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FUNDAÇÃO EDUCACIONAL MACHADO DE ASSIS FACULDADES INTEGRADAS MACHADO DE ASSIS CURSO DE CIÊNCIAS CONTÁBEIS LUÍS HENRIQUE PASINI AUDITORIA OPERACIONAL NO PROCESSO DE ABERTURA DE CONTAS REALIZADO PELO BACK OFFICE DE UMA COOPERATIVA DE CRÉDITO TRABALHO DE CONCLUSÃO DE CURSO Santa Rosa 2016

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FUNDAÇÃO EDUCACIONAL MACHADO DE ASSIS FACULDADES INTEGRADAS MACHADO DE ASSIS

CURSO DE CIÊNCIAS CONTÁBEIS

LUÍS HENRIQUE PASINI

AUDITORIA OPERACIONAL NO PROCESSO DE ABERTURA DE CONTAS REALIZADO PELO BACK OFFICE DE UMA COOPERATIVA DE CRÉDITO

TRABALHO DE CONCLUSÃO DE CURSO

Santa Rosa

2016

LUÍS HENRIQUE PASINI

AUDITORIA OPERACIONAL NO PROCESSO DE ABERTURA DE CONTAS REALIZADO PELO BACK OFFICE DE UMA COOPERATIVA DE CRÉDITO

TRABALHO DE CONCLUSÃO DE CURSO

Relatório de Estágio Supervisionado apresentado às Faculdades Integradas Machado de Assis, como requisito parcial para obtenção do Título de Bacharel no Curso de Ciências Contábeis.

Orientador: Mestre João Antonio Cervi

Santa Rosa 2016

LUÍS HENRIQUE PASINI

AUDITORIA OPERACIONAL NO PROCESSO DE ABERTURA DE CONTAS REALIZADO PELO BACK OFFICE DE UMA COOPERATIVA DE CRÉDITO

TRABALHO DE CONCLUSÃO DE CURSO

Relatório de Estágio Supervisionado apresentado às Faculdades Integradas Machado de Assis, como requisito parcial para obtenção do Título de Bacharel no Curso de Ciências Contábeis.

Banca Examinadora

____________________________________________

Prof. Me. João Antonio Cervi – Orientador

____________________________________________

Prof. Esp. Diego Leonardo Wietholter

_____________________________________________ Prof. Esp. Guilherme Anderson Sturm

Santa Rosa, 09 de Dezembro de 2016

DEDICATÓRIA

Dedico este trabalho de conclusão de curso a todas as pessoas que de alguma forma me apoiaram e me auxiliaram na conquista de mais este objetivo. Em especial aos meus pais Miguel e Sirlei Pasini, aos meus amigos e colegas do Sicredi, aos colegas e amigos da faculdade, e a todos aqueles que contribuíram para que eu pudesse chegar a este momento.

AGRADECIMENTOS

Agradeço primeiramente a Deus,

por tudo de bom que tens me proporcionado, inclusive por me permitir chegar até este momento.

Agradeço a toda a minha família, em especial aos meus pais Miguel e Sirlei Pasini, por todo seu amor, carinho e apoio incondicional, e principalmente, pelo incentivo e pela confiança em mim depositados.

Aos meus amigos, sou grato por todos os bons momentos, pela alegria, companheirismo, troca de experiências, risadas, brincadeiras e por todo o apoio e parceria durante a graduação.

Um agradecimento especial ao meu orientador e grande amigo João Cervi, pelo excelente profissional que és, por toda a sua paciência, dedicação, sabedoria e ensinamentos transmitidos.

Aos amigos do Sicredi, em especial à galera do Back Office, por todo o apoio, incentivo e dedicação em me auxiliar à alcançar mais este objetivo.

À FEMA, por todo o conhecimento transmitido e pelos seus ótimos professores e funcionários, os quais foram fundamentais para que eu pudesse alcançar este sonho.

Enfim, a todos aqueles que de alguma forma estiveram comigo e me apoiaram em mais esta conquista, o meu Muito Obrigado!

“De hoje em diante todo dia vai ser o dia mais importante!”

Legião Urbana

RESUMO

O cooperativismo é uma doutrina que vem ganhando destaque no atual cenário econômico, tanto nacional quanto internacional, pois, representa o atingimento de objetivos através da ajuda mútua e de ações que visam o bem estar comum. Neste sentido, o cooperativismo de crédito surge como um fornecedor de soluções financeiras a seus cooperados, onde, cada vez mais, preza-se por resultados sustentáveis e seguros aos envolvidos. O presente estudo apresenta como propósito realizar uma auditoria operacional no processo de abertura de contas realizado pelo Back Office de uma cooperativa de crédito, a fim de se determinar o nível de assertividade do processo, bem como, quais benefícios ou retrocessos foram alcançados através desta ação. A condução desta pesquisa ocorreu conjuntamente com a Cooperativa Sicredi União RS – Superintendência Regional, localizada na cidade de Santa Rosa – RS, com o intuito de evidenciar de que modo a centralização do processo de abertura de contas contribuiu para a assertividade e para o desenvolvimento desta atividade. O presente relatório classifica-se quanto à natureza, como sendo uma pesquisa aplicada. Para sua elaboração foi utilizada uma metodologia técnica, composta por pesquisas documentais, bibliográficas e estudo de caso. Na tangente à geração dos dados, os mesmos foram obtidos através de documentação direta e indireta, tendo sua análise e interpretação, sido realizada com a metodologia de abordagem dedutiva e, metodologia de procedimento histórico, estatístico e comparativo. Com vista a embasar e fundamentar os pontos trabalhados neste estudo, o referencial teórico é composto pelo cooperativismo de crédito, auditoria contábil, tipos de auditoria (interna e independente), auditoria operacional e controles internos, planejamento e papéis de trabalho, amostragem e risco de auditoria, erros e fraudes, procedimentos, normas e relatórios de auditoria, gestão de processos empresariais e, Back Office: características e importância. A construção do diagnóstico e análise do presente estudo foi desenvolvida através de visitas à Superintendência da Sicredi União RS, juntamente, com a aplicação de um questionário ao gestor da área de Back Office – célula de abertura de contas. A realização do processo auditorial deu-se no período de 05 de setembro a 14 de outubro do presente ano, o qual permitiu concluir acerca do nível de assertividade e adequabilidade operacional da atividade de contas, bem como, o que esta centralização veio a agregar para a cooperativa em evidência. Assim, com vista a aperfeiçoar ainda mais os resultados atingidos pela área de Back Office, é de grande valia a verificação periódica dos procedimentos realizados, além, da realização de feedbacks com os receptadores diretos deste serviço, ou seja, as Unidades de Atendimento da Cooperativa.

Palavras-chave: auditoria – cooperativismo – centralização de processos

ABSTRACT

The cooperativism is a doctrine that has been gaining momentum in the current economic scenario, both nationally and international, becouse, is the achievement of objectives through aid mutual and actions to common welfare. In this sense, the credit cooperativism become a provider of financial solutions to its members, on where, increasingly, its looking for results sustainable and safe for those involved. This study aims to conduct an operational audit at the opening of accounts process developed by the Back Office of a credit union, in order to determine the level of assertiveness of the process, as well, what the benefits or the setbacks that have been achieved through this action. The realization of this research happened in conjunction with the Cooperative Sicredi União RS - the Regional Superintendence, located in Santa Rosa - RS, in order to show how the centralization of accounts opening process has contributed to the assertiveness and development this activity. This report is categorized as regards the nature as an applied research. To its elaboration was used a technical methodology, consisting of documentary research, bibliographic and case studies. Regarding to the generation of the data, that same ones were obtained by direct and indirect documentation, where carried out theire analysis and interpretation using the methodology of deductive approach and, methodology for historical, statistical and comparative procedure. In order to substantiate and justify the points worked at this study, the theoretical referencial is consisted by the credit cooperativism, accounting audit, types of audit (internal and independent), operational audit and internal controls, planning and working papers, sampling and audit risk, errors and fraud, procedures and audit reports, business process management, and Back Office: characteristics and importance. The construction of diagnosis and analysis of this study was developed through visits to the Superintendence of Sicredi União RS, together with an aplication of one questionnaire to the director of Back Office area - account-opening cell. The realization of the auditorial process was conducted in the period from September 5 to October 14 this year, which led to the conclusion about the level of assertiveness and operational suitability of account activity, as well, that this centralization has come to add to the cooperative at evidence. Therefore, in order to further improve the results obtained by the area of Back Office, is of great worth, a periodic verification of the procedures performed, also, the realization of a feedback with the direct beneficiaries of this service, that is, the Units of Atendimento of the cooperative.

Key Words: audit - cooperativism - centralization process

LISTA DE ILUSTRAÇÕES

Ilustração 01 – Fórmula para Definição de Amostra ................................................. 22

Ilustração 02 – Fórmula para Definição de Amostra: Aplicada .................................. 22

Ilustração 03 – Organograma da Auditoria Interna .................................................... 38

Ilustração 04 – Diferenças entre Auditor Interno e Auditor Independente ................. 41

Ilustração 05 – Técnicas de Amostragem em Auditoria ............................................ 52

Ilustração 06 – Organograma do Planejamento Empresarial .................................... 64

Ilustração 07 – Documentos necessários à abertura de conta .................................. 71

Ilustração 08 – Modalidades de Abertura de Conta .................................................. 72

Ilustração 09 – Espécies de conta quanto à assinatura ............................................ 73

Ilustração 10 – Fluxograma do processo de abertura de contas: pré centralização .. 75

Ilustração 11 – Fluxograma do processo de abertura de contas: pós centralização . 77

Ilustração 12 – Programa de Auditoria ...................................................................... 81

Ilustração 13 – Modelo do Relatório de Auditoria ...................................................... 82

Ilustração 14 – Resultado dos Papéis de Trabalho: PF Conta Corrente ................... 83

Ilustração 15 – Resultado dos Papéis de Trabalho: PF Conta Corrente – Menor ..... 84

Ilustração 16 – Resultado dos Papéis de Trabalho: PJ Conta Corrente ................... 85

Ilustração 17 – Conclusão da Auditoria ..................................................................... 86

Ilustração 18 – Inconsistências Encontradas ............................................................ 87

Ilustração 19 – Tempo Médio do Processo de Abertura Contas ............................... 89

Ilustração 20 – Otimização de Esforço x Otimização de Tempo ............................... 90

Ilustração 21 – Pesquisa de Satisfação .................................................................... 91

Ilustração 22 – Implantação de Controles de Abertura de Conta .............................. 93

LISTA DE ABREVIAÇÕES, SIGLAS E SÍMBOLOS

AUDIBRA – Instituto dos Auditores Internos do Brasil

BO – Back Office Centralizado

CFC – Conselho Federal de Contabilidade

CNPJ – Cadastro Nacional da Pessoa Jurídica

CONSAD – Conselho de Administração da Cooperativa Sicredi União RS

CRC – Conselho Regional de Contabilidade

CVM – Comissão de Valores Mobiliários

DAS – Documento de Arrecadação Simplificada

DIPJ – Declaração de Informações Econômico-Fiscais da Pessoa Jurídica

Ex.: – Exemplo

FEMA – Fundação Educacional Machado de Assis

GAF – Gerente Administrativo Financeiro

GUA – Gerente de Unidade de Atendimento

IB – Internet Banking

IBAI – Instituto Brasileiro de Auditores Independentes

IBRACON – Instituto dos Auditores Independentes do Brasil

ICPB – Instituto dos Contadores Públicos do Brasil

IFAC – International Federation of Accountants

nº – Número

p. – Página

PDF – Portable Document Format

PF – Pessoa Física

PJ – Pessoa Jurídica

% – Por cento

RS – Rio Grande do Sul

SGCI – Sistema de Gestão Consult-Info

SICREDI – Cooperativa de Crédito de Livre Admissão de Associados Serro Azul

SUREG – Superintendência Regional do Sicredi

UA – Unidade de Atendimento

SUMÁRIO

INTRODUÇÃO .......................................................................................................... 11

1 CONTEXTUALIZAÇÃO DO TRABALHO .............................................................. 14 1.1 TEMA .................................................................................................................. 14

1.2 DELIMITAÇÃO DO TEMA ................................................................................... 14 1.3 PROBLEMA ........................................................................................................ 14 1.4 OBJETIVOS ........................................................................................................ 15 1.4.1 Objetivo Geral ................................................................................................. 15

1.4.2 Objetivos Específicos .................................................................................... 15 1.5 JUSTIFICATIVA .................................................................................................. 16 1.6 METODOLOGIA .................................................................................................. 17 1.6.1 Categorização da Pesquisa ........................................................................... 17

1.6.2 Dados Gerados ............................................................................................... 20 1.6.3 Análise e Interpretação dos Dados ............................................................... 23 1.6.4 Apresentação da Organização ...................................................................... 24

2 REFERENCIAL TEÓRICO ..................................................................................... 26

2.1 COPERATIVISMO DE CRÉDITO ....................................................................... 26 2.2 AUDITORIA CONTÁBIL ...................................................................................... 30 2.3 TIPOS DE AUDITORIA ....................................................................................... 35

2.3.1 Auditoria Interna e Auditoria Independente ................................................. 36 2.4 AUDITORIA OPERACIONAL E CONTROLES INTERNOS ................................ 42

2.5 PLANEJAMENTO E PAPÉIS DE TRABALHO .................................................... 46 2.6 AMOSTRAGEM E RISCO DE AUDITORIA ........................................................ 50 2.6.1 Erros e Fraudes .............................................................................................. 56

2.7 PROCEDIMENTOS, NORMAS E RELATÓRIOS DE AUDITORIA ..................... 58 2.8 GESTÃO DE PROCESSOS EMPRESARIAIS .................................................... 63

2.8.1 Back Office: características e importância .................................................. 68

3 DIAGNÓSTICO E ANÁLISE .................................................................................. 70

3.1 PROCESSO DE ABERTURA DE CONTAS E ASSOCIAÇÃO ............................ 70 3.1.1 Fluxos do Processo de Abertura de Conta .................................................. 74 3.2 AUDITORIA OPERACIONAL: BACK OFFICE ABERTURA CONTAS ................ 80 3.3 ANÁLISE QUALITATIVA: BACK OFFICE CENTRALIZADO ............................... 88

4 RECOMENDAÇÕES .............................................................................................. 95

CONCLUSÃO ........................................................................................................... 97

REFERÊNCIAS ....................................................................................................... 101

APÊNDICES ........................................................................................................... 107 APÊNDICE A – QUESTIONÁRIO PARA ENTREVISTA AO GESTOR ................... 108 APÊNDICE B – RELATÓRIO DE CONTAS AUDITADAS ....................................... 109

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INTRODUÇÃO

Na medida em que o mercado mostra-se cada dia mais competitivo e

acirrado, os clientes assumem níveis de exigência maiores e mais abrangentes,

tornando imprescindível para as organizações, a busca pela excelência e pelo

atingimento de resultados cada vez mais desafiadores. Neste sentido, é de suma

importância que haja um mecanismo de controle e averiguação para com os dados e

informações disponibilizados pelas empresas, surgindo assim, na figura da auditoria,

a ferramenta ideal para salvaguardar os usuários diante de potenciais

irregularidades ou inconformidades nas demonstrações contábeis e financeiras.

É evidente que muitas organizações vêm investindo pesado em sistemas de

controles internos, capazes de monitorar a administrar as diversas práticas

empresariais, tanto de caráter financeiro, quanto administrativo e operacional. Diante

da incerteza do cenário atual, a segurança, a qualidade e a agilidade são premissas

básicas e fundamentais para as empresas que pretendem manter-se competitivas,

independentemente de sua tipificação estatutária.

Nesta linha, o presente estudo busca demonstrar o nível de assertividade,

bem como, o desenvolvimento qualitativo do processo de abertura de contas

realizado pelo Back Office da Cooperativa Sicredi União RS, com vista a

transparecer o grau de segurança, qualidade e agilidade da atividade, além, do

controle exercido sobre a mesma.

Diante do tema auditoria operacional, ora evidenciado, bem como, sua

delimitação, centrada na verificação do processo de abertura de contas, o presente

relatório tem a finalidade de responder a um problema, o qual está vinculado à

maneira como o Back Office contribui para a assertividade operacional da atividade

de abertura de contas, juntamente, com o que ele agregou à Cooperativa sob o

aspecto de desenvolvimento ou involução.

Deste modo, seu objetivo macro diz respeito a demonstrar, por meio de

auditoria operacional, o nível de assertividade e evolução qualitativa do processo de

abertura de contas centralizado.

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A fim de melhor estruturar, bem como, proporcionar maior entendimento

acerca do assunto, a presente pesquisa divide-se em capítulos, onde o primeiro está

voltado à contextualização do trabalho, o qual compreende o tema escolhido e sua

delimitação. Na sequência, têm-se o problema que se pretende responder, os

objetivos que se busca atingir e, a justificativa para a escolha do assunto. Em

seguida, apresenta-se a metodologia científica aplicada em cumprimento ao trabalho

desenvolvido, a qual é composta pela categorização da pesquisa, dados gerados,

análise e interpretação dos dados e, apresentação da organização.

O capítulo dois, voltado à fundamentação e embasamento teórico,

corresponde ao referencial de autores consagrados e especialistas no assunto

abordado, os quais, agregam segurança e confirmação ao conteúdo desenvolvido.

Inicialmente, através do item 2.1 é demonstrado o Cooperativismo de Crédito,

sob enfoque de essência, princípios, características, importância para a sociedade,

valorização do ser humano, bem como, a consecução de objetivos através da ajuda

mutua. Para a elaboração deste tópico, buscou-se embasamento nas obras de

Schneider, Pinho, Wilhelm, Pagnussatt e Scherer.

Na sequência, por intermédio dos itens 2.2 ao 2.7, adentra-se no assunto de

Auditoria, o qual compreende aspectos históricos, evolução da atividade, campos de

atuação, ramificações (interna e independente), características e competências do

profissional auditor, normas regulamentadoras da função, planejamento e papéis de

trabalho, risco, amostragem e suas especificidades, auditoria operacional atrelada

ao controle interno, além de outros aspectos relevantes ao assunto e que vão de

encontro à prática auditorial, principalmente no que se refere à verificação de

processos operacionais. A elaboração destes tópicos foi desenvolvida com base nos

autores: Attie, Ribeiro, Araújo, Arruda e Barreto, Crepaldi, Franco e Marra, Jund,

além dos órgãos relacionados à atividade como o Conselho Federal de

Contabilidade e o Instituto dos Auditores Independentes do Brasil.

Nesta linha, o último item relacionado ao referencial teórico diz respeito aos

processos e projetos empresariais, sob enfoque no pensamento sistêmico,

planejamento nos mais altos níveis, e a implantação de Back Offices como

alternativa de melhoria operacional. Para tal, usou-se como fundamentação, as

obras dos autores Chiavenato, King, Reynolds, Ballou, Duncan, Kerzner, Harrington

e Vargas.

13

Em relação aos resultados obtidos, o presente estudo aborda através de seu

capítulo 3 e extensões, o diagnóstico e análise acerca da instituição, onde, através

de documentação direta e indireta, juntamente com um questionário aberto aplicado

ao gestor da célula de contas e cadastro, evidenciou-se o nível de assertividade e

adequabilidade do processo de abertura de contas realizado pelo Back Office da

organização. Demonstrou-se também, a evolução da atividade no decorrer dos

últimos anos, bem como, alguns dos principais benefícios que esta centralização

trouxe para a cooperativa, inclusive, com a redução do tempo necessário à

operacionalização e um elevado índice de favorabilidade por parte das Unidades de

Atendimento.

Assim, com vista a contribuir, principalmente, com as áreas de gestão da

Superintendência Regional da Cooperativa Sicredi União RS, o presente estudo

através do item 4 elenca algumas sugestões e recomendações à organização,

ficando a cargo da mesma, julgar sua coerência e aplicabilidade. Desta forma,

encerra-se o estudo através do capitulo 5, onde é evidenciada a conclusão final

acerca dos resultados obtidos.

14

1 CONTEXTUALIZAÇÃO DO TRABALHO

Neste capítulo procura-se demonstrar, detalhadamente, os métodos e

ferramentas utilizados para a realização da pesquisa. Para tal, apresenta-se o tema

do estudo e sua delimitação; o problema para o qual busca-se resposta; os objetivos

propostos para a realização da atividade, em âmbito geral e específico; a justificativa

para a elaboração desta atividade e; a metodologia utilizada para o desenvolvimento

do estudo; esta, subdividindo-se em: categorização da pesquisa; dados gerados;

análise e interpretação dos dados; e, por fim, a apresentação da organização.

1.1 TEMA

O presente estudo aborda o tema: auditoria operacional no processo de

abertura de contas realizado pelo Back Office de uma cooperativa de crédito.

1.2 DELIMITAÇÃO DO TEMA

Delimita-se o tema do presente estudo na realização de auditoria operacional

no processo de abertura de contas centralizado na área de Back Office da

Cooperativa Sicredi União RS, tendo por base o período de abril a junho de 2016.

1.3 PROBLEMA

Com vistas ao atingimento da excelência empresarial, muitas organizações

têm focado em ações que primam pela boa qualidade no atendimento somado a

uma prática operacional adequada e assertiva. Estas ações de curto e médio prazo,

geralmente, promovem grandes mudanças na estrutura organizacional das

empresas, o que em diversas oportunidades leva a questionamentos quanto a plena

assertividade nestas decisões.

Diante da crescente concorrência em todas as áreas empresariais, muitas

instituições vêm aderindo à inovação como meio de alcançar resultados positivos.

As mudanças estruturais em algumas atividades são capazes de gerar avanços

significativos dentro das empresas, podendo, além de contribuir na alavancagem

dos resultados, atribuir maior qualidade e dinamicidade aos serviços prestados.

15

Esta constante busca pela excelência requer o desenvolvimento de

mecanismos e ferramentas capazes de acompanhar e controlar estas atividades.

Desta forma surge a auditoria operacional, uma prática de suma importância para o

gerenciamento e controle das tarefas exercidas, uma vez que, além de garantir a

adequação da atividade diante dos regramentos competentes, fornece subsídios

para a tomada de decisão.

Recentemente, a Cooperativa de Crédito Sicredi União RS aderiu à

centralização de processos em áreas técnicas de sua Superintendência, dentre eles

o processo de abertura de contas. Esta ação teve por objetivo principal a

padronização das informações relativas à atividade e, a redução das irregularidades

relacionadas ao processo. Ainda, buscou-se por meio desta, ampliar o foco dos

atendentes em um dos principais diferenciais da cooperativa, o relacionamento para

com o seu associado.

Neste contexto, surge a seguinte questão problema para a pesquisa: A

centralização do processo de abertura de contas na área de Back Office contribuiu

para a assertividade e evolução desta atividade na cooperativa Sicredi União RS?

1.4 OBJETIVOS

1.4.1 Objetivo Geral

O objetivo geral corresponde a uma visão macro em relação à pesquisa, de

forma ampla busca explanar a meta proposta para o atingimento do resultado do

trabalho de conclusão de curso.

Desta forma, o objetivo geral da presente pesquisa consiste em demonstrar,

por meio de auditoria operacional, o nível de assertividade e evolução qualitativa do

processo de abertura de contas centralizado na área de Back Office da cooperativa

Sicredi União RS.

1.4.2 Objetivos Específicos

Com vista a contribuir no atingimento do resultado proposto, elenca-se os

objetivos específicos da presente pesquisa:

a) Demonstrar o fluxo do processo de abertura de contas centralizado na

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área de Back Office da cooperativa de crédito;

b) Efetuar auditoria operacional na atividade de abertura de contas, de modo

a verificar acerca da adequação e assertividade do processo;

c) Analisar qualitativamente o processo centralizado de abertura de contas, a

fim de transparecer a evolução ou involução da atividade, bem como, os

benefícios ou retrocessos que esta centralização trouxe à cooperativa.

1.5 JUSTIFICATIVA

A justificativa representa a relevância dos aspectos pelos quais o pesquisador

escolheu o tema proposto, bem como, o que o estudo agrega para a empresa

estudada, para o acadêmico, para a instituição de ensino e para a sociedade.

Diante disto, a realização desta pesquisa na área de Back Office da

cooperativa Sicredi União RS demonstrou-se importante através da possibilidade de

avaliar a atual situação da atividade de abertura de contas e, propor eventuais

melhorias neste fluxo realizado pela área objeto de estudo. Com base neste

trabalho, foi possível levar ao conhecimento dos gestores e diretores da empresa,

informações referentes à assertividade na operacionalização do processo, bem

como, a evolução ou involução decorrente da centralização desta atividade, tendo

em vista a questão da padronização, ganho operacional, adequabilidade, vantagens

competitivas e a possibilidade de expansão do número de atividades centralizadas

em áreas técnicas específicas.

A relevância deste trabalho para o acadêmico, deu-se se em virtude de o

mesmo fazer parte do quadro funcional da empresa e, portanto, estar engajado no

desenvolvimento e crescimento da instituição como um todo. Ainda, na condição de

futuro bacharel em Ciências Contábeis, serviu para contribuir e aliar seus

conhecimentos aos dos gestores, a fim de evidenciar os pontos positivos da

centralização e corrigir situações pontuais. Também, mediante a aplicação de

noções operacionais, administrativas e gerenciais, contribuiu na construção de seu

desenvolvimento pessoal e profissional.

No que se refere à instituição de ensino, a Fundação Educacional Machado

de Assis – FEMA, o presente trabalho serviu como um meio de refletir o

conhecimento nela obtido através da graduação, bem como, proporcionar auxílio e

embasamento aos demais acadêmicos em novas pesquisas e estudos voltados,

17

principalmente, à área de auditoria e gestão empresarial. Demais pessoas

interessadas pelo tema evidenciado podem acessá-lo na biblioteca da instituição de

ensino.

Por fim, o presente estudo teve o intuito de servir não somente ao meio

acadêmico mas, à sociedade como um todo. Através de sua responsabilidade para

com a correta prática operacional e para com a adequada formalística de todos e

quaisquer documentos, evidenciou a relevância do conhecimento técnico agregado

ao conhecimento humano utilizado nas práticas laborais cotidianas.

1.6 METODOLOGIA

A metodologia representa a evidenciação detalhada das ferramentas e dos

métodos a ser utilizados para o alcance do êxito na conclusão da pesquisa. Pode-se

afirmar que a metodologia visa a busca pelos melhores meios e pelas ferramentas

mais adequadas para proporcionar ao pesquisador a obtenção do resultado

almejado. Desta maneira, divide-se em: categorização da pesquisa, dados gerados,

análise e interpretação dos dados e apresentação da organização.

1.6.1 Categorização da Pesquisa

Esta etapa do estudo, relacionada à categorização da pesquisa, diz respeito à

evidenciação do andamento do trabalho, de modo a proporcionar maior

entendimento e organização acerca de sua execução.

Conforme explica Gil, a classificação da pesquisa é uma atividade de suma

importância, pois, com base nela, é possível identificar características de

semelhança e diferença entre as diversas modalidades. Tendo em vista as várias

maneiras de se categorizar uma pesquisa, é necessário coerência e critério na hora

de sua execução, a fim de se definir corretamente o enquadramento conforme a

área de conhecimento, finalidade, nível de explicação e métodos adotados (GIL,

2010).

Com base no descrito acima, classifica-se o presente estudo como sendo de

natureza aplicada. Tal categorização deu-se pelo uso do resultado obtido, tanto na

construção de planos de melhoria, quanto no aperfeiçoamento do processo de

abertura de contas da cooperativa Sicredi União RS. Conforme Pradanov e Freitas,

18

as pesquisas de caráter aplicado têm por finalidade a resolução de situações

problemáticas ou carentes de intervenção. Trata-se de um estudo movido com a

premissa de se utilizar os resultados em situações da realidade (PRADANOV;

FREITAS, 2013). Complementado por Gil, esta categoria de pesquisa está

relacionada à aplicação do conhecimento obtido em situações próprias e especificas

(GIL, 2010).

Em relação à abordagem do problema, a presente pesquisa classifica-se

como sendo qualitativa e quantitativa. Qualitativa, devido às análises efetuadas com

base nos dados obtidos, e também, devido à evidenciação quanto à assertividade e

avanços ocorridos na área objeto de estudo. Em relação ao aspecto quantitativo, o

presente estudo traz informações numéricas acerca dos dados levantados,

transformando-os em resultados estatísticos e de gerenciamento, os quais podem

ser utilizados e analisados pela empresa estudada.

Neste contexto, Vianna explana que as pesquisas qualitativas dizem respeito

à análise de fatos descritivos, envolvendo uma gama de aspectos, como:

identificação de dados, efeitos e consequências dos fatos praticados, bem como,

opiniões e significados acerca das informações relacionadas. Já as pesquisas

quantitativas envolvem estudos construídos com base em dados numéricos,

informações estatísticas e demais trabalhos realizados com esta base, levando-se

em consideração as especificidades de cada caso (VIANNA, 2001).

Relacionado aos objetivos, este estudo categoriza-se como exploratório e

descritivo. Enquadra-se em ambas as classificações devido a tratar-se de um

trabalho onde descreveu-se a atividade de abertura de contas, avaliou-se a

conformidade operacional por meio da execução de uma auditoria, e por fim,

evidenciou-se os avanços ocorridos neste processo desempenhado pela área de

Back Office. O resultado deste estudo foi demonstrado ao gestor imediato da área

relacionada, o qual pode comprovar a existência dos benefícios e, também, pode

avaliar a necessidade de promover correções e aperfeiçoamentos em situações

pontuais.

Comprovando esta classificação supracitada, Gil discorre acerca de

pesquisas exploratórias, as quais buscam associar uma “[...] maior familiaridade com

o problema, com vistas a torná-lo mais explícito ou a construir hipóteses. Seu

planejamento tende a ser bastante flexível, pois interessa considerar os mais

variados aspectos relativos ao fato ou fenômeno estudado.” (GIL, 2010, p. 27).

19

Complementado por Vianna, a utilização desta classificação ocorre quando o

objetivo é entender determinado problema, situação ou fato. Consiste em um estudo

sobre determinada área com vista a ampliar e qualificar o conhecimento acerca

daquele assunto (VIANNA, 2001).

Em relação a pesquisas com aspecto descritivo, Gil salienta que têm por

finalidade descrever características e especificidades relacionadas a determinado

grupo populacional. Para o autor, a maioria dos casos de pesquisa com objetivo e

cunho profissional são enquadradas nesta categoria, principalmente, pelo fato de

apresentar relações entre variáveis (GIL, 2010). Neste sentido, Vianna corrobora

com Gil ao afirmar que a pesquisa descritiva é composta por análises detalhadas de

alguma situação com o intuito de estabelecer variáveis relacionadas ou que possam

interferir em determinada atividade (VIANNA, 2001).

Para a realização dos procedimentos técnicos, foram utilizados os seguintes

meios auxiliares: pesquisa bibliográfica, pesquisa documental e estudo de caso.

Num primeiro momento, utilizou-se a pesquisa bibliográfica, instrumento

indispensável e de suma importância para a execução do trabalho, uma vez que,

acrescentou conhecimento e embasamento à tarefa. Tal fundamentação, ocorreu

através de livros, legislações e informações publicadas em relação ao tema

proposto, abrangendo os assuntos de cooperativismo de crédito, auditoria contábil,

tipos de auditoria: interna e independente, auditoria operacional e controles internos,

planejamento e papéis de trabalho, amostragem e risco de auditoria, fraudes e erros

na atividade auditorial, bem como, gestão de processos empresariais e assuntos

relacionados à áreas de Back Office e sua atuação.

Nesta linha, Vianna observa que o desenvolvimento de um trabalho

bibliográfico deve estar diretamente ligado a consecução de materiais relacionados

ao objeto de estudo. O embasamento é construído por meio de livros, jornais,

publicações científicas, legislações, entre outros (VIANNA, 2001).

Na sequência, juntamente com a bibliografia, o presente trabalho esteve

amparado, documentalmente, por arquivos e informações disponibilizados pela

empresa. Dentre os materiais utilizados para o cumprimento da tarefa estão os

relatórios de abertura de conta, os manuais de procedimentos, regulamentos

internos, alinhamentos corporativos, formulários relacionados à atividade, livros de

capacitação acerca do processo de abertura de conta, entre outros.

20

Relacionado ao conceito de pesquisa documental, Gil explana que sua

utilização é algo presente em quase todas as ciências sociais, de modo que, está

baseada em documentos confeccionados com finalidades diversas. Recomenda-se

que a pesquisa documental seja fundamentada através de documentos fornecidos

pela própria organização em estudo (GIL, 2010).

Por fim, a presente pesquisa categoriza-se como um estudo de caso, onde

sua aplicação está diretamente ligada à avaliação de resultados, específicos da

entidade objeto de estudo: célula de abertura de contas, centralizada na área de

Back Office da cooperativa Sicredi União RS. Em comprovação ao aspecto de

estudo de caso, o mesmo é conceituado por Gil como:

[...] uma modalidade de pesquisa amplamente utilizada nas ciências biomédicas e sociais. Consiste no estudo profundo e exaustivo de um ou poucos objetos, de maneira que permita seu amplo e detalhado conhecimento, tarefa praticamente impossível mediante outros delineamentos já considerados. (GIL, 2010, p. 37).

Com base no exposto até então, evidenciam-se os métodos e ferramentas

utilizados no decorrer da pesquisa, sob a ótica de atingimento dos resultados

propostos. Desta forma, a continuidade deste trabalho de conclusão de curso deu-se

por meio dos dados gerados.

1.6.2 Dados Gerados

Através da elaboração de um plano para a geração dos dados foi possível

valer-se das técnicas e ferramentas descritas anteriormente, o que tornou-se

indispensável para a obtenção dos subsídios necessários à realização do estudo.

Desta maneira, o presente estudo utilizou-se de observação participante,

entrevista ao gestor, documentação direta e documentação indireta para a obtenção

dos dados, sendo que, a utilização de cada uma destas fontes deu-se de acordo

com a pertinência para o estudo. Em relação às informações diretas, estiveram

centradas nos formulários da cooperativa, entrevista não padronizada ao gestor da

área de Back Office, planilhas eletrônicas onde foram registrados os dados

numéricos, bem como, relatórios obtidos através da ferramenta Fluid (sistema

utilizado no processo de abertura de conta) os quais foram avaliados de modo a

21

identificar o nível de adequação e assertividade, bem como, os benefícios ou

retrocessos decorrentes da centralização da atividade.

Relacionado às informações indiretas, estiveram fundamentadas nos

relatórios fornecidos pelo órgão de controles internos da empresa, anotações de

funcionários, além de referências bibliográficas, que serviram de suporte ao

desenvolvimento do trabalho. Ainda, cabe salientar que, os diversos meios utilizados

para obtenção dos dados e informações, somente foram aplicados mediante o

entendimento de que se tratam de fontes confiáveis e que disponibilizam

informações verídicas e fidedignas à realidade, sob a premissa de atingimento de

resultados plenamente satisfatórios.

A presente pesquisa teve início no dia 01 de agosto de 2016 com uma visita à

Superintendência da Cooperativa Sicredi União RS, onde realizou-se a primeira

entrevista com o gestor da área de contas e cadastro da instituição. A entrevista

durou cerca de 2 horas, sendo conduzida de maneira verbal e estando amparada

pelo questionário disposto no Apêndice A deste estudo, o qual é composto por

perguntas abertas e de livre resposta. Desta forma, os pareceres e observações do

gestor eram anotadas pelo acadêmico em um bloco de notas, já as questões que

envolviam acesso às informações e aos dados utilizados na pesquisa, eram

demonstradas pelo gestor em sua própria estação de trabalho.

A etapa seguinte foi conhecer a estrutura da célula de abertura de contas

centralizada, para tal, buscou-se informações relativas ao processo desde o período

em que era realizado na Unidade de Atendimento até sua centralização da

Superintendência da Cooperativa. Esta fase da pesquisa teve como marco inicial o

dia 12 de agosto, quando, por intermédio dos documentos e arquivos fornecidos

pela empresa, iniciou-se o procedimento de descrição e mapeamento histórico da

atividade de abertura de contas, de modo que, foram evidenciados os fluxogramas e

as tarefas pertencentes a esta atividade de acordo com o respectivo período: pré e

pós centralização.

A sequência do estudo, voltada à Auditoria Operacional no processo de

abertura de contas, iniciou-se no dia 29 de agosto com a definição da amostragem a

ser analisada. Para tal, utilizou-se o método estatístico e o sistema de amostragem

aleatório simples. Primeiramente, definiu-se os critérios para a delimitação

populacional, onde o gestor do Back Office sugeriu que fossem analisados,

exclusivamente, os processos de abertura de conta corrente que já estivessem com

22

todo o fluxo concluído. Assim, de forma a analisar os dados mais atuais optou-se

pelo período de abril a junho de 2016.

Na sequência, emitiu-se um relatório de todas as contas abertas no período,

filtrando-as conforme os critérios pré-estabelecidos, o que resultou em um total de

1.887 processos, os quais foram submetidos à fórmula para definição do tamanho

amostral, evidenciada por Richardson através da Ilustração 1:

Ilustração 1: Fórmula para Definição de Amostra Fonte: Richardson (1999, p. 170).

Conforme explana Richardson, a fórmula em epígrafe tem como finalidade

definir o tamanho de uma amostra estatística, e para tanto, utiliza-se das seguintes

variáveis:

n = Tamanho da amostra;

σ² = Nível de confiança;

p = Proporção da característica pesquisada no universo

q = 100 – p (em percentagem)

N = Tamanho da população

E² = Estimativa de erro permitida (RICHARDSON, 1999).

Desta forma, levantaram-se os seguintes dados para a aplicação da fórmula:

Ilustração 2: Fórmula para Definição de Amostra: Aplicada Fonte: Produção do pesquisador.

Constatou-se mediante a fórmula, que a amostragem de segurança para este

trabalho de auditoria corresponde a 315 processos, os quais foram escolhidos por

meio da metodologia aleatória simples e, analisados de maneira digital. O trabalho

23

auditorial iniciou-se no dia 05 de setembro com a elaboração do programa de

auditoria, bem como, definição dos aspectos relevantes a serem verificados. A

aplicação dos exames teve duração de 27 dias, sendo o último teste realizado no dia

14 de outubro.

A confecção dos papéis de trabalho e a consecução dos dados e informações

deu-se no ambiente interno da Instituição, onde através da concessão de acesso à

ferramenta de abertura de contas, verificou-se acerca da assertividade e

adequabilidade dos processos frente aos normativos legais e alinhamentos próprios

da cooperativa. Já os manuais operacionais, guias técnicos e demais materiais de

apoio à pesquisa foram subsidiados pelo gestor da área de Back Office.

Por fim, os dados obtidos em relação ao desempenho da célula de abertura

de contas, bem como, ao nível de satisfação dos receptadores deste serviço, foram

gerados, também, no ambiente da empresa, com prévia autorização e ciência do

gestor responsável. Desta forma, o capítulo 3, voltado à Análise e Diagnóstico foi

concluído em 16 de setembro de 2016.

1.6.3 Análise e Interpretação dos Dados

Diante da escolha das ferramentas que foram utilizadas para a geração dos

dados, o próximo passo foi definir um plano de análise com face a interpretar as

informações obtidas e transformá-las em subsídios aos gestores da empresa. Esta

fase foi muito importante, pois, estava relacionada aos papéis de trabalhos colhidos

para a formulação de demonstrativos, desta forma, deveriam ser claros e suficientes.

O desenvolvimento deste estudo ocorreu por meio do método de abordagem

dedutivo, juntamente com os métodos de procedimento histórico, estatístico e

comparativo.

Em relação ao método de abordagem dedutivo, a ideia central foi analisar o

nível de assertividade e adequabilidade do processo de abertura de contas,

demonstrando a importância da auditoria para a correta e adequada execução

operacional, bem como, transparecer os benefícios incorridos com a centralização

da atividade de abertura de contas.

Já no que se refere aos métodos de procedimento, inicialmente traçou-se

uma linha do tempo onde foi evidenciado o histórico da atividade de abertura de

contas, fazendo um comparativo entre o fluxo da atividade nos períodos pré e pós

24

centralizado. Posteriormente, através de análises quantitativas e qualitativas,

elencou-se o nível de assertividade do processo frente às normas reguladoras, o

que permitiu identificar os principais pontos positivos e os de risco pertencentes à

atividade. Por fim, a metodologia comparativa serviu para demonstrar o que a

centralização de processos agregou à atividade, bem como, a seus usuários,

fazendo assim uma confrontação entre o que era desenvolvido e o que passou a ser

praticado.

Com base nos dados gerados, juntamente com a análise e interpretação dos

mesmos foi possível ampliar o conhecimento acerca da instituição, seus associados

e colaboradores. Desta forma, foi possível identificar, em âmbito geral, qual o nível

de segurança, qualidade e agilidade do processo, além de, identificar os principais

pontos de atenção a serem observados, juntamente, com a elaboração de

recomendações e propostas de melhoria ao processo de contas como um todo.

1.6.4 Apresentação da Organização

O Sistema Sicredi, instituição financeira cooperativa, é referência

internacional por seu modelo sistêmico de atuação. Pioneiro no quesito cooperativa

de crédito em âmbito nacional, hoje conta com 95 cooperativas filiadas, presentes

em mais de 1.400 pontos de atendimento, espalhados por 11 estados da união.

Provida de uma estrutura sólida, conta com quatro Centrais Regionais – acionistas

da Sicredi Participações S.A., uma Fundação, uma Confederação e um Banco

Cooperativo, além de uma parceria internacional com o Rabobank e a International

Finance Corporation. A união destas entidades, geridas por um modelo operacional

único, constitui o Sicredi.

Integrante da Sicredi Central Sul, a Cooperativa de Crédito de Livre Admissão

de Associados Serro Azul – Sicredi União RS é fruto da união das cooperativas

Sicredi Cerro Azul de Cerro Largo, Sicredi Missões e Sicredi Grande Santa Rosa.

Trata-se de uma instituição centenária, fundada em 06 de julho de 1913 pelo Padre

Teodor Amstad na cidade de Cerro Largo/RS.

Atualmente, ocupa a 3ª posição no ranking das maiores cooperativas do

estado, com uma estrutura formada por mais de 590 colaboradores, atuantes em 39

municípios e divididos em 44 Unidades de Atendimento mais 3 Postos de Auto

25

Atendimento espalhados por toda região, com a finalidade de servir aos mais de 124

mil associados.

Sob a premissa de aumentar a satisfação do associado, bem como, priorizar

o atendimento e o relacionamento com o mesmo, em junho de 2014, surgiu a área

de Back Office Centralizado, um setor técnico-operacional instalado na

Superintendência da cooperativa, voltado à abertura de contas de forma

padronizada e centralizada. O intuito da cooperativa é proporcionar ganho em escala

e reduzir os diversos entendimentos relacionados ao mesmo processo: Abertura de

Contas.

Por fim, cabe ressaltar que toda a estrutura sistêmica, bem como, adoção de

melhorias e aperfeiçoamentos tem por finalidade difundir os valores cooperativos e

ofertar soluções financeiras da mesma maneira que um banco, mas com a

vantagem e os benefícios de ser cooperativa.

26

2 REFERENCIAL TEÓRICO

O desenvolvimento do referencial teórico, embasado por especialistas e

mestres em suas áreas de atuação, permitiu a construção e obtenção dos objetivos

propostos para a pesquisa. De forma inicial, traz-se o Cooperativismo de Crédito,

sob o aspecto de essência, características e importâncias para a sociedade.

Na sequência, aborda-se o tema Auditoria Contábil, cujo enfoque é a

conceituação, evidenciação das características, importância e aplicabilidade no

campo empresarial. Em complemento ao tópico anterior, subdivide-se a Auditoria

quanto ao tipo, Interna e Independente, onde são tratadas as propriedades

individuais, áreas de atuação e incumbências dos profissionais auditores. O tópico

seguinte diz respeito a Auditoria Operacional e Controles Internos, centrado na

explanação conceitual, objetivos e importância para as organizações, principalmente

na tangente de assertividade e auxilio de gestão.

Relacionado ao tópico Planejamento e Papéis de Trabalho, traz-se a parte

conceitual, importância, composição e utilidade profissional. Complementa-se o

mesmo através do tema Amostragem e Risco de Auditoria, onde explana-se acerca

da relevância da amostra para o trabalho de auditoria, o que é importante observar

na delimitação de uma amostra, tomando-se por base os riscos envolvidos e quais

impactos podem trazer às empresas, tanto sob a perspectiva de erro quanto fraude.

O estudo tem sequência através do tema Procedimentos, Normas e

Relatórios de auditoria, através do qual explica-se sobre a maneira como o auditor

deve conduzir seus trabalhos, quais normas e regulamentos deve seguir e como

deve ser o relatório de conclusão referente à atividade desenvolvida.

Por fim, evidencia-se a Gestão de Processos Empresariais, com o objetivo de

promover entendimento na tangente de processos e projetos corporativos, áreas de

Back Office, composição e relevância do planejamento, bem como, a concepção do

pensamento sistêmico e sua evolução no mercado global.

2.1 COPERATIVISMO DE CRÉDITO

O cooperativismo é uma prática que vem ganhando força, tanto em âmbito

nacional como internacional, engloba ações que primam pela ajuda mútua e

consecução de objetivos coletivos, capazes de gerar emprego e renda através de

27

sua dinamicidade. Esta doutrina aplica-se em vários setores da economia, inclusive

no setor financeiro, onde podem ser citadas as cooperativas de crédito, instituições

financeiras que mesmo detentoras de características únicas, desempenham práticas

bancárias equivalentes as das demais instituições.

Sob a ótica dos autores Wilhelm e Schneider, a entidade “Cooperativa”

corresponde à uma “empresa”, sua criação decorre da busca pela satisfação de

objetivos e pela promoção do bem estar comum. Neste contexto, o associado

assume papel de dono do negócio, podendo usufruir dos benefícios à sua

disposição e, da mesma forma, contribuir para a criação de uma sociedade melhor

através da prática dos valores cooperativos, dentre eles, o crescimento humano e a

qualidade de vida (WILHELM; SCHNEIDER, 2013).

Nesta linha, Scherer explana que devido à sua dupla qualidade, usuário -

associado, o cooperativismo é o sistema ideal para a organização de atividades

socioeconômicas da humanidade. No Brasil, o primeiro estado a adotar a filosofia

cooperativista foi o Rio Grande do Sul em 1902. A chegada do Padre Teodor

Amstad na cidade de Nova Petrópolis desencadeou um novo conceito de instituição

financeira, baseada na valorização do trabalho e do ser humano frente a busca

desenfreada pelo lucro (SCHERER, 1999). Corroborando, Schardong explana sobre

a utilização do cooperativismo no exterior e seu grau de desenvolvimento, onde o:

Cooperativismo de Crédito é utilizado nos países mais desenvolvidos do mundo, como instrumento de organização econômica da sociedade. Os sistemas cooperativos mais avançados estão situados na Europa, especialmente na Alemanha, Bélgica, Espanha, França, Holanda e Portugal, seguidos dos Estados Unidos, Canadá e Japão. (SCHARDONG, 2003. p. 19).

A amplitude de um sistema cooperativo é muito grande, portanto, existem

normas a serem seguidas para a criação de uma cooperativa. Segundo Scherer, é

imprescindível que haja um número mínimo de participantes, 20 associados,

podendo ser pessoas físicas ou jurídicas, que deverão, obrigatoriamente, realizar

algum tipo de atividade comercial ou prestadora de serviço. Esta empresa

(Cooperativa) deve estar devidamente registrada no órgão competente e seu capital

social composto por quotas-parte, correspondentes ao percentual de participação do

associado junto à cooperativa (SCHERER, 1999).

28

Em complemento, a autora Pinho estabelece como princípios fundamentais

para a correta e eficiente atividade cooperativista: livre e voluntária adesão,

distribuição de sobras, intercooperação, autonomia e independência, remuneração

ao capital social, interesse pela comunidade e gestão democrática pelos membros.

Estas características buscam descrever o cooperativismo e demonstrar seu

diferencial frente a outras práticas (PINHO, 1973). Já em relação ao aspecto

econômico e social, o Serviço Nacional de Aprendizagem do Cooperativismo

ressalta que:

A cultura cooperativista visa a desenvolver a capacidade intelectual das pessoas de forma criativa, inteligente, justa e harmônica, procurando a sua melhoria contínua. Os seus princípios buscam, pelo resultado econômico, o desenvolvimento social através da melhoria da qualidade de vida e da boa convivência entre seus cooperados. (SERVIÇO NACIONAL DE APRENDIZAGEM DO COOPERATIVISMO, 2016, p. 1).

Na visão de Pagnussatt, as cooperativas de crédito tendem a prestar serviços

financeiros de uma maneira mais acessível a seus associados, sua finalidade é a

redução das desigualdades sociais e a expansão do espirito cooperativo. Movidas

pelos valores de igualdade, solidariedade, democracia, equidade e reponsabilidade

social, estimulam a união de esforços e a valorização do ser humano em prol do

bem estar comum (PAGNUSSATT, 2004).

Em comprovação, conforme disposto pelo Banco Central do Brasil, as

cooperativas de crédito são instituições financeiras formadas por um grupo de

pessoas, unidas de forma voluntária, que possuem como objetivo em comum, a

prestação de serviços financeiros. O intuito destas entidades é oferecer, de forma

simplificada, os mais variados produtos e serviços bancários (crédito, investimento,

poupança, seguro, entre outros) com a premissa de agregar renda e soluções à

sociedade (BANCO CENTRAL DO BRASIL, 2015).

Na sequência, o mesmo órgão elenca as vantagens e desvantagens da

constituição de uma cooperativa. Sob aspecto positivo, o controle e administração

da entidade é realizado pelos seus próprios associados, os quais também decidem

sobre o planejamento operacional a ser seguido; o atendimento é realizado de forma

personalizada, trazendo soluções financeiras de acordo com o perfil dos

cooperados, sendo possível a eles receber retorno sobre as sobras e excedentes do

exercício. Em relação ao aspecto desfavorável, em havendo situação de prejuízo,

29

onde a cooperativa não possua fundo de reserva suficiente para honrar suas

obrigações, os associados irão ratear o resultado negativo, sendo possível, a

compensação por meio de sobras em exercícios futuros (BANCO CENTRAL DO

BRASIL, 2015).

Na forma da Lei 5.764 de 16 de dezembro de 1971, entende-se por Política

Nacional de Cooperativismo, o conjunto de atividades provindas e relacionadas ao

sistema cooperativo, desde que, seja reconhecido o seu interesso público. Ainda

conforme a referida lei, as demonstrações contábeis obrigatórias às cooperativas

devem ser encaminhadas ao órgão de controle juntamente com o parecer emitido

por auditor independente credenciado (BRASIL, 1971).

Diante disto, Silva destaca que as cooperativas de crédito possuem uma

grande responsabilidade para com os seus associados, devendo valer-se dos mais

íntegros e confiáveis princípios de gestão e política ao administrar os recursos que

lhe são confiados. É relevante, também, considerar que estes recursos podem provir

de alguns setores menos protegidos ou, com reduzida participação na economia.

Assim, com base nos regulamentos e pronunciamentos do Banco Central do Brasil,

as cooperativas de crédito devem transmitir uma maior segurança e confiabilidade

perante seus cooperados, fornecedores, credores e usuários em geral (SILVA,

2011). Ainda na concepção de Silva, destaca-se abaixo o avanço legislativo

relacionado as cooperativas de crédito:

[...] nos últimos anos, tem ocorrido um crescente avanço legislativo e regulatório (exemplos: Lei Complementar 130/09 e Resolução CMN 3.859/10) com vistas a fortalecer e aprofundar as responsabilidades dos administradores das cooperativas de crédito (diretoria executiva), assim como dos órgãos responsáveis pela governança (conselho de administração), que tem responsabilidade pela direção estratégica, o que inclui entre os outros aspectos a supervisão geral sobre os relatórios contábeis. (SILVA, 2011, p. 17).

Sob o aspecto legislativo de responsabilidade, o Serviço Nacional de

Aprendizagem do Cooperativismo ressalta que as cooperativas de crédito também

submetem-se às diretrizes e fiscalizações impostas pelo Sistema Financeiro

Nacional, tendo na figura de seus gestores, os responsáveis pelos atos praticados

em nome da cooperativa. Uma vez configurado crime neste âmbito, os gestores das

instituições financeiras estarão sujeitos à Lei dos Crimes Contra o Sistema

30

Financeiro Nacional sob nº 7.492 de 16 de Junho de 1986 (SERVIÇO NACIONAL

DE APRENDIZAGEM DO COOPERATIVISMO, 2016).

Conforme explana Pagnussatt, a partir da década de 1980, o cooperativismo

de crédito passou a apresentar um novo padrão de crescimento, agora, voltado à

organização sistêmica. Através de um modelo de padronização administrativa e

operacional, construiu-se uma base sólida para o desenvolvimento do Sistema de

Crédito Cooperativo – Sicredi (PAGNUSSATT, 2004).

O crescimento e desenvolvimento das cooperativas de crédito tem gerado

reflexo positivo, não somente na economia mas, na sociedade como um todo. Para

Frantz, as cooperativas trazem consigo a história e a cultura da comunidade onde

estão inseridas. Devido sua força política, advinda da união das pessoas, estas

entidades possibilitam a inversão dos valores capitalistas, uma vez que, o ser

humano passa a ser o centro do globo econômico, deixando o capital em segundo

plano (FRANTZ, 2003).

Por fim, cabe ressaltar que a essência de uma cooperativa de crédito é o seu

associado. O maior objetivo destas instituições é possibilitar a realização de sonhos

através de soluções financeiras adequadas e justas. O cooperativismo prima pela

união, ajuda mútua e pela conquista de objetivos coletivos, voltados ao bem-estar

econômico e social da comunidade. Neste ponto, a participação dos cooperados é

fundamental para o desenvolvimento da cooperativa, uma vez que, os benefícios por

ela gerados permanecem na região, fomentando e aquecendo a economia.

2.2 AUDITORIA CONTÁBIL

Na medida em que o mercado cresce e a globalização avança, torna-se

imprescindível o controle e a averiguação das atividades e informações fornecidas

pelas empresas, uma vez que, a busca pelo atingimento de resultados assume

níveis cada vez mais desafiadores. Neste quesito, a auditoria assume o papel

fundamental de salvaguardar os seus usuários diante de possíveis irregularidades e

desconformidades nas demonstrações contábeis e financeiras.

Segundo Ribeiro, a auditoria corresponde a um conjunto de procedimentos

técnicos que visam garantir a veracidade e exatidão das informações contábeis.

Trata-se da avaliação minuciosa dos dados com o objetivo de atestar sua

consonância para com os Princípios Fundamentais da Contabilidade. Para o autor, a

31

auditoria tem o intuito de expandir o nível de confiança e credibilidade do objeto

auditado frente aos seus usuários (RIBEIRO, 2011).

Em complemento, Araújo, Arruda e Barreto relacionam a auditoria com o

exame de atividades, sistemas e operações pertencentes a determinada entidade,

com vista a garantir sua obediência às normas, objetivos e orçamentos previstos.

Através desta técnica de verificação, busca-se observar se a execução e

funcionalidade dos processos estão de acordo com o regramento competente

(ARAÚJO; ARRUDA; BARRETO, 2010).

Ainda, na concepção de Perez, pode-se definir a auditoria como um estudo,

levantamento ou avaliação sistemática dos procedimentos, rotinas, demonstrações

financeiras e transações realizadas por uma determinada entidade. Provida de

cunho comprobatório, a auditoria fundamenta-se nas normas e princípios para a

emissão de opiniões imparciais diante dos fatos (PEREZ, 2012).

Para Franco e Marra, embora a auditoria consista em uma parte da

Contabilidade, distingue-se da mesma pelo fato de ser uma técnica utilizada para

avaliar suas informações. Sob a ótica dos autores, a prática de auditoria vale-se de

inspeções e avaliações aplicadas ao registro e confecção de documentos, seu

enfoque é confirmar e validar dados relacionados ao patrimônio da entidade. Por fim,

busca transmitir, convictamente, a realidade econômica e financeira da organização

(FRANCO; MARRA, 2001).

O surgimento da auditoria, por Attie, está ancorado à confirmação econômica

e financeira esperada pelos proprietários e investidores de empresas. A medida em

que a contabilidade evoluiu, a auditoria seguiu seus passos para legitimar as

demonstrações exigidas pelo mercado, principalmente, em decorrência da expansão

de atividades produtoras e do desenvolvimento econômico dos países, que

passaram a proporcionar uma participação acionária na formação do capital de

algumas entidades (ATTIE, 2011).

Historicamente, considera-se a Inglaterra como primeiro país a utilizar-se de

práticas auditoriais, responsável pela disseminação da ideia junto ao continente

europeu. Nesta linha Basso explana que:

A auditoria teve início na Inglaterra, no início do século XIV, em 1314 orientado pra o exame das contas públicas da Coroa. Sua evolução também ocorreu nos países da Grã-Bretanha, com o surgimento das grandes corporações industriais e comercias, entre os séculos XVIII e XIX. Em 1854

32

surgem as primeiras associações de contadores ingleses, seguindo-se, em 1894, a criação do Instituto Holandês de Contadores Públicos. (BASSO, 2005, p. 100).

A auditoria moderna, conforme dispõe o Instituto dos Auditores

Independentes do Brasil, teve origem na idade média durante a Revolução

Industrial. Movida pelo crescimento das indústrias e pela expansão dos mercados, a

Inglaterra foi o primeiro país a reconhecer a necessidade de se controlar as

informações monetárias. O surgimento das demonstrações serviu, num primeiro

momento, para posicionar os credores sobre a situação das fábricas que

financiavam, tempos depois, tornou-se instrumento de orientação a possíveis

investidores (INSTITUTO DOS AUDITORES INDEPENDENTES DO BRASIL, 2013).

Segundo Attie, a auditoria no Brasil surgiu da implantação de empresas

internacionais, cujos investimentos também eram estrangeiros, assim, de forma

compulsória, tinham de ter suas demonstrações devidamente auditadas por

profissionais independentes. A criação da Lei das Sociedades por Ações foi outro

fator que contribuiu para o desenvolvimento da auditoria no país, já que as

companhias de capital aberto, com ações negociadas na bolsa, tinham de ser

verificadas por auditores independentes devidamente registrados na Comissão de

Valores Mobiliários - CVM (ATTIE, 2011).

Conforme relata o autor Perez, nos primórdios dos trabalhos de auditoria, o

número de objetos sujeitos à averiguação era bastante restrito, limitando-se

exclusivamente à comprovação dos registros contábeis. Porém, devido ao

aprimoramento da contabilidade, a prática da auditoria passou a ser um meio de

interpretação e orientação dos fatos, deixando para trás a característica de mera

observadora (PEREZ, 2012).

Sob aspecto de finalidade, Crepaldi revela que o objetivo fundamental da

auditoria é a confirmação de que as demonstrações financeiras, elaboradas pela

entidade auditada, estão de acordo como o que se espera. Consiste, basicamente,

no controle exercido sobre as áreas da empresa através de testes aplicados aos

procedimentos e aos profissionais de cada setor (CREPALDI, 2013).

A extensão dos testes, bem como, a volumetria e escolha das técnicas e

aplicações variam de acordo com a instituição auditada. Comprovado pelo Conselho

Federal de Contabilidade em sua Resolução nº 1.222, a utilização da amostragem

em uma auditoria consiste no exame aplicado a um grupo inferior à totalidade da

33

população, de forma que qualquer item possua a mesma chance de ser escolhido. A

seleção de um grupo razoável e suficiente dará embasamento às conclusões do

auditor referente toda a população (CONSELHO FEDERAL DE CONTABILIDADE,

2009).

Nesta linha, Crepaldi explica que o objeto da auditoria corresponde ao

patrimônio total da entidade, composto por documentos, papéis e demais registros

que sirvam para legitimar os atos administrativos. A prática auditorial pode, inclusive,

adotar como objeto, fatos não evidenciados documentalmente, mas que sejam

relatados pelas pessoas responsáveis e relacionadas à administração do patrimônio

da empresa (CREPALDI, 2013).

Partindo disto, Franco e Marra complementam que, a auditoria busca apurar

situações que vão além daquilo que está efetivamente registrado nos livros.

Amparada de procedimentos próprios, é capaz de descobrir e confirmar fatos não

evidenciados pelos administradores, o que permite dizer que sua aplicação não

atém-se, exclusivamente, à descoberta de fraudes e irregularidades, mas sim, ao

auxilio prestado à empresa como um todo (FRANCO; MARRA, 2001).

Em suma, Hoog e Carlin sintetizam o objeto da autoria como a verificação do

conjunto patrimonial, composto por todos os seus elementos e, por aquilo que pode

vir a influenciá-lo e modificá-lo (HOOG; CARLIN, 2008).

Neste sentido, a auditoria realça sua importância através das vantagens que

proporciona a seus usuários, sendo eles: empresas, credores, investidores, governo,

fornecedores, entre outros. Desta forma, Lins elenca como algumas vantagens da

auditoria, o desestímulo à prática de ações fraudulentas, maior segurança para os

usuários, principalmente credores e investidores, aprimoramento de controles por

meio de procedimentos mais eficientes, além da garantia de maior fidedignidade dos

dados apresentados (LINS, 2014).

Estando em evidência que nem todas as empresas possuem uma área

responsável pelos controles internos e que, estes devem ser avaliados

periodicamente, Crepaldi discorre sobre a essencialidade da auditoria para a gestão

empresarial. A auditoria é um meio de asseguração para seus usuários, sua

essência é tranquilizar e salvaguardar os interessados quanto à conformidade das

informações, onde, por meio de pareceres claros e suficientes, os profissionais

auditores buscam facilitar a compreensão dos propósitos levantados (CREPALDI,

2013).

34

Disposto pelo Conselho Federal de Contabilidade, Resolução nº 1.202 de 27

de novembro de 2009, considera-se como Trabalho de Asseguração, aquele

realizado por auditor independente cujo objeto fim é garantir aos usuários da

auditoria um maior grau de confiança. Este trabalho é subdivido em dois modelos:

trabalho de asseguração razoável e trabalho de asseguração limitado (CONSELHO

FEDERAL DE CONTABILIDADE, 2009).

Conforme a referida Resolução, o trabalho de asseguração razoável tem o

intuito de reduzir o risco do trabalho a um patamar aceitavelmente baixo, levando em

consideração a forma positiva da conclusão realizada pelo auditor independente. Já

o trabalho de asseguração limitada, tem o intuito de reduzir o risco do trabalho a

níveis considerados aceitáveis. De modo simplificado, o primeiro denomina-se

“auditoria”, enquanto que o segundo denomina-se “revisão” (CONSELHO FEDERAL

DE CONTABILIDADE, 2009).

Nesta linha, Ribeiro explana que a auditoria tem ampliado o seu campo de

atuação no decorrer do tempo, deixou de dedicar-se exclusivamente aos dados

contábeis e passou a averiguar a conformidade e legitimidade das informações

relacionadas às demais áreas. Neste novo conceito, engloba-se a verificação de

procedimentos operacionais que vão além da ciência contábil, como por exemplo, a

verificação dos controles internos e outros setores das entidades (RIBEIRO, 2011).

Corroborando, Perez descreve o profissional em auditoria como aquele

provido de competência legal e, apropriado de conhecimento nas áreas contábeis e

relacionadas. Deste modo, o auditor deve manter-se em constante atualização, tanto

na tangente das alterações normativas ligadas a contabilidade, quanto às técnicas

empresariais em ascensão (PEREZ, 2012).

Relacionado ao desenvolvimento do trabalho de auditoria, Crepaldi conceitua

as normas desta atividade como sendo, o conjunto de regras e requisitos

estabelecidos pelos órgãos reguladores da profissão contábil. Estes pressupostos

devem ser atentamente observados no desempenho da função de auditor, pois,

representam as orientações e diretrizes que norteiam a prática da auditoria. Através

das normas, têm-se um conceito básico e uma noção do que se espera do

profissional auditor, sob aspecto de sua pessoa, qualidade de execução de seu

trabalho, e sobre seu parecer (CREPALDI, 2013).

As normas de auditoria estabelecem modelos padronizados para a execução

técnica do trabalho. Conforme Attie, estes requisitos devem ser atendidos e

35

respeitados pelos profissionais auditores, de modo, a exercer a profissão com

eficiência e fidedignidade, proporcionando maior segurança aos usuários. Tais

normas refletem responsabilidade e padrões de comportamento, tanto na tangente

de capacidade profissional, como habilidade na condução do trabalho (ATTIE,

2011).

Diante do que foi dito até então, é claramente perceptível que a auditoria vem

conquistando espaço no mercado atual. As exigências comprobatórias, impostas

pelos usuários, vem fazendo com que ela cresça e se desenvolva de modo a

restringir a concessão de crédito e a realização de investimentos em entidades que

não tenham suas demonstrações salvaguardadas por meio de auditores

profissionais. Porém, mesmo com este relevante progresso, ainda há um vasto

campo a explorar, tanto sob o aspecto da auditoria interna quanto independente.

2.3 TIPOS DE AUDITORIA

A auditoria, de modo geral, busca transmitir segurança e credibilidade a seus

usuários diante das informações que analisa. Na medida em que esta ciência vem

ganhando espaço dentro do mercado empresarial, assume importantes

incumbências, dentre elas, o fornecimento de subsídios para a gestão e tomada de

decisão dentro das entidades.

Na concepção de Franco e Marra, a auditoria possui uma vasta gama de

classificações, podendo dividir-se de acordo com a aplicabilidade, forma de

execução e finalidade do trabalho. Relacionada ao campo de atuação, pode ser

privada ou governamental; quanto à realização do trabalho, pode ser em âmbito

interno ou externo, e; quanto ao objetivo do trabalho, pode ser caracterizada como

contábil/financeira, operacional ou integrada (FRANCO; MARRA, 2001).

Ainda relacionado aos tipos de auditoria, Neto e Solonca estabelecem a

existência de 3 classes: forma de abordagem; órgão fiscalizador e; área envolvida. A

primeira classe está relacionada à Auditoria Horizontal e Auditoria Orientada, desta

maneira, a horizontal mantém o foco em um tema especifico, enquanto que, a

Orientada visa uma atividade especifica com maior probabilidade de indícios de

erros ou fraudes. Quanto ao órgão fiscalizador, diz respeito a Auditoria interna,

Auditoria externa e Auditoria Articulada onde, a primeira é desempenhada por

funcionários da própria instituição, a segunda é realizada por profissionais externos

36

e sem vínculo com a empresa, já a última é uma mescla das anteriores, ou seja,

envolve tanto profissionais externos quanto internos. Por fim, a área envolvida

corresponde ao local onde será aplicada o exame, seja na área administrativa,

contábil, financeira, operacional e demais (NETO; SOLONCA, 2007).

Corroborando, Crepaldi explana que o papel da auditoria, independentemente

de sua classificação, é proporcionar aos seus usuários informações claras e

fidedignas, capazes de prestar suporte na tomada de decisão. Assim, o processo

auditorial torna-se cada vez mais notório e requisitado dentro das organizações, uma

vez que, controla e presta consultoria acerca do empreendimento (CREPALDI,

2013).

Em complemento, Araújo, Arruda e Barreto ressaltam a importância da

postura ética do auditor frente a execução de seu trabalho. Apesar das

especificidades de cada tipo de auditoria, é imprescindível que o profissional

encarregado desta atividade mantenha o foco e a imparcialidade, principalmente em

se tratando do auditor interno, o qual está mais vulnerável a sofrer com a pressão e

com a influência de fatores internos (ARAÚJO; ARRUDA; BARRETO, 2010).

Assim, de modo a expandir seu campo de atuação, bem como, ampliar suas

contribuições às empresas, a auditoria molda-se conforme as características e

necessidades de seus usuários. Neste contexto, surgem as análises conceituais

relacionadas às multi características e aplicabilidades da auditoria, tanto em âmbito

interno quanto externo.

2.3.1 Auditoria Interna e Auditoria Independente

A auditoria é uma importante ferramenta de trabalho, sua participação no

mercado tem apresentado grande crescimento no decorrer dos anos, muito disto,

graças a eficiência e eficácia que proporciona às empresas. Através de controles de

qualidade e identificação de falhas e inconsistências, a auditoria busca ampliar seu

campo de atuação por meio de sua subdivisão em: interna e independente.

Evidenciada por Ribeiro, a auditoria interna, é aquela desempenhada por

auditores com vínculo empregatício, estes colaboradores têm a tarefa de verificar e

monitorar os controles internos da entidade. Nas situações onde as empresas não

possuem auditor interno em seu quadro funcional, os serviços de auditoria são

realizados por profissionais independentes contratados para esta única finalidade. Já

37

a auditoria externa, também conhecida como auditoria independente, é realizada por

profissionais devidamente habilitados e contratados exclusivamente para a

prestação deste serviço, não possuem vínculo empregatício, o que de certa forma,

contribui para aumentar o grau de credibilidade das demonstrações analisadas

(RIBEIRO, 2011).

Corroborando, Franco e Marra enfatizam que apesar da auditoria interna ser

realizada por funcionários da própria entidade, estes, devem executar suas

atividades sob completa independência profissional. Em suma, são colaboradores

subordinados à administração, porém, encarregados de verificar os fatos pertinentes

sob a ótica de cumprimento às normas de auditoria e legitimidade moral (FRANCO;

MARRA, 2001).

A auditoria interna, conceituada por Oliveira et al., é a análise dos

procedimentos e operações realizados dentro da empresa. Corresponde à

verificação e avaliação das informações com a finalidade de preservar a eficácia e

integridade dos controles internos, bem como, demais setores comerciais e

administrativos da organização (OLIVEIRA et al., 2008).

Complementado por Almeida, a auditoria interna surgiu como uma ferramenta

de apoio a gestão, uma vez que, os diretores nem sempre conseguem acompanhar

todas as rotinas realizadas dentro da empresa. O autor ainda ressalta que, o pleno

suporte à administração somente é possível com a adoção de uma prática auditorial

mais efetiva e periódica, pois, permite maior profundidade dos exames e, por

consequência, ações preventivas e corretivas com maior assertividade. (ALMEIDA,

2012). Nesta linha, Attie ainda ressalta que a prática da auditoria interna se faz

indispensável às entidades empresariais devido sua atuação como ferramenta

operacional e administrativa, através de controle e assessoria (ATTIE, 2011).

Com base no exposto, Ribeiro explica que a prática da auditoria interna

envolve a avaliação de uma série de atividades e áreas dentro da organização,

desde controles internos, passando pelo desempenho dos setores, até chegar à

qualidade de serviços e procedimentos realizados. Tem o intuito de identificar falhas

e desconformidades, para então poder corrigi-las e credibilizar as informações

prestadas. Desta forma, a auditoria interna não deve subordinar-se a qualquer

diretoria, sob o risco de perder sua essência, uma vez que, pela necessidade de

apresentação de relatórios de inconsistência, pode haver a intimidação por parte do

funcionário temendo a perda do emprego (RIBEIRO, 2011).

38

Para Almeida, o auditor interno também deve estar atento às áreas e

atividades que audita, uma vez que, não pode estar vinculado a estes gestores nem

mesmo vir a desenvolver alguma tarefa passível de seu exame futuro. Ainda

conforme o autor, alguns dos principais objetivos da auditora interna estão

relacionados à verificação das normas internas e sua obediência, a averiguação

sobre a necessidade de novos regulamentos, bem como, aprimoramento das

normas vigentes e, a realização de auditorias nas diversas áreas da empresa,

incluindo contabilidade e práticas operacionais (ALMEIDA, 2012). Conforme o autor,

demonstra-se na Ilustração 3 o Organograma da Auditoria Interna.

Ilustração 3: Organograma da Auditoria Interna

Fonte: Adaptado de Almeida (2012, p. 5).

Através da Ilustração 3, Almeida expõe a estrutura organizacional sob

enfoque da auditoria interna, a qual submetesse ao órgão dirigente, porém, apropria-

se de certa independência diante das diretorias. Para Almeida, o profissional auditor

que desempenha suas funções internamente desenvolve, além da função gerencial

de controle, a incumbência de prestar suporte a alta administração, pois, é o

colaborador que atua diretamente com as atividades operacionais e o mais indicado

para reportar informações e fornecer subsídios relevantes (ALMEIDA, 2012).

Com vista a facilitar o entendimento, Franco e Marra discorrem acerca das

vantagens e desvantagens relacionadas a auditoria interna. Como ponto positivo,

têm-se um setor dentro da empresa designado a prestar controle permanente em

relação as práticas adotadas frente aos regramentos pertinentes. Estes

colaboradores realizam verificações em todos os departamentos e buscam colher

39

informações que suportarão as conclusões acerca da assertividade. Em

contrapartida, um ponto desfavorável diz respeito ao risco de estes funcionários

acabarem sendo influenciados pela sua rotina de trabalho, examinando apenas

aquilo que vier até eles ou que lhes for conveniente (FRANCO; MARRA, 2001).

Em relação à auditoria independente, Lins explica que está relacionada à

legitimação dos dados fornecidos pela empresa contratante, sob o princípio de

salvaguardar os usuários diante dos fatos. Compete ao auditor independente,

através do parecer, expressar sua opinião imparcial acerca da real situação do

objeto auditado, tomando por base a consonância das informações frente às normas

competentes (LINS, 2014).

Corroborando com Lins, Crepaldi reforça a ideia de que a auditoria

independente tem por finalidade complementar a auditoria interna e, não substitui-la.

Na concepção do autor, ela busca agregar segurança às avaliações já realizadas

dentro das empresas, e que, por se tratar de um órgão independente, possibilita

maior imparcialidade e confiabilidade perante os usuários (CREPALDI, 2013).

Seguindo esta ideia, Franco e Marra enfatizam que, um dos aspectos que

diferencia a auditoria interna da externa é o nível de independência que o

profissional auditor possui em relação a empresa auditada. Isto se deve aos

objetivos estabelecidos a cada tipo de auditoria, onde o enfoque da auditoria interna

está na assessoria administrativa, enquanto que a independente busca confirmar

informações a fim de prestar contas a terceiros (FRANCO; MARRA, 2001).

Em complemento, Araújo, Arruda e Barreto exaltam que a auditoria

independente é externa à administração da organização. É realizada, geralmente,

por uma empresa composta de especialistas, responsáveis por analisar

tecnicamente as demonstrações contábeis/financeiras e opinar imparcialmente

sobre os resultados, bem como, prezar pela fidedignidade das informações

(ARAÚJO; ARRUDA; BARRETO, 2010).

Conforme disposto pelo Conselho Federal de Contabilidade, Resolução nº.

1.203, o objetivo da auditoria independente é elevar o nível de confiança dos

usuários da contabilidade frente as demonstrações contábeis salvaguardadas pelo

profissional auditor. Este objetivo é alcançado por meio de opiniões completas e

bem fundamentadas conforme estrutura aplicável pelo órgão regulamentador da

classe, onde, a condução adequada da prática auditorial permite e capacita o auditor

40

na formação de sua opinião e, posterior confecção de seu parecer (CONSELHO

FEDERAL DE CONTABILIDADE, 2009).

Nesta linha, Almeida reforça que o auditor externo tem o dever de garantir ao

leitor uma interpretação correta sobre as demonstrações contábeis, sua

preocupação central é impedir que erros, isolados ou cumulativos, distorçam as

informações relevantes. Em vista deste objetivo, o auditor independente se utiliza do

sistema de controle interno para determinar a amplitude de seus testes, sendo que,

no caso de sistemas considerados eficientes, há um volume menor de exames, e no

caso de sistemas menos eficientes, o volume destes é maior (ALMEIDA, 2012).

Conforme Franco e Marra, o auditor independente possui uma grande

responsabilidade para com as demonstrações e atividades que examina, assim,

deve sempre analisá-las com cautela e, valer-se de métodos condizentes com a

situação. Desde que obedeça as normas e leis estipuladas pelos órgãos

regulamentadores, o profissional auditor pode utilizar os métodos e meios que julgar

necessário para a obtenção dos resultados e confecção de seu parecer (FRANCO;

MARRA, 2001).

Neste sentido Almeida explana que o auditor externo deve ter muito cuidado

ao planejar seu trabalho, de modo a exercê-lo da maneira mais adequada e com

vista a avaliar corretamente os controles internos relativos à contabilidade da

empresa. Ainda, incumbe ao mesmo a tarefa de revisar analiticamente as contas

contábeis sob o enfoque de obter evidências comprobatórias acerca dos registros

(ALMEIDA, 2012).

Para Crepaldi, apesar da semelhança existente nos meios utilizados para a

realização do trabalho, a auditoria interna e a auditoria independente apresentam

particularidades em seus objetivos de função. Enquanto a primeira tem caráter

contínuo, voltado ao aprimoramento e controle de atividades, a segunda preocupa-

se em verificar, de forma periódica, os dados já registrados. Apesar do certo grau de

autonomia do auditor interno, sua função depende da entidade, ao contrário do

auditor independente, o qual é livre para opinar frente aos resultados obtidos sem

preocupar-se com represálias (CREPALDI, 2013). Institui-se através de Almeida, as

principais diferenças entre os auditores interno e independente, conforme dispõe a

Ilustração 4:

41

Ilustração 4: Diferenças entre Auditor Interno e Auditor Independente

Fonte: Almeida (2012, p. 06).

Através da Ilustração 4, Almeida ressalta as particularidades existentes entre

as ramificações da auditoria, sob aspecto de autonomia, objetivos e formas de

trabalho do profissional auditor. De forma simples, exemplifica as características de

cada modelo e contribui para a compreensão das respectivas responsabilidades.

Conforme Crepaldi, é permitido ao auditor independente utilizar-se de trabalho

realizado por auditor interno, desde que sejam cumpridos os critérios dispostos pelo

Guia Internacional IFAC (International Federation of Accountants): situação

organizacional, alcance da função, competência técnica e devido cuidado

profissional. Esta prática é realizada, normalmente, na auditoria permanente, que

abrange a avaliação das demonstrações contábeis relacionadas às áreas

operacionais e; na auditoria do balanço, que compreende exclusivamente as

demonstrações contábeis (CREPALDI, 2013).

Devido à necessidade de representatividade da categoria de auditores

independentes, Almeida afirma que, em 13 de dezembro de 1971 foi criado o

Instituto de Auditores Independentes do Brasil, oriundo da união de outros dois

institutos formados por contadores: o Instituto dos Contadores Públicos do Brasil

(ICPB) e o Instituto Brasileiro de Auditores Independentes (IBAI). Surgiu com o

objetivo de reunir em um único órgão os profissionais auditores, contadores atuantes

42

em todas as áreas e, estudantes de ciências contábeis. Porém, apenas em 01 de

julho de 1982, com a abertura de um quadro associativo que contemplava

contadores de várias áreas de atuação, surgiu a sigla IBRACON, correspondente a

Instituto Brasileiro de Contadores (ALMEIDA, 2012).

Em suma, compreende-se que a auditoria interna possui maior abrangência

em relação à auditoria independente, sua atuação dentro da entidade é contínua,

enquanto que a auditoria externa realiza avaliações periódicas. Apesar de valerem-

se de procedimentos semelhantes, estas ramificações possuem objetivos distintos:

A auditoria interna cuida da revisão e aprimoramento de questões operacionais,

tendo sua atenção voltada à contribuição e atingimento de metas estipuladas pela

empresa da qual faz parte; já a auditoria independente é exercida com a finalidade

de credibilizar as informações fornecidas pela organização, o fato de ser realizada

por profissionais contratados exclusivamente para esta finalidade, garante

autonomia e uma maior confiabilidade por parte de acionistas, investidores e

credores.

2.4 AUDITORIA OPERACIONAL E CONTROLES INTERNOS

Além de uma ferramenta de verificação e controle, a auditoria tem se

transformado em uma atividade de assessoria empresarial, a qual contribui nos

negócios e no desempenho das organizações. Na tangente operacional, busca

agregar soluções e possibilidades de melhoria através da verificação dos controles

internos. Controles estes, que assumem papel imprescindível para o pleno

atingimento do resultado projetado.

Conceituada por Crepaldi, a auditoria operacional representa a verificação do

desempenho real apresentado pela entidade, comparando-o com o esperado pela

administração. Consiste em examinar os níveis da organização sob aspecto de

economia, efetividade, eficiência e eficácia, de modo a proporcionar maior êxito aos

negócios através da consultoria de desempenho (CREPALDI, 2013).

Corroborando, os autores Araújo, Arruda e Barreto ressaltam que sua

essência abrange uma série de estudos independentes e sistemáticos de acordo

com a organização. Neste modelo de auditoria, leva-se em consideração as

características e necessidades únicas pertencentes a cada entidade, assim, torna-se

43

indispensável um programa de auditoria personalizado conforme o ramo de atuação

da empresa contratante (ARAÚJO; ARRUDA; BARRETO, 2010).

Ainda sob a ótica dos autores supracitados, a auditoria operacional visa

assessorar na execução das atividades por meio de avaliações qualitativas

relacionadas às operações, tarefas e funções da entidade. Os responsáveis por este

exame devem averiguar se todas as atividades operacionais estão de acordo com o

desempenho esperado e, se este atingimento está amparado pela devida economia

e eficácia (ARAÚJO; ARRUDA; BARRETO, 2010).

Devido ao fato de a auditoria operacional ser bastante ampla, sua execução

demanda um vasto conhecimento sobre o ramo de negócio da empresa e sua

estrutura organizacional. Neste sentido, Crepaldi afirma que este tipo de auditoria é

desempenhado através de revisões metódicas direcionadas à melhoria de

processos, através dos quais, busca-se o atendimento do planejamento e

cumprimento das metas estipuladas pela entidade. Ainda na concepção do autor, é

possível verificar o quão eficaz está sendo a aplicação dos recursos, uma vez que, o

desenvolvimento da empresa está diretamente ligado a eles (CREPALDI, 2013).

Em complemento, Jund explica que a auditoria operacional pode ser

considerada como a auditoria dos 3 E’s, os quais correspondem à Economia,

Eficiência e Eficácia. Tal denominação dá-se em razão de seu enfoque, voltado para

a identificação de falhas e posterior correção na busca pela alavancagem do

resultado e desempenho operacional (JUND, 2007).

Nesta linha, Neto e Solonca, explicam que a auditoria operacional aplica-se

em todos as classes de gestão, desde a fase de projeto e programação, passando

pela execução da tarefa até chegar a supervisão do andamento e resultado. Os

autores ainda complementam que este tipo de auditoria pode avaliar, também, as

decisões tomadas pela administração, a fim de se evidenciar o nível de

assertividade e até qual ponto o resultado foi atingido em relação ao projetado

(NETO, SOLONCA, 2007).

Para Hoog e Carlin, este modelo de auditoria também pode ser considerado

como auditoria de gestão, auditoria de resultados e, até mesmo, auditoria de

desempenho, uma vez que, subsidia a alta administração com informações e

verificações acerca do processo produtivo e estrutura organizacional da entidade.

Estes exames têm por finalidade levar ao conhecimento da diretoria os pontos fortes

44

e principalmente, os pontos fracos da operacionalização, assim, estes processos

podem ser geridos e ajustados da maneira mais adequada (HOOG; CARLIN, 2008).

Ainda sob a ótica dos autores, a auditoria de qualidade corresponde a uma

atividade específica cujo intuito geral é validar a qualidade estrutural e cultural da

organização. Esta verificação ocorre com base em registros patrimoniais, contábeis

e financeiros, os quais são avaliados sob o foco de utilização e resultado,

juntamente com a efetividade dos controles internos (HOOG; CARLIN, 2008).

Em vista à grande importância dos controles internos para o atingimento dos

objetivos, Attie ressalta que ele corresponde ao principal objeto avaliado pela

auditoria operacional, uma vez que, representa o conjunto de artifícios e medidas

adotados pelo conselho administrativo da empresa, cuja finalidade é auxiliar na

tangente do cumprimento às normas legais e atingimento de resultados. Pode-se

afirmar que o controle interno deve atuar de forma preventiva, fornecendo subsídios

para a proteção do patrimônio, exatidão e veracidade dos dados contábeis, além de,

aprimorar a eficiência operacional (ATTIE, 2011).

Corroborando, Almeida explana que os controles internos podem ser

compreendidos como o “[...] conjunto de procedimentos, métodos ou rotinas com os

objetivos de proteger os ativos, produzir dados contábeis confiáveis e ajudar a

administração na condução ordenada dos negócios da empresa.” (ALMEIDA, 2012,

p. 57). Em complemento, Franco e Marra explicam que esta prática de controle

corresponde à busca por instrumentos capazes de monitorar e prever situações que

possam a interferir no resultado da empresa. Em havendo irregularidades, o sistema

de controle interno deve detectar o problema e, apontar o ajuste cabível (FRANCO;

MARRA, 2001).

Neste, sentido, a relevância do controle, para Attie, está relacionada à

impossibilidade de uma empresa ter continuidade sem que disponha de meios para

garantir seu fluxo de operações. O grau de necessidade de controle varia de acordo

com a atividade e fase de desenvolvimento da empresa, onde, entidades em fase

inicial ou com uma carteira de produtos menor, têm necessidade de um controle

menos complexo e rigoroso se comparado a organizações mais desenvolvidas ou

com maior portfólio (ATTIE, 2011).

Em complemento, Jund explica que o controle interno aplica-se tanto em

âmbito geral quanto em procedimentos específicos, seja pertinente à contabilidade

ou à administração. Para o autor, contabilmente, o controle interno serve como meio

45

de salvaguardar os ativos e validar os registros de acordo com as regras pertinentes.

Já sob aspecto administrativo, o controle interno inclui a verificação de

conformidades indiretas à contabilidade, principalmente, na tangente dos programas

de qualidade, treinamento/capacitação de colaboradores e, validação dos subsídios

fornecidos a alta administração para a tomada de decisões (JUND, 2007).

Seguindo a linha proposta, Basso discorre acerca dos objetivos relacionados

ao controle interno, o qual deve: (a) comprovar a fidedignidade dos relatórios e

informações contábil-financeiras da empresa; (b) atuar como ferramenta de

prevenção a erros e fraudes, bem como, promover a descoberta de inconsistências,

a fim de corrigi-las e indicar as responsabilidades; (c) estimular a eficiência e eficácia

profissional através da verificação de desempenho por meio de relatórios; e (d)

resguardar o patrimônio da entidade, por meio da obtenção de um controle global de

tudo aquilo que interage com o negócio da organização (BASSO, 2005).

Conforme Jund, a finalidade macro dos controles internos é padronizar o

conhecimento relativo a determinada atividade, mensurando o desempenho real dos

colaboradores, juntamente com a adoção de ações preventivas. Busca-se por meio

destes controles, assegurar que não ocorram inconsistências graves, e que as

potencialidades sejam administradas adequadamente (JUND, 2007).

Segundo Ribeiro, é indispensável às organizações, a existência de um

sistema de controle interno eficiente, capaz de repelir ações duvidosas relacionadas

às demonstrações financeiras e atividades operacionais. Na certeza que

determinadas ocorrências podem prejudicar a reputação da entidade, tanto perante

seus acionistas, quanto diante do mercado, as providências a serem tomadas em

caso de anomalias devem ser imediatas, e isto, somente é possível graças a

realização de controles efetivos (RIBEIRO, 2011). Em complemento, Attie ressalta

as características que compreendem um sistema de controle interno eficiente:

• Plano de organização que proporcione apropriada segregação de funções entre execução operacional e custódia dos bens patrimoniais e sua contabilização;

• Sistema de autorização e procedimentos de escrituração adequados, que proporcionem controle eficiente sobre o ativo, passivo, receitas, custos e despesas;

• Observação de práticas salutares no cumprimento dos deveres e funções de cada um dos departamentos da organização; e

• Pessoal com adequada qualificação técnica e profissional, para a execução de suas atribuições. (ATTIE, 2011, p. 193).

46

Conforme Padoveze, incumbe ao setor administrativo da auditoria interna

garantir a avaliação permanente dos procedimentos, sistemas, departamentos e

atividades desempenhadas dentro da empresa. O papel da auditoria interna e

operacional consiste em validar se o controle interno está atuando com êxito, ou

seja, se as atividades estão fluindo de acordo com o perfeito cumprimento das

regras e normas da organização (PADOVEZE, 2010).

Corroborando com Padoveze, Crepaldi reforça que a implantação e a

manutenção do controle interno são responsabilidade da administração da empresa,

a qual deve julgar a necessidade e, após a implantação, verificar se os funcionários

estão cumprindo as normas, orientando-os quanto a correta prática laboral. Ainda

conforme o autor, a extensão dos testes relacionados ao controle interno fica a

critério do auditor, uma vez que, por ele é realizado um estudo prévio a fim de se

identificar e apurar o grau de confiabilidade dos controles (CREPALDI, 2013).

Á medida em que o mercado tem se mostrado mais competitivo, os riscos

operacionais têm se intensificado, seja através de irregularidades negociais ou,

mesmo, erros sistêmicos. É inadmissível que as organizações fiquem à mercê de

possíveis informações incorretas ou distorcidas, sob pena de grandes frustrações ou

prejuízos. Diante desta realidade, a auditoria operacional ou de gestão busca

verificar permanentemente os processos desempenhados pela entidade, levando à

alta administração, contribuições para alavancagem de resultados e correção de

situações deficitárias.

Deste modo, o controle interno, principal objeto avaliado pela auditoria interna

e operacional, representa um órgão imprescindível dentro da empresa, pois,

corresponde ao primeiro mecanismo de segurança, responsável por prevenir as

inconsistências e, apontar os erros para que possam ser devidamente corrigidos.

Além disto, se efetivos, contribuem significativamente para o atingimento do

resultado proposto, uma vez que, identificam possibilidades de melhoria e economia

de recursos.

2.5 PLANEJAMENTO E PAPÉIS DE TRABALHO

A realização de uma auditoria representa uma grande responsabilidade.

Espera-se do auditor, durante o exercício de sua função, uma análise consistente

relacionada ao universo de informações e fatores envolvidos nos procedimentos e

47

documentos examinados. Pode-se dizer que, o sucesso de uma auditoria passa,

necessariamente, pela integridade do profissional e por seu nível de organização,

tomando-se por base, o planejamento envolvido no processo e, os papéis de

trabalho confeccionados para a execução do mesmo.

Conforme Attie, a partir do momento em que é contratado um serviço de

auditoria, o profissional designado para sua execução deve, primeiramente, elaborar

o seu plano de trabalho. O auditor, com vista a avaliar os diversos fatores envolvidos

no processo, deve traçar um plano de ação que seja abrangente aos objetivos da

empresa contratante, de modo a avaliar corretamente os controles internos,

dimensionar adequadamente a natureza e volumetria dos exames, para enfim,

opinar sobre as demonstrações cabíveis (ATTIE, 2011).

Na concepção dos autores Araújo, Arruda e Barreto, o planejamento de um

programa de auditoria corresponde aos métodos e táticas abordados para o

desempenho do trabalho. Nesta etapa, o auditor busca selecionar as melhores

técnicas e escolher o caminho mais adequado para alcançar os objetivos propostos,

prezando pela boa qualidade, eficiência e economia na realização da atividade

(ARAÚJO; ARRUDA; BARRETO, 2010).

Corroborando, Franco e Marra ressaltam que o planejamento da auditoria visa

beneficiar o andamento do processo. Sob a ótica de que se têm estabelecidos os

procedimentos e métodos a serem abordados, a equipe responsável pela auditoria

pode atuar concomitantemente, dando agilidade à conclusão da análise dos dados e

informações relacionadas ao trabalho (FRANCO; MARRA, 2001).

Para Attie, o planejamento consiste na elaboração de um plano de trabalho

moldado de acordo com as características e necessidades da empresa auditada.

Neste sentido, o profissional de auditoria possui a incumbência e o compromisso de

realizar a atividade mais adequada e correta possível, pois do contrário, corre-se o

risco de um resultado discrepante com a real situação econômica e financeira da

entidade (ATTIE, 2011).

Ciente de que a fundamentação de argumentos é obtida através das

evidências, Oliveira et al. explanam que um dos objetivos macro da auditoria é a

aplicação de procedimentos adequados a cada caso. Para o autor, os

procedimentos podem ser conceituados como ações praticadas com base em um

conjunto de técnicas estabelecidas, tomando por finalidade a evidenciação de

provas que amparem a conclusão do auditor (OLIVEIRA et al., 2008).

48

Nesta linha, Almeida reforça que o procedimento de averiguação documental

e operacional varia de acordo com as individualidades de cada empresa. A

realização de tal procedimento exige, imprescindivelmente, a construção de um bom

plano de trabalho, centrado na cautela e gerenciamento de riscos, a fim de se evitar

situações de dano à entidade. De forma objetiva, entende-se que as principais ações

de planejamento em auditoria estão ligadas à preparação e a efetivação de reuniões

junto a administração, estudo dos dados obtidos, cálculo estimado das horas de

trabalho e realização de uma auditoria preliminar (ALMEIDA, 2012).

Em complemento, Crepaldi elenca como algumas das vantagens do programa

de auditoria: o estabelecimento de graus de importância relacionados a cada

trabalho; a possibilidade de divisão de tarefas entre os membros da equipe de

auditores; a pro atividade na descoberta de fatos e inconsistências; a definição de

prioridades a serem averiguadas e, uma maior assertividade na administração do

trabalho efetuado (CREPALDI, 2013).

A atividade de auditoria é baseada na coleta, compilação e registro de dados

acerca daquilo que se pretende averiguar. Conforme exaltam Araújo, Arruda e

Barreto, este conjunto de informações corresponde aos papéis de trabalho do

auditor. A representação destes papéis, seja de forma manual ou eletrônica, compõe

a prova do trabalho realizado e, a partir disto, o auditor irá fundamentar sua opinião

e possíveis recomendações relacionadas ao objeto auditado (ARAÚJO; ARRUDA;

BARRETO, 2010).

Para os autores Hoog e Carlin, os papéis de trabalho são documentos

fundamentais para a realização de um trabalho auditorial, uma vez que, constituem a

prova de como ocorreu o processo de auditoria. Através destes papéis, é possível a

compreensão de como foram conduzidas as atividades e a partir de qual método o

auditor concluiu sua análise (HOOG; CARLIN, 2008).

Conforme Sá, os papéis de trabalho são utilizados para “transcrever dados,

fazer anotações, analisar contas, demonstrar cálculos, relatar situações, espelhar

levantamentos, em suma, executar a tarefa de autoria [...]” (SÁ, 2000, p. 162).

Com vista a facilitar o entendimento acerca dos papéis de trabalho da

auditoria, Basso explica que estes documentos subdividem-se em duas categorias:

Papéis de Trabalho Temporários e Papéis de Trabalho Permanentes. A primeira

categoria está relacionada a comprovação de situações relativas a práticas

administrativas, operacionais e contábeis, sendo constituída de anotações e cópias

49

de documentos. Já a segunda categoria, respectivamente, diz respeito à análise

organizacional e estrutural da empresa, tais como, fluxogramas, diagramas, posição

hierárquica, competências, regulamentos e afins (BASSO, 2005).

Seguindo o tema proposto, Franco e Marra afirmam a existência de dois tipos

de relatórios de auditoria: formais e informais. O primeiro modelo é composto de

elementos descritivos ou registrados de forma gráfica, sujeitos à normas e

procedimentos pré-estabelecidos conforme as regras de auditoria. Já o segundo

modelo de relatório, respectivamente, diz respeito à informações e dados não

registrados, mas sim, fornecidos de forma verbal aos administradores da empresa,

geralmente, relacionados a assuntos de menor relevância (FRANCO; MARRA,

2001).

Corroborando, Almeida relaciona os papéis de trabalho às normas

regulamentadoras da auditoria, tendo em vista que, embasado neste regramento o

profissional auditor deverá obter subsídios comprobatórios suficientes para amparar

seu parecer. O cumprimento desta norma pode ser avaliado através dos papéis de

trabalho, tendo em vista que, devem conter todos os fatos e indícios da auditoria

(ALMEIDA, 2012).

Para Franco e Marra, o propósito central dos papéis de trabalho está na

sustentação e embasamento fornecido ao auditor na construção de seu parecer.

Estes documentos representam a forma como foi sucedida a tarefa auditorial sob

aspecto de metodologia, registro de informações e conclusões alcançadas diante

dos fatos examinados. O conjunto de elementos que formam os papéis de trabalho

são os mesmo que irão demonstrar se o auditor conseguiu embasamento suficiente

para ter chegado a seu veredito (FRANCO; MARRA, 2001).

Em complemento, Araújo, Arruda e Barreto enfatizam que, alicerçado nos

papéis de trabalho, o auditor realiza a emissão do seu relatório, o qual representa o

instrumento técnico porta-voz de seus comentários, observações e conclusões

acerca dos resultados obtidos. Por meio do relatório de auditoria, o profissional

busca servir à administração, não como alguém responsável por apontar falhas, mas

na tangente de contribuir na construção de melhorias, necessárias ao bem estar da

organização. Ainda, com base nestes relatórios, os dirigentes e diretores da

empresa podem averiguar e localizar soluções para sanar as eventuais

desconformidades (ARAÚJO; ARRUDA; BARRETO, 2010). Sob a ótica de Almeida,

destacam-se alguns objetivos relevantes acerca dos papéis de trabalho:

50

• Atender as normas de auditoria geralmente estabelecidas;

• Acumular as provas necessárias para suportar o parecer do auditor;

• Auxiliar o auditor durante a execução de seu trabalho;

• Servir como base para avaliação dos auditores;

• Facilitar a revisão por parte do auditor responsável, para que ele assegure de que o serviço foi feito efetuado de forma correta;

• Ajudar no trabalho da próxima auditoria;

• Representar na justiça as evidencias do trabalho executado. (ALMEIDA, 2012, p. 82-83).

Neste sentido, Franco e Marra afirmam que a confidencialidade dos papéis de

trabalho, bem como, o zelo com a elaboração e manutenção destes arquivos, é

dever permanente do auditor. Tendo em vista o comprometimento e

responsabilidade junto a entidade auditada, este profissional têm a incumbência de

preservar o sigilo das informações à sua disposição e zelar pelo bom cuidado do

material por ele desenvolvido, uma vez que, tratam-se de documentos de sua

exclusiva propriedade (FRANCO; MARRA, 2001).

Diante do exposto, ressalta-se a relevante importância atribuída ao

planejamento e aos papéis de trabalho para a execução de um processo de

auditoria. É imprescindível para a execução de um bom trabalho auditorial, que

estes dois componentes estejam plenamente alinhados e tenham a devida atenção,

uma vez que, o sucesso da atividade passa, impreterivelmente, pelo modelo de

trabalho abordado e pelos subsídios utilizados para a confecção do mesmo. O

profissional auditor deve valer-se de bastante cuidado e estudo para o exercício da

função, tanto na tangente do cumprimento às instruções e normativos competentes,

quanto ao embasamento utilizado na confecção de seu parecer ou relatório.

2.6 AMOSTRAGEM E RISCO DE AUDITORIA

Ao estabelecer as dimensões dos testes auditoriais a serem aplicados, o

profissional auditor deve estabelecer os critérios e padrões que serão utilizados para

a seleção da amostragem, uma vez que, é ela quem irá fornecer subsídios para as

conclusões acerca do objeto avaliado. Em paralelo à escolha da amostragem, o

encarregado da auditoria deve atentar para os riscos que esta pode apresentar, ou

seja, caso a amostra seja muito inferior ao indicado, é possível que ocorram

distorções de fatos e informações relevantes ao estudo.

51

Conceituada pelo Conselho Federal de Contabilidade, a amostragem de

auditoria representa a seleção de um grupo inferior a 100% da população, no qual

serão aplicados os testes auditoriais. Cada membro da população deve possuir a

mesma probabilidade de ser escolhido, da mesma forma que, quando maior for a

população maior será a amostra estudada pelo profissional (CONSELHO FEDERAL

DE CONTABILIDADE, 2009).

Visando melhor entendimento do assunto, Filho observa que a amostragem

de auditoria consiste num procedimento técnico, utilizado pelos auditores, para

observar o todo com base em uma parcela do universo. Segundo o autor, na parcela

populacional evidenciada, busca-se conhecer e reunir elementos com características

e atributos semelhantes, capazes de proporcionar uma visão macro do universo sem

que sua totalidade seja verificada (FILHO, 2011). Complementado pelo Tribunal de

Contas da União, as técnicas de amostragem:

[...] visam coletar e avaliar evidencias numéricas das entidades administrativas no intuito de determinar e relatar o grau de adequação das informações obtidas a critérios previamente definidos. Isso se deve à natureza antieconômica das auditorias que pretendam investigar todo o universo visado. (BRASIL, 2002, p. 15).

Seguindo a ideia proposta, Hoog e Carlin explicam que não há uma maneira

plenamente assertiva de se definir o tamanho de uma amostra e, por mais que o

auditor tenha se utilizado das melhores técnicas, é impossível estabelecer uma

fórmula que seja definitiva e totalmente confiável. Esta eterna incerteza deve-se ao

fato de que os elementos determinantes para a extensão dos testes são: a

confiabilidade que se tem nos controles internos da entidade e, a expectativa que o

profissional possui para com os mesmos (HOOG; CARLIN, 2008). Neste contexto, o

Conselho Federal de Contabilidade, por meio da Resolução nº 1.222, explica que:

A amostragem de auditoria permite que o auditor obtenha e avalie a

evidência de auditoria em relação a algumas características dos itens

selecionados de modo a concluir, ou ajudar a concluir sobre a população da

qual a amostra é retirada. A amostragem em auditoria pode ser aplicada

usando tanto a abordagem de amostragem não estatística como a

estatística. (CONSELHO FEDERAL DE CONTABILIDADE, 2009, p. 8).

Corroborando, Araújo, Arruda e Barreto discorrem sobre as definições de

amostragem, as quais podem ser probabilísticas ou subjetivas. Para os autores, a

52

amostragem probabilística, também conhecida como estatística, corresponde à

seleção de elementos que compõe o conjunto estudado pela teoria de

probabilidades ou regras estatísticas. Sua utilização é indicada nos casos onde a

população possui características de homogeneidade. Já a amostragem subjetiva,

também chamada de não-estatística, emprega os elementos abordados pelo autor

com base em seu próprio julgamento, o qual pode ser conduzido mediante

experiência prévia, conhecimento ou critérios baseados na entidade analisada

(ARAÚJO; ARRUDA; BARRETO, 2010).

Complementado o raciocínio sob a ótica de Jund, a principal diferença entre

estes modelos de amostragem está no fato de que a probabilística baseia-se na

seleção aleatória e distribuição amostral, ao ponto que, a subjetiva vale-se de

critérios pessoais do auditor com base em sua bagagem de conhecimento e

experiência (JUND, 2007).

Relacionado às técnicas de amostragem, o Tribunal de Contas da União

revela, através Ilustração 5, a existência dos quatro principais métodos utilizados

para a definição de uma amostra probabilística:

Ilustração 5: Técnicas de Amostragem em Auditoria

Fonte: Adaptado de Brasil (2002).

53

Conforme disposto na Ilustração 5, a realização de uma auditoria requer do

profissional responsável, a definição de uma amostra confiável e suficiente, a qual

passa, impreterivelmente, pela escolha de uma das técnicas supracitadas. Cada um

destes tipos de seleção amostral possui características próprias e, meios de

aplicação diferentes, algo que o profissional auditor deve ter muito cuidado, uma vez

que, todos os elementos devem ter a mesma probabilidade de serem escolhidos.

Com base no exposto, Araújo, Arruda e Barreto explicam que a eficácia na

escolha da amostragem é atingida por meio da definição do método mais adequado

ao trabalho que se pretende realizar (ARAÚJO; ARRUDA; BARRETO, 2010). Sob a

ótica dos mesmos autores, as principais formas de seleção amostral são:

Aleatória ou Randômica: conforme o próprio nome revela, esta seleção busca

definir os membros aleatoriamente, onde, todos possuem a mesma probabilidade de

serem sorteados. Para a confecção desta amostra utiliza-se, geralmente, tabelas

numéricas aleatórias, tabelas estas, que correspondem aos itens da população,

assim, com base nestes números é sorteada a amostra dentro do universo que se

pretende estudar (ARAÚJO; ARRUDA; BARRETO, 2010);

Sistemática ou Por Intervalo: seleção utilizada quando há um intervalo

constante entre cada item escolhido. A opção por este método deve atender a dois

requisitos básicos: (1) o item inicial deve ser escolhido de forma aleatória; (2) os

itens não devem estar organizados de modo a influenciar a escolha (ARAÚJO;

ARRUDA; BARRETO, 2010);

Casual: a seleção casual é feita com base no conhecimento ou experiência do

auditor. É valida, desde que, não haja a intenção de incluir ou excluir itens que

sejam significativos ao processo (ARAÚJO; ARRUDA; BARRETO, 2010).

Sob a ótica de Crepaldi, um ponto de atenção a ser observado pelo auditor é

a relação direta entre a amostra e o universo a ser estudado, pois, com base no

volume amostral escolhido o profissional deverá montar seu parecer. Segundo o

autor, deve-se se ter a clareza de que existem riscos em se trabalhar com

amostragem, portanto, o profissional precisa considerar alguns aspectos, como: o

volume populacional, o tamanho da amostra, o risco de amostragem e, os erros

esperados e toleráveis (CREPALDI, 2013).

Neste contexto, Araújo, Arruda e Barreto explicam que o tamanho da amostra

está atrelado a parâmetros de confiança, precisão, desvio padrão e tamanho

populacional, onde, a dimensão destes elementos influencia diretamente no risco de

54

amostragem. Assim, quanto menor for o risco que o auditor está disposto a correr,

maior deverá ser o volume amostral escolhido, da mesma forma que, quanto menor

for a aceitabilidade de erros, toleráveis e esperados, maior deverá ser o volume de

itens analisados (ARAÚJO; ARRUDA; BARRETO, 2010).

Relacionado ao risco de auditoria, o mesmo é conceituado pelo Conselho

Federal de Contabilidade, através da Resolução nº 1.203, como “o risco de que o

auditor expresse uma opinião de auditoria inadequada quando as demonstrações

contábeis contiverem distorção relevante”. (CONSELHO FEDERAL DE

CONTABILIDADE, 2009, p. 6). Ainda conforme o referido órgão, para o

estabelecimento deste risco, o auditor deve analisar uma série de fatores relativos

ao controle e ao ambiente da entidade, informações estas que, vão desde as

incumbências e envolvimento dos administradores, até chegar às políticas de

condução do negócio, passando pelos sistemas de controle interno, colaboradores

com acesso aos dados contábeis e estrutura organizacional da empresa

(CONSELHO FEDERAL DE CONTABILIDADE, 2009).

Neste sentido, Franco e Marra explicam que a existência de risco em auditoria

é relativa, dado ao fato de que este não se apresenta de forma padronizada, ou seja,

cada entidade e cada objeto analisado pode conter determinada forma ou incidência

de risco. O que se pode fazer para minimizar esta possibilidade de incidência é

manter um planejamento auditorial constante, com busca por especialização e

aperfeiçoamento, de modo a prevenir e analisar as potencialidades (FRANCO;

MARRA, 2001).

Contribuindo com Franco e Marra, Araújo, Arruda e Barreto afirmam que o

risco auditorial toma maior proporção e gravidade ao ponto em que a possiblidade

de erro ultrapassa a barreira do equívoco e desatenção, assumindo caráter

fraudulento e intencional. Durante um processo de auditoria existe a possibilidade de

erros, no entanto, cabe ao profissional auditor garantir que estes não assumam

grande relevância, ou seja, que estes por menores não interfiram ou sejam

prejudiciais à confiabilidade da conclusão atingida (ARAÚJO; ARRUDA; BARRETO,

2010).

Nesta linha, sob a premissa de minimizar as incidências e potencialidades

relacionadas à auditoria, o Conselho Federal de Contabilidade discorre acerca do

assunto afirmando que a avaliação dos riscos deve ser efetuada já no momento em

que se planeja o trabalho. Segundo o órgão, este risco de detecção está diretamente

55

ligado à natureza, tempo e volumetria das práticas adotadas pelo profissional de

auditora na busca pela redução do risco auditorial. Desta forma, algumas ações que

auxiliam neste controle estão atreladas ao adequado planejamento; escolha de uma

equipe capacitada e bem orientada, na qual a designação de tarefas vai de acordo

com o perfil e conhecimento do responsável, e; supervisão e controle relativo ao

processo de auditoria efetuado, de modo a desenvolver a eficiência e eficácia do

procedimento (CONSELHO FEDERAL DE CONTABILIDADE, 2009).

Segundo Crepaldi, os riscos de auditoria classificam-se nas seguintes formas:

(a) Detecção: relacionado à possibilidade de não identificação de erros relevantes,

os quais passariam despercebidos pelos testes aplicados; (b) Controle: voltado à

possibilidade dos controles existentes não conseguirem identificar algum erro em

potencial; (c) Inerente: risco de que informações importantes possam estar

distorcidas, presumindo-se um controle deficitário (CREPALDI, 2013).

Atrelado ao risco de auditoria têm-se o risco de amostragem, o qual, conforme

a Resolução nº 1.222 emitida pelo Conselho Federal de Contabilidade, representa a

possibilidade de se construir um entendimento diferente do que se teria alcançado

caso fosse analisada toda a população. A exposição a este risco pode ocasionar

dois tipos de equívocos conclusivos:

(a) no caso de teste de controles, em que os controles são considerados mais eficazes do que realmente são ou no caso de teste de detalhes, em que não seja identificada distorção relevante, quando, na verdade, ela existe. O auditor está preocupado com esse tipo de conclusão errônea porque ela afeta a eficácia da auditoria e é provável que leve a uma opinião de auditoria não apropriada.

(b) no caso de teste de controles, em que os controles são considerados menos eficazes do que realmente são ou no caso de teste de detalhes, em que seja identificada distorção relevante, quando, na verdade, ela não existe. Esse tipo de conclusão errônea afeta a eficiência da auditoria porque ela normalmente levaria a um trabalho adicional para estabelecer que as conclusões iniciais estavam incorretas. (CONSELHO FEDERAL DE CONTABILIDADE, 2009, p. 5)

Diante disto, Crepaldi ressalta a importância de se definir uma amostra

adequada e suficiente, capaz de refletir com fidedignidade a imagem do todo

populacional perante os testes aplicados pelo auditor (CREPALDI, 2013).

Em suma, pode-se afirmar que a amostragem é um meio utilizado pelos

auditores para coletar informações, mensurar dados e emitir opiniões/pareceres

acerca da regularidade ou não do objeto avaliado perante às normas competentes.

56

Trata-se de uma técnica cujo intuito é observar o universo geral por meio de uma

fração devidamente designada, a qual deve ser confiável a ponto de não transmitir

imagens distorcidas se comparadas ao todo populacional. Por se tratar de uma

parcela, não há como garantir plena exatidão e confiabilidade, pois, não se sabe o

que os itens não selecionados contém, entretanto, através do planejamento e

técnicas adequadas, o auditor é capaz de reduzir, consideravelmente, a

probabilidade de incidências, as quais, podem acarretar em prejuízos a entidade.

2.6.1 Erros e Fraudes

A atividade de auditoria tem por finalidade auxiliar e apoiar a administração

das empresas quanto à tomada de decisão por meio da validação e confirmação das

informações que analisa. Entretanto, mesmo sem seu objetivo principal ser a busca

por erros e fraudes, os mesmos acabam por ser descobertos durante o processo de

verificação contábil e operacional. Em primeira instância, tais irregularidades devem

ser apontadas pelos controles internos da entidade, porém, em casos mais

complexos, a real situação é descoberta apenas mediante auditoria, seja ela interna

ou independente.

Durante o processo auditorial, é comum que o auditor se depare com

situações irregulares, entretanto, nem sempre é fácil identificar se tal ato falho

caracteriza-se como um erro ou uma fraude, em virtude de sua grande semelhança.

Comprovando o exposto, o Conselho Federal de Contabilidade, através da

Resolução nº 986, conceitua e explica ambos os termos. Primeiramente, o órgão

supracitado caracteriza como “fraude” a ação dolosa e intencional de adulterar,

manipular e omitir documentos, informações, registros e demais dados vinculados a

demonstrações contábeis e financeiras sob a ótica de forçar determinado

entendimento indevido. Em segundo lugar, o “erro” caracteriza-se como um ato falho

não intencional, gerado por meio de desatenção, desconhecimento ou má

interpretação acerca de determinado documento ou situação, não caracteriza-se

como má fé em virtude de ser um ato sem a consciência de prejuízo aos envolvidos

(CONSELHO FEDERAL DE CONTABILIDADE, 2003).

Conforme Ribeiro, muitas fraudes podem ocorrer dentro das empresas, ou

seja, ações baseadas na intenção de cometer algum tipo de delito. Diante disto, o

profissional auditor deve estar muito atento, principalmente em relação a duas

57

situações fraudulentas em especial: a apropriação indevida de ativos, e, a distorção

proposital das informações contábeis, esta, sob a premissa de promover equívoco

de interpretação e, consequentemente, a obtenção de algum tipo de vantagem

(RIBEIRO, 2011). Entretanto, conforme dispõe a NBC TA 200 (R1) emitida pelo

Conselho Federal de Contabilidade:

A fraude pode envolver esquemas sofisticados e cuidadosamente organizados para sua ocultação. Portanto, os procedimentos de auditoria aplicados para coletar evidências de auditoria podem ser ineficazes para a detecção de distorção relevante que envolva, por exemplo, conluio para a falsificação de documentação que possa fazer o auditor acreditar que a evidência de auditoria é válida quando ela não é. (CONSELHO FEDERAL DE CONTABILIDADE, 2016, p. 19).

Na tangente de erros, Crepaldi afirma que possuem caráter involuntário, ou

seja, o sujeito não busca obter vantagem ou benefício ilícito advindo desta ação.

Conforme o autor os principais erros encontrados através de auditoria estão

vinculados a desatenção ou falta de pleno conhecimento sobre a atividade, podendo

citar-se por exemplo: esquecimento na entrega de determinado documento à

contabilidade, erro de interpretação na compilação do inventário, entre outros

(CREPALDI, 2013).

Frisando a importância de um controle interno eficiente, Ribeiro afirma que as

rotinas de verificação constituem uma ferramenta de grande valia para a redução de

práticas inadequadas e incorretas. Também, conforme o autor, nas situações onde a

auditoria identificar irregularidades, fica sob a incumbência do auditor, a avaliação de

relevância e consequência destas frente a imagem e credibilidade da organização.

Ressalta-se ainda que a prevenção dos erros e falhas é responsabilidade da

administração e, que o auditor tem o objetivo de verificar as informações,

identificando situações potenciais (RIBEIRO, 2011).

Corroborando, a NBC TA 200 (R1), emitida pelo Conselho Federal de

Contabilidade, afirma que é impossível ao auditor garantir a segurança absoluta das

demonstrações contábeis em virtude da incapacidade prática de se reduzir a zero o

risco de auditoria. Desta forma, é inegável a possibilidade de que algum erro ou

fraude passe despercebido no momento das avaliações, isto porque, existem

limitações inerentes ao processo auditorial, inclusive a própria amostra, através da

qual o profissional baseia sua conclusão (CONSELHO FEDERAL DE

CONTABILIDADE, 2016).

58

Por fim, vale ressaltar que durante o processo auditorial, a constituição da

amostra é fundamental para uma boa análise acerca do objeto de estudo.

Entretanto, devido a auditoria possuir limitações inerentes, é impossível que se

obtenha plena segurança em relação às demonstrações contábeis, as quais podem

ter erros ou fraudes muito bem planejadas e quase imperceptíveis. A implantação e

manutenção de um controle interno eficiente, capaz de antever tais situações é de

responsabilidade da empresa, ficando sob a incumbência do profissional auditor,

apenas, verificar a conformidade das informações e, ao detectá-las repassar à alta

administração.

2.7 PROCEDIMENTOS, NORMAS E RELATÓRIOS DE AUDITORIA

A atividade de auditoria representa uma ferramenta de asseguração e

comprovação, através da qual, avaliam-se as informações fornecidas pelas

empresas, validando sua consonância frente às normas regulamentadoras. Por meio

de testes e procedimentos técnicos, busca-se garantir a fidedignidade do objeto

auditado sob a premissa de fornecer subsídios a seus usuários. A aplicação destes

testes, bem como procedimentos, deve seguir uma série de regramentos e

metodologias, os quais são imprescindíveis para que obtenha êxito no trabalho e, o

relatório confeccionado apresente uma conclusão assertiva.

Sob a ótica de Attie, os procedimentos de auditoria são caracterizados como

ferramentas técnicas utilizadas pelo profissional de auditoria na consecução de

informações necessárias à realização do trabalho. Na concepção do autor, a adoção

destes métodos vai de acordo com os objetivos e metas traçados pela empresa,

onde, através dos dados colhidos e analisados, busca-se fornecer uma opinião

imparcial e de caráter consultivo à administração (ATTIE, 2011).

Complementado por Oliveira et al., os procedimentos realizados pelo auditor

devem adequar-se à especificidade de cada caso, onde o intuito é proporcionar

evidências capazes de sustentar o parecer de auditoria (OLIVIERA et al.,2008).

Corroborando, Almeida explica que os procedimentos auditoriais correspondem às

técnicas utilizadas para o levantamento de indícios relativos ao objeto analisado, os

quais podem ser alcançados por meio de inspeções documentais, conferência e

contagem física, comprovação por meio de cálculos, validação de informações com

terceiros, entre outros (ALMEIDA, 2012).

59

Nesta linha, o Conselho Federal de Contabilidade, em sua Resolução nº 986,

afirma que os procedimentos de auditoria representam o conjunto de avaliações e

averiguações realizadas pelo auditor interno com o intuito de auxiliar a gestão

empresarial na tomada de decisão. Estes exames incluem testes substantivos e de

observância, os quais permitem ao profissional obter os dados necessários para

embasar e fundamentar suas conclusões acerca do objeto auditado (CONSELHO

FEDERAL DE CONTABILIDADE, 2003).

Conforme Jund, estes procedimentos dividem-se em testes substantivos e

testes de observância. Assim, o primeiro diz respeito às avaliações realizadas com o

objetivo de se obter evidências quanto à validade, exatidão e suficiência dos dados e

informações fornecidos pela empresa, enquanto que o segundo está relacionado à

obtenção de razoável segurança acerca dos métodos e políticas adotados pela

administração sob a ótica de verificar se estão de efetivo acordo com o planejado.

(JUND, 2007).

Em comprovação à ideia do autor, a Resolução nº 986 do Conselho Federal

de Contabilidade discorre acerca dos testes de auditoria, onde, os testes de

observância buscam agregar segurança quanto à efetividade dos controles internos

constituídos pela administração da empresa, avaliando seu funcionamento e

cumprimento perante os colaboradores e administradores da organização. Já em

relação aos testes substantivos, o mesmo órgão corrobora ao afirmar que seu intuito

é evidenciar a suficiência, a validade e a exatidão dos documentos elaborados pela

entidade. (CONSELHO FEDERAL DE CONTABIIDADE, 2003).

Em relação à importância dos procedimentos de auditoria, Perez explica que

estes são indispensáveis no auxílio ao planejamento auditorial e ao fortalecimento

da compreensão macro dos negócios pertencentes à empresa auditada.

Compreendem, através de uma visão global, a análise dos resultados e informações

relevantes à gerência da entidade (PEREZ, 2012).

Corroborando, Araújo, Arruda e Barreto estabelecem como os principais

procedimentos de auditoria: (1) Exame de registros: consiste na avaliação dos

registros sob a ótica de testar sua adequação e assertividade; (2) Exame

documental: relacionado à avaliação dos documentos que comprovam os fatos que

estão sendo auditados; (3) Entrevista: corresponde à aplicação de um questionário,

padronizado ou não, aos envolvidos no processo de auditoria; (4) Conferência de

Cálculo: consiste na verificação dos cálculos relevantes sob a premissa de testar

60

sua exatidão; (5) Inspeção Física: corresponde a contagem de bens ou pessoas com

o intuito de comprovar sua existência e quantidade dentro da organização; (6)

Circularização: validação de informações e saldos da empresa para com terceiros

(ARAÚJO, ARRUDA; BARRETO, 2010).

Desta forma, Crepaldi resume os procedimentos de auditoria como a

descrição das tarefas efetivamente realizadas pelo auditor durante a execução de

seu trabalho (CREPALDI, 2013). Complementado pela Resolução nº 986 do

Conselho Federal de Contabilidade, estes procedimentos devem ser adequados à

entidade analisada sob o intuito de “[...] assegurar que as contingências ativas e

passivas relevantes [...] foram identificadas e são do conhecimento da administração

da entidade.” (CONSELHO FEDERAL DE CONTABILIDADE, 2003, p. 5).

Na tangente dos trabalhos de auditoria, Attie ressalta que as normas

correspondem ao norteador que auxilia o profissional na definição e extensão dos

testes que se pretende aplicar no serviço. Já os procedimentos representam as

ações realizadas para o atingimento dos objetivos traçados. Conforme o autor, os

procedimentos relacionam-se com a execução prática e operacional do trabalho,

enquanto que as normas agregam qualidade ao mesmo (ATTIE, 2011).

Partindo do exposto, Hoog e Carlin explicam que as normas de auditoria

assumem grande relevância para o desempenho da atividade de auditoria, uma vez

que, transmitem confiança aos usuários acerca da condução das atividades. Estas

regras, numa visão geral, contribuem para agregar qualidade e padrão técnico no

serviço desempenhado pelo auditor (HOOG; CARLIN, 2008).

Conceituadas por Crepaldi, as normas de auditoria são os requisitos e

diretrizes a serem observadas pelo auditor no desempenho de sua função. Estas

regras dizem respeito à maneira como deve ser conduzido o trabalho sob o aspecto

de garantir a obediência do profissional quanto ao padrão exigido pelos órgãos

regulamentadores da classe. Através delas, é estabelecido o conceito básico acerca

das exigências relativas à pessoa do auditor, à execução do trabalho e ao parecer

que deverá ser emitido (CREPALDI, 2013).

A fim de proporcionar melhor entendimento acerca do assunto, Jund explica

que as normas de caráter profissional estão atreladas à pessoa do auditor, bem

como, sua competência e qualificação técnica. Já as normas relativas à execução do

trabalho dizem respeito à maneira como devem ser conduzidas as atividades,

independentemente do tipo de sujeito como se classifica o auditor (interno ou

61

independente). Por fim, as normas relativas ao parecer abordam aspectos

relacionados ao conteúdo e a forma de escrita que deve ser elaborada no parecer

de auditoria. De modo geral, estas diretrizes têm a premissa de instruir o auditor

quanto à postura profissional, qualificação técnica, forma de condução do trabalho e

elaboração do parecer, características necessárias e indispensáveis para a

obtenção de êxito no desempenho da função (JUND, 2007).

Em comprovação ao evidenciado por Crepaldi e Jund, o Conselho Federal de

Contabilidade, através da Resolução nº 1.328, atualiza e disponibiliza o conjunto

normativo acerta do regramento pertinente à pessoa do auditor, à execução do

trabalho e ao parecer de auditoria. Conforme a norma, o trabalho de auditoria deve

ser desempenhado por pessoa devidamente habilitada perante o Conselho Regional

de Contabilidade ao qual pertence, tendo reconhecida sua experiência e treinamento

que lhe permitam desempenhar a função de auditor (CONSELHO FEDERAL DE

CONTABILIDADE, 2011).

Segundo Almeida, não apenas o Conselho Federal de Contabilidade (CFC)

e/ou o Conselho Regional de Contabilidade (CRC) emitem normativos e diretrizes

para a condução dos trabalhos auditoriais. Existem diversos outros órgãos que são

responsáveis por direcionar os profissionais desta classe no desempenho de suas

atividades, dentre eles cita-se: a Comissão de Valores Mobiliários (CVM), o Instituto

dos Auditores Internos do Brasil (AUDIBRA) e o Instituto dos Auditores

Independentes do Brasil (IBRACON). O autor ainda que ressalta que, no

desempenho de suas funções o auditor deve estar atento a todos os regramentos

vigentes aos quais está sujeito (ALMEIDA, 2012).

Complementado por Attie, “as normas dizem respeito não apenas às

qualidades profissionais do auditor, mas também a sua avaliação pessoal pelo

exame efetuado e do relatório emitido.” (ATTIE, 2011, p. 55).

Baseado nos procedimentos e normas, o fim do processo de auditoria dá-se

com a emissão do relatório, o qual é conceituado por Araújo, Arruda e Barreto como

uma descrição da atividade desempenhada, onde o auditor relata, detalhadamente,

os fatos constatados através das evidências colhidas durante seus exames. Para os

autores, o relatório de auditoria corresponde ao produto final do serviço e,

consequentemente, a etapa mais significativa do processo (ARAÚJO; ARRUDA;

BARRETO, 2010).

62

Seguindo a temática proposta, Franco e Marra afirmam que o relatório, por se

tratar do fechamento do serviço, deve ser muito bem elaborado pelo profissional.

Com vista à proporcionar entendimento relativo à atividade auditorial, o relatório

deve informar aos usuários, exatamente, o trabalho que foi realizado, o alcance que

esta atividade obteve, a metodologia utilizada na execução, os fatos relevantes

percebidos e as conclusões a que se chegou mediante aos indícios obtidos

(FRANCO; MARRA, 2001).

Sob a ótica de Jund, os relatórios têm o intuito de servir a entidade como

fornecedores de subsídios, estes, relacionados ao resultado apresentado na

auditoria, importância do parecer do auditor para empresa e, qual a mensagem deve

ser recebida com base nas conclusões (JUND, 2007). Corroborando com Jund,

Basso discorre acerca dos tipos de relatório: Formais e Informais. Como o próprio

nome sugere, os relatórios formais são aqueles redigidos formalmente, conforme

normas e procedimentos de auditoria, e entregues a administração. Já os relatórios

informais correspondem à transmissão de informação através de via não escrita, ou

seja, verbal (BASSO, 2005).

Ainda relacionado aos tipos de relatório, Araújo, Arruda e Barreto explicam

que o auditor pode apresentar os resultados de seu trabalho através de duas

maneiras: a primeira, através do parecer de auditoria, utilizado nas ocasiões onde o

procedimento de avaliação atem-se às demonstrações contábeis. E a segunda,

através do relatório amplo, destinado às avaliações pertencentes à auditoria

operacional. Na concepção dos autores, o parecer corresponde a um relatório

resumido, onde o auditor opina em relação as demonstrações contábeis (ARAÚJO;

ARRUDA; BARRETO, 2010).

Nesta linha, Crepaldi exalta a existência dos seguintes tipos de parecer: (a)

Com Ressalva; (b) Sem Ressalva; (c) Adverso; (d) Com Abstenção de Opinião; (e)

Parágrafo de Ênfase, e (f) Relacionado às Transações entre Partes Relacionadas

(CREPALDI, 2013).

Em suma, Franco e Marra afirmam que tanto a confecção do relatório quanto

do parecer deve ser feita de modo a transmitir ao interessado, informações claras,

objetivas, fidedignas e devidamente embasadas através evidências e da obediência

às normas regulamentadoras. Recai sobre o auditor a responsabilidade de redigir

um relatório ou parecer com todas as informações relevantes e devidamente

63

estruturado, de modo a proporcionar pleno entendimento ao receptador da

mensagem (FRANCO; MARRA, 2001).

Com base no descrito até então, percebe-se a grande relevância dos

procedimentos, normas e relatórios de auditoria, onde, através destes, o auditor

conduz e entrega suas atividades às organizações com maior qualidade e eficiência.

Através dos procedimentos, têm-se um norteador e um script para o desempenho da

atividade auditorial, a qual é regulamentada conforme os órgãos específicos

(auditoria interna ou independente), sob o intuito de garantir a segurança e o padrão

de excelência exigido no desempenho da função. Por fim, o relatório ou parecer de

auditoria busca transmitir à empresa o resultado que o auditor obteve através dos

testes aplicados, sendo um fator de muita importância para a tomada de decisões e

ajustes de rota, visando o crescimento do empreendimento e a correção de

eventuais situações.

2.8 GESTÃO DE PROCESSOS EMPRESARIAIS

O mundo empresarial vive em constante mudança, inovações surgem a todo

momento e a complexidade desta realidade contemporânea nos remete à busca por

melhorias contínuas. Com vista a atender o cliente da maneira mais assertiva,

muitas organizações vêm adotando estratégias e projetos sistematizados, os quais

segmentam por perfil e habilidade os profissionais responsáveis pelas diversas

atividades, desde o atendimento até a parte administrativa do negócio.

A mudança de práticas laborais é algo que demanda tempo e adaptabilidade,

exigindo uma série de estudos e análises acerca dos fatores envolvidos no

planejamento. Neste sentido, Meyer explana que o planejamento consiste em um

processo desenvolvido sob a premissa de otimizar a eficiência humana através de

um conjunto de metas e objetivos a serem observados durante um determinado

período (MEYER, 1997).

Neste sentido, Chiavenato complementa que o planejamento representa a

função primordial da administração. Por tratar-se da base às demais funções,

corresponde a uma antecipação de pensamento com o intuito de construir meios

para conquistar objetivos futuros. Fundamental para o sucesso da organização, o

planejamento divide-se em três níveis hierárquicos com vista a atender as

64

necessidades da empresa: Planejamento Estratégico, Tático e Operacional

(CHIAVENATO, 2014). Planos estes, dispostos na Ilustração 6:

Ilustração 6: Organograma do Planejamento Empresarial

Fonte: Adaptado de Chiavenato (2014, p. 138).

Conforme Ilustração 6, têm-se desenhado por Chiavenato o organograma de

planejamento, em que especifica-se os níveis hierárquicos de cada tipo, bem como,

o período a que se refere a estratégia: curto, médio e longo prazo, sempre com vista

a atingir o resultado através de uma visão futurista e, do atendimento à missão

organizacional (CHIAVENATO, 2014).

Com vista a proporcionar melhor entendimento sobre planos empresariais,

Prado e Archibald discorrem acerca do planejamento estratégico, o qual

corresponde à estruturação de um processo cuja finalidade é identificar os objetivos

macro dentro da entidade e traduzi-los em ações estratégicas. A execução destas

iniciativas dar-se-á por meio de projetos e processos específicos a serem criados ou

aprimorados dentro da empresa (PRADO; ARCHIBALD, 2004).

Em relação ao planejamento tático, Chiavenato explica que está na faixa

intermediária da hierarquia, sendo responsável pela recepção das propostas

advindas da alta administração, bem como, tradução destas em ações estratégicas

e planos operacionais. Busca meios para garantir a entrega das metas estipuladas

65

para os departamentos e unidades da organização sob o enfoque de médio prazo.

Já o planejamento operacional visa traçar caminhos e maneiras para a obtenção dos

propósitos operacionais dentro da empresa, onde o desenvolvimento das tarefas

deve ser o mais assertivo e sob a ótica de promover resultados a curto prazo

(CHIAVENATO, 2014).

De modo geral, o intuito do planejamento é servir como ferramenta de auxílio

à empresa na previsão de possíveis acontecimentos e ações cabíveis em cada

situação. Desta forma, Oliveira ressalta que:

O propósito do planejamento pode ser definido como o desenvolvimento de processos, técnicas e atitudes administrativas, as quais proporcionam uma situação viável de avaliar as implicações futuras de decisões presentes em função dos objetivos empresariais que facilitarão a tomada de decisão no futuro de modo mais rápido, coerente, eficiente e eficaz. (OLIVEIRA, 2013, p. 05).

Nesta linha de raciocínio, Vargas conceitua projeto como uma iniciativa

provida de sequência lógica, ou seja, com a clareza de início e fim, onde a finalidade

se dá pelo atingimento de um objetivo pré-estabelecido. Conforme o autor, um

projeto sempre é gerido por pessoas, que irão administrá-lo sob parâmetros de

qualidade, custo, definição de tempo e recursos (VARGAS, 2004).

Complementado por Baguley, um projeto representa o conjunto de eventos

interligados entre si, que possui por desígnio o atingimento do resultado proposto

pelos envolvidos, levando-se em consideração o espaço de tempo delimitado para

sua execução. Segundo o autor, um projeto pode ser qualquer coisa que se

pretenda fazer, independente de dimensão (grande ou pequeno), podendo estar

relacionado a algo tangível ou intangível e, que não possui limite de recursos

aplicados nem de pessoas envolvidas (BAGULEY, 1999).

Neste sentido, os autores Gido e Clements explanam acerca dos atributos de

um projeto, onde, independentemente dos fatores, sempre há um nível de incerteza

envolvida. Qualquer projeto que se pretenda desenvolver é destinado a um cliente,

seja externo ou interno, que irá fornecer subsídios para sua realização. A

composição do projeto se dá por uma série de atividades independentes, com a

utilização de vários recursos e sob a premissa de vida finita, onde o resultado final

deve atingir o objetivo proposto e gerar plena satisfação ao cliente (GIDO;

CLEMENTS, 2001).

66

Em estando estabelecida a criação de um projeto, faz-se necessário gerenciá-

lo, de modo a garantir que as etapas sejam realizadas corretamente e, que as coisas

saiam conforme planejado. Comprovando o exposto, o órgão do governo britânico,

Office of Government Commerce, estabelece que a gestão de processos diz respeito

ao planejamento, monitoramento e controle de todos os aspectos ligados ao projeto,

bem como, a manutenção motivacional da equipe envolvida sob a ótica de otimizar o

desempenho e, por consequência, atingir a meta criada dentro das condições

traçadas (OFFICE OF GOVERNMENT COMMERCE, 2009).

Segundo Duncan, compreende-se o gerenciamento de processos como a

aplicação de habilidades, conhecimentos e técnicas nas atividades relacionadas a

um projeto. O intuito do gerenciamento é alcançar o resultado estipulado ou, até

mesmo, superar as expectativas e necessidades das pessoas comprometidas com o

processo (DUNCAN, 1996).

Contribuindo com Duncan, Maximiano ressalta que o gerenciamento de

projetos é uma prática que vem atravessando os séculos, constitui um conjunto de

práticas gerenciais desenvolvidas por Taylor em 1895 e que vem perdurando até a

atualidade, apenas com alguns aperfeiçoamentos. Na referida época, Taylor

apresentou à sociedade um método para gerir e controlar tarefas, de forma à

administrar de forma mais assertiva o tempo e os custos incorridos, trabalho este,

que ficou conhecido como o primeiro no ramo de administração científica, voltado a

gestão organizacional (MAXIMIANO, 2007).

Trazendo o conceito de gerenciamento de projetos para a era

contemporânea, Harrington revela que muito se tem falado sobre a otimização de

práticas empresarias. Estas práticas têm se desenvolvido com o passar dos anos e,

com este avanço, vem ocorrendo aprimoramentos na execução dos processos

operacionais. Ainda, o autor conceitua um processo como qualquer atividade,

desempenhada através de recursos próprios da organização, que represente uma

entrada e gere uma saída de bens ou serviços com valor agregado para o

consumidor, seja ele interno ou externo. Sob o ponto de vista empresarial, um

processo deve amparar as finalidades da empresa e, através do uso de seus

recursos, produzir valor ao cliente (HARRINGTON, 1993).

Conforme Doebeli et al., a gestão de processos representa uma mudança de

pensamento dentro da organização, esta reeducação é centrada nas atividades

empresariais e ocorre através da disciplina gerencial. Tendo em vista as frequentes

67

mudanças no mercado, a gestão processual corresponde a uma ferramenta de

auxilio que permite facilitar o processo de transição e adaptação às novas

exigências e realidades do mercado (DOEBELI et al., 2011). Em sequência à ideia

proposta, Ballou explica que:

A novidade então deriva do conceito da gestão coordenada de atividades inter-relacionadas, em substituição à prática histórica de administrá-las separadamente, e do conceito que a logística agrega valor aos produtos e serviços essenciais para a satisfação do consumidor e o aumento das vendas. (BALLOU, 2004 p. 26).

Complementado por Harrington, a gestão de processos empresariais deve

focar suas atenções na melhoria contínua, bem como, no desenvolvimento e

aprimoramento dos métodos de transformação, restruturação de atividades, novos

fluxos processuais, inovações e ações focalizadas de melhoria. Para o autor, as

organizações podem aperfeiçoar seus processos através de cinco fases, conhecidas

como processos secundários: (1) Organização para melhoria; (2) Entendimento do

processo; (3) Direcionamento do fluxo do processo; (4) Implementação, mensuração

e controle; e (5) Melhoria contínua (HARRINGTON, 1997).

Para Juran apud Varvakis, Dávila e Leocádio, a gestão da qualidade nas

empresas baseia-se na existência de três processos chave: Planejamento da

Qualidade, Controle da Qualidade e Melhoria da Qualidade. Observa-se a partir

disto, que há uma grande ligação entre o gerenciamento de processos e o

gerenciamento da qualidade, onde o bom funcionamento e interação destes

controles condiciona a empresa a um crescimento e desenvolvimento competitivo

(JURAN, 1986, apud VARVAKIS; DÁVILA; LEOCÁDIO, 2008).

Neste contexto, Harrington reforça que todas as funções e partes da

organização devem trabalhar em harmonia e de forma sincronizada, para juntas,

otimizar a eficiência, eficácia e flexibilidade do processo global. Ainda, o autor

propõe as incumbências relacionadas ao processo onde, os gestores e diretores

devem focar suas atenções no processo em si, enquanto que os trabalhadores

devem agir dentro da atividade, desta forma, o aperfeiçoamento é direcionado à

tarefa e não ao indivíduo (HARRINGTON, 1997).

Diante disto, surge a ideia de pensamento sistêmico, cujo intuito é padronizar

o entendimento e a operacionalização dentro da organização. Conforme Jackson, no

enfoque sistêmico, busca-se atribuir importância ao conceito global da organização,

68

não enfatizando os fatos isolados de cada parte, mas, voltando os olhares para as

interações com o todo da empresa (JACKSON, 2000).

Para Kerzner, um gerenciamento de projetos bem sucedido requer da

empresa o desenvolvimento e implantação correta de processos chave. Conforme o

autor, alguns fatores básicos para o sucesso se dão pela base cultural da instituição,

realização de capacitações e treinamentos aos colaboradores e, o empenho e

comprometimento dos membros da diretoria, os quais devem reconhecer o valor

acrescido à empresa decorrente da gestão formal de projetos (KERZNER, 2002).

Finalizando, toda entidade que pretende manter-se ativa e competitiva no

mercado comercial contemporâneo deve estar sujeita a contínuos processos de

reestruturação e adaptabilidade. O princípio da continuidade somente se dá às

organizações que se mantém atualizadas e que prezam por um planejamento

adequado e suficiente, capaz de suprir suas necessidades e, principalmente,

atender as demandas dos clientes de forma satisfatória e inovadora. A revisão de

processos e a abertura da mente para novos projetos e mudanças ideológicas eleva

o nível de conhecimento e contribui para o aprimoramento sistêmico da organização.

2.8.1 Back Office: características e importância

O pensamento sistêmico tem apresentado um grande crescimento nos

últimos anos, muitas empresas têm mudado a forma de conduzir o atendimento aos

clientes e tem aperfeiçoado a maneira de processar os trâmites administrativos

pertencentes à atividade. Diante desta realidade, surgem as áreas de Back Office,

que conforme King, correspondem a departamentos administrativos dentro da

empresa. Funcionam como uma retaguarda onde há pouco ou nenhum contato com

o cliente final, sendo responsáveis pela operacionalização formal do negócio e, em

muitos casos, pelo suporte técnico aos assistentes de venda (KING, 2003).

Comprovado por Reynolds, as áreas de Back Office são responsáveis pelo

processamento das atividades administrativas, possuindo a incumbência de amparar

o Front Office, linha de frente, formada pelos vendedores e funcionários que

trabalham diretamente com o consumidor. Para o autor, cabe à retaguarda garantir

que sejam realizadas todas as operações necessárias à administração da empresa

(REYNOLDS, 2001).

69

Neste sentido, King ressalta que devido ao fato de não atender, diretamente,

ao cliente, o Back Office não é capaz de “fazer dinheiro”, porém, se não for eficiente,

pode rapidamente extinguir com os lucros realizados pelos vendedores e

atendentes. Visando incentivar a execução eficiente e eficaz das tarefas, muitas

entidades vêm adotando a prática de dividir os lucros gerados pelo Front Office

também com o Back Office, assim, contribui para que ambas as áreas atuem em

conjunto (KING, 2003).

Em complemento, Reynolds elenca algumas vantagens do Back Office, como:

(a) Maior eficiência operacional: o fato de existir pouco ou nenhum contato com o

consumidor final permite ao profissional focar-se apenas na parte administrativa; (b)

Melhor relacionamento entre empresa e consumidor: através da interação indireta, é

menor a probabilidade de o cliente identificar possíveis falhas no processo; e (c)

Maior automação e uso da tecnologia nos processos: é possível utilizar um número

maior de softwares e hardwares, para a execução das atividades, contribuído para a

redução de erros e falhas, em alguns casos, extingue-se a manufatura operacional

(REYNOLDS, 2001).

Contribuindo com os autores King e Reynolds, Corrêa e Caon ressaltam

algumas características e pontos positivos do Back Office. Na concepção dos

autores, a retaguarda desempenha atividades fundamentais ao bom andamento e

sucesso do contato com o cliente, uma vez que, além do suporte às atividades,

exerce influência direta sob a utilização dos recursos. Cabe ao Back Office fornecer

subsídios para que o Front Office proporcione ao cliente elevados níveis de

satisfação (CORRÊA; CAON, 2006).

É perceptível que o surgimento das áreas de Back Office vem contribuindo

para o desenvolvimento empresarial, principalmente, na tangente dos e-commerces,

onde inexiste a negociação presencial entre as partes. Conforme disposto pelo

Sistema Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas, a retaguarda das

empresas do comércio eletrônico assume papel fundamental de gestão, ficando sob

sua incumbência a garantia de que o produto final chegue ao consumidor com a

maior agilidade e segurança (SISTEMA BRASILEIRO DE APOIO ÀS MICRO E

PEQUENAS EMPRESAS, 2015). Além disto, a mudança de cultura promovida por

estas instituições faz com que se desenvolva o pensamento e o planejamento

sistêmico, onde o grande beneficiado é o consumidor, que acaba por desfrutar de

soluções cada vez mais cômodas e adequadas para seus anseios e necessidades.

70

3 DIAGNÓSTICO E ANÁLISE

A análise do presente estudo inicia-se com a evidenciação do processo de

abertura de contas bancárias realizados na Cooperativa Sicredi União RS, onde

objetivou-se num primeiro momento, situar o leitor acerca de como funciona o

processo de associação à Cooperativa, as modalidades de contas disponíveis ao

associado, a formalística obrigatória ao processo e, o fluxo operacional do mesmo

nos períodos pré e pós centralização da atividade na célula de Back Office

Centralizado. Em seguida, através da realização de uma auditoria operacional,

buscou-se demonstrar o nível de assertividade e a adequação do processo diante

dos normativos da entidade objeto de estudo, bem como, órgão regulamentadores

do setor financeiro nacional. Por fim, buscou-se demonstrar, através da relevância

de aspectos qualitativos, a evolução percebida na atividade de abertura de contas

realizadas na Cooperativa Sicredi União RS.

Com vistas a atingir o objetivo proposto, tanto em âmbito geral quanto

específico, buscou-se através de planilhas eletrônicas, estabelecer os papéis de

trabalho desta auditoria, os quais fundamentam a análise acerca da atividade. Para

a confecção destes papeis, utilizou-se como embasamento os manuais de abertura

de conta e associação, entrevista não padronizada ao gestor da área de Back Office,

legislação e normativos pertencentes ao ramo de atuação da entidade: Instituição

Financeira Cooperativa.

Por fim, com base nos dados e informações obtidas, realizou-se uma análise

qualitativa acerca do funcionamento da área de Back Office, de modo a demonstrar

a evolução promovida com a centralização da atividade, evidenciar os pontos

positivos e propor soluções e melhorias ao processo de modo geral.

3.1 PROCESSO DE ABERTURA DE CONTAS E ASSOCIAÇÃO

O presente título tem por finalidade explanar sobre contas bancárias, pessoa

física e jurídica, trabalhadas na entidade objeto de estudo, Sicredi. Para isto, aborda

as modalidades de conta disponíveis ao associado, qual a documentação exigida

para a abertura destas contas, as espécies de movimentação/assinatura as quais

estão sujeitas cada modalidade, e por fim, como ocorre o fluxo do processo de

abertura de contas e associação.

71

Conforme conceituado pelo Banco Central do Brasil, a conta bancária ou

conta de depósito corresponde a um contrato de prestação de serviços firmado entre

o cliente e a instituição financeira. Ressalta-se que o cliente tem o direito de escolher

a instituição com a qual deseja movimentar suas finanças, entretanto, a mesma não

possui a obrigatoriedade de abrir conta ou manter alguma conta de depósito com o

cidadão (BANCO CENTRAL DO BRASIL, 2012).

Partindo do exposto, apoiando-se na entrevista realizada com o gestor e

através de pesquisas documentais e observações participantes realizadas na

Cooperativa Sicredi União RS, verificou-se acerca do processo de associação e

abertura de contas realizados instituição. Constatou-se que a Prospecção é o

primeiro passo dos gestores de carteira a fim de identificar potenciais associados, e

que, através de conversas e explanações relacionadas à cooperativa e seu

funcionamento, é ofertado ao prospect a possibilidade de integrar o quadro social da

cooperativa.

Na sequência, têm-se o processo de abertura de conta e associação, o qual

corresponde ao marco inicial do relacionamento efetivo entre Associado e

Cooperativa. Nele firma-se um contrato de prestação de serviços bancários de

acordo com o tipo de conta escolhido, livremente, pelo associado. Atualmente, o

Sistema Sicredi dispõe de várias modalidades de abertura de conta, as quais

poderão ser escolhidas pelo associado, pessoa física ou jurídica, de acordo com

suas necessidades e preferências. Para tal, é necessária a apresentação dos

seguintes documentos, conforme disposto na Ilustração 7:

Ilustração 7: Documentos necessários à abertura de conta

Fonte: Adaptado de Sicredi (2008ab).

Através da Ilustração 7, elenca-se os documentos mínimos necessários à

abertura de conta junto ao Sicredi, salvo casos excepcionais onde, a solicitação de

72

algum destes documentos não se faça indispensável. Ressalta-se que a abdicação

na solicitação de algum dos documentos supracitados somente dar-se-á de acordo

com alguma modalidade de conta específica, na qual não se faz necessária tal

comprovação; ou, conforme regramento próprio de alguma cooperativa integrante do

Sistema Sicredi.

Relacionado às modalidades disponíveis, o Banco Central do Brasil cita como

principais tipos de contas bancárias: Conta de depósito à vista, Conta de depósito à

poupança e Conta-salário. Neste sentido, as contas de depósito à vista, também

conhecida como conta corrente, é a mais usual tendo em vista que o dinheiro

permanece disponível ao usuário em tempo integral. As contas de depósito à

poupança têm por finalidade instigar a economia e aplicação financeira, assim,

remuneram o montante guardado a partir de determinado tempo sem movimentação

do mesmo. Já a modalidade Conta-salário é um tipo especial de conta destinada

apenas ao recebimento de proventos salariais, não admitindo qualquer outro tipo de

movimentação além dos créditos efetuados pela fonte pagadora (BANCO CENTRAL

DO BRASIL, 2012).

Deste modo, evidencia-se através da Ilustração 8, as opções que os

associados PF e PJ possuem para a abertura de conta junto à cooperativa Sicredi.

Ilustração 8: Modalidades de Abertura de Conta

Fonte: Adaptado de Sicredi (2008ab).

73

Através da Ilustração 8, têm-se uma breve explanação acerca dos tipos de

conta que podem ser abertas conforme o perfil e necessidade do associado.

Também, aborda de forma resumida o que contempla cada uma destas contas

bancárias, levando-se em consideração à natureza da pessoa.

Além das modalidades de conta supracitadas, o Sicredi ainda apresenta com

um diferencial: a Conta Corrente Sicredi Touch onde o público-alvo, jovens entre 18

e 25 anos, podem movimentar suas finanças por meio de limite em conta, cartão

múltiplo (débito e crédito), pacote de serviços e aplicativos mobile (SICREDI, 2008c).

Em paralelo à definição da modalidade, o gestor de carteira identifica junto ao

associado a maneira como será movimentada a conta quanto à espécie. Conforme

disposto na Ilustração 9, ao associado Pessoa Física é oportunizada a escolha de

duas espécies de assinatura/movimentação de conta: Individual ou Conjunta. Já

para o associado Pessoa Jurídica é possibilitada apenas a movimentação individual,

exercida através do representante legal da entidade.

Ilustração 9: Espécies de conta quanto à assinatura

Fonte: Adaptado de Sicredi (2008ab).

Evidenciado na Ilustração 9, existem duas possibilidades de titularidade

quanto a movimentação de contas bancárias. A primeira, disponível aos associados

74

PF e PJ diz respeito a contas individuais, onde um único titular realiza toda a

movimentação financeira. Já a segunda, relacionada a contas em conjunto, está

disponível apenas para os associados PF, nas modalidades Conta Corrente, Conta

Investimento e Conta Poupança, na qual dois associados (titular e cotitular) podem

movimentar a conta, de forma simples (tipo “E”) ou solidária (tipo “E/OU”), conforme

estabelecido no momento da associação.

Em suma, compreende-se que o Sistema Sicredi, por se tratar de uma

Instituição Financeira Cooperativa, oferece todas as soluções bancárias a seus

associados, da mesma forma que os demais bancos, porém, com o diferencial da

gestão democrática do negócio.

Sob aspecto de abertura de contas bancárias, trabalha com as modalidades:

corrente, poupança e salário, incluindo diferenciais competitivos como a conta

corrente Sicredi Touch, destinada ao público jovem (18 até 25 anos) o qual pode

realizar movimentações com taxas e precificações diferenciadas, e; a conta não-

correntista cotitular, destinada ao público que é deseja ser segundo titular em

alguma conta corrente ou poupança mas, não possui interesse na movimentação

através de conta corrente.

Por fim, ressalta-se que a cooperativa em questão atende aos normativos

impostos pelo Banco Central do Brasil na tangente de contas bancárias, a fim de

proporcionar solução e qualidade de vida a seus usuários.

3.1.1 Fluxos do Processo de Abertura de Conta

Em relação ao aspecto operacional da atividade de abertura de contas, até

junho de 2014 todo processo era desempenhado em cada unidade de atendimento.

O mesmo colaborador que prospectava o associado, realizava a parte negocial e a

parte burocrática relacionada ao cadastro, ficando a cargo da área administrativa a

conferência da formalística e solicitação de correções quando necessário.

Com vista a proporcionar melhor atendimento acerca da operacionalizado da

atividade, a mesma é apresentada através de fluxogramas, os quais são

conceituados por Peinado e Graeml como símbolos gráficos, ordenados de forma

sequenciada e, que tem por objetivo facilitar a análise de suas informações.

Conforme os autores, o fluxograma é representa um recurso visual, através do qual,

os gestores podem analisar o andamento operacional das atividades, identificando

75

assim, oportunidades de melhorias através do mapeamento de processos

(PEINADO; GRAEML, 2007). Diante do exposto, demonstra-se através da Ilustração

10, o fluxograma do processo de abertura de contas realizado pela UA no período

pré centralização:

Ilustração 10: Fluxograma do processo de abertura de contas: pré centralização

Fonte: Adaptado de Sicredi (2013).

Evidenciado na Ilustração 10, o processo de abertura de contas no período

pré-centralização envolvia grande volumetria de tarefas aos colaboradores da

Unidade de Atendimento. Inicialmente, o gerente de carteira prospectava o

associado e na sequência, coletava a documentação básica conforme tipo de conta

escolhido. Após tratados os termos da negociação, o gestor da conta realizava o

cadastramento junto ao sistema, onde subscrevia o capital social para o dia

seguinte. Os documentos físicos eram assinados e deixados em uma pasta

especifica onde, posteriormente, a área administrativa os recolhia e dava sequência

ao processo.

A continuidade do fluxo ocorria na retaguarda da UA, a qual recolhia o dossiê

de abertura de contas em horários pré-definidos, conferia a formalística e preenchia

76

as demais informações pertinentes. Ao final do dia, o dossiê era entregue ao

Gerente Administrativo Financeiro, o qual, junto com o Gerente da Unidade de

Atendimento, realizava uma averiguação e análise do perfil do associado,

principalmente, nas situações onde estavam envolvidas operações de crédito.

Em estando correta e suficiente a formalística, o dossiê de abertura de contas

era devolvido para a área administrativa, que solicitava os produtos, digitalizava o

cartão autógrafo (documento onde consta a assinatura do associado para identifica-

lo no momento das movimentações financeiras) e enviava o número da matricula

para que fosse aprovada no Conselho de Administração (CONSAD) da Cooperativa.

Após retornar do CONSAD, o dossiê recebia os últimos preenchimentos e depois

era arquivado na pasta do associado.

Levando-se em consideração o tamanho da Cooperativa Sicredi União RS,

formada por cerca de 600 colaboradores atuantes em 42 pontos de atendimento, é

inevitável a diversidade de interpretações e práticas operacionais, principalmente

pelo fato de não haver um desenho exato para o fluxo da atividade. Constatou-se

que a média de tempo para a realização da atividade tinha grande variação de uma

UA para outra, os conhecimentos eram divergentes e, mesmo com treinamentos e

manuais relacionados à Abertura de Conta e Associação, havia a adoção de critérios

próprios, algumas vezes em desacordo com o regramento previsto.

Com vista a padronizar o conhecimento acerca da atividade de abertura de

contas, bem como, garantir maior assertividade e qualidade ao processo, a partir do

ano de 2013 passou a ser estudada a possibilidade de centralizá-lo em uma área

técnica específica. A construção deste projeto durou cerca de 6 meses e envolveu,

principalmente, as Área de Planejamento e Qualidade da SUREG, para que em 02

de junho de 2014, com o aval da diretoria executiva, fosse instaurada a área de

Back Office Centralizado.

Conforme relata o autor Kerzner, o sucesso no gerenciamento de projetos

passa, impreterivelmente, pelo correto desenvolvimento e implantação de processos

chave, os quais, através da cultura institucional, facilitam a inserção da ideia de

melhoria e mudança. Neste sentido, a evolução processual, bem como, do projeto

como um todo, baseia-se na capacitação dos colaborados, no empenho e

comprometimento da diretoria e, na venda da ideologia, que tal mudança é capaz de

promover benefícios à instituição (KERZNER, 2002).

77

Assim, sob a premissa de agregar segurança, qualidade, eficiência e

agilidade à atividade de abertura de contas, a área de Back Office, atualmente,

desempenha mais de 90% da parte operacional da atividade. Os demais pontos

percentuais são desempenhados pela Unidade de Atendimento em decorrência da

necessidade presencial do associado e demais trâmites necessários ao exercício da

tarefa. Através da Ilustração 11 demonstra-se o atual fluxograma do processo de

associação e abertura de contas realizado na cooperativa:

Ilustração 11: Fluxograma do processo de abertura de contas: pós centralização

Fonte: Adaptado de Sicredi (2015a).

Conforme disposto na Ilustração 11, o fluxo do processo de abertura de

contas inicia-se na Unidade de Atendimento (UA Negócio), onde o gestor de carteira

faz o levantamento da documentação necessária junto ao proponente, digitaliza

estes arquivos e os salva em ficheiros PDF. Este mesmo colaborador dá início a um

processo na ferramenta Fluid, na qual realiza o preenchimento de um breve pré-

cadastro e anexa os documentos coletados.

Na sequência, o processo avança para a instância do Back Office Abertura de

Contas (BO Centralizado), onde é analisado o tipo de processo e a documentação

pertinente. Em estando completa a formalística, procede-se com a consulta aos

órgãos de proteção ao crédito e, posteriormente, preenchimento do cadastro e

abertura de conta no sistema. Caso o processo não esteja devidamente alinhado, o

mesmo é devolvido para a confecção de ajustes.

78

Após a documentação estar plenamente de acordo e o cadastro devidamente

preenchido junto ao sistema, o colaborador do Back Office inclui a conta e gera os

formulários de associação conforme o tipo e modalidade de conta escolhida. Nesta

etapa ainda, integraliza-se o capital social indicado pelo(a) associado(a) e

confecciona-se, quando pertinente, a planilha de limites, onde, com base no rating e

score do(a) proponente serão atribuídos produtos como conta especial e cartão de

crédito. Finaliza-se a etapa com o parecer do colega do Back Office indicando o

avanço do processo para a instância UA Negócios Retorno.

No dia útil posterior à abertura da conta, solicitam-se os produtos bancários

pertinentes: limite de conta especial, cartão de crédito ou débito e cadastramento de

débito automático autorizado conforme dispõe a proposta de produtos e serviços

contratados. Nesta fase, em paralelo à solicitação dos produtos, o gestor de carteira

providencia a coleta das assinaturas do(a) proponente nos formulários de

associação, realiza o cadastramento da senha do Internet Banking e captura a

biometria, para que o(a) novo(a) associado(a) tenha voz e vez nas assembleias da

Cooperativa.

Finalizada esta etapa, o processo é direcionado à instância Retaguarda UA,

onde um colaborador da área administrativa é designado para a realização de uma

breve conferência nos formulários, de modo a identificar se todos estão devidamente

assinados e preenchidos. Na sequência, coletam-se as assinaturas dos gestores da

unidade de atendimento e de duas testemunhas, digitalizam-se os documentos e, os

anexa ao Fluid, dando seguimento ao processo.

Ressalta-se, através do disposto pelo Banco Central do Brasil, que “as

informações incluídas na ficha-proposta e todos os documentos de identificação

devem ser conferidos, nos originais, pelo funcionário encarregado da abertura da

conta, que assina a ficha juntamente com o gerente responsável.” (BANCO

CENTRAL DO BRASIL, 2012, p. 1).

Ao receber a tarefa da UA, um colaborador do Back Office realiza a

conferência efetiva dos formulários. Nesta instância, analisa-se a concordância dos

documentos de abertura de conta com os arquivos e informações fornecidos pela

UA na abertura do processo. Para a realização desta verificação, usa-se como

parâmetro o pré-cadastro inicial, os documentos de abertura de conta (identificação,

endereço, renda) e, o tipo de conta/segmento escolhido. Caso necessite de ajustes,

o processo retorna ao último protocolo para que sejam sanadas as inconsistências.

79

Em estando correta e suficiente a formalística, é digitalizado o cartão autógrafo e o

processo têm andamento com a solicitação de envio do dossiê físico, da UA para a

SUREG.

Paralelamente ao período em que a conta é conferida e o dossiê físico é

enviado para o Back Office, o processo de associação submete-se à aprovação do

Conselho de Administração da Cooperativa, o qual irá formalizar e oficializar a

entrada do associado para o quadro social da mesma. Após esta reunião mensal do

CONSAD, o colaborador do Back Office recebe uma relação dos novos associados

para que proceda com o preenchimento do número da matrícula e as informações

relativas à data e ata em que a reunião ocorreu. Em estando preenchidas, a

Proposta de Admissão e a Ficha Matricula, estas, são digitalizadas e anexadas ao

Fluid para o andamento do processo.

O final do fluxo de abertura de contas dá-se com a Solicitação de

Arquivamento, na qual, o colaborador do Back Office preenche as últimas

informações referentes ao dossiê e à caixa onde o mesmo será guardado. Após

concluído o ciclo, as caixas onde estão arquivadas as documentações físicas são

destinadas ao arquivo morto da Superintendência, onde podem ser requisitadas em

caso de necessidade.

Diante do exposto, comprova-se através de Reynolds que a implantação de

áreas de Back Office pode contribuir de forma relevante para o desenvolvimento

empresarial, uma vez que, as principais vantagens deste sistema são: a segregação

de parte negocial da operacional, maior foco do Front Office em atender ao cliente e,

maior inserção de tecnologia à atividade (REYNOLDS, 2001).

Neste sentido, embasado pelo descrito pelo autor, fato de não haver um

contato direto com o cliente, neste caso associado, o colaborador que exerce a

tarefa operacional mantém maior foco na parte administrativa, deixando a

negociação a cargo do atendente. Quanto ao relacionamento, o colaborador

responsável pelo atendimento pode focar sua atenção exclusivamente para o

associado de modo a proporcioná-lo maiores e melhores soluções, além de não

transparecer a ele eventuais falhas processuais.

Por fim, quanto à automação e uso de tecnologias, é possível realizar dois

processos ao mesmo tempo: atender ao associado e preencher o cadastramento do

mesmo. Embora sejam necessários dois colaboradores para esta tarefa, o ganho se

80

Continua.

dá pela maior velocidade no atendimento e no processamento e cadastramento de

informações necessárias à abertura da conta.

3.2 AUDITORIA OPERACIONAL: BACK OFFICE ABERTURA CONTAS

Diante do atual cenário econômico e financeiro nacional, é imprescindível que

se tenha um controle adequado e, acima de tudo, segurança quando o assunto

envolve recursos monetários. Tendo em vista que, fraudes e golpes bancários

podem assumir proporções desastrosas, o Sicredi tem como premissa fornecer

soluções financeiras adequadas e seguras aos seus associados, da mesma forma

que busca agregar comodidade e praticidade a seus serviços, características estas,

indispensáveis à era global.

Com vista a garantir maior segurança e comodidade aos associados, bem

como, à cooperativa em âmbito geral, em 2014 a Sicredi União RS passou a adotar

o sistema de abertura de contas centralizado, onde o Back Office da instituição

assumiu a responsabilidade pela operacionalização da atividade e pela

conferência/controle da mesma. O fato de ser uma área técnica voltada

exclusivamente a esta atividade, transmite a ideia de bons níveis de assertividade e

confiança nos procedimentos realizados, algo que buscou-se certificar através deste

estudo, o qual apresenta o seguinte plano de auditoria, disposto na Ilustração 12:

Objeto Auditado Onde o Exame foi Aplicado Finalidade do Teste

Documentos de abertura de conta

Documentos de identificação, comprovante de endereço e

comprovante de renda.

Atestar a validade dos comprovantes apresentados, bem como, sua

vigência.

Dados Cadastrais Cadastro de associação.

Certificar o correto preenchimento dos dados cadastrais do associado diante

dos comprovantes e documentos apresentados.

Consulta aos Órgãos de

Proteção ao Crédito

Consulta de restritivos junto aos órgãos de proteção ao crédito.

Verificar se o proponente possui registro junto aos Órgãos de Proteção ao Crédito, bem como, confirmar se as consultas estão anexas ao processo.

Formulários de Abertura de

Conta

Formulários de abertura de conta: 1- Proposta de Admissão 2- Cadastro do associado 3- Ficha Matrícula 4- Cartão Autógrafo 5- Proposta de Produtos e Serviços.

Certificar o correto preenchimento dos dados relacionados a conta, enquanto tipo e modalidade de movimentação, bem como, atestar se os documentos

estão devidamente assinados por ambas as partes.

81

Continuação.

Objeto Auditado Onde o Exame foi Aplicado Finalidade do Teste

Cartão Autógrafo Formulário Cartão Autógrafo

gerado no momento da abertura da conta.

Atestar a legitimidade das assinaturas constantes no Cartão Autógrafo em

confronto ao documento de identificação apresentado.

Registro e Procedimento de

Associação

Formulários: 1- Proposta Admissão 2- Ficha Matrícula

Verificar acerca da efetiva associação do(a) proponente, através da

integralização do capital social e registro da ata do Conselho de

Administração conforme exigência estatutária.

Ilustração 12: Programa de Auditoria

Fonte: Produção do pesquisador.

Através da Ilustração 12 evidencia-se o Programa de Auditoria elaborado para

examinar e atestar o nível de conformidade do processo de abertura de contas

realizado pelo Back Office Centralizado da Cooperativa Sicredi União RS. Com base

nele, têm-se os objetos de estudo, os documentos submetidos à análise e a

finalidade que se procurou atingir através destes exames.

Neste sentido, os autores Araújo, Arruda e Barreto, explicam que o

planejamento do programa de auditoria representa a escolha dos métodos e

técnicas que serão utilizadas pelo auditor na realização de seu trabalho. Frisa-se

que uma boa programação contribui para agregar qualidade, eficiência e economia

ao desempenho da atividade (ARAÚJO; ARRUDA; BARRETO, 2010).

O presente trabalho, por sugestão do gestor, aborda um período de três

meses, compreendidos entre abril e junho de 2016, onde foram analisados,

exclusivamente, os processos de abertura de conta corrente, modalidade Pessoa

Física e Jurídica. Para fins de estudo, bem como amostragem, selecionou-se

apenas as contas que foram associadas à cooperativa e que já haviam sido

submetidas a todo o ciclo operacional.

Nestes moldes, a população da presente pesquisa corresponde a 1.887

contas, das quais, extraiu-se uma amostra equivalente a 315, esta, obtida através da

metodologia aleatória simples, que conforme o Tribunal de Contas da União,

corresponde a uma simples escolha de elementos aleatórios, baseada na premissa

de que cada elemento possui a mesma probabilidade de ser selecionado (BRASIL,

2002).

82

Fundamentado por esta metodologia, definiu-se os papéis de trabalho do

presente estudo, papéis estes, que na visão de Attie, representam os formulários e

documentos preparados pelo auditor onde estão evidenciadas as informações e os

apontamentos obtidos durante sua avaliação. Estes documentos também dizem

respeito as provas e evidencias da execução do serviço, fornecendo assim,

subsídios para a confecção da opinião (ATTIE, 2011).

Desta forma, o presente estudo abrange a análise de 223 processos PF

Conta Corrente, 65 processos PF Conta Corrente – Menor e, 27 processos PJ Conta

Corrente, os quais estão dispostos, de forma exemplificada, através da Ilustração

13, podendo ser conferidos na íntegra através do Apêndice B:

Associado Documentos

de Identificação

Dados Cadastrais

Consulta aos Órgãos de Proteção ao Crédito

Formulários de Abertura

de conta

Cartão Autógrafo

Registro e Procedimento de Associação

1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 Ilustração 13: Modelo do Relatório de Auditoria

Fonte: Produção do pesquisador.

Conforme evidenciado na Ilustração 13, o relatório de auditoria corresponde

aos papéis de trabalho do presente estudo, o qual foi construído de forma a

transparecer a adequação ou não adequação do conteúdo analisado frente à norma

83

reguladora. Com vista a garantir a segurança dos associados, bem como, seu sigilo

bancário, o nome dos envolvidos foi substituído por um número identificador, sendo

que todos eles tiveram seus processos de associação submetidos à análise quanto

aos documentos apresentados, dados cadastrais, consultas aos órgãos de proteção

ao crédito, formulários de abertura de conta, cartão autógrafo e formalística relativa

ao processo.

Na concepção de Attie, os procedimentos auditoriais caracterizam-se pela

utilização de ferramentas e técnicas cientificas para avaliar e salvaguardar as

informações analisadas. O critério adotado para a escolha do procedimento vai de

acordo com os objetivos e metas estabelecidos pela empresa contratante, onde

busca-se fornecer subsídios à tomada de decisão e apresentar consultoria imparcial

à administração da entidade (ATTIE, 2011).

Segundo os autores Araújo, Arruda e Barreto, um processo auditorial

realizado de forma criteriosa e condizente com os normativos pré-estabelecidos,

muito tem a agregar para a Instituição. Com sua característica observadora, a

auditoria visa a melhoria dos controles internos, juntamente com a redução da

ineficácia, ineficiência e desperdício operacional (ARAÚJO; ARRUDA; BARRETO,

2010). Diante disto, têm-se o resultado dos papéis de trabalho da presente auditoria

conforme segue nas Ilustrações 14, 15 e 16:

Ilustração 14: Resultado dos Papéis de Trabalho: PF Conta Corrente

Fonte: Produção do pesquisador.

216

796,86%

3,14%

PF Conta Corrente

Contas Ok Contas N Ok % Contas Ok % Contas N Ok

84

Mediante Ilustração 14, demonstra-se a conclusão obtida com base nos

papéis de trabalho referentes à auditoria nos processos de abertura de conta PF

Conta Corrente. Através da análise efetuada nas 223 contas pertencentes a este

grupo, identificou-se que 216 estavam de pleno acordo com as exigências da

cooperativa, enquanto que 07 apresentaram algum tipo de irregularidade. Em termos

percentuais, afirma-se que 96,86% dos processos auditados estão corretos, já os

demais 3,14% carecem de algum tipo de ajuste, sendo os principais, relacionados

aos itens: Dados Cadastrais – 3 ocorrências; Documentos de Identificação – 2

ocorrências e; Consulta aos Órgãos de Proteção ao Crédito / Formulários de

Abertura de Conta – 1 ocorrência cada.

Em relação à auditoria efetuada nos processos PF Conta Corrente – Menor,

evidencia-se o resultado dos papéis de trabalho através da Ilustração 15:

Ilustração 15: Resultado dos Papéis de Trabalho: PF Conta Corrente - Menor

Fonte: Produção do pesquisador.

Por intermédio da Ilustração 15, expõe-se o diagnóstico obtido através dos

papéis de trabalho relacionados à auditoria nos processos de abertura de conta PF

Conta Corrente - Menor. Com base na verificação realizada nas 65 contas

correspondentes a este grupo, identificou-se que 61 estavam de pleno acordo com

as exigências e normativos da cooperativa, enquanto que 04 apresentaram algum

tipo de irregularidade. Em termos percentuais, pode-se afirmar que 93,85% dos

processos auditados estão corretos, já os demais 6,15% necessitam algum tipo de

61

493,85%

6,15%

PF Conta Corrente - Menor

Contas Ok Contas N Ok % Contas Ok % Contas N Ok

85

correção, sendo as principais inconsistências relacionadas a: Dados Cadastrais – 2

ocorrências e; Documentos de Identificação / Formulários de abertura de conta – 1

ocorrência cada.

Por fim, o presente estudo revela em sua Ilustração 16, o resultado da

auditoria voltada ao processo PJ Conta Corrente:

Ilustração 16: Resultado dos Papéis de Trabalho: PJ Conta Corrente

Fonte: Produção do pesquisador.

Mediante Ilustração 16, revela-se a conclusão acerca dos papéis de trabalho

relativos à auditoria nos processos de abertura de conta PJ Conta Corrente. Por

meio do exame aplicado nas 27 contas pertencentes a este grupo, identificou-se que

25 estavam de pleno acordo com o regramento da cooperativa, enquanto que 02

continham algum tipo de irregularidade. Em termos percentuais, conclui-se que

92,59% dos processos auditados estão corretos, já os demais 7,41% carecem de

alguma intervenção, sendo os apontamentos relativos aos itens: Dados Cadastrais /

Consulta aos Órgãos de Proteção ao Crédito – 1 ocorrência cada.

Conforme os autores Franco e Marra, a excelência qualitativa de qualquer

empresa passa por um eficiente sistema de controles internos, onde busca-se

monitorar e antever situações de potencial risco ao resultado da organização. Em

havendo casos de irregularidades, o sistema de controle interno tem a incumbência

de detectar o problema e, apontar a solução pertinente (FRANCO; MARRA, 2001).

Corroborando, Jund ressalta que a finalidade macro dos controles internos é

25

2

92,59%

7,41%

PJ Conta Corrente

Contas Ok Contas N Ok % Contas Ok % Contas N Ok

86

padronizar o conhecimento, mensurar o desempenho real dos colaboradores e,

promover ações de cunho preventivo (JUND, 2007).

Desta forma, têm-se a partir da Ilustração 17, a análise conclusiva do

programa de auditoria realizado na Superintendência da Cooperativa Sicredi União

RS, área de Back Office Centralizado – Célula de Abertura de Contas:

Ilustração 17: Conclusão da Auditoria

Fonte: Produção do pesquisador.

Evidencia-se através da Ilustração 17 o resultado compilado do programa de

auditoria operacional realizado na Cooperativa Sicredi União RS, célula Back Office

– Abertura de Contas. Constatou-se por intermédio deste, um elevado nível de

assertividade nos processos realizados pela área, o que comprova a adequação

para com o seu propósito de existência, bem como, para com o objetivo da

Cooperativa. Sob aspecto geral, das 315 contas extraídas como amostra para

análise, 302 estão de acordo com o regramento interno e seguindo os padrões de

qualidade estabelecidos, já 13 processos apresentaram irregularidades ou carência

de ajustes. Tal informativo traduz-se na relação percentual de 95,87% de processos

“Ok” e 4,13% de processos “Não Ok”, o que vai de acordo com a meta traçada para

a área: índices de apontamentos e irregularidades inferiores a 10% do total de

contas abertas.

0

50

100

150

200

250

300

350

PF CONTA CORRENTE

PF CONTA CORRENTE -

MENOR

PJ CONTA CORRENTE

RESULTADO GERAL

216

6125

302

7 4 2 13

Am

ostr

ag

em

Tipo de Processo

Conclusão da Auditoria

Contas Ok Contas N Ok

87

Em relação às inconsistências encontradas, através da Ilustração 18 têm-se a

moda e a volumetria em que ocorreram:

Ilustração 18: Inconsistências Encontradas

Fonte: Produção do pesquisador.

Conforme elencado na Ilustração 18, das inconsistências percebidas neste

processo de auditoria, a maior volumetria de erros está localizada nos itens: (a)

Dados Cadastrais e (b) Documentos de Identificação, que somados representam 9

das 13 ocorrências identificadas, ou seja 69,23%. Estes erros encontrados

representam baixa relevância e não chegam a ameaçar ou comprometer a

credibilidade dos serviços prestados pelo Back Office, seja frente às Unidades de

Atendimento ou em relação aos associados.

Quanto ao item (a), os equívocos referem-se à desatenção no momento de

digitar os dados no sistema, pois, a totalidade dos apontamentos se deve a dígitos

incorretos, através de falta ou ordem invertida. Já em relação ao item (b), foram

acatados documentos com prazo de validade vencido, mas com baixa relevância,

tendo em vista que a data extrapolava no máximo em 2 dias e sob a justificativa que

o processo havia sido iniciado com o documento vigente mas a conta não fora

aberta na data prevista devido alta demanda.

Referente a erros, Crepaldi explana que representam irregularidades

involuntárias, ou seja, estas ocorrências não têm a finalidade de proporcionar

0

0,5

1

1,5

2

2,5

3

DOCUMENTOS DE

IDENTIFICAÇÃO

DADOS CADASTRAIS

CONSULTA AOS ÓRGÃOS DE

PROTEÇÃO AO CRÉDITO

FORMULÁRIOS DE ABERTURA

DE CONTA

CARTÃO AUTÓGRAFO

REGISTRO E PROCEDIMENTO DE ASSOCIAÇÃO

2

3

1 1

0 0

1

2

0

1

0 00

1 1

0 0 0

Inconsistências Encontradas

PF Conta Corrente PF Conta Corrente - Menor PJ Conta Corrente

88

alguma vantagem ou benefício ilícito. Sob a ótica do autor, os erros geralmente

estão vinculados a situações de descuido, esquecimento ou falta de domínio

referente a atividade desempenhada (CREPALDI, 2013).

Em suma, percebeu-se através deste programa de auditoria, que o

procedimento operacional realizado pelo Back Office tem se mostrado muito

eficiente e com um baixo índice de apontamentos, o que pode ser considerado

normal, levando-se em consideração que cada processo é submetido a, no mínimo,

duas etapas de análise e conferência, através das quais, o processo somente

avança para a instância seguinte se estiver plenamente de acordo. Em relação às

inconsistências percebidas, caracterizam-se como pouco relevantes e de volumetria

aceitável, ou seja, dentro do limite de tolerância: 10% sobre o total de contas abertas

e submetidas a todo o ciclo operacional.

Ainda, na entrevista com o gestor e tendo o mesmo inquerido aos

colaboradores que desempenham a atividade, percebeu-se que um dos principais

fatores responsáveis por este resultado deve-se à união e polivalência em relação

às atividades, onde, mais de um funcionário detém o conhecimento necessário para

desempenho das etapas processuais, assim, é possível alternar entre as funções

dependendo da situação ou demanda prioritária. Outro aspecto a ser ressaltado é a

constante busca pela visão sistêmica, onde cada vez mais, frisa-se o engajamento e

o entendimento do todo para a construção de melhorias e aperfeiçoamento

constante.

3.3 ANÁLISE QUALITATIVA: BACK OFFICE CENTRALIZADO

Toda organização bem estruturada possui uma metodologia para a condução

de seus negócios, e também, para com o funcionamento operacional de suas

atividades. Frente à grande competitividade do mercado, manter-se atualizado e

propor soluções inovadoras é essencial para o sucesso do empreendimento. Desta

forma, o presente item busca demonstrar uma análise qualitativa acerca de como a

atividade de abertura de contas evoluiu no decorrer dos últimos anos, e ainda, o que

esta centralização trouxe de benefícios para os associados e para a cooperativa.

Conforme Meyer, toda a mudança relacionada a práticas laborais requer um

bom planejamento, este, baseado no tempo necessário à adaptação e no

desenvolvimento da eficiência humana. Conforme o autor, estas transições surgem

89

com o intuito de aprimorar determinada situação, o que no âmbito empresarial

representa uma melhor forma para o atingimento das metas e objetivos da

organização (MEYER, 1997).

Corroborando com a ideia do autor e com informações do gestor, percebeu-se

que a mudança estabelecida atingiu grandes proporções junto à cooperativa,

houveram vários questionamentos acerca do funcionamento e condução da

atividade de abertura de contas, onde um dos principais argumentos era a

burocratização do processo. Entretanto, após o período inicial, caracterizado pela

adaptação ao novo ambiente, pode-se despertar a ideia de que tal “burocratização”

correspondia a práticas de segurança adotadas pela instituição em seu benefício e

ao do associado.

Neste sentido, desenvolveram-se ações de melhoria voltadas à atividade de

abertura de contas, centradas, basicamente, na revisão e avaliação dos processos

operacionais, pesquisas de satisfação aplicadas aos colaboradores das unidades, os

quais são os receptadores do serviço desenvolvido no Back Office e, implantação e

implementação de alguns indicadores de controle, voltados, principalmente, à

qualidade, segurança e agilidade do processo.

O mapeamento detalhado do processo, juntamente com o desenvolvimento

de um script voltado à atividade, possibilitou um considerável ganho operacional, o

qual evidencia-se na Ilustração 19:

Tempo Médio do Processo de Abertura Contas: Unidade X Back Office

Tipo Conta / Tempo cada atividade Tempo Total UA Tempo Total BO Redução Total

Tempo Total Médio PF - Contas Correntes 00:43:11 00:18:28 00:24:43

Tempo Total Médio PF - Demais Contas 00:30:22 00:13:06 00:17:16

Tempo Total Médio PJ - Contas Correntes 00:53:31 00:22:35 00:30:56

Total 2:07:04 0:54:09 1:12:55

Ilustração 19: Tempo Médio do Processo de Abertura Contas

Fonte: Adaptado do Sicredi (2015b).

Evidencia-se, por intermédio na Ilustração 19, o tempo demandado para

atividade de abertura de contas na Unidade de Atendimento e no Back Office

Centralizado. Os tempos supracitados referem-se, exclusivamente, à parte inicial do

processo, relacionada ao preenchimento do cadastro junto ao sistema, consulta aos

órgãos de proteção ao crédito e, geração dos formulários de abertura de conta.

90

Otimização Esforço

Otimização Tempo

Diante disto, percebeu-se que através da centralização da atividade houve

uma redução considerável no tempo necessário para execução, onde, o processo de

conta corrente apresentou redução de aproximadamente 57,60%, enquanto que os

demais processos de conta PF e conta corrente PJ apresentaram redução de

56,78% e 58,08%, respectivamente. Em linhas gerais, pode-se dizer que o processo

de abertura de contas está 73,87% mais rápido sendo executado pelo Back Office

em relação à Unidade de Atendimento.

Sob a ótica de King, Back Offices são áreas administrativas que

operacionalizam as atividades do negócio, sendo responsáveis, inclusive, pela

prestação de suporte aos colaboradores do atendimento. Desta forma, por não

atenderem diretamente ao cliente, seu perfil técnico é mais desenvolvido, o que

contribui para um melhor desempenho quando o assunto é formalística. Em suma,

os departamentos de Back Office devem garantir que todas as operações sejam

realizadas corretamente e da maneira mais ágil possível, possibilitando aos

vendedores um maior tempo destinado ao atendimento e ao relacionamento para

com o cliente (KING, 2003).

Neste sentido, têm-se por meio da Ilustração 20, uma análise acerca da

otimização alcançada com a centralização da atividade de contas:

Ilustração 20: Otimização de Esforço x Otimização de Tempo Fonte: Adaptado do Sicredi (2015c).

Através da Ilustração 20, demonstra-se a relação de tempo e esforço

necessário à execução operacional da atividade de abertura de contas. Para tal,

durante o período de 1 mês, buscou-se comparar o tempo necessário ao

91

atendimento da demanda de contas, tanto na Unidade de Atendimento quanto no

Back Office, o que resultou na seguinte conclusão, a atividade desenvolvida pelo

grupo de profissionais com perfil técnico voltado exclusivamente a esta tarefa

mostrou-se muito mais ágil, correspondendo a uma média de redução mensal de

497 horas, ou seja, o trabalho de 2,5 colaboradores, os quais, podem voltar suas

atenções ao associado.

Um fator de grande importância para o bom andamento do negócio é a

percepção de como os colaboradores visualizam o processo, isto, na tangente de

como a mudança afetou suas atividades, agregando soluções e qualidade ou

trazendo prejuízo às mesmas. Desta forma, buscou-se um feedback das Unidades

de Atendimento quanto aos serviços prestados pelo Back Office, onde, extraiu-se

uma amostra de 100 colaboradores, exceto Caixas, os quais responderam a uma

pesquisa com 10 questões de múltipla escolha, relacionadas à Célula Contas

(Abertura, Encerramento e Movimentações de Capital). Deste questionário obteve-

se o seguinte resultado, disposto na Ilustração 21:

Ilustração 21: Pesquisa de Satisfação

Fonte: Adaptado do Sicredi (2016a).

Diante da Ilustração 21, apresenta-se o grau de satisfação que os

colaboradores das Unidades de Atendimento demonstraram quanto à centralização

do processo de abertura de contas, trazendo consigo também, uma avaliação

acerca dos processos de Encerramento e Movimentação de Capital, ambos

desempenhados pelo Back Office. Através desta pesquisa buscou-se identificar a

opinião que se têm acerca da atividade centralizada, como é classificada a

funcionalidade da ferramenta Fluid, o tempo de retorno dos processos e o que esta

mudança agregou para a UA.

92

Desta forma, é possível afirmar que o Back Office vem desempenhando um

trabalho de qualidade e que agrega valor para seus receptadores, uma vez que, a

pesquisa aponta um elevado índice de favorabilidade quanto ao suporte prestado,

quanto à operacionalização do processo e, também, em relação aos materiais de

apoio disponibilizados para consulta, funcionamento das ferramentas, tempo de

retorno e demais fatores compreendidos nos aspectos gerais da pesquisa.

Ressalta-se através de Lima que, a satisfação dos clientes é um fator

determinante no campo empresarial, pois separa o sucesso do fracasso de uma

organização. Para o autor se o produto ou serviço oferecido superar as expectativas

do cliente, sua satisfação é certa, entretanto, a frustração na compra pode acarretar

em grande prejuízo de imagem frente ao mercado, uma vez que, os consumidores

tendem a comunicar mais os aspectos negativos que os positivos (LIMA, 2006).

Nesta linha, trazendo a análise do autor para o estudo, os clientes do Back

Office correspondem aos colaboradores da Unidade de Atendimento, os quais

desejam receber um serviço melhor do que possuíam, seja em agilidade,

assertividade ou comodidade. Assim, o sucesso ou fracasso desta área centralizada,

passa, impreterivelmente pela satisfação dos funcionários da Unidade quanto ao

produto final que recebem.

Assim, com vista a manter a satisfação de seus consumidores internos, a

célula Back Office Contas buscou implantar e implementar seus controles, os quais

estão voltados à asseguração de que todos os procedimentos administrativos estão

sendo realizados da maneira mais correta e com o melhor desempenho possível.

Desta forma, cita-se como controles existentes e implementados:

(A) Verificação do tempo médio necessário à abertura da conta: inicialmente,

este controle era feito de forma manual através de anotações do horário de início e

término da atividade na instância BO Abertura de Contas, atualmente, este controle

é feito automaticamente através da ferramenta Fluid, a qual realiza o cálculo e o

disponibiliza através de relatório;

(B) Controle de recebimento da documentação física vinda da UA:

inicialmente, este controle era realizado manualmente, porém, através da

atualização da ferramenta Fluid, criou-se uma instância específica para o envio do

dossiê físico, a instância onde o processo se encontra pode ser consultada através

de relatório.

93

Neste contexto, Jund explica que o controle aplica-se em todos os âmbitos

empresariais, com enfoque contábil e também administrativo. Para o autor, na

tangente administrativa, o controle inclui a validação de conformidade, o teste de

qualidade e o fornecimento de subsídios aos diretores da organização (JUND,

2007). Desta forma, o início de 2016 marcou a implantação de novos controles

relacionados à atividade de abertura de contas, os quais estão dispostos na

Ilustração 22:

Controle Finalidade

Verificação por amostragem dos processos abertura conta correntes

Realizar a conferência do processo a fim de comprovar se os limites de conta, cartão magnético e cadastramento de convênios estão de acordo com o segmento

Verificação relatórios de capital social

Verificar se existem contas abertas pelo Back Office que estão sem capital integralizado. Só poderão constar Contas Não Correntistas (Cotitulares) sem o capital, que serão verificadas na conferência.

Cadastro débito automático Verificar se o Convênio Débito Automático, quando assinalado na abertura da conta, está cadastrado junto ao Sistema.

Controle Associações Sistema Online x relatórios Fluid

Fazer o cruzamento com de relatório de associações do mês x relatórios de aberturas contas do Fluid, buscando identificar contas que tenham sido abertas na UA, sem passar pelo Fluid;

Conferência de cartões autógrafo – monitoria

Mensalmente acessar a ferramenta de Monitoria e verificar os cartões não digitalizados;

Controle processos pendentes nas UA (abertura/encerramento)

Identificar os processos de abertura e encerramento de contas, e cobrar as unidades quanto a regularização dos mesmos, determinando prazo para regularização e cobrando solução para os casos. Os casos pendentes a mais tempo, deverão ser cobrados pontualmente dos GAF’s, aos quais os mesmos deverão apresentar solução definitiva.

Controle dossiês físicos UA’s (abertura e encerramento contas)

Cobrar os dossiês físicos através das instâncias de processo no Fluid e a regularização do envio dos dossiês físicos.

Controles retornos processos Comparar os percentuais de retorno dos processos abertos, de modo a identificar incidências, os colaboradores e as UA's com maior volumetria de ocorrências

Ilustração 22: Implantação de Controles de Abertura de Conta

Fonte: Adaptado do Sicredi (2016b).

Mediante a Ilustração 22, elencam-se os controles implantados recentemente

pela área de Back Office Centralizado, os quais visam agregar maior segurança e

praticidade à execução da atividade. Estas práticas servem para garantir que as

informações estão de acordo com o regramento estabelecido pela cooperativa,

precaver eventuais situações de inconformidade e, otimizar o desempenho

operacional da célula como um todo.

94

Nesta linha, Franco e Marra afirmam que o controle representa a busca pelas

ferramentas necessárias ao monitoramento e prevenção de situações com potencial

para influenciar o resultado organizacional. Segundo os autores, é imprescindível

que o controle interno seja efetivo dentro da empresa, uma vez que, nas situações

de irregularidade, cabe a este setor identifica-las e indicar o ajuste necessário

(FRANCO; MARRA, 2001).

Através de uma análise sob o ponto de vista macro, pode-se afirmar que a

área de Back Office Centralizado, célula de Abertura de Contas, vem apresentando

significativos indicadores de eficiência e qualidade, o que corrobora com o objetivo

da cooperativa de prestar o melhor e mais adequado serviço a seus associados,

prezando sempre pela segurança e praticidade, o que vai de encontro também com

os resultados positivos evidenciados pela auditoria interna realizada pelo acadêmico.

Diante disto, projeta-se para o último trimestre do ano de 2016 a implantação de

mais uma atividade centralizada, a Atualização Cadastral, único segmento ainda não

centralizado dentro do contexto Contas e Cadastro.

Conforme explica o gestor de contas, para o projeto de atualização e

renovação cadastral mantêm-se os princípios que regem a centralização de

atividades na Cooperativa: foco na segurança, qualidade e agilidade dos processos.

Busca-se por meio desta ação, agregar maior qualidade e veracidade aos dados que

compõem a base cadastral, atestando assim, sua fidedignidade para com a real

situação financeira dos associados, o que resulta em análises mais sólidas e

reduções de risco.

95

4 RECOMENDAÇÕES

Ao concluir o diagnóstico e análise do presente estudo, cabe ao acadêmico

propor recomendações e levantar situações-chave a serem trabalhadas pela

organização. Estas sugestões têm por finalidade, contribuir para a melhoria dos

processos operacionais da cooperativa, agregar soluções que possibilitem a

excelência no desempenho das atividades, e, principalmente, apontar meios para

garantir a plena satisfação dos associados.

Além das premissas supracitadas, à presente pesquisa incumbe a tarefa de

identificar os pontos assertivos e apontar soluções às inadequações encontradas.

Desta forma, recomenda-se primeiramente, que o gestor da área de Back Office,

bem como, os demais gestores das áreas relacionadas, tomem conhecimento

acerca do conteúdo deste trabalho, o qual traz informações de grande relevância

para que se identifique a real situação da atividade sob aspecto de assertividade,

adequabilidade e evolução operacional.

Relacionado ao fluxo do processo de abertura de contas, uma sugestão seria

validar, junto à Administração e/ou Direção da Cooperativa, a possibilidade de

manter a guarda de arquivos exclusivamente digital, uma vez que, é muito grande a

volumetria de dossiês físicos que transitam diariamente, o que se constatou durante

a auditoria interna, e, que representa grande custo e energia de controle. Tal

implantação, porém, requer um bom investimento em softwares e servidores

capazes de armazenar tais dados com segurança e da forma mais adequada.

Já voltado ao processo auditorial e seu resultado, recomenda-se ao gestor,

promover junto aos colaboradores um momento para revisar o manual e sanar

eventuais dúvidas acerca do preenchimento e práticas de cadastramento. Devido ao

fato dos apontamentos estarem voltados, principalmente, à desatenção e equívocos

de digitação, sugere-se aos colaboradores mais cuidado para com os documentos,

bem como, atenção ao preencher os dados no sistema.

Em relação aos documentos e trâmites processuais, durante a auditoria,

percebeu-se em alguns processos Pessoa Jurídica, uma considerável volumetria de

devoluções para ajuste, principalmente, devido a erros de preenchimento no

formulário de adesão a produtos e serviços. Dada a extensa fila de pareceres

trocados entre Unidade e Back Office, recomenda-se como possível solução para

reduzir retrabalhos e, consequentemente, o tempo de tramitação do processo, a

96

elaboração de uma Proposta de Produtos e Serviços para a Pessoa Jurídica nos

mesmos moldes do desenvolvido para o processo Pessoa Física, o qual contempla

as principais informações, e dados de preenchimento obrigatório, reduzindo assim, a

volumetria de devoluções para ajuste e correção de preenchimento.

Em termos gerais, o presente estudo atestou que a área de Back Office

apresentou um desempenho muito bom quanto à operacionalização do processo de

abertura de contas, desta forma, sugere-se a manutenção do incentivo aos

envolvidos quanto à assertividade e qualidade no desempenho da função. Assim,

com vista a garantir os bons indicadores, bem como, a boa percepção por parte dos

receptadores desse serviço, recomenda-se a avaliação periódica por meio de

auditoria dos processos de abertura de conta, extraindo-se amostras para análise e

conferência após a conclusão do ciclo operacional, algo que é de grande valia para

identificar possíveis ocorrências, reincidências e melhorias no processo.

97

CONCLUSÃO

A etapa de finalização da pesquisa acadêmica, principalmente voltada à

conclusão do curso, proporciona inúmeros conhecimentos e experiências ao

acadêmico, o qual pode vincular a vivência prática nas instituições ao conteúdo

teórico desenvolvido em sala de aula. Através de uma visão externa ao cotidiano

empresarial no qual a organização está inserida, o acadêmico é capaz de sugerir

ações de melhoria, entretanto, cabe à organização acatar ou não tais sugestões, as

quais visam o crescimento e desenvolvimento constante da mesma.

Dada a irrefutável competitividade do mercado atual, independentemente do

modelo estatutário da organização, os quesitos segurança, qualidade e agilidade

são extremamente valiosos para transparecer a imagem de diferencial competitivo

frente aos concorrentes, ainda mais em um cenário onde várias outras instituições

oferecem serviços muito semelhantes. Neste sentido, entender e compreender a

forma de funcionamento de uma Cooperativa, torna-se fundamental para difundir a

ideologia do cooperativismo e suas contribuições para a sociedade, gerando assim,

um maior número de adeptos, e principalmente, associados satisfeitos com os

serviços recebidos.

Indo de encontro ao primeiro objetivo específico estabelecido à pesquisa, o

qual esteve atrelado à evidenciação do fluxo e da evolução ou involução do

processo de abertura de contas, através do item 3.1 o mesmo foi atendido, uma vez

que, por meio de entrevista com o gestor de contas, demonstrou-se de forma

detalhada a maneira como o processo foi e é desenvolvido na instituição estudada.

Primeiramente, sob aspecto explicativo, evidenciou-se os serviços prestados em

relação a atividade de abertura de conta, bem como, os modelos e tipos possíveis

conforme o perfil do associado, passando para um segundo momento onde foram

abordados aspectos históricos e cronológicos acerca da mudança ocorrida no

processo.

Neste sentido, quando a atividade ainda estava plenamente a cargo da

Unidade de Atendimento, demonstrou-se quais etapas do processo eram seguidas e

98

a quem pertenciam, como ocorria o controle gerencial do mesmo e, quais os

colaboradores, baseados do cargo, desempenhavam cada instância. Já no período

pós centralização, explicou-se quais mudanças ocorreram, qual o novo fluxo, as

instâncias que foram implantadas e o que se realizava em cada uma delas.

Com base nas informações geradas acerca do ciclo operacional de contas, foi

possível demonstrar com clareza, as mudanças e evoluções ocorridas nesse trâmite.

Este processo transitório voltado a quem realiza a atividade culminou em um

controle mais efetivo do processo, juntamente com maior segurança e padronização

voltada às práticas operacionais da mesma.

Em relação ao segundo objetivo específico proposto, correspondente à

realização de uma auditoria operacional no processo de abertura de contas

realizado pelo Back Office, o mesmo foi atendido mediante o tópico 3.2. Através

deste, demonstrou-se o programa de auditoria, o planejamento da atividade, os itens

que foram submetidos à análise, qual a metodologia para definição da amostra, bem

como, o resultado e sua interpretação.

A partir da conclusão do processo auditorial, foi possível identificar qual o

nível de assertividade do processo, bem como, sua adequação às normas da

Cooperativa Sicredi União RS. Com base nisto, também, foi possível identificar quais

os pontos que ainda necessitam ser trabalhados e quais os principais fatores que

devem ser observados para a redução ainda mais eficaz de pontos falhos dentro da

atividade de abertura de contas. Em suma, pôde-se perceber que o submetimento

do processo a mais de uma instância de verificação e conferência, contribuiu muito

para que o resultado final fosse um baixo índice de inconsistências, as quais, são

consideradas toleráveis dentro do universo de contas que são abertas mensalmente

pela cooperativa supracitada.

Em relação ao terceiro e último objetivo específico, relacionado à análise

qualitativa do processo de abertura de contas centralizado, o mesmo foi atendido

através do item 3.3, onde, evidenciou-se um grande ganho operacional na atividade.

Com base nos arquivos de mensuração do tempo médio necessário à abertura da

conta (fase inicial: atendimento do associado até geração dos formulários) e,

também, na pesquisa de satisfação aplicada às Unidades de Atendimento acerca da

funcionalidade do Back Office, foi possível concluir que a operacionalização de

contas de maneira centralizada corresponde a uma grande evolução para a

Cooperativa Sicredi União RS, onde, o tempo médio da atividade caiu

99

drasticamente, os níveis de assertividade estão muito bons, além de adequados ao

planejamento, e, o nível de satisfação dos receptadores diretos do serviço (Unidade

de Atendimento) estão muito bons.

Desta forma, além da evidenciação de ações que foram tomadas para

controlar e desenvolver a atividade de contas, pôde-se perceber que o pensamento

sistêmico começou a ser melhor compreendido e difundido dentro da organização.

Assim, como prova de que a centralização de contas foi um projeto assertivo, o

gestor da área de Back Office garantiu que já existem projetos para a centralização

de novos processos.

Por fim, o objetivo geral da presente pesquisa, o qual consiste em

demonstrar, por meio de auditoria operacional, o nível de assertividade e evolução

qualitativa do processo de abertura de contas centralizado na área de Back Office da

cooperativa Sicredi União RS, foi atendido através do capítulo 3 e suas extensões.

Através deste capítulo, foi possível determinar qual a condição de assertividade,

bem como, adequabilidade do processo de abertura de contas, agregando a isto, a

clara evidenciação dos benefícios que a centralização da atividade trouxe à

Cooperativa, tanto no aspecto de segurança, quanto qualidade e agilidade.

Em relação à questão problema que originou a presente pesquisa, voltada à

verificação se a centralização do processo de abertura de contas na área de Back

Office contribuiu para a assertividade e evolução desta atividade na cooperativa

Sicredi União RS, foi respondida, também, no decorrer do capítulo 3, onde,

claramente foram demonstrados pontos positivos acerca da centralização. Dentre os

principais aspectos percebidos, podem ser citados, o alto nível de qualidade e

agilidade do processo, elevado nível de segurança quanto à prática operacional, em

virtude de todas as instâncias estarem mapeadas, bem como, todos os processos

serem submetidos a pelo menos duas análises de conferência e, por fim, o

reconhecimento percebido pelos receptadores do serviço, os quais demonstraram-

se muito favoráveis ao desempenho técnico e de suporte fornecido pelo Back Office,

célula de abertura de contas.

Sendo assim, o presente estudo, correspondente ao trabalho de conclusão de

curso de Ciências Contábeis, foi desenvolvido na Cooperativa de Crédito de Livre

Admissão de Associados Serro Azul – Sicredi União RS, na área de Back Office

Centralizado da Superintendência Regional, localizada à Avenida Flores da Cunha,

nº 762, Bairro Cruzeiro na cidade de Santa Rosa – RS, com o objetivo de atestar a

100

consonância do processo de abertura de contas para com o regramento

competente, analisando com base nisto, quais mudanças e quais benefícios ou

retrocessos foram promovidos com a centralização desta atividade.

Para o acadêmico, este trabalho de conclusão de curso foi de grande valia,

pois, proporcionou grandes contribuições para seu crescimento pessoal e

profissional, possibilitando-lhe inclusive, um bom embasamento acerca da prática

auditorial, bem como, do cotidiano empresarial de uma Cooperativa de Crédito.

Através deste estudo, pôde-se aprofundar o conhecimento acerca de como funciona,

na prática, a atividade de auditoria, quais as etapas e quais os desafios que a

englobam, como se dá a operacionalização da atividade de abertura de contas e,

principalmente, como a visão sistêmica pode contribuir no contexto empresarial

contemporâneo.

Entretanto, aos interessados neste assunto, ainda cabe um vasto campo a ser

explorado, podendo assim, ampliar seus horizontes e navegar em dois universos

que vêm ganhando força nos tempos atuais: a auditoria e o cooperativismo. E como

sugestão de futuros estudos, propõe-se a verificação operacional de outras

atividades centralizadas na Cooperativa, tais como: encerramento de contas,

consórcio e estornos.

101

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107

APÊNDICES

108

APÊNDICE A – Questionário para Entrevista ao Gestor

1) Qual foi o objetivo da criação da área de Back Office, célula de abertura de

contas?

2) Quais as principais mudanças promovidas com o desenho deste novo fluxo

do processo?

3) Na sua concepção, quais os pontos positivos e/ou negativos relacionados a

centralização da atividade?

4) Como você percebe a evolução ou involução da célula de abertura de contas

no decorrer dos 2 anos de Back Office?

5) Onde encontram-se os dados armazenados para embasar o processo de

auditoria?

6) Em relação à auditoria, até que percentual de inconsistências é considerado

aceitável/tolerável?

7) Em sua percepção, quais são os principais fatores responsáveis para que se

consigam resultados positivos no controle das contas pelo Back Office?

8) Como se dá a questão de controle e monitoramento do processo de abertura

de conta? Existem procedimentos de validação ou revisão destas práticas?

9) Em relação à percepção que as Unidades de Atendimento têm para com o

Back Office, existe algum feedback ou meio para que possam expor suas

opiniões e sugestões?

10) Existe algum planejamento voltado à centralização de mais algum processo

hoje desenvolvido na Unidade de Atendimento?

109

APÊNDICE B – Relatório de Contas Auditadas

Associado PF Conta Corrente

Documentos de Identificação

Dados Cadastrais

Consulta aos Órgãos de

Proteção ao Crédito

Formulários de Abertura de

conta

Cartão Autógrafo

Registro e Procedimento de Associação

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