EST_SUPL2 - JCARRO_BR - 4 - 25/11/18 CA04 -

Suporte Grafico - ESTADOCO_teste - 10-10-2010

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Adquirido nos EUA,conversível da Ford foi uma aposta certeira do gerente de controladoria Ricardo Bacconi Neto

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Chapéu

Thiago Lasco

Um bom gerente de contro-ladoria deve estar sempre de olho em oportunidades que possam aumentar a lu-cratividade da empresa on-de trabalha. Ricardo Bacco-ni Neto juntou a experiên­cia adquirida nesse ofício e o gosto por coisas antigas e descobriu que importar e restaurar exemplares do Ford Mustang podia ser um ótimo negócio. O GT conversível 1969 desta re-portagem foi o terceiro mo-delo que ele comprou.

“Já colecionei selos, maços de cigarro e itens antigos do Palmeiras. Eram artigos feitos com cuidado, para durar. Os carros antigos me atraíram pe-lo design e, aos 15 anos, come-cei a frequentar os encontros do Pacaembu”, ele conta.

A ideia de transformar a pai-xão em negócio surgiu em 2011, quando Bacconi come-çou a flanar por anúncios de antigos à venda nos Estados

Unidos. “Vi um Mustang 1966 com preço interessante para a época. Concluí que seria viável importá­lo, pois o preço final ain-da estaria dentro do valor de mer-cado. Eu poderia curtir um pou-co o carro e depois revendê­lo sem perder dinheiro.”

Depois de seis meses de trâmi­tes, o Ford chegou, com a lataria muito corroída. Como naquelas condições o carro não encontra-ria pretendentes, Bacconi resol-veu restaurá­lo. Ficou um ano com ele e, a partir daí, passou a importar outras unidades. Para garantir o lucro, ele investia na compra 70% do valor recebido com a venda do modelo anterior.

O GT conversível entrou na vi-da do gerente de controladoria em julho de 2015, também por meio de um anúncio nos EUA.

“Ninguém dava bola para ele. Sem frisos e emblemas, o carro não chamava a atenção. Mas era muito íntegro. Estava feio, mas tinha grande potencial”, ele lem-bra. “Além disso, eu estava sain-do de um modelo 1968 com capo-ta, então aquela era uma melhora significativa”, afirma.

Mais tarde, Bacconi teve a cer-teza de que a aposta foi acertada. “Notei que a procura pela safra 1969 cresceu muito. Ela passou a ser valorizada por causa da dian-teira, que é uma das favoritas dos ‘mustangueiros’. E o mercado fi-cou um pouco saturado do mode-lo anterior (até 1968)”, explica. “Foram feitas cerca de 5 mil uni-dades da versão GT, das quais apenas 1.127 são conversíveis.”

Carro de família. Durante a res-tauração, que levou cinco meses para ser feita, a desmontagem do conversível trouxe uma grata sur-presa: não havia um ponto de fer-rugem sequer. Os pistões ainda eram os originais e não foi preci-so retificar o motor. O Mustang havia tido uma vida pregressa sem grandes sobressaltos.

“Ele pertenceu a uma única fa-mília por cerca de 40 anos. Quan-do o pai faleceu, os filhos não tive-ram interesse em manter o acer-vo e resolveram colocá­lo à ven-da”, conta Bacconi.

A cada 15 dias, o Ford sai da garagem para uma vol-ta pela Rodovia dos Ban-deirantes. O dono não roda com ele na cidade “para evitar o trânsito in-

tenso, o asfalto mal con-servado e eventuais impru-

dências de outros motoristas”, afirma. Mesmo na estrada, os

passeios são bem comportados.“É um carro muito nervoso,

bruto. Se eu arrancar forte, ele canta pneu até na troca para a se-gunda marcha”, conta Bacconi. “Mas nunca passei de 140 km/h com ele e nem o levei para a pista, pois acho que isso judia muito do carro. Além disso, os freios a tam-bor não me deixam muito seguro para correr com ele”, justifica o proprietário.

Outro cuidado que o gerente de controladoria toma é só circu-lar com o Mustang limpo. “Isso faz parte da apresentação do car-ro. Sair com um antigo é um mo-mento de exibição no bom senti-do. Você está mostrando à socie-dade uma criação da indústria au-tomobilística de 50 anos.”

Mustang GT 1969 volta a brilhar após restauração

MERCEDES AMG GT 63 S 4-DOOR

ESTE MUSTANG ESTAVA À VENDA HAVIA MUITO TEMPO, MAS NINGUÉM DAVA BOLA PARA ELE. SEM FRISOS E EMBLEMAS, O CARRO NÃO CHAMAVA A ATENÇÃO. MAS ERA MUITO ÍNTEGRO. ESTAVA FEIO, MAS TINHA GRANDE POTENCIAL

Ricardo Bacconi Neto,GERENTE DE CONTROLADORIA

Carro do leitor

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Raro. Das 5 mil unidades de GT vendidas, apenas 1.127 foram conversíveis, diz o dono

Cuidado. Todos os instrumentos do painel funcionam

Cuidadoso. Bacconi só sai

com o carro limpo, não

corre e evita rodar dentro

da cidade

Novo em folha. Restauração se estendeu por cinco meses e deixou o Ford tinindo

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%HermesFileInfo:Co-4:20181125:4 JornaldoCarro DOMINGO, 25 DE NOVEMBRO DE 2018 O ESTADO DE S. PAULO CLASSIFICADOS