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Universidade Estadual de Londrina SÉRGIO JOSÉ ALVES ESTUDO DAS PERSPECTIVAS DE EXPANSÃO DA INTEGRAÇÃO LAVOURA PECUÁRIA NA REGIÃO DO ARENITO CAIUÁ LONDRINA Maio - 2011

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Universidade

Estadual de

Londrina

SÉRGIO JOSÉ ALVES

ESTUDO DAS PERSPECTIVAS DE EXPANSÃO DA

INTEGRAÇÃO LAVOURA PECUÁRIA NA REGIÃO DO

ARENITO CAIUÁ

LONDRINA

Maio - 2011

SÉRGIO JOSÉ ALVES

ESTUDO DAS PERSPECTIVAS DE EXPANSÃO DA

INTEGRAÇÃO LAVOURA PECUÁRIA NA REGIÃO DO

ARENITO CAIUÁ

Trabalho de conclusão de curso apresentado

à Universidade Estadual de Londrina para

obtenção do título de Especialista em

Administração Pública para Gestores do

Sistema Estadual de Agricultura.

Orientador: Prof. Dr. Osmar Rodrigues Brito

LONDRINA

Maio - 2011

SÉRGIO JOSÉ ALVES

ESTUDO DAS PERSPECTIVAS DE EXPANSÃO DA

INTEGRAÇÃO LAVOURA PECUÁRIA NA REGIÃO DO

ARENITO CAIUÁ

Trabalho de conclusão de curso apresentado

à Universidade Estadual de Londrina para

obtenção do título de Especialista em

Administração Pública para Gestores do

Sistema Estadual de Agricultura.

LONDRINA

Maio - 2011

COMISSÃO EXAMINADORA

____________________________________

Prof. Osmar Rodrigues Brito

Universidade Estadual de Londrina

Orientador

____________________________________

Prof. João Massaruti

Universidade Estadual de Londrina

____________________________________

Prof. Luiz Antonio Félix

Universidade Estadual de Londrina

Londrina, 30 de maio de 2011.

DEDICATÓRIA (S)

A todos os servidores públicos que se

empenham eticamente em fazer deste,

um Brasil melhor.

AGRADECIMENTOS

À minha esposa, amiga, cúmplice e companheira Rosa

Maria Lima Alves, pela presença estimulante...

Aos colaboradores do IAPAR e da COCAMAR, que

contribuíram para a realização deste trabalho deste

trabalho.

Em especial ao colega Antônio Sacoman pela ajuda

neste trabalho e pelo empenho na difusão desta

tecnologia.

Aos professores e colegas do curso.

Epígrafe

Teoria é quando tudo se sabe e nada funciona.

Pratica é quando tudo funciona e ninguém sabe porque.

As vezes, parece que combinados teoria e prática.

Nada funciona e ninguém sabe porque.

ALVES, Sérgio José. Estudo das Perspectivas de Expansão da Integração Lavoura

Pecuária na Região do Arenito Caiuá. Trabalho de Conclusão de Curso. Curso em

Especialização Administração Pública para Gestores do Sistema Estadual de Agricultura –

Universidade Estadual de Londrina, Londrina, 2011.

RESUMO

A Integração Lavoura-Pecuária (ILP) é uma alternativa que se destaca por apresentar um

sinergismo entre a produção de culturas anuais e a produção de forragem para exploração

da pecuária de corte ou de leite a pasto, além de apresentar vantagens agronômicas,

sociais e ambientais. Um sistema bem dimensionado e implantado de rotação de pastagens

e cultivos agrícolas pode permitir a produção de grãos e a obtenção de produtos animais de

alta qualidade. Sistemas de produção animal integrados com agricultura têm permitido a

obtenção de leite e carne de alta qualidade e a custos altamente competitivos. (Alves, et. al.,

2008). De forma adicional, a integração lavoura pecuária é uma ferramenta tecnológica e

gerencial fundamental para administrar e minimizar riscos. Apesar de todas as possiveis

vantagens, a adoção desta tecnologia na região do arenito do Paraná tem sido lenta.

Aplicou-se um questionário estruturado a diferentes grupos de produtores, avaliar técnicos e

gerentes de entrepostos de uma Cooperativa Agrícola visando avaliar as percepções de

diferentes agentes/gestores em relação às possíveis limitações na adoção da Integração

Lavoura Pecuária e a possibilidade de um direcionamento mais eficaz das atividades de

difusão e de formulação de políticas públicas. Detectou-se diferenças significativas na

percepção de técnicos, gerentes e dos diferentes grupos de produtores em relaçao a

estratégias para adoção e implantação/execução da I.L.P. Mesmo assim, pode-se afirmar

que produtores e técnicos consideram a ILP como uma alternativa válida para a região, mas

com dificuldades de implementação devido a: a) falta de conhecimentos específicos e apoio

governamental, b) problemas nas relações entre pecuaristas e arrendatários, c)

falta/escassez de mão de obra treinada. A pesquisa agrícola, associada a uma assistencia

técnica de qualidade e apoio governamental são estrategias decisivas para adoção e

implementação da tecnologia da Integração Lavoura Pecuária.

Palavras-chave: Difusão de tecnologia. Processo decisório. Gestão agropecuária.

ALVES, José Sérgio. Study of the prospects for expansion of the crop-livestock integration

system in the sandstone region of the Parana state, Brasil. Completion of course work

submitted to the Universidade Estadual de Londrina to obtain the title of Expert in Public

Administration for Managers of the State System of Agriculture.

ABSTRACT

The Crop-Livestock Integration (ILP) is an alternative that stands out for provide a synergy

between the production of annual crops and the production of exploitation of fodder for beef

cattle or dairy grazing, and be advantageous agronomic, social and environmental. A

well scaled and deployed rotation of pastures and crops may enable the production of grains

and livestock products, high quality. Animal production systems are integrated with

agriculture allowed to obtain milk and meat of high quality and highly

cost competitive. (Alves, et. Al., 2008). Additional form of the crop livestock is a key

technological and management tool for managing and minimize risks. Although all possible

advantages, the adoption of this technology in the sandstone region of Parana has been

slow. We applied a structured questionnaire to different groups of producers, technicians

and managers of a Farming Cooperative warehouse to better understanding of these

perceptions about the possible limitations in the adoption Integration of Livestock Farming

and the possibility of directing more effective outreach activities and public policy

formulation. There significant differences in the perception of coaches, managers and the

different producer groups in relation to certain questions. But the results have revealed that

producers and technicians consider as an ILP valid alternative for the region, but due to

difficulties in implementation complexity, lack of government support, the problems in the

relationship ranchers with tenants, the lack of knowledge, difficulties in lack of trained

manpower. The Agricultural Research, Technical Assistance quality and government support

can be decisive for the adoption of proposed technology.

Keywords: Diffusion of technology. Decision-making. Management agriculture.

LISTA DE TABELAS

Tabela 1 – Esquema de rotação utilizado para reforma em área de pastagem degradada

e produção de matéria seca (kg/ha) do capim colonião estabelecido após as lavouras

anuais - IAPAR – Paranavaí – PR ..................................................................................... 16

Tabela 2 – Áreas de pastagens por macro região da Cooperativa Cocamar na região

do arenito ....................................................................................................................... 24

Tabela 3 – Estratificação das áreas de pastagens em duas diferentes regiões por macro

região da Cooperativa Cocamar na região do arenito .................................................. 25

Tabela 4 - Estratificação do número de amostras em duas diferentes regiões da

Cooperativa Cocamar na região do arenito ................................................................... 25

Tabela 5 - Fonte de informação preferida pelos agricultores (em percentagem) .......... 27

Tabela 6 - Fonte de informação preferida pelos pecuaristas (em percentagem) .......... 28

Tabela 7 - Fonte de informação preferida pelos agropecuaristas (em percentagem) ... 29

LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS

ILP – Integração Lavoura Pecuária

ILPF – Integração Lavoura Pecuária Floresta

SUMÁRIO

1. INTRODUÇÃO ...................................................................................................................12

2. REVISÃO DE LITERATURA .............................................................................................12

2.1 CARACTERIZAÇÃO DA REGIÃO E DO PROBLEMA ...........................................12

2.2 DEGRADAÇÃO DE PASTAGENS ..........................................................................13

2.3 INTEGRAÇÃO LAVOURA PECUÁRIA ...................................................................19

2.4 ENTRAVES A ADOÇÃO DA TECNOLOGIA ILP PELOS PRODUTORES............ 21

2.4.1 A ILP COMO TECNOLOGIA GERENCIAL E DE DIMINUIÇÃO DE RISCO .. 22

2.6 O SISTEMA COOPERATIVISTA ................................................................................ 23

3. OBJETIVOS ...................................................................................................................... 24

3.1 GERAL ....................................................................................................................... 24

3.2 ESPECÍFICOS ........................................................................................................... 24

4. METODOLOGIA

4.1 DEFINIÇÃO DA AMOSTRA ................................................................................... 25

4.2 COLETA DOS DADOS ........................................................................................... 26

4.3 POPULAÇÃO E AMOSTRA ................................................................................... 27

4.4 PROCESSAMENTO DOS DADOS E ANALISE ESTATÍSTICA ............................ 29

5. RESULTADOS E DISCUSSÃO

5.1 AGRICULTORES ................................................................................................... 30

5.2 PECUARISTAS ……………………………………………………………...…………. 31

5.3 AGROPECUARISTAS............................................................................................ 32

5.4 PERGUNTAS RELACIONADAS A PASTAGENS E PECUÁRIA ......................... 34

5.5 PERGUNTAS RELACIONADAS A AGRICULTURA DE GRÃOS NA REGIÃO DO

ARENITO DO PARANÁ........................................................................................... 36

5.6 PERGUNTAS RELACIONADAS A SISTEMA DE INTEGRAÇÃO LAVOURA

PECUÁRIA .............................................................................................................. 39

5.7 PERGUNTAS RELACIONADAS A PERCEPÇÕES GERAIS DOS PRODUTORES

EM RELAÇÃO À GESTÃO E A PARTICIPAÇÃO DA ASSESSORIA TÉCNICA

NAS DECISÕES ..................................................................................................... 42

5.8 PERGUNTAS RELACIONADAS A DIFUSÃO DE INFORMAÇÕES DA PESQUISA

E APOIO GOVERNAMENTAL ............................................................................... 44

6. CONCLUSÕES ................................................................................................................. 45

7. REFERÊNCIAS ................................................................................................................ 47

8. APENDICES ................................................................................................................... 50

9. ANEXOS

ANEXO A – AMOSTRAGEM .......................................................................................... 48

ANEXO B – QUESTIONÁRIO ........................................................................................ 49

12

1. INTRODUÇÃO

A Região Noroeste do Paraná possui 3,2 milhões de hectares, abrange

107 municípios, que perfaz 16% da área territorial do Estado (SEAB/DERAL, 1997). Os

solos desta região são arenosos(<15% argila), têm baixos teores de nutrientes e de matéria

orgânica (<1%) e são altamente suscetíveis a erosão. O clima é tropical (Cfa pela

classificação de Köopen). Dentre as atividades agropecuárias, destacam-se as pastagens

(ocupando mais de 80 % da área) e ainda, a cana de açúcar, café, citrus, mandioca e grãos.

Estima-se que 70% das áreas de pastagens encontram-se degradadas,

com baixa produtividade e invadidas por plantas daninhas. Os sistemas de produção animal

integrados com agricultura (Integração Lavoura Pecuária – ILP) poderiam permitir a

produção de grãos e a obtenção de leite e carne de alta qualidade, a custos competitivos e

com maior sustentabilidade. Apesar de todas as possíveis vantagens da Integração Lavoura

Pecuárias apontadas pelas diferentes instituições de pesquisa observam-se um limitado

nível de adoção por parte dos produtores desta região. Este foi conduzido com a intenção

de avaliar através de das respostas a um questionário estruturado, a percepção de técnicos

e produtores em relação às vantagens e desvantagens desta tecnologia.

2. REVISÃO DE LITERATURA

2.1 CARACTERIZAÇÃO DA REGIÃO E DO PROBLEMA

A Região Noroeste do Paraná é composta por 107 municípios e ocupa

uma área aproximada de 3,2 milhões de hectares, equivalente a 16% da área territorial do

Estado (SEAB/DERAL, 1997.)

Pela classificação de Köopen, o clima é do tipo Cfa - Subtropical Úmido

Mesotérmico (www.iapar.br). Este tipo climático caracterizando-se por precipitações

variando de 1.400 a 1.700 mm/ano, sem estação seca definida, mas com tendência de

concentração de chuvas na época quente do ano. Verões quentes (temperatura média

superior a 22ºC) e invernos com geadas pouco freqüentes (temperatura média inferior a

18ºC).

Os solos desta região são arenosos, com predominância do Latossolo

Vermelho- Amarelo distrófico, Argissolo Vermelho-Amarelo e em menor escala, do neossolo

13

quartzarênico. Estes solos se caracterizam pelos baixos teores de argila, de nutrientes

(principalmente cálcio, magnésio, potássio, fósforo, enxofre, zinco e boro) e de matéria

orgânica. Outra característica importante é a quase ausência de alumínio tóxico.

A textura arenosa (menos de 15% de argila na camada superficial),

associada às grandes áreas com relevo variando de suave ondulado a ondulado e a

incidência ocasional de chuvas intensas faz com que a região seja considerada de risco

para exploração agropecuária devido a alta sucetibilidade à erosão hídrica.

As limitações edáficas restringem uma utilização mais intensiva dos solos

e grande parte das áreas têm sido destinadas ao plantio de pastagens tropicais e utilizadas

para produção de leite e carne. Além das pastagens (mais de 80% da área), observam-se

áreas significativas de cana de açúcar, café, eucaliptos, citrus e grãos.

Historicamente, as pastagens são exploradas de forma extensiva e com

baixo nível tecnológico. De acordo com o INCRA (www.incra.gov.br, 1993), as pastagens

desta região, para serem consideradas produtivas devem suportar uma lotação mínima de

1,2 UA/ha. Sá & Caviglione (1999) relataram que 68,3% dos municípios da Região Noroeste

apresentavam lotação nas áreas de pastagens abaixo de 1,5 UA/ha, e destes, 42,1%

apresentavam lotações inferiores a 1,2 UA/ha, ou seja, seriam passíveis de desapropriação

para fins de reforma agrária. Estima-se que cerca de 70% das áreas de pastagens da região

encontram-se degradadas ou em vias de degradação, o que limita a produção de carne e

leite e a preservação dos recursos naturais.

2.2 DEGRADAÇÃO DE PASTAGENS

O arenito do Paraná tem mais de 3 milhões de hectares de pastagens, as

quais constituem a base da alimentação do rebanho bovino. A quase totalidade destas

áreas é ocupada por gramíneas exclusivas e grande parte encontram-se degradadas ou em

vias de degradação. Dentre as causas que tem levado as pastagens à degradação, o

esgotamento da fertilidade do solo e o manejo inadequado das plantas, são as mais comuns

(Soares Filho et al., 1992) e aliados a esses fatores, o uso indiscriminado do fogo, a

utilização de monocultura forrageira (notadamente de gramíneas), o aparecimento de

plantas invasoras e o ataque de pragas e doenças (Mella, 1991).

Pastagens formadas por forrageiras adaptadas a condição edafoclimática

local tendem a ter maior sustentabilidade, ou seja, em muitas pastagens que se encontram

14

em processo de degradação, a espécie utilizada não é a mais adequada para a condição

local. A interação entre espécie forrageira, manejo e fertilidade do solo / adubação são as

principais causas de degradação das áreas de pastagens. Quando o manejo é inadequado

e / ou os teores de nutrientes ficam abaixo dos níveis críticos exigidos pelas espécies

utilizadas, as plantas forrageiras definham. Nesta situação, observa-se menor vigor de

rebrota, menor produtividade forrageira e conseqüentemente menor cobertura do solo.

Em áreas de pastagens que se encontram em processo de degradação,

freqüentemente observa-se um sintoma de superficialização das raízes, dando um aspecto

de compactação ao solo (Marun & Alves, 1995). Esse efeito aparente de compactação do

solo vai aumentando na medida em que a pastagem vai perdendo vigor de rebrota e,

conseqüentemente seu sistema radicular vai diminuindo. Com isso, o solo se apresenta com

aspecto de "lavado" devido à intensa lixiviação de íons nutrientes e baixos teores de matéria

orgânica. Em virtude disto, muitos técnicos recomendam o preparo de solo ou uso de

subsoladores como parte do processo de recuperação ou renovação das pastagens.

O nitrogênio tem sido citado como o fator de fertilidade dos solos mais

relacionado com o início do processo de degradação das pastagens em áreas tropicais,

talvez explicado pelo fato de que a quase totalidade das pastagens da América Latina ser

ocupadas exclusivamente por gramíneas. De fato, o nitrogênio parece ser nutriente “chave”

no início do processo de degradação, porém na medida em que o processo de degradação

progride, outros nutrientes se tornam limitantes.

A degradação das pastagens tem efeitos diretos ao solo, como a redução

da cobertura vegetal, aceleração do processo erosivo, redução da concentração de matéria

orgânica e a conseqüente queda na fertilidade.

A diminuição da competitividade das plantas forrageiras favorece o

aumento da população de plantas invasoras. A recuperação de áreas de pastagens com

populações significativas de invasoras de difícil controle pode não ser economicamente

viável. Dependendo do estádio de degradação, a opção mais viável pode ser a reforma total

da área da pastagem.

2.2.1 ESTÁDIOS DE DEGRADAÇÃO

A degradação das pastagens ocorre de forma lenta e progressiva. De

acordo com a proposta de classificação de Barcellos (1986) é possivel avaliar o estado e o

15

nível de deterioração de uma pastagem considerando considerando quatro graus de

degradação:

Grau um: diminuição da produção da pastagem por perdas de qualidade, altura e volume.

Grau dois: redução de cobertura do solo, poucas plantas novas.

Grau três: aparição de plantas invasoras de folha larga, início de erosão hídrica.

Grau quatro: incremento da população das plantas invasoras, colonização da pastagem

por gramíneas nativas, processos erosivos acelerado.

A avaliação do grau de degradação ajuda a definir as estratégias mais

adequadas para restituição da capacidade produtiva das pastagens visando alcançar níveis

técnicos e econômicos adequados. Uma avaliação criteriosa do estádio de degradação da

área da pastagem é fundamental para a definição da estratégia de recuperação. Aspectos

como espécies e quantidade de invasoras, presença e populações de insetos-praga, sulcos

de erosão ou grau de suscetibilidade do solo a erosão, adequação da espécie forrageira ao

sistema de produção, etc., devem ser avaliados e quantificados. , para se definir com maior

precisão a melhor estratégia a ser adotada. . Na definição da estratégia devem-se avaliar os

custos e riscos de degradação ambiental das práticas a serem adotadas.

Pastagens consideradas degradadas (com alta infestação de invasoras,

sulcos de erosão, baixa fertilidade, alta compactação, baixo estande de plantas forrageiras

etc.) necessitam, muitas vezes, de procedimentos agronômicos mais intensivos, como o

controle geral da vegetação existente por meios mecânicos (preparo de solo) ou químicos

(dessecação), a aplicação de corretivos, fertilizantes e outros insumos, além do replantio

das especies forrageiras selecionadas. Este parece ser o caso de grandes extensões das

pastagens do arenito do Paraná. Em que, ciclamente ocorre falta de alimentos para os

animais no periodo de inverno, com consequente pastejo excessivo, morte de plantas

forrageiras e a invasão das áreas por grama mato-grosso (Paspalum notatum) e agriãozinho

(Heteranthera limosa), exigindo intervenções agronomicas intensivas para recuperação das

mesmas.

Na década de 80, o IAPAR avaliou a implantação de culturas anuais por

um ou dois anos como alternativa economica para reforma de pastagens degradadas nesta

região. Resultados obtidos por Soares Filho et al. (1996) indicavam que a utilização da

agricultura, além de rentável, representava uma opção de diversificação e possibilitava a

recuperação eficiente da fertilidade do solo, o controle de pragas, doenças e invasoras, a

implantação de pastagens com custos baixos e mesmo a troca da espécie forrageira. Estes

16

experimentos foram feitos com preparo convencional de solos (iniciando com grade pesada

cruzada) e foram testados diversos cultivos agrícolas: mandioca, algodão, milho, sorgo,

amendoim e adubos, como indicado na Tabela 1.

Tabela 1 – Esquemas de rotação de culturas utilizados para reforma de pastagens

degradadas e produção do capim colonião estabelecido após as lavouras anuais - IAPAR –

Paranavaí - PR.

Esquemas de rotação Produtividade do Colonião (kg MS /ha)

Verão Inverno Verão Inverno

------------------------------- Culturas anuais -----------------------------------

Algodão Tremoço Algodão Aveia 10391

Algodão Aveia Algodão Tremoço 10390

Algodão Tremoço Milho Aveia 9980

Milho Tremoço Sorgo - 8351

Sorgo forrageiro Tremoço Milho Aveia 8250

Sorgo - Milho+Lab Lab - 7982

Milho Guandu - Milho - 6940

Amendoin+Sorgo - Amendoin+Sorgo - 6888

Mamona - Milho+Lab Lab - 6792

Mamona - Mamona - 6499

Mandioca - Milho+Lab Lab - 6137

Mandioca Amendoin+ Sorgo 5992

Mandioca - Mandioca - 5929

Milho - Capim Colonião - 5686

Fonte: Soares Filho et. al. (1996).

Os autores observaram uma tendência de diminuição dos teores de

matéria orgânica no solo com o aumento do número de cultivos. Por outro lado, apenas um

ano de cultivo pareceu ser insuficiente para a obtenção de um controle satisfatório de

algumas invasoras (grama mato grosso e agriãozinho), principalmente nas áreas em que o

milho participou da rotação. O que levou os autores acima a recomendarem dois anos de

agricultura para reforma de pastagens nesta região.

Observou-se adicionalmente um efeito favorável do algodão e do tremoço,

tanto no controle de invasoras, quanto na produção do colonião. Os plantios de inverno

(aveia e tremoço) nesta região foram considerados de risco, devido à possibilidade de

veranicos ocasionais.

De acordo com Alves (2011) dentre os diversos benefícios da reforma de

17

pastagens associada com lavouras anuais destacam-se:

- recuperação eficiente da fertilidade do solo;

- implantação de pastagens com custos baixos;

- facilidade na renovação da pastagem;

- melhoria nas propriedades físicas, químicas e biológicas do solo;

- controle de pragas, doenças e invasoras;

- reciclagem de nutrientes do solo;

- aproveitamento do adubo residual;

- aumento da produção de grãos e resíduos no sistema;

- facilidade de aplicar práticas de conservação do solo;

- diversificação do sistema produtivo;

- redução nas perdas de nutrientes e de matéria orgânica (erosão, lixiviação,

volatilização e fixação, etc.).

- aumentos da biomassa e incorporação de carbono no solo

- aumentos na biodiversidade de microorganismos benéficos no solo

- aumento da produtividade das culturas e na renda líquida da propriedade.

O número de cultivos necessários á recuperação de uma pastagem

degradada é variável e depende, entre outros fatores: das plantas invasoras presentes na

área, da presença de restrições edáficas, da cultura utilizada na sucessão, dos custos

envolvidos e da necessidade ou não de substituir a especie forrageira pré-existente na área

por outra melhor adaptada (ALVES, et al. 2000).

O aumento de sustentabilidade da exploração agrícola de grãos nesta

região passa por manter os solos cobertos, quer por palha ou por cultivos durante o ano

todo, e pelo aumento, ou ao menos manutenção, dos teores de matéria orgânica no solo.

A adoção da técnica do plantio direto associada a rotação de culturas

anuais com pastagens talvez seja a melhor alternativa para a exploração sustentável e

18

econômica desta região.

Diversas culturas anuais como soja, milho, sorgo, mandioca, algodão,

amendoim, etc, poderiam ser utilizadas nas áreas de reforma. Além da culturas destinada a

produção de grãos, poder-se-ia utilizar também o cultivo com plantas de cobertura como

aveia preta, milheto, sorgo forrageiro, guandú, crotalaria, mucuna, etc.

A soja tem sido a cultura preferida pelos produtores rurais. Este cultivo

possibilita a fixação de nitrogênio, cobre bem o solo, tem diversas opções de herbicidas

registrados, interrompe o ciclo de pragas e doenças de pastagens e tem mercado nacional e

internacional. Contudo, produz pouca palha e de baixa relação carbono:nitrogênio (C:N). A

rotação da soja com outros cultivos que cubram o solo e que acrescentem carbono,

preferencialmente de maior relação C:N parece ser fundamental para o aumento de

sustentabilidade.

2.3 INTEGRAÇÃO LAVOURA PECUÁRIA

A denominação “Integração Agricultura e Pecuária” ou “Integração Lavoura

– Pecuária” tem sido utilizada mais recentemente no Brasil para descrever diversos

sistemas de produção em que participam pastagens e cultivos agrícolas com um mínimo de

interface entre elas (Alves, 1999).

A Integração Lavoura-Pecuária (ILP) é uma alternativa que destaca-se por

apresentar um sinergismo entre a produção de culturas anuais e a produção de forragem

para exploração da pecuária de corte ou de leite a pasto, além de apresentar vantagens

agronômicas, sociais e ambientais.

A ILP originou-se à partir de um conjunto de tecnologias desenvolvidas

por diferentes instituições brasileiras de pesquisa, com importantes contribuições de

empresas privadas e de produtores rurais. A integração destas tecnologias, resultam em

maior eficiência produtiva com benefícios para as atividades agrícolas, pecuárias e o meio

ambiente.

Dentre os principais avanços técnicos da agropecuária nacional destaca-se

o plantio direto, que surgiu no Estado do Paraná na década de 70, como alternativa para

melhorar a sustentabilidade do setor. A tecnologia do plantio direto proporciona inúmeras

melhorias do sistema produtivo e proporciona um ambiente mais saudável para as plantas.

19

Mesmo assim a falta de diversificação de cultivos tem gerado problemas para o manejo

correto das plantas daninhas, pragas e doenças das culturas. A diversificação representa a

chave essencial para superar estes e outros problemas. Entre as possibilidades de

diversificação, encontra-se a Integração Lavoura-Pecuária.

Existem diversos sistemas descritos como “Integração Lavoura - Pecuária”,

com inúmeras variações. A simples reforma de pastagens com cultivos agrícolas, a

utilização ocasional de forrageiras para recuperação de solos ou o pastejo “oportunista”

após os cultivos agrícolas tem dado lugar à implantação de sistemas intensivos, os quais

visam explorar o sinergismo da produção animal e agrícola, ambas com alta tecnologia, em

uma mesma propriedade (Alves, et. al., 2002).

Na região foco deste trabalho que corresponde à região do arenito do

Paraná, o maior desafio seria estabelecer um um program de integração lavoura pecuária

visando reformar as pastagens degradadas e garantir maior renttabilidade e sustentabilidade

aos sistemas produtivos.

Um sistema bem dimensionado e implantado de rotação de pastagens e

cultivos agrícolas pode permitir a produção de grãos e a obtenção de produtos animais de

alta qualidade. Sistemas de produção animal integrados com agricultura têm permitido a

obtenção de leite e carne de alta qualidade e a baixos custos, como indicam os trabalhos de

Alves, et. al., (2008) que trabalhando em pastagens com e sem suplementação, obteveram

produtividades leiteiras variando de 15 a 20 litros/animal/dia e a baixos custos. Relacionada

a pecuria de corte os trabahos deste autores indicam qua a adoção a ILP tem possibilitado a

criação e obtenção de animais criados a pasto que ficam prontos para abate com menos de

20 meses de idade.

2.4 ENTRAVES A ADOÇÃO DA TECNOLOGIA ILP

Compatibilizar sustentabilidade e rentabilidade é um dos maiores desafios

da agropecuária. As atividades precisam ser conduzidas com técnicas precisas, embasadas

em sistemas de informações dinâmicos que possibilitem maior retorno financeiro, com

menor dano ambiental, tanto a curto, médio e a longo prazos.

De acordo com Dent et al., (1986) o processo de tomadas de decisões

deve perseguir princípios básicos de alocação eficiente dos recursos físicos, financeiros e

humanos no sentido de melhor atingir os objetivos fixados.

20

A natureza biológica dos sistemas de produção agrícola, as variações

climáticas e o contexto político-econômico são condicionantes responsáveis pelas

incertezas do processo de tomada de decisão na fazenda (Dent et al., 1986). Ainda de

acordo com estes autores e com o que afirma Gasson (1973), os aspectos sociais da

família (atitudes, comportamentos, metas, desejos pessoais e coletivos) que também

interferem no processos de tomada de decisões do fazendeiro não têm sido devidamente

estudados e trabalhados pelos pesquisadores.

De modo geral, a maximização do lucro não é fator suficiente para explicar

a tomada de decisão por parte dos produtores rurais. Este processo decisório é complexo e

precisa ser estudado e compreendido para facilitar a difusão de tecnologias adequadas ao

desenvolvimento do meio rural.

Um outro aspecto importante a ser considerado é a participação dos

profissionais que prestam assessoria e e assistência técnica. Eles representam um

componente social muito forte que interfere diretamente no processo decisório e devem

orientar adequadamente os proprietários rurais no sentido de que seus objetivos pussam ser

atingidos de forma satisfatoria (Van Den Ban & Hawkins, 1996).

A decisão pontual ligada a aspectos fitossanitários e de sanidade animal

deve, ser de responsabilidade do técnico, mas as decisões estratégicas ou de investimentos

devem permanecer sob estrita responsabilidade do produtor rural, como indica Gasson

(1973).

Avaliar as diferentes percepções dos produtores e técnicos envolvidos no

processo pode ser um importante fator para a difusão da tecnologia da ILP.

2.4.1 A ILP COMO TECNOLOGIA GERENCIAL

A integração lavoura pecuária, além de ser uma forma econômica de

exploração da terra, é uma tecnológia que possibilita um gerenciamento racional da

propriedade e uma forma de diversificação que possibilita minimizar os riscos.

Para Abreo-Rodriguez e Almeida (2006) os riscos que envolvem as

atividades agropecuárias podem ser classificados em dois grandes grupos: riscos da

atividade e riscos financeiros.

Os riscos da atividade são aqueles onde a variação do resultado é

21

decorrente das características particulares da atividade e podem ser divididos em:

a) Produção e técnicos - que são aqueles intrínsecos à atividade produtiva. Riscos

climáticos, sanitários, etc e que interferem na quantidade e qualidade dos

produtos colhidos.

b) Mercado e preços – tanto de insumos quanto de produtos agropecuários;

c) Tecnológicos – a tecnologia muda com o tempo podendo torna obsoletas a

tecnologias atuais.;

d) Legais ou sociais - se referem às mudanças em leis e na percepçao da

sociedade em relação a politica ambiental, crediticia, etc.

Os riscos financeiros referem-se a estrutura financeira da empresa e

podem ser analisados quanto a:

a) Liquidez - que é o risco da empresa não poder sanar as dívidas de curto prazo,

podendo comprometer o futura da empresa;

b) Crédito - riscos de não dispor de crédito por ter todas as garantias

comprometidas.

c) Insolvência - que é o risco de não poder atender as dívidas ou obrigações

financeiras.

A análise dos riscos de atividade e financeiro asociados a adoção da

tenologia da Integração Lavoura Pecuária em uma região marginal para a agricultura como

é o caso do arenito do Paraná, auxilia na compreensão dos entraves à sua difusão.

2.5 O SISTEMA COOPERATIVISTA

As cooperativas são organizações particulares, regidas por legislação

específica, e a cada associado é concedido o direito a um voto nas decisões da sociedade. Os

resultados, considerados como “sobras”, são distribuídos proporcionalmente à movimentação

de cada associado na cooperativa e não independentemente do capital integralizado na

sociedade (http://www.ocb.org.br).

Esta forma particular de organização pode fazer com que as cooperativas

priorizem o bem estar e a estabilidade dos cooperados e não a maximização dos resultados

22

econômicos da cooperativa. Dentre as ações das cooperativas, há a valorização dos serviços

prestados aos associados, e, em particular a assistência técnica.

A Cocamar é uma cooperativa de produtores que se caracteriza pela

marcante atuação no setor industrial. Conta com um corpo técnico formado por mais setenta

técnicos das áreas de agronomia, economia, administração de empresas e um quadro de

associados composto por mais de 4000 produtores. A Cocamar conta inda com uma rede de

entrepostos para prestação de serviços técnicos, comercialização de insumos e recebimento e

comercialização de produtos agrícolas. Atua em mais de 30 municípios paranaenses,

incluindo alguns da região do arenito do Paraná.

3. OBJETIVOS

Diante do exposto anteriormente o trabalho foi conduzido com os seguintes

objetivos:

3.1 Geral

Desenvolver um estudo para avaliação da percepção de produtores de

técnicos sobre as reais perspectivas de expansão da tecnologia da Integração Lavoura

Pecuária na região do Arenito Caiuá.

3.2 Específicos:

Avaliar as percepções de técnicos e produtores em relação às

possíveis limitações a adoção da integração lavoura pecuária em propriedades

agropecuárias localizadas na região do arenito do Paraná.

Gerar informações que sirvam de indicativo à formulação de políticas

públicas visando à difusão da Integração Lavoura Pecuária na região do arenito Caiuá -

Paraná.

4 METODOLOGIA

Para uma melhor compreensão sobre as principais razões que limitam a

adoção da Integração Lavoura Pecuária pelos produtores rurais comerciais, fizeram-se

23

inicialmente entrevistas informais com técnicos da região. A partir das informações

coletadas, elaborou-se um questionário, o qual foi aplicado a 5 técnicos visando testar este

instrumento (pré-teste).

O levantamento dos dados foi efetuado com a aplicação de questionários

estruturados, com questões fechadas, a fim de transformar uma série de fatos qualitativos

(denominados atributos) numa série de valores quantitativos (denominados variáveis) e,

assim, permitir a analise estatística dos resultados.

4.1 DEFINIÇÃO DA AMOSTRA

Na definição dos grupos focais foram selecionados, intencionalmente,

técnicos e administradores (gerentes) vinculados a cooperativa Cocamar, e produtores

agrupados em três importantes variações dos sistemas de produção e representativos do

setor agropecuário regional: a produção de grãos, a bovinocultura de corte e o sistema misto

entre ambos. Além de sua importância sócio-econômica regional, a escolha desses

sistemas de produção se baseou na expectativa de se encontrar diferenças significativas no

processo de decisão dos produtores de grãos (agricultores), especializados de carne

(pecuaristas) e mistos (agropecuaristas) e destes em relação à visão dos gerentes de

entrepostos e técnicos.

Na identificação do entrevistado solicitou-se que indicasse: (a) sua

atividade principal (agricultor, pecuarista,agropecuarista, assistência técnica ou gerente) (c)

seu grau de escolaridade (até o primeiro grau, segundo grau ou superior); (d) sua idade

(menos de 30 anos, de 30 a 40 anos, de 41 a 50 anos ou mais de 51 anos). No caso de

produtores, foram solicitadas informações gerais sobre a propriedade e as atividades.

Para a mensuração do grau de concordância dos entrevistados, sobre as

afirmações contidas no questionário, foi adotada a escala decimal de zero a dez. A opção

pela escala decimal no questionário, levou em consideração sua maior facilidade de

compreensão no meio rural, tendo em vista seu freqüente uso no sistema educacional

brasileiro. Na escala considerada, as notas atribuídas pelos entrevistados às afirmações

possuem o seguinte significado: a nota zero significa to tal discordância; notas de um a

quatro significam discordância parcial; nota cinco significa indiferença; notas de seis a nove

significam concordância parcial e a nota dez significa total concordância. No questionário

uma seta em direção a nota zero indicava maior discordância e uma seta em direção a

nota dez indicava maior concordância (apêndice 2). No questionário, são colocadas diversas

afirmações, e algumas contradições e visando direcionar os entrevistados a uma reflexão

24

sobre a temática proposta.

4.1 COLETA DOS DADOS

A coleta dos dados foi efetuada em duas etapas. Na primeira etapa o

questionário foi aplicado a gerentes e técnicos de entrepostos da Cooperativa, os quais não

sabiam da existência da segunda etapa.

Na segunda etapa o mesmo questionário foi aplicado pelos técnicos a

produtores de diferentes perfis (agricultores, pecuaristas e agropecuaristas e nas diferentes

regiões de abrangência da cooperativa). Os técnicos foram orientados a não induzir as

respostas dos produtores de acordo com suas próprias opiniões.

4.3 POPULAÇÃO E AMOSTRA

A população amostral utilizada neste estudo envolveu técnicas a

agricultores que atuam junto à Cooperativa Cocamar, na região do Arenito (Tabela 2)

Tabela 2 – Áreas de pastagens por macro regiões da Cooperativa Cocamar na região do

arenito.

Região Pastagem (ha)

Paranacity 198.334

Cianorte 122.464Umuarama 379.181

Iporã 119.441TOTAL 819.420

Dados: IBGE 2006

Procedeu-se uma extratificação da população amostral/agrupando as

regiões de Cianorte, Umuarama e Iporã devido à percepção dos técnicos e gerentes. Estas

regiões se caracterizam por apresentar pequenas propriedades, muitas originárias do

mesmo processo de colonização. A região de Paranavaí difere das demais, uma vez que

25

apresenta maior concentração de grandes propriedades que exploram a pecuária de corte e

o plantio de grandes áreas com o cultivo da mandioca visando o processo de reforma de

pastagens. Além disso, apresenta menor pluviosidade (tabela 3).

Tabela 3 – Estratificação das áreas de pastagens em duas diferentes regiões por macro

região da Cooperativa Cocamar na região do arenito.

198.334 ha 24,2 % Região de Paranavaí

621.086 ha 75,8 % Região de Umuarama

819.420 ha 100,0 %

Com base nestes dados, procedeu-se o planejamento das amostragens

(Tabela 4). Definiu-se pela aplicação de 100 questionários para o grupo de produtores, e

todos os técnicos e gerentes das duas regiões avaliadas. O grupo de produtores foi

estratificado em agricultores, pecuaristas e agropecuaristas, considerando as proporções

destes grupos na área de atuação da cooperativa.

Tabela 4 – Distribuição do número de questionários (amostras) por regiões de atuação da

Cooperativa Cocamar do arenito..

Integração Lavoura e Pecuária

Região/Unidade Gerente Técnicos Agricultor Pecuarista Agropecuarista Total Amostragem

REGIÃO DE PARANAVAÍ

1 Atalaia 1 2 0 4 2 6

2 Floraí 1 2 0 2 1 3

3 Nova Esperança 1 0 4 1 5

4 Paraíso do Norte 1 1 0 3 1 4

5 Paranacity/Paranapoema 1 1 0 5 1 6

6 Paranavaí 1 0 6 1 7

Sub-total 6 6 0 24 7 31 24,2 %

REGIÃO DE UMUARAMA

7 Altonia/SJP 1 1 0 6 1 7

8 Cianorte 1 2 1 5 2 8

9 Cruzeiro do Oeste 1 0 5 1 6

10 Douradina 1 0 5 1 6

11 Icaraíma 1 0 4 1 5

12 Iporã 1 2 1 5 2 8

13 Japurá 1 1 1 1 0 2

14 Jussara 1 2 1 1 0 2

15 Terra Boa 1 1 1 2 1 4

16 Tapira 1 1 0 4 2 6

17 Tuneiras do Oeste 1 1 1 3 2 6

18 Umuarama 1 2 1 6 2 9

Sub-total 9 16 7 47 15 69 75,8 %

TOTAL ARENITO 15 22 7 71 22 100 100,0 %

ÁREA % Região

26

4.2 PROCESSAMENTO DOS DADOS E ANALISE ESTATÍSTICA

Os dados coletados foram organizados de acordo com a estratificação

proposta e analisados. Procedeu-se a análise estatística com o calculo da média e do erro

padrão da média.

Os dados obtidos foram apresentados e discutidos em reuniões com

grupos de produtores e técnicos visando uma checagem final para melhorar a interpretação

dos mesmos. A experiencia de mais de 15 anos do autor em Integração Lavoura Pecuária,

e dos técnicos e gerentes que atuam em atividades relacionadas também foi considerada e

serviu de fonte para a discussão dos entraves a difusão detectados nas entrevistas.

27

5. RESULTADOS E DISCUSSÃO

Fez-se uma breve caracterização e na qual se percebem diferenças

significativas entre os grupos de produtores:

5.1 AGRICULTORES

Apenas 8 agricultores tipicos foram entrevistados. Em média exploram

527,4 ha e tem alta preferencia por buscar informações participando de dias de campo ou

conversando com técnicos e outros produtores (Tabela 5). Mais de 50% dos agricultores (4)

entrevistados tem mais de 50 anos, um é produtor de mandioca e os demais produzem

grãos.

Foi possível identificas neste grupo que apenas dois são arrendatários e 6

terminaram o segundo grau, 1 teminou apenas o segundo grau e apenas 1 tem curso

superior completo.

Tabela 5 - Fonte de informação preferida pelos agricultores (em percentagem)

Nas repostas livres foram feitas duas observações neste grupo: uma a

respeito da necessidade de ajuste no zoneamento agricola de soja para alguns municipios

do arenito e outra a respeito das dificuldades de sobrevivencia dos arrendatários.

5.2 PECUARISTAS

Sessenta pecuaristas típicos foram entrevistados, com área média de

28

476,7 ha e 425 animais. Metade (30) cursou Universidade, 17 tem o segundo grau, 12

apenas o primeiro grau e um não informou.

Vinte e sete pecuarias tem mais de 50 anos, vinte e um tem entre 40 e 50

anos, oito entre 30 e 40 e apenas 2 têm menos de 30 anos. Dezessete informaram produzir

leite, trinta e sete dizem fazer a terminação de animais, quarenta e um tem atividades de

cria.

Este grupo se destaca tambem pelas respostas livres, em que a maioria

mostra-se mais reticente em relação a agricultura. Dentre as afirmações, destam-se:

• Oito produtores deixaram transparecer que gostariam de preferencialmente arrendar

as áreas para produtores de grãos em vez de plantar, mas três ressaltaram que tem

receio em relação ao arrendamento devido a falta garantia do recebimento da renda

e a exigencia de longo tempo de contrato.

• Cinco produtores produtores ressaltaram ter medo do clima e três ressaltaram como

limitação a falta de seguro e de garantia de preços.

• Um produtor afirmou que “A ILP é ótima para renovação de pastagem mas o gargalo

está na falta de maquinários e informações ao pecuarista”.

• Dois produtores fizeram criticas ao plantio de soja no arenito e frisaram

categoricamente que “A Cocamar deve se preocupar na produção e sucesso do

cooperado e não com venda de produtos que só favorece a industria e que a soja no

Arenito tem causado muito prejuízos aos cooperados.

Tabela 6 - Fonte de informação preferida pelos pecuaristas (em percentagem)

29

5.3 AGROPECUARISTAS

Vinte e quatro produtores foram considerados agropecuaristas e que em

média exploram 527,4 ha. Neste grupo observa-se que 35 % da área disponível é ocupada

por cultivos agrícolas, porém com uma amplitude de 8 a 50 %. Mais da metade dos

produtores (14) deste grupo tem curso superior completo e tem o maior grau de aceitação

da ILP.

Neste grupo observa-se alta preferencia em buscar informações

conversando com técnicos e em segundo lugar, participando de dias de campo, mas

variadas fontes de informação são utilizadas (Tabela 7). Mais de 70 % deste grupo de

produtores tem mais de 50 anos, 14 % entre 40 e 50 anos e apenas 4 tem menos de 40

anos de idade.

Quatro são produtores tradicionais de mandioca, os outros podem

ocasionalmente se dedicar a esta lavoura, mas plantam preferencialmente lavouras de

grãos. Todos tem pastagens como alternativa de renda e difversificação.

Tabela 7 - Fonte de informação preferida pelos agropecuaristas (em percentagem)

Dentre as respostas livres, é digno de nota que vários consideram a ILP

como uma boa opção e que dá bons resultados, havendo alguma cobrança em termos de

apoio governamental, (seguro agrícola, zoneamento/ e da cooperativa assessoria

veterinária e maior presença dos engenheiros agronomos). Um produtor reclamou

especificamente da dificuldade em arrendar áreas para produtores com experiencia agricola.

30

Apresentação e avaliação geral das respostas do questionário:

As respostas ao questionário foram tabuladas/agrupadas e os graficos que

representam os valores médios das notas atribuídas pelos diferentes grupos participantes

da pesquisa estão apresentado à seguir, agrupados na sequencia das perguntas

apresentadas no questionário.

31

5.4 PERGUNTAS RELACIONADAS A PASTAGENS E PECUÁRIA

(média de notas e erro padrão da média, obtidos para diferentes grupos de produtores e

técnicos em relação as afirmações propostas).

a) A degradação das pastagens é um fenômeno mundial e

impossível de ser evitado. Os produtores têm que renovar

as pastagens de tempos em tempos.

c) Uma das principais vantagens da Integração Lavoura

Pecuária é a possibilidade de produzir alimentos para os

animais durante o período das secas.

d) O Pecuarista típico tem interesse na Integração Lavoura Pecuária, mas

não faz. Ele tem dificuldade em cultivar lavouras, não tem recursos

humanos habilitados e nem recursos financeiros para isto.

e) O Pecuarista típico não tem interesse em fazer lavoura. Arrendar

para o plantio de grãos é melhor do que plantar. O arrendatário fica

com o risco da lavoura. A figura do arrendatário é indispensável para

o aumento da área de soja no arenito

f) O arrendamento de terra para o plantio de lavouras é

ruim para o proprietário. O arrendatário cuida mal da

terra, afinal a propriedade não é dele.

b) A adubação de pastagens custa caro e os resultados

duram pouco

.

32

Nas respostas às perguntas relacionadas à pecuária (5.1) foi possível

verificar que os produtores acreditam que a degradação das pastagens é um processo

impossível de ser evitado e que a adubação das pastagens custa caro e é vista com receio.

Os técnicos e gerentes parecem concordam apenas parcialmente com a afirmação da

degradação das pastagens e discordam que a adubação custa caro e que os resultados

duram pouco.

Todos concordam os que pecuaristas tem interesse na integração lavoura

pecuária e que produzir alimentos para alimentar os animais no período da seca é uma

grande vantagem, mas que há dificuldades operacionais.

É interessante notar que há uma discordância importante na opinião dos

pecuaristas em relação aos arrendatários (f). Os pecuaristas concordam com a afirmação

que arrendar terras é ruim para eles, ao contrário do que pensam técnicos, gerentes e

principalmente agricultores.

Considerando a análise/avaliação o conjunto de respostas deste tópico,

pode-se fazer as seguintes considerações reflexões: a) os conceitos de adubação,

produtividade e persistência das pastagens precisam ser melhor difundido entre os

produtores, b) os pecuaristas tem algumas dificuldades em trabalhar lavouras e c) o

arrendamento, se bem feito, pode ser bom para a difusão da ILP, mas as há problemas a

serem equacionados.

Em checagem posterior a campo, percebeu-se que o valor pretendido

pelos pecuaristas para o arrendamento é considerado excessivo pelos agricultores. A

produção de pastagens de inverno, apesar de ser considerada importante por todos, não é

adequadamente valorada e não há, normalmente, uma parceria entre arrendatários e

pecuaristas na utilização deste recurso.

33

5.5 PERGUNTAS RELACIONADAS A AGRICULTURA DE GRÃOS NA REGIÃO DO

ARENITO DO PARANÁ

a) O arenito do Paraná tem solos pobres e altamente suscetíveis à

erosão e deveriam ser utilizados apenas para o cultivo de

pastagens ou para o plantio de culturas perenes, como eucalipto,

frutas ou seringueira

b) No arenito do Paraná, os cultivos de soja e milho apresentam

alto risco de insucesso devido à possibilidade de ocorrência de

estiagens e devem ser evitados pelos produtores.

produtores.

d) O milho safrinha tem alto risco. Os produtores ganhariam mais

dinheiro se produzissem soja de ciclo mais longo, plantada na

época mais adequada e plantassem pastagens na época de

safrinha.

e) O plantio direto é de fundamental importância para o

plantio de lavouras no arenito do Paraná. A palha protege

o solo da erosão e as culturas sentem menos as estiagens.

f) Os sulcos de erosão e trilhas de gado impedem o plantio

de lavouras em plantio direto nas áreas de pastagens

degradadas no primeiro ano.

c) O milho safrinha é cultura importante na rotação com

soja e no Sistema de Integração Lavoura-Pecuária e deve

ser incentivado.

34

Os produtores, técnicos e gerentes discordam que o arenito do Paraná

deveria ser utilizados apenas para pastagens e cultivos perenes e estão de acordo que o

risco para cultivos agrícolas é parecido com o encontrado em outras regiões.

Contraditoriamento, os agricultores e pecuaristas concordam com a afirmação de que soja

e milho tem alto risco no arenito do Paraná, havendo entretanto leve discordancia dos

agropecuaristas e principalmente dos técnicos e gerentes em relação a esta afirmação.

É interessante notar que técnicos, gerentes e produtores concordam que

plantar soja de ciclo mais tardio e pasto em vez de milho safrinha pode ser uma estratégia

para a melhoria da produtividade e a diminuição de riscos. E apesar disto, com excessão

dos gerentes, que são indiferentes a questão, todos os demais concordam com a afirmação

de que o milho safrinha é importante dentro do sitema de ILP.

g) O alto custo dos equipamentos de plantio direto limita

sua adoção pela maioria dos produtores.

h) Os animais em pastejo compactam os solos devido ao pisoteio e por

isso diminui a produtividade da soja em áreas de Integração Lavoura

Pecuária.

I) o plantio de lavoura de grãos tem maior risco e rentabilidade do que

a pecuária. Para ganhar mais, o agricultor assume maiores riscos. O

pecuarista ganha menos, mas vive mais tranqüilo e não quebra.

PECUARIA

j) A ocorrência de estiagens no arenito do Paraná é

parecida com as que ocorrem em outras regiões do estado

e com o plantio direto, o risco de insucesso diminui muito.

35

Todos concordam da grande importância do plantio direto para

estabelecimento de lavouras no arenito do Paraná.

De forma acertada, os técnicos mostram-se indiferentes a afirmação de

que os trilhos de gado e sulco de erosão impediriam o cultivo de soja em plantio direto no

primeiro ano. Na verdade, esta é uma tecnologia em fase de implantação na região e

representa uma importante quebra de paradigma. O preparo ou não de solos no primeiro

ano depende de rigorosa avaliação técnica, sendo dispensável na maioria das situações

(Alves, não publicado).

Todos concordam que os equipamentos de plantio direto são caros, mas

isto é “visto” com tranquilidade por agricultores, agropecuaristas, técnicos e gerentes, mas

como problema pelos pecuaristas. Nas reuniões posteriores de checagem, notou-se que os

pecuaristas investem uma quantidade elevada de recursos na compra de tratores traçados e

grades pesadas para a reforma de pastagens, mas, de modo geral, usam equipamentos de

plantio de baixo custo (a lanço). Ao contrário destes, os agricultores, tem o equipamento de

plantio como prioritário.

A presença de animais em pastejo nas áreas agrícolas é visto com

tranquilidade por técnicos, gerentes e pecuaristas e com restrições pelos agricultores.

Também há concordância na afirmação de que o risco e a rentabilidade da

agricultura são maiores do que os observados em pecuária. Este é um senso comum entre

produtores e técnicos, mas visto com restrição pelos pesquisadores e especialistas em

produção animal (Alves, informação pessoal).

36

5.6 PERGUNTAS RELACIONADAS A SISTEMA DE INTEGRAÇÃO LAVOURA

PECUÁRIA

B) As pastagens implantadas após o plantio de soja são

melhores do que as plantadas após mandioca ou milho.

A) Arrendar para plantio de mandioca é uma excelente

opção para o pecuarista. Ele recebe pelo arrendamento e

ainda reforma as pastagens degradadas.

e) Pastagens implantadas após a soja possibilitam aumentar a

lotação das pastagens e diminuir a idade de abate, melhorando

muito a produtividade da pecuária. A Integração Lavoura Pecuária é

melhor para os pecuaristas do que para os agricultores.

c) O adequado manejo das pastagens no período das secas é

fundamental para a manutenção dos inúmeros benefícios do plantio

direto e para a sustentabilidade do sistema. O pastejo excessivo no

período das secas deixa pouca palha e compacta o solo, prejudicando a

lavoura no verão.

d) “O sistema de integração lavoura pecuária é vantajoso“. O plantio de

soja permite a reforma das pastagens degradadas com baixo custo. A nova

pastagem é vigorosa e permite ganhos expressivos na pecuária. A soja paga

a conta da reforma da pastagem e pode sobrar dinheiro.

37

É interessante notar que os produtores, técnicos e gerentes consideram a

soja cultivada uma ótima alternativa para a reforma de pastagens, há percepção de que

áreas de forrageiras formadas após esta cultura tem maior qualidade e permitem altas

lotações. Há uma percepção de que manejar adequadamente as pastagens no período de

inverno é importante para a manutenção do plantio direto e para a diminuição de riscos na

lavoura.

Outro fato digno de nota, é a percepção dos produtores de que a cultura de

mandioca não é uma boa opção para a reforma de pastagens. Apesar de valores de

arrendamento da terra relativamente altos, observam-se muito problemas de erosão e

pastagens de menor produtividade após este cultivo.

5,7 Perguntas relacionadas a percepção do Sistema de ILP e o futuro

a) O sistema de Integração Lavoura-Pecuária é mais complexo e

requer maior preparo de produtores e técnicos em nível de

conhecimento.

b) Os produtores recebem grande quantidade de informações hoje em dia. Há

informações na televisão, na internet, no jornal da cooperativa, revistas, etc.

Além disto, o produtor recebe inúmeras visitas de técnicos de cooperativas e

empresas.

c) Os produtores têm dificuldade em selecionar as

informações realmente úteis para a melhoria da

produtividade e rentabilidade de suas propriedades.

d) O pecuarista necessita de assistência técnica especializada, freqüente e de

alta qualidade para poder entrar na Integração Lavoura Pecuária, mesmo que

para isto tivesse que arcar com parte do custo.

38

Os produtores recebem grande quantidade de informações, mas tem

dificuldades em selecionar aquelas realmente uteis aos seus negócios. O sistema de ILP é

mais complexo e há a necessidade de assessoria técnica de qualidade. A questão da

disponibilidade de mão de obra especializada é considerada pouco importante pelos

técnicos e gerentes, de média relevancia para agricultores, mas tem maior relevancia para

pecuaristas e agropecuaristas e, deve ser um fator a ser considerado.

A cana de açucar é uma atividade em expansão na região e é tida pelos

produtores como uma alternativa para manter a posse da terra, principalmente quando

deixam de explora-la de forma econômica com outras atividades, a partir do momento em

que eles desistem de explorar outras atividades.

e) A falta de mão de obra especializada na condução de

lavouras é uma das principais limitações para o plantio de

grãos no arenito. O treinamento ou a contratação de

funcionários com experiência em é uma grande dificuldade

para a implantação da Integração Lavoura Pecuária.

f) A tendência da maioria dos produtores pequenos e

médios do arenito é arrendar suas terras para o cultivo da

cana-de-açúcar.

39

5.8 Perguntas relacionadas a percepções gerais dos produtores em relação à gestão

e a participação da assessoria técnica nas decisões

a) A principal função da propriedade rural é ganhar

dinheiro e proporcionar um bom padrão de vida para o

produtor e seus familiares.

b) As decisões devem permanecer inteiramente sob o domínio do

produtor, que é o principal responsável pelo sucesso ou fracasso da

propriedade. O técnico deve-se limitar a assessorar o produtor em suas

demandas.

c) Os jovens não querem permanecer no campo. A

tendência das famílias é vender as propriedades e ir

morar na cidade.

d) Os técnicos devem buscar constantemente o aumento de renda dos

produtores, oferecendo novas alternativas, novos produtos e participar

ativamente do planejamento das propriedades rurais. Afinal de contas, os

técnicos têm muito mais a oferecer do que simplesmente atender as

demandas dos produtores.

e) A assistência técnica é incompatível com a venda de

insumos. Os produtores não podem confiar totalmente

nas recomendações de técnicos que vendem insumos.

f) A Integração Lavoura Pecuária é melhor para as

multinacionais e empresas do que para os produtores

devido à maior necessidade de uso de insumos.

40

Todos concordam que gerar recursos financeiros é uma das principais

funções da propriedade agropecuaria e que os tecnicos e gerentes devem buscar

alternativas e opções para auxiliar os produtores neste sentido.

Os produtores concordam com a afirmação de que devem ter a decisão

final de como e o que explorar nas propriedades, visto serem os principais responsáveis

pelo sucesso ou fracasso de suas atividades. Há discordancia parcial neste tema, mas as

notas médias dos pecuaristas e técnicos estão próximas de 5, ou seja da neutralidade. Os

gerentes parecem discordar e indicam que poderiam ou gostariam de interferir mais no

processo decisório, o que está de acordo com a função executiva em que atuam na

cooperativa.

Os produtores, de maneira geral, e em especial os agricultores

desaprovam que técnicos estejam envolvidos diretamente com a venda de insumos.

Pecuaristas e agricultores também indicam que a ILP parece ser demandante de insumos, o

que pode não ser um bom negócio para os produtores. Os agropecuaristas, e colocam em

posição de neutralidade ou discordam levemente desta colocação, provavelmente por já

terem vivenciado, pelo menos parcialemtne, o sinergismo de ter atividades agricolas e

pecuarias numa mesma propriedade. Os técnicos e gerentes discordam veementemente

desta afirmação e parecem ter convicção de que a ILP é uma ótima alternativa para os

produotres.

Os produtores e tecnicos concordam que há uma forte tendência dos

jovens não quererem permanecer no campo. Como a idade média dos produtores é

razoavelmente elevada, o esvaziamento do campo é uma realidade que deve ser levada em

conta em qualquer formulação de porpostas tecnologicas para esta região.

41

5.9 Perguntas relacionadas a difusão de informações da pesquisa e apoio

governamental

Produtores e técnicos concordam que a pesquis agrícola é importante para

testar as tecnologias disponíveis. Apenas os pecuaristas sentem ter dificuldade de acesso

aos resultados de pesquisa.

Há concordância de todos a respeito da necessidade de se ter apoio

governamental para que os produtores possma plantar soja no arenito do Paraná.

a) As Instituições de pesquisa são importantes para os

produtores. Elas testam as tecnologias antes de

recomendar.

b) Os agricultores têm dificuldade em ter acesso às

informações geradas pela pesquisa agrícola oficial.

c) O governo deveria apoiar os produtores com

financiamento, preços mínimos e seguro agrícola.

d) Ter seguro agrícola é fundamental para que os

produtores possam plantar soja no arenito.

42

4. CONCLUSÕES

a) Os pecuaristas tem dificuldades em explorar lavouras e o arrendamento,

se bem feito, pode ser uma boa estratégia para a difusão da ILP, na região do arenito do

Paraná.

b) Os valores pretendidos pelos pecuaristas para o arrendamento das

terras são considerados excessivos pelos agricultores.

Produzir alimentos para alimentar os animais no período da seca é uma

das principais vantagenas da ILP (a produção de pastagens de inverno, apesar de ser

considerada importante por todos, não é adequadamente valorada e não há, normalmente,

uma parceria entre arrendatários e pecuaristas na utilização deste recurso).

Os produtores, técnicos e gerentes discordam que o arenito do Paraná

deveria ser utilizado apenas para pastagens e cultivos perenes.

Utilizar o plantio direto desde o primeiro ano, selecionar cultivares de soja

de diferentes ciclos e cultivar pasto no lugar do milho safrinha são possíveis estratégias a

serem adotadas na região, visando reduzir riscos que ocorrer com as culturas por produção

de grãos.

A presença de animais em pastejo nas áreas agrícolas é visto com

tranquilidade por técnicos, gerentes e pecuaristas e com restrições pelos agricultores.

A soja é a principal alternativa de cultura para o sistena ILP. Forrageiras

formadas após esta cultura tem maior qualidade e permitem altas lotações. Há uma

percepção de que manejar adequadamente as pastagens no período de inverno é

importante para a manutenção do plantio direto e para a diminuição de riscos na lavoura.

Há uma percepção de que a cultura e mandioca não é adequada ao

sistema ILP. O sistema de ILP é complexo e há necessidade de assessoria técnica de

qualidade. Para suporete, a disponibilidade de mão de obra especializada é importante para

que os pecuaristas adotem sistema ILP.

A cana de açucar é uma atividade em expansão e tida pelos produtores

como uma alternativa para manter a posse da terra.

Os produtores preferem técnicos que não estejam envolvidos diretamente

43

com a venda de insumos.

A idade média dos produtores da região do arenito do Paraná é

razoavelmente elevada e há uma tendencia dos jovens não permanecerem no campo.

Produtores e técnicos concordam que a pesquisa agrícola é importante

para testar as tecnologias disponíveis e que o apoio governamental e fundamental possa

para a adoção e defesas da tecnologia da ILP na região.

44

5. REFERÊNCIAS

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Cadernos de Grupo GUARA, julho, 2006.

ALVES, S. J. ; ALVES, R. M. L. ; RICCE, W. S. ; TORMENA, C. ; MORAES, A. ; BELLO, M.

Integração Lavoura Pecuária Intensiva e perspectivas do aumento do uso de

leguminosas. In: Paulino, V.T.; Ferrari Jr,E.; Gerdes, L.; Lucena, M.A.C.; Mattos, W.T.;

Alcantara, P.B.. (Org.). Encontro técnico leguminosas forrageiras. 1 ed. Nova Odessa: IZ -

Instituto de Zootecnia, 2007, v. 1, p. 1-36.

ALVES, S. J. ; MORAES, A. Manejo de pastagens em sistema de integração lavoura

pecuária. In: Nilvania Aparecida de Melo e Tangriani Simioni Assmann. (Org.). I Encontro de

Integração Lavoura Pecuária no sul do Brasil. Pato Branco: CEFET, Paraná, 2002, v. V1, p.

103-108.

ALVES, S. J. ; TORMENA, C. ; ALVES, R. M. L. ; RICCE, W. da S. ; BELLO, M. ; MORAES,

A. . Integração Lavoura Pecuária na condição de clima subtropical. In: 11 Encontro

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ALVES, S. J. Integração Lavoura – Pecuária na região do arenito Caiuá - Pr. No prelo.

Prospectum Consultores Associados Ltda. 2011. 280 pg.

ALVES, S. J. Intensificação da Bovinocultura em Áreas de Pastagens In. CURSO DE

TUTORIA À DISTÂNCIA: PRODUÇÃO E UTILIZAÇÃO DE PASTAGENS, EM NÍVEL DE

APERFEIÇOAMENTO, 2000, Maringá. Apostila. Produção e Utilização de Pastagens, em

nível de Aperfeiçoamento, Maringá CPAF, 2000, v. 4, n. 3, p. 74-98.

ALVES, S. J.; MORAES, A. Algumas considerações sobre a intensificação da

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gerenciamento de corte, 2000, Assis Chateubriand Pastagens, Cruzamentos Industriais e

Gerenciamento de Corte, Assis Chateubriand SENAR-PR, 2000, v. 2, n. 2, p. 233-252

BARCELOS, A . Recuperação de pastagens degradadas, 1986. Planaltina - DF: Empresa

Brasileira de Pesquisa Agropecuária (EMBRAPA) e Centro de Pesquisa Agropecuária dos

Cerrados (CPAC), 38 p.

DENT, JB; HARRISON, SR; WOODFORD, KB. Planejamento agrícola com a

programação linear: conceito e prática. Londres: Butterworths, 1986. 209p.

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degradadas de colonião (Panicum maximum), Relatório de pesquisa - IAPAR, Paranavaí, 10

p. n/p.

MARUN, F. & ALVES, S. J. Nutrição ,adubação e calagem de forrageiras no Estado do

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Avaliação de Forrageiras, 1996. p.53-74.

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SÁ, J.P.G & CAVIGLIONE, J.H. Arenito caiuá: capacidade de lotação das

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SEAB/DERAL. SECRETARIA DE ESTADO DA AGRICULTURA E DO ABASTECIMENTO /

DEPARTAMENTO DE ECONOMIA RURAL. Composição do rebanho bovino por município.

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SOARES FILHO, C.V.; MONTEIRO, F.A.; CORSI, M. Recuperação de pastagens

degradadas de Brachiaria decumbens. 1. Efeito de diferentes tratamentos de fertilização e

manejo. Pasturas Tropicales, Cali, v.14, nº2, p.2-6, 1992.

46

ANEXOS

ANEXO A

Amostragem

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Anexo 2 – Questionário utilizado no levantamento

INTEGRAÇÃO LAVOURA PECUÁRIA NO ARENITO DO PARANÁ

Solicitamos sua colaboração para responder este questionário.

Através dele, pretende-se conhecer melhor a opinião e percepção de produtores e

técnicos sobre alguns temas relacionados à Integração Lavoura Pecuária no Paraná.

Nenhuma informação individual será divulgada.

Região em que está localizada sua propriedade:

1. Você é:

(a) Técnico (b) Gerente de entreposto (c) Proprietário rural (d) Arrendatário (e) outro

Se proprietário ou arrendatário, por favor, responda:

( ) Agricultor ( ) Agropecuarista ( ) Pecuarista

Área total das propriedades exploradas (ha): _______________

Área de cultivos agrícolas de grãos (2008/2009):____________

Citrus: _________ Mandioca: ________ Café:________Outros: _________________

Área de pastagens (2008): ____________ ( ) cria ( ) recria ( ) engorda ( ) leite

Número de animais: ________________________________________________

2. Indique a sua idade:

(a) menos de 30 anos

(b) de 30 a 40 anos

(c) de 40 a 50 anos

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(d) mais de 50 anos

3. Indique seu grau de escolaridade:

(a) até primeiro grau completo

(b) segundo grau (completo ou incompleto)

(c) superior (completo ou incompleto)

Instruções para responder as questões seguintes:

Responda se você concorda ou não com as afirmações abaixo.

Para isso, atribua notas de 0 a 10, de acordo com sua maior ou menor concordância com as afirmações, considerando que:

Nota 0 significa que você discorda integralmente da afirmação;

Notas intermediárias (de 1 a 4) significam discordância parcial;

Nota 5 significa indiferença;

Notas intermediárias (de 6 a 9) significam concordância parcial;

Nota 10 significa que você concorda integralmente da afirmação;

Maior discordância Maior concordância

0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10

4. “O sistema de integração lavoura pecuária é vantajoso“. O plantio de soja permite a reforma das pastagens degradadas com baixo custo. A nova pastagem é vigorosa e permite ganhos expressivos na pecuária. A soja paga a conta da reforma da pastagem e pode sobrar dinheiro. Nota:_____

5. O Pecuarista típico tem interesse na Integração Lavoura Pecuária, mas não faz. Ele tem dificuldade em cultivar lavouras, não tem recursos humanos habilitados e nem recursos financeiros para isto. Nota:_____

49

6. O Pecuarista típico não tem interesse em fazer lavoura. Arrendar para o plantio de grãos é melhor do que plantar. O arrendatário fica com o risco da lavoura. A figura do arrendatário é indispensável para o aumento da área de soja no arenito Nota:_____

7. A falta de mão de obra especializada na condução de lavouras é uma das principais limitações para o plantio de grãos no arenito. O treinamento ou a contratação de funcionários com experiência em é uma grande dificuldade para a implantação da Integração Lavoura Pecuária. Nota:_____

8. O sistema de Integração Lavoura-Pecuária é mais complexo e requer maior preparo de produtores e técnicos em nível de conhecimento. Nota:_____

9. A ocorrência de estiagens no arenito do Paraná é parecida com as que ocorrem em outras regiões do estado e com o plantio direto, o risco de insucesso diminui muito. Nota:_____

10. No arenito do Paraná, os cultivos de soja e milho apresentam alto risco de insucesso devido à possibilidade de ocorrência de estiagens e devem ser evitados pelos produtores. Nota:_____

11. O milho safrinha é cultura importante na rotação com soja e no Sistema de Integração Lavoura-Pecuária e deve ser incentivado. Nota:_____

12. O milho safrinha tem alto risco. Os produtores ganhariam mais dinheiro se produzissem soja de ciclo mais longo, plantada na época mais adequada e plantassem pastagens na época de safrinha. Nota:_____

13. Ter seguro agrícola é fundamental para que os produtores possam plantar soja no arenito. Nota:_____

14. Uma das principais vantagens da Integração Lavoura Pecuária é a possibilidade de produzir alimentos para os animais durante o período das secas. Nota:_____

15. Pastagens implantadas após a soja possibilitam aumentar a lotação das pastagens e diminuir a idade de abate, melhorando muito a produtividade da pecuária. A Integração Lavoura Pecuária é melhor para os pecuaristas do que para os agricultores. Nota:_____

50

16. A Integração Lavoura Pecuária é melhor para as multinacionais e empresas do que para os produtores devido à maior necessidade de uso de insumos. Nota:_____

17. O alto custo dos equipamentos de plantio direto limita sua adoção pela maioria dos produtores. Nota:_____

18. Os animais em pastejo compactam os solos devido ao pisoteio e por isso diminui a produtividade da soja em áreas de Integração Lavoura Pecuária. Nota:_____

19. O adequado manejo das pastagens no período das secas é fundamental para a manutenção dos inúmeros benefícios do plantio direto e para a sustentabilidade do sistema. O pastejo excessivo no período das secas deixa pouca palha e compacta o solo, prejudicando a lavoura no verão. Nota:_____

20. O plantio direto é de fundamental importância para o plantio de lavouras no arenito do Paraná. A palha protege o solo da erosão e as culturas sentem menos as estiagens. Nota:_____

21. A degradação das pastagens é um fenômeno mundial e impossível de ser evitado. Os produtores têm que renovar as pastagens de tempos em tempos. Nota:_____

22. A adubação de pastagens custa caro e os resultados duram pouco. Nota:_____

23. O arrendamento de terra para o plantio de lavouras é ruim para o proprietário. O arrendatário cuida mal da terra, afinal a propriedade não é dele. Nota:_____

24. As pastagens implantadas após o plantio de soja são melhores do que as plantadas após mandioca ou milho. Nota:_____

25. Arrendar para plantio de mandioca é uma excelente opção para o pecuarista. Ele recebe pelo arrendamento e ainda reforma as pastagens degradadas. Nota:_____

26. Os sulcos de erosão e trilhas de gado impedem o plantio de lavouras em plantio direto nas áreas de pastagens degradadas no primeiro ano. Nota:_____

51

27. O arenito do Paraná tem solos pobres e altamente suscetíveis à erosão e deveriam ser utilizados apenas para o cultivo de pastagens ou para o plantio de culturas perenes, como eucalipto, frutas ou seringueira. Nota:_____

28. A principal função da propriedade rural é ganhar dinheiro e proporcionar um bom padrão de vida para o produtor e seus familiares. Nota:_____

29. O plantio de lavoura de grãos tem maior risco e rentabilidade do que a pecuária. Para ganhar mais, o agricultor assume maiores riscos. O pecuarista ganha menos, mas vive mais tranqüilo e não quebra. Nota:_____

30. A tendência da maioria dos produtores pequenos e médios do arenito é arrendar para cana-de-açúcar. Nota:_____

31. Os jovens não querem permanecer no campo. A tendência das famílias é vender as propriedades e ir morar na cidade. Nota:_____

32. O governo deveria apoiar os produtores com financiamento, preços mínimos e seguro agrícola. Nota:_____

33. Os produtores recebem grande quantidade de informações hoje em dia. Há informações na televisão, na internet, no jornal da cooperativa, revistas, etc. Além disto, o produtor recebe inúmeras visitas de técnicos de cooperativas e empresas. Nota:_____

34. Os produtores têm dificuldade em selecionar as informações realmente úteis para a melhoria da produtividade e rentabilidade de suas propriedades. Nota:_____

35. As Instituições de pesquisa são importantes para os produtores. Elas testam as tecnologias antes de recomendar. Nota:_____

36. Os agricultores têm dificuldade em ter acesso às informações geradas pela pesquisa agrícola oficial. Nota:_____

37. As decisões devem permanecer inteiramente sob o domínio do produtor, que é o principal responsável pelo sucesso ou fracasso da propriedade. O técnico deve-se limitar a assessorar o produtor em suas demandas. Nota:_____

52

38. Os técnicos devem buscar constantemente o aumento de renda dos produtores, oferecendo novas alternativas, novos produtos e participar ativamente do planejamento das propriedades rurais. Afinal de contas, os técnicos têm muito mais a oferecer do que simplesmente atender as demandas dos produtores. Nota:_____

39. A assistência técnica é incompatível com a venda de insumos. Os produtores não podem confiar totalmente nas recomendações de técnicos que vendem insumos. Nota:_____

40. O pecuarista necessita de assistência técnica especializada, freqüente e de alta qualidade para poder entrar na Integração Lavoura Pecuária, mesmo que para isto tivesse que arcar com parte do custo. Nota:_____

Numere em ordem de preferência as seguintes fontes de informação:

( ) Dias de campo

( ) Programas de televisão

( ) Jornal da cooperativa ou da FAEP

( ) Conversar com outros produtores

( ) Conversar com técnicos de cooperativas ou revendas

( ) Internet

41. Comentários

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