corte e costura apostila proinep

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75 Corte E Costura

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  • 1. Corte E Costura75

2. SumrioTECIDOS.............................................................................................................................................................. 75PRINCPIOS DE COMPOSIO DO VESTURIO ......................................................................................89ETIQUETA NO VESTIR ................................................................................................................................90TABELAS DE MEDIDAS FEMININA ......................................................................................................... 105TABELAS DE MEDIDAS MASCULINA ..................................................................................................... 109TABELAS DE MEDIDAS INFANTIL .......................................................................................................... 113MODELAGEM ............................................................................................................................................. 129SURGIMENTO............................................................................................................................................. 129DEFINIO ................................................................................................................................................. 130A IMPORTNCIA DA MODELAGEM NO MERCADO DA MODA .......................................................... 130CONHECIMENTOS BSICOS PARA O INCIO DO TRABALHO DE MODELAGEM ............................. 133REGULAGENS QUE PODEM SER FEITAS NA OVERLOCK E GALONEIRA ......................................... 160REGULAGENS QUE PODEM SER FEITAS NA RETA .............................................................................. 160INTRODUO A MQUINA DE COSTURA RETA DOMSTICA ........................................................... 160ENFIAMENTO DA LINHA NA PARTE SUPERIOR ................................................................................... 161ENROLAMENTO DA BOBINA ................................................................................................................... 162ESCOLHA DA AGULHA, LINHA E COMPRIMENTO DO PONTO ADEQUADO .................................... 165PRESSO E AVANO ................................................................................................................................ 166PREPARAO PARA O CORTE ................................................................................................................ 166COMO EXECUTAR UMA COSTURA ........................................................................................................ 169PENCES ....................................................................................................................................................... 170ASELHAS .................................................................................................................................................... 174VIS ............................................................................................................................................................. 175EMBEBIMENTO .......................................................................................................................................... 178BOLSOS ....................................................................................................................................................... 18076 3. 77TECIDOSO conhecimento do tecido importante quando se vai montar uma pea. Use o conhecimento adquirido na disciplina de Tecnologia Txtil para escolher o melhor tecido para seus trabalhos. No seesquea de olhar a composio e anot-la na ficha tcnica.Urdume: fio vertical, paralelo ourela, possui menos elasticidade. A roupa cortada no sentido dourdume dita cortada no fio. Este sentido d roupa um aspecto menos volumoso.Trama: sentido horizontal, perpendicular ourela, possui mais elasticidade. Raramente se corta umaroupa na trama, com exceo dos tecidos que possuem barra neste sentido.Vis: sentido diagonal em relao ourela possui mais elasticidade que a trama. Uma pea cortada nosentido do vis tem o caimento mais suave.PREPARAO DO TECIDOQuando compramos um tecido geralmente os vendedores rasgam o mesmo puxando por uma daspontas e isso faz com que as beiradas fiquem desiguais, sendo preciso acert-las.1. Corte a ourela com a tesoura;2. Puxe um fio do tecido;3. Corte cuidadosamente ao longo do fio puxado at atingir a outra ourela.O tecido tambm pode ter sofrido alguma distoro na fbrica, de modo que a trama e o urdume noestejam perfeitamente perpendiculares. Neste caso, preciso fazer o alinhamento dos fios.1. Coloque o tecido sobre uma superfcie plana e dobre, juntando as ourelas. Se o tecido ficarenrugado, precisa ser acertado seguindo os passos seguintes.2. Puxe o tecido no vis em todo o seu comprimento, at que fique alinhado; Passe a ferro o tecidoantes de cortar. muito importante tomar todos estes cuidados para corrigir as distores do tecido antes de cort-lo,porm, devemos ter conhecimento de que nem sempre possvel fazer tais correes. Alguns tecidoscomo os que possuem acabamento prova dgua, vinco permanente ou forro colado, no permitemque seja feito este realinhamento da trama. 4. No caso de tecidos que tm a tendncia para encolher ou quando se tem a inteno de fazer uma peacom dois ou mais tecidos diferentes, aconselhvel molhar estes tecidos e deix-los secar sombraantes de cortar. Quando o tecido estiver muito enrugado importante passar a ferro, para que noocorra qualquer alterao do molde.ESTRUTURA DOS TECIDOSTodos os tecidos de tear so produzidos pelo entrelaamento de dois tipos de fios: os da teia (dispostosno sentido do comprimento) e os da trama (no sentido da largura). Os fios da teia so dispostosperpendicularmente aos da trama. A estrutura do tecido pode ser modificada alterando o padro deentrecruzamento da teia e da trama. Existem trs tipos fundamentais de estruturas tafet, sarja ecetim -, sendo o restante, em sua maioria, variantes destes trs tipos, com exceo da estruturaJacquard.Devido sua estrutura ou ao seu acabamento, os tecidos mais finos e delicados exigem cuidadosespeciais. O conhecimento das caractersticas destes tecidos importante para determinar o modelo, otipo de acabamento e os equipamentos e utenslios adequados.Conhecer as principais estruturas dos tecidos de grande utilidade para que voc saiba identificar umtecido, mesmo que no haja nenhuma informao mais especfica na etiqueta de fbrica, pois nomesdados aos tecidos variam muito de fabricante para fabricante. Saber qual a estrutura do tecido pode serde grande utilidade para decidir a sua utilizao, o seu manuseio e que tipos de acabamentos poderoser feitos na pea a ser confeccionada.Estrutura tafet: esta a estrutura mais simples, onde os fios da tramapassam alternadamente sobre e sob os fios da teia. A tenacidade varia emfuno da resistncia dos fios e da compacidade da sua estrutura. Exemplos:tafet, musselina, voile, percal.Estrutura sarja: uma das estruturas fundamentais em que o fio da tramapassa no mnimo sobre dois fios da teia e no mximo sobre quatro.Em cada novapassagem a trama avana uma unidade para a direita ou para a esquerda,formando uma estria em diagonal. Exemplos: sarja, gabardine, danine.Estrutura cetim: cada fio da teia passa sobre quatro a oito fios da trama, numadisposio em zig-zag. Exemplos: cetim, peau de soie, sabl.Estrutura jacquard: esta estrutura conseguida por meio de uma mecnicaJacquard, que controla separadamente os fios da teia e da trama de modo a formardesenhos elaborados na superfcie do tecido. Exemplos: damasco, brocado,tecidos para decorao.Estrutura com pelo: obtm-se acrescentando um fio de trama a uma estruturade tafet ou sarja. Este fio surge ento no meio do tecido sob a forma de laadas,que podem ser cortadas ou aparadas. Exemplos: veludo, pelcia, imitao depeles.Estrutura de brocado: nesta estrutura, um fio da trama forma um desenhosobre a superfcie da estrutura de base. Este fio segue pelo avesso, de umdesenho para o outro, sendo cortado no final da tecelagem. Exemplo: cambraiasua.Enredamento: esta estrutura forma ns nos pontos em que os fios seinterceptam, formando uma teia. a estrutura encontrada nas rendas em geral.Exemplos: tule, fil, parte em rede das rendas.Estrutura cesto: variante da estrutura tafet. Nesta estrutura cruzam-se fiosduplos ou mltiplos, os quais so colocados lado a lado sem que sejamsubmetidos toro. uma estrutura menos firme e menos durvel que a78 5. estrutura tafet.Estrutura Gaze: nesta estrutura os fios da teia alternam-se na sua posio, tomando a forma de umoito em torno dos fios da trama.A COMPRA DO TECIDOAo comprar um tecido verifique os critrios abaixo: Estrutura: deve ser firme, sem fios soltos ou rompidos, de uma espessura uniforme. Fios: os fios da trama devem ser perpendiculares s ourelas. Caso contrrio, o tecido estdesalinhado. Cor: deve ser uniforme e firme. No caso de tecido estampado, verifique se h falhas na estampa. Sempre ao comprar um tecido, verifique a sua composio para saber como manuse-lo durante aconfeco da pea e como passar e lavar a pea j pronta.De preferncia, anote a composio do mesmo na hora da compra.COMO RECONHECER O AVESSO E O DIREITO DO TECIDOSempre devemos identificar o direito do tecido antes de cortar uma pea, pois o risco deve ser feitosempre pelo avesso. Nos tecidos que so enrolados em pea ou tubos, o direito est sempre para dentroe voc deve observar isso quando estiver comprando.Outras formas de identificao so: Os tecidos macios so mais brilhantes do lado direito; Nos tecidos com textura, esta apresenta mais definio do lado direito e no lado avesso pode-seobservar irregularidades como bolinhas ou linhas soltas; Tecidos com textura no estilo brocado so mais macios do lado direito e tem fios levantados do ladoavesso; Nos tecidos estampados as cores so mais vivas do lado direito; Geralmente a ourela dos tecidos mais macia do lado direito; Muitas malhas quando esticadas, enrolam as suas bordas para o lado direito; Existem tecidos que o lado direito e o avesso so muito semelhantes, neste caso, escolha um doslados para ser o direito e marque o avesso com giz, para no confundir.COMO TRABALHAR COM TECIDOS DELICADOSTECIDOS COM PLOEstes tecidos pertencem ao grupo de estrutura com pelos. H uma rica variedade deste tipo de tecido,podendo ser de fibras naturais ou artificiais. Podem ser veludos, pelcia, peles ou imitao de peles.Podem ter pelo curto, com a superfcie aveludada, com pelos com menos de 3mm; ou pelo longo comsuperfcie com pelos com mais de 3mm. Cada tipo deste tecido precisa de cuidados especficos. Osveludos podem ser feitos de seda, de acetato e ou de raiom.Risco e corte Nos tecidos de pelo curto, voc pode cortar com sentido do pelo para cima, para obter um efeito decor mais viva, e com sentido do pelo para baixo, para obter um tom mais opaco;79 6. Nos tecidos de pelo longo, corte sempre com o sentido do pelo para baixo. Coloque as partes domolde sempre sobre o lado avesso do tecido; Risque cuidadosamente as partes do molde com giz e corte rigorosamente em cima da linha riscada.Separe as partes e identifique todas do lado avesso para no confundi-las.Montagem Antes de costurar, prenda as partes com alfinetes ou alinhave; Mantenha as margens de costura regulares; Costure apenas uma vez, pois se a costura for desfeita, deixar marcas no tecido; Deve-se utilizar uma agulha fina de ponta arredondada (ponta bola); As costuras devem ser feitas de preferncia seguindo o sentido do pelo; Para os tecidos de pelo alto, deve-se tomar tambm o cuidado de regular a tenso da mquina eaumentar o comprimento do ponto; Nos tecidos de pelo alto, elimina-se o excesso de volume nas margens de costura aparando o peloneste local; Para os veludos, recomenda-se o acabamento da bainha com debrum, podendo este ser uma tira detule. Em seguida vira-se a bainha e costura-se com um ponto invisvel.Passar a ferro Para passar o veludo de algodo a ferro, coloca-se uma pano tipo flanela ou sarja e por cima desteoutro tecido de algodo cru, e sobre este que o ferro ser passado; Para passar o veludo de seda ou sinttico, coloca-se o ferro com a base para cima e desliza-sesuavemente sobre este o avesso do veludo. Quando se tratar de abrir costuras, d-se com o ferro emtemperatura baixa, ligeiras pancadinhas sobre a costura, pelo lado avesso da pea; Tome cuidado para que a temperatura do ferro esteja sempre baixa, pois temperaturas elevadaspodem derreter o veludo. Durante a montagem, passe a pea a ferro o menos possvel, e quando o fizerfaa sempre pelo avesso; Da mesma forma, passe os tecidos de pelo alto pelo avesso, fazendo o mnimo de presso para evitaramassar o pelo. Para abrir costuras, utilize o bico do ferro ou apenas os dedos.TECIDOS LISOS E TRANSPARENTESRisco e corte Estenda o tecido sobre uma superfcie plana e lisa; Prenda as partes do molde ao tecido com alfinetes finos ou corte as partes do molde em papel de sedae una-as ao tecido por alinhavos, costurando papel e tecido juntos, para que o tecido no deslize; Se for riscar o tecido, faa-o sempre pelo lado avesso; Quando o molde tiver partes de contorno bem definido, corta-se em papel de seda, j com asmargens, alinhavando em seguida estas peas ao tecido e recortando tudo junto; Ao costurar as partes, deve-se manter o papel de seda, s retirando este aps ter terminado de unir aspartes.Montagem Costure apenas uma vez, pois os pontos depois de retirados deixam marcas no tecido. Para isso necessrio alfinetar ou alinhavar sempre as partes antes de unir;80 7. Deve ser manuseado com cuidado, pois amarrota, suja e desfia com facilidade. Para evitar que o tecido escorregue ao costurar, coloque tiras de papel de seda entre o tecido e oimpelente; Ajuste o comprimento e a tenso do ponto para evitar que o tecido franza com a costura. A tensodeve ser reduzida e o ponto deve ser pequeno; Para evitar que o tecido estique, prenda sempre as partes com alinhavos; Use agulha de mquina fina de ponta arredondada; Os detalhes de montagem nos tecidos transparentes devem ter acabamento perfeito, por seremvisveis do lado direito. Nestes casos, pode-se recorrer a costuras francesas ou debruadas; Os tecidos transparentes podem ser arrematados com uma simples bainha virada.Nos tecidos mais maleveis, pode-se aplicar uma bainha em rolinho. Estas bainhas podem ser feitas mo ou mquina, com o auxlio de um p calcador-embainhador.Passar a ferro Passe a seco, pois a gua pode manchar o tecido; A tbua de passar deve ser coberta com um tecido macio e a temperatura do ferro deve ser semprebaixa; O ferro s deve entrar em contato direto com o tecido quando for necessrio. Utilize um tecido dealgodo para proteger enquanto passa. Para abrir as costuras deve-se usar apenas a bico do ferro, sempressionar; Antes de passar, faa um teste num pequeno retalho, para saber se o tecido tem a tendncia aencolher ou franzir ao ser passado;TECIDOS COM ELASTANOAtualmente a Indstria Txtil tem produzido tecidos finos como crepes, veludos e rendas com fios deelastano, para dar mais aderncia e conforto s roupas mais sofisticadas. Porm, a utilizao destestecidos bem mais difcil. So precisos alguns cuidados no corte e na montagem das peas feitas comtecidos que contenham fios de elastano.Risco e corte Estenda o tecido sobre uma superfcie plana e lisa, com cuidado para no estic-lo; Prenda as partesdo molde ao tecido com alfinetes finos, pois os alfinetes mais grossos podem romper os fios deelastano e deixar marcas no tecido; Se o tecido tiver a tendncia a deslizar, corte as partes do molde em papel de seda como j foiexplicado acima; Se for riscar o tecido, faa-o sempre pelo lado avesso;Montagem Para evitar que as costuras arrebentem, utilize linha adequada ao tipo de fibra do tecido e agulha finade ponta arredondada; Nos locais onde a elasticidade no for conveniente (como nos ombros, por exemplo), costure umafita de tecido como reforo; Para que as partes no estiquem ao serem costuradas, alinhave antes e se for preciso, faa pontos defixao em locais estratgicos;Passar a ferro Manuseie suavemente o tecido, para evitar que este se distenda ou deforme;81 8. Para evitar que as margens das costuras deixem marcas do lado direito, coloque tiras de papel porbaixo destas; Use ferro com temperatura baixa.TECIDOS COM FIOS METLICOSOs tecidos para noite ganham um glamour a mais quando tem em sua trama fios metlicos o que lhesconfere brilho e um aspecto luxuoso. Estes fios metlicos so geralmente muito frgeis e precisoateno para no danific-los.Risco e corte Estenda o tecido sobre uma superfcie plana e lisa; Ao cortar o tecido tenha cuidado para no puxar ou deformar os fios metlicos durante o corte;Montagem Costure apenas uma vez, pois os pontos depois de desmanchados deixam marcas no tecido; Para evitar que os fios metlicos se partam ao costurar, utilize uma agulha fina e por precauo,verifique sempre se a sua ponta est em forma; Forre a pea para evitar que os fios arranhem a pele.Passar a ferro Passe o a seco, pois os fios metlicos perdem o brilho pela ao do vapor; Passe com o ferro em temperatura sempre baixa.RENDASA renda um tecido de trama muito aberta, geralmente combina estrutura de enredamento e bordadoscom ou sem relevo. As rendas podem ser leves ou pesadas.Risco e corte Corte a renda procurando conservar todos os desenhos na mesma direo, de forma que haja umacontinuidade sem interromp-los; O forro deve ser cortado em primeiro lugar. Deve ser de uma cor harmoniosa com a renda e acomposio de sua fibra tambm tem que ser compatvel com a renda que ser utilizada; Corte a renda de acordo com o forro e transfira todas as marcaes para o forro. Uma boa opo riscar as partes do molde em papel fino, prendendo o papel renda com alfinetes e cortar os doisjuntos. Depois de cortadas as partes, retire o papel; Risque cuidadosamente as partes do molde com giz sobre o forro, cortando em cima da linha riscada.Separe as partes e identifique todas do lado avesso do forro e prenda com alfinetes as partes de renda ede forro correspondentes, para no confundi-las. Da mesma maneira que a renda leve deve ser cortada procurando conservar todos os desenhos namesma direo, de forma que haja uma continuidade sem interromp-los. Os desenhos nas costuraslaterais e nos ombros devem ser harmoniosos; Todas as marcas de costuras devem ser feitas pelo avesso da pea, atravs de alinhavosMontagem82 9. Para evitar que a renda deslize ao costurar, coloque tiras de papel de seda entre o impelente e otecido; Use agulha de mquina ponta bola n 11 e de mo n 10, bem fina e longa, se a renda for fina. Se arenda for mais pesada, pode ser usada uma agulha mais grossa; Se for colocar forro solto, todas as costuras feitas na renda devem ter acabamento perfeito. Para isso,pode-se recorrer a costurar debruadas; Se a renda exigir forro preso, este deve ter a funo de entretela, de forma que a renda se uma a ele,formando uma tela nica. O forro deve ser preso pea por meio de alinhavo diagonal, sobre umasuperfcie plana; A bainha deve ser feita com todo o cuidado, de forma a manter o desenho na posio certa. Nasrendas pesadas, a barra pode ser recortada, aproveitando o contorno do desenho; Para bainhas em renda pesada, recomenda-se uma bainha postia. Para uma renda leve, recomenda-sea bainha em rolinho ou a aplicao de uma tira para reforar. Pode-se ainda optar-se pela aplicaode uma renda decorativa como arremate da bainha, costurada com ponto de luva ou zig-zag. Algumasrendas permitem que se recorte o contorno dos motivos, sendo isso suficiente para o acabamento dabarra.Passar a ferro Proceda cautelosamente ao passar peas com renda. A temperatura do ferro deve ser correspondente fibra; A renda deve ser passada o menos possvel, pelo avesso, protegida por um tecido; A tbua de passar deve ser bem acolchoada, por causa da delicadeza da renda.RELAO TECIDO, AGULHA, LINHA EPONTOPara obter os melhores resultados, escolha sempre uma agulha de nmero e ponta adequados aotecido. A agulha mais fina de n 9 e a mais grossa de n 18. Quanto mais leve o tecido, e mais finaa linha, mais fina dever ser a agulha. Voc deve ter em mente que cada mquina de costura tem o seutipo especfico de agulha, portanto, antes de colocar a agulha procure ter certeza de que esta adequada mquina. Existem tambm agulhas duplas ou triplas, para fazer costuras decorativas.Partes da agulha: Tronco ou cabo: a parte superior da agulha; Lmina ou haste: trata-se do corpo da agulha; Concavidade: a reentrncia que h por trs do fundo da agulha. Serve para facilitar a passagem dalinha; Buraco ou fundo: est situado imediatamente acima da ponta; Ponta: a parte que penetra no tecido, formando a costura; Fresado: uma ranhura que h em um dos lados do tronco, para facilitar o desdize da linha, sendo,portanto, o lado pelo qual a linha deve ser enfiada.Tipos de pontas:83 10. ponta fina: utilizada mais frequentemente, a agulha comum. indicada para todos os tipos detecidos. ponta arredondada: especialmente indicada para costurar todos os tipos de malhas, pois no rompeos fios de elastano . Tambm pode ser utilizada em tecidos finos e delicados. ponta facetada: esta agulha indicada para costurar couro e materiais vinlicos.O quadro abaixo tem as indicaes de agulhas, linhas e comprimento de pontos adequados aos vriostipos de tecidos:84 11. 85 12. 86RISCO E CORTEEsta etapa uma das mais delicadas na confeco de uma pea de vesturio,pois se deve proceder minuciosamente no risco e no corte das partes do molde,para que estas realmente se encaixem na montagem. Quando o molde malcortado, dificilmente a pea cair bem e seria muito complicado fazercorrees.Como utilizar as peas do molde1. Rena todas as partes necessrias ao modelo;2. Verifique quantas vezes dever cortar cada pea;3. Se as peas do molde estiverem muito amarrotadas, passe-as a ferro;4. Prenda as peas do molde ao tecido com alfinetes ou alinhavos.Como prender o molde ao tecido1. Comece a prender os alfinetes sempre partindo da dobra do tecido, passando depois para os cantos edepois para as bordas;2. Os alfinetes devem ser pregados diagonalmente nos cantos e perpendicularmente s beiradas, comas pontas para fora do molde;3. Utilize apenas os alfinetes necessrios, exceto em tecidos maleveis e escorregadios;4. Estude a posio de todas as peas do molde antes mesmo de riscar;5. Depois que fizer o risco, siga-o rigorosamente.Processos de marcaoA marcao consiste em transferir as indicaes do molde para o tecido. Deve-se marcar as linhas decostura, as pences, os pontos de encontro, as partes que sero dobradas, etc.As marcaes podem ser feitas com carbono e carretilha, ou giz.Para marcar com carretilha e papel carbono, coloque o papel carbono sobre o avesso do tecido e porcima deste o molde correspondente. Em seguida passe a carretilha seguindo todas as marcaescontidas no molde, para reproduzi-las no tecido. Este processo de marcao aconselhvel paratecidos lisos e opacos.Para marcar com giz, uma o tecido parte do molde correspondente, em seguida, espete alfinetes porcima de cada marcao. Faa as marcaes com o giz seguindo o caminho dos alfinetes. Este mtodo aconselhvel para tecidos mais delicados ou multicoloridos, onde a marca do carbono no seria muitovisvel.Como cortarAntes de cortar certifique-se se necessrio dobrar o tecido. Em caso afirmativo, isto deve ser feitocom o mximo de preciso, unindo as ourelas perfeitamente, prendendo-as com alfinetes. Verifiquetambm se h alguma falha de fabricao no tecido, para no cortar uma das partes do molde nestelocal. Lembre-se de sempre dobrar o tecido unindo direito com direito.Para cortar o tecido perfeitamente, mantenha o tecido bem esticado sobre uma superfcie lisa adequadapara o corte e siga as orientaes alistadas abaixo: 13. 1. Utilize uma tesoura adequada para este fim. Verifique sempre se as lminas esto bem afiadas, paraque estas no mastiguem o tecido. Tenha cuidado para no prender os alfinetes entre as lminas datesoura, ao cortar, pois isso prejudica as mesmas;2. Durante o corte segure o molde com uma das mos, para que este no saia do lugar;3. No levante o tecido da superfcie em que ele se encontra enquanto estiver cortando;4. Corte junto s margens do molde, com golpes longos e firmes nas partes mais retas e golpes curtosnas partes curvas e nos cantos;5. Deixe a tesoura deslizar livremente, tendo o cuidado para no cortar o molde, pois alm de danific-lo,poder haver uma alterao na margem de costura.87PASSAR A FERRONo processo de montagem de uma pea de vesturio, muito importantepassar a ferro medida que se costura. Pode ser uma coisa dispensvel,porm, isto ir garantir o bom caimento da pea e evitar qualquer defeito demontagem. Para isso, deve-se ter alguns cuidados:1. Sempre faa um teste com um retalho do tecido antes de passar a pea;2. Retire alfinetes e alinhavos antes de passar a ferro, pois os alfinetes estragam o tecido e a chapa doferro e os alinhavos podem deixar marcas. Se necessitar passar a pea o com alinhavo, use linha bemfina e alinhavos diagonais;3. Passe sempre pelo lado avesso;4. Use um pano de passar entre o ferro e o tecido a ser passado. O tipo de pano de passar ir dependerdo tipo de tecido a ser passado. Os nicos tecidos que dispensam este cuidado so o algodo puro e olinho;5. Faa o mnimo de presso no ferro e acompanhe o sentido do fio do tecido ao pass-lo;6. Os detalhes que devem sempre ser passados a ferro so: costuras, pences, pregas, bolsos, golas,mangas, acabamentos de decotes, etc. Ou seja, deve-se passar a pea praticamente em todas asoperaes de montagem.ACABAMENTOS FINOS MANUAISEscolha uma agulha que seja adequada ao tecido. Para fazer os pontos a seguir, prefira agulhas maisfinas e curtas para pontos pequenos, e mais longas para alinhavos. Costure com linha relativamentecurta, de 45 a 60 cm para costuras definitivas. Para os alinhavos, pode ser usada uma linha maior. Alinha s dever ser dobrada para pregar botes e colchetes. Para alinhavar e fazer marcaes, utiliza-selinhas de cores claras, que faam um certo contraste no tecido. As linhas muito escuras podem deixarmarcas no tecido. A seguir, esto os mais utilizados pontos mo.BAINHASPara fazer bainhas viradas, dobre na altura desejada, marque e pregue os alfinetesperpendicularmente dobra, passando um alinhavo, no esquecendo de que a bainha deve 14. ter uma altura uniforme. Passe a bainha a ferro e costure com um dos pontos de bainha. A seguir, estoos pontos mais utilizados para fazer bainhas mo. De acordo com o tecido, deve-se escolher o pontoque mais se aplica ao resultado desejado para a pea.Bainha dobrada com ponto espinha de peixe: indicada para peas de tecidos mdios a pesados semforro e que desfiam muito.Bainha debruada com ponto espinha de peixe: indicada para peas de tecidos mdios a pesados semforro, quando a pea no tem corte reto.Bainha com ponto Invisvel: este ponto simples e rpido, executado por dentro, indicado paratecidos leves.Bainha com ponto clssico: bastante prtico, porm menos resistente, indicado para peasdelicadas.ACABAMENTOS FINOS MQUINACOSTURAS ABERTASCostura com borda rebatida: este acabamento indicado para tecidos leves e de peso mdio, em peasque no levam forros.Costura debruada com vis: indicada para uma pea em tecido mdio ou pesado que no seja forrada.COSTURAS FECHADASCostura francesa: indicada para tecidos transparentes nos quais as costuras so visveis do lado deexterior da pea.Costura tombada: esta costura til para reforar e dar mais resistncia a uma parte da pea.Sobrecostura: esta costura muito resistente e proporciona durabilidade pea.Costura debruada em si mesma: esta costura dispensa qualquer acabamento e d melhor resultado emtecidos leves que no desfiem facilmente.Costura debruada com vis: indicada para uma pea em tecido mdio ou pesado que no seja forrada.BAINHASAs bainhas mquina so mais prticas e rpidas, proporcionando tambm muita resistncia. Poroutro lado podem no cair to bem em uma pea mais social, por dar um aspecto mais informal roupa. Abaixo esto apenas alguns dos tipos de bainhas feitas mquina. Alm destes, tambm hbainhas coladas, reforadas, debruadas, etc. Para saber mais, voc pode consultar um dos livros dabibliografia indicada.Bainhas com ponto invisvel: arremate resistente e relativamente discreto uma alternativa para peasmais delicadas. S possvel fazer em mquinas que dispem deste tipo de ponto.Bainha em rolinho: uma bainha delicada e estreita indicada para tecidos delicados.Bainha simples: uma bainha comum, indicada para tecidos mdios ou pesados.88 15. Bainha postia: esta bainha indicada para peas que no tm um corte reto e no possvel dobrar aborda.CASASAs casas de boto podem ser verticais ou horizontais. O comprimento da casas deve ser igual aodimetro do boto, mais a sua espessura. As casas podem ser debruadas ou bordadas mquina.Casa debruada: este tipo de casa indicado para tecidos leves e de peso mdio que no desfiam e quevincam bem.Casa bordada mquina: o tipo mais comum de casa, indicada para a maioria dos tecidos.PRINCPIOS DE COMPOSIO DO VESTURIOPara trabalhar com roupas mais elaboradas importante conhecer os princpios de composio dovesturio. Neste nicho de mercado, este tipo de pea desenvolvido para clientes especficos que estodispostos a pagar um preo mais elevado para ter uma roupa mais personalizada. Por isso, quem vaiatender este cliente deve levar em considerao uma srie de aspectos antes de fazer o projeto de umaroupa.Estas regras no precisam necessariamente ser seguidas a risca, porm, bom lembrar que emalgumas ocasies, no raro, h uma exigncia de traje a rigor, muitas vezes expressa no prprioconvite do evento. Cabe ao estilista usar a sua criatividade para elaborar peas interessantes dentro darealidade de sua clientela.Os princpios da composio do vesturio levam em conta os seguintes aspectos:PROPORO significa manter as relaes coerentes de dimenso das peas que comporo olook.HARMONIA tornar um look harmnico fazer com que este tenha um aspecto visual agradvel.OCASIO as ocasies esto classificadas em: Esporte: o mais simples e informal. Mulheres: calas leves, camisetas coloridas, vestidos de tecidosleves, bermudas, sandlias, etc. Homens: calas de brim, camisas polo e de manga curta, jeans,sandlias. Passeio (esporte fino/tnue de ville): este tipo de traje requer um pouco de formalidade as principaisocasies so: vernissagens, almoos, conferencias, etc. Mulheres: pantalonas, tnicas, tailleur, bolsaspequenas e salto alto. Homens: ternos com gravata, mocassins. Passeio completo ou social: um traje formal, as principais ocasies so festas e recepes.Mulheres: conjuntos de crepe tailleurs de seda, vestidos finos, salto alto, meias finas e bolsaspequenas. Homens: terno padro de cor escura, camisa social, gravata e sapato preto. Black-tie (tnue de soire): o traje mais chique, noite de gala, com glamour e requinte. Mulheres:vestidos longos, sofisticados, com bordados e tecidos nobres, saltos alto, meias finas, carteiras e bolsaspequenas, e uso de joias. Homens: smoking, camisa branca, gravata borboleta e faixa preta na cintura,sapato liso com verniz. Festas ao ar livre: smoking branco.89 16. 90ETIQUETA NO VESTIRTrajes MasculinosEsporte: camisa sem gravata ou suter de malha.Esporte Completo: acrescenta-se o blazer ou palet esportivo acompanhado de gravataesporte.Passeio Completo: terno padro nico para homens mais formais.Recepo: terno escuro, camisa branca, gravata discreta. Rapazes ou homens jovens quequeiram sair mais descontrados tendem a abolir a gravata, usando camisa lisa e camiseta branca.Para Entrevistas: opte por roupas sbrias, no usando e nem misturando cores vivas. O sapato devecombinar com o cinto, e nunca use meias claras com calas escuras.Trajes femininosEsporte: cala comprida, bermuda. Saia e blusa. No se deve usar este tipo de roupaem cerimnias oficiais.Esporte Completo: so os tailleurs, vestidos e chemisier. Passeio Completo: usa-sevestido, tailleur, sapato scarpin; pode acompanhar uma bolsa pequena combinandocom o sapato e/ou cinto.Recepo: o traje de recepo feito por vestidos de deux pices (saia/blusa, ou tailleur) em tecidosnobres.Para entrevistas: evite roupas decoradas ou curtas, prefira roupas sbrias e discretas; evite as roupas detecidos transparentes ou muito justas.TIPO FSICOAlm da ocasio em que a roupa ser usada, deve-se levar tambm em considerao o tipo fsico oubitipo do cliente a fim de fazer com que a roupa lhe caia bem. Os principais bitipos so: Longilneo: o tipo manequim, pouco busto, pouco quadril, pernas alongadas e estatura acima de1,64m, geralmente todas as peas de roupas caem bem. Mini-longilneo: as mesmas caractersticas do longilneo, apenas com estatura inferior. Deve tomar ocuidado apenas de no usar comprimentos muito longos para no achatar a silhueta. Triangular: pouco busto, ombros estreitos, quadris largos, deve usar roupas que proporcione volumeao busto e no usar peas inferiores volumosas. Triangular invertido: contrario ao triangular, ombros largos, busto volumoso e quadris estreitos,valorizar o busto e procurar usar roupas que deem mais volume aos quadris. Quadrado: ombros e quadris da mesma largura, cintura no muito definida, estatura mediana, nodeve usar roupas muito justas. Forte: muito parecida com o quadrado, porm mais alto.COMO RECONHECER O TIPO DE SILHUETA 17. A silhueta varia de pessoa para pessoa. A estatura uma das indicaes do tipo de silhueta, juntamentecom o comprimento do tronco e a localizao da linha do busto, da cintura e do quadril.COMO ADEQUAR O MODELO AO TIPO DE SILHUETAPara favorecer a silhueta, alm de escolher o tecido mais adequado, devemos atentar para quatroelementos bsicos: a linha, o detalhe, a textura e a cor. Cada um destes tem o poder de criar iluses,porm, para tirar partido destes efeitos, necessria uma anlise realista do tipo de figura e decidir quecaractersticas podem ser realadas ou disfaradas.As linhas principais de uma pea de vesturio so aquelas que formam a silhueta ou linha de contorno.Podemos distinguir quatro tipos de formas: justo, semi-justo, ligeiramente solto e solto. Uma peajusta ao corpo reala os contornos, enquanto que quanto mais solta a roupa, mais despercebida ficar aforma do corpo. Na elaborao de modelos sob medida, deve-se procurar o equilbrio e a harmonia arelao esteticamente agradvel entre todos os elementos.LINHAS ESTRUTURAISAs linhas interiores de uma pe a podem conferir uma nova dimenso silhueta. Cada tipo de linha influencia de modo particular uma figura. Osnossos olhos tendem a se mover numa determinada direo daesquerda para a direita e de cima para baixo.Existem alguns princpios gerais quanto utilizao das linhas:1. Quanto mais longa, mais larga e mais repetida for a linha, maior ser a sua influncia;2. As dobras de tecido (pregas, franzidos, drapejados) criam linhas e aumentam o volume;3. Quanto mais linhas existirem no padro do tecido, menos detalhes devero ter a pea de roupa. Linhas verticais Criam uma iluso de altura e aspecto esguio. Porm, quando repetidas a intervalosregulares, podem dar figura um aspecto mais largo e mais baixo, pois os olhos so atrados de umlado para o outro. Linhas horizontais Tm a tendncia para cortar a altura, especialmente quando dividem a figura aomaio. Mas uma linha horizontal colocada acima ou abaixo da linha mdia reala a zona menor,parecendo alongar visualmente a maior. Linhas em diagonal Podem contribuir para aumentar a altura ou a largura, conforme o seucomprimento e ngulo. Uma diagonal longa cria uma iluso de maior largura. Linhas curvas Criam os mesmos efeitos que as linhas retas de localizao semelhante, embora deuma forma mais sutil. O efeito visual mais suave. Uma linha curva produz sempre um efeito dearredondamento e de maior corpulncia.91DETALHESDetalhes como mangas, golas, decotes e bolsos podem ter muita importncia. A sua corretalocalizao que far a harmonia da pea. Podem ter as seguintes finalidades:1. Acentuar uma silhueta. Por exemplo, mangas sino em um vestido trapzio.2. Dar realce a uma pea de vesturio simples.3. Tornar prtica uma pea de vesturio formal. 18. 4. Despertar a ateno para uma caracterstica interessante ou desviar a ateno de uma caractersticamenos atraente.COR E TEXTURAEm geral as cores quentes, intensas e claras avanam, fazendo a figura parecer maior e as coresfrias, discretas e escuras recuam fazendo-a parecer mais esguia.A textura afeta igualmente de forma decisiva as dimenses da figura. As caractersticas descritas comotextura podem ser o brilho ou a opacidade, o toque spero ou macio, a rigidez ou maleabilidade, opeso e encorpamento que determinam o caimento do tecido.As texturas granulosas e felpudas so mais volumosas e do um aspecto mais pesado figura. Umtecido rgido pode fazer a figura parecer maior, por outro lado, um tecido malevel adere mais aocorpo e pode fazer parecer menor. As cores so divididas em quatro grupos principais: Cores quentes: aquelas que conseguem provocar um efeito vibrante. Amarelo, vermelho, laranja. Somuito usadas nas colees primavera-vero, pois do um clima de alegria e descontrao. Porm,devem ser usadas com moderao. Cores frias: provocam um efeito de calma e tranquilidade. Verde, azul. So muito usadas para roupasmais sbrias e clssicas. Cores neutras: tm pouca intensidade. Bege, cinza, preto. So usadas para atenuar o efeitoprovocativo das cores quentes. Tons pasteis: as cores em seu tom mais suave, mais claro. So usadas quando a inteno dar umclima de romantismo e inocncia.92PROPOROAs relaes entre as diferentes partes de um determinado modelo designam-se propores. Estas partespodem ser definidas pelas linhas estruturais ou resultar da forma como so utilizadas a cor e a textura.O ideal que as propores estejam em harmonia entre si e em relao figura.1. Motivos maiores (estampas e padres) so indicados para uma figura mais volumosa;2. Estampas e padres grandes podem ser harmonizados se tiverem corem suaves;3. Grandes zonas de cores contrastantes dividem a figura horizontalmente no ponto em que as coresdiferentes se encontram. A utilizao de uma s cor ou de tons aproximados d a iluso de uma figuramais esguia; 19. 4. Os detalhes devem estar em proporo com a figura e a roupa. Por exemplo, quem tiver poucaestatura poder aparentar muito volume na parte superior do corpo se usar uma gola muito grande.Uma pessoa muito alta com uma gola muito pequena pode parecer desproporcional.93APNDICE DICAS BSICASVoc sabe como um ponto se forma na mquina de costura?1. A agulha perfura o tecido e desce at seu ponto mais baixo, transportando a linha do carretel.2. A agulha sobe um pouco, fazendo com que a linha superior forme um pequeno lao.3. A lanadeira gira, no sentido anti-horrio, e pega esse lao, expandindo-o e fazendo com que eleenvolva a caixa de bobina.4. Nesse momento, a linha superior envolve a linha inferior (da bobina), formando o n.5. A agulha sobe at seu ponto mais alto e os guia-fios transportam a linha para cima, deixando o nno meio do tecido.Todo esse processo ocorre rapidamente e se repete vrias vezes, formando as costuras.COSTURANDO COM AGULHADUPLAPara costurar com a agulha dupla:1. Substitua a agulha da mquina pela agulha dupla (se tiver alguma dificuldade, consulte o manual dasua mquina).2. Coloque na mquina o feltro e o pino porta-retrs vertical.3. Passe as duas linhas normalmente pelos guia-fios.4. Passe apenas a linha do pino porta-retrs horizontal pelo guia-fio da agulha e passe a linha naagulha esquerda da frente para trs.5. Passe a outra linha, do pino porta-retrs vertical, na agulha direita, tambm da frente para trs.DICAS:- Ao selecionar a largura do ponto ziguezague, nunca ultrapasse a marca da agulha dupla no seletor,evitando que a agulha bata na sapatilha e provoque danos mquina. 20. - Quando for costurar os tecidos flexveis, use fio de overloque na bobina. A elasticidade do fioacompanha a flexibilidade do tecido, evitando que as costuras rasguem.FAZENDO CASASEste procedimento, vlido para as mquinas com caseador automtico de 4 passos, bemsimples. Veja como fazer:1. Marque no tecido o local onde as casas sero feitas e a distncia entre elas.2. Pegue a sapatilha especial para caseado e monte-a na mquina, observando a posiocorreta.3. Gire o seletor de comprimento do ponto at o desenho do caseador marcado com onmero 1.4. Selecione a largura desejada do ziguezague e inicie a costura.5. Ao final da primeira lateral da casa, gire o seletor para o prximo passo.6. Arremate e abra as casas com cuidado para no rasgar.DICA:- Para que as casas fiquem na posio correta, marque o incio e o final de cada uma no tecido.PREGANDO BOTESPregar botes mquina um procedimento muito simples.Seguindo as instrues corretamente, os botes no soltam.1. Coloque na mquina a sapatilha especial para pregar botes.2. Isole os dentes da mquina, colocando a chapa isoladora.*3. Posicione o seletor de largura do ponto em costura reta.4. O seletor do comprimento deve ficar na posio 0.5. Posicione o tecido e o boto sob o p calcador e abaixe-o.6. Mantenha a agulha posicionada do lado esquerdo e gire o volante da mquina com asmos at que a agulha coincida com o furo do lado esquerdo do boto.7. Faa alguns pontos, retire a agulha do furo do boto e selecione a largura do ziguezague.8. Gire o volante para certificar-se que a agulha est alcanando o outro furo, sembater no boto.9. Faa mais alguns pontos em ziguezague.10. Posicione novamente o seletor na costura reta e arremate, fazendo mais alguns pontos.Para um boto de quatro furos, faa o mesmo procedimento em cada par de furos.DICA:- No modelo Singer Millenna, no h necessidade da chapa isoladora. Retirando a extenso da base,h uma alavanca que abaixa os dentes para pregar botes e fazer bordados.94 21. FAZENDO CHULEADOO chuleado uma costura ziguezague feita na beirada do tecido para dar o acabamento e evitar quedesfie.Para fazer um chuleado, siga os passos abaixo:1. Utilize a sapatilha de uso geral.2. Selecione a largura do ziguezague no seletor de largura (se estivercosturando com agulha dupla, no ultrapasse a marca indicada nopainel).3. Escolha o comprimento do ponto, sugerimos iniciar com a posio 2,5ou 3.4. Ajuste a tenso, conforme o tecido e a linha.5. Posicione o tecido na mquina de forma que sua borda coincida com aranhura central da sapatilha.6. Costure, segurando o tecido para mant-lo no lugar certo.FAZENDO UM FRANZIDOPara franzir o tecido, o procedimento muito semelhante costura reta, com apenas alguns detalhes aobservar.1. Selecione o comprimento de ponto mximo (o seletor deve ser posicionado no nmero 5).2. Coloque o seletor de largura do ponto em costura reta.3. Levante o p calcador e coloque o tecido na mquina, paralelo s ranhuras da chapa da agulha.4. Inicie a primeira costura reta, sem fazer os arremates no incio e no final da costura.5. Levante o p calcador, gire o tecido, sem cortar, e faa a segunda costura reta, paralela primeira.6. Levante o p calcador, puxe a linha uns 10 cm, corte o fio e retire o tecido.7. Segure o tecido e, delicadamente, puxe as duas linhas inferiores, franzindo o tecido.PREGANDO UM ZPERPregar um zper um procedimento simples.1. Coloque na mquina a sapatilha especial para pregar zperes.2. Selecione a costura reta e ajuste o comprimento do ponto (sugerimos 2,5).3. Marque a rea onde dever ser inserido e alinhave o zper entreaberto do lado direito do tecido.95 22. 4. Monte a sapatilha na posio esquerda e costure.5. Agora alinhave o zper do lado esquerdo.6. Monte a sapatilha na posio direita e costure.DICA:Para facilitar a insero do zper, mantenha-o entreaberto no incio da costura e, ao chegar com amquina prxima ao gancho, feche-o e termine a costura.PREGANDO ELSTICOSPara pregar elsticos em lingeries, moda praia ou outras peas proceda da seguinte forma:1. Tire a medida da rea onde o elstico ser aplicado e divida o valor por 4.2. Calcule 3/4 da medida e corte o elstico.3. Divida a rea em 4 partes iguais e marque as extremidades com um alfinete.4. Divida o elstico tambm em 4 partes e marque.5. Prenda as marcas do elstico nas marcas da pea com alfinetes.6. Costure, esticando um pouco o tecido para que o elstico fique bem distribudo.7. Corte os excessos de tecido e dobre o elstico para dentro da pea.8. Rebata a costura utilizando o Multiziguezague (3 pontinhos) ou o ziguezague comum.FAZENDO UMA BAINHA INVISVELO ponto invisvel pode ser encontrado nos modelos Millenna, Nina, Bella, Carina e Facilita Plus.1. Antes de fazer a bainha invisvel, faa um ziguezague na borda do tecido para no desfiar.2. Determine o comprimento desejado e dobre a barra.3. Vire a pea pelo avesso, fazendo a segunda dobra, voltada para o direito da pea.4. Selecione o ponto de bainha invisvel e use a sapatilha especial.5. Alinhe a sapatilha borda do tecido e costure de forma que a agulha entre levemente na dobra queest paralela borda, sem que aparea os pontos do lado direito.DICA:- No se esquea de usar sempre linhas da mesma cor do tecido.FAZENDO O ZIGUEZAGUEA costura ziguezague, assim como a costura reta, uma das operaes bsicas de qualquer modelo demquina de costura.1. Utilize a sapatilha de uso geral.96 23. 2. Selecione a largura do ziguezague no seletor de largura (se estiver costurando com agulha dupla,no ultrapasse a marca indicada no painel).3. Escolha o comprimento do ponto, sugerimos iniciar com a posio 2,5 ou 3.4. Ajuste a tenso, conforme o tecido e a linha.5. Inicie a costura, faa aproximadamente 1 cm e aperte o boto de retrocesso para fazer o arremate.6. Continue costurando e faa o arremate novamente no final.DICA:- A tenso da linha varia conforme o tipo de linha e tecido utilizado. Para saber qual a tenso correta,faa um teste, utilizando uma amostra de linha e tecido.- Um ponto perfeito deve ter o n localizado entre as duas faces do tecido. Muita tenso produz pontosmuito apertados, franzindo o tecido. Pouca tenso produz pontos soltos com linha embolada.PONTO TIPO OVERLOQUEO ponto tipo overloque utilizado para unir e arrematar os tecidos ao mesmo tempo.Alguns modelos da Singer possuem o ponto tipo overloque, que no corta o tecido.97PONTO CHEIOO ponto cheio uma costura ziguezague com os pontos bem unidos,utilizado para decorao e aplicaes em toalhas, lenis, roupas, etc.1. Utilize a sapatilha de uso geral.2. Selecione a largura do ziguezague no seletor de largura.3. O seletor de comprimento do ponto deve estar entre 0 e 1.4. Ajuste a tenso, conforme o tecido e a linha.5. Faa a costura. Se o ponto ficar muito aberto, diminua o comprimento, e se ficar muito fechado,com pontos encavalados, aumente um pouco o comprimento.PONTOS UTILITRIOSConhea os principais pontos utilitrios. 24. 98Costura retaPonto ziguezague com 1,5 mmCostura ziguezague com 3 mmPonto ziguezague com 4,5 mmCostura ziguezague com 6 mmPonto invisvelPonto invisvel direitaPONTOS FLEXVEISOs pontos flexveis so utilizados para rebater elsticos e costurar tecidos com elasticidade comolycra, cotton e malha, entre outros. Veja abaixo alguns pontos flexveis.Ponto elstico de alinhavoPonto elstico "M"Costura reta elsticaPonto tipo overloque 25. PONTOS DECORATIVOSOs pontos decorativos podem ser utilizados para acabamento e decorao de peas. Veja abaixoalguns pontos decorativos.99Ponto coroaPonto crescentePonto divisaPonto dominPonto espinhoPonto fagotePonto montanhaPonto plumaPonto rampart 26. PONTO ACETINADOO ponto acetinado, tambm conhecido como ponto cheio, um ziguezague bem fechado,com comprimento entre 0 e 1. O ponto acetinado pode ser usado para aplicaes,monogramas e decorao.MODELAGEM INDUSTRIAL BSICAOrientaes geraisPara melhor entendimento do material do mdulo, orientamos ler as instrues abaixo:O primeiro passo para a modelagem definir as medidas do corpo. Em seguida sero executados osMoldes Bsicos que serviro como ponto de partida para interpretao de diversos modelos.Principais Moldes Bsicos:Tecido Plano:- Base da blusa, base da manga, base da saia e base da cala.Malha:- Base da blusa justa, base da manga justa e base da cala.Listamos abaixo o material necessrio para execuo dos moldes:- Papel Manilha ou papel Pardo- Lapiseira 0,7mm ou 0,9mm- Rgua curva pequena- Rgua curva grande- Esquadro- Fita Mtrica- Tesoura para papel- Fita adesiva e cola- Carretilha- Borracha- Papel carbono para tecido nas cores branco, amarelo e vermelho.Orientaes sobre a execuo dos moldes.Os moldes sero traados atravs de diagramas.Exemplo: Trace o retngulo ABCD com as seguintes dimenses:A - B = 1/2 do quadrilA - C e B - D = Altura do quadril100 27. - As bases sero quase sempre traadas pelas metades, das costas e da frente, com exceo da calaque traada com o papel aberto.- Para todas as bases, os traos sero orientados atravs de letras ou nmeros.Para o traado dos moldes de grande ajuda um conjunto de rguas como o da figura abaixo, mas no indispensvel..Sobre a MalhaDiferente do Tecido Plano, as malhas so produzidas por laadas interligadas que resultam em umaestrutura flexvelDependendo do fio e da estrutura utilizada determinado o grau de elasticidade da malha.Tipos de Malha:Malhas Firmes- Meia-malha de algodo- Moletom, plush etc.Malhas elsticas- Lycra, cotton-lycra,etc.Preparao da Malha para o Corte- A malha antes de ser cortada deve passar pelo processo de descanso, que consiste em deix-ladesenrolada em uma superfcie plana durante 24 horas.Mquinas utilizadas para Malhas:- Galoneira- Overlock- Reta- InterlockPara Costurar Malha:- Agulha de mquina n 9 ou 11 (ponta bola)- Fio Nylon ou polister101 28. 102Obs:- Utilize 4 pontos de mquina por centmetro- Reduza a tenso do fio.Clculo da Elasticidade da MalhaA modelagem para malha sofre redues de acordo com a elasticidade da malha.1 - Com uma amostra do tecido estique-o para verificar qual o sentidoque possui maior elasticidade, em geral o perpendicular a ourela.2 - Corte um retngulo com 12cm de comprimento e 5cm de largura,observe que o comprimento vai ser o que tem maior elasticidade.3 - Coloque ( no retngulo de 12cm cortado) dois alfinetes com distnciade 10cm um do outro. Encoste o alfinete da esquerda sobre o ponto zeroda rgua e estique o mximo possvel (puxe pelo alfinete da direita).Anote o nmero onde o alfinete da direita alcanou.Ex: Quando esticou o alfinete da direita e alcanou 14cm isso quer dizerque a malha tem 40% de elasticidade.Elasticidade das malhas:Baixa Elasticidade - At 12- Use a tabela de medidas para tecido planoMdia Elasticidade - de 12 a 18- Use a tabela de medidas para malha de mdia elasticidadeAlta Elasticidade - acima de 18- Use a tabela de medidas para malha de alta elasticidadeCOMO TIRAR MEDIDA FEMININAAs medidas devem ser tiradas rentes ao corpo semapertar nem afrouxar a fita mtrica. Coloque umcadaro ao redor da cintura para marc-la e paraque as medidas que partem da cintura saiam todasdo mesmo lugar.Seja muito criteriosa ao tirar as medias pois operfeito resultado da modelagem dependem dessecritrio.TRAX- Contorne o tronco logo abaixo das axilas.Observe que a fita passa acima dos mamilos e nosobre estes.Tenha cuidado para no deixar a fita escorregar nascostas. 29. 103BUSTO- Contorne o tronco na altura do busto, passandopor cima dos mamilos.Tenha cuidado para no deixar a fita mtricaescorregar nas costas, em direo a cintura.CINTURA- Contorne a fita mtrica na cintura, sobre a fitaamarrada.MEDIDA DA SEPARAO DO BUSTO- Mea a distncia entre os mamilos.ALTURA DO BUSTO- Mea no encontro do ombro com o pescoo at aponta do mamilo.COMPRIMENTO DA BLUSA NA FRENTE- Mea no encontro do ombro com o pescoo,passando por cima do mamilo e terminando nacintura.LARGURA DO BRAO- Com a mo apoiada no quadril, contorne o braoonde ele mais largo.LARGURA DAS COSTAS- Mea entre o ombro e a dobra da axila nas costas.Essa medida muito importante. Crie uma cavaimaginria da ponta do ombro at a dobra da axila. 30. 104COMPRIMENTO DA BLUSA NAS COSTAS- Mea no encontro do ombro com o pescoo, nomesmo ponto que foi tirado na frente e desa pelascostas at alcanar a cintura.QUADRIL- Contorne o quadril na parte mais larga.ALTURA DO GANCHO- Com a pessoa sentada, com a postura elegante,mea a distncia entre a cintura e o assento dacadeira pela lateral do corpo.COMPRIMENTO DA CALA- Mea pela lateral do corpo, da cintura at ocomprimento desejado para a cala.ALTURA DO JOELHO- Mea pela lateral do corpo, da cintura at o joelho.ALTURA DO QUADRIL- Mea pela lateral do corpo, da cintura at onde oquadril mais largo, em mdia d 20cm.LARGURA DO JOELHO- Contorne o joelho.MEDIDA DO TORNOZELO- Contorne o tornozelo. 31. COMO TIRAR MEDIDA MASCULINA105As medidas devem ser tiradas rentes ao corpo semapertar nem afrouxar a fita mtrica. Coloque umcadaro ao redor da cintura para marc-la e paraque as medidas que partem da cintura saiam todasdo mesmo lugar.Ao lado da ilustrao consta a numeraocorrespondente a cada medida.1 - Largura do Trax- Contorne onde o tronco mais largo. Cuidadopara que a fita mtrica no escorregue nas costas.2 - Comprimento da Blusa na Frente at aCintura- Coloque a fita mtrica no ombro, na base dopescoo, at a cintura.3 - CinturaContorne a fita mtrica na cintura.4 - Largura do BraoContorne o brao na altura em que mais grosso.5 - Largura do pescoo- Contorne o pescoo na base sem apertar.6 - Largura do Quadril- Contorne o Quadril sem apertar.7 - Comprimento da Cala- Mea da Cintura at a altura desejada para aCala.8 - Largura do Joelho- Contorne o Joelho9 - Largura do Punho- Contorne o punho sem apertar.10 - Largura das Costas- Mea ombro a ombro.11 - Gancho- Mea da Cintura na Frente passando entre aspernas at a Cintura nas Costas sem forar a fitamtrica.TABELAS DE MEDIDAS FEMININA muito importante para um bom resultado da modelagem que as medidas sejam tiradas com exatido.Nas Tabelas abaixo, constam as medidas de vrios tamanhos o mais prximo possvel das medidas damulher brasileira. 32. Quando for executar o molde de um modelo especfico ser necessrio tirar as medidascomplementares.Exemplo:- Comprimento desejado para a roupa, medidas de golas, tamanho de bolsos etc.As medidas esto exatas, sem incluir folgas ou costuras.TABELA 1 - MEDIDAS DO CORPOEssa Tabela rene as medidas tiradas rente ao corpo e dever ser utilizada para Tecido Plano ou Malhacom Baixa Elasticidade.Tabela 2 - Medidas para Malha de Mdia ElasticidadeEssa Tabela dever ser usada para roupas de malha justas ao corpo e para Malha com MdiaElasticidade.106 33. Tabela 3 - Medidas para Malha de Alta ElasticidadeEssa Tabela dever ser usada para roupas de malha justas ao corpo e para Malha com AltaElasticidade.107 34. Tabela 4 - Tabela de Reduo para Malha - Adulto.Se voc for utilizar medidas prprias dever se basear na tabela abaixo para reduo de acordo com amalha a ser utilizada.108 35. 109TABELAS DE MEDIDAS MASCULINA muito importante para a perfeio da modelagem que as medidas sejam tiradas com muita ateno eexatido.Nas Tabelas abaixo, constam as medidas de vrios tamanhos o mais prximo possvel das medidas doHomem brasileiro.Quando for executar o molde de um modelo especfico ser necessrio tirar as medidascomplementares, como exemplo Comprimento desejado para a roupa, medidas de golas, tamanho debolsos etc.As medidas esto exatas, sem incluir folgas ou costuras. 36. TABELA 1 - MEDIDAS DO CORPOEssa Tabela rene as medidas tiradas rente ao corpo e dever ser utilizada para Tecido Plano ou Malhacom Baixa Elasticidade.Tabela 2 - Medidas para Malha de Mdia ElasticidadeEssa Tabela dever ser usada para roupas de malha justas ao corpo e para Malha com MdiaElasticidade.110 37. Tabela 3 - Medidas para Malha de Alta ElasticidadeEssa Tabela dever ser usada para roupas de malha justas ao corpo e para Malha com AltaElasticidade.111 38. Tabela 4 - Tabela de Reduo para Malha - Adulto.Se voc for utilizar medidas prprias, dever se basear na tabela abaixo para reduo de acordo com amalha a ser utilizada.112 39. 113TABELAS DE MEDIDAS INFANTIL muito importante para a perfeio da modelagem que as medidas sejam tiradas com muita ateno eexatido.Nas Tabelas abaixo, constam as medidas de vrios tamanhos o mais prximo possvel das medidas dacriana brasileira. 40. Quando for executar o molde de um modelo especfico ser necessrio tirar as medidascomplementares.Exemplo:- Comprimento desejado para a roupa, medidas de golas, tamanho de bolsos etc.As medidas esto exatas, sem incluir folgas ou costuras.TABELA 1 - MEDIDAS DO CORPOEssa Tabela rene as medidas tiradas rente ao corpo e dever ser utilizada para Tecido Plano ou Malhacom Baixa Elasticidade.Tabela 2 - Medidas para Malha de Mdia ElasticidadeEssa Tabela dever ser usada para roupas de malha justas ao corpo e para Malha com MdiaElasticidade.Tabela 3 - Medidas para Malha de Alta ElasticidadeEssa Tabela dever ser usada para roupas de malha justas ao corpo e para Malha com AltaElasticidade.114 41. Tabela 4 - Tabela de Reduo para Malha - InfantilSe voc for utilizar medidas prprias dever se basear na tabela abaixo para reduo de acordo com amalha a ser utilizada.POR QUE TER UM DIFERENCIALCOMPETITIVOAtualmente, para se ter um bom resultado no competitivo mercado da moda, um fator relevante para osucesso entender e conhecer profundamente o seu pblico-alvo.A qualidade dos produtos fator fundamental para o sucesso nas vendas, e a modelagem das peasagrega ainda mais valor ao produto se aliada ao desejo do consumidor em adquirir um produto quetenha, ao mesmo tempo, conforto, bom corte e caimento, alm dos padres estticos envolvidos.Ao pensar no desenvolvimento de uma modelagem de qualidade, voc deve, inicialmente, conhecer ocorpo que ir vesti-la. necessrio que a empresa realize pesquisas para conhecer o seu consumidor,115 42. adaptando as tabelas de medidas utilizadas na construo dos moldes a fim de satisfazer a clientela eobter sucesso nas vendas.Uma cala de tamanho 40 de uma marca de street wear no pode ser compatvel com uma cala detamanho 40 de uma marca focada em um pblico de jovens senhoras.Apesar de as tabelas apontarem um nmero padro para um tamanho de cintura, uma delas dever sermais baixa, anatmica; j a outra deve ter o gancho mais alto, entre outras inmeras observaes.Com o crescimento do mercado de moda prt--porter, a modelagem passou por diversastransformaes e reformulaes quanto aplicao de tcnicas e mtodos, visando acompanhar asevolues da indstria da moda e tecnologia. No mercado atual, esse setor necessita acompanhar arapidez no funcionamento da produo das peas do vesturio, sem deixar de lado a qualidade dosprodutos e a satisfao do consumidor. Os conceitos de como produzir mais em menos tempo e semmargem de erro tambm esto sendo exigidos no setor da modelagem industrial.O MODELISTAChama-se de modelista o profissional que transforma um modelo (partindo de um desenho, de umafoto ou, muitas vezes, de outra pea de vesturio) em um objeto concreto, utilizando-se das tcnicaspr-adquiridas da modelagem para confeco.Esse profissional trabalha em conjunto com o estilista e capaz de interpretar o croqui (esboo de umdesenho). O modelista deve saber tirar medidas de acordo com as tcnicas recomendadas pelametodologia especfica, elaborar ficha tcnica, conhecer aviamentos e ainda conhecer sempre acomposio, o caimento e as demais caractersticas do tecido. Ele responsvel por analisar apilotagem e fazer as alteraes finais no molde para ento produzir em srie.Um dos aspectos principais, ao se realizar uma interpretao de modelagem, a anlise detalhada dodesenho, observando recortes, pences, comprimentos, folgas e amplitude da modelagem. Enfim, cabeao modelista analisar o desenho levando em considerao cada detalhe que este apresentar, para entodefinir a aplicao de cada tcnica especfica na construo do molde. Todo esse processo visa obterum produto que seja fiel ideia inicial, imaginada pelo criador.A mesa de modelagem e o manequim so peas essenciais do equipamento de um modelista. A mesade modelagem deve ser plana, ter um metro de altura, ser retangular (com no mnimo 1,2m de largura)e seu comprimento deve ter no mnimo 2m para que seja possvel cortar peas-piloto, como umvestido longo. Sua superfcie deve ser bem lisa para que tecidos delicados no puxem fios quandocolocados sobre ela.116 43. 117 44. TIPOS DE MODELAGEMModelagem Plana (Bidimensional) uma tcnica utilizada para reproduzir, em segunda dimenso,algo que ser usado sobre o corpo humano, em tecido ou similar, de forma tridimensional. Essamodelagem, manual ou computadorizada, pode ser utilizada para confeccionar uma pea de roupaapenas ou para produo em grande escala, como acontece na confeco industrial de pequeno, mdioou grande portes.Moulage (Tridimensional) a manipulao do tecido de forma tridimensional. Trabalha-se com otecido sobre os manequins, que tm suas medidas padronizadas. Na moulage, podem ser feitos osajustes direto nas curvas do corpo, resultando em um caimento perfeito.118O PROCESSO DE MODELAGEMAs interpretaes de modelagem so baseadas em trs etapas de construo de moldes, denominadasde: moldes bsicos, moldes de trabalho e moldes para corte ou interpretados.Moldes bsicos (caixas de modelagem) Os moldes bsicos servem como base para o incio dasalteraes a serem feitas de acordo com o desenho da pea. Eles so confeccionados seguindo a tabelade medidas-base da empresa. No processo industrial de confeco, o uso de moldes bsicos facilita oprocesso produtivo do setor de modelagem, uma vez que este possui as medidas especficas da tabelado pblico da empresa. Estando pronto uma nica vez, no necessita de repetio do traado inicial. Apraticidade do uso de moldes bsicos gera lucros e economia de tempo e de processo para a confecodas partes do molde interpretado.Se voc terceiriza o processo de modelagem, importante fornecer ao modelista freelancera sua tabela de medidas padro ou suas caixas de modelagem.Moldes de trabalhoAps obter a caixa do molde, os moldes de trabalho so utilizados para fazer as alteraes necessrias,de acordo com o modelo, servindo como uma espcie de rascunho para a definio do moldeinterpretado. Os moldes de trabalho so feitos a partir da cpia dos moldes bsicos, e as etapas dealteraes a serem realizadas sobre eles variam em quantidade e tipos de aplicao de tcnicasespecficas, de acordo com o modelo desejado.Molde para corte ou interpretadoSo os moldes utilizados para riscar e cortar a pea sobre o tecido, contendo todas as alteraesrealizadas no processo anterior, as margens para costura e as marcaes necessrias para a montagemda pea.O que define um bom molde bsico a exatido das medidas, pois elas caracterizam um moldeperfeito e economizam tempo para a produo. 45. 119AS MEDIDAS CLASSIFICAM-SE EM:Fundamentais - circunferncia do busto, da cintura e dos quadris, etc.Auxiliares - medida do ombro, largura da frente e altura do busto, etc.Complementares - folgas, comprimento da frente, das costas, da manga,contorno do brao, do pescoo e altura total do corpo, etc. importante ressaltar que existe metodologia especfica para coletar asmedidas do corpo humano. A ABNT desenvolveu a NBR 15.127 Corpohumano definio de medidas, publicada em 2004. Essa norma teve comobase a ISO 7.250 e estabelece um procedimento para medir partes do corpo humano, ou seja, mostracomo se deve tomar a medida da altura do ombro e das pernas, dos permetros do pescoo, da coxa ede outras reas. No total, so 54 medidas do corpo humano. Procure conhec-las e ainda pesquise asmedidas de seu pblico-alvo, faa uma anlise ponderada e construa a tabela de medidas do seuconsumidor. Voc ver que isso influenciar diretamente as vendas de sua empresa.Um dos melhores estilos de armazenamento para modelagens em papel o pendurado porfuros e cordes em ganchos ou equivalentes em paredes exclusivas para moldes, pois issoevita que sejam dobradas, podendo ser separadas por referncias e tamanhos. Cole a fichatcnica no molde que ficar visvel para facilitar a identificao.TABELA DE MEDIDASA tabela de medidas um conjunto de medidas necessrias para a construo das bases demodelagem. Elas so baseadas em mdias calculadas a partir de medidas tiradas em um determinadonmero de pessoas. Com isso, percebe-se que praticamente impossvel encontrar uma s pessoa quepossua exatamente todas as medidas da tabela. Porm, em escala industrial, no existe outra maneirade trabalhar a no ser padronizando as medidas.Voc encontrar diferentes tabelas de medidas. De pas para pas, essas tabelas podem variar deacordo com o tipo fsico da populao. No Brasil, no existe um padro de tamanho obrigatrio para ovesturio, ocorrendo diferenas de tamanho entre as confeces. Assim, as grifes determinam suasprprias tabelas de tamanho, direcionadas ao seu pblico-alvo.O correto seria existir uma tabela-padro oficial para as medidas fundamentais e auxiliares e outra daempresa, de acordo com sua segmentao de mercado (com caractersticas de seu pblico-alvo,adaptando as medidas complementares ao seu prprio padro). Entretanto, a falta de padronizao demedidas no Brasil comea a ser resolvida. O Instituto Nacional de Metrologia, Normalizao eQualidade Industrial (Inmetro) recebeu do Comit Brasileiro de Txteis e Vesturio, da AssociaoBrasileira de Normas Tcnicas (ABNT), a solicitao para edio de uma norma que fixar um prazopara as confeces brasileiras se adequarem ao Novo Regulamento Tcnico de Etiquetagem deProdutos Txteis.A lei antiga j obrigava os confeccionistas a afixarem nas roupas etiquetas com informaes sobre ofabricante (CNPJ), a composio do tecido e os cuidados para a conservao do produto. Agora, exige 46. que a etiqueta traga tambm o tamanho da roupa com base em uma medida de referncia-padro.Hoje, conforme comentado, as normas so de carter voluntrio, isto , cada empresa tem sua prpriatabela voltada para o pblico que quer atingir. Mas, com a regulamentao pelo Inmetro, osfabricantes que no se enquadrarem podero ser autuados e multados.A tabela, a ser utilizada na regulamentao normatizada pela Associao Brasileira de NormasTcnicas (ABNT), foi criada em maio de 1995 (a NBR 13377 Medidas Normativas ReferenciaisMnimas para o Vesturio), regulamentando as escalas de tamanhos das roupas de PP a GG, ou seja,de 34 ao 52.Porm, foi detectada a necessidade de se ampliar a NBR 13377. Essa constatao foi realizada peloPrograma de Certificao de Qualidade dos Produtos da Indstria do Vesturio. O programa desenvolvido pela Associao Brasileira do Vesturio (ABRAVEST) para qualificar e credenciar osetor e atender Resoluo 04/92 (CONMETRO Lei das Etiquetas) e ao Cdigo de Defesa doConsumidor. Iniciou-se um Censo Antropomtrico Brasileiro com o intuito principal de conhecer obitipo brasileiro. Sendo assim, a norma est sendo revisada pela Comisso de Estudos de Medidas deTamanho de Artigos Confeccionados (CE 17.700.04), do Comit Brasileiro de Txteis e do Vesturio(ABNT/CB-17), tendo um enfoque mais ligado aos resultados deste trabalho.A norma em vigor pode ser adquirida por meio do site da ABNT Digital(http://www.abntdigital.com.br) ou entrando em contato com os endereos de atendimentoencontrados na pgina da ABNT (http://www.abnt.org.br), no link Nossos Endereos.Contudo, as normas da ABNT tm redao bastante tcnica e, por isso, a ABRAVEST disponibilizaem seu site (www.abravest.org.br) um manual de Padres de Tamanho do Vesturio Brasileiro. OManual interpreta a Norma NBR 13377, apresentando medidas do corpo humano para o vesturio epadres referenciais que cada empresa deve adaptar sua realidade e ao perfil do seu consumidor.Recentemente, a ABRAVEST firmou convnio com a ABNT para o fornecimento de um certificados empresas que produzem suas peas de acordo com a portaria.De posse da Certificao de Conformidade, essas empresas podem solicitar o selo de qualidade daABRAVEST.Veja abaixo as medidas mais utilizadas na modelagem:1. Busto - Medida de contorno do corpo na altura dosmamilos.2. Cintura - Medida de contorno na altura da cintura.Geralmente, essa altura fica a 2,0cm acima do umbigo para as mulheres e no umbigo para os homens.3. Quadril - Medida de contorno na altura onde o quadril mais saliente. Geralmente, fica 2,0cmabaixo da cintura.4. Pescoo - Medida de contorno na base do pescoo.5. Trax - Medida de contorno acima do busto e logo abaixo das axilas. geralmente bem menor quea medida do busto. A diferena entre o busto e o trax vai determinar a profundidade da pence dobusto na base do corpo, quando quisermos trabalhar sob medida. No nosso caso, de acordo com atabela de medidas, essa diferena sempre 4,0cm, fazendo que a pence permanea com a mesmamedida em todos os manequins.6. Brao - Medida de contorno do brao logo abaixo da axila.120Para medir a circunferncia do busto,cuide para que a fita no deslize nascostas, fique reta na linha da axila epasse na frente sobre os mamilos. 47. 7. Punho - Medida utilizada para o traado da base da manga. Nesse caso, medimos o contorno damo em vez do punho (pulso) propriamente dito. A medida tirada na parte mais larga da mo, comos dedos esticados e o polegar encostado na palma. Dessa forma, temos a medida mnima que a bocada manga precisa ter para vestir sem a necessidade de qualquer abertura.8. Altura das costas - Medida de altura, no centro das costas, entre a base do pescoo e a linha dacintura.9. Largura das costas - Distncia entre as cavas nas costas, tomada numa altura correspondente metade da altura entre o ombro e a dobra da axila. A medida deve ser tirada com os braos cruzadosna frente.10. Distncia do busto - Distncia entre os mamilos.11. Altura do busto - Distncia entre a linha da cintura e a linha do busto (mamilo).12. Comprimento da manga - Distncia entre o ombro e o punho, tomada com o brao dobrado emum ngulo de 90.13. Altura do quadril - Distncia entre a linha da cintura e a linha do quadril, tomada pela lateral.14. Comprimento da saia - Corresponde altura do joelho. a distncia entre a linha da cintura e alinha do joelho, tomada pela lateral.15. Comprimento da cala - Distncia entre a linha da cintura e o cho, tomada pela lateral com apessoa descala.16. Altura da entreperna - Distncia entre a virilha e o cho. A medida tomada colocando-se umargua encostada na virilha, perpendicular ao cho, medindo-se essa distncia.17. Altura do gancho - a diferena entre a medida 15 (comprimento da cala) e a medida 16 (alturada entreperna).INFORMAES DE IDENTIFICAO DO MOLDEA fim de evitar erros e otimizar o tempo dentro do setor de modelagem, corte e costura, o ideal emum molde que ele contenha as seguintes informaes:Nome do molde: exemplo: traado do molde bsico da cala ou molde da minissaia;Referncia: o cdigo da pea dentro das referncias adotadas por cada empresa;121 48. Empresa: nome da empresa;Modelista: nome do profissional que desenvolveu a modelagem;Data: data do desenvolvimento da modelagem;Componente ou parte de molde: frente, costas, manga, etc.;Tamanho: tamanho do molde de acordo com a tabela utilizada;Nmero de partes para corte: indica quantas vezes cada parte do molde dever ser cortada notecido para se obter uma pea completa 1x, 2x, etc.;Marcaes essenciais feitas sobre os moldes:Localizao do centro: CF (Centro da Frente do molde), CC (Centro das Costas) e CM (Centro daManga).Piques: pequenos recortes utilizados para indicar pences ou regies de encaixe de partes do molde,podendo ser internos ou externos.Sentido do fio do tecido para corte da pea: indicado por meio de uma seta na direo do sentido dofio, da maneira como os moldes devem ser posicionados sobre o tecido para o corte das peas(podendo ser trama, urdume ou enviesado).Localizao da dobra do tecido: identifica se o molde dever ser cortado com o tecido dobrado emalguma parte especfica do mesmo. Pode ser indicada por meio de trs pontos, uma seta conforme odesenho ou uma linha com traos longos, ambos localizados junto dobra.122 49. Existem, ainda, outras informaes que devem ser marcadas nos moldes, de acordo com a pea a sermontada, so elas: Abertura: indica o local onde dever ser feita uma abertura por meio de recorte no molde; Localizao de boto; Localizao de cascado; Embebimento: diminuio de uma das medidas das partes na hora da costura; Franzido. Nmeros de montagem: indicaes por meio de nmeros localizados nas diferentes partes dapea, de acordo com a montagem da mesma.123FOLGAS NA MODELAGEMA modelagem plana, como j se sabe, parte da definio das medidas e do traado dos moldes bsicos.Os moldes bsicos pretendem vestir o corpo de forma muito ajustada, sem o acrscimo de folgas.Desse modo, na hora de interpretar os modelos, pode-se ter uma boa noo da forma do corpo, o quefacilitar a deciso do valor das folgas e dos acrscimos necessrios modelagem, de acordo com omodelo apresentado.A distncia que a roupa ficar do corpo, de acordo com a anlise do modelo a ser confeccionado, sera folga acrescentada ao molde. E a insero dessas medidas, junto com as pences e os recortes, quedeterminam o estilo da pea.A quantidade de folga varia de acordo com o modelo, estilo da roupa, tipo de atividade, tecido e aconstituio fsica do indivduo ou pblico. Voc deve considerar, primeiramente, o modelo oudesenho recebido do estilista para saber qual a funo que a folga dever exercer no mesmo.Existem dois tipos de folgas na modelagem: as folgas de movimento e as folgas determinadas pelodesenho ou modelo. 50. 124MARGENS DE COSTURAAs margens de costura so um acrscimo de medida aos moldes, nas partes que sero unidas ou nasque recebero algum acabamento na pea. Recomenda-se que as medidas das margens de costurasejam acrescentadas aos moldes na etapa de finalizao, ou seja, depois de realizadas todas asalteraes no molde de trabalho. Isso resultar na uniformidade das medidas, em todos os contornosdas partes que compem o molde interpretado.Os acrscimos necessrios para as margens de costura variam de indstria para indstria, de acordocom o segmento especfico da rea da moda.Vrios fatores podem ser considerados definitivos para a quantidade e a medida das margens decostura. Dentre eles, esto o tipo de tecido, o acabamento que ser realizado ou aplicado na borda domesmo, qual parte do molde e que mquina e ponto sero utilizados para tal.Como orientao geral, voc poder utilizar, para tecidos planos, as medidas sugeridas abaixo,especficas para a produo industrial:Costuras laterais: de 1cm at 2cm;Costuras de contornos dos moldes (decotes, cavas, golas, etc.): 0,5cm;Barras ou bainhas: de 1cm at 5cm. de extrema importncia a exatido das margens de costura colocadas sobre os moldes, devendo alinha externa (sobre a qual se far o corte no tecido) ser uniforme e paralela borda do molde detrabalho.Vale salientar que qualquer alterao ou desproporo nas margens de costura poder modificar asmedidas de todo o molde, ocasionando erros ou defeitos na produo das peas. 51. PEA PILOTO OU PROTTIPOO prottipo ou pea-piloto uma pea confeccionada para prova e correo de algum eventualproblema. Depois de analisada, se houver necessidade, faz-se a correo no molde, pilota-senovamente e somente depois se passa para a fase de graduao do molde. responsabilidade do modelista acompanhar o desenvolvimento da pea-piloto.A pilotagem dos moldes bsicos traados tem como objetivo o teste da modelagem no corpo humanoou no manequim, ou seja, a maneira utilizada para experimentar a base j confeccionada em tecido econferir as medidas do molde. Pode-se atribuir o sucesso de uma modelagem j interpretada ao fato deterem sido feitas as alteraes corretas sobre os moldes. Porm, essas alteraes s so possveis se oprofissional compreender a utilizao e o funcionamento dos moldes bsicos. A pilotagem dos moldesbsicos permite a visualizao e compreenso com relao ao efeito deles no corpo humano.GRADUAOChama-se de graduao ou escala de tamanhos em modelagem o processo de aumento e diminuio demoldes, partindo-se do molde do prottipo ou da pea-piloto j aprovada. O conceito de que as peasproduzidas possam ser vestidas por um grupo maior de pessoas, que tenha medidas anatmicasdiferentes, mas proporcionais. Ento, esse recurso passa a significar para a empresa uma reduo detempo para fazer os demais tamanhos de moldes a serem produzidos e, consequentemente, umareduo de custos em decorrncia disso.O ideal que se pilote uma pea de cada tamanho antes de comear a produo.Considerando-se o pblico com que a empresa trabalha, esta vai determinar (por meio de pesquisa)uma tabela de medidas-padro, que utilizar para confeccionar suas peas e ter sucesso em suasvendas. Da mesma forma, tambm determinar as medidas de aumento e diminuio entre ostamanhos. Vale lembrar que a determinao da grade de tamanhos depende do tipo de roupa e do tipode material utilizado. Roupas amplas no necessitam de tantos tamanhos quanto as ajustadas, e tecidosplanos requerem mais tolerncia do que um tecido com elastano.125 52. As medidas bsicas consideradas para determinar o cdigo de variao so: busto, cintura e quadril. Aconstncia entre esses trs valores deve sempre ser mantida. O cdigo da variao pode ser definido,considerando:Tamanho geral do corpo;Geralmente usada em roupas amplas, a nomenclatura : pequeno, mdio e grande. Nesse caso, ocdigo de variao tem valor de 6cm;Relao proporcional do corpo;Geralmente usada em roupas ajustadas ao corpo, a nomenclatura pela numerao de 34, 36, 38, 40,42, 44, 46, etc. Nesse caso, o valor do cdigo de 4cm;Idade - No Brasil, muito usada para roupas infantis e infanto-juvenis. Usa-se a idade 2, 4, 6, 8, ouento 2, 3, 4, 5, etc., como nomenclatura. Para o infantil, a estrutura segue outros valores diferentesdas do adulto, considerando-se o crescimento da criana nas diferentes faixas etrias;Tamanho dimensional das partes do corpo.Geralmente usado em roupas, pode-se optar por um valor de 4cm.Pode-se perceber, pela classificao mencionada, que, em relao ao valor do cdigo de variao, noexiste um considerado correto. H vrias alternativas e essas medidas referem-se ao valor a seracrescido na medida total da circunferncia do corpo.Outro aspecto importante a ser considerado no processo de ampliao e reduo que este realizadosomente nos moldes para corte ou interpretados com as devidas alteraes j realizadas, marcaes emargens para costura.126ENCAIXEO planejamento de encaixe dos moldes para o corte feito aps aaprovao das peas pilotadas e quando definidas as quantidades eos tamanhos para a produo. Essa etapa fundamental para oclculo preciso do custo das peas, prevendo o consumo mdio dematria-prima para a produo. O consumo de tecido feito pormeio de uma simulao de encaixe dos moldes sobre o tecido, nostamanhos definidos pela graduao e nas quantidades de peasproduzidas em cada tamanho.Alm da largura, ao planejar o encaixe dos moldes, deve-se considerar a estampa e o p do tecido.Tecidos com estampas xadrezes, listradas ou com sentido (desenhos voltados sempre para o mesmolado) exigem uma ateno especial na hora do encaixe para que as padronagens mantenham-se asmesmas depois da montagem da pea. As costuras no devem interromper a continuidade da estampa.Para tal, no momento do encaixe, deve-se posicionar cada parte de molde de acordo com a suamontagem, considerando costuras laterais, centrais (incluindo pences), nos ombros, nas cavas, mangase cintura. O p do tecido existente em felpudos, veludos ou acamurados deve ser respeitado, a fim deque o reflexo nas partes da pea no apresente diferenas (partes mais escuras ou mais claras). Nessescasos, deve-se tomar cuidado para que as partes do molde fiquem dispostas sempre com o sentido dopelo para cima. O sentido do pelo pode ser observado com o reflexo da luz sobre o tecido, alm deapresentar uma superfcie mais lisa por meio do toque ao se passar a mo sobre o tecido.Aps a anlise dos aspectos acima citados, o encaixe dos moldes pode ser realizado dispondo-osdiretamente sobre a folha de risco, em seus tamanhos naturais, ou ainda com miniaturasconfeccionadas em escala, de acordo com o fio do tecido marcado em cada parte de molde. 53. Os clculos de consumo no encaixe manual podem ser feitos por meio da realizao do corte de umafolha (ou do enfesto), pesando-se a parte aproveitada e os resduos separadamente. O percentual deaproveitamento do tecido obtido pela comparao entre o peso total e o peso da parte aproveitada.O sistema CAD/CAM tem como uma de suas maiores vantagens a agilidade e a economia geradas noplanejamento do encaixe.127CORTE DAS PEASAntes de marcar e cortar qualquer pea, deve-se preparar, alm da modelagem, tambm o tecido, paraque seja feito da maneira correta a fim de evitar erros que, muitas vezes, provm de falta deinformao ou ateno em algum detalhe.Primeiramente, deve-se avaliar o tecido que ser utilizado e contar com um possvel encolhimentodeste aps a primeira lavagem da pea. Uma das orientaes para que isso no acontea mergulhartoda a pea de tecido em gua e deix-la por cerca de 12 horas. Aps, estende-se o tecido ao vento semtorc-lo ( importante observar que no aconselhvel estender o tecido ao sol) e passa-se a ferroenquanto estiver ligeiramente mido pelo lado avesso.Para processos industriais, aconselha-se que, alm das etapas de encolhimento e descanso do tecido, sefaa inicialmente uma pea-piloto, passando esta tambm pelos processos de descanso, lavagem evaporizao como testes de encolhimento e reaes adversas, de acordo com o segmento de moda.Como exemplos, podem ser citados os tecidos de malha circular (que necessitam de um determinadotempo de descanso para encolhimento antes do corte das peas) e as peas confeccionadas (que, apssua confeco, ainda no material bruto, passam por processos de lavagens com utilizao de produtosqumicos para amaciamento e outros tipos de efeitos estticos na pea, o que resulta em alteraes nasmedidas das mesmas).Para localizao exata dos moldes que sero cortados sobre o tecido, deve-se, primeiramente, conhecere analisar sua estrutura, sabendo-se que os tecidos possuem trama (fios da largura) e urdume (fios docomprimento). Em qualquer tecido, necessrio que se saiba qual o sentido da trama e do urdumepara que as peas sejam cortadas de acordo com uma ou a outra, tendo, assim, o fio do tecido. Parapeas cortadas no vis, dobra-se o tecido num ngulo de 45, de forma que o urdume fique na mesmadireo da trama.Quanto ao fio do tecido, vale dizer que este fundamental para um bom caimento da pea e para quese obtenha o efeito desejado. Muitas vezes, a modelagem pode estar correta, porm, se no foremtomados os devidos cuidados na hora do encaixe e do corte, possvel danificar a pea ou at mesmotoda a produo, resultando prejuzos para a empresa. Pode-se citar como exemplos costuras lateraisretorcidas em blusas ou pernas de calas, provenientes do mau posicionamento do molde sobre otecido. 54. 128 55. 129ModelagemSURGIMENTOOs primeiros sinais do surgimento da modelagem propriamente dita datam do sculo XVIII. Aparecemos primeiros catlogos de roupas prontas venda, em Hamburgo, enquanto que em Paris, no ano de1770, Dartigalongue declara estar apto a fornecer vesturio em todos os tamanhos e modelos, porm,sua produo permaneceria manual e de modo arcaico.A industrializao permanecia distante do setor do vesturio, o que se estendeu ao longo do sculoXIX.Entretanto, com o desenvolvimento das cidades e o aumento significativo no volume de habitantesexigiam o estabelecimento de novos direcionamentos neste segmento. Composto, em sua maioria, porhomens do campo, que buscavam empregos nas novas fbricas, visto que a subsistncia nos camposapresentava-se em declnio, a indstria foi, para essa classe da populao, uma nova possibilidade detrabalho. Com poucos recursos, essa fatia da populao buscava um vesturio barato. Fato este serviude estmulo ao desenvolvimento da indstria do vesturio, a fim de atender as necessidades desse novogrupo de habitantes nas cidades.Porm, muitas dificuldades viriam, pois para a produo em srie, fator primordial seria uma tabela demedidas. 56. Para Mello (2006), pode-se afirmar que o estabelecimento de medidas, embora de modo incipiente,deu-se com a necessidade de fabricar uniformes militares, ainda no sculo XVIII, com grandediferenciao de modelos, para atender exrcitos com quadros profissionais definidos eregulamentao rgida.Porm, durante o sculo XIX, esta situao permaneceu sem muitos progressos, embora a indstriatxtil se apresentasse em pleno avano tecnolgico.DEFINIOA modelagem a tcnica responsvel pela construo de peas do vesturio, atravs de leitura einterpretao de modelos especficos. Tal procedimento implica na traduo das formas da vestimenta,estudo da silhueta, tecidos entre outros elementos da pea a ser produzida. A modelagem pode serdesenvolvida em dois planos bidimensional e tridimensional.O primeiro, denominado como modelagem plana industrial, consiste na arte e tcnica da construo depeas a partir do estudo anatmico do corpo humano, utilizando os princpios da geometria para otraado de diagramas que resultaro em formas a envolver o corpo.Pode ser produzida manualmente sobre papel ou utilizando sistema CAD/CAM (Computer aideddesign/ Computer aided manufacturing), denominada Modelagem Computadorizada ou ModelagemAssistida por Computador .Oriunda da modelagem plana, a Modelagem Computadorizada CAD/CAM utiliza os mesmosprincpios, porm, subsidiada pela tecnologia. O processo de modelagem computadorizada representao conceito de modernizao e otimizao tecnolgica, proporcionando maior agilidade no processo,preciso nas medidas e consequentemente gerando mais lucratividade a indstria de confeces.No plano tridimensional, essa tcnica tambm conhecida como moulage, derivada de moule palavrafrancesa que significa forma, ou draping, outra denominao originada do ingls a base a sertrabalhada o tecido ou tela, assim chamado. Nessa tcnica, a modelagem desenvolvida sobre oprprio corpo ou busto de costura industrial, que possibilita a visualizao do corpo em trsdimenses: altura, largura e profundidade, diferenciando-se da modelagem plana que utiliza apenas aaltura e largura a partir de medidas adquiridas do corpo humano.Apesar de serem distintas, atualmente uma modalidade depende da outra. Muitos modelistas associamas duas tcnicas a fim de obter maior preciso e agilidade em determinados trabalhos a seremmodelados.Alm disso, com o advento da industrializao e a necessidade da produo em srie, a modelagemtridimensional aps aprovao transportada para o plano bidimensional, possibilitando assim aproduo em escala industrial atendendo a toda grade de tamanhos, por meio do mtodo de graduao.A IMPORTNCIA DA MODELAGEM NO MERCADO DA MODATcnica responsvel pela construo de peas do vesturio, a modelagem a estrutura da roupa. elaque dar a forma, os volumes, o caimento perfeito, quando bem executada. Etapa fundamental naconcretizao da criao do estilista, o amplo conhecimento nessa arte possibilita solues nainterpretao dos modelos a serem produzidos.Para Fernando Molinari, Diretor do INBRACULTMODE Instituto Brasileiro de Cultura, Moda eDesign, e criador do Prmio Rio Moda Hype, a modelagem a verdadeira arquitetura da roupa: um trabalho que exige ao mesmo tempo conhecimento, habilidade tcnica e senso esttico no sentidode criar algo original e ao mesmo tempo usvel.130 57. Conhecimentos em modelagem no se limitam apenas aos modelistas, mas de extrema importnciaque os criadores tambm dominem esta tcnica. O processo de criao deve estar sempre ligado execuo; alm disso, muitos estilistas partem da modelagem quando vo criar uma coleo.Para Felipe Eiras, estilista, aspecto fundamental na construo das peas, a modelagem o esqueletoda roupa e a partir dela que uma roupa se sustenta. Alm disso, acredita na importncia do estilistaconhecer a base de modelagem, facilitando o dilogo entre criao e execuo.Por sua vez, a estilista Fernanda Yamamoto, na concepo de suas colees, parte da modelagemtridimensional, na maioria das vezes. Afirma que s assim possvel entender o que realmentefunciona, descobrir novas possibilidades, alm de solucionar problemas futuros que a modelagempode vir a apresentar.As escolas de moda do Brasil e do mundo responsveis pela formao de novos profissionaisdesenvolvem um importante papel, colocando-os no mercado, aptos a produzir moda com design equalidade. Ainda assim, a presena desses profissionais experientes em modelagem escassa.Para Molinari, a pouca demanda de profissionais neste setor no mercado algo negativo, fator quereflete uma necessidade urgente por mudanas como a profissionalizao do setor e a conscincia daimportncia desta funo para o novo estilista.A capacitao e a maior oferta no mercado desse profissional da moda possibilitam mais agilidade nodesenvolvimento e produo das colees, uma vez que o conhecimento na rea de moda facilita acomunicao entre os setores na indstria do vesturio.AntropometriaDerivada de Anthropos a palavra grega significa homem, ser humano e metrikos que tem osentido de justa proporo, a antropometria o processo ou tcnica de mensurao do corpo humanoou de vrias partes.O aparecimento da antropometria na histria da civilizao no recente. Na era romana, aantropometria e o design eram considerados como relacionados. Para Marcus Vitruvius Pollio, tericoe arquiteto romano que viveu no sculo I a.C., o design de edifcios deveria ser baseado em certosprincpios estticos pr-estabelecidos do corpo humano. Vitruvius criou o sistema de proporeshumanas mais detalhado que se tem conhecimento dos tempos clssicos.No renascimento, perodo de valorizao da teoria da esttica, Leonardo da Vinci (1452-1519)desenvolveu um desenho, onde o homem mostrado inscrito dentro de um quadrado e um crculo,inspirado no livro romano Vitruvius, que explica a relao entre a simetria e a perfeio daspropores do corpo humano.Mas foi no final do sculo XIX e o incio do sculo XX que houve um desenvolvimento da cinciaantropomtrica. A necessidade de conhecer e classificar a raa humana de acordo com a estruturafsica do corpo incentivou nomes como H. Gugliemo Compaign, alfaiate francs e um dos pioneirosda antropometria moderna, a desenvolver um quadro comparativo das idades e do crescimento, ondeforam demonstradas as transformaes graduais do corpo humano, desde o nascimento at a velhice ecomo as partes do corpo crescem proporcionalmente entre si.Com conhecimentos de matemtica e geometria, o francs partiu do princpio de que, se possvel areduo de qualquer objeto, o mesmo poderia ocorrer com o traado determinado molde. O molde deuma pea poderia ser reduzido ou ampliado de acordo com a medida desejada.Nos anos 40, as medidas comearam a ganhar importn