business model generation
DESCRIPTION
Modelo CanvasTRANSCRIPT
-
.Massa ; Lucro automtico com publicidade Um grande nmero de usurios no se traduz automaticamente
em uma fortuna com publicidade, como a rede social Facebook
demonstrou. A empresa declarou mais de 200 milhes de
usurios ativos em maio de 2009, e mais de 100 milhes
se conectam diariamente ao site. Estes nmeros fazem do
Facebook a maior rede social do mundo. Ainda assim, os
usurios respondem menos aos anncios do Facebook que
aos tradicionais anncios da Web, de acordo com especialistas
da indstria. Embora os anncios sejam apenas uma das
potenciais Fontes de Receita do Facebook, claramente uma
massa de usurios no garante uma enorme receita de
publicidade. Enquanto escrevamos este livro, o Facebook era
de capital privado e no declarava dados de receita.
Facebook
ESPAO DE PERSONALIZAO
ANNCIO EM UMA EM MASSA
ANUNCIANTES REDE SOCIAL DE
'---- ALTO TRFEGO
PBLICO GLOBAL REDE SOCIAL EQUIPE DE VENDAS DA WEB
GRATUITA DE ANNCIOS
FACEBOOK.COM
CONTAS GRATUITAS
TAXAS PARA ESPAOS DE ANNCIO NO FACEBOOK ..
Uma indstria que est se deteriorando com o impacto do GRTIS a publicao
de jornais. Espremidos entre o contedo
gratuitamente oferecido na Internet e os jornais gratuitos, diversos jornais
tradicionais j pediram falncia. A
indstria americana de jornais atingiu
um ponto crtico em 2008, quando o
nmero de pessoas obtendo notcias online gratuitamente ultrapassou o nmero de
pagantes de jornais e revistas, de acordo
com um estudo do Pew Research Center.
Tradicionalmente, jornais e revistas dependiam de trs fontes: venda em
bancas, assinaturas e publicidade. As duas
primeiras esto declinando rapidamente, e a terceira no cresce suficientemente
rpido. Embora muitos jornais tenham
aumentado seus acessos online, eles ainda no tiveram sucesso em transformar
estes acessos em maiores receitas de
publicidade. Enquanto isso, os altos custos fixos que garantem o bom jornalismo
- equipes de opinio e de notcias -pennanecem os mesmos.
Diversos jornais tm tentado criar assinaturas online, pagas, com resultados
diversos. difcil cobrar por artigos
quando os leitores podem ler contedos similares gratuitamente em sites como
CNN.com ou MSNBC.com. Poucos jornais
tm tido sucesso em motivar leitores a
pagarem por acesso a contedos premium.
No lado impresso, os jornais
tradicionais esto sob ataque de
publicaes gratuitas como o Metro. Embora o Metro oferea formato e
qualidade jornalstica completamente
diferentes e se concentre primariamente
em leitores jovens que anteriormente ignoravam jornais, ele est aumentando
a presso sob os fornecedores pagos de
notcias. Cobrar por notcias est se
tornando uma Proposta de Valor cada vez mais difcil.
Alguns empreendedores do jornalismo vm fazendo experincias com novos
formatos no espao online. Por exemplo, o
True/Slant (trueslant.com) agrega em um
site o trabalho de mais de 60 jornalistas, cada um especialista em um campo. Os
escritores recebem parte das receitas de publicidade e patrocnios. Por uma
taxa, anunciantes podem publicar seu
prprio material em pginas paralelas ao contedo noticirio .
-
Com o PRODUTO OU SERVIO certo e alta circulao de usurios, a plataforma se torna interessante para os anunciantes, o que, por sua vez, permite COBRAR taxas para subsidiar produtos e servios gratuitos.
[$
Prod~tos e servios gtatuitps germ .um alto tr~fego na ptataforma e aumentam os atrativos para os anunciantes.
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IB z ..... o
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-
reemz
O termo "freemium" foi cunhado por Jarid Lukin
e popularizado pelo investidor de capital de
risco Fred Wilson em seu blog. Ele descreve os
modelos de negcio, principalmente baseados na
Web, que misturam servios bsicos gratuitos
com servios pagos. O modelo freemiwn
caracterizado por uma grande base de usurios
se beneficiando de uma oferta gratuita. A
maioria nunca se torna cliente pagante; apenas
uma poro pequena, geralmente menos de
10%, assina os servios pagos. Esta pequena
base de usurios pagantes subsidia os usurios
gratuitos. Isso possvel devido ao baixo custo
em servir aos usurios gratuitos. Em um modelo
assim, as mtricas-chave a serem observadas
so (1) o custo mdio do servio para um usurio
gratuito e (2) a taxa de converso de clientes
gratuitos em clientes pagantes.
O Flickr, um popular site de
compartilhamento de fotos adquirido pelo
Yahoo! em 2005, serve como bom exemplo de
Modelos de Negcios freemium. Os usurios
do Flickr podem se inscrever gratuitamente
para uma conta bsica, que permite que
enviem e compartilhem imagens. O servio
Flickr
PP ~AC
YAHOO!
GESTO DA PLATAFORMA
RP PLATAFORMA
FLICl
-
Os modelos de negcios da indstria de software tm, em geral, duas caractersticas bsicas: o alto custo fixo para apoiar um exrcito de desenvolvedores especialistas que constroem o produto e um modelo de renda baseado na venda de licenas por usurio e atualizaes regulares do software.
A Red Hat, uma empresa de software dos EUA, virou o modelo de cabea para baixo. Em vez de criar um software do zero, ela constri seus produtos sobre o chamado software de cdigo aberto (open source), desenvolvido voluntariamente por milhares de engenheiros de software por todo o mundo. A Red Hat compreende que as empresas se interessam por software de cdigo aberto, livre de taxas de licena, mas estavam relutantes em adot-lo por achar que a ausncia de uma entidade nica legalmente responsvel por fornec-los e mant-los seria problemtica. A Red Hat preencheu esta lacuna oferecendo verses estveis, testadas e prontas para uso de softwares de cdigo aberto j disponveis, principalmente o Linux.
Cada lanamento da Red Hat recebe garantia de suporte por sete anos. Os clientes se beneficiam, pois o mtodo permite que aproveitem as vantagens dos custos e a estabilidade dos softwares de cdigo aberto,
enquanto os protege das incertezas de um produto que no oficialmente "de ningum". A Red Hat se beneficia porque seu catlogo continuamente aprimorado pela comunidade, sem custos. Isso reduz substancialmente seus gastos com desenvolvimento.
Naturalmente, a Red Hat tambm precisa ganhar dinheiro. Em vez de cobrar aos clientes a cada novo lanamento o modelo de receita tradicional para software -, ela
Red Hat
PP . ~ AC ~ PV SERVIOS DE SUPORTE AO
COMUNIDADE DE SOFTWARE
DESENVOLVIMENTO TESTES E VERSES CDIGO ABERTO DO SOFTWARE
RP SOFTWARE RED HAT
(LINUX)
($ )"'=0 q A ESTRUTURA DE CUSTOS CONTM
l vende assinaturas. Por uma taxa anual, os clientes aproveitam o acesso contnuo aos ltimos lanamentos da empresa, um servio de suporte ilimitado e a segurana de interagir com o proprietrio legal do produto. As empresas esto dispostas a pagar por esses benefcios, independentemente da disponibilidade gratuita de muitas verses do Linux e de outros softwares de cdigo aberto.
R$
RC
SELF-SERVICE E ACESSO DIRETO
AOS ENGENHEIROS
CN REDHAT.COM
ESCRITRIOS GLOBAIS DA RED
HAT
se lL
EMPRESAS CLIE:N"fES
ELEMENTOS DE UMA COMPANHIA DE SERVIt,~~----~iiilillW~
-
O Skype oferece um intrigante exemplo de modelo freemium que abalou o setor de telecomunicaes, permitindo servios gratuitos de ligaes via Internet. O Skype desenvolveu um software de mesmo nome que, quando instalado em computadores ou smartphones, permite ao usurio fazer ligaes de um dispositivo para outro, sem custos. O Skype pode fazer isso porque sua Estrutura de Custos completamente diferente daquela de uma operadora de telecomunicaes. As ligaes gratuitas so totalmente roteadas atravs da Internet, com base na tecnologiapeer-to-peer, que emprega o hardware e a Internet do usurio como infraestrutura de comunicao. Assim sendo, o Skype no precisa gerenciar sua prpria rede como uma operadora de telecomunicaes, e tem apenas pequenos custos para suportar usurios adicionais. O Skype exige muito pouco de sua prpria infraestrutura alm do software e dos servidores que hospedam as contas dos usurios.
Os usurios pagam apenas por ligaes para linhas telefnicas fixas ou celulares, assinando um servio premium chamado Skypeut, que tem taxas muito baixas. De fato, cobrado dos usurios pouco mais que os custos que o prprio Skype tem com as ligaes roteadas atravs de operadoras como a iBasis e Level 3, que lidam com o trfego da companhia.
Skype
PP AC PV
FORNECEDORES DE DESENVOLVIMENTO PAGAMENTO DE SOFTWARE
PARCEIROS DE
RP DISTRIBUIO OPERADORAS DE DESENVOLVEDORES
TELECOMUNICAO DE SOFTWARE LIGAES BARATAS PARCEIRAS PARA TELEFONE
SOFTWARE (SKYPEOUT)
($ DESENVOLVIMENTO DE SOFTWARE
GERENCIAMENTO DE RECLAMAES
O Skype declara ter mais de 400 milhes de usurios registrados, que fizeram mais
R$
de 100 bilhes de ligaes gratuitas desde a fundao da companhia, em 2004. A empresa declarou uma receita de US$ 550 milhes em 2007, embora a companhia e sua proprietria, eBay, no liberem dados financeiros detalhados incluindo informaes de lucratividade. Logo deveremos saber mais, pois o eBay anunciou planos de abrir o capital do Skype atravs de um IPO (oferta pblica inicial de aes).
RC se PERSONALIZAO
EM MASSA
CN PESSOAS QUE SKYPE.COM QUEREM LIGAR
A TELEFONES PARCERIAS
FABRICANTES DE FONES DE OUVIDO
SKYPEOUT PR-PAGO OU ASSINATURA
VENDA DE HARDWARE
-
+5 anos de idade +400 milhes de usurios +100 bilhes de ligaes
gratuitas geradas Receita em 2008 de
US$ 550 milhes
O Skype abalou a indstria das telecomunicaes e
ajudou a levar os custos de comunicao de voz para
perto do zero. As operadoras de telecomunicaes
inicialmente no entenderam porque o Skype
ofereceria ligaes gratuitamente e no levaram a
companhia a srio. Mais que isso, apenas uma frao
minscula dos clientes tradicionais das operadoras
passaram a usar o Skype. Mas, com o tempo,
mais e mais clientes decidiram fazer suas ligaes
internacionais com o programa, abocanhando uma
das mais lucrativas fontes de renda das operadoras.
Esse padro, tpico de um Modelo de Negcios
revolucionrio, afetou severamente o negcio
tradicional de comunicao por voz e hoje o Skype
o maior fornecedor desse servio do mundo, de
acordo com a firma de pesquisas de telecomunicao
Telegeography.
Skype versus Operadoras de Telecom
PP
TERCEIRIZAO MXIMA
($
AC DESENVOLVIMENTO
DE SOFTWARE E MANUTENO DE
REDE
RP
SEM INFRAESTRUTURA
PV
OFERTA DE VOZ PRATICAMENTE
SIMILAR
R$ ESTRUTURA DE CUSTOS DE UMA COMPANHIA DE
SOFTWARE
RC PERSONALIZAO
EM MASSA AUTOMATIZADA
se
ALCANCE GLOBAL f----------1 SEM AS LIMITAES
CN DISTRIBUIO DE
SOFTWARE POR CANAIS 100% DE
BAIXO CUSTO
90% USO GRATUITO
10% PAGANTES
DE UMA REDE
-
l lU
No modelo freemium, uma pequena base de clientes que paga por um um servio premium subsidia uma grande base de clientes que no pagam. O modelo das empresas de seguro basicamente o oposto - o modelo freemium virado de cabea para baixo. No modelo das seguradoras, uma grande base de clientes paga pequenas taxas regulares para se proteger de certos eventos improvveis - porm, financeiramente devastadores. Resumindo, uma grande base de clientes pagantes subsidia um pequeno grupo de pessoas com necessidades reais - mas qualquer um dos clientes pagantes pode, a qualquer momento, se tornar parte do segundo grupo.
Vamos observar a REGA como exemplo. A REGA uma organizao suia sem fins lucrativos que utiliza helicpteros e avies para transportar equipes mdicas at locais onde ocorreram acidentes, principalmente nas reas montanhosas da Sua. Cerca de dois milhes de "patrocinadores" financiam a organizao. Em contrapartida, os pagantes esto liberados de qualquer custo que venham a ter se forem eles mesmos
REGA
PP ~ AC
COMPANHIAS DE SEGURO
($ ~
OPERAES DE RESGATE
RP '-FROTA DE
HELICPTEROS E AVIES
FROTA DE HELICPTEROS E AVIES
RESGATE
URO" DE SGATB.
resgatados pela REGA. As operaes de resgate podem ser extremamente caras, ento os patrocinadores consideram esse o atrativo, sendo protegidos contra acidentes durante suas frias de esqui, caminhadas de vero ou passeios na montanha.
RC Q se MEMBRO
PATROCINADOR
l
PATROCINADORES
CN (~ ~ FLICKR.COM
YAHOO.COM
TMADEPAT~OCf'l~O
-
"Toda indstria que se torna digital eventualmente se torna gratuita."
- Chris Anderson
Editor Chefe, Wired Magazine
"No podemos mais esperar e observar os outros irem embora corn o nosso trabalho usando teorias legais sern direcionamento."
- Dean Singleton
Presidente, Associated Press
"A demanda que voc obtm corn preo zero bern maior que a demanda que voc obtm rnesrno corn urn preo muito baixo."
- Kartik Hosanagar
Professor Assistente, Wharton
"O Google no urna empresa de verdade. urn castelo de cartas."
- Steve Balmer
CEO, Microsoft
-
512.VIO B/:#SfCO t:if?..11-Tlf;
IL.stW?:ros PA.GAJ.fES
Seevros Bnstcos ~eATvrros
-
o modelo freemium caracterizado por uma .grande base ~e usur.io.s do servio gratuito subs1d1ada por uma pequena base de
.. usurio5pagantes.
Os usurios aproveitam . srvi6s.bsicos gratuitos e podem pagar por um ~ewioprmimiqueoferece benfciosadicionais;
O CUSTO DO SERVIO indica o custo mdio da empresa para entregar os servios gratuitos ou premum aos usurios.
O AS TAXAS DE CRESCIMENTO E DESISTNCIA especificam quantos usurios desistem ou se juntam base ele usurios.
O CUSTO DE AQUISIO DE CLIENTES so os gastos totais de ma companhia para obter novos usurios,
OPREO DO SERVIO PREMIUM indica o custo. mdio da. companhia Pilra fornecer o .
seivio pJemfm a um usurio pagante.
-
n "Isca & Anzol" refere-se ao padro de Modelo de
Negcios caracterizado por uma oferta inicial
atraente, barata ou gratuita, que encoraja
contnuas compras futuras de produtos ou servios
relacionados. Este padro tambm conhecido
como modelos "de perda inicial" ou "barbeador
e lminas". "Perda inicial" a oferta inicial
subsidiada, at mesmo com perdas, com a inteno
de gerar lucros a partir das compras subsequentes.
"Barbeador e lminas" o nome dado ao Modelo de
Negcios popularizado pelo empresrio americano
King C. Gillette, inventor da lmina de barbear
descartvel (veja a pg. 105). Utilizamos o termo
isca & anzol para descrever a ideia geral de atrair
clientes com uma oferta inicial, lucrando com as
vendas subsequentes.
A indstria de telefonia celular fornece
uma boa ilustrao do padro. Agora prtica
entre essas empresas oferecerem um telefone
gratuito junto com a assinatura. As operadoras
inicialmente perdem dinheiro, dando telefones
celulares gratuitamente, mas cobrem os gastos
cobrando por servios mensais subsequentes. As
operadoras oferecem a gratificao instantnea
com a oferta gratuita, que mais tarde gera
rendas recorrentes.
l A Isca & Anzol dos Telefones Celulares Gratuitos
PP ~
FABRICANTES DE DISPOSITIVOS
($ ~
AC ~ SERVIOS
RP Jt REDE
REDE
TELEFONES
SERVIOS
PV ~
ES os
,ASSINATURA
RC Q se TRAVA CONTRATUAL
e CN ~
R$ ~ N X ASSINATURAS MENSAIS
l
-
A forma do padro isca & anzol conhecida
como modelo barbeador e lminas
nomeada com inspirao na forma como
os primeiros barbeadores descartveis
eram vendidos. Em 1904, King C. Gillette
decidiu vender barbeadores com desconto,
ou at mesmo oferec-los gratuitamente
com outros produtos, para criar demanda
para suas lminas descartveis. Hoje a
Gillette ainda a marca mais famosa de
produtos para barbear. A chave do seu
modelo est na ligao ntima entre o
produto inicial gratuito ou barato com o
item que o segue - geralmente descartvel
-, com o qual a empresa lucra. Controlar
a estratgia de "trava" crucial para o
sucesso. Atravs do bloqueio de patentes,
a Gillette garantiu que a concorrncia no
pudesse oferecer lminas mais baratas
para os aparelhos de barbear Gillette. De
fato, atualmente as lminas de barbear
esto entre os produtos de consumo mais
patenteados, com mais de 1.000 patentes
cobrindo desde faixas lubrificantes at
sistemas de carga de cartucho.
Barbeador & Lminas: Gillette
PP ~ AC PV
FABRICANTES
VAREJISTAS
($ ~
MARKETING
P&D
LOGSTICA
RP ~ MARCA
PATENTES
MARKETING
FABRICAO
LOGSTICA, P&D
Este padro popular no mundo dos
negcios e tem sido aplicado em muitos
setores, incluindo as impressoras jato
BARBEADOR
de tinta. Fabricantes como HP, Epson e
Canon tipicamente vendem impressoras
a preos baixos, mas geram margens
lucrativas com as vendas de cartuchos de
impresso.
RC se l "TRAVA" EMBUTIDA
FREQUENTE TROCA DA LMINA
-
ISCAS baratas ou gratuitas "atraem os .clientes ~ estando intimamente ligadas a um servio ou. item { desartvel) acolipanhante.
AC
Este padro caracterizado por uma conexo direta, ou TRAVA, entre o produto inicial e os produtos ou servios subsequentes:
PV
f>tWlX)ifO e/oo
rJTIZ.f::t;i4. DO
Seevrco
RP
CLIENTES so atrados pela gratificao instantnea de um produto ou servio inicial gratuito.
RC se
-
r l
1
Definio_Padro
MODELOs DE NEGCIOS ABERTOs pode ser
utilizado por companhias para criar
e capturar valor sistematicamente
colaborando com parceiros externos.
Isto pode acontecer de "fora para
dentro", explorando ideias externas
dentro da empresa, ou de "dentro para
fora", fornecendo a grupos externos
ideias ou recursos internos.
[RE-FE-RN-CIA]
1 Open Business Models: How to Thrive in the New
Innovation Landscape.
Chesbrough, Henry. 2006.
2 "The Era of Open
Innovation." MIT Sloan
Management Review.
Chesbrough, Henry. N3,
2003.
[E-XEM-PLOS]
P&G, GlaxoSmith Kline,
Innocentive
-
on Em junho de 2000, em meio a uma queda contnua no preo das aes da Procter & Gamble, um executivo de longa data da companhia, A G. Lafiey, recebeu o convite para se tornar o novo CEO da gigante de produtos de consumo. Para rejuvenescer a P&G, Lafiey resolveu pr a inovao de volta no ncleo da companhia. Mas, em vez de aumentar as despesas em P&D, ele se concentrou em estruturar uma nova cultura de inovao, que mudou de um mtodo de P&D de foco interno para um processo aberto. Um elemento crucial foi a estratgia Conectar & Desenvolver, direcionada ao aproveitamento da pesquisa interna graas a parcerias externas. Lafiey definiu um objetivo ambicioso: criar 50% das inovaes da P&G com parceiros externos, quando esses nmeros estavam prximos dos 15%. A empresa ultrapassou seu objetivo em 2007. Enquanto isso, a produtividade do P&D aumentou 85%, mesmo com as despesas em P&D s um pouco maiores do que quando Lafiey se tornou novo CEO.
Para conectar seus recursos internos e atividade com o mundo exterior, a Procter & Gamble construiu trs "pontes" em seu modelo de negcio: empreendedores tecnolgicos, plataformas da Internet e aposentados.
m l
travs de plataformas na Internet, a P&G
se conecta com especialistas em soluo de
problemas do mundo inteiro. Plataformas como
a InnoCentives (veja a pg. 114) permitem P&G
expr alguns de seus problemas com pesquisa
para cientistas de fora, ao redor do globo. Aqueles
que respondem recebem prmios em dinheiro por
desenvolverem solues funcionais.
Empreendedores tecnolgicos so cientistas
adjuntos de unidades de negcio da P&G,
que sistematicamente desenvolvem relaes
com pesquisadores em universidades e outras
empresas. Eles tambm agem como "caadores",
que buscam no mundo externo solues para os
desafios internos.
A P&G solicita o conhecimento de funcionrios
aposentados atravs da YourEncore.com, uma
plataforma que a companhia lanou especificamente
para servir como "ponte" de inovao com o resto do mundo.
r Fora para Dentro
PROPRIEDADE INTELECTUAL DE
OUTRA COMPANHIA
CIENTISTAS EXTERNOS
CIENTISTAS APOSENTADOS
P&D INTERNO
P&D EXTERNO
ALAVANCANDO O P&D INTERNO
-
s mit
O mtodo de dentro para fora normalmente
se concentra em monetarizar recursos
internos no utilizados, principalmente
patentes e tecnologia. No caso da estratgia
de pesquisa "fonte de patentes" da
GlaxoSmithKline, entretanto, a motivao
sutilmente diferente. O objetivo da
empresa era tornar os remdios mais
acessveis nos pases mais pobres e facilitar
a pesquisa de doenas pouco estudadas.
Uma soluo era colocar os direitos de
propriedade intelectual relevantes no
desenvolvimento de remdios para tais
doenas em uma fonte de patentes aberta,
a ser explorada por outros pesquisadores.
J que as companhias farmacuticas
se concentram principalmente em
desenvolver remdios para doenas
mais disseminadas, a propriedade
intelectual para doenas menos estudadas
frequentemente ignorada. A fonte de
patentes agrega propriedades intelectuais
de diferentes proprietrios e as torna
mais acessveis. Isto ajuda a evitar que os
avanos de P&D sejam bloqueados por um
nico proprietrio
t nt lin
De dentro para Fora
PROPRIEDADE INTELECTUAL PARA
DOENAS POUCO PESQUISADAS
AQUISIO
RETENO
FONTES DE PATENTES
PESQUISADORES EXTERNOS
TAXAS DE LICENA
-
Empresas buscando inspirao de pesquisadores externos arcam com custos substanciais ao tentar atrair pessoas ou organizaes com o conhecimento para resolver seus problemas.
Por outro lado, pesquisadores que queiram
aplicar seus conhecimentos fora de suas prprias
organizaes tambm arcam com custos de
pesquisa ao buscarem oportunidades atraentes.
nesse ponto que uma companhia chamada InnoCentive viu sua oportunidade.
A InnoCentive cria conexes entre
organizaes com problemas para resolver
e pesquisadores ao redor do mundo vidos
para resolver problemas. Originalmente parte
da fabricante de medicamentos Eli Lilly,
a InnoCentive agora funciona como uma
intermediria independente, listando ONGs,
agncias governamentais e organizaes
comerciais como Procter & Gamble, Solvay e
a Rockefeller Foundation. Companhias que
postam seus desafios de inovao no site da
InnoCentive so chamadas de "buscadoras".
Elas recompensam solues bem-sucedidas
com prmios em dinheiro que podem variar de
U$5.000 at U$1.000.000. Os cientistas que
buscam encontrar as solues so chamados de
lnnocentive
GERENCIAMENTO DE ACESSO A UMA PLATAFORMA AMPLA REDE
DE CIENTISTAS PERFIS ONLINE OBTER "SOLUCIONADORES"
SOLUCIONADORES E "BUSCADORES"
BUSCADORES CONECTAR (EMPRESA) "BUSCADORES"
PRINCIPAIS "BUSCADORES" E
"SOLUCIONADORES" "SOLUCIONADORES" PLATAFORMA (CIENTISTAS) INNOCENTIVE COM
UMA BASE DE ACESSO A DESAFIOS INNOCENTIVE.COM
"SOLUCIONADORES" CIENTFICOS COM
& "BUSCADORES" RECOMPENSA EM
DINHEIRO
GERENCIAMENTO DE PLATAFORMA ACESSO GRATUITO AOS DESAFIOS
AQUISIO DE "SOLUCIONADORES" & "BUSCADORES" TAXA POR LISTAR DESAFIOS PARA SOLUCIONADORES
"solucionadores". A Proposta de Valor da
InnoCentive est em agregar e conectar
"buscadores" e "solucionadores". Voc
pode reconhecer essas qualidades como
caracteristica do padro de plataforma
multilateral (veja a pg. 76). As companhias
com padres de Modelos de Negcios abertos
geralmente constroem tais plataformas para
reduzir os custos da busca.
EM BUSCA DE COMISSO
-
"A inovao aberta , fundamentalmente, sobre operar em um mundo de conhecimento abundante onde nem todas as pessoas espertas trabalham para voc, ento melhor voc encontr-las, se conectar com elas e se inspirar naquilo que sabem fazer."
- Henry Chesbrough
Diretor Executivo, Center for Open Innovation
Haas School of Business, UC Berkeley
"Conhecidos por nossa preferncia em fazer tudo internamente, comeamos a buscar inovaes a partir de toda e qualquer fonte, dentro ou fora da companhia."
- A. G. Lafley
Presidente & CEO, P&G
"A N estl claramente reconhece que, para atingir seu objetivo de crescimento, precisa estender suas capacidades internas e estabelecer um grande nmero de relaes de parcerias estratgicas. Ela abraou a inovao aberta e trabalha agressivamente com
. . parceiros para criar novas oportunidades significativas de mercado e produto."
- Helmut Traitler
Lder de Parcerias de Inovao, Nestl
-
Alguns resultados de P&D inutilizveis internamente -seja por motivos estratgicos ou operacionais - podem ser de grande VALOR para outras indstrias.
Organizaes com operaes internas de P&D substanciais possuem, tipicmente, mito conhecimento, tecnologias e propriedades intelectuais
foco.
-
su d
Modelos Negcios Desagregados A Cauda Longa ; -Contexto Um modelo integrado combina gerenciamento de infraestrutura, A Proposta de Valor visa apenas os clientes mais ,.,.......
(Antes) inovao de produto e relacionamento com o cliente sob um lucrativos. mesmo teto.
Desafio Os custos so muito altos. Direcionar a segmentos menos lucrativos com ---Diversas culturas organizacionais conflitantes esto combinadas Proposta de Valor especfica muito caro. em uma nica entidade, resultando em compensaes desnecessrias. . --Soluo O negcio est desagregado em trs modelos separados, porm A Proposta de Valor nova ou adicional visa um nmero
(Depois) complementares, lidando com: maior de Segmentos de Clientes historicamente . gerenciamento de infraestrutura menos lucrativos e de nicho - que, quando agregados, . inovao de produto so lucrativos. . relacionamento com o cliente . Lgica Melhorias nas ferramentas de gerenciamento e TI permitem Melhorias em TI e no gerenciamento de operaes
separar e coordenar diferentes modelos de negcio com custo permitem fornecer Propostas de Valor adequadas a um mais baixo, eliminando assim as compensaes indesejadas. grande nmero de novos clientes com custo baixo.
1 Exemplos Bancos Privados Indstria editorial (Lulu.com) 1
Telefonia Celular LEGO \ 1
1
-
Plataformas Multilaterais
Uma Proposta de Valor se direciona a um Segmento de Clientes.
GRTIS como Modelo de Negcios
Uma Proposta de Valor de alto valor e alto custo oferecida apenas a clientes pagos.
A empresa no consegue adquirir novos clientes O alto preo afasta os clientes. potenciais que estejam interessados em acessar a base de clientes existente (ex. desenvolvedores que queiram chegar aos usurios de consoles).
Uma Proposta de Valor que d acesso a um Segmento de Clientes existente da companhia adicionada (ex. um fabricante de consoles para jogos fornece aos desenvolvedores de software acesso aos seus usurios).
Um intermedirio operando uma plataforma entre dois ou mais Segmentos de Clientes adiciona Fontes de Receita ao modelo inicial.
Google Consoles de jogos da Nintendo, Sony e Microsoft Apple iPod, iTunes, iPhone
Diversas propostas de valor so oferecidas a diferentes Segmentos de Clientes com diferentes Fontes de Receita, um deles livre de custo (ou custando muito pouco).
Segmentos de Clientes no pagantes so subsidiados pelos clientes pagantes, para atrair o maior nmero possvel de usurios.
Anunciantes e jornais Metro
Flickr Cdigo Aberto Red Hat Skype (versus Operadoras de Telecomunicao) Gillette Barbeador e Lminas
Modelos de Negcios Abertos
Recursos de P&D e Atividades-Chave so concentrados dentro da empresa:
Ideias so inventadas apenas "internamente" Resultados so explorados apenas "internamente"
O P&D caro e/ou a produtividade est caindo.
Recursos e Atividades de P&D internas so alavancados pela utilizao de parceiros externos. Resultados de P&D internos so transformados em Proposta de Valor e oferecidos para Segmentos de Clientes interessados.
Obter P&D de fontes externas pode ser menos dispendioso, resultando em prazos mais curtos para entrar no mercado. Inovaes no exploradas tm potencial para gerar mais receita quando comercializadas.
Procter & Gamble GlaxoSmithKline Innocentive
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-
Esta seo descreve urna variedade de tcnicas e ferramentas do mundo do design
que podem ajudar voc a projetar Modelos de Negcios melhores e mais inovadores.
O trabalho de um designer traz questionamentos interminveis sobre a melhor forma
possvel de criar o novo, descobrir o inexplorado, obter o funcional. O trabalho de
um designer estender os limites do pensamento, apresentar novas opes e, em
resumo, criar valor para os usurios. Isso exige a capacidade de imaginar "aquilo que
no existe". Estamos convencidos de que as ferramentas e a atitude da profisso do
design so requisitos para o sucesso na gerao de Modelos de Negcios.
As pessoas de negcios, sem perceber, praticam design todos os dias. Desenvolvem
organizaes, estratgias, Modelos de Negcios, processos e projetos. Para
isso, devem levar em considerao uma complexa rede de fatores, corno seus
competidores, a tecnologia, aspectos regulatrios e muito mais. Cada vez mais,
precisamos faz-lo em territrio no familiar e no mapeado. precisamente do que
se trata o design. Do que os administradores carecem de ferramentas de design
que complementem suas habilidades de negcio.
As pginas seguintes exploram seis tcnicas de design de Modelos de Negcios:
lnsights dos Clientes, ldeao, Pensamento Visual, Prottipos, Contando Histrias
e Cenrios. Apresentamos cada tcnica com uma histria e depois demonstramos
como a tcnica se aplica ao design de Modelos de Negcios. Aqui e ali adicionamos
exerccios e atividades sugeridos que mostrem a voc, especificamente, como a
tcnica pode ser aplicada. Referncias bibliogrficas aparecem no final, para aqueles
interessados em explorar cada tcnica em maior profundidade.
Design
126 Insights dos Clientes
134 Ideao
146 Pensamento Visual
160 Prottipos
170 Contando Histrias
180 Cenrios
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... os adolescentes so snowboarders, jovens e estilosos, respondendo
s perguntas de Richard Ling, um socilogo que trabalha para a Telenor,
stima maior operadora de telefonia celular no mundo. Ling entrevista
o grupo como parte de um estudo para obter insights quanto ao uso de
fotos e compartilhamento de fotos em redes sociais. Agora que quase
todo telefone celular vem com uma cmera, o compartilhamento de fotos
de grande interesse para as operadoras. A pesquisa de Ling ajudar a
Telenor entender melhor a "viso geral" do compartilhamento de fotos.
Ele se concentra no apenas nos servios existentes ou em potencial de
compartilhamento de fotos por celular, mas em questes mais amplas,
como o papel que o compartilhamento desempenha quanto confiana,
o sigilo, identidade grupal e no tecido social que liga esses jovens. O
trabalho permitir Telenor projetar e disponibilizar servios melhores.
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Construindo Modelo de Negci a partir de Insights do Cliente As empresas investem pesado em pesquisa de mercado, mas ainda
assim acabam negligenciando a perspectiva do diente ao projetar
produtos e servios - e tambm Modelos de Negcios. Bons
designers evitam este erro. Eles enxergam o Modelo de Negcios
pelos olhos dos clientes, mtodo que pode levar descoberta
de oportunidades completamente novas. No significa que o
pensamento do cliente seja o nico ponto de partida para uma
iniciativa inovadora, mas que devemos incluir sua perspectiva ao
avaliar um Modelo de Negcio. Inovaes bem-sucedidas exigem
uma compreenso profunda dos clientes, incluindo seu ambiente,
seu dia a dia, suas preocupaes e inspiraes.
O tocador digital iPod, da Apple, fornece um exemplo. A Apple
compreendeu que as pessoas no estavam interessadas na mdia
digital por si s. Percebeu que os clientes queriam uma maneira
de buscar, encontrar, baixar e ouvir contedo digital, incluindo
msica, e estavam dispostos a pagar por uma soluo boa. A viso
da Apple foi nica, em uma poca na qual o download ilegal estava
descontrolado e a maioria das empresas argumentava que ningum
estaria disposto a pagar por msica na Internet. A Apple ignorou
isso e criou uma experincia musical para os clientes, integrando o
software de msica e mdia iTunes, a loja online iTunes e o tocador
digital iPod. Com essa Proposta de Valor como ncleo de seu Modelo
de Negcio, a Apple dominou o mercado da msica digital.
O desafio desenvolver uma boa compreenso dos clientes, que
deve servir como base na hora de fazer escolhas na construo de
Modelos de Negcios. No campo do design de produtos e servios,
diversas companhias lderes trabalham com cientistas sociais para
alcanar essa compreenso. Na Intel, na Nokia e na Telenor, equipes
de antroplogos e socilogos trabalham para desenvolver produtos e
servios novos e melhores. O mesmo mtodo pode levar a Modelos de
Negcios novos e melhores.
Muitas empresas de consumo lderes organizam excurses para
que executivos encontrem seus clientes, conversem com equipes
e visitem pontos de venda. Em outras indstrias, principalmente
aquelas envolvendo investimentos pesados de capital, conversar
com os clientes parte da rotina. Mas o desafio da inovao
desenvolver uma compreenso mais profunda dos clientes e no
, Adotar C1 perspectivC1 do clienll' um princpio bsico pura todo o processo ele design : ele Modelos de Negcios. As perspectivas elo cliente devem alncntur nos,
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simplesmente perguntar o que eles querem. Como disse
uma vez o pioneiro fabricante de automveis Henry
Ford: "Se eu perguntasse aos meus clientes o que eles
queriam, teriam me dito 'um cavalo mais rpido"'.
Outro desafio saber quais clientes ouvir e quais
clientes ignorar. Algumas vezes, os segmentos
que crescero amanh esperam na periferia hoje.
Assim sendo, inovadores devem evitar se concentrar
exclusivamente nos Segmentos de Clientes existentes
e se direcionar para segmentos novos ou ainda
no atendidos. Diversas inovaes tiveram sucesso
precisamente porque satisfizeram as necessidades no
atendidas de novos clientes. Por exemplo, a easyJet,
de Stelios Haji-Ioannou, tornou a viagem area
acessvel a clientes de mdia e baixa renda, que antes
raramente voavam. E a Zipcar permitiu aos moradores
de grandes cidades eliminarem os prejuzos da posse
de automveis. Os clientes que pagam uma taxa
anual podem alugar automveis por hora. Ambos so
exemplos de novos Modelos de Negcios construdos
sobre segmentos de clientes localizados na periferia
de modelos estabelecidos: aviao e locao de
veculos tradicional.
d 1".liodelos de
0 e i".a. donaorgan1
eficincia?
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O que ela
ESCUTA? o que os amigos dizem
o que o chefe diz o que dizem os influenciadores
DOR medos
frustraes obstculos
SE O que ela
TEEPE SA? o que realmente importa
maiores preocupaes medos e aspiraes
O que ela
DIZE FAZ? atitude em pblico
aparncia comportamento em relao aos outros
O que ela A
VE? ambiente
amigos o que o mercado oferece
G HOS desejos / necessidades
medidas de sucesso obstculos
Fonte: Adaptado de XPLANE
T
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O Mapa da Empatia
Poucos de ns tm acesso a uma equipe completa de cientistas sociais, mas qualquer um que
examine um Modelo de Negcio pode rascunhar perfis dos Segmentos de Clientes atendidos.
Uma boa forma de comear usar o Mapa da Empatia, ferramenta desenvolvida pela
companhia de pensamento visual XPLANE. Esta ferramenta, que tambm gostamos de chamar
de "fcil analisador de clientes", ajuda voc a ir alm das caractersticas demogrficas e
desenvolver uma compreenso melhor do ambiente, dos seus comportamentos, das suas
preocupaes e aspiraes. Fazer isso permite desenvolver um Modelo de Negcio forte, pois
o perfil vai guiar o design para melhores Propostas de Valor, maneiras mais convenientes de
alcanar os clientes, e um dilogo mais apropriado com o cliente. Ele permite compreender
melhor aquilo que o cliente est realmente disposto a pagar.
O QUE ELA V? DESCREVA O QUE A CLIENTE V EM SEU AMBIENTE
Como ? Quem est em torno dela? Quem so seus amigos? A quais tipos de ofertas ela est exposta diariamente (em oposio ao que todo o mercado oferece)? Quais problemas encontra?
O QUE ELA ESCUTA? DESCREVA COMO O AMBIENTE INFLUENCIA A CLIENTE
O que os amigos dizem? Seu marido? Quem realmente a influencia? Como? Que Canais de mdia so influentes?
O QUE ELA REALMENTE PENSA E SENTE? TENTE DESENHAR O QUE ACONTECE NA MENTE DA CLIENTE
O que realmente importante para ela (que talvez no diria publicamente)? Imagine suas emoes. O que a motiva? O que pode mant-la acordada noite? Tente descrever seus sonhos e desejos.
Como utilizar o da
assim que funciona. Primeiro, faa um brainstorm para avaliar todos os possveis Segmentos de Clientes que quer atender utilizando seu Modelo de Negcio. Escul!w trs candidatos promissores e selecione um para seu primeiro exerccio de perfil.
Comece dando a esse cliente um nome e algumas caractersticas demogrficas, como renda, estado civil, e assim por diante. Ento, visualizando o diagrama na prxima pgina, utilize uma tabela ou um quadro em branco para construir um perfil para seu recm nomeado cliente, perguntando e respondendo a seis perguntas:
O QUE ELA DIZ Ff:1Z? IMAGINE O QUE A CLIENTE PODE DIZER OU COMO SE COMPORTA EM PBLICO?
Qual a atitude dela? O que ela pode estar dizendo para outras pessoas? Preste ateno principalmente nos conflitos potenciais entre o que um cliente pode dizer e o que realmente pensa e sente.
QUAL A SUA DOR? Quais so suas maiores frustraes? Que obstculos existem entre ela e o que ela quer e precisa obter? Quais riscos teme enfrentar?
O QUE GANHA/\ CLIENTE? O que ela realmente quer ou precisa obter? Como mede o sucesso? Pense em algumas estratgias que pode utilizar para alcanar seus objetivos.
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Entendendo um Cliente B2B utilizando o Mapa da Empatia
Em outubro de 2008, a Microsoft anunciou planos de fornecer
toda a sute de aplicativos Office pela Internet. De acordo
com o anncio, os clientes sero, em algum momento,
capazes de utilizar o Word, Excel e outros aplicativos Office
atravs de seus navegadores. Isso exigir da Microsoft uma
significativa mudana na engenharia do seu Modelo de
Negcios. Um ponto de partida para essa renovao poderia
ser criar um perfil para um segmento de clientes-chave:
diretores de tecnologia da informao (CIO), que definem a
estratgia de TI e tomam as decises de compra. Como seria o
perfil de um cliente CIO?
O objetivo criar um ponto de vista do cliente para questionar continuamente suas suposies sobre o Modelo de Negcios. O perfil do cliente permite dar respostas melhores para questes como: esta Proposta de Valor resolve problemas reais? Ela estaria realmente disposta a pagar por isso? Como ela gostaria de ser atendida?
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... Petertrabalha para um grupo farmacutico, que contratou a
consultoria de inovao de Elmar, a Creaholic, para ajudar com um
produto inovador. Os dois homens so parte de uma equipe de inovao
de seis pessoas, realizando uma reunio de trs dias fora da empresa.
O grupo deliberadamente heterogneo, uma mistura de
diferentes nveis de experincia e backgrounds. Apesar de todos os
membros serem especialistas experientes, se reuniram no como
tcnicos, mas como consumidores insatisfeitos com a situao
atual. A Creaholic os instruiu a deixar suas especialidades na porta
e carreg-las apenas como uma memria distante.
Por trs dias, os seis formam um microcosmo de clientes,
e libertam sua imaginao para imaginar potenciais solues
inovadoras para um problema, desapegados de limitaes tcnicas
ou financeiras. As ideias colidem e novos pensamentos emergem,
ento s depois de gerar uma variedade de solues que se pede
a eles que lembrem suas especialidades e selecionem as trs ideias
candidatas mais promissoras.
Elmar Mock carrega consigo um longo registro de inovaes
pioneiras. Ele um dos dois inventores da lendria marca de
relgios Swatch. Desde ento, ele e sua equipe na Creaholicj
ajudaram companhias como a BMW, Nestl, Mikron e Givaudan a
inovar com sucesso.
Elmar sabe o quanto isso difcil. Empresas novas exigem
previsibilidade, descries de servio e projees financeiras. Ainda
assim, as inovaes emergem de algo melhor, descrito como "caos
sistemtico". A Creaholic encontrou uma maneira para dominar esse
caos. Elmar e sua equipe so obcecados com inovao.
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Gerando Novas Ideia Modelos de Negcios
de
Mapear um Modelo de Negcios existente uma coisa; projetar um
novo e inovador Modelo de Negcios outra. Requer um processo
criativo para gerar um grande nmero de ideias e isolar as melhores.
Esse processo se chama ideao. Dominar a arte da ideao crucial
para projetar novos Modelos de Negcios viveis.
Tradicionalmente, a maioria das indstrias era caracterizada por
um Modelo de Negcio dominante. Isso mudou radicalmente. Hoje
temos muito mais opes ao projetar um novo Modelo de Negcios.
Atualmente, diferentes modelos competem nos mesmos mercados,
e as fronteiras entre as indstrias se misturam - ou desaparecem
totalmente.
Um desafio que enfrentamos ao tentar criar novas opes de
criar novos mecanismos de criao de valor e receitas. Ao contrrio,
inovao em Modelos de Negcios significa desafiar as ortodoxias
para projetar modelos originais que atendam a clientes insatisfeitos,
novos ou que nem haviam sido considerados.
Para gerar novas e melhores opes, voc precisa sonhar com suas
ideias antes de estreit-las em uma lista de opes concebveis.
Assim, a ideao possui duas fases principais: gerao de ideias,
onde a quantidade o que importa, e a sntese, na qual as ideias so
discutidas, combinadas e reduzidas a um pequeno nmero de opes
viveis. As opes no precisam, necessariamente, representar
Modelos de Negcios pioneiros. Podem ser inovaes que expandam
os limites do modelo atual, para melhorar a competitividade.
Modelos de Negcios ignorar o status quo e colocar de lado Voc pode gerar ideias para Modelos de Negcios inovadores a partir
preocupaes com questes operacionais, de modo a podermos gerar de diversos pontos de partida. Veremos dois: epicentros de inovao
ideias realmente novas. utilizando o Quadro de Modelo de Negcios e perguntas "e se".
Inovar com Modelos de Negcios significa no olhar para trs, pois o
passado indica pouco do que possvel para os Modelos de Negcios
futuros. A inovao em Modelos de Negcios no tem nada a ver com
observar a concorrncia, j que inovar no copiar ou comparar, mas
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137 .
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A partir dos Clientes Inovaes a partir de Clientes so baseadas nas necessidades do cliente, no acesso facilitado ou aumento da convenincia. Como todas as inovaes que partem de um nico epicentro, ela afeta os outros componentes do Modelo de Negcio.
Exemplo: a 23andMe levou testes de DNA personalizados a
clientes individuais uma oferta anteriormente disponvel
exclusivamente para pesquisadores e profissionais
da sade. Isso teve implicaes substanciais tanto na
Proposta de Valor quanto na entrega do resultado dos
A partir das Finanas Inovaes a partir das Finanas, de mecanismos de preo ou Estruturas de Custos reduzidas, que afetam os outros componentes.
Exemplo: quando a Xerox inventou o Xerox 914 em 1958 -
uma das primeiras copiadoras de papel- o preo era muito
alto para o mercado. Ento, a empresa desenvolveu um novo
Modelo de Negcio. Ela arrendava a mquina por U$95 por
ms, incluindo 2.000 cpias gratuitas, e mais cinco centavos
testes, o que a 23andMe consegue atravs de perfis online. por cpia adicional. Os clientes adquiriram as novas mquinas
e comearam a fazer milhares de cpias todo os meses.
A partir de Mltiplos Epicentros Inovaes a partir de Mltiplos Epicentros podem ter impacto significativo em diversos outros componentes.
Exemplo: a Hilti, fabricante de ferramentas profissionais para
construo, mudou da venda de ferramentas para o aluguel.
Foi uma mudana substancial na Proposta de Valor da Hilti,
mas tambm em suas Fontes de Receita, que mudaram de
receitas por produto para receitas de servio recorrentes.
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O Poder das Perguntas "e Se"
Frequentemente, temos problemas em conceber Modelos de Negcios
inovadores, porque somos segurados pelo status quo. O status quo
adormece nossa imaginao. Uma maneira de superar o problema
desafiar nossas presunes iniciais com perguntas que comecem
com "e se". Com os ingredientes certos, o que pensvamos ser
impossvel pode deixar de ser. Perguntas "e se" nos ajudam a quebrar
as amarras impostas pelos modelos atuais. Elas devem nos provocar e
desafiar nosso pensamento. Devem nos perturbar como proposies
intrigantes e de difcil execuo.
Os donos de jornais dirios impressos podem se perguntar: e
se interrompssemos nossa edio impressa e nos voltssemos
completamente para a distribuio digital, usando, por exemplo,
o leitor de e-books da Amazon, o Kindle, ou a prpria Internet? O
jornal reduziria drasticamente os custos de produo e logstica, mas
exigiria uma compensao das receitas de anncios e transferncia
dos leitores para canais digitais.
Perguntas "e se" so meros pontos de partida. Elas nos desafiam
a descobrir o Modelo de Negcio que possa fazer as suposies
funcionarem. Algumas perguntas "e se" podem ficar sem resposta,
pois so muito provocativas. Algumas podem precisar somente do
Modelo de Negcios certo para se tornarem realidade.
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\ ... compradores de mveis pegassem seus componentes em pacotes de um grande
depsito e montassem os produtos eles mesmos, em casa? O que prtica comum hoje era
impensvel at que a IKEA introduziu o conceito na dcada de 1960.
... as linhas areas no comprassem motores para seus avies, mas pagassem por cada
hora de funcionamento? Foi assim que a britnica Rolls-Royce mudou de uma empresa em
prejuzo para a segunda maior fornecedora de grandes motores a jato do mundo.
... as ligaes de voz fossem gratuitas para todo o mundo? Em 2003 o Skype lanou um
servio que permitia ligaes de voz gratuitas via Internet. Depois de cinco
anos o Skype conseguiu 400 milhes de usurios registrados, que fizeram, no total, cerca
de 100 bilhes de ligaes gratuitas.
/ /
( / ... fabricantes de carros no vendessem carros, mas fornecessem servios de mobilidade?
Em 2008, a Damler lanou o Car2go, um negcio experimental na cidade alem de Ulm. A
frota de veculos da Car2go permite ao usurio pegar e deixar carros em qualquer lugar da
cidade, pagando taxas de servio de mobilidade por minuto .
... indivduos pudessem emprestar dinheiro uns aos outros ao invs de pegar emprstimos
bancrios? Em 2005, a britnica Zopa lanou uma plataforma de emprstimos peer-to-peer
(ponto a ponto) na Internet .
... cada morador de Bangladesh tivesse acesso a um telefone? o que a Grameenphone
buscou alcanar, em parceria com a instituio microfinanceira do Grameen Bank.
At ento, Bangladesh tinha a menor densidade telefnica do mundo. Atualmente, a
Grameenphone a maior pagadora de impostos em Bangladesh.
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O Processo de Ideao
O processo de ideao pode tomar diversas formas. Aqui desenhamos um mtodo geral
para produzir opes inovadoras de Modelos de Negcios.
1. COMPOSIO DE EQUIPE PERGUNTA-CHAVE: NOSSA EQUIPE DIVERSIFICADA O SUFICIENTE PARA GERAR IDEIAS NOVAS?
Reunir a equipe certa essencial para gerar ideias eficientes de novos Modelos de
Negcios. Os membros devem ser variados em termos de experincia, idade, tempo de
empresa, representao de unidade de negcio, conhecimento do cliente e capacidade
profissional.
2. IMERSO PERGUNTA-CHAVE: QUAIS ELEMENTOS DEVEMOS ESTUDAR ANTES DE GERAR IDEIAS?
Idealmente, a equipe deve passar por uma fase de imerso, que inclui uma pesquisa
geral, o estudo de clientes e prospectos, o escrutnio de novas tecnologias e a anlise de
Modelos de Negcios existentes. A imerso pode durar diversas semanas ou ser curta,
com apenas alguns exerccios e workshops (ex. o Mapa da Empatia).
3. EXPANSO
PERGUNTA-CHAVE: QUE INOVAES PODEMOS IMAGINAR PARA CADA COMPONENTE DO MODELO DE NEGCIOS?
Durante essa fase, a equipe expande a gama de solues possveis, procurando gerar
quantas ideias for possvel. Cada um dos nove componentes pode servir de ponto de
partida. O objetivo desta fase quantidade, no qualidade. Reforar as regras do
brainstorming manter as pessoas concentradas em gerar ideias em vez de censur-las
numa etapa no inicio do processo (veja a pg. 144).
4. CRITRIO DE SELEO
PERGUNTA-CHAVE: QUE CRITRIOS SO MAIS IMPORTANTES PARA PRIORIZAR NOSSAS IDEIAS?
Depois de expandir a gama de solues possveis, a equipe deve definir critrios
para reduzir o nmero de ideias a uma quantidade gerencivel. Os critrios sero
especficos ao contexto, mas incluir sempre o tempo de implementao estimado,
o potencial de receita, uma possvel resistncia do cliente e o impacto na vantagem
competitiva.
5. "PROTOTIPANDO" PERGUNTA-CHAVE: COMO SERIA O MODELO DE NEGCIOS COMPLETO DE CADA IDEIA?
Com os critrios definidos, a equipe deve ser capaz de reduzir o nmero de ideias
para uma pequena lista, priorizada, contendo de trs a cinco potenciais inovaes
de Modelo de Negcios. Utilize a Quadro de Modelo de Negcios para rascunhar e
discutir cada ideia como um prottipo (veja a pg. 160).
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'f'
Rena uma Equipe Diversificada
A tarefa de gerar novas ideias no deve ser deixada exclusivamente para aqueles que so
considerados "tipos criativos". A ideao um exerccio em grupo. De fato, por sua prpria
natureza, a inovao exige a participao de pessoas de toda a organizao. Inovar o Modelo de
Negcios criar valor explorando novos componentes do Modelo de Negcios, estabelecendo
ideias inovadoras entre blocos. Pode envolver todos os nove componentes do quadro. Assim, se
fazem necessrias as opinies e ideias de pessoas que representem mltiplas reas.
Por isso, reunir o grupo certo um prerrequisito crucial para gerar novas ideias de Modelo de
Negcios. Pensar na inovao no deve estar confinado unidade de P&D ou ao escritrio de
planejamento estratgico. As equipes de inovao devem ser diversificadas. A diversidade ajuda
a gerar, discutir e selecionar novas ideias. Considere trazer pessoas de fora, at mesmo crianas.
A diversidade funciona. Mas certifique-se de ensinar como ouvir ativamente, considerando a
participao de um intermediador neutro nas reunies mais importantes.
Uma equipe diversificada de inovao em Modelo de Negcios tem membros ...
0 De vrias unidades de negcio
@ De diferentes idades
Com diferentes especialidades Com diferentes tempos de trabalho no mercado
Com diferentes experincias e De diferentes histricos culturais
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Regras de Brainstorming
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Aquecimento: O Exerccio da Vaca
Para mexer com os fluidos criativos de sua equipe, pode ser til comear uma sesso de
ideao com um aquecimento como o exerccio da Vaca. assim: instrua os participantes
a rascunharem trs Modelos de Negcios diferentes, usando uma vaca. Primeiro, pea
que definam algumas caractersticas bsicas de uma vaca (produz leite, come o
dia todo, muge, etc.). Diga para utilizarem essas caractersticas para
criar Modelos de Negcios inovadores, com base em uma vaca. D
trs minutos para isso.
Tenha em mente que o exerccio pode dar errado, pois
bastante ridculo mesmo. Mas foi testado com executivos,
contadores, gerenciadores de risco e empreendedores,
geralmente com grande sucesso. O objetivo tirar as pessoas
de sua rotina de negcios e mostrar o quo
prontamente podem gerar ideias ao se
desconectarem do ortodoxo e deixarem a
criatividade fluir.
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... os 14 participantes vinham de todos os setores da empresa,
mas estavam todos envolvidos com gesto de informao. Eles se
reuniram aqui, em um workshop de um dia, para, literalmente,
fazer o desenho de como uma empresa global deve gerenciar seus
fluxos de informao.
Dave Gray, fundador e presidente da consultoria XPLANE, o
mediador da reunio. A XPLANE utiliza ferramentas de pensamento
visual para ajudar os clientes a esclarecer problemas, desde a
estratgia corporativa at as implementaes operacionais. Com
um artista da XPLANE, Dave ajuda 14 especialistas da HP a obterem
melhor compreenso da viso global do compartilhamento de
informaes em uma empresa multinacional. O grupo utiliza
desenhos para discutir o compartilhamento de informaes,
identificar relaes entre elementos, preencher lacunas e
desenvolver uma compreenso conjunta de vrios temas.
Com um sorriso sbio, Dave fala sobre um erro comum: que
algum no deve desenhar algo at entender. Pelo contrrio, ele
explica, rascunhar - mesmo que de forma rudimentar ou amadora
ajuda as pessoas a descrever, discutir e compreender melhor
as questes, particularmente as de natureza complexa. Para os
14 colaboradores da Hewlett-Packard, o mtodo de visualizao
da XPLANE funcionou perfeitamente. Eles se reuniram como 14
especialistas com compreenses individuais profundas, mas saram
da sala com uma imagem nica de como uma empresa multinacio-
nal deve gerenciar informaes. A lista de clientes da XPLANE, que
parece mais uma lista das empresas mais bem-sucedidas uma
testemunha do crescente nmero de organizaes que compreen-
dem o valor deste tipo de pensamento visual.
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O Valor do n a n Vi u
O pensamento visual indispensvel para trabalhar com Modelos de
Negcios. Por "pensamento visual'', o que queremos dizer utilizar
ferramentas visuais como figuras, rascunhos, diagramas e Post-its TM
l
para construir e discutir significados. J que Modelos de Negcios so
conceitos complexos, compostos de vrios componentes e da interrelao
entre eles, difcil compreender de fato um modelo sem fazer um
desenho.
Um Modelo de Negcios mesmo um sistema onde um elemento
influencia outro; ele s faz sentido como um todo. Capturar o todo sem
visualiz-lo difcil. De fato, ao representar visualmente um Modelo de
Negcio, transformamos suas suposies em informaes explcitas. O
modelo se torna tangvel e permite discusses e alteraes mais claras. A
tcnica visual d "vida" ao Modelo de Negcios e facilita a cooperao.
Desenhar um modelo o transforma em um objeto e uma ncora conceituai
para a qual a discusso sempre pode retornar. Isso crucial porque
desloca o discurso do abstrato ao concreto e aumenta a qualidade
do debate. Em geral, se voc visa aprimorar um Modelo de Negcios
existente, descrev-lo visualmente revela as lacunas lgicas e facilita
a discusso. Da mesma forma, se voc projeta um Modelo de Negcio
completamente novo, desenh-lo permitir que voc discuta diferentes
opes facilmente, adicionando, removendo e movendo as imagens.
O mundo dos negcios sempre faz uso frequente de tcnicas visuais,
como diagramas e tabelas. Tais elementos so muito utilizados para
esclarecer mensagens em relatrios e planejamentos. Mas as tcnicas
visuais so utilizadas com menor frequncia para discutir, explorar e
definir temas de negcio. Qual foi a ltima vez que voc participou de uma
reunio onde executivos desenhassem nas paredes? Mas justamente
ao processo estratgico que o pensamento visual pode adicionar
valor. O pensamento visual aprimora os questionamentos estratgicos,
tornando o abstrato concreto, iluminando as relaes entre os elementos
e simplificando o que era complexo. Nesta seo, descrevemos como
o pensamento visual pode ajudar voc a cruzar o processo de definir,
discutir e alterar Modelos de Negcios.
Nos referimos a duas tcnicas: o uso de Post-its TM e o uso de rascunhos
combinados com o Quadro de Modelo de Negcios. Tambm discutimos
quatro processos aprimorados pelo pensamento visual: compreenso,
dilogo, explorao e comunicao.
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Vi uali ndo com Notas
Um conjunto de Post-its rM uma ferramenta indispensvel para a reflexo sobre Modelos de Negcios.
As notas adesivas funcionam como porta-ideias, que podem ser adicionados, removidos e facilmente
deslocados entre os componentes da construo do Modelo de Negcio. Isso importante porque, durante
as discusses, pessoas frequentemente no concordam imediatamente com quais elementos devem entrar
no Quadro, ou onde devem ser colocados. Durante as discusses exploratrias, alguns elementos podem
ser removidos e substitudos mltiplas vezes para explorar novos caminhos.
Aqui vo trs instrues simples: (1) utilize canetas grossas para escrever, (2) escreva apenas um elemento
em cada Post-it'M e (3) escreva apenas poucas palavras por Post-it, para capturar o ponto essencial.
Utilizar canetas grossas mais que um detalhe: evita que voc coloque muitas informaes em um nico
adesivo e torna mais fcil a visualizao e a reviso.
Tenha em mente, tambm, que as discusses que levam imagem final do Modelo de Negcio criada por todos
os Post-its '" to importante quanto o resultado. As discusses sobre quais notas entram ou saem e os debates
sobre como um elemento influencia os outros do aos participantes uma compreenso profunda do Modelo
de Negcio e sua dinmica. Consequentemente, uma nota se torna mais que um pedao de papel adesivo
representando um componente do Modelo de Negcios; ela se torna um vetor para urna discusso estratgica.
-
Visualizando com Desenhos
Desenhos podem ser ainda mais poderosos que as notas, pois as pessoas reagem Os rascunhos e desenhos podem fazer diferena de diversas formas. A mais bvia que
com mais fora s imagems que s palavras. As imagens apresentam suas mensagens explicam e comunicam seu Modelo de Negcios com base em desenhos simples
instantaneamente. Desenhos simples podem expressar ideias que exigiriam muitas palavras. -explicamos como fazer isso no fim do captulo. Outra rascunhar um cliente tpico e seu
ambiente tpico para ilustrar um de seus Segmentos de Clientes. Isto leva a uma discusso
mais fcil do que voc pensa. Um boneco palito sorridente transmite emoo. Um mais concreta e intensiva do que simplesmente resumir as caractersticas daquela pessoa
grande saco de dinheiro e um pequeno saco de dinheiro transmitem propores. O textualmente. Finalmente, desenhar as necessidades e os servios a serem prestados a
problema que a maioria de ns pensa no saber desenhar. Ficamos envergonhados se um segmento uma forma poderosa de explorar tcnicas visuais.
nossos desenhos parecem infantis ou pouco sofisticados. A verdade que at mesmo
desenhos simples, mas feitos com sinceridade, ajudam a tornar os fatos tangveis e
compreensveis. As pessoas interpretam simples bonecos palito muito mais facilmente do
que conceitos abstratos em texto.
Os desenhos provavelmente daro incio a discusses construtivas a partir das
quais novas ideias viro. Agora, vamos examinar quatro processos aprimorados pelo
pensamento visual.
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Compreenda a Essncia
O pster do Quadro de Modelo de Negcios um mapa
conceituai, que funciona como linguagem visual, mas com
uma gramtica correspondente. Ela diz quais peas de
informao inserir no modelo e onde. Fornece um guia visual
e textual para toda a informao necessria para desenhar
um Modelo de Negcio.
Desenhando todos os elementos do Quadro, voc
imediatamente d aos observadores uma viso do todo de
um Modelo de Negcios. Um desenho fornece a quantidade
certa de informaes para permitir ao observador capturar a
ideia, sem detalhes demais para distrai-lo. O Quadro simplifica
visualmente a realidade de uma empresa com todos os seus
processos, estruturas e sistemas. Em um Modelo de Negcio
como o da Rolls-Royce, onde as unidades de motores a jato
so alugadas por hora e no vendidas, a imagem do todo,
no das peas individuais, que atraente.
Compreender um Modelo de Negcio exige no apenas o
conhecimento dos elementos que o compem, mas tambm
captar as interdependncias entre elementos. Isso mais
fcil de expressar visualmente do que com palavras. Isto
ainda mais verdadeiro quando diversos elementos e relaes
esto envolvidos. Ao descrever o Modelo de Negcios de uma
linha area de baixo custo, por exemplo, os desenhos podem
eficientemente demonstrar porque uma frota homognea de
avies crucial para manter baixos os custos de manuteno
e treinamento.
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es
ma
e
:o
elhore o Dilo
Todos temos nossas suposies implcitas e postar uma
imagem que as transforme em informaes explcitas uma
excelente maneira de aprimorar o dilogo. Isso transforma
um Modelo de Negcio em um objeto tangvel, fornece um
ponto de referncia ao qual os participantes podem retornar.
J que as pessoas podem manter apenas um nmero limitado
de ideias na memria de curto prazo, demonstrar visualmente
o Modelo de Negcio essencial para uma boa discusso.
At mesmo o mais simples dos modelos compostos por
diversos componentes e interrelaes.
O Quadro uma linguagem visual compartilhada. Ele
fornece no somente um ponto de referncia, mas tambm
um vocabulrio e uma gramtica que ajudam pessoas a se
compreender melhor. Ele se torna um poderoso catalisador
de discusses concentradas sobre os elementos do Modelo
de Negcio e a forma como se encaixam. Isto de grande
valia em organizaes cujas estruturas se reportam matriz,
nas quais indivduos de certas equipes podem saber pouco
sobre as reas funcionais das outras. Uma linguagem visual
compartilhada suporta a troca de ideias e aumenta a coeso.
Visualizar Modelos de Negcios como uma unidade
a maneira mais eficiente de obter uma compreenso
compartilhada. Pessoas de diferentes partes de uma
organizao podem compreender profundamente partes de
um Modelo de Negcios, mas carecem de um entendimento
definido do todo. Quando os especialistas desenham em
conjunto um Modelo de Negcios, todos os envolvidos
passam a entender cada componente individual, e
desenvolvem uma compreenso compartilhada das relaes
entre eles.
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Explore Ideias
O Quadro de Modelo de Negcios um pouco como uma tela de um
artista. Quando um artista comea a pintar, ele em geral tem uma ideia
vaga - no uma imagem exata - em mente. Ao invs de comear em um
canto da tela e seguir sequencialmente, ele comea onde quer que sua
musa dite e prossegue de maneira orgnica. Como disse Pablo Picasso,
"eu comeo com uma ideia e ento ela vira outra" Picasso via as ideias
como nada alm de pontos de partida. Ele sabia que evoluiriam para algo
novo ao serem aplicadas.
Elaborar um Modelo de Negcio no diferente. As ideias colocadas
no Quadro disparam outras novas. O Quadro se torna uma ferramenta
para facilitar o dilogo de ideias - para indivduos desenhando suas
ideias ou grupos desenvolvendo idias em conjunto.
Um Modelo de Negcio visual tambm uma boa oportunidade para
brincar. Com os elementos de um modelo visveis em uma parede,
como notas coladas nela, voc pode comear a discutir o que acontece
quando remove certos elementos ou insere novos. Por exemplo, o
que aconteceria ao seu Modelo de Negcio se voc eliminasse o
Segmentos de Clientes menos lucrativo? Voc pode fazer isto? Ou
precisa dele para atrair clientes lucrativos? A eliminaao de clientes
no lucrativos permitiria a voc reduzir recursos e custos e aprimorar o
servio aos clientes lucrativos? Um modelo visual ajuda voc a pensar
no impacto sistmico da modiftcaao de um ou outro elemento
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Aprimore a Com
Quando se trata de comunicar um Modelo de Negcios e seus
elementos mais importantes, uma imagem realmente vale mais
que mil palavras. Todos em uma organizao precisam entender
seu modelo, pois todos podem contribuir potencialmente para o
seu aprimoramento. No mnimo, os funcionrios precisam de um
entendimento compartilhado, de modo que possam se mover na
mesma direo estratgica. A descrio visual a melhor forma
de criar tal compreenso compartilhada.
Em organizaes, ideias e planos frequentemente precisam ser
"vendidos" internamente em vrios nveis, para reunir apoio e
obter fundos. Uma poderosa histria visual refora seu apelo
e pode aumentar suas chances de obter compreenso e apoio
para sua ideia. Utilizar imagens ao invs de apenas palavras para
contar a histria fortalece o seu argumento, porque as pessoas
se identificam imediatamente com as imagens. Boas imagens
comunicam o estado atual da sua organizao, o que precisa ser
feito, como pode ser feito e como pode ser o futuro.
VENDA EXTERNA
Assim como os funcionrios precisam "vender" as ideias
internamente, empreendedores com planos baseados em novos
Modelos de Negcios devem vend-los para outros grupos, como
investidores ou colaboradores potenciais. Elementos visuais fortes
aumentam substancialmente as chances de sucesso.
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Diferentes Tipos de Visuali Diferentes Necessidades
As representaes visuais de Modelos de Negcios pedem diferentes
nveis de detalhe, dependendo do objetivo. O desenho do Modelo
de Negcios do Skype, direita, aponta as principais diferenas
entre seu Modelo de Negcios e o de uma operadora tradicional de
telecomunicaes. O objetivo apontar as diferenas impactantes
entre os componentes do Skype e os tradicionais, ainda que ambas
ofeream servios similares.
O desenho direita do outro representando a jovem empresa
alem Sellaband, tem um objetivo diferente, e por isso muito
mais detalhado. Ele visa apresentar o todo de um Modelo de
Negcios completamente novo para a indstria da msica: com uma
plataforma que permite o patrocnio por parte do pblico de msicos
independentes. A Sellaband utiliza esse desenho para explicar
seu inovador Modelo de Negcios para investidores, parceiros e
funcionrios. A combinao de imagens e textos se mostrou muito mais
eficaz na execuo da tarefa que palavras por si s.
-ao par Os Recursos e as Atividades-Chave do Skype lembram aqueles de uma companhia de software, pas seu servio baseado em um programa de computador que utiliza a Internet para fazer ligaes telefnicas. Considerando sua base de usurfos de +400 milhes, a companhia tem custos bastante baixos de infraestrutura. De fato, no possu ou opera qualquer rede de telecomunicao.
Desde o comeo, o Skype foi uma operadora global de voz, pas seu servio era entregue atravs da Internet sem as restries das redes tradicionais. Seu negcio altamente amplivel.
Embora fornea um servio de telecomunicao, o Modelo de Negcios do Skype apresenta a lgica de uma empresa de software, no a de uma operadora de telecomunicaes.
Noventa por cento dos usurios do Skype nunca pagam nada. Apenas em torno de 10 por cento so clientes pagantes. Diferente das operadoras tradicionais de telecomunicao, os Canais e Relacionamentos do Skype so altamente automatizados. Eles no exigem quase nenhuma interveno humana, assim, so relativamente baratos.
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Contando uma Histria Visual
Uma tima maneira de explicar um Modelo de Negcios contar uma histria, uma imagem de cada
vez. Apresentar uma descrio completa dentro do Quadro de Modelo de Negcios pode sufocar uma
audincia. melhor apresentar o modelo pea por pea. Voc pode fazer isto desenhando uma pea
aps a outra, ou utilizando um programa como o PowerPoint. Uma alternativa pr-desenhar todos
os elementos de um Modelo de Negcios em Post-its rM, ento disp-los um aps o outro enquanto
explica o modelo. Isso permite que o pblico siga a construo do modelo e os elementos visuais
complementam a explicao.
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Atividade de Narrao Visual
Comece mapeando uma verso simples e textual do seu Modelo de Negcios.
Escreva cada elemento do Modelo de Negcios em um Post-it individual.
O mapeamento pode ser feito individualmente ou em grupo.
Uma por vez, pegue cada Post-it e substitua-o por um desenho representando seu contedo.
Mantenha as imagens simples, sem muitos detalhes
A qualidade do desenho no importa, desde que a mensagem seja transmitida.
NARRATIVA
Decida quais Post-itsr11 voc colocar primeiro quando contar sua histria.
Experimente diferentes caminhos. Voc pode comear com os Segmentos de Clientes, ou talvez com a Proposta de Valor.
Basicamente, qualquer ponto de partida possvel se ele apoiar efetivamente sua histria.
CONTE A
Conte a histria do seu Modelo de Negcios uma imagem por vez.
Observao: dependendo do contexto e de suas preferncias pessoais, voc pode preferir algo automatizado, como o PowerPoint ou o Keynote. Entretanto, improvvel que sistemas produzam o efeito surpresa positivo do mtodo dos Post-its.
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... Boland e Fineout haviam trabalhado dois dias inteiros para remover
cerca de 500 metros quadrados da planta projetada pelo arquiteto/estrela
Frank Gehry, deixando espao necessrio para uma sala de reunies e um
equipamento de escritrio.
Ao fim da maratona de planejamento, Boland suspirou de alvio.
"Finalmente est pronto", ele pensou. Mas naquele exato momento,
Fineout se ergueu da cadeira, rasgou o documento e atirou tudo no lixo,
no se preocupando em guardar um nico pedao do rduo trabalho da
dupla. Ele respondeu expresso de choque do Professor Boland com um
suave dar de ombros e um gentil comentrio. "J provamos que podemos
faz-lo; agora precisamos pensar em como queremos faz-lo."
Em retrospectiva, Boland descreve o incidente como um exemplo
extremo do incansvel mtodo de questionamento experimentado
por ele durante o trabalho com o grupo Gehry para o novo prdio da
Weatherhead. Durante a fase de design, Gehry e sua equipe fizeram
centenas de modelos com diferentes materiais e tamanhos variados,
apenas para explorar novas direes. Boland explicou que o objetivo da
atividade de prototipagem era muito mais que um mero teste ou uma
aprovao de ideias. Era uma metodologia para explorar diferentes
possibilidades, at que emergisse uma realmente boa. Ele mostra que
a prototipagem, como praticada pelo grupo Gehry, parte central de
um processo de questionamento que ajuda os participantes a ter uma
noo melhor do que falta na sua compreenso inicial de uma situao.
Isso traz possibilidades completamente novas, dentre as quais pode ser
identificada uma correta. Para o Professor Boland, a experincia com a
Gehry & Associates foi transformadora. Ele agora compreende como as
tcnicas de design, incluindo a prototipagem, contribuem para solues
melhores para todos os problemas de negcios. Com o parceiro Fred
Collopy e outros colegas, Boland agora lidera o conceito de Gesto por
Design: a integrao de pensamento, habilidades e experincias do design
no currculo do MBA da Weatherhead. Os estudantes utilizam ferramentas
de design para desenhar alternativas, acompanhar as situaes de um
problema, transcender limites tradicionais e criar prottipos.
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Valor do rot
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Pessoas de negcios devem demonstrar, em geral, uma de duas
reaes ao processo de questionamento. Alguns podem dizer, "essa
uma boa ideia, se apenas tivssemos tempo de explorar diferentes
opes". Outros diro que um estudo de mercado seria uma forma
igualmente boa de gerar novos modelos. Ambas reaes se baseiam
em preconceitos.
A primeira supe que deixar tudo como sempre ou fazer pequenas
melhorias aqui e ali seja suficiente para sobreviver no atual ambiente
competitivo. Acreditamos que este caminho leva mediocridade.
Negcios que deixam de aproveitar o tempo para desenvolver e
prototipar ideias pioneiras se arriscam marginalizao, ou a serem
ultrapassados por competidores mais dinmicos - ou pelo surgimento
de desafiadores insurgentes, que vo parecer surgir do nada.
A segunda reao parte do prindpio de que os dados sejam as
consideraes mais importantes ao se projetar novas opes
estratgicas. No so. A pesquisa de mercado uma de muitas
contribuies ao processo longo e trabalhoso de prototipagem de
Modelos de Negcios com potencial para superar a concorrncia e
desenvolver mercados inteiramente novos.
Onde voc quer estar? No topo, porque aproveitou o tempo para
prototipar Modelos de Negcios? Ou nas margens, pois estava
muito ocupado sustentando seu modelo existente? Estamos
convencidos de que Modelos de Negcios inovadores sempre vm de
questionamentos profundos e incansveis.
~::; rtz:::50'ntaco=
~
Mltiplos Modelos de Negcios dentro e atravs de indstrias.
De dentro para fora: Modelos de Negcios transfrmam as indstrias.
Pensamento oportunista~
Bus.ca exploratria por Modelos de Negcios.
Foco no design.
foco no valor e na eficincia.
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Atitude de Design
Como pessoas do mundo dos negcios, quando vemos um prottipo tendemos a
nos concentrar em sua forma fsica ou suas representaes, enxergando algo que
modela, ou encapsula a essncia, vendo aquilo que prevemos ver. Na profisso de
design, a prototipagem desempenha um papel na visualizao e nos testes antes
da implementao. Mas tambm desempenha outro papel muito importante:
uma ferramenta de questionamento. Nesse sentido, ela serve como auxiliar de
pensamento, para explorar novas possibilidades. Ela nos ajuda a desenvolver
uma compreenso melhor daquilo que pode vir a ser.
Essa mesma atitude pode ser aplicada inovao dos Modelos de Negcios.
Fazendo um prottipo de um Modelo de Negcios podemos explorar aspectos
particulares de uma ideia: novas fontes de receita, por exemplo. Os participantes
aprendem sobre os elementos de um prottipo enquanto o constroem e o
discutem. Como discutido anteriormente, os prottipos de Modelos de Negcios
variam em termos de escala e refinamento. Acreditamos que seja importante
pensar em um nmero de possibilidades de modelos bsicos antes de desenvolver
um case para um modelo especfico. Esse esprito de questionamento chamado
de "atitude de design", pois to central s profisses da rea, como descobriu
o Professor Boland. Os atributos da "atitude de design" incluem a disposio
para explorar ideias ainda cruas, rapidamente descart-las, ento dedicar
tempo a examinar as mltiplas possibilidades antes de optar por refinar algumas
das ideias - e aceitar as incertezas, at que uma direo amadurea. Isso no
acontece naturalmente para administradores, mas so exigncias na gerao de
novos Modelos de Negcios. A "atitude de design" exige mudar a sua orientao
de tomada de deciso a fim de criar opes para fazer a escolha.
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Prottipos em Diferentes Escalas No design arquitetnico ou de produtos, fcil compreender
o que significam prottipos em diferentes escalas, pois
estamos falando de artefatos fsicos. O arquiteto Frank
Gehry e o designer de produtos Philippe Starck constroem
incontveis prottipos durante um projeto, variando
de desenhos e modelos brutos a prottipos completos e
elaborados. Podemos aplicar as mesmas variaes de
RASCUNHE NO GUARDANAPO QUADRO ELABORADO
DESENHE E AFINE UMA IDEIA EXPLORE O QUE SERIA BRUTA NECESSRIO PARA A IDEIA DESENHE UM QUADRO DE FUNCIONAR. MODELO DE NEGCIOS. DESENVOLVA UM QUADRO MAIS DESCREVA A IDEIA UTILIZANDO ELABORADO PARA EXPLORAR APENAS OS ELEMENTOS TODOS OS ELEMENTOS PRINCIPAIS. NECESSRIOS PARA FAZER O
Desenhe a ideia MODELO FUNCIONAR.
Inclua a Proposta de Valor Desenvolva um Quadro completo Inclua as principais Pense sua lgica de Fontes de Receita negdo Estime o potencial do mercado Compreenda a relao entre os componentes Verifique seus fatos
escala e tamanho ao prototipar Modelos de Negcios, porm
de maneira mais conceitual. Um prottipo de Modelo de
Negcios pode ser qualquer coisa, desde um rascunho bruto
de uma ideia em um guardanapo a um detalhado Quadro de
Modelo de Negcios, at um Modelo de Negcio testado na
prtica. Voc pode se perguntar: como isso difere do desenho
de ideias de negcios, algo que qualquer
CASE DE TESTE OE CAMPO
EXAMINE A VIABILIDADE INVESTIGUE A ACEITAO DO DA IDEIA CLIENTE E A POSSIBILIDADE TRANSFORME O QUADRO EM DE EXECUO UMA PLANILHA PARA ESTIMAR VOC DECIDIU POR UM O POTENCIAL DE LUCRO DO SEU POTENCIAL NOVO MODELO DE MODELO. NEGCIOS, E AGORA QUER
Crie um Quadro completo TESTAR EM CAMPO ALGUNS
Inclua os dados prindpais DOS SEUS ASPECTOS.
Calcule custos e receitas Prepare um caso de negcios bem justificado Estime o potendal de para o novo modelo lucro Inclua clientes possveis Execute cenrios ou reais no teste prtico financeiros com base em Teste a Proposta de Valor, diferentes suposies os Canais, os mecanismos
de preo e/ou outros elementos no mercado.
administrador ou empreendedor faz. Por que precisamos
chamar de "prototipagem"?
H duas respostas. Primeiro, o raciocnio outro. Segundo, o
Quadro fornece a estrutura para facilitar a explorao.
O prottipo de um Modelo de Negcio um raciocnio que
chamamos, como j foi dito, de "atitude de design". uma
dedicao sem concesses a descobrir novos e melhores
modelos, fazendo o rascunho de muitos prottipos - tanto
brutos quanto mais detalhados - representando muitas
opes estratgicas. No se trata de contornar apenas ideias
que voc realmente planeja implementar. Trata-se de explorar
ideias novas, talvez absurdas ou at mesmo impossveis,
adicionando ou removendo elementos de cada prottipo.
Voc pode experimentar com prottipos em diferentes nveis.
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Oito Prottipos de Publicar um Lvro
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John, 55 anm;
Fundador e CEO
Consultoria Estratgica
210 funcionrios
DEFINA AS GRANDES
Pense no cliente tpico da consultoria estratgica
Selecione o segmento e a indstria de sua escolha
Descreva cinco das maiores questes relacionadas consultoria estratgica. Consulte o Mapa de Empatia (veja a pg. 131).
Procura-se: Um Novo Modelo d Negcios para Con ultoria
POSSIBIUDAIJES
John Sutherland precisa da sua ajuda. John o fundador e presidente de uma firma de consultoria
global de mdio porte, cujo foco aconselhar empresas em questes estratgicas e organizacionais.
Ele procura uma perspectiva nova, externa, pois acredita que seu negcio precisa ser repensado.
John construiu sua companhia ao longo de duas dcadas e atualmente emprega 210 pessoas em
todo o mundo. O foco de sua consultoria ajudar executivos a desenvolverem estratgias eficientes,
aprimorar sua gesto estratgica e realinhar suas organizaes. Ele compete diretamente com a
McKinsey, a Bain e com Roland Berger. Um problema que enfrenta seu tamanho: menor que seus
principais competidores, mas ainda assim muito maior que a maioria das consultorias estratgicas
de nicho. Mas John no est preocupado com isso, j que sua empresa vai razoavelmente bem. O
que realmente preocupa a reputao ruim da consultoria estratgica, a percepo crescente por
parte do cliente de que o modelo de cobrana com base em horas e no projeto est ultrapassado.
Embora a reputao da sua prpria firma seja boa, ele tem ouvido de muitos clientes que acham que
os preos so muito altos, os resultados muito abaixo do esperado e que recebem pouca dedicao.
Tais comentrios preocupam John, pois ele
acredita que seu ramo emprega algumas das
D outra olhada nas cinco questes que voc selecionou.
FAA UM PROTUPO DO MODELO OE NEGCIOS
Escolhas as trs ideias mais diversas das cinco geradas.
mentes mais brilhantes do mundo dos negcios.
Depois de muito pensar, ele concluiu que a
reputao resultado de um Modelo de Negcios
datado e agora quer transformar o mtodo da
prpria companhia. John quer fazer da ~obrana
por horas e por projetos uma coisa do passado,
mas no est muito certo sobre como chegar l.
Gere quantas ideias de Modelos de Negcios voc conseguir.
Selecione as cinco ideias que considere melhores (no necessariamente as mais realistas). Consulte o Processo de Ideao (veja a pg. 134).
Desenvolva trs prottipos conceituais de Modelo de Negcios, desenhando os elementos de cada ideia em diferentes Quadros.
Anote os prs e contras de cada prottipo. Ajude John, com uma nova perspectiva sobre
Modelos de Negcios para consultoria.
o o ~
~
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z e'.>
ta o
-
... ela est trabalhando em uma srie de
pequenos filmes para a Colebrook Bosson
Saunders, premiada empresa de design e
fabricante de mveis para escritrio. Anab
designer e contadora de histrias, e os filmes
que faz so parte de um projeto para ajudar
a Colebrook Bosson Saunders a explicar o
futuro do trabalho e do local de trabalho. Para
tornar o futuro tangvel, ela inventou trs
protagonistas e os levou at 2012. Ela deu a
eles novos empregos, com base em pesquisas
sobre tecnologias emergentes e no impacto de
dados demogrficos e dos riscos ambientais
em nossa vida futura. Mas ao invs de descrever
2012, Anab assumiu o papel de narradora,
visitando esse ambiente futuro e entrevistando
os protagonistas. Cada um explicou seu trabalho
e mostrou os objetos que usa. Os filmes so reais
o suficiente para fazer com que os espectadores
se envolvam com a histria e fiquem intrigados
com o ambiente diferente. exatamente isso
o que as empresas que a contratam, como a
Microsoft e a Nokia, querem: histrias que
tornem futuros potenciais tangveis.
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Valor das Histrias
Pais leem histrias para seus filhos, s vezes as mesmas histrias
que escutaram quando eram crianas tambm. Compartilhamos
as ltimas fofocas da empresa com nossos colegas de trabalho. E
contamos histrias pessoais aos nossos amigos. Por algum motivo,
apenas em nosso papel como gestores que evitamos contar
histrias. uma pena. Quando foi a ltima vez em que voc escutou
uma histria sendo usada para apresentar e discutir uma questo
de negcios? A nar