manual metodologico composicoes sinapi v001

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  • 5/21/2018 Manual Metodologico Composicoes SINAPI v001

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    SINAPISISTEMA NACIONAL DE PESQUISA DE CUSTOS E NDICES DA CONSTRUO CIVIL

    MMAANNUUAALLMMEETTOODDOOLLGGIICCOODDEECCOOMMPPOOSSIIEESSDDEE

    CCUUSSTTOOSSUUNNIITTRRIIOOSS

    Verso: 001Vigncia: 12/2013

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    Sumrio

    1. INTRODUO .......................................................................................................................... 3

    1.1 ORIGEM E IMPORTNCIA DO SINAPI .............................................................................. 31.2 ABRANGNCIA DAS REFERNCIAS ................................................................................... 4

    2. CONCEITO DE COMPOSIO UNITRIA .................................................................................. 4

    3. CONCEITO DE AFERIO ......................................................................................................... 7

    3.1 RVORES DE COMPOSIES ........................................................................................... 83.2 TEMPOS PRODUTIVOS, IMPRODUTIVOS E OCIOSIDADES ............................................... 9

    4. METODOLOGIA DE AFERIO ............................................................................................... 104.1 FATORES QUE INFLUENCIAM OS COEFICIENTES AFERIDOS .......................................... 114.2 PRINCPIOS PARA ANLISE DA PRODUTIVIDADE DA MO DE OBRA ............................ 114.3 PRINCPIOS PARA ANLISE DO CONSUMO UNITRIO/PERDAS DE MATERIAIS ............ 124.4 PRINCPIOS PARA ANLISE DA EFICINCIA DOS EQUIPAMENTOS ................................ 13

    5. CADERNOS TCNICOS ............................................................................................................ 14

    5.1 CODIFICAO COMPOSIES ....................................................................................... 14

    6. CONCEITOS BSICOSGRUPOS DE SERVIOS ...................................................................... 16

    6.1 OUTROS CONCEITOS ..................................................................................................... 17

    7. ETAPAS PROCESSO DE AFERIO .......................................................................................... 17

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    1. INTRODUO1.1 ORIGEM E IMPORTNCIA DO SINAPI

    O SINAPI foi desenvolvido e implementado em 1969 pelo BNH (Banco Nacional de Habitao) em

    parceria com o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatstica) visando a gerao de ndices de

    evoluo da construo civil habitacional no Pas.

    Em 1986, com a extino do BNH, a Caixa Econmica Federal passou a ser responsvel pelo

    SINAPI, que manteve seu modelo de gesto em parceria com o IBGE.

    Em dezembro de 1994, o Conselho Curador do FGTS determinou CAIXA a apresentao de

    planejamento objetivando a implantao de um sistema de acompanhamento de custos e

    adequao dos materiais para empreendimentos na rea de habitao, saneamento e infraestrutura

    urbana. A CAIXA ento apresentou a proposta de adequao e ampliao do SINAPI, a partir do

    desenvolvimento de um mdulo de oramentao em complementao ao mdulo gerador de

    custos e ndices existentes.

    Para a criao de um mdulo de oramentao, foi solicitada a contribuio de rgos e

    empresas pblicas, estaduais e municipais, o que possibilitou o cadastramento na base de dados do

    SINAPI de aproximadamente 40.000 composies de servios referentes a obras de habitao,

    saneamento bsico e infraestrutura urbana.

    Cabe destacar que essas composies de custos cedidas no possuam cadernos tcnicos e

    tampouco uniformidade metodolgica em sua concepo.

    A partir de 2003, o SINAPI passou a constar da LDO (Lei de Diretrizes Oramentrias) como

    balizador oficial dos custos de obras pblicas. A Lei 10.524/02 (LDO do exerccio 2003) estabeleceu os

    preos medianos do SINAPI como limite para pagamento de servios de obras executadas com

    recursos do OGU (Oramento Geral da Unio).Em 2009 as referncias do SINAPI, tanto insumos como composies unitrias de servio, passam

    a ser publicadas mensalmente na internet com preos para todas as Unidades da Federao.

    Em 2013 promulgado o Decreto Federal 7.983 que estabelece regras e critrios a serem

    seguidos por rgos e entidades da administrao pblica federal para a elaborao do oramento

    de referncia de obras e servios de engenharia, contratados e executados com recursos dos

    oramentos da Unio. O decreto mantm os preos medianos do SINAPI como limite para o custo de

    obras e servios de engenharia.

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    Em janeiro de 2013 a CAIXA inicia processo de aferio das composies unitrias do SINAPI,

    visando atualizao e ampliao das suas referncias. A seguir so apresentadas as premissas e

    metodologia empregada nesse trabalho, bem como os conceitos bsicos que norteiam a mensurao

    dos coeficientes de consumo e produtividade aferidos.

    1.2 ABRANGNCIA DAS REFERNCIAS

    As referncias que compem o Banco Referencial SINAPI so de mbito e representatividade

    nacional, sendo recorrentes em diversas localidades do Pas.

    As composies unitrias contemplam construes de edificaes, obras de saneamento bsico e

    infraestrutura urbana.

    O SINAPI parte da formao do preo de uma dada interveno. O processo de oramentao

    passa pela identificao e particularizao para o caso especfico em anlise, por meio de ajustes nas

    composies unitrias referenciais apresentadas no SINAPI, que podero ser devidas s

    especificidades do projeto, s condies locais de execuo, aos requisitos de contratao, entre

    outros.

    Ainda h de se considerar na formao do preo outros itens como aqueles relacionados

    administrao local (canteiro, mobilizao e desmobilizao, encargos complementares, etc.),

    despesas e custos indiretos, alm do lucro do construtor.

    Porm, ressalta-se a importncia de se ter referncias slidas e claras para subsidiar esse

    processo de formao de preo.

    2. CONCEITO DE COMPOSIO UNITRIA

    Uma Composio Unitria a descrio e quantificao de cada insumo e composio auxiliar

    empregados para se executar uma unidade de servio. Deve conter os nomes dos seus elementos, as

    unidades de quantificao e os indicadores de consumo e produtividade (coeficientes). O

    entendimento de uma composio dado por:

    Descrio: descreve e caracteriza o servio, explicitando os fatores que impactam na

    formao de seus coeficientes e que diferenciam a composio unitria das demais similares.

    Unidade de medida:unidade fsica de mensurao do servio gerado;

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    Insumos/composies auxiliares: elementos considerados na execuo de um servio,

    podendo ser insumos (materiais, equipamentos ou mo de obra) e/ou composies

    auxiliares;

    Coeficientes de consumo e produtividade: quantificao dos insumos e/ou composies

    auxiliares considerados na composio de custo de um determinado servio.

    Cdigo / Seq.Descrio da Composio Unidade

    01.MOVT.ESCV.001 Contrapiso em reas secas menores que10m sobre laje, aderido, espessura 2cm,acabamento reforado AF_12/2013

    m

    Cdigo SIPCI

    XXXXX

    Vigncia: 12/2013 ltima atualizao: 12/2013

    XXXXX Cdigo Descrio dos Itens Unidade Coeficiente

    Insumo 4750 Pedreiro h 0,3200

    Insumo 6111 Servente h 0,1600

    Composio auxiliar6011 Argamassa trao 1:3 (cimento e

    areia media peneirada),preparo mecnico.

    m 0,0310

    Insumo 1379 Cimento Portland CP II-32 kg 1,0000

    Insumo ** Emulso Polimrica l 0,1500

    Produtividade damo de obra

    Consumo demateriais

    Eficincia no uso deequipamento

    Figura 1Exemplo de composio aferida

    No SINAPI, a descrio das composies aferidas ser adequada para

    garantir a uniformizao do Banco, apresentando todos os fatores que

    impactam na produtividade da mo de obra e equipamentos e consumo de

    materiais, e que diferenciam a composio das demais do mesmo grupo de

    servio.

    Aps a descrio, as composies aferidas apresentam o texto

    AF_XX/XXXX, sendo indicao do ms e ano da aferio; ou o texto

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    AF_XX/XXXX_P que indica alguma pendncia de valor pouco relevante no

    custo unitrio, como a falta de algum insumo ou a substituio por insumo

    similar.

    As pendncias, quando existirem, sero detalhadas no caderno tcnico

    da composio.

    Simplificadamente, a execuo de um servio pode ser representado pelas etapas apresentadas

    na Figura 2.

    Figura 2 - Viso analtica da execuo de um servio.

    Todas as etapas desse processo devem ser contempladas por composies de servios.

    Conforme a etapa, as composies aferidas tero a seguinte classificao:

    Composio principal:utilizada para representar o processamento final; contempla apenas o

    esforo da mo de obra e equipamentos envolvidos diretamente no servio aferido;

    Composio auxiliar:detalha o processamento intermedirio associado a uma determinada

    composio principal;

    Composio de transporte: indica o esforo necessrio para a movimentao de uma

    quantidade unitria de material, seja de mo de obra ou equipamento. Pode ser subdividida

    em: transporte horizontal e transporte vertical;

    Composio de custo horrio de equipamento:define quantidades fsicas de insumos que

    permitem a determinao do custo de uma hora disponvel para o trabalho de um

    equipamento. Representam custos horrios produtivos ou improdutivos.

    Como exemplo dessa classificao tem-se:

    - composio principal: contrapiso sobre laje (incluindo o transporte de material no pavimento,

    j que essa atividade realizada pelo ajudante direto do oficial, cujo esforo est contabilizado

    nos coeficientes dessa composio);

    - composio auxiliar: preparao da argamassa de contrapiso, esforo realizado por equipe de

    apoio;

    - composio de transporte: transporte vertical da argamassa at o pavimento do servio de

    contrapiso, esforo realizado por equipe de apoio;

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    - Composio de custo horrio de equipamento: betoneira empregada na preparao da

    argamassa de contrapiso, composio auxiliar daquela referente a preparao da argamassa

    (auxiliar dentro de auxiliar).

    A Figura a seguir exemplifica a distribuio das equipes, com a diviso em direta e apoio.

    Figura 3 - Equipes envolvidas com os servios

    Outros custos podem ser necessrios para a execuo do contrapiso,

    tais como: grua, elevador de carga, engenheiro de obra, encarregado de

    equipe, E.P.I.(equipamentos de proteo individual), ferramentas e outros.

    Esses recursos, por no serem atribudos diretamente a determinado

    servio (ex: elevador de carga transporta insumos de toda a obra, e no s

    para a execuo do contrapiso), no so representados em composies

    unitrias. Seus custos devem ser computados de maneira distinta.

    3. CONCEITO DE AFERIOAferir as composies significa estudar as produtividades de mo de obra e equipamentos, alm

    de consumos e perdas de materiais envolvidas na execuo dos diversos servios da construo civil.

    Sero aferidas todas aquelas composies identificadas como relevantes e recorrentes no cenrio

    nacional.

    O objetivo principal que norteia o processo de aferio representar da forma mais adequada a

    realidade das obras brasileiras, por meio de metodologia que garanta a uniformizao dos critrios

    tcnicos adotados na concepo das referncias..

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    As aferies das composies so baseadas em dados de campo, coletados e analisados com

    emprego de metodologia reconhecida internacionalmente na rea de estudo de produtividades e

    consumos por equipe qualificada e especializada no tema. So realizadas medies em canteiros de

    obras distribudos geograficamente pelo Pas, sendo contempladas na amostra as obras pblicas e

    privadas, de pequeno e grande vulto, assim como executadas por empresas de diferentes portes.

    Apenas as composies de custo horrio de equipamentos foram aferidas por meio de pesquisa

    mercadolgica dos equipamentos disponveis e referncias bibliogrficas e de manuais de

    fabricantes. A metodologia empregada para aferio dessas composies est disponvel em Manual

    de Metodologia de Custo Horrio de Equipamentos.

    A aferio realizada por grupo de servios similares. O estudo parte da identificao dos fatores

    que possivelmente impactam na produtividade (mo de obra e equipamentos) e consumo

    (materiais) de cada grupo de servios, que devero ser observados e mensurados durante a coleta.

    Os fatores confirmados a partir da anlise do conjunto de dados obtidos em obras so

    considerados para a concepo do grupo de composies representativas do servio em estudo, e

    influenciam os coeficientes das composies.

    Como cada servio observado em diversas obras, possvel reunir grande massa de dados

    objetivando extrair coeficientes mdios representativos da quantidade de tempo e materiais

    necessrios para a execuo do servio, conforme cada uma das combinaes dos fatores

    impactantes da produtividade. Cada composio aferida apresenta coeficientes determinadosestatisticamente a partir de amostra constituda de no mnimo 10 diferentes obras representativas

    do territrio nacional, constituda de medies dirias pelo prazo mnimo de 5 dias em cada uma.

    O processo de aferio resultar em atualizao e ampliao do banco visando ainda

    incorporao de novos insumos e tcnicas construtivas e a padronizao das premissas e critrios

    estabelecidos na concepo das referncias.

    3.1 RVORES DE COMPOSIES

    A metodologia de aferio prev a identificao dos fatores que impactam na produtividade

    (mo de obra e equipamentos) e consumo (materiais) de cada grupo de servios, que so observados

    e mensurados durante a coleta em obra.

    Esses fatores so os elementos que caracterizam e diferenciam as composies dentro do Grupo.

    Para represent-los de forma mais apropriada, facilitando ao usurio a escolha da composio mais

    apropriada ao seu caso especfico, tm-se as chamadas rvores de Composies para cada Grupo de

    servios similares.

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    Cdigo / Seq. Descrio da Composio Unidade

    01.REVE.EMBO.001Massa nica (com uso de tela metlica) aplicada

    manualmente em panos de fachada com presena devos, espessura de 25 mm

    m

    Item Cdigo Descrio dos Itens Unidade Coeficiente

    Insumo 4750 Pedreiro h 0,7800

    Insumo 6111 Servente h 0,7800

    Composio

    ComposioAuxiliar

    Argamassa mista de cimento, cal eareia ou industrializada

    m 0,0314

    InsumoInsumo

    novoTela metlica eletrosoldada com

    malha de 25x25 mm e dimetro do fio dem 0,1388

    Massa nica(com uso de tela

    metlica)

    AplicaoManual

    ProjeoMecnica

    Sacada InternaFachada Sacada

    Externa

    Fachada com

    Vos

    Fachada sem

    Vos

    Espessura de 25mm

    Espessura de 35mm

    Massa nica(sem uso de tela

    metlica)

    Espessura de 45mm

    Espessura maiorou igual a 50 mm

    Figura 4Uma composio e rvore do Grupo de revestimento de fachada com Massa nica

    Os fatores destacados na rvore acima so aqueles representados na composio analtica

    apresentada.

    3.2 TEMPOS PRODUTIVOS, IMPRODUTIVOS E OCIOSIDADES

    Para refletir a realidade das obras, adota-se a premissa de que a medio deve agregar tanto o

    tempo efetivo de execuo do servio como os tempos improdutivos que so necessrios e esto

    diretamente vinculados ao processo executivo. Dessa forma, a metodologia apropria nos coeficientes

    das composies o tempo improdutivo oriundo das paralisaes para instruo da equipe,

    preparao e troca de frente de trabalho, deslocamentos no canteiro, etc.

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    A metodologia adotada exclui os eventos extraordinrios (greve, acidentes de trabalho), esforo

    de retrabalho, impacto de chuvas e ociosidades oriundas de graves problemas de gesto da obra,

    pois seus custos ou devero ser considerados em outros itens de um oramento de obras, ou so de

    responsabilidade exclusiva do contratado, ou ainda devero ser tratados durante a execuo do

    contrato.

    Considera-se, portanto:

    IMPRODUTIVIDADE: Parcela de tempo inerente ao processo

    construtivo, portanto representada nos coeficientes das

    composies.

    OCIOSIDADE: Parcela de tempo prescindvel, cujo impacto

    desconsiderado nas composies.

    4. METODOLOGIA DE AFERIOO clculo da produtividade baseado em abordagem denominada modelo de entradas-sadas,

    no qual produtividade considerada como a eficincia em transformar recursos fsicos - materiais,

    mo de obra e equipamentos - em servios (Figura 5). No caso de mo de obra, a eficincia decorre

    da relao entre o esforo empregado (HhHomem Hora) e o resultado obtido (QsQuantidade de

    Servio), chamada de RUPRazo Unitria de Produo.

    Figura 5 - Representao da definio de produtividade

    Deste modo, a aferio de uma composio deve apresentar os valores medidos de

    produtividade para os diferentes recursos que participam de um servio, quais sejam: mo-de-obra,

    materiais e equipamentos.

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    4.1 FATORES QUE INFLUENCIAM OS COEFICIENTES AFERIDOS

    Os fatores que influenciam tanto o consumo de materiais quanto a produtividade da mo-de-

    obra e dos equipamentos podem ser associados a:

    PRODUTO: relacionado ao tipo de servio a ser medido e s especificaes exigidas e

    detalhes de projeto, que influenciam o esforo necessrio para sua execuo e as perdas a

    ele associado. Por exemplo: no caso de revestimento cermico, o assentamento de placas

    grandes em ambientes pequenos tendem a levar a perdas maiores em funo da

    necessidade de maior nmero de cortes nas peas;

    PROCESSO:relacionado ao processo de execuo de um dado servio. Por exemplo: no caso

    de necessidade de corte de blocos cermicos, a utilizao de um equipamento de corte com

    disco leva a uma perda menor que a quebra com colher de pedreiro; argamassa feita com

    equipamento possui produtividade melhor do que a preparada manualmente;

    4.2 PRINCPIOS PARA ANLISE DA PRODUTIVIDADE DA MO DE OBRA

    O indicador adotado para a mensurao da produtividade da mo-de-obra se denomina Razo

    Unitria de Produo (RUP), e dado pela frmula da Figura 6.

    Figura 6 - Frmula para clculo da Razo Unitria de Produo (RUP).

    Para a devida apropriao da parcela de tempo improdutivo necessrio e inerente ao servio e

    excluso do tempo ocioso que no deve ser contemplado nos coeficientes, empregam-se os

    conceitos de RUP diria, RUP cumulativa e RUP potencial.

    No setor da construo, a RUP diria tipicamente apresenta grandes variaes, o que exige que

    os servios sejam observados em uma sequncia de dias. A partir do conjunto de dados obtidos,

    calculada a RUP Cumulativa, que representa uma medida de tendncia central das observaes

    dirias.

    A RUP Cumulativa, assim como a diria, apresenta parcela incorporada de tempos improdutivose parte dos ociosos. Para extrair a parcela oriunda de ociosidade, realizada anlise da relao entre

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    a RUP Cumulativa e a RUP Potencial. A RUP Potencial representa uma produtividade de bom

    desempenho possvel de ser alcanada, sendo calculada a partir das melhores RUP Dirias, embora

    seja de difcil manuteno durante vrios dias seguidos.

    O grfico a seguir apresenta as diferentes RUPs de um servio hipottico medido em m para o

    qual so analisados durante 15 dias em uma obra o esforo empregado (Hh) e a quantidade de

    servio executada (Qs).

    Como cada servio observado em diversas obras, possvel reunir grande massa de dados

    objetivando extrair um coeficiente mdio representativo da quantidade de tempo necessria para a

    execuo do servio, conforme cada uma das combinaes dos fatores impactantes da produtividade

    (rvore). Dessa anlise relativa se obtm a RUP apropriada para representar a amostra de obras

    coletadas.

    Figura 7 - Grfico mostrando a RUP diria, cumulativa e potencial.

    4.3 PRINCPIOS PARA ANLISE DO CONSUMO UNITRIO/PERDAS DE MATERIAIS

    No clculo da eficincia na utilizao de materiais CUM - necessrio o estudo de dois

    conceitos: Quantidade Terica e Real. A quantidade terica obtida de maneira direta, ou seja,

    resulta do clculo da quantidade de materiais necessria para uma execuo sem ineficincia ou

    produo de resduos. A Quantidade Real contempla, alm da terica, as perdas decorrentes do

    processo de produo.

    Figura 8 - Frmula para clculo do consumo e perda de materiais

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    As perdas so tudo aquilo que se consome de materiais a mais que o teoricamente necessrio.

    As perdas podem ser classificadas de acordo com o momento de sua incidncia: no ato do

    recebimento, na estocagem, no processamento intermedirio e no processamento final, alm das

    ocorridas nos transportes internos.

    Quanto sua natureza, as perdas podem ser em forma de entulho e incorporada, alm das

    perdas por roubo/ furto. Apenas esta ltima no foi contemplada nas composies aferidas.

    Como exemplo de perda incorporada tem-se o emprego de material em quantidade superior ao

    previsto em projeto por pequenos erros de execuo da pea (folgas nas formas) ou necessidade de

    correo de desnvel ou incorrees na laje que recebe o contrapiso (Figura 8).

    Figura 9Incorporao adicional de argamassa no contrapiso

    4.4 PRINCPIOS PARA ANLISE DA EFICINCIA DOS EQUIPAMENTOS

    De forma similar ao clculo da eficincia no emprego de mo de obra, a produtividade de

    equipamentos decorre da relao entre as horas de equipamento empregadas (h.Eq Hora

    Equipamento) e o resultado obtido (Qs Quantidade de Servio), chamada de EfE Eficincia de

    Equipamento.

    A determinao dos coeficientes de equipamentos obtida a partir do levantamento em campo

    dos tempos representativos de diferentes situaes: (i) pleno funcionamento, (ii) envolvido com o

    processo (funcionamento parcial), e (iii) disponvel para o trabalho (sem funcionamento). As

    composies do SINAPI de CHP Custo Horrio Produtivo - apropriam os tempos do equipamento

    em funcionamento (i) e (ii). As de CHI Custo Horrio Improdutivo - apropriam os tempos sem

    funcionamento (iii).

    Figura 10 - Frmula para clculo da eficincia de equipamentos

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    Quando o equipamento faz parte de um conjunto, no qual h interdependncia entre dois ou

    mais equipamentos para a execuo do servio, os coeficientes so calculados considerando-se que

    aquele de menor eficincia limita a produtividade do conjunto.As composies aferidas buscam retratar a realidade encontrada em campo, considerando os

    tipos e modelos de equipamentos encontrados com maior frequncia na execuo de cada servio.

    5. CADERNOS TCNICOSAo final do processo de aferio das composies, o Banco SINAPI contar com mais de 7.000

    composies publicadas de forma analtica e em conjunto com um caderno tcnico - documento que

    apresenta seus componentes e suas caractersticas, os critrios para quantificao do servio, os

    critrios de aferio, as etapas construtivas, alm de normas e demais referncias bibliogrficas.

    Os Cadernos Tcnicos no substituem os Cadernos de Encargos, de responsabilidade da

    contratante, apenas prescrevem a tcnica construtiva observada e registram as condies

    detectadas nas obras que serviram de base para a apresentao dos insumos e indicadores das

    composies.

    Esses Cadernos Tcnicos fornecem informaes relevantes sobre a composio, permitindo

    selecionar com segurana a referncia que mais se adeque ao caso real. Podero embasar tambm

    os chamados Relatrios Tcnicos Circunstanciados, legalmente previstos para os casos em que as

    composies no representem com preciso aquilo que se quer orar.

    5.1 CODIFICAO COMPOSIES

    Atualmente existem 29 classes de servios de engenharia no SINAPI. So elas:

    ASTU: ASSENTAMENTO DE TUBOS E PECAS

    CANT: CANTEIRO DE OBRAS

    COBE: COBERTURA

    CHOR: CUSTOS HORRIOS DE MQUINAS E EQUIPAMENTOS

    DROP: DRENAGEM/OBRAS DE CONTENO/POOS DE VISITA E CAIXAS

    ESCO: ESCORAMENTO

    ESQV: ESQUADRIAS/FERRAGENS/VIDROS

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    FOMA: FORNECIMENTO DE MATERIAIS E EQUIPAMENTOS

    FUES: FUNDAES E ESTRUTURAS

    IMPE: IMPERMEABILIZAES E PROTEES DIVERSAS

    INEL: INSTALAO ELTRICA/ELETRIFICAO E ILUMINAO EXTERNA

    INPR: INSTALAES DE PRODUO

    INES: INSTALAES ESPECIAIS

    INHI: INSTALAES HIDROSSANITRIAS

    LIPR: LIGAES PREDIAIS GUA/ESGOTO/ENERGIA/TELEFONE

    MOVT: MOVIMENTO DE TERRA

    PARE: PAREDES/PAINEIS

    PAVI: PAVIMENTAO

    PINT: PINTURAS

    PISO: PISOS

    REVE: REVESTIMENTO E TRATAMENTO DE SUPERFCIES

    SEDI: SERVIOS DIVERSOS

    SEEM: SERVIOS EMPREITADOS

    SEES: SERVIOS ESPECIAIS

    SEOP: SERVIOS OPERACIONAIS

    SERP: SERVIOS PRELIMINARES

    SERT: SERVIOS TCNICOS

    TRAN: TRANSPORTES, CARGAS E DESCARGAS

    URBA: URBANIZAO

    Para cada classe existe uma subdiviso em tipos para melhor enquadrar o servio analisado. Para

    efeitos de Consulta Pblica foi criada uma codificao para melhor entendimento do contexto no

    qual est inserida a composio aferida. A mesma formada por:

    N LOTE (XX). CLASSE. GRUPO. SEQUENCIAL (XXX)

    O nmero do lote (N LOTE) formado por dois algarismos referentes identificao do lote ao

    qual est inserido o servio analisado. As composies foram divididas em trs lotes:

    Lote I (01):Habitao, Fundaes e Estruturas;

    Lote II (02): Instalaes Hidrulicas e Eltricas Prediais e Redes de Distribuio de Energia

    Eltrica;

    Lote III (03):Saneamento e Infraestrutura Urbana.A classe formada pela sigla das classes anteriormente descritas, vigentes no sistema.

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    O grupo diz respeito ao tipo respectivo da classe escolhida, caso exista. Caso contrrio (quando

    no houver o tipo) foi empregada a sigla da descrio principal do servio com quatro letras

    (Exemplo: o servio de execuo de Revestimento Decorativo em Monocamada MONOCAPA no

    possui o tipo correspondente no SINAPI atualmente. Neste caso, adotou-se como grupo a sigla:

    RDMC).

    O sequencial um nmero formado por trs algarismos, que corresponde ao nmero da

    composio em anlise para o grupo que foi aferido.

    Ainda tem-se outro Cdigo de identificao, chamado de Cdigo SIPCI. Esse se refere ao nmero

    da composio que j foi inserida no Sistema e que, por isso, j apresenta preo em todas as

    Unidades da Federao, e sero publicadas mensalmente nos relatrios publicados mensalmente na

    internet, www.caixa.gov.br/sinapi.

    Esses cdigos esto identificados em cada Caderno Tcnico, ao lado da descrio da composio

    unitria aferida.

    6. CONCEITOS BSICOSGRUPOS DE SERVIOS

    Materiais:

    o so adicionados ao consumo de materiais as perdas incorporadas e as em razo dosentulhos gerados;

    o no so considerados nas composies unitrias de servio os esforos para carga e

    descarga de material, nem os transportes verticais e horizontais, dentro do

    empreendimento. Apenas contemplado o transporte no pavimento, que

    realizado pela equipe direta;

    Mo de obra:

    o so considerados os trabalhadores envolvidos diretamente na execuo do servio,

    tanto oficial como ajudante;

    o no so consideradas os trabalhadores relacionados gesto da obra que no so

    exclusivos para o servio, tais como encarregado e engenheiro da obra;

    o a relao oficial/ajudante estudada para cada Grupo de Servio, sendo adotada na

    composio unitria aquela encontrada com maior recorrncia nas obras estudadas;

    Equipamentos e ferramentas:

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    o as ferramentas empregadas para execuo dos servios esto descritas no item

    Execuo no Caderno Tcnico, mas no esto consideradas como itens da

    composio. Exemplo: nvel de mangueira ou aparelho de nvel, colher de pedreiro,

    peneira, balde, rgua, desempenadeira, dentre outros.

    o os equipamentos que so exclusivos para a execuo do servio so especificados

    como itens da composio; os demais, devero ser apropriados na planilha de custos

    diretos. Exemplo: grua, andaime, etc.

    6.1 OUTROS CONCEITOS

    no foram consideradas perdas de peas unitrias, tais como: tanque, vaso sanitrio,

    bancada de pia; para os demais materiais que envolvem moldagem in loco, mensurou-se o

    volume/metragem aplicado em cada pea, dando origem aos indicadores presentes nas

    composies;

    Os servios que envolvem corte e carregamento de solo consideram o Fator de

    empolamento de 0,8, ou seja, o volume de corte igual a volume solto multiplicado por 0,8.

    De acordo com Ricardo e Catalani (1990) este fator indicativo para material de 1

    categoria;

    A produtividade dos equipamentos levou em conta o tempo necessrio de preparao e

    desmobilizao das equipes envolvidas no incio e fim de cada etapa de trabalho, e ainda os

    tempos necessrios para manuteno dos equipamentos, perodos em que o trabalho

    efetivamente no ocorre, atravs de um fator (FTT - Fator de Tempo de Trabalho) que

    resultou em um fator de 80%, alterando desta forma as eficincias avaliadas;

    O FTT oriundo de medies em campo e empregado para apropriar o tempo produtivo

    (CHP) e o tempo improdutivo (CHI) dos equipamentos envolvidos no servio;

    Quando o equipamento faz parte de um conjunto, no qual h interdependncia entre dois ou

    mais equipamentos para a execuo do servio, os coeficientes so calculados considerando-

    se que aquele de menor eficincia limita a produtividade do conjunto.

    7. ETAPAS PROCESSO DE AFERIO

    Todas as composies aferidas so publicadas para Consulta Pblica no endereowww.caixa.gov.br/sinapi. As publicaes so disponibilizadas por 60 dias aps a incluso de cada

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    grupo de servio, permitindo que todos os usurios, rgos de governo (contratantes), contratados

    (setor produtivo), oramentistas e rgo de controle agreguem suas contribuies.

    O processo de Consulta Pblica visa garantir transparncia e envolvimento da comunidade

    tcnica na construo de um sistema nacional de referncia que contribua para melhoria do

    processo de contratao de obras pblicas em todo o Pas.

    Aps o trmino do prazo da Consulta, a CAIXA incorpora as contribuies e publica as

    composies em conjunto com seus cadernos tcnicos como referncias vigentes do banco SINAPI.

    Devida incorporao das contribuies, em alguns casos os cadernos tcnicos das composies

    vigentes apresentam algumas modificaes em relao aqueles disponibilizados em Consulta Pblica.

    Quando houver alteraes significativas de critrios e/ou coeficientes, as composies sero

    reapresentadas em Consulta antes de serem incorporadas ao SINAPI.

    Algumas composies no podero ser includas no Sistema por no haver um ou mais de seus

    insumos cadastrados no SINAPI. Essas tero tambm seus Cadernos Tcnicos publicados da mesma

    forma que as demais, porm no apresentaro preo e sim a indicao do insumo ainda no

    disponvel. Quando o IBGE incorporar o insumo necessrio em sua base de pesquisa, a composio

    ser atualizada e divulgada como as demais.