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Expediente • Publishers and editors

Anuário Brasileiro da Fruticultura 2009Editor: Romar Rudolfo Beling; textos: Erna Regina Reetz, Clei-ton Santos, Sílvio Corrêa, Daiani da Silveira, Cleonice de Carvalho e Romar Rudolfo Beling; supervisão: Romeu Inacio Neumann; tradução: Guido Jungblut; fotografia: Sílvio Ávila, Inor Assmann (Agência Assmann), Robispierre Giuliani e divulgação de empresas e entidades; projeto gráfico e diagramação: Juliane Mai; arte de capa: D-Sign, sobre fotografia de Sílvio Ávila; edição de fotografia e arte-final: Juliane Mai e Márcio Machado; assistente de arte: Mariana Frey; marketing: Maira Trojan Bugs, Ana Paula Knak e Rafaela Jungblut; supervisão gráfica: Márcio Oliveira Machado; impressão: Coan Gráfica e Editora, Tubarão (SC).

EDITORA GAZETA SANTA CRUZ LTDA.CNPJ 04.439.157/0001-79

Diretor Presidente: André Luís JungblutDiretor Secretário: Romeu Inacio NeumannDiretor Comercial: Raul José DreyerDiretor Administrativo: Jones Alei da SilvaDiretor Industrial: Paulo Roberto Treib

Rua Ramiro Barcelos, 1.224, CEP 96.810-900, Santa Cruz do Sul, RSTelefone 0 55 (xx) 51 3715 7800Fax: 0 55 (xx) 51 3715 7912E-mail: [email protected]@anuarios.com.brSite: http://www.anuarios.com.br

A636 Anuário brasileiro da fruticultura 2009 / Erna Regina Reetz ... [et al.]. – Santa Cruz do Sul: Editora Gazeta Santa Cruz, 2009. 128 p. : il.

ISSN 1808-4931

1. Frutas - Cultivo - Brasil. I. Reetz, Erna Regina.

CDD : 634.0981 CDU : 634.1(81)Catalogação: Edi Focking CRB-10/1197

ISSN 1808-4931É permitida a reprodução de informações desta revista, desde que citada a fonte.Reproduction of any part of this magazine is allowed, provided the source is cited.

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Sumário • SummaryApresentação 06 Introduction

CENÁRIO 11 Scenario

AÇÕES 35 Actions

PRINCIPAIS FRUTAS 67 Main fruit

OPORTUNIDADES 115 Opportunities

PAINEL 125 Panel

EVENTOS 127 Events

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Desfruta!Fruta é sinônimo de qualidade de vida. Ninguém duvida

dessa constatação. Quanto mais variado é o cardápio das es-pécies na nossa dieta alimentar, tanto mais saudável é a rotina que nos cerca. Seja na diversidade dos itens da salada à sua disposição, seja na regularidade de oferta, o brasileiro não tem do que reclamar. Nas atuais circunstâncias, basta apenas que ele se discipline e forme o hábito do consumo de frutas.

Em termos de suprimento, o País apresenta condições invejáveis. Um dos maiores polos mundiais de produção, e igualmente grande fornecedor internacional de inúme-ras espécies, o Brasil explora suas peculiaridades de clima e de solo, de extensão territorial, de vocação de cultivo e de

proximidades logísticas para fazer da fruticultura uma das principais atividades do seu agronegócio.

Atualmente, há em torno de 30 regiões diretamente identificadas com a produção, além de várias outras fron-teiras que, ano a ano, expandem seus pomares. Várias fru-tas brasileiras hoje são largamente aceitas junto aos consu-midores em países dos cinco continentes. Outras, como as mais exóticas do Norte, no ambiente da Amazônia, come-çam a atrair olhares e a atiçar o gosto.

Mas se o mundo se abastece cada vez mais no Brasil, as-segurando aos brasileiros divisas com as exportações, nunca se pode esquecer que a população interna é o melhor clien-

te, bastando para isso maior estímulo ao consumo. Bem por isso, campanha liderada pela própria cadeia produtiva tem por meta familiarizar o brasileiro com frutas que ele nem sempre tem o costume de levar para casa.

Simultaneamente, os esforços para divulgação e promo-ção das espécies brasileiras no exterior segue a pleno vapor: lideranças nacionais têm marcado presença em grandes even-tos internacionais voltados à alimentação. O resultado dessas ações pode ser medido a cada nova temporada, no incremento dos embarques e, especialmente, no aumento da rentabilida-de, com a venda de frutas de maior valor agregado.

Quando o brasileiro consome mais frutas, e quando

o público internacional amplia suas compras junto aos produtores e aos exportadores nacionais, ganha a saúde, e ganha também a economia. Com o gradativo desenvolvi-mento socioeconômico das regiões produtoras, a popula-ção rural e urbana conhece um ciclo de ampliação da sua autoestima. São gerados mais empregos, distribui-se me-lhor a renda. Toda a sociedade sai ganhando.

Qualidade de vida é provar o que há de melhor, e o Anuário Brasileiro da Fruticultura 2009 vem mostrar que os pomares brasileiros são especialistas em deixar a gente com água na boca.

O que você tem a fazer? É só desfrutar.

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Fruit is synonymous with quality of life. Nobody chal-lenges this ascertainment. The more fruit species you fit into your diet, the healthier your daily routine. Whether it comes in the form of diversified salads, or through regular supplies, Brazilians have no reason to complain. Under the present circumstances, it is just a matter of getting discipli-ned and adding fruit to the daily diet.

In terms of supply, the Country boasts enviable condi-tions. One of the global fruit production hubs, and equally a relevant international supplier of countless types of fruit,

Brazil explores its climate and soil peculiarities, its territo-rial extension, cultivation means and logistic proximities to turn fruit growing into a major agribusiness activity.

Nowadays, there are about 30 regions directly iden-tified with the production of fruit, besides several other frontiers which, year after year, expand their orchards. Several Brazilian fruit species have become widely po-pular with international consumers across the five con-tinents. Others, like the exotic fruits in the North, in the Amazon environment, are beginning to capture the attention and please the palate.

But if the world is relying more and more on Brazil for its fruit needs, ensuring export revenues, it should ne-ver been forgotten that the domestic population might become an excellent client, through sustainable stimula-ting campaigns. Just because of this, a campaign led by the production chain itself is aimed at familiarizing the people with types of fruit they are not used to taking to the table.

Simultaneously, efforts are going on towards spreading and promoting Brazilian fruit abroad: national leaderships have been attending relevant international food related events. The result of these moves shows at every new sea-son, through bigger shipments and higher revenues, with value added fruit sales.

With Brazilians consuming more fruit, and internatio-nal buyers expanding their purchases from the national pro-ducers and exporters, there is no doubt about the entailing health and economic benefits. While the regions are gradu-ally developing in socioeconomic terms, the urban and rural populations are gradually coming to grips with their ever increasing self-esteem. More jobs are generated, and income is distributed more fairly. Society, as a whole, benefits.

Quality of life is to try the best, and the 2009 Brazi-lian Fruit Growing Yearbook depicts the mouthwatering orchards all over Brazil.

All you have to do is to enjoy it.

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Caindo de maduroA produção de frutas do Brasil tem crescido a cada ano. Ao mesmotempo, o País amplia o mercado interno e incrementa as exportações

DIETA: Ibraf lançará campanha em 2009 para aumentar ainda mais oconsumo interno e quer ter acesso à classe C, com redução nos preços

Produção brasileira de frutas frescas teve incremento de 4,5% em 2008

Tal como uma planta que se en-che de frutos a cada nova temporada, assim a fruticultura brasileira vem se expandindo nos últimos 10 anos, com saldos positivos crescentes e com impacto amplamente favorável no desenvolvimento econômico do País. De acordo com Moacyr Saraiva Fer-nandes, presidente do Instituto Brasi-leiro de Frutas (Ibraf ), o incremento da produção de frutas frescas em 2008 chegou a 4,5%, enquanto as frutas processadas avançaram 11,5% em re-lação ao ano anterior, com base em le-vantamento do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Além disso, o Brasil registra alto nível de diversificação em seus pomares, distri-buídos em mais de 30 polos espalha-dos por todas as regiões nacionais.

Conforme Fernandes, ainda não

era possível, nos primeiros meses de 2009, avaliar o impacto que a recessão vivida pelos principais países compra-dores, decorrência da crise econômica mundial, irá ter nas exportações brasi-leiras de frutas, tanto in natura quanto processadas (sucos, néctar e polpas). Mas afirma que a repercussão ocorre-rá, de diferentes formas, na fruticultura como um todo. Assinala que a recessão nos Estados Unidos não causará gran-des problemas, pois esse país responde por apenas 8% do total das vendas ex-ternas nacionais de frutas frescas.

Entretanto, produtos como man-ga, mamão, uva e polpa de açaí po-derão sofrer mais, caso a situação econômica venha a piorar, pois o mercado norte-americano tem par-ticipação maior como destino dessas frutas específicas. O setor seria real-

mente impactado caso houvesse forte recessão na Europa, pois este conti-nente corresponde a mais de 70% dos embarques feitos no Brasil.

Embora as exportações sejam mui-to importantes para a balança comer-cial brasileira e sirvam também para o estabelecimento de preços, o País con-ta com amplo mercado interno, em crescimento. Algo similar não acon-tece em nações como o Chile, grande produtor mundial de frutas, mas que precisa exportar a maior parte de sua colheita, pois não tem onde colocá-la internamente. O mercado brasileiro de frutas frescas, segundo Moacyr Fer-nandes, tem avançado 4% a 6% por ano. Mesmo que o aumento do Pro-duto Interno Bruto (PIB) ficasse em apenas 2,5% por ano, haveria recursos para seguir crescendo.

NOVA VITRINE

O presidente do Ibraf, Moacyr Saraiva Fernandes, anuncia o lançamento, em 2009, de uma campanha para aumentar ainda mais o consumo interno de frutas. O alvo principal são formadores de opinião, agentes de mercado, escolas e classe médica, que receberão informações cujo in-tuito é fortalecer o conceito de que fruta é alimento.

Fernandes acentua que já existe essa conscientização, mas que é preciso reforçá-la cada vez mais. Segundo ele, será feito grande empenho para melhorar o sistema logís-tico e o transporte de frutas, a fim de reduzir os índices de produtos machucados e estragados e, assim, diminuir os custos. Com isso, uma classe C emergente, hoje fora do mercado, poderia adquirir frutas, ampliando sensivelmen-te o número de consumidores.

CENÁRIO • Scenario

DIET: Ibraf is preparing a campaign forboosting even further fruit sales in thedomestic market in 2009, whilst reducing prices for granting access to class C consumers

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IN THE WINDOW

The president of Ibraf, Moacyr Saraiva Fernandes, an-nounces for 2009 a campaign intended to encourage the consumption of fruit in the domestic market. The main target are opinion makers, market agents, schools and the medical establishment, who will be sent information in-tended to strengthen the concept of fruit as food.

Fernandes stresses that awareness has already been created, but it needs to be strengthened. According to him, great efforts are to be made towards improving logistics and transport, so as to reduce the percent-age of damaged fruits, ultimately reducing costs. This will make it possible for an emerging C class, still out of the market, to acquire fruits, visibly expanding the number of consumers.

Overripe anddropping offFruit farming has been rising year after year in Brazil. In themeantime, the domestic market expanded and exports soared

Brazilian fresh fruit production soared 4.5% in 2008

Just like plants bearing fruits in abundance at every season, Brazilian fruit farming business has been ex-panding over the past 10 years, with rising positive balances and widely fa-vorable impacts on the economic de-velopment of the Country. According to Moacyr Saraiva Fernandes, presi-dent of the Brazilian Fruit Institute (Ibraf ), fresh fruit production soared 4.5% in 2008, while processed fruits advanced 11.5% from the previous year, say sources of the Brazilian In-stitute of Geography and Statistics (IBGE). Moreover, Brazil registers a high level of diversification in the or-chards, distributed throughout more than 30 fruit production hubs spread across several regions.

According to Fernandes, in early

2009, it was not yet possible to assess the impact, caused by the economic downturn that affected most fruit buying countries, on Brazil’s fruit exporting business, including fresh fruit and processed (juices, nectar and pulp). He understands that the ef-fects will show in different manners, at fruit farming as a whole. He sees no big problems in the recession experi-enced by the United States, once this country accounts only for 8% of our total fresh fruit foreign sales.

However, fruits like mangos, papa-yas, grapes and açaí pulp, could be af-fected more badly, in case the econom-ic downturn gets worse, because the United States market has a great share in the destination of these specific types of fruit. The sector would really suffer

enormous impacts if the recession got worse in Europe, as this continent is the destination of more than 70% of all Brazilian fruit shipments.

Although exports play a relevant role in the trade balance, equally functioning as price parameters, the Country relies on a vast domestic market, now on the rise. Something similar does not happen in Chile, a major worldwide producer that needs to export the most part of its produc-tion volumes, as the domestic mar-ket is not big enough to absorb such amounts. The Brazilian fresh fruit market, in Moacyr Fernandes’s view, has advanced 4% to 6% a year, despite the only 2.5% rise a year of the Gross Domestic Product (GDP), and there are resources for continued growth.

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Alto astralA renovação dos pomares, com adoção de modernas tecnologias, e a grande variedade oferecida ao mercado impulsionam a fruticultura do Brasil

DE TUDO: Por seu amplo território, com climas e solos variados, o Brasil produz praticamente

todas as principais espécies de frutas

Além do crescimento constan-te, que consolida a posição do Brasil como terceiro maior produtor mun-dial de frutas, depois da China e da Índia, com área de 2,260 milhões de hectares e colheita de 43,112 milhões de toneladas, a fruticultura nacional vem se renovando, ao adotar novas tecnologias, melhorando a qualidade e diversificando seus pomares.

Espécies como laranja, banana,

uva, melão e melancia se destacam na produção brasileira. Mas outras fru-tas, entre as quais podem ser citadas carambola, figo de mesa, framboesa e amora, têm aumentado sua oferta, passando a fazer parte do cardápio do consumidor nacional. Ao mesmo tem-po, os produtores vêm usando mais tecnologia, colocando à disposição, a cada ano, maior volume de frutas sem sementes, como melancia, uva e agora

tangerina, cuja variedade começa se multiplicar.

De acordo com o presidente do Instituto Brasileiro de Frutas (Ibraf ), Moacyr Saraiva Fernandes, as fru-tas sem sementes representam valor agregado para o produtor e facilitam as exportações, pois têm a preferência dos consumidores estrangeiros. Ele ressalta a evolução na produção de uva, com a reconversão dos parreirais

POMAR FARTO • LUSH ORCHARDProdução brasileira de frutas 2007

Frutas Volume (t) Área (ha)

Laranja 18.684.985 821.575

Banana 7.098.353 519.187

Abacaxi * 3.537.521 72.055

Melancia 2.092.628 98.053

Coco-da-baía * 1.887.336 283.930

Mamão 1.811.535 34.973

Uva 1.371.555 78.325

Manga 1.272.184 79.246

Tangerina 1.205.579 59.979

Maçã 1.115.379 37.832

Limão 1.018.703 45.699

Maracujá 664.286 47.032

Melão 495.32 22.048

Goiaba 316.301 15.069

Pêssego 185.959 22.467

Caqui 159.851 8.082

Abacate 154.096 9.892

Figo 23.225 2.863

Pera 17.074 1.651

Marmelo 931 196

Total 43.112.804 2.260.154Fonte: IBGE - * Conversão abacaxi: 1 fruto = 2,5 kg (região Sul-Sudeste, exceto Paraná (1,6 kg) e Santa Catarina (1,67 kg); 2,1 kg (região Centro-Oeste) e 1,8 kg (para as demais regiões) Fonte: FNP** Conversão coco-da-baía: 1 fruto = 1 kg (elaboração Ibraf ) - Obs.: Não está contabilizada a produção de frutas nativas.

e com a substituição das uvas de mesa tipo Itália por variedades apirênicas.

Fernandes destaca também o cultivo protegido, através do uso de estufas plásticas, que permitem ex-plorar a sazonalidade, colocando no mercado frutas fora do pico da safra, quando alcançam maior valor. Cita o caso do moranguinho, cuja produção cresceu intensamente nos últimos anos. Além disso, a proteção favorece a qualidade das frutas, o que significa igualmente preços melhores.

Das sete frutas incluídas no Siste-

ma do Instituto Brasileiro de Geogra-fia e Estatística (IBGE) de Recupera-ção Automática – Sidra, que divulga periodicamente os dados de produ-ção, área e produtividade da safra na-cional e que possui números de 2008, apenas a laranja não tem previsão de crescimento na temporada 2009. Ela deve experimentar pequena redução, de 1,04%, ficando em 18,482 mi-lhões de toneladas, contra as 18,675 milhões de toneladas do ano anterior.

As demais aumentarão a sua produção: o abacaxi em 3,16%, a

banana em 0,75%, a castanha de caju em 16,64%, o coco-da-baía em 3,20%, a maçã em 4,51% e a uva em 2,01%. Das demais frutas nacionais, que representam 25% do total da colheita, só existem núme-ros relativos à safra 2007/08.

Colheita de frutas do Brasil chega a 43,112 milhões de toneladas por safra

BOUNTIFUL: For its vast territory,with a variety of soils and climates,

Brazil produces almost every fruit species

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Besides growing constantly, which consolidates Brazil’s position as third biggest global fruit producer, coming after China and India, with an area of 2.260 million hectares and a harvest that reaches 43.112 million tons, our national fruit farming business is going through a renewal phase, with the introduction of new technologies, enhancing the quality, while diversifying the orchards.

Species like oranges, bananas, grapes, melons and watermelons occupy a prom-inent position in Brazil. Other species include carambolas, table figs, raspber-ries and mulberries. They are gradually making it to the menu of the domestic consumers. Meanwhile, the growers have been resorting to modern tech-nologies, which has resulted into a diversity of ever increasing supplies of seedless fruit, like watermelons, grapes and, more recently, tangerines, giving rise to multiple varieties.

According to the president of the Brazilian Fruit Institute (Ibraf ), Moacyr Saraiva Fernandes, the seed-less fruits represent added value to the growers and turn exports easier, once the foreign consumers prefer them to common fruits. He refers to the evo-lution experienced by the grapes, with the reconversion of the vineyards and the replacement of Italian type table grapes with apirenic varieties.

Fernandes also mentions the pro-tected cultivation system, in plastic greenhouses, which allow for explor-ing the seasonality of the fruits, plac-ing in the market fruits either after or before the peak of the season, when they fetch better prices. He cites straw-berries as an example, whose produc-tion volumes soared considerably over the past years. Furthermore, protec-tion enhances the quality, which also translates into more profits.

Of the seven fruits included in the Automatic Recovery System of the Brazilian Institute of Geography and Statistics (IBGE) – Sidra, which periodically releases data related to production volumes, planted area and productivity in Brazil, only the orange crop, according to 2008 figures, will experience no growth throughout 2009. It is supposed to decline slightly, 1.04%, reaching 18.482 million tons, compared to the 18.675 million tons in the previous crop.

All others are bound to increase their production volumes, as follows: pineapples by 3.16%, bananas by 0.75%, cashew nuts by 16.64%, com-mon coconuts by 3.20%, apples by 4.51% and grapes by 2.01 %. With regard to all other na¥tional fruit spe-cies, which represent 25% of the total harvest, the only data available date back to the 2007/08 crop.

ExhilarationOrchard renewal, the introduction of modern technologies, and the great variety of fruits available drive the fruit business up in Brazil

Every year, 43.112 million tons of fruit are harvested in Brazil

COLHEITA ANUNCIADA • ANNOUNCED HARVESTDados de previsão de safra

Produto Safra 2008 Safra 2009 Variação (%)

Abacaxi (mil frutos) 1.633.359 1.715.971 + 3,16

Banana (t) 7.171.090 7.225.056 + 0,75

Castanha de caju (t) 240.139 280.093 + 16,64

Coco-da-baía (mil frutos) 1.829.399 1.887.978 + 3,20

Laranja (t) 18.675.805 18.482.427 - 1,04

Maçã (t) 1.121.288 1.171.864 + 4,51

Uva (t) 1.329.262 1.427.360 + 2,01 Fonte: Levantamento Sistemático da Produção Agrícola (IBGE/Sidra)

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Das frutas de regiões frias, como maçã e pêssego, às tropicais, osdiferentes polos distribuídos peloterritório nacional atiçam o paladar

Frutas tradicionais enovidades exóticas da Amazônia se mesclam

na salada

O Estado de São Paulo continua sendo o maior polo de produ-ção de frutas do Brasil, com cerca de 43% do total nacional e vo-lume de 18,556 milhões de toneladas. Em seguida vêm Bahia, com 5,380 milhões de toneladas e 12,5% do total; Rio Grande do Sul, com 2,595 milhões de t e 6% do total; e Minas Gerais, com 2,229 milhões de t e 5% do total.

No entanto, alguns estados, como Ceará e Rio Grande do Norte, têm ampliado em grande escala a sua produção, e numa velocidade surpreendente, como observa o presidente do Instituto Brasileiro de Frutas (Ibraf ), Moacyr Saraiva Fernandes. Ele assinala que esses dois estados dispõem de posicionamento logístico privilegiado e o têm utilizado muito bem, inclusive destacando-se como os principais ex-portadores de frutas frescas do País.

Outra região que tem aproveitado sua vocação para a fruticultura é o Vale do São Francisco, desde que passou a utilizar a irrigação em diversos projetos, tanto em empreendimentos de grande porte como em iniciativas envolvendo pequenos produtores. São milha-res de hectares com frutíferas irrigadas, tanto na Bahia como em Pernambuco. Entre os dois estados, destaca-se o polo de Petrolina e Juazeiro, no Submédio São Francisco, com mais de 46 mil hectares já implantados. A região é atualmente a maior produtora nacional de uvas finas de mesa, contribuindo com 95% das exportações brasilei-ras dessa fruta. Responde ainda por 92% dos embarques de manga para os mercados europeu e norte-americano.

Já o Espírito Santo, apesar da sua pequena extensão territorial, possui 49.370 hectares com fruticultura, em seis polos bem carac-terizados, onde sobressaem as culturas de manga, goiaba, maracujá, banana, coco, uva, morango e abacaxi. O Estado produziu 1,227 milhão de toneladas de frutas em 2007; elas significaram renda de R$ 639 milhões e geração de 50 mil empregos no meio rural.

O Rio Grande do Sul, segundo maior produtor nacional de maçã, perdendo apenas para Santa Catarina, tem se sobressaído na implantação de inúmeros projetos, através do Programa Estadual de Fruticultura (Profruta/RS), abrangendo 106 municípios. A ênfase é para culturas como uva, laranja, banana, pêssego, tangerina (ber-gamota), maçã, figo, abacaxi, kiwi, caqui e pequenas frutas, como amora preta, framboesa e mirtilo, que têm crescido muito na região de Vacaria e em municípios da Serra Gaúcha.

Com essa imensa variedade de solos e de climas, que permitem o plantio de grande diversidade de frutas, o Brasil avança nessa atividade, sendo atualmente o maior produtor mundial de laranja, tanto in natura como suco, e o segundo de banana, a fruta mais consumida em âmbito global. Só essas duas espécies representam entre 60% e 65% da produção nacional.

E há ainda as frutas da região amazônica, como açaí, cupuaçu, pupunha e outras, conhecidas por seu exotismo e pelo sabor di-ferenciado. Só de polpa de açaí, o País exportou 12 mil toneladas em 2008, principalmente para Estados Unidos e União Europeia. Como diz o presidente do Ibraf, “o Brasil reúne todas as condições para atender às demandas não só do povo brasileiro, mas de outros países, tanto em frutas naturais como nas processadas”.

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The State of São Paulo is the lead-ing fruit producing hub in Brazil, with about 43% of the total in the Country, reaching a volume of 18.556 million tons. Then come Bahia, with 5.380 million tons and 12.5% of the total; Rio Grande do Sul, with 2.595 million tons and 6% of the total; Mi-nas Gerais, with 2.229 million tons and 5% of the total.

Nonetheless, Some states, like Ceará and Rio Grande do Norte have greatly expanded their production vol-umes, and at an impressive speed, says the president of the Brazilian Fruit Institute (Ibraf ), Moacyr Saraiva Fer-nandes. He refers to the fact that these two states occupy a privileged logistic

position and have made good use of it, to the point that they are now a ref-erence in fresh fruit exports.

Another region taking advantage of its fruit farming facility is Vale do São Francisco, ever since the re-gion resorted to irrigation in several projects, either at huge investments or initiatives involving small-scale farmers. Now there are thousands of hectares of irrigated orchards, both in Bahia and Pernambuco. Between the two states, the Petrolina and Juazeiro hubs, in the Sub-Middle São Francis-co, are really of note, with more than 46 thousand hectares already devoted to fruit farming. The region is now the leading domestic producer of fine

table grapes, responsible for 95% of all Brazil exports of this fruit. The region is also respon-sible for 92% of mango ship-ments to the North-American and European markets.

In the State of Espírito Santo, though small in territorial exten-sion, there are 49,370 hectares devoted to fruit farming, with six well characterized production hubs, where the most cultivated fruit include mangos, bananas, guavas, coconuts, grapes, straw-berries and pineapples. The State produced 1.227 million tons of fruit in 2007; they resulted into revenues of R$ 639 million and generated 50 thousand jobs in

the rural area.Rio Grande do Sul, after Santa

Catarina the biggest national pro-ducer of apples, has also implement-ed several projects through the State Fruit Farming Program (Profruta/RS), comprising 106 countries. The focus is on fruits like grapes, oranges, bananas, peaches, tangerines, apples, figs, pineapples, kiwi, persimmons and small fruits, like raspberries, mul-berries and myrtle, which have been making strides in the region of Vacaria and counties across Sierra Gaucha.

Relying on such a vast variety of soils and climates, which allow for a diversity of fruits to be cultivated, Brazil is making strides in this activ-ity, and is now the biggest orange producer worldwide, both in fresh or juice form, and the second biggest producer of bananas, the most con-sumed fruit around the globe. These two species alone represent 60% to 65% of the entire national fruit pro-duction volumes.

And there are also the Amazon fruits, like cupuaçu, açaí, pupunha and others, known as exotic fruit with a peculiar taste. In 2008, Brazil exported 12 thousand tons of açaí pulp, particularly to the United States and European Union. The president of Ibraf understands that “Brazil has every condition to meet both the do-mestic and foreign demands for fresh and processed fruits”.

Vitamin-ladenFrom cold regions fruits, like apples and peaches, to tropical ones, thedifferent fruit hubs scattered across Brazil please the most refined palate

Traditional fruit and exotic novelties from the Amazon turn into a good combination

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O Ceará vem se destacando cada vez mais nos últimos anos. E não só por suas tradicionais belezas naturais, que encantam os visitantes. O Esta-

do tem aumentado as exportações de frutas: em 2008, elas tiveram elevação de 75% em receita, no comparativo com o ano anterior, chegando a US$

121,879 milhões. Em volume, já é o primeiro Estado no ranking brasileiro, com 191,646 mil toneladas. Ocupa o terceiro lugar da lista em faturamento e

O Ceará estábombandoEm poucos anos, a fruticultura mudou radicalmente a realidade devárias regiões do Ceará, transformando o Estado em grande exportador

BEM NA FOTO • SHININGProdução brasileira de frutas por Estado 2007

Estados Área (ha) Volume (t) Valor (Mil R$)

São Paulo 740.586 18.556.653 5.704.008

Bahia 323.524 5.380.521 2.246.280

Rio Grande do Sul 163.247 2.595.735 1.601.047

Minas Gerais 107.839 2.229.940 1.003.912

Pernambuco 82.658 1.162.997 769.017

Santa Catarina 70.261 1.524.681 735.487

Espírito Santo 49.370 1.227.369 639.803

Ceará 109.980 1.239.088 624.626

Paraná 58.752 1.347.622 474.015

Pará 108.918 1.896.370 466.119

Rio Grande do Norte 51.611 858.748 378.187

Sergipe 109.877 1.112.500 320.828

Paraíba 48.211 1.025.053 312.835

Goiás 33.586 677.335 243.566

Rio de Janeiro 41.034 511.466 198.388

Mato Grosso 14.479 252.144 162.588

Amazonas 40.799 357.314 157.419

Maranhão 22.771 248.346 126.003

Tocantins 12.923 256.150 87.809

Rondônia 18.637 165.844 71.852

Alagoas 26.000 185.989 68.303

Acre 12.228 110.591 32.498

Piauí 7.875 108.783 32.382

Distrito Federal 1.494 31.680 25.213

Mato Grosso do Sul 3.494 49.886 22.362

Total 2.260.154 43.112.804 16.504.547 Fonte: IBGE

é também o maior exportador de me-lão, abacaxi e melancia sem semente.

Um fator que contribuiu decisi-vamente para isso foi a irrigação. Em 1999, quando começou o Programa Cearense de Agricultura Irrigada (Pro-ceagr), o Estado participava com 1,1% das exportações de frutas do Brasil; em 2008, esse índice passou para 18,1%. No entender do engenheiro agrôno-mo Gilber Lopes, do Instituto Agro-polos, boa parte desse crescimento se deve à presença de grandes empresas envolvidas com a fruticultura.

Uma dessas empresas é a Del Monte, maior produtora e exportado-

ra de abacaxi, localizada no Estado. O Instituto Agropolos estima que a área de produção da Del Monte fica em cerca de 1.500 hectares da variedade MD2, preferida dos consumidores internacionais. Essa mesma cultivar, conforme Lopes, é também plantada em área de 60 hectares pela empresa Agrícola Famosa, que deve expandir mais 90 hectares em 2009.

Outra empresa, a Itaueira Agrope-cuária, implantou, a título de experiên-cia e em parceria com pequenos irrigan-tes, 40 hectares de abacaxi no projeto Baixo Acaraú e cerca de oito hectares no Projeto Tabuleiro de Russas. “A va-

riedade cultivada foi a Pérola, com a finalidade de exportar e fazer mercado no exterior. Mesmo sendo de excelente qualidade, por ora só é cultivada para o mercado interno”, explica Lopes.

As variedades de abacaxi produ-zidas no Estado são a MD2, para exportação, e a Pérola, para o con-sumo interno. Conforme dados do Instituto Agropolos, as exportações, só nos dois primeiros meses de 2008, aumentaram 4,1% em relação ao mesmo período de 2007, ano em que o Ceará exportou 29.745.142 quilos dessa fruta, cerca de 81% do total embarcado pelo Brasil.

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Ceará has been making strides over the past years, but not only for its traditional natural beauties that impress the visitors. The State’s fruit exports have soared: in 2008, they rose 75% in rev-enue, compared to the previous year, reaching US$ 121.879 mil-lion. In volume, the State ranks first in Brazil, with 191.646 thou-sand tons, third in revenues and is the biggest exporter of melons, pineapples and seedless watermelons.

A factor that decisively contributed to this end was irrigation. In 1999, when the Irrigated Fruit Farming Program in Ceará (Pr-oceagr) started, the state’s share in Brazil’s fruit exports was barely 1%; in 2008, this proportion had reached 18.1%. In the opinion of agronomic engineer Gilber Lopes, of Instituto Agropolos, the presence of big companies involved with fruit growing is credited with a great deal of this success story.

One of these companies is Dal Monte, leading producer and exporter of pineapples in the State. According to Instituto Agropo-los, Del Monte devotes 1,500 hectares to the production of the MD2 variety, a favorite with international consumers. This same cultivar, according to Lopes, is also cultivated by Agrícola Famosa, a fruit growing enterprise, in an area of 60 hectares, which is to be extended to 90 hectares in 2009.

Another company, Itaueira Agropecuária, established a 40-hect-are pineapple crop, in its Baixo Acaraú Project, and some eight hectares in its Tabuleiro de Russas Project, on a trial basis, jointly with small-scale farmers. “The variety cultivated was the Pérola, with the purpose to export the crop and gain market shares abroad. Although being of excellent quality, for now, it is only grown for the domestic market”, Lopes explains.

The pineapple varieties produced in the State are MD2, for ex-portation, and Pérola, for the domestic market. According to sourc-es from Instituto Agropolos, exports soared 4.1% over the two first months in 2008, as compared to the same period in 2007, a year in which Ceará exported 29,745,142 kilos of this crop, representing about 81% of the total shipped abroad by Brazil.

In few years, fruit farming radically changed the reality in several regions across Ceará, turning the State into a big exporter

Ceará ismaking strides

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A União Europeia continua sendo o maior comprador de frutas brasileiras, absorvendo 76% do total. No blo-co, destaca-se a Holanda, pois esse país funciona como centro re-exportador, distribuindo as frutas para outras nações, principalmente Alemanha. Os holandeses adqui-riram 317.501 toneladas em 2008, o que representou fa-turamento de US$ 271,790 milhões. Depois vêm Reino Unido (149.822 t e US$ 134,623 milhões), Estados Uni-dos (49.881 t e US$ 70,489 milhões), Espanha (86.573 t e US$ 60,533 milhões), Alemanha (38.338 t e US$ 29,540 milhões) e Portugal (31.540 t e US$ 28,515 milhões).

Além das nações da Comunidade Europeia, têm cresci-do muito as exportações brasileiras para países do Oriente Médio (como Arábia Saudita, Emirados Árabes Unidos e Kuwait) e da África (como Líbia, Bangladesh, Sudão e ou-tros). No total, são 74 nações para os quais o País envia suas frutas. Procurando expandir ainda mais esses mercados, o Brasil esteve presente, de 23 a 26 de fevereiro de 2009, em Dubai, nos Emirados Árabes Unidos, na Gulfood, feira internacional de alimentos.

O Instituto Brasileiro de Frutas (Ibraf ) e a Agência de Promoção de Exportações e Investimentos (Apex Brasil) le-varam frutas frescas, exóticas e processadas, com o objetivo de mostrar a diversidade da fruticultura brasileira. Essa foi a terceira vez que o Brasil participou dessa feira. Em 2008, acabaram sendo gerados negócios no valor de US$ 1,4 mi-lhão, com aumento de 250% em relação ao ano anterior. Além disso, foram feitos mais de 740 contatos com com-pradores da região. Precedendo a Gulfood, a Apex Brasil realizou o evento “Sabores do Brasil”, no Intercontinental Hotel, durante o Dubai Festival City.

Alguns dias antes, de 4 a 6 de fevereiro, 60 empresas brasileiras participaram da Fruit Logistic, em Berlim, na Alemanha. Foram firmados US$ 24 milhões em negócios, com perspectiva de que o valor chegue a mais de US$ 120 milhões, pois houve cerca de 2.000 contatos. O estande brasileiro teve a coordenação do Ibraf e da Apex Brasil.

A conquistada EuropaO mercado europeu adquiriu 76% das frutas brasileiras exportadasem 2008, com destaque para a Holanda como principal compradora

PROMOÇÃO: Em fevereiro de 2009, Brasilparticipou de duas feiras, nos Emirados Árabes e

na Alemanha, com resultados acima da expectativa

“Apesar da crise, ficou evidente a importância de as em-presas brasileiras estarem presentes nos principais eventos e encontros do setor, pois todos os nossos concorrentes tam-bém estavam lá. Esse não é o momento para se esconder”, declara Valeska de Oliveira, gerente executiva do Ibraf. Por sua vez, o presidente do instituto, Moacyr Saraiva Fernan-des, afirma que, tanto em Dubai como em Berlim, “os re-sultados ficaram acima das expectativas”.

PROMOTION: In February 2009, Brazilparticipated in two fairs, in the Arab Emirates

and Germany, with results exceeding expectations

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EMBARQUES • SHIPMENTSExportação brasileira de frutas por Estado 2008

Estados Valor (US$ FOB) Volume (Kg) % Valor Participação % Volume Participação

BA 151.221.297 127.303.470 20,88 14,33

PE 139.574.188 91.725.321 19,27 10,33

CE 121.879.378 191.646.012 16,83 21,58

RN 98.663.523 158.748.146 13,62 17,88

SP 88.044.162 104.424.401 12,16 11,76

SC 53.190.365 120.443.458 7,34 13,56

RS 44.174.158 64.887.655 6,10 7,31

ES 21.043.478 15.427.954 2,91 1,74

PB 2.333.044 2.280.606 0,32 0,26

MG 2.130.925 4.205.462 0,29 0,47

PR 789.824 1.351.331 0,11 0,15

GO 633.808 5.084.094 0,09 0,57

PI 324.274 303.190 0,04 0,03

Merc. nac. 145.091 111.534 0,02 0,01

TO 37.570 36.690 0,01 0,00

RJ 32.187 83.180 0,00 0,01

AP 14.674 15.932 0,00 0,00

MS 3.185 19.500 0,00 0,00

Total 724.235.131 888.097.936 100,00 100,00

Fonte: Secex/Elaboração Ibraf em 21/01/2009

The European Union is still the leading importer of Brazilian fruit, ab-sorbing 76% of the total. In the bloc, Holland stands out, as this country functions as a re-exporting center, dis-tributing the fruits to other regions, particularly to Germany. Holland acquired 317,501 tons in 2008, rep-resenting revenues of US$ 271.790 million. Then come the United King-dom (149,822 tons and US$ 134.623 million), the United States (49,881 tons and US$ 70.489 million), Spain (86,573 tons and US$ 60.533 mil-

lion), Germany (38,338 tons and US$ 29.540 million) and Portugal (31,540 tons and US$ 28.515 million).

Besides the countries of the Euro-pean Union, there have been soaring Brazilian fruit exports to the Middle East (Saudi Arabia, the Arab Emirates and Kuwait) and to Africa (Libya, Ban-gladesh, Sudan and others). In all, 74 nations buy fruit from our Country. In an attempt to expand even further the export destinations, Brazil participated in the Gulfood International Food Fair, held in Dubai, Arab Emirates, 23

through 26 February 2009. The Brazilian Fruit Institute (Ibraf )

and Brazil’s Investment and Export Promotion Agency (Apex Brazil) show-cased processed, fresh and exotic fruit with the objective to show the diversity of Brazilian fruits. This was the third time Brazil took part in this fair. In 2008, businesses derived from the fair reached US$ 1.4 million, up 250% from the previous year. Moreover, up-wards of 700 contacts were made with buyers of the region. Before the Gul-food, Apex Brasil staged the “Brazilian Tastes” event, at the Intercontinental Hotel, in Dubai Festival City.

Some days earlier, 4 through 6 February, 60 Brazilian companies took part in the Fruit Logistic, held in Berlin, Germany. Business deals amounting to US$ 24 million were closed, with perspectives pointing to US$ 120 million, as more than 2,000 contacts were made. The Bra-zilian stand was coordinated by Ibraf and Apex Brasil.

“Despite the economic downturn, the importance for Brazilian com-panies to take part in these fairs and meetings of the sector became all the more evident, as all our competitors were there too. This is no time to re-main anonymous”, says Valeska de Oliveira, executive director of Ibraf. On the other hand, the president of Ibraf, Moacyr Saraiva Fernandes, says that, both in Dubai and Berlin, “the results outstripped expectations”.

ConqueringEuropeThe European Union was the destination of 76% of all Brazilianfruit exports in 2008, with Holland standing out as major buyer

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Perdas nos cultivos de banana do Rio Grande do Norte, por causa de for-tes inundações no Vale do Açu, e restri-ções às importações de laranja devido à pinta preta derrubaram as exportações brasileiras de frutas em 2008. A combi-nação desses dois fatores acarretou que-da de 23% nos embarques de laranja e de 31% nos de banana, justamente as duas principais espécies da pauta na-cional de exportações.

Mesmo assim, a redução no to-tal das vendas externas foi de apenas 3,34% em relação ao ano anterior. O volume caiu de 918.797 tonela-das para 888.097 toneladas, ao passo que em valor até houve aumento, de 12,68%. A receita cresceu de US$ 642,746 milhões para US$ 724,235 milhões. As principais frutas exporta-das foram uva, melão, manga, maçã, limão e melancia.

O presidente do Instituto Brasilei-

ro de Frutas (Ibraf ), Moacyr Saraiva Fernandes, diz que as restrições da União Europeia à laranja brasileira constituem, na verdade, uma bar-reira técnica, uma vez que a praga quarentenária pinta preta (Guinar-dia citricarpa) não se desenvolve no continente europeu e nem faz mal à saúde. O dirigente acrescenta que as exportações brasileiras de uva também foram prejudicadas pela retração do mercado na Inglaterra e pela pror-rogação da safra norte-americana de frutas frescas, o que acabou reduzindo a janela do Brasil. Moacyr Fernandes assinala que esses acontecimentos não são normais, mas ocorreram, e ele es-pera que em 2009 não se verifiquem com outras frutas.

O presidente do Ibraf ressalta que, devido a esses problemas, o País não atingiu a meta, que era exportar um milhão de toneladas de frutas. No

entanto, observa, “de maneira geral, continuamos crescendo”. Acrescenta que os indicadores da balança comer-cial apontam para saldo positivo, pois desde 1999 o Brasil exporta mais do que importa. Reforça que esse fato tem forte impacto no desenvolvimen-to econômico brasileiro.

Moacyr Fernandes aponta frutas como o melão e o limão, que vêm tendo grande desempenho nas expor-tações do País. Afirma que as novas va-riedades de melão desenvolvidas, como Cantaloupe, Pele-de-Sapo, Orange e outras, caíram no gosto dos consumi-dores estrangeiros e têm impulsionado os embarques. Já a produção do melão amarelo vem perdendo espaço. Em re-lação ao limão, diz que o gosto dos eu-ropeus pela caipirinha já se tornou um hábito. “Junto com a fruta, exportamos também a nossa cachaça”, ressalta.

Caiu no gostoMesmo com redução nos embarques de laranja e de banana, as vendas brasileiras de frutas ao exterior cresceram 13% em receita em 2008

SÓLIDO: Há 10 anos o saldo da balança da fruticultura é positivo, tendo impacto favorável no desenvolvimento econômico do Brasil

Principais frutas exportadas são uva, melão, manga, maçã, limão e melancia

SOLID: For ten years now, the fruit tradebalance has been positive, with favorableimpacts on Brazil’s economic development

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Despite a reduction in orange and banana shipments, sales of Brazilian fruit abroad soared 13% in revenue in 2008

Banana losses in Rio Grande do Norte, because of floods in Vale do Açu, and restrictions imposed by some countries on Brazilian oranges because of the black spot disease, greatly frustrated Brazil’s orange ex-ports in 2008. The combination of these two factors incurred 23-percent reductions in shipments of oranges and 31% of bananas, the two leading fruits on Brazil’s fruit export agenda.

Despite this setback, the decrease

in total fruit exports reached only 3.34% from the previous year. The volume dropped from 918,797 tons to 888,097 tons, but the value soared 12.68%. Revenues went up from US$ 642.746 million to US$ 724.235 mil-lion. The most exported fruits were as follows: grapes, melons, mangos, apples, lemons and watermelons.

The president of the Brazilian Fruit Institute (Ibraf ), Moacyr Saraiva Fernandes, says that the restrictions of

the European Union on Brazil’s oranges are, in fact, a techni-cal barrier, once the citrus leaf litter (Gui-nardia citricarpa) does not develop in the European conti-nent and is harmless to health. The offi-cer adds that Brazil’s grape exports also suffered restrictions from the British market, and were af-fected by the longer than expected North-American fresh fruit

crops, which ended up reducing Bra-zil’s chances. Moacyr Fernandes points out that these events are not normal, but occur, and he hopes they will not affect other fruits in 2009.

The president of Ibraf explains that, due to these problems, the Country did not achieve the target of one million tons in fruit shipments. Nevertheless, “in general, we continue on the rise, he observes”. He also refers to the positive indicators for the trade balance, as Brazil-ian fruit exports have been outstripping fruit imports since 1999. He strengthens that this fact exerts a strong impact on the economic development of Brazil.

Moacyr Fernandes points out fruits like melons and lemons, because of their great performance in exports. He comments that the new melon variet-ies, like Cantaloupe, Pele-de-Sapo, Or-ange and others, have become favor-ites with international consumers and therefore boost exports. On the other hand, yellow melons have been losing their allure. With regard to lemons, he comments that the consumers in Eu-rope have already fallen in love with the caipirinha. “Along with this fruit, we also ship our cachaça”, he stresses.

Greatly appealing

The most exported fruits are as follows: grapes,

melons, mangoes, apples, lemons and watermelons

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Mais do que a expansão de área e de produção, uma característica que vem sendo verificada na cadeia frutí-cola nacional é a migração dos poma-res para diferentes regiões do País, por questões ambientais, de clima, de lo-gística ou até de exploração de nichos do mercado. O consultor Maurício de Sá Ferraz, do Instituto Brasileiro de Frutas (Ibraf ), destaca que entre 2003 e 2007 a colheita nacional cresceu quase 10%, saltando de 39,5 para 43 milhões de toneladas, considerando-se as 20 principais espécies comercia-lizadas. O volume pode chegar a 45 milhões de toneladas se forem soma-das ainda as frutas nativas, a exemplo das do Cerrado, entre outras. A maior parcela da produção nacional, no en-tanto, apresenta panorama estável: só a laranja e a banana, por exemplo, re-presentam mais de 60% da safra.

Conforme Maurício Ferraz, parte das migrações produtivas estão asso-ciadas a problemas climáticos, como

as enchentes verificadas no Sul do País, principalmente em Santa Catari-na, que favoreceram a abertura de áre-as de bananas em Minas Gerais, São Paulo e Bahia. Um dos destinos prefe-ridos das multinacionais do segmento, especialmente para exportação, é o Ce-ará, por sua localização estratégica, pela eficiência logística e pelo menor tempo de navio até a Europa e os Estados Uni-dos, principais mercados compradores da maioria das frutas brasileiras.

É o caso do mamão. Empresas pro-dutoras migraram de áreas tradicionais do Espírito Santo para o Rio Grande do Norte e para o Ceará, atraídas pela facilidade no escoamento das frutas para o exterior. Com isso, o frete aé-reo foi substituído pelos navios, com menor custo. O tempo no transporte marítimo também foi reduzido, o que é vital para alimentos perecíveis.

Situação similar ocorre com o abaca-xi. Grandes empresas de produção e de exportação direcionaram recentemente

as suas instalações para regiões próximas dos maiores portos do Nordeste, em busca de eficiência logística, de redução de custos e de tempo de transporte. Para esses empreendimentos, estar perto dos portos pode significar a diferença entre o prejuízo e a rentabilidade.

Ao mesmo tempo, vem ocorrendo um outro tipo de migração, ditada pelo mercado. É a substituição de variedades e de tipos de frutos que estão perdendo espaços por outras mais demandadas e com maior valor agregado. Essa tendên-cia se verifica no Vale do São Francis-co, mais importante pólo exportador de manga e de uva de mesa. As novas variedades de manga, como a Keitt, es-tão substituindo a Thommy Atkins, em virtude da preferência do consumidor internacional. O mesmo acontece com uvas sem sementes, que hoje represen-tam 60% da produção do Vale do São Francisco. “A agricultura é voltada para o mercado e precisa se adaptar à deman-da”, justifica Maurício Ferraz.

O MERCADO FALA MAIS ALTO A busca de alterna-tivas em alguns pólos de produção, como o Vale do São Fran-cisco, onde predominam uva e manga, ou na Serra Gaúcha e de Santa Catarina, onde uva e maçã são dominantes, constitui fator de ampliação de pomares. Na Chapada Diamantina, na Bahia, estão sendo colhidas as primeiras safras de maçã Eva, va-riedade nacional adaptada ao clima da região, não sendo tão exigente quanto ao número de horas de frio. “É outra caracterís-tica das migrações: a ocupação de nichos de mercado”, comenta

Maurício de Sá Ferraz, do Ibraf. No Sul, a diversificação inclui o caso de pera, mirtilo,

pomelo, airela, cereja, framboesa e amora, entre outros. No Vale do São Francisco há investimentos em goiaba, mangus-tão e até maçã, com resultados interessantes. Estas alternati-vas criaram novos conceitos de produção e de venda externa. “São as exportações de milhões de gramas, que se integram àquelas de milhões de quilos, como melancia e abacaxi; e de milhões de toneladas, com laranja e banana”, explica Ferraz.

Mudando de aresFacilidades logísticas, implicações ambientais e clima estimulam investimentos da fruticultura em novos pólos no Brasil

Além da migração regional, pomares também adotam novas variedades

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THE MARKET SPEAKS LOUDER The search for production alternatives in some fruit hubs, like Vale do São Francisco, where mangos and grapes predominate, or in Sierra Gaucha and Santa Catarina, where grapes and apples predominate, is also a factor in orchard expansions. In Chapada Diamantina, state of Bahia, the first crops of the Eva apple are being harvested. Eva is a national variety adapted to the climate of the region, and does not require so many hours of cold temperatures. “It is just one more migration characteristic: the occupation of market niches”, comments Ibraf official Maurício de Sá Ferraz.

In the South, diversification includes pears, myrtles, pomelos, myrtle whortleberries, raspberries, mulber-ries, among others. In Vale do São Francisco there are investments in guava, mangustão and even apples, with encouraging results. These alternatives came up with new production and foreign sales concepts. “They are million gram exports, which become part of the million kilo ex-ports, like watermelons and pineapples; and million ton exports, like oranges and bananas”, Ferraz explains. Açaí is a fruit that is part of this new model. Coming from the Amazon region, thanks to intense marketing, inter-national consumers fell in love with it.

Logistic facilities, climateand environmental implicationsstimulate fruit farming investments across new hubs in Brazil

BETTER OFF: Ceará and Rio Grandedo Norte have shown enviable competitive-ness in several fruit types and in exportation

Besides regional migrations, orchards are also diversifying

More than area and production ex-pansions, a characteristic now present in the national fruit production chain is orchard migration to different regions throughout Brazil, because of matters related to the environment, climate, logistics or even new market niches to be explored. Consultant Maurício de Sá Ferraz, of the Brazilian Fruit Insti-tute (Ibraf ), stresses that between 2003 and 2007 the domestic fruit volumes soared about 10%, jumping from 39.5 to 43 million tons, considering the 20 main species in the market. The vol-ume could reach 45 million tons if all native fruit are considered, for ex-ample, the abundance of native fruit in the Cerrado. The biggest portion of the national volume, however, presents

a stable panorama: oranges and banan-as, for example, account for more than 60% of our entire crop.

According to Maurício Ferraz, part of the production migrations are as-sociated with climate problems, like floods in the South of Brazil, especially in Santa Catarina, which triggered ba-nana plantations in Minas Gerais, São Paulo and Bahia. A preferred destina-tion of the multinational companies of the sector, particularly for exports, is Ceará, because of its strategic geo-graphic position, effective logistics and less time for the boats to reach Europe and the United States, major buying markets of most Brazilian fruit.

Papaya is a typical case. Producer companies migrated from the tradi-

tional areas in Espírito Santo to Rio Grande do Norte and Ceará, attracted by the ease of transport to the desti-nations abroad. Because of this, air freight was replaced with cheaper boat freight. The time of maritime trans-port was also reduced, a vital factor for perishable items. A similar situation is occurring with the pineapple. Huge production and export companies have recently directed their facilities to regions close to the big ports in the Northeast, seeking logistic efficiency, cost reductions and less transportation time. For these enterprises, to be close to the ports might translate into the difference between profits and losses.

In the meantime, another type of migration has been unfolding, dictat-

ed by the market. It is the replacement of types and varieties of fruit, now losing their allure, with high value-added and more demanded varieties. This trend is quite present in Vale do São Francisco, a major mango and table grape exporting hub. The new mango varieties, like Keitt, are replac-ing the Thommy Atkins, by virtue of the preferences of the international consumers. The same holds for seed-less grapes, now accounting for 60% of the entire grape volumes in Vale do São Francisco. Agriculture is geared toward the market and must adapt to demand”, Maurício Ferraz justifies.

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EM VANTAGEM: Ceará e Rio Grande doNorte têm demonstrado competitividade invejávelem diversas frutas, especialmente na exportação

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RASTREABILIDADE Caso a refrigeração se torne ne-cessária, é preciso observar as condições ideais de armaze-namento em cada caso e evitar a quebra da cadeia do frio. Outros fatores específicos de etapas pós-colheita devem ser observados, de acordo com os aspectos fisiológicos de cada fruto e com as exigências de cada mercado consumidor. Um exemplo é o tratamento térmico para o controle da mosca-das-frutas ou da antracnose, requerido pelos Estados Unidos, junto aos exportadores de manga e de mamão.

O pesquisador Márcio Eduardo Canto Pereira alerta para a necessidade do especial cuidado com a higiene de

instalações, utensílios e funcionários. Por intermédio da rastreabilidade, ferramenta disponibilizada através de ano-tações de todos os procedimentos, da produção à distri-buição, torna-se possível localizar a origem de problemas relacionados à qualidade das frutas, como as violações dos limites máximos de resíduos de agroquímicos.

“Além da rastreabilidade, a Produção Integrada de Fru-tas (PIF) também contempla objetivos de melhorias tanto na pós-colheita como em outras etapas do processo, consti-tuindo-se em modelo economicamente viável, socialmente justo e ambientalmente correto”, salienta Pereira.

Muito alémdo pomar Os procedimentos de pós-colheita, que são essenciais para o sucesso dasafra em fruticultura, dependem da qualidade do processo como um todo

PÓS-COLHEITA: Determinar o momentocerto de colher a fruta é fundamental para queela chegue em boas condições ao consumidor

Separar as frutas porseu ponto de maturação é

fundamental na pós-colheita

Na fruticultura, definitiva-mente, a colheita não se resume à retirada das frutas do pomar. Realizar com o máximo sucesso possível todas as etapas, desde o plantio até a chegada do produto aos supermercados, é fundamen-tal e torna-se determinante para a continuidade do negócio. Com o processo de pós-colheita de frutas não poderia ser diferente, pois seus resultados dependem diretamente de tudo o que foi executado anteriormente.

Márcio Eduardo Canto Pe-reira, pesquisador na área de Fi-siologia e Manejo Pós-Colheita da Embrapa Mandioca e Fru-ticultura Tropical, de Cruz das Almas (BA), explica que pro-cedimentos prévios, tais como a nutrição bem feita, o manejo adequado do pomar e o uso ra-cional de defensivos, vão benefi-ciar a qualidade pós-colheita.

Conforme Pereira, um dos principais cuidados deve ser to-mado no momento de retirar o fruto. “Determinar o ponto ideal de colheita é decisivo para manter a qualidade durante os procedimentos seguintes, até o seu consumo”, ressalta. Logo, dá-se início ao período de pós-colheita, onde as operações durante o manuseio, o embala-

mento e o transporte devem ser sempre cuidadosas, para evitar danos aos frutos. No entanto, quando a mão-de-obra é tem-porária, em alguns momentos ela se torna precária, pela falta de preparo dos trabalhadores, lembra o pesquisador.

Na pós-colheita, as frutas são lavadas com detergente neu-tro ou imersas em água clorada, o que proporciona melhorias do aspecto visual e redução dos riscos de contaminação. Essa operação serve, ainda, como um pré-resfriamento da fruta. A água constitui um ponto críti-co na pós-colheita e deve ser de boa qualidade, para que não se torne um meio de propagação de microorganismos e de outros contaminantes.

A partir de então, as frutas são selecionadas e classificadas por grau de qualidade e de matura-ção, observações fundamentais para padronizar os exemplares de uma mesma embalagem e do lote como um todo. O momento da embalagem, próxima etapa do processo, igualmente exige muita atenção. As frutas são acomoda-das em caixas paletizáveis e trans-portadas ao seu destino, devendo manter-se próprias para consumo até chegar ao consumidor.

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TRACEABILITY Should refrigeration be necessary, there is a need to observe the ideal storing conditions for ev-ery different case, so as not to interrupt the cold chain. Other factors specific to the post-har-vest step should be observed, in accordance with the physi-ologic aspects of every single fruit and in compliance with consumer requirements. An example is the thermal treat-ment for controlling the fruit fly, also known as anthracnose, required by the United States for their mango and papaya imports. Researcher Márcio Eduardo Canto Pereira warns about the special cares with re-

gard to the hygienic conditions of the facilities, utensils and employees. Through traceabil-ity, a tool that contains all the procedures, from production to distribution, it is now pos-sible to detect the origin of the problems related to the fruits, like violations of maximum agrochemical residue limits.

“Besides traceability, the Integrated Fruit Production (PIF) program is also focused on enhancement goals, both for post-harvest and subse-quent processing steps, and has proved to be an economi-cally viable model, socially fair and environmentally correct”, Pereira emphasizes.

Much beyondthe orchardPost-harvest procedures, essential for the success in fruitfarming, depend on the quality of the process as a whole

POST-HARVEST: To determine the right moment toharvest the fruits is of fundamental importance forthem to reach the consumers in good condition

Sorting out fruit based on maturity is a relevant post-harvest step

In fruit farming, harvesting is defi-nitely not limited to picking the fruit in the orchard. It is very important to go through all the stages, from planting to supermarket shelves, as it is a deter-mining factor for the continuity of the business. With the post-harvest process

things are not different, as its results de-pend on everything carried out before.

Márcio Eduardo Canto Pereira, re-searcher in the area of Physiology and Post-Harvest Management at Embra-pa Cassava and Tropical Fruit Farm-ing, based in Cruz das Almas (BA),

explains that previous procedures, like good nutrition, appropriate orchard management and rational use of agro-chemicals, are post-harvest quality enhancers. According to Pereira, one of the first cares takes place at the mo-ment the fruits are picked from the

trees. “To determine the ideal harvest time is decisive for the quality during the next steps, until consumption”, he stresses. The post-harvest step starts immediately, where handling opera-tions, packing and transport should always be executed carefully, to avoid damages. However, in the event of temporary employees, labor tends to be precarious in some moments, normally because the workers are not

qualified, the researcher recalls.At post-harvest, the fruits are rinsed

with neutral detergent or dipped in chlorinated water, which improves their visual appearance and prevents contam-ination. This operation also functions as a pre-cooling procedure. Water is criti-cal in the post-harvest step and should be of good quality, so as not to turn into a microorganism propagation medium, or a source of contamination.

From then on, the fruits are sorted out and graded per degree of quality and maturation, fundamental steps for standardizing the contents of one pack-age and the lot as a whole. Packaging, the next step in the process, equally requires much care. The fruits are accommo-dated in pelletable boxes and hauled to their destination, and they are expected to remain in fresh condition until they reach the final consumers.

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GOSTINHO DE QUERO MAIS O aconselhável é que as frutas sejam colocadas no mercado em sua época de safra, de forma rápida e eficiente, e com boa rede de con-servação a frio. Dessa forma, o cliente terá à sua disposição o melhor produto, com preço acessível, brix equilibrado e ponto certo de maturação. “Não adianta o consumidor estar apto a comprar frutas de qualidade, chegar na loja e não encontrá-las, em virtude da oscilação do padrão ofertado”, adverte Maurício de Sá Ferraz. “É preciso que ele possa real-mente achar o produto e ter certeza quanto à qualidade”.

Segundo o Ibraf, o consumo de frutas frescas no Brasil chega a 60 quilos por habitante/ano. Para um País cuja po-pulação tem o hábito de ingerir frutas e é o terceiro maior produtor mundial, isso é considerado muito pouco. Itália e Alemanha, por exemplo, com colheita muito inferior, ab-sorvem até 120 quilos/habitante/ano, em virtude do hábi-to e do apelo ao chamado consumo saudável.

Para abriro apetiteCadeia produtiva realiza esforço para encurtar o caminho percorridopelas frutas brasileiras entre o produtor e o consumidor final

VAREJO: Compreender melhor como oconsumidor final, no mercado, encontra a fruta

brasileira é a preocupação das lideranças do setor

O caminho que as frutas frescas percorrem entre a produção e o con-sumidor final é razão de intensa preo-cupação junto à cadeia produtiva. Às vezes, esse trajeto é longo e cheio de percalços, a ponto de o destino poder ser radicalmente alterado: ao invés de o produto chegar à na mesa do con-sumidor, acaba contribuindo para aumentar o percentual das perdas.

Uma eventual ineficiência ao longo da “estrada” interfere no preço final e eleva o custo junto a distribuidores, atacadistas e varejistas, além de signi-ficar prejuízo no bolso do produtor. E esse risco é muito grande, tendo em vista que cerca de 90% das frutas pro-duzidas no Brasil são direcionadas in natura ao mercado interno.

O consultor Maurício de Sá Fer-

raz, do Instituto Brasileiro de Fru-tas (Ibraf ), confirma a preocupação com as características do produto que chega ao consumidor. Isso levou a cadeia produtiva a desenvolver um programa de padrão de qualidade. “O objetivo é promover o manuseio mínimo, ou seja, criar meios para que o produtor possa embalar a fruta de maneira que se evite muito manu-

seio até a gôndola do supermercado. Assim, o cliente final poderá levá-la em perfeitas condições”, revela.

O segmento tem ideia clara dos benefícios que essa ação poderá trazer. Ao evitar que todo mundo aperte a fruta, no percurso entre a produção e o consumidor, serão re-duzidas perdas de até 40%. Além disso, o custo desses 40% perdidos acaba recaindo sobre os 60% vendi-dos. É um gasto com o qual a cadeia produtiva hoje está arcando.

Por falhas na cadeia de frio, por problemas de transporte e até mesmo por falta de conhecimento da parte de quem manuseia as frutas nas lojas, elas podem chegar fora do ponto ide-al de consumo à exposição no varejo. “Quando se vai ao supermercado para comprar biscoito, ele vai estar igual todos os dias, mas a fruta sempre está de um jeito diferente”, comenta Fer-raz. “Isso afeta a imagem do produto e a confiança do cliente.”

A padronização, de acordo com

Maurício Ferraz, é o grande desafio da cadeia produtiva – e, principal-mente, do varejo, etapa final antes da chegada do fruto às mãos do con-sumidor. Há quatro anos, pesquisa realizada junto à Companhia de En-trepostos e Armazéns Gerais de São Paulo (Ceagesp) identificou a apre-ensão do consumidor na aquisição de frutas como uva, abacaxi e me-lão: ele as levava para casa, mas não conseguia consumi-las, pois haviam passado do ponto ideal.

SUPORTE É ESSENCIAL

O consultor Maurício de Sá Ferraz, do Ibraf, lembra que, enquanto há trabalhos promocionais dedicados a mostrar em supermercados da Europa, e mesmo no Brasil, como devem ser consumidas as frutas, o varejo nacional vem retirando a pesagem dos itens conhecidos como FLVs (frutas, legumes e verduras), passando essa tarefa direta-mente aos caixas. Isso barateia custos nas lojas, mas elimina o suporte de informações dos clientes. “Perde-se o funcio-nário que tira as dúvidas dos clientes e ensina a maneira

de consumir”, explica. “O consumidor, ainda que atraído graças ao apelo visual de uma fruta, nem sempre sabe qual a espécie, como se deve manuseá-la ou comê-la. Sem orien-tação de um promotor interno, não a compra.”

Apesar de o mercado interno estar evoluindo e de a melhoria da qualidade ser a tônica do setor, alguns pro-cessos precisam ser acelerados, inclusive o marketing mais agressivo para o consumo. O Ibraf também aponta a ne-cessidade de legislação que determine padrões para o pro-duto a ser comercializado, com percentuais de brix e de acidez, entre os requisitos.

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CAN’T STOP EATING It is recommended to take the fruit to the market during the season, in an efficient and fast manner, supported by an efficient cool chain. This will give consumers the chance to buy excellent products, at reasonable prices, with balanced brix and right maturing point. “It makes no sense for consumers to go to the mar-ket to buy quality fruit if they are not available, by virtue of fruit standard oscillations”, warns Maurício de Sá Ferraz. “Consumers must be given the chance to find what they

want and rest assured of the quality”. According to Ibraf, fresh fruit consumption in Brazil

ranges at 60 kilos/person/year. For a Country that ranks third in global fruit production and whose people ha-bitually consume fruit, it is considered too little. Italy and Germany, for example, with much lower produc-tion volumes, consume 120 kilos/person/year, by virtue of a habit and the appeal of the so-called healthy con-sumption lifestyles.

AppetizingProduction chain is sparing no effort to shorten theitinerary of the fruit from producer to final consumer

RETAIL: A better understanding of how final consumers, in the market, approach

the Brazilian fruit is a major concern with the leaderships of the sector

The long way from production to final consumer causes concern to the fruit production chain. Sometimes, it is a long way and full of hurdles, to the point that the final destination changes radically: instead of ending up on the kitchen table, the fruit just add to the damages incurred. Occa-sional inefficiencies along the way in-terfere with the final price and reduce the profits of distributors, wholesal-ers and retailers, not to mention the losses incurred by the producers. This risk is real, seeing that about 90% of all fruit produced in Brazil are sent to the market in fresh form.

Consultant Maurício de Sá Ferraz, of the Brazilian Fruit Institute (Ibraf ), confirms the concern with the charac-teristics the product reaches final con-sumers. This has induced the produc-tion chain to come up with a quality standard. “The target is to promote minimum handling methods, mean-ing the creation of means for the growers to accommodate their fruit, so as to avoid handling as far as pos-sible on their way to the supermarket shelves, reaching the final consumers in perfect conditions”, he comments.

The segment is fully aware of the benefits derived from this initiative.

By preventing people from touching the fruit, all the way from producer to consumer, losses could be reduced by 40%. Moreover, the cost of the 40% losses is normally levied on the re-maining 60%. This is a loss incurred by the production chain.

Because of failures in the cool chain, transport problems and the ig-norance of those who handle the fruit in the shops, they sometimes reach the retail shelves beyond their ideal consumption point. “When you go to a supermarket to buy biscuits, these biscuits remain the same day after day, but with fruit, things are different”,

Ferraz comments. “This affects the image of the product and consumer confidence”. Standardization, accord-ing to Maurício Ferraz, is the big chal-lenge of the production chain – and,

particularly, of retail operations, the final stage before the fruit end up in the hand of the consumers. Four years ago, a survey of the Sales Posts and Warehouses Company in São Paulo

(Ceagesp) identified consumer con-cerns while buying grapes, pineapples and melons: these fruits were taken home, but not consumed, as they had gone beyond the ideal point.

SUPPORT IS ESSENTIAL

Consultant Maurício de Sá Ferraz, of Ibraf, recalls that, while there are promotional works devoted to showing in European supermarkets, and even in Bra-zil, how fruit should be consumed, our national retail operations no longer weigh the so-called FLV items (Fruit, legumes and Vegetables) on the spot, but leave this task to the cashiers. It lowers costs in the shops, but leaves the clients without the sometimes needed information. “An employee that clears client doubts and tells them how to consume the fruit, is lost”, he explains. “Although attracted by the appearance of the fruit, consumers are not always aware of the species, how to handle it or consume it. Without the guidance of an internal promoter, they do not buy”.

Despite the evolution experienced by the domestic market, where quality is its trademark, some processes need speeding up, including more aggressive market-ing geared toward consumption. The Ibraf also points to the need of legislation that sets forth product stan-dards, with brix and acidity percentages, just to men-tion a few requisites.

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O CAMINHO ESTÁ PRONTO Com base na rentabilidade e na de-manda, a tendência é que cada vez mais as frutas ganhem destaque nos supermercados, com evolução na apresentação ao consumidor. Confor-me o presidente da Abras, Sussumo Honda, apesar da boa padronização, da formatação e das embalagens, que dão às frutas alto perfil de qualidade no Brasil, tende a crescer, principal-mente nos grandes centros urbanos, a demanda de produto pronto para o consumo, cortado, picado, embalado e/ou processado na loja ou nas indús-trias especializadas. “O diferencial será a exigência de maior nível de segurança e do controle de qualidade”, salienta.

Um supermercadoRedes de supermercados comercializam mais da metade das frutas que chegam ao varejo brasileiro, sendo decisivas no estímulo ao consumo

DE ENCHER OS OLHOS: Espaço reservado às frutas nas grandes redes de mercados forma e direciona os hábitos da população

Entre 50% e 55% das frutas in natura e processadas comercializadas pelo varejo brasileiro chegam ao con-sumidor por meio dos supermercados. O País colhe 43 milhões de toneladas por ano, em 2,2 milhões de hectares, e fica atrás apenas da China e da Ín-dia, no mundo. Entre 1% e 2% desse volume são exportados. Da produção nacional, 47% das frutas são consu-

midas ao natural e outros 53% são processadas na elaboração de polpas, sucos, sorvetes, picolés, geleias e do-ces, entre outros artigos.

Para encantar os consumidores, os supermercadistas investem em se-ções de hortifrutigranjeiros cada vez mais atraentes, em frutas de maior qualidade e em variedade, além de promoções, cortes e embalagens espe-

ciais e até em produtos prontos para consumo.De acordo com o presiden-te da Associação Brasileira de Super-mercados (Abras), Sussumo Honda, estudos mostram que há categorias de produtos líderes (ou destino), que são capazes, por sua qualidade e pela boa operação, de fidelizar o consumidor.

É o caso das seções de frutas, legu-mes e verduras (FLV), carnes, frios e

laticínios. “O cliente define o local de compra em função da categoria-destino; a loja torna-se referência, daí sua impor-tância”, explica Honda. Ainda segundo o dirigente varejista, no passado recente os supermercados deram muita atenção para verduras e legumes, mas a experi-ência mostrou que frutas são mais ren-táveis, por seu valor agregado.

Em geral, um quilo de frutas vale de

três a quatro vezes mais do que um quilo de legumes, que, no entanto, demanda a mesma logística e os mesmos custos. Esta constatação mudou uma visão até então tradicional. “As promoções sem-pre foram voltadas aos legumes, mas o valor agregado é baixo”, frisa Honda.

O presidente da Abras explica que, com o tempo – e a partir desta desco-berta –, as frutas ganharam destaque

e se tornaram carro-chefe no setor de FLVs dos supermercados, atraindo um consumidor ávido por qualidade, bombardeado pelo marketing da vida saudável e que compra, muito mais, pelo impulso visual. “No caso dos legu-mes, isso não ocorre. Ninguém compra e come mais batatas porque estão boni-tas, mas se a uva é bonita, o consumi-dor leva mais”, frisa Sussumo Honda.

VERY IMPRESSIVE: Fruit shelves in big supermarket chains serve as guides to consumer habits

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THE WAY IS OPEN Based on profits and demand, the trend is for fruit to achieve an ever-increasing pre-dominant position in the supermarkets, with a nicer and fancier appearance to impress consumers. According to the president of Abras, Sussumo Honda, in spite of the standardized models, format and packaging, which im-

part a subtle high quality profile to the fruit, in Brazil, particularly in big cities, the trend is for increasing de-mand for ready to consume products: cut, sliced, packed or processed in the shop or specialized industries. “What makes the difference in this process is an undisputed level of security and quality control”, he stresses.

A super marketSupermarket chains sell more than 50% of all Brazilian fruit that reach the retail shops, and play a decisive role in consumption

From 50% to 55% of all processed and fresh fruit sold at retail shops in Brazil reach the consumers through su-permarkets. The Country harvests 43 million tons per year, on 2.2 million hectares, and comes only after China and India in volume. Only 1% to 2% of this volume is ex-ported. In domestic terms, 47% of the fruit are consumed fresh and 53% are processed into pulp, juice, ice cream, lollipop, jelly, sweets and other items.

To allure consumers, the supermarkets are investing in increasingly attractive vegetable, fruit and legume stalls, in high quality and diversified fruit, promotional moves, special cuts and packaging and even in ready-to-consume products. According to Sussumo Honda, president of the Brazilian Association of Supermarkets (Abras), studies point to categories of leading products (or destination), which, because of their quality and good operation, are capable of gaining loyal consumers.

This is the case of the fruit, legume and vegetable stalls (FLV items), along with the meat, frozen foods and dairy products shelves. “Clients define their buying sector by vir-tue of the category-destination; the shop becomes a refer-ence, hence its importance”, Honda explains. Still, according to the retail official, the recent past used to devote great at-tention to legumes and vegetables, but experience has shown that fruit are more profitable because of their added value.

In general, a kilo of fruit is worth three times as much as a kilo of legumes, which, nonetheless, require the same logis-tics and costs. This ascertainment has changed an up- to-that-time traditional vision. “Promotions had always been focused on legumes, but their added value is low”, Honda says.

The president of Abras explains that, over time – and based on that finding -, fruit gained momentum and turned into the flagship in the FLV sectors of the super-markets, attracting discerning consumers, bombarded by the marketing of healthy lifestyles, who buy on the spur of the moment. “In the case of legumes, this does not occur. Nobody buys or eats more potatoes because they look nice, but when it comes to beautiful grapes, consumers tend to buy more”, says Sussumo Honda.

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FRUTOS DO SALÁRIO A evolução no consumo de frutas frescas e processadas no Brasil dependerá, ba-sicamente, do aumento de renda da população, segundo dados da Associação Brasileira de Supermercados (Abras). Sussumo Honda, presidente da Abras, considera que sem aumento da massa salarial as campanhas de aumento do consumo serão inócuas. Afirma, no entanto, que o Brasil está no caminho certo do crescimento econômico e isso incrementará o mercado de frutas frescas, levando o con-sumidor aos ambientes de venda e o produtor a investir e manter seu lucro. É uma tendência que terá reflexos positivos em toda a rede de abastecimento.

Para Honda, o mercado brasileiro de frutas é muito bem abastecido, tem muitas opções e a cada dia chegam novas tecnologias que dão maior durabilidade ao produto e inserem características demandadas pelos consumidores. “Os centros de pesquisas e os produtores merecem elogios, pois hoje as frutas brasileiras têm padrão comercial e de qualidade que não se via antigamente. A produção evoluiu em todos os sentidos, inclusive em padronização, classifica-ção, embalagem e logística”, destaca.

Ainda segundo o dirigente supermercadista, “o varejo, responsável pela distribuição destes produtos, reconhece este avanço”. A produção irrigada é um dos fatores apontados como determinante neste sentido, pois permite determinar a melhor época de entrar no mercado, assegurando fornecimen-to contínuo ou explorando as “janelas” de desabastecimento.

Oferta ilimitadaFrutas das mais diversas regiões do Brasil, e de inúmerasvariedades, podem ser encontradas nos supermercados nacionais

SELETA: A ampla gama de espécies defrutas hoje disponíveis no mercado desafiao consumidor a provar novos sabores

O Brasil tem características es-peciais de consumo de frutas em relação ao cenário mundial. As ações promocionais existem e são

importantes, mas já se verifica o apelo natural dos consumidores. O brasileiro desenvolveu a tradição de saborear frutas, ao contrário do

que ocorre em outros países (caso dos Estados Unidos e também da Europa), que requerem campanhas de estímulo ao consumo nas escolas

e na mídia, em virtude dos hábitos alimentares arraigados.

Além disso, o Brasil tem produção riquíssima, características de clima e de solo que lhe permitem o cultivo, além da enorme gama de frutas nativas, de variedades exóticas e comerciais, na re-gião amazônica, no Cerrado, em am-biente tropical no Norte, no Nordeste e no Sudeste, e igualmente em clima temperado, no Sul. No País encontra-

se frutas para todos os gostos, e as dis-tâncias, graças à evolução da logística, são cada vez menores.

Há uma década, era incomum o consumo de frutos amazônicos no Sul, ou de frutas de clima temperado nos estados do Norte ou do Nordes-te. Hoje, em qualquer supermercado pode-se encontrar produtos das mais distantes regiões brasileiras e uma gama significativa de importados,

principalmente da Argentina e do Chile, como ameixas, uvas, peras e maçãs, entre outros. E com um deta-lhe essencial: o preço é acessível. Ao mesmo tempo, ingressam no mer-cado até uma dezena de tipos dife-rentes da mesma fruta, com padrão de qualidade que não se encontrava anteriormente e variedade de cor e de sabor. É o caso de uva, pêssego, maçã, laranja e abacaxi, entre outros.

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FRUIT AND SALARIES The evolution in the consumption of fresh and processed fruit in Brazil will ba-sically depend on the buying power of the population, say sources of the Brazilian Association of Supermarkets (Abras). Sussumo Honda, president of Abras, takes it that without a rise in sal-ary the fruit consumption campaigns will have little, or no effect at all. He nonetheless concedes that Brazil is on the right track, as far as the economic development is concerned, a factor that will certainly boost the market of fresh fruit, attracting the consumers to the supermarkets and leading the producers to invest and seek profits. It is a trend that will reflect positively on the entire supply chain.

To Honda, the Brazilian fruit market is lavishly supplied, it offers a variety of options, and every day new technologies surface, imparting more durability to the products and insert-ing the characteristics that please con-sumers. “Our research centers deserve praise and so do our growers, because nowadays Brazilian fruit boast quality standards never seen in the past. Pro-duction has progressed in every sense, including standardization, grading, packaging and logistics”, he stresses.

The retail official also confesses that “retailers, responsible for the dis-tribution of these products, acknowl-edge these steps forward”. Irrigated production systems play a relevant role within this context, as they al-low for determining the ideal time for entering the market, ensuring un-interrupted supplies or filling the gap when supplies are short.

Unlimited supplyFruit from different regions across Brazil, including anarray of varieties, are available in the national supermarkets

SELECTION: A vast range of fruit species now available in the supermarkets challenge consumers to go for new tastes

Brazil acts differently in terms of fruit consumption compared to the global scenario. Promotional moves are in place and are important, too, but natural consumer appeals have been ascertained. Brazilian people have developed healthy habits of sa-voring fruit all year round, contrary to what happens in other countries

(like, for example, in the United States and Europe), where stimulat-ing campaigns in schools and in the media are needed because of deeply rooted eating habits.

Furthermore, Brazil boasts very rich production means, climate and soil characteristics very favorable to fruit farming, besides a vast number

of native fruit, exotic and commercial varieties, in the Amazon and Cerrado regions, in the northern tropical envi-ronment, in the Northeast and South-east, and even in temperate climates, in the South. The country boasts fruit for every different taste and the distances, thanks to logistic improvements, are getting shorter and shorter.

Just a decade ago, it was not com-mon to consume Amazonian fruit in the South, or temperate climate fruit in the North and Northeast. Now, every supermarket sells fruit from the most remote regions in Brazil, besides a vast array of imported fruit, especially from Argentina and Chile, like plums, grapes, pears and apples,

among others. And with a special de-tail: prices are reasonable. In the mean-time, the market is supplied with dif-ferent types of the same fruit species, with quality standards not known in the past, and the same goes for a va-riety of colors and tastes. Included in this case are grapes, peaches, apples, oranges, pineapples and others.

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CONVITE AO BEM-ESTAR O Ibraf, em parceria com as empresas do setor e com a Apex Brasil, igualmente promove a degustação de frutas brasileiras em pontos de vendas da Europa, atividade voltada ao consumidor final. Foram contempladas seis lojas na Itália, 300 em Portugal e 100 na França, somando 1.380 horas de degustação das espécies nacionais.

Para isso, a loja é decorada com motivos brasileiros, que apresentam o diferencial de diversidade das frutas. Neste caso, é importante a presença de promotores bem-treinados e material impresso no idioma local, com informação rápi-da e fácil. O consumidor precisa saber como comer, cortar e preparar cada espécie e as suas características. “Com essas

ações, geramos demanda junto ao consumidor, que passa a ter aquele supermercado como referência, formando a rede até o produtor brasileiro”, explica a gerente executiva do Ibraf, Valeska Oliveira.

Ela destaca outras atividades com foco no comércio ex-terior. No Projeto Comprador, o importador visita o Brasil, conhece o sistema de produção, conversa com o produtor e participa de negociações diretas. No Projeto Imagem, são convidados jornalistas internacionais, principalmente da imprensa especializada, que cumprem roteiros pelas regiões produtoras. “O retorno é positivo. Além das reportagens so-bre a visita, cria-se um link destas publicações com o setor para outras matérias”, frisa Valeska.

Na boca do povoMarketing tem se mostrado fundamental para o sucesso alcançadopelas frutas brasileiras no exterior, garantindo visibilidade e fidelização

ROTEIRO: Campanhas e iniciativas para estimular wtêm obtido resultados muito animadores

A exportação brasileira de frutas está longe de alcançar todo o poten-cial que tem de participação no mer-cado mundial, mas a adoção de inú-meras estratégias de promoção, aliadas à qualidade do produto, gera forças para consolidar a maior presença in-ternacional. O Instituto Brasileiro de Frutas (Ibraf ), com apoio da Agência de Promoção de Exportações e Inves-timentos (Apex Brasil), desenvolve campanhas promocionais de degusta-ção e de orientação sobre o consumo das espécies brasileiras nos principais supermercados europeus.

Atualmente, o Brasil é o terceiro maior produtor de frutas; em 2008, exportou 888.097 toneladas para di-versos países e continentes. O fatura-

mento cresceu 12,68% em relação ao ano anterior, somando US$ 724,235 milhões. Banana, manga, uva, me-lancia, melão, maçã, limão, laranja e abacaxi estão entre as espécies mais vendidas. Conforme a gerente exe-cutiva do Ibraf, Valeska Oliveira, as ações pretendem consolidar e ampliar a presença do produto brasileiro (fru-tas frescas e produtos derivados) nes-tes mercados, construindo imagem de confiança, qualidade e diversidade. A participação em feiras internacionais e os contatos com o público interessado também são vitais.

O projeto de marketing de pro-moção de frutas e derivados do Ibraf no exterior começou em 1998. Num primeiro momento, eram contempla-

das quatro frutas; hoje já são 20, con-siderando-se processadas, congeladas, polpas e sucos. Valeska Oliveira desta-ca a continuidade como ponto impor-tante das ações brasileiras. Em 2008, o Brasil marcou presença em seis feiras internacionais de negócios na Alema-nha, nos Emirados Árabes Unidos, em Cingapura, na Rússia e nos Estados Unidos, de olho num público com poder de decisão, como importadores, atacadistas e distribuidores.

O foco no mercado é entendido como fundamental. Na Ásia, houve a promoção de sucos e polpas, em fun-ção da logística. No Oriente Médio, a divulgação visou geleias e produtos processados, mais demandados.

BEM NA FOTO

Em 2009 o Ibraf já participou de algumas feiras inter-nacionais e vai ajudar a realizar a Fruit & Log, na cidade de São Paulo, voltada para a América Latina. Além disso,

manterá as estratégias que deram certo na venda externa de frutas. “Ao mesmo tempo, estamos abrindo novos merca-dos para as ações de degustação”, avisa a gerente executiva do instituto, Valeska Oliveira. Um dos países que receberá a degustação de frutas brasileiras é a Alemanha.

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PHOTOGENIC

In 2009, Ibraf has already attended some international fairs and is lending a helping hand to the Fruit & Log, in São Paulo, focused on Latin America. In addition, the organ is going to stick to the strategies that were successful in foreign fruit sales. “At the same time, we are opening new markets for tasting sessions”, says the chief-executive of the Fruit Institute, Valeska Oliveira. Germany has been selected for a fruit tasting event.

It goeswithout sayingMarketing has proved fundamental for the success achieved byBrazilian fruit abroad, ensuring visibility and attracting loyal consumers

ITINERARY: Campaigns and moves focused on stimulating

the consumption of Brazil-ian fruit abroad have reached

encouraging results

Brazilian fruit exports are still a long way from their potential share in the international market, but sev-eral promotional strategies now in place, along with product quality, are generating strength towards a more intense presence in the global scenario. The Brazilian Fruit Insti-tute (Ibraf ), under the umbrella of the Investments and Exports Promo-tion Agency (Apex Brasil), is staging promotional fruit tasting campaigns, whilst offering guidance to European Supermarket Chains with regard to Brazil’s different fruit species.

At present, Brazil ranks third in fruit production volumes; in 2008, exports to different countries and continents

reached 888,097 tons. Revenues were up 12.68% from the previous year, reaching US$ 724.235 million. The most exported fruit include bananas, mangos, grapes, watermelons, melons, apples, lemons, oranges and pineap-ples. According to Ibraf chief-executive Valeska Oliveira, the promotional work is intended to expand and consolidate the presence of Brazilian fruit (both fresh and byproducts) in these markets, building an image of confidence, qual-ity and diversity. Attendance at interna-tional fairs and contact with interested people are also vital.

The fruit and fruit byproducts promotion marketing process started abroad in 1998. At a first moment,

four types of fruit were included; now it is more than 20, considering processed, frozen, pulp and juice. Valeska Oliveira refers to continuity as the strong point in Brazil’s actions. In 2008, Brazil attended six interna-tional business fairs in Germany, Arab Emirates, Singapore, Russia and the United States, with an eye towards people empowered to take decisions, wholesalers and distributors.

Market focus is viewed as funda-mental. In Asia, pulp and juice pro-motions were staged, by virtue of logistic factors. In the Middle East, promotional works were focused on jellies and processed fruit, which are greatly demanded there.

WELLBEING-ORIENTED Ibraf, jointly with companies of the sector and Apex Brasil, also promotes fruit tasting events in sales points throughout Europe, focused on final consumers. Contemplated shops in-cluded 6 in Italy, 300 in Portugal and 100 in France, totaling 1,380 hours of national fruit tasting sessions.

To this end, the shops are decorated with Brazilian depictions, featuring the big variety of fruit available. In this case, the presence of well trained promoters is of relevant importance, along with printed material in local language, bearing fast and easily understble information. Consumers are entitled to know how to consume these fruit, how to cut and prepare them, and their main characteristics. “Through these initia-tives, we generate consumer demand, and they elect their favorite supermarket as a refer-

ence, forming an uninterrupted chain back to the Brazilian producer”, Ibraf official Valeska Oliveira explains.

She highlights other outstanding activities in foreign trade. In the Buyer Project, importers visit Brazil, learn about our production system, talk with the produc-ers and take part in direct negotiations. The Image Project consists in inviting interna-tional journalists, mainly specialized media people, and they are taken on a tour of the big production hubs. “Returns have proved positive. Besides the articles on the visit, a link is created between the publications and the sector, with repercussions on other seg-ments”, Valeska comments.

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PERFIL CONSOLIDADO No estágio atual, o siste-ma da Produção Integrada de Frutas (PIF) está consolida-do em 18 culturas: banana, caju, caqui, coco, figo, goiaba, laranja, limão tahiti, lima da pérsia, maçã, mamão, manga, maracujá, melão, morango, pêssego, tangerina murcot e uva. Há produtores aptos a certificar a sua colheita para essas culturas. Além dessas, estão sendo elaboradas as nor-mas técnicas de outras quatro culturas frutíferas: abacaxi, ameixa, mangaba e nectarina.

Em 2009, estão em andamento 30 projetos de fruticul-tura em 14 estados, além de quatro projetos sobre microba-cias, educação ambiental, capacitação de agentes, pós-colhei-ta e logística em Produção Integrada, com envolvimento de quase 500 instituições públicas e privadas. O sistema conta com a adesão voluntária de 2.219 produtores e empresas, o que corresponde a 50.665 hectares de área de cultivo.

Normas decondutaProdução Integrada de Frutas (PIF) consolida a qualidade e a competitividade de 18 espécies brasileiras no mercado internacional

RECEITA: Adotadas há uma década, as práticas da Produção Integrada contribuem para reforçar a aceitação das frutas brasileiras no exterior

Produção Integrada estabelece práticas que

estão em consonância com os padrões mundiais

O faturamento brasileiro com a exportação de frutas aumentou 13,4 vezes nos últimos 15 anos, chegando a US$ 724,2 milhões em 2008, contra US$ 54 milhões em 1994. O Brasil é o 20º maior exportador e tem po-tencial para crescer num mercado que movimenta US$ 60 bilhões por ano, considerando-se produtos processados e frutas secas. Uma das razões elencadas pelos técnicos do Ministério da Agricul-

tura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) para esse bom resultado é a adequação das cadeias produtivas aos princípios de sustentabilidade, rastreabilidade e segurança do alimento. A preocupação está na produção de frutas de qualidade, usando tecnologias que propiciem a ra-cionalização no uso dos insumos.

Estes pressupostos fazem parte do programa de Produção Integrada de Frutas (PIF), que alcança 18 cadeias

produtivas no Brasil. É uma das ga-rantias oferecidas ao mercado inter-nacional quanto à conformidade dos processos de cultivo e de pós-colheita no País. Conforme Luiz Nasser, co-ordenador geral de sistemas de Pro-dução Integrada, com o crescimento do nível de exigências do comércio internacional e da demanda por se-gurança de alimentos junto ao con-sumidor, o produtor teve que adotar

processos de qualidade. “Tornou-se imperativo usar os conceitos da Pro-dução Integrada”, salienta.

Com este mecanismo, o alimento seguro e rastreável é obtido por meio dos esforços combinados da cadeia produtiva. “Ele pressupõe emprego de tecnologias que permitam controle efe-tivo do sistema produtivo agropecuário, através do monitoramento de todas as etapas, desde a aquisição dos insumos

até a oferta ao consumidor”, revela. No Brasil, as atividades inicia-

ram-se em 1999, diante das exigên-cias dos compradores. A demanda levou ao Programa de Desenvolvi-mento da Fruticultura (Profruta), com 57 projetos iniciais. O objetivo era elevar os padrões de qualidade e de competitividade da fruticul-tura ao patamar de excelência re-querido em âmbito internacional.

Atualmente, junto ao Mapa, estão em desenvolvimento 56 projetos de fomento à Produção Integrada, envolvendo 42 culturas e contem-plando 18 unidades da Federação. São 2.333 adesões de produtores e de empresas, com 63.918 hectres, produzindo 1.686.260 toneladas de alimentos nesse sistema. Foram ca-pacitados 30.204 agentes, em 484 cursos e treinamentos.

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CONSOLIDATED PROFILE At the present stage, the Integrated Fruit Production (PIF) system has been consolidat-ed in 18 different crops: bananas, cashew nuts, persimmons, coconuts, figs, guavas, oranges, Tahiti lemons, Persian limes, apples, papayas, passion fruit, melon, strawberries, peaches, tangerines and grapes. There are growers in a position to certify their crops. In addition to these ones, technical stan-dards are now being devised for such fruit crops as pineapples, plums, nectarines and mangos.

In 2009, there are 30 fruit growing projects underway in 14 states, besides four projects on microbasins, environ-mental education, agent qualification, post-harvest and Inte-grated Production logistics, with the involvement of almost 500 public and private institutions. The system relies on the adhesion of 2,219 volunteer producers and companies, which correspond to 50,665 hectares of cultivated land.

Conduct standardsIntegrated Fruit Production (PIF) consolidates the quality and com-petitiveness of 18 Brazilian fruit species in the international market

RECIPE: Adopted a decade ago, the Integrated Production Practices have given their contribution towards the popularity of Brazilian fruit abroad

Integrated Fruit Produc-tion establishes standards in line with global patterns

Revenues derived from Brazilian fruit exports increased 13.5 times over the past 15 years, amounting to US$ 724.2 million in 2008, compared to

US$ 54 million in 1994. Brazil is the 20th biggest exporter and boasts po-tential to grow even further in a mar-ket that moves US$ 60 billion a year,

considering processed and dried fruit. One of the reasons suggested by the technicians of the Ministry of Agri-culture, Livestock and Food Supply

(Mapa) for this good result is the ad-justment of the production chains to the principles of sustainability, trace-ability and food safety. The concern lies in the production of quality fruit, by means of technologies that ratio-nalize the use of inputs.

These principles are part of the Integrated Fruit Production (PIF) program, which integrates 18 pro-

duction chains throughout Brazil. It is one of the guarantees offered to the international market with regard to the conformity of the cultivation and post-harvest processes in this Country. According to Luiz Nasser, general co-ordinator of Integrated Production sys-tems, with the ever increasing require-ments of the international market and demand for food safety by consumers,

producers were forced to introduce quality pro-cesses. “The use of Inte-grated Production con-cepts have grown more and more imperative”, he stresses. With this mech-anism, safe and traceable food is the result of joint efforts of the entire pro-duction chain. “It invites the use of technologies that make it possible to

effectively control the agricultural pro-duction system, by monitoring all the steps, from input acquisition to final consumer”, he explains.

In Brazil, the activities started in 1999, in view of buyer requirements. The process resulted into the creation of the Fruit Growing Development Program (Profruta), with 57 initial projects. The target was to boost the quality standards and fruit competi-tiveness to the levels required by the international scenario. At present, the Ministry of Agriculture is developing 56 Integrated Production fostering projects, involving 42 crops and con-templating 18 States in Brazil. In all, 2,333 producers and companies have joined, totaling 63,918 hectares, with production volumes of 1,686,260 tons of food under this system. A total of 30,204 thousand agents have been qualified, in 484 training courses.

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A FORÇA da agricultura

Informe Especial

Competitiva por natureza, a agricultura brasileira destaca-se em diversidade, qualidade e inovação. A fru-ticultura é um ótimo exemplo. Com diferentes tipos de solos, multiplicidade de climas e a busca constante por novas tecnologias, o País consegue produzir com quali-dade frutas tropicais, subtropicais e temperadas, muitas das quais não se encontram em outra parte do mundo.

O Brasil é o terceiro maior produtor de frutas, atrás apenas de Índia e China. Em 2008, o País colheu mais de 43 milhões de toneladas, com aumento de 4,5% frente à safra anterior. E manteve-se como o primeiro no ranking mundial de produção de laranja, mamão e limão tahiti, além de responder por 60% de todo o suco de laranja exportado no mundo.

O crescimento do setor é um destaque no agro-negócio brasileiro. Os pomares se multiplicam de Norte a Sul e a área plantada atualmente supera os 2 milhões de hectares. A pesquisa agrícola vem esti-

mulando também a produtividade; no campo, usa-se cada vez mais tecnologia.

Os preços médios das frutíferas não estão de-cepcionando os produtores. Em 2008, os valores de alguns dos principais itens da pauta de exportação brasileira superaram em 17% os registrados em 2007. Internamente, a alta foi de 6%. Mas a tendência é de agregação de valor cada vez maior.

Isso deve ocorrer com o desenvolvimento das agroindústrias, o incremento dos produtos orgânicos e a maior eficiência dos canais de comercialização, a partir da adoção de classificação, padronização, denominação de origem, rastreabilidade, certificação e utilização de embalagens adequadas. Assim, os fruticultores esperam superar o desafio de estimular ainda mais o consumo interno de frutas e abrir novos espaços no mercado internacional. Em um setor que cresce com tanto vigor, isso tudo é fundamental.

A Produção Integrada de Frutas (PIF) vem ajudando a fruticultura brasileira a crescer em volume e em qua-lidade. As cadeias das 18 frutíferas que já têm normas de produção sustentável, monitoramento e rastrea-mento dos procedimentos consolidados no programa aumentaram a produtividade e diminuíram custos.

O principal objetivo da PIF é substituir práticas convencionais de produção por um processo que re-sulte em menos danos ambientais e maior grau de confiabilidade do consumidor. Tudo isso com a racio-nalização de intervenções químicas na produção e a preservação dos recursos naturais.

As frutas de pomares que seguem as normas da PIF são certificadas em auditorias e recebem um selo de qualidade, com a chancela do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) e do Instituto Nacional de Metrologia, Normalização e Qualidade Industrial (Inmetro).

O sistema já conta com a adesão voluntária de cer-ca de 2.200 produtores e empresas agropecuárias, que correspondem a quase 51.000 hectares. Por meio dos projetos da PIF, são realizados cursos de capacitação e foram instaladas mais de 40 estações meteorológicas que auxiliam e monitoram o controle de pragas.

Hoje, são 30 projetos de fruticultura em anda-mento em 14 estados brasileiros e o Mapa trabalha para ampliar esses números. Novas espécies frutí-feras devem ser agregadas e a PIF vai se expandir a outros estados, principalmente da Amazônia Legal. O ministério também estuda formas de adicionar valor aos produtos, prevendo o uso da indicação geográfica e da denominação de origem junto com a Produção Integrada.

A fruticultura foi pioneira no Sistema Agrícola de Produção Integrada (Sapi), começando com a cultura da maçã. Atualmente, diferentes produtos agropecu-ários foram agregados e orgulham o Brasil com sua qualidade e com seus cuidados ambientais.

Os frutos dacompetência

Qualidade esustentabilidade

MEDIDAS DE APOIONos últimos anos, a fruticultura brasileira tem regis-

trado importantes conquistas. O avanço da Produção Integrada de Frutas (PIF) e a expansão do seguro rural são algumas delas. Pode-se citar também a inclusão do setor no Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), do governo federal, com o PAC do Cacau, e a criação das Câmaras Setoriais da Fruticultura e da Citricultura.

Atualmente, a política agropecuária brasileira está sustentada principalmente no crédito, para investimen-to, custeio e comercialização; e na garantia de renda ao produtor rural. Por meio da Política de Garantia de Pre-ços Mínimos (PGPM), o governo estabelece pisos para diversos produtos, dando segurança aos fruticultores. E com o Programa de Modernização da Agricultura e Conservação dos Recursos Naturais (Moderagro), re-cursos saem dos cofres públicos para os pomares. Na safra 2007/08, foram aplicados R$ 61,5 milhões.

Já o Programa de Subvenção ao Prêmio do Seguro Rural foi ampliado em 2009 e passa a valer para 31 es-pécies frutíferas, com maior percentual de subvenção e limite de até R$ 96 mil por produtor. Em 2008, o volume de recursos aplicados em frutas na forma de subven-ção ao prêmio do seguro rural já havia ultrapassado em cerca de 40% o do ano anterior e a área segurada chegara a 49.193 hectares.

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O Brasil dá atenção especial à sanidade de seus pomares e vem registrando bons resultados nos últi-mos anos com o combate e a prevenção a doenças e pragas. Não é à toa que a fruticultura tem produ-ção e exportações crescentes.

Para garantir a colheita de frutas cada vez mais sa-dias, o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abasteci-mento (Mapa) une-se a outros órgãos públicos e aos produtores. Um exemplo é o controle do greening, praga que ocorre nos citros. O Mapa realiza trabalho integrado com a iniciativa privada e as secretarias estaduais de Agricultura para a conscientização dos produtores. São

feitas inspeções nos pomares, análises de amostras e normatização do trânsito de material propagativo.

Igualmente importante é o Programa de Erradica-ção da Lagarta das Maçãs, hoje restrita às áreas ur-banas de Vacaria e de Caxias do Sul, no Rio Grande do Sul, e de Lages, em Santa Catarina. Para evitar que a praga chegue a pomares comerciais, são retiradas plantas hospedeiras e potencialmente hospedeiras e ocorre monitoramento constante.

O ministério também investe no Sistema de Mane-jo de Risco da Pinta-Preta dos Citros. Nesse sentido, exige que os frutos cítricos in natura procedentes de unidades de produção cadastradas junto ao governo sejam produzidos, manipulados, classificados, emba-lados, armazenados e transportados com a garantia de rastreabilidade e conformidade fitossanitária.

Outros destaques são os programas de Exportação de Manga, que controla a mosca-das-frutas; e de Ex-portação de Mamão, com procedimentos para a ma-nutenção da área de baixa prevalência para o inseto. E para preservar a exportação de uvas, ocorrem ações de prevenção, controle e erradicação do cancro da videira nos estados da Bahia, do Ceará e de Pernambuco.

O Mapa ainda executa medidas para erradicar a mos-ca-da-carambola no Amapá, única área de ocorrência da praga no País; e para manter Áreas Livres, bem como Sistemas de Manejo de Risco, da sigatoka negra, permi-tindo as exportações e o comércio interno da banana.

PRODUÇÃO LIMPAO governo federal vem monitorando o limite máxi-

mo de resíduos nos alimentos, com destaque para as frutas. Em 2008, foram analisadas amostras de mamão e de maçã e 90% estavam em conformidade.

Essas ações fazem parte do Plano Nacional de Con-trole de Resíduos e Contaminantes da Área Vegetal, que é reconhecido pelos países da União Europeia, além de Es-tados Unidos, China e Rússia, entre outros. Em 2009, no-vas culturas passam a ser monitoradas, entre elas abacaxi, melão, manga, uva, banana, limão, morango e castanha.

A produção nacional de frutas tem como principal destino o mercado interno, que absorve mais de 95% do volume total. Com a melhoria na renda da população brasileira e diante da preocupação com uma alimenta-ção saudável, este consumo deve crescer ainda mais.

Porém, a profissionalização do setor vem permi-tindo que ele conquiste também, e cada vez mais, o reconhecimento internacional em relação à qualidade e ao sabor dos seus produtos. Atualmente, 70 países são compradores de frutas do Brasil.

O saldo da balança comercial de frutas frescas se mantém positivo há 10 anos. Em 2008, foram expor-tados US$ 724,2 milhões e importados US$ 243,3 milhões, com resultado positivo de US$ 481 milhões. Quando são contabilizadas apenas as vendas exter-nas, houve aumento de 12,6% em valor frente ao regis-trado no ano anterior. Já em volume, ocorreu retração de 3,3%. Mesmo assim, foram mais de 888 milhões de toneladas comercializadas com outros países.

Mas o Brasil está longe de ter alcançado os limites de sua capacidade de exportação. Com área disponí-vel para o plantio e possibilidades climáticas de cultivar as mais diversas frutíferas, o País tem enorme potencial para que sua atuação no mercado externo frutifique.

Por isso, o governo federal investe em ações de sani-dade, crédito rural e melhorias na logística, principalmente com as obras em portos e rodovias realizadas pelo Pro-

grama de Aceleração do Crescimento (PAC). O projeto “Brazilian Fruit”, realizado pela Agência de Promoção de Exportações e Investimentos (Apex Brasil) e pelo Institu-to Brasileiro de Frutas (Ibraf) desde 1998, também busca promover o setor e ampliar as vendas externas.

RECEITA DE FRUTAA uva é a frutífera que obtém maior receita na pauta

de exportações do setor. Em 2008, suas vendas ex-ternas somaram US$ 171,4 milhões, correspondendo a 23,6% do total de exportações de frutas frescas. Com isso, o Vale do São Francisco (nos estados da Bahia e de Pernambuco) consolida-se como o maior polo exportador de frutas do Brasil. A região responde por aproximadamente 95% do total da comercializa-ção de uva para o exterior.

Os outros destaques no ranking da receita com as exportações em 2008 foram melões (US$ 152,1 mi-lhões), mangas (US$ 118,7 milhões), maçãs (US$ 80,9 milhões) e limões (US$ 48,1 milhões).

Entre os estados brasileiros, a Bahia é a que ob-tém valor mais elevado com as vendas externas de frutas (20,8% do total nacional), seguida por Pernam-buco (19,2%), Ceará (16,8%) e Rio Grande do Norte (13,6%). Já os países que mais investiram nas frutas do Brasil em 2008 foram Holanda (37%), Reino Unido (19%), Estados Unidos (10%) e Espanha (8%).

Com sabor desaúde

Para todos ospaladares

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RIQUEZA NUTRICIONAL A natureza é mesmo generosa. Mais de 90% da produção de açaí é retirada de açaizais nativos, que cresceram nas várzeas amazônicas. Pesquisa realizada pelo Centro Tecnológico da Universida-de Federal do Pará (UFPa) e pela Unidade de Bioquímica e Nutrição da Universidade Católica de Louvain, na Bélgica, concluiu que a fruta é rica em fibras, proteínas, ômega 6 e 9 e antocianina, substância que combate os radicais livres.

Com tantas qualidades nutricionais, o açaí vai ganhando o mundo. O pesquisador Urano de Carvalho, da Embrapa Amazônia Oriental, de Belém (PA), salienta que nos Estados Unidos, em 2008, foram lançados 53 alimentos e bebidas

contendo a fruta, contra quatro existentes em 2004. Uma em-presa de pesquisa de mercado norte-americana estimou que as vendas de produtos contendo açaí como ingrediente principal ultrapassaram a marca de US$ 106 milhões em 2008.

Os principais importadores são EUA, Japão e França. Mas muitos outros países, como Canadá, Austrália e Chi-le, também compram a polpa de açaí ou o mix deste com guaraná. As exportações da fruta amazônica estão batendo recordes em 2009. Somente em janeiro e em fevereiro, o Pará vendeu quase 2 mil toneladas de suco e faturou US$ 7 milhões. É mais que o dobro do que foi comercializado no exterior no mesmo período em qualquer ano desde 2004.

A chegarLideradas pelo açaí, frutas do Norte agregam à sua imagem oexotismo da Amazônia, chegam no pedaço e conquistam os mercados

HORIZONTE BORDÔ: O açaí, cuja cadeia produtiva se encontra plenamente constituída

no Pará, conquistou o paladar dos consumidores

A Amazônia brasileira reúne em torno de 220 espécies de frutas nativas

O sabor e as propriedades nu-tricionais do açaí conquistam cada vez mais o paladar de brasileiros e de estrangeiros. As frutas da região amazônica, como o açaí, o cupuaçu e o bacuri, se destacam pelos sabores e pelos aromas exóticos que propor-cionam. Na Amazônia brasileira são encontradas cerca de 220 espécies de frutíferas nativas, que representam 44% da diversidade de frutas nativas do Brasil. Toda essa multiplicidade, conforme o pesquisador Urano de Carvalho, da Embrapa Amazônia

Oriental, de Belém (PA), oferece ex-celentes perspectivas para a geração de empregos e de renda no Norte.

Ele explica que algumas frutas es-tão ganhando importância econômica com o aumento do consumo regional. Uma das vedetes é a castanha-do-brasil, que tem mercado consolidado no País e no exterior há muito tem-po. Além do açaí, outra espécie que se destaca é o cupuaçu, com área planta-da de aproximadamente 30 mil hecta-res. “Provavelmente, a próxima fruta a conquistar novos mercados é o bacuri,

com sabor e aroma mais suaves e me-nos agressivos”, projeta Carvalho.

O único problema é que toda a produção de bacuri hoje depende do extrativismo. Atualmente, é a fruta amazônica que atinge maior valor de mercado. Enquanto o quilo de polpa de cupuaçu é comercializado nos su-permercados com preço variando en-tre R$ 7,00 e R$ 9,00, o da polpa de bacuri chega a valores entre R$ 20,00 e R$ 22,00. “Essa fruta, ao contrário do cupuaçu e do açaí, pode ser consu-mida fresca”, acrescenta.

principais frutas • MAIN FRUIT

açaí • açaí

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NUTRITIONAL RICHES Nature is really generous. More than 90% of the açaí volumes come from native açaí stands, spread across the Amazon valleys. Research carried out by the Technological Center of the Federal University of Pará (UFPa) and by the Biochemistry and Nutrition Department of the Catholic University of Louvain, in Bel-gium, concluded that the fruit is rich in fibers, proteins, omega 6 and 9 and autocyanin, substance that fights the free radicals.

Boasting so many nutritional values, the açaí is conquering the world. Researcher Urano de Carvalho, of Embrapa Eastern Amazon, based in Belém (PA), mentions that in 2008, in the United States, 53 different foods and beverages containing this fruit were launched in the market, compared to four existing in 2004. A North-American market research company estimated that the sales of products containing the açaí as lead-ing ingredient reached the mark of US$ 106 million in 2008.

The main importers are the United States, Japan and France, but many other countries, like Canada, Australia and Chile, also purchase the pulp of this fruit or its mix with guarana. Exports of Amazon fruit are setting records in 2009. Only in January and February the State of Pará sold 2 thousand tons of juice and raked in US$ 7 million. It is twice as much as any other shipments in the same period since 2004.

On the wayLed by the açaí, fruit growing in the North impart an image of Ama-zonian exotism, they show up and make their way into the market

RED HORIZON: The Brazilian Amazon comprises some 220 native fruit species

Brazilian Amazon area comprises around 220 species of native fruit

The taste and the nutritional properties of the açaí are conquering the palate of Brazilians and foreign-ers. The Amazon region fruit, like açaí, cupuaçu and bacuri, are known for their exotic aromas and flavors. There are approximately 220 differ-ent native fruit species in the Amazon region, and they represent 44% of the diversity of native fruit in Brazil. This entire multiplicity, according to researcher Urano de Carvalho, of Embrapa Eastern Amazon, based in

Belém (PA), is offering encouraging perspectives to the North, in terms of jobs and income. He explains that some of the fruit are gaining eco-nomic momentum because of soaring regional consumption. One of the ex-ceptions is the cashew nut, which has been in the domestic and foreign mar-ket for years. Besides the açaí, the oth-er relevant species is the cupuaçu, now with a planted area of approximately 30 thousand hectares. “A fruit known as bacuri is probably the next one to

conquer new markets, mainly because of its less aggressive and milder flavor and aroma”, Carvalho projects.

The only problem is, so far the entire bacuri production depends on extrativism. It is actually the Amazo-nian fruit that fetches the best market prices. While a kilo of cupuaçu pulp sells for R$ 7 to R$ 9 in the local su-permarkets, the bacuri pulp fetches from R$ 20 to R$ 22. “This fruit, contrary to cupuaçu and açaí, can be consumed fresh”, he adds.

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O Brasil é terra de banana: de Norte a Sul, essa fruta aquece a economia regional e já posiciona o País entre os principais exportadores mundiais

OS BANANAIS • BANANA PLANTATIONSPrincipais estados produtores (ha)

Estados Safra 2006/07 Safra 2007/08

Bahia 90.260 91.848

São Paulo 50.280 61.790

Ceará 43.930 44.620

Pará 44.552 42.862

Pernambuco 41.919 44.642

Minas Gerais 38.798 38.215

Santa Catarina 31.090 31.076

Brasil 527.801 537.630Fonte: IBGE – Levantamento Sistemático da Produção Agrícola, junho de 2008.

VOLUMES • VOLUMESPrincipais estados produtores - quantidade produzida (t)

Estados Safra 2006/07 Safra 2007/08

Bahia 1.386.016 1.415.988

São Paulo 1.084.841 1.222.820

Santa Catarina 655.973 683.156

Pará 570.951 522.162

Minas Gerais 536.576 533.166

Ceará 385.455 423.823

Pernambuco 382.417 394.919

Brasil 7.068.686 7.266.208Fonte: IBGE – Levantamento Sistemático da Produção Agrícola, junho de 2008.

EmbananouDas frutíferas tropicais, ela é a

mais degustada e a segunda mais co-lhida no mundo. Nutritiva, acessível à maioria da população e disponível o ano todo, a banana é o quarto pro-duto alimentar mais consumido no mundo. Também é uma das frutas mais colhidas no território brasilei-ro. Em âmbito nacional, no ranking das frutas, ela só perde para a laran-ja. Estimativas dão conta de que a cultura é responsável por mais de 500 mil empregos diretos.

Para 2009, o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) prevê colheita de 7.225.056 toneladas. Esse desempenho representará crescimento de 0,75% em relação à safra anterior, que chegou a 7.171.090 toneladas.

Em 2007, os bananais haviam propor-cionado 7.098.353 toneladas da fruta, que geraram R$ 2.910.156,00.

Os maiores produtores de banana no País são os estados de Bahia, São Paulo, Santa Catarina, Pará, Minas Gerais, Ceará e Pernambuco. Con-forme levantamento do IBGE, até junho de 2008, a Bahia havia colhido 1.415.988 toneladas, em 91.841 hec-tares cultivados. Já São Paulo produ-ziu volume de 1.222.820 toneladas, em área de 61.790 hectares.

Santa Catarina, maior exportador desde 1998, tirou 683.156 toneladas de 31.076 hectares plantados. Outros 20 estados participam na produção brasileira. O maior rendimento mé-dio entre as lavouras continua per-

tencendo ao Rio Grande do Norte: os bananicultores potiguares retiram 30,350 toneladas por hectare, supe-rando em 126,6% a média nacional, de 13,393 toneladas por hectare.

Conforme a Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação (FAO), a safra mundial colhida entre julho de 2006 e julho de 2007 resultou em 81 milhões de to-neladas de bananas. Os países que se destacaram no cultivo, neste período, foram Índia, China, Filipinas, Brasil, Equador e Indonésia. A maior produ-tividade por área é registrada em Mali, que colheu cerca de 71,43 toneladas por hectare na temporada 2005/06. O Brasil possui a maior área plantada, com 12,1% do total mundial.

A banana é o quarto produto alimentar mais consumido em todo o mundo

ÀS PENCAS: No Nordeste, o pólo deprodução de bananas do Vale do BaixoJaguaribe amplia as exportações a cada ano

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Of all tropical fruits, the banana is the most ap-preciated and ranks second in harvest volumes in the world. Nutritive, accessible to the majority of the population, available all year round, bananas rank fourth in fruit consumption in the world. In Bra-zil, bananas fall into the category of most harvested fruits in the national territory. In fact, nationwide, bananas come only after oranges, in harvested vol-umes. According to estimates, the crop is respon-sible for more than 500 thousand direct jobs.

For 2009, the Brazilian Institute of Geogra-phy and Statistics (IBGE) predicts a harvest of 7,225,056 tons. This performance will represent a rise of 0.75% compared to the previous crop, when 7,171,090 tons were harvested. The 2007 banana crop reached 7,098,353 tons, which gen-erated revenues of R$ 2,910,156. The leading ba-nana producers are the states of Bahia, São Paulo, Santa Catarina, Pará, Minas Gerais, Ceará and Per-nambuco. According to a survey by the IBGE, as of July 2008, Bahia had harvested 1,415,988 tons, planted on 91,841 hectares. São Paulo produced 1,222,820 tons, in an area of 61,790 hectares.

Santa Catarina, leading exporter since 1998, har-vested 683,156 tons from 31,076 hectares. There are 20 States in Brazil where bananas are grown. Rio Grande do Norte is responsible for the highest pro-ductivity rates: the growers in this State reached an average of 30.350 tons per hectare, up 126.6% from the national average of 13.393 tons per hectare.

According to the Food and Agriculture Orga-nization of the United Nations (FAO), the global banana crop harvested from July 2006 to July 2007 reached 81 million tons. The leading producing countries during this period were as follows: In-dia, China, the Philippines, Brazil Ecuador and Indonesia. Record yields per area belong to Mali, where 71.43 tons were harvested per hectare in the 2005/06 crop. Brazil boasts the biggest planted area, totaling 12.1% of the global area.

BananaseverywhereBrazil is a banana land: from North to South, this fruit drives the regional economies and the Country ranks as a major exporter

IN BUNCHES: In the Northeast, the banana production hub in Baixo Jaguaribe Valley

expands exports year after year

EXPORTAÇÃO DE BANANAS• BANANA EXPORTS

Ano Volume exportado (t)

2007 185.721

2008 130.888Fonte: Secex/Datafruta- Ibraf

Bananas rank fourth in food consumption

around the globe

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Viagem emmenor escala

RECUO: Exportações de banana do Brasiltotalizaram 130,8 mil toneladas em 2008, volume 29,5% menor que em 2007

Small-scale toursBrazil shipped smaller amounts of bananas abroad in 2008, but revenues were higher, thanks to better prices

RETRACTION: Brazilian bananaexports totaled 130.8 thousand tons in2008, volume down 29.5% from 2007

Among all fresh fruit exported by Brazil in 2008, bananas ranked fifth in revenues. Bigger sales were only achieved by grapes, melons, man-gos and apples. The 130,888 tons shipped abroad brought in revenues of US$ FOB 35,657,717, according to data from the Brazilian Secretariat of Foreign Trade (Secex). This result represents a volume down 29.52% from 2007, but revenues from for-eign sales were up 19.51%.

In March and April 2008, floods in Rio Grande do Norte ill affected Brazilian fruit production and ex-ports. In 2007, sales abroad reached 185.7 thousand tons, moving US$ FOB 30.1 million. On that same year, retractions in foreign businesses had reached 4.4% in quantity, brought about by the 26.7% fall in purchases by the United Kingdom.

The southern and southeastern States sell most of their volumes to

Mercosur countries, where Argentina and Uruguay are of note. The north-eastern States, on the other hand, par-ticularly Rio Grande do Norte and Ceará, have increasingly been selling to Europe. The leading consumer centers are the United Kingdom, the Netherlands, Germany and Italy. In 2005, Brazil ranked 13th in exports, accounting for 1.3% of the total. The leading exporters are Ecuador, the Philippines, and Costa Rica.

Dentre as frutas frescas exporta-das pelo Brasil em 2008, a banana proporcionou o quinto maior retor-no financeiro. Vendas superiores só foram alcançadas por uva, melão, manga e maçã. As 130.888 tonela-das embarcadas renderam US$ FOB 35.657.717,00, conforme dados da Secretaria de Comércio Exterior (Secex). Esse resultado representa volume 29,52% inferior ao de 2007, mas a receita das vendas externas cresceu 19,51%.

Entre os meses de março e abril de 2008, inundações ocorridas no Rio Grande do Norte afetaram a produ-ção e a exportação da fruta brasileira. Em 2007, as exportações somaram 185,7 mil toneladas, movimentando US$ FOB 30,1 milhões. Neste mes-mo ano, a queda registrada nos negó-cios externos já havia sido de 4,4% em quantidade, motivada pela redução de 26,7% nas compras do Reino Unido.

Os estados das regiões Sul e Su-deste vendem a maior parcela de sua

produção para os países do Merco-sul, com destaque para os mercados argentino e uruguaio. Os estados do Nordeste, por sua vez, especialmente o Rio Grande do Norte e o Ceará, têm tido a participação crescente na Euro-pa. Os principais centros consumido-res são Reino Unido, Países Baixos, Alemanha e Itália. Em 2005, o Bra-sil ocupava a 13ª posição nas vendas externas, participando com 1,3% do total. Os maiores exportadores eram Equador, Filipinas e Costa Rica.

Brasil vendeu menos bananas para o exterior em 2008, mas conse-guiu resultado maior em receita, graças à melhor remuneração

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A crise financeira mundial pegou de surpresa vários setores da econo-mia. No Brasil, devido à vocação agrícola do País, os questionamentos e as análises voltam-se principalmen-te para o agronegócio. A produção de laranja, uma das mais tradicionais es-pécies da fruticultura nacional, convi-ve com essa angústia. Na avaliação da engenheira agrônoma e pesquisadora do Instituto de Economia Agrícola (IEA), Priscilla Rocha Silva Fagundes, a nova safra não encontrará bom ce-nário. “A citricultura foi atingida pela crise no momento em que os estoques estavam elevados, os preços baixos e a demanda reduzida”, adverte.

De acordo com levantamento do Instituto Brasileiro de Geografia e Es-tatística (IBGE), a redução na colheita deve ser de aproximadamente 1,05%. Em 2008, foram obtidas 18.675.805 toneladas; já a estimativa para 2009 é

de que sejam registradas 18.479.518 toneladas. Em São Paulo, Estado que detém 80% da produção nacional, o setor projeta 310 milhões de caixas de 40,8 kg. Esse montante é inferior ao pri-meiro levantamento de 2009 realizado pela Secretaria de Agricultura e Abaste-cimento, que previa aproximadamente 350 milhões de caixas de 40,8 kg.

Conforme o presidente da Asso-ciação Brasileira de Citricultores (As-socitrus), Flávio Viegas, os motivos da quebra na safra estão relacionados ao aumento verificado nos insumos e na mão-de-obra. Por outro lado, ele cita os baixos preços recebidos pelos pro-dutores nos últimos anos, aliados a problemas climáticos e a doenças. “O entrave do clima se repetiu na nova temporada, a ponto de alguns especia-listas preverem a menor produtividade dos últimos 10 anos na região Norte do Estado de São Paulo”, destaca.

Outro problema, no entender de Viegas, é a “cartelização” junto às in-dústrias. “O setor vem sendo inves-tigado por prática de cartel há anos. Os documentos apreendidos na Ope-ração Fanta são analisados burocrati-camente e as indústrias, importantes financiadoras de campanhas políticas e de outras atividades, certas da impu-nidade, continuam atuando como se nada estivesse ocorrendo”, arremata.

De acordo com o presidente da Associtrus, 40% da frutas que as in-dústrias processam são produzidas por elas mesmas. Ele lamenta os impactos sociais desta transformação. “Peque-nos e médios citricultores vêm sendo expulsos da atividade em virtude da baixa renda que auferem”, cita. “Essa verticalização concentra os ganhos e reduz os empregos, transformando os antes prósperos municípios em cida-des-dormitórios de bóias-frias”.

Puxando o freio

O QUADRO DO EMPREGO A pesquisadora Priscilla Rocha Silva Fagundes, do IEA, lembra que a citricultura é responsável pela geração de aproximada-mente 59 mil empregos formais, e no campo absorve cerca de 14% da força de trabalho rural total. “Estes

números indicam que o impacto da crise da citricultura em termos de empregos pode ser dramático, tanto no campo como na cidade”, afirma. “Este fato, somado à descapitalização dos produtores, tende a acarretar sérios problemas nos municípios produtores”.

A crise financeira mundial surpreendeu a citricultura brasileira num momento de estoques elevados, preços baixos e demanda reduzida

EFEITOS: Produção de laranja na nova safra deverá ser um pouco inferior à de 2008, diante do quadro de incerteza que cerca o setor

Colheita de laranja na safra 2009 é estimada em 18,47

milhões de toneladas

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The global economic downturn came as a surprise to several sectors of the economy. In Brazil, due to the Country’s agricultural vocation, questionings and analyses are over-whelmingly focused on agribusiness. The production of oranges, one of the most traditional national fruit species, has to put up with this anguish. Pris-cila Rocha Silva Fagundes, agronomic engineer and researcher with the Agri-cultural Economy Institute (IEA), un-derstands that the new crop will not find a favorable scenario. “Citricul-ture got hit by the crisis at a moment when stocks were high, prices low and demand dwindling”, she warns.

According to a survey by the Bra-zilian Institute of Geography and Statistics (IBGE), the crop will suf-fer a reduction of approximately 1.05%. In 2008, the volume reached 18,675,805 tons; and the forecast for 2009 is for 18,479,518 tons. In São

Paulo, responsible for 80% of the do-mestic production volumes, the sector is estimating a harvest of 310 million 40.8 kg boxes. This amount is inferior to the first survey in 2009, carried out by the Secretariat of Agriculture and Supply, which estimated a harvest of 350 million 40.8 kg boxes.

According to the president of the Brazilian Citrus Growers Association (Associtrus), Flávio Viegas, the rea-sons behind the lower crop are related to the higher costs of inputs and la-bor. On the other hand, he mentions the low prices derived by the growers over the past years, associated with climate and disease problems. “The climate problem made a repeat in the new season, to the point that special-ists are predicting the lowest produc-tivity rates in 10 years, in the State of São Paulo”, he stresses.

Another problem, in Vargas’ view, is industry “cartelization”. For 10

years now, the sector has been inves-tigated for cartel practices. The docu-ments seized by Operation Fanta are analyzed bureaucratically, and the in-dustries, suspected to have financed political campaigns and other activi-ties, sure of their impunity, continue acting as if nothing were happening”, he concludes.

According to the Associtrus pres-ident, 40% of the fruit processed by the industries are produced by the industries themselves. He regrets the social impacts stemming from this transformation. “Small and medium citrus growers are getting out of the business by virtue of the low remu-neration they get”, he cites. “This verticalization system concentrates the gains and reduces the number of jobs, transforming the once prosper-ous municipalities into dormitory cities of “Bóias-Frias” (workers who eat cold meals).

Applyingthe brakesThe global economic downturn came as a surprise to Brazil’s citrus farming business, at a moment of high stocks, low prices and dwindling demand

EFFECTS: Production volumes of the new orange crop are expected to be smaller than in 2008, and the picture of uncertainties surrounding the sector is blamed for it

The 2009 orange crop isestimated at 18.47 million tons

THE EMPLOYMENT PICTURE Researcher Priscila Rocha Silva Fagundes, of IEA, recalls that citrus farming is responsible for approximately 59 thousand formal jobs, and in the countryside it absorbs 14% of the total workforce.

These figures indicate that of the effect of the econom-

ic downturn on citrus farming, during seasonal employ-ment times, could have dramatic consequences, both in town and in the rural setting”, she says. “This reality, plus cash-strapped farmers, tends to cause serious problems to the counties that produce oranges.”

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Um panorama de grandes desa-fios é o que o setor brasileiro de ex-portação de suco de laranja terá pela frente. De acordo com a Secretaria

de Comércio Exterior (Secex), órgão do Ministério do Desenvolvimen-to, Indústria e Comércio Exterior, na safra 2007/08 foram embarcadas

1.271.634 toneladas, enquanto no período anterior o volume chegou a 1.390.969 toneladas.

A queda nas vendas externas, con-

Alta liquidezEstoques mundiais de suco de laranja dos primeiros meses de 2009 são 60% maiores do que os do ano anterior, o que emperra o mercado

MADE IN BRAZIL: Em torno de 80%das exportações mundiais de suco de laranja são realizadas por indústrias brasileiras

AMARELOU • RIPEProdução brasileira de laranja

Ano Toneladas

2008 18.675.805

2009 18.479.518 *Fonte: IBGE * Estimativa

POMAR • ORCHARDÁrea cultivada de laranjais

Ano Hectares

2008 939.581

2009 935.855 *Fonte: IBGE * Estimativa

forme Priscilla Rocha Silva Fagundes, engenheira agrônoma e pesquisadora do Instituto de Economia Agrícola (IEA), não está relacionada apenas com a crise. “Os estoques mundiais de suco de laranja estão altos, e no início de 2009 eram 60% maiores do que os de 2008. Além disso, a demanda encontra-se retraída”, comenta.

O impacto da crise sobre os negó-

cios de 2009, conforme a pesquisado-ra, poderá reforçar este processo. No entanto, ela é otimista em relação ao desempenho do produto brasileiro. “Mesmo assim, afirma-se que o mer-cado do suco de laranja, amplamente dominado pelas indústrias brasileiras, que respondem por 80% das exporta-ções mundiais do produto, continua com grande potencial”, destaca.

A União Europeia é o principal destino do suco nacional. No período 2007/08, foram vendidas 791.531 to-neladas a esse continente. Em segun-do lugar aparecem os países-membros do Tratado Norte-Americano de Livre Comércio (Nafta), com 242.328 to-neladas, e em terceiro vem a Ásia, que comprou 120.880 toneladas do suco de laranja na última safra.

Exportações de suco de laranja chegaram a 1,2 milhão de t na

safra 2007/08

MADE IN BRAZIL: Approximately80% of worldwide orange juice exportsare carried out by Brazilian industries

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A panorama of huge challenges is unfolding before the Brazilian orange juice export industries. According to the Brazilian Secretariat of Foreign Trade (Secex), an organ of the Min-istry of Development, Industry and Foreign Trade, in the 2007/08 season, 1,271,634 tons of juice were shipped abroad, while in the previous period this volume reached 1,390,969 tons.

The downturn in foreign sales, according to Priscilla Rocha Silva Fagundes, agronomic engineer and

researcher with the Agricultural Economy Institute (IEA), is not only related to the crisis. “Global stocks of orange juice are high, and in early 2009 they were up 60% from 2008. Moreover, demand is now dwin-dling”, she comments.

The impact of the crisis over the 2009 businesses, according to the researcher, might strengthen this process. Nonetheless, she is optimis-tic with regard to the performance of the Brazilian product. “Even so,

they say that the orange juice mar-ket, amply led by the Brazilian in-dustries, which account for 80% of global exports, continuous on a ris-ing trend”, she stresses.

The European Union is the main destination of the national juice. In the 2007/08 period, this continent imported 791,531 tons, followed by the countries comprised by the North American Free Trade Agreement (Naf-ta), with 242,328 tons; and Asia, with 120,880 tons, last year.

High liquidityGlobal orange juice stocks in early 2009 are up 60% from the same period last year, jamming the market

Orange juice exports in the 2007/08 crop reached 1.2 million tons

VITAMINA • VITAMINExportação de suco concentrado de laranja - Brasil / Safra 2007/08 (toneladas)

Mês União Europeia Nafta Ásia Mercosul Outros Total

Julho 51.940 8.276 19.574 450 5.538 85.778

Agosto 84.602 21.296 4.752 894 11.188 122.734

Setembro 50.681 7.443 5.707 558 6.856 71.245

Outubro 81.431 42.101 10.092 427 14.280 148.331

Novembro 73.084 23.535 11.001 329 5.762 113.711

Dezembro 49.936 27.246 18.190 671 11.024 107.067

Janeiro 75.116 24.594 4.121 512 10.882 115.225

Fevereiro 67.395 21.423 15.835 301 8.783 113.737

Março 53.942 13.842 4.235 261 14.121 86.401

Abril 68.095 25.194 15.556 254 5.865 114.964

Maio 46.327 22.560 6.238 166 9.445 84.736

Junho 88.982 4.816 5.579 72 8.256 107.705

Total 791.531 242. 328 120.880 4.895 112.000 1.271.634Fonte: Secex

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ESTÍMULO AO PALADAR O incremento das ex-portações de limão, no entender do presidente da Abpel, Waldyr Promicia, resulta do trabalho de divulgação que está sendo realizado pela entidade, em conjunto com a Agência de Promoção de Exportações e Investimentos (Apex Bra-sil). “Devemos intensificar ainda mais essas promoções a fim de tentar zerar os efeitos da crise ou até revertê-la”, salienta. “Em momentos como este, todos pensam em en-

xugar custos, mas uma estratégia inteligente não permite cortar investimentos em divulgação e marketing”, ressalta.

Quanto aos desafios do setor, Promicia alerta para a ne-cessidade de melhorar a qualidade do produto exportado, além do perigo da baixa do dólar e do excesso de volume embarcado em época de safra, forçando os preços para bai-xo. Também chama atenção para a quantidade de proprie-dades centificadas, que ainda considera muito pequena.

Espreme que sai lucroÁrea cultivada com limão vem sofrendo recuos desde 2005. Emcontrapartida, o volume de produção cresce, assim como a exportação

LONGE DO PÉ: As vendas externas de limão cresceram 3,58% em 2008, o que demonstraa ampla aceitação internacional dessa fruta

Brasil é o quarto maior produtor mundial de limão, com destaque para o tahiti

A cultura do limão no Brasil vem seguindo uma tendência de ajustes na cadeia produtiva desde 2005. O recuo da área cultivada contrapõe-se ao au-mento na produção, o que já não é no-vidade para o setor. Em 2006, a retra-ção dos pomares foi de 5,9%, passando de 50.783 para 47.085 hectares. Em 2007, o pomar brasileiro de limoeiros estava distribuído em 45.699 hectares, conforme dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

No entanto, em 2007 o recuo se refletiu também na produção. Os nú-meros do IBGE apontam para total de 1.018.703 toneladas, enquanto em 2006 haviam sido colhidas 1.031.292

toneladas. Em relação à safra 2009, o presidente da Associação Brasileira dos Produtores e Exportadores de Li-mão (Abpel), Waldyr Promicia, adian-ta que ela não deverá apresentar no-vidades nessa tendência. “Esperamos a manutenção dos números de 2008, não estamos muito otimistas, e ainda não sabemos até que ponto a crise fi-nanceira mundial vai afetar o consu-mo de limão”, salienta.

A preocupação dos produtores com a situação na economia está relaciona-da principalmente à exportação. Em 2008, as vendas externas da fruta apre-sentaram variação positiva de 3,58% no comparativo com o ano anterior.

De acordo com a Secretaria de Comér-cio Exterior (Secex), órgão do Minis-tério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, o País embarcou 60.335 toneladas. Já em 2007, haviam sido negociadas 58.250 toneladas.

Os dados da exportação estão em harmonia com a avaliação de Promicia. “Cada vez mais percebemos maior nú-mero de países do continente europeu se interessando pela nossa fruta”, ob-serva. “Nações como Itália e Espanha, que há três ou quatro anos compravam no mercado holandês, por não terem volume suficiente para adquirir uma carga fechada do Brasil, hoje já estão procurando exportadores diretos.”

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MOVING FAR AWAY: Foreign lemon sales soared 3.58% in 2008, attesting the ample global popularity of this fruit

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Brazil is the fourth biggest lemon producer in the world, with a predominance of the Tahity variety

APPEALING ON THE PALATE

Rising lemon exports, in the view of Abdel’s president Waldyr Promicia, results from the publicity works con-ducted by the association, jointly with the Exports and Investments Promotion Agency (Apex Brasil). “We are de-termined to intensify even further these promotional initia-tives in an attempt to counter the crisis, or even reverse it”, he stresses. “In moments like these, they all try to reduce costs, but in a clever strategy there is no room for reducing investments in marketing and publicity”, he notes.

As to the challenges of the sector, Promicia warns about the need to enhance the quality of export-oriented lemons, and he refers to the dangers of a sudden fall of the North American currency, excessive volumes shipped abroad at

high season time, which could press prices down. He also mentions the amount of certified farms, which, in his opinion, have not reached the ideal number yet.

According to the Food and Agriculture Organization of the United Nations (FAO), from 2001 to 2006, Brazil’s lemon production volumes soared 6.5%, while the planted area receded 7%. The organ also cites Brazil as the fourth biggest producer of lemons around the globe, coming only after Mexico, India and Argentina.

On the national chart, released by the Brazilian Institute of Geography and Statistics (IBGE), São Paulo is the lead-ing producer in Brazil. In 2007, the State reached a record production of 803,140 tons, followed by Minas Gerais, with 43,219 tons; Bahia, with 39,550 tons; Rio de Janeiro, with 23,750 tons; and Rio Grande do Sul, with 23,164 tons.

The lemon crop in Brazil has been on an adjustment trend since 2005. The retraction in the cultivated area is countered by rising production vol-umes, a fact well known to the sector. In 2006, the lemon orchards receded 5.9%, from 50,783 hectares to 47,085. In 2007, Brazil’s lemon orchards were covering 45,699 hectares, according to data released by the Brazilian Institute of Geography and Statistics (IBGE).

However, in 2007 the receding area had reflections on the production vol-umes, The IBGE figures point to a total of 1,018,703 tons, while in 2006 a total of 1,031,292 tons had been harvested.

With regard to the 2009 crop, the pres-ident of the Brazilian Association of Lemon Producers and Exporters (Ab-pel), Waldyr Promicia, anticipates that it should present no novelty regarding this trend. “We expect to stick to the 2008 figures, we are not very optimis-tic, and we still do not know to what extent the global economic downturn is going to affect the consumption of lemons”, he stresses.

The growers’ concerns with regard to the economy are particularly linked to exports. In 2008, the foreign sales of this fruit showed a positive variation of 3.58%, compared to the previous year.

According to the Brazilian Secretariat of Foreign Trade (Secex), an organ of the Ministry of Development, Indus-try and Foreign Trade, the Country shipped 60,335 tons. In 2007, exports had reached 58,250 thousand tons.

The export data are in line with Promicia’s evaluation. “The number of European countries interested in our lemons is constantly rising”, he ob-serves. “Nations like Italy and Spain, which up to three years ago used to buy from the Dutch market, as they did not reach volumes big enough to purchase a closed cargo from Brazil, but they are now looking for direct exporters.’

Squeezing profits out of the fruitArea planted to lemon has been receding since 2005. On the other hand, production volumes are rising, and so are exports

CAIPIRINHA • CAIPIRINHAExportação brasileira de limão

Ano Volume (t) Receita (US$)

2007 58.250 41.714.672

2008 60.335 48.176.782Fonte: Secex

REFRESCO • REFRESHMENTProdução brasileira de limão

Ano Toneladas

2006 1.031.292

2007 1.018.703Fonte: IBGE

AREA • PLANTED AREACultivo

Ano Hectares

2006 47.085

2007 45.699Fonte: IBGE

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O clima frio ocorrido em 2008 fa-voreceu a qualidade da maçã que esta-va entrando no mercado no primeiro trimestre de 2009. São frutas de bom tamanho, muito coloridas e com ex-celente sabor, como destaca o gerente executivo da Associação Brasileira dos Produtores de Maçã (ABPM), Moisés Lopes de Albuquerque. Frios tardios e tempestades de granizo, no entanto, prejudicaram a oferta de fruta fresca, que será 10% menor, e exacerbaram a ocorrência de russing, um tipo de ferrugem que ocorre normalmente na faixa do pedúnculo, mas que em 2009 se espalhou por mais de 30% da fruta, segundo Albuquerque.

Com isso, se no pé a safra seria maior do que a do anterior, a oferta de fruta fresca (aquela parcela que sobra, depois de descartadas as não aprovei-táveis e as destinadas à indústria) será menor. Segundo o gerente da ABPM, ainda não é possível estimar com pre-cisão de quanto será essa quebra, mas ele a calcula em cerca de 19%, para

uma produção esperada de 935 mil toneladas. O executivo acredita que o Brasil terá 654 mil toneladas de fru-ta fresca para comercialização, contra 710.418 t no período anterior.

Na safra 2007/08, a colheita de maçã foi de 900.418 toneladas, sendo Santa Catarina responsável por 51,5% do total (463.759 t); o Rio Grande do Sul por 43,7% (393.674 t); e o Paraná pelo restante. São Paulo, Minas Ge-rais e Bahia são pouco representativos, com menos de 1%, e desde 2003 eles nem constam das estatísticas.

Moisés Lopes de Albuquerque afirma que, se houvesse política go-vernamental bem estabelecida para crédito acessível a produtores inte-ressados em proteger seus pomares com tela contra o granizo, a oferta de fruta fresca seria entre 100 e 150 mil toneladas maior. Admite, no entanto, que o gasto em colocação de tela faria dobrar os custos de produção.

Das 900.418 toneladas produzi-das em 2008, 112.196 toneladas fo-

ram exportadas, o que corresponde a 12,5% do total. As vendas para o ex-terior representaram faturamento de US$ 80,876 milhões, 18% acima do registrado no ano anterior, quando os embarques atingiram 112.072 tonela-das de fruta e proporcionaram receita de US$ 68,614 milhões.

Atualmente, os maiores consumi-dores da maçã brasileira encontram-se na Europa, que responde por 88% do volume dos embarques. Em 2008, a Holanda adquiriu 35.743.550 qui-los da fruta. Em segundo lugar ficou o Reino Unido, com 18.034.285 kg, seguido da França, com 6.209.213 kg; de Portugal, com 5.855.825 kg; da Suécia, com 5.768.513 kg; da Espa-nha, com 5.252.037 kg; e da Alema-nha, com 5.179.112 kg. Para a safra 2009, a expectativa dos produtores brasileiros é ampliar ainda mais esses negócios, diante da qualidade da maçã brasileira, reconhecida mundialmente por seu sabor e pelo colorido intenso.

Fica frioProdução da temporada 2008/09 registra quebra, mas a qualidade das frutas novamente é o fator determinante para garantir boa renda

FRAIBURGO: Baixas temperaturas registradas no Sul do País permitiram que as maçãs se desenvolvessem muito bem na região

Rio Grande do Sul e Santa Catarina dominam de forma absoluta na maçã

MORDA • BITESafra de maçã 2007/08 (t)

Estados Gala Fuji Outras Total

Santa Catarina 272.096 172.653 19.009 463.759

Rio Grande do Sul 226.991 138.394 28.289 393.674

Paraná 21.924 11.019 10.043 42.985

Brasil 521.011 322.066 57.341 900.418Fonte: ABPM

maçã • apple

FRAIBURGO: Low temperatures in South Brazil were responsible for the good devel-opment of the apples across the region

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Smaller crop in 2008/09, but fruit quality is again the determining factor for ensuring profits

Under coldtemperatures

The cold temperatures in 2008 were responsible for the good quality of the apples that reached the market in the first quarter in 2009. The fruits are of excellent size, well colored and with an excellent taste, says the chief-executive of the Brazilian Association of Apple Growers (ABPM)), Moisés

Lopes de Albuquerque. However, late frosts and hailstorms reduced the size of the crop by 10%, and triggered outbreaks of apple rust, a disease that normally affects the pe-duncle and surrounding areas, but in 2009, it affected more than 30% of the fruit, says Albuquerque.

Because of this, in spite of more fruit by plant compared to last year, fresh fruit (those left after separat-ing, or destining to the industries, the flawed ones) will be in shorter supply. According to the ABPM manager, ex-act figures of this year’s crop reduction are not available yet, but he reckons

it could reach 19%, for an estimated production of 935 thousand tons. The chief-executive believes that Brazil will launch 654 thousand tons of fresh apples into the market, compared to 710.418 thousand tons in the previous year.

The 2007/08 crop reached 900,418 tons, and Santa Catarina was respon-sible for 51.5% of the total (463,759 tons); Rio Grande do Sul produced 43.7% (393,674 tons); and the State of

Paraná, the rest. São Paulo, Minas Gerais and Bahia are little representative, with less than 1%, and since 2003 they have been left out of statistical figures.

Moisés Lopes de Albuquerque says that, if there were well defined govern-ment credit line polices for growers interested in protecting their orchards with anti-hail screens, fresh fruit sup-plies would be 100 to 150 thousand tons higher. He, however, concedes that such protection measures would

raise production costs considerably.Of the 900,418 tons produced in

2008, 112,196 tons were exported, corresponding to 12.5% of the total. Sales abroad raked in US$ 80.876 mil-lion, up 18% from the previous year, when shipments reached 112,072 tons with revenues of US$ 68.614 million. At present, the leading consumers of Brazilian apples are the European countries, and they account for 88% of all shipments. In 2008, Holland ac-quired 35,743,550 kilos, followed by the United Kingdom, with 18,034,285 kg; France, with 6,209,214 kg; Portu-gal, with 5,855,825 kg; Sweden, with 5,768,513 kg; Spain, with 5,252,037 kg; and Germany, with 5,179,112 kg. For the 2009 crop, Brazilian growers hope to expand even further these businesses, by virtue of the quality of Brazil’s apples, recognized worldwide for its intense color.

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Rio Grande do Suland Santa Catarina are by far the leading producers in Brazil

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As horas de frio ocorridas no in-verno passado no Sul do Brasil cola-boraram para a colheita de ótimos frutos nos pomares de maçã na safra que começou a chegar ao mercado no primeiro trimestre de 2009. O resul-tado são frutas saborosas e com bela coloração vermelha, que deixam os produtores animados. Na temporada 2008, a qualidade já havia sido boa, o que favoreceu as exportações.

Conforme dados da Associação Brasileira de Produtores de Maçã (ABPM), foram embarcadas 112,196 mil toneladas, do total de 900,418 mil t produzidas. Os negócios assegu-raram receita de US$ 80,876 milhões, com preço médio de exportação de US$ 0,72 por quilo. Esses dados re-presentaram avanço de 18% em fatu-ramento, em relação ao ano anterior, quando os embarques significaram

US$ 68,614 milhões, média de US$ 0,61 por quilo, tendo sido negociadas 112,072 mil toneladas.

O grande destaque das vendas ex-ternas de maçã em 2008 foi a amplia-ção de mercados como o Oriente Mé-dio, que teve crescimento de 204% em volume e de 22% em faturamento em relação ao ano anterior. Países como Arábia Saudita, Catar, Kuwait, Emira-dos Árabes Unidos, Sultanato de Omã e Jordânia adquiriram 3,150 mil to-neladas da fruta, garantindo receita de US$ 1,928 milhões. Em 2007, os em-barques para esses países tinham sido de 803 toneladas, com faturamento de US$ 567,432 mil.

Outra região que experimentou grande aumento das importações de maçã do Brasil, em 2008, foi a África, com elevação de 268% em comparação com 2007. Países como Angola, Argélia,

Gana, Líbia, África do Sul e Sudão ad-quiriram 857 toneladas da fruta, o que rendeu faturamento de US$ 679,363 mil. No ano anterior, as exportações ti-nham sido de 232 toneladas, com ren-dimento de US$ 108,197 mil.

Além disso, países da Ásia compra-ram maçã do Brasil, entre eles desta-cando-se Bangladesh, com 4,718 mil toneladas e receita de US$ 2,558 mi-lhões. O total embarcado para a Ásia foi de 5,932 mil toneladas e o rendi-mento chegou a US$ 2,160 milhões. Um dos fatores que favoreceram as exportações foi a desvalorização do real em relação a outras moedas no último trimestre do ano. No total, 42 países adquirem maçã do Brasil, em diferentes partes do mundo, como Europa, Ásia, África, Oriente Médio, América do Norte, América do Sul e América Central.

The hours of cold temperatures last winter in South Brazil contributed towards the harvest of excellent qual-ity apples of the crop that reached the market in the first quarter in 2009. The result was delicious, deep red fruits, that pleased to growers greatly. Quality had also been good at the 2008 season, a fact that boosted exports.

According to data from the Bra-zilian Association of Apple Growers (ABPM), shipments abroad reached 112.196 thousand tons, of a total production volume of 900.418 thou-sand tons. The businesses brought in revenues of US$ 80.876 million, at and average export price of 0.72 per kg. These data represented an 18-per-cent rise in income, compared to the previous year, when shipments abroad reached US$ 68.614 million, at an average of 0.61 per kg, and exports reached 112.072 thousand tons.

The highlight in the 2008 apple ex-ports was the expansion of the Middle East market, which soared 204% in volume and 22% in revenue from the previous year. Countries like Saudi Arabia, Qatar, Kuwait, Arab Emirates, Sultanate of Oman and Jordan acquired 3.150 thousand tons of this fruit, and

revenues reached US$ 1.928 Million. In 2007, shipments to these countries had remained at 803 tons, with revenues of US$ 567.432 thousand.

Another region that greatly in-creased its imports of apples from Bra-zil in 2008 was Africa, with volumes up 268% from 2007. Countries like Angola, Algeria, Ghana, Libya, South Africa and Sudan imported 857 tons of apples, reaching revenues of US$ 679.363 thousand. In the previous year, exports had reached 232 tons, with rev-enues of US$ 108.197 thousand.

Furthermore, Asian countries also bought apples from Brazil, as follows: Bangladesh, with 4.718 thousand tons and revenues of US$ 2.558 million. Total shipments to Asia reached 5.932 thousand tons in volume and US$ 2.160 million in revenues. The devaluation of the real against the dollar and other currencies is partly credited with the rising exports. In all, there are 42 countries, in different corners around the globe, that purchase apples from Brazil, and they include Europe, Asia, Africa, the Middle East, North America, South Amer-ica and Central America.

Oriente-seA coloração vermelha e o sabor adocicado das maçãs que estão sendo colhidas na safra 2009 constituem atrativos para ampliar as exportações

Get orientedThe red color and the sweet taste of the 2009 crop apples are poised to expand exports

DESTINOS • DESTINATIONSPrincipais países da Europa, da Ásia, da

África e do Oriente Médio que consomem maçã brasileira, em dados de 2008:

País Volume (kg)

Holanda 35.743.550

Reino Unido 18.034.285

França 6.209.213

Portugal 5.855.825

Espanha 5.252.037

Alemanha 5.179.112

Suécia 5.768.513

Bangladesh 4.718.930

Emirados Árabes Unidos 1.674.715

Arábia Saudita 696.323

Estados Unidos 358.974

Sudão 317.520

Hong Kong 296.352

Líbia 275.184

Tailândia 254.394

Cingapura 233.318

Barbados 212.386Fonte: ABPM

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As frutas brasileiras conquistaram o paladar dos consumidores estrangeiros nos últimos anos. Na cesta de opções, com mais de 20 itens, o mamão pa-paia ganha destaque. Ele é visto com frequência na mesa de europeus e de norte-americanos. Nos últimos anos, os cuidados com a qualidade elevaram as exportações dessa fruta, a sétima no ranking de embarques, atrás de uva, melão, manga, maçã, banana e limão.

As vendas externas, que começa-ram com 5.693 toneladas em 1996, atingiram volume recorde em 2003, com o envio de 39.512 toneladas. A partir daí, as exportações de mamão papaia tiveram queda, com registros de 32.266 toneladas em 2007 e de 29.967 toneladas em 2008, 7,12% menos. O Espírito Santo responde por metade do volume de mamão expor-tado, conforme números da Secretaria

de Comércio Exterior (Secex), órgão do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior.

O presidente da Associação Brasi-leira dos Exportadores de Papaia (Bra-pex), Roberto Pacca do Amaral Júnior, observa que a redução nas exportações se deve à desvalorização do dólar fren-te ao real. Mesmo com os problemas de câmbio, o faturamento obtido no mercado externo registrou crescimen-to de 12,25% em 2008, fechando em US$ 38,6 milhões, enquanto no ano anterior ficou em US$ 34,4 milhões. A curto e médio prazos, explica o pre-sidente da Brapex, não deve ocorrer mudança significativa no cenário de exportação para o mamão brasileiro.

O impacto negativo da crise eco-nômica no comércio externo de pa-paia teve consequências na produção da fruta. Conforme dados do Institu-

to Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), foram cultivados 34.973 hec-tares de pomares de mamão em 2007, com colheita de 1.811.535 toneladas. No ano anterior, havia 37.060 hecta-res, com safra de 1.897.639 toneladas; ou seja, a redução foi de 5,63% e de 4,53%, respectivamente.

Amaral Júnior explica que o setor está sem recursos para novos investi-mentos em produção, assim como não há demanda que os incentive. Ele lem-bra que os poucos financiamentos dis-poníveis para exportação estão muito caros, inibindo as empresas. “Os efeitos da crise econômica estão sendo péssimos para a atividade exportadora de papaia, pois não há capital para financiar a ativi-dade”, ressalta. De acordo com o presi-dente da Brapex, até mesmo o mercado interno diminuiu e o produto está mais caro para o consumidor.

Lá em cimaExportações de mamão papaia, que tiveram crescimento excepcional em 10 anos, mais recentemente acabaram sofrendo por causa do câmbio

À MESA: Estados Unidos e Europa compõem os principais mercados para o mamão brasileiro, fruta que agrada ao paladar internacional

O Espírito Santo responde por metade do volume de mamão exportado

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Brazilian papayas have conquered the palate of international consumers over the past 10 years. In the range of options, containing more than 20 items, papaya is of note. It is frequently seen on the kitchen tables in Europe and the United States. Over the past years, special cares focused on quality managed to push up the exports of this fruit, which ranks seventh in ship-ments, coming after grapes, melons, mangos, apples, bananas and lemons.

The foreign sales, which started with 5,693 tons in 1996, achieved a record volume in 2003, when 39,512 tons were shipped abroad. From then onward, papaya exports experienced a gradual decline, falling to 32,266 tons in 2007 and 29,967 tons in 2008, down 7.12% from the previous year. The state of Espírito Santo accounts for half of all papaya exports, from figures released by the Brazilian Secre-tariat of Foreign Trade (Secex), an or-

gan of the Ministry of Development, Industry and Foreign Trade.

The President of the Brazilian Associ-ation of Papaya Exporters (Brapex), Ro-berto Pacca do Amaral Júnior, observes that the reduction in exports has to do with the devaluation of the dollar against the real. Although facing exchange rate problems, revenues from foreign sales registered a rise of 12.25% in 2008, reaching US$ 38.6 million, while in the previous year this figure remained at US$

Up thereExports of papaya, which experienced an exceptional growth in 10 years, recently had to put up with a setback because of exchange rate problems

ON THE TABLE: The United States and Europe are the main destinations of Brazilian papaya, a

fruit that pleases international consumers

34.4 million. In the short and long run, says the president of Brapex, no signifi-cant change should occur in the Brazilian papaya exports scenario.

The negative impact of the global economic downturn on papaya had reflections on the production vol-umes. From data released by the Bra-zilian Institute of Geography and Sta-tistics (IBGE), in 2007, 34,973 hectares of papaya were cultivated, with a harvest of 1,811,535 tons. In the previous year,

37,060 hectares were planted, with a crop of 1,897,639 tons; i.e., reductions reached 5.63% and 4.53%, respectively.

Amaral Júnior explains that the sector has no resources for new in-vestments in production, and there is no demand to stimulate new invest-ments. He recalls that there are only a few credit lines for exports, but at high interest rates, a fact that inhibits the companies to resort to them. “The effects of the global economic down-

turn are really bad for the papaya ex-ports, as there is no capital available for financing this activity”, he em-phasizes. According to the president of Brapex, even the domestic market is consuming less papaya because the fruit is now more expensive.

Espírito Santoaccounts for half ofall papaya exports

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MEDINDO AS CONSEQUÊNCIAS Em virtude do fraco desempenho econômico das exportações no úl-timo trimestre de 2008, que corresponde a quase metade do período de vendas externas, o Vale do São Francisco enfrentará um 2009 sem euforia. Boa parte das empresas reduziu o quadro de funcionários na área de produção e mesmo nos serviços administrativos. É uma adequação à nova realidade do consumo, com mais racionamento de custos e produção muito voltada aos volumes que os mercados tendem a absorver.

De acordo com Alberto Galvão, diretor-superinten-dente da Valexport, o setor acredita que, com menor vo-lume de recursos para produzir, 2009 será um ano de re-dução nas exportações e maior concentração no mercado interno. Elenca pelo menos três grandes problemas para o ano. Com a crise financeira internacional, os bancos

que davam crédito aos importadores vão restringir os re-cursos para investimentos. “Os importadores financiam parte do custeio do produtor e do exportador brasileiro, assegurando a compra e viabilizando os investimentos e o manejo dos pomares”, explica. Os produtores nacionais não dispõem de capacidade de investimentos para fazer frente à ausência do recurso estrangeiro.

O segundo problema é que, com a diminuição de volumes enviados para o mercado externo, haverá maior concentração do produto (oferta) no Brasil, o que invaria-velmente derrubará os preços de comercialização. É uma situação que preocupa os produtores, tendo em vista que, das 400 mil toneladas produzidas anualmente no Vale do São Francisco, pouco mais de 100 mil são exportadas, algo em torno de 25%. Por último, há o custo social decorrente das centenas de demissões no Vale.

ArremangaA exportação de manga aumentou, mas a queda nos preços tem interferido bastante no comportamento da produção e das vendas em 2009

PEGAR NO PESADO: Na expectativa de melhorar a rentabilidade, produtores de manga do Vale do São Francisco estão revendo os custos

A cadeia produtiva da manga no Brasil vivenciou dias difíceis no últi-mo trimestre de 2008, o que afetou os resultados finais da exportação e o desempenho de todo o segmento. São reflexos que devem afetar igualmente a produção e a exportação em 2009, mas o setor se mantém otimista com relação à comercialização em 2010. Serão dias de luta, com todas as con-dições para retomar o ritmo de pro-dução, ampliar as vendas externas e restabelecer a boa rentabilidade.

O diretor-superintendente da Associa-ção de Produtores e Exportadores de Hor-tigranjeiros e Derivados do Vale do São Francisco (Valexport), Alberto Galvão, explica que a cadeia da manga teve um ano “menos ruim” em 2008 do que a uva,

outra importante cultura dessa região do Nordeste, grande pólo frutícola, na divisa dos estados da Bahia e de Pernambuco.

Cerca de 70% das exportações brasileiras de manga concentram-se no segundo semestre do ano. Os pro-dutores que embarcaram o produto a partir da segunda quinzena de ou-tubro, principalmente para a Europa e para os Estados Unidos, constaram a diminuição nos valores recebidos. Nesse momento estourou a crise fi-nanceira mundial e os principais mer-cados se retraíram. O recuo nos pre-ços, em alguns casos, chegou a 50%. Como a maior parte do volume é ex-portado em sistema de consignação, os produtores ficaram sem reação. “Na hora do acerto, o importador in-

formou os valores que comercializou e pronto”, explica Galvão.

O aumento no volume embarcado para o exterior, levando-se em conta a boa produção e a qualidade da man-ga brasileira, não se traduziu em mais receita. A queda na rentabilidade frus-trou a expectativa dos produtores e teve repercussões nos pomares do Vale do São Francisco e em outras regiões. Em 2008, foram exportadas 133 mil tone-ladas de manga brasileira para o mundo todo, com destaque para Europa e Es-tados Unidos. Em 2007, haviam sido enviadas 116 mil toneladas, de modo que houve incremento de 14,65%, aci-ma da média nacional, que chegou a 13,5%. Mais de 90% da manga expor-tada pelo Brasil sai do Vale.

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CONSIDERING THE CONSEQUENCES By virtue of the poor economic performance of exports in the last quarter in 2008, which corresponds to almost half of the foreign sales period, Vale do São Francisco will have little reason for euphoria in 2009. Many of the com-panies reduced their number of employees in the produc-tion area and even in administrative positions. It is an ad-justment to the new consumption reality, whereby costs are rationalized and production focused on the volumes the market is prepared to absorb.

According to Alberto Galvão, director superintendent of Valexport, the sector believes that, with small amounts of resources for production purposes, 2009 will be a year of reduced exports and higher concentration on the domestic market. He refers to at least three big problems for the year.

With the international economic downturn, the banks that normally granted credit lines to importers are going to reduce the resources for investments. “The importers finance part of the Brazilian producer and exporter costs, ensuring purchases and making investments and orchard management viable”, he explains. The national producers are not in a position to make investments in the absence of foreign resources.

The second problem is that, with a reduction in the vol-umes sent abroad, there will be higher product concentra-tion (offer) in the domestic market, which will invariably press down retail prices. It is a situation that causes concern among the producers, as 100 thousand tons - 25% of the 400 thousand tons produced in the valley - are exported. Finally, there is a social cost deriving from the thousands of lay-offs across the Valley.

ChangesMango exports are up, but falling prices have had a say in declining production volumes and sales in 2009

TRYING HARD: Expecting to boost their profits, the mango growers in Vale do São Francisco are revising their costs

The mango production chain in Brazil experienced difficulties in the last quarter in 2008, affecting the final export results and the performance of the entire segment. The ripple effects are equally expected to affect the pro-duction volumes and exports in 2009, but the sector is quite optimistic with the perspectives for 2010. These are challenging times, but with every chance to bring back the production rhythm, expand foreign sales and bring back good profit levels.

Director superintendent of the Association of Fruit and Vegetable Exporters of Vale do São Francisco (Valexport), Alberto Galvão, explains that the mango production chain had a year that was not so bad if compared to

the grape production chain, in 2008, which is also a leading crop in this northeastern region, a great fruit hub located at the borders of the States of Bahia and Pernambuco. About 70% of Brazil’s mango exports take place in the second half of the year.

The producers that shipped their fruit as of mid October, particularly to Europe and the United States, had to put up with lower prices. It was the time when the global economic downturn surfaced, and the major markets suffered retractions. In some cases, prices plummeted by 50%. As most mango exports are exported as consigned articles, the producers were left without any reaction. “When it came to settling the bill, the import-

ers informed the values, and that was it”, explains Galvão.

The bigger volumes shipped abroad, taking into consideration the good crop, both in volume and in quality, did not translate into higher income. The fall in profits frustrated the expectations of the growers and re-flected on the orchards in Vale do São Francisco and other regions. In 2008, Brazilian mango exports reached 133 thousand tons, and the major buy-ers were the United States and Eu-rope. In 2007, shipments had reached 116 thousand tons, up 14.65% from the national average, which reached 13.5%. More than 90% of the man-gos exported by Brazil are produced in Vale do São Francisco.

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Paciência

Despite the setbacks faced by the mango produc-tion chain in 2008 and the worrying picture that sur-rounds the year 2009, negative in many respects, the sector takes this scenario as a passing hardship. “Fruit farming in Vale do São Francisco is perfectly viable, with unequalled comparative edges, if compared to other regions across the world, like fruit quality, tradition, production directed towards the market, volume and market proximity”, says Alberto Galvão, director superintendent of Valexport. This hub also boasts a particularly favorable climate and hefty pri-vate and public investments that guarantee irrigation systems, highly competitive production models and logistics, and quality levels acknowledged world-wide. “The Valley is poised to produce, export and create jobs again”, he stresses. By 2010, the Valley is expected to be back on track again.

Regardless of the recovery after the global economic downturn, the sector is seeking alternatives to broaden its range of products, so as to lessen its almost entire depen-dence on mangos and grapes. “Fruit diversification, now concentrated on mangos and grapes, is a priority of the region”, he warns. Under the coordination of researcher Paulo Roberto Lopes, Embrapa Semiarid, in Petrolina (PE), is developing work focused on identifying other fruit species to be produced in the Valley, and encourag-ing results have been obtained from apples, pears, citrus grandis, mangustão, myrtles and persimmons.

Furthermore, there are studies underway intended to add value to the fruits in the Valley, like the manufac-turing of minimally processed products, juices, pulps, dehydrated fruit, jellies and sweets. This would create more competitiveness, profits, new niches and market stability. “Processing part of the fruits produced in the Valley would translate into a development factor, with the generation of jobs and income, very positive for the region”, Galvão emphasizes.

Apesar das dificuldades enfrentadas pela cadeia produtiva da manga em 2008 e do quadro preocupante que cerca 2009, em muitos casos negativo, o setor considera esse cenário passa-geiro. “A fruticultura do Vale do São Francisco é plenamente viável, com vantagens comparativas inigualáveis em relação a outras regiões do mundo, como qualidade de produto, tradição, produção direcionada às janelas de mercado, volume e proximidade dos clientes”, diz Alberto Galvão, diretor-superintendente da Valexport.

Esse pólo também tem seu diferen-cial de clima e os pesados investimen-tos públicos e privados que garantiram infraestrutura de irrigação, produção e logística altamente competitivas, cuja

qualidade é reconhecida no mundo todo. “O Vale voltará a produzir, ex-portar e gerar mais empregos”, destaca. Esta volta por cima tem data prevista: a expectativa é para 2010.

Independentemente da recupera-ção pós-crise financeira mundial, o se-tor busca alternativas para ampliar seu leque de produtos e de formas que re-duzam a dependência dos mercados de uva e de manga. “É prioridade da região diversificar sua pauta de frutas, muito concentrada em manga e uva”, avisa. Sob coordenação do pesquisador Paulo Roberto Lopes, a Embrapa Semi-Árido, de Petrolina (PE), desenvolve trabalho cuja meta é identificar outras frutas a se-rem produzidos no Vale, com resultados importantes para maçã, pera, pomelo,

mangustão, mirtilo e caqui.Além disso, alguns estudos visam

agregar valor às frutas do Vale, com a fabricação de produtos minimamente processados, sucos, polpas, desidrata-dos, geleias e doces. Seria uma forma de buscar competitividade, rentabi-lidade, espaços em novos nichos e estabilidade do mercado. “O proces-samento de uma parte dos frutos pro-duzidos no Vale do São Francisco é fa-tor de desenvolvimento, com geração de empregos e de renda, algo extrema-mente positivo”, frisa Galvão.

Vale também quer diversificar e apostar

em produtos comvalor agregado

IMPACTO SOCIAL: Diminuição nos postos de trabalho na cadeia

produtiva tem reflexos negativos na região e a meta é voltar a empregar

Se o momento atual não é favorável aos exportadores de mangas do Vale do São Francisco, as perspectivas para 2010 são mais otimistas

PatienceIf the present moment is not favorable to mango exporters in Vale do São Francisco, the perspectives for 2010 are quite optimistic

SOCIAL IMPACT: Lay-offs in the production chain reflect negatively on the region and the

target is to start creating jobs again

The Valley is also betting on diversification and

added value

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Receita das exportações cresceu 18,66% e chegou a US$ 152,1 milhões

melão • melon

O melão é a segunda fruta fresca mais exportada na balança comercial brasileira, situando-se atrás apenas da uva. A qualidade e o sabor conquis-taram o paladar de consumidores de além-mar, principalmente da Europa. O produto, com suas múltiplas varie-dades, tem como origem principal-mente as lavouras do Ceará e do Rio Grande do Norte, que “brigam” pela liderança nas vendas externas.

Em 2008, pela primeira vez, o Ceará assumiu o topo do ranking dos exportadores de melão do Brasil. Os cearenses embarcaram 116 mil tonela-das, deixando os potiguares em segun-do lugar, com a venda de 92 mil to-neladas. Conforme dados do Comitê

Executivo de Fitossanidade (Coex) do Rio Grande do Norte, em 1999 esse Estado exportava 57 mil toneladas da fruta, enquanto o Ceará negociava apenas 5,7 mil toneladas.

O crescimento das vendas cearen-ses é creditado aos incentivos fiscais concedidos pelo governo estadual, o que não tem ocorrido no Rio Gran-de do Norte. A tendência, conforme analistas, é que muitos produtores mi-grem com suas lavouras de melão para o Ceará. A previsão é que em 2009 haja redução de 20% na produção da fruta no Rio Grande do Norte.

Conforme dados da Secretaria de Comércio Exterior (Secex), órgão do Mi-nistério do Desenvolvimento, Indústria

e Comércio Exterior, o Brasil exportou 211,7 mil toneladas de melão em 2008, com crescimento de 3,56% em relação ao ano anterior. Quanto ao faturamento, houve acréscimo de 18,66%. Os embar-ques fecharam em US$ 152,1 milhões.

Com relação à produção, o Institu-to Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) contabiliza que em 2007 (úl-timo dado disponível) foram colhidas 495.323 toneladas da fruta. Houve re-cuo de 0,93% no comparativo com o período anterior. A área teve aumento de 3,19% entre 2006 e 2007, chegan-do a 22.048 hectares. Os estados com a maior produção são Rio Grande do Norte, Ceará, Bahia, Pernambuco e Rio Grande do Sul.

Fazendo filaCeará se consolida como o principal Estado exportador de melão, deixando o Rio Grande do Norte em segundo lugar no ranking

POTENCIAL: Melão é a segunda fruta da pauta de exportação do setor no Brasil, o que mostra sua larga aceitação no mercado

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VOTOS DE CONFIANÇA

A crise econômica trouxe complicadores para os ne-gócios da maioria dos exportadores de frutas. Mas a fase mais amarga parece estar sendo superada. É essa a impres-são de Andrei Mamede, gerente comercial da Agrícola Famosa, de Mossoró (RN), uma das principais empresas produtoras de melão no País.

No caso específico dessa espécie, houve retração de mer-cado externo e queda dos preços, afetando pontualmente o resultado financeiro. A Agrícola Famosa cultiva cerca de 3 mil hectares de melão. Em torno de 80 mil toneladas são embarcadas, o que representa 90% da colheita.

A partir dos indícios levantados ao longo da entressafra,

de acordo com Mamede, as projeções para o novo plantio, que se inicia em maio, dão conta de que poderá até ser mantida a mesma área de cultivo. “Vamos ver o que o mer-cado sinaliza para o segundo semestre”, enfatiza.

A opinião de Mamede sobre os efeitos da crise é reforça-da por Francisco Cipriano de Paula Segundo, presidente do Comitê Executivo de Fitossanidade do Rio Grande do Nor-te (Coex), também secretário estadual de Desenvolvimento Econômico. Ele lembra que os vales do Mossoró e do Açu exportam cerca de 70% da sua produção de melão.

Francisco Segundo ressalta o quanto a atividade é impor-tante para o Estado: o melão, sozinho, responde por 50% das exportações. Quando se consideram ainda as demais ati-vidades do agronegócio, a participação sobe para 70%.

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Melons rank second in the Bra-zilian fresh fruit export market, coming only after grapes. It was quality and taste that conquered discerning overseas consumers, par-ticularly in Europe. The multiple variety product is mostly produced in Ceará and Rio Grande do Norte, now “fighting” for the leading posi-tion in foreign sales.

In 2008, for the first time, Ceará climbed to the top as leading melon ex-porter in Brazil. The State shipped 116 thousand tons, leaving Rio Grande do Norte in the second position, with 92 thousand tons. From data released by the Executive Phytosanity Committee

(Coex) of Rio Grande do Norte, in 1999 this State exported 57 thousand tons, while Ceará negotiated only 5.7 thousand tons.

The fiscal incentives granted by the government of Ceará are credited with the soaring foreign sales, which has not happened in Rio Grande do Norte. The trend, say analysts, is for lots of melon growers to leave Rio Grande do Norte for Ceará. The fore-cast is for a 20-percent reduction in the crop of former State.

According to data from the Bra-zilian Secretariat of Foreign Trade (Secex), an organ of the Ministry of Development, Industry and Foreign

Trade, Brazil exported 211.7 thousand tons of melons in 2008, up 3.56% from the previous year. With regard to revenues, they soared 18.66%. Ship-ments reached US$ 152.1 million.

In terms of Production volumes, the Brazilian Institute of Geogra-phy and Statistics (IBGE) refers to 495,323 tons harvested in 2007 (lat-est data available). There was a re-duction of 0.93% compared to the previous year. The area soared 3.19% from 2006 to 2007, reaching 22,048 hectares. The States with the highest production volumes are Rio Grande do Norte, Ceará, Bahia, Pernambuco, and Rio Grande do Sul.

Lining upCeará is consolidating its position as leading melon exporter State, leaving Rio Grande do Norte behind as second

POTENTIAL: Melons now rank second in exports in Brazil, attesting its ample

acceptance in the market

Export revenues soared 18.66% and reached US$ 152.1 million

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VOTES OF CONFIDENCE

The economic downturn triggered business complica-tion factors for most Brazilian fruit exporters. Neverthe-less, it looks as if the worst phase has been overcome. This is exactly the impression of Andrei Mamede, trade manager at Agrícola Famosa, in Mossoró (RN), a major melon producing company in Brazil.

In the specific case of the melon, the foreign market de-clined and prices fell, punctually affecting the financial re-sults. Agrícola Famosa cultivates some 3 thousand hectares of melons. About 80 thousand tons are shipped abroad, representing 90% of the total harvest.

Based on surveys conducted during off-season time, projections for the coming crop, which starts in May, says

Mamede, point to planted areas possibly not smaller to the previous crop. “We are waiting for the market projections of the second half of the year”, he stresses.

Mamede’s opinion of the crisis is backed by Fran-cisco Cipriano de Paula Segundo, president of the Phytosanitary Committee of Rio Grande do Norte (Coex), also state secretary of Economic Develop-ment. He recalls that the Mossoró and Açu valleys export about 70% of their melon crops, a fact that makes them very susceptible to whatever happens in the international marketplace.

Francisco Segundo stresses the relevance of the activ-ity to the State: the melon, alone, accounts for 50% of exports. If the other agribusiness activities are taken into consideration, this share raises to 70%.

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A CENA NOS DERIVADOS O Brasil não dispõe de estatísticas oficiais sobre produção e sobre comercialização de vinhos e de suco de uvas, enfatiza a pesquisadora Loiva Maria Ribeiro de Mello, da Embrapa Uva e Vinho. “Tendo em vista que o Rio Grande do Sul representa mais de 90% da produção nacional, acaba-se utilizando dados referen-tes a esse Estado para dimensionar o mercado”, destaca. Considerando-se a conversão de suco concentrado para simples, verificou-se, em 2008, aumento de 11,98% na produção de vinhos, sucos e derivados. Dentre os produ-tos, destacam-se o suco concentrado (18,5%) e o suco de uva simples (16,5%). Os vinhos finos mantiveram trajetó-ria de crescimento, com produção 9,6% maior, enquanto os vinhos de mesa avançaram 4,4% em relação a 2007.

Em termos de mercado, os vinhos e o suco de uvas elaborados no Rio Grande do Sul apresentaram redução de 2,5% em 2008. Os vinhos de mesa perderam 11,8% do seu espaço. O ano registrou o menor volume comer-cializado em uma década. A boa notícia para o setor ficou por conta dos vinhos brancos, que avançaram 17,97% no mercado em 2008. “Desde 1999 não ocorria aumen-to na venda de vinhos finos brancos, embora a situação então fosse diferente. Na época, haviam sido negociados 20.910.186 litros, contra 8.475.839 em 2008”, destaca Loiva. Os espumantes caíram no gosto do consumidor e cresceram 8,9%, com destaque para os moscatéis. Estes ganharam mais 20,2% do mercado em 2008, confirman-do o incremento de 23,9% verificado em 2007.

FermentaçãoProdução brasileira de uvas vem crescendo em ritmo muito forte, com destinação cada vez mais acentuada para esmagamento junto à indústria

VINDIMA: Colheita de uvas apresenta índices alvissareiros no Brasil, com crescimento em

praticamente todos os polos nacionais

A produção de uvas no Brasil em 2008 chegou a 1.399.262 toneladas, volume 3,3% superior ao de 2007, conforme estudo conduzido pela pesquisadora Loiva Maria Ribeiro de Mello, da Embrapa Uva e Vinho, de Bento Gonçalves (RS). No entanto, o trabalho, intitulado “Vitivinicultura brasileira: Panorama 2008”, aponta para redução produtiva no Nordeste.

Em Pernambuco, a queda che-gou a 15,6%, e na Bahia a 4,3%. Também houve declínio produtivo em São Paulo, de 4,2%. Nos demais estados, a colheita cresceu. “O maior acréscimo ocorreu em Minas Gerais, de 14,3%, seguido por Rio Grande do Sul (10,4%), Santa Catarina (6,9%) e Paraná (2,3%)”, explica Loiva.

Das uvas produzidas no Brasil em 2008, 50,6% foram destinadas à elaboração de vinhos, sucos e deriva-dos. Em 2007, a matéria-prima para

processamento representara 47%. As condições climáticas favoráveis à pro-dução do Rio Grande do Sul, o prin-cipal pólo vinícola, motivaram a alta de 11,1% no índice de uvas industria-lizadas. Em contrapartida, a fruta des-tinada ao consumo in natura registrou decréscimo de 3,7%.

“No ano anterior também ha-via recuado a quantia de uvas para consumo in natura e aumentara a enviada para industrialização”, en-fatiza Loiva. Segundo ela, em 2009 deve ser confirmada queda na pro-dução de uvas de mesa, muito em decorrência da crise financeira in-ternacional, que afeta especialmente a atividade no Nordeste brasileiro, principal pólo exportador.

A área plantada de uvas no Bra-sil em 2007, após correção realizada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), ficou em 84.220

hectares. Assim, a redução nos par-reirais em 2008 chegou a 1,9%. No entanto, Loiva sugere cautela nessa avaliação, pois “parece haver equívo-co na área de São Paulo, com redução de 11,7%”, frisa. Segundo o IBGE, o Rio Grande do Sul possui área de 49.816 hectares, ou 60,3% de todos os vinhedos no País. No Estado, onde cerca de 90% da produção destina-se ao processamento para vinhos, sucos e outros derivados, houve aumento de 2,9% na área em 2008.

No Brasil todo, verificou-se acrés-cimo de 2% nos parreirais em 2008. A colheita foi realizada em 78.535 hecta-res. A exceção em termos de incremen-to coube aos estados de Pernambuco e de Santa Catarina, que não avançaram. A expansão da viticultura, ainda des-considerada nas estatísticas do IBGE, chegou a Mato Grosso do Sul, Goiás, Espírito Santo, Ceará e Piauí.

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VINTAGE: Grape harvests on the rise in almost every production hub throughout Brazil

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Grape volumes in Brazil reached 1,399,262 tons in 2008, up 3.3% from the 2007 crop, from studies conducted by researcher Loiva Maria Ribeiro de Mello, of Embrapa Grape and Wine, in Bento Gonçalves (RS). Nevertheless, a paper titled “Brazilian Vitiviniculture: 2008 Panorama”, points to lower pro-duction volumes in the Northeast. In Pernambuco, the drop was as high as 15.6%, and in Bahia, 4.3%. São Paulo also experienced a 4.2% decline in production. In all other states, volumes went up. The biggest increase took place in Minas Gerais, 14.3%, fol-lowed by Rio Grande do Sul, 10.4%, Santa Catarina, 6.9% and Paraná, 2.3%, Loiva clarifies.

Of all grapes produced in Brazil in 2008, 50.6% were destined for wine, juice and byproducts. In 2007, grapes for processing represented 47%. The

favorable climatic conditions in Rio Grande do Sul, a leading grape produc-tion hub, prompted an 11.1-percent rise in grapes for industrialization. On the other hand, grapes for fresh con-sumption declined 3.7% in volume.

“The year before, the amount of grapes for consumption had gone down, too, while volumes for industrialization soared”, Loiva Ribeiro de Mello empha-sizes. According to her, 2009 should con-firm a decline in the production of table grapes, as a result of the international economic downturn, which particu-larly affects the activities in the Brazilian Northeast, the leading export hub.

The area planted to vineyards in 2007, after the correction enacted by the Brazilian Institute of Geography and Statistics (IBGE), remained at 84,220 hectares. This make the vineyards de-cline by 1.9% in 2009. Nonetheless,

Loiva Ribeiro de Mello suggests caution with regard to this evaluation, as “there seems to be a mistake in the aera of São Paulo, with a reduction of 11.7%”, she insists. According to IBGE, the plant-ed area in Rio Grande do Sul reaches 49,816 hectares, representing 60.3% of all vineyards throughout the Coun-try. In the State, where about 90% of the production volumes are destined for wines, juices and other byproducts, the planted area rose 2.9% in 2008.

In Brazil, the vineyards soared 2% in 2008. Harvest was done in 78,535 hectares in 2008. Exceptions in terms of increases are the states of Pernam-buco and Santa Catarina, where the planted area did not advance. Viticul-ture expansion, not yet included in the statistical figures of IBGE, has reached the states of Mato Grosso do Sul, Goiás, Espírito Santo, Ceará and Piauí.

Fermentation

THE BYPRODUCTS SCENARIO There are no of-ficial statistical figures in Brazil on the production and trad-ing of wine and grape juices, says Loiva Ribeiro de Mello, of Embrapa Grapes and Wine. “Considering that Rio Grande do Sul represents more than 90% of the national production volumes, the trend is for resorting to different marketing di-mensioning data”, she points out. Taking into consideration the conversion of juice concentrate into plain juice, in 2008 and 11.98% rise was ascertained with regard to the produc-tion of wines, juices and byproducts. These products include juice concentrate (18.5%) and grape juices (16.5%). The fine wines continued on a rising trend, up 9.6% from the previous year, while table wines advanced 4.4% from 2007.

In terms of market share, the wines and juices made in Rio Grande do Sul suffered a reduction of 2.5% in 2008. Table wines lost 11.8% of their share. The year registered the smallest volume of sales in a decade. The good news came from the white wines, with 17.97% higher sales in 2008. “The latest rise in white wine sales had occurred in 1999, though the situation was different back then. At that time, 20,910,186 liters had been negotiated, com-pared to the 8,475,839 in 2008”, says Loiva Maria Ri-beiro de Mello. Sparklings got popular and consumption went up 8.9%, particularly the muscatel varieties, which gained another 20.2% market share in 2008, confirming the 23.9-percent rise occurred in 2007.

Brazilian grape production volumes have been rising steadily, withever increasing portions destined for the processing industries

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O ano de 2008 prometia ser o me-lhor da última década em termos de preços para a comercialização de uvas de mesa do Vale do São Francisco. Mas a crise econômica internacional afetou duramente as cotações de mercado na Europa e nos Estados Unidos, no exato momento em que foi aberta a janela de exportação brasileira (entre fins de ou-tubro e início de dezembro). Isso gerou cenário de demissões, enxugamento de infraestrutura, abandono de áreas de cultivo e alongamento de dívidas de custeio. Na região, um hectare de uva emprega cinco trabalhadores.

De acordo com o diretor de Relações Institucionais da Associação de Produ-tores e Exportadores de Hortigranjeiros e Derivados do Vale do São Francisco (Valexport), Arthur de Souza, a colhei-ta conjugou produtividade e qualidade superior aos índices registrados nos úl-timos anos. “Seria a hora de o produtor

faturar, depois dos anos de 2006 e de 2007 com câmbio desfavorável”, ava-lia. “Mas a crise explodiu e, ao invés de vendermos uma caixa de 8,2 quilos por valor de US$ 25,00 a US$ 35,00, como é habitual, partimos de US$ 25,00 e caímos a até US$ 8,00”. O volume ex-portado pelo Vale foi praticamente o mesmo, porque algumas empresas nem entraram no mercado.

O curioso nessa circunstância é que, tão logo o Brasil saiu do mer-cado, em 15 de dezembro, a uva do Chile entrou na Europa com a caixa sendo vendida a US$ 20,50. “O es-touro ocorreu no período em que só o Brasil produz uva de mesa no mun-do”, comenta Souza. A uva de mesa do Vale do São Francisco está entre as mais apreciadas do mundo e vem agregando qualidade a cada ano, com aumento na colheita de frutas sem sementes (que hoje já correspondem

a 60% da produção) e ampliação de área e melhoria das tecnologias para cultivar as variedades mais demanda-das pelos mercados consumidores.

A crise exigiu mudanças no perfil produtivo. Áreas com produtividade abaixo de 20 toneladas estão sendo eli-minadas e deve ocorrer queda de pro-dução em 2009, principalmente junto a empresas que estão mudando o foco e ainda junto a pequenos produtores sem acesso ao crédito. No entanto, com o mercado reagindo melhor desde de-zembro, há esperança de que a comer-cialização seja mais rentável em 2009. Predomina na região o cultivo das va-riedades Superior Seedless, ou Festival (60%), Thompson Seedless (35%) e Crimson Seedless (5%). Essa última va-riedade, que tem maior valor comercial, por ora não conjugou a produtividade e a qualidade desejadas pela cadeia pro-dutiva e está em fase de adaptação.

Janela sempaisagemO Vale do São Francisco contava com excelente resultado financeiro nas exportações de uva de mesa em 2008, mas a crise atrapalhou tudo

UVAS PARA VIAGEM • GREAPE EXPORTSComparativo das exportações de uvas frescas em 2008

Variação 2008/07 2008 2007

Fruta Valor % Volume% Valor (US$ FOB) Volume (KG) Valor (US$ FOB) Volume (Kg)

1,04 4,00 171.456.124 82.242.151 169.696.455 79.081.307Fonte: Secex/Ibraf

Windowwithout a viewVale do São Francisco used to derive lush profits from table grape exports up to 2008, but the economic downturn spoiled everything

The year 2008 had it all to be the best in the decade, in terms of prices for the table grapes in Vale do São Francisco, but the global economic downturn strongly affected the prices in the markets of Eu-rope and the United States, at the exact moment the export window was opened for Brazil’s fruits (from late October to early December). This generated a sce-nario of lay-offs, infrastructure draining, cultivation areas left barren and loan re-scheduling. In the region, a one-hectare vineyard employs five people.

According to Arthur Souza, direc-tor of Institutional Relations of the São Francisco Vale Association of Produc-ers and Exporters of Fruits and Vege-tables (Valexport), the harvest coupled higher productivity with better quality, compared to past years. “It was sup-posed to be the right time for the pro-ducers to make money, after enduring two consecutive years of unfavorable

exchange rates – 2006 and 2007”, he explains. “But the crisis went off and, instead of selling an 8.2 kilo box for US$ 25 or US$ 30, as usual, we started at US$ 25 and fell to US$ 8.” Vale do São Francisco exported practically the same volume, as some companies did simply not join the market.

What sounds strange under this circumstance is that as soon as Bra-zil went out of the market, on 15th December, grapes from Chile were shipped to Europe at US$ 20.50 a box. “The price crisis occurred when only Brazil was producing table grapes in the world”, Souza com-ments. Table grapes produced in Vale do São Francisco are much appreci-ated around the world and have been improving in quality year after year, and seedless grapes now account for more than 60% of the crop, while the planted area is expanding and new

technologies are being implemented, with the focus on varieties most de-manded by global consumers.

The economic downturn required changes in the production profile. Areas with yields below 20 tons a hectare are being left aside, resulting into declining production volumes in 2009, and this is happening specifically with compa-nies now changing their focus and with small-scale farmers who normally have no access to credit lines. Nevertheless, with the market reacting more favor-ably since last December, there is hope for more attractive prices in 2009.

The predominant varieties in the region are Superior Seedless, or Festival (60%), Thompson Seedless (35%) and Crimson Seedless (5%). This last one, with a higher commercial value, has not yet been able to join productivity and quality desired by the production chain and is still in the adaptation phase.

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oportunidades • Opportunities

As frutas brasileiras são conheci-das por seu sabor, pelo colorido e pela grande diversidade. Essas característi-cas têm sido exploradas nos mercados interno e externo e, em virtude disso, a produção tem crescido ano a ano, bem como o consumo nacional e as expor-tações. Para estimular ainda mais esse incremento e aumentar a aceitação da fruta nacional, o Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae) vem desenvolvendo, junto com parceiros nos níveis federal, esta-dual e municipal, 59 projetos de fruti-cultura em diversos estados brasileiros.

As ações reúnem 3.220 produtores e envolvem inúmeras espécies, como banana, abacaxi, manga, uva e melão, além de frutas vermelhas, cítricas e do Cerrado. Estas se caracterizam tanto por seu sabor exótico quanto por seus nomes, caso de cagaita, jatobá, muri-ci, baru e pequi, entre muitos outros.

A maior relevância dos projetos está na atenção especial à qualidade, à sani-dade e à rastreabilidade das frutas, como

afirma o coordenador dos Projetos da Carteira de Fruticultura do Sebrae, Da-niel Carsalade Queiroga. A garantia des-se controle é feita através de processos de certificação, como o sistema de Produ-ção Integrada de Frutas (PIF), o Comér-cio Justo e Solidário e o Globalgap.

Para se integrar à PIF, o fruticultor precisa cumprir uma série de exigên-cias, que vão desde a sustentabilidade do processo de produção até a melho-ria da administração da propriedade. Por sua vez, o Comércio Justo e Solidá-rio impõe algumas condições como: ser agricultor familiar, não utilizar mão-de-obra infantil, não fazer diferença de gê-nero (ou seja, tratar homens e mulheres em igualdade de condições) e respeitar o meio ambiente. Já o Globalgap é uma série de normas estabelecidas por redes de supermercados da Europa às quais os produtores têm que se adaptar caso queiram exportar seus produtos.

O cumprimento de todas essas exigências e a consequente certificação têm como resultado um produto di-

ferenciado, com maior valor agregado, mais competitivo, garantindo a susten-tabilidade do negócio e maior lucro ao produtor, como ressalta a coordenado-ra nacional das Carteiras de Fruticultu-ra e de Plantas Medicinais e Aromáti-cas do Sebrae, Léa Maria Lagares. Ela destaca alguns desses trabalhos, como a produção de acerola no Piauí, de me-lão no Rio Grande do Norte, de frutas vermelhas no Rio Grande do Sul, de frutos do Cerrado em Goiás, de manga na Bahia, de uva em Pernambuco, de abacaxi no Tocantins, de limão tahiti em São Paulo, e de banana em Minas Gerais, entre outros.

Além do apoio ao cultivo agrícola, o Sebrae incentiva a formação de co-operativas e de associações de produ-tores para facilitar a comercialização, realiza a articulação e a aproximação com inúmeras entidades e faz a pro-moção dos produtos, levando o fru-ticultor a visitar os principais eventos do setor, como Bio Brazil Fair, Frutal, Fenagri e Expofruit, entre outros.

Mais que certo: certificadoSebrae desenvolve 59 projetos de fruticultura em diversosestados brasileiros, em trabalhos que reúnem 3.220 produtores

Produção Integrada, Globalgap e Comércio Justo e Solidário estão entre as certificações

DIFERENÇA: Além da produção de grande variedade de frutas, a certificação

da qualidade assegura maior valor agregado

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Brazilian fruit are known for their taste, color and diversity. These char-acteristics have been explored in the domestic and foreign market and, be-

cause of this, production volumes have been rising year after year, and so have domestic consumption and exports. In order to stimulate even further this

soaring trend and boost the acceptance of our national fruit, the Brazilian Mi-cro and Small Business Support Service (Sebrae) has been conducting, jointly

For sure: certifiedSebrae is conducting 50 fruit growing projects in differentBrazilian states, comprising a total of 3,220 producers

DIFFERENCE: Besides producing huge amounts of fruit, quality certification boosts added value

PIF, Globalgap and Fair Trade are some of the certifications

with federal, state and municipal part-ners, 59 fruit growing projects in dif-ferent Brazilian states.

The moves comprise 3,220 producers and involve several species, like bananas, pineapples, mangos, grapes, melons, be-sides red fruit, citrus and fruit from the Cerrado. The latter are characterized both by their exotic tastes and peculiar names, like cagaita, jatobá, murici, baru and pequi, just to mention a few.

The noteworthy relevance of the

project lies in its special attention fo-cused on quality, sanity and traceabil-ity, says Daniel Carsalade Queiroga, coordinator of Sebrae’s Fruit Division. These controls are ensured through cer-tification processes, like the Integrated Fruit Production System (PIF), Comér-cio Justo e Solidário and Globalgap.

In order to join the PIF, fruit growers need to comply with a series requirements, which range from the sustainability of the production pro-

cess to the improvement of farm man-agement. On the other hand, Comércio Justo e Solidário imposes such condi-tions as: to be a family farmer, refrain from using child labor, treat men and women under equal conditions and respect the environment. Globalgap consists of a series of standards set out by European supermarket networks, with which farmers have to comply if they want to export their products.

Compliance with all those require-ments and the consequent certifica-tion result into a qualified product, with higher added value, more com-petitive, ensuring business sustain-ability and more profits, says Léa Maria Lagares, Sebrae’s national coordinator of the Fruit Growing and Medicinal Plants Division. She specifically mentions some of these works: the production of acerola in Piauí, melon in Rio Grande do Norte, red fruit in Rio Grande do Sul, Cerrado fruit in Goiás, mangos in Bahia, grapes in Pernambuco, pineapples in Tocantins, tahity lemon in São Paulo, Banana in Minas Gerais, and lots more.

Besides lending support to agricul-ture, Sebrae encourages the creation of cooperatives and grower associations to facilitate sales; the organ also contacts re-lated entities and promotes the products, stimulates the farmers to attend fruit re-lated events, like Bio Brazil Fair, Frutal, Fenagri and Expofruit, among others.

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Ter o primeiro distrito totalmen-te orgânico de fruticultura do Brasil, produzir o único melão mundial com atestado de comércio justo, obter a cer-tificação para frutas vermelhas e, assim, poder exportar são alguns dos objetivos dos projetos desenvolvidos pelo Sebrae, todos eles muito perto de se concreti-zar. Há também novidades, como a produção de acerola para elaboração de vitamina C em pó; fabricação de fari-nha de pequi e geleia de cagaita, que já vêm ocorrendo no Piauí e em Goiás. Para o melão produzido em Mossoró (RN) está sendo buscado também o selo de Indicação Geográfica de proce-dência, que atesta a qualidade da fruta em virtude das características do terri-tório onde é cultivada.

O Rio Grande do Norte é o maior produtor nacional de melão e já foi o principal exportador, posição atualmen-te ocupada pelo Ceará. Ali o Sebrae de-senvolve projetos de produção dessa fru-ta e também de banana e de manga. São em torno de 200 produtores com certi-

ficação de Produção Integrada de Frutas (PIF) e Globalgap em melão e manga e de PIF em banana. Os fruticultores pos-suem suas associações e cooperativas, através das quais comercializam no mer-cado interno e para o exterior; contam com as certificações desde 2008. Além da busca da Indicação Geográfica para o melão, procuram introduzir na região o turismo rural, como explica o gestor do Projeto de Fruticultura do Sebrae, Fran-co Marinho Ramos.

Em Goiás, entre 40 e 50 produto-res cultivam cagaita, cajuzinho, baru, pequi, jatobá e murici, frutos do Cer-rado, comercializados para vários es-tados do País. Em novembro de 2007 foi inaugurada uma usina de benefi-ciamento em Damianópolis, a cerca de 530 km de Goiânia e que atende também os municípios de Mambaí e Sítio d’Abadia, todos no Nordeste do Estado. Em 2003, foi fundada a Asso-ciação dos Produtores e Beneficiado-res de Frutos (Benfruc), inicialmente com 10 integrantes e que hoje conta

com 100 associados. O Sebrae iniciou o trabalho em 2005

e agora está montando a estrutura para certificação, informa o gestor do Projeto de Aproveitamento Sustentável de Fru-tos do Cerrado, Arildo Francisco Costa. Ele enfatiza que, além da venda das fru-tas para fabricação de sucos e de sorvete, são ainda fabricados farinha de pequi, geleia de cagaita e doce de leite com pe-qui. Em 2008, os produtores participa-ram da 1ª Mostra de Desenvolvimento Regional, realizada em Salvador (BA), e os artigos tiveram ótima aceitação, com muitos atacadistas se interessando.

Arildo afirma que a maior parte dos produtores que participam do projeto são originários de uma região onde o índice de desenvolvimento humano (IDH) era baixo. Hoje, conseguiram melhorar a sua situação social, gra-ças aos projetos de fruticultura. Eles vivem do extrativismo, com atuação associativa, e a venda dos produtos à indústria beneficiadora garante o em-prego e a sobrevivência econômica.

Galerinha criativaCom os projetos do Sebrae, os fruticultores estão conseguindo diferenciar a produção e já colecionam alguns títulos inéditos

A fully organic fruit growing district in Brazil, to be the sole global producer of melons with a fair trade certificate, to obtain cer-tification for red fruit and, there-fore, to be allowed to export, are some of the goals of the projects conducted by Sebrae, and all of them on the point of materializing. Other novelties include the produc-tion of acerola for making Vitamin C powder; the extraction of flour from pequi and jelly from cagaita, now going on in Piauí and Goiás. For melons produced in Mossoró (RN), the Geographical Indication and Origin seal is now the target, as it attests to the quality of the fruit related to the characteristics of the territory where they are produced.

Rio Grande do Norte is the lead-ing national producer of melons and was once the leading exporter, a posi-tion held by Ceará, at the moment. In Mossoró, Sebrae is developing melon, banana and mango production proj-ects. There are about 200 producers with the Integrated Fruit Production (PIF) certification, and Globalgap in melons and mangoes, and PIF in bananas. The producers have their associations and cooperatives, which take care of their domestic and for-eign sales; and they were certified in 2008. Besides seeking the Geographi-cal Indication seal for the melon, they

are also engaged in rural tourism, says Franco Marinho Ramos, manager of Sebrae’s Fruit Division.

In Goiás, some 40 to 50 farmers grow cagaita, cajuzinho, baru, pequi, jatobá and murici, all typical Cer-rado fruits, shipped to several states across the Country. In November 2007, a processing mill was inaugu-rated in Damianópolis, about 530 km from the capital city Goiânia, and it also processes fruit from the neighboring counties Mambaí and Sítio d’Abadia, in the northeastern portion of the state. In 2003, the Association of Fruit Producers and Proces-sors was founded (Ben-fruc), initially with 10 members, now 100.

Sebrae started the work in 2005, and is now engaged in certif-fication procedures, says Arildo Francisco Costa, manager of Sebrae’s Proj-ect for Sustainable Use of Cerrado’s Fruits. He insists that, besides sell-ing the fruit to juice and ice-cream makers, pequi flour is made, and so is cagaita jelly and milk candy from pequi. In 2008, the producers par-

ticipated in the 1st Regional Develop-ment Showcase, held in Salvador (BA), and the articles sold well, with lots of wholesalers showing great interest.

Arildo says that the majority of the producers engaged in the project come from regions where human de-velopment levels are low. Now, their social status has improved, thanks to fruit growing projects. They earn a living from extractivistic activities, while jobs and income come from the processing industries.

Creative guysUnder the umbrella of the projects staged by Sebrae, the fruit growers are now in a position to distinguish their production and win some unprecedented awards

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PROMOÇÃO COMERCIAL

Criada em 1982, a ASTN tem realizado estudos nas áre-as de tecnologia de produção e de mercado, na expansão do consumo e na racionalização dos métodos de cultivo e de colheita de frutas tropicais. Tem procurado também integrar o empresariado com os órgãos dos governos federal, estadual e municipal, em busca da expansão do segmento agroindus-trial e de seu relacionamento com o setor primário.

A fruticultura gera grande número de empregos e traz de-senvolvimento para as regiões nas quais são estabelecidos os pomares e as indústrias. Em decorrência, a difusão da imagem das atividades e dos produtos tem sido um dos objetivos da ASTN, segundo o presidente Etélio de Carvalho Prado.

Em parceria com a Companhia de Desenvolvimento dos Vales do São Francisco e Parnaíba (Codevasf) e com a Agência de Promoção de Exportações e Investimentos (Apex Brasil), a ASTN mantém o Programa Setorial Integrado de Promo-ção de Exportações de Sucos Tropicais Brasileiros, batizado de Tropical Juice. O objetivo é unir a iniciativa privada na con-quista de mercados internacionais para esses produtos.

Gostinho tropicalA produção de suco de frutas tropicais cresce em média 11% ao ano e as exportações dobraram nos últimos oito anos, conforme a ASTN

Nutricionistas têm evidenciado o grande valor dessas frutas

A fruticultura brasileira revela boas perspectivas em vários seg-mentos. Os sucos de frutas tropicais, por exemplo, constituem nicho em franco crescimento no País. Na avaliação do presidente da Asso-ciação das Indústrias Processadoras de Frutos Tropicais (ASTN), Eté-lio de Carvalho Prado, a expectativa para esse setor é muito grande, tanto no mercado interno como no externo.

Internamente, os sucos prontos para beber (SPB) têm experimen-tado forte crescimento nos últimos anos. Conforme dados da Asso-ciação Brasileira das Indústrias de Refrigerantes e Bebidas Não-Alco-ólicas (Abir), a produção desse tipo de suco saltou de 390 milhões de litros em 2006 para 472 milhões em 2007. Entre janeiro e junho de 2008, já somava 297,2 milhões de litros.

No mercado externo, mesmo que tenha havido alguns problemas em 2008 com o suco de laranja concentrado, que representa 47% da pauta de exportação de frutas processadas, eles foram compensa-dos pelo desempenho positivo do suco de laranja não concentrado (NFC), que aumentou 34% em valor, e pelos sucos de frutas tropi-cais, que cresceram 31%. Os problemas ocorreram devido ao elevado estoque no mercado internacional de suco de laranja concentrado e em virtude de mudança de hábito dos norte-americanos, que estão dando preferência ao suco não concentrado.

Etélio Prado aponta várias razões para a euforia verificada nos sucos tropicais. Nos últimos oito anos, a produção desses sucos cresceu em torno de 11% ao ano, houve constante modernização nas embalagens dos vários sabores e os consumidores puderam testemunhar a praticidade e a qualida-de dos “prontos para beber”. Segundo ele, o mercado movimenta ao redor de 170 milhões de litros. Além disso, entre 2000 e 2008 as exportações du-plicaram e só não foram maiores em virtude do forte mercado consumidor interno, estimulado pela recomendação de nutricionistas e de profissionais de saúde, que têm destacado o valor medicinal das frutas.

De acordo com o presidente da ASTN, o Nordeste brasileiro, gra-ças à disponibilidade de água do subsolo para irrigação e ao sol inten-so que incide sobre a região praticamente o ano todo, vem se espe-cializando na produção, cada vez melhor e com maior produtividade, de frutas como caju, abacaxi, coco anão, maracujá, graviola, goiaba, acerola e manga. Mas observa que há problemas de regularidade na oferta para ampliar a comercialização, principalmente em virtude da sazonalidade, pois em algumas épocas faltam frutas. Assinala que, in-dustrialmente, o abacaxi e a acerola ocupam posição de destaque, por serem frutos de grande aptidão para a elaboração de sucos e por causa de sua grande concentração de vitamina C.

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TRADE PROMOTION

Created in 1982, ASTN has conducted studies in the areas of production technology, market, consumption ex-pansion and in rationalizing the cultivation and harvesting methods of tropical fruits. The association has also tried to integrate the entrepreneurs with organs of the federal, state and municipal governments, with the focus on the expansion of the agroindustrial segment and its relation-ship with the primary sector.

Fruit farming generates big numbers of jobs and is a de-velopment factor for the regions that are home to orchards and industries. In consequence, the dissemination of the im-age of the activities and the products has always been a main target of ASTN, says president Etélio de Carvalho Prado.

Jointly with the Development Company of the São Francisco and Paranaíba Valleys (Codevsf ) and with the Investments and Exports Promotion Agency (Apex Bra-sil), ASTN runs the Integrated Sectorial Program for the Promotion and Exports of Brazilian Tropical Fruit Juic-es, also known as Tropical Juice. The target is to unite private initiative towards the conquest of international markets for these products.

Typical tropical tasteThe production of juices from tropical fruits has been soaring 11% a year, on average, and exports doubled in the past eight years, say ASTN sources

Nutritionists have attested the nutritional value of

these fruits

Brazilian fruit farming reveals prom-ising perspectives in several segments. The tropical fruit juices, for example, are a niche that is making strides in the Country. In the opinion of the presi-dent of the Association of Tropical Fruit Processing Industries (ASTN), Etélio de Carvalho Prado, there are great expecta-tions for the sector, both in the domes-tic and foreign market.

Internally, the ready to drink juices (SPB) have experienced hefty increases over the past years. According to data from the Brazilian Association of Soft Drinks and Non-Alcoholic Beverages Industries (Abir), the production of this type of juice jumped from 390 million liters in 2006 to 472 million in 2007. From January to June 2008, it reached 297.2 million liters.

In the foreign market, although having experienced some setbacks in 2008 with orange juice concentrate, which represents 47% of all processed fruit exports, they were compensated by the positive performance of not-from-concentrate orange juice (NFC), which rose 34% in value, and by the tropical fruit juices, which grew 31%. The problems occurred because of the

high international stocks of orange juice concentrate and by virtue of a change in the habits of the North-American consumers, who have begun opting for non-concentrate juices.

Etélio Prado cites several reasons for the euphoria about tropical fruit juices. Over the past eight years, the production of this type of juices soared 11% a year, on average, there was con-tinuous modernization in the packag-ing of the different flavors and the consumers had the chance to see for themselves the practicality and qual-ity of the “ready to drink”. Accord-

ing to him, the market requires about 170 million liters a year. Furthermore, from the year 2000 to 2008 exports doubled, and they did not progress even further because these juices were in great demand in the domestic mar-ket, too, where consumers felt moti-vated by the recommendations of nu-tritionists and health agents, who have constantly highlighted the nutritional and medicinal value of such fruits.

According to the ASTN president, the Brazilian Northeast, thanks to the availability of underground water for irrigation and intense sunlight almost

all year round, has been specializing in the production of such fruits as ca-shew nuts, pineapples, dwarf coconut, passion fruit, graviola, guava, acerola, and mangos. But he notes that there are regular supply problems if the trade is to be extended, particularly by virtue of the seasonality problem, as some fruits are in short supply in some periods of the year. He also mentions that, in industrial terms, the highlights are acerola and pineapples, as they boast great aptitude for juices and because of the huge concentra-tion of vitamin C.

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painel • panel

Uma parceria internacional amplia ainda mais os horizontes da fruticultu-ra cearense em sua inserção nos mer-cados, contemplando também toda a cadeia produtiva nacional. O Institu-to Agropolos firmou convênio com a holandesa MPS/ECAS, considerada a maior certificadora de frutas e de flores do mundo. Ela irá prestar serviços de auditoria e de certificação a empresas a fim de promover o agronegócio do Estado, ampliando sua competitivida-de. Com isso, o Ceará terá o primeiro escritório da MPS/ECAS fora da Euro-pa, permitindo ao Instituto Agropolos atuar como auditor para certificações como Globalgap, Tesco, USAGap e os protocolos próprios da MPS/ECAS.

O trabalho de certificação, graças ao forte reconhecimento internacio-nal, permitirá aos produtores cearenses

e brasileiros reforçarem a aceitação de seus artigos, ajustando-os aos parâme-tros globais. Vem fortalecer, igualmente, as conquistas já obtidas na produção. O Instituto Agropolos atua há sete anos em favor do desenvolvimento sustentá-vel do agronegócio do Ceará. Já a MPS-ECAS, fundada em 1993, tornou-se uma das certificadoras mais completas em atividade em âmbito mundial, com ênfase nos setores de fruticultura, flori-cultura e horticultura. Está presente em cerca de 55 países, com mais de 8 mil empresas certificadas.

A parceria entre Instituto Agropo-los e MPS-ECAS mostra quanto a fru-ticultura cearense vem levando a sério sua inserção no mercado internacional. E os números já são bastante expressi-vos. Em 2008, as exportações tiveram elevação de 75% em receita, no com-

parativo com 2007, e chegaram a US$ 121,879 milhões. Em volume embar-cado, já é o primeiro Estado no ranking brasileiro, com 191,646 mil toneladas.

Além do crescimento na produção e nos negócios, o Ceará investe na oferta de serviços para o setor, com a constru-ção de um laboratório de análise de resí-duos de agrotóxico e a atração de empre-sas como a Koppert Biological Systems, maior empresa mundial de controle bio-lógico de pragas e doenças da agricultura, presente em 22 países. Por outro lado, o laboratório do Núcleo Tecnológico In-dustrial do Ceará (Nutec), credenciado pelo Instituto Nacional de Metrologia, Normatização e Qualidade Industrial (Inmetro), terá capacidade para realizar análises de resíduos de agrotóxicos em frutas, além das análises físicas, químicas e microbiológicas.

An international partnership ex-pands even further the horizons of Ceará’s fruit business into the mar-kets, with reflections on the entire national fruit production chain. In-stituto Agropolos has signed a part-nership agreement with the Dutch MPS-ECAS, the most renowned fruit and flower certifier in the world. It will assist the companies with con-sultancy and audit services so as to promote Ceará’s agribusiness, boost-ing its competitiveness. Under its umbrella, the State will have the first MPS-ECAS office outside Europe, allowing the Agropolos Institute to act as auditor for certifications like Globalgap, Tesco, USAGap and the protocols of MPS-ECAS.

The certification work, thanks to ample international recogni-tion, will allow the producers in Ceará and Brazil to strengthen the demand for their articles, adjusting them to international standards. It will equally benefit the already con-quered production innovations. In-stituto Agropolos has been operat-ing for seven years on behalf of the sustainable development of Ceará’s agribusiness. MPS-ECAS was founded in 1993, and is now one of the most comprehensive certifi-ers in operation around the globe,

particularly focused on fruit, flowers and vegetables. It has offices in 55 countries, with more than 8 thou-sand certified companies.

The partnership agreement be-tween Instituto Agropolos and MPS-ECAS attests to the seriousness of Ceará’s fruit business in the international scenario. And the figures are rather expres-sive. In 2008, revenues from exports soared 75%, com-pared to 2007, reaching a to-tal of US$ 121,879 million. In shipped volumes, Ceará now ranks first in Brazil, with 191.646 thousand tons.

Besides the growth in businesses and production volumes, Ceará is making hefty investments in ser-vices for the sector, with the construction of a laboratory for residue and agrochemi-cal level analyses, whilst at-tracting such companies as Koppert Biological Systems, leading global company in biological control of pests and agricultural diseases, with operations in 22 coun-tries. On the other hand, the laboratory of Ceará’s Indus-trial Technology Nucleus

(Nutec), credentialed by the National Institute of Metrology Normalization and Industrial Quality (Inmetro), is qualified to conduct agrochemical residue analyses in fruit, in addition to physical, chemical and microbio-logical analyses.

Agropolos firmaparceria internacional

Agropolos signsinternational partnership

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Bem-servidoA fruticultura brasileira tem dívida

de gratidão para com as contribuições que os eventos de integração técnica e comercial proporcionaram ao desen-volvimento geral do setor. Em vários polos, com destaque para o Nordeste, os encontros entre representantes dos mais diversos elos da cadeia produtiva asseguraram a troca de experiências, a difusão tecnológica e as parcerias comerciais, internas e externas, que elevaram os níveis de produtividade, a qualidade das frutas colhidas, os vo-lumes e a receita das exportações, e até mesmo os índices de consumo.

Em 2009, aos eventos já tradicio-

nais, e que ao longo dos anos firmaram seu conceito junto aos públicos nacio-nal e global, constituindo hoje ponto de visita obrigatória, juntam-se agora novos endereços. Um deles, que chega com o arrojo da visibilidade interna-cional, é o Fruit & Log, programado para ocorrer entre 8 e 10 de setem-bro, no Expo Center Norte – Pavilhão Amarelo, em São Paulo (SP), em ini-ciativa conjunta da Francal Feiras e do Instituto Brasileiro de Frutas (Ibraf ).

Já mais para o final do ano, outra importante novidade no segmento de feiras é a abertura da Frutal Cone Sul. Ela leva para o Extremo Sul do País

a bem-sucedida experiência organi-zacional da Semana Internacional de Fruticultura, Floricultura e Agroin-dústria (Frutal), que acontece há 15 anos em Fortaleza, no Ceará.

Os dois novos eventos juntam-se, agora, à própria Frutal 2009, de Forta-leza; à Frutal Amazônia, de Belém (PA); à Expofruit 2009, de Mossoró (RN); à Fenagri 2009, de Juazeiro (BA); e à Fe-nagro, em Salvador (BA); entre outros de repercussão estadual, regional, nacio-nal ou internacional. Confira, na sequ-ência, as informações sobre os principais encontros já programados e não deixe de confirmar a sua presença.

Brasil ganha dois novos eventos de expressão internacional paradivulgar seus potenciais na fruticultura e estimular parcerias e negócios

eventos • events

Brazilian fruit farming business owes a lot to the contri-butions of the trade and technical events toward the general development of the sector. In several hubs, where the Northeast is worthy of note, the meetings of the most important links of the production chain lead to the exchange of experiences, technology spreading and trade partnerships, both domestic and foreign, which raised the productivity rates, enhanced fruit quality, made volumes and export revenues soar, even positively influencing the consumption rates.

In 2009, the traditional events, which, over the years, have impressed both domestic and international connoisseurs, have become mandatory visits, and are now enriched by new address-es. One of them, relying on bold international visibility, is the Fruit & Log, scheduled for 8 – 10 September, at Expo Center Norte – Yellow Pavilion, in São Paulo (SP), at the joint initiative of Francal Feiras and the Brazilian Fruit Institute (Ibraf ).

Towards the end of the year, another novelty in the segment of fairs is the inauguration of Frutal Cone Sul. It moves to the very South of Brazil the successful organizational experience of the International Fruit, Flower and Agribusiness Week (Frutal), which has been held for 15 years in Fortaleza, capital city of Ceará.

The two new events now join the Frutal 2009 itself, of For-taleza; Frutal Amazônia, in Belém (PA); and Expofruit 2009, in Mossoró (RN); Fenagri 2009, in Juazeiro (BA); Fenagro, in Sal-vador (BA); among others of regional, national and international repercussion. In the sequence, just check the information on the main events, and do not forget to confirm your presence.

Well-servedBrazil gains two new international events to showcase its potentials in fruit farming and encourage partnerships and businesses

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SUBINDO A SERRA A Frutal Cone Sul ocorre entre 5 e 7 de novembro, no Parque da Fenavinho, em Bento Gonçalves (RS). A cidade situa-se na Serra Gaúcha, maior polo de produ-ção de uvas e de vinhos finos do País, e já sedia a unidade da Embrapa Uva e Vinho. A programação da primeira edição ain-da estava sendo formatada, em abril de 2009. Faltava a defini-ção dos parceiros gerais de organização, dos patrocinadores aos expositores. “Mas iremos apresentar ótima grade de atrativos, a exemplo do que já ocorre em Fortaleza e em Belém”, anuncia Euvaldo Bringel Olinda.

Ele enfatiza que os temas técnicos, as palestras e as rodadas de negócios vão levar em conta as peculiaridades dessa região frutícola e de seus interesses. Um dos grandes diferenciais da Frutal está na estruturação das Caravanas de Produtores, proporcionando que pe-quenos agricultores tenham acesso ao ambiente de feira e possam interagir com especialistas e expositores, conhecendo tecnologias e produtos. Maiores informações sobre a Frutal Cone Sul podem ser obtidas no site www.frutal.org.br ou no fone 85 3246 8126.

Um frutalno Cone SulA bem-sucedida experiência de Fortaleza e de Belém atravessa o Brasil e rende mais um fruto: a Frutal Cone Sul, em Bento Gonçalves (RS)

Nenhum empreendimento cresce e se multiplica por acaso. Por trás de um sucesso há sempre uma ideia cor-reta e a força de vontade de pessoas que acreditam nela. Essa constatação nasce do impulso assumido pelo con-ceito de eventos da Semana Interna-cional de Fruticultura, Floricultura e Agroindústria (Frutal), que ocorre há 15 anos em Fortaleza, no Ceará, com organização do Instituto de Desenvol-vimento da Fruticultura e Agroindús-tria (Instituto Frutal).

Os resultados positivos da Frutal em favor da expansão e da qualificação das plantações no Nordeste chamaram a atenção de agentes da região Norte, e estrutura similar foi implementada em Belém, com a Frutal Amazônia. Agora, o salto é ainda maior e mais ousado: a mesma logística atravessa o País e serve de mote para a organização, em novembro, do primeiro Frutal Cone Sul, em Bento

Gonçalves, no Rio Grande do Sul.O presidente do Instituto Frutal,

Euvaldo Bringel Olinda, idealizador e presidente da Frutal de Fortaleza, co-memora a contribuição que sua equipe de trabalho vem conseguindo dar ao desenvolvimento da fruticultura não apenas do Ceará e do Nordeste, mas hoje já de várias regiões do Brasil – in-clusive com consultorias no Mato Gros-so. Bringel apoia-se em números para evidenciar o crescimento da atividade e as melhorias socioeconômicas verifi-cadas, por exemplo, no Ceará. Quan-do a Frutal nasceu, em 1992, as frutas respondiam por 0,6% das exportações cearenses; em 2008, já ultrapassavam a 18% na pauta das vendas do Estado ao exterior. O mesmo fenômeno ocorreu no Pará, onde os embarques de frutas preenchiam fatia de 7,4% nas exporta-ções e em quatro anos avançaram para mais de 23% de participação.

“Temos convicção de que nossa experiência na difusão tecnológica, na integração entre produtores, especialis-tas e clientes das frutas brasileiras; e na formação de parcerias comerciais pode-rá alavancar ainda mais a fruticultura do Sul”, enfatiza Bringel Olinda. Ele lembra que essa região, historicamente identificada com os pomares de espé-cies de clima temperado (uva, maçã, pêssego, moranguinho, kiwi, ameixa, nêspera, laranja, tangerina, pequenas frutas etc), carece de maior integração tecnológica e comercial com os países vizinhos. E é justamente nessa propos-ta, de aproximação e de troca com pro-dutores, pesquisadores e empresários de Uruguai, Argentina e Chile, num primeiro momento, que a primeira edição da Frutal Cone Sul se alicerça.

Um dos grandes entusiastas do evento é o presidente da Frente Par-lamentar da Fruticultura na Câmara

dos Deputados, Afonso Hamm (PP). Gaúcho de Bagé, ele próprio um pro-dutor de frutas, Hamm vinha sendo interlocutor da diretoria do Instituto Frutal no sentido de viabilizar a reali-zação, no Sul do País, de programação similar à de Fortaleza e de Belém, que ele acompanhou em várias edições. “Essa atividade tem tudo para dar ex-celente visibilidade às frutas produzi-das nessa região e para estimular par-cerias comerciais”, assinala.

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No business grows and multiplies by chance. Behind every success story there is always a correct idea and much endeavor of people who believe in this idea. This ascertainment stems from the drive assumed by the concept of events like the International Fruit, Flower and Agroindustry Week (Frutal), which has been held for 15 years in Fortaleza, State of Ceará, organized by the Agroindustry and Fruit Growing Development Insti-tute (Instituto Frutal).

The positive results of Frutal on be-half of the expansion and qualification of the northeastern plantations have captured the attention of the agents in the North region, and a similar struc-ture was set up in Belém, with Frutal Amazônia, representing an even big-ger and bolder leap: the same logistics is now spreading through the Country and serves as model for organizing the first Frutal Cone Sul, in Bento Gon-çalves, State of Rio Grande do Sul, in November. The president of Instituto Frutal, Euvaldo Bringel Olinda, ideal-

izer and president of Frutal Fortaleza, celebrates the contribution his work team has managed to provide on behalf of the development of fruit farming not only in Ceará and in the Northeast, but in several regions across Brazil – includ-ing consultancies in Mato Grosso.

Bringel resorts to figures that corroborate the growth of the activ-ity and the socioeconomic improve-ments stemming from it, for example, in Ceará. When Frutal was born, in 1992, fruit accounted for 0.6% of all Ceará exports; in 2008, it was over 18% of all shipments abroad. The same phenomenon occurred in Pará, where fruit shipments were responsi-ble for 7.4% of all exports, and in four years they advanced to 23%.

“We are convinced that our experi-ence in technology spreading, in inte-gration between producers, specialists and clients of Brazilian fruit; and in the formation of commercial partner-ships could lend great support to fruit farming in the South”, Bringel Olinda

stresses. He recalls that this region, his-torically identified with temperate cli-mate orchards (grapes, apples, peaches, strawberries, kiwi, plums, loquats, oranges, tangerines, small fruits, etc), resents technology and commercial in-tegration with the neighboring coun-tries. And it is exactly on this proposal, bringing together producers, research-ers and traders of Uruguay, Argentina and Chile, at a first step, that Frutal Cone Sul has its foundation.

An enthusiast of the event is the president of the Low House Parlia-mentary Fruit Farming Front, Afonso Hamm (PP). Born in Bagé (RS), he himself a fruit producer, Hamm has been acting as spokesperson for the Board of Directors of Instituto Frutal, focused on the idea of organizing in South Brazil a program similar to the events of Fortaleza and Belém, whose editions he attended. “This activity has it all to showcase the fruit produced in the region, whilst encouraging com-mercial partnerships”, he says.

A fruit fair in the South ConeThe successful experience in Fortaleza and Belém is now spreading acrossBrazil and reaping a good result: Frutal Cone Sul, in Bento Gonçalves (RS)

CLIMBING UP THE MOUNTAIN RANGE Frutal Cone Sul has been scheduled for 5 – 7 November this year, in Parque Fenavinho, Bento Gonçlves (RS). This town sits at the top of Sierra Gaucha, biggest producer of grapes and fine wines in Brazil, and is home to the offices of Embrapa Grape and Wine. The program for the first edition was still in the making in April 2009. They were still looking for general organizing partners, sponsors and exhibitors. “We will surely present an ex-cellent range of attractions, following the examples of Fortaleza

and Belém”, announces Euvaldo Bringel Olinda.He insists that all technical subjects, lectures and business

rounds are going to take into consideration the peculiarities of the region and its major interests. What makes a huge dif-ference at Frutal is the Producer Caravans, giving small-scale farmers access to the fair and chance to interact with special-ists, exhibitors, thus learning about new technologies and products. For more information on Frutal Cone Sul, please access site www.frutal.org.br or phone 85 3246 8126.

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Frutas, lógicoO Brasil é reconhecido como um dos

maiores produtores de frutas e de deri-vados do mundo. Por ano, colhe 43 mi-lhões de toneladas de espécies tropicais, subtropicais e de clima temperado, que abastecem o mercado interno e são ex-portadas na forma de frutas frescas ou de sucos. Todo esse potencial e muito mais será destacado na primeira Feira Interna-cional de Frutas e Derivados, Tecnologia de Processamento e Logística (Fruit & Log), em 2009. O evento vai ocorrer en-tre os dias 8 e 10 de setembro, no Expo Center Norte – Pavilhão Amarelo, em São Paulo (SP), considerado o maior

centro de negócios da América Latina. O novo encontro já foi lançado,

por exemplo, durante a Fruit Logistic 2009, feira alemã organizada em Ber-lim, em fevereiro, tida como a mais importante do setor frutícola mundial. A edição germânica atraiu mais de 50 mil visitantes de 168 países. Dos dois mil expositores, 60 eram brasileiros. A participação no evento internacional buscou atrair a atenção de produtores, processadores, distribuidores e impor-tadores de todas as partes do mundo. Abdala Jamil Abdala, presidente da Francal Feiras, responsável pela pro-

moção juntamente com o Instituto Brasileiro de Frutas (Ibraf ), conta que foram feitas apresentações específicas nos pavilhões argentino, chileno, pa-raguaio e colombiano.

Um dos pontos fortes da Fruit & Log vai ser a difusão de conheci-mentos. O evento é direcionado tanto para expositores, nacionais e interna-cionais quanto para compradores es-trangeiros interessados em iniciar ou ampliar seus negócios no Brasil. Mais informações podem ser obtidas no site www.ibraf.org.br ou nos telefones (11) 5575 1233 e (11) 3223 8766.

Brasil idealiza a Fruit & Log, feira internacional para divulgar frutase derivados e salientar as tecnologias de processamento e a logística

Brazil is acknowledged as one of the leading global fruit and fruit by-products producer. Every year, 43 million tons of tropical, subtropical and temperate climate fruit are har-vested, and they supply the domestic market and are exported fresh or in the form of juices. All this potential, and much more, will gain visibil-ity at the first International Fair of Fruit and Fruit Products, Process-ing and Logistics (Fruit & Log), in 2009. The event has been scheduled for 8 – 10 September, at Expo Cen-ter Norte – Yellow Pavilion, in São

Paulo (SP), seen as the leading busi-ness center in Latin America.

The new fair was announced dur-ing the Fruit Logistic 2009, a fair held in Berlin, in February, and viewed as the most important fruit fair in the world. The German edition attracted more than 50 thousand visitors from 168 countries. There were 2,000 ex-hibitors; 80 Brazilians were among them. The attendance at the interna-tional event sought to capture the at-tention of producers, processors, dis-tributors and importers of all corners of the world. Abdala Jamil Abdala,

president of Francal Feiras, respon-sible for the promotion, jointly with the Brazilian Fruit Institute (Ibraf ), says specific presentations were held in the Argentine, Chilean, Paraguayan and Colombian pavilions.

One of the strong points of the Fruit & Log will be the promotion of knowledge. The event is geared towards domestic and international exhibitors, foreign buyers interested in starting or improving their businesses in Brazil. For more information, please access site www.ibraf.org.br or phone (11) 5575 1233 and (11) 3223 8766.

Fruit, of courseBrazil idealizes the Fruit & Log, international fair that promotes fruitand byproducts and highlights processing technologies and logistics

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Os vales do Mossoró e do Açu, no Rio Grande do Norte, próximo à divisa com o Ceará, constituem um dos maiores polos nacionais de fru-ticultura irrigada. Em propriedades da região são colhidas espécies como melão, abacaxi, banana e mamão, en-tre outras, que abastecem mercados de todo o País e hoje granjeiam fama internacional, com o incremento das exportações. Esse imenso potencial vem sendo evidenciado com a orga-nização anual da Expofruit – Feira Internacional da Fruticultura Tropi-cal Irrigada, cuja edição 2009 ocorre entre 3 e 5 de junho, no Expocen-ter de Mossoró, junto ao campus

da Universidade Federal Rural do Semi-Árido (Ufersa).

As contribuições desse evento para a difusão de tecnologias e para a atração de investidores e de clien-telas nacionais e externas podem ser medidas pelas edições anteriores. Como lembra o organizador da Ex-pofruit, Francisco Cipriano de Paula Segundo, o incremento no número de expositores a cada ano traduz o interesse dos empresários. Tanto para os produtores regionais quanto para os clientes, a Expofruit já é um ponto-de-encontro diferenciado. Em 2008, o evento registrou fatu-ramento de US$ 13 milhões em ne-

gócios. Um dos elementos que per-mitiram a essa região chegar ao nível de reconhecimento internacional foi o Comitê Executivo de Fitossanida-de do Rio Grande do Norte (Coex), presidido por Segundo.

Ele lembra que o Estado se posi-cionou em destaque no ranking das exportações brasileiras de frutas graças à qualidade e ao volume de sua produ-ção, e ainda aos seus argumentos lo-gísticos, em virtude da proximidade em relação aos grandes centros mun-diais de consumo, da Europa aos Es-tados Unidos. Maiores informações sobre a edição 2009 podem ser obti-das no site www.expofruit.com.br.

Irrigando negóciosExpofruit, de Mossoró (RN), celebra o imenso potencial da região em fruticultura irrigada e conquista admiração no Brasil e no mundo

The Mossoró and Açu valleys in Rio Grande do Norte, near the bor-der with Ceará, comprise one of the biggest national irrigated fruit farm-ing complex. The most common fruit harvested there are melons, pine-apples, bananas and papaya. They supply the domestic markets across Brazil and are finding their way into the international marketplace, where they are very appreciated. This enor-mous potential has been attested by the annual Expofruit – International Irrigated Fruit Fair, whose 2009 edi-tion has been scheduled for 3 – 5

June, at the Mossoró Expocenter, by the campus of the Federal University of the Semiarid (Ufersa).

The previous editions attest to the contributions of this event toward new technologies and towards attract-ing investors, national and foreign clients. The organizer of Expofruit, Francisco Cipriano de Paula Segundo, recalls that the soaring number of ex-hibitors year after year translates the interest of the entrepreneurs. For both regional producers and clients, Expof-ruit has become an event not to be missed. In 2008, businesses closed at

the event reached US$ 13 million. An element that has pushed this region into international recognition was the Executive Phytosanitary Committee of Rio Grande do Norte (Coex), pre-sided over by Segundo.

He recalls that the State climbed into a prominent position in Brazil-ian fruit exports thanks to quality and volume, corroborated by logistic argu-ments, by virtue of the proximity to the big global consumer centers, Europe and the United States. For more infor-mation on the 2009 edition, please ac-cess site www.expofruit.org.br.

Irrigating businessesExpofruit, in Mossoró (RN), celebrates the enormous potential of the region’s irrigated orchards and wins admiration in Brazil and the world

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Expofruit 2009 - Feira Internacionalda Fruticultura Tropical IrrigadaData: 3 a 5 de junhoLocal: ExpocenterCidade: Mossoró - Rio Grande do NorteSite: www.expofruit.com.brTelefone: 84 3312 6939

16ª Hortitec - Exposição Técnica de Horticultu-ra, Cultivo Protegido e Culturas IntensivasData: 10 a 12 de junho de 2009Local: Pavilhão de Exposições da ExpofloraCidade: Holambra - São PauloSite: www.hortitec.com.brTelefone: 19 3802 4196

Frutal Amazônia e Flor Para 2009 - Semanada Fruticultura, Floricultura e AgroindústriaData: 25 a 28 de junhoLocal: Hangar Centro de Convençõese Feiras da AmazôniaCidade: Belém - ParáSite: www.frutal.org.br/amazonia2009/index.phpTelefones: 85 3246 8126 (Frutal)e 91 4006 1260 (Sagri-PA)

Salada de eventos • Events saladFenagri 2009 - Feira Nacionalda Agricultura IrrigadaData: 15 a 18 de julhoLocal: Campus III da UniversidadeEstadual da Bahia (Uneb)Cidade: Juazeiro - BahiaSite: www.fenagri.org.brTelefone: 87 3862 1413

XI Enfrute - Encontro Nacional sobreFruticultura de Clima TemperadoData: 28 a 30 de julho de 2009Local: Parque da MaçãCidade: Fraiburgo - Santa CatarinaE-mail: [email protected]: 49 3561 2000

Fruit & Log - Feira Internacionalde Frutas e Derivados, Tecnologiade Processamento e LogísticaData: 8 a 10 de setembro de 2009Local: Expo Center Norte - Pavilhão AmareloCidade: São Paulo - SPSites: www.ibraf.org.br e www.brazilianfruit.org.brTelefone: 11 3223 8766 (Ibraf )

Frutal 2009 - 16ª Semana Internacional daFruticultura, Floricultura e AgroindústriaData: 14 a 17 de setembroLocal: Centro de ConvençõesCidade: Fortaleza - CearáSite: www.frutal.org.brTelefone: 85 3246 8126

Frutal Cone SulData: 5 a 7 de novembroLocal: Parque da FenavinhoCidade: Bento Gonçalves - Rio Grande do SulSite: www.frutal.org.brTelefone: 84 3246 8126

Fenagro 2009 - 22ª FeiraInternacional da AgropecuáriaData: 28 de novembro a 6 de dezembroLocal: Parque de ExposiçõesCidade: Salvador - BahiaE-mail: [email protected]: 71 3375 3062S

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