princÍpios de lideranÇa - the church of jesus christ of

126
PRINCÍPIOS DE LIDERANÇA MANUAL DO PROFESSOR RELIGIÃO 180R

Upload: others

Post on 02-Dec-2021

1 views

Category:

Documents


0 download

TRANSCRIPT

PRINCÍPIOS DELIDERANÇAMANUAL DO PROFESSOR

R E L I G I Ã O 1 8 0 R

PRINCÍPIOS DE LIDERANÇAMANUAL DO PROFESSORReligião 180R

Preparado peloSistema Educacional da Igreja

Publicado porA Igreja de Jesus Cristo dos Santos dos Últimos DiasSalt Lake City, Utah

Envie seus comentários e correções,inclusive erros tipográficos paraCES Editing, 50 E. North Temple Street,Floor 8, Salt Lake City, UT 84150-2722, USA.E-mail: <[email protected]>

© 2001, 2003 Intellectual Reserve, Inc.Todos os direitos reservadosImpresso no Brasil

Aprovação do inglês: 5/99Aprovação da tradução: 5/99Tradução de Principles of Leadership Teacher Manual: Religion 180rPortuguese

iii

SUMÁRIOIntrodução . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .v

Lição 1 Líderes e Nosso Potencial Divino . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .1

Élder Vaughn J. Featherstone,Trechos de The Incomparable Christ: Our Master and Model . . . . . . . . . . . . . . . .3

Lição 2 Honrar o Arbítrio Daqueles Que Lideramos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .7

Irmão Neal A. Maxwell, “Looking at Leadership” . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .9

Lição 3 Tornar-se um Bom Pastor . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .14

Élder James E. Faust, “Destes Farei Meus Líderes” . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .15

Lição 4 Dar um Bom Exemplo . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .20

Presidente Gordon B. Hinckley, “Conselhos e Oração do Profeta para os Jovens” . . .21

Lição 5 Aprender Nossos Deveres como Líderes . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .28

Élder Dallin H. Oaks, “Parental Leadership in the Family” . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .29

Lição 6 Servir as Pessoas a Quem Lideramos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .33

Élder Vaughn J. Featherstone, Trechos de More Purity Give Me . . . . . . . . . . . . . . . .35

Élder M. Russell Ballard, Trechos de “The Greater Priesthood: Giving a Lifetime of Service in the Kingdom” . . . . . . . .36

Lição 7 Aprender a Liderar com Caridade . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .38

Irmão Stephen D. Nadauld, Trechos de Principles of Priesthood Leadership . . . . . . .40

Lição 8 A Liderança Freqüentemente Requer Sacrifício . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .44

Élder Gordon B. Hinckley, The Loneliness of Leadership . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .45

Lição 9 Abordar a Liderança com Alegria . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .48

Élder Joseph B. Wirthlin, “As Lições Aprendidas na Jornada da Vida” . . . . . . . . . . . .49

Lição 10 Estabelecer Prioridades . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .57

Élder M. Russell Ballard, “Manter em Equilíbrio as Exigências da Vida” . . . . . . . . . .60

Lição 11 Honrar o Sacerdócio e as Mulheres . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .64

Élder Russell M. Nelson, “Honoring the Priesthood” . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .66

Lição 12 Ajudar as Pessoas a Ocuparem-se Zelosamente . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .71

Élder Hugh B. Brown, “O Pé de Groselha” . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .73

Irmã Margaret D. Nadauld, “A Alegria de Ser Mulher” . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .74

Lição 13 O Trabalho de Liderança . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .78

Élder Mark E. Petersen, “The Image of a Church Leader” . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .79

Lição 14 Liderança e Conselhos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .84

Élder M. Russell Ballard, “Strength in Counsel” . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .86

Élder M. Russell Ballard, “Counseling with Our Councils” . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .90

iv

Lição 15 A Importância de Delegar . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .93

Presidente N. Eldon Tanner, “The Message: Leading as the Savior Led” . . . . . . . . . .95

Lição 16 Princípios Referentes ao Processo de Tomar Decisões . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .99

Presidente Ezra Taft Benson, “Suggestions on Making Decisions” . . . . . . . . . . . . . .99

Lição 17 Realizar Reuniões Bem-Sucedidas . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .105

Presidente Boyd K. Packer, A Ordem Não Escrita das Coisas . . . . . . . . . . . . . . . . .106

Lição 18 Introspecção . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .113

Presidente Spencer W. Kimball, “Jesus: The Perfect Leader” . . . . . . . . . . . . . . . . . .114

v

INTRODUÇÃO

OBJETIVO DO CURSO RELIGIÃO 180R

O curso Religião 180R, Princípios deLiderança, apresenta aos alunos princípios deliderança e métodos que irão ajudá-los a liderar demodo satisfatório para Jesus Cristo, o líderperfeito. Conforme explicou o Presidente SpencerW. Kimball: “Será muito difícil sermos bons líderesa menos que reconheçamos a realidade do líderperfeito, Jesus Cristo, e deixemos que Ele seja aluz que nos mostre o caminho!” (“Jesus: ThePerfect Leader”, Ensign, agosto de 1979, p. 7.)

À medida que a Igreja cresce, maior se torna anecessidade de prepararmos novos líderes. Osmembros da Igreja podem aprender a ser líderes.O Presidente Gordon B. Hinckley citou estadeclaração do General do Exército dos EstadosUnidos Mark W. Clark: “Ao contrário do que diz ovelho ditado, os líderes não nascem feitos. A artede liderar pode ser ensinada e pode seraprendida”. (Teachings of Gordon B. Hinckley,1997, p. 306.)

Princípios de Liderança é um curso de umcrédito, com uma aula por semana. Ele pode serministrado a todos os alunos ou adaptado paragrupos específicos, como o de líderes de conselhoestudantil do instituto de religião. Se o curso forministrado para um grupo específico, não deixede incluir um aviso depois do nome do curso naprogramação de aulas (por exemplo: “Para líderesdo conselho estudantil”). Embora o cursoPrincípios de Liderança tenha sido planejado parater a duração de um semestre, você podecomplementar as aulas com material adicional afim de atender às necessidades locais, de modoque haja material para um ano de curso para oconselho estudantil do instituto.

O Manual do Professor de Princípios deLiderança inclui mais lições do que seria possívelensinar num semestre de 15 semanas. As liçõesadicionais permitem que os professores tenhamcerta flexibilidade ao decidir os assuntos a seremapresentados em classe. Nas aulas com períodoletivo de 9 semanas, as lições podem serarranjadas em dois grupos de nove para seremministradas em dois períodos letivosconsecutivos. O curso do primeiro período letivo,Religião 180R, e o curso do segundo períodoletivo, Religião 181R, podem ambos seremchamados de Princípios de Liderança.

MANUAL DO PROFESSOR DE PRINCÍPIOS DELIDERANÇA

O Manual do Professor de Princípios deLiderança inclui uma lição sobre cada um de umconjunto de dezoito princípios de liderança tiradosdas escrituras. A ordem em que você irá apresentaras lições pode ser adaptada de acordo com asituação. Pode ser necessária mais de uma aula parase abordar adequadamente alguns dos princípios.Organize as lições de modo a poder discutir osprincípios que considere mais importantes paraseus alunos, ao prepararem-se para cargos deliderança na Igreja, escola, comunidade e no lar.

Cada lição começa com uma escritura da qualé extraído um princípio geral de liderança. Alémdisso, cada lição inclui:

• Conceitos da Lição—Princípios específicospara ajudar os alunos a colocar em prática oprincípio geral de liderança.

• Comentário—Explicações dos conceitos dalição, incluindo escrituras adicionais edeclarações das Autoridades Gerais.

• Sugestões didáticas—Métodos sugeridos parao ensino dos conceitos.

• Recursos para o professor—Discursos ouartigos escritos pelas Autoridades Geraisrelacionados aos princípios de liderança.Seguem-se perguntas para estudo.

Os discursos da seção de recursos para oprofessor e as perguntas que os acompanhamvisam ajudar você, como professor, a preparar asaulas. Você também pode usar os discursos eperguntas em classe ou entregá-los aos alunoscomo apostila. Observe que alguns dos discursosestão diretamente relacionados à lição, enquantoque outros abordam temas gerais de liderança.

Esperamos que este manual do professor oajude a preparar futuros líderes e a realizar aesperança do Presidente Ezra Taft Benson:“Amados jovens, vocês precisarão passar pordificuldades e tentações; mas há grandesmomentos de eternidade adiante. Vocês têm onosso amor e confiança. Oramos para que estejampreparados para assumir cargos de liderança.Dizemos a vocês: ‘Erguei-vos e brilhai’ (D&C115:5), sendo uma luz para o mundo e umexemplo para as pessoas”. (“To ‘the RisingGeneration’”, New Era, junho de 1986, p. 8.)

1

CONCEITO 1. TEMOS POTENCIAL DIVINOPORQUE SOMOS FILHOS DO PAI CELESTIAL.

COMENTÁRIO

O salmista perguntou: “Que é o homem mortalpara que te lembres dele?” (Salmos 8:4) Algumaspessoas acreditam que o homem é simplesmenteum animal racional motivado por instintos,influências socioeconômicas ou sua agressividadenatural. Alguns crêem que o comportamento dohomem é controlado pela promessa derecompensas ou a ameaça de castigos. Algumaspessoas dizem que nossa existência não temqualquer sentido.

Muito pelo contrário, os santos dos últimosdias sabem que todas as pessoas são filhas do PaiCelestial e têm o potencial de tornarem-sesemelhantes a Ele. (Ver Atos 17:29; Efésios 4:6;Hebreus 12:9.) A admoestação do Salvador de quenos tornemos perfeitos como Ele é uma evidênciade nosso potencial divino.

Cremos que todas as pessoas têm grande valor(ver D&C 18:10, 15), que são capazes de discerniro certo do errado (ver 2 Néfi 2:5), que graças àExpiação de Jesus Cristo elas são livres paraescolher o bem ou o mal (ver vv. 26–27) e quesão, portanto, responsáveis por suas escolhas (verv. 10). Declaramos que o propósito de Deus aoestabelecer o plano de salvação é o de quetenhamos alegria. (Ver v. 25.)

SUGESTÃO DIDÁTICA

Desenhe uma linha vertical bem no meio doquadro-negro. No lado esquerdo escreva o títuloAlgumas Visões do Mundo acerca da Natureza

Humana. No lado direito escreva o título CrençasSUD a respeito da Natureza Humana. Discuta ocomentário acima e escreva um resumo da visãodo mundo e do conhecimento revelado acerca denossa natureza e potencial, embaixo dos devidostítulos. Chame a atenção dos alunos para nossoconhecimento, como santos dos últimos dias, deque somos filhos do Pai Celestial com o potencialde tornar-nos semelhantes a Ele.

Discuta como nosso conhecimento de quemsomos e do que podemos vir a ser nos ajuda asermos melhores líderes. Incentive os alunos adesenvolver uma compreensão mais profunda danatureza humana e do plano de salvação. Diga aosalunos que isso irá aumentar seu desejo ecapacidade de conduzir pessoas a Jesus Cristo.

Discuta como nosso entendimento de nossanatureza divina pode influenciar o planejamentode programas da Igreja e para a família.

Peça aos alunos que leiam Moisés 1:27–39.Discuta perguntas como estas:

• O que esses versículos nos ensinam sobrequem somos?

• O que esses versículos nos ensinam sobrenosso potencial?

• Acham que Moisés estava mais bem capacitadoa liderar seu povo depois da visão descritanesses versículos? Por quê?

• Que verdades vocês vêem nesses versículos quepodem ajudá-los a serem um líder melhor?

Separe a classe em pequenos grupos. Diga acada grupo que imagine que foram chamadospara planejar uma conferência de jovens daestaca. Peça-lhes que façam um esboço da

LIÇÃO 1

LÍDERES E NOSSO POTENCIAL DIVINO“Lembrai-vos de que o valor das almas é grande à vista de Deus.” (D&C 18:10)

PRINCÍPIO DE LIDERANÇA

A compreensão de nosso potencial divino ajuda os líderes a guiarem as pessoas a Jesus Cristo.

CONCEITOS DA LIÇÃO

1. Temos potencial divino porque somos filhos do Pai Celestial.

2. Jesus Cristo é nosso Salvador.

3. Os líderes devem seguir a Regra de Ouro do evangelho. (Ver Mateus 7:12.)

Lição 1: Líderes e Nosso Potencial Divino

conferência e planejem atividades que irão ajudaros jovens a saber que são filhos do Pai Celestial eque têm um potencial divino. Peça aos gruposque ponderem como os planos da conferênciaseriam diferentes se fossem feitos por umaorganização secular para um grupo semelhante dejovens. Conceda-lhes algum tempo paraconcluírem seu planejamento e depois peça quefaçam um relato para a classe.

CONCEITO 2. JESUS CRISTOÉ NOSSO SALVADOR.

COMENTÁRIO

Nossa visão da natureza humana é influenciadapela nossa compreensão da natureza e missão deJesus Cristo. O evangelho ensina que Jesus é oMessias, nosso Salvador, e o Filho Divino de Deus,o Pai.

Um anjo disse a Néfi: “Estes últimos registros[o Livro de Mórmon] (…) confirmarão a verdadedos primeiros [a Bíblia](…) e mostrarão a todasas tribos, línguas e povos que o Cordeiro de Deusé o Filho do Pai Eterno e o Salvador do mundo; eque todos os homens devem vir a ele, pois docontrário não poderão ser salvos”. (1 Néfi 13:40)

O Salvador sabia desde a Sua infância que Suamissão fazia parte do plano de Seu Pai Celestial.Conforme o Élder Neal A. Maxwell, do Quórumdos Doze, explicou: “Ele sabia muito, sendoextremamente jovem”. (Men and Women ofChrist, 1991, p. 115.) O Apóstolo João escreveuque Jesus “a princípio não recebeu da plenitude,mas continuou de graça em graça, até receber aplenitude”. (Ver D&C 93:13.) À medida queprosseguiu o ministério de Cristo, Ele falou aoutros acerca de Sua identidade e missão. Eledisse a Seus discípulos: “Eu e o Pai somos um”.(João 10:30) Para a mulher samaritana junto aopoço de Jacó Ele revelou que era o tão esperadoMessias. (Ver João 4:19–26, 42.) O Élder Bruce R.McConkie, que foi membro do Quórum dos Doze,resumiu o testemunho que o Senhor prestouacerca de Si mesmo junto ao tanque de Betesda:“Ele agia pelo poder do Pai; levaria a efeito aressurreição; seria honrado juntamente com oPai; haveria de julgar todos os homens; pregariaaos espíritos em prisão e abriria as sepulturas dosque partiram da Terra; Ele tinha vida em Simesmo, assim como o Pai; tudo isso e muito,muito mais. [Ver João 5.]” (The PromisedMessiah: The First Coming of Christ, 1978, p.154.)

Amuleque explicou aos zoramitas: “Pois énecessário que haja uma expiação; porque, deacordo com o grande plano do Deus Eterno,deverá haver uma expiação; do contrário, toda ahumanidade inevitavelmente perecerá. (…)

Porque é necessário que haja um grande eúltimo sacrifício; sim, não um sacrifício dehomem nem de animal nem de qualquer tipo deave; pois não será um sacrifício humano; deverá,porém, ser um sacrifício infinito e eterno. (…)

E eis que este é o significado total da lei, cadaponto indicando aquele grande e último sacrifício;e aquele grande e último sacrifício será o Filho deDeus, sim, infinito e eterno.” (Alma 34:9–10, 14.)

SUGESTÃO DIDÁTICA

Peça aos alunos que encontrem passagens dasescrituras que descrevam aspectos dapersonalidade divina ou propósito de Jesus Cristo.Peça a alguns que leiam uma passagem queencontraram para a classe. Discuta o que asescrituras e os profetas modernos ensinam sobreJesus Cristo e o que Ele fez por nós por meio deSeu sacrifício expiatório.

Explique aos alunos que a Expiação é o pontocentral do plano de salvação. Ela torna possívelnossa ressurreição e nosso retorno a nosso larcelestial. Discuta por que é importante que afamília e os líderes da Igreja compreendam opapel de Jesus Cristo no plano.

CONCEITO 3. OS LÍDERES DEVEMSEGUIR A REGRA DE OURO DO EVANGELHO.

COMENTÁRIO

Os líderes devem tratar as pessoas combondade e respeito. Toda pessoa é um filho deDeus com potencial divino por quem o Salvadorsofreu e morreu. É mais provável que as pessoasreajam positivamente a líderes que demonstremamor e respeito por elas.

O Salvador ensinou “Portanto, tudo o que vósquereis que os homens vos façam, fazei-lhotambém vós, porque esta é a lei e os profetas”.(Mateus 7:12) Esse ensinamento tornou-seconhecido como a Regra de Ouro.

Alma ensinou: “O Senhor concede a todas asnações que ensinem a sua palavra em sua próprianação e língua, sim, em sabedoria, tudo o que eleacha que devem receber”. (Alma 29:8) Não é de seadmirar que haja pessoas a quem o evangelho nãofoi revelado mas que compreendem muitasverdades do evangelho.

2

Lição 1: Líderes e Nosso Potencial Divino

Muitas religiões possuem preceitossemelhantes a esse ensinamento do Salvador. Oquadro a seguir relaciona várias delas.

Adaptado de David Wallechinsky e Irving Wallace, The People'sAlmanac, 1975, pp. 1314–1315.

SUGESTÃO DIDÁTICA

Pergunte se alguém saberia citar a Regra deOuro. Se ninguém souber, peça aos alunos queleiam Mateus 7:12 e explique que esseensinamento do Salvador é geralmente conhecidocomo a Regra de Ouro. Relembre aos alunos queo Senhor inspira mestres justos em todas asnações (ver Alma 29:8) e explique-lhes que existeuma versão dessa regra em muitas religiões. OPresidente Ezra Taft Benson ensinou que a Regrade Ouro é a “fórmula do sucesso norelacionamento entre as pessoas”. (The Teachingsof Ezra Taft Benson, 1988, p. 447.)

Discuta com a classe as características doslíderes que vivem a Regra de Ouro e escreva suassugestões no quadro-negro. Os seguintesexemplos podem ser úteis:

(Ver também as listas do Élder Vaugh J. Featherstone na seçãoRecursos para o Professor, abaixo.)

Leia Lucas 10:25–37 e discuta o que essaparábola ensina sobre a Regra de Ouro. Você podefazer perguntas como estas:

• O que custaria para uma pessoa ser um “bomsamaritano”? Será que esse preço é alto demaispara os líderes? Expliquem.

• Será que os líderes deveriam viver a Regra deOuro mesmo que não esperem que os outrosos tratem de modo semelhante? Por quê?

• Como acham que nosso país mudaria se oslíderes e cidadãos vivessem a Regra de Ouro?

RECURSOS PARA O PROFESSOR

Élder Vaughn J. Featherstone

Dos Setenta

Trechos de The IncomparableChrist: Our Master andModel, 1995, pp. 106–108,110–111, 113–116, 119–120,123–125, 128–132

[O capitão Morôni terminou sua carta aAmoron, dizendo]: “Agora encerro minha epístola.Eu sou Morôni; eu sou um chefe”. [Alma 54:14;grifo do autor.]

Em meu Livro de Mórmon, escrevi o seguintena margem da página: “Nunca foram proferidaspalavras mais verdadeiras do que quando Morônideclarou: ‘Eu sou um chefe’”. Que grande líderele foi!

Muitos anos depois, Morôni foi descrito assim:“Se todos os homens tivessem sido e fossem epudessem sempre ser como Morôni, eis que ospróprios poderes do inferno teriam sido abaladospara sempre; sim, o diabo nunca teria poder sobreo coração dos filhos dos homens”. (Alma 48:17)

Quando Morôni era o comandante geral dosexércitos nefitas:

“Rasgou sua túnica e, pegando um pedaçodela, nele escreveu: Em lembrança de nosso Deus,nossa religião e nossa liberdade e nossa paz,nossas esposas e nossos filhos—e amarrou-o naponta de um mastro.

E ele colocou seu capacete e sua couraça eseus escudos e cingiu os lombos com suaarmadura; e pegou o mastro em cuja ponta seachava a túnica rasgada (a que ele chamouestandarte da liberdade); e inclinou-se até o solo eorou fervorosamente a seu Deus, a fim de que asbênçãos da liberdade repousassem sobre seusirmãos enquanto restasse um grupo de cristãospara habitar a terra.” (Alma 46:12–13)

Os líderes que vivem a Regra de Ouro:

• Vêem as pessoas e tarefas num contexto maisamplo.

• São otimistas em relação às pessoas a quemservem e as tarefas que assumem.

• Desenvolvem maior capacidade e desejo de serviràs pessoas.

Judaísmo “Não faça a seu semelhante aquiloque você detesta que lhe façam.Essa é toda a lei; tudo o mais sãocomentários.” Talmud, Shabbat,31a.)

Budismo “Não magoes os outros com algoque tu mesmo considerariasdoloroso.” (Udana–Varga, 5, 18.)

Confucionismo “Segura é a máxima da bondadeamorosa: Não faça aos outros oque você não gostaria que lhefizessem.” (Analects, 15, 23.)

Islã “Nenhum de vocês será um crenteaté que deseje para seu irmãoaquilo que ele próprio deseja parasi mesmo.” (Sunnah)

3

Lição 1: Líderes e Nosso Potencial Divino

Não havia dúvida alguma na mente de Morônide que ele era o líder. Ele conhecia seu papel eestava determinado a cumpri-lo. Ele se colocouna direção certa com toda a sua alma. Ele pôs suafé em prática por meio de ações e ajoelhando-seem oração, e não tinha vergonha de fazer essascoisas em público.

Morôni era um líder destemido com um espíritoindômito. Seu coração e alma estavam dedicados auma causa maior do que ele mesmo; e ele nãotinha uma partícula sequer de medo. Sempre quelemos sobre o capitão Morôni, sinto um fogo arderna medula de meus ossos. O que vocês dariampara lutar lado a lado com um homem assim?

Sempre haverá homens, mulheres e jovens queserão atraídos para uma causa se tiverem umlíder; contudo, é difícil para Deus ou qualquerorganização usar um líder relutante. (…)

Estou certo de que Morôni não sabia realmentequão grandioso ele era. Duvido que tenhaestudado princípios de liderança num livropopular ou num seminário muito dispendioso.Simplesmente havia uma grande necessidade, eMorôni, com toda a pureza e confiança, deu umpasso à frente e permitiu que o Senhor o usasse.

Na Igreja, todos somos líderes e seguidores. AIgreja é organizada de tal forma que mesmo omenor dentre nós lidera durante sua vida. Essaliderança pode assumir a forma de algumasfamílias para ensinar como mestre familiar, oupode ser um chamado na estaca, região ou namesma área; pode ser uma classe das Moças, oupode abranger todas as moças da Igreja. (…)

O Presidente Harold B. Lee sugeriu quesomente quando nos colocamos totalmente àdisposição podemos tornar-nos discípulos dignosde Cristo. É interessante notar que a falta deconfiança em si mesmo ou os sentimentos deindignidade não entram em conflito com essepensamento. Tanto Moisés quanto Enoque eram“lentos no falar” e ficaram admirados com seuchamado. Podemos sentir-nos inadequados, masquando temos um trabalho a fazer, alguémprecisa dar um passo à frente e fazê-lo.

A quarta seção de Doutrina e Convêniosdeclara: “Se tendes desejo de servir a Deus, soischamados ao trabalho”. (Versículo 3) (…)

Todos os que se dispõem a trabalhar e têmdesejo de servir são chamados para liderar. Issofaz parte do plano do evangelho. (…)

O líder precisa ser capaz de ter uma visão dotrabalho. (…)

“Não havendo profecia [visão], o povo perece”,tampouco realiza o trabalho. (Provérbios 29:18)Não têm o desejo de trabalhar e inevitavelmenteacabam atrapalhando em vez de ajudar. De modosemelhante, o líder sem visão limitadrasticamente a sua eficácia. (…)

Já que a visão é tão importante, como é que aadquirimos? Aqueles que possuem visão têmmuitas coisas em comum:

• Eles vêem o trabalho por inteiro.

• Eles visualizam o que precisa acontecer paraalcançar os resultados desejados.

• Eles pensam em todos os seus recursos,potenciais e capacidade como um todo.

• Eles vêem dentro de sua mente que coisasmaravilhosas e magníficas poderiam acontecerse toda a força de trabalho fosse mobilizada emconjunto.

• Eles se põem a trabalhar para atingirem seuobjetivo.

• Eles têm a capacidade de transmitir sua visãoaos que estão a seu redor de modoconvincente, de modo que os outros tambémadotem essa visão.

• Eles vêem o que estão fazendo como umacausa, e não um projeto.

• Os líderes religiosos sentem a “mão divina”auxiliando seu trabalho. (…)

Imaginem comigo a magnitude da causa naqual estamos engajados. Recebemos as chaves, osacerdócio e o programa da maior causa em todaa eternidade. Somente nós, de todos os filhos deDeus, possuímos as chaves do conhecimento dasalvação e exaltação. (…)

A causa é maior do que os homens ou osprofetas. É a causa do Salvador. É a causa deDeus, o Pai Eterno. Quando adotamos Sua causae perseveramos fielmente, tornamo-nosportadores de tudo que ensinamos ecompartilhamos. Um versículo que cito muitofreqüentemente, às vezes sem pensar muito, é:“Esta é minha obra e minha glória: Levar a efeitoa imortalidade e vida eterna do homem”. (Moisés1:39) Imaginem uma causa que tenhaimplicações e conseqüências eternas, uma causatão grandiosa que toda a eternidade depende denossa aceitação ou rejeição dela. Nãocompreendemos bem que magnífico privilégio éabraçar plenamente essa causa. (…)

Um quórum ou classe pode ter uma causa: otrabalho missionário, atividades de bem-estar,

4

Lição 1: Líderes e Nosso Potencial Divino

ativação de todos os membros do quórum, apreparação para o templo, os laços de irmandade(união) e dezenas de outros. Quando estamosenvolvidos de modo unido, alcançamos resultadoscom os quais mal ousamos sonhar.

As coisas que mais amo têm a capacidade detornarem-se causas verdadeiramente grandiosas.A família, a religião, o país, os direitos, liberdade,arbítrio e trabalho—a maioria de nós consideraessas coisas muito preciosas. (…)

A causa a que nos entregamos precisa ser real ede grande valor; não pode ser inventada. OSenhor nos oferece muitas causas individuais,como o batismo na única Igreja verdadeira, osselamentos no templo, o relacionamento familiareterno, o trabalho missionário, o cuidado dosnecessitados e nosso próprio senso de destinocom o potencial de exaltação. (…)

(…)O líder precisa ser um exemplo. (…)

O exemplo está em tudo que fazemos. Nisso olíder é constante. Ele não pode ter um nível decaráter no campo de batalha e outro quando estásozinho. (…)

Esta é a obra do Senhor. Ela precisa seguiradiante. O Senhor concede talentos a homens emulheres, e esses talentos e capacidade deliderança devem ser colocados em prática ondepossam proporcionar os maiores resultados. (…)

Os líderes sempre concluem seu trabalho. Eleselevam as pessoas a seu redor. (…)

Devemos orar por líderes espirituais queelevem e motivem as pessoas, que aumentem onível de atividade e desempenho. (…)

Descobriremos que aqueles que deixam a maisprofunda impressão em nossa vida são os queusam seu papel de liderança para servir. Aquelesque são egoístas, arrogantes ou orgulhosos nãogostam de servir mas são rápidos em tomar opoder. Adoram o controle, o domínio e aobediência compulsória. (…)

A liderança de serviço é baseada num profundorespeito pelos filhos dos homens. Exige umcaráter de liderança que não despreza, avilta oufaz com que os liderados se sintam inferiores. Aliderança de serviço eleva, abençoa e transformavidas de maneira positiva. (…)

Os líderes-servos exercem as seguintescaracterísticas e práticas no desempenho de seupapel. Eles:

• Compreendem o valor de cada alma humana.

• Têm um senso inato ou desenvolvido depreocupação pelas pessoas.

• São rápidos em apresentar-se como voluntáriospara aliviar a pressão sobre outras pessoas.

• Correm ao auxílio de alguém que estápassando por uma situação embaraçosa ouhumilhante.

• Tratam todas as pessoas em base de igualdade.

• Não consideram as tarefas que esperam que osoutros façam rebaixantes para si mesmos.

• Não se ofendem com as perturbações causadaspor pessoas que estão sofrendo traumas ouestresse emocionais.

• Esperam mais de si mesmos do que dequalquer outra pessoa.

• São rápidos em cumprimentar, dar crédito eedificar aqueles que realizam uma tarefadesignada.

• Julgam as pessoas por seu potencial, e nãonecessariamente por uma única experiêncianegativa.

• Não tomam para si o crédito das realizações deoutra pessoa e gostam de dividir o crédito desuas próprias realizações.

• Procuram conhecer os fatos antes de apontardefeitos ou criticar outras pessoas.

• Ajudam todas as pessoas a sentirem que fazemuma parte real no sucesso de um projeto.

• Detestam brincadeiras ou declarações quehumilhem ou chamem a atenção para umaalma.

• Sempre criticam construtivamente emparticular e cumprimentam em público.

• São absolutamente honestas em seu trabalho.

• São igualmente justos com todos os que estãosob sua direção.

• Estão sempre dispostos a ouvir os dois lados deuma questão, discussão ou disputa. Sabem quesempre existe o outro lado da moeda. (…)

• São acessíveis a todos, não apenas aos queocupam um cargo importante ou detenham opoder.

Os verdadeiros líderes-servos não precisam deuma lista de verificação para suas qualidades decaráter, porque as vivem todos os dias. (…)

5

Lição 1: Líderes e Nosso Potencial Divino

Os líderes servos também compreendem quecada pessoa é única e especial. Há vários anos,lembro-me de ter ouvido a lenda grega deProcrustes. A lenda é chamada de a “Cama deProcrustes”. Ela tinha 1,80 m de comprimento.Aqueles que não tinham essa estatura eramesticados para se adequarem ao tamanho dacama. Aqueles que tinham mais de 1,80 msofriam a amputação dos centímetros excedentes.Todos precisavam se adequar à cama deProcrustes. Felizmente não é essa a maneira doSenhor ou de Seu reino. Ele sempre chamouhomens e mulheres incomuns que tinham grandeintegridade, ambição, disciplina e fé em Cristo.Nem todos se encaixam ao mesmo tamanho decama, e nem ao mesmo chamado.

Nem todos estarão, nem deveríam estar,ocupando o cargo mais elevado da ala, estaca ouda Igreja em geral, mas todos podem fazer suascontribuições máximas como líder servo numchamado ou situação particular. E isso é tudo queo Salvador espera de nós: o melhor de nós,sejamos quem formos.

AUXÍLIOS DIDÁTICOS

• Quem é o exemplo do líder ideal para o ÉlderFeatherstone? Que qualidades O tornaram umlíder assim?

• Além de um coração desejoso, o que maisprecisamos ter para tornar-nos bons líderes?

• O que podemos fazer para desenvolver ascaracterísticas que os líderes com visão têm emcomum?

• Em que causas podemos estar engajados aoliderarmos e servirmos em nossa família?Nossas organizações de ala e estaca?

• Por que é importante que o líder seja um bomexemplo?

• Que característica do líder servo vocês achamser mais importante para desenvolver emseguida? Como vocês podem começar adesenvolver essa característica? (Nota: Seutilizar essa pergunta na sala de aula, peça aosalunos que pensem na resposta em silêncio.)

• O que a “cama de Procrustes” tem a ver com aliderança?

6

7

CONCEITO 1. OS LÍDERES DA IGREJA E DAFAMÍLIA DEVEM HONRAR O ARBÍTRIO DOS QUEPOR ELES SÃO LIDERADOS.

COMENTÁRIO

O Élder Boyd K. Packer, que na época eramembro do Quórum dos Doze, disse: “O únicoarbítrio mencionado [nas escrituras] é o arbítriomoral”. (Conference Report, abril de 1992, p. 92;ou Ensign, maio de 1992, p. 67; ver D&C 101:78.)Esse arbítrio é a capacidade de escolher o bem ouo mal. Leí explicou que os homens são “livrespara escolher a liberdade e a vida eterna por meiodo grande Mediador de todos os homens, ou paraescolherem o cativeiro e a morte, de acordo como cativeiro e o poder do diabo”. (2 Néfi 2:27) JesusCristo sempre respeitou o arbítrio daqueles queEle ensinou durante Seu ministério mortal. Elenunca os forçou a obedecerem a Ele. (Ver Mateus22:15–22; Lucas 18:18–30; João 6:28–71.)

O plano do Pai Eterno permite que tenhamosnosso arbítrio. O arbítrio é muito importante paratornar-nos semelhantes a Ele. É por isso queLúcifer tentou destruir nosso arbítrio, e Deus“[fez] com que ele fosse expulso (…)

E ele tornou-se Satanás, sim, o próprio diabo”.(Moisés 4:3–4)

Leí ensinou que para exercermos nossoarbítrio, é preciso haver “oposição em todas ascoisas”. (2 Néfi 2:11) Adão e Eva usaram seuarbítrio no Jardim do Éden para desencadear aQueda. Quando exercemos nosso arbítrio para

escolher o certo, tornamo-nos mais justos, equando o usamos para escolher o errado,tornamo-nos mais iníquos. Somos responsáveispor nossas escolhas, na medida em que somoslivres para fazê-las. Sem o arbítrio não poderiahaver retidão nem iniqüidade.

Os líderes devem liderar com retidão eincentivar as pessoas a usarem seu arbítrio nacausa da justiça.

SUGESTÃO DIDÁTICA

Discuta o significado da palavra arbítrioconforme usada no contexto do evangelho. Ajudeos alunos a compreenderem por que é importanteque os líderes compreendam esse princípio.

Discuta Doutrina e Convênios 121:41 com osalunos e ajude-os a compreender os termospersuasão, longanimidade, brandura, mansidãoe amor não fingido. Peça aos alunos queencontrem e relatem exemplos tirados dasescrituras de pessoas que demonstraram essasqualidades em sua liderança.

Pergunte como os líderes podem ser tentados anão respeitar o arbítrio dos outros. Você pode usarperguntas como estas:

• Se um líder usar a culpa para motivar umapessoa a fazer algo, será que esse líder estáhonrando o arbítrio daquela pessoa? Expliquemsua resposta.

• Como a utilização da competição para motivaras pessoas se relaciona com o respeito peloarbítrio? Por exemplo: Vocês acham que seria

LIÇÃO 2

HONRAR O ARBÍTRIODAQUELES QUE LIDERAMOS

“Animai-vos, portanto, e lembrai-vos de que sois livres para agir por vós mesmos—para escolher ocaminho da morte eterna ou o caminho da vida eterna.” (2 Néfi 10:23)

PRINCÍPIO DE LIDERANÇA

Os líderes devem servir de maneiras que permitam que os outros exerçam seu arbítrio.

CONCEITOS DA LIÇÃO

1. Os líderes da Igreja e da família devem honrar o arbítrio dos que por eles são liderados.

2. Se for adequado, os líderes devem dar orientação e também permitir que as pessoas façam suacontribuição nas decisões tomadas.

Lição 2: Honrar o arbítrio daqueles que lideramos

uma boa idéia fazer os élderes e os sumossacerdotes competirem entre si para ver quemconsegue o percentual mais alto de ensinofamiliar? Por que sim ou por que não?

• Como a oferta de prêmios para fazer o bem serelaciona com o respeito pelo arbítrio dapessoa? (Um exemplo seria um pai oferecerdinheiro ao filho para que tire boas notas.)

CONCEITO 2. SE FOR ADEQUADO, OS LÍDERESDEVEM DAR ORIENTAÇÃO E TAMBÉM PERMITIRQUE AS PESSOAS PARTICIPEM NAS DECISÕES ASEREM TOMADAS

COMENTÁRIO

As escrituras nos ensinam como devemos noscomportar sem violar o arbítrio dos outros. OProfeta Joseph Smith, quando estava na cadeia deLiberty, foi inspirado a escrever estas palavras:“Quando nos propomos a encobrir nossospecados ou satisfazer nosso orgulho, nossa vãambição ou exercer controle ou domínio oucoação sobre a alma dos filhos dos homens, emqualquer grau de iniqüidade, eis que os céus seafastam; o Espírito do Senhor se magoa e, quandose afasta, amém para o sacerdócio ou a autoridadedesse homem. (…)

Nenhum poder ou influência pode ou deve sermantido em virtude do sacerdócio, a não ser compersuasão, com longanimidade, com brandura emansidão e com amor não fingido; com bondadee conhecimento puro”. (D&C 121:37, 41)

O Élder Vaugh J. Featherstone, membro dosSetenta, disse o seguinte sobre esses versículosdas escrituras: “Quando analisamos os princípiosdesse maravilhoso conselho, vemos um grandecontraste em relação ao ponto de vista do mundosobre a liderança. Liderar as pessoas pelapersuasão é uma santa ordem de Deus. Apersuasão sugere regeneração, mudança decoração, convicção ou renovação. A persuasãotraz as pessoas que lideramos ao mesmo nível decompreensão que temos. Ela não força as pessoascontra a sua vontade, mas ajuda os discípulosdispostos a mudar; desse modo, a vontadedaquele que persuade e do que é persuadido setorna uma só.

A longanimidade sugere que Deus deseja quenos demos conta de que Seu caminho deliderança não é um jeito rápido de resolverproblemas. Ensinamos, treinamos e treinamosnovamente, e depois esperamos pacientementepelos resultados desejados. A longanimidade é

algo mais profundo do que a simples paciência.Exige um sentimento de empatia e acompreensão de que cada pessoa é diferente dasoutras. Alguns talvez não consigam compreenderum conceito ou princípio; outros talvez nãoconcordem e por isso necessitem de persuasão; eoutros, por sua vez, talvez tenham falta demotivação. O líder longânimo está maisinteressado em desenvolver e treinar almas do queem terminar mais rapidamente um trabalho ou dealguma outra maneira, ou por meio de outraspessoas.

“O Presidente Harold B. Lee freqüentementechamava nossa atenção para uma palavraimplícita nesta admoestação do Senhor: ‘Quetodo homem aprenda seu dever’. (D&C 107:99) Apalavra é deixai. (“Deixai” que todo homemaprenda seu dever.) Uma vida semelhante à deCristo exige que estejamos constantementebuscando e crescendo”. (The IncomparableChrist: Our Master and Model, 1995, pp.125–126.)

Neal A. Maxwell, que posteriormente foichamado ao Quórum dos Doze, escreveu que oslíderes basicamente seguem três estilos deliderança: manipulativo, diretivo e participativo. Naliderança manipulativa, o líder manipula as pessoase as situações para alcançar as metas do grupo. Naliderança diretiva, o líder toma as decisões, com ousem participação do grupo. Na liderançaparticipativa, o grupo divide a responsabilidade nasdecisões tomadas. Leia o comentário do irmãoMaxwell acerca desses princípios na seção Recursospara o Professor, abaixo. Observe que o irmãoMaxwell recomenda uma mistura dos estilosdiretivo e participativo de liderança.

SUGESTÃO DIDÁTICA

Discuta os três estilos de liderançaidentificados por Neal A. Maxwell (manipulativo,diretivo e participativo) e escreva-os no quadro-negro. Embaixo de cada estilo, relacione seuspontos fortes e fracos. Leia o seguinte trecho dadeclaração do irmão Maxwell:

“Tanto a experiência quanto as escriturassugerem a necessidade de uma mistura de estilosde liderança—diretivo e participativo—em queesses estilos sejam usados nas situações maisadequadas a cada um deles. Temos uma misturaespecial na Igreja da liderança diretiva e daliderança participativa, na qual todos crescem eprogridem em relação a suas metas eternas.” (“…A More Excellent Way: Essays on Leadership forLatter-day Saints”, 1967, p. 26.)

8

Lição 2: Honrar o arbítrio daqueles que lideramos

Peça aos alunos que pensem em líderes daIgreja ou da família bem-sucedidos e perguntequal o motivo de seu sucesso. Discuta como esseslíderes misturam os estilos de liderança definidospelo irmão Maxwell.

RECURSOS PARA O PROFESSOR

Irmão Neal A. Maxwell

Posteriormente do Quórumdos Doze Apóstolos

“Looking at Leadership”,“(…) A More Excellent Way”:Essays on Leadership forLatter-day Saints, 1967, pp.15–29

(…) Liderança [envolve cooperação]. Tambémenvolve risco. O mistério da liderança está contidona complexidade de uma personalidade humanamultiplicada pelas complexidades de todos osenvolvidos. Tentar descrever a liderança é comoter vários observadores tentando comparar o quevêem num caleidoscópio quando o simples ato depassar o caleidoscópio para outro altera seudesenho.

Procurando-se descrever o mistério daliderança, diversas tentativas foram feitas porestudiosos e pesquisadores no sentido deidentificar certas características importantes quepresumivelmente tornariam seus portadores maiseficazes graças a esses dons superiores.

Embora a maioria de nós possa reconhecer aboa liderança quando a sentimos ou observamos,é muito difícil isolarmos claramente ascaracterísticas que a determinam. (…)

Talvez seja melhor sair do meio das árvorespara podermos ver a floresta. Uma característica éuma “árvore” que claramente tem um significadoindividual, mas todas as árvores formam umafloresta ou padrão na personalidade do líder,mesmo que não consigamos distinguirclaramente todas as árvores ou perceber osignificado de seu inter-relacionamento.

O estilo de liderança adotado por uma pessoa(embora não necessariamente de formaconsciente) desenvolve-se a partir de seusconceitos e sentimentos acerca da natureza dohomem. Thomas Jefferson disse a umcorrespondente: “Ambos consideramos as pessoascomo nossos filhos e as amamos com afeiçãopaterna, mas você as ama como crianças emquem tem medo de confiar sem as suas babás, eeu como adultos a quem permito livremente que

governem a si mesmos”. Para alguns, o ponto devista de Jefferson é considerado excessivamenteotimista. O Profeta Joseph Smith, falando sobre ogoverno dos membros da Igreja disse: “Ensino-lhes princípios corretos, e eles governam-se a simesmos”. Mas o espírito é necessário para ajudar-nos no governo de nós mesmos.

Evidentemente, os modelos mais importantespara nós são Deus, o Pai, e Jesus Cristo. JosephSmith nos adverte, em suas Lectures on Faith,que Deus aperfeiçoou cada um dos atributos queO tornam Deus. Ou seja, Ele é perfeito emconhecimento, poder ou fé, justiça, julgamento,misericórdia, verdade e amor. Quando o profetadescreve Sua perfeição em cada um dessesatributos, podemos prontamente ver que se Elenão tivesse aperfeiçoado cada um deles, nãopoderia ser Deus. O perfeito conhecimento sem operfeito amor pode ser uma condição perigosa.Ter poder absoluto sem misericórdia perfeita seriainsuportável, e ser perfeito em amor sem serperfeito na verdade poderia tornar-nosirrestritamente sentimentais. Todo líder do nívelterreno e mortal que não procura desenvolver emsi esses mesmos atributos não pode sercompletamente eficaz ou plenamente seguro emtermos do poder que possui para influenciar edirigir a vida das outras pessoas. (…)

É difícil que grupos e organizações se elevemacima do nível de sua liderança, e embora nossaliderança final seja divina, nossa liderança maispróxima é composta de humanos imperfeitoscujas fraquezas pessoais têm uma repercussãoinevitável sobre a família, grupo e igreja e sobre osindivíduos que os compõem.

Parece haver três estilos básicos de liderança,cada qual com suas próprias limitações,vantagens, variações e repercussões. Primeiro detodos é o estilo manipulativo de liderança, quevai desde a forma mais sinistra, do tipomaquiavélico, até aquela discreta manipulaçãoque todos exercemos, consciente ouinconscientemente, sobre as pessoas que nosrodeiam.

A liderança manipulativa tem certas vantagens:Às vezes ela pode dar resultados a curto prazo,resolver um problema ou superar uma crise pormeio da manipulação das pessoas, sentimentos ecausas. Ela pode, às vezes, dar aos seguidores umsenso de ação e realização, mas não exige que olíder leve em consideração os sentimentos epensamentos dos membros de seu grupo, uma vezque ele está livre para manipulá-los, passar porcima deles ou aproveitar-se de sua ingenuidade.

9

Lição 2: Honrar o arbítrio daqueles que lideramos

As desvantagens desse tipo de liderança pode, egeralmente é, extremamente condescendente; elaprocura levar a efeito os desejos do líder e atendera suas necessidades, mas não necessariamente asdo grupo. Ela pode desencaminhar-seterrivelmente por causa de um líder mau outerminar em caos, com um líder que não sejasofisticado em sua manipulação, sendo, portanto,mais propenso a ser desmascarado mais cedo. Elausa ou ignora as pessoas e seus sentimentos, semvisar o crescimento delas.

Um segundo padrão básico de liderança é aliderança diretiva, na qual o líder procurapreservar sua “superioridade psicológica” emrelação aos membros do grupo. Ele é a figuradominante, e embora seja muito sincero ededicado, ele claramente dita as regras e toma asdecisões mais importantes.

Esse tipo de liderança tem as seguintesvantagens: Ela geralmente consegue resultadoscom considerável rapidez. Dá aos seguidores umsenso de ação e realização. Dá-lhes uma sensaçãode segurança, especialmente com um líder queseja um ponto de aglutinação ao qual possamrecorrer. Ela evita algumas limitações causadaspelas incapacidades do grupo, pois o líder podepedir a ajuda de membros do grupo quando foradequado, mas não está obrigado a dividir comeles a tarefa de tomar decisões.

Todos já vimos exemplos desse tipo deliderança numa crise. Atualmente não é umaforma de liderança muito popular, em certoslugares, mas precisamos lembrar que ela temalgumas vantagens reais. [O ex-presidente dosEstados Unidos] Herbert Hoover observou queembora o povo americano goste do “homemcomum”, quando está passando por uma crise,como uma guerra, eles desejam o “generalincomum”. (…)

Mas existem desvantagens na liderançadiretiva: ela pode criar seguidores muitodependentes que confiam excessivamente no líderem muitas coisas e em muitas situações, durantegrande parte do tempo. Não admira que BrighamYoung tenha citado essa preocupação aolamentar-se, dizendo:

“Tenho mais medo de que este povo tenhatanta confiança em seus líderes que deixe deperguntar por si mesmos a Deus se são ou nãoliderados por Ele. Tenho medo de que seacomodem num estado de cega segurançapessoal, confiando seu destino nas mãos de seuslíderes com uma confiança descuidada que por si

só pode frustrar os propósitos de Deus em suasalvação e enfraquecer aquela influência quepoderiam dar a seus líderes se soubessem por simesmos, por revelação de Jesus, que estão sendoconduzidos no caminho certo.” (Discourses ofBrigham Young, sel. John A. Widtsoe, 1941, p.135.) (…)

O Presidente Young estava procurando explicarum princípio essencial de discipulado e liderançanesse caso em prticular. Não apenas é importantepara o crescimento dos membros envolvidos queeles roguem pessoalmente a Deus a certeza sobrea direção do reino, mas também é importante queos seguidores se preparem para seguir de modoque sua influência possa ser mais útil para que oslíderes alcancem suas metas em comum. Osseguidores que agem, como Brigham Young disse,“com uma confiança descuidada”, não apenasdeixam de desenvolver em si mesmos suaspróprias capacidades e recursos, como tambémprivam os líderes do tipo de apoio que merecem ede que necessitam muitas vezes, proveniente deseguidores que estejam eles própriosdesenvolvendo as aptidões necessárias. A seção 58de Doutrina e Convênios indica que o Senhorespera que os membros da Igreja façam muito desua própria vontade, sem que a Igreja preciseinsistir ou instar incessantemente para que ofaçam. Não é realista nem sábio esperar que oslíderes forneçam todas as respostas o tempo todo,que ofereçam soluções para todos os problemasque venham a aparecer. Isso exigiria que os líderesfossem oniscientes; além disso, exigiria deles umtipo de energia constante e tempo quesimplesmente não é humanamente possíveloferecer por um período muito longo.

O conselho de Brigham Young é tão adequadopara os nossos dias quanto para a época em que foiproferido. Ele é particularmente necessário parauma Igreja que está crescendo em tamanho,abrangência e situação estratégica no mundo atual.

Existe outro princípio sutil envolvido aqui. Eletem relação com o conselho dado por Jetro aMoisés, quando sugeriu maneiras pelas quaisMoisés poderia liderar seu povo de modo maiseficaz. Jetro instou Moisés a delegar, não apenaspelo bem do povo, mas para seu próprio bem,pois, como Jetro observou: “Totalmentedesfalecerás, assim tu como este povo que estácontigo; porque este negócio é mui difícil para ti;tu só não o podes fazer”. (Êxodo 18:18)

Mesmo com suas aptidões superiores e divinas,havia ocasiões em que Jesus precisava retirar-sedo meio do ambiente estressante em que se

10

Lição 2: Honrar o arbítrio daqueles que lideramos

encontrava para conversar diretamente com o PaiCelestial. Ele precisava ser capaz de receber,especialmente porque estava doando de si otempo todo. Há um legítimo cansaço das pessoasque pode acometer os líderes em certas situações.São nessas situações que eles necessitamdesesperadamente de seguidores eficazes, nãoseguidores que dependam de seus conselhos acada curva do caminho.

O excesso de dependência pode frustrar ospropósitos de Deus, que deseja nosso crescimentoe desenvolvimento individual, e deseja tambémseguidores que possam ser muito mais eficazes eque possam dar um apoio muito melhor a seuslíderes compartilhando seu compromisso paracom o trabalho.

A liderança diretiva também tem adesvantagem potencial de fazer com que o líderfreqüentemente não esteja ciente de todos osfatos e sentimentos presentes entre seusseguidores. Os talentos dos seguidores e dosmembros do grupo não podem ser plenamentedesenvolvidos a menos que participem mais nasdecisões a serem tomadas e em suaimplementação. Esse tipo de liderança podedesencaminhar-se, mesmo com um líder diretivosincero e dedicado, porque ele não se empenhaem mobilizar todos os recursos de seu grupo, enem sempre ele é suficientemente onisciente paraevitar os erros.

A liderança diretiva, com todas as suasvantagens, pode incentivar em certos líderes umaatitude em relação a seus liderados quandoestiverem procurando energicamente transmitirinstruções e informações a eles. É quase como seesses líderes, nessas situações, quisessemtransmitir rapidamente tudo o que tivessem paradizer, tanto instruções quanto informações, e selivrarem do encargo! Há situações em quepodemos sinceramente transferir aresponsabilidade espiritual simplesmente dizendoalgo a alguém, mas isso não deve constituir atotalidade do estilo de liderança. Em vez deexpressarem um amor que seja “longânimo epaciente”, alguns só estão dispostos asacrificarem-se pela humanidade, como escreveuDostoiévsky, se “a tarefa não durar muito, masterminar logo, com todos olhando e aplaudindo”.

Muito freqüentemente uma pessoa talentosa ediretiva fica muito impaciente com a inépcia emediocridade de outras pessoas. A pessoatalentosa pode também irritar-se quando estiversob a supervisão de alguém que considere inferiora si mesma. Abraham Maslow disse: “Quando o

pombo manda na águia, a águia sofre”. Mas numaIgreja de águias e pombos, as pessoas precisamaprender a seguir bem como liderar, e há ocasiõesem que os pombos temporariamente lideram aságuias, e a águia tem a responsabilidade deaprender com essa experiência, da mesma formaque o pombo. Mas as pessoas talentosas tambémtêm outros fardos a carregar, como Maslowtambém observou. Elas ficam demasiadamenteansiosas em relação a sua superioridade, a pontode esconderem a plenitude de seus talentos, porreceio de que sejam vistas como demasiadamentedominantes e capazes pelas outras. O quegeralmente acontece nessas situações é um tipode falsa manifestação de humildade. Contudo, seos “pombos e as águias” estiveremcomprometidos uns com os outros e com o bem-estar mútuo, existe um modo de se beneficiaremadequadamente dos talentos, habilidades ecapacidades de cada um, mas isso exige um modode agir aberto e confiante. (…)

O terceiro tipo de liderança é o participativo,no qual os membros do grupo participambastante nas decisões, no qual o grupo é dirigidodemocraticamente, no qual são adotadosprocedimentos e criadas tradições para assegurarque isso aconteça. Esse tipo de liderança tem asseguintes vantagens: Geralmente ele usa ostalentos, sentimentos e capacidades dos membrosdo grupo de modo muito eficaz. Ele proporcionaaos membros do grupo a chance de investiremnas metas e na resolução de problemas, de modoque haja maior adesão do grupo e trabalho deequipe para se alcançar esses objetivos.Geralmente ele cria excelentes condições para ocrescimento pessoal.

A liderança participativa procura utilizar aomáximo os recursos dos membros do grupo.Quando isso é conseguido, esse tipo de liderançaalcança maiores realizações do que um indivíduosozinho produziria. A liderança participativa partedo pressuposto que todos têm algo para oferecer,que não está em desacordo com o ensinamentode que “Pois a todos não são dados todos os dons;pois há muitos dons e a cada homem é dado umdom pelo Espírito de Deus”. (D&C 46:11)

A liderança baseia-se em grande parte numprocesso decisório que se utiliza de um feedbackeficaz (fornecimento de informações a um grupoou pessoa sobre como ela afetou outras e qual é asua situação em relação a suas metas eintenções). A liderança participativa permite queos interessados forneçam livremente um feedbackútil, ao passo que a liderança diretiva

11

Lição 2: Honrar o arbítrio daqueles que lideramos

freqüentemente tem a desvantagem de que àmedida que o líder adquire maior prestígio epoder, torna-se menos provável que os lideradosse abram com ele, mesmo que ele não tenha aintenção de que as coisas aconteçam dessa forma.

As desvantagens da liderança participativa sãoque, às vezes, o grupo se concentra demais nossentimentos e fica imobilizado para efetuar asações necessárias. O grupo pode ouvir e escutarapenas o toque de uma “trombeta hesitante”. Oprocesso de resolução de problemas pelo grupo,quando ele não funciona bem, acaba restringindoa criatividade individual e pode resultar em boadose de mediocridade.

Relembrando seu trabalho na teoria darelatividade, Albert Einstein observou “um sensode direção, seguindo diretamente a algoconcreto”. Esse tipo de descernimento criativo—“seguir diretamente a algo concreto”—poderia,sob certas circunstâncias, ser abafado pelaliderança participativa. Embora os debates com oscolegas possam ter sido úteis a Einstein, osdiscernimentos criativos freqüentementeacontecem quando se está sozinho.

Um crítico da liderança participativaperguntou: “Será que a Mona Lisa poderia ter sidopintada por um comitê?” Essa mesma crítica doprocesso em grupo disse que isso freqüentementeleva ao “cancelamento das certezas internas decada um do grupo”. A liderança participativatambém tem a desvantagem, às vezes, determinar em uma manipulação inconsciente einvoluntária dos membros do grupo por umafigura dominante, embora todos ingenuamentesuponham que estão participando do processodecisório, embora não seja esse o caso.

Cada um desses estilos de liderança se chocamcom os problemas centrais e recorrentes daliderança, como o equilíbrio entre a necessidadede concluir a tarefa e a necessidade de sepreocupar com os sentimentos dos colegas eseguidores. Todos já participamos de grupos emque o líder estava tão concentrado nas tarefas, tãoansioso para concluir o trabalho que, quandofinalmente o trabalho foi completado, à custa degrande sofrimento emocional, ele não se susteve,porque a falta de apoio do grupo acaboucancelando o que aparentemente tinha sido umtrabalho bem-sucedido. Todos já vimos tambémcomo os membros do grupo podem se ofender ouse retirar do grupo porque os líderes seconcentravam demasiadamente nas tarefas.

Temos visto também líderes que ficamimobilizados por sua preocupação com ossentimentos dos membros do grupo. O grupopode realmente ser prejudicado por esse vácuo naliderança. Existem certas situações em que épreciso tomar uma atitude. (…)

A leitura de versículos do Livro de Mórmonque descrevem o verdadeiro livre-arbítrio comoagir por si mesmo em vez de “receber a ação” (2Néfi 2:26) mostra que esta última opção éequiparada à infelicidade. (…)

Tanto a experiência quanto as escriturassugerem a necessidade de uma mistura de estilosde liderança—diretivo e participativo—em queesses estilos sejam usados nas situações maisadequadas a cada um deles. Na Igreja temos umamistura incomparável da liderança diretiva com aliderança participativa, na qual todos crescem eprogridem em relação às suas metas eternas.

Um presidente de quórum de élder que estejadesenvolvendo o apoio do quórum para umprojeto de bem-estar e que não tenha certeza se ogrupo deveria plantar milho ou ervilhas bem fariaem ouvir os membros do quórum que poderiamaconselhá-lo quanto ao produto que melhor seadequaria ao solo, particularmente se ele não tiverconhecimento de agricultura. Seria aconselháveltambém que ele envolvesse os membros do gruponas decisões a serem tomadas, porque ainda seriapreciso que eles arassem o campo de milho ouplantassem as ervilhas—a menos que o presidentequeira fazer tudo sozinho! A liderançaparticipativa realmente nos ajuda a chegarmos aosfatos e sentimentos, que são outra forma dosfatos, com os quais precisamos preocupar-nosprofundamente.

Existem ocasiões, porém, em que a liderançadiretiva é claramente a forma mais adequada deliderança. Brigham Young provavelmente poderiater passado anos trabalhando com alguns membrosmornos da Igreja, após o martírio do ProfetaJoseph Smith, encorajando-os a segui-lo para ooeste. Mas os santos finalmente tiveram que cruzaro rio Mississipi, tiveram que sair de Nauvoo. Haviachegado o momento de agir. Sob certas condições,os líderes precisam “cruzar o rio”.

O líder estará mais apto a mesclar a liderançadiretiva e a participativa se estiver pessoal eseriamente engajado no processo que Deus esperadele de melhorar seus atributos de conhecimento,fé, retidão, julgamento, misericórdia, verdade eamor. Então, ele será mais eficaz e lhe serão

12

Lição 2: Honrar o arbítrio daqueles que lideramos

confiados mais poder e influência. Se ele amarmais perfeitamente, terá maior sensibilidade emrelação aos sentimentos dos membros do grupo esaberá qual o momento mais adequado parasalientar a liderança participativa. Se estiverconstantemente aumentando sua bagagem deconhecimento e verdade, terá mais sabedoriaquando precisar agir de modo diretivo. Osmembros do grupo estarão mais propensos a terconfiança num líder se o virem esforçar-seativamente para desenvolver esses tipos deatributos. O líder que é descuidado com o poder,insensível para com os sentimentos dos membrosdo grupo ou que esteja demasiadamente segurode seus próprios pontos de vista, sem ter oconhecimento ou as informações adequadas, nãopode inspirar seus seguidores por muito tempo. Olíder que usa seu status ou sua autoridade paraesconder seus pecados, satisfazer seu orgulho ouambição, ou para exercer controle ou domíniofracassará em termos organizacionais, bem comoespirituais.

A doutrina que temos na Igreja é divina. Todosnós temos a vantagem de fazer parte de um reinoestruturado em que Jesus Cristo é o Rei dos reis eo legislador, tendo um profeta vivo como Seuporta-voz terreno. Isso nos garante o benefício deabrangente propósito divino, visão e instrução,bem como os de uma autoridade que podetraduzir-se em ação nas situações que exijamvelocidade e pronta resposta. Mas a Igreja tambémé participativa no sentido de que o trabalho de

Deus é verdadeiramente o nosso próprio trabalho.Existem amplas oportunidades—muito mais doque utilizamos—para envolver-nos como líderes eseguidores nas atividades que edificarão o reino etambém nos ajudarão a crescer. Temos maisoportunidades do que reconhecemos para usarnossos talentos e dedicar nossos sentimentos efatos no processo de tomar decisões na Igreja,naquelas ocasiões em que seja adequada aliderança participativa. (…)

Se quisermos honrar Deus em nosso estiloparticular de liderança, melhor o faremosimitando-O no desenvolvimento dos atributos quegarantem uma liderança sábia, eficaz e segura.(…)

AUXÍLIOS DIDÁTICOS

• De acordo com o irmão Maxwell, em quesentido a liderança é um mistério, ao menosem parte?

• Quais são os três estilos básicos de liderançaidentificados pelo Irmão Maxwell? Quais são ospontos fortes e fracos de cada um?

• Que estilo o irmão Maxwell recomenda para oslíderes da Igreja?

• Você acha que os líderes poderiam melhorarmais a sua liderança se desenvolvessem suasaptidões de organização ou o conhecimento ea aplicação de princípios básicos de liderança?Expliquem.

13

14

CONCEITO 1. JESUS CRISTO É O BOM PASTOR.

COMENTÁRIO

Na Bíblia, os pastores são usados pararepresentar os líderes do povo de Deus. (Ver Isaías63:11; Jeremias 23:2.) Os pastores vigiam contrainimigos que possam atacar as ovelhas, e eles asdefendem quando necessário. Eles cuidam daovelha ferida ou doente e procuram e salvam asovelhas perdidas ou que caíram em algumaarmadilha. Nos ensinamentos de Cristo, ospastores amam suas ovelhas e procuramconquistar sua confiança. As ovelhas conhecem eamam seus pastores e confiam neles acima detodos os outros. O bom pastor até morre por suasovelhas. Cristo mostra o contraste existente entreo pastor e o mercenário, que abandona as ovelhasnos momentos de perigo porque não as ama. [VerJoão 10:11–13; Vida e Ensinamentos de Jesus eSeus Apóstolos (manual do aluno do cursoReligião 211 e 212, 1979), pp. 112–113.]

Jesus Cristo é o Bom Pastor. Em João10:14–15, Jesus explica que Ele e Suas ovelhas seconhecem, tal como Ele e Seu Pai se conhecem.Esse tipo de relacionamento se desenvolve com otempo e exige experiência pessoal. (Para outrasreferências de Cristo como pastor, ver Gênesis49:24; Salmos 23; 80:1; João 10:1–30; Hebreus13:20; I Pedro 2:25; 5:4; Alma 5:37–38, 58–60;Helamã 7:18; 15:13; Mórmon 5:17; D&C 50:44.)

O Élder Henry B. Eyring, do Quórum dosDoze, comentou: “Um pastor cuida das ovelhas.

Nas histórias das escrituras, as ovelhas estão emperigo e precisam de proteção e alimento. OSalvador adverte-nos que precisamos cuidar dasovelhas tal como Ele, que deu a vida por elas. Elassão Suas. Não podemos aproximar-nos do padrãoque Ele estabeleceu, como mercenários,cuidarmos das ovelhas apenas quando isso forconveniente e recebermos uma recompensa. (…)

Os membros da Igreja são as ovelhas. Elas sãoDele, e fomos chamados por Ele para cuidarmosdelas. Temos que fazer mais do que apenas avisá-las do perigo. Precisamos alimentá-las”. (ALiahona, julho de 2001, pp. 44–45.)

SUGESTÃO DIDÁTICA

Peça a vários alunos que leiam para a classe asescrituras citadas no segundo parágrafo docomentário, prestando atenção aos títulos deJesus Cristo nessas passagens.

Faça perguntas como as que se seguem. Use asinformações contidas no comentário para ajudarno debate.

• Por que os pastores são tão importantes?

• O que fazem os pastores?

• Como os mercenários diferem dos pastores?

• Qual a diferença entre a reação de uma ovelhaque esteja sob os cuidados de um pastor e aque está sob os cuidados de um mercenário?

• O que fez Jesus durante Seu ministério mortalque nos ensina o que significa ser um pastor?

LIÇÃO 3

TORNAR-SE UM BOM PASTOR“Eu sou o bom Pastor, e conheço as minhas ovelhas, e das minhas sou conhecido.

Assim como o Pai me conhece a mim, também eu conheço o Pai, e dou a minha vida pelasovelhas.” (João 10:14–15)

PRINCÍPIO DE LIDERANÇA

Os líderes devem demonstrar amor e preocupação por seus liderados.

CONCEITOS DA LIÇÃO

1. Jesus Cristo é o Bom Pastor.

2. Os líderes da família e da Igreja devem esforçar-se para seguir o padrão de liderança estabelecidopelo Senhor.

Lição 3: Tornar-se um Bom Pastor

CONCEITO 2. OS LÍDERES DA FAMÍLIA E DAIGREJA DEVEM ESFORÇAR-SE PARA SEGUIR OPADRÃO DE LIDERANÇA ESTABELECIDO PELOSENHOR.

COMENTÁRIO

O Senhor ordena que os líderes da família e daIgreja sejam pastores. O Presidente James E.Faust ensinou: “Esta noite, quero falar aosacerdócio de Deus em sua atribuição de pastoresdo Senhor. O Élder Bruce R. McConkie declarou:‘Qualquer um que sirva em alguma posição naIgreja na qual seja responsável pelo bem-estarespiritual ou físico de qualquer dos filhos doSenhor é um pastor dessas ovelhas. O Senhorresponsabiliza Seus pastores pela segurança[significando salvação] de Suas ovelhas’.[Mormon Doctrine, 2.a ed., 1966, p. 710.] Umportador do sacerdócio tem esta granderesponsabilidade, seja pai, avô, mestre familiar,presidente do quórum de élderes, bispo,presidente de estaca, ou tenha outro chamado naIgreja”. (A Liahona, julho de 1995, p. 48.)

Só poderemos tornar-nos bons pastores se nosachegarmos ao Senhor. O Élder Henry B. Eyringexplicou: “Ele, que vê todas as coisas, tem amorinfinito e nunca dorme, vigia conosco. Ele sabedo que as ovelhas necessitam a cada momento.Pelo poder do Espírito Santo, Ele pode dizer-nosonde estão as ovelhas e levar-nos até elas. (…)

É o amor que precisa motivar os pastores deIsrael. Isso pode parecer difícil, a princípio, porquetalvez nem conheçamos o Senhor muito bem.Contudo, se começarmos ainda que com umgrãozinho de fé Nele, nosso serviço às ovelhas faráaumentar nosso amor por Ele e por elas. Isso virádas coisas simples que todo pastor precisa fazer.Oramos pelas ovelhas, por todas que estão sobnossa responsabilidade. Quando perguntarmos:‘Diz-me, Senhor, quem precisa de mim?’ teremosrespostas. Uma face ou nome virá à nossa mente.Ou talvez encontraremos alguém e sentiremosque não foi por acaso. Nesses momentos,sentiremos o amor do Salvador por essas pessoase por nós. Ao cuidarmos de Suas ovelhas, nossoamor por Ele crescerá. E isso aumentará nossaconfiança e coragem”. (A Liahona, julho de 2001,p. 47.)

SUGESTÃO DIDÁTICA

Mostre as gravuras do final desta lição. De qualdelas o Salvador foi um exemplo? Por quê?

Leia Morôni 7:47 com a classe. Troque idéiassobre a caridade e saliente que como a caridade éo puro amor de Cristo, quando temos caridadepelas pessoas, nós as amamos como Ele as ama.Discuta por que essa atitude é importante para oslíderes da família e da Igreja.

Discuta por que os líderes da família e da Igrejadevem ser pastores de seus liderados. (Ver ocomentário.)

Leia a declaração do Élder Eyring que seencontra no comentário. Você pode fazerperguntas como estas:

• De acordo com o Élder Eyring, o que podeaumentar nossa confiança e coragem comolíderes?

• Como o serviço se relaciona com o amor?

• Que condições do mundo exigem que nossoslíderes sejam bons pastores?

• Como podemos determinar que expressões deamor e preocupação são adequados em nossopapel como líderes?

Peça aos alunos que leiam Alma 56:3–11, 17,43–49, 55–56 e discuta esses versículos em classe.Você pode fazer perguntas como estas:

• Acham que Helamã foi um bom pastor? Porquê?

• Como os dois mil jovens liderados por Helamãreagiram à sua liderança?

• Acham que esses dois mil jovens teriam tidomenos sucesso sob outro estilo de liderança?Por quê?

Incentive os alunos a desenvolverem um amorsemelhante ao de Cristo por todas as pessoas paraque estejam preparados para serem bons pastoresquando surgir a oportunidade.

RECURSOS PARA O PROFESSOR

Élder James E. Faust

Do Quórum dos Doze Apóstolos

“These I Will Make MyLeaders” (Destes Farei MeusLíderes), Conference Report,outubro de 1980, pp. 50–54;ou Ensign, novembro de1980, pp. 34–37

15

Lição 3: Tornar-se um Bom Pastor

É com humildade que aproveito a ocasião parafalar ao sacerdócio hoje à noite. Gostaria dedirigir-me aos líderes da Igreja, e principalmenteaos futuros líderes, os jovens do SacerdócioAarônico. Muitos de vocês receberãoresponsabilidades muito antes do que esperam.Não parece ter passado muito tempo desde quefui presidente de um quórum de diáconos. No quediz respeito ao crescimento rápido e mundial daIgreja, a liderança é um de seus maiores desafios.

Os líderes recebem e dão designações

Há mais ou menos um ano, assisti a umareunião de um quórum de élderes. Os membrosda presidência eram jovens bons e capazes, masquando chegou a hora de partilhar asresponsabilidades do quórum e fazer com que otrabalho fosse feito, limitaram-se a escolher osque estavam presentes e se voluntariavam.Nenhuma designação foi feita.

Um dos primeiros princípios que devemos terem mente é que o trabalho do Senhor progridepor meio de designações. Os líderes recebem edão designações. Esta é uma parte básica doimportante princípio de delegação. Ninguémaprecia um voluntário bem disposto mais do queeu, mas o trabalho total não pode ser feito como oSenhor deseja que seja meramente por aquelesque se apresentam nas reuniões. Muitas vezes ficoimaginando como seria a Terra, se o Senhor,durante a Criação, tivesse deixado que o trabalhofosse feito somente por voluntários.

Se considerarmos o cumprimento dedesignações assim como a honra de edificarmos oreino de Deus, uma oportunidade e privilégio,certamente daremos a cada membro do quórum,designações e desafios. Tal envolvimento deveincluir, com discrição e sabedoria, aqueles quetalvez mais necessitem disso—os irmãos inativosou parcialmente ativos. As designações sempredevem ser feitas com o maior amor, consideraçãoe bondade. As pessoas chamadas devem sertratadas com respeito e apreço.

As Autoridades Gerais regularmente recebemdesignações da Primeira Presidência e doPresidente do Conselho dos Doze. Quer sejam elasfeitas por escrito, como acontece na maioria doscasos, ou pessoalmente, vêm sempreacompanhadas de frases como: “se for do seuagrado” ou “se lhe for conveniente” ou “será queo irmão poderia fazer isto ou aquilo?” Elas nuncasão apresentadas como se fossem uma ordem oumandamento.

Seguir o exemplo do Salvador

Desde que estive no Egito, durante a SegundaGuerra Mundial, tenho-me interessado por ruínasantigas. É fascinante observar a razão por quealgumas colunas ainda estão em pé, enquantooutras já caíram. As que ainda não caíram,geralmente permaneceram porque têm queagüentar um peso em cima. Acredito que existeum princípio paralelo na liderança. Aqueles quepermanecem fiéis ao seu sacerdócio são,freqüentemente, os que têm de agüentar o pesoda responsabilidade. Os que se envolvem sãoaqueles que se mostram mais prontos a secomprometer. Portanto, o líder de quórum bem-sucedido sentirá o desejo de ter e dar aosmembros do seu quórum a oportunidade de servirem algum tipo de chamado adequado àscircunstâncias.

O curso de liderança mais completo foi dadopelo próprio Salvador: “E disse-lhes: Vinde apósmim (…)”. (Mateus 4:19) O líder não pode pedir aoutros que façam o que ele não está disposto afazer. O curso mais certo é seguir o exemplo doSalvador, e estamos seguros quando escutamos eseguimos as instruções de Seu profeta, oPresidente da Igreja.

O bom líder “muito espera, muito inspira”

Há alguns anos, eu estava viajando na MissãoRosario Argentina, na parte norte daquele país.Quando viajávamos pela estrada, passamos poruma grande boiada. O gado se movimentavapacificamente e sem dificuldade. Os animaisestavam quietos. Não havia cachorro. Na frente,conduzindo a boiada, estavam três vaqueiros acavalo, cada um deles uns quinze ou vinte metrosde distância um do outro. Os três vaqueirosestavam afundados na sela, completamente àvontade, certos de que o gado haveria de segui-los. Na parte de trás da boiada, via-se um únicovaqueiro. Ele também estava afundado na sela,como se estivesse dormindo. A boiada toda semovimentava calma e pacificamente,completamente dominada. Essa experiência memostrou ser óbvio que a liderança consiste trêsquartos em mostrar o caminho, e um quarto emseguir.

O líder em si, quando dirigir, não tem que serbombástico e barulhento. Aqueles que sãochamados para dirigir no ministério do Mestre,não são chamados para ser chefes ou ditadores.São chamados para serem pastores. Devem estarconstantemente treinando outros para tomar o

16

Lição 3: Tornar-se um Bom Pastor

seu lugar e se tornarem maiores líderes que seusmestres. O bom líder muito espera, muito inspirae muito incentiva aqueles que lidera.

O líder tem que fazer com que as coisasaconteçam e que as vidas sejam afetadas. Algodeve movimentar-se e mudar. Ele deve ver queaqueles que estão abaixo de si não falhem. Masisto deve ser feito à maneira do Senhor. Ele deveser o instrumento nas mãos do Altíssimo paramodificar vidas. Precisa saber onde está agora.Aonde está indo e como vai chegar lá.

Escutar

O líder deve ser um bom ouvinte. Deve estardisposto a ouvir conselhos. Precisa mostrar uminteresse e amor genuínos por aqueles que estãosob sua mordomia. Nenhum líder do sacerdóciojamais pode ser eficiente, a menos que tenhasempre em mente as insuperáveis chaves deliderança encontradas na seção 121 de Doutrina eConvênios:

“Nenhum poder ou influência pode ou deve sermantido em virtude do sacerdócio, a não ser compersuasão, com longanimidade, com brandura emansidão e com amor não fingido;

Com bondade e conhecimento puro, quegrandemente expandirão a alma, sem hipocrisia esem dolo—

Reprovando prontamente com firmeza, quandomovido pelo Espírito Santo; e depois, mostrandoentão um amor maior por aquele querepreendeste, para que ele não te julgue seuinimigo.” (D&C 121:41–43)

De acordo com minha experiência, o EspíritoSanto raramente reprova com firmeza. Toda areprovação deve ser feita gentilmente, no esforçode convencer a pessoa reprovada de que aquilo éfeito em seu próprio interesse. (…)

Auxílio Divino

Tendo fé no Senhor e humildade, o líder dosacerdócio pode esperar confiante a assistênciadivina na solução de seus problemas. Esforço emeditação podem ser necessários, mas arecompensa é certa. A resposta pode vir comoveio a Enos: “(…) A voz do Senhor me veio outravez à mente (…)”, disse ele. (Enos 1:10) Ou, podeser por meio de um sentimento no peito, deacordo com a seção 9 de Doutrina e Convênios.

Depois de receber essa certeza divina e pormeio do poder do Espírito Santo, o líder humildepode então prosseguir num curso inabalável, coma convicção absoluta em mente e no coração deque aquilo que está sendo feito está certo e éaquilo que o próprio Salvador haveria de fazer. (…)

A maioria das pessoas chamadas para liderar aIgreja sentem-se inadequadas, por falta deexperiência, de habilidade, de aprendizado eeducação. Eis uma das muitas descrições deMoisés: “E era o homem Moisés mui manso, maisdo que todos os homens que havia sobre a terra”.(Números 12:3)

Lembro de que anos atrás, o Presidente JohnKelly, que presidia a Estaca de Fort Worth Texas,chamou o Irmão Felix Velasquez para ser opresidente do ramo espanhol. Este bom homemtrabalhava, se me recordo bem, como inspetor daestrada de ferro. Quando o Presidente Kelly ochamou para o trabalho, ele respondeu: “Irmão,eu não posso ser presidente do ramo espanhol. Eunão sei ler”. O Presidente Kelly então lheprometeu que, se aceitasse o chamado etrabalhasse diligentemente para magnificá-lo,seria apoiado e abençoado. Com a ajuda doSenhor, esse homem humilde, por meio de seusesforços diligentes, conseguiu aprender a ler.Serviu bem como presidente de ramo e durantemuitos anos subseqüentes e até a época atual,está trabalhando no sumo conselho daquelaestaca. O Senhor abençoa Seus servos de muitasformas. (…)

Conselhos: “Uma característica marcante”

Quero referir-me agora a uma característicamarcante da liderança por meio do sacerdócio, nogoverno da Igreja. Quero citar o PresidenteStephen L. Richards, que disse:

“De acordo com meu entendimento, umacaracterística marcante do governo da Igreja sãoos conselhos. (…) Dificilmente se passa um diaem que eu não veja a sabedoria de Deus nacriação de conselhos para governar o Seu Reino.No espírito em que trabalhamos, os homenspodem reunir-se com pontos de vistaaparentemente divergentes e antecedentescompletamente diversos, e, sob a operaçãodaquele espírito, aconselhando-se juntos, podemchegar a um acordo.” (Conference Report,outubro de 1953, p. 86; grifo do autor.)

17

Lição 3: Tornar-se um Bom Pastor

Aconselharem-se uns aos outros como líderes éa chave para o funcionamento bem-sucedido deuma presidência ou bispado. Mas, o que acontece,se for difícil ou não houver união ao se decidiralgo? O Presidente Joseph F. Smith deu o seguinteconselho:

“Quando os bispos e seus conselheiros nãoconcordam entre si, ou quando os presidentes eseus conselheiros têm alguma dificuldade quantoa sentimentos ou medidas que devem tomar, éseu dever reunir-se e em humildade orar aoSenhor até que Ele lhes revele o que deve serfeito, e possam enxergar a verdade de uma mesmaforma, a fim de poderem dirigir-se unidos aopovo.” (Doutrina do Evangelho, p. 140)

Ser um exemplo de retidão pessoal

As pessoas que lideram nesta Igreja precisamdar um bom exemplo de retidão pessoal. Devembuscar a orientação constante do Santo Espírito.Devem ter a sua vida e sua casa em ordem.Devem ser honestos e rápidos no pagamento desuas contas. Devem ser exemplares em toda a suaconduta. Devem ser homens de honra eintegridade. Quando procuramos a direçãoconstante do Espírito Santo, o Senhor nosresponde.

Ao servir como supervisor de área na Américado Sul, uma experiência inesquecível aconteceuem Montevidéu, Uruguai. Eu queria trocar algumdinheiro porque morava no Brasil na época;portanto, o Irmão Carlos Pratt me levou a umacasa de câmbio no centro de Montevidéu.Apresentou-me a um dos empregados, que medisse que poderiam trocar mil dólares para mim.Eu não possuía mil dólares em mão, mas sim umcheque emitido por um banco de Salt Lake City. Acasa de câmbio nunca havia feito qualquernegócio comigo antes. Aliás, eles nunca mehaviam visto antes e não podiam esperar ver-menovamente. Não tinham meios de verificar se eupossuía mil dólares em depósito no banco quehavia emitido o cheque, mas aceitaram o meucheque sem hesitação, baseados tão somente nofato de eu ser mórmon e terem feito negóciosanteriores com outros mórmons. Mostrei-meagradecido e feliz por merecer sua confiança. (…)

“Confirma teus irmãos”

Ao dar a Pedro algum treinamento como líder,o Salvador lhe disse: “(…) Quando te converteres,confirma teus irmãos”. (Lucas 22:32)

É interessante o fato de Ele ter usado a palavraconfirma. É muito difícil confirmar sem ser bomem comunicação. Os problemas surgem, muitasvezes, não porque o plano seja falho, mas porquea comunicação é inadequada. (…)

Os líderes do sacerdócio recebem a raraoportunidade de fazer entrevistas.Especificamente, por meio de contatos pessoais eentrevistas, o líder pode realizar o seguinte:

1. Inspirar e motivar.

2. Delegar e confiar.

3. Cobrar relatos e dar acompanhamento.

4. Ensinar por meio do exemplo e de preceitos.

5. Mostrar sua apreciação com generosidade.

Às vezes os líderes seguram muito forte asrédeas, limitando, freqüentemente, os talentosnaturais e dons daqueles que foram chamadospara trabalhar ao seu lado.

A liderança nem sempre produz uma sinfoniaharmoniosa de fé, habilidade e talento em grupo,produzindo o máximo de eficiência e poder. Àsvezes, ela se torna um solo bastante audível. OPresidente Lee ensinou um significado maisamplo da escritura “Portanto agora todo homemaprenda seu dever e a agir no ofício para o qualfor designado com toda diligência”. (D&C 107:99)Além de fazer com que todos nós aprendamosnossos deveres, os líderes devem deixar, oupermitir, que seus associados sejam inteiramenteeficientes em seus próprios ofícios e chamados, eque seus assistentes sejam completamenteinvestidos da devida autoridade. (…)

Oro para que, ao trabalharem diligentemente,sob a direção do Espírito Santo, aqueles queforam e serão chamados como líderes possam teruma visão mais clara do seu dever, que possamestabelecer metas mais objetivas e seguir umcurso mais reto.

Meu testemunho é que esta Igreja cresce e ébem-sucedida, porque estamos sob a influênciaguiadora do santo sacerdócio de Deus. Acreditoque nossos líderes podem gerar o grande poderespiritual necessário para guiar o trabalho de Deuspor meio de revelação pessoal à qual fazem jusdevido à sua retidão. O conselho do Senhor aJosué é inestimável: “Não to mandei eu? Esforça-te, e tem bom ânimo; não pasmes nem teespantes; porque o Senhor teu Deus é contigo,por onde quer que andares”. (Josué 1:9)

Que possa ser assim é o que eu orohumildemente em nome de Jesus Cristo. Amém.

18

Lição 3: Tornar-se um Bom Pastor

AUXÍLIOS DIDÁTICOS

• Por que é importante que os líderes dêemdesignações às pessoas que eles presidem?

• Que princípios governam o processo de daruma designação?

• Que princípio de liderança está implícito naadmoestação do Salvador, ao dizer: “Vindeapós mim?”

• Como os líderes podem saber se estãoliderando da maneira que o Senhor deseja quefaçam?

• Além de tornarem-se dignos de ter acompanhia do Espírito, o que os líderes podemfazer para cumprirem suas responsabilidadesem relação a seus liderados?

• Qual é a “característica marcante daliderança”?

• O que pode acontecer quando os líderes“seguram muito forte as rédeas”?

19

20

CONCEITO 1. QUANDO OS LÍDERES SEEMPENHAM PARA DESENVOLVER OS ATRIBUTOSDE JESUS CRISTO, ELES DÃO UM BOM EXEMPLOPARA AS PESSOAS A QUEM ELES SERVEM.

COMENTÁRIO

Quando o Senhor ressurreto visitou asAméricas, Ele explicou a Seus discípulos quedeixar sua luz brilhar significava seguir o exemploDele. (Ver 3 Néfi 18:24.)

Falando sobre a liderança na Igreja, o ÉlderJames E. Faust, quando era membro do Quórumdos Doze, comentou: “As pessoas que lideramnesta Igreja precisam dar um bom exemplo deretidão pessoal. Devem buscar a orientaçãoconstante do Santo Espírito. Devem ter a sua vidae sua casa em ordem. Devem ser honestos erápidos no pagamento de suas contas. Precisamser um bom exemplo em todos aspectos de suaconduta”. (Conference Report, outubro de 1980,p. 53; ou Ensign, novembro de 1980, p. 36.)

O Élder Dean L. Larsen, que na época eramembro da Presidência dos Setenta, explicou:“Espera-se que aqueles que receberam oevangelho manifestem seus frutos em sua vida,não apenas para seu próprio benefício e bênção,mas para atrair outras pessoas para a verdade.(…)

(…) De modo significativo em sua vida, elesdevem manifestar os frutos do evangelho etornar-se um raio de luz para os que estãobuscando a luz e a verdade”. (Conference Report,

outubro de 1985, p. 85; ou Ensign, novembro de1985, p. 68.)

O Presidente Gordon B. Hinckley escreveu:“Por sua própria natureza, a verdadeira liderançacarrega consigo o fardo de ser um exemplo. (…)Se os valores não estiverem estabelecidos e sendoseguidos entre os líderes, o comportamento dosliderados fica seriamente comprometido eabalado. De fato, em qualquer organização ondeisso aconteça, seja uma família, uma empresa,uma sociedade ou nação, os valoresnegligenciados acabarão desaparecendo com otempo”. (Standing for Something: Ten NeglectedVirtues That Will Heal Our Hearts and Homes,2000, p. 170.)

Os líderes serão mais capazes de ajudar aspessoas se procurarem ser um exemplo da vida eensinamentos do Salvador. O Senhor “continuoude graça em graça” até Se tornar perfeito. (D&C93:13) Seus atributos incluíam conhecimento,poder, justiça, julgamento, bondade, misericórdia,paciência, verdade, humildade, mansidão,submissão, gentileza, amabilidade, sabedoria,abnegação, obediência, o compromisso de honrarnosso arbítrio, compaixão, destemor, integridade ealegria. (Nota: Qualquer desses atributos podetornar-se o assunto de uma lição.)

Os líderes que desenvolvem esses atributossaberão como comunicar-se claramente com seusliderados, amá-los sem tentar controlá-los,regozijar-se em suas qualidades e realizações eresistir às tentações de Satanás. Se não seguirmos

LIÇÃO 4

DAR UM BOM EXEMPLO“Vós sois a luz do mundo; não se pode esconder uma cidade edificada sobre um monte;

Nem se acende a candeia e se coloca debaixo do alqueire, mas no velador, e dá luz a todos queestão na casa.

Assim resplandeça a vossa luz diante dos homens, para que vejam as vossas boas obras eglorifiquem a vosso Pai, que está nos céus.” (Mateus 5:14–16)

PRINCÍPIO DE LIDERANÇA

Os líderes devem dar um bom exemplo de discipulado para as pessoas a quem eles servem.

CONCEITOS DA LIÇÃO

1. Quando os líderes se empenham para desenvolver os atributos de Jesus Cristo, eles dão um bomexemplo para as pessoas a quem eles servem.

Lesson 4: Dar um Bom Exemplo

o exemplo de Jesus Cristo, correremos o risco dedesencorajar as pessoas a achegarem-se a Cristo.Conforme Alma explicou a seu filho rebelde: “Eisque, meu filho, quanta iniqüidade trouxeste sobreos zoramitas; pois quando viram teuprocedimento, não acreditaram em minhaspalavras”. (Alma 39:11)

SUGESTÃO DIDÁTICA

Peça aos alunos que analisem o significado dadeclaração do Salvador: “Eu sou a luz do mundo”(João 8:12) e discuta-o em classe (ver tambémJoão 9:5; 3 Néfi 9:18; 11:11; Éter 4:12; D&C11:28; 12:9; 45:7; 88:5–13.)

Por que os líderes da família e da Igreja devemviver eles próprios os princípios do evangelho, enão apenas encorajar os outros a fazê-lo?

Discuta em classe as qualidades de carátercitadas do Salvador e aliste-as no quadro-negro.Pergunte como o desenvolvimento dessasqualidades em nossa vida nos ajudará a sermosmelhores líderes. Discuta o que Mateus 16:24 eAlma 39:11 ensinam sobre a importância doexemplo.

Testifique aos alunos que se seguirmos oexemplo do Salvador, refletiremos Sua luz paraoutras pessoas seguirem. Lembre aos alunos queprecisamos crescer, tal como Ele, “de graça emgraça”. (Ver D&C 93:13; ver também 2 Néfi28:30.)

RECURSOS PARA O PROFESSOR

Presidente Gordon B. Hinckley

Presidente da Igreja

“Conselhos e Oração doProfeta para os Jovens”, ALiahona, abril de 2001, pp.30–41.

Acho que nunca houve reunião semelhante aesta na Igreja antes. Vocês são muito numerososaqui hoje à noite. Como são bonitos.

Alguns de vocês vieram com dúvidas. Outros,com altas expectativas. Quero que saibam quepassei muito tempo ajoelhado pedindo ao Senhorque me abençoasse com as forças, a capacidade eas palavras que viessem a penetrar-lhes o coração.

Além das pessoas que estão neste prédio, háoutras centenas de milhares participandoconosco. A cada uma de vocês dou as boas-vindas. Fico feliz por esta inigualável

oportunidade de dirigir-lhes a palavra e tenhoplena consciência da enorme importância disso.

Estou com a idade avançada: mais de 90 anos.Já vivi bastante e sempre tive grande amor pelosrapazes e moças da Igreja. Que grupoextraordinário vocês constituem. Vocês falam osmais diferentes idiomas. São todos parte de umagrande família. Mas também são indivíduos, cadaum com os próprios problemas, cada qualdesejando respostas para as coisas que osinquietam e preocupam. Como nós os amamos eoramos constantemente para poder ajudá-los. Suavida está repleta de decisões difíceis e de sonhos,esperanças e o desejo de encontrar o que lhestrará paz e felicidade.

Muitíssimo tempo atrás eu tinha a sua idade.Eu não me preocupava com as drogas ou apornografia porque naquela época elas ainda nãoestavam disseminadas como hoje. Preocupava-mecom os estudos e o futuro que eles meproporcionariam. Era o período da terríveldepressão econômica. Preocupava-me com aforma de ganhar a vida. Entrei no campomissionário depois de terminar a faculdade. Fuipara a Inglaterra. Viajamos de trem até Chicago.Lá, atravessamos a cidade de ônibus a fim detomar outra linha e seguimos para Nova York,onde pegamos um navio a vapor rumo às ilhasBritânicas. Durante a viagem de ônibus emChicago, uma senhora perguntou ao motorista:“Que prédio é esse logo à frente?” Ele respondeu:“É a sede da Junta Comercial de Chicago. Todasas semanas, alguém que perdeu todos os bensatira-se de uma dessas janelas. São pessoas quenão têm mais motivo para viver”.

Essa era a época em que vivíamos, tão difícil ecruel. Ninguém que não tenha vivenciado aqueleperíodo é capaz de compreendê-lo plenamente.Espero de todo o coração que nunca voltemos apassar por algo semelhante.

Agora vocês estão no limiar da maturidade.Vocês também se preocupam com os estudos.Preocupam-se com o casamento. Preocupam-secom muitas coisas. Prometo-lhes que Deus nãoos abandonará caso andem nos caminhos Dele,guiados por Seus mandamentos.

Esta é uma época de grandiosas oportunidades.Vocês têm muita sorte de estarem vivos hoje.Nunca na história da humanidade a vidaapresentou tantas oportunidades e desafios.Quando nasci, a expectativa de vida média de umhomem ou mulher nos Estados Unidos e emoutros países ocidentais era de 50 anos; agora,

21

Lesson 4: Dar um Bom Exemplo

passa dos 75. Já pararam para pensar nisso? Namédia, vocês podem esperar viver pelo menos 25anos a mais do que alguém em 1910.

Em nossa época vemos uma explosão deconhecimentos. Por exemplo, quando eu tinha aidade de vocês, não havia antibióticos. Essesremédios prodigiosos só foram descobertos eaperfeiçoados recentemente. Alguns dos grandesflagelos da Terra não mais existem. Antigamente,a varíola dizimava populações inteiras. Issocertamente é coisa do passado. É um milagre. Apoliomielite causava pavor a todas as mães.Lembro-me de visitar um homem compoliomielite no hospital municipal. Ele estavanum enorme pulmão de aço que movimentava ospulmões dele, bombeando para cima e para baixo.Não havia esperança para ele, pois nem respiravamais sozinho. Ele veio a falecer, deixando esposa efilhos. Essa terrível enfermidade não nos afligemais. Isso também é um milagre. E o mesmo sedá em outros campos.

É claro que vocês enfrentam dificuldades,assim como todas as gerações que já passarampela Terra. Poderíamos ficar a noite inteira falandosobre elas. Mas em comparação aos desafios dopassado, creio que os de hoje sejam muito maisfáceis de enfrentar. Digo isso porque sãocontornáveis. Em grande parte, envolvemdecisões individuais relativas ao comportamento,mas tais escolhas podem ser feitas e mantidas. Equando isso acontece, transpomos o obstáculo.

Suponho que a maioria de vocês esteja naescola. Fico feliz que tenham esse desejo eoportunidade. Espero que estejam estudando comafinco e que sua grande ambição seja tirar a notamáxima nas várias disciplinas. Espero que seusprofessores sejam generosos com vocês e queseus estudos rendam notas altas e uma educaçãoexcelente. Eu não poderia desejar nada melhorpara vocês em sua instrução.

Espero que os professores lhes dêem as notasaltas que vocês merecem. Mas hoje quero passar-lhes algumas lições de casa adicionais. Escutembem:

1. Sejam gratos;

2. Sejam inteligentes;

3. Sejam puros;

4. Sejam fiéis;

5. Sejam humildes;

6. Orem sempre. (…)

Sejam gratos. Existe uma palavrinha quetalvez tenha mais significado do que todas asoutras: é a palavra “obrigado”. Encontramostermos comparáveis em todas as línguas, comogracias, merci, danke, thank you, domo.

O hábito de agradecer é uma característica doshomens e mulheres nobres. Com quem o Senhorestá descontente? Ele menciona “os que nãoconfessam Sua mão em todas as coisas”. (D&C59:21) Ou seja, aqueles que não expressamgratidão. Tenham o coração grato, meus carosamigos. Agradeçam pelas bênçãos maravilhosasque possuem. Sejam gratos pelas formidáveisoportunidades que têm. Sejam gratos aos pais quese importam tanto com vocês e que tanto játrabalharam para sustentá-los. Externem-lhes suagratidão. Agradeçam à sua mãe e a seu pai.Agradeçam a seus amigos. Agradeçam a seusprofessores. Demonstrem gratidão a todos quelhes prestarem algum favor ou os ajudarem dequalquer maneira.

Agradeçam ao Senhor por Sua bondade paracom vocês. Agradeçam ao Todo-Poderoso por SeuFilho Amado, Jesus Cristo, que fez por vocês oque ninguém mais em todo o mundo poderia.Agradeçam-Lhe por Seu grande exemplo, Seusextraordinários ensinamentos e por Sua mão queestá sempre estendida para erguer e amparar.Pensem no significado de Sua Expiação infinita.Leiam sobre Ele e leiam as palavras Dele no NovoTestamento e em 3 Néfi, no Livro de Mórmon.Leiam-nas em silêncio e ponderem-nas. Abram ocoração para Ele agradecendo pelo dom de SeuFilho Amado.

Agradeçam ao Senhor por Sua Igrejamaravilhosa que foi restaurada neste períodoexcepcional da história. Agradeçam a Ele por tudoo que lhes oferece. Agradeçam pelos amigos eentes queridos, pelos pais e irmãos, pela família.Que um espírito de gratidão guie e abençoe seusdias e noites. Empenhem-se por isso epresenciarão resultados notáveis.

Segundo conselho: Sejam inteligentes.

Vocês estão entrando na época maiscompetitiva que o mundo já conheceu. Aconcorrência é generalizada. Vocês precisarão detoda a instrução que puderem obter. Sacrifiquemum carro ou tudo o que for necessário paraqualificarem-se para o trabalho profissional. Omundo, em geral, os remunerará de acordo com oque julgar que merecerem. E seu valor aumentaráà medida que vocês adquirirem mais instrução ecompetência em sua área de atuação.

22

Lesson 4: Dar um Bom Exemplo

Vocês pertencem a uma Igreja que prega aimportância da educação. Vocês receberam omandamento do Senhor de educar a mente, ocoração e as mãos. O Senhor declarou: “Ensinaidiligentemente (…) tanto as coisas do céu comoda Terra e de debaixo da Terra; coisas que foram,coisas que são, coisas que logo hão de suceder;coisas que estão em casa, coisas que estão noestrangeiro; as guerras e complexidades dasnações e os julgamentos que estão sobre a terra; etambém um conhecimento de países e reinos—para que estejais preparados em todas as coisas”.(D&C 88:78–80)

Prestem atenção, essas palavras não sãominhas, mas do Senhor, que os ama. Ele desejaque vocês treinem a mente e as mãos para quesejam uma influência positiva ao longo da vida. Eao fazerem isso, ao agirem com honradez eexcelência, trarão honra para a Igreja, pois serãorespeitados como homens ou mulheres deintegridade, capacidade e competência. Sejaminteligentes. Não sejam tolos. Vocês não podemenganar nem iludir as pessoas nem a si mesmos.

Muitos anos atrás, trabalhei para umacompanhia ferroviária em seu escritório centralem Denver, Colorado. Eu era responsável pelotransporte de bagagens. Isso foi na época em quequase todos usavam o trem como meio detransporte. Certa manhã, recebi o telefonema deum colega em Newark, Nova Jersey, que disse: “Otrem nº tal chegou sem o vagão das bagagens.300 passageiros perderam as malas e estãoindignados”.

Imediatamente, esforcei-me para saber onde asbagagens poderiam estar. Descobri que o vagãohavia sido carregado normalmente em Oakland,Califórnia, encaminhado para nossa ferrovia emSalt Lake City, depois para Denver e Pueblo, noColorado, e depois seguiu outra rota, até chegar aSaint Louis. Lá, deveria ter sido direcionado paraoutra via férrea, que o levaria até Newark. Masalgum manobreiro descuidado em Saint Louisdeslocou um pequeno pedaço de aço de menos de7,5 centímetros, a agulha de desvio, e depoispuxou a alavanca para desconectar o vagão.Descobrimos que aquele vagão de bagagens, quedeveria estar em Newark, Nova Jersey, de fato foraparar em Nova Orleans, Louisiana—a 2.400quilômetros do destino. O mero movimento de7,5 centímetros na agulha de desvio da ferroviaem Saint Louis por um funcionário desatento fez

com que o vagão iniciasse no caminho errado eque a distância do destino correto aumentasseenormemente. E o mesmo ocorre em nossa vida.Em vez de seguirmos um curso constante, porvezes somos influenciados por alguma idéiaerrada para irmos em outra direção. O desvio denosso destino original pode ser muito pequeno,mas se continuarmos, essa curva insignificante setornará um enorme fosso e nos levará para muitolonge de onde pretendíamos chegar.

Já observaram alguma vez uma porteira defazenda de 5 metros de largura? Quando ela seabre, o movimento é algo impressionante.Embora a extremidade perto das dobradiças nãose mexa muito, em termos de perímetro, omovimento total é enorme. São as pequenascoisas em torno das quais a vida gira que fazem agrande diferença em nossa jornada eterna,queridos e jovens amigos.

Sejam inteligentes. O Senhor deseja que vocêseduquem a mente e as mãos seja qual for sua áreade atuação. Quer consertando geladeiras ourealizando cirurgias delicadas, vocês precisamreceber treinamento. Procurem a melhorinstrução a seu alcance. Tornem-se trabalhadoresíntegros no mundo que os aguarda. Repito, vocêstrarão honra para a Igreja e serão ricamenteabençoados por causa desse empenho.

Não há dúvida nenhuma de que a instruçãovale a pena. Não se contentem com menos do queseu potencial. Se fizerem isso, sofrerão asconseqüências no decorrer de toda a sua vida.

Terceiro conselho: Sejam puros. Vivemos nummundo cheio de imundície e sordidez, um mundoque chafurda na perversão. Estamos cercados porela. Está na televisão, no cinema, nos livrospopulares, na Internet. Vocês não podem dar-se aoluxo de envolver-se com isso, queridos e jovensamigos. Não podem permitir que essa peçonhasuja os contamine. Mantenham distância.Abstenham-se disso. Vocês não podem alugarvídeos que mostrem cenas degradantes. Vocês quepossuem o sacerdócio de Deus não podemmisturar essa baixeza com o santo sacerdócio.

Não usem linguagem inadequada. Não tomemo nome do Senhor em vão. Em meio aos trovõesdo Sinai, o dedo do Senhor escreveu nas tábuasde pedra: “Não tomarás o nome do Senhor teuDeus em vão”. (Êxodo 20:7)

23

Lesson 4: Dar um Bom Exemplo

Não é prova de masculinidade usar o nome doTodo-Poderoso ou de Seu Filho Amado de modovão e trivial, como muitos tendem a achar.

Escolham suas amizades com cuidado. Elas éque os conduzirão em uma direção ou outra.Todos querem amigos. Todos precisam de amigos.Ninguém quer ficar só. Mas nunca percam devista o fato de que são seus amigos que os levarãopelos caminhos que vocês trilharão.

Embora devamos tratar bem todas as pessoas,escolham com grande cuidado quem vocêsdesejam ter a seu lado. Essas pessoas serão seuapoio quando vocês estiverem indecisos entreduas escolhas e vocês, por sua vez, tambémpoderão salvá-las.

Sejam puros. Não desperdicem seu tempo comdiversões destrutivas. Recentemente, realizou-seem Salt Lake o show de um grupo de outracidade. Disseram-me que foi algo imundo, lascivoe abominável em todos os aspectos. Os jovenspagaram entrada de U$ 25 a U$ 35. E o quereceberam em troca? Só uma voz sedutoraconvidando-os para as coisas desprezíveis da vida.Suplico-lhes, jovens amigos, que fiquem longedisso. Isso não vai ajudá-los. Só poderá prejudicá-los.

Há pouco tempo, discursei para seus pais.Entre outras coisas, falei sobre as tatuagens.

Que criação é mais grandiosa que o corpohumano? É uma coisa maravilhosa, o supra-sumoda obra do Todo-Poderoso.

Paulo, ao escrever para os coríntios, declarou:“Não sabeis vós que sois o templo de Deus e queo Espírito de Deus habita em vós?

Se alguém destruir o templo de Deus, Deus odestruirá; porque o templo de Deus, que sois vós,é santo”. (I Coríntios 3:16–17)

Já pararam para pensar que seu corpo é santo?Vocês são filhos de Deus. Seu corpo é criaçãoDele. Vocês desfigurariam essa criação gravandona pele desenhos de pessoas, animais e palavras?

Prometo-lhes que dia virá em que, se vocêstiverem tatuagens, se lamentarão por isso. E nãohá como retirá-las, são permanentes. Só por meiode um processo caro e doloroso é que podem serremovidas. Se vocês tiverem tatuagens, então ébem provável que, pelo restante da vida, vocês aslevem na pele. Creio que um dia seenvergonharão delas. Não se tatuem. Nós, como

Autoridades Gerais que os amam, rogamos quenão desrespeitem o corpo que o Senhor lhesconcedeu.

Vou mencionar também os brincos colocadosnas orelhas e em outras partes do corpo. Eles nãosão viris. Não são atraentes. Os rapazes ficam com aaparência muito melhor sem eles e acredito quetambém se sentirão melhor sem eles. E vocêsmoças não precisam colocar vários brincos em cadaorelha. Um simples par de brincos já é o suficiente.

Falo sobre essas coisas porque, mais uma vez,elas dizem respeito a seu corpo.

Como é verdadeiramente bela uma jovem bemvestida que é pura em corpo e espírito. Ela é umafilha de Deus de quem seu Pai Eterno podeorgulhar-Se. Como é bonito um rapaz bemvestido. Ele é um filho de Deus, digno de possuirSeu santo sacerdócio. Ele não precisa detatuagens nem brincos na orelha ou em outraspartes do corpo. A Primeira Presidência e oQuórum dos Doze são todos da mesma opiniãoquanto a isso.

E ao tocar nesse assunto, gostaria de voltar aressaltar a questão da pornografia. Ela tornou-seuma indústria de dez bilhões de dólares nosEstados Unidos, uma atividade em que algumaspessoas enriquecem à custa de centenas demilhares de vítimas. Mantenham distância disso.É algo estimulante, mas que vai destruí-los.Embotará seus sentidos. Suscitará em vocêsapetites que os levarão a fazer qualquer coisa parasatisfazer. E não tentem criar relacionamentos pormeio da Internet e das salas de chat. Eles podemarrastá-los ao abismo do pesar e da amargura.

Gostaria também de falar um pouco sobre asdrogas ilegais. Vocês sabem quais são meussentimentos em relação a elas. Nem conheçotodos os tipos existentes, mas sei que elas vãoarruiná-los se as usarem. Vão escravizá-los.Quando estiverem sob o poder delas, farãoqualquer coisa para conseguir dinheiro paracomprar mais.

Fiquei estupefato quando, por meio de umprograma de televisão, tomei conhecimento deque, em 20 por cento dos casos, os próprios paisapresentam as drogas aos filhos. Não consigoentender a insensatez e insânia desses pais. Quefuturo, além da escravidão, eles podem esperarpara os filhos? As drogas ilícitas destruirãocompletamente quem nelas se viciar.

24

Lesson 4: Dar um Bom Exemplo

Meu conselho e súplica a vocês, rapazes emoças maravilhosos, é: mantenham totaldistância delas. Vocês não precisam experimentá-las. Olhem em volta de si mesmos e vejam seusefeitos sobre os usuários. Não há necessidadealguma para qualquer menino ou menina, rapazou moça da Igreja mesmo prová-las. Mantenham-se limpos desses vícios que deformam a mente ecriam hábitos maléficos.

Agora, apenas algumas palavras sobre o maiscomum e mais difícil de todos os problemas queos rapazes e moças enfrentam. É orelacionamento que mantêm uns com os outros.Vocês estão lidando com o mais forte dosinstintos humanos. Apenas o instinto desobrevivência talvez seja maior.

O Senhor fez-nos atraentes uns para os outroscom um propósito grandioso. Mas, essa própriaatração torna-se um barril de pólvora se não formantida sob controle. É algo belo quandoexercido da maneira correta, mas letal quandoextrapola os limites estabelecidos pelo Senhor.

É por isso que a Igreja opõe-se ao namoroprecoce. Essa regra não tem o intuito deprejudicá-los de modo algum. Ela visa a ajudá-lose o fará, caso a observem.

O namoro firme entre pessoas de pouca idadecostuma acabar em tragédia. Há estudos quemostram que quanto mais tempo um menino emenina namoram, maior é a probabilidade defazerem coisas que não deveriam fazer.

É melhor, meus amigos, sair com váriaspessoas diferentes até vocês estarem prontos paracasar. Divirtam-se, mas mantenham a devidadistância. Não se precipitem. Talvez não seja fácil,mas é possível.

Os rapazes que pretenderem servir comomissionários precisam reconhecer que o pecadosexual pode privá-los dessa oportunidade. Talvezvocês achem que poderão ocultá-lo. Nossa longaexperiência mostra que não. Para terem sucessono campo missionário, vocês necessitam doEspírito do Senhor, e transgressões nãoconfessadas afugentam-No. Mais cedo ou maistarde, vocês se sentirão compelidos a confessarseus pecados do passado. Como bem disse o SirGalahad: ‘Minha força é como a de dez homens,pois meu coração é puro”. (Alfred, Lord Tennyson,Sir Galahad, 1842, primeira estrofe.)

Caros e jovens amigos, no que tange ao sexovocês sabem o que é certo. Sabem quando estãopisando em terreno perigoso, quando é muitofácil tropeçar e escorregar rumo ao abismo da

transgressão. Suplico-lhes que tenham cuidado,que fiquem longe do desfiladeiro do pecado, noqual é tão fácil cair. Mantenham-se puros dotenebroso e decepcionante mal da transgressãosexual. Caminhem sob a luz da paz advinda daobediência aos mandamentos do Senhor.

E se algum de vocês tiver transposto os limitese transgredido, haveria esperança? É evidente quesim. Quando o arrependimento é verdadeiro, háperdão. Esse processo inicia-se na oração. OSenhor declarou: “Eis que aquele que searrependeu de seus pecados é perdoado e eu, oSenhor, deles não mais me lembro’. (D&C 58:42)Dividam o fardo com seus pais, se puderem. E,acima de tudo, não deixem de confessar-se aobispo, que está sempre a seu lado e disposto aajudá-los.

Próximo conselho: Sejam fiéis.

Shakespeare escreveu: “A ti mesmo sê fiel, e seisso fizeres, tal qual a noite sucede o dia, nãopoderás ser falso com ninguém na vida”. (Hamlet,I, iii, 78–81) Vocês têm uma herançaextraordinária. Muitos de vocês são descendentesdos pioneiros que morreram aos milhares devidoa seu testemunho da veracidade desta obra. Sepudessem dirigir-se a vocês, eles suplicariam:“Sejam fiéis. Sejam leais. ‘Sempre fiéis [sua féguardem], sempre valentes com ardor [lutem]’”.Eles diriam hoje: “Fé dos nossos pais, santa fé, atéo fim te seremos fiéis”. (Ver Hinos, 183 e Hymns,84.)

E, mesmo que não tenham antepassadospioneiros, vocês pertencem a uma Igreja que setornou forte pela lealdade e amor inquebrantáveisde seus membros no decorrer das gerações. Comoé magnífico pertencer a uma sociedade cujosobjetivos são nobres, cujas realizações sãonotáveis e cujo trabalho é edificante, mesmoheróico. Sejam leais à Igreja em todas ascircunstâncias. Prometo-lhes que as autoridadesdesta Igreja não os desencaminharão, mas osconduzirão pelos caminhos da felicidade.

Vocês que são membros desta Igreja devem-lhelealdade. Esta Igreja é de vocês. Suaresponsabilidade em sua esfera de ação é tãogrande quanto a minha em minha área deatuação. A Igreja pertence a vocês tanto quantopertence a mim. Vocês abraçaram o evangelho.Tomaram sobre si um convênio nas águas dobatismo e renovam-no a cada vez que tomam osacramento. Esses convênios aumentarão emmagnitude quando vocês se casarem no templo.Vocês não podem tratá-los com leviandade. Eles

25

Lesson 4: Dar um Bom Exemplo

são por demais grandiosos. Esta é a própria obrade Deus, criada para levar a efeito a imortalidade evida eterna de Seus filhos e filhas.

Andem com fé diante Dele, com a cabeçaerguida, orgulhosos por pertencerem à grandecausa e reino que foi restaurado na Terra nestaúltima dispensação da plenitude dos tempos. Porquê? Para trazer-lhes felicidade.

Sejam fiéis às suas próprias convicções. Vocêssabem o que é certo e o que é errado. Sabemquando estão fazendo o que devem fazer. Sabemquando estão canalizando forças para a causacorreta. Sejam leais. Sejam fiéis. Sejamverdadeiros, amados companheiros, neste reinograndioso.

Quinto conselho: Sejam humildes.

Não há lugar para a arrogância em nossa vida.Não há espaço para a presunção. Não há lugarpara o egocentrismo. Temos um grande trabalho aexecutar. Temos muito a realizar. Precisamos deorientação para adquirirmos instrução.Necessitamos de auxílio na escolha de umcompanheiro eterno.

O Senhor declarou: “Sê humilde; e o Senhorteu Deus te conduzirá pela mão e dará resposta atuas orações”. (D&C 112:10)

Que promessa formidável recebemos nestapassagem. Se não formos pretensiosos,orgulhosos nem arrogantes, se formos humildes eobedientes, o Senhor nos guiará pela mão eresponderá às nossas preces. Que coisa maisgrandiosa poderíamos pedir? Não há nada que secompare a isso.

O Salvador, no admirável Sermão daMontanha, afirmou: “Bem-aventurados osmansos, porque eles herdarão a terra”. (Mateus5:5)

Acredito que os mansos e humildes sejamaqueles que são doutrináveis. Eles estão dispostosa aprender, prontos para ouvir os sussurros da vozmansa e delicada que os guiará na vida. Elescolocam a sabedoria do Senhor acima de suaprópria sabedoria.

Por fim, chegamos ao último conselho: Oremsempre.

Vocês não conseguem fazer tudo sozinhos. Aoolhar esta vasta congregação, sei que vocês sãojovens que oram, que se ajoelham e conversamcom o Senhor. Vocês sabem que Ele é a fonte detoda a sabedoria.

Vocês precisam da ajuda Dele e têmconsciência disso. Vocês não conseguem fazertudo sozinhos. E, com o passar dos anos, cadavez mais se darão conta disso. Assim, vivam demodo a poderem, com a consciência tranqüila,conversar com o Senhor. Ajoelhem-se eagradeçam a Ele por Sua bondade para com vocêse expressem-Lhe os desejos justos de seu coração.O milagre de tudo isso é que Ele ouve. Ele atende.Ele responde—nem sempre como gostaríamos,mas não tenho a menor dúvida de que o faz.

Vocês têm uma enorme responsabilidade,rapazes e moças. Vocês são o produto de todas asgerações que os antecederam. Tudo o que vocêstêm no corpo e na mente foi transmitido por seuspais. Um dia vocês também terão filhos erepassarão às gerações seguintes as qualidadesfísicas e mentais que receberam do passado. Nãorompam a corrente de gerações de sua família.Mantenham-na vigorosa e forte. Muitíssimodepende de vocês. Vocês são por demais preciosos.Significam tanto para a Igreja. Ela não seria amesma sem vocês. Atinjam seu potencial, comorgulho de sua herança como filhos de Deus.Voltem-se para Ele em busca de entendimento eorientação. Andem segundo Seus preceitos emandamentos.

Vocês podem divertir-se. É claro que sim!Queremos que o façam. Desejamos que desfrutema vida. Não queremos que sejam puritanos.Desejamos que sejam saudáveis e alegres, quecantem e dancem, que riam e sejam felizes.

Mas em tudo isso, tenham humildade e fé, e océu lhes sorrirá.

Eu não poderia desejar-lhes nada melhor doque uma vida produtiva, com serviço dedicado evoluntário e contribuições para o conhecimento eo bem-estar do mundo em que vivem. E que ofaçam em espírito de submissão e fidelidadediante de Deus. Ele os ama. Nós os amamos.Queremos que sejam felizes e bem-sucedidos, quefaçam contribuições significativas para o mundo epara o progresso desta grande e majestosa obra doSenhor.

Bem, irmãos e irmãs, essa foi a “lição de casa”que lhes designei: sejam gratos, sejaminteligentes, sejam puros, sejam fiéis, sejamhumildes, orem sempre.

Agora, para concluir, gostaria de oferecer-lhesuma oração.

26

Lesson 4: Dar um Bom Exemplo

Ó Deus, nosso Pai Eterno, como Teu servo,curvo-me perante Ti para orar em favor dosjovens espalhados por toda a Terra que estãoreunidos hoje à noite em tantos locais. Suplicoque os abençoes e favoreças. Rogo que os ouçasquando erguerem a voz em oração a Ti. Por favor,guia-os serenamente pela mão no rumo quedevem seguir.

Peço que os ajudes a trilhar os caminhos daverdade e retidão e que os protejas dos males domundo. Abençoa-os para que sejam alegres nosmomentos certos e sérios nos momentos certos,para que apreciem a vida e a desfrutem em suaplenitude. Abençoa-os para que se portem demaneira aceitável perante Ti, como Teus filhos efilhas queridos. Cada um deles é filho Teu, comcapacidade de realizar coisas grandiosas e nobres.Mantém-nos no caminho elevado que conduz àrealização. Salva-os dos erros que poderão destruí-los. Caso eles tenham pecado, perdoa-lhes asofensas e leva-os de volta às veredas da paz e doprogresso. Por essas bênçãos eu orohumildemente, com gratidão por eles, e invocosobre eles Tuas bênçãos com amor e carinho. Emnome Dele que leva o peso de nossos pecados,sim, o Senhor Jesus Cristo. Amém.

AUXÍLIOS DIDÁTICOS

• Quais são os seis conselhos do PresidenteHinckley, e por que eles são importantes?

• Que princípios de liderança podemos aprenderno discurso do Presidente Hinckley? (Verparticularmente sua oração pelos jovens.) Porque esses princípios são importantes?

• Por que a gratidão é tão importante para osservos do Senhor? O que o líder pode fazerpara inspirar a gratidão ao Senhor?

• O Presidente Hinckley mencionou umaporteira e as dobradiças. O que as dobradiçasrepresentam na liderança? O que a porteirapode representar? Como essa ilustração nosajuda como líderes?

• Como podemos manter-nos concentrados naeducação de nossa mente e nodesenvolvimento de nossas capacidades?

• Que conselho o Presidente Hinckley nos dásobre os amigos? Por que esse conselho éimportante?

• Quais são algumas das coisas que devemos enão devemos fazer mencionadas na seção“Sejam puros” do discurso do PresidenteHinckley?

• Por que a humildade é importante para aliderança no reino?

• Que papel tem a oração na liderança? Por quê?

27

28

CONCEITO 1. OS LÍDERES SÃO MAIS EFICAZESQUANDO APRENDEM OS DEVERES QUEACOMPANHAM SEU CHAMADO.

COMENTÁRIO

Em Doutrina e Convênios 107:99–100, oSenhor aconselha a todos que aprendam seudever. Esses versículos se dirigem aos que servemnos ofícios do sacerdócio, mas o espírito desseconselho se aplica a todos os líderes. O ÉlderRichard L. Evans, que foi membro do Quórumdos Doze, ensinou: “Nossa família, a Igreja, acomunidade, a nação, o reino de Deus são maisbem servidos por pessoas bem-preparadas. Apreparação e o conhecimento, juntamente com afidelidade, são infinitamente melhores do queapenas a fidelidade. E aqueles que desistem pormotivos triviais, aqueles que deixam de aprender,aqueles que não continuam a procurar aumentarsua competência estão, em minha opinião,falhando no cumprimento de seu dever”.(Conference Report, outubro de 1966, p. 55.)

Todo papel de liderança tem deveresespecíficos. Podemos aprender esses deveres emmanuais, com nossos líderes, com outros queserviram no cargo, em reuniões de treinamento,por observação pessoal, buscando o Espírito,estudando as escrituras e orando.

Os chamados para cargos de liderança dão àspessoas a oportunidade de aprender e praticardiversas capacidades, tais como “avaliar as opções,programar, delegar e motivar as pessoas. Contudo,

todos os líderes da Igreja são incentivados aconcentrarem-se principalmente nas pessoas, aapascentarem as ovelhas do rebanho do Senhor, aconhecer e amar os membros, a ouvir, a amar eajudar nas necessidades pessoais. [O PresidenteDavid O. McKay disse]: ‘É dever do líder (…)ensinar o membro a amar—não o líder ou oprofessor, mas a verdade do evangelho’.[Conference Report, outubro de 1968, pp.143–144.] Para isso, os líderes são freqüentementeaconselhados a buscar os dons espirituais dodiscernimento e sabedoria”. (Cf. Lucas 12:12; D&C84:85.) (em Daniel H. Ludlow, ed., Encyclopediaof Mormonism, 5 vols., 1992, 2:818.)

Os líderes precisam aprender seus deveres e oque os outros esperam deles. Por exemplo, umpresidente de classe pode ter a responsabilidade dedar as boas-vindas à classe, reunir-se com oprofessor e outros líderes da classe para planejaratividades, treinar outros líderes da classe,comemorar o aniversário dos alunos, ajudaralunos que tenham dificuldades ou que nãoestejam freqüentando, etc.

Como líderes da família, os pais têm aresponsabilidade de cuidar de seu próprio bem-estar e o de seus filhos. Seus deveres incluem asdiretrizes relacionadas em “A Família:Proclamação ao Mundo”, (A Liahona, janeiro de1996, p. 114.)

Os líderes do sacerdócio e auxiliares têm aresponsabilidade de ajudar as pessoas a quem elesservem a receberem as bênçãos do evangelho.

LIÇÃO 5

APRENDER NOSSOS DEVERESCOMO LÍDERES

“Portanto agora todo homem aprenda seu dever e a agir no ofício para o qual for designado comtoda diligência.” (D&C 107:99)

PRINCÍPIO DE LIDERANÇA

Os líderes da Igreja e da família precisam compreender seus deveres para ajudar as pessoas a quemeles servem a receberem as bênçãos do evangelho.

CONCEITOS DA LIÇÃO

1. Os líderes são mais eficazes quando aprendem os deveres que acompanham seu chamado.

Lição 5: Aprender Nossos Deveres como LÍderes

Seus deveres podem incluir dirigir reuniões,supervisionar o ensino familiar ou as professorasvisitantes, apresentar relatório a outros líderes,aconselhar, entrevistar, preparar orçamentos,chamar pessoas para servir, dirigir projetos deserviço, e ajudar, de modo geral, sua organizaçãoa funcionar bem. A principal responsabilidade doslíderes do sacerdócio e auxiliares é apoiar eencorajar os pais em seu dever de ensinar oevangelho no lar.

Os líderes da Igreja e da família geralmenteprecisam desenvolver habilidades como estas:

• Avaliar as opções

• Tomar decisões

• Programar atividades

• Fazer orçamento

• Delegar responsabilidades

• Motivar

• Concentrar-se nas pessoas e não nas tarefas

• Comunicar-se com as pessoas a quem elesservem e com outros líderes

• Edificar

• Ouvir com empatia

• Conhecer e amar as pessoas

• Ajudar aqueles que têm necessidades pessoais

• Ensinar com amor as verdades do evangelho

• Usar dons espirituais como o discernimento ea sabedoria

• Trabalhar dentro dos limites impostos peladoutrina e as normas

SUGESTÃO DIDÁTICA

Pergunte a dois ou três alunos que tipo detrabalho seus pais fazem para sustentar a família.Ou, se seus alunos forem os cabeças da família,você pode perguntar-lhes que tipo de trabalhofazem. Discuta que aptidões, conhecimento ouatitude seu trabalho exige.

Saliente que todo membro deve preparar-separa tornar-se um líder na Igreja ou na família.Todo papel de liderança tem deveres específicos.

Pergunte por que é importante que os líderesaprendam seus deveres. Não seria suficiente oslíderes serem apenas boas pessoas e procuraremajudar os outros?

Aliste com os alunos alguns dos deveres devários cargos de liderança na família e na Igreja.Discuta como aprendemos esses deveres.

Incentive os alunos a se esforçarem paraaprender todos os seus deveres, sempre que foremcolocados em um cargo de liderança.

Faça uma lista dos deveres da presidente daSociedade de Socorro. Faça outra lista com osdeveres do presidente do quórum de élderes.Saliente que poderíamos fazer listas semelhantespara cada cargo de liderança na Igreja e nafamília. Saliente como é importante que os líderesaprendam seus deveres para que possam serservos úteis.

Analise algumas das maneiras pelas quaisaprendemos nossos deveres como líderes.

Pergunte o que poderia impedir-nos deaprender nossos deveres como líderes e discutacomo podemos vencer esses obstáculos.

Lembre aos alunos as grandes bênçãos querecebem aqueles que ajudam outros a achegarem-se a Jesus Cristo. (Ver D&C 18:15–16.)

RECURSOS PARA O PROFESSOR

Élder Dallin H. Oaks

Do Quórum dos DozeApóstolos

“Parental Leadership in theFamily” (Liderança dos Paisna Família), Ensign, junhode 1985, pp. 7–11

Agradeço esta oportunidade de falar aos pais daIgreja sobre sua liderança na família. Dirijo-me atodos os pais, sejam jovens ou idosos. Dirijo-meaos que precisam exercer seu papel de pai ou mãesozinhos, e também aos que estão envolvidoscomo parceiros iguais num casamento feliz.

Nunca é demais salientar a importância dospais e da família. A base do governo de Deus é afamília eterna. Nossa doutrina começa com paiscelestiais e nosso maior desejo é alcançarmos nósmesmos essa condição. O evangelho de JesusCristo é o plano de nosso Pai Celestial parabenefício de Seus filhos espirituais. O plano doevangelho tornou-se possível pelo sacrifício denosso Irmão mais velho. Como pais terrenos,participamos do plano do evangelhoproporcionando um corpo terreno para os filhosespirituais de pais celestiais. Afirmamossolenemente que a plenitude da salvação eterna éuma questão de família. Podemosverdadeiramente dizer que o plano do evangelhoteve início no conselho de uma família eterna, éimplementado por meio de nossa família terrena etem seu destino em nossa família eterna. Não

29

Lição 5: Aprender Nossos Deveres como LÍderes

admira que A Igreja de Jesus Cristo dos Santosdos Últimos Dias seja conhecida como uma igrejacentralizada na família.

Como pais em Sião temos a responsabilidadede ensinar o evangelho de Jesus Cristo à nossaposteridade, incluindo a necessidade de guardaros mandamentos de Deus e receber as ordenançasde salvação do evangelho.

Todos desejamos melhorar nosso desempenhocomo pais. Nenhuma tarefa é mais comum, masnenhuma é mais importante que essa. OPresidente Joseph F. Smith deu-nos este conselho:

“Jamais devemos desanimar naquelas tarefasdiárias que Deus ordenou a todo homem. Cadadia de trabalho deve ser recebido com um espíritode alegria e com o pensamento e a convicção deque nossa felicidade e bem-estar eternosdependem de fazermos bem o que precisamosfazer, aquilo que Deus nos designou como nossodever.”

O Presidente Smith aplicou esse princípio aotrabalho dos pais da seguinte forma:

“Afinal de contas, fazer bem as coisas que Deusordenou a todos os homens é a grandeza maisverdadeira. Ser bem-sucedido como pai ou mãe émaior do que ser um general ou estadista bem-sucedido.

O sucesso no emprego, mesmo que seja emum emprego importante, é apenas temporário,concluiu o Presidente Smith, ao passo que nossosucesso como pais é “uma grandeza universal eeterna”. (Gospel Doctrine, 5ª edição, Salt LakeCity: Deseret Book Co., 1939, p. 285.)

Apesar da importância de nossa tarefa, vivemosnuma época difícil para os pais. As pressões edificuldades da vida moderna são um grandeproblema para nós. Vemos isso na triste definiçãode uma família como “um grupo de pessoas quepossuem as chaves da mesma casa”.

As expressões populares “libertação feminina” e“libertação masculina” sugerem outrosproblemas. Esse tipo de libertação freqüentementepropõe liberar os homens e as mulheres dasresponsabilidades familiares. Os homens ou asmulheres que abandonam ou negligenciam suafamília podem estar liberados de suasresponsabilidades, mas estão presos ao pecado.Sejam quais forem os resultados a curto prazo,ninguém jamais poderá alcançar a verdadeiraliberação ou liberdade fugindo deresponsabilidades eternas. A liberdade eterna exigeo cumprimento consciencioso dasresponsabilidades familiares.

Ao estudarmos os sermões proferidos pornossos líderes no primeiro século da Igrejarestaurada, chama-nos a atenção a poucafreqüência com que eles falaram sobre asresponsabilidades familiares. Inversamente, esse éum assunto muito freqüente nas instruçõesatuais. Por que isso acontece?

Em minha infância na fazenda, toda noite eranoite familiar, e não havia televisão para distrair-nos das atividades da família. Com exceção deumas poucas horas na escola, tudo que acontecianaquela época acontecia sob a direção da família.Geralmente saíamos da fazenda apenas duas vezespor semana, no sábado para compras e nodomingo para a Igreja. Esse era o padrão de vidada maioria dos membros durante o primeiroséculo da Igreja restaurada. Nessas circunstâncias,havia pouca necessidade de se programar umanoite familiar regular. E havia pouca necessidadede se salientar a importância da família e dasresponsabilidades familiares.

Atualmente bem poucos de nossos jovensdesfrutam das atividades centralizadas na famíliade antigamente. A vida urbana e o transportemoderno tornaram fácil para nossos jovensfazerem do lar um dormitório onde passam anoite e ocasionalmente fazem uma refeição, masem que há pouca orientação para suas atividades.As atividades recreativas organizadas e otransporte de alta velocidade afastam os jovens dasupervisão dos pais.

O modo como a maioria dos membros daIgreja trabalha para ganhar seu sustento tambémcomplica seu papel como pais. No passado, afamília era uma unidade de produção econômica,organizada e disciplinada. Todos os meus quatroavós trabalharam no solo, dirigindo o trabalho deseus filhos na fazenda ou rancho da família. Todaa família trabalhava junta para produzir seualimento, manter sua casa e gerar rendas parasuas compras necessárias.

Hoje em dia, relativamente poucas famíliastrabalham juntas na produção de renda. Nostempos atuais, a maioria das famílias constituiuma unidade econômica de consumo, que nãoexige um alto nível de organização e cooperação.Nessas circunstâncias, é preciso um empenhoespecífico dos pais para trabalhar com os filhosem tarefas comuns, mas é importante fazê-lo.

Uma das grandes influências que unia asfamílias antigamente era a experiência de seesforçarem em conjunto para alcançar umobjetivo comum: como cultivar uma regiãoagreste ou estabelecer um negócio. Esse princípio

30

Lição 5: Aprender Nossos Deveres como LÍderes

é tão importante que um comentarista sugeriu:“Se estiver faltando uma crise na família, contrateum lobo para uivar em sua porta”. (Time, 15 dedezembro de 1967, p. 31.) A maioria dos paisencontra crises suficientes sem precisar contratarmais nenhuma. Mas eles precisam identificá-las eorganizar sua família num esforço conjunto pararesolvê-las.

A família se une quando realiza coisassignificativas em conjunto. Os filhos devemtrabalhar juntos sob a liderança dos pais. Umemprego comum, mesmo em regime de tempoparcial, é válido. O mesmo se dá com uma hortada família. Projetos conjuntos para ajudar outraspessoas também são recomendáveis. A famíliapode estabelecer um fundo missionário perpétuo.Eles podem pesquisar e escrever a história dafamília e compartilhá-la uns com os outros.Podem organizar reuniões de família. Podemeducar os membros da família em aptidõesbásicas da vida, inclusive a administração dasfinanças, a manutenção das propriedades ou noavançamento nos estudos em geral. Oaprendizado de línguas é uma preparação útil parao trabalho missionário e a vida moderna. Osprofessores podem ser os pais ou avós ou outrosmembros mais distantes da família.

Alguns podem dizer: “Mas não temos tempopara isso”. Quanto ao tempo para fazer o que éverdadeiramente importante, sugiro que muitospais descobrirão que podem ligar sua família sedesligarem sua televisão. O aparelho de televisãofica ligado sete horas por dia, em média, nos laresdos Estados Unidos. (USA Today, 17 de maio de1984.) Mais especificamente, um estudo de 1984sobre o uso da televisão numa áreapredominantemente SUD mostrou que 70 porcento dos entrevistados—adultos em suamaioria—assistia à televisão por três horas oumais a cada dia. Quase metade desse grupoassistia à televisão por cinco horas ou mais.

O Presidente David O. McKay ensinou:

“O lar é o lugar mais importante e eficaz paraque os filhos aprendam as lições da vida: Verdade,honra, virtude, autocontrole o valor dos estudos,o trabalho honesto e o propósito e o privilégio davida. Nada pode substituir o lar na criação eeducação dos filhos, e nenhum outro sucessopode compensar o fracasso no lar”. (FamilyHome Evening Manual 1968–1969, p. iii.)

Os pais são professores excelentes. Seu ensinomais eficaz é ministrado pelo exemplo. O círculofamiliar é o lugar ideal para se demonstrar e

aprender a bondade, o perdão, a fé em Deus etodas as outras virtudes práticas do evangelho deJesus Cristo.

O pai preside o lar e tem a responsabilidadefinal no governo do lar, mas evidentementeambos os pais dividem a responsabilidade de criaros filhos. Ambos os pais ocupam um papel deliderança na educação dos filhos, e precisamaconselhar-se mutuamente e apoiar um ao outro.Nessa tarefa, os pais devem lembrar a maravilhosailustração do Presidente Kimball de uma vela eum espelho: “Há duas maneiras de se espalhar aluz: Ser a vela ou ser o espelho que a reflete. Ospais podem ser as duas coisas”. (ConferenceReport, conferência de área de Estocolmo, Suécia,1974, p. 49.) Na sagrada tarefa de educar os filhosde Deus, os pais devem unir e combinar seusesforços para repelir os poderes das trevas da vidade seus filhos.

O círculo familiar também é a melhororganização para contra-atacar o egoísmo e acomplacência com os próprios erros, que sãotemas repetidos obsessivamente e que parecemser o canto da sereia da vida moderna. Aocontrário do egoísmo individualista que nos cerca,devemos procurar moldar nossa vida em família àsemelhança do sacrifício pessoal de nossoSalvador. Ele nos ensinou a doar-nos a serviço dopróximo. Em seu último grande sermão, o reiBenjamim disse a seu povo que ensinasse seusfilhos “a andarem nos caminhos da verdade e dasobriedade; (…) [e] a amarem-se uns aos outros ea servirem-se uns aos outros”. (Mosias 4:15)

Não há relacionamento humano maisadequado a esses ensinamentos do que umafamília em que os pais realmente amem os filhose dêem a vida a serviço deles. Os pais devemensinar os princípios do evangelho restaurado,especialmente o sacrifício expiatório de nossoSalvador Jesus Cristo. Os pais também devemensinar os sacrifícios em menor escala que estãofazendo por sua própria família. Se isso for feitono espírito correto—pelo exemplo bem como porpreceito—esse ensinamento deve ajudar os filhosa serem mais amorosos com seus pais e honrá-losmais. Isso deve também ajudar a preparar osfilhos para quando eles próprios se tornarem pais.

Os pais ensinam e a família aprende fazendocoisas juntos.

A família deve orar em conjunto, ajoelhar-se ànoite e pela manhã para agradecer as bênçãos eorar por coisas que preocupam toda a família.

31

Lição 5: Aprender Nossos Deveres como LÍderes

A família deve adorar em conjunto,participando das reuniões da Igreja e dosdevocionais da família.

A família deve estudar e aprender em conjunto.Isso deve incluir a leitura e debate em grupo dasescrituras, e a análise em grupos de assuntosimportantes, como o conhecimento práticonecessário para se viver num mundo moderno.

A família deve trabalhar em conjunto, comosugerido anteriormente. Os membros da famíliatambém devem brincar juntos, de modo queexperiências recreativas felizes estejam associadasàs atividades da família.

A família deve reunir-se em conselho paratratar de todos os assuntos que preocupem afamília e seus integrantes.

A família deve reunir-se para fazer as refeições.A hora da refeição é um momento natural paraque a família se reúna e se comunique. É umapena que essa oportunidade se perca em brigas defamília ou fique fragmentada quando os membrosda família apanham sua comida e se espalhampelos quatro cantos da casa, como se a cozinhafosse um balcão de lanchonete.

A família deve reunir-se para registrar tradiçõesde família e experiências sagradas. Deve reunir-setambém para ler esses registros a fim de fortalecera família e seus membros individualmente. Comoo Presidente Kimball nos lembrou: “Históriasinspiradoras de nossa própria vida e da vida denossos antepassados (…) são ferramentas deensino muito poderosas”, uma fonte de inspiraçãopara nós e nossa posteridade. (Ensign, janeiro de1982, p. 4.)

É um fato marcante que a noite familiar é omomento ideal para quase todo tipo de coisa quea família pode realizar em conjunto. É o lugarideal para orar em família, aprender em família,aconselhar-se em família, brincar em família e atétrabalhar em família. A maioria de nós sabe disso,mas me pergunto quantos estão realmenteutilizando a noite familiar em todo o seupotencial. (…)

A magnitude de nossas responsabilidades comopais é revelada nesta declaração profética doPresidente Spencer W. Kimball:

“Tempo virá em que apenas aqueles queacreditam profunda e ativamente na família serãocapazes de preservar sua família em meio ao malque se reúne a nosso redor.” (Ensign, novembrode 1980, p. 4.)

Na tarefa supremamente importante depreservar nossa família, precisamos de toda ajudade que pudermos dispor. Nesse trabalho, temosdireito às bênçãos do céu e iremos recebê-las.Somos servos de nosso Senhor e Salvador JesusCristo, e é o Seu encargo que seguimos aoprocurarmos cumprir com nossas sagradasresponsabilidades como pais em Sião. Quesejamos diligentes e abençoados em nossoempenho.

AUXÍLIOS DIDÁTICOS

• Quais são algumas das principaisresponsabilidades dos pais como líderes dafamília?

• Que motivos o Élder Oaks nos deu para seucomentário de que os antigos líderes da Igrejafalavam menos do que os de hoje sobre asresponsabilidades familiares?

• O que o Élder Oaks diz que a família pode fazerreunida?

• De acordo com o Élder Oaks, qual é o modomais eficaz para os pais ensinarem?

• Quais são algumas das coisas que podemosfazer em família?

• O que os líderes podem fazer para fortalecer ospais e o lar como lugar de ensino do evangelhoe como laboratório de aplicação prática dosensinamentos do Salvador?

32

33

CONCEITO 1. O SALVADOR ERA O LÍDERPERFEITO E O SERVO PERFEITO.

COMENTÁRIO

Durante o ministério mortal de Jesus Cristo, amãe de Tiago e João pediu certa vez que seusfilhos fossem especialmente favorecidos. Jesusexplicou: “Bem sabeis que pelos príncipes dosgentios são estes dominados, e que os grandesexercem autoridade sobre eles.

Não será assim entre vós; mas todo aquele quequiser entre vós fazer-se grande seja vossoserviçal;

E, qualquer que entre vós quiser ser oprimeiro, seja vosso servo;

Bem como o Filho do homem não veio paraser servido, mas para servir, e para dar a sua vidaem resgate de muitos.” (Mateus 20:25–28)

Após Sua última ceia de Páscoa, Jesus lavou ospés de Seus Apóstolos e depois perguntou:“Entendeis o que vos tenho feito?

Vós me chamais Mestre e Senhor, e dizeis bem,porque eu o sou.

Ora, se eu, Senhor e Mestre, vos lavei os pés,vós deveis também lavar os pés uns aos outros.

Porque eu vos dei o exemplo, para que, comoeu vos fiz, façais vós também.

Na verdade, na verdade vos digo que não é oservo maior do que o seu senhor, nem o enviadomaior do que aquele que o enviou.” (João13:12–16)

Como observou o Élder Neal A. Maxwell,membro do Quórum dos Doze: “O líder servoperfeito é exemplificado por Jesus”. (Even As IAm, 1982, p. 62.) Jesus passou Seu ministériomortal curando, abençoando, ensinando eservindo a todos, sem distinção de cargo ouposição. Ele ministrou (serviu) às pessoas notocante às suas mais profundas necessidades. OSalvador, em Seu sermão sobre o pão da vida,observou que muitas pessoas O seguiam porcausa dos milagres que Ele tinha realizado.Outros O seguiam porque Ele lhes dera pão epeixe. O Salvador sabia que eles precisavam maisdo que milagres e pão para nutrir seu espírito. Eleos convidou a “[comer] a carne do Filho dohomem, e (…) [beber] o seu sangue”,prometendo-lhes: “Quem comer este pão viverápara sempre”. (João 6:53, 58) Pedro, falando pelosDoze, testificou que Jesus realmente declarou “aspalavras de vida eterna”. (Versículo 68)

LIÇÃO 6

SERVIR AS PESSOAS A QUEMLIDERAMOS

“E ele lhes disse: Os reis dos gentios dominam sobre eles, e os que têm autoridade sobre eles sãochamados benfeitores.

Mas não sereis vós assim; antes o maior entre vós seja como o menor; e quem governa como quemserve.

Pois qual é maior: quem está à mesa, ou quem serve? Porventura não é quem está à mesa? Eu,porém, entre vós sou como aquele que serve.” (Lucas 22:25–27)

PRINCÍPIO DE LIDERANÇA

Os líderes da Igreja e da família servem o Senhor ao servirem às pessoas a quem eles lideram.

CONCEITOS DA LIÇÃO

1. O Salvador era o líder perfeito e o servo perfeito.

2. Devemos aprender a ser líderes servos.

3. Podemos ser melhores líderes servos se compreendermos as necessidades das pessoas a quemservimos.

Lição 6: Servir as Pessoas a Quem Lideramos

O Presidente James E. Faust, conselheiro naPrimeira Presidência, ensinou: “As necessidadesbásicas da humanidade (…)—auto-estima, paz deconsciência e felicidade pessoal—podem serplenamente satisfeitas pela obediência fiel aosmandamentos de Deus. Isso é verdade para todapessoa de todo país ou cultura”. (ConferenceReport, abril de 1995, p. 81; ou Ensign, maio de1995, p. 62.)

SUGESTÃO DIDÁTICA

Leia com a classe Mateus 20:25–28; João13:12–16 e pergunte: Como a liderança no reinode Deus difere da liderança no mundo? Discutasuas respostas. (Ver o comentário.)

Peça aos alunos que pesquisem as escriturasprocurando exemplos de serviço prestado porJesus ou um de Seus seguidores. Peça-lhes queprocurem escrituras que expliquem a importânciado serviço. Peça-lhes que leiam as escrituras queencontrarem.

Explique-lhes que Jesus “foi o exemploperfeito” do conceito de um líder servo. Discutacomo a Expiação do Senhor é o maior ato deserviço que já foi realizado.

CONCEITO 2. DEVEMOSAPRENDER A SER LÍDERES SERVOS.

COMENTÁRIO

Depois de Jesus Cristo, alguns dos melhoresexemplos de servos líderes são os profetas emissionários antigos e modernos. O rei Benjamimensinou a seu povo a importância do serviço:“Quando estais a serviço de vosso próximo, estaissomente a serviço de vosso Deus”. (Mosias 2:17)Amon pôde ensinar ao rei Lamôni e seu povoporque ele primeiro se tornou seu servo. (VerAlma 17–19.) O Élder Neal A. Maxwell disse oseguinte a respeito do Profeta Joseph Smith: “SeJoseph foi um líder servo? Sim, e há provas disso!Uma menina e o irmão estavam tendo dificuldadepara atravessar um trecho de lama profunda acaminho da escola. O Profeta Joseph ‘abaixou-se elimpou a lama dos nossos sapatos, tirou o lençodo bolso e limpou nosso rosto manchado pelaslágrimas. Falou algumas palavras bondosas eanimadoras e colocou-nos a caminho da escola,rejubilantes’. (Juvenile Instructor, 15 de janeirode 1892, p. 67.)

“Ao fugir com Joseph de uma multidãoenfurecida, contou um rapaz: ‘A doença e o medoroubaram-me as forças. Joseph teve de decidir se

me deixaria para ser capturado pela multidão, ouarriscar-se para prestar-me auxílio. Tendoescolhido ficar comigo, ele colocou-me em seuslargos ombros e carregou-me, parando de vez emquando para descansar ao atravessar o pântano naescuridão. Várias horas depois saímos na únicaestrada existente e em pouco tempo chegamos aum local seguro. A força hercúlea de Josephpermitiu que ele [salvasse] minha vida’. (NewEra, dezembro de 1973, p. 19.)” (ConferenceReport, outubro de 1983, p. 78; ou Ensign,novembro de 1983, p. 56.)

O Élder L. Tom Perry, do Quórum dos Doze,disse o seguinte a respeito do Presidente HowardW. Hunter: “A história da sua vida está cheia derelatos de determinação, realizações, fé everdadeiro amor cristão. Ele é uma inspiraçãopara todos nós. Ele é nosso profeta. Sentamo-nosa seus pés prontos para nos banquetear com asabedoria desse verdadeiro e fiel servo e líder”. (ALiahona, janeiro de 1995, p. 19.)

O Élder Neal A. Maxwell escreveu: “O líderservo perfeito é exemplificado por Jesus, e sequisermos tornar-nos semelhantes a Ele, tambémprecisamos ser assim.

De fato, a própria utilidade de nossa vidadepende de nossa disposição de servir aopróximo”. (Even As I Am, p. 62.)

Por outro lado, como observou o Élder RussellM. Nelson, dos Doze: “lutar para tornar-se mestreem vez de servo (…) pode destruir o espírito dotrabalhador e a obra”. (A Liahona, julho de 1996,p. 15.) O Presidente Gordon B. Hinckley escreveu:“Algumas de nossas melhores obras resultam doserviço ao próximo”. (Standing for Something:Ten Neglected Virtues That Will Heal Our Heartsand Homes, 2000, p. 161.)

O Élder Vauhgn J. Featherstone fez uma listade qualidades e práticas úteis aos líderes servos.Consulte essa lista na seção de recursos para oprofessor da lição 1, p. 5.

SUGESTÃO DIDÁTICA

Entregue a cada aluno uma cópia da lista doÉlder Featherstone das qualidades dos líderesservos. (Página 5) Discuta com os alunos algumasdas qualidades e como o desenvolvimento dessasqualidades pode ajudar-nos a ser melhores líderesda Igreja e da família.

Separe a classe em pequenos grupos. Peça acada grupo que leia Mosias 2. Explique-lhes queesse capítulo contém o início do último sermãodo rei Benjamim a seu povo. Diga aos alunos que

34

Lição 6: Servir as Pessoas a Quem Lideramos

observem maneiras pelas quais o rei Benjamimexemplificou a liderança de um servo e o que eleensinou ao povo a respeito do serviço ao próximo.Quando tiverem terminado, discuta o queaprenderam sobre a liderança do servo na vida eensinamentos do rei Benjamim.

CONCEITO 3. PODEMOS SER MELHORES LÍDERESSERVOS SE COMPREENDERMOS ASNECESSIDADES DAS PESSOAS A QUEM SERVIMOS.

COMENTÁRIO

Os líderes são mais eficazes quandocompreendem as necessidades das pessoas aquem eles servem. Algumas necessidades sãocomuns a todos. Se a fome atormenta oestômago, a mente tende a concentrar-se nanecessidade de alimento. Da mesma forma, se apessoa está doente ou necessitando de roupas,abrigo ou renda, pode ser difícil para elaconcentrar-se em outras coisas.

Além das necessidades físicas, as pessoas têmnecessidades espirituais, emocionais e mentais. Aspessoas geralmente vivem melhor se tiverem bonsamigos, o apoio da família, reconhecimento, umsentimento de que participam de um grupo oucausa digna e um sentimento de valor.

Algumas necessidades variam de acordo com aidade. Por exemplo: Os jovens geralmente sentema pressão dos colegas e a necessidade de aceitaçãosocial de modo mais agudo que os idosos. Outrasnecessidades afetam todas as pessoas,independentemente de idade ou situação. Porexemplo: Todos precisamos saber que Deus Seimporta com o que acontece em nossa vida.

Existem maneiras de aumentarmos nossoentendimento das necessidades das pessoas aquem servimos. Ao lermos, por exemplo, os relatosdas escrituras sobre Jesus e Seus líderes servindoàs pessoas, podemos fazer-nos perguntas comoestas: Como foi que esse líder descobriu quais eramas necessidades das pessoas? Como as pessoascomunicaram suas necessidades ao líder? O queesse líder sabia sobre elas que o ajudou a descobrirquais eram suas necessidades? Que necessidadesfísicas esses líderes tiveram muitas vezes queatender antes de poderem ajudar as pessoas asatisfazerem suas necessidades espirituais?

Podemos instruir-nos sobre as necessidadesdas pessoas em geral lendo, observando,assistindo a cursos de liderança e orando.Também podemos refletir sobre nossas própriasnecessidades e como as satisfazemos.

O Presidente Gordon B. Hinckley explicou: “Aoolharmos para Deus com amor e gratidão, e aoservirmos às pessoas sem que tenhamos umarecompensa evidente para nós mesmos, teremosum sentimento maior de serviço a nossosemelhante, pensaremos menos em nós mesmos eestenderemos mais a mão para ajudar as pessoas.Esse princípio do amor é a essência básica davirtude”. (Standing for Something, p. 9.)

SUGESTÃO DIDÁTICA

Discuta o texto do comentário. Você pode fazerperguntas como estas:

• Que necessidades devemos levar em conta aotrabalharmos para tornar-nos melhores líderesservos?

• Que necessidades particulares dos jovensdevem ser levadas em conta por seus líderes?

• Que livros você considerou úteis paracompreender as necessidades das pessoas?

Discuta experiências que o ajudaram a tornar-se mais cônscio das necessidades das pessoas.Realize um debate em classe sobre as atividadesmissionárias de Amon. (Ver Alma 17–19.) Peça aosalunos que procurem o que Amon fez paracompreender e atender às necessidades do reiLamôni.

Você pode terminar lendo a declaração doPresidente Hinckley, no comentário.

RECURSOS PARA O PROFESSOR

Élder Vaughn J. Featherstone

Dos Setenta

Trechos de More Purity GiveMe, 1991, pp. 11–14

O princípio da liderança por meio do serviçoprocede da própria fonte principal de todaverdade, que é Deus, o Pai Eterno, e chega até nóspor intermédio do Senhor Jesus Cristo, o FilhoUnigênito. Ambos foram exemplos máximos deliderança por meio do serviço. (…)

O convite do Mestre é um verdadeiro exemplode liderança por meio do serviço. Ele disse:“Vinde a mim, todos os que estais cansados eoprimidos, e eu vos aliviarei. Tomai sobre vós omeu jugo, e aprendei de mim, que sou manso ehumilde de coração; e encontrareis descanso paraas vossas almas. Porque o meu jugo é suave e omeu fardo é leve”. (Mateus 11:28–30)

35

Lição 6: Servir as Pessoas a Quem Lideramos

Em Marcos lemos que os discípulosdisputavam entre si acerca de quem seria o maior:“E ele, assentando-se, chamou os doze, e disse-lhes: Se alguém quiser ser o primeiro, será oderradeiro de todos e o servo de todos”. (Marcos9:35) (…)

Os líderes servos ministram às pessoas, quesão todas indivíduos criados à imagem de Deus,nosso Pai Todo-Poderoso. Os administradores,gerentes e líderes egocêntricos estão maisinteressados nas regras, regulamentos, normas eprogramas. Para essas pessoas, os homens e asmulheres só são importantes enquanto lhes forem“úteis” para que alcancem suas metas.

Quantos gerentes, administradores e líderesteriam notado pessoas supostamente poucoimportantes realizando coisas maravilhosas? “E,estando Jesus assentado defronte da arca dotesouro, observava a maneira como a multidãolançava o dinheiro na arca do tesouro; e muitosricos deitavam muito.” (Marcos 12:41) Jesusestava atento a suas doações. Era um ato digno, ecom isso muitas coisas boas seriam realizadas. Elenão desprezava o que foi doado. Muitos líderesatuais calculariam apenas o total do dinheiro quepoderia ser usado para gerar mais rendas emquantidades significativas. Pouca importânciadariam à viúva que se aproximou da arca dotesouro, sem dúvida um pouco envergonhada,insignificante, mal vestida e provavelmentetrêmula e humilde. Ela colocou duas moedas, asmenores usadas entre os hebreus. Duas moedasnão eram o suficiente sequer para comprar umpão. Provavelmente ela sequer ousou erguer orosto, com medo que alguém visse sua míseradoação e zombasse dela. Imagino que ela tenha-seafastado rapidamente para evitar a vergonha e oembaraço.

Jesus chamou Seus discípulos e disse-lhes:“Em verdade vos digo que esta pobre viúva deitoumais do que todos os que deitaram na arca dotesouro; porque todos ali deitaram do que lhessobejava, mas esta, da sua pobreza, deitou tudo oque tinha, todo o seu sustento”. (Marcos12:43–44)

Imagino que, de alguma forma, Ele que é oMestre do céu e da Terra pôde transmitir aocoração da viúva a Sua terna e sincera gratidãopela dádiva por ela oferecida.

Élder M. Russell Ballard

Do Quórum dos DozeApóstolos

Trechos de “The GreaterPriesthood: Giving a Lifetimeof Service in the Kingdom”,Ensign, setembro de 1992,pp. 71, 73

Todos os que possuem o sacerdócio de Deusestão ligados por laços comuns de serviço. JoãoBatista, como ser ressurreto, expressou esseconceito na sagrada ocasião em que restaurou oSacerdócio Aarônico aos homens na Terra. Aquelemensageiro angelical vindo da presença de Deus,o mesmo que teve o privilégio de batizar oSalvador, dirigiu-se ao Profeta Joseph Smith e seucompanheiro de trabalho, Oliver Cowdery,chamando-os de “meus conservos”. (D&C 13:1)Que maravilhoso exemplo de serviço humilde noreino de Deus!

Todo homem ou rapaz que possui osacerdócio, independentemente do sacerdócio oudo ofício a que foi ordenado, é um conservo notrabalho do Senhor Jesus Cristo.

Embora eu tenha sido ordenado ao ofício deApóstolo no Sacerdócio de Melquisedeque, osoutros que foram ordenados a esse ofício e eusomos conservos, no trabalho do Senhor, dodiácono ou élder recém-ordenado na Igreja.

Embora o Apóstolo Paulo tenha ensinado averdade de que “pôs Deus na igreja,primeiramente apóstolos” (I Coríntios 12:28), eletambém declarou que cada membro do corpo énecessário. Nenhum ofício do sacerdócio podedizer aos de outros ofícios: “Não preciso de ti”,porque todos somos conservos no serviço doSenhor. (Ver versículos 14–28.) Nosso objetivocomum e mais importante é realizar a Sua obra.Todo portador do sacerdócio, agindo dentro dosdeveres de seu chamado, é necessário paracumprir a obra do Senhor.

Repito, o ofício do sacerdócio não nos éconferido para elevar nossa posição, mas para queprestemos serviço. Todos somos conservos naIgreja de Jesus Cristo. (…)

36

Lição 6: Servir as Pessoas a Quem Lideramos

O Presidente David O. McKay declarou:“Sacerdócio significa serviço. Isso é verdade atéem sua fonte divina, como podemos concluir apartir desta sublime declaração: ‘Pois eis que estaé minha obra e minha glória: Levar a efeito aimortalidade e vida eterna do homem’. O serviçoque conduz os filhos de Deus à redenção procedede Deus”. (Pathways to Happiness, Salt Lake City:Bookcraft, 1957, p. 231) (…)

(…) Convido-os a ponderar as seguintespalavras do Presidente Marion G. Romney:

“O serviço não é algo que suportamos aqui naTerra para que possamos alcançar o direito deviver no reino celestial. O serviço é o próprioelemento constituinte da vida exaltada no reinocelestial.

Sabendo que o serviço é o que proporcionasatisfação ao Pai Celestial e que desejamos comEle habitar e ser como Ele é, por que precisamosser ordenados a servir uns aos outros? (…) Oserviço é a própria essência da Divindade.”(Ensign, novembro de 1982, p. 93.)

Irmãos, é uma bênção preciosa sermosportadores do sacerdócio de Deus e termos aoportunidade ilimitada de servir a nossossemelhantes. Sei que o Senhor Jesus Cristo vive eoro para que Deus os abençoe, jovens e idosos,com maior apreço pelo sacerdócio que possuem ecom maior desejo de servir a seu próximo e seuPai Celestial, em nome de Jesus Cristo. Amém.

AUXÍLIOS DIDÁTICOS

• Ao servirmos às pessoas, como podemosidentificar e expressar gratidão pelo que elasfazem bem? (Ver o comentário do ÉlderFeatherstone sobre a moeda da viúva.)

• Que efeitos positivos um sincero cumprimentopode ter sobre uma pessoa?

• Como você se sentiu quando seus esforçosdignos não foram notados? O que você gostariaque tivesse acontecido?

• Em sua opinião, qual seria um equilíbrioadequado entre pessoas e programas?

• Escolha e discuta várias declarações dodiscurso do Élder Ballard que consideresignificativas.

37

38

CONCEITO 1. A CARIDADE É A MAIS ELEVADARAZÃO PARA NOSSO SERVIÇO COMO LÍDER.

COMENTÁRIO

A caridade é “a espécie de amor mais sublime,nobre e forte, não apenas afeição. O puro amor deCristo. Ela nunca aparece [nas escrituras] comsignificado de esmola, boas ações oubenevolência”. (Bible Dictionary, “charity”, p.632.) Ver também Guia para Estudo dasEscrituras, Caridade, p. 33.

O Apóstolo Paulo ensinou que a caridade émaior do que qualquer outro ato de serviço oudom espiritual: “Ainda que eu falasse as línguasdos homens e dos anjos, e não tivesse amor, seriacomo o metal que soa ou como o sino que tine.

E ainda que tivesse o dom de profecia, econhecesse todos os mistérios e toda a ciência, eainda que tivesse toda a fé, de maneira tal quetransportasse os montes, e não tivesse amor, nadaseria.

E ainda que distribuísse toda a minha fortunapara sustento dos pobres, e ainda que entregasseo meu corpo para ser queimado, e não tivesseamor, nada disso me aproveitaria. (…)

O amor nunca falha; mas havendo profecias,serão aniquiladas; havendo línguas, cessarão;havendo ciência, desaparecerá;

Porque, em parte, conhecemos, e em parteprofetizamos;

Mas, quando vier o que é perfeito, então o queo é em parte será aniquilado. (…)

Agora, pois, permanecem a fé, a esperança e oamor, estes três, mas o maior destes é o amor.” (ICoríntios 13:1–3, 8–10, 13)

O Élder Dallin H. Oaks, membro do Quórumdos Doze, ensinou: “Precisamos não apenas fazero certo. Precisamos também agir pelos motivoscertos. As escrituras freqüentemente indicam aatitude mental adequada com as palavras plenopropósito de coração ou real intenção. (…)

(…) Se não agirmos pelos motivos certos,nossas ações não serão contadas como justas.(…)

Não há bênçãos para ações supostamente boasque são realizadas pelos motivos errados”. (Purein Heart, 1988, pp. 15, 33; ver também Morôni7:6–11.)

Em outra ocasião, o Élder Oaks sugeriu seismotivos pelos quais as pessoas servem:

1. “Por causa de riquezas ou honra.”

2. “Para ter boa companhia.”

3. “Por medo da punição.”

4. “Por senso de dever ou por lealdade.”

5. “Pela esperança de uma recompensa eterna.”

6. “Por amor a Deus e ao próximo.”

LIÇÃO 7

APRENDER A LIDERAR COM CARIDADE“Mas a caridade é o puro amor de Cristo e permanece para sempre; e para todos os que a

possuírem, no último dia tudo estará bem.

Portanto, meus amados irmãos, rogai ao Pai, com toda a energia de vosso coração, que sejaischeios desse amor que ele concedeu a todos os que são verdadeiros seguidores de seu Filho, JesusCristo.” (Morôni 7:47–48)

PRINCÍPIO DE LIDERANÇA

A liderança semelhante à de Cristo é motivada pela caridade.

CONCEITOS DA LIÇÃO

1. A caridade é a mais elevada razão para nosso serviço como líderes.

2. Podemos aumentar nossa capacidade de liderar com caridade.

Lição 7: Aprender a Liderar com Caridade

O Élder Oaks chama esse último motivo, acaridade, de “o mais elevado de todos. (…) É oque as escrituras chamam de ‘um caminho maisexcelente’. (I Coríntios 12:31)” (ConferenceReport, outubro de 1984, pp. 14–16; ou Ensign,novembro de 1984, pp. 13–14.)

Os líderes da Igreja e da família precisam daorientação, visão e força que somente o Espíritodo Senhor pode proporcionar, e esse Espírito ficaimpedido de agir quando nossos motivos paraservir não são puros. Os líderes devem servir porcaridade e não por motivos menos dignos.

SUGESTÃO DIDÁTICA

Pergunte aos alunos o que é mais importante,os motivos, os atos ou os resultados. Discuta suasrespostas. Explique-lhes que as pessoas tendem aavaliar a virtude de suas ações em termos deresultados. (Por exemplo: Quanto dinheiroconsegui juntar? Quantas pessoas você batizou?)Mas o Senhor olha o coração, ou os motivos denossas ações. (Ver D&C 137:9.) O Élder Neal A.Maxwell, do Quórum dos Doze Apóstolos,explicou: “Tudo depende—do princípio ao fim—de nossos desejos. Eles moldam o padrão denossos pensamentos. Nossos desejos, portanto,precedem nossas ações e estão no âmago denossa alma”. (Conference Report,setembro–outubro de 1995, p. 28; ou Ensign,novembro de 1995, p. 23.)

Defina caridade e explique aos alunos que ela éa razão mais elevada para nosso serviço comolíderes. (Ver o comentário.) Debata perguntas comoestas a seguir, em classe ou em pequenos grupos:

• Quais são alguns motivos pelos quais podemosservir como líderes da família ou da Igreja?Todos são igualmente válidos?

• O que eu deveria fazer se meus motivos paraservir como líder não são caridosos?

• Como posso aprender a amar as pessoas aquem sirvo?

CONCEITO 2. PODEMOS AUMENTAR NOSSACAPACIDADE DE LIDERAR COM CARIDADE.

COMENTÁRIO

O Élder Dallin H. Oaks escreveu: “A exigênciade que nossas boas ações precisam seracompanhadas por bons motivos é muito sutil edifícil, na prática. (…)

Para tornar-nos puros de coração—paraalcançarmos a exaltação—precisamos mudar

nossas atitudes e prioridades para uma condiçãode espiritualidade, precisamos controlar nossospensamentos, precisamos reformular nossosmotivos e precisamos aperfeiçoar nossos desejos.Como isso pode ser feito?

O primeiro passo para alterar nossas atitudes eprioridades é encarar nossas próprias imperfeiçõese a necessidade que temos de mudar. (…)

Começamos questionando-nos. Despindo-nosde todo fingimento e tirando as máscaras,analisando profunda e sinceramente nosso euinterior, devemos procurar identificar quais sãonossas verdadeiras atitudes e prioridades. (…)

Buscamos a espiritualidade por meio da fé,arrependimento e batismo; pelo perdão mútuo;pelo jejum e oração; por intermédio de desejosjustos e pensamentos e ações puros. Buscamos aespiritualidade pelo serviço ao próximo; pelaadoração; banqueteando-nos na palavra de Deus,nas escrituras e nos ensinamentos dos profetasvivos. Alcançamos espiritualidade fazendo ecumprindo nossos convênios com o Senhor,esforçando-nos conscientemente para guardartodos os mandamentos de Deus. A espiritualidadenão é adquirida de repente. Ela é a conseqüênciade uma série de escolhas certas. É a colheita deuma vida digna. (…)

Para alcançar espiritualidade, reformularnossos motivos e aperfeiçoar nossos desejosprecisamos aprender a controlar nossospensamentos. O profeta Alma ensinou a seu filhofiel Helamã: ‘Que todos os teus pensamentossejam dirigidos ao Senhor, sim, que o afeto do teucoração seja posto no Senhor para sempre.’ (Alma37:36) (…)

A maior de todas as motivações para qualquerato é a caridade: o puro amor de Cristo.Adquirimos essa motivação de duas maneiras: (1)pedindo esse amor em oração e (2) prestandoserviço.

Podemos alterar nossos motivos por meio daoração. (…)

Para aprender a servir pelo puro amor deCristo, precisamos prestar serviço a Deus e anosso próximo”. (Pure in Heart, pp. 18, 140–141,144–145, 148.)

SUGESTÃO DIDÁTICA

Discuta com os alunos como podemosdesenvolver pureza de coração e caridade parasermos melhores líderes. Aliste suas conclusõesno quadro-negro. (Podem incluir mudança de

39

Lição 7: Aprender a Liderar com Caridade

atitude, controle de nossos pensamentos ereconhecimento de nossas imperfeições. Vercomentário.)

Você pode pedir aos alunos que organizem umprojeto de serviço por alguém da escola ou davizinhança, lembrando a importância da caridadenesse empreendimento.

RECURSOS PARA O PROFESSOR

Irmão Stephen D. Nadauld

Trechos de Principles ofPriesthood Leadership,1999,pp. 102–106,

A Igreja está crescendo rapidamente numambiente muito complexo e precisa ter umaliderança eficiente do sacerdócio. Liderança não éo mesmo que administração. A maior dificuldadepara os líderes atuais do sacerdócio é fazeralgumas coisas da maneira correta. Creio que hátrês coisas certas que se forem realizadas de modofervoroso e diligente tornarão os líderes dosacerdócio muito capazes e eficazes para fazer otrabalho do Senhor progredir. São as seguintes:

I. Ensinar o Plano de Redenção.

Essa é a número um por três motivos.Primeiro, do ponto de vista espiritual,aprendemos em Alma 13 que todo portador doSacerdócio de Melquisedeque recebeu aresponsabilidade de ser um professor do plano deredenção. Segundo, sabemos pelo conhecimentosecular que os líderes são aqueles queexemplificam os valores do grupo. Terceiro, emtermos práticos, falar sobre a doutrina e princípiostem mais efeito na mudança do comportamentodo que falar sobre o comportamento. [Ver Boyd K.Packer, A Liahona, janeiro de 1987, p. 18.]

II. Ministrar

Ministrar, servir e abençoar vidas são aspectosessenciais do evangelho e da liderança dosacerdócio. Como a caridade é a essência docomportamento cristão, aqueles que lideramprecisam ter compreensão da caridade e praticá-lasinceramente. Quando os membros se deremconta de que o líder realmente os ama e seimporta, eles terão maior disposição de seremliderados.

III. Ter Visão e Enfoque

Somente desenvolvendo, articulando ecompartilhando uma visão atingível do futuro éque o líder do sacerdócio pode começar a levar otrabalho adiante de modo eficaz. Essa visão doque pode ser alcançado pelo quórum, ala ouestaca precisa ser condizente com a missão daIgreja e com a orientação da autoridadepresidente. (…)

Essas são três atividades essenciais que definema liderança, diferenciam os líderes dosadministradores e possibilitam que eles sejameficazes. (…) Os três conceitos e perguntas que oslíderes deveriam fazer a si mesmos estão indicadospor números romanos na figura 15. (…)

(…) A liderança em qualquer empreendimento,inclusive o sacerdócio, é mais eficaz seprestarmos atenção a algo que darei o nome de“processo”. Precisamos pensar em como as coisassão feitas e como ocorrem as interações entre olíder do sacerdócio e os membros da estaca, alaou quórum.

Figura 15

LÍDERES DO SACERDÓCIO EFICAZESI. Ensinar o Plano de Redenção.

• Reservo um tempo para estudar ecompreender os princípios do plano deredenção para que possa ensiná-losclaramente?

• Ensino o plano a meus familiares, aosmembros de meu quórum, ala ou estaca eaos meus amigos e vizinhos?

• Ensino o plano na reunião sacramental, nasreuniões de liderança, nas conferências daala e estaca, e nas oportunidades que tenhode entrevistar e aconselhar as pessoas?

II. Ministrar

• Minha forma de ministrar é de naturezapessoal ou é apenas uma resposta adesignações da organização?

• Se considero difícil preocupar-mesinceramente com os outros, o que possofazer para mudar?

• Estou procurando seguir o exemplo doSalvador?

III. Ter Visão e Enfoque

• Compreendo a missão da Igreja?

• Que grupo poderia ajudar-me a ter umavisão atingível do que poderia ser feito?

• Quais são duas ou três coisas nas quaispoderia concentrar-me?

• Como o progresso em direção aos resultadosenfocados poderia ser medido?

40

Lição 7: Aprender a Liderar com Caridade

Como exemplo, imaginem uma mulher queenviuvou recentemente e que procura o bispoexpressando sua tristeza por nunca mais poderorar na reunião sacramental. Quando o bispoperguntou por que ela achava que nunca mais lheseria pedido que orasse na reunião sacramental,ela explicou: “Bispo, observei que o senhorsempre chama um marido e sua mulher parafazer as orações da reunião sacramental, e comomeu marido morreu, parece-me que nunca maisterei essa oportunidade de novo.

Depois de pensar por alguns instantes, o bispo sedeu conta de que o problema decorria de umprocesso mal-orientado: Quando a agenda dareunião sacramental estava sendo organizada porum membro do bispado, o costume era telefonarpara um membro da família e pedir que duasorações fossem feitas. Um telefonema para duasorações era algo eficiente, mas naquele caso não eraeficaz para abençoar a vida dos membros da ala.

O processo excluía pessoas e não incluía todas.Era eficiente, mas não eficaz. Creio que o lídereficaz aprende a gerenciar o processo ou asmaneiras pelas quais a organização realiza ascoisas. Ao cuidar do processo, o líder eficaz atendeàs necessidades manifestadas pelas pessoas quefazem parte de uma organização. Você já se fez asseguintes perguntas? Por que quero envolver-meem determinada organização; por que dedicarmeu tempo e esforços para essa organização emvez de diversas outras? Que fatores de dedicação,paixão, entusiasmo ou ânimo me fazem quererfazer parte dessa organização e esforçar-me aomáximo? Pondere, entre outras coisas, estas seisnecessidades ou fatores:

• Estar envolvido em algo que tenha umpropósito

• Conhecer líderes e outros que se importam

• Compartilhar o progresso e sucesso

• Fazer parte de uma equipe

• Saber o que está acontecendo

• Divertir-se

Evidentemente, creio que as pessoas se filiam àIgreja porque ela é verdadeira. Mas será que elasse mostram comprometidas, entusiasmadas,animadas e permanecem? (…)

(…) A liderança no complexo ambiente eorganizações atuais freqüentemente é melhorexercida por uma equipe de líderes do que porpessoas brilhantes e individualistas. Há variáveisdemais, muitas informações, um número

excessivo de possibilidades e mudanças muitorápidas para que uma pessoa agindo sozinhaconsiga processar e administrar. (…)

(…) Esse princípio é verdadeiro em quasetodos os nossos empreendimentos, e é verdadeiroem relação à Igreja. A liderança eficaz na Igrejaexige uma abordagem em grupo e que seja dadoatenção aos processos de grupo. (…)

Uma dificuldade para os líderes do sacerdócioda Igreja hoje em dia é reconhecer a diferençaentre eficiência e eficácia. Sem dúvida é maiseficiente que um bispado ou presidência de estacapondere uma questão e tome uma decisão sembuscar muitas informações ou sem fazer muitasanálises. Há um tipo de decisão em que o sigilo eoutras preocupações obrigam o líder dosacerdócio a agir sozinho para tomar as decisõesou, no máximo, aconselhar-se com seus doisconselheiros. Nesses casos, tanto a eficiênciaquanto a eficácia funcionam melhor numa açãoindividual e não em grupo. Mesmo nessassituações, os líderes sábios já sabem que acompilação de todas as informações possíveis,uma reflexão ponderada das alternativas possíveise a realização de uma análise significativamenteprofunda são pré-requisitos para se receberinspiração do Senhor.

Existem, porém, muitas situações em que olíder do sacerdócio pode ser mais eficaz seconsiderar-se um líder de uma equipe. (…)

(…) Os membros da organização precisamparticipar da discussão, análise e da elaboração depossíveis soluções para que algo aconteça. Se olíder do sacerdócio quiser que algo aconteça, eleprecisa ver-se como um líder de uma equipe. Adevida liderança em equipe de uma ala é oconselho da ala. Na estaca, é o conselho da estaca.(…)

(…) O líder do sacerdócio eficaz é um líder deequipe. Todos da equipe são membros da Igreja ese importam com seu sucesso. Cada um recebeoportunidades iguais de expressar-se bem comode assumir parte da responsabilidade pelosresultados. Mas lembre-se de que liderar emequipe não significa tomar decisões por meio devoto ou de modo confuso, em que ninguém estáencarregado de nada.

As decisões finais precisam ser tomadas peloslíderes ordenados e designados. Mas as melhoresdecisões serão tomadas pelos líderes quepermitiram que o processo fornecesseinformações e estimulasse a inspiração.

41

Lição 7: Aprender a Liderar com Caridade

Comunicação participativa

É natural que as pessoas que pertencem a umaorganização queiram saber o que estáacontecendo. Esse sentimento pode ser ignoradopelos líderes ou pode ser usado para fortalecer ocomprometimento e o entusiasmo das pessoas. Oproblema é que a comunicação com os membrosdo grupo leva tempo e exige muito esforço. Paraum líder atarefado, essa pode não parecer umautilização eficiente dos recursos disponíveis. Esempre há a dúvida pertinente sobre o que deveser comunicado e o que pode ser melhor resolvidode modo confidencial. Toda organização enfrentaesses problemas, e a Igreja não é exceção.

Todos os líderes do sacerdócio são bastanteaconselhados acerca da importância do sigilo aolidarem com informações delicadas sobre a vida econduta dos membros. Esse sigilo é essencial aoprocesso de arrependimento e precisa existir paraque os líderes mantenham a confiança dosmembros da Igreja. Nunca é demais salientar aimportância desse princípio. Tendo dito isso, creiotambém que existem oportunidades para umacomunicação participativa adequada econveniente que irá fortalecer o processo deliderança. O grande desafio dos líderes dosacerdócio é conseguirem identificar as questõesque precisam ser comunicadas abertamente edepois empenharem-se em promover essacomunicação. (…)

(…) Todo esforço no sentido de se estabelecerprocessos participativos será recompensadoabundantemente com maior dedicação eentusiasmo por parte dos liderados e dará ao lídercapacidade para cumprir a missão da Igreja.

Espírito de equipe

Define-se espírito de equipe como uma atitudededicada e entusiasmada por parte dos membrosde um grupo em relação a seus propósitos, aogrupo e de uns para com os outros. O grupo quetem esse espírito cumpre seus propósitos e temfortes laços com seus membros, sendo muitoagradável e divertido fazer parte desse grupo. Oslíderes sábios podem promover esses sentimentosde maneira adequada e então perceber uma nítidamelhora no desempenho do grupo. A maioria dostimes esportivos possui espírito de equipe. Eleexiste em muitas organizações patrióticas,militares e empresariais de sucesso e geralmente éreconhecido como um fator importante nessesucesso. Mas será que esse é um princípioadequado para se usar na Igreja? Por exemplo:Será que nós, como líderes da Igreja, desejamos

promover uma atitude competitiva em relação àatividade na Igreja e esperar uma dedicação queexclua todas as outras atividades ou associações?É adequado pensarmos na Igreja como algodivertido ou agradável de se fazer parte? (Conheçoum líder da Igreja que diz que se você não está-sedivertindo então não está fazendo as coisas damaneira certa. Creio que ele tocou num pontoimportante.) (…)

A resposta não é a mesma para todo grupo etodo líder. Alguns líderes usam sua personalidadee seu interesse natural para promover a afinidade,o entusiasmo e o espírito. Outros se sentemdesajeitados e pouco à vontade com essasabordagens. Embora o espírito de equipe possaser um elemento importante no sucesso de umlíder, não é necessário que o líder sejapessoalmente responsável por introduzi-lo epromovê-lo. Outras pessoas podem proporcionaresse espírito ao grupo. Um líder sábio incentivaráo espírito e o entusiasmo de um conselheirojovem e entusiasmado, do encarregado do comitêde atividades ou da presidência das Moças.Evidentemente, pode-se fazer mau uso do espíritode equipe e da diversão. (…) Contudo, o calorhumano, o bom humor e a diversão, quandocontrolados e devidamente inseridos numcontexto de reverência pelo Salvador e Sua obra,podem ser extremamente eficazes no processo deliderança. (…)

(…) Se um líder do sacerdócio estivercontinuamente perguntando a si mesmo: Seráque os membros de minha estaca, ala ou quórumsentem que fazem parte do que está acontecendo?Será que todos “vestiram a camisa”? Eles sesentem reconhecidos e incluídos? Estão-sedivertindo e apreciando seu serviço e suaexperiência na Igreja? Se ele fizer esse tipo deperguntas a si mesmo, estará ciente do processo,de modo geral. (…)

Para concluir, estou convencido de que umlíder do sacerdócio pode ser eficaz se fizer umaspoucas coisas da maneira certa. Um alicercefundamental inabalável deve ser a retidão pessoale a disposição de buscar o Espírito e ser ensinadopor Ele. Com esse alicerce firmementeestabelecido, as coisas certas a serem feitas são: 1)ensinar o plano de redenção, 2) ministrar comofaria o Salvador, 3) ter visão e concentrar essavisão num pequeno número de objetivos. Se alémdisso o líder prestar atenção aos processosnecessários para envolver os membros econquistar sua dedicação, ele será um lídermaravilhosamente eficaz. O líder será feliz e bem-

42

Lição 7: Aprender a Liderar com Caridade

sucedido, a vida dos membros será abençoada, e otrabalho do Senhor será levado adiante comdireção e poder. (…)

Creio que nesse processo Deus nos abençoarácom sabedoria, experiência, crescimento espirituale sucesso em nossos chamados. Essa sem dúvidaé minha esperança e oração para todo líder dosacerdócio.

AUXÍLIOS DIDÁTICOS

• De acordo com o irmão Nadauld, quais são astrês atividades que diferenciam os líderes dosadministradores?

• O que o irmão Nadauld chama de “processo”?

• Quais são as vantagens de incluir as pessoas aquem lideramos no processo de tomardecisões?

• Quando seria melhor que o líder agissesozinho?

• Quais são algumas das características de umgrupo que possua espírito de equipe?

• Que considerações são importantes para oslíderes ao analisarem o espírito de equipe deseu grupo?

• Qual o alicerce que o irmão Nadauldrecomenda que estabeleçamos para tornar-nosbons líderes?

43

44

CONCEITO 1. JESUS CRISTO FOI O EXEMPLO DOSACRIFÍCIO EM SEU SERVIÇO AO PRÓXIMO.

COMENTÁRIO

Jesus Cristo deixou o perfeito exemplo desacrifício pelo próximo. Nenhuma dádiva foimaior do que a de Sua Expiação. O PresidenteSpencer W. Kimball disse o seguinte a respeito doSalvador: “Ele sempre foi o doador, raramente oque recebia. Ele nunca doou sapatos, calças ouum veículo; Ele nunca deu um perfume, umacamisa ou uma estola de pele. Seus dons eram detal natureza que a pessoa que os recebiadificilmente poderia retribuir ou devolver seuvalor. Suas dádivas eram muito raras: Visão para ocego, audição para o surdo, cura para o coxo;purificação para o impuro, saúde para o enfermo evida para o morto. Suas dádivas eramoportunidade para o abatido, liberdade para ooprimido, luz nas trevas, perdão para oarrependido e esperança para o desesperado. Seusamigos Lhe deram abrigo, alimento e amor. Eledoou de Si mesmo, de Seu amor, Seu serviço, Suavida. Os sábios do Oriente levaram-Lhe ouro eincenso. Ele deu-lhes, bem como a todos osmortais, a ressurreição, salvação e vida eterna.(…) Doar-se a si mesmo é uma dádiva santa”.(The Teachings of Spencer W. Kimball, org.Edward L. Kimball, 1982, pp. 246–247.)

SUGESTÃO DIDÁTICA

Peça a um aluno que leia Mateus 10:37–39 emvoz alta e discuta o conceito de que ser umdiscípulo de Cristo exige sacrifício. Explique aosalunos que Jesus Cristo deu-nos o exemplo aosacrificar-Se por nós. Peça aos alunos que digamalguns dos sacrifícios que Ele fez.

CONCEITO 2. OS LÍDERES PRECISAM ESTARDISPOSTOS A FAZER SACRIFÍCIOS POR AQUELESA QUEM ELES SERVEM.

COMENTÁRIO

O Senhor pediu aos antigos líderes da Igreja quese perdessem a si mesmos em Seu serviço. Perto doinício de Seu ministério mortal: “E, andando juntodo mar da Galiléia, viu Simão, e André, seu irmão,que lançavam a rede ao mar, pois eram pescadores.

E Jesus lhes disse: Vinde após mim, e eu fareique sejais pescadores de homens.

E, deixando logo as suas redes, o seguiram”.(Marcos 1:16–18)

Levi (Mateus) também abandonou seus meiosde subsistência para seguir o Mestre. (Ver Lucas5:27–28.) Pedro e os outros Apóstolos tambémdeixaram tudo para trás. (Ver Lucas 18:28.) TantoPedro quanto Paulo expressaram sua diposição dedar a vida por Ele. (Ver João 13:37; Atos 21:13.) OSalvador esperava que todos os Seus discípulosdesenvolvessem uma atitude altruísta de uns paracom os outros. (Ver Lucas 3:11; 9:23.)

LIÇÃO 8

A LIDERANÇA FREQÜENTEMENTEREQUER SACRIFÍCIO

“E quem não toma a sua cruz, e não segue após mim, não é digno de mim.

Quem achar a sua vida perdê-la-á; e quem perder a sua vida, por amor de mim, achá-la-á.”(Mateus 10:38–39)

PRINCÍPIO DE LIDERANÇA

Os líderes da Igreja e da família precisam estar dispostos a fazer sacrifícios para ajudar as pessoas aquem eles servem.

CONCEITOS DA LIÇÃO

1. Jesus Cristo foi o exemplo do sacrifício em Seu serviço ao próximo.

2. Os líderes precisam estar dispostos a fazer sacrifícios por aqueles a quem eles servem.

Lição 8: A Liderança Freqüentemente Requer Sacrifício

O Senhor pede a todos os Seus santos queabandonem os caminhos do mundo e procuremtornar-se mais santos. Alma disse ao povo deZaraenla: “E agora digo a todos vós que desejaisseguir a voz do bom pastor: Afastai-vos dosiníquos, conservai-vos separados e não toqueis emsuas coisas imundas”. (Alma 5:57; ver II Coríntios6:17.) O Senhor pede a cada um de nós queapresentemos a Ele um coração quebrantado e umespírito contrito. (Ver exemplo em 3 Néfi 9:20.)

Os líderes da Igreja e da família precisam estardispostos a fazer sacrifícios para ajudar as pessoasa quem eles servem. Em diversas ocasiões, elespodem ser chamados a doar de seu tempo, talentoe recursos para abençoar a vida de outras pessoas.O Élder M. Russell Ballard, do Quórum dos Doze,explicou: “O sacrifício é uma demonstração depuro amor. Nosso amor pelo Senhor, peloevangelho e por nosso semelhante pode sermedido pelo que estamos dispostos a sacrificarpor eles”. (Conference Report, abril de 1992, p.108; ou Ensign, maio de 1992, p. 76.)

Ao se sacrificarem pelas pessoas a quem elesservem, os líderes devem ter sempre em mente oconselho do rei Benjamim: “Porque não se exigeque o homem corra mais rapidamente do quesuas forças o permitam. E, novamente, énecessário que ele seja diligente, para que assimpossa ganhar o galardão; portanto todas as coisasdevem ser feitas em ordem”. (Mosias 4:27; vertambém D&C 10:4.) O Élder Neal A. Maxwell, quena época era membro da Presidência dos Setenta,comentou: “Quando corremos mais rápido do quepodemos, tornamo-nos ineficientes e cansados”.(Deposition of a Disciple, 1976, p. 58.)

SUGESTÃO DIDÁTICA

Peça aos alunos que contem ocasiões em quepessoas (seus pais e bispos, por exemplo) sesacrificaram para ajudá-los ou auxiliar outra pessoa.Pergunte que sacrifícios os missionários geralmentefazem para ajudar as pessoas a aceitar o evangelho.

Relacione no quadro-negro as coisas que oslíderes da família e da Igreja podem ter quesacrificar para ajudar as pessoas a quem elesservem. Inclua coisas que os líderes precisamestar dispostos a compartilhar, como seu tempo etalentos. Inclua também fraquezas que elesprecisam estar dispostos a abandonar, como umaatitude mundana. (Ver comentário.)

Discuta maneiras pelas quais os sacrifícios doslíderes beneficiam as pessoas a quem eles servem.Discuta como o Senhor abençoa os líderes quefazem esses sacrifícios.

Peça aos alunos que leiam Mosias 4:27 eexpliquem como esse versículo se aplica aoslíderes da família e da Igreja. Leia alguns trechosdo comentário e explique aos alunos que oslíderes não devem correr mais depressa do quesão capazes no serviço ao próximo.

RECURSOS PARA O PROFESSOR

Élder Gordon B. Hinckley

Do Quórum dos DozeApóstolos

The Loneliness of Leadership(A Solidão da Liderança),Brigham Young UniversitySpeeches of the Year (4 denovembro de 1969), pp. 3–6

(…) Há solidão em todos os aspectos daliderança. (…)

Sempre foi assim. O preço da liderança é asolidão. O preço de seguir a consciência é asolidão. O preço de seguir princípios é a solidão.Creio que isso é inevitável. O Salvador do mundofoi um homem solitário. Não conheço declaraçãomais marcada pela tristeza da solidão do que esta:

(…) As raposas têm covis, e as aves do céutêm ninhos, mas o Filho do homem não temonde reclinar a cabeça. (Mateus 8:20)

Não há imagem mais solitária na história dahumanidade do que o Salvador na cruz, sozinho,o Redentor da humanidade, o Salvador domundo, levando a efeito a expiação, o Filho deDeus sofrendo pelos pecados da humanidade. Aopensar nisso reflito numa declaração de ChanningPollock.

Judas com suas trinta moedas de prata foi umfracasso. Cristo na cruz foi a maior personalidadede todos os tempos e da eternidade.

Joseph Smith

Joseph Smith também foi uma pessoa solitária.Sinto grande amor pelo menino que saiu dobosque e que depois daquela experiência jamaispoderia ser o mesmo, que foi repreendido,perseguido e desprezado. Conseguem sentir atristeza que existe nestas palavras do meninoProfeta?

(…) Porque eu tivera uma visão; eu sabia-o esabia que Deus o sabia e não podia negá-la nemousaria fazê-lo; pelo menos eu tinha consciênciade que, se o fizesse, ofenderia a Deus e estariasob condenação. [JS—H 1:25]

45

Lição 8: A Liderança Freqüentemente Requer Sacrifício

Há poucas imagens mais tristes, ao menos emnossa história, do que a do Profeta sendo levadode barco a remo para a outra margem do rioMississipi por Stephen Markham, sabendo queseus inimigos queriam tirar-lhe a vida, e depoisalguns de seus próprios amigos o procuraramacusando-o de ter fugido. Ouçam sua resposta:

Se minha vida não tem nenhum valor parameus amigos, então ela não tem valor para mim.(History of the Church, 6:549, junho de 1844.)

A história da Igreja

Essa tem sido a história desta Igreja, meusjovens amigos, e espero que jamais nosesqueçamos disso. Isso foi o resultado da posiçãode liderança que nos foi imposta pelo Deus docéu, que fez acontecer uma restauração doevangelho de Jesus Cristo. Quando se declarou seresta a única Igreja verdadeira e viva sobre a faceda Terra, fomos imediatamente colocados numaposição de solidão, a solidão da liderança, da qualnão podemos recuar nem fugir e que precisamosencarar com destemor, coragem e capacidade. Emnossa história, fomos expulsos, criticados,zombados, perseguidos e atacados. (…)

Relembro estas palavras de Paulo:

Em tudo somos atribulados, mas nãoangustiados; perplexos, mas não desanimados.

Perseguidos, mas não desamparados;abatidos, mas não destruídos; (II Coríntios 4:8–9)

A solidão de um missionário

Conversei ontem à noite com o pai de ummissionário. Ele disse: Estive conversando commeu filho que está em outro país. Ele estáarrasado; está desanimado. Sente-se solitário eamedrontado. O que posso fazer para ajudá-lo?”

Eu perguntei: “Há quanto tempo ele está lá?”

Ele respondeu: “Três meses”.

Eu disse: “Creio que essa experiência é comuma quase todo missionário que está há três mesesno campo. Raramente há um rapaz ou moça queé chamado para ir ao mundo com a granderesponsabilidade de representar A Igreja de JesusCristo dos Santos dos Últimos Dias e que nãosinta durante grande parte do tempo e comcerteza nos primeiros meses de sua missão aterrível solidão dessa responsabilidade. Mas ele

também conhecerá, ao trabalhar no serviço doSenhor, a terna e maravilhosa companhia doSanto Espírito que alivia e elimina dele essasensação de solidão”.

O converso solitário.

O mesmo acontece com o converso. Estivepensando hoje pela manhã num amigo meu queconheci quando estava servindo em uma missãoem Londres, há trinta e seis anos. Lembro-me deele ter vindo ao nosso apartamento numa noite dechuva. Ele bateu à porta, e eu o convidei a entrar.

Ele disse: “Tenho que conversar com alguém.Estou sozinho. Estou arrasado”.

E eu disse: “Qual é seu problema?”

Ele disse: “Quando me filiei à Igreja, há poucomenos de um ano, meu pai me mandou sair decasa e nunca mais voltar, e nunca mais voltei”.

Ele prosseguiu: “Poucos meses depois, o clubede críquete do qual eu era membro tirou-me dasua lista de associados, os rapazes com quemcresci e com quem costumava ter grandeamizade”.

Depois, ele disse: “No mês passado, meu patrãome despediu porque eu era membro desta Igreja,e não consegui outro emprego e tive que pedirajuda para instituições de caridade.

E na noite passada, a moça que namorei porum ano e meio disse que jamais se casariacomigo porque sou mórmon”.

Eu disse: “Se isso lhe custou tanto, por quevocê não deixa a Igreja e volta para a casa de seupai, para seu clube de críquete, para o empregoque tanto significava para você e para a moça porquem você acha estar apaixonado?”

Ele não disse nada por um longo tempo.Depois, cobriu o rosto com as mãos e chorou. Porfim, ergueu o rosto em meio as lágrimas e disse:“Eu não poderia fazer isso. Sei que esta é averdade, e mesmo que me custasse a própria vida,jamais desistiria dela”. Ele apanhou seu chapéumolhado, caminhou até a porta e saiu para achuva, solitário, trêmulo, amedrontado masresoluto. Ao observá-lo, pensei na solidão daconsciência, na solidão do testemunho, na solidãoda fé, e na força e consolo do Espírito de Deus.

46

Lição 8: A Liderança Freqüentemente Requer Sacrifício

A solidão do testemunho

Gostaria de concluir dizendo para vocês,rapazes e moças, que hoje estão reunidos nestagrande congregação: Isso é o que lhes estáreservado. Vocês estão todos juntos aqui hoje. Sãotodos semelhantes, todos pensam de formasemelhante. Mas estão sendo instruídos para sairpara o mundo onde não haverá dez mil, vinte mil,vinte e cinco mil pessoas semelhantes a vocês.Hão de sentir a solidão de sua fé.

Não é fácil, por exemplo, ser virtuoso quandotodos a seu redor zombam da virtude.

Não é fácil ser honesto quando todos a seuredor estão interessados apenas em “levarvantagem” ou conseguir “dinheiro fácil”.

Nem sempre é fácil ser abstêmio quando todosa seu redor zombam disso.

Não é fácil ser trabalhador quando todos a seuredor não acreditam no valor do trabalho.

Não é fácil ser uma pessoa íntegra quandotodos a seu redor abandonam os princípiosquando consideram conveniente.

A paz do Espírito

Gostaria de dizer para vocês hoje, meus irmãose irmãs, que a solidão existe, mas uma pessoacomo vocês precisa viver de acordo com suaconsciência. O homem tem que viver de acordocom seus princípios. Tem que viver de acordocom suas convicções. Tem que viver de acordocom seu testemunho. A menos que ele o faça,será miserável, tremendamente miserável. Eembora haja espinhos, desapontamentos,problemas e labores, sofrimento e dor, e muitasolidão, haverá também paz, consolo e força.

Uma promessa e uma bênção

Gosto destas grandiosas palavras do Senhordadas aos que iriam ensinar este evangelho.

Irei adiante de vós. Estarei a vossa direita e avossa esquerda e meu Espírito estará em vossocoração e meus anjos ao vosso redor para vossuster. (D&C 84:88)

Creio que essa é uma promessa para cada umde nós. Creio nisso, sei disso. Presto testemunhode sua veracidade.

Deus os abençoe, meus queridos jovensamigos, vocês que têm uma nobre herança, vocêsque são do convênio, vocês que são a maioresperança desta geração: rapazes e moças capazese com consciência, liderança e imenso potencial.

Deus os abençoe para que caminhemdestemidamente, mesmo que sozinhos, econheçam no coração a paz que advém de moldara vida nos princípios, a paz que “excede todo oentendimento”, é minha humilde oração, aodeixar com vocês meu testemunho da divindadedesta obra sagrada. E como servo do Senhor,invoco sobre vocês todas as alegrias aoprosseguirem pela vida rumo a ricas emaravilhosas experiências, em nome de JesusCristo. Amém.

AUXÍLIOS DIDÁTICOS

• O que você acha que significa a frase “Hágrande solidão na liderança”?

• Como podemos aprender a lidar com a solidãoda liderança?

• O que pode compensar a solidão da liderança?

• O que podemos aprender com o Salvadoracerca da solidão da liderança?

• O Presidente Spencer W. Kimball, comentandoacerca de Mateus 10:39, observou que “quandonos perdemos, nós nos encontramos”, eacrescentou: “Na verdade, é mais fácil‘encontrar-nos’ porque haverá muito mais denós para ser encontrado!” (“Small Acts ofService”, Ensign, dezembro de 1974, p. 2.)Como esse princípio se aplica à liderançasemelhante à de Cristo?

47

48

CONCEITO 1. OS LÍDERES DA IGREJA E DAFAMÍLIA DEVEM LIDERAR COM “BOM ÂNIMO,OTIMISMO E CORAGEM”.

COMENTÁRIO

Ter bom ânimo significa “ter uma disposiçãoou atitude feliz ou corajosa”. Essa frase aparecediversas vezes nas escrituras. Por exemplo, navéspera de Seu nascimento, o Senhor disse a Néfi,que estava perturbado: “Levanta a cabeça e tembom ânimo; pois eis que é chegada a hora e estanoite será dado o sinal; e amanhã eu virei aomundo para mostrar ao mundo que cumprireitudo aquilo que fiz com que fosse dito pela bocade meus santos profetas”. (3 Néfi 1:13; grifo doautor.)

Jesus usou as palavras ter bom ânimo paraencorajar um homem paralítico e depoisacrescentou: “perdoados te são os teus pecados”.(Mateus 9:2) Mais tarde, o Senhor disse essaspalavras para acalmar Seus discípulos, queficaram atemorizados ao verem Jesus caminharsobre as águas, e acrescentou: “Sou eu, nãotemais”. (Mateus 14:27)

O Élder Harold B. Lee, que na época eramembro do Quórum dos Doze, disse: “O Mestreencerrou seu último sermão registrado antes deSua crucificação com as palavras: “Tenho-vos ditoisto, para que em mim tenhais paz; no mundotereis aflições, mas tendo bom ânimo, eu venci omundo.’ (João 16:33)” (Conference Report, abrilde 1966, p. 68.)

Em 1831, o Senhor confortou os santos,dizendo: “Tende bom ânimo, filhinhos; pois estouno vosso meio e não vos desamparei;

E sendo que vos humilhastes perante mim, asbênçãos do reino são vossas”. (D&C 61:36–37; verD&C 68:6; 78:18; 112:4.)

O Élder Marvin J. Ashton, que na época eramembro dos Doze, disse: “Precisamos liderar combom ânimo, otimismo e coragem, se quisermosseguir para frente e para o alto”. (ConferenceReport, outubro de 1974, p. 56; ou Ensign,novembro de 1974, p. 41.) O Presidente GordonB. Hinckley escreveu: “Sugiro que ao seguirmospela vida ‘acentuemos o positivo’. Estou pedindoque procuremos com um pouco mais afinco oque é bom, que calemos a voz de insulto esarcasmo, que cumprimentemos maisgenerosamente e apoiemos a virtude e oempenho”. (Standing for Something: TenNeglected Virtues That Will Heal Our Hearts andHomes, 2000, p. 101.)

SUGESTÃO DIDÁTICA

Peça a vários alunos que descrevam adisposição demonstrada por um líder da Igreja ouda família que tenha influenciado sua vida demodo positivo. Saliente que os líderes eficazes sãoquase sempre positivos e alegres, quando estãocom outras pessoas. Pergunte aos alunos como oslíderes que mais os influenciaram demonstraramsua abordagem positiva ou alegre.

Leia Doutrina e Convênios 61:36 e ajude osalunos a compreenderem que o Senhor deseja quetodos nós tenhamos “bom ânimo”.

LIÇÃO 9

ABORDAR ALIDERANÇA COM ALEGRIA

“Portanto, amados irmãos, façamos alegremente todas as coisas que estiverem a nosso alcance.”(D&C 123:17)

PRINCÍPIO DE LIDERANÇA

Devemos abordar a liderança com alegria.

CONCEITOS DA LIÇÃO

1. Os líderes da Igreja e da família devem liderar com “bom ânimo, otimismo e coragem”.

Lição 9: Abordar a Liderança com Alegria

Peça aos alunos que leiam 2 Néfi 4:17–35.Discuta perguntas como estas:

• Que razões tinha Néfi para não ter bom ânimo?

• Que razões ele tinha para ter bom ânimo?

• Que conjunto de motivos você considera maisfortes? Por quê?

• Como você acha que a atitude de Néfiexpressada nesses versículos afetou sualiderança?

• Como podemos seguir o exemplo de Néfi emnossa própria liderança?

Escreva as palavra Alegre e Temeroso noquadro-negro. Discuta motivos pelos quais oslíderes de hoje podem não ser alegres (comomedo, estresse, problemas de saúde, fracassos,guerras, catástrofes naturais, problemas na escolaou no trabalho, inatividade de entes queridos ouamigos). Discuta motivos que os líderes de hojetêm para ser alegres (como a bondade daspessoas, beleza, as “boas novas” do sacrifícioexpiatório de Jesus Cristo, as realizações daspessoas ou nosso potencial como filhos do PaiCelestial). Aponte para as palavras no quadro-negro e diga: “Vocês podem escolher que tipo delíder desejam ser”.

Separe a classe em pequenos grupos. Peça acada grupo que identifique duas ou três coisasque os líderes podem fazer para serem maisalegres em sua liderança. Peça a cada grupo queconte as suas sugestões para a classe. Elas podemincluir:

• “Cessai de dormir mais do que o necessário;recolhei-vos cedo, para que não vos canseis;levantai-vos cedo, para que vosso corpo e vossamente sejam fortalecidos.” (D&C 88:124)

• Exercitar-se adequadamente e ter uma dietaequilibrada.

• Ouvir música inspiradora.

• Estudar as escrituras e outros bons livros.

• Aprender a perdoar às pessoas que oofenderem, e esquecer a ofensa.

• Fazer aos outros o que deseja que lhe façam.

• Ser mais gratos. Contar suas bênçãos eagradecer ao Pai Celestial por elas.

• Tratar as pessoas com bondade e cortesia.

• Ser ativo na ala.

• Desenvolver um senso de humor saudável eadequado.

Incentive os alunos a terem “bom ânimo” aoliderarem.

RECURSOS PARA O PROFESSOR

Élder Joseph B. Wirthlin

Do Quórum dos DozeApóstolos

“As Lições Aprendidas naJornada da Vida”, A Liahona,maio de 2001, pp. 34–43

Não me é difícil recordar a época em que euestava na faculdade. Eu gostava imensamente demuitos aspectos da vida universitária. Adoravaaprender. Apreciava muito o espírito decompanheirismo. E como adorava o futebolamericano.

Meu sonho sempre fora jogar futebolamericano em âmbito universitário e durantemeus três primeiros anos de faculdade usei umuniforme vermelho e fui zagueiro.

Naquela época, o mundo estava à beira docaos. Forças políticas opostas agitavam-se econvulsionavam-se. A tensão só aumentava. Asnações exaltavam-se umas contra as outras. Eracomo se todo o mundo rugisse como umborbulhante vulcão prestes a entrar em erupção.Antes do fim dessa crise, todas as nações e todosos povos viriam a sentir os efeitos daqueles diastenebrosos.

Lembro-me do dia em que meu pai meprocurou. Foi pouco depois do término docampeonato de futebol americano de 1936.

“Joseph”, disse ele, “você quer servir comomissionário?”

Respondi que sim.

“Então, deve partir já”, advertiu ele. “Seesperar mais, nunca mais irá.”

Não queria acreditar no que ele dissera. Eudesejava continuar vivendo meu sonho de jogarfutebol americano e formar-me na faculdade. Seeu aceitasse o chamado missionário, teria de abrirmão de tudo. Naquela época a missão duravatrinta meses, e eu sabia que se partisse era bemprovável que jamais voltasse a jogar futebolamericano e talvez nem viesse a formar-me.

Mas eu sabia que meu pai estava dizendo averdade. Meu bispo era Marion G. Romney(1897–1988), que mais tarde se tornou membroda Primeira Presidência da Igreja. Ele já havia

49

Lição 9: Abordar a Liderança com Alegria

conversado comigo a respeito da missão, de modoque fui dizer-lhe que o momento havia chegado.

Poucos meses depois, embarquei no SSManhattan e comecei uma longa viagem que melevaria bem para o centro da crise mundial. Fuichamado para a Missão Alemanha/Áustria.

Minha primeira área de trabalho foi Salzburgo,Áustria. Como havia poucos missionários namissão, pouco depois de minha chegada, meucompanheiro foi transferido para outro distrito.Logo fiquei sozinho em Salzburgo, um jovemmissionário num país estranho e novo.

Estava acontecendo ainda outra coisa que nãomencionei: uma enorme tropa do Terceiro Reichde Hitler estava concentrando-se na fronteira, amenos de 30 quilômetros de Salzburgo. Em todaparte podia-se sentir uma crescente tensão no ar.Ninguém sabia se no dia seguinte os tanquesalemães iriam invadir o território.

Lembro-me bem daqueles dias. Não acreditoter havido uma época em que me tenha sentidomais desanimado e perdido na vida. A missão foidifícil. Ninguém parecia ter tempo para mim oupara a mensagem que eu trazia. Eu mesurpreenderia se houvesse naquela cidade inteiraum número de membros suficiente para formaruma ala.

Por seis semanas, fiquei sozinho. Por seissemanas, aguardei a vinda de um companheiro.Por seis semanas, fiquei perguntando-me o queestaria fazendo se tivesse permanecido em SaltLake City e continuado os estudos.

Embora parecessem intermináveis, aquelesdias e noites por fim passaram. Recebi umcompanheiro sênior e fizemos o melhor quepodíamos naquelas circunstâncias para servir aoSenhor.

Naquele ano, com a chegada do Natal, eu emeu companheiro decidimos caminhar atéOberndorf, uma pequena vila localizada nos belosAlpes bávaros. Vocês devem saber que foi a belezae o encanto daquele lugarejo que inspiraramJoseph Mohr a compor, em 1818, o admirávelhino “Noite Feliz”. (Hinos, 126)

Na véspera do Natal, andamos até a vila esentamo-nos calmamente por alguns instantesnuma pequena e humilde igreja, ouvindo beloshinos no órgão. A clara noite de inverno,agradavelmente fria e revigorante, abateu-se sobrenós ao iniciarmos a viagem de volta.Caminhamos sob o firmamento estrelado,envoltos pela suave tranqüilidade da neve recém-

caída. Talvez tenha sido uma noite parecida com aque inspirou o sacristão Joseph Mohr a escrevermais de um século antes os versos de um doscânticos mais queridos de toda a cristandade.

Durante o percurso, eu e meu companheiroconversamos sobre nossas esperanças e sonhos.Falamos de nossas metas e do que queríamos queacontecesse em nossa vida. Quanto maisconversávamos, mais determinados parecíamosem alcançar nossos objetivos. Ao caminharmossob a claridade da lua cheia, ambos tomamossérias resoluções.

Comprometi-me naquela noite a nãodesperdiçar meu tempo. Eu renovaria meusesforços para servir ao Senhor. Decidi quemagnificaria qualquer chamado que recebesse noReino do Senhor.

Aquela também foi a noite em que decidi comquem me casaria. Eu ainda não sabia seu nome,mas tinha em mente o tipo de jovem que seria:alguém que vivesse o evangelho e fosseespiritualmente forte. Cheguei até a descrevê-lapara meu companheiro: ela teria 1,65 m de altura,olhos azuis e cabelos loiros. A irmã Wirthlinencaixa-se perfeitamente na descrição que fiz delanaquela época em que nem a conhecia. Assim,aquela noite foi muito importante para mim.

Passaram-se dois anos e meio e antes de queeu me desse conta, já estava de volta ao lar.Lembro-me de ter ouvido alguém mencionar umnome: Elisa Rogers, a jovem responsável pelaorganização de um baile para universitários noHotel Utah. Havia algo de especial naquele nome.Senti que precisava conhecê-la.

Lembro-me da primeira vez que a vi. Fazendoum favor para uma amiga, fui até sua casa buscara irmã dela para levá-la a um compromisso. Elisaabriu a porta, e eu não consegui tirar os olhosdela. Ali estava ela, linda, com 1,65 m, olhos azuise cabelos loiros.

Ela também deve ter sentido algo, porque medisse: “Já se conhecemos”.

Imediatamente, ela deu-se conta de quecometera um erro gramatical ao dizer “se” em vezde “nos”. Para entenderem a extensão doproblema, é preciso que saibam que Elisa estavaformando-se em Letras.

Mesmo depois de todos esses anos, ela ainda selembra do constrangimento que sentiu naquelemomento. É claro que o fato de eu estar contandoisso para vocês não a ajuda em nada a superar otrauma, mas creio que ela há de perdoar-me.

50

Lição 9: Abordar a Liderança com Alegria

Passaram-se seis décadas desde aquele Natalem Oberndorf, quando tomei aquelas decisões.Muita coisa aconteceu ao longo desses anos.Minhas premonições a respeito do futebolamericano concretizaram-se: nunca mais joguei.Mas formei-me na faculdade. Mesmo assim,nunca me arrependi de ter sido missionário e mecomprometido a servir ao Senhor. Ao fazê-lo,minha vida encheu-se de aventuras, experiênciasespirituais e de uma alegria que transcende todo oentendimento.

Muitos de vocês talvez estejam passando pormomentos de desânimo ou solidão na vida. Talvezestejam sentindo-se um pouco perdidos oumesmo temerosos. Todo mundo já se sentiuassim uma vez ou outra. Todos já se perguntaramse virão a ter felicidade na vida.

Há mais de dois mil anos, Aristóteles postulouque todo aquele que vive tem o mesmo objetivobásico: ser feliz. (Ver Nicomachean Ethics,volume 1, capítulos 4 e 7.) Depois de oitenta anosde vida, comecei a ter alguma noção do que tornaas pessoas felizes e bem-sucedidas. Gostaria detransmitir-lhes hoje cinco coisas que se foremlevadas a sério e colocadas em prática irãoproporcionar-lhes felicidade, sucesso, realização ea conquista de uma herança no reino celestial.

Ter Fé no Pai Celestial

Primeiro, tenham fé em seu Pai Celestial. Elesabe quem vocês são. Ele ouve quando oram. Eleos ama e importa-Se com vocês. Ele quer omelhor para vocês.

Depois de servir por algum tempo emSalzburgo, fui transferido para Zurique, Suíça.Enquanto estava lá, o irmão Julius Billeter,membro da Igreja, procurou-me. Ele eragenealogista profissional e disse ter visto muitasfamílias chamadas Wirthlin em seu trabalho.Ofereceu-se para pesquisar minha ascendência.Escrevi para casa, e meu pai achou que aquelaseria uma oportunidade maravilhosa. Assim,contratamos seus serviços.

Um ano depois, ele entregou-me um livro quetinha 36 cm de comprimento por 46 cm delargura e pesava 6,2 quilos. Nele havia quase seismil nomes de meus antepassados. Era um volumeinestimável para mim. Pouco antes de serdesobrigado como missionário, enviei por viamarítima o precioso livro para casa, dentro de umbaú junto com outros de meus pertences. Oreipara que ele chegasse em segurança e para que avaliosa história de minha família não se perdesse.

Cheguei a casa antes do baú. Passaram-sevárias semanas sem que ele aparecesse. Comecei apreocupar-me com a possibilidade de aquele livroinsubstituível ter-se perdido. Seis meses depois deeu ter chegado a Salt Lake City, recebi umtelefonema da estação de trem da cidade. Haviachegado um baú para mim. Corri para retirá-lo,mas quando o vi fiquei desolado. A fechadura dobaú tinha sido arrombada.

Ergui a tampa e quando olhei para dentrofiquei ainda mais desalentado. Estava tudoencharcado de água do mar. E pior, era visível quealguém vasculhara meus pertences e roubaraalguns deles.

Cuidadosamente, retirei várias peças de roupaem busca de meu livro precioso. Quando oencontrei, meu coração transbordou de alegria.Ele não apenas estava lá, mas os papéis estavamcompletamente secos! Sei que o livro foipreservado por intervenção divina.

O Salvador perguntou: “Não se vendem doispassarinhos por um ceitil?

E nenhum deles cairá em terra sem a vontadede vosso Pai.

E até mesmo os cabelos da vossa cabeça estãotodos contados. Não temais, pois; mais valeis vósdo que muitos passarinhos”. (Mateus 10:29–31)

Se salvar um livro da água do mar é algo dignoda atenção celeste, quanto mais seu Pai Celestialnão estará ciente de sua vida e suas necessidades?

Em certa ocasião, o Presidente Thomas S.Monson, atualmente primeiro conselheiro naPrimeira Presidência, disse-me o seguinte: “Existeum poder celeste acima de todas as coisas. Emgeral, quando as coisas acontecem, não é porfruto do acaso. Um dia, quando olharmos paratrás e virmos as aparentes coincidências de nossavida, perceberemos que não foram exatamentepor casualidade que ocorreram”.

O Senhor conhece suas provações e vitórias ese vocês “[confiarem] no Senhor de todo o [seu]coração, e não [se estribarem] no [seu] próprioentendimento, [reconhecendo-o] em todos os[seus] caminhos, (…) Ele endireitará as [suas]veredas”. (Provérbios 3:5–6)

Estabelecer Metas Justas

Segundo, estabeleçam metas justas. Muitascoisas competem por sua atenção na jornada davida. Haverá infinitas distrações. Pessoas e coisastentarão atrair sua atenção como o canto dasereia, prometendo riqueza, prazer e poder.

51

Lição 9: Abordar a Liderança com Alegria

O sucesso é uma palavra sedutora. Milhares delivros já foram escritos sobre o assunto,prometendo dinheiro, liberdade, lazer e luxo.Inúmeras pessoas oferecem fórmulas infalíveispara o acúmulo de fortunas. Por exemplo, atribui-se a J. Paul Getty um processo de três passos parao enriquecimento: “Acordar cedo. Trabalhararduamente. Encontrar um poço de petróleo”.

Outras fórmulas mais práticas defendemvariações sobre o mesmo tema: é precisoconcentrar todos os pensamentos, sentimentos eações nas metas. Convém desejar alcançá-las comtodo ardor do coração. É preciso concentrar todosos pensamentos nos objetivos. Cumpre canalizartoda a energia na conquista dos desejos.

É claro que se forem aplicados para fins justos,esses métodos podem ser de grande valia. Oproblema é que na maioria dos casos a busca deriquezas, prazer e poder leva-nos a um lugar quepode à primeira vista parecer desejável, mas queao chegarmos perto mostra sua verdadeiranatureza. O preço do sucesso mundano costumaexigir que abdiquemos de nosso direito deprimogenitura. Aqueles que concordam com essatroca um dia se sentirão como Esaú, que ao dar-se conta do que perdeu “bradou com grande emui amargo brado”. (Gênesis 27:34)

Outra armadilha em que tendemos a cairquando nos tornamos obcecados pelo sucesso é ade darmos crédito à força de nosso braço e aopoder de nossa mente, esquecendo-nos do Senhorque nos abençoou e nos fez prosperar.

Moisés disse aos filhos de Israel: “Havendo tucomido e fores farto, e havendo edificado boascasas, (…)

E se tiverem aumentado os teus gados e osteus rebanhos, e se acrescentar a prata e o ouro, ese multiplicar tudo quanto tens, (…)

Digas no teu coração: A minha força, e afortaleza da minha mão, me adquiriu este poder.(…)

Será, porém, que, se de qualquer modo teesqueceres do Senhor teu Deus, e se ouviresoutros deuses, e os servires, e te inclinaresperante eles, hoje eu testifico contra vós quecertamente perecereis”. (Deuteronômio 8:12–13,17, 19)

Crêem que poderão usar na próxima vida odinheiro que ganharem nesta? Coloquem o PaiCelestial em primeiro lugar em sua vida.Comprometam-se a segui-Lo, a obedecer a Seusmandamentos e a esforçar-se todos os dias para

tornarem-se mais semelhantes a Cristo.Concentrem seus esforços na busca de riquezascelestiais. Caso não procedam assim, encontrarãofrustrações e tristeza no final.

Isso nos remete à parábola do Salvador arespeito do homem que trabalhou muito paraacumular riquezas. Ele tinha tantas posses quenem dispunha de um lugar grande o suficientepara guardá-las. Por isso, construiu grandesceleiros. Imaginava que assim que tivesse umlocal seguro para armazenar todas as riquezaspoderia aposentar-se e levar uma vida de prazeres:comendo, bebendo e divertindo-se.

Mas quando terminou a obra, “Deus lhe disse:Louco! Esta noite te pedirão a tua alma; e o quetens preparado, para quem será?” (Lucas 12:20)

Uma pergunta desconcertante que o Salvadorfez às pessoas de Sua época continua a ecoarpelos séculos até nossos dias: “Pois que aproveitaao homem ganhar o mundo inteiro, se perder asua alma?” (Mateus 16:26)

Será que o dinheiro é necessariamentemaléfico? Jacó, grande profeta do Livro deMórmon, forneceu a resposta. Ensinou a seupovo: “Pensai em vossos irmãos como em vósmesmos; e sede amáveis para com todos e liberaiscom vossos bens, para que vossos irmãos sejamricos como vós.

Mas antes de buscardes riquezas, buscai oreino de Deus.

E depois de haverdes obtido uma esperança emCristo, conseguireis riquezas, se as procurardes; eprocurá-las-eis com o fito de praticar o bem—devestir os nus e alimentar os famintos e libertar oscativos e confortar os doentes e aflitos”. (Jacó2:17–19)

Moisés disse ao povo de sua época: “Quandoentre ti houver algum pobre, de teus irmãos, emalguma das tuas portas, (…) não endurecerás oteu coração, nem fecharás a tua mão a teu irmãoque for pobre”. (Deuteronômio 15:7)

Empenhar-se para Alcançar as Metas

Terceiro, depois de terem traçado metas justas,empenhem-se com todas as forças para atingi-las.Nas palavras do Élder David O. McKay(1873–1970) quando integrava o Quórum dosDoze Apóstolos: “Reconheçamos (…) que oprivilégio de trabalhar é uma dádiva, que acapacidade de trabalhar é uma bênção, que oamor ao trabalho constitui o sucesso”.(Conference Report, outubro de 1909, p. 94; grifodo autor)

52

Lição 9: Abordar a Liderança com Alegria

O trabalho é uma terapia para a alma. Oevangelho de Jesus Cristo é o evangelho dotrabalho. A meu ver, muito da ociosidade que nosrodeia decorre de uma compreensão errônea daExpiação do Senhor. Não podemos simplesmentesentar-nos indolentemente esperando alcançarsucesso nas coisas espirituais ou materiais.Precisamos fazer tudo a nosso alcance paraatingir nossas metas, e o Senhor completará oque estiver faltando.

Lembrem-se das palavras do PresidenteGordon B. Hinckley: “A maior parte do trabalhodo mundo não é realizado por gênios, mas porpessoas comuns que, com uma vida equilibrada,aprenderam a trabalhar de maneiraextraordinária”. (“Our Fading Civility”, discursoinaugural do semestre na Universidade BrighamYoung, 25 de abril de 1996, p. 15)

Quero falar-lhes de uma pessoa notável queassumiu a responsabilidade pela própria vida echegou a ser alguém importante apesar de suaorigem humilde. Seu nome é Dr. Ben Carson. Elenasceu e foi criado em bairros pobres de Detroit.Cresceu sem a presença paterna. Sua mãeassumiu a responsabilidade de criar a família etransmitiu ao filho esse mesmo senso de dever.

O Dr. Carson conta que a mãe sempre dizia aosfilhos: “Você tem cérebro?” Diante de umaresposta afirmativa, ela continuava: “Então você écapaz de pensar num modo de sair dessa situação.Não importa o que João, Maria ou qualquer outrapessoa tenha feito. Você tem cérebro, entãoencontre um meio de resolver seus problemas”.

O Dr. Carson conta:

“Comecei a entender que eu estava nocomando da situação, que eu podia ir a qualquerlugar que quisesse e fazer tudo o que desejasse. Aúnica pessoa que poderia realmente determinarou limitar meu sucesso era eu mesmo. Quandocompreendi isso, a sensação de vítima dascircunstâncias desapareceu da minha vida. Dei-me conta de que não tinha de ficar sentadoesperando que alguém fizesse algo por mim”.(“Seeing the Big Picture: An Interview with BenCarson, M. D.”, Saturday Evening Post,julho/agosto de 1999, pp. 50–51)

O Dr. Carson não ficou sentado esperando quealguém fizesse algo por ele. Assumiu o controlede sua vida. Estudou muito na escola e saiu-sebem—bem o bastante para vir a tornar-se médico.Chegou a ser diretor do departamento deneurocirurgia pediátrica do Centro Infantil JohnHopkins, em Baltimore, um hospital de renome

internacional. Em 1987, o Dr. Carson realizou aprimeira cirurgia bem-sucedida de separação degêmeos siameses unidos pela parte posterior dacabeça.

Sócrates declarou: “Os deuses vendem-nostodas as coisas em troca de nosso trabalho”.(Xenofonte, Lembranças de Sócrates, volume 2,capítulo 1, seção 20)

O Presidente Gordon B. Hinckley endossouesse pensamento: “Não há nada abaixo dos céusque substitua o trabalho produtivo. Trata-se doprocesso pelo qual os sonhos se tornam realidade.É o processo pelo qual visões ociosas setransformam em realizações dinâmicas.

É o trabalho que faz a diferença na vida. Aoexpandirmos nossa mente e utilizarmos ahabilidade de nossas mãos é que nos erguemosacima da mediocridade”. (Citado em “Pres.Hinckley Shares 10 Beliefs with Chamber”,Church News, 31 de janeiro de 1998, p. 3)

Magnificar os Chamados

Quarto, magnifiquem seus chamados e sejammembros fiéis da Igreja. Quando vamos à Igreja,cercamo-nos de pessoas que partilham do nossocomprometimento de obedecer aos mandamentose seguir ao Salvador.

Alguns erroneamente imaginam a Igreja comoum lugar no qual pessoas perfeitas se reúnempara dizer coisas perfeitas e ter pensamentos esentimentos perfeitos. Eu gostaria de desfazeressa impressão. A Igreja é um lugar onde pessoasimperfeitas se congregam para ajudar a fortalecerumas às outras no esforço de voltar à presença doPai Celestial. Cada um de nós percorrerá umaestrada diferente na mortalidade. Progrediremosem ritmos distintos. Pode ser que as tentaçõesque aflijam seu irmão nem os incomodem.

Jamais menosprezem aqueles que sejammenos perfeitos do que vocês. Nunca se irritemporque alguém não fala tão bem quanto vocês,não lidera tão bem quanto vocês ou não costura,trabalha ou brilha tanto quanto vocês.

A Igreja é uma sociedade de melhoramentosmútuos que tem por objetivo ajudar todo filho deDeus a retornar a Sua presença. Uma maneira demedirem seu valor no Reino de Deus éperguntarem a si mesmos: “Como estou saindo-me no empenho de ajudar as pessoas a alcançarseu potencial? Apóio as pessoas na Igreja ou ascritico?” Se vocês estiverem criticando-as, estarãocriticando o reino de Deus. Se estiveremedificando-as, estarão edificando o reino.

53

Lição 9: Abordar a Liderança com Alegria

Outro teste de seu valor no reino é perguntar asi mesmos se estão esforçando-se ao máximo paramagnificar seu chamado na Igreja. Quando vocêsmagnificam seu chamado, não fazem apenas omínimo necessário, mas desafiam a si mesmos aservir de todo o coração, poder, mente e força.

Se não têm um chamado na Igreja, convido-osa procurar o bispo e dizer-lhe que estão ansiosospara servir e trabalhar com ardor.

Quando vocês servirem fielmente, o Senhorestará a seu lado, e vocês sentirão Seu Espírito eSua mão orientadora.

Há alguns anos, numa conferência geral, oÉlder Boyd K. Packer, do Quórum dos DozeApóstolos, contou a história de Joseph Millett, ummembro pouco conhecido da Igreja.

Ele viveu nos primeiros anos da Igreja ecruzou as planícies com outros membros fiéis afim de domar o deserto e encontrar um novo lar.Naquela época a comida era escassa. O inverno,em particular, era uma época difícil e em geraldurava mais do que o alimento estocado.

Joseph Millett escreveu em seu diário: “Um demeus filhos veio dizer-me que a família do irmãoNewton Hall estava sem pão naquele dia.

Dividi nossa farinha num saco para enviar aoirmão Hall. Pouco depois, o irmão Hall apareceu.

Eu disse: ‘Irmão Hall, vocês estão semfarinha?’

‘Estamos, irmão Millett.’

‘Bem, irmão Hall, tenho um pouco aqui nestesaco. Dividi a nossa farinha para mandar paravocês. Seus filhos disseram aos meus que vocêsestavam sem farinha.’

O irmão Hall começou a chorar. Ele disse queprocurara outras pessoas, mas nada conseguira.Ele tinha ido até o bosque e orado ao Senhor, queo orientara a ir até Joseph Millett.

‘Bem, irmão Hall, não precisa devolver essafarinha. Se o Senhor a enviou para você, entãonão me deve nada.’ (…)

Nem consigo expressar como me senti bem aover que o Senhor sabia que havia uma pessoachamada Joseph Millett”. (Diário de JosephMillett, manuscrito, Arquivos do DepartamentoHistórico, A Igreja de Jesus Cristo dos Santos dosÚltimos Dias; citado por Boyd K. Packer, “ATribute to the Rank and File of the Church”,Ensign, maio de 1980, p. 63.)

Este sentimento é maravilhoso: saber que oSenhor confia em nós e nos ama tanto a ponto dequerer usar-nos para abençoar a vida de outraspessoas. Irmãos e irmãs, nosso Pai Celestial querutilizá-los para esse mesmo fim. Ao magnificaremseus chamados e fazerem o bem, prometo que oSenhor derramará sobre vocês tantas bênçãos desatisfação e alegria que não haverá lugarsuficiente para recebê-las.

Desfrutar a Jornada

Quinto, desfrutem a jornada. O povo de Deus éum povo alegre. Sabemos que há momentos deseriedade, reverência e devoção, mas tambémtemos ciência de que possuímos os preciososprincípios da vida eterna.

Temos muitos motivos para sorrir, para serfelizes e até para rir.

Existem muitos que estão sempre esperando omomento em que serão felizes. “Se ao menos euconseguisse formar-me, se conseguisse comprarum carro, se eu conseguisse casar-me. (…)” Paramuitos, a felicidade está sempre um pouco maisadiante, num lugar inatingível. Sempre quesubimos uma montanha, a felicidade está logoadiante, na próxima colina.

É terrível estar sempre esperando o porvir,sempre na dependência do amanhã, desculpando-nos por nosso presente por estarmos certos deque apenas no futuro estão as coisas que nostrarão satisfação.

Não esperem até amanhã. Não esperem oemprego certo, a casa certa, o salário certo, otamanho de roupa certo. Sejam felizes hoje.Sejam felizes agora.

Abraham Lincoln disse: “A maioria das pessoasé tão feliz quanto decide ser”. (John Cook, org.,The Book of Positive Quotations, 1997, p. 7)

Decidam ser felizes—mesmo que não tenhamdinheiro, um rosto perfeito nem ganho o prêmioNobel. Algumas das pessoas mais felizes queconheço não possuem nenhuma dessas coisasque o mundo insiste serem necessárias para nossasatisfação e alegria. E por que são felizes?Suponho que seja porque não escutam muitobem. Ou talvez escutem bem demais as coisasque o seu coração lhes diz. Elas maravilham-secom a beleza da Terra. Rejubilam-se com os rios,desfiladeiros e o canto das cotovias. Exultam como amor da família, com os passos vacilantes deum bebê e o sorriso sábio e bondoso dos idosos.

54

Lição 9: Abordar a Liderança com Alegria

Regozijam-se com o trabalho honesto, com asescrituras e com a presença do Espírito Santo.

Uma coisa sei com certeza: que o tempo deque dispomos aqui passa muito depressa. Nãodesperdicem mais seu tempo vendo a vida passar.

Querem um conselho? Aprendam a rir de simesmos. Quando o Élder Matthew Cowley(1897–1953) foi chamado para o Quórum dosDoze Apóstolos, o Presidente J. Reuben Clark(1871–1961) convidou-o a seu escritório eorientou-o acerca de seu novo chamado. OPresidente Clark foi um dos grandes líderes epensadores da Igreja. Desistiu do cargo deembaixador dos Estados Unidos no México paraintegrar a Primeira Presidência da Igreja. Era umhomem acostumado a carregar nos ombrosimportantes responsabilidades.

Quando a entrevista do Élder Cowley com oPresidente Clark estava chegando ao fim, oPresidente Clark disse: “Agora, meu garoto, meurapaz” [o Presidente Clark chamava todos osmembros do Quórum dos Doze de rapaz] “agora,rapaz, não se esqueça da regra número seis”. OÉlder Cowley perguntou: “Qual é a regra númeroseis?” O Presidente Clark respondeu: “Não se levea sério demais”. O Élder Cowley indagou: “Quaissão as outras cinco?” O Presidente Clark afirmou:“Não há outras”. (Matthew Cowley Speaks[1954], pp. 132–133)

Algumas pessoas se levam tão a sério queacham que não podem sentir-se completas até “seencontrarem”. Algumas abandonam a família, oemprego e os estudos, buscando descobrir quemsão.

George Bernard Shaw disse: “A vida nãoconsiste em descobrir quem somos, mas emtornar-nos aquilo que desejamos ser”. Não sepreocupem em descobrir quem são, concentremsuas energias para criar o tipo de pessoa quealmejam ser. Vocês descobrirão que, aoempenharem-se nessa jornada, não vão“encontrar a si mesmos”, mas é bem provável quefiquem agradavelmente surpresos e orgulhososcom a pessoa na qual se tornaram ao fim docaminho.

Não procrastinem nem mais um minuto. Todomomento é precioso. Decidam agora mesmo quetransformarão sua vida em algo extraordinário!

Há pouco tempo, tive a oportunidade deretornar com a irmã Wirthlin ao local onde inicieia missão. Minha designação era organizar a

Estaca Salzburgo Áustria. De certo modo, foicomo voltar para casa. Lembrei-me dos dias emque caminhei por aquelas ruas de paralelepípedosperguntando a mim mesmo se algum dia haveriamembros suficientes para formar uma pequenaala naquele lugar. E lá estava eu, anos depois,organizando uma estaca. Meu coração encheu-sede emoção ao ver aquela congregação demembros fiéis e recordar o tempo que passara ali.

Ao olhar para trás, vejo que aqueles momentosde provação e solidão foram essenciais parafortalecer meu caráter e aumentar meu desejo deter êxito. Aquela época de aparente fracasso foiuma das mais importantes da minha vida, poispreparou-me para coisas maiores que viriamdepois.

Enquanto estava lá, viajei com minha esposaaté Oberndorf. Caminhamos pela mesma estradaque eu e meu companheiro percorrêramos tantosanos antes. E ali, diante das majestosasmontanhas e da incomparável beleza daquelapequena vila bávara, falei a ela mais uma vezsobre aquela noite silenciosa em que descrevi parameu companheiro a mulher com quem eu iriacasar-me.

As resoluções que fiz naquela noite sagrada emOberndorf, Áustria, foram uma força diretriz emtoda a minha vida. Embora ainda tenha muitoque aprender e realizar, fiz o melhor que pudepara ter fé em Deus, para canalizar energias paraas coisas importantes da vida, para trabalhararduamente em tarefas justas, para magnificar oschamados que recebi na Igreja e para desfrutar ajornada.

Que vocês façam o mesmo para tornar sua vidaalgo digno de sua herança divina.

Testifico que o propósito de minha missão nalongínqua Europa é o mesmo de hoje: testificarque temos um Pai Celestial amoroso e tambémSeu Filho Amado, Jesus Cristo, que nosproporcionou a grandiosa Expiação. Prestotestemunho de que Joseph Smith foi um profetade Deus que recebeu a plenitude do evangelhoeterno e estabeleceu a Igreja do Senhor na Terranestes últimos dias. Testifico que Gordon B.Hinckley é nosso profeta, vidente e revelador hoje.

Ao empenharem-se para atingir metas justas, oSenhor estará com vocês e guiará seus passos. Elequer que sejam felizes e bem-sucedidos. Desejaque se acheguem a Ele. Oro para que encontrempaz e alegria na jornada da vida.

55

Lição 9: Abordar a Liderança com Alegria

AUXÍLIOS DIDÁTICOS

• Você concorda com o ponto de vista deAristóteles de que o objetivo da vida é ser feliz?Explique sua resposta.

• De acordo com o Élder Wirthlin, quais são as“cinco coisas que se forem levadas a sério ecolocadas em prática irão proporcionar-lhesfelicidade, sucesso, realização e (…) umaherança no reino celestial”?

• Faça uma lista pessoal de coisas que lhe dãoalegria e felicidade. Explique como essas coisaspoderiam ajudá-lo a manter uma atitudepositiva e alegre como líder.

• Encontre uma escritura que lhe dê bomânimo.

56

57

CONCEITO 1. OS LÍDERES DEVEM DARPRIORIDADE À VIDA ETERNA EM VEZ DASCOISAS DESTE MUNDO.

COMENTÁRIO

Em Seu Sermão da Montanha, Jesus ensinou:“Não ajunteis tesouros na terra, onde a traça e aferrugem tudo consomem, e onde os ladrõesminam e roubam; (…)

Porque onde estiver o vosso tesouro, aí estarátambém o vosso coração”. (Mateus 6:19, 21)

O Élder Delbert L. Stapley, que foi membro doQuórum dos Doze, explicou: “A renovação esantificação de nosso corpo pelo poder do EspíritoSanto são alcançadas vivendo-se o evangelho.Nossos tesouros de boas obras que nos precedemestão edificando nossa mansão eterna. Projetarnosso pensamento na eternidade sob a influênciado espírito ampliará nossa mente e nos dará umaclara visão do plano de Deus, que nos ajudará atraçar um curso real de volta à Sua presença.Mantenham sempre a eternidade em mente aquina mortalidade e baseiem suas ações, julgamentose decisões nas leis eternas de Deus. Devemoseducar-nos não apenas para esta vida, mastambém para a eternidade”. (Conference Report,setembro–outubro de 1967, p. 75.)

O Élder M. Russell Ballard, quando eramembro dos Setenta, aconselhou: “Lembrem-sede que a eternidade é agora, e não um futurodistante e indefinido. Preparamo-nos a cada dia,neste exato momento, para a vida eterna. Se nãoestivermos preparando-nos para a vida, estaremospreparando-nos para outra coisa, talvez algo beminferior”. (Conference Report, setembro–outubrode 1978, p. 100; ou Ensign, novembro de 1978, p.66.)

O Presidente Harold B. Lee, quando eraConselheiro na Primeira Presidência, aconselhou:“A maioria dos homens não estabelece prioridadespara guiá-los ao organizarem seu tempo, e amaioria dos homens esquece que a primeiraprioridade deve ser a de manter sua própria forçafísica e espiritual. Depois disso vem a família,depois a Igreja e só então a sua profissão—e tudoisso requer tempo”. (The Teachings of Harold B.Lee, ed. Clyde J. Williams, 1996, p. 615.)

O Élder Ballard, depois de ter-se tornadomembro do Quórum dos Doze, acrescentou esteconselho: “Primeiro, reflitam sobre sua vida eestabeleçam suas prioridades. Reservem,regularmente, algum tempo para pensar calma eprofundamente sobre o rumo que seguem, e oque será preciso fazer para chegar ao seu destino.

LIÇÃO 10

ESTABELECER PRIORIDADES“Não ajunteis tesouros na terra, onde a traça e a ferrugem tudo consomem, e onde os ladrões

minam e roubam;

Mas ajuntai tesouros no céu, onde nem a traça nem a ferrugem consomem, e onde os ladrões nãominam nem roubam.

Porque onde estiver o vosso tesouro, aí estará também o vosso coração. (…)

Mas, buscai primeiro o reino de Deus, e a sua justiça, e todas estas coisas vos serão acrescentadas.”(Mateus 6:19–21, 33)

PRINCÍPIO DE LIDERANÇA

Os líderes devem planejar seu tempo tendo em vista a eternidade.

CONCEITOS DA LIÇÃO

1. Os líderes devem dar prioridade à vida eterna em vez das coisas deste mundo.

2. O equilíbrio é uma importante qualidade dos líderes da Igreja e da família.

3. Os líderes precisam aprender a organizar seu tempo.

Lição 10: Estabelecer Prioridades

Jesus, nosso grande exemplo, muitas vezes‘retirava-se para os desertos e ali orava’. (Lucas5:16) Precisamos fazer o mesmo vez por outra, afim de nos rejuvenescer espiritualmente comofazia o Salvador. Anotem as tarefas que gostariamde executar todos os dias. Ao elaborar por escritosua agenda diária, lembrem-se principalmente dossagrados convênios que fizeram com o Senhor”.(Conference Report, abril de 1987, p. 15; ouEnsign, maio de 1987, 14.)

SUGESTÃO DIDÁTICA

Leia com os alunos Mateus 6:19–21; Lucas12:13–21. Discuta o que essas escrituras nosensinam sobre a importância relativa das coisastemporais e das coisas eternas. (Ver também ocomentário.)

Peça aos alunos que relacionem atividades epreocupações que competem entre si para ocuparnosso tempo. Sua lista pode incluir estudar asescrituras, prestar serviço, trabalhar, fazer coisascom os amigos, passar um tempo com a família,exercitar-se, fazer o trabalho da escola e realizaratividades recreativas. Peça aos alunos que dêemum número a cada atividade da lista, da maisimportante para a menos importante, e discuta ocritério que usaram para classificar as atividades.

Certifique-se de que os alunos compreendamque às vezes precisamos deixar de lado até asprioridades mais importantes para atender aemergência, cumprir uma tarefa digna ou servirao próximo. De modo semelhante, algumasprioridades que podem parecer menosimportantes do ponto de vista eterno, como otrabalho da escola, pode ser muito importantepara preparar-nos para nosso futuro serviço noreino de Deus. Em todas as nossas prioridadesdevemos manter nossa vida centralizada em JesusCristo e no evangelho.

CONCEITO 2. O EQUILÍBRIO É UMA IMPORTANTEQUALIDADE DOS LÍDERES DA IGREJA E DAFAMÍLIA.

COMENTÁRIO

O Presidente Ezra Taft Benson escreveu: “Arespeito da preparação de Jesus para Sua missão,as escrituras declaram que Ele ‘crescia (…) emsabedoria, e em estatura, e em graça para comDeus e os homens’. (Lucas 2:52) Isso abrangequatro áreas principais para o estabelecimento demetas: espiritual, mental, físico e social. ‘Portanto,que tipo de homens devereis ser?’ perguntou o

Mestre. E Ele respondeu: ‘Em verdade vos digoque devereis ser como eu sou’. (3 Néfi 27:27) Eisentão uma meta para toda a vida: Caminhar emSeus passos, aperfeiçoar-nos em toda virtude,como Ele fez”. (The Teachings of Ezra TaftBenson, 1988, pp. 383–384.)

O Élder Spencer W. Kimball, que na época eramembro do Quórum dos Doze, testificou: “OSalvador tinha uma personalidade agradável, eragentil, simpático, compreensivo e nunca fugiapela tangente, era perfeitamente equilibrado.Nenhuma excentricidade podia ser encontrada emSua vida”. (The Teachings of Spencer W. Kimball,org. Edward L. Kimball, 1982, p. 13.)

O Élder Neal A. Maxwell, membro do Quórumdos Doze, ensinou: “Tendo em vista aheterogeneidade das fases da vida, o Senhordeseja equilíbrio em Seus discípulos bem como naIgreja como um todo. Não podemos concentrar-nos em um único aspecto de nossa vida. Alémdisso, ao crescermos ‘a raiz e a copa’ devem ter ‘amesma força’, proporcionando-nos a capacidadede suportar tanto o calor quanto a tempestade.(Jacó 5:66)” (If Thou Endure It Well, 1996, p.122.)

SUGESTÃO DIDÁTICA

Peça a um aluno que leia Lucas 2:52 em vozalta. Aliste no quadro-negro as palavras desseversículo que descrevam em que aspectos JesusCristo cresceu (sabedoria, estatura, graça paracom Deus e o homem.) Ao lado dessas palavrasescreva mental, físico, espiritual e social. (Vercomentário.) Peça aos alunos que discutam asdificuldades de se manter o equilíbrio nessasáreas.

Você pode discutir o conceito de que às vezestemos uma vida temporariamente“desequilibrada” por causa das circunstâncias. Porexemplo: Os alunos universitários podem ter quepassar uma parte excepcionalmente grande de seutempo estudando. Embora isso possa sernecessário por algum tempo, os estudantes nãodevem negligenciar por completo seudesenvolvimento em outras áreas de sua vida epersonalidade. A programação de um bispo podeparecer “desequilibrada” às vezes, no sentido deque seus deveres em relação à ala podem impedi-lo de passar tanto tempo com a família como elegostaria. Contudo, ele precisa fazer tudo a seualcance para passar o tempo necessário com eles edepois confiar no Senhor para ajudá-lo a atender asuas necessidades.

58

Lição 10: Estabelecer Prioridades

CONCEITO 3. OS LÍDERES PRECISAM APRENDERA ORGANIZAR SEU TEMPO.

COMENTÁRIO

Os líderes da Igreja incentivam-nos aestabelecer prioridades condizentes com osprincípios do evangelho. O Élder Richard G. Scott,do Quórum dos Doze, ensinou: “Coloque oSalvador, Seus ensinamentos e Sua Igreja nocentro de sua vida. Certifique-se de que todas assuas decisões sejam condizentes com essepadrão”. (Conference Report, abril de 1991, p. 43;ou Ensign, maio de 1991, p. 34.) Mais tarde, oÉlder Scott aconselhou: “Torne o Pai Eterno eSeu Filho Amado a prioridade mais importante desua vida—mais importante do que a própria vida,mais importante até do que o cônjuge amado, osfilhos ou qualquer outra pessoa nesta Terra. Façacom que a vontade Deles seja o seu maior desejo.Então, você receberá toda a felicidade de quenecessita”. (Conference Report, abril de 1993, p.43; ou Ensign, maio de 1993, p. 34.)

Em outra ocasião, o Élder Scott advertiu:“Parte [de nosso] teste [na mortalidade] consisteem encontrarmos tantas coisas aparentementeinteressantes para fazer, que somos capazes deesquecer os propósitos principais de nossapassagem pela Terra. Satanás trabalha arduamentepara que as coisas essenciais não aconteçam. (…)

(…) Em seus momentos de reflexão, aomeditar sobre o evangelho, conseguemreconhecer o que é essencialmente importante navida e o que não é. (…)

(…) Reflitam sobre as coisas que fazem em seutempo livre, aquele no qual vocês têm a liberdadede escolher o que fazer. Vocês acham que essesmomentos estão centralizados no que é realmenteprioridade e de suma importância? Ou, mesmoque inconscientemente, ocupam sempre seutempo com coisas triviais e atividades cujo valor éefêmero e não lhes ajudam a cumprir o propósitopara o qual vieram à Terra? Reflitam sobre a vida,não apenas no que vai acontecer hoje ou amanhã.Não desistam do que mais desejam na vida porcausa de alguma coisa que vocês pensam quereragora.

As coisas fundamentais devem ser feitasdurante nosso período de teste na Terra. Elasdevem ter total prioridade. Elas não devem sersacrificadas por coisas de menor valor, mesmoque sejam realizações boas e dignas”. (A Liahona,julho de 1997, pp. 66–67.)

A maioria de nós sente às vezes que não hátempo suficiente para fazer tudo o que devemosou que gostaríamos de fazer. Os chamados daIgreja, as obrigações referentes à família, otrabalho, os hobbies e assim por diante, todasessas coisas competem entre si para ocupar nossotempo. O Élder Neal A. Maxwell, que na época eramembro da Presidência dos Setenta, aconselhou-nos a usar nosso arbítrio “de modo que façamosas coisas que mais importam, para que essascoisas não sejam suplantadas pelas coisas queimportam menos”. (Deposition of a Disciple,1976, p. 58.) Os líderes da Igreja e da famíliaprecisam centralizar sua vida nos tesouroscelestiais para que possam ajudar outros afazerem o mesmo.

SUGESTÃO DIDÁTICA

Organizamos nosso tempo pelo mesmo motivoque fazemos um orçamento de nosso dinheiro:Para certificar-nos de que teremos o suficientepara usar nas coisas que mais precisamos equeremos.

Explique aos alunos que o primeiro passo paraadministrar nosso tempo é calcular quanto temospara gastar. Pergunte aos alunos quantas horastemos em uma semana. (168) Pergunte aosalunos que atividades eles precisam fazer a cadasemana (trabalhar, ir para a escola, dormir, comer,etc.) e peça-lhes que alistem essas atividadesnuma folha de papel. Peça-lhes que escrevam aolado de cada item quantas horas eles gastamnessa atividade por semana e subtraiam esse valordo total da semana. Por exemplo: Se eles passam40 horas por semana trabalhando, têm 128 horassobrando. Se gastam 8 horas por dia dormindo,restam-lhes 72 horas na semana. Se passam 3horas na Igreja a cada domingo, restam-lhes 69horas.

Quando os alunos calcularem o total, pergunteque atividades eles gostariam de fazer em seutempo livre e peça-lhes que as escrevam em suafolha de papel. Peça-lhes que escrevam ao lado decada item quantas horas eles acham que deveriamdespender nessa atividade por semana esubtraiam esse valor do total da semana. (Sealgumas atividades que eles gostariam de fazer jáestão incluídas na lista de coisas que elesprecisam fazer, peça-lhes que não subtraiam essashoras pela segunda vez.)

Saliente que as atividades às quais damos maisvalor não são necessariamente as que ocupam a

59

Lição 10: Estabelecer Prioridades

maior parte de nosso tempo. Por exemplo,podemos passar apenas alguns minutos no diaorando, mas a oração pode ser a coisa maisimportante que faremos naquele dia.

Agora entregue a cada aluno um calendáriosemanal genérico. Peça aos alunos que olhempara sua lista de atividades que eles precisamfazer e marquem essas atividades no calendário.Depois, peça-lhes que escrevam as atividades quegostariam de fazer no espaço restante.

Saliente a importância de dar a maiorprioridade às atividades que consideram maisvaliosas. Sugira que incluam em sua programaçãode cada semana um tempo para as metas doevangelho de proclamar o evangelho, redimir osmortos e aperfeiçoar os santos.

Diga aos alunos que como líderes precisamosorganizar nosso tempo para podermos viver deacordo com os princípios do evangelho e ajudaros outros a fazer o mesmo.

Explique-lhes que um calendário pode ajudá-los a lembrar compromissos e outras tarefas eequilibrar todas as atividades que consideramvaliosas. Saliente que um calendário é apenasuma das maneiras de se organizar o tempo,incentivando-os a encontrar uma forma que lhesseja conveniente.

RECURSOS PARA O PROFESSOR

Élder M. Russell Ballard

Do Quórum dos DozeApóstolos

“Keeping Life's Demands inBalance”, (Manter emEquilíbrio as Exigências daVida) Conference Report,

abril de 1987, pp. 14–18; ou Ensign, maio de1987, pp. 13–16

Reexaminar as prioridades da vida

Meus caros irmãos e irmãs, desde a últimaconferência geral tenho sentido em minha própriavida o poder das bênçãos do sacerdócio e a forçada fé e orações dos membros da Igreja. Há muitosanos eu vinha dando bênçãos a outros. Tenhojejuado e orado por seu bem-estar e exercidominha fé pela recuperação deles. Recentemente,durante uma grave enfermidade, fui eu o receptordessa fé, orações e bênçãos. Agradeço a vocês,irmãos e irmãs, as preces que ofereceram em meufavor.

Um de meus colegas disse-me que dessadoença viria algo de bom. Ele sugeriu que de vezem quando é bom enfrentar adversidade,particularmente se ela conduz à introspecção quenos faz avaliar nossa vida livre e honestamente.Foi o que fiz.

Na noite anterior à cirurgia, meus médicosaventaram a possibilidade de câncer. Quandofiquei sozinho, minha mente encheu-se depensamentos sobre minha família e meuministério. Encontrei conforto nas ordenanças doevangelho que me ligam à minha família, seformos fiéis. Reconheci que precisava reordenaralgumas de minhas prioridades para realizar ascoisas mais importantes para mim.

Muitas vezes precisamos de uma crise pessoalpara reforçar em nossa mente aquilo querealmente valorizamos e amamos. As escriturasestão repletas de exemplos de pessoas queenfrentaram uma crise antes de aprenderemcomo servir melhor a Deus e ao próximo. Talvezse vocês, também, examinarem o coração ecorajosamente avaliarem as prioridades na vida,descobrirão, como eu, que é preciso equilibrá-lasmelhor.

Todos nós necessitamos de um amplo ehonesto auto-exame, da percepção interior do quee de quem queremos ser.

Reexaminar os convênios ajuda-nos aequilibrar as exigências da vida

Como sabem, enfrentar os complexos evariados desafios do dia-a-dia, que não é coisafácil, pode frustrar o equilíbrio que buscamos.Muitas pessoas de bem que se importamrealmente, fazem todo o empenho para manter oequilíbrio, mas às vezes se sentem impotentes ederrotadas.

Diz uma mãe de quatro filhos pequenos: “Emminha vida não existe equilíbrio algum. Soutotalmente consumida tentando criar meus filhos.Mal tenho tempo de pensar em outra coisaqualquer!”

Um jovem pai, sentindo o peso de ser oprovedor da família, comentou: “Meu novonegócio exige todo meu tempo. Reconheço queestou negligenciando minha família, mas se eupuder agüentar só mais um ano, terei ganhodinheiro suficiente e então as coisas se acalmam”.

Diz um estudante secundário: “Escutamostantos pontos de vista conflitantes que é difícilsaber sempre o que está certo e o que é errado”.

60

Lição 10: Estabelecer Prioridades

E quantas vezes não ouvimos esta? “Ninguémsabe melhor que eu como o exercício éimportante, mas simplesmente não me restatempo para fazê-lo”.

Uma mãe sem marido disse: “Achopraticamente impossível fazer tudo o que tenhoque fazer para administrar meu lar e dirigir minhafamília. Na verdade às vezes penso que o mundoespera demais de mim. Por mais que eu trabalhe eme esforce, nunca conseguirei satisfazer asexpectativas de todos”.

Outra mãe de quatro filhos observou: “Minhaluta se trava entre amor-próprio, confiança esenso de valor pessoal versus sentimento deculpa, depressão e desalento por não estar fazendotudo o que dizem que devo fazer para merecer oreino celestial”.

Irmãos e irmãs, todos nós enfrentamos essestipos de luta de tempos em tempos. Sãoexperiências humanas comuns. Muitas pessoassentem o peso das exigências provenientes dosencargos paternos, familiares, profissionais,religiosos e cívicos. Manter todos elesdevidamente equilibrados pode representar umverdadeiro problema.

Uma análise periódica dos convênios quefizemos com o Senhor irá ajudar-nos com nossasprioridades e equilíbrio na vida. Essa análise iráajudar-nos a ver onde precisamos nos arrependere mudar nossa vida para garantir que sejamosdignos das promessas que acompanham nossosconvênios e ordenanças sagradas. Conquistar aprópria salvação exige um bom planejamento eum esforço deliberado e valente.

Tenho algumas sugestões que espero sejamproveitosas para aqueles dentre vocês preocupadoscom equilibrar as exigências da vida. Sãosugestões muito simples, básicas; seus conceitospassam facilmente despercebidos se não tomaremcuidado. Incorporá-las em sua vida exigirá umforte comprometimento e disciplina pessoal.

Tenha uma perspectiva eterna ao estabelecerprioridades

Primeiro, reflitam sobre sua vida e estabeleçamsuas prioridades. Reservem, regularmente, algumtempo para pensar calma e profundamente sobreo rumo que seguem, e o que será preciso fazerpara chegar ao seu destino. Jesus, nosso grandeexemplo, muitas vezes “retirava-se para osdesertos e ali orava”. (Lucas 5:16) Precisamosfazer o mesmo vez por outra, a fim de nosrejuvenescer espiritualmente como fazia oSalvador. Anotem as tarefas que gostariam de

executar todos os dias. Ao elaborar por escrito suaagenda diária, lembrem-se principalmente dossagrados convênios que fizeram com o Senhor.

Estabeleça metas de curto prazo razoáveis

Segundo, estabeleçam metas de curto prazoque sejam capazes de alcançar. Estabeleçammetas bem-equilibradas, nem demais, nem bempoucas, não demasiadamente altas nem muitobaixas. Anotem suas metas realizáveis e trabalhemnelas de acordo com sua importância. Aoestabelecê-las, orem por orientação divina.

Como se lembram, Alma disse que gostaria deser um anjo para poder “falar com a trombeta deDeus (…) [estremecer] a terra, e proclamararrependimento a todos os povos!”. (Alma 29:1)Em seguida diz: “Mas eis que sou um homem epeco em meu desejo; porque deveria contentar-me com as coisas que o Senhor me concedeu (…)

Por que desejaria executar mais do que otrabalho para o qual fui chamado?” (Alma 29:3,6)

Torne-se financeiramente responsável e seguro

Terceiro, todo mundo enfrenta desafiosfinanceiros na vida. Controlem, mediante umsábio orçamento, suas reais necessidades,comparando-as cuidadosamente com seusnumerosos desejos. Um número excessivo depessoas e famílias se endividaram demais. Tomemcuidado com as muitas ofertas tentadoras deempréstimos. É muito mais fácil tomar dinheiroemprestado do que devolvê-lo. Na segurançafinanceira não existem atalhos; não há esquemapara ganhar dinheiro fácil que funcione.Provavelmente aqueles que se sentem impelidos aacumular “coisas” deste mundo são os que maisnecessitam do princípio de equilíbrio na vida.

Não confiem seu dinheiro a terceiros sem umaminuciosa avaliação de qualquer investimentoproposto. Nossa gente tem perdido dinheirodemais confiando em outras pessoas. Julgo quejamais teremos equilíbrio na vida a menos quenossas finanças estejam sob controle seguro.

Dizia Jacó, o profeta, ao povo: “Portanto nãodespendais dinheiro naquilo que não tem valor,nem vosso trabalho naquilo que não podesatisfazer. Ouvi-me atentamente e lembrai-vos daspalavras que disse; e vinde ao Santo de Israel efartai-vos daquilo que não perece nem pode sercorrompido; e deixai que vossa alma se deleite naabundância”. (2 Néfi 9:51)

Irmãos e irmãs, lembrem-se de pagar sempre odízimo integral.

61

Lição 10: Estabelecer Prioridades

Estabeleça um bom relacionamento com seusfamiliares e amigos

Quarto, apeguem-se a seu cônjuge, filhos,parentes e amigos. Eles os ajudarão a manter avida equilibrada. Numa recente pesquisa feita pelaIgreja, adultos, nos Estados Unidos, foramsolicitados a identificar uma ocasião em queforam muito felizes e a descrever a experiência.Foi-lhes pedido ainda que descrevessem uma vezem que foram muito infelizes. Na maioria doscasos, uma das coisas que os tornou muito felizesou sumamente infelizes foi o relacionamentopessoal com outras pessoas. Saúde pessoal,emprego, dinheiro e outras coisas materiaismostraram-se muito menos importantes. Criemum bom relacionamento com seus familiares eamigos por meio da comunicação franca ehonesta.

A comunicação gentil, carinhosa e atenciosaconsegue manter um bom relacionamentomatrimonial e familiar. Lembrem-se de quemuitas vezes um olhar, aceno ou contato físicodiz muito mais que palavras. O senso de humor esaber escutar são igualmente elementos vitais daboa comunicação.

Estude as Escrituras

Quinto, estudem as escrituras. Elas são amelhor fonte de que dispomos para nos manterem sintonia com o Espírito do Senhor. O estudodas escrituras foi um dos meios pelos quais obtiveo conhecimento seguro de que Jesus é o Cristo. OPresidente Ezra Taft Benson tem exortado osmembros da Igreja a fazerem do estudo do Livrode Mórmon um hábito diário e por toda a vida. Oconselho do Apóstolo Paulo a Timóteo é muitobom para cada um de nós. Disse ele: “Que, desdea tua meninice sabes as sagradas Escrituras, quepodem fazer-te sábio para a salvação, pela fé quehá em Cristo Jesus.

“Toda a escritura é divinamente inspirada, eproveitosa para ensinar, para redargüir, paracorrigir, para instruir em justiça”. (II Timóteo3:15–16)

Descanse, exercite-se e relaxe

Sexto, muitas pessoas, inclusive eu, achamdifícil encontrar tempo suficiente para descanso,exercício e descontração. Precisamos reservar, naagenda diária, tempo para essas atividades sequeremos levar uma vida saudável e equilibrada. Aboa aparência física reforça nossa dignidade erespeito próprio.

Ensinar o evangelho uns aos outros

Sétimo, os profetas têm ensinadorepetidamente que os familiares devem ensinar-semutuamente o evangelho, de preferência na noitefamiliar semanal. Esta prática pode terminarfacilmente se não tomarmos bastante cuidado.Não devemos perder essa oportunidade especial deensinar “a doutrina do reino uns aos outros”,(D&C 88:77) que levará a família à vida eterna.

Satanás está sempre empenhado em destruirnosso testemunho, mas jamais terá poder paranos tentar ou perturbar além de nossa capacidadede resistir, quando estudamos o evangelho evivemos seus mandamentos.

Ore com freqüência

Minha última sugestão é que oremosfreqüentemente em família e individualmente. Ospais precisam exercer a necessária disciplina paradar exemplo e motivar os filhos a se reuniremregularmente para a oração familiar. Nossosjovens podem saber como tomar as decisõesacertadas diariamente por meio da oraçãoconstante, sincera.

O Profeta Alma resumiu a importância daoração nestas palavras: “Mas que vos humilheisperante o Senhor e invoqueis seu santo nome evigieis e oreis continuamente para não serdestentados além do que podeis suportar; e serdesassim conduzidos pelo Santo Espírito, tornando-vos humildes, mansos, submissos, pacientes,cheios de amor e longanimidade”. (Alma 13:28)Quando estou espiritualmente sintonizado,percebo que é muito mais fácil equilibrar tudo emminha vida.

Faça todas as coisas com sabedoria e ordem

Irmãos e irmãs, há outras sugestões quepoderiam ser acrescentadas além destas. Contudo,creio que nos concentrando em uns poucosobjetivos fundamentais, é mais provável sermoscapazes de atender às muitas exigências da vida.Lembrem-se de que qualquer excesso na vidapode nos desequilibrar, ao mesmo tempo que afalta das coisas importantes pode fazer o mesmo.O rei Benjamim aconselhou: “Vede que todasestas coisas sejam feitas com sabedoria e ordem”.(Mosias 4:27)

Muitas vezes, a falta de uma direção e metasclaras faz-nos desperdiçar tempo e contribui paradesequilibrar nossa vida. A vida que perde oequilíbrio se parece com um pneu malcalibrado

62

Lição 10: Estabelecer Prioridades

que torna difícil e perigoso o manejo do carro.Quando todos os pneus estão devidamentecalibrados, o carro anda macio e seguro. Omesmo se dá com a vida. A passagem pelamortalidade pode tornar-se mais fácil para nós seprocurarmos manter o equilíbrio. Nossa metaprimordial deve ser buscar “a imortalidade e vidaeterna”. (Moisés 1:39) Tendo isso por meta, porque não eliminar de nossa vida as coisas quereclamam e consomem nossos pensamentos,emoções e energias sem contribuírem para oalcance dela?

Ajude em vez de atrapalhar

Apenas uma palavra aos líderes da Igreja:Tenham muito cuidado para que aquilo quepedirem aos membros contribua para queconquistem a vida eterna. Para que eles possamequilibrar sua vida, os líderes da Igreja devemcertificar-se de que não peçam tanto aosmembros que não lhes reste tempo para realizarsuas metas pessoais e familiares.

Faça o melhor possível a cada dia

Não faz muito tempo, uma de minhas filhascomentou: “Papai, às vezes fico imaginando seum dia vou conseguir chegar lá”. A resposta quelhe dei é a mesma que lhes daria se tivessemsentimentos semelhantes. Simplesmente façam omelhor possível todos os dias. Façam as coisasfundamentais e, antes de se darem conta, sua vidaserá cheia de entendimento espiritual queconfirmará que o Pai Celeste os ama. Sabendodisso, a vida da pessoa será repleta de propósito esentido, tornando mais fácil manter o equilíbrio.

Vivam cada dia com alegria no coração, irmãose irmãs. Testifico humildemente que a vida podeser maravilhosa, em nome de Jesus Cristo, amém.

AUXÍLIOS DIDÁTICOS

• O que podemos fazer para encorajar a nósmesmos e as pessoas a quem lideramos areavaliar as prioridades e procurar ter equilíbriona vida?

• Que papel pode desempenhar a adversidadepara motivar-nos a reavaliar nossa vida?

• Quais você acha que deveriam ser as cinco ouseis maiores prioridades em sua vida? Essasprioridades mudam com a idade e aexperiência de vida? Por que sim ou por quenão? Quais prioridades são flexíveis?

• Faça uma lista de objetivos seculares e depoisuma lista de objetivos espirituais. Combine aslistas de acordo com as prioridades. Que liçõespodemos aprender nesse exercício?

• Que perigo existe em buscar alcançar metasespirituais ignorando as metas físicas?

• Discuta o conselho do rei Benjamim de que“todas estas coisas sejam feitas com sabedoriae ordem”. (Mosias 4:27)

• De que forma podemos, como líderes da Igreja,certificar-nos de que todos os programas eatividades ajudem a fortalecer as famílias eapoiar os pais em seu dever de ensinar oevangelho no lar, em vez de afastá-los dessedever?

63

64

CONCEITO 1. O REINO DEDEUS É GOVERNADO PELO SACERDÓCIO.

COMENTÁRIO

O Presidente David O. McKay ensinou: “Amaior proteção para a unidade e força da Igrejaestá no sacerdócio, quando o honramos e orespeitamos. Oh, meus irmãos—presidentes deestaca, bispos das alas e todos os que possuem osacerdócio—Deus os abençoe em sua liderança,em sua responsabilidade de guiar, de abençoar, deconsolar as pessoas que foram designados apresidir e aconselhar. Orientem-nos a procuraremo Senhor e buscarem inspiração de modo quevivam acima do que é inferior e baixo, que vivamnuma esfera espiritual”. (Conference Report,outubro de 1967, p. 6.)

O Élder M. Russell Ballard, membro doQuórum dos Doze, explicou: “Ser portador dosacerdócio é mais do que apenas uma grandebênção. Implica também em responsabilidadesimportantes, como: zelar pela Igreja; honrar todasas mulheres, especialmente nossa esposa, nossamãe, nossas filhas, nossas irmãs; visitar a casa detodos os membros, ‘exortando-os a orarem emvoz alta e em segredo e a cumprirem todas asobrigações familiares’ [D&C 20:47] e ‘servir detestemunhas de Deus em todos os momentos eem todas as coisas e em todos os lugares’. [Mosias18:9]” (A Liahona, janeiro de 1998, p. 43.)

O Élder Russell M. Nelson, do Quórum dosDoze, testificou: “Proclamamos a toda ahumanidade estas verdades eternas: ‘O Sacerdóciode Melquisedeque tem o direito de presidir, e tempoder e autoridade sobre todos os ofícios da Igrejaem todas as épocas do mundo’. (D&C 107:8) Essepoder possui ‘as chaves de todas as bênçãosespirituais da Igreja’. (D&C 107:18) Que possamoshonrar integralmente esse sacerdócio”.(Conference Report, abril de 1993, p. 53; ouEnsign, maio de 1993, p. 41.)

SUGESTÃO DIDÁTICA

Peça a dois ou três alunos que trabalhem emorganizações (por exemplo lojas ou empresas) quedescrevam como elas são organizadas. Como aspessoas da organização recebem autoridade pararealizarem seu trabalho?

Pergunte como a Igreja é estruturada e de ondeela recebe sua autoridade.

Você pode pedir a um voluntário que faça umdiagrama de como uma ala, ramo ou estaca éorganizado. Peça ao voluntário que explique odiagrama. Ou você pode convidar um missionárioque retornou do campo para que descreva como éestruturada uma missão e quais as vantagensdessa organização para a realização do trabalho doSenhor.

Pergunte:

• Como os líderes do sacerdócio em diferentesníveis zelam pelos membros?

LIÇÃO 11

HONRAR OSACERDÓCIO E AS MULHERES

“Mas vós sois a geração eleita, o sacerdócio real, a nação santa, o povo adquirido, para queanuncieis as virtudes daquele que vos chamou das trevas para a sua maravilhosa luz.” (I Pedro 2:9)

PRINCÍPIO DE LIDERANÇA

Os líderes da Igreja e da família devem trabalhar em harmonia com os princípios do sacerdócio.

CONCEITOS DA LIÇÃO

1. O reino de Deus é governado pelo sacerdócio.

2. Devemos honrar o sacerdócio, e devemos honrar as mulheres.

3. Os líderes devem respeitar aqueles que são chamados para presidir no reino do Senhor.

Lição 11: Honrar o Sacerdócio e as Mulheres

• Quão bem-sucedida seria a Igreja se aautoridade do sacerdócio fosse subitamenteremovida de seu meio? Por quê?

Explique aos alunos que de tempo em tempo oSenhor inspira os líderes da Igreja a fazeremmudanças na organização a fim de atender àsnecessidades de uma Igreja em expansão.

CONCEITO 2. DEVEMOS HONRAR O SACERDÓCIO,E DEVEMOS HONRAR AS MULHERES.

COMENTÁRIO

O Élder Russell M. Nelson explicou: “Esta é AIgreja de Jesus Cristo dos Santos dos ÚltimosDias. Aquele que permanece à testa da Igrejarestaurada assim ordenou ao sacerdócio: ‘Quetodo homem, porém, fale em nome de Deus, oSenhor, sim, o Salvador do mundo’. (D&C 1:20)Impressionante! Ele escolheu honrar-nos com oSeu sacerdócio. Assim, nós O honramoshonrando o sacerdócio—tanto o seu poder comoos seus portadores. Procedendo assim, homens,mulheres e crianças de todo o mundo serãoabençoados. Honrar o sacerdócio nutre o respeito,o respeito promove a reverência, e a reverênciaconvida a revelação”. (A Liahona, julho de 1993,p. 39.)

O Presidente N. Eldon Tanner, que foiConselheiro na Primeira Presidência, disse:“Nenhum homem, jovem ou idoso, que sejaportador do sacerdócio de Deus pode honrar essesacerdócio sem honrar e respeitar as mulheres.Todo jovem deve estar preparado para proteger avirtude de uma mulher com sua vida, senecessário, e jamais ser culpado de cobiçar umamulher ou fazer qualquer coisa que a degrade ouque resulte na perda da sua virtude. Toda moçatem todo o direito de sentir-se segura ao sair comum rapaz que seja portador do sacerdócio,sabendo que ele a respeitará e a protegerá detodas as maneiras”. (Conference Report, abril de1973, p. 124; ou Ensign, julho de 1973, p. 95.)

O Presidente Spencer W. Kimball fez oseguinte lembrete: “Hoje à noite planejo falar aosirmãos do sacerdócio, que estarão congregadosem centenas de locais, em todo o mundo,lembrando-os de que ‘temos todos sidoabençoados com mulheres especiais em nossavida, as quais têm-nos sido de profunda eduradoura influência. Sua contribuição tem sido eé importante para nós [os irmãos], e é algo queterá valor eterno para nós’. (Ver Ensign,novembro de 1979, p. 48.) Desejo ressaltar estepensamento nesta manhã. Não me é possível

expressar, com palavras, a elevada posição dehonra e respeito que nossa esposa, mãe, irmãs efilhas ocupam na Igreja de Jesus Cristo dosSantos dos Últimos Dias”. (A Liahona, março de1980, p. 8.)

SUGESTÃO DIDÁTICA

Pergunte às irmãs o que os homens devemfazer para honrar seu sacerdócio e discuta suasrespostas. Pergunte aos irmãos como osportadores do sacerdócio podem honrar asmulheres.

Que bênçãos as mulheres recebem por causada autoridade do sacerdócio? (As respostas podemincluir as ordenanças do evangelho.)

Peça aos alunos que leiam D&C 121:34–46 erelacionem princípios de liderança que se aplicama todos os líderes da Igreja e da família.

CONCEITO 3. OS LÍDERES DEVEM RESPEITARAQUELES QUE FORAM CHAMADOS PARAPRESIDIR NO REINO DO SENHOR.

COMENTÁRIO

O Presidente David O. McKay aconselhou:“Reconheçam aqueles que os presidem e, quandonecessário, procurem seu conselho. O próprioSalvador reconheceu essa autoridade na Terra.Vocês se lembram do que aconteceu com Pauloquando se aproximava de Damasco comdocumentos no bolso para prender todos os queacreditavam em Jesus Cristo. Uma luzsubitamente brilhou sobre ele, e Paulo ouviu umavoz dizendo: ‘Saulo, Saulo, por que mepersegues?’

E Saulo disse: ‘Senhor, que queres que eu faça?E disse-lhe o Senhor: Levanta-te, e entra nacidade, e lá te será dito o que te convém fazer’.(Atos 9:4, 6)

Ele poderia ter dito algumas palavras a Sauloexplicando o que deveria fazer, mas havia umramo da Igreja em Damasco, presidido por umhomem humilde chamado Ananias, e Jesusreconheceu essa autoridade. (…)

Eis aqui uma lição para todos nós desta Igreja.Reconheçamos também a autoridade local. Obispo pode ser um homem humilde. Alguns devocês talvez se considerem superiores a ele, epode ser que sejam, mas ele recebeu de nosso Paino céu a autoridade para dirigir. Reconheçam-na.Procurem seu conselho e o conselho de seupresidente de estaca. Se eles não puderem resolversuas dificuldades ou seus problemas, eles

65

Lição 11: Honrar o Sacerdócio e as Mulheres

escreverão para as Autoridades Gerais econseguirão o conselho necessário. Oreconhecimento da autoridade é um princípioimportante”. (Conference Report, outubro de1967, pp. 6–7.)

SUGESTÃO DIDÁTICA

Pergunte se alguém já assistiu a umaconferência geral. Se alguém tiver assistido,pergunte o que a congregação faz quando oPresidente da Igreja entra. (Eles se levantam eficam em silêncio até que ele tome seu lugar.) Porque a congregação age dessa forma?

Debata as seguintes perguntas:

• Por que seria impróprio buscar o conselho deum amigo que é líder do sacerdócio de outraala ou estaca, em lugar do líder de sua própriaestaca ou ala?

• Que lições aprendemos com a experiência dePaulo em Atos 9:6? (Ver o comentário.)

• O presidente da estaca anuncia que um novobispo será apoiado em sua ala no próximodomingo. Você conhece vários membros de suaala que, em sua opinião, seriam excelentesbispos. Para sua surpresa, o presidente daestaca chama um homem que você nãoconsiderava um líder forte. O que você devefazer? Por que é importante que sempreapoiemos aqueles que o Senhor chama?

• Um amigo seu tem uma pergunta sobredoutrina e está planejando escrever para umaAutoridade Geral porque acha que essa será amelhor fonte para se conseguir uma resposta.O que há de errado nesse plano?

• Por que é verdadeiro o antigo ditado: “Umgrande líder também é um grande seguidor”?

RECURSOS PARA O PROFESSOR

Élder Russell M. Nelson

Do Quórum dos DozeApóstolos

“Honoring the Priesthood”(Honrar o Sacerdócio),Conference Report, abril de1993, pp. 49–53; ou Ensign,maio de 1993, pp. 38–41

Honrar o sacerdócio

Irmãos, relativamente pouco tem sido escritosobre o tema do meu discurso.1 Ainda assim,espera-se que cada um de nós tenha um bom

conhecimento dele. Estou falando de honrar osacerdócio.

Esta é A Igreja de Jesus Cristo dos Santos dosÚltimos Dias. Aquele que permanece à testa daIgreja restaurada assim ordenou ao sacerdócio:“Que todo homem, porém, fale em nome deDeus, o Senhor, sim, o Salvador do mundo (…)”.(D&C 1:20) Impressionante! Ele escolheu honrar-nos com o Seu sacerdócio. Assim, nós Ohonramos honrando o sacerdócio—tanto o seupoder como os seus portadores. Procedendoassim, homens, mulheres e crianças de todo omundo serão abençoados. Honrar o sacerdócionutre o respeito, o respeito promove a reverência,e a reverência convida a revelação.2

O Presidente Ezra Taft Benson pediu-nosespecificamente que sigamos os apropriadosprincípios do protocolo do sacerdócio, os quais,observou ele, “muitos de nós temos aprendidopor meio de observação enquanto ouvimosnossos superiores hierárquicos”. Ele disse: “Oprotocolo é uma prática estabelecida há muitotempo, que prescreve completa deferência a (…)uma ordem de procedimentos corretos”.3 Citarei oPresidente Benson e outros líderes porque, comoirão notar, grande parte da minha mensagemreferir-se-á a este protocolo.

Tipos de organização

Há diferenças, tanto nas práticas como naorganização, entre a Igreja do Senhor e asinstituições humanas. Homens e mulheres podemcriar associações entre si e ser governados pornormas de aceitação recíproca. A Igreja de JesusCristo dos Santos dos Últimos Dias, entretanto,não é uma democracia, nem uma república. É umreino—o reino de Deus na Terra. Sua Igreja éhierárquica, onde a autoridade maior se situa notopo. O Senhor dirige os Seus servos ungidos.Eles testificam a todo o mundo que Deus temfalado novamente. Os céus foram abertos. Umvínculo vivo foi formado entre os céus e a Terraem nossos dias.

Essa autoridade suprema é apoiada sobre umalicerce seguro que obedece a um padrão deorganização estabelecido desde a antigüidade.Jesus Cristo é a principal pedra de esquina, comapóstolos e profetas, bem como todos os dons,poderes e bênçãos que caracterizaram a Igreja nosdias antigos. (Ver I Coríntios 12:28.)

Líderes e títulos

Há uma diferença entre os padrões de liderançadas organizações seculares e os das instituições

66

Lição 11: Honrar o Sacerdócio e as Mulheres

espirituais. As organizações humanas sãogovernadas por oficiais cujos títulos conotamposição ou realizações. Quando nos dirigimos a umoficial militar, juiz, senador, doutor ou professor,mencionamos o seu título. Prestamos a honradevida aos indivíduos que alcançaram tais posições.

Em contraste, o reino de Deus é governadopela autoridade do sacerdócio, que não éconferido para honra, mas para um ministério deserviço. Os títulos do sacerdócio não foramcriados por homens; não existem para ornamento,nem expressam superioridade. Eles descrevemdesignações de serviço na obra do Senhor. Nãosomos chamados, apoiados e ordenados por nósmesmos, mas “por profecia e pela imposição demãos, por quem possua autoridade, para pregar oevangelho e administrar suas ordenanças”.(Quinta Regra de Fé, ver também Hebreus 5:4.)

Os títulos pertencentes ao santo sacerdóciomerecem nossa mais elevada consideração erespeito. Cada membro da Primeira Presidênciadeve ser mencionado e tratado como“Presidente”. (Ver D&C 107:22, 24, 29). O títuloPresidente também é usado quando nos referimosà presidência de uma estaca ou missão, ou a umpresidente de ramo ou quórum do sacerdócio. Otítulo Apóstolo é sagrado. Ele é dado por Deus epertence somente àqueles que foram chamados eordenados como “(…) testemunhas especiais donome de Cristo no mundo todo”. (D&C 107:23)Um Apóstolo fala em nome daquele a quemrepresenta como testemunha especial. Este títulosagrado não é usado como forma de tratamento.Preferivelmente devemos usar o título de Élder ou“Irmão” ao nos referirmos a um dos Doze.

O título bispo também se refere a presidência;o bispo é o presidente do Sacerdócio Aarônico daala e é o sumo sacerdote que preside asorganizações da ala. Reverentemente nosreferimos a ele como “o bispo”.

Élder é um título sagrado compartilhado portodos os portadores do Sacerdócio deMelquisedeque.

Um conselho abrangente

Permitam que lhes dê um conselho de naturezagenérica, inicialmente no que se refere àsAutoridades Gerais. Nós os reconhecemos comoinstrumentos nas mãos do Senhor, mesmoconhecendo sua natureza humana. Eles necessitamde cortes de cabelo, serviços de lavanderia e até dealguns lembretes ocasionais como qualquer um.Certa vez o Presidente Benson nos contou umahistória para ilustrar o assunto. Ele disse:

“Orson F. Whitney (…) era um homem comum grande poder de concentração. Certo dia, emuma viagem de trem, ele estava tão preocupadoque não percebeu o trem passar pela estação ondedeveria descer. Assim, teve que pegar umacondução para voltar àquele ponto. Enquantoisso, o presidente de estaca continuava esperando(…) e finalmente chegou à conclusão de que algodevia ter acontecido e que o Irmão Whitney nãoviria para a reunião, e decidiu começar aconferência. Ao aproximar-se, o Élder Whitney foisaudado pelas palavras do primeiro hino, ‘ópobres corações, que desgarrados vagais (…)’”4

Honramos esses homens por causa de seuextraordinário chamado. Os seus atos oficiais sãoválidos na Terra e nos céus. Lembro-me muitobem da primeira vez em que estive com uma dasAutoridades Gerais. Foi um sentimentoindescritível. Embora eu fosse apenas ummenino, imediatamente—quaseinstintivamente—me levantei. Até hoje me sintoda mesma maneira quando um dos Irmãos entrano recinto. Uma Autoridade Geral é um oráculode Deus.

Freqüentemente mencionamos as chaves daautoridade do sacerdócio. Quinze homens quevivem hoje—a Primeira Presidência e os Doze—foram ordenados Apóstolos e receberam todas aschaves da autoridade do sacerdócio. O PresidenteGordon B. Hinckley explicou recentemente:

“Somente o Presidente da Igreja tem o direitode exercer a plenitude [dessas chaves]. Ele poderádelegar o direito de exercer várias delas a um oumais dos seus Irmãos. (…)

Tais prerrogativas foram concedidas peloPresidente Benson aos seus conselheiros e aosDoze de acordo com as diversas responsabilidadesa eles delegadas.”5

Por designação da Primeira Presidência e dosDoze, as Autoridades Gerais conferem as devidaschaves a presidentes de estaca e missão, que porsua vez conferem as chaves requeridas a bispos,presidentes de ramo e de quóruns.

A cada portador do sacerdócio é designado umlíder amoroso, porque “(…) minha casa é umacasa de ordem, diz o Senhor Deus, e não umacasa de confusão”. (D&C 132:8)

Esta ordem estabelece também os limites darevelação. O Profeta Joseph Smith ensinou que “écontrário ao sistema de governo de Deus que ummembro da Igreja, ou qualquer outra pessoa,receba instruções para alguém cuja autoridadeseja maior do que a sua”.6 O mesmo princípio

67

Lição 11: Honrar o Sacerdócio e as Mulheres

estabelece que ninguém pode receber revelaçõespara alguém que se encontre fora dos limitesdefinidos da sua responsabilidade.

Honrar o sacerdócio significa também honrar opróprio chamado. Algumas regras que poderão serúteis:

• Aprender a ouvir e aceitar conselhos. Procurarorientação dos líderes constituídos e aceitá-lasde boa vontade.

• Não falar mal dos líderes da Igreja.

• Não ambicionar um chamado ou posição.

• Não opinar sobre quem deveria ou não tersido chamado.

• Não recusar uma oportunidade de servir.

• Não pedir desobrigação. Informar os líderessobre a mudança das circunstâncias na vida,certo de que os líderes pesarão todos os fatoresquando, em espírito de oração, estiveremdecidindo sobre o tempo adequado para adesobrigação.

Aquele que faz um chamado e aquele que orecebe tornam-se igualmente responsáveis. Citareio Élder James E. Talmage:

“Aqueles por meio de quem o chamado veio aum homem (…) são indubitavelmenteconsiderados responsáveis por seus atos como eleé pelos dele; e de cada um será requerida umadetalhada prestação de contas de sua mordomia,um relato completo do seu serviço ou da suanegligência, do uso ou do abuso na administraçãoda confiança nele depositada.”7

Alguns aspectos do sacerdócio não estãovinculados a título ou posição. A autoridade paraadministrar uma bênção do sacerdócio, porexemplo, depende unicamente de ordenação edignidade. O Senhor não privaria nenhum deSeus filhos de alguma bênção devido à falta dealguém com um chamado específico. Todo élderna Igreja possui o mesmo sacerdócio que oPresidente da Igreja.

Irmãos, lembrem-se, por favor: O mais altograu de glória está à sua disposição somente pormeio daquela ordem do sacerdócio ligada ao novoe sempiterno convênio do casamento. (Ver D&C131:1–4.) Portanto, sua prioridade em honrar osacerdócio consiste em honrar sua companheiraeterna.

Um conselho específico

Agora serei mais específico noaconselhamento. Maridos e pais: com sua

querida companheira, moldem as atitudes em seular. Estabeleçam um padrão de oração. Oremregularmente e em voz alta por seus líderes dosacerdócio e das organizações auxiliares, locais egerais. Sua atitude de cortesia em casa e dereverência na capela será copiada pelos membrosde sua família. Ajudem os seus entes queridos aseguirem os canais apropriados quandoprocurarem orientação. Ensinem que oaconselhamento deve ser recebido de paisconfiáveis e de líderes locais, e não dasAutoridades Gerais. Nas duas últimas décadas, aPrimeira Presidência publicou essencialmente amesma carta seis vezes para reafirmar estadiretriz.

Pais, vocês compreendem o princípio da auto-suficiência temporal e procuram prover oarmazenamento para um ano, em seu lar. Pensemtambém na necessidade de armazenamento derecursos espirituais—não apenas para um ano,mas para toda a vida—igualmente guardados nolar. Um pai digno deve ser sempre o primeiro a tera oportunidade de abençoar os membros de suafamília. Com o passar do tempo, os filhos poderãofazer retiradas desse reservatório espiritual, dignosde administrarem às suas próprias famílias etambém a seus pais.

Agora para os rapazes que portam oSacerdócio Aarônico (ou preparatório): Se ohonrarem, prepararem-se para cumprir umamissão e estiverem dignos para serem chamadoscomo missionários, eu lhes prometo: Irão então“falar em nome do Senhor Deus” e levar Sua luzpara as almas que a procuram. Para elas serãocomo um anjo ministrador, que será para semprelembrado com amor. (Ver D&C 13.)

Embora minhas próximas palavras sejamdirigidas aos amados presidentes e bispos, osprincípios aplicam-se a todos. Quando aquele queos presidem entrarem em uma reunião que vocêsestiverem presidindo, por favor, consultem-noimediatamente, pedindo-lhe instruções. Inteirem-se dos seus desejos. Concedam-lhe tempoadequado para transmitir sua mensagem. Umacomovente ilustração foi feita certa vez pelo ÉlderJames E. Faust:

“Fiquei sabendo do pesar sofrido pelosmembros de uma estaca deste vale quando suapresidência foi reorganizada. O oficial presidenteera um dos apóstolos mais venerados, ímpar emtoda a história da Igreja, [Élder] Le GrandRichards, já com mais de 90 anos, porém lúcido ealerta. Durante a conferência, os oradores locais

68

Lição 11: Honrar o Sacerdócio e as Mulheres

tomaram quase todo o tempo, deixando para oÉlder Richards apenas dez ou quinze minutos. Oque foi que ele fez? Estendeu o tempo? Não, eleprestou um breve testemunho e encerrou areunião na hora certa.

Não que os membros da estaca quisessem quea reunião durasse mais do que o temporegulamentar (…). No entanto, ficaram tristes porseus membros, que teriam outras oportunidadesde ouvir os líderes locais, porém poderiam não ter,como na verdade não mais tiveram, aoportunidade de ouvir o seu querido Apóstolo.Resumindo, os oradores não respeitaram o oficialpresidente.”8

Ninguém deverá usar da palavra depois queuma Autoridade Geral houver discursado. Depoisque a reunião tiver terminado, presidentes e bispos,permaneçam ao lado de seu líder constituído atéserem dispensados. Ele pode sentir-se inspirado adar alguma instrução ou ensinamento adicional. Evocês poderão também evitar problemas. Porexemplo, se algum membro dirigir a seu líder umapergunta que não deveria ser feita a ele, vocêsestarão lá para responder a ela.

Agora, alguns comentários sobre o sumoconselho da estaca. Ele não tem presidente. Elenão tem autonomia e se reúne, mesmo quandodividido em comitês, a chamado e sob a direçãoda presidência da estaca. Ainda que os membrosdo sumo conselho possam assentar-se na ordemdos seus chamados para o conselho, nenhumdeles tem ascendência sobre outro.

Em contraste, a ascendência é honrada entreos apóstolos ordenados—até mesmo ao entrar ousair de uma sala. O Presidente Benson relatou-noso seguinte:

“Há alguns [anos], o Élder Haight concedeuuma deferência especial ao Presidente Romney nasala superior do templo. O Presidente Romneyestava-se demorando por alguma razão, e [ÉlderHaight] não queria precedê-lo na saída. Quando oPresidente Romney fez sinal para que [ele] saísse,o Élder Haight respondeu, ‘Não, Presidente, osenhor primeiro’.

Bem-humorado, o Presidente Romneyrespondeu, “O que há, David? Está com medo queeu roube alguma coisa?’”9

Esta deferência de um apóstolo júnior paracom um sênior está registrada no NovoTestamento. Quando Simão Pedro e João, oamado, correram para investigar a informação deque o corpo do Senhor crucificado fora levado dosepulcro, João, sendo mais jovem e mais ágil,

chegou primeiro, porém não entrou. Ele esperouo apóstolo mais antigo entrar primeiro. (Ver João20:2–6.) A ascendência no apostolado tem sido hámuito tempo o meio pelo qual o Senhor selecionao Seu Sumo Sacerdote presidente.

Repreensão e arrependimento

Irmãos, estas questões são importantes. Hámais de um século e meio, o Senhor repreendeuseveramente o Seu povo. Estas são as palavras:

“Em verdade, a condenação paira sobre vós,que fostes estabelecidos para conduzir a minhaIgreja (…) e também sobre a Igreja; e é necessárioque haja arrependimento e mudança entre vós,em todas as coisas, nos vossos exemplos diante daIgreja e perante o mundo, em todos os vossosmodos, hábitos e costumes, e a maneira de vossaudardes; dando a cada um o respeito devido aoofício, chamado e sacerdócio para os quais eu, oSenhor, vos indiquei e ordenei.”10

Se algum de nós também for culpado de tratarcom leviandade estas coisas sagradas, que searrependa e se decida honrar o sacerdócio e aquelesa quem o Senhor tem confiado Suas chaves.

Irmãos, proclamamos a toda a humanidadeestas verdades eternas: “O Sacerdócio deMelquisedeque tem o direito de presidir, e tempoder e autoridade sobre todos os ofícios da igrejaem todas as épocas do mundo (…)”. (D&C 107:8)Este poder possui “(…) as chaves de todas asbênçãos espirituais da igreja”. (D&C 107:18) Quepossamos honrar integralmente este sacerdócio,eu oro em nome de Jesus Cristo, amém.

Notas

1. Talvez o leitor deseje consultar James E.Talmage, “The Honor and Dignity ofPriesthood”, reproduzido por James R. Clarkem Messages of the First Presidency, 6volumes. (Salt Lake City: Bookcraft,1965–1975), 4:305–309.

2. O Presidente George Q. Cannon disse:“[Honrar o Presidente da Igreja] nos motivaráa nos achegarmos ao Pai e a vivermos de modoa receber Suas revelações para nós mesmos,para que o conhecimento que vem do Espíritoesteja em nosso coração, para que a voz doverdadeiro Pastor seja conhecida por nossosouvidos, para que quando a ouvirmospossamos reconhecê-la (…). Este é o privilégiodos santos dos últimos dias, e qualquer pessoadesta Igreja que não viver de modo a desfrutareste privilégio permanece muito aquém do quepoderia ser”. (Journal of Discourses, 19:110)

69

Lição 11: Honrar o Sacerdócio e as Mulheres

3. “The Unique Commission of a GeneralAuthorityl”, (Reunião de Treinamento deAutoridades Gerais, 2 de outubro de 1985, p.5.)

4. “Comission”, p.1.

5. Conference Report, outubro de 1992, p. 77;ou Ensign, novembro de 1992, p. 54.

6. Ensinamentos do Profeta Joseph Smith,comp. Por Joseph Fielding Smith, p. 23.

7. Messages of the First Presidency, 4:306.

8. James E. Faust, “Um Setenta É umaAutoridade Geral”, Sessão Especial deTreinamento para os Setenta, 29 de setembrode 1987, p. 4.

9. “Commission”, p. 9.

10. History of the Church, 2:177.

AUXÍLIOS DIDÁTICOS

• Se você estiver presidindo uma reunião e derepente uma pessoa com autoridade parapresidir superior à sua chega à reunião, o quevocê deve fazer?

• Analise a seguinte declaração: “Os líderes locaisda Igreja são chamados para cargos tanto peloque podem contribuir quanto pelo que podemaprender por intermédio de seu serviço”.

• O que significa a expressão chaves dosacerdócio. Quem determina de quais chavesvocê será portador?

• Que motivos você vê para cada item da lista deFazer e Não fazer do Élder Nelson?

• Quais das seguintes declarações você consideraverdadeiras? (Explique sua resposta.)

• Os líderes do sacerdócio são chamados paraliderar o povo.

• Os líderes do sacerdócio são chamados paraservir às pessoas.

• Os líderes do sacerdócio são pessoas normaiscomo você e eu.

• Discuta o papel de liderança das mulheres daIgreja.

• Que qualidades as boas mães devem ter quepodem influenciar seus filhos de modopositivo? Que papel de liderança suamaternidade desempenha no reino do Senhor?

• Discuta Alma 56:47–48 com respeito àinfluência que as mães deixam em seus filhos.

• Cite o nome de irmãs que tiveram umainfluência positiva em sua vida (por exemplo:líderes da Primária, professoras da EscolaDominical ou professoras visitantes) e descrevao que cada uma delas fez por você.

70

71

CONCEITO 1. OS LÍDERES PODEM TER QUEENCORAJAR AS PESSOAS A QUEM ELES SERVEMA TORNAREM-SE MAIS SEMELHANTES A CRISTOE AJUDAREM A EDIFICAR O REINO DE DEUS.

COMENTÁRIO

O papel dos líderes da Igreja e da família éajudar as pessoas a tornarem-se mais semelhantesa Cristo e a edificarem o reino de Deus. O idealseria que todos se “[ocupassem] zelosamente”dessas atividades, fazendo “muitas coisas de sualivre e espontânea vontade”. (D&C 58:27) Naprática, os líderes freqüentemente precisamprover alguma motivação.

Motivar significa encorajar, inspirar, ativar,influenciar, instar ou animar alguém a fazer boasobras. Vejam a lista de motivos que as pessoastêm para servir citada pelo Élder Dallin H. Oaks,pp. 38–39. Os líderes da Igreja e da família podemutilizar alguns desses motivos ao ajudarem aspessoas a se ocuparem zelosamente na aplicaçãoprática dos princípios do evangelho.

O Élder Gene R. Cook, um membro dosSetenta, escreveu: “O amor é uma motivaçãodivina; ele motiva o Senhor e portanto tambémnos motiva. Isso é particularmente verdade notocante a nossa família”. (Raising Up a Family tothe Lord, 1993, p. 176.)

Os líderes freqüentemente podem motivar aspessoas a quem eles lideram simplesmente lhesensinando as verdades do evangelho. Muitos denós somos motivados a fazer o bem pela nossacrença no Pai Celestial e Seu plano de salvação. OÉlder Marion G. Romney, que na época eramembro do Quórum dos Doze, ensinou: “Acrença de um santo dos últimos dias de que asegunda vinda de Cristo está próxima devemotivá-lo a seguir com mais diligência os planosrevelados pelo Senhor para a abolição das guerrase a eliminação da pobreza e da poluição. Ela deveincentivar seu desejo de adquirir instrução, emespecial o conhecimento de Deus e da vidaeterna”. (“Gospel Forum” , Ensign, janeiro de1971, p. 16.)

De modo semelhante, os líderes podemmotivar encorajando as pessoas a quem eleslideram a estudar as escrituras e as palavras dosprofetas modernos. O Élder Parley P. Pratt, que foimembro do Quórum dos Doze, escreveu:

“Quando eu tinha sete anos de idade, minhamãe me dava aulas para ler nas escrituras; eu liasobre José do Egito: seus sonhos, sua servidão,sua tentação e exaltação; sua bondade e afeto porseu pai e irmãos. Tudo isso me inspirou comamor, e com os mais nobres sentimentos jáplantados no coração de um homem.

LIÇÃO 12

AJUDAR AS PESSOAS AOCUPAREM-SE ZELOSAMENTE

“Pois eis que não é conveniente que em todas as coisas eu mande; pois o que é compelido em todasas coisas é servo indolente e não sábio; portanto não recebe recompensa.

Em verdade eu digo: Os homens devem ocupar-se zelosamente numa boa causa e fazer muitascoisas de sua livre e espontânea vontade e realizar muita retidão.

Pois neles está o poder e nisso são seus próprios árbitros.” (D&C 58:26–28)

PRINCÍPIO DE LIDERANÇA

Os líderes podem ter que ajudar as pessoas a quem eles servem a “ocupar-se zelosamente numa boacausa”.

CONCEITOS DA LIÇÃO

1. Os líderes podem ter que encorajar as pessoas a quem eles servem a tornarem-se maissemelhantes a Cristo e ajudarem a edificar o reino de Deus.

Lição 12: Ajudar as Pessoas a Ocuparem-se Zelosamente

Eu li sobre Davi e Golias; sobre Saul e Samuel;sobre Sansão e os filisteus—todas essas coisas meinspiraram a odiar as obras dos malfeitores e amaros homens bons e suas boas ações.

Depois disso, li sobre Jesus e Seus Apóstolos; e,oh, como eu Os amei! Como desejei cair aos pésde Jesus; adorá-Lo e oferecer minha vida por Ele.

Aos vinte anos de idade, li sobre a primeiraressurreição, conforme descrito pelo ApóstoloJoão, no capítulo 20 de Apocalipse; sobre como osmártires de Jesus e aqueles que guardaram Seusmandamentos viveriam e reinariam com Cristopor mil anos, enquanto que o restante dos mortosnão voltaria a viver até que os mil anos tivessemterminado. Oh, que forte impressão isso deixouem minha mente; recolhi-me para o leito apósuma noite estudando assim mas não conseguidormir. Senti um grande desejo e um inexprimívelanseio de garantir para mim uma parte numaressurreição assim tão gloriosa.” (Autobiographyof Parley P. Pratt, 1985, p. 2)

Edificando sobre essas experiências com aBíblia, o Élder Pratt veio a tornar-se um dosgrandes líderes da Igreja desta dispensação.

O Profeta Joseph Smith advertiu os líderescontra o “injusto domínio”, ou seja, o uso injustode sua autoridade. (D&C 121:39) “Quando nospropomos a encobrir nossos pecados ou satisfazernosso orgulho, nossa vã ambição ou exercercontrole ou domínio ou coação sobre a alma dosfilhos dos homens, em qualquer grau de iniqüidade,eis que os céus se afastam; o Espírito do Senhor semagoa e, quando se afasta, amém para o sacerdócioou a autoridade desse homem. (…)

“Nenhum poder ou influência pode ou deve sermantido em virtude do sacerdócio, a não ser compersuasão, com longanimidade, com brandura emansidão e com amor não fingido;

Com bondade e conhecimento puro, quegrandemente expandirão a alma, sem hipocrisia esem dolo”. (Versículos 37, 41–42)

Os líderes podem usar recompensas externaspara motivar, mas devem fazê-lo com cautela.Uma recompensa externa refere-se àquela que nãoestá diretamente relacionada com aquilo que estásendo recompensado, como, por exemplo, dardinheiro a uma pessoa por ler as escrituras. Essasrecompensas podem dar resultados, mas seusadas de modo insensato, podem prejudicar oamadurecimento espiritual da pessoa. Os elogiosexcessivos podem soar falsos ou manipulativos. Asrecompensas externas também podem diminuir amotivação interior da pessoa.

Os líderes podem motivar contando histórias eensinamentos de Jesus Cristo. O PresidenteHarold B. Lee, que na época era Conselheiro naPrimeira Presidência, relacionou as seguintesmaneiras pelas quais Jesus ilustrou bonsprincípios didáticos que também se aplicam àliderança:

“1. O Mestre tinha um amor verdadeiro porDeus e pelos filhos de Deus.

2. Ele tinha uma crença fervorosa em Suamissão de servir e salvar a humanidade.

3. Tinha uma compreensão clara e compassivados seres humanos e de suas necessidades vitais.

4. Era um estudioso constante e dedicado. Eleconhecia ‘a lei e os profetas’. Conhecia a história eas condições sociais de Sua época.

5. Podia discernir a verdade e era inabaláveldefensor dela.

6. Sua linguagem simples permitia queouvintes de todas as classes e condições fossemtocados e se interessassem por Sua mensagem.

7. Sua capacidade criativa deu vida a Seusensinamentos para todas as épocas.

8. Ele fez com que as pessoas tivessem fome esede de retidão.

9. Inspirou a virtude ativa: um desejo decolocar o evangelho em prática por meio deserviço inspirador.

10. Demonstrou Sua fé vivendo-a constante ecorajosamente.” (“And Ye Shall Teach”, Ensign,setembro de 1971, p. 5.)

SUGESTÃO DIDÁTICA

Explique aos alunos que os líderesfreqüentemente precisam ajudar as pessoas aamadurecerem no evangelho e aprenderem aservir de modo eficaz em seus chamados. Discutaalguns dos motivos pelos quais podemos estarservindo, tanto como líderes quanto comoseguidores, e relacione-as no quadro-negro. Peçaaos alunos que classifiquem esses motivos, domenos digno ao mais digno, e discuta as razõesda classificação que eles deram para cada motivo.

Discuta Doutrina e Convênios 121:34–46.Identifique motivos e comportamentosencontrados nesses versículos que constitueminjusto domínio, bem como os que caraterizamuma liderança justa. Saliente a importância deestarmos em sintonia com o Espírito Santo.

72

Lição 12: Ajudar as Pessoas a Ocuparem-se Zelosamente

Discuta algumas das desvantagens de usarmosrecompensas externas para motivar as pessoas aviverem os princípios do evangelho.

Relacione maneiras pelas quais Jesus Cristodemonstrou uma liderança perfeita. Peça aosalunos que apliquem as qualidades positivasdiscutidas nessas lições em seu cargo deliderança.

SUGESTÃO DIDÁTICA

Leia ou conte a história do Élder Hugh B.Brown sobre o pé de groselha que se encontra naseção Recursos para o Professor, abaixo. Peça aosalunos que analisem as motivações da vida doÉlder Brown antes e depois dessa experiência.

RECURSOS PARA O PROFESSOR

Élder Hugh B. Brown

Do Quórum dos DozeApóstolos

“O Pé de Groselha”, ALiahona, março de 2002, pp.22–25

Às vezes nos perguntamos se o Senhorrealmente sabe o que deve fazer conosco. Às vezesnos perguntamos se não sabemos melhor do queEle o que devemos fazer e o que devemos tornar-nos. Gostaria de relatar-lhes uma história. Tem aver com um acontecimento em minha vida emque Deus me mostrou que Ele sabia o que émelhor.

Eu estava residindo no Canadá. Eu comprarauma fazenda que estava em más condições deconservação. Saí de casa certa manhã e vi um péde groselha com mais de dois metros de altura. Aplanta estava em péssimo estado, sem flores nemfrutos. Eu fora criado numa fazenda de frutas emSalt Lake antes de ir para o Canadá, e eu sabiabem o que deveria acontecer com aquele pé degroselha. Assim, peguei tesouras e podei-o atédeixar apenas o tronco com algumasprotuberâncias. Ainda estava amanhecendo, e tivea impressão de ver em cima de cada um daquelesnós algo parecido com uma lágrima, e achei que agroselheira estivesse chorando. Eu era um poucoingênuo (e ainda não deixei totalmente de sê-lo) eolhei para ela e disse: “Por que você estáchorando?” Tive a impressão de ouvir o pé degroselha dizer o seguinte: “Como você pôde fazerisso comigo? Eu estava crescendo de maneira tãomaravilhosa. Eu estava quase tão frondosa quanto

a árvore de sombra e a árvore frutífera que estãodo lado de dentro da cerca, e agora você mereduziu a isto. Todas as plantas do quintal vãoolhar para mim com desprezo porque não metornei o que deveria ter-me tornado. Como vocêteve coragem de fazer isso comigo? Achei quevocê fosse o jardineiro”. Isso é o que achei terouvido o pé de groselha dizer, e pensei tanto arespeito que respondi. Eu disse: “Olhe, minhapequena groselheira, eu sou o jardineiro, e sei oque quero que você seja. Eu não queria que vocêse tornasse uma árvore para dar frutos quaisquerou sombra. Quero que você seja um pé degroselha e, algum dia, pequena groselheira,quando você estiver carregada de frutos, você vaidizer: ‘Obrigado, Sr. Jardineiro, por amar-me obastante para podar-me. Obrigado, Sr.Jardineiro’”.

Passaram-se os anos, e fui parar na Inglaterra.Eu estava no comando de uma unidade decavalaria do exército canadense. Meu posto era ode oficial no exército britânico-canadense. Eumuito me orgulhava de minha posição. E havia aoportunidade de eu ascender à patente de general.Eu já me submetera a todos os exames. Eu era omais antigo. O único homem entre mim e apatente de general no exército britânico falecera, erecebi um telegrama de Londres que dizia: “Estejaem minha sala amanhã de manhã às 10h”. Otelegrama vinha assinado pelo General Turner. Fuia Londres. Entrei respeitosamente na sala dogeneral, prestei continência respeitosamente e elefez o mesmo tipo de saudação que um oficial depatente mais elevada faz aos subalternos—algocomo “Saia do caminho, verme desprezível!” Eledisse: “Sente-se, Brown”. Em seguida, ele disse:“Lamento muito não poder conceder-lhe apromoção. Você preenche os requisitos. Você foiaprovado em todos os exames. Você é o maisantigo. Você sempre foi um bom oficial, mas nãoposso promovê-lo. Você deve voltar ao Canadá eser um oficial da área de treinamento etransportes”. Aquela patente pela qual eu orara eansiara por dez anos de repente estava escapando-me pelos dedos.

Então, ele foi para outra sala para atender otelefone e, sobre sua mesa, vi uma folha commeus dados pessoais. Na parte inferior da folhaestava escrito: “ESTE HOMEM É MÓRMON”.Naquela época, não éramos muito benquistos.Quando vi isso, compreendi o motivo de não tersido promovido. Ele voltou e disse: “É só isso,Brown”. Prestei continência novamente, mas semo entusiasmo inicial, e saí. Peguei o trem e voltei

73

Lição 12: Ajudar as Pessoas a Ocuparem-se Zelosamente

para minha cidade, a quase 200 quilômetros dedistância, com o coração partido e a alma cheia deamargura. E cada ruído dos vagões nos trilhosparecia dizer: “Você é um fracassado”. Quandocheguei ao quartel, estava tão amargurado quejoguei minha boina na cama. Cerrei os punhos eagitei-os em direção ao céu, dizendo: “Comopudeste fazer isso comigo, Deus? Fiz tudo a meualcance para qualificar-me. Não há nada que eupudesse ou devesse ter feito que não fiz. Comofizeste isso comigo?” Meu ser era uma taça de fel.

Então ouvi uma voz e reconheci-a. Era minhaprópria voz, e ela dizia: “Eu sou o jardineiro. Sei oque quero que você faça”. A amargura saiu deminha alma, e caí de joelhos ao lado da cama parapedir perdão por minha ingratidão e amargura. Aoajoelhar-me ali, ouvi alguém entoar um hinonuma barraca próxima. Um grupo de rapazesmórmons reunia-se regularmente toda terça-feiraà noite. Eu costumava reunir-me com eles.Sentávamos no chão e fazíamos uma reuniãoMutual. Enquanto eu estava ajoelhado ali, orandopedindo perdão, ouvi-os cantar:

“Mas, quando o Cristo me chamar

A sendas que não trilhei,

Eu proclamarei com amor, ó Senhor:

‘Aonde mandares irei’.

(Hinos, 167)

Ao levantar-me de meus joelhos, eu era umhomem mais humilde. E agora, quase 50 anosdepois, dirijo-me a Ele e digo: “Obrigado, Sr.Jardineiro, por podar-me, por amar-me o bastantepara ferir-me”. Hoje vejo que foi sábio eu não tersido promovido a general naquela época, porquese isso tivesse acontecido, eu teria sido o oficialcomandante de todo o oeste do Canadá, com umsalário vitalício atraente, moradia e pensão, maseu teria criado minhas seis filhas e dois filhosnum ambiente de quartel. Sem dúvida, elesestariam casados fora da Igreja e acho que eu nãoteria aproveitado muito. Não que eu tenhaaproveitado muito de qualquer maneira, mas saí-me melhor do que se o Senhor tivesse permitidoque eu seguisse na direção que eu desejava.

Muitos de vocês vão ter experiências muitodifíceis: decepções, desilusões, perdas, derrotas.Vocês serão testados e provados. Só quero quesaibam que caso vocês não recebam o que achamque deveriam receber, lembrem-se de que Deus éo jardineiro. Ele sabe o que deseja que vocês setornem. Submetam-se à vontade Dele. Sejamdignos de Suas bênçãos, e vocês as receberão.

AUXÍLIOS DIDÁTICOS

• Quais foram os fatores que motivaram o ÉlderBrown a mudar suas prioridades?

• Que princípios podemos tirar do discurso doÉlder Brown para nossa própria vida?

• Que atitudes ajudam a permitir que o Senhormolde nossa vida?

• Como “uma atitude de gratidão” pode ajudar-nos a ser bons líderes?

Irmã Margaret D. Nadauld

Presidente Geral das Moças

“A Alegria de Ser Mulher”, ALiahona, janeiro de 2001, pp.17–19

As Mulheres Fiéis Têm uma Missão Gloriosa

Ser uma filha de Deus hoje em dia é umabênção extraordinária. Temos a plenitude doevangelho de Jesus Cristo. Somos abençoadas portermos o sacerdócio restaurado na Terra. Somosguiadas por um profeta de Deus que possui todasas chaves do sacerdócio. Eu amo e reverencio oPresidente Gordon B. Hinckley e todos os nossosirmãos que são portadores do sacerdócio dignos.

Sou inspirada pela vida de mulheres boas efiéis. Desde o princípio dos tempos o Senhordepositou substancial confiança nelas. Elemandou-nos à Terra numa época como esta pararealizarmos uma magnífica e gloriosa missão.Doutrina e Convênios ensina: “Mesmo antes denascerem, eles, com muitos outros, receberamsuas primeiras lições no mundo dos espíritos eforam preparados para nascer no devido tempo doSenhor, a fim de trabalharem em sua vinha para asalvação da alma dos homens”. (D&C 138:56)Que visão maravilhosa isso nos concede sobre onosso propósito na Terra!

A quem muito é dado, muito é exigido. NossoPai Celestial quer que Suas filhas sejam virtuosase vivam em retidão, para que possam realizar amissão de nossa existência e os Seus propósitos.Ele quer que tenham sucesso e irá ajudá-lasquando buscarem Seu auxílio.

As Mulheres Receberam Qualidades Especiais

Muito antes do nascimento mortal foideterminado que as mulheres nasceriam comopessoas do sexo feminino; o mesmo ocorreu comas diferenças divinas entre homens e mulheres.

74

Lição 12: Ajudar as Pessoas a Ocuparem-se Zelosamente

Gosto muito da clareza dos ensinamentos daPrimeira Presidência e do Quórum dos Doze naproclamação da família. Eles declaram: “O sexo(masculino ou feminino é uma característicaessencial da identidade e do propósito pré-mortal,mortal e eterno de cada um”.1 Essa declaração nosensina que toda garota era feminina em espíritomuito antes de seu nascimento mortal.

Deus enviou as mulheres à Terra com aptidãoextra em alguns atributos. O Presidente Faustobservou que a feminilidade “é o adorno divino dahumanidade e encontra sua mais nobre expressão(…) na sua capacidade de amar, suaespiritualidade, delicadeza, luminosidade,sensibilidade, gentileza, criatividade, encanto,graciosidade, dignidade e força sutil. Apesar demanifestar-se de forma diferente em cada meninaou mulher, cada uma de vocês possui essafeminilidade que faz parte de sua beleza interior”.2

Cuidar da Aparência Exterior

Nossa aparência exterior é um reflexo de quemsomos interiormente. Nossa vida reflete aquiloque buscamos. Se de todo coração buscarmosverdadeiramente conhecer o Salvador e nostornarmos mais parecidos com Ele, nós oconseguiremos, pois Ele é nosso Irmão divino eeterno. Porém, Ele é mais que isso. É nossoprecioso Salvador, nosso querido Redentor. ComoAlma perguntamos: “Haveis recebido sua imagemem vosso semblante?” (Alma 5:14)

Podem-se reconhecer as mulheres que sãogratas por serem filhas de Deus mediante suaaparência exterior. Essas mulheres compreendema responsabilidade que têm sobre o corpo etratam-no com dignidade. Cuidam do corpo comoo fariam com um templo sagrado, poiscompreendem o ensinamento do Senhor: “Nãosabeis vós que sois o templo de Deus e que oEspírito de Deus habita em vós?” (I Coríntios3:16)

As mulheres que amam a Deus nuncaultrajariam ou desfigurariam um templo compichações. Nem tampouco iriam escancarar asportas daquele sagrado e dedicado edifício,convidando o mundo a observá-lo. O corpo éainda mais sagrado, pois não foi feito pelohomem. Foi criado por Deus. Somos osmordomos, os guardiões da honradez e purezaque o corpo trouxe consigo do céu. “Se alguémdestruir o templo de Deus, Deus o destruirá;porque o templo de Deus, que sois vós, é santo.”(I Coríntios 3:17)

As filhas de Deus que demonstram gratidãoprotegem seu corpo cuidadosamente, pois sabemque são o manancial da vida; reverenciam a vida.Elas não expõem o corpo para agradar o mundo.Conduzem-se com recato para agradar ao PaiCelestial. Sabem que Ele as ama muito.

Ministrar a Outras Pessoas

Podem-se reconhecer as mulheres que sãogratas por serem filhas de Deus por seu modo deagir. Sabem que a tarefa dos anjos foi confiada àsmulheres e desejam estar a serviço de Deusamando Seus filhos e ministrando a eles,chamando-os ao arrependimento, resgatando-osde circunstâncias perigosas, conduzindo-os narealização de Sua obra e declarando Suasmensagens.3 Compreendem que podem abençoaros filhos do Pai no lar, na vizinhança e em outroslocais. As mulheres que são gratas por seremfilhas de Deus glorificam Seu nome.

Magnificar os Dons

Podem-se reconhecer as mulheres que sãogratas por serem filhas de Deus por suashabilidades. Elas cumprem seu potencial divino emagnificam os dons que receberam de Deus. Sãomulheres capazes e fortes que abençoam famílias,servem ao próximo e entendem que “a glória deDeus é inteligência”. (D&C 93:36) São mulheresque se apegam a virtudes duradouras a fim detornarem-se tudo o que nosso Pai necessita quesejam. O profeta Jacó falou de algumas dessasvirtudes ao dizer que seus “sentimentos [são]sumamente ternos e castos e delicados peranteDeus, o que é agradável a Deus”. (Jacó 2:7)

Reverenciar a Maternidade

Podem-se reconhecer as mulheres que sãogratas por serem filhas de Deus mediante suareverência pela maternidade, mesmo que essabênção lhes seja temporariamente negada. Nessascircunstâncias, sua influência para o bem pode seruma bênção na vida das crianças que elas amam.Seu ensino exemplar pode refletir a voz de um larfiel e fazer ecoar a verdade no coração de criançasque necessitam de fortalecimento.

As filhas de Deus que O amam são gratas eensinam os filhos a amá-Lo sem reservas e semressentimento. São como as mães do jovemexército de Helamã, que possuía grande fé e“tinham sido ensinados por suas mães que, senão duvidassem, Deus os livraria”. (Alma 56:47)

75

Lição 12: Ajudar as Pessoas a Ocuparem-se Zelosamente

Quando observamos mães gentis e tranqüilasem ação, vemos mulheres de grande força. Afamília pode sentir um espírito de amor, respeito esegurança quando estão por perto, pois buscam acompanhia do Espírito Santo e Sua orientação.São abençoadas por sua sabedoria ediscernimento. O marido e os filhos, cuja vida elasabençoam, irão contribuir para o equilíbrio dassociedades de todas as partes do mundo. As filhasde Deus que são gratas aprendem a verdade com amãe, as avós e as tias. Ensinam às filhas aprazerosa arte de criar um lar. Buscam dar a seusfilhos uma boa escolaridade e têm, elas mesmas,sede de conhecimento. Ajudam os filhos adesenvolver habilidades que possam usar paraservir a outras pessoas. Sabem que o caminhoque escolheram não é o mais fácil, mas sabemque seus melhores esforços serão absolutamenterecompensados.

Compreendem o significado do que o ÉlderNeal A. Maxwell disse: “Quando a verdadeirahistória da humanidade for plenamente revelada,retratará os ecos das balas de canhões ou o soareducativo das cantigas de ninar? Os grandesarmistícios feitos pelos militares ou a tranqüilapacificação das mulheres nos lares e navizinhança? O que aconteceu à beira dos berços enas cozinhas provar-se-á de maior podercontrolador que o que aconteceu noscongressos?”4

As filhas de Deus sabem que a naturezamaternal da mulher pode proporcionar bênçãoseternas e vivem de modo a cultivar esse atributodivino. Com toda certeza, quando uma mulherreverencia a maternidade, os filhos irão levantar-se e chamá-la bem-aventurada. (Ver Provérbios31:28.)

Não Ser como as Mulheres do Mundo

As mulheres de Deus jamais podem ser comoas mulheres do mundo. O mundo já tem muitasmulheres agressivas; precisamos de mulheresternas. Já há muitas mulheres grosseiras;precisamos de mulheres gentis. Há muitasmulheres ríspidas; precisamos de mulheresrefinadas. Existem muitas mulheres que têm famae fortuna; precisamos de mais mulheres de fé. Jáexiste ambição bastante; precisamos de maisbondade. Existe orgulho suficiente; precisamos demais virtude. Já temos popularidade demais;precisamos de mais pureza.

Oh, oremos com fervor para que toda moçacresça até a medida completa de seu maravilhosopotencial. Oremos para que sua mãe e paimostrem-lhe o caminho certo. Que as filhas deDeus possam honrar o sacerdócio e apoiar os seusportadores dignos. Que elas possam compreendera grande capacidade que têm de ser fortes nasvirtudes eternas que alguns ridicularizam nestemundo de liberação das mulheres.

Compreender e Nutrir Seu Potencial

Que as mães e pais possam compreender ogrande potencial de realizar o bem que suas filhasherdaram de seu lar celestial. Precisamos nutrirsua delicadeza, sua predisposição maternal, suaespiritualidade e sensibilidade inatas e seuintelecto brilhante. Alegrem-se com o fato de queas meninas são diferentes dos meninos. Sejamgratas pela posição que elas ocupam no grandiosoplano de Deus. E lembrem-se sempre do que disseo Presidente Hinckley: “Somente após a criaçãoda Terra, após a separação do dia e da noite, apósa divisão das águas e da porção seca, após acriação da vida vegetal e animal e após o homemser posto sobre a Terra a mulher foi criada; e sóentão o trabalho foi dado por terminado e bom”.5

Pais, maridos e rapazes, que vocês consigamcompreender tudo o que as mulheres são epodem vir a se tornar. Por favor, sejam dignos ehonrem o santo sacerdócio de Deus que possuem,pois ele é uma bênção para nós todos.

Irmãs, não importa qual seja a sua idade,compreendam quem são, quem devem ser; tudo oque o próprio Deus, nas cortes celestiais, aspreparou para que se tornassem. Que possamosutilizar com gratidão os inestimáveis dons quenos foram concedidos para elevar a humanidade apatamares mais altos de pensamento e aaspirações mais nobres. Eu oro em nome de JesusCristo. Amém.

Notas

1. A Liahona, janeiro de 1996, p. 114.

2. “Ser Mulher: A Mais Elevada Posição deHonra”. A Liahona, julho de 2000, página 118.

3. Ver Bruce R. McConkie, Mormon Doctrine, 2ªed. (1966) p. 35.

4. “As Mulheres de Deus”, A Liahona, outubro de1978, p. 16.

5. “Our Responsability to Our Young Women”,Ensign, setembro de 1988, p. 11.

76

Lição 12: Ajudar as Pessoas a Ocuparem-se Zelosamente

AUXÍLIOS DIDÁTICOS

• Faça uma lista de expressões positivas usadaspela irmã Nadauld em seu discurso (porexemplo: “bênção extraordinária”, “souinspirada”, “visão maravilhosa”). Que liçãopodemos nós, como líderes, aprender comessas expressões que podemos aplicar emnossa comunicação com as pessoas?

• Compare o potencial das declarações positivase negativas para motivar as pessoas.

• De acordo com a irmã Nadauld, quais sãoalguns aspectos da aparência externa de umapessoa justa? Por que eles são importantes paraum líder?

• Por que esses aspectos são mais importantesdo que a beleza física?

• Como podemos ajudar as pessoas a se daremconta de seu potencial divino?

77

78

CONCEITO 1. OS LÍDERES PRECISAMTRABALHAR DILIGENTEMENTE PARA TRAZERALMAS AO SENHOR.

COMENTÁRIO

O Élder Bruce R. McConkie, que na época eramembro dos Setenta, escreveu: “O trabalho é ogrande princípio básico que torna todas as coisaspossíveis, tanto nesta vida quanto na eternidade”.(Mormon Doctrine, 2ª ed., 1966, p. 847.) OPresidente Gordon B. Hinckley ensinou: “Nadaverdadeiramente palpável se consegue semtrabalho. Nada acontece neste mundo até que hajatrabalho. (…) É preciso haver trabalho”. (Standingfor Something: Ten Neglected Virtues That WillHeal Our Hearts and Homes, 2000, p. 80.)

O Pai Celestial trabalha para salvar e exaltarSeus filhos. (Ver Moisés 1:39.) A Expiação deJesus Cristo torna isso possível, completandoassim o trabalho do Pai. (Ver João 4:34; 5:17; 9:4.)Ele nos dá a oportunidade de ajudar-nos uns aosoutros a retornar ao Pai. “Alguém disse muitobem: ‘Assim como queimar é uma propriedade dofogo, e resfriar é uma propriedade da neve,trabalhar é uma característica de Deus’. E nóssomos Seus filhos”. (George Reynolds e Janne M.Sjodahl, Commentary on the Book of Mormon,org. Philip C. Reynolds, 7 vols., 1955–1961,1:275.)

O trabalho dos líderes não apenas ajuda aspessoas ao longo de sua jornada mas tambémbeneficia o próprio líder. “O trabalho dedicadoajuda a desenvolver os atributos da divindade:autodisciplina, perseverança, responsabilidade eintegridade”. (Daniel H. Ludlow, ed., Encyclopediaof Mormonism, 5 vols., 1992, 4:1586.)

A humanidade teve sua primeira oportunidadede trabalhar quando o Senhor colocou Adão “nojardim do Éden para o lavrar e o guardar”.(Gênesis 2:15) A necessidade de trabalharcontinuou quando Deus expulsou Adão do jardim.(Ver Gênesis 3:17–19.)

Se esperamos nos tornar líderes bem-sucedidos, precisamos estar dispostos a trabalhararduamente. O Presidente Spencer W. Kimballexplicou: “Precisamos fazer mais do que pedirexcelência ao Senhor. O trabalho árduo precede ainspiração; é preciso esforço antes que hajaexcelência. Precisamos fazer mais do que orarpelos resultados (…), embora sem dúvidaprecisemos orar. Precisamos ponderar. Precisamosnos esforçar”. (The Teachings of Spencer W.Kimball, 1982, p. 402.)

Os líderes também devem ter em mente oconselho do rei Benjamim: “E vede que todasestas coisas sejam feitas com sabedoria e ordem;porque não se exige que o homem corra maisrapidamente do que suas forças o permitam”.(Mosias 4:27)

Pondere as seguintes declarações do Élder NealA. Maxwell, quando era Assistente dos Doze:

“O trabalho extraordinário de Deus é realizadomais freqüentemente por pessoas comuns noaparente anonimato do lar e da família.” (That MyFamily Should Partake, 1974, p. 122.)

“Existe algo de sagrado no trabalho; mesmo nostempos de fartura, ele é uma necessidade. Emborao trabalho não seja tudo na vida; ele pode, nãoobstante, manter-nos cônscios de nossas bênçãos.”(Look Back at Sodom: A Timely Account fromImaginary Sodom Scrolls, 1975, p. 10.)

LIÇÃO 13

O TRABALHO DE LIDERANÇA“Ensina-os a nunca se cansarem de boas obras, mas a serem mansos e humildes de coração; pois

esses acharão descanso para sua alma.” (Alma 37:34)

PRINCÍPIO DE LIDERANÇA

Os líderes da Igreja e da família precisam trabalhar diligentemente para ajudar a trazer almas para oSenhor e estabelecer Seu reino.

CONCEITOS DA LIÇÃO

1. Os líderes precisam trabalhar diligentemente para trazer almas ao Senhor.

Lição 13: O Trabalho de Liderança

Mais tarde, como membro da Presidência dosSetenta, o Élder Maxwell escreveu:

“Deus entrega pás e picaretas para os ‘eleitos’porque eles estão dispostos a trabalhararduamente. Pode ser que não sejam os melhoresou os mais capazes, mas são os mais dispostos.”(Deposition of a Disciple, 1976, p. 54.)

Depois que ele se tornou membro do Quórumdos Doze, o Élder Maxwell ensinou:

“Se ponderarmos a respeito do que traremosconosco na ressurreição, parece claro que teremosnossa inteligência, que não significa apenas nossoQI, mas também nossa capacidade de receber eaplicar a verdade. Nossos talentos, atributos ecapacidades estarão conosco; sem dúvida tambémnossa capacidade de aprender, nosso nível deautodisciplina e nossa capacidade de trabalhar.Pode ser que nossa maneira específica detrabalhar não tenha um equivalente ali, mas acapacidade de trabalhar jamais se tornaráobsoleta.” (We Will Prove Them Herewith, 1982,p. 12.)

“Embora estejamos corretos ao falar de ‘fé eobras’, a fé por si mesma (…) consiste de trabalhoconstante! É um trabalho a ser feito e umprocesso melhor realizado enquanto estamos nãoapenas ‘zelosamente ocupados’, mas tambémcom ‘temor e tremor’. Caso contrário podemosperder nossa concentração em Cristo.” (Lord,Increase Our Faith, 1994, pp. 111–112.)

“Temos a clara meta de fazer do trabalho deDeus o nosso próprio trabalho, e não vice-versa.”(If Thou Endure It Well, 1996, p. 101.)

SUGESTÃO DIDÁTICA

Cante ou leia a letra de um hino relacionado aotrabalho (por exemplo: “Prolongue os BonsMomentos”, Hinos, nº 152; “Enquanto o SolBrilha”, Hinos, nº 154, “Trabalhemos Hoje”,Hinos, nº 141, e “Nossa Lei É Trabalhar”, Hinos,nº 142.) Discuta o papel do trabalho na liderançada família e da Igreja.

Peça aos alunos que leiam Alma 26 procurandoo trabalho que Amon e seus companheirosmissionários realizaram antes de terem sucesso.Ajude os alunos a compreender que na liderança,bem como no trabalho missionário, os frutos sãoconseguidos com trabalho.

Separe sua classe em pequenos grupos eentregue a cada grupo uma ou mais declaraçõesdo Élder Neal A. Maxwell tiradas do comentário.Peça aos grupos que discutam as declarações e

depois peça a um membro de cada grupo querelate para a classe as suas observações. Comentee discuta, se for conveniente.

Saliente que o trabalho que fazemos em nossafamília e em nossos chamados é o maisimportante que faremos nesta vida. Por tratar-sedo trabalho do Senhor, precisamos de SeuEspírito para termos sucesso.

Cante ou leia a letra de outro hino sobre aimportância do trabalho.

RECURSOS PARA O PROFESSOR

Élder Mark E. Petersen

Do Quórum dos DozeApóstolos

“The Image of a ChurchLeader” (Perfil de um Líderda Igreja), Ensign, agosto de1980, pp. 5–8

“Que tipo de homens devereis ser?” perguntouo Salvador a Seus doze discípulos nefitas, aoassumirem o ministério.

E qual foi a resposta àquela pergunta? “(…)Em verdade vos digo que devereis ser como eusou”. (3 Néfi 27:27)

Como Ele é! Pensem nisso! Jesus Cristo énosso modelo.

E quando Ele esperava que aqueles irmãosadotassem Seu padrão de vida? Não foi paraqualquer amanhã ou qualquer ano no futuro,mas, sim, imediatamente. Como Seus ministros,tinham responsabilidade desde aquele momentode refletir Sua imagem para toda a humanidade.

Essa é a chave do modo como todos nósdeveremos conduzir Sua obra.

Mas, qual é a Sua obra? Ele disse que Sua obrae Sua glória é levar a efeito a imortalidade e vidaeterna do homem. (Ver Moisés 1:39.) Mas, o que évida eterna? É tornar-se como Deus. Porque nóssomos Seus filhos, temos o potencial derealmente nos tornarmos perfeitos, como Ele é.

Essa oportunidade é oferecida a toda ahumanidade, em todas as terras e climas. Masprecisa vir por meio da fé em Cristo. E como aspessoas conseguem essa fé? Paulo fez a mesmapergunta nestes termos: “Como (…) invocarãoaquele em quem não creram? e como crerãonaquele de quem não ouviram? e como ouvirão,se não há quem pregue?

79

Lição 13: O Trabalho de Liderança

E como pregarão, se não forem enviados?(…)” (Romanos 10:14–15)

Nós somos Seus pregadores. Nós fomosdevidamente enviados. Então, comoconduziremos nosso ministério?

Ser Convertido

Nicodemos procurou Jesus à noite. Poderemosesquecer-nos do que o Senhor lhe disse? “(…) Naverdade, na verdade te digo que aquele que nãonascer de novo, não pode ver o reino de Deus”.(João 3:3)

Relacionamos este ensinamento de nascer daágua e do Espírito com o batismo.Freqüentemente nos satisfazemos com aexplicação de um batismo na água apenas e nãodamos importância ao batismo do Espírito.

Recebemos confirmação pela imposição dasmãos e é-nos dado o dom do Espírito Santo. Masprecisamos lembrar-nos de que nessa ordenançatambém recebemos uma nova vida. Se formossinceros, literalmente nasceremos novamente.Num sentido bem real, tornamo-nos pessoasmelhores e diferentes. Recebemos um novocoração. Despojamo-nos do homem pecador,como Paulo o descreve, e tomamos sobre nós onome e a imagem de Cristo. (Ver Colossenses3:9–10.)

Necessitamos desse novo nascimento a fim deque outros possam crer, por meio de nós, que, defato, Jesus foi enviado do céu por Seu Pai, que Eleé o Salvador, e que somos Seus servos,autorizados para guiá-los no caminho da verdade.Esse é o início da salvação deles e uma extensãoda nossa.

Devemos constantemente preservar o efeito deseu renascimento em nossa própria vida.Buscamos o renascimento para outros por meiode nosso ministério, mas não podemos dar algoque nós mesmos não possuímos. Se nossa casanão for propriamente estruturada, nós malpoderemos ser arquitetos e construtores efetivosna vida de outros.

Que tipo de homens deveremos ser?Deveremos ser como Ele é. (Ver 3 Néfi 27:27.)

O Senhor ensinou muitas coisas importantesque espera de Seus discípulos. Uma das liçõesmais profundas foi a de que deveríamos sertestemunhas vivas de que Ele é o Cristo, assimconvencendo outras pessoas de que Seu PaiCelestial verdadeiramente O enviou ao mundopara Se tornar nosso Salvador.

E ao orar por Seus discípulos, também orou“(…) por aqueles que, pela sua palavra, hão decrer em mim. (…)

Para que o mundo creia que tu me enviaste”.(João 17:20–21; grifo do autor.)

Essa é uma das definições mais precisas denosso chamado divino que foi registrada. Quegrandioso propósito! Que responsabilidade! Essaspalavras deveriam ser nossa estrela guia. Mas, seráque as compreendemos plenamente?

Elas são a base e a essência de nossa religião.Ninguém poderá ser salvo sem essa crença básica.Como líderes da Igreja, tudo o que dissermos efizermos deve refletir essa grande verdade. Ele é oFilho de Deus. É divino. Foi enviado ao mundopor um decreto dos céus. Nós somos Seusrepresentantes, Suas testemunhas, e Ele dependede nosso trabalho, para que o mundo acredite queDeus O enviou, e assim talvez muitos viverão Seuevangelho e serão salvos.

Ser um exemplo

Como Paulo disse a Timóteo, devemos serexemplo dos que crêem, “(…) na palavra, notrato, no amor, no espírito, na fé, na pureza”. (ITimóteo 4:12)

Quanta atenção devemos dar à seção 4 deDoutrina e Convênios?

“E fé, esperança, caridade e amor, com osolhos fitos na glória de Deus, [qualificam umapessoa] para o trabalho.

Lembrai-vos da fé, da virtude, doconhecimento, da temperança, da paciência, dabondade fraternal, da piedade, da caridade, dahumildade, da diligência. (…)

Porque eis que o campo já está branco para aceifa; e eis que aquele que lança a sua foice comvigor faz reserva, de modo que não perece, mastraz salvação a sua alma.” (D&C 4:5–6, 4; grifo doautor.)

Nosso lar é uma pedra fundamental no reino deDeus. Uma vez que somos Seus servos, que tipode vida familiar temos? O amor impera ali? Damosum exemplo cristão à nossa família para que elestambém, por nosso intermédio, possam crer Nele?

Somos limpos e castos em nossos hábitosíntimos? Permitimos que o pecado ouimoralidade, mesmo secretamente, ergambarreiras contra o Espírito de Deus, conservando,assim, a santidade fora de nossa vida? Estamosdispostos a defender a virtude, a ponto de que elaseja mais valiosa do que nossa própria vida?

80

Lição 13: O Trabalho de Liderança

Estamos livres da hipocrisia? Temos atitudesdiferentes de nossas atividades diárias, quandoestamos na Igreja parecendo devotos ao nossopróximo?

Poderia qualquer pessoa justificar seus mausatos por causa do que fazemos ou dizemos? Ounos levantamos acima de tais atitudes mundanase inspiramos outros a atingirem coisas maiselevadas?

Como líderes, somos sempre o exemplo dosque crêem? Ou levantamos dúvidas na mente deoutras pessoas por atitudes imperfeitas quepossamos exibir?

Somos gentis e atenciosos com os outros?Somos honestos? Estão as nossas ações, de algummodo, em oposição à nossa imagem de servos deDeus?

Nós perdoamos? Somos justos? Lembramo-nosde que somos perdoados somente à medida queperdoamos os outros?

Praticamos a Regra de Ouro e fazemos aosoutros o que queremos que os outros nos façam?Tudo isto se encaixa na imagem de um verdadeiroservo de Deus.

Nós somos pastores do rebanho de Deus. Esserebanho certamente inclui tanto nossa famíliacomo outros membros da Igreja.

Sendo semelhantes a Cristo, ensiná-los-emos aserem também semelhantes a Ele. Sendo devotos,ensinar-lhes-emos devoção. Sendo capazes deseguir o programa, poderemos ensiná-los a seguirinstruções.

Nós lhes ensinaremos o valor da inspiração doEspírito, compreendendo que sem ele nãopoderemos estar em sintonia com Deus. Se nãoestivermos em sintonia, seremos deixados comnossos insignificantes recursos, e qual o valor realdeles?

Ser Unidos

Uma das características mais impressionantesdo Senhor Jesus Cristo durante Seu ministériomortal era Sua unidade com Deus. Ele desejavasinceramente que Seus discípulos tambémentrassem naquele círculo de unidade. Eraessencial para a missão. Antes de Seu sofrimentono Jardim do Getsêmani, orou para que Seusdiscípulos pudessem ser um assim como Ele e oPai eram um. (Ver João 17:20–21.) E por meio deJoseph Smith, Ele disse: “(…) se não sois um,não sois meus”. (D&C 38:27)

Isso se tornou um padrão para Seus discípulosem toda parte. É o alicerce de todos os nossossucessos. Sem isso, render-nos-íamos a Satanás.

Cristo é o Príncipe da Paz. Também devemos sermensageiros da paz. O conflito pode destruir-nos,se permitirmos que ele se manifeste. É algo quepode atingir a Igreja seriamente. Destruiu a Igrejaprimitiva, e pode destruir-nos também. Nós nosrecordamos do que o Senhor falou sobre discórdia?

“Não haverá disputas entre vós, como atéagora tem havido. (…)

Eis que esta não é minha doutrina, levar acólera ao coração dos homens, uns contra osoutros; esta, porém, é minha doutrina: que estascoisas devem cessar.” (3 Néfi 11:28, 30)

Lembramo-nos do que impediu oestabelecimento da Cidade de Sião nos dias doProfeta Joseph Smith? Joseph buscou o Senhorem oração, com o coração angustiado, por causada expulsão de nosso povo do Condado deJackson, Missouri. Em resposta, o Senhor disseisto sobre os santos:

“Eis que eu te digo: Havia desarmonias econtendas e invejas e disputas e concupiscência ecobiça entre eles; portanto, com essas coisas,corromperam suas heranças.

Foram vagarosos em atender à voz do Senhorseu Deus; portanto o Senhor seu Deus é vagarosoem atender a suas orações, em responder-lhes nodia de suas tribulações.

No dia de sua paz, trataram com leviandademeus conselhos; mas, no dia de suas tribulações,buscaram-me por necessidade.” (D&C 101:6–8)Há qualquer outro tratado, melhor do que este,sobre obediência?

Ser obediente

O Senhor deu uma importante parábola pormeio do Profeta Joseph Smith, conclamando ossantos a serem mais devotos, novamentemostrando como Ele espera que sigamos Suasinstruções divinas. Disse Ele:

“Um certo nobre possuía um pedaço de terramuito bom; e disse a seus servos: Ide a minhavinha, sim, a esse pedaço de terra muito bom, eplantai doze oliveiras;

E colocai atalaias ao seu redor e construí umatorre, para que se possa vigiar a redondeza; e umfique de atalaia na torre, a fim de que minhasoliveiras não sejam derrubadas quando vier oinimigo para saquear e tomar para si o fruto deminha vinha.

81

Lição 13: O Trabalho de Liderança

Ora, os servos do nobre fizeram o que seusenhor lhes ordenara e plantaram as oliveiras econstruíram uma sebe ao redor e colocaramatalaias e começaram a construir uma torre.

E enquanto ainda estavam pondo seusalicerces, começaram a dizer entre si: E quenecessidade tem meu senhor desta torre?

E consultaram-se por longo tempo, dizendoentre si: Que necessidade tem meu senhor destatorre, sendo que é tempo de paz?

Não poderia este dinheiro ser dado aosbanqueiros? Pois não há necessidade destascoisas.

E enquanto discordavam entre si, tornaram-semuito preguiçosos e não deram ouvidos às ordensde seu senhor.

E durante a noite chegou o inimigo e derruboua sebe; e os servos do nobre levantaram-seatemorizados e fugiram; e o inimigo destruiu otrabalho deles e derrubou as oliveiras.

Então, eis que o nobre, o senhor da vinha,chamou seus servos e perguntou-lhes: Ora, qual acausa deste grande mal?

Não devíeis ter feito o que vos mandei e—depois de haverdes plantado a vinha e construídoa sebe ao redor e posto atalaias sobre seusmuros—construído também a torre e posto umatalaia na torre e vigiado minha vinha, semadormecer, para que o inimigo não vos atacasse?”(D&C 101:44–53)

Notem as dúvidas que foram levantadas pelosservos na vinha. Que necessidade tem o meusenhor desta torre? Que necessidade? Quenecessidade?

Será que também temos essas dúvidas? Seráque dizemos: Que necessidade tem a Igreja dissoou daquilo? Que necessidade? Que necessidade?

Quão vital é que tenhamos uma atitude decompleta obediência às instruções recebidas e ascumpramos em todos os detalhes!

O Senhor também nos diz: “Portanto agoratodo homem aprenda seu dever e a agir no ofíciopara o qual for designado com toda diligência”.(D&C 107:99) Devemos conhecer nosso chamado,e trabalhar com toda a inteligência de nossamente, e com toda nossa força.

Ser devotado

Então, qual é a imagem de um líder da Igreja?Deve ser a mesma que têm todos os outros fiéisministros de Cristo.

Pode ser diferente da imagem de umaAutoridade Geral? Pode ser diferente de um bomrepresentante regional, de um bom presidente deestaca, de um bom bispo, de um bom presidentede missão, ou de um bom presidente do quórumdos élderes?

Não somos todos nós Seus servos escolhidos?Não estamos todos sob o mesmo convênio dosacerdócio? Temos algum privilégio especial?Deus faz (alguma) acepção de pessoas? (Ver Atos10:34.)

Temos qualquer ambição de conseguir umlugar, posição, ou distinção na Igreja? É essa umaatitude cristã? E não é destituída de humildade?

A mulher de Zebedeu veio ao Senhor, buscandoum lugar para Tiago e João acima daqueledesfrutado pelos outros. O Senhor repreendeu-apor ter tais ambições injustificadas. “E, quando osdez ouviram isto, indignaram-se contra os doisirmãos.” (Mateus 20:24)

O Salvador, então, deixou claro que não deviahaver injustiças entre eles e acrescentou: “Nãoserá assim entre vós; mas todo aquele que quiserentre vós fazer-se grande seja vosso serviçal;

E, qualquer que entre vós quiser ser oprimeiro, seja vosso servo.” (Mateus 20:26–27)

Em todos os casos, devoção ao dever é asenha.

Ser Produtivos

E também, o Senhor espera que sejamosprodutivos. Ele nos ordena que devemos produzirmuito fruto. Isso Ele ilustra com a parábolaencontrada no décimo quinto capítulo de João,onde diz a Seus servos como conduzir Sua obra.Lá Ele estabelece a imagem de um verdadeiroservo de Deus.

Esse capítulo começa com uma parábolareferente à vinha do Senhor. Ele diz que Seu Pai éo lavrador, ou o proprietário, e Ele compara a simesmo à videira na vinha. Ele diz que nós—Seustrabalhadores—somos como os ramos da videira,e que somos nós que devemos produzir muitofruto na vinha do Senhor:

82

Lição 13: O Trabalho de Liderança

“Eu sou a videira verdadeira, e meu Pai é olavrador.

Toda a vara em mim, que não dá fruto, a tira; elimpa toda aquela que dá fruto, para que dê maisfruto.” (João 15:1–2)

Ele esboça uma figura que deveria ser familiara todos nós. Fala sobre podar a vinha para fazê-laproduzir mais. Em Sua vinha, Ele nos poda—Elenos santifica, para que possamos produzir maisdo Seu tipo de fruto.

Fala a seguir sobre os ramos que nãoproduzem nada por se haverem separado da parteprincipal da vinha. E por que eles não produzemsob essas circunstâncias? Porque a seiva nutritiva,o fluido que dá vida, é eliminado, se o ramo estáafastado da vinha. Este fato persuadiu o Senhor adizer a Seus servos: “Estai em mim, e eu em vós;como a vara de si mesma não pode dar fruto, senão estiver na videira, assim também vós, se nãoestiverdes em mim”. (João 15:4)

E então Ele acrescenta: “Eu sou a videira; vós,as varas; quem está em mim, e eu nele, esse dámuito fruto, porque sem mim nada podeis fazer”.(João 15:5)

Eis aqui uma grande lição. Enquantoestivermos próximos do Senhor e formos nutridospor Seu Espírito, daremos muitos frutos. Mas amenos que estejamos no Senhor e recebamos Suaforça, não poderemos produzir mais, como todoramo que é separado da árvore. Por isso Ele diz:“Sem mim nada podeis fazer”.

Para adicionar maior importância a este tema,o Senhor diz: “Nisto é glorificado meu Pai, quedeis muito fruto; e assim sereis meus discípulos”.(João 15:8)

Mas há nesta escritura outra lição que deviapreocupar-nos. No versículo 16, Ele diz:

“Não me escolhestes vós a mim, mas eu vosescolhi a vós, e vos nomeei (…)”. Para quepropósito? “Para que vades e deis fruto (…)”

Ainda há mais. Não somente Ele nos escolheu,não apenas fomos ordenados para o propósito deproduzir frutos, mas nós fomos tambémchamados e ordenados para assim trabalhar, a fimde que nosso fruto permaneça.

Notem as palavras: “Não me escolhestes vós amim, mas eu vos escolhi a vós, e vos nomeei,para que vades e deis fruto, e o vosso frutopermaneça (…)”. (João 15:16; grifo do autor.)

O que isso significa? Simplesmente quedevemos planejar e orar e trabalhar com opropósito de que não haja ninguém deixando aIgreja por causa de nossa negligência, ninguémperdendo o testemunho, ninguém se tornandoinativo. Nosso fruto deve permanecer.

Assim o perfil de qualquer servo de Deus setorna uma questão de atitude. Como o homempensa em seu coração, assim ele vai trabalhar.

Esta Igreja é o Reino de Deus. O mundo é Seucampo, ou Sua vinha. Nós somos Seus servosescolhidos. O sucesso poderá ser nosso somentese ficarmos bem próximos à videira. Se assim ofizermos, Ele nos dará uma promessa de ouro queé a mais desejável:

“Se vós estiverdes em mim, e as minhaspalavras estiverem em vós, pedireis tudo o quequiserdes, e vos será feito (…)

Se guardardes os meus mandamentos,permanecereis no meu amor, do mesmo modoque eu tenho guardado os mandamentos de meuPai e permaneço no seu amor.

Tenho-vos dito isto para que o meu gozopermaneça em vós, e o vosso gozo sejacompleto.” (João 15:1–2, 4–5, 7–8, 10–11, 16)

AUXÍLIOS DIDÁTICOS

• De acordo com o Élder Petersen, qual é oponto chave da liderança na Igreja?

• Por que precisamos estar convertidos parasermos um bom exemplo para os outros?

• Que relação existe entre o exemplo de um lídere a união do grupo?

• O que Doutrina e Convênios 4 nos ensinasobre a liderança?

• Que princípio de liderança foi exemplificadopelo Salvador pelo fato de Ele ser “um comDeus”? Como podemos aplicar esse princípioem nossa liderança?

• Que parágrafo do discurso do Élder Petersenvocê acha que melhor explica o princípio deliderança referente a ser produtivo? Expliquesua resposta.

83

84

CONCEITO 1. O PAI CELESTIAL PRESIDE O“GRANDE CONSELHO PRESIDENTE DOUNIVERSO”.

COMENTÁRIO

O Pai Celestial usou conselhos noplanejamento e criação deste e de outros mundos.O Élder Joseph Fielding Smith, que na época eramembro do Quórum dos Doze, escreveu queDeus, o Pai, Jesus Cristo e o Espírito Santo“constituem uma Trindade ou ConselhoSupremo”. (Answers to Gospel Questions, comp.Joseph Fielding Smith Jr., 5 vols., 1957–1966,1:2.) O Élder L. Tom Perry, dos Doze, chamou aTrindade de “o grande conselho presidente douniverso”. (Conference Report, abril de 1998, p.28; ou Ensign, maio de 1998, p. 23.)

As escrituras declaram que “o Conselho doEterno Deus de todos os outros deuses” se reuniu“antes que este mundo existisse” e fez planos emrelação ao funcionamento do universo. (Ver D&C121:31–32.) O Élder Joseph Fielding Smithescreveu: “No grande conselho do céu, JesusCristo aceitou voluntariamente a missão deRedentor. (…) Adão também foi escolhido nessemesmo conselho para cumprir sua parte comoprogenitor da raça humana”. (Answers to GospelQuestions, 1:182.)

O Profeta Joseph Smith ensinou: “Todohomem que recebe o chamado para exercer seuministério a favor dos habitantes do mundo, foiordenado precisamente para esse propósito noGrande Conselho dos céus antes que este mundo

existisse”. (Ensinamentos do Profeta JosephSmith, comp. por Joseph Fielding Smith, p. 357.)

SUGESTÃO DIDÁTICA

Peça aos alunos que leiam rapidamente Abraão4–5 procurando quem planejou e criou a Terra.Peça-lhes que contem o que descobriram.(Observe palavras como nós, eles, nossos e osDeuses.)

Além de criar a Terra, que mais fez o conselhodos Deuses? (Ver o comentário.)

Ajude os alunos a compreenderem que o PaiCelestial deu o exemplo para os líderes quandousou conselhos no planejamento e criação deste ede outros mundos.

CONCEITO 2. A IGREJA É GOVERNADA PORCONSELHOS.

COMENTÁRIO

O Senhor governa Seu reino nesta Terra pormeio de conselhos. O Élder M. Russell Ballard doQuórum dos Doze salientou que depois que oevangelho foi restaurado “a Igreja foi organizadaem quóruns e conselhos, com várias presidênciasdesignadas para ‘administrar em assuntosespirituais’. D&C 107:8)” (Counseling with OurCouncils: Learning to Minister Together in theChurch and in the Family, 1997, p. 39.) Essesconselhos “coordenam e programam atividades,compilam informações, planejam programas oueventos futuros e tomam decisões e resolvemproblemas”. (Daniel H. Ludlow, ed., Encyclopedia

LIÇÃO 14

LIDERANÇA E CONSELHOS“E os Deuses aconselharam-se entre si e disseram: Desçamos e formemos o homem a nossa

imagem, segundo nossa semelhança.” (Abraão 4:26)

PRINCÍPIO DE LIDERANÇA

Os líderes podem ser mais eficazes se usarem os conselhos no processo de liderança.

CONCEITOS DA LIÇÃO

1. O Pai Celestial preside o “grande conselho presidente do universo”.

2. A Igreja é governada por conselhos.

3. Os conselhos de família são os conselhos básicos da Igreja.

4. Certos princípios permitem que os líderes contem com conselhos eficazes.

Lição 14: Liderança e Conselhos

of Mormonism, 5 vols., 1992, 3:1141; Counselingwith Our Councils, p. 5.) O propósito dessesconselhos é ajudar “os filhos de Deus adesfrutrarem todas as bênçãos do evangelho”.(Counseling with Our Councils, p. 10.) O ÉlderBallard explicou:

“Ao longo dos anos, a forma e o formato dogoverno e administração da Igreja foramadaptados para atender às necessidades da época.Mas eles sempre se caracterizaram pelo uso deconselhos para proporcionar solidez e forçacontínuas. (…)

(…) O conselho presidente da Igreja de JesusCristo dos Santos dos Últimos Dias é a PrimeiraPresidência. Ela é formada pelo Presidente daIgreja e seus dois Conselheiros. (…)

Logo abaixo da Primeira Presidência emautoridade na Igreja está o Quórum dos DozeApóstolos.” (Counseling with Our Councils, pp.43–45.)

SUGESTÃO DIDÁTICA

Mostre fotografias da Primeira Presidência e doQuórum dos Doze. Explique aos alunos que essesconselhos, com a ajuda dos Setenta, lideram aIgreja. Discuta o que esses conselhos fazem paradirigir a Igreja e conduzir-nos a Cristo.

Discuta alguns dos conselhos que atuam nasestacas e alas.

CONCEITO 3. OS CONSELHOS DE FAMÍLIA SÃOOS CONSELHOS BÁSICOS DA IGREJA.

COMENTÁRIO

O conselho de família acontece quando os paise os filhos se reúnem para ponderar importantesassuntos da família. O Élder M. Russell Ballardescreveu: “O conselho básico da Igreja é oconselho de família”. (Counseling with OurCouncils, 154.) Os conselhos de família têm omesmo propósito de outros conselhos da Igreja.(Ver o comentário referente ao conceito 2.)

O Élder Ballard escreveu sobre “o potencial doconselho de família para fortalecer os laçosfamiliares, edificar a união da família e criarlembranças maravilhosas.

O Élder L. Tom Perry, do Quórum dos DozeApóstolos explicou que (…) no conselho defamília, (…) a mãe e o pai podem proporcionartreinamento em assuntos como ‘preparação parao templo, preparação missionária, administraçãodo lar, finanças da família, desenvolvimento de

carreira, educação, envolvimento na comunidade,aprimoramento cultural, aquisição emanuntenção de propriedades pessoais e dafamília, planejamento do calendário da família,utilização do tempo livre e designações detrabalho’. (…) (“‘For Whatsoever a Man Soweth,That Shall He Also Reap’”, p. 9.)

(…) [O conselho de família] pode ajudar a criarordem no lar, proporcionar um momento paracurar sentimentos feridos, dar aos pais umimportante instrumento para combater asinfluências externas e criar oportunidades deensinar profundas verdades do evangelho.”(Counseling with Our Councils, pp. 148–149.)

SUGESTÃO DIDÁTICA

Discuta por que os conselhos de família são osconselhos básicos da Igreja. Discuta o que fazemos conselhos de família. (Ver o comentário.)

Peça aos alunos que contem ocasiões em queparticiparam de um conselho de família paratomar uma decisão importante ou cumprir umatarefa importante.

Explique aos alunos que o Pai Celestial deu oexemplo de liderança usando conselhos. A Igreja égovernada em todos os níveis por conselhos. Osmembros da família também podem reunir-se emconselho para cumprir os propósitos da família.

CONCEITO 4. CERTOS PRINCÍPIOS PERMITEMQUE OS LÍDERES CONTEM COM CONSELHOSEFICAZES.

COMENTÁRIO

O Élder M. Russell Ballard disse: “Quandounimos esforços, criamos um sinergismoespiritual, que se traduz em maior eficáciadecorrente de nossa ação conjunta ou cooperação,e cujo resultado é maior que a soma das partesindividuais”. (Conference Report, outubro de1993, p. 103; ou Ensign, novembro de 1993, p.77.) Antes disso, o Élder Ballard disse que oslíderes da família e da Igreja precisam “controlar ecanalizar o poder espiritual por meio dosconselhos”. (Conference Report, abril de 1994, p.32; ou Ensign, maio de 1994, p. 25.)

O Élder Ballard ensinou: “ ‘Quando osmembros participam dos conselhos, aprendemsobre questões mais amplas referentes àorganização. Eles vêem a liderança em ação,aprendem a planejar, analisar problemas, tomardecisões e coordenar o trabalho de diversasunidades menores da organização. A participação

85

Lição 14: Liderança e Conselhos

nos conselhos ajuda a preparar os membros parafuturas responsabilidades de liderança’.(“Priesthood Councils”, Ludlow, Encyclopedia ofMormonism, 3:1141–1142) (…)

Quando mais pessoas se sentem responsáveispelo problema, mais pessoas estarão dispostas afazer parte da solução. (…)

(…) Um dos grandes pontos fortes do sistemade conselhos é a flexibilidade que ele proporcionapara se desenvolver e implementar soluções locaispara problemas locais”. (Counseling with OurCouncils, pp. 6, 15.)

O Élder Ballard sugeriu vários princípiosimportantes para liderar por meio de conselhos:

• Os líderes devem dar um senso de visão oupropósito ao conselho.

• Os conselhos devem dispor de tempo suficientepara discutir diferentes pontos de vista.

• Os líderes devem respeitar o arbítrio dosmembros do conselho.

• Os líderes devem dar instruções claras eprecisas.

• Os líderes devem delegar responsabilidades.

• Os líderes devem dar o exemplo para osmembros do conselho.

• Os líderes devem servir com amor.

(Ver Counseling with Our Councils, pp. 23–36.)

O Élder Ballard também deu sugestões sobrecomo um conselho poderia trabalhar para resolverum problema:

• “O problema está claramente definido eespecificado, mas o conselho não podealongar-se nos pontos negativos.”

• “O líder do conselho controla o andamento dodebate sem dominá-lo. Ele faz perguntas epede opiniões, depois ouve atentamente.”

• “Os membros do conselho expõem seu pontode vista como indivíduos e não apenas comorepresentantes de suas respectivasorganizações.”

• Os membros do conselho, em primeiro lugar,“identificam o resultado final desejado e depoisdeterminam como alcançá-lo”.

• “Em suas deliberações, o conselho jamais seafasta muito da missão da Igreja: Trazer almasa Cristo por meio da proclamação doevangelho, o aperfeiçoamento dos santos e aredenção dos mortos.”

• “Os membros do conselho não podemesquecer a importância de sua influência eexemplo pessoais.”

• “Todos são convidados a dar a suacontribuição, mas a decisão final é deixada parao líder do conselho, que deve confiar mais nainspiração do que em sua opinião pessoal aodirigir as decisões do conselho.”

(Counseling with Our Councils, pp. 165, 168.)

SUGESTÃO DIDÁTICA

Pergunte aos alunos o que significasinergismo. (Sinergismo é quando o resultadofinal é maior do que a soma das partes.) Peça aum aluno que leia a declaração do Élder M.Russell Ballard sobre o sinergismo espiritual. (Vero comentário.) Discuta por que esse princípio éverdadeiro em relação aos conselhos e faça umalista de exemplos no quadro-negro.

Discuta princípios que os líderes devem ter emmente ao trabalhar com os conselhos. (Ver ocomentário.) Crie uma situação de liderançahipotética e discuta como esses princípiospoderiam ser aplicados.

Estude as sugestões do Élder M. RussellBallard para os conselhos e incentive os alunos aaplicá-las em seus conselhos.

RECURSOS PARA O PROFESSOR

Élder M. Russell Ballard

Do Quórum dos DozeApóstolos

“Strength in Counsel”,Conference Report, outubrode 1993, pp. 102–106; ouEnsign, novembro de 1993,pp. 76–78

Conselhos na Igreja do Senhor

(…) Deus reuniu um grande conselho nomundo pré-mortal para apresentar Seu gloriosoplano para nosso bem-estar eterno. A Igreja doSenhor é organizada em conselhos, em todos osníveis, desde o Conselho da Primeira Presidênciae o Quórum dos Doze Apóstolos, até os conselhosda estaca, da ala, do quórum, da organizaçãoauxiliar e da família.

O Presidente Stephen L. Richards disse:

“A sabedoria do governo da Igreja resume-se nautilização de conselhos. (…) Tenho experiênciasuficiente para saber o valor de um conselho.

86

Lição 14: Liderança e Conselhos

Raramente se passa um dia sem que eu comprove(…) a sabedoria do Senhor na criação deconselhos (…) para governar Seu reino. (…)

Não hesito em assegurar-lhes que, quandovocês se reunirem em conselho da maneiraesperada, Deus lhes dará as soluções para osproblemas que enfrentam.” (Conference Report,outubro de 1953, p. 86.)

Como devem funcionar os conselhos

Como membro dos Doze, sirvo em diversosconselhos e comitês gerais da Igreja. Reúno-mecom diversos líderes das auxiliares. Juntos,aconselhamo-nos, examinamos as escrituras eoramos pedindo orientação enquanto procuramosaprender como as auxiliares podem abençoar efortalecer de modo mais eficaz os membros daIgreja.

Em muitos aspectos, os conselhos gerais daIgreja funcionam de modo muito parecido com osconselhos da estaca e ala. Todos os conselhos daIgreja devem incentivar a conversa franca eaberta, consultando-se e procurando manter acomunicação clara e concisa. Os conselhos devemdiscutir objetivos e preocupações, tendo acompreensão mútua por meta final. Os conselhosde estaca e ala são a ocasião ideal para que oslíderes de todas as organizações conversem entresi e se fortaleçam. O enfoque principal dasreuniões de conselho de estaca e ala deve sercoordenar atividades e deveres, não apenas marcardatas. Nessas reuniões, os líderes do sacerdócio edas auxiliares devem estudar juntos suasresponsabilidades e descobrir maneiras de fazercom que os programas da Igreja ajudem osmembros a viver o evangelho no lar. Nos diasatuais, as pessoas e famílias precisam do auxíliosábio e inspirado da Igreja para combater os malesdo mundo.

A contribuição das irmãs nas reuniões deconselho

Em recente reunião de conselho com aspresidências das auxiliares femininas, as irmãsdisseram-me que um número muito pequeno demulheres da Igreja expressam interesse emreceber o sacerdócio. Elas, porém, querem serouvidas e valorizadas, e desejam fazercontribuições significativas à estaca, ala emembros, para servir ao Senhor e ajudar nocumprimento da missão da Igreja.

Por exemplo, estivemos conversando, há poucotempo, sobre a dignidade de nossos jovens paracumprir missão. A Presidente Elaine Jack disse:

“Élder Ballard, as irmãs da Igreja podem dar boassugestões sobre como preparar melhor os jovenspara a missão, se forem consultadas. Afinal decontas somos as mães desses jovens!” Assugestões das irmãs podem também ajudar naquestão da freqüência ao templo e em muitosoutros problemas com que os líderes dosacerdócio tenham que se defrontar.

Irmãos, rogo-lhes que procureis a contribuiçãovital das irmãs nas reuniões de conselho.Incentivem todos os membros do conselho adarem sugestões e idéias sobre como a estaca ouala pode ser mais eficaz no trabalho de proclamaro evangelho, aperfeiçoar os santos e redimir osmortos.

Todos os membros do conselho devemparticipar

O ideal seria que todos os membros dequalquer conselho da Igreja ou da famíliapudessem relatar suas preocupações e sugerirsoluções baseadas nos princípios do evangelho.Creio que a Igreja e as famílias seriam fortalecidas,se os presidentes de estaca e bispos utilizassem asreuniões de conselho para encontrar resposta paraquestões como melhorar as reuniõessacramentais, melhorar a reverência, concentrar aatenção nas crianças, fortalecer os jovens, ajudaros solteiros, incluindo os viúvos e divorciados,ensinar e integrar pesquisadores e membrosnovos, melhorar o ensino do evangelho e muitasoutras semelhantes.

Durante o último semestre, realizamosreuniões especiais de treinamento em cadaconferência de estaca para debater os padrõesmorais de nossos jovens. Os participantes erammembros dos conselhos de estaca e ala. Todas asquestões dirigidas a mim na sessão poderiam tersido debatidas de modo mais apropriado em umareunião de conselho de ala. Contudo, os queraramente levantaram as questões sentiam ter aoportunidade de fazer perguntas, expressar suaspreocupações e dar sugestões nas reuniões deconselho de suas alas.

Criar sinergismo espiritual nos conselhos

Nestes tempos perigosos, precisamos que oslíderes da Igreja, homens e mulheres, se esforcemem conjunto, pois requer-se vigilância absolutapor parte dos que receberam o encargo de cuidardeste reino. Cada um de nós tem enormesresponsabilidades, mas igualmente importante é aresponsabilidade de nos reunirmos em conselho,num esforço conjunto de resolver os problemas e

87

Lição 14: Liderança e Conselhos

abençoar todos os membros da Igreja. Quandounimos esforços, criamos um sinergismoespiritual, que se traduz em maior eficáciadecorrente de nossa ação conjunta ou cooperação,e cujo resultado é maior que a soma das partesindividuais.

O antigo ético Esopo costumava ilustrar aforça do sinergismo mostrando uma vara epedindo a um voluntário da platéia que tentassequebrá-la. Naturalmente, o voluntário conseguiaquebrar a vara facilmente. Então Esopo iaacrescentando outras varas até que o voluntárionão mais conseguia quebrá-las. A moral dademonstração de Esopo era simples: Juntospodemos gerar sinergismo que nos torna muitomais fortes do que quando estamos sozinhos.

Ninguém deve ficar sozinho

Deus nunca deixou que Seus filhos ficassemsozinhos. As crianças têm os pais, e os pais têm aIgreja, as escrituras, os profetas e os Apóstolosvivos e o Espírito Santo para ajudá-los acompreender os princípios corretos e aplicá-los nodesempenho de suas responsabilidades.

O Apóstolo Paulo ensinou que o Salvadororganizou a Igreja de modo completo, comApóstolos, profetas e outros oficiais e mestres para“o aperfeiçoamento dos santos, para a obra doministério, para edificação do corpo de Cristo; atéque todos cheguemos à unidade da fé”. (Efésios4:12–13)

Paulo comparou os membros da Igreja e suasvárias responsabilidades ao corpo:

“Porque também o corpo não é um sómembro, mas muitos (…)

Ma agora Deus colocou os membros no corpo,cada um deles como quis. (…)

Assim, pois, há muitos membros, mas umcorpo.

E o olho não pode dizer à mão: Não tenhonecessidade de ti; nem ainda a cabeça aos pés:Não tenho necessidade de vós. (…)

De maneira que, se um membro padece, todosos membros padecem com ele; e, se um membroé honrado, todos os membros se regozijam comele”. (I Coríntios 12:14, 18, 20–21, 26.)

As escrituras nos ensinam claramente queapesar de termos diferentes chamados e estesmudarem periodicamente, todos esses chamadossão importantes para o funcionamento da Igreja.Precisamos que os quóruns do sacerdócioassumam seu papel e cumpram seu dever

divinamente comissionado, assim comoprecisamos que a Sociedade de Socorro, aPrimária, a Organização das Moças, a EscolaDominical e o comitê de atividades cumpram suasfunções de vital importância. Precisamos tambémque os líderes e membros de todas essasorganizações inspiradas trabalhem juntos,auxiliem-se mutuamente no que for preciso parao benefício de pessoas e famílias.

Sugestões para conselhos mais eficazes

Este não é o trabalho de determinado homemou mulher; mas é o trabalho de Deus, que estácentralizado na expiação do Senhor Jesus Cristo.Tenho algumas sugestões específicas que, seseguidas, creio poderem ajudar-nos a sermos maiseficazes em nossa família e em chamados naIgreja.

Primeiro, concentrem-se nos princípiosfundamentais. Com toda certeza, aprendemos arespeito desses princípios fundamentais nestaconferência. Os que ensinam devem apresentar adoutrina pura. Ensinem pelo Espírito, utilizandoas escrituras e o material didático aprovado. Nãoalonguem nem debatam assuntos especulativos equestionáveis. Estudem os ensinamentos destaconferência nas reuniões de noite familiar e nasconversas da família: elas fortalecerão seu lar.Num mundo repleto de pecado, conflito econfusão, podemos encontrar paz e segurança noconhecimento e cumprimento das verdadesreveladas do evangelho.

Segundo, concentrem-se nas pessoas.Coordenar atividades e marcar datas de eventos éalgo que precisa ser feito, mas muitas reuniões deconselho começam e terminam nesse ponto. Emlugar de uma longa lista de planos e relatórios dasorganizações, a maior parte do tempo da reuniãode conselho deve ser utilizada para se consideraras necessidades dos membros. Ao fazê-lo, o sigiloé extremamente importante. Os membros doconselho devem guardar sigilo absoluto sobretodos os assuntos discutidos nas reuniões deconselho.

Terceiro, incentivem a livre expressão. Isso éessencial para que o propósito do conselho sejaalcançado; os líderes e pais devem criar umambiente que favoreça a franqueza, em que todasas pessoas se sintam importantes e todas asopiniões sejam valorizadas. O Senhor admoestou:“Cada um fale a seu tempo e todos ouçam suaspalavras, para que quando todos houverem falado,todos sejam edificados por todos”. (D&C 88:122,grifo do autor.) Os líderes devem reservar um

88

Lição 14: Liderança e Conselhos

tempo adequado para a reunião de conselho,lembrando-se de que devem ouvir pelo menos otanto quanto falam.

Quarto, a participação é um privilégio. Esseprivilégio é acompanhado de responsabilidades:responsabilidade de trabalhar dentro dos limitesda organização, de estar preparados, decompartilhar, de defender vigorosamente o queconsideramos ser o certo. Igualmente importante,porém, é a responsabilidade de apoiar e defender adecisão final do líder do conselho, mesmo quenão concordemos plenamente com ela.

O Presidente David O. McKay contou-nos arespeito de uma reunião do Conselho dos DozeApóstolos em que foi debatido um assunto deextrema importância. Ele e outros apóstolossentiam fortemente que determinadas medidasprecisavam ser tomadas e estavam preparadospara expressar esse sentimento na reunião com aPrimeira Presidência. Para sua surpresa, oPresidente Joseph F. Smith não os consultou,como de costume, sobre aquele assunto. Em vezdisso, “ele ergueu-se e disse: ‘Essa é a vontade doSenhor’.

Apesar de não estar em completa harmoniacom o que havíamos decidido (…)”, escreveu oPresidente McKay, “o Presidente dos Doze (…) foio primeiro a erguer-se, dizendo: ‘Irmãos,proponho que esta se torne a opinião e a decisãodeste Conselho’.

‘Reitero a proposta’, disse outro, e ela foiunânime. Não se passaram seis meses para que asabedoria daquele líder fosse manifestada.”(Gospel Ideals, Salt Lake City: Improvement Era,1953, p. 264).

Quando o líder do conselho chega a umadecisão, os membros do conselho devem apoiá-lointegralmente.

Quinto, liderem com amor. Jesus ensinou queo primeiro e maior mandamento é “amarás oSenhor teu Deus de todo o teu coração, e de todaa tua alma, e de todo o teu pensamento (…) E osegundo, semelhante a este, é: Amarás o teupróximo como a ti mesmo”. (Mateus 22:37, 39)

Os líderes do sacerdócio devem liderar com“persuasão, (…) longanimidade, (…) brandura emansidão, (…) amor não fingido; (…) bondade econhecimento puro”. (D&C 121:41–42) Esses são

os princípios que devem guiar nossorelacionamento com o próximo na Igreja de JesusCristo.

Os portadores do sacerdócio nunca devemesquecer que não têm o direito de usar aautoridade do sacerdócio como uma clava sobre acabeça dos membros da família e nos chamadosda Igreja. O Senhor disse a Joseph Smith que“quando nos propomos a encobrir nossos pecadosou satisfazer nosso orgulho, nossa vã ambição ouexercer controle ou domínio ou coação sobre aalma dos filhos dos homens, em qualquer grau deiniqüidade, eis que os céus se afastam; o Espíritodo Senhor se magoa e, quando se afasta, amémpara o sacerdócio ou a autoridade desse homem”.(D&C 121:37)

Em outras palavras, qualquer homem queinvoca os poderes especiais do céu para ospróprios interesses egoístas e procura usar osacerdócio em qualquer grau de injustiça, naIgreja ou no lar, simplesmente não compreende anatureza de sua autoridade. O sacerdócio destina-se ao serviço, não à opressão; à compaixão, não àcoerção; ao cuidado, não ao controle. Os quediscordam estão agindo fora dos limites daautoridade do sacerdócio.

Felizmente, a maioria de nossos pais e líderesdo sacerdócio lideram com amor, assim como amaioria de nossas mães e líderes das auxiliares. Aliderança fundamentada no amor é acompanhadade inacreditável poder. Ele é real e produzresultados duradouros na vida dos filhos do PaiCelestial.

Chegar a consenso e união

Que Deus os abençoe, irmãos, para quecheguem a um consenso e unidade inspirados aose reunirem em conselho no intuito de servir unsaos outros. Somente assim a Igreja e as famíliascomeçarão a se aproximar do pleno potencial derealização do bem entre os filhos de Deus naTerra.

Sei que Deus vive e que Jesus é o Cristo. Seique podemos desempenhar melhor nossotrabalho reunindo-nos em conselho, com união eamor. Que sejamos abençoados ao fazê-lo é aminha humilde oração, em nome de Jesus Cristo,amém.

89

Lição 14: Liderança e Conselhos

Élder M. Russell Ballard

Do Quórum dos DozeApóstolos

“Counseling with OurCouncils”, ConferenceReport, abril de 1994, pp.31–34; ou Ensign, maio de1994, pp. 24–26

Um motor bem regulado

Antes de ser chamado como Autoridade Geral,eu trabalhava no ramo de automóveis, como meupai. Com o passar dos anos, aprendi a gostar dosom e do desempenho de um motor bemregulado. Para mim, ouvir o leve ruído de ummotor de um carro em marcha lenta ou ovigoroso ronco de um motor em plenacapacidade, é quase como música. A potência queesse som representa é ainda mais emocionante.Não há nada que se compare à emoção de estar aovolante de um carro cujo motor tem um ótimodesempenho, com todas as partes funcionandoem perfeita harmonia.

Por outro lado, nada é mais frustrante que ummotor que não funciona direito. Por mais bela queseja a pintura, por mais confortável que seja oestofamento, se o motor não estiver funcionandobem, o carro não passa de uma carcaça cujopotencial não foi atingido. O motor de umautomóvel pode funcionar com parte de seuscilindros, mas nunca irá tão longe, nem andarátão rapidamente, ou tão suavemente quanto ofaria se estivesse devidamente regulado.

A ala de um único cilindro

Infelizmente, algumas alas da Igreja não estãousando todos os seus cilindros, havendo atémesmo as que estão tentando funcionar com umúnico cilindro. A ala que funciona com um sócilindro é aquela onde o bispo cuida de todos osproblemas, toma todas as decisões e acompanhatodas as designações. Assim, como o cilindrosobrecarregado de um motor, o bispo logo estaráesgotado.

Os bispos carregam pesadas incumbências,Eles e somente eles, portam determinadas chavese são os únicos que podem cumprir certasresponsabilidades. Mas não são chamados para sera única solução de todos os problemas de todas aspessoas. São chamados para presidir, liderar eestender o amor de Deus a Seus filhos. O PaiCelestial não espera que façam tudo sozinhos.

O mesmo ocorre com os presidentes de estaca,presidentes de quóruns do sacerdócio e de auxilia-res e, até com pais e mães. Todos têmresponsabilidades que exigem grande parte de seutempo, talento e energia. Mas ninguém tem quefazer tudo sozinho. Deus, o Organizador Mestre,inspirou a criação de um sistema de comitês econselhos. Se compreendido e posto em práticada maneira adequada, esse sistema irá diminuir acarga de todos os líderes, individualmente, eampliar o impacto de seu ministério, por meio doauxílio conjunto de outras pessoas.

Fazer bom uso dos conselhos

Seis meses atrás, falei deste púlpito sobre aimportância do sistema de conselhos da Igreja.Falei sobre o grande poder espiritual e a orienta-ção inspirada que podemos obter com a realizaçãoadequada de conselhos de estaca, ala e família. OEspírito continua a prestar-me testemunho deque os conselhos devidamente realizados sãovitais para o cumprimento da missão da Igreja.Por isso, estava ansioso para ver de que maneiraminhas observações de outubro foramentendidas, particularmente por nossos fiéis ediligentes bispos.

Nas sessões de treinamento que realizei emvários locais, desde a última conferência geral, deiênfase à realização de conselhos de ala. Comoparte do treinamento, convidava um conselho deala a participar. Apresentava ao bispo um pro-blema teórico sobre uma família menos ativa epedia-lhe que desenvolvesse, com o conselho deala, um plano para a reativação da família.

Invariavelmente, o bispo assumia de imediato aliderança da situação e dizia: ‘Este é o problema, eisto é o que acho que precisa ser feito pararesolvê-lo’. Em seguida, dava designações aosvários membros do conselho da ala. Era um bomexercício de delegação de responsabilidades, creioeu, mas nem sequer começava a utilizar aexperiência e sabedoria dos membros do conselhopara tratar do problema.

Por fim, pedia ao bispo que tentassenovamente, mas que, dessa vez, solicitasse idéiase sugestões aos membros do conselho, antes defazer qualquer designação. Incentivava-oespecialmente a pedir idéias às irmãs presentes.Quando o bispo abria a reunião aos membros doconselho, pedindo que todos dessem suacontribuição, era como se abrisse as comportas docéu. Um reservatório de inspiração e percepção

90

Lição 14: Liderança e Conselhos

fluía entre os membros do conselho aoplanejarem como integrar a família menos ativa.

Ao observar que a mesma cena se repetia vezapós vez, nos últimos seis meses, decidi que seriaútil falar novamente a respeito da importância dosconselhos. Não falo com a intenção de censuraros que não deram a devida atenção na última vez,mas porque a Igreja necessita urgentemente queos líderes, especialmente os presidentes de estacae bispos, controlem e canalizem o poder espiritualpor meio dos conselhos. Os problemas da família,ala e estaca poderão ser solucionados sebuscarmos soluções à maneira do Senhor.

Por experiência própria, digo que vidas sãoabençoadas quando os líderes usam os comitês econselhos com sabedoria. Eles fazem o trabalhodo Senhor avançar com mais rapidez, como umbom carro no seu melhor desempenho. Osmembros dos comitês e conselhos têm umobjetivo comum. Juntos, podem trabalhar demaneira muito mais agradável ao servirem naIgreja.

Três comitês e conselhos de ala

Para o que pretendo expor, analisarei três doscomitês e conselhos de ala, que devem sempreseguir uma agenda previamente organizada.

O primeiro é o comitê executivo do sacerdócio.Os integrantes desse comitê são o bispado, o líderdo grupo de sumos sacerdotes, o presidente doquórum de élderes, o líder da missão da ala, opresidente dos Rapazes, o secretário executivo daala e o secretário da ala. Este comitê se reúneuma vez por semana, sob a direção do bispo, paraavaliar os programas do sacerdócio da ala, queincluem o templo e a história da família, otrabalho missionário, bem-estar, ensino familiar eativação de membros.

O segundo é o comitê de bem-estar da ala.Inclui o comitê executivo do sacerdócio e apresidência da Sociedade de Socorro. Este comitêse reúne pelo menos uma vez por mês, tambémsob a direção do bispo, para analisar asnecessidades materiais dos membros da ala.Somente o bispo pode decidir o destino dosrecursos de bem-estar, mas o comitê ajuda acuidar dos pobres, planejando e coordenando ouso dos recursos da ala, inclusive tempo, talentos,aptidões, material e o serviço de solidariedade dosmembros. Nesta e em outras reuniões de comitêse conselhos, freqüentemente são discutidosassuntos delicados, que exigem sigilo absoluto.

O terceiro é o conselho da ala. Inclui o comitêexecutivo do sacerdócio, a presidente daSociedade de Socorro, o presidente da EscolaDominical, a presidente da Primária, a presidentedas Moças e o encarregado do comitê de ativida-des. O bispo pode convidar outros para participar,se necessário. Este conselho se reúne pelo menosuma vez por mês, para correlacionar oplanejamento de todos os programas e atividadesda ala e analisar o progresso da ala nocumprimento da missão da Igreja. O conselho daala reúne um grupo heterogêneo de líderes dosacerdócio e líderes das mulheres para que,juntos, possam ter uma visão ampla dos assuntosque afetam os membros da ala e da comunidade.O conselho estuda as sugestões dos mestresfamiliares e das professoras visitantes. (…)

Usar os conselhos para ajudar a reter osconversos

Uma das maiores preocupações dasAutoridades Gerais é a falta de integração dealguns recém-conversos e dos membros menosativos da Igreja. Se os conselhos de ala fun-cionarem como devem, cada pessoa recém-convertida será integrada, receberá visita demestres familiares e professoras visitantes, e seráchamada para um cargo adequado, poucos diasapós o batismo. O membro menos ativo receberáum cargo, fazendo com que se sinta útil e amadopelos irmãos da ala. (…)

Tornar-se uma equipe para resolver problemas

Quando os presidentes de estaca e bispospermitem que os líderes do sacerdócio e dasauxiliares, a quem o Senhor chamou para servircom eles, se tornem parte de uma equipe deresolução de problemas, coisas maravilhosascomeçam a acontecer. A participação dessaspessoas amplia a base das experiências e dacompreensão, levando a melhores soluções. Vocêsbispos, fortalecem os líderes da ala, dando-lhes aoportunidade de oferecer sugestões e ser ouvidos.Preparem futuros líderes, permitindo que elesparticipem e aprendam. Podem por meio desseenvolvimento, aliviar bastante a sua carga. Aspessoas que se sentem responsáveis por umproblema têm mais disposição de ajudar naprocura de uma solução, aumentando muito apossibilidade de sucesso.

Assim que os devidos conselhos estiveremorganizados e os irmãos e irmãs tiverem plenaoportunidade de participar, os líderes da ala e da

91

Lição 14: Liderança e Conselhos

estaca poderão fazer mais do que apenas manteras organizações. Poderão dirigir seus esforços nosentido de encontrar maneiras de tornar estemundo um lugar melhor para se viver. Osconselhos de ala certamente podem abordarassuntos como violência de quadrilhas, segurançadas crianças, decadência do padrão de vida urbanoou campanhas de limpeza da comunidade. Osbispos poderiam perguntar aos conselhos de ala:“Como podemos fazer algo significativo para acomunidade?” Esse tipo de pensamento e umaparticipação mais ampla na melhoria dacomunidade são atitudes recomendáveis para ossantos dos últimos dias.

Como os Apóstolos se reúnem em conselho

Venho servindo nos últimos oito anos e meiocomo membro de um conselho de doze homens.Viemos de ambientes diversos e trouxemos aoConselho dos Doze Apóstolos um sortimento deexperiências na Igreja e no mundo. Em nossasreuniões, nós não nos sentamos apenas,esperando que o Presidente Howard W. Hunternos diga o que fazer. Aconselhamo-nosabertamente uns com os outros, ouvimos uns aosoutros com profundo respeito pela capacidade eexperiência que os irmãos trazem ao conselho.Debatemos uma imensa variedade de assuntos,desde a administração da Igreja atéacontecimentos mundiais, e fazemo-lo de modosincero e franco. As vezes debatemos assuntosdurante semanas, antes de chegarmos a umaconclusão. Nem sempre concordamos durante odebate, mas quando a decisão é tomada, sempreterminamos unidos e determinados.

Ouvir e arrazoar nos conselhos

Este é o milagre dos conselhos da Igreja: ouviruns aos outros e ouvir o Espírito! Quando nosapoiamos uns aos outros nos conselhos da Igreja,começamos a compreender como Deus tomahomens e mulheres comuns e os transforma emlíderes extraordinários. Os melhores líderes nãosão aqueles que se matam de tanto trabalhar,tentando fazer tudo sozinhos; os melhores líderessão os que seguem o plano de Deus e seaconselham com os seus conselhos.

“Vinde então”, disse o Senhor em umadispensação passada, por intermédio do profetaIsaías: “e argüi-me”. (Isaías 1:18) Nesta últimadispensação, Ele repetiu a admoestação: “Juntosarrazoemos para que compreendais”. (D&C 50:10)

Lembremos que o conselho básico da Igreja é oconselho familiar. Os pais e as mães devem aplicardiligentemente os princípios que mencionei emseu relacionamento mútuo e com os filhos.Fazendo isso, nossos lares poderão tornar-se umcéu na Terra.

Irmãos e irmãs, trabalhemos juntos, comonunca o fizemos, para cumprir nossasresponsabilidades, a fim de descobrirmos comotornar mais eficaz o uso do maravilhoso poderdos conselhos. Peço-lhes que ponderem tudo oque eu disse sobre este assunto em outubropassado, juntamente com tudo o que disse hoje.Testifico que podemos trazer toda a força do planorevelado por Deus, referente à liderança noevangelho, para o nosso ministério, ao nosaconselharmos uns com os outros. Que Deus nosabençoe para que permaneçamos unidos notrabalho de fortalecer a Igreja e seus membros, éminha oração em nome de Jesus Cristo. Amém.

AUXÍLIOS DIDÁTICOS

• Em que sentido a Igreja e a família são umaextensão do conselho pré-mortal no céu?

• Qual deve ser o “enfoque principal dasreuniões de conselho de estaca e ala”?

• O que é “sinergismo espiritual”?

• Quais são algumas das preocupações quepoderiam ser enfocadas pelos conselhos deestaca e ala?

• De acordo com o Élder Ballard, o que osmelhores líderes da Igreja fazem em seusconselhos?

92

93

CONCEITO 1. OS LÍDERES SÁBIOS DELEGAMTAREFAS E RESPONSABILIDADES SIGNIFICATIVASPARA AS PESSOAS A QUEM ELES LIDERAM.

COMENTÁRIO

Durante Seu ministério mortal, Jesus Cristodelegou responsabilidades a Seus discípulos edeu-lhes autoridade. Por exemplo: Ele encarregouSeus apóstolos de “[curar] os enfermos, [limpar]os leprosos, [ressuscitar] os mortos, [expulsar] osdemônios”. (Ver Mateus 10:5–8.)

O Apóstolo Paulo escreveu: “E ele mesmo deuuns para apóstolos, e outros para profetas, eoutros para evangelistas, e outros para pastores edoutores,

Querendo o aperfeiçoamento dos santos, para aobra do ministério, para edificação do corpo deCristo”. (Efésios 4:11–12)

O Élder Neal A. Maxwell, membro do Quórumdos Doze, explicou que depois da Ressurreição deCristo, “os Doze (…) deram-se conta de que nãotinham sido chamados para atender anecessidades físicas das pessoas, mas, sim, paradivulgar a palavra de Deus por toda a Terra.Portanto, eles sabiamente delegaram o trabalho debem-estar para outras pessoas. Por isso asnecessidades das viúvas, que eram bem reais,foram atendidas, mas sem sacrificar os chamadosmais elevados dos Doze. [Ver Atos 6:1–7.]” (WeWill Prove Them Herewith, 1982, p. 110.)

O Profeta Joseph Smith foi um exemplo doprincípio da delegação. O Élder Spencer J. Condie,membro dos Setenta, comentou: “Uma grandequalidade do Profeta era sua capacidade de delegare desenvolver habilidades de liderança nas pessoasa seu redor”. (Conference Report, março–abril de1990, p. 35; ou Ensign, maio de 1990, p. 28.) OÉlder Dallin H. Oaks, do Quórum dos Doze, disse:“O bispo precisa saber delegar ou não suportará opeso de suas responsabilidades e poderá sentir-sefrustrado ao ver tantos de seus deveres nãocumpridos”. (A Liahona, julho de 1997, p. 24.)

A liderança da Igreja e da família pode ser tantoalegre quanto árdua. O Santo Espírito fortalece erenova os líderes, mas os líderes sábios delegamresponsabilidades para as pessoas a quem elesservem, porque não podem fazer tudo sozinhos, eporque as pessoas crescem mais quandoparticipam.

O Élder James E. Faust, que na época eramembro do Quórum dos Doze, ensinou: “Um dosprincípios que precisamos ter sempre em mente éque o trabalho do Senhor segue adiante por meiode designações. Os líderes recebem e dãodesignações. Essa é uma parte do extremamentenecessário princípio de delegação”. (ConferenceReport, outubro de 1980, p. 50; ou Ensign,novembro de 1980, p. 34.)

LIÇÃO 15

A IMPORTÂNCIA DE DELEGAR“E tu dentre todo o povo procura homens capazes, tementes a Deus, homens de verdade, que

odeiem a avareza; e põe-nos sobre eles por maiorais de mil, maiorais de cem, maiorais de cinqüenta,e maiorais de dez;

Para que julguem este povo em todo o tempo; e seja que todo o negócio grave tragam a ti, mas todoo negócio pequeno eles o julguem; assim a ti mesmo te aliviarás da carga, e eles a levarão contigo.”(Êxodo 18:21–22)

PRINCÍPIO DE LIDERANÇA

Os líderes sábios usam o princípio da delegação para ajudar as pessoas a quem eles servem a alcançarmetas justas e tornar-se mais semelhantes a Jesus Cristo.

CONCEITOS DA LIÇÃO

1. Os líderes sábios delegam tarefas e responsabilidades significativas para as pessoas a quem eleslideram.

Lição 15: A Importância de Delegar

O Élder Neal A. Maxwell, que na época eramembro da Presidência dos Setenta, sugeriu osseguintes motivos pelos quais os líderes às vezesdeixam de delegar:

“1. Preferimos fazer nós mesmos.

2. Não estamos realmente dispostos a usarnosso tempo e talentos para treinar outros paraque eles possam ajudar.

3. Não gostamos de pedir ajuda a outraspessoas, esquecendo que receber ajuda faz partedo evangelho, da mesma forma que prestarauxílio ao próximo.

4. Sentimo-nos um pouco perturbados porqueisso nos dá uma falsa sensação de sermos nobres.

5. Dizemos que ficamos preocupados com o‘controle de qualidade’, quando uma tarefa édelegada, e muitas vezes há motivo para talpreocupação; em outras ocasiões, porém, não nospreocupamos com a má qualidade da tarefaexecutada, mas, sim, com que ela seja executadabem demais.”

O Élder Maxwell aconselhou: “A sensação quetemos às vezes de sermos consumidos por nossodever (…) pode ser evitada, ao menosparcialmente. (…) Podemos fazê-lo delegandomais, e assim desenvolvemos mais outras pessoas,inclusive nossos filhos, chegando por fim areduzir nossos fardos desnecessários”. (WhereforeYe Must Press Forward, 1977, pp. 99–100.)

O Élder Sterling W. Sill, que na época eraAssistente dos Doze, escreveu: “Um líder nãoperde sua autoridade nem sua responsabilidadequando delega. (…) Ele precisa inspecionar,treinar, incentivar; precisa supervisionar a pessoaque recebeu a responsabilidade. (…) Delegaçãosem controle é irresponsabilidade”. (Leadership,1958, p. 213.)

SUGESTÃO DIDÁTICA

Peça aos alunos que definam a palavra delegar.(“Confiar a alguém parte de nossaresponsabilidade”.) Discuta como essa definiçãose aplica à liderança da Igreja e da família.

Peça aos alunos que procurem exemplos dedelegação nas escrituras. Peça-lhes que contemexemplos de delegação bem-sucedida em suafamília ou na Igreja. Discuta por que delegar é umaparte importante da liderança da família e da Igreja.

Separe a classe em pequenos grupos. Peça acada grupo que discuta as vantagens edesvantagens de se delegar. Peça que apresentemsuas conclusões e discuta-as em classe.

Peça aos alunos que pensem na importância dese delegar para uma liderança eficaz. Incentive-osa observarem como os líderes da Igreja e dafamília delegam responsabilidades. Peça quepensem em quais responsabilidades os líderespodem e não podem delegar, e o porquê.

Discuta algumas das características das pessoasque sabem delegar. Por exemplo, as pessoas quesabem delegar:

• Dão designações claras e específicas para aspessoas.

• Especificam o que deve ser feito, mas nãoexatamente como isso deve ser feito.

• Concedem autoridade para que as pessoascumpram suas tarefas designadas.

• Treinam as pessoas, se necessário, nas aptidõesque elas precisam desenvolver para teremsucesso.

• Proporcionam instrumentos e recursosnecessários para que as pessoas tenhamsucesso.

• Proporcionam a devida supervisão enquanto aspessoas procuram cumprir suas tarefas.

• Proporcionam incentivo e apoio sinceros àspessoas quando elas têm sucesso.

• Colocam-se à disposição para dar conselhos eorientação.

• Proporcionam oportunidades para que aspessoas apresentem um relatório de suastarefas designadas.

Discuta o que os líderes podem fazer para queas responsabilidades delegadas sejam cumpridas.Peça aos alunos que leiam Êxodo 18:13–27.Discuta perguntas como estas:

• Que preocupações tinha Jetro em relação àliderança exercida por Moisés?

• Como Moisés reagiu às preocupações de Jetro?

• O que podemos aprender acerca da liderançacom esse acontecimento na vida de Moisés?

Leia a seguinte declaração do Presidente EzraTaft Benson, proferida quando ele era Presidente doQuórum dos Doze: “Esta é a organização do Senhorpor meio da qual agimos. Estamos lidando comvoluntários, que são filhos de nosso Pai, a quem Eleama, a despeito de suas fraquezas e erros. Nãopodemos forçar, coagir ou intimidar ao delegarmosresponsabilidades. Para sermos eficazes, precisamosbuscar e conseguir o Espírito se quisermos delegarcom sabedoria”. (God, Family, Country: Our ThreeGreat Loyalties, 1974, p. 130.)

94

Lição 15: A Importância de Delegar

RECURSOS PARA O PROFESSOR

Presidente N. Eldon Tanner

Primeiro Conselheiro naPrimeira Presidência

“The Message: Leading as theSavior Led”, New Era, junhode 1977, pp. 4–7

A fim de que alguém possa ser um líder ouprofessor bem-sucedido (e usarei esses termosindiferentemente) dentro da Igreja de Jesus Cristodos Santos dos Últimos Dias, é importante quecompreenda e tenha pleno entendimento de que éum filho espiritual de Deus, e que as pessoas quelidera são também filhos espirituais de Deus. Éimportante também que aqueles a quem ele liderasaibam e compreendam que eles são filhosespirituais de Deus, e saibam quão importante éesse conhecimento para sua vida. Eles devemreconhecer que Deus está interessado neles,deseja que vivam da maneira correta, e estápronto a responder às suas orações e ajudá-los,sempre que seja possível, caso eles escutem.

Alguém já disse que a liderança denota certacoragem. Trata-se, afinal de contas, da tarefa deabrir o caminho, ir primeiro, ficar diante damultidão, da congregação, de um público demilhares de pessoas anônimas, ou o duro olhar deum único que duvida.

Todo indivíduo é um líder ou influencia a vidade outras pessoas, mesmo que não se apercebadisso. A pergunta é: Que tipo de líder ele será?Qual a influência que exercerá?

Cada um deve tomar sua própria decisão comrespeito ao tipo de líder que será. Deve estardeterminado a ser um líder que diga como Jesus:“Vem, e segue-me”, e “como eu vos fiz, façais vóstambém”, sabendo que está guiando as pessoasno caminho da verdade e retidão. Esse deve ser oobjetivo final de todo líder.

Para liderar como Jesus liderou, é precisoenfrentar muitos desafios. Um dos primeirospassos ao enfrentá-los é compreender que Cristo éum modelo da liderança correta; e que, à medidaque estudamos o relato de Sua vida nasescrituras, e os Seus ensinamentos, eles setornam estudos de caso de liderança divina. Guiarcomo Ele guiou requer que pesquisemos eentendamos as escrituras e que as apliquemos emnossa vida. Como disse Néfi, devemos “[aplicar]todas as escrituras a nós” (1 Néfi 19:23); e como

disse o Senhor: “Porque vivereis de toda palavraque sai da boca de Deus”. (D&C 84:44)

Em 3 Néfi lemos:

“E bem-aventurados são todos os que sofremperseguição por amor ao meu nome, porque delesé o reino dos céus.

E bem-aventurados sois vós, quando oshomens vos injuriarem e perseguirem e,mentindo, disserem todo o mal contra vós porminha causa.

Porque muito vos regozijareis e muito vosalegrareis, porque grande será a vossa recompensano céu; pois assim perseguiram os profetas queforam antes de vós.

Em verdade, em verdade vos digo que eu vosconcedo serdes o sal da terra; mas se o sal perdero sabor, com que será a terra salgada? O sal entãopara nada mais prestará, senão para ser lançadofora e pisado pelos homens.

E eis que vos dei a lei e os mandamentos demeu Pai, a fim de que acrediteis em mim e de quevos arrependais dos vossos pecados e de quevenhais a mim com um coração quebrantado eum espírito contrito. Eis que tendes osmandamentos diante de vós e a lei está cumprida.

Portanto vinde a mim e sede salvos; pois emverdade vos digo que, a não ser que guardeis osmeus mandamentos que agora vos dei, de modoalgum entrareis no reino dos céus.” (3 Néfi12:10–13, 19–20)

Quando Cristo veio à Terra para salvar ahumanidade, a fim de que pudessem voltar a vivernovamente com seu Pai Celestial, Ele não disse:“Obedecereis a algumas leis, mas a outras nãoobedecereis”. Com relação aos mandamentos, Elenão disse: “Este eu cumprirei e aquele não”. Adespeito de sua experiência, dor e sofrimento noJardim do Getsêmani, Ele perseverou até o fim edeu Sua vida, para que os homens pudessem ter aimortalidade e vida eterna.

É extremamente importante que aprendamos aobedecer e guardar os mandamentos de Deus. Foidito que a obediência não é uma característica doescravo, mas, sim, uma das qualidadesprimordiais de um líder.

Algumas pessoas deixam de se tornar grandeslíderes, porque não aprenderam a seguirinstruções—mesmo os ensinamentos de JesusCristo. A fim de guiarmos como Jesus, devemos,antes de mais nada, aprender a seguir a Cristo,conforme Ele seguiu Seu Pai nos céus. Temos de

95

Lição 15: A Importância de Delegar

manter em mente aquelas metas eternas às quaisme referi, e, como filhos espirituais de Deus,tornar-nos mais e mais semelhantes a Ele, até quesejamos perfeitos. Não vamos somente crer emCristo, mas segui-Lo. Adoremo-Lo e sejamos sem-pre obedientes a Seus ensinamentos.

Quando perguntaram a Joseph Smith comogovernava tão bem o seu povo, ele respondeu:“Ensino-lhes os princípios corretos e elesgovernam-se a si mesmos”. Essa é a essência daabordagem do Senhor com respeito à liderança,implicando que devemos assegurar-nos de queensinamos princípios corretos com umtestemunho e compreensão do evangelho.Compreender os princípios do evangelho darámuito mais liberdade e proporcionará muito maiscrescimento que o mero treinamento emtécnicas.

Quando perguntaram qual era a diferença entreum condutor de ovelhas e um pastor, um homemexplicou que o primeiro toca as ovelhas para afrente, mas o pastor as lidera. Alguém disse: “Oshomens são como espaguete. Se você vai nafrente e puxa, eles seguem atrás; mas se você ficaatrás e empurra, eles se embolam todos”.

Um líder na Igreja é também um professor, eum dos maiores instrumentos para o ensino é oexemplo, o instrumento que Cristo sempre usou.Um sábio observou: “Seus atos falam tão alto quenão consigo ouvir o que está dizendo”. Emborapossamos não estar cônscios disso, o que ensi-narmos pelo exemplo se tornará mais persuasivoque aquilo que intencionalmente ensinarmos porpreceito, e deixará muito mais impressões naqueleque aprende.

Para sermos um líder ou professor eficiente,devemos mostrar amor, e realmente amar apessoa que tentamos ensinar. Nenhum poder étão persuasivo como a força do amor. Cristoamou a todos—o fraco, o pecador, o justo. Porvezes, aqueles que mais necessitam ser amadossão os que parecem menos merecer amor. Embo-ra possamos não apreciar ou aprovar o quealguém faz, devemos, ainda assim, mostrar amora essa pessoa.

Muitas vezes um líder necessita ter paciência ecompreensão. Ele não pode sempre agirimpetuosamente, e nunca deve reagir comviolência. Nem todas as pessoas podem seguir oseu ritmo. Disse o Presidente Joseph F. Smith:

“Nos líderes, a impaciência excessiva e ospensamentos melancólicos são quaseimperdoáveis, e às vezes, é necessário tanta

coragem para esperar como para agir. Espera-se,pois, que os líderes do povo de Deus e o própriopovo, não sintam que devem ter de imediato umasolução para cada problema que surge e perturbao curso normal de sua vida.” (Gospel Doctrine,Deseret Book Co., 1939, p. 156.)

Outro passo importante na liderança é delegar.Quem recebe a delegação, deve receber umamordomia significativa. Designar a mordomia é odever do líder. Cada indivíduo deve aceitar amordomia designada e comprometer-se a realizarsuas tarefas, conforme foi ensinado. Deve receberautoridade, juntamente com a responsabilidade.Dizem que Sócrates afirmou: “Qualquer dever queme designes, preferiria mais depressa morrer, aesquecê-lo”.

Um líder jamais deve tentar fazer o trabalhodaquele a quem deu uma designação. Como disseo Presidente Harold B. Lee: “Deixe que eles façamtudo o que puderem, e você permaneça atrás,para ensiná-los como fazer. Penso que aí está osegredo do crescimento: estabelecer res-ponsabilidades e então ensinar nosso povo a comocumpri-las”.

Dê-lhes liberdade para realizar suas tarefas.Nunca os critique, mas louve o sucesso eincentive os esforços.

Devemos fazer com que cada um compreendaa grande importância de seu chamado. Um lídernunca deve ser alguém a quem nos referimoscomo ‘o chefe’, mas conforme ensinou oSalvador, alguém que serve com o povo. Ele disse:“O maior dentre vós será vosso servo”. (Mateus23:11) E deu-nos o grande exemplo, quandolavou os pés de Seus discípulos. Ele também disseque “(…) O que a si mesmo se exaltar seráhumilhado; e o que a si mesmo se humilhar seráexaltado”. (Mateus 23:12)

Lembro-me de ouvir o Presidente Grant dizerfreqüentemente que jamais daria uma designaçãoa alguém, de um trabalho que ele próprio nãoestaria apto a fazer.

Um bom líder preocupa-se com o bem-estar deseus seguidores, ou daqueles a quem serve.Quando servi como oficial de gabinete do governoda província de Alberta, Canadá, tinha muitasdecisões difíceis a tomar. Sempre perguntava amim mesmo: “O que será melhor para aprovíncia, para o povo que será atingido peladecisão, e para os empregados do departamento?”Eu também debatia os problemas com os líderesdas diferentes divisões do departamento,particularmente os mais atingidos, e fazia-os

96

Lição 15: A Importância de Delegar

sentir que estavam aceitando pelo menos algumaresponsabilidade, seguindo-se o fato de que eusempre me dirigia ao Senhor buscandoorientação, e a recebia, e assim era capaz detomar decisões que não poderia assumir de outraforma.

Como líderes, devemos compreender o que oSenhor disse: “Pois eis que esta é minha obra eminha glória: Levar a efeito a imortalidade e vidaeterna do homem”. (Moisés 1:39) Ele tambémdisse: “Portanto, como sois agentes, estais aserviço do Senhor; e tudo o que fazeis de acordocom a vontade do Senhor é negócio do Senhor”.(D&C 64:29)

Sim, nós, como líderes, estamos empenhadosno serviço do Senhor, e devemos dar estritaatenção ao crescimento individual de cada um,ensinando princípios corretos e tentando guiarcada indivíduo a se preparar para a imortalidade evida eterna. Devemos fazer isso por exemplo epreceito, e então estar preparados para ajudá-los eapoiá-los em seus esforços, mas devemos deixarque tomem suas próprias decisões, e governem-sea si mesmos, de acordo com o livre-arbítrio que éseu dom.

Lembremo-nos das palavras do Senhor aJoseph Smith, com relação à mordomia: “OSenhor requer que todo mordomo preste contasde sua mordomia, tanto nesta vida como naeternidade”. (D&C 72:3)

Quando um líder dá uma designação, deve serclaramente compreendida. O âmbito daresponsabilidade deve ser esclarecido, e então oindivíduo deverá estar livre para agir e cumprirsua designação, recebendo um tempodeterminado para relatório de progresso ou final.Um relatório deve ser sempre prestado ao líder, eeste deve esperar essa prestação de contas.

Na administração da Igreja, a ferramenta básicapara a prestação de contas é a entrevista pessoal.Se o relacionamento entre o entrevistado e oentrevistador for como deve ser, esta pode seruma experiência recompensadora para ambas aspartes, onde há oportunidade para se fazer umaauto-avaliação, e onde o diálogo deve ser aberto econstrutivo. É a oportunidade ideal para seoferecer e receber auxílio e assistência.

Minha experiência na política e no mundo dosnegócios assim como na Igreja tem ressaltadoesta grande necessidade de delegação adequada deautoridade, acompanhamento e prestação decontas.

Devemos considerar os sete passos e guiá-lospor Cristo na delegação.

Primeiro, a organização da Igreja que Cristoestabeleceu foi estruturada no sistema dedelegação de autoridade.

Segundo, ao delegar, Jesus não fazia asdesignações parecerem fáceis; fazia-as parecerememocionantes e desafiadoras.

Terceiro, Jesus fazia com que aqueles a quemchamava conhecessem e compreendesseminteiramente seus deveres.

Quarto, Jesus depositava total confiança naspessoas a quem delegava responsabilidades, comoSeu Pai havia feito com Ele.

Quinto, Jesus emprestava Sua lealdade àquelesa quem chamava, e esperava lealdade deles comorecíproca.

Sexto, Jesus esperava muito daqueles a quemdelegava responsabilidade, e estava preparado paradar muito.

Sétimo, Jesus ensinou que aquele que lidera,deve acompanhar o progresso do liderado, e devereceber uma prestação de contas dasresponsabilidades conferidas, elogiando oureprovando, caso necessário, com amor. (…)

George Washington em seu último discursopara os cidadãos de seu país, advertiu-os a nãopensarem que poderiam ter uma grandedemocracia sem uma profunda e duradoura fé emDeus. (…)

Winston Churchill salientou: “Precisamos dar-nos conta de que a chama da ética cristã ainda énosso maior guia. (…) O cumprimento dosdeveres espirituais em nossa vida diária é vitalpara nossa sobrevivência”.

Em essência (…) eles estão dizendo a mesmacoisa: Nossa única esperança de grandeza está emseguirmos o exemplo de Cristo. Para ser grandeslíderes, então, precisamos fazer o seguinte:

Primeiro, enxergar em nosso Salvador operfeito exemplo de liderança.

Segundo, aceitar o papel de mestre e servo.

Terceiro, pesquisar as escrituras para encontraros princípios corretos.

Quarto, orar buscando orientação, ouvir, eseguir a orientação recebida.

Quinto, ajudar o indivíduo a desenvolver-se noautogoverno.

97

Lição 15: A Importância de Delegar

Sexto, responsabilizar as pessoas por suastarefas.

Sétimo, elogiar e reconhecer devidamente.

Oitavo, dar exemplo pessoal concreto daquiloque ensinar.

Nono, dar ouvidos às palavras do Presidente daIgreja, que é um profeta de Deus, e seguir seuconselho e exemplo.

AUXÍLIOS DIDÁTICOS

• De acordo com o Presidente Tanner, o que umlíder precisa fazer para delegar devidamente?

• Como um líder deve fazer para designarresponsabilidades às pessoas e determinarcomo elas irão cumprir essasresponsabilidades?

• Que papel têm as entrevistas pessoais emrelação à prestação de contas dasresponsabilidades designadas? Quais são algunsaspectos de uma boa entrevista pessoal?

98

99

CONCEITO 1. OS LÍDERES PRECISAM SERCAPAZES DE TOMAR DECISÕES SÁBIAS.

COMENTÁRIO

“Tomar decisões é provavelmente a coisa maisimportante que as pessoas fazem na vida”,ensinou o Presidente Ezra Taft Benson, quandoera Presidente do Quórum dos Doze. “Nadaacontece até que alguém tome uma decisão. (…)

Felizmente, a capacidade e o julgamentonecessário para tomar decisões são coisas quepodem ser adquiridas”. (God, Family, Country:Our Three Great Loyalties, 1974, p. 145.) Ver naseção Recursos para o Professor algumassugestões do Presidente Benson sobre comoaprender a tomar decisões sensatas.

SUGESTÃO DIDÁTICA

Discuta o conceito de que os líderes precisamtomar decisões sábias para ajudar as pessoas aachegarem-se a Cristo. Explique aos alunos quetodos podemos melhorar nossa capacidade detomar decisões sábias.

Escolha vários pontos que, em sua opinião, éimportante tomar decisões como líder (ver aseção Recursos para o Professor) e discuta-os emclasse.

Separe a classe em pequenos grupos. Peça acada grupo que invente uma situação hipotéticaem que um líder da Igreja ou da família precisetomar uma decisão. (Por exemplo: Um bispadopode estar preocupado com o fato de os membros

da ala não estarem chegando às reuniões nohorário, ou uma família pode estar em dúvidasobre onde passar as férias.)

Peça a cada grupo que troque sua situaçãohipotética com outro grupo. Peça aos grupos queapliquem os princípios referentes ao processo detomar decisões que foram discutidos e tomemuma decisão e elaborem um plano de ação. Peça acada grupo que relate sua decisão e seus planos eexplique como chegaram a essa decisão.

RECURSOS PARA O PROFESSOR

Presidente Ezra Taft Benson

Presidente do Quórum dosDoze Apóstolos

“Suggestions on MakingDecisions” (Sugestões sobreComo Tomar Decisões), emGod, Family, Country: OurThree Great Loyalties, 1974,pp. 143–153

Nossas decisões fizeram de nós o que somoshoje. Nosso destino eterno será determinado pelasdecisões que ainda viremos a tomar.

As decisões sensatas são degraus na escada denosso progresso. São os tijolos com os quaisconstruímos nossa vida. As decisões sãoelementos do sucesso. Para as pessoas einstituições, elas marcam o caminho doprogresso. A mente de um indivíduo ou a mentecoletiva do conselho, comitê ou junta de diretores

LIÇÃO 16

PRINCÍPIOS REFERENTES AO PROCESSODE TOMAR DECISÕES

Em verdade eu digo: Os homens devem ocupar-se zelosamente numa boa causa e fazer muitascoisas de sua livre e espontânea vontade e realizar muita retidão.

Pois neles está o poder e nisso são seus próprios árbitros. E se os homens fizerem o bem, de modoalgum perderão sua recompensa.” (D&C 58:27–28)

PRINCÍPIO DE LIDERANÇA

A capacidade de tomar decisões é necessária para liderarmos como Cristo o fez.

CONCEITOS DA LIÇÃO

1. Os líderes precisam ser capazes de tomar decisões sábias.

Lição 16: Princípios Referentes ao Processo de Tomar Decisões

decide quais serão o estado presente e a direçãofutura do indivíduo ou instituição.

As decisões sábias mostram o caminho para oprogresso.

Vivemos num mundo iníquo. Não temoslembrança de uma época em que o adversáriotenha estado tão bem organizado e com tantosemissários trabalhando para ele. Como povo,enfrentamos dias difíceis em que todos somospressionados a tomar decisões, tanto os jovensquanto os idosos.

Na Igreja de Jesus Cristo dos Santos dosÚltimos Dias, temos que tomar decisões de vitalimportância. Nosso povo—os chefes de família,pais, filhos—precisa tomar decisões importantes.É preciso ajuda, e ela está disponível.

Como igreja, possuímos as verdades eordenanças salvadoras que proporcionarãosalvação e exaltação aos membros da raçahumana. Portanto, é da maior importância que oslíderes da Igreja tomem decisões corretas e guiemnão só as pessoas sob sua liderança nos caminhosda verdade e retidão para que cumpramos nossasmetas, mas também nossa família, alas, estacas,missões, a Igreja e o mundo.

Se quisermos tomar decisões corretas, comoCristo teria feito, precisamos em primeiro lugarviver de modo que possamos ter acesso àquelepoder invisível, sem o qual ninguém pode tomaras melhores decisões.

Uma das grandes decisões desta época foiquando o menino Joseph Smith resolveu seguir aadmoestação de Tiago: “E, se algum de vós temfalta de sabedoria, peça-a a Deus, que a todos dáliberalmente, e o não lança em rosto, e ser-lhe-ádada. Peça-a, porém, com fé, em nada duvidando;porque o que duvida é semelhante à onda do mar,que é levada pelo vento, e lançada de uma paraoutra parte”. (Tiago 1:5–6)

A própria salvação de milhões de homens emulheres na dispensação da plenitude dos temposdepende dessa decisão! Precisamos lembrar queos indivíduos realmente importam e que asdecisões que tomam influenciam muito a vida deoutras pessoas.

Além das fontes celestiais, é importantetambém dar-nos conta de que o esforço e ostalentos individuais são necessários não apenaspara solucionar os problemas cotidianos da Igreja,mas também para proporcionar crescimento edesenvolvimento das pessoas que precisam tomardecisões.

Há alguns princípios orientadores que irãoauxiliar os líderes da Igreja a tomar decisões tantoem sua própria vida pessoal quanto na importanteresponsabilidade que têm de liderar outraspessoas até sua meta final de exaltação no reinode Deus.

O maior empreendimento na vida de qualquerpessoa é tomar decisões. Embora uma dasmaiores dádivas de Deus ao homem seja o livre-arbítrio ou o direito de escolha, Ele tambémconcedeu ao homem a responsabilidade por essasescolhas. Podemos escolher o bem ou o mal.Colocamos nossa própria vida no rumo dosucesso ou do fracasso. Podemos não apenasescolher nossas metas finais, mas tambémdeterminar e decidir por nós mesmos, em muitoscasos, os meios pelos quais atingiremos essasmetas, e por nossa diligência ou falta deladeterminamos a rapidez com que serãoalcançadas. Isso exige esforço e energiaindividuais e não acontecerá sem que hajaoposição ou conflito.

Tomar decisões é provavelmente a coisa maisimportante que as pessoas farão na vida. Nadaacontece até que alguém tome uma decisão. Até opróprio mundo surgiu como resultado dasdecisões de Deus. Deus disse: “(…) No princípiocriei o céu e a Terra”, “Haja luz; e houve luz”,“Haja um firmamento no meio da água; e assimfoi feito. (…)” (Moisés 2:1, 3, 6.)

Felizmente, a capacidade e o julgamentonecessários para tomar decisões são coisas quepodem ser adquiridas. Certos métodos e práticaspodem proporcionar-nos maior capacidade nasoportunidades diárias, semanais ou mensais paratomarmos decisões.

Há alguns princípios básicos recomendados eutilizados por especialistas nesse campo. É deconhecimento geral que existem cinco passosfundamentais no processo de tomar decisões:

1. Definir o problema, sua abrangência esignificado:

a. Que tipo de problema temos?

b. Qual é seu fator crítico?

c. Quando temos que resolvê-lo?

d. Por que temos que resolvê-lo?

e. O que será necessário para resolvê-lo?

f. Qual é a vantagem ou benefício que teremosao resolvê-lo?

2. Coletar fatos, analisá-los e utilizá-los.

100

Lição 16: Princípios Referentes ao Processo de Tomar Decisões

3. Desenvolver e avaliar possíveis soluções para sechegar a conclusões.

4. Colocar a decisão em prática complanejamentos e controles.

5. Acompanhar os resultados das decisões eações.

As decisões devem basear-se em princípioscorretos e fatos. Um conhecimento minuciosodos princípios e fatos envolvidos no problemaespecífico geralmente nos conduz a uma decisãofácil e correta. Um conhecimento minucioso dosfatos envolvidos em um problema de bem-estar,por exemplo, ao serem ponderados juntamentecom os princípios fundamentais do bem-estar,conduzirá o bispo à resposta correta naquele casoespecífico. Um dos elementos mais básicos doprocesso de tomar decisões, portanto, é estar deposse dos fatos e compreender e conhecer osprincípios básicos envolvidos.

Como outro exemplo, um bispo pode sentirque sua ala deveria estar tendo melhordesempenho no trabalho do templo. Como eletoma uma decisão a respeito desse problema? Emprimeiro lugar, ele deve procurar conhecer osfatos, fazendo muitas perguntas e descobrindo asrespostas. Quantas recomendações existem entreos membros de minha ala? Como esse númeroestá dividido entre sumos sacerdotes, (…) élderese irmãs? (…) Como minha ala (…) está-se saindoem relação às outras alas da estaca? Mesmo quetenha um desempenho melhor que as outras alas,isso é bom o suficiente? Quão importante é essetrabalho, afinal de contas? (Ver Malaquias 4:5–6.)Por que toda a Terra seria amaldiçoada se Eliasnão tivesse trazido as chaves de selamento que elepossuía?

Depois de discutir o problema e sua soluçãocom seus conselheiros e com o líder do grupo desumos sacerdotes, e talvez com todo o comitêexecutivo da ala, o bispo então decidiria um cursode ação. Ele escreveria os vários passosnecessários para a implementação do curso deação decidido, colocaria o programa em práticafazendo designações e delegandoresponsabilidades, e depois acompanharia osresultados.

Pessoalmente, a decisão de recusar um cigarroou bebida alcoólica oferecidos será fácil de sertomada se a pessoa dispuser dos fatos,compreender os princípios e conceitos da Palavrade Sabedoria envolvidos e tiver decidido em suamente que irá apoiar e defender esse princípiorevelado por Deus.

Da mesma forma, se uma pessoa compreendero princípio, ela já saberá qual é a decisão certaquando tiver de enfrentar um problema queenvolva a moralidade [sexual]. Quando estiver soba pressão do momento, precisará apenas terfirmeza de caráter para tomar a decisão que jásabe ser a correta.

Uma das melhores maneiras para os líderescompreenderem os princípios corretos é teremum profundo conhecimento e entendimento dasescrituras e do devido manual. A maioria dassituações já aconteceu antes, talvez muitas vezes,e já foram determinadas normas e procedimentospara lidar com o problema em questão. É sempresábio, portanto, consultar e conhecer asinstruções já existentes e as normas da Igrejareferentes às questões que forem surgindo.

As decisões devem ser tomadas no momentocerto. Muitas vezes, a indecisão acerca de certoponto já é na realidade uma decisão na direçãocontrária. Precisamos resolver o que faremos.Elias disse à antiga Israel: “Até quando coxeareisentre dois pensamentos? Se o Senhor é Deus,segui-o, e se Baal, segui-o. Porém o povo nada lherespondeu”. (I Reis 18:21)

Josué defendeu esse princípio ao reunir todosos anciãos e juízes das tribos de Israel em Siquéme dizer-lhes, de fato, que tomassem uma decisãonaquele momento. Ele disse: “Porém, se vosparece mal aos vossos olhos servir ao Senhor,escolhei hoje a quem sirvais; se aos deuses aquem serviram vossos pais, que estavam além dorio, ou aos deuses dos amorreus, em cuja terrahabitais; porém eu e a minha casa serviremos aoSenhor”. (Josué 24:15)

Algumas pessoas têm a intenção de tomar umadecisão, mas nunca chegam a fazê-lo. Elas têm aintenção de pintar o celeiro, consertar a cerca,remover as máquinas antigas ou demolir o velhogalpão, mas a hora de tomarem a decisão nuncachega.

Alguns de nós enfrentamos situaçõessemelhantes em nossa vida pessoal. Temos aintenção de pagar um dízimo integral, de começara cumprir a Palavra de Sabedoria ou fazer nossaprimeira visita de ensino familiar logo no começodo mês. Contudo, sem uma decisão propriamentedita seguida de sua implementação, passam-se assemanas e os meses, mas nada acontece.Podemos continuar tendo esse tipo de boasintenções até o fim da vida mortal. Portanto, essaindecisão torna-se nossa decisão de não fazeraquelas coisas certas, embora tivéssemos as

101

Lição 16: Princípios Referentes ao Processo de Tomar Decisões

melhores intenções a esse respeito. O Senhoraparentemente percebeu essa fraqueza de Seusfilhos ao dizer: “Portanto, se credes em mim,trabalhareis enquanto é hoje”. (D&C 64:25)

Colete os fatos, depois decida prontamente.Não use algumas frases feitas a que recorremcertas pessoas como desculpa para adiar decisõescomo: “Quero resolver isso amanhã depois deuma noite bem dormida”. Não tomamos decisõesenquanto estamos dormindo. Contudo, não tiremconclusões apressadas nem julguemprecipitadamente. Conheçam os fatos, estejamseguros de quais são os princípios básicos eavaliem as conseqüências. Depois, decidam!

O profeta Joel reconheceu o princípio domomento oportuno para tomar as decisões, comoos líderes do sacerdócio devem fazer hoje, porquetal como naquela época, a iniqüidade impera emtoda parte. Precisamos tomar decisões sensatas.Joel disse: “Lançai a foice, porque já está maduraa seara; vinde, descei, porque o lagar está cheio, eos vasos dos lagares transbordam, porque a suamalícia é grande. Multidões, multidões no vale dadecisão; porque o dia do SENHOR está perto, novale da decisão”. (Joel 3:13–14)

As decisões a que Joel se referia são aquelasque conduzem à exaltação eterna. Que possamosajudar a mostrar o caminho.

As decisões sábias geralmente são tomadasdepois de muito trabalho, esforço e empenhofervoroso. A resposta do Senhor para a tentativamal-sucedida de Oliver Cowdery deixa isso bemclaro: “Mas eis que eu te digo que deves estudá-lobem em tua mente; depois me deves perguntar seestá certo e, se estiver certo, farei arder dentro deti o teu peito; portanto sentirás que está certo”.(D&C 9:8)

Comecemos, portanto, dizendo que buscarsinceramente nosso Pai Celestial, tendo fé que Eleresponderá nossas orações, é um iníciotranqüilizador. Joseph Smith também disse que oSenhor não tirará água de um poço seco, portantodevemos fazer nossa parte. Muitas vezes nossoempenho em tomar uma decisão correta exigemuita energia, estudo e paciência.

Eis algumas sugestões eficazes que os líderespodem usar para ajudá-los a decidir corretamenteque medidas devem ser tomadas.

1. O problema foi claramente entendido? Muitofreqüentemente nossos líderes não definem o queprecisa ser decidido. O problema precisa serexpresso claramente por escrito.

2. O problema definido é real? Nosso líder estátratando os sintomas ou as causas? Por exemplo:Um presidente de estaca estava preocupado com oensino familiar em sua estaca e queria tomaralgumas decisões para melhorá-lo. Os registrosmostravam que a cada mês menos famíliasestavam sendo visitadas. O presidente da estacaestava preocupado com os mestres familiares semse dar conta de que não estava falando com osbispos e líderes de quórum sobre o ensino familiare sua importância. O problema real não era obaixo índice de ensino familiar; a dificuldade era afalta de comunicação adequada entre o presidenteda estaca e seus subalternos. Assim que opresidente da estaca se deu conta do problema e ocorrigiu, o ensino familiar melhorou muito emsua estaca.

3. O problema “parece” correto? Na Igreja,estamos aptos a receber inspiração e devemosbuscá-la, então nosso Pai Celestial nos fará saberse o problema com o qual nos preocupamos exigeuma decisão de nossa parte. A inspiração é umaspecto importante no processo de tomardecisões.

4. Diagnostique o problema. O problemaprecisa ser analisado e dividido em partes. O bomsenso determina que os pontos que exigem umadecisão devem ser escritos e cada aspecto doproblema deve ser alistado. Avalie a situação comoum todo, consultando, sempre que possível, asexperiências passadas e presentes. Mantenha amente aberta.

5. Avalie as alternativas existentes. O juizBenjamin Nathan Cardozo, da Suprema Corte[dos Estados Unidos] disse: “Existe dentro de cadaum de nós um padrão a seguir que dá coerência eorientação para nossos pensamentos e ações”. Osfatos escolhidos precisam ser cuidadosamenteavaliados e relacionados em sua ordem deimportância, da melhor forma que pudermos.Nossa principal preocupação deve ser o modocomo os santos serão afetados.

6. Ore e jejue pedindo inspiração. “Aconselha-tecom o Senhor em tudo que fizeres e ele dirigir-te-á para o bem”. (Alma 37:37) Depois de umaavaliação adequada da situação, a oração e ojejum precisam ser utilizados como passo finalantes da decisão. Procure ouvir a resposta.Freqüentemente oramos sem ouvir a resposta.

7. Tome a decisão. “O processo de tomardecisão é um negócio solitário”, disse meu bomamigo Clarence B. Randall, ex-presidente daInland Steel Company, “e quanto mais elevado for

102

Lição 16: Princípios Referentes ao Processo de Tomar Decisões

o nível de responsabilidade, mais intensa é asolidão”. Depois dos seis passos previamentemencionados, contudo, a maioria das decisões denossos irmãos do sacerdócio será a melhorpossível.

8. Determine como cumprir a decisão.Imediatamente após a decisão deve vir a ação. Osprocedimentos para o cumprimento da decisãoprecisam ser alistados e designações precisam serfeitas.

9. Acompanhe e reavalie. Um bom irmão disse:“Se uma decisão veio por inspiração, por queentão reavaliar?” As situações mudam, e com essamudança vem a necessidade de reavaliar e, àsvezes, de começar todo o processo de tomardecisão de novo. Seja qual for o caso, oacompanhamento para ver se o trabalho estásendo realizado é uma parte essencial doprocedimento.

Nossos companheiros de trabalho tomarãomelhores decisões em seu chamado se seguiremesses nove passos. Mas lembrem-se, embora oSenhor nos ajude a tomar decisões, Ele esperaque façamos nossa parte.

Que testes poderiam ser aplicados a um cursode ação proposto, uma decisão pendente? Aquiestão seis deles:

1. Ele poderia retardar ou prejudicar oprogresso espiritual ou moral?

2. Poderia criar lembranças tristes ouperturbadoras?

3. É contrário à vontade revelada ou aosmandamentos de Deus? “Eu, o Senhor, estouobrigado quando fazeis o que eu digo; masquando não o fazeis, não tendes promessaalguma”. (D&C 82:10)

4. Poderia prejudicar alguma pessoa, família ougrupo?

5. A decisão torna a pessoa ou o envolvidomelhor em relação às leis de Deus? Por exemplo,se cumprirmos a Palavra de Sabedoria,receberemos a promessa de que “[encontraremos]sabedoria e grandes tesouros de conhecimento,sim, tesouros ocultos”. (D&C 89:19)

6. Essa ação específica poderia resultar emuma bênção? “Há uma lei, irrevogavelmentedecretada no céu antes da fundação deste mundo,na qual todas as bênçãos se baseiam—E quandorecebemos uma bênção de Deus, é por obediênciaà lei na qual ela se baseia”. (D&C 130:20–21)

Para concluir, gostaria de oferecer os dezpontos seguintes a serem considerados peloslíderes como auxílios para tomarem uma decisãosábia:

1. Peça a orientação do Senhor ao tomardecisões.

2. Você sentiu um ardor no peito depois de tertomado a decisão?

3. Ela está de acordo com as palavras dosprofetas, ou seja, dos Presidentes da Igreja, emespecial do Presidente vivo?

4. Algumas decisões são uma simples questãode fazer um bom julgamento e depois tomar adecisão. Em Doutrina e Convênios, por exemplo,o Senhor disse aos líderes da Igreja que nãoimportava se viajariam por terra ou mar, contantoque cumprissem sua missão. (Ver D&C 61:22.)

5. Existem uns poucos casos em que a decisãonão pode ser tomada imediatamente, porque oSenhor deseja apresentar outros fatores à pessoaque irá tomar a decisão. Nesse caso, o homemprecisa aprender a esperar pelo Senhor, como Eledisse: “Aquietai-vos, e sabei que eu sou Deus”.(Salmos 46:10)

6. Nas decisões de crucial importância, o jejumcombinado com a oração pode trazer grandeesclarecimento espiritual.

7. Embora seja geralmente aconselhávelprocurar ter uma visão a longo prazo da decisãoque você irá tomar, às vezes o Senhor irá inspirá-lo a tomar apenas uma decisão temporária queconduzirá a um resultado que só Ele conhece.Nunca devemos hesitar em tomar tais decisões.Wilford Woodruff [o quarto Presidente da Igreja]teve que tomar várias decisões assim que ofizeram dizer: “Não sei, exceto que o Senhor meordenou”. [Ver Moisés 5:6.] Néfi voltou paraJerusalém sem saber exatamente qual seria seuplano de ação.

8. O Presidente Harold B. Lee, em seu livroDecisions for Successful Living, p. 45, contasobre um líder da Igreja que, ao procurar tomaruma decisão sobre determinada questão, dizia a simesmo: “O que Jesus faria nessa situação?” Issosignifica, evidentemente, que o homem conheciaJesus suficientemente bem por meio do estudo ede uma vida digna de modo a poder fazer essapergunta inteligentemente.

9. A pessoa deve sempre consultar o Espíritoao tomar decisões. Em outras palavras, deve

103

Lição 16: Princípios Referentes ao Processo de Tomar Decisões

manter a porta aberta no caso de o Espíritodesejar indicar outro curso de ação diferente doque a pessoa teria tomado naturalmente. BrighamYoung disse certa vez que desejava fazer algo, maso Espírito o orientou a fazer outra coisa.

10. É sempre bom saber o que outros líderesda Igreja fizeram ao tomar decisões sobrequestões semelhantes. Esse é o motivo, ao menosem parte, pelo qual o Profeta Joseph manteve umregistro de diversas reuniões. Portanto, devemosestudar os registros, os profetas e a história daIgreja.

Estamos participando de um trabalho no qualnão podemos falhar—seja no processo de tomardecisões ou em outra coisa—desde que façamosnossa parte. O Senhor não nos permitirá fracassar.Este é o Seu trabalho. Fomos chamados atrabalhar com Seus filhos, e Ele os ama. Este é oSeu programa, Sua autoridade, e Ele irámagnificar-nos, sim, muito além de nossacapacidade natural, quando necessário. Sei disso eagradeço a Deus por esse inestimávelconhecimento e bênção.

AUXÍLIOS DIDÁTICOS

• Que comentários do Presidente Benson nosajudam a compreender quão importantes sãoas decisões sábias para nossa vida eterna?

• Quais dos “cinco passos fundamentais noprocesso de tomar decisões” parece maisimportante para você em seu desenvolvimentocomo líder? Explique sua resposta. (Nota: Sevocê usar essa pergunta na sala de aula,pergunte algo menos pessoal, como: “Por quecada um desses cinco passos é importante noprocesso de tomar decisões?”

• Por que é importante que as decisões sejambaseadas em “princípios corretos e fatos”?

• Como podemos testar nossas decisões parasaber se são corretas?

104

105

CONCEITO 1. REALIZAMOS REUNIÕES DA IGREJAE DA FAMÍLIA PARA AJUDAR AS PESSOAS AALCANÇAREM METAS DIGNAS E ACHEGAREM-SEA JESUS CRISTO.

COMENTÁRIO

Durante Seu ministério mortal, Jesus Cristoreuniu-Se freqüentemente com Seus discípulos eoutras pessoas. (Ver Mateus 5:1; Marcos 2:2;Lucas 4:14–15; João 6:3.) Ele também Se reuniucom Seus seguidores nas terras do Livro deMórmon depois de Sua Ressurreição. (Ver 3 Néfi12.) Em nossa dispensação, Ele instruiu JosephSmith e os santos a “se [reunirem] amiúde”.(D&C 20:55)

O Bispo Robert L. Simpson, que na época eraConselheiro no Bispado Presidente, disse: “Aoesforçar-nos para conhecer Deus, o Pai, e Seu FilhoJesus Cristo, precisamos procurar conhecer asobras-padrão da Igreja; precisamos assistir àsreuniões conforme estabelecido por nossos profetasatuais, para que nosso coração e mente se tornemplenos dos ensinamentos da verdade e o espírito dotestemunho prestado por outros e, de tempos emtempos, por nós mesmos, ao sermos chamados ounos sentirmos inclinados a fazê-lo. Assim,edificaremos um testemunho, uma convicção deque Deus vive”. (The Powers and Responsbilities ofthe Priesthood, Brigham Young UniversitySpeeches of the Year, 31 de março de 1964, p. 3.)

O Presidente Spencer W. Kimball ensinou:“Evitem a tendência de acumular muitas reuniõesno Dia do Senhor. Quando realizarem suas

reuniões regulares, façam com que sejam tãoespirituais e eficazes quanto for possível. Asreuniões não precisam ser realizadas às pressas,porque podem ser planejadas de modo a permitirque seus propósitos sagrados sejam cumpridossem dificuldade”. (Conference Report, abril de1981, p. 62; ou Ensign, maio de 1981, p. 45.)

SUGESTÃO DIDÁTICA

Pergunte aos alunos: Por que temos tantasreuniões na Igreja e com nossa família? De quemodo algumas reuniões são mais eficazes queoutras?

Leia a seguinte declaração do Presidente EzraTaft Benson: “A freqüência fiel às reuniões daIgreja traz bênçãos que não podemos receber denenhuma outra maneira”. (Conference Report,abril de 1986, p. 56; ou Ensign, maio de 1986, p.44.) Peça aos alunos que relacionem algumasreuniões importantes da Igreja e expliquem comoa freqüência a essas reuniões pode trazer-nosbênçãos.

Diga aos alunos que há reuniões obrigatórias ereuniões que são úteis, porém não obrigatórias.Há reuniões em que adoramos e reuniões em queplanejamos atividades. Há reuniões formais einformais. Há reuniões em que todos são bem-vindos e outras em que apenas aqueles quecumprem um padrão de dignidade podemfreqüentar. Explique aos alunos que os líderes querealizam qualquer uma dessas reuniões podemusá-las para ajudar as pessoas a atingirem metasdignas e achegarem-se a Cristo. (Ver o

LIÇÃO 17

REALIZAR REUNIÕES BEM-SUCEDIDAS“E suas reuniões eram dirigidas pela igreja, segundo as manifestações do Espírito e pelo poder do

Espírito Santo; porque se o poder do Espírito Santo os levava a pregar ou a exortar ou a orar ou asuplicar ou a cantar, assim o faziam.” (Morôni 6:9)

PRINCÍPIO DE LIDERANÇA

O propósito das reuniões da Igreja e da família deve ser o de ajudar as pessoas a tornarem-se maissemelhantes a Cristo.

CONCEITOS DA LIÇÃO

1. Realizamos reuniões da Igreja e da família para ajudar as pessoas a alcançarem metas dignas eachegarem-se a Jesus Cristo.

2. Podemos aprender a planejar e dirigir reuniões eficazes.

Lição 17: Realizar Reuniões Bem-Sucedidas

comentário.) Ao planejar e realizar reuniões eatividades, os líderes devem tomar cuidado paranão interferir no lar, que é o lugar mais eficazpara se ensinar e aprender o evangelho.

CONCEITO 2. PODEMOS APRENDER A PLANEJARE REALIZAR REUNIÕES EFICAZES.

COMENTÁRIO

Os líderes da Igreja planejam e realizamdiversas reuniões. Elas podem ser dedicadas àadoração, instrução ou planejamento. Os profetasmodernos ensinam que as famílias devem reunir-se semanalmente na reunião de noite familiar.Nessa reunião, os pais e filhos encorajam uns aosoutros a viverem os princípios do evangelho ediscutem assuntos da família.

Um passo inicial no planejamento de uma boareunião envolve a compreensão de seu propósito.Por exemplo: Um bispo que esteja planejandouma reunião sacramental deve compreender queo propósito dessa reunião é tomar o sacramento,adorar, aprender o evangelho, realizar ordenançascomo a confirmação, cuidar dos assuntos da ala efortalecer espiritualmente os membros. Quandoos líderes compreendem o propósito de umareunião, podem procurar a melhor forma dealcançar esse objetivo.

O Élder M. Russell Ballard, do Quórum dosDoze, deu os seguintes conselhos em relação àsreuniões em geral:

• “Cuidem para que a agenda anotada (…)enfoque principalmente as pessoas em vez deos programas.

• Os propósitos da reunião devem estar claros eela deve começar e terminar no horário.

• Reserve tempo suficiente para discutir asnecessidades das pessoas.

• Depois de ouvir cuidadosa e sinceramente asrecomendações dos presentes, tome umadecisão ou faça uma designação que resultenum curso de ação específico e mensurável.

• Tome decisões em espírito de oração.

• Peça a alguém que “assuma a responsabilidadepela designação e ‘volte e apresente relatório’numa data combinada”.

• Quando uma designação for delegada, ela deveser geralmente comunicada em termos de ‘oque’ em vez de ‘como’; ou seja, a pessoa querecebe a designação será responsável peloresultado alcançado, em vez de ser obrigada ausar determinados métodos específicos”.

(Counseling with Our Councils: Learning toMinister Together in the Church and in theFamily, 1997, pp. 124–125.)

SUGESTÃO DIDÁTICA

Usando o texto do comentário e sua própriaexperiência, discuta como planejar e realizarreuniões eficazes na Igreja e na família. Separe aclasse em pequenos grupos. Peça a cada grupoque elabore um esboço de uma página para ajudá-los a planejar e realizar reuniões. Peça aos gruposque expliquem seu esboço.

RECURSOS PARA O PROFESSOR

Presidente Boyd K. Packer

Presidente Interino doQuórum dos Doze Apóstolos

A Ordem Não Escrita dasCoisas, reunião devocionalda Universidade BrighamYoung, 15 de outubro de1996

Dirijo-me a vocês hoje como professor. Pensona influência que teve um professor que conhecihá mais de cinqüenta anos. Comofreqüentemente acontece, a influência daqueleprofessor não se centralizava no assunto que eleensinava. O Dr. Schaefer era professor dematemática na Universidade Estadual deWashington em Pullman, Washington. Ele tinhauma aparência impressionante. Não me lembro deseu primeiro nome, mas jamais esquecerei aprimeira coisa que disse no primeiro dia em que ovimos.

Isso foi durante a Segunda Guerra Mundial.Estávamos no curso de treinamento para pilotos etínhamos sido enviados à universidade, segundonos informaram, para um curso rápido demeteorologia, clima, navegação, física,aerodinâmica e outros assuntos técnicos.

A pressão era enorme porque aqueles que nãopassassem no curso seriam eliminados doprograma de pilotos. Eu estava competindo comcadetes, muitos dos quais tinham formaçãouniversitária; alguns deles haviam recebidotreinamento avançado, ao passo que eu mal tinhaconseguido escapar do curso secundário.

O Dr. Shaefer iria conduzir-nos dos conceitosbásicos da matemática até o cálculo em questãode apenas algumas semanas. Achei que era umesforço inútil, até aqueles primeiros minutos daprimeira aula. Ele começou a aula dando este

106

Lição 17: Realizar Reuniões Bem-Sucedidas

anúncio: “Embora muitos de vocês já tenhamfreqüentado alguns cursos na faculdade e atécursos avançados em relação ao que vamosestudar, meu propósito será ensinar os iniciantes.Peço a vocês que conhecem o assunto que sejampacientes enquanto eu ensino os conceitosbásicos aos que ainda não o conhecem”.Incentivado pelo que ele disse e mais ainda pelomodo como ele ensinava, consegui passar nocurso com razoável facilidade. De outra formateria sido impossível.

Quando decidi tornar-me professor, o exemplodo Dr. Schaefer me inspirou a dar o melhor demim para ensinar verdades simples e básicas daforma mais compreensível que eu podia. Aprendicomo é difícil simplificar as coisas.

Anos depois da guerra, voltei à UniversidadeEstadual de Washington e encontrei o Dr.Schaefer. Evidentemente, ele não se lembrava demim. Eu era apenas um das muitas centenas decadetes que estudaram com ele. Agradeci pelo queele me havia ensinado. A matemática e o cálculojá há muito tinham sido esquecidos, mas não oseu exemplo como professor.

Portanto, seguindo esse exemplo, quero hojecontar-lhes algo sobre a Igreja. As coisas que ireicontar não estão explicadas nas escrituras,embora sejam condizentes com os princípiosensinados nas escrituras.

Um princípio é uma verdade eterna, uma lei,uma regra que você pode adotar para guiá-lo aotomar decisões. De modo geral, os princípios nãosão explicados em detalhes. Isso lhes dá aliberdade de adaptá-lo e encontrar seu modo decompreender uma verdade eterna, um princípio,de modo a que seja uma âncora em sua vida.

As coisas que irei contar-lhes também nãoestão explicadas em seus manuais. Mesmo queestivessem, a maioria de vocês não temmanuais—não os manuais do Sacerdócio deMelquisedeque e da Sociedade de Socorro eoutros—porque eles são entregues somente aoslíderes.

Falarei sobre o que chamo de “a ordem nãoescrita das coisas”. Minha lição poderia receber otítulo de “Coisas Comuns a Respeito da Igreja queTodo Membro Deveria Saber”. Embora sejamcoisas muito comuns, elas são muitoimportantes! Supomos que todos, de algumaforma, já conhecem todas as coisas comuns. Sevocês as conhecem, devem tê-las aprendido pormeio da observação e experiência, porque elas não

estão escritas em lugar nenhum e não sãoensinadas nas aulas. Portanto, ao prosseguirmos,se vocês estão entre aqueles que já conhecemtudo, sejam pacientes enquanto eu ensino aquelesque não as conhecem. Tirem uma soneca.

O alicerce básico do conhecimento etestemunho nunca muda: O testemunho de queDeus, o Pai, vive; que Jesus é o Cristo; que oEspírito Santo nos inspira; que houve umarestauração; que a plenitude do evangelho e amesma organização que existiram na Igrejaprimitiva nos foram revelados. Essas coisas sãoensinadas em toda parte e sempre: Em nossassalas de aula, nas escrituras, nos manuais e emtudo que fazemos.

A doutrina fundamental e as instruções sobre aorganização da Igreja são igualmente encontradasnas escrituras. Além disso, há outra fonte deconhecimento em relação ao que faz a Igrejafuncionar: Aprendemos por meio da experiência eobservação. Se vocês aprenderem essas coisas quenão estão escritas, a ordem não escrita das coisas,estarão melhor qualificados para serem líderes. Evocês serão líderes. Os cargos mais importantesde liderança estão no lar: O pai, a mãe, a esposa, omarido, o irmão mais velho e a irmã mais velha.

Depois disso, na Igreja, há mais cargos deliderança e oportunidades de ensino disponíveisdo que em qualquer outro lugar na Terra.

Embora as coisas de que falarei não estejamescritas, elas são realmente muito fáceis de seremaprendidas. Estejam apenas alertas à ordem nãoescrita das coisas e tenham interesse nelas, evocês descobrirão que poderão aumentar suacapacidade e seu valor perante o Senhor.

Antes de dar-lhes alguns exemplos dessa ordemnão escrita das coisas, gostaria de lembrar-lhesalgo que o Senhor disse: “Minha casa é uma casade ordem, diz o Senhor Deus”. (D&C 132:18;grifo do autor.) E Ele disse a Seu profeta: “E vedeque todas estas coisas sejam feitas com sabedoriae ordem; porque não se exige que o homem corramais rapidamente do que suas forças o permitam.E, novamente, é necessário que ele seja diligente,para que assim possa ganhar o galardão; portantotodas as coisas devem ser feitas em ordem”.(Mosias 4:27; grifo do autor.)

Paulo disse aos coríntios que “tudo” deveria serfeito “decentemente e com ordem”. (Ver ICoríntios 14:40; grifo do autor.) Voltaremos a esseconceito daqui a pouco.

107

Lição 17: Realizar Reuniões Bem-Sucedidas

As coisas que vou contar-lhes não são tãorígidas a ponto de fazerem com que a Igrejadesmorone, caso não sejam estritamenteobservadas. Mas elas estabelecem um padrão dedignidade e ordem que melhorará nossasreuniões, aulas e atividades. Se vocês asconhecerem e compreenderem, elas melhorarãomuito a sua vida.

Nossas reuniões devem ser realizadas de ummodo que os membros sejam espiritualmenterenovados e permaneçam em sintonia com oEspírito ao enfrentarem as dificuldades da vida.Devemos estabelecer condições nas quais osmembros possam, por meio de inspiração,resolver seus próprios problemas. Existem coisassimples que ajudam nesse sentido, e coisas queatrapalham. Alma ensinou “que por meio decoisas pequenas e simples que as grandes sãorealizadas; e pequenos meios muitas vezesconfundem os sábios”. (Alma 37:6)

Meu primeiro exemplo dessa ordem não escritadas coisas é algo bem simples: Aquele que presidenuma reunião deve sentar-se no púlpito e pertoda pessoa que está dirigindo a reunião. É umpouco difícil presidir uma reunião dacongregação. Aquele que preside é responsávelpor realizar a reunião e tem o direito e aresponsabilidade de receber inspiração e pode serinspirado a adaptar ou corrigir algo que acontecena reunião. Isso vale tanto para uma reunião deuma organização auxiliar presidida pelas irmãsquanto para qualquer de nossas reuniões.

Um presidente de estaca novo às vezespergunta: “Eu preciso sentar-me no púlpito emtoda reunião da estaca? Não posso sentar-me comminha família?” Eu lhe digo: “Enquanto vocêpresidir, deve sentar-se no púlpito”. Fico tentado adizer, mas não digo: “Eu não posso ter esseprivilégio; por que você o teria?”

Outro exemplo: Se observarem a PrimeiraPresidência, verão que o primeiro conselheirosempre se senta à direita do presidente; e osegundo conselheiro, à esquerda. Essa é umademonstração de como fazer as coisas“decentemente e com ordem”, como Paulo disse.Geralmente, mas nem sempre, se o líderpresidente falar, será no final da reunião. Nessaocasião, podem ser dados esclarecimentos e feitascorreções. Tive esta experiência muitas vezes notérmino das reuniões: “Bem, o irmão ou a irmãfulano de tal disse isso e isso, mas tenho certezaque quis dizer isto e isto”.

Outro exemplo: Não aspiramos a chamados naIgreja, tampouco pedimos para ser desobrigados.Somos chamados a cargos na Igreja porinspiração. Mesmo que o chamado seja feito demodo inadequado, não é sábio recusarmos ochamado. Precisamos pressupor que o chamadoveio do Senhor. A quinta regra de fé diz que umhomem precisa “ser chamado por Deus, porprofecia e pela imposição de mãos, por quempossua autoridade, para pregar o Evangelho eadministrar suas ordenanças”.

Se algumas circunstâncias dificultarem suapermanência no cargo, vocês têm a liberdade deconsultar o líder que os chamaram. Não noschamamos nem nos desobrigamos. Às vezes umlíder ou professor gosta tanto da preeminência deum cargo de presidência que, mesmo depois deservir por muito tempo, não quer ser desobrigado.Esse é um sinal de que estava na hora dessapessoa ser desobrigada.

Devemos agir da mesma forma como quandofomos chamados. Devemos aceitar o chamado eaceitar a desobrigação feita pela mesmaautoridade.

Quando o Presidente J. Reuben Clark foichamado como segundo conselheiro na PrimeiraPresidência, depois de ter servido muitos anoscomo primeiro conselheiro, ele disse o seguintena Assembléia Solene em que apoiamos a novaPrimeira Presidência: “No serviço do Senhor, nãoimporta onde servimos, mas, sim, como ofazemos. Na Igreja de Jesus Cristo dos Santos dosÚltimos Dias, assumimos o cargo para o qualfomos devidamente chamados, e não o buscamosnem o recusamos”. [Conference Report, abril de1951, p. 154; grifo do autor.] A Igreja aprendeuuma lição muito valiosa sobre a ordem não escritadas coisas.

Aprendi há muitos anos que não escolhemosonde servir: Apenas atendemos ao chamado. Logodepois de casar-me, fui chamado como secretárioadjunto da estaca. Meu bispo não queriadesobrigar-me do cargo de professor do curso deDoutrina do Evangelho. Ele disse-me que eutinha muito mais a oferecer como professor doque numa designação muito pouco visível como ade secretário adjunto da estaca. Mas ele sabia que,pela ordem não escrita das coisas, o presidente daestaca era quem presidia, e seu chamado tinhaprecedência.

108

Lição 17: Realizar Reuniões Bem-Sucedidas

Não tenho como contar-lhes tudo que aprendinesse chamado. Pude ver como funcionava umapresidência. Testemunhei a revelação agindo nochamado e desobrigação de líderes da estaca e ala.Ao observar nosso presidente de estaca, aprendipor observação e experiência muitas coisas quenão estão no manual. Eu estava nesse chamadoquando conheci pela primeira vez algunsmembros dos Doze e outras Autoridades Geraisque vinham para a conferência. Foi uma época detreinamento na ordem não escrita das coisas.

Eu estava certa vez num avião com oPresidente Kimball que, creio eu, serviu por 19anos como secretário da estaca. Um membro quemorava na estaca na época estava no avião. Eleme disse: “Se eu soubesse que nosso secretário daestaca se tornaria Presidente da Igreja, eu o teriatratado muito melhor”.

O irmão Kimball estava na verdade servindocomo segundo conselheiro na presidência daestaca quando o secretário da estaca se mudou.Eles chamaram um secretário e aquele secretáriomudou-se. O irmão Kimball tinha assumido aresponsabilidade. O irmão Melvin J. Ballard foiassistir a uma conferência e disse: “Você não deviaser segundo conselheiro e secretário da estaca aomesmo tempo. Escolha qual prefere ser”.

O irmão Kimball não estava acostumado a teruma escolha. Ele queria que o Irmão Ballard lhedissesse em qual cargo ele deveria ficar, mas oIrmão Ballard disse: “Não. Você escolhe”. Então oIrmão Kimball disse: “Tenho uma máquina deescrever. [Muito poucas pessoas tinham máquinade escrever naquela época.] Conheço o sistema.Creio que posso fazer uma contribuição maior secontinuar como secretário da estaca”. E foi o queaconteceu.

Naquela época, o secretário da estaca recebiaum pequeno auxílio de custo, uma pequenaquantia mensal, suponho que para comprarsuprimentos. Uma irmã, que o conhecia muitobem, escreveu dizendo: “Spencer, estou surpresacom você. Aceitar um chamado só porque hádinheiro envolvido”. Depois, ela disse: “Se vocênão mudar de atitude, dentro de dois mesesacabará apostatando da Igreja”. Ora, ela estava umpouco equivocada em seu julgamento!

Um exemplo: Em certa ocasião, o Élder HaroldB. Lee presidiu nossa conferência de estaca. Entreas sessões, almoçamos na casa do PresidenteZundell. Donna e eu chegamos um pouco tardeporque fomos para casa ver como estavam nossosfilhos pequenos. O Élder Lee tinha ido até o carro

para apanhar algo e estava na calçada quandochegamos. Estávamos sem dúvida muitoemocionados por podermos conversarpessoalmente com um Apóstolo e apertar suamão. Ele apontou para casa e disse, falando dapresidência da estaca ali reunida: “Eles sãograndes homens. Nunca deixe de aprender comhomens como eles”. Um Apóstolo me ensinoualgo sobre a ordem não escrita das coisas.

Há tanto que aprender observando líderesexperientes nas alas e estacas onde vocês moram.Há muito que aprender ouvindo os irmãos eirmãs mais velhos que tiveram a experiência detoda uma vida na escola das coisas não escritas.

Outro exemplo: Há uma ordem de coisas arespeito de onde devemos procurar conselhos oubênçãos. É simples: Devemos ir a nossos pais.Quando eles já não estiverem mais conosco, se forpara solicitar uma bênção, então podemosprocurar nosso mestre familiar. Para conselhos,vocês procuram seu bispo. Ele pode decidir enviá-los para seu líder hierárquico: o presidente daestaca. Mas não procuramos as AutoridadesGerais. Não escrevemos para as AutoridadesGerais pedindo conselho ou supondo que alguémque esteja num cargo mais proeminente dará umabênção mais inspirada. Se pudermos ensinar issona Igreja, teremos grande poder sobre nós.

O Presidente Joseph F. Smith ensinou que sehouver alguém doente num lar e ali estiverempresentes “apóstolos ou mesmo membros daprimeira presidência da Igreja, (…) o pai está ali.É seu direito e dever presidir”. (Gospel Doctrine,p. 286.)

Existe uma exceção autorizada, passando pelobispo, o presidente de estaca, a Autoridade Geral etodos os demais em nossa linha de autoridade.Trata-se da oração ao nosso Pai Celestial. Sefizermos isso, na maioria dos casos resolveremosnossos próprios problemas.

Outro princípio: A revelação na Igreja évertical. Geralmente se restringe aos limitesadministrativos ou geográficos ou aos limites dadesigação da pessoa que foi chamada. Porexemplo: Um bispo que estiver procurandoresolver um problema não receberá revelaçãoaconselhando-se com um bispo de outra ala ouestaca que seja seu parente ou com que eletrabalhe no escritório.

Aprendi por experiência que a revelação vem decima e não dos lados. Por mais experiente, idosoou espiritual que pareça alguém que esteja aolado, é melhor ir para cima seguindo os devidos

109

Lição 17: Realizar Reuniões Bem-Sucedidas

canais de comunicação.

Princípio: Uma qualidade fundamental de umbom líder é ser um bom seguidor. Ao reunir-mecom alguns bispos, um bispo novo e esforçadome perguntou certa vez: “Como faço com que aspessoas me sigam? Chamei nove irmãs paraserem a presidente da Primária, e nenhuma delasaceitou”. Havia um clima agradável e de bomhumor na reunião, de modo que essa foi umaoportunidade de ensino ideal. Respondi queduvidava que ele tivesse “chamado” qualquerdaquelas nove irmãs. Provavelmente ele apenaspediu para elas ou as convidou.

Eu lhe disse que se ele tivesse oradosinceramente e consultado seus conselheiros arespeito de quem deveria presidir a Primária, aprimeira irmã teria aceitado o chamado. Poderiaacontecer que ele descobrisse na entrevista algummotivo que tornasse pouco aconselhável ouconveniente que aquela irmã servisse, liberando-ado chamado. Mas sem dúvida isso não aconteceriamais do que uma ou duas vezes. Se muitas irmãsrecusaram o chamado, então algo estava fora deordem, da ordem não escrita das coisas.

Como havia um bom espírito na reunião, eulhe disse: “Bispo, sei algo a seu respeito. Você nãoé um bom seguidor, certo? Não é você que semprequestiona o que o presidente da estaca pede aosbispos?” Os outros bispos presentes começaram arir baixinho e fizeram que sim com a cabeça: eleera essa pessoa. Ele riu e disse que achava que euestava certo. Eu disse: “Talvez o motivo pelo qualseus membros não seguem seu líder seja porquevocê não segue os seus. Uma qualidade essencialde um líder da Igreja é ser um fiel e leal seguidor.Essa é apenas a ordem das coisas, a ordem nãoescrita das coisas”.

Quando eu era jovem, o Élder Spencer W.Kimball veio assistir a nossa conferência e contouesta experiência que ele teve. Quando ele erapresidente de estaca em Safford, Arizona, haviauma vaga para o cargo de superintendente dosRapazes da estaca, como era chamado o cargo naépoca. Ele saiu de seu escritório, certo dia, seguiupela rua e encontrou o dono de uma loja, comquem teve esta conversa. Ele disse: “Jack, vocêgostaria de ser o superintendente da organizaçãodos Rapazes da estaca?

Jack respondeu: “Ah, Spencer, não estápensando em mim”.

Spencer respondeu: “É claro que estou. Você sedá muito bem com os jovens”. Ele tentouconvencê-lo, mas o homem recusou.

Mais tarde, naquele mesmo dia, depois depensar bastante em sua tentativa mal-sucedida elembrando então que Jacó tinha dito no Livro deMórmon: “Tendo primeiramente recebido essamissão do Senhor” (Jacó 1:17), ele voltou a falarcom Jack. Chamando-o de “irmão” e dizendo seusobrenome, ele disse: “Temos um cargo vago naestaca. Meus conselheiros e eu conversamos aesse respeito e oramos sobre isso por algumtempo. No domingo, ajoelhamo-nos e pedimosinspiração ao Senhor sobre quem deveria serchamado para esse cargo. Recebemos a inspiraçãode que você deveria ser chamado. Como servo doSenhor, estou aqui para fazer esse chamado”.

Jack disse: “Bem, Spencer, se você colocar ascoisas nesses termos. (…)”

“Bem, estou pondo as coisas nestes termos.”

Vocês sabem o resultado. É útil seguir a devidaordem das coisas, até mesmo a ordem não escrita.

Tenho em minha escrivaninha uma carta deum irmão que me perturbou muito por não tersido chamado devidamente a um cargo. Eleaceitou o chamado e estava disposto a servir, masdisse que o bispo não consultou primeiro a suaesposa e fez outras coisas indevidas no chamado.

Quando eu lhe respondi, tentei ensinar-lhealgo sobre a ordem não escrita das coisas comrespeito a sermos um pouco pacientes com amaneira como as coisas são feitas na Igreja. Naprimeira seção de Doutrina e Convênios lemos:“Que todo homem (…) fale em nome de Deus, oSenhor, sim, o Salvador do mundo”. (D&C 1:20)Eu lhe disse que ele poderia um dia vir a ser umbispo, sobrecarregado com os problemas da ala ecom um fardo extra de preocupações pessoais, esugeri que ele oferecesse agora o que gostaria dereceber quando estivesse nessa situação.

Outro ponto da ordem não escrita das coisas:Os bispos não passam a responsabilidade deorganizar as reuniões para os membros. Eles nãodevem deixar que as famílias façam os acertosreferentes a funerais ou despedidas demissionários. Não está na devida ordem das coisasos membros ou os familiares acharem-se nodireito de decidir quem falará ou por quantotempo. Evidentemente as sugestões sãoadequadas, mas o bispo não deve entregar areunião para que eles a organizem. Estamospreocupados com os desvios que estãoacontecendo em nossas reuniões.

Os funerais podem e devem serespiritualmente muito tocantes. Eles estão-setornando reuniões informais de família realizadas

110

Lição 17: Realizar Reuniões Bem-Sucedidas

diante dos membros da ala. Freqüentemente oEspírito é afastado por piadas ou experiênciasengraçadas, num momento que deveria serdedicado ao ensino das coisas do Espírito, sim, decoisas sagradas.

Quando a família insiste para que váriosmembros da família falem num funeral, ouvimosfalar no falecido, em vez de ouvirmos falar daExpiação, da Ressurreição e das promessasconsoladoras reveladas nas escrituras. Não éimpróprio que um membro da família fale numfuneral, mas se o fizer, seu discurso deve sercondizente com o espírito da reunião.

Eu disse aos meus irmãos que são AutoridadesGerais que se no dia do meu funeral alguém falara meu respeito, eu me levantarei e o corrigirei. Oevangelho deve ser pregado. Não conheçonenhuma reunião em que a congregação estejamais pronta a receber revelação e inspiração doorador do que num funeral. Somos privados desseprivilégio por não compreendermos a ordem dascoisas—a ordem não escrita das coisas—referenteà administração da Igreja e o recebimento doEspírito.

Nossos bispos não devem passar a outros aresponsabilidade pela reunião. Isso também seaplica às despedidas de missionários. Estamosprofundamente preocupados por elas estarem-setornando um tipo de reunião de família peranteos membros da ala. O profundo ensino eaprendizado espiritual que poderiam acontecerestão sendo perdidos. Esquecemo-nos de que setrata de uma reunião sacramental e que o bispopreside.

Existem muitas coisas que eu poderia dizersobre usar nossas melhores roupas no domingo.Sabem o que isso significa? Costumava ser assim.Hoje vemos roupas menos formais e até relaxadasem nossas reuniões, até na reunião sacramental,o que propicia um comportamento informal erelaxado.

Incomoda-me ler no programa da reuniãosacramental que o Zé, a Bete e o Dani irãoparticipar. Não deveria ser José, Elisabete eDaniel? Incomoda-me que me peçam apoio para oBeto ou o Tonho ou o Tião para o sumo conselho.Eu digo: Será que não podemos colocar o nomecompleto da pessoa nesse importante registro? Háuma formalidade, uma dignidade, que estamosperdendo, e com grande prejuízo. Isso tem algo aver com o que Paulo disse sobre fazermos ascoisas “decentemente e com ordem”.

Bem, há muito que eu gostaria de dizer-lhessobre a ordem não escrita das coisas, mas essascoisas vocês precisam aprender por si mesmos. Sepudermos apenas deixá-los atentos para quecomecem a observar, comecem a receber essetreinamento, então vocês saberão como a Igrejadeve funcionar e por que as coisas acontecemdessa forma. Descobrirão que isso está de acordocom os princípios descritos nas escrituras. Sevocês apenas “[entesourarem] sempre em [sua]mente as palavras de vida”, o Senhor osabençoará e lhes mostrará “na hora precisa” o queterão de dizer e fazer. (D&C 84:85) Aprendam essegrande padrão: os ensinamentos que recebemosao observar e participar.

Pouco depois de a Espanha ter sido aberta paraa pregação do evangelho, estive em Barcelona.Dois dos primeiros missionários enviados para aEspanha foram a Barcelona para abrir a cidade.Eles pediram quarenta cadeiras ao PresidenteSmith Griffin. Ele estava em Paris, na época, enão sabia por que eles queriam quarenta cadeiras,pois não havia membros ali. Ele hesitou ao pensarnos gastos, mas achou que deveria encorajar osmissionários, de modo que aprovou as quarentacadeiras.

Quando chegamos ao salão de reuniões, queficava no andar de cima de uma loja, as quarentacadeiras estavam todas ocupadas. Havia pessoasde pé. Os élderes haviam organizado tudo paraque seu primeiro converso, um homem de meiaidade que trabalhava num mercado de peixe,dirigisse a reunião. Observamos os élderesensinando o que ele deveria fazer, às vezes selevantando para sussurrar-lhe ao ouvido.

O irmão Byish dirigiu a reunião comnervosismo e com a ajuda dos élderes. Então,quando ele se levantou para encerrar, o Espíritodo Senhor desceu sobre ele, e ele pregou comgrande poder e durante bastante tempo. Foi umtestemunho inspirado, um momentoinesquecível. Os dois jovens élderes, ambosconversos da América do Sul, de alguma formatinham aprendido algo sobre a ordem não escritadas coisas. Estavam colocando a Igreja em devidaordem em Barcelona. Hoje há quatro estacasnaquela cidade.

É assim que acontece. O Senhor usa santoscomuns para fazer Sua obra ir adiante.

Não é estranho que príncipes e reis

E palhaços que trabalham no circo

E pessoas comuns como você e eu

111

Lição 17: Realizar Reuniões Bem-Sucedidas

Sejamos os construtores da eternidade?

Cada um recebe um saco de ferramentas,

Uma massa sem forma e um livro de regras,

E cada um precisa construir antes que a vidase acabe,

Uma pedra de tropeço ou um degrau paracima.

—R. L. Sharpe, “Stumbling—Block or Stepping Stone”

A Igreja progredirá, e ela progridesimplesmente porque as pessoas comunsaprendem, observando, ensinando e tendoexperiências. Na maioria das vezes, aprendemosporque somos motivados pelo Espírito. Um dia, éclaro, vocês que são jovens hoje irão liderar aIgreja. Se nesse meio tempo vocês aprenderem eestudarem a ordem não escrita das coisas, o poderdo Senhor estará com vocês até o final para quepossam ser servos úteis.

Presto testemunho de que esta é a Sua Igreja,A Igreja de Jesus Cristo dos Santos dos ÚltimosDias, e como disse o Senhor, que todos “[falem]em nome de Deus, o Senhor, sim, o Salvador domundo”. (D&C 1:20)

Presto esse testemunho e invoco essa bênçãosobre vocês, em nome de Jesus Cristo. Amém.

AUXÍLIOS DIDÁTICOS

• Como aprendemos coisas importantes sobre aIgreja que não estão nas escrituras nem nosmanuais da Igreja?

• Por que acham que seremos mais valiosos paraa obra do Senhor se aprendermos a “ordemnão escrita das coisas”?

• Por que a pessoa que preside a reunião se sentano púlpito durante a reunião?

• Por que não é adequado que um líder da Igrejapeça para ser desobrigado de um chamado?

• Por que o bispo não deve procurar o bispo deoutra ala pedindo conselhos sobre comoresolver um problema de sua ala?

• Quem deve planejar a reunião sacramental emque missionários de partida para o campo eseus familiares irão falar? Por quê?

112

113

CONCEITO 1. A INTROSPECÇÃO É IMPORTANTEPARA OS LÍDERES DA IGREJA E DA FAMÍLIA.

COMENTÁRIO

Os líderes devem refletir regularmente sobresua dignidade de serem guiados pelo Espírito esobre quão bem estão colocando em prática osbons princípios de liderança. As escriturasensinam a importância da introspecção. Néfirefletiu: “E por que eu cederia ao pecado porcausa de minha carne? Sim, por que sucumbiria atentações, para que o maligno tivesse lugar emmeu coração a fim de destruir minha paz e afligirminha alma? Por que estou irado por causa demeu inimigo?” (2 Néfi 4:27) Alma disse ao povode Zaraenla: “Haveis nascido espiritualmente deDeus? Haveis recebido sua imagem em vossosemblante? Haveis experimentado esta poderosamudança em vosso coração? (…)

E agora, eis que eu vos digo, meus irmãos, sehaveis experimentado uma mudança no coração,se haveis sentido o desejo de cantar o cântico doamor que redime, eu perguntaria: Podeis agorasentir isso?” (Alma 5:14, 26) O jovem JosephSmith estava refletindo sobre suas “fraquezas eimperfeições” e orava ao Senhor pedindo perdãoquando o Anjo Morôni lhe apareceu pela primeiravez. (Ver Joseph Smith—História 1:28–33.)

Os líderes e profetas modernos da Igrejatambém ensinaram a importância daintrospecção. O Presidente Gordon B. Hinckley,quando era Conselheiro na Primeira Presidência,aconselhou: “Toda reunião sacramental deveriaser um banquete espiritual, um tempo demeditação e introspecção, um tempo para cantarhinos de louvor ao Senhor, um tempo de renovar

nossos convênios com Ele e nosso Pai Eterno, umtempo para ouvir a palavra do Senhor comreverência e apreço”. (A Liahona, janeiro de 1983,p. 81.)

O Élder Russell M. Nelson, um membro doQuórum dos Doze, ensinou: “O pescador sábioinspeciona regularmente sua rede. Se fordetectado algum defeito, ele a conserta semdemora. Um velho ditado ensina que ‘é melhorprevenir do que remediar’. A revelação nos dáinstruções semelhantes. O Senhor disse: ‘Lembra-te, pois, de onde caíste, e arrepende-te, e praticaas primeiras obras’. (Apocalipse 2:5)

Se formos sábios, avaliaremos nossaintegridade pessoal todos os dias. Identificaremostoda fraqueza e a corrigiremos. De fato, temos aobrigação de fazê-lo. (…)

A oração pessoal é um bom momento paraintrospecção. A oração matutina pode incluir umpedido para que sejamos honestos, castos,virtuosos ou que simplesmente possamos servirao próximo. À noite, pode haver outra rápidaavaliação dessas qualidades. Oramos pedindo apreservação de nossa integridade espiritual, edepois nos esforçamos para isso. Se for descobertaalguma imperfeição, devemos começarprontamente o processo de reparação queimpedirá uma desintegração maior da qualidadeespiritual ameaçada.

O melhor modo de se fazer a auto-avaliação éem pequenos passos, perguntando a nós mesmos:

• O que fazemos quando cometemos um erro?Admitimos nosso erro e nos desculpamos, ou onegamos e culpamos outra pessoa?

LIÇÃO 18

INTROSPECÇÃO“Pergunto-vos: Podereis naquele dia olhar para Deus com um coração puro e mãos limpas?

Pergunto-vos: Podereis levantar os olhos, tendo a imagem de Deus gravada em vosso semblante?”(Alma 5:19)

PRINCÍPIO DE LIDERANÇA

A instrospecção ajuda os líderes a conduzirem pessoas a Jesus Cristo.

CONCEITOS DA LIÇÃO

1. A introspecção é importante para os líderes da Igreja e da família.

Lição 18: Introspecção

• O que fazemos quando estamos num grupoem que idéias ou atividades erradas estejamsendo promovidas? Apoiamos o erro comnosso silêncio ou nos erguemos para defendero certo?

• Somos totalmente sinceros com nosso patrão,ou não somos tão leais assim?

• Guardamos o Dia do Senhor, obedecemos àPalavra de Sabedoria, honramos pai e mãe?

• (…) Como reagimos quando ouvimos alguémfalar mal do ungido do Senhor? Honramostodos os [nossos convênios]? Ou permitimosexceções e racionalizamos nossocomportamento para adequar-nos a nossaspreferências preconcebidas?

• Como honramos nossa palavra? As pessoaspodem confiar em nossas promessas? (…)

(…) O devido diagnóstico é essencial para umtratamento adequado. O Senhor deu-nos estaextraordinária certeza: ‘E porque viste a tuafraqueza, serás fortalecido até que te sentes nolugar que preparei nas mansões de meu Pai’. (Éter12:37) Mas desejar forças não nos torna fortes. Épreciso fé e trabalho para fortalecer a integridade.

Conhecemos o processo de auto-reparação quese chama arrependimento.” (“Integrity of Heart”,Ensign, agosto de 1995, p. 21.)

SUGESTÃO DIDÁTICA

Explique aos alunos o significado deintrospecção (“exame que alguém faz dospróprios pensamentos e sentimentos”. DicionárioNovo Aurélio, “introspecção”.) Discuta por que aintrospecção é importante para os líderes da Igrejae da família.

Peça aos alunos que citem momentos deintrospecção nas escrituras. (Ver I Reis 19:4–13;Mateus 4:1–11; e exemplos do comentário.)Discuta como a introspecção freqüentemente éseguida de uma bênção.

Leia para os alunos o comentário do PresidenteGordon B. Hinckley sobre a introspecção nasreuniões sacramentais. Discuta algumas dasperguntas que o Élder Russell M. Nelson sugeriuque fizéssemos durante nossa introspecção.

Diga aos alunos que é importante que oslíderes reflitam sobre seu relacionamento com oSenhor, suas responsabilidades, as pessoas a quemeles servem, etc. Discuta com os alunos asperguntas que podemos fazer a nós mesmos ao

pensarmos sobre nossa dignidade e nossochamado como líderes. Sugira que desenvolvam ohábito de refletirem a respeito de perguntas assim.

RECURSOS PARA O PROFESSOR

Presidente Spencer W. Kimball

Presidente da Igreja

“Jesus: The Perfect Leader”(Jesus: O Líder Perfeito),Ensign, agosto de 1979, pp.5–7.

Há muito mais o que falar sobre aextraordinária liderança do Senhor Jesus Cristo doque caberia num simples artigo ou livro; quero,porém, destacar aqui uns poucos atributos ehabilidades que demonstrou com tanta perfeição.Esses mesmos atributos e qualidades sãoimportantes para todos nós, se quisermos tersucesso como líderes em qualquer pontosignificativo.

Princípios imutáveis

Jesus sabia quem era e por que estava nesteplaneta. Com isso, podia conduzir com força emlugar de incerteza ou fraqueza.

Jesus operava baseado em princípios ouverdades fixas, em lugar de ir estabelecendo regraspelo caminho. Assim, Seu estilo de liderança eranão apenas correto mas também constante. Hojeexistem muitos líderes do mundo que parecemcamaleões; mudam de cor e pontos de vistaconforme a situação, o que só serve paraconfundir os companheiros e seguidores, que nãosabem ao certo que curso está sendo seguido.Aqueles que se apegam ao poder em detrimentodos princípios, muitas vezes acabam fazendoqualquer coisa para não perder esse poder.

Jesus repetiu diversas vezes: “Vem, segue-me.”Seu programa era “façam o que Eu faço”, emlugar de “façam o que Eu digo”. Sua imensacapacidade inata teria permitido que Ele Seexibisse de modo admirável, mas com issodeixaria Seus seguidores bem para trás. Eleandava e trabalhava com aqueles a quem deviaservir; não liderava a distância; não tinha medo deamizades íntimas; não temia a proximidade dosoutros. O fermento da verdadeira liderança nãopode influenciar positivamente as pessoas amenos que estejamos ao lado daqueles a quemdevemos servir.

114

Lição 18: Introspecção

Jesus mantinha-Se virtuoso e, assim, quandoSua proximidade permitia que alguém tocasse abainha de Suas vestes, Dele fluía virtude. (VerMarcos 5:24–34.)

Compreender o Próximo

Jesus era um líder ouvinte. Como amava osoutros com amor perfeito, ouvia sem ares desuperioridade. Um grande líder ouve não só osoutros, mas também a sua própria consciência eos sussurros de Deus.

Jesus era paciente, súplice, amoroso. QuandoPedro feriu o servo do sumo sacerdote com aespada, cortando-lhe a orelha direita, disse Jesus:“(…) Põe a tua espada na bainha” (João 18:11),sem se mostrar zangado e calmamente curou aorelha do servo. (Ver Lucas 22:51.) Suarepreensão a Pedro foi bondosa, porém firme.

Como Jesus amava a Seus seguidores, podiaser franco com eles. Às vezes reprovava Pedro,porque o amava; e Pedro, sendo um grandehomem, progredia com essas reprimendas. EmProvérbios, existe um versículo maravilhoso quetodos nós deveríamos ter em mente:

“Os ouvidos que atendem à repreensão da vidafarão a sua morada no meio dos sábios.

O que rejeita a instrução menospreza a própriaalma, mas o que escuta a repreensão adquireentendimento.” (Provérbios 15:31–32.)

Sábio é o líder ou o seguidor que consegueagüentar a “repreensão da vida”. Pedro conseguia,por saber que Jesus o amava e assim Jesus foicapaz de treinar Pedro para um lugar de muitaresponsabilidade no reino.

Jesus via o erro do pecado, mas tambémconseguia ver o pecado como algo decorrente deprofundas necessidades insatisfeitas do pecador.Isso Lhe permitia condenar o pecado semcondenar a pessoa. Nós podemos demonstraramor ao próximo, mesmo quando somoschamados a corrigi-lo. Precisamos ser capazes deperscrutar sua vida com suficiente profundidadepara ver as causas fundamentais de seusinsucessos ou falhas.

Liderança abnegada

A liderança do Salvador era abnegada. Elecolocava a Si mesmo e Suas necessidades emsegundo plano, servindo aos outros além do queera Seu dever, incansável, amorosa eeficientemente. Muitos problemas do mundo dehoje são resultado do egoísmo e egocentrismo de

muitos que exigem demais da vida e dos outros,para satisfazer às suas próprias necessidades. Éexatamente o oposto dos princípios e práticasadotados tão perfeitamente por aquele perfeitoexemplo de liderança que foi Jesus de Nazaré.

A liderança de Jesus acentuava a importânciade se ter discernimento no relacionamento com opróximo, sem procurar dominá-lo. Elepreocupava-Se com a liberdade de escolha de Seusseguidores. Ele próprio, naqueles momentos desuprema importância, teve de escolhervoluntariamente passar pelo Getsêmani e serpendurado na cruz do Calvário. Ensinou-nos quesem liberdade não pode haver um verdadeiroprogresso. Um dos problemas da liderançamanipulativa é que ela não provém do amor aopróximo, mas da necessidade de usá-los. Esseslíderes se concentram em suas própriasnecessidades e desejos, não nas necessidadesalheias.

Jesus tinha visão de problemas e pessoas. Eracapaz de calcular cuidadosamente o efeito e arepercussão de Suas palavras, não apenas sobreaqueles que O ouviam no momento, mas tambémsobre aqueles que as leriam dois mil anos maistarde. É muito freqüente os líderes secularesprocurarem resolver problemas procurando aliviaro sofrimento presente, mas criando com issodificuldades e padecimento futuros ainda maiores.

Responsabilidade

Jesus sabia como envolver Seus discípulos noprocesso da vida. Encarregava-os de coisasimportantes e específicas, para que sedesenvolvessem. Outros líderes procuravam sertão competentes em todas as coisas que faziamtudo sozinhos, dando poucas oportunidades decrescimento para as outras pessoas. Jesus confiaem Seus seguidores o suficiente paracompartilhar Seu trabalho com eles, a fim de quepossam crescer. Essa é uma das maiores lições deSua liderança. Se afastarmos as outras pessoaspara que o trabalho seja realizado mais depressa eperfeitamente pode ser que a tarefa seja feita, semdúvida, mas desprovida do tão importantedesenvolvimento e progresso dos seguidores. Porsaber que esta existência tem um propósito e quefomos colocados neste planeta para trabalhar ecrescer, o crescimento torna-se um dos grandespropósitos da vida, além de um meio. Podemoscorrigir os outros de maneira carinhosa eprodutiva, quando cometem erros.

115

Lição 18: Introspecção

Jesus não tinha medo de ser exigente com osque liderava. Sua liderança não eracondescendente nem fraca. Teve coragem demandar Pedro e os outros abandonarem as redesde pesca para O seguirem, não depois datemporada de pesca ou após a pescaria seguinte,mas naquele exato momento! Imediatamente!Jesus mostrava às pessoas que confiava nelas eem suas possibilidades e assim podia ajudá-las anovos e maiores feitos. Muitos líderes do mundosão condescendentes e, em muitos aspectos,desprezam a humanidade porque tratam aspessoas como se precisassem ser protegidas emimadas para sempre. Jesus acreditava em Seusseguidores, não apenas pelo que eram, mas peloque podiam tornar-se. Embora alguns vissemPedro como um simples pescador, Jesus viu neleum vigoroso líder religioso—corajoso e forte—que deixaria sua marca em grande parte dahumanidade. Se amarmos as pessoas, poderemosajudá-las a progredir, fazendo-lhes exigênciasrazoáveis, porém reais.

Jesus dava às pessoas verdades e tarefascondizentes com sua capacidade. Não asassoberbava com mais do que eram capazes defazer, mas o suficiente para que se empenhasseme progredissem. Preocupava-Se com os aspectosbásicos da natureza humana e como provocarmudanças permanentes, e não simplesmodificações transitórias.

Prestação de contas

Jesus ensinou que teremos de prestar contasnão só de nossos próprios atos, mas também denossos pensamentos. É importante que noslembremos disso. Vivemos numa época queressalta a “garantia de isenção deresponsabilidade”, mesmo em relação aocomportamento humano. Naturalmente, aresponsabilidade não é possível sem princípiosfixos. O bom líder lembra-se de que é responsávelperante Deus, bem como perante aqueles a quemlidera. Exigindo responsabilidade de si próprio,está em melhor posição para exigir que os outrossejam responsáveis por sua conduta edesempenho. As pessoas tendem a conduzir-se deacordo com o padrão estabelecido por seuslíderes.

Bom Uso do Tempo

Jesus ensinou também a importância de usar-se o tempo com sabedoria. Isso não quer dizerque não devamos jamais ter um tempo de folga,pois precisamos de tempo para meditar edescansar; mas não deve haver desperdício de

tempo. A maneira como administramos nossotempo é extremamente importante, e podemosfazê-lo muito bem, sem sermos ansiosos ouimportunos. O tempo não pode ser reciclado.Quando um momento se foi, é para sempre. Atirania das trivialidades é que ela desvia a atençãodas pessoas e momentos que realmenteimportam. As trivialidades rouba-nos momentosimportantes, e deixamos muito freqüentementeque essas coisas dominem nossa vida. Aadministração sábia do tempo é na verdade aadministração sábia de nossa própria vida.

Liderança secular

As pessoas a quem mais amamos, admiramos erespeitamos como líderes da família humana sãojustamente aquelas que possuem, em muitosaspectos, as qualidades demonstradas por Jesusnesta vida e em Sua liderança.

Inversamente, os líderes que tiveram a maistrágica influência sobre a humanidade sãoprecisamente aqueles que não tinham quasenenhum dos atributos do Homem da Galiléia.Jesus era abnegado, eles eram egoístas. Jesuspreocupava-Se com a liberdade, elespreocupavam-se com o domínio. Jesuspreocupava-Se com o serviço ao próximo, elespreocupavam-se com sua posição. Jesus atendiaàs reais necessidades das pessoas, elespreocupavam-se apenas com suas própriasnecessidades e desejos. Jesus preocupava-Se como desenvolvimento de Seus discípulos, elesprocuravam manipular os mortais. Jesus era cheiode compaixão equilibrada com justiça, elesfreqüentemente se mostravam rudes e injustos.

Provavelmente nenhum de nós seja umperfeito exemplo de líder, mas todos podemosenvidar um esforço consciente na direção dessegrande ideal.

Nosso potencial

Um dos grandes ensinamentos do Homem daGaliléia, o Senhor Jesus Cristo, é o de que todosnós temos imenso potencial. Instando-nos asermos perfeitos como nosso Pai Celeste éperfeito, Jesus não estava zombando ou caçoando,mas ensinando-nos uma poderosa verdade arespeito de nossas possibilidades e potencial. Éuma verdade quase que assombrosa demais paranosso entendimento. Jesus, que não podia mentir,procurava com isso fazer-nos avançar no caminhoda perfeição.

Ainda não somos perfeitos como Jesus mas, amenos que aqueles que nos rodeiam possam

116

Lição 18: Introspecção

observar nosso esforço e progresso, não poderãover-nos como um exemplo a seguir e considerar-nos-ão pouco responsáveis com respeito ao queprecisa ser feito.

Todos têm muito mais oportunidades de fazero bem e de ser bons do que jamais conseguemaproveitar. Essas oportunidades estão por todaparte. Seja qual for o tamanho de nossa esfera deinfluência, bastaria melhorarmos apenas umpouco nosso desempenho para que fosseampliado. Existem muitas pessoas esperando serinfluenciadas e amadas; basta que tenhamosvontade de melhorar nosso desempenho.

É preciso lembrar que os mortais queencontramos nos estacionamentos, escritórios,elevadores e outras partes, são uma porção dahumanidade que Deus nos mandou amar e servir.Pouco nos aproveitará falar da fraternidade humana,se não conseguimos considerar os que nos cercampor toda parte como nossos irmãos e irmãs. Senossa porção de humanidade nos parecer pequenaou nada fascinante, devemos lembrar-nos daparábola em que Jesus nos ensina que grandezanem sempre é um fator de tamanho ou padrão,mas da qualidade de vida de alguém. Seaproveitarmos bem nossos talentos e oportunidadesque nos cercam, Deus não deixará de notar. Eaqueles que aproveitam bem as oportunidades quelhes foram dadas receberão ainda mais!

As escrituras contêm maravilhosos estudos decaso de líderes que, embora não sendo perfeitoscomo Jesus, realizaram grandes coisas. Lê-los, comfreqüência, faria muito bem a todos nós.Esquecemo-nos de que as escrituras nospresenteiam com séculos de experiência emliderança e, mais importante ainda, com osprincípios fixos segundo os quais deve operar averdadeira liderança para o sucesso. As escriturassão o manual de instruções para o aspirante a líder.

O líder perfeito

Não hesito em citar algumas das realizações deJesus Cristo para aqueles que procuram ser líderesbem-sucedidos.

Se quisermos ter muito sucesso, eis nossopadrão. Todas as qualidades nobres, perfeitas ebelas da maturidade, força e coragem sãoencontradas naquele homem. Quando umagrande multidão, armada até os dentes, veio paraaprisioná-lo, ele os encarou resolutamente e disse:“A quem buscais?”

A multidão, estarrecida, mumurou Seu nome:“A Jesus Nazareno”.

“Sou eu”, respondeu Jesus de Nazaré, comorgulho e coragem, e com poder: Os soldados“recuaram, e caíram por terra.”

Pela segunda vez, Ele disse: “A quem buscais?”E quando disseram Seu nome, Ele disse: “Já vosdisse que sou eu; se, pois, me buscais a mim,deixai ir estes [os Seus discípulos]”. (João 18:4–8)

Talvez o mais importante que se possa dizer arespeito de Jesus Cristo, mais importante quetudo o que já foi dito, é que Ele vive. Elerealmente incorpora todas as virtudes e atributosde que falam as escrituras. Conseguindocompreender isso, conheceremos a realidadecentral do homem e do universo. Se nãoaceitarmos essa verdade e realidade, então nãoteremos os princípios firmes ou verdadestranscendentais para viver a vida com felicidade eserviço. Em outras palavras, acharemos muitodifícil ser um líder importante sem reconhecer arealidade do líder perfeito, Jesus Cristo, e deixá-Loser a luz que ilumina nosso caminho!

AUXÍLIOS DIDÁTICOS

• O que disse o Presidente Kimball sobre oslíderes que mudam sua postura para adequar-se à situação?

• Por que é importante que os líderes sirvam àspessoas a quem eles lideram?

• O que os líderes devem ouvir, além das vozesdas pessoas a quem eles lideram?

• O que os líderes que amam as pessoas a quemeles lideram podem realizar que os outroslíderes não conseguem?

• De que maneiras a liderança manipulativaserve apenas aos propósitos do líder? Por que éerrado que os líderes da Igreja e da famíliaajam dessa forma?

• Como as pessoas se beneficiam quando seuslíderes delegam tarefas a elas?

• O que Jesus Cristo ensinou aos líderes comrespeito ao modo de ver as pessoas a quem eleslideram?

• Para quem os líderes deverão prestar contas?

• O que o Presidente Kimball quis dizer com a“tirania das trivialidades”?

• Escolha um líder do mundo que você admire eidentifique ocasiões em que essa pessoademonstrou algumas das qualidades deliderança de Jesus Cristo.

• De acordo com o Presidente Kimball, comopodemos tornar-nos líderes melhores?

117

36180 059