tumor borderline de ovÁrio bilateral: relato de caso …

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Hospital do Servidor Público Municipal TUMOR BORDERLINE DE OVÁRIO BILATERAL: RELATO DE CASO EM PACIENTE DE 29 ANOS DE IDADE ANDREA CASTRO CORRALLO SÃO PAULO 2012

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Hospital do Servidor Público Municipal

TUMOR BORDERLINE DE OVÁRIO BILATERAL:

RELATO DE CASO EM PACIENTE

DE 29 ANOS DE IDADE

ANDREA CASTRO CORRALLO

SÃO PAULO

2012

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1

Hospital do Servidor Público Municipal

TUMOR BORDERLINE DE OVÁRIO BILATERAL:

RELATO DE CASO EM PACIENTE

DE 29 ANOS DE IDADE

ORIENTADORA: DRA. ANDRESSA M. S. TEIXEIRA

ANDREA CASTRO CORRALLO

SÃO PAULO

2012

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2

ANDREA CASTRO CORRALLO

TUMOR BORDERLINE DE OVÁRIO BILATERAL:

RELATO DE CASO EM PACIENTE

DE 29 ANOS DE IDADE

1 FOLHA DE ROSTO

Trabalho de Conclusão de Curso apresentado

à Comissão de Residência Médica do Hospital

do Servidor Público Municipal, para obter o

título da Residência Médica

Área: Ginecologia e Obstetrícia

Orientadora: Dra. Andressa M. S. Teixeira

SÃO PAULO

2012

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3

AUTORIZO A REPRODUÇÃO E DIVULGAÇÃO TOTAL OU PARCIAL DESTE

TRABALHO, POR QUALQUER MEIO CONVENCIONAL OU ELETRÔNICO,

PARA FINS DE ESTUDO E PESQUISA, DESDE QUE CITADA A FONTE E

COMUNICADO AO AUTOR A REFERÊNCIA DA CITAÇÃO.

São Paulo, ___/___/_____

Assinatura do autor:

________________________________________

E-mail do autor:

________________________________________

FICHA CATALOGRÁFICA

Corrallo, Andrea Castro Tumor borderline de ovário billateral: relato de caso em

paciente de 29 anos de idade/ Andrea Castro Corrallo- - São

Paulo 2012.

Número p.

Trabalho de Conclusão de Curso apresentado à

Comissão de Residência Médica do HSPM-SP,

Para obter o título de Residência Médica, na

Área de Ginecologia e Obstetrícia.

Descritores: tumor borderline de ovário, cistadenocarcinoma de ovário,

relato de caso.

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4

2 FOLHA DE APROVAÇÃO

Trabalho de Conclusão de curso intitulado de “Tumor borderline de ovário

billateral: relato de caso em paciente de 29 anos de idade”, autora: Dra.

Andrea Castro Corrallo e orientadora: Dra. Andressa M.S. Teixeira da área de

Ginecologia e Obstetrícia, apresentado à Comissão de Residência Médica do

Hospital do Servidor Público Municipal para obter o título de Residência

Médica.

São Paulo, ___/___/_____

Assinatura dos membros componentes da banca examinadora:

_____________________________________________________

_____________________________________________________

_____________________________________________________

_____________________________________________________

Page 6: TUMOR BORDERLINE DE OVÁRIO BILATERAL: RELATO DE CASO …

5

Sumário

1 FOLHA DE ROSTO............................................................................................................ 2

2 FOLHA DE APROVAÇÃO ................................................................................................ 4

3 RESUMO ............................................................................................................................. 8

4 ABSTRACT ......................................................................................................................... 9

5 INTRODUÇÃO .................................................................................................................. 10

6 RELATO DE CASO .......................................................................................................... 11

7 REVISÃO DA LITERATURA .......................................................................................... 15

8 DISCUSSÃO ..................................................................................................................... 29

9 CONCLUSÃO ................................................................................................................... 30

10 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS .......................................................................... 31

Page 7: TUMOR BORDERLINE DE OVÁRIO BILATERAL: RELATO DE CASO …

6

Sumário de Figuras

Figura 1 - Tumor borderline seroso mostrando aglomerados de saliências finas e

grosseiras de lesões papilíferas na superfície interna da parede do cisto [ 15 ]. ... 16

Figura 2 - Tumor borderline seroso mostrando lesões papilíferas grosseiras na face

interna do cisto e parede externa lisa [ 1 ]. .......................................................................... 16

Figura 3 - Tumor borderline seroso com extenso comprometimento papilar da

superfície externa ovariana. O ovário está no centro, completamente cercado pela

lesão [ 1 ]. .................................................................................................................................. 17

Figura 4 - (a) Tumor seroso benigno (cistoadenoma seroso) íntegro e (b) após a

abertura do mesmo para mostrar a parede fina, lisa externa e internamente, sem

septações [ 1 ]. .......................................................................................................................... 17

Figura 5 - Carcinoma papilar seroso seccionado para mostrar as áreas de lesões

sólidas, císticas e papilares [ 1 ]. ........................................................................................... 18

Figura 6 - Cistoadenofibroma Seroso de Ovário. Imagem com pequeno aumento

evidenciando cistos e glândulas difusas em um estroma fibroblástico. O componente

estromal se apresenta grosseiramente como áreas brancas ou acinzentadas [ 1 ]. .... 19

Figura 7 - Cistoadenofibroma Seroso de Ovário. Imagem com grande aumento

mostrando áreas císticas delineadas por uma única camada de epitélio colunar ciliado

sobre o estroma claramente fibroblástico [ 1 ]. .................................................................... 19

Figura 8 - Tumor Borderline Seroso. Imagem com pequeno aumento evidenciando o

caráter exofítico da lesão, com expansão de numerosas ramificações papilares e

ausência de invasão estromal [ 1 ]. ....................................................................................... 20

Figura 9 - Tumor Borderline Seroso. Imagem com aumento intermediário mostrando a

complexidade das ramificações papilares, estratificação nuclear e atipia moderada [ 1

]. .................................................................................................................................................. 20

Figura 10 - Tumor Borderline Seroso. Imagem com grande aumento mostrando a

eosinofilia citoplasmática abundante e citologia atípica moderada. As mitoses

geralmente são incomuns [ 1 ]. .............................................................................................. 21

Figura 11 - Tumor borderline evidenciando um padrão proliferativo de glândulas e

papilas. As glândulas podem invaginar para o interior do estroma e aparentar invasão

estromal quando seccionada tangencialmente (pseudoinvasão) [ 1 ]. ............................ 22

Figura 12 - Tumor borderline com glândulas e papilas penetrando o estroma sem

apresentar reação estromal [ 1 ]. ........................................................................................... 22

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7

Figura 13 - Imagem em grande aumento de um carcinoma papilar seroso mostrando

ramificações papilares irregulares, sem muita delineação do estroma devido á intensa

atipia nuclear [ 1 ]. .................................................................................................................... 23

Figura 14 - Carcinoma papilar seroso. A imagem mostra foco de micro invasão que

consiste de uma única camada epitelial ou pequenos aglomerados de células com

eosinofilia citoplasmática abundante. A reação estromal geralmente é mínima ou

ausente e estas áreas podem facilmente ser negligenciadas [ 1 ]. .................................. 23

Figura 15 - Carcinoma papilífero seroso com invasão do estroma ovariano. Evidencia a

reação estromal intensa [ 1 ]. ................................................................................................. 24

Page 9: TUMOR BORDERLINE DE OVÁRIO BILATERAL: RELATO DE CASO …

8

3 RESUMO

O tumor borderline de ovário representa de 10 a 15% das neoplasias

ovarianas. Frequentemente acomete mulheres na fase reprodutiva, sendo mais

comum por volta dos 40 anos de idade. A bilateralidade ocorre em cerca de 5%

dos casos. Histologicamente apresenta características intermediárias entre

tumores claramente benignos e carcinomas francamente invasivos, o que

dificulta o seu diagnóstico. O estadiamento cirúrgico segue os mesmos

princípios aplicados para os casos de câncer ovariano invasor, porém os

tumores borderline apresentam melhor prognóstico que os carcinomas, o que

torna controversa a necessidade do estadiamento cirúrgico completo ou

terapias adjuvantes.

Este trabalho tem como objetivo relatar o caso de uma paciente de 29

anos de idade, assintomática, com estudo ultrassonográfico de rotina

evidenciando um cisto complexo anexial esquerdo. A paciente foi submetida ao

estadiamento cirúrgico e diagnosticada inicialmente como portadora de

cistadenocarcinoma papilar seroso de ovário bilateral, sendo submetida à

quimioterapia. Após revisão de exame anátomo-patológico evidenciou-se o

diagnóstico de tumor borderline de ovário bilateral.

Palavras-chave: tumor borderline seroso de ovário, cistadenocarcinoma

seroso de ovário, relato de caso.

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9

4 ABSTRACT

The borderline ovarian tumor accounts for 10 to 15% of ovarian cancers.

Often affects women in the reproductive period, being more common around 40

years old. Bilateral tumor occurs in about 5% of cases. Histologically, the

borderline tumor presents intermediate features between clearly benign tumors

and frankly invasive carcinomas, which complicates the diagnosis. The surgical

staging follows the same principles applied to cases of invasive ovarian cancer,

but the borderline tumors have a better prognosis than carcinomas, which

makes controversial the need for a complete surgical staging, or adjuvant

therapies.

This paper aims to report the case of a 29-year-old patient,

asymptomatic, with routine ultrasound study showing a left adnexal complex

cyst. The patient underwent surgical staging and initially diagnosed as having

bilateral ovarian papillary serous carcinoma and underwent chemotherapy. After

reviewing the pathological examination it was revealed the diagnosis of

borderline ovarian tumors bilaterally.

Keywords: serous borderline ovarian tumor, ovarian serous

cystadenocarcinoma, case report.

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10

5 INTRODUÇÃO

Este estudo se constitui de relato de caso de paciente de 29 anos

inicialmente diagnosticada como portadora de cistadenocarcinoma papilar

seroso de ovário bilateral, mas que após revisão do exame anátomo-patológico

evidenciou-se diagnóstico de tumor borderline de ovário bilateral. Como

objetivo adicional visou-se uma breve revisão da literatura quanto à avaliação

diagnóstica, terapêutica e prognóstico associado a tumores borderline de

ovário.

Inicialmente descritos por Howard Taylor em 1929 como tumores de

ovário semi-malignos [ 5 ] e, em 1971, reconhecidos como uma entidade

patológica pela Federação Internacional de Obstetrícia e Ginecologia (FIGO)

[ 5 ], os tumores borderline são denominados como carcinoma de baixo

potencial de malignidade. A Organização Mundial da Saúde (OMS), em 1973,

adaptou o termo para o utilizado atualmente [ 6 ].

De acordo com a OMS, a definição de tumor borderline de ovário é um

tumor ovariano que apresenta uma proliferação epitelial atípica maior do que a

observada nos tumores benignos, mas sem a destruição estromal invasiva

presente nos tumores malignos [ 9 ]. Por apresentar características

intermediárias entre tumores claramente benignos e carcinomas francamente

invasores, o seu diagnóstico histológico se torna difícil e o diagnóstico clínico,

por dosagem de marcadores tumorais ou por métodos de imagem, impossível.

Como o tumor borderline de ovário acomete mulheres em todas as

faixas etárias, mas principalmente na quarta década de vida, a preservação da

fertilidade deve ser considerada na determinação da proposta terapêutica

[ 7, 9 ]. Por ser um tumor de crescimento lento, mas com potencial de

malignidade, não existe um consenso na indicação da melhor conduta no

tratamento destas pacientes.

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11

6 RELATO DE CASO

J.V.C., 29 anos, branca, solteira, professora, procurou o ambulatório de

ginecologia deste serviço em 22 de maio de 2009 para acompanhamento de

rotina. Paciente assintomática, sem comorbidades ou cirurgias prévias, negou

algias pélvicas e abdominais, emagrecimento, alteração do hábito intestinal ou

urinário e casos oncológicos na família.

Em agosto de 2009 a ultrassonografia endovaginal evidenciou cisto

complexo anexial esquerdo, com volume ovariano esquerdo de 63 cm3. Frente

a este resultado foram solicitados exames pré-operatórios, marcadores

tumorais e tomografia computadorizada de abdome e pelve.

Os exames pré-operatórios e a tomografia computadorizada de abdome

se apresentaram dentro da normalidade. A tomografia computadorizada de

pelve evidenciou formações císticas de paredes espessas e que se realçavam

ao meio de contraste, localizadas em espaços anexiais: à direita com septação

grosseira medindo 60x47 mm e à esquerda medindo 56x36 mm.

Os marcadores tumorais apresentaram os seguintes resultados em

agosto de 2009: CA 125 = 43,67; CA 19,9 = 1,04 e CEA = 1,2. E repetidos em

setembro de 2009 com as seguintes dosagens: CA125 = 112,25; CA19.9 =

2,64; CEA = 1,0; CA15.3 = 11,9 e Alfa-fetoproteína = 10,22.

A paciente foi submetida em outubro de 2009 à laparotomia exploradora.

No inventário de cavidade observou-se: útero de tamanho normal para idade,

ovário direito com volume discretamente aumentado com vegetação de cerca

de 10,0 mm em sua superfície, ovário esquerdo com volume discretamente

aumentado com vegetação de cerca de 40,0 mm em sua superfície, tubas

uterinas sem alterações, ausência de bridas ou líquido livre na cavidade.

Foi realizada oforectomia com salpingectomia parcial à esquerda com

laudo de congelação de adenocarcinoma seroso. Optado então pela biópsia de

vegetação em ovário direito e omentectomia parcial, por tratar-se neste

momento de um câncer ovariano em estágio inicial.

Page 13: TUMOR BORDERLINE DE OVÁRIO BILATERAL: RELATO DE CASO …

12

O laudo anátomo-patológico definitivo apontou para a presença de

cistadenocarcinoma papilar seroso de ovário esquerdo, infiltração de

adenocarcinoma em cortical ovariana direita e múltiplos microfocos de

infiltração intersticial de adenocarcinoma seroso papilífero em omento (pT3a Nx

Mx – FIGO III A).

Estadiamento cirúrgico: Adenocarcinoma seroso de ovário III A.

Em novembro de 2009 foi solicitada a revisão do exame anátomo-

patológico e o laudo confirmou o diagnóstico prévio e o estadiamento.

Em janeiro de 2010 a paciente foi submetida à segunda laparotomia

exploradora para complementação do estadiamento cirúrgico. No inventário da

cavidade observou-se o útero de tamanho normal para idade, o ovário direito

com volume aumentado e de consistência endurecida com cerca de 50 mm de

diâmetro, o ovário esquerdo ausente, tubas uterinas sem alterações, ausência

de bridas ou líquido livre na cavidade.

Foi realizada anexectomia direita, salpingectomia esquerda,

apendicectomia, linfadenectomia pélvica e periaórtica, biópsia de fundo de saco

e biópsia de goteiras parieto-cólicas direita e esquerda.

O exame anátomo-patológico firmou a presença de cistadenocarcinoma

seroso papilífero em ovário direito, com infiltração de cistadenocarcinoma

seroso papilífero em tubas uterinas. O apêndice e as múltiplas biópsias se

apresentaram negativos para neoplasia. Um total de 23 linfonodos foi avaliado

e nenhum deles apresentou sinais de comprometimento metastático.

A paciente iniciou o tratamento quimioterápico em fevereiro de 2010 com

Paclitaxel (Taxol): 310mg e Carboplatina: 950mg, 6 ciclos, com término em

junho de 2010.

Após realização de ultrassonografia endovaginal dentro da normalidade

e CA 125 = 6,2 em julho de 2010, optou-se no mesmo mês pela realização da

cirurgia de “second look”. O inventário da cavidade apresentou-se sem

alterações, sendo optado pela realização de histerectomia total abdominal,

omentectomia parcial, biópsias peritoneais múltiplas.

Page 14: TUMOR BORDERLINE DE OVÁRIO BILATERAL: RELATO DE CASO …

13

O laudo anátomo-patológico confirmou a ausência de neoplasia no

útero, paramétrios direito e esquerdo, omento e nas múltiplas biópsias.

Durante o acompanhamento da paciente, foram solicitados novos

exames de controle em outubro de 2010, que evidenciaram CA 125 = 7,46,

tomografia computadorizada de pelve e tórax dentro da normalidade e

tomografia computadorizada de abdome apresentando 3 formações nodulares

hepáticas hipoatenuantes de 13x9mm (segmento VII) e 4 mm (segmento VI) –

sem dimensão do terceiro nódulo.

Optada pela realização de ressonância nuclear magnética de abdome

em novembro de 2010, que evidenciou 3 nódulos hepáticos de 3x2,4 cm

(segmento VI), 1,2x0,9 cm (segmento VII) e 0,5x0,4 cm (segmento VII) com

discreto reforço heterogêneo pelo contraste, com a possibilidade de natureza

secundária, de acordo com o radiologista.

A impressão diagnóstica de metástases hepáticas levou a paciente a

reiniciar a quimioterapia em dezembro de 2010 com Paclitaxel (Taxol): 323mg

e Carboplatina: 440mg com término em fevereiro de 2011, após 3 ciclos.

No retorno com a equipe de Ginecologia Oncológica a paciente foi

encaminhada para ambulatório de cirurgia gástrica para avaliar possibilidade

de punção do nódulo hepático e estudo histológico da lesão. Entretanto a

mesma decidiu realizar segmento no Instituto do Câncer do Estado de São

Paulo (ICESP).

A equipe oncológica do ICESP constatou pelas imagens de Ressonância

Nuclear Magnética de abdome de março de 2011 características benignas nos

nódulos hepáticos, sugestivas de adenoma hepático, e optou pelo

acompanhamento das lesões, sem necessidade de estudo histológico das

mesmas. Em concordância, foi decidido pela revisão do estudo anátomo-

patológico das peças cirúrgicas e interrupção da quimioterapia.

A revisão de exame anátomo-patológico realizada pelo ICESP em março

de 2011 evidenciou:

Page 15: TUMOR BORDERLINE DE OVÁRIO BILATERAL: RELATO DE CASO …

14

Produto de anexectomia esquerda: Tumor borderline seroso do

ovário esquerdo e tuba uterina esquerda livre de neoplasia;

Produto de anexectomia direita: Tumor borderline seroso do

ovário direito e tuba uterina direita livre de neoplasia;

Apêndice cecal livre de neoplasia;

Biópsia de infundíbulo pélvico direito com implantes epiteliais não-

invasivos;

Biópsia de infundíbulo pélvico esquerdo livre de neoplasia;

Linfonodos livres de neoplasia.

Estadiamento após a revisão: tumor borderline seroso de ovário Ec III A.

No momento a paciente encontra-se em acompanhamento clínico,

laboratorial e por exames de imagem pelo setor de Ginecologia Oncológica de

nosso serviço e pelo setor de Oncologia no ICESP sem programação cirúrgica

ou quimioterápica.

Page 16: TUMOR BORDERLINE DE OVÁRIO BILATERAL: RELATO DE CASO …

15

7 REVISÃO DA LITERATURA

Os tumores ovarianos borderline correspondem a cerca de 5% a 20% de

todos os tumores ovarianos epiteliais malignos [ 4, 12 ]. Os tipos histológicos

mais freqüentes são os serosos e mucinosos, representando 56% e 39% dos

casos respectivamente, e apenas 4% são do tipo endometrióide. Muito

raramente são diagnosticados tumores borderline de células claras e de células

transicionais, também chamados de tumores de Brenner [ 7, 12, 13 ].

O tamanho do tumor é variável, desde tumores serosos de poucos

centímetros, até tumores mucinosos que preenchem todo o abdome da

paciente [ 14 ]. A bilateralidade depende do tipo celular, podendo estar

presente em até 60% dos tumores borderline serosos [ 11 ].

Clinicamente os tumores borderline se apresentam de forma semelhante

a outras massas anexiais, associados à dor pélvica ou aumento da

circunferência abdominal. Entretanto, podem ser assintomáticos, sendo

evidenciados durante o exame físico ginecológico ou ultrassonográfico de

rotina, ou como achados cirúrgicos em partos cesarianos [ 1, 14 ]. Os níveis

séricos do marcador tumoral CA-125 se mostraram pouco úteis no diagnóstico

de tumores borderline em estádios iniciais [ 1, 7, 11, 14 ].

Quando comparados com os carcinomas francamente invasores, os

tumores “borderline” apresentam um crescimento lento, sobrevida longa e

baixa taxa de recorrência, com mais de 80% das pacientes diagnosticadas em

estádios iniciais, e incide principalmente na quarta década de vida, durante a

idade reprodutiva [ 1, 7, 8, 11 ].

Na análise macroscópica dos tumores borderline serosos geralmente se

observa focos de lesões papilares friáveis, que podem ser endofíticas, com

parede externa lisa de aspecto cística (Figura 1 e Figura 2) ou acomentendo a

superfície ovariana com padrão de crescimento exofítico (Figura 3).

Diferentemente dos tumores serosos benignos que geralmente apresentam

Page 17: TUMOR BORDERLINE DE OVÁRIO BILATERAL: RELATO DE CASO …

16

paredes finas e lisas sem septações (Figura 4 (a) e (b)), e dos carcinomas

invasores que podem se apresentar como lesões sólido-císticas com áreas

papilíferas de forma irregular (Figura 5) [ 9, 15 ].

Figura 1 - Tumor borderline seroso mostrando aglomerados de saliências finas

e grosseiras de lesões papilíferas na superfície interna da parede do cisto

[ 15 ].

Figura 2 - Tumor borderline seroso mostrando lesões papilíferas grosseiras na

face interna do cisto e parede externa lisa [ 15 ].

Page 18: TUMOR BORDERLINE DE OVÁRIO BILATERAL: RELATO DE CASO …

17

Figura 3 - Tumor borderline seroso com extenso comprometimento papilar da

superfície externa ovariana. O ovário está no centro, completamente cercado

pela lesão [ 15 ].

(a) (a)

Figura 4 - (a) Tumor seroso benigno (cistoadenoma seroso) íntegro e (b) após

a abertura do mesmo para mostrar a parede fina, lisa externa e internamente,

sem septações [ 15 ].

Page 19: TUMOR BORDERLINE DE OVÁRIO BILATERAL: RELATO DE CASO …

18

Figura 5 - Carcinoma papilar seroso seccionado para mostrar as áreas de

lesões sólidas, císticas e papilares [ 15 ].

Pelos critérios da OMS, o tumor borderline é diagnosticado

histologicamente e se distingue do tumor benigno por apresentar ao menos

duas das seguintes características: atipia nuclear, estratificação epitelial,

formação de projeções papilares microscópicas, pleomorfismo celular e

atividade mitótica [ 3, 7, 9, 11, 14 ]. As diferenças histológicas entre os dois

tipos estão representadas nas figuras a seguir:

Page 20: TUMOR BORDERLINE DE OVÁRIO BILATERAL: RELATO DE CASO …

19

Figura 6 - Cistoadenofibroma Seroso de Ovário. Imagem com pequeno

aumento evidenciando cistos e glândulas difusas em um estroma fibroblástico.

O componente estromal se apresenta grosseiramente como áreas brancas ou

acinzentadas [ 15 ].

Figura 7 - Cistoadenofibroma Seroso de Ovário. Imagem com grande aumento

mostrando áreas císticas delineadas por uma única camada de epitélio colunar

ciliado sobre o estroma claramente fibroblástico [ 15 ].

Page 21: TUMOR BORDERLINE DE OVÁRIO BILATERAL: RELATO DE CASO …

20

Figura 8 - Tumor Borderline Seroso. Imagem com pequeno aumento

evidenciando o caráter exofítico da lesão, com expansão de numerosas

ramificações papilares e ausência de invasão estromal [ 15 ].

Figura 9 - Tumor Borderline Seroso. Imagem com aumento intermediário

mostrando a complexidade das ramificações papilares, estratificação nuclear e

atipia moderada [ 15 ].

Page 22: TUMOR BORDERLINE DE OVÁRIO BILATERAL: RELATO DE CASO …

21

Figura 10 - Tumor Borderline Seroso. Imagem com grande aumento

mostrando a eosinofilia citoplasmática abundante e citologia atípica moderada.

As mitoses geralmente são incomuns [ 15 ].

A diferenciação do carcinoma francamente invasor se dá pela ausência

de invasão estromal [ 9, 11, 12, 14 ]. Entretanto, cerca de 10% dos tumores

borderline apresentam áreas de microinvasão, medindo menos do que 3 mm

de diâmetro e comprometendo menos do que 5% do tumor [ 2, 3, 9, 12 ]. Como

mostram as figuras a seguir:

Page 23: TUMOR BORDERLINE DE OVÁRIO BILATERAL: RELATO DE CASO …

22

Figura 11 - Tumor borderline evidenciando um padrão proliferativo de

glândulas e papilas. As glândulas podem invaginar para o interior do estroma e

aparentar invasão estromal quando seccionada tangencialmente

(pseudoinvasão) [ 15 ].

Figura 12 - Tumor borderline com glândulas e papilas penetrando o estroma

sem apresentar reação estromal [ 15 ].

Page 24: TUMOR BORDERLINE DE OVÁRIO BILATERAL: RELATO DE CASO …

23

Figura 13 - Imagem em grande aumento de um carcinoma papilar seroso

mostrando ramificações papilares irregulares, sem muita delineação do

estroma devido á intensa atipia nuclear [ 15 ].

Figura 14 - Carcinoma papilar seroso. A imagem mostra foco de micro invasão

que consiste de uma única camada epitelial ou pequenos aglomerados de

células com eosinofilia citoplasmática abundante. A reação estromal

geralmente é mínima ou ausente e estas áreas podem facilmente ser

negligenciadas [ 15 ].

Page 25: TUMOR BORDERLINE DE OVÁRIO BILATERAL: RELATO DE CASO …

24

Figura 15 - Carcinoma papilífero seroso com invasão do estroma ovariano.

Evidencia a reação estromal intensa [ 15 ].

Devido às suas características sutis, a diferenciação dos tumores

borderline com os tumores malignos e benignos apresenta baixa precisão

diagnóstica, principalmente em estudos de congelação, nos quais o erro

diagnóstico chega a 30% [ 3, 10, 14 ].

Os tumores borderline são considerados carcinomas e devem ser

estadiados cirurgicamente seguindo os mesmos critérios de estadiamento do

câncer ovariano invasivo estabelecidos pela FIGO (tabela1) [ 3, 7, 11, 14 ].

Page 26: TUMOR BORDERLINE DE OVÁRIO BILATERAL: RELATO DE CASO …

25

Tabela 1 – Estadiamento Cirúrgico do Câncer de Ovário da FIGO:

Estadio I IA – tumor limitado a um ovário.

IB – tumor limitado aos dois ovários.

IC – tumor limitado a um ou ambos os ovários, mas com lesão na

superfície de um ou ambos os ovários; cápsula rota; ou com ascite

com células malignas ou lavado peritoneal positivo.

Estadio II IIA – extensão tumoral e/ou metástase ao útero e/ou trompa.

IIB – extensão tumoral a outros tecidos pélvicos.

IIC – estádio IIA ou IIB, com tumor na superfície; cápsula

rota; ou ascite com células malignas ou lavado peritoneal positivo.

Estadio III IIIA – implantes abdominais microscópicos, sem comprometimento

linfonodal.

IIIB – implantes abdominais menores que 2 cm de diâmetro sem

comprometimento linfonodal.

IIIC – implantes abdominais maiores de 2 cm de diâmetro e/ou

comprometimento linfonodal pélvico, para-aórtico ou inguinal.

Estadio IV IV – presença de metástase à distância, incluindo metástase em

parênquima hepático ou derrame pleural com citologia positiva.

Como acomete mulheres jovens, a cirurgia conservadora pode ser

proposta (ooforoplastia ou ooforetomia), para preservação da fertilidade até a

constituição da prole e posterior complementação cirúrgica. Apesar de estas

mulheres apresentarem maior dificuldade para engravidar devido à

manipulação ovariana, a evolução da gravidez, parto e desenvolvimento fetal

não se mostrou diferente da população geral [ 3, 4, 8, 11, 12 ].

A maioria das pacientes com tumor borderline de ovário são

cirurgicamente diagnosticadas no estádio I (80-92%) e apresentam sobrevida

de 99,7% em 5 anos e 80% a 90% em 15 anos. Quando no estádio II,

apresentam sobrevida 2-14%, estádio III 6-14%, e estádio IV 1%, em 5 anos

[ 1, 7 ].

Page 27: TUMOR BORDERLINE DE OVÁRIO BILATERAL: RELATO DE CASO …

26

O risco de recorrência da doença nos casos de tratamento conservador

varia de 5% a 33%, acometendo principalmente o ovário contralateral,

enquanto as cirurgias radicais apresentam um risco de 0-8%. A necessidade de

complementação cirúrgica, entretanto, não evidenciou piora no prognóstico

[ 1, 7 ].

Em pacientes com prole constituída, a terapia mínima é a histerectomia

total com salpingo-ooforectomia bilateral [ 3, 4, 11, 12 ].

O estadiamento cirúrgico completo inclui histerectomia total,

salpingooforectomia bilateral, linfadenectomia pélvica e periaórtica, lavado

peritoneal, omentectomia. Ele é recomendado para as pacientes de estádio III

(implantes macroscópicos). A apendicectomia se reserva para os casos de

tumores mucinosos, pois podem ser confundidos com tumores de apêndice

[ 1, 11 ].

Recomenda-se que todas as cirurgias, conservadoras ou radicais, inclua

a exploração de abdome e pelve, com linfadenectomia seletiva de linfonodos

suspeitos, e múltiplas biópsias peritoneais aleatórias em fundo de saco vaginal,

parede pélvica, reflexão vesical, goteira parieto-cólica, recesso sub-

diafragmático e da serosa intestinal e mesentérica [ 1, 11 ].

15% a 30% das pacientes com tumores borderline apresentam implantes

extra-ovarianos.Os implantes são classificados como invasores (22% dos

casos), não-invasores (78% dos casos). Os locais de acometimento mais

freqüentes são: peritônio (43%), omento (39%), e linfonodos (15%) [ 1, 7 ].

A adequada amostragem dos implantes extra-ovarianos durante a

cirurgia é fundamental, pois sua presença tem grande influência no

prognóstico. Observa-se em pacientes com implantes não invasores uma

mortalidade de cerca de 5% pela doença, enquanto que nos casos com

implantes invasores o índice chega a 34%. [ 3, 7, 11, 12 ].

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27

Existe grande dificuldade na avaliação histológica dos implantes

invasores e não-invasores, pois sua diferenciação é sutil e existem diferentes

critérios de classificação.

A proposta terapêutica entre a cirurgia conservadora e o estadiamento

completo da doença é controverso. A cirurgia radical pode aumentar a

morbidade, principalmente quando realizada a linfadenectomia. Sugere-se a

não realização de linfadenectomia de rotina, sendo sua indicação restrita aos

casos de estádio III ou linfonodomegalia [ 11, 12 ].

Mesmo com a cirurgia conservadora, a maioria dos casos apresenta

sobrevida longa, ainda quando ocorre a recorrência da doença, quando o

índice de sobrevida chega 80% [ 1 ].

A vantagem da cirurgia radical é a avaliação completa de doença extra-

ovariana. O risco de mudança de estadiamento varia de 12% até 47%, com

acometimento principalmente peritoneal (43%), de omento (39%), e linfonodal

(15%). O diagnóstico histológico de tumor borderline também pode ser

modificado para câncer invasivo em 6 a 27% dos casos [ 1, 7 ].

O uso de tratamento adjuvante ainda é polêmico. Estudos revelaram a

ausência de benefícios no uso de radioterapia e quimioterapia com Thiotepa ou

Cisplatina nos estádios I e II, provavelmente devido ao crescimento lento dos

tumores borderline. Entretanto, em alguns centros, a quimioterapia pós-

operatória com platina é rotineiramente recomendada [ 1, 11 ].

Aparentemente, o uso da quimioterapia contendo Platina é bem indicada

nos casos com alto risco de recorrência. Os implantes peritoneais invasivos

são responsivos a quimioterapia e podem auxiliar no controle da progressão e

recorrência do tumor, que ocorre geralmente sob a forma de carcinoma

invasor. Porém, na presença de lesão tumoral, o tratamento cirúrgico para

citorredução máxima ainda é o padrão ouro [ 1, 3, 7, 11 ].

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28

A recorrência do tumor borderline é rara, acometendo 10% a 15% dos

casos, e ocorre em menos de 6 anos do diagnóstico inicial da doença.

Recidivas documentadas com mais de 10 anos do diagnóstico são

questionadas e avaliadas como novos tumores primários [ 1, 7, 12 ].

O diagnóstico histológico na avaliação da progressão ou recorrência da

doença é fundamental para determinar o prognóstico da paciente. As mulheres

com recidiva invasiva apresentam maior morbidade (47%) do que os casos de

recidiva não invasiva (0%) [ 1, 7, 14 ].

A progressão do tumor borderline para carcinoma invasor foi observada

em 6% a 7% dos casos de recidiva. O manejo destes casos ainda é discutível,

mas o mais recomendado ainda é realizar o tratamento considerando o tumor

um câncer ovariano primário, com a citorredução ótima e a quimioterapia com

platina [ 1, 7, 14 ].

Pacientes com recidivas submetidas à citorredução ótima ou completa

apresentam melhor prognóstico, com taxa de mortalidade de 8%, enquanto que

as paciente sem citorredução não ótima apresentam índice de mortalidade de

65% [ 1 ].

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29

8 DISCUSSÃO

A dificuldade observada no caso relatado foi estabelecer o diagnóstico

diferencial entre cistadenocarcinoma de ovário e tumor borderline de ovário. A

distinção entre tumores borderline e carcinomas de baixo grau pode apresentar

variações entre os patologistas, principalmente nos casos de lesões com

arquitetura extremamente complexa, com estruturas papilares e glandulares no

interior do estroma, porém sem invasão estromal evidente.

O caso relatado apresenta achados clínicos e epidemiológicos que vêm

ao encontro dos dados descritos na literatura com relação aos tumores

borderline. Entretanto, devido ao diagnóstico primário de câncer ovariano

invasor, a paciente foi submetida a um tratamento radical, quando poderia ter

sido tratada de forma conservadora com preservação da fertilidade até a

constituição de prole e posterior complementação cirúrgica, sem

comprometimento do prognóstico e sem necessidade de terapia adjuvante.

A paciente atualmente encontra-se em acompanhamento da equipe de

Ginecologia Oncológica e de Psicologia desta instituição.

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30

9 CONCLUSÃO

Os tumores borderline de ovário representam uma entidade complexa,

de difícil diagnóstico, pois possuem diferenças histológicas sutis em relação

aos tumores benignos e malignos invasores. Dessa forma, exige um trabalho

multidisciplinar, com a reunião de dados clínicos, epidemiológicos, de imagem

e achados operatórios da paciente, para que possam ser associados à análise

da peça cirúrgica. Portanto, o ginecologista oncológico, radiologista e

patologista devem trabalhar em conjunto para o correto diagnóstico.

Por tratar-se em sua maioria de pacientes jovens com futuro reprodutivo,

atenção especial deve ser dada a este quesito, com cuidado para não

aplicação de terapêuticas radicais desnecessárias. Como parte da equipe

multidisciplinar, o acompanhamento psicológico deve estar sempre presente.

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31

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