hidrocefalia

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HIDROCEFALIA

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Page 1: Hidrocefalia

HIDROCEFALIA

Page 2: Hidrocefalia

DEFINIÇÃO

• É o aumento do volume de líquido céfalo-raquidiano

(LCR) no compartimento intracraniano, causando

dilatação do sistema ventricular.

• Obstrutivas ou não comunicantes: decorrem da

obstrução do fluxo liquórico no interior do sistema

ventricular.

• Não obstrutivas ou comunicantes: decorrente da

redução na capacidade absortiva, havendo

desproporção entre a produção e absorção do líquor.

Page 3: Hidrocefalia

ANATOMIA DO SISTEMA

VENTRICULAR

VISÃO ANTERIOR VISÃO LATERALVISÃO ISOMÉTRICA

Page 4: Hidrocefalia

ANATOMIA DO SISTEMA

VENTRICULAR

• Ventrículos laterais

• Forame de Monro

• III ventrículo

• Aqueduto de Sylvius

cerebral

• IV ventrículo

• Forame de Luschka e

Magendie

VENTRÍCULOS

LATERAIS

AQUEDUTO

DE

SYLVIUS

IV VENTRÍCULO

VENTRÍCULOS

Page 5: Hidrocefalia

ESPAÇO SUBARACNOIDEO

• Compreendido entre a

pia-máter e aracnóide.

• Em certos pontos as

leptomeninges se

distanciam formando

espaços chamados

cisternas.

• Contém o líquido

céfalo-raquidiano

(líquor).

aracnóide

espaço

subaracnoideoLCR

Page 6: Hidrocefalia

GRANULAÇÕES ARACNOIDEAS

• Invaginações da aracnóide

no interior dos seios

venosos.

• Localizadas principalmente

no seio sagital superior e

veias do plexo venoso

vertebral, junto a saída dos

nervos espinhais.

• Local onde ocorre a

absorção do líquor:

– Mecanismo valvular

– Absorção ativa

Page 7: Hidrocefalia

FISIOLOGIA DO LÍQUOR

• 80% é produzido pelo

plexo coróide dos

ventrículos laterais, o

restante pelo tecido

cerebral e epitélio

ependimário.

• Volume aproximado de

150 ml no neuroeixo.

• Produzido a uma

velocidade de 0,3 ml/min

ou 14 a 36 ml/ hora.

Plexo

coróide

Page 8: Hidrocefalia

PLEXO CORÓIDE

• Composto por vilos,

cada um com tecido

conectivo coberto por

uma simples camada

de epitélio cuboidal.

• O líquor é formado

por um ultrafiltrado

dos capilares no

centro de cada vilo,

sendo processado pelo

epitélio coroideo, e

secretado por difusão

nos ventrículos

laterais

A

B

C

A -epitélio cuboidal C- capilar

B-estroma conjuntivo

Page 9: Hidrocefalia

PRODUÇÃO LÍQUOR

• Ultrafiltração através

do endotélio dos vasos

do plexo coróide.

• Secreção ativa através

da bomba NA/K.

• Ação da enzima

anidrase carbônica.

Bomba Na/K

Capilar

Anidrase carbonica

LCR

Plasma

Page 10: Hidrocefalia

CIRCULAÇÃO

LÍQUOR

• Ventrículos laterais

• III ventrículo

• IV ventrículo

• Cisterna magna

• Cisternas da base

• Convexidade

• Canal espinhal

Page 11: Hidrocefalia

EPIDEMIOLOGIA

• Prevalência de 1 a 1,5%.

• Incidência de 0,12 a 2,5 casos / 1000

nascimentos.

Page 12: Hidrocefalia

ETIOLOGIA

• Bloqueio da circulação

do líquor .

– Intraventricular

– Extraventricular

NORMAL DILATADOS

Page 13: Hidrocefalia

ETIOLOGIA

• Não comunicante:

– quando o bloqueio

ocorre no interior

dos ventrículos,

impedindo a

comunicação do

sistema ventricular

com o espaço

subaracnoideo.

Exemplos : estenose de aqueduto, tumores, etc

Page 14: Hidrocefalia

ETIOLOGIA

• Comunicante

– quando o bloqueio

ocorre fora do sistema

ventricular, havendo

livre comunicação da

cavidade ventricular

com o espaço

subaracnoideo.

Page 15: Hidrocefalia

ETIOLOGIA

• Alterações na drenagem venosa devido a,

fibrose ou insuficiência das granulações

aracnoideas.

• Hipertensão ou trombose dos seios venosos.

Page 16: Hidrocefalia

ETIOPATOGENIAHereditárias

• Ressesiva ligada ao X.

• Estenose do aqueduto de

Sylvius.

• Síndromes hereditárias

– Osteopetrose,

Acondroplasia,

Klippel-Feil,

Esclerose tuberosa,

Neurofibromatose

Estenose de aqueduto

Page 17: Hidrocefalia

ETIOPATOGENIAINFECÇÕES

• Toxoplasmose,

Citomegalovírus,

Lues

• Agentes virais

• Pós - meningite

bacteriana

• Neurocisticercose

neurocisticercose

Page 18: Hidrocefalia

ETIOPATOGENIACISTOS

• Cisto aracnóide:

– duplicação da aracnóide de forma a

se comunicar com o espaço

subaracnoideo permitindo a entrada

de líquor através de um mecanismo

de válvula.

• Pode ter efeito de massa.

• Aumento do perímetro encefálico.

• Assimetria craniana.

• Hidrocefalia geralmente os de

fossa posterior.

Page 19: Hidrocefalia

ETIOPATOGENIACISTOS• Cisto colóide

– manifesta-se na vida adulta, apesar de congênito.

• Mais frequente no III ventrículo.

• Causa obstrução do forame de Monro e cefaléia

intermitente e postural.

Page 20: Hidrocefalia

ETIOPATOGENIATUMORES

• Causam obstrução

mecânica em algum

ponto da via liquórica.

• Em especial quando

localizados em:

– Região pineal

– III ventrículo

– Região supraselar

– Fossa posteriorPapiloma de plexo coróide

Page 21: Hidrocefalia

ETIOPATOGENIAANORMALIDADES VASCULARES

• Aneurisma da veia de

Galeno.

– malformação com shunt

artério-venosona região

da veia cerebral magna,

causando insuficiência

cardíaca, sopro

intracraniano e

hidrocefalia por

compressão da porção

posterior do III ventrículo

e aqueduto cerebral.

Page 22: Hidrocefalia

ETIOPATOGENIASd. CHIARI

• TIPO I

• Herniação das tonsilas

cerebelares para o

interior do forame

magno.

• Pode se associar a

seringomielia.

• TIPO II

• Herniação do vérmis

cerebelar e porção

inferior do IV

ventrículo associado a

mielomeningocele.

Page 23: Hidrocefalia

MAL FORMAÇÃO DE CHIARI

Malformação de chiari tipo I

1- Herniação das tonsilas

cerebelares no interior

do forame magno.

2- Tórcula de Herófilo

rebaixada.

Page 24: Hidrocefalia

ETIOPATOGENIACISTO DE DANDY-WALKER

• Obstrução ou atresia dos

forames de Luschka e

Magendie.

– hidrocefalia supratentorial,

dilatação cística do IV

ventrículo, hipoplasia ou

agenesia do vérmis

cerebelar, afastamento dos

hemisférios cerebelares.

TECIDO CEREBRAL

CORPO CALOSO

HIPOPLÁSICO

CISTO

NA

FOSSA POSTERIOR

Page 25: Hidrocefalia

ETIOPATOGENIAESTENOSE DE AQUEDUTO

• Até 2/3 das hidrocefalias

congênitas.

• Gliose do aqueduto:

– obliteração do lúmen por

proliferação

subependimária de

astrócitos, processo

reacional a

infecções/inflamações.

Page 26: Hidrocefalia

ETIOPATOGENIAESTENOSE DE AQUEDUTO

• Forking

– canais estreitados lado a lado

no plano sagital medial do

tronco do encéfalo, de forma

que não se comunicam e são

separados por tecido normal.

Page 27: Hidrocefalia

FISIOPATOLOGIA

• Após a obstrução da drenagem liquórica os

ventrículos começam a se expandir após 3 a

6 horas.

• A expansão se deve a produção contínua de

líquor em um sistema fechado.

• Inicialmente se dilatam os cornos frontais

dos ventrículos laterais; depois os

occipitais, temporais e por fim o III

ventrículo.

Page 28: Hidrocefalia

FISIOPATOLOGIA

• Ocorre achatamento do epitélio ependimário e

abertura das tight-junctions, principalmente a

nível do ângulo dos cornos frontais.

• Vacuolização da camada subependimária,

afastamento dos axônios, células gliais e

neurônios, caracterizando edema na substância

branca.

• Transudação transependimária.

Page 29: Hidrocefalia

MECANISMOS COMPENSATÓRIOS

• Diminuição dos espaços cisternais e

subaracnoideo.

• Disjunção das suturas cranianas.

• Drenagem de líquor para o espaço subaracnoideo

raquidiano.

• Redução do volume sangüíneo intracraniano.

• Compressão do sistema venoso superficial.

Page 30: Hidrocefalia

FISIOPATOLOGIA

• No período neonatal a hidrocefalia leva a

um estado de sofrimento dos constituintes

celulares existentes, interferindo na

proliferação neuronal.

• A reconstituição do manto cortical após o

tratamento, não resulta em restabelecimento

dos elementos celulares e sim da formação

de uma cicatriz glial, e do retorno das

funções fisiológicas do tecido não lesado.

Page 31: Hidrocefalia

FISIOPATOLOGIA

• Em casos sub-agudos a velocidade de expanção

ventricular é lenta, evoluindo junto com o

processo atrófico.

• Em fase crônica os mecanismos compensatórios

podem dissipar o gradiente de pressão

ventrículo/cérebro, estabilizando a expansão

ventricular.

• Hidrocefalia compensada.

Page 32: Hidrocefalia

DIAGNÓSTICORX CRÂNIO

• Desproporção crânio

facial.

• Diátese das suturas.

• Adelgaçamento dos

ossos da calota craniana.

• Presença de

calcificações

intracranianas.

Disjunção das suturas

Sinal da prata batida

Page 33: Hidrocefalia

DIAGNÓSTICOELETROENCEFALOGRAMA

• Assincronia bilateral

do padrão do sono por

estreitamento e

disrupção das

comissuras da linha

média.

• Hidranencefalia: EEG

isoelétrico.

Page 34: Hidrocefalia

DIAGNÓSTICOULTRASSONOGRAFIA

• Utilizada em crianças

com fontanelas

abertas.

• Permite inclusive

diagnóstico pré natal.

Page 35: Hidrocefalia

DIAGNÓSTICOTOMOGRAFIA COMPUTADORIZADA

RESSONÂNCIA MAGNÉTICA

• Método de escolha.

• Demonstra a posição e o

tamanho de cada ventrículo,

bem como o espaço

subaracnoideo da base do

crânio e convexidade.

• Identifica condições

associadas (tumores,

hemorragias, infecções, etc).

Page 36: Hidrocefalia

DIAGNÓSTICOTOMOGRAFIA COMPUTADORIZADA

RESSONÂNCIA MAGNÉTICA

Page 37: Hidrocefalia

QUADRO CLÍNICO

• Aumento do perímetro

encefálico em medidas

seriadas.

• Transiluminação

positiva quando

espessura cortical

menor que 1 cm.

Page 38: Hidrocefalia

QUADRO CLÍNICOCRIANÇAS

• Sinais de hipertensão

intracraniana.

– Náuseas/vômitos

– Irritabilidade

– Cefaléia

– Distenção dos vasos do

couro cabeludo por

inversão do fluxo

sangüíneo venoso intra

para extracraniano

– Adelgaçamento da pele

e do couro cabeludo

– Disjunção das suturas

– Abaulamento das

fontanelas

– Sinal do pote rachado

(sinal de McEwen)

– Desvio dos olhos

conjugado para baixo

(sinal do sol poente)

– Alterações respiratórias

Page 39: Hidrocefalia

QUADRO CLÍNICOCRIANÇAS

Page 40: Hidrocefalia

QUADRO CLÍNICOCRIANÇAS

Olhar do sol poente

Page 41: Hidrocefalia

QUADRO CLÍNICOADULTOS

• Cefaléia

• Náuseas / Vômitos

• Dificuldade de

concentração

• Dificuldade para a

marcha

• Incontinência urinária

• Sonolência

• Edema de papilas

ópticas

• Confusão mental

• Paraparesia

• Hiperreflexia

• Crises convulsivas

Page 42: Hidrocefalia

QUADRO CLÍNICOADULTOS

• Papiledema

Page 43: Hidrocefalia

TRATAMENTO

• Clínico

• pouco sucesso, basicamente visa reduzir a

produção liquórica.

– acetazolamida 250 mg vo de 8/8h

– furosemide 40 - 80 mg/d

Page 44: Hidrocefalia

TRATAMENTO

• Derivações ou shunts

intracranianos.

– III ventriculostomia

endoscópica

– derivação ventrículo

cisternal

• Indicados somente em

casos de hidrocefalia

obstrutiva onde existe

espaço subaracnoideo

permeável e mecanismo

de absorção liqüórica

intacto.

Page 45: Hidrocefalia

TRATAMENTO

• Derivações extracranianas:

– ventrículo peritoneal

– ventrículo atrial

– com interposição de válvulas

com fluxo unidirecional

Page 46: Hidrocefalia

TRATAMENTO

Shunt ventrículo - peritoneal

Catéter

distal

Catéter

ventricular

Reservatório

Page 47: Hidrocefalia

Procedimento Cirúrgico

Page 48: Hidrocefalia

Figura 4. Antissepsia da pele e marcação da incisão parietal

Page 49: Hidrocefalia

Figura 5. Antissepsia da pele e marcação da incisão abdominal

Page 50: Hidrocefalia

Figura 6. Exposição do peritônio

Page 51: Hidrocefalia

Figura 7. Introdução do fio guia na incisão parietal

Page 52: Hidrocefalia

Figura 8. Introdução do fio guia pela incisão parietal até a incisão

abdominal

Page 53: Hidrocefalia

Figura 9. Catéter distal amarrado ao fio guia pela porção

abdominal

Page 54: Hidrocefalia

Figura 10. Retirada do fio guia com passagem do catéter distal pelo

túnel

Page 55: Hidrocefalia

Figura 11. Conexão da válvula ao catéter distal

Page 56: Hidrocefalia

Figura 12. Abertura de canal na região parietal

Page 57: Hidrocefalia

Figura 13. Introdução do catéter ventricular pelo canal aberto na

região parietal

Page 58: Hidrocefalia

Figura 14. Retirada de líquor para realização de cultura

Page 59: Hidrocefalia

Figura 15. Conexão do catéter distal à válvula

Page 60: Hidrocefalia

Figura 16. Acomodação da válvula no tecido subcutâneo da região

parietal

Page 61: Hidrocefalia

Figura 17. Introdução de todo catéter distal na região abdominal

Page 62: Hidrocefalia

Figura 18. Término da introdução do catéter distal na região

abdominal

Page 63: Hidrocefalia

Figura 19. Feridas operatórias pós-sutura

Page 64: Hidrocefalia

Figura 20. Término do procedimento cirúrgico