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  • 7/24/2019 Paula Shinzato

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    UNIVERSIDADE DE SO PAULOESCOLA DE ENFERMAGEM

    PAULA ANDREA SHINZATO FERREIRA MARTINS

    SISTEMA DE CLASSIFICAO DE PACIENTES NAESPECIALIDADE ENFERMAGEM PSIQUITRICA:

    VALIDAO CLNICA

    SO PAULO2007

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    PAULA ANDREA SHINZATO FERREIRA MARTINS

    SISTEMA DE CLASSIFICAO DE PACIENTES NAENFERMAGEM PSIQUITRICA: VALIDAO CLNICA

    Tese apresentada Escola de

    Enfermagem da Universidade deSo Paulo para obteno do ttulode Doutor em Enfermagem

    rea de concentrao: Enfermagem

    Orientadora:Prof.Dr. Evalda Canado Arantes

    SO PAULO2007

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    Catalogao na Publicao (CIP)

    Biblioteca Wanda de Aguiar Horta

    Escola de Enfermagem da Universidade de So Paulo

    Martins, Paula Andra Shinzato Ferreira.

    Sistema de classificao de pacientes na especialidade

    enfermagem psiquitrica: validao clnica. / Paula Andra

    Shinzato Ferreira Martins. So Paulo, 2007.

    123 p.

    Tese (Doutorado) - Escola de Enfermagem da Universidade de

    So Paulo.

    Orientadora: Prof Dr Evalda Canado Arantes

    1. Assistncia de enfermagem (classificao) 2. Enfermagem

    psiquitrica 3. Reprodutibilidade de resultados. I. Ttulo.

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    DEDICATRIA

    ...torna-se essencial dedicar este trabalho

    Prof. Dr. Evalda Canado Arantes...

    sua dedicao na busca profcua pelo desenvolvimento cientfico da

    Assistncia de Enfermagem Psiquitrica

    no cessou at o presente momento...

    no auge de seus "alguns anos" mantm sua produo e contribuio

    fundamental e admirvel...

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    AGRADECIMENTOS

    que bom serem tantos agradecimentos... quem vivencia o processo deformao sabe exatamente como lidar com metas e prazos nesta trajetria

    acadmica que nos fascina e nos exaure, em busca da superao dosdesafios; desta forma, no posso deixar de citar cada uma das pessoas que,particularmente me permitiram concluir mais esta fase, mesmo me fazendo

    prometer iniciar uma outra daqui h alguns anos...agradeo assim...

    a meu marido, Hilrio, cmplice velado, que esteve l e c o tempo todo naretaguarda; minha filha, Bianca,que chegou a verbalizar, com seus quatro anos deidade, perceber-me "muito nervosa com a vida" e s custas de sua dermatiteatpica sempre aguda, suportou-me e admirou-me como sua me;

    a meu filho, Guilherme, que "se ajeitou" nesse comeo de vida, alternandomomentos de total "dependncia" com outros de "total independncia"; minha comadre, Adla, madrinha de meus filhos, que se manteve hspedepermitindo ausentar-me por mais horas seguidas, sobretudo, no perodo dacoleta de dados; minha av, Jacyra; minha tia, Toyoco;minha afilhada, Giovanna;minhacunhada, Renatae meu irmo, Srgio, pelos jantares de 5 feira, tradionesta famlia, que significaram momentos de descanso deste assunto paradarmos valor a outros assuntos, tambm, importantes; "nossa" bab, Alessandra, que passou a "Emily" e que ao aproximar-sede ns, evidenciou que lhe poderamos confiar, nossos preciosos tesouros,

    estando sempre disponvel para "mais um pouquinho";

    ... os agradecimentos estendem-se queles que, trouxeram boas notcias edisponibilidade para me ouvir, atender e at me amparar...assim, agradeo...

    Jane Manzolli Tannuri, por se tornar amiga e estar sempre "ali"; professora Hideko Takeuchi Forcella, pela companhia, co-orientao e,tambm, pelos florais estabilizantes das relaes familiares; professora Raquel Rapone Gaidzinski, pela manuteno do apoioincondicional ao tema e incentivo, alm da co-orientao; professora Maria Fernanda Togero Fugulin, muito disponvel e

    interessada em contribuir e receber-me; bibliotecria Nadir, por me indicar sadas para problemas to simplesessenciais nas buscas e referncias bibliogrficas;aos professores Jos Marcos Barbosa e Ivone Borelli, por suasconstrues e correes;s secretrias da ps-graduao, que sempre me chamaram pelo nome,reconhecendo-me e respeitando-me como aluna desta escola;

    ... como no citar a memria de minha me, que dividiu tantos e to bonsmomentos de minha vida e que agora me acompanha de um outro prisma...

    muito obrigada!

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    Embora seja loucura,(ainda)h mtodo nela.

    William ShakespeareHamlet, 2 ato.

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    LISTA DE TABELAS

    Tabela 1 -Relao do porcentual (%) de divergncias por indicadores

    crticos, entre as respostas dos Enfermeiros, em ordemdecrescente - So Paulo - 2006. 60

    Tabela 2 -Analtico das divergncias encontradas nos Instrumentos paraClassificao do Nvel de Dependncia em EnfermagemPsiquitrica - So Paulo - 2006. 62

    Tabela 3 -Distribuio de freqncias da quantidade de divergncias porindicador. 62

    Tabela 4 -Geral das comparaes entre as respostas dos enfermeiros Kappa Geral. 64

    Tabela 5 -Distribuio dos Nveis de Dependncia por Instrumentos

    Preenchidos. 73

    Tabela 6 -Distribuio de freqncia do somatrio dos pontos obtidosaps tabulao do Instrumento que avalia do grau dedependncia da amostra de 100 pacientes. 73

    Tabela 7 -Pontuao obtida pelos pacientes internados - So Paulo -2006. 74

    Tabela 8 -Distribuio dos resultados de cada indicador frente ao nvelde dependncia - So Paul - 2006. 76

    Tabela 9 -Mdia de escore obtido pelo grupo amostral de 100instrumentos preenchidos - So Paulo - 2006. 79

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    LISTA DE QUADROS E DE FIGURAS

    Quadro 1 -Apresentao dos dados coletados na Fase 1 - So Paulo

    2006. 51

    Quadro 2 -Apresentao dos dados coletados na Fase 3 - So Paulo 2006. 53

    Quadro 3 -Anlise descritiva dos resultados obtidos com o Instrumentopara Classificao do Nvel de Dependncia em EnfermagemPsiquitrica - So Paulo - 2006. 57

    Quadro 4 -Analtico (resumido) dos valores do coeficiente de Spearmanobtidos na comparao entre as respostas dos 100 pacientes

    em relao aos graus de dependncia apresentados na coletade dados do Local do Estudo outubro de 2006. 83

    Figura 1 -Grficos Barra e Pizza. Nmero e porcentual dasdivergncias entre os Indicadores Crticos, aps aplicao doInstrumento de Classificao do Nvel de Dependncia deEnfermagem Psiquitrica. 60

    Figura 2 -Grfico Barra. Freqncia das respostas de escores obtidosna coleta de dados, fase 3. 75

    Figura 3 -Grfico Disperso - Escore obtido pelo grupo amostral agosto de 2006. 80

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    Martins PASF. Sistema de Classificao de Pacientes na especialidadeEnfermagem Psiquitrica: validao clnica [tese]. So Paulo (SP): Escola deEnfermagem da USP; 2007.

    RESUMO

    A escassez de publicaes a respeito de dimensionamento de pessoal naenfermagem psiquitrica motivou o desenvolvimento de um Instrumento paraClassificar o Nvel de Dependncia na Enfermagem Psiquitrica, etapa inicialpara o estabelecimento do nmero ideal de profissionais na Equipe deEnfermagem da especialidade. Para tornar pblico um Sistema de

    Classificao de Pacientes, o pesquisador deve garantir a validade decontedo e do constructo, alm da confiabilidade da ferramenta, permitindo comunidade cientfica sua adoo como mtodo, ou mesmo, comomaterial de referncia no desenvolvimento de novos modelos. Desta forma,o instrumento foi construdo e teve seu contedo validado em estudoanterior. Assim, seus objetivos buscaram a validao clnica, por meio detestes de confiabilidade e validade do constructo, alm da verificao de suaaplicabilidade na prtica gerencial do enfermeiro. Duas amostras foramutilizadas, sendo n=40 pares de instrumentos preenchidos na Fase 1 dacoleta de dados e n=100 instrumentos preenchidos na Fase 3 do estudo,tendo sido aplicados cinco diferentes critrios estatsticos, entre eles: ocoeficiente Kappa e a correlao de Spearman. O Instrumento paraClassificar o Nvel de Dependncia na Enfermagem Psiquitrica foiconsiderado confivel com ndices satisfatrios de concordncia e oconstructo foi validado, determinando o grau de dependncia do pacienteportador de transtornos mentais, internado aos cuidados da equipe deenfermagem psiquitrica.

    Descritores: Pessoas mentalmente doentes (classificao). EnfermagemPsiquitrica. Reprodutibilidade dos testes. Determinao deNecessidades de Cuidados de Sade.

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    Martins PASF. Patient system classification in psychiatric nursing: clinicalvalidation [tese]. So Paulo (SP): Escola de Enfermagem da USP; 2007.

    ABSTRACT

    The shortage of publications about personnel dimensioning in psychiatricnursing motivated the development of an instrument to Classify theDependence Level in Psychiatric Nursing, initial stage to the establishment ofan ideal number of professionals in the Nursing Crew of the specialty. Inorder to make public a Patient Classification System, the researcher must

    guarantee the validity of the content and of the construct, besides thereliability of the tool, allowing to the scientific community its adoption as amethod, or even, as a reference material in the development of new models.Thus, the instrument was built and had its content validated in a previousstudy. Thus, its purposes aimed at the clinical validation by reliability andconstruct validity tests, besides the checking of its applicability in themanaging practice of the nurse. Two samples were used, being n=40 pairs ofinstruments filled in Stage 1 of data collection and n= 100 instruments filled inStage 3 of the study, five different statistical criteria were applied, amongthem, the Kappa coefficient and the Spearman correlation. The instrument toClassify the Dependence Level in Psychiatric Nursing was consideredreliable with good indicators of agreement and the construct was validated,determining the degree of dependence of the patient bearing mentaldisorders, interned under the cares of the psychiatric nursing crew.

    Descriptors: Mentally Ill Persons (Classification). Psychiatric Nursing.Reproducibility of Results, Needs Assessment.

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    Martins PASF. Sistema de Clasificacin de Pacientes en la especialidadEnfermeria Psiquitrica: validacin clnica [tese]. So Paulo (SP): Escola deEnfermagem da USP; 2007.

    RESUMEN

    La escasez de publicaciones al respecto del dimensionamiento de personalen la enfermera psiquitrica motiv el desarrollo de un Instrumento paraClasificar el Nivel de Dependencia en la Enfermera Psiquitrica, etapa inicialpara el establecimiento del nmero ideal de profesionales en el Equipo deEnfermera de la especialidad. Para tornar pblico un Sistema de

    Clasificacin de Pacientes, el investigador debe garantizar la validez delcontenido y la del constructo, adems de la confiabilidad de la herramienta,permitiendo a la comunidad cientfica su adopcin como mtodo, o comomaterial de referencia en el desarrollo de nuevos modelos. De esta forma, elinstrumento fue construido y tuvo su contenido validado en un estudioanterior. Asimismo, sus objetivos buscaron la validez clnica, por medio depruebas de confiabilidad y validez del constructo, adems de la verificacinde su aplicabilidad en la prctica gerencial del enfermero. Fueron utilizadosdos muestras, siendo n=40 pares de instrumentos llenados en la Fase 1 dela recolecta de datos y n=100 instrumentos llenados en la Fase 3 delestudio, y aplicados cinco diferentes criterios estadsticos, entre ellos, elcoeficiente Kappa y la correlacin de Spearman. El Instrumento paraClasificar el Nivel de Dependencia en la Enfermera Psiquitrica fueconsiderado confiable con ndices satisfactorios de concordancia y elconstructo fue validado, determinando el grado de dependencia del pacienteportador de trastornos mentales, internado a los cuidados del equipo deenfermera psiquitrica.

    Descriptores: Enfermos Mentales (Classificacin). Enfermera Psiquitrica.Reproducibilidad de Resultados. Evaluacin de Necesidades.

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    SUMRIO

    Lista de Tabelas

    Lista de Quadros e FigurasResumoAbstractResumen1 APRESENTAO 14

    2 SISTEMAS DE CLASSIFICAO DE PACIENTES 20

    3 SISTEMAS DE CLASSIFICAO DE PACIENTES NAENFERMAGEM PSIQUITRICA 25

    4 OBJETIVOS 31

    5 TRAJETO METODOLGICO 335.1 Primeira Fase da coleta de dados confiabilidade do instrumento 355.1.1 Procedimento para coleta de dados 375.1.2 Descrio do local do estudo 375.1.3 Descrio da coleta de dados 375.1.4 Descrio dos sujeitos da pesquisa 385.1.5 Confiabilidade e Concordncia de um Instrumento 395.2 Segunda Fase da coleta de dados observaes dos enfermeiros

    sobre o instrumento 435.3 Terceira Fase da coleta de dados validao do constructo 455.3.1 Validade do constructo de um instrumento 45

    6 APRESENTAO DOS DADOS COLETADOS 50

    7 ANLISE E DISCUSSO DOS DADOS COLETADOS 567.1 Concordncia e Confiabilidade 577.1.1 Anlise descritiva divergncias entre as respostas 577.1.2 Coeficiente Kappa 637.2 Validao do constructo 71

    7.2.1 Distribuio dos escores obtidos 717.2.2 Anlise horizontal dos indicadores crticos 767.2.3 Teste de Correlao de Spearman entre os indicadores crticos 79

    8 RESULTADOS 88

    9 CONSIDERAES FINAIS 92

    10 REFERNCIAS 96

    11 BIBLIOGRAFIA CONSULTADA 101

    ANEXOS 105

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    1 APRESENTAO

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    Desde o incio da dcada de 90 do sculo XX, a rea de Psiquiatria e

    Sade Mental vem evoluindo no Brasil, impulsionada por polticas

    especficas, aprovaes de leis relacionadas ao funcionamento da rede deatendimento, bem como pelos movimentos sociais que buscam a

    humanizao do atendimento recebido pelos indivduos acometidos por

    transtornos mentais.

    Com a aprovao da Lei n. 10.216 de 6 de abril de 2001 (1), os

    atendimentos intra-hospitalares para tratamento de pacientes psiquitricos

    tm sido considerados no recomendveis, sendo indicados apenas quando

    os recursos extra-hospitalares, Centros de Ateno Psicossocial CAPS,Hospitais-Dia HD e lares abrigados mostram-se insuficientes.

    No cotidiano da especialidade possvel perceber que apesar dos

    esforos polticos e pblicos, os recursos extra-hospitalares podem ser

    escassos, ineficazes e insuficientes.

    Escassos, pois o nmero de vagas oferecidas nos CAPS no atende

    demanda da populao nem h tal dispositivo em algumas localidades,

    tornando o atendimento irregular. Quando h o dispositivo, falta aderncia

    do paciente ao tratamento, sem que haja meios para busc-lo em sua

    residncia.

    A ineficcia traduz o limite do transtorno mental em si, considerando

    os episdios agudos dependentes ou no de tratamento continuado, ou seja,

    ainda que o portador faa uso regular do servio, o mesmo pode apresentar

    um episdio grave desta agudizao e a internao psiquitrica pode ser o

    nico recurso para sua preservao.

    Ainda, h de se comentar sobre a populao que permanece no

    desconhecimento dos servios oferecidos, pois muitos continuam no trajeto

    casa pronto socorro e pronto-socorro hospital, o que parece

    demonstrar aqui a fragilidade do sistema.

    Por estas razes, no possvel negar a necessidade da existncia

    ou manuteno de hospitais especializados lotados com pacientes

    internados, recebendo ateno integral de enfermagem por apresentarem

    episdios agudos e graves de transtornos mentais variados.

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    Ao atuar na rea de Enfermagem Psiquitrica e Sade Mental h

    mais de dez anos, conheci servios que se incomodam com a qualidade do

    atendimento prestado ao paciente, qualidade que est intimamenterelacionada equipe de enfermagem atuante a seu dimensionamento e

    qualificao dos profissionais.

    No cenrio nacional, a equipe de Enfermagem composta por

    Enfermeiros, Tcnicos de Enfermagem e Auxiliares de Enfermagem (2).

    Ao pensarmos na qualidade e na quantidade da fora de trabalho de

    Enfermagem Psiquitrica, esbarramos no fato de que a parcela

    numericamente significativa da especialidade representada pelosAuxiliares de Enfermagem formados sem os contedos tericos e/ou

    prticos de Psiquiatria.

    Desde a dcada de 1990, a disciplina Enfermagem Psiquitrica, ou

    com outras denominaes, como: Enfermagem Neuropsiquitrica,

    Enfermagem em Sade Mental ou Enfermagem em Higiene Mental foram

    extintas das grades ou matrizes curriculares e, assim, o maior nmero dos

    profissionais atuantes no recebem conhecimento formal da especialidade.

    Os Tcnicos de Enfermagem devem receber formao com carga

    horria mnima de 1.200 horas/aula h/a (3), distribudas em matrizes

    curriculares aprovadas pelos Conselhos de Educao regionais, com carga

    horria varivel entre 40, 80 e 90 h/a para a disciplina Enfermagem

    Psiquitrica, sendo possvel desenvolver somente parte dos contedos da

    especialidade nesse perodo.

    No entanto, a mo-de-obra ainda no absorvida pela especialidade,

    sobretudo, nos hospitais especializados, pois o mercado de trabalho ainda

    no oficializou as vagas para esta categoria que tem em mdia um salrio

    at 20% superior ao do Auxiliar de Enfermagem.

    O estudo realizado por Carvalho e Felli (4)evidenciou nos discursos

    dos trabalhadores de Enfermagem de um hospital especializado em

    atendimento psiquitrico que a proporcionalidade de cada profissional por

    paciente interfere diretamente na qualidade da assistncia que chega a ser

    mnima naquelas opinies. Embasados na vivncia diria desta realidade,

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    eles adotam de forma rudimentar a gravidade do quadro do paciente como

    critrio para o dimensionamento de pessoal (4).

    Ao realizar a investigao bibliogrfica sobre o nmero ideal deprofissionais de enfermagem para atender a demanda de pacientes

    psiquitricos internados, deparei-me com a escassez de estudos realizados

    sobre o tema dimensionamento de pessoal e na especialidade no Brasil no

    foi localizada nenhuma publicao cientfica a esse respeito.

    No Sistema nico de Sade SUS, existem portarias que

    regulamentam os atendimentos prestados populao em geral por

    hospitais conveniados com tal sistema e especializados em Psiquiatria edeterminam as condies para funcionamento dos mesmos, estabelecendo

    parmetros para dimensionamento de pessoal, incluindo, o da equipe de

    enfermagem.

    O referencial utilizado para tal relao (equipe de enfermagem/leito de

    internao) no foi evidenciado, sendo possvel notar que o atendimento

    garantido por tal dimensionamento no contempla as necessidades dos

    pacientes que apresentam variados graus de intensidade de crises agudas

    de transtornos mentais, sempre graves, o que condio bsica para tal

    internao.

    A Portaria n. 251/02 (5), por exemplo, determina em seu Anexo-item

    2.7 Recursos Humanos, quatro Auxiliares de Enfermagem AE para cada

    40 leitos, com cobertura nas 24 horas dirias e um Enfermeiro para cada 40

    leitos em 20 horas semanais. Logo, questiona-se: possvel um enfermeiro

    prestar assistncia de enfermagem a 40 pacientes em 20 horas por

    semana? Como implementar a Sistematizao da Assistncia de

    Enfermagem - SAE diante dessa realidade?

    A SAE um modelo terico-prtico assistencial que visa a qualidade

    da assistncia por meio de prticas sistematizadas. No Estado de So

    Paulo, est normatizada pela Deciso COREN-SP DIR 008-1999 (6) que

    incumbe, privativamente, o enfermeiro de sua implantao, planejamento,

    organizao, execuo e avaliao do processo de enfermagem,

    compreendendo as etapas de consulta, histrico, exame fsico, diagnstico,

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    prescrio e evoluo de enfermagem, o que acarreta que o mnimo de

    horas de assistncia ao paciente j supera o estabelecido pela Portaria n.

    251/02(5)

    , uma vez que 30 minutos semanais para cada paciente parecemser insuficientes para atend-lo.

    No Rio de Janeiro, a Resoluo SMS n. 864 de 02 (7), institui um

    parmetro de dimensionamento de Recursos Humanos RH, onde o item

    C3 Servio de Enfermagem estabelece 5,5 horas de

    atendimento/paciente/dia na Clnica Psiquitrica, significando 35,64

    profissionais distribudos nas categorias da Equipe de Enfermagem,

    adotando como comparativo, os mesmos 40 leitos propostos pelo Ministrioda Sade - MS/SUS, na frmula apresentada.

    Esta resoluo baseia-se na indicao feita pelo Grupo de Assessoria

    hospitalar (PROHASA) de So Paulo para o servio de enfermagem na

    internao e, se estiver em vigor e for cumprida regularmente, oferecer

    uma melhora significativa assistncia de enfermagem psiquitrica, sem

    representar, no entanto, um olhar especfico quanto s necessidades do

    paciente portador de transtornos mentais.

    Em se tratando de pacientes psiquitricos, necessrio lembrar que

    no h rotinas controlveis, pois a qualquer momento podem surgir

    episdios de auto e heteroagressividade, tentativas de fuga e de suicdio,

    entre outras ocorrncias vivenciadas cotidianamente na especialidade.

    Pensar na determinao do nmero ideal de profissionais de

    Enfermagem por pacientes psiquitricos significa continuar o trajeto de

    pesquisas na busca dos dados que permitiro a composio dos elementos

    nas frmulas e equaes propostas. Assim, os temas a serem pesquisados

    pela especialidade so: os indicadores da qualidade da assistncia nas

    diversas modalidades de atendimento, a quantidade de horas de assistncia

    de enfermagem psiquitrica, o ndice de produtividade e o tempo efetivo de

    trabalho da equipe de enfermagem psiquitrica e o absentesmo e suas

    causas gerenciais (8).

    Em busca de respostas e propostas para solucionar tais inquietaes,

    desenvolvi durante o Curso de Ps-Graduao (Mestrado) na EEUSP, o

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    Sistema de Classificao de Pacientes na especialidade Enfermagem

    Psiquitrica (9), construindo e validando um instrumento que determina o

    nvel de dependncia dos pacientes acometidos por episdios agudos detranstornos mentais, com base em suas necessidades individualizadas aos

    cuidados de enfermagem.

    O contedo do instrumento denominado Instrumento para

    Classificao do Nvel de Dependncia em Enfermagem Psiquitrica

    (Anexo 1) teve sua validade obtida por intermdio de consenso das opinies

    de sete enfermeiros denominados juzes especialistas, que concordaram

    com a manuteno de 11 indicadores crticos do cuidado.Como metodologia para validao do contedo do instrumento,

    utilizou-se a tcnica Delphi.

    Agora, surge a necessidade de submeter tal instrumento e o Sistema

    de Classificao de Pacientes (SCP) da especialidade Enfermagem

    Psiquitrica validao clnica, ou seja, verificar sua aplicabilidade prtica

    na enfermagem e sua confiabilidade passvel de implementao, como

    parmetro para melhorar a qualidade da assistncia de enfermagem.

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    2 SISTEMAS DE CLASSIFICAO DEPACIENTES

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    Os Sistemas de Classificao de Pacientes (SCP) foram

    desenvolvidos no decorrer do sculo XX. Em 1930, um estudo foi realizado

    nos Estados Unidos da Amrica (EUA) e identificou as necessidades dospacientes, encontrando um indicador de horas de enfermagem que,

    posteriormente, serviria de subsdio a outros estudos(10).

    Existem relatos da organizao das enfermarias, conforme a

    gravidade dos pacientes, realizada por Florence Nightingale, assim os

    pacientes mais graves eram alocados nas proximidades das mesas das

    enfermeiras, de forma a racionalizar as atividades e garantir a qualidade

    assistencial(11)

    .Na histria, os SCP foram desenvolvidos luz dos modelos da

    engenharia industrial, pois ali se interpretavam os dados do tempo gasto em

    tarefas e sua produtividade para projetar o nmero da equipe de funcionrios

    para executar essas tarefas (12).

    Perroca (13) define o Sistema de Classificao de Pacientes (SCP)

    como um processo no qual se procura categorizar pacientes, de acordo

    com a quantidade de cuidado de enfermagem requerido, ou seja, baseado

    na complexidade da assistncia de enfermagem, que pode ser entendido,

    como

    uma forma de determinar o grau de dependncia deum paciente em relao equipe de enfermagem,objetivando estabelecer o tempo despendido nocuidado direto e indireto, bem como o qualitativo dopessoal para atender s necessidades bio-psico-socio-espirituais do paciente(14).

    Dentre as vrias citaes significantes de Giovannetti, importantepesquisadora nos estudos sobre Sistemas de Classificao de Pacientes,

    destacam-se as que enfatizam o uso dos SCP, como ferramenta principal na

    alocao e utilizao dos recursos humanos e quando utilizados,

    adequadamente, podem resolver o problema da equipe de enfermagem,

    pois revelam o verdadeiro estado do paciente (15).

    Os SCP estimam as necessidades reais de cada paciente, tomando

    como base seu estado funcional e sua situao clnica(16)

    .

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    O termo SCP contempla a identificao e classificao de pacientes

    dentro de grupos de cuidados e/ou categorias, tendo por objetivo a

    mensurao do esforo necessrio de enfermagem s aes especficas docuidado (17).

    A necessidade de desenvolver mtodos para quantificar recursos

    humanos envolve preocupaes no s com a qualidade da assistncia a

    ser prestada, bem como a necessidade de adequar os recursos financeiros.

    Este raciocnio provocou o desenvolvimento de estudos em diversos pases

    como EUA, Canad, Espanha, entre outros, desde meados da dcada de 80

    do sculo XX(12-13,15-16)

    .A terceira gerao de SCP desenvolvida nos EUA, no final da dcada

    de 1990, aponta as vantagens na adoo de sistemas e destaca ainda as

    lies apreendidas, como a resistncia dos enfermeiros frente a um novo

    modelo de trabalho e a relutncia destes na mudana para outro modelo

    considerado holstico, alm da diferena no tempo de formado dos

    profissionais, o que significou maior obstculo aos que demonstraram ou

    sentiram medo de documentar a tomada de deciso para um determinado

    nvel de competncia (18).

    A busca pela melhora da qualidade da assistncia investe na crena

    de que o Sistema de Classificao de Pacientes permitir o clculo

    adequado do dimensionamento da equipe de enfermagem psiquitrica, cuja

    finalidade principal ser diminuir as vivncias manicomiais da internao

    psiquitrica, secundrias serializao e massificao do cuidado que se

    impe em muitos locais de tratamento at os dias atuais.

    Na Espanha, por exemplo, esses sistemas vm sendo desenvolvidos

    e estudados para estimar as necessidades reais de cada paciente, com base

    em sua condio clnica, objetivando oferecer assistncia de qualidade e

    eficincia, partindo do princpio de que pacientes agrupados, de acordo com

    suas necessidades assistenciais semelhantes, representam tambm um

    consumo de recursos semelhantes (16).

    As verses de SCP desenvolvidas na dcada de 1970 so

    consideradas simples e manuais, cujos objetivos eram atender as

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    23

    necessidades dos pacientes. A partir dos anos de 1980, houve o grande

    desenvolvimento dos modelos, sobretudo, nos EUA onde se buscava o

    dimensionamento das equipes, chegando, assim, dcada de 1990 cominstrumentos mais sofisticados e novos enfoques, entre eles, o de custo da

    assistncia (18).

    No Brasil, na dcada de 60 do sculo passado, o Professor Odair

    Pacheco Pedroso elaborou um dimensionamento de enfermagem cirrgica

    para o Hospital das Clnicas da Faculdade de Medicina da Universidade de

    So Paulo. Este trabalho foi pioneiro e ensinado nos cursos de Ps-

    Graduao daquele perodo(1*)

    .Em 1976, Horta (19)publicou um modelo operacional para determinar

    a dependncia do paciente Enfermagem em natureza e extenso das

    necessidades, denominando-o de tabela ndice e adotou indicadores e

    valores atribudos a cada um deles, sendo: deambulao, motilidade, estado

    mental (nvel de conscincia), condio ambiente e condio

    socioeconmica do paciente.

    Em 1982, foi publicado um estudo elaborado no sistema pblico de

    sade da cidade de So Paulo, sob a coordenao de Alcal e col.(20), que

    props parmetros para adequar as tabelas de lotao do pessoal de

    enfermagem, adotando seis elementos para compor o denominado cuidado

    progressivo, como: cuidado intensivo, cuidado intermedirio, autocuidado,

    cuidado por prazo longo ou crnico, cuidado domiciliar e ambulatorial. Este

    estudo, pioneiro no tema dimensionamento de pessoal no pas, concluiu

    que a padronizao de parmetros oficiais para o clculo de pessoal de

    enfermagem e o critrio da assistncia progressiva possibilitariam melhor

    aproveitamento dos profissionais (20).

    Com base em estudos nacionais e internacionais, j no possvel

    negar a importncia do uso de SCP na enfermagem, tanto na esfera

    assistencial como na gerencial, pois os sistemas servem para: identificar e

    dar suporte s demandas do paciente, como ferramenta no processo de

    1

    Relato oral da Prof. Dr. Evalda Canado Arantes durante o Exame de Qualificao no dia16 de novembro de 2006, na Escola de Enfermagem da Universidade de So Paulo.

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    24

    tomada de deciso do enfermeiro, identificar e validar os resultados das

    intervenes de enfermagem, entre outras funes (12).

    Na tentativa de amparar o enfermeiro no estabelecimento do quadroquantitativo de profissionais, o Conselho Federal de Enfermagem COFEN

    apresentou, em 1996, a Resoluo COFEN-189 que estabelece parmetros

    para o Dimensionamento do Quadro de Profissionais, apresenta

    consideraes sobre a responsabilidade do enfermeiro pela confeco

    desse quadro de profissionais (21).

    O referencial utilizado pelo Conselho foi adaptado do trabalho de

    Fugulin et al. (1994), no qual se estabelecem categorias de pacientes porcomplexidade assistencial, dividindo-as em: assistncia mnima/autocuidado,

    assistncia intermediria, assistncia semi-intensiva e assistncia intensiva.

    Em 21 de setembro de 2004, foi publicada a Resoluo do COFEN n.

    293 que fixa e estabelece parmetros profissionais de Enfermagem nas

    Unidades Assistenciais das Instituies de Sade e Assemelhados (22). Tais

    parmetros representam normas mnimas para servir de referncia aos

    gestores dos servios de enfermagem. O artigo 4, pargrafos 5 e 6, aborda

    que as unidades especializadas, como a psiquiatria, no que tocante s

    caractersticas assistenciais especficas, devem ser respeitadas na

    classificao desses pacientes e que estes com intercorrncias clnicas ou

    cirrgicas associadas devem ser classificados um nvel acima no SCP.

    Desta forma, inicia-se com cuidados intermedirios. Para esta Resoluo,

    o COFEN adotou a constante de Marinho (22).

    A utilizao dos termos adotados na complexidade assistencial de

    Fugulin no traduz as condies apresentadas pelos pacientes psiquitricos,

    j que abordam aspectos clnicos no psiquitricos, tais como: risco iminente

    de vida, estabilidades de funes vitais e dependncia de enfermagem

    quanto ao atendimento das necessidades humanas bsicas e no se

    adequam totalmente especialidade.

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    3 SISTEMAS DE CLASSIFICAO DEPACIENTES NA ENFERMAGEM

    PSIQUITRICA

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    Autores indicam que o desenvolvimento dos SCP e dos diagnsticos

    de enfermagem so essenciais aos enfermeiros e estes temas podem nos

    ajudar a identificar os conhecimentos e proporcionar o desenvolvimento queser especfico da Enfermagem Psiquitrica (17).

    O fato tambm influenciou os pesquisadores que, na dcada de 90 do

    sculo XX, buscaram, ento, o desenvolvimento de sistemas de

    classificao de pacientes e dos diagnsticos de enfermagem para

    pacientes psiquitricos, contribuindo para uso eficaz das intervenes de

    enfermagem psiquitrica e em sade mental. Ainda assim so escassos os

    estudos publicados para esta populao especfica(17)

    .

    O maior desafio do cuidado psiquitrico e de sade mental a

    dificuldade para estabelecer as amplas categorias e os mtodos para

    quantificar a assistncia ao paciente portador de transtorno mental (17).

    Na Enfermagem Psiquitrica, os achados cientficos sobre SCP so

    discretos e se encontrados possvel notar que discutem apenas a

    necessidade de desenvolvimento do sistema, porm no apresentam um

    modelo real.

    Deste modo, no foi localizado outro modelo de SCP, alm do

    desenvolvido por Martins (9), para pacientes portadores de transtornos

    mentais agudos, decorrentes do nvel de dependncia da Enfermagem

    Psiquitrica.

    Estudos desenvolvidos na comunidade espanhola de Astrias tm

    apresentado, desde 1985, a construo de sistemas denominados de

    Resource Utilization Groups RUG que divide os pacientes em nove grupos

    de cuidados de enfermagem similares. Outras verses do sistema foram

    surgindo, como o RUG II, o RUG T18 e o RUG III que ampliaram as

    possibilidades de classificao dos pacientes para at 44 grupos (16).

    Estes sistemas foram amplamente aplicados em unidades geritricas

    e para pacientes com internaes prolongadas. Entre as categorias de

    cuidado, esto as de reabilitao, as de alterao de conduta entre outras.

    Nas publicaes, nota-se que estes sistemas so adequados s unidades

    geritricas, pois o instrumento utilizado tem pouca sensibilidade para

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    reconhecer caractersticas psquicas do paciente portador de transtorno

    mental agudo (16,23).

    Em recente publicao, o RUG T18 teve sua capacidade preditivadescrita e analisada, aps implementao em unidades de internao

    psiquitrica, novamente na comunidade de Astrias, na Espanha (23).

    Na introduo do artigo, a poltica de desinstitucionalizao no pas

    comentada e relata que mesmo com a diminuio de leitos psiquitricos, a

    realocao dos pacientes no levou em conta a medida de classificao de

    pacientes pelo grau de gravidade ou complexidade dos portadores de

    transtorno mentais, pois no existem instrumentos ou ferramentasespecficas para esta classificao (23).

    Nos resultados encontrados, foi possvel notar que a grande maioria

    dos sujeitos avaliados foi classificada, como "Distrbios do Comportamento",

    ou seja, nvel 4 de um modelo que compreende cinco nveis de assistncia.

    Os nveis considerados so: "Reabilitao" que indica necessidades de

    terapia ocupacional e fsica por mais de 30 minutos dirios; "Cuidados

    Especiais" para pacientes portadores de gravidade clnica, como

    quadriplegia e coma; "Complexidade Clnica", queles que requerem

    quimioterapia e transfuses; "Graves Problemas de Comportamento",

    incluindo, as manifestaes, como agressividade e alucinaes e, ainda,

    "Reduo das Funes Fsicas" aos que no foram classificados para os

    quatro grupos.

    Nesse modelo de SCP por prottipo, caracterizando cada categoria

    de cuidado, h ainda um segundo componente para avaliao, denominado

    "Atividades de Vida Diria" que estima as condies do paciente sobre

    higiene pessoal, alimentao e movimentao como, por exemplo, da cama

    para a cadeira, classificando os clientes em trs nveis de gradao, em uma

    escala que varia da independncia -1 - dependncia total 3 (23).

    Conforme os autores citados, em suas consideraes finais, a

    limitao do instrumento que revelou baixa sensibilidade para identificao

    das necessidades dos pacientes psiquitricos, foi discutida, e o fator

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    limitante desse fato foi a ausncia de um modelo similar e especfico para

    classificar os portadores de transtornos mentais (23).

    Nas discusses do estudo consultado, foi destacada a necessidadeurgente da especialidade de Enfermagem Psiquitrica abandonar a

    considerao dos pacientes psiquitricos que precisam de assistncia como

    um todo e passar a diferenci-los em funo de suas necessidades

    assistenciais de forma rigorosa e compreensvel (23).

    A equipe de Enfermagem Psiquitrica precisa assumir sua

    responsabilidade frente assistncia de enfermagem, considerando o

    aspecto alto custo que esta equipe de profissionais representa no sistemade ateno ao paciente (12), no s pelo custo, como tambm pela qualidade

    da assistncia oferecida.

    sabido ainda que o uso continuado dos SCP impe a necessidade

    de revises peridicas anuais dos instrumentos (24).

    As repetidas reflexes sobre o uso dos SCP podem evidenciar os

    nveis de dependncia aos cuidados de enfermagem mais prevalentes,

    antecipando o preparo da equipe frente aos cuidados necessrios, os

    ndices de custos das unidades e at as mudanas no mbito geral da

    assistncia prestada.

    Alward (24)afirmou que "mesmo providenciando 100% das horas de

    assistncia requeridas, no se pode garantir, 100% das necessidades de

    enfermagem que aos pacientes apresentam", apontando o perfil dos

    recursos humanos atuantes e a escolha de SCP invlidos, como exemplos,

    das variveis que acarretam o insucesso da ferramenta.

    Os SCPs validados e revisados assumem um papel importante, na

    medida que proporcionam segurana aos membros da equipe de

    enfermagem assistencial, aos gerentes de enfermagem, administradores e

    gestores, pois podem assegurar a avaliao real de gravidade e de melhora

    ou piora do paciente, respaldando todo o processo de tomada de deciso do

    atendimento ao mesmo (24).

    Dentre os estudos localizados sobre Enfermagem Psiquitrica, foram

    encontrados aqueles relativos s escalas de observao de pacientes, cuja

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    29

    finalidade descrever o quadro clnico apresentado pelo cliente no curso de

    sua agudizao e, assim, a escala de observao interativa de pacientes

    psiquitricos internados EOIPPI que foi desenvolvida e testada em umaunidade psiquitrica do Hospital das Clnicas de Ribeiro Preto no Estado de

    So Paulo. Concluiu-se que tal instrumento mede com sucesso um espectro

    de comportamentos fidedignos e vlidos por meio da observao interativa

    entre equipe de enfermagem e pacientes (25).

    Os aspectos psquicos, bem como as necessidades do paciente com

    transtornos mentais, no haviam sido abordados exclusivamente por

    nenhum estudo anterior ao de Martins(9)

    no Brasil. Algumas investigaesdesenvolvidas incluram nas categorias e indicadores das necessidades dos

    pacientes aspectos emocionais, iminncia de risco de vida,

    impossibilidade de comunicar a real necessidade, entre outros termos que,

    por no serem especficos, no fornecem entendimento preciso a avaliao

    do paciente.

    O SCP na especialidade Enfermagem Psiquitrica proposto por

    Martins apresenta trs categorias dos nveis de dependncia de pacientes,

    assim denominadas: nvel de dependncia discreta, intermediria e plena

    aos cuidados de Enfermagem Psiquitrica (9).

    No referido sistema, a classificao do paciente obtida por

    intermdio do uso do instrumento desenvolvido que contm 11 indicadores

    crticos do cuidado com trs nveis de gradao cada um. O valor da soma

    dos pontos obtidos assinalados pelo enfermeiro responsvel pela avaliao

    do paciente, evidencia seu nvel de dependncia aos cuidados da

    enfermagem psiquitrica.

    Os indicadores crticos relacionados nesse instrumento, bem como

    suas denominaes foram elaborados, baseando-se no Roteiro de

    Observao de Comportamento de pacientes internados em hospital

    psiquitrico proposto por Arantes (26)e na experincia da autora do estudo

    na observao e assistncia a pacientes psiquitricos.

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    Assim, os indicadores que compem o instrumento para

    Classificao do Nvel de Dependncia para Enfermagem Psiquitrica",

    so: cuidados com a aparncia e higiene

    expresso do pensamento

    humor

    interao social

    atividades

    alimentao e hidratao

    sono medicao

    eliminaes

    sinais vitais e outros controles

    problemas e queixas somticas

    A estrutura grfica do instrumento elaborado por Romero (27) foi

    usada, como referencial no desenvolvimento do instrumento que determina o

    grau de dependncia da Enfermagem Psiquitrica e todo o processo paraelaborao de um SCP foi seguido, conforme o modelo proposto por Perroca(28).

    Na presente pesquisa, para validao clnica do instrumento de

    Martins (9), foi utilizado o processo percorrido por Perroca(28).

    Conforme Perroca (28), aps a validao do contedo do instrumento

    de classificao de pacientes pelos juzes, necessrio monitorar a

    confiabilidade e a validade do instrumento, verificando se ele apresentaexatido no seu uso. Esta monitorizao possibilitar a aceitao do

    instrumento pelos enfermeiros de servio e favorecer a credibilidade das

    informaes fornecidas pelo mesmo.

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    4 OBJETIVOS

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    Os objetivos deste estudo foram:

    Verificar a aplicabilidade do instrumento de classificao de

    pacientes na especialidade Enfermagem Psiquitrica, propostopor Martins(9) na prtica gerencial do enfermeiro.

    Realizar testes de confiabilidade e validao do constructo do

    instrumento.

    Reestruturar o instrumento de classificao de pacientes,

    proposto por Martins (9), frente aos resultados da validao

    clnica.

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    5 TRAJETO METODOLGICO

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    Trata-se de um estudo quantitativo, do tipo descritivo, exploratrio.

    As pesquisas descritivas observam e registram fatos e fenmenos

    alm de analisar e correlaciona-los, buscando descobrir com preciso afreqncia na qual um fenmeno se repete bem como sua conexo com

    outros acontecimentos (29).

    Os estudos exploratrios so adotados quando h pouco

    conhecimento sobre um determinado problema a ser estudado e atravs de

    descries precisas de uma situao eles buscam mais informaes sobre o

    assunto (29).

    O trajeto metodolgico percorrido, iniciou-se com a busca bibliogrficaaprofundada no tema Sistema de Classificao de Pacientes e SCP-

    Psiquitricos, com a finalidade de localizar o maior nmero possvel de

    referenciais sobre o assunto estudado.

    A segunda etapa, permitiu a submisso do projeto de pesquisa a

    apreciao do Comit de tica em Pesquisa da Instituio, onde se

    desenvolveram os testes e na ausncia desse Comit Institucional submet-

    lo Comisso de tica em Pesquisa (CEP) da EEUSP.

    Em seqncia, de posse do parecer favorvel do CEP, buscou-se a

    obteno da aprovao da Gerncia de Enfermagem do local da pesquisa e

    o consentimento livre e esclarecido dos enfermeiros participantes (modelo

    Anexo 3).

    Com a obteno dos documentos supracitados, testou-se primeiro a

    confiabilidade do instrumento por meio do grau de concordncia e validade

    do constructo, utilizando mtodos determinados e aplicando-os em unidades

    de internao de pacientes psiquitricos adultos na fase aguda de episdios

    de transtornos mentais do local da pesquisa.

    A reestruturao do Instrumento para Classificao do Nvel de

    Dependncia em Enfermagem Psiquitrica proposto por Martins (9), diante

    dos resultados da validao clnica, objeto deste estudo, foi a ltima etapa

    do trajeto.

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    5.1 Primeira Fase da coleta de dados confiabilidade do instrumento

    Na primeira fase da coleta de dados, cuja finalidade foi a validao de

    confiabilidade entre avaliadores, isto , o instrumento (Anexo 1), foi aplicado

    em um mesmo paciente por dois enfermeiros simultaneamente. Para tal,

    antes da aplicao do instrumento, foi explicitado aos enfermeiros que no

    poderia haver troca de informaes entre eles, e o uso do instrumento para

    classificar os pacientes no significava nenhuma interferncia administrativa

    nas rotinas do servio dos enfermeiros. Estes aproveitavam o momento de

    transferncia de pacientes para outras alas para aplicao do instrumento

    proposto por Martins (9). Assim sendo independente do resultado do

    preenchimento do instrumento, prevaleceria a avaliao do enfermeiro na

    deciso assistencial do paciente, permitindo que o sujeito da pesquisa

    coletasse os dados classificando os pacientes quanto ao nvel de

    dependncia, sem necessariamente, haver interferncia em seu processo de

    tomada de deciso quanto transferncia do paciente.

    Por meio da tcnica de amostragem no probabilstica denominada

    por convenincia ou tendenciosa, pautada nas possibilidades e condies

    dos pares de enfermeiros, 80 instrumentos foram preenchidos, tendo sido

    avaliados 40 pacientes por dois enfermeiros cada.

    Na ocorrncia da devoluo dos instrumentos preenchidos, novo

    formulrio foi entregue aos sujeitos da pesquisa, contendo questionamentos

    a respeito da utilizao dos instrumentos na avaliao dos sujeitos, descritos

    na Fase 2 da coleta de dados.

    importante ressaltar que os pares de enfermeiros que preencheramos instrumentos simultaneamente, tinham conhecimentos semelhantes sobre

    os pacientes avaliados em razo da condio de atuao desses

    profissionais, pois ao enfermeiro compete decidir sobre a possibilidade de

    transferncia do paciente s demais unidades de internao hospitalar.

    A instituio hospitalar, onde o presente estudo foi desenvolvido, tem

    muitos leitos e poucos cuidadores, inclusive, na Equipe de Enfermagem.

    Mesmo cumprindo as exigncias legais, o nmero de profissionais insuficiente, fato j abordado neste estudo. O atendimento estende-se a 329

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    leitos para pacientes portadores de transtornos mentais graves, sendo 199

    leitos masculinos e 80 femininos, ambos para pacientes em fase aguda de

    transtorno mental, havendo ainda um espao de moradia com 50 leitos.A equipe de enfermagem dispe de sete enfermeiros, sendo um

    gerente de enfermagem, dois responsveis pelos plantes noturnos A e B,

    respectivamente, um folguista do turno noturno e trs responsveis pela

    superviso diurna da assistncia.

    A distribuio e a alocao dos Auxiliares de Enfermagem pelas

    unidades, o atendimento das intercorrncias com pacientes, a avaliao dos

    pacientes em estado crtico e a avaliao dos pacientes em condies paratransferncia entre unidades, conforme o grau de dependncia, ali avaliada

    de acordo com a experincia dos profissionais fazem parte desta

    superviso da assistncia.

    Atualmente, o servio adota um modelo assistencial que distribui os

    pacientes em seis unidades de internao, sendo uma para moradores, uma

    para pacientes do sexo feminino, uma para dependentes qumicos e trs

    para pacientes masculinos. Destas, duas unidades so destinadas a receber

    pacientes em fase aguda da doena e os recm-internados e a outra para

    pacientes melhorados e em condies de alta.

    Este modelo assistencial foi introduzido pela atual gerncia de

    enfermagem, com anuncia e apoio dos demais tcnicos e diretores da

    instituio. Nele se avalia os pacientes no momento de sua internao,

    visando identificar suas necessidades para aloc-los na unidade destinada a

    atend-los. Desta forma, possvel organizar um dimensionamento de

    pessoal mais equilibrado para o servio.

    Descrever o processo de trabalho do local da pesquisa necessrio,

    pois tenta justificar a dificuldade dos enfermeiros coletarem os dados do

    estudo, visto que de rotina trabalham sozinhos nos perodos. Alm disso,

    verificou-se que so escassos os servios top da especialidade naquele

    local.

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    Para realizar estudos de validao, segundo Gaidzinski (2*), os

    pesquisadores devem buscar servios considerados top naquela

    especialidade, ou seja, os melhores e mais equipados locais deatendimento. Embora haja excees, so observados que, na maioria dos

    hospitais psiquitricos paulistas, so poucos os servios que mantm mais

    de um enfermeiro por perodo na superviso dos pacientes.

    5.1.1 Procedimento para coleta de dados

    O projeto de pesquisa foi aprovado pelo Comit de tica em Pesquisa

    da EEUSP sob o parecer do processo n. 482/2005 (CEP-EEUSP) em anexo

    (Anexo 2), atendendo s exigncias da Resoluo n. 196/96 do Conselho

    Nacional de Sade.

    5.1.2 Descrio do local do estudo

    Depois de cumpridas as fases iniciais do trajeto metodolgico, a

    validao do instrumento de classificao de pacientes foi realizada nasunidades de internao de um hospital psiquitrico especializado, localizado

    na cidade de So Paulo.

    5.1.3 Descrio da coleta de dados

    Conforme citado, aps a obteno do parecer de aprovao do CEP

    da EEUSP, foi realizado um contato telefnico com a Gerncia de

    Enfermagem do Hospital especializado, escolhido para a coleta de dados.

    De posse da autorizao da instituio para fazer a pesquisa, foi

    agendada uma reunio com a Gerncia de Enfermagem para fornecer

    2* Relato oral da Prof. Dr. Raquel Rapone Gaidzinski, na palestra Validao deinstrumentos de classificao de pacientes promovida pelo Grupo de PesquisaGerenciamento de recursos humanos: conceitos, instrumentos e indicadores no processo

    de dimensionamento de pessoal rea de concentrao Administrao de Servios deEnfermagem, Programa de Ps-Graduao em Enfermagem, no dia 14 de setembro de2006 na Escola de Enfermagem da Universidade de So Paulo.

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    orientaes gerais a respeito da pesquisa, datas e procedimentos

    necessrios.

    Uma semana aps, a segunda reunio foi realizada, agora com apresena dos enfermeiros, sujeitos do estudo e, nesta ocasio, foram

    orientados sobre os objetivos do projeto, os detalhes do estudo e, sobretudo,

    a forma de utilizao do instrumento.

    Assim, os enfermeiros presentes foram questionados sobre sua

    espontnea vontade em participar da pesquisa e aps assinarem o Termo

    de Consentimento Livre e Esclarecido, a pesquisadora entregou-lhes um

    envelope, contendo um documento explicativo (Anexo 4) e cpias doInstrumento para Classificao de Pacientes para serem utilizados.

    5.1.4 Descrio dos sujeitos da pesquisa

    Os sete enfermeiros atuantes nas referidas unidades foram

    convidados a participar voluntariamente do estudo, lendo , preenchendo e

    assinando o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido TCLE, conforme

    o modelo no Anexo 3. Ainda, os enfermeiros foram orientados pela

    pesquisadora sobre:

    - os objetivos do estudo;

    - as etapas da investigao e sua atuao na mesma e

    - a estrutura bsica do instrumento e sua operacionalizao.

    A identificao dos sujeitos da pesquisa foi feita por meio do uso de

    senhas numricas que, posteriormente, para efeito da anlise e

    apresentao dos dados, foram alteradas pela investigadora, passando ausar a identificao pelos cdigos alfa-numrico, E 1/7, E 2/7 e, assim,

    sucessivamente, at E 7/7.

    As informaes obtidas na Fase 2 da coleta de dados permitiram

    descrever o perfil dos sujeitos da pesquisa, bem como obter a opinio dos

    mesmos a respeito da aplicao do instrumento.

    Assim, dos sete enfermeiros que anuram participar do estudo, trs

    tiveram oportunidade de atender as solicitaes da pesquisadora, emrelao aplicao do Instrumento para Classificar o Nvel de Dependncia

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    de Pacientes Psiquitricos, destes 66% eram do sexo feminino e 33% do

    sexo masculino, a mdia de idade foi de 38 anos e o tempo de formado

    variou entre dois e 16 anos.Quanto formao na rea de enfermagem, 66% possuam ps-

    graduao latu-senso e 33% stricto-senso na Enfermagem Psiquitrica.

    Dentre os sujeitos, todos atuam na Enfermagem Psiquitrica com

    variao de tempo entre dez meses e 16 anos, e 66% desenvolvem

    atividades no ensino e na pesquisa na prpria especialidade.

    5.1.5 Confiabilidade e Concordncia de um Instrumento

    Ao se considerar que os dados coletados por um instrumento esto

    sujeitos s variaes das pessoas que o avaliam, torna-se importante

    verificar o quanto os avaliadores concordam quando atribuem um valor

    mesma avaliao. A tal fato, denomina-se ndice de concordncia e de

    confiabilidade (30).

    Confiabilidade o grau de coerncia com o qual um instrumento

    mede o atributo, sendo possvel afirmar quanto menor a variao produzida

    pelo instrumento, em repetidas mensuraes de um atributo, maior ser sua

    confiabilidade, expressando se este poder ser replicado com garantia de

    resultados semelhantes e precisos (28,30).

    Para determinar a confiabilidade de um instrumento, sero

    necessrios realizar a coleta e a correlao dos resultados medidos por

    diferentes pessoas (30), sendo possvel calcul-las das seguintes formas:

    - coeficiente de confiabilidade interavaliadores (entreavaliadores) ou confiabilidade objetiva na qual em um

    mesmo intervalo de tempo e por diferentes avaliadores

    realizada a correlao de julgamento do mesmo fenmeno;

    - coeficiente de confiabilidade intra-observador ou

    confiabilidade precisa em tempos diferentes e pela

    mesma pessoa realizada a correlao das classificaes

    obtidas sobre a importncia de vrios indicadores deavaliao da efetividade do procedimento;

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    40

    - correlao entre teste e reteste ou mtodo do reteste em

    tempos diferentes e, pela mesma pessoa, realizada a

    comparao dos escores obtidos, de forma objetiva,computando o coeficiente de confiabilidade (30-31).

    Andrade e Scalco (30)afirmam ainda que

    a escolha de um mtodo para testar a confiabilidadevai depender da medida que est sendo usada, dofenmeno em estudo, do custo, do tempo e daextenso nos quais os testes de confiabilidade foramfeitos.

    Concordncia o grau habitualmente expresso em porcentagem,

    com que diferentes avaliadores tendem a fazer os mesmos julgamentos

    sobre o que est sendo avaliado (30).

    Os ndices que medem a concordncia de um instrumento, so

    chamados tambm de coeficientes de correlao e podem ser classificados

    em trs tipos, de acordo com o nvel de mensurao em questo, tais quais:

    para medidas nominais, indica-se o ndice de Kappa (k); para medidas ordinais, indica-se o Coeficiente de Correlao

    de Spearman (rs) e;

    para medidas intervalares, indica-se o Coeficiente de

    Correlao de Pearson (r).

    Neste estudo, o teste de confiabilidade entre-avaliadores ou objetiva

    foi selecionado e adotou-se o teste estatstico do Coeficiente de Kappa para

    medir a concordncia entre eles.O coeficiente Kappa definido como uma medida de associao

    usada para descrever e testar o grau de concordncia (confiabilidade e

    preciso) entre as respostas na classificao de pacientes (32), vem sendo

    adotado por outros estudos da mesma temtica (28).

    Embora muito usado para estudos de confiabilidade no o nico

    mtodo que se poderia adotar para atingir o objetivo proposto da validao

    de confiabilidade, tendo, como outros exemplos: o teste de Spearman, oteste de Kendall e a correlao de Pearson.

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    Optou-se pelo coeficiente de Kappa em funo dos seguintes motivos:

    - utilizao em variveis, cuja representao ordinal, ou seja, com

    graus (nveis/faixas) de intensidade s questes propostas (1/2/3;1o./2o./3o, discreta/intermediria/plena);

    - permisso para anlise das respostas (indicador/indicador ou

    questo/questo) com as opinies dos enfermeiros, convertveis

    uma anlise geral, sem desconsiderar as especificidades de cada

    anlise.

    Assim, ao calcular os coeficientes por meio do teste de Kappa foram

    relacionadas duas opinies sobre o mesmo fato observado e, assim,identificados a proporo de concordncia das respostas e um coeficiente

    para cada uma delas.

    A concordncia totalentre as respostas dos enfermeiros resulta em

    um valor de Kappa=1, enquanto a total discordncia entre as respostas;

    em um valor de Kappa=0, lembrando que o valor= -1 representaria a

    inverso das concordncias.

    As faixas intermedirias aos valores de Kappa so divididas em

    funo do grau de concordncia que sugerem.

    Adotando a classificao de Landis e Koch (33)tm-se:

    Kappa = 1 concordncia perfeita

    0,75 Kappa < 1 concordncia forte

    0,4 Kappa < 0,75 concordncia moderada ou mediana

    Kappa < 0,4 concordncia leve ou fraca

    Procedeu-se, ento, a aplicao do coeficiente de Kappa nos 11

    indicadores crticos listados no Instrumento para Classificao do Nvel de

    Dependncia de Enfermagem Psiquitrica.

    Todos os cruzamentos foram apresentados dois a dois com os

    respectivos coeficientes Kappa, objetivando determinar a intensidade da

    concordncia nas classificaes e no escore geral.

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    Cabe salientar que no foi levada em considerao a ordem ou a

    seqncia dos enfermeiros que avaliaram os pacientes. Considerando, sim,

    o fato de serem sempre dois profissionais diferentes.Por se tratar de um teste de confiabilidade, a interpretao dos

    enfermeiros sobre o instrumento utilizado foi parte fundamental dos

    resultados. Os enfermeiros obtiveram a mesma orientao em relao ao

    processo, inclusive, quanto a no comentar entre si os escores obtidos em

    suas avaliaes a fim de evitar influncia nas respostas.

    A intensidade ou grau de concordncia medida entre as respostas dos

    dois enfermeiros, evidencia-se pelo nmero de respostas concordantes, ouseja, pelo nmero de casos, nos quais os resultados foram os mesmos entre

    os sujeitos da pesquisa.

    Para o teste de Kappa, todas as divergncias so importantes, isto

    representa que, em alguns casos, os coeficientes so mais acentuados em

    termos de concordncia de resposta entre os enfermeiros, quando

    comparadas a outros testes estatsticos, pois o Kappa uma medida de

    concordncia interobservador e, assim, mede o grau de concordncia, alm

    do que seria esperado to somente pelo acaso.

    Neste caso, a hiptese testada se o Kappa igual a zero, o que

    indica concordncia nula, ou ento, se ele maior que zero, indicando

    concordncia maior do que o acaso.

    Um resultado Kappa com valor negativo, que no tem interpretao

    cabvel, pode resultar em um nvel crtico paradoxal, cujo valor de p maior

    do que 1.

    No caso da rejeio da hiptese (Kappa = 0), haver a indicao de

    que a medida de concordncia significativamente maior do que zero,

    indicando que existe alguma concordncia.

    Isto no significa necessariamente que a concordncia seja alta,

    cabendo ao pesquisador avaliar se a medida obtida satisfatria ou no,

    baseando-se em dados da literatura, em pesquisas anteriores e, at mesmo,

    nos objetivos do estudo.

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    5.2 Segunda Fase da coleta de dados observaes dos enfermeirossobre o instrumento

    Nas informaes obtidas sobre a opinio dos enfermeiros, cem por

    cento dos enfermeiros afirmaram que o instrumento completo e de fcil

    compreenso, sendo considerado aplicvel prtica assistencial.

    O tempo utilizado para classificar cada paciente variou de 10 a 20

    minutos para 66% dos sujeitos e "mais de 20 minutos" para 33% da amostra;

    66% afirmaram que "no despendem muito tempo" para sua aplicao.

    A respeito da utilizao do instrumento na prtica assistencial, 66%

    responderam que o instrumento tem possibilidade de ser introduzido naprtica assistencial, justificando que o mesmo "facilita e orienta" o

    profissional (E3/7), alm de favorecer o trabalho organizando e

    direcionando as consideraes a serem feitas pelo enfermeiro na

    classificao dos pacientes. Destacando, ainda, a facilitao na elaborao

    da Sistematizao da Assistncia de Enfermagem (E6/7) e 33%

    responderam que no seria aplicvel em razo do tempo usado no

    preenchimento.Esta opinio confirmada com a resposta do sujeito E6/7 que relatou

    que sentiu um pouco de dificuldade para encontrar as alteraes avaliadas

    nos pacientes dentro das sugestes propostas pelo instrumento. Aps

    familiarizar-se com o mesmo, notou menor dificuldade, gastando menos

    tempo.

    A respeito dos indicadores presentes no instrumento, as respostas

    evidenciaram que 100% dos enfermeiros responderam que no houvedificuldade para utiliz-los e, ainda, no espao destinado a outros

    comentrios que julgassem necessrios, afirmaram que o instrumento

    "facilita e orienta o profissional na especialidade".

    Dentre as opinies dos sujeitos da pesquisa, importante destacar

    que foi possvel notar que 33% dos sujeitos evidenciaram certa incoerncia

    nas respostas.

    Desse modo, mesmo negando dificuldade para avaliar os pacientes

    nos 11 indicadores crticos, o tempo usado foi maior (mais de 20 minutos) e

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    a concluso descrita foi que o instrumento no tem possibilidade de ser

    introduzido na prtica daquele profissional.

    A incoerncia das respostas pode ser justificada pelo menor tempo deformao e de experincia na especialidade, pois, conforme o consumo de

    um perodo de tempo maior foi utilizado, o instrumento no se lhe mostrou

    til por esta justificativa, fato que poderia naquela interpretao retardar o

    atendimento do enfermeiro.

    Aps a anlise destes dados, foi possvel afirmar que a adoo de um

    instrumento requer conhecimentos especficos e experincia na lida com os

    pacientes psiquitricos. Assim sendo, nas oportunidades de adoo de ummtodo para classificar pacientes, deve haver um perodo de tempo a ser

    dispensado ao treinamento dos profissionais, pois o instrumento elaborado

    contemplou 11 indicadores crticos para o cuidado e cada indicador utiliza

    aspectos comportamentais, psquicos e fsicos do paciente, que devem ser

    avaliados pelo enfermeiro, pois, para proceder esta avaliao, o enfermeiro

    deve ser preparado e treinado anteriormente, de modo que se torne hbil e

    gil na tomada de deciso a respeito do estado, no qual o paciente se

    encontra.

    Ainda sobre a opinio dos sujeitos, o E6/7 afirmou que os indicadores

    eliminaes, sinais vitais e outros controles e queixas e problemas

    somticos so importantes assistncia, porm no so limitadores pela

    transferncia do paciente entre as unidades, entendendo que o fator

    determinante desta transferncia est no modo pelo qual o paciente lida e

    convive com suas dificuldades clnicas e a implicao disto na assistncia de

    enfermagem.

    Conforme j foi expresso, o instrumento no se preza exclusivamente

    a avaliar o paciente para realizar sua transferncia de uma unidade para

    outra. No entanto, possvel considerar esta opinio entendendo que para

    esse sujeito, aqueles trs indicadores no so determinantes na tomada de

    deciso da mudana de um nvel de dependncia para outro, fato que foi

    testado na validao do constructo do instrumento em questo.

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    5.3 Terceira Fase da coleta de dados validao do constructo

    A terceira e ltima fase da coleta de dados buscou a validao de

    constructo do instrumento, que se realizou com sua aplicao de forma

    numericamente expressiva, no mesmo hospital, campo de pesquisa.

    Empregou-se a tcnica amostral aleatria ou por convenincia, com a

    escolha de 30% da populao, totalizando 98,7 pacientes, aqui

    arredondados para 100 indivduos, que foram avaliados para posterior

    aplicao do instrumento.

    Nesta fase, duas enfermeiras foram sujeitos da pesquisa, sendo uma

    delas a pesquisadora.

    Os instrumentos foram aplicados entre os dias 2 e 5 de outubro de

    2006, nos perodos da manh e tarde.

    Os pacientes avaliados encontravam-se no ptio da instituio, alguns

    interagindo entre si e outros isolados. Homens e mulheres constituram esta

    amostra.

    5.3.1 Validade do constructo de um instrumento

    Validade pode ser definida, como o grau no qual um instrumento

    mede aquilo que se prope medir (30), sendo ainda mais desafiador

    estabelecer a validade do que a confiabilidade de um instrumento que pode

    ser considerado confivel, mas, no vlido ou vlido e no confivel,

    acreditando que o ideal seja um instrumento vlido e confivel (28,30).

    Instrumentos de avaliao de pacientes podem ser vlidos, quanto ao

    contedo, ao critrio, capacidade de predio e ainda quanto construo

    e aparncia do mesmo. Dependendo do propsito de aplicao do

    instrumento, estar ditado o tipo de validade a ser investigada (30-31,34-35).

    De acordo com o instrumento proposto por Martins (9), seu contedo

    foi validado anteriormente, utilizando-se a Tcnica Delphi, como

    metodologia.

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    A validao do constructo uma das tarefas mais desafiadoras, pois

    refere-se indagao sobre qual constructo est, realmente, mensurando(34)

    .Constructos so valores considerados para anlise de um conceito ou

    idia e costumam ser explicados em termos de outros conceitos.

    Conseqentemente, o pesquisador precisa fazer previses a respeito de

    como o constructo funcionar. Logo, sua validade no provada ou

    estabelecida e, sim, apoiada em evidncias (31,35).

    Conforme o dicionrio Houais, constructo a "construo puramente

    mental, criada com base nos elementos mais simples para ser parte de umateoria. Assim, o constructo a definio mental, dada por um ou mais

    autores a termos/expresses/fenmenos/constataes que so difceis de

    ser compreendidos ou que so novidades cientficas. A finalidade que no

    soem vagos e imprecisos. Busca-se estruturar e organizar uma linguagem

    determinante que sinalize e simbolize da maneira mais exata possvel, o que

    se est pesquisando ou o que se est falando a fim de que seja

    compreendido pelos outros. O investigador quando elabora um novo

    constructo, precisa interagir com sua criao, verificar sua validade, explorar

    as possibilidades e aguardar contribuies de outros pesquisadores e/ou

    orientadores (35).

    A validao um processo sem fim e quanto mais evidncias forem

    reunidas sobre se o instrumento est medindo o que se prope a medir,

    maior ser a confiana dos pesquisadores em sua adoo pode ser dito

    ainda que um teste de validade no provado e, sim, sustentado pelo

    acmulo de evidncias, encontrando-se os graus de sua validade (34).

    No presente estudo, o constructo validado referiu-se ao nvel de

    dependncia dos pacientes portadores de transtornos mentais agudos, ao

    cuidado de Enfermagem Psiquitrica, medido com base no Instrumento para

    Classificar o Nvel de Dependncia em Enfermagem Psiquitrica, proposto

    por Martins (9), buscando identificar se o instrumento que se prope a medir

    o grau de dependncia do paciente aos cuidados de enfermagem, alcana

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    seu objetivo, determinando a complexidade assistencial do paciente

    avaliado.

    Como medidas, so dados quantitativos e, portanto, falveis. Ospesquisadores devem prever e aceitar uma determinada margem de erro,

    mas muitos fatores contribuem para estes equvocos de mensurao, como,

    por exemplo, os contaminantes situacionais que incluem a percepo do

    avaliado frente ao avaliador, afetando o comportamento do primeiro. Os

    fatores ambientais, como, hora do dia, iluminao e os fatores pessoais

    transitrios que interferem na cooperao e motivao das pessoas (34).

    Instrumentos de classificao de pacientes constituem-se em escalasnominais e, assim, neste estudo, o Coeficiente de Spearman foi adotado

    para validar seu constructo.

    O clculo do coeficiente de Spearman (rs) pode ser utilizado no

    cruzamento entre duas variveis qualitativas (X e Y) ou de duas variveis

    que no seguem uma distribuio estatstica normal, pode-se identificar se

    existe associao entre as duas variveis ordinais analisadas, que

    proveniente da frmula:

    nn

    dirs

    =

    3

    2)(.6

    1 onde:

    n = tamanho da amostra

    di = (xi - yi) a diferena entre os postos das variveis X e Y aos indivduos

    avaliados nos 11 indicadores.

    A expresso do coeficiente de correlao por postos de Spearman

    dada por: 1 rs 1 ou 100% rs 100%.

    O sinal do coeficiente indica o sentido da associao que pode ser

    direta ou inversa. A associao direta ou positiva quando postos altos em

    uma varivel levam a postos altos na outra varivel. A associao inversa

    ou negativa quando postos altos em uma varivel levam a postos baixos na

    outra varivel (36).

    O valor absoluto ou mdulo do coeficiente rs indica a fora da

    associao entre as variveis estudadas; um valor absoluto prximo de zero

    indica fraca ou nenhuma associao linear entre as variveis, enquanto um

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    valor absoluto prximo de 1 (ou 100%) indica uma forte associao entre as

    variveis analisadas.

    Quando n igual e maior que dez, a significncia de um valor obtidode rs sob a hiptese de nulidade tem Distribuio t de Studentcom (n 2)

    graus de liberdade e sua estatstica dada pela frmula.

    21

    2.

    rs

    nrst

    =

    onde:

    rs = coeficiente de Correlao de Spearman

    n = tamanho da amostra

    t = varivel que segue a distribuio t de Student com (n 2) graus de

    liberdade.

    A deciso estatstica por uma das hipteses d-se pela comparao

    adequada da probabilidade de significncia (p valor) calculada parte dos

    dados amostrais e nvel de significncia ().

    Os clculos e anlises obtidos como resultados, esto descritos a

    seguir, expostos critrio a critrio estatstico adotado.

    Considerando o exposto at aqui, para garantir a confiabilidade do

    instrumento, foram utilizadas algumas ferramentas estatsticas, escolhidaspor sua capacidade de demonstrar os resultados, assim foram eles:

    critrio da anlise descritiva que buscou evidenciar as

    divergncias encontradas entre todas as respostas apontadas

    pelos sujeitos da pesquisa e,

    o teste estatstico do Coeficiente de Kappa que buscou

    evidenciar a concordncia entre as respostas apontadas pelos

    sujeitos da pesquisa.Para demonstrar a validadedo instrumento proposto por Martins (9),

    foram utilizadas as seguintes ferramentas:

    distribuio dos escores obtidos que buscou observar o

    comportamento das variveis e a associao entre elas;

    anlise horizontal dos indicadores crticos que buscou avaliar o

    grau de dependncia dos pacientes;

    teste de correlao de Spearman que buscou a correlaoentre os indicadores.

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    6 APRESENTAO DOS DADOS COLETADOS

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    Neste captulo, apresentam-se os resultados obtidos com base no

    preenchimento dos instrumentos, com os respectivos escores, indicador a

    indicador e total para cada um, determinando o grau de dependncia dospacientes avaliados.

    Os dados deste estudo foram coletados em trs fases distintas, sendo

    a primeira amostra de n=40 pares de instrumentos buscavam a

    confiabilidade e o grau de concordncia destes para classificar o nvel de

    dependncia de Enfermagem Psiquitrica.

    A segunda fase da coleta de dados consistiu na apresentao e

    discusso das opinies emitidas pelos enfermeiros, sujeitos da pesquisa noprimeiro momento sobre a utilizao do instrumento.

    J os dados do terceiro momento da coleta de dados compreendeu

    outros 100 instrumentos preenchidos, buscando a validao do constructo

    proposto.

    Desta forma, os dados coletados para as Fases 1 e 3, inicialmente,

    foram transcritos e tabulados em planilhas do aplicativo "Excel na verso

    Office 2003, procedendo-se ao registro das informaes apontadas pelos

    enfermeiros, sujeitos da pesquisa.

    Estes dados totalizaram as amostras de 40 pares de instrumentos na

    Fase 1 e 100 instrumentos na Fase 3, apresentados, a seguir, nos dados

    dos Quadros 1 e 2, respectivamente.

    A primeira amostra N=40 instrumentos preenchidos foi definida com

    base na indicao considerada mnima para validaes interavaliadores (3*),

    considerando-se ainda a realidade dos enfermeiros do local do estudo e as

    dificuldades encontradas pelos mesmos para coletarem estes dados.

    Os dados apresentados no Quadro 1 referem-se aos instrumentos

    preenchidos pelos pares de enfermeiros entre os dias 17 de agosto e 15 de

    setembro de 2006.

    (3*)Relato oral da Prof. Dr. Mrcia Galan Perroca na palestra Validao de instrumentosde classificao de pacientes promovida pelo Grupo de Pesquisa Gerenciamento derecursos humanos: conceitos, instrumentos e indicadores no processo de dimensionamento

    de pessoal rea de concentrao Administrao de Servios de Enfermagem, Programade Ps-Graduao em Enfermagem, no dia 14 de setembro de 2006, na Escola deEnfermagem da Universidade de So Paulo.

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    O par de enfermeiros representados pelo cdigo E 3/7 e E 7/7 foi

    responsvel pelo preenchimento de 16 (40%) instrumentos e os demais 24

    instrumentos foram preenchidos pelo par de enfermeiros identificados pelocdigo E6/6 e E7/7.

    Quadro 1 Apresentao dos dados coletados na Fase 1 - So Paulo 2006.

    Indicadores

    Instrumentos Enf. 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11E 3/7 1 1 1 1 1 1 1 1 1 2 21E 7/7 2 1 1 2 2 1 2 1 1 2 3E 3/7 1 2 1 2 1 1 1 1 1 2 1

    2E 7/7 1 1 2 1 1 1 1 1 1 1 2E 3/7 1 2 2 1 1 1 1 1 2 1 2

    3E 7/7 1 2 2 1 1 1 1 1 2 1 2E 3/7 1 3 3 2 1 1 1 1 2 1 14E 7/7 1 2 3 3 3 1 1 1 1 1 1E 3/7 1 1 1 2 1 1 1 1 2 1 1

    5 E 7/7 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1E 3/7 1 2 2 3 2 1 1 2 1 2 1

    6E 7/7 1 1 2 3 1 1 1 1 1 1 1E 3/7 1 1 1 2 1 2 2 2 1 1 1

    7E 7/7 1 2 1 2 1 1 2 2 1 1 1E 3/7 1 1 1 2 2 1 2 1 2 2 1

    8E 7/7 1 1 2 2 2 1 1 1 2 1 1E 3/7 1 2 1 1 2 1 1 2 1 1 39E 7/7 1 2 2 2 2 1 1 2 1 1 2

    E 3/7 2 2 2 2 1 1 1 2 1 1 310E 7/7 2 2 3 1 1 2 2 1 1 1 3E 3/7 1 1 2 1 1 1 1 1 1 2 2

    11E 7/7 1 1 1 2 1 1 1 1 1 1 1E 3/7 2 3 2 2 3 1 1 2 1 1 1

    12E 7/7 3 3 3 2 3 1 1 2 1 1 1E 3/7 1 2 2 2 2 1 2 1 1 2 1

    13E 7/7 1 2 1 3 2 1 2 1 1 1 1E 3/7 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1

    14E 7/7 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1

    15 E 3/7 1 3 2 2 2 1 1 1 1 1 1

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    52

    Quadro 1 - continuaoE 7/7 2 2 2 3 2 1 1 1 2 1 1E 3/7 2 1 2 2 2 1 1 1 2 1 116

    E 7/7 2 1 2 3 2 1 1 1 2 1 1E 6/7 1 2 1 2 1 1 1 1 1 1 1

    17E 7/7 1 1 2 2 1 1 1 1 1 1 2E 6/7 1 2 2 2 2 2 1 2 2 1 218E 7/7 2 2 2 3 2 2 1 2 2 1 1E 6/7 2 3 3 2 3 1 3 1 1 1 1

    19E 7/7 2 3 3 1 3 1 2 1 1 1 1E 6/7 1 3 3 3 1 1 1 3 1 1 1

    20E 7/7 1 2 3 3 3 1 1 3 1 1 2E 6/7 2 2 3 3 2 2 2 1 1 1 1

    21 E 7/7 2 3 3 3 2 3 2 1 1 1 1E 6/7 1 2 2 2 2 2 1 1 2 1 1

    22E 7/7 1 2 2 2 2 2 1 1 2 1 1E 6/7 2 2 2 2 1 1 1 1 1 1 123E 7/7 2 2 2 2 1 1 1 1 1 1 1E 6/7 1 1 1 1 1 1 1 1 1 2 2

    24E 7/7 1 1 1 1 1 1 2 1 1 2 2E 6/7 1 1 1 2 1 1 1 1 2 1 1

    25E 7/7 1 1 2 1 1 1 1 1 1 1 1

    E 6/7 2 1 1 2 2 1 2 1 1 2 326E 7/7 2 1 1 1 1 1 1 1 1 2 2E 6/7 1 2 2 1 1 1 1 1 1 1 2

    27E 7/7 1 2 1 2 1 1 1 1 1 2 1E 6/7 1 2 2 1 1 1 1 1 2 1 2

    28E 7/7 1 2 2 1 1 1 1 1 2 1 2E 6/7 1 2 3 3 3 1 1 1 1 1 1

    29E 7/7 1 3 3 2 1 1 1 1 2 1 1E 6/7 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1

    30E 7/7 1 1 1 2 1 1 1 1 2 1 1E 6/7 2 1 2 2 2 1 1 1 2 1 1

    31E 7/7 2 1 2 3 2 1 1 1 2 1 1E 6/7 1 1 2 2 1 1 1 1 1 1 2

    32E 7/7 1 2 1 2 1 1 1 1 1 1 1E 6/7 2 2 2 3 2 2 1 1 2 1 1

    33E 7/7 2 2 2 2 2 2 1 1 2 1 2E 6/7 2 3 3 1 3 1 2 1 1 1 1

    34E 7/7 2 3 3 2 3 1 3 1 1 1 1

    E 6/7 1 2 3 3 3 1 1 2 1 1 235 E 7/7 1 3 3 3 1 1 1 3 1 1 1

  • 7/24/2019 Paula Shinzato

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    53

    Quadro 1 - continuaoE 6/7 1 1 2 3 1 1 1 1 1 1 136

    E 7/7 1 2 2 3 2 1 1 1 1 2 1E 6/7 1 2 1 2 1 2 2 2 1 1 1

    37 E 7/7 1 1 1 2 1 2 2 2 1 1 1E 6/7 1 1 2 2 2 1 1 1 1 1 1

    38E 7/7 1 1 1 2 2 1 2 1 1 2 1E 6/7 1 2 1 1 2 1 1 2 1 1 2

    39E 7/7 1 2 2 2 2 1 1 2 1 1 1E 6/7 2 2 2 1 1 2 2 1 1 1 2

    40E 7/7 2 2 2 1 1 2 1 2 1 1 2

    A segunda amostra n=100 instrumentos, obtida na terceira Fase da

    coleta, foi definida estatisticamente, pautada na adoo da tcnica amostral

    aleatria de 30% da populao atendida no Local do Estudo.

    Os dados do Quadro 2 referem-se tabulao da amostra de n=100

    instrumentos, que no utilizou nenhum daqueles instrumentos preenchidos

    anteriormente. Estes dados foram coletados entre os dias 2 e 5 de outubro

    de 2006, no mesmo hospital e, por outros dois enfermeiros, sendo um deles,

    a pesquisadora.

    Quadro 2 Apresentao dos dados coletados na Fase 3 - So Paulo -2006.

    Indicadores CrticosInstrumentos 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 TOTAL1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 112 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 113 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 11

    4 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 115 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 116 1 2 1 1 1 1 1 1 1 1 1 127 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 2 128 1 1 1 1 1 1 2 1 1 1 1 139 1 1 2 1 2 1 1 1 1 1 1 1310 1 1 1 1 1 1 1 1 1 2 2 1311 1 2 1 1 1 1 2 1 1 1 1 1312 1 2 2 1 1 1 1 1 1 1 1 1313 1 2 1 2 2 1 1 1 1 1 1 1414 1 2 1 2 2 1 1 1 1 1 1 1415 1 1 2 2 1 1 1 2 1 1 1 14

    16 1 1 1 1 1 1 1 1 1 2 3 1417 1 2 2 1 1 1 1 2 1 1 1 14

  • 7/24/2019 Paula Shinzato

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    Quadro 2 - continuao18 1 1 1 2 2 2 1 1 1 1 1 1419 1 2 1 1 1 1 2 1 2 1 1 1420 2 1 1 2 2 1 1 1 1 1 1 14

    21 2 2 2 1 1 1 1 1 1 2 1 1522 2 2 2 2 1 1 1 1 1 1 1 1523 1 1 1 2 1 2 2 2 1 1 1 1524 1 2 2 2 1 1 1 2 1 1 1 1525 1 1 1 3 2 1 2 1 1 1 1 1526 1 2 2 1 2 1 1 2 1 1 1 1527 2 2 2 1 1 1 1 2 1 1 1 1528 1 2 2 1 2 1 1 2 2 1 1 1629 1 2 2 2 2 1 1 2 1 1 1 1630 1 2 2 1 2 1 1 1 1 1 1 1631 2 1 2 2 2 1 1 1 2 1 1 1632 2 2 3 1 2 1 1 1 1 1 1 16

    33 2 2 2 1 1 1 2 2 1 1 1 1634 2 2 2 2 2 1 1 1 1 1 1 1635 2 2 2 2 2 1 1 1 1 1 1 1636 1 1 1 1 2 2 2 2 1 2 1 1737 2 2 2 2 2 1 1 2 1 1 1 1738 1 2 2 2 2 1 1 2 1 1 2 1739 1 2 3 2 2 1 1 2 1 1 1 1740 1 3 2 2 2 1 1 2 1 1 1 1741 3 2 2 2 1 1 1 2 1 1 1 1742 2 2 2 2 2 1 1 2 1 1 1 1743 1 2 2 2 2 1 2 1 1 2 1 1744 2 2 2 2 2 1 1 2 1 1 1 1745 2 3 3 1 2 1 1 1 1 1 1 1746 2 3 2 2 2 1 1 1 1 1 1 1747 2 2 2 1 2 2 1 2 1 1 1 1748 3 2 2 2 2 1 1 1 1 1 1 1749 2 2 2 2 2 1 2 2 1 1 1 1850 1 2 2 2 1 2 2 1 2 2 1 1851 2 2 2 2 2 1 2 2 1 1 1 1852 2 3 2 2 2 1 1 2 1 1 1 1853 1 2 3 2 2 2 2 1 1 1 1 1854 2 2 2 2 2 1 2 2 1 1 1 1855 2 2 2 2 2 1 2 2 1 1 1 18

    56 3 2 2 2 2 1 1 2 1 1 1 1857 1 2 1 2 2 1 2 1 1 2 3 1858 1 1 2 3 1 2 2 2 2 1 1 1859 3 2 2 2 2 2 1 2 1 1 1 1960 2 3 2 3 2 1 1 2 1 1 1 1961 2 3 2 3 2 1 1 2 1 1 1 1962 2 2 3 2 2 2 1 2 1 1 1 1963 2 2 2 1 2 1 2 3 1 1 2 1964 2 2 2 2 2 1 2 2 1 1 2 1965 2 2 3 1 1 2 2 1 1 1 3 1966 3 2 3 2 2 1 1 2 1 1 1 1967 2 2 2 2 2 2 2 2 1 1 1 19

    68 2 2 1 2 2 1 3 2 1 1 2 1969 2 3 2 2 3 1 1 2 1 1 1 19

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    Quadro 2 - continuao70 2 2 3 3 2 1 1 2 1 1 1 1971 2 3 2 3 2 1 1 2 1 1 1 1972 2 2 3 2 2 2 1 2 1 1 1 19

    73 3 3 3 2 2 1 1 2 1 1 1 2074 2 3 2 2 2 1 2 2 1 1 2 2075 3 2 3 2 3 1 1 2 1 1 1 2076 3 2 3 2 3 1 1 2 1 1 1 2077 2 3 3 3 3 1 1 1 1 1 1 2078 3 2 2 2 2 2 2 2 1 1 1 2079 2 3 3 2 2 1 1 3 2 1 1 2180 2 3 3 3 3 1 1 2 1 1 1 2181 3 3 3 2 3 1 1 2 1 1 1 2182 3 2 2 2 2 2 3 2 1 1 1 2183 1 3 2 3 3 2 2 2 1 1 1 2184 2 3 3 3 2 1 2 2 1 1 1 21

    85 3 2 3 2 3 2 1 2 1 1 1 2186 2 3 3 2 2 1 3 2 1 1 1 2187 2 3 3 3 2 2 1 2 1 1 1 2188 2 3 3 3 2 1 2 2 1 1 1 2189 2 3 3 2 2 1 3 2 1 1 1 2190 3 2 3 2 2 1 2 3 1 1 1 2191 3 2 2 3 2 2 1 3 2 2 1 2392 3 3 2 3 3 3 2 2 2 1 1 2593 3 3 3 3 3 2 2 3 1 1 1 2594 3 3 3 3 3 3 2 2 2 1 1 2695 3 2 2 3 2 2 2 3 3 3 2 2796 3 3 2 2 3 3 3 3 3 1 1 2797 3 3 2 3 3 3 1 2 3 2 2 2798 3 3 3 3 3 2 2 3 2 2 1 2799 3 3 2 3 3 3 1 2 3 2 2 27100 3 3 3 3 3 3 3 3 3 3 1 31

    Nesta apresentao dos dados, buscou-se o registro das informaes

    obtidas com o preenchimento dos instrumentos, com a finalidade de registrar

    os dados e permitir a anlise dos estudos estatsticos posteriores.

    Assim, em ambos os Quadros foram feitos os apontamentos

    numricos e crescentes dos instrumentos e as respostas assinaladas pelos

    sujeitos indicador a indicador e ainda o escore total obtido.

  • 7/24/2019 Paula Shinzato

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    7 ANLISE E DISCUSSO DOS DADOSCOLETADOS

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    A anlise dos dados ser apresentada seguindo a ordem de critrios

    estatsticos adotados, de acordo com os objetivos propostos de testes de

    concordncia e confiabilidade e de validao do constructo, com asamostras obtidas na Fase 1, n=40 pares de instrumentos e na Fase 3, n=100

    instrumentos preenchidos, da coleta de dados respectivamente.

    7.1 Concordncia e Confiabilidade

    7.1.1 Anlise descritiva divergncias entre as respostas

    O primeiro critrio estatsticoadotado foi da anlise descritiva quepor intermdio da distribuio de freqncias, procura evidenciar as

    divergncias em funo da quantidade de repeties de respostas, quando

    da comparao entre as respostas dos enfermeiros, sujeitos desta fase da

    pesquisa, identificados pelos cdigos alfa-numrico E3/7, E6/7 e E7/7,

    sempre dispostos em pares.

    A apresentao das divergncias, tambm, deu-se por meio da

    freqncia relativa em porcentagem.

    Inicialmente, observou-se a opinio dos enfermeiros em cada um dos

    40 pacientes, buscando identificar onde houve divergncia em relao s

    suas avaliaes.

    Desta maneira, dentre os 440 pares de respostas analisadas (40

    pacientes x 11 indicadores) ocorreram divergncias em 102 respostas, ou

    seja, 23,18% de respostas divergentes, apresentadas nos dados do Quadro

    3.

    Quadro 3 - Anlise descritiva dos resultados obtidos com o Instrumentopara Classificao do Nvel de Dependncia em EnfermagemPsiquitrica - So Paulo - 2006.

    Indicadores Crticos Divergncias /

    Instrumentos Enf. 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 Total Indicadores

    E3/7 1 1 1 1 1 1 1 1 1 2 2 13 5 divergncias1E7/7 2 1 1 2 2 1 2 1 1 2 3 18 (1, 4, 5, 7, 11)

    E3/7 1 2 1 2 1 1 1 1 1 2 1 14 5 divergncias.2E7/7 1 1 2 1 1 1 1 1 1 1 2 13 (2, 3, 4, 10, 11)

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    Quadro 3 - continuaoE3/7 1 2 2 1 1 1 1 1 2 1 2 15 nenhuma

    3E7/7 1 2 2 1 1 1 1 1 2 1 2 15

    E3/7 1 3 3 2 1 1 1 1 2 1 1 17 4 divergncias

    4 E7/7 1 2 3 3 3 1 1 1 1 1 1 18 (2, 4, 5, 9)

    E3/7 1 1 1 2 1 1 1 1 2 1 1 13 2 divergncias5

    E7/7 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 11 (4, 9)

    E3/7 1 2 2 3 2 1 1 2 1 2 1 18 4 divergncias6

    E7/7 1 1 2 3 1 1 1 1 1 1 1 14 (2, 5, 8, 10)

    E3/7 1 1 1 2 1 2 2 2 1 1 1 15 2 divergncias7

    E7/7 1 2 1 2 1 1 2 2 1 1 1 15 (2, 6)

    E3/7 1 1 1 2 2 1 2 1 2 2 1 16 3 divergncias8

    E7/7 1 1 2 2 2 1 1 1 2 1 1 15 (3, 7, 10)

    E3/7 1 2 1 1 2 1 1 2 1 1 3 16 3 divergncias9 E7/7 1 2 2 2 2 1 1 2 1 1 2 17 (3, 4, 11)

    E3/7 2 2 2 2 1 1 1 2 1 1 3 18 5 divergncias10

    E7/7 2 2 3 1 1 2 2 1 1 1 3 19 (3, 4, 6, 7, 8)

    E3/7 1 1 2 1 1 1 1 1 1 2 2 14 4 divergncias11

    E7/7 1 1 1 2 1 1 1 1 1 1 1 12 (3, 4, 10, 11)

    E3/7 2 3 2 2 3 1 1 2 1 1 1 19 2 divergncias12

    E7/7 3 3 3 2 3 1 1 2 1 1 1 21 (1, 3)

    E3/7 1 2 2 2 2 1 2 1 1 2 1 17 3 divergncias13

    E7/7 1 2 1 3 2 1 2 1 1 1 1 16 (3, 4, 10)

    E3/7 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 11 nenhuma14E7/7 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 11

    E3/7 1 3 2 2 2 1 1 1 1 1 1 16 4 divergncias15

    E7/7 2 2 2 3 2 1 1 1 2 1 1 18 (1, 2, 4, 9)

    E6/7 2 1 2 2 2 1 1 1 2 1 1 16 1 divergncia16

    E7/7 2 1 2 3 2 1 1 1 2 1 1 17 4

    E6/7 1 2 1 2 1 1 1 1 1 1 1 13 3 divergncias17

    E7/7 1 1 2 2 1 1 1 1 1 1 2 14 (2, 3, 11)

    E6/7 1 2 2 2 2 2 1 2 2 1 2 19 3 divergncias18

    E7/7 2 2 2 3 2 2 1 2 2 1 1 20 (1, 4, 11)

    E6/7 2 3 3 2 3 1 3 1 1 1 1 21 2 divergncias19

    E7/7 2 3 3 1 3 1 2 1 1 1 1 19 (4, 7)

    E6/7 1 3 3 3 1 1 1 3 1 1 1 19 3 divergncias20

    E7/7 1 2 3 3 3 1 1 3 1 1 2 21 (2, 5, 11)

    E6/7 2 2 3 3 2 2 2 1 1 1 1 20 2 divergncias21

    E7/7 2 3 3 3 2 3 2 1 1 1 1 22 (2, 6)

    E6/7 1 2 2 2 2 2 1 1 2 1 1 17 nenhuma22

    E7/7 1 2 2 2 2 2 1 1 2 1 1 17

    E6/7 2 2 2 2 1 1 1 1 1 1 1 15 nenhuma23

    E7/7 2 2 2 2 1 1 1 1 1 1 1 1524 E6/7 1 1 1 1 1 1 1 1 1 2 2 13 1 divergncia

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    Quadro 3 - continuaoE7/7 1 1 1 1 1 1 2 1 1 2 2 14 7

    E6/7 1 1 1 2 1 1 1 1 2 1 1 13 3 divergncias25

    E7/7 1 1 2 1 1 1 1 1 1 1 1 12 (3, 4, 9)

    E6/7 2 1 1 2 2 1 2 1 1 2 3 18 4 divergncias26

    E7/7 2 1 1 1 1 1 1 1 1 2 2 14 (4, 5, 7, 11)

    E6/7 1 2 2 1 1 1 1 1 1 1 2 14 4 divergncias27

    E7/7 1 2 1 2 1 1 1 1 1 2 1 14 (3, 4, 10, 11)

    E6/7 1 2 2 1 1 1 1 1 2 1 2 15 nenhuma28

    E7/7 1 2 2 1 1 1 1 1 2 1 2 15

    E6/7 1 2 3 3 3 1 1 1 1 1 1 18 4 divergncias29

    E7/7 1 3 3 2 1 1 1 1 2 1 1 17 (2, 4, 5, 9)

    E6/7 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 11 2 divergncias30

    E7/7 1 1 1 2 1 1 1 1 2 1 1 13 (4, 9)E6/7 2 1 2 2 2 1 1 1 2 1 1 16 1 divergncia31

    E7/7 2 1 2 3 2 1 1 1 2 1 1 17 4

    E6/7 1 1 2 2 1 1 1 1 1 1 2 14 3 divergncias32

    E7/7 1 2 1 2 1 1 1 1 1 1 1 13 (2, 3, 11)

    E6/7 2 2 2 3 2 2 1 1 2 1 1 19 2 divergncias33

    E7/7 2 2 2 2 2 2 1 1 2 1 2 19 (4, 11)

    E6/7 2 3 3 1 3 1 2 1 1 1 1 19 2 divergncias34

    E7/7 2 3 3 2 3 1 3 1 1 1 1 21 (4, 7)

    E6/7 1 2 3 3 3 1 1 2 1 1 2 20 4 divergncias35

    E7/7 1 3 3 3 1 1 1 3 1 1 1 19 (2, 5, 8, 11)E6/7 1 1 2 3 1 1 1 1 1 1 1 14 3 divergncias

    36E7/7 1 2 2 3 2 1 1 1 1 2 1 17 (2, 5, 10)

    E6/7 1 2 1 2 1 2 2 2 1 1 1 16 1 divergncia37

    E7/7 1 1 1 2 1 2 2 2 1 1 1 15 2

    E6/7 1 1 2 2 2 1 1 1 1 1 1 14 3 divergncias38

    E7/7 1 1 1 2 2 1 2 1 1 2 1 15 (2, 7, 10)

    E6/7 1 2 1 1 2 1 1 2 1 1 2 15 3 divergncias39

    E7/7 1 2 2 2 2 1 1 2 1 1 1 16 (3, 4, 11)

    E6/7 2 2 2 1 1 2 2 1 1 1 2 17 2 divergncias

    40 E7/7 2 2 2 1 1 2 1 2 1 1 2 17 (7, 8)

    As respostas que no apontaram o mesmo nvel de dependncia

    foram denominadas divergncia, ou seja, tudo que no convergiu para 1/1,

    2/2 ou 3/3, ou seja, nvel de dependncia discreta/discreto,

    intermedirio/intermedirio ou pleno/pleno entre os observadores.

  • 7/24/2019 Paula Shinzato

    59/122

    60

    As divergncias do tipo 1/2, 2/3, 2/1 ou 3/2 foram chamadas

    divergncias leves, enquanto as do tipo 1/3, 3/1 foram consideradas

    divergncias graves.Os dados do Quadro 3 apresentam as respostas dos pares dos

    enfermeiros, indicador a indicador, sinalizando, ainda, o escore total obtido,

    bem como as divergncias registradas.

    Os pares de enfermeiros responsveis pela coleta dos dados,

    confirmaram a simultaneidade na avaliao e no preenchimento dos

    instrumentos, conforme instrues e orientaes da pesquisadora.

    Mesmo com um elevado nmero de divergncias entre as respostasindicador a indicador, notou-se que os escores totais obtidos pelos pacientes

    sinalizam o mesmo nvel de dependncia a todos os integrantes da amostra.

    Segue, na Tabela 1, a relao