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Diretoria FinanceiraGerson Carrion de Oliveira

Administrador Estatutário Tecnicamente Qualificado

Gerência de InvestimentosBernardo Fonseca Nunes

CGA ANBID e CPA 20 ANBID

Í N D I C E

1. INTRODUÇÃO

2. APLICABILIDADE

3. PROCESSO INTERNO DE DECISÃO

4. ALOCAÇÃO DE INVESTIMENTOS

5. CRITÉRIOS DE INVESTIMENTOS

5.1 Segmento de Renda Fixa

5.2 Segmento de Renda Variável

5.2.1 Gestão Interna de Renda Variável

5.2.2 Gestão Externa de Renda Variável

5.3 Segmento de Investimentos Estruturados

5.4 Segmento de Investimentos no Exterior

5.5 Segmento de Imóveis

5.6 Segmento de Operações com Participantes

6. CRITÉRIOS DE CONTRATAÇÃO DE FORNECEDORES DE SERVIÇOS

6.1 Serviço de Custódia

6.2 Serviço de Gestão de Investimentos

6.3 Serviço de Corretagem

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7. AVALIAÇÃO DE RISCOS

7.1 Risco de Crédito

7.2 Risco de Mercado

7.3 Risco de Liquidez

7.4 Risco Operacional, Legal e Sistêmico

8. CONSIDERAÇÕES FINAIS

9. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

ANEXO - CENÁRIO MACROECONÔMICO

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A Fundação CEEE de Seguridade Social – Eletroceee, pessoa jurídica de direito privado, sem fins lucrativos, é uma entidade fechada de previdência complementar, instituída sob a forma de Entidade Civil, na forma da legislação em vigor, tem sede e foro no município de Porto Alegre, Estado do Rio Grande do Sul, regendo-se por seu Estatuto, respectivos Regulamentos e pelas normas legais vigentes. A Entidade tem como objetivo a instituição e execução de planos de benefícios de caráter previdenciário, complementares ao regime geral de previdência social.

Esta Política de Investimentos foi constituída de acordo com a legislação vigente e se submete ao Estatuto e aos regulamentos dos planos de benefício administrados pela Fundação CEEE. Estabelece as maneiras como os ativos devem ser investidos e foi preparada para assegurar a continuidade do gerenciamento prudente e eficiente dos ativos da Entidade.

1. INTRODUÇÃO

A Fundação CEEE é o administrador legal de 8 (oito) Planos de Aposentadoria Complementar e do Plano de Gestão Administrativa, a saber:

Benefício DefinidoPlano Único CEEEPlano Único RGEPlano Único AES SulPlano Único CGTEE

2. APLICABILIDADE

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Contribuição DefinidaCEEE PrevCRM Prev

InstituídosSENGE PrevidênciaSINPRORS Previdência

Plano de Gestão Administrativa - PGA

A presente Política de Investimentos é aplicável a todos os planos de benefícios sob administração da Fundação CEEE. Os planos SENGE Previdência, SINPRORS Previdência e PGA não possuirão investimentos nos segmentos de imóveis e operações com participantes.

3. PROCESSO INTERNO DE DECISÃO

O processo interno de decisão define as atribuições e alçadas do Administrador Estatutário Tecnicamente Qualificado - AETQ, da Diretoria Executiva, e do Conselho Deliberativo em relação às proposições de investimento.

Operacionalmente, o processo inicia pela proposição ao Comitê Consultivo de Investimentos - CCI, pela Diretoria Financeira, das operações propostas. O CCI recomenda a proposição à Diretoria Executiva que por sua vez delibera, exceto quando se tratar de operações: (i) de valor superior a 3% (três por cento) da Carteira de Investimentos no fechamento do mês anterior ao encaminhamento; e (ii) do segmento de imóveis, as quais devem ser encaminhadas para aprovação do Conselho Deliberativo.

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Os procedimentos pautados neste item seguem também os regramentos presentes no documento Manual de Gestão:7.3.16 – Planejamento de Investimentos; e7.3.17 – Operacionalização de Investimentos.

Todos os envolvidos no processo decisório de investimentos dos recursos dos planos, devem obter a certificação profissional de acordo com o exposto no artigo 8º da Resolução CMN 3.792.

4. ALOCAÇÃO DE INVESTIMENTOS

A Fundação CEEE deve designar administrador estatutário tecnicamente qualificado – AETQ para os segmentos de aplicação previstos na Resolução CMN 3.792 e suas alterações.

A taxa mínima atuarial dos planos BD administrados pela Fundação CEEE na vigência desta Política de Investimentos será de 6% (seis por cento) ao ano acima da variação do Índice Nacional de Preços ao Consumidor – INPC calculado pelo IBGE.

O índice de referência dos planos CD administrados pela Fundação CEEE na vigência desta Política de Investimentos será composto pelo benchmark da Carteira de Investimentos e seus respectivos pesos por segmento de aplicação, visando assim maximizar a probabilidade de se alcançar o objetivo de longo prazo de 6% (seis por cento) ao ano acima da variação do Índice Nacional de Preços ao Consumidor – INPC calculado pelo IBGE.

A alocação estratégica foi definida considerando-se avaliação de cenários, conjuntura e performance dos ativos, fluxo financeiro de obrigações do pagamento de benefícios e, fundamentalmente, os limites presentes na Resolução CMN 3.792.

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Atendendo à legislação no que concerne a adoção de metodologia específica de avaliação de riscos, a entidade efetuou um estudo de Asset Liability Management – ALM, que sinaliza a alocação em percentuais referenciais em cada segmento de aplicação de acordo com a fronteira eficiente obtida e o perfil de risco da entidade. Tal alocação parametriza o benchmark da Carteira de Investimentos e serve de referencial para a alocação tática, definida de acordo com o cenário conjuntural.

Os pesos de cada segmento na alocação estratégica e seus limites táticos são apresentados no quadro 4.1.

Segmento

Renda Fixa

Indexada à Inflação

Não Indexada à Inflação

Renda Variável

Investimentos Estruturados

Investimento no Exterior

Imóveis

Operações com Participantes

Mínimo

20%

20%

20%

20%

0%

0%

0%

0%

Estratégico

62%

34%

28%

25%

8%

0%

2%

3%

Máximo

80%

80%

80%

30%

20%

10%

5%

15%

Quadro 4.1 - Alocação Estratégica e limites táticos

100%

10

A meta de rentabilidade nominal para cada segmento de aplicação está demonstrada no quadro 4.2.

5. CRITÉRIOS DE INVESTIMENTOS

O processo de seleção de ativos financeiros baseia-se na análise de cenários econômico-financeiros nacionais e internacionais, respeitando-se os níveis e limites de risco definidos nesta Política de Investimentos. As propostas de alocação são definidas no Comitê Consultivo de Investimentos - CCI, que avalia as condições macro e microeconômicas.

Segmento

1 Renda Fixa

Títulos Públicos

Títulos Privados

2 Renda Variável

Ações em Mercado

3 Estruturados

Participações

Multimercado

Fundos Imobiliários

4 Imóveis

5 Empréstimos

Rentabilidade nominal

9,5%

9,4%

10,8%

17,0%

17,0%

12,3%

12,6%

10,8%

12,6%

10,6%

11,7%

Quadro 4.2 - Rentabilidades nominais esperadas por segmento

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1O apreçamento dos ativos financeiros a serem adquiridos pela Fundação CEEE deve seguir os métodos top down e/ou bottom up da análise

2fundamentalista nos relatórios elaborados pelas equipes técnicas da Gerência de Investimentos – GIN, visando assim subsidiar as decisões da Diretoria Executiva e do Conselho Deliberativo relativas a investimentos.A marcação a mercado dos ativos que compõem a carteira de investimentos deve seguir as definições descritas no manual de apreçamento do agente custodiante, com base em critérios legais e definições conjuntas com a entidade.

Além do binômio tradicional de risco e retorno, a Fundação CEEE deve observar em suas análises de investimento o seguimento de princípios de responsabilidade socioambiental pelos emissores de ativos financeiros e prestadores de serviços. Entre opções equivalentes em termos de remuneração e risco, o investimento deve ser priorizado naqueles negócios com melhores práticas concretas em relação à sociedade e ao meio ambiente.

A seguir, serão apresentados os critérios de investimento de cada segmento.

5.1 Segmento de Renda FixaO objetivo deste segmento de aplicação é buscar retorno por meio de

investimentos em ativos de renda fixa e/ou cotas de fundos de investimento de renda fixa, admitindo-se estratégias que impliquem em risco de juros do mercado doméstico em taxas prefixadas e pós-fixadas, risco de índice de preço, assim como risco de crédito privado.

1 O apreçamento de ativos refere-se ao processo pelo qual os preços justos dos ativos são determinados e aos relacionamentos resultantes entre retornos esperados e o risco associado àqueles retornos no mercado financeiro (Sharpe, 2008, p. 1).

2 Para descrição dos processos de análise fundamentalista ver Pinheiro (2008, p. 265).

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3 Índice de Mercado ANBIMA composto pela participação de todas as NTN-B com prazo maior do que cinco anos. As NTN-B são os títulos públicos emitidos pelo Tesouro Nacional com rentabilidade atrelada à variação do Índice de Preços ao Consumidor (IPCA/IBGE) mais juro real precificado a mercado. A opção pelo IMA-B 5+ em detrimento do IMA-B usado nas Políticas de Investimento anteriores dá-se pelo resultado obtido na análise de micro alocação de renda fixa gerado no mês de novembro de 2009, decorrente do estudo de ALM, o qual sinaliza que os investimentos em títulos atrelados à inflação sejam feitos prioritariamente nas maturidades mais longas disponíveis em mercado, sujeitas às restrições táticas da entidade.4 Índice de Mercado ANBIMA composto pelas Letras Financeiras do Tesouro – LFT, as quais possuem rentabilidade indexada à Taxa Selic efetiva.

O benchmark do segmento e da carteira própria de renda fixa é composto por:

355% (cinquenta e cinco por cento) da variação do IMA-B 5+ ; e4

45% (quarenta e cinco por cento) da variação do IMA-S .Os recursos alocados no segmento de renda fixa indexados à inflação

(IMA-B 5+) são de responsabilidade da gestão interna, exceto quando tiverem prazos inferiores a um ano.

A alocação do segmento visa superar a variação do benchmark num horizonte de médio e longo prazo através de uma gestão ativa.

Nesse segmento são alvos de investimento:a) Títulos da dívida pública mobiliária federal;b) Títulos e valores mobiliários de emissão de:Instituições financeiras autorizadas a funcionar pelo Banco Central;Companhias abertas;Companhias securitizadoras.c) Cotas de fundos de investimento em direitos creditórios (FIDC);d) Cotas de fundos de renda fixa constituídos sob a forma de

condomínio fechado;e) Cotas de fundos de renda fixa exclusivos constituídos sob a forma

de condomínio aberto.

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Os títulos e valores mobiliários de emissores não relacionados neste item somente poderão ser adquiridos se observadas às condições estipuladas pela Resolução CMN 3.792 em seu Art. 18, parágrafo 1º, e suas alterações.

Este segmento deverá manter, no mínimo, 2 (dois) fundos de renda fixa de mandatos terceirizados, com a finalidade de fornecer a liquidez necessária ao cumprimento dos pagamento de benefícios e também remunerar recursos transitórios à espera de uma alocação definitiva. Os aludidos veículos devem possuir os seguintes objetivos e políticas de investimento conforme a descrição a seguir:

Item

Classe ANBIMA

Características

Benchmark

Objetivo

Política de Investimentos

Risco de Crédito

Descrição

Renda Fixa

Exclusivo, aberto e resgate em D+0

IMA-S

Superar o benchmark

Investimento em títulos públicos e privados com prazo máximo de 365 dias a decorrer da data de aquisição. Não permite alavancagem.

Admite uma exposição superior a 50% (cinquenta por cento) da carteira em títulos de crédito privado, sem comprometer a liquidez diária, classificados como baixo risco pelas agências de rating elencadas na Política de Investimentos vigente da Fundação CEEE. O emissor deve ser previamente aprovado pelo comitê de crédito do gestor do fundo de investimento e pela Diretoria Executiva da Fundação CEEE, subsidiada pelo Comitê Consultivo de Investimentos.

Quadro 5.1 - Política de investimentos dos fundos exclusivos de renda fixa - liquidez

Fonte: Deliberação ANBID nº 39 de 03/03/2009 – Classificação de Fundos de Investimento, Anexo I.

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5.2 Segmento de Renda VariávelO objetivo deste segmento de aplicação é buscar retorno por meio de

investimentos em ativos de renda variável e/ou cotas de fundos de ações.O benchmark do segmento de renda variável é:100% (cem por cento) da variação do IBX.

A alocação do segmento visa superar a variação do benchmark num horizonte de médio e longo prazo através de uma gestão ativa.

Nesse segmento são alvos de investimento:a) Ações de emissão de companhias abertas e os correspondentes

recibos e bônus de subscrição e certificados de depósito;b) Títulos e valores mobiliários de emissão de sociedades de

propósito específico (SPE), de acordo com a Resolução CMN 3.792 em seu Art. 19, parágrafo único, e suas alterações.

c) Cotas de Exchange Traded Funds (ETFs) referenciadas em carteira teórica de ações de companhias abertas negociadas em bolsa de valores no Brasil.

d) Cotas de fundos de ações constituídos sob a forma de condomínio fechado, exceto as citadas no item (c) acima;

e) Cotas de fundos de ações exclusivos constituídos sob a forma de condomínio aberto.

5.2.1 Gestão interna de renda variávelNo mínimo 70% dos recursos do segmento devem ser geridos

internamente na Carteira de Ações Eletroceee. O objetivo de gestão da carteira é superar o IBX no horizonte de

médio e longo prazo. A estratégia de gestão deve seguir o estilo de blend investment,

buscando adquirir ativos subavaliados pelo mercado (value investment) e/ou com potencial de crescimento relevante (growth investment).

A inclusão de ações na carteira deve ser precedida de relatório de

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cobertura elaborado pelas equipes técnicas da GIN e apresentação ao Comitê Consultivo de Investimentos para posterior recomendação ou não à Diretoria Executiva.

As ações que compõem a carteira devem ser acompanhadas em seus fatos relevantes e, no mínimo trimestralmente, ter seus resultados comentados por relatório elaborado internamente pelos analistas da Gerência de Investimentos.

5.2.2 Gestão externa de renda variávelNo mínimo 15% (quinze por cento) dos recursos do segmento devem

ser aplicados em cotas de fundos de ações em conformidade com os itens (d) e (e) relativos aos ativos alvos de investimento em renda variável. A gestão destes fundos deve ser preferencialmente diferenciada da adotada pela gestão interna, visando assim diversificação de estratégias no segmento de renda variável através de mandatos em fundos de small caps, private investment public equity (PIPE), fundos setorais e outras estratégias de blend investment com maior concentração de papéis e investimento em ações de menor liquidez.

Nenhum fundo poderá ter patrimônio superior a 40% (quarenta por cento) dos recursos destinados para gestão externa no segmento de renda variável.

O objetivo desses fundos de ações deve ser superar o benchmark estabelecido num horizonte de médio e longo prazo. O benchmark deve ser estipulado buscando a maior conformidade possível com a classificação e mandato de gestão do fundo.

5.3 Segmento de Investimentos estruturadosO objetivo deste segmento de aplicação é buscar retorno por meio da

aquisição de cotas de fundos de investimento, conforme disposto no Art. 20 da Resolução CMN 3.792, e suas alterações.

O benchmark do segmento de investimentos estruturados é:

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IPCA + 8% ao ano.

A alocação do segmento visa superar a variação do benchmark num horizonte de longo prazo através de uma gestão ativa.

Nesse segmento são alvos de investimento:a) Cotas de Fundos de Investimentos em Participações - FIP;b) Cotas de Fundos de Investimento em Empresas Emergentes – FIEE;c) Cotas de Fundos de Investimento Imobiliário – FII;d) Cotas de Fundos de Investimento Multimercado.

Nas proposições de investimentos estruturados, exceto fundos multimercado, deverão ser observados os seguintes requisitos, no mínimo:

A participação deverá ser relevante e preferencialmente com direito a assento em comitê de investimentos, comitê técnico e/ou conselhos;

O gestor preferencialmente deve participar também como investidor do fundo;

O gestor não deve possuir outros mandatos de gestão e seleção de investimentos que venham a conflitar com os interesses do fundo em análise;

O fundo deve identificar claramente a equipe-chave da gestão e os responsáveis pelo fornecimento de informações aos cotistas, comunicando quaisquer alterações nesses recursos humanos ao longo da vigência do fundo.

O investimento em fundos multimercado long-short deve priorizar aqueles veículos cujo histórico de cotas evidencie posição neutra em relação ao risco de mercado.

5.4 Segmento de Investimentos no exteriorO objetivo deste segmento de aplicação é buscar retorno por meio de

investimentos em ativos emitidos no exterior e cotas de fundos de

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investimento, conforme o Art. 21 da Resolução CMN 3.792 e suas alterações.O segmento de investimentos no exterior não possui benchmark pré-

estabelecido, devendo cada veículo ou comunhão de recursos ter seu objetivo descrito separadamente.

A aplicação de recursos nesse segmento, se proposta – embora não prevista na alocação estratégica da entidade –, deve possuir justificativas em termos de diversificação de riscos e redução da volatilidade, decorrente de uma baixa correlação com as demais classes de ativos.

Nesse segmento são alvos de investimento:a) Cotas de fundos de índice do exterior admitidas à negociação em

bolsa de valores do Brasil;b) Brazilian Depositary Receipts (BDR), conforme regulamentação da

CVM.

5.5 Segmento de imóveisO objetivo deste segmento de aplicação é buscar retorno por meio de

investimento em empreendimentos imobiliários e imóveis para aluguel e renda.

O benchmark do segmento de imóveis é:INPC + 6% ao ano.

O gerenciamento da carteira de aluguéis e renda tem como objetivo superar o benchmark e apresentar uma vacância média máxima nos últimos 12 (doze) meses de 10%. Em casos de risco de vacância elevado ou rentabilidade esperada aquém do objetivo, deve ser estudado o desinvestimento.

Devem-se buscar oportunidades no setor de real estate também através do investimento em veículos presentes nos demais segmentos como fundos de investimento imobiliário – FII, fundos de investimento em participações no setor e certificados de recebíveis imobiliários – CRI, por exemplo.

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5.6 Segmento de operações com participantesO objetivo deste segmento de aplicação é buscar retorno por meio de

empréstimos aos participantes e assistidos.O benchmark do segmento de operações com participantes é:INPC + 6% ao ano.

O gerenciamento da carteira de empréstimos a participantes e assistidos tem como objetivo superar o benchmark. As parcelas de pagamento do empréstimo podem seguir curvas de juros prefixadas, pós-fixadas ou vinculadas a índice de preço.

A Diretoria Executiva definirá os critérios de cálculo da taxa de juros de empréstimo, prazos, limites de concessão e taxa de administração, subsidiada pelas equipes técnicas da área financeira através de relatórios descritivos de situação – RDS, previamente discutidos no âmbito do CCI.

5.7 Utilização de instrumentos derivativosOs contratos de derivativos serão utilizados para fins de hedge ou

como estratégia de renda fixa. Não é permitido o uso para fins de alavancagem.

As operações devem ser registradas e negociadas no mercado de bolsa de valores ou de mercadorias e futuros. Quando realizadas pela gestão interna, deverão possuir relatório de abertura da posição contendo, no mínimo:

Nome da estratégia segundo fonte bibliográfica fidedigna;Quantidade de contratos negociados;Dados necessários para o apreçamento ao longo da vigência da

operação;Justificativa;Demonstração gráfica dos resultados possíveis.

Os resultados obtidos devem ser analisados no CCI após o

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encerramento de cada operação e informados ao conselho fiscal através de item específico no plano de fiscalização da entidade.

6. CRITÉRIOS DE CONTRATAÇÃO DE FORNECEDORES DE SERVIÇOS

A Fundação CEEE deve possuir métodos objetivos de avaliação da capacidade técnica de seus prestadores de serviços, além de considerar o credenciamento pelo órgão regulador e demais devidos registros.

6.1 Serviço de custódiaO agente prestador dos serviços de controle e custódia dos

investimentos deve ser selecionado utilizando-se, no mínimo, os seguintes critérios:

Expertise comprovada em carteira de clientes no Brasil;Posição no ranking ANBIMA;Avaliação de reais ou potenciais conflitos de interesses entre os

serviços de gestão de fundos exclusivos e de custódia dos ativos da Fundação CEEE;

Clareza nas informações prestadas em relatórios gerenciais de risco e enquadramento;

Cumprimento de prazos;Custo dos serviços, tendo a entidade a obrigação de promover

concorrência, no mínimo, a cada 2 (dois) anos.

Na prestação dos serviços de custódia e controle de investimentos, a instituição contratada deve auxiliar a entidade na identificação, avaliação, controle e monitoramento dos riscos, principalmente de mercado, fornecendo relatórios para cada uma das carteiras, utilizando as metodologias de Value at Risk – VaR e Teste de Stress.

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6.2 Serviço de gestão de investimentosA Fundação CEEE entende que a diversificação de prestadores de

serviço de gestão agrega expertise à alocação de investimentos e que tal prática permite sinergias entre as equipes técnicas e as visões externas dos gestores.

Como pré-qualificação para administrar recursos da entidade através de fundos de investimento, o candidato deverá possuir um volume mínimo de recursos de terceiros sob sua responsabilidade na classe de fundos em análise de R$ 1,5 bilhão.

Como pré-qualificação para gerir recursos da entidade através de fundos de renda fixa, ações e multimercado, o candidato deverá possuir gestão de produto similar no mercado brasileiro com histórico de cotas mínimo de 24 (vinte e quatro) meses e que permita avaliação de performance objetiva através de:

5Índices de eficiência como Sharpe, Treynor e Alfa de Jensen ;Explicação do retorno pela seletividade, agressividade e timing;Retorno em relação ao benchmark e comparação no binômio risco e

retorno.

Além dos critérios descritos acima, devem ser levados em consideração: (i) o foco da instituição; (ii) os rankings ANBIMA; (iii) a capacidade de fornecer relatórios macroeconômicos e de pesquisa; assim como (iv) os custos propostos, tendo a entidade a obrigação de promover concorrência, no mínimo, a cada 2 (dois) anos.

O patrimônio líquido de cada fundo será limitado a 15% (quinze por cento) da carteira de investimentos da Fundação CEEE.

5 Conforme Boulier & Dupré (2003, p. 52).

21

6.3 Serviço de corretagemA seleção de prestadores de serviços de corretagem para a gestão

interna de investimentos da Fundação CEEE dar-se-á de acordo com os seguintes critérios:

A eficiência na execução de ordens, assim como os demais critérios anteriores, deve ser monitorada através de um sistema objetivo e impessoal de avaliação, onde as equipes técnicas da Gerência de Investimentos, juntamente com a célula de controle de investimentos da Gerência de Controladoria, devem pontuar, mensalmente, os prestadores de serviços de corretagem. O processo seletivo deve ocorrer, no mínimo, a cada 2 (dois) anos.

A Fundação CEEE deverá manter, no mínimo, 8 (oito) e, no máximo, 10 (dez) corretoras habilitadas para a execução de ordens, devendo haver diversificação entre instituições ligadas a conglomerados financeiros e independentes.

Quadro 6.1 - Participação de cada critério de seleção de corretoras na avaliação geral

Critério de análise

Política de corretagem e retenção de soft dollar

Eficiência e qualidade do back office

Relatórios de buy-hold-sell

Relatórios setoriais e macroeconômicos

Base de clientes institucionais

Peso (%)

35

25

20

10

10

22

7. AVALIAÇÃO DE RISCOS

Os limites, requisitos e condições estabelecidos na legislação vigente e nesta Política de Investimentos devem ser observados mensalmente no caderno do Comitê Consultivo de Investimentos, a ser submetido para homologação da Diretoria Executiva, e nos documentos submetidos ao Conselho Fiscal, a saber: Informativo Gerencial e Plano de Fiscalização.

7.1 Risco de CréditoA mensuração do risco relacionado ao recebimento de uma

obrigação a ser paga pela contraparte de contrato ou emissor de título de dívida deve ser efetuada em três frentes:

No processo interno de decisão, durante a proposição de investimentos pelas equipes técnicas em relatórios de análise; e após a aquisição, pelo acompanhamento da situação econômico-financeira do emissor;

Pelo Comitê de Crédito do gestor do fundo de investimento, em decorrência do mandato recebido;

Por agência classificadora de risco de crédito em funcionamento no país.

A entidade deve selecionar para investimento somente títulos considerados como de baixo risco de crédito, por classificação efetuada por agência de rating. Devem ser empregados os melhores esforços para retirar da carteira os títulos privados que possuam real ou potencial rebaixamento para graus de médio e alto risco, exceto no caso do mesmo possuir garantia integral, em seu valor presente, de órgão governamental de risco soberano ou do Fundo Garantidor de Crédito - FGC. No caso de duas ou mais agências classificarem o mesmo ativo, será adotado o grau apresentado pela posição mais conservadora.

Para a classificação do risco de crédito dos diferentes emissores, a Fundação CEEE considerará os ratings emitidos pelas seguintes agências:

23

7.2 Risco de mercadoA mensuração do risco relacionado à oscilação dos preços dos ativos

financeiros em decorrência de variações macroeconômicas será feito através: (i) do método do Value at Risk – VaR; e (ii) do estudo da performance da cota de cada plano em relação ao benchmark da carteira de investimentos.

O VaR deve ser mensurado sob diferentes horizontes de tempo e intervalos de confiança, sendo disponibilizado pela instituição custodiante dos ativos da entidade diariamente por carteira, fundo e posição consolidada. O prestador de serviço de custódia também deve disponibilizar

Quadro 7.1 - Classificação de risco de crédito

Agência de

Classificação

de Risco

F1(bra), F2(bra), F3(bra), AAA(bra), AA(bra), A(bra), BBB(bra)

SR SR SR SR SR SR SRsrAA, sr A, AAA /, AA+ , AA , AA- , A+ , A /brAA, A- , SR SR SRBBB+ /brA+, BBB /brA, BBB- /brA-

BR-1, BR-2, BR-3, Aaa1.br, Aaa2.br, Aaa3.br, Aa1.br, Aa2.br, Aa3.br,

A1.br, A2.br, A3.br, Baa1.br, Baa2.br, Baa3.br

Baixo risco para curto, médio e longo prazo

Entre AAA e BBB

Entre AAA e BBB

BrAAA, brAA, brA, brBBB, brA-1, brA-2, brA-3

Fitch

SR

Moody’s

Risk Bank

LF Rating

Austin Asis

S&P

Ratings Nacionais

considerados como

Baixo Risco de Crédito

24

sistema de simulação de risco incremental para consulta prévia à aquisição de títulos públicos de renda fixa por parte da gestão interna.

O modelo próprio de monitoramento do risco de mercado da Fundação CEEE consiste no cálculo de:

Performance da cota em relação ao benchmark da carteira de investimentos no ano e nos últimos 12 meses;

Tracking error da performance sobre o benchmark (volatilidade) e média histórica, ambos em bases mensais.

Tais indicadores servem de base para a explicação do retorno alcançado pela entidade, podendo este decorrer da performance de cada segmento em relação ao seu benchmark, assim como do sucesso ou não das apostas táticas de macro-alocação da entidade em relação à sua alocação estratégica.

7.3 Risco liquidezO risco de perdas devido à incapacidade de se desfazer de uma

posição, de acordo com a necessidade, é controlado pela Fundação CEEE através de estudos de ALM contratados junto a consultorias especializadas e pela manutenção de uma parcela dos investimentos do segmento de renda fixa com liquidez imediata.

Os planos administrados pela Fundação CEEE possuem objetivos de longo prazo, não prescindindo de liquidez imediata em toda a carteira de investimentos.

Para gerenciar o risco de liquidez, a Fundação CEEE utiliza estudos de:Asset Liability Management – ALM, que apontam as necessidades de

liquidez de cada plano ao longo do tempo;Micro alocação de renda fixa, que apontam o melhor alinhamento

entre as maturidades dos títulos e os fluxos de pagamentos de benefícios.

7.4 Risco operacional, legal e sistêmicoA Fundação CEEE busca mitigar os riscos de falha, deficiência ou

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inadequação de processos internos, pessoas e sistemas; de eventos externos, incluindo o risco legal associado a inadequações ou deficiências em contratos firmados pela instituição, bem como de sucumbência a sanções em razão do descumprimento de dispositivos legais e a imputação de indenizações por danos a terceiros decorrentes das atividades desenvolvidas pela instituição; pelas seguintes práticas:

Mapeamento dos processos que envolvem as operações de investimentos e manutenção da certificação ISO 9002/2004;

Segregação de funções como cotação, liquidação e controle dos investimentos por suas equipes técnicas;

O agente custodiante deve fornecer serviço de controle de enquadramento dos investimentos em relação ao cenário legal e aos limites previstos nesta política de investimentos;

O monitoramento, pela Gerência de Controladoria, do cumprimento dos limites pertinentes e cenário legal, para posterior envio às Gerências, via intranet, as quais devem verificar possíveis implicações sobre seus procedimentos internos.

Em relação aos riscos sistêmicos, a Fundação CEEE implantou no ano de 2009 o Programa Prevenir. Tendo como insumos o planejamento estratégico existente, as apresentações das gerências em relação aos seus processos e indicadores de desempenho, as atas dos Conselhos Deliberativo e Fiscal, bem como as da Diretoria Executiva, entre outros, a Fundação CEEE identificou um contexto de ameaças sistêmicas à sustentabilidade da entidade num horizonte de médio e longo prazos. O programa implementou um macro ciclo PDCA, envolvendo as entidades representativas, as patrocinadoras, os instituidores e os próprios participantes. Maiores detalhes sobre o Programa Prevenir podem ser obtidos no site da Fundação CEEE no endereço www.fundacaoceee.com.br.

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A presente política de investimentos visa à melhoria contínua da gestão de investimentos da Fundação CEEE na administração de seus ativos considerando o seu perfil de risco e a necessidade de rentabilidade para cumprir os objetivos atuariais dos planos de benefícios.

As aplicações devem ser consistentes com a filosofia de preservação do capital com retornos diferenciados, ganhos de performance acumulativos, dando ênfase na busca por qualidade e redução dos custos de administração em prol do participante.

Esta política de investimentos deve ser revisada e aprovada pelo Conselho Deliberativo anualmente ou, de forma extraordinária, quando da ocorrência de um fato relevante que possa influenciar qualquer premissa que a norteia.

8. CONSIDERAÇÕES FINAIS

27

BOULIER, Jean-François; DUPRÉ, Denis. Gestão Financeira dos Fundos de Pensão. Tradução Michéle Orfali. São Paulo: Pearson Education, 2003.

CANÇADO, Thais R.; GARCIA, Fábio G. Securitização no Brasil. Série Acadêmica-empresa. São Paulo: Atlas, 2007.

DAMODARAN, Aswath. Avaliação de Empresas. 2a ed. Tradução Sônia Yamamoto e Marcelo Alvim. São Paulo: Prentice Hall, 2007.

DRAZEN, Allan. Political Economy in Macroeconomics. Princeton University Press, 2000.

FABOZZI, Frank J. Mercados, Análises e Estratégias de Bônus – títulos de renda fixa. Trad. 3ª ed. Americana. Rio de Janeiro: Qualitymark, 2000.

FABOZZI, Frank J. Fixed Income Analysis. 2nd ed. CFA Institute Series, 2007.

HULL, John C. Fundamentos dos Mercados Futuros e de Opções. 4ª ed. Revista e ampliada. São Paulo: BM&F, 2005.

LIMA NETO, Lucas. Securitização de Ativos: a era da desintermediação financeira. Porto Alegre: Zouk (Gaininvest Publicações), 2007.

MAGGIN, John L. [et al.]. Managing Investment Portfolios: a dynamic process. 3rd ed., CFA Institute Series, 2007.

PINHEIRO, Juliano Lima. Mercado de Capitais: fundamentos e técnicas. 4ª Ed., São Paulo: Atlas, 2008.

SHARPE, William F. Investidores e Mercados: seleção de carteiras, apreçamento de ativos e investimentos. Tradução Wilson Nakamura e Daniel Bergman. São Paulo: Novo Conceito, 2008.

9. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

28

ANEXO

CENÁRIO MACROECONÔMICO

Após o pânico financeiro presenciado durante o ano de 2008 e os impactos adversos da Crise do Subprime sobre a produção mundial e o mercado de trabalho nas principais economias no ano de 2009, os próximos períodos devem se caracterizar por uma recuperação, ainda que tímida, e uma posterior estabilização do crescimento mundial. Segundo o Fundo Monetário Internacional (FMI), em seus relatórios World Economic Outlook e Global Financial Stability Report publicados em outubro de 2009, o recuperação da economia global já foi posta em andamento, mas o grande desafio é a sua sustentabilidade, sendo que as economias emergentes estão à frente das economias desenvolvidas neste processo. A sincronia dos suportes fiscais e monetários postos em prática pelos governos no ambiente de recessão deve ser observada a partir de agora com a atenção redobrada, dada a expectativa de retomada heterogênea da economia mundial.

Como se pode observar no gráfico abaixo, as projeções do Fundo Monetário Internacional (FMI) apontam para uma queda do ritmo de crescimento da economia mundial e um movimento do centro dinâmico para os países emergentes.

Fonte: World Economic Outlook, outubro de 2009 – FMI

ANEXO - CENÁRIO MACROECONÔMICO

30

%

0

2

4

6

8

-2

-4Mundo Avançadas Emergentes

2008 2009 2010

3 3,1

- 1,1

0,61,3

- 3,4

6

5,1

1,7

Crescimento econômico

Esses movimentos tendem a resgatar a estabilização da produção e do emprego mundial, mas não alterarão estruturalmente, no curto prazo, o arranjo do sistema financeiro mundial em termos de moeda considerada reserva de valor (dólar americano) e taxas de juros livres de risco (Treasuries americanos).

Mesmo com uma perspectiva benigna, alguns espectros continuam a ameaçar a estabilidade e configuram-se em riscos para a economia mundial e por isso devem ser monitorados. No presente, a possibilidade de um repique da crise não pode ser descartada. Nos próximos períodos, monitorar a condução da política monetária chinesa, o nível de alavancagem das instituições financeiras e a administração dos déficits públicos das principais economias mundiais será de suma importância.

No Brasil, a musculatura adquirida com uma política econômica temporalmente consistente e um nível de regulamentação pertinente para viabilizar o desenvolvimento do mercado financeiro e ao mesmo tempo evitar excessos, permite enfrentar crises externas com relativa eficácia. O tripé constituído pela instituição das metas de inflação, do câmbio flutuante e da responsabilidade fiscal, permitiu conquistar a almejada estabilidade de preços, assim como a credibilidade e reputação das autoridades monetárias. Tais fatores se corporificaram em uma menor volatilidade do produto e do emprego, fatores que levam a um cenário provável de potencialmente benéfico. O risco político implícito de um ano de eleitoral não é considerado relevante para o ano de 2010. A chance de uma alteração na função de reação do Banco Central brasileiro ou de não

1cumprimento das metas de superávit fiscal em decorrência desses eventos é tida como pouco provável.

1 Para uma exposição dos efeitos eleitorais sobre o comportamento dos policymakers, ver Drazen (2000, p. 219-308).

31

Embora tenha enfrentado relativamente bem à crise financeira, o País teve sua produção industrial impactada. O gráfico abaixo demonstra que a utilidade da capacidade instalada teve significativa redução assim como o nível de emprego. A presença de capacidade ociosa e um cenário com expectativas de inflação bem ancoradas possibilitaram uma adoção de uma política monetária e fiscal expansionistas, as quais permitiram a manutenção do emprego e da renda, suavizando o impacto sobre o ciclo econômico.

Utilização da Capacidade Instalada e PIB Industrial no trimestre

Fonte: IPEAdata, CNI e IBGE.

Após a divulgação dos dados do PIB brasileiro do terceiro trimestre de 2009, podemos observar que investimento e consumo das famílias, destaques de crescimento no período, tem sido promovidos pela expansão do crédito, do mercado de trabalho e da confiança dos empresários e

32

75,0

76,0

77,0

78,0

79,0

80,0

81,0

82,0

83,0

84,0

85,0

80

90

100

110

120

130

140NUCI PIB Indústria Tranformação

consumidores. O Produto Interno Bruto brasileiro deve apresentar expansão de 5,0% em 2010, levando nesta esteira o mercado de trabalho e, por conseguinte, a inclusão de novos indivíduos no mercado consumidor, o que sinaliza boas perspectivas para os setores ligados ao mercado interno.

Como ainda não foram postos em andamento os investimentos necessários para aumentar o PIB potencial brasileiro, a autoridade monetária deve fazer elevações da taxa básica de juros para conduzir as expectativas dos agentes ao centro da meta de inflação. Apesar da esperada aceleração da demanda doméstica, espera-se que a inflação ao consumidor mantenha-se ancorada ao centro da meta de 4,5% ao ano estipulada pelo Conselho Monetário Nacional. Como o crescimento esperado da demanda agregada é superior ao observado no passado e tendo como dado o seguimento de uma Regra de Taylor pelo Banco Central, a qual considera o hiato do produto, o desvio das expectativas de inflação em relação ao centro da meta e uma taxa natural de juros reais, o mercado aguarda o início de um ciclo moderado de alta dos juros básicos em 2010 visando mitigar qualquer risco inflacionário possível. A taxa de juros Selic meta definida pelo Comitê de Política Monetária a cada quarenta e cinco dias deve encerrar o ano num patamar próximo a 10,50%, gerando um resultado médio de 9,5% ao longo dos doze meses.

Sobre o fluxo de capitais estrangeiros podemos inferir que haverá continuidade do movimento retomado durante 2009, principalmente naqueles que se apresentam como potenciais núcleos de dinamismo no mercado interno, como é o caso do Brasil. Tal cenário torna-se compatível com uma marginal apreciação da moeda brasileira frente ao dólar americano e a utilização cada vez mais preponderante da poupança externa no financiamento do investimento, dado que se carece ainda de poupança no setor privado e no setor público brasileiro. A boa notícia para o mercado de capitais é a expectativa do crescimento da participação dos títulos

33

emitidos pelas companhias brasileiras nos portfólios dos investidores locais, fruto de uma menor competição do setor privado com o setor público na captação de poupança.

Seguindo o raciocínio do método bottom up de análise fundamentalista, que considera a elasticidade do resultado das companhias em relação a variáveis macroeconômicas como PIB, juros e câmbio, estimamos que o crescimento do lucro líquido do conjunto das empresas negociadas na bolsa brasileira será de 15,0% em 2010. Assim, ao assumir um índice Preço Lucro (P/L) esperado de 14 vezes, obtemos uma valorização adicional possível de 17,0% em 2010 sobre os 21.300 pontos de fechamento do IBX em novembro de 2009 e os 67.000 pontos do Ibovespa no mesmo período. Variações não esperadas no risco Brasil e/ou no prêmio pelo risco de mercado alterarão este múltiplo, mas podemos inferir esta pontuação como o centro de uma distribuição de probabilidades em nosso cenário.

No período de 2010 a 2014, conforme Quadro 1, as projeções continuam favoráveis, embora para alcançar o nível de desenvolvimento econômico almejado tornar-se-á imperativo a realização de investimentos que solucionem os gargalos em termos de infra-estrutura e de oferta agregada no Brasil.

34

35

PIB

Crescimento real (%)

Inflação

IPCA

INPC

IGP-M

Taxa de câmbio

R$/US$ - final de período

Taxa de juros nominal

Básica - final de período (%)

Básica - média (%)

Setor público

Dívida Líquida do Setor Público (%PIB)

Setor externo

Balança Comercial (US$)

0,2

4,3

4,3

-0,7

1,7

8,8

9,8

43,4

25,0

5,0

4,3

4,3

4,2

1,8

10,5

9,6

42,1

12,0

4,3

4,6

4,6

4,6

1,8

10,6

10,2

40,2

8,2

4,2

4,4

4,5

4,5

1,9

10,3

10,4

38,5

10,0

4,3

4,4

4,5

4,6

1,9

9,8

10,0

36,4

17,0

4,0

4,2

4,5

4,5

1,9

9,5

9,6

36,0

15,0

2009 2010 2011 2012 2013 2014

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