governo do estado do acre instituto de...
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GOVERNO DO ESTADO DO ACRE INSTITUTO DE MUDANÇAS CLIMÁTICAS E REGULAÇÃO DE SERVIÇOS
AMBIENTAIS - IMC UNIDADE CENTRAL DE GEOPROCESSAMENTO E SENSORIAMENTO REMOTO UCEGEO
DINÂMICA DO DESMATAMENTO EM 2016
NO ESTADO DO ACRE - PRODES
Rio Branco – Acre
Maio/2018
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DINÂMICA DO DESMATAMENTO EM 2016
NO ESTADO DO ACRE - PRODES
EQUIPE UGEGEO
TÉCNICOS
Djallene Rebêlo de Araújo
Marcelo José Silveira Lima
Maria Alice Silva de Paula
Pedro de Souza Santiago
Valmira Domingos de Oliveira
ESTAGIÁRIAS
Luciana Gomes Martellet
Mayra Araújo
COORDENADORA
Vera Lúcia Reis
Rio Branco – Acre
Maio/2018
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LISTA DE FIGURAS
Figura 1: Mapa da Amazônia Legal ............................................................................. 6
Figura 2: Distribuição do desmatamento no estado do Acre acumulado - PRODES -
1997 a 2016 .............................................................................................................. 10
Figura 3: Distribuição do percentual do incremento anual do desmatamento nos
municípios - 2016 ...................................................................................................... 14
LISTA DE GRÁFICOS
Gráfico 1: Desmatamento acumulado por classe fundiária - 1997 a 2016 .................. 9
Gráfico 2: Incremento anual do desmatamento - 2011 a 2016.................................. 11
Gráfico 3: Distribuição do desmatamento por regional - 2016 .................................. 13
Gráfico 4: Distribuição percentual do desmatamento por regional - 2016 ................. 13
Gráfico 5: Distribuição do desmatamento por municípios - 2016 .............................. 14
Gráfico 6: Distribuição do desmatamento por classe fundiária - 2016 ...................... 15
LISTA DE QUADROS
Quadro 1: Desmatamento acumulado (ha) por classe fundiária - 1997 a 2016............9
Quadro 2: Intervalos de tamanho, número e extensão dos polígonos do
desmatamento acumulado no estado do Acre – 2011 a 2016.......................... ........12
Quadro 3: Intervalo de tamanho, número e extensão dos polígonos do
desmatamento no estado do Acre no ano de 2016...................................................12
Quadro 4: Ranking do desmatamento nos Projetos de Assentamento – 2016 ........... 16
Quadro 5: Ranking do desmatamento nas Unidades de Conservação – 2016 .......... 16
Quadro 6: Ranking do desmatamento (ha) nas Terras Indígenas – 2016 ................... 17
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LISTA DAS ABREVIATURAS E SIGLAS
AC – Acre
CAR – Cadastro Ambiental Rural
FUNTAC – Fundação de Tecnologia do Estado do Acre
IBGE – Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística
IMC – Instituto de Mudanças Climáticas e Regulação de Serviços Ambientais
INCRA – Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária
INPE – Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais
IPAM – Instituto de Pesquisas Ambientais da Amazônia
ITERACRE – Instituto de Terras do Acre -
PA – Projeto de Assentamento
PAD – Projeto de Assentamento Dirigido
PRODES – Programa de Cálculo do Desflorestamento da Amazônia
Resex – Reserva Extrativista
SEMA – Secretaria de Estado de Meio Ambiente
TI – Terra Indígena
UC – Unidade de Conservação
UCEGEO – Unidade Central de Geoprocessamento e Sensoriamento Remoto
ZEE – Zoneamento Ecológico-Econômico
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SUMÁRIO
1. INTRODUÇÃO ..................................................................................................... 6
2. MATERIAIS E MÉTODOS .................................................................................... 8
3. RESULTADOS ..................................................................................................... 8
4. CONSIDERAÇÕES FINAIS ............................................................................... 17
5. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS .................................................................. 18
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1. INTRODUÇÃO
A Amazônia Legal é uma região política criada pelo governo brasileiro em 1953
através da Lei 1.806, com o intuito de planejar e promover o desenvolvimento da
mesma. Tem uma área de aproximadamente 5.020.000 km2, compreendendo 61% do
território brasileiro e, atualmente, envolve nove estados: Acre, Amapá, Amazonas,
Pará, Rondônia, Roraima, Tocantins, Mato Grosso e parte do Maranhão (Figura1),
detendo cerca de 40% da floresta tropical do planeta. A Amazônia Legal tem um papel
fundamental na manutenção da biodiversidade e dos serviços ecossistêmicos, mas
passa por um acelerado processo de degradação devido à exploração desordenada
e predatória dos recursos naturais (IBGE, 2018).
Figura 1: Mapa da Amazônia Legal
Fonte: IBGE, 2018
O desmatamento na Amazônia é decorrente do desenvolvimento de atividades
agropecuárias, que vem, nos últimos anos, mudando de um padrão de grandes para
pequenas áreas de derrubada, decorrente, principalmente, da agricultura itinerante
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nas áreas de produção familiar. Este novo padrão de desmatamento tem maior reflexo
na Amazônia Sul-ocidental, a exemplo do estado do Acre, onde as atividades
geradoras do desmatamento são caracterizadas pelo sistema de corte e queima da
floresta, com uso intensivo por três a cinco anos, o que ocasiona a diminuição da
produtividade do solo, e posterior abandono destas terras (ACRE, 2006; Soares-Filho
et al., 2005 e Laurance et al., 2001).
Com a implementação do Zoneamento Ecológico-Econômico do Estado
(ZEE/AC Fases I e II; ACRE, 2000; ACRE, 2006), o Governo do Acre tem atuado de
forma mais rigorosa no processo de fiscalização e monitoramento do desmatamento
dentro de seus limites territoriais, devido, sobretudo, às recentes políticas no setor
agroflorestal.
Por outro lado, a Política de Valorização do Ativo Ambiental Florestal, o
Cadastro Ambiental Rural - CAR, o Programa de Pagamento por Serviços Ambientais
e o Plano de Prevenção e Controle do Desmatamento e Queimadas são políticas
consolidadas que têm contribuído para o processo de redução do desmatamento no
estado.
No entanto, a efetividade dessas políticas depende do monitoramento das
alterações do uso e cobertura do solo e da dinâmica das taxas de desmatamento nos
diversos recortes territoriais (municípios, unidades de conservação, projetos de
assentamentos, terras indígenas, regionais administrativas, áreas particulares, dentre
outros), para o entendimento dos padrões de organização e ocupação do espaço.
Neste sentido, em 12 de setembro de 2008, através do Decreto no 3.413, foi
criada a Unidade Central de Geoprocessamento e Sensoriamento Remoto do Estado
do Acre – Ucegeo, para promover a detecção e o monitoramento das alterações na
cobertura do solo, como desmatamento, queimadas, regeneração, dentre outros
aspectos. Assim, ao longo do ano de 2009, a Ucegeo realizou a revisão e análise da
série histórica do desmatamento em todo território acreano, tendo como base o ano
de 1988, utilizando a mesma fonte de dados do Prodes (Imagens Landsat), permitindo
ao Estado acompanhar a mudança de padrão do desmatamento de grandes áreas
utilizadas para agropecuária para pequenas áreas da agricultura familiar.
Este relatório tem como objetivo analisar a dinâmica do desmatamento dentro
do estado do Acre, no período de 2016, conforme metodologia do Projeto de
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8
Monitoramento da Floresta Amazônica Brasileira por Satélite – Prodes, do Instituto
Nacional de Pesquisas Espaciais - Inpe, que apresenta estimativas confiáveis tanto
no cenário da pesquisa científica nacional quanto internacional.
2. MATERIAIS E MÉTODOS
Para a elaboração deste relatório foram utilizados os dados relativos ao
incremento anual do desmatamento do Programa de Monitoramento da Floresta
Amazônica Brasileira por Satélite (Prodes), disponibilizados pelo Instituto Nacional de
Pesquisas Espaciais (Prodes) disponíveis no endereço eletrônico:
http://www.dpi.inpe.br/prodesdigital/prodes.php.
O Prodes, desde 1988, monitora por satélites o desmatamento por corte raso
na região da Amazônia Legal e produz as taxas anuais de desmatamento nos estados
desta região, subsidiando o governo brasileiro a instituir políticas públicas.
As taxas anuais do Prodes são estimadas a partir dos incrementos de
desmatamento identificados em cada imagem de satélite que cobre a Amazônia Legal.
Em dezembro de cada ano é realizada uma primeira apresentação, com estimativa,
dos dados (monitorados entre agosto de um ano e julho do ano subsequente) e no
primeiro semestre do ano seguinte são divulgados os dados consolidados.
Os dados disponibilizados neste trabalho foram tratados utilizando-se apenas
as categorias de desflorestamento e de resíduo, dentro da aba Mainclass. Após a
definição dos dados foi realizado o cruzamento com a base fundiária do estado do
Acre (ZEE II).
3. RESULTADOS E DISCUSSÃO
O desmatamento acumulado no estado do Acre, segundo a metodologia
Prodes, no período de 1997 a 2016, totaliza 2.205.613,2 ha, representando
aproximadamente 13,4 % da extensão territorial do estado (Quadro 1).
http://www.dpi.inpe.br/prodesdigital/prodes.phphttp://www.obt.inpe.br/prodes/taxas_prodes.htm
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Quadro 1: Desmatamento acumulado (ha) por classe fundiária - 1997 a 2016
Classe/Categoria fundiária Área Total (ha)
Desmatamento acumulado de 1997
a 2016 (ha)
% em relação ao desmatamento acumulado no
período
Assentamento 1.635.945,0 776.273,6 35,2
Particular 3.114.417,6 680.785,0 30,9
Discriminada 2.229.415,7 436.242,7 19,8
Unidade de Conservação 5.167.966,6 148.323,4 6,7
Área sem Estudo Discriminatório 1.474.934,2 94.550,4 4,3
Arrecadada 313.595,4 40.198,2 1,8
Terra Indígena 2.485.209,0 29.239,9 1,3
Total geral 16421483,5 2.205.613,2 100,0
Fonte: INPE/PRODES (1997 a 2016).
No Acre o corte e queima para a agricultura familiar, realizado anualmente, é o
sistema que predomina em projetos de assentamento do Instituto Nacional de
Colonização e Reforma Agrária - Incra. No período de 1997 a 2016, eles foram
responsáveis por 35,2% do desmatamento no estado. As propriedades particulares
responderam por 30,9%, as áreas discriminadas por 19,8%, as áreas sem estudo
discriminatório por 4,3 % e as áreas arrecadadas por 1,8%, enquanto as áreas
naturais protegidas responderam no seu conjunto (UC e TI) por 8,1% do
desmatamento no estado (Quadro 1 e Gráfico 1).
Gráfico 1: Desmatamento acumulado (ha) por classe fundiária - 1997 a 2016
Fonte: INPE/PRODES (1997 a 2016).
776.273,6
680.785,0
436.242,7
148.323,494.550,4
40.198,2 29.239,9
0,0
100.000,0
200.000,0
300.000,0
400.000,0
500.000,0
600.000,0
700.000,0
800.000,0
900.000,0
Assentamento Particular Discriminada Unidade deConservação
Área semEstudo
Discriminatório
Arrecadada Terra Indígena
Desmatamento acumulado de 1997 a 2016 (ha)
-
10
De modo geral, a distribuição do desmatamento no estado tem relação com a
estrutura de ocupação territorial, concentrando-se principalmente no Sudeste
acreano, ao redor dos núcleos urbanos e ao longo das redes hidrográficas (grandes
rios) e rodovias, com destaque para as rodovias federais, BR 364 e BR 317 (Figura
2). Estes eixos, em geral relacionam-se com o processo de escoamento da produção
familiar, nos projetos de assentamento e nas áreas discriminadas, estas últimas em
fase de regularização fundiária pelo Instituto de Terras do Acre - Iteracre.
Segundo Nepstad et al. (2009), de modo geral, os principais vetores do
desmatamento na região amazônica são oriundos das atividades econômicas da
pecuária, da agricultura em grande e pequena escala e da atividade madeireira. No
estado do Acre, embora os agentes de desmatamento tenham sido os grandes e
médios pecuaristas, os resultados das análises apontam que pequenos produtores -
em torno de 49.000, segundo dados do CAR, têm contribuído para o desmatamento
nos últimos anos, devido à produção familiar, especialmente nos projetos de
assentamento da reforma agrária.
Figura 2: Distribuição do desmatamento acumulado no estado do Acre - Prodes - 1997 a 2016
Fonte: INPE/PRODES, 2016.
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No período 2011 a 2016, o desmatamento no estado do Acre foi de 199.761,7
ha, equivalentes a 9,1 % do desmatamento acumulado de 1997 a 2016 e a 1,2 % do
território acreano. Neste período o desmatamento ocorreu a uma média anual de
33.293,6 ha. Os anos de 2015 e 2016 apresentaram as maiores extensões de
desmatadas, com 46.318,8 e 40.496,6 ha, respectivamente, enquanto 2013 registrou
o menor valor, seguido pelos anos de 2012 e 2011 (Gráfico 2).
Gráfico 2: Incremento anual do desmatamento - 2011 a 2016
Fonte: INPE/PRODES (2011 a 2016)
No período de 2011 a 2016 foram analisados 51.492 polígonos, representando
199.761,7 hectares de desmatamento no estado. Destes, 47.412 polígonos da classe
de tamanho de até 10 hectares representaram 67,8 % do desmatamento –
equivalentes a 135.480,8 ha. Na classe de tamanho 10,1 a 60 hectares foram
analisados 4.043 polígonos, representando uma extensão de 60.941 ha ou seja 30,5%
da área desmatada e 37 polígonos acima de 60,1 hectares, em 3.340 hectares,
representando apenas 1,6 % do desmatamento (Quadro 2).
30.076,027.249,6
20.631,0
34.989,8
46.318,8
40.496,6
0,0
5.000,0
10.000,0
15.000,0
20.000,0
25.000,0
30.000,0
35.000,0
40.000,0
45.000,0
50.000,0
2011 2012 2013 2014 2015 2016
Incr
em
en
to d
o d
esm
atam
en
to (h
a)
Anos
-
12
Quadro 2: Intervalos de tamanho, número e extensão dos polígonos do desmatamento acumulado no estado do Acre – 2011 a 2016
Intervalo de tamanho dos polígonos (ha)
Número de polígonos analisados
% de polígonos analisados
Extensão da área desmatada por tamanho de polígono (ha)
% da extensão desmatada
0,54 a 3 30.382,0 59,0 28.207,9 14,1
3,1 a 6 7.213,0 14,0 32.004,5 16,0
6,1 a 10 9.817,0 19,1 75.268,4 37,7
10,1 a 60 4.043,0 7,9 60.941,0 30,5
60,1 a 200 36,0 0,1 3.052,0 1,5
>200 1,0 0,0 287,9 0,1
Total 51.492,0 100 199.761,7 100
Neste período, as análises revelam que 76,2 % do desmatamento,
representando 30.848,3 ha foram registrados em áreas de até 10 hectares – num total
de 12.881 polígonos, considerados pequenos. Foram analisados 626 polígonos
considerados médios (10,1 a 60 ha), com uma extensão de 9.083,6 ha, representando
22,4 %, enquanto polígonos com tamanhos acima de 60 ha apresentaram uma
extensão total de 564,7 ha, representando apenas 1,4 % do desmatamento em 2016,
corroborando as informações anteriormente indicadas. Não foram observados neste
ano áreas de desmatamento superiores a 200 ha (Quadro 3).
Quadro 3: Intervalo de tamanho, número e extensão dos polígonos do desmatamento no estado do Acre no ano de 2016
Intervalo de tamanho dos polígonos (ha)
Número de polígonos analisados
% de polígonos
Extensão da área desmatada por tamanho de polígono (ha)
% da extensão desmatada
200 ha 0 0,0 0,0 0
Total 13.513 100,0 40.496,6 100,0
Analisando os dados do desmatamento de 2016, por regional político-
administrativa, verifica-se que a Regional do Juruá apresentou a menor extensão de
área desmatada, enquanto as regionais do Purus e do Baixo Acre foram as áreas de
maior ocorrência do desmatamento (Gráfico 3).
-
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Gráfico 3: Distribuição percentual do desmatamento por Regional - 2016
Fonte: INPE/PRODES (2016).
Em termos percentuais, as regionais do Baixo Acre, Purus, Alto Acre,
Tarauacá/Envira e Juruá apresentaram respectivamente 37,4 %, 22 %, 17,5 %, 15,4%
e 7,7 % do desmatamento ocorrido no estado do Acre no ano de 2016. (Gráfico 4).
Gráfico 4: Distribuição percentual do desmatamento por regional - 2016
Fonte: INPE/PRODES (2016).
A distribuição do desmatamento por município indica que Sena Madureira foi o
mais atingido, com 5.982,5 ha, seguido por Rio Branco com 5.847,8 ha, Feijó com
4.264,7 ha, Xapuri com 3.456,9 ha e Manoel Urbano com 2.690,1 ha, conforme
Gráfico 5.
15.130,69
8.889,62
7.102,916.248,96
3.124,74
0
2000
4000
6000
8000
10000
12000
14000
16000
Baixo Acre Purus Alto Acre Tarauacá/Envira Juruá
De
smat
ame
nto
po
r re
gio
nal
(h
a)
Regionais
7,7
15,4
17,5
22,0
37,4Juruá
Tarauacá/Envira
Alto Acre
Purus
Baixo Acre
-
14
Gráfico 5: Distribuição do desmatamento (ha) por município - 2016
Fonte: PRODES (2016).
Em termos percentuais, os municípios que apresentaram maior taxa de
supressão da vegetação em relação a sua extensão geográfica foram os municípios
de Sena Madureira com 14,8 % de área desmatada, seguido de Rio Branco com
14,4% e Feijó com 10,5 % conforme Figura 3, a seguir.
Figura 3: Distribuição do percentual do incremento anual do desmatamento nos municípios – no ano de 2016
Fonte: Adaptado de Prodes (2016)
5982
,54
5847
,77
4264
,71
3456
,93
2690
,08
2371
,15
2358
,46
1819
,48
1731
,87
1696
,57
1660
,02
1178
,17
910,
72
839,
89
826,
28
672,
69
550,
59
447,
34
401,
84
321,
26
252,
05
0
1.000
2.000
3.000
4.000
5.000
6.000
7.000D
esm
atam
en
to e
m 2
01
6 (
ha)
Municípios
-
15
Do ponto de vista fundiário, em 2016, as análises apontam que nas áreas
particulares foram desmatados aproximadamente 9.521,9 ha, correspondentes a
23,5% do desmatamento do ano no estado. As áreas dos projetos de assentamento
apresentaram 13.424,3 hectares de desmatamento, correspondentes a 33,2 % do
desmatamento no período, as áreas discriminadas por 9.129,5 ha (22,5 %), as
unidades de conservação por 5.112,5 hectares (12,6 %), as áreas sem estudo
discriminatório por 2.126,1 ha (5,3 %), as áreas arrecadadas por 976,1 ha (2,4 %) e
as terras indígenas por apenas 205,6 ha (0,5 %), conforme Gráfico 6 a seguir.
Gráfico 6: Distribuição do desmatamento por classe fundiária - 2016
Fonte: PRODES (2016).
O Projeto de Assentamento que mais contribuiu para o aumento do
desmatamento no Acre em 2016 foi o PAD Pedro Peixoto, com um total de 1.911,6
hectares, seguido pelo PAE Remanso com 1.119,2 ha, PAF Providência Capital com
705,0 ha e PAD Boa Esperança com 685,3 ha, conforme Quadro 4 a seguir.
776.273,6
680.785,0
436.242,7
148.323,494.550,4
40.198,2 29.239,9
0
100.000
200.000
300.000
400.000
500.000
600.000
700.000
800.000
900.000
De
smat
ame
nto
(ha)
Classes fundiárias
-
16
Quadro 2: Ranking do desmatamento nos Projetos de Assentamento – 2016
Proj. Assentamentos Área Total (ha) Desmate (ha)/2016
PAD Pedro Peixoto 367.686,38 1.911,6
PAE Remanso 43.315,65 1.119,2
PAF Providência Capital 32.737,60 705,0
PAD Boa Esperança 82.759,74 685,3
PAE Santa Quitéria 69.015,44 654,8
PA Figueira 25.444,14 457,2
PAD Santa Luzia 64.902,08 448,6
PA Gal. Moreno Maia 21.337,18 430,7
PAE Porto Dias 24.463,11 374,2
PA Oriente 7.984,59 359,1
Fonte: PRODES(2016)
Os resultados desta análise mostram que em 2016 foram desmatados 4.934,77
hectares nas Unidades de conservação no estado do Acre, representando 12,2 % do
desmatamento observado no período. As unidades de conservação que mais
contribuíram para o desmatamento foram a Reserva Extrativista Chico Mendes com
3.242,1 ha e a Resex Cazumbá Iracema com 343,4 ha (Quadro 5).
Quadro 3: Ranking do desmatamento nas Unidades de Conservação – 2016
Nome UCs
Área Total (ha) Desmate (ha)/2016
Resex - Chico Mendes 926.066,00 3.242,1
Resex - Cazumbá - Iracema 733.233,30 343,4
Resex - Alto Jurua 529.439,75 221,0
APA - São Francisco 30.004,13 210,6
Floes - Floresta Estadual do Antimary 45.687,09 192,4
Resex - Riozinho da Liberdade 320.777,92 160,6
Floes - Mogno 140.776,52 157,0
Parna - Serra do Divisor 787.798,48 114,8
Fonte: PRODES (2016)
Os dados de desmatamento referentes ao ano de 2016 demonstram que nas
terras indígenas foram desmatados aproximadamente 230,5 ha. A Terra Indígena Alto
Rio Purus foi a mais desmatada, com 37,4 ha, seguida das TIs Mamoadate (29,8 ha)
e Kaxinawa do Rio Jordão (23,7 ha), conforme Quadro 6.
-
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Quadro 4: Ranking do desmatamento (ha) nas Terras Indígenas – 2016
Nome TIs Área Total (ha) Desmate (ha)/2016
Alto Rio Purus 263.348,76 37,4
Mamoadate 313.633,34 29,8
Kaxinawa do Rio Jordão 89.923,94 23,7
Jaminawa do Guajará 12.531,36 20,2
Nukini 30.383,06 18,5
Katukina/Kaxinawa 23.556,93 16,5
Kampa Isolados do Rio Envira 234.168,12 14,8
Xinane 261.765,09 14,0
Jaminaua Envira 80.643,92 13,2
Fonte: PRODES (2016)
4. CONSIDERAÇÕES FINAIS
O desmatamento acumulado no estado do Acre, no período de 1997 a 2016,
totalizou 2.205.613,2 ha, representando 13,4 % da extensão territorial do estado
desflorestada.
No período 2011 a 2016, o desmatamento no estado do Acre foi de 199.761,7
ha, equivalentes a 9,0% do desmatamento acumulado de 1997 a 2016 e a 1,2 % do
território acreano.
Em termos de tamanho dos polígonos desmatados, no ano de 2016, as
análises revelam que 76,2 % do desmatamento ocorreu em áreas de até 10 hectares,
considerados pequenos desmates para a agricultura familiar. Esta variação na
dinâmica de uso da terra revela que o desafio do Estado é grande, considerando os
mais de 40.000 pequenos produtores no estado que dependem da agricultura familiar.
O histórico do desmatamento revela nos últimos anos, variações na dinâmica
e nos padrões de alteração da cobertura do solo, indicando um aumento do
desmatamento em médias e pequenas áreas e significativa redução de grandes
desmates. Em 2016, a grande maioria dos desmatamentos foi realizada em médias e
pequenas áreas, confirmando o padrão de desmate, reflexo do manejo tradicional dos
recursos naturais, onde se realiza a broca de médias e pequenas áreas de floresta
para renovar as áreas de pastagens e produção (roçados), conforme mencionado
anteriormente.
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5. REFERÊNCIAS
ACRE. Governo do Estado do Acre. Programa Estadual de Zoneamento Ecológico-
Econômico do Estado do Acre. Zoneamento Ecológico-Econômico:
Desflorestamento e queimadas no Acre – Análise de tendências recentes. Rio Branco:
Secretaria Executiva de Ciência, Tecnologia e Meio Ambiente, Volume 2, 2000.
ACRE. Governo do Estado do Acre. Programa Estadual de Zoneamento Ecológico-
Econômico do Estado do Acre. Zoneamento Ecológico-Econômico do Acre Fase II:
Documento Síntese – Escala 1:250.000, Rio Branco: SEMA, 2006. 356p.
ACRE. Decreto Nº 3.413 de 12 de setembro de 2008. Cria a Unidade Central de
Geoprocessamento e Sensoriamento Remoto do Estado do Acre – Ucegeo e
Regulamenta o seu funcionamento. Diário Oficial do Estado do Acre, Rio Branco,
AC 15 de set. 2008. Nº 9.888. Publicado do D.O.E. em 15/09/2008.
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