tdtonline magazine iv/2010

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IVª Edição 2010 da TDTOnline Magazine cujo tema em destaque é o segundo concurso de fotografia do TDTOnline.

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TDTOnline Magazine by tdtonline.org is licensed under a “Creative Commons: Atribuição-Uso Não-Comercial 2.5 Portugal License.”

Todos os artigos publicados na TDTOnline Magazine são da total e exclusiva responsabilidade dos seus respectivos autores.

Ficha Técnica: Responsável editorial:Bruno Glória

Design e Redacção: Henrique Pimenta e Joel Graça

Colaboradores desta edição: Marlene Brandão, Engº Car-los Faria, Daniel Filipe Borges da Silva, Luís Coelho, Daniel Pereira, Ricaardo Grilo

Sumário

3 EditorialPor: Eng. Carlos Faria

4 Iniciativas2º Concurso de Fotografia TDTOnline

6 Sabia que

8 Artigo de OpiniãoEm Investigação Científica é Necessária Ignorância Inteligente ou Inteligência Ignorante?

10 Artigo de RevisãoOs Efeitos da "Reeducação Postural Global"

18 PosterAvaliação Radiológica da Esco-liose e da Dismetria dos Mem-bros Inferiores em Pediatria

22 Caso ClínicoSíndrome de Jeavons

26 Legislação

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Editorial

Inicio este editorial por antecipadamente felicitar todos os colaboradores quer do fórum quer do magazine pelo excelen-te trabalho que têm vindo a desenvolver no sentido de pro-mover a interligação e a partilha de informação entre todos os técnicos de diagnóstico e terapêutica.

Regressados de mais um período de férias onde o descanso foi palavra de ordem, espero então que estas tenham servido para recuperar as energias despendidas e a motivação neces-sária para encarar com entusiasmo o restante ano de traba-lho. Desejo também, que a segunda metade deste ano traga melhores prospecções profissionais e a confiança necessária aos TDTs para enfrentarem os seus problemas com o positi-vismo que há muito se afastou do seu vocabulário. Aos alunos que iniciam um novo ano lectivo, deixo também uma palavra de incentivo ao estudo sem, no entanto, deixarem de apro-veitar as fantásticas festas académicas que após terminarem o curso todos vão sentir falta! Imensa!!

O TDTonline é do ponto de vista de um jovem licenciado em Engenharia Biomédica, como é o meu caso, um ponto de encontro para todos os TDTs, um canto de um café, onde os vários profissionais da área da saúde, com diferentes habili-tações académicas, comunicam entre si, partilhando proble-mas, informações, experiências e ideologias que, com dife-rentes intensidades influenciam directa ou indirectamente todas as pessoas destas 18 profissões. Com este excelente fórum todos os TDTs beneficiam da sua utilização. Nele con-seguem expor problemas, esclarecer dúvidas, obter respostas e opiniões baseadas em diferentes experiências e contextos vividos pelos vários profissionais da área da saúde e outros. É um excelente local para divulgar trabalhos académicos, arti-gos de revisão e de investigação científica, pois vão ser visuali-zados e analisados por vários colegas e profissionais de saúde capazes de proporcionar uma ajuda no seu aperfeiçoamento através do espírito crítico e perspicácia inerente aos TDTs. O portal do fórum é também um sítio onde é possível consultar fácil e rapidamente notícias com interesse para todos os TDTs, divulgar eventos, reportagens, ofertas de emprego, e um lo-cal onde a legislação de interesse aos profissionais de saúde é constantemente revista e actualizada. É por isso um sítio onde todos os TDTs devem estar registados!

Quanto ao TDTmagazine, considero que a edição trimestral da revista é mais uma importante ponte no processo de divul-gação de estudos, investigações e curiosidades das várias áre-as dos TDTs que no final de contas é um resumo dos mais re-centes temas abordados, expostos e discutidos no fórum. No entanto, considero o magazine mais importante no processo de divulgação e exposição de estudos para o exterior dos uti-lizadores do TDTonline, uma vez que, pode ser “downloaded”, partilhado e visualizado por qualquer pessoa da sociedade.

Relativamente a esta IV edição do magazine, última de 2010, destaca-se a divulgação do 2ºConcurso de Fotografia TDTOn-line, tendo como objectivo dar continuidade ao sucesso do 1º Concurso. Caso pretenda participar, nesta edição passe a conhecer os respectivos prazos, regulamentos e afins do con-curso. Não perca também as habituais rubricas Sabia Que… e Datas a Recordar e como também é já frequente, teremos um Artigo de Opinião e um Artigo de Revisão, sendo este último intitulado “Os efeitos da “Reeducação Postural Global” - uma revisão sistemática da literatura”. Não se esqueça também de consultar o espaço de revisão das últimas novidades na Legis-lação e aproveite para tomar conhecimento da divulgação e realização de alguns eventos.

Não queria terminar este editorial sem mais uma vez saudar os vários colaboradores responsáveis pelo fabuloso trabalho que têm desenvolvido na realização deste excelente magazine e deixar um especial cumprimento à colega Marlene Brandão, com quem convivo diariamente, pelo enorme empenho, tra-balho e incansável dedicação na realização do magazine e na tentativa de fazer chegar rapidamente as informações mais importantes e pertinentes a toda a comunidade dos TDTs.

Continuação de boas leituras!!

Engº Carlos Faria

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RegulamentoDatas

Prazo para envio de fotos a concurso 1 a 31 de Outubro.

Votação de 1 a 30 de Novembro.

Resultado final em Dezembro.

Publicação da foto vencedora na Edi-ção V/2011 da TDTOnline Magazine a 1 de Janeiro de 2011.

Júri

O júri será composto por:

- 1 Membro da Administração do TDT Online (Marlene Brandão)

- 2 Membros da Direcção do TDT On-line (Bruno Glória e Henrique Pimen-ta)

Votação

Júri

- 7 pontos para o 1º classificado

- 5 pontos para o 2º classificado

- 3 pontos para o 3º classificado

Membros do fórum:

- 3 pontos para o 1º classificado

- 2 pontos para o 2º classificado

- 1 ponto para o 3º classificado

Prémios

1º Classificado:

- A foto vencedora será capa da Edição V/2011 da TDTOnline Magazine.

- Certificado de participação.

2º Classificado:

- Certificado de participação.

3º Classificado:

- Certificado de participação.

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A imagem obtida com os raios catódicos foi de início consi-derada como um tipo especial de fotografia. A imprensa de vários países noticiou a descoberta com grande destaque e houve diversas manifestações, partidas dos mais diferentes sectores da sociedade.

A maioria de tais manifestações, veiculadas pela imprensa, era de admiração e louvor ao notável feito do físico ale-mão; algumas, entretanto, caracterizavam-se pelo lado ri-dículo ou pelo senso de humor.

Conforme relata Bleich (The story of X-rays from Roentgen to isotopes), a radiografia passou a ser objecto de curiosidade e até de preocupação, pois invadia a privacidade do corpo humano, oferecendo do mesmo uma representação fotográfica inestética.

Uma loja de confecções de Londres chegou a anunciar a venda de roupas íntimas à prova de raios-x.

Um deputado, em New Jersey, nos E.U.A, apresentou um projecto de lei proibindo o uso, no teatro, de binóculo provido de raios-x.

Em Nova Iorque a fluoroscopia era anunciada como “Espectáculos de Roentgen”, ao preço de 5 a 20 dólares.

Sabia que...115 ANIVERSÁRIO DA DESCOBERTA DOS RAIOS-X“A Descoberta dos Raios X e o seu lado Pictórico”

Quando aceitei o convite para redigir um artigo sobre a história da descoberta do rx, tive a per-feita noção da responsabilidade que pendia so-bre mim. Os limi-tes de espaço da publicação eram necessariamente desproporciona-dos, em relação à quantidade e grandeza dos acontecimentos ocorridos neste século de his-tória. Interessa referir a metodo-logia que sigo na elaboração deste trabalho, a base documental de apoio, como não poderia deixar de ser, assentou na leitura de do-cumentos, pro-veniente de fon-tes merecedoras de crédito.

A p r e s e n t a r e i este trabalho, referenciando a visão do raio-X, nos primórdios da história e des-de já gostaria de agradecer em especial a Téc. Marlene Bran-dão pelo convite e à revista dos TDT online.

A descoberta dos raios-x por Wilhelm Roentgen, em 1895, causou um impacto não somente nos meios científicos, mas também entre os leigos.

Sabia-se que algo de extraordinário fora descoberto e previa-se uma nova era para a medicina.

O que mais impressionava as pessoas era o poder de pene-tração dos raios-x e a possibilidade de visualização do interior do corpo humano através das vestes e da superfície cutânea.

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A revista “Life”, em Fevereiro de 1896, publicou a seguinte poesia:

"Ela é tão alta, tão esbelta; e seus ossos,

aqueles débeis fosfatos e aqueles carbonatos

tornam-se magníficos aos raios catódicos

pelas oscilações, amperes e ohm;

suas vértebras não se ocultam sob a pele,

mas tornam-se inteiramente visíveis.

Por sobre suas formosas costelas

em número de vinte e quatro

desenha-se um ténue halo de sua carne;

sua face sem nariz e sem olhos volta-se para mim

e eu sussurro: "querida eu te adoro";

seus dentes brancos e brilhantes sorriem.

Ah! Doce, cruel, adorável catografia".

(Lawrence K. Russel)

A revista “ Photography”, na mesma época, contribuiu com esta ou-tra poesia:

"Os raios Roentgen, os raios Roentgen,

que viraram mania

e excitam a cidade

com a nova fase

de rumos futuros,

me deixam aturdido,

pois agora eu percebo

que se pode ver e mirar

através dos vestidos

com estes travessos raios,

malvados raios Roentgen".

A simplicidade dos primeiros equipamentos fez com que sur-gissem muitos amadores com instalações improvisadas e pre-cárias, oferecendo fotografias com os misteriosos raios-x.

Era comum, entre namorados, a troca de fotografias das mãos feitas com os raios-x.

Lojas de material fotográfico ofereciam componentes para a montagem de um equi-pamento simples de raios-x que permitia reproduzir as experiências de Roentgen.

Somente depois que se tornaram conhecidos os efeitos nocivos da radiação sobre o organismo humano, o seu uso restringiu-se aos hospitais e clínicas especializadas, inicialmente para fins diagnóstico e, posteriormente, também para fins terapêuticos no tratamento de neoplasias malignas.

Ainda assim, as primitivas instalações não ofereciam protecção adequada e muitos médicos e operadores de raios-x, foram vítimas das radiações apresentando radiodermite nas mãos, que levava a amputação e alta incidência de leucemia.

Por: Ana Daniela Silva Barbosa Pereira - Licenciada em Radiologia

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artigo dE opinião

Em Investigação Científica é Necessária Ignorância Inteligente ou Inteligência Ignorante?

Daniel Filipe Borges da Silva

Grupo de Cirurgia de Epilepsia do Centro Hospitalar de Lisboa Ocidental

(Hospital Egas Moniz / Hospital S. Franscisco Xavier)

Doutorando em Neurociências pela Faculdade de Medicina da Universidade do Porto

2010

Sinto-me verdadeira e invariavelmente cada vez mais ignorante quando mergulho na investigação científica. Parece, inclusive, que cria uma inesgotável dependên-cia pois persisto na procura de me sentir cada vez mais dessa forma.

No contacto inicial (ensino secundário? primeiros pas-sos da faculdade?) com aquilo que nos é apresentado como ‘Ciência’ (sem o ser genuinamente nessa fase), desenvolvemos um fascínio e entusiasmo surpreen-dentes. Ora, nesta idade específica são relativamente comuns estes sentimentos por variadíssimas coisas efémeras. Ainda assim, o gosto precoce pelo mundo científico surge quase sempre ligado ao nosso bom de-sempenho (em comparação com restantes áreas) nas disciplinas das Ciências. O impetuoso, muitas vezes fá-cil (auto) elogio que inunda o nosso desempenho em responder acertadamente às questões dos exames, faz-nos sentir muito inteligentes, capazes e, conse-quentemente, impelidos para seguir o trilho científico.

Correcto? Não me parece!

A motivação dos órgãos directivos e directamente dos professores deverá basear-se, na minha óptica, na in-sistência e persistência com os alunos até começarem a dar respostas erradas ou até despoletar uma desis-tência com um ‘Não sei!’. O objectivo que deverá pon-tificar não será o de apenas obter as respostas correc-

tas dos alunos, mas antes promover a identificação das áreas de conhecimento mais débeis, dos seus pontos fracos e testar se as capacidades de cada um resistirão a um nível suficientemente elevado e exigente como nunca – o que sucederá no início de uma carreira/pro-jecto de investigação científica.A questão primordial reside no simples facto de não estarmos a preparar os nossos alunos para serem pro-dutivamente ignorantes – traço vital para produção científica de relevo, quando imersos no desconhecido, e ávidos em expandir os nossos mapas e próprios limi-tes. É, declaradamente, ser ignorante por opção, tendo imutável o desejo de aprendizagem.

Em Ciência, é normal tropeçar em obstáculos e errar muitas vezes, desde que tenhamos consciência que evoluímos a cada etapa. É preciso treinar a persistên-cia perante as adversidades. Argumentarão se eventu-almente esta controversa perspectiva não será desen-corajadora! Pois bem, acho precisamente o oposto – é libertadora e despressurizadora. Admito, no entanto, que para alunos habituados em dar a resposta correc-ta e predispostos mentalmente (e socialmente?) em acertar sempre, isto é extremamente complicado de interiorizar. Inquestionavelmente serão necessários níveis de auto-confiança e apoio familiar elevados, aliados a uma estrutura mental extraordinária, arrisco dizer que atípica nos nossos dias, que rompa com as concepções erróneas embebidas na nossa sociedade do que é a investigação científica por excelência.

Creio que a educação científica tem de promover a forçosa transição do que nos é incutido enquanto jo-vens almejando novos horizontes: passar do aprender e memorizar o que outras pessoas descobriram e tor-naram realidade, para as nossas próprias descobertas. Creio igualmente que estas últimas serão tanto mais prováveis, relevantes e com repercussão científica, quanto mais confortáveis nos sentirmos com o facto de sermos ignorantes e deambularmos grande parte do nosso tempo num mundo inexplorável e desconhe-cido até então.

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Publique os seus trabalhos na TDTOnline Magazine*:

- Artigos Científicos (Estudos)

- Artigos de Revisão Literária

- Artigos de Opinião

- Casos Clínicos

Envie os seus trabalhos para:

[email protected]*Nota: Todos os artigos publicados são certificados como tal.

01OutubroDia Internacional do Idoso

A Assembleia Geral das Nações Unidas em 1990 designou o dia 1 de Outubro como Dia Internacional do Idoso, a esta iniciativa não foi alheio o continuado processo de transição demográfica verificada na última metade do século XX, com o decréscimo simultâneo das taxas de mortalidade e de natalidade, sustentando o fenómeno de um envelhecimento populacional mundial

Relativamente à população Portuguesa assistimos ao aumento extraordinário da sua longevidade. A esperança média de vida á nascença duplicou em menos de um século (era de 38 anos em 1920, de 78,5 anos em 2006)

Fonte: blogs.parlamento.pt

2ª Quinta-feiraOutubroDia Mundial da Visão

Há já nove anos que a 2.ª quinta-feira do mês de Outubro acolhe o Dia Mundial da Visão. A iniciativa, que é coordenada pela Organização Mundial da Saúde, em parceria com a Agência Internacional para a Prevenção da Cegueira e outros actores públicos e privados, visa eliminar a cegueira evitável até ao ano 2020: "Visão 2020: Direito a Ver".

Em todo o mundo, existem 37 milhões de pessoas que não vêem e 124 milhões com problemas de visão. Três quartos dos casos de cegueira são tratáveis ou podem ser prevenidos. Sem intervenção, o número de pessoas cegas poderá aumentar para 75 milhões até 2020.

Fonte: www.portaldasaude.pt

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artigo dE rEviSão

Os efeitos da “Reeducação Postural Global”uma revisão sistemática da literatura

Luís Coelho

Consultório e Clínica de Reabilitação, Lda. – Lisboa

Fisioterapeuta mézièrista e investigador

2010

Resumo:

Abstract:

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Os Efeitos da "Reeducação Postural Global" - Uma Revisão Sistemática da Literatura

Os efeitos da “Reeducação Postural Global”uma revisão sistemática da literatura Introdução

Na história das “Ciências da Fisiotera-pia” não têm abundado os estudos de métodos de cariz essencialmente teo-rético e/ou conceptual. Em particular, os métodos globalistas relacionados com a “revolução mézièrista” inicia-da em 1947 (Mézières, 1947, 1949), nomeadamente os métodos ditos de “Reeducação Postural”, não têm sido objecto de estudo verdadeiramente significativo.

Na realidade, 1947 é o ano que mar-ca o início da “revolução na ginástica ortopédica”, com a descoberta, por Françoise Mézières (1909-1991), do princípio de observação que viria a determinar o nascimento dos méto-dos reeducativos da Escola Francesa. Duas publicações históricas são fun-damentais: “La gymnastique statique” (1947) e “La révolution en gymnasti-que orthopédique” (1949), ambos li-vros de cariz teorético e não artigos de cariz científico propriamente dito.

O método de “estudo” efectuado nas diversas publicações, tanto as referi-das como outras ditas “neo-mézièris-tas” (Coelho, 2008 a/b/c), consiste na análise ideográfica de uma casuística mais ou menos objectiva. Mas, na re-alidade, os diversos métodos ligados à “revolução mézièrista” e à (conhe-cida) “teoria das Cadeias musculares” serão sempre análise de uma escrita pouco científica, dificilmente falsificá-vel (segundo o critério de cientificida-de de Karl Popper), e primarão pela ausência quase total de artigos em revistas científicas de importância mi-nimamente relevante.

Apesar da riqueza conceptual que se labora nos diversos métodos de “Re-educação Postural”, até certas abor-dagens mais conhecidas como a ‘Ree-ducação Postural Global’ primam pela quase ausência de artigos em certas

bases de dados como a Medline. Po-rém, atendendo à inflação inalienável do referido método em países como o Brasil (Coelho, 2008 c), certas bases de dados mais “locais” poderão reve-lar a existência de estudos que pare-ciam não possuir real existência.

Assim, o objectivo desta revisão foi, primeiramente, efectuar uma pesqui-sa pormenorizada dos estudos acerca do método “Reeducação Postural Glo-bal” em bases de dados latinas (para além das mais “clássicas”), num tipo de metodologia que irá ser descrita mais adiante no capítulo ‘Métodos’. Depois, uma organização, análise e discussão dos estudos obtidos é reali-zada como âmbito objectal desta mes-ma meta-análise.

No próximo sub-capítulo realizaremos uma breve apresentação e descrição do método em estudo, ou seja, da ‘Re-educação Postural Global’.

O método: a ‘Reedu-cação Postural Glo-bal’A ‘Reeducação Postural Global’ con-siste no mais famoso dos métodos do tipo “mézièrista”, tendo sido criado pelo fisioterapeuta Philippe Souchard, por volta de 1980. A obra mais rele-vante relativa ao método designa-se “Le Champs clos” (1981), a qual apre-senta os princípios fundamentais rela-tivos ao método e às “posturas” que o consubstanciam.

De facto, a ‘Reeducação Postural Glo-bal’ consiste num método de alonga-mento global, que parte de oito postu-ras fundamentais de tratamento (“rã no chão” e “rã no ar”, com abertura/fechamento dos braços; “postura de pé”, com ou sem encosto, postura “in-clinado à frente” e postura “sentado”

– ver fig. 1) e se baseia na distinção científica entre músculos de natureza tónica/estática e músculos de nature-za fásica/dinâmica (o estudo científico da distinção entre os diferentes tipos de músculos baseia-se primacialmen-te nas investigações electromiográ-ficas conduzidas por Jacobson – ver Payne, 2003 -, sendo que actualmen-te ancora em vários outros estudos, como os de Karski, 1996, 2002, 2004, 2006).

Fig. 1 – Posturas do RPG (1. rã no chão com fechamento dos braços; 2. rã no ar com fecha-mento dos braços; 3. postura sentada; 4. rã no chão com abertura dos braços; 5. postura de pé contra a parede; 6. rã no ar com abertu-ra dos braços; 7. postura “bailarina”, inclinada à frente; 8. postura de pé).

Segundo Souchard (1981), o RPG (Re-educação Postural Global) baseia-se nos seguintes princípios de interven-ção: (1º) “Só as posturas activas em alongamento podem devolver aos músculos hipertónicos, rígidos e do-lorosos a sua força, comprimento e flexibilidade”; (2º) “É necessário alon-gar os músculos da estática e os mús-culos suspensores, encurtando-se os músculos da dinâmica”; e (3º) “Só as posturas de estiramento progressivo

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cada vez mais globais permitem alongar todos os músculos rígidos, assim como reencontrar a retracção de origem”.

O método em análise, mais tarde evoluí-do na forma de um método activo e gru-pal de nome ‘Stretching Global Activo’ (Grau, 2003; Souchard, 1996), adaptado à realidade desportiva, possui uma sé-rie de princípios, mas, segundo Coelho (2008 b/c) não se diferencia cabalmen-te do método original (Mézières) na sua pragmática de tratamento. Por outro lado, consubstanciando a utilização de posturas específicas, o RPG permite a realização de investigações (experimen-tais) onde as variáveis de tratamento (independentes) podem ser mais objec-tivamente controladas.

O estudo e análise de estudos relativos ao método vigente é considerado de importância cabal não só no sentido da justificação científica de um método com potenciais grandes virtudes, como no sentido em que a sua factibilidade implica uma possível revolução na for-

ma como se faz fisioterapia (e desporto) junto dos utentes (Coelho, 2008 b/c).

Passemos, a seguir, à descrição dos ‘Mé-todos’.

MétodosFoi realizada, em 2007, uma pesquisa inicial na Medline com o termo “pos-tural re-education”, tendo sido obtido somente um estudo que envolvia o método RPG (Smania et al., 2003). Com utilização dessa mesma palavra-chave (‘postural re-education’) e também com os seguintes termos (‘reeducação postu-ral global’, ‘RPG’), em português, inglês e francês, foi realizada uma pesquisa, durante todo o ano de 2008 e início de 2009, na “Biblioteca Virtual em Saúde” (LILACS, MEDLINE, Biblioteca Cochrane, SciELO), PEDro, PhysioBase e Google.

O maior número de estudos foi obtido na “Biblioteca Virtual em Saúde” (24) e no Google. Foram desprezados os estu-

dos repetidos (por exemplo, um estudo aparecia publicado em três artigos dife-rentes) ou que saíssem do nosso propó-sito (“medir os ‘efeitos’ – enquanto va-riáveis dependentes – da RPG)”, tendo, no fim, resultado 14 estudos originais, incluindo todas as bases de dados.

Não foram efectuadas quaisquer deli-mitações de ordem temporal durante a pesquisa, tendo resultado que o estudo mais antigo obtido data de 1994, en-quanto que o estudo mais recente data de 2008.

A seguir, os estudos foram organizados e sistematizados numa tabela de meta-análise, por ordem crescente de anos, tendo sido definidas as diferentes vari-áveis dependentes e resumidos os prin-cipais efeitos e conclusões.

Essa tabela, assim como os dados mais importantes relativos aos estudos e sua organização, aparecem no capítulo ‘Re-sultados’

10Outubro

Dia Mundial da Saúde Mental

As perturbações mentais são altamente prevalentes e causam uma carga considerável em indivíduos, famílias e sociedades afectando cerca de 12% da população mundial, sendo aproximadamente 450 milhões ou uma em cada pessoa no mundo sofrerá uma enfermidade mental que se beneficiaria com o diagnóstico e tratamento.

13OutubroDia do Terapeuta Ocupacional (Brasil)

Os Terapeutas Ocupacionais são profissionais da área da saúde que tratam, através de programas de actividades físicas ou artísticas, de pessoas que apresentam disfunções relacionadas à alimentação, trabalho, higiene, forma de se vestir, que interferem na realização das actividades do dia-a-dia.

Os terapeutas elaboram programas de actividades físicas que estimulam a criatividade, o ajustamento vocacional, emocional e a reabilitação física, com o objectivo de reintegrar os seus pacientes na sociedade.

Fonte: ttp://www.ilhado.com.br/index.php?id_editoria=24&id=1852

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Autor (es )/ Ano

Sujeitos Métodos Resultados Discussão e Conclusões

Marques et al. (1994)

Rev. Bras. Reumatol . , 3 4 ( 5 ) : 2 3 2 -234.

N=20 pacientes com fibro-mialgiaAmostra por conveniência

Exercícios de alongamento de RPG realizados durante 6 ses-sões, com avaliação inicial da flexibilidade.

Tipo de estudo: Quasi-experimental

Dos 20 pacientes, 18 referiram melhoria, sendo que 65% a classi-ficaram como óptimo e bom, 25% referiram-na como regular e so-mente 10% afirmaram não possuir qualquer melhora. Melhorias esta-tisticamente significativas.

O estudo aponta para a importância dos exer-cícios de alongamento na melhoria das cadeias musculares comprome-tidas.

M a r q u e s (1994)

Rev. Fisio-ter. Univ. São Paulo, 1(1):34-7.

Dois casos com hérnia dis-cal cervical

Tipo de estudo: Estudo de caso (dois casos)

Caso 1: mulher, 42 anos, com dor há três anos na cervical e irradia-ção. Avaliação da flexibilidade das cadeias musculares ântero-interna do ombro, anterior do braço, e posterior, através de índices específi-cos: Schober, Stibor e terceiro dedo-chão.Realização de posturas “rã no chão”, “rã no ar” e postura “sentada”.

Caso 2: homem, 55 anos, com dor há três anos e dificuldades em movimentar os membros superiores. Dor na cervical com irradiação.Avaliação da flexibilidade com retracção das cadeias ântero-interna do ombro, anterior do braço, inspiratória e posterior, com índices específicos (idem).Realização de posturas “rã no chão” e “rã no ar”

Caso 1: Os sintomas desaparece-ram após a oitava sessão.

Caso 2: Os sintomas desaparece-ram a partir da 5ª sessão.

A RPG parece ser eficaz no tratamento dos sin-tomas derivados de hér-nias discais, com base na teoria segundo a qual os músculos posturais ca-recem de alongamento e não de fortalecimento.

M a r q u e s (1996)

Rev. Fisio-ter. Univ. São Paulo, 3 ( 1 / 2 ) : 6 5 -68.

Um caso de escoliose.Indivíduo com 17 anos, sexo feminino, com escoliose to-rácica direita de 20 graus, diagnosticada aos 14 anos, e com dor tóraco-lombar e nos membros inferiores.

Tipo de estudo: Estudo de casoAvaliação realizada nas posições de pé, sentada e inclinada para a frente. Avaliação das cadeias musculares por obser-vação. Avaliação radiográfica, com medição segundo o mé-todo de COBB.Tratamento com posturas “rã no chão”, posição de pé, sen-tada e inclinada à frente.

Dor tóraco-lombar desapareceu após seis sessões e dor nos mem-bros inferiores desapareceu após cinco sessões.Após 16 sessões houve uma dimi-nuição na curva escoliótica, sendo que o ângulo de curvatura passou de 20 para 10 graus.

É possível corrigir uma escoliose mesmo após o “pico de salto em al-tura”. A correcção da es-coliose implica “inclinar o tronco para o lado da convexidade e rodá-lo para o lado da concavi-dade” (p. 67).

Pita (2000)

Arq. Ci-ênc. Saú-de Unipar, 4 ( 2 ) : 1 5 9 -164.

Um caso de um pacien-te com 15 anos de idade, com cifose torácica com 55 graus, lombalgia crónica e “outros desvios posturais” (p. 161), com dor lombar após muito tempo de pé.

Tipo de estudo: Estudo de casoAvaliação postural realizada em pé no plano frontal anterior, no plano transverso, no plano sagital, em flexão do tronco e no plano frontal posterior.Foram realizadas posturas de “rã no ar” e “rã no chão”, com braços abduzidos e aduzidos. Posteriormente, foram realiza-das posturas com carga.Sessões de tratamento uma vez por semana, uma hora cada.

Quadro doloroso revertido após 5 sessões de tratamento. Após 35 sessões, os exames radiológicos mostraram diminuição da cifose to-rácica em 16 graus.Presença de alinhamento em todos os planos.

“A melhoria do paciente tratado pela técnica de Re-educação Postural Global foi significativa, porém gos-taríamos de salientar que as diversas técnicas não se excluem, mas se comple-mentam. (...) O movimento em si compreende equilí-brio entre os músculos da estática e os músculos da dinâmica” (p.163).

Teodori et al. (2003)

Rev. Bras. F i s i o t e r . , 7(1):25-30.

N=20 voluntários (sem pa-tologia), sexo feminino, entre 18 e 23 anos, que fo-ram divididos de forma ran-domizada em dois grupos, com o objectivo de avaliar o alongamento da muscula-tura inspiratória.

Dois grupos: um grupo de 10 participantes submetidos a “rã no chão com braços fechados” por 20 minutos; outro grupo de 10 participantes que não receberam qualquer alonga-mento, permanecendo em repouso por 20 minutos (grupo controlo).Tipo de estudo: ExperimentalAvaliação de pressões respiratórias máximas e toracometria em ambos os grupos, antes e após o período estabelecido.

Aumento da expansibilidade torá-cica e das pressões respiratórias máximas no grupo experimental relativamente ao grupo controlo, com significância estatística medi-da pelo método de Wilcoxon.

O RPG parece possuir vantagens a nível do funcionamento da mus-culatura (e função) res-piratória.“Os resultados sugerem investigar o efeito desse método de alongamen-to em pneumonopatias crónicas” (p. 30).

Castro e Lo-pes (2003)

Acta Fisiatr., 10(2):83-88.

Um paciente com 15 anos, com escoliose e quadro ál-gico na coluna dorsal e lom-bar há 3 anos.

Tipo de estudo: Estudo de casoAvaliação goniométrica, avaliação computadorizada me-diante colocação de marcadores e realização de medições. Avaliação radiológica.Reavaliação na 21ª sessão.Análise no programa Fisiologic.

Melhoria das amplitudes articula-res.Melhoria das angulações segundo avaliação computadorizada.Melhoria das angulações segundo avaliação radiológica.

Melhoria das amplitudes e da postura mediante a utilização do RPG. A ava-liação computadorizada parece ser um método fiável de medição.

Smania et al. (2003)

F u n c t N e u r o l . , 1 8 ( 4 ) : 2 1 9 -225.

N=4 pacientes com distonia cervical.

Quatro casos analisados individualmente, mediante utiliza-ção de testes de alinhamento articular, questionário sobre grau de disfuncionalidade e Escala Visual Análoga de Dor. Avaliação antes e após os tratamentos nos primeiro e se-gundo programas, e após 3, 6 e 9 meses e no fim dos tra-tamentos.Intervenção – duas abordagens: programa de biofeedback vs. RPG

Ambos os métodos tiveram resulta-dos semelháveis a nível de melho-ria funcional e redução da dor. Es-tes resultados mantiveram-se após 3-9 meses.

Os resultados prelimina-res sugerem que tanto o biofeedback quanto o RPG constituem bons programas de tratamen-to da distonia cervical.

ResultadosApós ter sido realizada uma organização dos estudos por ordem crescente de anos, os mesmos foram sistematizados no Quadro 1.

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Teodori et al. (2005)

F i s i o -ter. Mov., 18(1):27-35.

Um paciente com história de entorse da articulação tíbio-társica dta.

Tipo de estudo: Estudo de caso.Avaliação das modificações da distribuição da pressão plan-tar e localização do centro de força num sujeito que realizou entorse do tornozelo dto., utilizando uma plataforma de pressão Tekscan-Matscan, com apoio bi-podal livre e olhos abertos. Após constatação de assimetria na distribuição da pressão plantar, realizou-se uma sessão de RPG, seguida de avaliações em plataforma de pressão imediatamente após a intervenção e após 7, 14 e 30 dias da mesma.

Os resultados mostraram recupe-ração evidente da simetria, que se manteve por 7 dias. Após esse pe-ríodo, houve tendência à recupe-ração gradativa da assimetria, não alcançando, no entanto, os valores iniciais após 30 dias.

“Conclui-se que uma única sessão de RPG foi eficiente para reequilibrar a distribui-ção das pressões de contac-to e isso interferiu positi-vamente na localização do centro de força; porém, não promoveu a correcção defi-nitiva, sugerindo a necessi-dade de maior número de sessões (...)” (p. 27).

Gomes et al. (2006)

Acta Fisiatr., 1 3 ( 2 ) : 1 0 3 -108.

Um paciente com 40 anos, sexo masculino, com diag-nóstico de hemiparésia dta., com tempo de lesão de cinco anos.

Tipo de estudo: Estudo de casoAvaliação postural computadorizada mediante utilização do programa Fisiologic. Realização de ficha de avaliação neuro-lógica e postural.Registo fotográfico realizado em vários planos, após fixação de marcadores.Realização de 10 sessões de tratamento mediante a reali-zação das posturas: “rã no chão com abertura do ângulo coxo-femural”, “sentada com fechamento do ângulo coxo-femural” e em “pé contra a parede, com abertura do ângulo coxo-femural”.

Melhoria no padrão postural do doente como alinhamento dos acrómios, alinhamento da escápu-la, indicando diminuição da assime-tria do ombro, melhoria da cifose dorsal.Melhoria da base de apoio, e, se-gundo o doente, melhoria no equi-líbrio e na marcha.

O RPG poderá ser eficaz na melhoria do padrão postu-ral de doentes com hemi-parésia. “Embora a pesquisa tenha apresentado bons resulta-dos quanto à postura do paciente, seria necessário que fossem realizados no-vos estudos que correla-cionassem o tratamento da postura com algum tipo de actividade funcional, assim como, que tivessem um número maior de sessões e participantes” (p.108).

M o r e i r a e Soares (2007)

F i s i o -ter. Mov., 20(1):93-99.

N=5 pacientes do sexo fe-minino com alterações pos-turais, com 20-30 anos.

Realização individual de radiografias às pacientes na sema-na consecutiva à alta terapêutica e após 4 meses desta.Medição das distâncias lineares entre estruturas ósseas e avaliação estatística.

Não foram observadas diferenças esta-tisticamente significativas nas medições após os 4 meses de tratamento, o que é interpretado pelos autores como a au-sência da perda dos ganhos obtidos nas primeiras semanas de tratamento.

O RPG não proporcio-nou a melhoria das me-didas obtidas.

Fregonesi et al. (2007)

F i s i o -ter. Bras., 8 ( 2 ) : 1 4 0 -142.

Uma adolescente com es-coliose lombar idiopática.

Tipo de estudo: Estudo de casoA paciente foi submetida a tratamentos fisioterapêuticos se-manais, 1 sessão por semana, no decorrer de um ano.Duas avaliações clínicas e quatro avaliações radiológicas.Durante o tratamento foram realizadas correcções posturais nas diferentes posturas de RPG a fim de minimizar as retrac-ções musculares assimétricas.

Observou-se diminuição da rotação da vértebra mais rodada e estabili-zação do grau de inclinação lateral.

“Conclui-se, portanto, que o tratamento com RPG não foi suficiente para reduzir a angulação de uma escoliose evolutiva, porém estabilizou a curvatura” (p. 140).

Fozzatti et al. (2008)

Rev. Assoc. Med. Bras., 54(1):17-22.

N=26 mulheres com incon-tinência urinária.

Tipo de estudo: Estudo quasi-experimental (não randomi-zado). Todas as mulheres foram avaliadas por anamnese, exames clínicos e uroginecológico, e avaliação postural. Todas foram submetidas a tratamento com RPG, em sessões individuais de 50 minutos semanais por três meses e quinzenais por mais três meses.Ao término do tratamento, e após seis meses, as pacientes foram reavaliadas através do questionário de impressão ge-ral de melhora, dos domínios relacionados à Incontinência Urinária de Esforço do King’s Health Questionnaire.

No fim do tratamento, 4 pacientes (16%) estavam curadas, 18 (72%) melhoraram significativamente e 3 (12%) não apre-sentaram melhoria. Após seis meses, 6 pacientes (24%) estavam curadas, 16 (64%) melhoraram e 3 (12%) não melhoraram (dados significativos para p<0,001). Ao se avaliar a qualidade de vida das pacientes, observou-se me-lhoria significativa (p<0,05) em todos os domínios questionados. A avaliação funcional do Soalho Pélvico e do teste do absorvente também mostrou melho-ria significativa (p<0,001) nos diferentes tempos de colecta.

A RPG pode constituir uma alternativa eficaz ao tratamento da In-continência Urinária de Esforço.

Heredia e R o d r i g u e s (2008)

Rev. Bras. N e u r o l . , 44(3):19-26

N=18 pacientes (ambos os sexos) com fibrose epidural comprovada por Ressonân-cia Magnética.

Tipo de estudo: Quasi-experimental.Todos os pacientes responderam ao Questionário de Dor e Incapacidade Lombar de Roland-Morris, e foram avaliados por uma Escala Visual Análoga. Essas medidas foram utili-zadas sempre no momento inicial do tratamento, durante as sessões de RPG. Foram realizadas 15 sessões. Após o término do tratamento os pacientes foram reavaliados num período de 3 e 6 meses.

Diminuição significativa (p<0,05) dos níveis de dor em ambos os ins-trumentos de avaliação, em todos os pacientes.

A RPG demonstrou pos-suir efeitos muito posi-tivos na diminuição dos sintomas dolorosos em doentes com fibrose epidural.

Cunha et al. (2008)

C l i n i c s , 6 3 ( 6 ) : 7 6 3 -770.

N=31 pacientes com cer-vicalgia crónica, do sexo feminino, com idades entre 35 e 60 anos.

Tipo de estudo: Quasi-experimental.Dois grupos: grupo experimental (n=15) realizou posturas de RPG, enquanto grupo controlo realizou estiramento estático convencional (n=16).Os pacientes foram avaliados antes e depois do tratamento e num follow-up de 6 semanas. Avaliação da intensidade de dor (EVA), amplitude de movi-mento (goniometria) e através de um questionário de qua-lidade de vida. O programa de tratamento consistiu em sessões de um hora por semana, durante seis semanas.

Diminuição significativa da intensi-dade da dor e aumento das ampli-tudes em ambos os grupos. Qualidade de vida melhorou em ambos os grupos mas mais expres-sivo no grupo do “estiramento con-vencional”.Não houve diferenças significativas entre os grupos.

Tanto o RPG quanto o alongamento analítico parecem possuir efeitos positivos no tratamento da dor cervical crónica.O RPG não se demons-trou mais eficaz que o tratamento convencio-nal.

Quadro 1 - Quadro/Resumo dos estudos analisados

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Apesar de sobejamente demonstrados – porventura sintetizados – os resulta-dos por meio do Quadro 1, existem cer-tos aspectos (de natureza quantitativa) que deverão ser tidos em especial linha de conta:

• Dos 14 estudos apresentados, nove estudos correspondem a estudos de caso, quatro estudos são quasi-experimentais e apenas um estudo satisfaz as condições necessárias à consideração de “estudo experi-mental” (Teodori et al., 2003).

• Dentro dos estudos quasi-experi-mentais, a amostra varia entre n=18 (Heredia e Rodrigues, 2008) e n=31 (Cunha et al., 2008).

• Da totalidade dos estudos analisa-dos, apenas um estudo apresenta uma amostragem de voluntários sem patologia (Teodori et al., 2003). Neste estudo pretendia-se obter um conjunto de scores relativos a dados relacionados com a função respira-tória, antes e depois de aplicado o método. Por possuir randomização dos sujeitos e um grupo controlo, o estudo em questão satisfaz os crité-rios de estudo experimental (segun-do Christensen, 2004). Apresenta-se no nosso artigo a primeira versão publicada deste estudo (outras duas versões do mesmo estudo, publi-cadas em artigos póstumos, foram desprezadas por serem cópias to-tais do estudo publicado em 2003).

• Analisando os estudos, é possível verificar que cinco deles se referem a deformidades posturais (Castro e Lopes, 2003; Fregonesi et al., 2007; Marques, 1996; Moreira e Soares, 2007; Pita, 2000), o tipo de pertur-bação mais comummente tratada com a RPG (Coelho, 2008 a/b/c), enquanto que os outros estudos se referem a outros tipos de quadro nosológico e/ou funcional.

• Apenas três estudos se referem aos anos 90, enquanto que todos os ou-tros vão do ano 2000 ao ano 2008.

• A quase totalidade dos estudos (ex-cepto Smania et al., 2003 e Cunha et al., 2008) apresenta-se publicada em publicações de origem brasilei-ra.

DiscussãoInúmeros aspectos são relevantes para a nossa discussão, sendo que é de espe-cial interesse para o critério de uma boa cientificidade apresentar e dar relevo às limitações da presente revisão sistemá-tica.

Podemos começar com o último aspec-to referido nos ‘Resultados’. Exceptuan-do o último estudo apresentado, todos os outros estudos pertencem a publi-cações brasileiras. Esta limitação está claramente relacionada com o facto de estas publicações fazerem parte deter-minante do rol de artigos que incluem as bases de dados utilizadas. E também está relacionada com o facto de, pelo método RPG estar metodológica e co-mercialmente “inflaccionado” de forma inalienável no Brasil, se produzirem ob-viamente muitos trabalhos a partir do “país irmão”. Por outro lado, visto que o método tem origem em França seria de esperar que pudessem ser achados ar-tigos em língua francesa, coisa que não aconteceu, seja porque as revistas fran-cesas não estão mormente indexadas nas bases de dados analisadas, seja por-que – e é real – nos países europeus não existe uma tão forte tradição de estudo/investigação como existe no continente americano. Na realidade, como é suge-rido em Coelho (2008 c), na Europa, os métodos de Reeducação Postural, apeli-dados pelo autor de “neo-mézièristas” aparecem mais ligados a um paradigma de estudo conceptual do que propria-mente a um paradigma propriamente científico relacionado com metodolo-gias de investigação empírica.

O facto de a quase totalidade dos es-tudos ter sido realizada e publicada no Brasil levanta a problemática da “(in)variabilidade cultural”, não podendo ser obtidos resultados de diferentes cultu-ras, com a possibilidade de, inclusive, al-guns autores se conhecerem, repetirem e/ou influenciarem mutuamente.

O facto de a RPG constituir essencial-mente um método de natureza concep-tual ou cariz teorético explica o grande número de “estudos de caso” apresen-tados na nossa revisão sistemática. Obviamente, num ponto de vista de “convencional cientificidade”, no senti-do filosoficamente atribuído ao Positi-vismo, o “estudo de caso”, muitas vezes designado de “método ideográfico” não possui a qualidade científica determi-nante de um estudo de natureza expe-rimental. E é certo que, como ficou dito nos ‘Resultados’, a nossa Revisão inclui enquanto “estudos de caso” mais de metade dos estudos analisados (nove em 14). Deve ser dito que, numa aná-lise cuidadosa desses mesmos estudos de caso, nenhum satisfez as condições de inclusão na ‘categoria’ de “estudos experimentais de caso único” (categoria mais científica e diferente da de ‘estudos de caso’), segundo os critérios estabele-cidos em Christensen (2004). Por exem-plo, o desenho mais simples e linear de “estudos experimentais de caso único”, o desenho do tipo ABA, só é consubs-tanciável se for observada uma diminui-ção da influência da variável indepen-dente na variável dependente (portanto uma mudança do comportamento na variável dependente no sentido do que existia inicialmente) numa terceira fase da experiência. Tal “desenho” pode ter lógica para estudos do domínio de “sintomas”, mas dificilmente pode ser utilizado no respeitante à mensuração de variáveis como a “postura” e respec-tivos “índices de flexibilidade”, os quais, pela sua natureza, tendo melhorado, não voltam facilmente ao ponto de par-tida (ou seja, se a RPG melhora a flexibi-lidade essa melhoria tende a manter-se, sendo difícil provocar o “efeito de retor-no” obrigatório num esquema simples de “estudo experimental de caso úni-co”).

Ainda respeitante à questão dos estu-dos de caso, podemos dizer que, não obstante o limitado carácter de cien-tificidade dos mesmos segundo os câ-nones ou padrões convencionais, num certo ponto de vista, segundo uma pers-pectiva extremamente recente – deno-minada de “pós-modernismo” (ver, por exemplo, obras de Boaventura de Sousa Santos) – é possível aceitar esses estu-

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dos como uma hipótese plausível de investigação. Mas deixemos essas con-siderações para o campo dos estudos avançados de Epistemologia, os quais não deveriam, de qualquer maneira, ser excluídos de uma discussão metodoló-gica minimamente cabal.

Apesar do já elucidado carácter de “mí-nima cientificidade”, os estudos de caso não podem ser negligenciados, sendo que, mesmo que não tenham grande valor na sua individualidade, possuem decerto uma certa relevância se con-siderados em conjunto (ainda mais se observarmos que alguns dos estudos apresentados aqui como “estudos de caso” apresentam quatro e cinco ca-sos simultâneos... mas independentes). Ora, podemos verificar que, na maio-ria dos estudos de caso apresentados, a RPG apresentou resultados bastante relevantes; apesar de que esse “rele-vante” não possui aqui um significado verdadeiramente “estatístico”, pois é bem claro que esses diversos estudos de caso utilizaram somente métodos base de Estatística descritiva. No entan-to, nos estudos de caso mais recentes (Fregonesi et al., 2007; Moreira e Soa-res, 2007), o RPG não demonstrou pos-suir resultados significativos na melho-ria das alterações posturais. Por outro lado, nos dois estudos em que foi utili-zado o método de avaliação computa-dorizada (Castro e Lopes, 2003; Gomes et al., 2006), os resultados obtidos fo-ram bastante relevantes, o que nos leva a pensar que a mera avaliação por ob-servação naturalística (mesmo que au-xiliada por instrumentos de medição de angulações articulares) ou a avaliação radiológica não possuem ambas o grau de “sensibilidade” necessário à obten-ção das medidas. Pode ser considerado que a avaliação milimétrica por fotogra-fia digital com marcadores + computa-dor constitui aquela que denota a maior acuidade metodológica, sendo, portan-to, de aconselhar no respeitante à reali-zação de novos estudos.

O estudo de Smania et al. (2003) cons-titui o único “estudo de caso” (relativo, aliás, a quatro casos) de natureza com-parativa, no qual se comparam duas técnicas diferentes. Talvez seja por essa

“subtileza” que este é o único de todos os estudos analisados que se encontra na Medline.

Por outro lado, não podemos ir em des-primor dos outros estudos presentes na análise. Na sua maioria (Cunha et al., 2008; Fozzatti et al., 2008; Heredia e Rodrigues, 2008; Marques et al., 1994) são estudos quasi-experimentais, não sendo “totalmente experimentais” por lhes faltar a necessária randomização da amostra. Destes últimos, os três mais antigos (Fozzatti et al., 2008; Heredia e Rodrigues, 2008; Marques et al., 1994) não apresentam mais do que um grupo em que é realizado um esquema mais ou menos complexo de “pré – trata-mento – pós”. Somente em Cunha et al. (2008), a amostra se apresenta dividida num grupo experimental e num grupo com “outra técnica”, o qual serve simul-taneamente de controlo e placebo. Nes-te estudo não se comprovou a eficácia da RPG para além da outra técnica.

Se nos outros três estudos referidos a RPG demonstrou possuir efeitos clara-mente positivos, não podemos deixar de questionar a validade desses resul-tados, pois não apresentam grupo con-trolo ou grupo placebo. Isto limita for-temente os resultados obtidos, assim como a sua interpretação.

O estudo verdadeiramente experimen-tal da nossa meta-análise (Teodori et al., 2003) constitui um tipo de investigação longe de ser perfeita. Apesar de possuir um grupo experimental e um grupo con-trolo, não possui um grupo placebo que permitisse perceber até que ponto os resultados poderiam estar relacionados com o “entusiasmo do terapeuta colo-cado no tratamento”. Por outro lado, este mesmo estudo não abarca o tra-tamento de uma patologia; teve como objectivo avaliar a influência do RPG na capacidade respiratória dos participan-tes. Portanto, não é ainda o estudo que podemos considerar perfeito.

Em termos gerais, podemos verificar que a grande maioria dos estudos apon-ta para a existência de resultados posi-tivos relacionados com a RPG, mas, não obstante os resultados obtidos, os estu-

dos realizados ainda são “pobremente nomotéticos”, não possuindo metodo-logias verdadeiramente amadurecidas, e uma divisão da amostra coesamente realizada. Urge melhorar todos estes aspectos “científicos”, isto claro se con-tinuarmos a ater no conceito de Ciência um certo nível tradicional de objectivi-dade empírica.

ConclusõesApesar de possuir um carácter forte-mente conceptual, a ‘Reeducação Pos-tural Global’ aparece já consubstancia-da por vários estudos de natureza mais ou menos objectiva. Porém o carácter de cientificidade desses estudos, apesar de existente, é ainda metodologicamen-te pobre, rareando os estudos verda-deiramente experimentais. Urge iniciar uma linha de estudos com um maior poder de laboração metodológica e até epistemológica.

16OutubroDia Mundial da Alimentação (FAO)

Esta comemoração, que teve início em 1981, é na atualidade celebrada em mais de 150 países como uma importante data para consciensalizar a opinião pública sobre a questões da nutrição e alimentação.

Esta data assinala ainda a fundação da Organização das Nações Unidas para a Alimentação e Agricultura (FAO).

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20Outubro

Dia Mundial da Osteoporose

O Dia Mundial da Osteoporose assinala-se como alerta de uma doença incapacitante, que enfraquece os ossos e atinge grande parte das mulheres. Os dados conhecidos referem que em Portugal uma em cada cinco mulheres com mais de 50 anos sofre da doença. Os dados são da Direcção Geral de Saúde que adianta ainda que cerca de 9.500 portugueses sofrem anualmente fracturas na anca devido a esta doença e que entre 20 a 30 por cento dos doentes com fractura da anca morrem no ano seguinte à rotura e cerca de 40 por cento ficam com incapacidade grave.

Ainda segundo a Direcção Geral de Saúde esta doença e os tratamentos que são necessários custam ao Estado anualmente 52 milhões de euros em cuidados hospitalares.

Fonte: Associação Nacional Contra a Os-teoporose

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7NovembroNascimento de Marie Curie

A 7 de Novembro de 1867, nasce, em Varsóvia, capital da Polónia, a cientista Maria Sklodowska. Tendo ido viver para França, assume, após o casamento, o apelido do marido, passando a ser conhecida por Marie Curie. Recebeu o Prémio Nobel da Física em 1903 e o Prémio Nobel da Química em 1911

Fonte: www.leme.pt

11NovembroDescoberta dos Raios-X

Wilhelm Conrad foi um físico alemão que, em 8 de novembro de 1895, produziu radiação electromagnética nos comprimentos de onda correspondentes aos atualmente chamados Raios X. Este Este ano comemora-se o 115 aniversário da descoberta dos Raios-X.

Fonte: Wikipedia

30OutubroDia Nacional de Prevenção do Cancro da Mama Fonte: Sapo Saúde

Com esta data pretende-se sensibilizar a população nacional, em particular as mulheres, para a importância do rastreio e prevenção desta doença que afecta sobretudo, mas não apenas, as mulheres acima dos 45 anos. O auto-exame regular dos seios, por palpação, e a realização de mamografias são as principais medidas de prevenção. Se detectado precocemente, o cancro dos seios é, na grande maioria dos casos, curável.

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CaSoS ClíniCoS

SÍNDROME DE JEAVONS

Daniel Filipe Borges da Silva

Grupo de Cirurgia de Epilepsia do Centro Hospitalar de Lisboa Ocidental

(Hospital Egas Moniz / Hospital S. Franscisco Xavier)

Doutorando em Neurociências pela Faculdade de Medicina da Universidade do Porto

Criança do sexo feminino actualmente com 9 anos, é re-ferenciada à consulta da especialidade por persistência de episódios de pestanejo rápido e repetitivo associados a desvio dos olhos para cima. Adicionalmente os pais refe-rem que fica sem responder às perguntas. Estes episódios terão tido inicio aos 6 anos de idade, particularmente evi-dentes quando sob sol (praia p.e.) ou estímulos luminosos particulares (computador p.e.), podendo inclusive provo-car a queda da criança quando se apresentavam mais pro-longados e não se interrompia a exposição ao estímulo.

GI; P1 (1ª Gestação / 1º Parto) – P-3500g; C-50.0cm; PC-34.5cm; I.A.-9/10.

Pais saudáveis, não consanguíneos. Gravidez vigiada com várias consultas ao longo da gestação.

Parto eutócico de termo (40s) sem intercorrências. Perío-do peri-natal sem quaisquer complicações.

Antecedentes Familiares -> Mãe com quadro semelhante por volta da mesma idade; agora com diagnóstico de en-xaqueca com aura visual. Primo em 1º grau (lado mater-no) com epilepsia, medicado e controlado.

Antecedentes Patológicos -> Sem particular relevância.

Por suspeita de Epilepsia a criança já teria realizado EEG (electroencefalograma) de rotina que revelava alterações paroxísticas relatadas como generalizadas (embora não especificadas), sendo por isso medicada com Diplexil® 500mg/d - sem sucesso no controlo das crises.

Neste contexto, opta-se por realização de Monitorização Vídeo-EEG (Sistema 10 – 20 de eléctrodos).

Fig.1 - Nomenclatura e correlação neuroanatómica dos eléctrodos

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Fig. 2 – Em sala iluminada, o EEG revela actividade paroxística generalizada com manifestações clínicas associadas (mioclonias palpebrais). A actividade paroxistica inter-ictal (ponta-onda) é mais ampla nas regiões posteriores de ambos os hemisférios.

Fig. 3 – Em sala escura, o EEG não apresenta alterações patológicas específicas. A reactividade da electrogénese de base está conservada na abertura/oclusão palpebral.

Fig. 4 – Imediatamente após ligar a luz da sala, o EEG demonstra características sobreponíveis ás da Fig. 2

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F u n d a m e n t o s Teóricos

Síndrome de Jeavons (mioclonias palpe-brais com ausências) é umas das epilep-sias generalizadas idiopáticas reflexas mais interessantes, com manifestações clínicas e electroencefalográficas bem definidas. Foi extensamente descrita pelo Prof. Jeavons a partir de 1977 e do-cumentada por numerosos casos clíni-cos. Esta síndrome é caracterizado pela tríade de mioclonicas palpebrais com e sem ausências, crises induzidas pelo fe-char dos olhos e actividade paroxística associada no EEG e fotossensibilidade.

Actualmente esta síndrome ainda não é reconhecida pela ILAE (International League Agaist Epilepsy), mas foi aceite m novo tipo de crise por esta entidade – mioclonias palpebrais com ou sem au-sências. Estas crises podem ocorrer em muitas condições epilépticas de etiolo-gia idiopática, sintomática ou provavel-mente sintomática.

Dados Demográficos

O início é tipicamente na infância, com um pico aos 6 – 8 anos de idade (ampli-tude de 2 – 14). Existe uma incidência de 2:1, raparigas:rapazes. A prevalên-cia do Síndrome de Jeavons ronda os 3% entre adultos com epilepsia e 13% dentro das IGE (epilepsias generalizadas idiopáticas) com ausências.

Manifestações Clínicas

Os sinais patognomónicos da Síndrome de Jeavons são as mioclonias palpebrais e não as ausências. Estas mioclonias consistem concretamente num pestane-jo muito rápido, involuntário, frequen-temente associado ao supra-desvio con-jugado do olhar e retropulsão da cabeça (mioclonias palpebrais sem ausências). Nesta fase pode existir ligeira a mode-rada alteração do estado de consciência (mioclonias palpebrais com ausências). As crises são breves (3 – 6 segundos) e ocorrem principalmente após o fechar de olhos e consistentemente várias ve-zes por dia. Todos os pacientes são fo-tossensíveis.

Síndrome de JeavonsSíndrome de Jeavons

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Fig. 5 – Em sala iluminada, faz-se uma reacção de suspensão (abrir e fechar os olhos com seg. de intervalo) em tudo idêntica ao realizado na Fig. 3. Aqui, a oclusão dos olhos desencadeia um surto de actividade paroxística generalizada, em contraste ao verificado em sala escura.

Fig. 6 – Durante a ELI (Estimulação Luminosa Intermitente) a 10.0 Hz desencadeia uma crise de mioclonias palpebrais prolongada, com perda do estado de consciência (não cumpre ordens sim-ples). As manifestações clínicas persistem até cessar o estímulo – terminando também a activida-de ictal no EEG.

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São praticamente impossíveis de evitar a existência de CTCG’s (crises tónico-clónicas generalizadas) no longo curso da epilepsia, sendo particularmente despoletadas por factores precipitan-tes como por exemplo a privação de sono, consumo de álcool e modifica-ções abruptas e despropositadas do es-quema terapêutico dos anti-epilépticos. Tipicamente, estas crises são escassas e evitáveis. Existe ainda a potencialidade de mioclonias/clonias dos membros su-periores e/ou inferiores, ainda que in-frequentes e aleatórias.

O estado de mal epiléptico de mioclonias palpebrais espontâneo ao acordar ou induzido por estímulos lu-minosos ocorre em 1/5 dos pacientes. Consiste numa sequência repetitiva bastante prolongada, embora descontí-nua, destas mioclonias específicas com alteração da consciência.

Factores Precipitantes

O factor precipitante mais po-tente é o fechar dos olhos voluntá-rio, involuntário ou reflexo. Na grande maioria (em algumas séries, todos) dos pacientes as crises surgem na oclusão

palpebral na presença de luz ambiente (ininterrupta). Em contraste, não são induzidas crises pelo fechar de olhos na escuridão total. Contrariamente a outras formas de epilepsias fotossen-síveis que são sensíveis a apenas luzes intermitentes, os pacientes com Síndro-me de Jeavons são igualmente sensíveis a luzes claras e contínuas. Isto deve-se provavelmente ao efeito potenciado das luzes claras na ‘eye-closure sensiti-vity’.

Auto-indução

Algumas das séries clínicas mais impor-tantes e grande parte dos epileptologis-tas considera inquestionavelmente que as mioclonias palpebrais no Síndrome de Jeavons como uma estratégia usada pelos pacientes para auto-desencadear estimulação luminosa intermitente e subsequentemente provocar crises. Ainda assim, serão raros os casos e exis-tem dúvidas sobre esta auto-indução ser deliberada e premeditada, podendo ser esta fenomenologia em tudo seme-lhante às formas compulsivas da Síndro-me Gilles de la Tourette.

Etiologia

Síndrome de Jeavons é uma condição homogénea geneticamente determinada. Uma anamnese cuidada destes pacientes revela quase na totali-dade outros familiares portadores desta síndrome ou história familiar de epilep-sia.

Procedimentos Diagnósticos

Todas as avaliações/exames complementares de diagnóstico são normais, há excepção obviamente do EEG. Particularmente, o Vídeo-EEG é o procedimento de eleição para o diag-nóstico desta síndrome. São observadas frequentes descargas de grande ampli-tude de 3 – 6 Hz de pontas/geralmente poliponta-onda. Estes complexos de ac-tividade paroxística estão relacionados com o fechar dos olhos, isto é, ocorrem imediatamente após (entre 0.5 a 2 se-gundos) após encerramento palpebral num laboratório iluminado podendo durar alguns segundos (2 – 4 segundos).

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Estas mesmas descargas são eliminadas pelo mesmo procedimento, mas sem qualquer luminosidade – sala comple-tamente escura. Adicionalmente, a res-posta fotoparoxística à ELI (estimulação luminosa intermitente) é visível em to-dos os pacientes jovens, não medicados e poderá estar atenuada ou ausente em pacientes adultos ou então sob te-rapêutica anti-epiléptica. As alterações paroxísticas são também exacerbadas pela hiperventilação.

Durante o sono, as descargas comprovam-se mais curtas e com mani-festações clínicas muito subtis (quando presentes) mesmo em pacientes com múltiplas crises durante o registo em vigília. As características do EEG e mani-festações clínicas deterioram invariavel-mente após o acordar. Um EEG normal é raro, mesmo em pacientes clinicamente controlados.

Diagnóstico Diferencial

O diagnóstico diferencial na Sín-drome de Jeavons é simples, devido às típicas mioclonias palpebrais que, uma vez observadas, não serão esquecidas ou confundidas com outras condições. Mais, o EEG com as características das descargas associadas ao fechar dos olhos e fotossensibilidade não deixa margem para erro no diagnóstico.

Como uma simples regra, a pre-sença de mioclonias palpebrais deve elevar imediatamente o índice de sus-peição de estarmos na presença desta síndrome. Ainda assim, frequentemente observamos as mioclonicas palpebrais a serem desvalorizadas e confundidas com tiques faciais, por vezes durante vários anos. Convém igualmente não interpretar erroneamente estas mioclo-nias com o fechar rítmico ou aleatório dos olhos por vezes encontrado em ou-tras formas de IGE com ausências que acontecem ab initio nas crises, como por exemplo da epilepsia típica de au-sências da infância ou epilepia miocló-nica juvenil.

O sintoma/crise de mioclonias palpebrais per si não é suficiente para caracterizar a Síndrome de Jeavons, de-vido a poder coexistir em outras epilep-sias criptogénicas e sintomáticas, que serão ‘denunciadas’ pelo atraso no de-senvolvimento psicomotor, dificuldades de aprendizagem, défices neurológicos, alterações na ressonância magnética cerebral e electrogénese de base anor-mal no EEG.

Prognóstico

A Síndrome de Jeavons é uma condição crónica, isto é, persistirá para toda a vida mesmo que as crises se encontrem 15

NovembroDia Nacional da Língua Gestual Portuguesa

A Língua G e s t u a l Portuguesa (LGP) é a língua u t i l i z a d a pelos surdos portugueses e é uma língua visual que se baseia nos movimentos, configuração e orientação das mãos e na expressão facial das pessoas que comunicam em LGP. A utilização das duas línguas (a oral e a gestual) ao mesmo tempo é impossível porque elas têm gramáticas diferentes entre si.

bem controladas com fármacos anti-epilépticos. O sexo masculino tem me-lhor prognóstico que o feminino. Existe uma tendência para a fotossensibilida-de desaparecer na vida adulta. As mio-clonias palpebrais manter-se-ão, sendo altamente resistentes à terapêutica, podendo inclusive ocorrer várias vezes ao dia, frequentemente sem qualquer alteração comprovada de consciência ou fotossensibilidade evidente.

Follow-up

De acordo com relatos não comprova-dos cientificamente, as drogas de 1ª linha são o valproato de sódio (VPA), etossuximida (ETX) e clonazepam (CZP). Nos anti-epilépticos de nova geração, o levetiracetam (LEV) assume-se como potencial mais valia no controlo das crises, derivado fundamentalmente às suas propriedades anti-mioclónicas e anti-fotossensíveis. A lamotrigina (LTM) pode exacerbar as mioclonias. É crucial o controlo dos factores precipitantes de crise bem como actividade da vida di-ária. Por exemplo, existem registos de pacientes fotossensíveis terem benefi-ciado de um tratamento não farmaco-lógico, por exemplo, no uso de óculos com lentes escuras especiais.

14NovembroDia Mundial da Diabetes

A celebração do Dia Mundial da Diabetes, tem como finalidade primária chamar a atenção das entidades oficiais, dos profissionais de saúde, da comunicação social e da comunidade em geral para a problemática da Diabetes Mellitus. O Dia Mundial da Diabetes é organizado pela Federação Internacional de Diabetes (IDF), com o apoio da Organização Mundial de Saúde (OMS), visando uma maior consciencialização das pessoas para os problemas dos diabéticos. O crescente sedentarismo das sociedades actuais faz com que doenças como a diabetes aumentem em flecha. Uma alimentação saudável e a prática de exercicio fisico regular são fundamentais para a prevenção desta e de outras doenças.

Fonte: Sociedade Portuguesa de Diabetologia

Síndrome de Jeavons

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PORTARIA n.º 337-A/2010, de 16 de Junho (MINISTÉRIOS DA ECONOMIA, DA INOVAÇÃO E DO DESENVOLVIMENTO E DA SAÚDE) Primeira alteração à Portaria n.º 312-A/2010, de 11 de Junho, que estabelece as regras de for-mação dos preços dos medicamentos, da sua alteração e ainda da sua revisão anual

RESOLUÇÃO DA ASSEMBLEIA DA REPÚBLICA Nº.56/2010, DE 23 DE JUNHOColocação dos especialistas de medicina geral e familiar

PORTARIA N.º 364/2010, DE 23 DE JUNHODefine o regime de preços e comparticipações a que ficam sujeitos os reagenes (tiras-teste) para determinação de glicemia, cetonemia e cetonú-ria e as agulhas, seringas e lancetas destinadas a pessoas com diabetes.DESPACHO N.º10760/2010 DE 29 DE JUNHODetermina que todos os hospitais, centros hos-pitalares ou unidades locais de saúde integra-dos no sector empresarial do Estado e no sector público administrativo devem elaborar um pla-no de redução da despesa para o corrente ano de 2010.

DESPACHO N.º10761/2010Estabelece orientações gerais nas contratações de profissionais nos hospitais E.P.E.

PORTARIA N.º455-A/2010, DE 30 DE JUNHORegula a dispensa de medicamentos ao público, em quantidade individualizada, nas farmácias de oficina ou de dispensa de medicamentos ao público instaladas nos hospitais do Serviço Na-cional de Saúde e revoga a Portaria n.º697/2009, de 1 de Julho.

AVISO n.º 11334/2010, de 08 de Junho (MINISTÉRIO DA SAÚDE) Lista de medicamentos comparticipados com início de comercialização a 1 de Abril de 2010

DECRETO-LEI n.º 64/2010, de 09 de Junho (MINISTÉRIO DA SAÚDE) Adapta ao progresso científico e técnico as nor-mas e os protocolos dos ensaios de medica-mentos para uso humano, procede à segunda alteração ao Decreto-Lei n.º 176/2006, de 30 de Agosto, e transpõe a Directiva n.º 2009/120/CE, da Comissão, de 14 de Setembro

DESPACHO n.º 9871/2010, de 11 de Junho (MINISTÉRIO DA SAÚDE) Definição da idade pediátrica em Portugal

DESPACHO n.º 9872/2010, de 11 de Junho (MINISTÉRIO DA SAÚDE) Criação, em cada região de saúde, de unidades coordenadoras funcionais de saúde materna e neonatal e de saúde da criança e do adolescente

PORTARIA n.º 312-A/2010, de 11 de Junho (MINISTÉRIOS DA ECONOMIA, DA INOVAÇÃO E DO DESENVOLVIMENTO E DA SAÚDE) Estabelece as regras de formação dos preços dos medicamentos, da sua alteração e ainda da sua revisão anual

PORTARIA n.º 326/2010, de 16 de Junho (MINISTÉRIOS DAS FINANÇAS E DA ADMINIS-TRAÇÃO PÚBLICA, DO TRABALHO E DA SOLIDA-RIEDADE SOCIAL E DA SAÚDE) Fixa os preços dos cuidados de saúde e de apoio social prestados nas unidades de internamento e ambulatório da Rede Nacional de Cuidados Continuados Integrados (RNCCI), a praticar no ano de 2010

Legislação Jun/Jul/Ago 2010

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Legislação Jun/Jul/Ago 2010DESPACHO N.º10816-A/2010, DE 30 DE JUNHOSão aprovados os preços de referência dos gru-pos homogéneos de medicamentos, para vigo-rar no trimestre civil que se inicia em 1 de Julho de 2010.

DECRETO-LEI n.º 89/2010, de 21 de Julho (MINISTÉRIO DA SAÚDE)Aprova o regime excepcional de contratação de médicos aposentados pelos serviços e estabele-cimentos do Serviço Nacional de Saúde.

PORTARIA n.º 572/2010, de 26 de Julho (MINISTÉRIO DA SAÚDE) Actualiza o programa de formação da área pro-fissional de especialização de cirurgia plástica, estética e reconstrutiva.

DESPACHO n.º 12082/2010, de 27 de Julho (MINISTÉRIO DO TRABALHO E DA SOLIDARIE-DADE SOCIAL) Fixa o valor diário a pagar pela segurança social, por utente, às unidades de longa duração e ma-nutenção da Rede Nacional de Cuidados Conti-nuados Integrados.

DECRETO-LEI n.º 98/2010, de 11 de Agosto (MINISTÉRIO DO AMBIENTE E DO ORDENAMEN-TO DO TERRITÓRIO) Estabelece o regime a que obedecem a classi-ficação, embalagem e rotulagem das substân-cias perigosas para a saúde humana ou para o ambiente, com vista à sua colocação no mer-cado, transpõe parcialmente a Directiva n.º 2008/112/CE, do Parlamento Europeu e do Con-selho, de 16 de Dezembro, e transpõe a Directi-va n.º 2006/121/CE, do Parlamento Europeu e do Conselho, de 18 de Dezembro.

DESPACHO n.º 12455/2010, de 02 de Agosto (MINISTÉRIO DA SAÚDE) Determina as situações patológicas que bene-ficiam de comparticipação integral na adminis-tração da hormona do crescimento.

DESPACHO n.º 12458/2010, de 02 de Agosto (MINISTÉRIO DA SAÚDE) Alteração do anexo do despacho n.º 10 280/2008, de 11 de Março, publicado no Diário da República, 2.ª série, n.º 69, de 8 de Abril de 2008, que definiu as condições de dispensa e utilização de medicamentos opióides prescritos para o tratamento da dor crónica não oncológi-ca moderada a forte.

DESPACHO n.º 12459/2010, de 02 de Agosto (MINISTÉRIO DA SAÚDE) Comparticipação dos medicamentos destinados ao tratamento da doença de Alzheimer.

PORTARIA n.º 615/2010, de 03 de Agosto (MINISTÉRIO DA SAÚDE) Estabelece os requisitos mínimos relativos à or-ganização e funcionamento, recursos humanos e instalações técnicas para o exercício da acti-vidade das unidades privadas que tenham por objecto a prestação de serviços médicos e de enfermagem em obstetrícia e neonatologia.

PORTARIA n.º 674/2010, de 11 de Agosto (MINISTÉRIO DA SAÚDE) Prorroga, até 18 de Julho de 2011, a duração do Programa «Integração profissional de médicos imigrantes» (PIPMI).

Fonte: Newsletter DIGESTO

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01DezembroDia Mundial da Luta Contra a Sida

Este é um dia que tem que deve ser relembrado por todo o mundo, pois o Sindrome da Imunodeficiencia Adquirida (SIDA), apesar de ter quase três décadas, é uma epidemia e um problema a escala mundial pois até ao momento já infectou 60 milhões de pessoas dos quais 25 milhões já faleceram. Dá que pensar... este numero de mortes daria para dizimar toda a população existente em Portugal.

Por todo o mundo esta epidemia continua a fazer vitimas, o numero de órfãos em países com elevada prevalência desta doença não pára de aumentar.

Mais de 15 milhões de crianças perderam um ou ambos os progenitores por doença associada à sida, e prevê-se que, em 2010, este número possa atingir os 40 milhões.

02DezembroDia Internacional para a Abolição da Escravatura

No dia em que se comemora a abolição da escravatura, em pleno século XXI, continuam a existir cerca de 27 milhões de pessoas, que vivem presas a uma exploração laboral da qual não se conseguem libertar.

Fonte: www.un.org

03DezembroPrimeiro transplante, com êxito, de um Coração Humano

Na cidade sul africana do Cabo, a 3 de Dezembro de 1967, o cirurgião Christian Barnard e a sua equipa realizam, com êxito, o primeiro transplante de um coração humano. O paciente, Louis Washkansky, sobreviveu 18 dias.

Fonte: www.leme.pt

Dia Internacional dos Deficientes

O dia Internacional das Pessoas com Deficiência é uma data comemorativa internacional promovida pelas Nações Unidas desde 1998, com o objetivo de promover uma maior compreensão dos assuntos concernentes à deficiência e para mobilizar a defesa da dignidade, dos direitos e o bem estar das pessoas. Procura também aumentar a consciência dos benefícios trazidos pela integração das pessoas com deficiência em cada aspecto da vida política, social, econômica e cultural. A cada ano o tema deste dia é baseado no objetivo do exercício pleno dos direitos humanos e da participação na sociedade, estabelecido

pelo Programa Mundial de Ação a respeito das pessoas com deficiência, adotado pela Assembléia Geral da ONU em 1982.

Fonte: http://pt.wikipedia.org

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10DezembroDia Da Declaração Universal Dos Direitos Humanos

A Declaração Universal dos Direitos Humanos foi adotada pela ONU em 10 de dezembro de 1948 (A/RES/217). Esboçada principalmente por John Peters Humphrey, do Canadá, mas também com a ajuda de várias pessoas de todo o mundo - Estados Unidos, França, China, Líbano entre outros, delineia os direitos humanos básicos. A Assembléia Geral proclama a presente Declaração Universal dos Direitos Humanos como o ideal comum a ser atingido por todos os povos e todas as nações, com o objetivo de que cada indivíduo e cada órgão da sociedade, tendo sempre em mente esta Declaração, se esforce, através do ensino e da educação, por promover o respeito a esses direitos e liberdades, e, pela adoção de medidas progressivas de caráter nacional e internacional, por assegurar o seu reconhecimento e a sua observância universal e efetiva, tanto entre os povos dos próprios Estados-Membros, quanto entre os povos dos territórios sob sua jurisdição.

Fonte: http://pt.wikipedia.org

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