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GOVERNO DO ESTADO DO ACRE INSTITUTO DE MUDANÇAS CLIMÁTICAS E REGULAÇÃO DE SERVIÇOS AMBIENTAIS - IMC UNIDADE CENTRAL DE GEOPROCESSAMENTO E SENSORIAMENTO REMOTO UCEGEO DINÂMICA DO DESMATAMENTO EM 2016 NO ESTADO DO ACRE - PRODES Rio Branco Acre Maio/2018

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  • GOVERNO DO ESTADO DO ACRE INSTITUTO DE MUDANÇAS CLIMÁTICAS E REGULAÇÃO DE SERVIÇOS

    AMBIENTAIS - IMC UNIDADE CENTRAL DE GEOPROCESSAMENTO E SENSORIAMENTO REMOTO UCEGEO

    DINÂMICA DO DESMATAMENTO EM 2016

    NO ESTADO DO ACRE - PRODES

    Rio Branco – Acre

    Maio/2018

  • DINÂMICA DO DESMATAMENTO EM 2016

    NO ESTADO DO ACRE - PRODES

    EQUIPE UGEGEO

    TÉCNICOS

    Djallene Rebêlo de Araújo

    Marcelo José Silveira Lima

    Maria Alice Silva de Paula

    Pedro de Souza Santiago

    Valmira Domingos de Oliveira

    ESTAGIÁRIAS

    Luciana Gomes Martellet

    Mayra Araújo

    COORDENADORA

    Vera Lúcia Reis

    Rio Branco – Acre

    Maio/2018

  • LISTA DE FIGURAS

    Figura 1: Mapa da Amazônia Legal ............................................................................. 6

    Figura 2: Distribuição do desmatamento no estado do Acre acumulado - PRODES -

    1997 a 2016 .............................................................................................................. 10

    Figura 3: Distribuição do percentual do incremento anual do desmatamento nos

    municípios - 2016 ...................................................................................................... 14

    LISTA DE GRÁFICOS

    Gráfico 1: Desmatamento acumulado por classe fundiária - 1997 a 2016 .................. 9

    Gráfico 2: Incremento anual do desmatamento - 2011 a 2016.................................. 11

    Gráfico 3: Distribuição do desmatamento por regional - 2016 .................................. 13

    Gráfico 4: Distribuição percentual do desmatamento por regional - 2016 ................. 13

    Gráfico 5: Distribuição do desmatamento por municípios - 2016 .............................. 14

    Gráfico 6: Distribuição do desmatamento por classe fundiária - 2016 ...................... 15

    LISTA DE QUADROS

    Quadro 1: Desmatamento acumulado (ha) por classe fundiária - 1997 a 2016............9

    Quadro 2: Intervalos de tamanho, número e extensão dos polígonos do

    desmatamento acumulado no estado do Acre – 2011 a 2016.......................... ........12

    Quadro 3: Intervalo de tamanho, número e extensão dos polígonos do

    desmatamento no estado do Acre no ano de 2016...................................................12

    Quadro 4: Ranking do desmatamento nos Projetos de Assentamento – 2016 ........... 16

    Quadro 5: Ranking do desmatamento nas Unidades de Conservação – 2016 .......... 16

    Quadro 6: Ranking do desmatamento (ha) nas Terras Indígenas – 2016 ................... 17

  • LISTA DAS ABREVIATURAS E SIGLAS

    AC – Acre

    CAR – Cadastro Ambiental Rural

    FUNTAC – Fundação de Tecnologia do Estado do Acre

    IBGE – Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística

    IMC – Instituto de Mudanças Climáticas e Regulação de Serviços Ambientais

    INCRA – Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária

    INPE – Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais

    IPAM – Instituto de Pesquisas Ambientais da Amazônia

    ITERACRE – Instituto de Terras do Acre -

    PA – Projeto de Assentamento

    PAD – Projeto de Assentamento Dirigido

    PRODES – Programa de Cálculo do Desflorestamento da Amazônia

    Resex – Reserva Extrativista

    SEMA – Secretaria de Estado de Meio Ambiente

    TI – Terra Indígena

    UC – Unidade de Conservação

    UCEGEO – Unidade Central de Geoprocessamento e Sensoriamento Remoto

    ZEE – Zoneamento Ecológico-Econômico

  • SUMÁRIO

    1. INTRODUÇÃO ..................................................................................................... 6

    2. MATERIAIS E MÉTODOS .................................................................................... 8

    3. RESULTADOS ..................................................................................................... 8

    4. CONSIDERAÇÕES FINAIS ............................................................................... 17

    5. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS .................................................................. 18

  • 6

    1. INTRODUÇÃO

    A Amazônia Legal é uma região política criada pelo governo brasileiro em 1953

    através da Lei 1.806, com o intuito de planejar e promover o desenvolvimento da

    mesma. Tem uma área de aproximadamente 5.020.000 km2, compreendendo 61% do

    território brasileiro e, atualmente, envolve nove estados: Acre, Amapá, Amazonas,

    Pará, Rondônia, Roraima, Tocantins, Mato Grosso e parte do Maranhão (Figura1),

    detendo cerca de 40% da floresta tropical do planeta. A Amazônia Legal tem um papel

    fundamental na manutenção da biodiversidade e dos serviços ecossistêmicos, mas

    passa por um acelerado processo de degradação devido à exploração desordenada

    e predatória dos recursos naturais (IBGE, 2018).

    Figura 1: Mapa da Amazônia Legal

    Fonte: IBGE, 2018

    O desmatamento na Amazônia é decorrente do desenvolvimento de atividades

    agropecuárias, que vem, nos últimos anos, mudando de um padrão de grandes para

    pequenas áreas de derrubada, decorrente, principalmente, da agricultura itinerante

  • 7

    nas áreas de produção familiar. Este novo padrão de desmatamento tem maior reflexo

    na Amazônia Sul-ocidental, a exemplo do estado do Acre, onde as atividades

    geradoras do desmatamento são caracterizadas pelo sistema de corte e queima da

    floresta, com uso intensivo por três a cinco anos, o que ocasiona a diminuição da

    produtividade do solo, e posterior abandono destas terras (ACRE, 2006; Soares-Filho

    et al., 2005 e Laurance et al., 2001).

    Com a implementação do Zoneamento Ecológico-Econômico do Estado

    (ZEE/AC Fases I e II; ACRE, 2000; ACRE, 2006), o Governo do Acre tem atuado de

    forma mais rigorosa no processo de fiscalização e monitoramento do desmatamento

    dentro de seus limites territoriais, devido, sobretudo, às recentes políticas no setor

    agroflorestal.

    Por outro lado, a Política de Valorização do Ativo Ambiental Florestal, o

    Cadastro Ambiental Rural - CAR, o Programa de Pagamento por Serviços Ambientais

    e o Plano de Prevenção e Controle do Desmatamento e Queimadas são políticas

    consolidadas que têm contribuído para o processo de redução do desmatamento no

    estado.

    No entanto, a efetividade dessas políticas depende do monitoramento das

    alterações do uso e cobertura do solo e da dinâmica das taxas de desmatamento nos

    diversos recortes territoriais (municípios, unidades de conservação, projetos de

    assentamentos, terras indígenas, regionais administrativas, áreas particulares, dentre

    outros), para o entendimento dos padrões de organização e ocupação do espaço.

    Neste sentido, em 12 de setembro de 2008, através do Decreto no 3.413, foi

    criada a Unidade Central de Geoprocessamento e Sensoriamento Remoto do Estado

    do Acre – Ucegeo, para promover a detecção e o monitoramento das alterações na

    cobertura do solo, como desmatamento, queimadas, regeneração, dentre outros

    aspectos. Assim, ao longo do ano de 2009, a Ucegeo realizou a revisão e análise da

    série histórica do desmatamento em todo território acreano, tendo como base o ano

    de 1988, utilizando a mesma fonte de dados do Prodes (Imagens Landsat), permitindo

    ao Estado acompanhar a mudança de padrão do desmatamento de grandes áreas

    utilizadas para agropecuária para pequenas áreas da agricultura familiar.

    Este relatório tem como objetivo analisar a dinâmica do desmatamento dentro

    do estado do Acre, no período de 2016, conforme metodologia do Projeto de

  • 8

    Monitoramento da Floresta Amazônica Brasileira por Satélite – Prodes, do Instituto

    Nacional de Pesquisas Espaciais - Inpe, que apresenta estimativas confiáveis tanto

    no cenário da pesquisa científica nacional quanto internacional.

    2. MATERIAIS E MÉTODOS

    Para a elaboração deste relatório foram utilizados os dados relativos ao

    incremento anual do desmatamento do Programa de Monitoramento da Floresta

    Amazônica Brasileira por Satélite (Prodes), disponibilizados pelo Instituto Nacional de

    Pesquisas Espaciais (Prodes) disponíveis no endereço eletrônico:

    http://www.dpi.inpe.br/prodesdigital/prodes.php.

    O Prodes, desde 1988, monitora por satélites o desmatamento por corte raso

    na região da Amazônia Legal e produz as taxas anuais de desmatamento nos estados

    desta região, subsidiando o governo brasileiro a instituir políticas públicas.

    As taxas anuais do Prodes são estimadas a partir dos incrementos de

    desmatamento identificados em cada imagem de satélite que cobre a Amazônia Legal.

    Em dezembro de cada ano é realizada uma primeira apresentação, com estimativa,

    dos dados (monitorados entre agosto de um ano e julho do ano subsequente) e no

    primeiro semestre do ano seguinte são divulgados os dados consolidados.

    Os dados disponibilizados neste trabalho foram tratados utilizando-se apenas

    as categorias de desflorestamento e de resíduo, dentro da aba Mainclass. Após a

    definição dos dados foi realizado o cruzamento com a base fundiária do estado do

    Acre (ZEE II).

    3. RESULTADOS E DISCUSSÃO

    O desmatamento acumulado no estado do Acre, segundo a metodologia

    Prodes, no período de 1997 a 2016, totaliza 2.205.613,2 ha, representando

    aproximadamente 13,4 % da extensão territorial do estado (Quadro 1).

    http://www.dpi.inpe.br/prodesdigital/prodes.phphttp://www.obt.inpe.br/prodes/taxas_prodes.htm

  • 9

    Quadro 1: Desmatamento acumulado (ha) por classe fundiária - 1997 a 2016

    Classe/Categoria fundiária Área Total (ha)

    Desmatamento acumulado de 1997

    a 2016 (ha)

    % em relação ao desmatamento acumulado no

    período

    Assentamento 1.635.945,0 776.273,6 35,2

    Particular 3.114.417,6 680.785,0 30,9

    Discriminada 2.229.415,7 436.242,7 19,8

    Unidade de Conservação 5.167.966,6 148.323,4 6,7

    Área sem Estudo Discriminatório 1.474.934,2 94.550,4 4,3

    Arrecadada 313.595,4 40.198,2 1,8

    Terra Indígena 2.485.209,0 29.239,9 1,3

    Total geral 16421483,5 2.205.613,2 100,0

    Fonte: INPE/PRODES (1997 a 2016).

    No Acre o corte e queima para a agricultura familiar, realizado anualmente, é o

    sistema que predomina em projetos de assentamento do Instituto Nacional de

    Colonização e Reforma Agrária - Incra. No período de 1997 a 2016, eles foram

    responsáveis por 35,2% do desmatamento no estado. As propriedades particulares

    responderam por 30,9%, as áreas discriminadas por 19,8%, as áreas sem estudo

    discriminatório por 4,3 % e as áreas arrecadadas por 1,8%, enquanto as áreas

    naturais protegidas responderam no seu conjunto (UC e TI) por 8,1% do

    desmatamento no estado (Quadro 1 e Gráfico 1).

    Gráfico 1: Desmatamento acumulado (ha) por classe fundiária - 1997 a 2016

    Fonte: INPE/PRODES (1997 a 2016).

    776.273,6

    680.785,0

    436.242,7

    148.323,494.550,4

    40.198,2 29.239,9

    0,0

    100.000,0

    200.000,0

    300.000,0

    400.000,0

    500.000,0

    600.000,0

    700.000,0

    800.000,0

    900.000,0

    Assentamento Particular Discriminada Unidade deConservação

    Área semEstudo

    Discriminatório

    Arrecadada Terra Indígena

    Desmatamento acumulado de 1997 a 2016 (ha)

  • 10

    De modo geral, a distribuição do desmatamento no estado tem relação com a

    estrutura de ocupação territorial, concentrando-se principalmente no Sudeste

    acreano, ao redor dos núcleos urbanos e ao longo das redes hidrográficas (grandes

    rios) e rodovias, com destaque para as rodovias federais, BR 364 e BR 317 (Figura

    2). Estes eixos, em geral relacionam-se com o processo de escoamento da produção

    familiar, nos projetos de assentamento e nas áreas discriminadas, estas últimas em

    fase de regularização fundiária pelo Instituto de Terras do Acre - Iteracre.

    Segundo Nepstad et al. (2009), de modo geral, os principais vetores do

    desmatamento na região amazônica são oriundos das atividades econômicas da

    pecuária, da agricultura em grande e pequena escala e da atividade madeireira. No

    estado do Acre, embora os agentes de desmatamento tenham sido os grandes e

    médios pecuaristas, os resultados das análises apontam que pequenos produtores -

    em torno de 49.000, segundo dados do CAR, têm contribuído para o desmatamento

    nos últimos anos, devido à produção familiar, especialmente nos projetos de

    assentamento da reforma agrária.

    Figura 2: Distribuição do desmatamento acumulado no estado do Acre - Prodes - 1997 a 2016

    Fonte: INPE/PRODES, 2016.

  • 11

    No período 2011 a 2016, o desmatamento no estado do Acre foi de 199.761,7

    ha, equivalentes a 9,1 % do desmatamento acumulado de 1997 a 2016 e a 1,2 % do

    território acreano. Neste período o desmatamento ocorreu a uma média anual de

    33.293,6 ha. Os anos de 2015 e 2016 apresentaram as maiores extensões de

    desmatadas, com 46.318,8 e 40.496,6 ha, respectivamente, enquanto 2013 registrou

    o menor valor, seguido pelos anos de 2012 e 2011 (Gráfico 2).

    Gráfico 2: Incremento anual do desmatamento - 2011 a 2016

    Fonte: INPE/PRODES (2011 a 2016)

    No período de 2011 a 2016 foram analisados 51.492 polígonos, representando

    199.761,7 hectares de desmatamento no estado. Destes, 47.412 polígonos da classe

    de tamanho de até 10 hectares representaram 67,8 % do desmatamento –

    equivalentes a 135.480,8 ha. Na classe de tamanho 10,1 a 60 hectares foram

    analisados 4.043 polígonos, representando uma extensão de 60.941 ha ou seja 30,5%

    da área desmatada e 37 polígonos acima de 60,1 hectares, em 3.340 hectares,

    representando apenas 1,6 % do desmatamento (Quadro 2).

    30.076,027.249,6

    20.631,0

    34.989,8

    46.318,8

    40.496,6

    0,0

    5.000,0

    10.000,0

    15.000,0

    20.000,0

    25.000,0

    30.000,0

    35.000,0

    40.000,0

    45.000,0

    50.000,0

    2011 2012 2013 2014 2015 2016

    Incr

    em

    en

    to d

    o d

    esm

    atam

    en

    to (h

    a)

    Anos

  • 12

    Quadro 2: Intervalos de tamanho, número e extensão dos polígonos do desmatamento acumulado no estado do Acre – 2011 a 2016

    Intervalo de tamanho dos polígonos (ha)

    Número de polígonos analisados

    % de polígonos analisados

    Extensão da área desmatada por tamanho de polígono (ha)

    % da extensão desmatada

    0,54 a 3 30.382,0 59,0 28.207,9 14,1

    3,1 a 6 7.213,0 14,0 32.004,5 16,0

    6,1 a 10 9.817,0 19,1 75.268,4 37,7

    10,1 a 60 4.043,0 7,9 60.941,0 30,5

    60,1 a 200 36,0 0,1 3.052,0 1,5

    >200 1,0 0,0 287,9 0,1

    Total 51.492,0 100 199.761,7 100

    Neste período, as análises revelam que 76,2 % do desmatamento,

    representando 30.848,3 ha foram registrados em áreas de até 10 hectares – num total

    de 12.881 polígonos, considerados pequenos. Foram analisados 626 polígonos

    considerados médios (10,1 a 60 ha), com uma extensão de 9.083,6 ha, representando

    22,4 %, enquanto polígonos com tamanhos acima de 60 ha apresentaram uma

    extensão total de 564,7 ha, representando apenas 1,4 % do desmatamento em 2016,

    corroborando as informações anteriormente indicadas. Não foram observados neste

    ano áreas de desmatamento superiores a 200 ha (Quadro 3).

    Quadro 3: Intervalo de tamanho, número e extensão dos polígonos do desmatamento no estado do Acre no ano de 2016

    Intervalo de tamanho dos polígonos (ha)

    Número de polígonos analisados

    % de polígonos

    Extensão da área desmatada por tamanho de polígono (ha)

    % da extensão desmatada

    200 ha 0 0,0 0,0 0

    Total 13.513 100,0 40.496,6 100,0

    Analisando os dados do desmatamento de 2016, por regional político-

    administrativa, verifica-se que a Regional do Juruá apresentou a menor extensão de

    área desmatada, enquanto as regionais do Purus e do Baixo Acre foram as áreas de

    maior ocorrência do desmatamento (Gráfico 3).

  • 13

    Gráfico 3: Distribuição percentual do desmatamento por Regional - 2016

    Fonte: INPE/PRODES (2016).

    Em termos percentuais, as regionais do Baixo Acre, Purus, Alto Acre,

    Tarauacá/Envira e Juruá apresentaram respectivamente 37,4 %, 22 %, 17,5 %, 15,4%

    e 7,7 % do desmatamento ocorrido no estado do Acre no ano de 2016. (Gráfico 4).

    Gráfico 4: Distribuição percentual do desmatamento por regional - 2016

    Fonte: INPE/PRODES (2016).

    A distribuição do desmatamento por município indica que Sena Madureira foi o

    mais atingido, com 5.982,5 ha, seguido por Rio Branco com 5.847,8 ha, Feijó com

    4.264,7 ha, Xapuri com 3.456,9 ha e Manoel Urbano com 2.690,1 ha, conforme

    Gráfico 5.

    15.130,69

    8.889,62

    7.102,916.248,96

    3.124,74

    0

    2000

    4000

    6000

    8000

    10000

    12000

    14000

    16000

    Baixo Acre Purus Alto Acre Tarauacá/Envira Juruá

    De

    smat

    ame

    nto

    po

    r re

    gio

    nal

    (h

    a)

    Regionais

    7,7

    15,4

    17,5

    22,0

    37,4Juruá

    Tarauacá/Envira

    Alto Acre

    Purus

    Baixo Acre

  • 14

    Gráfico 5: Distribuição do desmatamento (ha) por município - 2016

    Fonte: PRODES (2016).

    Em termos percentuais, os municípios que apresentaram maior taxa de

    supressão da vegetação em relação a sua extensão geográfica foram os municípios

    de Sena Madureira com 14,8 % de área desmatada, seguido de Rio Branco com

    14,4% e Feijó com 10,5 % conforme Figura 3, a seguir.

    Figura 3: Distribuição do percentual do incremento anual do desmatamento nos municípios – no ano de 2016

    Fonte: Adaptado de Prodes (2016)

    5982

    ,54

    5847

    ,77

    4264

    ,71

    3456

    ,93

    2690

    ,08

    2371

    ,15

    2358

    ,46

    1819

    ,48

    1731

    ,87

    1696

    ,57

    1660

    ,02

    1178

    ,17

    910,

    72

    839,

    89

    826,

    28

    672,

    69

    550,

    59

    447,

    34

    401,

    84

    321,

    26

    252,

    05

    0

    1.000

    2.000

    3.000

    4.000

    5.000

    6.000

    7.000D

    esm

    atam

    en

    to e

    m 2

    01

    6 (

    ha)

    Municípios

  • 15

    Do ponto de vista fundiário, em 2016, as análises apontam que nas áreas

    particulares foram desmatados aproximadamente 9.521,9 ha, correspondentes a

    23,5% do desmatamento do ano no estado. As áreas dos projetos de assentamento

    apresentaram 13.424,3 hectares de desmatamento, correspondentes a 33,2 % do

    desmatamento no período, as áreas discriminadas por 9.129,5 ha (22,5 %), as

    unidades de conservação por 5.112,5 hectares (12,6 %), as áreas sem estudo

    discriminatório por 2.126,1 ha (5,3 %), as áreas arrecadadas por 976,1 ha (2,4 %) e

    as terras indígenas por apenas 205,6 ha (0,5 %), conforme Gráfico 6 a seguir.

    Gráfico 6: Distribuição do desmatamento por classe fundiária - 2016

    Fonte: PRODES (2016).

    O Projeto de Assentamento que mais contribuiu para o aumento do

    desmatamento no Acre em 2016 foi o PAD Pedro Peixoto, com um total de 1.911,6

    hectares, seguido pelo PAE Remanso com 1.119,2 ha, PAF Providência Capital com

    705,0 ha e PAD Boa Esperança com 685,3 ha, conforme Quadro 4 a seguir.

    776.273,6

    680.785,0

    436.242,7

    148.323,494.550,4

    40.198,2 29.239,9

    0

    100.000

    200.000

    300.000

    400.000

    500.000

    600.000

    700.000

    800.000

    900.000

    De

    smat

    ame

    nto

    (ha)

    Classes fundiárias

  • 16

    Quadro 2: Ranking do desmatamento nos Projetos de Assentamento – 2016

    Proj. Assentamentos Área Total (ha) Desmate (ha)/2016

    PAD Pedro Peixoto 367.686,38 1.911,6

    PAE Remanso 43.315,65 1.119,2

    PAF Providência Capital 32.737,60 705,0

    PAD Boa Esperança 82.759,74 685,3

    PAE Santa Quitéria 69.015,44 654,8

    PA Figueira 25.444,14 457,2

    PAD Santa Luzia 64.902,08 448,6

    PA Gal. Moreno Maia 21.337,18 430,7

    PAE Porto Dias 24.463,11 374,2

    PA Oriente 7.984,59 359,1

    Fonte: PRODES(2016)

    Os resultados desta análise mostram que em 2016 foram desmatados 4.934,77

    hectares nas Unidades de conservação no estado do Acre, representando 12,2 % do

    desmatamento observado no período. As unidades de conservação que mais

    contribuíram para o desmatamento foram a Reserva Extrativista Chico Mendes com

    3.242,1 ha e a Resex Cazumbá Iracema com 343,4 ha (Quadro 5).

    Quadro 3: Ranking do desmatamento nas Unidades de Conservação – 2016

    Nome UCs

    Área Total (ha) Desmate (ha)/2016

    Resex - Chico Mendes 926.066,00 3.242,1

    Resex - Cazumbá - Iracema 733.233,30 343,4

    Resex - Alto Jurua 529.439,75 221,0

    APA - São Francisco 30.004,13 210,6

    Floes - Floresta Estadual do Antimary 45.687,09 192,4

    Resex - Riozinho da Liberdade 320.777,92 160,6

    Floes - Mogno 140.776,52 157,0

    Parna - Serra do Divisor 787.798,48 114,8

    Fonte: PRODES (2016)

    Os dados de desmatamento referentes ao ano de 2016 demonstram que nas

    terras indígenas foram desmatados aproximadamente 230,5 ha. A Terra Indígena Alto

    Rio Purus foi a mais desmatada, com 37,4 ha, seguida das TIs Mamoadate (29,8 ha)

    e Kaxinawa do Rio Jordão (23,7 ha), conforme Quadro 6.

  • 17

    Quadro 4: Ranking do desmatamento (ha) nas Terras Indígenas – 2016

    Nome TIs Área Total (ha) Desmate (ha)/2016

    Alto Rio Purus 263.348,76 37,4

    Mamoadate 313.633,34 29,8

    Kaxinawa do Rio Jordão 89.923,94 23,7

    Jaminawa do Guajará 12.531,36 20,2

    Nukini 30.383,06 18,5

    Katukina/Kaxinawa 23.556,93 16,5

    Kampa Isolados do Rio Envira 234.168,12 14,8

    Xinane 261.765,09 14,0

    Jaminaua Envira 80.643,92 13,2

    Fonte: PRODES (2016)

    4. CONSIDERAÇÕES FINAIS

    O desmatamento acumulado no estado do Acre, no período de 1997 a 2016,

    totalizou 2.205.613,2 ha, representando 13,4 % da extensão territorial do estado

    desflorestada.

    No período 2011 a 2016, o desmatamento no estado do Acre foi de 199.761,7

    ha, equivalentes a 9,0% do desmatamento acumulado de 1997 a 2016 e a 1,2 % do

    território acreano.

    Em termos de tamanho dos polígonos desmatados, no ano de 2016, as

    análises revelam que 76,2 % do desmatamento ocorreu em áreas de até 10 hectares,

    considerados pequenos desmates para a agricultura familiar. Esta variação na

    dinâmica de uso da terra revela que o desafio do Estado é grande, considerando os

    mais de 40.000 pequenos produtores no estado que dependem da agricultura familiar.

    O histórico do desmatamento revela nos últimos anos, variações na dinâmica

    e nos padrões de alteração da cobertura do solo, indicando um aumento do

    desmatamento em médias e pequenas áreas e significativa redução de grandes

    desmates. Em 2016, a grande maioria dos desmatamentos foi realizada em médias e

    pequenas áreas, confirmando o padrão de desmate, reflexo do manejo tradicional dos

    recursos naturais, onde se realiza a broca de médias e pequenas áreas de floresta

    para renovar as áreas de pastagens e produção (roçados), conforme mencionado

    anteriormente.

  • 18

    5. REFERÊNCIAS

    ACRE. Governo do Estado do Acre. Programa Estadual de Zoneamento Ecológico-

    Econômico do Estado do Acre. Zoneamento Ecológico-Econômico:

    Desflorestamento e queimadas no Acre – Análise de tendências recentes. Rio Branco:

    Secretaria Executiva de Ciência, Tecnologia e Meio Ambiente, Volume 2, 2000.

    ACRE. Governo do Estado do Acre. Programa Estadual de Zoneamento Ecológico-

    Econômico do Estado do Acre. Zoneamento Ecológico-Econômico do Acre Fase II:

    Documento Síntese – Escala 1:250.000, Rio Branco: SEMA, 2006. 356p.

    ACRE. Decreto Nº 3.413 de 12 de setembro de 2008. Cria a Unidade Central de

    Geoprocessamento e Sensoriamento Remoto do Estado do Acre – Ucegeo e

    Regulamenta o seu funcionamento. Diário Oficial do Estado do Acre, Rio Branco,

    AC 15 de set. 2008. Nº 9.888. Publicado do D.O.E. em 15/09/2008.

    Carlotto, M. J. Reducing the effects of space-varying wavelength-dependent scattering

    in multispectral imagery. International Journal of Remote Sensing, v. 20, n. 17, p.

    3333-3344, 1999.

    Laurance, W.F., Cochrane, M.A., Bergen , S., Fearnside, P.M., Delamonica, P.,

    Barber, C., D’Angelo, S. E Fernandes, T. “The Future of the Brazilian Amazon”.

    Science 291, 2001, pp. 438-439.

    Soares-Filho, S. B., Nepstad, C. D., Curran, L., Cerqueira, C. G., Garcia, A. R., Ramos,

    A., C., Voll, E., McDonald, A., Lefebvre, P. Schlesinger e MCgrath. Cenários de

    desmatamento para a Amazônia. Estudos Avançados 19(54), pag. 137-152, 2005.