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1 WWW.EVENTPOINT.COM.PT . ANO I . NÚMERO 1 . JUNHO 2011 . 5,00 € . . EVENTOS . CONGRESSOS . FEIRAS . INCENTIVOS . DESTINOS . CATERING PARA EVENTOS CHEGOU A HORA DO BRASIL DESAFIO GLOBAL FAZ DEZ ANOS MACAU, SIZE DOES MATTER

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Feiras . Eventos . Incentivos . Convenções . Congressos

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W W W . E V E N T P O I N T. C O M . P T

. A N O I . N Ú M E R O 1 . J U N H O 2 0 1 1 . 5 , 0 0 € .

. E V E N T O S . C O N G R E S S O S . F E I R A S . I N C E N T I V O S . D E S T I N O S .

C A T E R I N G P A R A E V E N T O SC H E G O U A H O R A D O B R A S I LD E S A F I O G L O B A L FA Z D E Z A N O SM A C A U , S I Z E D O E S M AT T E R

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W W W . E V E N T P O I N T. C O M . P T

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E D I T O R I A LF I C H A T É C N I C A

PROPRIETÁRIOEstação Livre ComunicaçãoTel: [email protected]

SEDE DA REDACÇÃORua Visconde de Bóbeda, 70, 2º Fte4000-108 Porto

DIRECTORRui Ochô[email protected]

EDITORA / DIRECTORA DE INFORMAÇÃOCláudia Coutinho de [email protected]

REDACÇÃOCláudia Coutinho de SousaMaria João Leite ([email protected])Sara Marques ([email protected])

COLABORAÇÃOAna GodinhoMaria PereiraOlga Teixeira

COLUNISTASCatarina Valença GonçalvesDiogo AssisFilipa PrimoFrederico FerreiraJoão Pestana DiasJohn HookerJosé Pimentel FurtadoPedro CardosoTim Hogg

DESIGNNorma Design www.normadesign.com

FOTOGRAFIAMinifoto

BANCOS DE IMAGENSDover e ShutterStock

IMAGEM DE CAPAGentilmente cedida por José Avillez© Nuno Correia

IMPRESSÃONorprintZona Industrial Alto da Cruz - FontiscosApt.: 172 . 4780-583 Santo Tirso

DISTRIBUIÇÃOVASP – Distribuidores de Publicações

Nº REGISTO ERC126066

DEPÓSITO LEGAL330066/11

TIRAGEM5 mil exemplares

PERIODICIDADEQuadrimestral

É estritamente proibida a reprodução parcial ou integral de textos ou ilustrações da Event Point.

As informações contidas nos anúncios são da exclusiva responsabilidade dos anunciantes. Consequentemente, não podemos ser responsabilizados por qualquer informação incorrecta que se possa verificar.

Para quem nos conhecia como Festas&Eventos, convém explicar que mudámos de nome mas a equipa é a mesma, e a vontade de lhe oferecer informação relevante, sobre organi-zação e gestão de eventos, também. A Event Point é o resultado natural da evolução da F&E, assumindo-se como a publicação em Portugal especializada em eventos corpora-tivos e meetings industry.De quatro em quatro meses, vamos conti-nuar a trazer-lhe entrevistas, reportagens, notícias, artigos de opinião, sugestões, atentos ao que de mais interessante se passa nesta indústria, cá dentro e lá fora.Neste primeiro número da Event Point esco-lhemos para o dossiê temático o catering. Num tempo de crise, em que a pressão sobre os preços é enorme, quisemos perceber forças e fragilidades do sector, a evolução do negócio, com fenómenos como a concen-tração e fusão de empresas, as questões da segurança e higiene alimentar, a sustentabi-lidade e a importância de oferecer às pessoas boa comida, que sabe a comida. Afinal, não é isso que todos nós queremos?Não podíamos deixar de assinalar os dez anos da Desafio Global, agência de eventos corporativos do universo ativism, numa

conversa com Pedro Rodrigues sobre o percurso de uma década e um olhar sobre o nosso mercado.John Hooker, consultor, estratega de eventos globais, um observador atento da realidade da meetings industry, publica na Event Point uma análise do mercado MI. O que podemos esperar nos próximos meses?Numa altura em que cada vez mais empresas portuguesas olham para o exterior, em busca de novas oportunidades de trabalho, de negócio, apresentamos o exemplo do Brasil. Casos, esperanças e riscos para quem queira atravessar o Atlântico, ou está apenas curioso com o país que vai acolher nos próximos anos os Jogos Olímpicos e o Mundial de Futebol.Para quem conhecia a F&E, vai encontrar na Event Point algumas secções comuns, e sempre interessantes, como é o caso do Consultório de Protocolo, assegurado por Cristina Fernandes e Susana Casanova.Uma última palavra de reconhecimento para a Norma Design, em especial ao Marco Ferreira e ao Tiago Carneiro, responsáveis pelo grafismo da revista e do site, www.eventpoint.com.pt, também ele renovado.Esperamos que goste da primeira Event Point.

Boa le i tura , e a té Outubro.

R U I O C H Ô A C L Á U D I A C O U T I N H O D E S O U S A

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W W W . E V E N T P O I N T. C O M . P T

Í N D I C EE D I T O R I A L

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ColunistasEspaço APECATENasce a Event PointNotíciasDEZ ANOS DE DESAFIO GLOBALCATERING: DESAFIOS EM TEMPO DE CRISEAs tendências na alimentação, por Tim HoggGrande entrevista: José Silva CarvalhoCooking Lab: O espectáculo da comidaCatering SustentávelO espectáculo do Bar-CateringSustentabilidade à mesa, por E-ValueQue segurança para os eventos, por José Pimentel FurtadoCHEGOU A HORA DO BRASILA criatividade dá-nos soluções para resolver problemas, por João Pestana DiasCase-study: Lançamento do novo Ford FocusPositivismo artístico e emotividade tecnológica, por Frederico FerreiraOs 10 erros mais frequentes nos eventos internos, por Filipa PrimoChegou a nova geração: iEventosPortugal mostra-se na IMEXCinco previsões para a indústria MI, por John HookerComo e quando vamos pagar os 78 mil milhões de euros, por Pedro CardosoPorquê partilhar ideias com a minha concorrência, por Diogo AssisFormação: The so called green eventsPatrimónio em festa, por Catarina Valença GonçalvesConsultório de protocoloHotelariaSugestõesDestino nacional: TróiaDESTINO INTERNACIONAL: MACAUEmpresasDirectório

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C O L U N I S T A S

C ATARINA VALENÇA GONÇALVESÉ historiadora da arte e directora-geral da Spira – revitalização patrimonial Lda., empresa especializada na concepção e operacionalização de projectos culturais ancorados em patri-mónio edificado. É ainda professora no ISCTE (Instituto Superior de Ciências do Trabalho da Empresa) e investigadora integrada do Instituto de História da Arte da FCSH-UNL. É membro dos órgãos sociais da SEDES (2010-2012).

DIOGO ASSISFormado em Gestão Hoteleira e Turismo, trabalhou no departamento comercial e de marke-ting de algumas das principais cadeias hoteleiras do país, assim como no International Hyde Park, em Londres. Em Novembro de 2002 decidiu lançar-se numa nova experiência e co-fundar a TLC. O objectivo era tornar esta empresa o DMC líder em Portugal.

FIL IPA PRIMODirectora-adjunta do Grupo Inforpress, agência de comunicação e relações públicas, sendo responsável pelos recursos humanos da agência e pela coordenação geral das áreas de Consultoria de Moda e Consumo, Comunicação Online (e-Comunicação®) e Plataformas (Audentia® Formação, Eventos que Marcam®, Breathe Criatividade e Audiovisuais). Licenciada em Comunicação Social pelo ISCSP – Instituto Superior de Ciências Sociais e Políticas.

FRE DERICO FERREIRACEO e director artístico da NIXFUSTE – Recursos Criativos. Lecciona as disciplinas de Desenho e Figura Humana no curso de Design de Moda, e de Design Básico no curso de Design Textil no CITEX, no Porto. Artista plástico e escultor, realiza exposições individuais desde 2005, tendo participado em diversas exposições colectivas, bienais e feiras de arte desde 2000. Paralelamente à actividade artística, desenvolveu a actividade de programação de artes plásticas no Maus Hábitos, no Porto, entre 2002 e 2006.

JOÃO PESTANA D IASTrabalhou cinco anos como jornalista na rádio com Francisco José Viegas e José Carlos Malato. Mais tarde ingressou na Winterthur Seguros mantendo uma actividade profissional ligada à moda. Em 1995 abre o Amália Clube de Fado em Cascais, apadrinhado por Amália Rodrigues. Em 1997 é convidado para fazer televisão na SIC, como cantor/actor. Funda a Fadus Special Events em 1998. É sócio da International Special Event Society e foi Learning Event Chair do EO (Entrepreneurs Organization).

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C O L U N I S T A S

JOHN HOOKERUm estratega e estudioso de eventos e um dos opinadores mais importantes da meetings industry. Do seu percurso profissional destaca-se o lançamento do Dubai International Convention and Exhibition Centre. Actualmente é director da JHCP, uma consultora de eventos, com trabalhos já realizados na Europa, África, Médio-Oriente e América do Sul. É um apaixonado por pessoas e tem um gosto especial por formar novos talentos.

JOSÉ P IMENTEL FURTADOCoronel de Cavalaria, Pimentel Furtado é licenciado em Ciências Militares. Desempenhou diversas funções na área da Segurança, entre as quais Comandante de diversas Unidades da Polícia do Exército, assessor para a formação da Polícia Militar das Forças Armadas Angolanas e a de Staff Security Manager do Quartel-General da NATO, em Oeiras. Foi responsável pela organização da segurança de dezenas de eventos oficiais. Actualmente dedica-se à consultoria, ensino superior e formação técnica.

PE DRO C ARDOSOFormado em Gestão Hoteleira, foi director de Front-Office / Alojamento na abertura do ex-Sheraton Porto em 1986 e director de Marketing e Vendas até 1995. Quadro co-fundador e director-executivo da Sugestões&Opções e do Grupo QRM, de 2002 a 2008. Fundador, em 2002, administrador e principal accionista da The House of Events. Consultor de Hotelaria e Turismo, e ex-docente na Escola de Hotelaria e Turismo do Porto.

T IM HOGG Licenciado em Microbiologia e Bioquímica, doutorado em Ciência e Tecnologia Alimentar, é actualmente Professor Associado e membro da Direcção da Escola Superior de Biotecnologia, da Universidade Católica Portuguesa. Também é director do Centro de Biotecnologia e Química Fina, um Laboratório Associado do Estado. Tem liderado projectos de investigação e ensino em várias áreas ligadas à enologia e ciência alimentar. Já publicou mais de 70 artigos científicos em revistas internacionais.

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BONS SABORES NA ANIMAÇÃO T URÍST IC A QUAL IDADE E APRESENTAÇÃO

A N A B A R B O S AP R E S I D E N T E D A S E C Ç Ã O D E A N I M A Ç Ã O T U R Í S T I C A 3 E M L I N H A

M I G U E L R I B E I R O

momentos que se vai lembrar. Mas há um outro aspecto que vale a pena salientar: a forma como a gastro-nomia e os vinhos têm contribuído para o alargamento do conceito de Turismo Activo ao Turismo Cultural. Há uns anos atrás, a receita andava pelo passeio a pé, em btt, de canoa ou de jipe, umas brincadeiras com cordas, ou uma qual-quer outra actividade mais emocionante como o rafting ou o cannyoning.Hoje já acontece dizerem-nos: não, “isso” já fizemos, queremos um programa diferente “desses”. E começaram a surgir outros, muitos deles com base na temática enogastronómica: participar na vindima ou na apanha da azeitona; aprender a distinguir castas e iniciar-se na feitura do vinho; fazer um curso de cozinha e terminar a provar o que se aprendeu a confeccionar, são algumas das muitas experiências que apontam as infinitas potencialidades deste novo Turismo Activo.Os desafios da originalidade para satis-fazer clientes cada vez mais exigentes são sempre grandes. Mas há uma coisa que não é segredo para ninguém. É que nunca nenhum de nós ouviu um cliente dizer: “comer e beber bem, não, já experimentei da outra vez … “

E S P A Ç O A P E C A T E

Na perspectiva da animação turística, nesta matéria o pensamento-chave é um e só um: nada do que é enogastro-nómico nos pode ser estranho.Todos os que criam produtos de animação, em particular nas zonas mais interiores de Portugal, sabem que a aliança entre a paisagem e o património é incontornável. E também já desco-briram que património não é só o edifi-cado, com uma pitada de artes e ofícios, festas, feiras e romarias. É também o que se come e se bebe, o que se prova e petisca a qualquer hora do dia, o que se escolhe para o almoço e para o jantar, o que se pode comprar para levar para casa e prolongar, noutros cenários, os sabores que aqui se descobriram.Por isso, a gastronomia e os vinhos são, cada vez mais, parte integrante dos programas de animação turística. Quem já participou num programa destes e viveu a surpresa de chegar a um qualquer lugar com uma vista fantástica e ter à sua espera uma gostosa prova de produtos enogas-tronómicos locais, em mesa posta à maneira, com toalha de pano, copos de pé alto, tábuas de queijos e enchidos e louça a condizer, sabe que, não desfazendo de tudo o resto, é destes

O sucesso de um evento, qualquer que seja a sua natureza, resulta de vários factores, sendo um dos principais a qualidade do catering.Quase todos os eventos têm sempre uma componente ligada ao forneci-mento de refeições, nem que seja um pequeno coffee-break no intervalo de uma reunião. Esta cultura de um pequeno agrado ou simplesmente de uma pausa para descontrair com um copo ou chávena na mão está comple-tamente enraizada na organização de eventos, principalmente nos eventos realizados em território nacional.É bem visível que os portugueses dão bastante importância ao que lhes é servido quando participam num evento de qualquer tipo, seja uma prova de rafting, um casamento ou um jantar da empresa, daí que os organizadores profissionais de eventos tenham como principal prioridade e preocupação um serviço exemplar e uma refeição irrepreensível. Mesmo que alguma das actividades ou das animações não sejam do agrado geral, não é disso que o participante no evento se vai lembrar no futuro. Mas se a refeição não possuir a qualidade e/ou quantidade exigida será assunto de conversa entre os

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OS CONGRESSOS E O C ATERING

P R E S I D E N T E D A S E C Ç Ã O D E C O N G R E S S O S D A A P E C AT E

M A R I A J O S É T E I X E I R A

participantes por muito tempo.As empresas organizadoras de eventos podem ter uma unidade de catering interno ou podem simplesmente subcontratar este serviço a uma empresa especializada, mas em ambos os casos as preocupações são idênticas: seguir todos os preceitos exigidos por lei (higiene, segurança, etc) e prestar o serviço exac-tamente como o cliente deseja.Saber escolher uma empresa de cate-ring, passa por várias fases, desde a visita às instalações das mesmas até à prova do menu escolhido para o evento. O número de empregados e o grau de profissionalismo, a qualidade do mate-rial de apoio e a rapidez na execução são outros factores a ter em conta e que podem determinar o sucesso ou o fracasso do evento.Se a tudo isto unirmos o nome de um Chef famoso e uma excelente apresen-tação, temos o cliente fidelizado.

turista de negócios é diferente do turista de lazer e as suas expectativas são normalmente superiores.A mesa é uma cultura em si, com as suas disciplinas de gosto, seus mestres, seus convivas, e seus críticos. Ela implica uma educação prévia e usos conexos: higiene, delicadeza e saber fazer, arte da degustação. A isto juntam-se evidentemente as disci-plinas do convívio, o facto de, por exemplo, encher um silêncio ou, se necessário, cultivá-lo.A montante, a gastronomia implica produtos frescos, é necessário que estejam maduros e no ponto certo. Para isso, o responsável da empresa de cate-ring vela para que os seus fornecedores sejam tão numerosos quanto possível, fiáveis e honestos.Segundo o dicionário de língua Portuguesa, catering é o “serviço de fornecimento de refeições e bebidas para ocasiões festivas, oficiais ou profissionais”. Por isso, também um congresso tem de ter um bom catering!

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Participa-se num congresso para trabalhar e não para comer, mas é certo que não se pode trabalhar sem comer e de preferência de forma equilibrada, respeitando o metabolismo humano, a cultura de cada povo e as crenças religiosas. Conciliar estes aspectos com as tradições gastronómicas do local do congresso não é fácil.Um Organizador Profissional de Congressos não pode conhecer apenas a sua cultura, mas também os costumes e factores condicionantes dos partici-pantes, tendo em conta a sua origem.O produto “Congresso”, para além da eficiência dos seus serviços deve ser também caracterizado pela originali-dade e a tipicidade da oferta cultural, no sentido mais amplo, do território onde decorre a reunião. Então, também a gastronomia e enologia regionais devem propor as suas próprias especialidades.Em sumptuosos almoços ou jantares podemos apresentar um rol de especiali-dades irrepreensíveis, mas sem perso-nalidade, com um único denominador comum: a estandardização da chamada “Cozinha Internacional” para a qual se encontram os mesmos pratos, as mesmas especialidades em qualquer país.O catering deve ter presente que o

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NASCE A E VENT PO INTA Festas&Eventos deu lugar à Event Point. Uma mudança pensada há já vários meses e agora concretizada, depois de um intenso trabalho de pesquisa e de aconselhamento. Para anunciar o novo nome juntámos algumas das pessoas que, connosco, directa ou indirectamente, contribuem para o sucesso da publicação. O encontro, informal, e de convívio, aconteceu a 10 de Maio, no Rio’s, em Oeiras. A equipa da Event Point agradece, muito especialmente, a todos os parceiros que tornaram possível o evento: Rio’s, Service Pack, 2The Love Project, Nobrinde, Minifoto Estúdio, Norma Design, Mojito Bar Catering, Concept 4 Talents e Hello Movement.

E M D E S T A Q U E

R U I O C H Ô A ( E V E N T P O I N T ) , N U N O G U S TAV O ( E S H T E ) , P E D R O R O D R I G U E S E F R A N C I S C O S E R Z E D E L L O ( D E S A F I O G L O B A L ) , PA U L O G U E R R E I R O ( M U LT I A R C O )

A N T Ó N I O C A M I L O ( M I N I F O T O ) , C O R O N E L P I M E N T E L F U R TA D O , C L Á U D I A S O U S A E S A R A M A R Q U E S ( E V E N T P O I N T )

J O Ã O PA U L O O L I V E I R A ( L E A D I N G ) E A N T Ó N I O S I LVA E S O U S A ( P U B L I H A P P E N I N G )

F R A N C I S C O S E R Z E D E L L O ( D G ) , C R I S T I N A C A R VA L H O ( T U R I S M O D E P O R T U G A L ) E G O N Ç A L O O L I V E I R A ( D G )

P E D R O R O D R I G U E S ( D G ) E J O Ã O P E S TA N A D I A S ( FA D U S )

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I N Ê S M A R Q U E S E J O A N A V I E G A S ( C O O K I N G L A B )

PAT R Í C I A M A R Q U E S ( F O R W A R D P R ) H E L E N A W E I N S T E I N E M A R I A J O S É T E I X E I R A ( A P E C AT E ) , M I G U E L R I B E I R O ( 3 E M L I N H A )

J O A N A G O M E S E H U G O S O A R E S ( E N E O G E ) , M I G U E L S O U S A E S A L O M É A R E I A S ( A Y R C O N S U LT I N G )

J O Ã O C A R D O S O E F E R N A N D O R O S A ( S E R V I C E PA C K )

N E B U R E S O F I A G I Ã O ( 2 T H E L O V E P R O J E C T )F I L I PA S A LV O , A R T U R S I LVA E A N T Ó N I O S A LV O ( B U L L I N S U R A N C E )

L I L I A N A A L M E I D A E A L E X A N D R A S O B R E I R A ( B L O O M ) R A Q U E L R E B E L O E N O R M A F R A N C O ( E - VA L U E )

E M D E S T A Q U E . N A S C E A E V E N T P O I N T

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N O T Í C I A S

C IMEIRA EUROPEIA DE E VENTOStodo o potencial. Para ajudar a clari-ficar as inúmeras possibilidades desta ferramenta de comunicação, realiza-se de 1 a 3 de Setembro, no Luxemburgo, a Cimeira Europeia de Eventos (European Event Summit). A organização da ISES (International Special Events Society) convida todos os decisores deste sector

Graças às novas tecnologias, ao progresso da neurociência e da comunicação multissensorial, a indústria dos eventos tem conhecido uma enorme evolução nos últimos anos. Claro que nem todas as empresas/marcas/associações/insti-tuições se aperceberam ainda do poder dos eventos, nem tão pouco retiram deles

a partilharem as suas experiências, boas práticas, ideias, num encontro ao nível europeu. Os grandes tópicos a discutir serão os seguintes: atribuir valor aos eventos, desenvolvimento sustentável, eventos híbridos e comunicação multis-sensorial. Mais informações em:www.eventsummit.lu.

YOUR E VENT LANÇA -SE NO MERC ADOÉ uma nova empresa no mercado, no entanto a experiência das fundadoras é grande neste sector. Actuam na área corporate, desenvolvendo de início ao fim eventos como kick-offs, congressos, seminários, galas, acções de team--building, feiras, entre outros. Uma

componente importante deste projecto são os recursos humanos. Assim, a Your Event disponibiliza equipas formadas e acompanhadas que, segundo a empresa, “garantem atitude profissional, respon-sável e competente”. Estas equipas podem ser de hospedeiras, amotoristas,

ou apresentadores de eventos. E porque levam muito a sério os eventos, conforme explica Melina Glebov, uma das respon-sáveis, a Your Event tem ainda um serviço de eventos para particulares, porque acredita, justamente, que qualquer evento deve ser muito especial.

IMAGINE MORE ESTREIA -SE NA IME XÉ um DMC recente constituído por quatro mulheres ligadas há muitos anos a este sector: Ana Telo, Sofia Schwarz, Rita Montarroio e Marta Telo. “Tínhamos uma filosofia e maneiras de trabalhar semelhantes e decidimos apostar numa empresa nova”, conta Ana Telo, uma das responsáveis. A

Imagine More trabalha no sector dos congressos e incentivos e está sobre-tudo especializada no mercado alemão e francês, “temos também alguns contactos no mercado russo, canadiano e brasileiro”. Se solicitado, organizam igualmente eventos para clientes nacionais. A filosofia da empresa é clara:

“tentamos que cada evento tenha uma abordagem original, juntamos a nossa visão do país aos inputs dos clientes, o que faz com que cada produto seja feito à medida”, explica Ana Telo. A imagem da empresa privilegia o cor-de-rosa, “uma cor forte, positiva e alegre”, atributos tão necessários numa altura difícil.

EUBEA COM MEGA-NEWSLETTER PARA O MERCADO DE EVENTOS EUROPEUOs European Best Event Awards (EuBEA) disponibilizam um novo meio de divulgação destinado a todos os organizadores de eventos europeus. Duas vezes por semana, a organização dos prémios, o Grupo ADC, envia uma newsletter direccionada a 15 mil profissionais de eventos de toda a Europa. Isto inclui pessoas ligadas à comunicação

corporate, agências de eventos, fornecedores e marcas. A intenção é contribuir para a promoção do sector dos eventos. Nos conteúdos figuram notícias sobre eventos, feiras, estudos de mercado, prémios, etc., provenientes dos vários países europeus A inscrição na newsletter pode ser feita através do site:www.besteventawards.com.

Para contribuir com as notícias da sua empresa, envie um

email com o press release em inglês para a redacção da

Event Point ([email protected]).

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N O T Í C I A S

EUROPEAN BEST EVENT AWARDS: INSCRIÇÕES ABERTAS Aponte esta data: 15 de Julho. É o limite para o registo de candidaturas aos European Best Event Awards (EuBEA), iniciativa que premeia o sector dos eventos ao nível europeu. Portugal tem tido bons desempenhos nesta cerimónia que vai já na sexta edição, e que é única na Europa. O objectivo da organização é validar o sector dos eventos como uma forma de comunicação inovadora, integrada no mix, sendo uma parte importante da estratégia de marketing das empresas. A iniciativa está aberta a agências de eventos, relações públicas, publicidade, promoção, comunicação, web e ainda a editoras, organismos públicos, associações, empresas e fornecedores de serviços, que podem candidatar projectos realizados entre 1 de Julho de 2010 e 20 de Junho de 2011. O site para efectuar o registo é www.besteventawards.com. Há 18 categorias a concurso. Este ano a participação nos prémios inclui um conteúdo no Anuário Europeu de Eventos.

Salvatore Sagone, presidente do Grupo ADC, empresa que promove estes prémios, está optimista em relação à adesão ao evento, referindo que, como outros sectores da comunicação, os eventos vivem um período difícil já há três anos, mas que como qualquer crise, esta não é eterna, e pode ser de alguma forma até saudável.

“No último ano realizaram-se muitos eventos. As agências e as empresas criaram eventos com orçamentos mais reduzidos, mas em muitos casos com uma criatividade excepcional”, diz o responsável, que adianta estar muito curioso para ver as candidaturas.O júri é constituído por profissionais um pouco de toda a Europa, incluindo Portugal. A Event Point é representada por Rui Ochôa.

P U B

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N O T Í C I A S

E X P O E V E N T O S :FEIRA E SEMINÁRIOS PARA PUXAR PELO SECTORÉ a sét ima edição da ExpoEventos e a o rganização, Publ ihappening , preparou uma sér ie de novidades. Desde logo a parcer ia com o Spo r t L isboa e Benf ica . Esta associação vai permit ir que o evento se real ize nas insta lações do c lube e que os meios de promoção se jam disponib i l i zados em favo r do evento. A segunda grande novidade é a de que a ExpoEventos “abre as portas” ao grande público, enquanto consu-midor de serviços e cliente dos mais variados tipos de eventos. Mas uma grande componente da feira continua a destinar-se aos profissionais para actu-alização e concretização de negócios. A última inovação tem que ver com as áreas temáticas. Assim a ExpoEventos vai contar com um Fun Park, um espaço dinamizado por empresas de animação turística, de divulgação de serviços e de participação activa dos visitantes; com o Palco dos Eventos, pólo permanente de animação e de actuação de artistas de diversas áreas; e com o Espaço Green Event, onde vai ser apresentada a metodologia de

classificação da ExpoEventos “Green Event – Evento Responsável”, e outras entidades vão apresentar os produtos e serviços na área da sustentabilidade. Momento alto do evento é sempre o Gest que, nesta edição se desdobra em três seminários: gestão de eventos, turismo de negócios e marketing desportivo. O programa das três sessões pode ser consultado em:www.expoeventos.org. Esta é uma das iniciativas mais importantes do ano no que concerne a formação em eventos. A Gala dos Eventos, cerimónia que premeia o sector, tem lugar marcado para a ExpoEventos, no dia 1 de Julho, segundo dia do evento, que decorre de 30 de Junho a 2 de Julho.

O QUE PODE ENCONTRAR NA E XPOE VENTOS Empresas de eventos, congressos e animação turística; centros de congressos e feiras; espaços multiusos; hotéis; quintas; espaços históricos; salas de espectáculo; recintos despor-tivos; hotelaria; agências de viagens; transportes; catering, audiovisuais e multimédia; entidades oficiais e associações do turismo; convention bureaux; ensino e formação; animação; agentes artísticos; moda e espectá-culos; organizadores de casamentos e festas particulares, eventos despor-tivos, culturais e infantis; empresas de comunicação, design, webmarketing, credenciação e gestão de dados; rela-ções públicas, protocolo, hospedeiras; intérpretes; tendas; palcos; stands; decoradores; floristas; plantas; fardas; brindes; fotógrafos; vídeo; segurança e prevenção; limpeza.

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D E Z A N O S D E D E S A F I O G L O B A LA 1 de Abr i l de 2 001 , i ronicamente no d ia das ment iras , nascia a Desa f io G lobal , pe la mão de Pedro Rodr igues, A r l indo Fra zão e Pedro V ie ira . Três d ias mais tarde a empresa o rganizava o pr imeiro evento , o lançamento em Po r tugal da Na t ional Geographic Maga zine. De lá para cá a Desa f io G lobal cresceu , assente na decisão de que f icar ia focada na área dos eventos co r po ra t ivos .

E M D E S T A Q U E

“Nestes dez anos há vários momentos marcantes, a primeira vez que concor-remos aos Prémios Evento Plus e ganhámos uma série de prémios, o projecto emblemático da inauguração do Casino de Lisboa, a mudança de instalações. Sempre crescemos de forma sustentada, e fomos arriscando crescer. Mas não crescer também teria

sido arriscado”, diz Pedro Rodrigues, director da Desafio Global ativism. Pelo meio reuniram um conjunto de colaboradores que mantêm a DG no pelotão da frente quando se fala em eventos corporativos. E qual é o ADN Desafio Global? “O primeiro slide de uma apresentação interna que temos diz o que é ser Desafio Global: orgulho

e responsabilidade”, conta Pedro Rodrigues. Orgulho pelos projectos passados e pelos que estão a ser prepa-rados e a responsabilidade que o nome acarreta. Outro elemento do ADN é serem “orientados para as soluções”. “E depois a capacidade de conseguirmos conciliar a criatividade nos projectos, que vem associada a uma capacidade

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quase imaculada de execução”. Daí que o perfil que procuram nos colaboradores seja muito claro, “primeiro do que tudo têm de ter uma paixão assolapada pelos eventos; depois, como é uma área que todos os anos se reinventa, é preciso que tenham a capacidade de investigar, procurar e arriscar, não podem ser minimamente acomodados”. Outro requisito importante, e isso tem que ver com o modelo de funcionamento da própria empresa, é terem simul-taneamente um perfil operacional e comercial. “E depois têm que ser um bocadinho obsessivo-compulsivos com os detalhes”, adianta Pedro Rodrigues. E qual a relação da DG com a concor-rência? “Acho que o mercado dos eventos sempre se caracterizou por uma convivência muito salutar, talvez por muitos de nós termos estado na génese da antiga AOPE, a Associação de Organizadores Profissionais de Eventos”, refere o rosto principal da Desafio Global. Aliás, “facilmente pegamos no telefone e falamos com os nossos concorrentes” O papel de Pedro Rodrigues na estrutura também se foi alterando, tornando-se menos operacional e mais o de garante dessa identidade da DG, “quero acreditar que ao longo destes anos e com o cresci-mento que a Desafio Global teve, ajudei a que as pessoas ficassem imbuídas desse espírito de fazer bem e de gerar valor para o cliente”, refere o próprio. Nestes dez anos, os prémios foram muitos ao nível nacional e europeu. Existe quase uma obsessão por conquistar prémios? “Obsessão é uma palavra muito forte. É uma questão de motivação, os prémios acabam por ser um reconhecimento do mercado. Por trás de cada um daqueles projectos há uma história e o que é apresen-tado num power point é extrema-mente castrador face às insónias e às noites mal dormidas e aos riscos que corremos”. Todos vibram com o sucesso internamente, “acho que muitas vezes as empresas de eventos não são um

exemplo de motivação. Tem que se ter a frontalidade de elogiar quando é preciso elogiar e de criticar quando é preciso criticar. Estas pequenas celebrações permitem alimentar o ego, de tempos a tempos”, diz Pedro Rodrigues. Nesta década de intenso trabalho, a tentação de olhar para trás e pensar que se poderiam ter feito as coisas de maneira diferente é vista com muita naturali-dade, “Essa é a história da nossa vida, ou seja, fazer o melhor evento possível. Podemos ter um evento extraordinário e passado um ano, com os vários avanços, conseguimos reinventar esse evento. E não fazemos ideia do que poderá ser no ano seguinte. É uma área que evolui muito e rapidamente”.

Cláudia Coutinho de Sousa

Ver a continuação da entrevista em:www.eventpoint.com.pt

4 PERGUNTAS A PE DRO RODRIGUESO MODELO DE NEGÓCIOS QUE ADOPTARAM FOI O MAIS ADEQUADO OU FARIAM ALGO DIFERENTE?Sim, acho que sim. Se faríamos coisas diferentes, isso seria uma longa reflexão. Afinaríamos algumas estratégias, mas o modelo faz sentido já que a Desafio Global está a completar dez anos e tem muitos projectos em carteira.

NESTA ALTURA DE CRISE É MAIS DIF ÍC IL SUSTENTAR UMA ESTRUTURA GRANDE COMO A VOSSA?Eu sinto-me em crise há vários anos. Quando nascemos não se falava muito em eventos e hoje em dia já se fala. Acho que, de facto, os eventos conseguiram lutar por verbas dentro das organizações. Por outro lado, acho que a Desafio Global conquistou um espaço enorme. Cada vez é preciso mais eficiência e hoje somos parceiros dos clientes. É preciso fazer mais com menos, mas acho que as coisas estão a acontecer na mesma.

SE NESTE MOMENTO TIVESSEM QUE ESCOLHER UM NOVO SÓCIO QUE PERFIL É QUE ESCOLHERIAM?Um xeque árabe (risos).

ALGUÉM COM MUITO CAPITAL?Acho que do ponto de vista societário não há essa necessidade. Uma coisa é trabalho desenvolvido, outra é a forma como as empresas estão estruturadas e organizadas. Há um fenómeno muito curioso agora na nossa área dos eventos, é que todas são Grupos. Mesmo nas pequenas empresas de animação, que nasceram agora, as pessoas assinam como directores gerais. Essas pessoas procuram estatuto, antes sequer de terem provas prestadas, e acho que nós nunca fomos assim, temos uma maneira de estar, muito trabalho desenvolvido. As pessoas às vezes estão tão preocu-padas com o estatuto dos sócios… e às vezes perdem o foco daquilo que é importante.

UNIVERSO AT IV ISMA Desafio Global está inserida no sistema ativism, um conjunto de 11 agências especializadas que cobre as diferentes disciplinas da comuni-cação. Este sistema foi criado em 2007 e assume-se como uma orquestra em que as agências são os vários instru-mentos. Do design, às relações públicas, passando pela activação de marca e os eventos, o universo ativism funciona de forma integrada para responder aos diversos problemas dos clientes.

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C AT E R I N GD E S A F I O S E M T E M P O D E C R I S EO ca ter ing remonta ao 4 º mi lénio antes de Cr isto , na China . Aqui , como no ant igo Egipto , na Grécia e durante o Impér io Romano era prerroga t iva do exérc i to para abastecer os so ldados. To r nou-se mui to popular na A lemanha nos séculos X IV e X V com o surgimento das pr imeiras le is que regulamentavam a qual idade da comida e da bebida . Na Segunda Guerra Mundia l fo i mui to impo r tante no fo r necimento de a l imentos aos refugiados. Evo lu iu mui to e , ago ra como antes , é um e lemento v i ta l da sociedade e hoje está cada vez mais prof iss ional izado. Nos eventos é fu lcra l . Fomos o lhar po r isso para o secto r.

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UM RE TRATO Concentrado em Lisboa e no Porto, o sector está nas mãos de poucos operadores. E os fenómenos de fusão que se têm verificado acentuam esta tendência, com o grupo Ibersol a servir de “pivot” neste mercado, depois de comprar a Solinca e a Silva Carvalho Catering. Em Lisboa, o sector consegue manter-se mais pulverizado, debaixo da liderança da Casa do Marquês, uma das mais antigas empresas no ramo, com uma experiência de mais de 20 anos. E há novos operadores a entrar. Haverá negócio para todos? “Menos trabalho, menos negócio, menos eventos e os eventos que existem têm um orçamento muito mais baixo”. É assim que Tiago Silva Carvalho, responsável pela Bholding, caracteriza actualmente o sector do catering. “Neste momento existe uma faixa de 10 ou 15% dos clientes que ainda pensa em quali-dade e não olha para o lado direito da página, onde está a descrição do preço”. Muito embora haja sempre um ajuste ou outro. José Eduardo, director da Casa do Marquês, afirma que a crise se sente

mais na área institucional. No entanto, a empresa, que é a líder no sector, tem um mercado diversificado, o que lhe permite fazer face a conjunturas econó-micas mais complicadas. “Nota-se que há um aperto considerável, não há disponibilidade para grandes eventos, quer em termos empresariais, quer ao nível dos congressos”, diz Artur Junqueira, da Ibersol. O que se assiste neste momento, segundo este respon-sável, é a uma grande pressão sobre o preço. “Essa pressão faz com que estejamos a migrar em alguns casos a tipologia de serviço, ou seja, quando antes se fazia um cocktail fantástico, hoje faz-se um cocktail mais simples, em vez de um jantar de abertura faz se um cocktail dinatoire”, exemplifica Artur Junqueira. E já se chegou ao limite do razoável? Tiago Silva Carvalho acredita que já se ultrapassou esse limite. “As pessoas esquecem-se de que tudo tem aumen-tado, carne, peixe, electricidade, e querem fazer o mesmo por menos. O que eu acho verdadeiramente incrível é

como algumas empresas conseguem ir tão baixo, ou estão a a fazer dumping ou a recorrer a produtos de péssima quali-dade”. Esta atitude de quase desespero, segundo o responsável da Bholding, tem consequências graves tanto para estas empresas como para o próprio mercado. A opinião de Artur Junqueira segue o mesmo caminho, “em alguns casos a falta de negócio faz com que as pessoas baixem preços, porque têm uma estrutura para pagar. Isso por vezes gera problemas muito graves”. Do lado do cliente também parece haver um aproveitamento da crise, “Sou defensor do empresário ético. Mas há obviamente um aproveita-mento”, confessa José Eduardo, da Casa do Marquês, que refere que é importante perceber até onde se pode ir. Quando se chega a uma determinada fronteira, “temos que dizer desculpe, mas tem que procurar outra empresa”. “Nós não queremos baixar, temos sido muito coerentes nesse princípio. Somos flexíveis, mas sem baixar”, regista o responsável.

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O ÚLTIMO ITEM?“80% do sucesso de um evento depende dos audiovisuais e do cate-ring”, comenta Tiago Silva Carvalho. “Se comemos mal o evento está estra-gado”, pelo que o espanto é grande quando os clientes investem muito dinheiro em outros itens do evento, “e depois espremem o catering até ao tutano”. Opinião partilhada pelo responsável da Ibersol, “o cliente privilegia coisas como a decoração e depois no catering “qualquer coisa serve””, e isso é algo completamente desajustado. Para Artur Junqueira, e regressando à questão do preço, é importante que os clientes percebam a diferença entre catering e restauração. “Catering é um serviço de alfaiate, e

TRÊS PERGUNTAS A JOSÉ E DUARDO, C ASA DO MARQUÊSOS ESPAÇOS PARA EVENTOS JÁ ESTÃO PREPARADOS PARA RECEBER AS EMPRESAS DE CATERING?Esse é um problema, de facto. Temos necessidade de espaços. Lisboa precisa de espaços para ser competitiva em relação a outras cidades europeias. Os responsáveis desta área têm feito, no entanto, um bom trabalho. Nós temos uma média de três/quatro eventos por dia, estamos constantemente a montar estruturas. Temos todos os meios para chegar a qualquer lugar e montarmos uma estrutura que dê resposta.

COM ESTA CRISE, COMO ESTÁ O RELACIONAMENTO DA CASA DO MARQUÊS COM A BANCA E COM O ACESSO AO CRÉDITO?Já recorremos ao financiamento, mas neste momento não. Estamos a dar um passo para profissionalizar ainda mais a empresa e para termos uma maior capacidade de resposta, o que nos vai obrigar a alguns investimentos. É reconhecido que a banca portuguesa está com dificuldades, todavia há outras entidades financeiras e mesmo bancos estrangeiros sem esses problemas.

A POSSIBIL IDADE DE ABRIR A EMPRESA A NOVOS MERCADOS É UMA HIPÓTESE?Temos sido sondados, nomeadamente por Angola. Mas são mercados que desco-nhecemos, com características diferentes. Tenho dificuldade em me situar numa realidade angolana. Não está nos nossos horizontes, no dia de hoje, estarmos a embarcar para uma aventura para Angola. Angola é um mercado em grande desenvolvimento, mas para já não.

um restaurante é serviço de pronto-a--vestir”. Se no primeiro é quase tudo variável, há que contratar empregados, resolver as questões da logística, nos restaurante há custos fixos, e quanto mais se vender, mais se amortizam os referidos custos. José Eduardo acredita que, hoje em dia, as pessoas dão mais importância ao catering, que “antes era uma actividade da segunda divisão”, numa analogia com o futebol. Também porque antes quem fazia o catering era uma “empresazinha, em que ela cozinhava, e ele atendia os clientes”. Só depois apareceram empresas como a Casa do Marquês. Hoje o catering é fulcral num evento.

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HIGIENE E SEGURANÇA ALIMENTARÉ uma questão essencial. “Existem empresas de catering e existem as pseudo empresas de catering, que não têm estrutura, onde se cozinha em casa, ou no restaurante, e que não têm condições nenhumas de higiene e segu-rança”, comenta Tiago Silva Carvalho, da Bholding, pelo que se contam pelos dedos de uma mão as boas empresas de catering. “Há um mercado antes e pós ASAE”, explica José Eduardo que considera a actuação da entidade como “muito válida”, apesar de algumas convulsões iniciais. “A ASAE veio criar uma consciência muito grande nas pessoas e exigência ao nível da higiene e segurança alimentar”, admite Artur Junqueira. “Felizmente”, diz, “há clientes conscientes e que não arriscam em contratar um operador que não cumpra os parâmetros”.

AS MATÉRIAS-PRIMAS “Temos fornecedores perfeitamente identificados e defendidos”, diz José Eduardo, da Casa do Marquês, que no entanto admite que os preços dos produtos subiram. No entender de Artur Junqueira não é difícil encontrar boas matérias-primas, “é difícil encontrar bons produtos a um preço que permita depois vender pelo valor que os clientes finais querem”. Tiago Silva Carvalho afirma que é cada vez mais complicado encontrar boas matérias-primas. “Cada vez mais não têm qualidade, porque o ciclo é mais curto”, e exemplifica com o caso dos morangos, que antes existiam uma vez por ano, portanto um ciclo, e hoje cumprem quatro a seis ciclos. “Há necessidade de produto, a tecnologia faz com ele cresça, mas o paladar, sem dúvida, não é o mesmo”, refere, conside-rando esta uma questão difícil de gerir.

QUESTÃO CRÍTICA: EMPREGADOSComo os eventos variam naturalmente de dimensão, na altura de recorrer a trabalhadores temporários, encon-trar bons colaboradores pode ser uma dificuldade. Nota-se a falta de formação na área e por isso na Casa do Marquês forma-se o pessoal, “isto é uma universi-dade”, comenta José Eduardo. Para Artur Junqueira não é assim tão difícil contar com bons colaboradores. “Fidelizamos um conjunto de 30/40 colaboradores extra que quando precisamos, recru-tamos. E quando são necessários 200 empregados também se arranja”. Já Tiago Silva Carvalho diz que para a cozinha é fácil encontrar pessoas com valor e vontade, porque a cozinha criou uma carreira, mas que para a sala é mais complicado. “O português não quer trabalhar na sala, acha que é um trabalho menor, enquanto que estar numa cozinha hoje em dia é prestigiante”.

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TRÊS PERGUNTAS A T IAGO S ILVA C ARVALHO, B -HOLDINGHÁ UMA TENDÊNCIA PARA A SIMPLIF ICAÇÃO DO CATERING?Na minha opinião há uma tendência para as pessoas voltarem a comer. Antigamente, nos eventos, as pessoas comiam bem. Depois houve uma tendência de evolução de cozinha um pouco estranha, fomos à nouvelle cuisine e entrámos no molecular, uma linha completamente fora da caixa, quase a roçar o bizarro. Tudo para criar sensações. Comer é uma sensação, mas às duas por três já perdemos o norte. Há um retrair disso, e uma evolução no sentido de se voltar a comer e voltar a ter carne, peixe, legumes, agora trabalhados e apresentados de forma diferente.

ONDE É QUE ESTÁ A MAIOR MARGEM DE INOVAÇÃO?Existe uma coisa que é a base, que é o bom serviço. E a sala não evolui muito, só se formos excêntricos. Há evolução ao nível de conceitos de decoração, de formatos. Há dez anos não se usava o lounge, hoje é comum, há cinco anos não se usava vidro, hoje em dia é banal, não se usavam acrílicos, agora usam-se. E as decorações dão muita vida aos eventos. Depois o que nós chamamos a cereja em cima do bolo é sem dúvida a cozinha, porque toda a maquinaria que vai aparecendo, e vai estando ao dispor do Chef, vai permitindo fazer coisas novas e diferentes.

ESSA INOVAÇÃO PASSA PELA BUSCA DE NOVOS SABORES?Mais pela busca de sabores antigos. Voltar a sentir um arroz de tamboril ou marisco, um leite creme como antigamente. Não há ninguém, desde o CEO ao operário, que não goste de leite creme, de arroz doce, de bacalhau... a forma de o servir, de o apresentar, é que é importante. Podemos apresentar num shot, numa tulipa com um crocante, é um bocadinho esse conceito que tentamos agarrar.

FENÓMENOS DE FUSÃOA Ibersol protagonizou uma alte-ração no mercado com a compra de duas grandes empresas de catering: a Solinca e a Silva Carvalho Catering. Para José Eduardo é inevitável que se assistam a outros fenómenos de fusão, sendo que para este responsável “a questão é depois o posicionamento dessas empresas e como fazem a junção entre uma cultura de massas e uma de luxo”. O que acontece, diz o respon-sável da Casa do Marquês, “é que quando as grandes empresas querem engolir as mais pequenas, esquecem este pormenor”.Tiago Silva Carvalho acredita que “há uma tendência para outras empresas se juntarem, para ganharem dimensão”. Mas alerta que quem faz bem um

catering de menu com requinte, qualidade e pormenor, não faz bem um festival, por exemplo. “O que acho que vai acontecer no mercado é que as empresas vão ter necessidade de se definir”, considera Tiago Silva Carvalho. E quem já o fez, está melhor colocado neste momento. A tendência é, no entender do rosto da B-Holding, de algumas empresas desaparecerem. Artur Junqueira, da Ibersol, começa por esclarecer que o catering repre-senta uma parte pequena do negócio da Ibersol, mas que não deixa de ser importante. “As aquisições foram uma oportunidade que surgiu de tentar ganhar quota de mercado”, até porque o negócio do catering necessita de dimensão. O responsável considera que ainda vão ocorrer mais concen-trações e que alguns operadores irão mesmo sair do mercado. “Os eventos,

como o próprio nome indica, são eventuais. Ou há uma sucessão grande e volume de negócios interessante que permita ter uma estrutura de suporte à operação, que por seu lado me vai permitir concretizar com qualidade um grande número de eventos, ou tenho que aligeirar a estrutura. Claro que se aparecem dois ou três eventos no mesmo dia já não tenho capacidade de resposta”, explica Artur Junqueira. A integração da Solinca – a mais recente - está a correr muito bem e esse é o feedback dos clientes, diz Junqueira. E com Solinca e Silva Carvalho não há risco de sobreposição? O responsável diz que os posiciona-mentos são diferentes: “há diferenças claras de serviço e de proposta gastro-nómica, a Silva Carvalho mais virada para a cozinha internacional e a Solinca mais baseada na tradicional”.

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EXCLUSIVIDADE NOS ESPAÇOSaltos. “Quem tem um sítio exclusivo, não pode, não deve, furar o equilí-brio do mercado”, diz. No entanto, José Eduardo admite que o que mais o preocupa é a questão do Estado, “que tem sítios onde impõe exclusividade. Isso é perigoso e suspeitoso. É preciso estar atento a como se fazem estas coisas, quais são as contrapartidas. Há aqui um equilíbrio que tem que ser encontrado”. Artur Junqueira admite que por vezes a sua empresa beneficia dessa exclusividade, “ e em alguns casos isso é legítimo, quando exige investimento, quer de comerciali-zação, quer monetário, no espaço. Não faz sentido investir e depois vir outro fazer o trabalho”. Por outro lado um

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Há vários espaços para eventos com empresas de catering em regime de exclusividade. Grosso modo isso significa que um organizador quando tem um evento nesse espaço é “obri-gado” a contratar esse catering. Para José Eduardo é tudo uma questão de acordos, “depende de quem está e de quem é. Se for uma empresa como a nossa tem óptimos resultados”. “Vejo a situação com naturalidade desde que as entidades consigam ter uma relação preço/qualidade equili-brada”, comenta. A situação torna--se no entanto um abuso, segundo o entrevistado, quando a qualidade é péssima e o operador se aproveita da exclusividade para praticar preços mais

esquema em que qualquer operador pode utilizar o espaço também pode prejudicar e o próprio venue tem interesse em proteger a sua posição. O modelo Alfândega do Porto é apon-tado como um bom exemplo por Artur Junqueira. Neste espaço o organizador tem quatro fornecedores de catering à escolha que conhecem bem o espaço e dão garantias de qualidade, explica. E assim evitam-se “operadores de vão de escada, que não pagam o IVA, não estão na economia real, fazem um serviço e degradam o espaço”. No fundo a Alfândega é o exemplo de uma solução de compromisso.

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TRÊS PERGUNTAS A ART UR JUNQUEIRA , IBERSOLHOUVE UMA EVOLUÇÃO EM TERMOS DE EQUIPAMENTOS INDUSTRIAIS DE APOIO AO CATERING?De confecção sim, de regeneração nem tanto. Na confecção, o que se tem que fazer é a produção nas formas mais ou menos clássicas: frigideiras, fornos, fogões. A questão da temperatura é crítica neste processo, temos que fazer abatimento da temperatura e o produto é conservado em embalagens próprias, seguindo para os eventos em carros frigoríficos. No evento desembala-se, o produto é regenerado, passa para uma temperatura de segurança, acima dos 70 graus, e é guardado em estufa até ser servido. Na parte do embalamento, do abatimento da temperatura, de conservação, houve muita evolução. Na parte de regeneração nem por isso.

AS QUESTÕES DA SUSTENTABIL IDADE SÃO POUCO RELEVANTES AINDA? Isso ainda é complicado. Há barreiras intransponíveis. Tentamos introduzir algumas coisas, estamos a usar garrafas de vidro para haver reutilização, fazemos a separação de todos os lixos, estamos em alguns congressos a utilizar os water dispenser (dispensador de água), em vez de milhares de garrafinhas. O depar-tamento de compras da Ibersol tenta privilegiar os produtores nacionais e evitar ao máximo as importações, mas em alguns casos a indústria portuguesa não responde. É uma questão de princípio. A própria Ibersol tem adoptado normas de sustentabilidade e responsabilidade social importantes, que podem ser consul-tadas na Internet.

E O QUE FAZEM ÀS SOBRAS DOS EVENTOS?Os eventos geram muitas sobras e existem programas patrocinados pela UNICEF de alerta para o cuidado que os convidados devem ter na confirmação das presenças. Continuamos a ter problemas enormes com o desperdício quase imoral dos congressos. Quando é possível, doamos essas sobras a instituições de caridade, temos duas obras no Porto e uma em Lisboa. O problema é quando sobram dez doses, não é rentável, nem é possível irem recolher. Mas é uma experiência que apesar de tudo tem corrido bem.

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CONHECIDOS CHEFS AMBICIONAM DAR CARTAS NO CATERINGé uma novidade para este cozinheiro, “na verdade, foi a primeira marca/serviço que criei na minha empresa, por considerar que é uma área muito inte-ressante e desafiante. Há empresas que já são nossas clientes há vários anos e isso é muito compensador pois significa que reconhecem a qualidade, o profis-sionalismo e a segurança dos nossos serviços. E os clientes estão dispostos a pagar mais por melhor qualidade? “Acreditamos que é possível ter um catering inesquecível e acessível”, afirma Avillez. As diferenças entre cozi-nhar num restaurante e num catering não são assim tão relevantes, “acredito

Os exemplos de Chefs de renome que se lançam no sector do catering são variados, mas o mercado olha-os com alguma desconfiança. Até que ponto o catering é compatível com a criati-vidade que um Chef pode apresentar por exemplo num restaurante, onde as condições de trabalho são necessaria-mente outras? Fomos conversar com José Avillez. “Enquanto Chef, o meu objectivo é oferecer as melhores experi-ências gastronómicas. Os restaurantes, o take-away e o catering são apenas diferentes formas de concretizar esse objectivo”, explica o responsável da José Avillez Catering. A área do catering não

que com conhecimento, criatividade e organização podemos fazer qualquer trabalho. Nenhuma destas competên-cias se esgota, nem se aplica apenas a um tipo de serviço. Pelo contrário, a experiência ganha em diferentes áreas enriquece-nos, torna-nos mais conhe-cedores, mais criativos e mais organi-zados. O catering é um serviço versátil e flexível que pode ser tão criativo como o trabalho desenvolvido num restaurante, tudo depende, obviamente, das condi-ções”, termina.

Cláudia Coutinho de Sousa

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A S T E N D Ê N C I A S N A A L I M E N TA Ç Ã OÉ óbvio que ca ter ing é mui to mais do que o s imples acto de entregar a l imentos prontos a consumir. Tem componentes concretos de ser v iço e confo r to , mas também e lementos intangíveis como charme e requinte . O acto de a l imentar pessoas é centra l no concei to de ca ter ing e , como ta l , não está a fastado das tendências que inf luenciam o resto do secto r a l imentar.

A E V O L U Ç Ã O D A C A D E I A A L I M E N TA R .Para quem ainda se lembra como as coisas eram nos anos 70 e 80 vale a pena registar como a alimentação evoluiu no entretanto. As origens dos alimentos, a variedade dos alimentos e produtos alimentares, a maneira como os compramos e os sítios em que compramos, a tecnologia usada para os processar e confeccionar, – tudo mudou. Inicialmente estas mudanças eram conduzidas essencialmente pelos desenvolvimentos tecnológicos. Novas soluções de cultivo, colheita, proces-samento, embalagem, transporte etc., foram inventadas e incorporadas na cadeia alimentar e usadas para fornecer comida aos consumidores. A maior parte dos quais eram algo indiferentes a factores como segurança e quali-dade. Nos anos 70 e 80 era mesmo assim, o imperativo era processar os produtos da agricultura de maneira a torná-los estáveis e seguros. Nos anos 90 começou a haver uma evolução no

sentido de tornar os produtos, por um lado, mais naturais e menos processados, e por outro, que precisassem de menos trabalho antes de serem consumidos. Com esta evolução começou a tendência que hoje é uma banalidade – o poder do consumidor. Ou seja, começou com a cadeia a tentar apresentar produtos que agradavam ao consumidor, mas a lógica foi, ao longo do tempo, invertida. Deixámos de produzir e tentar vender e começámos a ir ao encontro do que o consumidor quer, adaptando a nossa produção com isso.É a partir desta altura que começámos a assistir à implantação de tecnologias que permitiram esta inversão de lógica – por exemplo, o estabelecimento da cadeia de frio numa forma mais distri-buída e os grandes desenvolvimentos na área de embalagem alimentar. Os anos 90 foram também o início da explosão da dita distribuição moderna – os super e hipermercados e suas marcas

próprias. Cheguei a Portugal em 1990 e só havia um hipermercado em Portugal – o Continente de Matosinhos. E agora a tendência principal nos países desenvolvidos é a procura de saúde através da alimentação. Mas antes de desenvolver mais esta área tão complexa e multifacetada talvez seja melhor responder à pergunta:

Que tem isto a ver com catering?Em primeiro lugar , as empresas de catering são intermediárias no processo de alimentação – compram as mesmas matérias-primas e produtos trans-formados que estão disponíveis no mercado moderno; em segundo lugar , a tecnologia de preparação e confecção evoluiu em paralelo com os desenvol-vimentos na indústria agro-alimentar e assim as possibilidades em termos de variedade acompanharam as deste

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sector; por último, os consumidores de catering são os mesmos do mercado retalhista e têm os gostos, expectativas e exigências evoluídos, já condicionados por este sector.

Mais do que uma tendência a saúde é um prisma através do qual temos de ver a alimentação. A complexidade do assunto torna-o praticamente indecifrável, abrangendo questões tão díspares como as pandemias de obesidade e outras patologias asso-ciados ao consumo excessivo no mundo desenvolvido, a pobreza e a insegu-rança no mundo em desenvolvimento, os conceitos de apetite e saciedade nas suas vertentes sociológicas, psicoló-gicas, neurológicas e fisiológicas, até a venda de produtos que podem, supos-tamente estender as nossa vidas, tanto em anos como em qualidade de vida. Numa leitura mais focada no papel do operador na cadeia – neste caso a empresa de catering –, este também tem de estar atento às mudanças dos hábitos e às expectativas. O consu-midor que, no seu quotidiano, tenta seguir as opções saudáveis – seja ele bem informado ou não -, vai também manter estes valores quando efectua as suas opções de catering. E clientes corporativos também não podem ignorar os padrões de consumo dos seus próprios clientes ou convidados.

O E I X O S A Ú D E - C U I D A R O C O N S U M I D O R .Infelizmente há uma tendência, em muitos casos, de limitar o nível de debate sobre alimentação e saúde. A mera redução de sal, redução das gorduras, especialmente as saturadas, redução de açúcares, à inclusão de ingredientes funcionais, i.e. que têm efeitos para além da simples susten-tação, como baixar o colesterol, e comer mais frutos e legumes. Embora estas medidas sejam louváveis para citar uma t-shirt promovida por um famoso comunicador de ciência inglês, Ben Goldacre, I think you’ll find it’s a bit more complicated than that! (Acho que vai descobrir que é um pouco mais complicado do que isso!)

O meu apelo pessoal é para que haja um aumento da sofisticação na resposta aos desafios que a saúde representa, por par te de todos os operadores na cadeia.

Só assim é que o sector pode ajudar na mudança, e só assim é que vai encon-trar as oportunidades de diferenciação. A crescente presença de licenciados em Nutrição e disciplinas afins, Engenharia Alimentar por exemplo, no sector de catering e restauração é um excelente sinal. Espero que eles consigam ajudar a efectuar a mudança.

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H O J E O P R E Ç O É M A I S S I G N I F I C AT I V O D O Q U E E R A A N T I G A M E N T EEsta é uma entrev ista de carre ira , po rque fa lar de ca ter ing em Po r tugal é fa lar inev i tavelmente de José S i lva Car va lho. Apesar de hoje em d ia estar a fastado do ca ter ing para eventos e dedicado tota lmente à restauração, S i lva Car va lho mantém-se um obser vado r a tento do secto r e av isa que com esta ver t igem de esmagar preços, a t ingiu-se o l imi te de se conseguir ganhar d inheiro.Qual foi o seu percurso até chegar à área do catering?Inicialmente a minha vida foi comple-tamente diferente, completei a minha licenciatura em medicina e exerci durante 25 anos. Simultaneamente tinha uns espaços comerciais em Sintra que me obrigaram a fazer uma opção entre a vida profissional de médico e a vertente dos restaurantes e, poste-riormente, do catering. Optei pelo catering, um pouco também porque os meus filhos mais velhos começaram a trabalhar comigo. O primeiro grande desafio em termos de catering foi a Expo98 em que ficámos com a respon-sabilidade do Pavilhão do Território, e

com um grande evento que foi o jantar de Macau na Exposição. Seguiu-se, depois, o nosso maior desafio e que foi servir o jantar oficial da transição de Macau para a China. Decidimos então investir no catering, com a Silva Carvalho Catering, e de uma forma em que fosse possível a internacionali-zação. Construímos uma unidade com 4 mil metros quadrados, onde criámos um espaço, o primeiro a ter uma licença sanitária para desenvolver a actividade de catering ao nível nacional e internacional. A partir daí come-çámos a ter vários eventos, sobretudo em Portugal.

Olhando para este sector do catering, como o avalia nestes últimos anos? Vivemos um momento completamente diferente do que se vivia há cinco anos atrás. Na altura em que eu estava à frente da Silva Carvalho Catering, tínhamos um preço médio de refeição e um estilo que nos permitia ter um cliente médio-alto. Só que para esse cliente médio-alto, neste momento, o preço é mais significativo do que era antigamente. Vive-se mais do preço do que da própria qualidade.

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O cliente olha para o preço e negoceia até ao cêntimo?Desde há algum tempo que estou dedicado à restauração, mas pelo que tenho conhecimento, a situação é de facto muito complicada. Há menos congressos, incentivos, e os preços são substancialmente mais baixos.

Chegou-se ao limite do razoável?Chegou-se ao limite de se conse-guir ganhar dinheiro. Penso que há empresas que já estão a vender só para poderem ter negócio. A Silva Carvalho Restauração tem neste momento cinco restaurantes e nota-se uma certa quebra, não da quantidade de pessoas, mas sim de facturação. As pessoas hoje consomem menos e consomem produtos mais baratos.

E a tendência tem sido para uma simplificação cada vez maior, em termos de processos e de ementas, justamente por causa dessa batalha pelo preço?A ideia de gastar por exemplo 100 euros por pessoa numa refeição é, neste momento, impensável. Se a média antigamente andava entre os 75 e 100 euros por pessoa, hoje andará pelos 40/45 por pessoa. Houve uma quebra de 50%. Há menos vendas e menor poder de compra, o que faz com que haja uma consequente redução de investimento na apresentação de novas ideias, decorações.

A ASAE MARCOU POSIT IVAMENTE O SECTORSente que os clientes têm consciência dos riscos que estão envolvidos nesta actividade?Hoje as empresas têm de certeza abso-luta a preocupação em oferecer garan-tias de higiene e segurança alimentar a todas as pessoas, mas penso que o cliente está mais preocupado com o preço do que em saber como o produto final chega à mesa.

O aparecimento da ASAE, como marcou esta evolução?Muito positivamente, embora com excessos, sobretudo na fase inicial. Houve uma alteração de paradigma relativamente à alimentação.

Essa vossa opção de ter uma licença sanitária partiu de dentro? Ou na altura sentia-se a pressão por parte dos clientes?Não se sentia pressão nenhuma, foi uma estratégia nossa. Achávamos que poderia ser uma mais-valia muito importante, e foi uma óptima aposta termos conseguido a licença sanitária, permitindo-nos explorar sem qualquer problema a parte de catering. Outra coisa muito importante é a qualidade da gastronomia portuguesa. Temos produtos de muita qualidade, um peixe e carnes óptimos. Podemos concorrer ao nível internacional com qualidade. E temos demonstrado isso às pessoas que vêm cá.

Fala-se muito na crise que o país vive, e na opção de que abdicámos de produzir certas matérias-primas, que depois são usadas na gastronomia. Vê isso com preocupação?Foi um erro termos acabado com a agricultura e pescas. Foi algo que nos foi imposto, mas hoje é um aspecto alta-mente negativo. Nas grandes superfícies a maior parte dos produtos vêm de fora, isso para a nossa balança de pagamentos é dramático. Devíamos voltar a pensar na terra, no mar, e tirar daí todos os proveitos, de modo a podermos importar menos e ter produtos mais baratos.

DIFICULDADE DE ENCONTRAR BONS EMPREGADOSE ao nível do pessoal? Existe gente qualificada, disponível?Uma das grandes dificuldades que temos é encontrar colaboradores. Penso que tem que haver mais profis-sionalismo, mais ambição em termos profissionais, não pensar que a última profissão que se pode ter é a de empre-gado de mesa. É uma profissão digna como outra qualquer, e que terá que ser valorizada. A primeira imagem de um restaurante é a maneira como o cliente é recebido. Isso é fundamental. É muito difícil arranjar as pessoas certas para os sítios certos. Posso dar um exemplo, nós publicamos quase diariamente anún-cios para contratar empregados. Em dez entrevistas marcadas, são capazes de aparecer dois. E há uma dificuldade adicional, encontrar pessoas que tenham qualificação. Esse é um dos grandes problemas da hotelaria.

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Parece-lhe que isso resulta de uma falha do sistema de ensino, que não prepara pessoas para esta área?Durante muitos anos tivemos poucas escolas de hotelaria. Hoje estamos melhores, mas penso que é preciso dar uma formação prática e não só teórica. Depois a hotelaria, a restauração, são bastante exigentes, um empregado de mesa muitas vezes está cerca de 12 horas, não a trabalhar, mas com o seu tempo ocupado, por causa dos horários repartidos.

Uma das características desta activi-dade é o facto de cada um de nós ser um especialista. Todos temos uma opinião sobre a comida. Que tipo de dificuldades existem em servir fora de portas, que podem condicionar a percepção da comida?O grande problema que existe em fazer um serviço fora de portas é o espaço. Apercebemo-nos desde muito cedo que era necessário ter materiais nos bastidores que nos facilitassem a vida a esse nível. Fomos pioneiros em trazer para Portugal uns dispositivos, umas aranhas que permitiam, num espaço relativamente pequeno, 1,5 m2, colocar 180 pratos. Antes disso, colocavam--se uma série de tábuas com os pratos espalhados. Isso foi uma inovação, na altura um grande sucesso. Penso que fomos a primeira empresa a deixar de servir em travessa e a servir empratada. Primeiro porque a apre-sentação é completamente diferente, depois porque o serviço do empre-gado de mesa é facilitado. Chegámos à conclusão de que um empregado a servir uma mesa de dez pessoas demora no mínimo oito minutos, ou seja a comida quando acaba de ser servida está pouco quente. Por isso introduzimos um sistema de servir mesa completa por mesa completa: cinco empregados com um prato em cada mão, colocávam-se atrás dos clientes e serviam simultaneamente os dez. Num minuto, toda a gente come-çava a comer. E várias outras inovações

que fomos introduzindo. Íamos a muitas feiras, sobretudo para comprar materiais decorativos. E depois aquela grande experiência de Macau deu-nos uma bagagem fantástica que nos permitiu fazer coisas em Portugal com mais facilidade. E foi assim que a empresa se dinamizou, até dividirmos o negócio entre restauração e catering. Como sabem, a parte dos eventos é hoje explorada pela Ibersol.

Como é que encara um fenómeno cres-cente de Chefs que se tornam extre-mamente conhecidos, de que forma o papel destes tem evoluído e é reconhe-cido nesta actividade?Melhorámos imenso, devido às escolas, à internacionalização. Hoje é muito mais fácil um individuo que acaba um curso de cozinha fazer um estágio lá fora, adquirir experiência e trazê-la para Portugal. Em termos de catering acho que o sucesso desses grandes Chefs não é muito grande e não se traduz em grande evolução. As pessoas optarem por esta empresa de catering ou por aquela porque está A, B ou C à frente da mesma... não é por aí. E é um pouco efémero... a comida desses Chefs não se adequa muito ao catering de eventos. É uma cozinha muito traba-lhada e é complicado. Penso que ao nível dos restaurantes, sim, evoluímos imenso ao nível da qualidade.

“HÁ EMPRESAS MUIT ÍSSIMO BEM PREPARADAS ”Enquanto observador do mercado do catering, acha que se contam pelos dedos de uma mão as boas empresas?Penso que há empresas muitíssimo bem preparadas para poderem dar todas as garantias em termos de higiene e saúde alimentar. E continuam a existir empresas que não têm condições nenhumas para poderem exercer essa actividade, mas que a exercem.

A crise pode servir também para limpar o mercado destas empresas?Algumas empresas já desapare-ceram do mercado, isso é um facto. As maiores empresas de catering são aquelas que têm mais defesas e conseguem reduzir custos. E como têm muito trabalho conseguem sobreviver. Para as outras a situação é mais difícil.

Essa capacidade de conseguir manter a estrutura é um elemento crítico?Eu penso que é assim para todas as empresas. E há uma retracção do inves-timento, isso também é indiscutível.

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Isto vai abrir a porta a fenómenos de fusão, concentração?Penso que o que as empresas estão a fazer passa pela redução de custos, negociando preços com fornecedores, tentando manter o preço durante um ano, e diminuição de pessoal, adaptando-o às circunstâncias. É a única hipótese de sobrevivência sem grandes sobressaltos.

O que é que seria necessário para inverter esta situação? Havendo uma pressão para que a área do catering se torne mais simples, isso leva a um empobrecimento da própria activi-dade, da imagem do sector?Acho que depende do que se consi-dere imagem. Podemos dar a mesma qualidade com produtos diferentes. Por exemplo usar materiais de qualidade boa, mas inferior à de antigamente, utilizar um atoalhado mais simples, mas com determinada qualidade, as decorações florais em vez de serem altamente sofisticadas serem mais simples, os talheres ao invés de serem de uma determinada marca, serem de

DEZ PERGUNTAS A JOSÉ S ILVA C ARVALHOBENFICA OU SPORTING?Sporting

CARNE OU PEIXE?Peixe

CAMPO OU PRAIA?Campo

COMER EM CASA OU NO RESTAURANTE?Casa

ÁGUA OU VINHO?Água

REFEIÇÃO INESQUECÍVEL?Hotel Vila d’Este, Lago de Como, Itália, pela envolvência

COMPANHIA IDEAL À MESA?A minha mulher

SE JUNTASSE NUM ALMOÇO CAVACO SILVA E JOSÉ SÓCRATES, O QUE PROPUNHA DE EMENTA?Deixe-me pensar para não dar uma resposta desagradável (risos). Acho que deviam comer um prato tradicional português.

SERVIÇO DE CATERING QUE NUNCA ESQUECEU?A cerimónia de transferência de sobe-rania de Macau para a China

JÁ FEZ MAIS DE 100 KM PARA COMER UM PRATO?Vou a restaurantes de propósito para comer determinados pratos.

uma de qualidade um pouco inferior. Se o cliente não estava habituado ao outro regime, não nota grande dife-rença. Também em termos de empre-gados, em vez de se utilizar um empre-gado para cada 10 pessoas, passar a ser um para 15, e tem que se sensibilizar o empregado de que tem que ser mais rápido, dinâmico, dar mais de si, para que o serviço se mantenha com a mesma qualidade. Temos de nos mentalizar que o país está em dificul-dades económicas muito grandes e as pessoas têm de ajudar a resolver os problemas das suas empresas. Nada se faz sem uma equipa.

Estamos numa fase de resistir?Quem conseguir resistir nesta fase, dentro da lógica, não terá dificuldades nenhumas em se manter no mercado e evoluir positivamente. Acho que estamos no pico da crise, pior do que isto dificilmente existirá.

Cláudia Coutinho de Sousa

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O E S P E C T Á C U L O D A C O M I D ACOOKING LAB: APRESENTAÇÃO TÃO IMPORTANTE QUANTO O SABOR Quando entrámos nas instalações da Cooking Lab ocorreu-nos de imediato que o nome da empresa não poderia ter sido mais bem escolhido. Neste espaço a cozinha é um laboratório, e as panelas coexistem com os tubos de ensaio. Aqui, por exemplo, descons-trói-se o tradicional arroz doce: a canela é apresentada na forma de uma folha maleável, o limão trans-forma-se num suspiro que se desfaz em pó e o creme de arroz fica um gelado quando está quente e derrete quando fica frio. Ficou interessado? Sabia que a Cooking Lab tem uma área de eventos?

área de eventos da Cooking Lab exem-plifica, “por que é que quando pomos uma massa no forno ela se transforma numa esponja, ou quando pomos uma carne na frigideira ela passa de vermelha a acastanhada/acinzentada, e porque que é que quando batemos as claras elas ficam em castelo?” São estes e outros acontecimentos/fenó-menos que procuram ser respondidos por este ramo da ciência, que tem uma grande componente de física e de química, explica a responsável. Aliás os primeiros passos desta ciência foram justamente protagonizados pelo físico Nicholas Kurti e o químico Hervé This, que usaram pela primeira vez a expressão “gastronomia molecular”.

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O QUE É A GASTRONOMIA MOLECULAR?Na Cooking Lab investiga-se e estuda--se a gastronomia molecular e os resul-tados podem ser produtos tão variados como gelados de azoto líquido, pasta de azeite, espumas, charutos comes-tíveis ou um gin tónico em forma de cubo. Produtos que podem causar alguma resistência, mas cujo efeito pode ser espectacular. Comecemos pelo início. Simplificando... a gastronomia molecular é a ciência que estuda aquilo que acontece na cozinha. Joana Viegas, engenheira química, e responsável pela

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UN IQUE FOOD E VENTS A Cooking Lab é um projecto de um grupo de engenheiras químicas e de uma arquitecta paisagista que tinham um gosto enorme pela cozinha. Começaram a ir a alguns congressos do investigador Hervé This, e recolheram informação e conhecimento que permitiram trazer para o nosso país a gastronomia molecular. E se começou como uma espécie de brincadeira, o interesse que o trabalho deste grupo suscitou nos Chefs rapidamente obrigou a levar tudo muito a sério. “Os Chefs têm problemas na cozinha, para os quais não encontram solução porque não têm conhecimentos de química”, explica Joana Viegas, dando um exemplo muito simples: apesar de parecer impossível “há uma solução para juntar água com azeite” e confec-cionar um prato misturando os dois ingredientes. E foi nesse sentido que os Chefs vieram à procura deste grupo de engenheiras químicas. Além disso, precisam de ter sempre criações novas e inovadoras e os inputs que o grupo lhes podia fornecer eram interessantes. A visibilidade cresceu muito, até ao nível dos media. Estavam então reunidas as condições para a criação da Cooking Lab que, numa primeira fase, se concentrou na área das formações, para além da investigação. Actualmente os eventos são também uma aposta da empresa que criou para o efeito a marca Unique Food Events. “O que fazemos são aponta-mentos, não confeccionamos menus do início ao fim”, esclarece Joana Viegas, “tudo o que são cocktails com finger food sim, fazemos a parte do cocktail, da bebida, do salgado, do doce, porque são pequenos, mas um menu inteiro, com um prato de carne ou um prato de peixe, não”. Para isso estabelecem parcerias com Chefs. “Conseguimos criar coisas engraçadas. O cliente procura algo de memorável para o evento”, e isso pode ser conseguido através da comida.

“NÃO QUEREMOS SER O TRADIC IONAL DO CROQUE TE E DO R ISSÓL”A empresa é sobretudo procurada, para além dos Chefs, por empresas de catering e agências de eventos. “Criámos um cubo gelificado de gin tónico e o convidado ao fazer um brinde, em vez de beber, come. Foi um pouco nesse sentido que vieram à nossa procura”, explica Joana Viegas. As empresas também se interessaram pelos serviços da Unique Food Events, quando, por exemplo, “têm que fazer um programa de fim-de-semana e pedem-nos para fazer workshops para os clientes”, conta. E o que pedem os clientes? “Há duas visões da Cooking Lab, a visão do molecular, da química, das coisas esquisitas, que são giras mas não arrisco, e depois há quem queira só inovações, coisas com muito fumo”, explica. No primeiro caso a empresa desenvolve menus mais tradicionais, ainda que sempre com inovação. “Não queremos ter o tradicional croquete e rissól, não temos nada contra, mas para isso já há muitas empresas que os fornecem”. O número de participantes no evento pode ser um problema, de modo que, dependendo do número, a empresa pode sugerir apenas um apontamento ou outro.

O C ATERING É V ISTO COMO UMA E XPERIÊNCIA“Quando nos fazem uma consulta, a primeira pergunta é: qual é o tema? E dentro das nossas técnicas, cons-truímos o produto”, sendo que a apresentação é tão importante quanto o sabor. “Gostamos de provocar um sentimento, que as pessoas digam “uau, um charuto comestível!”. Mas depois tem que ter um bom sabor, senão o impacto perde-se. E até que ponto este fenómeno de moda pode condicionar a evolução da Cooking Lab? Será expectável que as pessoas percam um pouco o interesse por este arrojo? Na opinião de Joana Viegas vai sempre haver a procura pelo diferente, pela inovação. E há sempre espaço para inovar. “O que trazemos para Portugal é uma moda, os gelados com azoto líquido, os caviares, as espumas, mas lá fora, noutros continentes, já nem podem ouvir falar mais disto. E sem dúvida que isso vai ficar esgotado, mas por isso é que somos uma empresa de investigação e desenvolvimento para encontrar outros motivos de interesse”, explica a responsável. No entanto, é difícil antecipar novas modas, diz. De qualquer forma, o espírito da Cooking Lab é o de surpreender, jogar com os sentidos e com as emoções, “as pessoas pensam que vão comer uma cereja e afinal é um foie-gras, por exemplo. “Queremos fazer a cozinha como se fosse um espectáculo”.

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C AT E R I N G S U S T E N T Á V E LO C ASO DO CENTRO DE CONGRESSOS DO ESTORILNo sector dos eventos, o Centro de Congressos do Estoril (CCE) é a entidade pioneira em Portugal em termos de sustentabilidade, e estabelece o exemplo a seguir no que toca ao compromisso com o meio-ambiente. Em Outubro de 2010, a Carta de São Paulo, assinada por 42 Chefs internacionais estabelece princípios que consubstanciam as preocupações da sustentabilidade na gastronomia. Fomos conversar com Pedro Rocha dos Santos, director do Centro de Congressos do Estoril , de modo a perceber o que é isto do catering sustentável e quais são as principais dificuldades de implantação.

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Um dos pilares do catering sustentável é o uso de produtos locais. É difícil arranjar bons ingredientes e bons fornecedores?O uso de produtos locais obviamente depende de região para região e também da época do ano. No nosso caso, e considerando que num raio de 50 km em torno do Estoril, existe não só o Oceano Atlântico, como também uma importante zona rural onde a produção local é abundante, é fácil perceber que será apenas uma questão de organização identificar quem, de uma forma regular, poderá fornecer produtos de origem local e de produção biológica. Se conside-rarmos que Cascais tem por tradição a pesca associada ao seu desenvolvimento, penso que também nesse aspecto o oceano e a tradição podem ser elementos facilitadores na obtenção de produtos e na selecção de ementas que tenham a gastronomia regional por base.

Os fornecedores fazem o rastreamento dos produtos? Por exemplo é possível saber onde foi produzido determinado ingrediente e por quem?Obviamente que atestar a proveniência e origem de um determinado produto será fundamental, mas essa é uma das premissas que tem que ser definida com os nossos fornecedores locais, garantindo transparência e confiança na relação. Um projecto de criação de marca registada da região está também em curso através de uma Agência Municipal, o que permitirá acreditar oficialmente os produtos provenientes da região, e que são produzidos dentro de parâmetros naturais certificados.

Em termos de custos, uma opção como esta representa um aumento substancial do orçamento deste item num evento?Esta é uma questão que deverá ser ponderada. Na criação dos menus sustentáveis devemos ter a preocupação de incluir um conceito de mais-valia relacionado com alimentação mais saudável mas por um custo semelhante. Este processo obrigará a sermos cria-tivos e a produzir alternativas de maior qualidade alimentar sem acréscimo de custo. Neste caso, fará talvez mais sentido servir as refeições empratadas, de modo a valorizar a apresentação e equilibrar as quantidades, de forma a garantir uma imagem de qualidade no serviço. Para conter os custos e manter orçamentos dentro do que se pratica normalmente haverá que encontrar um mix que faça sentido, salvaguardando a questão da origem e da qualidade dos

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alimentos, assim como a referência à gastronomia característica da região. Devemos transformar o catering numa experiência gastronómica criando mais- valias evidentes para a percepção global de todos os participantes no evento.

Quem são os vossos parceiros em termos de catering? É difícil encontrá-los?O CCE tem estabelecida uma relação de exclusividade com apenas um forne-cedor que garante a qualidade exigida nos nossos serviços e que pratica os mesmos princípios defendidos pelo CCE no exercício da sua actividade: profissionalismo, flexibilidade e quali-dade. A relação com o nosso fornecedor de catering, o Hotel Palácio Catering, tem vindo a ser construída ao longo dos anos e aperfeiçoada ao pormenor. Com o compromisso de sustentabili-dade do CCE e a organização de Green Events foi necessário desenvolver uma oferta de catering mais sustentável, baseada num conceito americano designado por FLOSS, que quer dizer, Fresco, Local, Orgânico, da Saison [época] e Sustentável. Dentro destes cinco princípios é possível criar menus originais e adaptados aos objectivos do próprio evento. Se o evento for

de maior intensidade intelectual há que compensar com alimentos mais dirigidos a repor energias a esse nível, e assim por diante. Como se costuma dizer o melhor caminho para o coração de alguém é através do seu estômago, pelo que entendo este pode ser um meio de sensibilizar os participantes para questões relacionadas com a sustentabilidade em geral e em parti-cular do próprio evento.

Como é que gerem a questão dos excedentes?Ora aí está uma questão séria que deve ser considerada mais do que nunca, tendo em conta os tempos adversos que correm. Quem é profissional do sector está mais do que habituado a presenciar o brutal esbanjamento de comida que se concre-tiza no final dos eventos. Normalmente produzido em excesso, pois faltar afectaria a imagem do evento, os excedentes são muitas vezes equivalentes à quantidade de comida que foi consumida. Esta situação torna-se imoral se considerarmos a quan-tidade de gente que passa dificuldades, e que poderia usufruir de uma refeição gratuita por esta via. Até há bem pouco tempo a legislação não permitia a reuti-lização dos excedentes. No entanto, por força da necessidade e das circunstâncias, vemos agora maior abertura para se orga-nizarem, em conjunto com instituições de apoio social, programas que permitam a distribuição desses mesmos excedentes.

PREMISSAS DO C ATERING SUSTENTÁVEL. Minimização dos custos energéticos. Ingredientes locais (até 100 km de distância). Produção orgânica. Menus de peixe ou vegetarianos. Proveniência dos produtos deve ser conhecida. Uso de água da torneira ou outras bebidas de produção local. Toalhas e guardanapos reutilizáveis . Serviço de porcelana e faqueiro de boa qualidade . Reciclagem e separação do lixo. Doar os excedentes a Instituições

Há um programa a tomar forma, onde está envolvido o CCE, o seu fornecedor de catering e a paróquia do Estoril que, através do chamado “Famílias SOS”, fará chegar os excedentes a quem precisa, de modo a garantir a sua qualidade. Os restantes excedentes são separados em contentores, considerando as suas carac-terísticas, e enviados posteriormente para reciclagem. A responsabilidade social e uma maior contribuição em prol do bem estar das nossas comunidades fazem parte do compromisso de sustentabili-dade defendido no modelo de negócio do CCE, pelo que entendemos ser um dever e uma obrigação considerarmos todas as questões que possam contribuir para um maior bem estar de todos, minimizando a pegada ecológica na nossa actividade.

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O E S P E C T Á C U L O D O B A R - C AT E R I N GDesde há mui tos anos que o bar é uma componente impo r tante do nosso d ia-a-dia , ret ra tada a l iás em vár ias sér ies de te lev isão (Cheer s po r exemplo) e f i lmes (Cock ta i l ) . O barman não se l imi ta a ser v ir bebidas, é um animado r, e mui tas vezes um ouvinte , ou um contado r de h istór ias . Nos eventos , o bar-ca ter ing ganha o seu espaço. Fomos conhecer duas empresas, a Moj i to Bar Ca ter ing e a Cock ta i l Team.

O ESPECTÁCULO DA MIXOLOGIA MOLECULAR

Ponto prévio: Alberto Pires é um comunicador nato. O responsável pela empresa Mojito Bar-Catering não se queixa da falta de trabalho, “Tem vindo sempre em crescendo. Os meus concorrentes directos são os caterings convencionais, bastante fixados na linha clássica da hotelaria, e que não têm este conceito de bar”. Muitos

dos clientes são os hotéis, “levamos o equipamento todo para o hotel, e eles não têm de se preocupar com nada”, explica. Eventos são mais do que muitos, e bastante diversificados, “fazemos muita coisa durante o dia, se bem, que com álcool, somos mais solicitados para eventos ao final da tarde e à noite”. Para Alberto Pires o

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serviço de bar tem de ser uma experi-ência, “somos rápidos a atender toda a gente, e quando todos estão satisfeitos, podemos brilhar com apontamentos fora do normal”. A mixologia mole-cular é uma moda que está para ficar, “usamos muito o gelo seco, pedrinhas de dióxido de carbono a 68 graus negativos que colocamos nas bebidas, e o azoto líquido para fazer sorvetes”. E tudo muito na base da improvisação, “fazemos os sorvetes em frente às pessoas e costuma correr bem”. Neste produto é usado álcool, para não ser simplesmente uma sobremesa, “e tem sempre grande impacto, primeiro a pessoa vê o fumo e depois prova e é delicioso”, refere o responsável, “As pessoas ficam maravilhadas”. Também transformam, por exemplo, cocktails em gelatinas, “de um cosmopolitan fazemos um cubo de gelatina para o participante comer com colher”. É uma graça, diz Alberto Pires, mas não se vai deixar de fazer bebidas normais, “se o cliente achar que sou um excêntrico, um criador, e chego ao evento e não tenho as duas ou três bebidas básicas, vou ser um incompreendido”. E o gosto dos portugueses? “Somos um pouco conservadores em termos de sabor, não estamos habituados a bebidas fortes, gostamos de coisas doces, básicas”, responde Alberto Pires. O arrojo tem de ser de alguma forma controlado, “mas vamos experimentando dar outros sabores”. A comunicação com os clientes é fundamental, “tentamos ter sempre tempo para isso, para falar com as pessoas, ter uma história para contar, algo de interessante para dizer, somos uma animação para além das bebidas”.

NÃO NOS L IMITAMOS A DESPEJAR L ÍQUIDOA Cocktail Team está especializada no serviço de bebidas, “mas não se limita a despejar líquido para dentro dos copos. Fazemos do nosso serviço um verda-deiro espectáculo, através da criação de bebidas exclusivas, altamente sabo-rosas e de excelente qualidade, com fruta natural, com cores apelativas, fumos, caviar, bebidas com a imagem, por exemplo, do logótipo do cliente”, explica Hugo Silva, responsável da empresa. São procurados pelo mercado corporativo para “lançamentos de produtos, convenções de vendas, inaugurações, recepção de clientes, etc.”. O bar-catering tem conhecido uma evolução notória e a contra-tação de empresas especializadas é um passo lógico, entende Hugo Silva. “Apostamos cada vez mais na origina-lidade dos eventos tendo como actor principal as bebidas, que tornamos fluorescentes, em formato de gelatina,

espumas, etc.”, refere o responsável, apontando algumas particularidades do serviço da Cocktail Team, “inves-timos nas próprias estruturas, desde copos originais, balcões profissionais com possibilidade de personalização por parte do cliente, espectáculos de fogo, entre outros”. A Mixologia Molecular trouxe um refresh ao mundo das bebidas, diz Hugo Silva, “permi-tindo criar composições altamente inovadoras através de processos químicos estudados”. Aliás, segundo o responsável os próprios clientes já solicitam expressamente o serviço de mixologia molecular.

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S U S T E N TA B I L I D A D E À M E S AEste mês propomos levar a sustentabi l idade à sua mesa … a través de um pequeno desa f io. Atente na comida e bebida(s) que no rmalmente fa zem par te da sua mesa . Conhece a sua o r igem? Sabe que todas opções que fa zemos em re lação a bebidas ou a l imentos, quer em casa , ou no restaurante , quer na o rganização de um evento , têm uma pegada de carbono?! Sim, é verdade que somos constan-temente bombardeados com a mais diversa informação no momento em que fazemos as nossas opções de compra, e que o tempo parece ser sempre escasso para a processar… Convidamo-lo, enquanto lê tranqui-lamente a sua Event Point, a adivinhar qual a pegada carbónica de uma caixa de kiwis proveniente da nova Zelândia. E daquela caixa de morangos, tão prática e fácil de manusear, de plástico, e revestida de papel celofane?!... E da palete de latas de refrigerantes ou de pequenas garrafas de água?!... Já pensou no volume de resíduos que geramos com as nossas opções?!O desafio que lhe propomos é o de levar o tema sustentabilidade para a sua mesa. Inove no menu, diferencie-se na escolha dos produtos, surpreenda a família, amigos ou clientes, e faça da sua mesa o seu statement por uma atitude mais responsável e de respeito pelo equilíbrio da Natureza. Que tal organizar uma ementa CarbonoZero®, começando por seleccionar alimentos da época e produtos de origem local, fazendo regressar a tradição portu-guesa à mesa (do azeite ao vinho, não esquecendo as ervas aromáticas para tempero)? Prefira produtos com etiquetagem carbónica, como o Carbon Reduction Label, que atesta um esforço de minimização das emissões de carbono ao longo de todo o ciclo de vida dos mesmos (da extracção da

matéria-prima ao seu fim-de-vida); hoje, existem cerca de 90 marcas e mais de 5 mil produtos que ostentam esta etiqueta. Sempre que possível, dê uma oportunidade ao comércio justo, optando por produtos Fairtrade®. Caso pretenda oferecer um prato de peixe, tenha em atenção as espécies ameaçadas. Opte pelo uso de água da torneira, em detrimento da engar-rafada. Tenha ainda em atenção as embalagens, optando sempre pelo maior formato disponível, em detri-mento de embalagens individuais (ou mono-dose).E pode ir mais longe por uma mesa sustentável, optando, por exemplo, pela utilização de guardanapos de pano; caso tal não seja possível ou adequado, prefira guardanapos reci-clados ou certificados. Numa mesa sustentável é condicionada a entrada dos descartáveis; têm livre-trânsito apenas os descartáveis que sejam biodegradáveis, ou recicláveis - note que apenas os descartáveis de plás-tico são passíveis de reciclagem, os descartáveis cuja matéria-prima é à base de papel ficam contaminados por restos de comida, o que inviabiliza a sua reciclagem.À mesa sustentável promove-se a reciclagem - quer esteja em casa (enquanto cidadão), quer esteja num evento (enquanto prestador de serviço de catering). Separe devidamente os resíduos, para que os mesmos sejam

reencaminhados para o destino adequado. Para os serviços de catering, sempre que possível opte por fornece-dores com certificação ambiental, garan-tindo, desta forma, que trabalha com empresas que gerem adequadamente os aspectos ambientais da sua actividade e consequentemente do seu evento.

Desa f io “sustentabi l idade à mesa”… Estamos convidados para nos sentarmos à sua mesa? Contamos consigo!

Nota: 1 kg de kiwis transpor tado de avião desde a Nova Zelândia até Por tugal emite 20 kg CO2e.E.Value

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C O R O N E L D E C AVA L A R I A , E S P E C I A L I S TA E M S E G U R A N Ç A E G E S T Ã O D E C R I S E S

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O P I N I Ã O

Q U E S E G U R A N Ç A P A R A O S E V E N T O S ?Nos ú l t imos meses, têm s ido constantes as not íc ias nos jo r nais re la t ivas a inc identes e acidentes oco rr idos em diver sos t ipos de eventos . Para apenas nomear a lguns de memór ia , oco rre -nos o acidente na procissão em Amarante , na Páscoa , quando uma v ia tura entrou pela procissão dentro , ma tando t rês pessoas e fer indo sete , t rês com grav idade. Dois d ias depois , em Ponte de L ima , o rebentamento de um foguete durante um espectáculo de fogo-de -ar t i f ic io , que fer iu mais qua tro pessoas. Já em Setembro do ano passado, nas festas de R ibeiradio , O l ive ira de Frades, o fogo-de -ar t i f íc io a t ingiu o públ ico , tendo provocado dezasseis fer idos, um dos quais com grav idade. Durante o mês de Maio , nas queimas das f i tas rea l izadas pelo país fo ra , d iar iamente os jo r nais fo ram-nos dando conta de acidentes e inc identes vár ios , dos comas a lcoól icos aos confrontos com a pol íc ia .Tal como noutras actividades da vida económica e social, em que a possi-bilidade de ocorrência de acidentes é elevada, parece-nos haver relati-vamente à organização e realização de eventos uma epidemia oculta de acidentes, por vezes mortais, fruto da falta de profissionalismo, ou do desleixo, de quem os organiza.Se acrescentarmos aos riscos inerentes à realização de eventos, o facto de, por definição, estes concentrarem muitas pessoas no mesmo local, aumentando assim o número de potenciais vítimas expostas aos riscos; estas pessoas

deslocarem-se ao evento para se divertir e a segurança ser a menor das suas preocupações; a própria dinâ-mica das multidões provoca riscos de esmagamento, asfixia e espezinha-mento, principalmente em situações de pânico; e, frequentemente, os participantes em certo tipo de eventos encontrarem-se sob o efeito do álcool ou de substâncias psicotrópicas, então é fácil compreender o enorme poten-cial que os eventos têm para provocar acidentes graves.Diversos tipos de riscos ameaçam constantemente a realização de cada

evento. Os riscos de origem natural, como as tempestades, os sismos, as ondas de calor ou as vagas de frio devem ser considerados em quase todos os tipos de eventos, pois podem afectar de forma dramática a segurança das pessoas presentes.É raro o evento onde a tecnologia não desempenhe um papel fundamental, da iluminação ao som, ao fogo de arti-fício, à climatização do ambiente nos recintos cobertos, às botijas de gás dos diversos fornos. Por trás de cada uma destas tecnologias esconde-se uma série de ameaças, da electrocussão, ao

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incêndio, à explosão ou à intoxicação. A probabilidade de ocorrência de um acidente aumenta com a quantidade de equipamentos instalados no interior do recinto, principalmente se coabitarem tecnologias diferentes (por exemplo, água e electricidade, ou electricidade e gás), resultando a conjugação dos vários riscos em simultâneo numa maior severidade das consequências do potencial acidente. Eventos há em que o consumo excessivo de álcool ou de drogas são uma marca distintiva. Outros em que os adeptos dos clubes vêem o evento mais como uma oportunidade para uma batalha, do que como um acontecimento desportivo. Quase todos são uma oportunidade para os bandidos de ocasião, como o cartei-rista ou o assaltante de automóveis, ou para os profissionais, como o vendedor de bilhetes falsos ou o traficante de droga. Alguns eventos mais mediáticos poderão ser o alvo de grupos terroristas, de boicotes por parte de activistas mais agressivos, de greves nos transportes públicos, ou de cortes dos seus acessos. São estes alguns dos tipos de riscos sociopolíticos a que um evento pode estar sujeito.Também as ameaças biológicas são

hoje em dia um risco a considerar. Das pandemias das diferentes estirpes de gripe aos problemas da segurança e da higiene alimentar, somos constante-mente alertados para a possibilidade de eclosão de uma nova vaga epidémica que, à semelhança das que ocorreram noutras épocas históricas, poderão ceifar milhões de vidas. Ora um evento conta sempre com a participação de um elevado número de pessoas, concentradas num local durante um intervalo de tempo, condições ideais para a propagação de muitas das doenças infecto-contagiosas em causa. As probabilidades de contágio

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Continuar a realizar eventos sem previamente efectuar uma análise de risco, sem implementar um plano de segurança, para fazer face aos riscos identif icados, e sem dispor de um plano de emergência, testado e treinado, para fazer face aos acidentes e incidentes que, mesmo assim, se concretizem, é falta de profissionalismo, muita irresponsabil idade e, no mínimo, negligência. Não é isso que se espera de uma organização profissional e de um ser viço de qualidade.

aumentam ainda mais se no evento houver disponibilização de comida, ou se as condições de higiene não forem as mais adequadas (se a contaminação por E.coli que ocorre na Alemanha, e atingiu a França, não for rapidamente controlada e chegar a Portugal, será ainda possível realizar os festivais de Verão, servidos por “parques de campismo” selvagem, sem as mínimas condições de higiene?).Nem todos os riscos têm a mesma proba-bilidade de ocorrência, nem resultarão nas mesmas consequências, mas todos representam uma ameaça real às pessoas.

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E VENTS BY TLC APOSTA AGORA NO BRASILA ideia para este artigo surgiu precisa-mente com um press release que anun-ciava o rebranding de uma empresa, acompanhando a internacionalização para o Brasil. Trata-se da TLC, uma DMC (Destination Management Company) portuguesa, especializada na organização de eventos interna-cionais em Portugal, sobretudo para o mercado inglês e americano, que passa a apresentar-se como “events by tlc”. A transformação é colocada em prática para se adequar a um reposicionamento geográfico da empresa, com abertura de escritórios em São Paulo e no Rio de Janeiro, e garantindo um alargamento da oferta a novos mercados. “O Brasil surge como oportunidade efectiva de internacionalização para a “events by tlc”, fruto de um ganho de relevância crescente deste país, originando a pressão de clientes internacionais e também de grandes empresas em Portugal que, por razões diversas, têm necessidade de realizar eventos neste destino”, disse à Event Point Diogo

Assis, chairman da empresa.Diogo Assis descreve o Brasil como “maduro e muito aquecido no que respeita ao mercado interno, e relativa-mente imaturo no que respeita aos eventos internacionais”, por isso, a empresa quer utilizar as “competên-cias extraordinárias nas mais diversas disciplinas” que tem em Portugal para “aproveitar as oportunidades dos mercados emergentes, deficitários em mão-de-obra especializada”.“O Brasil irá ser o anfitrião do Campeonato do Mundo de 2014 e dos Jogos Olímpicos de 2016, entrando também no panorama internacional com o drive da economia que cresce 6% ao ano. Sendo, neste momento, a quarta maior economia do mundo, toma o seu lugar no mapa de eventos internacional, numa tendência que se perspectiva de evolução crescente”, assinala o responsável.Com estes mega eventos, “o mercado Brasileiro abriu definitivamente as suas portas para o mercado internacional e, com isso, o investimento em infra--estruturas, aumento da capacidade aérea, mais hotéis de cadeias inter-nacionais e nacionais e espaços para eventos, além de trazerem uma grande

Numa a l tura em que a cr ise parece ser a pa lavra de o rdem na Europa , mui tas empresas procuram novos mercados para conto r nar as d i f icu ldades. Com a real ização do Campeona to do Mundo de Futebol de 2 014 e dos Jogos O l ímpicos de 2 016, um mercado dezenas de vezes maio r do que o nosso, com um dinâmico secto r de eventos e da meet ings industr y, e uma l íngua comum, mui tas empresas po r tuguesas vêem o Bras i l como um dest ino óbvio e uma opo r tunidade para dar esse sa l to. Fa lámos com empresas que apostam ago ra no mercado bras i le iro para conhecer as mot ivações e expecta t ivas , mas também com outras , implantadas há anos do outro lado do At lânt ico, para conhecer melho r as opo r tunidades e as d i f icu ldades de quem chega .

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exposição mediática já que estamos a falar dos dois eventos mais vistos em todo o mundo”, explica Diogo Assis. E assinala, que “os efeitos são sentidos anos antes de os próprios ocorrerem, com eventos de preparação, actividade crescente dos patrocinadores e dele-gações. Ao mesmo tempo as candida-turas vencedoras são obrigadas a criar infra-estruturas de suporte. Essas estruturas ficam depois dos eventos e é este legado que potencia um plano de negócios como o nosso”, assinala.

YDRE AMS REFORÇA PRESENÇA NO BRASIL“A internacionalização da YDreams não surgiu apenas agora, em resposta à recessão do mercado interno. A intenção de investir no mercado brasi-leiro existe deste a criação da empresa em 2000, mas claro que face às difi-culdades internas, é excelente termos a oportunidade de operar e crescer numa das economias que apresentam incríveis promessas de crescimento e expansão”, explica à Event Point Karina Israel, directora executiva da YDreams Brasil.

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A empresa, especialista em tecnolo-gias de interacção, com foco na área de realidade aumentada, tem duas filiais no Brasil. A primeira foi criada no Rio de Janeiro, em 2005, e a segunda em São Paulo, em 2008. “A ideia de abrir no Brasil surgiu logo que começámos a pensar na expansão. Faz todo o sentido por causa da língua, da dimensão, regras e práticas de mercado seme-lhantes. Sem contar que os especia-listas apontam que o Brasil será a quinta potência mundial em alguns anos”, explica a responsável.“Primeiro tentámos via uma empresa representante, através de conhecidos de confiança. No entanto os valores ficaram demasiado altos para o mercado. Este é o problema das parce-rias, colocar margem sobre margem, prejudicando a comercialização devido aos altos valores praticados. Depois decidimos abrir nós mesmos a empresa, primeiro como uma produtora, para dar vazão a produtos já prontos, apenas modificando o interface. Só que o mercado brasileiro é bem mais exigente, e está sempre a desafiar-nos com pedidos inovadores e tivemos que nos adaptar”, explica.“Em 2009, o mundo todo, inclusive o Brasil, esteve atento ao que seria a repercussão da crise mundial, com algum cuidado nos investimentos. Depois do anúncio das Olimpíadas o panorama no Brasil mudou. E foram enviadas duas pessoas-chave da

YDreams Portugal para a YDreams Brasil, reforçando a equipa e possibili-tarndo que tudo que seja feito na matriz possa ser feito aqui também. O director de tecnologia e a directora executiva (vendas e projectos) prepararam os substitutos em Portugal e abraçaram a aventura da YDreams Brasil”.Karina Israel explica que no Brasil “o sector de eventos está extremamente aquecido, há períodos como Setembro/Outubro em que, com um ano de antecedência, já é difícil reservar os locais para congressos. No ano passado fizemos neste período as vendas do ano anterior inteiro”, conta. Em termos de mais-valias, a respon-sável destaca “o potencial retorno de funcionarmos num mercado muito maior do que o português”.Mas também não faltam dificuldades, ou desafios. “O primeiro foi conseguir ter preços competitivos. Inicialmente havia um aspecto problemático, que era o da importação dos equipamentos, tornando os preços abusivos. No Brasil, as taxas de importação são altíssimas. As barreiras alfandegárias, bastante proteccionistas, forçam a um enorme aumento dos preços de qualquer item importado. Da mesma forma perce-bemos rapidamente que era neces-sário montar a equipa localmente. O timming é diferente, o estilo e o nível de exigência também”.“O segundo desafio foi a burocracia para abrir a empresa e a dificuldade

com contabilistas e regras de impostos que são bastante mais complexas do que na Europa. O sistema tributário brasileiro precisa de uma reforma urgente”, adiantou. E depois surgiu o problema clássico das empresas sem implantação no país, sobretudo com produtos/serviços inovadores, “de mostrar aos potenciais clientes que o nosso produto é fiável, sem ter casos implementados no local”. “No início sentíamos a cobrança de possuir casos aqui para que acreditassem que era possível. Ainda mais no nosso caso que se assemelha a ficção científica”.“Além disso, para trazer o know-how é necessário trazer alguns profissionais e então deparamo-nos com as dificul-dades de autorizações de trabalho, permissões de residência, vistos”, conta Karina Israel.Mas nenhum destes desafios travou a YDreams. E agora, com anos de expe-riência no mercado brasileiro, quando questionada sobre as “oportunidades com a realização do Campeonato do Mundo e dos Jogos Olímpicos”, a responsável não hesita: “as oportuni-dades são infinitas”. “A YDreams tem hoje uma visão do mundo que poucas empresas têm, preparada que está com uma experiência de mais de 600 projectos em mais de 20 países com clientes de renome mundial. Tudo isso possibilitou-nos pensar os desafios de uma nova geração, que são mais do que pertinentes para o que o Brasil pretende

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para si mesmo na sua década de ouro. O Campeonato do Mundo e as Olimpíadas foram os catalisadores deste processo, mas o movimento é muito maior do que os próprios eventos. Chegou a hora do Brasil no mundo, não existe lugar melhor para estarmos neste momento, e ainda mais com a maturidade conquis-tada”, assegura.Questionada sobre onde é que as empresas portuguesas ligadas ao sector dos eventos e turismo de negócios podem entrar no mercado brasileiro, a respon-sável da Ydreams aponta a hotelaria como a área que “vai precisar de crescer no país para dar conta dos próximos eventos”. “Hoje, em São Paulo, com eventos de menor porte já é difícil encon-trar local de alojamento na cidade”.

hóspedes de lazer nos momentos em que temos eventos no hotel”.Sobre a realização do Campeonato do Mundo e dos Jogos Olímpicos, Gonçalo Rebelo de Almeida frisa que “a grande oportunidade destes dois eventos é projectar a imagem do Brasil no exte-rior e potenciar a promoção do destino, permitindo que o Brasil cresça em termos de visitantes internacionais”. “Neste momento, 80% do turismo no Brasil é interno e apenas recebe cerca de 5 milhões de turistas por ano (Portugal recebe 11 milhões)”, assinala o responsável.Neste contexto, onde é que as empresas portuguesas ligadas ao sector dos eventos e turismo de negócios podem ter um papel importante? Gonçalo Rebelo de Almeida explica que “o crescimento do mercado brasileiro, nomeadamente da classe média, provocou um aumento exponencial de turistas para o mercado interno e externo, havendo potencial inclusive para a captação de eventos de empresas brasileiras para o exterior e Portugal em concreto”.

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V I LA GALÉ : E VENTOS COLMATAM A SAZONALIDADE NO BRASILE precisamente por falar na hotelaria, é inevitável falar no grupo Vila Galé, já que das 23 unidades que detém, seis são situadas no Brasil. “A aposta do grupo neste mercado foi a conju-gação de dois factores. Por um lado um mercado com dimensão, riqueza cultural, gastronómica e natural, e afinidade linguística, e depois o surgi-mento de oportunidades de negócio concretas (terrenos, edifícios ou hotéis para gerir)”, conta à Event Point Gonçalo Rebelo de Almeida, Director de Marketing e Vendas. “O sector dos eventos no Brasil tem um enorme potencial e é uma aposta clara de todos os hotéis de resort. De resto, o investimento em eventos é uma das preferências de todos os departa-mentos de marketing das empresas”, explica o responsável, adiantando que isto permite aos hotéis “combater uma certa sazonalidade, pois o período forte de eventos é fora das épocas altas e traduz-se numa receita mais elevada do que o segmento de lazer”. Como ponto negativo destaca “apenas o desconforto que é causado aos

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APEC ATE AV ISA : “AS OPORT UNIDADES SÃO BOAS MAS AS D IF ICULDADES PROPORCIONAIS ”“Há algumas empresas em Portugal que já operam no Brasil e creio que a tendência é para aumentar”, conta à Event Point João Sacchetti, presidente da APECATE (Associação Portuguesa de Empresas de Congressos, Animação Turística, Eventos), afir-mando que a associação tem por várias vezes abordado o tema da internacio-nalização nas suas iniciativas. “Temos ajudado à construção de contactos e networking contribuindo, à nossa escala, para um melhor conhecimento do mercado brasileiro e das suas regras”, explica o responsável.

A APECATE tem inclusive como parceiro no Brasil a Associação Brasileira das Empresas de Eventos – ABEOC que “já por duas vezes esteve presente em Portugal, nomeadamente com contribuições e representantes no seminário GEST, que decorre todos os anos na ExpoEventos, onde a APECATE também participa e contribui com temas, oradores e conteúdos”.Questionado sobre que oportunidades vê para as empresas portuguesas com a realização do Campeonato do Mundo e dos Jogos Olímpicos, João Sacchetti frisa que “nenhum desses dois super--eventos mundiais se realizou no nosso país e, consequentemente, nenhuma empresa portuguesa de eventos terá experiência directa nos mesmos”. Ainda assim, considera “as empresas portuguesas, especializadas no sector, de grande qualidade e capacidade na organização e gestão de grandes eventos, podendo oferecer valiosos

contributos, em associação com parceiros brasileiros que o necessitem, pois a nossa experiência é vasta, diversa e reconhecida internacionalmente”.João Sacchetti, que tem conhecimento directo do mercado brasileiro pois fez parte do projecto da João Lagos Sports Brasil, que se iniciou em 1999, conta que “o Brasil é antes de mais imenso, diverso e diferente em todos os aspectos de Portugal, com a excepção da língua e, mesmo essa, não só soa diferente como, às vezes, as palavras querem dizer coisas distintas”. E avisa: “O facto da língua ser o traço unificador e de dispormos de uma memória histórica e de emigração partilhadas, não basta: nada mais é parecido com o nosso mercado. Para todos os efeitos só posso recomendar para quem queira desenvolver um projecto no Brasil que considere que vai para a América onde se fala um portu-guês diferente. Por muito que custe

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E .Va lue com o Rock in R io no Bras i lDesde 2006 que a CarbonoZero®, marca da empresa portuguesa E.Value, é parceira do Rock in Rio na quantificação e compensação de todas as emissões geradas nos eventos que se realizam nas cidades do rock de Lisboa e Madrid. O compromisso e responsabilidade assumidos pelo Rock in Rio são sobretudo de minimizar a sua pegada carbónica e compensar exclusivamente as emissões inevitáveis. A E.Value já esteve na edição do Rock in Rio em Madrid e este ano, como o evento regressa ao Rio de Janeiro, conta novamente com a parceria da empresa, que assegura que o festival será um evento com efeito nulo no clima. Em 2007, o âmbito dos trabalhos da CarbonoZero incluiu a definição de um plano de redução de emissões, envolvendo todos os seus stakeholders (patrocinadores, parceiros, fornecedores, público, media). Foi, ainda, lançado um Concurso de Boas--Práticas, com vista a reconhecer, dar visibilidade pública e premiar as melhores práticas adoptadas nos eventos. Os resul-tados obtidos traduzem-se numa redução da pegada carbónica dos eventos. A intensidade e nível de abrangência das acções de gestão de emissões têm vindo a ampliar-se e, em 2011, foi estruturado um Plano de Sustentabilidade para os eventos. Para além da elaboração deste Plano, a CarbonoZero marcará presença no Rio de Janeiro para efectuar a quantificação das emissões de carbono do evento (incluindo as associadas ao padrão de mobilidade do público) e como Júri do Concurso de Boas Práticas.Questionados sobre se esta participação no Brasil será apenas para este evento, ou há uma intenção de aposta da empresa neste mercado, os responsáveis da E.Value explicam que “a internacionalização, designadamente através de uma parceria com uma empresa local, é um tema em análise. Actualmente, a E.Value já se encontra a desenvolver trabalho de consultoria técnica na área da gestão corporativa de matérias como sustentabilidade e emissões de carbono”.

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aos portugueses de Portugal, os 200 milhões de brasileiros desenvolveram uma cultura própria nada dependente da nossa: regras de mercado, onde as formas de abordar são muito mais directas e competitivas”. “O mercado é muito fechado às empresas de fora do Brasil e os portu-gueses têm má imagem, com excep-ções como é óbvio. Mas há uma visão depreciativa dos portugueses, tradicio-nalmente vistos como empresários de padaria e de pastelaria”, explica João Sacchetti, e avisa: “Há associações de portugueses do Brasil e associações empresariais ligadas aos portugueses no comércio e indústrias tradicionais, respeitadas e consideradas pela sua cultura e história, mas de quem não se esperam grandes contributos. Poderão ser um bom contacto para as empresas portuguesas começarem a conhecer o mercado, além da referida ABEOC para as empresas de eventos, mas, para o resto, estarão por conta própria”.

Para o responsável da APECATE , “se culpas ou responsabil idades há, essas cabem-nos a nós por tugueses que não temos apostado numa comunicação for te e moderna no Brasil , de forma continuada e incisiva.

“Em poucas palavras, no geral, Portugal e os portugueses, são desco-nhecidos para o brasileiro, com poucas excepções”. “Isto não ajuda nada e creio que o caminho para ter algum sucesso terá a ver com parcerias e associações com empresas de eventos locais, em projectos comuns, em particular, os que se possam promover para grandes empresas portuguesas no Brasil, como é o caso da PT e da EDP, e poucas mais”.Para João Sacchetti, “outro aspecto a considerar são os capitais próprios das empresas para operar nesse mercado. Sem dinheiro é muito difícil sobreviver num mercado hiper-competitivo e avançado no sector dos eventos. É um erro habitual lançar-se um projecto com zero recursos, excepto os que se obtêm a partir da empresa em Portugal. Recomendo que se separem as operações e as tesourarias porque o risco é grande, o mercado 20 vezes maior e os custos altos. Por último,

não se esperem resultados rápidos nem espectaculares. Isso também pode acontecer porque o mercado, mais correctamente os mercados, são enormes e as operações proporcionais. A regra é ir devagar porque o tombo pode ser grande”.Por isso, João Sacchetti frisa: “As oportunidades são boas, mas as dificuldades proporcionais. Só posso, pela experiência adquirida em São Paulo, recomendar que se estude bem o mercado, a concorrência e as condi-ções no terreno, porque é longe, é caro e apinhado de concorrência. E que se façam contactos e amigos no sector antes de desembarcar no mercado”. “Os tempos são outros e, embora tenhamos mais informação e muito maiores conhecimentos, esperam-nos imensas dificuldades, múltiplas sortes, mais do que nos tempos das caravelas, quando lá chegámos primeiro”.

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A C R I AT I V I D A D E D Á - N O S S O L U Ç Õ E S P A R A R E S O L V E R P R O B L E M A SHoje a cr ia t iv idade é uma questão, não de a f irmação, mas de sobrev ivência ! Como d iz ia Pessoa : ” V iver não é necessár io. Necessár io é cr iar.” Po rque cr iar é dar fo rma ao própr io dest ino e a melho r fo rma de prever o futuro é . . . c r iá- lo !O que está acontecer a muitas empresas hoje em dia, e muitas delas no sector dos eventos, é que o facto de terem sido empresas de sucesso ontem não implica que o serão hoje, ou terão de ser amanhã. Um CEO moderno deve, nos dias que correm, ter uma atitude assertiva, assente em três princípios :1 . Gerir o presente 2 . Esquecer selectivamente o passado e 3. Criar o futuro.Temos de aproveitar o enorme capital de criatividade que temos e trans-formá-lo em inovação!Criatividade sem inovação é como uma grande ideia que nunca é posta em prática. É uma grande teoria não realizada ou por outras palavras, . . . puro lirismo.O desafio fundamental é dar vida à criatividade e transformá-la em

inovação. É por isso que a grande diferença entre criatividade e inovação está entre o pensar e o fazer. Não é por acaso que a Harvard Business Review, no seu último número, dedica vários artigos ao papel dos CEO no modelo de reinvenção do negócio. É que a criativi-dade é a única arma na guerra contra a realidade. Estes são tempos que testam a alma dos homens, acredito por isso que a criatividade nos vai redimir. De nada serve ter grandes ideias, que de resto muitos de nós podem ter (até de uma forma quase simultânea) se não acrescentarmos valor.Fernando Pessoa costumava dizer que nascemos portugueses por duas ordens de razão: ou por missão ou por castigo, tal é a determinação bipolar da alma lusa. Ou enchemos o peito e consideramo-nos deuses ou achamos

que somos uns desgraçados, dignos de pena. Ora nunca somos tão bons quanto achamos que somos, nem tão maus como nos dizem . E dito isto, estou rendido à genialidade lusa. Sim, há uma genialidade lusa, porque considero que a nossa criatividade é marca registada, fruto de constantes desafios geracionais que nos aguçaram o engenho. Nos eventos internacionais que temos tido, nomeadamente em Espanha, França, Inglaterra e Turquia, é fácil perceber a capacidade criativa, com que as agências portuguesas brindam as demais. Com os orçamentos reduzidos a metade e a exigência multiplicada por 2, a criatividade não é uma mera palavra. É a “Palavra da Salvação”! Continuamos a ser tão bons ou tão maus como éramos há 500 anos atrás, e por isso estou

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confiante de que é a criatividade que nos vai tirar da crise. Porque a imaginação é a inteligência a divertir-se. Só mesmo nós, encontrando-nos no estado em que nos encontramos, rimos da desgraça como se troçássemos do Adamastor.No dia 8 de Junho de 1497, Vasco da Gama navegou rio abaixo em direcção ao desconhecido. Começámos então a mudar o mundo! Estou perfeitamente conven-cido de que não iremos dar lições ao Universo, mas iremos, mais uma vez, mostrar o caminho através da criatividade. Esta será por isso transversal a todas as disci-plinas que nos levam à sabedoria .

Para se ser criativo é necessária alguma coragem, de forma a abandonar lugares comuns, dogmas e verdades comodamente instaladas. Até cer to ponto, a experiência é inimiga da criatividade. Nunca tenhamos medo de experimentar coisas novas. Foram amadores que construíram a Arca e profissionais que construíram o Titanic.

O P I N I Ã O . “ A C R I A T I V I D A D E C R I A S O L U Ç Õ E S P A R A R E S O L V E R P R O B L E M A S ” , P O R J O Ã O P E S T A N A D I A S

A criatividade é transversal a todo o evento e a todos os seus ritmos. É fundamental percepcionar literal-mente tudo com criatividade. É ela o factor-chave de comunicação que nos aproxima da essência da mensagem que o cliente quer passar. Assim sendo, poderemos alterar o chão, as paredes, o tecto, as mesas, parte do catering, enfim tudo pode ser intervencionado, de forma a que a parte estrutural de um evento possa, ela mesma, ser uma autêntica pauta musical que nos encanta com a sua versatilidade e se transforma ao ritmo das nossas sensações. É a criatividade que conta histórias e vende sonhos!É preciso arriscar para criar. Se não nos perdermos, nunca encontraremos um novo caminho. É pois preciso perdermo-nos para nos encontrarmos. Termino com uma mensagem de optimismo. É preciso escutar mais o coração. Um segundo de grande inten-sidade emocional, cheio de criativi-dade, vale por uma vida e faz maravi-lhas por uma marca, pela inteligência emocional que lhe está adjacente. Criatividade é transformação, e nos dias que correm, se não tomarmos a iniciativa na nossa vida, a vida toma a iniciativa por nós.

Sejamos criativos nos eventos. Tentemos olhar por outra janela. Veremos outras coisas que a nossa concorrência não vê. Acrescentemos valor! O cliente agradece!

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A Multiarco Rent é líder no aluguer de equipamentos de ar condicionado para os mais diversos tipos de eventos e necessidades de climatização temporária.

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L A N Ç A M E N T O E M P O R T U G A L D O N O V O F O R D F O C U SDurante cerca de um ano, 28 pessoas t rabalharam para a apresentação em Po r tugal do novo Fo rd Focus, o rganizado pela Ogi lv y. A campanha integrou um desa f io onl ine que começou em Fevereiro e uma festa de lançamento of ic ia l do novo Focus em Po r tugal , que deco rreu no d ia 8 de Abr i l .

C A S E S T U D Y

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C A S E S T U D Y . L A N Ç A M E N T O E M P O R T U G A L D O N O V O F O R D F O C U S

Com o nome “The Match”, a campanha tinha como tema as diferentes fases de uma relação amorosa, neste caso, entre o dono e o seu carro. Para Duarte Vasconcelos, Director de Marketing da Ford: “A campanha “The Match” é uma abordagem inovadora ao mercado e ao lançamento de um carro, e acreditamos que vai gerar um grande envolvimento entre a marca e os consumidores, que estarão dispostos a cometer loucuras por este amor”. E assim foi, porque houve até quem, para ganhar o carro, destruísse o seu veículo antigo, ou tatu-asse o nome Focus na pele.

FESTA DE LANÇAMENTO COM INOVAÇÃO 3D EM 14 E VENTOS S IMULTÂNEOSNo dia 8 de Abril, o novo Ford Focus foi lançado oficialmente no mercado português. O lançamento foi cele-brado com um evento na Praça Luís de Camões, em Lisboa, com recurso a projecções 3D e um jogo digital interactivo projectado na fachada de um edifício, e uma festa a acontecer em simultâneo em 14 locais por todo o país – Vila do Conde, Viseu, Porto, Coimbra, Aveiro, Torres Vedras, três locais em Lisboa, Santarém, Almada, Beja, Vilamoura e Portimão.

O DESAFIO ONLINE“The Match” começou em Fevereiro, altura em que a marca lançou um desafio aos portugueses para se “apai-xonarem e perderem a cabeça pelo novo Focus”. O passatempo colocou à prova os 700 inscritos, que tinham de mostrar que mereciam conquistar o grande prémio: uma viagem de luxo à volta do mundo e um “casamento” para a vida com um novo Ford Focus totalmente equipado.O primeiro desafio era provar o seu amor pelo carro através de uma declaração em vídeo ou por escrito, avaliada depois por um júri, mas existiam também formas mais arro-jadas de passar à fase seguinte. Quem entregasse o seu carro para abate ou fizesse uma tatuagem especial

D U A R T E VA S C O N C E L O S , D I R E C T O R D E M A R K E T I N G D A F O R D

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onde constasse a palavra Focus tinha entrada directa garantida no lote de 16 candidatos finais.Os 16 finalistas foram depois levados até ao Algarve, ao Autódromo de Portimão, onde, durante seis horas, fechados em camarotes individuais e apenas com acesso a um computador com Internet tiveram que angariar o maior número de sms possíveis em seu nome. O desafio foi transmitido em directo no site, através de live streaming.

Depois de mais de 26 mil sms enviadas, os dez mais votados saíram do autódromo, cada qual ao volante de um Focus a estrear.Mas para manterem o veículo tinham que somar votos através dos amigos na página do Facebook da Ford Portugal. Só os oito candidatos mais votados seguiram em frente e enfrentaram novo desafio: mostrar através de fotos e vídeos o seu amor e a sua paixão pelo Ford Focus,

tendo sido publicados no site várias dezenas de manifestações de afecto.No final, os seis candidatos que melhor souberam seduzir os visitantes do site e que mais votos conquistaram conse-guiram passar à fase seguinte.No penúltimo desafio, os candidatos tiveram que encontrar as respostas às pistas que iam sendo colocadas durante a semana e conseguir descobrir o local da despedida de solteiro mais secreta do Mundo. No final, os quatro primeiros candidatos que chegaram à Galeria Zé dos Bois, em Lisboa, festejaram a passagem ao último desafio, com um concerto dos portugueses Klepht. No último desafio, os candidatos em jogo tinham que activar o seu perfil nas redes sociais e angariar o máximo de fotografias de amigos com um Focus, ir de Lisboa ao Porto no seu Ford Focus da forma mais económica, rentabilizando ao máximo algumas das tecnologias que o automóvel disponibiliza (nomeadamente o parque-amento automático), obter os melhores níveis de consumo, e levar o maior número de convidados ao “Casamento”.“O “The Match” durou de Fevereiro a Março, recebeu mais de 700 inscrições,

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levou quatro pessoas a cometer uma loucura pelo Focus – uma destruiu o carro antigo e três fizeram uma tatuagem Focus verdadeira – e impactou mais de 21 mil pessoas no Facebook”, explica a Ogilvy.

E XPOSIÇÃO DE ARTE FE ITA COM A SUC ATAOs destroços do carro antigo que foi destruído para participar no passatempo foram depois utilizados pelos alunos do IADE (Instituto de Artes Visuais Design e Marketing) para criar peças de arte.O “Altar”, a “Lava” e a “Moldura” espelham a visão dos artistas sobre o amor e as fases de uma relação amorosa, o conceito que deu origem ao “The Match”. No âmbito de uma parceria entre a Ford e a EGEAC (Empresa Municipal de Gestão de Equipamentos e Animação Cultural), a exposição esteve durante alguns dias no meio da Praça Duque de Saldanha em Lisboa.

Sara Marques

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F ICHA DO E VENTOEMPRESAS ENVOLVIDAS:Ford, BP, Rádio Comercial, Canal Q, MEO, Sapo, Geostar, Valor Car.

TEMPO DESDE A PREPARAÇÃO ATÉ À ÚLTIMA ETAPA:Cerca de um ano entre a definição da estratégia, apresentação e aprovação do cliente e, finalmente, na implementação do projecto. Depois de aprovado e deli-neado, durou nove semanas.

NÚMERO DE PESSOAS ENVOLVIDAS NA ORGANIZAÇÃO:Da Ogilvy 17 pessoas (entre Ogilvy Public Relations, OgilvyOne, Ogilvy Advertising, Ogilvy RedWorks) e mais de 11 pessoas: cinco para produção de conte-údos vídeo e fotográfico, cerca de três para activação e três pessoas da Ford.

NÚMERO DE PESSOAS PRESENTES NOS EVENTOS F ÍS ICOS E PARTICIPANTES NO DESAFIO ONLINE : Festa secreta: cerca de 200 pessoas. Casamento: cerca de 1000 pessoas, mais os que por lá passavam. Desafios online: mais de 21 mil fãs no Facebook que participaram activamente com ajuda para os seus candidatos favoritos.

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P U B

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F R E D E R I C O F E R R E I R A

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P O S I T I V I S M O A R T Í S T I C O E E M O T I V I D A D E T E C N O L Ó G I C AOr ig inal , inovado r, pos i t ivo e marcante são po r ventura os adject ivos que desde sempre e cada vez mais se procura ter associados aos eventos .

A actual conjuntura de ret racção económica ex ige que se jamos mais se lect ivos na escolha das estra tégias de comunicação. As marcas buscam soluções que permitam ser lembradas instantaneamente pelos consumido res , so luções que as façam destacar-se da conco rrência , numa derradeira co rr ida pela noto r iedade.Surgem assim fantásticas oportuni-dades de conceber e implementar novas formas de comunicação customizadas, desbravando-se caminhos que nos levam directamente ao desenvolvimento sensorial e emocional do público.É importante que o público encontre segurança, estabilidade e sobretudo um sentimento positivo inerente à experi-ência a que se predispõe usufruir.Uma perspectiva artística nativa, transversal a múltiplas áreas da criação, pela natureza das suas carac-terísticas de comunicabilidade com o

elemento humano sensível contribui decisivamente para o enriquecimento das soluções de comunicação dirigida aos vários públicos possíveis. A arte é uma forma de comunicação que não encontra limites na suas infin-dáveis possibilidades de expressão, atenta por natureza aos fenómenos que a rodeiam, cumpre vários papéis de carácter social sendo uma inquiridora por excelência e bem conhecedora dos mecanismos que despoletam a emoti-vidade do público.A experiência artística de criativos

oriundos de áreas directamente ligadas às artes plásticas, à escultura, à pintura, ao desenho, à música, às artes perfor-mativas e outras, que habitualmente não contribuem directamente na concepção de estratégias de comunicação das marcas, acrescentam inestimáveis valias a nível estético, formal, sensorial e emocional que desequilibram positiva-mente a balança a favor do sucesso das acções junto do público.As soluções de comunicação assim criadas contêm agentes de reforço positivo que imprimem um maior

O P I N I Ã O

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sentido positivo à relação marca/cliente, tornando-a memorável, inspiradora e apetecível. O efeito repercutor é elevado, gerando retorno para a marca.Esta postura criativa artística associada às novas tecnologias constitui uma poderosa fórmula de comunicação, imprimindo uma atitude activa, dinâ-mica e diferenciadora junto das pessoas. Com as redes de comunicação elec-trónicas e as plataformas sociais surge cada vez mais a necessidade indivi-dual de afirmação diferenciada num contexto cada vez mais globalizante.As múltiplas plataformas de comu-nicação móvel, que potenciam um imediatismo mediático do relaciona-mento inter-pessoal, são por si só o meio e a mensagem em simultâneo. Tal como profetizado pelo filósofo e teórico da comunicação Marshal McLuhan (1911-1980) “os meios de comunicação são as extensões dos nossos sentidos, corpo e mente”, entendendo as plataformas de comuni-cação como mensagem por si só. Uma lâmpada, por exemplo, é um meio sem qualquer conteúdo mas que cria um ambiente pela sua simples presença. Contém um efeito social permitindo às pessoas criarem espaços durante a noite que estariam envolvidos pela escuridão.Nesta óptica a simples presença de inúmeras plataformas de comuni-cação multimédia à nossa volta cria um ambiente de natural receptividade ao desenvolvimento de soluções de comu-nicação diferenciadoras e marcantes, assentes na partilha, pelas redes sociais e inter-pessoais, de experiências comunicacionais personalizadas.

Recentemente a Mini lançou uma campanha inovadora a este nível. The Mini Photo Box ( http://apps.facebook.com/MINIphotoBox )

Transeuntes de Berlim eram convi-dados a entrar numa cabine de snapshot e a tirar uma foto junto de um modelo virtual Mini. Simultaneamente as suas fotografias surgiam num ecrã de leds gigante fixo na fachada de um edifício no lado oposto da rua. No entanto milhares de outras pessoas no mundo poderiam também fazê-lo através da página da Mini do Facebook, vendo as suas fotos serem apresen-tadas instantaneamente a quilómetros de distância, habilitando-se ainda a ganhar um Mini.

O segredo do sucesso destas acções de comunicação está em conseguir cr iar uma combinação per fe i ta entre object ivo , mensagem e per t inência do meio a ut i l i zar, po r fo rma a gerar a lgo realmente inovado r, interessante para todos e estruturante em toda a sua essência .

Assim, acredito que a abordagem na concepção destas soluções deve passar por um cruzamento despreconceituoso e plural entre criadores provenientes de áreas artísticas, abertos ao expe-rimentalismo e à busca de soluções naturalmente disruptiveis, e profissio-nais de áreas científicas e tecnológicas, aproveitando o melhor destes dois mundos na busca da solução certa de comunicação, mais eficaz, inovadora, marcante e inspiradora para todos.Na maior parte dos casos, as soluções certas encontram-se nos pormenores mais simples que nos rodeiam.A arte e a vida são a mesma coisa.

A ar te está em qualquer lugar, apenas temos que estar predispostos a encontrá-la.

O P I N I Ã O . P O S I T I V I S M O A R T Í S T I C O E E M O T I V I D A D E T E C N O L Ó G I C A , P O R F R E D E R I C O F E R R E I R A

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D I R E C T O R A - A D J U N TA D O G R U P O I N F O R P R E S S

F I L I P A P R I M O

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O S 1 0 E R R O SMAIS FREQUENTES NOS E VENTOS INTERNOSNa del ineação do p lano de eventos inter nos de uma empresa são vár ios os aspectos que devemos ter em consideração, segundo os object ivos que def in imos para os mesmos. Sem a lguns pontos essencia is , esses não serão tota lmente real izados, não se conseguindo desta fo rma t ransmit ir aos co labo rado res a in fo rmação e as mensagens pretendidas.São vários os erros frequentes que podemos enumerar na organização de um evento interno, aos quais devemos dar elevada importância.Antes de mais, começando por quem deverá ser o departamento respon-sável pela organização dos eventos internos. O departamento de Recursos Humanos? O departamento de comu-nicação? O planeamento de um evento interno não deverá ser organizado apenas por um departamento, deve sempre contar com a participação dos vários departamentos da empresa. A delineação dos objectivos do mesmo, o seu conceito e as acções que envolve devem ser discutidas por um comité formado para o efeito e constituído pelas várias áreas da empresa.Através destes eventos temos oportuni-dade de comunicar de forma mais directa com todos os colaboradores, mas será necessária a capacidade de integrar, com um planeamento eficaz, todas as ferra-mentas de comunicação interna. Nem sempre no planeamento dos eventos podemos verificar a utilização das ferra-mentas integradas, dando relevância apenas a algumas delas.Outro erro frequente é a forma como o briefing destes eventos muitas vezes é passado às agências. Nem sempre os

objectivos do evento são transmitidos, dando-se maior relevância ao prazo de entrega da proposta, ao budget ou outros pormenores. É primordial despender tempo com o briefing, pensar estrategicamente, transmitir a mensagem-chave de forma a garantir que esta seja vivida no evento, com retorno da mensagem pretendida.Assistimos também, em algumas situações, ao pedido de um evento motivacional isolado, o que não cumpre os objectivos pretendidos, pois não basta uma acção destas, isolada, para remediar um problema interno ou para aumentar o volume de vendas. Tem de existir um planeamento com acções contínuas, alinhadas a objec-tivos específicos. Assistimos ainda à utilização do endo-marketing como uma acção isolada. O endomarketing não se pode resumir a acções isoladas, de emergência, para ser usado apenas em momentos de dificuldade, pois falamos de uma ferra-menta de comunicação e motivação contínua, que encara o cliente interno como um factor essencial à fidelização de clientes externos. Podemos também verificar usualmente que no final dos eventos internos motivacionais não existe a realização

de um debriefing, o que é essencial e obrigatório, pois através deste momento conseguimos resumir os objectivos e mensagens transmitidas através das acções que acabaram de se realizar, de forma a desenvolver uma maior cons-ciencialização sobre as mesmas.Não existe também, na maioria dos eventos internos, uma avaliação dos seus resultados. Desta forma, como podemos concluir se o evento foi um sucesso, ou não? Cada vez mais, a avaliação do ROI nos eventos internos tornou-se uma prioridade. Esta medição prevê quatro passos: o mais frequente mede o feedback dos colaboradores em relação à satisfação do evento, através de um simples questionário. O segundo passo será avaliar o que os colaboradores aprenderam com o evento, a terceira avaliação incide no quanto foi aplicado do que foi apreendido. Por último, é necessário verificar o impacto que este produz no negócio da empresa. Devemos ter sempre em consideração todos os elementos anteriormente referidos, de forma a conseguirmos concretizar os objectivos de comuni-cação delineados, e que estes estejam intrínsecos ao nosso target a médio e longo prazo.

O P I N I Ã O

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C H E G O U A N O VA G E R A Ç Ã O : i E V E N T O SUm dia sem te lemóvel , ou sem conexão à Inter net no po r tát i l , pode to r nar-se num pesadelo sobretudo num dia de t rabalho. As tecnologias estão po r toda a par te e cada vez mais estamos dependentes de todos os t ipos de ecrã , dos mais pequenos aos maio res . Ago ra , será que os melho res gadgets para t rabalhar são os que estão mais na moda?

T E C N O L O G I A

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T E C N O L O G I A . C H E G O U A N O V A G E R A Ç Ã O : I E V E N T O S

A Apple veio revolucionar o mercado do consumo com os seus “iEquipamentos”, mas ainda está com alguma dificuldade em chegar ao segmento empresarial. O Blackberry ainda se sobrepõe ao iPhone e o PC ainda não foi substituído pelo iPad, pelo menos para já. Mas será que vai ser assim no futuro?Os primeiros tablet PC lançados no mercado estavam direccionados para profissionais que precisavam de usar o computador e não tinham propria-mente uma secretária ou uma cadeira para se sentar, como os médicos. Hoje, os fabricantes destas máquinas querem tocar num público mais vasto e demonstrar as potencialidades dos tablet para todas as actividades. A guerra das “folhas de papel electró-nicas” ainda está longe de terminar, resta saber se este equipamento irá conquistar o mundo dos negócios, como conquistou o dos consumidores.No ano passado, os tablet PC ainda estavam a dar os primeiros passos, este é o ano da sua afirmação, segundos os analistas internacionais. E já são muitos os fabricantes que melhoraram os seus produtos para os preparar para o universo dos negócios, conferindo mais atenção a áreas como as comuni-cações e a segurança.Agora qual é o melhor tablet para o negócio? Será o preço um óbice ao cres-cimento deste segmento de PC no seio do mundo empresarial? Especialistas da indústria das tecnologias defendem que este tipo de equipamento pode aumentar a produtividade, pela sua rápida capa-cidade de resposta, pela longa bateria e facilidade de manuseamento.

No ano passado foram vendidos seis milhões de tablet PC na região EMEA – Europa, Médio Oriente e África - e em 2011 esse número deverá multiplicar--se por mais de 3,5 vezes, atingindo 22 milhões, segundo estimativas da consultora IDC. Do total de unidades transaccionadas nesta região, no ano passado, cerca de 5 milhões corres-pondem a vendas do iPad, da Apple, que garantiu assim uma quota de mercado superior a 80%.Em Portugal, foram vendidos 35 mil tablets em 2010, de acordo com a mesma consultora especializada em tecnologias de informação, um número que deverá crescer 813% para as 322 mil unidades até ao final do ano. O iPad representou mais de 85% das vendas, mesmo só tendo chegado ao mercado nacional no final do ano passado.

PRODUTIV IDADE É A PALAVRA DE ORDEMOrganizar um evento requer trabalho, criatividade, uma boa equipa e, claro, boas ferramentas para que tudo corra como planeado. Neste negócio, como em muitos outros, o contacto com as pessoas é um dos pontos mais rele-vantes, pelo que eliminar barreiras é algo fundamental. Ter um PC aberto durante um evento pode ser intrusivo, criando algum distanciamento, já um tablet, ou seja, um computador que não é mais do que uma folha de papel tecnológica, pode ajudar a rentabi-lizar o tempo e a partilhar informação pretendida, pelo menos esta é a teoria defendida pela Avent Solutions. Segundo a tecnológica, este gadget está no meio caminho entre o telemóvel e o computador, com funções que não são desprezíveis… De uma forma mais fácil pode responder a mails, ir à Internet, aceder a algumas aplicações dedicadas a eventos, sem se preocupar com a bateria, e não falando na dimensão do ecrã que facilita todo este processo. O

aumento da produtividade é o principal objectivo.No entanto, em tempo de crise o custo de um equipamento deste género é, sem dúvida, um dissuasor para a sua expansão, principalmente num mercado como o português, onde as Pequenas e Médias Empresas compõem grande parte do tecido empresarial. Nos EUA, para ultrapassar esta questão do preço, as empresas estão a fomentar a prática do aluguer de equipamentos, mas para isso também é importante saber escolher. No nosso país ainda se fala pouco na guerra dos sistemas operativos, mas quando se escolhe um tablet para trabalhar é preciso ter este aspecto em atenção.Actualmente, a App Store da Apple ainda é um dos principais argumentos para a escolha, face ao número de aplicações disponíveis. No entanto, a Google, com o crescimento do sistema Android tem também aumentado o número de aplicações disponíveis no Android Market. E como não há apli-cações sem conteúdos cada vez mais as empresas estão a disponibilizar infor-mações detalhadas para as diferentes plataformas. Por exemplo, o Centro de Congressos do Estoril lançou uma aplicação para smartphone e em breve chegará aos tablet. Desde informação sobre os espaços, o tipo de eventos, contactos e informação importante para o organizador de eventos, está tudo à distância de um clique. E não fica por aqui… a ligação às redes sociais, como um prolongamento do smartphone, coloca-o mais próximo do público-alvo.

Ago ra no momento de decid ir, onde recai a escolha? PC, tab let ou f icar apenas pelo smar phone?

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PORT UGAL A INDA D ISTANTE DESTA TENDÊNCIAO mercado nacional ainda está longe desta dinâmica dos tablet. Apesar do iPad 2 ter esgotado em muitas lojas nos primeiros dias, como aliás na maioria dos mercados (excesso de procura ou estratégia de marketing?) e as opera-doras de telecomunicações estarem a lançar cada vez mais ofertas neste segmento, os portugueses ainda estão a ser conquistados por este novo gadget.A Event Point quis saber qual a recep-tividade deste tipo de equipamento para o mercado dos eventos e foi claro que, apesar de mais de um terço dos inquiridos já utilizarem o tablet para a sua actividade profissional, quase 60% ainda está distante desta realidade, e as razões são várias. O preço ainda é um grande entrave para a sua aquisição, mas um terço dos inquiridos apenas não vê necessidade em adquiri-lo porque está satisfeito com os equipa-mentos que utiliza habitualmente.

Para aqueles que já utilizam os tablet no seu dia-a-dia, o acesso à Internet, a consulta de informação e a possibi-lidade de fazer apresentações através deste gadget são algumas das tarefas mais utilizadas. Quanto às vanta-gens, as empresas que responderam a este inquérito sublinham a longa vida da bateria deste computador, quando comparada com um portátil vulgar e a rapidez de processamento, como aspectos diferenciadores. Mas também existem lacunas. Os inquiridos mencionaram a falta de teclado, a difi-culdade de ver conteúdos em “flash” no iPad o que inibe o acesso a alguns sites, bem como a falta de portas USB como aspectos negativos.Apesar das opiniões serem distintas, é claro que esta ferramenta de trabalho poderá ser útil para desenvolver aplicações específicas para os eventos, para fazer apresentações, bem como para aumentar a interactividade com as redes sociais.

E VENT APPSAs lojas ainda agora abriram e já estão cheias de novidades. Há muitas empresas que estão numa fase de amadurecimento no que concerne à produção de conteúdos para esta plataforma tão na moda, mas a maioria ainda está a dar os primeiros passos. No segmento específico dos eventos, as opções são diversas.As empresas têm investido mais, numa primeira fase, em aplicações para smartphones, até porque a taxa de penetração é mais elevada. Tecnológicas como a Invisage têm lançado apps dedicadas aos eventos. Especificamente esta tecnológica lançou o “Follow Me” e o “Event Link”, aplicações que permitem ter toda a informação sobre eventos actualizada, sem que tenha necessidade de estar constantemente online.Já especificamente para os tablet PC e para aumentar a interacção com o seu público, marcas como a Siemens ou a Rip Curl têm lançado aplicações dedicadas aos seus eventos ao longo do ano, ou apenas para apresentar um acontecimento específico.Para os organizadores de eventos, as lojas apresentam um conjunto de aplicações de produtividade, de planificação da sua agenda. No caso da AppStore, algumas das propostas passam pela Events Management ou o Agenda Maker. No mercado da Google, aplicações como a Event Planning ou o Event Planning Ultimate Guide.E todos os dias têm surgido novi-dades neste campo, com o objectivo de abranger todos os segmentos solicitados no mercado. Basta ir à loja e comprar, ou simplesmente descar-regar, porque muitas ainda são grátis.

Ana Godinho

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P O R T U G A L M O S T R A - S E N A I M E X A maio r fe ira europeia da meet ings industr y rea l izou-se no f ina l de Maio , em Frank fur t , e Po r tugal apresentou-se com cerca de meia centena de par t ic ipantes . No stand do Tur ismo de Po r tugal reuniram-se representações de c inco regiões - Po r to e No r te , L isboa/Esto r i l , A lgar ve, Madeira e Aço res - , a t ravés das suas Agências Regionais de Promoção Tur íst icas e Convent ion Bureaux , 4 2 empresas apresentaram a sua capacidade e ofer ta para o secto r do tur ismo de negócios . O espaço, com 500 metros quadrados, situava-se mesmo em frente à entrada principal da feira e um dos objectivos do espaço do Turismo de Portugal passou pela divulgação da riqueza, qualidade e diferença da oferta de Gastronomia e Vinhos, com os formadores das Escolas do Turismo de Portugal a realizarem degustações de vinhos, queijos, azeites

portugueses e de finger food.Na opinião de alguns expositores portu-gueses, a feira correu bem. No entender de Cila Uva, Chefe de Vendas do Monte da Quinta Resort, o certame foi muito promissor, “houve muitos visitantes e todos muito interessados”. Já Maria da Graça Luís, da Secretaria Regional de Turismo e Transportes da Madeira considera que

a feira correu bem, mas não tão bem como em 2010, “Este ano tivemos menos reuniões marcadas, o que não quer dizer que não tenhamos recebido muita gente. As visitas marcadas, no entanto, foram muito positivas”. Ana Telo, da Imagine More, diz que este ano os visitantes eram em menor número, mas que o resultado “foi positivo, com bons contactos”.

R E P O R T A G E M

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CONGRESSO DA EFAPCO RE AL IZA -SE NO ESTORIL“O mundo mudou. Vamos parar de falar e vamos começar a agir” é o tema do 5º Congresso da EFAPCO (Federação Europeia das Associações de Organizadores Profissionais de Congressos) que se realiza no próximo mês de Janeiro no Estoril. O stand do Turismo de Portugal foi o cenário da apresentação formal do evento, que contou com a presença de Helena Weinstein, da APECATE (Associação Portuguesa das Empresas de Congressos, Animação Turística e Eventos), entidade que assume a organização, e Nicola LeBrun, presi-dente da EFAPCO. Para além de revelar o tema, Helena Weinstein aproveitou a ocasião para anunciar a colaboração da IMEX e do MPI (Meetings Professionals International) no congresso, com o Fórum dos Futuros Líderes. Este fórum é aberto aos estudantes deste sector, tanto portugueses, como do resto da Europa, e representa uma ocasião de encontro e networking entre profissio-nais e futuros profissionais.

CENTRO DE CONGRESSOS DO ESTORIL LANÇA APL IC AÇÃO PARA SMARTPHONESA apresentação desta aplicação foi realizada durante e já pode ser descar-regada gratuitamente em telemóveis com sistemas iPhone e Android. A aplicação foi desenvolvida pela M-Insight e tem conteúdos sobre os espaços, o tipo de eventos, contactos e informação importante para o organi-zador de eventos. Tem ainda contéudos sobre o destino Estoril. A informação pode ser partilhada nas redes sociais e por email. Segundo Pedro Rocha dos Santos, director do Centro de Congressos do Estoril (CCE), esta é uma ferramenta muito útil que fornece acesso directo a informação sobre o Centro de Congressos, e “estará breve-mente disponível nos tablets”.A acção do CCE foi mais alar-gada, com o patrocínio do stand de Responsabilidade Social da IMEX. Este patrocínio consubstanciou-se no fornecimento de todo o mobiliário, fabricado em cartão reciclado. Neste espaço, especialmente dedicado à sustentabilidade, decorreram, ao longo da feira, vários painéis e apresentações

sobre boas práticas no sector. No respectivo stand, o CCE utilizou painéis de cortiça como pavimento, juntamente com mobiliário de cartão. Neste espaço, o CCE convidou todos os visitantes a colocarem uma flor de papel na parede, simbolizando assim o compromisso pessoal de redução da pegada de carbono.

NASCEU A MEE TOLOGYSabia que uma planta na sala melhora a criatividade? E que o facto de estar pintada de azul também? E que o layout de um espaço afecta a forma como as pessoas comunicam? E que o que se come antes das reuniões tem impacto no resultado final? E que a temperatura da sala afecta o rendimento?Para recolher este tipo de informação foi criada a Meetology. O termo designa o estudo da performance dos participantes nas reuniões e nos eventos. Jonathan Bradshaw, um consultor de Meetings Performance, acredita que é necessário trazer áreas como a psicologia compor-tamental, a fisiologia, a nutrição ou a neurociência para o sector dos eventos. E por isso decidiu criar um Instituto para recolha, investigação e disseminação de estudos científicos que possam afectar este universo da meetings industry.Esse Instituto tem agora uma plataforma online em www.meetology.com. Os estudos estão divididos em sete áreas: social, corpo, mente, espaço, cérebro e tecnologia. A intenção do projecto é, segundo Bradshaw, “ajudar os organizadores de eventos a tornarem as suas iniciativas mais eficazes”. O projecto foi apresentado na IMEX.

Claudia Coutinho de Sousa, Frankfurt

R E P O R T A G E M . P O R T U G A L M O S T R A - S E N A I M E X

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D I R E C T O R - G E R A L D A J O H N H O O K E R C O N S U LTA N C Y P R A C T I C E

J O H N H O O K E R

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O P I N I Ã O

C I N CO P R E V I S Õ E S PARA A I NDÚSTR I A M IO ú l t imo ano será , provavelmente, re lembrado pelas per turbações causadas no t ranspo r te aéreo po r vu lcões em erupção, vagas de f r io na Europa no f im e no in íc io do ano, cheias devastado ras na Austrá l ia , no Bras i l , passando pelo Sr i Lanka e pela China . E greves. Neste sent ido, 2 01 1 não começou bem, quer no Japão, que v iveu um sofr imento ho rr íve l , quer nos EUA , assolados po r to r nados assassinos. E como se isso não fosse suf ic iente , um novo vu lcão is landês reco rdou à Europa que também tem o potencia l de per turbar o t ranspo r te aéreo. Os desastres naturais conseguem sempre mostrar-nos a fragilidade do homem face aos elementos, mas também demonstram a fantástica determi-nação do homem para ultrapassar a adversidade. Temos que olhar para o futuro, mas porventura com um plano de contingência no bolso, para o caso de ser preciso. Os organizadores de eventos de todo o mundo já não podem ignorar as incertezas. Não é só uma questão de ter um plano de backup, mas também de rever termos e condições que são justos e relevantes face ao clima actual. Também têm que reconhecer que iremos continuar a ter um mercado em que as vantagens serão sempre escassas, o que significa ser absolutamente claro desde o início no que diz respeito às obrigações de ambas as partes. Muito se escreveu sobre as economias globais e, sem dúvida, ainda há mais dificuldades no futuro. A reviravolta irá certamente chegar, só que não antes de as dívidas monstruosas terem sido

efectivamente resolvidas e reduzidas. Para as empresas, o importante passará sempre por uma combinação de risco e percepção. Os clientes podem ter medo de compromissos no que diz respeito às economias que baralham este problema e onde continua a incerteza.

Convencer quem faz o orçamento de que está seguro é uma coisa. Convencer quem frequenta os eventos de que a instabilidade social, que invariavelmente tem como alvo os transportes nesses destinos (como resultado de políticas ou regimes impopulares), é muito mais difícil.

Os destinos do Norte de África sofreram as consequências do conflito regional. No entanto, estes países optaram por uma abordagem honesta e directa no que diz respeito ao impacto que isto tem para os clientes e, como resultado, alguns mantiveram a confiança, especialmente Marrocos. Isto faz com que o planeamento garan-tido seja um verdadeiro desafio. É uma indústria global e precisamos das alter-nativas que o mundo oferece. Senão vamos tornar-nos muito domésticos e, segundo algumas opiniões, virtuais, no que diz respeito a eventos cara-a-cara. Mais do que nunca, as associações do sector têm que se juntar para fazer lobby e comunicar os benefícios da nossa indústria, que é:. Empregadora. Facilitadora de comunicações. Exportadora. Motivadora. Educadora

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A riqueza de aproximar culturas, de reuniões presenciais, não tem preço. Por vezes, acho que o facto de exis-tirem muitas associações com agendas próprias não ajuda a causa. O mercado está tornar-se mais fragmentado e isso é outra razão para não perdermos de vista os nossos objectivos comuns. Talvez seja tempo de ter uma visão global e perceber que o sector, tal como a banca, está intrínseca e globalmente ligado.2011 está a ser um ano com altos e baixos, com alguns a terem um bom resultado, uns a verem a luz no fundo do túnel e outros a falhar. Enquanto a consolidação continua nas agências globais, impulsionada por clientes que pretendem um serviço global, ofere-cido por um único parceiro; vimos uma miríade de start ups promovidas por pessoas experientes que, por várias razões, quiseram ter mais controlo sobre o seu futuro como forma de ficar nesta indústria. Outros mudaram de actividade, o que significa uma perda geral, sendo que o balanço é agora de menos experiência, ainda que menos custos. Iremos sofrer com a falta de bons mentores e de líderes representativos.

As estratégias tradicionais de vendas estão a começar a falhar, à medida que se torna mais dif íci l conseguir uma reunião presencial . Há muitas razões que explicam isto, mas por trás está uma mudança de geração (X e Y) que têm uma atitude diferente e por isso requerem uma abordagem diferente.Isto inclui o acesso ao mercado, às redes sociais e, acredito eu, estratégias mais emocionais de acção. Também coloca em questão o ROI dos maiores eventos. Continuo a ouvir a mesma questão dos promotores, “mostrem-me pessoas que não conheço, e não as que já conheço”. As empresas agora precisam de reter clientes e um plano geral para os conquistar já não funciona.

O P I N I Ã O . C I N C O P R E V I S Õ E S P A R A A I N D Ú S T R I A M I , P O R J O H N H O O K E R

Então o que é que os próx imos meses nos reser vam? F icam aqui c inco prev isões :1) Os empregadores podem cada vez mais questionar os gastos das empresas em áreas como patrocínios, enquanto as dificuldades continuarem para os trabalhadores. As empresas terão que melhorar a comunicação interna para assegurar que os empregados entendem os benefícios. A inquietação dos patrocinadores da FIFA é um caso em questão.

2) Os subornos serão cada vez mais uma área de preocupação para as empresas, depois da nova legislação aprovada no Reino Unido e EUA.

3) Um foco em campanhas que apelem às emoções, além de incluírem produtos e serviços. Esta geração de consumidores quer sentir que faz parte de alguma coisa e não apenas que lhe vendam um serviço ou produto.

4) Distribuir o risco por mercados globais e não por clientes globais, como as multinacionais farmacêuticas.

5) Maior intrusão nos territórios de cada fornecedor, à medida que a cadeia de produção estende a oferta de serviços [os audiovisuais que propõem a animação, o catering que propõe a decoração]. Isto é um grande desafio. Não só as corporações estão a contactar directamente as Destination Management Companies, mas também os agentes falam directamente aos fornecedores de base. Isto não é sustentável a longo prazo.

X V SY

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E A G O R A?C O M O E Q U A N D O V A M O S PA G A R O S 7 8 M I L M I L H Õ E S D E E U R O S ?As esta t íst icas do Banco de Po r tugal apontam para recei tas anuais do tur ismo de cerca de 7 mi l mi lhões de euros , o que s igni f ica que h ipotecámos estas recei tas para a próx ima década . A fazer fé nas estimativas em que me baseei, são precisos pelo menos 50 anos de actividade no segmento de reuniões associativas e corporativas para atin-girmos o mesmo volume de negócio.Lamento não estar cá até 2060 para prestar o meu contributo, mas aqui ficam algumas ideias sobre questões, que, a médio e longo prazo serão factores críticos de sucesso para o turismo em Portugal, nomeadamente, para o segmento de reuniões.Em primeiro lugar, o aparentemente irreversível processo de globalização. Mesmo numa indústria muito atomi-zada como o turismo, em que mais e mais destinos e empresas concorrem entre si, com quotas de mercado redu-zidas, faz-se sentir o impacto crescente deste processo, que parece tender para a extinção do conceito económico “small is beautiful”.Por outro lado, a cada vez mais apregoada fórmula do retorno de investimento (ROI) que obriga a que, no futuro, a organização de eventos obedeça aos mesmos critérios de rigor que são aplicados aos investimentos em activos tangíveis. Longe vai o tempo em que reuniões e eventos eram orga-nizados “apenas” com o objectivo de

proporcionar um bom acolhimento aos participantes e convidados. Em tempo de “vacas magras” exige--se uma definição clara da relação custo vs. benefício. O poder de decisão nas empresas, está a passar da esfera de influência do marketing para as finanças, o que, a médio e longo prazo, pode condi-cionar o crescimento do mercado.“Para grandes males, grandes remé-dios”. Caberá aos futuros governos e aos múltiplos organismos da tutela deixar de ser um problema e passar a fazer parte da solução. Como? Através da implementação das anunciadas reformas e planos estratégicos, que mobilizem o sector, políticas e práticas para promover o investimento, bene-fícios e incentivos fiscais à criação de postos de trabalho, sobretudo para os mais jovens.Quanto a nós, quadros e colaboradores de micro, pequenas e médias empresas do sector, precisamos de identificar e formar novos líderes, organizarmo--nos em clusters, diferenciar e inovar, criar valor para os clientes e stakeholders e especializarmo-nos em mercados, como forma de obter os tão necessários ganhos de produtividade.

Agora, mais do que nunca, é hora de construir um futuro assente na sustentabil idade: uma visão coerente, consistente e equil ibrada entre actividade económica, responsabil idade ambiental e progresso social . Mãos à obra!

O P I N I Ã O

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P O R Q U Ê PA R T I L H A R I D E I A S C O M A M I N H A C O N C O R R Ê N C I A?Sinto uma necessidade constante de par t i lhar in fo rmação, de sent ir o país a fa lar a uma só voz no que toca à promoção tur íst ica e especi f icamente no tur ismo de negócios e eventos . Faço questão em par t i lhar com parceiros de negócios as boas prát icas em que tanto invest imos. E po rque não par t i lhar também estas prát icas e fa lar sobre estes temas com a conco rrência? Não nos devemos juntar à vo l ta de temas que podem a judar o pPaís a a t ra ir mais e melho r negócio para todos? Não devemos pensar o dest ino de fo rma hol íst ica e concentrada em va lo res comuns? Portugal vive um período difícil e não menos difícil está a nossa indústria de eventos. Exige esforço adicional de todos e uma comunicação mais eficaz para que possamos sair deste buraco onde o país se encontra, e garantir o futuro das próximas gerações. Depois da tempestade, normalmente, vem a bonança, e cada dificuldade traz também oportunidades. Está na altura de nos lamentarmos menos, de inve-jarmos menos aqueles que têm sucesso, arregaçar as mangas e trabalhar mais, mas também trabalharmos mais sintonizados, para alcançar resultados mais rápido. Não podemos esperar pela bonança sentados, a aguardar que

o tempo passe, continuar a criticar os dirigentes políticos e tudo o que nos rodeia e não fazermos nada de dife-rente. Estamos num período de grande inquietação em Portugal sem sabermos muito bem o que se passará depois do período da Troika. Exige de todos nós reflexão e acção imediata.Escrevo este artigo a caminho de Lisboa, vindo de Miami, onde estive num evento organizado pela direcção da TAP nos Estados Unidos para promover a sua nova rota Lisboa /Miami, quatro vezes por semana. Esta acção, muito bem organizada, pela qual felicito a TAP, inspirou--me no tema deste artigo de opinião

– associativismo! Este bom exemplo de promoção do espírito associativo, de colaboração e esforço conjunto para se atingir melhores resultados. Estiveram presentes, entre outros stakehol-ders, algumas DMC concorrentes que têm vindo a desenvolver no mercado americano a sua actividade comercial. Não seria óbvio a TAP convidar tais parceiros para alinhar comunicação, promover discussão de ideias para maximizar a exposição de Portugal no mercado americano e obter melhores resultados para todos? Claro que sim, mas acontece que estes exemplos são muito escassos.

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Temos medo de par ti lhar informação, de discutir as boas práticas que cada um de nós desenvolve com medo de perder clientes para a concorrência. Não serão a nossa concorrência real os players de outros países ou os próprios países? A falta de associativismo é um problema latino, reconheço, mas Espanha tem conseguido incre-mentar a sua participação associa-tiva com excelentes resultados. Falo do sector dos eventos que é o que melhor conheço. Em 2006 um grupo de empresários, CVB, hotéis, entre outros, juntou-se para apresentar ao board da MPI (Meetings Professional Internacional) uma proposta para criar um capítulo espanhol desta associação. Conseguiram juntar de forma célere 150 membros com o típico rácio de 50% clientes e 50% fornecedores e CVB, um sucesso enorme. A MPI é a maior associação de organizadores

profissionais de reuniões e eventos com 67 capítulos e mais de 20 mil membros, que se distingue por ser a “autoridade” desta indústria que gera mais de 122 biliões de dólares em todo o mundo. No ano seguinte, no congresso europeu da MPI em Copenhaga, Espanha ganha o melhor capítulo europeu e concorre para a organização do mesmo evento em Málaga que aconteceu em Março de 2010 com mais de 600 participantes trazendo uma exposição mediática e um case study para o país. Que grande exemplo de espírito associativo, este, que deveríamos seguir.

Nos dias de hoje, em que a informação tem que fluir rápida, clara e efectiva, na era das redes sociais e da tecnologia que, diariamente nos aproxima daqueles que estão distantes, não há espaço para continuar cada um a trabalhar sozinho, com medo de partilhar informação. Este é um problema do nosso país que nos atrasa o crescimento. Há que mudar.Com estas associações profissionais vem também uma agenda anual de formação e workshops em áreas diversas, que possibilitam a formação e desenvolvi-mento das competências técnicas das nossas equipas, de acordo com o que de melhor se faz lá fora; junta empresários e vozes da indústria à mesma mesa para se falar do país como um todo, como

podemos ganhar aos outros destinos, o que é preciso fazer e estabelecer metas onde todos participam.Já defendi em artigos anteriores que devemos comunicar melhor para fora do nosso meio, que a nossa indústria não é suficientemente profissionali-zada e é vista pelo mundo corporativo como sociável. Os departamentos de compras das grandes multinacionais não reconhecem as DMC como mão--de-obra qualificada que pode cobrar honorários pelo valor acrescentado. Isto tem que mudar, não podemos continuar refugiados nas comissões, mark ups escondidos, etc.O mundo dos eventos corporativos está a mudar muito rápido. Há uns anos as DMC precisavam de conhecer bem o destino e produto e terem uma brochura bonita. Isso era suficiente para atraírem clientes e gerar bom negócio. Hoje essa realidade é outra, há necessidade de acrescentar valor em todo o processo de organizar um evento, desde ferramentas que asseguram um planeamento rigo-roso, política de compras exigente e transparente, gestão de risco pré e durante o evento, gestão de crise, uso de tecnologia na gestão de eventos, e por aí fora. É necessário formar e beber conhecimento.

Defendo por isto o associativismo, a par ti lha de informação e o trabalho conjunto. Acredito que nos temos que associar para atingir melhores resultados para as nossas empresas e para o nosso país.

O P I N I Ã O . P O R Q U Ê P A R T I L H A R I D E I A S C O M A M I N H A C O N C O R R Ê N C I A ? , P O R D I O G O A S S I S

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T H E S O C A L L E D G R E E N E V E N T SO Homem está a consumir mais do que o p laneta consegue repo r e o equi l íbr io ambienta l encontra-se per igosamente ameaçado. Há uma tendência verde com o aparecimento de uma nova c lasse de consumido res que prefere produtos ambienta lmente “co rrectos” e cu jas ex igências têm levado as o rganizações a repensar as suas estra tégias para passar a inc lu ir a componente de sustentabi l idade nas suas decisões. O secto r dos eventos não foge a este cenár io. O caso de estudo que apresentamos é o do Fest iva l Sudoeste , a edição de 2 009, justamente po rque fo i a mais verde de sempre.

RESPONSABIL IDADE SOCIALOs eventos produzem impactos nas pessoas, no planeta e no lucro - triple bottom line - e, neste sentido, muitas são as empresas, ou organizações, que passaram a assumir na gestão e programação dos seus eventos uma filosofia sustentável, que advém desde cedo da sua política de marketing verde. Inevitavelmente, as acções ditas verdes proporcionam reconhecimento mediático às empresas, ou organiza-ções, por investirem nestas iniciativas sociais, gerando um sentimento posi-tivo de participação e melhorando o ambiente social e, consequentemente, fomentando uma maior experiência inerente ao evento. O marketing verde é actualmente uma tendência irrever-sível e, acima de tudo, uma exigência

do mercado, que não pode nem deve ser ignorada. Quando estas genuínas preocupações ambientais são reconhe-cidas no mercado, através de reco-nhecimento público, dos benefícios lucrativos e do aumento de visibilidade, geram-se novas motivações e, conse-quentemente, todos os produtos são melhorados tendo em vista o caminho da sustentabilidade. Ao longo dos últimos anos a paisagem do mundo dos negócios, das empresas e das organi-zações mudou diante dos nossos olhos e os seus eventos ficaram debaixo de escrutínio público, com uma neces-sidade crescente de oferecer medidas de ROI (retorno do investimento) e um maior foco numa economia e visões sustentáveis, tendo em vista a protecção do ambiente e incontorna-velmente a crise financeira.

SUDOESTE TMN - E DIÇÃO 100% NAT URALFoi com este evento que a febre dos festivais começou. A Herdade da Casa Branca cresceu ao longo de 13 edições, palco de um dos mais conhecidos festi-vais de Verão realizado em solo portu-guês, com o campismo a ficar cada vez mais concorrido, o pó mais controlado, o recinto mais cheio de atracções para-lelas e a Elsa, essa, espera-se que tenha encontrado os amigos…O Sudoeste TMN representa um dos muitos exemplos de iniciativas que demonstram a preocupação das empresas e organizações nacionais e a possibilidade da sua implementação e enorme sucesso, com as suas políticas de sustentabilidade e responsabilidade social.

F O R M A Ç Ã O

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A operadora já integra o Dow Jones Sustainability World Index – um dos mais conceituados índices mundiais que analisa a performance das empresas cotadas na Bolsa de Nova Iorque em termos de sustentabilidade. Uma distinção que coloca a Portugal Telecom entre as onze empresas de telecomunicações, a nível mundial, com as melhores práticas de sustenta-bilidade. Desde 2005, a operadora faz parte do FTSE 4GOOD.Profundamente consciente de que é indispensável mudar hábitos e menta-lidades e assumir uma atitude ecológica mais responsável, o Sudoeste TMN 2009 transformou a Zambujeira do Mar no maior “Planeta Azul do País”. Numa edição verdadeiramente ecológica do festival de Verão mais verde de sempre, a organização procurou mudar hábitos e mentalidades e assumir uma atitude mais responsável face ao ambiente. Neste sentido, a TMN, em parceria com a Música no Coração, o Parque Natural do Sudoeste Alentejano e a Quercus, contribuiu para alargar em mais de 10 hectares o habitat natural do Cágado de Carapaça Estriada, uma espécie em vias de extinção. Desta feita, o conceito do festival foi gerido em torno da espécie e de questões ambientais – o próprio logótipo foi alterado e foram promovidas inúmeras actividades junto dos “festivaleiros” que possibilitaram contribuir com metros quadrados para a preservação do habitat natural do Cágado de Carapaça Estriada. Na persecução do seu objectivo ecoló-gico a TMN e a Música no Coração criaram o Eco Park TMN, onde milhares de espectadores puderam participar em diferentes actividades com o objectivo uno de angariar cágados simbólicos e trocá-los por metros quadrados de área protegida em prol da espécie localmente ameaçada – um êxito indiscutível com o objectivo de sensibilização para a causa na sua globalidade. O espaço albergou ainda as indis-pensáveis máquinas de carregamento de baterias dos telemóveis, nesta

edição alimentadas por energia eólica. O sucesso foi visível nos números gerados: os “festivaleiros” carregaram cerca de 20 mil baterias de telemóvel em sete máquinas de carregamento disponibilizadas pela TMN durante três dias consecutivos. Os promotores TMN com um vestu-ário único, capaz de captar todas as atenções, vestidos de yettis, desfilaram por todo o recinto refrescando os presentes com sprays de água, desper-tando a consciência para a importância de contrariar o aquecimento global. Em todas estas acções o grafismo não ficou esquecido e foi desenvolvido com elementos da natureza. Também as entidades que patrocinaram o evento e que marcaram presença no recinto foram sensibilizadas para a questão ambiental, nomeadamente para a reciclagem dos resíduos produ-zidos. A saber: a Galp Share promoveu a partilha de transportes e boleias para o festival; a CP incentivou a deslocação por comboio; a Tiffosi produziu as t-shirts oficiais do festival com algodão biológico; a Ben & Jerry criou uma roda gigante, movida pelos “festivaleiros”, geradora de energia alternativa.

Pelo quinto ano consecutivo, os “festivaleiros” aderiram com visível entusiasmo à recolha do l ixo, que trocaram por mais de 40 mil f ichas Eco TMN - a moeda de troca do festival que dava direito a cer vejas Super Bock , animações e brindes TMN recicláveis.

De salientar, também, que todos os copos e garrafas de plástico recolhidos pela TMN foram ao longo do festival alvo de reciclagem. Para tal a TMN e a Música no Coração associaram--se à Ambilital – empresa que faz a gestão do sistema integrado de recolha, tratamento e valorização dos resí-duos sólidos urbanos dos Municípios Alentejanos – para racionalizar e maximizar a separação dos lixos e subsequente recolha e reciclagem antes, durante e após o festival. De modo a facilitar a vista sobre o palco, a TMN criou uma Eco bancada gigante, com vista privilegiada para os concertos, feita de fardos de caixas de telemóveis recicladas, que vinham directamente dos armazéns da TMN. Pretendeu-se demonstrar que, com recursos já existentes e com custo reduzido, é possível reinventar com originalidade e criatividade. Neste contexto, várias foram as inicia-tivas que contribuíram para tornar o Sudoeste TMN 2009 no festival mais verde de sempre, e levaram a Sociedade Ponto Verde, entidade responsável pela gestão de resíduos de embalagens em Portugal, a certificar o Festival Sudoeste TMN como um evento 100R®.

Este texto é um excerto de um trabalho de Bruno Valinhas,

aluno do mestrado em Turismo, ramo de especialização

em Gestão Estratégica de Eventos, da Escola Superior de

Hotelaria e Turismo do Estoril. Este e outros trabalhos

foram realizados no âmbito das cadeiras de Programação

e Gestão de Eventos e Marketing de Eventos com

orientação dos Docentes Nuno Gustavo e Luís Rasquilha.

Os melhores trabalhos são publicados na Event Point e no

site www.eventpoint.com.pt.

Bibliografia:

Portugal Telecom, S.A. (2010) – Comunicação

Responsável no Green Festival. Portugal Telecom, S.A.

(http://www.telecom.pt/InternetResource/PTSite/PT/

Canais/Media/DestaquesHP/Destaques_2010/3_edicao_

greenfestival.htm)

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Ver o artigo completo em:www.eventpoint.com.pt

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PATR IMÓN IO EM F ESTAA área do pa tr imónio em Po r tugal - pa tr imónio edi f icado, le ia-se – fa z par te daquele secto r compl icado, fechado e , em a lguns campos, profundamente monol í t ico a que no nosso país se chama “Cul tura” .

É cer to que está a decorrer, há já alguns anos a esta par te, uma revolução lenta e em grande par te si lenciosa nesta matéria, nomeadamente, no que diz respeito aos sectores educativos de museus, de equipamentos culturais e de património aber to ao público. Igualmente, na realização de alguns cer tames com carácter regular e mais abrangentes no público-alvo a atingir (o Serralves em Festa é o melhor exemplo disso mesmo). Ou, ainda, em algumas publicações – como aquela que nestes dias é editada em conjunto pelo IMC - Instituto dos Museus e da Conser vação e o Jornal Público – assumidamente de carácter generalista, novamente aceitando que, a final , toda a gente pode ser consumidora de cultura / património.São, sem dúvida, passos importantes que seriam mais eficientes caso esti-vessem integrados numa estratégia de médio e longo prazo, transversal ao sector e integrando todas as suas diferentes valências.O delinear dessa estratégia de fôlego – esse ponto da situação do que foi feito e alcançado qualitativa e quantitativa-mente até aqui, e fundamental projectar do que deve, pode e será cumprido no prazo, por exemplo, de 10 anos – permitiria evidenciar lacunas gritantes com as quais o mundo da cultura e, em concreto, do património se continua a confrontar nos dias de hoje.Uma dessas lacunas (de várias estra-tégicas que poderiam ser apontadas e que importa corrigir) prende-se com as outras utilizações possíveis

do património. Há, inclusive, nesta problemática, alguma dose de comi-cidade ao sublinhar características da forma de gerir do sector público em Portugal. De facto, existe uma relativa facilidade em entregar-se património para ser profunda e definitivamente transformado do ponto de vista arqui-tectónico em unidades de alojamento, por exemplo como sucedeu e continua a suceder com as Pousadas de Portugal (anterior ENATUR, e actualmente com exploração do Grupo Pestana); ou, ainda, em equipamento de serviço público como foi, e ainda é, o caso de tribunais e outro tipo de organismos instalados em conventos e restantes edifícios de grande porte. Estes casos sublinham que o problema parece assim estar ,não na

profundidade da alteração efectuada no património, mas sim na perenidade dessa alteração. Ou, posto de outra forma, o Estado lida bem nesta matéria com situações fechadas, definitivas, que congelam o significado original do monumento e criam-lhe um outro por cima, novo é certo, mas totalmente impossibilitado de estabelecimento de uma conexão. Como se, de alguma forma, estas utilizações monolíticas e desconectadas do ponto de vista de significado fossem de mais fácil integração por parte dos gestores de património: “era assim, passou a ser assado”, uma tábua rasa, um congelamento, “8 ou 80”, sem zonas cinzentas, sem diferentes camadas, sem o fervilhar de diferentes vivên-cias, opiniões, polémicas frutíferas a

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coexistir em simultâneo. No fundo, a tão profunda e arreigada aversão à discussão consistente, à crítica cons-trutiva, à sempre necessária síntese e repercussão dessa experiência no futuro próximo.É neste enquadramento ideológico – pois é disso que falamos quando gerimos cultura ou património – que perdura uma reiterada aversão a utili-zações circunstanciais de património com fins díspares do propósito original do monumento: set de cinema, óperas, concertos (de jazz, hip-hop, clássica) teatros (de todo o tipo), perfomances artísticas, festivais temáticos, eventos empresariais, reuniões ao ar livre... São utilizações não procuradas por parte dos gestores dos recursos patrimoniais e profundamente mal-amadas. Como se essas utilizações fugazes conspurcassem o significado original do espaço.

Todos podem e devem aceder ao património. E a todos compete preser vá-lo e fomentar a sua fruição. O Estado não pode de forma nenhuma ostracizar quem quer e pode uti l izar, enaltecer e rentabil izar todo o potencial cultural e económico de um recurso patrimonial , apenas por preconceito.As empresas, as agências de comuni-cação e os organizadores de eventos procuram, todos, a diferença nas suas acções e iniciativas. O património precisa de outras formas de receita para assegurar a sua preservação, manu-tenção e garantir a sua fruição pública em condições. Queira a crise económica que atravessamos ser um bom pretexto para fomentar este necessário diálogo entre estes agentes e, dessa forma, ultrapassar desconfianças alimentadas somente pela sempre fácil e extrema-mente limitada postura do “não querer conhecer, não querer saber”.

O P I N I Ã O . P A T R I M Ó N I O E M F E S T A , P O R C A T A R I N A V A L E N Ç A G O N Ç A L V E S

© C ATA R I N A VA L E N Ç A G O N Ç A LV E S

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C O N S U LT Ó R I O D E P R O T O C O L ONesta edição do Consultório de Protocolo, uma secção que conta com o contributo das especialistas Susana de Salazar Casanova e Cristina Marques Fernandes, os temas em foco têm que ver com convites, seating e com o papel do mestre de cerimónias. As perguntas foram enviadas pelos leitores através do site www.eventpoint .com.pt .

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Vamos organizar um jantar para os nossos clientes. Não podemos ter mais de 50 pessoas. Quantas devemos convidar para mais ou menos cumprir esse número, tendo em conta que muitos deles podem não estar presentes? Enviamos 75/100 convites? E com que antecedência? CS, Alfena

Para um jantar onde pretende ter presentes não mais de 50 pessoas, aconselha-se a que envie cerca de 80 convites. Contudo, a adesão dos convi-dados depende de inúmeros factores que, naturalmente, poderão influenciar a participação: não só o tipo de rela-cionamento existente entre empresa/cliente, como também a data, o local, alguma actividade complementar ao jantar, por exemplo.Quanto à antecedência, depende do grau de formalidade do jantar (factor que não refere) mas aconselha-se, pelo menos, a duas semanas. Após o envio dos convites, será certamente eficaz proceder a um follow-up telefónico para agilizar o processo.

Já nos aconteceu, mais do que uma vez, convidarmos determinadas pessoas para um evento e elas dele-garem noutras, não tão interessantes para a nossa organização. Como ficar claro no convite que este se destina unicamente à pessoa X, sem deixar passar alguma sobranceria? ST, Maia

A questão da representação de uma pessoa por outra só se pode fazer em certo tipo de eventos (por exemplo num seminário), mas deixando sempre essa possibilidade à consideração (e até aprovação) de quem convida. Quando o convite é para uma refeição, ou é aceite ou é declinado, não sendo correcto pedir a uma pessoa que tome o lugar de outra. Acresce ainda referir que para as Altas Entidades Públicas a represen-tação está prevista na Lei n.º 40/2006.Assim e para evitar situações como a que menciona pode escrever no convite a expressão “pessoal e intransmissível”.

Em relação a um jantar, sendo um encontro profissional, informal, deverá haver lugares marcados? RR, Setúbal

Tratando-se de um encontro informal, não é comum que existam lugares marcados. No entanto, o factor decisivo será a intenção, ou não, do anfitrião em ter perto de si determinados convi-dados. Assim, o anfitrião pode, verbal-mente, indicar o lugar aos seus convi-dados mais próximos (por exemplo aos da sua mesa). Acontece, também, com alguma frequência, existir apenas uma ou duas mesas com lugares marcados (com cartões de mesa) e as restantes em regime de free-seating.

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Quais são as características mais importantes a ter em conta quando escolhemos um mestre de cerimónia para o nosso evento? JF, Lisboa

A função de um mestre de cerimónias evoluiu ao longo dos tempos acompa-nhando as mudanças tecnológicas e adequando-se aos novos desafios de um evento ou cerimónia. A tarefa deste profissional - que ainda se confunde com o papel do apresentador -, passa por dar as boas-vindas, apresentar convidados/oradores e conduzir o evento, sendo um interlocutor entre o anfitrião/organização e o público. O seu papel, embora muito abrangente, é menosprezado e até, frequentemente, preterido por questões orçamentais. É levado a cabo pela pessoa que, a partir de um guião previamente elaborado, conduz o evento, chama oradores a intervir, dá informações pertinentes sobre o decurso do evento, ou seja, funciona como um elemento integrador

e um fio condutor entre as diversas fases do acontecimento. É fundamental que esteja coordenado com alguém respon-sável pelos audiovisuais. Ao contrário de quem desempenha a função de “voz off”, o mestre de cerimónias fala a partir do púlpito, de frente para os presentes. A sua função é, naturalmente, de grande visibili-dade. Além de estar inerente que deve ter uma imagem exímia (usando um traje adequado ao contexto), não deve descurar a postura. Por outro lado, é imprescindível que tenha uma exce-lente dicção e um bom tom de voz. Este último deve ser adaptado ao tipo de evento: numa cerimónia de grande formalidade usa um tom de voz solene, numa entrega de prémios recorre a um tom que crie suspense na audiência.

Contudo se a mensagem a passar for de contenção ou negativa, o tom deve variar e reflectir tristeza. Já quando se está a disponibilizar informação sobre certos acontecimentos, o tom deve ser exactamente esse, informativo. Recomenda-se que conheça atempa-damente o texto, que se informe sobre a forma de pronunciar correctamente nomes e palavras em língua estrangeiras e que efectue testes prévios a partir do local de onde vai falar (som ou ajustar a altura do microfone). Numa outra perspectiva, devem usar de determi-nação, clareza, ritmo e objectividade ao comunicar. Acima de tudo ter aquilo a que se designa de “dom da palavra”, pois facilita a atenção do público.

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N E G Ó C I O S C O M V I S TA PA R A O M A RCom uma localização privilegiada, o Crowne Plaza Vilamoura é o único representante português desta marca pertencente à cadeia internacional Intercontinental Hotels Group. Embora fique situado na zona nobre de Vilamoura, é muito mais do que um hotel de praia. A pouco mais de 20 minutos do Aeroporto de Faro e com facilidade de acesso a toda a zona de lazer envolvente, tem 327 quartos com vista de mar e capacidade para cerca de 800 pessoas. O edifício com apontamentos de inspiração árabe já existe há cerca de 30 anos, mas foi totalmente renovado, proporcionando agora um conforto acrescido. O hotel dispõe ainda de um spa, sala de fitness e locais próprios para crianças.

O sol e a proximidade da praia fazem deste local um destino de excepção para quem deseja aproveitar em pleno todas as vantagens de umas férias no Algarve, mas o Crowne Plaza Vilamoura oferece igualmente óptimas condições para a realização de eventos, dispondo de uma área de cerca de 1400 metros quadrados preparados para receber congressos, reuniões, banquetes ou apresentações de marcas e produtos. As três salas, que podem ser subdivi-didas em vários espaços ficam situadas no primeiro andar e dispõem de luz natural, meios audiovisuais com a mais recente tecnologia, ar condicionado e rede wireless. A Sala Sotavento, com cerca de 600 metros quadrados, distingue-se das restantes por três particularidades: a existência de uma plataforma elevatória no exterior, que permite fazer chegar ao interior objectos de

grandes dimensões, como carros e barcos, uma varanda com vista para a zona do bar onde podem ser reali-zados coffe-breaks e cocktails e uma cozinha própria, para que as refeições possam ser preparadas e servidas com o máximo de qualidade. O hotel dispõe ainda da Sala Barlavento, com uma área de 350 metros quadrados e da Sala Atlântico, com cerca de 200 metros quadrados. Todos os quartos do primeiro andar podem ser convertidos em salas de reuniões. Para facilitar a comunicação entre os organizadores do evento e os seus participantes, existe um sistema que permite que sejam enviadas mensagens directamente para os televi-sores instalados em cada quarto.Além dos espaços interiores, o Crowne Plaza possui ainda um pátio capaz de receber galas e banquetes para cerca de 500 convidados. As zonas de lazer são, aliás, um dos grandes atractivos para

quem quer aliar o trabalho e os negó-cios a momentos de descontracção. A praia, as piscinas, o Casino e a Marina de Vilamoura estão a poucos metros de distância e quem desejar pode optar por pacotes que incluem golf ou passeios de barco.A gastronomia algarvia, a que é acrescentada a sofisticação própria de um hotel de cinco estrelas, pode ser saboreada em vários espaços do hotel: o restaurante Cataplana é o ponto principal, mas as refeições podem ser servidas junto da piscina ou na Garrafeira, uma sala privada situada dentro do restaurante prin-cipal. A Suite Presidencial, situada no 11º andar pode ser alugada para um almoço ou jantar de trabalho, propor-cionando uma vista deslumbrante sobre toda a zona de Vilamoura.

Olga Teixeira

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P E S TA N A A S S U M E G E S T Ã O D O V I L A S O L G O L F & R E S O R T H O T E L E M V I L A M O U R AO grupo Pestana conta desde Fevereiro com mais uma unidade de cinco estrelas no Algarve. O Pestana Vila Sol Golf & Resort Hotel tem 189 quartos e suites, dos quais 141 estão distribuídos ao longo do jardim, junto às piscinas exteriores e aos lagos. O edifício foi projectado pelo arquitecto Arsénio Cordeiro e a deco-ração, em estilo mediterrânico, ficou a cargo de Graça Viterbo.

Situado em Vilamoura, a cinco minutos da marina e 20 do aeroporto de Faro, o Vila Sol insere-se num dos destinos algarvios mais procurados no segmento de reuniões, congressos e incentivos. E a unidade está preparada para acolher esses eventos. O hotel dispõe de um salão de 480m2, com capacidade para 650 pessoas em plateia e 350 pessoas em banquete. Este ballroom é divisível em seis salas, todas com luz natural e cinco metros de altura de pé direito, com um terraço adjacente coberto de 500m2, com capacidade para mais 450 pessoas. O hotel tem ainda cinco salas de reuniões, um business centre e um foyer de 195m2.O restaurante L’Olive (cujo nome provém da oliveira plantada no inte-rior), que chegou a ser distinguido com uma estrela Michelin, é outro espaço do hotel que pode ser utilizado para eventos, com capacidade para 80 pessoas em banquete. Com uma decoração árabe, tem a particularidade de se poder abrir para o terraço, com vista para o jardim e o campo de golfe, através de um mecanismo que faz reco-lher os vidros das janelas.Miguel Metello, director do hotel, disse à Event Point que o hotel está prepa-rado para acolher “reuniões, conferên-cias, congressos e eventos de carácter

particular, mais privados”.Incluído no complexo do hotel, mas mais antigo do que este (conta já com 20 anos), está o campo de golfe de 27 buracos, que foi considerado o 29º melhor do mundo. Do complexo hoteleiro fazem ainda parte duas piscinas exteriores, uma piscina interior, ginásio, academia de golfe, campos de ténis, circuito de manu-tenção, clube para crianças e um espaço de aluguer de bicicletas.“O complexo Pestana Vila Sol (hotel e campo de golfe) é uma das apostas mais fortes do Grupo Pestana para 2011”, afirma Pedro Lopes, adminis-trador do Grupo Pestana, frisando que “Vilamoura é um dos principais pólos turísticos nacionais e interna-cionais nos segmentos de clientes que procuram sol e praia, golfe e reuniões, congressos e incentivos”. O Pestana Vila Sol completa a oferta do Grupo Pestana no Sotavento Algarvio, juntando-se às Pousadas de Estói e Tavira”, realça Pedro Lopes.

O Grupo Pestana passa assim a gerir oito hotéis no Algar ve e três Pousadas de Por tugal (num total de 1 .625 quar tos) . O grupo passa também a deter na região cinco campos de golfe: Pestana Vila Sol, Pestana Gramacho, Pestana Vale de Pinta, Pestana Silves e Pestana Alto Golf. “Estando o golfe em larga expansão no mercado nacional, em especial a sul do país devido ao clima ameno, é muito importante podermos continuar a reforçar a nossa oferta neste sector”, frisa o administrador.

Sara Marques

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A I R N I M B U S D E I X A - N O S N A S N U V E N S A Rota do Romance podia ser um qualquer pacote turístico com hotel incluído, agendado para o dia dos Namorados. Mas a Air Nimbus resolveu inovar o conceito e levar os seus clientes em escapadas român-ticas pelos ares. Sofia Santos, Project Manager da empresa disse à Event Point que esta pequena companhia aérea se especializou em produtos de turismo aéreo especiais. Há experi-ências para todas as bolsas. A Rota do Romance custa 111,30 euros e inclui um voo de 20 minutos em Cascais e no cabo da Roca. Para quem pode, a Rota da Paixão oferece uma experiência mais completa, com refeições e visitas inclu-ídas, por 650 euros cada pessoa. Mas não é só de romance que vive a Air Nimbus. Sofia Santos diz que, por exemplo, “muitos dos nossos clientes escolheram a companhia para reali-zarem o seu baptismo de voo”. Aliás, segundo a responsável, a empresa tem ajudado quem tem medo de voar. “Conseguimos desmitificar os medos e as pessoas acabam por sair muito mais confiantes e com coragem para voar.

As sessões de cultura aeronáutica e de simulador de voo são também uma grande ajuda nestes casos”. Há ainda produtos mais pragmáticos.

Ter um ser viço de táxi aéreo pode parecer improvável nos dias de hoje. Mas esse é exactamente um dos ser viços que oferece a Air Nimbus. E é dos mais populares. Funciona entre cidades por tuguesas e também com ligações a Espanha.Sofia Santos realça ainda a procura pela Costa do Sol e Rota de Sintra. Por outro lado, a Air Nimbus tem também pacotes para eventos e team building, que cada vez mais fazem parte da vida das empresas. A Air Nimbus foi criada em 2005 e atrai

tanto portugueses como turistas de visita ao nosso país. “Neste momento o nosso público é bastante diverso. 50% são turistas internacionais e os restantes são portugueses à procura de novas expe-riencias” diz Sofia Santos. A empresa tem apenas cinco pessoas, que vão acumulando várias funções. Mas isso não impede a Air Nimbus de estar já a traba-lhar num novo segmento de negócio, o de voo executivo. O produto será lançado brevemente, segundo Sofia Santos.A Air Nimbus não descarta voar para novas paragens. “Neste momento temos escritório apenas em Portugal, mas voamos para a restante Europa e Norte de África. No futuro talvez venhamos a internacionalizar-nos”, adianta Sofia Santos. Tudo isto a partir do aeródromo de Cascais.

Maria Pereira

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T E AT R O D E E V E N T O S O U E V E N T O S E M T E AT R O ?Em tempos de crise até as artes se preo-cupam em ser sustentáveis (e rentáveis). Se o cinema e a música continuam a ser lucrativos, agora aliados ao poder da Internet, o teatro está frequentemente nas notícias associado a dificuldades

financeiras e numa total dependência de subsídios do Estado. O Teatro do Bairro, no Bairro Alto, em Lisboa, quer contrariar esta tendência e para isso está a organizar eventos e todo o tipo de festas (incluindo de Natal…).

A produtora Ar de Filmes já é conhe-cida por promover eventos culturais de teatro e cine- teatro. Em Março tornou--se também a promotora do Teatro do Bairro, que espera receber espectáculos culturais de todos os géneros, e convida agora empresas e outras entidades a alugar o espaço e os seus serviços para todo o tipo de eventos.A produtora enfatiza as qualidades do espaço, equipado para receber eventos corporativos como reuniões, conven-ções e workshops. Lançamento de marcas, road-shows e outros eventos promocionais estão também entre os alvos do Teatro do Bairro. No edifício (mais conhecido por Interpass), onde já esteve a rotativa do Diário Popular, há galerias e diversas instituições culturais. Localizado na Rua Luz Soriano, tem uma área útil de 430 metros quadrados, com um auditório conversível de 110 metros quadrados. Por 2.200 euros é possível alugar o palco, a bancada e o bar. A empresa oferece serviços extra de luz, som, catering e conteúdos aos interessados. É uma espécie de “teatro de eventos” que pode ter eventos em teatro. Equipas de actores, cenógrafos e argumentistas estarão à disposição de empresas que queiram um evento especial.

Uma forma de pôr a economia a trabalhar a favor das ar tes? Afinal , sempre foram precisos mecenas e patrocinadores para os grandes ar tistas.

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E VENTOS NO CORREDOR “BUS ”Os portugueses já estão habituados a ver carros com publicidade percorrerem as ruas das cidades. Já um autocarro a circular enquanto decorre o lançamento de um produto despertará sempre as atenções. O conceito do Special Bus oferece isso mesmo. O aluguer ao dia do veículo pode custar entre 800 e 2.800 euros. O primeiro valor refere-se ao autocarro parado, já o preço máximo dá direito ao uso do plasma, gerador, gasóleo e todos os restantes serviços disponibilizados. Os preços tornam-se mais interessantes, claro, se o autocarro for usado durante alguns dias. O veículo pode ser completamente coberto com uma imagem em vinil, por

3.500 euros. Baseado inicialmente no conceito de restauração móvel, o Special Bus demorou oito meses a desenvolver. Está equipado com WC, depósitos de água suja e limpa, fria e quante, despensas, zona de reunião para quatro pessoas, dois balcões de quatro metros e a tecnologia necessária para servir um evento: 60 tomadas, redes de dados e canhão de luz, por exemplo.O Special Bus exigiu um investimento de 250 mil euros e pode ser adaptável ao tipo de evento que se pretende realizar. A empresa exige apenas uma coisa: o seu motorista é o único que conduz este autocarro especial. Só não sabemos se pode circular no corredor do “bus”...

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T R Ó I AU M PA R A Í S O M O D E R N OAreia dourada e mar a zul ao longo de cerca de 17 qui lómetros , pra ias t ranqui las e uma beleza na tura l incomparável . É este o car tão-de -v is i ta da Península de Tró ia , s i tuada no L i to ra l A lente jano. A lém d isso, está dotada de moder nos equipamentos em termos de hote lar ia , la zer ou negócios : hoté is , centros de conferências e eventos , campos de gol fe e de ténis… Um paraíso moder no!

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Os cenários são de uma beleza indes-critível, não estivesse Tróia inserida num triângulo rico em fauna, flora e paisagem: Parque Natural da Serra da Arrábida, Reserva Botânica das Dunas da Península de Tróia e Estuário do Rio Sado. É neste último cenário que se pode encontrar uma população resi-dente de golfinhos-roazes e esta é uma das grandes atracções locais. Tróia tem estruturas para a realização de confe-rências, feiras, congressos e outros eventos, tem aquele que é considerado por muitos os melhor “Championship Course” do país – o Tróia Golf – e outros equipamentos para práticas desportivas e de lazer. É a partir de Tróia que se pode iniciar uma aventura pelo litoral alentejano, pelas aldeias piscatórias, pelas praias calmas, pelas tradições culturais e religiosas. A visita pode começar com uma travessia por ferry-boat …

“LOCAL PRIVILEGIADO PARA RECEBER EVENTOS”potencialidades. “Para além do enqua-dramento natural, Tróia beneficia de um rico espólio patrimonial que distingue o destino também do ponto de vista cultural. Paralelamente, uma localização privilegiada na tranquili-dade do Litoral Alentejano, a menos de uma hora de Lisboa e com todas as acessibilidades asseguradas – por terra ou pelo rio –, define Tróia como um ponto geográfico naturalmente apetecível”, adianta. Os responsá-veis acrescentam que a segurança é garantida no que ao Troiaresort diz respeito “mas, acima de tudo, o facto de apresentarmos uma oferta turística em que a componente de hotelaria oferece uma óptima relação qualidade--preço e é complementada por uma infra-estrutura multifuncional capaz de responder a diferentes exigências, inscreve-nos como destino de eleição para a meetings industry”. Também Teresa Roldão de Barros, directora de Comunicação e Marketing da Amorim Turismo, responsável pelo Tróia Design Hotel, fala em “características naturais únicas”, na “localização estra-tégica” e destaca a relação qualidade--preço, “no sentido em que num lugar exclusivo como Tróia conseguimos ter preços bastante competitivos, aliados a uma oferta de qualidade e um serviço de excelência”. José Pedro Calheiros, responsável da empresa de animação turística SAL – Sistemas de Ar Livre, diz que actualmente a mais-valia de Tróia é o “efeito moda, fashion, a par de uma grande capacidade financeira de investimento em promoção”. Além

O enquadramento natural, a oferta turística, a localização e a relação qualidade-preço são algumas das mais-valias de Tróia. “No território da costa alentejana, e até mesmo no Alentejo, não há outro local tão privilegiado para acolher eventos. A sua extraordinária localização, o Estuário do Sado, o Oceano Atlântico e a deslumbrante vista para a Serra da Arrábida, aliada a um património natural de excelência, com as requa-lificadas Ruínas Romanas, Tróia é um autêntico paraíso a pouco mais de uma hora de Lisboa”, afirma à Event Point Carlos Beato, presidente da Turismo do Alentejo Litoral. O responsável por esta entidade regional refere ainda a importância para a região de vários equipamentos – como o Casino, a Marina e o Campo de Golf – e a variedade de serviços locais: “Tróia tem hoje para oferecer alojamentos e os mais diversos serviços, com uma gama de preços ajustada a diferentes segmentos de mercado, o que faz com que Tróia e o concelho de Grândola sejam, nos nossos dias, um destino turístico absolutamente ímpar.” Todas estas vantagens reforçam “a poten-cialidade do destino para a reali-zação de eventos”. Além das Ruínas Romanas, “os Caminhos de Santiago, o Castelo de Alcácer do Sal, as Músicas do Mundo em Sines, Milfontes em Odemira, são também um incentivo forte para vir à região”, enumera. Para o Departamento de Comunicação Aqualuz, do grupo Sonae (que engloba o Troiaresort), são várias as

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MA IS PROMOÇÃOUma “melhor divulgação das enormes potencialidades” de Tróia como destino turístico é a solução apontada pelo presidente da Turismo do Alentejo Litoral para tornar Tróia mais compe-titiva. “Nos últimos três anos, Tróia sofreu uma grande melhoria de quali-dade, quer das suas unidades hote-leiras, quer ainda pela requalificação dos seus espaços exteriores. É por isso que é necessária maior e melhor divul-gação deste destino turístico na Costa Alentejana”, frisa Carlos Beato. Este é, aliás, um aspecto também desta-cado pela directora de Comunicação e Marketing da Amorim Turismo, que aponta como fraqueza “o facto deste novo destino ser pouco conhe-cido nos nossos principais mercados emissores de turistas, obrigando a um maior investimento na promoção/comunicação do destino por parte de todos os players da região, assim como do incremento de sinergias”. Teresa Roldão de Barros alerta ainda para a “necessidade de se continuar a investir nas acessibilidades, facilitando a mobi-lidade de pessoas e bens”. Segundo o Departamento de Comunicação Aqualuz, “aquilo que fazia falta à região para se tornar mais competitiva era, precisamente, um espaço orientado para o segmento de negócios, como é

o caso do Centro de Eventos Aqualuz”. Os responsáveis dizem que “Tróia se afirmou naturalmente como destino de lazer pelas condições naturais, pela oferta de alojamento e pelo vasto conjunto de actividades disponíveis para ocupar os tempos livres”, mas necessita de “se afirmar também como destino de negócios, como escolha estratégica para o sucesso de qualquer evento e que seja capaz de surpre-ender o mercado, uma vez que dispõe de todas as condições naturais e de infra-estruturas pensadas para receber encontros empresariais”. “O enfoque é, nesta fase, afirmar Tróia como opção de qualidade para o turismo de negó-cios e, posteriormente, captar quota de mercado neste segmento, despoletando o natural desenvolvimento de ofertas e serviços complementares”, conclui. Já o responsável pela SAL aponta como maiores fraquezas os acessos a Tróia – que são “difíceis, morosos e caros” – e a “opção estratégica de hostilização à cidade vizinha de Setúbal, tanto ao nível das populações como do desen-volvimento turístico”. Na opinião de José Pedro Calheiros estes factores “criam um entrave ao desenvolvimento do negócio que só poderá ser alterado de dentro para fora, com uma nova abordagem ao mercado de grande proximidade que se encontra do outro lado do Rio Sado”.

disso, acrescenta, “tem o efeito de ser novo e tudo estar muito bonito e bem arranjado, bem como bastante desocu-pado o que contribui para uma calma serena que ajuda ao efeito de união dos grupos”. De acordo com José Pedro Calheiros, “além das Ruínas Romanas, que são pouco úteis para eventos de incentivo pela fraca possibilidade de utilização turística, o local tem em Setúbal e em Palmela dois destinos bastantes ricos em Património Cultural que não devem ser esquecidos, bem como o Parque Natural da Arrábida ao nível do Património Natural. As limi-tações de acesso e utilização da Reserva Natural do Estuário do Sado fazem com que este património seja pouco relevante para o turismo de incen-tivos”. E acrescenta: “Como resort quase fechado, Tróia apresenta uma segurança elevada, ao que se acresce o facto de ter uma frequência de quali-dade, de pouca dimensão, para o qual contribui a sua localização um pouco longe de tudo. É sempre difícil definir qualidade, mas é notório que há um esforço para que esta seja elevada em Tróia, dentro dos padrões uniforme-mente aceites no mundo do turismo. No entanto, os preços associados a esta qualidade têm sido de tal maneira elevados que colocam o destino num patamar de difícil acesso, face a outros destinos igualmente bons e com enormes vantagens económicas.”

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C APACIDADE HOTELEIRA DÁ RESPOSTANo que toca à capacidade hoteleira, Carlos Beato afirma que Tróia tem para oferecer “quatro hotéis de quatro e cinco estrelas, com 1.500 camas, assegu-rando grande capacidade hoteleira, apta a responder aos mais diversos eventos que ali se podem realizar”. Para o Departamento de Comunicação Aqualuz, “Tróia reúne uma vasta oferta de qualidade constituída por 358 apartamentos das unidades Aqualuz Troiamar, Troiario e Troialagoa de 4 estrelas, que oferecem condições de conforto modernas e funcionais; 100 apartamentos turísticos Troiaresort que combinam a vantagem de ter o espaço e conforto de um apartamento privado, com os serviços e facilidades de um hotel e o Tróia Design Hotel 5 estrelas”. A directora de Comunicação e Marketing do grupo deste último hotel referido explica que o principal mercado é o nacional e que “a oferta existente tem conseguido dar resposta à procura, mesmo que crescente, por parte de clientes individuais e mesmo grupos”.

JOGO, ANIMAÇÃO E T URISMOUm dos espaços de diversão por excelência é o Casino de Tróia, inaugurado no início do ano. “As características únicas deste projecto deixam adivinhar uma forte aposta da Amorim Turismo em trazer para Tróia um novo pólo de animação turística, dinâmico e atractivo, com capacidade para captar um público diversifi-cado. A procura, desde a abertura a 1 de Janeiro deste ano, tem correspondido às nossas expectativas, na medida em que se trata de um espaço que está a solidi-ficar o seu posicionamento no mercado como novo pólo de animação cultural do destino”, refere à Event Point Teresa Roldão de Barros, directora de Comunicação e Marketing. O Casino é um espaço “arrojado, dinâmico, inovador e sofisticado” e conta com uma área de jogo composta por 226 máquinas slot e 16 mesas de jogo. A Amorim Turismo detém o Tróia Design Hotel, que é complementado com o Centro de Espectáculos e com o Centro de Conferências. “Existe da nossa parte um investimento grande nestas infra-estruturas, no sentido de criar novos pólos de animação e negócios na península, contribuindo para o crescimento económico da região e do país”, explica a responsável, acrescentando que “ambos os espaços foram pensados para dar resposta às necessidades do sector dos negócios, da meetings industry e do sector dos eventos, que muitas vezes se complementam”.

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CONDIÇÕES REUNIDAS PARA E VENTOS(11 salas de reunião e breakout com capacidade para reuniões desde 15 a 900 pessoas), pelo Casino e Centro de Espectáculos que complementam a oferta (permitindo a realização de jantares para cerca de 400 pessoas com ou sem espectáculo), pela oferta de espaços de restauração (dois restau-rantes e um pool bar com uma vista magnífica da serra). Toda esta oferta de espaços complementada pelas inúmeras actividades de lazer disponí-veis na península de Tróia. Um cenário bastante aprazível para a realização de vários tipos de eventos, de diferentes dimensões, desde uma simples reunião a um congresso, espectáculo ou acções de team building.” Por seu lado, José Pedro Calheiros afirma que “os empre-endimentos turísticos de Tróia, nas suas diferentes fases, sempre tiveram excelentes logísticas para recepção de eventos de toda a espécie. O que faz a diferença entre estes acontecerem, ou não, neste local é apenas uma questão de estratégia comercial e de associação com as parcerias certas”.

ARTICULAÇÃO ENTRE OS PLAYERSPara que a promoção de Tróia como destino turístico e de negócios seja produtiva é essencial que todos os players façam um esforço conjunto e articulado. E esse é um caminho que começa a ficar mais sólido. “Nesta fase de criação de um ‘novo’ destino turístico, é preciso que todas as partes envolvidas na promoção do desenvol-vimento turístico da região estejam conscientes da necessidade de se unirem esforços e investimentos num único sentido, o da introdução de um turismo de qualidade na região e acreditamos que é esse o caminho que já está a ser delineado, na medida em que existe uma excelente articulação entre entidades que com o tempo tem vindo a ganhar cada vez maior solidez”, sublinha Teresa Roldão de Barros, da Amorim Turismo. Este processo de articulação “nunca está encerrado”, explica à Event Point o Departamento de Comunicação Aqualuz, que acrescenta que nesta fase “há ainda muito esforço conjunto que tem de ser desenvolvido de forma

E relativamente a espaços para eventos? Nesta matéria, estão todos de acordo. “Tróia está hoje dotada de um Centro de Congressos, para 1.000 participantes, e de um recente-mente inaugurado Centro de Eventos, para 600 participantes, que tornam possível a realização de várias acções em simultâneo, situação que não tem paralelo, a não ser em Lisboa, no Algarve ou na Madeira!”, lembra Carlos Beato, da Turismo do Alentejo Litoral. O Departamento de Comunicação Aqualuz alinha no mesmo discurso e garante que “apenas é necessário afirmar o destino, uma vez que as condições estão todas reunidas: o novo Centro de Eventos Aqualuz junta-se ao Centro de Congressos já existente permitindo uma resposta eficaz na organização e recepção dos mais variados tipos de eventos”. Esta é uma ideia também presente nas declara-ções de Teresa Roldão de Barros: “A oferta existente é bastante completa, a julgar pela capacidade e versatilidade das salas de reuniões que existem

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VAR IADAS POSSIB IL IDADES PARA INCENTIVOS“Um incentivo deve assentar numa experiência diferenciadora para os seus partici-pantes, mas deve ser planeada tendo em conta o nivelamento perfeito para o grupo alvo”, começa por explicar José Pedro Calheiros, da SAL – Sistemas de Ar Livre, um operador de animação turística especializado em Turismo de Natureza e Motivação e Animação Outdoor. O responsável refere que “a região da Arrábida e a região do Alentejo Litoral, onde Tróia naturalmente se enquadra, apresentam possibilidades variadas para incentivos que podem ir do evento de um dia até ao perfeito incen-tivo de três dias, de grande diversidade”. A SAL aposta na área dos eventos para grupos, “preparando todo o evento, assumindo a concepção, realização, animação e avaliação de forma própria e autónoma”, e na área de lazer para individuais, assu-mindo-se como “empresa líder na oferta de passeios pedestres, com uma agenda regular de actividades todos os fins-de-semana, movimentando mais de 4500 pessoas por ano nesta actividade”. “A nível dos cruzeiros fluviais e costeiros, apre-senta uma oferta de actividades nos Rios Sado, Tejo, Guadiana e Zêzere, em parceria com operadores marítimo turísticos, realizando cerca de 40 cruzeiros anuais”, acrescenta. A SAL, que se iniciou na realização de eventos em 1996, realizou em Tróia uma das suas maiores iniciativas. “Este local faz parte da oferta permanente de destinos nas propostas SAL, no entanto a sua escolha não tem sido privilegiada pelos mercados que temos conquistado”, revela José Pedro Calheiros.

articulada entre todos os players”. Relativamente às unidades Aqualuz e à criação do Centro de Eventos Aqualuz Tróia, os responsáveis salientam “o importante papel da Câmara Municipal de Grândola ao longo do processo, assim como da Agência Regional de Promoção Turística do Alentejo (ARPTA), ambos parceiros de exce-lência para que possamos concretizar os objectivos que traçamos para este projecto”. Já José Pedro Calheiros, da SAL – Sistemas de Ar Livre, revela que a empresa de animação turística não tem actualmente qualquer relação comercial com Tróia, embora tenha tido alguns contactos, mas que nunca obtiveram resposta. O responsável afirma não saber por isso “se existe ou como se processa a articulação com os restantes agentes de mercado. Por seu lado, Carlos Beato considera que “a articulação entre as diferentes entidades que intervêm no território é um processo dinâmico, que acontece em permanência, e os operadores, os organizadores de eventos e as empresas

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de turismo proprietárias das unidades hoteleiras e de restauração já há muito que entendem que a cooperação entre eles é fundamental ao desenvolvimento da actividade turística com benefício para todos”. No que toca à promoção, o presidente da Turismo do Alentejo Litoral conta que “além do mercado interno, que continua a ser um mercado muito importante, o mercado espanhol e do Norte da Europa são

seguramente os mercados mais importantes”. E quanto a projectos futuros, Carlos Beatos garante que, além das actividades de promoção e das acções de melhoria que têm sido levadas a cabo, a entidade regional, em cooperação com a Agência Regional de Promoção Externa do Sector no Alentejo, vai “implementar uma estratégia de comunicação e marketing deste novo destino turístico, de molde a

AQUALUZ INAUGUROU CENTRO DE E VENTOSModerno, funcional e confortável, pensado para integrar na perfeição o espaço envolvente, com uma área total de 681m2, com luz natural e meios técnicos e audiovisuais disponíveis, com capacidade até 630 lugares sentados e com a possibilidade de se dividir em três espaços distintos (uma sala polivalente, um auditório e um foyer de 183m2), aptos a acolher qualquer tipo de evento. Assim é o Centro de Eventos Aqualuz Tróia recentemente inaugurado. Esta estrutura multifuncional “inscreve--se na estratégia de complementaridade protagonizada pela Sonae Turismo Hospitality” e, segundo o Departamento de Comunicação Aqualuz, “é o reflexo da preocupação existente com o alargamento de uma oferta de serviços associados, capazes de dar resposta a uma multiplicidade de solicitações empresariais ou particulares”. O investimento ronda os dois milhões de euros e surge como complemento à oferta de alojamento e de lazer das unidades Aqualuz em Tróia. Uma aposta que fortalece a Península de Tróia “não só como uma opção de lazer, mas também como destino de eventos”, frisa. O Departamento de Comunicação sublinha ainda a oferta variada e o largo leque de serviços disponíveis do complexo turístico Troiaresort. “Quer pela amplitude de serviços que o destino oferece, quer pela ausência de espaços homólogos na região, o Troiaresort apresenta agora todas as condições para alavancar o turismo de negócios e para se afirmar como destino de congressos, reuniões ou encontros empresariais”, conclui.

assegurar notoriedade a nível nacional, e principalmente internacional, à Costa Alentejana, destino turístico bastante diversificado, com oferta como a que temos em Tróia, à Lagoa de Santo André, Porto Covo, até Odeceixe, isto é de Grândola até Odemira, passando por Alcácer do Sal, Santiago do Cacém e Sines”.

Maria João Leite

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M A C A U ,S I Z E D O E S M AT T E RPense em grande. Ago ra pense em maio r a inda . Imagine o supra-sumo do luxo e da ostentação. E depois de imaginar tudo isto , f ique a saber que em Macau tudo é a inda maio r e mais luxuoso. Monumentais edi f íc ios de vár ias fo rmas, co res e fe i t ios rasgam os céus, imponentes, g igantescos.

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Em menos de 30 km2 de terra concen-tram-se 22 mil quartos de hotel e nem o espaço parece ser problema para os macaenses. Não há mais terra? Conquista-se ao mar. Cerca de metade do território actual foi ganho através de aterros e ilhas artificiais. Olhando para os edifícios em construção percebe--se que a oferta hoteleira vai crescer, mas Macau também. Dois projectos em curso na Ilha da Montanha, oferecida a Macau pela China, vão acrescentar mais território a esta região admi-nistrativa que, em 1999, passou de Portugal para a China.

O JOGO E O LUXOEngana-se quem pensa que Las Vegas é a meca do jogo. As receitas dos casinos de Macau já ultrapassam em quatro vezes as da cidade do jogo norte--americana. Este pequeno território com uma população de 550 mil pessoas goza do estatuto de região adminis-trativa especial, o que significa que os chineses que vivem noutras províncias precisam de um visto de entrada. É a única região da China onde o jogo é autorizado, e é da China e de Hong Kong que chegam aqueles que mais fazem mexer a economia. Jogadores de todas as idades, de ambos os sexos, cruzam a fronteira para passar um ou dois dias, gastos quase na totalidade nas mesas do casino, onde o tempo se move de maneira diferente consoante as fichas de plástico vão trocando de mão. Cerca de metade destes turistas não chega a ocupar um quarto de hotel, uma realidade que os hoteleiros querem alterar. Os grandes jogadores, aqueles que têm acesso às salas privadas, vêm também dos Estados Unidos. Chegam em aviões privados, são recebidos com limousines, Ferraris e Rolls Royces no aeroporto e registados, muitas vezes com um nome fictício, nas suites de um dos muitos hotéis de luxo da cidade.

Até 2001 o negócio dos casinos, que representa 70% das receitas da região, era um império de Stanley Ho, o milionário com nacionalidade chinesa, britânica e portuguesa. Em 2004 surgiram os grandes grupos mundiais e mudaram este negócio do jogo. Macau é mais do que o que se vive sobre o pano verde das mesas de jogo, mas muitos nem se dão ao trabalho de descobrir o que fica para lá das fachadas brilhantes dos casinos. E se os percorrer vai percebendo porquê. Os grandes hotéis-casino são verda-deiras cidades dentro de portas onde nada falta. Nem sequer onde gastar o dinheiro que ganhar, ou que conse-guir não perder, na mesa de jogo. As grandes marcas de produtos de luxo como a Cartier, Bulgari, Chanel, Dior, Armani, Gucci, Louis Vuitton, Miu Mil, Prada… têm obrigatoriamente uma loja dentro dos gigantes da hotelaria.Nos espaços comuns, tudo é luxo e ostentação. Os pés pisam o mármore que chega de todas as parte do mundo, nos tectos há pinturas com folha de ouro e candelabros monumentais, numa decoração com maior ou menor bom gosto, mas em todos os casos, cara.

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DESTINO PARA E VENTOSinferior aos realizados nos hotéis.Os eventos do Governo de Macau só podem ser realizados em hotéis sem casinos ou noutros espaços, já que os funcionários públicos só podem entrar nos casinos no Ano Novo Chinês.O director do Turismo de Macau, João Costa Antunes, explicou que as auto-ridades macaenses querem mostrar que a Região Administrativa “não é um monoproduto”. “Reconheço que há pessoas que vêm a Macau pela impor-tância do jogo, mas depois acabam por ver que há mais do que isso”.“Pretendemos abrir o mercado das convenções, exposições e incen-tivos e também mostrar que temos um produto de qualidade, quer nas instalações, quer, por exemplo, nas lojas”, explicou o responsável. O objectivo do Turismo de Macau é ter um evento internacional por mês e já faltam poucos meses para preen-cher, se tivermos em conta as Regatas Internacionais de Barcos Dragão, que, no início de Junho, encheram os hotéis de Macau, o Grande Prémio de Fórmula 1, que esgota igualmente a capaci-dade hoteleira, o Ano Novo Chinês, o Festival de Fogo-de-Artifício,

o Festival de Artes, o Festival Internacional de Música, Oktoberfest, o 1 de Maio e o 1 de Outubro, altura em que tudo encerra na China, trazendo os turistas a Macau.

PATRIMÓNIO MUNDIAL DA UNESCOO Centro Histórico de Macau foi agora inscrito na Lista do Património Mundial, tornando-se no 31º sítio designado como Património Mundial na China, e é um cruzamento de duas culturas. A arquitectura colonial partilha a paisagem com edifícios com traços asiáticos. A poucos metros de uma igreja católica, o templo dedicado à deusa A-Má lembra-nos que estamos a milhares de quilómetros de Portugal. Por um lado há a forte marca asiática, por outro, a presença dos portugueses que, até há pouco mais de dez anos,

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Já desde o século XVI que viajantes e negociantes do Oriente e do Ocidente se encontram em Macau - principal porta de entrada para a China. Agora, Macau continua a ser um ponto de encontro, com uma meetings industry (MI) em permanente crescimento que parece escapar e até aproveitar a crise dos Estados Unidos e da Europa. Em 2010, o número de eventos em Macau foi 15% superior ao de 2009 e o número de participantes 41% superior.Segundo dados do Turismo de Macau, no primeiro trimestre de 2011 houve menos eventos, mas com mais parti-cipantes do que no mesmo período do ano anterior. Tiveram lugar 267 reuniões/conferências e exposições, menos 64 face ao mesmo trimestre do ano anterior e participaram 127.194 indivíduos, um número 42% superior, em relação ao trimestre homólogo de 2010. 63% das entidades organiza-doras das exposições/exibições são empresas de Macau e 25% são de Hong Kong, indicam ainda as estatísticas. A maioria destes eventos (214) realizou--se nas instalações hoteleiras, tendo apenas 53 decorrido nos centros de conferências e exposições e com duração

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governavam o território. O centro histórico inclui ruas e praças, tais como o Largo da Barra e o do Lilau – onde existia a principal fonte de água natural em Macau e nasceu a lenda que dizia: “Aquele que beber da água do Lilau, jamais esquecerá Macau” - o Largo de Santo Agostinho, do Senado, da Sé, de S. Domingos, da Companhia de Jesus e o de Camões. Estas praças principais e ambientes urbanos estabelecem a ligação entre uma sucessão de mais de vinte monumentos, que incluem o já referido Templo de A-Má, o Quartel dos Mouros, a Casa do Mandarim, a Igreja de S. Lourenço, a Igreja e Seminário de S. José, o Teatro D. Pedro V, a Biblioteca Sir Robert Ho Tung, a Igreja de Santo Agostinho, o Edifício do Leal Senado, o Templo de Sam Kai Vui Kun, a Santa Casa da Misericórdia, a Igreja da Sé, a Casa de Lou Kau, a Igreja de S. Domingos, as Ruínas de S. Paulo, o Templo de Na Tcha, a Secção das Antigas Muralhas de Defesa, a Fortaleza do Monte, a Igreja de Santo António, a Casa Garden, o Cemitério Protestante e a Fortaleza da Guia.

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DOC DMC MAC AU E SMALLWORLD E XPERIENCEA DOC DMC Macau é a única Destination Management Company portuguesa na região. A trabalhar no mercado há três anos e meio, detém ainda uma outra empresa de activi-dades de incentivos e team building, a smallWORLD Experience, que propor-ciona actividades como as regatas dos barcos do dragão, corridas de kart, dança do dragão, tai-chi, etc.Bruno Simões é o CEO da empresa, com 15 anos de ligação à meetings industry. Trabalhou pela primeira vez Macau entre 1993 e 1995 e, depois de sete anos em Portugal, regressou.

HÁ MARC AS QUE NÃO SE APAGAM, MAS OUTRAS DESAPARECEMOs nomes das ruas, das escolas, dos edifícios públicos, lojas e até os sinais de trânsito estão escritos em chinês e português. Aqui não faltam restau-rantes portugueses. O “António”, o “Fernando”, o “Manuel”, o “Espaço Lisboa”, são alguns dos mais conhe-cidos, que pautam a ementa por pratos como bacalhau à lagareiro, sardinhas, chouriço assado, leite creme, serra-dura, vinho português e mesmo nas ruas vendem-se pequenos pastéis de nata, um pouco por todo o lado.

Nestes restaurantes vêem-se sobretudo chineses que descobriram as delícias da cozinha portuguesa, dos peixes, dos mariscos, dos doces e dos vinhos, mas a comunidade de portugueses já vai sendo pequena e passa despercebida pela cidade. E estranhamente, mesmo com tanta influência lusitana, com tanta sinalética na língua de Camões, poucos são os que entendem ou falam português na cidade e, em alguns locais, longe do bulício dos casinos, nem o inglês permite comunicar.

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L INDA PEREIRA FAZ O RE TRATO DA MI EM MAC AUA directora executiva da CPL Events, Linda Pereira, é a representante para a Europa do grupo Venetian no sector da meetings industry. Conhece bem o destino e fez à Event Point um retrato do sector. “Macau tem-se posicionado muito inteligentemente na Ásia”, começa por explicar. “Oferece a componente de MI, mas também de entretenimento e jogo, que é muito importante para o cliente asiático”. Além disso, realça, “está a posicionar-se também no mercado indiano, que tem muito dinheiro e é difícil de atrair”. Já para o cliente europeu e americano, “o jogo não é fundamental, mas sim a componente cultural e a ligação à China”. “A Austrália é um grande comprador de incentivos porque, sendo perto, encontra em Macau uma cultura completa-mente diferente”, explica. “Outro grande cliente é o Japão, mas, depois do sismo, começou a cancelar eventos”.O cliente português é muito valioso em Macau, por exemplo no Westin Macau todas as salas têm nome de rios portugueses. Mas, por ser tão valioso, “a nossa crise é, para eles, uma dor de cabeça”, explica Linda Pereira. E assinala que, “em Macau o luxo é tal que nos esquecemos da crise”. Para Linda Pereira “o destino está a ser muito bem trabalhado”. “Aproveitam o know--how dos grandes grupos internacionais, que conhecem os vários tipos de clientes, e há também uma aposta do Convention Bureau em contactar pessoas que conhecem bem os mercados a que se dirigem”. “Os DMC têm a vida facilitada dada a grande oferta de programas. Parte do evento pode, por exemplo, ser uma ida a um dos vários espectáculos. E, se for o caso, num dos dias do evento atravessam a ponte e estão em ambiente chinês”, diz ainda. “Falta de espaços não há”, garante, e assegura que, mesmo a realização de um grande evento não interfere com clientes dos casinos e dos hotéis. “Tivemos [no Venetian] um congresso de 9500 pessoas e os clientes do hotel nem deram por elas”, explica.Linda Pereira aponta outra vantagem ao destino: “Macau ainda pode realizar congressos médicos e da indústria farmacêutica porque não funciona com o sistema de estrelas”. Depois de escândalos que mancharam as empresas farmacêuticas de todo o mundo, há uma tentativa de passar uma imagem de contenção, por isso, o código de boas práticas impede a utilização de hotéis luxuosos para a realização de eventos. O facto de não ter a classificação de estrelas é uma vantagem para Macau, deste ponto de vista.Mas com tanto luxo, Macau é um destino caro? Linda Pereira assegura que não. “É um destino mais barato do que o norte da Europa: Alemanha, Londres, etc. Um americano que esteja a escolher entre a Alemanha e Macau, por exemplo, opta muitas vezes por Macau. Apesar de os voos serem mais caros, o evento realizado lá fica mais barato, uma vez que os hotéis têm OPC (Organizadores Profissionais de Congressos) internos, os transportes são próprios, os espectáculos são deles, o catering também… fica mais barato do que subcontratar”, explica.E qual é o ponto fraco do destino? “A parte mais difícil são as acessibilidades”, diz. “Não há muitos voos directos. Os grupos hoteleiros organizam os transferes de barco de Hong Kong e as pessoas nem se apercebem que aterraram noutra cidade. Muitos DMC locais voam para Pequim, fazem uma visita e depois é que voam directamente para Macau. O incentivo começa lá. É uma forma de contornar um possível problema”.

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ENTRE TENIMENTO DE QUALIDADEser apresentado ao público. Criado e dirigido por Franco Dragone, o espectáculo é um magnífico bailado na água que tira a sua inspiração das raízes da cultura chinesa. No Venetian está patente desde 2008 um espectá-culo permanente do Cirque du Soleil. “Zaia” é uma encenação de dança, movimento e acrobacia aérea que já foi vista por mais de 800 mil espectadores. E há outros espectáculos que decorrem durante todo o dia, gratuitamente, em vários hotéis de Macau. É o caso do “Performance Lake”, localizado na área em frente do Wynn, a árvore da Prosperidade também no Wynn e o “Bubble Show” no City of Dreams.

Macau leva a sério o lema de cidade que não dorme. Durante toda a noite há pessoas nas ruas, lojas, nos restau-rantes e nos bares. A maior parte dos bares e pubs localiza-se nas docas, mas nos hotéis estão alguns dos bares e discotecas da moda, como o Club Cubic, do City of Dreams, o Cristal Piano Bar, no Galaxy, o Bellini Lounge, no Venetian, ou o Lion’s Bar, no MGM.Para quem procura um espectáculo, a oferta é variada. A não perder é sem dúvida o “The House of Dancing Water”, que pode ser visto no City of Dreams. Uma superprodução que custou 250 milhões de dólares, demorou cinco anos a conceber e mais dois anos de ensaios antes de

INCENTIVOS DO GOVERNO A O T URISMO DE NEGÓCIOSO Governo de Macau decidiu prolongar até ao final do ano o plano de estí-mulo ao turismo de negócios, que foi lançado em 2009 e terminava no final deste mês. A Direcção dos Serviços de Turismo (DST) justifica o prolonga-mento com “a aceitação e o impacto favorável” do programa que visa ajudar a atrair mais eventos ligados ao sector das reuniões, convenções e exibições.Nestes dois anos, o plano traduziu--se em apoios financeiros no valor de 46,9 milhões de patacas (cerca de 4,3 milhões de euros) e apoiou um total de 246 eventos, incluindo 95 reuniões e convenções, 47 exposições, assim como 104 eventos de turismo envolvendo mais de um milhão de participantes.Entretanto, o Ministério do Comércio da China e o Governo de Macau chegaram a um acordo para facilitar os vistos para os indivíduos do interior da China que pretendam participar em eventos no território, para facilitar a participação das empresas em conven-ções e exposições a realizar em Macau.

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ALGUNS ESPAÇOSCENTRO DE CONVENÇÕES DA TORRE DE MACAUA Torre de Macau é a 10ª torre independente mais alta do mundo e a 8ª na Ásia. O Salão Nobre tem uma área de 1960 m2 e capacidade para 2.200 participantes, podendo ser subdividido em oito salas individuais. A Sala de Exposições pode acomodar até 100 mesas de expositores e a de Espectáculos dispõe de 500 lugares, palco onde o fosso de orquestra é operado hidraulicamente e equipamento de tradução simultânea.

CENTRO CULTURAL DE MACAUInclui duas salas: o Grande Auditório, com 1.114 lugares sentados, projectado para espectáculos musicais, tendo inclusive um fosso de orquestra; e o Pequeno Auditório, com 393 lugares. Ambos estão equipados com um sistema de tradução simultânea e dotados de equipamento de luz e som.

THE VENETIAN MACAUÉ o maior resort da Ásia e o maior casino do mundo. Tem 2.874 suites de luxo (cada uma com área superior a 70 m2). As salas para congressos e exposições têm uma área de 75.000 m2. Dispõe ainda de um Salão de Festas (sem colunas) com 6.500 m2, assim como 108 salas adaptáveis a reuniões diversas. O hotel oferece ainda entretenimento como o Cirque du Soleil e outros espectáculos culturais e desportivos na Arena, com 15.000 lugares e no Teatro, com 1.800.

FOUR SEASONSCom 360 quartos, o hotel, que está incluído no complexo do Venetian, inclui 2.559 m2 de áreas para eventos, incluindo duas salas, uma delas com capacidade para 400 pessoas. Recentemente, o hotel foi palco de um evento da Mercedes, em que um carro foi colocado no meio de uma das piscinas. Aliás, o hotel tem recebido vários lançamentos de automóveis nesse espaço exterior.

GALAXYÉ o mais recente resort de Macau, inaugurado em Maio de 2011. Tem a maior praia de ondas artificial do mundo, com 350 toneladas de areia branca e fina. Dispõe de três hotéis de cinco estrelas, Okura, Banyan Tree e Galaxy, e abrirá até ao final do ano um complexo de cinemas com nove salas e tecnologia 3D. Tem ainda uma sala com capacidade para 1.200 pessoas, assim como duas salas de conferências com 660 m2 no total, que podem ser divididas em quatro mais pequenas.

MGM MACAUCom cerca de 600 quartos, tem uma área de 1.452 m2 que inclui um Salão de Festas com 807 m2 e locais próprios para reuniões, eventos e casamentos. A Grande Praça, com uma área de 1.088 m2 e um tecto de vidro a 25 m de altura, é muito usada para eventos e refeições.

COMO CHEGARSe o destino o convenceu, prepare-se para uma longa viagem. Portugal e Macau estão separados por 11740 quilómetros e não há voos directos. Uma das opções é voar pela Alemanha, outra pela Finlândia ou mesmo por Pequim. Escolha qual escolher, passará muitas horas dentro de um avião, mas o destino realmente vale a pena.

Sara Marques

A jornalista viajou a convite do Turismo de Macau

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H E L L O M O V E M E N TO poder das imagens“A Hello faz filmes!”, costuma responder Ricardo Guerra, sempre com um ar tranquilo. Ele que começou há dez anos a trabalhar em produtoras de televisão, foi aos poucos acumulando experiência em diversas áreas de pós-produção, e com ela uma série de clientes que exigiam cada vez mais tempo e dedicação. Foi assim que nasceu a Hello Movement, e rapidamente se formou uma equipa multidisciplinar, com essa mesma paixão: concretizar projectos.

Desde a produção de linhas gráficas para programas de televisão, nacionais e internacionais, filmes publicitá-rios, efeitos especiais, institucionais, packshots, reportagens, até ao cinema, em cada um destes géneros a Hello Movement deixou já a sua marca.No caso dos eventos, é possível traba-lhar toda a comunicação visual, desde genéricos para a abertura, separa-dores temáticos, filmes explicativos de produtos e serviços, podendo produzir ambientes virtuais que são depois mapeados no recinto, de modo a que todos os participantes se sintam imersos no evento.O envolvimento dos clientes é

essencial, até porque o trabalho da Hello Movement não existe desligado da restante construção do evento. “Se conseguirmos harmonizar o conteúdo audiovisual com a animação, por exemplo, o impacto aumenta exponen-cialmente, resultando numa experiência mais forte”, garante Ricardo Guerra.Também aqui as tecnologias têm evoluído, permitindo novas soluções. “Antes de trabalharmos em eventos, o máximo de resolução que utilizá-vamos era o HD (1920x1080 píxeis). Hoje, trabalhamos resoluções na ordem dos 10.000x1080 píxeis! Por isso é tão importante ter um parceiro sólido quando falamos de estruturas

audiovisuais. E por isso uma das primeiras perguntas que faço ao nosso cliente é com quem vamos trabalhar”, explica Ricardo Guerra.Quanto mais cedo entram no projecto, melhor. “O tempo é sem dúvida o mais importante, e os clientes estão cada vez mais conscientes disso”, assegura o responsável pela Hello Movement. “O tempo e a quantidade de informação, ou a qualidade do briefing, são os factores que mais influenciam o resultado final”.

Mais informações em:www.hellomovement.comwww.vimeo.com/hellomovement

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M I N I F O T OEmoções em grande fo rma toAntónio Camilo é filho de fotógrafo, e foi o pai, colaborador do jornal O Século, quem fundou em 1965 a Minifoto. Um estúdio no Lumiar, não muito longe de Alvalade, onde mora o clube do coração de António. Isto para dizer que, no caso dele, o sportinguismo e a fotografia estão-lhe nos genes, no sangue, correm-lhe nas veias. Imagina-se que soube o que era uma máquina fotográfica antes de conseguir andar, ou saber sequer como se chamava aquele aparelho.

Aos dez anos insistia em acompanhar o pai, e fazia trabalhos de gente grande. Como naquele dia, num casamento, em que o flash literalmente explodiu e ele teve que improvisar, pedindo ao padre e aos noivos que se chegassem mais para perto de uma vela, no sítio onde uma clarabóia mal projectava a luz sufi-ciente para fotografar. Mas o expediente

funcionou, e as imagens saíram fantás-ticas. Toda a gente se emocionou com o talento daquele miúdo.Histórias há muitas, nas memórias de António Camilo e dos que com ele trabalham. Falhas nas máquinas, avarias de carros, horas perdidos no meio de nada, quando ainda não havia GPS, gente que os contratava e

os queria pôr a dormir ao relento, em pleno Alentejo, só porque era Verão e fazia muito calor. E o preconceito, o preconceito por exemplo daqueles que só fazem certo tipo de fotografia.Mas o verdadeiro medo, o maior de todos, garante, é perder os originais de um trabalho.

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Diz com orgulho, “O meu trabalho é reflexo do que sou”. Intuição. No caso dele é muita intuição, ser capaz de antecipar o que vai acontecer a seguir, e estar lá, preparado para disparar a máquina, registar o momento.

Não admira que António Camilo se tenha especializado em fotografar pessoas, e frisa como é importante conhecê-las minimamente, até ao ponto de, pelo menos, conseguir uma certa empatia.Há dias, ou noites, em que escreve, escreve sobre tudo, sobre as coisas de que gosta, e sobre as que detesta. Compara por isso muitas vezes o seu trabalho ao do escritor. Ambos se servem dos mesmos ingredientes, das emoções, da inteligência, da capaci-dade de observação, das experiências acumuladas ao longo da vida. Utilizam apenas instrumentos diferentes para fazer essa operação.Catálogos, editoriais, reuniões de

empresa, festas anuais, apresentações à imprensa, actividades outdoor, eventos ou criação de imagens para divulgar nos meios de comunicação, nos últimos 15, 20 anos, o trabalho da Minifoto e de António Camilo tem passado cada vez mais pelas empresas. Seja em que circunstância for, cada sessão tem que ter um detalhe qualquer diferente, é isso que o faz querer continuar. “Confio no meu trabalho. E é tudo”.António Camilo publica regularmente o seu portefólio em revistas da especia-lidade e tem conduzido workshops em Portugal e em Espanha.

Mais informações em:www.minifoto-estudio.com

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2 T H E L O V E P R O J E C TA impo r tância de uma banda sono raSofia Gião e Nebur conheciam-se do Tamariz e do Jézebel, no Estoril, e foi a música que os aproximou. Cada um deles começou a convidar o outro, a cumplicidade foi crescendo, até que há um ano, mais ou menos, esta dupla de DJ criou o 2The Love Project Feat. Nebur & Sofia.

Assumidamente marcados pela Soulful e Deep House, com influências dos sons Funky e Pop, do Disco Sound e da música negra de editoras como a Motown, apostam sobretudo na área de eventos, e não tanto na noite, embora também toquem em discotecas.A versatilidade é o que os distingue. “Podemos perfeitamente tratar de toda a banda sonora do evento, marcando diferentes momentos, e fazer com que o trabalho de sono-plastia contribua para atingir os objectivos do organizador. Neste sentido, somos mais do que simples DJ”, explicam Sofia Gião e Nebur.Para o nome, inspiraram-se na estética de movimentos artísticos tributários do Studio 54 e do Paradise Garage, em

Nova Iorque, brincando com o número 2 e a paixão comum pela música.Apesar de todos os trabalhos terem uma base de planeamento, ajustada ao tipo de público, ao espaço, à ocasião, com maquetas previamente gravadas, a emoção acaba por determinar muito do que acontece no trabalho do 2The Love Project. E as novas tecnologias vieram dar uma ajuda incontestável. Para além da parafernália de computadores, é possível por exemplo descarregar uma música através do iPhone, e tocá-la naquele momento, apenas porque era isso que o ambiente pedia.Claro que tudo isto levanta de imediato a questão dos direitos de autor, e aqui Sofia Gião e Nebur não facilitam. “As músicas que tocamos foram compradas

legalmente, temos sempre os comprova-tivos connosco, por causa das fiscaliza-ções da ASAE, mas a verdade é que a lei é um pouco confusa, e às vezes desfasada da realidade, não prevendo por exemplo que possamos comprar uma música e depois a passemos para o disco rígido do computador ou se grave num CD”.

Para escutar, e sentir, as boas vibrações do 2The Love Project:Tlm: 962 341 955Tlm: 912 272 [email protected]

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W W W . E V E N T P O I N T. C O M . P T

E V E N T PA C KInovação e d iver s idade para todo o t ipo de eventosA EventPack é uma empresa especializada no aluguer de equipamentos e estruturas para eventos, em Portugal. Pensada e projectada para servir como parceiro estratégico na organização de todo o tipo de eventos, a EventPack dispõe “de soluções variadas, inovadoras, apostando em garantir qualidade e compromisso com os seus parceiros”.

Com um mercado cada vez mais exigente e à procura das soluções inovadoras e personalizadas, a EventPack posiciona-se no mercado, não como uma empresa de organi-zação de eventos, mas como parceiro da sua organização.Dispondo de um considerável portefólio de soluções modulares, a empresa apostou no desenvolvimento de soluções integradas e personalizá-veis a pensar nas diferentes necessi-dades dos seus clientes.Face à exigente conjuntura

económica, e atenta às tendências internacionais, a empresa realizou um investimento assinalável em equipamentos com melhor perfor-mance energética, o que vai permitir baixar os custos para os clientes, durante a realização do evento.Variedade e qualidade das solu-ções, aliadas à elevada capacidade de resposta, rapidez de montagem, cria-tividade nas propostas e uma equipa experiente e qualificada fazem da EventPack um parceiro a ter em conta, neste sector.

SOLUÇÕES MODULARES PERSONALIZADAS E V ÍDEO PROJECÇÃO 3D E FULL HD:OFERTA VANGUARDISTA E D IFERENCIADORAPedro Oliveira e Pedro Henriques, respectivamente Business e Comercial Manager da EventPack, destacam justamente a personalização e inovação como pontos fortes da empresa. “Temos que garantir aos nossos parceiros, soluções inovadoras e de qualidade, com preços competitivos” realçam os responsáveis da empresa.“Realizámos um grande investimento em tecnologia LED, projecção 3D e Full HD, soluções modulares personali-záveis, decoração e mobiliário, efeitos especiais e climatização, garantindo assim uma oferta completa para qual-quer evento”, concluem.Deste modo, a EventPack está em condições de oferecer o apoio neces-sário para “tornar qualquer evento único e distinto”.

EVENTPACKBraga e LisboaSede: Rua Padre Manuel Guimarães 1214700-284 BragaTel: 253 283 [email protected]

E M P R E S A S

P E D R O O L I V E I R A E P E D R O H E N R I Q U E S

Page 122: Event Point 01

1 2 2

C O N C E P T 4 TA L E N T SFoi você que pediu animação?

E M P R E S A S

Um parceiro, capaz de fornecer artistas, certificando a sua qualidade e profissionalismo, é este o papel assumido pela Concept4Talents. Esta agência, ainda recente, surgiu da experiência da Concept4 nas áreas da moda, onde representa modelos há mais de 15 anos, e da hotelaria, já com um percurso de sete anos.

Através do site www.concept4talents.com é possível encontrar artistas circenses, bailarinos, animadores, cantores, músicos, apresentadores e modelos. Com uma grande vantagem, que é a de cada um deles dispor de todas as informações necessárias para uma primeira avaliação, incluindo, sempre que isso se justifica, um conjunto de vídeos com actuações. Deste modo, garante Jorge Cruz, director-geral da Concept4, “o que os nossos clientes vão ter é exactamente aquilo que podem ver online, algo que eu diria é único no

mercado português”.Com uma equipa de cinco pessoas, e Cláudia Costa, como directora executiva, esta nova agência repre-senta mais de 500 artistas, desde os desconhecidos até aos consagrados, isto se não contabilizarmos os shows em que participam 50 ou 100 pessoas, e nesse caso o número aumenta consideravelmente.Os hotéis e o sector da meeting industry foram aqueles que mais rapidamente aderiram às propostas da Concept4Talents, até por causa da ligação anterior ao universo da hote-laria, mas a verdade é que este serviço está pensado para todas as empresas que precisam de animação para os seus eventos, sejam eles um congresso, uma reunião de colaboradores ou o lança-mento de um produto.As perspectivas de Jorge Cruz para este ano são apesar de tudo animadoras. “Temos um formato de representação

diferente, que não existia em Portugal, e por isso está a suscitar uma forte adesão por parte das empresas. Depois, como fazemos questão de acompa-nhar sempre nos trabalhos os nossos artistas, e sobretudo os nossos clientes, as garantias de sucesso são muito elevadas, diria a rondar os 100%”.Os preços têm estado a ser esmagados, é verdade, mas Jorge Cruz prefere apontar o facto de haver ainda clientes com receio de assumir os budgets de que dispõem, algo que a fazer-se tornaria bem mais fácil e rápido todo o processo de consulta. “A animação tende a crescer e evoluir nestas alturas de crise e depressão, certa-mente porque as pessoas precisam de desviar as atenções para algo mais diver-tido e arrebatador. Acredito por isso que teremos muito trabalho nos próximos anos, sobretudo porque confio na capa-cidade deste povo e deste país”, conclui o responsável pela Concept4Talents.

Para mais informações:CLÁUDIA [email protected]

Page 123: Event Point 01

1 2 3

W W W . E V E N T P O I N T. C O M . P T

D I R EC TÓR I OA N I M A Ç Ã O

D i s t r i t o d e B r a ga

ASES NA MANGABragaTel.: 253 283 [email protected]

D i s t r i t o d e L i s b oa

2THE LOVE PROJECT Lisboa Tel: 962 341 955 / 912 272 926 [email protected] Ver página: 120

CONCEPT4TALENTS Rua Arco Chafariz das Terras, 10 A 1200 - 607 Lisboa Tel: 213 940 242 Fax: 213 967 036 [email protected] www.concept4talents.com Ver página: 122

FADUS – ANIMAÇÃO E ESPECTÁCULOSEstorilTel: 214 662 [email protected]

PMP – PAULO MAGALHÃES PRODUÇÕESLisboaTel: 218 619 [email protected]

RITMOS URBANOSRamadaTel: 934 802 [email protected]

D i s t r i t o d o Po r t o

ADEREÇO PRODUÇÕESPortoTel: 225 322 720 [email protected]

D i s t r i t o d e S e t ú ba l

MOVE ITCova da PiedadeTel: 212 581 [email protected]

A R T I S T A S E E S P E C T Á C U L O S

D i s t r i t o d e L i s b oa

MÚSICA NO CORAÇÃOLisboaTel: 210 105 [email protected]

EVERYTHING IS NEWLisboaTel: 213 933 [email protected]

RITMOS & BLUESPaço d’ArcosTel: 214 694 [email protected]

A U D I O V I S U A I S E P I R O T E C N I A

D i s t r i t o d e B r a ga

AUDIOVELOSOGuimarãesTel: 253 418 [email protected]

D i s t r i t o d e Co imb ra

SLC ‑ SOUND LIGHT AND CREWCoimbraTel: 239 722 [email protected]

D i s t r i t o d e L i s b oa

ALFASOMAmadoraTel: 214 967 [email protected]

AUDIOMEIOSVenda do PinheiroTel: 219 663 [email protected]

ELECTROAUDIOS. Domingos de RanaTel: 214 531 [email protected]

RXF ‑ AUDIOVISUAIS E TECNOLOGIAS DE INFORMAÇÃOSintraTel: 210 189 366 [email protected]

D i s t r i t o d o Po r t o

AUDIOLUZSerzedoTel: 227 625 [email protected]

DIGITAL FRAMEV. N. de GaiaTel: 227 870 175 [email protected]

MACEDO’S PIROTECNIA Lixa Tel: 255 483 999 [email protected]

SERVICE PACK Rua de Santana, 276 4450 - 781 Leça da Palmeira Tel: 229 942 944 [email protected] www.servicepack.pt (Aluguer de material) Ver página: 49

D i s t r i t o d e S e t ú ba l

BACK LIGHTAlcocheteTel: 212 349 [email protected]

C A T E R I N G

D i s t r i t o d e B r a ga

MEMORIAL CATERINGV. N. FamalicãoTel: 252 313 [email protected]

D i s t r i t o d e Co imb ra

CARLOS FILENOCernacheTel: 239 949 [email protected]

D i s t r i t o d e L i s b oa

B HOLDINGAbóbodaTel: 214 658 [email protected]

CASA DO MARQUÊSAlgésTel: 214 118 [email protected]

COMPANHIA DOS PALADARESSintraTel: 219 677 [email protected]

COZINHA DIVINALourinhãTel: 917 898 [email protected]

SILVA CARVALHO CATERINGSintraTel: 219 255 510 [email protected]

MOJITO BAR CATERINGPaço d’ArcosTel: 210 992 980 [email protected]

D i s t r i t o d o Po r t o

CRISTINA HENRIQUES ‑ BANQUETESPortoTel: 965 069 [email protected]

SOLINCA EVENTOS E CATERINGPortoTel: 707 502 [email protected]

TRÊS SÉCULOSV. N. de GaiaTel: 223 742 [email protected]

D i s t r i t o d e S an ta r ém

CONDESTÁVEL DE LUÍS SUSPIROCartaxoTel: 243 719 [email protected]

D i s t r i t o d e V i s e u

ENCONTRUSCarregal do SalTel: 232 960 [email protected]

A ço r e s

PRIMAZS. Mateus da CalhetaTel: 295 206 [email protected]

Made i r a

TROPICAL CATERINGFunchalTel: 291 700 [email protected]

E S P A Ç O S M U L T I U S O S

D i s t r i t o d e Ave i r o

EUROPARQUESta. Maria da FeiraTel: 256 370 [email protected]

D i s t r i t o d e B r a ga

AVEPARK – PARQUE DE CIÊNCIA E TECNOLOGIACaldas das TaipasTel: 253 470 [email protected]

MULTIUSOS DE GUIMARÃESGuimarãesTel: 253 520 [email protected]

D i s t r i t o d e Co imb ra

CENTRO DE ARTES E ESPECTÁCULOS DA FIGUEIRA DA FOZFigueira da FozTel: 233 407 [email protected]

D i s t r i t o d e Fa r o

FÁBRICA DO INGLÊSSilvesTel: 282 440 [email protected]

PORTIMÃO ARENAPortimãoTel: 282 410 440 [email protected]

D i s t r i t o d e Le i r i a

CENTRO CULTURAL E CONGRESSOS DAS CALDAS DA RAINHACaldas da RainhaTel: 262 889 [email protected]

D i s t r i t o d e L i s b oa

ASSOCIAÇÃO COMERCIAL DE LISBOALisboaTel: 213 224 050 [email protected]

BENFICA ESTÁDIOLisboaTel: 217 [email protected]

CAMPO PEQUENOLisboaTel: 217 998 [email protected]

CASTELO DE S. JORGELisboaTel: 218 800 [email protected]

CENTRO CULTURAL DE BELÉMLisboaTel: 213 612 [email protected]

COLISEU DE LISBOALisboaTel: 213 240 [email protected]

CONVENTO DO BEATOLisboaTel: 210 103 [email protected]

ESTÁDIO ALVALADE XXILisboaTel: 217 516 522 [email protected]

MUSEU DA CARRISLisboaTel: 213 613 [email protected]

PAVILHÃO ATLÂNTICOLisboaTel: 218 918 409 [email protected]

D i s t r i t o d o Po r t o

CAVES CÁLEM – SOGEVINUS FINE WINESVila Nova de GaiaTel: 223 746 [email protected]

CENTRO DE CONGRESSOS E EXPOSIÇÕES DA ALFÂNDEGA Rua Nova da Alfândega Edificío da Alfândega 4050-430 Porto Tel: 223 403 000 Fax: 223 403 099 [email protected] www.amtc.pt Ver página: 15

Page 124: Event Point 01

1 2 4

D I R E C T Ó R I O

COLISEU DO PORTOPortoTel: 223 394 [email protected]

ESTÁDIO DO DRAGÃO Via Futebol Clube do Porto, Estádio do Dragão, 3º Nasc. 4350-415 Porto Tel: 225 083 000 Fax: 225 083 399 [email protected] www.fcporto.pt Ver página: 57

FUNDAÇÃO DE SERRALVES CONGRESS CENTREPortoTel: 226 156 [email protected]

MOSTEIRO DE SÃO BENTO DA VITÓRIAPortoTel: 223 401 900 [email protected]

D i s t r i t o d e S e t ú ba l

CONVENTO DA ARRÁBIDAAzeitãoTel: 212 180 [email protected]

D i s t r i t o d e V i s e u

EXPOVISViseuTel: 232 422 [email protected]

A ço r e s

AÇOR ARENA ‑ PAVILHÃO MULTIUSOSVila Franca do CampoTel: 296 539 [email protected]

CENTRO CULTURAL E DE CONGRESSOS DE ANGRA DO HEROÍSMOAngra do HeroísmoTel: 295 206 [email protected]

PORTAS DO MARPonta DelgadaTelefone: 296 281 [email protected]

Made i r a

CENTRO CULTURAL E DE CONGRESSOS DO PORTO SANTOPorto SantoTel: 291 980 [email protected]

MADEIRA TECNOPOLOFunchalTel: 291 720 [email protected]

E S T R U T U R A S & A L U G U E R D E M A T E R I A L

D i s t r i t o d e B r a ga

EVENTPACK Rua Padre Manuel Guimarães, 121 - Real 4700-284 Braga Tel: 253 283 483 Fax: 253 283 484 [email protected] www.eventpack.net Ver páginas: 13 e 121

MODELSTANDPadim da Graça Tel: 253 300 [email protected](Stands)

SPORMEXBragaTel: 253 673 [email protected](Stands)

D i s t r i t o d e Fa r o

ALGARPALCOSLouléTel: 289 401 [email protected](Palcos)

EUROLOGISTIXAlmancilTel: 289 419 [email protected] (Aluguer de material)

D i s t r i t o d e L i s b oa

ALUG’AQUIChão de Meninos - SintraTel: 219 108 [email protected](Aluguer de material)

EURODOMEFernão Ferro – SeixalTel: 917 224 [email protected](Tendas e estruturas)

EUROPALCOMem MartinsTel: 219 605 [email protected](Palcos e tendas)

EVIDÊNCIA DISPLAYLisboaTel: 214 603 [email protected](Stands)

MULTIARCO Rua Reinaldo Ferreira, nº38 - A/B 1700-324 Lisboa Tel: 218 483 740 / 218 477 075 [email protected] www.multiarco.pt (Ar condicionado) Ver página: 61

PÊBÊ DESIGN Terrugem Park - Ed. 10 , Av. 29 de Agosto, Km. 66,2 2735-145 Terrugem Tel: 219 188 720 Fax: 219 131 053 [email protected] www.pebe.pt (Stands e Design) Ver página: 97

POP COMMUNICATION GROUPLisboaTel: 218 650 [email protected](Stands e Design)

D i s t r i t o d o Po r t o

AUDINOVALeça da PalmeiraTel: 229 961 [email protected](Aluguer de material)

D i s t r i t o d e S e t ú ba l

ALUGOCLIMA Rua dos Laminadores, 15 Foros da Catrapona, PIS II 2840-586 Aldeia de Paio Pires Tel: 212 549 550 Fax: 212 549 558 [email protected] www.alugoclima.com (Aluguer de material) Ver página: 75

Made i r a

SIRAMFunchalTel: 291 230 [email protected](Stands)

F E I R A S , C O N G R E S S O S & I N C E N T I V O S

D i s t r i t o d e Ave i r o

EUROPARQUESta. Maria da FeiraTel: 256 370 [email protected]

D i s t r i t o d e Be j a

EXPO BEJABejaTelefone: 284 315 602 [email protected]

D i s t r i t o d e B r a ga

BESTEVENTSBragaTel: 253 204 [email protected]

CITEVE ‑ CENTRO TECNOLÓGICO DA INDÚSTRIA TÊXTILV. N. de FamalicãoTel: 252 300 [email protected]

PARQUE DE EXPOSIÇÕES DE BRAGABragaTel: 253 208 [email protected]

D i s t r i t o d e Fa r o

ALGARVE TOURSFaroTel: 189 890 [email protected]

CENTRO DE CONGRESSOS DO ARADELagoaTel: 282 498 577 [email protected]

CLASS TRAVELPortimãoTel: 282 414 522 / 282 415 [email protected]

D i s t r i t o d e Le i r i a

BIG TIMEFátimaTel: 249 533 [email protected] EXPOSALÃO BATALHABatalhaTel: 244 769 [email protected] D i s t r i t o d e L i s b oa ABREULinda-a-VelhaTel: 214 156 [email protected] AIMS PORTUGALLisboaTel: 213 245 [email protected] AUDITÓRIO PROF. DR. ARMANDO SIMÕES SANTOSLisboaTel: 217 922 [email protected] B+EstorilTel: 214 689 [email protected]

BLOOM UPLisboaTel: 214 689 [email protected] CENTRO DE CONGRESSOS DE LISBOALisboaTel: 213 652 [email protected] CENTRO DE CONGRESSOS DO ESTORILEstorilTel: 214 647 575 [email protected] C. I. CONGRESSOS E INCENTIVOSLisboaTel: 219 246 [email protected] CITUR TRAVEL DMCLinda-a-VelhaTel: 217 712 [email protected]

CPL EVENTSCascaisTel: 214 003 [email protected]

CWT EVENTSLisboaTel: 213 224 [email protected]

EVENTS BY TLCLisboaTel: 213 213 [email protected]

FIL ‑ FEIRA INTERNACIONAL DE LISBOALisboaTel: 218 921 [email protected] GEOTUR LisboaTel: 218 422 [email protected] ID ‑ INTÉRPRETES DIRECTOSLisboaTel: 961 372 [email protected]

LEADING ‑ CONGRESS & ASSOCIATION MANAGEMENTLinda-a-VelhaTel: 217 712 [email protected]

MESSE FRANKFURT ‑ PORTUGALLisboaTel: 217 939 [email protected] MUNDI CONVENIUSLisboaTel: 213 155 [email protected]

SALA OCEÂNICAOeirasTel: 214 462 [email protected] SFORILisboaTel: 217 604 [email protected] TEAM QUATROAlgésTel: 214 111 [email protected] D i s t r i t o d o Po r t o ABREUPortoTel: 222 043 [email protected] ACRÓPOLEPortoTel: 226 199 [email protected] CENTRO DE CONGRESSOS E EXPOSIÇÕES DA ALFÂNDEGA Rua Nova da Alfândega, Ed. da Alfândega 4050-430 Porto Tel: 223 403 000 Fax: 223 403 099 [email protected] www.amtc.pt Ver página: 15

EXPONORLeça da PalmeiraTel: 229 981 [email protected] HOSPEDEIRAS DE PORTUGALPortoTel: 225 320 [email protected] SKYROS CONGRESSOSPortoTel: 226 165 [email protected] THE HOUSE OF EVENTSPortoTel: 228 348 [email protected] D i s t r i t o d e S an ta r ém CNEMA ‑ CENTRO NACIONAL DE EXPOSIÇÕES E MERCADO AGRÍCOLASSantarémTel: 243 300 [email protected]

Page 125: Event Point 01

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W W W . E V E N T P O I N T. C O M . P T

D I R E C T Ó R I O

D i s t r i t o d e S e t ú ba l

GRUPO ECOREXCorroiosTel: 212 548 [email protected] D i s t r i t o d e V i s e u EXPOVISViseuTel: 232 422 [email protected] A ço r e s CENTRO CULTURAL E DE CONGRESSOS DE ANGRA DO HEROÍSMOAngra do HeroísmoTel: 295 206 [email protected] TURANGRAAngra do HeroismoTel: 295 204 [email protected] Made i r a CENTRO CULTURAL E DE CONGRESSOS DO PORTO SANTOPorto Sto.Tel: 291 980 [email protected] MADEIRA TECNOPOLOFunchalTel: 291 720 [email protected]

F O T O G R A F I A E V Í D E O D i s t r i t o d e L i s b oa FABRICE ZIEGLERLisboaTel: 218 877 [email protected] MINIFOTO ESTÚDIO Rua Alexandre Ferreira, 49 A - Lumiar 1750-010 Lisboa Tel: 217 567 330 Fax: 217 567 339 [email protected] www.minifoto-estudio.com Ver páginas: 118 e 119

HELLO MOVEMENT Rua Cândido Oliveira Basto, 21, Lj. A 2795-234 Linda-a-Velha Tel: 969 978 984 [email protected] www.hellomovement.com (Conteúdos audiovisuais) Ver página: 117 D i s t r i t o d o Po r t o CITYLABMarco de CanavesesTel: 255 539 [email protected]

NVSTUDIOPortoTel: 226 180 [email protected]

H O T É I S E P O U S A D A S D i s t r i t o d e Ave i r o GRANDE HOTEL DA CURIAAnadiaTel: 231 515 [email protected] PALACE HOTEL BUSSACOLusoTel: 231 937 [email protected] D i s t r i t o d e Be j a CLUBE DE CAMPO VILA GALÉBejaTel: 284 970 [email protected]

D i s t r i t o d e B r a ga AQUAFALLS SPA HOTELVieira do MinhoTel: 253 649 [email protected] AXIS OFIR ‑ BEACH RESORT HOTELOfir - EsposendeTel: 253 989 [email protected] D i s t r i t o d e Ca s t e l o B r a n c o

TRYP CONFORT D. MARIACovilhãTel: 275 310 [email protected] TRYP COLINA DO CASTELOCastelo BrancoTel: 272 349 [email protected] D i s t r i t o d e Co imb ra HOTEL QUINTA DAS LÁGRIMASCoimbraTel: 239 802 [email protected] D i s t r i t o d e É vo r a

HOTEL MAR DE ARÉvoraTel: 266 739 [email protected] D i s t r i t o d e Fa r o CROWNE PLAZA HOTELVilamouraTel: 289 381 [email protected]

HOTEL FAROFaroTel: 289 830 [email protected] LE MERIDIEN PENINA GOLF E RESORTPortimãoTel: 282 420 [email protected] SHERATON ALGARVE HOTEL & RESORTAlbufeiraTel: 289 500 [email protected]

TIVOLI MARINA VILAMOURAVilamouraTel: 289 303 [email protected] D i s t r i t o d e Le i r i a MARRIOTT PRAIA D’EL REY & BEACH RESORTAmoreiraTel: 262 905 [email protected] D i s t r i t o d e L i s b oa CORINTHIA LISBOA HOTELLisboaTel: 217 236 [email protected] HOTEL DOM PEDRO LISBOALisboaTel: 213 896 [email protected] HOTEL REAL VILLA ITÁLIACascaisTel: 291 724 [email protected]

HOTEL VILLA RICALisboaTel: 210 043 [email protected]

LISBON MARRIOTT HOTELLisboaTel: 217 235 [email protected]

PALÁCIO ESTORILEstorilTel: 214 648 000 [email protected]

RITZ FOUR SEASONS HOTEL LISBOALisboaTel: 213 811 [email protected]

SHERATON LISBOA HOTEL E TOWERSLisboaTel: 213 120 [email protected]

VIP EXECUTIVE ART’S Av. D. João II, Lt. 1.1801C 1998-028 Lisboa Tel: 210 020 400 Fax: 210 020 401 [email protected] www.viphotels.com Ver página: 81

D i s t r i t o d o Po r t o

PORTO PALÁCIO CONGRESS HOTEL & SPAPortoTel: 226 086 [email protected]

SHERATON PORTO HOTEL & SPAPortoTel: 220 404 [email protected]

TIARA PARK ATLANTIC PORTOPortoTel: 226 072 [email protected]

D i s t r i t o d e S an ta r ém

DOM GONÇALO HOTEL & SPAFátimaTel: 249 539 [email protected]

D i s t r i t o d e V i a n a d o Ca s t e l o

AXIS GOLF PONTE DE LIMAPonte de LimaTel: 258 900 [email protected]

FLÔR DE SALViana do CasteloTel: 258 800 [email protected]

D i s t r i t o d e V i l a Re a l

FORTE DE S. FRANCISCO HOTELChavesTel: 276 333 [email protected]

VIDAGO PALACE HOTELVidagoTel: 276 990 [email protected]

D i s t r i t o d e V i s e u

AQUAPURA DOURO VALLEYLamegoTel: 254 660 [email protected]

HOTEL MONTEBELOViseuTel: 232 420 [email protected]

MELIA CONFORT GRÃO VASCOViseuTel: 232 423 [email protected]

A ço r e s

HOTEL AÇORES ATLÂNTICOPonta DelgadaTel: [email protected]

HOTEL DO CARACOLAngra do HeroísmoTel: [email protected]

Made i r a

CROWNE PLAZA RESORT MADEIRAFunchalTel: 291 717 [email protected]

HOTEL SAVOYFunchalTel: [email protected]

THE VINE HOTELFunchalTel: 291 009 [email protected]

O R G A N I Z A Ç Ã O D E E V E N T O S D E S P O R T I V O S

E A N I M A Ç Ã O T U R Í S T I C A

D i s t r i t o d e Ave i r o

DESAFIOSSever do VougaTel: 234 556 [email protected]

MARGENSÁguedaTel: 234 648 [email protected]

D i s t r i t o d e B r a ga

DIVERLANHOSOPóvoa de LanhosoTel: 253 635 [email protected]

D i s t r i t o d e Ca s t e l o B r a n c o

GRAU 5BarrocaTel: 275 751 [email protected]

D i s t r i t o d e Co imb ra

CAPITÃO DUREZA ‑ DESPORTOS DE AVENTURAFigueira da FozTel: 239 918 [email protected]

CAMINHOS D’ÁGUA ‑ LAZER ACTIVOCoimbra Tel: 969 049 470 [email protected]

D i s t r i t o d e É vo r a

TURAVENTURÉvoraTel: 266 743 [email protected]

RUSTITURÉvoraTel: 266 978 [email protected]

D i s t r i t o d e Fa r o

ZOOMARINEAlbufeiraTel: 289 560 [email protected]

D i s t r i t o d e L i s b oa

EQUINÓCIOLisboaTel: 210 155 139 [email protected]

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