não deixaráde lecionar suas disciplinas naEscola.

ESALQ Hoje

7ESALQ notíciasNº.10abril2007

Ministra da Economia da Suíçavisita Escola

Em visita oficial ao Brasil, aministra da Economia da Suíça, DorisLeuthard, esteve na ESALQ no dia 7de fevereiro. A delegação foi com-posta por 30 pessoas, entre elas oembaixador suíço no Brasil, RudolfBaerfuss. O evento foi uma iniciativado Pólo Nacional de Biocombustíveis,com apoio da Diretoria da Escola.

A ministra esteve com o diretor daEscola, Antonio Roque Dechen, e ocoordenador do Pólo, Weber Amaral,participando de uma reunião comvários professores e pesquisadores daEscola. “Nosso objetivo é melhorar oacesso ao mercado brasileiro para osprodutos e investimentos suíços”,afirmou Doris.

Baerfuss disse que seu país deci-diu dar mais ênfase nos países emer-gentes, principalmente o grupo co-nhecido como BRIC (Brasil, Rússia,Índia e China). “Desses quatro, o Brasilfoi o primeiro a receber a visita da novaministra da Economia, pois há uma

semelhança entre as duas naçõesquanto ao desenvolvimento de pes-quisas com energia renovável. A Suíça

é mais avançada em biodiesel, porém,o Brasil é o número um em bioetanol”,comentou o embaixador.

Por meio de iniciativa conjuntaentre ESALQ, CENA e Faculdade deZootecnia e Engenharia de Alimentos(FZEA) da USP, será construído nocampus “Luiz de Queiroz” um com-plexo laboratorial e acadêmico, dequatro mil m2, para implantação doNúcleo de Apoio à Pesquisa emBiologia Celular e Molecular naAgropecuária e Ambiente (Biocema).

O Biocema recebeu verba de R$1,250 milhão da Financiadora deEstudos e Projetos (Finep), órgão doMinistério da Ciência e Tecnologia(MCT). O laboratório deve apoiar ainteração de pesquisadores, incentivarprojetos de caráter multi-disciplinar eformar recursos humanos na área debiologia celular e molecular naagropecuária.

Com o objetivo de apoiar novoscursos de pós-graduação na área debiotecnologia, bioquímica e genômicaaplicada à agropecuária e ambiente, oprojeto está vinculado à criação de umprograma pioneiro de pós-graduaçãointernacional de biologia celular e

Laboratório Biocemamolecular de plantas, em conjuntocom duas instituições de ensino epesquisa dos EUA, a RutgersUniversity e a Ohio State University.

Além disso, a construção dessaárea permitirá a implantação de novasáreas estratégicas nas três institui-ções envolvidas, como proteômica,

bioinformática, citometria de fluxo,estrutura e função de proteínas, entreoutras. Parcerias com o setor privadoconstituem-se também em uma dasações estratégicas do Núcleo, cujoprédio contará ainda com um anfi-teatro e laboratórios multi-usuáriose de ensino.

Projeto doprédio queirá abrigaro Biocema

Ministra promete melhorarrelação entre os dois países

Prof. Weber Amaralpalestrando paracomitiva suíça

Projeto Memória

8 ESALQ notíciasNº.10abril2007

"Vim para a ESALQ porque gostava de plantas e não tinha dinheiro...

Símbolos da ESALQ

Deusa CeresDeusa da agricultura e da fertilidade

da terra, Ceres é o símbolo maior daESALQ. Sua imagem consta em todasas peças que identificam a instituição,além de ser invocada em seu hino.

A obra que deu vida a Deusa Ceresna Escola foi desenhada em 1935, umano após a ESALQ ter sido incorporadapela USP para sua criação, por JoséWasth Rodrigues, artista gráfico eplástico, que se dedicou a heráldica, quese refere à ciência e à arte de descreverbrasões e escudos.

O brasão original fica na sala doDiretor da Escola e a inscrição originaldescreve a obra em português arcaico.

BrazãoDe verde, Céres de frente passanteem terreno, tendo por traz umarado, empunhando com a dextrauma vara e mantendo com asinistra um feixe de espigas detrigo; tudo ao natural e de sua côr.

...se quisesse ser advogado, dentista oumédico, eu não poderia pagar a manutenção.Mas como aqui tinha botânica, e eu gostavade plantas, entrei na Escola". Estes foramos dois principais motivos que levaramFrancisco de Assis Menezes Mariconi aestudar engenharia agronômica. "Quandofalo isso muita gente não crê que quaseninguém tinha dinheiro, mas era verdade. Apopulação de Piracicaba eraexcessivamente pobre".

Piracicabano da gema, nasceu em 1925e foi criado na rua Moraes Barros, quandoesta ainda era de chão batido, entre a Ruado Porto e o centro da cidade. "No quarteirãoonde morava, tinha umas doze casas, etodo mundo era igual em pobreza, ninguémtinha telefone, rádio e automóvel, prati-camente nada. Quando o Brasil passou afabricar automóvel, começou haver di-ferença entre as camadas sociais. Hojehá uma enorme discrepância entre po-bres e ricos".

Ingressou na Escola em 1946, numaturma de apenas 12 alunos. Nessa épocaeram oferecidas de 70 a 80 vagas, masdevido aos repetentes, a classe terminouformando 54 agrônomos, em 1949. "AESALQ tinha três professores quereprovavam os alunos, porém OrlandoCarneiro, que lecionava matemática, foi odocente mais terrível que apareceu naEscola até hoje. Era carneiro só no nome".

No início de 1950, ganhou uma bolsa deestudos para se aperfeiçoar ementomologia, durante um ano, no InstitutoBiológico de São Paulo. Já em dezembrode 1950 foi convidado para trabalhar noInstituto, permanecendo lá durante quatroanos. Como naquela época a vida estavadifícil na capital, Mariconi conseguiuautorização para voltar à Piracicaba, sendo Prof. Francisco de Assis M. Mariconi

destacado pelo instituto, para trabalhar naESALQ. Durante 6 anos (1954-1960),desempenhou o papel de consultor na áreade pragas de plantas cultivadas,respondendo questões por escrito ouverbalmente. "Depois que voltei de SãoPaulo, trabalhei mais seis anos para oInstituto Biológico na ESALQ. Em 1960 fuitransferido para a Escola e fiquei por mais35 anos. Ou seja, permaneci na instituiçãopor 41 anos".

Avesso aos cargos burocráticos, foichefe do extinto departamento de Zoologiapor um mandato, entre os anos de 1982 e1986, "porque não deu para escapar".Preferia ter o tempo livre para se dedicaraos estudos e pesquisas, mas teve queassumir a diretoria da Escola em algumasocasiões. "O diretor e o vice-diretorviajavam, e eu, como decano, por força delei tive que assumir em três oportunidades.Na primeira vez, um dia, na segunda, doisdias, e depois mais três dias. Somando,

não deu uma semana, mas só eu sei comoera ruim. Numa dessas vezes tive queassinar 270 cartas, que foram enviadaspara o Brasil inteiro. O que eu daria parater escapado daquilo...".

Através de sua linha de pesquisa semprepreferiu os insetos nocivos, principalmenteas formigas. Foi o primeiro cientistabrasileiro a escrever um livro sobreinseticidas e outro sobre "as saúvas", de1970, o primeiro do mundo sobre essaespécie. De sua autoria, contam ao todooito livros, sobre insetos, moscas ecombate às pragas.

Em retr ibuição à sua notávelcontribuição nessa área, em 1988 aSociedade Entomológica do Brasil (SEB)lhe conferiu o prêmio "Edilson Bassoli deOliveira", comenda científica nesse campode estudo. É de sua autoria ainda aproposta, ao diretor da Escola, em 1992,para que o Campus de Piracicaba passassea ser denominado como "Luiz de Queiroz",pedido prontamente aceito pela reitoria daUSP através da resolução 3.980 de 16 dedezembro 1992.

Casado há 51 anos com Abla MalufMariconi, o casal teve seis filhos.Colecionador de fatos pitorescos, por váriosanos, escreveu e publicou no Jornal dePiracicaba os acontecimentos da Escola.Um dos mais conhecidos episódios sepassou durante uma aula de geometriaanalítica - "Eu nunca entendi por que seestudava aquilo na matemática, até quefoi abolida. Mas, uma vez quando oprofessor Carneiro pediu para um dosalunos resolver um problema na lousa, oescolhido ficou olhando o desenho edando passos para trás até encostar-seà parede, no fundo da sala, e enfimadmitir que não sabia fazer".