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FUNDAÇÃO EDUCACIONAL MACHADO DE ASSIS FACULDADES INTEGRADAS MACHADO DE ASSIS
CURSO DE CIÊNCIAS CONTÁBEIS
LUÍS HENRIQUE PASINI
AUDITORIA OPERACIONAL NO PROCESSO DE ABERTURA DE CONTAS REALIZADO PELO BACK OFFICE DE UMA COOPERATIVA DE CRÉDITO
TRABALHO DE CONCLUSÃO DE CURSO
Santa Rosa
2016
LUÍS HENRIQUE PASINI
AUDITORIA OPERACIONAL NO PROCESSO DE ABERTURA DE CONTAS REALIZADO PELO BACK OFFICE DE UMA COOPERATIVA DE CRÉDITO
TRABALHO DE CONCLUSÃO DE CURSO
Relatório de Estágio Supervisionado apresentado às Faculdades Integradas Machado de Assis, como requisito parcial para obtenção do Título de Bacharel no Curso de Ciências Contábeis.
Orientador: Mestre João Antonio Cervi
Santa Rosa 2016
LUÍS HENRIQUE PASINI
AUDITORIA OPERACIONAL NO PROCESSO DE ABERTURA DE CONTAS REALIZADO PELO BACK OFFICE DE UMA COOPERATIVA DE CRÉDITO
TRABALHO DE CONCLUSÃO DE CURSO
Relatório de Estágio Supervisionado apresentado às Faculdades Integradas Machado de Assis, como requisito parcial para obtenção do Título de Bacharel no Curso de Ciências Contábeis.
Banca Examinadora
____________________________________________
Prof. Me. João Antonio Cervi – Orientador
____________________________________________
Prof. Esp. Diego Leonardo Wietholter
_____________________________________________ Prof. Esp. Guilherme Anderson Sturm
Santa Rosa, 09 de Dezembro de 2016
DEDICATÓRIA
Dedico este trabalho de conclusão de curso a todas as pessoas que de alguma forma me apoiaram e me auxiliaram na conquista de mais este objetivo. Em especial aos meus pais Miguel e Sirlei Pasini, aos meus amigos e colegas do Sicredi, aos colegas e amigos da faculdade, e a todos aqueles que contribuíram para que eu pudesse chegar a este momento.
AGRADECIMENTOS
Agradeço primeiramente a Deus,
por tudo de bom que tens me proporcionado, inclusive por me permitir chegar até este momento.
Agradeço a toda a minha família, em especial aos meus pais Miguel e Sirlei Pasini, por todo seu amor, carinho e apoio incondicional, e principalmente, pelo incentivo e pela confiança em mim depositados.
Aos meus amigos, sou grato por todos os bons momentos, pela alegria, companheirismo, troca de experiências, risadas, brincadeiras e por todo o apoio e parceria durante a graduação.
Um agradecimento especial ao meu orientador e grande amigo João Cervi, pelo excelente profissional que és, por toda a sua paciência, dedicação, sabedoria e ensinamentos transmitidos.
Aos amigos do Sicredi, em especial à galera do Back Office, por todo o apoio, incentivo e dedicação em me auxiliar à alcançar mais este objetivo.
À FEMA, por todo o conhecimento transmitido e pelos seus ótimos professores e funcionários, os quais foram fundamentais para que eu pudesse alcançar este sonho.
Enfim, a todos aqueles que de alguma forma estiveram comigo e me apoiaram em mais esta conquista, o meu Muito Obrigado!
RESUMO
O cooperativismo é uma doutrina que vem ganhando destaque no atual cenário econômico, tanto nacional quanto internacional, pois, representa o atingimento de objetivos através da ajuda mútua e de ações que visam o bem estar comum. Neste sentido, o cooperativismo de crédito surge como um fornecedor de soluções financeiras a seus cooperados, onde, cada vez mais, preza-se por resultados sustentáveis e seguros aos envolvidos. O presente estudo apresenta como propósito realizar uma auditoria operacional no processo de abertura de contas realizado pelo Back Office de uma cooperativa de crédito, a fim de se determinar o nível de assertividade do processo, bem como, quais benefícios ou retrocessos foram alcançados através desta ação. A condução desta pesquisa ocorreu conjuntamente com a Cooperativa Sicredi União RS – Superintendência Regional, localizada na cidade de Santa Rosa – RS, com o intuito de evidenciar de que modo a centralização do processo de abertura de contas contribuiu para a assertividade e para o desenvolvimento desta atividade. O presente relatório classifica-se quanto à natureza, como sendo uma pesquisa aplicada. Para sua elaboração foi utilizada uma metodologia técnica, composta por pesquisas documentais, bibliográficas e estudo de caso. Na tangente à geração dos dados, os mesmos foram obtidos através de documentação direta e indireta, tendo sua análise e interpretação, sido realizada com a metodologia de abordagem dedutiva e, metodologia de procedimento histórico, estatístico e comparativo. Com vista a embasar e fundamentar os pontos trabalhados neste estudo, o referencial teórico é composto pelo cooperativismo de crédito, auditoria contábil, tipos de auditoria (interna e independente), auditoria operacional e controles internos, planejamento e papéis de trabalho, amostragem e risco de auditoria, erros e fraudes, procedimentos, normas e relatórios de auditoria, gestão de processos empresariais e, Back Office: características e importância. A construção do diagnóstico e análise do presente estudo foi desenvolvida através de visitas à Superintendência da Sicredi União RS, juntamente, com a aplicação de um questionário ao gestor da área de Back Office – célula de abertura de contas. A realização do processo auditorial deu-se no período de 05 de setembro a 14 de outubro do presente ano, o qual permitiu concluir acerca do nível de assertividade e adequabilidade operacional da atividade de contas, bem como, o que esta centralização veio a agregar para a cooperativa em evidência. Assim, com vista a aperfeiçoar ainda mais os resultados atingidos pela área de Back Office, é de grande valia a verificação periódica dos procedimentos realizados, além, da realização de feedbacks com os receptadores diretos deste serviço, ou seja, as Unidades de Atendimento da Cooperativa.
Palavras-chave: auditoria – cooperativismo – centralização de processos
ABSTRACT
The cooperativism is a doctrine that has been gaining momentum in the current economic scenario, both nationally and international, becouse, is the achievement of objectives through aid mutual and actions to common welfare. In this sense, the credit cooperativism become a provider of financial solutions to its members, on where, increasingly, its looking for results sustainable and safe for those involved. This study aims to conduct an operational audit at the opening of accounts process developed by the Back Office of a credit union, in order to determine the level of assertiveness of the process, as well, what the benefits or the setbacks that have been achieved through this action. The realization of this research happened in conjunction with the Cooperative Sicredi União RS - the Regional Superintendence, located in Santa Rosa - RS, in order to show how the centralization of accounts opening process has contributed to the assertiveness and development this activity. This report is categorized as regards the nature as an applied research. To its elaboration was used a technical methodology, consisting of documentary research, bibliographic and case studies. Regarding to the generation of the data, that same ones were obtained by direct and indirect documentation, where carried out theire analysis and interpretation using the methodology of deductive approach and, methodology for historical, statistical and comparative procedure. In order to substantiate and justify the points worked at this study, the theoretical referencial is consisted by the credit cooperativism, accounting audit, types of audit (internal and independent), operational audit and internal controls, planning and working papers, sampling and audit risk, errors and fraud, procedures and audit reports, business process management, and Back Office: characteristics and importance. The construction of diagnosis and analysis of this study was developed through visits to the Superintendence of Sicredi União RS, together with an aplication of one questionnaire to the director of Back Office area - account-opening cell. The realization of the auditorial process was conducted in the period from September 5 to October 14 this year, which led to the conclusion about the level of assertiveness and operational suitability of account activity, as well, that this centralization has come to add to the cooperative at evidence. Therefore, in order to further improve the results obtained by the area of Back Office, is of great worth, a periodic verification of the procedures performed, also, the realization of a feedback with the direct beneficiaries of this service, that is, the Units of Atendimento of the cooperative.
Key Words: audit - cooperativism - centralization process
LISTA DE ILUSTRAÇÕES
Ilustração 01 – Fórmula para Definição de Amostra ................................................. 22
Ilustração 02 – Fórmula para Definição de Amostra: Aplicada .................................. 22
Ilustração 03 – Organograma da Auditoria Interna .................................................... 38
Ilustração 04 – Diferenças entre Auditor Interno e Auditor Independente ................. 41
Ilustração 05 – Técnicas de Amostragem em Auditoria ............................................ 52
Ilustração 06 – Organograma do Planejamento Empresarial .................................... 64
Ilustração 07 – Documentos necessários à abertura de conta .................................. 71
Ilustração 08 – Modalidades de Abertura de Conta .................................................. 72
Ilustração 09 – Espécies de conta quanto à assinatura ............................................ 73
Ilustração 10 – Fluxograma do processo de abertura de contas: pré centralização .. 75
Ilustração 11 – Fluxograma do processo de abertura de contas: pós centralização . 77
Ilustração 12 – Programa de Auditoria ...................................................................... 81
Ilustração 13 – Modelo do Relatório de Auditoria ...................................................... 82
Ilustração 14 – Resultado dos Papéis de Trabalho: PF Conta Corrente ................... 83
Ilustração 15 – Resultado dos Papéis de Trabalho: PF Conta Corrente – Menor ..... 84
Ilustração 16 – Resultado dos Papéis de Trabalho: PJ Conta Corrente ................... 85
Ilustração 17 – Conclusão da Auditoria ..................................................................... 86
Ilustração 18 – Inconsistências Encontradas ............................................................ 87
Ilustração 19 – Tempo Médio do Processo de Abertura Contas ............................... 89
Ilustração 20 – Otimização de Esforço x Otimização de Tempo ............................... 90
Ilustração 21 – Pesquisa de Satisfação .................................................................... 91
Ilustração 22 – Implantação de Controles de Abertura de Conta .............................. 93
LISTA DE ABREVIAÇÕES, SIGLAS E SÍMBOLOS
AUDIBRA – Instituto dos Auditores Internos do Brasil
BO – Back Office Centralizado
CFC – Conselho Federal de Contabilidade
CNPJ – Cadastro Nacional da Pessoa Jurídica
CONSAD – Conselho de Administração da Cooperativa Sicredi União RS
CRC – Conselho Regional de Contabilidade
CVM – Comissão de Valores Mobiliários
DAS – Documento de Arrecadação Simplificada
DIPJ – Declaração de Informações Econômico-Fiscais da Pessoa Jurídica
Ex.: – Exemplo
FEMA – Fundação Educacional Machado de Assis
GAF – Gerente Administrativo Financeiro
GUA – Gerente de Unidade de Atendimento
IB – Internet Banking
IBAI – Instituto Brasileiro de Auditores Independentes
IBRACON – Instituto dos Auditores Independentes do Brasil
ICPB – Instituto dos Contadores Públicos do Brasil
IFAC – International Federation of Accountants
nº – Número
p. – Página
PDF – Portable Document Format
PF – Pessoa Física
PJ – Pessoa Jurídica
% – Por cento
RS – Rio Grande do Sul
SGCI – Sistema de Gestão Consult-Info
SICREDI – Cooperativa de Crédito de Livre Admissão de Associados Serro Azul
SUREG – Superintendência Regional do Sicredi
UA – Unidade de Atendimento
SUMÁRIO
INTRODUÇÃO .......................................................................................................... 11
1 CONTEXTUALIZAÇÃO DO TRABALHO .............................................................. 14 1.1 TEMA .................................................................................................................. 14
1.2 DELIMITAÇÃO DO TEMA ................................................................................... 14 1.3 PROBLEMA ........................................................................................................ 14 1.4 OBJETIVOS ........................................................................................................ 15 1.4.1 Objetivo Geral ................................................................................................. 15
1.4.2 Objetivos Específicos .................................................................................... 15 1.5 JUSTIFICATIVA .................................................................................................. 16 1.6 METODOLOGIA .................................................................................................. 17 1.6.1 Categorização da Pesquisa ........................................................................... 17
1.6.2 Dados Gerados ............................................................................................... 20 1.6.3 Análise e Interpretação dos Dados ............................................................... 23 1.6.4 Apresentação da Organização ...................................................................... 24
2 REFERENCIAL TEÓRICO ..................................................................................... 26
2.1 COPERATIVISMO DE CRÉDITO ....................................................................... 26 2.2 AUDITORIA CONTÁBIL ...................................................................................... 30 2.3 TIPOS DE AUDITORIA ....................................................................................... 35
2.3.1 Auditoria Interna e Auditoria Independente ................................................. 36 2.4 AUDITORIA OPERACIONAL E CONTROLES INTERNOS ................................ 42
2.5 PLANEJAMENTO E PAPÉIS DE TRABALHO .................................................... 46 2.6 AMOSTRAGEM E RISCO DE AUDITORIA ........................................................ 50 2.6.1 Erros e Fraudes .............................................................................................. 56
2.7 PROCEDIMENTOS, NORMAS E RELATÓRIOS DE AUDITORIA ..................... 58 2.8 GESTÃO DE PROCESSOS EMPRESARIAIS .................................................... 63
2.8.1 Back Office: características e importância .................................................. 68
3 DIAGNÓSTICO E ANÁLISE .................................................................................. 70
3.1 PROCESSO DE ABERTURA DE CONTAS E ASSOCIAÇÃO ............................ 70 3.1.1 Fluxos do Processo de Abertura de Conta .................................................. 74 3.2 AUDITORIA OPERACIONAL: BACK OFFICE ABERTURA CONTAS ................ 80 3.3 ANÁLISE QUALITATIVA: BACK OFFICE CENTRALIZADO ............................... 88
4 RECOMENDAÇÕES .............................................................................................. 95
CONCLUSÃO ........................................................................................................... 97
REFERÊNCIAS ....................................................................................................... 101
APÊNDICES ........................................................................................................... 107 APÊNDICE A – QUESTIONÁRIO PARA ENTREVISTA AO GESTOR ................... 108 APÊNDICE B – RELATÓRIO DE CONTAS AUDITADAS ....................................... 109
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INTRODUÇÃO
Na medida em que o mercado mostra-se cada dia mais competitivo e
acirrado, os clientes assumem níveis de exigência maiores e mais abrangentes,
tornando imprescindível para as organizações, a busca pela excelência e pelo
atingimento de resultados cada vez mais desafiadores. Neste sentido, é de suma
importância que haja um mecanismo de controle e averiguação para com os dados e
informações disponibilizados pelas empresas, surgindo assim, na figura da auditoria,
a ferramenta ideal para salvaguardar os usuários diante de potenciais
irregularidades ou inconformidades nas demonstrações contábeis e financeiras.
É evidente que muitas organizações vêm investindo pesado em sistemas de
controles internos, capazes de monitorar a administrar as diversas práticas
empresariais, tanto de caráter financeiro, quanto administrativo e operacional. Diante
da incerteza do cenário atual, a segurança, a qualidade e a agilidade são premissas
básicas e fundamentais para as empresas que pretendem manter-se competitivas,
independentemente de sua tipificação estatutária.
Nesta linha, o presente estudo busca demonstrar o nível de assertividade,
bem como, o desenvolvimento qualitativo do processo de abertura de contas
realizado pelo Back Office da Cooperativa Sicredi União RS, com vista a
transparecer o grau de segurança, qualidade e agilidade da atividade, além, do
controle exercido sobre a mesma.
Diante do tema auditoria operacional, ora evidenciado, bem como, sua
delimitação, centrada na verificação do processo de abertura de contas, o presente
relatório tem a finalidade de responder a um problema, o qual está vinculado à
maneira como o Back Office contribui para a assertividade operacional da atividade
de abertura de contas, juntamente, com o que ele agregou à Cooperativa sob o
aspecto de desenvolvimento ou involução.
Deste modo, seu objetivo macro diz respeito a demonstrar, por meio de
auditoria operacional, o nível de assertividade e evolução qualitativa do processo de
abertura de contas centralizado.
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A fim de melhor estruturar, bem como, proporcionar maior entendimento
acerca do assunto, a presente pesquisa divide-se em capítulos, onde o primeiro está
voltado à contextualização do trabalho, o qual compreende o tema escolhido e sua
delimitação. Na sequência, têm-se o problema que se pretende responder, os
objetivos que se busca atingir e, a justificativa para a escolha do assunto. Em
seguida, apresenta-se a metodologia científica aplicada em cumprimento ao trabalho
desenvolvido, a qual é composta pela categorização da pesquisa, dados gerados,
análise e interpretação dos dados e, apresentação da organização.
O capítulo dois, voltado à fundamentação e embasamento teórico,
corresponde ao referencial de autores consagrados e especialistas no assunto
abordado, os quais, agregam segurança e confirmação ao conteúdo desenvolvido.
Inicialmente, através do item 2.1 é demonstrado o Cooperativismo de Crédito,
sob enfoque de essência, princípios, características, importância para a sociedade,
valorização do ser humano, bem como, a consecução de objetivos através da ajuda
mutua. Para a elaboração deste tópico, buscou-se embasamento nas obras de
Schneider, Pinho, Wilhelm, Pagnussatt e Scherer.
Na sequência, por intermédio dos itens 2.2 ao 2.7, adentra-se no assunto de
Auditoria, o qual compreende aspectos históricos, evolução da atividade, campos de
atuação, ramificações (interna e independente), características e competências do
profissional auditor, normas regulamentadoras da função, planejamento e papéis de
trabalho, risco, amostragem e suas especificidades, auditoria operacional atrelada
ao controle interno, além de outros aspectos relevantes ao assunto e que vão de
encontro à prática auditorial, principalmente no que se refere à verificação de
processos operacionais. A elaboração destes tópicos foi desenvolvida com base nos
autores: Attie, Ribeiro, Araújo, Arruda e Barreto, Crepaldi, Franco e Marra, Jund,
além dos órgãos relacionados à atividade como o Conselho Federal de
Contabilidade e o Instituto dos Auditores Independentes do Brasil.
Nesta linha, o último item relacionado ao referencial teórico diz respeito aos
processos e projetos empresariais, sob enfoque no pensamento sistêmico,
planejamento nos mais altos níveis, e a implantação de Back Offices como
alternativa de melhoria operacional. Para tal, usou-se como fundamentação, as
obras dos autores Chiavenato, King, Reynolds, Ballou, Duncan, Kerzner, Harrington
e Vargas.
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Em relação aos resultados obtidos, o presente estudo aborda através de seu
capítulo 3 e extensões, o diagnóstico e análise acerca da instituição, onde, através
de documentação direta e indireta, juntamente com um questionário aberto aplicado
ao gestor da célula de contas e cadastro, evidenciou-se o nível de assertividade e
adequabilidade do processo de abertura de contas realizado pelo Back Office da
organização. Demonstrou-se também, a evolução da atividade no decorrer dos
últimos anos, bem como, alguns dos principais benefícios que esta centralização
trouxe para a cooperativa, inclusive, com a redução do tempo necessário à
operacionalização e um elevado índice de favorabilidade por parte das Unidades de
Atendimento.
Assim, com vista a contribuir, principalmente, com as áreas de gestão da
Superintendência Regional da Cooperativa Sicredi União RS, o presente estudo
através do item 4 elenca algumas sugestões e recomendações à organização,
ficando a cargo da mesma, julgar sua coerência e aplicabilidade. Desta forma,
encerra-se o estudo através do capitulo 5, onde é evidenciada a conclusão final
acerca dos resultados obtidos.
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1 CONTEXTUALIZAÇÃO DO TRABALHO
Neste capítulo procura-se demonstrar, detalhadamente, os métodos e
ferramentas utilizados para a realização da pesquisa. Para tal, apresenta-se o tema
do estudo e sua delimitação; o problema para o qual busca-se resposta; os objetivos
propostos para a realização da atividade, em âmbito geral e específico; a justificativa
para a elaboração desta atividade e; a metodologia utilizada para o desenvolvimento
do estudo; esta, subdividindo-se em: categorização da pesquisa; dados gerados;
análise e interpretação dos dados; e, por fim, a apresentação da organização.
1.1 TEMA
O presente estudo aborda o tema: auditoria operacional no processo de
abertura de contas realizado pelo Back Office de uma cooperativa de crédito.
1.2 DELIMITAÇÃO DO TEMA
Delimita-se o tema do presente estudo na realização de auditoria operacional
no processo de abertura de contas centralizado na área de Back Office da
Cooperativa Sicredi União RS, tendo por base o período de abril a junho de 2016.
1.3 PROBLEMA
Com vistas ao atingimento da excelência empresarial, muitas organizações
têm focado em ações que primam pela boa qualidade no atendimento somado a
uma prática operacional adequada e assertiva. Estas ações de curto e médio prazo,
geralmente, promovem grandes mudanças na estrutura organizacional das
empresas, o que em diversas oportunidades leva a questionamentos quanto a plena
assertividade nestas decisões.
Diante da crescente concorrência em todas as áreas empresariais, muitas
instituições vêm aderindo à inovação como meio de alcançar resultados positivos.
As mudanças estruturais em algumas atividades são capazes de gerar avanços
significativos dentro das empresas, podendo, além de contribuir na alavancagem
dos resultados, atribuir maior qualidade e dinamicidade aos serviços prestados.
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Esta constante busca pela excelência requer o desenvolvimento de
mecanismos e ferramentas capazes de acompanhar e controlar estas atividades.
Desta forma surge a auditoria operacional, uma prática de suma importância para o
gerenciamento e controle das tarefas exercidas, uma vez que, além de garantir a
adequação da atividade diante dos regramentos competentes, fornece subsídios
para a tomada de decisão.
Recentemente, a Cooperativa de Crédito Sicredi União RS aderiu à
centralização de processos em áreas técnicas de sua Superintendência, dentre eles
o processo de abertura de contas. Esta ação teve por objetivo principal a
padronização das informações relativas à atividade e, a redução das irregularidades
relacionadas ao processo. Ainda, buscou-se por meio desta, ampliar o foco dos
atendentes em um dos principais diferenciais da cooperativa, o relacionamento para
com o seu associado.
Neste contexto, surge a seguinte questão problema para a pesquisa: A
centralização do processo de abertura de contas na área de Back Office contribuiu
para a assertividade e evolução desta atividade na cooperativa Sicredi União RS?
1.4 OBJETIVOS
1.4.1 Objetivo Geral
O objetivo geral corresponde a uma visão macro em relação à pesquisa, de
forma ampla busca explanar a meta proposta para o atingimento do resultado do
trabalho de conclusão de curso.
Desta forma, o objetivo geral da presente pesquisa consiste em demonstrar,
por meio de auditoria operacional, o nível de assertividade e evolução qualitativa do
processo de abertura de contas centralizado na área de Back Office da cooperativa
Sicredi União RS.
1.4.2 Objetivos Específicos
Com vista a contribuir no atingimento do resultado proposto, elenca-se os
objetivos específicos da presente pesquisa:
a) Demonstrar o fluxo do processo de abertura de contas centralizado na
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área de Back Office da cooperativa de crédito;
b) Efetuar auditoria operacional na atividade de abertura de contas, de modo
a verificar acerca da adequação e assertividade do processo;
c) Analisar qualitativamente o processo centralizado de abertura de contas, a
fim de transparecer a evolução ou involução da atividade, bem como, os
benefícios ou retrocessos que esta centralização trouxe à cooperativa.
1.5 JUSTIFICATIVA
A justificativa representa a relevância dos aspectos pelos quais o pesquisador
escolheu o tema proposto, bem como, o que o estudo agrega para a empresa
estudada, para o acadêmico, para a instituição de ensino e para a sociedade.
Diante disto, a realização desta pesquisa na área de Back Office da
cooperativa Sicredi União RS demonstrou-se importante através da possibilidade de
avaliar a atual situação da atividade de abertura de contas e, propor eventuais
melhorias neste fluxo realizado pela área objeto de estudo. Com base neste
trabalho, foi possível levar ao conhecimento dos gestores e diretores da empresa,
informações referentes à assertividade na operacionalização do processo, bem
como, a evolução ou involução decorrente da centralização desta atividade, tendo
em vista a questão da padronização, ganho operacional, adequabilidade, vantagens
competitivas e a possibilidade de expansão do número de atividades centralizadas
em áreas técnicas específicas.
A relevância deste trabalho para o acadêmico, deu-se se em virtude de o
mesmo fazer parte do quadro funcional da empresa e, portanto, estar engajado no
desenvolvimento e crescimento da instituição como um todo. Ainda, na condição de
futuro bacharel em Ciências Contábeis, serviu para contribuir e aliar seus
conhecimentos aos dos gestores, a fim de evidenciar os pontos positivos da
centralização e corrigir situações pontuais. Também, mediante a aplicação de
noções operacionais, administrativas e gerenciais, contribuiu na construção de seu
desenvolvimento pessoal e profissional.
No que se refere à instituição de ensino, a Fundação Educacional Machado
de Assis – FEMA, o presente trabalho serviu como um meio de refletir o
conhecimento nela obtido através da graduação, bem como, proporcionar auxílio e
embasamento aos demais acadêmicos em novas pesquisas e estudos voltados,
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principalmente, à área de auditoria e gestão empresarial. Demais pessoas
interessadas pelo tema evidenciado podem acessá-lo na biblioteca da instituição de
ensino.
Por fim, o presente estudo teve o intuito de servir não somente ao meio
acadêmico mas, à sociedade como um todo. Através de sua responsabilidade para
com a correta prática operacional e para com a adequada formalística de todos e
quaisquer documentos, evidenciou a relevância do conhecimento técnico agregado
ao conhecimento humano utilizado nas práticas laborais cotidianas.
1.6 METODOLOGIA
A metodologia representa a evidenciação detalhada das ferramentas e dos
métodos a ser utilizados para o alcance do êxito na conclusão da pesquisa. Pode-se
afirmar que a metodologia visa a busca pelos melhores meios e pelas ferramentas
mais adequadas para proporcionar ao pesquisador a obtenção do resultado
almejado. Desta maneira, divide-se em: categorização da pesquisa, dados gerados,
análise e interpretação dos dados e apresentação da organização.
1.6.1 Categorização da Pesquisa
Esta etapa do estudo, relacionada à categorização da pesquisa, diz respeito à
evidenciação do andamento do trabalho, de modo a proporcionar maior
entendimento e organização acerca de sua execução.
Conforme explica Gil, a classificação da pesquisa é uma atividade de suma
importância, pois, com base nela, é possível identificar características de
semelhança e diferença entre as diversas modalidades. Tendo em vista as várias
maneiras de se categorizar uma pesquisa, é necessário coerência e critério na hora
de sua execução, a fim de se definir corretamente o enquadramento conforme a
área de conhecimento, finalidade, nível de explicação e métodos adotados (GIL,
2010).
Com base no descrito acima, classifica-se o presente estudo como sendo de
natureza aplicada. Tal categorização deu-se pelo uso do resultado obtido, tanto na
construção de planos de melhoria, quanto no aperfeiçoamento do processo de
abertura de contas da cooperativa Sicredi União RS. Conforme Pradanov e Freitas,
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as pesquisas de caráter aplicado têm por finalidade a resolução de situações
problemáticas ou carentes de intervenção. Trata-se de um estudo movido com a
premissa de se utilizar os resultados em situações da realidade (PRADANOV;
FREITAS, 2013). Complementado por Gil, esta categoria de pesquisa está
relacionada à aplicação do conhecimento obtido em situações próprias e especificas
(GIL, 2010).
Em relação à abordagem do problema, a presente pesquisa classifica-se
como sendo qualitativa e quantitativa. Qualitativa, devido às análises efetuadas com
base nos dados obtidos, e também, devido à evidenciação quanto à assertividade e
avanços ocorridos na área objeto de estudo. Em relação ao aspecto quantitativo, o
presente estudo traz informações numéricas acerca dos dados levantados,
transformando-os em resultados estatísticos e de gerenciamento, os quais podem
ser utilizados e analisados pela empresa estudada.
Neste contexto, Vianna explana que as pesquisas qualitativas dizem respeito
à análise de fatos descritivos, envolvendo uma gama de aspectos, como:
identificação de dados, efeitos e consequências dos fatos praticados, bem como,
opiniões e significados acerca das informações relacionadas. Já as pesquisas
quantitativas envolvem estudos construídos com base em dados numéricos,
informações estatísticas e demais trabalhos realizados com esta base, levando-se
em consideração as especificidades de cada caso (VIANNA, 2001).
Relacionado aos objetivos, este estudo categoriza-se como exploratório e
descritivo. Enquadra-se em ambas as classificações devido a tratar-se de um
trabalho onde descreveu-se a atividade de abertura de contas, avaliou-se a
conformidade operacional por meio da execução de uma auditoria, e por fim,
evidenciou-se os avanços ocorridos neste processo desempenhado pela área de
Back Office. O resultado deste estudo foi demonstrado ao gestor imediato da área
relacionada, o qual pode comprovar a existência dos benefícios e, também, pode
avaliar a necessidade de promover correções e aperfeiçoamentos em situações
pontuais.
Comprovando esta classificação supracitada, Gil discorre acerca de
pesquisas exploratórias, as quais buscam associar uma “[...] maior familiaridade com
o problema, com vistas a torná-lo mais explícito ou a construir hipóteses. Seu
planejamento tende a ser bastante flexível, pois interessa considerar os mais
variados aspectos relativos ao fato ou fenômeno estudado.” (GIL, 2010, p. 27).
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Complementado por Vianna, a utilização desta classificação ocorre quando o
objetivo é entender determinado problema, situação ou fato. Consiste em um estudo
sobre determinada área com vista a ampliar e qualificar o conhecimento acerca
daquele assunto (VIANNA, 2001).
Em relação a pesquisas com aspecto descritivo, Gil salienta que têm por
finalidade descrever características e especificidades relacionadas a determinado
grupo populacional. Para o autor, a maioria dos casos de pesquisa com objetivo e
cunho profissional são enquadradas nesta categoria, principalmente, pelo fato de
apresentar relações entre variáveis (GIL, 2010). Neste sentido, Vianna corrobora
com Gil ao afirmar que a pesquisa descritiva é composta por análises detalhadas de
alguma situação com o intuito de estabelecer variáveis relacionadas ou que possam
interferir em determinada atividade (VIANNA, 2001).
Para a realização dos procedimentos técnicos, foram utilizados os seguintes
meios auxiliares: pesquisa bibliográfica, pesquisa documental e estudo de caso.
Num primeiro momento, utilizou-se a pesquisa bibliográfica, instrumento
indispensável e de suma importância para a execução do trabalho, uma vez que,
acrescentou conhecimento e embasamento à tarefa. Tal fundamentação, ocorreu
através de livros, legislações e informações publicadas em relação ao tema
proposto, abrangendo os assuntos de cooperativismo de crédito, auditoria contábil,
tipos de auditoria: interna e independente, auditoria operacional e controles internos,
planejamento e papéis de trabalho, amostragem e risco de auditoria, fraudes e erros
na atividade auditorial, bem como, gestão de processos empresariais e assuntos
relacionados à áreas de Back Office e sua atuação.
Nesta linha, Vianna observa que o desenvolvimento de um trabalho
bibliográfico deve estar diretamente ligado a consecução de materiais relacionados
ao objeto de estudo. O embasamento é construído por meio de livros, jornais,
publicações científicas, legislações, entre outros (VIANNA, 2001).
Na sequência, juntamente com a bibliografia, o presente trabalho esteve
amparado, documentalmente, por arquivos e informações disponibilizados pela
empresa. Dentre os materiais utilizados para o cumprimento da tarefa estão os
relatórios de abertura de conta, os manuais de procedimentos, regulamentos
internos, alinhamentos corporativos, formulários relacionados à atividade, livros de
capacitação acerca do processo de abertura de conta, entre outros.
20
Relacionado ao conceito de pesquisa documental, Gil explana que sua
utilização é algo presente em quase todas as ciências sociais, de modo que, está
baseada em documentos confeccionados com finalidades diversas. Recomenda-se
que a pesquisa documental seja fundamentada através de documentos fornecidos
pela própria organização em estudo (GIL, 2010).
Por fim, a presente pesquisa categoriza-se como um estudo de caso, onde
sua aplicação está diretamente ligada à avaliação de resultados, específicos da
entidade objeto de estudo: célula de abertura de contas, centralizada na área de
Back Office da cooperativa Sicredi União RS. Em comprovação ao aspecto de
estudo de caso, o mesmo é conceituado por Gil como:
[...] uma modalidade de pesquisa amplamente utilizada nas ciências biomédicas e sociais. Consiste no estudo profundo e exaustivo de um ou poucos objetos, de maneira que permita seu amplo e detalhado conhecimento, tarefa praticamente impossível mediante outros delineamentos já considerados. (GIL, 2010, p. 37).
Com base no exposto até então, evidenciam-se os métodos e ferramentas
utilizados no decorrer da pesquisa, sob a ótica de atingimento dos resultados
propostos. Desta forma, a continuidade deste trabalho de conclusão de curso deu-se
por meio dos dados gerados.
1.6.2 Dados Gerados
Através da elaboração de um plano para a geração dos dados foi possível
valer-se das técnicas e ferramentas descritas anteriormente, o que tornou-se
indispensável para a obtenção dos subsídios necessários à realização do estudo.
Desta maneira, o presente estudo utilizou-se de observação participante,
entrevista ao gestor, documentação direta e documentação indireta para a obtenção
dos dados, sendo que, a utilização de cada uma destas fontes deu-se de acordo
com a pertinência para o estudo. Em relação às informações diretas, estiveram
centradas nos formulários da cooperativa, entrevista não padronizada ao gestor da
área de Back Office, planilhas eletrônicas onde foram registrados os dados
numéricos, bem como, relatórios obtidos através da ferramenta Fluid (sistema
utilizado no processo de abertura de conta) os quais foram avaliados de modo a
21
identificar o nível de adequação e assertividade, bem como, os benefícios ou
retrocessos decorrentes da centralização da atividade.
Relacionado às informações indiretas, estiveram fundamentadas nos
relatórios fornecidos pelo órgão de controles internos da empresa, anotações de
funcionários, além de referências bibliográficas, que serviram de suporte ao
desenvolvimento do trabalho. Ainda, cabe salientar que, os diversos meios utilizados
para obtenção dos dados e informações, somente foram aplicados mediante o
entendimento de que se tratam de fontes confiáveis e que disponibilizam
informações verídicas e fidedignas à realidade, sob a premissa de atingimento de
resultados plenamente satisfatórios.
A presente pesquisa teve início no dia 01 de agosto de 2016 com uma visita à
Superintendência da Cooperativa Sicredi União RS, onde realizou-se a primeira
entrevista com o gestor da área de contas e cadastro da instituição. A entrevista
durou cerca de 2 horas, sendo conduzida de maneira verbal e estando amparada
pelo questionário disposto no Apêndice A deste estudo, o qual é composto por
perguntas abertas e de livre resposta. Desta forma, os pareceres e observações do
gestor eram anotadas pelo acadêmico em um bloco de notas, já as questões que
envolviam acesso às informações e aos dados utilizados na pesquisa, eram
demonstradas pelo gestor em sua própria estação de trabalho.
A etapa seguinte foi conhecer a estrutura da célula de abertura de contas
centralizada, para tal, buscou-se informações relativas ao processo desde o período
em que era realizado na Unidade de Atendimento até sua centralização da
Superintendência da Cooperativa. Esta fase da pesquisa teve como marco inicial o
dia 12 de agosto, quando, por intermédio dos documentos e arquivos fornecidos
pela empresa, iniciou-se o procedimento de descrição e mapeamento histórico da
atividade de abertura de contas, de modo que, foram evidenciados os fluxogramas e
as tarefas pertencentes a esta atividade de acordo com o respectivo período: pré e
pós centralização.
A sequência do estudo, voltada à Auditoria Operacional no processo de
abertura de contas, iniciou-se no dia 29 de agosto com a definição da amostragem a
ser analisada. Para tal, utilizou-se o método estatístico e o sistema de amostragem
aleatório simples. Primeiramente, definiu-se os critérios para a delimitação
populacional, onde o gestor do Back Office sugeriu que fossem analisados,
exclusivamente, os processos de abertura de conta corrente que já estivessem com
22
todo o fluxo concluído. Assim, de forma a analisar os dados mais atuais optou-se
pelo período de abril a junho de 2016.
Na sequência, emitiu-se um relatório de todas as contas abertas no período,
filtrando-as conforme os critérios pré-estabelecidos, o que resultou em um total de
1.887 processos, os quais foram submetidos à fórmula para definição do tamanho
amostral, evidenciada por Richardson através da Ilustração 1:
Ilustração 1: Fórmula para Definição de Amostra Fonte: Richardson (1999, p. 170).
Conforme explana Richardson, a fórmula em epígrafe tem como finalidade
definir o tamanho de uma amostra estatística, e para tanto, utiliza-se das seguintes
variáveis:
n = Tamanho da amostra;
σ² = Nível de confiança;
p = Proporção da característica pesquisada no universo
q = 100 – p (em percentagem)
N = Tamanho da população
E² = Estimativa de erro permitida (RICHARDSON, 1999).
Desta forma, levantaram-se os seguintes dados para a aplicação da fórmula:
Ilustração 2: Fórmula para Definição de Amostra: Aplicada Fonte: Produção do pesquisador.
Constatou-se mediante a fórmula, que a amostragem de segurança para este
trabalho de auditoria corresponde a 315 processos, os quais foram escolhidos por
meio da metodologia aleatória simples e, analisados de maneira digital. O trabalho
23
auditorial iniciou-se no dia 05 de setembro com a elaboração do programa de
auditoria, bem como, definição dos aspectos relevantes a serem verificados. A
aplicação dos exames teve duração de 27 dias, sendo o último teste realizado no dia
14 de outubro.
A confecção dos papéis de trabalho e a consecução dos dados e informações
deu-se no ambiente interno da Instituição, onde através da concessão de acesso à
ferramenta de abertura de contas, verificou-se acerca da assertividade e
adequabilidade dos processos frente aos normativos legais e alinhamentos próprios
da cooperativa. Já os manuais operacionais, guias técnicos e demais materiais de
apoio à pesquisa foram subsidiados pelo gestor da área de Back Office.
Por fim, os dados obtidos em relação ao desempenho da célula de abertura
de contas, bem como, ao nível de satisfação dos receptadores deste serviço, foram
gerados, também, no ambiente da empresa, com prévia autorização e ciência do
gestor responsável. Desta forma, o capítulo 3, voltado à Análise e Diagnóstico foi
concluído em 16 de setembro de 2016.
1.6.3 Análise e Interpretação dos Dados
Diante da escolha das ferramentas que foram utilizadas para a geração dos
dados, o próximo passo foi definir um plano de análise com face a interpretar as
informações obtidas e transformá-las em subsídios aos gestores da empresa. Esta
fase foi muito importante, pois, estava relacionada aos papéis de trabalhos colhidos
para a formulação de demonstrativos, desta forma, deveriam ser claros e suficientes.
O desenvolvimento deste estudo ocorreu por meio do método de abordagem
dedutivo, juntamente com os métodos de procedimento histórico, estatístico e
comparativo.
Em relação ao método de abordagem dedutivo, a ideia central foi analisar o
nível de assertividade e adequabilidade do processo de abertura de contas,
demonstrando a importância da auditoria para a correta e adequada execução
operacional, bem como, transparecer os benefícios incorridos com a centralização
da atividade de abertura de contas.
Já no que se refere aos métodos de procedimento, inicialmente traçou-se
uma linha do tempo onde foi evidenciado o histórico da atividade de abertura de
contas, fazendo um comparativo entre o fluxo da atividade nos períodos pré e pós
24
centralizado. Posteriormente, através de análises quantitativas e qualitativas,
elencou-se o nível de assertividade do processo frente às normas reguladoras, o
que permitiu identificar os principais pontos positivos e os de risco pertencentes à
atividade. Por fim, a metodologia comparativa serviu para demonstrar o que a
centralização de processos agregou à atividade, bem como, a seus usuários,
fazendo assim uma confrontação entre o que era desenvolvido e o que passou a ser
praticado.
Com base nos dados gerados, juntamente com a análise e interpretação dos
mesmos foi possível ampliar o conhecimento acerca da instituição, seus associados
e colaboradores. Desta forma, foi possível identificar, em âmbito geral, qual o nível
de segurança, qualidade e agilidade do processo, além de, identificar os principais
pontos de atenção a serem observados, juntamente, com a elaboração de
recomendações e propostas de melhoria ao processo de contas como um todo.
1.6.4 Apresentação da Organização
O Sistema Sicredi, instituição financeira cooperativa, é referência
internacional por seu modelo sistêmico de atuação. Pioneiro no quesito cooperativa
de crédito em âmbito nacional, hoje conta com 95 cooperativas filiadas, presentes
em mais de 1.400 pontos de atendimento, espalhados por 11 estados da união.
Provida de uma estrutura sólida, conta com quatro Centrais Regionais – acionistas
da Sicredi Participações S.A., uma Fundação, uma Confederação e um Banco
Cooperativo, além de uma parceria internacional com o Rabobank e a International
Finance Corporation. A união destas entidades, geridas por um modelo operacional
único, constitui o Sicredi.
Integrante da Sicredi Central Sul, a Cooperativa de Crédito de Livre Admissão
de Associados Serro Azul – Sicredi União RS é fruto da união das cooperativas
Sicredi Cerro Azul de Cerro Largo, Sicredi Missões e Sicredi Grande Santa Rosa.
Trata-se de uma instituição centenária, fundada em 06 de julho de 1913 pelo Padre
Teodor Amstad na cidade de Cerro Largo/RS.
Atualmente, ocupa a 3ª posição no ranking das maiores cooperativas do
estado, com uma estrutura formada por mais de 590 colaboradores, atuantes em 39
municípios e divididos em 44 Unidades de Atendimento mais 3 Postos de Auto
25
Atendimento espalhados por toda região, com a finalidade de servir aos mais de 124
mil associados.
Sob a premissa de aumentar a satisfação do associado, bem como, priorizar
o atendimento e o relacionamento com o mesmo, em junho de 2014, surgiu a área
de Back Office Centralizado, um setor técnico-operacional instalado na
Superintendência da cooperativa, voltado à abertura de contas de forma
padronizada e centralizada. O intuito da cooperativa é proporcionar ganho em escala
e reduzir os diversos entendimentos relacionados ao mesmo processo: Abertura de
Contas.
Por fim, cabe ressaltar que toda a estrutura sistêmica, bem como, adoção de
melhorias e aperfeiçoamentos tem por finalidade difundir os valores cooperativos e
ofertar soluções financeiras da mesma maneira que um banco, mas com a
vantagem e os benefícios de ser cooperativa.
26
2 REFERENCIAL TEÓRICO
O desenvolvimento do referencial teórico, embasado por especialistas e
mestres em suas áreas de atuação, permitiu a construção e obtenção dos objetivos
propostos para a pesquisa. De forma inicial, traz-se o Cooperativismo de Crédito,
sob o aspecto de essência, características e importâncias para a sociedade.
Na sequência, aborda-se o tema Auditoria Contábil, cujo enfoque é a
conceituação, evidenciação das características, importância e aplicabilidade no
campo empresarial. Em complemento ao tópico anterior, subdivide-se a Auditoria
quanto ao tipo, Interna e Independente, onde são tratadas as propriedades
individuais, áreas de atuação e incumbências dos profissionais auditores. O tópico
seguinte diz respeito a Auditoria Operacional e Controles Internos, centrado na
explanação conceitual, objetivos e importância para as organizações, principalmente
na tangente de assertividade e auxilio de gestão.
Relacionado ao tópico Planejamento e Papéis de Trabalho, traz-se a parte
conceitual, importância, composição e utilidade profissional. Complementa-se o
mesmo através do tema Amostragem e Risco de Auditoria, onde explana-se acerca
da relevância da amostra para o trabalho de auditoria, o que é importante observar
na delimitação de uma amostra, tomando-se por base os riscos envolvidos e quais
impactos podem trazer às empresas, tanto sob a perspectiva de erro quanto fraude.
O estudo tem sequência através do tema Procedimentos, Normas e
Relatórios de auditoria, através do qual explica-se sobre a maneira como o auditor
deve conduzir seus trabalhos, quais normas e regulamentos deve seguir e como
deve ser o relatório de conclusão referente à atividade desenvolvida.
Por fim, evidencia-se a Gestão de Processos Empresariais, com o objetivo de
promover entendimento na tangente de processos e projetos corporativos, áreas de
Back Office, composição e relevância do planejamento, bem como, a concepção do
pensamento sistêmico e sua evolução no mercado global.
2.1 COPERATIVISMO DE CRÉDITO
O cooperativismo é uma prática que vem ganhando força, tanto em âmbito
nacional como internacional, engloba ações que primam pela ajuda mútua e
consecução de objetivos coletivos, capazes de gerar emprego e renda através de
27
sua dinamicidade. Esta doutrina aplica-se em vários setores da economia, inclusive
no setor financeiro, onde podem ser citadas as cooperativas de crédito, instituições
financeiras que mesmo detentoras de características únicas, desempenham práticas
bancárias equivalentes as das demais instituições.
Sob a ótica dos autores Wilhelm e Schneider, a entidade “Cooperativa”
corresponde à uma “empresa”, sua criação decorre da busca pela satisfação de
objetivos e pela promoção do bem estar comum. Neste contexto, o associado
assume papel de dono do negócio, podendo usufruir dos benefícios à sua
disposição e, da mesma forma, contribuir para a criação de uma sociedade melhor
através da prática dos valores cooperativos, dentre eles, o crescimento humano e a
qualidade de vida (WILHELM; SCHNEIDER, 2013).
Nesta linha, Scherer explana que devido à sua dupla qualidade, usuário -
associado, o cooperativismo é o sistema ideal para a organização de atividades
socioeconômicas da humanidade. No Brasil, o primeiro estado a adotar a filosofia
cooperativista foi o Rio Grande do Sul em 1902. A chegada do Padre Teodor
Amstad na cidade de Nova Petrópolis desencadeou um novo conceito de instituição
financeira, baseada na valorização do trabalho e do ser humano frente a busca
desenfreada pelo lucro (SCHERER, 1999). Corroborando, Schardong explana sobre
a utilização do cooperativismo no exterior e seu grau de desenvolvimento, onde o:
Cooperativismo de Crédito é utilizado nos países mais desenvolvidos do mundo, como instrumento de organização econômica da sociedade. Os sistemas cooperativos mais avançados estão situados na Europa, especialmente na Alemanha, Bélgica, Espanha, França, Holanda e Portugal, seguidos dos Estados Unidos, Canadá e Japão. (SCHARDONG, 2003. p. 19).
A amplitude de um sistema cooperativo é muito grande, portanto, existem
normas a serem seguidas para a criação de uma cooperativa. Segundo Scherer, é
imprescindível que haja um número mínimo de participantes, 20 associados,
podendo ser pessoas físicas ou jurídicas, que deverão, obrigatoriamente, realizar
algum tipo de atividade comercial ou prestadora de serviço. Esta empresa
(Cooperativa) deve estar devidamente registrada no órgão competente e seu capital
social composto por quotas-parte, correspondentes ao percentual de participação do
associado junto à cooperativa (SCHERER, 1999).
28
Em complemento, a autora Pinho estabelece como princípios fundamentais
para a correta e eficiente atividade cooperativista: livre e voluntária adesão,
distribuição de sobras, intercooperação, autonomia e independência, remuneração
ao capital social, interesse pela comunidade e gestão democrática pelos membros.
Estas características buscam descrever o cooperativismo e demonstrar seu
diferencial frente a outras práticas (PINHO, 1973). Já em relação ao aspecto
econômico e social, o Serviço Nacional de Aprendizagem do Cooperativismo
ressalta que:
A cultura cooperativista visa a desenvolver a capacidade intelectual das pessoas de forma criativa, inteligente, justa e harmônica, procurando a sua melhoria contínua. Os seus princípios buscam, pelo resultado econômico, o desenvolvimento social através da melhoria da qualidade de vida e da boa convivência entre seus cooperados. (SERVIÇO NACIONAL DE APRENDIZAGEM DO COOPERATIVISMO, 2016, p. 1).
Na visão de Pagnussatt, as cooperativas de crédito tendem a prestar serviços
financeiros de uma maneira mais acessível a seus associados, sua finalidade é a
redução das desigualdades sociais e a expansão do espirito cooperativo. Movidas
pelos valores de igualdade, solidariedade, democracia, equidade e reponsabilidade
social, estimulam a união de esforços e a valorização do ser humano em prol do
bem estar comum (PAGNUSSATT, 2004).
Em comprovação, conforme disposto pelo Banco Central do Brasil, as
cooperativas de crédito são instituições financeiras formadas por um grupo de
pessoas, unidas de forma voluntária, que possuem como objetivo em comum, a
prestação de serviços financeiros. O intuito destas entidades é oferecer, de forma
simplificada, os mais variados produtos e serviços bancários (crédito, investimento,
poupança, seguro, entre outros) com a premissa de agregar renda e soluções à
sociedade (BANCO CENTRAL DO BRASIL, 2015).
Na sequência, o mesmo órgão elenca as vantagens e desvantagens da
constituição de uma cooperativa. Sob aspecto positivo, o controle e administração
da entidade é realizado pelos seus próprios associados, os quais também decidem
sobre o planejamento operacional a ser seguido; o atendimento é realizado de forma
personalizada, trazendo soluções financeiras de acordo com o perfil dos
cooperados, sendo possível a eles receber retorno sobre as sobras e excedentes do
exercício. Em relação ao aspecto desfavorável, em havendo situação de prejuízo,
29
onde a cooperativa não possua fundo de reserva suficiente para honrar suas
obrigações, os associados irão ratear o resultado negativo, sendo possível, a
compensação por meio de sobras em exercícios futuros (BANCO CENTRAL DO
BRASIL, 2015).
Na forma da Lei 5.764 de 16 de dezembro de 1971, entende-se por Política
Nacional de Cooperativismo, o conjunto de atividades provindas e relacionadas ao
sistema cooperativo, desde que, seja reconhecido o seu interesso público. Ainda
conforme a referida lei, as demonstrações contábeis obrigatórias às cooperativas
devem ser encaminhadas ao órgão de controle juntamente com o parecer emitido
por auditor independente credenciado (BRASIL, 1971).
Diante disto, Silva destaca que as cooperativas de crédito possuem uma
grande responsabilidade para com os seus associados, devendo valer-se dos mais
íntegros e confiáveis princípios de gestão e política ao administrar os recursos que
lhe são confiados. É relevante, também, considerar que estes recursos podem provir
de alguns setores menos protegidos ou, com reduzida participação na economia.
Assim, com base nos regulamentos e pronunciamentos do Banco Central do Brasil,
as cooperativas de crédito devem transmitir uma maior segurança e confiabilidade
perante seus cooperados, fornecedores, credores e usuários em geral (SILVA,
2011). Ainda na concepção de Silva, destaca-se abaixo o avanço legislativo
relacionado as cooperativas de crédito:
[...] nos últimos anos, tem ocorrido um crescente avanço legislativo e regulatório (exemplos: Lei Complementar 130/09 e Resolução CMN 3.859/10) com vistas a fortalecer e aprofundar as responsabilidades dos administradores das cooperativas de crédito (diretoria executiva), assim como dos órgãos responsáveis pela governança (conselho de administração), que tem responsabilidade pela direção estratégica, o que inclui entre os outros aspectos a supervisão geral sobre os relatórios contábeis. (SILVA, 2011, p. 17).
Sob o aspecto legislativo de responsabilidade, o Serviço Nacional de
Aprendizagem do Cooperativismo ressalta que as cooperativas de crédito também
submetem-se às diretrizes e fiscalizações impostas pelo Sistema Financeiro
Nacional, tendo na figura de seus gestores, os responsáveis pelos atos praticados
em nome da cooperativa. Uma vez configurado crime neste âmbito, os gestores das
instituições financeiras estarão sujeitos à Lei dos Crimes Contra o Sistema
30
Financeiro Nacional sob nº 7.492 de 16 de Junho de 1986 (SERVIÇO NACIONAL
DE APRENDIZAGEM DO COOPERATIVISMO, 2016).
Conforme explana Pagnussatt, a partir da década de 1980, o cooperativismo
de crédito passou a apresentar um novo padrão de crescimento, agora, voltado à
organização sistêmica. Através de um modelo de padronização administrativa e
operacional, construiu-se uma base sólida para o desenvolvimento do Sistema de
Crédito Cooperativo – Sicredi (PAGNUSSATT, 2004).
O crescimento e desenvolvimento das cooperativas de crédito tem gerado
reflexo positivo, não somente na economia mas, na sociedade como um todo. Para
Frantz, as cooperativas trazem consigo a história e a cultura da comunidade onde
estão inseridas. Devido sua força política, advinda da união das pessoas, estas
entidades possibilitam a inversão dos valores capitalistas, uma vez que, o ser
humano passa a ser o centro do globo econômico, deixando o capital em segundo
plano (FRANTZ, 2003).
Por fim, cabe ressaltar que a essência de uma cooperativa de crédito é o seu
associado. O maior objetivo destas instituições é possibilitar a realização de sonhos
através de soluções financeiras adequadas e justas. O cooperativismo prima pela
união, ajuda mútua e pela conquista de objetivos coletivos, voltados ao bem-estar
econômico e social da comunidade. Neste ponto, a participação dos cooperados é
fundamental para o desenvolvimento da cooperativa, uma vez que, os benefícios por
ela gerados permanecem na região, fomentando e aquecendo a economia.
2.2 AUDITORIA CONTÁBIL
Na medida em que o mercado cresce e a globalização avança, torna-se
imprescindível o controle e a averiguação das atividades e informações fornecidas
pelas empresas, uma vez que, a busca pelo atingimento de resultados assume
níveis cada vez mais desafiadores. Neste quesito, a auditoria assume o papel
fundamental de salvaguardar os seus usuários diante de possíveis irregularidades e
desconformidades nas demonstrações contábeis e financeiras.
Segundo Ribeiro, a auditoria corresponde a um conjunto de procedimentos
técnicos que visam garantir a veracidade e exatidão das informações contábeis.
Trata-se da avaliação minuciosa dos dados com o objetivo de atestar sua
consonância para com os Princípios Fundamentais da Contabilidade. Para o autor, a
31
auditoria tem o intuito de expandir o nível de confiança e credibilidade do objeto
auditado frente aos seus usuários (RIBEIRO, 2011).
Em complemento, Araújo, Arruda e Barreto relacionam a auditoria com o
exame de atividades, sistemas e operações pertencentes a determinada entidade,
com vista a garantir sua obediência às normas, objetivos e orçamentos previstos.
Através desta técnica de verificação, busca-se observar se a execução e
funcionalidade dos processos estão de acordo com o regramento competente
(ARAÚJO; ARRUDA; BARRETO, 2010).
Ainda, na concepção de Perez, pode-se definir a auditoria como um estudo,
levantamento ou avaliação sistemática dos procedimentos, rotinas, demonstrações
financeiras e transações realizadas por uma determinada entidade. Provida de
cunho comprobatório, a auditoria fundamenta-se nas normas e princípios para a
emissão de opiniões imparciais diante dos fatos (PEREZ, 2012).
Para Franco e Marra, embora a auditoria consista em uma parte da
Contabilidade, distingue-se da mesma pelo fato de ser uma técnica utilizada para
avaliar suas informações. Sob a ótica dos autores, a prática de auditoria vale-se de
inspeções e avaliações aplicadas ao registro e confecção de documentos, seu
enfoque é confirmar e validar dados relacionados ao patrimônio da entidade. Por fim,
busca transmitir, convictamente, a realidade econômica e financeira da organização
(FRANCO; MARRA, 2001).
O surgimento da auditoria, por Attie, está ancorado à confirmação econômica
e financeira esperada pelos proprietários e investidores de empresas. A medida em
que a contabilidade evoluiu, a auditoria seguiu seus passos para legitimar as
demonstrações exigidas pelo mercado, principalmente, em decorrência da expansão
de atividades produtoras e do desenvolvimento econômico dos países, que
passaram a proporcionar uma participação acionária na formação do capital de
algumas entidades (ATTIE, 2011).
Historicamente, considera-se a Inglaterra como primeiro país a utilizar-se de
práticas auditoriais, responsável pela disseminação da ideia junto ao continente
europeu. Nesta linha Basso explana que:
A auditoria teve início na Inglaterra, no início do século XIV, em 1314 orientado pra o exame das contas públicas da Coroa. Sua evolução também ocorreu nos países da Grã-Bretanha, com o surgimento das grandes corporações industriais e comercias, entre os séculos XVIII e XIX. Em 1854
32
surgem as primeiras associações de contadores ingleses, seguindo-se, em 1894, a criação do Instituto Holandês de Contadores Públicos. (BASSO, 2005, p. 100).
A auditoria moderna, conforme dispõe o Instituto dos Auditores
Independentes do Brasil, teve origem na idade média durante a Revolução
Industrial. Movida pelo crescimento das indústrias e pela expansão dos mercados, a
Inglaterra foi o primeiro país a reconhecer a necessidade de se controlar as
informações monetárias. O surgimento das demonstrações serviu, num primeiro
momento, para posicionar os credores sobre a situação das fábricas que
financiavam, tempos depois, tornou-se instrumento de orientação a possíveis
investidores (INSTITUTO DOS AUDITORES INDEPENDENTES DO BRASIL, 2013).
Segundo Attie, a auditoria no Brasil surgiu da implantação de empresas
internacionais, cujos investimentos também eram estrangeiros, assim, de forma
compulsória, tinham de ter suas demonstrações devidamente auditadas por
profissionais independentes. A criação da Lei das Sociedades por Ações foi outro
fator que contribuiu para o desenvolvimento da auditoria no país, já que as
companhias de capital aberto, com ações negociadas na bolsa, tinham de ser
verificadas por auditores independentes devidamente registrados na Comissão de
Valores Mobiliários - CVM (ATTIE, 2011).
Conforme relata o autor Perez, nos primórdios dos trabalhos de auditoria, o
número de objetos sujeitos à averiguação era bastante restrito, limitando-se
exclusivamente à comprovação dos registros contábeis. Porém, devido ao
aprimoramento da contabilidade, a prática da auditoria passou a ser um meio de
interpretação e orientação dos fatos, deixando para trás a característica de mera
observadora (PEREZ, 2012).
Sob aspecto de finalidade, Crepaldi revela que o objetivo fundamental da
auditoria é a confirmação de que as demonstrações financeiras, elaboradas pela
entidade auditada, estão de acordo como o que se espera. Consiste, basicamente,
no controle exercido sobre as áreas da empresa através de testes aplicados aos
procedimentos e aos profissionais de cada setor (CREPALDI, 2013).
A extensão dos testes, bem como, a volumetria e escolha das técnicas e
aplicações variam de acordo com a instituição auditada. Comprovado pelo Conselho
Federal de Contabilidade em sua Resolução nº 1.222, a utilização da amostragem
em uma auditoria consiste no exame aplicado a um grupo inferior à totalidade da
33
população, de forma que qualquer item possua a mesma chance de ser escolhido. A
seleção de um grupo razoável e suficiente dará embasamento às conclusões do
auditor referente toda a população (CONSELHO FEDERAL DE CONTABILIDADE,
2009).
Nesta linha, Crepaldi explica que o objeto da auditoria corresponde ao
patrimônio total da entidade, composto por documentos, papéis e demais registros
que sirvam para legitimar os atos administrativos. A prática auditorial pode, inclusive,
adotar como objeto, fatos não evidenciados documentalmente, mas que sejam
relatados pelas pessoas responsáveis e relacionadas à administração do patrimônio
da empresa (CREPALDI, 2013).
Partindo disto, Franco e Marra complementam que, a auditoria busca apurar
situações que vão além daquilo que está efetivamente registrado nos livros.
Amparada de procedimentos próprios, é capaz de descobrir e confirmar fatos não
evidenciados pelos administradores, o que permite dizer que sua aplicação não
atém-se, exclusivamente, à descoberta de fraudes e irregularidades, mas sim, ao
auxilio prestado à empresa como um todo (FRANCO; MARRA, 2001).
Em suma, Hoog e Carlin sintetizam o objeto da autoria como a verificação do
conjunto patrimonial, composto por todos os seus elementos e, por aquilo que pode
vir a influenciá-lo e modificá-lo (HOOG; CARLIN, 2008).
Neste sentido, a auditoria realça sua importância através das vantagens que
proporciona a seus usuários, sendo eles: empresas, credores, investidores, governo,
fornecedores, entre outros. Desta forma, Lins elenca como algumas vantagens da
auditoria, o desestímulo à prática de ações fraudulentas, maior segurança para os
usuários, principalmente credores e investidores, aprimoramento de controles por
meio de procedimentos mais eficientes, além da garantia de maior fidedignidade dos
dados apresentados (LINS, 2014).
Estando em evidência que nem todas as empresas possuem uma área
responsável pelos controles internos e que, estes devem ser avaliados
periodicamente, Crepaldi discorre sobre a essencialidade da auditoria para a gestão
empresarial. A auditoria é um meio de asseguração para seus usuários, sua
essência é tranquilizar e salvaguardar os interessados quanto à conformidade das
informações, onde, por meio de pareceres claros e suficientes, os profissionais
auditores buscam facilitar a compreensão dos propósitos levantados (CREPALDI,
2013).
34
Disposto pelo Conselho Federal de Contabilidade, Resolução nº 1.202 de 27
de novembro de 2009, considera-se como Trabalho de Asseguração, aquele
realizado por auditor independente cujo objeto fim é garantir aos usuários da
auditoria um maior grau de confiança. Este trabalho é subdivido em dois modelos:
trabalho de asseguração razoável e trabalho de asseguração limitado (CONSELHO
FEDERAL DE CONTABILIDADE, 2009).
Conforme a referida Resolução, o trabalho de asseguração razoável tem o
intuito de reduzir o risco do trabalho a um patamar aceitavelmente baixo, levando em
consideração a forma positiva da conclusão realizada pelo auditor independente. Já
o trabalho de asseguração limitada, tem o intuito de reduzir o risco do trabalho a
níveis considerados aceitáveis. De modo simplificado, o primeiro denomina-se
“auditoria”, enquanto que o segundo denomina-se “revisão” (CONSELHO FEDERAL
DE CONTABILIDADE, 2009).
Nesta linha, Ribeiro explana que a auditoria tem ampliado o seu campo de
atuação no decorrer do tempo, deixou de dedicar-se exclusivamente aos dados
contábeis e passou a averiguar a conformidade e legitimidade das informações
relacionadas às demais áreas. Neste novo conceito, engloba-se a verificação de
procedimentos operacionais que vão além da ciência contábil, como por exemplo, a
verificação dos controles internos e outros setores das entidades (RIBEIRO, 2011).
Corroborando, Perez descreve o profissional em auditoria como aquele
provido de competência legal e, apropriado de conhecimento nas áreas contábeis e
relacionadas. Deste modo, o auditor deve manter-se em constante atualização, tanto
na tangente das alterações normativas ligadas a contabilidade, quanto às técnicas
empresariais em ascensão (PEREZ, 2012).
Relacionado ao desenvolvimento do trabalho de auditoria, Crepaldi conceitua
as normas desta atividade como sendo, o conjunto de regras e requisitos
estabelecidos pelos órgãos reguladores da profissão contábil. Estes pressupostos
devem ser atentamente observados no desempenho da função de auditor, pois,
representam as orientações e diretrizes que norteiam a prática da auditoria. Através
das normas, têm-se um conceito básico e uma noção do que se espera do
profissional auditor, sob aspecto de sua pessoa, qualidade de execução de seu
trabalho, e sobre seu parecer (CREPALDI, 2013).
As normas de auditoria estabelecem modelos padronizados para a execução
técnica do trabalho. Conforme Attie, estes requisitos devem ser atendidos e
35
respeitados pelos profissionais auditores, de modo, a exercer a profissão com
eficiência e fidedignidade, proporcionando maior segurança aos usuários. Tais
normas refletem responsabilidade e padrões de comportamento, tanto na tangente
de capacidade profissional, como habilidade na condução do trabalho (ATTIE,
2011).
Diante do que foi dito até então, é claramente perceptível que a auditoria vem
conquistando espaço no mercado atual. As exigências comprobatórias, impostas
pelos usuários, vem fazendo com que ela cresça e se desenvolva de modo a
restringir a concessão de crédito e a realização de investimentos em entidades que
não tenham suas demonstrações salvaguardadas por meio de auditores
profissionais. Porém, mesmo com este relevante progresso, ainda há um vasto
campo a explorar, tanto sob o aspecto da auditoria interna quanto independente.
2.3 TIPOS DE AUDITORIA
A auditoria, de modo geral, busca transmitir segurança e credibilidade a seus
usuários diante das informações que analisa. Na medida em que esta ciência vem
ganhando espaço dentro do mercado empresarial, assume importantes
incumbências, dentre elas, o fornecimento de subsídios para a gestão e tomada de
decisão dentro das entidades.
Na concepção de Franco e Marra, a auditoria possui uma vasta gama de
classificações, podendo dividir-se de acordo com a aplicabilidade, forma de
execução e finalidade do trabalho. Relacionada ao campo de atuação, pode ser
privada ou governamental; quanto à realização do trabalho, pode ser em âmbito
interno ou externo, e; quanto ao objetivo do trabalho, pode ser caracterizada como
contábil/financeira, operacional ou integrada (FRANCO; MARRA, 2001).
Ainda relacionado aos tipos de auditoria, Neto e Solonca estabelecem a
existência de 3 classes: forma de abordagem; órgão fiscalizador e; área envolvida. A
primeira classe está relacionada à Auditoria Horizontal e Auditoria Orientada, desta
maneira, a horizontal mantém o foco em um tema especifico, enquanto que, a
Orientada visa uma atividade especifica com maior probabilidade de indícios de
erros ou fraudes. Quanto ao órgão fiscalizador, diz respeito a Auditoria interna,
Auditoria externa e Auditoria Articulada onde, a primeira é desempenhada por
funcionários da própria instituição, a segunda é realizada por profissionais externos
36
e sem vínculo com a empresa, já a última é uma mescla das anteriores, ou seja,
envolve tanto profissionais externos quanto internos. Por fim, a área envolvida
corresponde ao local onde será aplicada o exame, seja na área administrativa,
contábil, financeira, operacional e demais (NETO; SOLONCA, 2007).
Corroborando, Crepaldi explana que o papel da auditoria, independentemente
de sua classificação, é proporcionar aos seus usuários informações claras e
fidedignas, capazes de prestar suporte na tomada de decisão. Assim, o processo
auditorial torna-se cada vez mais notório e requisitado dentro das organizações, uma
vez que, controla e presta consultoria acerca do empreendimento (CREPALDI,
2013).
Em complemento, Araújo, Arruda e Barreto ressaltam a importância da
postura ética do auditor frente a execução de seu trabalho. Apesar das
especificidades de cada tipo de auditoria, é imprescindível que o profissional
encarregado desta atividade mantenha o foco e a imparcialidade, principalmente em
se tratando do auditor interno, o qual está mais vulnerável a sofrer com a pressão e
com a influência de fatores internos (ARAÚJO; ARRUDA; BARRETO, 2010).
Assim, de modo a expandir seu campo de atuação, bem como, ampliar suas
contribuições às empresas, a auditoria molda-se conforme as características e
necessidades de seus usuários. Neste contexto, surgem as análises conceituais
relacionadas às multi características e aplicabilidades da auditoria, tanto em âmbito
interno quanto externo.
2.3.1 Auditoria Interna e Auditoria Independente
A auditoria é uma importante ferramenta de trabalho, sua participação no
mercado tem apresentado grande crescimento no decorrer dos anos, muito disto,
graças a eficiência e eficácia que proporciona às empresas. Através de controles de
qualidade e identificação de falhas e inconsistências, a auditoria busca ampliar seu
campo de atuação por meio de sua subdivisão em: interna e independente.
Evidenciada por Ribeiro, a auditoria interna, é aquela desempenhada por
auditores com vínculo empregatício, estes colaboradores têm a tarefa de verificar e
monitorar os controles internos da entidade. Nas situações onde as empresas não
possuem auditor interno em seu quadro funcional, os serviços de auditoria são
realizados por profissionais independentes contratados para esta única finalidade. Já
37
a auditoria externa, também conhecida como auditoria independente, é realizada por
profissionais devidamente habilitados e contratados exclusivamente para a
prestação deste serviço, não possuem vínculo empregatício, o que de certa forma,
contribui para aumentar o grau de credibilidade das demonstrações analisadas
(RIBEIRO, 2011).
Corroborando, Franco e Marra enfatizam que apesar da auditoria interna ser
realizada por funcionários da própria entidade, estes, devem executar suas
atividades sob completa independência profissional. Em suma, são colaboradores
subordinados à administração, porém, encarregados de verificar os fatos pertinentes
sob a ótica de cumprimento às normas de auditoria e legitimidade moral (FRANCO;
MARRA, 2001).
A auditoria interna, conceituada por Oliveira et al., é a análise dos
procedimentos e operações realizados dentro da empresa. Corresponde à
verificação e avaliação das informações com a finalidade de preservar a eficácia e
integridade dos controles internos, bem como, demais setores comerciais e
administrativos da organização (OLIVEIRA et al., 2008).
Complementado por Almeida, a auditoria interna surgiu como uma ferramenta
de apoio a gestão, uma vez que, os diretores nem sempre conseguem acompanhar
todas as rotinas realizadas dentro da empresa. O autor ainda ressalta que, o pleno
suporte à administração somente é possível com a adoção de uma prática auditorial
mais efetiva e periódica, pois, permite maior profundidade dos exames e, por
consequência, ações preventivas e corretivas com maior assertividade. (ALMEIDA,
2012). Nesta linha, Attie ainda ressalta que a prática da auditoria interna se faz
indispensável às entidades empresariais devido sua atuação como ferramenta
operacional e administrativa, através de controle e assessoria (ATTIE, 2011).
Com base no exposto, Ribeiro explica que a prática da auditoria interna
envolve a avaliação de uma série de atividades e áreas dentro da organização,
desde controles internos, passando pelo desempenho dos setores, até chegar à
qualidade de serviços e procedimentos realizados. Tem o intuito de identificar falhas
e desconformidades, para então poder corrigi-las e credibilizar as informações
prestadas. Desta forma, a auditoria interna não deve subordinar-se a qualquer
diretoria, sob o risco de perder sua essência, uma vez que, pela necessidade de
apresentação de relatórios de inconsistência, pode haver a intimidação por parte do
funcionário temendo a perda do emprego (RIBEIRO, 2011).
38
Para Almeida, o auditor interno também deve estar atento às áreas e
atividades que audita, uma vez que, não pode estar vinculado a estes gestores nem
mesmo vir a desenvolver alguma tarefa passível de seu exame futuro. Ainda
conforme o autor, alguns dos principais objetivos da auditora interna estão
relacionados à verificação das normas internas e sua obediência, a averiguação
sobre a necessidade de novos regulamentos, bem como, aprimoramento das
normas vigentes e, a realização de auditorias nas diversas áreas da empresa,
incluindo contabilidade e práticas operacionais (ALMEIDA, 2012). Conforme o autor,
demonstra-se na Ilustração 3 o Organograma da Auditoria Interna.
Ilustração 3: Organograma da Auditoria Interna
Fonte: Adaptado de Almeida (2012, p. 5).
Através da Ilustração 3, Almeida expõe a estrutura organizacional sob
enfoque da auditoria interna, a qual submetesse ao órgão dirigente, porém, apropria-
se de certa independência diante das diretorias. Para Almeida, o profissional auditor
que desempenha suas funções internamente desenvolve, além da função gerencial
de controle, a incumbência de prestar suporte a alta administração, pois, é o
colaborador que atua diretamente com as atividades operacionais e o mais indicado
para reportar informações e fornecer subsídios relevantes (ALMEIDA, 2012).
Com vista a facilitar o entendimento, Franco e Marra discorrem acerca das
vantagens e desvantagens relacionadas a auditoria interna. Como ponto positivo,
têm-se um setor dentro da empresa designado a prestar controle permanente em
relação as práticas adotadas frente aos regramentos pertinentes. Estes
colaboradores realizam verificações em todos os departamentos e buscam colher
39
informações que suportarão as conclusões acerca da assertividade. Em
contrapartida, um ponto desfavorável diz respeito ao risco de estes funcionários
acabarem sendo influenciados pela sua rotina de trabalho, examinando apenas
aquilo que vier até eles ou que lhes for conveniente (FRANCO; MARRA, 2001).
Em relação à auditoria independente, Lins explica que está relacionada à
legitimação dos dados fornecidos pela empresa contratante, sob o princípio de
salvaguardar os usuários diante dos fatos. Compete ao auditor independente,
através do parecer, expressar sua opinião imparcial acerca da real situação do
objeto auditado, tomando por base a consonância das informações frente às normas
competentes (LINS, 2014).
Corroborando com Lins, Crepaldi reforça a ideia de que a auditoria
independente tem por finalidade complementar a auditoria interna e, não substitui-la.
Na concepção do autor, ela busca agregar segurança às avaliações já realizadas
dentro das empresas, e que, por se tratar de um órgão independente, possibilita
maior imparcialidade e confiabilidade perante os usuários (CREPALDI, 2013).
Seguindo esta ideia, Franco e Marra enfatizam que, um dos aspectos que
diferencia a auditoria interna da externa é o nível de independência que o
profissional auditor possui em relação a empresa auditada. Isto se deve aos
objetivos estabelecidos a cada tipo de auditoria, onde o enfoque da auditoria interna
está na assessoria administrativa, enquanto que a independente busca confirmar
informações a fim de prestar contas a terceiros (FRANCO; MARRA, 2001).
Em complemento, Araújo, Arruda e Barreto exaltam que a auditoria
independente é externa à administração da organização. É realizada, geralmente,
por uma empresa composta de especialistas, responsáveis por analisar
tecnicamente as demonstrações contábeis/financeiras e opinar imparcialmente
sobre os resultados, bem como, prezar pela fidedignidade das informações
(ARAÚJO; ARRUDA; BARRETO, 2010).
Conforme disposto pelo Conselho Federal de Contabilidade, Resolução nº.
1.203, o objetivo da auditoria independente é elevar o nível de confiança dos
usuários da contabilidade frente as demonstrações contábeis salvaguardadas pelo
profissional auditor. Este objetivo é alcançado por meio de opiniões completas e
bem fundamentadas conforme estrutura aplicável pelo órgão regulamentador da
classe, onde, a condução adequada da prática auditorial permite e capacita o auditor
40
na formação de sua opinião e, posterior confecção de seu parecer (CONSELHO
FEDERAL DE CONTABILIDADE, 2009).
Nesta linha, Almeida reforça que o auditor externo tem o dever de garantir ao
leitor uma interpretação correta sobre as demonstrações contábeis, sua
preocupação central é impedir que erros, isolados ou cumulativos, distorçam as
informações relevantes. Em vista deste objetivo, o auditor independente se utiliza do
sistema de controle interno para determinar a amplitude de seus testes, sendo que,
no caso de sistemas considerados eficientes, há um volume menor de exames, e no
caso de sistemas menos eficientes, o volume destes é maior (ALMEIDA, 2012).
Conforme Franco e Marra, o auditor independente possui uma grande
responsabilidade para com as demonstrações e atividades que examina, assim,
deve sempre analisá-las com cautela e, valer-se de métodos condizentes com a
situação. Desde que obedeça as normas e leis estipuladas pelos órgãos
regulamentadores, o profissional auditor pode utilizar os métodos e meios que julgar
necessário para a obtenção dos resultados e confecção de seu parecer (FRANCO;
MARRA, 2001).
Neste sentido Almeida explana que o auditor externo deve ter muito cuidado
ao planejar seu trabalho, de modo a exercê-lo da maneira mais adequada e com
vista a avaliar corretamente os controles internos relativos à contabilidade da
empresa. Ainda, incumbe ao mesmo a tarefa de revisar analiticamente as contas
contábeis sob o enfoque de obter evidências comprobatórias acerca dos registros
(ALMEIDA, 2012).
Para Crepaldi, apesar da semelhança existente nos meios utilizados para a
realização do trabalho, a auditoria interna e a auditoria independente apresentam
particularidades em seus objetivos de função. Enquanto a primeira tem caráter
contínuo, voltado ao aprimoramento e controle de atividades, a segunda preocupa-
se em verificar, de forma periódica, os dados já registrados. Apesar do certo grau de
autonomia do auditor interno, sua função depende da entidade, ao contrário do
auditor independente, o qual é livre para opinar frente aos resultados obtidos sem
preocupar-se com represálias (CREPALDI, 2013). Institui-se através de Almeida, as
principais diferenças entre os auditores interno e independente, conforme dispõe a
Ilustração 4:
41
Ilustração 4: Diferenças entre Auditor Interno e Auditor Independente
Fonte: Almeida (2012, p. 06).
Através da Ilustração 4, Almeida ressalta as particularidades existentes entre
as ramificações da auditoria, sob aspecto de autonomia, objetivos e formas de
trabalho do profissional auditor. De forma simples, exemplifica as características de
cada modelo e contribui para a compreensão das respectivas responsabilidades.
Conforme Crepaldi, é permitido ao auditor independente utilizar-se de trabalho
realizado por auditor interno, desde que sejam cumpridos os critérios dispostos pelo
Guia Internacional IFAC (International Federation of Accountants): situação
organizacional, alcance da função, competência técnica e devido cuidado
profissional. Esta prática é realizada, normalmente, na auditoria permanente, que
abrange a avaliação das demonstrações contábeis relacionadas às áreas
operacionais e; na auditoria do balanço, que compreende exclusivamente as
demonstrações contábeis (CREPALDI, 2013).
Devido à necessidade de representatividade da categoria de auditores
independentes, Almeida afirma que, em 13 de dezembro de 1971 foi criado o
Instituto de Auditores Independentes do Brasil, oriundo da união de outros dois
institutos formados por contadores: o Instituto dos Contadores Públicos do Brasil
(ICPB) e o Instituto Brasileiro de Auditores Independentes (IBAI). Surgiu com o
objetivo de reunir em um único órgão os profissionais auditores, contadores atuantes
42
em todas as áreas e, estudantes de ciências contábeis. Porém, apenas em 01 de
julho de 1982, com a abertura de um quadro associativo que contemplava
contadores de várias áreas de atuação, surgiu a sigla IBRACON, correspondente a
Instituto Brasileiro de Contadores (ALMEIDA, 2012).
Em suma, compreende-se que a auditoria interna possui maior abrangência
em relação à auditoria independente, sua atuação dentro da entidade é contínua,
enquanto que a auditoria externa realiza avaliações periódicas. Apesar de valerem-
se de procedimentos semelhantes, estas ramificações possuem objetivos distintos:
A auditoria interna cuida da revisão e aprimoramento de questões operacionais,
tendo sua atenção voltada à contribuição e atingimento de metas estipuladas pela
empresa da qual faz parte; já a auditoria independente é exercida com a finalidade
de credibilizar as informações fornecidas pela organização, o fato de ser realizada
por profissionais contratados exclusivamente para esta finalidade, garante
autonomia e uma maior confiabilidade por parte de acionistas, investidores e
credores.
2.4 AUDITORIA OPERACIONAL E CONTROLES INTERNOS
Além de uma ferramenta de verificação e controle, a auditoria tem se
transformado em uma atividade de assessoria empresarial, a qual contribui nos
negócios e no desempenho das organizações. Na tangente operacional, busca
agregar soluções e possibilidades de melhoria através da verificação dos controles
internos. Controles estes, que assumem papel imprescindível para o pleno
atingimento do resultado projetado.
Conceituada por Crepaldi, a auditoria operacional representa a verificação do
desempenho real apresentado pela entidade, comparando-o com o esperado pela
administração. Consiste em examinar os níveis da organização sob aspecto de
economia, efetividade, eficiência e eficácia, de modo a proporcionar maior êxito aos
negócios através da consultoria de desempenho (CREPALDI, 2013).
Corroborando, os autores Araújo, Arruda e Barreto ressaltam que sua
essência abrange uma série de estudos independentes e sistemáticos de acordo
com a organização. Neste modelo de auditoria, leva-se em consideração as
características e necessidades únicas pertencentes a cada entidade, assim, torna-se
43
indispensável um programa de auditoria personalizado conforme o ramo de atuação
da empresa contratante (ARAÚJO; ARRUDA; BARRETO, 2010).
Ainda sob a ótica dos autores supracitados, a auditoria operacional visa
assessorar na execução das atividades por meio de avaliações qualitativas
relacionadas às operações, tarefas e funções da entidade. Os responsáveis por este
exame devem averiguar se todas as atividades operacionais estão de acordo com o
desempenho esperado e, se este atingimento está amparado pela devida economia
e eficácia (ARAÚJO; ARRUDA; BARRETO, 2010).
Devido ao fato de a auditoria operacional ser bastante ampla, sua execução
demanda um vasto conhecimento sobre o ramo de negócio da empresa e sua
estrutura organizacional. Neste sentido, Crepaldi afirma que este tipo de auditoria é
desempenhado através de revisões metódicas direcionadas à melhoria de
processos, através dos quais, busca-se o atendimento do planejamento e
cumprimento das metas estipuladas pela entidade. Ainda na concepção do autor, é
possível verificar o quão eficaz está sendo a aplicação dos recursos, uma vez que, o
desenvolvimento da empresa está diretamente ligado a eles (CREPALDI, 2013).
Em complemento, Jund explica que a auditoria operacional pode ser
considerada como a auditoria dos 3 E’s, os quais correspondem à Economia,
Eficiência e Eficácia. Tal denominação dá-se em razão de seu enfoque, voltado para
a identificação de falhas e posterior correção na busca pela alavancagem do
resultado e desempenho operacional (JUND, 2007).
Nesta linha, Neto e Solonca, explicam que a auditoria operacional aplica-se
em todos as classes de gestão, desde a fase de projeto e programação, passando
pela execução da tarefa até chegar a supervisão do andamento e resultado. Os
autores ainda complementam que este tipo de auditoria pode avaliar, também, as
decisões tomadas pela administração, a fim de se evidenciar o nível de
assertividade e até qual ponto o resultado foi atingido em relação ao projetado
(NETO, SOLONCA, 2007).
Para Hoog e Carlin, este modelo de auditoria também pode ser considerado
como auditoria de gestão, auditoria de resultados e, até mesmo, auditoria de
desempenho, uma vez que, subsidia a alta administração com informações e
verificações acerca do processo produtivo e estrutura organizacional da entidade.
Estes exames têm por finalidade levar ao conhecimento da diretoria os pontos fortes
44
e principalmente, os pontos fracos da operacionalização, assim, estes processos
podem ser geridos e ajustados da maneira mais adequada (HOOG; CARLIN, 2008).
Ainda sob a ótica dos autores, a auditoria de qualidade corresponde a uma
atividade específica cujo intuito geral é validar a qualidade estrutural e cultural da
organização. Esta verificação ocorre com base em registros patrimoniais, contábeis
e financeiros, os quais são avaliados sob o foco de utilização e resultado,
juntamente com a efetividade dos controles internos (HOOG; CARLIN, 2008).
Em vista à grande importância dos controles internos para o atingimento dos
objetivos, Attie ressalta que ele corresponde ao principal objeto avaliado pela
auditoria operacional, uma vez que, representa o conjunto de artifícios e medidas
adotados pelo conselho administrativo da empresa, cuja finalidade é auxiliar na
tangente do cumprimento às normas legais e atingimento de resultados. Pode-se
afirmar que o controle interno deve atuar de forma preventiva, fornecendo subsídios
para a proteção do patrimônio, exatidão e veracidade dos dados contábeis, além de,
aprimorar a eficiência operacional (ATTIE, 2011).
Corroborando, Almeida explana que os controles internos podem ser
compreendidos como o “[...] conjunto de procedimentos, métodos ou rotinas com os
objetivos de proteger os ativos, produzir dados contábeis confiáveis e ajudar a
administração na condução ordenada dos negócios da empresa.” (ALMEIDA, 2012,
p. 57). Em complemento, Franco e Marra explicam que esta prática de controle
corresponde à busca por instrumentos capazes de monitorar e prever situações que
possam a interferir no resultado da empresa. Em havendo irregularidades, o sistema
de controle interno deve detectar o problema e, apontar o ajuste cabível (FRANCO;
MARRA, 2001).
Neste, sentido, a relevância do controle, para Attie, está relacionada à
impossibilidade de uma empresa ter continuidade sem que disponha de meios para
garantir seu fluxo de operações. O grau de necessidade de controle varia de acordo
com a atividade e fase de desenvolvimento da empresa, onde, entidades em fase
inicial ou com uma carteira de produtos menor, têm necessidade de um controle
menos complexo e rigoroso se comparado a organizações mais desenvolvidas ou
com maior portfólio (ATTIE, 2011).
Em complemento, Jund explica que o controle interno aplica-se tanto em
âmbito geral quanto em procedimentos específicos, seja pertinente à contabilidade
ou à administração. Para o autor, contabilmente, o controle interno serve como meio
45
de salvaguardar os ativos e validar os registros de acordo com as regras pertinentes.
Já sob aspecto administrativo, o controle interno inclui a verificação de
conformidades indiretas à contabilidade, principalmente, na tangente dos programas
de qualidade, treinamento/capacitação de colaboradores e, validação dos subsídios
fornecidos a alta administração para a tomada de decisões (JUND, 2007).
Seguindo a linha proposta, Basso discorre acerca dos objetivos relacionados
ao controle interno, o qual deve: (a) comprovar a fidedignidade dos relatórios e
informações contábil-financeiras da empresa; (b) atuar como ferramenta de
prevenção a erros e fraudes, bem como, promover a descoberta de inconsistências,
a fim de corrigi-las e indicar as responsabilidades; (c) estimular a eficiência e eficácia
profissional através da verificação de desempenho por meio de relatórios; e (d)
resguardar o patrimônio da entidade, por meio da obtenção de um controle global de
tudo aquilo que interage com o negócio da organização (BASSO, 2005).
Conforme Jund, a finalidade macro dos controles internos é padronizar o
conhecimento relativo a determinada atividade, mensurando o desempenho real dos
colaboradores, juntamente com a adoção de ações preventivas. Busca-se por meio
destes controles, assegurar que não ocorram inconsistências graves, e que as
potencialidades sejam administradas adequadamente (JUND, 2007).
Segundo Ribeiro, é indispensável às organizações, a existência de um
sistema de controle interno eficiente, capaz de repelir ações duvidosas relacionadas
às demonstrações financeiras e atividades operacionais. Na certeza que
determinadas ocorrências podem prejudicar a reputação da entidade, tanto perante
seus acionistas, quanto diante do mercado, as providências a serem tomadas em
caso de anomalias devem ser imediatas, e isto, somente é possível graças a
realização de controles efetivos (RIBEIRO, 2011). Em complemento, Attie ressalta
as características que compreendem um sistema de controle interno eficiente:
• Plano de organização que proporcione apropriada segregação de funções entre execução operacional e custódia dos bens patrimoniais e sua contabilização;
• Sistema de autorização e procedimentos de escrituração adequados, que proporcionem controle eficiente sobre o ativo, passivo, receitas, custos e despesas;
• Observação de práticas salutares no cumprimento dos deveres e funções de cada um dos departamentos da organização; e
• Pessoal com adequada qualificação técnica e profissional, para a execução de suas atribuições. (ATTIE, 2011, p. 193).
46
Conforme Padoveze, incumbe ao setor administrativo da auditoria interna
garantir a avaliação permanente dos procedimentos, sistemas, departamentos e
atividades desempenhadas dentro da empresa. O papel da auditoria interna e
operacional consiste em validar se o controle interno está atuando com êxito, ou
seja, se as atividades estão fluindo de acordo com o perfeito cumprimento das
regras e normas da organização (PADOVEZE, 2010).
Corroborando com Padoveze, Crepaldi reforça que a implantação e a
manutenção do controle interno são responsabilidade da administração da empresa,
a qual deve julgar a necessidade e, após a implantação, verificar se os funcionários
estão cumprindo as normas, orientando-os quanto a correta prática laboral. Ainda
conforme o autor, a extensão dos testes relacionados ao controle interno fica a
critério do auditor, uma vez que, por ele é realizado um estudo prévio a fim de se
identificar e apurar o grau de confiabilidade dos controles (CREPALDI, 2013).
Á medida em que o mercado tem se mostrado mais competitivo, os riscos
operacionais têm se intensificado, seja através de irregularidades negociais ou,
mesmo, erros sistêmicos. É inadmissível que as organizações fiquem à mercê de
possíveis informações incorretas ou distorcidas, sob pena de grandes frustrações ou
prejuízos. Diante desta realidade, a auditoria operacional ou de gestão busca
verificar permanentemente os processos desempenhados pela entidade, levando à
alta administração, contribuições para alavancagem de resultados e correção de
situações deficitárias.
Deste modo, o controle interno, principal objeto avaliado pela auditoria interna
e operacional, representa um órgão imprescindível dentro da empresa, pois,
corresponde ao primeiro mecanismo de segurança, responsável por prevenir as
inconsistências e, apontar os erros para que possam ser devidamente corrigidos.
Além disto, se efetivos, contribuem significativamente para o atingimento do
resultado proposto, uma vez que, identificam possibilidades de melhoria e economia
de recursos.
2.5 PLANEJAMENTO E PAPÉIS DE TRABALHO
A realização de uma auditoria representa uma grande responsabilidade.
Espera-se do auditor, durante o exercício de sua função, uma análise consistente
relacionada ao universo de informações e fatores envolvidos nos procedimentos e
47
documentos examinados. Pode-se dizer que, o sucesso de uma auditoria passa,
necessariamente, pela integridade do profissional e por seu nível de organização,
tomando-se por base, o planejamento envolvido no processo e, os papéis de
trabalho confeccionados para a execução do mesmo.
Conforme Attie, a partir do momento em que é contratado um serviço de
auditoria, o profissional designado para sua execução deve, primeiramente, elaborar
o seu plano de trabalho. O auditor, com vista a avaliar os diversos fatores envolvidos
no processo, deve traçar um plano de ação que seja abrangente aos objetivos da
empresa contratante, de modo a avaliar corretamente os controles internos,
dimensionar adequadamente a natureza e volumetria dos exames, para enfim,
opinar sobre as demonstrações cabíveis (ATTIE, 2011).
Na concepção dos autores Araújo, Arruda e Barreto, o planejamento de um
programa de auditoria corresponde aos métodos e táticas abordados para o
desempenho do trabalho. Nesta etapa, o auditor busca selecionar as melhores
técnicas e escolher o caminho mais adequado para alcançar os objetivos propostos,
prezando pela boa qualidade, eficiência e economia na realização da atividade
(ARAÚJO; ARRUDA; BARRETO, 2010).
Corroborando, Franco e Marra ressaltam que o planejamento da auditoria visa
beneficiar o andamento do processo. Sob a ótica de que se têm estabelecidos os
procedimentos e métodos a serem abordados, a equipe responsável pela auditoria
pode atuar concomitantemente, dando agilidade à conclusão da análise dos dados e
informações relacionadas ao trabalho (FRANCO; MARRA, 2001).
Para Attie, o planejamento consiste na elaboração de um plano de trabalho
moldado de acordo com as características e necessidades da empresa auditada.
Neste sentido, o profissional de auditoria possui a incumbência e o compromisso de
realizar a atividade mais adequada e correta possível, pois do contrário, corre-se o
risco de um resultado discrepante com a real situação econômica e financeira da
entidade (ATTIE, 2011).
Ciente de que a fundamentação de argumentos é obtida através das
evidências, Oliveira et al. explanam que um dos objetivos macro da auditoria é a
aplicação de procedimentos adequados a cada caso. Para o autor, os
procedimentos podem ser conceituados como ações praticadas com base em um
conjunto de técnicas estabelecidas, tomando por finalidade a evidenciação de
provas que amparem a conclusão do auditor (OLIVEIRA et al., 2008).
48
Nesta linha, Almeida reforça que o procedimento de averiguação documental
e operacional varia de acordo com as individualidades de cada empresa. A
realização de tal procedimento exige, imprescindivelmente, a construção de um bom
plano de trabalho, centrado na cautela e gerenciamento de riscos, a fim de se evitar
situações de dano à entidade. De forma objetiva, entende-se que as principais ações
de planejamento em auditoria estão ligadas à preparação e a efetivação de reuniões
junto a administração, estudo dos dados obtidos, cálculo estimado das horas de
trabalho e realização de uma auditoria preliminar (ALMEIDA, 2012).
Em complemento, Crepaldi elenca como algumas das vantagens do programa
de auditoria: o estabelecimento de graus de importância relacionados a cada
trabalho; a possibilidade de divisão de tarefas entre os membros da equipe de
auditores; a pro atividade na descoberta de fatos e inconsistências; a definição de
prioridades a serem averiguadas e, uma maior assertividade na administração do
trabalho efetuado (CREPALDI, 2013).
A atividade de auditoria é baseada na coleta, compilação e registro de dados
acerca daquilo que se pretende averiguar. Conforme exaltam Araújo, Arruda e
Barreto, este conjunto de informações corresponde aos papéis de trabalho do
auditor. A representação destes papéis, seja de forma manual ou eletrônica, compõe
a prova do trabalho realizado e, a partir disto, o auditor irá fundamentar sua opinião
e possíveis recomendações relacionadas ao objeto auditado (ARAÚJO; ARRUDA;
BARRETO, 2010).
Para os autores Hoog e Carlin, os papéis de trabalho são documentos
fundamentais para a realização de um trabalho auditorial, uma vez que, constituem a
prova de como ocorreu o processo de auditoria. Através destes papéis, é possível a
compreensão de como foram conduzidas as atividades e a partir de qual método o
auditor concluiu sua análise (HOOG; CARLIN, 2008).
Conforme Sá, os papéis de trabalho são utilizados para “transcrever dados,
fazer anotações, analisar contas, demonstrar cálculos, relatar situações, espelhar
levantamentos, em suma, executar a tarefa de autoria [...]” (SÁ, 2000, p. 162).
Com vista a facilitar o entendimento acerca dos papéis de trabalho da
auditoria, Basso explica que estes documentos subdividem-se em duas categorias:
Papéis de Trabalho Temporários e Papéis de Trabalho Permanentes. A primeira
categoria está relacionada a comprovação de situações relativas a práticas
administrativas, operacionais e contábeis, sendo constituída de anotações e cópias
49
de documentos. Já a segunda categoria, respectivamente, diz respeito à análise
organizacional e estrutural da empresa, tais como, fluxogramas, diagramas, posição
hierárquica, competências, regulamentos e afins (BASSO, 2005).
Seguindo o tema proposto, Franco e Marra afirmam a existência de dois tipos
de relatórios de auditoria: formais e informais. O primeiro modelo é composto de
elementos descritivos ou registrados de forma gráfica, sujeitos à normas e
procedimentos pré-estabelecidos conforme as regras de auditoria. Já o segundo
modelo de relatório, respectivamente, diz respeito à informações e dados não
registrados, mas sim, fornecidos de forma verbal aos administradores da empresa,
geralmente, relacionados a assuntos de menor relevância (FRANCO; MARRA,
2001).
Corroborando, Almeida relaciona os papéis de trabalho às normas
regulamentadoras da auditoria, tendo em vista que, embasado neste regramento o
profissional auditor deverá obter subsídios comprobatórios suficientes para amparar
seu parecer. O cumprimento desta norma pode ser avaliado através dos papéis de
trabalho, tendo em vista que, devem conter todos os fatos e indícios da auditoria
(ALMEIDA, 2012).
Para Franco e Marra, o propósito central dos papéis de trabalho está na
sustentação e embasamento fornecido ao auditor na construção de seu parecer.
Estes documentos representam a forma como foi sucedida a tarefa auditorial sob
aspecto de metodologia, registro de informações e conclusões alcançadas diante
dos fatos examinados. O conjunto de elementos que formam os papéis de trabalho
são os mesmo que irão demonstrar se o auditor conseguiu embasamento suficiente
para ter chegado a seu veredito (FRANCO; MARRA, 2001).
Em complemento, Araújo, Arruda e Barreto enfatizam que, alicerçado nos
papéis de trabalho, o auditor realiza a emissão do seu relatório, o qual representa o
instrumento técnico porta-voz de seus comentários, observações e conclusões
acerca dos resultados obtidos. Por meio do relatório de auditoria, o profissional
busca servir à administração, não como alguém responsável por apontar falhas, mas
na tangente de contribuir na construção de melhorias, necessárias ao bem estar da
organização. Ainda, com base nestes relatórios, os dirigentes e diretores da
empresa podem averiguar e localizar soluções para sanar as eventuais
desconformidades (ARAÚJO; ARRUDA; BARRETO, 2010). Sob a ótica de Almeida,
destacam-se alguns objetivos relevantes acerca dos papéis de trabalho:
50
• Atender as normas de auditoria geralmente estabelecidas;
• Acumular as provas necessárias para suportar o parecer do auditor;
• Auxiliar o auditor durante a execução de seu trabalho;
• Servir como base para avaliação dos auditores;
• Facilitar a revisão por parte do auditor responsável, para que ele assegure de que o serviço foi feito efetuado de forma correta;
• Ajudar no trabalho da próxima auditoria;
• Representar na justiça as evidencias do trabalho executado. (ALMEIDA, 2012, p. 82-83).
Neste sentido, Franco e Marra afirmam que a confidencialidade dos papéis de
trabalho, bem como, o zelo com a elaboração e manutenção destes arquivos, é
dever permanente do auditor. Tendo em vista o comprometimento e
responsabilidade junto a entidade auditada, este profissional têm a incumbência de
preservar o sigilo das informações à sua disposição e zelar pelo bom cuidado do
material por ele desenvolvido, uma vez que, tratam-se de documentos de sua
exclusiva propriedade (FRANCO; MARRA, 2001).
Diante do exposto, ressalta-se a relevante importância atribuída ao
planejamento e aos papéis de trabalho para a execução de um processo de
auditoria. É imprescindível para a execução de um bom trabalho auditorial, que
estes dois componentes estejam plenamente alinhados e tenham a devida atenção,
uma vez que, o sucesso da atividade passa, impreterivelmente, pelo modelo de
trabalho abordado e pelos subsídios utilizados para a confecção do mesmo. O
profissional auditor deve valer-se de bastante cuidado e estudo para o exercício da
função, tanto na tangente do cumprimento às instruções e normativos competentes,
quanto ao embasamento utilizado na confecção de seu parecer ou relatório.
2.6 AMOSTRAGEM E RISCO DE AUDITORIA
Ao estabelecer as dimensões dos testes auditoriais a serem aplicados, o
profissional auditor deve estabelecer os critérios e padrões que serão utilizados para
a seleção da amostragem, uma vez que, é ela quem irá fornecer subsídios para as
conclusões acerca do objeto avaliado. Em paralelo à escolha da amostragem, o
encarregado da auditoria deve atentar para os riscos que esta pode apresentar, ou
seja, caso a amostra seja muito inferior ao indicado, é possível que ocorram
distorções de fatos e informações relevantes ao estudo.
51
Conceituada pelo Conselho Federal de Contabilidade, a amostragem de
auditoria representa a seleção de um grupo inferior a 100% da população, no qual
serão aplicados os testes auditoriais. Cada membro da população deve possuir a
mesma probabilidade de ser escolhido, da mesma forma que, quando maior for a
população maior será a amostra estudada pelo profissional (CONSELHO FEDERAL
DE CONTABILIDADE, 2009).
Visando melhor entendimento do assunto, Filho observa que a amostragem
de auditoria consiste num procedimento técnico, utilizado pelos auditores, para
observar o todo com base em uma parcela do universo. Segundo o autor, na parcela
populacional evidenciada, busca-se conhecer e reunir elementos com características
e atributos semelhantes, capazes de proporcionar uma visão macro do universo sem
que sua totalidade seja verificada (FILHO, 2011). Complementado pelo Tribunal de
Contas da União, as técnicas de amostragem:
[...] visam coletar e avaliar evidencias numéricas das entidades administrativas no intuito de determinar e relatar o grau de adequação das informações obtidas a critérios previamente definidos. Isso se deve à natureza antieconômica das auditorias que pretendam investigar todo o universo visado. (BRASIL, 2002, p. 15).
Seguindo a ideia proposta, Hoog e Carlin explicam que não há uma maneira
plenamente assertiva de se definir o tamanho de uma amostra e, por mais que o
auditor tenha se utilizado das melhores técnicas, é impossível estabelecer uma
fórmula que seja definitiva e totalmente confiável. Esta eterna incerteza deve-se ao
fato de que os elementos determinantes para a extensão dos testes são: a
confiabilidade que se tem nos controles internos da entidade e, a expectativa que o
profissional possui para com os mesmos (HOOG; CARLIN, 2008). Neste contexto, o
Conselho Federal de Contabilidade, por meio da Resolução nº 1.222, explica que:
A amostragem de auditoria permite que o auditor obtenha e avalie a
evidência de auditoria em relação a algumas características dos itens
selecionados de modo a concluir, ou ajudar a concluir sobre a população da
qual a amostra é retirada. A amostragem em auditoria pode ser aplicada
usando tanto a abordagem de amostragem não estatística como a
estatística. (CONSELHO FEDERAL DE CONTABILIDADE, 2009, p. 8).
Corroborando, Araújo, Arruda e Barreto discorrem sobre as definições de
amostragem, as quais podem ser probabilísticas ou subjetivas. Para os autores, a
52
amostragem probabilística, também conhecida como estatística, corresponde à
seleção de elementos que compõe o conjunto estudado pela teoria de
probabilidades ou regras estatísticas. Sua utilização é indicada nos casos onde a
população possui características de homogeneidade. Já a amostragem subjetiva,
também chamada de não-estatística, emprega os elementos abordados pelo autor
com base em seu próprio julgamento, o qual pode ser conduzido mediante
experiência prévia, conhecimento ou critérios baseados na entidade analisada
(ARAÚJO; ARRUDA; BARRETO, 2010).
Complementado o raciocínio sob a ótica de Jund, a principal diferença entre
estes modelos de amostragem está no fato de que a probabilística baseia-se na
seleção aleatória e distribuição amostral, ao ponto que, a subjetiva vale-se de
critérios pessoais do auditor com base em sua bagagem de conhecimento e
experiência (JUND, 2007).
Relacionado às técnicas de amostragem, o Tribunal de Contas da União
revela, através Ilustração 5, a existência dos quatro principais métodos utilizados
para a definição de uma amostra probabilística:
Ilustração 5: Técnicas de Amostragem em Auditoria
Fonte: Adaptado de Brasil (2002).
53
Conforme disposto na Ilustração 5, a realização de uma auditoria requer do
profissional responsável, a definição de uma amostra confiável e suficiente, a qual
passa, impreterivelmente, pela escolha de uma das técnicas supracitadas. Cada um
destes tipos de seleção amostral possui características próprias e, meios de
aplicação diferentes, algo que o profissional auditor deve ter muito cuidado, uma vez
que, todos os elementos devem ter a mesma probabilidade de serem escolhidos.
Com base no exposto, Araújo, Arruda e Barreto explicam que a eficácia na
escolha da amostragem é atingida por meio da definição do método mais adequado
ao trabalho que se pretende realizar (ARAÚJO; ARRUDA; BARRETO, 2010). Sob a
ótica dos mesmos autores, as principais formas de seleção amostral são:
Aleatória ou Randômica: conforme o próprio nome revela, esta seleção busca
definir os membros aleatoriamente, onde, todos possuem a mesma probabilidade de
serem sorteados. Para a confecção desta amostra utiliza-se, geralmente, tabelas
numéricas aleatórias, tabelas estas, que correspondem aos itens da população,
assim, com base nestes números é sorteada a amostra dentro do universo que se
pretende estudar (ARAÚJO; ARRUDA; BARRETO, 2010);
Sistemática ou Por Intervalo: seleção utilizada quando há um intervalo
constante entre cada item escolhido. A opção por este método deve atender a dois
requisitos básicos: (1) o item inicial deve ser escolhido de forma aleatória; (2) os
itens não devem estar organizados de modo a influenciar a escolha (ARAÚJO;
ARRUDA; BARRETO, 2010);
Casual: a seleção casual é feita com base no conhecimento ou experiência do
auditor. É valida, desde que, não haja a intenção de incluir ou excluir itens que
sejam significativos ao processo (ARAÚJO; ARRUDA; BARRETO, 2010).
Sob a ótica de Crepaldi, um ponto de atenção a ser observado pelo auditor é
a relação direta entre a amostra e o universo a ser estudado, pois, com base no
volume amostral escolhido o profissional deverá montar seu parecer. Segundo o
autor, deve-se se ter a clareza de que existem riscos em se trabalhar com
amostragem, portanto, o profissional precisa considerar alguns aspectos, como: o
volume populacional, o tamanho da amostra, o risco de amostragem e, os erros
esperados e toleráveis (CREPALDI, 2013).
Neste contexto, Araújo, Arruda e Barreto explicam que o tamanho da amostra
está atrelado a parâmetros de confiança, precisão, desvio padrão e tamanho
populacional, onde, a dimensão destes elementos influencia diretamente no risco de
54
amostragem. Assim, quanto menor for o risco que o auditor está disposto a correr,
maior deverá ser o volume amostral escolhido, da mesma forma que, quanto menor
for a aceitabilidade de erros, toleráveis e esperados, maior deverá ser o volume de
itens analisados (ARAÚJO; ARRUDA; BARRETO, 2010).
Relacionado ao risco de auditoria, o mesmo é conceituado pelo Conselho
Federal de Contabilidade, através da Resolução nº 1.203, como “o risco de que o
auditor expresse uma opinião de auditoria inadequada quando as demonstrações
contábeis contiverem distorção relevante”. (CONSELHO FEDERAL DE
CONTABILIDADE, 2009, p. 6). Ainda conforme o referido órgão, para o
estabelecimento deste risco, o auditor deve analisar uma série de fatores relativos
ao controle e ao ambiente da entidade, informações estas que, vão desde as
incumbências e envolvimento dos administradores, até chegar às políticas de
condução do negócio, passando pelos sistemas de controle interno, colaboradores
com acesso aos dados contábeis e estrutura organizacional da empresa
(CONSELHO FEDERAL DE CONTABILIDADE, 2009).
Neste sentido, Franco e Marra explicam que a existência de risco em auditoria
é relativa, dado ao fato de que este não se apresenta de forma padronizada, ou seja,
cada entidade e cada objeto analisado pode conter determinada forma ou incidência
de risco. O que se pode fazer para minimizar esta possibilidade de incidência é
manter um planejamento auditorial constante, com busca por especialização e
aperfeiçoamento, de modo a prevenir e analisar as potencialidades (FRANCO;
MARRA, 2001).
Contribuindo com Franco e Marra, Araújo, Arruda e Barreto afirmam que o
risco auditorial toma maior proporção e gravidade ao ponto em que a possiblidade
de erro ultrapassa a barreira do equívoco e desatenção, assumindo caráter
fraudulento e intencional. Durante um processo de auditoria existe a possibilidade de
erros, no entanto, cabe ao profissional auditor garantir que estes não assumam
grande relevância, ou seja, que estes por menores não interfiram ou sejam
prejudiciais à confiabilidade da conclusão atingida (ARAÚJO; ARRUDA; BARRETO,
2010).
Nesta linha, sob a premissa de minimizar as incidências e potencialidades
relacionadas à auditoria, o Conselho Federal de Contabilidade discorre acerca do
assunto afirmando que a avaliação dos riscos deve ser efetuada já no momento em
que se planeja o trabalho. Segundo o órgão, este risco de detecção está diretamente
55
ligado à natureza, tempo e volumetria das práticas adotadas pelo profissional de
auditora na busca pela redução do risco auditorial. Desta forma, algumas ações que
auxiliam neste controle estão atreladas ao adequado planejamento; escolha de uma
equipe capacitada e bem orientada, na qual a designação de tarefas vai de acordo
com o perfil e conhecimento do responsável, e; supervisão e controle relativo ao
processo de auditoria efetuado, de modo a desenvolver a eficiência e eficácia do
procedimento (CONSELHO FEDERAL DE CONTABILIDADE, 2009).
Segundo Crepaldi, os riscos de auditoria classificam-se nas seguintes formas:
(a) Detecção: relacionado à possibilidade de não identificação de erros relevantes,
os quais passariam despercebidos pelos testes aplicados; (b) Controle: voltado à
possibilidade dos controles existentes não conseguirem identificar algum erro em
potencial; (c) Inerente: risco de que informações importantes possam estar
distorcidas, presumindo-se um controle deficitário (CREPALDI, 2013).
Atrelado ao risco de auditoria têm-se o risco de amostragem, o qual, conforme
a Resolução nº 1.222 emitida pelo Conselho Federal de Contabilidade, representa a
possibilidade de se construir um entendimento diferente do que se teria alcançado
caso fosse analisada toda a população. A exposição a este risco pode ocasionar
dois tipos de equívocos conclusivos:
(a) no caso de teste de controles, em que os controles são considerados mais eficazes do que realmente são ou no caso de teste de detalhes, em que não seja identificada distorção relevante, quando, na verdade, ela existe. O auditor está preocupado com esse tipo de conclusão errônea porque ela afeta a eficácia da auditoria e é provável que leve a uma opinião de auditoria não apropriada.
(b) no caso de teste de controles, em que os controles são considerados menos eficazes do que realmente são ou no caso de teste de detalhes, em que seja identificada distorção relevante, quando, na verdade, ela não existe. Esse tipo de conclusão errônea afeta a eficiência da auditoria porque ela normalmente levaria a um trabalho adicional para estabelecer que as conclusões iniciais estavam incorretas. (CONSELHO FEDERAL DE CONTABILIDADE, 2009, p. 5)
Diante disto, Crepaldi ressalta a importância de se definir uma amostra
adequada e suficiente, capaz de refletir com fidedignidade a imagem do todo
populacional perante os testes aplicados pelo auditor (CREPALDI, 2013).
Em suma, pode-se afirmar que a amostragem é um meio utilizado pelos
auditores para coletar informações, mensurar dados e emitir opiniões/pareceres
acerca da regularidade ou não do objeto avaliado perante às normas competentes.
56
Trata-se de uma técnica cujo intuito é observar o universo geral por meio de uma
fração devidamente designada, a qual deve ser confiável a ponto de não transmitir
imagens distorcidas se comparadas ao todo populacional. Por se tratar de uma
parcela, não há como garantir plena exatidão e confiabilidade, pois, não se sabe o
que os itens não selecionados contém, entretanto, através do planejamento e
técnicas adequadas, o auditor é capaz de reduzir, consideravelmente, a
probabilidade de incidências, as quais, podem acarretar em prejuízos a entidade.
2.6.1 Erros e Fraudes
A atividade de auditoria tem por finalidade auxiliar e apoiar a administração
das empresas quanto à tomada de decisão por meio da validação e confirmação das
informações que analisa. Entretanto, mesmo sem seu objetivo principal ser a busca
por erros e fraudes, os mesmos acabam por ser descobertos durante o processo de
verificação contábil e operacional. Em primeira instância, tais irregularidades devem
ser apontadas pelos controles internos da entidade, porém, em casos mais
complexos, a real situação é descoberta apenas mediante auditoria, seja ela interna
ou independente.
Durante o processo auditorial, é comum que o auditor se depare com
situações irregulares, entretanto, nem sempre é fácil identificar se tal ato falho
caracteriza-se como um erro ou uma fraude, em virtude de sua grande semelhança.
Comprovando o exposto, o Conselho Federal de Contabilidade, através da
Resolução nº 986, conceitua e explica ambos os termos. Primeiramente, o órgão
supracitado caracteriza como “fraude” a ação dolosa e intencional de adulterar,
manipular e omitir documentos, informações, registros e demais dados vinculados a
demonstrações contábeis e financeiras sob a ótica de forçar determinado
entendimento indevido. Em segundo lugar, o “erro” caracteriza-se como um ato falho
não intencional, gerado por meio de desatenção, desconhecimento ou má
interpretação acerca de determinado documento ou situação, não caracteriza-se
como má fé em virtude de ser um ato sem a consciência de prejuízo aos envolvidos
(CONSELHO FEDERAL DE CONTABILIDADE, 2003).
Conforme Ribeiro, muitas fraudes podem ocorrer dentro das empresas, ou
seja, ações baseadas na intenção de cometer algum tipo de delito. Diante disto, o
profissional auditor deve estar muito atento, principalmente em relação a duas
57
situações fraudulentas em especial: a apropriação indevida de ativos, e, a distorção
proposital das informações contábeis, esta, sob a premissa de promover equívoco
de interpretação e, consequentemente, a obtenção de algum tipo de vantagem
(RIBEIRO, 2011). Entretanto, conforme dispõe a NBC TA 200 (R1) emitida pelo
Conselho Federal de Contabilidade:
A fraude pode envolver esquemas sofisticados e cuidadosamente organizados para sua ocultação. Portanto, os procedimentos de auditoria aplicados para coletar evidências de auditoria podem ser ineficazes para a detecção de distorção relevante que envolva, por exemplo, conluio para a falsificação de documentação que possa fazer o auditor acreditar que a evidência de auditoria é válida quando ela não é. (CONSELHO FEDERAL DE CONTABILIDADE, 2016, p. 19).
Na tangente de erros, Crepaldi afirma que possuem caráter involuntário, ou
seja, o sujeito não busca obter vantagem ou benefício ilícito advindo desta ação.
Conforme o autor os principais erros encontrados através de auditoria estão
vinculados a desatenção ou falta de pleno conhecimento sobre a atividade, podendo
citar-se por exemplo: esquecimento na entrega de determinado documento à
contabilidade, erro de interpretação na compilação do inventário, entre outros
(CREPALDI, 2013).
Frisando a importância de um controle interno eficiente, Ribeiro afirma que as
rotinas de verificação constituem uma ferramenta de grande valia para a redução de
práticas inadequadas e incorretas. Também, conforme o autor, nas situações onde a
auditoria identificar irregularidades, fica sob a incumbência do auditor, a avaliação de
relevância e consequência destas frente a imagem e credibilidade da organização.
Ressalta-se ainda que a prevenção dos erros e falhas é responsabilidade da
administração e, que o auditor tem o objetivo de verificar as informações,
identificando situações potenciais (RIBEIRO, 2011).
Corroborando, a NBC TA 200 (R1), emitida pelo Conselho Federal de
Contabilidade, afirma que é impossível ao auditor garantir a segurança absoluta das
demonstrações contábeis em virtude da incapacidade prática de se reduzir a zero o
risco de auditoria. Desta forma, é inegável a possibilidade de que algum erro ou
fraude passe despercebido no momento das avaliações, isto porque, existem
limitações inerentes ao processo auditorial, inclusive a própria amostra, através da
qual o profissional baseia sua conclusão (CONSELHO FEDERAL DE
CONTABILIDADE, 2016).
58
Por fim, vale ressaltar que durante o processo auditorial, a constituição da
amostra é fundamental para uma boa análise acerca do objeto de estudo.
Entretanto, devido a auditoria possuir limitações inerentes, é impossível que se
obtenha plena segurança em relação às demonstrações contábeis, as quais podem
ter erros ou fraudes muito bem planejadas e quase imperceptíveis. A implantação e
manutenção de um controle interno eficiente, capaz de antever tais situações é de
responsabilidade da empresa, ficando sob a incumbência do profissional auditor,
apenas, verificar a conformidade das informações e, ao detectá-las repassar à alta
administração.
2.7 PROCEDIMENTOS, NORMAS E RELATÓRIOS DE AUDITORIA
A atividade de auditoria representa uma ferramenta de asseguração e
comprovação, através da qual, avaliam-se as informações fornecidas pelas
empresas, validando sua consonância frente às normas regulamentadoras. Por meio
de testes e procedimentos técnicos, busca-se garantir a fidedignidade do objeto
auditado sob a premissa de fornecer subsídios a seus usuários. A aplicação destes
testes, bem como procedimentos, deve seguir uma série de regramentos e
metodologias, os quais são imprescindíveis para que obtenha êxito no trabalho e, o
relatório confeccionado apresente uma conclusão assertiva.
Sob a ótica de Attie, os procedimentos de auditoria são caracterizados como
ferramentas técnicas utilizadas pelo profissional de auditoria na consecução de
informações necessárias à realização do trabalho. Na concepção do autor, a adoção
destes métodos vai de acordo com os objetivos e metas traçados pela empresa,
onde, através dos dados colhidos e analisados, busca-se fornecer uma opinião
imparcial e de caráter consultivo à administração (ATTIE, 2011).
Complementado por Oliveira et al., os procedimentos realizados pelo auditor
devem adequar-se à especificidade de cada caso, onde o intuito é proporcionar
evidências capazes de sustentar o parecer de auditoria (OLIVIERA et al.,2008).
Corroborando, Almeida explica que os procedimentos auditoriais correspondem às
técnicas utilizadas para o levantamento de indícios relativos ao objeto analisado, os
quais podem ser alcançados por meio de inspeções documentais, conferência e
contagem física, comprovação por meio de cálculos, validação de informações com
terceiros, entre outros (ALMEIDA, 2012).
59
Nesta linha, o Conselho Federal de Contabilidade, em sua Resolução nº 986,
afirma que os procedimentos de auditoria representam o conjunto de avaliações e
averiguações realizadas pelo auditor interno com o intuito de auxiliar a gestão
empresarial na tomada de decisão. Estes exames incluem testes substantivos e de
observância, os quais permitem ao profissional obter os dados necessários para
embasar e fundamentar suas conclusões acerca do objeto auditado (CONSELHO
FEDERAL DE CONTABILIDADE, 2003).
Conforme Jund, estes procedimentos dividem-se em testes substantivos e
testes de observância. Assim, o primeiro diz respeito às avaliações realizadas com o
objetivo de se obter evidências quanto à validade, exatidão e suficiência dos dados e
informações fornecidos pela empresa, enquanto que o segundo está relacionado à
obtenção de razoável segurança acerca dos métodos e políticas adotados pela
administração sob a ótica de verificar se estão de efetivo acordo com o planejado.
(JUND, 2007).
Em comprovação à ideia do autor, a Resolução nº 986 do Conselho Federal
de Contabilidade discorre acerca dos testes de auditoria, onde, os testes de
observância buscam agregar segurança quanto à efetividade dos controles internos
constituídos pela administração da empresa, avaliando seu funcionamento e
cumprimento perante os colaboradores e administradores da organização. Já em
relação aos testes substantivos, o mesmo órgão corrobora ao afirmar que seu intuito
é evidenciar a suficiência, a validade e a exatidão dos documentos elaborados pela
entidade. (CONSELHO FEDERAL DE CONTABIIDADE, 2003).
Em relação à importância dos procedimentos de auditoria, Perez explica que
estes são indispensáveis no auxílio ao planejamento auditorial e ao fortalecimento
da compreensão macro dos negócios pertencentes à empresa auditada.
Compreendem, através de uma visão global, a análise dos resultados e informações
relevantes à gerência da entidade (PEREZ, 2012).
Corroborando, Araújo, Arruda e Barreto estabelecem como os principais
procedimentos de auditoria: (1) Exame de registros: consiste na avaliação dos
registros sob a ótica de testar sua adequação e assertividade; (2) Exame
documental: relacionado à avaliação dos documentos que comprovam os fatos que
estão sendo auditados; (3) Entrevista: corresponde à aplicação de um questionário,
padronizado ou não, aos envolvidos no processo de auditoria; (4) Conferência de
Cálculo: consiste na verificação dos cálculos relevantes sob a premissa de testar
60
sua exatidão; (5) Inspeção Física: corresponde a contagem de bens ou pessoas com
o intuito de comprovar sua existência e quantidade dentro da organização; (6)
Circularização: validação de informações e saldos da empresa para com terceiros
(ARAÚJO, ARRUDA; BARRETO, 2010).
Desta forma, Crepaldi resume os procedimentos de auditoria como a
descrição das tarefas efetivamente realizadas pelo auditor durante a execução de
seu trabalho (CREPALDI, 2013). Complementado pela Resolução nº 986 do
Conselho Federal de Contabilidade, estes procedimentos devem ser adequados à
entidade analisada sob o intuito de “[...] assegurar que as contingências ativas e
passivas relevantes [...] foram identificadas e são do conhecimento da administração
da entidade.” (CONSELHO FEDERAL DE CONTABILIDADE, 2003, p. 5).
Na tangente dos trabalhos de auditoria, Attie ressalta que as normas
correspondem ao norteador que auxilia o profissional na definição e extensão dos
testes que se pretende aplicar no serviço. Já os procedimentos representam as
ações realizadas para o atingimento dos objetivos traçados. Conforme o autor, os
procedimentos relacionam-se com a execução prática e operacional do trabalho,
enquanto que as normas agregam qualidade ao mesmo (ATTIE, 2011).
Partindo do exposto, Hoog e Carlin explicam que as normas de auditoria
assumem grande relevância para o desempenho da atividade de auditoria, uma vez
que, transmitem confiança aos usuários acerca da condução das atividades. Estas
regras, numa visão geral, contribuem para agregar qualidade e padrão técnico no
serviço desempenhado pelo auditor (HOOG; CARLIN, 2008).
Conceituadas por Crepaldi, as normas de auditoria são os requisitos e
diretrizes a serem observadas pelo auditor no desempenho de sua função. Estas
regras dizem respeito à maneira como deve ser conduzido o trabalho sob o aspecto
de garantir a obediência do profissional quanto ao padrão exigido pelos órgãos
regulamentadores da classe. Através delas, é estabelecido o conceito básico acerca
das exigências relativas à pessoa do auditor, à execução do trabalho e ao parecer
que deverá ser emitido (CREPALDI, 2013).
A fim de proporcionar melhor entendimento acerca do assunto, Jund explica
que as normas de caráter profissional estão atreladas à pessoa do auditor, bem
como, sua competência e qualificação técnica. Já as normas relativas à execução do
trabalho dizem respeito à maneira como devem ser conduzidas as atividades,
independentemente do tipo de sujeito como se classifica o auditor (interno ou
61
independente). Por fim, as normas relativas ao parecer abordam aspectos
relacionados ao conteúdo e a forma de escrita que deve ser elaborada no parecer
de auditoria. De modo geral, estas diretrizes têm a premissa de instruir o auditor
quanto à postura profissional, qualificação técnica, forma de condução do trabalho e
elaboração do parecer, características necessárias e indispensáveis para a
obtenção de êxito no desempenho da função (JUND, 2007).
Em comprovação ao evidenciado por Crepaldi e Jund, o Conselho Federal de
Contabilidade, através da Resolução nº 1.328, atualiza e disponibiliza o conjunto
normativo acerta do regramento pertinente à pessoa do auditor, à execução do
trabalho e ao parecer de auditoria. Conforme a norma, o trabalho de auditoria deve
ser desempenhado por pessoa devidamente habilitada perante o Conselho Regional
de Contabilidade ao qual pertence, tendo reconhecida sua experiência e treinamento
que lhe permitam desempenhar a função de auditor (CONSELHO FEDERAL DE
CONTABILIDADE, 2011).
Segundo Almeida, não apenas o Conselho Federal de Contabilidade (CFC)
e/ou o Conselho Regional de Contabilidade (CRC) emitem normativos e diretrizes
para a condução dos trabalhos auditoriais. Existem diversos outros órgãos que são
responsáveis por direcionar os profissionais desta classe no desempenho de suas
atividades, dentre eles cita-se: a Comissão de Valores Mobiliários (CVM), o Instituto
dos Auditores Internos do Brasil (AUDIBRA) e o Instituto dos Auditores
Independentes do Brasil (IBRACON). O autor ainda que ressalta que, no
desempenho de suas funções o auditor deve estar atento a todos os regramentos
vigentes aos quais está sujeito (ALMEIDA, 2012).
Complementado por Attie, “as normas dizem respeito não apenas às
qualidades profissionais do auditor, mas também a sua avaliação pessoal pelo
exame efetuado e do relatório emitido.” (ATTIE, 2011, p. 55).
Baseado nos procedimentos e normas, o fim do processo de auditoria dá-se
com a emissão do relatório, o qual é conceituado por Araújo, Arruda e Barreto como
uma descrição da atividade desempenhada, onde o auditor relata, detalhadamente,
os fatos constatados através das evidências colhidas durante seus exames. Para os
autores, o relatório de auditoria corresponde ao produto final do serviço e,
consequentemente, a etapa mais significativa do processo (ARAÚJO; ARRUDA;
BARRETO, 2010).
62
Seguindo a temática proposta, Franco e Marra afirmam que o relatório, por se
tratar do fechamento do serviço, deve ser muito bem elaborado pelo profissional.
Com vista à proporcionar entendimento relativo à atividade auditorial, o relatório
deve informar aos usuários, exatamente, o trabalho que foi realizado, o alcance que
esta atividade obteve, a metodologia utilizada na execução, os fatos relevantes
percebidos e as conclusões a que se chegou mediante aos indícios obtidos
(FRANCO; MARRA, 2001).
Sob a ótica de Jund, os relatórios têm o intuito de servir a entidade como
fornecedores de subsídios, estes, relacionados ao resultado apresentado na
auditoria, importância do parecer do auditor para empresa e, qual a mensagem deve
ser recebida com base nas conclusões (JUND, 2007). Corroborando com Jund,
Basso discorre acerca dos tipos de relatório: Formais e Informais. Como o próprio
nome sugere, os relatórios formais são aqueles redigidos formalmente, conforme
normas e procedimentos de auditoria, e entregues a administração. Já os relatórios
informais correspondem à transmissão de informação através de via não escrita, ou
seja, verbal (BASSO, 2005).
Ainda relacionado aos tipos de relatório, Araújo, Arruda e Barreto explicam
que o auditor pode apresentar os resultados de seu trabalho através de duas
maneiras: a primeira, através do parecer de auditoria, utilizado nas ocasiões onde o
procedimento de avaliação atem-se às demonstrações contábeis. E a segunda,
através do relatório amplo, destinado às avaliações pertencentes à auditoria
operacional. Na concepção dos autores, o parecer corresponde a um relatório
resumido, onde o auditor opina em relação as demonstrações contábeis (ARAÚJO;
ARRUDA; BARRETO, 2010).
Nesta linha, Crepaldi exalta a existência dos seguintes tipos de parecer: (a)
Com Ressalva; (b) Sem Ressalva; (c) Adverso; (d) Com Abstenção de Opinião; (e)
Parágrafo de Ênfase, e (f) Relacionado às Transações entre Partes Relacionadas
(CREPALDI, 2013).
Em suma, Franco e Marra afirmam que tanto a confecção do relatório quanto
do parecer deve ser feita de modo a transmitir ao interessado, informações claras,
objetivas, fidedignas e devidamente embasadas através evidências e da obediência
às normas regulamentadoras. Recai sobre o auditor a responsabilidade de redigir
um relatório ou parecer com todas as informações relevantes e devidamente
63
estruturado, de modo a proporcionar pleno entendimento ao receptador da
mensagem (FRANCO; MARRA, 2001).
Com base no descrito até então, percebe-se a grande relevância dos
procedimentos, normas e relatórios de auditoria, onde, através destes, o auditor
conduz e entrega suas atividades às organizações com maior qualidade e eficiência.
Através dos procedimentos, têm-se um norteador e um script para o desempenho da
atividade auditorial, a qual é regulamentada conforme os órgãos específicos
(auditoria interna ou independente), sob o intuito de garantir a segurança e o padrão
de excelência exigido no desempenho da função. Por fim, o relatório ou parecer de
auditoria busca transmitir à empresa o resultado que o auditor obteve através dos
testes aplicados, sendo um fator de muita importância para a tomada de decisões e
ajustes de rota, visando o crescimento do empreendimento e a correção de
eventuais situações.
2.8 GESTÃO DE PROCESSOS EMPRESARIAIS
O mundo empresarial vive em constante mudança, inovações surgem a todo
momento e a complexidade desta realidade contemporânea nos remete à busca por
melhorias contínuas. Com vista a atender o cliente da maneira mais assertiva,
muitas organizações vêm adotando estratégias e projetos sistematizados, os quais
segmentam por perfil e habilidade os profissionais responsáveis pelas diversas
atividades, desde o atendimento até a parte administrativa do negócio.
A mudança de práticas laborais é algo que demanda tempo e adaptabilidade,
exigindo uma série de estudos e análises acerca dos fatores envolvidos no
planejamento. Neste sentido, Meyer explana que o planejamento consiste em um
processo desenvolvido sob a premissa de otimizar a eficiência humana através de
um conjunto de metas e objetivos a serem observados durante um determinado
período (MEYER, 1997).
Neste sentido, Chiavenato complementa que o planejamento representa a
função primordial da administração. Por tratar-se da base às demais funções,
corresponde a uma antecipação de pensamento com o intuito de construir meios
para conquistar objetivos futuros. Fundamental para o sucesso da organização, o
planejamento divide-se em três níveis hierárquicos com vista a atender as
64
necessidades da empresa: Planejamento Estratégico, Tático e Operacional
(CHIAVENATO, 2014). Planos estes, dispostos na Ilustração 6:
Ilustração 6: Organograma do Planejamento Empresarial
Fonte: Adaptado de Chiavenato (2014, p. 138).
Conforme Ilustração 6, têm-se desenhado por Chiavenato o organograma de
planejamento, em que especifica-se os níveis hierárquicos de cada tipo, bem como,
o período a que se refere a estratégia: curto, médio e longo prazo, sempre com vista
a atingir o resultado através de uma visão futurista e, do atendimento à missão
organizacional (CHIAVENATO, 2014).
Com vista a proporcionar melhor entendimento sobre planos empresariais,
Prado e Archibald discorrem acerca do planejamento estratégico, o qual
corresponde à estruturação de um processo cuja finalidade é identificar os objetivos
macro dentro da entidade e traduzi-los em ações estratégicas. A execução destas
iniciativas dar-se-á por meio de projetos e processos específicos a serem criados ou
aprimorados dentro da empresa (PRADO; ARCHIBALD, 2004).
Em relação ao planejamento tático, Chiavenato explica que está na faixa
intermediária da hierarquia, sendo responsável pela recepção das propostas
advindas da alta administração, bem como, tradução destas em ações estratégicas
e planos operacionais. Busca meios para garantir a entrega das metas estipuladas
65
para os departamentos e unidades da organização sob o enfoque de médio prazo.
Já o planejamento operacional visa traçar caminhos e maneiras para a obtenção dos
propósitos operacionais dentro da empresa, onde o desenvolvimento das tarefas
deve ser o mais assertivo e sob a ótica de promover resultados a curto prazo
(CHIAVENATO, 2014).
De modo geral, o intuito do planejamento é servir como ferramenta de auxílio
à empresa na previsão de possíveis acontecimentos e ações cabíveis em cada
situação. Desta forma, Oliveira ressalta que:
O propósito do planejamento pode ser definido como o desenvolvimento de processos, técnicas e atitudes administrativas, as quais proporcionam uma situação viável de avaliar as implicações futuras de decisões presentes em função dos objetivos empresariais que facilitarão a tomada de decisão no futuro de modo mais rápido, coerente, eficiente e eficaz. (OLIVEIRA, 2013, p. 05).
Nesta linha de raciocínio, Vargas conceitua projeto como uma iniciativa
provida de sequência lógica, ou seja, com a clareza de início e fim, onde a finalidade
se dá pelo atingimento de um objetivo pré-estabelecido. Conforme o autor, um
projeto sempre é gerido por pessoas, que irão administrá-lo sob parâmetros de
qualidade, custo, definição de tempo e recursos (VARGAS, 2004).
Complementado por Baguley, um projeto representa o conjunto de eventos
interligados entre si, que possui por desígnio o atingimento do resultado proposto
pelos envolvidos, levando-se em consideração o espaço de tempo delimitado para
sua execução. Segundo o autor, um projeto pode ser qualquer coisa que se
pretenda fazer, independente de dimensão (grande ou pequeno), podendo estar
relacionado a algo tangível ou intangível e, que não possui limite de recursos
aplicados nem de pessoas envolvidas (BAGULEY, 1999).
Neste sentido, os autores Gido e Clements explanam acerca dos atributos de
um projeto, onde, independentemente dos fatores, sempre há um nível de incerteza
envolvida. Qualquer projeto que se pretenda desenvolver é destinado a um cliente,
seja externo ou interno, que irá fornecer subsídios para sua realização. A
composição do projeto se dá por uma série de atividades independentes, com a
utilização de vários recursos e sob a premissa de vida finita, onde o resultado final
deve atingir o objetivo proposto e gerar plena satisfação ao cliente (GIDO;
CLEMENTS, 2001).
66
Em estando estabelecida a criação de um projeto, faz-se necessário gerenciá-
lo, de modo a garantir que as etapas sejam realizadas corretamente e, que as coisas
saiam conforme planejado. Comprovando o exposto, o órgão do governo britânico,
Office of Government Commerce, estabelece que a gestão de processos diz respeito
ao planejamento, monitoramento e controle de todos os aspectos ligados ao projeto,
bem como, a manutenção motivacional da equipe envolvida sob a ótica de otimizar o
desempenho e, por consequência, atingir a meta criada dentro das condições
traçadas (OFFICE OF GOVERNMENT COMMERCE, 2009).
Segundo Duncan, compreende-se o gerenciamento de processos como a
aplicação de habilidades, conhecimentos e técnicas nas atividades relacionadas a
um projeto. O intuito do gerenciamento é alcançar o resultado estipulado ou, até
mesmo, superar as expectativas e necessidades das pessoas comprometidas com o
processo (DUNCAN, 1996).
Contribuindo com Duncan, Maximiano ressalta que o gerenciamento de
projetos é uma prática que vem atravessando os séculos, constitui um conjunto de
práticas gerenciais desenvolvidas por Taylor em 1895 e que vem perdurando até a
atualidade, apenas com alguns aperfeiçoamentos. Na referida época, Taylor
apresentou à sociedade um método para gerir e controlar tarefas, de forma à
administrar de forma mais assertiva o tempo e os custos incorridos, trabalho este,
que ficou conhecido como o primeiro no ramo de administração científica, voltado a
gestão organizacional (MAXIMIANO, 2007).
Trazendo o conceito de gerenciamento de projetos para a era
contemporânea, Harrington revela que muito se tem falado sobre a otimização de
práticas empresarias. Estas práticas têm se desenvolvido com o passar dos anos e,
com este avanço, vem ocorrendo aprimoramentos na execução dos processos
operacionais. Ainda, o autor conceitua um processo como qualquer atividade,
desempenhada através de recursos próprios da organização, que represente uma
entrada e gere uma saída de bens ou serviços com valor agregado para o
consumidor, seja ele interno ou externo. Sob o ponto de vista empresarial, um
processo deve amparar as finalidades da empresa e, através do uso de seus
recursos, produzir valor ao cliente (HARRINGTON, 1993).
Conforme Doebeli et al., a gestão de processos representa uma mudança de
pensamento dentro da organização, esta reeducação é centrada nas atividades
empresariais e ocorre através da disciplina gerencial. Tendo em vista as frequentes
67
mudanças no mercado, a gestão processual corresponde a uma ferramenta de
auxilio que permite facilitar o processo de transição e adaptação às novas
exigências e realidades do mercado (DOEBELI et al., 2011). Em sequência à ideia
proposta, Ballou explica que:
A novidade então deriva do conceito da gestão coordenada de atividades inter-relacionadas, em substituição à prática histórica de administrá-las separadamente, e do conceito que a logística agrega valor aos produtos e serviços essenciais para a satisfação do consumidor e o aumento das vendas. (BALLOU, 2004 p. 26).
Complementado por Harrington, a gestão de processos empresariais deve
focar suas atenções na melhoria contínua, bem como, no desenvolvimento e
aprimoramento dos métodos de transformação, restruturação de atividades, novos
fluxos processuais, inovações e ações focalizadas de melhoria. Para o autor, as
organizações podem aperfeiçoar seus processos através de cinco fases, conhecidas
como processos secundários: (1) Organização para melhoria; (2) Entendimento do
processo; (3) Direcionamento do fluxo do processo; (4) Implementação, mensuração
e controle; e (5) Melhoria contínua (HARRINGTON, 1997).
Para Juran apud Varvakis, Dávila e Leocádio, a gestão da qualidade nas
empresas baseia-se na existência de três processos chave: Planejamento da
Qualidade, Controle da Qualidade e Melhoria da Qualidade. Observa-se a partir
disto, que há uma grande ligação entre o gerenciamento de processos e o
gerenciamento da qualidade, onde o bom funcionamento e interação destes
controles condiciona a empresa a um crescimento e desenvolvimento competitivo
(JURAN, 1986, apud VARVAKIS; DÁVILA; LEOCÁDIO, 2008).
Neste contexto, Harrington reforça que todas as funções e partes da
organização devem trabalhar em harmonia e de forma sincronizada, para juntas,
otimizar a eficiência, eficácia e flexibilidade do processo global. Ainda, o autor
propõe as incumbências relacionadas ao processo onde, os gestores e diretores
devem focar suas atenções no processo em si, enquanto que os trabalhadores
devem agir dentro da atividade, desta forma, o aperfeiçoamento é direcionado à
tarefa e não ao indivíduo (HARRINGTON, 1997).
Diante disto, surge a ideia de pensamento sistêmico, cujo intuito é padronizar
o entendimento e a operacionalização dentro da organização. Conforme Jackson, no
enfoque sistêmico, busca-se atribuir importância ao conceito global da organização,
68
não enfatizando os fatos isolados de cada parte, mas, voltando os olhares para as
interações com o todo da empresa (JACKSON, 2000).
Para Kerzner, um gerenciamento de projetos bem sucedido requer da
empresa o desenvolvimento e implantação correta de processos chave. Conforme o
autor, alguns fatores básicos para o sucesso se dão pela base cultural da instituição,
realização de capacitações e treinamentos aos colaboradores e, o empenho e
comprometimento dos membros da diretoria, os quais devem reconhecer o valor
acrescido à empresa decorrente da gestão formal de projetos (KERZNER, 2002).
Finalizando, toda entidade que pretende manter-se ativa e competitiva no
mercado comercial contemporâneo deve estar sujeita a contínuos processos de
reestruturação e adaptabilidade. O princípio da continuidade somente se dá às
organizações que se mantém atualizadas e que prezam por um planejamento
adequado e suficiente, capaz de suprir suas necessidades e, principalmente,
atender as demandas dos clientes de forma satisfatória e inovadora. A revisão de
processos e a abertura da mente para novos projetos e mudanças ideológicas eleva
o nível de conhecimento e contribui para o aprimoramento sistêmico da organização.
2.8.1 Back Office: características e importância
O pensamento sistêmico tem apresentado um grande crescimento nos
últimos anos, muitas empresas têm mudado a forma de conduzir o atendimento aos
clientes e tem aperfeiçoado a maneira de processar os trâmites administrativos
pertencentes à atividade. Diante desta realidade, surgem as áreas de Back Office,
que conforme King, correspondem a departamentos administrativos dentro da
empresa. Funcionam como uma retaguarda onde há pouco ou nenhum contato com
o cliente final, sendo responsáveis pela operacionalização formal do negócio e, em
muitos casos, pelo suporte técnico aos assistentes de venda (KING, 2003).
Comprovado por Reynolds, as áreas de Back Office são responsáveis pelo
processamento das atividades administrativas, possuindo a incumbência de amparar
o Front Office, linha de frente, formada pelos vendedores e funcionários que
trabalham diretamente com o consumidor. Para o autor, cabe à retaguarda garantir
que sejam realizadas todas as operações necessárias à administração da empresa
(REYNOLDS, 2001).
69
Neste sentido, King ressalta que devido ao fato de não atender, diretamente,
ao cliente, o Back Office não é capaz de “fazer dinheiro”, porém, se não for eficiente,
pode rapidamente extinguir com os lucros realizados pelos vendedores e
atendentes. Visando incentivar a execução eficiente e eficaz das tarefas, muitas
entidades vêm adotando a prática de dividir os lucros gerados pelo Front Office
também com o Back Office, assim, contribui para que ambas as áreas atuem em
conjunto (KING, 2003).
Em complemento, Reynolds elenca algumas vantagens do Back Office, como:
(a) Maior eficiência operacional: o fato de existir pouco ou nenhum contato com o
consumidor final permite ao profissional focar-se apenas na parte administrativa; (b)
Melhor relacionamento entre empresa e consumidor: através da interação indireta, é
menor a probabilidade de o cliente identificar possíveis falhas no processo; e (c)
Maior automação e uso da tecnologia nos processos: é possível utilizar um número
maior de softwares e hardwares, para a execução das atividades, contribuído para a
redução de erros e falhas, em alguns casos, extingue-se a manufatura operacional
(REYNOLDS, 2001).
Contribuindo com os autores King e Reynolds, Corrêa e Caon ressaltam
algumas características e pontos positivos do Back Office. Na concepção dos
autores, a retaguarda desempenha atividades fundamentais ao bom andamento e
sucesso do contato com o cliente, uma vez que, além do suporte às atividades,
exerce influência direta sob a utilização dos recursos. Cabe ao Back Office fornecer
subsídios para que o Front Office proporcione ao cliente elevados níveis de
satisfação (CORRÊA; CAON, 2006).
É perceptível que o surgimento das áreas de Back Office vem contribuindo
para o desenvolvimento empresarial, principalmente, na tangente dos e-commerces,
onde inexiste a negociação presencial entre as partes. Conforme disposto pelo
Sistema Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas, a retaguarda das
empresas do comércio eletrônico assume papel fundamental de gestão, ficando sob
sua incumbência a garantia de que o produto final chegue ao consumidor com a
maior agilidade e segurança (SISTEMA BRASILEIRO DE APOIO ÀS MICRO E
PEQUENAS EMPRESAS, 2015). Além disto, a mudança de cultura promovida por
estas instituições faz com que se desenvolva o pensamento e o planejamento
sistêmico, onde o grande beneficiado é o consumidor, que acaba por desfrutar de
soluções cada vez mais cômodas e adequadas para seus anseios e necessidades.
70
3 DIAGNÓSTICO E ANÁLISE
A análise do presente estudo inicia-se com a evidenciação do processo de
abertura de contas bancárias realizados na Cooperativa Sicredi União RS, onde
objetivou-se num primeiro momento, situar o leitor acerca de como funciona o
processo de associação à Cooperativa, as modalidades de contas disponíveis ao
associado, a formalística obrigatória ao processo e, o fluxo operacional do mesmo
nos períodos pré e pós centralização da atividade na célula de Back Office
Centralizado. Em seguida, através da realização de uma auditoria operacional,
buscou-se demonstrar o nível de assertividade e a adequação do processo diante
dos normativos da entidade objeto de estudo, bem como, órgão regulamentadores
do setor financeiro nacional. Por fim, buscou-se demonstrar, através da relevância
de aspectos qualitativos, a evolução percebida na atividade de abertura de contas
realizadas na Cooperativa Sicredi União RS.
Com vistas a atingir o objetivo proposto, tanto em âmbito geral quanto
específico, buscou-se através de planilhas eletrônicas, estabelecer os papéis de
trabalho desta auditoria, os quais fundamentam a análise acerca da atividade. Para
a confecção destes papeis, utilizou-se como embasamento os manuais de abertura
de conta e associação, entrevista não padronizada ao gestor da área de Back Office,
legislação e normativos pertencentes ao ramo de atuação da entidade: Instituição
Financeira Cooperativa.
Por fim, com base nos dados e informações obtidas, realizou-se uma análise
qualitativa acerca do funcionamento da área de Back Office, de modo a demonstrar
a evolução promovida com a centralização da atividade, evidenciar os pontos
positivos e propor soluções e melhorias ao processo de modo geral.
3.1 PROCESSO DE ABERTURA DE CONTAS E ASSOCIAÇÃO
O presente título tem por finalidade explanar sobre contas bancárias, pessoa
física e jurídica, trabalhadas na entidade objeto de estudo, Sicredi. Para isto, aborda
as modalidades de conta disponíveis ao associado, qual a documentação exigida
para a abertura destas contas, as espécies de movimentação/assinatura as quais
estão sujeitas cada modalidade, e por fim, como ocorre o fluxo do processo de
abertura de contas e associação.
71
Conforme conceituado pelo Banco Central do Brasil, a conta bancária ou
conta de depósito corresponde a um contrato de prestação de serviços firmado entre
o cliente e a instituição financeira. Ressalta-se que o cliente tem o direito de escolher
a instituição com a qual deseja movimentar suas finanças, entretanto, a mesma não
possui a obrigatoriedade de abrir conta ou manter alguma conta de depósito com o
cidadão (BANCO CENTRAL DO BRASIL, 2012).
Partindo do exposto, apoiando-se na entrevista realizada com o gestor e
através de pesquisas documentais e observações participantes realizadas na
Cooperativa Sicredi União RS, verificou-se acerca do processo de associação e
abertura de contas realizados instituição. Constatou-se que a Prospecção é o
primeiro passo dos gestores de carteira a fim de identificar potenciais associados, e
que, através de conversas e explanações relacionadas à cooperativa e seu
funcionamento, é ofertado ao prospect a possibilidade de integrar o quadro social da
cooperativa.
Na sequência, têm-se o processo de abertura de conta e associação, o qual
corresponde ao marco inicial do relacionamento efetivo entre Associado e
Cooperativa. Nele firma-se um contrato de prestação de serviços bancários de
acordo com o tipo de conta escolhido, livremente, pelo associado. Atualmente, o
Sistema Sicredi dispõe de várias modalidades de abertura de conta, as quais
poderão ser escolhidas pelo associado, pessoa física ou jurídica, de acordo com
suas necessidades e preferências. Para tal, é necessária a apresentação dos
seguintes documentos, conforme disposto na Ilustração 7:
Ilustração 7: Documentos necessários à abertura de conta
Fonte: Adaptado de Sicredi (2008ab).
Através da Ilustração 7, elenca-se os documentos mínimos necessários à
abertura de conta junto ao Sicredi, salvo casos excepcionais onde, a solicitação de
72
algum destes documentos não se faça indispensável. Ressalta-se que a abdicação
na solicitação de algum dos documentos supracitados somente dar-se-á de acordo
com alguma modalidade de conta específica, na qual não se faz necessária tal
comprovação; ou, conforme regramento próprio de alguma cooperativa integrante do
Sistema Sicredi.
Relacionado às modalidades disponíveis, o Banco Central do Brasil cita como
principais tipos de contas bancárias: Conta de depósito à vista, Conta de depósito à
poupança e Conta-salário. Neste sentido, as contas de depósito à vista, também
conhecida como conta corrente, é a mais usual tendo em vista que o dinheiro
permanece disponível ao usuário em tempo integral. As contas de depósito à
poupança têm por finalidade instigar a economia e aplicação financeira, assim,
remuneram o montante guardado a partir de determinado tempo sem movimentação
do mesmo. Já a modalidade Conta-salário é um tipo especial de conta destinada
apenas ao recebimento de proventos salariais, não admitindo qualquer outro tipo de
movimentação além dos créditos efetuados pela fonte pagadora (BANCO CENTRAL
DO BRASIL, 2012).
Deste modo, evidencia-se através da Ilustração 8, as opções que os
associados PF e PJ possuem para a abertura de conta junto à cooperativa Sicredi.
Ilustração 8: Modalidades de Abertura de Conta
Fonte: Adaptado de Sicredi (2008ab).
73
Através da Ilustração 8, têm-se uma breve explanação acerca dos tipos de
conta que podem ser abertas conforme o perfil e necessidade do associado.
Também, aborda de forma resumida o que contempla cada uma destas contas
bancárias, levando-se em consideração à natureza da pessoa.
Além das modalidades de conta supracitadas, o Sicredi ainda apresenta com
um diferencial: a Conta Corrente Sicredi Touch onde o público-alvo, jovens entre 18
e 25 anos, podem movimentar suas finanças por meio de limite em conta, cartão
múltiplo (débito e crédito), pacote de serviços e aplicativos mobile (SICREDI, 2008c).
Em paralelo à definição da modalidade, o gestor de carteira identifica junto ao
associado a maneira como será movimentada a conta quanto à espécie. Conforme
disposto na Ilustração 9, ao associado Pessoa Física é oportunizada a escolha de
duas espécies de assinatura/movimentação de conta: Individual ou Conjunta. Já
para o associado Pessoa Jurídica é possibilitada apenas a movimentação individual,
exercida através do representante legal da entidade.
Ilustração 9: Espécies de conta quanto à assinatura
Fonte: Adaptado de Sicredi (2008ab).
Evidenciado na Ilustração 9, existem duas possibilidades de titularidade
quanto a movimentação de contas bancárias. A primeira, disponível aos associados
74
PF e PJ diz respeito a contas individuais, onde um único titular realiza toda a
movimentação financeira. Já a segunda, relacionada a contas em conjunto, está
disponível apenas para os associados PF, nas modalidades Conta Corrente, Conta
Investimento e Conta Poupança, na qual dois associados (titular e cotitular) podem
movimentar a conta, de forma simples (tipo “E”) ou solidária (tipo “E/OU”), conforme
estabelecido no momento da associação.
Em suma, compreende-se que o Sistema Sicredi, por se tratar de uma
Instituição Financeira Cooperativa, oferece todas as soluções bancárias a seus
associados, da mesma forma que os demais bancos, porém, com o diferencial da
gestão democrática do negócio.
Sob aspecto de abertura de contas bancárias, trabalha com as modalidades:
corrente, poupança e salário, incluindo diferenciais competitivos como a conta
corrente Sicredi Touch, destinada ao público jovem (18 até 25 anos) o qual pode
realizar movimentações com taxas e precificações diferenciadas, e; a conta não-
correntista cotitular, destinada ao público que é deseja ser segundo titular em
alguma conta corrente ou poupança mas, não possui interesse na movimentação
através de conta corrente.
Por fim, ressalta-se que a cooperativa em questão atende aos normativos
impostos pelo Banco Central do Brasil na tangente de contas bancárias, a fim de
proporcionar solução e qualidade de vida a seus usuários.
3.1.1 Fluxos do Processo de Abertura de Conta
Em relação ao aspecto operacional da atividade de abertura de contas, até
junho de 2014 todo processo era desempenhado em cada unidade de atendimento.
O mesmo colaborador que prospectava o associado, realizava a parte negocial e a
parte burocrática relacionada ao cadastro, ficando a cargo da área administrativa a
conferência da formalística e solicitação de correções quando necessário.
Com vista a proporcionar melhor atendimento acerca da operacionalizado da
atividade, a mesma é apresentada através de fluxogramas, os quais são
conceituados por Peinado e Graeml como símbolos gráficos, ordenados de forma
sequenciada e, que tem por objetivo facilitar a análise de suas informações.
Conforme os autores, o fluxograma é representa um recurso visual, através do qual,
os gestores podem analisar o andamento operacional das atividades, identificando
75
assim, oportunidades de melhorias através do mapeamento de processos
(PEINADO; GRAEML, 2007). Diante do exposto, demonstra-se através da Ilustração
10, o fluxograma do processo de abertura de contas realizado pela UA no período
pré centralização:
Ilustração 10: Fluxograma do processo de abertura de contas: pré centralização
Fonte: Adaptado de Sicredi (2013).
Evidenciado na Ilustração 10, o processo de abertura de contas no período
pré-centralização envolvia grande volumetria de tarefas aos colaboradores da
Unidade de Atendimento. Inicialmente, o gerente de carteira prospectava o
associado e na sequência, coletava a documentação básica conforme tipo de conta
escolhido. Após tratados os termos da negociação, o gestor da conta realizava o
cadastramento junto ao sistema, onde subscrevia o capital social para o dia
seguinte. Os documentos físicos eram assinados e deixados em uma pasta
especifica onde, posteriormente, a área administrativa os recolhia e dava sequência
ao processo.
A continuidade do fluxo ocorria na retaguarda da UA, a qual recolhia o dossiê
de abertura de contas em horários pré-definidos, conferia a formalística e preenchia
76
as demais informações pertinentes. Ao final do dia, o dossiê era entregue ao
Gerente Administrativo Financeiro, o qual, junto com o Gerente da Unidade de
Atendimento, realizava uma averiguação e análise do perfil do associado,
principalmente, nas situações onde estavam envolvidas operações de crédito.
Em estando correta e suficiente a formalística, o dossiê de abertura de contas
era devolvido para a área administrativa, que solicitava os produtos, digitalizava o
cartão autógrafo (documento onde consta a assinatura do associado para identifica-
lo no momento das movimentações financeiras) e enviava o número da matricula
para que fosse aprovada no Conselho de Administração (CONSAD) da Cooperativa.
Após retornar do CONSAD, o dossiê recebia os últimos preenchimentos e depois
era arquivado na pasta do associado.
Levando-se em consideração o tamanho da Cooperativa Sicredi União RS,
formada por cerca de 600 colaboradores atuantes em 42 pontos de atendimento, é
inevitável a diversidade de interpretações e práticas operacionais, principalmente
pelo fato de não haver um desenho exato para o fluxo da atividade. Constatou-se
que a média de tempo para a realização da atividade tinha grande variação de uma
UA para outra, os conhecimentos eram divergentes e, mesmo com treinamentos e
manuais relacionados à Abertura de Conta e Associação, havia a adoção de critérios
próprios, algumas vezes em desacordo com o regramento previsto.
Com vista a padronizar o conhecimento acerca da atividade de abertura de
contas, bem como, garantir maior assertividade e qualidade ao processo, a partir do
ano de 2013 passou a ser estudada a possibilidade de centralizá-lo em uma área
técnica específica. A construção deste projeto durou cerca de 6 meses e envolveu,
principalmente, as Área de Planejamento e Qualidade da SUREG, para que em 02
de junho de 2014, com o aval da diretoria executiva, fosse instaurada a área de
Back Office Centralizado.
Conforme relata o autor Kerzner, o sucesso no gerenciamento de projetos
passa, impreterivelmente, pelo correto desenvolvimento e implantação de processos
chave, os quais, através da cultura institucional, facilitam a inserção da ideia de
melhoria e mudança. Neste sentido, a evolução processual, bem como, do projeto
como um todo, baseia-se na capacitação dos colaborados, no empenho e
comprometimento da diretoria e, na venda da ideologia, que tal mudança é capaz de
promover benefícios à instituição (KERZNER, 2002).
77
Assim, sob a premissa de agregar segurança, qualidade, eficiência e
agilidade à atividade de abertura de contas, a área de Back Office, atualmente,
desempenha mais de 90% da parte operacional da atividade. Os demais pontos
percentuais são desempenhados pela Unidade de Atendimento em decorrência da
necessidade presencial do associado e demais trâmites necessários ao exercício da
tarefa. Através da Ilustração 11 demonstra-se o atual fluxograma do processo de
associação e abertura de contas realizado na cooperativa:
Ilustração 11: Fluxograma do processo de abertura de contas: pós centralização
Fonte: Adaptado de Sicredi (2015a).
Conforme disposto na Ilustração 11, o fluxo do processo de abertura de
contas inicia-se na Unidade de Atendimento (UA Negócio), onde o gestor de carteira
faz o levantamento da documentação necessária junto ao proponente, digitaliza
estes arquivos e os salva em ficheiros PDF. Este mesmo colaborador dá início a um
processo na ferramenta Fluid, na qual realiza o preenchimento de um breve pré-
cadastro e anexa os documentos coletados.
Na sequência, o processo avança para a instância do Back Office Abertura de
Contas (BO Centralizado), onde é analisado o tipo de processo e a documentação
pertinente. Em estando completa a formalística, procede-se com a consulta aos
órgãos de proteção ao crédito e, posteriormente, preenchimento do cadastro e
abertura de conta no sistema. Caso o processo não esteja devidamente alinhado, o
mesmo é devolvido para a confecção de ajustes.
78
Após a documentação estar plenamente de acordo e o cadastro devidamente
preenchido junto ao sistema, o colaborador do Back Office inclui a conta e gera os
formulários de associação conforme o tipo e modalidade de conta escolhida. Nesta
etapa ainda, integraliza-se o capital social indicado pelo(a) associado(a) e
confecciona-se, quando pertinente, a planilha de limites, onde, com base no rating e
score do(a) proponente serão atribuídos produtos como conta especial e cartão de
crédito. Finaliza-se a etapa com o parecer do colega do Back Office indicando o
avanço do processo para a instância UA Negócios Retorno.
No dia útil posterior à abertura da conta, solicitam-se os produtos bancários
pertinentes: limite de conta especial, cartão de crédito ou débito e cadastramento de
débito automático autorizado conforme dispõe a proposta de produtos e serviços
contratados. Nesta fase, em paralelo à solicitação dos produtos, o gestor de carteira
providencia a coleta das assinaturas do(a) proponente nos formulários de
associação, realiza o cadastramento da senha do Internet Banking e captura a
biometria, para que o(a) novo(a) associado(a) tenha voz e vez nas assembleias da
Cooperativa.
Finalizada esta etapa, o processo é direcionado à instância Retaguarda UA,
onde um colaborador da área administrativa é designado para a realização de uma
breve conferência nos formulários, de modo a identificar se todos estão devidamente
assinados e preenchidos. Na sequência, coletam-se as assinaturas dos gestores da
unidade de atendimento e de duas testemunhas, digitalizam-se os documentos e, os
anexa ao Fluid, dando seguimento ao processo.
Ressalta-se, através do disposto pelo Banco Central do Brasil, que “as
informações incluídas na ficha-proposta e todos os documentos de identificação
devem ser conferidos, nos originais, pelo funcionário encarregado da abertura da
conta, que assina a ficha juntamente com o gerente responsável.” (BANCO
CENTRAL DO BRASIL, 2012, p. 1).
Ao receber a tarefa da UA, um colaborador do Back Office realiza a
conferência efetiva dos formulários. Nesta instância, analisa-se a concordância dos
documentos de abertura de conta com os arquivos e informações fornecidos pela
UA na abertura do processo. Para a realização desta verificação, usa-se como
parâmetro o pré-cadastro inicial, os documentos de abertura de conta (identificação,
endereço, renda) e, o tipo de conta/segmento escolhido. Caso necessite de ajustes,
o processo retorna ao último protocolo para que sejam sanadas as inconsistências.
79
Em estando correta e suficiente a formalística, é digitalizado o cartão autógrafo e o
processo têm andamento com a solicitação de envio do dossiê físico, da UA para a
SUREG.
Paralelamente ao período em que a conta é conferida e o dossiê físico é
enviado para o Back Office, o processo de associação submete-se à aprovação do
Conselho de Administração da Cooperativa, o qual irá formalizar e oficializar a
entrada do associado para o quadro social da mesma. Após esta reunião mensal do
CONSAD, o colaborador do Back Office recebe uma relação dos novos associados
para que proceda com o preenchimento do número da matrícula e as informações
relativas à data e ata em que a reunião ocorreu. Em estando preenchidas, a
Proposta de Admissão e a Ficha Matricula, estas, são digitalizadas e anexadas ao
Fluid para o andamento do processo.
O final do fluxo de abertura de contas dá-se com a Solicitação de
Arquivamento, na qual, o colaborador do Back Office preenche as últimas
informações referentes ao dossiê e à caixa onde o mesmo será guardado. Após
concluído o ciclo, as caixas onde estão arquivadas as documentações físicas são
destinadas ao arquivo morto da Superintendência, onde podem ser requisitadas em
caso de necessidade.
Diante do exposto, comprova-se através de Reynolds que a implantação de
áreas de Back Office pode contribuir de forma relevante para o desenvolvimento
empresarial, uma vez que, as principais vantagens deste sistema são: a segregação
de parte negocial da operacional, maior foco do Front Office em atender ao cliente e,
maior inserção de tecnologia à atividade (REYNOLDS, 2001).
Neste sentido, embasado pelo descrito pelo autor, fato de não haver um
contato direto com o cliente, neste caso associado, o colaborador que exerce a
tarefa operacional mantém maior foco na parte administrativa, deixando a
negociação a cargo do atendente. Quanto ao relacionamento, o colaborador
responsável pelo atendimento pode focar sua atenção exclusivamente para o
associado de modo a proporcioná-lo maiores e melhores soluções, além de não
transparecer a ele eventuais falhas processuais.
Por fim, quanto à automação e uso de tecnologias, é possível realizar dois
processos ao mesmo tempo: atender ao associado e preencher o cadastramento do
mesmo. Embora sejam necessários dois colaboradores para esta tarefa, o ganho se
80
Continua.
dá pela maior velocidade no atendimento e no processamento e cadastramento de
informações necessárias à abertura da conta.
3.2 AUDITORIA OPERACIONAL: BACK OFFICE ABERTURA CONTAS
Diante do atual cenário econômico e financeiro nacional, é imprescindível que
se tenha um controle adequado e, acima de tudo, segurança quando o assunto
envolve recursos monetários. Tendo em vista que, fraudes e golpes bancários
podem assumir proporções desastrosas, o Sicredi tem como premissa fornecer
soluções financeiras adequadas e seguras aos seus associados, da mesma forma
que busca agregar comodidade e praticidade a seus serviços, características estas,
indispensáveis à era global.
Com vista a garantir maior segurança e comodidade aos associados, bem
como, à cooperativa em âmbito geral, em 2014 a Sicredi União RS passou a adotar
o sistema de abertura de contas centralizado, onde o Back Office da instituição
assumiu a responsabilidade pela operacionalização da atividade e pela
conferência/controle da mesma. O fato de ser uma área técnica voltada
exclusivamente a esta atividade, transmite a ideia de bons níveis de assertividade e
confiança nos procedimentos realizados, algo que buscou-se certificar através deste
estudo, o qual apresenta o seguinte plano de auditoria, disposto na Ilustração 12:
Objeto Auditado Onde o Exame foi Aplicado Finalidade do Teste
Documentos de abertura de conta
Documentos de identificação, comprovante de endereço e
comprovante de renda.
Atestar a validade dos comprovantes apresentados, bem como, sua
vigência.
Dados Cadastrais Cadastro de associação.
Certificar o correto preenchimento dos dados cadastrais do associado diante
dos comprovantes e documentos apresentados.
Consulta aos Órgãos de
Proteção ao Crédito
Consulta de restritivos junto aos órgãos de proteção ao crédito.
Verificar se o proponente possui registro junto aos Órgãos de Proteção ao Crédito, bem como, confirmar se as consultas estão anexas ao processo.
Formulários de Abertura de
Conta
Formulários de abertura de conta: 1- Proposta de Admissão 2- Cadastro do associado 3- Ficha Matrícula 4- Cartão Autógrafo 5- Proposta de Produtos e Serviços.
Certificar o correto preenchimento dos dados relacionados a conta, enquanto tipo e modalidade de movimentação, bem como, atestar se os documentos
estão devidamente assinados por ambas as partes.
81
Continuação.
Objeto Auditado Onde o Exame foi Aplicado Finalidade do Teste
Cartão Autógrafo Formulário Cartão Autógrafo
gerado no momento da abertura da conta.
Atestar a legitimidade das assinaturas constantes no Cartão Autógrafo em
confronto ao documento de identificação apresentado.
Registro e Procedimento de
Associação
Formulários: 1- Proposta Admissão 2- Ficha Matrícula
Verificar acerca da efetiva associação do(a) proponente, através da
integralização do capital social e registro da ata do Conselho de
Administração conforme exigência estatutária.
Ilustração 12: Programa de Auditoria
Fonte: Produção do pesquisador.
Através da Ilustração 12 evidencia-se o Programa de Auditoria elaborado para
examinar e atestar o nível de conformidade do processo de abertura de contas
realizado pelo Back Office Centralizado da Cooperativa Sicredi União RS. Com base
nele, têm-se os objetos de estudo, os documentos submetidos à análise e a
finalidade que se procurou atingir através destes exames.
Neste sentido, os autores Araújo, Arruda e Barreto, explicam que o
planejamento do programa de auditoria representa a escolha dos métodos e
técnicas que serão utilizadas pelo auditor na realização de seu trabalho. Frisa-se
que uma boa programação contribui para agregar qualidade, eficiência e economia
ao desempenho da atividade (ARAÚJO; ARRUDA; BARRETO, 2010).
O presente trabalho, por sugestão do gestor, aborda um período de três
meses, compreendidos entre abril e junho de 2016, onde foram analisados,
exclusivamente, os processos de abertura de conta corrente, modalidade Pessoa
Física e Jurídica. Para fins de estudo, bem como amostragem, selecionou-se
apenas as contas que foram associadas à cooperativa e que já haviam sido
submetidas a todo o ciclo operacional.
Nestes moldes, a população da presente pesquisa corresponde a 1.887
contas, das quais, extraiu-se uma amostra equivalente a 315, esta, obtida através da
metodologia aleatória simples, que conforme o Tribunal de Contas da União,
corresponde a uma simples escolha de elementos aleatórios, baseada na premissa
de que cada elemento possui a mesma probabilidade de ser selecionado (BRASIL,
2002).
82
Fundamentado por esta metodologia, definiu-se os papéis de trabalho do
presente estudo, papéis estes, que na visão de Attie, representam os formulários e
documentos preparados pelo auditor onde estão evidenciadas as informações e os
apontamentos obtidos durante sua avaliação. Estes documentos também dizem
respeito as provas e evidencias da execução do serviço, fornecendo assim,
subsídios para a confecção da opinião (ATTIE, 2011).
Desta forma, o presente estudo abrange a análise de 223 processos PF
Conta Corrente, 65 processos PF Conta Corrente – Menor e, 27 processos PJ Conta
Corrente, os quais estão dispostos, de forma exemplificada, através da Ilustração
13, podendo ser conferidos na íntegra através do Apêndice B:
Associado Documentos
de Identificação
Dados Cadastrais
Consulta aos Órgãos de Proteção ao Crédito
Formulários de Abertura
de conta
Cartão Autógrafo
Registro e Procedimento de Associação
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 Ilustração 13: Modelo do Relatório de Auditoria
Fonte: Produção do pesquisador.
Conforme evidenciado na Ilustração 13, o relatório de auditoria corresponde
aos papéis de trabalho do presente estudo, o qual foi construído de forma a
transparecer a adequação ou não adequação do conteúdo analisado frente à norma
83
reguladora. Com vista a garantir a segurança dos associados, bem como, seu sigilo
bancário, o nome dos envolvidos foi substituído por um número identificador, sendo
que todos eles tiveram seus processos de associação submetidos à análise quanto
aos documentos apresentados, dados cadastrais, consultas aos órgãos de proteção
ao crédito, formulários de abertura de conta, cartão autógrafo e formalística relativa
ao processo.
Na concepção de Attie, os procedimentos auditoriais caracterizam-se pela
utilização de ferramentas e técnicas cientificas para avaliar e salvaguardar as
informações analisadas. O critério adotado para a escolha do procedimento vai de
acordo com os objetivos e metas estabelecidos pela empresa contratante, onde
busca-se fornecer subsídios à tomada de decisão e apresentar consultoria imparcial
à administração da entidade (ATTIE, 2011).
Segundo os autores Araújo, Arruda e Barreto, um processo auditorial
realizado de forma criteriosa e condizente com os normativos pré-estabelecidos,
muito tem a agregar para a Instituição. Com sua característica observadora, a
auditoria visa a melhoria dos controles internos, juntamente com a redução da
ineficácia, ineficiência e desperdício operacional (ARAÚJO; ARRUDA; BARRETO,
2010). Diante disto, têm-se o resultado dos papéis de trabalho da presente auditoria
conforme segue nas Ilustrações 14, 15 e 16:
Ilustração 14: Resultado dos Papéis de Trabalho: PF Conta Corrente
Fonte: Produção do pesquisador.
216
796,86%
3,14%
PF Conta Corrente
Contas Ok Contas N Ok % Contas Ok % Contas N Ok
84
Mediante Ilustração 14, demonstra-se a conclusão obtida com base nos
papéis de trabalho referentes à auditoria nos processos de abertura de conta PF
Conta Corrente. Através da análise efetuada nas 223 contas pertencentes a este
grupo, identificou-se que 216 estavam de pleno acordo com as exigências da
cooperativa, enquanto que 07 apresentaram algum tipo de irregularidade. Em termos
percentuais, afirma-se que 96,86% dos processos auditados estão corretos, já os
demais 3,14% carecem de algum tipo de ajuste, sendo os principais, relacionados
aos itens: Dados Cadastrais – 3 ocorrências; Documentos de Identificação – 2
ocorrências e; Consulta aos Órgãos de Proteção ao Crédito / Formulários de
Abertura de Conta – 1 ocorrência cada.
Em relação à auditoria efetuada nos processos PF Conta Corrente – Menor,
evidencia-se o resultado dos papéis de trabalho através da Ilustração 15:
Ilustração 15: Resultado dos Papéis de Trabalho: PF Conta Corrente - Menor
Fonte: Produção do pesquisador.
Por intermédio da Ilustração 15, expõe-se o diagnóstico obtido através dos
papéis de trabalho relacionados à auditoria nos processos de abertura de conta PF
Conta Corrente - Menor. Com base na verificação realizada nas 65 contas
correspondentes a este grupo, identificou-se que 61 estavam de pleno acordo com
as exigências e normativos da cooperativa, enquanto que 04 apresentaram algum
tipo de irregularidade. Em termos percentuais, pode-se afirmar que 93,85% dos
processos auditados estão corretos, já os demais 6,15% necessitam algum tipo de
61
493,85%
6,15%
PF Conta Corrente - Menor
Contas Ok Contas N Ok % Contas Ok % Contas N Ok
85
correção, sendo as principais inconsistências relacionadas a: Dados Cadastrais – 2
ocorrências e; Documentos de Identificação / Formulários de abertura de conta – 1
ocorrência cada.
Por fim, o presente estudo revela em sua Ilustração 16, o resultado da
auditoria voltada ao processo PJ Conta Corrente:
Ilustração 16: Resultado dos Papéis de Trabalho: PJ Conta Corrente
Fonte: Produção do pesquisador.
Mediante Ilustração 16, revela-se a conclusão acerca dos papéis de trabalho
relativos à auditoria nos processos de abertura de conta PJ Conta Corrente. Por
meio do exame aplicado nas 27 contas pertencentes a este grupo, identificou-se que
25 estavam de pleno acordo com o regramento da cooperativa, enquanto que 02
continham algum tipo de irregularidade. Em termos percentuais, conclui-se que
92,59% dos processos auditados estão corretos, já os demais 7,41% carecem de
alguma intervenção, sendo os apontamentos relativos aos itens: Dados Cadastrais /
Consulta aos Órgãos de Proteção ao Crédito – 1 ocorrência cada.
Conforme os autores Franco e Marra, a excelência qualitativa de qualquer
empresa passa por um eficiente sistema de controles internos, onde busca-se
monitorar e antever situações de potencial risco ao resultado da organização. Em
havendo casos de irregularidades, o sistema de controle interno tem a incumbência
de detectar o problema e, apontar a solução pertinente (FRANCO; MARRA, 2001).
Corroborando, Jund ressalta que a finalidade macro dos controles internos é
25
2
92,59%
7,41%
PJ Conta Corrente
Contas Ok Contas N Ok % Contas Ok % Contas N Ok
86
padronizar o conhecimento, mensurar o desempenho real dos colaboradores e,
promover ações de cunho preventivo (JUND, 2007).
Desta forma, têm-se a partir da Ilustração 17, a análise conclusiva do
programa de auditoria realizado na Superintendência da Cooperativa Sicredi União
RS, área de Back Office Centralizado – Célula de Abertura de Contas:
Ilustração 17: Conclusão da Auditoria
Fonte: Produção do pesquisador.
Evidencia-se através da Ilustração 17 o resultado compilado do programa de
auditoria operacional realizado na Cooperativa Sicredi União RS, célula Back Office
– Abertura de Contas. Constatou-se por intermédio deste, um elevado nível de
assertividade nos processos realizados pela área, o que comprova a adequação
para com o seu propósito de existência, bem como, para com o objetivo da
Cooperativa. Sob aspecto geral, das 315 contas extraídas como amostra para
análise, 302 estão de acordo com o regramento interno e seguindo os padrões de
qualidade estabelecidos, já 13 processos apresentaram irregularidades ou carência
de ajustes. Tal informativo traduz-se na relação percentual de 95,87% de processos
“Ok” e 4,13% de processos “Não Ok”, o que vai de acordo com a meta traçada para
a área: índices de apontamentos e irregularidades inferiores a 10% do total de
contas abertas.
0
50
100
150
200
250
300
350
PF CONTA CORRENTE
PF CONTA CORRENTE -
MENOR
PJ CONTA CORRENTE
RESULTADO GERAL
216
6125
302
7 4 2 13
Am
ostr
ag
em
Tipo de Processo
Conclusão da Auditoria
Contas Ok Contas N Ok
87
Em relação às inconsistências encontradas, através da Ilustração 18 têm-se a
moda e a volumetria em que ocorreram:
Ilustração 18: Inconsistências Encontradas
Fonte: Produção do pesquisador.
Conforme elencado na Ilustração 18, das inconsistências percebidas neste
processo de auditoria, a maior volumetria de erros está localizada nos itens: (a)
Dados Cadastrais e (b) Documentos de Identificação, que somados representam 9
das 13 ocorrências identificadas, ou seja 69,23%. Estes erros encontrados
representam baixa relevância e não chegam a ameaçar ou comprometer a
credibilidade dos serviços prestados pelo Back Office, seja frente às Unidades de
Atendimento ou em relação aos associados.
Quanto ao item (a), os equívocos referem-se à desatenção no momento de
digitar os dados no sistema, pois, a totalidade dos apontamentos se deve a dígitos
incorretos, através de falta ou ordem invertida. Já em relação ao item (b), foram
acatados documentos com prazo de validade vencido, mas com baixa relevância,
tendo em vista que a data extrapolava no máximo em 2 dias e sob a justificativa que
o processo havia sido iniciado com o documento vigente mas a conta não fora
aberta na data prevista devido alta demanda.
Referente a erros, Crepaldi explana que representam irregularidades
involuntárias, ou seja, estas ocorrências não têm a finalidade de proporcionar
0
0,5
1
1,5
2
2,5
3
DOCUMENTOS DE
IDENTIFICAÇÃO
DADOS CADASTRAIS
CONSULTA AOS ÓRGÃOS DE
PROTEÇÃO AO CRÉDITO
FORMULÁRIOS DE ABERTURA
DE CONTA
CARTÃO AUTÓGRAFO
REGISTRO E PROCEDIMENTO DE ASSOCIAÇÃO
2
3
1 1
0 0
1
2
0
1
0 00
1 1
0 0 0
Inconsistências Encontradas
PF Conta Corrente PF Conta Corrente - Menor PJ Conta Corrente
88
alguma vantagem ou benefício ilícito. Sob a ótica do autor, os erros geralmente
estão vinculados a situações de descuido, esquecimento ou falta de domínio
referente a atividade desempenhada (CREPALDI, 2013).
Em suma, percebeu-se através deste programa de auditoria, que o
procedimento operacional realizado pelo Back Office tem se mostrado muito
eficiente e com um baixo índice de apontamentos, o que pode ser considerado
normal, levando-se em consideração que cada processo é submetido a, no mínimo,
duas etapas de análise e conferência, através das quais, o processo somente
avança para a instância seguinte se estiver plenamente de acordo. Em relação às
inconsistências percebidas, caracterizam-se como pouco relevantes e de volumetria
aceitável, ou seja, dentro do limite de tolerância: 10% sobre o total de contas abertas
e submetidas a todo o ciclo operacional.
Ainda, na entrevista com o gestor e tendo o mesmo inquerido aos
colaboradores que desempenham a atividade, percebeu-se que um dos principais
fatores responsáveis por este resultado deve-se à união e polivalência em relação
às atividades, onde, mais de um funcionário detém o conhecimento necessário para
desempenho das etapas processuais, assim, é possível alternar entre as funções
dependendo da situação ou demanda prioritária. Outro aspecto a ser ressaltado é a
constante busca pela visão sistêmica, onde cada vez mais, frisa-se o engajamento e
o entendimento do todo para a construção de melhorias e aperfeiçoamento
constante.
3.3 ANÁLISE QUALITATIVA: BACK OFFICE CENTRALIZADO
Toda organização bem estruturada possui uma metodologia para a condução
de seus negócios, e também, para com o funcionamento operacional de suas
atividades. Frente à grande competitividade do mercado, manter-se atualizado e
propor soluções inovadoras é essencial para o sucesso do empreendimento. Desta
forma, o presente item busca demonstrar uma análise qualitativa acerca de como a
atividade de abertura de contas evoluiu no decorrer dos últimos anos, e ainda, o que
esta centralização trouxe de benefícios para os associados e para a cooperativa.
Conforme Meyer, toda a mudança relacionada a práticas laborais requer um
bom planejamento, este, baseado no tempo necessário à adaptação e no
desenvolvimento da eficiência humana. Conforme o autor, estas transições surgem
89
com o intuito de aprimorar determinada situação, o que no âmbito empresarial
representa uma melhor forma para o atingimento das metas e objetivos da
organização (MEYER, 1997).
Corroborando com a ideia do autor e com informações do gestor, percebeu-se
que a mudança estabelecida atingiu grandes proporções junto à cooperativa,
houveram vários questionamentos acerca do funcionamento e condução da
atividade de abertura de contas, onde um dos principais argumentos era a
burocratização do processo. Entretanto, após o período inicial, caracterizado pela
adaptação ao novo ambiente, pode-se despertar a ideia de que tal “burocratização”
correspondia a práticas de segurança adotadas pela instituição em seu benefício e
ao do associado.
Neste sentido, desenvolveram-se ações de melhoria voltadas à atividade de
abertura de contas, centradas, basicamente, na revisão e avaliação dos processos
operacionais, pesquisas de satisfação aplicadas aos colaboradores das unidades, os
quais são os receptadores do serviço desenvolvido no Back Office e, implantação e
implementação de alguns indicadores de controle, voltados, principalmente, à
qualidade, segurança e agilidade do processo.
O mapeamento detalhado do processo, juntamente com o desenvolvimento
de um script voltado à atividade, possibilitou um considerável ganho operacional, o
qual evidencia-se na Ilustração 19:
Tempo Médio do Processo de Abertura Contas: Unidade X Back Office
Tipo Conta / Tempo cada atividade Tempo Total UA Tempo Total BO Redução Total
Tempo Total Médio PF - Contas Correntes 00:43:11 00:18:28 00:24:43
Tempo Total Médio PF - Demais Contas 00:30:22 00:13:06 00:17:16
Tempo Total Médio PJ - Contas Correntes 00:53:31 00:22:35 00:30:56
Total 2:07:04 0:54:09 1:12:55
Ilustração 19: Tempo Médio do Processo de Abertura Contas
Fonte: Adaptado do Sicredi (2015b).
Evidencia-se, por intermédio na Ilustração 19, o tempo demandado para
atividade de abertura de contas na Unidade de Atendimento e no Back Office
Centralizado. Os tempos supracitados referem-se, exclusivamente, à parte inicial do
processo, relacionada ao preenchimento do cadastro junto ao sistema, consulta aos
órgãos de proteção ao crédito e, geração dos formulários de abertura de conta.
90
Otimização Esforço
Otimização Tempo
Diante disto, percebeu-se que através da centralização da atividade houve
uma redução considerável no tempo necessário para execução, onde, o processo de
conta corrente apresentou redução de aproximadamente 57,60%, enquanto que os
demais processos de conta PF e conta corrente PJ apresentaram redução de
56,78% e 58,08%, respectivamente. Em linhas gerais, pode-se dizer que o processo
de abertura de contas está 73,87% mais rápido sendo executado pelo Back Office
em relação à Unidade de Atendimento.
Sob a ótica de King, Back Offices são áreas administrativas que
operacionalizam as atividades do negócio, sendo responsáveis, inclusive, pela
prestação de suporte aos colaboradores do atendimento. Desta forma, por não
atenderem diretamente ao cliente, seu perfil técnico é mais desenvolvido, o que
contribui para um melhor desempenho quando o assunto é formalística. Em suma,
os departamentos de Back Office devem garantir que todas as operações sejam
realizadas corretamente e da maneira mais ágil possível, possibilitando aos
vendedores um maior tempo destinado ao atendimento e ao relacionamento para
com o cliente (KING, 2003).
Neste sentido, têm-se por meio da Ilustração 20, uma análise acerca da
otimização alcançada com a centralização da atividade de contas:
Ilustração 20: Otimização de Esforço x Otimização de Tempo Fonte: Adaptado do Sicredi (2015c).
Através da Ilustração 20, demonstra-se a relação de tempo e esforço
necessário à execução operacional da atividade de abertura de contas. Para tal,
durante o período de 1 mês, buscou-se comparar o tempo necessário ao
91
atendimento da demanda de contas, tanto na Unidade de Atendimento quanto no
Back Office, o que resultou na seguinte conclusão, a atividade desenvolvida pelo
grupo de profissionais com perfil técnico voltado exclusivamente a esta tarefa
mostrou-se muito mais ágil, correspondendo a uma média de redução mensal de
497 horas, ou seja, o trabalho de 2,5 colaboradores, os quais, podem voltar suas
atenções ao associado.
Um fator de grande importância para o bom andamento do negócio é a
percepção de como os colaboradores visualizam o processo, isto, na tangente de
como a mudança afetou suas atividades, agregando soluções e qualidade ou
trazendo prejuízo às mesmas. Desta forma, buscou-se um feedback das Unidades
de Atendimento quanto aos serviços prestados pelo Back Office, onde, extraiu-se
uma amostra de 100 colaboradores, exceto Caixas, os quais responderam a uma
pesquisa com 10 questões de múltipla escolha, relacionadas à Célula Contas
(Abertura, Encerramento e Movimentações de Capital). Deste questionário obteve-
se o seguinte resultado, disposto na Ilustração 21:
Ilustração 21: Pesquisa de Satisfação
Fonte: Adaptado do Sicredi (2016a).
Diante da Ilustração 21, apresenta-se o grau de satisfação que os
colaboradores das Unidades de Atendimento demonstraram quanto à centralização
do processo de abertura de contas, trazendo consigo também, uma avaliação
acerca dos processos de Encerramento e Movimentação de Capital, ambos
desempenhados pelo Back Office. Através desta pesquisa buscou-se identificar a
opinião que se têm acerca da atividade centralizada, como é classificada a
funcionalidade da ferramenta Fluid, o tempo de retorno dos processos e o que esta
mudança agregou para a UA.
92
Desta forma, é possível afirmar que o Back Office vem desempenhando um
trabalho de qualidade e que agrega valor para seus receptadores, uma vez que, a
pesquisa aponta um elevado índice de favorabilidade quanto ao suporte prestado,
quanto à operacionalização do processo e, também, em relação aos materiais de
apoio disponibilizados para consulta, funcionamento das ferramentas, tempo de
retorno e demais fatores compreendidos nos aspectos gerais da pesquisa.
Ressalta-se através de Lima que, a satisfação dos clientes é um fator
determinante no campo empresarial, pois separa o sucesso do fracasso de uma
organização. Para o autor se o produto ou serviço oferecido superar as expectativas
do cliente, sua satisfação é certa, entretanto, a frustração na compra pode acarretar
em grande prejuízo de imagem frente ao mercado, uma vez que, os consumidores
tendem a comunicar mais os aspectos negativos que os positivos (LIMA, 2006).
Nesta linha, trazendo a análise do autor para o estudo, os clientes do Back
Office correspondem aos colaboradores da Unidade de Atendimento, os quais
desejam receber um serviço melhor do que possuíam, seja em agilidade,
assertividade ou comodidade. Assim, o sucesso ou fracasso desta área centralizada,
passa, impreterivelmente pela satisfação dos funcionários da Unidade quanto ao
produto final que recebem.
Assim, com vista a manter a satisfação de seus consumidores internos, a
célula Back Office Contas buscou implantar e implementar seus controles, os quais
estão voltados à asseguração de que todos os procedimentos administrativos estão
sendo realizados da maneira mais correta e com o melhor desempenho possível.
Desta forma, cita-se como controles existentes e implementados:
(A) Verificação do tempo médio necessário à abertura da conta: inicialmente,
este controle era feito de forma manual através de anotações do horário de início e
término da atividade na instância BO Abertura de Contas, atualmente, este controle
é feito automaticamente através da ferramenta Fluid, a qual realiza o cálculo e o
disponibiliza através de relatório;
(B) Controle de recebimento da documentação física vinda da UA:
inicialmente, este controle era realizado manualmente, porém, através da
atualização da ferramenta Fluid, criou-se uma instância específica para o envio do
dossiê físico, a instância onde o processo se encontra pode ser consultada através
de relatório.
93
Neste contexto, Jund explica que o controle aplica-se em todos os âmbitos
empresariais, com enfoque contábil e também administrativo. Para o autor, na
tangente administrativa, o controle inclui a validação de conformidade, o teste de
qualidade e o fornecimento de subsídios aos diretores da organização (JUND,
2007). Desta forma, o início de 2016 marcou a implantação de novos controles
relacionados à atividade de abertura de contas, os quais estão dispostos na
Ilustração 22:
Controle Finalidade
Verificação por amostragem dos processos abertura conta correntes
Realizar a conferência do processo a fim de comprovar se os limites de conta, cartão magnético e cadastramento de convênios estão de acordo com o segmento
Verificação relatórios de capital social
Verificar se existem contas abertas pelo Back Office que estão sem capital integralizado. Só poderão constar Contas Não Correntistas (Cotitulares) sem o capital, que serão verificadas na conferência.
Cadastro débito automático Verificar se o Convênio Débito Automático, quando assinalado na abertura da conta, está cadastrado junto ao Sistema.
Controle Associações Sistema Online x relatórios Fluid
Fazer o cruzamento com de relatório de associações do mês x relatórios de aberturas contas do Fluid, buscando identificar contas que tenham sido abertas na UA, sem passar pelo Fluid;
Conferência de cartões autógrafo – monitoria
Mensalmente acessar a ferramenta de Monitoria e verificar os cartões não digitalizados;
Controle processos pendentes nas UA (abertura/encerramento)
Identificar os processos de abertura e encerramento de contas, e cobrar as unidades quanto a regularização dos mesmos, determinando prazo para regularização e cobrando solução para os casos. Os casos pendentes a mais tempo, deverão ser cobrados pontualmente dos GAF’s, aos quais os mesmos deverão apresentar solução definitiva.
Controle dossiês físicos UA’s (abertura e encerramento contas)
Cobrar os dossiês físicos através das instâncias de processo no Fluid e a regularização do envio dos dossiês físicos.
Controles retornos processos Comparar os percentuais de retorno dos processos abertos, de modo a identificar incidências, os colaboradores e as UA's com maior volumetria de ocorrências
Ilustração 22: Implantação de Controles de Abertura de Conta
Fonte: Adaptado do Sicredi (2016b).
Mediante a Ilustração 22, elencam-se os controles implantados recentemente
pela área de Back Office Centralizado, os quais visam agregar maior segurança e
praticidade à execução da atividade. Estas práticas servem para garantir que as
informações estão de acordo com o regramento estabelecido pela cooperativa,
precaver eventuais situações de inconformidade e, otimizar o desempenho
operacional da célula como um todo.
94
Nesta linha, Franco e Marra afirmam que o controle representa a busca pelas
ferramentas necessárias ao monitoramento e prevenção de situações com potencial
para influenciar o resultado organizacional. Segundo os autores, é imprescindível
que o controle interno seja efetivo dentro da empresa, uma vez que, nas situações
de irregularidade, cabe a este setor identifica-las e indicar o ajuste necessário
(FRANCO; MARRA, 2001).
Através de uma análise sob o ponto de vista macro, pode-se afirmar que a
área de Back Office Centralizado, célula de Abertura de Contas, vem apresentando
significativos indicadores de eficiência e qualidade, o que corrobora com o objetivo
da cooperativa de prestar o melhor e mais adequado serviço a seus associados,
prezando sempre pela segurança e praticidade, o que vai de encontro também com
os resultados positivos evidenciados pela auditoria interna realizada pelo acadêmico.
Diante disto, projeta-se para o último trimestre do ano de 2016 a implantação de
mais uma atividade centralizada, a Atualização Cadastral, único segmento ainda não
centralizado dentro do contexto Contas e Cadastro.
Conforme explica o gestor de contas, para o projeto de atualização e
renovação cadastral mantêm-se os princípios que regem a centralização de
atividades na Cooperativa: foco na segurança, qualidade e agilidade dos processos.
Busca-se por meio desta ação, agregar maior qualidade e veracidade aos dados que
compõem a base cadastral, atestando assim, sua fidedignidade para com a real
situação financeira dos associados, o que resulta em análises mais sólidas e
reduções de risco.
95
4 RECOMENDAÇÕES
Ao concluir o diagnóstico e análise do presente estudo, cabe ao acadêmico
propor recomendações e levantar situações-chave a serem trabalhadas pela
organização. Estas sugestões têm por finalidade, contribuir para a melhoria dos
processos operacionais da cooperativa, agregar soluções que possibilitem a
excelência no desempenho das atividades, e, principalmente, apontar meios para
garantir a plena satisfação dos associados.
Além das premissas supracitadas, à presente pesquisa incumbe a tarefa de
identificar os pontos assertivos e apontar soluções às inadequações encontradas.
Desta forma, recomenda-se primeiramente, que o gestor da área de Back Office,
bem como, os demais gestores das áreas relacionadas, tomem conhecimento
acerca do conteúdo deste trabalho, o qual traz informações de grande relevância
para que se identifique a real situação da atividade sob aspecto de assertividade,
adequabilidade e evolução operacional.
Relacionado ao fluxo do processo de abertura de contas, uma sugestão seria
validar, junto à Administração e/ou Direção da Cooperativa, a possibilidade de
manter a guarda de arquivos exclusivamente digital, uma vez que, é muito grande a
volumetria de dossiês físicos que transitam diariamente, o que se constatou durante
a auditoria interna, e, que representa grande custo e energia de controle. Tal
implantação, porém, requer um bom investimento em softwares e servidores
capazes de armazenar tais dados com segurança e da forma mais adequada.
Já voltado ao processo auditorial e seu resultado, recomenda-se ao gestor,
promover junto aos colaboradores um momento para revisar o manual e sanar
eventuais dúvidas acerca do preenchimento e práticas de cadastramento. Devido ao
fato dos apontamentos estarem voltados, principalmente, à desatenção e equívocos
de digitação, sugere-se aos colaboradores mais cuidado para com os documentos,
bem como, atenção ao preencher os dados no sistema.
Em relação aos documentos e trâmites processuais, durante a auditoria,
percebeu-se em alguns processos Pessoa Jurídica, uma considerável volumetria de
devoluções para ajuste, principalmente, devido a erros de preenchimento no
formulário de adesão a produtos e serviços. Dada a extensa fila de pareceres
trocados entre Unidade e Back Office, recomenda-se como possível solução para
reduzir retrabalhos e, consequentemente, o tempo de tramitação do processo, a
96
elaboração de uma Proposta de Produtos e Serviços para a Pessoa Jurídica nos
mesmos moldes do desenvolvido para o processo Pessoa Física, o qual contempla
as principais informações, e dados de preenchimento obrigatório, reduzindo assim, a
volumetria de devoluções para ajuste e correção de preenchimento.
Em termos gerais, o presente estudo atestou que a área de Back Office
apresentou um desempenho muito bom quanto à operacionalização do processo de
abertura de contas, desta forma, sugere-se a manutenção do incentivo aos
envolvidos quanto à assertividade e qualidade no desempenho da função. Assim,
com vista a garantir os bons indicadores, bem como, a boa percepção por parte dos
receptadores desse serviço, recomenda-se a avaliação periódica por meio de
auditoria dos processos de abertura de conta, extraindo-se amostras para análise e
conferência após a conclusão do ciclo operacional, algo que é de grande valia para
identificar possíveis ocorrências, reincidências e melhorias no processo.
97
CONCLUSÃO
A etapa de finalização da pesquisa acadêmica, principalmente voltada à
conclusão do curso, proporciona inúmeros conhecimentos e experiências ao
acadêmico, o qual pode vincular a vivência prática nas instituições ao conteúdo
teórico desenvolvido em sala de aula. Através de uma visão externa ao cotidiano
empresarial no qual a organização está inserida, o acadêmico é capaz de sugerir
ações de melhoria, entretanto, cabe à organização acatar ou não tais sugestões, as
quais visam o crescimento e desenvolvimento constante da mesma.
Dada a irrefutável competitividade do mercado atual, independentemente do
modelo estatutário da organização, os quesitos segurança, qualidade e agilidade
são extremamente valiosos para transparecer a imagem de diferencial competitivo
frente aos concorrentes, ainda mais em um cenário onde várias outras instituições
oferecem serviços muito semelhantes. Neste sentido, entender e compreender a
forma de funcionamento de uma Cooperativa, torna-se fundamental para difundir a
ideologia do cooperativismo e suas contribuições para a sociedade, gerando assim,
um maior número de adeptos, e principalmente, associados satisfeitos com os
serviços recebidos.
Indo de encontro ao primeiro objetivo específico estabelecido à pesquisa, o
qual esteve atrelado à evidenciação do fluxo e da evolução ou involução do
processo de abertura de contas, através do item 3.1 o mesmo foi atendido, uma vez
que, por meio de entrevista com o gestor de contas, demonstrou-se de forma
detalhada a maneira como o processo foi e é desenvolvido na instituição estudada.
Primeiramente, sob aspecto explicativo, evidenciou-se os serviços prestados em
relação a atividade de abertura de conta, bem como, os modelos e tipos possíveis
conforme o perfil do associado, passando para um segundo momento onde foram
abordados aspectos históricos e cronológicos acerca da mudança ocorrida no
processo.
Neste sentido, quando a atividade ainda estava plenamente a cargo da
Unidade de Atendimento, demonstrou-se quais etapas do processo eram seguidas e
98
a quem pertenciam, como ocorria o controle gerencial do mesmo e, quais os
colaboradores, baseados do cargo, desempenhavam cada instância. Já no período
pós centralização, explicou-se quais mudanças ocorreram, qual o novo fluxo, as
instâncias que foram implantadas e o que se realizava em cada uma delas.
Com base nas informações geradas acerca do ciclo operacional de contas, foi
possível demonstrar com clareza, as mudanças e evoluções ocorridas nesse trâmite.
Este processo transitório voltado a quem realiza a atividade culminou em um
controle mais efetivo do processo, juntamente com maior segurança e padronização
voltada às práticas operacionais da mesma.
Em relação ao segundo objetivo específico proposto, correspondente à
realização de uma auditoria operacional no processo de abertura de contas
realizado pelo Back Office, o mesmo foi atendido mediante o tópico 3.2. Através
deste, demonstrou-se o programa de auditoria, o planejamento da atividade, os itens
que foram submetidos à análise, qual a metodologia para definição da amostra, bem
como, o resultado e sua interpretação.
A partir da conclusão do processo auditorial, foi possível identificar qual o
nível de assertividade do processo, bem como, sua adequação às normas da
Cooperativa Sicredi União RS. Com base nisto, também, foi possível identificar quais
os pontos que ainda necessitam ser trabalhados e quais os principais fatores que
devem ser observados para a redução ainda mais eficaz de pontos falhos dentro da
atividade de abertura de contas. Em suma, pôde-se perceber que o submetimento
do processo a mais de uma instância de verificação e conferência, contribuiu muito
para que o resultado final fosse um baixo índice de inconsistências, as quais, são
consideradas toleráveis dentro do universo de contas que são abertas mensalmente
pela cooperativa supracitada.
Em relação ao terceiro e último objetivo específico, relacionado à análise
qualitativa do processo de abertura de contas centralizado, o mesmo foi atendido
através do item 3.3, onde, evidenciou-se um grande ganho operacional na atividade.
Com base nos arquivos de mensuração do tempo médio necessário à abertura da
conta (fase inicial: atendimento do associado até geração dos formulários) e,
também, na pesquisa de satisfação aplicada às Unidades de Atendimento acerca da
funcionalidade do Back Office, foi possível concluir que a operacionalização de
contas de maneira centralizada corresponde a uma grande evolução para a
Cooperativa Sicredi União RS, onde, o tempo médio da atividade caiu
99
drasticamente, os níveis de assertividade estão muito bons, além de adequados ao
planejamento, e, o nível de satisfação dos receptadores diretos do serviço (Unidade
de Atendimento) estão muito bons.
Desta forma, além da evidenciação de ações que foram tomadas para
controlar e desenvolver a atividade de contas, pôde-se perceber que o pensamento
sistêmico começou a ser melhor compreendido e difundido dentro da organização.
Assim, como prova de que a centralização de contas foi um projeto assertivo, o
gestor da área de Back Office garantiu que já existem projetos para a centralização
de novos processos.
Por fim, o objetivo geral da presente pesquisa, o qual consiste em
demonstrar, por meio de auditoria operacional, o nível de assertividade e evolução
qualitativa do processo de abertura de contas centralizado na área de Back Office da
cooperativa Sicredi União RS, foi atendido através do capítulo 3 e suas extensões.
Através deste capítulo, foi possível determinar qual a condição de assertividade,
bem como, adequabilidade do processo de abertura de contas, agregando a isto, a
clara evidenciação dos benefícios que a centralização da atividade trouxe à
Cooperativa, tanto no aspecto de segurança, quanto qualidade e agilidade.
Em relação à questão problema que originou a presente pesquisa, voltada à
verificação se a centralização do processo de abertura de contas na área de Back
Office contribuiu para a assertividade e evolução desta atividade na cooperativa
Sicredi União RS, foi respondida, também, no decorrer do capítulo 3, onde,
claramente foram demonstrados pontos positivos acerca da centralização. Dentre os
principais aspectos percebidos, podem ser citados, o alto nível de qualidade e
agilidade do processo, elevado nível de segurança quanto à prática operacional, em
virtude de todas as instâncias estarem mapeadas, bem como, todos os processos
serem submetidos a pelo menos duas análises de conferência e, por fim, o
reconhecimento percebido pelos receptadores do serviço, os quais demonstraram-
se muito favoráveis ao desempenho técnico e de suporte fornecido pelo Back Office,
célula de abertura de contas.
Sendo assim, o presente estudo, correspondente ao trabalho de conclusão de
curso de Ciências Contábeis, foi desenvolvido na Cooperativa de Crédito de Livre
Admissão de Associados Serro Azul – Sicredi União RS, na área de Back Office
Centralizado da Superintendência Regional, localizada à Avenida Flores da Cunha,
nº 762, Bairro Cruzeiro na cidade de Santa Rosa – RS, com o objetivo de atestar a
100
consonância do processo de abertura de contas para com o regramento
competente, analisando com base nisto, quais mudanças e quais benefícios ou
retrocessos foram promovidos com a centralização desta atividade.
Para o acadêmico, este trabalho de conclusão de curso foi de grande valia,
pois, proporcionou grandes contribuições para seu crescimento pessoal e
profissional, possibilitando-lhe inclusive, um bom embasamento acerca da prática
auditorial, bem como, do cotidiano empresarial de uma Cooperativa de Crédito.
Através deste estudo, pôde-se aprofundar o conhecimento acerca de como funciona,
na prática, a atividade de auditoria, quais as etapas e quais os desafios que a
englobam, como se dá a operacionalização da atividade de abertura de contas e,
principalmente, como a visão sistêmica pode contribuir no contexto empresarial
contemporâneo.
Entretanto, aos interessados neste assunto, ainda cabe um vasto campo a ser
explorado, podendo assim, ampliar seus horizontes e navegar em dois universos
que vêm ganhando força nos tempos atuais: a auditoria e o cooperativismo. E como
sugestão de futuros estudos, propõe-se a verificação operacional de outras
atividades centralizadas na Cooperativa, tais como: encerramento de contas,
consórcio e estornos.
101
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108
APÊNDICE A – Questionário para Entrevista ao Gestor
1) Qual foi o objetivo da criação da área de Back Office, célula de abertura de
contas?
2) Quais as principais mudanças promovidas com o desenho deste novo fluxo
do processo?
3) Na sua concepção, quais os pontos positivos e/ou negativos relacionados a
centralização da atividade?
4) Como você percebe a evolução ou involução da célula de abertura de contas
no decorrer dos 2 anos de Back Office?
5) Onde encontram-se os dados armazenados para embasar o processo de
auditoria?
6) Em relação à auditoria, até que percentual de inconsistências é considerado
aceitável/tolerável?
7) Em sua percepção, quais são os principais fatores responsáveis para que se
consigam resultados positivos no controle das contas pelo Back Office?
8) Como se dá a questão de controle e monitoramento do processo de abertura
de conta? Existem procedimentos de validação ou revisão destas práticas?
9) Em relação à percepção que as Unidades de Atendimento têm para com o
Back Office, existe algum feedback ou meio para que possam expor suas
opiniões e sugestões?
10) Existe algum planejamento voltado à centralização de mais algum processo
hoje desenvolvido na Unidade de Atendimento?
109
APÊNDICE B – Relatório de Contas Auditadas
Associado PF Conta Corrente
Documentos de Identificação
Dados Cadastrais
Consulta aos Órgãos de
Proteção ao Crédito
Formulários de Abertura de
conta
Cartão Autógrafo
Registro e Procedimento de Associação
1 Ok Ok Ok Ok Ok Ok
2 Ok Ok Ok Ok Ok Ok
3 Ok Ok Ok Ok Ok Ok
4 Ok Ok Ok Ok Ok Ok
5 Ok Ok Ok Ok Ok Ok
6 Ok Ok Ok Ok Ok Ok
7 Ok Ok Ok Ok Ok Ok
8 Ok Ok Ok Ok Ok Ok
9 Ok Ok Ok Ok Ok Ok
10 Ok Ok Ok Ok Ok Ok
11 Ok Ok Ok Ok Ok Ok
12 Ok Ok Ok Ok Ok Ok
13 Ok Ok Ok Ok Ok Ok
14 Ok Ok Ok Ok Ok Ok
15 Ok Ok Ok Ok Ok Ok
16 Ok Ok Ok Ok Ok Ok
17 Ok Ok Ok Ok Ok Ok
18 Ok Ok Ok Ok Ok Ok
19 Ok Ok Ok Ok Ok Ok
20 Ok Ok Ok Ok Ok Ok
21 Ok Ok Ok Ok Ok Ok
22 Ok Ok Ok Ok Ok Ok
23 Ok Ok Ok Ok Ok Ok
24 Ok Ok Ok Ok Ok Ok
25 Ok Ok Ok Ok Ok Ok
26 Ok Ok Ok Ok Ok Ok
27 Ok Ok Ok Ok Ok Ok
28 Ok Ok Ok Ok Ok Ok
29 Ok N Ok Ok Ok Ok Ok
30 Ok Ok Ok Ok Ok Ok
31 Ok Ok Ok Ok Ok Ok
32 Ok Ok Ok Ok Ok Ok
33 Ok Ok Ok Ok Ok Ok
34 Ok Ok Ok Ok Ok Ok
35 Ok Ok Ok Ok Ok Ok
36 Ok Ok Ok Ok Ok Ok
37 Ok Ok Ok Ok Ok Ok
38 Ok Ok Ok Ok Ok Ok
39 Ok Ok Ok Ok Ok Ok
40 Ok Ok Ok Ok Ok Ok
41 Ok Ok Ok Ok Ok Ok
42 Ok Ok Ok Ok Ok Ok
43 Ok Ok Ok Ok Ok Ok
44 Ok Ok Ok Ok Ok Ok
45 Ok Ok Ok Ok Ok Ok
46 Ok Ok Ok Ok Ok Ok
47 Ok Ok Ok Ok Ok Ok
48 Ok Ok Ok Ok Ok Ok
49 Ok Ok Ok Ok Ok Ok
50 Ok Ok Ok Ok Ok Ok
51 Ok Ok Ok Ok Ok Ok
52 Ok Ok Ok Ok Ok Ok
53 Ok Ok Ok Ok Ok Ok
54 Ok Ok Ok Ok Ok Ok
55 Ok Ok Ok Ok Ok Ok
56 Ok Ok Ok Ok Ok Ok
57 Ok Ok Ok Ok Ok Ok
110
58 Ok Ok Ok Ok Ok Ok
59 Ok Ok Ok Ok Ok Ok
60 Ok Ok Ok Ok Ok Ok
61 Ok Ok Ok Ok Ok Ok
62 Ok Ok Ok Ok Ok Ok
63 Ok Ok Ok Ok Ok Ok
64 Ok Ok Ok Ok Ok Ok
65 Ok Ok Ok Ok Ok Ok
66 Ok Ok Ok Ok Ok Ok
67 Ok Ok Ok Ok Ok Ok
68 Ok Ok Ok Ok Ok Ok
69 Ok Ok Ok Ok Ok Ok
70 Ok Ok Ok Ok Ok Ok
71 Ok Ok Ok Ok Ok Ok
72 Ok Ok Ok Ok Ok Ok
73 Ok Ok Ok Ok Ok Ok
74 Ok Ok Ok Ok Ok Ok
75 Ok Ok Ok Ok Ok Ok
76 Ok Ok Ok Ok Ok Ok
77 Ok Ok Ok Ok Ok Ok
78 Ok Ok Ok Ok Ok Ok
79 N Ok Ok Ok Ok Ok Ok
80 Ok Ok Ok Ok Ok Ok
81 Ok Ok Ok Ok Ok Ok
82 Ok Ok Ok Ok Ok Ok
83 Ok Ok Ok Ok Ok Ok
84 Ok Ok Ok Ok Ok Ok
85 Ok Ok Ok Ok Ok Ok
86 Ok Ok Ok Ok Ok Ok
87 Ok Ok Ok Ok Ok Ok
88 Ok Ok Ok Ok Ok Ok
89 Ok Ok Ok Ok Ok Ok
90 Ok Ok Ok Ok Ok Ok
91 Ok Ok Ok Ok Ok Ok
92 Ok Ok Ok Ok Ok Ok
93 Ok Ok Ok Ok Ok Ok
94 Ok Ok Ok Ok Ok Ok
95 Ok Ok Ok Ok Ok Ok
96 Ok Ok Ok Ok Ok Ok
97 Ok Ok Ok Ok Ok Ok
98 Ok N Ok Ok Ok Ok Ok
99 Ok Ok Ok Ok Ok Ok
100 Ok Ok Ok Ok Ok Ok
101 Ok Ok Ok Ok Ok Ok
102 Ok Ok Ok Ok Ok Ok
103 Ok Ok Ok Ok Ok Ok
104 Ok Ok Ok Ok Ok Ok
105 Ok Ok Ok Ok Ok Ok
106 Ok Ok Ok Ok Ok Ok
107 Ok Ok Ok Ok Ok Ok
108 Ok Ok Ok Ok Ok Ok
109 Ok Ok Ok Ok Ok Ok
110 Ok Ok Ok Ok Ok Ok
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