bruna tramontina rodrigues - caif.saude.pr.gov.br · abstract introduction: otitis media is a...

44
FACULDADE EVANGÉLICA DO PARANÁ CURSO DE MEDICINA BRUNA TRAMONTINA RODRIGUES PREVALÊNCIA DE OTITES MÉDIAS EM PACIENTES PEDIÁTRICOS PORTADORES DE FENDA PALATINA CURITIBA 2015

Upload: hadat

Post on 24-Dec-2018

215 views

Category:

Documents


0 download

TRANSCRIPT

FACULDADE EVANGÉLICA DO PARANÁ

CURSO DE MEDICINA

BRUNA TRAMONTINA RODRIGUES

PREVALÊNCIA DE OTITES MÉDIAS EM PACIENTES PEDIÁTRICOS

PORTADORES DE FENDA PALATINA

CURITIBA

2015

BRUNA TRAMONTINA RODRIGUES

PREVALÊNCIA DE OTITES MÉDIAS EM PACIENTES PEDIÁTRICOS

PORTADORES DE FENDA PALATINA

Pesquisa realizada pela acadêmica Bruna Tramontina Rodrigues, aluna do oitavo período do curso de medicina da Faculdade Evangélica do Paraná como requisito parcial para obtenção do grau acadêmico de médico. Orientador: José Fernando Polanski.

CURITIBA

2015

AGRADECIMENTOS

Gostaria primeiramente de agradecer a Deus, por ter iluminado meus passos e

minha mente e me dado forças e sabedoria no decorrer do processo todo da

realização desse projeto.

Agradecer ao meu orientador, Dr. José Fernando Polanski, pelo apoio e dedicação

desde a elaboração da ideia do projeto até a finalização do mesmo.

Agradecer a Dra. Rita Tonocchi, por tornar possível toda a minha coleta dos dados

no CAIF e por toda a atenção e auxilio dado.

Aos meus pais, por terem me incentivado em todos os momentos e me aguentado

durante os momentos de estresse.

Minha irmã, que além de me ajudar a relaxar nos momentos tensos, também me

ajudou no desenvolvimento do projeto.

Um agradecimento especial à minha cachorrinha de estimação Holly, por sempre

estar ao meu lado, mesmo que dormindo, porém me fazendo companhia desde as

manhãs mais geladas até as madrugadas mais tensas.

E por fim agradecer ao meu namorado pelo apoio e carinho, que mesmo morando

longe, estava sempre presente.

RESUMO

Introdução: Otite média é uma inflamação da orelha média que atinge principalmente a população pediátrica e tem correlação etiológica infecções de vias aéreas superiores e também com fatores anatômicos, particulares à essa faixa etária. As otites médias se dividem em vários tipos: otite média aguda, otite média secretora e otite média crônica, esta ultima podendo ser colesteatomatosa ou não colesteatomatosa. Dentre os principais fatores envolvidos na fisiopatogênia das otites médias encontra-se a fissura palatina. Essas fissuras são resultado de um desenvolvimento falho ou em uma maturação incompleta dos processos embrionários orofaciais durante a vida uterina. Objetivos: Nosso estudo visa analisar a co-relação existente entre os tipos de fissura labiopalatina e as otites médias, estabelecendo a prevalência da associação de ambas. Método: Nosso trabalho avaliou dados contidos em prontuários, de crianças nascidas entre os anos de 2005 a 2008, em acompanhamento no serviço do CAIF/AFISSUR. Um total de 359 prontuários foram analisados no período de Agosto/2014 a Janeiro/2015, sendo que 3 prontuários foram descartados devido a ocorrência de outras malformações que não fazem parte dos critérios de inclusão de nosso trabalho. Resultados: Verificou-se a prevalência de otite média em pacientes pediátricos portadores de fenda palatina e quais tipos de otites médias tem maior incidência nesses pacientes, além de associar os tipos de otites aos tipos de fissura. Com a montagem de gráficos de tabelas observou-se que 53% dos pacientes apresentou algum tipo de problema otológico, sendo que o tipo mais prevalente de otite foi a OMS com um total de 150 casos registrados (42% do total). A fenda unilateral transforame representou a maior quantidade com 98 pacientes, sendo que em 62 deles houve registro de problemas otológicos em prontuário. Conclusão: Ao final constatamos que mais da metade das crianças estudadas tiveram algum tipo de problema otológico dentro do período estudado. DESCRITORES: Otite média; Otite média secretora; Fissura Palatina.

ABSTRACT

Introduction: Otitis media is a middle ear inflammation that primarily affects the pediatric population and correlates with higher incidence of upper respiratory tract infections and also with anatomical factors, which are particular to this age group. Otitis media are divided into several types, among them we have: acute otitis media, secretory otitis media and chronic otitis media, the latter can be cholesteatomatous or not cholesteatomatous. Among the main factors involved in the physiopathogenesis of otitis media is cleft palate. These clefts are the result of a faulty development or an incomplete maturation of orofacial embryonic processes during uterine life. Objectives: Our study aims to analyze the existing co-relation between such diseases, establishing the prevalence of association of them. Methods: Our study evaluated data contained in medical records of children born between the years 2005 and 2008, accompanied in the CAIF / AFISSUR service. A total of 359 charts were analyzed in the period from August / 2014 to January / 2015, and 3 records were discarded due to lack of data relevant to our work. Results: The verified data were the prevalence of otitis media in pediatric patients with cleft palate and what types of otitis media have higher incidence in these patients, in addition to associating the types of otitis to the types of fissure. Building graphs and tables, it was observed that 53% of patients experienced some type of ear problem, and the most prevalent type was SOM, with a total of 150 cases recorded (42% of total). The unilateral trans-foramen cleft represented the largest amount, in 98 patients, and 62 of them had otological problems in medical record. Conclusion: At the end we found that more than half of the studied children had some type of ear problems within the studied period. KEYWORDS: Otitis Media, Otitis Media with Effusion, Cleft Palate.

LISTA DE GRÁFICOS E TABELAS

GRÁFICO 1 – GÊNERO DAS CRIANÇAS....................................................... 21

GRÁFICO 2 – PROBLEMAS OTOLÓGICOS DENTRO NO N TOTAL DE

CRIANÇAS....................................................................................................... 22

GRÁFICO 3 - PRESENÇA OU AUSÊNCIA DE PROBLEMAS OTOLÓGICOS NAS CRIANÇAS DO SEXO MASCULINO................................................................ 22

GRÁFICO 4 - PRESENÇA OU AUSÊNCIA DE PROBLEMAS OTOLÓGICOS NAS CRIANÇAS DO SEXO FEMININO.................................................................... 23

GRÁFICO 5 - TIPOS DE FENDAS E SUA RELAÇÃO COM A AUSENCIA DE PROBLEMAS OTOLOGICOS........................................................................... 24

GRÁFICO 6 - RELAÇÃO ENTRE OTITE MEDIA AGUDA E TIPOS DE FENDA

LABIOPALATINA............................................................................................... 25

GRÁFICO 7 - RELAÇÃO ENTRE OTITE MEDIA SECRETORA E TIPOS DE FENDA

LABIOPALATINA............................................................................................... 26

GRÁFICO 8 - RELAÇÃO ENTRE OTITE MEDIA CRONICA E OS TIPOS DE FENDA LABIOPALATINA............................................................................................... 27

TABELA 1 - RESULTADOS DE ALTERAÇÕES OTOLÓGICAS DIVERSAS DE

ACORDO COM OS TIPOS DE MALFORMAÇÃO LABIOPALATAL.................. 28

SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO..................................................................................................... 7

1.1 OBJETIVOS...................................................................................................... 8

2 REVISÃO DE LITERATURA............................................................................... 9

2.1 OTITES MÉDIAS............................................................................................... 9

2.1.1 Otite média aguda.......................................................................................... 9

2.1.2 Otite média com efusão................................................................................ 11

2.1.3 Otite media crônica....................................................................................... 13

2.1.3.1 Otite média crônica não colesteatomatosa............................................... 14

2.1.3.2 Otite média crônica colesteatomatosa...................................................... 15

2.1.4 Tratamento geral das otites médias crônicas............................................... 16

2.2 FISSURAS LABIOPALATINAS....................................................................... 17

3 CASUÍSTICA E METODO................................................................................. 20

4 RESULTADOS................................................................................................... 21

5 DISCUSSÃO...................................................................................................... 29

6 CONCLUSÃO.................................................................................................... 33

REFERÊNCIAS..................................................................................................... 34

ANEXO A.............................................................................................................. 38

ANEXO B.............................................................................................................. 41

ANEXO C.............................................................................................................. 43

7

1 INTRODUÇÃO

As otites médias (OM) estão dentre as afecções que atingem principalmente

a faixa etária pediátrica. Otite média se define como a inflamação da mucosa que

reveste a orelha média. Epidemiologicamente duas a cada três crianças

apresentarão pelo menos um episódio de OM antes dos três anos de idade. A

correlação entre infecções de vias aéreas superiores (IVAS) e otites médias é

claramente estabelecida. (SIH; BRICKS, 2008)

A tuba auditiva (TA) é um ducto osseocartilaginoso que comunica a orelha

média com a rinofaringe e tem correlação com as otites médias. Sua angulação,

extensão e fechamento são essenciais para o controle dessa comunicação. Em

crianças o ângulo da TA é de aproximadamente 10°, enquanto no adulto é em média

de 45° e, além disso, a tuba auditiva infantil é mais curta e a sua musculatura menos

desenvolvida, ambos vão aumentando juntamente com o crescimento e

desenvolvimento da criança. Desse modo, na população infantil fica mais sujeita a

contaminação da orelha média por microorganismos patogênicos presentes na

rinofaringe. Microbiologicamente bactérias e vírus são os patógenos mais comuns

na etiologia das otites médias. Estima-se que a bactéria S. pneumoniae esteja

envolvida em 34%, H. influenza em 30% e M. cararrhalis em 15% dos casos de

otites médias. Dentre os vírus, os maiores causadores são adenovírus, rinovirus e

influenza. (NETO, 2005)

Em meio aos principais fatores envolvidos na fisiopatogenia das otites

médias encontra-se a fissura palatina, que pode ser causa do aumento da

prevalência de OM em qualquer idade, mas que é mais pronunciada em crianças de

até três anos de idade. (PEREIRA; RAMOS, 1998)

As fissuras labiopalatinas são resultado de malformações congênitas que

decorrem de um desenvolvimento falho ou em uma maturação incompleta dos

processos embrionários orofaciais entre a quarta e oitava semanas durante vida

intrauterina. Segundo Cerqueira et al. (2005), as fissuras labiopalatinas podem

desencadear diversas alterações que podem comprometer muito as crianças

portadoras: na fala, na alimentação, no posicionamento dentário e também

esteticamente. Na ausência de um tratamento efetivo, podem ocorrer sequelas

8

graves, como perda auditiva, problemas de linguagem e déficit nutricional, além do

sofrimento com o preconceito que todos esses aspectos podem causar.

Nas fendas que acometem o palato há um risco aumentado das crianças

aspirarem o alimento, levando à um aumento da incidência de infecções como otites

e pneumonias, devido a comunicação existente entre a orofaringe e a orelha média.

As otites, dentre outras consequências, podem causar prejuízos no desenvolvimento

da fala e linguagem, pelo comprometimento auditivo que podem provocar. O

aleitamento materno, apesar de ter que ser feito com maior cuidado em crianças

portadoras de tal patologia, é de primordial importância para evitar a ocorrência das

infecções e fortalecer a musculatura da face e boca. (NEVES et al., 2002).

1.1 OBJETIVOS

É conhecido que as otites médias são afecções comuns na infância e que

podem acarretar diversos problemas quando não são devidamente diagnosticadas e

tratadas, é de fundamental importância estudar sua prevalência em populações de

risco, dentre elas se encontram pacientes portadores de fenda palatina. Desse modo

em nosso trabalho visamos verificar a prevalência das diversas otites médias em

pacientes pediátricos portadores de fenda palatina e correlaciona-los aos diversos

tipos dessa malformação.

9

2 REVISÃO DE LITERATURA

2.1 OTITES MÉDIAS

2.1.1 Otite média aguda

Otite média aguda (OMA) é uma das mais comuns infecções diagnosticadas.

OMA é definida como uma infecção da orelha média com rápida evolução de sinais

e sintomas inflamatórios: otalgia, febre, irritabilidade, anorexia, vômito e otorréia. Os

achados na otoscopia incluem exsudato amarelo-avermelhado atrás da membrana

timpânica, membrana timpânica frequentemente abaulada com perda da mobilidade

e perda dos marcos da cadeia ossicular. Otite média aguda que não responde a

terapia é clinicamente caracterizada pelos sinais e sintomas já citados associados a

sinais, na otoscopia, de inflamação após 48/72h de tratamento. (SPIRO; ARNOLD,

2011)

Epidemiologicamente a otite média aguda é a causa mais comum de

atendimento médico em crianças, apresentando picos de incidência entre os seis e

trinta e seis meses de idade e entre os quatro e sete anos.

O primeiro pico é explicado devido às características intrínsecas ao lactente, como a

imaturidade do sistema imunológico e propriedades anatomofisiológicas da tuba

auditiva. O segundo pico corresponde ao período pré-escolar, onde ocorre maior

número de exposições aos agentes causadores de infecções de vias aéreas

superiores (IVAS), precedentes usuais da OMA. Assim como as IVAS, a otite média

aguda é quase duas vezes mais prevalente no inverno. (DIB; GARCIA; PENIDO,

2005)

Segundo Neto (2005) os estágios de evolução da otite média aguda são os

seguintes listados:

Hiperemia - primeira alteração a ocorrer. A luz da tuba auditiva se oclui

alterando a pressão da orelha média. O paciente relata plenitude auricular e

hipoacusia. A membrana timpânica fica hiperemiada principalmente na pars flácida.

10

Podem ocorrer otalgia e febre, não muito pronunciadas. Crianças tendem a ficar

irritadas, chorosas e levar as mãos às orelhas incomodadas.

Exsudação – o aumento da permeabilidade vascular leva a produção

de exsudato, acompanhado da produção aumentada de muco pelo epitélio da orelha

média, formando uma secreção. O tímpano nessa fase fica espesso, abaulado e

amarelado. A hipoacusia fica mais evidente. Febre e otalgia ficam tornam-se mais

perceptíveis.

Supuração – acontece quando há perfuração da membrana timpânica

com a drenagem de uma secreção serosa, sanguinolenta ou mucopurulenta. Essa

perfuração sempre se dá na pars tensa do tímpano.

Coalescência – 1 a 5% dos pacientes não tratados atingem esse

estagio. O espessamento progressivo mucoperiosteo obstrui a drenagem da

secreção da orelha media e o pus acumulado inicia um processo de osteolise na

orelha media, principalmente na mastoide. Há abaulamento retroauricular. Há

ocorrência e febre e otalgia aproximadamente uma semana após o inicio da OMA.

Para reverter o quadro antibioticoterapia de amplo espectro é essencial.

Os fatores de risco para o desenvolvimento da otite média aguda são

inúmeros, os mais relevantes segundo Da Costa et al. (2011) são: idade,

aproximadamente 80% da incidência total de OMA ocorre em crianças,

principalmente entre os três meses e os três anos de idade, sendo pouco frequente

em adolescentes e adultos; Infecção de vias aéreas superiores (IVAS), a IVAS é

considerada o maior fator de risco prevenível associado à ocorrência de

OMA; Creches e berçários; Exposição ao tabaco e à poluição do ar; Alergia e

imunidade, porém esse fator é controverso e sem comprovação; Fenda palatina,

anomalia craniofacial e síndrome de Down, a prevalência de OMS alcança quase a

totalidade das crianças com fenda palatina, sendo a patogênese ligada à disfunção

da tuba auditiva (SHEER; SWARTS; GHADIALI, 2010). OMA também é muito

frequente em pacientes portadores de síndrome de Down devido à obstrução

funcional das vias aéreas superiores (MORALES-ÂNGULO et al., 2006); Tempo e

posição de amamentação, há evidencia-se que os fatores imunológicos e não

imunológicos advindos do leite materno e a nutrição adequada que este provê,

juntamente com o desenvolvimento da musculatura facial e a posição favorável

assumida pela criança durante a amamentação, são mecanismos importantes de

11

proteção (SABIROV et al., 2009); Estação do ano, sendo a OMA mais frequente nos

meses de inverno e outono e menos frequente no verão (VERGISON et al., 2010).

O diagnóstico da otite média é determinado pela anamnese e exame físico,

mas somente a otoscopia garante um diagnóstico definitivo. De acordo com Coker

et al. (2010), há três critérios que ditam o diagnóstico de OMA: os sintomas agudos

de infecção, a evidência de inflamação na orelha média, e por fim, a presença de

efusão na orelha média.

Na otoscopia a membrana timpânica (MT) geralmente está abaulada,

hiperemiada ou opaca, coma vascularização aumentada. Na pneumotoscopia, pode

haver diminuição da mobilidade. Destes sinais, o abaulamento é sem dúvida o mais

importante. Membrana timpânica de coloração esbranquiçada ou amarelada é

sugestiva de OMA de origem bacteriana. Quando se a membrana timpânica

apresenta-se com perfuração, ela majoritariamente é pequena e de difícil

visualização. Na otite média aguda supurativa, a membrana timpânica se encontra

retraída, com o cabo do martelo protuso e com coloração amarelada ou azulada.

(OYAMADA et al. 2014)

A primeira recomendação no tratamento da otite média aguda é amenizar a

dor e reduzir a febre causada, isso é feito com a administração de analgésicos e

antitérmicos. Em casos de dor muito extrema a solução pode ser mais radical com a

realização de miringotomia ou timpanotomia. A utilização de antibióticos só é feita

nos seguintes casos: quando não há recidiva do quadro após a conduta do ”watch

and wait” (acompanhamento clínico com tratamento exclusivamente sintomático

aguardando recuperação espontânea), quando a criança apresenta

imunodeficiência, implante coclear ou outras anomalias associadas , pois nessas

situações a OMA é caracterizada como grave. Como o S. pneumoniae é o principal

agente causador, a amoxicilina é a primeira opção de escolha, com cefalosporina

indicada para aqueles que possuem alergia a penicilina. (PITKÄRANTA, 2006)

2.1.2 Otite média secretora

A otite média secretora (OMS) é a inflamação da orelha média com a

coleção líquida, mucosa ou serosa, presente retrotimpânicamente, com a ausência

12

de sinais ou de sintomas de infecção aguda e com a membrana timpânica íntegra. A

otite média secretora crônica (OMSC) é aquela em que a efusão permanece por

mais de três meses sem sinais inflamatórios agudos. A OMS pode apresentar-se de

forma silenciosa, sem sintomatologia aparente e com involução espontânea, ou

pode originar episódios de otite média aguda recorrente ou otite média secretora

crônica. A otoscopia pneumática é o padrão ouro para o diagnóstico e é de

fundamental importância para o diagnóstico diferencial entre otite média aguda e

otite média com efusão. Nos casos pouco sintomáticos o tratamento é inicial é a

conduta do “watch and wait’’, podendo em situações específicas incluir miringotomia

e colocação de tubo de ventilação com ou sem a realização de adenoidectomia.

(PEREIRA; PEREIRA, 2007)

Disfunções tubárias que causem hipoventilação e distúrbios de drenagem do

ouvido médio, inflamação pós-infecciosa da mucosa do ouvido médio são os fatores

etiopatogênicos mais relevantes nas causas de otite média secretora. As

malformações craniofaciais (fenda palatina em especial) põem em contato direto à

cavidade nasal e orofaríngea com o orifício tubário, desse modo à disfunção tubária

inerente nesses doentes faz com que eles constituam uma população de risco para

o desenvolvimento de OMS. Outro fator importante na etiologia é a hipotonia da

musculatura da boca, língua e faringe. Crianças com deglutição atípica devem ser

cuidadosamente consideradas como prováveis candidatas á OMS. (MINITI,

BUTUGAN, 2000)

Na maioria dos casos de otite média secretora não há sintomas, porém

quando os sintomas estão presentes, o mais importante deles é a perda auditiva,

apesar dessa queixa passar despercebida diversas vezes em crianças

principalmente. Na otite média aguda recorrente também pode ser observado

episódios de otalgia incluindo ou não febre. Além de sintomas otológicos outros

sintomas associados podem ser incluídos, como obstrução nasal, roncos, respiração

pela boca, entre outros. Crianças maiores e adultas relatam ainda plenitude

auricular, desconforto otológico e sensação de liquido no ouvido, audição se altera

com a mudança da posição da cabeça. (CALDAS NETO, 2006)

Segundo Richard Rosenfeld (2005) para o diagnóstico da OMS o padrão

ouro é a otoscopia pneumática associada a uma anamnese bem construída. A

audiometria com timpanometria também é bastante útil no diagnostico da OMS,

principalmente nos casos em que a otoscopia pneumática não é possível de ser

13

realizada. No livro ‘’Otorrinolaringologia clínica e cirurgia 2ª edição’’ encontra-se que

ao exame da membrana timpânica pode-se observar que ela perde a translucidez,

fica opaca, sem brilho. Muitas vezes a trama vascular está aumentada. O acúmulo

de secreções no ouvido médio pode ser notado e o abaulamento na membrana

timpânica pode ser visualizado na OMS recente. Retração, atrofia e diminuição da

espessura da membrana timpânica podem ser vistas nos casos em que a OMS

persiste por longo período de tempo ou que tenha recidivas.

Relativo ao tratamento aconselha-se acompanhamento (watch and wait) por

três meses a partir da instalação e diagnóstico da efusão. Os antihistamínicos e

descongestionantes são ineficazes para o tratamento da OMS e por esse motivo não

são recomendados. Antimicrobianos associados a corticosteróides apresentam

eficácia em curto prazo (máximo 3 semanas) porém não a longo prazo, não sendo

rotineiramente aconselhados. A audiometria de controle é indicada quando a efusão

persiste por 3 meses, se houver atraso de linguagem, problemas de aprendizagem,

ou quando existe uma suspeita de perda auditiva significativa. Quando uma criança

se torna candidato ao tratamento cirúrgico, a inserção do tubo de ventilação é o

procedimento de escolha. A realização de adenoidectomia não deve ocorrer a

menos que haja indicação para tal, como em casos de obstrução nasal e adenoidite

crônica associadas à otite ou em casos que haja necessidade de reintervenção. A

recomendação para a cirurgia deve ser individualizada com base no consenso entre

o pediatra, o otorrinolaringologista, e os pais ou responsáveis. É importante salientar

que de 20 a 50% das crianças submetidas à colocação de tubo de ventilação tem

recorrência da OMS após esse ser repelido. (DIRETRIZ ASSISTENCIAL DE OTITE

MÉDIA COM EFUSÃO, 2011)

2.1.3 Otite média crônica

Otite média crônica (OMC) tem sido definida sob diferentes aspectos: clinico,

temporal e histopatológico. Sob o ponto de vista eminentemente clinico, a otite

media crônica é caracterizada como uma condição inflamatória associada a

perfurações amplas e persistentes da membrana timpânica e a otorreia.

14

Cronologicamente, refere-se a um processo inflamatório da orelha media cuja

duração não seja inferior a três meses. Histopatologicamente, a OMC tem sido

definida como um processo inflamatório da orelha média associado a alterações

teciduais irreversíveis. Ainda sob o ponto de vista histopatológico, esse processo

inflamatório pode até prescindir da perfuração timpânica e da otorreia crônica para

sua caracterização. Independente da sua conceituação, ao contrario da OMA em

que o processo inflamatório se desenvolve subitamente e a resolução sobrevêm de

uma forma rápida e completa, a OMC geralmente esta associada a quadros

inflamatórios mais insidiosos, persistentes e principalmente destrutivos, sendo

subclassificada em dois grandes grupos: otite média crônica não colesteatomatosa e

otite média crônica colesteatomatosa. Como sua própria nomina declara, a diferença

básica entre estes grupos é a presença de colesteatoma que, por si só, conferiria um

grau de agressividade superlativo a esta condição. (DA COSTA; DORNELLES,

2006)

2.1.3.1 Otite média crônica não colesteatomatosa

É caracterizada pela presença de uma perfuração predominantemente

permanente da membrana timpânica (MT) e por alterações crônicas da mucosa da

orelha média (OM). A supuração pode ser persistente ou intermitente. Os sintomas

mais comuns são otorreia, perda auditiva, zumbido e raramente dor. A otorreia pode

ser aquosa, sanguinolenta ou mucopurulenta. A supuração pode ser classificada

como transitória, que se desenvolve devido à reinfecção causada por bactérias no

conduto auditivo externo através da perfuração da MT ou da tuba auditiva, ou

persistente, que é devido à infecção crônica da mucosa da OM ou do osso temporal.

Uma perda auditiva condutiva está frequentemente presente. O nível de perda

auditiva está fortemente relacionado com o grau de erosão causado pelos processos

supurativos que atingem a cadeia ossicular e com o tamanho e o local da perfuração

timpânica. O zumbido varia de grave a agudo, se a doença afetar a cóclea. A dor é

observada apenas se o houver uma complicação adjunta. (CHINSKI; CHINSKI,

2007)

15

Quanto aos achados semiológicos, a otoscopia normalmente revela

perfurações grandes, marginais, com retrações. A mucosa da OM pode estar

edemaciada, com tecido de granulação e pólipos, que podem se insinuar através da

perfuração para o conduto auditivo externo. A mucosa das células mastóideas

estará invariavelmente envolvida, o que ajuda a manter o processo infeccioso. Nos

testes audiométricos há perda auditiva, podendo também haver algum

comprometimento neurossensorial por lesão de células ciliadas internas por

passagem de mediadores inflamatórios e toxinas bacterianas para a orelha interna,

gerando perda auditiva mista. Nos exames de imagem, a TC de osso temporal pode

mostrar mastóide ebúrnea com poucas células e de tamanho pequeno e ausência

de sinais sugestivos de colesteatoma. (SEMINÁRIO “OTITE MÉDIA CRÔNICA”,

2004)

2.1.3.2 Otite média crônica colesteatomatosa

A otite média crônica colesteatomatosa (OMCC) caracteriza-se pelo estágio

mais avançado das alterações histopatológicas da orelha média, caracterizado

principalmente pelo aparecimento de epitélio escamoso, com formação de massas

de queratina esfoliada envoltas por paredes fibro-epiteliais que apresentam grande

atividade inflamatória. (CONSENSO SOBRE OTITES MÉDIAS – REVISÃO 2001)

O colesteatoma é caracterizado pelo acúmulo de queratina esfoliada dentro

da orelha média ou de qualquer área pneumatizada do osso temporal, originando-se

de um epitélio escamoso queratinizado (Schunecht, 1993). Existem 2 classificações

para os colesteatomas: congênito ou adquirido. O colesteatoma adquirido (CA) pode

ser primário, quando a perfuração é restrita à região da pars flácida da membrana

timpânica ou secundário, quando a perfuração está localizada na pars tensa da MT.

O colesteatoma congênito (CC) é mais raro do que o CA, tratando-se de um

queratoma que se origina do mesmo ectoderma que forma a notocorda primitiva.

Quando estas células estão presentes na porção petrosa do osso temporal elas

podem se estender para a região da cápsula ótica, orelha média, mastóide ou

cavidade intracraniana (PAPARELLA et al., 1991). Os sítios prováveis de origem no

osso temporal incluem a orelha média, ápice petroso adjacente ao canal do nervo

16

facial, conduto auditivo externo e mastóide. O CC pode ser intradural apresentando-

se como uma tumoração ocupando a região do ângulo ponto-cerebelar. A orelha

media é o local mais prevalente e a mastóide o sítio mais raro (THAKKAR et al.,

2006). (DE SOUSA, 2009)

Os sintomas dependem do tipo e da localização inicial do colesteatoma,

existindo desde pacientes assintomáticos a pacientes com otorréia característica e

até paralisia facial como sintoma inicial. Os sintomas mais freqüentes são otorréia

purulenta, constante, com ou sem sinais de sangue, de odor fétido, principalmente

nos colesteatomas com infecção secundária, devido microbiologia rica em

anaeróbios, Pseudomonas sp e aeróbios facultativos. Não existe um fator

desencadeante e não ocorre no tipo congênito com MT íntegra, sem sinais de

infecção. A hipoacusia é condutiva, podendo haver componente neurossensorial,

sendo o sintoma mais importante no CC. Vertigem, zumbidos de tons graves,

plenitude auricular, otorragia e dor podem vir a ocorrer, porém são sintomas menos

usuais. Zumbidos agudos, vertigem, dor importante, surdez súbita, paralisia facial

periférica e meningite indicam complicações sérias. (SEMINÁRIO “OTITE MÉDIA

CRÔNICA”, 2004)

2.1.4 Tratamento geral das otites médias crônicas

No tratamento das otites médias crônicas todos os resíduos epiteliais e

secreções devem ser cuidadosamente removidos do conduto auditivo e da orelha

média. Após a limpeza, normalmente emprega-se gotas otológicas e antibióticos

através do conduto auditivo. Estudos apontam que Pseudomonas aeruginosa,

Proteus, Escherichia coli, Enterobacter, Stapylococcus aureus e Enterococcus são

os agentes etiológicos mais comuns na otite média crônica. As gotas otológicas mais

frequentemente prescritas incluem neomicina e/ou polimixina B e a ciprofloxacina.

Nos casos onde a perfuração permanece seca a longo prazo e a função auditiva não

se apresenta comprometida o acompanhamento periódico é mais indicado do que a

intervenção cirúrgica, devido ao risco beneficio. Quando o quadro de OMC se

apresenta mais grave e sem melhora com o tratamento não invasivo a escolha é a

intervenção cirúrgica. O objetivo da cirurgia é remover todo o tecido doente, inclusive

17

o ósseo e fechar a perfuração timpânica. Geralmente isso é conseguido com

timpanoplastia associada à mastoidectomia com cavidade fechada

(timpanomastoidectomia), na OMCC, via de regra, existe a necessidade de

mastoidectomia associada à reconstrução tímpano-ossicular. (DA COSTA et al.,

2006)

2.2 FISSURAS LABIOPALATINAS

As fissuras labiopalatinas são malformações congênitas, caracterizadas por

uma falta de fusão do lábio superior e/ou do palato. É uma das malformações mais

frequentes. Representam um problema de proporção mundial, afetando mais de 10

milhões de pessoas em ao redor do globo. Os problemas encontrados nos pacientes

com fissuras labiopalatinas são complexos, vão além da deformidade facial,

havendo dificuldades de alimentação, alterações na fonação, otites de repetição,

problemas na arcada dentaria, entre outros. Outro problema das fissuras

labiopalatina são decorrentes da alteração física que elas podem proporcionar,

podendo acarretar distúrbios psicológicos e sociais aos seus portadores. O

tratamento desses pacientes usualmente é complexo e prolongado, por isso deve

ser iniciado o mais precocemente possível, envolvendo a atuação de uma equipe

multidisciplinar para tal. (BAPTISTA, 2007)

De acordo com estudos epidemiológicos realizados em todo o mundo, a

prevalência de fissuras labiopalatinas varia muito em relação aos países. No Japão,

por exemplo, há prevalência de aproximadamente 1,07, enquanto no Brasil, a preva-

lência varia de 0,47 e 1,54 a cada 1.000 nascidos vivos. (CYMROT et al, 2010)

A etiologia da fissura lábiopalatina é descrita como multifatorial, onde

variantes genéticas e ambientais determinam o aparecimento da deformidade. A

hereditariedade desempenha importante papel para o surgimento da fissura.

Pesquisas indicam que se um dos pais tem fissura, a chance do filho aumenta em 5

vezes e se um filho tem a fissura a chance dos pais terem outro filho com fissura

aumenta 7 vezes. De acordo com Houston (2012) a falta de acido fólico na gravidez

está muito relacionada com o surgimento de fissura. Aquino et al. (2011) estudaram

18

a consangüinidade de pais de crianças fissuradas e observaram que esta patologia

era mais freqüente em filhos de pais parentes de primeiro grau. De acordo com

estudos realizados por Acuna-Gonzales et al. (2011) baixo nível sócio econômico,

antecedentes paternos e presença de parente com fissura foram identificados como

importantes para o surgimento da patologia. (MANUAL DE CUIDADOS BÁSICOS

AOS PORTADORES DE FISSURA LABIO PALATINA, 2012)

Segundo Roberta Souza dos Santos Silva (1999), a classificação mais

utilizada para categorizar as fissuras labiopalatinas é a de Spina, que classificou as

fissuras em quatro categorias tendo como ponto de referência o forame incisivo:

Fissura pré-forame incisivo: fissura exclusivamente labial decorrente da

falta de fusão dos processos maxilares com os processos nasais medianos. Pode

ser unilateral, bilateral ou mediana e completa ou incompleta.

Fissura pós-forame incisivo: são as fendas palatinas, resultantes da

falta de fusão dos processos palatinos entre si e com o septo nasal. Elas são

medianas, podem afetar somente úvula, palato mole, sendo desse modo

denominadas incompletas ou envolver o palato duro, caracterizando fendas

completas. Nesse tipo de fissura há uma ressonância nasal da fala devido à função

inadequada do mecanismo velofaríngeo*. É a fissura que mais se encontra

associada a outros defeitos congênitos. Na forma mais suave dessa fissura

encontra-se a úvula bífida e nem sempre há necessidade de abordagem terapêutica.

Fissura transforame incisivo: é decorrente da não fusão do

mesênquima dos processos palatinos laterais do palato e do septo nasal. Atinge

lábio, arcada alveolar e todo o palato. Pode ser unilateral ou bilateral e completa ou

incompleta. É a forma mais grave de fissura.

Fissuras raras da face: envolvem lábios, nariz, olhos e mandíbula.

*Mecanismo velofaríngeo: possibilita a realização das atividades reflexas

como deglutição, bocejo, vômito, sopro e sucção. Também têm participação efetiva

na fonação. Alterações desse mecanismo podem levar a alterações da tuba auditiva,

o que pode acarretar o refluxo de liquidos e secreções para dentro da tuba,

causando otites de repetição que ao longo do tempo podem levar à perda auditiva.

Quanto ao tratamento dessa anormalidade facial, as cirurgias reparadoras

das fissuras labiopalatais baseiam-se nos princípios da cirurgia moderna que

preconizam uma técnica atraumática com mínimo de manipulação e máxima

conservação dos tecidos, sem fraturas ósseas, sem lesão da vascularização. Ainda

19

de acordo com Ozawa (2001), a queiloplastia e a palatoplastia são chamadas de

cirurgias primárias e realizadas em tecido mole, na primeira infância, com o objetivo

de reconstruir o defeito morfológico no lábio e palato, respectivamente. O

acompanhamento conjunto com as demais abordagens terapêuticas, como

fonoaudiologia, odontologia e outros contribuem decisivamente para a reabilitação

dos pacientes portadores de fissuras labiopalatais.

20

3 CASUÍSTICA E MÉTODO

Para a realização desse projeto, foi realizada uma coleta de dados

analisando-se os prontuários de pacientes nascidos entre os anos de 2005 e 2008,

que fazem ou faziam acompanhamento nos serviços do CAIF/AFISSUR, um centro

de atendimento multidisciplinar ao paciente com fissura lábio-palatal. O projeto foi

aprovado pelo comitê de ética da nossa instituição sob o número CAAE

31585914.3.0000.0103, em 15/06/14. Foi levado em conta o sexo, tipo de fenda

palatina e a presença ou ausência de problemas otológicos registrados em

prontuário. Toda coleta foi feita entre os meses de Agosto de 2014 a Janeiro de

2015. No total foram analisados 359 prontuários, porém três deles foram

descartados devido às crianças possuírem outras malformações que não se incluem

em nossos critérios. Todas as informações levantadas foram registradas em uma

planilha de Excel e posteriormente fabricados 8 gráficos e 1 tabela com os

resultados para posterior analise e redação desse projeto.

Os critérios de inclusão foram crianças nascidas entre 2005-2008, com

fenda lábiopalatina de qualquer tipo, acompanhadas e tratadas no centro de

atendimento integral ao fissurado lábio palatal.

21

4 RESULTADOS

Após levantamento dos dados, nossos achados foram os seguintes:

Gráfico 1 – GÊNERO DAS CRIANÇAS

Gênero – Nota-se que há uma maior prevalência no sexo masculino que

representa 197 dos 356 casos registrados (55%).

55%

45%

MASCULINO FEMININO

22

GRÁFICO 2 – PROBLEMAS OTOLÓGICOS DENTRO DO N TOTAL DE CRIANÇAS

GRÁFICO 3 – PRESENÇA OU AUSÊNCIA DE PROBLEMAS OTOLÓGICOS NAS CRIANÇAS DO SEXO MASCULINO

47%

2%

9%

42% NÃO

SIM - OM crônica

SIM - OMA

SIM - OMS

48%

1%

8%

43% NÃO

SIM - OM crônica

SIM - OMA

SIM - OMS

23

GRÁFICO 4 – PRESENÇA OU AUSENCIA DE PROBLEMAS OTOLÓGICOS NAS CRIANÇAS DO SEXO FEMININO

Problemas otológicos – A presença de problemas otológicos nos pacientes

foi observada na maior parte dos casos, sendo similares entre os gêneros. No geral

53% das crianças apresentou algum tipo de otite durante o período analisado e

quando separado entre o sexo das crianças essa proporção ficou bastante

semelhante (52% dos meninos e 54% das meninas). A otite média secretora

representa o tipo de otite mais prevalente, 150 no total (42%).

46%

2%

11%

41% NÃO

SIM - OM crônica

SIM - OMA

SIM - OMS

24

GRÁFICO 5 – TIPOS DE FENDAS EM PACIENTES SEM PROBLEMAS OTOLOGICOS

Sem problemas otológicos - Dentro do grupo de crianças portadoras da

malformação que não apresentaram problemas otológicos registrados em

prontuário, evidencia-se que há uma predominância nas fendas do tipo unilateral

pré-forame (56 casos – 33%) e unilateral transforame (36 casos – 21%).

8%

13%

7%

1%

5%

5%

6% 33%

21%

1%

Bilateral pré-forame

Bilateral transforame

Pós-forame completa

Pós-forame incompleta (1/2palato mole)

Pós-forame incompleta (palatoduro parcial e mole)

Pós-forame incompleta (só palatomole)

Unilat. pré-forame e pós-forame

Unilat. pré-forame

Unilat. transforame

Fenda não especificada

25

GRÁFICO 6 – RELAÇÃO ENTRE OTITE MEDIA AGUDA E TIPOS DE FENDA LABIOPALATINA

OMA - No grupo de pacientes registrados com problemas otológicos,

naqueles com OMA verifica-se que 25% (8 casos) deles apresentavam fenda do tipo

unilateral pré-forame e 21% (7 casos) unilateral transforame. É relevante ressaltar

que tanto no grupo dos pacientes portadores de fenda lábio palatina que não

apresentou problemas otológicos quanto no grupo de pacientes que tiveram

episódios de otite média aguda, a maior mostra se encontra dentro dos tipos de

fenda unilateral pré-forame e unilateral transforame.

3%

12%

12%

6%

3%

9%

3% 6%

25%

21%

Bilateral pré-forame

Bilateral transforame

Pós-forame completa

Pós-forame incompleta (1/2palato mole)

Pós-forame incompleta (palatoduro parcial e mole)

Pós-forame incompleta (sópalato mole)

Pós-forame oculta

Unilat pré-forame e pós-forame

Unilat. Pré-forame

Unilat. Transforame

26

GRÁFICO 7 – RELAÇÃO ENTRE OTITE MEDIA SECRETORA E OS TIPOS DE FENDA LABIOPALATINA

OMS – Observando-se o gráfico das crianças que apresentaram otite média

secretora pode-se ver uma notável predominância nos pacientes com fenda

unilateral transforame (36%) que representa 54 casos dentro do total de 150

registrados. Em segundo lugar temos com 17% (25 casos) a fenda palatina bilateral

transforame, diferindo dos outros gráficos analisados onde a fenda do tipo unilateral

pré-forame representa maioria dos casos.

1%

17%

8%

1%

9%

13% 5%

9%

36%

1%

Bilat. Pré-forame e pós-forame

Bilateral transforame

Pós- forame completa

Pós-forame incompleta (1/2palato mole)

pós-forame incompleta (palatoduro parcial e mole)

Pós-forame incompleta (sópalato mole)

Unilat. pré-forame e pós-forame

Unilat. Pré-forame

Unilat. Transforame

Fissura mediana

27

GRÁFICO 8 – RELAÇÃO ENTRE OTITE MEDIA CRONICA E OS TIPOS DE FENDA LABIOPALATINA

OM crônica – Os pacientes registrados com otite média crônica foram em

menor número (5 casos). Esse grupo apresenta três casos (60%) com fenda do tipo

pós-forame completa, e um caso de cada um dos outros dois tipos de fenda,

unilateral transforame e pós-forame incompleta (só palato mole).

60% 20%

20%

Pós-forame completa

Unilat. Transforame

Pós-forame incompleta (sópalato mole)

28

Análise – Observando-se os números levantados, os pacientes com o tipo

de fenda unilateral transforame representam a maior amostra (98 casos), sendo que

63,2% deles apresentou algum tipo de problema otológico registrado. Em segundo

lugar estão os casos de fenda unilateral pré-forame (77 casos), e diferentemente dos

casos de fenda unilateral transforame, a maioria não apresentou problemas

otológicos (72,7%). Dos pacientes com o tipo de fenda bilateral pré-forame mais de

90% não apresentou problemas otológicos. Em todos os tipos de fenda pós-forame

incompleta existem mais pacientes que tiveram problemas otológicos do que os que

não, destacando-se aqueles com apenas palato mole fissurado, onde ¾ deles

apresentou algum tipo de otite. Analisando-se o total, dentro dos 356 prontuários

vistos, houve um leve predomínio da presença de problemas otológicos sobre a

ausência dos mesmos (52,8% de SIM contra 47,2% de NÃO).

TABELA 1: RESULTADOS DE ALTERAÇÕES OTOLÓGICAS DIVERSAS DE ACORDO COM OS TIPOS DE MALFORMAÇÃO LABIOPALATAL NÃO SIM TOTAL

Bilateral pré-forame 13 1 14

Bilateral transforame 21 29 50

Pós-forame completa 11 20 31

Pós-forame incompleta (1/2 palato mole)

2 4 6

Pós-forame incompleta (palato duro parcial e mole)

9 14 23

Pós-forame incompleta (só palato mole)

8 24 32

Unilat. pré-forame e pós-forame

10 9 19

Unilat. pré-forame 56 21 77

Unilat. transforame 36 62 98

Fissura mediana 0 1 1

Bilat. Pré-forame e pós-forame

0 2 2

Pós-forame oculta 0 1 1

Fenda não especificada 2 0 2

TOTAL 168 188 356

Fonte: O autor (2015)

29

5 DISCUSSÃO

A otite média aguda é uma das infecções mais comuns da infância,

principalmente entre o 3 meses e 3 anos de idade. Até o primeiro ano de idade

aproximadamente 60% das crianças têm pelo menos 1 episódio de OMA. Há

diversos fatores de risco que têm influência sobre a ocorrência de OMA nas crianças

pequenas, os ambientais são os mais frequentemente abordados, como exposição

ao tabaco e a poluentes do ar, associação com IVAS, locais que a criança frequenta,

como creches por exemplo. (LEIBOVITZ, GREENBERG, 2004)

Grant et al. (1988) realizou um estudo com 55 crianças portadoras de fissura

labiopalatina no qual 97% delas apresentaram OMS. Valtonen em uma analise de 51

casos no período de 10 anos (1983-1993) encontrou 98% com OMS. Chen at al fez

um estudo mais abrangente, com 319 pacientes asiáticos que procuraram o serviço

cirúrgico no períodos de 2005 a 2010 e deles 71,9% apresentaram OMS na

otoscopia. Em nossa analise feita com 356 crianças a partir de revisão de protuários,

42% delas apresentaram OMS. Como se nota, nossos resultados apresentam uma

menor porcentagem do que os demais citados, porém em uma análise global dos

casos a OMS foi a mais prevalente das afecções otológicas.

Levando-se em consideração o sexo das crianças, em nossa pesquisa 55%

dos pacientes eram do sexo masculino, o que é similar ao estudo de Cymrot et al.

(2010) no qual 53% dos 551 casos analisados eram do sexo masculino. No mesmo

estudo, a fenda do tipo unilateral transforame foi a mais prevalente, com um número

de 264 crianças (47,9%). No nosso estudo esse mesmo tipo de fenda labiopalatina

também foi a mais prevalente com 98 casos dentro dos 356. Dentro do grupo dessas

crianças 63,2% deles apresentou algum tipo de problema otológico registrado. Isso

demonstra que além de ser um tipo de fenda bastante recorrente nos portadores

dessa malformação, ela também predispõe a ocorrência de otites nos seus

portadores. Nesse mesmo estudo de Cymrot et al., dentre as crianças estudadas a

fenda do tipo transforame representava a maior monta, com 72,6% do total, em

nosso estudo os pacientes com esse mesmo tipo de fenda são em número de 148

(41,6%) sendo que dessas 61,5% apresentaram algum tipo de otite. Esses dados

são importantes, demonstrando também que não somente a unilateral, como a

bilateral são fatores de risco para maior ocorrência de otite média.

30

Kwan et al. (2011) em um trabalho envolvendo 84 pacientes, os quais foram

incluídos em 2 grupos (fenda pré-forame e fendas cujo palato também era

acometido) constatou que no grupo de pacientes apenas com fenda do tipo pré-

forame (7 pacientes), somente um deles apresentou OM crônica e no outro grupo,

de um total de 77pacientes, 87% (67) tiveram história de OMS uni ou bilateral em

algum momento dentro do período estudado e desses 55% teve apenas um episódio

de OMS. No total ao final desse estudo 76,1% apresentou OMS antes dos 2 anos de

idade. Comparativamente no nosso estudo, dos 356 pacientes estudados 53%

apresentaram algum tipo de otite média e dentro desse grupo a maior parte foi de

OMS (150 casos, representando 42% de todos os casos ou 80% dentro do total dos

casos com algum tipo de otite). Quanto as crianças apenas com fenda do tipo pré-

forame, assim como no estudo de Kwan et al., em nosso trabalho esse tipo de

malformação também representa um número menor dentro dos casos casos, 91 dos

356, e delas também uma menor parcela apresentou algum tipo de problema

otológico, 22 contra 69 sem alterações da orelha média. Levando-se em conta

ambos os estudos, observa-se que crianças com fenda pré-forame tendem a

desenvolver menos problemas otológicos do que crianças cujo tipo de fenda atinge

também o palato.

Weckwerth et al. (2009) afirma que a otite media crônica é uma condição

comum em pacientes com fenda labiopalatina com ou sem tímpano perfurado e que

vários estudos tem demonstrado uma alta prevalência de otite média crônica em

portadores dessa malformação. Em nosso estudo apenas 2% dos pacientes foram

classificados com OM crônica sendo que a maior parte deles apresentava a fenda

do tipo pós-forame completa. Acreditamos que a otite média crônica se encontra em

menor quantidade nos pacientes desse estudo, pois todas as crianças estão sob

tratamento multidisciplinar continuado desde o diagnóstico (maioria nos primeiros

dias de vida). Outro fato que deve ser ressaltado é o de que os pacientes do nosso

estudo apresentam baixa idade, por isso podem não ter tido tempo de desenvolver

OMC, daí nossa prevalência ser menor do que a encontrada nos demais estudos.

T. Flynn et al. (2009) realizou um estudo contendo 2 grupos de pacientes, 22

com fenda labiopalatina e 21 sem fenda palatina para verificar a prevalência de OMS

e perda auditiva em crianças de 1 a 5 anos de idade. Em seus resultados, no grupo

de pacientes com fenda labiopalatina encontra-se que 50% das crianças de um ano

de idade e 89% das crianças com cinco anos de idade apresentaram OMS. No

31

grupo dos sem fenda esses resultados foram de 14 até 26% das crianças com OMS

Comparativamente em nosso estudo, obtivemos 42% dos pacientes com OMS, essa

porcentagem é menor do que a encontrada nos pacientes com fenda labiopalatina

do estudo supracitado, porém ainda é maior do que os 26% encontrados nos

pacientes sem a malformação, confirmando que os pacientes com a malformação

constituem um grupo de maior risco ao desenvolvimento de OMS. É de fundamental

importância que essas crianças sejam acompanhadas mais de perto devido a essa

maior ocorrência de OMS, pois como se sabe OMS pode levar a perda auditiva, por

perfuração permanente ou retração da membrana timpânica e até a uma

cronificação da otite média podendo evoluir para colesteatoma. Nesse estudo

demostrou-se que crianças com fenda palatina além de desenvolverem mais casos

de OMS, também tem maior número de inserção de TV o que mostra uma

recorrência maior de otite secretora do que no grupo sem fenda palatina. Além do

mais o grupo de crianças com FP apresenta maior grupo com perda auditiva, mesmo

o grupo sem FP também apresentando perda auditiva.

P. Sheahan et al. (2003) em uma analise de 397 questionários de pacientes

com fenda labiopalatina constatou que nas crianças com fenda labial isolada, 16%

delas tiveram algum problema otológico e 8% infecções recorrentes de ouvido. Nas

com fenda palatina isolada, 68% apresentou problemas otológicos e 45% infecções

recorrentes. Naquelas com ambos tipos de fenda associados, 76% teve algum

problema otológico e 46% infecções recorrentes de orelha média. Quando

observamos os resultados de nosso estudo verificamos que nos pacientes apenas

com fissura pré-forame 24,2% deles apresentaram problemas otológicos, dos com

fissura pós-forame 76,7% tiveram algum tipo de otite registrado em seus prontuários

e nos pacientes com ambos tipos associados 59,88% também sofreram episódios

de otites. Comparando-se os dois estudos, notamos que as crianças com fenda do

tipo pré-forame tem uma menor tendência de desenvolver problemas otológicos do

que aquelas com fenda mista ou apenas palatina.

Esse mesmo estudo relata que 45% das crianças apresentaram otite média

recorrente e que 16% teve que ser submetido à cirurgia devido a otite média crônica.

Em nossos dados 2% das crianças foram diagnosticadas com otite média crônica,

porém durante o levantamento de dados pôde ser notado que uma grande parcela

das crianças com OMS apresentaram infecções com frequência, sendo submetidas

a colocação de TV em quase todos os casos. No estudo de Sheahan et al. há uma

32

alta incidência de cirurgia devido a otite média crônica em crianças submetidas à

colocação de tubo de ventilação três ou mais vezes além de aumento de ocorrência

de perda auditiva das mesmas, sugerindo que o próprio tubo de ventilação

repetidamente inserido pode ter sido parcialmente responsável por algumas

complicações. Desse modo uma abordagem mais conservadora à essas crianças

pode ser mais benéfico do ponto de vista otológico, porém em crianças cuja OMS

não regride mesmo com tratamento conservador a melhor opção ainda é a inserção

do TV.

Uma vez que as malformações crânio faciais, entre elas as fendas

labiopalatinas, encontram-se dentro dos fatores de risco para o desenvolvimento de

otite média, nosso trabalho também abordou esse tipo de otite. Em um estudo feito

Teele et al (1980) encontrou-se que até os três anos de idade 71% dos pacientes

tiveram pelo menos um episódio de OMA, e 33% deles apresentaram 3 ou mais

eposódios. Na analise dos nossos prontuários registramos 33 casos de crianças que

tiveram apenas episódios de OMA, representando 11% do total de pacientes. Em

primeira analise parece um número reduzido de pacientes, porém deve-se ressaltar

que nos pacientes com OMS, que representam a maioria dentro dos pacientes com

problemas otológicos, uma parcela considerável deles teve OMA associada. O

diagnóstico e tratamento dessas crianças deve ser precoce, uma vez que

diferentemente da OMS, a OMA causa diversos sintomas que prejudicam o estado

geral do paciente, e deve-se atentar para a ocorrência de OMA recorrente devido

suas complicações.

33

6 CONCLUSÃO

Concluímos que mais da metade das crianças teve registro de algum tipo de

otite. A otite média secretora foi a mais prevalente dentro do grupo de crianças com

fenda labiopalatina acometidas por problemas otológicos. A fenda do tipo

transforame foi a que apresentou maior quantidade de crianças com algum tipo de

otite e a fenda do tipo pré-forame foi a que menos apresentou correlações com

problemas otológicos.

34

REFERÊNCIAS

ACUNA-GONZALES, G. et al. Factores de riesgo hereditarios y socioeconomicos para labio o paladar hendidos en Mexico. Biomédica (Bogota). p.381-391. 2011.

AQUINO, S.N. et al. Estudo de pacientes cvom fissuras lábio-palatina palatinas com pais consanguíneos. Revista Brasileira de Otorrinolaringologia. v. 77.p.19-23. 2011. BAPTISTA, E.V.P. Malformações congênitas associadas à fissura labial e/ou palatal em pacientes atendidos em um serviço de referência para tratamento de defeitos da face: um estudo de serie de casos. Dissertação apresentada à Pós-graduação do Instituto Materno Infantil Professor FernandoFigueira como parte dos requisitos para obtençãodo grau de Mestre em Saúde Materno Infantil. Recife, 2007. CERQUEIRA, M. N. et al. Ocorrência de fissuras labiopalatais na cidade de São José dos Campos- SP. Revista Brasileira de Epidemiologia, v. 8, n. 2, p. 161-6, 2005. CHEN et al. Is Otitis Media With Effusion Almost Always Accompanying Cleft Palate in Children?: The Experience of 319 Asian Patients. Laryngoscope 122, p.220-224. 2012. CHINSKI, A.; CHINSKI, H. Otite média crônica. VI manual de otorrinolaringologia da IAPO. São Paulo, 2007. COKER, T. R. et al. Diagnosis, microbial epidemiology, and antibiotic treatment of acute otitis media in children: a systematic review. Journal of The American Medical Association, v. 304, n. 19, p. 2161-2169, 2010. CYMROT, M. et al. Prevalência dos tipos de fissura em pacientes com fissuras labiopalatinas atendidos em um Hospital Pediátrico do Nordeste brasileiro. Revista Brasileira de cirurgia plástica, p. 648-51, 2010. DA COSTA, S.S. et al. Otite média crônica não-colesteatomatosa. V manual de otorrinolaringologia da IAPO, São Paulo, 2006. DA COSTA, S.S. et al. Como diagnosticar e tratar Otite média aguda. Revista Brasileira de Medicina. v. 68. n. 9 . p. 253-63. 2011.

35

DA COSTA, S.S.; DORNELLES, C.C. Otite média crônica não colesteatomatosa. Otorrinolaringologia: Princípios e Práticas – 2ª edição. Capitulo 10.4. São Paulo, 2006. DE SOUSA, L.C.A. Colesteatoma Congênito. VIII manual de otorrinolaringologia da IAPO, São Paulo, 2009. DIB, G.C.; GARCIA, L.B.S; PENIDO, N.O. Otite média aguda. Revista Brasileira de Medicina. v.62. p. 5-9. 2005. Diretrizes Assistenciais – Otite média com efusão; Versão eletrônica atualizada em maio de 2011. Hospital Israelita Albert Einstein. FLYNN et al. The high prevalence of otitis media with effusion in children with cleft lip and palate as compared to children without clefts. International Journal of Pediatric Otorhinolaryngology. p. 1441-46. 2009. GRANT, H.R.; QUINEY, R.E.; MERCER, D.M. Cleft palate and glue ear. Archives of Disease in Childhood. n.63. p.176–179. 1988. HOUSTON, M. Mothers’s lack of folici acid linked to cleft palate in babies. The Irish times. 2012. KWAN et al. Otitis Media With Effusion in Chinese Cleft Childre. Cleft Palate–Craniofacial Journal. Vol. 48 No. 6. 2011. LEIBOVITZ, E.; GREENBERG, D. Acute Otitis Media in Children: Current Epidemiology, Microbiology, Clinical Manifestations, and Treatment. Chang Gung Medical Journal Vol. 27 No. 7.2004. MANUAL DE CUIDADOS BÁSICOS AOS PORTADORES DE FISSURA LABIO PALATINA. Secretaria de saúde da prefeitura da cidade de São Paulo. 2012. MINITI, A.; BENTO, R. F.; BUTUGAN, O. Doenças do ouvido médio e mastóide. Otorrinolaringologia Clínica e Cirurgica, 2ª edição, capítulo 13, p. 149-192. São Paulo, 2000. MORALES-ÂNGULO, C. et al. Otorhinolaryngological Manifestations in Patients With Down Syndrome. Acta Otorrinolaringol Espanhola. p. 262-5. 2006

36

NETO, S. C. Otite média com efusão/Otite média secretora. V manual de otorrinolarHuningologia da IAPO, Guarulhos, São Paulo, 2006. NETO, W.C. Otite média. 2005 Disponível em: <http://www.forl.org.br/pdf/seminarios/seminario_34.pdf> (acesso em 11/04/2014) NEVES, A. C. C. et al. Anomalias dentárias em pacientes portadores de fissuras labiopalatinas: revisão de literatura. Revista Biociência, v. 8, n. 2, p. 75-81, 2002. ORFÃO, T. et al. Fenda palatina: Hipoacusia e patologia do ouvido médio dos 3 aos 4 anos. Revista Portuguesa de Otorrinolaringologia e Cirurgia Cérvico-Facial. VOL 52. Nº1. 2014. Otite média crônica. CONSENSO SOBRE OTITES MÉDIAS – REVISÃO 2001, p.11-14. Sociedade brasileira de otorrinolaringologia. SHEER, F.; SWARTS, J.D.; GHADIALI, S. Element Analysis of Eustachian Tube Function in Cleft Palat Infants Based on Histological Reconstruction. Cleft Palat Craniofacial Journal. 2010.

SEMINÁRIO “OTITE MÉDIA CRÔNICA, 2004. DISCIPLINA DE ORL HCFMUSP Disponível em: <http://www.otorrinousp.org.br/imagebank/seminarios/seminario_74.pdf> (acesso em 23/05/2014) OYAMADA, L.H. et al. Otite média aguda. Brazilian Journal of Surgery and Clinical Research. Vol.6,n.1,pp.63-66, 2014. OZAWA, T. O. Avaliação dos efeitos da queiloplastia e palatoplastia primária sobre o crescimento dos arcos dentários de crianças com fissura transforame incisivo unilateral aos 5 - 6 anos de idade. 2001. 166 f. Tese. (Doutorado). Universidade Estadual Paulista “Júlio de Mesquita Filho” – UNESP – Faculdade de Odontologia de Araraquara, São Paulo. PEREIRA, M.B.R.; PEREIRA, D.R.R. Otite média com efusão: uma visão atual. Revista Brasileira de Medicina. p.59-63. 2007. PEREIRA, M.B.R.; RAMOS, B.D. Otite média aguda secretora. Jornal de Pediatria. n.74, p.21-30. 1998.

37

PITKÄRANTA, A. Tratamento da otite média aguda. V manual de otorrinolaringologia da IAPO, Guarulhos, São Paulo, 2006. ROSENFELD, R. Otite média com efusão (OME): Atualização e Perspectivas. IV manual de otorrinolaringologia da IAPO, São Paulo, 2005. SHEAHAN et al. Incidence and outcame of middle ear disease in cleft lip and/or cleft palate. International Journal of Pediatric Otorhinolaryngology. p. 785-93. 2003. SIH, T. M.; BRICKS, L. F.; Otimizando o diagnóstico para o tratamento adequado das principais infecções agudas em otorrinopediatria: tonsilite, sinusite e otite média. Revista Brasileira de Otorrinolaringologia. São Paulo, v. 74, n. 5. 2008 . SILVA, R.S.S. Fissuras labiopalatinas. Monografia de conclusão do curso de especialização em Motricidade Oral - CEFAC. Rio de Janeiro, 1999. SPIRO, D.M; ARNOLD, D.H. Acute otitis media. Berman’s Pediatric Decision Making – 5th edition. Elsevier, 2011. THAKKAR, K.H et al. Congenital cholesteatoma isolated to the mastoid. Otology & Neurology Journal. p. 282-3. 2006. TEELE, D.W.; KLEIN, J.O.; ROSNER, B.A. Epidemiology of otitis media in children. The annals of Otology, Rhinology and Laryngology. 1980. VALTONEN, H.; DIETZ, A.; QVARNEBERG, Y. Long-term clinical, audiologic, and radiologic outcomes in palate cleft children treated with early tympanostomy for otitis media with effusion: A controlled prospective study. Laryngoscope. v.115. p.1512–1516. 2005. WECKWERTH et al. ETIOLOGY OF SUPPURATIVE CHRONIC OTITIS IN CLEFT PALATE. Cleft Palate–Craniofacial Journal. Vol. 46 No. 5 p461-467. 2009.

38

ANEXO A

39

40

41

ANEXO B

42

43

ANEXO C