perfil do cardiopneumologista

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  • 8/15/2019 Perfil Do Cardiopneumologista

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    Processo de Bolonha

    Parecer da Associação Portuguesa de Cardiopneumologistas 

    APTEC

    Documento de Trabalho

     Novembro 2004

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    Associação Portuguesa de Cardiopneumologistas  __________________________________________________________________________________________________________  

     ___________________________________________________________________Av. Da República, nº 110 - r/c esqº, 1495 - 109 Algés, Portugal

    Tel/fax: 214120733 - Email:[email protected]

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    ÍNDICE 

    1. CONSIDERAÇÕES GERAIS .................................................................2 2. A PROFISSÃO ................................................................................................8 2.1 ACESSO À PROFISSÃO ........................................................................................82.2 ONDE EXERCER....................................................................................................82.3 - ÉTICA EM CARDIOPNEUMOLOGIA ...............................................................93.1 FUNÇÕES ESPECÍFICAS DO CARDIOPNEUMOLOGISTA..........................103.1.1 CARDIOLOGIA .................................................................................................103.1.2 CIRURGIA CARDÍACA....................................................................................163.1.3 PNEUMOLOGIA................................................................................................193.1.4 ANGIOLOGIA....................................................................................................21

    4. FORMAÇÃO DOS CARDIOPNEUMOLOGISTASFACE AO PROCESSO DE BOLONHA ............................................24 

    4.1 - PERFIS E COMPETÊNCIAS DE FORMAÇÃO................................................254.1.1 - Perfis para o exercício profissional ...................................................................254.1.1.1 - Perfis profissionais em Cardiopneumologia ..................................................254.1.2 - Competências gerais e académicas, associadas aos perfis identificados ..........304.1.2.1 - Competências gerais dos graduados de Primeiro Ciclo .................................304.1.2.2 - Competências gerais dos graduados de Segundo Ciclo .................................354.1.2.3 - Competências académicas dos graduados de primeiro ciclo .........................36

    5. ESTRUTURA E DURAÇÃO DE CICLOS DEFORMAÇÃO ..........................................................................................................40 6 . A PROFISSÃO NA EUROPA ............................................................41 7. SUGESTÕES ...................................................................................................44 FONTES DE INFORMAÇÃO E REFERÊNCIA.........................45 

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    1. CONSIDERAÇÕES GERAIS

    Fase inicial

    Existem relatos do final do século XIX, com os estudos de Metier, como por exemplo a

    espirometria, e no princípio do século XX (1902) com o surgimento da electrocardiografia

     para estudar a electrofisiologia cardíaca. A profissão com titulação profissional, encontra a

    sua origem na década de 50 e a sua afirmação plena com a actual designação em finais da

    década de 80.

     Na década de 50 foram criados e desenvolvidos os primeiros serviços de cardiologia, cirurgia

    torácica e laboratórios de função pulmonar em hospitais centrais, tais como, Lisboa, Porto e

    Coimbra. Assim, surge a necessidade da criação de um profissional com o perfil de

    colaborador na área técnica de diagnóstico e terapêutica, aparecendo nesta altura os primeiros

    “técnicos” em cardiologia e pneumologia, recrutados entre o pessoal hospitalar existente.

    Com o desenvolvimento das técnicas médicas criaram-se centros de preparação de técnicos e

    auxiliares dos serviços clínicos (CPTASC) em hospitais centrais e regionais nos anos 1961 e

    1962, com a formação de técnicos e auxiliares dos serviços clínicos em várias especialidades.

     Nestes cursos as vagas eram definidas em função das necessidades existentes, não havendo

    cursos todos os anos, sendo necessário para o ingresso possuir o Curso Geral dos Liceus,

    formando técnicos Cardiografistas e Pneumofisiografistas. Estes profissionais não tinham

    uma carreira profissional estruturada nem um estatuto profissional definido, o que se vem a

    alcançar nos finais da década de 70.

    De acordo com o Decreto-Lei n.º 414/71, de 27 de Setembro, foram criadas as carreiras de

    técnicos auxiliares de laboratório e de técnicos terapeutas. Passados 6 anos, houve a

    necessidade de actualização deste decreto face às novas realidades, não só em relação ao grau

    e categorias, mas também relativamente a vencimentos, surgindo o Decreto Regulamentar n.º.

    87/77, de 30 de Dezembro. Segundo este último, é criada a carreira de técnico auxiliar dos

    serviços complementares de diagnóstico e terapêutica, vigorando nos serviços dependentes do

    Ministério dos Assuntos Sociais. A carreira então, incluía, de entre outros profissionais os

    cardiografistas. O ingresso na carreira era feito pelo grau I , por concurso documental, entre

    os indivíduos habilitados com o curso geral dos liceus ou equivalente e que possuam o curso

    de especialização profissional adequado, de duração inferior a 5 semestres. Este decreto

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     previa a reorganização do ensino destes profissionais e a promulgação de um estatuto

     profissional.

    Face às novas exigências foram criadas em 1982 as escolas técnicas dos serviços de saúde,

    que passaram a ministrar cursos de formação com a duração de 3 anos lectivos, com exigência

    mínima do 11º ano de escolaridade, adequada às novas necessidades dos sectores de

    diagnóstico e da terapêutica clínica, o que já vinha a ser feito pela Escola de Reabilitação do

    Alcoitão. Após 3 anos de funcionamento, as escolas dispunham já de meios humanos,

    materiais, institucionais e organizativos que garantiam uma efectiva qualidade do ensino ali

    ministrado (Decreto-Lei nº 371/82 de 10 de Setembro).

    Fase pós-secundário

    Face às novas exigências foram criados em 1980 os Centros de Formação dos Técnicos

    Auxiliares de Diagnóstico e Terapêutica que passaram a ministrar cursos de formação com a

    duração de 3 anos lectivos, com exigência preferencial do 11º ano de escolaridade e que em

    1982 se transformariam nas escolas técnicas dos serviços de saúde, adequadas às novas

    necessidades dos sectores de diagnóstico e da terapêutica clínica, o que já acontecia com aEscola de Reabilitação do Alcoitão. Após 3 anos de funcionamento, as escolas dispunham já

    de meios humanos, materiais, institucionais e organizativos que garantiam uma efectiva

    qualidade do ensino ali ministrado (Decreto-Lei nº 371/82 de 10 de Setembro).

    Reestruturando a carreira de técnico de diagnóstico e terapêutica aparece o Decreto-

    Lei n.º. 384-B/85, de 30 de Setembro, para dar uma resposta às diversas alterações na área da

    tecnologia médica, especialmente na área de diagnóstico e terapêutica. Segundo este decreto,

    é criada a carreira de técnico de diagnóstico e terapêutica que integra funções de naturezatécnica e, para efeitos de estruturação dos respectivos quadros de pessoal, insere-se no grupo

    de pessoal técnico. Aparece assim, pela primeira vez, o técnico de cardiopneumografia

    resultante da fusão entre técnico de cardiografia e pneumofisiografista. No referido decreto,

    há ainda o enquadramento profissional do técnico de diagnóstico e terapêutica, segundo o

    qual o técnico actua integrado numa equipa de saúde, enquadrada e sob prescrição do

    respectivo elemento médico e técnico superior .

    Ainda segundo este decreto, o ingresso na carreira de técnico de diagnóstico e terapêutica faz-

    se pela categoria de técnico de 2ª classe, mediante concurso de avaliação curricular, ao qual

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     podiam concorrer os indivíduos diplomados com o curso de formação profissional ministrado

    nas escolas. Os técnicos de diagnóstico e terapêutica habilitados com o Curso Complementar

    de Ensino e Administração podiam ter funções docentes, cabendo-lhes a regência das

    disciplinas com conteúdo programático adequado às respectivas habilitações. Os técnicos que

    não dispunham de habilitações para exercer funções docentes, poderiam exercer funções de

    monitores nas mesmas escolas, cabendo-lhes exclusivamente o acompanhamento de discentes

    em estágios e no decurso de aulas práticas, sempre sob supervisão dos professores.

    Pela Portaria n.º. 256-A/86, de 28 de Maio são aprovadas as definições do conteúdo

    funcional e das competências técnicas relativas às profissões indicadas no Decreto-Lei n.º.

    384-B/85, de 30 de Setembro, e às categorias da carreira de técnico de diagnóstico e

    terapêutica, respectivamente. Pela portaria, as profissões referidas distribuem-se pelos

    seguintes ramos: dietológico, laboratorial, radionuclear, oficinal e registográfico. Sendo este

    último o ramo onde o técnico de cardiopneumografia se encontra integrado. O técnico de

    cardiopneumografia actua no âmbito da cardiologia, angiologia, pneumologia e cirurgia

    torácica. Executa e regista actividades cardiopneumovasculares do doente, designadamente

    electrocardiogramas, fonomecanogramas, ecocardiogramas e vectocardiogramas. Nas áreas de

     pacing cardíaco, electrofisiologia e hemodinâmica actua e colabora na análise, medição eregisto de diversos valores e parâmetros. Determina pulsos arteriais e venosos. No laboratório

    de exploração funcional tem como funções a realização de espirogramas, pneumotacogramas,

     pletismogramas, provas ergométricas, provas farmacodinâmicas e gasometria arterial.

    Assegura a preparação do doente para os exames e verifica o correcto estado de

    funcionamento dos aparelhos. Colabora na implantação da técnica (ou técnicas) dentro do

    serviço a que pertença, nomeadamente na organização de organigramas, montagem e

    manuseamento de arquivos.Para regulamentar o exercício das actividades profissionais de saúde surge o Decreto-Lei n.º.

    261/93, de 24 de Julho, segundo o qual a cardiopneumografia é definida como centrada no

    desenvolvimento de actividades técnicas para o estudo funcional e de capacidade

    anatomofisiopatológica do coração, vasos e pulmões, e de actividades ao nível de

     programação, aplicação de meios do diagnóstico e sua avaliação, bem como no

    desenvolvimento de acções terapêuticas específicas, no âmbito da cardiologia, pneumologia e

    cirurgia cardiotorácica.

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    O bacharelato

    O Decreto-Lei n.º. 415/93, de 23 de Dezembro veio estabelecer a integração da formação na

    área das tecnologias da saúde no sistema educativo nacional ao nível do ensino superior

     politécnico. Fazendo referência ao desenvolvimento e evolução das tecnologias da saúde com

    a necessidade de melhorar os padrões de qualidade das prestações de saúde, na qual se têm

    associado modelos compatíveis de formação de profissionais de saúde. Tendo sido elaborados

     planos de estudos e programas adequados, com vista a permitir uma qualificada prestação de

    serviços especializados de pesquisa, investigação, concepção e aplicação de métodos e

    técnicas científicos á educação para a saúde e á prevenção da doença e ao tratamento,

    reabilitação e reinserção dos utentes dos serviços de saúde na comunidade. Pelo presente

    Decreto-Lei, as Escolas Técnicas dos Serviços de Saúde de Coimbra, de Lisboa e do Porto são

    integradas ao nível do ensino superior politécnico, passando a designar-se respectivamente,

     por Escola Superior de Tecnologia da Saúde de Coimbra, de Lisboa e do Porto. Estas escolas

    designadas por ESTES, são dotadas de personalidade jurídica e gozam de autonomia

    científica, pedagógica, administrativa e financeira. Ficando o ensino nelas ministrado sob a

    tutela dos Ministros da Educação e da Saúde, e a sua gestão administrativa ficando sob a

    tutela do Ministro da Saúde. Sendo feita a admissão aos cursos de bacharelato ministrados nasESTES pelas regras gerais de acesso ao ensino superior politécnico. Este decreto é de grande

    importância pois ao permitir a integração do ensino nas tecnologias da saúde no sistema

    educativo nacional, no quadro do ensino superior politécnico deu possibilidade aos cursos

    ministrados nas escolas técnicas dos serviços de saúde atingirem o grau de bacharel.

    Esta integração dos cursos da ESTES ao nível do ensino superior politécnico levou a

    alterações significativas, de ordem institucional e curricular, nas antigas instituições e cursos

    que se dedicavam ao ensino daquelas tecnologias específicas. Tendo a Portaria n.º. 791/94, de5 de Setembro o objectivo de definir com maior precisão á criação e regulamentação dos

    cursos que a ESTES pode ministrar sendo eles: Análises Clínicas e Saúde Pública; Anatomia

    Patológica, Citológica e Tanatológica; Audiometria; Cardiopneumologia; Dietética; Farmácia;

    Fisioterapia; Higiene e Saúde Ambiental; Medicina Nuclear; Neurofisiografia; Ortoprotesia;

    Ortóptica; Radiologia; Radioterapia; Terapêuta da Fala; e Terapêuta ocupacional. A

    aprovação nas unidades curriculares que integram os planos de estudos dos cursos referidos

    anteriormente confere o grau de bacharel. À candidatura aos cursos aplica-se o regime geral

    de candidatura à matrícula e inscrição nos estabelecimentos e cursos do ensino superior,

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    estando a matrícula e inscrição em cada curso, e em cada escola sujeita a limitações

    quantitativas, fixadas anualmente por despacho dos Ministros da Educação e da Saúde, sob

     proposta dos órgãos competentes da escola. A duração dos cursos é então de 3 anos.

    Actualmente e para estabelecer o estatuto legal da carreira de técnico de diagnóstico e

    terapêutica aparece o Decreto-Lei n.º. 564/99, de 21 de Dezembro, actualizando o que estava

    regulado pelo Decreto-Lei nº 384-B/85, de 30 de Setembro, por haver necessidade de um

    novo estatuto de carreira para estes profissionais, devido à reformulação do ensino e sua

    integração no ensino superior politécnico. Tendo grande importância pois visa dotar a carreira

    de técnico de diagnóstico e terapêutica de um estatuto que melhor evidencie o papel dos

     profissionais no sistema de saúde, como agentes indispensáveis para a melhoria da qualidade

    e eficácia da prestação de cuidados de saúde, adoptando uma escala salarial adequada aos

    níveis de formação anteriormente consagrados e a um desempenho profissional que revela de

    crescente complexidade e responsabilidade. Segundo este Decreto-Lei a alteração pontual que

    ora se leva a efeito tem subjacente o reconhecimento da necessidade de uma reestruturação

    mais aprofundada que compatibilize o respectivo exercício com o processo de reforma do

    ensino em curso, entretanto reflectido no novo grau académico previsto na Portaria n.º. 505-

    D/ 99, de 15 de Julho, e que proceda à reavaliação das designações, quer da carreira quer das profissões que a integram, de modo a que fiquem de acordo com o seu grau de

    desenvolvimento. Neste decreto, a carreira de técnico de diagnóstico e terapêutica enquadra

    um conjunto de profissionais detentores de formação especializada de nível superior. A

    carreira de técnico de diagnóstico e terapêutica constitui, nos termos da lei, um corpo especial.

    A estrutura da carreira de técnico de diagnóstico e terapêutica desenvolve-se pelas categorias

    de técnico de 2.ª classe, técnico de 1.ª classe; técnico principal, técnico especialista e técnico

    especialista de 1.ª classe, às quais correspondem funções da mesma natureza e crescentecomplexidade e responsabilidade.

    A Licenciatura

    Pela Portaria n.º 3/2000, de 4 de Janeiro, é aprovado o Regulamento Geral dos Cursos

    Bietápicos de Licenciatura em Tecnologias da Saúde, proporcionando não só aos alunos que

    frequentam as ESTES como também aos profissionais a possibilidade de obter o grau de

    Licenciatura, sendo para isso necessário a frequência de mais um ano curricular.

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    A transição das escolas politécnicas não integradas, como as ESTES, para a tutela do

    ministério da educação e respectiva integração em estabelecimentos do ensino superior foi

    estabelecido através do Decreto-Lei n.º 99/2001, de 28 de Março. Este decreto é de fulcral

    importância no desenvolvimento e qualificação dos recursos humanos da saúde uma vez que

    contribui decisivamente para a melhoria dos padrões de qualidade do ensino e do

    correspondente exercício profissional.

    Recentemente, deu-se mais um passo importante na qualidade do ensino dos formandos em

    Tecnologias da Saúde, com a integração das ESTES nos Institutos Politécnicos das suas

    localidades, pelo Decreto-Lei nº175/20041.

    1 de 21 de  Julho 

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     2. A PROFISSÃO

    DESIGNAÇÃO ACTUAL: TÉCNICO DE CARDIOPNEUMOLOGIA 

    DESIGNAÇÃO PROPOSTA: CARDIOPNEUMOLOGISTA (Designação já adoptada pela a associação

     profissional) 

    2.1 ACESSO À PROFISSÃO

    É permitido o acesso á profissão a titulares de:

    Curso Superior de Cardiopneumologia, ministrado nas Escolas Superiores de

    Tecnologia da Saúde;

    Curso Superior de Cardiopneumologia ministrado noutro estabelecimento de

    ensino superior, desde que legalmente reconhecido por despacho conjunto

    dos Ministérios da Saúde, da Educação e do Trabalho e Solidariedade;

    Reconhecimento legal da profissão, de acordo com a legislação comunitária e

    o direito interno português, quando se trate de cidadãos de Estados membros

    da União Europeia;

    Cédula profissional, com o título profissional de Técnico de

    Cardiopneumologia, a requerer junto do Ministério da Saúde (Decreto-Lei nº

    320/99 de 11 de Agosto, Artigo 4º).

    2.2 ONDE EXERCER

    O Cardiopneumologista pode exercer as suas funções em instituições de saúde públicas e

     privadas, tais como:

    Unidades hospitalares;

    Centros de saúde;

    Clínicas;

    Centros ou institutos de diagnóstico e terapêutica;

    Centros desportivos;

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    Empresas de comercialização de equipamentos hospitalares (áreas de

    marketing e vendas );

    Além das instituições mencionadas anteriormente, o cardiopneumologista

     pode exercer também funções docentes e de investigação em instituições do

    ensino superior.

    2.3 - ÉTICA EM CARDIOPNEUMOLOGIA

    A Ética em Cardiopneumologia centra-se no relacionamento com doentes do foro cardio-

    respiratório que ainda são entendidos como doentes especiais, quer pelos próprios quer pelos

    familiares. Aos poucos, este sentimento vai diminuindo mas, em muitos casos, a qualidade devida destes doentes é muito afectada, e os próprios métodos de estudo, por sofisticados, criam

    no doente situações de expectativa que exigem o apoio dos profissionais. Com frequência, é

    no profissional de Cardiopneumologia que ele procura o confidente, em resultado de não ter

    coragem de colocar ao médico certos problemas e dúvidas. Quer o doente do foro cardíaco

    quer o do foro respiratório são indivíduos ansiosos, a necessitar de apoio psicológico ou

    mesmo psiquiátrico e deve haver o discernimento para encaminhar o doente para o local de

    tratamento. Colocam-se também as prevalências nos cuidados nas aplicações das Tecnologias

    necessárias, de modo a provocar no doente o mínimo sofrimento e dor. O desenvolvimento

    de actividades tecnológicas para o estudo funcional e de capacidade anatomofisiológica do

    coração, vasos e pulmões e de actividades ao nível da programação, aplicação de meios de

    diagnóstico e sua avaliação, bem como no desenvolvimento de acções terapêuticas

    específicas, no âmbito da cardiologia, pneumologia e cirurgia cardiotorácica colocam, per si,

     problemas específicos em que se destaca a frequência da sala de operações.

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    3. A CARREIRA DO TÉCNICO DE DIAGNÓSTICO E

    TERAPÊUTICA - FUNÇÕES GERAIS

    O técnico de diagnóstico e terapêutica desenvolve a sua actividade no âmbito da prestação de

    cuidados e gestão, competindo-lhe, designadamente o que vem mensionado no Decreto-Lei

    n.º 564/99, de 21 de Dezembro.

    3.1 FUNÇÕES ESPECÍFICAS DO CARDIOPNEUMOLOGISTA

    As actividades específicas destes profissionais são caracterizadas por uma forte componente

    tecnológica que justifica por si só a especialização.

    O cardiopneumologista aplica métodos e técnicas de diagnóstico em medicina através de

    equipamentos com uma base electrónica e informática, em alguns casos com elevado grau de

    sofisticação, com vista a obter imagens que permitam fazer o diagnóstico médico. Actividades

    que pressupõem conhecimento aprofundado do sistema de funcionamento dos equipamentos

    no que se refere aos princípios , aplicações e componentes.

    A execução das actividades requer das parte dos técnicos a aplicação de algoritmos quando da

    execução dos procedimentos respeitantes ao funcionamento do equipamento, capacidade de

    descodificação e interpretação de linguagens transmitidos pelos mesmos e reconhecimento e

    interpretação dos resultados, de modo a avaliar e melhorar a qualidade de imagem.

    3.1.1 CARDIOLOGIA

    a) Electrocardiologia

    O electrocardiograma (E.C.G.) é o registo gráfico dos potenciais eléctricos produzidos pelo

    tecido cardíaco, devendo o Cardiopneumologista explicar ao doente o tipo de exame que vai

    ser realizado para evitar a ansiedade do doente. O Cardiopneumologista deverá verificar o

    estado de funcionamento do equipamento e proceder à sua calibração.

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    O E.C.G. está indicado na detecção de ritmos cardíacos anormais, defeitos na condução de

    impulsos eléctricos, espessamento das paredes do músculo cardíaco e identificação de áreas

    do músculo cardíaco lesadas, entre outras.

    O Cardiopneumologista pode fazer um registo diferenciado efectuando manobras de

    “Valsalva”, tiras de ritmo, selecção de outras derivações de acordo com o pré-diagnóstico,

    com a análise imediata do exame ou ainda de acordo com a idade, para um melhor

    esclarecimento face aos resultados do exame

    Sendo este exame de fácil execução é na análise imediata deste que o Cardiopneumologista

    tem um papel fundamental na detecção de situações de carácter de urgência para uma rápida

    orientação do doente.

    Após realização do exame deverá ser elaborado um relatório técnico.

     b) Electrocardiograma de Esforço

    O electrocardiograma de esforço é um exame não invasivo que consiste na realização de um

    esforço padronizado, habitualmente em passadeira rolante, durante o qual se registam vários

     parâmetros. Neste exame o coração é submetido ao stresse pelo exercício, de maneira a evidenciar sinais

    ou sintomas não existentes ou minimamente existentes em repouso.

    Esta prova está indicada no diagnóstico e avaliação prognóstica de doença coronária,

    no estudo de arritmias induzidas pelo esforço e na avaliação após revascularização.

    O exame é efectuado pelo Cardiopneumologista sob supervisão de um médico cardiologista,

    em que o técnico explica ao doente o tipo de exame que vai realizar, monitoriza o doente

    colocando os eléctrodos no tórax do doente para registo do ECG, e coloca uma braçadeira para medição da pressão arterial.

    O doente inicia a marcha sobre a passadeira, e consoante o protocolo utilizado (como por

    exemplo, o protocolo de Bruce) existe um aumento da velocidade e da inclinação ao longo da

     prova, havendo uma visualização permanente por parte do Cardiopneumologista, do registo

    do ECG, avaliação da pressão arterial antes, durante e após o esforço, bem como avaliação

    dos sintomas e sinais clínicos e capacidade funcional.

    O exame é terminado quando são atingidos os objectivos pretendidos ou aparecerem

    alterações que determinem a sua interrupção.

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    c) Electrocardiograma de Holter

    A monitorização electrocardiográfica de ambulatório (Holter) é um método não invasivo

    largamente utilizado para a avaliação de arritmias cardíacas e isquémia sintomática ou

    assintomática durante as actividades físicas e emocionais no quotidiano do indivíduo, por um

     período de vinte e quatro ou quarenta e oito horas. Além destas indicações também tem

     bastante utilidade na avaliação terapêutica (anti-arritmicos, anti-anginosos), na avaliação da

    função do pacemaker e cardioversor desfibrilhador implantável (CDI), na avaliação

    diagnostica de sintomas, tais como, síncopes, lipotímias e tonturas e na variabilidade da

    frequência cardíaca.

    É importante a explicação sobre os objectivos do exame, regras de utilização e preservação do

    equipamento. Acompanha o doente um diário onde ele regista qualquer evento que possa

    sentir, assim como a hora de deitar e levantar.

     Na avaliação do exame o Cardiopneumologista procede à pré-leitura dos resultados

    registados, através de software apropriado, relacionando-os com o diário de eventos e observa

    registo, seleccionando e identificando o que mais convém para documentar o exame,

    elaborando no final o relatório.

    d) Monitorização Ambulatória da Pressão Arterial (MAPA)

    A monitorização ambulatória da pressão arterial é um método não invasivo, pelo qual

    múltiplas e indirectas medidas da pressão arterial são realizadas automaticamente.

     Normalmente a duração do exame é de um dia (podendo ir até três dias) e não deve interferir

    nas actividades diárias do indivíduo. As principais indicações para o emprego clínico da

    MAPA são a hipertensão arterial (HTA) da bata branca, HTA de difícil controlo/ refractária,HTA paroxística e sintomas hipotensivos em doentes sob terapêutica anti-hipertensora.

    Para a realização do exame o Cardiopneumologista deverá colocar uma braçadeira de largura

    adequada no braço não dominante, do doente, de acordo com a circunferência do braço. O

    aparelho é programado para fazer leituras com intervalos de quinze a trinta minutos, este

     período poderá ser programado de maneira diferente de acordo com o objectivo do exame.

    Deve-se informar o doente para manter, sempre que possível, o braço estendido cada vez que

    se inicia uma medição, além disso, deverá saber que a braçadeira é insuflada periodicamente

    e, no caso de ocorrer falha na medição, o aparelho realizará uma outra. É dado também ao

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    doente um diário de registo de eventos em que deverá apontar os sintomas que eventualmente

    venham a ocorrer e respectivos horários, horário em que adormeceu e em que acordou. No

    caso de tomar medicamentos, deverá registar o que tomou e quando.

    Posteriormente são analisados os registos, através de software apropriado, dando informação

    objectiva do estudo.

    e) Ecocardiografia Transtorácica

    A ecocardiografia é uma técnica não invasiva baseada na utilização de ultra-sons para o

    estudo da anatomia do coração.Antes de iniciar o exame, o Cardiopneumologista deverá explicá-lo ao doente. Este deverá

    estar deitado em decúbito dorsal esquerdo e monitorizado com ECG de referência.

    Para a visualização de imagens existe o modo-M que dá uma visão unidimensional do

    coração, sendo esta a sua limitação. Contudo, o seu uso tem sido de grande utilidade nas

    medições das cavidades e estruturas parietais, como a espessura do septo e parede posterior,

     bem como variações temporais dessas estruturas, folhetos valvulares e pericárdio.

    Através da ecocardiografia bidimensional consegue-se adivinhar, em tempo real, a forma das

    estruturas cardíacas. 

    Pode-se obter informação adicional através do eco Doppler, que se baseia no efeito Doppler,

    dando informações e permitindo o registo da maneira como o sangue se move dentro do

    sistema cardiovascular, assim permite o estudo da velocidade, direcção e organização dos

    fluxos. Existem dois tipos de Doppler, o contínuo e o pulsado, sendo que o primeiro permite

    estudar qualquer ponto do coração e é óptimo para medir velocidades sem se obter alliasing, e

    o último permite fazer um estudo em profundidade não medindo altas velocidades, ocorrendo

    neste caso alliasing. A investigação do fluxo sanguíneo é feita a partir de uma imagem

     bidimensional, para que o volume da amostragem possa ser posicionado o melhor possível,

     paralelamente à corrente sanguínea.

    Após a realização do exame, é elaborado um relatório técnico.

    Os resultados dos exames, no que respeita à qualidade da imagem, dependem da perícia dos

    técnicos, nomeadamente, da capacidade para melhorar as condições de visualização das

    imagens, colocando em evidência os sinais duvidosos, e seleccionar as imagens mais

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    importantes para o diagnóstico. É portanto, uma técnica que exige experiência, habilidade e

    compreensão das necessidades de um ecocardiograma adequado.

    f) Ecocardiografia Transesofágica

    A ecocardiografia transesofágica (ETE) é uma técnica invasiva que pode fornecer excelentes

    imagens do coração em doentes de díficil avaliação, devido à configuração do tórax, na

    ecocardiografia transtorácica. Além disso, existem outras patologias com indicação para

    ETE, tais como, dissecção aórtica, para diagnóstico das massas intracardíacas e da fonte

    embolígena, patologias valvulares, cardiopatias congénitas, uso intra e pós operatório e

    quando existe uma má janela.

    O doente deve ser informado pelo Cardiopneumologista, de como irá ser feito o exame. O

    doente deve ser pré-medicado com anestesia tópica e no caso de muita agitação ou ansiedade

    deve ser sedado.

    A realização deste exame, inicia-se com a aplicação do bucal na boca do doente, sendo

    introduzida a sonda, pelo médico, que vai produzir imagens do coração com qualidade

    superior ao exame convencional, uma vez, que o feixe de ultra-sons apenas transpõe a fina

     parede do esófago, sendo as imagens visualizadas de acordo com o ângulo da sonda.

    O técnico faz a manipulação por controlo dos comandos do ecocardiógrafo para obtenção de

    imagens e medições necessárias, e está atento ao registo electrocardiográfico.

    g) Hemodinâmica

    O estudo hemodinâmico é um método de diagnóstico e terapêutico que utiliza técnicasinvasivas para obtenção de dados funcionais e anatómicos das várias cardiopatias. É através

    do cateterismo que se faz o estudo da dinâmica circulatória cardíaca, que consiste na inserção

    de catéteres radiópacos sob controlo fluoroscópico e monitorização electrocardiográfica,

    seguindo o trajecto das artérias e veias periféricas até às cavidades cardíacas e grandes vasos.

    O cateterismo permite a visualização radiológica das cavidades cardíacas e grandes vasos

    através da injecção de produto de contraste pelo catéter, obtenção de curvas de pressão para

    avaliação de gradientes e eventos que fazem parte do ciclo cardíaco, e colheita de amostras de

    sangue para saturações e cálculo do débito cardíaco.

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     No laboratório de hemodinâmica os Cardiopneumologistas que estão inseridos numa equipa

    que, normalmente, é constituída por médicos, enfermeiros e técnicos de radiologia. Dentro da

    equipa, o técnico assume funções de: monitorização electrocardiográfica do doente; apoio

     psicológico ao doente para diminuir a sua ansiedade explicando os objectivos do exame;

     preparação de soros e montagem do sistema de transdutores; calibração dos transdutores e

    oxímetros; verificação e preparação do desfibrilhador; selecção do material e sua abertura

     para a mesa; registo de pressões e cálculo de alguns parâmetros; análise das curvas de

     pressões após o exame.

     Na equipa onde o Cardiopneumologista está integrado verifica-se um elevado grau de

    interajuda, atingindo assim, os resultados pretendidos.

    h) Pacing

    Para tratar anomalias a nível do sistema de condução do coração e aumentar assim a qualidade

    de vida dos doentes e a taxa de sobrevida, surge como boa alternativa a implantação de um

     pacemaker.

    O pacemaker é um dispositivo electrónico, que na sua versão implantável é hermético e emite

    uns breves impulsos eléctricos para que haja contracção do coração. As impulsos eléctricos

    alcançam o coração através de um eléctrodo, que está em contacto com o endocárdio do

    ventrículo direito ou cravado no epicárdio de qualquer um dos ventrículos.

     Na implantação do pacemaker, o Cardiopneumologista actua inserido numa equipa

    constituída por um médico, um enfermeiro e um técnico de radiologia; e tem como funções a

     preparação do material, monitorização do doente, explicação ao doente do procedimento aefectuar, avaliação do correcto posicionamento do eléctrodo e programação das

    funcionalidades do pacemaker.

    Após a implantação do pacemaker, o doente é seguido nas consultas de follow-up, em que o

    Cardiopneumologista avalia a função sensing, pacing e pseudodisfunções através da análise

    do ECG e se necessário procede à sua reprogramação.

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    3.1.2 CIRURGIA CARDÍACA

    A cirurgia cardíaca abrange uma série de intervenções cujo objectivo é a correcção total ou parcial das malformações congénitas, das cardiopatias valvulares e das cardiopatias

    coronárias. Esta cirurgia é possível, hoje em dia, devido à existência da circulação

    extracorporal (CEC) mediante a qual se substitui temporariamente as funções dos pulmões e

    do coração enquanto estes orgãos ficam excluídos da circulação, através de máquinas,

    aparelhos, circuitos e técnicas.

    a) Circulação Extracorporal

    O princípio da CEC consiste em desviar o sangue do coração direito para um sistema

    mecânico que o filtra, promove a sua oxigenação e regula a sua temperatura substituindo as

    funções dos pulmões. Quando transformado em sangue arterial, regressa à circulação

    sistémica com o auxílio de uma bomba, que substitui a função do coração. A CEC não apenas

    substitui as funções cardiopulmonares, mas ao mesmo tempo, preserva a integridade celular, a

    estrutura, a função e o metabolismo dos órgãos e sistemas do indivíduo durante operações

    complexas e demoradas.

    O Cardiopneumologista (Perfusionista) actua numa equipa que actua no bloco operatório é

    constituída por cirurgiões, anestesistas, enfermeiros.

    Sendo a perfusão uma técnica extremamente complexa e de vital importância para o doente,

    são necessários meios humanos à sua altura., surgindo assim , com uma função extremamente

    activa e precisa, o perfusionista.

    O perfusionista tem como funções:

    Planear, Preparar, Analisar e utilizar meios tecnológicos em perfusão Cardiovascular  CEC convencional em Adultos Pediátricos e Infantis

    Dispositivos de bombeamento sanguíneo

    Filtração sanguínea

    Trocas Gasosas

    Dispositivos de trocas gasosas (oxigenadores)

    Hemodiluição

    Preservação miocárdica

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    Técnicas de Hipotermia

    Circuitos de perfusão

    Técnicas de conservação de sangue

    Manejo da coagulação

    Reaproveitamento Sanguíneo peri-operatório

    Hemofiltração/ Hemoconcentração

    Meios de Assistência Cardio-Respiratória

    Bypass esquerdo e/ou Direito

    Assistência ventricular

    ECMO

    Coração artificial

    Protecção Miocárdica

    Monitorização do paciente em CEC

    Monitorização hemodinâmica e cardiovascular

    Sinais vitais

    Qualidade da perfusão

    Monitorização e análise de gases e química do sangue Monitorização e analise de parâmetros hematológicos

    Monitorização e analise de parâmetros de anticoagulação

    Dispositivos de segurança (sensor de nível e microembolos)

    Administração de fármacos, componentes sanguíneos, e agentes anestésicos via

    circuito de cec

    Transplantação hepática

    Perfusão isolada de membros/órgãos Circulação extracorporal em Neurocirurgia

    Preservação de órgãos

    Tecnologias de intervenção e análise em electrofisiologia cardíaca

    Medição e analise de fluxos de enxertos coronários

    Assistência cirúrgica

    ECG

    Ecocardiografia transesofágico

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    Gestão, Formação e Controlo

    Gestão de stocks

    Escolha de materiais e equipamentos

    Manutenção de equipamentos

    Gestão de pessoal

    Gestão e manutenção de base de dados informatizados

    Coordenação das actividades tecnológicas e científicas da sua responsabilidade

    Colaboração com outros elementos da equipa multidisciplinar, no sentido de orientar

    diversas actividades do serviço, evitando faltas de coordenação entre sectores e

    estratos profissionais

    Elaboração e participação em estudos de ordem cientifica e tecnológica

    Participação em órgãos de gestão

    Participação em órgãos de controlo:

    o Comissões de qualidade

    o Comissões de infecção e esterilização, e outras

    Corpo de Saberes Próprios do Cardiopneumologista enquanto Perfusionista

     Noções aprofundadas em: Anatomia, Fisiologia, e patologia

    Cardiovascular, pulmonar, hematologia,

    Imunologia, renal e hepática, neurológica e outras

    Química, Farmacologia e Farmacocinética

    Matemática e Biofísica

    Perfusão Cardiovascular Biocompatibilidade

    Suporte cardio-respiratório artificial

    Gestão de eventos catastróficos em CEC

    Esterilização e técnica asséptica

    Técnicas operatórias cardíacas

    Anestesia e reanimação

    Qualidade e segurança

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    o Aerossoloterapia

    o Oxigenoterapia 

    O Cardiopneumologista assume um papel fundamental no laboratório de provas funcionais

    respiratórias, pois é ele quem recebe o doente, explica o tipo de exame que irá efectuar e

    durante a realização das manobras o incentiva para uma boa colaboração resultando numa

    maior fiabilidade do exame, fazendo uma interpretação sumária do exame e elaborando um

    relatório técnico.

     b) Polissonografia

    A polissonografia é uma técnica que consiste no registo, análise e interpretação de parâmetros

    fisiológicos (neurofisiológicos e cardiorespiratórios), colhidos simultaneamente num

    laboratório do sono, para poder detectar distúrbios durante o sono.

    Este estudo tem, normalmente, duas funções: o diagnóstico e a terapêutica. O diagnóstico

    efectua-se na primeira parte da noite, enquanto que a terapêutica se efectua, se necessário, no

    resto da noite.O Cardiopneumologista recebe o doente aquando da sua chegada ao laboratório, explicando o

    tipo de exame a que vai ser submetido, e questiona-o sobre alguns aspectos do seu historial

    clínico (sintomas sugestivos da doença, padrão de sono e vigília, horário laboral e hábitos

    alcoólicos e medicamentosos). Para a avaliação da hipersonolência diurna o doente preenche

    um questionário padronizado, sendo o mais utilizado a Escala de Epworth. Posteriormente

     procede à monitorização do doente para registo de electroencefalograma (EEG),

    electrooculograma (EOG), electromiograma (EMG), fluxo aéreo oronasal, movimentostoracoabdominais, saturação de oxigénio, ECG e posição corporal.

    Após o diagnóstico de Síndrome de Apneia e Hipopneia Obstrutiva do Sono (SAHOS) passa-

    se à terapêutica utilizando, por exemplo, o CPAP que promove uma pressão positiva contínua,

    mantendo as vias aéreas abertas durante o sono através de um tubo e máscara nasal. O CPAP

    vai sendo aferido até à ausência de eventos patológicos, estando neste momento com as

     pressões indicadas para utilização no domicílio.

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    3.1.4 ANGIOLOGIA

    A angiologia é uma técnica não-invasiva, que permite examinar os vasos sanguíneos, arteriais

    e venosos, através do eco-Doppler que utiliza os ultra-sons para obter imagens dos vasos a

    examinar, e avaliar o fluxo sanguíneo dentro destes. A informação é visualizada sob a forma

    de gráficos (Doppler pulsado) ou a cores (Doppler codificado a cores).

    O Cardiopneumologista na vertente da Angiologia “ou da investigação vascular”, programa,

    aplica, avalia e desenvolve tecnologias não invasivas, ou minimamente invasias, no âmbito da

    ultrassonografia que possibilitem o conhecimento e estudo da fisiologia e fisiopatologiavascular.

    Realiza as diversas técnicas ultrassonográficas dirigidas ao estudo da patologia cerebro-

    vascular de rotina, troncos vasculares supra-aórticos, circulação intracraniana, executando e

    analisando em tempo real a monitorização por Doppler Transcraniano da perfusão e

    microembolização cerebral durante procedimentos cirúrgicos vasculares, cardíacos, entre

    outros.

    Actua em unidades de cuidados intensivos na monitorização da perfusão cerebral. Realiza

    ainda, toda a investigação vascular no sector abdominal, torácico, membros inferiores e

    superiores.

     No âmbito da sua actividade pluridisciplinar desenvolve actividade científica na área das

    tecnologias da saúde, liderando e ou participando em projectos de investigação, aplicando e

    desenvolvendo tecnologias para um melhor conhecimento dos fenómenos fisiopatológicos

    vasculares, integrando equipes multidisciplinares, no âmbito das áreas clínicas da Cirurgia

    Vascular, Cirurgia Cardio-torácica, Neurologia, Neurocirurgia, Neuroradiologia, Cardiologia,

    Oftalmologia, Medicina Interna e Intensiva, entre outras.

    Corpo de Saberes Próprios:

    - UltrassonoAnatomofiosiologia

    - UltrassonoFisiopatologia

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    - Ultrasom e Imagiologia Vascular

    - Instrumentação e electrónica em ultrasons

    - Efeito de Doppler

    - Transdutores de ultrasons

    - Formação da imagem do som

    - Formação e avaliação da imagem ecográfica vascular

    - Análise espectral do fluxo vascular

    - Formação e avaliação da imagem codificada a cor

    - “Power” Doppler e Doppler Colorido

    - Formação e avaliação da imagem a três e quatro dimensões

    - Pletismografia

    - Controle de qualidade em ultrassonografia

    - Optimização do sinal ultrassonografico

    - Agentes de Contraste em ultrassonografia

    - Patologia Cerebro-Vascular Ultrassonografia Cabeça e Pescoço

    Eco-Doppler Colorido dos Troncos Supra-aórticos extracranianos

    Doppler Transcraniano Monitorização da Circulação Cerebral por Doppler Transcraniano

    Monitorização da Circulação Cerebral por Doppler Transcraniano

     para detecção de microembolismo.

    Monitorização da Circulação Cerebral por Doppler Transcraniano

    no Bloco Operatório.

    Monitorização da Circulação Cerebral por Doppler Transcraniano

    em Unidades de Cuidados Intensivos. Eco-Doppler Colorido Transcraniano.

    Eco-Doppler Colorido da Circulação Oftálmica.

    - Patologia Abdominal e Torácica

    Eco-Doppler Colorido / Doppler dos Vasos Arteriais

    Eco-Doppler Colorido / Doppler dos Vasos Venosos

    Controle pós-operatório das derivações arteriais

    Mapeamento Venoso para “by-pass”

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    Eco-Doppler / Doppler Colorido renal

    Eco-Doppler Colorido / Doppler Peniano

    Eco-Doppler Colorido / Doppler Testicular

    Eco-Doppler Colorido da Veia Esplenica

    Eco-Doppler Colorido da Veia Porta

    Eco-Doppler Colorido da Veia Mesentérica

    - Patologia dos Membros Inferiores e Superiores

    Eco-Doppler Colorido / Doppler Arterial e Venoso dos Membros

    Inferiores.

    Eco-Doppler Colorido / Doppler Arterial e Venoso dos Membros

    Superiores.

    Controle pós-operatório das derivações arteriais.

    Registo de Pressões segmentares

    Pletismografia Vascular

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     4. FORMAÇÃO DOS CARDIOPNEUMOLOGISTAS FACE

     AO PROCESSO DE BOLONHA

    O profissional de Cardiopneumologia deve actuar em conformidade com a indicação clínica,

     pré-diagnóstico, diagnóstico e processo de investigação ou identificação, cabendo-lhe

    conceber, planear, organizar, aplicar e avaliar o processo de trabalho no âmbito da profissão,

    com objectivo da promoção da saúde, da prevenção, do diagnóstico, do tratamento, da

    reabilitação e da reinserção.

    A Cardiopneumologia desenvolve-se em cinco áreas de intervenção específicas:

    1) Estudos da função respiratória e do sono;

    2) Estudos ultrassonológicos vasculares;

    3) Estudos não invasivos cardiovasculares;

    4) Estudos e intervenção invasiva cardiovascular;

    5) Estudos e intervenção em perfusão cardiovascular.

    Para o processamento de sinais fisiológicos e anatómicos, através de metodologias de estudo

    laboratoriais, este perfil assenta na mobilização de conhecimentos científicos e tecnológicos,

    tais como: biologia humana, fisiologia, anatomia, biofísica, bioquímica, farmacologia,

    fisiopatologia cardiovascular, respiratória e neurológica, metodologias tecnológicas invasivas

    e não invasivas de estudo cardiovascular, modelos de estudo da função respiratória e do sono,

    metodologias tecnológicas de intervenção extracorporal e de órgãos artificiais.

    A evolução desta área do saber está subjacente ao desenvolvimento científico e tecnológico

    aplicado do diagnóstico e da terapêutica em saúde e encontra paradigmas em vários países,

    como por exemplo na Grã-Bretanha, Holanda, Suécia, Itália, Canadá, Estados Unidos da

    América, Nova Zelândia e Austrália.

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    4.1 - PERFIS E COMPETÊNCIAS DE FORMAÇÃO

    4.1.1 - Perfis para o exercício profissional

    Os principais actos descritores diferenciadores da formação dos Cardiopneumologistas

    encontram-se descriminados no quadro A. Para a formulação deste perfil para o exercício

     profissional, foram tomadas em conta as referências da Quality Assurance Agency for Higher

    Education.1

    Dado que, na bibliografia consultada, não existem referências a conteúdos funcionais que

     possam ser enquadrados no nível 1, foi excluída a existência da formação em sede de Cursos

    de Especialização Tecnológica (CET). Os descritores dos principais actos do

    Cardiopneumologista incluem procedimentos específicos no âmbito anteriormente descrito,

    implicando responsabilidade clínica, ética e deontológica e excluem a possibilidade de

    qualquer formação de nível 1 nesta área.

     No que respeita à designação profissional, o título actual, Técnico de Cardiopneumologia, não

    reflecte a natureza da profissão. A utilização do termo Cardiopneumologista é o actualmente

    adoptado pela Associação Profissional, pelo que é o indicado no presente relatório. No

    entanto, poder-se-á assumir no futuro uma designação distinta das actualmente utilizadas. 

    4.1.1.1 - Perfis profissionais em Cardiopneumologia

    a) CET – Cursos de Especialização Tecnológica - Não aplicável

    Formação inicial ou pré-graduada - a nível de licenciaturaSubsistema predominante - Politécnico

    Descritores dos principais actos (diferenciadores)

    • Actua integrado numa equipa de saúde multidisciplinar, ao nível da identificação e

    resolução de problemas da comunidade, no âmbito do plano de diagnóstico e terapêutica das

    doenças do foro cardiovascular e respiratório;

    1 Quality Assurance Agency for Higher Education; Benchmark statement: Health care programmes (Clinical Science),2004

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    • Desenvolve actividades autónomas, aplicadas ao cliente/doente, no contexto do

    estudo morfo-funcional e fisiopatológico do coração, vasos e   pulmões, competindo-lhe, o

     planeamento, a programação, a execução e análise de meios complementares de diagnóstico e

    sua avaliação, bem como no desenvolvimento de acções terapêuticas específicas (efectuando

    a avaliação dos resultados, dos métodos e das técnicas em função da prescrição médica,

    elaborando relatórios técnicos sobre os dados obtidos, as condições de realização dos exames

    e os eventos observados). Neste contexto, o graduado do primeiro ciclo deve ter competência

     para actuar nas seguintes áreas:

    o Estudos da função respiratória

    o Estudos do sono e acções terapêuticas específicas, no âmbito das

    alterações ventilatórias

    o Estudos morfofuncionais vasculares não invasivos

    o Estudos cardiovasculares não invasivos

    o Estudos em perfusão cardiovascular

    Desenvolve actividades, aplicadas ao cliente/doente, em colaboração com outros

     profissionais de saúde, no contexto do estudo morfo-funcional e fisiopatológico

    cardiovascular e acções terapêuticas específicas invasivas, participando no seu planeamento, programação, execução e análise.

    • Para além dos dois domínios de intervenção referidos, o diagnóstico e a terapêutica,

    deve também intervir ao nível da prevenção da doença e promoção da saúde, na investigação,

    na gestão e no ensino;

    • Concebe e desenvolve programas de educação para a saúde, com vista à promoção

    da saúde e prevenção da doença;

    • Participa, no âmbito da sua área de intervenção, em programas de investigação;• Colabora na gestão dos serviços de saúde onde se encontra integrado e ainda na

    formação e ensino de profissionais de saúde;

    b1) CEC – Cursos de Especialização Complementar

    Formação pós-graduada ou especializada pós licenciatura 

    Subsistema Predominante - Politécnico/Universitário

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    • Aquisição de novos conhecimentos especializados que permitam o

    desenvolvimento de novas competências, ou de competências previamente adquiridas, ou

    ainda a reorientação profissional especializada.

    • Aprofundamento de conhecimentos e compreensão, no âmbito da

    Cardiopneumologia, baseados na evidência científica, que incluem os aspectos mais

    actualizados do saber e a sua especialização relacionada  com uma área de estudo e/ou de

    interesse, de que são exemplo:

    o Estudos ultrassonológicos cardiovasculares

    o Perfusão cardiovascular

    o Electrofisiologia cardíacao Intervenção cardiovascular

    o Intervenção funcional respiratória

    o ...

    b2) Formação pós-graduada a nível de mestrado

    Sistema Predominante - Politécnico/Universitário

    Desenvolvimento de aptidões científicas que permitam conceber e desenvolver projectos de

    investigação científica;

    Domínio, criação e aplicação de novos conhecimentos na sua área de intervenção ou

    especialização;

    Especialização profissional, adquirindo novos conhecimentos e metodologias que permitam

    o desenvolvimento de novas práticas profissionais especializadas;

    Aplicação de conhecimentos e capacidade de resolução de problemas em ambientes novos

    e desconhecidos no âmbito de contextos multidisciplinares mais alargados, relacionados com

    a sua área de intervenção ou especialização;

    Tutelação e/ou supervisão científica, dos graduados do primeiro ciclo.

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    c1) CECA – Cursos e Especialização Complementar Avançada

    Formação pós-graduada ou especializada pós mestrado

    Sistema Predominante - Universitário

    Conhecimento e compreensão que proporciona uma base ou oportunidade para o

    desenvolvimento de ideias originais e a sua aplicação num contexto de investigação científica

    centrada na sua área de intervenção ou especialização.

    Permite tratar questões complexas de modo sistemático e criativo, emitindo opiniões credíveis

    na ausência da totalidade dos dados e comunicar as suas conclusões de forma clara para

    audiências especializadas e não especializadas.

    Aplicação do conhecimento e compreensão, detendo qualidades e aptidões transferíveis

    necessárias para o exercício profissional que requerem o exercício da responsabilidade

     pessoal e a completa iniciativa e autonomia em situações complexas e imprevisíveis em

    ambientes profissionais ou equivalentes.

    Avaliação, demonstrando a capacidade para integrar e gerir o conhecimento de elevadacomplexidade e formulação de opiniões.

    Comunicação de conclusões suportadas no conhecimento científico e na fundamentação

    lógica baseada na investigação, a audiências especializadas e não especializadas.

    Aptidões de aprendizagem que permitem o estudo amplamente autónomo e auto-dirigido.

    Possuir qualidades e aptidões transferíveis necessárias aos requisitos profissionais:

    • exercício da iniciativa e da responsabilidade pessoal;

    • tomadas de decisão em situações complexas e imprevisíveis;

    • capacidades de aprendizagem, de forma independente, necessárias ao desenvolvi-

    mento profissional.

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    c2) Formação pós-graduada a nível de doutoramento

    Sistema Predominante - Universitário 

    Conhecimento e compreensão sistematizados do campo de estudo e domínio de métodos de

    investigação científica associados. Compromisso, de forma continuada, pela investigação

    aplicada e pelo desenvolvimento em níveis avançados, contribuindo substancialmente para o

    desenvolvimento de novas abordagens.

    Aplicação do conhecimento e compreensão demonstrado através da capacidade de

    conceber, desenhar, implementar e adaptar o processo de investigação científica de modo

    rigoroso. Contribuição para o alargamento das fronteiras do conhecimento com o recurso ao

    desenvolvimento de um corpo sólido de trabalho científico publicado, merecedor de

    reconhecimento nacional e internacional.

    Avaliação, requerendo capacidade de análise crítica, avaliação e síntese de novas e

    complexas ideias.

    Comunicação com os pares, a comunidade académica e a sociedade em geral, acerca da sua

    área do conhecimento e intervenção. Emissão de juízos acerca de assuntos complexos da

    especialidade, frequentemente na ausência de dados completos, e deter aptidões para

    comunicar as suas ideias e conclusões de forma efectiva e clara a audiências especializadas e

    não especializadas.

    Aptidões de aprendizagem, onde se espera a capacidade de promover o progresso, noscontextos profissional e académico, tecnológico, social e cultural. 

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    4.1.2 - Competências gerais e académicas, associadas aos perfis identificados

     Nesta secção são apresentados os descritores de competências e capacidades referentes ao

     primeiro ciclo e segundo ciclo de formação do Cardiopneumologista. São ainda apresentadas

    as competências académicas gerais e por área, referentes ao primeiro ciclo.

    4.1.2.1 - Competências gerais dos graduados de Primeiro Ciclo

    Subsistema – politécnico

    a) O graduado de primeiro ciclo deve possuir as seguintes competências:

    a1) Competências instrumentais - capacidades para análise e síntese, de organização,

    de cultura geral básica, de comunicação, etc.;

     No que concerne às competências instrumentais o Cardiopneumologista deve possuir:

    1. Capacidade de análise e síntese

    • Competência para identificar e resolver problemas da comunidade, no âmbito do plano de diagnóstico e terapêutica das doenças do foro cardiovascular e respiratório;

    • Competências ao nível da promoção da saúde e prevenção da doença cardiovascular

    e respiratória;

    • Competência para seleccionar e analisar a evidência científica e aplicá-la à prática na

    situação apropriada;

    2. Capacidade de organização:

    • Planear, formular e apresentar estratégias que respondam a necessidades e cuidadosde saúde;

    • Participar na definição e elaboração, gestão e execução da política de saúde do

    serviço;

    • Gerir a actividade assistencial do serviço em conformidade com as solicitações;

    • Gestão dos recursos específicos disponíveis (humanos, físicos e materiais);

    • Manter registos actualizados, de acordo com a legislação aplicável, protocolos e

    directivas;

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    • Realizar e supervisionar procedimentos técnicos e científicos susceptíveis de

    constituírem procedimentos normalizados;

    3. Capacidade para a resolução de problemas

    • Avaliar situações, identificar e resolver problemas, com o recurso aos conhecimentos

    e experiência adquiridos e/ou à pesquisa e investigação;

    • Identificar anomalias processuais e adoptar as soluções adequadas;

    • Quando necessário, tomar decisões, de forma autónoma, assumindo as consequências

    do resultado final;

    4. Conhecimentos básicos da profissão:

    • Dominar os conhecimentos das ciências biológicas, matemáticas, químicas e físicas,

    que suportam a prática da Cardiopneumologia;

    • Conhecer e compreender a estrutura e função do corpo humano, relevante para a

     prática profissional, no contexto da saúde, doença e disfunção;

    • Compreender a tecnologia e a instrumentação clínica e experimental adequadas aos

     processos da sua prática profissional;

    • Dominar o conhecimento teórico, de forma a fundamentar e basear a sua prática na

    evidência científica;• Compreender os processos electrofisiológicos aplicáveis à sua prática profissional;

    • Compreender a função respiratória;

    • Entender os processos morfofuncionais, do seu âmbito profissional, tais como os

    relacionados com o sistema cardiovascular;

    • Compreender os processos fisiopatológicos decorrentes da prática da perfusão

    cardiovascular;

    • Identificar as normas de controlo de qualidade dos equipamentos e instalações, assimcomo aplicar normas de segurança;

    • Identificar as normas de controlo de qualidade dos equipamentos e instalações, assim

    como aplicar normas de segurança;

    5 . Capacidades de comunicação

    • Capacidade de comunicação oral e escrita na própria língua e conhecimento de uma

    segunda;

    • Aptidão para transmitir informações, pareceres, instruções e opiniões profissionais

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    • Utilização de linguagem acessível ao cidadão comum, adaptando-a a cada indivíduo

    em função de factores culturais e sócio económicos

    a2) Competências interpessoais - capacidades de trabalho em grupo, de crítica e

    autocrítica, de incorporar grupos interdisciplinares, de apreciar diversidade e multi-

    culturalidade, etc.;

    1. Capacidade de trabalho em equipas multidisciplinares:

    • Exercer a sua actividade em parceria com outros profissionais;

    • Utilizar as capacidades interpessoais durante o processo de assistência aos utentes, deforma a encorajar a participação dos mesmos;

    2. Capacidade crítica e autocrítica

    • Verificar e criticar o desenvolvimento das actividades planeadas e modificá-las em

    conformidade;

    • Analisar criticamente as metodologias de trabalho e zelar para que estas

    acompanhem a evolução do saber científico;

    • Empenhar-se numa aprendizagem continuada que promova o desenvolvimento profissional;

    • Conhecer os limites da sua prática profissional, referenciando para outrem quando

    estes forem ultrapassados.

    3. Capacidade para exercer a profissão dentro dos limites legais e éticos:

    • Respeitar os direitos, dignidade e autonomia dos utentes;

    • Ter conhecimento das normas europeias e internacionais que orientam a sua prática;

    • cumprir os códigos de conduta relevantes;

    • compreender as responsabilidades legais e éticas da prática profissional;

    • manter os padrões e requisitos dos organismos regulamentares legais e profissionais;

    • exercer a sua actividade de acordo com a legislação em vigor aplicável a

     profissionais de cuidados de saúde

    • Exercer com isenção a profissão;

    • Manter a confidencialidade e obter o consentimento esclarecido do utente;

    • Participar nas comissões de ética e zelar para que as suas competências próprias

    sejam exercidas por profissionais diplomados e reconhecidos. 

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    a3) Competências sistémicas – capacidades para aplicar conhecimento na prática, de

    aprender, de se adaptar a novas situações, de gerar ideias novas, de liderança, de trabalho

    autónomo, etc..

    1. Capacidade de aplicar os conhecimentos na prática:

    • Demonstrar conhecimentos sobre a anatomia, fisiologia e fisiopatologia humanas e,

    em particular, dos sistemas cardiovascular, respiratório e neurológico;

    • Planear, executar e interpretar estudos diagnósticos que identifiquem os processos

    fisiopatológicos e as formas com que se apresentam;

    • Identificar o decurso da doença, caso exista, e as implicações desta nos seus

     procedimentos, sabendo actuar em conformidade com as alterações que possam surgir;

    • Identificar os processos fisiopatológicos que as suas acções terapêuticas provocam,

    em particular no caso da área de perfusão cardiovascular e os métodos para os atenuar;

    • Compreender e aplicar as bases científicas dos métodos e tecnologias que utiliza, por

    forma a obter resultados eficazes e fiáveis;

    • Demonstrar conhecimentos sobre farmacologia, em particular nas áreas onde estes

    são aplicados à sua actividade;• Conhecer as ciências do comportamento e da comunicação, aplicando-as nos

    cuidados prestados ao doente/utente e à sua família/amigos/comunidade;

    • Seleccionar e avaliar a evidência e a informação disponível;

    • Utilizar métodos de pesquisa para compilação e interpretação de dados que facultem

    informação ou beneficiem a prática;

    • Compreender os desenvolvimentos e tendências actuais ao nível da ciência e da

     prática da Cardiopneumologia;• Adequar a sua prática sempre que necessário, de acordo com novos

    desenvolvimentos;

    • Realizar, avaliar e registar de modo preciso e detalhado os procedimentos;

    • Aplicar a legislação e as normas internacionais referentes à qualidade e higiene e

    segurança e saber quais os procedimentos a seguir em caso de acidente;

    • Demonstrar raciocínio lógico e sistemático;

    • Extrair conclusões e emitir pareceres, sustentados na análise da sua intervenção;

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    • Revelar aptidões eficazes na transmissão de informações, recomendações, instruções

    e pareceres profissionais a colegas, doentes, clientes e seus familiares e prestadores de

    cuidados, e, quando necessário, a grupos de colegas ou clientes;

    • Recolher, tratar, interpretar e apresentar dados matemáticos;

    • Utilizar conhecimentos informáticos, em particular o uso eficaz e eficiente das

    tecnologias de informação e comunicação.

    2. Capacidade de investigação científica e prática baseada na evidência:

    • estabelecer linhas de investigação no âmbito das competências da profissão e

    divulgá-las aos outros elementos do grupo;

    • participar em grupos de investigação;

    • divulgar os trabalhos de investigação e suas conclusões à comunidade científica e

     profissional;

    • fomentar as actividades profissionais que incluam a dinamização da investigação em

    ciências laboratoriais;

    • reconhecer a importância da pesquisa/investigação para a avaliação sistemática da

     prática;

    • conhecer os métodos normalmente utilizados em investigação em cuidados de saúde;• reconhecer o valor de estudos de casos e outros métodos de revisão;

    • pesquisar e interpretar criticamente literatura científica.

    3. Capacidade para compreender e aplicar os princípios da qualidade:

    • utilizar e compreender os princípios do controlo e da garantia de qualidade;

    • efectuar calibrações e controlo de qualidade ao equipamento utilizado;

    • verificar o bom funcionamento do equipamento de acordo com as especificações e

    dar resposta adequada a anormalidades.

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    4.1.2.2 - Competências gerais dos graduados de Segundo Ciclo

    Sub-sistema – universitário / politécnico

    O graduado de segundo ciclo deve adicionalmente:

    b1) Competências instrumentais - capacidades para análise e síntese, de

    organização, de cultura geral básica, de comunicação, etc.;

    Tratar questões complexas de modo sistemático e criativo, emitindo opiniões credíveis na

    ausência da totalidade dos dados e comunicar as suas conclusões de forma clara para

    audiências especializadas e não especializadas;

    Continuar a evolução do conhecimento e compreensão e desenvolvimento de novas aptidões

    de nível superior.

    b2) Competências interpessoais - capacidades de trabalho em grupo, de crítica e

    auto-crítica, de incorporar grupos interdisciplinares, de apreciar diversidade e multi-

    culturalidade, etc.;Demonstrar auto-iniciativa e originalidade na interrupção e resolução de problemas e agir de

    forma autónoma no planeamento e na implementação de tarefas de nível profissional ou

    equivalente.

    b3) Competências sistémicas – capacidades para aplicar conhecimento na prática, de

    aprender, de se adaptar a novas situações, de gerar ideias novas, de liderança, de trabalho

    autónomo, etc..Deter qualidades e aptidões transferíveis necessárias aos requisitos profissionais:

    • tutela técnico-científica dos graduados do primeiro ciclo;

    • o exercício da iniciativa e da responsabilidade pessoal

    • tomadas de decisão em situações complexas e imprevisíveis;

    • capacidades de aprendizagem, de forma independente, necessárias ao

    desenvolvimento profissional.

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    4.1.2.3 - Competências académicas dos graduados de primeiro ciclo

    Sub-sistema – Politécnico

    c1) Competências académicas gerais

    • Identificar e resolver problemas da comunidade, no âmbito do plano de diagnóstico e

    terapêutica das doenças do foro cardiovascular e respiratório, contribuindo ainda para a

     promoção da saúde e prevenção da doença;

    • Avaliar o utente actuando em conformidade com a indicação clínica, o pré-diagnóstico e o

    diagnóstico, tendo em conta a situação orgânica, psicológica e o enquadramento social,

    económico e cultural;

    • Conceber, planear, organizar, aplicar e avaliar todas as fases do processo de diagnóstico e

    terapêutica no contexto do foro cardiovascular e respiratório, utilizando modelos, métodos e

    técnicas específicos;

    • Efectuar o controlo de qualidade dos equipamentos e instalações, assim como aplicar

    normas de segurança;

    • Avaliar a eficiência e a eficácia da sua intervenção e adaptá-la, face aos resultados obtidos;• Avaliar de forma crítica o papel da sua intervenção dentro de um plano geral de cuidados

     para o utente, bem como conhecer a natureza de outras intervenções complementares à sua e a

    interacção;

    • Desenvolver acções de sensibilização, de esclarecimento e/ou de aconselhamento junto dos

    utentes e seus familiares, e de outros profissionais de saúde, em particular, e da comunidade

    em geral;

    • Participar na formação de profissionais de saúde de acordo com as suas competências;• Promover o desenvolvimento da profissão do ponto de vista científico, técnico, ético e

    deontológico;

    • Planear, conceber e implementar estratégias de gestão nos serviços em que venha a ser

    integrado;

    • Realizar estudos e programas de investigação, com vista ao desenvolvimento científico e

    tecnológico em Cardiopneumologia.

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    c2) Competências por área – ciências de base

    A justificação para a existência destas disciplinas prende-se à necessidade de dotar o aluno de

    um nível de conhecimentos e competências necessárias ao desenvolvimento das ciências da

    especialidade. Segue-se uma breve descrição das ciências base:

    Ciências Naturais e Exactas - Incluem-se as disciplinas biológicas, que possibilitam a

    compreensão da estrutura e função e dos seres vivos, em particular do corpo humano. Estas,

    devem incluir, biofísica, bioquímica, microbiologia, biologia celular e genética. Por outro

    lado, devem incluir outras disciplinas que forneçam o conhecimento da base científica dos

    métodos e tecnologias que utiliza e dos métodos de análise, tratamento, armazenamento e

    difusão de dados. Cabem, neste âmbito, a física, a química, electrónica e instrumentação,

    matemática (estatística, informática e computação) e o processamento de sinais fisiológicos.

    Gestão e garantia da qualidade  – Esta área disciplinar proporciona a oportunidade de

    desenvolver as suas capacidades e conhecimentos e competências nas técnicas de gestão

    Investigação Científica  – Esta disciplina proporciona a oportunidade de compreender e deutilizar os elementos envolvidos no processo da investigação científica.

    Ciências da Saúde  – área disciplinar que aborda a patologia dos diversos tecidos, órgãos e

    sistemas, bem como as acções terapêuticas e os cuidados de saúde para ela direccionadas. São

    exemplos de disciplinas: patologia geral, farmacologia, patologia respiratória, patologia

    cardiovascular, patologia neurológica, etc.)

    c3) Competências por área – ciências da área científica

    Anatomia e Fisiologia - ciências à volta das quais se centra a Cardiopneumologia, sendo o

    elemento central para o desenvolvimento das actividades especializadas posteriores.

    Garantia da Qualidade- Esta área disciplinar proporciona a oportunidade de desenvolver os

    seus conhecimentos e competências nas técnicas de controlo e de garantia da qualidade

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    Instrumentação Clínica: permite a compreensão de todos os equipamentos utilizados em

    Cardiopneumologia, de modo a que estes possam ser seleccionados, utilizados e optimizados

    de forma adequada.

    c4) Competências por área – ciências da especialidade

    Educação Clínica: permite aos estudantes desenvolver um conjunto de competências, em

    contexto de exercício profissional, integrando a experiência clínica com a componente

    académica. Permite ganhos progres