sedu curriculo basico escola estadual

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CURRÍCULO BÁSICO ESCOLA ESTADUAL Guia de implementação Ensino Fundamental Anos Iniciais Ensino Fundamental Anos Finais Vol. 01 - Área de Linguagens e Códigos Ensino Fundamental Anos Finais Vol. 02 - Área de Ciências da Natureza Ensino Fundamental Anos Finais Vol. 03 - Área de Ciências Humanas Ensino Médio Vol. 01 - Área de Linguagens e Códigos Ensino Médio Vol. 02 - Área de Ciências da Natureza Ensino Médio Vol. 03 - Área de Ciências Humanas

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  • CURRCULO BSICO ESCOLA ESTADUAL

    Guia de implementao

    Ensino Fundamental

    Anos IniciaisEnsino Fundamental

    Anos FinaisVol. 01 - rea de Linguagens e Cdigos

    Ensino Fundamental

    Anos FinaisVol. 02 - rea de Cincias da Natureza

    Ensino Fundamental

    Anos FinaisVol. 03 - rea de Cincias Humanas

    Ensino Mdio

    Vol. 01 - rea de Linguagens e Cdigos

    Ensino Mdio

    Vol. 02 - rea de Cincias da Natureza

    Ensino Mdio

    Vol. 03 - rea de Cincias Humanas

  • CURRCULO BSICOESCOLA ESTADUAL

    Guia de Implementao

  • SECRETARIA DE ESTADO DA EDUCAOAv. Csar Hilal, n 1.111, Santa Lcia - Vitria/ES - CEP 29.056-085

    Dados Internacionais de Catalogao-na-Publicao (CIP)(Gesto.Info Consultoria, ES, Brasil)

    E-mail: [email protected]

    Esprito Santo (Estado). Secretaria da EducaoE77g Guia de implementao / Secretaria da Educao. Vitria : SEDU, 2009.

    72 p. ; 26 cm. (Currculo Bsico Escola Estadual)

    Contedo dos volumes : v. 01 - Ensino fundamental, anos finais, rea de Linguagens e Cdigos; v. 02 - Ensino fundamental, anos finais, rea de Cincias da Natureza; v. 03 - Ensino fundamental, anos finais, rea de Cincias Humanas; v. 01 - Ensino mdio, rea de Linguagens e Cdigos; v. 02 - Ensino mdio, rea de Cincias da Natureza; v. 03 - Ensino mdio, rea de Cincias Humanas.

    Volumes sem numerao : Ensino fundamental, anos iniciais; Guia de implementao.

    ISBN 978-85-98673-09-7

    1. Ensino - Esprito Santo (Estado) - Currculo. 2. Ensino fundamental - Currculo. 3. Ensino mdio - Currculo. I. Ttulo. II. Srie.

    CDD 371 CDU 37.016

    GOVERNADOR Paulo Hartung

    VICE-GOVERNADOR Ricardo de Rezende Ferrao

    SECRETRIO DE EDUCAO Haroldo Corra Rocha

    Subsecretria de Estado de Educao Bsica e Profissional Adriana Sperandio

    Subsecretria de Estado de Planejamento e Avaliao Mrcia Maria de Oliveira Pimentel Lemos

    Subsecretrio de Estado de Suporte Educao Gilmar Elias Arantes

    Subsecretrio de Estado de Administrao e Finanas Jos Raimundo Pontes Barreira

  • CURRCULO BSICOESCOLA ESTADUAL

    ... nas condies de verdadeira aprendizagem os educandos vo se transformando em reais sujeitos da construo e da reconstruo do saber ensinado, ao lado do educador, igualmente sujeito do processo.

    Paulo Freire

  • COORDENAO GERALAdriana SperandioSubsecretria de Educao Bsica e Profissional

    Leonara Margotto Tartaglia Gerncia de Ensino Mdio

    Patricia Silveira da Silva TrazziSubgerncia de Desenvolvimento Curricular do Ensino Mdio

    Janine Mattar Pereira de CastroGerncia de Educao Infantil e Ensino Fundamental

    Valdelina Solomo LimaSubgerncia de Desenvolvimento Curricular do Ensino Fundamental

    Maria do Carmo Starling de OliveiraGerncia de Educao, Juventude e Diversidade

    COMISSO CURRICULAR - SEDUAna Beatriz de C. Dalla Passos, Aparecida Agostini Rosa Oliveira, Conciana N. Lyra, Danilza A. Rodrigues, Denise Moraes e Silva, Eliane Carvalho Fraga, Hulda N. de Castro, Jane Ruy Penha, Josimara Pezzin, Lcia Helena Maroto, Luciane S. Ronchetti, Luiza E. C. de Almeida, Malba Lucia Gomes Delboni, Mrcia Gonalves Brito, Mrcia M. do Nascimento, Maria Cristina Garcia T. da Silva, Maria da Penha C. Benevides, Maria Geovana M. Ferreira, Maria Jos Teixeira de Brito, Mirtes ngela Moreira Silva, Nadina Barbieri, Neire Longue Diirr, Rita de Cssia Santos Silva, Rita Nazareth Cuquetto Soares, Rosemar Alves de Oliveira Siqueira, Sandra Fernandes Bonatto, Sidinei C. Junqueira, Snia A. Alvarenga Vieira, Tania Mara Silva Gonalves, Tnia Maria de Paiva Zamprogno, Telma L. Vazzoler, Teresa Lcia V.C. Barbosa, Valria Zumak Moreira, Verginia Maria Pereira Costa, Zorailde de Almeida Vidal

    Equipe de ApoioAna Amlia Quinopi Tolentino de Faria, Eduarda Silva Sacht, Luciano Duarte Pimentel, Mrcia Salles Gomes

    Assessora Especial Marluza de Moura Balarini

    CONSULTORASNajla Veloso Sampaio BarbosaViviane Mos

    ESPECIALISTASCincias Humanas Andr Luiz Bis Pirola e Juara Luzia Leite - HistriaEberval Marchioro e Marisa Teresinha Rosa Valladares - GeografiaLus Antnio Dagis - Ensino ReligiosoMarcelo Martins Barreira - FilosofiaMaria da Conceio Silva Soares - Sociologia

    Cincias da Natureza e Matemticangela Emlia de Almeida Pinto e Leonardo Cabral Gontijo - FsicaClaudio David Cari - Biologia/CinciasGerson de Souza Mol - QumicaMaria Auxilidora Vilela Paiva - Matemtica

    Linguagens e Cdigos Ana Flvia Souza Sofiste - Educao FsicaCarlos Roberto Pires Campos - Lngua Portuguesa Adriana Magno, Maria Gorete Dadalto Gonalves e Moema Lcia Martin Rebouas - ArteRita de Cssia Tardin - Lngua Estrangeira

    DIVERSIDADE

    Andressa Lemos Fernandes e Maria das Graas Ferreira Lobino - Educao AmbientalIns de Oliveira Ramos Martins e Maringela Lima de Almeida - Educao Especial Leomar dos Santos Vazzoler e Nelma Gomes Monteiro - Educao tnico RacialKalna Mareto Teao - Educao IndgenaErineu Foerste e Gerda M. S. Foerste - Educao no Campo

    Elieser Toretta Zen e Elizete Lucia Moreira Matos - Educao de Jovens e Adultos

    PROFESSORES REFERNCIACincias Humanas Adlia M. Guaresqui Cruz, Agnes Belmonci Malini, Alade Trancoso, Alarcio Tadeu Bertollo, Alan Clay L. Lemos, Alcimara Alves Soares Viana, Alecina Maria Moraes, Alexandre Nogueira Lentini, Anelita Felcio de Souza, ngela Maria Freitas, Anglica Chiabai de Alencar, Angelita M. de Quadros P. Soprani, Antnio Fernando Silva Souza, Cristina Lcia de Souza Curty, Dileide Vilaa de Oliveira, Ediane G. Morati, Edlson Alves Freitas, Edimar Barcelos, Eliana Aparecida Dias, Eliana C. Alves, Eliethe A. Pereira, Elisangela de Jesus Sousa, Elza Vilela de Souza, Epitcio Rocha Quaresma, Erilda L. Coelho Ambrozio, Ernani Carvalho Nascimento, Fabiano Boscaglia, Francisco Castro, Gilcimar Manhone, Gleydes Myrna Loyola de Oliveira, Gracielle Bongiovani Nunes, Hebnezer da Silva, Ilia Crassus Pretralonga, Ires Maria Pizetta Moschen, Israel Bayer, Ivanete de Almeida Pires, Jane Pereira, Jaqueline Oliozi, Joo Carlos S. Fracalossi, Joo Luiz Cerri, Jorge Luis Verly Barbosa, Jos Alberto Laurindo, Lea Silvia P. Martinelli, Leila Falqueto Drago, Lcia H. Novais Rocha, Luciene Maria Brommenschenkel, Luiz Antonio Batista Carvalho, Luiz Humberto A. Rodrigues, Lurdes Maria Lucindo, Marcia Vnia Lima de Souza, Marcos Andr de Oliveira Nogueira Goulart, Marcelo Ferreira Delpupo, Margarida Maria Zanotti Delboni, Maria Alice Dias da Rosa, Maria da Penha E. Nascimento, Maria da Penha de Souza, Maria de Lourdes S. Carvalho Morais, Maria Elizabeth I. Rodrigues, Maria Margaretti Perini Fiorot Coradini, Marlene M. R. Patrocnio, Marluce Furtado de Oliveira Moronari, Marta Margareth Silva Paixo, Mohara C. de Oliveira, Mnica V. Fernandes, Neyde Mota Antunes, Nilson de Souza Silva, Nilza Maria Zamprogno Vasconcelos, Paulo Roberto Arantes, Pedro Paulino da Silva, Raquel Marchiore Costa, Regina Jesus Rodrigues, Rodrigo Nascimento Thomazini, Rodrigo Vilela Luca Martins, Rosangela Maria Costa Guzzo, Rosiana Guidi, Rosinete Aparecida L. P. Manzoli, Sabrina D. Larmelina, Salette Coutinho Silveira Cabral, Sandra Renata Muniz Monteiro, Sebastio Ferreira Nascimento, Srgio Rodrigues dos Anjos, Sulne Aparecida Cupertino, Tnea Berti, Terezinha Maria Magri Rampinelli, ltima da Conceio e Silva, Valentina Hetel I. Carvalho, Vaneska Godoy de Lima, Vera Lcia dos Santos Rodrigues, Zelinda Scalfoni Rodrigues.

    Cincias da Natureza e MatemticaAdamar de Oliveira Silva, Amrico Alexandre Satler, Aminadabe de Farias Aguiar Queiroz, Ana Paula Alves Bissoli, Anderson Soares Ferrari, Anglica Chiabai de Alencar, Bruna Wencioneck de Souza Soares, Carlos Sebastio de Oliveira, Ctia Aparecida Palmeira, Chirlei S. Rodrigues Soyer, Claudinei Pereira da Silva, Cristina Louzada Martins da Eira, Delcimar da Rosa Bayerl, Edilene Costa Santana, Edson de Jesus Segantine, Edy Vinicius Silverol da Silva, Elizabeth Detone Faustini Brasil, Elzimeire Abreu Arajo Andrade, rika Aparecida da Silva, Giuliano Csar Zonta, Irineu Gonalves Pereira, Janana Nielsen de Souza Corassa, Jarbas da Silva, Jomar Apolinrio Pereira, Linderclei Teixeira da Silva, Luciane Salaroli Ronchetti, Mara Cristina S. Ribeiro, Marcio Vieira Rodrigues, Maria Alice Dias da Rosa, Maria Aparecida Rodrigues Campos Salzani, Maria Nilza Corra Martins, Maria de Glria Sousa Gomes, Marlene Athade Nunes, Organdi Mongin Rovetta, Patrcia Maria Gagno F. Bastos, Paulo Alex Demoner, Paulo Roberto Arantes, Pedro Guilherme Ferreira, Renan de Nardi de Crignis, Renata da Costa Barreto Azine, Renato Khler Zanqui, Renato Santos Pereira, Rhaiany Rosa Vieira Simes, Sandra Renata M. Monteiro e Wagna Matos Silva.

    Linguagens e Cdigos Alessandra Senna Prates de Mattos, Ana Cludia Vianna Nascimento Barreto, Ana Helena Sfalsim Soave, Antnio Carlos Rosa Marques, Carla Moreira da Cunha, Carmenca Nunes Bezerra, Christina Arajo de Nino, Cludia Regina Luchi, Edilene Klein, Eliane dos Santos Menezes, Eliane Maria Lorenzoni, Giselle Peres Zucolotto, Ilza Reblim, Izaura Clia Menezes, Jaqueline Justo Garcia, Johan Wolfgang Honorato, Jomara Andris Schiavo, Ktia Regina Zuchi Guio, Lgia Cristina Magalhes Bettero, Luciene Tosta Valim, Magna Tereza Delboni de Paula, Mrcia Carina Marques dos Santos Machado, Maria Aparecida Rosa, Maria do Carmo Braz, Maria Eliana Cuzzuol Gomes, Marta Gomes Santos, Nbia Lares, Raabh Pawer Mara Adriano de Aquino, Renata Garcia Calvi, Roberto Lopes Brando, Rosngela Vargas D. Pinto, Sebastiana da Silva Valani, Snia Maria da Penha Surdine Medeiros, Vivian Rejane Rangel.

    DiversidadeAdalberto Gonalves Maia Junior, Adna Maria Farias Silva, Ana Paula Alves Bissoli, Anderson Soares Ferrari, Anglica Chiabai de Alencar, Antnio Fernando Silva Souza, Aurelina Sandra Barcellos de Oliveira, Ctia Aparecida Palmeira, Crlia Silva de Oliveira, Christina Arajo de Nino, Edna dos Santos Carvalho, Elenivar Gomes Costa Silva, Eliane dos Santos Menezes, Elzimeire Abreu Arajo Andrade, Evelyn Vieira, Hebnzer da Silva, Ires Maria Pizzeta Moschen, Irineu Gonalves Pereira, Ivonete Ribeiro de Oliveira Pereira, Joo Luiz Cerri, Joo Firmino, La Silvia P. Martinelli, Luciene Tosta Valim, Luciete de Oliveira Cerqueira, Marcos Leite Rocha, Margareth Zorzal Faf, Maria Adlia R. Braga, Maria Aparecida Rodrigues Campos Salzani, Maria da Ressurreio, Patrcia Maria Gagno F. Bastos, Paulo Roberto Arantes, Pedro Paulino da Silva, Rachel Miranda de Oliveira, Renan de Nardi de Crignis, Sebastio Ferreira Nascimento, Simone Carvalho, Terezinha Maria Magri Rampinelli, Vera Lcia dos Santos Rodrigues.

    Sries IniciaisAdna Maria Farias Silva, Anglica Regina de Souza Rodrigues, Dilma Demetrio de Souza, Divalda Maria Gonalves Garcia, Gleise Maria Tebaldi, Idalina Aparecida Fonseca Couto, Ktia Elise B. da Silva Scaramussa, Maria Lcia Cavati Cuquetto, Maria Vernica Espanhol Ferraz, Maura da Conceio, Rosiane Schuaith Entringer, Vera Lcia dos Santos Rodrigues.

    PROFESSORES COLABORADORESAldaires Souto Frana, Alade Schinaider Rigoni, Antonia Regina Fiorotti, Everaldo Simes Souza, Giovana Motta Amorim, Jos Christovam de Mendona Filho, Karina Marchetti Bonno Escobar, Mrcio Correa da Silva, Marilene Lcia Merigueti, Nourival Cardozo Jnior, Rafaela Teixeira Possato de Barros, Rogrio de Oliveira Arajo, Rony Cludio de Oliveira Freitas, Roseane Sobrinho Braga, Sara Freitas de Menezes Salles, Tarcsio Batista Bobbio.

    SUPERINTENDNCIAS REGIONAIS DE EDUCAO - TCNICOSSRE Afonso Cludio: Iracilde de Oliveira, Lcia Helena Novais Rocha, Luzinete de Carvalho e Terezinha M. C. Davel. SRE Barra de So Francisco: Ivonete Ribeiro de Oliveira Pereira, Luciana Oliveira, Maria Adelina Vieira Clara, Marlene Martins Roza Patrocnio e Mnica Valria Fernandes. SRE Cachoeiro de Itapemirim: Janet Madalena de Almeida N. Cortez, Regina Zumerle Soares, Silma L. Perin e Valria Perina. SRE Carapina: Lucymar G. Freitas, Marluce Alves Assis e Rita Pellecchia. SRE Cariacica: Ivone Maria Krger Volkers, Iza klipel, Madalena A. Torres, Maria Aparecida do Nascimento Ferreira, Neusimar de Oliveira Zandonaide e Silvana F. Cezar. SRE Colatina: Ktia Regina Zuchi Guio, Magna Maria Fiorot, Maria Angela Cavalari e Maria Teresa Lins Ribeiro da Costa. SRE Guau: Alcides Jesuna de Souza e Elizaldete Rodrigues do Valle. SRE Linhares: Carmenca Nunes Bezerra, Geovanete Lopes de Freitas Belo, Luzinete Donato e Mnica Jorge dos Reis. SRE Nova Vencia: Cirleia S. Oliveira, Edna Milanez Grechi, Maristela Contarato Gomes e Zlio Bettero. SRE So Mateus: Bernadete dos Santos Soares, Gina Maria Lecco Pessotti, Laudicia Coman Coutinho e Sebastiana da Silva Valani. SRE Vila Velha: Aleci dos Anjos Guimares, Ilza Reblim, Ivone Braga Rosa, Luciane R. Campos Cruz, Maria Aparecida Soares de Oliveira e Marilene O. Lima.

    A Secretaria da Educao do Estado do Esprito Santo autoriza a reproduo deste material pelas demais secretarias de educao, desde que mantida a integridade da obra e dos crditos.

    Este Documento Curricular uma verso preliminar. Estar em avaliao durante todo o ano de 2009 pelos profissionais da Rede Pblica Estadual de Ensino.

  • Caros Educadores,

    Dentre os grandes desafios que temos na educao capixaba, destaca-se a implementao do novo currculo escolar. Essa importante ao envolve a garantia do direito de aprender de todos e de cada aluno da Educao Bsica.

    A educao que pretendemos est comprometida com a construo de uma cidadania consciente e ativa, que oferea aos alunos conhecimentos que lhes possibilitem compreender e posicionar-se frente s transformaes da sociedade, participando da vida produtiva; que possam relacionar-se com a natureza, produzir e distribuir bens e servios, convivendo com o mundo contemporneo.

    Em nossas escolas estudam crianas, jovens e adultos, em sua grande maioria, filhos da classe trabalhadora. Nessa escola contempornea algumas novas tarefas passaram a se integrar dinmica educacional, no porque seja a nica instituio responsvel pela educao, mas por ser aquela que desenvolve uma prtica educativa planejada e sistemtica durante um perodo contnuo e extenso de tempo na vida das pessoas. A escola reconhecida pela sociedade como a instituio da aprendizagem.

    No atendimento educacional aos ensinos Fundamental e Mdio, espera-se que os alunos aprendam, de forma autnoma, a valorizar o conhecimento, os bens culturais e o trabalho; selecionar o que relevante, investigar e pesquisar; construir hipteses, compreender e raciocinar logicamente; comparar e estabelecer relaes, inferir e generalizar; adquirir confiana e capacidade de pensar e encontrar solues. tambm necessrio aprender a relativizar, confrontar e respeitar diferentes pontos de vista, discutir divergncias, exercitar o pensamento crtico e reflexivo, comprometendo-se e assumindo responsabilidades. importante tambm que aprendam a ler criticamente diferentes tipos de texto, a utilizar diferentes recursos tecnolgicos, a expressar-se e comunicar-se em vrias linguagens, opinar, enfrentar desafios, criar, agir de forma autnoma e que aprendam a diferenciar o espao pblico do privado, a serem solidrios, a conviver com a diversidade e a repudiar qualquer tipo de discriminao e injustia.

    Em particular, no Ensino Mdio, tais competncias implicaro em promover uma mudana em seu contexto de vida, superando a viso de mera preparao para o vestibular com vistas ao ingresso no Ensino Superior. A perspectiva dos jovens brasileiros que hoje esto nessa escola obter qualificao mais ampla para a vida e o trabalho, j ao longo de sua escolarizao bsica. A relao entre o jovem e o conhecimento no se encerra na aprendizagem mecnica e de memorizao dos contedos. A formao do jovem deve passar pela formao cidad, do trabalho como condio humana, do conhecimento cientfico, tecnolgico e socio-histrico,

  • 6criando condies para que ele possa aprender a aprender. Adequar a escola a seu pblico atual torn-la capaz de promover a realizao pessoal, a qualificao para um trabalho digno, para a participao social e poltica, enfim, para uma cidadania plena da totalidade de seus alunos e alunas. Isso indica a necessidade de reviso do projeto pedaggico de muitas escolas que no se renovam h dcadas, criadas em outras circunstncias, para um outro pblico e para um mundo diferente deste dos nossos dias.

    O Currculo Bsico da Escola Estadual como instrumento organizador da ao educativa vem assegurar um mnimo de unidade na rede estadual de ensino e pressupe ainda a articulao necessria, em cada unidade escolar, com o Projeto Poltico Pedaggico.

    Estamos animados e esperanosos com o trabalho que juntos vamos realizar neste ano de 2009 na implementao e, consequentemente, na avaliao do novo currculo. Recomendamos que, de maneira saudvel, possamos conhecer, aplicar, discutir e criticar o novo currculo, para que depois faamos as mudanas necessrias previstas no ltimo trimestre deste ano.

    Como j de seu conhecimento, a organizao da impresso do documento curricular traz 7 volumes assim distribudos:

    1 Volume Anos Iniciais do Ensino Fundamental3 Volumes Anos Finais do Ensino Fundamental (reas do Conhecimento)3 Volumes Ensino Mdio (reas do Conhecimento)

    Todos contm de forma idntica o CAPTULO INICIAL do documento que versa sobre: Apresen-tao, O processo de construo do currculo, Princpios norteadores e Concepo de currculo, com nfase na organizao por competncias e habilidades, seguido do texto O sujeito da ao educativa: o aluno. Destacamos a diversidade na formao humana que trazem as razes episte-molgicas e sociolgicas sobre a Educao Ambiental, as Relaes tnico-raciais e a Populao Indgena como aspectos da diversidade biolgica e cultural. A seguir organizamos um item que discorre sobre a Dinmica do Trabalho Educativo, apresentando reflexes acerca do processo ensino-aprendizagem, a avaliao da aprendizagem, os ambientes de aprendizagem existentes na escola, a relao professor e aluno e a pesquisa como metodologia de ensino.

    O 2 CAPTULO do documento curricular especfico de cada nvel e etapa da Educao Bsica, trazendo o Contedo Bsico Comum (CBC). Abordamos a concepo de rea de conhecimento,

  • 7a contribuio da disciplina para a formao humana, os objetivos da disciplina, as principais alternativas metodolgicas e as competncias, habilidades e contedos.

    Cabe observar que o currculo no se restringe aos componentes do CBC. Na verdade, o CBC , simplesmente, parte do currculo que est contextualizado no captulo inicial e se concretiza no mbito de cada unidade escolar.

    O Guia de Orientao para Implementao do Novo Currculo pretende subsidiar diretores, pedagogos e coordenadores de cada escola na coordenao e mobilizao de todos os docentes em um intenso estudo e anlise sobre o currculo escolar, direcionando as reflexes sobre as diferentes demandas sociais que chegam ao cotidiano escolar.

    Este Guia est organizado em trs captulos, estabelecendo os diferentes nveis de coordenao da gesto do novo currculo. O primeiro captulo traz a gesto no mbito da unidade escolar. Nessa etapa montamos seis indicaes de roteiros para estudo do documento, quais sejam:

    Indicao 1 - Roteiro de Estudo da Parte I do documento (especfico para a Jornada Pedaggica)

    Indicao 2 - Roteiro para elaborao dos Planos de Ensino (especfico para a Jornada Pedaggica)

    Indicao 3 - Roteiro bsico de Anlise Situacional da escola

    Indicao 4 - Roteiro bsico de Anlise da Gesto Pedaggica

    Indicao 5 - Roteiro para estudo e anlise do CBC

    Indicao 6 - Roteiro bsico para proposio do Projeto Poltico Pedaggico, que se articule com o novo currculo

    Compreendemos que a escola reconhece o grande desafio que imputado rea educacional em relao ao enfrentamento dos problemas sociais, econmicos, polticos, culturais, ambientais, morais, religiosos, enfim, de toda a ordem, que caracteriza o mundo contemporneo, exigindo posicionamentos e respostas no mbito da instituio escolar.

    A nova educao pretendida a partir do Novo Currculo certamente mais ampla do que aquela contida no antigo projeto pedaggico. Antes se desejava transmitir conhecimentos na forma de informaes e procedimentos estanques; agora se deseja promover competncias gerais, que articulem conhecimentos disciplinares ou no.

  • 8Para tanto, necessrio que os tempos/espaos de debate coletivo entre os docentes sejam assegurados em cada unidade escolar, conforme estabelece o Calendrio Escolar 2009 (dias 02 e 03/02, 20/07 e 02/10/2009). Recomendamos ainda que, em cada escola, sejam realizados encontros por rea de conhecimento, organizados antecipadamente pelos pedagogos e coordenadores, com frequncia de, pelo menos, um encontro de 5 horas/ms, tendo como referncia as 20h mensais da carga horria, de cada professor, que destinada hora-atividade.

    No segundo captulo detalhamos as competncias das equipes regionais SRE na gesto do novo currculo, junto s escolas jurisdicionadas, apoiando, orientando e intervindo no desenvolvimento dos seis Roteiros de Estudo, alm da estruturao de relatrios regionais a serem encaminhados a Unidade Central. Destaca-se tambm a coordenao da elaborao do CBC regional, envolvendo os Professores Referncias, correspondente a 30% dos contedos curriculares, seguindo o que estabelece o Plano de Trabalho.

    O terceiro captulo apresenta as aes que sero desenvolvidas no mbito da Sedu Central. Destacam-se o programa de formao de professores, contendo o Ciclo de Aprofundamento de Estudos Currculo em Ao, que ser realizado nas SRE, a Avaliao do Currculo Bsico da Escola Estadual e a produo dos Cadernos Metodolgicos por disciplina. Destaca-se ainda o Ciclo de Seminrios Descentralizados com a coordenao das consultoras sobre o Novo Currculo da Rede Estadual.

    O currculo escolar, no nosso entendimento, elaborado com a efetiva participao dos profissionais da rede, aponta de forma intencional e clara a funo precpua e especfica da escola na construo, apropriao e socializao do conhecimento, o que lhe confere sentido social no processo de transformao coletiva.

    Assim, conclamamos nossos educadores, professores e demais profissionais da educao (docentes e pedagogos, tcnicos pedaggicos, administrativos e de apoio ao trabalho escolar) a priorizarem, em suas rotinas de trabalho, essa importante ao coletiva, para juntos participarmos de uma ampla discusso sobre as nossas intenes educacionais e compartilharmos a construo de mais um captulo na histria da educao pblica do Esprito Santo.

    Adriana SperandioSubsecretria de Educao Bsica e Profissional

  • 9Sumrio

    APRESENTAO . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 11

    A ESCOLA . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 15INDICAO 1 Roteiro de estudo do captulo inicial do documento . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 17

    INDICAO 2 Roteiro para elaborao dos planos de ensino . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 18

    INDICAO 3 Roteiro bsico de anlise situacional da escola - acompanhamento e avaliao do desenvolvimento educacional . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 21

    INDICAO 4 Roteiro bsico de anlise da gesto pedaggica . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 28

    INDICAO 5 Roteiro para estudo e anlise do CBC . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 30

    INDICAO 6 Roteiro bsico para proposio do PPP que se articule com o novo currculo . . . . . . . . . 32

    AS SUPERINTENDNCIAS REGIONAIS DE EDUCAO . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 37

    A SEDU/CENTRAL . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 41

    APNDICES . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 45Leituras Complementares . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 47

    Material de Apoio . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 60

  • Apr

    esen

    ta

    o

  • 13

    A construo da qualidade da educao

    requer, simultaneamente, condies escola-

    res adequadas para o desenvolvimento das

    atividades pedaggicas, dinmica escolar

    voltada para o processo de aprendizagem,

    profissionalizao do docente, democratiza-

    o da gesto pblica educacional e, conse-

    quentemente, escolar, estabelecimento de

    articulao entre instncias governamentais

    e sociedade civil, avaliao peridica dos

    resultados pedaggicos, tcnicos e de gesto

    obtidos e presena ativa da comunidade nos

    assuntos educacionais.

    Portanto, a qualidade da educao formal

    constitui processo multifacetado que, alm

    do setor educacional, envolve ao mesmo

    tempo os diversos grupos sociais e segmen-

    tos institucionais, entidades da sociedade

    civil e o conjunto da sociedade, e tambm

    a prpria histria das relaes entre todos

    esses segmentos na oferta dos diferentes

    nveis de escolaridade.

    O reconhecimento da qualidade como

    princpio constitucional e diretriz de po-

    ltica educacional no somente fortalece

    a concepo de que a ao educativa na

    qualidade de prtica especificamente pe-

    daggica cumpre uma funo poltica, mas,

    sobretudo, resgata a atuao dos agentes da

    disseminao de conhecimentos, tecnologia,

    arte e cultura como processos histricos

    apresentados segundo ticas prprias; de

    produo do saber para os alunos, esti-

    mulando o desenvolvimento de posturas

    ativas perante o aprendido e o aprender, de

    sentimentos de cooperao e solidariedade

    ou competio na convivncia social; de

    envolvimento crtico no mundo e nas esferas

    de trabalho, da poltica e da cultura.

    A educao tornou-se vetor estratgico para

    o desenvolvimento sustentvel e equitativo

    na sociedade contempornea e deve ser

    entendida como responsabilidade social

    onde a famlia e a comunidade tambm

    exeram seus papis.

    Tratar a educao como prioridade no Es-

    prito Santo, para alm da escolarizao da

    populao capixaba, tem significado para

    os governantes construir uma poltica de

    Estado em que o poder pblico atue como

    mobilizador e catalizador da e na sociedade

    e das diferentes instituies que organizam

    o Estado maior em torno de um pacto pela

    educao.

    UMA NOVA ESCOLA PARA O ESPRITO SANTO

  • 14

    O documento Esprito Santo 2025, plano que

    apresenta diretrizes estratgicas de longo

    prazo, prope a organizao da gesto pbli-

    ca, valorizando a educao como patrimnio

    por um desenvolvimento sustentvel. Na

    Secretaria de Estado da Educao, o Plano

    Estratgico Nova Escola vem propor avanos

    na educao pblica estadual no sentido de

    conceber, como referencial para o trabalho,

    o estudante enquanto sujeito de direitos e a

    escola como lcus do processo de ensino-

    aprendizagem. Ressignificar os espaos e

    tempos escolares numa perspectiva criativa

    e inovadora, apresentando como resultado

    a efetiva aprendizagem dos alunos, deve ser

    compromisso assumido por todos os sujeitos

    envolvidos: Unidade Central, Superintendn-

    cias Regionais de Educao, unidade escolar,

    famlia e comunidade.

    Uma nova escola para o Esprito Santo pres-

    supe um novo olhar sobre o cotidiano,

    sobre o aluno e suas necessidades. Pressupe

    mudana de postura, de deslocamento do lu-

    gar do saber para o lugar do saber-aprender,

    de valorizar a permanente atualizao, a

    construo de sujeitos coletivos, politica-

    mente envolvidos e comprometidos com

    a formao de um cidado.

    Portanto, o eixo principal da proposta da Nova

    Escola a conexo entre as diversas aes, ou

    seja, a elaborao de um plano integrado para

    a melhoria da educao no Esprito Santo.

    Tendo sempre como foco a promoo da

    aprendizagem, a Sedu estabelece como

    prioridade: a valorizao do planejamento e

    a inovao da gesto; o desenvolvimento das

    pessoas; a oferta e eficincia de infraestrutura

    e suporte; a efetivao de parcerias com a

    sociedade; a construo de um sistema de

    avaliao das escolas, gestores, tcnicos e

    professores; a criao de um eficiente sistema

    de comunicao interna; e a valorizao de

    inovaes pedaggicas.

    Essas diversas aes, conectadas umas s outras,

    tendo sempre como valores o respeito ao ser

    humano, a igualdade de oportunidades, o

    comprometimento com resultados, a atitude

    tica, a transparncia, o compromisso com o

    desenvolvimento do Esprito Santo e a valo-

    rizao da identidade capixaba, com certeza

    possibilitaro no somente a melhoria de nossa

    rede de ensino, mas a concretizao de uma

    nova escola no Esprito Santo, preparada para

    enfrentar os desafios e impasses presentes em

    nosso mundo contemporneo.

  • A E

    scol

    a

  • 17

    Este roteiro orienta os estudos da funda-

    mentao da Parte I do Currculo e pr-

    requisito para o estudo das outras partes

    do documento.

    Data: 02/02 (Jornada de Planejamento Pedaggico)Local: na escola

    Equipe de Coordenao:

    Pedagogo (caso a escola tenha professor referncia, ele dever participar da coorde-

    nao deste estudo).

    Participantes: Direo, Pedagogo, Coorde-nador, Professores e demais funcionrios.

    Propsito: Levar toda equipe da escola a conhecer o CURRCULO BSICO DA ESCOLA

    ESTADUAL: bases conceituais, princpios,

    concepes do trabalho educacional, entre

    outros.

    Primeiro momento: 1 hora Brevedepoimentodoprofessor refe-

    rncia ou do dinamizador, registrando o processo de construo participativo do documento curricular.

    Registraraimportnciadestedocumentopara a aprendizagem dos alunos, o sentido

    de unidade que ele representa para a rede estadual e o compromisso coletivo dos educadores na sua implementao.

    Apresentar a estrutura geral do do-cumento (organizao do impresso e sumrio).

    ApresentaroGuiadeImplementao.

    Segundo momento: 1 hora EstudodoDocumentoCurricularParte

    Geral.

    Leituraedebatedostextos-Apresentaoe Princpios.

    Terceiro momento: 2 horasTrabalho em Grupo: Diviso em 3 grupos.

    Explicar que cada grupo far a leitura dos

    textos iniciais do documento para apresen-

    tao posterior plenria.

    Grupo 1 Textos Conceituando Currculo e O Sujeito da Ao educativa: o aluno.

    Grupo 2 Textos A Diversidade na Formao Humana; A Educao de Jovens e Adultos:

    saberes, experincia de vida e de trabalho;

    Educao do Campo: o campo como lcus

    de produo de saberes; A Educao Especial:

    a dimenso escolar da incluso.

    INDICAO 1 Roteiro de estudo do captulo inicial do documento

  • 18

    Grupo 3 Textos A Diversidade na Forma-o Humana; A Educao Ambiental na

    perspectiva de uma sociedade sustentvel;

    A Educao para as Relaes tnico-raciais:

    afrobrasileiros e povos indgenas; e A Din-

    mica do Trabalho Educativo.

    Discussonaplenria, referenciandoa dinmica pedaggica da unidade escolar.

    Questes:1. A partir do que foi apresentado pelos

    grupos, como nossa escola pode me-lhorar a aprendizagem do aluno?

    2. O Projeto Poltico Pedaggico da escola atende s demandas do novo currculo?

    3. Quais so os pontos que nossa escola precisa mudar para promover a apren-dizagem?

    INDICAO 2 Roteiro para elaborao dos planos de ensino

    Este roteiro orienta a elaborao dos planos

    de ensino, que devem estar em consonncia

    com o currculo, bem como com sua funda-

    mentao. Seguir, em anexo, uma matriz

    de registro deste plano. fundamental que

    a produo coletiva seja garantida, para

    dar consenso pedaggico s atividades e

    proposta da escola.

    Data: 03/02 (Jornada de Planejamento Pedaggico) e MaroLocal: na escola

    Equipe de Coordenao:

    Pedagogo (caso a escola tenha professor referncia, ele dever participar da coorde-

    nao deste estudo).

    Participantes: Direo, Pedagogo, Coorde-nador e Professores.

    Propsito: Elaborar o plano de ensino de cada disciplina e srie, articulado viso de

    rea do conhecimento.

    Primeiro momento: 30min

    Coordenao do Pedagogo

    Apresentaoinstrumentoreferencialparaelaborao do plano de ensino.

    Apresenta alguns destaques do anoanterior, a partir das avaliaes: refle-xes do Conselho de Classe, projetos que se destacaram pela promoo da

  • 19

    aprendizagem, prticas inovadoras de alguns professores (exemplo).

    Segundo momento 3h30min TrabalhoemgrupoPorreadoconhe-

    cimento e nveis de ensino.

    LeituraedebatedoCBCeelaboraodoplano de ensino de cada disciplina.

    Obs .1. Alertamos a equipe pedaggica para

    que a escola organize os grupos por rea, contemplando todas as disciplinas e sries em cada nvel (EF e EM) para a produo do plano de ensino.

    2. A complementao da elaborao do plano de ensino dever ser organizada pelo pedagogo da escola, considerando a hora/atividade do professor, conforme orientao no texto inicial, sendo 5h em fevereiro (JPP) e 5h em maro.

  • 20

    Plano de Ensino Anual

    SRE Escola Disciplina rea de Conhecimento Professor Srie

    1 BIMESTRE - N . de aulas previstas:

    Contedos Competncias HabilidadesMetodologias e materiais

    de apoio pedaggico Projetos propostos

    Proposta de atendimento demanda especfica da turma, considerando o desempenho no ano anterior:

    2 BIMESTRE - N . de aulas previstas:

    Contedos Competncias Habilidades Metodologias e materiais de apoio pedaggico Projetos propostos

    Proposta de atendimento demanda especfica da turma, considerando o desempenho no ano anterior:

    3 BIMESTRE - N . de aulas previstas:

    Contedos Competncias Habilidades Metodologias e materiais de apoio pedaggico Projetos propostos

    Proposta de atendimento demanda especfica da turma, considerando o desempenho no ano anterior:

    4 BIMESTRE - N . de aulas previstas:

    Contedos Competncias Habilidades Metodologias e materiais de apoio pedaggico Projetos propostos

    Proposta de atendimento demanda especfica da turma, considerando o desempenho no ano anterior:

  • 21

    INDICAO 3 Roteiro bsico de anlise situacional da escola - acompanhamento e avaliao do desenvolvimento educacional

    As reflexes acerca do desenvolvimento

    educacional so apresentadas de forma

    a ressaltar a responsabilidade da escola

    e do sistema como um todo no sentido

    de fazer um acompanhamento criterioso

    desse desenvolvimento, como forma de

    garantir aquilo que direito do educan-

    do: a apropriao de conhecimentos

    cient f icos, culturais e tecnolgicos

    significativos, comprometidos com a

    formao humana.

    Este roteiro prope escola um estudo

    sobre si mesma, as relaes estabelecidas,

    os xitos, as limitaes. Esto propostos

    itens a serem preenchidos para anlise

    da prpria escola a partir de uma pers-

    pectiva pedaggica, apresentada em

    todo currculo: a promoo da apren-

    dizagem. A anlise situacional prev a

    reflexo da prtica pedaggica a partir

    da realidade apresentada nos indicadores

    e nas dificuldades objetivas. Esse roteiro

    deve ser desenvolvido em duas etapas,

    respeitando a hora-atividade no limite

    de 5h/ms.

    Data: Maio e JunhoLocal: na escola

    Equipe de Coordenao:

    Pedagogo (caso a escola tenha professor referncia, ele dever participar da coorde-

    nao deste estudo).

    Participantes: Direo, Pedagogo, Coorde-nador, Professores.

    Propsito: Levar toda equipe da escola a conhec-la sistematicamente a fim de orga-

    nizar suas aes e atividades pedaggicas a

    partir da realidade da mesma.

    Primeiro momento Deve-se fazera leituradocaptuloda

    Diversidade na Formao Humana, que destaca os diferentes sujeitos atendidos nos nveis e modalidades de ensino.

    RetomaraleituradoprincpionorteadorA aprendizagem como direito do edu-cando.

    Leitura:Adinmicadaaoeducativacom destaque para o item avaliao.

  • 22

    Valorize e utilize avaliaes sobre a qualidade

    do ensino como um instrumento para me-

    lhorar a escola e promover a transparncia

    e a participao de todos os envolvidos no

    processo de ensino-aprendizagem.

    Segundo momentoResponder coletivamente o instrumento de

    anlise situacional (anexo) e debater sobre

    os desafios e metas da escola para melhorar

    o desempenho dos alunos. Ateno, mais

    importante que preencher o instrumento

    conversar coletivamente sobre cada dado

    contido para que todos conheam de fato

    a escola que trabalham.

    Instrumento Bsico para Anlise Situacional

    O primeiro passo para melhorar a educao

    entender a situao em que sua escola

    est. Busque elementos complementares,

    conhecendo a situao da educao no seu

    municpio, seu Estado e a mdia do pas.

    Reflita sobre suas causas e consequncias.

    Informe-se, reflita, discuta. Quando voc

    entende o problema, tem mais chances

    de fazer sua parte para resolv-lo e voc,

    como educador, o principal agente da

    melhoria da educao.

    SRE

    ESCOLA

    Dados da escola

    1 . Perodos de funcionamento da sua escola:

    A. Matutino( ) EF - anos iniciais ( ) EF anos finais ( ) EM ( ) EM Integrado a EP ( ) EP ( )EJA

    B. Vespertino( ) EF - anos iniciais ( ) EF anos finais ( ) EM ( ) EM Integrado a EP ( ) EP ( ) EJA

    C. Noturno( ) EM ( )EP ( ) EJA

  • 23

    2 . Atendimento Educao Especial (sala de recursos, atendimento itinerante e Escola Oral-auditiva)

    3 . Outros atendimentos - Classe hospitalar, alunos privados de liberdade, comunidade quilombola, indgena, pomerano, italiano .

    4 . Total de alunos matriculados em 2009

    5 . Como so organizadas as turmas em sua escola? (as turmas e no a srie)

    A. ( ) Por idade.B. ( ) Por ordem de chegada.C. ( ) Pelo comportamento.D. ( ) Por desempenho.E. ( ) Outras formas:

    6 . Como foi indicado o processo de definio dos professores das turmas dos anos iniciais? Buscou-se o perfil do professor alfabetizador? A equipe conhece o Projeto Ler, Escrever e Contar?

  • 24

    7 . Qual foi o ndice de repetncia, em sua escola:

    SRIES ANO 2008 META PARA 2009ANOS INICIAIS1 srie2 srie3 srie4 srieANOS FINAIS5 srie6 srie7 srie8 srieENSINO MDIO1 ano2 ano3 anoEJA

    Medidas que sero adotadas para alcanar a meta:

    8 . Qual foi o ndice de evaso em sua escola dos alunos:

    SRIES ANO 2008 META PARA 2009ANOS INICIAIS1 srie2 srie3 srie4 srieANOS FINAIS5 srie6 srie7 srie8 srieENSINO MDIO1 ano2 ano3 anoEJA

  • 25

    Principais causas da evaso no ano passado:

    Medidas que sero adotadas para minimizar a evaso:

    9 . Considerando a idade apropriada do aluno, a taxa de defasagem idade/srie dos alunos da sua escola em 2008, por srie e segmento, :

    A. Ensino Fundamental Anos Iniciais:

    B. Ensino Fundamental Anos Finais:

    C. Ensino Mdio:

    10 . Quantos professores lecionam em sua escola em 2009?

    A. Ensino Fundamental Anos Iniciais:

    B. Ensino Fundamental Anos Finais:

    C. Ensino Mdio:

    D. EJA:

    11 . Qual foi o desempenho da sua escola no ENEM (Exame Nacional do Ensino Mdio) realizado em 2008?

    A. ( ) A escola no participou.

    B. ( ) Desconheo os dados do ENEM.

    MDIA GERAL COM CORREO ENEMBrasilEstadoMunicpioEscola

  • 26

    12 . Qual foi a mdia das proficincias da sua escola no PAEBES (Programa de Avaliao da Educao Bsica do ES)?

    DISCIPLINAPAEBES 2004 MDIA ESTADUAL 2004 PAEBES 2008 MDIA ESTADUAL 2008

    4 8 1 EM 4 8 1 EM 1 EM 1 EMLngua Portuguesa

    Matemtica

    13 . Resultado do IDEB:

    IDEB 4 8IDEB 2005 da escolaIDEB 2007 da escolaProjeo do IDEB para 2009Projeo do IDEB para 2011

    14 . Outras avaliaes:

    A. PROVA BRASIL (2007)SRIE LNGUA PORTUGUESA MATEMTICA

    48

    B. PROVINHA BRASIL (2008)MDIA DA ESCOLA NO TESTE 1MDIA DA ESCOLA NO TESTE 2

    C. LER, ESCREVER E CONTAR (2008)AVALIAO DIAGNSTICA DE ALFABETIZAO

    BAIXO INTERMEDIRIO ALTO

    1 SRIE1 ONDA2 ONDA

    2 SRIE1 ONDA2 ONDA

    15 . Em sua escola, os dados das avaliaes anteriormente citadas so: (assinale quantas alternativas desejar):A. ( ) So bsicos para a formulao de intervenes pedaggicas junto aos alunos.B. ( ) No so considerados para a formulao de intervenes pedaggicas junto aos alunos.C. ( ) So divulgados e discutidos com os professores.D. ( ) No so divulgados e discutidos com os professores.E. ( ) So divulgados e discutidos com os pais e alunos.F. ( ) No so divulgados e discutidos com os pais e alunos.G. ( ) Geram mudanas nas prticas dos professores em sala de aula.H. ( ) No geram mudanas nas prticas dos professores em sala de aula.

  • 27

    16 . No geral, em qual componente curricular os alunos apresentam maior dificuldade de apren-dizagem e baixo desempenho (Ensino Fundamental e Ensino Mdio)?

    DISCIPLINA EF ANOS INICIAIS EF ANOS FINAIS ENSINO MDIO EJALngua PortuguesaLngua EstrangeiraEducao FsicaArtes/ArteMatemticaCinciasFsicaQumicaBiologiaFilosofiaSociologiaEnsino ReligiosoHistriaGeografia

    17 . No geral, em qual componente curricular os alunos apresentam maior facilidade de aprendizagem e melhor desempenho (Ensino Fundamental e Ensino Mdio)?

    DISCIPLINA EF ANOS INICIAIS EF ANOS FINAIS ENSINO MDIO EJALngua PortuguesaLngua EstrangeiraEducao FsicaArtes/ArteMatemticaCinciasFsicaQumicaBiologiaFilosofiaSociologiaEnsino ReligiosoHistriaGeografia

    Das questes avaliadas, qual(is) dela(s) o grupo considera o maior destaque (positividade) da escola? Descrever aes concretas que justifiquem a escolha do grupo .

    Das questes avaliadas, qual(is) dela(s) o grupo considera a maior fragilidade da escola? Propor aes concretas que a escola possa implementar para a superao dessa fragilidade .

  • 28

    INDICAO 4 Roteiro bsico de anlise da gesto pedaggica

    Este roteiro trata da reflexo sobre a dinmica da ao educativa no que diz respeito a: professor como mediador da aprendizagem, relao professor-aluno, o educar pela pes-quisa e a avaliao da aprendizagem.

    Data: 20/07 (Jornada de Planejamento Pedaggico)Local: na escola

    Equipe de Coordenao:

    Pedagogo (caso a escola tenha professor referncia, ele dever participar da coorde-nao deste estudo).

    Participantes: Direo, Pedagogo, Coorde-nador, Professores.

    Propsito: Levar a equipe a avaliar o traba-lho de gesto da escola, a partir dos itens apresentados, propondo inovaes para a melhoria da aprendizagem dos alunos.

    Primeiro momento: 1hPedagogo

    1. Apresentar em tpicos os conceitos do currculo estudados no captulo inicial, item 2.2 concentuando o currculo.

    2. Apresentar os princpios norteadores (item 2.1) alinhados ao conceito do currculo.

    3. Apresentar os indicadores de desem-penho da escola discutidos na Anlise Situacional:- Evaso;- Repetncia;- Nota Enem;- Nota Paebes;- Ideb; - Prova Alfabetizao.

    Segundo momento: 1h30

    Trabalho em grupo

    1. Leitura do item 2.3: o sujeito da ao educativa. (30min)

    2. A partir do momento inicial e da leitura realizada, discutir coletivamente propo-sies para o enriquecimento da prtica pedaggica, a partir dos itens sugeridos abaixo:

    O AMBIENTE EDUCATIVOAs questes propostas esto centradas na ideia de que a escola o local onde se concretiza o processo ensino-aprendizagem, e para que esse processo se fundamente na formao humana necessrio que o ambiente escolar seja inclusivo e que as relaes sejam ticas e democrticas.

  • 29

    ITEM PROPOSIO

    O ambiente escolar favorece o desenvolvimento do trabalho dos profissionais da escola.

    So realizadas atividades e dinmicas de integrao entre os profissionais da escola.

    So promovidas atividades escolares que visem integrao entre os profis-sionais da escola e alunos.

    As relaes profissionais pautam-se pela tica e pelo respeito mtuo.

    O dilogo e a negociao so as estratgias mais utilizadas na resoluo de problemas e conflitos no ambiente escolar.

    A discriminao entre os profissionais da escola, velada ou no, combatida. E tambm a discriminao em relao aos alunos e suas famlias.

    No ambiente escolar os debates e as crticas so feitos de forma franca e aberta.

    Em sala de aula priorizam-se o dilogo e o respeito mtuo.

    Aplica-se e ou recomenda-se a utilizao de metodologias inovadoras. Essas so registradas.

    Estimulam-se aes pelo dever de casa. A equipe reconhece que est varivel e indicada como de forte influncia para a aprendizagem.

    O uso do livro didtico orientado.

    Existe com frequncia a utilizao dos ambientes de aprendizagem (salas ambiente, biblioteca, laboratrios, quadra, etc.)

    A organizao da sala de aula pensada, planejada e reflete a prioridade no direito de aprender.

    A correo das atividades, exerccios e pesquisas so tratadas como oportuni-dade para aprender mais e melhor.

    O Conselho de Classe utilizado para discusso dos avanos e das dificuldades verificados no processo ensino-aprendizagem, na busca de solues.

    So definidas aes para a promoo da melhoria do processo de ensino-aprendizagem a partir das questes levantadas pelo Conselho de Classe.

    Os alunos ou seus representantes participam de discusses relativas ao processo de ensino-aprendizagem, inclusive no Conselho de Classe.

    So definidas diretrizes pblicas especficas e funcionais de disciplina de alunos e professores.

    As normas e regras so reconhecidas e respeitadas pelos professores.

    Participao dos alunos nas produes que organizam e regulamentam as relaes de convivncia na escola.

    Aspectos relevantes nas dificuldades na disciplina em sala de aula (especial contribuio dos coordenadores).

    Organizao e comportamento dos alunos nos demais ambientes da escola (especial contribuio dos coordenadores).

    Os planos de aula so compartilhados regularmente com pedagogos e demais professores.

  • 30

    Das questes consideradas, qual(ais) dela(s) o grupo considera o maior destaque (positividade) da escola? Descrever aes concretas que justifiquem a escolha do grupo .

    Das questes consideradas, qual(ais) dela(s) o grupo considera a maior fragilidade da escola? Propor aes concretas que a escola possa implementar para a superao dessa fragilidade .

    Obs. O pedagogo ser o responsvel pela sntese dos trabalhos em grupo, apresentando um plano de trabalho com as inovaes propostas.

    INDICAO 5 Roteiro para estudo e anlise do CBC

    Este roteiro trata da avaliao do CBC, a partir de sua vivncia no ano letivo, at o momento, oportunizando aos professores propor altera-es em cada disciplina. As reunies devem ser feitas por rea de conhecimento, respeitando a hora-atividade no limite de 5h/ms.

    Data: Agosto, Setembro e Outubro Local: na escola

    Equipe de Coordenao:

    Pedagogo (caso a escola tenha professor referncia, ele dever participar da coorde-nao deste estudo).

    Participantes: Pedagogo, Coordenador e Professores.

    Propsito: Avaliar o CBC e propor altera-es por disciplina sugerindo, se possvel,

    contedos a serem desenvolvidos por rea

    de conhecimento.

    O pedagogo organiza a reunio por rea

    de conhecimento. Orientar os professores

    para que faam um paralelo do CBC junto

    ao plano de ensino.

  • 31

    Primeiro momento

    AVALIAO DO CBC

    Quanto ao CBC Contedo Bsico Comum

    ITENS SUGERIDOS PROPOSIO

    Quanto ao texto de rea do conhecimento.

    Quanto ao texto: Importncia da disciplina para formao humana".

    As competncias, habilidades e contedos possibilitam ao aluno desenvolver o exerccio da cidadania.

    As competncias, habilidades e contedos possibilitam ao aluno desenvolver a participao social.

    As competncias, habilidades e contedos possibilitam ao aluno desenvolver a autonomia para a aprendizagem.

    Mudanas que prope para a introduo de novos contedos por srie. Quais e argumente as razes das mudanas (ex. livro didtico, inadequao...)

    Mudanas para a transferncia de contedos para outra srie. Quais e argumente (ex. excesso de contedo, pr-requisito...)

    Houve o desenvolvimento de projetos por rea de conhecimento? Qual(is)? Faa um breve relato do(s) projeto(s).

    Os princpios norteadores so considerados na atividade educacional diria.

    Sugestes e alteraes no CBC: nas propostas de alterao, se possvel, propor pela rea. Ou seja, propor competncias, habilidades e contedos comuns rea do conhecimento.

    Quanto proposta de implementao do currculo.

    Registre vantagens do uso sistemtico do Novo Currculo.

    Outras sugestes.

  • 32

    INDICAO 6 Roteiro bsico para proposio do Projeto Poltico Pedaggico que se articule com o novo currculo

    Este roteiro pretende orientar a escola a

    articular o PPP com o currculo , pois nele

    so estabelecidas as diretrizes e as bases

    norteadoras das aes que levam formao

    dos cidados, tanto com relao aos conhe-

    cimentos, hbitos e atitudes que se entende

    devam integrar essa formao, quanto com

    relao ao papel da escola no seu entorno. O

    roteiro deve ser desenvolvido respeitando a

    hora/atividade no limite de 5h/ms.

    Alertamos para a utilizao dos demais

    instrumentos de avaliao contidos nos

    outros roteiros de estudo.

    Data: NovembroLocal: na escola

    Equipe de Coordenao:

    Pedagogo (caso a escola tenha professor referncia, ele dever participar da coorde-

    nao deste estudo).

    Participantes: Direo, Pedagogo, Coorde-nador, Professores e demais funcionrios.

    Propsito: Reescrita do Projeto Poltico Pedaggico por professores, diretor, coor-

    denador e pedagogo, a partir da vivncia

    do novo currculo.

    Primeiro momento: 30 min O Pedagogo vai apresentar ao grupo os

    principais pontos do Projeto Poltico Pe-

    daggico da escola, no que diz respeito

    prtica pedaggica, avaliao, e aos pro-

    jetos que revelem a identidade pedaggica

    da escola.

    Segundo momento: 2h30minTrabalho em grupos: O pedagogo faz a

    diviso dos grupos, conforme a apresentao

    anterior. Cada grupo ir propor uma redao

    para o seu item, por exemplo, avaliao.

    Dessa forma, importante que o sumrio

    do Projeto Poltico Pedaggico seja revis-

    to anteriormente pelo pedagogo para j

    adequ-lo antes da produo.

    Terceiro momento: 1hCada grupo apresenta a produo e deve-se

    reservar um tempo para a discusso, de

    acordo com o quantitativo de grupos.

    Aps a apresentao e discusso, o pe-

    dagogo ficar responsvel por compor

  • 33

    o novo Projeto Poltico Pedaggico da

    escola e agendar uma outra reunio de

    apresentao do material para validao

    dos professores, coordenadores, diretor.

    Obs. Verificar se o Projeto Poltico Pedaggico atende s legislaes estadual e federal.

    Para a adequao do Projeto Poltico Peda-

    ggico ao Novo Currculo estamos apresen-

    tando um referencial de autoavaliao.

    As reflexes acerca da prtica pedaggica

    procuram evidenciar que no basta que a

    escola tenha profissionais com conheci-

    mento em sua rea de atuao. preciso

    que esses conhecimentos estejam inseridos

    criticamente na realidade socioeconmica

    e poltica de nossa sociedade. Devem estar

    articulados a uma prtica comprometida

    com o direito de aprender de todos e de

    cada um.

    Registramos que todos os demais itens con-

    tidos nos vrios roteiros so complementares

    para o desenvolvimento deste trabalho de

    articulao do Projeto Poltico Pedaggico

    ao Currculo.

    ITENS DO PPP PROPOSIO

    O Projeto Poltico Pedaggico foi construdo coletivamente (professores, direo, equipe pedaggica, funcionrios, pais e alunos).

    A concepo de educao que fundamenta o PPP objetiva a aquisio crtica do conhecimento sistematizado pelo educando.

    O PPP discutido e atualizado.

    Os profissionais e os alunos da escola conhecem e valorizam a histria da instituio.

    A escola procura registrar os eventos mais relevantes de sua histria atual.

    As questes relativas prtica pedaggica da escola so discutidas coletivamente.

    As decises coletivas orientam o planejamento das atividades desenvolvidas pela escola.

    O planejamento das atividades de sala de aula fundamentado no PPP.

    O planejamento das atividades de sala de aula elaborado de forma integrada (por REA preferencialmente, nas diferentes sries).

    O planejamento de contedos das disciplinas considera o tempo necessrio ao educando para a aprendizagem.

    A elaborao e o desenvolvimento do planejamento de ensino so acompanhados pela equipe pedaggica.

  • 34

    ITENS DO PPP PROPOSIO

    Os professores organizam sua prtica pedaggica de modo a proporcionar o tempo necessrio aprendizagem do educando.

    Os professores procuram utilizar estratgias e recursos variados em sua prtica pedaggica.

    O processo pedaggico considera e valoriza o conhecimento trazido pelo aluno.

    Os contedos so trabalhados de forma contextualizada.

    A escola trabalha questes sociais (violncia, drogas, sexualidade e outras) em seu planejamento de ensino.

    A indisciplina dos alunos tratada a partir da identificao de suas causas.

    As estratgias para enfrentamento dos problemas disciplinares so definidas coletivamente.

    Na busca de solues dos problemas disciplinares, quando necessrio, trabalha-se em conjunto com os pais e/ou com familiares.

    A disciplina considerada uma questo pedaggica e, portanto, somente como ltimo recurso recorre-se a elementos externos escola (Conselhos Tutelares, policiais, etc.).

    O Conselho de Classe utilizado para discusso dos avanos e das dificuldades verificados no processo ensino-aprendizagem, na busca de solues.

    So definidas aes para a promoo da melhoria do processo de ensino-aprendizagem a partir das questes levantadas pelo Conselho de Classe

    Os alunos ou seus representantes participam de discusses relativas ao processo de ensino-aprendizagem, inclusive no Conselho de Classe.

    So desenvolvidas atividades diferenciadas de reforo de aprendizagem para alunos com dificuldades.

    A aplicao dos recursos fsicos e financeiros priorizam as questes pedaggicas.

    Os alunos tm oportunidade de propor e realizar atividades na escola.

    Existem mecanismos para o efetivo envolvimento dos pais nas questes pedaggicas da escola, especialmente nas que dizem respeito ao processo de ensino-aprendizagem dos seus filhos.

    As programaes especiais desenvolvidas pela escola so comunicadas aos profissionais, alunos, pais e comunidade de forma clara e em tempo hbil.

    Existem projetos articulados com rgos pblicos e outras instituies da sociedade civil para o desenvolvimento pedaggico e/ou atendimento s necessidades da comunidade escolar.

  • 35

    ITENS DO PPP PROPOSIO

    As matrizes curriculares esto contempladas de forma a organizar o conhecimento necessrio a cada grau e modalidade de ensino.

    A equipe pedaggica e os professores discutem a forma de organizao curricular da instituio.

    A avaliao do desenvolvimento escolar prioriza o processo de ensino-aprendizagem e no a nota.

    A hora-atividade garante o tempo necessrio ao professor para o trabalho individual e tambm para o trabalho coletivo.

    A hora-atividade organizada de forma a possibilitar encontros dos professores que atuam na mesma rea.

    A equipe pedaggica acompanha e contribui com os professores durante a hora-atividade.

    A hora-atividade utilizada exclusivamente para o desenvolvimento das atividades relacionadas funo docente.

    A escola desenvolve um trabalho de acompanhamento junto aos seus profissionais no atendimento de alunos com necessidades educativas especiais.

    So realizadas avaliaes diagnsticas no incio do ano letivo para o conhecimento do nvel de aprendizagem dos alunos.

    So elaborados planejamentos de ensino a partir da realidade evidenciada na avaliao diagnstica.

    Feiras e exposies dos trabalhos de professores e alunos so realizadas com a participao da comunidade.

    Existem projetos culturais (teatro, msica, dana, etc.) desenvolvidos pela escola.

    A escola no permite o adiantamento de aulas e/ ou sadas antecipadas de alunos.

    Das questes consideradas, qual(is) dela(s) o grupo considera o maior destaque (positividade) da escola? Descrever aes concretas que justifiquem a escolha do grupo .

    Das questes consideradas, qual(ais) dela(s) o grupo considera a maior fragilidade da escola? Propor aes concretas que a escola possa implementar para a superao dessa fragilidade .

  • As

    Supe

    rint

    end

    ncia

    s R

    egio

    nais

    de

    Educ

    ao

  • 39

    As superintendncias so importantssimas

    nessa etapa da implantao do currculo.

    Elas devero acompanhar e monitorar todas

    as atividades de estudos das escolas, bem

    como participar dos trabalhos.

    Sempre oportuno relembrar que essa

    proposta de organizao curricular vai

    possibilitar que sejam garantidas as mes-

    mas oportunidades a todos os alunos da

    rede estadual, independente das escolas

    que frequentem e, alm disso, todos tero

    acesso aos mesmos conhecimentos atu-

    alizados e significativos, valorizados pela

    sociedade.

    A partir do CBC possvel definir metas

    que todos os alunos tem direito a alcanar

    nas disciplinas estaduais. Da mesma forma

    possvel e necessrio avaliar o progresso

    de todos os alunos e as escolas em direo

    s metas definidas, de modo que possam

    melhorar o prprio desempenho.

    Para a Superintendncia Regional de Educa-

    o necessrio registrar a responsabilidade

    no mbito de sua jurisdio, especialmente

    no que se refere ao papel que devero de-

    senvolver junto s escolas jurisdicionadas.

    Entenda a situao da educao nas es-colas que compem a regional. Conhea

    todos os indicadores e destaque aquelas escolas que, pelos dados, mais precisam de ajuda.

    Cumpra a legislao da educao. Co-nhea aquelas de mbitos nacional e estadual.

    Acompanhe o desenvolvimento dos projetos que dinamizam o currculo. Faa um quadro demonstrando quais projetos esto presentes em quais escolas. Como esto sendo desenvolvidos.

    Verifique o quadro de profissionais da rea pedaggica, especialmente pedagogos e coordenadores, de cada escola e, se necessrio, monte um plano emergencial para atender aquelas com deficincia.

    Organize uma reunio anterior s agendas aqui planejadas, envolvendo o Corpo Tcnico Administrativo (diretor, pedagogos e coordenadores), e orien-tando e auxiliando em cada etapa do planejamento.

    Monte um cronograma envolvendo a equipe tcnica da SRE para acompanhar as etapas de implementao do currculo. Supervisione o trabalho em cada escola. Assegure registros por escola contando o desdobramento das etapas.

    Envie relatrios compatibilizados a Sedu/Central de cada roteiro. As orientaes para compatibilizao sero definidas em reunio prpria.

  • 40

    Outra ao de responsabilidade das SRE

    a coordenao da elaborao dos aspectos

    regionais do currculo. Est ligado aos 30%

    de CBC que se dar em nvel regional e

    local. Para esse trabalho a Sedu/Central est

    agendando reunio para o ms de maro,

    na qual vamos apresentar um plano de ao

    prprio para as devidas adequaes que a

    equipe regional sugerir.

    A coordenao geral desse trabalho do

    supervisor pedaggico, com o apoio local

    dos tcnicos do currculo e das equipes de

    EF e EM.

  • A S

    edu/

    Cent

    ral

  • 43

    Na implantao do currculo, a Unidade

    Central tem a responsabilidade de planejar e

    organizar o trabalho a ser desenvolvido pelas

    Unidades Escolares, coordenadas pelas Su-

    perintendncias Regionais de Educao.

    So atribuies da Unidade Central em

    2009:

    1. Acompanhar a implementao do Novo Currculo por meio dos relatrios das Superintendncias Regionais de Educa-o e reunies peridicas centralizadas e descentralizadas.

    2. Coordenar a pesquisa de avaliao do Novo Currculo a partir da contratao de uma instituio de pesquisa. Questes de investigao:

    Os contedos esto adequados ssries?

    Ostemastransversaisforamtrabalha-dos?

    Odocumentocurricularfacilitouaaodocente?

    Odocumentodefcilcompreensoe utilizao?

    3. Planejar e efetivar, a partir dos resultados da pesquisa e dos relatrios encaminha-dos pelas SRE dos roteiros da Indicao 5, as mudanas do currculo bsico da rede estadual.

    4. Organizar o Ciclo de Seminrios Descen-tralizados sobre o Currculo da Educao Bsica.

    5. Organizar o Ciclo de Aprofundamento de Estudos Descentralizados Currculo em Ao, junto a Gefor. Temas de referncia para os estudos:

    Asreasdoconhecimento.

    Competnciasehabilidades.

    Oensinopelapesquisa.

    Ambientese recursosdeaprendiza-gem.

    6. Coordenar a elaborao dos Cadernos Metodolgicos junto aos Professores Referncia.

    7. Acompanhar a elaborao do CBC regio-nal junto s Superintendncias Regionais de Educao.

  • Ap

    ndic

    es

  • 47

    Leituras Complementares

    Ensinar, aprender: leitura do mundo, leitura da palavra1

    Paulo Freire

    Nenhum tema, mais adequado para constituir-

    se em objeto desta primeira carta a quem ousa

    ensinar do que a significao crtica desse

    ato, assim como a significao igualmente

    crtica de aprender. que no existe ensinar

    sem aprender e com isso eu quero dizer mais

    do que diria se dissesse que o ato de ensinar

    exige a existncia de quem ensina e de quem

    aprende. Quero dizer que ensinar e aprender

    se vo dando de tal maneira que quem ensina

    aprende, de um lado, porque reconhece

    um conhecimento antes aprendido e, de

    outro, porque, observada a maneira como a

    curiosidade do aluno aprendiz trabalha para

    apreender o ensinando-se, sem o que no

    o aprende, o ensinante se ajuda a descobrir

    incertezas, acertos, equvocos.

    O aprendizado do ensinante ao ensinar no

    se d necessariamente atravs da retificao

    1 Esta carta foi retirada do livro Professora sim, tia no. Cartas a quem ousa ensinar (Editora Olho Dgua, 10 ed., p. 27-38) no qual Paulo Freire dialoga sobre questes da construo de uma escola democrtica e popular. Escreve especial-mente aos professores, convocando-os ao engajamento nessa mesma luta. Este livro foi escrito durante dois meses do ano de 1993, pouco tempo depois de sua experincia na conduo da Secretaria de Educao de So Paulo.

    que o aprendiz lhe faa de erros cometidos.

    O aprendizado do ensinante ao ensinar se ve-

    rifica medida em que o ensinante, humilde,

    aberto, se ache permanentemente disponvel

    a repensar o pensado, rever-se em suas

    posies; em que procura envolver-se com

    a curiosidade dos alunos e dos diferentes

    caminhos e veredas, que ela os faz percorrer.

    Alguns desses caminhos e algumas dessas

    veredas, que a curiosidade s vezes quase

    virgem dos alunos percorre, esto grvidas

    de sugestes, de perguntas que no foram

    percebidas antes pelo ensinante. Mas ago-

    ra, ao ensinar, no como um burocrata da

    mente, mas reconstruindo os caminhos de

    sua curiosidade razo por que seu corpo

    consciente, sensvel, emocionado, se abre s

    adivinhaes dos alunos, sua ingenuidade

    e sua criatividade o ensinante que assim

    atua tem, no seu ensinar, um momento

    rico de seu aprender. O ensinante aprende

    primeiro a ensinar, mas aprende a ensinar

    ao ensinar algo que reaprendido por estar

    sendo ensinado.

    O fato, porm, de que ensinar ensina o ensi-

    nante a ensinar um certo contedo no deve

    significar, de modo algum, que o ensinante

    se aventure a ensinar sem competncia para

    faz-lo. No o autoriza a ensinar o que no

    sabe. A responsabilidade tica, poltica e

    profissional do ensinante lhe coloca o dever

  • 48

    de se preparar, de se capacitar, de se formar

    antes mesmo de iniciar sua atividade docen-

    te. Esta atividade exige que sua preparao,

    sua capacitao, sua formao se tornem

    processos permanentes. Sua experincia

    docente, se bem percebida e bem vivida, vai

    deixando claro que ela requer uma formao

    permanente do ensinante. Formao que se

    funda na anlise crtica de sua prtica.

    Partamos da experincia de aprender, de

    conhecer, por parte de quem se prepara para

    a tarefa docente, que envolve necessaria-

    mente estudar. Obviamente, minha inteno

    no escrever prescries que devam ser

    rigorosamente seguidas, o que significaria

    uma chocante contradio com tudo o que

    falei at agora. Pelo contrrio, o que me inte-

    ressa aqui, de acordo com o esprito mesmo

    deste livro, desafiar seus leitores e leitoras

    em torno de certos pontos ou aspectos,

    insistindo em que h sempre algo diferente

    a fazer na nossa cotidianidade educativa,

    quer dela participemos como aprendizes,

    e portanto ensinantes, ou como ensinantes

    e, por isso, aprendizes tambm.

    No gostaria, assim, sequer, de dar a impres-

    so de estar deixando absolutamente clara

    a questo do estudar, do ler, do observar, do

    reconhecer as relaes entre os objetos para

    conhec-los. Estarei tentando clarear alguns

    dos pontos que merecem nossa ateno na

    compreenso crtica desses processos.

    Comecemos por estudar, que, envolvendo

    o ensinar do ensinante, envolve tambm de

    um lado a aprendizagem anterior e concomi-

    tante de quem ensina e a aprendizagem do

    aprendiz que se prepara para ensinar amanh

    ou refaz seu saber para melhor ensinar hoje

    ou, de outro lado, aprendizagem de quem,

    criana ainda, se acha nos comeos de sua

    escolarizao.

    Enquanto preparao do sujeito para apren-

    der, estudar , em primeiro lugar, um que-

    fazer crtico, criador, recriador, no importa

    que eu nele me engaje atravs da leitura

    de um texto que trata ou discute um certo

    contedo que me foi proposto pela escola ou

    se o realizo partindo de uma reflexo crtica

    sobre um certo acontecimento social ou

    natural e que, como necessidade da prpria

    reflexo, me conduz leitura de textos que

    minha curiosidade e minha experincia

    intelectual me sugerem ou que me so

    sugeridos por outros.

    Assim, em nvel de uma posio crtica, a

    que no dicotomiza o saber do senso co-

    mum do outro saber, mais sistemtico, de

    maior exatido, mas busca uma sntese dos

    contrrios, o ato de estudar implica sempre

  • 49

    o de ler, mesmo que nesse no se esgote.

    De ler o mundo, de ler a palavra e assim ler a

    leitura do mundo anteriormente feita. Mas ler

    no puro entretenimento nem tampouco

    um exerccio de memorizao mecnica de

    certos trechos do texto.

    Se, na verdade, estou estudando e estou

    lendo seriamente, no posso ultrapassar

    uma pgina se no consegui com relativa

    clareza, ganhar sua significao. Minha

    sada no est em memorizar pores de

    perodos lendo mecanicamente duas, trs,

    quatro vezes pedaos do texto, fechando

    os olhos e tentando repeti-las como se sua

    fixao puramente maquinal me desse o

    conhecimento de que preciso.

    Ler uma operao inteligente, difcil, exigen-

    te, mas gratificante. Ningum l ou estuda

    autenticamente se no assume, diante do

    texto ou do objeto da curiosidade a forma

    crtica de ser ou de estar sendo sujeito da

    curiosidade, sujeito da leitura, sujeito do

    processo de conhecer em que se acha. Ler

    procurar buscar criar a compreenso do

    lido; da, entre outros pontos fundamen-

    tais, a importncia do ensino correto da

    leitura e da escrita. que ensinar a ler

    engajar-se numa experincia criativa em

    torno da compreenso. Da compreenso e

    da comunicao.

    E a experincia da compreenso ser to

    mais profunda quanto sejamos nela capazes

    de associar, jamais dicotomizar, os concei-

    tos emergentes da experincia escolar aos

    que resultam do mundo da cotidianidade.

    Um exerccio crtico sempre exigido pela

    leitura e necessariamente pela escuta o de

    como nos darmos facilmente passagem

    da experincia sensorial que caracteriza a

    cotidianidade generalizao que se opera

    na linguagem escolar, e dessa ao concreto

    tangvel. Uma das formas de realizarmos esse

    exerccio consiste na prtica que me venho

    referindo como leitura da leitura anterior do

    mundo, entendendo-se aqui como leitura

    do mundo a leitura que precede a leitura

    da palavra e que perseguindo igualmente a

    compreenso do objeto se faz no domnio da

    cotidianidade. A leitura da palavra, fazendo-se

    tambm em busca da compreenso do texto

    e, portanto, dos objetos nele referidos, nos

    remete agora leitura anterior do mundo.

    O que me parece fundamental deixar claro

    que a leitura do mundo que feita a partir

    da experincia sensorial no basta. Mas,

    por outro lado, no pode ser desprezada

    como inferior pela leitura feita a partir do

    mundo abstrato dos conceitos que vai da

    generalizao ao tangvel.

    Certa vez, uma alfabetizanda nordestina

    discutia, em seu crculo de cultura, uma

  • 50

    codificao que representava um homem

    que, trabalhando o barro, criava com as

    mos, um jarro. Discutia-se, atravs da

    leitura de uma srie de codificaes que,

    no fundo, so representaes da realidade

    concreta, o que cultura. O conceito de

    cultura j havia sido apreendido pelo grupo

    atravs do esforo da compreenso que

    caracteriza a leitura do mundo e/ou da

    palavra. Na sua experincia anterior, cuja

    memria ela guardava no seu corpo, sua

    compreenso do processo em que o ho-

    mem, trabalhando o barro, criava o jarro,

    compreenso gestada sensorialmente,

    lhe dizia que fazer o jarro era uma forma

    de trabalho com que, concretamente,

    se sustentava. Assim como o jarro era

    apenas o objeto, produto do trabalho

    que, vendido, viabilizava sua vida e a de

    sua famlia. Agora, ultrapassando a ex-

    perincia sensorial, indo mais alm dela,

    dava um passo fundamental: alcanava a

    capacidade de generalizar que caracteriza

    a experincia escolar. Criar o jarro como

    o trabalho transformador sobre o barro

    no era apenas a forma de sobreviver,

    mas tambm de fazer cultura, de fazer

    arte. Foi por isso que, relendo sua leitura

    anterior do mundo e dos que-fazeres no

    mundo, aquela alfabetizanda nordestina

    disse segura e orgulhosa: Fao cultura.

    Fao isto.

    Gaiolas e asas2

    Rubem Alves

    Os pensamentos me chegam de forma inespe-

    rada, sob a forma de aforismos. Fico feliz porque

    sei que Lichtenberg, William Blake e Nietzsche

    frequentemente eram tambm atacados por

    eles. Digo atacados porque eles surgem re-

    pentinamente, sem preparo, com a fora de

    um raio. Aforismos so vises: fazem ver, sem

    explicar. Pois ontem, de repente, esse aforismo

    me atacou: H escolas que so gaiolas. H

    escolas que so asas. Escolas que so gaiolas

    existem para que os pssaros desaprendam a

    arte do voo. Pssaros engaiolados so pssaros

    sob controle. Engaiolados, o seu dono pode

    lev-las para onde quiser. Pssaros engaiolados

    sempre tm um dono. Deixaram de ser pssaros.

    Porque a essncia dos pssaros o voo.

    Escolas que so asas no amam pssaros

    engaiolados. O que elas amam so os ps-

    saros em voo. Existem para dar aos pssaros

    coragem para voar. Ensinar o voo, isso elas

    no podem fazer, porque o voo j nasce

    dentro dos pssaros. O voo no pode ser

    ensinado. S pode ser encorajado.

    Esse simples aforismo nasceu de um sofri-

    mento: sofri conversando com professoras

    2 Gaiolas e asas Rubem Alves. Folha de So Paulo. Tendncias e Debates. (05/12/2001)

  • 51

    de segundo grau, em escolas de periferia.

    O que elas contam so relatos de horror

    e medo. Balbrdia, gritaria, desrespeito,

    ofensas, ameaas... E elas, timidamente,

    pedindo silncio, tentando fazer as coisas

    que a burocracia determina que sejam feitas,

    como dar o programa, fazer avaliaes...

    Ouvindo os seus relatos, vi uma jaula cheia

    de tigres famintos, dentes arreganhados,

    garras mostra - e a domadoras com seus

    chicotes, fazendo ameaas fracas demais

    para a fora dos tigres.

    Sentir alegria ao sair de casa para ir escola?

    Ter prazer em ensinar? Amar os alunos? O

    sonho livrar-se de tudo aquilo. Mas no

    podem. A porta de ferro que fecha os tigres

    a mesma porta que as fecha com os tigres.

    Nos tempos de minha infncia, eu tinha um

    prazer cruel: pegar passarinhos. Fazia minhas

    prprias arapucas, punha fub dentro e ficava

    escondido, esperando... O pobre passarinho

    vinha, atrado pelo fub. Ia comendo, entrava

    na arapuca e pisava no poleiro. E era uma

    vez um passarinho voante. Cuidadosamente

    eu enfiava a mo na arapuca, pegava o pas-

    sarinho e o colocava dentro de uma gaiola.

    O pssaro se lanava furiosamente contra

    os arames, batia as asas, crispava as garras

    e enfiava o bico entre os vos. Na intil

    tentativa de ganhar de novo o espao, ficava

    ensanguentado... Sempre me lembro com

    tristeza da minha crueldade infantil.

    Violento, o pssaro que luta contra os arames

    da gaiola? Ou violenta ser a imvel gaiola

    que o prende? Violentos, os adolescentes

    de periferia? Ou sero as escolas que so

    violentas? As escolas sero gaiolas? Vo me

    falar sobre a necessidade das escolas dizendo

    que os adolescentes de periferia precisam

    ser educados para melhorarem de vida. De

    acordo. preciso que os adolescentes, que

    todos, tenham uma boa educao. Uma boa

    educao abre os caminhos de uma vida

    melhor. Mas eu pergunto: nossas escolas

    esto dando uma boa educao? O que

    uma boa educao?

    O que os burocratas pressupe sem pensar

    que os alunos ganham uma boa educao

    se aprendem os contedos dos programas

    oficiais. E, para testar a qualidade da educa-

    o, criam mecanismos, provas e avaliaes,

    acrescidos dos novos exames elaborados

    pelo Ministrio da Educao.

    Mas ser mesmo? Ser que a aprendizagem

    dos programas oficiais se identifica com o

    ideal de uma boa educao? Voc sabe o que

    dgrafo? E os usos da partcula se? E o

    nome das enzimas que entram na digesto?

    E o sujeito da frase Ouviram do Ipiranga

  • 52

    as margens plcidas de um povo herico

    o brado retumbante? Qual a utilidade da

    palavra mesclise? Pobres professoras, tam-

    bm engaioladas... So obrigadas a ensinar o

    que os programas mandam, sabendo que

    intil. Isso hbito velho das escolas. Bruno

    Bettelheim relata sua experincia com as

    escolas: Fui forado (!) a estudar o que os

    professores haviam decidido que eu deveria

    aprender. E aprender sua maneira.

    O sujeito da educao o corpo, porque

    nele que est a vida. o corpo que quer

    aprender para poder viver. ele que d as

    ordens. A inteligncia um instrumento do

    corpo cuja funo ajud-lo a viver. Nietzsche

    dizia que ela, a inteligncia, era ferramenta

    e brinquedo do corpo. Nisso se resume o

    programa educacional do corpo: aprender

    ferramentas, aprender brinquedos.

    Ferramentas so conhecimentos que nos

    permitem resolver os problemas vitais do dia

    a dia. Brinquedos so todas aquelas coisas

    que, no tendo nenhuma utilidade como

    ferramentas, do prazer e alegria alma.

    Nessas duas palavras, ferramentas e brin-

    quedos, est o resumo da educao. Ferra-

    mentas e brinquedos no so gaiolas. So

    asas. Ferramentas me permitem voar pelos

    caminhos do mundo.

    Brinquedos me permitem voar pelos ca-

    minhos da alma. Quem est aprendendo

    ferramentas e brinquedos est aprendendo

    liberdade, no fica violento. Fica alegre, ven-

    do as asas crescer... Assim, todo professor, ao

    ensinar, teria de se perguntar: Isso que vou

    ensinar, ferramenta? brinquedo? Se no

    for, melhor deixar de lado.

    As estatsticas oficiais anunciam o aumento

    das escolas e o aumento dos alunos matri-

    culados. Esses dados no me dizem nada.

    No me dizem se so gaiolas ou asas. Mas

    eu sei que h professores que amam o voo

    dos seus alunos.

    H esperana...

    A educao no sculo XXI

    No sculo XXI, a educao considerada um

    indispensvel patrimnio da humanidade na

    construo de seus ideais, de suas relaes e

    de sua prpria sobrevivncia. Nesse sentido,

    h uma exigncia de debate conjunto da

    educao, que ultrapassa os limites de seu

    prprio campo. Estamos dizendo que discutir

    educao e suas finalidades no tarefa

    apenas dos educadores; que a sociedade

    deve incorporar essa exigncia e compre-

    ender na educao suas possibilidades de

  • 53

    avanar e acompanhar um mundo de rpidas

    transformaes.

    A Unesco, por meio do Comisso Internacional

    sobre a Educao para o Sculo XXI presidida

    por Jacques Delors, estabelece quatro pilares

    que sustentam, de modo interdependente

    e integrado, o seu conceito de educao de

    qualidade: aprender a conhecer, aprender a

    fazer, aprender a viver junto e aprender a ser.

    Podemos compreender esses pilares como

    grandes desafios da educao e da sociedade,

    ao longo da histria de homens e mulheres.

    O primeiro deles, aprender a conhecer, nos

    remete dimenso humana do compreender,

    de conhecer e de descobrir. Sem dvida, uma

    das principais contribuies da educao para

    o indivduo favorecer o acesso informao.

    De igual modo importante oferecer a ele a

    oportunidade de construir as competncias

    necessrias para garantia desse acesso. Em

    outras palavras, no basta disponibilizar a

    informao, fundamental instrumentalizar

    as pessoas para utiliz-las. E ainda, utiliz-las a

    servio de sua gerao e da humanidade.

    Como sabemos, o conhecimento infinito

    e o homem, como espcie, no cessa em

    produzi-lo e reproduzi-lo. Desse modo, apren-

    der a conhecer nos remete para o trabalho

    de descoberta dos mecanismos de constru-

    o e apreenso dos conhecimentos. Vale

    considerar que essa uma das prementes

    tarefas da escola.

    Esse pressuposto nos orienta a pensar que

    educar pela pesquisa uma importante estra-

    tgia conceitual e metodolgica no sentido

    de viabilizar, dentro da escola e da sala de

    aula, os caminhos para o desenvolvimento

    desse pilar. A investigao se configura a

    estratgia de orientar a descoberta, de es-

    timular a construo de conhecimentos.

    O segundo pilar indicado pela Comisso

    relativo capacidade humana de viver junto,

    de com-viver. Esse pilar ressalta as demandas

    do mundo contemporneo e a importncia

    das relaes diante dele. Na realidade, enfoca

    a necessidade planetria da compreenso

    mtua, de respeito e convivncia pacfica

    com as diferenas e com o outro. Conforme

    o relatrio, trata-se de aprender a viver con-

    juntamente, desenvolvendo o conhecimento

    dos outros, de sua histria, de suas tradies

    e de sua espiritualidade.

    Essa dimenso diz respeito qualidade de

    vida dos humanos nas suas correlaes com

    seus pares. A escola, por trabalhar com pes-

    soas diferentes em espaos comuns, pode

    promover o dilogo permanente sobre as

    relaes estabelecidas na vida social.

  • 54

    O sentido do terceiro pilar, aprender a fazer,

    afirmar que a educao no pode aceitar

    a imposio de opo entre a teoria e a

    tcnica, o saber e o fazer. As velhas dico-

    tomias do passado devem ceder espao

    a uma prxis pedaggica que admita que

    quem pensa, tambm executa; que quem

    executa tambm pensa; que o corpo e a alma

    so indissociveis; que a ideia e a matria

    so complementares no entendimento da

    totalidade.

    A vida neste novo sculo solicita uma edu-

    cao que permita aos educandos associar a

    tcnica com a aplicao de conhecimentos

    tericos, relacionar o que se estuda com o

    que se faz, com as demandas do cotidiano,

    com a utilizao de conhecimentos no con-

    texto de vida dentro e fora da escola.

    O aprender a ser est entre os elementos

    preconizados no relatrio. Refere-se de-

    manda contempornea de uma postura

    tica, pautada no princpio de que as atitudes

    e responsabilidades pessoais interferem no

    destino coletivo. Esse pilar sinaliza que os

    humanos no nascem prontos para a vida

    em sociedade. Sugere que os processos

    educativos, tanto das escolas quanto das

    famlias, qualifiquem as pessoas para a

    vida em conjunto. Isso se torna, pois, uma

    responsabilidade de gerao com relao

    sua prxima.

    Em suma, vale afirmar que a educao no

    sculo XXI est estreitamente vinculada ao

    desenvolvimento da capacidade intelectual

    dos estudantes e a princpios ticos, de

    compreenso e solidariedade humana.

  • 55

    O educador o principal trabalhador bra-

    sileiro, pois ele quem est com o aluno

    diariamente e tem nas mos as ferramentas

    para ensin-lo. Veja como voc, educador,

    pode fazer a sua parte.

    Recomendaes

    Entenda a situao da educao

    O primeiro passo para melhorar a educao

    entender sua situao atual. Procure se informar

    sobre a qualidade do ensino no pas, no seu

    Estado, na sua cidade, nas escolas prximas. Na

    seo Nmeros da Educao voc encontra

    essas informaes. Secretarias de Educao

    municipais e estaduais tambm tm esses

    dados, e direito de todos conhec-los. Alm

    disso, todos podem procurar saber quais so

    as aes e medidas tomadas pela Secretaria de

    Educao para melhorar o desempenho das

    escolas que no tiveram bons resultados, tanto

    no Ideb como em avaliaes educacionais,

    como a Prova Brasil e o Saeb.

    Procure entender quais so os problemas da

    educao brasileira, suas causas e consequn-

    cias. Informe-se, reflita, discuta. Quando voc

    entende o problema, tem mais chances de

    fazer sua parte para resolv-lo e voc, como

    educador, o principal agente da melhoria

    da educao.

    Busque sempre aprimorar seus conhecimentos

    Procure sempre dar sequncia sua for-

    mao acadmica, por meio de cursos de

    graduao ou ps-graduao e programas

    de capacitao. H sempre algo novo e

    interessante para ser aprendido, e que

    poder te ajudar a influir positivamente

    na educao das pessoas ao seu redor.

    Proponha que sua escola seja um espao de

    aprendizado. Para ser educador, preciso

    estudar sempre e ter em vista onde voc

    quer chegar com seus alunos.

    Encare a diversidade de maneira positiva

    Tire proveito da heterogeneidade de saberes,

    conhecimentos e experincias dos alunos e

    da comunidade escolar. Promova a interao

    entre eles.

    Documento integrante do Todos pela Educao3

    3 www.todospelaeducacao.org.br/ Faa sua parte

  • 56

    Escola boa aquela em que o aluno aprende

    A melhor forma de avaliar a qualidade do ensino por meio da aprendizagem dos alunos. E, se a escola existe para ensinar, a avaliao capaz de dizer se a escola boa ou ruim aquela que nos mostra se os alunos esto ou no aprendendo.

    Valorize e utilize avaliaes sobre a qualidade do ensino como um instrumento para me-lhorar a escola, e promover a transparncia e a participao de todos os envolvidos no processo de ensino-aprendizagem.

    Diretor: Assuma a liderana

    Assuma a liderana de forma democrtica e cooperativa com todos os segmentos da equipe. A presena constante do diretor da escola fun-damental. Ele deve ter competncia para ocupar um papel central na gesto do cotidiano escolar e na articulao da escola com a comunidade escolar. Como lida com questes internas e externas da escola, necessrio ter sempre em mente o que e o que no prioritrio, para organizar seu tempo de forma eficiente.

    Diretor: Seja responsvel pela qualidade de ensino

    A melhor gesto administrativa de nada vale se

    os alunos no estiverem aprendendo. O diretor

    no deve ser visto apenas como o administra-

    dor do prdio da escola, mas como o grande

    administrador da aprendizagem dos alunos.

    O diretor o responsvel maior para a escola

    ter e cumprir o regimento escolar e a proposta

    pedaggica que dar origem aos planos

    de curso e de aula. Alm de ser pea-chave

    na identificao das necessidades locais, o

    diretor deve garantir um sistema eficaz de

    reforo escolar para os alunos com dificulda-

    des em algum contedo especfico, e deve

    fazer funcionar um sistema de superviso

    de professores com foco no desempenho

    dos alunos.

    Diretor: Articule-se com a Secretaria de Educao

    Como a escola no trabalha de forma isolada,

    o diretor deve conduzir as aes da escola

    de forma articulada com as polticas ema-

    nadas pela Secretaria de Educao que

    deve receber, mensalmente, os dados da

    escola. As metas da escola tambm devem

    ser estabelecidas, anualmente, de forma

    integrada s metas da rede de ensino.

    As escolas devem ter algum grau de autono-

    mia, mas so parte de um organismo muito

    maior, que a rede de ensino, gerida pela

    Secretaria de Educao.

  • 57

    Diretor: Assegure o cumprimento do ano letivo

    Assegure o cumprimento integral do ano

    letivo. As escolas precisam garantir um mni-

    mo de 200 dias letivos, com um mnimo de

    quatro horas de aula por dia, descontados

    os intervalos escolares. Isso lei.

    Assegurar a pontualidade e frequncia dos

    professores e funcionrios da escola tambm

    necessrio.

    Diretor: Assegure as condies de trabalho

    Assegure as condies e os meios para que

    os professores implementem a proposta

    poltico-pedaggica da escola.

    Diretor: Abra a biblioteca e a sala de computao

    No tranque livros e computadores, pois

    eles so material de uso dirio. Os alunos

    precisam t-los em mos para poder tirar o

    melhor proveito possvel do que esses ma-

    teriais podem trazer para seu aprendizado.

    Cuide e melhore o acervo da biblioteca,

    disponibilizando, alm dos livros didticos,

    obras d