prof caetano lista 01 prevestibular noturno

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Colégio Planeta Lista 01 Prof.: Caetano Lista de Redação Data: 13 / 08 / 2010 Aluno(a): Semi Extensivo Turma: Turno: NOTURNO CRONOGRAMA DO SEGUNDO SEMESTRE 2010 PLANETA - NOTURNO Aula 1 Apresentação do cronograma / Coesão e Coerência Relações de subordinação e coordenação Aula 2 Como destrinchar a proposta da UFG Primeira proposta de redação Leitura de redação de aluno Aula 3 Como fazer uma dissertação melhor. Vamos esquecer essa história de introdução, desenvolvimento e conclusão. Aula 4 Segunda proposta de redação Leitura de produção de aluno Aula 5 Eu não sei usar a coletânea. Discurso: o que isso come? Aula 6 Terceira proposta de redação Leitura da produção de aluno Aula 7 E essa tal de crítica. Uso prático da crítica em um texto. Senso comum nas aulas de redação. Aula 8 Quarta proposta de redação Leitura de produção de aluno Aula 9 Ironia e porque ela faz bem ao texto. Vamos falar entre aspas. / Algumas utilizações básicas das aspas em seu texto. Aula 10 Quinta proposta de redação Leitura de produção de aluno Aula 11 Modalidades discursivas dentro da narração. Conceitos básicos do conto e suas variantes. Tempo, espaço, ação, personagem, mudança de estado, clímax e quebra de expectativa. Meu personagem pode falar “errado”? Aula 12 Sexta proposta de redação Leitura de produção de aluno Aula 13 Intensivão: Os gêneros pessoais e suas manifestações /Leitura de alguns exemplares de gêneros pessoais. A CORRETORA VEM A PÚBLICO. / Pequena visita de uma corretora amiga para discussão breve. Aula 14 Sétima proposta de redação Leitura de produção de aluno Aula 15 Últimas considerações antes da primeira fase. Aula 1 Apresentação do cronograma / Coesão e Coerência Relações de subordinação e coordenação As conjunções coordenativas Aditivas E, nem, não só... mas também Adversativas Mas, porém, todavia, contudo, no entanto, não obstante. Alternativas Ora, quer, seja, nem. Conclusivas Logo, pois, portanto, por conseguinte, por isso, assim. Explicativas Pois, que, porque, porquanto. As conjunções subordinativas Causais Porque, pois porquanto, como, pois que, visto que, visto como, por isso que, já que, uma vez que, que. Concessivas Embora, conquanto, ainda que, se bem que, mesmo que, posto que, bem que, ao menos que, a não ser que. Condicionais Se, caso, contanto que, salvo se, sem que, desde que, a menos que, a não ser que. Conformativas Conforme, consoante, segundo, como. Comparativas Que, mais/menos, maior/menor, melhor/pior ... do que, tal...qual, tanto quanto, como, assim como, bem como, como se, que nem. Consecutiva tal/tanto/tão/tamanho...que, de forma que, de maneira que, de modo que, de sorte que. Finais Para que, afim de que, porque. Proporcionais À medida que, à proporção que, ao passo que, quanto mais... mais/menos, quanto menos. Temporais Quando, antes que, depois que, até que, logo que, sempre que, assim que, desde que, todas as vezes que, cada vez que, apenas, mal, que. Aula 2 Como destrinchar a proposta da UFG Primeira proposta de redação Leitura de redação de aluno

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Vestibular Prof Caetano

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Page 1: Prof Caetano Lista 01 PreVestibular Noturno

Colégio Planeta

Lista 01 Prof.: Caetano

Lista de Redação

Data: 13 / 08 / 2010

Aluno(a): Semi Extensivo Turma: Turno: NOTURNO

CRONOGRAMA DO SEGUNDO SEMESTRE 2010 PLANETA - NOTURNO

Aula 1 Apresentação do cronograma / Coesão e Coerência Relações de subordinação e coordenação

Aula 2 Como destrinchar a proposta da UFG Primeira proposta de redação Leitura de redação de aluno

Aula 3 Como fazer uma dissertação melhor. Vamos esquecer essa história de introdução, desenvolvimento e conclusão.

Aula 4 Segunda proposta de redação Leitura de produção de aluno

Aula 5 Eu não sei usar a coletânea. Discurso: o que isso come? Aula 6 Terceira proposta de redação Leitura da produção de aluno Aula 7 E essa tal de crítica. Uso prático da crítica em um texto. Senso comum nas aulas de redação. Aula 8 Quarta proposta de redação Leitura de produção de aluno Aula 9 Ironia e porque ela faz bem ao texto. Vamos falar entre aspas. / Algumas utilizações básicas das aspas em seu texto. Aula 10 Quinta proposta de redação Leitura de produção de aluno Aula 11 Modalidades discursivas dentro da narração. Conceitos básicos do conto e suas variantes. Tempo, espaço, ação, personagem, mudança de estado, clímax e quebra de expectativa. Meu personagem pode falar “errado”? Aula 12 Sexta proposta de redação Leitura de produção de aluno Aula 13 Intensivão: Os gêneros pessoais e suas manifestações /Leitura de alguns exemplares de gêneros pessoais. A CORRETORA VEM A PÚBLICO. / Pequena visita de uma corretora amiga para discussão breve. Aula 14 Sétima proposta de redação Leitura de produção de aluno Aula 15 Últimas considerações antes da primeira fase.

Aula 1 Apresentação do cronograma / Coesão e Coerência Relações de subordinação e coordenação

As conjunções coordenativas Aditivas E, nem, não só... mas também Adversativas Mas, porém, todavia, contudo, no entanto, não obstante. Alternativas Ora, quer, seja, nem. Conclusivas Logo, pois, portanto, por conseguinte, por isso, assim. Explicativas Pois, que, porque, porquanto.

As conjunções subordinativas Causais Porque, pois porquanto, como, pois que, visto que, visto como, por isso que, já que, uma vez que, que. Concessivas Embora, conquanto, ainda que, se bem que, mesmo que, posto que, bem que, ao menos que, a não ser que. Condicionais Se, caso, contanto que, salvo se, sem que, desde que, a menos que, a não ser que. Conformativas Conforme, consoante, segundo, como. Comparativas Que, mais/menos, maior/menor, melhor/pior ... do que, tal...qual, tanto quanto, como, assim como, bem como, como se, que nem. Consecutiva tal/tanto/tão/tamanho...que, de forma que, de maneira que, de modo que, de sorte que. Finais Para que, afim de que, porque. Proporcionais À medida que, à proporção que, ao passo que, quanto mais... mais/menos, quanto menos. Temporais Quando, antes que, depois que, até que, logo que, sempre que, assim que, desde que, todas as vezes que, cada vez que, apenas, mal, que.

Aula 2

Como destrinchar a proposta da UFG Primeira proposta de redação Leitura de redação de aluno

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PROPOSTA DE REDAÇÃO A prova de redação apresenta uma proposta de produção textual. Para produzir o seu texto, você deve seguir a definição de gênero logo abaixo descrita. Comentário em blog, conto fantástico, manifesto O tema é único e deve ser desenvolvido segundo a proposta escolhida. A fuga do tema anula a redação. A leitura da coletânea é obrigatória. Ao copiá-la você não deve copiar trechos ou frases sem que esta transcrição esteja a serviço de seu texto. Seu texto não deve ser assinado.

TEMA 01

A indiferença e o mal-estar da civilização A) “O oposto do amor não é o ódio, mas sim a indiferença.”

VERÍSSIMO, Érico. Escritor brasileiro. B) Como se morre de velhice Como se morre de velhice ou de acidente ou de doença, morro, Senhor, de indiferença. Da indiferença deste mundo onde o que se sente e se pensa não tem eco, na ausência imensa. Na ausência, areia movediça onde se escreve igual sentença para o que é vencido e o que vença. Salva-me, Senhor, do horizonte sem estímulo ou recompensa onde o amor equivale à ofensa. De boca amarga e de alma triste sinto a minha própria presença num céu de loucura suspensa. (Já não se morre de velhice nem de acidente nem de doença, mas, Senhor, só de indiferença.)

MEIRELES, Cecília. Como se morre de velhice. Poemas. 1957.

C) “O que me assusta não são as ações e os gritos das pessoas más, mas a indiferença e o silêncio das pessoas boas.”

KING, Martin Luther. Político Americano.

D) O que é indiferença? Um costume, uma forma de sobreviver, um mecanismo de defesa, medo, egoísmo? O fato é que todos nós, de uma maneira ou de outra, somos indiferentes a muitas coisas, realidades, fatos, pessoas e até em relação a nós mesmos. A indiferença tem um poder devastador. Ela é a companheira doentia do dominador e do opressor, também dos que pre-ferem as desigualdades, a violência, o ódio e a morte. Os indiferentes, de uma forma ou de outra, ferem, rejeitam, excluem, matam. Está correta a conclusão: o contrário do amor não é o ódio, mas a indiferença. Sem dúvida é desgastante, e por vezes desmoralizante, tais são a inércia e os obstáculos com que diariamente nos confrontamos, mas penso que vale a pena realizar sonhos, vamos todos sonhar e acredito que conseguiremos. Este é o nosso dever: amanhã os nossos filhos viverão num mundo melhor se, desde já e sem ambiguidades, assumirmos este dever, embora com mil dificuldades e incertezas – ainda mais agravadas hoje em dia pela crise econômica, para já não falar da insensibilidade decorrente da cultura da indiferença e do egoísmo e do famoso e mortífero “vírus da ganância”. Sinto que podemos, e devemos, vencer o contrassenso que são a pobreza e a miséria. Sinto vergonha sempre que vejo uma mão estendida. Mais do que nunca quero sonhar que é possível a sobrevivência da nossa sociedade. São as nossas dignidades e honra de seres humanos que estão em jogo. O ter é ilusão, é pura aparência, é

efemeridade, indiferença, intolerância, enfermidade e solidão. O ter não tem esperança porque se esgota nele próprio, alimenta-se de si próprio, exigindo sempre. Ser é humanidade, consciência social, livre arbítrio, liberdade, igualdade, fraternidade, solidariedade, cultura, preocupação ambiental, ecumenismo, tolerância, aceitação e preocupação com o outro.

ROBERTO, Antonio. O que é indiferença. Retirado do blog amigosdofreud.blogspot.com

E) O pior pecado contra nosso semelhante não é o de odiá-los, mas de ser indiferentes para com eles.

SHAW, George Bernard. Dramaturgo irlandês.

F) Logo, a exploração econômica, o uso violento do corpo alheio, a humilhação, a opressão e o assassinato são figuras da agressividade. É possível, sim, unir os homens uns aos outros pelo amor. Para isso, no entanto, é preciso que alguns fiquem de fora para receber as manifestações de agressividade. Essa proposição é uma crítica severa ao mandamento cristão do "Ama a teu próximo como a ti mesmo", que Freud confessa não entender e afirma ser estranha aos primitivos. Eis o que diz a esse respeito: "Meu amor é algo infinitamente precioso que não tenho o direito de desperdiçar sem prestar contas (...) Se amo um outro ser, de alguma forma, ele tem que merecê-lo(...) Ele o merece se é tão melhor que eu que me oferece a possibilidade de amar nele meu próprio ideal. Mas se me é desconhecido, se não me atrai por nenhuma qualidade pessoal e ainda não desempenhou nenhum papel em minha vida afetiva, me é bastante difícil ter por ele a menor afeição (...) E, olhando mais de perto, esse estrangeiro não apenas não é digno de amor como, na maioria das vezes, para ser sincero, devo reconhecer que ele pode ser alvo da minha hostilidade e até de meu ódio Ele não parece ter por mim a menor afeição. Quando lhe é útil, não hesita em me prejudicar (...) pior ainda, mesmo que não lhe seja útil, desde que encontre aí algum prazer, não tem o menor escrúpulo em me ofender, em me caluniar"

(Freud, 1971:62-63). (...) Para Freud não existe pulsão agressiva em si, mas há um dualismo pulsional que faz com que a pulsão de destruição seja freqüentemente erotizada, aliando-se à sexualidade. Nesse jogo entre Eros e Thanatos, para escapar à autodestruição, o indivíduo é levado a destruir o outro, ainda que sua necessidade de amor contrarie essa pulsão. Talvez isso explique por que os atos de violência têm sempre seus observadores apaixonados. Enquanto conceito, a pulsão de morte é um monstro lógico e, por isso mesmo, apto a designar a realidade humana como monstruosa em relação à de outros seres vivos. Basicamente, suprime qualquer esperança de uma possível harmonia entre o homem e o mundo, entre o homem e si mesmo, entre seu bem e seu desejo. Esse conflito entre Eros e Thanatos, que atravessa tanto o processo civilizatório quanto o desenvolvimento individual, obriga-nos a concordar com B. Edelman que em seu texto Relire Malaise dans la Civilization (1994) afirma que "na essência do homem não encontramos nem amor pelo saber, nem desejo de verdade ou justiça, nem tampouco vontade de paz universal, mas ódio, violência ou, pior ainda, amor pelo caos e pelo desastre". E que "a humanidade é suicida, pois, por um paradoxo inexplicável, se esforça por destruir aquilo que faz sua grandeza. O direito não cessa de ser contestado pela selvageria, a democracia pela tirania, a cultura pelo auto-da-fé". Nesse final de século marcado pela dor, morosidade, banalidade dos projetos e ideais, fracasso das instituições, desencantamento, nostalgia, frutos da decepção ressentida pelos cidadãos em relação à política e àqueles que a encarnam, fica a impressão de que as constatações de Freud nada têm de anacrônico. Aos horrores já vividos nesse século XX — duas guerras mundiais, bomba atômica e várias guerras civis, que fizeram dele, na opinião de A. Finkelkraut (1998), o mais terrível da história da humanidade — podemos ainda acrescentar novos horrores econômicos e ecológicos, frutos do desenvolvimento cada vez maior da tecnologia, que pretensamente deveria garantir o bem-estar.

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KOLTAI,Caterina. Violência e indiferença: duas formas de mal-estar da cultura. Retirado do endereço www.scielo.br/scielo

COMENTÁRIO DE BLOG

O comentário em blog é um recurso tecnológico que servidores virtuais oferecem para facilitar a interlocução entre autores e seus leitores. Através desse recurso, cada leitor pode criar uma “caixa de texto” abaixo de um artigo publicado em um blog e demonstrar sua opinião para o autor do texto. Suponha que você tenha lido o texto “O que é indiferença”, de Antonio Roberto, e não tenha concordado com os pontos de vista oferecidos pelo autor. Dessa forma, você decide fazer um comentário ao texto do autor utilizando-se dos outros textos da coletânea para fundamentar sua argumentação. Perceba que a interlocução desse gênero faz com que ele se aproxime da carta, no entanto, aqui não é necessário que o autor coloque local e data, pois o próprio servidor do blog fará isso. Coloque o vocativo e depois se despeça.

CONTO FANTÁSTICO

O conto é um gênero do discurso narrativo que tem como intenção contar a um leitor específico uma história. Diferentemente de outros gêneros do discurso narrativo o conto tem como clara a intenção da literatura. Sendo assim, não basta ao escritor preocupar-se apenas com a estrutura básica da narrativa para que sua história chegue a um determinado ponto que ele tenha como intenção. Aqui, devemos ter clara a intenção de trabalho artístico com a palavra. Caso isso não fique evidente para o leitor o fato narrado poderá facilmente ser confundido com o relato, que é uma narrativa com intenções discursivas neutras. Tendo em vista esses fatores e sabendo que a estrutura básica do conto remete à idéia de personagem, tempo, espaço, ação, clímax e transformação (mudança de estado físico ou psicológico), construa um conto em primeira pessoa que caracterize um personagem masculino que um dia se deu conta do quanto os outros são indiferentes a ele e assim resolveu reavaliar sua vida e a sociedade em que vive. A partir dessa auto-avaliação ele começa a propor para si mesmo soluções possíveis que tanto ele como os outros poderiam adotar em prol de um mundo em que a indiferença não fosse dominante.

MANIFESTO

O manifesto é um gênero de caráter persuasivo que apresenta um locutor, geralmente representante de um grupo, que deseja convencer um grupo de interlocutores a respeito da necessidade de participar de um determinado ponto de vista, afim de que todos se manifestem contra alguma questão que o grupo manifestante considera errada. Imagine que você faça parte do Centro Acadêmico da Faculdade de Letras da UFG (Universidade Federal de Goiás) e que vocês tenham percebido que a grande maioria dos universitários não participa das questões políticas da faculdade, pois a indiferença é um sentimento que tem se apropriado da maioria das pessoas e essas a representam com seu egoísmo e falta de compromisso com questões coletivas. Dessa forma, você ficou responsável pela redação de um manifesto em repúdio à indiferença na sociedade como um todo e na universidade em particular. Sendo assim, lance mão, em sua argumentação, de exemplos de indiferença na vida cotidiana para provar ao seu leitor como devemos de maneira gradativa ter uma vivência saudável quando percebermos nossa responsabilidade para com o outro. Lembre-se que o espaço acadêmico é nosso ponto de partida, mas o manifesto é escrito pensando no bem estar da sociedade em geral.

Aula 3 Como fazer uma dissertação melhor. Vamos esquecer essa história de introdução, desenvolvimento e conclusão. A partir da leitura de duas dissertações de colegas vamos ver erros comuns na escrita de algumas dissertações e então iremos construir um panorama para o melhor aproveitamento de uma dissertação. Exemplo de proposta de redação Construa um texto dissertativo a partir do seguinte tema:

O QUE É DE FATO A CULPA?

a) “Todo homem é culpado do bem que não fez.” Voltaire. Filósofo francês. B) “O homem superior atribui a culpa a si próprio; o h omem comum aos outros.” Confúcio

Primeiramente A) Encontrar a palavra central: B) Encontrar as palavras secundárias Atitudes dissertativas segundo Paulo Coimbra Guedes Definir, classificar, analisar, comparar a) Crie uma definição possível para a palavra central do tema

proposto b) Tente classificar esse termo em seus diferentes

acontecimentos e contextos sociais c) Crie uma análise a respeito do tema

Page 4: Prof Caetano Lista 01 PreVestibular Noturno

d) Construa paradoxos possíveis a respeito do tema. Qual são as opiniões contrárias que você identifica a respeito desse assunto?

Aula 4 Segunda proposta de redação Leitura de produção de aluno A prova de redação apresenta uma proposta de produção textual. Para produzir o seu texto, você deve seguir a definição de gênero logo abaixo descrita.

CRÔNICA, CARTA DE ESPECTADOR, REPORTAGEM

O tema é único e deve ser desenvolvido segundo a proposta escolhida. A fuga do tema anula a redação. A leitura da coletânea é obrigatória. Ao copiá-la você não deve copiar trechos ou frases sem que esta transcrição esteja a serviço de seu texto. Seu texto não deve ser assinado.

TEMA 02

A morte como instante da vida A compreensão da morte em uma sociedade que faz questão de esquecê-la

a) Talvez a morte tenha mais segredos para nos revelar que a vida

FLAUBERT, Gustav.

b) Por que a morte é sempre vista como uma espécie de escândalo? Por que esse acontecimento banal provoca ao mesmo tempo horror e curiosidade? Os antigos diziam que a filosofia era uma longa meditação sobre a morte; os modernos quiseram afastá-la de suas preocupações; nós, contemporâneos, procuramos bani-la de nosso mundo. Mas a morte se acha profundamente ligada à vida; esse fato

bruto, esse “não sei o quê”, deixa entrever a passagem do ser ao nada. Assim a morte vem pôr em causa o sentido da existência. De modo lento ou abrupto, com violência ou suavidade, ela propõe ao homem, num instante, o desafio de pensar a sua própria condição.

MARTON, Scarlett. Filósofa. Áudio do programa Café Filosófico do dia 5 de junho de 2010. c) Quando tiramos a vida aos homens, não sabemos, nem o

que lhes tiramos, nem o que lhes damos.

BYRON, George (Lord)

d) Habitua-te a pensar que a morte não é nada para nós, pois que o bem e o mal só existem na sensação. Donde se segue que um conhecimento exato do fato de a morte não ser nada para nós permite-nos usufruir esta vida mortal, evitando que lhe atribuamos uma idéia de duração eterna e poupando-nos o pesar da imortalidade. Pois nada há de temível na vida para quem compreendeu nada haver de temível no fato de não viver. É pois, tolo quem afirma temer a morte, não porque sua vinda seja temível, mas porque é temível esperá-la. Tolice afligir-se com a espera da morte, pois trata-se de algo que, uma vez vindo, não causa mal. Assim, o mais espantoso de todos os males, a morte, não é nada para nós, pois enquanto vivemos, ela não existe, e quando chega, não existimos mais. Não há morte, então, nem para os vivos nem para os mortos, porquanto para uns não existe, e os outros não existem mais. Mas o vulgo, ou a teme como o pior dos males, ou a deseja como termo para os males da vida. O sábio não teme a morte, a vida não lhe é nenhum fardo, nem ele crê que seja um mal não mais existir. Assim como não é a abundância dos manjares, mas a sua qualidade, que nos delicia, assim também não é a longa duração da vida, mas seu encanto, que nos apraz. Quanto aos que aconselham os jovens a viverem bem, e os velhos a bem morrerem, são uns ingênuos, não apenas porque a vida tem encanto mesmo para os velhos, como porque o cuidado de viver bem e o de bem morrer constituem um único e mesmo cuidado.

EPÍCURO. A conduta da vida.

e) Depois da morte não há nada e a morte também não é nada.

SÊNECA

f) A morte pode dar ensejo a dois sentimentos opostos: ou fazer pensar que morrer é tornar-se o mais vulnerável dos seres, sem defesa contra o desconhecido; ou que é tornar-se invulnerável e afastado de todos os males possíveis. Em quase todos, esses dois sentimentos existem e alternam-se. Passa-se a vida temendo ou desejando a morte.

VALÉRY, Paul. Pensamentos maus e outros.

g) Se quiseres poder suportar a vida, fica pronto para aceitar

a morte.

FREUD, Sigmund. Três ensaios sobre a sexualidade.

h) Diz Cícero que filosofar não é outra coisa senão preparar-

se para a morte. Isso porque de certa forma o estudo e a contemplação retiram a nossa alma para fora de nós e ocupam-na longe do corpo, o que é um certo aprendizado e representação da morte; ou então porque toda a sabedoria e discernimento do mundo se resolvem por fim no ponto de nos ensinarem a não termos medo de morrer. Na verdade, ou a razão se abstém ou ela deve visar apenas o nosso contentamento, e todo o seu trabalho deve ter como objetivo, em suma, fazer-nos viver bem e ao nosso gosto, como dizem as Santas Escrituras. Todas as opiniões do mundo coincidem em que o prazer é a nossa meta, embora adotem meios diferentes para isso; de outra forma as rejeitaríamos logo de início, pois quem escutaria alguém

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que estabelecesse como fim o nosso penar e descontentamento?

MONTAIGNE, Michel de. “Ensaios”

i) A morte mostra ao homem aquilo que ele é.

HEBBEL, Christian.

j) O que mais me intriga e dói na nossa morte, como vemos na dos outros, é que nada se perturba com ela na vida normal do mundo. Mesmo que sejas uma personagem histórica, tudo entra de novo na rotina como se nem tivesses existido. O que mais podem fazer-te é tomar nota do acontecimento e recomeçar. Quando morre um teu amigo ou conhecido, a vida continua natural como se quem existisse para morrer fosses só tu. Porque tudo converge para ti, em quem tudo existe, e assim te inquieta a certeza de que o universo morrerá contigo. Mas não morre. Repara no que acontece com a morte dos outros e ficas a saber que o universo se está nas tintas para que morras ou não. E isso é que é incompreensível - morrer tudo com a tua morte e tudo ficar perfeitamente na mesma. Tudo isto tem significado para o teu presente. Mas recua duzentos anos e verás que nada disto tem já significado.

FERREIRA, Virgílio. “Ensaios”.

CRÔNICA

A crônica é um gênero narrativo-argumentativo que geralmente tem como suporte discursivo jornais e revistas. No Brasil, a crônica sempre teve espaço para ser escrita por grandes escritores que dividiram seu trabalho entre jornalístico e literário. Sendo assim, é natural que a crônica possua características dos dois universos. Se por um lado ela quer informar, deixar o leitor a par do que acontece, por outro ela quer entreter, emocionar, fazer com que a beleza ou mesmo o humor da palavra se evidenciem. Imagine que você seja um professor da Faculdade de Filosofia da UFG e que tenha assistido ao programa da TV Cultura, Café Filosófico, que apresentou uma palestra sobre a morte com a filósofa Scarlett Marton (coletânea b) e que isso tenha feito com que você começasse a pensar sobre esse tema que muitas vezes nós teimamos em esquecer. Assim sendo, você decide escrever uma crônica para o jornal O POPULAR, do qual você é colunista semanal, para falar como chama atenção em nossa sociedade o fato de as pessoas não se prepararem para a morte. Use as demais coletâneas para evidenciar o conhecimento teórico desse personagem que você é. Tente ao longo de seu texto evidenciar o fato de que aceitar a morte não é desejá-la, ao contrário do que pensa a cultura popular, mas estar ciente de que ela é fato fundamental da cultura da vida e não aceitá-la ou não conviver com a sua ideia é, também, viver de forma incompleta.

CARTA DE ESPECTADOR A carta de espectador é um gênero do discurso argumentativo que tem como intenção informar a opinião de um determinado espectador ou tele-espectador ao produtor ou convidado de um determinado programa ou evento artístico/jornalístico. Suponha que você seja um jornalista da cidade de Goiânia que tenha assistido ao programa da TV Cultura, Café Filosófico com uma palestra sobre a morte com a filosofa Scarlet Marton. a) Caso tenha concordado com a visão da filósofa, escreva uma

carta ao produtor do programa elogiando a iniciativa e use a coletânea para acrescentar informações ao que foi dito.

b) Caso tenha discordado da visão da filósofa, escreva uma carta ao produtor do programa argumentado sobre suas insatisfações e use a coletânea para alicerçar seu ponto de vista

REPORTAGEM

A reportagem é um gênero do discurso narrativo-argumentativo como a crônica. No entanto, esse gênero não tem intenções

literárias como aquele. Aqui, fica visível a intenção do locutor de informar seu leitor de forma que ele construa sua própria perspectiva sobre o assunto retratado. Imagine que você seja um repórter do jornal Diário da Manhã e que tenha ficado responsável por escrever uma reportagem sobre o tema “A morte como instante de vida”. A intenção dessa reportagem é demonstrar como as pessoas de um modo geral fazem questão de esquecer que irão morrer um dia e de como isso prejudica as dinâmicas sociais. Dessa maneira, use a coletânea para reforçar a ideia de pesquisa jornalística e fundamentar os pontos de vista a serem discutidos. Não deixe de evidenciar a escrita jornalística.

EXEMPLO DE CRÔNICA GERAÇÃO TRIBALISTA

Na hora de cantar todo mundo enche o peito nas boates, levanta os braços,sorri e dispara: "eu sou de ninguém, eu sou de todo mundo e todo mundo é meu também". No entanto, passado o efeito do uísque com energético e dos beijos descompromissados, os adeptos da geração "tribalista" se dirigem aos consultórios terapêuticos, ou alugam os ouvidos do amigo mais próximo e reclamam de solidão, ausência de interesse das pessoas, descaso e rejeição. A maioria não quer ser de ninguém, mas quer que alguém seja seu. Beijar na boca é bom? Claro que é! Se manter sem compromisso, viver rodeado de amigos em baladas animada-ssimas é legal? Evidente que sim. Mas por que reclamam depois? Será que os grupos tribalistas se esqueceram da velha lição ensinada no colégio, onde "toda ação tem uma reação". Agir como tribalista tem consequencias, boas e ruins, como tudo na vida. Não dá, infelizmente, para ficar somente com a cereja do bolo - beijar de língua, namorar e não ser de ninguém. Para comer a cereja é preciso comer o bolo todo e nele, os ingredientes vão além do descompromisso, como: não receber o famoso telefonema no dia seguinte, não saber se está namorando mesmo depois de sair muitas vezes com a mesma pessoa, não se importar se o outro estiver beijando outra,etc, etc, etc. Embora já saibam namorar, "os tribalistas" não namoram. Ficar, também é coisa do passado. A palavra de ordem hoje é "namorix". A pessoa pode ter um,dois e até três namorix ao mesmo tempo. Dificilmente esté apaixonada por seus namorix, mas gosta da companhia do outro e de manter a ilusão de que não está sozinho. Nessa nova modalidade de relacionamento, ninguém pode se queixar de nada. Caso uma das partes se ausente durante uma semana, a outra deve fingir que nada aconteceu, afinal, não estão namorando. Aliás, quando foi que se estabeleceu que namoro é sinônimo de cobrança? A nova geração prega liberdade, mas acaba tendo visões unilaterais. Assim como se deseja "a cereja do bolo tribal", enxerga somente o lado negativo das relações mais sólidas. Desconhece a delícia de assistir um filme debaixo das cobertas num dia chuvoso comendo pipoca com chocolate quente, o prazer de dormir junto abraçados,roçaando os pés sob as cobertas e a troca de cumplicidade, carinho e amor. Namorar é algo que vai muito além das cobranças. É cuidar do outro e ser cuidado por ele, é telefonar só para dizer bom dia, ter uma boa companhia para ir ao cinema de mãos dadas, transar por amor, ter alguém para fazer e receber cafuné, um colo para chorar, uma mão para enxugar lágrimas, enfim, é ter"alguém para amar". Já dizia o poeta que "amar se aprende amando" e se seguirmos seu raciocínio, esbarraremos na lição que nos foi passada nas décadas passadas: relação é sinônimo de desilusão. O número avassalador de divórcios nos últimos tempos, só veio a confirmar essa tese e aqueles que se divorciaram (pais e mães dos adeptos do tribalismo), vendem na maioria das vezes a idéia de que casar é um péssimo negócio e que uma relação sólida é sinônimo de frustrações futuras. Talvez seja por isso que pronunciar a palavra "namoro" traga tanto medo e rejeição. No entanto, vivemos em uma época muito diferente daquela em que nossos pais viveram.

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Hoje podemos optar com maior liberdade e não somos mais obrigados a"comer sal junto até morrer". Não se trata de responsabilizar pais e mães, ou atribuir um significado latente aos acontecimentos vividos e assimilados na infância, pois somos responsáveis por nossas escolhas, assim como o que fazemos com as licões que nos chegam. A questão não é causal, mas quem sabe correlacional. Podemos aprender a amar se relacionando. Trocando experiências,afetos, conflitos e sensações. Não precisamos amar sob os conceitos que nos foram passados. Somos livres para optarmos. E ser livre não é beijar na boca e não ser de ninguém. É ter coragem, ser autêntico e se permitir viver um sentimento... É arriscar, pagar para ver e correr atrás da felicidade. É doar e receber, é estar disponível de alma, para que as surpresas da vida possam aparecer. É compartilhar momentos de alegria e buscar tirar proveito até mesmo das coisas ruins. Ser de todo mundo, não ser de ninguém, é ao mesmo que não ter ninguém também... é não ser livre para trocar e crescer... É estar fadado ao fracasso emocional e a tão temida solidão....

(ARNALDO JABOR)