curso de medicina veterinÁria sÍndrome do abdÔmen...

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SIMP.TCC/Sem.IC. 2019(15);1693-1705 CENTRO UNIVERSITÁRIO ICESP / ISSN: 2595-4210 1693 CURSO DE MEDICINA VETERINÁRIA SÍNDROME DO ABDÔMEN AGUDO EM EQUINOS ACUTE ABDOMEN SYNDROME IN EQUINE Thaíza Araújo Ribeiro Mariana Furio Franco Bernardes Resumo A síndrome do abdômen agudo em equinos, popularmente chamada de cólica equina, é uma das enfermidades mais encontradas na clínica médica e pode acometer qualquer raça, sexo e idade. Esta condição atinge o trato gastrointestinal e é conhecida por causar intensa dor e desconforto no animal. A cólica pode ser associada a fermentação exagerada dos alimentos o que leva a produção de gás e pode inclusive ocorrer torção ou obstrução do intestino. Ela aparece abruptamente e se não diagnosticada rapidamente pode levar o animal a morte. O presente trabalho sintetizou informações das causas, sinais clínicos, tratamento e prevenção da cólica equina. Além disso, realizou levantamento de ocorrência de cólica equina em um local de estudo por 5 meses e relatou um caso específico de cólica equina, bem como o tratamento realizado. Observou-se que em casos de cólica relacionadas à alimentação e diagnosticada precocemente o uso de sonda nasogástrica se mostrou útil. Uma alimentação regular e sem excesso, o acesso permanente a água limpa, um regime de exercício, avaliações regulares e controle de parasita intestinal são importantes para prevenção da cólica. É importante que toda pessoa que maneja cavalos consiga reconhecer os sinais da cólica e agir da maneira correta, pois isso pode ser o fator determinante da vida do animal. Palavras-Chave: cólica equina; doenças equinas; equinos; prevenção. Abstract Equine colic is one of the most common diseases in the medical clinic and can affect any race, gender and age. This condition reaches the gastrointestinal tract and causes intense pain and discomfort to the animal. Colic can be associated with exaggerated fermentation of food which leads to gas production and may even involve twisting or obstruction of the intestine. It appears abruptly and if not diagnosed quickly can lead the animal to death. The present work synthesized information on the causes, clinical signs, treatment and prevention of equine colic. In addition, we performed a survey of the occurrence of equine colic at a study site for 5 months and we reported a specific case of equine colic, as well as the treatment performed. It was observed that in cases of colic related to feeding and diagnosed early, the use of nasogastric tube proved useful. Regular and non-overeating feeding, permanent access to clean water, an exercise regimen, regular evaluations, and intestinal parasite control are important for colic prevention. It is important that every person who manages horses can recognize the signs of colic and act in the correct way, as this can be the determining factor of the life of the animal. Keywords: colic equine; equine; diseases equines; prevention. Contato: [email protected] 1. Introdução Há relatos muito antigos sobre a síndrome do abdômen agudo, popularmente chamada de cólica, em equinos, sendo alguns desses relatos do século I depois de cristo. Inicialmente, mesmo identificando-se casos de cólica, pouco era feito a respeito, pois não havia métodos adequados para o tratamento do animal. (ANDRADE, 2008). De acordo com Alcoforado et. al (2014), a cólica é uma das enfermidades mais encontradas na clínica médica dos equinos e pode acometer qualquer raça, sexo e idade do animal. Esta condição atinge o trato gastrointestinal e é conhecida por causar intensa dor e desconforto no animal. A cólica pode ser associada a fermentação exagerada dos alimentos, o que leva a produção de gás e pode inclusive ocorrer torção ou obstrução do intestino. (CAMPELO e PICCININ, 2008). Animais que já tiveram cólicas são mais suscetíveis a apresentarem novamente, pois pode existir alguma sequela no trato gastrointestinal do caso anterior ou de uma possível cirurgia (LARANJEIRA et. al., 2008). Outro ponto importante que contribui para a cólica equina é a domesticação desses animais, pois ficam presos e se alimentam apenas 3 horas por dia. Quando eram selvagens percorriam grandes distancias e pastavam aproximadamente 14 horas por dia (ALMEIDA e HENRIQUE, 2014). Segundo Bermejo e colaboradores (2008), quando os equinos eram selvagens pastavam cerca de 60% do tempo, enquanto os animais que ficam em estábulos passam apenas 15% do tempo pastando, o que mostra que ocorre um desvio na fisiologia equina, causando aos animais mais estresse, desconforto e incômodo. A dor causada pela cólica gera mudanças nos hábitos do animal. Um exemplo de como se identificar uma possível cólica é o animal deitar e se levantar com frequência, rolar, olhar para o flanco, andar com dificuldade. Por esses comportamentos é relativamente fácil identificar um equino com cólica. O grande desafio para o médico veterinário é descobrir a origem da dor. (CAMPELO e PICCININ, 2008). No presente trabalho, foi feito um levantamento do número de atendimentos da Síndrome do abdômen agudo que ocorreram entre janeiro e maio de 2019 em equinos de propriedade do Regimento de Polícia Montada (RPMON) no Distrito Federal (DF), e especificamente, foi descrito um caso de Síndrome do abdômen agudo em um animal da RPMON. 2. Contextualização 2.1. Sistema Digestivo dos Equinos Como citar esse artigo: Ribeiro TA, Bernardes MFF. SÍNDROME DO ABDÔMEN AGUDO EM EQUINOS. Anais do 15 Simpósio de TCC e 8 Seminário de IC do Centro Universitário ICESP. 2019(15); 1693- 1705

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  • SIMP.TCC/Sem.IC. 2019(15);1693-1705 CENTRO UNIVERSITÁRIO ICESP / ISSN: 2595-4210 1693

    CURSO DE MEDICINA VETERINÁRIA SÍNDROME DO ABDÔMEN AGUDO EM EQUINOS ACUTE ABDOMEN SYNDROME IN EQUINE

    Thaíza Araújo Ribeiro Mariana Furio Franco Bernardes

    Resumo A síndrome do abdômen agudo em equinos, popularmente chamada de cólica equina, é uma das enfermidades mais encontradas na clínica médica e pode acometer qualquer raça, sexo e idade. Esta condição atinge o trato gastrointestinal e é conhecida por causar intensa dor e desconforto no animal. A cólica pode ser associada a fermentação exagerada dos alimentos o que leva a produção de gás e pode inclusive ocorrer torção ou obstrução do intestino. Ela aparece abruptamente e se não diagnosticada rapidamente pode levar o animal a morte. O presente trabalho sintetizou informações das causas, sinais clínicos, tratamento e prevenção da cólica equina. Além disso, realizou levantamento de ocorrência de cólica equina em um local de estudo por 5 meses e relatou um caso específico de cólica equina, bem como o tratamento realizado. Observou-se que em casos de cólica relacionadas à alimentação e diagnosticada precocemente o uso de sonda nasogástrica se mostrou útil. Uma alimentação regular e sem excesso, o acesso permanente a água limpa, um regime de exercício, avaliações regulares e controle de parasita intestinal são importantes para prevenção da cólica. É importante que toda pessoa que maneja cavalos consiga reconhecer os sinais da cólica e agir da maneira correta, pois isso pode ser o fator determinante da vida do animal. Palavras-Chave: cólica equina; doenças equinas; equinos; prevenção. Abstract Equine colic is one of the most common diseases in the medical clinic and can affect any race, gender and age. This condition reaches the gastrointestinal tract and causes intense pain and discomfort to the animal. Colic can be associated with exaggerated fermentation of food which leads to gas production and may even involve twisting or obstruction of the intestine. It appears abruptly and if not diagnosed quickly can lead the animal to death. The present work synthesized information on the causes, clinical signs, treatment and prevention of equine colic. In addition, we performed a survey of the occurrence of equine colic at a study site for 5 months and we reported a specific case of equine colic, as well as the treatment performed. It was observed that in cases of colic related to feeding and diagnosed early, the use of nasogastric tube proved useful. Regular and non-overeating feeding, permanent access to clean water, an exercise regimen, regular evaluations, and intestinal parasite control are important for colic prevention. It is important that every person who manages horses can recognize the signs of colic and act in the correct way, as this can be the determining factor of the life of the animal. Keywords: colic equine; equine; diseases equines; prevention. Contato: [email protected]

    1. Introdução

    Há relatos muito antigos sobre a síndrome do abdômen agudo, popularmente chamada de cólica, em equinos, sendo alguns desses relatos do século I depois de cristo. Inicialmente, mesmo identificando-se casos de cólica, pouco era feito a respeito, pois não havia métodos adequados para o tratamento do animal. (ANDRADE, 2008).

    De acordo com Alcoforado et. al (2014), a cólica é uma das enfermidades mais encontradas na clínica médica dos equinos e pode acometer qualquer raça, sexo e idade do animal. Esta condição atinge o trato gastrointestinal e é conhecida por causar intensa dor e desconforto no animal. A cólica pode ser associada a fermentação exagerada dos alimentos, o que leva a produção de gás e pode inclusive ocorrer torção ou obstrução do intestino. (CAMPELO e PICCININ, 2008).

    Animais que já tiveram cólicas são mais suscetíveis a apresentarem novamente, pois pode existir alguma sequela no trato gastrointestinal do caso anterior ou de uma possível cirurgia (LARANJEIRA et. al., 2008).

    Outro ponto importante que contribui para a cólica equina é a domesticação desses animais, pois ficam presos e se alimentam apenas 3 horas por dia. Quando eram selvagens percorriam grandes distancias e pastavam aproximadamente

    14 horas por dia (ALMEIDA e HENRIQUE, 2014).

    Segundo Bermejo e colaboradores (2008), quando os equinos eram selvagens pastavam cerca de 60% do tempo, enquanto os animais que ficam em estábulos passam apenas 15% do tempo pastando, o que mostra que ocorre um desvio na fisiologia equina, causando aos animais mais estresse, desconforto e incômodo.

    A dor causada pela cólica gera mudanças nos hábitos do animal. Um exemplo de como se identificar uma possível cólica é o animal deitar e se levantar com frequência, rolar, olhar para o flanco, andar com dificuldade. Por esses comportamentos é relativamente fácil identificar um equino com cólica. O grande desafio para o médico veterinário é descobrir a origem da dor. (CAMPELO e PICCININ, 2008).

    No presente trabalho, foi feito um levantamento do número de atendimentos da Síndrome do abdômen agudo que ocorreram entre janeiro e maio de 2019 em equinos de propriedade do Regimento de Polícia Montada (RPMON) no Distrito Federal (DF), e especificamente, foi descrito um caso de Síndrome do abdômen agudo em um animal da RPMON.

    2. Contextualização

    2.1. Sistema Digestivo dos Equinos

    Como citar esse artigo: Ribeiro TA, Bernardes MFF. SÍNDROME DO ABDÔMEN AGUDO EM EQUINOS. Anais do 15 Simpósio de TCC e 8 Seminário de IC do Centro Universitário ICESP. 2019(15); 1693-1705

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    Os equinos são animais herbívoros cujo processo digestivo se inicia na boca a partir da apreensão dos alimentos. Nela os alimentos são esmagados e moídos pelos dentes (MEYER, 1995 apud CRUZ, 2015). Quando o alimento está sendo triturado há uma grande produção de saliva que auxilia umedecendo o alimento com minerais e bicarbonato, sendo assim, ele neutraliza os ácidos do estômago (TISSERAND, 1983 apud CRUZ, 2015).

    Assim que o alimento chega ao esôfago é empurrado por contrações musculares. O equino assim que engole o alimento é impedido de regurgitar devido o desenvolvimento do véu palatino (TISSERAND, 1983 apud CRUZ, 2015). O estômago de um equino adulto é relativamente pequeno comparado ao seu grande porte, tem capacidade de 15 a 20 litros e suportam pequenas quantidades de alimentos. (LARANJEIRA e QUEIROZ, 2008 apud CRUZ, 2015).

    De acordo com Laranjeira e Almeida (2008), o intestino delgado possui de cumprimento aproximadamente 20 metros e é dividido em duodeno, jejuno e íleo, que são responsáveis pelo aproveitamento de lipídeos, carboidratos e parte da proteína do alimento. Já no intestino grosso ocorre a fermentação microbiana e carboidratos que são transformados em ácidos graxos pelas enzimas dos microorganismos. Além de ocupar cerca de 60% do trato digestivo e ser dividido em ceco e colón.

    2.2. Causas e Principais tipos de cólica

    De acordo com Ferreira e colaboradores (2009) os nomes “síndrome da cólica” ou “abdômen agudo” são usadas para explicar alterações que são manifestadas por dor e desconforto abdominal. Esses sinais acontecem geralmente em decorrência do trato gastrintestinal. Contudo pode haver dor abdominal tendo como causa outros órgãos como, por exemplo, hepatite, peritonite, obstrução uretral, problemas no trato genital, abscesso intra-abdominal e torção uterina (PARRY, 1982 apud FERREIRA et al., 2007). De acordo com o órgão acometido, as cólicas podem ser divididas em verdadeiras e falsas, sendo que as verdadeiras são as que acometem o trato gastrointestinais e as falsas outros órgãos (THOMASSIAN, 2005 apud ALMEIDA e HENRIQUE, 2014).

    A síndrome de cólica pode estar associada a alguns fatores, sendo eles: gás causado pela fermentação dos alimentos, fluidos, torção, obstrução, impactação, verminose e interrupção da motilidade normal do intestino (Íleo). (PEDROSA, 2008; BRITO, 2013; CAMPELO e PICCININ, 2008; CRUZ, 2015).

    Fatores como o tipo de alimentação, forragens grosseiras, exercício limitado, desidratação e privação de água podem predispor a desidratação do bolo fecal e levar impactação (JONES et al, 2000 apud BERMEJO ET AL, 2008). A distensão primária do estômago geralmente é causada por sobrecarga de grãos ou por gases produzidos por alimentos fermentáveis, e ocorre em aproximadamente 10% dos casos (CARTER, 1987 apud BERMEJO ET AL, 2008).

    Existem vários tipos de cólica. Segundo Campelo e Piccinin (2008) os principais são:

    Cólica pélvica ou de impacto

    As cólicas por impactações estabelecem cerca de 10% dos casos (PEDROSA, 2008). Ocorrem quando o intestino é bloqueado por um alimento com a massa densa. Normalmente acontece no intestino grosso e nas flexuras. Costuma ser uma cólica comum na clínica de grandes animais que pode ser resolvida rapidamente com o tratamento adequado. É causada por grande consumo de alimento e problemas odontológicos que o impede de mastigar corretamente (CAMPELO e PICCININ, 2008).

    Cólica por gases

    Este tipo de cólica é causado pela fermentação dos alimentos, em que o gás expande o intestino provocando assim dor e desconforto no animal. Com o tratamento adequado é facilmente resolvido (CAMPELO e PICCININ, 2008).

    Cólica por Espasmos ou Espasmódica

    Acontece devido a contrações aumentadas no intestino e a movimentos involuntários. Os sinais costumam ser suaves e se tratados adequadamente reagem rapidamente e bem. (CAMPELO e PICCININ, 2008).

    Cólica causada por parasitas

    Acontece por haver uma infestação de vermes causando assim um bloqueio. Normalmente é visto em cavalos mais jovens por causa de grande quantidade de vermes, sendo assim ocasionando uma obstrução e bloqueio no intestino. Pode causar uma peritonite em animais infectados. Se tratados corretamente pode-se evitar a cólica (CAMPELO e PICCININ, 2008).

    Os parasitas mais encontrados em equinos são: Gasterophilus, grandes e pequenos

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    Strongylus, Parascaris equorum, Oxyuris, Strongyloides westeri, Anaplocephala e Paranaplocephala. (SANAVRIA, 2009)

    Colite

    Em alguns casos a dor abdominal é causada devido à inflamação dos intestinos sendo a pequena chamada de enterite e a grande de colite. Caso ocorram são considerados casos emergenciais que necessitam de atenção veterinária imediata (CAMPELO e PICCININ, 2008).

    Deslocamento ou torsão gástrica

    Suspeita-se que o deslocamento é desencadeado por uma anormal motilidade do cólon. Existem vários tipos de deslocamentos, sendo o mais comum, o deslocamento dorsal esquerdo (PEDROSA, 2008). Ocorre quando uma parcela do intestino vai para uma posição anormal no abdômen e a torsão ocorre quando uma parte do intestino torce. Em casos mais graves o animal deverá ser imediatamente levado para cirurgia pois esse tipo de cólica causa um estrangulamento do órgão afetado, impedindo assim a circulação sanguínea (CAMPELO e PICCININ, 2008).

    2.3. Sinais Clínicos e Diagnóstico

    Alguns dos sinais clínicos que o animal apresenta consistem em rolar e se jogar no chão, suar em excesso, deitar e levantar constantemente ou ter dificuldades para caminhar. Esse modo de agir é chamado mímica da dor (CAMPELO e PICCININ, 2008). As figuras 1 e 2 mostram comportamentos que ilustram a mímica da dor, como a posição de micção e de olhar para o flanco, respectivamente.

    Figura 1. Equino em posição de micção. Foto: Arquivo pessoal.

    Figura 2. Equino olhando para o flanco. Foto: Arquivo pessoal.

    Toda informação obtida por meio dos tratadores ou donos são de suma importância nos quadros de cólica, pois assim o médico veterinário terá as ferramentas necessárias para o diagnóstico. Essas informações podem dizer respeito ao avanço do quadro clinico, aos primeiros sintomas apresentados, ao tempo que apresenta os sintomas, se o animal está defecando e urinando normalmente, intensidade da dor, mudança na alimentação, ingestão de água, realização de exercícios, e se o animal tomou alguma medicação antes da anamnese do veterinário. Todas essas variáveis podem influenciar na apresentação dos sintomas do cavalo (KELLER, 2015; FRANCELLINO et al. 2015).

    Além da importância das informações transmitidas por cuidador ou proprietário, o Médico Veterinário com experiência e conhecimento técnico é bastante importante tanto no diagnóstico clínico quanto no tratamento, que pode envolver procedimento cirúrgico (SCHNEIDER ET. AL., 2016).

    Quando analisado os vários parâmetros de diagnóstico, os mesmos fornecem pistas para chegar a um diagnóstico mais preciso e auxiliar na decisão mais adequada em relação ao tratamento a seguir, seja ele cirúrgico ou não (PEDROSA, 2008).

    Pedrosa (2008) relata que, no diagnóstico desta afecção existem vários parâmetros que devem ser avaliados, tais como o grau de dor, distensão abdominal, frequência cardíaca, frequência respiratória, coloração das mucosas, tempo de repleção capilar, temperatura retal, motilidade gastrointestinal, sondagem, achados na palpação retal, características do fluido peritoneal e análise fecal.

    Dentre esses parâmetros, vale destacar análise da frequência cardíaca, frequência respiratória, palpação retal e sondagem nasogástrica. A Frequência Cardíaca é um dos métodos mais importantes para identificar a intensidade da dor, pois é diretamente ligada ao

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    aumento da dor (KELLER, 2015). Leydson (2008) afirma que a frequência cardíaca de um equino adulto varia de 28 a 40 bpm e a frequência respiratória de 8 a 16 movimento respiratórios/min. Na fase inicial da Síndrome do abdômen agudo, a frequência cardíaca fica entre 28 a 40 bpm, não havendo alteração na normalidade. Casos obstruções simples que levam à Síndrome do abdômen agudo em equinos, a frequência cardíaca desses animais fica entre 40 a 70 bpm. E finalmente, em casos de lesão por estrangulação na fase inicial observa-se que a frequência cardíaca fica entre 50 e 90 bmp, e na fase avançada entre 70 e 120 bmp (FRANCELLINO ET. AL, 2015).

    Quanto a frequência respiratória, em casos de dor moderada a intensa, os valores são superiores a 30 movimentos respiratórios/min (FERNANDES, 2009; FRANCELLINO ET. AL, 2015)

    Keller (2015) afirma que uma das melhores formas de avaliação das vísceras se dá através da palpação retal. Geralmente são encontradas no exame retal as seguintes condições: alças distendidas do intestino delgado, intestino grosso distendido, torção uterina, hérnias inguinais, distensão cecal, compactação de cólon, compactação de flexura pélvica, descolamento de colón maior e corpo estranho.

    A sondagem nasogástrica auxilia no diagnóstico, mas pode também ser usada como tratamento da cólica equina, com a administração de medicamentos. A sonda nasogástrica ajuda na eliminação de gases e ajuda a esvaziar o liquido gástrico, impedindo a ruptura do estômago (FERNANDES, 2009; FRANCELLINO ET. AL, 2015).

    2.4. Tratamento

    O tratamento, deve se basear na anamnese, sinais clínicos, testes laboratoriais, e líquido peritoneal. O êxito do tratamento está condicionado à eficácia clínica, na obtenção rápida de informações diagnósticas e ao tratamento imediato e preciso (ASSUMPÇÃO, 2011 apud FRANCELLINO, ET. AL 2015).

    A sonda nasogástrica é utilizada como tratamento nos casos de sobrecarga gástrica por líquidos ou alimentos, podendo ser feita a lavagem com água na temperatura ambiente. (FERNANDES, 2009; FRANCELLINO ET. AL, 2015).

    2.5. Prevenção

    Para tentar evitar o a coloca equina, algumas medidas de prevenção podem ser tomadas, como por exemplo: manejo de cocho e baias, meios de transportes, manejo alimentar com grandes porções de forrageiras e menos concentrado, cuidados na dentição, vermifugação e vacinação. Devem sempre se atentar a alterações na alimentação, mudança de local e de treinamento, que também podem levar a uma cólica (RADOSTITS ET AL, 2002; CAMPELO e PICCININ, 2008; BERMEJO ET AL, 2008).

    2.6. Local de estudo

    O local de estudo do presente trabalho foi o Regimento de Polícia Montada - RPMON, do Distrito Federal. Trata-se de um órgão de execução e Unidade Operacional de caráter especializado e atua no controle do distúrbio civil, na garantia de reintegração de posse em cumprimento de ordem judicial, no policiamento e em grandes eventos, além de exercer o policiamento ostensivo com cavalos. (PMDF, 2019; Agência Brasília, 2019)

    O Centro de Medicina Veterinária da PMDF atende animais pertencentes a Polícia Militar com atendimentos clínicos, ambulatorial e cirúrgicos destinados a estes animais (PMDF, 2019), seguindo A RESOLUÇÃO nº 1236, de 26 de outubro de 2018, que menciona que todo manejo e tratamento médico veterinário têm que assegurar a saúde e o bem-estar do animal respeitando os interesses e direitos da sociedade (Brasil, 2018).

    3. Levantamento de casos de cólica equina

    Na RPMON são mantidos 234 equinos, sendo 203 machos e 31 fêmeas. Do total de animais, aproximadamente 97 são da raça Brasileiro de Hipismo (BH) e 136 são mestiços (Sem raça definida).

    A Tabela 1 ilustra o levantamento do número de casos de cólica equina que ocorreram nos cavalos da RPMON em um período de 5 meses, compreendido entre janeiro e maio de 2019. Nesse período, ocorreram um total de 57 casos de cólica equina. Dos casos observados, houve 44 casos em machos e 13 em fêmeas. Em relação a raça, foram observados 19 casos de cólica em BH e 38 casos em Mestiços.

    Tabela 1. Casos de cólica equina entre janeiro a maio de 2019 observados em cavalos da RPMON.

    Data Sexo Raça Período Tratamento

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    1 Janeiro M Mestiço Vespertino Usou a sonda nasogástrica para a lavagem do estôma-go, o animal ficou em observação e apresentou melho-ra.

    2 Janeiro F BH Vespertino Usou a sonda nasogástrica para a lavagem do estoma-go, o animal ficou em observação e apresentou melho-ra.

    3 Janeiro M Mestiço Vespertino Usou a sonda nasogástrica para a lavagem do estoma-go, o animal ficou em observação e apresentou melho-ra.

    4 Janeiro M BH Vespertino Usou a sonda nasogástrica para a lavagem do estoma-go, o animal ficou em observação e apresentou melho-ra.

    5 Janeiro M Mestiço Matutino Usou a sonda nasogástrica para a lavagem do estoma-go, o animal ficou em observação e apresentou melho-ra.

    6 Janeiro M BH Matutino Usou a sonda nasogástrica para a lavagem do estoma-go, o animal ficou em observação e apresentou melho-ra.

    7 Janeiro M Mestiço Matutino Usou a sonda nasogástrica para a lavagem do estoma-go, o animal ficou em observação e apresentou melho-ra.

    8 Janeiro M BH Noturno Usou a sonda nasogástrica para a lavagem do estoma-go, o animal ficou em observação e apresentou melho-ra.

    9 Janeiro M Mestiço Vespertino Usou a sonda nasogástrica para a lavagem do estoma-go, o animal ficou em observação e apresentou melho-ra.

    10 Janeiro M Mestiço Vespertino Usou a sonda nasogástrica para a lavagem do estoma-go, o animal ficou em observação e apresentou melho-ra.

    11 Janeiro M Mestiço Vespertino Usou a sonda nasogástrica para a lavagem do estoma-go, o animal ficou em observação e apresentou melho-ra.

    12 Janeiro M BH Noturno Usou a sonda nasogástrica para a lavagem do estoma-go, o animal ficou em observação e apresentou melho-ra.

    13 Janeiro M BH Noturno Usou a sonda nasogástrica para a lavagem do estoma-go, o animal ficou em observação e apresentou melho-ra.

    14 Fevereiro M Mestiço Matutino Usou a sonda nasogástrica para a lavagem do estoma-go, o animal ficou em observação e apresentou melho-ra.

    15 Fevereiro M BH Matutino Usou a sonda nasogástrica para a lavagem do estoma-go, o animal ficou em observação e apresentou melho-ra.

    16 Fevereiro M Mestiço Vespertino Usou a sonda nasogástrica para a lavagem do estoma-go, o animal ficou em observação e apresentou melho-ra.

  • SIMP.TCC/Sem.IC. 2019(15);1693-1705 CENTRO UNIVERSITÁRIO ICESP / ISSN: 2595-4210 1698

    17 Fevereiro F BH Vespertino Usou a sonda nasogástrica para a lavagem do estoma-go, o animal ficou em observação e apresentou melho-ra.

    18 Fevereiro M Mestiço Vespertino Usou a sonda nasogástrica para a lavagem do estoma-go e fenilvet 12 ml, o animal ficou em observação e apresentou melhora.

    19 Fevereiro M Mestiço Noturno Usou a sonda nasogástrica para a lavagem do estoma-go e fenilvet 12 ml, o animal ficou em observação e apresentou melhora.

    20 Fevereiro M Mestiço Matutino Usou a sonda nasogástrica para a lavagem do estoma-go, o animal ficou em observação e apresentou melho-ra.

    21 Fevereiro F Mestiça Noturno

    Usou a sonda nasogástrica para a lavagem do estoma-go e uso de 1 bisnaga eletrolítica, Sedacol 200 ml e Dipirona 20 ml, o animal ficou em observação e apre-sentou melhora.

    22 Fevereiro M Mestiço Noturno Usou a sonda nasogástrica para a lavagem do estoma-go, o animal ficou em observação e apresentou melho-ra.

    23 Fevereiro F BH Vespertino Usou a sonda nasogástrica para a lavagem do estoma-go, o animal ficou em observação e apresentou melho-ra.

    24 Fevereiro M BH Vespertino Usou a sonda nasogástrica para a lavagem do estoma-go, o animal ficou em observação e apresentou melho-ra.

    25 Fevereiro M Mestiço Matutino Usou a sonda nasogástrica para a lavagem do estoma-go, o animal ficou em observação e apresentou melho-ra.

    26 Março M Mestiço Matutino Usou a sonda nasogástrica para a lavagem do estoma-go, o animal ficou em observação e apresentou melho-ra.

    27 Março F Mestiça Vespertino Usou a sonda nasogástrica para a lavagem do estoma-go e medicada com Sedacol, o animal ficou em obser-vação no período noturno e apresentou melhora.

    28 Março M Mestiço Matutino Usou a sonda nasogástrica para a lavagem do estoma-go, o animal ficou em observação e apresentou melho-ra.

    29 Março M Mestiço Vespertino Usou a sonda nasogástrica para a lavagem do estoma-go, o animal ficou em observação e apresentou melho-ra.

    30 Março F BH Noturno

    Foi tratada, mas não teve melhora, assim, foi feito con-tato com o Veterinário de plantão. Foi medicado com um frasco de Sedacol, Bananine 10 ml e uma bisnaga de eletrolítico, ficou em observação e apresentou me-lhora.

    31 Março M Mestiço Matutino Usou a sonda nasogástrica para a lavagem do estoma-go, o animal ficou em observação e apresentou melho-ra.

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    32 Março M Mestiço Noturno Usou a sonda nasogástrica para a lavagem do estoma-go, o animal ficou em observação e apresentou melho-ra.

    33 Março M Mestiço Vespertino Usou a sonda nasogástrica para a lavagem do estoma-go, o animal ficou em observação e apresentou melho-ra.

    34 Março M Mestiço Matutino Usou a sonda nasogástrica para a lavagem do estoma-go, o animal ficou em observação e apresentou melho-ra.

    35 Março M Mestiço Matutino Usou a sonda nasogástrica para a lavagem do estoma-go, o animal ficou em observação e apresentou melho-ra.

    36 Março F BH Matutino Usou a sonda nasogástrica para a lavagem do estoma-go, o animal ficou em observação e apresentou melho-ra.

    37 Março F BH Matutino

    Passou pelo procedimento de sondagem e apresentou características anormais do conteúdo gástrico. Fez-se a Laparotomia e constatou um Deslocamento de Colón, caso cirúrgico. Foi para o centro cirúrgico da UNB dia 30, retornou para a polícia dia 31, ficou em observação apresentando melhora.

    38 Abril M Mestiço Matutino Usou a sonda nasogástrica para a lavagem do estoma-go, o animal ficou em observação e apresentou melho-ra.

    39 Abril M Mestiço Matutino Usou a sonda nasogástrica para a lavagem do estoma-go, o animal ficou em observação e apresentou melho-ra.

    40 Abril M Mestiço Matutino Usou a sonda nasogástrica para a lavagem do estoma-go, o animal ficou em observação e apresentou melho-ra.

    41 Abril F BH Vespertino Usou a sonda nasogástrica para a lavagem do estoma-go, o animal ficou em observação e apresentou melho-ra.

    42 Abril F BH Noturno Usou a sonda nasogástrica para a lavagem do estoma-go, o animal ficou em observação e apresentou melho-ra.

    43 Abril M Mestiço Matutino Usou a sonda nasogástrica para a lavagem do estoma-go, o animal ficou em observação e apresentou melho-ra.

    44 Abril M Mestiço Matutino Usou a sonda nasogástrica para a lavagem do estoma-go, o animal ficou em observação e apresentou melho-ra.

    45 Abril M Mestiço Matutino

    Foi feito o tratamento normal e não obteve resultado. Feito uma Laparotomia descobriu-se que o animal es-tava com um Deslocamento de Cólon, caso cirúrgico. Foi encaminhado para a UNB para a cirurgia ás 12:00, as 20:00 retornou para a polícia. Está em observação e apresentando melhora.

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    46 Abril M Mestiço Matutino Usou a sonda nasogástrica para a lavagem do estoma-go, o animal ficou em observação e apresentou melho-ra.

    47 Abril M Mestiço Vespertino Usou a sonda nasogástrica para a lavagem do estoma-go, o animal ficou em observação e apresentou melho-ra.

    48 Abril M Mestiço Vespertino Usou a sonda nasogástrica para a lavagem do estoma-go, o animal ficou em observação e apresentou melho-ra.

    49 Abril M BH Matutino Usou a sonda nasogástrica para a lavagem do estoma-go, o animal ficou em observação e apresentou melho-ra.

    50 Abril M BH Vespertino Não pode comer feno e nem ração, apenas verde em poucas quantidades até segunda ordem do veterinário. Usou óleo mineral.

    51 Maio M Mestiço Noturno

    Usou a sonda nasogástrica para a lavagem do estoma-go e o animal não apresentou melhora, ficou em obser-vação. Foi encaminhado para a UNB, ás 10:30 foi en-caminhado para o centro cirúrgico e depois ficou em observação. No dia 11 veio a óbito ás 09:00.

    52 Maio M Mestiço Vespertino Usou a sonda nasogástrica para a lavagem do estoma-go, o animal ficou em observação e apresentou melho-ra.

    53 Maio F BH Matutino Usou a sonda nasogástrica para a lavagem do estoma-go, o animal ficou em observação e apresentou melho-ra.

    54 Maio M Mestiço Vespertino Usou a sonda nasogástrica para a lavagem do estoma-go, o animal ficou em observação e apresentou melho-ra.

    55 Maio F Mestiço Vespertino Usou a sonda nasogástrica para a lavagem do estoma-go, o animal ficou em observação e apresentou melho-ra.

    56 Maio F BH Vespertino Usou a sonda nasogástrica para a lavagem do estoma-go, o animal ficou em observação e apresentou melho-ra.

    57 Maio M Mestiço Matutino Usou a sonda nasogástrica para a lavagem do estoma-go, o animal ficou em observação e apresentou melho-ra.

    A figura 3 ilustra o número de atendimentos mensais na RPMON de acordo com o sexo do animal.

    É possível observar um maior número de atendimentos em machos do que em fêmeas.

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    Figura 3. Atendimento em relação ao sexo do animal.

    A figura 4 ilustra o período de atendimento dos casos de síndrome do abdômen agudo de equinos

    na RPMON. Nos meses de janeiro, fevereiro e maio, foi observado um maior número de atendimentos no

    período vespertino. Já nos meses de março e abril foi observado um maior número de atendimentos no

    período matutino.

    Figura 4. Atendimento por período.

    A figura 5 ilustra o número de atendimentos mensais na RPMON de acordo com a raça do animal. É

    possível observar um maior número de atendimentos em mestiços.

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    Figura 6. Atendimento por raças.

    4. Relato de Caso

    Equino macho, alazão chegou a veterinária no período da manhã do dia 7 de setembro de 2018 com suspeita de cólica, pois deitava e rolava mais de uma vez na baia, fazia movimentos de cavar o chão, posição de micção e olhava para o flanco. A figura 6 mostra o animal relatado.

    Figura 6. Equino macho, caso de cólica. Foto: Arquivo pessoal.

    O animal recebia como alimento ração

    peletizada 6 kg/ dia dividido em três porções e feno à vontade. Após o diagnóstico de cólica, o tratamento foi realizado utilizando-se uma sonda nasogástrica para a lavagem do estômago e foi retirado o alimento que apresentava um cheiro azedo forte.

    Posteriormente foi deixado um pouco de água no estômago do animal e foi realizado um procedimento de se movimentar o equino em um terreno com declive (Figura 7), levando o animal a subir e a descer. Esse procedimento foi realizado com o objetivo de a água remanescente no estômago alcançar locais que a sonda não alcançou e assim lavar qualquer resto de alimento

    que tenha restado.

    Figura 7. Morro de terra. Foto: Arquivo pessoal.

    Em seguida retirou-se a água

    remanescente e o equino ficou 24 horas em observação. Foi oferecido um pouco de feno para estimular seu apetite e o movimento de seu sistema gastrointestinal. O animal apresentou melhora.

    Em casos de cólica o procedimento padrão de tratamento na RPMON é por meio do uso de sonda nasogástrica para a lavagem do estômago e em seguida a observação do animal por 24 horas. Na maioria dos casos consegue-se identificar a cólica equina no estágio inicial, facilitando o tratamento e a recuperação do animal.

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    5. Discussão:

    O levantamento de número de casos de cólica equina permitiu a observação da condição em machos e fêmeas, em BH e mestiços, o que vai de encontro ao relatado por Alcoforado (2014), que menciona que a cólica pode acometer qualquer raça, sexo e idade dos equinos

    A aparente diferença entre o número de casos de acordo com o sexo ou com a raça neste levantamento não indica necessariamente uma maior incidência de casos em machos nem uma maior incidência de casos em mestiços, uma vez que no local existem mais animais machos do que fêmeas e mais animais mestiços do que BH.

    Em relação à forma de tratamento, o uso da sonda nasogástrica se mostrou efetivo, corroborando Fernandes (2009), que menciona a utilidade da sonda na eliminação de gases e no esvaziamento do liquido gástrico. Na literatura

    existem casos em que a sonda não produz um resultado esperado (ALMEIDA e HENRIQUES, 2014) e casos em que a sonda apresenta resultados positivos (LARANJEIRA e ALMEIDA, 2008). Fatores que podem interferir no sucesso do uso da sonda, observado no presente relato, é a causa da cólica relacionada com presença de alimento no estômago e o diagnóstico inicial.

    É importante ressaltar que uma alimentação regular e sem excesso, o acesso permanente a água limpa, um regime de exercícios, avaliações regulares e controle de parasitas intestinais são medidas que evitam a ocorrência de cólica equina. Ainda, é importante que pessoas que manejam cavalos tenham conhecimento suficiente para identificar sinais de cólica e proceder adequadamente, pois isso pode ser um fator determinante da vida do animal.

    Agradecimentos:

    Primeiramente a Deus, aos meus pais que nunca desistiram e sempre me incentivaram a continuar, a minha orientadora, Mariana, que teve paciência e dedicação para me auxiliar nesse trabalho e a todos que de alguma forma contribuíram para esse momento.

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