os desafios da escola pÚblica paranaense na … · 1autora: maria de lourdes siqueira 2...
TRANSCRIPT
Versão On-line ISBN 978-85-8015-076-6Cadernos PDE
OS DESAFIOS DA ESCOLA PÚBLICA PARANAENSENA PERSPECTIVA DO PROFESSOR PDE
Artigos
A LEITURA INTERTEXTUAL ENTRE OS ROMANCES “MADAME BOVARY”
DE GUSTAVE FLAUBERT E “O PRIMO BASÍLIO” DE EÇA DE QUEIRÓS
1Autora: Maria de Lourdes Siqueira
2 Orientadora: Suely Leite
Resumo
Esta proposta metodológica sobre estudo dos romances realistas "Madame
Bovary" de Gustave Flaubert e "O primo Basílio" de Eça de Queirós, pretende
contribuir como processo ensino e aprendizagem de literatura. Nosso objetivo é
levar os alunos a uma reflexão sobre a importância da obra literária para a
formação de um leitor consciente de sua condição na sociedade. As atividades
presentes nesse trabalho foram desenvolvidas com alunos do segundo ano do
Ensino Médio e foram fundamentadas na teoria da Estética da Recepção, cujo
principal representante é Hans Robert Jauss e sua aplicação seguiram as
orientações do Método Recepcional de Bordini e Aguiar (1993). Ao término
desse processo de estudos sobre os romances, espera-se que os alunos
tenham internalizado essas percepções e sintam-se aptos a eleger, daí por
diante, as leituras que farão parte do seu processo de desenvolvimento social,
intelectual, cultural, linguístico e literário. Espera-se, também, que estendam
esses novos saberes às pessoas que fazem parte de suas vidas, numa rede de
crescimento.
PALAVRAS-CHAVE: leitura, romance, intertextualidade, método recepcional
1 Professora de Língua Portuguesa Colégio Estadual Comendador Geremias Lunardelli-EF e médio –Grandes Rios-PR
2 Professora da Universidade Estadual de Londrina – UEL-Londrina-PR
INTRODUÇÃO
Em nossa prática pedagógica diária muitas vezes deixamos de nos
atentar para o conhecimento de mundo e o universo de experiências trazidas
pelos alunos e ao mesmo tempo, acabamos por propor atividades que acabam
por não estimular à reflexão do aluno como leitor em formação, o que torna o n
processo de ensino e aprendizagem ineficiente.
Para que tenhamos sucesso como educadores, é necessário que
nossos educandos avancem em sua aprendizagem, e para isso, é importante
que sejamos o mediador desse processo, planejando situações significativas
de leitura, partindo do que o aluno já sabe e traz consigo para os bancos
escolares.
Ler por gosto ou ler por obrigação? Essa é uma pergunta que devemos
estar preparados para enfrentá-la. Para tanto, devemos considerar que nossa
preferência está atrelada a tudo o que conhecemos e que possui significado
em nosso cotidiano, portanto, partir de conhecimentos distantes da nossa
experiência de vida não é aconselhável, pois os significados de uma leitura
podem ser construídos com a interação de conteúdos e estratégias
determinadas para cada caso.
Nesse trabalho com o texto literário trazemos para a cena um método de
leitura e uma questão social a ser pensada. O método é o recepcional, criado
no Brasil por Bordini e Aguiar (1993), e a questão da representação da mulher
nesses textos, pois queremos partir de situações que levem os alunos a refletir
sobre o papel da mulher na sociedade.
Para execução dessa proposta situamos na análise dos romances
Madame Bovary, de Gustave Flaubert, publicado em 1857. Esse livro francês,
na época de sua publicação, causou escândalos na sociedade, pois
apresentava uma condição feminina pautada na quebra de padrões
normativos. O mesmo acontece com O primo Basílio, romance português de
Eça de Queirós, publicado em 1878, cuja narrativa é muito próxima a do
romance francês.
Ambos os textos apresentam o casamento como uma instituição
burguesa falida e apresentam suas protagonistas como mulheres que vivem
em uma sociedade de aparências, não se dedicam a nenhuma atividade
produtiva a não ser a leitura de romances românticos. Diante desse ócio,
acabam por estarem propensas ao adultério como forma de realizar suas
fantasias, alimentadas pelas leituras inócuas de sua época, portanto, sem ter
nenhuma atividade que lhe permitisse pensar, muito menos realizar seus
sonhos e desejos, essa insatisfação as conduziam por caminhos alternativos
com vistas a alcançar a sua realização pessoal (carinho, atenção) por meio de
relacionamento extraconjugais.
Diante da leitura desses dois romances acreditamos que os alunos
possam partir da condição social da mulher nos dias de hoje e por esse olhar
pensar como era essa mesma condição no século XIX. Nossa meta é que os
alunos estejam atentos para o fato de que esses olhares para o passado e para
o presente podem se cruzar e revelar, muitas vezes, estereótipos difundidos
socialmente.
Acreditamos que com esse trabalho de leitura os nossos alunos
reflitam e modifiquem sua percepção acerca da condição feminina
conscientizando-se de que não deve haver lugar para a discriminação, e que
homens e mulheres são iguais em direitos e deveres.
LITERATURA E LEITURA EM SALA DE AULA
Falar em leitura no cenário do ensino brasileiro é sempre um discurso
que se repete. Pesquisas acadêmicas, resultados de avaliação em larga escala
apontam para o que revelam as Diretrizes Curriculares Estaduais de Língua
Portuguesa, doravante denominadas de DCES: o percurso histórico da
disciplina de Língua Portuguesa na educação básica brasileira e a situação de
analfabetismo funcional, de dificuldade de leitura compreensiva e produção de
textos apresentadas pelos alunos, requerem, neste momento histórico, novos
posicionamentos em relação às praticas de ensino de leitura.
A dificuldade em promover a prática de leitura como uma atividade
interessante e produtiva pode estar diretamente relacionada com a conexão do
texto proposto e com textos com os quais o leitor possa se identificar. Por isso,
o tratamento dado à leitura na escola exige novos posicionamentos: seja pela
discussão crítica dessas práticas, seja pelo envolvimento direto dos
professores na construção de alternativas.
Pensar em uma ponte que liga a leitura à prática da oralidade e vice-
versa, faz-se necessário. O documento oficial que norteia o ensino de Língua
Portuguesa no Paraná traz a discussão à tona e aponta para uma estreita
relação entre as práticas de leitura, escrita e oralidade:
O aprimoramento da competência linguística do aluno acontecerá com maior propriedade se lhe for dado conhecer, nas práticas de leitura, escrita e oralidade, o caráter dinâmico dos gêneros discursivos. O trânsito pelas diferentes esferas de comunicação possibilitará ao educando uma inserção social mais produtiva no sentidode poder formular seu próprio discurso e interferir na sociedade em que está inserido .(PARANÁ, 2008, p. 53).
Tanto escrita, quanto leitura e ainda a oralidade são práticas sociais que
devem estar ligadas entre si. No contexto apresentado acima, é possível
compreender a leitura como um ato dialógico, inter locutivo, que envolve
demandas sociais, históricas, políticas, econômicas, pedagógicas e ideológicas
de determinado momento. Ao ler, o indivíduo busca as suas experiências, os
seus conhecimentos prévios, a sua formação familiar, religiosa, cultural, enfim,
as várias vozes que o constituem enquanto sujeito.
A dificuldade que se apresenta no ensino de Língua Portuguesa é
encontrar uma maneira em que essas práticas se façam presentes
concomitantemente e de forma dialógica. Pensando nessa possibilidade,
optamos então por apresentar um método que propicie essa visão da leitura
como um processo interativo entre leitor, obra e autor. O caminho escolhido é o
da teoria da Estética da Recepção.
CONTRIBUIÇÕES DA ESTÉTICA DA RECEPÇÃO PARA A FORMAÇÃO DE
LEITORES
Na história da leitura literária o autor e a obra sempre foram dois
elementos presentes para que houvesse a leitura do texto literário. O foco
nesses dois elementos acabava por excluir o leitor do processo de construção
de sentido do texto.
A Estética da Recepção surge como um meio de colocar o leitor como
um terceiro elemento para o significado do texto e privilegiar o seu lugar na
relação dinâmica entre autor, obra e leitor.
As primeiras ideias sobre a importância do leitor na recepção de uma
obra literária surgiram em 1964, quando um grupo de críticos da Universidade
de Konstanz, na Alemanha, começou por divulgar as suas teses na revista
Poetik und Hermeneutik. Nesse grupo encontravam-se nomes como Hans-
Georg Gadamer, Wolfang Iser e Hans Robert Jauss, esse último é
considerado o mais importante representante das teorias que se orientam para
o aspecto recepcional, sendo que a expressão Estética da Recepção surgiu
baseada em suas ideias.
As ideias de Jauss foram divulgadas em seu ensaio “A História Literária
como um Desafio à Teoria da Literatura”, publicado em 1970, e ficaram
conhecidas como uma vertente teórica denominada Estética da Recepção.
Para ele, o caráter artístico de um texto é dado pelo efeito que o mesmo causa
em seus leitores. Cabe à história literária articular tanto a recepção atual de um
texto (aspecto sincrônico) quanto sua recepção ao longo da história (aspecto
diacrônico) e, cabe também a ela, articular a relação da literatura com o
processo de construção da experiência de vida do leitor.Segundo Bordini e
Aguiar (1993), o fato de Jauss propor um novo caráter tanto estético quanto
historiográfico da literatura, o leva, também, a formular um novo conceito do
que é a literatura. E essa definição se dá tendo em vista critérios estabelecidos
pelos leitores no seu “experienciar dinâmico da obra literária”.
O modo de ver a literatura através da recepção do público, proposta por
Jauss, esbarra no problema da caracterização do leitor, pois nem todos os
leitores dominam as estruturas do campo literário:
“Ele precisa conhecer o gênero, para perceber as inovações do texto individual, as formas e temas de obras famosas anteriores, para captar as diferenças de tratamento e a oposição entre uso poético ou prático da linguagem, para entender sua repercussão sobre as representações do mundo que eles induzem.” (BORDINI e AGUIAR, 1993, p. 84).
No entanto, segundo as autoras, a Estética da Recepção tem seu valor
no sentido de ampliar o espaço para que a literatura seja repensada como
categoria histórica e social e, portanto, em contínua transformação.
MÉTODO RECEPCIONAL
Em sua obra Literatura: a formação do leitor (alternativas
metodológicas), de 1993, as pesquisadoras Maria da Glória Bordini e Vera
Teixeira Aguiar apresentam algumas propostas metodológicas de abordagem
textual como: método científico, método criativo, método recepcional, método
comunicacional e método semiológico. Dentre todos esses, o método
recepcional é aquele escolhido para abordagem desse trabalho.
O método recepcional nasce da leitura das autoras sobre a Estética da
Recepção e sua fundamentação teórica está voltada para o processo de
construção de sentido de uma obra a partir da leitura e dos processos
históricos sociais que fazem parte do repertório cultural do leitor. O sistema
literário, fechado e definitivo como simples objeto escrito, no contato com o
leitor abre-se para um mundo histórico extratexto.
No momento da leitura, ocorre obrigatoriamente a fusão entre horizontes
de expectativas. “O texto se torna o campo onde os dois horizontes podem
identificar- se ou estranhar-se” (BORDINI e AGUIAR, 1993, p. 83). A relação
entre a expectativa do leitor e a obra em si será tomada como parâmetro para a
avaliação estética da obra. E a mesma será considerada de valor para o leitor
se em termos temáticos e formais produzir alteração no seu horizonte de
expectativas, opondo-se às convenções conhecidas e aceitas pelo mesmo. E
será perene se, em sucessivas épocas, continuar contribuindo para o
alargamento do horizonte de expectativas de seus leitores.
Ao iniciar-se a leitura, a historicidade do leitor e do texto vem à tona. O
diálogo entre eles dependerá do grau de identificação ou distanciamento entre
suas convenções sociais e culturais e da consciência que delas possuem. Para
efetuar a leitura de uma obra que se distancia de seu horizonte de
expectativas, o leitor deve assumir uma postura de disponibilidade, permitindo
à mesma que lhe veicule novas convenções. Ainda para que haja a aceitação
da leitura da obra emancipatória, o leitor deve conhecer o gênero da mesma, a
oposição entre uso poético ou prático da linguagem e também formas e temas
de obras anteriores a ela. O processo de recepção se completa quando o leitor
elege ou não uma obra como componente de seu horizonte de expectativas.
Quanto maior o número de leituras efetuadas, maior a propensão para a
modificação do horizonte de expectativas.
OBJETIVOS E CRITÉRIOS DE AVALIAÇÃO
O método recepcional funda-se na atitude participativa do aluno em
contato com diferentes textos. A partir do horizonte de expectativas do grupo
de alunos, o professor deve provocar situações que levem ao questionamento
desse horizonte. Isso pode provocar o afastamento do aluno, uma vez que o
mesmo vê seu modo de pensar sendo criticado.
Após essa ruptura no horizonte de expectativas do aluno, o professor
deve ofertar-lhe diferentes leituras que se opõem às feitas anteriormente por
ele, problematizando-as, levando-o a refletir e instaurando a mudança desses
horizontes, num processo contínuo. A transformação que se processará no
aluno atingirá a todo o seu grupo de convívio, inclusive a escola e a
comunidade, visto ser ele um ser social.
Para que se tenha certeza quanto ao sucesso do método recepcional, ao
término do mesmo o aluno deverá, segundo as autoras:
Efetuar leituras compreensivas e críticas. Ser receptivo a novos textos e a leituras de outrem. Questionar as leituras efetuadas em relação a seu próprio horizonte cultural. Transformar os próprios horizontes de expectativas, bem como os do professor, da escola, da comunidade familiar e social. (BORDINI e AGUIAR, 1993, p. 86).
Esse método de ensino de literatura “enfatiza a comparação entre o
familiar e o novo, entre o próximo e o distante no tempo e no espaço”
(BORDINI e AGUIAR, 1993, p. 86). O aluno debaterá frequentemente suas
ideias consigo mesmo, com o professor, com os colegas, com a comunidade.
Os textos escritos por ele também servirão como material de leitura e
debate. A avaliação deve abranger a dinâmica do processo e cada leitura do
aluno. O mesmo deve evidenciar capacidade de comparação, de
questionamento sobre sua atuação e a do grupo, de leitura mais exigente que a
inicial em termos estéticos e ideológicos.
ETAPAS DE DESENVOLVIMENTO DO MÉTODO
O processo receptivo de leitura implica a participação ativa e criativa do
leitor, sem afetar a autonomia textual. Quanto maior a distância entre os
horizontes de expectativas do texto e do leitor, mais o texto servirá para trazer
o novo a esse leitor.
Para que haja o crescimento do aluno em termos da expansão de seu
horizonte de expectativas, em primeiro lugar ele deve se disponibilizar a aceitar
o contato com novas leituras. Para isso, é importante que compreenda
determinados conceitos, como:
Receptividade, disponibilidade de aceitação do novo, do
diferente, do inusitado; concretização, atualização das
potencialidades do texto em termos de vivência
imaginativa ruptura, ação ocasionada pelo
distanciamento crítico de seu próprio horizonte cultural,
diante das propostas a obra suscita; questionamento,
revisão de usos, necessidades novas que , interesses,
ideias, comportamentos; assimilação, percepção e
adoção de novos sentidos integrados ao universo
vivencial do indivíduo (BORDINI e AGUIAR,1993, p. 88).
As Diretrizes Curriculares do Estado do Paraná (DCES), sistematizadas
em documento de 2008, apontam a Estética da Recepção de Hans Jauss como
uma teoria que deve embasar os trabalhos de leitura do texto literário.
Segundo este autor (apud DCES 2008),o leitor está no centro de todo o
processo de leitura e interação com as obras literárias. Embora uma obra
possa trazer características do período em que foi produzida, e o seu autor tê-
la criado de acordo com suas crenças, valores, pontos de vista,
intencionalidade, quem realmente irá imprimir sentido àquele texto é o leitor,
com base em seus conhecimentos prévios, sua faixa etária, seus pontos de
vista, a mentalidade de sua época, portanto, funda-se na atitude participativa
do aluno em contato com os diferentes textos:
Partindo do horizonte de expectativas do grupo, em
termos de interesses literários, determinados por suas
vivências anteriores,o professor provoca situações que
propiciem o questionamento desse horizonte.Tal atitude
implicaria um distanciamento do estudante, uma vez que
revisa criticamente seu próprio comportamento,
redundando na ruptura do horizonte de expectativas e
seu conseqüente alargamento.Com o ajustamento a essa
nova situação, o passo seguinte é a oferta pelo professor
de diferentes leituras que, por se oporem às experiências
anteriores,problematizam o aluno, incitando-o a refletir e
instaurando a mudança através de um processo
contínuo.Como o sujeito é entendido como um ser social,
sua transformação implica a alteração do comportamento
de todo o grupo, atingindo a escola e a comunidade.
(Bordini& Aguiar, 1993, p.85)
Por meio desse método, o professor ensinará o aluno a refletir
criticamente sobre suas próprias opiniões, a analisar um mesmo assunto sob
diferentes perspectivas, e espera-se que esse leitor amplie seus
conhecimentos sobre o tema abordado e, talvez, até admita que estivesse
equivocado em seu posicionamento e mudando de opinião.
É muito importante que o aluno aprenda a ser mais flexível em suas
opiniões, a ouvir o outro lado da situação e saiba que antes de assumir uma
posição, é preciso conhecer bem o assunto para não correr o risco de ser
leviano em seu parecer.
Por meio do Método Recepcional, o professor pode auxiliar os alunos a
compreenderem tudo isso. O que contribuirá para que sejam cidadãos
realmente críticos, que saibam analisar cada situação para determinar qual a
melhor posição a se tomar e como fazer isso.
A presente unidade didática utiliza o método recepcional como método
de abordagem do texto literário nas aulas de Língua Portuguesa. Nosso
objetivo é oportunizar ao aluno o trabalho em grupo, a fim de desenvolver sua
autonomia para que possa ser cooperativo, comunicar-se, enfim, ser um leitor
eficiente.
Temos como metas elaborar estratégias e procedimentos com o objetivo
de despertar, incentivar e promover a leitura literária no âmbito escolar, visando
a formação do leitor, para que com isso seja possível melhorar a qualidade do
processo ensino e aprendizagem. Entre os resultados esperados estão o
desenvolvimento crítico social dos alunos que poderão ter sua visão de mundo
ampliada.
Seguindo a trilha do método recepcional apresentado por Bordini e
Aguiar (1993), o ensino de literatura é assegurado na medida em que seus
objetivos com relação ao aluno sejam alcançados, a saber: efetuar leituras
compreensivas e críticas; ser receptivo a novos textos e a leitura de outrem;
questionar as leituras efetuadas em relação a seu próprio horizonte cultural
transformar os próprios horizontes de expectativas bem como os do professor,
da escola da comunidade familiar e social.
Com base no texto das autoras apresentado no livro Literatura: a
formação do leitor (alternativas metodológicas), de 1993, o método recepcional
é dividido em cinco etapas, listadas a seguir:
1. Determinação do horizonte de expectativas: etapa na qual o professor
aplicará atividades que o permitam determinar qual é a opinião, a expectativa
dos alunos sobre o tema a ser abordado e por que pensam assim. Além disso,
o professor poderá investigar quais gêneros literários mais agradam os alunos
para que possa privilegiá-los em seu trabalho;
2. Atendimento do horizonte de expectativas: de posse destas informações,o
professor desenvolve atividades que venham ao encontro das expectativas da
turma, de maneira que os alunos se identifiquem com as opiniões
apresentadas nos textos e se sintam à vontade com as leituras;
3. Ruptura do horizonte de expectativas: nesta etapa, o professor apresentará
textos que tragam opiniões contrárias àquelas defendidas pela turma, que
comecem a “abalar” as certezas e infiltrar dúvidas naquelas opiniões que os
alunos tinham como as “corretas”. O objetivo desta etapa é que os alunos se
sintam incomodados com as leituras, discutam, reflitam, argumentem;
4. Questionamento do horizonte de expectativas: o professor pode sugerir que
os alunos leiam textos de outros gêneros, assistam a filmes, façam pesquisas,
assistam a documentários, façam entrevistas, entre outros, para que possam
adquirir maiores conhecimentos sobre o tema estudado, confrontando sua
opinião com as novas perspectivas sobre o assunto, a fim de que possam
firmar sua opinião com maior respaldo;
5. Ampliação do horizonte de expectativas: neste momento, os alunos
realizarão leituras mais complexas sobre o tema, conscientizando-se das
mudanças em suas opiniões que o contato com a Literatura lhes proporcionou.
IMPLEMENTAÇÃO DO PROJETO NA ESCOLA
Partindo dessas leituras sobre o método recepcional, realizamos então
a implementação do projeto na escola. As atividades foram trabalhadas em
uma turma do 2º ano do Ensino Médio no Colégio estadual Comendador
Geremias Lunardelli-Ensino Fundamental e Médio no município de Grandes
Rios -PR.
A escolha do método recepcional deu-se pelo fato de acreditarmos essa
seria uma maneira eficiente e produtiva de os alunos chegarem à leitura dos
romances Madame Bovary de Gustave Flaubert e O primo Basílio de Eça de
Queirós, ambos localizados em termos de época no movimento Realista,
conteúdo esse que faz parte do currículo do 2º ano do Ensino Médio. Na leitura
dessas duas obras, tivemos também como interesse a análise da
representação feminina dentro das duas narrativas.
Nessa perspectiva, foram propostas algumas atividades que levaram em
conta o levantamento sobre o conhecimento dos alunos para discussões e
reflexões sobre as leituras; a ampliação de conhecimentos e a defesa de
pontos de vista através de um júri- simulado como síntese integradora, além de
uma exposição com os trabalhos desenvolvidos.
Também foram apresentados os conceitos de receptividade,
concretização, ruptura, questionamento e assimilação, processos que eles
deveriam compreender para chegar ao objetivo do trabalho, de expansão dos
seus horizontes de expectativas.
A implementação do projeto deu-se da seguinte maneira:
1º momento: Apresentação da proposta e levantamento do conhecimento
prévio dos alunos.
Atividade 1 e 2 - Nesta atividade conversamos com os alunos sobre quais os
papéis que homens e mulheres assumem na vida social atualmente, em
seguida, propusemos uma discussão sobre a existência de preconceitos em
relação aos gêneros feminino e masculino,com intuito de realizar uma
investigação para detectar os horizontes de expectativas trazidos pelos alunos.
Foi aplicado um questionário para sondar qual o conhecimento dos alunos em
relação à representação da mulher na sociedade. Analisando as atividades dos
alunos (ANEXO I) pode-se observar que ainda há meninos que acreditam ser
dever somente das mulheres a realização das atividades domésticas, que essa
é uma função das filhas, que os mesmos quando retornam da escola, tem
outras tarefas a ser cumprida, como jogar videogame, futebol, encontrar-se
com os colegas. Em relação às respostas dadas pelas alunas, podemos
observar que muitas delas concordam com esse posicionamento dos meninos,
mas ao mesmo tempo, sentem-se revoltadas com a situação, pois acreditam
que esse pensamento é condicionado histórico socialmente, passado de
geração para geração.
Para dar continuidade ao processo de estudo foram colocadas na lousa
algumas das respostas dadas pelos alunos, para definir o que, socialmente e
na atualidade, são considerados papel feminino e papel masculino. Com essa
atividade foi possível fazer a observação e a reflexão sobre os aspectos
preconceituosos em relação ao que é considerado função da mulher ou do
homem.
2º momento: Atendimento do horizonte de expectativas se deu com
apresentação do gênero romance realista e do tema adultério.
Estas atividades consistiram em proporcionar à classe, experiências
com outros textos em especial o gênero romance.
Atividades 3, 4 e 5- Nestas atividades foi solicitado aos alunos que
pesquisassem e trouxessem para a sala de aula textos que versassem sobre o
mesmo tema, como: contos, crônicas, letras de canção, reportagens, notícias,
propagandas, imagens, entre outros.
Após a seleção dos textos, os alunos dispostos em grupos expuseram e
leram os diferentes materiais trazidos, e apresentaram as informações que
mais lhes chamaram a atenção.
Na atividade seguinte foi feita uma sondagem para saber o grau de
conhecimento acerca do gênero romance, através de questionamentos e
exercícios de pesquisa sobre as características do mesmo.
Depois da coleta e discussão desses dados, foi proposta a leitura dos
romances Madame Bovary de Gustave Flaubert e O primo Basílio de Eça de
Queirós. O tempo estipulado para a leitura foi acordado entre a turma.
3º momento: Ruptura do horizonte de expectativas com a análise do tema
adultério em outros gêneros textuais.
Nessa etapa as atividades contempladas deveriam abalar as certezas
dos alunos e dar continuidade à etapa anterior, por meio de recursos
diferentes, de modo que o aluno ao mesmo tempo percebesse estar
ingressando num campo desconhecido, mas trabalhando o mesmo tema.
De acordo com Aguiar e Bordini (1993, p. 89) “o importante é que os
textos dessa etapa apresentem maiores exigências aos alunos, [...] mantendo
um vínculo com as da etapa anterior que seja garantido pelo material literário,
apresentando propostas que desafiem os caminhos.”
Atividades 6 e 7- Nessas atividades propôs-se a releitura dos romances
trazendo-os para o momento atual. Foi exibido um trailer do filme Madame
Bovary com duração de pouco mais de um minuto, no qual aparece a
personagem Ema Bovary e uma tempestade de palavras ligadas à temática da
obra.
O vídeo encontra-se disponível no link:
<http://www.youtube.com/watch?v=8YdwU4ZR3rE>.
A partir desse trailer, foi promovido um bate-papo na sala a fim de
avaliar o conhecimento dos alunos sobre o romance Madame Bovary. Depois
de ouvir os alunos e aguçá-los sobre a temática do romance, os grupos releram
os quatro primeiros capítulos da obra que já indiciava o início do
relacionamento entre Emma e Leon, ou seja, o tema adultério já foi revelado.
Terminada a releitura dos quatro primeiros capítulos da obra, os alunos
assistiram uma série de trechos do filme Madame Bovary.
Logo depois, foi sugerido aos alunos que assistissem também aos
trechos do filme baseado na obra O primo Basílio, trechos esses com questões
para reflexão. Nesse momento, foi explicado que o mesmo é uma adaptação
cinematográfica. A partir desta releitura pode-se constatar que algumas das
opiniões acerca do tema já haviam sido mudadas, pois com os trechos dos
filmes assistidos, puderam observar que a mulher era criada somente para o
casamento e deveriam aceitar as imposições feitas pelos pais e mais tarde
pelos maridos, o que as levavam a mais completa insatisfação.(ANEXO II)
4º momento: Questionamento do horizonte de expectativas a partir de um
desafio: posicionar-se criticamente em relação à obra lida.
De acordo com as autoras Aguiar e Bordini (1993) o objetivo das
atividades nessa etapa é de que os alunos verifiquem os conhecimentos
escolares, vivências pessoais, religiosas, políticas, que eles adquiriram a partir
das leituras realizadas. Essa etapa consistiu em proporcionar-lhes facilidade de
entendimento do texto e ou/ abrirem-lhes caminhos para atacar os problemas
encontrados para posicionar-se criticamente às obras lidas.
Atividades 8 e 9 – Foi proposta aos alunos a leitura de um trecho do terceiro
capítulo do romance também realista O primo Basílio de Eça de Queirós.
Nessa atividade os alunos destacaram as palavras e expressões que sugeriam
o envolvimento entre Luísa e Basílio. Feito isso, a partir das explicações da
professora e de um texto digitado sobre o Realismo (GOMES, 2013), os alunos
analisaram as características da estética realista nos textos lidos procurando
vislumbrar as obras nos seus contextos de produção.
Seguindo as orientações dadas, os alunos realizaram um júri simulado,
cujas funções foram divididas entre cada membro do grupo. O júri simulado é
uma ótima estratégia de ensino a ser adotada quando se trata de um assunto
polêmico ou que, perceptivelmente, divide opiniões, isso porque permite que
sejam discutidos vários pontos de um mesmo tema. Tal discussão auxilia no
processo de construção e desconstrução de conceitos pré-estabelecidos. Além
disso, instiga o senso crítico, a participação e a reflexão.
5º Momento: Ampliação do horizonte de expectativas.
As atividades desta última etapa do processo foi o momento para os
alunos perceberem que as leituras realizadas dizem respeito não só a uma
tarefa escolar, mas ao modo como veem o mundo. É a conscientização das
alterações e aquisições obtidas através da experiência com a literatura.
A partir dessas novas possibilidades espera-se que os alunos partam em
busca de novos textos que atendam as suas expectativas ampliadas em
termos de temas e composição mais complexos e que diante dessas novas
leituras também possa ir rompendo com esses novos horizontes de
expectativas e nesse processo o aluno vá se tornando cada vez mais um leitor
eficiente. Aguiar e Bordini (1993, p. 91), ressaltam que “significa dizer que ao
final desta etapa, é o início de uma nova aplicação do método, permitindo-lhes
uma postura mais consciente com a relação à literatura e à vida”.
Atividade 10 - Nessa atividade final foi proposta aos grupos a produção de
várias atividades: paródias, composição das personagens, painel com imagens
sobre a mulher, dramatização e poemas.
Após a realização das atividades e a verificação da ampliação do
horizonte, os alunos realizaram uma mostra dos trabalhos sobre o tema para
toda a comunidade escolar. Nessa etapa final podemos avaliar que o
conhecimentos dos alunos diante do tema abordado foi ampliado, pois as
atividades aqui desenvolvidas (ANEXO III) demonstraram que o papel do
homem e da mulher na sociedade devem trilhar na mesma direção, as
atividades realizadas foram através de pesquisas abordando diversos gêneros
textuais como: músicas, paródias, entrevistas, reportagens, notícias, pesquisa
de campo, resultados esses compartilhado com sucesso, pois houve uma
interação entre os alunos e a comunidade escolar.
Contribuições das Discussões do GTR
Concomitantes com as atividades de implementação, aconteceram as
atividades do GTR (Grupo de trabalho em rede) uma das atividades
obrigatórias do PDE. Essas aconteceram no período de dezoito de março à
seis de maio de dois mil e quatorze. Durante o desenvolvimento das atividades
propostas no GTR os professores participantes tiveram oportunidade de
conhecer, analisar e sugerir contribuições em relação ao material produzido:
projeto de intervenção pedagógica e unidade didática. Esse material apresenta
as atividades propostas para o desenvolvimento da implementação.
As discussões e demais atividades realizadas durante o GTR
contribuíram muito para o resultado final do trabalho realizado. Nesses
encontros virtuais, a primeira discussão ocorreu em relação ao projeto de
intervenção pedagógica. Alguns participantes apresentaram otimismo, alguns
concordaram plenamente com a proposta, outros se mostraram curiosos para
ver o resultado. A maioria comentou que acredita no trabalho realizado e que o
tema escolhido é importante para despertar o interesse dos alunos, pois
acreditam que ele permitirá aos alunos um melhor aprendizado da leitura, e
possivelmente tornará os mesmos mais críticos e participativos na sociedade
em que vivem.
Quando socializada a produção didático-pedagógica, a maioria dos
professores participantes concordou que a mesma é interessante e que a
usariam em suas aulas fazendo as adequações necessárias, respeitando a
realidade de cada escola e as necessidades dos alunos.
Ao refletirem sobre a importância da produção didático-pedagógica no
processo ensino e aprendizagem, concluiu-se que a produção é viável e
acreditam que a mesma atingirá o objetivo proposto. Ainda durante as
discussões em relação à produção didático-pedagógica, alguns participantes
destacaram a fundamentação teórica da produção. Os participantes concordam
que a mesma é uma importante ferramenta para sala de aula devido a sua
organização e diversificação, o que proporciona o envolvimento dos alunos no
trabalho proposto.
Considerações Finais
A presente proposta teve como objetivo despertar, incentivar e
promover a leitura literária no âmbito escolar, visando à formação do leitor, bem
como o uso de novas metodologias que se justifica pelas dificuldades
encontradas pelos professores, em trabalhar com a leitura de textos mais
complexos, em especial o gênero romance. O uso de fragmentos de textos nas
atividades dos livros didáticos não favorecem o processo global da leitura e,
com essas atividades propostas no projeto como a leitura dos romances e dos
filmes, melhoraram a qualidade do ensino e aprendizagem acerca do
movimento literário em questão, o Realismo, e ainda proporcionaram o
desenvolvimento crítico social dos alunos que assim, puderam ter sua visão de
mundo ampliada, principalmente na temática da condição feminina.
Dentro da efetivação desta proposta, verificou-se que os alunos
participaram das aulas com vontade e curiosidade pela forma não tradicional
de estudo de uma época literária. A cada etapa realizada percebeu-se um
maior interesse e melhores resultados com o emprego da metodologia
diferenciada no trabalho em sala de aula. No decorrer das atividades propostas
com a utilização do método recepcional, verificou-se que os alunos interagiram
com o conteúdo aplicado e tornaram-se sujeitos do processo de ensino e
aprendizagem.
Também ficou claro que utilizar metodologias não tradicionais é um
processo que requer preparo e estudo. O método recepcional apresentado nos
estudos de Bordini e Aguiar (1993), não é uma receita ou um modelo pronto e
acabado para trabalhos futuros, mas deixa claro que podemos mudar nossas
aulas e torná-las atrativas e prazerosas.
A literatura, quando bem trabalhada, nos permite fazer diferentes
leituras do meio em que vivemos. Nesse sentido, por meio da Estética da
Recepção, propusemos a desconstrução de estereótipos acerca da
representação feminina. Foi possível entender que esses estereótipos são
passados de geração em geração e reforçados por um sistema patriarcal, que
perdurou por séculos e ainda apresenta alguns resquícios na sociedade atual.
As atividades e discussões propostas cumpriram com o intuito de abrir novos
horizontes mais críticos e mais humanizados.
Os encaminhamentos de leitura ora propostos, sob a perspectiva da
Estética da Recepção, não se esgotam nos elementos aqui abordados, mas a
título de exemplificação, apresenta a possibilidade de adotar essa prática em
contexto de ensino e aprendizagem nas aulas de Língua Portuguesa/Literatura.
Com os estudos, a implementação do projeto na escola e a produção do artigo
final, pode-se verificar que as atividades propostas com a utilização do método
recepcional podem ser utilizadas pelos professores como proposta de ensino e
aprendizagem em seus planos de aula. Percebeu-se também a importância da
leitura de textos literários, em especial o gênero romance. Desta forma, é
possível tornar o estudo mais significativo junto aos alunos, tê-los como
parceiros de caminhada na realização das atividades. O resultado é que eles
acabam por se tornar leitores conscientes e críticos com condições de atuarem
na sociedade em que vivem.
REFERÊNCIAS
AGUIAR, V. T.; BORDINI, M. G. Literatura e formação do leitor: alternativas
metodológicas. Porto Alegre: Mercado Aberto, 1993.
BAKHTIN, M. Questões de literatura e estética: a teoria do romance. São
Paulo: Hucitec, 1988.
FIGUEIREDO, G. C. O que é romance: definição, características, exemplos,
obras e autores. Disponível em: <http://www.essaseoutras.xpg.com.br/o-que-e-
romance-definicao-caracteristicas-exemplos-obras-e-autores/>. Acesso em: 6
out. 2013.
FLAUBERT, G. Madame Bovary. 2. ed. Tradução de Araújo Nabuco.São Paulo:
Abril Cultural, 1971.
GALERIA de arte. Disponível em: <http://cchsvirtual.bem-
vindo.net/book/export/html/617>. Acesso em: 5 out. 2013.
GOMES, C. Realismo. Disponível
em:<http://www.infoescola.com/literatura/realismo/>. Acesso em: 03.11.2014.
JAUSS, H. R. “A estética da recepção: colocações gerais”. In: COSTA LIMA, L.
(org.). A literatura e o leitor, textos da estética da recepção. Rio de Janeiro: Paz
e Terra, 1979, p.43-61.
NAGAMINI, E. Literatura, televisão, escola: estratégias para leituras de
adaptações. São Paulo: Cortez, 2004.
PARANÁ. Diretrizes curriculares de língua portuguesa para a educação básica.
Curitiba: Secretaria de Estado da Educação, 2008.
QUEIRÓS, E. O primo Basílio. 22. ed. São Paulo: Ática,1999.
______.Primo Basílio. Disponível em:
<http://www.portugues.seed.pr.gov.br/modules/conteudo/conteudo.php?conteu
do=585http://www.portugues.seed.pr.gov.br/modules/conteudo/conteudo.php?c
onteudo=585>. Acesso em: 5 out. 2013.
ANEXO I – Questionário de investigação.
ATIVIDADE 1
Professor converse com os alunos sobre quais os papéis que homens e
mulheres assumem na vida social atualmente. Discuta sobre a existência de
preconceitos em relação aos gêneros feminino e masculino.
Duração da atividade: 02 horas
Aplicação de um questionário para sondar qual o conhecimento dos alunos em
relação a representação da mulher na sociedade.
Respondam as questões a seguir:
1) Em que época vocês acreditam que a ideia da inferioridade feminina foi
criada ou esteve mais presente?
2)Como as mulheres eram vistas pela sociedade na época de juventude de
seus pais ou avós?
3)Em relação a sua resposta anterior, você acredita que esse conceito mudou?
4)Quais as funções exercidas pelas mulheres na sociedade atual?
5)Você colabora nas atividades domésticas? Quais?
6)Você acha que homens e mulheres tem direitos iguais?
7)Você aceitaria exercer uma função em que fosse supervisionado por uma
mulher?
8)O que você acha de mulheres assumirem cargos públicos?
9) Como você agiria se descobrisse que exercendo a mesma função que uma
mulher você ganhasse menos que ela?
10) Na sua opinião qual deveria ser o papel do homem e da mulher na
sociedade?
ANEXO II – Atividades sobre os trechos dos Filmes “ O primo Basílio “ e
Madame Bovary”
Figura 2 Alunos assistindo o filme "O PRIMO BASÍLIO”
Professor em seguida, os alunos lerão novamente um trecho do terceiro
capítulo do romance também realista O primo Basílio de Eça de Queirós, no
qual destacarão as palavras e expressões que sugerem o envolvimento entre
Luisa e Basílio. Feito isso, a partir das explicações da professora e de um texto
digitado sobre o Realismo (GOMES, 2013), os alunos analisarão as
características da estética realista nos textos lido procurando contextualizar as
obras nos seus contextos de produção.
Duração da atividade: 2 horas.
Analisando o romance “O Primo Basílio”
1) Qual o tema central de O primo Basílio?
2) Em que momento percebemos que Luísa está repensando a sua vida
adúltera? O que a leva a isso?
3) Descreva as principais características dos personagens relacionados a
seguir:
a) Luísa Mendonça de Brito Carvalho:
b) Basílio de Brito:
c) Juliana Couceiro :
d) Sebastião:
e) Jorge Carvalho:
Análise do romance Madame Bovary
1) Qual o tema central de “Madame Bovary”
2) No romance podemos perceber algumas passagens que permitem que o
leitor
reflita sobre questões como amor maternal, maus-tratos e exploração infantil,
explicite como isso se dá.
3) Mesmo com os recursos de hoje, atualmente ainda há casos como o de Ema
Bovary. Isso nos faz pensar a verdadeira razão para que seja necessário tomar
essa medida. Será um simples desejo por aventura, adrenalina? Ou apenas
uma rebeldia?
ANÁLISE INTERTEXTUAL
1) Há uma relação direta entre O primo Basílio e o romance Madame Bovary,
do escritor francês Gustave Flaubert. Pesquise um pouco sobre esse escritor e
sua obra e enumere as semelhanças que encontrar.
2) Nos dois romances está presente o tema - adultério – promova uma
discussão em grupo sobre: como a traição era vista na época em que foi
escrito os livros, como é vista hoje e quais as características históricas que a
influenciavam e ainda influenciam, lembrem-se de buscar embasamento para
essas reflexões.
3) Madame Bovary, de Gustave Flaubert, assim como o Primo Basílio, de Eça
de Queirós, abriram o cenário artístico que demarcou a época realista. Assim,
em ambos os romances, constatamos a infidelidade por parte das
protagonistas. Nesse sentido, tendo em vista o conhecimento de que dispõe
acerca dos pontos que demarcaram a época em questão (Realismo), explicite
sua versão diante do fato de que nesse período os temas eram tratados de
forma objetiva.
Figura 6 Apresentação de paródias
Figura 7 Frases e poema
Figura 8 Apresentação de poemas sobre a temática