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Máquinas e Equipamentos Máquinas e Equipamentos Revelam o nível da indústria brasileira Pet Food Brasil Pet Food Brasil Revista Ano 3 / Edição 18 / Jan-Fev de 2012 / www.editorastilo.com.br

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Máquinas e EquipamentosMáquinas e EquipamentosRevelam o nível da indústria brasileira

Pet Food BrasilPet Food BrasilRevista

Ano 3 / Edição 18 / Jan-Fev de 2012 / www.editorastilo.com.br

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CAPA ed 18 B.pdf 1 09/02/12 10:21

2 3Editorial

Edição 18Janeiro/Fevereiro 2012

Prezado Leitor

Nesta primeira edição de 2012 apresentamos as tendências e novidades

em máquinas e equipamentos destinados à indústria de alimentação animal.

O setor pet food busca equipar-se com tecnologias avançadas, maquinários

ef icazes e manutenção facilitada. Produzir um alimento de combate comercial

não é mais uma necessidade. O foco está na produção de produtos diferenciados.

Portanto, o fornecedor que atender os pré-requisitos descritos acima estará

em total sintonia com o mercado.

E não basta oferecer as soluções que a indústria necessita. Antever as

necessidades e se preparar para disponibilizar serviços completos, incluindo

aí um eficiente suporte pós-venda são também fatores fundamentais àqueles

que pretendem se sobressair. Foi o que concluímos ao conversarmos com os

principais fornecedores para a indústria brasileira.

Ainda dentro deste contexto de máquinas e equipamentos para o setor

de pet food, entrevistamos o executivo José Luiz Ferraz que está à frente

da Ferraz Máquinas e Engenharia Ltda. A empresa, fundada em Ribeirão

Preto (SP) na década de 70, iniciou suas atividades com equipamentos para

o tratamento de cereais e hoje ocupa uma posição de liderança absoluta no

fornecimento de linhas completas para produção de rações extrusadas. A

Ferraz atingirá em 2012 a marca de 150 extrusoras instaladas. Conheça mais

a sua história nas próximas páginas!

Boa Leitura!

Daniel Geraldes

Máquinas e EquipamentosMáquinas e EquipamentosRevelam o nível da indústria brasileira

Pet Food BrasilPet Food BrasilRevista

Ano 3 / Edição 18 / Jan-Fev de 2012 / www.editorastilo.com.br

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CAPA ed 18 B.pdf 1 09/02/12 10:21

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DiretorDaniel Geraldes

Editor Chefe

Daniel Geraldes – MTB [email protected]

Jornalista Colaboradora

Lia Freire - MTB 30222

PublicidadeLuiz Carlos N. Lubos,

[email protected]

Direção de Arte e ProduçãoLeonardo Piva

Denise [email protected]

Conselho Editorial

Aulus CarciofiClaudio MathiasDaniel GeraldesEverton Krabbe

Flavia SaadJosé Roberto Sartori

Vildes M. Scussel

Fontes Seção “Notícias” Anfal Pet, Pet Food Industry, Sindirações, Valor Econômico, Gazeta Mercantil, Agência Estadão,

Cepea/Esalq, Engormix, CBNA

Impressão Intergraf Ind.Gráfica Ltda

DistribuiçãoACF Alfonso Bovero

Editora StiloRua Sampaio Viana, 167 - Conj. 61 São Paulo (SP) - Cep: 04004-000

Fone: (11) 2384-0047

A Revista Pet Food Brasil é uma publicação bimestral da Editora Stilo que tem como público-alvo empresas

dos seguintes mercados: Indústrias de Pet Food, Fábricas de Ração Animal, Fornecedores de Máquinas e Equipamentos, Fornecedores de Insumos e Matérias

Primas, Frigoríficos, Graxarias, Palatabilizantes, Aditivos, Anti-Oxidante, Embalagens, Vitaminas, Minerais,

Corantes, Veterinários e Zootecnistas, Farmacologia, Pet Shops, Distribuidores, Informática/Automação

Industrial, Prestadores de Serviços, Equipamentos de Segurança, Entidades da cadeia produtiva, Câmaras de

Comércio, Centros de Pesquisas e Universidades, Escolas Técnicas, com tiragem de 10.400 exemplares.Distribuída entre as empresas nos setores de

engenharia, projetos, manutenção, compras, diretoria, gerentes. É enviada aos executivos e especificadores

destes segmentos.Os artigos assinados são de responsabilidade de seus

autores e não necessariamente refletem as opiniões da revista. Não é permitida a reprodução total ou parcial

das matérias sem expressa autorização da Editora.

Sumário

Notícias

Caderno Científico

Capa

Entrevista

Informe Técnico

Em Foco 1

Em Foco 2

Em Foco 3

Em Foco 4

Segurança Alimentar

Pet Food Online

Pet Market

Caderno Técnico1

Caderno Técnico2

36

38

30

20

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6

40

46

44

42

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62

56

54

6 7Notícias

Wenger promove seminário sobre extrusão Em dezembro passado a empresa promoveu em Miami,

nos Estados Unidos, o “Wenger Miami Seminar 2011”. O

evento teve como tema a extrusão nas áreas de alimentação

humana, pet food e alimentos aquáticos.

Representantes da Wenger na América Latina

estiveram presentes, especialmente de países como México,

Venezuela, Colômbia, Argentina, Uruguai, Peru e Brasil. “O

intuito destes seminários é mantermos os nossos clientes

atualizados sobre o que está acontecendo no universo da

extrusão. Falamos de tendências, apresentamos novidades

e levamos informações sobre tudo que envolve as linhas

de extrusão, deste o recebimento da matéria-prima até a

obtenção do produto final”, explica José Mauricio Bernardi,

diretor de vendas da Wenger para a América Latina.

Requisitos Sanitários da união aduaneira em consulta pública Por meio de Decisão publicada em seu sítio eletrônico, o Secretariado da Comissão da União Aduaneira (UA) - Rússia, Belarus,

Cazaquistão - informa

Abertura de consulta pública por 60 dias, a contar de 24 de novembro de 2011, para os requisitos veterinários para importações

de embriões de bovinos, carne de aves e de suínos de raça e de uso, aditivos para ração de cães e gatos, bem como rações prontas

para cães e gatos, constantes da Decisão 317, de 18 de junho de 2010, da UA. Os requisitos veterinários, uma vez consolidados,

serão incorporados aos certificados sanitários de importação de produtos agrícolas a serem exigidos dos países interessados a

exportar para a União Aduaneira.

Fonte: Ministério das Relações Exteriores (MRE)

O “Wenger Miami Seminar 2011” teve como tema a extrusão nas áreas de alimentação humana, pet food e alimentos aquáticos.

Funcionários e produtores da Copagril no estande da Tectron.

Tectron presente no Dia de Campo Copragil A Tectron participou do Dia de Campo Copagril e como

sempre levou aos produtores uma linha especial de produtos

completos e com ingredientes de ponta, fazendo valer o slogan

do evento “O show tecnológico do agronegócio”.

O evento foi um sucesso, e a grande novidade foi a nova

área experimental da Copagril, localizada no PR 491 km 02

em Marechal Cândido Rondon sentido Nova Santa Rosa, sendo

72.000 m² de exposição.

Nos dois dias de visitação - 25 e 26 de janeiro - a Tectron

apresentou os núcleos para suínos para fases de gestação,

lactação, pré-inicial e inicial. Estes núcleos contam com

inclusão dos fidelizadores da Phodé Laboratoires - França, parceira internacional da Tectron. O Agrabond Zea (aditivo de

micotoxinas) e o Mistral (Pó para secagem e higiene) também fizeram parte do portfólio apresentado no Dia de campo Copagril.

Quem visitou pode conferir o forte aporte tecnológico em soluções para produção animal que a Tectron oferece.

8 9

Aumento do consumo mundial pode garantir mercado para soja e milho Somente a soja teve um aumento de 120% no consumo mundial nos últimos 20 anos. O milho chegou aos 75%. Já o trigo teve

crescimento de apenas 1%. “A demanda por soja e milho está diretamente relacionada no aumento da produção de carne, com

uso dos grãos para ração, da utilização no biocombustível e óleo vegetal”, explica João Pedro Cuthi Dias, consultor da Bolsa de

Mercadorias e Futuros e Bovespa. O mercado e a comercialização da soja e milho foram pautas de giro tecnológico na 16ª edição

do Showtec, em Maracajú (MS).

Grandes mercados como China e Índia devem aumentar ainda mais o consumo dos grãos. “Embora na China, 46,7% da

população tenha uma renda de US$ 2 dólares/dia, e na Índia, quase 80% tenha essa mesma renda, são duas nações com economia

crescente. Outro fator que vai influenciar na necessidade de maior importação de grãos é que 90% das propriedades na China, por

exemplo, tem apenas dois hectares e, por tanto, não há como investir em larga escala para produção. Será o Brasil o país que poderá

atender esses mercados que vão comprar ainda mais”, finaliza Cuthi Dias.

Fonte: Agora MS

Produção mundial de ração chega a 873 milhões de toneladas A produção mundial de alimento para animais alcançou uma

cifra estimada de 873 milhões de toneladas, de acordo com uma

pesquisa global realizada pela Alltech. A pesquisa, avaliou a produção

de alimentos para todas as especies em 132 países.

“A nova estimativa global, especialmente compara-se com o

relatório da WATT de 2010, no qual falava-se em 717,6 milhões

de toneladas”, declarou Aidan Connolly, vicepresidente de contas

corporativas da Alltech. “A produção de alimento para animais é

um fenômeno cada vez mais globalizado e esta pesquisa tem maior

abrangência geográfica, em conseqüência disso, mais completa

em termos de detalhes do grande cenário da indústria de nutrição

animal.”

A Ásia é a região com a mais alta produção de ração, tendo

produzido 305 milhões de toneladas e a China é o país líder com a

produção de 175,4 milhões de toneladas. A Europa segue a Ásia com

produção de 200 milhões de toneladas. A América do Norte, América do Sul/ Central, Oriente Médio/África completam a lista com 185,

125 e 47 milhões de toneladas respectivamente.

Em termos de especies, o montante de ração para aves representa 44% do alimento para animais do mundo, o que pode ser reflexo

do custo ou preferências religiosas por este tipo de carne branca. Calcula-se que a produção de ração para ruminantes seja de 220

milhões de toneladas. Este dado não inclui a quantidade similar de matéria seca como silagem ou forragem. A produção de ração para

suínos, eqüinos e pets não mudou de maneira significativa. Entretanto a fabricação para o setor de aqüicultura é o que cresce mais

rápido, representou quase 30 milhões de toneladas no último ano.

“À medida que teremos que alimentar cerca de sete milhões de pessoas em 2012, é evidente que a eficácia da produção de carne,

leite e ovos tenha mais importância. A Alltech investiu nessa pesquisa como parte de seu compromisso com a informação, transferência

de tecnologia na cadeia da indústria alimentícia”, declarou Dr. Pearse Lyons, presidente da Alltech.

Fonte: Assessoria de Imprensa Alltech

Notícias

10 11Notícias

Evialis assume a gestão integrada da maltaCleyton do Brasil A Evialis anunciou em dezembro passado que a companhia está assumindo a gestão integrada dos negócios da maltaCleyton no Brasil,

empresa de nutrição animal de origem mexicana. Assim como já faz com as marcas Presence, Socil e Evimix, a Evialis manterá os negócios da

maltaCleyton estrategicamente independente dos demais – cada negócio da empresa é gerenciado por equipes próprias e independentes.

De acordo com Nilton Perez, presidente da Evialis do Brasil, a transação é mais um passo importante na estratégia da Evialis, que investe constantemente

na busca por crescimento e inovações tecnológicas. “Temos um plano de longo prazo, que é crescer organicamente e através de aquisições direcionadas

a complementar nosso portfólio, além de fortalecer nossa posição em diferentes mercados e regiões”, explica Perez, complementando que nesse

sentido, assumir a gestão da maltaCleyton do Brasil é muito importante para a companhia, pois permitirá o fortalecimento da empresa nos mercados

pricipalmente aquacultura, equinos e pet.

“Estamos satisfeitos por agregar ao nosso portfólio a gama de produtos de uma empresa tão conceituada. São soluções altamente eficientes,

excelentes alternativas de nutrição animal, que possuem grande potencial de mercado. Com essa iniciativa, a Evialis reafirma sua preocupação com a

produtividade das criações brasileiras”, completa Perez.

No Brasil, os negócios da maltaCleyton passarão a utilizar e se beneficioar da infraestrutura local de Pesquisa & Desenvolvimento, Finanças,

Marketing, Industrialização, Suprimentos, Logística, Qualidade e Segurança, da plataforma local da Evialis do Brasil.

Os termos financeiros da transação não foram divulgados, mas a partir de agora, a Evialis passa a atingir um faturamento anual na casa dos R$ 600

milhões e a contar com 11 unidades industriais no Brasil.

A maltaCleyton atua no México há mais de 50 anos como uma das principais empresas do setor. No Brasil, sua história começou em 2004

e atualmente opera com duas fábricas nas cidades de São Joaquim da Barra/ SP e Caruaru/ PE. A aquisição da maltaCleyton pelo grupo InVivo,

proprietário da Evialis, iniciou em 2008 e foi concluida agora em 2011.

Fonte: Assessoria de Imprensa EvialisMicotoxinas desafiam armazéns O setor de armazenagem terá de passar por transformações

significativas nos próximos anos. A partir de 2017, o Ministério da

Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) ampliará as exigências

técnicas impostas aos depósitos de grãos. Para atender às mudanças,

o agronegócio discute implicações das novas regras no 5.º Simpósio

Sul de Pós-colheita de Grãos, promovido pela Associação Brasileira de

Pós-Colheita (Abrapos), em Espumoso (RS). Entre as preocupações,

estão também exigências sanitárias, que dizem respeito à saúde do

consumidor final, como a presença de micotoxinas nos alimentos.

“O consumidor desconhece o problema. As micotoxinas são

altamente prevalecentes no Brasil. Depois que se formam, não adianta

fazer mais nada”, aponta Carlos Augusto Mallmann, coordenador do

Laboratório de Análises Micotoxicológicas da Universidade Federal de

Santa Maria, referência mundial no assunto.

Existem pesquisas estimando que 62% dos alimentos consumidos pelo brasileiro são alvos das micotoxinas, substâncias tóxicas produzidas por

fungos que surgem por meio da decomposição dos alimentos. A lista de produtos inclui o tradicional arroz com feijão, além de sucos, frutas secas,

leite, queijos, vinhos, entre outros. Análises de laboratório identificaram mais de 300 tipos de micotoxinas nos produtos comercializados no Brasil.

As empresas que trabalham com armazenagem deverão se adaptar para que os fungos não se multipliquem em suas instalações. Silos

construídos há décadas e sem manutenção adequada apresentam fatores preponderantes - umidade, temperatura e sujeira - para a proliferação das

micotoxinas. A mistura de alimentos novos com antigos também favorece o problema.

No início deste ano, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) aprovou uma normativa quanto aos limites máximos tolerados (LMT)

para micotoxinas em alimentos. Algumas medidas já estão em vigor e devem ser adotadas imediatamente pelas empresas que importam, produzem,

distribuem e comercializam bebidas, alimentos e matérias-primas listadas na resolução. A implantação total da normativa ocorrerá somente em

2016.

Fonte: Gazeta do Povo

Nenhum país está imune à crise, diz diretora do FMI Nenhum país está imune à crise, disse a diretora geral do Fundo Monetário Internacional (FMI), Christine Lagarde, em um painel

sobre projeções econômicas globais, no Fórum Econômico Mundial, em Davos. “Não é apenas uma crise da eurozona. É uma crise

que pode ter efeitos colaterais, contaminações pelo mundo todo”, alertou.

Para Lagarde, a Europa precisa lidar com três questões principais para poder superar a crise: falta de crescimento, pouca

competitividade e a necessidade de maior integração. Ela ressaltou que é necessário estabelecer proteções para restaurar a confiança

do mundo na Europa.

Lagarde defendeu o aumento dos recursos do FMI para ajudar países ao redor do mundo. A diretora geral está tentando elevar

para até US$ 500 bilhões os recursos da instituição para poder fornecer ajuda caso mais empréstimos sejam necessários, ressaltando

que o dinheiro seria para auxiliar qualquer país que seja membro do FMI.

“Não há soluções únicas e, por isso, é preciso ajustar as medidas à realidade de cada país, uma vez que cortes muito grandes

poderiam minar o crescimento”, afirmou a diretora. “Deve haver consolidação fiscal em todos os países, mas com diferenciação e

tratamento ajustado às especificidades de cada um”, afirmou.

Lagarde também disse que além da Europa, os Estados Unidos e o Japão precisam ajustar seus grandes déficits, enquanto a

maioria dos emergentes deve incentivar o consumo interno.

Fonte: Agência Leia

L.M. Simões termina a montagem da fábrica construída pela Ferraz Máquinas O grupo L.M. Simões & Cia, uma das mais importantes no setor de produção de ração animal, terminou a instalação de uma fábrica de ração

para animais de estimação em Apucarana (Paraná) construída dentro dos padrões mais modernos no que se refere tanto a equipamentos como

instalações físicas.

Toda a responsabilidade de projeto, fabricação e instalação dos equipamentos ficou a cargo da FERRAZ MÁQUINAS motivo de mais um

grande orgulho para a empresa de Ribeirão Preto (SP).

Da esq. para dir.: Sr. Antonio, Caio, Izidro e Márcio

12 13Notícias

CBNA conclui 2011 com balanço altamente positivo

O Colégio Brasileiro de Nutrição Animal

(CBNA) conclui 2011 com balanço altamente

positivo. Entidade que congrega profissionais,

pesquisadores e entidades atuantes no campo da

agroindústria de alimentação e nutrição animal,

o CBNA realizou uma série de eventos de sucesso

este ano, englobando os mais diversos segmentos

(pet, bovinocultura, avicultura e suinocultura,

por exemplo). Assim, atraiu grande número de

participantes e o apoio de inúmeras empresas

parceiras, colaborando com o desenvolvimento de

toda cadeia produtiva.

O sucesso está atrelado à força do setor de

nutrição animal no Brasil, o qual produz mais

de 60 milhões de toneladas, com expressivo

crescimento anual. Com consumo de mais de 2 milhões de ton./ano de alimentos, por exemplo, os animais de estimação estiveram

em foco no “Congresso CBNA Pet 2011”, realizado em março. O evento contou com a participação de 250 participantes, vindos de

10 Estados brasileiros, que prestigiaram 11 palestras técnicas. Seis apresentações internacionais, com traduções simultâneas, também

foram apresentadas.

Já em agosto, em Maringá (PR), ocorreu o “1º Congresso sobre Tecnologia da Produção de Alimentos para Animais”. A cidade é

um pólo que congrega cerca de 110 municípios, onde estão localizadas duas das maiores cooperativas agroindustriais do país, com

destaque na área de grãos. O evento incluiu a participação de palestrante do exclusivo “Swiss Institute of Feed Technology” (SFT).

Até então, apenas 6 técnicos do Brasil haviam participado do curso de especialização deste instituto suíço, focado em educação

continuada no setor de tecnologia da produção de alimentos para animais.

Em outubro, foi a vez de Campo Grande (MS) receber o “X Congresso sobre Manejo e Nutrição de Bovinos”. A missão do

CBNA foi levar ao produtor rural e às lideranças do Mato Grosso do Sul novos conhecimentos para ampliar a competitividade da

bovinocultura na região. Não é para menos. O setor de alimentação animal para bovinos de corte produziu no primeiro semestre

quase 1,3 milhão de toneladas, com aumento de 6,5% em relação ao mesmo período de 2010.

E, para consagrar o uso de tecnologia na nutrição animal, o CBNA acaba de concluir em Campinas (SP), neste mês, seu “I Congresso

sobre Enzimas”, o qual trouxe novidades da primeira a última apresentação. O evento apresentou palestras atuais, as quais reuniram

especialistas de quatro países (Austrália, Brasil, Canadá e Estados Unidos). Vale assinalar que, em nível mundial, o uso de enzimas

na nutrição animal proporciona economia calculada entre US$3 bilhões e US$5 bilhões por ano para as agroindústrias que atuam na

produção de proteína animal.

Todos esses novos conhecimentos, divulgados nessa série de eventos do CBNA, são importantíssimos para o desenvolvimento

do setor de nutrição animal brasileiro. Ainda mais diante da expectativa de crescimento no consumo global de proteínas animais,

cujas projeções apontam que a produção brasileira atingirá o patamar de 80 milhões de toneladas em 2020.

Mas o sucesso de todos esses eventos só se tornou possível porque o CBNA, entidade científica sem fins lucrativos, recebeu em

2011 o apoio de seus associados, a divulgação de mais de 20 veículos de comunicação especializada do setor de agronegócio e o

patrocínio de dezenas de empresas.

“Graças ao esforço e empenho dos membros da diretoria e das Comissões Técnicas do CBNA, concluímos 2011 com muito

sucesso, e com a sensação do dever cumprido. Os Congressos que realizamos atingiram plenamente suas metas, com excelentes

avaliações de todos aqueles que deles participaram. Sem dúvida, a ideia de organizar eventos sobre assuntos específicos, com

possibilidade de discutir ampla e profundamente os temas propostos foi uma receita que agradou o nosso público, e que desejamos

retomar em 2012. O nosso ‘muito obrigado’ a todos que apoiaram as iniciativas do CBNA. E que em 2012 as nossas parcerias sejam

cada vez mais estreitadas”, conclui o presidente do CBNA, Godofredo Miltenburg.

Fonte: EiraCom

14 15Notícias Indicadores CEPEA

Legislação no segmento Alimentação Animal é foco de evento em Campinas (SP)

Melhorar o diálogo e padronizar a comunicação entre os fabricantes de ração e os responsáveis pelo sistema de registro de alimentos para

animais no Brasil, com vistas a modernizar a estrutura e enxugar os processos envolvidos. Mais um passo será dado nesse sentido durante o

2° Workshop sobre Assuntos Regulatórios, que ocorre nos dias 14 e 15 de março, no Auditório do IAC - Instituto Agronômico de Campinas

(São Paulo/SP).

“O principal objetivo do evento é esclarecer dúvidas e promover o intercâmbio entre os representantes técnicos da indústria e os fiscais

federais agropecuários, que legislam e fiscalizam as atividades no setor”, informa o coordenador de assuntos regulatórios do Sindirações,

Bruno Caputi, que apresentará palestra no evento. Além disso, no segmento de comércio exterior, o Workshop procurará apresentar soluções

que acelerem a importação de matérias primas essenciais para o setor.

Além de contar com especialistas internacionais (veja programação anexa), o 2° Workshop sobre Assuntos Regulatórios contará com

a presença confirmada de representantes do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA), mais especificamente com a

participação de funcionários de carreira do VIGIAGRO e do DFIP, vindos da capital federal.

O público alvo do evento foca os tomadores de decisão sobre assuntos regulatórios na cadeia produtiva da indústria de alimentação

animal, incluindo profissionais da iniciativa privada e representantes das unidades descentralizadas do Governo.

Para formação desse verdadeiro “think tank” o Colégio Brasileiro de Nutrição Animal (CBNA) conta com o apoio do Sindicato Nacional

da Indústria de Alimentação Animal (Sindirações, São Paulo/SP).

Fonte: EiraCom

UniAmerica amplia atuação no setor de ração animal

A UniAmerica através da equipe de especialistas da divisão IFD, está

estruturando uma linha ainda mais completa e diversificada de matérias-primas

com qualidade e com aplicações exclusivas para o setor de Pet Food, Nutrição

Animal, Aviculturas, Aqüicultura.

. Gorduras Animais

. Proteínas Animais e Vegetais

. Ingredientes

. Lácteos e Derivados

. Lecitina de soja

A equipe agora conta com 10 profissionais destinados a este mercado com o foco oferecer informações e negócios personalizados aos

clientes.

Nutrichem no Brasil

A Nutrichem Ingredientes do Brasil amplia linha de Lecitina de Soja Natural e

emulsificantes específicos para composição de ração animal e alimentos especiais. Mantendo

estoques estratégicos a empresa organiza pacotes de produtos personalizados otimizando

logística e reduzindo custos aos clientes.

Fonte: Cepea Esalq/USP

CENTRO DE ESTUDOS AVANÇADOS EM

ECONOMIA APLICADA - ESALQ/USP

http://www.cepea.esalq.usp.br

Data: 07/02/2012

2008

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2009 2010 2011

Negociação entre empresas à vista (lotes) - valores nominaisFonte: Cepea/Esalq

CEPEA - Preços Regionais do MILHO / Campinas(MRP - Mercado físico)

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2009 2010 2011Valores nominais à vista, média PRFonte: Cepea/Esalq

Evolução do Indicador da SOJA CEPEA/ESALQ - Paraná

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2009 2010 2011

Óleo bruto degomadoÀ vista, posto em SP, com 12% de ICMS.Fonte: Cepea/Esalq

Evolução do preço do ÓLEO DE SOJA CEPEA/ESALQ

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2009 2010 2011Fonte: Cepea/EsalqValores à vista, sem impostos

Evolução do preço do FARELO DE SOJA CEPEA/ESALQCampinas

R$/

tone

lada

16 17Caderno Científico

esta edição será abordado um assunto de

crescente interesse em nutrição animal, que é o uso

de fontes protéicas de origem de microorganismos. O

termo mais empregado para estes casos é “proteína

unicelular”, traduzido do inglês “single cell protein

(SCP)”, embora alguns microorganismos utilizados

para a produção destes ingredientes não sejam

exclusivamente unicelulares.

O aumento da demanda mundial de proteína

tem sido o principal problema nutricional para a

humanidade. Por este motivo, desde a década de 50 têm

sido pesquisadas fontes protéicas novas, alternativas

Proteínas unicelulares ou de microorganismos na alimentação animal

NPor: Ricardo Souza Vasconcellos

ou não-convencionais para a alimentação humana e

animal. Desta forma, fungos, bactérias, leveduras

e algas produzidas em escala industrial têm sido

utilizadas como fontes protéicas na alimentação

destas espécies, dando origem às SCP’s. O processo

em larga escala destes organismos mostra alguns

aspectos produtivos interessantes, como:

• A grande variedade de microorganismos e meios

de cultura que podem ser empregados na produção

industrial;

• Elevada ef iciência na conversão de substratos;

• Elevada produtividade devido à alta taxa de

crescimento dos microorganismos;

• Independência de fatores sazonais para a produção.

Na tabela abaixo encontra-se as composições químicas

aproximadas destas fontes protéicas. A elevada

variação na composição depende de alguns fatores

como a espécie/gênero cultivados, o meio de cultura

empregado e as condições climáticas. Exemplo disto é

a composição diferenciada de cepas de Saccharomyces

cerevisae que originam a levedura de cana-de-

açúcar, que contém aproximadamente 37-40% de

proteína bruta e a levedura de cerveja, que apresenta

aproximadamente 42-48% de Proteína bruta.

São exemplos de microorganismos cultivados:

bactérias (Aeromonas spp., Acromobacter spp.,

Bacillus spp., Lactobacillus spp., Pseudomonas

f luorescen, entre outros); fungos (Aspergillus

fumigatus, Penicillium cyclopium, Rizhopus

chinensis, Trichoderma viridae, entre outros); algas

(Spirulina spp, Chlorella spp, Porphirium spp.,

Chondrus crispius, entre outros); leveduras (Candida

spp, Saccharomyces cerevisae, entre outros).

O fator necessário para o uso dos microorganismos

como ingredientes na alimentação é a ausência

Fungos

30-45

2-8

9-14

7-10

Item

Proteína bruta

Extrato etéreo

Cinzas

Ácidos nucléicos

Algas

40-60

7-20

8-10

3-8

Leveduras

45-55

2-6

5-10

6-12

Bactérias

50-65

1-3

3-7

8-12

Tabela 1: Composição química das principais grupos de fontes protéicas unicelulares, sobre a matéria seca (Miller e Litsky, 1976).

de risco de toxicidade ou carcinogênese pelos

componentes presentes nestes microorganismos ou

produzidos durante condições de cultivo, estocagem

e processamento. Por este motivo uma longa fase

de testes deve-se preceder antes da sua utilização

e aprovação para o uso comercial. Neste sentido

o elevado conteúdo de ácidos nucléicos e a baixa

digestibilidade da parede celular das leveduras são

fatores desfavoráveis ao uso das leveduras como

fontes protéicas na alimentação humana e animal,

mas que têm sido trabalhados pela indústria.

Para que seja viável a produção de SCP,

geralmente estas matérias-primas são produzidas a

partir de processos para a produção de energia (gás,

óleo, metanol, n-alcanos, etc.), da fermentação para

a produção de alimentos e bebidas para o consumo

humano ou podem ainda ser produzidos consorciados

com o tratamento de resíduos industriais ou da

agricultura, sendo esta última a alternativa de

custo mais viável, além dos benefícios ecológicos.

Estas formas de cultivo se devem ao custo do meio

de cultura que representa o principal custo de

produção destes organismos e que o aproveitamento

de resíduos industriais viabiliza a sua produção em

escala industrial.

Sobre este assunto foram selecionados dois

artigos científ icos, sendo o primeiro deles uma

revisão de literatura abordando aspectos gerais da

produção industrial de SCP e o segundo, um artigo

sobre avaliação do desempenho de pintos de corte

alimentados com SCP derivada de Aspergillus

terreus.

18 19Caderno Científico

PROTEÍNA UNICELULAR: PRODUÇÃO E PROCESSO

Resumo: Proteínas unicelulares (SCP) são as células secas de microorganismos, as quais são utilizadas na alimentação

humana e animal. Microorganismos como algas, fungos, leveduras e bactérias utilizam matérias-primas baratas e resíduos

como fontes de carbono e energia para o desenvolvimento da biomassa, concentrado protéico ou de aminoácidos. Com

o aumento da população mundial e escassez de proteínas, o uso de biomassa microbiana está em destaque. Embora as

SCP tenham elevado valor nutricional devido ao seu elevado teor protéico, de vitaminas, de ácidos graxos e aminoácidos

essenciais, existem dúvidas sobre a substituição das fontes protéicas convencionais pelas SCP devido ao seu elevado teor

de ácidos nucléicos e menor digestibilidade. Além disto podem ser considerados como não-próprios ao organismo, os quais

podem resultar em reações alérgicas em humanos e animais.

American Journal of Food Technology, 6(2): 103-116, 2011.

Autores: Nasseri, A.T.; Rasoul-Amini, S.; Morouvat, S.H.; Ghasemi, Y.

PRODUÇÃO DE PROTEÍNA UNICELULAR A PARTIR DE Aspergillus terreus

E SUA AVALIAÇÃO EM PINTOS DE CORTE.

Resumo: O objetivo deste estudo foi produzir biomassa microbiana utilizando arroz como substrato fermentativo com

Aspergillus terreus e sua avaliação biológica em pintos de corte para verif icar seu potencial de uso na alimentação

animal. Potencial químico e biológico foi avaliado pela análise da composição química e avaliação de desempenho em

pintos de corte. Após várias otimizações de substratos para a produção: proporção de água, fonte de nitrogênio, relação

carbono:nitrogênio, pH e período de incubação. Após a otimização da condição de fermentação, Aspergillus terreus cresceu

na quirera de arroz para a obtenção de biomassa protéica. Com relação à cinética de crescimento o fungo cresceu a uma

taxa de 0.451/h, produzindo 0.553 g de células/g de substrato utilizado, 0.344 g de proteína/ g de substrato utilizado e

0.622 g de proteína/ g de célula produzida, respectivamente. Avaliação química da biomassa indicou 43,7% de proteína

bruta, 26,6% de proteína verdadeira, f ibra bruta 11,35%, 15,2% de cinzas, 1,01% de cálcio, 3,05% de fósforo, 0,64% de

sódio, 0,98% de cloro e 2730 kcal/kg de energia bruta. Para a avaliação biológica, a biomassa substituiu 0, 30 e 60% da

proteína fornecida pelo farelo de soja nas dietas e avaliou-se o ganho de peso, consumo de alimento, conversão alimentar,

ef iciência alimentar, taxa de ef iciência protéica e ef iciência protéica líquida. De acordo com os resultados obtidos, a

substituição da proteína da soja pela biomassa até 30% manteve a mesma taxa de crescimento das aves.

International Journal of Biosciences, Biochemistry and Bioinformatics 1(2):137-141,2011.

Autores: Shazhad, M.A.; Rojoka, M.I.

Os estudos avaliando o uso de SCP como fontes protéicas para cães e gatos ainda são escassos, mas muitos dos microorganismos

empregados na produção destes ingredientes apresentam em sua composição, além da proteína, substâncias com propriedades

funcionais, tais como prebióticas, imunoestimulantes/imunomoduladoras, antioxidantes, palatabilizantes, quelantes, entre outros,

o que tem atraído interesse nas pesquisas em nutrição de animais de estimação.

20 21Capa

Por: Lia Freire

egundo pesquisas realizadas no mercado de pet food,

o setor não tem crescido em volume como registrado

há alguns anos, mas tem mudado para apresentar

alimentos mais complexos e de alta qualidade, de acordo

com as novas exigências dos proprietários de animais de

estimação. Esse movimento traz consigo uma melhora

nos níveis de operação e na procura por equipamentos de

alto nível tecnológico, o que certamente representa uma

oportunidade para a indústria de equipamentos.

O setor de pet food busca equipar-se com tecnologias

mais avançadas, maquinários eficazes e manutenção

facilitada. Quando analisamos os fabricantes brasileiros

de equipamentos voltados para este segmento, notamos

uma forte presença de europeus e americanos, pois

nestes países o setor pet food não apresenta (como é o

caso das suas economias no geral) crescimento como

o que se registra no Brasil e isso tem feito com que

esses fabricantes voltem as suas atenções ao país e

com maior intensidade, tornando o mercado brasileiro

altamente competitivo. O lado positivo é a elevação do

nível da indústria como um todo. Tecnologia sempre

S

As tendências e novidades apresentadas ao setor de alimentação animal retratam o patamar atual da indústria brasileira

foi um ponto crucial neste segmento e certamente terá

uma função ímpar no futuro. Produzir um alimento

de combate comercial não é mais uma necessidade do

mercado brasileiro. O foco está na produção de produtos

diferenciados. A indústria de ração almeja aumento na

produtividade, excelência na qualidade dos produtos

finais (padronização e aspecto visual aprimorado),

redução de custos, inclusive com a manutenção do

maquinário e versatilidade na utilização. “Atualmente, a

grande maioria dos fabricantes de pet food caminha nessa

direção, independentemente de seu porte e do tamanho

do mercado em que atua. Exemplos de melhorias são a

moagem fina, a padronização da densidade das partículas

extrusadas e a cobertura uniforme com palatabilizantes”,

exemplifica Antonio Paulo Rubega, diretor da Promep/

Tekinox. A empresa oferece praticamente todos os

equipamentos necessários a uma planta de pet food.

Desde o recebimento de ingredientes, sua preparação

(limpeza e primeira moagem), dosagem de receitas,

mistura, moagem fina, extrusão, secagem, resfriamento

e recobrimento com palatabilizantes. A atenção da

Conjunto de extrusão da Promep/Tekinox. Aliando alta capacidade e menor custo.

Máquinas e Equipamentos O que há de novo e moderno para a

indústria pet food

22 23Capa

A Manzoni produz equipamentos para montagem de linhas extrusadas.

“Investimos em equipamentos versáteis e estáveis, que garantem a qualidade e produtividade dos produtos finais dos nossos clientes”, Sandro Manzoni, da Manzoni.

Promep/Tekinox está na obtenção da capacidade real das

suas máquinas, tendo em vista uma operação de menor

custo possível. “O custo dos materiais de desgaste das

máquinas, como o canhão das extrusoras, por exemplo,

também é o nosso foco. Um ponto da maior importância

que procuramos oferecer é a possibilidade de nossos

clientes apresentarem ao mercado produtos que tenham

um diferencial sensível de acabamento e qualidade de

cozimento. Muitos obtiveram sucesso em suas linhas a

partir deste diferencial”, explica Rubega, que analisa o

ano de 2012 como sendo mais de melhorias de operação

industrial do que de ampliação de capacidade instalada.

“De qualquer maneira, haverá demanda por máquinas e

equipamentos para o processamento de alimentos para

animais de estimação.”

Soluções em secagem e resfriamento para o processo

de fabricação da alimentação animal são oferecidas

pela empresa holandesa Geelen Counterflow, bastante

conhecida pelo seu secador vertical. “O que nos diferencia

no mercado é que os nossos equipamentos oferecem

baixo consumo de energia, excelente uniformidade

na mistura, baixo custo de manutenção, entre outros

importantes aspectos. Recentemente, lançamos o

Resfriador Mkll, que confere alto grau de higienização,

evitando com isso a contaminação dos alimentos, uma

importante característica para este mercado”, afirma

Diego Clivio, gerente de vendas para América Latina,

Espanha e Portugal.

A Geelen Counterflow mantém uma estreita relação

com os seus clientes, disponibilizando um atendimento

pós-venda que se estende por 10 anos, sem cobranças

extras. Também são oferecidos treinamentos na fábrica

da Holanda. “O mercado é cada vez mais competitivo

e busca parcerias que lhe ofereçam o melhor negócio.

Temos uma forte e saudável expectativa para o mercado

brasileiro em 2012. Isso ocorre não só por sermos um

nome bastante conhecido e reconhecido, mas também

pelas boas perspectivas para o país como um todo”,

analisa Diego.

ExPERTISE EM LINhAS ExTRUSADAS

“Investimos em equipamentos versáteis e estáveis, que

garantem a qualidade e produtividade dos produtos finais

dos nossos clientes, com o menor custo por tonelada, para

que eles possam se diferenciar da concorrência”, afirma

Sandro Manzoni, diretor comercial da Manzoni Industrial

Ltda, que produz equipamentos para montagem de linhas

extrusoras. A empresa comemora os bons resultados

alcançados em 2011 e prevê um crescimento nas vendas

em 2012, de 10%.

24 25Capa

A extrusora EX1021, da Andritz, está com visual mais clean, além de mais prática.As máquinas Andritz oferecem alta tecnologia e baixo custo de manutenção.

Simplificar as operações dos profissionais de

produção, manutenção e processos. É com esta proposta

que o fornecedor Andritz Feed & Biofuel oferece aos

seus clientes de pet, linhas completas, dentre elas,

extrusoras, moinhos secadores, aplicadores de líquidos

a vácuo, resfriadores, misturadores etc. “Oferecemos

maquinários com alta tecnologia e baixo custo de

manutenção”, afirma Claudio Mathias, gerente técnico

comercial e suporte, divisão de extrusão.

Para este ano, a Andritz oferece novas linhas de

extrusoras, a EX1021 e EX621, que foram submetidas

a alterações em suas configurações e agora apresentam

um visual mais clean e estão mais práticas. “A tendência

é disponibilizar alta tecnologia, tais como, automação

total, produzindo mais com menos”, ressalta Claudio.

Neste ano de 2012, a empresa espera consolidar sua

posição no mercado brasileiro e avançar na ampliação

de sua base de clientes. Em breve, inicia suas operações

com fábrica própria em território nacional.

NOVIDADES EM MOINhOS

Disponibilizando ao setor pet food moinhos centrífugos

a martelos, a Moinhos Vieira prepara novidades neste

ano de 2012 como o moinho com capacidade de moagem

para sementes oleaginosas (como por exemplo, amêndoas

e amendoim), que já está em teste em um importante

cliente e foi readaptado para reprocesso de rações feitas

em extrusoras de rosca dupla (nugget). “É importante

também destacarmos que a equipe da Moinhos Vieira

busca constantemente melhorias técnicas, por este motivo,

o nosso departamento de engenharia finaliza neste

primeiro semestre a construção de mais uma máquina

perfuratriz (tecnologia própria), que possibilitará a entrega

mais rápida de chapas perfuradas/peneiras de furo cônico

(de 0.3 mm até 1.5 mm)”, adianta Flávio Pavanelli, sócio-

proprietário da empresa, destacando que atualmente o

principal diferencial oferecido pela Moinhos Vieira ao

setor pet food é a possibilidade da moagem pré-mix, com

até 8% de extrato etéreo, ser realizada em peneiras/chapas

perfuradas com furos cônicos a partir de 0.3 mm.

A Moinhos Vieira possibilita realizar a moagem pré-mix (com até 8% de extrato etéreo) em peneiras/chapas perfuradas com furos cônicos a partir de 0.3 mm.

Sempre atenta às novas oportunidades, a Manzoni

tem vários projetos em andamento. Ainda neste ano

lançará um equipamento para fabricação de nuggets,

utilizando uma extrusora monorosca. A novidade será

apenas para clientes com extrusoras Manzoni. “Também

em 2012, visando melhorias nos processos de extrusão

e como incentivo à pesquisa e desenvolvimento de novos

produtos, doamos a extrusora MEX-250 para o Centro

de Pesquisas da Unesp – Universidade Estadual Paulista

-, de Jaboticabal (SP), que terá como coordenador o

professor Aulus Carciofi.”

A Manzoni oferece à indústria de pet food

equipamentos para montagem de linhas extrusadas

- produção de 500 kg/h a 12.000 kg/h -, fornecendo

todo o sistema, incluindo: matrizes, discos, facas,

lâminas, fabricação e recuperação de roscas e luvas;

além de martelos revestidos e peneiras para todos tipos

de moinhos nacionais e importados. O executivo da

empresa apresenta como diferenciais em suas máquinas

a versatilidade, produtos finais com alta qualidade e

manutenção em menor tempo. “Nossas extrusoras têm

o condicionador de dupla rotação, proporcionando assim

uma distribuição homogenia da umidade dos produtos e

temperatura; o canhão é desmontado com a retirada de

apenas sete parafusos e na matriz apenas um, diminuindo

o tempo da máquina parada na hora da manutenção;

os nossos secadores verticais oferecem um sistema

completo de automação e melhor aproveitamento de área

útil fabril, além disso, as roscas e luvas são fabricadas em

inox e podem ser utilizadas para produzir desde rações

econômicas a super Premium, com excelente resultado

de kw por tonelada.”

26 27

Para Flávio, é imprescindível oferecer às empresas

facilidades na manutenção das máquinas. “Hoje em

dia, a rotatividade de funcionários é muito alta e o

treinamento custoso. Disponibilizar ao nosso cliente um

equipamento de fácil manutenção, com suporte adequado,

utilizando manuais de instrução e atendimento online,

agiliza todo este processo e consequentemente traz ao

parceiro ganho em sua produtividade”, analisa o sócio

da Moinhos Vieira. A empresa oferece aos clientes

desde manuais completos de instrução sobre a utilização

das máquinas até o acompanhamento exclusivo de seu

departamento de engenharia. “Nossos moinhos saem

de fábrica, testados e balanceados, e por não haver

necessidade de fixação ao solo, quando chega ao cliente

está praticamente pronto para utilização, o que também

possibilita exportarmos com grande facilidade. Porém,

sempre que houver a necessidade, temos uma equipe

para oferecer treinamentos.”

Pronto para enfrentar os novos desaf ios de

2012 e otimista com os negócios a serem gerados, o

empresário af irma que o ano de 2011 foi muito bom

para a empresa. “Houve um grande crescimento na

procura por moinhos para atender o mercado pet,

mais especif icamente moinhos micronizadores para

rações de gato, pássaros e peixes.”

PRIORIDADE NA SEgURANÇA ALIMENTAR O fornecedor norte-americano de equipamentos,

Wenger, atualmente fabrica no Brasil, em sua sede

localizada em Valinhos (SP), extrusoras monoroscas,

secadores e resfriadores. De acordo com o fabricante,

o que o diferencia da concorrência é a tecnologia

“Estamos fabricando na Wenger do Brasil, em Valinhos/SP, as extrusoras monoroscas, secadores e resfriadores”, José Mauricio Bernardi, da Wenger para América Latina.

empregada. “Somos pioneiros no mundo em extrusão

e isto nos tornou líder mundial neste setor. Todo e

qualquer equipamento oferecido no mercado provem

de nossa tecnologia. Disponibilizamos aos clientes,

através do nosso Centro Tecnológico, extrusores

personalizados. O produto que o cliente deseja lançar

no mercado e com a matéria-prima definida é testado e

assim desenvolvemos uma linha do processo industrial

totalmente única. O cliente acompanha os testes

juntamente com nossos engenheiros”, explica José

Mauricio Bernardi, diretor de vendas da Wenger para

América Latina.

Em sua matriz localizada em Sabetha, no Kansas

(USA), a empresa desenvolve toda a linha de equipamentos,

incluindo extrusores de dupla rosca, extrusor térmico,

secadores verticais e recobridores.

O executivo lembra que os produtos pet estão se

aproximando das exigências na fabricação de produtos

para humanos. A qualidade é obrigatória no processo,

daí o cuidado da empresa e a atenção dispensada ao

desenvolvimento de seus equipamentos. “Nosso novo

extrusor térmico de rosca dupla, o qual utilizamos

para várias funções, dentre elas, aumentar a adição de

carne fresca na formulação do pet food ou enriquecer

a gelatinização do amido em produtos como farinhas

instantâneas é único no mercado! Temos também o pré-

condicionador HIP – High Intensity Preconditioner, que

oferece elevado índice de mistura das matérias-primas,

menor desgaste do canhão extrusor, possibilidade em

oferecer mais recursos de formulações, entre outras

funções; e o secador “Sanitary Dryer”, totalmente voltado

para as empresas que se preocupam com a segurança

Capa

28 29

alimentar, em que o risco de contaminação é praticamente

inexistente”, destaca Bernardi.

Para a Wenger, o ano de 2011 foi muito bom. Além de

finalizar a ampliação das instalações no Brasil, a empresa

sentiu o mercado bastante receptivo ao avanço tecnológico.

“Sabemos que os clientes estão satisfeitos com a atuação de

nossos equipamentos pela alta produtividade, economia na

produção, pelo produto final de qualidade e, principalmente

pela assistência técnica exclusiva. Projetos de ampliação

e busca por atualização tecnológica são cada vez mais

frequentes, portanto, nossa linha de fabricação está com a

capacidade máxima de produção comprometida já para os

primeiros meses de 2012 e temos plena convicção que com

esta forte tendência do mercado em equipamentos de última

geração, teremos muito sucesso neste novo ano”, afirma

Bernardi.

A WiDi Tecnologia, representante oficial da Muyang

Group no Brasil, atua a fim de atender as exigências

do mercado e com isso os seus equipamentos são

constantemente atualizados, buscando sempre a máxima

performance da máquina e alta qualidade do produto final. O

trabalho que vem sendo realizado pela empresa está fazendo

com que haja uma mudança na visão do mercado no que

diz respeito às máquinas chinesas. “Temos mostrado para

o mercado brasileiro, o nosso profissionalismo, a qualidade

e o principal, a nossa confiabilidade. Nestes últimos anos

tivemos como estratégia vender primeiramente unidades

das máquinas para posteriormente comercializarmos

projetos e fábricas completas, foi através deste planejamento

que estamos conseguindo mudar esta visão equivocada

que o mercado nacional tinha sobre os produtos chineses”,

explica Thiago Barbeiro Maneira da Silva, coordenador de

vendas e marketing da WiDi.

“Nossos equipamentos são fabricados com o que há de mais moderno em termos de tecnologia. O resultando são máquinas de qualidade, robustez e ótimo acabamento”, Thiago B. Maneira da Silva, da WiDi.

Atualmente, a empresa oferece um leque completo de

máquinas e equipamentos para fabricação de ração. São desde

máquinas isoladas, como moinhos comuns e de moagem

fina, misturadores, extrusoras e secadores até projetos,

que consistem na montagem completa da fábrica de ração.

“Nossos equipamentos são fabricados com o que há de mais

moderno em termos de tecnologia industrial, resultando

em máquinas de alta qualidade e robustez, com ótimo

acabamento. Tudo isso influencia diretamente na qualidade

do produto fabricado em nossos equipamentos”, afirma

Silva.

O coordenador de vendas e marketing da WiDi diz estar

acompanhando de perto o desenvolvimento tecnológico

das fábricas de pet food e constatou que ultimamente estão

acontecendo grandes revoluções tecnológicas dentro delas.

“A automatização das etapas do processo de fabricação

está cada vez maior, minimizando a necessidade de um

grande número de funcionários. Em termos de tendência

tecnológica, detectamos que está sendo bastante solicitada

a linha de ensacamento automático, em conjunto com o

recurso do robô, que faz a paletização automática.”

Silva analisa o ano de 2011 como positivo, e apesar

de fatores externos da economia que frearam um pouco a

indústria brasileira de ração, as vendas e investimentos dos

fabricantes de pet food superaram as do ano de 2010, em

cerca de 20%. “Tendo este indicador em mãos, percebemos

que as empresas brasileiras estão focadas no mercado

interno, por isso, para o ano de 2012 nossas expectativas são

de um crescimento em torno de 5% a 10% a mais que o ano

de 2011.”

MÃO-DE-ObRA ESPECIALIzADA

Tão importante quanto a indústria de pet food contar

com maquinário de última geração é ter pessoal qualificado

para operar estes equipamentos e com isso obter o melhor

proveito. De acordo com o diretor da Promep/Tekinox,

Rubega, décadas atrás, a indústria de pet food era uma

derivação da indústria de rações balanceadas para animais

de produção. Como tal, não havia muito espaço para a

aplicação de tecnologia em um nível mais elevado, por

restrições relativas ao nível de investimento necessário.

“Atualmente, podemos dizer que a indústria de pet food tem

personalidade própria e notamos que o grau de sofisticação

de equipamentos e de automação de operação é diferente

em cada caso. É necessário dizer que também a indústria

de alimentos para animais de produção evoluiu muito,

nos termos mencionados. Como exemplo, os alimentos

para organismos aquáticos necessitam de processos de

produção semelhantes ao da indústria de pet food. Essa

mudança de patamar tecnológico exige mão-de-obra mais

especializada e preparada. Existem atitudes nesse sentido,

como a da FIESP e do SINDIRAÇÕES, que em conjunto

com o SENAI estão elaborando projetos como a de uma

planta piloto em Campinas (SP), para o treinamento de

operadores que tenham uma visão inteira da fábrica de

alimentos. Esperamos que essas plantas piloto sejam

disseminadas por outras regiões, para beneficiar o maior

número possível de indústrias”, almeja Rubega.

A fim de formar e qualificar profissionais brasileiros

na área de extrusão, a Andritz tem para este ano um

projeto de seminário em parceria com universidades. “A

ideia não é ter um seminário comercial, mas sim técnico.

Não há cursos específicos sobre a área de processo de

extrusão. Acredito que seria interessante um incentivo

dentro das próprias universidades”, conclui Claudio,

gerente da Andritz.

Representante brasileira da Muyang, a WiDi oferece desde unidades das máquinas a projetos completos.

Capa

30 31Entrevista

Fundada na década de 70 por Luiz Gonzaga Ferraz, a Ferraz Máquinas e Engenharia Ltda, localizada em Ribeirão Preto (SP), iniciou suas atividades com apenas um funcionário, atuando na fabricação de equipamentos para polir e brilhar arroz, atendendo basicamente os cerealistas. Posteriormente ampliou sua atuação e iniciou a fabricação de máquinas para benefício e secagem de café e paralelamente equipamentos para benefícios de cereais destinados à produção de sementes para plantio. Após 20 anos de atividades, a empresa iniciou a produção de equipamentos para o mercado de pet food. “Na época vislumbramos um enorme potencial. Os equipamentos disponíveis eram importados e caros”, lembra o diretor José Luiz Ferraz. De lá para cá, a empresa introduziu novas tecnologias no setor de extrusão e nos últimos anos apresentou lançamentos como as extrusoras de roscas duplas (único fabricante nacional), vaccum coaters e linha de moinhos de alta rotação - são 02 modelos e mais 02 a serem lançados nos próximos meses. “Com o passar do tempo percebemos que não bastava oferecer máquinas de boa qualidade, era preciso oferecer soluções completas para a montagem das fábricas de rações. Muitos clientes não tinham conhecimento e precisavam de orientações básicas sobre os mais diversos assuntos envolvidos no negócio. Além de fornecer os equipamentos, era necessário ajudá-los em todas as etapas para que a fábrica viesse a funcionar da melhor forma possível. A Ferraz começou então a trabalhar com fornecimento “turn-key”, gerando tranquilidade para o empreendedor, que encontrava em um único fornecedor todos os serviços e equipamentos dos quais precisava.”

Revista Pet Food Brasil – O que o levou a ser um

especialista em extrusoras?

José Luiz Ferraz – Na década de 90 detectamos que

a produção de rações extrusadas representava para as

indústrias uma possibilidade de fornecimento de produtos

com maior valor agregado e consequentemente maior

rentabilidade, já que a produção de rações pelos próprios

consumidores, ou seja, pelas granjas e confinamentos,

aumentava a cada dia e a indústria de rações perdia

mercado para aqueles que eram até então os seus clientes.

Revista Pet Food Brasil - Hoje, o portfólio da Ferraz

é composto por quais máquinas, atendendo a quais

setores?

José Luiz Ferraz - Produzimos hoje uma linha completa

de equipamentos destinados à produção de rações

balanceadas, com foco nas rações extrusadas destinadas

principalmente à alimentação de animais de estimação

e peixes. O portfólio da empresa é constituído pelos

principais produtos:

• Extrusoras de monorosca com capacidade de até

15.000 Kg/h

• Extrusoras de roscas duplas (único fabricante

nacional)

• Moinhoscommotoresdealtarotação

• Moinhoscommotoresdebaixarotação(até500HP)

• Misturadoreshorizontaisdehelicóide(até8.000Kg)

• Misturadoresdepás(até6.000litros)

• Secadoreshorizontaiseverticais

• Resfriadorescontra-fluxo

• ElevadorestipoZ(específicospararaçõesextrusadase

peletizadas)

• Misturadores de líquido à ração sob atmosfera de

vácuo - vaccum coaters (único fabricante nacional)

• Sistemasdeproduçãoderaçõescomrecheio(nuggets).

Também neste setor o único fabricante brasileiro

• Peletizadoras

• Laminadoresparaaveiaemilho

Por Lia Freire

José Luiz FerrazDa fabricação de equipamentos responsáveis pelo tratamento de cereais à produção de pequenos conjuntos para a fabricação de rações balanceadas, a Ferraz Máquinas e Engenharia Ltda ocupa hoje uma posição de liderança absoluta no fornecimento de linhas completas para produção de rações extrusadas

• Transportadores(roscas,elevadores,redlersetc)

• Silosetanques

• Painéiselétricosedeautomação

Revista Pet Food Brasil – Quais os conceitos empregados

nos equipamentos da marca?

José Luiz Ferraz – Pretendemos que os nossos clientes

sejam pioneiros na oferta de produtos. Neste sentido, fomos

a primeira empresa nacional a fornecer equipamentos

para a fabricação de produtos co-extrusados (bicoloridos).

Posteriormente, disponibilizamos a tecnologia e

equipamentos para a fabricação de produtos com

recheio (nuggets ou almofadas). E, há bastante tempo

fornecemos dispositivos que possibilitam a fabricação de

rações de várias cores diretamente na extrusora, sem a

necessidade de mistura posterior. Estes são apenas três

exemplos que refletem a nossa preocupação em inovar,

diminuir o custo da produção dos clientes e fazer com

que eles tenham condições favoráveis para competir no

mercado em que atuam.

Revista Pet Food Brasil - Quais os aspectos que

diferenciam os seus equipamentos da concorrência?

José Luiz Ferraz - Os nossos equipamentos contam

com moderna tecnologia, desempenho e funcionamento

similares ao que há de mais moderno no mundo.

Procuramos desenvolver maquinários que além de

produzirem com qualidade, apresentam baixo consumo

de energia e reduzem o custo de manutenção. Levamos

sempre em consideração que em um mercado competitivo,

os clientes precisam dispor de equipamentos com a

máxima eficiência possível.

Revista Pet Food Brasil - Qual é a representatividade do

setor pet food para os negócios da Ferraz?

José Luiz Ferraz - A Ferraz produz equipamentos que

atendem tanto o setor pet food como também o de

produção de rações para suínos, bovinos, equinos, aves,

“Não pretendemos ser apenas mais um fornecedor de equipamentos. Desejamos ser responsáveis pela viabilização de sonhos e pela realização

de projetos de vida.”

“Procuramos desenvolver maquinários que além de produzirem com qualidade, apresentam baixo consumo de energia e reduzido custo de manutenção”, José Luiz Ferraz.

32 33Entrevista

pássaros, peixes etc. Porém, sem dúvida, o mercado de

rações extrusadas representa uma porcentagem muito

significativa em nossas vendas. Algo em torno de 90%

dos negócios.

Revista Pet Food Brasil – Explique a estratégia de

atuação adotada pela Ferraz, que tem como slogan “Nós

não vendemos apenas equipamentos, nós fornecemos

soluções”.

José Luiz Ferraz – Estamos acostumados a nos

depararmos com desafios que são trazidos pelo próprio

mercado e pelos clientes, que desejam fabricar novos

produtos. Se não tivermos a resposta para estes desafios,

vamos nos informar, desenvolver novos equipamentos ou

talvez apenas acessórios e periféricos que incorporados

aos nossos equipamentos irão viabilizar a fabricação

do produto desejado. Neste sentido, não nos limitamos

a apenas manter uma fábrica de ração ou vender

equipamentos. Temos que fornecer a solução para o

problema que nos é apresentado.

Revista Pet Food Brasil – Como estão estruturados para

atender o mercado?

José Luiz Ferraz – Contamos com uma equipe técnica

e comercial altamente eficiente e perfeitamente apta

a realizar um ótimo trabalho de pós-venda. Temos

funcionários que são ex-operadores de extrusoras

e conhecem profundamente o equipamento que

desenvolvemos.

A Ferraz efetua a montagem de todos os equipamentos

vendidos, ensinamos o cliente a produzir com eficiência e

qualidade, treinamos os funcionários que irão trabalhar no

empreendimento e fazemos visitas periódicas no intuito

de averiguar o funcionamento e desempenho de nossas

máquinas. Cursos e treinamentos são disponibilizados aos

clientes a um custo praticamente inexistente.

Revista Pet Food Brasil – Quais foram os últimos

investimentos realizados?

José Luiz Ferraz – Além dos investimentos na ampliação

das nossas instalações industriais, máquinas operatrizes

utilizadas no processo produtivo, capacitação da mão-de-

obra e lançamentos de produtos, também direcionamos

esforços e recursos para as equipes que atuam no cliente,

quer seja na prestação de serviços como treinamento de

funcionários, assistência técnica, manutenção preventiva e

corretiva e qualquer outro tipo de necessidade apresentada.

Estas equipes contam com a mais completa infraestrutura

para a prestação dos serviços, além de técnicos que

conhecem muito bem os produtos e processos envolvidos

na produção de rações. Contamos, por exemplo, com

equipes próprias especializadas em instalações de linhas

de vapor e ar comprimido, instalações elétricas e de

automação, assessoria para implantação de BPF nas

fábricas, controle de qualidade das rações produzidas etc.

Revista Pet Food Brasil – Quais os desafios em atuar

neste mercado?

José Luiz Ferraz – Os desafios são inúmeros, como a

busca constante por melhorias nos equipamentos, em

fornecer inovações tecnológicas no sentido de possibilitar

aos clientes o lançamento de novos produtos etc. Por

isso, a necessidade de uma evolução é constante, um

aprendizado que nunca chega ao final. Quando pensamos

que temos todas as respostas, surgem novas perguntas.

Enfrentar multinacionais que contam com recursos

financeiros infinitamente maiores que os nossos é

outro desafio, mas que temos enfrentado com bastante

sucesso. Também a montagem completa das fábricas de

rações nos mais diversos lugares do Brasil e no exterior,

representa um desafio de logística e de capacitação

técnica dos funcionários, que irão produzir a ração muitas

vezes em regiões onde não há capacitação de mão-de-

obra qualificada. Acredito que a Ferraz conseguiu com

muito esforço superar a maioria dos desafios desde que

começou a atuar neste setor.

Revista Pet Food Brasil – Quais os avanços até hoje

obtidos pelo mercado brasileiro? E, em particular pela

Ferraz?

José Luiz Ferraz – O setor de pet food teve um avanço

fantástico nos últimos 15 anos e não devemos nada aos

mercados mais maduros. Possuímos o segundo mercado

produtor e consumidor do mundo. São mais de 150

companhias produtoras de rações extrusadas, gerando

empregos, pagando impostos (absurdamente altos) e

contribuindo de formas significativas para o crescimento

do país.

Acredito que a Ferraz tenha contribuído de forma

significativa para o surgimento e crescimento de muitas

empresas, e este é o nosso maior orgulho. Difundimos

a tecnologia necessária para a fabricação de produtos

a empresários que não tinham conhecimento dos

processos envolvidos, viabilizamos a um custo razoável

equipamentos que até então tinham um preço proibitivo

para muitos e iniciamos a fabricação no Brasil de todas

as máquinas utilizadas e necessárias em uma planta de

alimentos.

É gratificante fazer parte da história dos clientes e, em

alguns casos, ter contribuído para o sucesso deles. Ouvi

uma vez de um representante de uma fábrica de ração,

que sequer nos conhecia pessoalmente, que nós havíamos

A Ferraz produz equipamentos que atendem tanto o setor pet food como também o de produção de rações para suínos, bovinos, equinos e peixes.

“Não produzimos equipamentos para ganhar

dinheiro. Ganhamos dinheiro para produzir equipamentos cada vez

melhores.”

34 35

mudado a vida dele e de sua família. Não pode existir

recompensa maior do que esta.

Revista Pet Food Brasil - A empresa exporta? Atende

quais países?

José Luiz Ferraz – No ano de 2001 a empresa iniciou

um trabalho de prospecção de mercado externo e desde

então já realizou exportações para 16 países localizados

na América do Sul, América Central, Caribe, África e Ásia.

Revista Pet Food Brasil - Daqui a 10 anos, a Ferraz

pretende ocupar qual posição no mercado nacional e

internacional?

José Luiz Ferraz – A empresa atingirá no ano de

2012 a marca de 150 extrusoras vendidas, sendo seus

equipamentos hoje responsáveis por aproximadamente

70% da ração extrusada produzida no Brasil.

O setor de extrusão (pet food e aquicultura) representa

com certeza uma porcentagem, como já dito, muito

grande nos negócios da Ferraz e a intenção é atuar de

uma forma cada vez mais intensiva neste mercado. A

expansão no exterior é outro dos objetivos da Ferraz e

para isso possuímos em nosso departamento comercial

e de assistência técnica, profissionais que dominam o

inglês e espanhol. No futuro, a intenção é que ocupemos

uma posição de destaque no mercado mundial de

equipamentos para extrusão, o que já é uma realidade em

vários países.

Entrevista

Revista Pet Food Brasil - Como foi o ano de 2011? A

que se devem tais resultados?

José Luiz Ferraz – Nos últimos anos a empresa tem

investido tanto na ampliação de sua área física (no

momento está construindo mais 3.500 m² de área

industrial), como também, na aquisição de máquinas

operatrizes modernas, de maior produtividade e que

produzem peças e componentes de melhor qualidade.

Porém, a grande preocupação tem sido formar funcionários

capacitados e comprometidos em fornecer o melhor, quer

seja em termos de produtos, quer seja na prestação de

serviços, ponto primordial na política da empresa.

2011 foi o ano de maior volume de vendas da empresa

desde que foi constituída. Além do aumento da oferta de

produtos/serviços oferecidos, creditamos este resultado

também ao momento econômico vivido pelo país, bem

como a oferta abundante de financiamentos com juros

acessíveis e viáveis para os investimentos.

Revista Pet Food Brasil - Qual a projeção para 2012?

José Luiz Ferraz – As perspectivas são as melhores

possíveis. A quantidade de orçamentos, com grandes

possibilidades de confirmação, permite-me acreditar que

2012 irá superar 2011 em volume de negócios.

A cada dia a extrusão ganha novos mercados como, por

exemplo, as rações para peixes, pássaros, equinos e suínos.

Na verdade, acredito que não temos hoje condições de

prever quão grande ainda vai ser este mercado.

A empresa atingirá em 2012 a marca de 150 extrusoras vendidas.

36 37Informe Técnico

A palatabilidade em cães é, sobretudo, influenciada

pela percepção olfativa, gustativa e pela textura do pet food.

O olfato é o sentido que mais influencia o comportamento

“voraz” do cão ao se alimentar, já que o consumo do pet

food está fortemente relacionado ao critério mensurado

do olfato. Como conseqüência, ele desempenha um papel

fundamental na percepção da palatabilidade. Para os

experts em palatabilidade, a pesquisa dos componentes

voláteis do pet food é uma ferramenta essencial para o

desenvolvimento da palatabilidade e para conquistar

mais e mais eficiência em sua performance. Para cães, a

natureza do palatabilizante usado, bem como a maneira

como é aplicado ao kibble, é importante para maximizar a

palatabilidade.

PARTE 1:

1. O OLfATO DOS CÃES A preferência da alimentação de cães é freqüentemente

orientada pelo odor do alimento. Ainda que o gosto e a

textura também causem impactos na palatabilidade, os cães

não costumam mudar de um alimento para outro depois da

primeira degustação. É por isso que o olfato é um dos mais

importantes parâmetros para se considerar.

A excepcional acuidade do olfato dos cães é bastante

Novos avanços na palatabilidade em cães

VENDA:• Farinha de Carne e Ossos de Baixa e Alta Proteína

• Sebo Industrial Bruto • Sebo Industrial Branqueado

• Garantia de Peróxido Zero e Granulometria MÁX 2mm

Nosso constante desafio é produzir com garantia de qualidade

Nosso constante desafio é produzir com garantia de qualidade

[email protected]

C

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CM

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CMY

K

Fribom 1-2.pdf 1 05/08/11 17:41

conhecida. O nariz dos cães possui uma superfície do

epitélio olfativo de 10 a 20 vezes mais importante do que

a do homem contendo de 100 a 200 milhões de células

olfativas. Sendo assim, os cães são capazes de detectar

odores a concentrações perto de 1 milhão de vezes

menores que os humanos. Geneticamente, o genoma dos

receptores olfativos dos cães parece ser aproximadamente

30% maior do que nos humanos (Quignon et al., 2003). O

epitélio olfativo de um cão é também consideravelmente

mais inervado, com 100 vezes mais receptores por cm². A

anatomia e a fisiologia do sistema olfativo canino têm sido

estudadas em profundidade e estão bem documentadas. De

todos os sentidos dos cães, o olfato é o mais desenvolvido.

O cão percebe os odores pelo faro, durante o qual o ar é

inalado pelas narinas em aspirações curtas enquanto a

boca permanece fechada (Neuhaus, 1981). A importância de

farejar para o olfato foi confirmada como um componente

central da percepção olfativa (Mainland and Sobel, 2006).

No entanto, os cães não são iguais em relação ao sentido

do olfato. Existem algumas disparidades na capacidade

olfativa de acordo com a anatomia dos cães, tamanho do

órgão olfativo ou a raça (Vadurel e Gogny, 1997). A área do

epitélio olfativo proporciona uma indicação da sensibilidade

olfativa do animal, como o Cocker Spaniel (67 cm²) ou Pastor

Alemão (pode chegar a 200 cm²). As diferenças na capacidade

sensorial olfativa entre os indivíduos também pode ser

explicada pela diversidade genética de receptores olfativos

(Robin et al., 2009). A genética pode explicar notavelmente

porque um Labrador possui um potencial muito maior para

ser usado como farejador do que um Greyhound. O olfato

do cão também pode ser afetado por fatores ambientais, o

estado físico do animal (Gazit e Terkel, 2003) ou seu estado

de saúde (Vadurel e Gogny, 1997). Usado para o estudo da

palatabilidade, os cães são capazes de expressar preferências

entre dois alimentos com precisão confiável. Eles podem

detectar diferenças sutis entre os produtos que contenham

os mesmos cheiros, mas em diferentes proporções.

2. O PAPEL DO OLfATO NOS ESTUDOS DE PALATAbILIDADE

O olfato é importante para a ingestão do pet food. Em

provas experts de palatabilidade, um critério de “primeira

escolha” é usado para fornecer informações adicionais para

a proporção de consumo. Essa “primeira escolha” é definida

como o primeiro alimento degustado pelo animal. O olfato

não apenas orienta a preferência, mas também contribui

para manter o consumo. No entanto, a primeira escolha,

muitas vezes, representa o impacto do cheiro do pet food.

Na verdade, dados de teste palatabilidade confirmam

que as primeiras escolhas e quantidade consumida estão

altamente correlacionadas em cães. A experiência da SPF

e Panelis confirma que o primeiro pet food degustado é

geralmente o mais palatável.

Gazit, I. and J. Terkel. 2003. Domination of olfaction

over vision in explosives detection by dogs. Applied Animal

Behaviour Science 82:65-73.

Mainland, J. and N. Sobel. 2006. The sniff is part of the

olfactory percept. Chem. Senses 31:181-196.

Neuhaus, V. W. 1981. The importance of sniffing to the

olfaction of the dog. Z. Saugetierkunde 46:301-310.

Quignon, P., E. Kirkness, E. Cadieu, N. Touleimat, R. Guyon,

C. Renier, C. Hitte, C. André, C. Fraser, and F. Galibert.

2003. Comparison of the canine and human olfactory receptor

gene repertoires. Genome Biology 4:R80.

Robin, S., S. Tacher, M. Rimbault, A. Vaysse, S. Dreano, C.

André, C. Hitte, and F. Galibert. 2009. Genetic diversity of

canine olfactory receptors.

Vadurel, A. and M. Gogny. 1997. L’odorat du chien: aspects

physiologiques et facteurs de variation. Le Point Vétérinaire

28:1037-1044.

OLFACTIOON

Taste Texture

38 39Em Foco 1

produção da indústria de alimentação animal no

Brasil deve registrar incremento da ordem de 4,7% em 2011,

de acordo com dados do Sindicato Nacional da Indústria de

Alimentação Animal (Sindirações). De janeiro a outubro

deste ano já foram consumidas mais de 53 milhões de

toneladas de rações, segundo a entidade, que estima ainda

a produção do setor em 64,3 milhões de toneladas de ração

e movimentação em torno de US$ 20 bilhões em insumos,

além de mais de 2,35 milhões de toneladas de sal mineral.

Em 2010 a indústria de alimentação animal no Brasil

registrou crescimento de 5,3% em relação ao ano anterior. De

janeiro a dezembro de 2010 foram produzidas 61,4 milhões

de toneladas de rações e mais 2,15 milhões de toneladas de

sal mineral. “O crescimento levemente inferior ao de 2010

tem como principal fator a estabilidade do desempenho da

ANúmeros da Alimentação Animal

Fonte: Sindirações

indústria suinícola” explica Ariovaldo Zani, vice-presidente

executivo do Sindirações. “Já o avanço da avicultura não foi

suficiente para determinar evolução no consumo geral de

ração superior àquela verificada no ano de 2010”, completa.

A indústria de produção de aves e suínos, juntas, representa

82% da demanda de rações produzidas no Brasil.

AVICULTURA DE CORTE

A avicultura de corte deve representar 50% da demanda

de rações por conta do acréscimo de 6,4% à ração consumida.

A estimativa é o setor consumir mais de 32 milhões de

toneladas em 2011. A persistência do câmbio valorizado, os

reflexos da crise fiscal da União Europeia, os confrontos

geopolíticos no Oriente Médio e os embargos da Rússia e

África do Sul prejudicaram bastante as exportações, que

cresceram apenas 1,5% até outubro quando comparadas ao mesmo

período do ano passado. Apesar do excedente no mercado interno, durante

o último trimestre de 2010 e primeiro trimestre de 2011, a rentabilidade

foi preservada, pois o custo com a alimentação foi compensado pelo

melhor preço pago ao produtor, ao contrário do apurado entre abril e

julho desse ano. A partir de agosto, o preço do frango vivo melhorou

sensivelmente e a perspectiva é alcançar produção de cerca de 13 milhões

de toneladas e consumo per capita de 47 kg em 2011.

AVICULTURA DE POSTURA

A produção de ração para poedeiras deve alcançar 4,9 milhões de

toneladas em 2011, em resposta à estimativa do alojamento de pouco mais

de 79 milhões de pintainhas de postura. A conjuntura externa adversa

comprometeu sobremaneira o desempenho da exportação de ovos, que

recuou mais de 50% no período de um ano acumulado até outubro de

2011. A média do preço do ovo de janeiro a setembro cresceu 20% acima

do apurado no mesmo período do ano passado. No entanto, o alto custo

do milho e dos outros insumos prejudicou a rentabilidade do produtor.

bOVINOCULTURA DE CORTE

A estimativa do setor de alimentação animal para bovinos de corte

nesse ano é de produção de 2,7 milhões de toneladas com aumento

de quase 8% em relação ao ano anterior, enquanto o crescimento do

confinamento deve ficar em torno de 10% em relação ao resultado

de 2010. A intensidade do frio, as pastagens secas e o alto custo da

alimentação diminuíram a oferta do boi de pasto e de cocho. Além

disso, a escassa oferta de bezerros, os episódios de aftosa no Paraguai e

a valorização do dólar têm contribuído para manutenção da arroba em

patamar superior aos R$ 100,00. A expectativa é somar mais de US$ 5

bilhões com as exportações de 1 milhão de toneladas de carne bovina em

2011.

bOVINOCULTURA DE LEITE

A estimativa da indústria é de crescimento de 8% e produção de cinco

milhões de toneladas de rações para bovinocultura leiteira, a despeito

do alto custo dos insumos utilizados na alimentação. A limitação na

produção em virtude da baixa qualidade das pastagens por conta da

estiagem e a queda na captação por fatores logísticos e climáticos

fortaleceram o preço pago ao produtor. Porém, o alto custo do milho,

farelo de soja e outros insumos continuam limitando a recuperação da

atividade, que deve produzir mais de 31 bilhões de litros de leite em 2011.

SUINOCULTURA

A quantidade de carne suína exportada até outubro sofreu recuo

de 5% por conta da valorização do real no primeiro semestre e dos

embargos comerciais. O aumento no custo de produção determinado

pela valorização expressiva dos insumos da alimentação estabeleceu um

ritmo acelerado no abate de matrizes e, sobretudo, animais mais leves.

Esses fatores combinados têm pressionado o preço do suíno vivo pago

ao produtor e mantido a estabilidade do plantel. Alinhada à tendência de

estabilidade, a indústria de alimentação animal deve produzir cerca de

15,4 milhões de toneladas de ração em 2011.

CÃES E gATOS

A produção estimada de alimentos para cães e gatos deve crescer

aproximadamente 4% em 2011, alcançando cerca de 2,1 milhões de

toneladas. A estimativa do setor varejista é faturar R$ 11 bilhões nesse ano

em alimentos para cães, gatos, pássaros exóticos e peixes ornamentais,

ou seja, um crescimento de 4,5% em relação ao ano anterior.

PEIxES E CAMARõES

A demanda por ração para peixes estimada é de 430 mil toneladas,

caracterizada pelo contínuo crescimento que deve alcançar 25%. A

produção de camarões, por sua vez, tem se revelado menos produtiva e

impactada negativamente por causa dos desafios sanitários, embargos

comerciais, redução global dos preços, burocracia do licenciamento

ambiental e a indústria impossibilitada de investir apropriadamente

em tecnologia e sistemas de cultivo mais produtivos e sustentáveis. Em

resposta o consumo de rações para carcinicultura industrial deve manter

estabilidade em 2011.

PREVISõES E CONSIDERAÇõES PARA 2012 O desempenho da indústria de alimentação animal Brasileira é

dependente do impulso da indústria de alimentos que, por sua vez,

é modulado pela capacidade de demanda do consumidor doméstico

e pelo interesse de consumo dos clientes internacionais. O flagrante

esfriamento econômico Brasileiro no último trimestre parece ainda

não ter influenciado demasiadamente o preço das carnes no varejo,

embora a desaceleração da economia Chinesa e o agravamento da crise

fiscal Européia representem risco potencial. A deflagração de uma nova

crise financeira global pode ser amenizada no Brasil por sua disciplina

na gestão macroeconômica alicerçada em sistema financeiro sólido e

moderno, Banco Central autônomo, política de câmbio flutuante e setor

público que vem acumulando superávits primários e mais de U$ 350

bilhões em reservas. Os empreendedores Brasileiros poderão suportar

uma economia global convalescente se o país continuar a crescer e

vencer os desafios dos ganhos de produtividade, disponibilidade de mão-

de-obra especializada e mobilização dos investimentos necessários.

SObRE O SINDIRAÇõES

O Sindirações, Sindicato Nacional da Indústria de Alimentação Animal,

foi fundado em 1953, e é hoje o principal representante da indústria

brasileira de ingredientes, premixes, concentrados, suplementos, rações

e alimentos para animais. Com sede em São Paulo, no edifício da Fiesp, a

entidade reúne cerca de 150 associados – que representam cerca de 80%

do mercado comercial de produtos destinados à alimentação animal –, é

membro fundador a FEED LATINA, Associación de las Industrias de

Alimentación Animal da America Latina Y Caribe e membro do Board

da IFIF – International Feed Industry Federation.

Mais informações: www.sindiracoes.org.br

40 41Em Foco 2

uando iniciamos um novo Ano, normalmente

fazemos planos, estabelecemos metas, montamos

planejamentos para que o próximo período seja

melhor que o último, mas o que é exatamente essa

etapa de “Planejamento em vendas”.

A palavra PLANEJAMENTO, nada mais é

do que: O ato de projetar um trabalho, serviço ou

empreendimento. Determinação dos objetivos ou metas de

um empreendimento.

Porque isso é tão importante para as vendas? Eu diria

que não só em vendas isso é de incontestável importância,

pois sem projetarmos nossas ações, nossas atividades,

nossa chance de sucesso é menor do que quando realmente

determinamos objetivos e metas a serem cumpridas, para

que obtenhamos um determinado resultado, portanto vou

tentar passar alguns passos, que na verdade são simples,

para que as pessoas da área de vendas( e para min todos

somos da área de vendas) possam chegar ao sucesso nessa

profissão milenar e que é o motor de qualquer empresa.

Levantamento de dados: Obtenha os “números” de

sua área de vendas, do ano anterior, do período anterior.

QPlanejamento em vendas

Por : Saul Jorge ZeucknerDiretor Comercial-Algomix/

Ki-Tal Alimentos Ltda

Saiba tudo sobre seu território, ou se for vendedor interno,

conheça quem é o publico alvo da empresa que você

vende, seus costumes, suas crenças, que perfil, que classe

econômica pertence, o que compram, com que frequência,

etc. Mas onde vou obter esses dados? Tem inúmeros meios

de conseguir, com associações, prefeituras, sindicatos,

IBGE, entre outros. Podemos por exemplo, possuir os

dados de: População, IDH, Rendimento médio, gasto

médio com produtos que vendo, quais bairros ou cidades

tem maior potencial para minhas vendas, quais os períodos

em que os prospects e clientes costumam comprar mais,

que marca é a mais vendida em minha região, etc.

Estabeleça metas e objetivos: De posse dos números,

planeje suas ações, tenha suas metas claras e objetivos

possíveis de atingir. Por exemplo: quero visitar 12

clientes/dia e fechar a venda média de 10 unidades/cliente

visitado, Você pode não conseguir vender a todos, com

10 unidades cada, mas pode vender a 50% dos clientes

visitados e vender 20 unidades cada, que o resultado será

atingido, considere os clientes que não compraram, como

parte do processo, ou seja, eles estão na composição da

média, sendo assim, se eu visitar (ou contatar), mais de

12/dia, a probabilidade de vendas será maior, porque

quanto mais visito (ou contato), mais eu vendo. Vendas é

matemática, mais contatos=mais vendas.

Quando estabelecemos objetivos claros, nossa mente

trabalha para que eles sejam atingidos e estamos com o

planejamento em execução, precisamos diariamente checar

nossas metas e o que queremos e trabalhar para concluir o

período estabelecido, com as metas compridas. Mantenha

suas metas e objetivos em locais visíveis.

Uso do tempo: Após estabelecer suas metas, separe

tempo para cada ação, de forma ordenada, tendo tempo

para prospecção, pós venda, promoção, etc. Economize

tempo, não desperdice com atividades que “roubem tempo”,

seja objetivo e descubra quais os horários você rende mais,

porque algumas pessoas produzem mais de manha, outras

a tarde e assim por diante, lembre-se que seus clientes

também têm essas diferenças e em determinados períodos

os prospects não atendem.

Acompanhe e corrija: Não espere o final do período

para medir seus resultados, confira seus resultados de

tempo em tempo e faça os ajustes necessários para que você

fique na rota certa. Anote todas as correções que fizer e

lembre-se, um planejamento não é imutável, ajuste seus

planos conforme a necessidade, mas não mude a meta.

Para que tudo que foi projetado tenha valor:

Motive-se diariamente: Nessa profissão, necessitamos

nos auto – motivar, não podemos esperar que outros nos

motivem, claro que as motivações que o mercado nos

proporciona é bom, mas precisamos ser muito disciplinados

e “nos virar”, porque não podemos esperar que as coisas

aconteçam, precisamos “fazer acontecer”, portanto, de

posse dos dados levantados e das metas estabelecidas,

vamos a luta, temos que nos mexer, ir de encontro de

nosso mercado, de nossos clientes e de nossos prospects.

Mas Saul, eu sou um vendedor interno, não tenho como

ir de encontro com o Mercado?. Tem sim, você pode, por

exemplo, montar uma promoção, uma campanha, para

trazer clientes e prospects à loja, use sua criatividade,

sua imaginação e faça algo de diferente, não seja mais um

atrás do balcão, disso o mundo esta cheio, precisamos de

pessoas diferentes, que inovam, que busquem soluções

para as empresas, sugira ao seu gerente, coisas que podem

melhorar as vendas da empresa, desde como mudar o

Layout da loja, a disposição dos produtos, a fachada da loja,

fazer marketing, propaganda, colocar uma propaganda

em rádio, fazer abordagens em locais de alta circulação de

pessoas, nos bairros, nas casas, enfim, use a imaginação...

Como posso atrair clientes?

Boas vendas!

42 43Em Foco 3

êxito obtido na primeira edição do evento,

realizado em março de 2011 em São Paulo, e que

contou com a participação dos principais players

do mercado foi um importante aval para que a feira

entrasse definitivamente para o calendário de eventos

do segmento pet food. A organizadora da feira, Editora

Stilo, anuncia a data e local da segunda edição, que

acontecerá entre os dias 08 e 09 de maio de 2012, no

Espaço Frei Caneca de Convenções, em São Paulo (SP).

A três meses do evento, todos os stands já estão

reservados, tendo um aumento de 15% no número de

expositores.

A 2ª Expo Pet Food acontece juntamente com a 7ª

Fenagra – feira que reúne empresas do setor de graxaria

e os responsáveis por fornecer matérias-primas para

a indústria de ração animal, cosméticos, produtos de

higiene e limpeza, para o mercado de combustíveis

alternativos, entre outros.

Novamente, em paralelo às feiras serão promovidos

OEm nova data e local, a feira já está com 90% dos stands reservados

2ª edição da Expo Pet Food

Congressos e Simpósios, ressaltando o caráter técnico

do evento. O 11º Congresso Internacional de Graxarias,

do SINCOBESP – Sindicato Nacional dos Coletores

e Beneficiadores de SubProdutos de Origem Animal

– se destaca pelo seu alcance internacional, reunindo

empresas de países como: Itália, Argentina, Chile,

Alemanha, Austrália, Nova Zelândia, Peru, Venezuela

e USA. Também serão realizados o IV Congresso e

XI Simpósio sobre Nutrição de Animais de Estimação,

estes dois últimos de responsabilidade do CBNA –

Colégio Brasileiro de Nutrição Animal - que abordarão

as últimas tendências do setor pet food.

O caráter técnico das feiras, a qualificação dos

visitantes e a união de dois mercados tão complementares

quanto o de pet food e graxaria despontam como

determinantes para o êxito e a consagração dos eventos.

Mais informações poderão ser obtidas através do site:

www.editorastilo.com.br

IV CONGRESSO INTERNACIONAL e XI SIMPÓSIO SOBRE NUTRIÇÃO DE ANIMAIS DE ESTIMAÇÃO Local: Centro de Convenções Frei Caneca - São Paulo

Terça-Feira - 08 de maio de 2012 08:00 – 08:45 Inscrições e entrega de material aos inscritos

08:45 – 09:00 Abertura

09:00 – 09:45

Importação e exportação de ingredientes e alimentos JANAÍNA GONÇALVES GARÇONE –DFIP/SDA/MAPA – Brasília, DF

09:45 – 10:00 Perguntas 10:00 – 10:30 Intervalo

10:30 – 11:15

Energia térmica ou mecânica no processo de extrusão: efeitos nas características físicas do extrusado e consumo pelo animal. Palestrante a confirmar

11:15 – 11:30 Perguntas

11:30 – 12:15

Como determinar a vida de prateleira? Aspectos técnicos implicados SILVIA CRISTINA S. ROLIM DE MOURA - ITAL, Campinas, SP

12:15 – 12:30 Perguntas 12:30 – 14:00 Intervalo

14:00 – 14:45

Formulação e processamento de alimentos de alimentos mastigáveis e específicos LUCIANO TREVIZAN - UFRGS, Porto Alegre, RS

14:45 – 15:00 Perguntas

15:00 – 15:45

Uso de soja em formulações para cães e gatos ANANDA FELIX - UFPR, Curitiba, PR

15:45 – 16:00 Perguntas 16:00 – 16:30 Intervalo

16:30 – 17:15

Contaminação química: metais pesados em petfood ELISABETE APARECIDA DE NADAI FERNANDES - CENA-USP, Piracicaba, SP

17:15 – 17:30 Perguntas

Quarta-Feira – 09 de maio de 2012

09:00 – 09:45 A dieta natural do gato: o que podemos aprender com ela? WOUTER HENDRIX, Wageningen University, Holanda

09:45 – 10:00 Perguntas 10:00 – 10:30 Intervalo

10:30 – 11:15 Nutrição e comportamento WOUTER HENDRIX, Wageningen University, Holanda

11:15 – 11:30 Perguntas

11:30 – 12:15 Sustentabilidade na produção de alimentos para cães e gatos e a “pegada de carbono”

JACQUES WIJNOOGST - Tema & Partners, Holanda 12:15 – 12:30 Perguntas 12:30 – 14:00 Intervalo

14:00 – 15:00 APRESENTAÇÃO ORAL DE TRABALHOS CIENTÍFICOS

15:00 – 15:45 Tendências em nutrição humana levadas para a indústria pet food (ingredientes) MARTIN KARUTZ

15:45 – 16:00 Perguntas 16:00 – 16:30 Intervalo

16:30 – 17:15 Qualidade das farinhas de origem animal Palestrante a confirmar

17:15 – 17:30 Perguntas 17:30 Encerramento

44 45Em Foco 4

ABINPET (antiga Anfalpet) foi fundada

em 1980 e tem evoluído com o setor, mostra disso é a

modernização de estatuto para que a entidade possa

dar suporte as empresas com o mesmo dinamismo e

velocidade do setor. Hoje a ABINPET contempla entre

seus associados os segmentos não apenas de alimentos

para animais de estimação, mas também pet care

(equipamentos, acessórios e produtos para higiene e o

embelezamento), medicamentos veterinários e serviços.

Esta expansão levou à modernização da marca para

refletir no mercado.a nossa missão e visão.

Em razão da importância assumida pelo mercado

Pet, em 2012 a marca passa por algumas atualizações,

entre elas a mudança de nome para Associação Brasileira

da Indústria de Produtos para Animais de Estimação

(ABINPET), pois deixa de ser uma entidade focada

apenas na indústria alimentícia para atender todos os

demais segmentos de produtos Pet.

MISSÃO E VISÃO A ABINPET tem como missão representar,

A

Associação Brasileira da Indústria de Produtos para Animais de Estimação

promover e fortalecer o setor, contribuindo para o

desenvolvimento de seus associados e sendo referência

para o mercado de animais de estimação.

A associação tem como principal objetivo ser

referência internacional em seu segmento, com

destaque para a conscientização do consumidor e para o

fortalecimento do setor por meio da sustentabilidade do

mercado Pet no Brasil.

DIRETRIzES 2012 / 2013 A ABINPET tem como foco para o biênio de

2012/2013 as ações distribuídas em três pilares

fundamentais FISCAL,

TÉCNICO REGULATÓRIO e FOMENTO:

1) Fiscal: os impostos incidentes sobre o setor limitam o

desenvolvimento das empresas e o adequado acesso da

população brasileira aos produtos hoje disponíveis aos

animais de estimação. O setor compreende a importância

da sua contribuição à economia brasileira - na alocação de

investimentos, geração de empregos, desenvolvimento de

pesquisas e arrecadação de impostos - e assim gostaria

de ter uma tributação justa levando-se em consideração

a importância dos animais de estimação na saúde e

bem-estar das pessoas e os benefícios do alimento

industrializado, que não compete necessariamente com a

cadeia de suprimentos para alimentação humana. O início

da jornada da indústria objetivando uma carga tributária

adequada terá um impacto grande e imediato na redução

da informalidade do setor, o que será saudável para o

mercado, governos e consumidor.

2) Técnico Regulatório: para o contínuo desenvolvimento

da indústria para animais de estimação é necessário

contar com regras claras e aplicáveis a todos os

competidores. Esse escopo deve incluir primordialmente

padrões de qualidade, além de processos regulatórios

simplificados para orientar as transações da indústria.

O estabelecimento de um marco regulatório para o

setor permite um campo justo de competição, produtos

de qualidade assegurada para o consumidor e a criação

de um mercado mais saudável e benéfico para todas as

partes envolvidas.

3) Fomento do setor: o alinhamento do setor em um

contexto de mais eficiência e competitividade – a partir

da adequada carga tributária e definição de padrões

de qualidade – dará maior musculatura para o correto

posicionamento no mercado, em ações de promoção e

estímulo ao consumo de produtos específico. A partir

de melhorias e aprimoramentos da indústria, uma

abordagem mais ousada e pró-ativa é essencial para

fomentar os negócios e aumentar as demandas.

PRODUTOS E SERVIÇOS OfERECIDOS PELA AbINPET • Painel Pet - sistema de coleta e apuração de dados

de todos os fabricantes nacionais, terceirizantes e

importadores de alimentos e produtos para animais de

estimação que compõem o mercado pet brasileiro;

• Programa de Exportação da ABINPET em parceria

com a ApexBrasil com o projeto Pet Brasil;

• Manual Pet Food Brasil como referencia técnica para o

segmento de alimentos do setor;

• Publicação anual do Perfil de Mercado;

• Informativo mensal;

• Grupos setoriais de trabalho;

• Orientações setoriais tributárias;

• Ações Institucionais para o desenvolvimento do setor.

Visite nosso site para mais informações.

46 47Segurança Alimentar

Segurança na qualidade de rações para pets

Contaminantes Orgânicos e Sintéticos Resíduos de agrotóxicos - Organofosforado

1. INTRODUÇÃO

Os organofosforados (OFOs) são compostos derivados do ácido

fosfórico e suas formas sulfuradas (Figura 1). Não se acumulam

na natureza e são de decomposição relativamente rápida após a

aplicação. Embora ofereçam menor risco para o meio ambiente,

os OFOs são altamente tóxicos para animais, pois podem ser (a)

absorvidos pela pele, mucosas, pulmões e sistema gastrointestinal

através de exposição direta (cutânea/inalação/ingestão) ou (b)

ingeridos através dos ingredientes utilizados nas rações.

Dentre os agrotóxicos, os OFOs estão entre as principais

causas de intoxicação aguda, em situações acidentais. São

verif icados casos de intoxicação em cães e gatos pela medicação

inadequada ou excessiva para controle de pulgas e carrapatos,

além da utilização em locais de moradia, como canis e gatis.

A alta exposição desses compostos para animais pode ser

atribuída à facilidade de aquisição de produtos registrados para

uso agrícola, veterinário ou doméstico (Figura 2) contendo

estas substâncias e também ao fato de que a f iscalização da

comercialização dos agrotóxicos de uso proibido ou restrito é

inef iciente.

Os OFOs mais freqüentemente utilizados são metaminofós,

dimixion, fenitrotion, fention, fosfomet, triclorfon,

clorfenrifós, ethion, diazinon e clorpirifós. Com menor

freqüência são utilizados carbamatos - carbaril, aldicarb,

carbofuran, methomyl, popoxur, oxamil, pirimidicarb e

dioxicarb (Tabela 1).

Figura 1. Ácidos orgânicos que originam os organofosforados.

Figura 2. Agrotóxicos utilizados na agricultura, pecuária e ambiente doméstico.

Tabela 1: Composição química das principais grupos de fontes protéicas unicelulares, sobre a matéria seca (Miller e Litsky, 1976).

Princípio ativo

Acefate

Azinfos metil

Clorfevinfos

Clorpirifos

Coumafos

Demeton

Diazinon / Diclorvos

Dicrotofos

Dimethoate

Disulfoton

Edifentos / Ethion

Etilparathion

Fenitrotion

Fention

Nome comercial

Orthene®

Gusathion®

Birlane®

Dursban®

Co-Ral®

Systox®

DDVP®

Bidrin®

Defend®

Disyston®

Ethanox®

Paration®

Agrotion®

Baytex®

Princípio ativo

Leptofos

Malation

Metil Paration

Monocrotofos

Metil Oxidemeton

Phorate

Phosalone

Fosfolan

Metil primifos

Profenofos

Sulprofos

Temefos

Terbufos

Triclorfon

Nome comercial

Phosvel®

Monitor®

Fosdrin®

Azodrin®

Metasistox R®

Thimet®

Azofene®

Cylan®

Actellic®

Curacron®

Bolstar®

Abate®

Counter®

Dipterex®

2. MECANISMO DE AÇÃO DOS ORgANOfOSfORADOS EM PETS

Após a absorção oral, inalatória ou cutânea, os OFOs são distribuídos

pelo organismo sua eliminação ocorre através de metabolismo hepático,

podendo também ser excretado como produtos de hidrólise da urina.

Os agrotóxicos OFOs atuam inibindo as colinesterases,

principalmente a acetilcolinesterase (AChE), uma proteína

molecular presente nas sinapses colinérgicas. Esta enzima é

responsável pela hidrólise da acetilcolina em colina e ácido acético.

A acetilcolina (ACh) é uma substância transmissora de várias

sinapses do sistema nervoso, transmitindo os impulsos nervosos

em uma velocidade surpreendente de 1 a 2 milissegundos. Os OFOs

inibem irreversivelmente a AChE, causando acumulo da ACh nas

sinapses (Figura 3). Em mamíferos, estes efeitos caracterizam-se

principalmente por lacrimejamento, salivação, sudorese, diarréia,

tremores e distúrbios cardiorrespiratórios. O diagnóstico é

realizado pela identificação dos sinais clínicos e confirmação dos

níveis da colinesterase reduzida no tecido cerebral ou soro.

48 49Segurança Alimentar

Figura 3. Mecanismo de ação dos organofosforados (Na: sódio; AchE: acetilcolinesterase; Ach: acetilcolina).

Figura 4. Alterações cerebrais causada por organofosforados: (a) células cerebrais de cão com vacuolização e (b) ressonância magnética apresentando fissuras aumentadas e com líquido nos ventrículos (cor: vermelho e rosa).

Figura 5.Envenenamento por organofosforados: dano no trato gastrointestinal em cão.

Além das colinesterases, alguns grupos de inseticidas OFOs

podem alterar outras enzimas (esterases), sendo a principal a

neurotoxico esterase (Figura 4). Esta enzima, quando inibida pode

determinar neuropatia periférica (membros inferiores) por ação

neurotóxica retardada, com surgimento após 15 dias da intoxicação

aguda inicial. Mesmo sendo possível mensurar a atividade das

neurotoxico esterases por metodologia laboratorial (análise em

linfócitos), esta ainda não está disponível no país.

Alguns dos agrotóxicos mais comumente encontrados em

envenenamento de pets são: diazinon, diclorvós, fenitrotion e

malation. Estudos comprovam que o diazinon e o fenitrotion

possuem efeitos críticos de neurotoxicidade aguda em mamíferos,

enquanto o diclorvós e malation ainda não estão bem esclarecidos

(Lowit, 2006). Todos estes agrotóxicos são utilizados na

agricultura, especialmente nas culturas de frutas e vegetais. Sua

toxicidade ainda pode ser afetada por condições ambientais, como a

temperatura, que quando reduzida, pode aumentar a toxicidade de

malation. Além disso, estresse provocado pelo calor, fome, fadiga,

viagens, sede e estado de saúde do animal podem potencializar a

ação dos OFOs.

3. SINTOMAS E TOxIDADE DOS ORgANOfOSfORADOS

Em cães e gatos, a intoxicação por OFOs evolui

progressivamente, inicia com um quadro de agitação, evoluindo

para hipo-excitabilidade (estado de prostração e apatia, mesmo

perante estímulos externos) ou hiper-excitabilidade (estado geral

de excitação excessiva, inclusive frente a estímulos externos).

A causa imediata da morte após a intoxicação aguda por OFOs

é a asfixia, resultante de insuficiência respiratória associada à

constrição bronquial, aumento das secreções bronquiais, paralisia

dos músculos respiratórios e depressão do sistema respiratório.

3.1 Intoxicação aguda

Os sinais clínicos nesse tipo de intoxicação -por grande

qualidade do tóxico- incluem fraqueza, letargia, ataxia, tremores,

convulsões, podendo levar a morte. Miose pupilar pode ser

frequentemente observado em mamíferos, entretanto, não

será visto em aves por causa do músculo esquelético da íris. A

ocorrência de sialorréia é observada em maior intensidade nos

gatos juntamente com tremores musculares; seguido de miose,

micção freqüente, diarréia, bradicardia, dor abdominal e êmese.

Bradicardia é mais comum que taquicardia, contudo a segunda

pode ocorrer mais intensamente pela liberação de catecolaminas

pelas adrenais em alguns casos. Em intoxicações severas, observa-

se cianose e dispnéia, em virtude do acúmulo de secreções

respiratórias e de bronco-constrição, além de depressão acentuada

do sistema nervoso central e a morte advém da hipóxia resultante

das alterações respiratórias e da bradicardia. Diarréia também

é um sintoma que pode ser encontrado em animais envenenados

por OFOs devido a alterações no trato gastrointestinal (Figura

5). Uma maior toxicidade pode ser observada conforme a espécie

(gatos mais sensíveis que os cães), do agente envolvido (os touros

são mais susceptíveis ao clorpirifós que os novilhos) e da quantidade

absorvida.

3.2 Intoxicação crônica

A exposição de animias por exposição aos OFOs, por longo

periodo de tempo, em pequenas quantidades, pode resultar

nos mesmos efeitos que a exposição aguda. Outros efeitos

relatados incluem comprometimento da memória e concentração,

desorientação, depressões severas, irritabilidade, confusão, dor

de cabeça, dificuldades de fala, os tempos de reação retardada,

pesadelos, sonambulismo e sonolência ou insônia. Uma condição

semelhante à gripe com dor de cabeça, náuseas, fraqueza, perda

de apetite e mal-estar também tem sido relatada. Outros efeitos

de gravidade e pouco mencionados nas exposições de longo prazo

estão relacionados com distúrbios de coagulação sanguínea que

alguns OFOs podem determinar, levando muitas vezes o animal

contaminado ao óbito.

A Tabela 2 apresenta os efeitos tóxicos dos OFOs que ocorrem

nos sistemas digestivo, respiratório, nervoso, cardíaco, músculos

e pele de pets. As análises toxicológicas podem ser realizadas

nesses tecidos, conteúdo gástrico, pêlos, pele e/ou urina. Contudo,

resultados podem ser negativos, pois os OFOs não permanecem

por muito tempo no organismo.

4. RESÍDUOS DE ORgANOfOSfORADOS EM ALIMENTOS PARA PETS

Em um estudo realizado na Austrália foi registrado que diversos

agentes, incluindo agrotóxicos, são responsáveis por intoxicação

em cães e gatos e foram identificados por ordem abrangência: as

organofosforados (21%), rodenticidas anticoagulantes (14%), estricnina

(8%), carbamatos (7%), metaldeído (9%), alem de outros produtos

(domissanitarios, etc: 41%). Sendo 86% das exposições em cães e 14%

em gatos. Nos EUA, de 140.614 intoxicações relatadas (Associação

Americana de Controle de Envenenamento, 1994), 82,8% ocorreram

em cães, 13,6% em gatos e 3,9% em outras espécies. No Brasil, diferentes

compostos foram responsáveis por intoxicações em cães e gatos, 29,2%

com agentes terapêuticos, 16,4% com agrotóxicos (39% carbamatos;

39% organofosforados e 22% outros), 14,8% com rodenticidas, 27,6%

com outros e 12% com agentes desconhecidos) (Medeiros et al., 2009).

50 51

4.1 Residuos de OFOs

Os OFOs são compostos utilizados no controle de parasitas

em animais e podem gerar resíduos nos produtos alimentícios

derivados, representando um risco para os proprios animais e

seres humanos. Quando aplicados de forma inadequada na lavoura,

podem contaminar cursos de água, além de gerar resíduos em

produtos agrícolas.

Em um estudo realizado em quatro estados brasileiros (Minas

Gerais, São Paulo, Paraná e Rio Grande do Sul), a presença de ao

menos um composto OFOs foi detectada em 196 das 209 amostras

de leite bovino (93,8%) (Nero et al., 2007). Além deste alimento,

frutas e hortaliças (alface, agrião, couve, uva, ameixa e maçã) também

apresentaram resíduo deste pesticida, sendo encontrado desde 0,2 ppm

em uvas a 0,7 ppm em agrião (Oliveira et al., 2010).

Dos pesticidas OFOs utilizados para uso agrícola, diazinon é

umdos mais usados para o controle de pragas, em áreas e culturas como

a amêndoas, alface americana, alface e ameixas secas. O diclorvós,

apesar das preocupações com sua segurança e evidências de que este

pesticida é cancerígeno e prejudicial ao cérebro e sistema nervoso,

ainda é bastante utilizado na área agrícola.

O Programa de Análise de Registros de Agrotóxicos em

Alimentos (PARA) criado pela Agência Nacional de Vigilância

Sanitária (ANVISA) que tem o objetivo de monitorar e controlar

a presença de agrotóxicos em alimentos vem desde 2001avaliando

diversos vegetais e tem registrado irregularidades, especialmente

pela detecção de pesticidas não autorizados nas culturas e uso

inadequado.

Os vegetais são comumente encontrados nas rações de animais

pets e podem estar contaminados com estes resíduos. Devido ao

consumo diário/repetitivo da mesma ração, estes animais tornam-se

mais expostos a estes contaminantes.

5. TRATAMENTO O tratamento das intoxicações por OFOs baseia-se principalmente

no uso da atropina, antídoto sintomático e, com menor freqüência,

das oximas, antídotos específicos que reativam as colinesterases.

O tratamento inicial é de suporte, com controle das vias aéreas,

oxigenação e hidratação, realização de esvaziamento gástrico, correção

de distúrbios hidroeletrolíticos e uso de atropina, na dose de 0,05 mg/

kg intravenoso, repetido a intervalos de 5 minutos, até surgirem os

sintomas de atropinização.

Sem tratamento, o animal pode chegar ao óbito, por isso,

dependendo as alterações clínicas observadas nos quadros de

intoxicação é importante que o tratamento seja realizado o mais rápido

possível. O exame toxicológico é o melhor método para confirmar o

diagnóstico e levar ao tratamento da sintomatologia do animal.

6. COMO EVITAR OU REDUzIR A CONTAMIAÇÃO EM PET fOOD

A redução dos níveis de resíduos de agrotóxicos em alimentos

para pets depende da fiscalização das culturas, por parte do MAPA/

ANVISA e a conscientização dos produtores em realizar o uso

adequado do produto, utilizando quantidade adequada e respeitando

o período de carência específica para cada cultura. Muitas vezes o

alto custo impede a utilizacao de produtos orgânicos certificados

em pet food.

É necessário que os alimentos sejam fiscalizados e monitorados

para que sejam evitadas qualquer irregularidade e garantir a segurança,

evitando a exposição a estes contaminantes.

Dessa maneira, a qualidade das rações pets contendo (ingredientes

provenientes da agricultura) também estará garantida, assim como

a saúde do animal, que pode estar exposto a estes contaminantes

diariamente, já que sua alimentação não é diversificada (altamente

repetitiva). A prevenção ainda é a melhor maneira de reduzir a

incidência de intoxicações em animais de companhia, sendo necessário

o desenvolvimento de educação continuada para conscientização dos

donos de pets em relação à utilização domestica adequada (inseticidas/

raticidas/anti-cupim) de produtos tóxicos em potencial e da indústria

de pet food na aquisicao de seus ingredientes.

7. REfERêNCIAS RECOMENDADAS PARA LEITURA

Cavaliere, M.J., Calore, E.E. Perez, N.M. e Puga, F.R.. Mio-toxicidade por

organofosforados. Rev. Saúde Púb. vol.30 no.3, 1996.

OGA, S. Fundamentos de Toxicologia. 2. ed.. São Paulo: Atheneu, 2003.

Martins, V. dos Santos, R. Donnici, C.L. Da Costa, J.B.N., J.M.R. Caixeiro. Compostos

organofosforadospentavalentes: histórico, métodos sintéticos de preparação e aplicações como

inseticidas e agentes antitumorais. Quím. Nova, vol.30, no.1, 2007.

Lowit, A.B.. Federal Regulations and Risk Assessment of Organophosphate and Carbamate

Pesticides.U.S. Environmental ProtectionAgency, Washington, DC, 2006.

Nero, L.A.; de Mattos, M.R.; Beloti, V.; Aguiar, M.; Barros F.; Pontes Netto D.; Franco,

B.D.G.deM.. Organofosforados e carbamatos no leite produzido em quatro regiões leiteiras

no Brasil: ocorrência e ação sobre Listeriamonocytogenes e Salmonella spp. Ciênc. Tecnol.

Aliment., vol.27, no.1, 2007.

de Oliveira, C.C.M. de F.; Oliveira, K.C.; Silva Filho, M.V.; de Oliveira. M.M. Presença

de pesticidas anticolinérgicos (organofosforados e carbamatos) em frutas e hortaliças no

município de Cabo Frio, RJ. Vértices, Campos dos Goytacazes/RJ, v. 12, n. 3, p. 177-185,

2010.

Brasil, Ministério da Saúde, Portaria n. 518 de 25 de março de 2004. Estabelece os

procedimentos e responsabilidades relativos ao controle e vigilância da qualidade da água

para consumo humano e seu padrão de potabilidade, e dá outras providências; Diário Oficial

da União, Brasília, DF, 2004.

Brasil, Ministério da Saúde. Portaria, nº 10/SNVS de 08 de março de 1.985. Atribui à

DINAL a compilação da relação de substâncias com ação tóxica sobre animais ou plantas,

cujo registro pode ser autorizado no Brasil, em atividades agropecuárias e domissanitários e

determina outras providências. Diário Oficial da União, Brasília, DF, 1985.

Medeiros, R.J.; Monteiro, F.de O., da Silva, G.C., Nascimento Jr, A..Casos de intoxicações

exógenas em cães e gatos atendidos na FVUFF de 2002 a 2008. Ciência Rural, Santa

Maria, ISSN 0103- 8478.

No próximo exemplar sera’ abordado outro grupo de compostos

químicos que pode contaminar pet food.Os carbamatos os quais

podem estar presentes quando da utilização de ingredientes

contendo níveis elevados deste contaminante aplicados no campo e/

ou na armazenagem dos ingredientes vegetais ou serem transferidos

para os tecidos animais de corte utilizados na indústria de pet food.

Profa. Vildes M Scussel, Janaina Nones, Karina M. Tonon, Karina K. de Souza, Geovana Savi & Daniel ManfioLaboratório de Micotoxicologia e Contaminantes Alimentares - LABMICO, www.labmico.ufsc.brDepto de Ciência e Tecnologia de Alimentos, Centro de Ciências Agrárias, Universidade Federal de Santa Catarina, Florianópolis, SC – Brasil.

Segurança AlimentarTabela 2. Principais sintomas observados em pets pela toxicidade dos organofosforados

Intoxicação

LeveNáuseasVômitoscólicasDiarreiaTosse

DispnéiaBronco espasmoDor de cabeça

Enjôos

VertigensContração de pupila de olho

Sonolência

Fraqueza muscular mínimaFadiga

Irritações

Muito intensa

MORTE

Moderada

SalivaçãoVômitos

Hipoxemia

Coma superficialConvulsões

Hipoehiperventilação

FraquezaFasciculação

Sudorese

Intensa

Aumento excessivo da salivação

Hipercrinia(aumentodassecreções )

Insuficiência respiratória Coma profundo

Convulsões

Depressão cardíaca e respiratória

Bradicardia

Fasciculação mais grave

Sudorese excessiva

ÁREAS AFETADAS

SISTEMA DIGESTIVO

SISTEMA RESPIRATÓRIO

SISTEMA NERVOSO

SISTEMA CARDÍACO

MÚSCULO

PELE

52 53

CLAUDIO MATHIASANDRITZ FEED & BIOFUEL

EXTRUSION DIVISION [email protected]

[email protected]

Pet Food Online

Ingredientes Vegetais milho é um dos ingredientes mais usados

no mundo inteiro para a produção de alimentos

para animais. Tem um custo interessante para as

industrias em todo o mundo e a digestibilidade do

amido de milho entre as muitas variedades produzidas

ultrapassa os 95%. No entanto, o cozimento do milho

no processo de extrusão auxilia a digestibilidade no

intestino delgado em animais, isto foi comprovado

também para alguns peixes, e também o amido do

milho cozido não causa dif iculdades substanciais no

aparelho digestivo, diarréia ou mesmo f latulência

(Takeuchi et. Al, 1994). No entanto, a digestibilidade

da energia é melhorada se o amido for gelatinizado

corretamente no processo de extrusão.

O milho, como outros grãos, são suscetíveis à

contaminação por micotoxinas, em determinadas

regiões e os anos de cultivo. As principais micotoxinas

O que preocupam a qualidade do milho são a af latoxina

e fumonixon. Outras micotoxinas como vomitoxina,

zearalanone, toxina T-2 e ocratoxina também podem

ser encontradas em produtos provenientes de miho.

O processo de extrusão tem demonstrado que

possui a capacidade de reduzir a concentração

de toxinas em produtos provenientes de milho

(Ryu et al, 1999, Castells et al, 2005), mas para

uma quantidade biologicamente insignif icante. O

acompanhamento dos níveis de toxina na recepção

de matéria prima é fundamental para minimizar os

riscos. A inclusão de milho nas formulaçãoes são

realmentes importantes e não possuem limites com

base em fatores nutricionais.

Os pequenos grãos, como trigo, centeio, triticale

e do híbrido são encontrados periodicamente

como ingredientes para alimentos extrusados.

Principalmente quando é possível encontrá-los com

custo baixo, ou como um subproduto no comércio

de farinhas ou sementes. O trigo é frequentemente

utilizado em alimentos para animais de estimação

extrusados como segundo ou terceiro carboidrato.

Neste tipo de produto, o trigo é quase que

completamente digerido no intestino (Murray et al,

1999) e fornece um nível maior de proteína do que

os grãos como vomitoxina. Ao monitorar os níveis

de vomitoxina em amostras de grãos na recepção de

matéria prima garantirá a qualidade dos mesmos.

O arroz é uma das principais culturas alimentares

do mundo e a maior parte quando utilizado nas

dietas para alimentos para animais de estimação

são provenientes do processamento e utilizados

com o nome de quirera de arroz. O arroz integral, o

kernel com a camada de farelo intacta, também estão

disponíveis em alguns lugares. Não é uma fonte

disponível, pois normalmente produtores de arroz

preferem aproveitar as oportunidades ao máximo

de suas produções para indústria humana e assim

conseguem aumentar o valor agregado. O arroz é

supostamente de fácil digestão e com digestibilidade

de seu amido que se aproxima de 100% (Murray el

al 1999, Twomey et al, 2002). Nos alimentos para

animais de estimação, o arroz é frequentemente

incluído em ingrediente “hipoalergênicos”, no

entanto, as proteínas do arroz podem resultar em

uma resposta alérgica o que não é diferente dos

outros componentes (Foster et al 2003).

O amido do arroz é muito sensível ao processo de

extrusão (Murray et al, 2001) e resulta em uma otima

expansão durante o processo de extrusão, se não for

previamente gelatinizado (como arroz parboilizado).

Ao contrário de outros grãos,o arroz cozido pode

oferecer menos impacto no quesito diarréia e por

outro lado pode afetar o funcionamento do intestino

grosso. Além disso, quanto a palatabilidade dos

alimentos o arroz possui um perf il de amino acidos

não essenciais. A lisina é o primeiro amino ácido

limitante e na sequência treonina. Na digestibilidade

a cistéina tem sido relatada para diminuir com

a gelatinização (Pederson el al 1989). O óleo de

arroz é rico em ácido oléico, linoléico e contém

um composto antioxidante único, y-orizanol, que

confere estabilidade ( Cicero e Gadi, 2001)

54 55Pet Market

Limma JúniorDiretor da Nutridani Alimentos

A guerra das Ruas

á escrevi em vários artigos sobre o aparecimento

acelerado de novas marcas de rações para cães e gatos.

Seja supermercado, casa agropecuária ou pet shop, o

número de novos produtos disponíveis para a compra

chega a confundir o consumidor. As opções são variadas

e chamativas: cores e aromas aguçam os sentidos e

mostram o quanto esse mercado está em expansão. Uma

simples visita a qualquer um desses locais demonstra essa

realidade e reafirma a dificuldade de inserção de novos

produtos no ponto de venda, devido à falta de espaço.

Com esse enorme leque de possibilidades,

ganhamos consumidores, pois há mais opções

de compras. E uma maior variedade de produtos

pode significar a redução de preços. Além disso, a

competição por espaço força o fabricante a ficar ainda

mais atento a qualidade do produto.

A briga por mais espaço no ponto de venda ou mesmo

a sua manutenção também traz vantagens para o lojista.

Menores preços nos produtos. Bonificações de rações.

Promoções. Premiações. Todos esses itens fazem parte do

repertório de conquista que o fabricante usa para ganhar

espaço no ponto de venda.

E o fabricante? Bom, para eles, sobra a luta diária pela

busca de espaço. Cada vez mais, essa missão está ficando

complicada. A diferença entre os produtos de um mesmo

segmento está menor. Com isso, a decisão de compras está

baseada nos pequenos detalhes.

E para se sobressair aos demais concorrentes, basta

inovar. E não falo em grandes propagandas em televisões,

nos intervalos de programas com muita audiência. Muito

menos me refiro as mega-promoções com distribuições

J de prêmios caros para os lojistas. Existem maneiras mais

baratas e também eficazes de divulgar os produtos e

fidelizar a marca junto aos consumidores.

Um bom exemplo de investimento certeiro e barato

seria a distribuição de amostras do produto em pontos

estratégicos. Alguns comerciantes, apoiados por

fabricantes ou mesmo distribuidores, fazem esse trabalho

nas portas das lojas e até em semáforos.

Outras empresas vão além e fazem essa distribuição

de amostras de casa em casa. Escolhe-se um bairro e

alguns promotores batem de porta em porta, apresentam

o produto ao morador e deixam uma quantidade para

o cão ou gato experimentar. Cria-se, dessa forma, um

vínculo dos consumidores com o produto.

Talvez essa maneira possa não ser bem aceita

por algumas pessoas, as quais podem considerar a

visita indesejável (situação idêntica àquelas ligações

feitas no inicio da noite pelas empresas de cartão de

crédito). Mas como a relação cão-dono mudou muito

nos últimos anos, creio que alguns minutos de um

dia com 24 horas valha a pena quando o assunto é a

alimentação e saúde do seu pet.

A marca, com ações dessa natureza, ultrapassa

a barreira da porta da loja e abre um novo canal de

comunicação com o cliente. Vale lembrar, que nenhuma

ação de divulgação de produtos torna-se eficaz se o

mesmo não atender as necessidades diárias do cão ou do

gato. Ou seja, a fábrica precisa prezar pela qualidade dos

seus produtos para que o cliente veja resultados positivos

nos animais e assim, possa voltar a loja e pedir o produto

pelo nome e não pelo menor preço.

56 57Caderno Técnico 1

estas três últimas décadas, o impacto da

tecnologia de cozimento por extrusão é amplamente

reconhecida pelas indústrias produtoras de ração

para cães e gatos e pela indústria da piscicultura. As

principais vantagens desta tecnologia em continuo sendo

a flexibilidade e versatilidade nas receitas e produtos

acabados, a confiabilidade dos equipamentos e constancia

na qualidade dos produtos, a facilidade de uso, com

pouca mão-de-obra e custos operacionais moderados.

Todas estas vantagens contribuíram para o excelente

desenvolvimento destas indústrias a nível mundial.

Comparação entre duas tecnologias de extrusão: extrusor de parafuso simples (mono-rosca) e extrusor de dois parafusos (dupla-roscas): caso da ração para cães

N 1) Conceitos tecnológicos – Equipamentos de

cozimento por extrusão.

O cozimento por extrusão na área industrial

assenta em dois conceitos tecnológicos diferentes: os

extrusores de parafuso simples e de parafusos duplos.

Estes são constituídos por um módulo termorregulado,

no qual roda um parafuso (extrusor de parafuso

simples) ou dois parafusos interpenetrantes (extrusor

de parafusos duplos).

O extrusor de parafuso simples inclui um parafuso

giratório num módulos cilíndrico. O parafuso pode ser

monobloco (versão simples e pouco f lexível), de passo

constante e de profundidade de rosca decrescente,

que vai da alimentação à secção do cisalhamento,

ou composto por elementos modulares (versão mais

complexa e mais f lexível), de profundidade de rosca

constante e de passo variável. O parafuso é movimentado

por um redutor que garante a transmissão da potência

a partir do motor de acionamento. O conjunto

cinemático de um parafuso simples, isto é, o redutor e o

conjunto parafuso- módulo, são de concepção mecânica

relativamente simples e sólida.

O extrusor de parafusos duplos inclui dois parafusos

interpenetrantes e auto-limpiantes, compostos por

elementos de parafusos modulares (de profundidade de

rosca constante e de passo variável), montados sobre

dois eixos canelados que giram num módulo, cuja secção

interior é em forma de oito. Em cozimento por extrusão,

os parafusos são corrotativos e são movimentados

por um grupo que garante a transmissão da potência,

bem como a divisão do par, de maneira simétrica entre

cada um dos parafusos. O conjunto cinemático de um

extrusor de parafusos duplos é de concepção mecânica

avançada, complexa e bastante fiável.

Graças à sua simplicidade mecânica, o extrusor de

parafuso simples é de construção menos onerosa e o

seu custo de investimento é menor que o do extrusor de

parafusos duplos.

2) Processo de transformação - Funções de

processo.

Os extrusores parafuso simples e parafuso duplo

permitem transformar as matérias-primas amiláceas

e proteicas de acordo com um processo contínuo, que

vai da alimentação à matriz: uma secção de alimentação

caracterizada por uma elevada capacidade de transporte

de matérias-primas sólidas e particulares, uma secção

de compressão onde a matéria é comprimida e passa

do estado sólido para o estado líquido viscoso (a

gelatinização), e pelo menos uma secção de trabalho

do fluido viscoso onde a matéria é transformada e

empurrada para uma matriz de elaboração.

O extrusor de parafuso simples é caracterizado

por uma secção de trabalho praticamente única

(Figura 1). Nesta secção, devemos garantir não apenas

a taxa de cozimento da matéria, mas também o ajuste

das suas características físicas (a sua temperatura,

58 59Caderno Técnico 1

por exemplo), o que não é fácil para os utilizadores,

apesar dos esforços implementados pelos construtores

em matéria de conceitos e de perfis de parafusos. O

extrusor de parafuso simples oferece uma f lexibilidade

de processo limitada.

O extrusor de parafusos duplos é caracterizado por

várias secções de trabalho em série (Figura 2). É assim

possível combinar várias funções tais como: mistura,

cisalhamento, desgasagem, arrefecimento, adição de

ingredientes em linha..., pois o perfil do parafuso permite

variar a taxa de enchimento dos parafusos ao longo dos

módulos, e assim criar várias subsecções independentes

de colocação sob pressão. Cada vez que um componente

do conjunto parafuso- módulo se opõe à deslocação

do material (caso de contra-roscas, dos elementos de

mistura, da matriz, por exemplo), o material acumula-

se a montante e cria uma subsecção de trabalho plena,

cuja função depende do desenho do componente. Esta

característica confere ao extrusor de parafusos duplos

um alto nível de flexibilidade de processo.

Sendo o extrusor de parafuso simples caracterizado

por uma única secção de trabalho, é pouco flexível

tornando-se mais adaptado às formulações simples, pouco

exigentes em termos de qualidade. Em contrapartida, o

extrusor de parafusos duplos apresenta um nível elevado

de flexibilidade e, portanto, mais adaptado tanto às

formulações simples como às formulações com múltiplos

ingredientes (diferentes tipos de proteínas, presença

de matérias gordas, por exemplo) e aos produtos

exigentes em termos de qualidade (aspecto da superfície,

regularidade da estrutura e textura, por exemplo).

3) Mecanismo de escoamento – Intensidade da

mistura.

Convém concentrar-se nos mecanismos de

escoamento, na ou nas secções de trabalho, quando a

matéria está no estado líquido viscoso. É nestas condições

que se cria e se concretiza a vantagem dos produtos

oriundos do cozimento por extrusão (características

físico-químicas, propriedades de utilização).

No de extrusor parafuso simples, as roscas do

parafuso (equivalente a um parafuso de Arquimedes)

deslocam o material viscoso de montante para jusante,

sob o efeito das forças de fricção, cuja eficácia depende

principalmente da fricção ao contato com a parede do

fole. A adesão do material à parede do fole impede-o

de rodar com o parafuso, permitindo assim, ao passo

positivo das roscas, empurrá-lo ao longo do módulo.

Resulta assim um escoamento por cisalhamento, cuja

velocidade é diretamente proporcional à velocidade de

rotação do parafuso: se o material aderir perfeitamente

à parede do módulo, o cisalhamento desenvolve-se

normalmente e o caudal é máximo; em contrapartida,

na ausência de fricção à parede, o material roda com o

parafuso, em detrimento do cisalhamento e do caudal

que podem tornar-se nulos.

O cisalhamento no canal do parafuso, bem como

o caudal no extrusor de parafuso simples, são assim

proporcionais à velocidade de rotação do parafuso,

e são tão elevados que o material viscoso adere à

parede do módulo.

Além disso, como demonstra a Figura 3 (secção

transversal do canal), como as linhas de corrente do

fluido escoam no canal, interagem pouco entre elas:

esta observação mostra que a intensidade da mistura

no extrusor de parafuso simples é relativamente fraca

e que, portanto, a transferência de calor no conjunto

parafuso- módulo é limitada, reduzindo a eficiência

Figura 1

Figura 2

60 61Caderno Técnico 1

dos procedimentos que exigem geralmente o controle

da temperatura do material. Por fim, os perfis de

velocidade no canal do parafuso (Figura 3) são bastante

diferentes, de acordo com os elementos de fluido que se

encontram na região central ou na periferia do canal.

Assim, os elementos de fluido que se encontram na

região central do canal deslocam-se mais rapidamente

e estão sujeitos a condições de cisalhamento menos

severas, e inversamente para os elementos de fluido

que se encontram na periferia. Resulta uma dispersão

elevada dos tempos de estadia e uma heterogeneidade

importante de tratamento termomecânico da matéria.

No extrusor de parafusos duplos, a interpenetração

do parafuso cria uma deslocação positiva do material

viscoso, seja qual for o comportamento do material.

O caudal e a velocidade de rotação dos parafusos são

independentes, numa ampla faixa de funcionamento, o

que permite variar as funções de cisalhamento da matéria

de caudal constante. Assim, a velocidade de rotação dos

parafusos é uma variável operatória importante, que

contribui com bastante eficácia para a flexibilidade do

extrusor de parafusos duplos.

Além disso, como demonstra a Figura 4, as linhas

Figura 3

Figura 4

Figura 5

de corrente de fluido interagem fortemente entre elas na

zona de interpenetração. Esta observação mostra que a

intensidade de mistura no extrusor de parafusos duplos

é elevada e que, portanto, a transferência de calor no

conjunto parafuso- módulo é favorecida e conduz a um

bom domínio da temperatura do material. Além disso, a

intensidade da mistura conduz a uma fraca dispersão dos

tempos de estadia e a uma homogeneidade do tratamento

termomecânico da matéria.

A diferença principal entre o extrusor de parafuso

simples e o extrusor de parafusos duplos reside na

diferença de intensidade de mistura, que tem um

impacto bastante importante nos desempenhos dos

procedimentos implementados.

No extrusor de parafuso simples, a mistura

dos ingredientes de uma formulação desenvolve-se

principalmente na única secção de trabalho a montante da

matriz. Aí, a intensidade da mistura só pode ser elevada se

a abertura da matriz for reduzida, o que vai ao encontro

da capacidade de produção elevada. Isto significa que os

rendimentos do extrusor de parafuso simples são bastante

sensíveis à intensidade de mistura e ao cisalhamento na

secção de trabalho: quanto mais intensos forem a mistura

e o cisalhamento, mais fraca é a capacidade de produção

do extrusor. A situação torna-se ainda mais crítica quando

se desenvolve o desgaste do parafuso. O desenvolvimento

do desgaste tende a reduzir a intensidade da mistura e do

cisalhamento. Na prática, o utilizador procurará maximizar

o caudal do extrusor de parafuso simples, portanto, a

intensidade de mistura será fraca.

Em contrapartida, o extrusor de parafusos

duplos desenvolve uma mistura intensificada para a

totalidade do conjunto parafuso-módulo, na área de

interpenetração, e nas diferentes subsecções de trabalho.

A mistura aumenta de intensidade com o aumento da

viscosidade do material, seja qual for o comportamento

do material. A intensidade da mistura em extrusor de

parafusos duplos (parafusos corrotativos) conduz a uma

eficácia bem melhor das funções de processo de base,

tais como: a transferência de calor, a distribuição do

tempo de residência, a homogeneidade do tratamento

termomecânico e, por fim, à melhor qualidade dos

produtos. Graças ao desacoplamento do caudal e da

velocidade de rotação dos parafusos, os rendimentos de

produção do extrusor de parafusos duplos permanecem

elevados, seja qual for a intensidade da mistura e a

intensidade de cisalhamento nas subsecções de trabalho,

numa larga faixa de condições de funcionamento, inclusive quando o desgaste do

parafuso se desenvolve. Esta vantagem confere ao extrusor de parafusos duplos

uma eficiência industrial bem melhor, relativamente à produtividade e à qualidade

dos produtos.

4) Conclusão: consequências econômicas

Os capítulos precedentes mostraram que o extrusor de parafuso simples é

uma tecnologia simples, mas pouco flexível quando a máquina de parafusos duplos

está bem adaptada ao tratamento de todos os produtos, dos mais simples aos mais

sofisticados, oferecendo um rendimento mais elevado.

Se compararmos a economia geral dos dois processos, podemos ver que:

• Considerando somente o extrusor de parafuso simples, o investimento é de 1,5 a

2 vezes inferior ao do extrusor de parafusos duplos;

• O gasto energético global necessário para a elaboração de um produto final

extrusado é idêntico;

• Graças aos progressos realizados em metalurgia «premium», o impacto dos custos

de desgaste permanece ainda ligeiramente a favor da opção de parafuso simples;

• Os custos operacionais de um extrusor de parafusos duplos são inferiores aos de

um extrusor de parafuso simples, devido a uma melhor produtividade, um caudal

mais constante, uma grande capacidade de adaptação as matérias-primas e receitas

diferentes para conferir um conjunto de produtos regulares de elevada qualidade.

Estas características compensam amplamente a diferença de investimento

entre as duas máquinas, pago entre 1,5 e 3 anos em função dos utilizadores finais.

Tendo em conta o preço de custo global de uma tonelada de produto

extrusado (Figura 5), a parte dedicada exclusivamente ao extrusor (fora os

outros equipamentos compondo a linha completa) é da ordem de 0,5%. Torna-

se, portanto, rentável investir numa tecnologia f lexível, fonte de poupança e

potencialmente inovadora.

Trabalho Técnico gentilmente cedido pela empresa Clextral

62 63Caderno Técnico 2

s cães e gatos, assim como todas as demais espécies vivas

necessitam de nutrientes para sobreviver. Um nutriente é qualquer

constituinte do alimento que ajuda a suportar a vida, atuando como

elemento estrutural, participando de reações bioquímicas para o correto

metabolismo, transportando substâncias, mantendo a temperatura

e suprindo energia. Nutrientes essenciais são aqueles não sintetizados

pelo organismo do animal ou sintetizados em quantidade insuficiente,

que precisam estar presentes nos alimentos consumidos pelo animal

diariamente. Os nutrientes são divididos em seis categorias básicas,

sendo: água; carboidratos; proteínas e aminoácidos; lipídeos e ácidos

graxos; minerais; vitaminas. A deficiência ou excesso de um único

nutriente essencial pode afetar a saúde do animal, por este motivo as

exigências dietéticas mínimas e máximas têm sido estabelecidas para a

Nutrientes essenciais para cães e gatos (parte 1) - Água

Por: Ricardo Souza Vasconcellos

maioria dos nutrientes. Ao se trabalhar com os teores nutricionais de

um alimento, graficamente a área formada entre os níveis críticos para

a deficiência e o excesso representa o teor nutricional adequado para o

nutriente em questão. As deficiências e excesso nutricionais marginais

são de difícil diagnóstico e pouco se conhece sobre o quanto elas afetam

a saúde dos animais, por este motivo é prudente evitá-las. Para que isto

seja possível é necessário conhecer as necessidades nutricionais das

espécies, a biodisponibilidade dos nutrientes, o efeito do processamento

e estocagem dos alimentos sobre as perdas de valor nutricional e as

interações nutricionais que ocorrem em um alimento.

Nesta série de artigos sobre necessidades nutricionais serão

abordadas as seis categorias de nutrientes separadamente, dando ênfase

às necessidades específicas de cada espécie, fontes alimentares dos

nutrientes em questão e a relação entre as deficiências e excesso com a

saúde do animal. Nesta edição será comentada sobre a água, muitas vezes

excluída da lista de nutrientes essenciais.

DEfINIÇÃO E fUNÇõES

Do ponto de vista funcional, a água é essencial para a vida. Estudos

mais antigos em cães demonstraram uma elevada capacidade dos

animais sobreviverem sem ingerir nutrientes energéticos, podendo

passar mais de 20 semanas sem ingerir estes nutrientes. No entanto,

plantas e animais morrem rapidamente quando submetidos à restrição

hídrica severa. Quimicamente a água é a combinação dos elementos

hidrogênio e oxigênio, ligados na proporção de 2:1, respectivamente

(H2O), considerada o mais importante nutriente, tendo as seguintes

funções:

• solvente em que muitas substâncias são dissolvidas para serem

transportadas entre os compartimentos corporais;

• necessária para reações químicas que envolvem hidrólise, como por

exemplo, a digestão enzimática;

• auxilia na regulação da temperatura corporal;

• ajuda a dar forma e elasticidade para o corpo. Como maior constituinte

dos fluidos corporais, a água lubrifica articulações e olhos, protege o

sistema nervoso central e vísceras torácicas e abdominais de impacto,

auxilia nas trocas gasosas, entre outros;

• Veículo para eliminação de substâncias indesejáveis ao organismo.

A água é o maior constituinte corporal, variando de 40-70% em

um animal adulto de acordo com a espécie, condição corporal e idade.

Geralmente a massa magra corporal contém aproximadamente 70-

80% de água e 20-25% de proteína, enquanto o tecido adiposo contém

entre 10-15% de água e 75-80% de gordura. Desta forma, animais mais

magros e jovens apresentam maior quantidade de água corporal.

ExIgêNCIA DE ágUA

As exigências hídricas dos animais devem ser suficientes para manter

o balanço hídrico. As principais perdas corporais de água ocorrem pela

urina, fezes, evaporação e transpiração. Por outro lado, as principais vias

de reposição hídrica ocorrem pela ingestão direta de líquidos e alimentos

sólidos e ainda aproximadamente 5-10% das necessidades hídricas são

atendidas por meio da formação de água metabólica, produzida pelo

metabolismo energético dos nutrientes. O metabolismo oxidativo dos

animais permite com que o oxigênio seja o receptor final do hidrogênio

liberado do metabolismo energético, para a formação de ATP. Esta

combinação intracelular de hidrogênio e oxigênio origina a chamada

água metabólica. Uma média de 13 mL de água metabólica é formada

a cada 100 kcal de energia metabolizável ingerida pelos animais. A

oxidação completa de 1g de carboidrato, lipídeo ou proteína forma

O

64 65Caderno Técnico 2 Expo Pet Food

2ª edição da Expo Pet Food

respectivamente 0,556g, 1,071g e 0,396g de água metabólica.

A absorção de água ocorre ao longo do trato digestório, especialmente

na mucosa dos intestinos delgado e grosso e parte é perdida nas fezes.

As relações osmóticas entre o conteúdo de nutrientes no lúmen e os

solutos intracelulares interferem diretamente na absorção/excreção de

água no trato digestório. Logo em seguida a ingestão de alimentos, a

maior quantidade de solutos na digesta favorece o movimento de água

em direção ao lúmen dos órgãos. No entanto, à medida que os nutrientes

vão sofrendo absorção, a água tende a ser absorvida juntamente. O

movimento de água de acordo com a diferença de concentração de soluto

entre os meios é chamada de osmose e este processo é extremamente

rápido visando equilibrar a chamada osmolaridade entre os meios

interno e externo. Para se ter uma idéia da velocidade do transporte de

água entre os compartimentos, na corrente sanguínea, o volume de água

transportado pela membrana das hemácias por segundo seria capaz de

preencher a hemácia aproximadamente 100 vezes neste intervalo de

tempo.

Cães e gatos atendem sua necessidade hídrica ingerindo água por

meio dos alimentos e de bebida, principalmente. A exigência hídrica de

cães e gatos é expressa em mL/dia e depende da exigência de energia

metabolizável em kcal/dia, sendo baseada na Necessidade energética de

repouso em cães e gatos, sendo calculada da seguinte maneira:

Cães – 1,6*NER mL/dia

Gatos – 1,2*NER mL/dia

Onde NER; necessidade energética de repouso (cães – 70*peso0,75

kcal/dia; gatos – 70*peso0,67 kcal/dia).

Na prática, a quantidade de água consumida por um animal adulto

em uma zona de conforto térmico e com baixa atividade física é de

aproximadamente 2,5 vezes a quantidade de matéria seca consumida de

alimento. Este é um parâmetro importante de se observar na prática,

quando se suspeita de doenças que aumentam ou diminuem a ingestão

hídrica de um animal.

Os gatos são descendentes de animais do deserto e por este motivo

apresentam maior capacidade de concentrar a urina do que os cães, por

este motivo a exigência hídrica de gatos é inferior à dos cães.

Dentre os fatores que afetam a ingestão e necessidade hídricas temos

o tamanho corporal, lactação, atividade física, temperatura ambiente,

tipo e quantidade de alimento ingerido, stress, perdas hídricas por vias

de excreção ou evaporação e fatores individuais.

Turnover hídrico é o termo usado para expressar a taxa na qual

a água é excretada e reposta nos tecidos e pode ser influenciada por

diversos fatores, tais como temperatura ambiente, composição do

alimento, ingestão hídrica, teor de sódio no alimento, entre outros. O

balanço hídrico é calculado pela diferença entre a água ingerida (via

alimentos e água de bebida) e produzida no organismo (água metabólica)

e a água perdida nas fezes, urina e por evapo-transpiração pulmonar e

pela pele (perda insensível).

A regulação da ingestão hídrica para manter o balanço hídrico

adequado é um processo altamente complexo e geralmente induzido

pela modificação na osmolaridade tecidual. No entanto, a ingestão

hídrica pode ocorrer também sem que haja necessidade aparente de

ingerir líquidos pelo animal, como ocorre quando a boca fica ressecada

pelo baixo fluxo salivar. Os principais mecanismos envolvidos na

regulação do volume de líquidos no organismo são o sistema renina-

angiotensina-aldosterona, o hormônio antidiurético (vasopressina) e o

centro hipotalâmico da sede, mas que não serão discutidos neste artigo.

Frente à restrição hídrica, as perdas hídricas urinárias e fecais reduzem

acentuadamente no sentido de poupar água para o organismo. Esta

capacidade de concentrar a urina é prejudicada em filhotes e por este

motivo estes animais são muito susceptíveis à desidratação.

Para cães e gatos, a manutenção do balanço hídrico é importante

não somente para a manutenção das funções fisiológicas trabalhando

adequadamente, mas também para evitar a formação de cálculos

urinários e desenvolvimento de infecções urinárias. Especialmente em

gatos, devido ao seu hábito natural de ingerir pouca água, esforços são

necessários para estimular o consumo hídrico pelos animais, evitando

assim parte dos casos de Doença do Trato Urinário Inferior Felino

(DTUIF), especialmente aquelas causadas pela formação de urólitos.

As DTUIFs mostraram-se mais freqüentes em machos, obesos,

entre 2-8 anos de idade, sedentários, vivendo unicamente em ambientes

internos, alimentados exclusivamente com ração seca, sem acesso a

outras fontes de líquido diferentes do bebedouro e de caráter nervoso ou

agressivo.

A formação dos urólitos está diretamente relacionada a dois fatores

principais: pH urinário e a saturação urinária, sendo que estes dois estão

relacionados entre si e por sua vez com a alimentação dos animais. Isto

ocorre porque ao ingerir um alimento, dependendo da sua composição

química, este irá promover a formação de urina com pH tendendo

para o ácido ou para o alcalino. Este pH urinário associado a elevada

concentração de sais na urina predispõe os animais a formação de cálculo.

No entanto, apenas promover o controle do pH urinário pode não ser

suficiente para os animais predispostos a formação de cálculos. Isto por

que a baixa ingestão hídrica associada a falhas no controle do pH podem

fazer com que a densidade urinária dos animais se torne muito elevada e

predispondo-os a supersaturação urinária. Desta forma, uma importante

estratégia associada ao controle do pH urinário que pode auxiliar na

prevenção à formação de cálculos é estimular a ingestão de água pelos

gatos. Mas como fazer isto?

Promover a diurese é a medida mais eficiente em se reduzir a

supersaturação urinária, uma vez que propicia maior turnover hídrico

e juntamente promove maior taxa de eliminação de sais pela urina,

debris celulares, bactérias e proteínas presentes na bexiga. O estímulo

para aumentar a ingestão hídrica pode ser feito por práticas de manejo,

como deixar água fresca sempre disponível aos animais em vários pontos

da casa ou condicioná-los a beber água em locais com água corrente

potável (por exemplo, em torneiras por gotejamento ou com bebedouro

específico), o que aumenta o interesse. Associado às práticas de manejo,

podemos também recorrer às estratégias nutricionais, pelo fornecimento

de alimento úmido contendo entre 70-85% de água, oferta de alimentos

secos com níveis aumentados de sal (Cloreto de sódio) ou até mesmo pela

adição de água ao alimento seco (Dumon et al., 1999), sendo este último menos eficiente.

Kirchvinck et al. (2005) verificaram que o maior número de refeições ao dia também

promove aumento na ingestão hídrica pelos gatos.

Sabe-se que o tipo de alimento influencia diretamente no consumo hídrico e animais

que consomem alimentos úmidos bebem menos água nos bebedouros do que animais que

consomem alimentos secos, devido ao maior teor de água nos alimentos úmidos em relação

aos secos (>75% vs. <10%, respectivamente). Por outro lado, a ingestão hídrica total em

animais que consomem alimento úmido (água ingerida via alimento + água de bebida) é

maior pelos animais que consomem alimento úmido quando comparados aos animais que

consomem alimentos secos.

Os alimentos úmidos promovem aumento na ingestão hídrica, pois ao mesmo tempo

em que o animal ingere alimento para atender suas necessidades nutricionais, água também

é ingerida em quantidade significativa. Carciofi et al. (2005) compararam os efeitos da

ingestão de alimento úmido, alimento seco e alimento seco acrescido de água para gatas

castradas e verificaram que a ingestão de alimento úmido promoveu aumento significativo

na ingestão hídrica e volume urinário dos animais, bem como uma redução na densidade

urinária, o que pode reduzir a saturação pela menor concentração de solutos na urina.

Neste mesmo trabalho também foi verificado que alimento seco com menor coeficiente

de digestibilidade promoveu maior perda fecal de água e conseqüentemente, a excreção

urinária ficou prejudicada.

Outra estratégia avaliada experimentalmente para estimular o consumo hídrico em

gatos tem sido a utilização de bebidas palatáveis, também chamadas de “refrigerante para

gatos”. A ingestão hídrica em gatos submetidos a estas bebidas foi aproximadamente 80%

superior aos animais em que apenas água dos bebedouros foi fornecida e a concentração

urinária reduziu significativamente.

Já os alimentos ricos em sal promovem o aumento da ingestão hídrica pelo estímulo

direto ao consumo hídrico causado pela maior ingestão de sal. Na prática, a ingestão de

alimentos com teor de sódio superior a 1,0% na matéria seca promovem maior ingestão

hídrica, conforme verificado por Hawthorne e Markwell (2004), que alimentaram gatos

com alimentos variando entre 1,1-1,6% de sódio e a ingestão hídrica e excreção urinária

dos gatos foi menor do que os valores encontrados para alimentos contendo teores de sódio

inferiores a 0,7%. Neste mesmo estudo, a densidade urinária e supersaturação urinária para

oxalato de cálcio foi reduzida no grupo alimentado com dieta rica em sódio.

Inúmeras doenças em cães e gatos levam o animal à desidratação, uma vez que uma

das primeiras manifestações clínicas de animais doentes é a redução na ingestão alimentar

e hídrica, levando à desidratação pela redução na ingestão de água. Em outras doenças,

pode ocorrer excessiva perda ou baixa síntese de proteínas plasmáticas, mau funcionamento

dos rins, diarréias, queimaduras cutâneas, entre outros, levando à desidratação por perdas

hídricas excessivas. Na maior parte dos casos, a primeira ação a ser tomada é a reposição

hídrica, mostrando a importância da água para a sobrevivência dos animais.

Finalizando, a qualidade da água que é fornecida para cães e gatos é tão importante quanto

à quantidade oferecida. Neste ponto de vista, são fatores importantes a considerar, os teores

de minerais presentes, especialmente metais considerados tóxicos. Embora na literatura

seja sugerido que o teor de minerais da água de bebida pode afetar o pH urinário, esta

informação ainda carece comprovação, pois os teores de minerais da água são muito baixos

para causar tal efeito, mesmo na chamada “água dura”. Outros fatores sobre a qualidade

da água a serem considerados são os teores de sólidos totais, nitritos e contaminação por

coliformes e protozoários. Com relação a estes parâmetros, têm sido sugeridos os mesmos

padrões para o consumo humano para os sólidos totais, uma vez que não existe legislação

específica para cães e gatos.

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