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trabalho de conclusão em arquiteturaTRANSCRIPT
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CENTROUNIVERSITRIODINMICA DAS
CATARATAS
CURSO DEARQUITETURAE URBANISMO
Misso: FormarProfissionais
capacitados,
socialmente
responsveis e
aptos a promoverem as transformaes futuras
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2BIBLIOTECA MUNICIPAL
RAFAEL PARAISO GUILETE
Foz do Iguau - PR2013
RAFAEL PARAISO GUILETE
BIBLIOTECA MUNICIPAL
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3Trabalho Final de Graduaoapresentado aos Profs. Ms. LucioFreitas e Ms. Silvia Tas Betat, comorequisito parcial de avaliao dadisciplina de Trabalho Final deGraduao I, do Curso de Arquitetura eUrbanismo do Centro UniversitrioDinmica das Cataratas (UDC).
Foz do Iguau PR2013
RESUMO
Este trabalho busca resgatar a importncia histrico-cultural da biblioteca e
tem como objetivo comprovar a viabilidade da implantao de uma nova Biblioteca
Municipal na cidade de Foz do Iguau utilizando-se dos mais modernos recursos
para proporcionar comodidade e conforto aos usurios deste espao. Pesquisas
documentais, bibliogrficas e de campo foram realizadas para a coleta de
informaes necessrias ao trabalho. O projeto aborda o conceito da informao
como algo que deve ser acessvel a todos, bem como a transparncia na
distribuio do acervo, sempre visando a facilidade no acesso informao como
forma de enriquecimento cultural e intelectual. Foram realizadas anlises de
correlatos temticos como forma de ampliar o conhecimento respeito das
biblioteca e o estudo dos correlatos tericos que serviro como fonte de pesquisa
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4sobre a arquitetura Ps-Modernista High-Tech. Aps a definio do terreno foram
analisadas suas caractersticas e o entorno sendo assim possvel definir a
volumetria atravs dos croquis esquemticos. A partir dos resultados alcanados
conclui-se a viabilidade de uma nova Biblioteca Municipal em Foz do Iguau.
Palavras chaves: Arquitetura High-Tech, informao, acessibilidade.
ABSTRACT
This work seeks to rescue the historical and cultural importance of the library
and aims to prove the feasibility of installing a new municipal library in the city of Foz
do Iguau using the most modern resources to provide convenience and comfort to
users of the space. Documentary research, bibliographic and field were conducted to
collect information necessary for the work. The project addresses the concept of
information as something that should be accessible to all, as well as transparency in
the distribution of the collection, always aiming for ease of access to information as a
form of cultural and intellectual enrichment. Analyses of related theme as a way to
expand the knowledge about the library and the related theoretical study that will
serve as a source of research on the Post-Modernist architecture High-Tech. After
defining the terrain characteristics were analyzed and the surroundings so it is
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5possible to define the volumetric through schematic sketches. From the results
obtained it is concluded the feasibility of a new Municipal Library in Foz do Iguau.
Key words: High-Tech Architecture, information, acessibility.
SUMARIO
INTRODUO1. REFERENCIAL TERICO1.1. CULTURA1.2. A BIBLIOTECA121.2.1. A Histria da Biblioteca131.2.2. A Histria da Biblioteca no Brasil151.3. A BIBLIOTECA COMO FORMA DE CULTURA61.4. TIPOLOGIAS DE BIBLIOTECAS171.5. O MOVIMENTO PS-MODERNO201.5.1. Arquitetura Ps-Moderna High-Tech222. METODOLOGIA E PROCEDIMENTOS METODOLGICOS242.1. PESQUISA BIBLIOGRFICA242.2. PESQUISA DOCUMENTAL242.3. PESQUISA DE CAMPO252.3.1. QUESTIONRIO262.3.2. ENTREVISTA ESTRUTURADA262.3.3. OBSERVAO DIRETA27
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63. ANLISE DE CORRELATOS273.1. CORRELATO TEMTICO273.1.1. Biblioteca Central da Unitri283.1.1.1. Ficha Tcnica283.1.1.2. Anlise da Forma293.1.1.3. Anlise da Funo323.1.1.4. Anlise da Tecnologia343.1.2. Biblioteca da Universidade Positivo353.1.2.1. Ficha Tcnica353.1.2.2. Anlise da Forma363.1.2.3. Anlise da Funo383.1.2.4 Anlise da Tecnologia403.2 CORRELATO TERICO413.2.1. Biblioteca em So Caetano do Sul413.2.1.1. Ficha Tcnica423.2.1.2. Anlise da Forma433.2.1.3. Anlise da Funo453.2.1.4. Anlise da Tecnologia463.2.2. Prdio Pblico da Nasa473.2.2.1. Ficha Tcnica483.2.2.2. Anlise da Forma483.2.2.3. Anlise da Funo513.2.2.4. Anlise da Tecnologia523.3 ANLISE GERAL DOS CORRELATOS524. INTERPRETAO DA REALIDADE544.1. FOZ DO IGUAU544.1.1. Caractersticas Fsicas554.2. DADOS CULTURAIS E SCIO-ECONONMICOS564.3. RESULTADOS DA PESQUISA574.3.1. Visita Tecnica574.3.2. Entrevista com a Bibliotecaria584.3.3. Questionario594.4. INTERPRETAO DOS DADOS654.5. CONSIDERACOES SOBRE A VIABILIDADE655. ESTUDO DO OBJETO675.1. JUSTIFICATIVA DA ESCOLHA DO TERRENO675.2. LOCALIZACAO DO TERRENO675.3. ENTORNO IMEDIATO725.3.1. REGIAO DE INFLUENCIA745.3.2. Sistema Viario Circundante755.3.3. Equipamentos Urbanos e Infra Estrutura755.4. CARACTERISTICAS DO TERRENO765.4.1. Orientacao Solar775.4.2. Ventos Predominantes785.4.3. Topografia805.4.4. Edificacoes Exisitentes815.4.5. Vegetacao Existente816. DIRETRIZES PROJETUAIS836.1. CONCEITUACAO836.2. PROGRAMA DE NECESSIDADES E PRE-DIMENSIONAMENTO85
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76.3. ORGANOGRAMA886.4. FLUXOGRAMA906.5. ZONEAMENTO92CONCLUSAO94APNDICE A - QUESTIONARIO96APNDICE B ENTREVISTA97REFERNCIAS BIBLIOGRFICAS99
LISTA DE FIGURAS
Figura 01: Centro Pompidou, Paris 22Figura 02: Biblioteca Central da Unitri - Fachada 28Figura 03: Biblioteca Central da Unitri-Anlise Simetria em Fachada 29Figura 04: Biblioteca Central da Unitri- Analise Simetria em Planta Baixa 30Figura 05: Biblioteca Central da Unitri- Anlise Hierarquia em Fachada 30Figura 06: Biblioteca Central da Unitri- Anlise Hierarquia em Planta Baixa 31Figura 07: Biblioteca Central da Unitri- Anlise Volumes em Fachada 31Figura 08: Biblioteca Central da Unitri- Anlise Volumes em Planta Baixa 32Figura 09: Biblioteca Central da Unitri- Anlise Circulaes 33Figura 10: Biblioteca Central da Unitri Analise Acessos 33Figura 11: Biblioteca Central da Unitri Detalhe Estrutura Metlica 34Figura 12: Biblioteca Universidade Positivo - Fachada 35Figura 13: Biblioteca Universidade Positivo Analise Simetria em Fachada 36Figura 14: Biblioteca Universidade Positivo Analise Simetria em Planta Baixa 37Figura 15: Biblioteca Universidade Positivo Analise Hierarquia em Fachada 37Figura 16: Biblioteca Universidade Positivo Analise Circulaes Nvel 0 38Figura 17: Biblioteca Universidade Positivo Analise Circulaes Nvel 4,95 39
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8Figura 18: Biblioteca Universidade Positivo Analise Acessos 39Figura 19: Biblioteca Universidade Positivo Vista Painis de Vidro 40Figura 20: Biblioteca Universidade Positivo Detalhe Revestimentos 41Figura 21: Biblioteca So Caetano do Sul - Fachada 42Figura 22: Biblioteca So Caetano do Sul Analise Simetria em Fachada 43Figura 23: Biblioteca So Caetano do Sul Analise Simetria em Planta Baixa 43Figura 24: Biblioteca So Caetano do Sul Analise Hierarquia em Fachada 44Figura 25: Biblioteca So Caetano do Sul Analise Hierarquia em Planta Baixa 44Figura 26: Biblioteca So Caetano do Sul Analise Circulaes Primeiro Pvto. 45Figura 27: Biblioteca So Caetano do Sul Analise Circulaes Segundo Pvto. 45Figura 28: Biblioteca So Caetano do Sul Analise Acessos 46Figura 29: Biblioteca So Caetano do Sul Vista a partir da Avenida Gois 47Figura 30: Prdio Publico da Nasa - Fachada 48Figura 31: Prdio Publico da Nasa Analise Simetria em Fachada 49Figura 32: Prdio Publico da Nasa Analise Simetria em Implantacao 49Figura 33: Prdio Publico da Nasa Analise Hierarquia em Fachada 50Figura 34: Prdio Publico da Nasa Analise Ritmo em Fachada 50Figura 35: Prdio Publico da Nasa Analise Acessos 51Figura 36: Localizao do Municpio de Foz do Iguau 55Figura 37: Fachada Fundao Cultural de Foz do Iguau 58Figura 38: Acervo Fundao Cultural 58Figura 39: Diviso Regional Socio-poltico Administrativas de Foz do Iguau 68Figura 40: Mapa de Foz do Iguau com Insero do Terreno Escolhido 69Figura 41: Mapa Parcial de Foz do Iguau com Insero do Terreno Escolhido 69Figura 42: Imagem Parcial de Foz do Iguau com Insero do Terreno Escolhido 70Figura 43: Vista Frontal do Terreno Escolhido 70Figura 44: Vista Lateral do Terreno Escolhido 71Figura 45: Indicao do Entorno Imediato ao Terreno Escolhido 73Figura 46: Sistema Virio Circundante com Indicao das Vias 75Figura 47: Indicao das Fotos do Terreno Escolhido 76Figura 48: Vista 01 Terreno 77Figura 49: Vista 02 Terreno 77Figura 50: Vista 03 Terreno 77Figura 51: Vista 04 Terreno 77Figura 52: Vista 05 Terreno 77Figura 53: Vista 06 Terreno 77Figura 54: Imagem com Demonstrao da Posio Solar no Terreno Escolhido 78Figura 55: Direcionamento e Velocidade Media Anual dos Ventos 79Figura 56: Ventos Predominantes 79Figura 57: Topografia do Terreno Escolhido 80Figura 58: Ponto de Taxi 81Figura 59: Monumento Igreja Batista 81Figura 60: Vegetao Existente 82Figura 61: Organograma Pavimento Subsolo 89Figura 62: Organograma Pavimento Trreo 89Figura 63: Organograma Primeiro Pavimento 90Figura 64: Fluxograma Pavimento Subsolo 91Figura 65: Fluxograma Pavimento Trreo 91Figura 66: Fluxograma Primeiro Pavimento 92Figura 67: Organograma Pavimento Subsolo 92
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9Figura 68: Organograma Pavimento Trreo 93Figura 69: Organograma Primeiro Pavimento 93
LISTA DE GRFICOS
Grfico 01: Grfico referente aos dados pessoais - Genero. 59Grfico 02: Grfico referente aos dados pessoais Faixa Etaria 60Grfico 03: Grfico referente aos dados pessoais - Escolaridade 60Grfico 04: Grfico referente a preferncia por um espao cultural na cidade 61Grfico 05: Grfico referente a existncia de locais adequados para atividades 61Grfico 06: Grfico referente a suficincia de locais adequados a atividades 62Grfico 07: Grfico referente a frequncia de eventos culturais 62Grfico 08: Grfico referente aos atrativos importantes em uma Biblioteca 63Grfico 09: Grfico referente ao local ideal para a implantao da Biblioteca 63Grfico 10: Grfico referente a quantidade de pessoas que j frequentou 64Grfico 11: Grfico referente a qualidade da estrutura fsica da atual Biblioteca 64
LISTA DE QUADROS
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Quadro 01: Cronologia da Historia de Biblioteca 14Quadro 02: Parmetros Construtivos de Ocupao do Solo Urbano 72Quadro 03: Atividades e Uso do Solo Urbano em reas Especiais 72Quadro 04: Programa de Necessidades Setor Social 85Quadro 05: Programa de Necessidades Setor Apoio e Acervos 86Quadro 06: Programa de Necessidades Setor Administrativo e Funcional 87Quadro 07: Programa de Necessidades Setor Servios 87
LISTA DE ESQUEMAS
Esquema 01: Ilustrao Estante de Livros 84Esquema 02: Ilustrao do Desenvolvimento do Partido - Fachada 84Esquema 03: Ilustrao do Desenvolvimento do Partido Detalhe Brises 84
INTRODUO
Foz do Iguau o stimo municpio mais populoso do Paran com
aproximadamente 250.000 habitantes. Sua economia est baseada no turismo e
possui em seu territrio uma das sete maravilhas do mundo que so as Cataratas do
Iguau. A Itaipu binacional tambm faz parte da cidade e a segunda maior
hidreltrica do mundo em produo de energia. A cidade tem uma caracterstica
nica que a grande miscigenao cultural, pessoas de diversos lugares do mundo
convivem harmoniosamente em Foz do Iguau.
Apesar de tantas referncias culturais e uma grande carga histrica, a cidade
no possui uma biblioteca municipal com estrutura suficiente para atender a
demanda cultural da trplice fronteira.
A Biblioteca Municipal existente hoje em Foz do Iguau localiza-se no prdio
do antigo frum da cidade e sua estrutura no adequada para a sua funo,
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embora o prdio tenha passado por algumas alteraes durante os anos para
abrigar a biblioteca, problemas como a falta de espao e de iluminao adequadas
no foram solucionados.
Com o intuito de suprir essa necessidade no somente cultural mas tambm
social, este estudo apresenta uma abordagem Biblioteca Municipal como elemento
necessrio para o desenvolvimento da cultura e da aprendizagem.
Por se tratar de um bem comum, a biblioteca deve permitir o acesso a todos,
sem distino se sexo, raa, idade ou status social e seu acervo deve cumprir s
suas funes educacionais, informativas, culturais e recreativas.
A proposta consiste na criao de uma Biblioteca Municipal que ter como
principal caracterstica possuir, alm de todos os requisitos bsicos para um edifcio
com esta finalidade, um local para palestras e eventuais apresentaes culturais e
um restaurante, ao estilo coffee-bar para promover a utilizao do espao e
incentivar a utilizao da biblioteca como meio de pesquisa, entretenimento e
socializao.
A pesquisa visa comprovar a viabilidade da construo de uma nova
Biblioteca Municipal no Municpio de Foz do Iguau e tem como objetivos
especficos estudar as definies e conceitos necessrios para a implantao de
uma Biblioteca Municipal; estudar a histria e a evoluo das Bibliotecas Municipais
no Brasil e no mundo; determinar, dentre as escolas de arquitetura, a mais
adequada ao local de implantao da biblioteca; buscar correlatos de forma, funo
e tecnologia que venham a servir de base para a elaborao do projeto; definir o
local mais adequado para a implantao de uma Biblioteca no municpio; coletar
dados junto populao local para medir o nvel de aceitao da proposta no
municpio; analisar as caractersticas e costumes da populao regional para que
seja possvel definir o pblico alvo; descobrir, atravs de visita tcnica na atual
Biblioteca Municipal de Foz do Iguau, as principais caractersticas e deficincias do
local alm de pesquisar a legislao relacionada ao tema e ao terreno proposto.
O trabalho ser estruturado em seis captulos, sendo que cada um tratar os
temas necessrios para justificar o tema proposto.
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O primeiro captulo apresenta a biblioteca e suas definies, um breve
histrico das biblioteca no mundo, as tipologias de bibliotecas e a escola de
arquitetura que ser adotada para a elaborao do projeto.
O segundo captulo ser baseado na metodologia utilizada para que seja
possvel obter dados relevante e as fontes tericas sobre o tema.
No terceiro captulo sero apresentados os correlatos escolhidos para o
desenvolvimento do projeto, sendo dois temticos relacionados Biblioteca e dois
tericos relacionados escola de arquitetura Ps-Modernista High Tech que ser
utilizada. Todos sero analisados por sua forma, funo e tecnologia.
O quarto captulo apresenta a interpretao da realidade do municpio de Foz
do Iguau e o mais importante para comprovar a viabilidade do projeto atravs dos
resultados das pesquisas realizadas.
No quinto captulo ser feito o estudo do objeto, a anlise do terreno
escolhido bem como o seu entorno e suas caractersticas fsicas.
O sexto e ltimo captulo apresenta as diretrizes projetuais que envolvem o
conceito que ser adotado no projeto, alm do partido arquitetnico, programa de
necessidade, organogramas e fluxogramas e zoneamento.
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1. REFERENCIAL TERICO
1.1. CULTURA
Acredita-se que o homem adquiriu a cultura a partir do momento que o
crebro dos seres-humanos foi modificado pelo processo evolutivo, sendo capaz de
fabricar instrumentos simples, caar e se comunicar. (LARAIA, 2008).
De acordo com Vanucchi (2002, p.23) "cultura tudo aquilo que no
natureza. Por sua vez, toda ao humana na natureza e com a natureza cultura",
ou seja "tudo que produzido pelo ser humano cultura."
Taylor apud Silva (2006) afirma que cultura tudo aquilo produzido pela
humanidade, seja no plano concreto ou no plano imaterial, desde artefatos e objetos
at ideais e crenas.
Santos (2003, p.07) compreende que:
Cultura uma preocupao contempornea, bem viva nos tempos atuais. uma preocupao em entender os muitos caminhos que conduziram osgrupos humanos s suas relaes presentes e suas perspectivas de futuro.
No entanto, o conceito de cultura tal como o conhecemos hoje, foi utilizado
pela primeira vez na Alemanha no sculo XVIII, como forma de se contrapor
expanso territorial dos franceses e ingleses que se utilizavam do argumento de que
seus inimigos eram sociedades culturalmente inferiores para justificar seus mtodos
de explorao territorial. (SCHALINS, 2001).
Entretanto os alemes entendiam a cultura como sendo algo que os
diferenciava dos demais povos e que a cultura era fruto dos diferentes modos de
vida da sociedade. (STRINATI, 1999).
Santos (2003, p.20) separa cultura em duas concepes sendo que a primeira
preocupa-se com todos os aspectos de uma realidade social, ou seja, diz respeito
tudo aquilo que caracteriza a existncia social de um povo ou nao. J a
segunda refere-se mais especificamente ao conhecimento, s ideias e crenas[...].
Ao analisarmos por este ponto de vista, os comportamentos dos seres-
humanos em sociedade, sua maneira de ver o mundo e at mesmo seus gostos
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pessoais podem ser considerados uma herana cultural. Indivduos de um
determinado grupo podem facilmente ser identificados por diversas caractersticas
semelhantes. (KERSTEN, 2007).
Kersten (2007) acredita que uma das principais caractersticas da sociedade
humana a diversidade cultural e que esta no est definida em seu cdigo
gentico. A cultura algo que se produz e a sociedade humana acaba se produzindo
a partir dela.
1.2. A BIBLIOTECA
Segundo Ferreira (1999), a palavra biblioteca pode significar: 1.Coleo
pblica ou privada de livros e documentos congneres, para estudo, leitura e
consulta. 2. Edifcio ou recinto onde ela se instala 3. Mvel onde se guardam e/ou
ordenam livros.
Schwarcz (2002) afirma que a palavra biblioteca origina-se do grego a partir
da unio de duas palavras biblio e tke que juntas significam "prateleira ou depsito
para guardar livros, escritos, rolos de papiro e de pergaminho arrumados em
estantes".
J Perrotti (1990) costuma cham-las de "estaes de conhecimento", ou
seja, um local de aprendizagem que podem ser estimuladas no apenas pela
presena dos livros, mas tambm por suportes tecnolgicos como os computadores.
Seja qual for a definio etimolgica do termo, Wisniewski (2009) afirma que
"uma biblioteca no pode ser vista apenas como depsito de escritos, mas acima de
tudo um espao voltado a pesquisas e construo de saberes".
Cunha (2003) entende que:
A biblioteca pblica tem a informao como seu permanente objeto detrabalho e a comunicao como processo continuo do saberbibliotecrio.Biblioteca comunicao que se materializa na disseminaodo conhecimento registrado, no uso de redes eletrnicas, na convivncia noambiente que permite a partilha e discusso de informaes,conhecimentos, vivncias.
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Atualmente, as Bibliotecas Pblicas tem como papel fundamental difundir a
cultura e o saber de modo geral, gerando conhecimento de forma a possibilitar a
diminuio da desigualdade social to presente em nosso pas. (SCHWARCZ,
2002).
1.2.1. A Histria da Biblioteca
Os primeiros homindeos datam de aproximadamente 5 milhes de anos e o
homem permaneceu praticamente to primitivo quanto esses milhares de anos at
meados de 10 mil anos passados. Com o crescimento dos aldeamentos e a
necessidade de organizao da sociedade, a palavra falada j no era suficiente.
Inventou-se ento a escrita como forma de acmulo de conhecimento humano.
(HORCADES, 2007).
Com o acmulo de material escrito e sem lugar adequado para o seu
armazenamento, eis que surge um tipo de espao especfico para guardar este tipo
de material. (HORCADES, 2007).
Durante a antiguidade existiram inmeras bibliotecas e estas eram bem
distintas entre si. As diferenas se davam de acordo com o tipo de suporte que fazia
parte de seu acervo. (MARTINS, 2002)
Vale salientar que neste perodo as bibliotecas no tinham carter pblico e
somente eram utilizadas como depsito de livros, para no dizer apenas
esconderijos de livros, organizados em armrios com divisrias e empilhados lado a
lado. (MARTINS, 2002)
Battles apud Santos (2003) salienta que:
[...] a reunio das obras em grande nmero ajudava, na verdade, mais adestruio que a preservao, e a maior parte das que sobreviverampertenciam a pequenas colees particulares. Ainda hoje, difcildeterminar a quantidade de obras que se perderam em incndios ecatstrofes por estarem reunidas em grandes quantidades.
A histria das bibliotecas pode ser sintetizada a partir da cronologia
apresentada no quadro 01.
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PERODO HISTRICO E ACERVO3000 a.C. A biblioteca de Nnive o maior exemplar de biblioteca neste perodo.
Seu acervo era composto por mais de 25 mil blocos de argila contendo
registros comerciais e escritos sagrados. Localizava-se na Mesopotmia
e pertencia ao Rei Assurbanipal II Grcia Clssica As bibliotecas faziam parte dos templos e era importante local de
encontro de letrados e espao de discusso, porm sua produo
literria era verbal.Sculo III a.C Essa poca caracteriza-se por possuir a biblioteca de Alexandria,
planejada para proteger os pergaminhos do rei do Egito. Chegou a ter
mais de 7 mil pergaminhos e possua sala de leitura, oficina de copistas
e arquivo para documentos oficiais.Sculo I a.C Nesta poca surgem as primeiras bibliotecas pblicas. Os mais
abastados criaram suas prprias bibliotecas particulares onde
mantinham em segredo escritos da Grcia e de povos latinos. Com a
comercializao dos livros surge uma nova profisso: os copistas.Sculo VIII e IX Praticamente todos os textos de valor comercial podiam ser copiados e
conservados. Afonso X, criou a Escola de Tradutores de Toledo.Idade Mdia Uma ao realizada por monges encarregados de copiar livros clssicos
e religiosos, auxiliou na conservao da literatura.Sculo XIII Com o surgimento das universidades e escolas surgiram tambm as
bibliotecas anexadas s instituies de ensino.Sculos XIV e XV Aps a inveno da imprensa, as bibliotecas passaram a ser uma
necessidade daqueles que buscavam pelo conhecimento.Sculo XVI Como forma de evitar o extravio dos livros, os mesmos foram
organizados de forma ficarem acorrentados s prateleiras, permitindo
somente a leitura no local.Idade Moderna
1602-1731
Nesta poca as bibliotecas eram vistas como indicao de poder,
portanto somente os reis e nobres possuam livros e at mesmo
bibliotecas particulares. Por volta do sculo XVI surgem as chamadas
bibliotecas pblicas. Nesta poca surgiram as primeiras bibliotecas com
emprstimo de livros aos usurios, tornando o conhecimento acessvel a
todos.Sculos XVII e XVIII Abertura das bibliotecas dos nobres todos os usurios e surgimento da
profisso de bibliotecrio.Sculo XIX Com a Revoluo Industrial todas as bibliotecas pblicas foram
popularizadas.Sculo XX O combate a analfabetizao, a preocupao com a educao e a
modernizao dos meios de impresso marcam o surgimento das
tecnologias virtuais.Sculo XXI A partir de polticas de incluso digital nas escolas e nas residncias
ocorre a democratizao das bibliotecas virtuais.Quadro 01: Cronologia da histria da biblioteca.Fonte: Informaes adaptadas pelo autor a partir de informaes de PINHO E MACHADO (2003).
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1.2.2. A Histria da Biblioteca no Brasil
A atual Biblioteca Nacional do Brasil considerada pela Unesco uma das dez
maiores bibliotecas nacionais do mundo e seu acervo de aproximadamente nove
milhes de itens. Grande parte proveniente da antiga livraria de Dom Jos, esta, foi
reorganizada para substituir a Livraria Real de Lisboa. (FBN, 2002).
Devido s invases napolenicas a corte portuguesa muda-se para o Brasil e
junto dela inicia-se o itinerrio da Biblioteca Real no Brasil. Entre os itens trazidos
pela corte, encontravam-se livros, mapas, manuscritos, medalhas e moedas
totalizando um acervo de sessenta mil peas. O acervo foi mantido inicialmente em
uma das salas do Hospital do Convento da Ordem Terceira do Carmo, no Rio de
Janeiro. Em 1810, D. Joo decretou que a instalao do Hospital do Convento se
transforme como a Real Biblioteca, porm somente em 1814 foi aberta ao pblico.
(FBN, 2002).
Santos (2010) afirma que:
No Brasil, a histria das bibliotecas at o incio do sculo XIX pode serresumida em trs etapas sucessivas. Inicia-se com as bibliotecas dosConventos e Particulares, passa-se pela fundao da Biblioteca Nacional echega-se at a criao da Biblioteca Pblica da Bahia.
At a inaugurao da Biblioteca Real, de forma geral, os livros no Brasil
Colonial eram escassos e no havia muitas bibliotecas particulares. A maioria dos
livros concentrava-se em mosteiros e conventos, principalmente da Ordem Jesutica,
onde instalaram uma biblioteca no municpio de Salvador, Bahia. (SANTOS, 2010).
Fundada em 13 de maio de 1811, a Biblioteca Pblica da Bahia foi
administrada por Dom Marcos de Noronha e Brito, o Conde dos Arcos. Mas a
verdadeira iniciativa foi de um rico senhor de engenho, Pedro Gomes Ferro Castelo
Branco e de um grupo de homens cultos que frequentavam secretamente clubes
manicos, liam livros franceses de idias filosficas e polticas. A biblioteca da
Bahia continha apenas quatro mil livros, sendo trs mil em lngua francesa,
curiosamente esses livros foram emprestados e no doados pelo Conde dos Arcos.
(SANTOS, 2010).
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Desde a fundao da Biblioteca Real no Brasil, seu acervo foi acrescentado
por inmeras aquisies e doaes. H duas doaes que foram muito
interessantes para a instituio: a biblioteca particular de Frei Veloso que possua
cerca de 2500 volumes e do poeta Silva Alvarenga com 1576 volumes. (SANTOS,
2010)
Atravs do acervo, quando o Brasil se separou oficialmente de Portugal,
negociou a compra da Real Biblioteca, foi pago oitocentos contos de ris, cerca de
12,5% do total do pagamento pelos objetos deixados pela Corte. Para mediar a
negociao entre os dois pases foi chamado o ingls Charles Stuart, que
concretizou um emprstimo feito pelo Brasil no valor de um milho e quatrocentos
mil libras esterlinas. (SOUZA, 2005).
Atualmente, a Fundao da Biblioteca Nacional a nica beneficiria da Lei
10.994 de 14 de dezembro de 2004, dispondo-se sobre a remessa de obras
Biblioteca Nacional. Toda a produo intelectual nacional, a elaborao, controle e
divulgao da Bibliografia Brasileira e tambm a preservao da lngua e da cultura
nacional so asseguradas atravs da Lei do Depsito Legal. (FBN, 2002).
Os livros e o conhecimento regrado ao pblico estiveram presentes nos
mosteiros e nos conventos durante o Brasil Colonial, porm o acesso direto ao
pblico ocorreu no final do sculo XVIII. A histria da biblioteca relaciona-se
diretamente com as experincias e o cotidiano do ser humano, atravs disso o
conhecimento pde ser preservado e disseminado ao longo do tempo. (SANTOS,
2010).
1.3. A BIBLIOTECA COMO FORMA DE CULTURA
Ao longo dos anos a biblioteca criou, em conjunto com uma minoria de
participao popular, bens simblicos que defendem como sendo patrimnio cultural
da humanidade. Falta s bibliotecas entenderem que as diversas crenas, rituais e
diferenas sociais tambm so vistas como forma de cultura e tm a tarefa de
reconhec-los como bens culturais e explor-los na sua nobre tarefa de informar.
(FEITOSA, 1998).
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Cunha (2002) entende que o espao da biblioteca capaz de contribuir para
o desenvolvimento da cultura e o cultivo dos valores humanos atravs da
convivncia com outras culturas.
Feitosa (1998, p.36) complementa afirmando que vista pelo ngulo das
bibliotecas, cultura tudo o que se relaciona com suas convenes, e no-cultura
tudo o que estiver fora desse espao.
Compreende-se ento, segundo Feitosa (1998), que s possvel
interpretarmos algo como sendo cultura partir do que podemos observar como no
cultura, ou seja, o espao extracultural da biblioteca.
Alves, Guerra e Alves (2005) compreendem que a biblioteca pblica uma
espcie de centro cultural da comunidade onde pessoas com os mesmos interesses
culturais se renem e por este motivo necessitam de uma estrutura para realizao
de eventos.
1.4. TIPOLOGIAS DE BIBLIOTECAS
Sobre as tipologias de bibliotecas, afirmam os autores Pimentel, Bernardes e
Santana (2007, p.23):
importante entender que a tipologia de cada biblioteca nos ajuda no s aperceber a funo social de cada uma, como tambm requer umconhecimento mais apurado da comunidade na qual a biblioteca estinserida, evidenciando principalmente suas necessidades e seus anseiospor informao e hbitos culturais. Ter conhecimento das necessidades dacomunidade que propiciar o estabelecimento de diretrizes e aes quepermitiro alcanar os resultados almejados com o fazer cultural eeducacional.
Sobre as bibliotecas escolares, Martins (2002) explica que sua principal
funo fornecer material de pesquisa para professores e alunos que abordem
variados temas e modalidades da educao bsica.
Pimentel, Bernardes e Santana (2007, p.23) complementam afirmando que
uma biblioteca escolar:
-
20
[...] localiza-se em escolas e organizada para integrar-se com a sala
de aula e no desenvolvimento do currculo escolar. Funciona como
um centro de recursos educativos, integrado ao processo de ensino-
aprendizagem, tendo como objetivo primordial desenvolver e
fomentar a leitura e a informao.
J uma biblioteca universitria, segundo Pimentel, Bernardes e Santana
(2007, p.23), "[...] parte integrante de uma instituio de ensino superior e sua
finalidade oferecer apoio ao desenvolvimento de programas de ensino e
realizao de pesquisas".
Bellei (2002) explica que a as bibliotecas universitrias so destinadas a
atender exclusivamente alunos e professores nas suas necessidades de consulta e
pesquisa.
Uma biblioteca especializada, segundo Pimentel, Bernardes e Santana (2007,
p.23), tem como finalidade "[...] promover toda informao especializada de
determinada rea".
A biblioteca infantil, de acordo com Pimentel, Bernardes e Santana (2007,
p.23), tem como "[...] objetivo primordial o atendimento de crianas com os diversos
materiais que podero enriquecer suas horas de lazer. Visa a despertar o
encantamento pelos livros e pela leitura e a formao do leitor".
Pimentel, Bernardes e Santana (2007, p.23) afirmam que a biblioteca nacional
[...] a depositria do patrimnio cultural de uma nao. Encarrega-se deeditar a bibliografia nacional e fazer cumprir o depsito legal. Em algunscasos, essa biblioteca, nica, em cada pas, necessita de uma polticaespecial de recursos e, por falta de interesse na conservao do patrimnionacional, torna-se um depsito de livros, sem meios suficientes para difundirsua valiosa coleo.
O Manifesto da Unesco sobre Bibliotecas Pblicas (1994) sintetiza que:
Os servios da biblioteca pblica devem ser oferecidos com base naigualdade de acesso para todos, sem distino de idade, raa, sexo,religio, nacionalidade, lngua ou condio social. Servios e materiaisespecficos devem ser postos disposio dos utilizadores que, porqualquer razo, no possam usar os servios e os materiais correntes,como por exemplo minorias lingusticas, pessoas deficientes, hospitalizadasou reclusas.
Citados os tipos de bibliotecas existentes e as caractersticas de cada uma
delas, voltamos principal para o nosso estudo, a biblioteca pblica, que segundo
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21
Cunha (2002) possuem quatro funes bsicas: educacional, informacional, cultural
e recreacional.
Funo Educacional
Desde seu surgimento, a funo principal da biblioteca pblica era dar suporte
educao devido s inmeras reivindicaes do povo que buscava ter acesso
educao gratuita. Atualmente, pela precariedade ou inexistncia das bibliotecas
escolares, essa funo permanece, fazendo com que a biblioteca pblica assuma
esse outro papel. (CUNHA, 2002)
Funo Informacional
Arruda (2000) afirma que a origem da funo informacional nas bibliotecas
surgiu a partir da Segunda Guerra Mundial com o objetivo de oferecer informaes
adequadas, rpidas e precisas.
Para Junior (2003) a funo informacional
[...] fruto de um estudo de usurio que tenha detectado a necessidade da
populao por informaes para atender e fazer face a problemas
cotidianos, mas de um interesse da prpria biblioteca: lutar por uma fatia
maior do oramento destinado aos equipamentos culturais.
Suaiden (1980) afirma que
A implantao do servio de informao a comunidade nas bibliotecas
pblicas, a partir do diagnstico das necessidades de informao da
comunidade e com uma ampla interao entre as partes (biblioteca e
comunidade), pode ser de grande importncia para o desenvolvimento de
todos os setores da comunidade.
Funo Cultural
O Manifesto da Unesco sobre Bibliotecas Pblicas (1994) aponta trs tpicos
relacionados funo cultural de uma biblioteca pblica, sendo eles:
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22
Promover o conhecimento sobre a herana cultural, o apreo pelas artes e
pelas realizaes e inovaes cientficas;
Facilitar o acesso s diferentes formas de expresso cultural das
manifestaes artsticas;
Fomentar o dilogo inter-cultural e, em especial, a diversidade cultural.
Funo Recreativa
O Manifesto da Unesco sobre Bibliotecas Pblicas (1994) aponta dois tpicos
relacionados funo recreativa de uma biblioteca pblica, sendo eles:
Oferecer possibilidades de um criativo desenvolvimento pessoal;
Estimular a imaginao e criatividade das crianas e jovens.
1.5. O MOVIMENTO PS-MODERNO
A arquitetura durante o movimento moderno, segundo Portoghesi (1982),
passou a ser vista, assim, como uma espcie de marca que qualifica e
distingue os produtos da atividade construtiva do homem, os quais, quer
sejam projetos ou obras realizadas, resultam de uma mediao intelectual
consciente entre as demandas da sociedade e sua traduo em objetos.
A segunda metade dos anos sessenta marca o surgimento de uma nova
gerao de arquitetos e as primeiras tentativas de desvincular as tradies do
Movimento Moderno, que ao longo dos anos cinquenta manifestou-se por toda a
Europa e pelos demais pases. (MONTANER, 2001).
Nesbitt (2008) afirma que:
[...] as objees ideologia do movimento moderno e a uma arquitetura
moderna degradada e banalizada avolumaram-se e proliferaram
rapidamente, vindo a constituir o que se denominou de crtica ps-moderna.
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23
Essas novas correntes e concepes, segundo Montaner (2001), comeam a
se materializar tendo como base a tradio crtica dos anos cinquenta e observam-
se mudanas radicais e um enorme distanciamento por parte da arquitetura do
Movimento Moderno.
Montaner (2001) afirma que se durante o ps-guerra a idia que
predominava entre arquitetos e crticos era a conscincia da continuidade, no
comeo dos anos sessenta se estende a idia de crise do Movimento Moderno.
Portoghesi (2002) entende que a arquitetura deve ser vista como instrumento
de explorao de novas formas para se constituir uma relao entre os
assentamentos humanos e a natureza, entre os novos edifcios e o ambiente onde
sero construdos.
Compreende-se ento, segundo Montaner (2001), que do dilema entre crise
e continuidade dos anos cinquenta passam para uma poca de novas propostas de
carter metodolgico que compreendem novos sistemas de entender e projetar a
arquitetura.
Kopp apud Portoghesi (2002) salienta que A arte moderna ensinou-nos a
abandonar a tradio; isto deve ensinar-nos a romper com a tradio da arte
moderna.
Sobre o ps-moderno, Portoghesi (2002) assim o define:
[...] mais evolucionista que revolucionrio; no nega a tradiao modernamas a interpreta de forma livre, a integra e rev criticamente seus erros e
acertos. Contra os dogmas da univalncia, da coerncia estilstica pessoal,
do equilbrio esttico ou dinmico, contra a pureza e a ausncia de qualquer
elemento vulgar, a arquitetura ps-moderna revalida a ambiguidade e a
ironia, a pluralidade dos estilos, o duplo cdigo que lhe permite voltar-se ao
mesmo tempo para o gosto popular, atravs da citao histrica ou
verncula [...]
Venturi (2004, p.xx) afirma que possvel reconhecer os elementos ps-
modernos como sendo objetos hbridos e contaminados, ambguos, complexos e
distorcidos, em vez de diretos, triviais ou articulados, igualmente tediosos e
interessantes, tradicionais e inovadores, corretos e equivocados.
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24
Danto (2005), porm, acredita que embora seja possvel reconhecer a
arquitetura ps-modernista, catalogar seus elementos contrape a ideia do ps-
modernismo da qual tenta renunciar a todos os traos que o identifiquem.
Compreende-se ento que o ps-modernismo caracteriza-se por questionar
as formas e solues modernistas, rgidas e homogneas, e tambm as solues
adotadas pelos modernistas ao ignorar os espaos, a cultura e os significados,
buscando somente atender a um ideal de homem que s existia como modelo.
(CREMASCO, 2011).
Grandes nomes tais como Robert Venturi, Charles Moore, Aldo Rossi, Michael
Graves entre outros destacam-se neste perodo por inserir conceitos arquitetnicos
inovadores, tornando o ps-modernismo um momento de pluralidade no que se diz
respeito temtica dos projetos. Como exemplo deste momento podemos citar o
Centro Pompidou em Paris, projeto do arquiteto Renzo Piano, reconhecido como
smbolo da Paris Contempornea e que tem neste edifcio o smbolo de uma poltica
cultural inovadora. (MONTANER, 2001).
Figura 01: Centro Pompidou, ParisFonte: http://www. http://blogdaleili.blogspot.com.br/2013_03_01_archive.html
1.5.1. Arquitetura Ps-Moderna High-Tech
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25
Apesar das crticas contra o poder destrutivo e totalitrio da tecnologia por
parte dos ecologistas e alguns ps-modernistas nos anos oitenta, tm se voltado
novamente a confiana no seu uso racional. (MONTANER, 2001)
Esta arquitetura, segundo Montaner (2001, p.xx):
[...] rejeita sempre qualquer retorno historicista ou qualquer jogo formal,
decorativo ou arbitrrio. Continua vigente a confiana nos princpios bsicos
das vanguardas do inicio do sculo, especialmente o papel central
outorgado tecnologia como fonte de inspirao. [...]
A arquitetura high-tech caracteriza-se pelo uso de elementos de construo
prprios de edificaes industriais, tais como tubulaes de metal e sadas de
ventilao semelhantes s encontradas em navios. (COELHO, 2005)
2. METODOLOGIA E PROCEDIMENTOS METODOLGICOS
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26
Para a realizao deste trabalho sero utilizados procedimentos
metodolgicos como pesquisa bibliogrfica, onde pretende-se estudar propostas e
solues para problemas existentes, pesquisa documental, onde ser possvel obter
informaes referentes legislao e a pesquisa de campo que ser subdividida em
questionrio, entrevista estruturada e observao direta para que seja possvel obter
informaes relacionadas ao tema proposto.
2.1. PESQUISA BIBLIOGRFICA
A pesquisa bibliogrfica o primeiro procedimento a ser realizado em uma
pesquisa cientfica e procura buscar solues para determinado problema ou
assunto em referncias tericas j publicadas anteriormente em livros, artigos, teses
ou dissertaes. (CERVO; BERVIAN; DA SILVA, 2010)
J Severino (2008, p. 122) diz que a pesquisa bibliogrfica aquela que se
realiza a partir do registro disponvel, decorrente de pesquisas anteriores, em
documentos impressos, como livros, artigos, teses etc.
Em todos os campos do conhecimento necessrio uma pesquisa
bibliogrfica para que seja possvel conhecer o estgio que se encontra determinado
assunto. Essas informaes podem ser adquiridas em livros, jornais, revistas entre
outros meios de publicao. (PARRA FILHO; SANTOS, 2001)
A pesquisa bibliogrfica ser utilizada com o intuito de adquirir informaes e
conhecimentos sobre os tipos de biblioteca existentes, as possveis formas de
implantao, correlatos de forma e funo alm de solues arquitetnicas adotadas
por outros arquitetos e profissionais para a elaborao de uma Biblioteca Municipal.
2.2. PESQUISA DOCUMENTAL
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27
A pesquisa documental tem como objetivo analisar no s documentos
impressos, mas tambm filmes, jornais, fotos, gravaes e outros documentos,
ainda em fase de matria-prima, que necessitam de investigao e anlise por parte
do pesquisador. (SEVERINO, 2008).
Alm de a pesquisa documental ser realizada em bibliotecas, pode ser feita
em institutos e centros de pesquisas, museus, acervos particulares, bem
como em locais que sirvam como fonte de informaes para o levantamento
do documento, no sentido de possibilitar o encontro de uma srie de
informaes para comprovar a existncia ou no de uma determinada
hiptese que ou foi objeto de estudo de outros pesquisadores e que, a
partir dali, o pesquisador passa a somar uma srie de informaes, com a
finalidade de elaborar o seu projeto de pesquisa. (OLIVEIRA, 2002, p. 119).
Segundo Cervo, Bervian e Da Silva (2010, p. 62), nesse tipo de pesquisa so
investigados documentos com o propsito de descrever e comparar usos e
costumes, tendncias, diferenas e outras caractersticas.
A pesquisa documental ser utilizada para obter informaes bibliogrficas
referentes regulamentao, dados topogrficos e estatsticos que venham a
auxiliar na elaborao do projeto proposto.
2.3. PESQUISA DE CAMPO
A pesquisa de campo, segundo Oliveira (2002, p. 124) consiste na
observao dos fatos tal como ocorrem espontaneamente, na coleta de dados e no
registro de variveis presumivelmente para posteriores anlises.
Parra Filho e Santos (2001, p. 102) afirmam que a pesquisa de campo [...]vai
permitir a anlise e concluses segundo objetivos previamente estabelecidos e
tem como base observar os fatos tal como ocorrem[...].
Para Marconi e Lakatos (2004, p. 186) A pesquisa de campo aquela
utilizada com o objetivo de conseguir informaes e/ou conhecimentos acerca de um
problema, para o qual se procura uma resposta [...].
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A pesquisa de campo ser utilizada com o intuito de levantar dados que
auxiliem na escolha do local para a implantao do projeto, a definio do pblico
alvo e para mediar o nvel de aceitao da populao local. Para que seja possvel
esse levantamento sero adotadas as formas de pesquisa que seguem:
2.3.1. Questionrio
O questionrio formado por um conjunto de questes abertas ou fechadas
com o objetivo de levantar informaes escritas por parte dos sujeitos pesquisados e
visa conhecer a opinio pblica a respeito do assunto em estudo. As questes
devem ser bem formuladas e objetivas para que possam ser compreendidas pelos
sujeitos, de modo a no provocar dvidas ou ambigidades. (SEVERINO, 2008).
Todos os dados includos no questionrio devero constituir-se numa
hiptese, que ser a resposta para o problema formulado. Deve incluir cada
um dos pontos do levantamento e confirmar a existncia do objeto de
pesquisa, o fenmeno. (OLIVEIRA, 2002, p. 165).
Cervo, Bervian e Da Silva (2010, p. 53) complementam ao afirmar que o
questionrio a forma mais usada para coletar dados, pois possibilita medir com
mais exatido o que se deseja.
Para a obteno de dados junto populao do Municpio de Foz do Iguau,
sero aplicados 60 questionrios entregues pessoas de vrias faixas etrias. Ver
modelo conforme apndice A.
2.3.2. Entrevista Estruturada
Segundo Cervo, Bervian e Da Silva (2010, p. 51) a entrevista uma
conversa orientada para um objetivo definido: recolher, por meio do interrogatrio do
informante, dados para a pesquisa.
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29
Marconi e Lakatos (2004, p. 278) afirmam que as entrevistas tm um
objetivo, ou seja, a obteno de informaes importantes e de compreender as
perspectivas e experincias das pessoas entrevistadas.
J para Alves-Mazzoti (1999, p. 168 apud MARCONI e LAKATOS, 2004, p.
278), a entrevista permite tratar de temas complexos, que dificilmente poderiam ser
investigados adequadamente atravs de questionrios, explorando-os em
profundidade.
A entrevista ser utilizada com o intuito de coletar informaes importantes
com o representante da Biblioteca Municipal de Foz do Iguau. Ver modelo conforme
apndice B.
2.3.3. Observao Direta
Cervo, Bervian e Da Silva (2010, p. 31) afirmam que observar aplicar os
sentidos fsicos a um objeto para dele obter conhecimento claro e preciso.
J Severino (2008, p. 125) diz que a observao todo procedimento que
permite acesso aos fenmenos estudados.
Com o intuito de aprofundar o conhecimento e de compreender o
funcionamento e a implantao de uma biblioteca municipal ser realizadas uma
visita tcnica na Biblioteca Municipal de Foz do Iguau.
3. ANLISE DE CORRELATOS
3.1. CORRELATO TEMTICO
Como correlatos temticos foram escolhidos os edifcios da Biblioteca Central
da Unitri em Uberlandia e a Biblioteca da Universidade Positivo em Curitiba.
-
30
3.1.1. Biblioteca Central da Unitri
A Biblioteca do Centro Universitrio do Tringulo (Unitri) est localizada em
Uberlndia, Minas Gerais. O arquiteto Claudio Mafra Mosqueira colocou em pauta
alguns aspectos relevantes para esse projeto como as tecnologias modernas,
comoo visual e uma construo de baixo impacto ambiental. Sua metragem de
edificao de 4,5 mil metros quadrados que foram distribudos num terreno de
aproximadamente sete mil metros quadrados. O arquiteto props uma idia de
movimento ao projeto, obtendo uma mistura de veculo e animal. Contrastando com
o conceito de biblioteca, que , numa viso tradicionalista, mais estacionrio do que
dinmico. diz Mafra. (SILVA, 2007).
Figura 02: Biblioteca Central da Unitri-Fachada.Fonte: ARCOWEB, 2013.
3.1.1.1. Ficha Tcnica
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31
Denominao da obra: Biblioteca Central da Unitri
Autores do projeto: Mafra Arquitetos Associados
Escola de arquitetura: Modernista
Local da obra: Uberlndia, Minas Gerais
Ano da obra: No disponvel
rea do terreno: 6.730 metros quadrados
rea construda: 4,5 mil metros quadrados
3.1.1.2. Anlise da Forma
O edifcio possui forte referncia a natureza, tendo em vista sua forma de
aranha metlica. Atravs do uso de estruturas de ao foi possvel viabilizar a
construo dessa obra. A parte principal da edificao uma grande caixa em
estrutura metlica e possui dois pavimentos, sendo o trreo recuado. Assim, a parte
central de dois andares passa a ser percebida como um nico pavimento. Todo esse
bloco foi revestido com vidro temperado refletivo azul, de alto desempenho
termoacstico. Os perfis metlicos alm de funo estrutural geram impacto esttico
no edifcio. Eles envolvem o bloco de vidro, estendem-se para a marquise e
prolongam-se at o solo, em quatro pontos de ancoragem equidistantes, lembrando
uma grande aranha metlica. (SILVA, 2007).
Simetria e Equilbrio
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32
Figura 03: Biblioteca Central da Unitri- Anlise Simetria em FachadaFonte: ARCOWEB, 2013, adaptada por GUILETE, 2013.
Figura 04: Biblioteca Central da Unitri- Anlise Simetria em Planta BaixaFonte: ARCOWEB, 2013, adaptada por GUILETE, 2013.
A partir da anlise das figuras 03 e 04 possvel observar que o edifcio da
Biblioteca Central da Unitri segue rigorosos padres de simetria e equilbrio tanto
nas fachadas como em planta baixa. Pelo estudo das fotos externas e do projeto em
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33
planta possvel observar que o lado direito igual ao lado esquerdo e que o
edifcio encontra-se em perfeito estado de equilbrio.
Hierarquia
Figura 05: Biblioteca Central da Unitri- Anlise Hierarquia em Fachada.Fonte: ARCOWEB, 2013, adaptada por GUILETE, 2013.
Figura 06: Biblioteca Central da Unitri- Anlise Hierarquia em Planta Baixa.Fonte: ARCOWEB, 2013, adaptada por GUILETE, 2013.
A partir da anlise da hierarquia em fachada na figura 05 e em planta baixa na
figura 06 possvel observar que o volume central onde est localizado o acervo da
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34
biblioteca o elemento mais marcante e de maior dimenso no projeto, sendo
considerado ento o elemento hierrquico do edifcio.
Adio e Subtrao
Figura 07: Biblioteca Central da Unitri- Anlise Volumes em Fachada.Fonte: ARCOWEB, 2013, adaptada por GUILETE, 2013.
Figura 08: Biblioteca Central da Unitri- Anlise Volumes em Planta Baixa.Fonte: ARCOWEB, 2013, adaptada por GUILETE, 2013.
A partir da anlise dos volumes em fachada na figura 07 possvel observar
que a marquise onde se encontra a entrada principal do edifcio est projetada para
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35
fora do volume quadrado da edificao. Em planta baixa na figura 08 observa-se que
o mesmo volume da marquise se sobressai do volume central e o mesmo acontece
com o volume triangular onde se encontra o auditrio que se integra ao volume
central.
3.1.1.3. Anlise da Funo
A liberdade um aspecto que constitui a planta dessa edificao. Possui vos
de aproximadamente dez metros, possibilitando vrios modelos de layouts. A
biblioteca foi organizada em trs nveis, no trreo localizam-se as reas de
atendimento ao pblico, servios gerais, mini shopping, espaos para exposies e
auditrio. No primeiro pavimento esto os servios de emprstimo, tcnicos, setores
de acervos e espao para leitura. No segundo e ltimo piso esto os setores de
peridicos, cabines de estudo, multimeios e outros ambientes de acervo e leitura.
(SILVA, 2007).
Circulaes
Figura 09: Biblioteca Central da Unitri - Anlise Circulaes.Fonte: ARCOWEB, 2013, adaptada por GUILETE, 2013.
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36
Acessos
Figura 10: Biblioteca Central da Unitri Anlise Acessos.Fonte: ARCOWEB, 2013, adaptada por GUILETE, 2013.
Analisando a figura 09 possvel observar que as circulaes dentro do
edifcio so fluidas, um trio espaoso faz a distribuio entre os demais ambientes
e setores. A escada no centro do edifcio faz a ligao entre os pavimentos.
A partir da anlise dos acessos atravs da planta baixa na figura 10 possvel
identificar trs acessos principais ao edifcio sendo um deles mais prximo entrada
do salo de eventos que somente possui acesso a partir do trio principal e no
possui acesso externo.
3.1.1.4. Anlise da Tecnologia
Sabendo desde o incio do projeto que a estrutura proposta seria metlica, o
projeto estrutural props adotar elementos padronizados mesmo dentro de suas
limitaes geomtricas para facilitar a produo seriada. (SILVA,2007).
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37
A estrutura de ao pode ser facilmente identificada na figura 11 e compe-se
de perfis soldados em vigas-mestras e secundrias. A altura total da estrutura de
15,50 metros, no primeiro piso as colunas possuem 5,50 metros de altura, 4,20
metros no segundo piso e 5,50 metros at a cobertura. Telhas termoacsticas
trapezoidais de ao galvanizado compem a cobertura. Os fechamentos laterais so
de vidro e alvenaria, combinando-se com a estrutura metlica. (SILVA, 2007).
Figura 11: Biblioteca Central da Unitri-Detalhe Estrutura Metlica.Fonte: ARCOWEB, 2013.3.1.2. Biblioteca Universidade Positivo
Considerada a alma do campus da UP Universidade Positivo em Curitiba, a
biblioteca foi projetada de maneira especial. Segundo o arquiteto Manoel Coelho o
projeto por si s faz um convite ao devaneio. Coelho afirma que dois itens so
extremamente essenciais para se complementarem: o tratamento esttico e o
programa funcional. A biblioteca faz parte da terceira etapa de construo do
complexo, assim, procurou integrar-se com os blocos j existentes, aplicando
conceitos de racionalidade e sensibilidade esttica resultando em harmonia formal.
(MELENDEZ, 2003).
-
38
Figura 12: Biblioteca Universidade Positivo-Fachada.Fonte: ARCOWEB, 2013.
3.1.2.1. Ficha Tcnica
Denominao da obra: Biblioteca UP Universidade Positivo
Autores do projeto: Manoel Coelho Arquitetura e Design
Escola de arquitetura: Modernista Racionalista
Local da obra: Curitiba, Paran
Ano da obra: 2001/2002
rea do terreno: 360.000 metros quadrados
rea construda: 6.300 metros quadrados
3.1.2.2. Anlise da Forma
A edificao de formato trapezoidal destaca-se pelo seu desenho refinado. As
fachadas possuem diferentes composies e com planos sobrepostos compem o
lado externo da edificao. Na fachada principal um pano de vidro antecedido por
um retngulo praticamente solto, onde se fixa a estrutura metlica que sustenta a
marquise, demarcando a entrada principal. Nas fachadas laterais foram aplicadas
placas de arenito vermelho e rasgos em suas superfcies evidenciando suas
sobreposies e a composio visual do bloco. Todos esses elementos so
arrematados por uma cobertura que parece flutuar. (MELENDEZ, 2003).
Simetria e Equilbrio
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39
Figura 13: Biblioteca Universidade Positivo-Anlise Simetria em Fachada.Fonte: ARCOWEB, 2013, adaptada por GUILETE, 2013.
Figura 14: Biblioteca Universidade Positivo-Anlise Simetria em Planta Baixa.Fonte: ARCOWEB, 2013, adaptada por GUILETE, 2013.
Atravs da anlise da figura 13 possvel observar que o edifcio possui
simetria e que seu eixo est em equilbrio. Em planta baixa, na figura 14, possvel
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observar que a parte frontal do edifcio possui simetria porm a lateral cortada no
sentido longitudinal do edifcio o que faz parecer que o edifcio no se encontra em
equilbrio.
Hierarquia
Figura 15:Biblioteca Universidade Positivo Anlise Hierarquia em Fachada.Fonte: ARCOWEB, 2013, adaptada por GUILETE, 2013.
Atravs da anlise da figura 15 possvel observar que o elemento de
cobertura do edifcio o elemento mais marcante na fachada o que o torna o
elemento hierrquico da composio.
3.1.2.3. Anlise da Funo
Ao desenhar os espaos internos, Coelho inspirou-se num transatlntico com
elevador e escadas que se conectam com os pavimentos e integram os espaos. A
edificao conta com um p-direito expressivo na rea interna. Os fluxos de pessoas
so claros e bem definidos, a integrao dos espaos e sinalizao precisa so
complementados pelo mobilirio que contribuem para a organizao e praticidade
dos ambientes internos. Todos esses aspectos correspondem expectativa criada
pela bela rea externa. (MELENDEZ, 2003).
Circulaes
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Figura 16:Biblioteca Universidade Positivo Anlise Circulaes Nvel 0.Fonte: http://www.flexeventos.com.br, 2013, adaptada por GUILETE, 2013
Figura 17:Biblioteca Universidade Positivo Anlise Circulaes Nvel 4,95.Fonte: http://www.flexeventos.com.br, 2013, adaptada por GUILETE, 2013.
possvel observar atravs das figuras 16 e 17 as circulaes entre os
ambientes do edifcio. O grande hall do edifcio elemento de ligao entre os
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42
demais setores da biblioteca, inclusive neste mesmo ambiente que est localizado
a escada que d acesso ao pavimento superior.
Acessos
Figura 18: Biblioteca Universidade Positivo - Anlise Acessos. Fonte: ARCOWEB, 2013, adaptada por GUILETE, 2013.
A partir da anlise dos acessos atravs da planta baixa na figura 18 possvel
identificar um acesso principal ao edifcio diretamente recepo. Este ambiente faz
a ligao entre os outros setores do edifcio. Para o acesso ao acervo necessrio
subir as escadas que se localizam em posio privilegiada no centro do edifcio. O
acesso de servios localiza-se no pavimento subsolo.
3.1.2.4. Anlise da Tecnologia
A tecnologia incorporada para a sustentao da edificao foi o concreto
armado. Para garantir iluminao natural foram utilizados grandes panos de vidro,
como possvel observar nas figuras 19 e 20 tanto na fachada principal quanto nas
fachadas laterais. Esse uso foi possvel devido orientao solar e as condies
climticas do local. As estruturas metlicas alm de sustentar tambm enfeitam a
edificao. Observa-se a utilizao desse material na parte frontal do bloco e em sua
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43
cobertura, porm revestidas em alumnio do tipo ACM. Para minimizar os rudos
dentro do edifcio utilizaram-se elementos absorventes, como o gesso acartonado,
revestimentos vinlicos e carpetes para o piso. (MELENDEZ, 2003).
Figura 19:Biblioteca Universidade Positivo Vista Painis de VidroFonte: http://www.flexeventos.com.br, 2013.
Figura 20:Biblioteca Universidade Positivo Detalhe RevestimentosFonte: http://www.flexeventos.com.br, 2013.
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44
3.2. CORRELATO TERICO
3.2.1. Biblioteca em So Caetano do Sul, So Paulo
Implantada numa poro de terreno da praa Di Thiene, junto Avenida
Gois, em So Caetano do Sul, a edificao tornou-se ponto de referncia e
interesse daquela regio. A consolidao desse projeto foi possvel devido ao
escritrio JAA Arquitetura e Consultoria, dirigido por Jos Augusto Aly. O complexo
consiste em uma biblioteca convencional, uma biblioteca digital, o telecentro (para
que a populao tenha acesso s mdias digitais) e uma escola de informtica.
(MELENDEZ, 2008)
Figura 21: Biblioteca So Caetano do Sul - Fachada. Fonte: ARCOWEB, 2013.
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45
3.2.2.1. Ficha Tcnica
Denominao da obra: Centro Digital do Ensino Fundamental
Autores do projeto: JAA Arquitetura e Consultoria
Escola de arquitetura: Ps-Modernista
Local da obra: So Caetano do Sul, So Paulo
Ano da obra: 2005/2008
rea do terreno: 8.600 metros quadrados
rea construda: 3.500 metros quadrados
3.2.1.2. Anlise da Forma
O pavimento trreo da edificao encontra-se, praticamente, sobre pilotis.
Essa soluo configurou-se como um acesso para a praa, trazendo significado para
o termo praa equipamento. De uma maneira geral a obra consiste em dois volumes
laterais, os quais so ocupados pela circulao vertical. Entre esses volumes
encontra-se uma caixa de vidro transparente que corresponde a biblioteca, o
telecentro destacado por um volume denso e de tonalidade contrastante dos
demais elementos. O arquiteto trabalhou com diferentes planos e sobreposies
criando impresses inusitadas em sua obra. (MELENDEZ, 2008)
Simetria e Equilbrio
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Figura 22: Biblioteca So Caetano do Sul Anlise Simetria em Fachada. Fonte: ARCOWEB, 2013, adaptado por GUILETE, 2013.
Figura 23: Biblioteca So Caetano do Sul - Anlise Simetria em Planta Baixa. Fonte: ARCOWEB, 2013, adaptado por GUILETE, 2013.
A partir da anlise da simetria e equilbrios nas figuras 22 e 23 possvel
estabelecer que a fachada do edifcio no se encontra em simetria, porm a mesma
est em perfeito equilbrio, assim como a planta baixa.
Hierarquia
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Figura 24: Biblioteca So Caetano do Sul - Anlise Hierarquia em Fachada. Fonte: ARCOWEB, 2013, adaptado por GUILETE, 2013.
Figura 25: Biblioteca So Caetano do Sul - Anlise Hierarquia em Planta Baixa. Fonte: ARCOWEB, 2013, adaptado por GUILETE, 2013.
A partir da anlise das figuras 24 e 25 possvel observar que o volume
retangular onde se encontra o acervo da biblioteca o elemento hierrquico da
composio, destacando-se dos demais devido ao seu maior volume.
3.2.1.3. Anlise da Funo
A relao de interior e exterior est fortemente presente nessa obra. Na face
orientada para a praa est locada a biblioteca, um volume onde a transparncia
prevalece. Numa parte rebaixada do terreno, encontra-se a escola de informtica
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cujo seu entorno est delimitado por um espelho dgua. No trreo localiza-se a
praa seca, local servido de pequenas apresentaes, shows e eventos. Observa-se
tambm uma passarela metlica que transpe a praa. Ainda no pavimento trreo,
acima da escola de informtica, encontra-se o bloco do telecentro, e em seu topo h
um terrao para estudos e leituras.
Circulaes
Figura 26: Biblioteca So Caetano do Sul - Anlise Circulaes 1o Pvto. Fonte: ARCOWEB, 2013, adaptado por GUILETE, 2013.
Figura 27: Biblioteca So Caetano do Sul - Anlise Circulaes 2o Pvto.Fonte: ARCOWEB, 2013, adaptado por GUILETE, 2013.
Com a anlise das circulaes conforme figuras 26 e 27 possvel
estabelecer que o edifcio possui uma circulao bem definida entre os ambiente,
sendo o acervo distribudo de forma linear com as circulaes ao redor. Existem trs
escadas, sendo duas nas extremidades e uma frontal que fazem a ligao entre os
pavimentos.
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Acessos
Figura 28: Biblioteca So Caetano do Sul Anlise Acessos.Fonte: ARCOWEB, 2013, adaptado por GUILETE, 2013.
A anlise dos acessos, figura 28, demonstra a escadaria de acesso ao
primeiro pavimento. O acesso se d por baixo do edifcio, elevado por pilotis, onde o
usurio encontra a escada de acesso biblioteca.
3.2.1.4. Anlise da Tecnologia
Todo o complexo possui estrutura em concreto armado moldado in loco. Esse
sistema se desenvolve como uma barra longitudinal em mdulos de
aproximadamente 12 x 6 metros e balanos que podem chegar a quase 4 metros.
Isso acentua a impresso de que o volume est flutuando sobre um prtico, nas
extremidades encontram-se a circulao vertical, shafts e os sanitrios. A cobertura
do telecentro ultrapassa o limite da caixa envidraada e assim fornece proteo ao
terrao e a praa seca. Na face voltada para a principal avenida, a edificao
recebeu a proteo de brises que atenuam a incidncia solar. Toda a obra abriga
equipamentos de conforto predial e instalaes adequadas. (MELENDEZ, 2008).
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Figura 29: Biblioteca So Caetano do Sul - Vista partir da Avenida Gois Fonte: ARCOWEB, 2013.
3.2.2. Prdio Pblico da Nasa, Estados Unidos
O edifcio da agncia espacial americana localiza-se em Mountain View, na
Califrnia. A nova base tem como objetivo fazer testes em inovaes e tecnologias
limpas. A estao de trabalho tem capacidade para 210 funcionrios, todos os
recursos utilizados so reciclados ou de fontes renovveis. A realizao desse
projeto deve-se ao escritrio de arquitetura William McDonough + Partners, que so
especializados em eco design. A obra recebeu o selo Leed de construo ecolgica,
tornando-se o prdio pblico mais verde dos Estados Unidos. (BARBOSA, 2012).
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51
Figura 30: Prdio Pblico da NASA - Fachada.Fonte: http://arqsustentavel.wordpress.com, 2013.
3.2.2.1. Ficha Tcnica
Denominao da obra: Prdio Pblico, NASA
Autores do projeto: William McDonough + Partners
Escola de arquitetura: Ps-Modernista High Tech
Local da obra: Califrnia, Estados Unidos
Ano da obra: 2012
rea do terreno: 50.000 metros quadrados
rea construda: metros quadrados
3.2.2.2. Anlise da Forma
A edificao possui tecnologias e mtodos construtivos ultramodernos.
Projetada para produzir mais energia do que consome, a obra constitui-se em
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inmeras opes de energias renovveis. O prdio possui formato lunar, amplas
janelas e vegetao abundante. Sua estrutura de ao, concreto e alguns
elementos metlicos. No interior da edificao no h colunas, permitindo um
ambiente livre e amplo. O resultado um ambiente de trabalho bem iluminado, ar
fresco e muitas conexes com a rea externa. (BARBOSA, 2012).
Simetria
Figura 31: Prdio Pblico da NASA Anlise Simetria em Fachada.Fonte: http://arqsustentavel.wordpress.com, 2013, adaptado por GUILETE, 2013.
Figura 32: Prdio Pblico da NASA Anlise Simetria em Implantao.Fonte: http://arqsustentavel.wordpress.com, 2013, adaptado por GUILETE, 2013.
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A partir da anlise da simetria em fachada, conforme figura 31, possvel
observar que as fachadas do edifcio so simtricas e esto em perfeito equilbrio.
Analisando-se a implantao do edifcio, figura 32, possvel observar tambm a
simetria e o equilbrio no formado semi-circular das duas edificaes.
Hierarquia
Figura 33: Prdio Pblico da NASA Anlise Hierarquia em Fachada.Fonte: http://arqsustentavel.wordpress.com, 2013, adaptado por GUILETE, 2013.
Atravs da anlise da hierarquia em fachada, figura 33, possvel observar
que no existe elemento hierrquico nas fachadas.
Ritmo e Repetio
Figura 34: Prdio Pblico da NASA Anlise Ritmo em Fachada.
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Fonte: http://arqsustentavel.wordpress.com, 2013.
possvel identificar na figura 34, a presena do ritmo na composio das
fachadas do edifcio, presente na repetio dos montantes das esquadrias e os
pilares que sustentam as marquises e cobertura. Os fechamentos das paredes
tambm possuem detalhes que remetem ao ritmo.
3.2.2.3. Anlise da Funo
Acessos
Figura 35: Prdio Pblico da NASA Anlise Acessos.Fonte: http://arqsustentavel.wordpress.com, 2013, adaptado por GUILETE, 2013.
possvel observar atravs da figura 35, os acessos principais ao edifcio. O
acesso central o principal e os laterais levam acessos secundrios localizados
na parte de trs do edifcio e acessos independentes ao edifcio posterior. Os dois
edifcios, embora paream separados, so interligados no centro por passarelas.
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3.2.2.4. Anlise da Tecnologia
O edifcio da Nasa, nos Estados Unidos destaca-se por possuir atributos high-
tech que incluem cinco mil sensores de calor e fluxo de ar que podem regular
automaticamente a abertura e o fechamento das janelas de acordo com as
condies climticas externas. Esta mesma tecnologia pode ser utilizada para medir
os nveis de dixido de carbono, refrigerao, rudos e iluminao dentro dos
ambientes. (BARBOSA, 2012).
Com a utilizao de painis solares e um dispositivo que leva gua
refrigerada naturalmente diretamente do solo para os painis de teto de ltima
gerao o edifcio ser capaz de produzir 22% mais energia do que ser consumida.
(BARBOSA, 2012)
3.3. ANLISE GERAL DOS CORRELATOS
Foram escolhidos como correlatos temticos os edifcios da Biblioteca Central
da Unitri em Uberlndia e a Biblioteca da Universidade Positivo em Curitiba pelo seu
formato arrojado e pelos elementos tecnolgicos utilizados em sua construo.
O prdio da Biblioteca Central da Unitri foi selecionado para este estudo pela
praticidade observada na composio da planta baixa. As circulaes fludas e a
abundancia de iluminao natural proveniente dos grandes panos de vidros levam a
claridade para o interior do prdio e estimulam a relao com o exterior. A
preocupao em elevar o edifcio em relao ao nvel da rua tambm mostra-se uma
proposta interessante como forma de preservar o terreno existente.
O prdio da Biblioteca da Universidade Positivo foi escolhido como correlato
temtico devido sua forma simples, porm de beleza incontestvel. O jogo de
volumes observado nas fachadas, a utilizao dos elementos em vidro e pedras que
compem os fechamentos do prdio em conjunto com os elementos em alvenaria,
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56
as tecnologias empregadas em sua construo alm da sua distribuio e layout
sero utilizados na elaborao da proposta para a nova Biblioteca Municipal.
Quanto ao prdio da Biblioteca de So Caetano do Sul, utilizado como
correlato terico, sero utilizados elementos da escola de arquitetura escolhida.
Entre estes elementos se destacam as fachadas com panos de vidro que levam
transparncia ao edifcio, a utilizao dos brises para controlar a luminosidade e a
idia de se elevar a edificao em relao rua atravs do uso de pilotis.
O Edifcio da Nasa, nos Estados Unidos ser utilizado como fonte de
informaes a respeito das tecnologias de ponta utilizadas em sua execuo.
Elementos das fachadas tais como alumnio e ao tambm sero utilizados na
proposta da nova Biblioteca Municipal.
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4. INTERPRETAO DA REALIDADE
4.1. FOZ DO IGUAU
A histria da cidade de Foz do Iguau inicia-se com a chegada do Espanhol
Alvar Cabeza de Vaca em nossas terras atravs do Rio Iguau no ano de 1542. Ao
chegar deparou-se com os habitantes desta terra, os ndios Caigangues que o
guiaram at as Cataratas do Iguau. (PMFI, 2011).
No ano de 1881 Foz do Iguau recebeu seus primeiros habitantes, o brasileiro
Pedro Martins da Silva e o espanhol Manuel Gonzles. Algum tempo depois iniciou-
se a explorao da erva-mate pelos recm chegados irmos Goycocha. Em poucos
anos fundou-se a Colnia Militar na fronteira, sob a direo do engenheiro militar
Jos Joaquim Firmino, dando inicio ao povoamento e a efetiva ocupao das terras
do atual municpio de Foz do Iguau. (PMFI, 2011).
J no ano de 1910, a Colnia Militar passou a ser chamada de Vila Iguassu,
distrito do municpio de Guarapuava. Dois anos depois o territrio foi emancipado e
tornou-se um povoamento civil, sob a responsabilidade do governo do Estado do
Paran. (PMFI, 2011).
Em junho de 1914, Vila Iguassu passou condio de municpio, tendo Jorge
Schimmelpfeng como primeiro prefeito de Foz do Iguau no ano de 1918.
Pela sua localizao encravada na mata, a evoluo da cidade foi lenta em
termos econmicos e demogrficos devido grande distancia aos centros
economicamente mais adiantados. Com a intensificao da colonizao europeia no
Estado do Paran, colonos de origem italiana e espanhola comearam a chegar
cidade com o objetivo da extrao de madeira e cultivo de erva-mate. (PMFI, 2011).
A localizao na juno dos rios Paran e Iguau, fronteira com as repblicas
do Paraguai e Argentina, propcia para a interligao comercial com os dois
pases. (PMFI, 2011).
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Figura 36: Localizao do Municpio de Foz do Iguau.Fonte: PMFI, 2011.
4.1.1. Caractersticas Fsicas
O municpio de Foz do Iguau localiza-se no extremo oeste do Estado do
Paran e limita-se pelos rios Paran e Iguau, na latidude 253225 e longitude
540307, a 164 metros acima do nvel do mar. Ao norte limita-se com o municpio
de Itaipulndia, ao Sul limita-se com o municpio de Puerto Iguazu, Argentina, a
Leste com os municpios de Santa Terezinha de Itaipu e So Miguel do Iguau e a
Oeste limita-se com o municpio de Ciudad Del Este, Paraguai. (PMFI, 2011).
O clima predominante o subtropical mido mesotrmico com uma das
maiores amplitudes trmicas do Estado do Paran e possui uma diferena mdia de
aproximadamente 11C entre o inverno e o vero. (PMFI, 2011).
A umidade relativa do ar de aproximadamente 72,4% e com chuvas bem
distribudas durante o ano com uma pequena diminuio nas precipitaes no
inverno. (PMFI, 2011).
A cidade localiza-se no terceiro planalto paranaense, o que faz com que seu
relevo seja levemente ondulado, contribuindo para o desenvolvimento da arquitetura
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nos solos de textura argilosa, de origem eruptiva e ricos em matria orgnica. (PMFI,
2011).
No municpio predominam a mata subtropical na regio do Parque Nacional e
floresta tropical de vrzea nas margens dos reios. Possui em seu permetro 09
(nove) micro-bacias hidrogrficas e cortada por 07 (sete) rios: rio Paran, rio
Tamandu, rio So Joo, rio Almada, rio MBoicy e rio Monjolo. (PMFI, 2011).
4.2. DADOS CULTURAIS E SCIO-ECONMICOS
A cidade dividida em 284 bairros e sub-dividada em 12 regies. A populao
de 260 mil habitantes sendo destes 138.412 homens e 141.208 mulheres. (PMFI,
2011).
Entre os anos de 1970 e 1980, o municpio presenciou um aumento de
aproximadamente 100 mil habitantes, em sua maioria homens sem famlia, em
busca de melhores condies de vida com a construo da Usina Hidreltrica de
Itaipu, gerando uma exploso demogrfica econmica e comercial. (PMFI, 2011).
No perodo de 1980 1990, a principal atividade econmica na regio foi o
comrcio com o pas vizinho, Paraguai. Impulsionados pela baixa do dlar em
relao ao real, a cidade atraa compradores de todo o pas em busca de
mercadorias e produtos mais baratos no pas vizinho, alavancando a economia local.
A partir de 1995, em virtude da alta do dlar a atividade comercial na fronteira
enfrenta uma significativa diminuio em relao aos anos anteriores, o que fez com
que a cidade procurasse outros meios de subsistncia com base no turismo. (PMFI,
2011).
A cidade possui, segundo dados da Prefeitura Municipal de Foz do Iguau,
2011, 83 escolas municipais, 82 escolas estaduais, e numero desconhecido de
escolas particulares e 04 entidades filantrpicas ligadas educao.
Acontece anualmente na cidade a Salo Internacional do Livro, e inclui a
Feira do Livro, local para venda de exemplares e espao para atividades, palestras e
oficinas. (PMFI, 2011).
Em parceria com a Secretaria de Educao, a prefeitura oferece durante o
evento o Vale-Livro como forma de auxiliar o contato da populao mais carente com
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60
este tipo de material. O processo inclui ttulos que estejam de acordo com a srie em
que se encontra o estudante, de acordo com a idade dos alunos. (PMFI, 2011).
4.3. RESULTADOS DA PESQUISA
A pesquisa social foi realizada com o intuito de levantar informaes com a
populao sobre o nvel de aceitao para a implantao de uma nova biblioteca
para o municpio de Foz do Iguau. A pesquisa constituda de uma entrevista com
a bibliotecria Maria Helena da Silva e um questionrio que foi aplicado a 60
pessoas de diferentes faixas etrias. Para anlise, durante a visitao da atual
biblioteca foram realizadas vrias fotografias do local.
4.3.1. VISITA TCNICA
A Biblioteca Municipal de Foz do Iguau atualmente divide seu espao com a
Fundao Cultural do Municpio. Localiza-se no centro da cidade no edifcio do
antigo Frum de Justia, na Rua Benjamin Constant, no 62 na esquina com a
Avenida Jorge Schimmelpfeng e recebeu durante os anos algumas alteraes para
servir nova proposta de utilizao como biblioteca.
A edificao em estudo pertence ao governo do estado e tombado pelo
patrimnio histrico, portanto h dificuldades em reformar, ampliar ou at mesmo
readequar o espao para portadores de necessidades especiais.
O edifcio divide-se em dois pavimentos sendo o primeiro de uso exclusivo da
biblioteca e o segundo utilizado pela Fundao Cultural. O hall de entrada est
dividido em duas alas, esquerda se encontram a Biblioteca Infanto Juvenil, a
Biblioteca do Turismo, o acervo em braile, a videoteca, a sala de contas, a sala de
restauro, a sala de reserva tcnica e uma recepo para devoluo e emprstimos.
A Biblioteca do Turismo um espao cedido Secretaria Municipal do Turismo para
abrigar o acervo relacionado a esta rea. direita est localizado o acervo geral da
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61
biblioteca. Por meio de uma circulao vertical tem-se o acesso ao segundo piso e
aos sanitrios.
A Biblioteca Municipal de Foz do Iguau foi fundada em 06 de setembro de
1963, atravs do prefeito Emlio Gomes, era um anexo dependncia municipal
localizada na Rua Quintino Bocaiva. Seus registros histricos encontram-se no
prprio acervo da biblioteca.
Aproximadamente 35.000 livros fazem parte do acervo da Biblioteca Pblica
Municipal e anualmente realizam a Feira do Livro, promovendo novos escritores,
cursos e palestras para a populao.
Figura 37: Fachada Fundao Cultural de Foz do Iguau. Figura 38: Acervo Fundao Cultural.Fonte: Acervo do autor , 2013. Fonte: Acervo do autor, 2013.
4.3.2. Entrevista com a Bibliotecria
A pesquisa social reflete a necessidade de realizar o projeto de uma nova
biblioteca para Foz do Iguau. Na entrevista, realizada em 30 de abril de 2013, com
a bibliotecria Maria Helena da Silva da Biblioteca Pblica Municipal, informou que
graduada em Biblioteconomia pela Universidade Estadual de Londrina e atua na
rea h 15 anos.
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62
A entrevista ocorreu por escrito de forma estruturada conforme o apndice B
desse estudo e procurou buscar maiores informaes sobre o funcionamento e as
verdadeiras condies da atual biblioteca.
A instituio funciona das oito horas da manh at s 18 horas, sem fechar
para o almoo. constituda por 12 funcionrios, porm a bibliotecria se queixa
dizendo que seriam interessantes no mnimo 15 funcionrios. O acervo est divido
em biblioteca central, infantil e duas extenses. O completo acervo atende s
necessidades atuais e os itens mais procurados pelos frequentadores so materiais
para pesquisas, literatura brasileira, estrangeira e infanto-juvenil. Os principais
usurios so crianas, adultos e estudantes. A biblioteca costumava realizar
atividades voltadas a infncia, como leituras em grupo e visitas das escolas, porm
isso no ocorre mais devido h falta de verbas e pouco espao. Atualmente, cada
escola possui sua prpria biblioteca e o fcil acesso a internet diminuram a
frequncia dos alunos na biblioteca. Para Maria Helena, espao, localizao e
pessoas capacitadas so itens essncias para a implantao de uma nova
biblioteca.
4.3.3. Questionrio
A seguir so apresentados os resultados do questionrio (apndice A) que foi
aplicado com 60 pessoas de diversas faixas etrias, sobre assuntos variados
relacionados com a proposta de implantao de uma nova Biblioteca Municipal em
Foz do Iguau.
Grfico 01: Grfico referente aos dados pessoais Gnero.Fonte: GUILETE, 2013.
O grfico 01 aponta que das 60 pessoas que responderam ao questionrio
(apndice A) 55% so do gnero feminino e 45% so do gnero masculino.
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63
Grfico 02: Grfico referente aos dados pessoais - Faixa Etria. Fonte: GUILETE, 2013.
O grfico 02 estabelece que das 60 pessoas entrevistadas, 3% tinham menos
de 20 anos, 43% tinham idade entre 20 e 30 anos, 22% entre 30 e 40 anos e os
maiores de 40 anos ocupam 32%.
Grfico 03: Grfico referente aos dados pessoais Escolaridade. Fonte: GUILETE, 2013.
O grfico 03 estabelece que das 60 pessoas entrevistadas 5% concluram
somente o ensino fundamental, 20% concluram somente o ensino mdio, 28%
possui o ensino superior incompleto e 47% possuem ensino superior completo.
Grfico 04: Grfico referente preferncia por um espao cultural na cidade.Fonte: GUILETE, 2013.
O grfico 04 indica que das 60 pessoas que responderam aos questionrios,
51% gostariam que fosse implantado na cidade um Museu de Artes, 23% gostariam
de que fosse implantada uma nova Biblioteca Municipal, 10% gostariam que fosse
implantado um Conservatrio e Msica e 16% gostariam que outro tipo de espao
cultural fosse implantado na cidade.
Grfico 05: Grfico referente existncia de locais adequados para atividades culturais.Fonte: GUILETE, 2013.
O grfico 05 indica que das 60 pessoas que responderam ao questionrio,
65% acreditam que a cidade no possui locais adequados para atividades culturais
ligadas leitura e ao incentivo aos estudos, 18% discordam e afirmam que existe
este tipo de estrutura fsica em Foz do Iguau e 17% no tem opinicao formada
respeito deste assunto.
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Grfico 06: Grfico referente suficincia de locais adequados atividades culturais.Fonte: GUILETE, 2013.
O grfico 06 indica que dos 18% dos entrevistados que responderam
positivamente quando questionados sobre a existncia de locais adequados para
atividades culturais ligadas leitura e ao incentivo aos estudos todos afirmam que
estes espaos so suficientes para suprir a demanda.
Grfico 07: Grfico referente frequncia de eventos culturais voltadas ao incentivo leitura na cidade .Fonte: GUILETE, 2013.
O grfico 07 indica que das 60 pessoas que responderam aos questionrios,
85% afirmam que a cidade no promove eventos culturais voltados ao incentivo
leitura com frequencia. 15% discordam e acreditam que estes eventos so
frequentes.
Grfico 08: Grfico referente aos atrativos importantes em uma Biblioteca Municipal.Fonte: GUILETE, 2013.
O grfico 08 indica que das 60 pessoas que responderam aos questionrios,
38% acreditam ser necessrio uma rea para exposies anexada Biblioteca
Municipal, 27% gostariam que o local possusse um coffe-bar, 23% gostariam que a
Biblioteca possusse um local para venda de livros, 9% gostariam de um
estacionamento privativo no local e 3% tm outras opinies respeito dos atrativos
importantes uma Biblioteca Municipal.
Grfico 09: Grfico referente ao local ideal para a implantao de uma nova Biblioteca Municipal.Fonte: GUILETE, 2013.
O grfico 09 indica que 70% dos entrevistados gostaria que uma nova
biblioteca fosse implantada no centro da cidade, 20% gostariam que a mesma fosse
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implantada na Vila A e 10% gostariam que o edificio fosse implantado na Avenida
das Cataratas.
Grfico 10: Grfico referente quantidade de pessoas que j frequentou a atual Biblioteca Municipal.Fonte: GUILETE, 2013.
O grfico 10 indica que das 60 pessoas entrevistadas que responderam ao
questionrio, 55% j frequentou ou frequenta a atual Biblioteca Municipal. 45%
afirma nunca ter utilizado o espao.
Grfico 11: Grfico referente qualidade da estrutura fsica da atual Biblioteca Municipal.Fonte: GUILETE, 2013.
O grfico 11 demonstra que dos 55% dos entrevistados que j utilizou a
estrutura fsica da atual Biblioteca Municipal, 58% acham que a estrutura fsica
regular, 36% a classificam como boa e 6% como pssima.
4.4. INTERPRETAO DOS DADOS
A partir da anlise dos dados obtidos na pesquisa realizada sobre o tema fica
evidente a importancia da implantao de uma nova Biblioteca Municipal em Foz do
Iguau no incentivo cultura e leitura como forma de aprendizado.
Compreende-se que a maioria dos entrevistados j frequenta ou frequentou a
estrutura fsica da atual Biblioteca Municipal e que a mesma no atende demanda
de usurios que buscam este tipo de espao como fonte de pesquisa.
possvel tambm compreender que grande parte dos entrevistados gostaria
de um Museu de Artes na cidade, o que poderia ser traduzido na forma de um local
para exposioes temporrias dentro da prpria Biblioteca Municipal. Tambm houve
grande parte dos entrevistados que demonstraram preferencia pela implantao de
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um Teatro Municipal. Como proposta a esta preferencia pode ser implantado um
local para pequenos eventos dentro da propria estrutura da Biblioteca.
possvel observar que existe uma preferncia pela implantao do edifcio
da Biblioteca Municipal no centro da cidade no somente pelos resultados da
pesquisa, mas tambm pelas informaes fornecidas pela bibliotecria Maria Helena
da Silva, que afirma que o espao e a localizao, alm de pessoas capacitadas so
itens essenciais para a elaborao de um novo projeto.
Como forma de atrair os usurios da Biblioteca Municipal constatou-se
atravs da pesquisa que grande parte dos entrevistados gostariam de encontrar um
local para exposies dentro da Biblioteca, um coffee-bar, um pequeno local para
venda de livros e um estacionamento privativo.
4.5. CONSIDERAES SOBRE A VIABILIDADE
Conforme os dados obtidos com a pesquisa e com a entrevista possvel
concluir que a proposta para a construo de uma nova Biblioteca Municipal foi bem
aceita e o local para a implantao, no centro da cidade, foi considerado adequado.
O acervo da atual biblioteca grande e falta estrutura adequada para
comport-lo e tambm necessrio equipamentos mais modernos para auxiliar na
utilizao pelos usurios.
O projeto visa tambm a incluso cultural das diferentes classes sociais e foi
possvel observar atravs dos resultados anteriores que muitas pessoas no fazem
o uso da Biblioteca Pblica, portanto, a proposta para implantao de um espao
que motive o uso da biblioteca fundamental para obter o pblico desejado.
Um caf-bar e um local para venda de livros foram os atrativos mais indicados
pela populao para constar em uma Biblioteca Municipal, sendo assim, o projeto
contemplar estes ambientes como forma de incentivar frequencia da populao
na biblioteca.
Portanto, a proposta para a implantao do projeto perfeitamente vivel e
direciona para duas vertentes, sendo uma delas a promoo e desenvolvimento de
atividades que incentivem a incluso social e a outra a valorizao arquitetnica
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para que seja possvel elaborar um patrimnio altura da importncia cultural que
uma Biblioteca Municipal representa.
5. ESTUDO DO OBJETO
5.1. JUSTIFICATIVA DA ESCOLHA DO TERRENO
A escolha do terreno foi baseada na opinio pblica obtida atravs