anthony giddens - o mundo na era da globalização[1]

48

Upload: isabelrochinha

Post on 04-Aug-2015

89 views

Category:

Documents


4 download

TRANSCRIPT

Page 1: anthony giddens - o mundo na era da globalização[1]
Page 2: anthony giddens - o mundo na era da globalização[1]

1

EOITOA,AL ~ P~ESE " Ç. • .. o -,-• ' .. ~ ,,' .. • ~~í - -_.' • " • , I • . .- o .. u~DG "''''''' • ,

l'! ,. .... (llOII.01J .. ~ , ~

" • 11 -_ ........ • • • 11l •

_. ~- .' . • -. .. - -

Page 3: anthony giddens - o mundo na era da globalização[1]

1

o MUNDO NA ERA DA GLOBALlZAÇÃO

Page 4: anthony giddens - o mundo na era da globalização[1]

1 A~THONY GIDDEN$

o MUNDO NA ERA DA GLOBALIZAÇÃO

Tmduçiio de Saul BarJla

ED ITO RIAL ~ PRESENÇA

/LLQ/~:d; Jll\.IJ ,.~

Page 5: anthony giddens - o mundo na era da globalização[1]

TtIoolo unc-al _oi> 1I...t.1

"_~)I""'.' '.,.,.-..po C> to., "-r G.J.I<a., 19<101 r ...... ,I<oO 1;.l,1OnRI ..... ...." ... I " ....... ~IK! T~» .\<MI /1,,,,,,,, ,"",_r.. c ... do """~m '>pII, """ t.."",f1nloJ I ....... mp-<t<ll>. '"'1'''<''''' •• ".t>.wrn4U M"'''''I"' ,I"" I ;"Ip. " '. 1,/" I ' «1'1''', L...buo. Ft .. ",,",. m Il 1-' <doo;kI. li,",,,, M:Ii<>. 210 .1 J' <do;1n. I~_ N .... rmIIn>. ~I

~. nIo,:io. t....t..... 0..""",, lIkl! ,. ~. L..""'*. ........ ~ .. , ;:<'))'1

lO' «Io.;ln. b",- Snmobro. !OOb o.p.;. ... kp.I ~. 247 7~'"

~..k.._ ... IM: .... ,.,. • u.,.. pomrc ..... l EI>rrr..1AL Pltr.sF"(" 1c....- ... , ......... jIj -* .... 1'7JO.I): lIa .... d_ "-: -,..,......", a--; • .rw- "IN ..

1

Puro Mich~/~ ~ Kan

Page 6: anthony giddens - o mundo na era da globalização[1]

PREFÁCIO _.

!l\"11!ODU(,"'\O

I GLOB,\U/.A<;AO,

2. RISCO

1 TRADiÇÃO

4 1' ·\MiLlA

~ DF\IOCII.J\CIA

OUTRA~ I.HfUII.J\S

fNDlCE

-

.•...

-- -

".'.'

" ..... ............ IS

, .,

" " " '" "'

,

1

Page 7: anthony giddens - o mundo na era da globalização[1]

PREFÁCIO

E."lt pcq"""o li"r() (CI'!' origem ruLt Reilh uClum; d(l BUC. do (ltr/J de 1999. lr(U!$mitido! pela Radio;; ,,{X'I(J World Servire do Ii'/M";siio brirÔlli,"(I. lIá 11/110 L't'rtu distinçãQ 110 jacro d,' scr I} ,í//I'",,,

cmiferrmciSl1l do sécu/O.tA e~t'llU!idQ pe/II 0'8"m;:tlçilo. NIIIII(I (I/lU­

m ,leSIlI5. partC('/HIIt' Il{lmprim!o muar de 11m (f!/ljlm lO Ilmbiôo,ç" tlr qll('$IQe$ tlCt'lf:U dll siluUfii<> qm' Icmos ti" ""/,,.1II0( fies/e filiai

ti" ("""l1irio. c.rperol"ll qUI' (1.< '''''f,rbu:iru pro,'ows5em comrvl 't!r· sia (' !r'; isso "'Clmo '1'1(' ,-.-in" /lcmllerrr. Fiql, .. i $/IIisfeilcJ IXir laf'''' sido atacadas 1'111 jornuis e ,~iJms ti,· todo I} IIl1mdr). "I!Il~ ·

ml'I!!C, lamiXm mio C'Scu.ucIJmm "5 drferuort>$. O (irll/o ql'" l'Sco/lJi par" IL~ rmiferélldlls . .. /flU' Wlllbllll foi <!

primeiro tilu/o d(!sle l,ürJ, fo, Runaway \\'orld parque 11 <'_Iprrssii/J clJlllém ti idem, partilhada fHJr muirOJ d~ n6s. d,' quc /'SWmOS <I

,'i"er num mlmoo Cm PfV<'r,ISf/ de "',u/onra act'lunda, N,iu sou 11 primeira JN'SSOtI a ","OrrPr a e.<11I Meia do ~mllndo desl'lIirada,.. Nem o p"m~iro do! cOl'frrt!nn .. 'Ia.< Reith a lIIili:n-lo. Foi o limlo dado a I,m dO! ciclos de confer.}nóa.<. dessa I'r: a cargo da fllmusú ollrropólogo t.amlmd Leoch. Jui CrTCO dr UI/I Quarto de .lêcu/o. Nv

entanto. ele pó.l u'" pomo de imerrogarão rto filiai do lílulv. Não per/.lO que o poli/O de itlll'rmifaçiio ainda sejuJlifiqlll'.

uach gra,'ou as .luas canferênciCl.i 11111/1 esnídio si/lUldo em &)//drt's. 'lOS Cal',", do Broadcasling House. como .fi:eram IOdos os mllros cOllferencistas ai! há muiw poue(J lempo_ }olm Keegon,

1

Page 8: anthony giddens - o mundo na era da globalização[1]

t"J1t!t:ialisru Ihl hi<tflria da guerra. fl'so/"I'u dt'!i~ill"st! da lrodi­çdQ f' fal(>U Mron/t' uma alldi~nd/J dl' ptlSOOS t:rmlfdadllS paro o ~t'irQ. Cada cmrft'rlndu acobam numa USl"O dt pt!rr"Tlro .. t'

TrSpoSfru. FQi wmblm o [OmU1.trJ uduplodo paro os ",m/rru confi'­""cio .•. mas qurbrou,sl! lima outro rom'f'''fdll. fH,is forom os pn_inu COI1/trlnC/o Q st'rcm grol'/IJas 110 twron~t!iro. A pri­meiro I! 11 ,iI"mo ut'lus - sobrt o 8'Qbnl;~I'fii" .. <ohft' a dt'mC1-rrcl('IQ - !,,,..ml xru'udfJ$ tm Londrts. As q"" III'f'mm (H/r (UM o

risco. Q rmdirlio t' Q fumi/io fomm gmmrllu f'm !I/ln,: KtmJ.!. lhUu r \l(uJ,m,r.:lml. A rtSposlll fOI 181rnlllll'III1' \';8/10"" "'/li loJO:;

.... /r. 11I~lIrr'·. Ilf'lfI I/llt' 1(111/0 dl' a~rflll("('('r fi lono. IJ.' IIU" 1/lfI!(I­mm ptJrtt' m,\ ,1,,0011'$.

Tum} .. :", q"l'l1I u.crodt'ctr Q lO/Im lU prmXI< qut' c,mlril>,,(mm

paro" df'lttJlt quI' lU conf..,;lIcifu I"fJ'VIf"/IIl"II "" ''''t'mn t. qUI! Jm .. "" a Im."." {'.('ollrida pam ',.,UiH.",nr ",',,,,r "m dtOOlt <,1«­ImniN' ~ltm.". um d<'lJi"r q"r Im/til fI X/nI"'/'~I'ff;" r,,"1(' I<,mo.

"'pW'N:tmm com<,ntt'lrlQ:I <' cril;nu Ilr """"<'1"/.' ,"'H'IU.<. d<, loJOS

/lI mnhlS 110 IMIIII<lO. '"-sl'<,ro I/U<' IIIr prnlt"'m IHlr mio IIIHier ,n­

IHmdrr mll"'ulul1/mrl/lt flJ llfin"i/f;lit-x 'I"" fi:rmm ,. 1J1 a""idas q(lf~ /tnlllW,om

A r/ooomff;o dll.f ('fmjrrhlrhu 11'1'" ri,· "","u' ,,"m I) "nl'OII';­",r/110 /lIIIIIiI 11111;.' I·"'''·f,,/II~ d,' m lll '(". fI.'.I,''''''. 11..- IJllais fico a tlel'r, ({Idas ,}r hllo.1 II/...,"\"<ldlll". {;," <"'1"''-;11/. jI/W/lrill dI' //IN,­

("(mm,- J(lm<,s 110\,11'. cm",y,ltul"r 1/" IhdlO 4: Slr Clln'sto/lbl'r

lJIII/II/. f',tSl.ll'"r<, da nnc: u p'IH/I/II,r" ./11 s~ril'. GWHIt'lh

\\illwnn: Clwr/<'J _ç/I(/i'r. Sm;1II Pu/ri, Gun' !l1I/II'. MMk R,lford.

\f"r.\. Smllh.lfu,i"" Grun"'HHI. JI"I"'1 Abmmsh, Sm' {."mu. Ita,'\' Dm"a~<,r. Shtila O"n.. <' ... "~Uml<,~ m<'mbro_1 da <'q"ipo IIt

p"Hluf'lfl JII BBC: {' :I uprrltl1ludarn du IJIJC - MtI"'"n Brogg.

Mutl Frri. Ma,'\' TI/fi,' <' Bád~'t"1 Kelldlllf. 1/'11' fi:tro ... um troba­Inu t..Q;el .. nI<': "'mlu F.m/. ql/i' aJl/aml de dil·tr<a.I formas; de

<'nlI'P as ~swas P<'''i'"UIlli'S à Londoll School '1 Ewnumics: An,,<, dt S<n'rah. Dtlllst A/tIItl,. Mlnc", C/crI.. '1"e ji:emm um "prim" lrabnll/o <J dllcti/osrllfnr r n ,,,,<,/Ulllr /, ma",tsrrilO.

"

Amundo G<xxIall. Alison Ch,~<"". Chrls FuUtr; F,CNI/1 Hodt$on.

Buns HoI:er e N~~" S""P'MI. P,IOI cons<,lnos e pelo apoio. e"/lU ,Jpn:ioim<,,,t<, 8rolO a Ali'/W lAden .... a. IJal"id Hefd leu

u..- diferrm,s ~.,,.,&s do monll.fCruo , fe: ."Úrim com,mário$ I/ICIJ"'OI_

Anthony Giddens JI/llho d, 1999

"

1

Page 9: anthony giddens - o mundo na era da globalização[1]

lf\;TRODUÇÃO

.. o mundo estli \I \lpro~imar-st' H:107.menle do fim,._ a5sim o.lis.:;e o arn:bispo WulfstLII. num ~nT1âo proferido em Yort. no ~no 1014. N~ lempos que eOlTem. é fácil que haj~ pes.was a pcnSo1rcm o mesmo. Será que as espcr.mça.~ e as angü~ti:;L'i de euo.l~ periodo niló pa.. ... <oam de mer:l!i cópia.. a papel químico da. er":l.S precedcntc-.1 Este mundo em que \·;\crnus. no final du 5&'ulo xx. <cru r,,~lmcnte

diferente do que fOI em OUtr.lS épocas'! É. Temos boa\ r~cks. 1'lllÕCS ob}«tivas. pant p""-<õ3r que e~la­

mos a \,j\'er um período hlstÓlico di: tr.lII~ição muilu impon:mle. AI!!m do mais. a.< mudanças que ~ ar~m n:lo est:lo conlinada~ a nenhuma I.ona do globo. fru:em-se sentir um POUl'O por loda n pane.

A nos.o;a lÍlOCa evoluiu sob o Imp;iCle d:I ei~ncin. da 1\."I:oolog;a c do pens.amemo rnclon.ah"t:l. que ti\er.llTl origem na Europa sctecen­ti5U e oitocen1l.Q!L A euhurn industrial do DCI(lcnte foi moldad~ pct3.!i i&'ias do Uuminismo. pelos escril~ de pensadores que rejei ta­v.un a influ~ncla d:I religião e do dogma. t quc. na pcltica. queriam ~bstirui·los por formas mais r.tcionais de tl1C3r.IT li ,'ida.

Os filósofos do lIuminb"Illo serviram-se de um p=ito simple.. mas apan'nlcmc-nte muito poderoso: quanto mai.. capalcs formos de usar a r.l.Zào pam entendermos o mundo e pam nos enlCndCmlOS a nós próprios. 01.11<; C".Ip:u:es seremos de moldar li Hi,tória à nossa medida. Par:. controlarmos o futuro. é neces.Qriu que DOS libenc­Il105 dos hábitos e dos prttonceilos do pau.mdu.

"

Page 10: anthony giddens - o mundo na era da globalização[1]

Karl MIL/"~. cujas id<,ias devem muito 1111 pensamentQ iluminista.

ç"põ!< I) cOlICcilo fk r<Jffilõl muito $jmple.~. Para fazermos a Hrnória. SU5tenta\1L temos de ~ ... mpn:cnder a Hi~6ria. Graça.~ a csta noção. Map. e o manasmo th~ uma innuéncia U'l'mend:o no século x.x.

De acordo com ç~ta vi~o. com \I de ..... nvol\·imentu 'ucl',,-~i, ... da c,~n,ia e da tecnologia. (I mundo tomar-~·ia mais ~tá"el c mal' ordenado. A ideia foi :lcei!e nN!srno por di\'('r~ pen~ad= que iIe upunllnm a Mau. O rornancisla George Ol''' .. cll. por exem­plo. aluev;u uma sociedade cOm demasiada csr"bilidade c prcvisi· bilidadc. na q1131 ItNW< as pessoas ~c IOmariam ~i!11plcs pe(,:3S de uma V<l,W máquina CCOlH.ímicu c social. E :1~onICCCU o mesmo ~Y1m vários pcn~ad"rc~ ~ociajs. CQ11l0 " ramoso ~ociólogo gemI;]' oieo Max \Vcbcr.

ConHldo. o mundo em 'IDe agur~ vivcnW'l$ não ~ p.tree" mUHO com ;>quclc que foi prt'Vi,!O. nem \I \'ellll)l. l"t)fflll lal. Em \u <k c~!ar cada 11.'1 l1lai~ domillado por 00" pru1'CC !owhncn!e ~>.l'o,'Uro­I:lUn - UI1I muoou 11r.'1l1o Un al'CSSO, Além d,,~o, algumas da.. 1'1l7.Õ<:, <.JIIC lCI';l!':lm Q IloIncm ~ (lCn~1r que 11 I ida !oi! 1'lfTlana mais c~tá\'cI c pn:\I~i.c1. Incluindo os pruGr~ .... :o.I'" lia e l~ncl:ll.' da tecnolo­gia, !1\Cr:lm por I'C~~ cfCIlO~ tOl~lrnCl1tC Ojltl'1\" AI l1Iud:mças do climõ1 e \,,, ri.....:c)~ que tt:ll1sportam ~"INS(l, ]l0l' c~clllplo, re~uhmn prrw!wdmcntc da,' nO."a~ 111ter\'C:IIÇÕI'S 11\' 1111."" umbiente, N50 )50 fcn(imcnu, l1:ttur:lis. É incI·it:'vcl 4uc a dêm-ia c " t~'(;nologia te-1Ihm1l de c~t:tr cn,'"lv,das n:l.~ tcmativ:lS que fM.clIlo. de enfrcmar O!> n>.l·'" amb,entais. lO ..... wmbt'", IClllO'õ de re\.·"nh~'<:cr que IImba.~

ti"'r:lru p~pé" lmponllJ1tC!õ na origem de 1lI111!1)$ dcle.~.

Enfrentamos ~ilu.H;iíe, <k nS\.'Q. de que o "'Iuccimcmo glob.al t ~P<'nJ.' um c-'l:l1Ipl0. que nenhuma gcrnçào :uneri,1I' tCI'e de cnfll'n­tM. MuitO!> dtl' nm,~ riscos c illCeneza,; afc:ctam-IIOS qualquer que ...,ja o Iusar em que ,·i.'amos. pOuco IOlponando 4l1C sejamos prh;­kgi3ÜQo. .,u po:.'11cncenh's às classe> mai~ Ue,r9,'OI't'Ciua." E.,tâo rela­cionados com a 1!!1 .. l1ali/.ação. CS!iC conjumo de tnlnsfonnaçôes que. nO ,~u todo, constiruern a rJzão de ",r uesl<: lil'ro. T~mbém 11 ci"nci~ e ~ lecnlllogin !;C estão a globali~ar. J:j ul!!u~1ll cakulou que o numero de cicnti,ta.~ ;l. traballmr nesta :llt\lnl é ,upt!rior à totalidade

16

dos que uubalharum dumme lod:l a hi.tÓria da c,~rn:il1.. Mas 11 globa­IizaçAo t um fenómcno dhl'T'iilkado. lem 0lJ1nlS dimen5Óe!;' I".'>ci a U'all:l' para " riballa {lU1r.I..~ fOl"lll3S de nseo e OU\':lS in""~/"",-"- em cspeçial a,' q= -t ,dacion:un com a C('Q!IOmia elccl1Ól1ica glohal. ela prórria de criaç-do muito recente. Como acOntl.'a' com" ciencia. também neste ca!iO o ri!lUllem uua., rac~. O n'\CO C5Ú C5U'Citamcn­te hlfado ~ l00''ilÇão. E el[is!e St'mpre a tcndo1nc,a parJ" minimi/ar. o enlace acti~u entre o ri!iCO finance,ro c n risco empresarial t ;1

\madeiro loromoti,,, da globaltl.;u,::io llu «onl1mia. F.'tumo~ 3 a5<1_l1r a um llHCII~O debate: em primeiro lugar.

procura·!>!: ddin ir o que , ... entendI.' por I!luhaltl.m,ão c. depoi_. <C

se tl"Jt>l de um fcnómeno 1101'0. Iiqc debate é :maJiqdo nu Capítu­lo 1. pois tn1l3·lte d ... uma que\!J,' b:l,t;mtc mai~ complicada. M~~ Q'> dado<. do problema '<lIo. de faclO. bastante c111ruS, [k uma m:J.llClrJ muito profunúu. ~ ghob:lh/ação c~t~ a !'CC(trulUr.lr as rIO$­

<.:I~ rorma~ de \'I\cr,11 d1l'lgid3 pelo Ocidente, c_ta profumhmcnt ... marrau;! pelu poüerio pnliucu e ~'Çonóm,co ~ L~tados Unidos d:, Amél'1ca e :uT;\SCl com ela C(>fl.'\C(llIências muno dc~'l!u:t", Ma.~ li

blobali/"I(,~o n;;" é a~na., uma quc~tllo dI.' dom,mo do Ocid .. nre <obn: o re~to do mundo: alecra tanw os E.\ratlu' Umdo<õ COlHO O~ Outf'" pai..."

A globaliução t~mb(l;m ar~-.:r;. 11. ~ill •• ~vrn:nt~, 0.13 n\C.'01~ 1'01'­

rn;, \lUC dctcnmna e\cmo~ que ~ p:\.(smn à escala planet:'ri;,. É pvr is~ que CSle livro indui di ... :u,w." 1I.I:lTI!!I'da.< 3C~lTa d~ ,~llualida_ \11: , li" e:L<o,lmcmo c da familia. Em munas p;me .. do mundo, :" mulherc~ estão a c~lglr m;uor autononl1ll. ~m rel3(;ão 30 p!l.'isado C H entrar no mundo 13boraJ em grande número. Este,> a:;pc:ClU'o Ua gln­b:.hzaçâo !>ào relu rncnQl. wo ImpOfUllll"'õ como os qoc :úect:un o:. mercado!;. Contribuem p;1f:I o JlftSS e pat;l ti !ensõc .. que are.."IaIlI as maneu"",, de 1-;1""- tntd,cional~ c ll5 cullUr.lS da maioria da:; re­gi&'\ do mundo. A ramíLia trodicionaJ <:stá ~",,-:Jtla. ~~Lá a mudar. e lai mudar :und3 mais. Outra., U1ldtçOCs. como as que têm a 'er com a religião. tambtm e:;tâo U p;1'>1oi1r por tr.ut.~rorrnaçõcs de impor· lÚncia enorme, Um mundo de tnldiç6es em dc'OluTUnamemo ali· menta o rundamentali.<mO.

"

1

irochinha
Realce
irochinha
Realce
Page 11: anthony giddens - o mundo na era da globalização[1]

o século XXI <ert I) campo de balalha em Quc I) rundamcntalis­mo '\I: \"2i defrom~ com a lolerllncia cosmopolita_ Num mundo em ~>O de Jlobah~lo. em Que a transmbslo de imagrns am.vês de lodo o Jlobo se lomou mtineira. estamos todos cn COIItactO

~lar com OU~ que pensam de ma/lClra direrrnle. quc "Í\'mI di!' maneIra d.rmmle. O:. cosmopohta.~ louvam e adopIam I:UD. cumpk­:Ilidade l"llhwal. Os full<lamentalislllll considenm-na pc-r1urNdon e pc-rigosa. Quer se tr.lt~ dr rd igilo. de itk!nhda!k étnica ou di!' nacio­nah~mo. n:rugiam-se nutn:l trne!lç'Jo n:1IOVlIda c ponfkada. e. quan­L:I..~ ,·C:~CS. também na ,·iolência.

Podemos alnnt:nlar rundada.~ c~pt:mnças de que o cr,.;mupolitis­mo "".a ,·cnc«lor. Tole,;;nc,~ da di'-c!"Sid.1de cultuml c democracia ~t30 mlllllamenle relõICionad.:L~. \"I\CI11O'1 numa éptlCOl cm QUI"' a dclOOCr.lC'~ t:SI! a C"SICnd.. .... -~ a lodo o mUIIlJ". A pob;Ilização eo;l.;Í

por detras dc.wa 1:1 pall)ão da dcltlOCr,..: ..... Ao ITIC'tmo lmrpo. e p;:ua­dou.hncnlC. põe a nu oc: hmUd das GlrutUr:l.\ rJc-I1'IIJ<miUCõl.~ que TIO!'>

\âo.l ma.) ranuh:lt\'\, nome;adamenle 11.\ c..trulurn~ da drmocTlllCi:I p:ui:unentar. TcmI.I$ de: dcmocrntll.llr aind:r 1112" :n t'StrufUrn.~ j! l'.~IQenle-. ~ de I) f:ver de forma :\ "'fIol~r às e:lll~nCla. da era t:1oba1. Nunca con~UlTl:ll"IOl::\Cr flS tklllOS da IJo...'" prúpna históna, mas é ohn~õltório 'lu,: CIIC"nln:nlO( IX llleUIS. e lemo<: capacidade pam 1\"". de colocar C~le IIOSSO lIIulI,l!) ~.tcs\":rirnrlo .. n" rumo certo.

"

GLOBALIZAÇÃO

Tenho uma amJIl3 que ~UIb a I'ida romUfllUna na Áfrn:a Ccn­uaI_ lU algum ann<. "5.101.1 pc-la pnmc:w I'CZ uma ~ão mnotll.

onde queria çQ(l)ClÇaJ" a rua U3ba1hQo, lk campo_ 'lo dia da cocsa­da. rQi corl'l"ldada para um;o fc:<1a em ca.u de uma familia local. FoI. 1\1 ~pernnç;a de: Ibcobrir qu:üQutt ~'OI;.;a <oOte a rOl"m:!. de pa$SM o tempo daqucb r:omunKbdc: • .aI:Ida.. Em ,u d.sso. ludo se resumIu a \'t'r o filme: Bll.Ji(: IrulUICI Dum "kko, N~ ~hur:l.. o filme :1Ind:1 nem Kqoc:r c:!ou,-a Q -er exib.do llO'I CHlt'mas de: Londres.

I$IU $lIU3ÇÕCS TC\'eliun lIualllucr Wl\l1l1Ccrca do mundo em que ~"emo, F o que !"CIciam n30 lem nada de tfilial. Não ~ mlla npen3.~ de 115 pessoas inclufrem apan:lhagcn~ Inodem3.~ - vfdCO!i. tclc,j..on:,. c"mpuladore~ pc~o;oais e coisas do ~éncru - na MHI.~ lI1:111elr:l.\ habnuais de vi,er. \~'el1lO1> num mundo de uansfonna­çõr:,. que afttl3m QU3.<õe !lido o que rnLemos. ParJ o melhor nu para O pior. csaamos li ~r cmporr.idrJ". f'õIr1I uma ordem glohal que II.Ind. nlo cQlTlprcendem()~ n:l ~u.a 100alid."1d<-. ffi35 cuJO!' efeilos já. \e f:ll,em

scnILr em nós. A pala.ITI .. gl0b3hzaç30_ pode ali! nem ser mUIIO clt:j!;mll' ou

IIlXli\";L M.u 1UIlguffil. lIb<.o1uumenl-l' mnguém.. qtlC pretenda pro­&milr nN~ final dc: século • pode igllOfllL Vou mui...", \--ezcs ao I'SIr.Ulgcl!O fuer l'Ollfefinria..\ Kestec\ ItlI"Ipos mai.s reccDIC"- nkl esti"e .. m nenhum país em que • globalizaç-lo n;:in e;.ti,esse a M'r discutida. Na França. a palal1':l é mlNuJiullM1/1/N1. Na Espanh:!. l' Da Arnrnca Launa. .~lobtJfi:oción. Na Alcm~nha dl~J;!"I11 x,obalisi .. nIl16·

"

1

irochinha
Realce
Page 12: anthony giddens - o mundo na era da globalização[1]

A di' ulgaç-.ío da pala~ra por loda a parte é a lI\(!lhor jl1(I\'a da C\'Oluçllo que ela ~PR'scma. Nenhum guro da gesliío a di~pensa. Nenhum di5C'"W poUJico fica C(llllplelO sem se referir a ela. Contu­do. au! finais d05 anos 80. o lenno quase não era usado, nem na htcr,llura :JCadêmica nem na linguagem corrente, I\parcreu nào '«'

sabe de onde. parJ chegar a qUlI.o;tl lodos I)S ,ílios,

Dada e~ta popubriuade súbilU, nfio ê de surpreender que o sigo nitieado do lermo nem ~C!l1prc seju claro. CO!110 n;lu d""emo, ~tr.lnhar qUi.' hOll\tt<-.c unw real'I;ào intelectual conlr.l ele. A glob.!· lilólÇà(llem alJ!:o u vcr com a tc,,'iC de que agorn \1\enlO~ todo< num UIU!;TO mundo, Ma.' !;TOmo. ellllCt:nnente? E :.er:i li i<.kia realmnne \;ihWi~ No, <.kbalcs que irrornpcr.lI11 IlCSIC.' ~no<; mai~ rcccnlc~, 41 l:oncCHO de glob~hl.:IÇnO ICIII \,du definido em lemlO'> l'Onlrlldiló­nO\ pUT div<:~ pcII):ldorc.s, 11:1 quem renegue lota1rnenlc o COf\CC\·

to, i\ C5te~, d~rci o 1l0UlC (le c~lltlCO', Do.! a~<)n1(\ L'mn ,,~~.!p\l~O" 101.1:, C,ln conll:r~n acerca da glohah·

IJçãu nJo p.~~ disso nlC~mo,,Jc COI"cr;.,~, QUJI'lIUCr \.Iuc <cjam os

<o.'U~ b..-ncfTclO<;. pn."ICUpao;iJ .. " \lU dificuld:IIks, D ec0t1Of11ln tlob;tl nã ... fé a".m t;lo direrente da que c.li~tla em p;.'TÍndu" Unlet,:etknl .. s. O mundo cOttllnu:t o nlC\!UO, ~"'lá ,,,,,Im t1c,;tle há I11UI10\ mlOS,

Pan:a a m~IOf1;, t.lo~ p;lí<oCs. urgunlCll1am l'Jl; e~ptlt'M, () cum&cio

.. 'lemo repre.cl1tn npcnns uma j)C'll1cn;t l)Cr~ent,IJ!em do rendimen· tO n:\Ctonn1. Além di",,_ lima boa pane das lrocas CeOIU~l1llCU' é feIta ... nlr~ regiüc" ~cnt impllenr n clmlênda Ik 11111 'cmadeiro ~'~Icma de comérc,n a nívd l1\olKliaL Por exempln: a Innior p:u1e do comércin 0,10,. pai-c" da Um:'lo Europeia é r~lta .. ,<.m ,)'\, nUll'O'> países tn<::tnl:>ro!;. O mc:snlO SI:' pot:k t1il<::r t!e OIllf05 bloc~ eçoflÓmico:-.

como ()!i da Ásia·PacíflCO ou d.a América do Nnrte,

Há uutrJS pessoas que adop!nm JlO,i\-oo mUlto diferentes. \klu chamar·1hes radicais. Par .. os r .. dieais a ~lobaJiz:tçAo é um facto bem I:nl1Crel(l, cujos efeitos se fazem st'nlir JX>r 100":1 p~ne, O mero cudu l!lobal est:!, segundo eles di/.em, muito nmi~ desenvolvido do que e51a\'u em e'poc:l..' ll:I:enles. nos anos 60 e 70, JXIT e~emplo. e é' indifcrc11lt' :h rronteims nacionais. As n.w;f.oes pc:rderJ/ll UIl1lI boa p:u1~ du -.oberania que dellnham ... o;; polfticos pctdcmm muita da

SUa c-"P""id3lk de inJluen6ar os acot\lecimemos. N!\o surpreende que os ~'políticos já Dlo sejam I\'.Spcn3dos por ninguêm e que exista pouco imCl\'SSt: em relação ao que ele" têm a di7.t:r. Acabou a

er.l do Estaoo.naçJo, Como dis5c Kenichi Ohmae. " auto!" japonb de: obrnl; de gcstilo. as naçÕC5 tornarrun·se meras "ficçÕC:s~. Os autores da linha de Ollmae consideram que a.~ dilí('uldades JX>r que passaram as l'l'Ul1Omias lI$iátkas em 1998 demon,trJm \.I"e a ~loba·

lização é uma rca.Mad!:. embora ViSta do lado deslruthu. Os ttptico' temkm a pt:rtcnrer à ~uerd.a política. e<pecial·

ITII'nte 1 \-clh:I csquc:r4a. Para eles. no esSl,'fI('iDI. 11 idcia não pasSll

de um mit, •• li" l!0\ano< contmuam a ICf capacidade para conlro­lar :I "ida ceonómll;a e manter mtactQ5 Dl> !1endfciQ5 do Estado·

.pru,'id~rn:ia. De JCOro<1 l'om ." céplleu<'. a ~loh3Ii7.ação é uma idei3 po<:tn :t correr pelos adeptos da liberalização do eumêrcio

que querem de'trolf 1>\ <i,tema.' dc <.c~urarlça <l1<:ial c diminUir O~ 83..~to< públieo$, O qu ... cSliI a acontec('r i um rc~rcsso :1(1 mundo de fmal' dn <leulo \'I:'\: . ,'m que Jd C\;,tIJ urna econnmia global.

com gr:lOde~ volulT1CS de romérci(l entre OS rai~-" incluindo n ... • gócio .. com 0.1,\ I~'

Bem. ~tc Ikoote quem ê qUt: C'ití tio IAlo Wi r:I7.:io~ Pcn .. " \.lu ... ~,o<. radlC:U<_ O ~'oIunlC: do comércIO cl1cmo de ooJC é <upenar ao de qualquer pcrlotlo ;Ulteriur" abrun},'C uma !Iam:. rnuitu mnl" C~l~n'>á do: hen. c ~f'\' i'iO'l, Ma.< a maior diferença rctl~\(\'~ a nível rm:U\ceiro e nos rno"lmcntU'> de l':lp\lai ... Ahmt!mat.la pelu donheim d,-..:tn'imeo

_ i~o é. dinheiro que só existe romo informação digital nos t.liscO!! Ih. computadt.Jw. - ~ «()OUnt;a t.lo mundo. rtunl não lem paralelo com li das fpDCaS anltriores.

I\a nO\":I C(.'OOOml:l clect1Ónio glob.:ll, ge~lore, de fundos, b~n·

cos. empresas. sem e).ljuecer miIbões de: in\csudores a lÍluln pc" soaI. podem tr.lIl~tc"r gr:tnd~ soma.< do! capllai~ eom o §imple~ c=~ar num botãu, F.. ao fazê·lo. podem de:;est~bililar ~onon1ins

qu ... pareciam sólidllli como graIUtO - como acontITeu dur~nlc ~ crise asiáti('a recenle

O \"ollllIlC das \l:lm.:lCÇÕCS financeiras mundiais ê habjtu:llment~ metlit!o em dólares :uncriC:llIOS, Panl a m3loria das pessu:L'. um

irochinha
Realce
irochinha
Realce
irochinha
Realce
irochinha
Realce
irochinha
Realce
irochinha
Realce
irochinha
Realce
irochinha
Realce
Page 13: anthony giddens - o mundo na era da globalização[1]

milh~1J de dól"",,~ ê muito dinheiro. Medido cru montes de nolas de 100 dólares. aling~ " alturA de vime ccnlfrneltoS. Um biliâo de dólares ou. por OUtnlS palan'.L\_ um milhar de milh~. Wtr.lpaSS3 em atrura 11 catedral d~ S. Paulo. em Lorldres. Um trilião de dúl~ - um m,lhlio de milhi:in - ultrnpass:ula O~ ]93 quilÚTnetros de altur.&. VII -eja. rT\:Iis de ,-imo: Vl"l~~ a al1itude medida 00 cimo do monte E_·creste.

Ma.~. aclualmenle. os mercado.~ finarlL"I::iros glubai~ movimentam ma" de um lrilião de dólares ptlr dill. Ú um aumento mati\:o em rdmji\o ao<; finai~ da dél'utb de 1980. i\C 1I\ (ulurrlll)lj de unos m~s dl«a'I(e~. O valor (lo dinheiro que tem\" nu 0010;0. ou n:L~ nm~:.l~ lvn13~ banc:!ria~. muda d~ mumento ~ momento. de ill:UrdO com as nutuaç"'C, l'egi'1Utl:JS nestes ffiCf"CII!k>'i.

Pur conSl.'SUlllLC. cu diria M"m hesitar que a glubali7.ação. tal «Imo cwn~ a \'1'~·la. a muit~ rc<;p.'lhl\ nliu é apcna.~ uma roi"" 1I1I\a. é também also de rc.olud.,nário. Porem. crell! que nem os c:tphCO$ ncm ~ radIcai, eOtnJlfCCndemm 10lClrJmCnlC o que é :I

1l1ob.11" ..... Su uu Iluai$ !i.'\o a~ ~uas ullphc"çôc~ em n:laç~ ih ~-sas \ida.,. Par.! ambo< O<; grupo: >;\- Irala·se. amc.< de rulk>. de um fenõmc_ 00 di! MlUrw..a n:onórnic3. O que é um erro. A g lohah,a~·àQ ~ pohlica, tI."CnoJógie3 c cultu'J1. ai.:',!! de econÔlm.·:t. ,\o.:I111a de IUdo. tcm sido innucnciada pel" progrcs.<;o 11\), .. , tcm:IS de oornunieaç~n. regi~mdll li partir <lo final da (!éc~da de 1960.

F.m mca<kx dn <éçulo XiX. um pinlor de n:lrallJ~ do MiL~~achu_ .clt!. chamado SanlllcJ Mon;c. lr.'"Mlliriu a primemi mcm.agern 31r3\"i!.< uu telégrafo el&:!nCO: «Qual é a \'(lmullç de Deus?,.. Ao fcç-Jo deu ,"feiO a uma nova fase da H"lória 1111100;31. NUOC::Itinba sido e",,·i3lb uma mcrua~cm ~m que: uma pe$~' a U":ln'l,nnaSI;C 30 <,eu de)tioo. !'orém. o ad\emo das ooml1niellÇile) por S3télill.' n'prr­

~llIa um:t ruptura da rncsm:t dimc:ns.'iQ com o p:t.~<;ado. O primeiro ~ue comerei:tl foi lançado em 1969. AgOl1l há mais de duzcntus de,te) slI.TC'litcs em órbita. cada um carregado 00111 uma I'r'IOIlIle

di'ersidade de: inrormações. Pela primeira vez n:t Hi-t6ri:1.. podemos cstabele.::~r ,·omunicação inMantânea com o oUlro !;ldo do mundo. OUtroS tipos de comunicação elcctr6nica, clIda vez mais integrados

oom as O":UI5mis~ ,;a satélite. tem acele:roldo u evoluçào !lOS ano< mai~ Tel.'ettIe$. AI'; final da dklldu de 1950. Dão e~i5lia ""nhum cabo directo InUlSatlãnnoo OQ InUl5paçffloo. O pnmeiro Inmsporta\"a meJlO'> de cem comunIC<IÇ ..... < çlmult.\neas. Os actua!~ tr.ln~por­

tam ma;) de um milhão. A I de Fo:-oat'iro de 1999. terça de ISO ano~ Üt'pois de Morse

ter in'entado o !ocu sistema de ponlO~ e IT3ÇOS. o Código MUNe. rnquanto meio de eomunkaç50 no mõlf. de..ararer:cu finalmente da cena mundial. RI! sub,tituldo por um sistema que ulih,.a B t«'llologiu 110'< ~1~Hi!5 C pennilc localil.Uf lIlu::diatamcnte qu~l· quer navio em perigo. A nuio"a d!)!; pafscs prepill"l.fll a Imn~ição com alguma antecedência. A Fmnçu. por txemplo. dcl :\ou de u,ar o Código 1>lorsc Il~ agua.~ eoslcir:u cln 1997. de'ligando-o com um floreado IIplcamcnte llau1es: _Atenção :I todo~. Esta é a nu~~a ulhma eh:ut13du antes do "l~nclO eterno."

A cvmun'ClIÇõÍO eler:ltÓllica in~\3Iltflf\t'a n3n é apenas um m .. ,, ' de lransmitlr inrOl"1l13Çlk~ oom mõllOl" np'dcz. A \Ou a;stência Ml!e· m " prúpnn quadro das 110<S3!- \ lda.~. ri~'O< ou pobr~. Quando a nnagc::111 de: Ne:I"I)fl M::mdcla no< pode ser mah familiar do que;l do ~lIlnhn que mor:I na pofU li\} lado da 1lO!'!i3. ~ porque qualquer COI"l\

mudou na ~ \ ida l"OrTCllle.

Nd«m Mandela ~ umu cddmdade :t. nf"el glob~1 o: a cdcbrid~­de é. em grJDdc pan.!. o produto d" llu .... J tecnnlogla d3s cumunica­~ ... ""\ O ak.'lOCc das nl.I\':1..' t~'Cnololl iru; de oomull1caçõÍO 3ument:! oom cada ''*ga de 11lO\1\ÇÔCS. Nos ~t:!d\:r<. Umdo!:. 3 rádio levfHJ qu:lN11t:'1 anos par~ allngtr O<; cmquentll milhi")o,,, de omimes. O mesmo numero de pcs~ U!hl\3 tJ comput:'ldor pc.";"I(lI. llpcnas qullllC :IDOS depui .. de 11 máquma ter sido In, .. nlllda. Só for.un IRCi.._ utt.< meros qualrl,l illItJ!>. pura haver cioquc:nta milhões de amc:riClJlO§ que u.;,am a Inlernet com regut;m(bdc_

t um rrro pcnsar-.c quo: a glo1;Jalif.1ÇOO 56 diz ='p"ito aos gr.lJl­dei stltcIIlOlS. l"OlTlO a omcm flll:lIlCeir:l mundi:rJ. A gIobalu.a.,-ão nfu) é D~n:l'i mais uma 001.\3 que oo:aod:t por a{.·, remuta c afal>1ada do individuo. Ê tam~m um fcn6meno _interiOOo. que innuenciu aspec­tOS íntimos c ~<;Oais das nossas \·idas. Por uemplo: o debate que

1

irochinha
Realce
irochinha
Realce
Page 14: anthony giddens - o mundo na era da globalização[1]

dcçom- em muitos paf_ :.cerca dos ,alores da ramília p;=c~ t~r muito f'Il'UCO a wr oom as inO~ias da globalizaçikl. Mas tem. o,.. .i~ma.' tradicionais da família estão a tr.m~rormar·se. ou estoo sujei­tI)!, a grnndes telliiÕcS. em dll..:,..;.as partes do mundo. em e~~al '<entpfC que as mulheres e:o.i~em mlliO!" iguaJdoo.:. de dire;tO!o. Pelo que S<lOCIII()'; atmvés dos ~gistO$ histórica<. nUnl';) huuve qualqu...--r ~ .. -d:idc em que :I!\ mulheres f"~~tIl, m<',l;mo apro~hnadami:m ... i.guais ~ homeM elll dll'l'ttllll. Tmta-sc de ulIla revolllljào giobaJ na vida com:me. cuja.. cUllsequêrocia~ iõC e.>Jác, u fazer semir em toou u mun­dv . .:m todQs 0$ domintl~'. tJo local de tr.Ibalho à poIilil:a.

As.im. há que 3lhnitir que a gk:Jt>ali /.açiio não é um pmc.l:S:;O

<lfllpk .• , e uma rede COt>lplc:o.a dc (lfOCCl'.'O'i. E C'IC' OpclõlnJ de rOmt;! contrndl1ória ou tm oposição aocna. P:U'l1 n tnaiona da.~ pe'­«las. u ~lllbalizaç;;o é :lpCIla.<, U"';' ;. tfoca" dc pexlCT <)u dc inOllên­cí:l. d;,s C'Olllllnidadc. It,ll::tis Q\I d~~ Imçik._ pam a nrell~ global, t certo qu~ I)' p;lises perdem algum do l!Oder cc<)l1ómil'o que \l­

IIltam. M;tlo também M I) cr~ito COlur:\rio, A globali7.:~ nMI '-C

ltmnn a emporrJr pam cima. tamhém pula par:! bal~u. criando n()\a\ pn::.<Õc~ para a conox.""') de ;lUtono'>1i,,~ l'Il::,is. Daniel Ben. o .... l<:i<)logo alllencant>. de.;ct\:\'c muno bem li ~llIIaçlo qU:lIIUo dix que o .. p.1í'C •• e tomam dem"":Kk, jl"'qucoo<; par~ "Jludonarcll1 o< jlml-olenms grJndc~. ma., tUlIlhém dCln~~iadl) gralldc~ pam , .. ulul'iu· narem 05 pmhkm~~ IlCqllCIIO~.

A glnh"tinlÇão ê ~ fllJ--'i" que IC\"J 1\0 re:tparel'imcmo da.< lt.kn!Í­U:Wc~ culturais ~m d,\'<:r'llS p.u1~ (~l mundo, Se p..!rgunt:umos. por e~<:mplo. por qUI: é que ~ E.-.cl)l:':se.s pn:t~nd~nt m"i~ mdcpcntlên­cla no l/uat.!ro do Remo UnitJo. 00 a r.tl..ào da Clti~lência de UIII potkroso mmimenlO scpar:atlSla nu Qucbcque. a ""'PO~t.a n!io pode ser cnconlr.lda apenas n:t~ ""'p:ctivas histórias culturais, Ch IIllCio­nabmUl> locais no~~m como !b!'l}!)W às tendi!n~i:l' globahzan­t<:~. porqu~ o" ~clhos ESlndr"'I1:t1;Oes estão a [":If mnis frncu"

A glul-oalização também ex~rce pres.\~u later:!l. Cna no\'as lona.\ cconómicas c eultur.us. dentro ~ pnr cima das n;:w,~k~. Os cxrml'los .... t:lo na ~8iào tk Houg Koog. no Norte da Itália ~ no Sihcon VltlJe~'

d;t. Calif6rnia, Considcrel11(J) li ~gjâo d~ Bilta:lon.a. A tiTea à ,'O!ta

de Barr~lon3.. nu Nunc da E5panha. CSlcooe--,e p;:tnt lá da fromcirn com a FI1lIlÇ2- A Call1lunh;J. cuja capll:1i é • c,dade de Ban:dona. está tOlalrocnte mtegnv;la na Uoiâo Eurupeia, É UIIllI pane da E.'pa­nh:l. mas n!io dCll13 de olhar para alm. dela.

E,,1aS mudan'ill~ esLão a ser fomc:otadas por uma s€ri~ de facto­re5, alguns I"tnnuruis. outrm de carncler mab c'p.:<:ífieo e hist6rl-00. As inflocncia.~ da economia e~tâo cerumcnte entre a.~ fOn;ll' pmpLd«lnl$. em e-<~ial o sistema linanc.:ntl glllbal. No cntanto. não g Ir.lb de rOfÇas da NaIUI\'/.a. ForJm moldadas pcla tccnol01!,a c ~la difu.o;!io C\lhuroil. bt-m como pcla.~ dcci\(oe!. dn. l!:O'o'mlOS no $Colido <k hbl:r:llizMem c dco;regularem !li re-.pccti\'lIS ecoOOUIla.\ nacIonais

O colapso do t'Ornunt\1tlO «l\tdiL'O ueu uma OO\'a fOrç<! ~ c~ta

evolUirão. pi'" Já nJo c~istc nenbum GnJpo "gmficali,o ti,· pal\oCS forJ do )istema. O çolafXO não roi U1llU d:lquelas coi,:,s que rillha de aconteccr. A Sh,hall1 ... ...., t'."Iplka porquê. cromo. n comu"i~1I1O 100\ iélico I<:\'e de acabar, Até um3 data que L'Ulncidc mais ou nICn!)'; com o mfcio da d&.':Id:I de 1970. 3 anti~a Umlo So\'léIKU c '-'" pai~ do l,c.,tc da Europa CO<nparar.t.m·-.e :11;, Ocidentc cn\ temtos de \a.las IX cre<C11nt.'ntO, A partir Ik cmilo. licanllll r:!pldamcnl" p3l'1I tr.."" O comuoi)O'IQ SO\·icuco. conccntrurnkl ".fOfliU> I\a~ em-1'~S.lS c,\tatais c na IIldü~ln~ ~"Id;!. d::I .\Ou de ler condiçôc.~ jlarJ competir na ~l)numi:1 e!çctr6niea global. Do 1I1C"'''·' m"do que o controlo ideológico c culturul ~:\m:idu pda~ autorid;lIlc~ poHtic3~ oomuniSL:h \;Im~m não le\1' eondiçõc~ de «lIm::\'tlénCla l1Um3 I'!'I" ca de lIÚorm~ global.

O<; regini<t'o tb Urulo So,iêUca e dos outros paísc:s do Lc~IC fOrJm Incapazes de c\'itar a reci'pÇ'.oo 00... pn'8ram.a.~ de r:ldiu ~

tt'le"isão do Ocidente A tde,' isão tc"e influência dirccla nas 1'1:\'0-

lu"õe~ d:: 1989, que j:l foram ch:un:ula.\. e bem. 1[., primclm~ ~n!­

\'oluçOCs tclC\I~t''lLç~. Os protestos dc ru:1 nUIlI pai) crJm vi)IOS ~l", tde'pcctadore~ dos outros. muit~ dos qu~is resolveram lam­bém dcscer à rua p:tra ~ m:lI\ifc~ta~m .

Como é e\ltknle. a globafu:açào 0.'10 está a evoluir dc fOmla imp:rrci:iL c alo SU35 conscquências não s!Io totalmente bcnigllll.~,

21

irochinha
Realce
irochinha
Realce
irochinha
Realce
irochinha
Realce
irochinha
Realce
irochinha
Nota
A informação na base da queda do regime na União Soviética e Países de Leste
irochinha
Realce
Page 15: anthony giddens - o mundo na era da globalização[1]

Para mujto~ po\'OS que: úvem fOr:J da Eunl(l3 e da América do N,me. pareçc: que se: tr:Jta <k lInIa uddentohtaçoo que: causa ~. l'unrono 011. tJ.h'C~ <k uma americanilJlÇOO. visto que os Estados L:nidos ~ ~om a única supnpQ\~nda. que desrnua de pos~ dominante"- eoon6micas. culturais e mili\a~. na onlem global. MUllas das exprtsli>es mai~ visí"ei~ da globallmçoo são amcrica· n:l~: Coca-Cola. MelJooald's, CNN.

A m~lonu da~ c"mpallhia~ multillucionais gigantescas também tcm a o;cdc IIOS 8;1~dos Unidos. A~ lIue têm ",de noutro~ paf<C5 tumt:>t!m pertencem toda< aos par~cs ri cos. n~o exi~tem nus luna~ pobl'l:S do glooo, Uma vi<iO pt'~,i!lli,ta da globali7.;lÇão poderi3 dar a ldela d~ que em gTllndc parte se tn1\a de um problema do N<,II1~ Industriali~õl<ll.l, em qu~ o, rai'>l!.~ em dc.-.cnmlvnnc1lIo do Sul têm um papel dio;crctO ou nào lêm p:lpel IICllhum, O pcs~imi~ta poder .. \'Cr na glub"h'aIi"'" a mancir:J de destruIr M culturou 1000000i~. de aumentar:l..< dcsl,Sualdade5 do mundo ~ úc pi<.1r.lr a MII1~ <kl> ~mpo­bfl:,.:iUi". ,\ gIMah,-õlllJo. di/.cm nlguns. crIa um mundo de \'cneedo­rc:s e ,·encidos. minorias que e-nriqUt:l:cl1I r,lf1ldõuncnte " malOl'la< condcnn"l< a uma \Ida de nnstria e de"-""I'ero.

Na r~aliúadl:. a~ c'tati,tica, ~ l",u~tador:l' A p;lnl: do qUtnlO

mais pobl'l: da popuJ:lÇ~O mundial llCI ~ndimcnto j:lobal tcm vindo a de~~ ..... er. p~,-«,u .lI: 2.3 por cento em J ')K') pMn 1.4 por cento em 1998. Por outro bdo. li propor"Jo obtida pelo \jllilllO dos umis riem. aumentou. Na Ârnca no ~ul do Sara. há vinte pnrse~ em que. o n:ndimc:nto ~r Cllpt/Q é inferior. em temlOS Telli). ilO do fin.:ll dos anos 70. Em mUItos países menos dc.'iCnvolvldos. 0$ regulamentos de ..e~ur.uM,MJ e tkfe~ do amniente <:;1> I irtualmcntc 1I1eAI,lenle!>. Algumas empresas tr.lIlSOaciOnllis "cndcm-Ihes produtos SlJjeitos a re<õtnÇÕe'õ 011 banido!; nos p:úse~ indu~triali/_ad<:w r:lrmacm- de haila qualid:lôc. pc!)tici~ Ueslrutivus 00 cigarros com altos \eORS <k ak::urao e de nieotin:L Apetece dizer que. em vez da aldeia global. e~lllmo~ pernn ... uma pilhagem glI1OOI.

Juntamente com os riscos ccológicos. com os qUai5 está relacio­nada. li desisualdade cada vez mais acentuada é o mais grRlt." do._ problemas que a comunidade intem~ci()nal tem de "nrr.:nUlr. Contu·

"

do. n30 cbcg:l pôr-IOOas as culp3S nos paIscs ricos. Para cu ter razão. é De«S-~0 que a glob.ali7..aç-:io em CUI"W só em parte 5eja vistll como uma Ot"identalizar,'OO. É certo que "'" paí"Cl' ocidco\llis. e mais especifiC1UTlC11'" os pal.'lCS IIlt1u.>.Uiah7.ados. continuam .. ter mais in· nutnci .. nas queslÚC:S mundiais do que os Estados mais pobres. Mas a glob.,lizaçãD é um fellÓmcllCl c3d;! \e7 ma; .. descenlr.uil.:td<, •. q ..... não e..'\Ú ~ CQnlmlo de nt'nhum grupo de nat;ôe5 e ainda menos !iob o domínio da!; grandes comp:!nhia~. ~ '\Cus efeitos razem·se $C11Llr tnnto 00 Ocidente como em qualquer tlutru pane.

E isto é verdade tanto em 1'l:1:IÇ~ ao si~tem3 lirmnceiro glnhal l'Q1l1("l à.~ mudanÇlL~ que are.:tam a natUI'l'~)l d .. pTÓpria jo!overn:lçiio. Poder·')C·ia dizer que eslamos perante uma _colOnização ao comr.!· rio~. e3d:! "e1. mai~ e>·id..'IlIC, A ~l.lloni';lÇiio ao nll1tdrio qucr dil,er que ha países não ocidcnt:us que e:st30 11 innuenciar o CUr<O d~ IIIroJ\lccimcnlO< no Ocidente. ();. ncml'lO!> lIbuntlam: ~ latinizaçiio de: Lo<. AnJ:~Ics. a etl1C'Tgência de um !\CeIO!" de 31m tccnologln de Qf"ie:nlaçlo glob31 na ir>!l1a. ou a lenda &: progr:II1\a.' de h:le~I\;;O tn."ld"" li Portugal.

St."t"á a &lobal1l:1Ção uma força f'I'OltlOtor.t do hem 8"",,1" D-.lda u t"t'I11I'I~idJdc- tio renômeno. a moposta n1lo é simpl~_ As peS)Qa~ que fnzem n pergunta. e que eulp;lm a &loh:thl.3Ç!il1 pclu al'rorurnl.:,_ mentll da_, dc:"igualdadc:, entre p.1I*'. c~t:iu gerJlment.: a peo$llr npcna~ cm tennos de: globaliznçãn econónllcn e. dentro dc~lil. nn hhcrJlwlção do l"Omérdo mundiul Ora. eumo é (itwin. u libcr~lila· ção do comérdo mundial ~o é um benefiCIO IOsénuo. cspecialmcn· I~ quando e<OO em eall~ r-.. pai..e\ m~1IO\. t1e",nml\'idQ!;. A abi.:nuru de um país. 011 apenas de: parte dele. 110 comércio:.em Õ;\m:irns pode: c:\c!;!n.Iir a eeonomia local <k ,ub<i,t';ncia. Uma 20na {ornada depen· dente de uns quantas produtOS negociados nu:. me~ l11un(!iab toma·se muito \"Ulner:h'el à.~ nutuao;õe~ dos preços. bem como às lr.Ii1,foTYJJaÇÕCS lCCIlOIógicas.

O e:omcrcio internacional carece de UI1\ quadro instÍlucion.:ll. o me"~' aronlttendu com ootros ti~ de de",n\'oh'imcnto cronómi· co. Os mert"atlos não podem ser criados por meios pururnl:nle e<.:o­

nõmicos. c o ní"cJ de exposição de ul1ln dctroninadn economia às

irochinha
Realce
irochinha
Realce
irochinha
Realce
irochinha
Realce
irochinha
Realce
irochinha
Realce
irochinha
Realce
Page 16: anthony giddens - o mundo na era da globalização[1]

\ l<:l~.ltudcs do comércio mUnd1111 tcm de depender de todo wn leque de crilério<. Contudo. opor·se .. globaliuçllo ecooómica c optar pelo [IfUIa'ricmi\1TIOJ ecun6mico seria uma tktica dc:saJustada !alUO para os pai~ rlros como pam 05 pob1'l'S. O pn'lleCcionismo podo: ser uma t"SUlItc~a rlC('CSs.in:l. ma.~ 'IS em delml1i1l3lbs ahUT1lli c <m ~ paí~, Por u<mplu: na minha opmillo. a Malásia tornou uma decblo Com:<:lJ quando. cm IlJ9K. adoptou mrdida.\ de

rontrolo para C\UJ1Car a Qida de l:lIr!lai~ do pafs. Mas (orma5 maio;

pomnanrnlr' de pn.Ht:(.'Ciunismo nlo.scoo uma ajuda ao OC'ieTl\'Oh·i · mcnlO dos p.lise, pobre<: c. cntre a~ naçlk\ rkll~. podrm CQndurir ;. ~ucrr.a cnlre h111l.11\ cclm(lInklJ:!.. ~ debale) ~ 11 glob:llil.ação. ,-!11Ci CltCl no mil-io. t':m·se

ronccnll"3dn 11.' rnrma r-.pc:..:iaJ nOllo ~ua~ implic~ç~ p;w o E.~t3do­·n .... ..,. Scr.í quc os bt~·~ e I""" l~1I1 ... 'tJU~'" li!- lídeK'S poIltlCO< nõll;,on:u<., :unda ~, J1l'lkrO!>-\" ou CliI ;lo 11 tOllW·o;c larga· IIl<'nLC ,rrdc: ... ntc\ p;I1'a as r~as que C~1dn li tmn .. r .. nnar 1,1 mu11do~

o.. t.\lõIdQi·naçÕC"i ~. com cer1c~",. :unu:. plldcl\IWS e ()<; Jjdere~

polutco<. alll(l:o lem ","pCl' imponmlles 11 dewmpcnhaT no mundo. \'1.1.'.111,1 mnmo lempo. tl E.~uJdn·naçã" r"~ ~ Iran.furm:lI·<;C dlanlC do<. ~<;()<i oUIm, .\ J1l11iIu:a l'l.'UIlÓnn.·lI nacional n30 l"()flf-egue seI t;Hl cfkierllr ,",lIno J~ foi. 1:.. ~il1da ma;, 111lpurl:!"le. uguru que as \'rlh;" runll:l~ de Iwopolfl ,ca .,~ C'I~u li lurnnr obMllcla.(. a~ ":1ç"e, I'~~m·~ ,)hrlg""'~~ " rcpcn,: ,r :l~ própm,~ idcnllll :lllc" Embora se Ir~l~ de lUl1;l :lfinna,.1o C(}nlrflvo:-r'lI. ~u tliri :, 'IUl·. Icrrninad~ ~ Guo:-r· ra I·na. a m:ll(lnU J.:L, m",<ks deixuu de :o:-r lI\lm;!lu~. Ou~m s;10 os I11IRlIglh d.r GrJ·Brel:mh.1. da Fr:m .. :t. nu du BrII~J'! A ~urJT:I. no Kow\'u n50 almhou um p::ií, CUnl1'1l OUlro. Trnlou·~ dc um ronflilo e~ um IIlICI'ln:Ih-..mo territorial do velho .... L,II, r um novo inler· \encl<"1l1l\.ffiO de base cmic~.

~I;us do que Inimigo-.. OI!; p:r,rses 1IC1u:t" enfrenlllm ri~ r pm_ &OS. u""a tr.In,fonn.:oç;'io profund:!. d:I ,11:1 l'fÓIlIU nlluren.. E e'\l;:" ,'Omrnl~ nlo $C aphC'llm arena) lIOS países. Par.!. ql.L:llqllCT lado ,-!\Ie olhemos. \tlnl'" in,tituiÇÕC5 que. por r,1I"lI. parrttIIl ;u mc:smas de sempre. are ~ os mesmos nome-<. mlfS. por denlrO. modifíC'd' nun·~ cnmpletnrnrme. C011linuJmO$ 11 fHhv da na,~ da f3milia.

do tr.Il:>albo. lia tr.adio.~o. da n.1ture.uo.. como <t !<Ida< estas imtitui. çOe< o,e m;mu\~sem igu.ai< ao que C'tIUII. Ma. i"--.o nãu ~ ,miad!:. A car~~'1I nlmOr m:mtém·<t. mas no tnlcrior hou'1! modifíc:IÇÕCl'­E e<l;/:!> n30 ilc:unteu'r.l.m lIptn:u nos Est;tdo< L·niu.-:.... "" Gr~· ·BrttiUlba 0\1 na FT1IlIÇ:I. maJi qv~ em toda a park'. São aquilo que: eu chamo ~m.'tlrul~ lnl.'T\l'Loda,..~. Sio instituições que se toma. tmI 11ll1t1ftjtutb.._ para l1li URfib que s30 cllam.tdas a ~f"'"h;or.

À medida que \30 OOqu,nndo ~'>õI SUfK'K-nle. iI!\ insuru~. de'<CnU_ tW:'te rariLulo e~IJo :t criar algo que nunca ex,~t,u ante<-; uma 5QCrWJde t'O~mop!'lot:l glohal StllTlO) a pnmrira grração a

'·IIeT" nC'lt:l ... 1C'to:tIack. cUJO!I cunlOIl1OS ainda mal con'<CgtJ,mos li'· luml>r.u. (; da que e<t,i a a~lwr a no ..... ", xlual rOlTl\:l de \Í\"C1".

II~ que '<JlI lO luca! rm ,-!UC IliIbi~ ,\incb não.-.c tr.It:I. podei menos Ik momenlO. de uma onkm gll1h111 t'l.lIIduJld:o por uma '"00. laIk hUITI;m;I (.>!n:til:l. Em \1:{ dl'-o. (sI:! " emergIr di: fomlôl an.Utjuica ... X3.'IO. R'IO\,.,b J'!'Il'" um .. m1'lUIll Ik mnu';'ncias.

';in t,1J fifl11e nem ...:gura. c.aIT"ela mUII35 :an~tisn:as e eqá frf'i.dól por dlll5Õr5 profund.1..\. \Iu'h'l'i til' nf,<, ~nlll1"1l.>-no<. agarr.ocJo/, por força\ que nãll d'>mm .. m<." 1'Nlen:~ lol1:u- a ,mpor.lhl!~ a 11O'>!oJ \llnLadc~ Creio que Sim, A ,mp!'l~nç,a '1ue ...:nllmo" nlu t! slTlal tk: qualquer rr.lo.-d~\(1 1'<'".",1. n:n~lt apcnJ. :r. incapacidade das n .. " ..... , in,hlUl"ÕC:~. I"reci'03mO!\ de n:con~lnur :L~ qUI! 1<:111"'. \IU

dc 1\.\ (Ub,lIlUlr por "Ulr:.h PIf1ljU~ ~ gl"h"lt/J"àu n~u é um inçidrn· le pa.\-.:ogclro na. llQ!>Sa) \'Idas. I:. 111l1:r. mudnllça dl\.~ pr6pna~ clr· cuu\t.\ncia\ eln que \ "I.',no-.. ~ oi no ""-I InJIlI:,rJ de vi.cr <tclUal.

1

irochinha
Realce
irochinha
Realce
irochinha
Realce
irochinha
Realce
irochinha
Realce
irochinha
Realce
irochinha
Realce
irochinha
Realce
irochinha
Realce
Page 17: anthony giddens - o mundo na era da globalização[1]

2

RISCO

Julho de 1998 foi IlIl,·c1. o mês maj~ quent\' de. 'txl" !! Hi51ória mundial c 1998. em conjunto. lal\'~Z lcnh~ sido o ano m~ls quem .. , As V3g~~ d\' ç~lor provocarnm dC\ll.<taç<ies em muitas áreas do hemisfériO none. Em Eilal. no &tado de l~rnc1. por exemplo. i.L'

lempernlum.) chegar.un quase ao!: 46 grnu, cenllgr~dos. enqua1110 o consumo de água em lodo (I r~h aumentou 40 por cento. O Tc.~as.

~ E<tadO$ Unidos. c.'\perimcmou Icm[lCr.llUr.l:S mu;'..., próxima., ck.st:lS. Dur:mIC OS oito primdm~ rnc.\Cs do :mo. cad~ mi!.~ bntia <l

n'C()r<!e do mt." precedt'nlc. Contudo. p;l$sadn pouco tc'mpo. ~aiu

nt:\'1.' em algumas das .irca~ afc-ctadm; pelas vagas de calor. nC\'(1U ctn lOna< onde nunca se linha visto cair neve.

Sedo cS!:JS nutu:IÇÕC.< de lcmperJlllr.! o n:!iul1ado da iUlClfcri'n­da 00 lIomcm com o clima mundial" N~ podemO!: ler :\ cen ~zil. m~ I<"mlh de admitir c!t..:l JXKSibl1ldade. não dc:i"ando de levar,:,m considcr:lç!io o :ll1me1llO do número de ciclollCS. tufõe.~ e lelllpoeMa· des que se tem verificado nos anQ\ mais recente, . Um;l das consc· quéncias do desenvolvimento industrial global pode t,:,r sidu ~ al!er.lção do clima. que tamlX'm rer.1 provocado basutntes mais es­tragos no nosso liahiUJf Iffl<!Stre. Não sabc:mos que OUlt:1S rnuuan<;as teremos de suportar. ou os perigos qu~ elas :lIr.J$larJo consigo.

Podemos compn.'"end~r ~SlaS questões se: considerannos que tG­das ~Ia.~ ~muhem risco. Espero persuadi -I~ de que esta ideia. simples na aparência. põe a d~~ht>rto algumas das caractcrísliC'1S fundamcmais do mundo em que C.'!tamos a viwr.

Page 18: anthony giddens - o mundo na era da globalização[1]

À pnmeiro \i~ta.. e quaooo l~Impw",Un\)" 11 "\>,-,, 'Ílu:lI;iio cum " quo: '" ";veu ~m lip:x:l\.~ mais renMll:as, o COfl('C,tO de" ruco pode f<RC"" IIn:Io. ... "3I'IIC.\O cabo c 110 reslO. 115 pcs~ SClIlpn: ti\TT3lJl de CIlfmltaT 11 -.ua qUOl.l-pane de n~ ~ t ,"mlade'> Dur.tnl.&: " 1<I::I<k \Iedia li \ Ida da m:nona Ikl- t't.Iropeu~ er.l ~ rude e ~'C. romo alllcia 3COI11«e em muitas das zonas J1\,'Il~ pobre!; do mundo ac:tu:l1

C'ho.-gadoo, I e<-tt pont\>. deparamo-no' com alp' ,~iTl:unen­le mlen-ssanlc. Postos de lado alguos COIlIeJ\tO!i mllf&mais. oa Idade \léd13 nln e\!\ua n concc"o de n'\CO. F. nunca e,"I,u na maioria lia, ~ulllm" m:.i, Ir.IIIieionai •. I:1nlO II"anlo me t d3do saber. 1\ ~;\o de n<.Co p;11'«C ler adqumoo nprc.SIo uu.-.ullC ()Iõ <:o..lcul ..... '(\, c X\'I1. c c"mo:çw J10r "'" U\;!d:1 pl' lo' explOl"'~ÜOI'CS ocidellta.s quando pan';L/11 p;>r.I :15 ~ia!!Cn~ que 05 IC\W1I.m a toc!a.(:t( panes do murd, A pala'.-.. ~n'il~J" p:lra:e ler r.:hcgado ao mglês a\r.l\'\!s dn e\p.:anbol (JIl do ponuguê ... Ii,,~u"-'" em que em ullh/.ad3 paro eaQClen/ar " naWf""Jt, em n\:l.fC' ~.nd" dc'4·unha:io.lo..>\.. amda nio dc'oClitl" n:" ca""",' de: n;1\-.:gõIÇàO. 1'01" outrn.. p.,lal'Tll.~. na oolCCnt. a pôlla\'JlI .",Iufa 11 IIOÇln de l ..... ~' Ma ... t:.ru.-. "IU:IIIJII lKtda "do

",tem.! hanc:in" c cru IIIw'linlCnlOS. p:'~\oIJU 11 indu.r a nnç-ãn de IcmJ1O. I11Ih\penSOl\'el p.lrn o cálculo da~ eon'\l."lu'::'rll;"~ .' pm\,;\d~

do.! dctcnnmalln m\~,I"1\enl". IUlllU IM'!' U'> ':I'l.'1Iorc) como par.! O!i

dC\CUUf ...... A~abo'l [Xlr se rderi r 11 .lmn Cl1urrne .h\'cNdade de §illlnç1\c~ onde CXI~IC i I1 CCrtC/3.

,\ m .... "" de ri\Cu. (Ie\'o :occ.IIl';l r. ~ illscpar.lvcl da.1 .dci3~ dI.' pm­bolbilid;l<lc e dc inceneza. Não .;c J1<"h: "i'l.'r "Iuc alguém cnf~nt3 um n~tl quando 11 r ....... halio da ill,:\,iio elotá tot:lllncntc gar.mndn.

F.,,\te u~ ,clha ancdo!a que c.~pllCa c,.a Ilk.a mm bast:mte c~za l:m homem 0\3113 tio Iclhatltl lk 11m alT3nh:1-céus di' rt'1l1 anJare, DurJnte:a descida. qllando p:IS!iI Junul 11., J:lnda\ de cada :md:Ir. tlu para as pe~~ que ""I:ln ;j \'ef a queda; ~att 3gor:1 ,-ai

tudo bcm~ ... alé flg""'J \"ai tudo bem_ •• al~ agont \1ll 1000 bem ..... Ajtl.' ~lImu ~ tilesse calculado o n~. ma. ... na realidade. o resulta­

do final já eSla\'a dclCl'lmnadu à p:lI1ilb. As culrur.\.~ trodlciunais não dispõem do OOI1cellO de risco por­

que não ~i-..m dele. Risco n!lo é o momo que 3Ca5() ou perigo.

o n<ea reTere·se a perigos calculados em fu~ de pos.<ibi!idadcs rutur.L' Só "'m uso OOlTl'Tltc numa 50CiWade ori"ntada para o furu· ro. uma soçiedade que \~ o ruturo rm:;~ como um Ierrit6rlo I ICT cooquislalo ou ooI~, O ri<ea impbca a CXJStCncÍil do: uma sociedade que ICllta 1CtI1-ar:lXllte deslipr·..e do pass:vlo - na realidade. a pnlUC'ira carxtn'i~ca da cinliuç;io ind.11.<tnal da era mod,,,,,.

Tod:l." :L~ CUlruR5 antljt:L'- mclumdo lU ~ cj\ihZllÇÕeS da H • .;tória. como a< de Roma ou da Chma tr.JdiciQR<ll. ,·her.un. ames de mal\' com base 110 pa.~~. Uulil;u:am IIS ideia~ de destino. ou da \1>t1laJe UM dcu5C~. em 'lIu:JÇ1'\c~ que nós ajt<Jf'J tendem()'Õ ~

rort,1dcrnr C:lS05 de ri<oro. 'Ia culrun tradicional. <C alguim "",rre um kldcolC ou. pelo contririo. "" algOCnl pro5pera. bem. Ó,) coiSa!> ~ ;!C1)rtlttrm. 00 r~/·\C • l'OIIt:Idc de 00:11.' Hoo\--e cultllr".I..' que nq::ar.uTl run c <lmplcsmente I(I.IC n x:a..CQ pudes."" u",ur. O<: I\un· de:. membros de uma cnho aJn.:m:t. .:ICmI.t:lm que qualquer dc~j,tro· ÇI ê ",ml'f\' o l'C'ult;xJu dc um hnnedo. Se uma f't-~'I03 C:\l. por t\~mpk>. a "IuWa rOl prm'OCa.b J'II" al,.uém que lhe rCI rNJ!la

ncl'-.t :>03 \'cnl:u.k. a modern.zaçáu Ilá .. cono;c~uc f:u:"r rJc-"p.1re...'Cr

oomrkulllcnlc eMa~ \."''),:. do nlundo. A~ 1lI11;õc.<. de m.agi~. "e dc~llm,) c tle ~'O'moloSm conllnU:llll n Icr o seu lug>lf. Mos. em mu1\<" ea!.O~. iI[JCna.' ,uhrel'l\'cl11 como ~UJlC",tl~/k<. nas qU:l1\ ;1' pc~'Oa, não ~,,:..Jl1nl11 ullcir.>mcntc c que :\CellCllll cum :.lgul11 1'111-har...;n. Ll:IIll·n.L' p:tr.l <.Cr'llrem de .'J1Oio 11 do.-.:i<iic, de nalUfua 1lIll.~ "akul;,dt ~3 IlIlllori~ di" ."ll\t, •• Dl> jogadorc'. " nel,-"I illCluo

c... "Iuc JOt!am lliI h<ll",- entregam·se iI ritual' quc. em tertllOr> I",ro· I~ir.: ...... retiuzcm :D 1II,:crte/a..' que I~m de enfrentar O /IlC'SnlO ~ IlpIl<:a _ ri14"'''' que não çon~lItm1." e'll3I'. poi!; c:-star' iH) já é por Ikfinl'i3tl UI1\3 cmprc-.a õIITI.cada. '.lo surprecl'llk' de m:II1il:ir.1 ~ "hurm QIK' "" JlC'ó<oOilS çonunuem a .:on,ulur aslrÓlogos. "",~ial· mente cm 1l'I()fne1l1O\ Cl'iUC05 das 50310 \ ida\..

_\1 .... a :,,:elt:lÇ30 do n .... :o é t:lJT1btm um dos ~uisil"'" r.I3 c:leit>l· ção c da :l\rotura Pcn!oelll(b no pr""'ff que a~ pesID3s ,,,ntem 11 jllgM. a conducir a alta velocidade. n35 3\"ntura, scxu;us ou :1

Page 19: anthony giddens - o mundo na era da globalização[1]

mergulhar na monlllJ1ha·ru5!ia ue qualquer feira AI~m do mais. a aceitação p""itiva do ri~"O ~ a própria fonte ue encrgia t1i...:lora de riqueu numa economia moderna.

As dUII..' fllCt'S do risro. ~ <;('u, lado<;; fIO!'lIh"O e ncpID"O. 3põII"e­

ter.Ul1 dunuue a f"lmeil"l rl1.\C da !õOCiedadc mduSIna/ moderna. O ri\CO e • dmâmica e<;.umulador,a de uma t;(X;iedadc empenhada na mucbnt;a. apostô cm oocrm'n;u- o seu próprio ruturo. cm \"C'z de depender da rehgJ.lo. da IndlÇ~ ou do!; capricho< da nillUR1.a.. A ati~ em rdaçln ao futum f o que distingw o capllalimJO lII06e"iO de todas ~ ronn.a.\ lUlle~ de: OIlani~ eocooómica.. A.< nn~~ c o- ~1~lemas de: Incn.~ cr .. m de hpu inq:uw ou põlIriaI. A, actl\lIbde, do<; ~ c (Q t{\Je '«' empcnbalOllll em lJ"I.lc;Js com V t"ICT!"f nunca fel lfllIII.b m!)<., ...... , l\3S Olrutlmlli das cr"h/açiX'~ lradkional'. que: ... m;U1It\VlIm profundamenlc agricalas e rurou'

Ao cak.""Ular PQ\\j'ci~ ganllt" c Jll'rtla.\ e. ])0'1;,"10. () ri\CO. num procc'''', ct.l!lunu(>. u cnpd~I,~mo mudemo toluca·'Io,' nu fulOl1'>. Isto nlo ~'flI pr)'id\d anre\ da illlrotlu.;iIo Ih) \i~ICma de partida., dobra.

ú.u na C'MI~bihd:wJc. que ~IÍ \C wrilicolI n3 !:urop.1 du ..&ulo XV: e~te ''''CI1I3 '<1111011 poI"rve! ddilHr a furm" I't"t!cisa de In'·esur dinheiro pa,..~ COIISc.'gUIr o 1IIIIIllr hICfl,. Sem lhhida quc há muilos n\Co~. 0\ n\.Co< de ~mldc. polr clcn 'pll). II\le pretendemos redu7ü até ondc pOOCII"". f. por I~"" qlte. IJc'<lI~ :IS Uri&~T1~. u noç~n de ri~o deu otigclI! 11 crinç,10 de Sl'1tl'ros. E n~u dCl'cmus pC'hnr njX'nó's cm tennlh .te !lCguros pm·allO!! ou l·OlllCfl,ill i\ . O E\t:ido-pn)\jdêne,a. cUJa e\oluçlo ~rnu" ~J::Ulr 31('" ti urigcm. às Ici ~ d(t~ pobrrs d:J. rnglatCTr~ de JuheJ r. é. nó. ~U3 c,,,encia. VIU SI~lema de geslão de rue",_ De.,"na·-e 3 pn~egcr 11., pessoa' l"Ont rn n""os que antc§ er..m rolbidc~ comn tlepenlkn10$ d:I \"Omade dos deuses: doença.. In\:a/tdef. pcrd:l do eTr1Jlft"ItO c 'dhicc.

O seguro é a b3.-.: a pan,( da qUôlJ 115 IX"W115 'Ie prepar:1m p.:1r:1

"-,WIl1J.l" OloCOl. E UDU ba\C de ..... r;umtlÇll de onde o ~ roi elpul<.o pof um rorur.un aclll'"O coaI o rulUro. Como ICQf1Ittc.'U = a noção de riseo. ..... smernõlS mode"""", Ik seguros oomeçanun com a 1l3'".g~ ~~ pnlTlC'l!1IS :r.põlicC!i de seguros maritilDO:S d:l-

Iam do séctrlo XVI. UTrnI tompanhia de Londres l\ÇCilOU o primeiro seguro marítimo em 1782. A Uoyds. de Londr= adquiriu rapida_

mtme uma po<>ç:Oo dormnanle no negócio elIlC.genre dos .eguffiS. uma po<iiÇ30 que tem consegu.do manter nos tíltimos dois séculos.

O seauro só lem ruJo de <er quando se acrWita num futuro

consU1lrdo pelo homem. t um dos 31JCCK.e5 dessa COl"1$truçio. A actividadc squr.tdon.. como o próprio nome indica. SC'f'"C' par.!

pioporctonar <;q:unnça. mas. na realidade. a1immlHe do ri§co e da'i al.J1udcs das pe5.ou em relaç30 a ele. As mstiunÇÕQ qlr pro­pomon:ull ~ quer OI squros prh~ quer a 3SS1!ilência

soOaI. nIo fazem m:an do que redlSUlb.llr o risco. Quando al~m f:al um conlr.110 de wguro JE1I <.e proteger do fogo que lhe: pode qlX"imar a eua. o O~ nlu ~. Por 1UIl prémio ajustado. o ~ da n ... trouufro: () mco pan a scgunadcn. Esta U1InSfefinr:ia nIo é .. penas mõI.\ UmõI QflIC1crirua da ecooormil capitali ....... Na

~crtbde. ~ ela. o ~"lIrHallsmo f 'mpcns.ál~1 e não 1em condil,"tX<I de: rUfK"K)IWIX1lI0.

Por <!'ola.\ razõe,. Id que óldm.ur que a ,dci:r. de nseo scmpre

1Illdr.1\l ll.\\QtiõJda A modernIdade. ma'. n:r. nunha opidiflo. na épotMJ lICtu:r.1 da assume: uma IIllpoln.!lOCta no\'a e pcculi;u. O risçu em COINderndo um meio de regular o fU1uro. do:: o lIonllali/.:t.T c do:: o coloc:ur ~OO o no'\I.' dominiu. MlL\ as co,~as njo ...: passar~m a.~~,m. A~ li!II131i,'lI..' que flUcm!)'; pnru ~"ntrolar o Futuro acabam por -<e volmr ~onlra 1lIh. rorçando-~ 4 prl\~urnr oo,·a.. fornm~ dI' "iver

com ~ mcertel.lI. A melhor m~lICml de clphear o que CSl~ a acontecer é estabelc·

cer um .. ' di~llnçllo entre dois ü~ de: ri;oo. A um. ch:r.mar<'.i risco t'lIlenor. O ru.:o e~tcrior f o que /10' chega de fora. d:l.~ illlJl'OSiç~ da lndiçio ou da llõUureza. Quero dislinguj·1o do risco l'ffi"OC3do que. par:!. mim. f () ruco re~uhallte do impat::1e do nO:S.<;o desenvolvi· TIlC"nto IeI.'llOJ6&jco .obre o meIO amblelllC. O n'ire criado refcte-se • ~II~-ões de- que: niu temos uperitncia hil>lUrica.. MuilOS do!i riçros am~IIW$. çOtOO ()$ relaaoaados com o aquecimento global. pcrrencem a e.<;tC upo. 530 influcnciado!l d1rt:curn.:me pela globali.

zaç;lo que: di)cuI1mos 110 Capftulo I ,

Page 20: anthony giddens - o mundo na era da globalização[1]

A mclhor maneinl que eneQf1tn::i par .. c11ll'ific".IT a dIstinção entre 0:1 doi_ tipos de n.-.ro t I que 'C srSIIC. PudelllOS afinna,r q"" em lodas ~ culturas !nIlIidonail., e também na 1iOC1OOadc: industrial até ao mlcio dest:1 q,oca. 0:1 $Crcf. humano& tinham de ~ preocupar cum os ri.;c.~ origmados pela natureza eXI..nur. má._ coJhc,tm... inunda­\Ve\. proga;, 1,11,1 fume_o Comudtl. a cena altura. multo =nle em temlm histÓlicos. l~áJTI\'" H preocupar·nos menos com 1,1 que a nall,lrcza 110\ pode f:!ler e n1:l., t,:Qffi aquilo que n(J) flZClI1Q'> ~

IlôItlIreu. F. ncsIa alll.lflll que li n.)(o Clllcri(1r perde a ~iluaç3n prcdo­mlll.1nle. que ~ a Jk'11nKcr .... risco l""'ocaOO por nós.. E.<ae "nós". O' que eslõIm\>\ pn:ocupa-Jos. n::fme·w: a q""m't I)!, filOu. pt'R.<'() li"" '" refen: a Iod( ... ~ .. ~ hUm.11!O\. _ que ~,,-em em

lod.ct as 'l!OO'l.'. rica~ llU pobre_. 00 muno:Jt •. Ao IIlOmo Icmpo. tg

que R'C"nht:ccr que. de um modo gemI. se mantem unia ~paroção enlre:!li rcgu'lc_ aflueme_ c "-, 00111111. K,~ ... mui. " tl1ldiciunai .... do tipo que ;M,.-.lIximo:. lIe dc.~re'er C""10 1,1 rI"'-;t> d:. fom .. quando li

<:t;>I~'la é m.:i - amda C\l'tcm 1'11"- põlí~ m;IIS ~. Ju",apondo­-\<';toS 110\ .... nJC(K

A OI"":! '\Ol,,'tbck "'I\e Panllá 00 fim da nalUrC/a_ O rim da n:uureZ3 não "gmfic;).. l-umo é óbvio. quc o nIunoo fI~lc(J e O'

rrl,)Ce~«I_ rrsicO<ó , .. nhum dei\lldu de e_\isrtr. Rcfcn::·<,c , .. ., f3ctn de ~gOr:l. e\l,urem poUCI)\ ;I_JlCct'l\ ,lu ~mhiclllc malerinl 'lU\: no~

rodelõl que não Icnh.ull ~Id" afccwd" , l'd~ 1IJ1~r"CII\'nU human~. MUJl~~ d,,~ cOI~a_ que cn,IUlIlal'Jltl \Cr ltalur.liSJiI não ~1I0 IIlleir.t.­n .... nle nmur .. ". elllb"r~ nem ,empn:: tcnham ..... 11O!.\lhlhdadc de .. .h_lmj;ulr .. nJc acahJ um di ... e)l3d .. " c se Im';;;. o OUtro. 8n 1998. houle ~I1lIk.IC\ munlb.~·lC\ n:l CllIna. n3..~ ljuai~ \e p:rdernm muiu~ "",La_ As cochcntc, d~ O);).,,,ro. nO>. chilJC..~ têm·<;e rcpt'ltdn ao I"n,o de toda a hi}tÓl'u do pai" Esta, chelll.' \k 199R forrun DOm'Ial) ou f,)ram mnutlKllId~.' pt'ID~ mudanç3..' clun;111,'as a nÍ\el lIluba!.' Nmguém _abc, m:h e~t3.S chcias !"CleJaram algulll3..\ Cat":1C­

tcrí)!ll'a, que nnu eram habitu!lJ~ e que ,"ugtrem que lahel estt'ja­trIO( JlCraJl1e ..:au~, n;io inte,rameme natunlJ_.

O rU.."t) criado n~ IIfo:cl<l apenas a Natureu. (lU aquilo que L,"'rullt:lla ~r:tl n;otureu. Tarnb..'m ~ lai imiscuir em OU~ mas

da ,-;w.. 1-'.11emDl., :li título de exemplo. 00 ~men({) c da ramilill. instintições que e$13o :li ~rrer tr.IlI!f~ profuodas cm todos O" pafses indu.striah.tados e, em cerlI medldl. DOUtr.J.~ panes dn mundo. H~ dua.._ ou trb ,erações. quando a.~ pessoas se U5ilV-.un

!i3biam o quc ntll.I-am I f;u:cr. O casamento CI1I. em gr.mdc parle. regulado pela trudiçio e pelu" COStUJTIC5. tinha semelhança.. com um e5Udo da natur-eU- o que de ~10 o,)ntm~ :ti !\Cr "crdadeiro em muUO' p:Uscs. Contudo. ort<k as formas !ndlcionai< de fazer as colsa$ se ""tlD:I dilUir. hi a scnsaç-lu de que .. _ ~ não .... bem o q"" tsIJo a f~ e ,"0 pcwquc o ~nlo e a fmlnia o;ão Institui· ~ prof~tC aJICr:ad:as. Por '''-'10. os ,nc;b"idU05 r.;tio a pan,r do um. como O> ~.I"OI 't'-'I;t$ ~ qun- clc~ tcnham 011

Il1o cvn...:.o'nI;,:! d.uo. co!U" .. :un a pensar m:u~ e mais em I~ de ri'iCO. Têm de !C cOIIfnmt.lT com futuros cada lei m~l~ abertos do que no p;L\..ado. CfII1'l todas 3..' oporIumd:ldc, c IllCcrte1.a..~ que de' «Importam_

A .......w..b que o nlC(> PfO'oc.tt1n rckl horn.:m 'iC' <:.\pandt:. o n'\CO tomól-~ nlal~ dfTN.';d\· O rwcimcnto Ib IItIÇlP de risco, como já alirtnel. C<aL"'\'e ('<.1n'1L1n1Cnte 1'el..tC>OR:ldo com a c..pao.;d;,dc de dI· culo. ~IUIIO'> 11IITlI'" de \CfUl"O ~,am-"" dll~wncnre ~ cum:la, ,lo_ Por c~t'mplo: pOOen1<. ... c~lcul;u- 3~ hlp(íte-c, de urna I)(·'·"sna ~rrer um lII:itlcme dc c:td~ "Cle que da entm num au!olll<\I'c1, E ulll~ pn!<Il\'ão :lCmanal. b;IW;tt.l~ cm .:qml~licu~ de IllUIlUlI ~IJ()';. As sitwl' çõcs de fi~ll pnll"OCOOo 0.'\0 ~ a"nn, N:lo cO~"CIm~. nem por .lllI11t-.r.l. ... qU:1l o nileJ de: n .... "O que cnrl'enlaJn\" c em muito> C"dW\ "ú rorb('~UlIlll." kf a etfIcl.:l quanuu Já t! Jema).t;Jd() wnk

O d6eimo :lnllerWnn do :w:ldrme na L-entral nuclear dc: OM-mo­bll.lIõI Urnnl:tl.. p:lt\OU h.i J'OUÇu ~mpo. em 1996 "inguc:m coohc· ~:tI.~ consc:quênct~~ a klngo pmm de,tt acIdente. "'-0 futuro. num.' dala quJlquer. pode ou não ,-ir a ongillar um ocsastre de ,aüdc pública, bn ICITI"\(l\ lIe iIlf1u~nei3 n01 ""údc do~ ,,""S hum;mos. p;1>}OI ..... e~acl.:lmeDIC o Im'mo em relaç!lo iI<) episódio da BSE no Rcino lnioo, .1 a(WttIlJlcntO da chamada ckxll\"2 d:!s ,~ Iou· =, De momclllO. nln ~TnO!i a cenez;l de QIJ'e a doerlÇl nIo \'lI. prtl'QC"".If m:u~ \'jtiIJW do q= õI.~ jf conbt:c;idõ!,

17

Page 21: anthony giddens - o mundo na era da globalização[1]

Ou rol1$ideremos em q\le p! nos encontramos em relapo ~ mtJdano;-a._ dim;iticas • nNeI mundial. MuitO$ cientistas \CNados lllI

midéria lItTnlilam que está a 1ICOfIIa.""eI" um aquecimento global e que \ão nec:C$$árias medi~. p;:tra o cootrariar. Tnda\"ia. h;1 pooco tempo. em meado<; da déc:ada de 1970. a ci~nciD. unodou dizia-IIO!I qoc a Terra estava numa (1lSC de arrefecimento global. Muita:; das rn"-a.~ que serviram pM3 aplJiu a hipótese: de am:recimemo da T,~ - ,~. ~ calor. segui<w de '"lgas de frio. rondlÇÕeS de tempo n;õo ltabnuais - fOr.lrn agorll eltarnadas em dC'fe!oa da tQC do aqUoIXimenfo ~IQbaJ. Hli um aquectmento global em descm""Olwnen-10" Tc:r.:I origens hurn:mas'! É 1'fO\.~vt:1. III:I.S rdo <ah:~ ao certo e \Ó fm'lOOS ~ a:rtel..:t ah<.t.rut:l quando ji for delnõl.'ilado tarde.

Estas clrcu~tanci3$ lizcrum lIpa1a"el" um no\"O ~hma moraJ na poIllll'l. Catac1nil .. :UJo pUI" um)ol;o de puxa e erllpUmI. por 3CIl<;.;l­çoJes de 1IIarmr~m". de um lado. e de lJI."U II :lçâo de fll(rrno. do outro. S!' alguém. fuocionário [lÚhhl"O. cicnllsla ou InI·C'tIS:wk!r. constde­f1IJ" um nsro como gr.t'·e. o faclo rem ~ 'ier dado a conhl:ttr. Tem de 'IC1" lO!en..:uneme pubhcltoon p;lrJ que :1., (l'C\.-.oa.., >C: com"CTl­

ç:un de que o perigo é mil. !em de 1uVÇf" ....... p;lJh~ralo. M:I.~ k houl'er muilO ~Ihn" <krul) se conclUir que" risco é mlnu"", as pe5SQ:t~ em'olud;1) lICrão mtulllda-, do;: nJ:lflniSIM.

\Ia; suponh~mO">". IlClo ~ol1tnlm\ \IUC :IS flllull"idooc' decidem imcialrl1\!nrc qu!." o risco nllo é muito gl1Uulc, CI11110 a~:omcccu CfIm o CoOI'emo bo/:lnico no CU>o rnl CMtl\:: de V"->l:lI t"Qn111U1InOOol. Nesle caso. U. Cavemo COIlIC:ÇOtI por dller o::;l:unu'i ~u~ Il:l OJI1ruào dos Ctentt..ta,. o nsco nlo é '1I1niflC:lli,"Q. qu:llquer pessoa que i',0!>IC de

l":lllll: de '"3C3 pode ~-onunU3l" li CI!Il1ê-b sem preocu~. N~ SIIU3Ç~ ..... o caso mud3 de fi~ut:L COIIIO de facto :lCOn!I'ttU_ as autoritbde$ ser.lo :tru"'lia~ de ocultat;lkl de pn!\"ll.'õ. oomo. na ,~. lelQ I .iua:deT_

A, l-oi.)llS slo 31ndJ. mais eornplelll) do que podemos pl'n.'iM

depoi) de lMh,ados eSles dui~ (:c.cmpIO!i. Purudo:c.a!mrnte. o al:uummo pode fomar-~ necc:ssáno p:mi redutir 0'1 rio;ros qoc enf~nLamos mas. ~ for bem sueedido. pan'Ccrll eU~tameDte 1. ... <.0: ~. O ~-aso da SId.:l é um c:c.cmplo. J'3n, telllar qur as

"

peso;oa., alter.l.~~m O< 4-ompon;unc:nl05 5e'(uai<. os gO\crtIOS e O!i

~ faeram muno barulho ~ .... ri5C"O!i em que ;1ICIJm.' quem se entrqa I pritieu wxuais !\CTT1 prcMcççlo. Em park como rewltado deqa campanha. nos p;ilies deo;emul\·t~ a Si<4 não se espalhou tanlo como tinha sido JIIT'·J.S(o de micw_ E a rcspos.lll fOI porque a.,~ustar 1&$ ~'-OlI.< desta maneiro? Mas. como pro'lI 11. difu­slo global doi dot!nça. 0$ alanmsw unham. continuam ~ 1<'1". IOtcira ndo p:n actu~m como D.Ct\laI11IfI_

Parado\1l' oc\U: p:neru lom.1r.lIrI-"\(, roIIIlCU'OS na ...x-ii'd3dc oc­roal.. mas. e\.i~ ~odos r~\ de 0$ re'Qher. Pnis. CQmO eu dJssc: aruencurc'dc. em mutU:!- SI~'1fe\ de riS«) P'U"'(lC3I\o. alé 11.

próroa cxiuênr;t<l do mco pode 'IC1" dlJculi,rr À partida.. nunc:l podc:RIl"> -al"Ia ~ C$1:IIJk>I, 00 !\lo a KI" al:lJTlliSlas.

NIl'o dias tIc: ho.lje manICmos um n::lac:ionammIo diferente lkl qlll' Iu\"La IlOUII1'" tempos com 11 cICncia ( ~ Il'CnoIogia. Durof1IC CC!"C:I <k

doi .. -«Ulo'l. a ~n.:ll fuociooou como uma l!".'flOCtC de 1r.l(h"ão n:I.'i

liOCic:d:ltk-. nell!cnt;u •. F.r .. '\u]'06to llue li ~YInllCCimento fll.a~ esque· cer a tnd~ tn3., em moil'" 4";1.._ t:l.mbém ele se 10lTlnu uma tr.Idiçio. F.n ligo q~ a 1tUI0IU d:L\ po!'-.();b ~ru\-a.. mas ~ W f via plI1.e th~ \ua., IICtJllt1aJc-.., Ü\ Icip" pediam 11 O(Hmlo dois c:spcçiah.,ta.~

E.~III pe~]II."':liva h)f11.l-\I: ~;ub ICI. mco,"\<; \'~lida ~ med1da que :1 ciênci~" li; te<:l1oluJ:i" 'iC II1trom~ICnl t\3J nO~-';I~ vid:"l.~. e quund,) \<10 acon!~"CC a nll'e! global. A ntllJonJ da~ PC\<iO.1S. inclUindo 3ulorid~ ~ ~<IH-m3"U:m.õli.) e políllCO>. ICnl. c l~m de ler. um reJaciunamcn­to muito 0\;11' ;JC1I1'O c inlere<;~ em rcl;IÇoo *' que acontecia IHI ~<ilIdo. com I Clmela c com a lL-..:nolog1lL

:>;:ro poti..'l1"IOf !imjIM-oo<' a ~.I, .. eIW~ :u de..cob..'f1l1!i doo. denll~­

la... 1I1~ por 1oC1t:0l frequcntes '" &s.xonlo" enIR eles. especialmen­te quando <.e tnta da an:ill"<e de n ........ prol<l<;ado!i pelo homem. t:; já lod.:l a geme rttOflhcce o car~r mUI,';"'el da ciêocia. Seja o que rUI" que U/TUI pe'i5Oa se dec,,1a 11. comer. o que quer p:tr.1 o pequeno­-almoço. se tlc:\e tomar c:af6 com 011 !iCm cMcofn:a. l!55a JICSWil está a lOIrW \UM deci'iJu num COmel.l<l em que e\l~elll infonIl3ÇÕC5. den­titicas c I~~~ cunuaditória!. e mULilei ...

"

Page 22: anthony giddens - o mundo na era da globalização[1]

\'~jamos o quc se pa.<>oa com o vinho t;nto_ Como qualquer outra bebida akoólica, o vinho li nto já foi con~, d~rado prejudicial para a sa!lde. M:l1i dC5Cobri\l-.~e 'lU~ . bebido cm 'luamidadc.< nlzoá­veis. o 'inllu timo confere prol~cção COntra as docnça., do cora­ç30. Subsequentemenlc. dcscobr iu-<e qu~ qualquer bebida alcoólica tem o mesmo efcito. mas só p.'lTa pe~>Oi\li com mais de .w anos d~ idade. Quem <abe o que nm rc~crva a prthima desco­hena?

Há quem derenda que o meio mai~ .::Ikal\ para tralar o proble­ma do riKO cnado po:l0 dcocn'·olvil"1Wnlo con~islc na limitação das respon<ahilidadcs. adoplllodo-sc o chamado .pnncípio de prccaUÇ".tu~. A noção du principio de precaução apareceu na Ale­mJnha no mfclQ da décnda de 1980, no (ICCllr~o do~ dcl1;lle~ sobre ecologia que ocorreram ali. Na ~ua rotma mal' ~impk~ pn:'püoe que de\·cm 'l('r 1'lTn;,da~ medidas dI.' pmlC!..,\:~o COntra riwO$ am­biemal< (c, pIK Inferência. contra ol.ura~ formas de ri~o), me,mo qut não haja dad()\, l·ienlíficrn. .,.,gurus ~ol1re dcs. I~" a,,'m que, duroulte D ,,k\:ada de 19)10, "Mios pa(~c' europeu., in iti:tr.1I11 pro­

i:rlma~ para Conter a~ ctlUI'lIS !'icnbs. cnqu~nl(1 na Gr:i _Brdanha 3 faha de pmlõl~ ~l)f1CIU~Iva. .. rui usada p~f'~ Justificar a m,loênc;a de luedida. .. de dcfc~~ Cflnt r.! estC e l~mbél11 Címlrd outlUl' prllbl~m~~ de poluiç~.

Ma~ qu~ndo se tml:. de prob lc m:" de risco c de re.~pol1~~bilida­de. {) prindpio de precmlç~{) nt lll semp!\' ujuda. ou é aplicáwl. como meio de dcfcu. O preceito dt «tstar perto da n:ltureJ:l _. ou de lim,tar a ino\õlÇào em vel de ~ estimular. nem scmpre pode ser aplicado. A c.\pltcaçjo é que o C<jailihno entre bentriciO!i e ri~05 dtri\'ados d,,~ Il\'anços cienlffico~ t t ecl1ol('íl ico~. também aplieá­lei a (MrOS tipo, de mudam,.::.- sociais, é impol1d~r:.ivel. Tomemos como cxemplu a contm\'énÍJ aITrea t.Ios IllimenlOS al tCl1Idtb gene­tic:llll<'nle. As cuhur.u gCrlCtlCamente m(M.!ificad:L~ j.1 utilizam 35 milhõcs de hecwres de tC1T.!S em toou 1.1 mundo. uma área 19'uill a 1.5 vczes 11 dimensão du Grl\-8!\'t;mha. Na ~u a maiClri,. ~!lo cuh, ­\'ad15 na América do Norte c na Chinu. Incluem soja. milho. aJg~o e ballll4-<.

I'ada melbur paMI ilustrar um CaloO em que a IUItUJU.a já ulIo é apeniL~ narureza.. O. riseo~ en\"ol\"em ,·ários dados desconhecidos ou. ~ lL"im se pode dizer. de conl1ccidos descunl1ccidos. pui' o mundo \Cm uma tendência pronunciada para n~ surpreender. Po­dcr.lo ,-ir a ,·erificru'·<c consequências em que ninguém ainda pen­sou. Um tipo de risco esL.1 na possibilidade de ~Stes sénero~

aJimen\.:lr~S conterem perigus de nI1!dio ou longo prazos para a sllllde. Ao cabo e ao reMO. uma boa parte da tecnolo~'a d05 gcnc.~ é terreno e~S<'nci3Imcflte no\"O. diferente do,; métodos mai~ antig05 de cruumento de plantas.

H~ trunbém a posllbilidade de os genes Incof1JQl1ldOS n~~ '<I::men­tC$ para IIJc.os aurncntar a rui~tência /l~ pr~gas se poderem espalhar para OUlra. .. plantas. cri:mdu "supel""Cmcmc.~" quc. por ~ua ver, .';C­

riam uma ameaça 11 biodil'ct<;übde do meio anlbicnte. Como a p!"C)!Jo para COllhM. e consumIr, produtOS ~cllClka­

ml:nle modificado, é moIi,õId.:! apen:n por intc~'<I::~ comert i:II~.

n50 funa .-entido Impor-lhe., uma proibio;ão 8lobal11'o1csmo p;lrtmdQ do principio de quc ~ proibição é po,M\cl. as coi.la.~. L"Omu sempre. o!io se rc'>Oh·cm com e.<..~a facilidade. A agriculturu inlcn~,,'a Ijuc SC pr:llita nos ~ dIa., nlo é ~u.~lcnt.hd indefinidamente. Recorre li graruk~ quantidades de fenili:t;Ll\tes c prs.tlcida.~ ",ufmicos que ..:lu prejudiciais p:mI o ~mbiente. Se 'lucremo. alllncnmr li popuJm;~o mundial, n:in ptJdemO!i rcgre.,,,,,r ao~ métodos d~ L·ulturJ mú~ tradi ­cion:r.l", A produçJI'l do: senK'ntCI tr:lI.ad.as gencticanl\::ntc permlle raluzir o u.<,() de prodUtO!o químicu. poluentes: Joj1O. ajuda a rcsol, cr ouun.. probkmas.

Paro onde quer que rKK I·ohemos, somo<; forçad'15 a gerir o risco. Cum a e:tpansitn dus riscos pro\'ocndo~ pcl;1 uctividadc huma­lia.. os SOlem()<, já nJo pod~m fingir·se alhcado~ de~le tipo Lk ges­tOO. E é melbw- quc col.lborcm uns com Ih ootros. porque flOOCO' destes ri=" de 00\0 upo ~ loCf contidos 00 interior da., fmo­leinl.;; d(),. pafsc:~ que rn; pro\"ocam,

Mas nôs. o, indi\1duos oomun,. wmbém nJu podemos igmmrr estes f101"O\ ri~, 011 tkar à esper~ que a ciência nos fOl11c\'a nOI"as pro'~~ EnquaDlo con<.umidores. cada um de nós tem de decidir ~

Page 23: anthony giddens - o mundo na era da globalização[1]

quer Ou nào evitar os alime.ntos geneticam~J\tc moditicado~ _ Estes riscos. juotrunell1e com OS problemas que os rod~iam. pen!!lmmm de modo profundo Da nussa vida quutidiana.

Dt:ixem qut'- passe a tirM algumas conclus'Jes e ao mesmo tempo a tentar que os meus :rrgumell1u~ fiquem bem c.lallY.'_ A nossa ~poca não ~ mai, perigosa - niio é mais arri~ada - do que as épocas anteriores. mas u equi1rbrio entre riscos e perigQS aherou-se. Vh'e­mos num mundo em que 0< perigos cri,Klos por nós sào tão ameaça­dores. ou ma;\. do que os perigos que nos sãu nteriorcs. Alguns deles "'-ia de naturew cata.~trófIC~. ~omo os riscos ecológ.il'O$ glo-­bai,. a prolifl'Tação nuclear ou uma quebra da economia a nível mundial. Outros ;,feclaIlHl0s de forma muito mais dir"ct" como pc.<;soas. como ~ o c~w dos 4ue estão relaciunados com as diet,,,,. com :l medicina ou çom o próprio ç;,s,,,n~mo.

Como crJ inevitável. :l nO,S.1 em eSI;! a g~r~r o rc.~Sl,rgimcnto d;" religiõcs c de di,crsas lilosofi:Js d~ «No"~ Em». que rejeitam as conclu"õc, da.~ ciênci;~. Devidn aO!< riscos que impelldem sobre o amb,cmc. algun' palu(hnos d" e~olugin (Ontnr:lI11'~C h()l;li, à ciência e mé au pt:n~amcI110 raciun~l "lni~ ~ilnpli ,t:!. E.~la atitude nào f:u OJUlto sentido. Sem a an.iliS(: científicn nem sequer ,al>crínrno~ da e.\i'(<:nci3 tios riscos. O.m(utlo. por r~z~, que já c-'Jlu~. a no,-.:I fl"'lação (um a CI~l1c ia n:lo podt :;cr :! nWSl1la que crj'lIU em C'poc.1<

an!<!nore~.

De mnnlcnlO. niio possufmlls ,",I,IUiçÕCs. quer nacIOnais quer nncmaciol1:Us. 4ue nos perrni1..1m <tcomp,onh"r a~ altcf".lÇõc~ 1("(;11016-gic~. O d~.'\3.mc da BSE na GrJ.-Bretanha poderia ler <ido evitado se tivesse sidu aher10 um debate público ac~rca das mudanças It'C­nológic:l.'l c dos seus efeilos mais problem,ítieus. O faClO de o públi­co diSjJQr de mai~ meios para entr.l.r nO debate sobre ci~ncia e t~nologia não poria !inl 3()!; dilemas do alarmismu ".'. ocultação de pru\"a.~. m.1< poderia cvit:tr "Igum<t, da.. suas consequém:;illo mais

gra'·os3s. Finalmente. não existem dúvidas quanto à necessid;J.tle de não

enca .... lnnos o rir.co corno 11m faclQr inl~;ramcmc negativo. O risuJ l~m 'i.l!mpre t1~ <.er controlado. lias a "ceita~ão de riscos é um dos

"

elementos fundamentai. de uma economia dinâmica c de uma s0-

ciedade inm-adorn. Vi\'er !luma época global ~iJ!IÚfica a necessidade de ~nfrentar uma série de nOVOS fact~s de risco. Em muitas situa­ções \;!~mos de ser mais atrevidos do que cautelosos na apoio que dispe05amos 11 inO\llÇão científica ou a outros tipos de mudança. Ao cabo e ao resto. uma das raízes da palavra ",ri<co". no por1ugu~' original. levou à criação de outr.J. palavra que também significa .ousar:-.

Page 24: anthony giddens - o mundo na era da globalização[1]

3

TRADIÇÃO

Qll~"do ~ !i.~~loeS se reÚntm para cclcbmr n 'U~ idcnti""'de lI3ciooal. falem-no de forma", :I.I1COr.sd!s na ll'1II.liç3Q. (); homens \CSlcm (I bit. C3d3 clã usa o ",non «Im ;1. suas Ctll\" prõpri3.~ c as

ccrim6ni:ls r.ào ocompanh3dos pela nuhicn d3.~ gan:l~·dc-fo1c,. Atrn­\'O!S dc<l~< <1mOOlo<. rJcmOl1SIr:ml que <c rn:ml~m fl~i' aos rilUaJ< d" 3.ntôloh ... tllps llI'iJ;cns ~ anuquís.<lma. .. ,

Só que i~ nlI'I é \C'n.bdc. Como é o caso com rnuil()S 0011"\"

~ímb"I<J' da idenlllt"dc c....,{ .. c~a. tOO:h ~~t:,s C\l";~, ,~o de "ri:K;OO =ntc, O bll ClIMO par«t ler .. illo i nl'l~m;ado por um indu<ln~l

ingli', 00 LanC!bh.rc, lbom.l.' Rawhn...,n, no inic", UU l>I'culo XVlII.

lÀ'cidJU nlu:rar (I IC<1U.mO que U gcmc~ da, lcml~ nllu, cm50

IIS.'lVllm pum lhes rlldlilar a ~ilb como 1r.,b;Jhadore, o,.l.i/o rur.un um prudUlO da R('\u!uç;'lo Indu. .. uial. Com ele" 1\:10

~ pn'~nJ.i:I honrar Um;! tr.Id,,,:..,; li. ide,a ~a lIbsoIUlan~nh: ~"OIllrána: penmllr qw ,1., ~ .. mc.< da, tenn.~ 1I.11:l.' ~b:mdon.:l,~rn (,) \CS!ll~ri" Ik l'Oll!"O par:! podL"TL'm tr .. balJur n:fi f:ibnc:"a.~ O till nJ .... l'ome.,-oo por 5er o tr~JC nacionóll da ~ill. Os h3t0ilanlcs d:l~ lem" baJxas, que CQIWlllICm a maJOria do<. ~,., considcr.!\;un qu<:' os da.~ monla­

nh:h '-C' \'csuam de uma maneiro b:irbar ... qlK' muno, 1l1h~vam com despn:1Jl E 1jII:JII1<t ~ tan<lll.f agor.! 1I.\.:Jdo.,. muitos dd~ for.ml elabor..do5. ('m pl~ pcriodo \itoriano. por :UfW;ttCS cmporwndcdo­res. que ('o~umemc \lr.un neles um~ bon fonte d.:: neg()I;ios.

Muita.~ das cai ..... , que con~ido:r.unos tmdicional'. ulicerçada., I1J

neblina dos Icm~. n!o pa ... -.:un. 113 \--crdade. tk l'fIXIulOS do uhimo

Page 25: anthony giddens - o mundo na era da globalização[1]

par de séculos. e por v.e.cc:. s!Q uinda mai~ recenlC$. O ca<.o dQ kilr do-. Escoce.1\t5 ton~ta de umu obro c~leb!Y dos hj~[uriadQrcs Eric Hub<.ba~m e T~ll:n~e RlLDier. Thl Inwmrioll ofTrodilion. Dão e.\emr1os de tradlçoo invcntada-~ em gr.md.e número de pai5cs.

Incluindo a tndiól do perkdo colonial. Em 1860. os BritlmC05 empreenderam uma série de in\~ga­

ções arqUCOI6gIC~ par.! ,fkn,ir~m os gr~ monumentos d3 in(ha e par.! ~-artm •• htr.!IÇI)O lIindu. Pensando que: as arti5

e OrlCKl5 1ocaI~ esI~ em declfroi!>. Jun\.;UõllTl cokqõcs de 3I1eb:­,0\ par.a <c:n:m ~ em rn\lSleU!>. Antes de 1860. poc e.\f1T1-

pio. t.:ulto O" wldacb ITIlhal'105 torno ~ europeus us;n..." umf~ de $110 OCIdental. \liL~."" olhos ~ bnt!lmco:.. Oj; rndianos K'Im \le'ltodos n:lo p.:uttlam Indlll/lOJ. ~ umforme~ for.lm illlCr.Jdos de modo 11 ,ncluíll:m IUrN.nle,. emt:u> e tliniu$ C'<1n.~ldeTIIdas m31S ,,:wt':lllICa~~ , Algunn, d:\~ tradil,.,1e<I que eles mVCllIafilm. ou ajud3-r.un a 111\"t:nUlr, conunuam no o,écul0 actual, embora, como er:t natu­

ral. OUIt;!.., f(K5em enln:mnto reJeItadas. Trndi~:1o c CIt\IUme. dua~ coi\,.~ que têm cund.cionalln a "ida

das pc.'~~na\ dur~llIe uma 00;' parte da J l i~tórm da Ilum:tmd:lde. 1'0 entamo, nln dCIXll de ...:r nO' ~vcl que M M::"lé11lIco~ c O!o e~pecia· li~ta.\ Ihe~ di'I'm tllo IlOuc~ :lIcnçno. li:' di~ussOc~ .nlcnnin:i\'ej\ SOblC \) qu~ signinell \cr modernu. IIlll~ muilo paue!" :lCCfC3 d~ Iru,Hçno. Quuml" d~s PCI(juI.IM que. fi, [111m este e:lpfhllo. dcp~rel com d~/.ena~ dto ut>ru.~ l1c!ldéllllca~ cm Ifngllu inSlcs!1 que t~m par a.~~umo u mndCnllI.lade. Na rcalidllllc. cu próprio co;crevi ulguns dd:L~. mas de'cobn mUllO poucas que tr~lem e~p.:eifieamcnlc

dô'l tn)(.h~llo, Foi a J!:poo..~ da:!! Lu,e~. no século XVIII europeu. que cku à

uadi~lo 11 sua lJl;Í rama. UIlIlI \b) was figuf' ... ~ clme.ras. o ror.oo de

HoIbach. roUe a queSI., Odl .... ' lem)()'l;

Crmwl dlsdl h4 muilO qll~ os I .. ml:'!l IrlSlnom q_ os ~ de> __ oIhor f","1 o CIu. thix .. mo-/OJ 0Stlffl IJlho.r paro a T .. rnl.

FUliKOOOJ por u"'tJ IMo,ia inOOffC .. bfl·~I. fábu.llJS ridicu1n.J. lrIi.uiricn /Mpt,...mhTU ~ ctrim6niw pulI'Ü .. d~U'~s quI! a

inuli,indo hllmana J4' apliq~ na tmudu do 1flJ/(,";;:U. de as ... ",­lOS Im .. liJ:h'"u. "Itr/udes prr:JWJdos .. ronllecimentos úl"iJ. Dti. :umas qu lU .'tb qllim..,ru dos Iwm4'JU stjum aborulllnadas. e lugo as ide/os ro:tJfÍI'''U Si' fariúl I·ollr por .• i próprias. nessas ~ qu~ '1 pntJ<HI J<»,s..m dlsrinadas poro s .. '"I'" ao Uro.

É en<knte que Hol~h nunca rrocuroo entender bem a Ir.idi­çio 11: o papel que ela ~t:I na sociedade. No CilSO dele. a lnIdiç30 t;apt'DU o lado ubKuro da modernidade. umil roncepção impro'~'"t:1 que <;e pode pôr ck lado com r:OCllilbdc. Se qui5efTJlOS compnx~ a Iradl,Jn nJo podem():l: 1nIti-la como uma mera 10000ha:. M 11II111!\. hnIlUf\tlca\ doi palana ~Ir.ldiç;io. o;âQ antig3.~

A palZ\,", 1n,Ic~ ,em onrem ~ pala,,", latina lrodue. que \igni­focalll tnnsmlllr. 1'11 d;u- qualquer COIU I gu;ud;u- a nulra pessoa. Na Imgem. rrwkrr ~ apllnda no conlexlo Juridico da República Romana. onde: ('Ta r~fC'nda lIa~ leIS que ~ula' ... m iI.~ hcr:mça~.

A propnab,dc, que ra\~VlI de: lcraçlo em Ilernção era SUpol'lO ser C'ntrr~ue p:tr.l \CT ~u;u-dadll. f"'" o herdelm l!Oha oongil\:io de a proIclier r con\oCl"':Ir.

Pode p;uuer qu.:. ao cOl\tr.mollo5 til/f ~ gallas-de-foles. o con· l"eilO de Iradll;JO i IclhCl de mUilO~ O;«uj~. Urna 'c~ mai~. "" aparcnçi;b Iludem. O tenno ~Inldi~â() .. no ."Cnudo que lhe é dado IICtuulmeme é. 11;1 realidade. um prodU!o d<1"I tihitno~ doi~ século.\ da Europa. T~I como ocontc:cc com o conccito!lc rio;co. de que fal:imus no l"llpCtulo pn:<:eoknte. na ldatk Méd13 nlo e\I~liu a noç:lo gellérica de trodlç." ~!Io halla ncceS1ld:idr da p.1lavm. pll'C;\;lm.:me porqu.: II1Idlli.kl c cOItume est31'am pUf toda a pane

Logo. tl conce;lo de: tradiç~ nlo ~ de uma cri~ão da mo­dtrnid:ock. b..\6 niio Slllllfic.:l que nlo ~ a ele em rel3Ç";io às socicd.1de., rri·modcm.o... ou nJo ocidenl.1i>; qUC1" apell3.~ dizer que delemos abonlai- a disc'tlUlO ckst:l nuléria com alguns cuidados. Ao idcnuflC.ut'm a tr.III~lo com o dogfN r a ignor.inci.:1. os pensa­doreI d.1 ~ da._ Luz.es proctml'3n1 jusufic:u" a sua rUlII;ão por tudo o que: era 1lI,J\'O. Li~ dos preconceit", do Iluminismo. como t qur dr\"t:1IIOf ~r I .,~" Uma boa ~ir:!. de

.,

Page 26: anthony giddens - o mundo na era da globalização[1]

~'õII" é \'Olw b trndiçõe., inl·cmadas. Como Hobsba~m ~ Ran­ger dão a cmt"ndcr. não hâ nada de gcnufl'u nas tradições c costumes LII,cntados. Em vez de serem de Ilcrnr;iiu c~pol1lãnea. obo:tk'ct'm a um plano; !AQ u)aYoo; como forç:a.~ de poder. e nfto existem fkStk tempos iml.'moriais. Qualquer COlllinmdadc impllcilll com épocas l'I:TIlOU5 é. em larJ!3 medida. r:l1~

Eu tk\'oh'O-lbcs Cl argumento. Eu diria q~ 10d3s as ~ flr.lm Im~n~ I\UQCll houve UIfIII _'1edadc: inlcinuncTu~ Ir.ldi· ';00:..1. e :I..'! tr.ldi~'Õe~ c os rosIumc\ for.lm !,"Clllados por uma infimdade do: rru:ÕC5. Nãu devía mos partir do prlllCípio de que :I

cnação con5CicnL~ da Ifadiçàu ~ coconlr.1 apena' ~ hist6ri3 relau­\~nLe re«nlC:. Akm dISSO. prOOulU de d:aboroç-.io con~JCllIC ou ~. as ~, ~mpn: IIIl"U'pr~'llt:lm poder Rn, im~ p3dl1'1 c .11111'0'. do: h;i mll>lO que' i n~('Il13rn u",bç~~ par.1 pro'I't'ilO

pn'Ipno e tumll forma de 1cgu"Il:tJ\!1fl o ~~P"'-11\'O poder. F. um 111110 pcn"" ljuc a.. Inld i\"i\c!' .... '10 IInpc:nclr.l\CI~ ~ mudan­

ÇL As lf'...Jiç"oe'l cl'Olucm ~"'lIn li 1~')~I~C rn LCIIl!l do lCnlJ'O. ma._ tamhém pedem IoC'r Ir.lnsfonnad,l' ClU a hcrnda~ Ik maneIra bastanu,

r.iptda. SI! a\.'"1l posII4) ui;."r. ~lo 1II\·tl11:hi:1, e rcm\'Cl1I:Il1a~ E ('C"no quo: Jlp:um:l.< U'aIlI\"'I1o:_. em c.<pec ial ""' <tue c.l'kI n:1:M:io­

nau;l' ",lIn li' j!n,nue' rcll~ii·la. j;\ durum há cemena._ de :u1OS E"islem. pur ,, ~ clt1pl 0. prc",n~""'~ 110 Is\;mml1l" a qlle 1000' (" mu\ulln3no~ dc\'CnI l)~dccer c qll~ ,~ \~n1 111"I1(;do ~c '" IIlti:r.lÇ"o \lsh'd de .... k há nlulto IC"'P" No emunlo. 'Iu<llquer cominui<la!k "lU<.' 'oC \'Crifiq~ ~I;L\ OOulrin,l) n.;io.\ c,elu, muita., ;,Jterat;'Õl'.<. por \O:l.::o-..se c~lcr molociomino. na fonna l,1IM \lo Imerpret;tJ:1~ e ,lb.::dccid.I~. Tr.I<II~,'\o mlcir.m...,nlc rum i coi >~ que não cxiste. Como aconteccu com .IUlra.~ rcli.lüc) mundiais. o Isl~o aprllprioo­-se de UIIW \omcd~dc f;l:.ci l1~nl~ <k' rcfcrfrocia) cullunlJ<. ISIO é. W:: OUIr.IS tr.Idiçõe'>. F.m lemlOS mais I:crd". podcl1lOS dizer que o meio Il"1O ;II.:.>OI1....:cu com o ImJllinu OIomallO que. ,:0111 o decOl'1t'f do t.::mpo. in..,1fPI1fUII Influênciõb 1Ír~~ per<>M. ~;n.. l'lJI113n:li. ber· ~ lUn.'"as e indi;uu"

"Ia. ~ um crro absolulU ,upor qllC. p;mI >t'I" eonMdcr.ldo tnldi­cional. um tklcnnuUldo conjum" <.I" ~rmbolos ou pr.ilka.~ lem dc

'ler ."Iho o.k ~10<. A mo:n""lIem de 1"arru do monam... que ~ difundida lodo~ os ano5 no Reino Unido. j;l ~ uma U1Idiçilu, '111 o:nlanlO. I pnmelfa foi p;mI o ar em 19.1;:!, A resi5lêncill à pa.'''-I_ gem 00 Icmpo não é a elUUClcri,lil"" fundJmelllal d3 trndiçãQ. nem do seu ("limo um pouco mc'rI<" • ish·eJ. o costume. As C3roiClerfSIÍ­C:L'§ que: definem I tradição Ilo o ritual t a repeuçlo. As lradiçõc'

sio """'~ perttl'lÇa de gTUJX". ~'Omuni~ uu roltctivldade<. Os ind,"idUO!o podem agir de acordo com tndJ~ e CU-IUmco. ma., a.. tr.Id'çõe, !\lo con'l1lllt'm t'3J'3l'tni"I1CJ~ do cumportanlCnto IIIdl\ Idual. CQIlIO sl,I(:ede com os hábitos,

O que loma qualquer trlllhç.lo difen:nte ~ li fa(;w ok el3 defi· nir Utn.1 c0rCeie de: .... rd"""'c, p;w algum, que a~e de acordo L'""

uma pr.IlICI 1r.ld,c.onaJ. I' pnJunLb .ohre li e\I'o.lroc;a de altcr­nall\óI) n;jo fuem w:nudo. ConTudo. por I1IU,IO que mude. I Ira. 01(110 proporciOTla me"" de: :ac'i" q~ ";;'1 puoc"V que",it>n;,;., ... il. ~ nt'rmal que: óIli ImdiçOe~ po)..~uam guardiõc, próprios: Mm.en, hc>n~. ~acertlOlc •. (.:Ibm. Ma, 'OCr j!uard,JI! n:'u é u ~,mo que IoC'r ""I)«·lall,ll. A ~1f;:'1I c o poder do< ~uardiõcs dem' .. dQ facTO de \Ó dce ~n.'11I Cara/CI de ml"I'JII" .. la~ 11 ... rdade nlu~1 <.1;1' tmdi~·ok\ Só cle) cun""luern tkcifrnr o Icrdadc,ro significado ~ 1"'IIK U~rndM ou (K d .. mal~ ~imbnk", li que 11' mU.II' t:mnu mtanu, T"~('!TÇm

O I!UI1lUII ~nKl ch3mou ~ . , n larcril de rJc,lrmr ~ uutllm!:id.: d" trnUi~·âo, Oh!el'e uIUa Imina p.m:iaJ. Nll maioria das países da l!urupa moo:.kma. lU tmdlÇÓ<..'<. IIUIlIII'· ... :un-t;('~. dur:tnle muno 1CIlI(l"'I e. na mó,," .. fW1e d .. 1"<"111 do mundo. ainda .... ~I= IIIólis 11:':>1)· lenlK MUlt:u; tr3diç-õcs foram rc,n",1tl:ldl.i. o: fomm .. Iaborada. .. OUtra., 1lO\:a._ H,)Ule lenLlll\:t<o Ctlocnuda", de a1~ulb SC'C'Ion:s da S()I.·lCdadt' 00 ilCntido de :L) ~elhas ttadlÇlXs ~n:m protC8"ja~ ou adapl3lh,. 1\0 c:mo t ali ~,lIl. c.c;..;e tem "dll. lIlnUa é. o papel til: loU;l!o as flloo;ofia., coru.cn'3donts. A lr.ldiçJo i tlI\'n o conccnQ Tn;l!S b:i.\iro do 000S('f­

v:Idon~mo. po!.~ os con!.en~ :ocm1itml que: ~b é deposiloina da

~""""'. Uma OUlt:1 razão da pt'~151~ncia da trndl~·lo 1\0<0 p:1Íses UKIu.,­

triah/..ad<" fl"lde 00 fllCto d~ que lodas as mudanças illsUlucionals

1

Page 27: anthony giddens - o mundo na era da globalização[1]

pro\ocadas pela modernidade ficaram. em ~rande panc. confina­das lu insrilUiçõe~ públic .... ~. em e~pecial :lO Governo e à ,ida «"onómit"a. Os mêtodos Ir"diciunai, de fll7er IIS coisas ~

t~nd':ncia para pen;i5Iircrn. ou parn 5Crc:m rest abrlccido~. em di­'C.,.~a\ án!1L.~. entre cl35 na vida C01TÇntc. Podc~ até dizer que <.e

\"l:oficOIJ 11m3 cer1a simbiose .. nlre moUemid;atlJ:o .. lradição. Por e"tcrnplo: na maiona dos países. 11 família. li sexualidade c 35 di~lin~ ... ntr .. us .,.,~vs ~unlinuar .. m po:~ad:l1ncnt~ ,~lur.ldlL' dt' lradiçfto c costume.

Huje. d~, ido ali impilcle da gl()hali~;!<j!io. e'1l" a acon1t;!<. .... r dmb

mud,mçll5 b:isicas. Nos paises ocidemuis. não só Di instituiçõcs púhhcll.\ conlo Imnhém a vida eorrem" c.,tâfi 11 C\l!11l"Çar a lihenllf·<e

du pI:'<l da tmdiçât>. E, oomr .. s p;lncs du momJu. vcmos sociedlldcs que <c tmham manudo lr.Jdicion3i~ n ah:mdonarem nl!;uma.. ~ tr.tdJ~. Aln:dito que isto está nu cerne da wciroade ro'inlOpolim "I("Ib.11 de que Já fnl:ínlQ<;.

TrJ\;I-\C Ot: uma "OCiL'I.Iadc q"" vive para illCm do fim d:1 Il3turc:­lól. Dilo de outra foml3. poucos doo :t.<po.."':lm: dn mundo ITSlco rcmlnlll,. .... -cm IIltell"lllllenle nalU ..... i~. n;;u afectallos pcla inlcn"rl1Ção humana. ~ IIlmbém uma sociedade li vi"er ]W:l além dn lim d:l

IrnUlçln. O fim d:llr.ld'ção) nãn 'ignific:l 4uÇ.J Imdi,,!Io ~;i dcsap:m'­c.,r. cun\(' prelendiam os filówfos do século dn.~ Luzc.~. Pdo COlllr:l_

rio. em \"eNÕC.~ d,rer'::"I~~ eln ':011111111<' 11 110r"",.,r pllr loda l' parle. M:t.~ é cud:t VCI menos. se posso p6r as COiS.1S l1e~1es ICrnlQ<;. uma O"3d,çâo ,i~ida b m:tn.:ira lradicional . f\ 1Il~IICtr~ Imdic'ona] ~'l":nifi­

... :t qu~ :t.~ 3CI""daclc, tr.idicionais ,.10 dcfcndid,15 Ulr1l\'és do rilulll e 'Imt>olismo própriO!-. defender :1 1I"3d'Çiin com 1< ,u.:l., própri~s rei­,indicaç~ d2 \"mlJ.~.

lIm muntlo em que a modernização se n50 confin:l :l um~ área !!l.'Ogr.ífk<t. que em \"C"Z di.'\.<'o ~ fat Sc.'nlir u ni\'C] global. uaz um certo

nllITlC1"O de l"UllSCtJ.ur?ncias par .. ~ ll"lIdiÇ!o. Trad,ç~ c ci.!nci:l rn,~­r.un-:.c por \eleS de fonnas cstr:ll1hn.~ ~ mUHO IIlIe~..antcs. Cooside.

':11105. por exemplo. o .,pisódio muito ~"Orllem;ldo que aconloceu n:t lndi:t em 199:1. '1uando as divindades de :tlgun~ relicário .. hindus parec~rJm beber leite. N= mc,mo dia.. nuu '-Ó na fndi~ como por

lodo o mundo. ,"ári~ milhi'x;:s de re<soa.~ tenlllrlll1l oferecer leite a Um:l LlIl3gem di,;na. Denis VKbl. um antropólogo que es::='eu ~ _ fc~. omcn-a:

monif"J/ando-~ Jim .. /lan .. tlltItnu: /!til wJo., 01 paistJ do mund" .. m q~ l·;'· .. m comunrdodu indion01. us di,·iMutl .. ! hindllS rul,·r.. ftnhum cr.m.Jrguido o priml'iro mi/ullrt q/ll' SI' podl' cun­s,dtmr on simonia rom wntl iporo assoltukJ pdo slogan dn

~ !fJoofi::flI;iio.

E. tMto ou mais intcreI;sanle. ql.la.~ loda u genle. cn:ntes c nno

ert'nl ... ~. \l!nllU que erJm n~'(:t'..~árias ellpt'nência.. cientificas 4uc lIutentieassem " milagre. f\ cieociu foi pncla ao St'f\'i<j(> d:l fé.

Num cxc:rnplo como eW:. \";''TlfiC"a-!« que a !r.ldiçOO njo e..-cl a~_ 11» "1\<;1. está também a ~. Mas. pnr \l""U'S. as trndiÇ\X:s tam­bém wcumhcm pcrnnk a modem.Jdadc. o qUI: c.<cl a :ICOIltt .... -er em

ttrtl\... Sl~" um pouco por IOdo o mundo. Uma trad'ção que ~ csvaziada de conteúdo. comc.'TI:lahld"ldn.. IQmJ-\C Um:I hcr..I.JIÇa ou um

btJl:h. um berloque .;em \-aloc que 'io: compra n:l IUJa 00 acl"OpOl1o. Quõllldo lnlUlda pem ind,,~lna da hcrançôl. a Ilcr:mça t! a trud,\"ão n:re'l3 em lemlO> de cspcc1iÍCulll. ().. edlfkios m:oo'truidos em lo­cais de mte~o;c lurístico pod<!m p."U"el-er e'pli!ndidos. e u n:t."1m~lru­ção pode ler ~ido aUlentica aI': ao lI1al.' fnlimo pormenor. Mas lL IIcrnnça a~.,m protc:gida de .. ,a d~ ser aliOlenl3d3 pclo .:Ingue ,·,101 da

tr.odiç!lo. I qual eStá em C01"Ie.tlo ,"um :t c.o;pcrieocl3 d:l vida com:n1C. N.I mmh3 opinião. ~ IIltelTlUl\Cnle r .... ionJ.l rt:I.""On!Id~r-~ que as

uadições §50 ncces...<&i35 11. socied.lde )\;30 ôc,elllos accil4Lr aquela

ide;a Uo '!kulo d35 LU7.e<1 que mandll\"a que o mundo se lillert:l!»c

tnlnr:1tTlCDle da tr;Jdiç:1o. As tr.ldiçót'õ ~ ~-Mi3S. .30 ~""'S1ir scmP'R'.]JOIS são ela!; que tUo continuidade: e forma à vida. Pensc~

/\li. \idn académic:.t.. por e.'remplo. NJ UIlI\"CI"Sid:ItJLo. toda a genl~ deve agir de acordo com Ir.ldi~ Ali!' as disc'plinas ;><,.-adémicas no \CU

todo. como «"OI"IOIllia.. sociologia nu iilO5Otia. t,;m uadiçães. A rru:;'!o

i que ninguém COIl'<Cgttl' unbalhar de form:t tollllmerue ed&tica. Sem O'1Idiçães intdecruai..~. as idei35 0.10 t,;m ~nfoqu~ nem direcçno.

"

Page 28: anthony giddens - o mundo na era da globalização[1]

Toda\la. ~ c~ploraçâo conlínua dos limite< desla5 tradiçõcs. e a procura de intercâmbiQ!; acrlms cnln: ela." ~ um~ das obrigaÇÔC5 dos meios académ;oos_ A. tr.uii~"", plloe <er perfeitamente defendida por meios nllo tmdicionais; esse de\"<'ria 5Cr o 5eU futuro. Rirulli. l..mmOnlal c n:pctiçOO tem funções sociais Impon3l1tcs. o qlll' d~ cena fonTla é lvmpreeooidu e utilil,~dll pela lT\õJiuria c.Ia$ ol1!"aniza· ÇÕC~. governos inclurdos. Enqua.nto isso puder ser fello de forma <:"fecth-a. a, tradi~"Ii!' ct/ntinuarJo a ~r ~uqen1mla~. nã'l em l~rmCJ'o dos s.cus própri05 muais interno, 1I1:'S W11l0 temIa de eomp;uaçào com l1Ul.ra~ I"'JlIi~(ie~ ou m~1r)(lo< de fazer as co,,,,,,,

Isto :lplic:l'se alé às lr.nliço.:s rc ligio,",'s. A n:ligi:lo está h:,bitual· mente a,\I)('lalla 11 idcia de fé. que é uma espécic lIc \.lJllo emocional pard uma crenç:1 No enlantO, num 11\UIJtlO cosmOjXllila M cad~ vcz mal< fX"<03.< que têm COfl(OCIO" rcsul:,n.::s C1l111 nutm" <~re~ que pt'nloam de maneir.lS diferente". E.II.isc·sc:-IIM: .. qllC jU<Üfiql.lCffi lI.S

W3.~ crenç:u. pelo mcllO" de modo I1nplíe't(l. lan\OIl. ele .. como;,o." "ullO>, Numa ...w;i"jadc qU<! pn:tenoJ .... iSnurur ali Irollliçõeo>. rJ50 pode deixar de C.lL$lIr uma mancha de rxiOllalid:ltk- n:I p..."f1!;i<tência do<. ntu~" e pdllea_, de l'ar:lcler rell!;i,,,,,,. F. é :1"lm \lU': m,1'Ç :.cr.

C<,Jmudo, sempre que a tr:,diç50 muda de fUI~ÕCS, ~:"lo Inundu· I.lda.< nOI':l~ d"I:1111'ca_ na.~ nl>~"" villw,. F.~I:,~ IllJtlem rcsumir'5c num "'tel1l:1 de PU_\:I c empuml, por 11 111 lado. ~l1tre D ~UIO,,(\Tma

de 3cçào e a obn~alOri('oJadc. ror UII I nUl ro, elllrc I' cO~1Il0polilis·

mn.: I) funtblll~ntall,mo. Sempre 'Iu(: :1 mulição .~c retrai. WIIl(l'; obnJ:ndos n viver de forma mai~ all<!rtu ~ mUls f~n ... ~iva. Com mais dISCU,~lo e Cilm ma" oJl:ilogo, a iJutonoml~ e a liberdade podem 'ub'lituir o poder oculto da trac.liçlo. MIl< e,la, lIherdatll!.> trazem COIISlgO outros problema .. , Uma W!;iedadc: que I i\'e para lá da tradit;Ju e tia n,LlUTtla. como sucede em qU3>C loou" o' pai~ ocidentais de boje, exige que >ejam lomadas decisões. 131110 na vida corrente cumo em todos O!i outros dorninlo~. O lado .:,.curo da tom~da de decisõe5 i o aumenlO da< de~nd2ncia~ e da repre5s.ào. H:I aqui algo de imrigam.:, mas também perturbador. O problema est:l em pan.: ~unfinudo aos países deseovol\"idns. ma, começa a manif"'lar·se entre grupos al1uellt e~ de IIUlra) p:mlgens. EslOu a

"

falar do ala..tr.lmemo da ideia c da n:alidadc pr:ltiea da dependên· cia. A noção de dcpend~ncia costUm.:Wll sef aplicada apeflD!i aos casos de alcooli'mo e <k çonsurno de drogD!i. Mas agora qualqltCT domínio de acti~idadc pode sef invadJdo por esla ~a. Poo.:·5C 5C1" ';ciadu. logo dependenle. do trabalho. do e~lm'ício. da comi· da. do ~w e ati do amor. E isso acontece porque cst~ aCllvlOO· de~. e também outro<; dumíniO' da v,da. ~ agora muitu menl.>S e5tnllul""ddo~ pt'la tradiç;íu c pdo co~tumt do Que eram em época~ anteriores.

Tnl l:\.Imo a lr.Jdiç~o. a dependo!nda si!;nilica que 1'1 passado C~1:'i a innucoci:ll' Q presentc: c, como sucede con, a tradiçfin. a rt'pt;ti~~u \em um papel furnl:tmenbl. O pJ~~Q em quc,t5u i mõÚs individu:lj do que COlcclI\·o. a rcpchçào é mOlllllda pelJ angu'l,a. Eu <liria qu~ a depeodi!JÇla ~ um conseJUJ1K'nto da autonumia. Qualquer comç~­tO dc reJcição da\ lrndiÇ"ik< loma po<shel um grau de liht."Ttbde 'uperiQf a. que e .. istia anles ~13ItIOS I. falar d~ cmancipaç:"íu ~ horocns em relação ao<: con.~trang:irocn1O< do pa.<-(:J(Jo. A dcpendo:'n · C1a aparece quando a t:"colha. que devia ser pro,"OCad3 pda autono.­

mia. ~ sub"cnida pela 3I1g:u<ha. ~a tr:Id,~. Il pJ.''>3dn detL'TTllln~ \I

pre<:entc aua,é, 00 panl1h~ de ,cnlnlltntu.. e !,'rcoças eolccü"as, A depend~_nci.:! também f: 'iCrv:I do p,1.t<:tdO. lI1a~ só na t1Ied,d~ em qu~ n:lo cnnwgue rompcr cum háh,w, d~ '1<1'1 1.I1I~ cume'õ:orJm por M:r escolhidos Iincrncntc.

À mcdlOO que 3 IrJoição e os cU,lurne, ..... nfufloJam à eW:lla mundial. a própria base da nOUIl Idenud.1de - a eonseiencia de quem ~mo~ _ ahera-<.c'. Em ,uu~ç"k, mJI\ Irnd,ciona.i.~, a C(orl,·

cltneia de quem somos é em grande pane SU~lentad3 pela cswbili· dade do e~wuto sociaJ que ~ mdi,lduM ocupam na comunid3de. Onde a tradição falha. e onde prellllcce a e->colha dul. hábito!> dc viOO. a com:cii':nC'i3 mdividual 0;;0 ~ l'õenQ. A ilkntid:uk prop!"ia tem de se-r criada e recriada OUIIl3 base mais' !'D tio que am.:,. 1\111

explica a rallU por que as teraplllS e Il.< ronsulta5 de 1000'S I.>S

g~nero~ ~ lumaram tilu popul:u-es nos j)llí~e, do Ocidente. QU3l1' do criou ti psic3I1álise mooerna, Freud pensou que linha t1e'oÇ,,~r· to um IraUlmento cientifico para IlS nt!urose~, No realidade . o que

Page 29: anthony giddens - o mundo na era da globalização[1]

f~'\ foi construir um m"tooo <.I", renovação da próprio identidade. nas pnrneiras fases de lima culrura Cl1tregue a um processo de negaçfto das tradiçõe$.

Ao cabo e ao ~to. o qu~ acontece na p!õlC3náli~ é que o

indi"illuu '0110 ao passado para poder lIispor de mai~ autOlJomia no futuro, Um rnt"todo muito ""melhante 00 usmjo pelos gru)Xl!; de

ajuua mutuo que sc tomaram tão comun~ nas 1IOCietlOOe~ ocilkntai>. 1'1115 reuniÕC$ dos AlcWlico~ Anónirno~, por clI.crnplo. os indivfduO!;

ret.mdam a hl~t6ria <.1.15 suas vidas. e ~ ~eu~ dc'ejo~ de mudança l:lo apoiadus pdos t)u tm.~ panicipnntes. No Cliscndal. rtt:upernm da depcndi:ncla atrnvés de uma nuva eM:nll' <.I~ hi ,tóna da~ sua.~ "idas.

A luta ent re depend~ncia c autonomia est~ 11Uln dos pólos da ~lobahtaÇfto. No Ol.uro. CIK"Ont rJ-se O en1bate crltfl: O e.~tll0 cosmo­

poliU! e \I futldamenlnll~",o. Podemos pcn~1If que: o fundamcntalis­mo scmpre CJlj~tiu. Não ~ assim: (.\c'oCnI(llv;"u·<;c tlll re~poot:l à~

rnnu"nci~~ da ~lobah1.ação de. que csmmO$ rodeados por lodos os L~ A própria pala~'m data do inrcit) 1I0 <6:ul0 xx. qu:utdo foi u'<3da p3rn (!c<;(:re\'Cr a.~ crenças de algun1<!s !lCil llS prU1el;lanl<::> dos Esmdos Um~. em c..\I"-'Cial da._ que reJI.'iIll\ am a teoria de Darwln.

Me,rno a~."nn. o (imml .. Viâollilrio d" U"J1I11/ brslua. de: Odllrd. do final d<l U&'lda de 1950. ainda não IIIctu r~ n P.11:1Vr:I _fundamen. mlismo~, Esta SÓ começou a tcr uso currente na t.l~ead;1 llo! 1960.

Fum\amcnt3li srno n50 ~ o mes mo quc f(tlmti~lIIo ou aUlontllfis­

mo, Os fuodamemaJi,las exigem li n:grc:. ... , a eS!.'ritur,u, ou h:.\I~ hás'~, que ~ sUpMtO lerelll uma leitum lileml. al~m de proporem que a\ doulrina~ cJcriv~Ú;J, Ik uma 1.:11 leilulll !;eJum lIphc:ula.( nll

vida social. económica e política. O fundarncmalismo dá Urn.:l 00\11 ,ilalid3de ;I()I; tt:uardi~ da Ir:ldição. Só c:1~ lêm OCC5.Vl 30 ~igni ­

ficado "UIICIO" dos talOS. O clero 00 outros iml!'~les pri" i­lcsiado~ ooqulrem um poder sinlUllaneamcntc !õeCular t Tl'ligio<iO. Podem ~pilllr a lomar Das mãos as n!del!S du govemaç/[o directll. como aconteceu nO (r.10. ou Irnbalhar CII! conjunção com partido.~ polílico~.

Fund:unem<llhmo ~ uma palavra controversa, porque mwlOs dos que ,50 chnmndos fundamemal iSlas por outros entendem que o

lermo n~o ~ lhes aplica.. Pode (br-se um slgrufiçado objcctiv<l 11 Um3 palalTII como est:I'! Pen.'iO que ~im. e \IOIl cJcfini -la da maneira que sc segue. O fundamentaliSITIQ é a InKliçào mro-.tada li parede. ~ li Ir.ldi~o que se defende 11 maneinl tradkiooal - alram da Tl'felintiu 11. \alid:t.de do ritU31 _ num mundo glob.alizanle quO' clUgC conhc:ccr ali fllZÕC$. PortalllO. o fund:unenLdismo não lem nada a Icr oom o ronlC:lttQ das creOÇ:lS. n::1igr05a.'i ou ou~ O que mtcrc~sa é u forma como a \'enJalIe ~ crenças é uefendida ou ulirmuda.

O fundamem~lismo n~Q tem:1 "cr lVm :Iqui lo ~m que a.~ pe~""a.~ ucrcdnnm ma._. como sucede em scr:1I com a tradiçãQ. com o (lQrquê

de acrcditan'ffi e com ~ m;meir~ como ju~1ilicam o :n.10 di: IJ(.TC,.ht~· rem ..... 'ão <.e L'OIIlina 11 reh~.ào. (); Guarda.~ VClTtIClhos chtnc.<;c,~, com

li <ua dc\'OÇoo ~o pequcno UI'IV Il'rnrtlho de MitO. er.lfT\. -;em .wmbr.1 oJe du\ida, ruooamentaliqa.<. ,"em o fundamenlnh.moé. na ori~m.

um felKimeno de resistência 11 oc.denlaJiuç;i .... uma rejl'i~'âu da tkcad'::ocla oci<knl.:ll O fuooank'nl~h~mo pode dt.'.\Cn\·oh"Cr-\C no '<010 da.. U:ldjç~ dc lodo!. ~ tip!}'>. Não pcnJc: ttmpo com amh'J!ul­

..Lnk\, intl:l"pf"Cl:w, ... ·~ (lU idcntidad.:( mulupl:u. E a I"CCIL'" do di;l1ogo. nom mundo em que :I paz c f'I"t"pcnd:tlk dependem dek.

O fundamenmlt<mo é filho da J!lobahzaç;\o~ I'I'sponde-lhe, 110 me<mo tempo que se "':I"\'C dçl;,. F.nl 'lua....: lnua li. r~rte. o, grupo, rund.;m!en\.:th<"a.~ len! rello U~ e"l:tcn~i\"o d~s nO\~I, IL'l:uolugi:" de OOnlUn1caç'Jo. Antes de IOmJr o poder nu Ira", o :ly:l1oll~h Khonlcl· ni ro ,,',n:ular \·ldooo; c ca.~~le~ com os seu, emlnõlmentu\, o.. nllJi\3ntes Hindul"';! fizc:r.tm !!11Il\de u..o tia InterneI c do ~io tll'Cln'imco p3r3. cn3Jl'm um _sentimento de iJc:mi<i:KL" h,OOu~.

Qualqutt que ...:ja Oi forma de quO' \t! =,>13: rdigios.a. c!tnit'3. nacitJn:1Iisla ou purnnK'lIte polftic3- penso ql.le f;Lo' ",ntido que ol~­

mos o fuodamentalirnto l"OmO um rrohltrrul. Arr.l$l<l L-on"J!t) a pt.I'I­

~ibllidade da violência.. é inimigo dos \~ ..usmopol.itas. Altm disso. o fund:unmwh<mo n!lo ~ hrwm li -.er li. anti~ da

modernidade globaliz.anle. I:lInbCm Je'ôllIl.:I qlk'Sl!ks. A primc:ir:l de ludas I:: e,<;La: Ser.i que é po~l\"el V1\t'T num mundo ,"'m que nrub o! sagrndo? Tenho de admitir. à laiu de conclusão, qllC' pen>o<J qu~ não.

"

1

Page 30: anthony giddens - o mundo na era da globalização[1]

os ~'Osmopolitas, em cujo uúmcro me mcluo. têm d~ tomar claro que 3 tolcráneia c o di:iJogo wmbém se podem guiar por .... Jlores de ear.kter univer.;al.

Todos nós necessitamos de estar comprometido, com principio> mor::ti~ que estejam acima da< pequenas prcllCllp~ÇÕCS e disputas da vida de lodo~ os dias , Devemos estar preparados para sair em defc.\<l destes valores sempre que eles estejam mal definidvs. ou ame.1ça­~. A própri~ morali,bdc co~mupol it" prcrisa de ser puxada pela p.u:'lão. Nenhum de nós terá uma r::tzãn digna para vi\"~r,~ não Ih'cr uma calL<a por qu~ "!llh~ ~ pen~ mvrr~r.

4

FAMÍLIA

De entre IL' mudanças que e.t.ào a aconte,cr por todo O mundo. nenhum", sào mah Importanh,~ do que 3$ que afcctam a no~~a vida J!C"ool: o;c~ualidade, relaçõcs. ca<;.llmCmO e famm~, Estamos nu melO de uma rcvulu~;"io 3n,I"Ca da rorma como pcn'amos de n6s pn~prios e '<Ohre a maneim como est:lbelccclIIos laçuS e IIg~çô<:s

com os Outros. É uma TC,()luç5() que a"ança a vclocltJ~de des igual. conforme IL< regiões c ;1$ eul!ur:lS. cnfn:nt:lndo muitas rrsi~l~ncia~.

Como sucede com OUll\I'> a,pc:clos JC$!~ Illlllldo em lra!l ~forlll~. çào. nao conh-cce!l10S muilO bem qual vir:i li >cr o r.kiu lill~1 <·ntr<" \'ttnlagens e incon'·enicnle, De: ccna forma. e.~la.~ ~ào as tr:lI1sfor­maçi\cs mais difiecis e penurbador.l!l de toda.>. A maiori~ da., pc" som; l'oo>egue de,lIgar·....: do.. probkot:J.1 maiores durante n m"íur pane do tempo. uma das razôcs que tnrnam tã" dlricll o lr.lbalho ronJumo par.! o~ re..uher. N;"io podemos, porém. optar por llbando­nar a onda de mudanças que peoetnl bem nO lmago das nossas

"idas aJ"e<:th'a.'>. Existem poucos países no mundo onde não esteja a desctlfOlar­

·se uma di>ClL'\Sào intensa '<Obre a igualdade se.'u~1. a regulação da se.lualidade c o fururo da f3IDllia. E onde não <;c- verifica C~le debate abeno. isw dne-.\e. na maioria dos <,asos. à repressão 3<,ti"3 de governos aU!oritáriru; ou de grupo!> fundamemalislas. Em muil,,~

dos l-a.-.os. e,IllS controvérsias são de âmbllo nacional 011 local. tal como as rc;u:çõc~ sociais e política. ... que suscitam. Polílicos e gru­pos de pn:~o podem sugerir que com 3 simples mooili<;"<,::io d;!

Page 31: anthony giddens - o mundo na era da globalização[1]

poliuca de famnilll. ou uma lei que tuma ... -e mai, f;lcei§ ou mai5 difkeis 0$ di\lín:i1" num detmninado pob. 115 ..ulu.,~"oe, do!; ~

proble~ ...mam fllcei~ de encontnlr Mas as tnlfbfOfTllllÇiies que nus lIIf=m ~ e_feal peso;oa] c

eTI1OCIOnal \'So muito pan! aklm das ff'Ol1teifas de um qualqucr país.. mnomo que IoCJa um paí~ gnnde corno I)<; E~tJdoo; l lni(\( ... \'aim­mt)t; I uistfncia de tendências par ..... du um pouco pot' tod;l li piIfIC. 3J'C'nõI.' l"Om 'anaçoo de!,:f3U e de:lCOl'do com o ('OOteJ(\{) culun-al cm qll<' :IC'Ontcctm.

Na Duna. por <"cmplo. o E~t::tdo c\td o conqdCIllT a ide;a de tomar o div(;ft"io mai~ difieil. No n:!>C~ldu da Rnoluljào Cultur.tI. forom ptlllhcada_ lcl\ mUito hbcral\ Mlbrc o ca~amcnlO IX :lCemlu com t'~la) jt'i~. o ca~amentu é l"On~idcr.ldo um xurdo de trabalho quo: pode '\Cf dl\\OI\".Iu .. quando o i1omC'm ... li mulllt'r o de<õeja­rrm". \1e)mo que um ~ cUnJu!,:1:$ nikJ eSteja de acordo. o di,'Óf"­CIO pode '\Cr con<.."t:o.llOO quando o .;lfL"<:tO mútuo_ dcl\OU de Ul.ur no l:a'<lmcnlU em que'>fào. ~ e~iJ;ldu um período de espera de II.pclUS dU:l$ 'lCmJ.n3..~. find:t.< 3~ IjUal ' o ca~1I1 P;1f:1I. CCTCII. de 1100 l!<oCudu, IlIua1ro eun.") e pól:...oo:t a ,cr 1!Kkpcndcme. A lua de dl\'6n:io na China continulI o !>Cf blllxlI. ma~ C\!,\ em crc~,"lenlO ráp,do. cnmo D>:m\lc~ ... nt>ulnl' p:or,c~ u,,~Iicu~ CII! descrwolli-1I1enlU. T:lmu o divórcio como a coabil!1(j~O c~t ~u 11 tnrnar-'IC mal"i frequl'ntcc nll~ cldatle.' Chl l1~ ~i,S. Peito c"mnlrio. nos l'õ!mlX)~ !lido é diferente. O ~~umcl1to c " f:L1llflia s.~o mUito rnal~ tratl,cionlli ... a de~pcl10 d3 poll1ic~ oficral de linl1la.,:iI.., do~ n~,dment<>!i. que rc­tom.' 11 uma nLl\tur~ de incenti\'os c pUI1l~õe.\. O ell~mr:nto é um

lITr.U1jo entl'1: du:u. f3mni3~. fixado,) mai~ rei", pai) do que pelO$ jo\'eM intercc..atJ,)\ Um estudo recente. I'1:loti\'o !I provfn.cia de

Gan\u. que tem um nh-cl b3ilO de de;.cn\ol\ L1nenlO ccO!lÓlIlico. concluIu que 60 por cento Jo., ,.:as:uncnt05 3..inda s30 acordados entre "" p.:i;' Como diz o ditado chultc.: .BaMa entnr.r um~ vcz. cumprimentar com um :lCeoo de cabeça e casar._ e um HpeclO intel'1:Sw\le da mocicrni!:IÇJo da Chillll: mUlto'<; do!; que estào li

di\"On'llIr-..e ugura nos centros urbanO!: forum originalmentc casa­dos. no campo. 1\ maneira tradicional.

i"'a Cltina ral,Hc muiu:> da ~lio da farnflia. Em muito< pafse\ OCldenulis o debate ê Imcla mais ruicbio. A família ~ um campo de b3taJha entre" a miçJo e I rnodcmidalk. ma.~ i também

uma met;ifon ran amIm. Tah-ez haja 111m D05laIgia li volta da

perda do .bril!:O da ramfl~ do qut' em rcbç30 11. qualquer outra instilUiçllo com raízes 00 pa»õI!lo. ~ polf\lCOS e O!\ acthisw;. estOO -.em~ I diagnosticar 11 Nptura da família t a pedir o 1'1:~ ir famllia 1111Cbcional.

.. FamIlia tntdiciQnal" é uma ckstgn~ que ti:m 5Cnido par.! cnj!lobar "lI\l.3Ç'ÕC"O ba~Iamc di\CNl. ... Em 50Cicdadcs e cultUTa.( d.fc­renl~ 05 tipol de f:aml1ia e de I'1:lacionarmnto rt.""C~lcnHie de for­lJ1I) di\~ A familia Chl~ por exemplo. foi ~pn: diferentc dM tIfO'" de fanulia que encootl1lJOOl$ no Clttdentc. ()<; C35ament'-"l comhrnado\ f"tL3..\ famni35 I1UOL.'1 fOflllTl tlI'I comum. "" maioria do'I paio;e, europeu' t'OmU na Ch.na ou na fm;!. Ko enTanTO. a r:umlia da!;. "QCiaJ....lc<, AJo locadOlS pela mndr:mu.iack 11:\1'. e contiOLa a ter.

alf:ul1\ tnÇOS t'OmUI1' que '" encontr.un um J1OIIC() por lCIda :I piIfIe. Ar:1ma de tudo .• ramfli~ trlIdiciooal cot15tilUfa uma un.dade

cconómir:a. I:n IIOTTIl:LI que a pmdlM;.1o agrir:vla en"oh'cssc a tOlalt­dadc da ramn,;t,. enqu.lr\to cntre a fidal!,:ull rur~1 e u ari~Tocmc;1I a tr:m~lm~~~o d~ prt.>priWadc Cr.! ° mOli"v pnnelpal do casal1lCntu. Na EUroP.1 mcdic":1l o casamento o.~o tmlta u ~mor como funda­menlo. nem cr4 ~'un"iderndo um:, 1I1,tilui~ ond~ o amor pudl!S'c nurc,,",er. N:u p;lLII~'1'U do hhwri:Jdor froncis Ge\lrJ!:e.\ Duby. o C:tSll­nlCl1ln da Idade Média nlo IInh., de el1\"ol\er çcntimcntO!> de •. ;frivn­

hdade. p;lldo ou fllJ1wia>t. A deslj!Ualtbdc entre homens e mull'terc:\ Crll um f;ll:tOf inlrinsc­

co da familil trndicional. ,"unca é demah il1'L_lIr 1\3 impor1:mcia d.'>Io. ~I Europa. ti mulheres cmn propned3dc Jo., maridos OLI dos ~) _ Ol scw; bens. !.f:gUIldo I lkfirnçio Iepl A desigualdade de u:u:untDIO ~ doi~ o;exos csuva rel.:ionada com :l necessidade: ck a.,'!!gtnr I linhaXem t' • herança. Em !CfT11(K prátil.'U5. podcmoo; duer que ~ <;tmpI'C 05 bomen~ 1i7.eram U~ frcqucl1lC. e por '~/e~ baJ.tame ootóriu. de IITW1tes. cort~ c prostitutaS. ()<, m3i~ ril:<» tioh::un a\en\Ut3S 1lJIlOI'O;l>II.( com as triadn. Mas o:s bomcns

"

Page 32: anthony giddens - o mundo na era da globalização[1]

neces~itavam de ter a certeza de que os seus filhos ti nham por m"".' as esposas legítimas. O qu~ ~e apreciava numa mpariga res""itõhd era a virgindade e. no ca.'o dm; e~po'a.'. ~ conSlfmcia e a lidt'lidadt'.

Na familia tradicional a negação de direitos não afectava a("'nm; a< mulheres. pois ele, também eram negados à< criança,. A illeia de dar dignidalle 1eg~1 aos di",ito~ da~ nian,a5 é. em termos históri· coso relath-arncme recente. Nas sociedades pré-moderna<. como ain­da anrnlete nas cultums trJllicionais de hoje , u, li lhus não eram lr.uados rumo indivíduos. nem er.un criados para dar .<.alÍsfa,ão ao' pais. Qua<e podemo< dizer que não erJm cOll,ider,ulllS ~%oas. Não se trdt,,,,," de f"lt;1 de amor por pane do, pais. mas ~Sles c.<tavam mai, preocupados com a cOn!rihui~'1h} que n~ tilho, tla\'llm nu 1mba­Ihu cumum llu 'lue ~'Um ;I~ prupri'IS crian',;!s . Além disso. a taxa dc monalidade infantil ~ra a-'~u<t:ldor3. Na EUI"<.'P'1 c rm Anlliri<:" du século ,",VU, 'lua..,., uma em l'"da '1U"lru cri,mç<lS Illorri~ durante o

primeiro nno de vida. Q\I~~C 50 por C<!!I!<l da~ crían~';}, ouo aliogi~m os de., aoo~.

tJ,;ccplU parJ (.:nos gnl!l0' clcgnnlc< ~ il~ra ccna~ elilc" nu fnmnia !md!ClonaJ n ~é.<u" l;duJc roi sempre dominad:1 pcl3 ;dda da repnxlução. Er..l UI113 qucst~u em 'luc convcrgimn J lradlçào c 0' desejos na!uralS. A talt~ li.: 111CIO.' <l.: l.·un lr:tl'ClJ(tfio ~ficnes signifi­C~\';l para a m<ti"ria d", l11u lheres lllll:l l igaç~o inevitável cnlrc se· xualidade e gr:l\·idez. Em muitas cuhura.' Inldiciomlb, e n:1 própria Europa até ao de~lhar do "éculo .XX, cada mulher podia ticar gr:h 1_ d:l dn ou mais vezes no decursn !In ,uu vid" féni!.

Pda< razões já exposla,. a idei:1 da vinude feminina dO!luna\"a ;} vid:! ">C .~uaL H~ quem pense que ;}, r()nn;}~ lli'linl:tS J~ encarar 3 \";nude mascu lina c feminina foram 11111" criaçào da Grã-Bretanha vitoriana. /'\a realill<ltk. embom em \"cr:<;ÔC, mais ou meno~ difereD­te" encontra·se em toda~ 3.~ sociedades não modcrn:lS. Tm!J\'a-~

de uma vis3.o dualiSLa da se.\ualidade feminina, uma <;epar"ç~o total. com :I mulher \"irtuos!! de um lado e, do UUlro. a Iit>crtina. Em muitas culturas. a< a\entur:L~ sexuais lêm sido considemda.s uma característica que detine " virilidade. Jame ... Bnnd é, ou era. tào admirado pelm; suas façallhas sexuais ""mo pei<l valentia. Pelo con-

lrário. a._ mulhere~ de vid:! a.-enturosa ti\"<,ram de vi'er '1ua._~ ~~m ­

pre ocultas. apesar da innu';ncia maior ou menor que lUuitas da., amantes d~ figur.J..~ proeminent~' pus'i:lm ter e,~reido,

As atitud~s ~m rel~ç"o à homosse~ua[jdade fOT<lm sempre dita­das por uma mistura de tradição e natureza. Os estudos antropoló­gicus demonslmm que a homosse~ua1id"de. ou pelu menus a homossel[ualidade masndina. era 101erad~, ou abenamente aprova­da. por dil'eTSa.< culturas. em número SUperiOf 1tquel3.' em que era combalida. Por e~emplo: ~m alguma:; sociedades o:; r.lpaze.o; cr.un encorajado« a estabelecer relaÇÕeS homos..<eJ;uai~ com um homem

mais velho. que lhes ~rvia de palrono. T"is lig~ço<::s devi"m t~nni­nar lot:o que ~ jn\"cn~ tivessem namoracLls ou C3."ls~m. AconteceI! quase S<."mpr~ que as sodedalles hustis 11 humosse~uulillade n cunde­naram, porque 3 con,idcra\';lm uma prálica c._p"cIIiC3mcntc n~o nmllraJ. As alilude~ dos ocid~nt.ti5 ~un~.uTI-se I:J\tre a~ m"b e~tre­ma.,: h:i mcno~ de cioquema "n[)l:. a hOI1l0S.S.C~u31idadc em ainda eonsiderJda, antes de mais. uma perversão. dCS('rira wmo tal no, manu~" de p.<iqutatrin..

Na rcaliJnde, o :utlagunbmo <"In rd:lç~o à homo~5Cxualitladc cnntl1lu~ a <;cr cI' idente e a afltudc dualis.ta CIO n:laç50 ao comporta­mento d;l) mulhere:; l'Untiou:t a -.cr ~u,lenl"dJ pur muita ,genlc, tanlu por homens. como por mulheres., No entanlO. no dccul1>o das dée;t­d:l'i mai~ recente~ OS elementO, prinl"ipais ll<I vitl~ ;,c~"al do, fl''''u, do Ocidente ~freram modifieaçôc~ b1~iea<. Em principio, !t;l unm separJçJo complela entre >oe.\u;llidade c reprodu,fio. Peb pnm .. ,ra \e1., :I <;cxualidade é algo que se pode descobrir. moldar, alterar. A vida >oe:\u~1. que tO~lUma"u ,;.cr rel:tcionw., de mudo :J.MolulO com a vida m:urimonin! e :I legitimidade, tem agor.l poUI:~~, "" Denhum.u., n:1:lçõcs com elm.. N~o de"emO'> en~arar a accit3,ão CTl'.<Cl'nte da homossexualidade como um simples tribulll il tulerJ.n­cia liberal. Tr~t"-se do corol~rio lógku ll<I separação entre sexuali­dade c rcproduç1i.o. Uma vida sexual sem finalidade rel'rodutor:l já não é. por definiçiío. domin:ld:t pela., rdaçü.,.\ heterossexu:lls.

O que muitos dos seus defensores dos pafses do Ocidente consi­dentm a familia trndicional é, dc faclO. uma fase tran<;ilória da

Page 33: anthony giddens - o mundo na era da globalização[1]

f:urulio. que qo de.",nvoh"Cu durante ~ década de 1950. N~ ahur.J.. a proporção de mulheres 11 trab:llhar f')f"J de ca.<>a em ainda ,..,Iati"a· mente baixa. ainda era difieil. em e!ipecial par.l a.~ nml""re.<. ubl.,..- (l

di"Mio sem ficar CQI11 um rótulo colado. Me:;mo as~im. nesta altu· ra as homen§ c as mulheres já eram mms iguais do que anles. lanto de [m'/O como de jU" A rarollia tinha deiJcaUo de ""T uma entidade eçon6miea c o casamento L"OITlO oorllrato ecQnómico tinha ,ioo sub,· uruido pelo :am._ I'Om3.ntico. I.kpoi~ di'>.\O. a r::unnia mudou ainda

mal"-Podem e~i\l.rr drrCrellÇiIS de pom1~n"r entre lima sociedade e

OUtr.L mas em quase todo o mundo industrializado ~ wnfieam a.~ rr=mas t.'ndêocia.\. Só uma minvria \ I .... a~ de acordo com aquilo a que podcnatn!J'o chamar a família,p",drJo 0uI> :mos 50. 1510 é. pai c mliI:. a V,Wn;:OI juntOS com as filh()" do m:llnIllÓnIO. em que a mulhcré dona de ClI~ utempo InlC11'O e o maridu pnh:r li 'itJstento de toda a famn,a. H~ parscs cm qu~ um Irrço do<: bcbé$ nasce fom do cus:unenlO: u num\..'TO do: pe'~~ que vivem Mujnhaló t~\'c uma ~ubid.a mUito acentuada e pmece '-Iue vai crcf;Ccr aioda mais. Na maioria d:l$ .'>OI:led:lrJc~. \.."()ltl(} t:1rnWm ~necdc no~ F.~t:u.los Unid<"K c oa GrJ_Brct3nh~. (1 casml1Cl110 e'Huinua a ~r muilo popular. pelo '-Iue e5Ul> loUClClbrJc_ têm ~ lmllllmICanre!l1e :IIIOS nr\,ti~ rJe ca.<;a­mcnto~ c altos or,·ci, de djyórdlfO;. I'or oUlro Indo. na Esc:Uldin:h'i:1 Iui ulTla l;trga pen:cnlUgclTI dc c:l~ai~ ljue vi\·~1I\ juntu~ e mé criam filhos. crnborn nlio 'Cj;U1\ ea.~"dl~. Qml.~ um qU~r10 das mulheres rJ(J', E,tadO, UnitlrJ!; e da Europa. com idad~s ~nlre 0' 18 e O~ 35 anos. afrrm;rm que n50 tendflnam ler filho~. c parece qur c51;1o a !e,ar:1 ideia lm:r.mc.

Em todos 0< p;il-.e, coollnunm a coc;(istir oq;:mizaçilcs familia· Te!; de diversos tipos. No caso ôos fulados UnidlJ"- há mUlta., pe~.

liOas. ilT"l!r:mte.~ recentC~. que COO1rnunm li viver de acordo com .-alon:!i trndicionais. Contudo. H família tem. na maioria ~ ca.<oos. <ofrido tran"rormllÇÕC~ deri\'3d:u da maior impor1ãncia dada ao rosal e ao ac'.r.saI;unenIO. O CH~ento c o família tmn~rOl'1l1lU1llll·se

naquilo :1 que: no eapf1\llo I chamei instituições incrostad.:ls: conl,· 1I0.1m :1 5eT designadas pelo mesmo oome mas. por tkotro. 05 seu~

"

fundamcmn. o.her:trum·.'ie. Na família tr:uJicional. o casal '''TI ape. h:l.~ uma pane. e por VC.les nem era li paJ"le ma;" impor1ame do .iMemll familiar, Os [aços com os lilllos t com IlUtros farniliarC5 tendiam a ser i~oalmellte ImporutntC5. 00 ainda mai5. DO n:laciOlla· mento social corrente. Nl"" no:55Q.5 diu. o casal. =do ou nã(l. é o prôpOn cenlrU dói existência da farnn,i1. O casal começou a tomar·o;c O ~lIlro da ... id:l (ami!rar quando a função erollÓmic:l da farnnia perdeu ,mponãncia e o artlOf. ou (l amor mai~ a atrncçlo <e~ual. 51:

IUfllO\I • P'\I1C fuodamental ôos l:JiiOS do matnmómo. Uffi3 "e~ conMilordo. o casal tem a sua história c.:r;clusiV".!.. a sua

própri~ biografia. li: Uffi3 unid3de baseada na hgação emocional c na intimidade. A ,deia de intimiõadc. romu aoonlece ('(Im muilll~ OIJ­

Ir.!) noções JObrt: a fam,li~ que lenho "indo a di<t:ut;r neste h\'m. parece velha maio na fC.:IlidOOe. é muitu rcccmc. No pa.,...aóu. o C3):11ll('1l10 nuoca 'li: ba....-.a1"1 lia lIlumid3de. na li1!açii.o cmocional. Era. -em ,hhi<.li1. um Cactor ,mporuml~ p .. 1I'3 um bom casamento. mUlo nojo efll a flITlo da 'U~ uiSlcncia. Par.! o ca.~1.~. A ligação cnlflC.onlll wrnc:ça por ser o IllCIO de e~llIbe!eccr 3 relação c.lkpui,. é a prillCipal rnzão pMII. clu ...,r mamida.

De,·lamo' rC\.vnheccr que c.'lamm perante urna Iransiçàll de 'ulto .• Aca,-,lanrCnlo" e .. <.It'ac:rs.1Iamcnto~ fornecem um:. descri· çãn nrai .. pn..-ci'"l da nn:na da ,·ida pt's:.ow \lo que .ca.~arncntc) ~

f~mniJ ". I'ara rlÓ\. li pergunl" nrni~ Imporrnme JiÍ o:io é: "Você t cll.~·.'" Agur~. é mclhor pcrguIII:lr: . T .. m uma rc1aç~o'l» E.~t:r

ideia tk uma rc(~!\o é tnmbém ,urprcendcntemen!e nO\a. Nos :Ulas 60 ninGuém falava (!e "relnçõcs,.. Nlo cru preciso. como n1l0 era pre<;IMl (alar cm ICrnl~ de intimidade ou de compmmi"". NJ a1tur:!.. o tlI.....m:n1O era o compmrni,~, como s.c dcmon~tr:I pela e~iSI~ncia de casamemos im~tos pela :ml1':lÇ3 da caç:llleira.

:>Ia farnr1ia lr.idiciooal. o nsarnento.:m semelh~me a um e!itado

da l1ature2;l. Tamo para ()<; homens remo p:rr:l as mulheres era tkfimdo como Um.:l fase da ,ida.. uma c.lIpen.:lIl."Ía pda qu:d a m:rjo-­ria de-ia passar. Quem pcrm:mecia f 0111 dcle er:I olhado com e~ár­Dio ou rendesecnd.?rn."Ía. em especial :u solteiras. mas t:tmbérn 3COflt.!ria CQI11 (O', hollll.'DS que fic:l\1\JI\ ~m casar ,,[é tank.

63

Page 34: anthony giddens - o mundo na era da globalização[1]

I!mboro n e:L<amt."nlO ainda seja a s.iruaç~o nonual ~m lc'fm<JS esr.lli.tk ...... paro a maioria dali pc:s!i035 o signifiC1ldo do C!l.'i3J\1e1ll0 alterou-\e mai~ ou nJClI05 compJemmcntt. O çasameolo sigrufIca qu.­

o çasa! I' r.'e uma relação estável e. na medida em que é feito = .. 6 de um compromisso público. pode até f'I'OnKlWr ~-.:J e~t:Ibilidadc:.

Toda'ia. Q l"J.<.;m-.ento já não constirui a b.lSC fundamcmal que define

o ocasaJ:unenlo. Nu n,clo de rudo ,sto. a pmiçõ\o dos filhO>' li in1e~sant~ e algo

paradO.l(~. A) J1<.)'S~S alilum" em rel~ão ~o.~ lilh~ e às formas de

u' I'mle~~r altcmmm-sc radicalmente durante as líltimas ger~çõe~. Apn:ciarnus tantu <JS nlho, em pane porque clc~!'iC tumaram muito

m:u<. mm~. c em pane porque 3 lkcb:iu lIe ler um mltu I.-m muti\'a­ç{lc~ dlferrnle, ~~ que unha em &eraçôc~ al1leriQre~. Na fam.113

tradit'ional. ~ nUlOS crom um recurso de 1I<lll,llCta t'I.'urtümica. No ",undu ucilknlal li,,, ~_ dIa. ... um filho eon~lItUI. pelo eOOtr.\rio.

um p;<3dQ rardo financeiro para os p;ei~. Tel um filho é Uma 1I.'l'i~

m.IJ' po:n~a c amatlul'l'l'.da do qlle crt<tumn\'3 <;ef. além de '\Cr uma

IIcclsJo indu7Jda por AI!I.-=i\kMle, p'lcul';gK'.' c l .. n"'.;'~I;n,- A~

pn.'OI;Upao;il.!<. que tt'lIJ()l; õ!CCI'C3 doo efeitO' do dil'6rcio <.Obre ()'; filh\». bem cumu a cJ.i~t':nda 00 muit:l~ lTl:"'ça~ ,em paI. I~rn <k \Cr p<:reeb!da~ COlltm e~te pano de fundo do :lIuncmo da.~ exp<:elati_

\~" subr~ a T11UlleW~ 1:"T11n :I' i:riw..,·a~ J~"eltl wr :!carmhwJ.1' e pr01C!;id~s.

11:1 lre~ área, pnncipais em <lue ~ hl:!u~àlJ enulCU)n~1. ~ por corucqucnc!1l a intimidade. e,t1 3 sub~ti1Uir os :mtigos laços qUe" e"nform:ll'3m 3 vida o;ocial da.~ J1CS.'.oas: nn.~ n:laç'íc~ de ~xo e amor. na) rel;açôc) entre p:li, e filho>. e t:llnlXm l1a ;.mizudt'.

P.trn 3IlaliSM Cita 5ituaç~o. pretendo fI.'COI'TCr à idt'.!I de ~rel3Ç"do

pul'11~ ~ :L'-'lIn qu~ ch:imo a uma reJaçilo ba!>e:.da na ligaç-.io tIDO­t'ional. em que as recompensas de"ri\'adn.~ da Iigaç30 cormitucm {I\

ahcen.~~ que permitem que 11 rclaçàu L'OI1tinuc. Niio tirou a falar de uma relar;-;!o pur.lm~me sexual. Também n50 falo de nada qu.:: tenha e:ustência concreta. Estou a falar dc umu noçàl) atJ,;lr.lCla que DOS

ajuda a oompre..-nder u qu~ se e~l:J ~ pJs,ar neste mundo. Cada uma da.~ GreI!.' que acabc:i de mencionar: relaçõcs de sexo e amor. rela-

çõcs com pai~ e filhos c relações 1Ii: lLmi/.Jlde. tend., a aprm.iJn.u-sc deste modelo. A ligação emocional ou mlunidadc está a lumar_«e a t'ha\'t pan il!\" C'Ompceenderm05 na totalidade.

A relação pur.I tem uma din.im.it'a bastante dúcrente em Trlação 00< upus de relacionamento social mais 1r1lC:hcionais_ DelJ<'nde de

acto;. de L-unl1ança mútua. <k abntlml em relação au outro. A TC\1:­

lação t a coudiÇ'ão básica da intimidade. A rclaçãil pora é impliCIta_

mente democr.l.Jica. Quando d~ meus pnmemJ' ~tudu~ .-;obre :t5

relaçôo:~ fmimas. çonsuhei muita Hltr~tum sobre o assunto. sobre a

lerapêutica e os grupo< di.' ajuda. Fique. chucad" por urna cuba que n~~' me parece ler sido objcç\() de Ilr.lnde di\'ulg~ção. Se anali<ar_ mo< a forma como o leruptUta \'~ uma])o ..... rel(l\·:l1>. em qualquer daló lrh ãl ~.L' que mel1donel, é oomir.\lel o par.tJelo quc e;o;i.te com n dcnlOCraCI3 p"liuca.

Um.l roa relação. nào é prcciSQ dizê-lo. reprc'\Cnta um i<k:nl. MUlta~ da.< relaçoo comun~ n.:m ~'<jU<.'T <,c apn'"manl Jele. Não ",tuu a querer di!.". que ~ oossu n:laçÕC5 com os t'õnjugcs. os an1:lllt<,'$. (><; fil]'J()l; e ~ :um~o< nl() '\CJILm ntUlta~ 'c~.c~ l1ffi.plicad:l"

«Inn,luO!!.õl:l e msati~r316ri:b. M~ os pnncíplOS "m que a dcmocl'll.­cia asM'nta slo la.nlb\::m ,dca!~. que ntUlta.~ I'C/e~ t:uuhbn o;c cnc(lIl­

tr~m mUIlU dbtanh!S da realtdade.

A boa reJ3Ç3o é uma relação entI'C iguais. em que cada pane tem

'" m~,"\(" dlrellU) c ubri~:lçÕç, . Numa desta) rclaçÕç.-;. cad" p(:~­~oo respeita:( outra c c'peru o melhor da p:1I1e del:l. A ~13ç;!o pura ~

um:! r<lrma de comuml".oç;!(>. pelu que U L'Omprecnsãu do ponlu de I.~ta da OUIr.l. pc:5§oo é e'iSCncial. O di:iJogo ~ o motor que f3t

funelilnar li rel:or,.'3n. A' reJaçil.!, runcionam melhor !>e a:. pc:",,"" não esconderem nada urna da OUtro: ,em de t.lisur confiança nnitua.

E a t'Onfi:l.llÇ'3 é algo que tem de <.e pr:U'ClIf. n.:io nõ&-e dc g .. ~ cspom:iDc:a. FmaJmeote. a boa relaç30 é aquela oooe nào e;o;blc poder III'bttririo. coerç:!o ou \ iol~ncia.

Toda!; csw qualidades titlo em t'orucrmidade com os valO!\.",

da democracia política. Por dt'finiçi\o. nurn:.l d~mocrada l000S snu

iguah e. a1,...~".'~ da igualdade tIe direitos e obriguç''"'s. pelo mcnm em questõcs de princípios. chega-se ao respeito mútun. O di.11ogn

1

Page 35: anthony giddens - o mundo na era da globalização[1]

abenú é li c~tcristica fundamenlal da democflK'ia. Os silitemas d.::mocnlucos procuram criar um "~pa~'o tk diálogo e substiruir o poder alltoriuno. ou o potkr sedimentadll IXlu trndiçio. peill di~ l"USsilo pUblica das: queSIÕC5. Nenhuma democracia pode funcionar sem conliança E a dcmoeracia está mmada por dentro quando deu;a emcrpr o aotOfÍtarisnK) e li violência.

Scmpt"C que aplicamos estes princípios. ~"(lmu ideais. âs relaçõc~ human~. ~tamos a t<'"l" em conLa algo de mUito Importante: li po!i.~i­,c1 ap:uiç~o em plena vida corrente Il~quilo a tlue eu chamo a deml.lCr~\:iõl Il ... ~ emoções. A mim. a democracia da~ emoçõc~ parece·me 1:10 impon;lnle ~omo a 1l~l11l.1Cl1Ida pi)llIin par~ mdlro­r.IT u qualidade da.~ II()';Sas vidas.

I:. i)10 :lpliC"d')C tmto n:!lo relw,",jc:. cnttl: I'õl\~ c lilhu<; lV,nq ~m "ulrn.~ :\1"1:3." Em terTllO!l mmennls. C."~le de~ij!oalllndc m:st:L~ rela· çiks. Nu mten:so;c de loou', !}S pai. oo'cm ter lIuturitlade wbu '-" filho<;, No cnLanto. 1<:1J1()5 de prc.<õumir D CJl,Q':nci3 de um pnncfplO de 1~1Iól1&dc Nu ramiliu dcm.x:r.1l1ca. a aOluod;Klc \k ... pai) de,'i3 ba.';car·se num comr:uo implici1o. Um p.,i dIZ p;lr:I o filho: .Sc já

rll\,~, aduhu, e .... Illbt. ..... -.o 11 que cu 1<'. ,uhcn:... 41uI: lIlJullv que te C'"'iIOU D pedir é paro I(.'IJ bcnL~ As erillrn,;Hs da f:unnia tradicional dc\.alll. amlla devem. !>Cr v',la~ mns nõ;n ouv idD~ MUllus pai~.

rahe] Ilelol:~per:Ldl)) pela relJcllli:1 dus filhos. bem SUSlariam que c~la n:j!m !~~e rc~r~bc lccilla. Mas nii0 !\<!rv~ Ile n~da voh:tr p~TlI

tr.i.~. nurn:u t.It;.\·ia ""rvir. Numa uel1l()(;rJci:1 Il<ls emoções. a~ erjança.~ podem e dc~"Cm dispor de oportunidades de re~[)fI/'Ia.

" denllll."TIIC.a da., elTlU!r~ nãu implica (:,11" de dbciplina 011 3u~ncia de respeito. Apcn.'l5 proctlr:l colot::I·la~ em Jl'Cf"(lCCtl\'aS dire­fCIES.. Algo de muuo p;mridf. um U ljue OCOllleceu nu domínio j1Ublit.'U quando li demOer:K:iD começou li substiTUir o SOI"l'fT"II) autori­láriO e a lei da força.

A democT".I<.;a das emoçõc:s não raria distinç0e5 de prinripio entre relações helCI'Q'iSCXUalS ou com ~~ pern:ncenlt' ao mes· mo 5C.'l:0. ;-'lais do q~ o.. hel.eTlY.,:.<:xuais, os homossexuais têm ~ido pione,ro<; n" de,..;obena deste uovo mundo de reluçOes e na a~plorn­

ção da.~ respeçtivas possibilidades. TiI'erem de agir D,~im porque.

66

quando a bumosS<:.w:Uidade ..a.iu da c1ande-<tinid.alk. os OOIlJ()l;SC' ,uai~ nào rodiõUT1 dep:-oocr dos :tpolos normais do ~õl.<amento trndi· cjnnal

Falar do fomt:1\(o da dentOCT;)C"Ja emocion:ll não <ignifica <;Cf

ff1l(:o em quCMÕcs de f.un1lia ou na defe$l d3l. poIftica5 de famIlia perante lIló entidade!; públicas. A demotf1l(:ia. implica m:cirnção de lodos 0'0 dm:'ÍIO' e obri~~'Õe<> que tenham sanção legal. A proIn."ljão

da CTi:rnça rcm de ser a caraderistit"ll cimeirn da Icj!i..'ilação e das polfticas du Estado. o. pai. d~\"13m ~ OO1"11("du' a pmwT ãs n"(·,,.· ~;dadc~ dos fi lhos até estes atingirem a idade adulta. qualquer que 5CJU H ~ua furrna de rebclona/lletllo. O caumertto já não ~ un,a

ln_lillliç;lo ccollÓmica. mas. cnquamo conrpromisso rilual pode aju­dar ~ ~I ~bilinr relaçõe-~ L'(lm ha'IC~ fr:l.gei'l. Se () principIO <e ~phc:1

à.\ n.'IJo,i'Jcl; hclcros..\C:wai~, dc\'ia aplictlr·:sc também às de emclcr homosse\u.aL

Tudn i~IO ~U!;clla mUlta.~ pcq:unw dcn135ladas p."tr.l serem

mpundidas num C2J'ilulu 1>n:-oc. A ma" (.to\ '"'' J de qUI! me hntl":. prnllcamcnle 11 f:rlar da famili:r 1105 paises do Ocldenle. E quanto às reg.iõt~ 0I1<h: a familia 1r'II.hcin"aJ flL'flt\a"""." Intacta em drio:o; a. •• peclO<õ. como se \"CTifica no e:o.:cnrplo da China com que cotn<"lCci'! Sent que 3) mudança) ,·aificada.\ Im Ocid.:mc <.e vão Inrnllf cad:t

ICI nral~ globais'! Penso quc sim. Na realid~de. j~ '" gluoolt/.ar:un. Não ~c ttata Ile

..abcr c;o:: as rOrm3.~ existentes de fmnni:\ trndi~ion~1 ...: \5u mUI.hfi· caro f1I:l!> quando c como E. iria ~té um poooo m:us longe. A que lenho \ Indo :r dcscrcu:r como ti. nO\1I dc:mocraciJ tla~ ~ffiU\ ... 1e~ e<r.:! na prirneirJ linha do CI;lmbak "ntre o eo<mopolitisrno e o funda· mt:ntall~mo que discutimos :um:s. A iguakbdo: cnlr" o<õ seXO!>. LaI como a liberdade da_ mul~, Sio Iln:ltemas para o~ j!lIlPOS funda­~ntah,,1llS. .'i:a rcalidade. a oposiçllo Q eslM dua., ;deia.~ f uma das

carocteristicru; qu" tklinem O> fuod::Lmenuh""os religiosos em 1000 o mundo.

O eSlado da famili:r jã no<; dá preocupações suficientc'. no Oci· denrc ou em qualquer oulr.l lOna do mundo. É enu puro dizer que Ilctenntnada forma de fum.íIi.a é 1110 boa como qua!qua outra. ou

67

Page 36: anthony giddens - o mundo na era da globalização[1]

:lIlnIment:lr 'luc o declioio da famllia tradicional COllS1Ílui um des3s­m, .. Quanto a mim. voltava <JS argumentos da direila polftiç" e fundarncntalism contra ela própria. A per~istência da família tradi­ei,;",,,1. ou de alguns dos seus aspectos em muitas parte' do mundo. é de ml/ld~ a criar mai~ preocupaçoc.ç do que" "'-u decUnio. Quai' .ào as mais imponantes forç"s promotoras da democracia e do de<en\'nl\irncnlu cconómico no~ pair.c, mai!; pohM? TrJla-se. nem Imis nem men<Js_ da igu;!ldadc e da educ~,;ii<J das rnulhcrc.s. E (l qu~ c que tem de mudar para as tornar possíveis') No fundu. ~ a família trJdicil/naJ.

A igualdade 5<:.\u:l1 niio ê apenas UIll principio fumlamental da d"m\>l:r .... i:l.. Tmnh<!m ~ rl:levanlc Vilr;, ~ r ... licili"dc C P.1r::l a ICa!i,.a· ção das peS50"5_ Munas das mudanps que c.'tiío a acontecer na famma ,;.1" pmhl~m:ítka~ e diril'e;~. Mas. segundo inqllérilOs feilClI no~ E,tados Un;rlos e n'l Europa. pouca, pc..~"s prclend~m \I r~· grcSi\Q ao<: p~péi, IrJdici'l11ai .. d" h\111 1~111 c da 111ulher. ou à deSI ­gualdade Cnl~ cI~s definid:, IICI .. lei. Quaudo UI\"" ~UlW I~m"du ~

pensar que a famnl3 lmdiciouul c,,,. "1"""' de lud .... " melhor fór_ mub. rt.'<:urdo o qUt· a minha lia-avó mlla vez me di~~. O c:c':um'n­to dela dc\'c ler sldu u'" dos "'",s 1'lng'" de "'mpre. poh ViWl' com (} mandu dllr.tnle lnai, d~ ~~s~ellta :lIIOS. Urna VC1. cOllfidcn~l"u·m~

qu ... linh,\ sido prof!l!ld~!Ilcmc infeli'l duranle 1000 aquele tcmpo. Naquela <"poca n50 h~via fuga rvssi\'~ 1.

5

DH-'IOCRAClA

" 9 de No\'cmbro de 1989. cu ... ~I:lVa em Berlim. na entio Alema­nh;l (ki<.!"nLul Na reumiío em que fom participa,. havia .. 1);u1I1"" pc.,!'(\a~ de lkrlim OricO!~1. Uma delus. que não linl13 ap.1n:cido dur:tOte a tarde. regrcl<M>U b.1.~l;\me c.\citad:i. Tinh~ est'ld!) 110 I..I:-tc e ()u\'irn dllCT que o I>luro de Berlim .,,!:IV:.! prt!'ICS a '\Cf ahcl1o,

Fonnou-'>C lugo um pequeno grupo que se dirigiu par:, l:í a loda a prc.~~a. tb\"ia csçad~ ern::o~Lud:J.~ contrn () muro c cUnlcç:ímo~ a subir. ~" a.' fomos pu~ad()l; para tcls pelas equip:l!> d:, tclcvi,al' que CntrClanlU tinham eomeç:ldo a eheg:<r. Tinham de ~ubir primeiro. dis~rJJII·no'. pura nos poderem filmar dUrJnlr n ,uhida d:L' c>cada~ c na chegada 30 <:imo tfu muro. Alé con~gUlrnm convencer algum:l' pe$'U~' a d~<.Ccr pnrn \"oli:trem a subir. par:l t ... rcm a ~ ... I1C~" Jc 'lu~ tinham eaplado 3l> melhorc~ imngcns.

É ",,'Im que ~ fllZ:l Hisl6ri:l neSles anv:, fin .. i~ du ~culo .xx. A tclevisão n;;o se limita:.! chegar primeU"O. lambém quer ,cr en~ ... -nador~ do: um ~~po..'Ct.:íeulo. De eeno modo .... "lU argumclIlar nessa ba..'\C. as ~ujpas da t~kvisao tinhnm o dirc-ito de l'h~gar lá acima primeir<)o Pois a televisão desempenhou um papel imponume n,l aocnurn do Muro. cnm(. fe~_ de ronna lIlai~ genériç:l.. na, trunsfo,­maço.:, que aba.!aram 3 Europa de Leste em 1989. A forç .. que pôs as revoluções de 1989 em mOl'imcnto foi 3 d~mocr:l.cia ou H alllOOC­iJ:nninaç!io. E '·ou telllar demonstrM que a e~pansão da d<:mocmcia neste período r...'CClIlC foi e.ltTCm:unente influenci:lda pelo progresso das comurncaço.:_, 3 ni"cl globa.!.

Page 37: anthony giddens - o mundo na era da globalização[1]

A c\l:moçrnçia é tlIl\'e~ a mal< poIente de todas as ;deilL~ moti'-a­dor.1s que o «<ull))IX produliu. De momento. j4 M paul·'" países do mundo que <e nào di@:amdemlll:rutiL"Q!i. A antigil Unillo SQ.-imea

t as suas depcndCncia da I::uropa de Uste chanlil'":lm·«e .. dcmoua­l-1;"\ populaJ"t'.". como a Ouna COIlIIIIlI'ta COI\unUll ~ dellOlIllDill"·«e Pode dl.lef-5C que os uRicos países explidtamenle DJo dcrnocmtiros <00 1.< ~ui:u <C"lIrcud:II.~ que con~uu1lm c~:u- _ ~ dias. como a da Alibia Saudi ta. c at~ C"tas estilo a resisur cum algumas dificuldade. 11.\ correntc. da democracia.

O Que ê a dc1TlQCrollia? A matéria ~ COOtro.-C1"Sa e tcm <idn objcclo de muitas Intcrprct:JÇÕC$. l'am nUIl1. lelU <I 'i~mfic:ido que 'C' w~uc A tkmOlT.lCia é um ,i'lema QUC en\'ol.'C com]lCtlção cfcc­U'"iI Cnln: p;1I1uJo~ políticos quc querem ocuflill" JIO'-""-!C-' de puder. F.m demll';tacl~ hl eleiçiic!; rcgul:IIl:!l e ~ta~. cm que todo<. '" mc:mbnK da popul.lÇio podem tomar ~c Eo.Ie-. dlrcll,.., dto pani­

clfU\iiu ,,k.l\"am da' hbcnlade~ cio i>: litxrdadc de c.~pw;~ e di..cu,~'. I que se Jllnta a hlx:rd3dc li.: ~l1enccr li b'TU(lI.\S ou 3.'~I*iÕC\ u.: n3luru.a r"hlll-~

A dcn1o()CrolCia ~ um sistcm., de !lido 00 ,Illda N:lu fl'lldem nistir dlfcrcntcl ronllas. nem d"'cr"" nf,cl •. de: demllcrnti1.~:ío. I'\:b d~lnOI.·r.IC'4.' da GrII·lJrcmnh.l c dos E.~liido< IIn".1 ..... r"'" ~M:mplo. c~i5te um conlrn~tc de quulodudc'. Uma vel. U11\ briTânico de via_ geuI ~I,,, F,I;,dQ~ UnidQs pergulllou :10 .\.\:u eompanheim um~ric:l­no: ~COUlO é que "~~ ~ ddx:lTII ~()\'trmlr por rcsSQ.1S que ncm cm •• (1111111' c\!I1"lda.ri~m para jan1:1f·I ... ~o que o :uncnc,,,,"o npllStou: ·E como ~ que \"oct.~ '\C deium gmCntaf por pc:~S005 quc nem sonham em " ... ('u",,,.lar par:! juntar"_

A~tJr.I. hj, um dcmocr:ua em cada ~"Iil. m:as !lI.bclIlD'! que IJem sempre rOI :I.~'lm. NQ ~Io "':IX. as idcl3S delTlClC'dl~ ror.un fcrn/mcn~ ~"Ull~ pelas cllte<; dominante' '" pelos grupos din­JmII:S. que ntWl3.. \ele" o,e rereri;un a elas com ~m. A democr.J­CI:I iOt Q lJ.!al que inspirou a Reo.'OIuçlIo Ault:ril.-,ma '" I Re\"oIuç30 ~ mas durante muno temp!! k\'e podem LimuadM. O diTcilO rk ''010 er.t pn\1léglo tk uma minoria da popul~oo. Atê! alguns dos mais fcr''-~11o :Wc:plos do go.'Ctr1() democrúl;~"O. como o filósofo

"

pohllUl John StU:ll1 Mil!. :JCha.~ que o diMto de: \"oto de> ia ,<f

lUllItaOO. ~hU m.-omcnda,'3 quo: alguns ekuorcs de-.;am dispor de mais '"OlO5 do que OUIl'OS. de modo qur:. nas suas pala"· .. ,, 05 _1IW'l

an..ad05 c IalcnICJ5OSlo u,~~ mai~ influbJelil do qlk' os .. ignor.uuCll e meno<o e:tpaIe\.Oo.

1'0 <ki<kntc. a democrac,a ~ <e ~'Oheu plcnamenk no dec-uroo do <okukl xx, Anle, da 1 Gr.mdc Gucml só h"'-1" qualm p;UlirJ em que as mulheres tinb:lm dn'Clto Ik 'oto: Finlândia.. N~_ ~a. Au.\tr:iha e '\'0''3 Zelãll.b;a. Na Sulça. as mulhcres <;ó nm'<guI_ mm ''OT!If a panir de 197J. Além dls.~ alj;un\ fIlIi .... !l que se unham 10rnado plcnamente dernucniticoo. wfreram retroccs5os. Alcrn;uoha.

h.iha. Áuruia. E5panha e Ponu~al p:t.\.Qr.Irn pUI" ~ de gll\'Cf.

""" iII.II~tjnO'o ou I"1I' dltaduru., mdiloun. num pcriodo que o;c Ncu· deu de 1930 aIé meados da do.<ad:I de 1970, n.-.. da Europa. d., Ammca doI "'(JIt(' e tb AIblI1II;i)IA. Id. poucas demorntcia.\ de klllp. d:l1:L ~ um:!. dr:b$ a da Cosu RICa. na Arntnr."a l.atiJU.

Contudo. dur"ank ,1., lilllm:o.\ dCcadas C$CI srtuação tCITI <;()fn.l" altero.,lm IJOIj'CIS Desde mc:a;b; do!; ~ 70. o 1IUmc:ru de ckmo­cr.ICU.\ RW\ do que duplicou. A danocmr::i.a cspalhoo--sc para m.,,~ ,li: \nota pai~~ com lodos os pai,;c$ ckl1lOCrolll'O' e'l'leotc,~ na altur~ 1I manterem :1.< \,U;l' m~I,lu'Ç\k, Ikmocr:ínc:1'l em funcioo31ru::OTO. c.~In.~

mud:i.rlç:~ ~"Ol1Ieç:muu 11O!i p;rises da I.:ump;r di, Sul. com li qUl"tl" d", I'I::gllllC!. rnlhTaO!~ d:l G~ill, E~P.lnha e Punug:d. O segundo grupo de p;«)e\ parn onde a dcmocrncill 'iC expMd,u. \k$1:l "el l"Om prcullmi­nlo da década ck 19l!O. pencOCl: Il., Arn&Ic:b Cenlr:ll e do Sul. Uns Uol'" paf)Q manun ou ttailU'Mt gO\'CfTlO< dcmocr.Íl.iCffi. entre de' (I BruiJ e I Aq;entma.

O rne<;mO COIIlinua. I sucedct em 10Ó0I 05 conIJOcnh.~_ À lI':lI1S'­çJo pnnt rcgunes den~ do po:riudo que: começou cm 1989. ftI'uI_eOOo I Eun'P'l de Leste e panes da 2flUga União Soo,·K'ticll. §CguJU-se :s da África. foia Á\I:t. l"(>m Ilgum problemas e pal>-'\U!>

1IIr4.. a dcmocf21Il.açJo tem \1.I1do • CõlJl!w Icm:no desde o princí­PIo dos anos 70. em países como" Coreia do Sul. Tai"'An. Fihpin:l~. Bangladesh. TaiJãndla c MOIIgóli;&. " fnilia tem-se mantidn comu Est:ulo t1emocnitico deo;dc a indcpe~ru::ia. em 1947.

"

1

Page 38: anthony giddens - o mundo na era da globalização[1]

~ ceno quc alI:uns pIlÍSI.'S ql.lC ruem a aI:ulha pw.t a lkmocmcia nlo conscl:ucm chegar l democmtização pklUI. ou pan=m ficar pamdos a11ures 00 caminho, A Rdssia ~ apenu um de ",ITr muitos e't:mplos. Outros limltam·se a fC1fCssar a cstád"", õlnteriores. A A~.mnna. e OUtm<l ~o;es da An~C1l 11" Sul. j;i linbam tido gO\l:rDOS dernotr.iucos. e o mo:smo unha acontecido em paíS(" da Europa de L..c<;1':. como a ChCroSIov:kJll1it e 11 Polóma. C<JITIU algum; ~u"ell'(b d<-rnocr:iUl~ sJtJ tkrru~ \.,'m rn:quência. não pode­ll1O§ Icr eeneus quamo .i dur.lÇão de qualquer de<ta~ Ir.In~içl"", par~ li IkItll)lTJC'~. Mo:,nl\) ~"m. a llo:ml,lI.:raCla 3\,mçOO quase tanto de..de 1960 como unha n\":l11ç:ldo dumnte o:< mm~ de cem ano< 00 pt:T1utl .. Im:\:ct1cnlc "u<que?

Uma d;b n::spo:slaJ po5Sí."t:l~ é rl.lflllXidJ pcb~ pc<~' que li'm uma ",Jo Inunrah,w da l'\Ifll1nT\a ... :lo ucitlcnt;lI mIre dtl11OC1"Xia e o:ç\W\OJrnla fk lTlucado, e isw que: 05 outro!< t':11I tentado. <cm hllo \ dcrn,-,cr.ll;,a \C'O ao de cima pnrq~ é I' mclho..- ,,,I~ma. Apel1:lJ

....:''"IClo.~u quc ~ mal<lIla U!x:. pai'jCI T\lo pcrtcnecmc~ ao mundo ot"ldcnuJ le\'OII m:lL< a11um tempo 11 a\ • ..rtular ~ ,de,a.

N.i<\ OOfItrnriô um~ pant do argumento A dcn\OCmcl~ é rnclh<lr \Ia., 1)'>0 n:1o lla1l.'Ce ~u1icle nte parn e~llhGlr a, n. .... "Cntc-, I1f1da.s de dClnocrnll,.aç,lll. Nàl1 clrh~a r"" (Iuo: é IIU\: Clot:'$ t11ud:U\ça.~ oconle· cemnl preci,anl\:nle ne~la conjulltufa 11l~1(jrlCa .

Se qllcl'\;rno~ urnn re~Il ... <;tu 1lI e11" 1 .. , t ~I1lU~ de I'\;)olwr :lquilo :I

que ~1"llltllU ~h!lt1lur II par.,doxo d~ dellf(lI:rncin. O p~mdu~o d>i democracia é que. enquamu a <h!llllltrw.·i:l :.<: C)l~ a t-"p:mdir por todJ.:I p;LT1e, C1H1IU acabamos de verificar, It:l~ Oclllocrocia, n\adu,,,,,. I.jU!: u rc,IU do mundo eSI:! wpo..;l:lmCnlC 11 "'''[I'''''. "-,,"Ie uma ~tlOI"­me: dcsllusoo qu:lnlO ;li'" I'llx."rsW!. dcmocr.íli~·os. Na maioria dn" p:u:._ I).:i<l.:nlai\ os rul·eis de con1i:lrlÇ:l _ [Iulil1 .. u> l':m ,mdo a

~ nos anos recenlCc<i. Há ,-...ta l-elo menos pessoos que \lX3m..

especl:llmcnlr RIr! Estados Umdos. lU eada ItI maJ~ pe!iSOO'l. em "'1'«;31 entre a GCtIIÇ30 m;\ls joI-em. que ~ dizem dc.sintC1'eSS3-das da polluC1l. Qual a r.u.ão que leva os eicbd30s de paí>.e.<. tkmo­eclucos a de"llMlin:m-se com j;0\"t:1TIO!i democr.itlCOli. ao me!ilIlo tempo que li ,istema está em exp3n ... ;jo no ~to do mundo?

"'

A, mud.Jnças que tenho lindo a analisar atnlvés deste Livro

e~plicam a razJo. Pura um n\lmcro ~1C dc ~\03li dc uxln o mundo. a \'ida jj n30 lO!: \ivida tolDO um desuno, jõl. n:.n 1Ct1l um pcrruno tebu\-arnenlt fixo e ~. O !O"cmo autorit:írio teoma-o.e dcsaJUSUdo pan tntar de di\~ 5i~. falta-Ihr a fkxlbllldaok e o dinamismo ~ p;ua. compc!lf" na coooomia elcammca pobaI_ O poder poIftiro apoiado l1õl Qnkm autoritána jõl. n30 con~ ~ ~ as fl')Co"",, tIt Ikfcrtncia ou de re5pc',lo

IJ1Ij:l!eJOnai.'. l'um mundo ba!\caOO na comuT\.eaç:kl con<tante e 3cth-~, I)

poder rlj;ido _ o poder que ~ flui do topo par.J a ha..e - perdeu o~. A~ l"tJl1d,ÇÔI.'S ccooómJcaJ quC'. «onomlll planifiealb so\'ié­IICõl. e de OU\J05 rq:ilTK" lIulonWios. nJo CQ1l~guiu domltlM -. nccC"~sid;idc tIt ~nlnlitõlf C" fk\lbr1il.ar - rdlectiram-sc na politlC:l O monopólio d:i .nrorm;ll;j;300, em que: u ,,~Iema polltieo :I~~nlJ\õI nJu tem futuro DO qtJ;lCiru d.r tOtal :lbcnur.a das eomuni­

\::I<;i'IC', ~lob:1ls. :-'os c,mll'" d:i Europa OncnlJl de 19119. \cnficou-sc I.jut' gr.Jn­

<1.: .. númcl'O'l de pcssoa~ n"olIh'l:T1Im manife;tar--,e na ru:t. M:l\. 30 CQmr.JrJo 0., que \ucc:dcu em t11u,lJ~ Otilnl\ tc\"OIUÇÕt'S do pa~..ado. MI\l ... • mUl10 pouC".1 \·iuli'ncia. () comunismo 100aln;ino. que parecia '\Cr um ~;'lema de poder lmphldlel, dc"aneccu-K foi 'lua...: corno -.c nJo 1i\"e~sc e:u~11do. Pouea Gente at:fcdil:l\a 'lu.:: o upllrrlw;d lia África Ilo Sul t1c~npareccsse !leIO ter de '\Cr derrub;,do "da força.

\b ... IICOnt~u. Os ún'cO'> e[ll~ios de \iol':ncia ocomdos em 1989 enrol\eram

~ IflIl13lb de tsUIÇ~ de tele •• s30. Os que IL' ,m"3dlrllm revelaram ler romrr~n(hdo quais C'nIlI as pnondw. A fe"\ulução das comu­n ....... "'ÕeS produziu c .. bdarl1a~ mais KUVlb. mal~ rdk!lI\a.<.. do que alo qut el.l..u:lfT\ lUUe5. E t c:.Ul me<mI CI"OIuçAo qut está a JIW'"UCõII" ilball\laçio lIaS democtxl.u qut .p 1êm iIb;Ies a\1I11Ç3d.u. Num mundo I.jut esú " Iiberur-5e da Itlllhç30. 0'1 políticos já não ... podem \'alcr (\li.) \eltw formas de pompa e CU'CUlIStãncia parajusli-6r::u- o qu.e fazem. A onodo.l.1a da politica parlamcolM afa"ta-<e do ilUIO de mudança que p1:~ pela .ida du pes...oos.

n

Page 39: anthony giddens - o mundo na era da globalização[1]

E quais U>o ereiu .. diMe> na própria democracia" De,eTJlOS IK'ciIill"

que ti mst.ruições dclllOCl'llüca.~ >ie lomem m~n:ri •. jU51amcnt~ quando a oclllOCf'3Cia pan:ce .mpa:r.he1?

(h c~1Udos de opmiilo w. .... n:a da confiam,a quo: os ~o'''C':ffiO'., mera .... m. e que lem ~idQ reaUtados em di\'CN'lIo p;if~ ocidenl.:li~. já chcJ;ar.uTl a alguma~ condu. ... ks bem interess,antes. Na Il'alidadc. O<õ e.dad~ têm ~inUo li Pl'nkr muita da confiar.ç:i que deposita'õIIT\ nos polítito:s e nos proct"\O!I poIfucos OI10<i0~US. No cnL1l110. n:;<J pcrdcl'lll1l a rt M< prtJ' ..... ~~ del1'lUCTáticos. Num Ulqubllu =:elite.

fel10 nos E~I;wQ liru<b e nos malOC\.'!i poí~ Ib Eun:Jpa Oc1dcnul. maiS de 90 fIO" cenlo da.~ ~~ :dil'JTl;lr;lJ11 qlIC aprma\"am a forma delnOl11iheól de SO''eT1I(I. Além dlS!lO. ao oontr:im,! do que mu.to<. pcnsam. a maioria da.( pL""";IS n;;'" ~tá a lbimclU<af· <;f da pclilj­ca cumu tal. Na ,,,rd3de. a.< OOIlC lo~( llflOntam em l>I:nlido conl~ riu. De f:lelo. :L< ~'ClIL' C,'J" mai~ imen:SSóld$ na pnliLi<:a dou que e.'a,am anil!'> F. enln: el:ts ioclullllOll a gl'fUçãv nlO.is jovem, ()<;

}O'en\ nlo conslituem. com.) 'oC 1.11, lVIII frcquÔ!ncl3. a 1Ic:r.ll,~:iu X. InSôlu~fclla c allcnatL

Ma.. ~. ou mUIlOC dd~ \óin. m~l~ cinil'M em rel3Ç50 ih :.flf· mólÇÓt's que 00; po!illct>'< f;ll.em apenas cm pmvelhl prúrrio e. IstO é lund:uncnt;o!. c~I:io 111m f~ocul"I(.Iu" 1.'001 I'ulrriea.' de nhel lu.:al. nalo qu,"~ -entcm que \', pulflkus pOlloo têm n dlll.'r. Muitus \~CI1' ~ pollucn C(ltllll ulll:1 i.cllvid,.(le comlpl ~. em quc os IIdc!'l!~ 1'"1ili<:os t1cf~nlkm im~rc.~.-.c~ pcl\O;II~. em \'Cl de Il'IllCrem o.. inleresses do<õ cld:KIl~ no eor",,·ãu. P"m o<; nmi~ J{)"cn,. :1., questOc.s I!I~I' Impur· Llfll~'" t;;m li ,'cr com a e«lll'lgl~. OI> direitos hUnl300_. li f:!Du1ia c 3 Iibrrd:kJe sexual. A nf,..,! da ecologlll. nS .. ~,.êc:m que os po1íti~'O!t.

tenh.lln tap:acid:adc para enfrentar ~ forçu q\IC ralem movcr o mundo. Como toda li genle >lIbc:. munas de..SL~ forças oltrapas-am o ni\el do E.,taUo-nat,-)o. Nilo é de surprc:c:ndcr que o... lICti\'islllS ~Iham a integl'3Ç30 em Ij:l'\lfIOS que defendem interesse.' e<;pe­ci~b. que promctem l'Ullseiuir fazer melhor do que os mt:1OS políti· cos onodo\O'o

Como i: que li dC!l'lllCTlOCia e as :x:u .. i~ do 100~mo podem ser apoiadas quanOO p;rre«m ter perdido (I poder de delamin.lr os

C\CD1OS? PC'Il5O que c .. t.a pergunta tem resposta O Que ~ ~tli li

lomar n=-'rio noi pafscs dcIDIXliuC05 é o aprofumlaml:nlo da propria Ormot'l'llClL Chamo li isto de~ a delll(lCfõtCia. Mas a deIDIXl'3Cia xtual I~m wnbém de ser trl\IlSnlICiODal Prccl5aIDOS demccratiur acima. bem como aball:O. do 111\'1.'1 da nação. Uma cnl

de globah,.w;30 e~lJ;c re~posr3.5 globats. uma ideia qw -.e ~pli<:a

LlfllO na politia como em qualquer outro domínio. E\.~e.'C o aprofundamento da den1OL,aN pon:jUl' ()'< velho!; n1e­

C3II15~ da (O';-nT\lIÇ'.lI. nJo funcKln3m nwta ~ em que 0lI

~ JQI1Ilham com os EO"~ OS mo""", Tni.'iaç de mfor· maçJo plena. ~ I.'\'TIO que 00; gD\'CITIOIi dmOOlilticos do Ckidc:nte nun-.l for:un Iio longe ~ política de -.ep:do ~-omn as dnlldurn.~

comU11l51a$ c I,IIltl\" u~ de go'o'CrtlO aUlontáno. No CflL:mIO. em ren..,... c.lIIIC\U'K nlo há dlhidas di: que: :l1111'.mt em <egredo, Pcn~·

nK)';. por C'\clllplu. ali que (1111110 O<õ go'l:~ do<; EstOOo5 Uni,Jo.; e tb GrHJreWlha do penado da Gue:rrd Fna CSCQIl(kr.mt a ven:l:Jdc 3l"Cf' ta dos tc:sle\ wm CII~~ l10ckarcs c d3 comtb aos annamc:nIO!l. o. "..tcnwo democr:l!~ do Ckidenu: lanll><'m C'>!.lImlf11 CI1\'OI,'ido!;

CIII :unizadn compn>fT>C~ conddcclll~ndas e ~ de:' curo rcd<1I', Ret\ .... e.:tm COIn frcquência a .'mb ... t<" c fonn3'\ <k poder Irntheioo:u). qoo nem <k longe podem !\Cr coru..di'r:I1Jvo, intcJr.m1Cnte democrático<; . A Cllnmm do!. ~ d;, {irO.·Bn::tnllha ~ apenas tini

dc~Sl's e~en'rlu~. (1)1110 1\.( Ir3dIÇÕC~ c.stilo a pcnkr ,I r:l:-cíll in. o 'lU!! :mIe( cro \'cncr.h'l'l. diJl.AO de R:SpcltU. p::1.,sa. ~ tln, dia para o Olllrll. ~ parecer C'SCjUI'llll nu :u.! ndlcuJo.

A d1\'UlgaçJo de mnlm ellCãndalM de corropção no.. mc>u. poUtico) durante '" :lIIO!i mais recentes nlo a.::onlt."CCu por :teMO. Do Jap50' Akmi6llba. pal.!oõllldo pel," E.~tado) Ullldos e pela Grà.Brel;mha. ()<. C:u.o$ de corrupçio rnen:cer:tm gnmde atençiio no. noliei:l.n05. Ou\ido que ti. ~'Om.Ipção nos p;ii_e, di'moclilicos seja agon móuor do qllC era lIIltigamcme. O quc se p;i~~ é que. numa sociedade .n.a . inrormaçw. li OOffiIpçãn é mais \'is[\,c:!: a fronleira entre o que é considerado ~vrrupç.1o c 1.1 q~ n:1o é uunbém se al\Cf'CU. Tomando a Grà·Bret:mha como uemplu. ti

f;ac1O de algutm !IC ."Itr d;a sua rede de ami7ô!lles ido fugia ti

Page 40: anthony giddens - o mundo na era da globalização[1]

regras acenes. mesmo quando os partiú"" úe eemro-e,,!uema es­tavam no poder. N~o se pode dizer que tais ~e' tenham úe",pa. n:l:ido. mas muitas das soluçôcs encontrtlÚa~ IItravés dela,. e que eram aceites <em problema~ de mai(\!"o l!lkI agora considerada, Ilegítima.,

A dcmocmtiz~ da dcmocrncia re\".:stir-~-:I dc fOl'Tllas dif.,­reOlc<; J1O:'õ di\er;o~ paí<óeS. dq'endcndo da carga hi~t6,i<::a do: çada um deles. Mas nenhum p~i5 está avançado a fl'OnlO de se considerar i<;(:OIo. N~ r3fS<!.~ em que o poder esl,í fQnclllentc L'Oncentrmlo li

oi ... :1 nnci~,"al. como nH Grã-Bretanha. a dcm(X.TUlif.m .. ~o da sock-­dade implica uma devolução cf.:ct;"" do poder. Significa a cxiq~n­eia d~ m~-dH.I;.~ comrJ a corrupção a todn~ ns nlvci,.

Em muitos C3.0;0<; também ~ai e~igir rcfonna._ constiluClOo;n. e a promoção de maior tr:msparência na.. que. tik' l'0lflkas. Tarn­bo.'m te,emos de estar prcpurad"" p~r.l c~pcrimcntar norma. demo­crática.. a1tentan~as . .-m especial §c COita.. <\Cr ... ,rcm para pôr n m>Cc ... -o de tornada de dcci~. JlOlit,,:a., m,.i$ dt:: lICordo rom a, prcocup.lço5c~ corrente" dos ddaÚ:ios. O. júri. pnpulares. p<)T

ewmpln. nu o' referendos por via dL'C1r1)nic, •• nilo vão 1k~lmnar;l dcmocmcia rcpn:oentn\1va. nms podcm ser um ct)11Iplemenlo util p.1m .:13,

Mal' do que fizcmm no p~S>lj(Jo. o~ pnnido§ polft,crr. 1êm de colabornr 00111 ()S grupos fonna<lOli pllm ddi::mlcr Ullm única cau,a. como ,Jo os grupos ccoloS'~I"-~ t.Ic prcs~~o. Alguma~ pe<;\O:l,\ são t.I~ opin!~o que as 'IOCiedades cOJ][cmpor!l.nc~s c\tào fr~J;mCntada~ e dcsotgantlaUa.,. mas D idcia oposta é que t \'crdadeirn. As pQ;..oo~ ~'1;1Q mais do que anil.'" cllvoh·idas em grupos c ~iaçõcs. Na Gri·Bretanha. a.~ ~s qUL:. pcncOC<.'m a organizações ,'()luntárias ou li PUpl)) de ajuda mútua são em nún-.ero "ime \~leS superior às qu~ estilo filiada~ em partidos politkO!l. E Sil1Jc,-se qoe acontece o mesmo MUtroo; países.

Q..l!rupos dcdlc:ulOS a um~ SÓ causa s30 muitDS ,"ezcs os prim ... '­>OS a levantar problemas e qucstões que tal vcz pennlll!eCl.""'''''m ignu­rndas dos círculos poUtico. nonnuis uté qoe f~se demasiado tanle para 5C encomrarem soluç'i'ies. Foi o quc IlC(ln t~c ... u ames dc cslfllar;l

"

cri .... da. BSE 00 Reino Unidu. pois di\'crsos grupos e mo,'irncnl05 tinham jli lançado o alerta par.! os perigo_ de r;ontaminaçào na C<Idt'3 a1immtaT.

;to democratizaçào da dellKlC'f'aCia dcpeDde tambt'm do fomenm de uma profunda cullUm d,"ka.. Os ll1CfC1Idos nilo podem pn,xlu~ir e.~tn cultura. Nem um:t pluralidade de gf\IJIO\ de imcn:MCS espc­ciah. Temo<; de deixar de pensar qllC a sociedade é composta apeoao por dois SC'CIo~s: o E.tado c: o men:-.ado. ou o ~Ior pUbliCQ e Q

sectOf pri\-ado. Entn:: OS duis ",noontrt1·sc a tÍ.fc: .. t.I~ SQCiedade ci,·il. que inclUi a farnflia e outras iru;tj tu içõe~ di: natureza nào cconómic;I. A l'on~tnJç:io da dcmocrolCi~ d.:Lç cmoções ê um do, a.~p'--.:tos da cultura cI\'ica progre\si\'lI. A sociedade cIV,1 é o fórum onde as lIU10des dernocr.iucas. incluimk> a tolerância. têm d", ... '1' eull,,1lda~.

A componente ci,'i1 pode O\CT csumulut.lu pcll.J'. go"ernos p.1I':I. por 'IW turno."" tomar a bõl!iC em qUI.' clelõ ~ apoiamo

A~ dcmocmcias que já aunSlrum a n1:ltunUade n30 ~ as únicas que podem bencliclar diI (kfTl<.1(TlllltaÇ30 d;I 'ó(lCicdalJo:. E.<1.3 t;lmbém pode :lJot.Iar 35 institulçôe<i democrática!> onde da .. ~ frágeis c: po~o

eo<timuladõl!O. Ka Ru~~ia. por "'-'empl ... , onde o ellpltal"nlO de llpO mafi~ <'§tá fl~C1\te e PC:r!;IStcm 'e"'igltl' do pot.Ieroso :IUtvnta· nsmo du pa. ... "3dn. oma societ.l~t.Ic: del1loclÚuc3 m31' Ilbcrtil nà<'l pode M:r I.'tln~truíúa apenas di! eim:t para bai.,o. T~m lk!\Cr construiU:1 da.~ bases p~r.1 IlS cupul:ls. atnn'é>; do ,,!~~utgllncnt() tia cultum cívica, Sul"t, tulr o controlo "''<l:U:t! pcl~ mercudo,. t11<"IlIOS que de~ f<l,scm ntnis eSllhó' dn quc 530. nlu",.:rá 'uficicnte P,lf'd c~gar ~ dl'll1ocm­eia. Uma democracia que funciona bem podo: >er l-ompar.ttlo'l a Ulll b:moo de !fi:, pcrn:lS. Go,·crno. c:ronomia e '>'XIL-dade ci\'il têm J", ""LI!' em equilíbrio. V<"rificam·se siruac,'Õe<o mfc!Jzel> ,<mpre que untn das pano domina 3.S OUtr.l5. N .. antiga União Sw.iéticõi, o &laoo> donUn3\1l qu~ ludôs ()S aspectos da 'it.l.a. r\!Io c.~!>l;a. por isso. uma IXOIIOmill .,rlC3.Z e a sociedade: e;\'lI quase de:sJ.parcccu.

N~o podemo'. dL>ixar os meios de L'(lmu!li ...... -,m <ocial fom da equaçàu. o. m,·dia. especialmenl<! :I tclcl''l1o. t~m uma relõlção .:quil'oca com a democracia. Por um lado. como já acentuei. a emerg';neia da socied:ide global da inforn13~30 t' uma poderosa

"

Page 41: anthony giddens - o mundo na era da globalização[1]

fQrçll de dcm(JÇr:llização. Pur UUIlV. 11 ldcvisao c Q~ oulr"" ",,,dia. grnças li ~'Ulgari1.açâu constante e :l pcrsonnliz.1çoo da, qw:stf"". políticas. tendem a .Ho<truir o próprio espaço público clt dehale qu~ abrem. ,\lém disso. o dominio crt"iCt'nte cIcl!\' ",,,diu p::k< mulrina_ cionai\ gigantes significa que uns quant\)'> rn;!l!natll_. n~o sujeitos ao ~ufr:!:gjo do eleilorodo. OOfI.~guem cxem::r um poder enonne.

Para contrnriar el;le poder nàt, ha,qam (l~ po1ilica.~ nacl0n"i~

iS()llKi",~. Há um dado crucial: a delllocrntiz.açfl(J d;t democmcia nào pode pamr na~ rrunteir.lS do E,_tudq_na<;no. COIII("> pratIcada até a,gord. a democracia política tem implicado umll conlllnklutle nacionul com governo próprio e cum cilp"cida<le para clahomr a Il\~ior pane da.. pt,ht,ca~ que lhe dizi:m, respeito. l>ressupunha que o pa{~ et1l sobe-r~­

nQ. Ma~. 'Vb o ,n'Pll~te d:J !;Iobah/..açilo. a ~rl!!lIa tomou-~ meno< n[tida. O~ paro;c~ e o~ EsladOS-lIaçÜCS t"UllI inu:nn JXldt'I'QWI.. m:ll;.

COn1Q IKl:ntua o ~I~nll<la poHl1oo David Hcld. COlllCÇ:lfll a ap:n"Cccr di,~ d~ficc~ <knto(T:1tko:. cnlR" eles e us fOI\·:ll; glol>ais '1 .... areo:.:l.:lm a< v,da.~ do<; ~us eld:ldlo~ Rl~ amblenlOl~. nutuaçüc.~ da economia global. ou mud;lIl1,·as tL"ClIolÚJ;kas ~ Iul};)i, nJu re~ptll:lm ~ fronteira.' dn. pal....,s. P:,.s~ ao Indo do pr()Cc~~o derl1()('r:\!ico - um~ da, 1".IlÕt:.,. L"Umu tll :Ilirn.d mais u!rlb, IJar~ li tkclfnio da aprcciação da democmcia '1Ql: p.1í.o;c~ onde cb c~tli mais cnmiz:lda.

Falur .. 1t dcrn()I,:raci~ :IClm~ dllnivcl do pai_ pode p:lr"CCCf b~t~n· te irrcalisliI. Ao cabo e no resto. ('~t:,s idci:ts fOMll11 amplamente dl..cUl!tb~ h:l cem ~n,,!o. E em VCf de UIl1~ el':l de h:tnll"llI~ glob~1. !lpaR'CCmm dUllS guemls lllUlldi!lis: durante o ~culo xx. houve Il\ai~ de cem mtlhõc~ de mOrtM;:,m Coni><.'qllêncla de IICtM d .. ji!u .........

A~ cin;ulI~I;"illCm ... scrJo agor:l direrentes? Como é 6b,·io, ninguém o pode aflfllllU" com segUI1l11Ça. mas eu ocf<.'dllo que~. E j:l di<<< porquo: no_ capitul~ <lm"riurc5. O munOu é hoje muito mais intcrdc­pendente do que em h:í um século c a natureza da wcicdadc mundial f:lmbém n~o é li. m .. ~ma. Como toda a medalha tem um reveniO. os pnml .. m:1'> q\IC pl"C\-alt:l"Crnm e qu~ temos hoje de enfrentar _ ro~ os riscos t'CQlógicos globais - ~o agor~ muitl) ma,s llf"~ves.

Como fomenlar a il~m"' .. ToICi:t para além do níl"Cl do Estado­-naçi\o? Dan:mus uma \'ista de olhos tauto pelas orsanizaçôes Imn,-

nadonaJ ... <·"mu pelas imem.at:>orw,. A Or:gani~oo das NaçôCs Unidas é. como () próprio nome indil'L uma l\S5OCiliÇOO de Estados­-nações. f>colo 111<'1105 de momento. rararncme desafia a o;ubemnia ~ países. coisa que a sua Cana a pm;bc de fazer. A Unia., Eu" ... peia I: difereme. Vejt.> n!'la uma fónnul~ que pode. e é muito ~sh·d que isso aconteça. também servir de modelo para OOlI1l5 regiÕC5. O m:lI< lmPl'rtante acerca da UE niio é o facto de eSIaT lo.:alilada na Europ"~.1: OI 'ua condiljào tlc pioneim de uma fórmula de go\"ernação .. r~n.naclonal. Ao eonlr.irio do que urim13m muitos d~ -.eus adeptos e dos ~u' l"TÍlicos. n~o 51: lrJI.:l de um E.!.tudo Fedem! ou de um ,uper Estado-nação. ~'!a~ f:lmbém n:lo é um~ ~imple~ a ... ~ociaçiio ele 11llÇOO. Ao aderirem à UE. ()<; pulses abdicamm \·ohmtari"melll~

de.- pane da sua wbemma. Or:!. a rropna Uniào EulVJlt:ia n30 t nenhum modelo de demo­

rnIC;a. Urna 'd .. ;a que fez furor dif-no<i que. no C'.lSO d:J UE ~ c:mdid:nar 11 adc.~o a si PfÓJ'ria.. ~a chumb;.da.. ,\ UE não :;:tlisra;. u_ lTltcr,I>' dcmocr.it1<:<.>< que exi)!c 1.10< puf'Cli membro<. No cm~n· to. ~m principIO. não h~ n:ld.:t quc omtc u que ela o;c tOll'll' m"i_ democr.!tica e lodo- de\"Crnos flIl.t"r u mblma prc~ para Que tlll I1llldallÇa :)C.lntl'Ça.

A .. ~,stencia da UE con.o;cgue ..at"r:llcr um do$ princip'~ caro deais ua demOC'mcl3. qu:mdo ~l<ta em cunlrdponto da ordem gluh:lI. F. que o sistcm:l lr~n':'l:lcional pud~ contrib\Jlr acl,vanl('n1C para u detnocr~dD tnterna dQS p:lr-.e<: 11IcmbfO\. hem como par.l <I demo.. ~"r.l.1l1.:1Çkl dM rcluçOes cnU'"C ele). O- tnbun:us europeuS. por c);.em­pio. tOmaram um conjunto de dccb ...... ..,_. mcluim.lu medida., de

pmt~ de dlfC;tlX individuab. que s~o obn~atónas em tlKk" o­paf!lC" membros.

z.,:est~ final do .;,iculo x.x. :I() l:mçanTlO'o um QLh:ir por todo o globo. podemos obsef"\"llT que os moU,·o<. patU sermos ~imist~ e pam \ermos optimista.. sc dinrihucm em partes qua ... iguais. A e\p:.n...:io da democracia é um C"olSO 1lptCQ. P~nsando be-m. a .k­mocrocia p<lT<"Ce uma flor frágil. Apc""r de e~lat em cJ[pans~o. abundam os regimes opressi\"Os. o uesprczo pclos dirc:ito~ humanos é umll pl".ilica rotineir .. em países tle todo o mundo. No Kosu"<I.

Page 42: anthony giddens - o mundo na era da globalização[1]

cemena.< de milhare_ de pe$SOa.S foram I~adas I abandonar os Iam. e toda ..... rn:ten!.fleS de acalllmenlO di lei fomm poslali de lado, (MNMia. ne~e mllmcrll". de citar al,umas pDla,Ta.~ de um jomalbl:' que esleve presenle: "Peno de meio mrlhão de refugi:.. ~. ~1'e\'eU. orcnrontt311HC na Mattd6r!ia. '1in~uim sotbc como \Ao!<r a1imenl:llkl'i. Venha ak ~ MaI.~iôl e de·nos uma ajuda!_ Isto foi publicado no TOrDnllJ Dai/I' SllJr. O JOmólh_l:t dWIla\"a-sc Ernc<;t HI.·lll1ngway. n JOrnal tem a tlala de 20 de Outubro de 1922.

Podc-~ ser perdoados por pcn~~ que alglln_ f'Illbl""l<lS s)o ~Implc(mcnrc 1n'lOlúI'e" que nál, h~ qualquer csperarJÇa de o­\I!T n.''oOI\'ItJo!>. J\xlc: ~r '1ue li rk: mocrncia q, n~ em '01os de: fcnrhdadc c(pcç ial. que têm Mil., cu "l\'~ desde há muito h,'mpo, Em ..u:lt"dtdc<o ou cm I\'giôeJ cm que é brclC a m<>lóna lb ;<I'\-erruçio democr.illC:l. 11 democrncia p;&r~ u: .. r.ú:o;:s pouco pro­runda .. e \Cf r;k;1 f.k delT\ltm. Mas é j)Ol(.~i'1: 1 que tudo '~UI e<;Ic'p a mudar, 1:.m '1:Z de ,'CfTIt()'; 11 dcllll"--r.M;ia L'umo Um.l pl:ma fr:iE'J. que (! r3Cl1 Cõlk:ar 1.'OITl (>'\ pé'!., lah'c7, dev~""rno .. rom;.c.Ieri·1a ulTlil. ,,!;inta robusta. 1.1lpU. de: cn"'<õCÇf nle~lIl1) qu;andu u 10(..10 é manmho_

Se o mcu argunk!nln e_l::I. Cum:\.lU. :1 up:ms30 da democr.ICra e..w mterhga"'. cum :.~ mud~nç~~ e"ruwr.l'_ d~ ""-Iedadc mundial. Nada se con~guc .<;e m luta. M:I~ :. mdhori:1 d~ dclllocnlc;a li tudo.. o<; n{vcl' é um curnb:lte que v~le li Jlcn~ Ir:W:lr, )li'" pode !.Cf bem _wedidu. I:"_te 1l0SS0 IIlllIlUO, que IJ:lrc~e dC~;llílllldn. nuo JlrL'Ó'i! de mcno~ go~em". mas de mais governo _ e I_S" é ll l ~u que só a.~ in'I.luu;Oo:_ dcrnocrótlClI~ J1'Odem Jll"OpurciUllllt.

OUTRAS L8TURAS

\Ul.KOW. \lanlR. nr, GlftÔDl Ao .. r: Slu/r UNi S«i .. n·Ik\"OfId Madl'l'­",1.1. Cambridgc. PoI"y ~<. 1996.

O llUlOI" SUl.1enra qtIC ('St;un("" 11 entrar lIõI pnlTK:lf" Cfil ~k)h;J.1

Em "Cl lk fal:trtllO!> lk ,lobaJil;JÇio. lkI'falllOS an:lli'ólr a~ (;1-

lOo:~ por que li ,,(\3 na Idade- gk>blllJO!; atlr.! paro 1lO\1lS f\!ml3~ de Im~n&ncia.

BFI.!_ Oamd. "Thc world am! the Unl!~d SClIes ;11 2013 • . DI,('///I

/"1.1I6(3),1987.I.JI. c.ste artigo COIIStllUI um3 tent~tl\a de prever a~ m.1.i~ impor

IIlDIC_ mucl.1nças e_tnllurnis!lu ruturo. Chej;a à conclus:lo dc que' c~i~tc um de~OCOfItru de ~1I1~ entre :1., t~as da gloh.1.lir.aç;.u e llll rn,U1UIÇ'Õr~ do Esl:tdo-naçiio rnOOc::mo.

c...sn:u.".l\I:mUl:I. 1M RIS" oi 1M .\'tr.""t SociCI) ("17 ... Jllfllrnw· /;.., Af<', \01 l I. CambndJe. MA. BI:.c~ ... c!l. 1996.

PrnT"lClfO !rHa de um e$ludo em uis '-olwnes sobfc o nasci· 111>:1110 tLl ··socicdadt em mk~ - una ordem global forrnld:l. pela pcpollderãncia dOI infonnaçJo na 1lO\-:a economia global

010."... J>cle-f. Global Shift·· TtlJIISformUlg eM IIbrld EconoIR\. J." m.. LondTe-<-. ChapDWI. 1998

., "

Page 43: anthony giddens - o mundo na era da globalização[1]

R~lato revisto c a~ tutlli7.ad{} das a](eraç().,s mnrínuas das fonnas d~ actuar da economia global. Apresenta exemplos de diveT"oS wctores industriais c trata da forma como a glollaliza­""O d~ cçonomia afccta a ~oi)o,rania nacional.

GRAY. 101m. F(l/s<, Dm,.n: n,e DelI/sions o/ Glllbal Capiralüm. Lundres. Granta Booh. 1998.

Um trahalho de gnrndc vigor. em 'lue se afirma que a e~pan­"io do mercado global ~,tá u ca\l~ar numcro~O!, problemas por toda J pane. O autor é dc opinião de 'lUC n~o pode ha""," um moddo único de desenvolvimento capitalista. que 'M'ja :Iplidl"cl a lodos os pais.:' e a lo.xla~ 'IS regioc~.

HF:l .b. David. I\!\lhon)' r-..kGrew. David Guldblal c J0l131han reTra­lon. Cloba/ hlms/ormwiof!.\': ('o/irie.l , E~'"",,,,,ics (lnd Cul/","I'. Cll111bridge, Polily m·". 1999,

A IllJI' ~'t)mpICla i11lrQthl(ã<1 :iQ problema (b glohali7,:Jção alé agorJ pnxluzida, eom uma :u1:1l isc uHlilO c'luilibr:!d:, das diversa-; opiniÕCs. !lcu nela ~uc ap:l[ce~lj " tlil'i~no enlre o,. ~c~l'ticrn: (b gJobaJi/a<;~o» <; os outn.,,;. <k ' I U~ lIIe servi no ~"prtlllo de nh.:rtura.

fllKST. Paul Q .. e Gr'~l:In..: Thumpson. G/"/m!i:fllioll ill Q'wwiol/: Tl!e "'/('flm/i",,,,1 RI'Q/rum\' ",,,II/U' f~II~'ibili/i~,,' o/ GIII·,.,/WIIC<,.

Cmnbridgc. Polity f'ress, 19'J6. H'N e 11IOrnp,,,n vêem a glob3Ij/"H;~0 com ecplicismo, afi,·

mando qUe' " grau de integr:!ç~o ccun6mica do< mereados mun· di~i.< tem ,ido por W7.C, valorizada em excesso.

KOR:Il:...". David c., \\'h~" CorpomliOlI.\' Rull! nle lI'or!d. \\b! l'lar­tfortl. CN e São Francisco. CA. Kum,l[ian Prc,s and Barrell­-Koehlcr. 1995.

Estudo sobre ~ ~\'olljção do poder eeonómico global , eoncentrando-se no papel d~>empcllhado pelas companhia.> gi­gantescas. O au!or é de opiniJo que é n ~ccssário tomar medidas adequada, de contenção deste poder.

MeU': ll.\,"'. MarshaJl. Th,. GlI/l'flb,'1'8 Galax)"-" IJ, .. M/JJdll.~ rif 'lipo­grapilic Mu". Toronto. Un;\e",üy of Toronto Prcss. 1962.

Origem da muito citada expressão "aldeia global~. que pre­tende entcnder o imp;lcte das mlYa< tecnologias dJ infonnaç:'io nas no~-as vidas.

Oll\1AE Kenichi, The End of rhl! NalÍQn Srme: n,e Ri."" u/ Rrf[iollul

Em"omics. Londre'. HarperCol1in~, 1995. Ohmae 3dopl:l um3 visiio algo di\'ergcmc das de lIir.;t e

Thompson. Jfirmando que o' Est:ltlos·n~ç(jj:s pertleram a maior p:ut~ d~ meios que lhes ]>C'rmitiam eontrolar a go\·em~ç"o.

SOKOS, Gem}!:e. 11 Crise do Clzpzml,smu Clo/ml. Lisboa. T~m:'~ e Ocb:ltes. 1999.

George SOTQ<; é \Im dos fin3neem)~ nl3i, bclll succdido~ uu~ ano<. recentes. Fer ronuna no~ mCTC:\tlos ftn~m:eiTl~, Inas é de opinião que eles devem ser mal~ r<!gulado~ tio qll~ s:io ~~'1Ual­mente_ A continuarem como CSI:;O. h:!vcr:lnU\ll' ~"fI~S eOIl)O :t

que ~rt:CIOU a~ ecooomi:b ~i:jlk,l." enl !9IJH.

STRA.-"':GF, Su~an. Tlw Rem'ar o/Ihl' S/<lte: t"~ DiffitSiuII oi I'o"','/" ill d", \\vrld I;'cO/mmy, Cambntlgc, Cambridge UOlI"cr-";ly I're". 1996.

Escrito pela aUlor,l de CUÚIIO Capiwli1l/1 rOxfortl. Black­"cU, 1986). eSle Ii,'ro ~U~lenta 'lu," o aparecimento lia, orga­ni~Jções econ6miea~ e polítieas trnnsnuciunal~ levou ~ um:l impurtame lmnsfcrência de poder no -;cio da cconomiu p"lítica mumlial.

JtisI.·O

.,.\J)A.\t$. Joho, Risk, Londr~s. UCL Pre;;s, 1994. lmerc:.-.:lme dis,cm;r.ão ac= do risco e da S\I~ gest.'io_ Adams

:lllrm:l que :I análiS<' tio ri~co de"c ler em con,i,.kração a forma

Page 44: anthony giddens - o mundo na era da globalização[1]

$CICC1I~lI como as pcS'K>3S respondt>m ""r\Ill~ .... riSCO$ pro'"{)­cadP<. ~Io seu próprio oomportarTlol'nl<>"

BE('II;_ Ulnch. Ru. ~fl'; TmmrrJs Q Nno, M Othm,r .... Lood~

~~. 1992. Uma obra çI:is~JCa. onde "t' ari""" que tsl3mO\ li pa." __ doi

.. ~!Cd:idc 1Ild!..l~uial,. par.! a o<S()CiI:t\;Kk de: ri$CO". SOcJ.-dade

de n<iCn é aquela que <e caruo..1eri7.a 1101" rlO\"õlS ~nllú~lia~. pdu crc~en1C md"'i dulIJi<m<> ~ P<Jt mudurllias bá~ica. na~ in~I;lui­çOc< "<ocln i~ nm" I01II01"1:.nl"'.

IJLCK. Ulrlch. F.,·o[O'o{i'·(l[ PoIlflCl in /111 Ag .. "f Ri.'Ii.. Carnhridge.

PolI!) Pre". 199~. RdatJ 11 lel" • .,lIatJlentu doi política ccolÓ!!lClI per:inl~ ~ trans­

romi3Ç!Io I~ J'l'la tttoolog.ill moderna nn mo;';U naMal

Começaml" ~ fi~ar Pf"OCUp."\Cbt accrcll da ~na'U1l:"/a. num mundocm quep ~ pooco doquc em _natural,..

But'!>"Tl'I'. I'I:ltT 1.. Agolllsl lhe (i,,,b, TI, .. RmMrt./b1" S/o", I.f RI,.4. N(),~ 1,,'"'Iuc. 10hn \\ílcy & SO!l~. 1996.

" l11ell\,,.. 1I,\Cus~ão do ri'\('() em n:1:1I,'âll l'Otll o hiSloria da tcorra 1I~\ pnlh"bili(l:!dcs c do d~~C tlV(ll v1llIenl u dos rncrçado< fl nanCelnl" Bem,lein mostm CO"IO uu lunllu do, ~cu l rK '-<:

ronl/n cnalllln rnrm:l!o cada wz ma;, "1!i.licIIIIIIS de risco.

Dot..(.õI..AS, :\ I#). c A:rron Wrlda,·sI..). Ri dl mlll O ,llu" __ an E.<'\U\ ""

IM $.-/ft""", of r .. duJicul und F.m·iromllt'nld/ nw.~ .. n. Ikrl.e­!e). CA. t:m'o:f\lly of Californta f"te,.~ \982.

Os autore.. afirm:un que o ri~n potk ser defimdo o;q:undo <:ntérios ob;:<."tiHI!>. O que se con~idc:nI como -rl<;ro,. dI:prnde dos ,;u~ .. lkf.:ndido!; por ind.ivíd ... ,,- OU por grupM.

FI! ""KU.'. JIlJ\(' (~-.l"nI.). 11, .. P"fjJir..' "I Nisk ~OClth'. Carnhrid~~, Polil) Pre5$. !<J98.

C"I~lIo d~ artigm em que sIo di~tido!; dn"e<ws aspectos do risro na.< ~.:1.~

K.'l(;lrt. Fr;mI.. H\--nem:III. RUJ.. U,.urtuinfl' DIId Profiro BoMon. M .... , Houglnon \ fiffiin.. 192\ N~ IL'xto clássICO. o IUlor aplica o CUI'II;.:;lU de n<;co l

Ktivldõrde n.vrlÓmic:i. .: ~Iecc a diSllnç30 entre ... ruc-o_ c ~1ncenL't.aI •. Tem ha,'ido miliTO) nlllOftS Innu~nc;ados por \!SIa

di.tinçàl,!. pois o ri"CIl pcxIe ocr calculado. ao contrário do que SI'

pa.<<:i com a lIlccrtcla.

R ... ru"'F.l_ Adam. UllimmC' Hulc, looort',. Banlill11 rn:.s. 199-'. R~lato ,n"~'Il.''>-<.;1n1J! ~ \'árla:< pmbkmas cnfn:nla<.kJ.o. pel ..

IJo)II'< 11L'IU11lnIX Compan~. O ~utll[' :d'trm:I que O!\ probk:m;l~

cb U~d', rnullllm de d.~frino:la\ ~ de: GCSIlo de: ri...:u

Royal S«io:1). Rist.·\n<lI\"'<~ .. A:n.t'/'IUIIl • . \I,lIID(f'lftenJ. Lundw.. RO)"a1 SoclC'ry. 1991-

\("l.atório «Oficial-~ o "'\CO. produlidu pda in.<.tllulÇ:lo elcmfl'iC'3 mais ~pejt.hel &.. Relllll Un.oo. Gerou conlrt)"~l"Sia, C'on)ldc:r~"el~ l"()m a~ definlçõc~ de ~ ri-",o objectj~~ I'r, .. n'-C(l <ubJeC't!vo",

Tnadlriiu

All\lID. A~bõir 5 .. ~ H~Dp Dc:Jn.n;m Ccounb.J. b/om. Globali:Jl· 1,(Ift. DNI Postmtxlt!mitl.l.mdrt:<;e NQ\"õI~. Roulkdge. Im

\10'itr.1 a rcl~ ~Dtre o c~lmcnlO do fun.hmeotalislDll c • e.lpõ'Ddo doli ITK';Q(;, dc comunicaçlo de: m.:JSSa~. O funda­ITK'ntalimID nW é um feDÓmcllO aacion;rl. t di." natureza lr:1.rL~· oacionaL

GEL.L.'U. F.m<'SL Pru/mod .. m;$m. HtllSOn (JIld R .. ligiorf. No,a Ior­

que. Routlcdgc. 1992.

Page 45: anthony giddens - o mundo na era da globalização[1]

Discu~ provocl!dorJ .. cemoa do rt~'urgimenIO rdiposo dos ~ dias. As tmdlÇOcs rcligiosa.~ nii<l mnrrem mas são l'C"i\'idas cootinuamcnlc.

GROS~. Da\'id. Th~ PnSI i/l RI/íris; Tmdirirm nl/J Iht· Cririql'" nl Motlt'mit)', Amhcrst. MA. Univcrsity of Ma~~uchu~uli fuss. IW!.

Uma interpmaç;w do caráctcr mullivcl da tradiçllo contra (I JXloo de fundo da tooria cullurn1.

IIJ..UAS. /'aul. Senti 1.A\h c I'nul Morri~ (coonl,.). fJt'trrl/llI'Of'l1l!:.p. rir",: Cm;cl1f R~f1('('fI(IfI,J (}fI AII/llOr;I)' /1/1/1 III.'n/;II. O~fonl, [lbd.wcll, 1996,

Colccção d~ lIfti); .. " cm 4UC ~ diKlI tc o di:cUnio da tradl­~';1u na~ Soc:iCI!:ldc5 aClll ai.~, Silo c~prc~~ dil·cr-t), Pl'nto, de \"1~la ~bn: n C\aClll 1:.'lco,:1,. du dl'clinio I: fCspccl h'n~ ,mph­caçik\

HOR""M"". r:.óc L e T .. 'ffcOCC Q. Ranger. TIII' 1"''-'tI/;'''' (I! TmJi. 111m. Cambridge. Cmnbfldge Unlversity I'r ..... '>. \983.

Obm clá."$ica CIO 4"c -.c IlM.lStm que I1 nll t a~ da lorma.' d~ cmnp\ln~me!lIO tidas por vinJ as de Icmlll" IInemuriai~ são. dt faclo. de CTl Uç;'\o rCl'enle,

IIL"'-IL-':(;TO:'>. SaU1ucl \' . TIl" Cltlsll 01 CiI'i!i:lIIio" ,,"ú 1/": Re­mll'm~ (lI IVqrltl Onler. NO\'a Iorque, SlInnl1 &. Schusler. '996.

~Iudo n.'Cenre ma., já famoso d3S novas dlVl-c'\eS 11:1 wmum. dade mternacional da em pós- 1'J!{9, HurmnlJlOo afimm que a.~ 1lO''a.'l f oRles de eonnno no mundo se ceotrnll\ na.~ IIn!lga~ linha> de frnctum emre a~ diversas civilizaç,'\es rdigioSlls,

KEPf:L. Gilcs. 7h~ Rl'I'l'IISt olGod: TIl .. R" ,\'''Tgt:l1rt' ql/$/alll. Chás. fiunit)· und )udnilm 1/1 lhe Modem IlbrlJ. Cnmbridsc. Polil) Prc\.<;, 199.1,

Emldo e..;celeme e dl~1U <k inteI'CSse ac= do progre"SO do fundameomlismo. O livro cooeentnl-$C' e$peci:llmente na.~ çom­plexid3des de aplicação do conceilo de .. fundameotal ismo" ao I.!ão.

KR,\\t.'ICK. baac (ed,). nre Porwbll' EnUshltllme/1I R .. ,u!.." Nov~ 10000ue. Pcnguio. 1995.

Seleçção dt trnbalhlx dos maiores pen~ iluminista~ do .,.<cuia xvm, inclui e-crilo< do barão de Holb;oeh.

MARTY. \ Imio E.. e R. S<:tlU Applcby (cooros,J. F""dl1ml'nwfi,.,,, O/n~n'M (711 .. F"/uWm~nlOliJm Proj~CIo. vol. 1). Chic~g(l. (111-

ClIgo Umvcrsil) Pn,o')o. 1991, Primeiro In'ro de um eSludo em \lIrio<; volumes :;obre"

oalurt:l.3 do fundamenlali_mo no mundo C01l1~111pl)r.mco,

SAID, Ed"ard W .. Oril'nlnlrslII. Londn::<;. Routlclltlg~ & Kt!gan Paul. 1979.

Nt(le liwo multO ,nnuent ... o autor :t13l'a :l( IIn:lgerts que comtrulnK.K a.:en:a das OUIr.lS l:ulIura~ e trndiç\ics. Em "el de dc<.cri~s prccl!>a.'. ela.< revelam mUit:l!l 'Cf C' o dc\':JI.k,\ 11{,d de aut~lUn3 da cultUTlI oc:idtnlal

SflJ.l,.So. Edward A. Tru.liliotl. LonJrt_. Faber & I'abcr, J981, DIscussllo ger..J -.obre a ruuurcza da Il'a.,hção em di\'l:l"'"

MX:ied:ldt~ c cultura.. O ~Ulor >l1.~lemll. que uma ,hào;, pru;ili'a d:!. U'adiçilo li c!>.'>C'oc,.al como faclor de c:onllnUJdadc e UJe,Jo SUI:,.al.

VID,\!.. DeDl~o. "When lhe J!:oo" dnnk milk: cmpirici'n1 :lnd belicf ,n conlcmpol1ll)' Hindui~m,... So,,/h Asin Reselln'h, 18. 1998_

E.,rudo do ntraordiniírio epirodio que acOnl~j.' .. U na índia em 1995. qu;mdo D$ 'nmsens de Gan .. _h. n deus com cabeça de elefanle. além dc ~'ulras di\·iod3des. pareceram bd~r "real­IIIC'm .. " o lenc que lhes el'3 <lf=ido.

"

Page 46: anthony giddens - o mundo na era da globalização[1]

FrunIllI

BLROf($. Adrivlne. Fathrntr.YHJd R«fuimnJ n.r Mukitlf( "' Ih.­Mockm rot/r«r. I~ V.,.."III011. 1997.

PlQjMtion. um e:sluW ~ a~ mudança' 'Iue '\e ~ a .mf)ÇW IM) papel do pai nas sociC1bdes 1DCIdemas. A :lUtoro SUSlenl~ 'Iue tle'i;, !;Cf dada atenç30 L·fl"lcenle aoo; d'Teu, ... tio [>li'

COONT"J:, Stel'hallic. TI ... llí/y IV .. N~I " 'I" Ilh ,·: Am .. riC/l1I Famdi .. s IlIId 1111' N""/lll!tul Trap. Nova IOlljuc, Bü.\iC BOf1kl, 1992.

Obrn.prima tle critica da nU\OI:.lgiõ! da~ fonn:.~ lk· ,illa fumi· har 00 pa.<<.:l(jo CoonlZ dcOIQfl<lr:I qtJC ~ •• dade de ouro .. da famllia nunca ni.tiu.

Dlav. ~~. Lm·t und Murna,t(' in I/~ Mld,1It Ã,vl. Cambnd. f(. Pohty PreM. 190M.

F.~udu d"'-'~IC<, "lbre o C-oI.<i3nk."fItfl" a ~\w,hd:tdc fI<1 Idade

\I&lia. mostrnnOO qu:uuo as atituOCs b.hica.. cram dirc~nt~ ~ de hoJc

I·OLt{'AILT. MiChel, TIr," !Ii., tOrl· "/ Se.I'II/llil.l', V/,I I, Hannollt!.l. .. (}rth. I'~ng ", ", 198 1 ( pfi1l\~ 'r., ~di ,n" em 1976),

l'amo.a dio;cu,s!io sobre li ilpariç!lo das prcocup:l\ÕC\ C1Jm 11 <,e\uahd:uJc 1111 (ki!knlt', O argumculu tl~ Flluc:aull ê 'Iuc :a repn:'.\Jo da loC\ualidadc nlo foi inlcillda no pcrlodo \1100:1110. Pdo contrino. 10f1lm O!i \'tori~~ qlk! tler.tm ongem :11.. 11OS>O f,,-,dIlIU em rel:.;lo ao se\o.

GoooE. \\ílham L IWrld Rn"(>/IIt/(Ift tmd fCJllull I 'mltnu. :';0\"3 1,1tII~ e Loodres. Frec f>rt:s!; e CoUicr·!IoI :k"m,II.m. 1963.

bfudo c1wiro sobrt' .:LI mud.:IIIÇa., Imfklllias por 1000 o 1:Ido na f"mOia. O ~ulo:r afirma que existem padrOes comuns de mudm~Md em muilos países c l'C!:iõcs do mundo.

..

JA.IUI:SO~. I.)"nn. Intimol;~": Pt'or>rwl Nt'fatlUtllhip5 in ModuII Soc.t'nt'J. Cambridge. PoIit) Pm.>. 1998.

A :Wlllnl c:stuIb õI quesUo Ik salJe~ ato! que ponto as ~~ ínumas mudanm lIa'o ~ modc:lha. ... uliliunOO dõI605 obtidos em dn"t:n05 p.lI..e~ do OcidC'ntt..

lASu:"rf. PeU'r. T1r Uórld Ui' Htn ... ÚIM.l.ondn-<. M .. thuen. 1965. Relato c1;issiro da \1<1a de (amO,a em tempos ido!;. pondu em

tllhlda munO'< 11m mJlO) lICen"3 da (amaia.

1\1CLA.'l1l1l 'N. 53r.1 5 .. e Gary O S~ndcfur. Gm"l"g Up lVii/I /I

.'iU/~k 1'all'fIt: WluII Hur/J, 11'11;11 lIr/p'. Cllmbtidl;e \IA. Har. \..ru l~mH:T<lty f'ress. 199-1

O nw:fu<,f equdo do ImpiKlt' "-lClal c cdutativo da, fllmih3li

mo1!>C~tais !lOS Esa.odI ... l:nodo\

1"l11U.1J'(. Rock:ncl.:. LIll\IIfJ thr K ... ".· A SI"'11 HÜI/'n" af D,,'C'1TY". Cambridp:. ümbndtc l"ru\'Cr<on~ ~~. 1991

[,Iudo inltrti'>atlte '-OIwt 3 hnlmõ! d., lhlt'IrCiO ll!I F.un'fll c !lOS Esudf; ... Un,dos.

I'I IOL"I.\, Ann. li,,,,,\: Mt!lh/"N.'. o,rurd. Poht)' Pr .... ,. 199() . 1"'lCu~u.o dos I'mhlcmlL~ dns m;I.." udolcçcc ntcs o:, ~ 1<!I ~·

datk nlOllema.

\\ lUill. krr~, Scwllily. Chldle ... ler, Elh~ IloNooU. 19M. IntrOdução lilõl e mtnUCllbll 10 e'ludo da .scxuahtbd<:.

O aulOf dá·no!; um ~$IIIDO tqu,l,hndo das d,{""",1O ronlrOl&·

'1.1-' ~ õ! IlalUreJ'-õI oJ:t 'lCXOShdMir:

I,JAltIlER. Benj:1lllin R.. A Pfurt' Jllr Us; /1011 Ir> .I fakr Soeir'y eMf /lira Ormocrary Strrm,ç. Nov;!. lull.!u~. Hill and Wan~. 1998,

"

Page 47: anthony giddens - o mundo na era da globalização[1]

Discu~o da$ rdaç<~ en~ <kmtlcr.u:ia. sociedade civil c poder d3s empn: ....... O aUlor ~ de opinião que a democracia efectl-lI precisa qUoe Ianl\) " guvt:mu como ~ emprrsas $rjam reguladas. e que 115 instiroiçÕC5 da sociedade dviJ lêm de ll5SCn· taf em h:l.o;es o;egura~.

ClatptEL. Em~t o .. c J3IIlC!' N. Roscnllu (coords.). Cm'ernancr

\\111r01ll C",·(mmem: Orr!('f ,IIId Clumgf! in I\~rld Ib/iric5. Cam· bndgc. Call1bridgc Uni\"crsily Prcss. 1':192.

[),wule li apar~c;m"nl() <.lll nu,",,, rurnw_ <.le !;u\·emaçilo como rc:wo~w à Slob,tlizJç~o.

DU~;>I. 101m. /k/lltXror;)": TI/r Ul ifill;$/It'd lQ/lfllf!\'. 50S BC /0 AO

/W-'. O.llrooJ. O,ronl Uni'·~"lly Pn:..~. 1992. C'uleeçà(, de artisu~ unde é discutid;l ~ cvolução da demo­

craca:. cm di\"l:r<:I.' rcglõc~ do mundo ümlu " titultl indica . .., hn\> 'll};\:fC que há ainda um lunsu c:uninhu a percorrer para tomar a ocmocrncia uma (orma rna,~ um,·cr<:al e 'IlU,ral(1Ti~ lk

1!(I\"~mo.

"""L" ·,\.\IA. rrnnci~. O Fim dll 111"",;/1. U,!Ju;I. Gr.tdiva. 1992. O UUIo,J' )1I,1~1Il~ que ulÍngilllOS o fim d~ ftl'l6l1a [lIIr niln

c.lIMlrcm nl!el1'~I;Va~ ao capilal;",!!, c ~ Ilc,"~":r.,ciu libeml. No cnuU!w. adulllc ~ ro,~i bilidmle de estc novo mllndo aeabar [lIIr produl~r 110VOS desçontent:lIl1~nIOS.

HElJ>. Da,id. MO(lds of Dt'ffl,J<.·mL")·. 2.' ~..J .• Cllrnbridge. Polity Press. 1996.

Inlcll'_'>iI/Ite c '>01i~ticadJ discus&'Io d3..' dIlL"TNl~ (:oncepçÕC"s tk democroda. O aUlor cooclui ("(Im um oonjunto de propostas paro melhorar u democT.lCia no futulO.

HL"'TlI'GTO/<;. Samucl P .. n", 77,irr! \Um' : v.'mflf.·f"(Ui~l;m, in lhe Wlt Tllt·",iclh Cell/ur)". Norman. OK. Univcr-.ity ur Oklahoma Prl:ss. 1991.

Disçu-"ilo do aparecimento de mSlituiÇÕl'< dcmocráticas em palses sem sistemas democráticos l\ntcnQres. lançandu um olhar repnwlldur sobre as formas como algumas rorarn ",nadas. e porquê.

O5TRo\l. Elinor. Go ..... mi"~ lhe CommotIJ: 711 .. Em/uli'lR "'/'1SIII,,· 1I0llS for ColI«ti .. e Action. Cambridge. r...amnndgc Uni\"C!'.ily PTCl'ç. 1990.

Estudo sobre 3..' form:b apropriDdn~ de tr:llnmenlo de problc· m3..~ oomun~ que u[tr:lp~sam a c~fcro do E:;tad~nação.

\'AOLINI. Alhen J.. Anlhony P Jarvls c Christiao RCll"SIllII (coords. l. O .. /II"ft'll SOI·"""'II:I1" tmtl C/o/m/ Gm·em""ce: nU!

Uniu·ti Yations. Ih(' Srou, mui Cidl Srxir"·. Lundres. M;w:~ 1 111311

Pre~s. 1998. Con1unto.Je discu<<ÕC!i accrc~ do cJo:o.enwlv;mento da go\"Cr·

oaçiiu global que o;e «:S~ ;h mm\.anças que afecmm a <;ubcr~nia ~ Eq3d!K.

1I.0~t 'AI.. 1amc_ 'I. Tllrolllrnct' UI \\\lrM P<1IiIlr.f: A Tllror .. o( CIrIIl1(r (lIId COlllmwll·. L.nnlln:'. Hanes1er Whi'ar"llht::lf. I'J':HJ

A\"alrandn ai. Ir~n~rormaçÕC5 polhiCM, ..-.eiai< e ~'(.· •. m6mica, ,u.:~<did~s dcMlc a Segunda GucrT'd Mundial. o autor prncurJ aoalis:If :I.~ penurb:lÇi',., .. ~btcn[cs na pnliuc:l mundial. Sus· l~nta que ,·i,clllU> num _mundo hirun,::l(lo~. em que o \·clllo Si~lelU:J de cen!t:.!li7,nção do E._Iado est:! a enfrentar n dl;!.,~fi" <k um n!"0 mundo dc.Kcntrnlizado de orpni~:Miões e colccthid.'1· des nlo gO'o'cm:uncnuis.

"

Page 48: anthony giddens - o mundo na era da globalização[1]

, ...... r_ T ........ I ... -., r..w-!. \ C_ ........ P,_ ... __ """"""'" "'-'" __ di

"~,"C'--Io'-I MlPaC_ l.l. (;0010 ...... ' ....... o..:.. LOR." ........ C C .... ,. ~ ......... " ...... """ ...... ~ ....... .. ,-...·" .... ·t!ponoM_Iu....._ 7. \1.tI.\I...,..,. .......... ~_m. •• .. o \1 __ f:.. ... (;~ ~_ r.._ • t .. ,.... ....... ~I-.,_'-

'''.1 Nc ' : da L~.. fI ...... " li .. ........ 11. \._. e .... \"'..,...c:f" .. \ ... U.,. .. T ..... '_t,,~

11.'-... .... r_u..n 1.1. O '!o<wIo ... ,-__ . , .. _to.: j I~_ ... , _1 ... _ .... ~ .. ,

,4. \ 1.<1. """"" •• "'-. ,_ ....... ~ I~, 1._ · R_oIn~ ....... ro 1loomoI., """" ...... __ I .......... ~\_l_ H. UI_R ' ........ ' k I ,_R_ l .. ~_ .. '_r ... ~ ,. (),.._<:r- _(_ .. \-...~.M_.\l_l .... r,_ aO"-t_.L ...... ... _' ....... _ .. _''''r .... I __ : IU ___ ....... r __ li. \I:no .. ~n~~._.I..-.~ ..... U('_ .... _S- '-._l_"-'r--._T_ !-I.I)U, .... _ r Dto.n,,_ !!I. ~, ... -. , __ :,1 ... ,,_

:... r_T"" r ........ I_, 1-. L< .... t"'~. R><Mo.,I I_ :7. (;~~. ~_ I" 'id .... D.oo 10"'0,. :11. It.ldl •• 1 ...... 1 ...... 1)_1 :O, \ 111<1"" li< 7", .. I,,)", "'" ), .... F,.""" M", ~ "IN;'" -".') 110-0. ..... _ _ " .. ,...- """". s..k1c!lo, .1 A'_ ... , 'I. li 1' ........ Iotoo .... ."......, .. "'-...., ... [l<o_ Jl. ,lA!. \'~._ .:I~ _,.... .. c ...... c ....... . \I.II _ \_~ __

H \ I ... ,' ....... ,- 'Lot.IlaoIo",.... .. b ... l· .......... ' .... _ \_I~ _llocto .. ,!,oi. I...,.., +_.IIi< _ ........ {"_t· ......... \(01 + 1'_111. -~ ..,,_._~~....-._l' ~

Jl.nllloorio .. _+,I ___ ~ __ \.r '-f_'Io._ ., ,1..oI • ......, ...... ) _ _ ... ~~' .... _ • '_l ... " .......... ·+ . I._.C. :r .. ~C-_ , ... t· ......... lt_S-"O •. _T_ .. ~ ..... ,-.Iba~ ~:,O.u..., ... _f'On ...... \: ........ t..ooM~ .... .c._.T~. I...,.l.IIII -IJ.4:_ ... r .llctt' \oo, .. tJt.-.... .. ~Qo!oo!I>'" 'ÕIo rC_. ra......l>odo ~I_. '_u..1IIo,, 1,<oo >rJ.nUr u,n...I.-.~ ... f · _....-.. C""' ___ JtKo.,:_ ... o,.. I>oI; ... ""'-!Io ..... r_ ~ :_ <li ~ ~. -.. <k:. ~t..<1) ~,t:... I' ....... \11 ..... ~_ """"_ ... ~lorp>.'_.~, .. ~"......o..p.lC'i: ...

I