robert kurz - pós imperialismo

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  • 7/28/2019 Robert Kurz - Ps imperialismo

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    Ps imperialismo A nova face do mundo e a velha viso de esquerda*

    Robert Kurz

    1.

    Quando o objecto da crtica se modifica, tambm a prpria crtica deve modificar asi mesma. Se, no incio do sculo XX, a transformao do modo de produocapitalista alterou o sistema de referncia dos conflitos sociais, conduzindo-o a umnovo estgio (imperialismo, economia de guerra, taylorismo, ideologizao dasmassas, etc.), transformando tambm de maneira controversa o marxismo domovimento operrio at ento vigente, talvez a ruptura de poca, no final do sculoXX, exija uma transformao ainda mais ampla. contraproducente, por isso,querer se "apegar" a modelos tericos supostamente resguardados. Em vez disso,seria necessrio levar a srio, de uma vez por todas, a mudana no sistemareferencial poltico-econmico.

    S agora, passado o perodo de incubao dos anos 80, as novas foras produtivasps-fordistas da microeletrnica e seus conceitos correlatos de racionalizao(descritos em seu conjunto, de acordo com o referencial terico escolhido, comosegunda ou terceira revoluo industrial) mostram seu verdadeiro potencial decrise: pela primeira vez, a riqueza material (e tambm ecologicamente destrutiva) produzida antes pelo emprego tecnolgico da cincia que pelo dispndio de trabalhohumano abstracto. O capital comea a perder sua capacidade de valorizaoabsoluta e alcana com isso aquele estgio, extrapolado logicamente por Marx, noqual a forma de socializao do sistema produtor de mercadorias - que "repousa no valor" - esbarra em seus limites histricos.

    A crise da forma-mercadoria , no entanto, filtrada pelo movimento do mercadomundial, ou seja, atravs da luta global pela parcela decrescente de valor "vlido";luta essa que possibilita (e domina) as prprias foras produtivas que seroresponsveis pela desvalorizao da fora de trabalho. Os capitais mais produtivosabatem concorrencialmente aqueles que no podem mais acompanhar o elevadopadro de produtividade, mobilizando para tanto vultuosas somas de capital fixo.Os velhos perdedores e os novos retardatrios s podem continuar no preo custa

    de baixos salrios (ou ainda trabalho forado ou escravo) e, assim mesmo, emalguns poucos estores com orientao exclusivamente exportadora (como o casoda Europa Oriental e do Sudeste Asitico). Todavia, com o estabelecimento de umpadro global de produtividade, os baixos salrios no podem produzir nenhumamassa adicional de valor "vlida", mas servem apenas para ampliar de modoprecrio a capacidade de concorrncia no interior do processo de retraco dasubstncia-valor "vlida". lnstitui-se, assim, em quase todos os estores, seja atravsde investimentos de capital, seja atravs de estruturas exportadoras mantidas por baixos salrios, umacompetio repressora em mbito global.

    Podia parecer, primeira vista, que o processo de crise transcorreria de maneira

    escalonada, acompanhando a situao de cada economia nacional, e deixaria porltimo as naes mais fortes do ponto de vista do capital, capazes de sustentar por

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    mais tempo o processo de simulao monetria atravs do endividamento doEstado e do sistema de crdito. Primeiro sucumbiram as economias do TerceiroMundo e do socialismo de Estado, que passaram a ser exemplo de uma"modernizao tardia", fadada desde ento ao fracasso no interior do horizonte burgus. Nos anos 90, porm, a crise parece avanar a passos largos em direco s

    economias nacionais estabelecidas. O limite do modo de produo se expressa na forma de custos de produocontinuamente ascendentes, e pressiona, cada vez mais sem o filtro dasdemarcaes nacionais, as contas empresariais. Fornecedores e fora de trabalho, bem como mercados consumidores, devem ser buscados directamente a nvel globale ser flexivelmente cambiveis de acordo com a oferta de mercado.

    Os ndices aparentemente elevados de crescimento do comrcio mundial no se baseiam mais, nessas condies, em uma exportao de capital e mercadoriasnacionais moda antiga, mas so antes fruto do progressivo desmonte global doque, at ento, eram as economias internas. Um produto vendido por uma empresa"alem" no mercado alemo pode ser produzido na Inglaterra e em Hong-Kong,montado no Sul da China e expedido da Polnia, conforme sua planilha de custos. A produo das fbricas japonesas de chaves de fenda aparece nos EUA comoexportao do Mxico, ou na Espanha como exportao inglesa. O mesmo processose repete no plano monetrio. Exportaes alems para a China, provenientes na verdade de uma empresa francesa, podem ser facturadas em ienes; crditos emmarcos podem ser tomados nos EUA por uma empresa japonesa. Todos oscomponentes do processo capitalista perambulam pelo globo.

    2.

    Como consequncia desse desenvolvimento, se desfazem os laos entre a esferaestatal, ou seja, a poltica, e a reproduo capitalista. O Estado e a poltica,obviamente, no desaparecem, mas se desvinculam de seus prprios fundamentoseconmicos (gerando a crise da esfera poltica). Em meio competio repressoraglobalizada surge o perfil de um capital que no mais produzido essencialmente apartir da massa nacional de mais-valia (gerada pela economia interna das naes),mas antes pela distribuio da mais-valia mundial em retraco por meio deestruturas globais de perdas e ganhos, apenas indirectamente vinculadas s velhaseconomias nacionais. No mais possvel, sobre essas bases, nem uma "luta declasses" nacional, nem tampouco a defesa ou mobilizao, neste plano, de interessescapitalistas coerentes. O Estado no mais o capitalista ideal que zelava em tempointegral pelo estoque de capital nacional e podia concentrar e representar a vontadecapitalista como um todo. No prprio Ocidente, o Estado comea a perder ocontrole sobre os processos sociais concernentes sua populao e ao seu territrioe se torna dependente de uma "localizao privilegiada". S de maneira limitada, elepode garantir condies capitalistas bsicas, na medida em que marginaliza umaparcela de sua populao que no mais passvel de financiamento. Se, por umlado, so desmontadas estruturas de produo, fornecimento e servios que haviamdurado dcadas e desconectadas regies inteiras, que correm o risco de setransformarem em desertos, por outro, a favelizao, a disseminao da barbrie e odomnio de mfias coloca em xeque as funes do Estado.

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    Numa situao como essa, de dissoluo gradativa de sua economia interna, no hnada que o Estado prescinda mais que reas de influncia e domnio imperial. Oque eram vantagens fundamentais numa posio de supremacia mundial, a saber, oaproveitamento garantido de determinadas capacitaes da fora de trabalho,matrias-primas e mercados consumidores, agora so desvantagens. Estruturas

    fixas se tornam um fardo, porque o que hoje pode ser a vantagem de umadeterminada regio, amanh pode se converter em desvantagem, e mesmo porquepodem se abrir possibilidades mais atractivas em matria de custo em uma regiodo mundo completamente distinta. Os investimentos precisam ser fluidos, flexveise facilmente desviveis e devem, ademais, concorrer pelos melhores juros nosmercados financeiros globais. Em princpio, todos devem estar presentes em todaparte e ser capazes de desaparecer de novo na hora certa. Sob essas condies, umimprio nacional ou multinacional parece algo antediluviano, seus custos definanciamento ultrapassam em muito seus rendimentos e ameaam se tornarruinosos.

    O proteccionismo estatal no pode deter esse desenvolvimento como um todo, mas,ao contrrio, torna-se ele prprio selvagem, em funo de um acordo definidoglobalmente (GATT), e adquire o aspecto de uma mata cerrada bi- e multilateral,onde so gradativamente eliminados todos os abrigos de proteco para indstrias"nacionais" necessitadas. Nessas condies, no parece ser provvel nem mesmo adiviso do mundo em apenas trs grandes blocos de poder (Leste Asitico, sob aliderana do Japo; as Amricas, sob a liderana dos EUA; e a Europa e a Eursia,sob a liderana de uma coalizo centro-europia). At as prprias estruturas depoder continentais perderam sua eficcia em vista dos grandes circuitos pararolagem de dficits, dos fluxos unilaterais de exportao e dos investimentosdiversificados globalmente. Todo o Leste Asitico exporta para o resto do mundo,sem importar de maneira correlata, o que, por si s, j impede a formao de umespao econmico autnomo. Os investimentos japoneses se encontram espalhadospelo mundo inteiro e os EUA se vem no s mais apegados que nunca ao mercadomundial, mas dependem h muito, tambm nos estores aparentemente autrquicos,de sua gigantesca economia interna, da compra de seus ttulos estatais por parte docapital especulativo e dos fundos de penso de firmas japonesas. Tambm a RFA spode financiar sua alimentao improdutiva da Alemanha Oriental com o afluxo decapital monetrio americano e japons. A bancarrota iminente da ciranda deficitriae do sistema monetrio europeus refora as foras centrfugas e efectivamenteimpossibilita a formao de um bloco continental autnomo. As novas crisesserviro apenas para reforar ainda mais esse potencial de diversificao fugidia eglobal. Os nomes nacionais do capital passam a no ser mais que o manto de umareproduo globalmente dispersa e em fase de dissoluo.

    3.

    Ao se aferrar a seus velhos pontos de vista, a esquerda interpreta de maneirainteiramente equivocada a situao efectiva e, com isso, classifica comodemonstraes de fora imperialistas de naes ou blocos econmicos fenmenosque, na verdade, marcam oposies ps-imperialistas em meio ao processo de crise. A poltica estatal de bloqueio contra refugiados da pobreza, por exemplo, no podede modo algum ser listada dentre os interesses capitalistas que, ao contrrio,esperam com a imigrao reforar odumping social e atenuar a presso dos custos

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    empresariais. Inversamente, a mudana nos direitos de asilo no pode ser explicadacomo uma "conquista" capitalista dos pases do Leste, pois essa nasce antes daesperana ilusria de edificao de uma "fortaleza europeia", capaz de fazer face seconomias em desagregao. Os emprstimos estatais para a CEI, por sua vez, norepresentam uma espcie de linha de frente do capital ocidental para liquidaes

    comerciais, mas antes, tomam seu lugar (em vista do temor de evasesdescontroladas) e se perdem nos bolsos da mfia, pois no existe nenhum projectorentvel em larga escala, com excepo de algumas joint ventures mantidas custade baixos salrios.

    Tampouco se pode colocar no mesmo saco o novo radicalismo de direita e as acesdos capacetes azuis alemes em regies de guerra civil. No deixa de ser irnico quea maioria dos novos radicais de direita, a exemplo da esquerda antiimperialista, sejaestritamente contra o derramamento de "sangue alemo" em terras estrangeiras.Isso corresponde ao ideal ilusrio de bloqueio e isolamento do neonacionalismo emgeral, que no deseja mais subjugar "o outro", mas antes mant-lo "fora de suasfronteiras". Mesmo na apostila direitista, Junge Freiheit, um futuro geopoltico,teve dificuldades para protestar contra o difundido "pacifismo para fora", e, adespeito do protesto, no pde mais relacionar sua estratgia a objectivos einteresses imperiais caducos, tendo de se contentar com um esperado"represamento do caos".

    Por seu turno, a ao dos capacetes azuis (contando ou no com a participaoalem) no pode nem mais ser enquadrada entre os interesses de aproveitamentode recursos especficos, nem tampouco na linha da "pura" demonstrao de fora.Se o aproveitamento de ilhas de produtividade, baixos salrios e estruturas bancrias isoladas e flexivelmente alargadas no implica mais na delimitao dezonas de influncia especficas, com a crise da funo poltica e do carcter estatal,tambm se torna obsoleto o controle de estados "soberanos" mais poderosos sobremenos poderosos. Ora, para que haja em geral uma relao entre "soberanos", preciso que um deles se mantenha enquanto tal. No entanto, com odesmoronamento do poder estatal e o estabelecimento de uma economia de saque,o que se v no Cucaso, na Somlia e na Iugoslvia o imprio de cls, senhores daguerra, bandos e mfias. Esse estado de coisas comea a se alastrar por toda a partee, junto com o controle imperial sobre o domnio poltico vigente em outra parte,leva a uma situao absurda.

    Por isso, tambm inteiramente incerta a definio estratgica das discutidasaces da ONU. A incipiente barbrie ps-imperialista faz com que as velhas"potncias" disputem menos pela responsabilidade do que pela irresponsabilidadefrente ao nmero crescente de regies "ps-polticas" devastadas. Nessas regies,no se promovem mais guerras representativas ao velho estilo, nem mesmo em umarenovada constelao de concorrncia imperialista, mas se v antes a inflamaointerna mediada pelo processo global de crise. Nesse contexto, possvel criticarcom igual direito tanto a interveno quanto a no interveno. O regime deSaddam Hussein no foi obrigado capitulao, assim como no sero desarmadasas milcias na Somlia, nem tampouco ser a Bsnia transformada em umprotectorado da ONU, como exigem os grupos pacifistas locais contratodos ospartidos em guerra. Os estados ps-imperialistas hesitam pois, em virtude de suasprprias crises internas, que colocam em xeque a funo da poltica, temem no s

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    criar precedentes para asupresso (1) da "soberania" estatal (e no, como antes,apenas a perda do controle imperial externo), mas ainda institucionalizar assimuma forma de responsabilidade global e no-estatal pelas regies desagregadas,deixadas margem do mercado mundial. E, no entanto, como evitar tal curso se algica desse mesmo mercado deve continuar vlida daqui para frente? Sob essas

    condies, uma alternativa aparente e inaceitvel, tanto o apoio quanto a recusairrestrita s aces da ONU. Caberia antes desenvolver uma prtica emancipatriacorrelata nova constelao mundial, capaz de formular uma posio prpria e de vis. Tal perspectiva no pode ser obtida a partir da ptica imanente ao horizontepoltico atual, condicionada a impingir sempre novas obrigaes decisrias - falsas econtraproducentes - no beco sem sada da socializao capitalista mundial.

    4.

    A velha esquerda antiimperialista sucumbe porque seu prprio pensamentocontinua atrelado forma-mercadoria e forma-poltica burguesa e, logo, no podemais reagir barreira histrica do sistema produtor de mercadorias. Se a ex-esquerda realista (2) (com a qual a esquerda radical partilha a crena na eternacapacidade de acumulao do capital), iludida com democracia de mercado, selimita a inverter suas antigas posies e a propagar uma espcie de colonialismocom direitos humanos inteiramente quimrica, o velho anti-imperialismo, centradona luta de classes, se v sem objecto. A mobilizao dos "interesses da classetrabalhadora", repetitiva e orientada para um espao de referncia nacional, sedesmoraliza sem a reflexo crtica acerca da forma-mercadoria, ou seja, sem areflexo acerca da forma-monetria inerente a esses interesses. Em face darealidade efectiva, tambm se ridiculariza definitivamente a iluso burguesailustrada do Estado como portador de uma vontade geral livre -prpria da esquerdaradical idntica iluso de que um sujeito mercantil seria capaz de passar por cimadas leis cegas da produo de mercadorias e obter poder de definio sobre siprprio.

    Uma mesma linha pode traar o desenvolvimento da iluso da vontade politicista -que tem por base a reproduo da forma-mercadoria partindo do "primado dapoltica" de Lenin, e passando pela teoria do "capitalismo organizado", formuladacom Kautsky e Hilferding, pelo "estatismo integral" da teoria crtica, pelo "estadoplanificado" dos Operastas (3) (que acreditavam seriamente na eliminao dofetiche da mercadoria atravs da "vontade de poder"), pela "teoria da legitimao"habermasiana, at chegar ao "derivacionismo de Estado" do Grupo Marxista (4) enas "teorias de regulamentao" fordistas, dos socialistas de esquerda. Agora, justamente em meio a sua crise, o fetiche cego do capital passa frente dos falsosconceitos da esquerda sobre a poltica, o Estado, a "soberania" e a vontade, e esta,em todas suas faces restantes, reage abertamente com o mote: "tanto pior para arealidade".

    Os remanescentes do velho radicalismo chegam a ponto de denunciar osprognsticos de uma transio iminente para a barbrie global como "falsa certeza",pois esto condicionados ao cmputo mecnico de fenmenos de crise inteiramentecontraditrios e contrapostos entre si - tais como a unificao alem, a alterao nodireito de asilo, o novo radicalismo de direita e as aces da ONU como"renascimento do imperialismo nacionalista alemo". Os nufragos crticos da

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    sociedade foram de tal modo arruinados pela poltica e imbecilizados pela agitao,que s pode lhes parecer amalucada a tentativa de analisar uma revoluo industrial(a microeletrnica), lanando mo de conceitos tericos de crise. Eles tomam porsuprfluas tanto uma definio de poca, quanto uma nova historizao dodesenvolvimento interno do capitalismo, pois este, concebido em conceitos

    escolares, nunca deixou de ser o mal de sempre, imutvel (ou talvez porque tu4 erato belo no feudalismo?). Eles no ousam mesmo acusar de "objetivismo",precisamente, a anlise e acrtica das estruturas (realmente) objetivadas, por teremdesde sempre operado com conceitos burgueses irrefletidos de sujeito e vontade.No chega a espantar, assim, que a demanda por uma supresso da forma-mercadoria e da forma-poltica que no atual estgio da crise do sistema mundialplenamente desenvolvido deve ser formulada de maneira muito distinta que nopassado seja vista como reformismo ou fundamentalismo.

    Em um ponto, porm, a esquerda radical de fato insupervel: ainda que sem terconscincia do fato, ela mesma expe, de maneira mpar, a crise da poltica; suascorrentes se relacionam entre si de modo to histrico que seus lderes edivulgadores se desmascaram uns aos outros como alemes nacionalistas, contra-revolucionrios, racistas e antissemitas. Uma forma natural de autoextermnio?Bem, mas isso j seria recair no biologismo.

    * Artigo do livro de Robert Kurz Der Letze macht das Licht aus, Ed. TIAMAT, 1993.Traduo e notas de Raquel Imanishi Rodrigues

    1- Aufhebung, em alemo

    2- Ex-linken Realos, em alemo

    3- Corrente marxista italiana ligada Autonomia Operria (movimentoextraparlamentar de oposio), que teve entre seus expoentes Antonio Negri, G.PRawick, M. Gobbini e L. Ferrari Bravo (N. T.).

    4- Marxistische Gruppe (MG), em alemo. Grupo criado nos anos 70 em Muniquecomo dissidncia do KPD-ML (Partido Comunista Marxista-Leninista Alemo),actuante nos meios acadmico e sindical. At 93, o grupo editava a revista trimestral"Gegenstandpunkt", tambm nessa cidade (N. T.).