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UNIVERSIDADE FEDERAL DE GOIÁS ESCOLA DE AGRONOMIA PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM CIÊNCIA E TECNOLOGIA DE ALIMENTOS ROBERTA CAMARGO DE GODOY CEREAL EXTRUSADO, FREE GLÚTEN, FORMULADO COM SUBPRODUTOS DE ARROZ E QUINOA Goiânia 2013

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UNIVERSIDADE FEDERAL DE GOIÁS ESCOLA DE AGRONOMIA

PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM CIÊNCIA E TECNOLOGIA DE ALIMENTOS

ROBERTA CAMARGO DE GODOY

CEREAL EXTRUSADO, FREE GLÚTEN, FORMULADO COM SUBPRODUTOS DE ARROZ E QUINOA

Goiânia

2013

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ROBERTA CAMARGO DE GODOY

CEREAL EXTRUSADO, FREE GLÚTEN, FORMULADO COM SUBPRODUTOS DE ARROZ E QUINOA

Dissertação apresentada à Coordenação do Programa de Pós-Graduação em Ciência e Tecnologia de Alimentos da Escola de Agronomia da Universidade Federal de Goiás, como exigência para a obtenção do título de Mestre em Ciência e Tecnologia de Alimentos. Orientador: Prof. Dr. Márcio Caliari Co-orientador: Prof. Dr. Manoel Soares Soares Júnior

Goiânia 2013

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UNIVERSIDADE FEDERAL DE GOIÁS ESCOLA DE AGRONOMIA

PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM CIÊNCIA E TECNOLOGIA DE ALIMENTOS

ROBERTA CAMARGO DE GODOY

CEREAL EXTRUSADO, FREE GLÚTEN, FORMULADO COM SUBPRODUTOS DE ARROZ E QUINOA

DEDICATÓRIA

Dissertação apresentada à Coordenação do Programa de Pós-Graduação em Ciência e

Tecnologia de Alimentos da Escola de Agronomia da Universidade Federal de Goiás, como

exigência para a obtenção do título de Mestre em Ciência e Tecnologia de Alimentos.

Aprovada em ____, de ___________, 2013.

Orientador Prof. Dr. Márcio Caliari

Banca: Dr. Armando Garcia Rodrigues

Banca: Pós Doc Dra. Tatianne Ferreira de Oliveira

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DEDICATÓRIA

Dedico este trabalho a minha família, meu querido e amado filho e a Deus, para quem acredito tudo ser possível.

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AGRADECIMENTOS

Agradeço inicialmente ao professor Márcio Caliari que carinhosamente me recebeu

neste mestrado e fez este trabalho tornar-se possível.

À minha família por ter entendido os períodos ausentes para dedicação ao estudo e

desenvolvimento deste trabalho, pelo carinho e amor nos momentos agradáveis e difíceis.

À professora Rosário Cobucci que dedicou parte do seu tempo na orientação do

trabalho na parte de análise sensorial e colaborou para a realização da análise.

À amiga Christiane Starling pelo apoio cedido ao uso do Senai. À Karolline Fernandes

Siqueira, Elaine Carvalho e Marina de Souza pela grande ajuda nas análises de textura e

atividade de água no Senai.

À Capes pelo incentivo e pela bolsa de estudo.

À Deus, pela vida, saúde e proteção em todos os momentos no decorrer deste trabalho.

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EPÍGRAFE

“Nenhuma forma de controle alimentar é eficaz sem o apoio da maioria dos

interessados e o respaldo de uma opinião pública bem informada. Na verdade, a educação deve preceder a lei, pois esta por si só, não melhora a higiene dos alimentos: lançar regulamentos sem preparar o caminho é o mesmo que semear sem ter preparado a terra” (Dr. José Cezar Panetta, 1982)

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RESUMO

O arroz é considerado como alimento básico em muitas partes do mundo. Um motivo de preocupação é a quebra de arroz em processos de moagem e esses grãos quebrados não são geralmente aceitos pelos consumidores. A indústria de arroz gera uma grande quantidade de resíduos, como grãos quebrados de arroz e farelo. Estes produtos podem ser misturados com determinados ingredientes desejados para melhorar a sua qualidade e extrusados para a preparação de cereais tipo “snacks”. Com a preocupação socioambiental, relacionada aos assuntos fome e desperdício é importante o estudo de aproveitamento destes resíduos com uso da tecnologia disponível. O objetivo deste trabalho foi desenvolver cereal extrusado nos sabores natural, doce e salgado, a partir de grãos quebrados de arroz e farelo de arroz com quinoa; avaliar suas características físico-químicas, microbiológicas e aceitação sensorial. Não houve contaminação microbiológica do produto final com nenhum microrganismo pesquisado, sendo eles Coliforme a 45°C, Salmonella, Staphylococcus aureus, Bacillus cereus e bolores e leveduras. Para avaliação sensorial observou-se que o snack sabor salgado obteve a melhor pontuação para todos os quesitos: avaliação geral (6,5); sabor (6,5); crocância (7,2); numa escala de 1 a 9. Para intenção de compra, o resultado foi 3,5 na escala de 1 a 5. O aproveitamento do arroz, cereal isento de glúten, é uma alternativa para o setor industrial, que pode ser aplicado no desenvolvimento de diversos produtos para a alimentação humana.

Palavras Chave: Arroz; Farelo; Snacks; Cereais; Extrusão.

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ABSTRACT

Rice is considered a staple food in many parts of the world. A cause for concern is the rice breakdown during milling processes and these broken grains are not generally accepted by consumers. The rice industry generates a lot of waste, and broken grains of rice and bran. These products can be blended with certain desired ingredients to improve its quality for preparing extruded grains such as "snacks". With environmental concerns, issues related to hunger and waste is important to study the utilization of these residues with the use of available technology. The aim of this study was to develop extruded cereal in natural flavors, sweet and savory, from the broken grains of rice bran and rice with quinoa, evaluate their physico-chemical, microbiological and sensorial acceptance. There was no microbial contamination of the final product with none of the microorganism studied, namely coliform at 45 ° C, Salmonella, Staphylococcus aureus, Bacillus cereus, molds and yeasts. For sensory evaluation showed that the salty snack earned the highest score for all criteria: overall (6.5), flavor (6.5), crispness (7.2), on a scale 1-9. To purchase intention, the result was 3.5 on a scale of 1 to 5. The use of rice cereal gluten-free, is an alternative to the industrial sector, which can be applied in developing various products for human consumption.

Keywords: Rice; Bran; Snacks; Cereals; Extrusion.

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LISTA DE FIGURAS

Figura 1: Protocolo experimental ........................................................................................ 33

Figura 2: Extrusado linha preta central ................................................................................ 42

Figura 3: Extrusado com corante caramelo (A). Extrusado natural sem corante (B). Extrusado

com corante urucum (C). ...................................................................................................... 43

Figura 4: Extrusados cortados em comprimento de 1,5 a 3,5 cm em estufa para secagem a

100°C. ................................................................................................................................. 44

Figura 5: Extrusado de grãos quebrados de arroz e farelo de arroz com quinoa em ampliação

de 1600X (1), 6000X (2), 12000X (3). ................................................................................. 56

Figura 6: Microscopia de varredura eletrônica de farinha de arroz em ampliação de 80X (1),

2000X (2), 4000X (3). .......................................................................................................... 57

Figura 7: 2 – Microfotografias em microscopia ótica da fécula de mandioca extrusada

(aumento de 40x). ................................................................................................................ 57

Figura 8: Perfil viscoamilográfico da farinha de quinoa (A), farinha de arroz (B) ............... 60

Figura 9: Apresentação das amostras antes de servir a cabine dos provadores .................... 62

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LISTA DE TABELAS

Tabela 1: Percentual médio das matérias primas retidas nas peneiras durante a análise

granulométrica ..................................................................................................................... 41

Tabela 2: Composição centesimal da quinoa, grãos quebrados de arroz de arroz, farelo (base

seca) e produto extrusado ..................................................................................................... 44

Tabela 3: Média dos dados experimentais de cor (L*, a* e b*) das farinhas dos produtos

extrusados de grãos quebrados de arroz e farelo de arroz com quinoa com uso dos corantes

natural, urucum e caramelo e de farinha de arroz de diversos autores. .................................. 46

Tabela 4: Índice de expansão e volume específico dos extrusados e respectivos desvios

padrões ................................................................................................................................ 48

Tabela 5: Dureza e fraturabilidade de snacks de grãos quebrados de arroz e farelo de arroz

com quinoa sabores natural, doce e salgado obtidos pelo processo de extrusão termoplástica.

............................................................................................................................................ 50

Tabela 6: Média do perfil de ácidos graxos e minerais para quinoa e extrusado natural ....... 51

Tabela 7: Comparação dos resultados com Ingestão Diária Recomendada-IDR ................... 53

Tabela 8: Média do perfil de aminoácidos do extrusado de farelo arroz + grãos quebrados de

arroz + quinoa e desvio padrão comparado com arroz e grão de quinoa natural. ................... 54

Tabela 9: Viscosidade inicial a 25ºC (VI), pico de viscosidade (PV), quebra de viscosidade

(QV), viscosidade final (VF) e tendência a retrogradação (TR) das farinhas de arroz e quinoa.

............................................................................................................................................ 58

Tabela 10: Contagens microbiológicas ............................................................................... 60

Tabela 11: Arranjos numéricos para apresentação dos copos para análise sensorial ............. 61

Tabela 12: Resultados da análise sensorial de 60 provadores dos snacks nos sabores natural,

doce e salgado ...................................................................................................................... 62

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LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS ANVISA – Agencia Nacional De Vigilância Sanitária

ANVS/MS – Agencia Nacional De Vigilância Sanitária Do Mato Grosso

AOAC - Association Of Analytical Communities

Cp - Centipoise

D.O.U – Diário Oficial da União

DTA – Doenças Transmitidas Por Alimentos

EMBRAPA – Empresa Brasileira De Pesquisa Agropecuária

FA – Farelo De Arroz

FACT - Food Action Rating Scale

FAO – Food And Agriculture Organization

GF - Grama-Força

GQA – Grãos Quebrados De Arroz

GQU - Quinoa Real

IDR - Ingestão Diária Recomendada

IRGA - Instituto Rio Grandense do Arroz

L* - LUMINOSIDADE

mL.g-1 - Mililitros Por Grama

mm.s - Milímetro Por Segundo

MPa - Mega Pascal

NaCL - Cloreto de Sódio OC – Graus Celsius

PEBD - Polietileno de Baixa Densidade

PI - Pico De Viscosidade

QV - Quebra De Viscosidade

RDC - Resolução Da Diretoria Colegiada

RVA - Rápido Visco Analisador

TR - Tendência A Retrogração

UFC/g - Unidade Formadoras De Colônias Por Grama

VD - Valores Diários

Vf - Viscosidade Final

VI - Viscosidade Inicial

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SUMÁRIO

RESUMO ............................................................................................................................. 7

ABSTRACT ......................................................................................................................... 8

LISTA DE FIGURAS .......................................................................................................... 9

LISTA DE TABELAS........................................................................................................ 10

SUMÁRIO .......................................................................................................................... 12

INTRODUÇÃO .................................................................................................................. 14

1 REVISÃO DA LITERATURA ....................................................................................... 16

1.1 Arroz e farelo de arroz ................................................................................................. 16

1.2 Quinoa .......................................................................................................................... 18

1.3 Alimentos funcionais e cereais ..................................................................................... 19

1.4 Extrusão ........................................................................................................................ 21

1.5 Aminoácidos ................................................................................................................. 23

1.6 Alimentos sem glúten ................................................................................................... 25

1.7 Características Microbiológicas................................................................................... 26

1.8 Análise Sensorial .......................................................................................................... 29

2 OBJETIVOS ................................................................................................................... 31

2.1 Objetivo Geral ............................................................................................................. 31

2.2 Objetivos específicos .................................................................................................... 31

3 MATERIAL E MÉTODOS ............................................................................................ 32

3.1 Material ........................................................................................................................ 32

3.2 Métodos ........................................................................................................................ 32

3.2.1 Produção da mistura para extrusão .............................................................................. 34

3.2.2 Processo de extrusão ................................................................................................... 34

3.3 Análises ......................................................................................................................... 35

3.3.1 Classificação granulométrica ....................................................................................... 35

3.3.2 Composição centesimal ............................................................................................... 35

3.3.3 Parâmetros instrumentais de cor .................................................................................. 36

3.3.4 Índice de expansão ...................................................................................................... 36

3.3.5 Volume específico ....................................................................................................... 36

3.3.6 Textura ........................................................................................................................ 37

3.3.7 Atividade de água ........................................................................................................ 37

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3.3.8 Ácidos graxos.............................................................................................................. 38

3.3.9 Perfil de aminoácidos ................................................................................................. 38

3.3.10 Minerais .................................................................................................................... 38

3.3.11 Microscopia eletrônica de varredura .......................................................................... 39

3.3.12 Propriedades viscoamilográficas ................................................................................ 39

3.3.13 Análises microbiológicas ........................................................................................... 39

3.3.14 Análise sensorial ....................................................................................................... 40

3.3.15 Análise estatística ...................................................................................................... 41

4 RESULTADOS E DISCUSSÃO ..................................................................................... 41

4.1 Classificação granulométrica das matérias primas .......................................................... 41

4.2 Produção dos extrusados ................................................................................................ 43

4.3 Composição centesimal .................................................................................................. 44

4.4 Parâmetros instrumentais de cor ..................................................................................... 46

4.5 Índice de expansão e volume específico ........................................................................ 47

4.6 Textura e atividade de água ............................................................................................ 49

4.7 Perfil de ácidos graxos e minerais................................................................................... 51

4.8 Perfil de aminoácidos .................................................................................................... 53

4.9 Microscopia eletrônica de varredura ............................................................................... 56

4.10 Propriedades viscoamilográficas.................................................................................. 58

4.11 Resultados microbiológicos ......................................................................................... 60

4.12 Análise sensorial .......................................................................................................... 61

ANEXO 1.................................................................................................................................65

CONCLUSÃO .................................................................................................................... 65

REFERÊNCIAS ................................................................................................................. 67

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INTRODUÇÃO

O arroz (Oryza sativa L.) é considerado o produto de maior importância econômica

em muitos países em desenvolvimento constituindo-se alimento básico para cerca de 2,4

bilhões de pessoas. É uma cultura que apresenta grande capacidade de adaptação a diferentes

condições de solo e clima. Cultivado e consumido em todos os continentes, o arroz se destaca

pela produção e área de cultivo, desempenhando papel estratégico tanto em nível econômico

quanto social para os povos das nações mais populosas da Ásia, África e América Latina.

Comparado com as demais culturas, o arroz se destaca em segundo lugar em extensão de área

cultivada e é superado apenas pelo trigo (EMBRAPA, 2012).

O arroz é uma excelente fonte de energia, devido à alta concentração de amido,

fornecendo também proteínas, vitaminas e minerais, e possui baixo teor de lipídios. Nos

países em desenvolvimento, onde o arroz é um dos principais alimentos da dieta, ele é

responsável por fornecer, em média, 715kcal per capita por dia, 27% dos carboidratos, 20%

das proteínas e 3% dos lipídios da alimentação. No Brasil, o consumo per capita é de 108g

por dia, fornecendo 14% dos carboidratos, 10% das proteínas e 0,8% dos lipídios da dieta

(KENNEDY et al., 2002). Portanto, devido à importância do arroz na dieta de grande parte da

população, sua qualidade nutricional afeta diretamente a saúde humana.

No beneficiamento são produzidos 14% de grãos quebrados, classificados em parte

como grãos quebrados de arroz que possuem um baixo valor comercial em relação ao produto

principal (SILVA; ASCHERI, 2009). As operações unitárias de beneficiamento de arroz são

responsáveis por cerca da metade do total de grãos quebrados, sendo que o brunimento exerce

importante papel, o restante dos grãos quebrados é proveniente principalmente da lavoura. O

valor de mercado dos grãos inteiros foi e continua sendo muito maior do que para os grãos

quebrados. O preço difere em mais de 100% para grãos inteiros beneficiados (SPADARO et

al., 2000). Desta forma, torna-se importante o aproveitamento destes grãos quebrados junto

com outros ingredientes ricos em fibras para desenvolvimento de novos produtos com alto

valor agregado.

A fração proteica do arroz, embora quantitativamente pequena, apresenta a melhor

composição de aminoácidos para o metabolismo humano (entre os cereais). Quando

metabolizado, gera menos resíduos nitrogenados, favorecendo a função renal de filtragem

desses catabólitos (IRGA, 2012).

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A baixa ingestão de fibras, vitaminas e minerais é uma constante na população em

função do baixo consumo de vegetais frescos. Para aumentar o consumo desses nutrientes,

várias alternativas têm sido propostas, dentre as quais a produção de novos itens alimentícios

que possam ter um valor nutricional superior ao alimento original, mas que sejam, ao mesmo

tempo, acessíveis às classes economicamente menos favorecidas. Uma alternativa para esse

problema é o emprego de novos ingredientes que possam atuar elevando o valor nutricional

de alimentos tradicionais (FASOLIN et al., 2007).

A quinoa (Chenopodium quinoa Willd) é uma cultura utilizada por povos pré-

colombianos da América do Sul há séculos. Espécies de Chenopodium cultivadas e coletadas

foram parte das culturas Tiahuanacotan e Inca. A quinoa cumpriu vários papéis nestas

culturas ancestrais, em adição ao seu papel na nutrição humana e animal, ela teve uma

importância “sagrada” (BONIFÁCIO, 2003).

A quinoa pode oferecer boas oportunidades para a produção de alimentos nutritivos e

sem glúten, pois é caracterizada por uma boa composição nutricional como elevado teor em

sais minerais, vitaminas (por exemplo, ácido fólico), aminoácidos essenciais e ácidos graxos

(SCHOUENLECHNER; DRAUSINGER, 2010).

A necessidade crescente por produtos de conveniência a partir de cereais sem glúten

como o arroz, milho, quinoa e amaranto é um grande desafio para a pesquisa de alimentos. O

aumento da prevalência de doença celíaca leva a um aumento da demanda de produtos sem

glúten, portanto, produtos não contendo trigo, centeio, cevada ou aveia

(SCHOUENLECHNER; DRAUSINGER, 2010).

Uma boa opção para desenvolvimento de alimentos rico em fibras e sem glúten são os

cereais extrusados. Estes têm sido amplamente consumidos nas últimas décadas e o processo

principal para produzi-los tem sido a extrusão termoplástica. Este processo permite a

fabricação de uma grande variedade de produtos com poucas modificações de equipamentos e

de um controle adequado dos parâmetros operacionais (MERCIER; LINKO; HARPER,

1998). Em geral, a extrusão resulta em gelatinização de amido, desnaturação de proteína,

formação de complexos entre amido e lipídio e entre proteína e lipídio. Estas mudanças

influenciam a aparência, o aroma, o sabor e a textura dos produtos extrusados (CHEN, 1991).

Justifica-se esta pesquisa para obtenção de um cereal isento de glúten, para consumo

pela crescente população celíaca e para obtenção de um cereal rico em fibras, aminoácidos

essenciais e minerais, para população cada vez mais exigente com aspectos nutricionais e

funcionais dos alimentos.

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Sendo assim, este trabalho teve a finalidade de estudar as características físicas,

químicas e sensoriais de cereais extrusados, ricos em fibras, sem glúten e agregar valor em

resíduos industriais de beneficiamento de arroz, visando apontar alternativas mais saudáveis

de alimentos para o desjejum.

1 REVISÃO DA LITERATURA

1.1 Arroz e farelo de arroz

O arroz (Oryza sativa L.) é a cultura alimentar mais importante no mundo, pois

alimenta mais da metade da população global. O arroz tem desempenhado um papel central na

nutrição e cultura humana nos últimos 10.000 anos. Estima-se que a produção mundial de

arroz deve aumentar em 30% nos próximos 20 anos, para atender demandas projetadas de

crescimento populacional e desenvolvimento econômico. Arroz cultivado em terras mais

produtivas irrigadas tem alcançado quase produção máxima com as estirpes atuais

(TSUKUBA, 2005).

O arroz destaca-se por ser uma excelente fonte de energia, devido à alta concentração

de amido, além de proteínas, vitaminas e minerais, sendo o principal alimento de mais da

metade da população mundial (WALTER et al., 2008). Porém, assim como outros cereais, o

arroz possui como aminoácido limitante a lisina.

O arroz é constituído principalmente por amido, apresentando quantidades menores de

proteínas, lipídios, fibras e cinzas. Entretanto, a composição do grão e de suas frações está

sujeita a variações ambientais, de manejo, de processamento e de armazenamento (ZHOU et

al., 2002), produzindo grãos com características nutricionais diferenciadas. Além disso, os

nutrientes não estão uniformemente distribuídos nas diferentes frações do grão. As camadas

externas apresentam maiores concentrações de proteínas, lipídios, fibra, minerais e vitaminas,

enquanto o centro é rico em amido. Dessa forma, o polimento resulta em redução no teor de

nutrientes, exceto de amido, originando as diferenças na composição entre o arroz integral e o

polido.

A proteína presente no arroz é considerada de boa qualidade porque contém oito

aminoácidos essenciais ao homem. Além dos aminoácidos proteicos, o arroz também

apresenta pequena quantidade de aminoácidos livres, localizados principalmente no gérmen

(594,9 mg.100 g-1) e no farelo (361,4 mg.100 g-1), com pequena concentração no endosperma

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(52,7 mg.100 g-1). O aspartato e o glutamato correspondem a aproximadamente 60% do total

dos aminoácidos livres presentes no arroz (KENNEDY et al., 2002).

O beneficiamento do arroz é composto de diferentes operações unitárias, entre as quais

o brunimento, que determina um dos mais importantes critérios de qualidade do arroz. O

objetivo do brunimento é remover do arroz integral a película de tegumento e o germe, com o

mínimo de dano ao grão inteiro, preservando sua forma original. Esse material removido

somado a algum endosperma amiláceo que venha a ser removido constituirá o farelo

(MALEKIAN, 2000).

Durante as etapas do processamento do arroz são gerados grãos quebrados. Destes,

apenas 10% podem ser adicionados ao produto final. Após a distribuição dos grãos quebrados

adicionados ao produto final, 4% de grãos que são usualmente destinados a indústria

cervejeira e para alimentação animal (LIMBERGER et al., 2008).

Como a composição dos grãos quebrados é rica em amido, estes resíduos poderiam

apresentar enorme potencial industrial para utilização como matéria-prima de baixo custo na

obtenção de amido modificado (DORS; CASTIGLIONI; AUGUSTO-RUIZ, 2006).

Apesar do baixo custo, a farinha de grãos quebrados de arroz é pouco produzida por

não apresentar propriedades tecnológicas competitivas em relação ao trigo. Entretanto, o arroz

apresenta características especiais que devem ser melhores aproveitadas. Por exemplo, não é

um alimento alergênico; existem variedades com ampla faixa de teor de amilose, o que

permite a seleção de acordo com a finalidade; podem ser consumidos por portadores de

doença celíaca (podendo ser utilizado como substituto do trigo na elaboração de produtos sem

glúten) (SILVA; ASCHERI, 2009). Outro constituinte do arroz sem grande utilização

econômica nas indústrias de alimentos é o farelo.

O farelo de arroz representa em torno de 8% do arroz em casca. A composição

química depende de fatores associados à variedade genética, condições ambientais de cultivo,

constituição do grão ou processo de beneficiamento (principalmente brunição e polimento),

afetando especialmente, o conteúdo de carboidratos e a fibra alimentar (SAUNDERS 1990a,

b; LUH et al. 1991; HOFFPAUER 2005). O farelo de arroz possui quantidades significativas

de carboidratos, proteínas e lipídios, especialmente ácidos graxos insaturados, alta

concentração de fibras insolúveis, vitaminas e sais minerais (MALEKIAN, 2000).

O farelo de arroz apresenta abundância e baixo valor comercial, sendo mais

empregado, na indústria brasileira, para extração de óleo, como ração animal e fertilizante,

devido a limitações relacionadas à falta de controle das condições sanitárias de recolhimento e

às dificuldades relativas à contaminação deste farelo com resíduos de casca e/ou amido

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(SANTOS et al. 2006; SILVA et al. 2006). Estudos devem ser realizados para viabilização da

utilização do farelo de arroz na alimentação humana, de forma a aproveitar os resíduos

industriais, considerando este alimento uma boa fonte nutricional e funcional.

Adicionalmente, podem ser usados outros cereais, como a quinoa, como ingrediente de novos

produtos alimentícios, como forma de melhorar a deficiência de aminoácidos essências e

limitantes, como a lisina e aumentar o teor de minerais do produto final.

1.2 Quinoa

Quinoa é normalmente referido como um pseudocereal uma vez que não é membro da

família Gramineae, mas produz sementes que podem ser moídas e usadas como farinha. É

uma planta dicotiledônea anual com 0,5-2,0 m de altura, grandes panículas com 1,8-2,2 mm

de comprimento e sementes produzidas na extremidade da haste. A semente é geralmente

amarela pálida, mas pode variar de quase branca a rosa ou laranja, ou ainda de vermelha ao

marrom ou preto. O embrião pode conter 60% do peso da semente e se forma um anel em

torno do endosperma, que solta quando a semente é cozida (NATIONAL RESEARCH

COUNCIL, 1989).

Tem havido um crescente interesse em quinoa, devido à sua qualidade nutricional em

comparação com outros grãos e por não conter glúten. Assim, a quinoa é um ingrediente

alternativo na dieta isenta de glúten e pode ser usado por pessoas que sofrem de doença

celíaca (ALVAREZ-JUBETE; ARENDT; GALLAGHER, 2010). Por estas razões, diferentes

estudos tem sido realizado sobre a composição química das sementes de quinoa na última

década e este pseudocereal tem sido observado como um novo gênero alimentício no mundo

(HIROSE et al., 2010).

Quinoa é um dos grãos mais nutritivos utilizados como alimento humano e foi

selecionado pela FAO como um dos cultivos destinados a oferecer segurança no século XXI.

O seu teor em proteína é notável e o perfil dos aminoácidos essenciais é excelente. O valor

nutricional da proteína da quinoa é comparável ao perfil de aminoácidos do leite (KOZIOL,

1992; RANHOTRA, 1993). O teor de cisteína, lisina, metionina da quinoa é maior do que em

cereais e leguminosas comuns, tornando-se complementares a estas culturas. Quinoa é rica em

óleo, contendo ácidos graxos benéficos e alto teor de tocoferóis (REPO-CARRASCO-

VALÊNCIA; ESPINOZA; JACOBSEN, 2003).

A quinoa é amplamente utilizada em muitos países sul-americanos, especialmente no

Peru, Bolívia, Equador, Chile e Argentina. A população peruana consome quinoa uma vez por

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dia, em média. Nas áreas rurais do sul do Peru, a população está acostumada a comer quinoa

todos os dias em diferentes preparações (AYALA, 2003).

Grãos de quinoa não contêm glúten e assim, eles não podem ser utilizados sozinhos

para panificação. No entanto, eles podem ser misturados com farinha de trigo na preparação

de pão com alto valor nutritivo (MORITA, 2001). O fato de que a quinoa não contém glúten,

a torna um ingrediente interessante para as dietas de pessoas que têm doença celíaca. Farinha

de quinoa é comumente usada em alimentos infantis. Snacks de quinoa extrusados são

produzidos comercialmente no Peru e na Bolívia (NATIONAL RESEARCH COUNCIL,

1989).

A quantidade de carboidrato, o principal componente da quinoa, varia de 67% a 74%

da matéria seca (JANCUROVÁ; MINAROVICOVÁ; DANDAR, 2009). O amido varia de

51% a 61%, sendo armazenado nas células do endosperma. Esse pode ser usado em

aplicações industriais especializadas devido aos seus pequenos grânulos, alta viscosidade e

boa estabilidade de congelamento-descongelamento (WATANABE et al, 2007). Além disso,

estudos têm mostrado que a quinoa representa uma boa fonte de fibra dietética, com uma

gama de 1,1% a 16,3%, o que é muito mais elevada do que a de arroz (0,4%), trigo (2,7%) e

de milho (1,7%). Isto é importante, em particular para pacientes com doença celíaca, onde a

ingestão de fibras na dieta é baixa, e assim, a incorporação de sementes de quinoa nas suas

dietas deve ajudar a aliviar, pelo menos em parte, o seu déficit em fibras (ALVAREZ-

JUBETE, et al., 2010).

A quinoa destaca-se como uma importante fonte de proteínas para os seres humanos,

por causa de sua digestibilidade e sua composição equilibrada dos aminoácidos essenciais.

Em experimentos com ratos verificou-se, através de análise do coeficiente de eficácia

proteica, digestibilidade verdadeira e balanço de nitrogênio, semelhança entre a eficiência da

proteína da quinoa e a do leite (RANHOTRA et al., 1993), sendo este resultado também

apresentado em estudo com humanos utilizando tanto semente, como farinha do pseudocereal

(KOZIOL, 1992). Alimentos como a quinoa e arroz integral, rico em fibras e aminoácidos

essenciais, podem ser chamados de alimentos funcionais - alimentos ou ingredientes que

produzem efeitos benéficos à saúde, além de suas funções nutricionais básicas.

1.3 Alimentos funcionais e cereais

Muitas pesquisas têm revelado os efeitos benéficos de determinados componentes dos

alimentos para a saúde, os chamados alimentos e ingredientes funcionais. Assim, aumentou o

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número de consumidores interessados no papel de alimentos específicos ou componentes

alimentares fisiologicamente ativos, os alimentos funcionais que melhoram a saúde

(HASLER, 1998).

O consumo de cereais integrais como grãos e farinhas mais grossas apresenta uma

relação direta com o aumento do peristaltismo, exercitando os movimentos do sistema

digestivo (OLIVEIRA, 1975). Quando se busca um produto alimentício, a seleção da matéria-

prima e a formulação podem atender ao gosto, à necessidade do consumidor e aos fatores

sensoriais de aceitabilidade do produto (SCHOSSLER; SCHNEIDER, 2002).

A Resolução ANVS/MS nº 18 de 30 de abril de 1999, publicada no D.O.U. de

03/12/1999, dispõe sobre as Diretrizes Básicas para Análise e Comprovação de Propriedades

Funcionais e ou de Saúde Alegadas em Rotulagem de Alimentos. O item 3.3 dessa Resolução

estabelece que: “São permitidas alegações de função e ou conteúdo para nutrientes e não

nutrientes, podendo ser aceitas aquelas que descrevem o papel fisiológico do nutriente ou não

nutriente no crescimento, desenvolvimento e funções normais do organismo, mediante

demonstração de sua eficácia. Para os nutrientes com funções plenamente reconhecidas pela

comunidade científica não será necessária à demonstração de eficácia ou análise da mesma

para alegação funcional na rotulagem”. De acordo a legislação, fibras alimentares podem ser

consideradas alimentos funcionais (BRASIL, 1999).

O consumo de fibra alimentar desempenha um papel importante na prevenção de

várias doenças, incluindo o câncer de cólon, doença cardíaca coronária, obesidade, diabetes e

perturbações gastrointestinais. A fibra alimentar insolúvel, que é frequentemente encontrada

em cereais, está principalmente relacionado à regulação intestinal, enquanto que fibras

solúveis, encontradas principalmente em frutas e vegetais, mas também em alguns cereais

como a quinoa, estão envolvidas na redução do colesterol e glicose no sangue (THEBAUDIN,

1997; CHAU; HUANG, 2004 ).

Os cereais são comumente conhecidos como boas fontes de fibras alimentares,

compostos fenólicos e antioxidantes naturais. Alguns estudos sobre fibra alimentar,

compostos fenólicos e atividade antioxidante de quinoa foram relatados por Ruales; Nair,

(1994); Gorinstein, (2007); Nsimba; Kikuzaki; Konishi, (2008). Estas investigações têm

mostrado que a quinoa é uma boa fonte de antioxidantes e pode ser um substituto para cereais

comuns.

Os corn-flakes são os grandes precursores de uma vasta diversidade de cereais

matinais que hoje invade as prateleiras dos supermercados. O processo de extrusão de

farinhas permite desenvolver várias formas destes cereais com diversos formatos como:

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bolinha, estrela, lua, concha, outros, diferentes tamanhos, cores e sabores, destinados aos mais

variados consumidores (SARDAGNA, 2002).

1.4 Extrusão

O processo de extrusão termoplástica de alimentos é uma tecnologia que teve origem

na indústria de plásticos na década de 30. Extrusores mono roscas foram utilizados em 1935

para dar forma a macarrões e cereais pré-cozidos, mas somente nos anos 40 foram

desenvolvidos extrusores com grandes motores elétricos, para cozimento, com o propósito de

preparar snacks (GUERREIRO, 2007).

Desde então, o processamento de alimentos por extrusão termoplástica vem ganhando

destaque e expansão na indústria de alimentos por ser uma importante técnica que, além de

aumentar a variedade de alimentos processados, apresenta muitas vantagens quando

comparado a outros sistemas de processamento de alimentos, como versatilidade, custo

relativamente baixo, alta produtividade e, por representar um processo ambientalmente

seguro, é uma tecnologia catalogada como limpa (GUY, 2001).

Esta tecnologia tem encontrado um vasto campo de aplicações, seja para a produção

de alimentos para o consumo humano ou para o consumo animal. A extrusão de alimentos

permite maior facilidade na produção de misturas alimentícias destinadas ao consumo

humano, produzindo uma variedade de produtos, tais como: alimentos infantis, proteínas

vegetais texturizadas, bebidas em pó instantâneas, amidos modificados para uso industrial,

cereais pré-cozidos, snacks, farinhas instantâneas e amidos pré-gelatinizados utilizados na

formulação de sopas de preparo rápido, molhos semiprocessados, produtos de confeitaria e

outros (FELLOWS, 2006).

A extrusão termoplástica consiste em um tratamento térmico a uma temperatura

elevada durante curto tempo. O princípio básico deste processo é converter um material sólido

em fluído pela aplicação de calor e trabalho mecânico através de uma matriz (BORBA, 2005).

A elaboração de produtos expandidos por meio do processo de extrusão tem crescido

notavelmente nos últimos anos. Em geral, a extrusão resulta em gelatinização de amido,

desnaturação de proteína, formação de complexos entre amido e lipídio e entre proteína e

lipídio (MERCIER et al., 1980). Estas mudanças influenciam na aparência, aroma, sabor e

textura dos produtos extrusados (CHEN, 1991).

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A extrusão é um processo extremamente versátil e o equipamento pode se comportar

como trocador de calor devido às trocas térmicas envolvendo as paredes do cilindro, a rosca e

o material. Desempenha, também, a função de reator químico de processamento de alimentos

em condições de altas temperaturas (até 250 °C), altas pressões (até 25,0 MPa), num tempo de

residência curto (1 a 2 min). Nessas condições, há durante o processo, abertura das estruturas

terciárias e quaternárias dos biopolímeros resultando na quebra e rearranjo das pontes de

hidrogênio e dissulfetos, permitindo a plastificação e a formação de texturas desejáveis

(SEBIO, 2003).

O volume de expansão é o indicador de qualidade primário associado com a crocância,

a dureza e a mastigabilidade de produtos extrusados expandidos (CHEN et al., 1991). Alguns

trabalhos têm avaliado o papel de variáveis do processo de extrusão como temperatura do

canhão, configuração de rosca, tamanho e forma da matriz, velocidade de rosca e conteúdo de

umidade, sobre a expansão de produtos contendo farinha ou amido de milho (OWUSU-

ANSAH et al.,1983). Características das matérias-primas, tais como conteúdos de proteína,

lipídios e amido, também afetam a expansão e o volume dos produtos extrusados (LAUNAY;

LISCH, 1983; CHINNASWAMY; HANNA, 1988).

O princípio básico da extrusão é converter um material sólido em fluido pela aplicação

de calor e trabalho mecânico e forçar sua passagem através de uma matriz para formar um

produto com características físicas e geométricas pré-determinadas. O produto extrusado final

passa a ter uma textura que é de grande importância para sua qualidade, pois afeta diretamente

a aceitabilidade pelos consumidores e as vendas. O que se deseja em snacks com boas

características é que os valores de fraturabilidade e dureza sejam baixos (ALVES

GROSSMANN, 2002).

Uma propriedade dos produtos extrusados é a expansão. A alta pressão existente

próxima à descarga da matriz, que consiste de orifícios de diversos formatos, é reduzida

quando o produto sai do extrusor, ocasionando a evaporação instantânea da água e a expansão

do produto (HARPER, 1978; GIBSON WILLIAMS, 2000; COLONNA, 1987). A rápida

evaporação da umidade do produto resulta em um resfriamento adiabático, ocorrendo sua

solidificação ou endurecimento (HARPER, 1978). O processo promove a re-orientação das

proteínas, a inativação enzimática, a destruição de algumas substâncias tóxicas e a diminuição

da contagem microbiana (SEBIO, 1996).

Durante a extrusão-cocção, a estrutura cristalina organizada dos grânulos de amido é

destruída de modo parcial ou total, dependendo da proporção amilose-amilopectina e das

variáveis de extrusão (COLONNA, 1987). As principais propriedades funcionais do amido

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extrusado quando disperso em água são a absorção e a solubilidade. Assim, este absorve o

líquido rapidamente, formando uma pasta à temperatura ambiente, sem qualquer aquecimento

(SEBIO, 1996). O aumento da solubilidade com a gelatinização é a base para a produção de

alimentos amiláceos instantâneos.

Embora o processo de extrusão seja basicamente uma simples operação tecnológica,

seu controle é complexo, devido às inúmeras variáveis envolvidas e o desconhecimento da

influência da maioria delas sobre o processo. Outro fator a se considerar é a complexa

natureza do sistema alimentar, no qual várias mudanças químicas e físicas ocorrem

simultaneamente durante o processo de extrusão (EL DASH, 1982).

Cozimento por extrusão tem sido usado por processadores de alimentos há muitos

anos. Produtos alimentícios dos tipos cereais prontos para consumo, como snacks, cereais

matinais, produtos de confeitaria e de macarrão e produtos de proteína texturizada de soja

podem ser obtidos com a tecnologia de extrusão (LIN; HSIEH, 2002; SUNKNARK, 2001).

Para aumentar o teor de proteína e melhorar o valor nutritivo dos produtos extrusados, várias

fontes de proteínas, tais como de amendoim, glúten de trigo, milho, aveia, soja e outros

podem ser utilizadas nas formulações de produtos processados por extrusão

(BHATTACHARYA; HANNA; KAUFMAN, 1986). O enriquecimento deste tipo de

alimento é de grande interesse do público que busca produtos alimentícios mais nutritivos,

que garantam uma ingestão diária adequada de nutrientes, seja para o crescimento e

desenvolvimento de crianças e adolescentes, seja para a manutenção da saúde de adultos.

Outro ponto importante é a caracterização das proteínas no alimento e seu respectivo perfil de

aminoácidos.

1.5 Aminoácidos

O metabolismo de aminoácidos está entre os processos bioquímicos mais

importantes estudados nos sistemas biológicos. Em plantas, os aminoácidos desempenham

inúmeras funções relacionadas ao crescimento, tal como importantes compostos de nitrogênio

e também base para síntese de proteínas (MEDICI et al., 2004). Vinte aminoácidos são

normalmente incorporados em proteínas, entretanto mais de 300 aminoácidos não proteicos

foram identificados em plantas, os quais desempenham papel fundamental como

intermediários em diversas vias metabólicas (FERREIRA et al., 2005).

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Entre os vinte aminoácidos proteicos, nove são chamados essenciais: isoleucina,

leucina, lisina, metionina, fenilalanina, treonina, triptofano, histidina e valina, pois não podem

ser sintetizados por humanos e animais monogástricos, portanto necessitam ser ministrados na

dieta alimentar (AZEVEDO; LANCIEN; LEA, 2006).

As proteínas de origem vegetal fornecem 65% do total de proteínas ingeridas no

mundo inteiro, e até 50% deste valor é representado pelos grãos dos cereais, fato este mais

relevante em países em desenvolvimento, onde os cereais são a principal fonte proteica na

dieta da maioria da população (FERREIRA et al., 2005).

Entretanto, o teor de proteína (8-14%) é considerado relativamente baixo quando

comparado com grãos de leguminosas (20-40%). Além disso, essas proteínas apresentam

baixo valor nutricional ocasionado pela composição de aminoácidos, as quais apresentam

deficiência principalmente de lisina, treonina e triptofano (SARWAR et al., 1997).

Ao se fazer a recomendação de proteína para diferentes grupos populacionais (FAO,

1990), além da composição aminoacídica (SARWAR et al., 1997), devem ser consideradas a

quantidade total de nitrogênio e a digestibilidade da mistura proteica. Uma mistura protéica de

boa qualidade ou de alto valor biológico é aquela que fornece boa digestibilidade, quantidades

adequadas de aminoácidos essenciais e de nitrogênio total.

Segundo Blanco e Bressan (1991), a qualidade da proteína refere-se à sua capacidade

de satisfazer os requerimentos nutricionais do homem por aminoácidos essenciais e nitrogênio

não-essencial, para fins de síntese proteica.

A digestibilidade é a medida da porcentagem das proteínas que são hidrolisadas pelas

enzimas digestivas e absorvidas pelo organismo na forma de aminoácidos ou de qualquer

outro composto nitrogenado. Trata-se de um determinante da qualidade proteica da dieta.

Quando certas ligações peptídicas não são hidrolisadas no processo digestivo, parte da

proteína é excretada nas fezes ou transformada em produtos do metabolismo pelos

microorganismos do intestino grosso (SGARBIERI, 1987).

Ao se determinar o valor proteico de uma mistura de alimentos deve ser levado em

consideração o cômputo químico, o teor total de nitrogênio e a digestibilidade (JOINT FAO,

1985). Ao lado das fontes de proteína animal, classicamente consideradas como de alto valor

biológico, tem sido demonstrado que misturas de vegetais, como de um cereal e de uma

leguminosa, também resultam em misturas proteicas de alto valor biológico (OLIVEIRA;

VANNUCCHI, 1983). No Brasil, a principal fonte proteica vegetal da alimentação é derivada

da ingestão de arroz e feijão (SANTOS et al., 1979). Esta mistura tem adequado teor

nitrogenado, supre os aminoácidos essenciais e tem digestibilidade ao redor de 80%.

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A composição de aminoácidos de uma proteína, determinada por análise química, é

comparada com a de um padrão de aminoácido referência obtendo-se o escore químico de

aminoácidos. O escore químico é uma técnica química considerada rápida, consistente e

barata. Ela mede o conteúdo de aminoácidos presentes em uma fonte de proteína e compara

os valores com uma proteína tida como referência para crianças entre 2 e 5 anos de idade

(FAO, 1985). A doença celíaca é outro ponto importante a ser apresentado neste trabalho.

1.6 Alimentos sem glúten

O glúten é uma proteína composta pela misturas de frações proteicas de gliadina e

glutenina e é obtido pela mistura destas proteínas que se encontram naturalmente na semente

de muitos cereais como o trigo, cevada, triticale, centeio e aveia (DAMODARAN; PARKIN;

FENEMMA, 2010). A doença celíaca é caracterizada como uma intolerância à fração gliadina

presente no trigo e das prolaminas presente no centeio, triticale e aveia. As prolaminas são

substâncias tóxicas, resistentes à digestão pelas enzimas gástricas e pancreáticas e alcançam a

lâmina do intestino delgado, causando a inflamação nas células intestinais (NOBRE; SILVA;

CABRAL, 2007).

O único tratamento satisfatório para celíacos é a completa retirada do trigo, centeio,

cevada e aveia da dieta. A substituição destes cereais pode ser feita por soja, arroz, milho,

batata, mandioca e cará, principalmente, sendo que dentre esses, o arroz é o menos alergênico.

A dieta deve ser seguida por toda a vida, mesmo que o paciente não apresente sintomas após a

ingestão de glúten (POSSIK et al., 2005). A maioria dos produtos de padaria, confeitaria,

pastelaria em diversos países tem a farinha de trigo como ingrediente principal, causando

limitações aos celíacos quanto à alimentação (CASTILLO; LESCANO; ARMADA, 2009).

O aumento do número de casos diagnosticados e a conscientização crescente fazem

com que a disponibilidade de alimentos sem glúten seja uma questão importante e

socioeconômica. A produção de alta qualidade de fermentados assados feitos a partir de

ingredientes que não sejam a farinha de trigo constitui um grande desafio tecnológico. A

ausência das propriedades visco-elásticas do glúten compostos em resultados de retenção de

gás também é outro desafio (HAGER et al., 2012).

Sintomas intestinais são comuns nos primeiros anos de vida. Apresentação com

manifestações extra-intestinais é comum, especialmente no final da infância. Nos últimos

anos, com o desenvolvimento de testes sorológicos, pacientes assintomáticos ou com

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sintomas suaves podem também ser detectados. Biopsia de intestino delgado é necessária para

o diagnóstico definitivo (GREEN; CELLIER, 2007). Descobertas neurológicas tais como

epilepsia, neuropatia periférica, esclerose múltipla e encefalopatia foram relatados em 6 a

26% dos pacientes adultos com doença celíaca. Tem sido relatado que em 16 a 57% dos

adultos com positividade do anticorpo celíaco têm efeitos também neurológicos. Os sintomas

neurológicos foram menos frequentemente notificados em crianças (PFEIFFER, 2010).

Os grãos quebrados de arroz são subprodutos gerados na indústria processadora de

arroz. A fração de grãos quebrados durante o beneficiamento do cereal tem sido utilizada para

produção de alimentos isento de glúten, sendo ideal por ser de baixo custo, fácil aquisição e

que permite produção industrial (LIMBERGER, 2006). A quinoa também é isenta de glúten,

podendo ser utilizada na dieta por celíacos. Também as características microbiológicas do

produto final são importantes para saúde dos consumidores.

1.7 Características Microbiológicas

As contaminações microbiológicas nos alimentos podem ocorrer desde a colheita até

o processamento, embalagem, transporte, estocagem e por diversos meios, seja o solo, a água,

o ar, incluindo os diversos contatos físicos, mecânicos ou manuais. No entanto, o

desenvolvimento microbiano depende do tipo de substrato que se constitui o alimento e à

disponibilidade de água, necessária aos processos metabólicos (FERREIRA NETO et al.,

2004).

De modo geral, as análises microbiológicas devem ser realizadas com o objetivo de

avaliar a qualidade microbiológica do processo produtivo e do alimento, visando diagnosticar

um possível agente etiológico causador de surto de DTA - Doenças Transmitidas por

Alimentos. Além de avaliar o grau de contaminação por microrganismos deteriorantes, bem

como de orientar o monitoramento, indicando medidas de controle (FRANCO; LANDGRAF,

2005). Dentre os microrganismos que contribuem para a contaminação dos alimentos, temos

os Coliformes totais e termotolerantes, Salmonella sp., Estafilococos coagulase positiva,

Bacillus cereus, Clostrídios sulfito redutores, bolores e leveduras, entre outros (FRANCO;

LANDGRAF, 2005).

O grupo dos coliformes totais é composto por bactérias da família Enterobacteriaceae,

capazes de fermentar a lactose e produzir gás, quando incubadas a 35-37°C, por 48 h. Além

de serem encontrados nas fezes, estão presentes nos vegetais e no solo, onde persistem por

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período superior ao de bactérias patogênicas como Salmonella sp. e Shigella. Elevados

números de coliformes indicam processamento inadequado ou possível recontaminação pós-

processamento, podendo ser provenientes da matéria-prima, dos equipamentos mal

higienizados, ou dos manipuladores de alimentos (PELCZAR JÚNIOR; CHAN; KRIEG,

1996).

O índice de coliformes fecais ou termotolerantes é utilizado como indicador de

contaminação fecal, ou seja, de condições higiênico-sanitárias inadequadas, visto que a

população deste grupo é constituída de uma alta proporção de Escherichia coli, que tem seu

habitat exclusivo no trato intestinal do homem e dos animais. Além disso, indicam condições

sanitárias inadequadas durante o processamento, produção ou armazenamento. Altas

contagens podem significar contaminação pós-processamento, limpezas e sanificações

deficientes e tratamentos térmicos ineficientes. Essas bactérias são responsáveis pelos casos

de diarreia e outros distúrbios intestinais, sendo considerados os principais agentes

contaminantes de muitos alimentos (ALMEIDA FILHO; NADER FILHO, 2002).

Com relação às salmonelas, seu principal reservatório é o trato gastrointestinal do

homem e dos animais, principalmente aves e suínos. Este gênero abriga as espécies

causadoras de febre tifóide (S. Typhi), das febres entéricas (S. Paratyphi A, B, C) e das

enterocolites por Salmonella sp. (salmoneloses) (FRANCO; LANDGRAF, 2005). A

salmonelose é uma das principais zoonoses que acomete a população mundial, sendo

importante a adoção de medidas preventivas, para se evitar o risco de infecção na população

(SHINOHARA et al., 2008).

Estafilococos coagulase positiva são microrganismos de grande importância em

alimentos por apresentarem risco à saúde pública por meio da produção de enterotoxinas.

Estão presentes nas lesões de pele e vias aéreas superiores do homem, sendo facilmente

transferidos para os alimentos. Em condições favoráveis esse microrganismo multiplica-se no

alimento, até alcançar altas cargas, produzindo as enterotoxinas que causam a toxinose. Os

principais sintomas são náuseas, vômito e diarreia, e em idosos e crianças essa manifestação

pode ser fatal, caso esses indivíduos apresentem outras doenças (CLEMENTE; VALLE;

ABREU, 2003).

As principais bactérias esporuladas, as mais resistentes ao calor e de maior

importância na microbiologia alimentar, pertencem aos gêneros Bacillus e Clostridium

(VIDAL-MARTINS; ROSSI; REZENDE-LAGO, 2005). O Bacillus cereus, é um tipo de

microrganismo Gram-positivo, em forma de bastonete, móvel, de grande importância na

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indústria de alimentos, tendo em vista sua capacidade de produzir toxinas, responsáveis por

toxinfecções alimentares, enzimas extracelulares, que determinam o potencial de deterioração,

e esporos, que podem resistir aos tratamentos térmicos, inclusive a ultra alta temperatura

(UAT) (GHELARDI et al., 2002; CRONIN; WILKINSON, 2008). Essa espécie é encontrada

predominantemente no solo, na água e em material fecal. Sendo assim, a presença de bactérias

ou esporos de B. cereus é relativamente frequente (ANDERSSON; RONNER; GRANUM,

1995; KOTIRANTA; LOUNATMAA; HAAPASALO, 2000), causando a contaminação de

diversos alimentos como, por exemplo, arroz, especiarias, leite, produtos lácteos, verduras,

carnes, alimentos farináceos, sobremesas e bolos (GHELARDI et al., 2002; FRANCO;

LANDGRAF, 2005). Em virtude de determinadas propriedades dos esporos, tais como,

sobrevivência em diferentes temperaturas e valores de pH, resistência à desidratação e

irradiação e capacidade de adesão a superfície de equipamentos, as indústrias de gêneros

alimentícios encontram dificuldades para a eliminação desse microrganismo durante o

processamento industrial (ANDERSSON et al., 1995; KOTIRANTA LOUNATMAA;

HAAPASALO, 2000).

Bolores e leveduras são importantes indicadores da eficiência de práticas de

sanitização de equipamentos e utensílios durante a produção e beneficiamento de alimentos.

Além disso, podem estar associados à produção de metabólitos tóxicos e deterioração de

alimentos. A proliferação de bolores e leveduras é mais lenta do que a das bactérias em

alimentos de baixa acidez e alta atividade de água. Portanto, dificilmente serão responsáveis

pela deterioração desses alimentos. Embora a legislação sanitária vigente não estabeleça

padrões de tolerância para esses microrganismos, a presença destes nos alimentos pode

representar perigo à saúde pública, devido principalmente à produção de micotoxinas pelos

bolores (FRANCO; LANDGRAF, 2005).

De acordo com Resolução RDC n° 12 da ANVISA, é obrigatória análise apenas de

coliforme termotolerante para cereal extrusado (grupo 10/ letra i - farinhas, massas

alimentícias, produtos de panificação, (industrializados e embalados) e similares), sendo

tolerada presença de até 1 UFC/g (ANVISA, 2001). A qualidade engloba aspectos de

segurança do produto e aceitabilidade no mercado, incluindo ausência de microrganismos

patogênicos nos produtos industrializados e também aceitabilidade destes produtos.

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1.8 Análise Sensorial

As indústrias de alimentos têm buscado identificar e atender os anseios dos

consumidores em relação aos seus produtos, para sobreviverem num mercado competitivo. A

análise sensorial tem-se mostrado importante ferramenta neste processo, envolvendo um

conjunto de técnicas diversas elaboradas com intuito de avaliar um produto quanto à sua

qualidade sensorial, em várias etapas de seu processo. É uma ciência que objetiva estudar as

reações do consumidor, incluindo sua aceitação ou rejeição (MINIM, 2010).

De acordo com Alvarez et al., 2000, relataram que os alimentos são consumidos não

só pelo valor nutricional, mas também pela satisfação e prazer em se alimentar. As sensações

experimentadas como deformação e fratura da matriz alimento, durante os estágios iniciais de

mordida e mastigação, determinam e/ou influenciam na aceitação ou rejeição pelo produto.

Textura crocante (crispness) é definida por muitos autores como a característica exibida pela

firmeza do material que demonstra comportamento linear elástico de ruptura, usada

especialmente para produtos crocantes, como snacks e biscoitos.

A análise sensorial enfoca as características sensoriais de um produto e determina qual

é o preferido e/ou melhor, aceitável por um determinado público alvo, em função de suas

características. Os testes afetivos também chamados de testes de consumidor podem ser

classificados em duas categorias: aceitabilidade e preferência (DAMÁSIO; SILVA, 1996).

Os testes afetivos têm como objetivo medir atitudes subjetivas como aceitação ou

preferência de produtos, de forma individual ou em relação a outros. No entanto, nem sempre

um produto que é preferido em relação a outro é o mais consumido, já que a aceitação é

dependente de fatores tais como preço, qualidade, disponibilidade e propaganda. Aceitação

refere-se à expectativa de uso efetivo do produto, isto é, a disposição do consumidor de

comprar e consumir o produto. Assim, um produto pode ser preferido a outro em um teste de

preferência e nenhum dos dois ter boa aceitação. Os métodos mais empregados para medida

da aceitação de produtos são as diversas formas de escalas, como a hedônica e a de atitude

(FACT) (CHAVES, 1980).

A escala FACT tem sido utilizada em pesquisa e desenvolvimento de produtos em

virtude de seu alto grau de discriminação entre tratamentos. Esta técnica é particularmente

recomendada em testes de aceitação de produtos com os quais os consumidores não estão

familiarizados (STONE; SIDEL, 1985).

Os testes de aceitação requerem equipes com grande número de participantes (acima

de 40 ou 50) que representem a população de consumidores potenciais do produto. Na escala

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hedônica, o provador expressa sua aceitação pelo produto, seguindo uma escala previamente

estabelecida que varia gradativamente, com base nos atributos gosta e desgosta. A preferência

é implícita neste caso. Há diferentes tipos de escala hedônica, como as verbais: gosta/

desgosta extremamente, excelente/ péssimo e a facial (DAMÁSIO; SILVA, 1996).

A escala hedônica pode ser utilizada com o objetivo de se obterem informações sobre

a provável aceitação de produtos pelo consumidor nas fases iniciais de desenvolvimento. É

utilizada também para determinar a aceitação quando se promovem alteração de ingredientes

ou modificações de processos, matérias-primas, embalagens e nas condições de estocagem ou

conservação dos alimentos (MORAES, 1988).

Uma vez que a qualidade de um alimento implica também a satisfação do consumidor,

este também deve ditar essa qualidade. Portanto, cabe ao consumidor determinar os

parâmetros de qualidade do produto. Para produtos como cereais e snacks, é importante a

avaliação dos atributos aparência, sabor e crocância. Uma vez identificada a qualidade

relativa aos atributos do produto, podem-se utilizar as propriedades sensoriais em estratégias

comerciais do produto (MINIM, 2010).

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2 OBJETIVOS

2.1 Objetivo Geral

§ Desenvolver e caracterizar as propriedades físicas, nutricionais,

microbiológicas e sensoriais de cereal free glúten nos sabores doce, salgado e natural de grãos

quebrados e farelo de arroz enriquecido com quinoa, através da extrusão termoplástica.

2.2 Objetivos específicos

§ Determinar a granulometria e composição química das matérias-primas,

quebrados de arroz, farelo de arroz e grãos de quinoa;

§ Extrusar a mistura de grãos quebrados de arroz, farelo de arroz e grãos de

quinoa, com corante urucum, caramelo e natural (sem corante);

§ Preparar os cereais extrusados nos sabores doce, salgado e natural (sem açúcar

ou sal);

§ Determinar a composição química, microbiológica e características físicas (cor,

índice de expansão, volume específico, textura, microscopia eletrônica, RVA) dos cereais

extrusados experimentais;

§ Analisar a aceitabilidade sensorial dos extrusados experimentais obtidos.

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3 MATERIAL E MÉTODOS

3.1 Material

Os grãos quebrados de arroz (GQA) e o farelo de arroz (FA) foram doados pela

empresa Arroz Cristal Ltda., localizada em Aparecida de Goiânia, Goiás. Essas matérias-

primas foram recolhidas no dia do processamento do arroz. Os grãos de quinoa

(Chenopodium Quinoa Willd.) (GQU), marca Quinoa Real, origem Salar de Uyuni na Bolívia

foram adquiridos em comércio local de Goiânia.

Foi utilizado corante urucum adquirido em comércio local municipal de Goiânia e

corante caramelo doado pela empresa Beraca de São Paulo. Também foram utilizados sal e

açúcar adquiridos no comércio de Goiânia.

3.2 Métodos

Após a obtenção, as matérias-primas passaram pelo processo de mistura e ajuste do

teor de umidade. O processo de extrusão ocorreu no dia seguinte ao ajuste da umidade. A

preparação da mistura foi realizada considerando a proporção do arroz integral (92% de grãos

quebrados e 8% de farelo de arroz) e enriquecidos em proteínas e fibras alimentares com a

adição de 10% de quinoa. Para determinação dos parâmetros de qualidade e realização de

análises químicas, as amostras foram acondicionadas em embalagens plásticas de polietileno

de baixa densidade (PEBD) e armazenadas sob refrigeração. O protocolo da pesquisa está

apresentado na figura 1.

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Figura 1: Protocolo experimental

Fluxograma do processo Análises realizadas

Aquisição de matérias primas

(GQA, FA, QGU e corantes)

Preparação de três misturas (com corante caramelo,

corante urucum e natural)

Armazenamento em câmara fria por 1 noite

Extrusão

Preparação dos snacks nos sabores, salgado e

natural

Secagem em estufa a 100°C por 30 min

Composição química: teor de umidade, cinzas, proteína bruta, lipídios, fibra alimentar e valor energético

Composição centesimal, cor, índice de expansão, volume específico, textura, ácidos graxos, perfil de aminoácidos, minerais, microscopia, análises microbiológicas

Testes de aceitação global, sabor e crocância, e intenção de compra

Armazenamento em sacos de polietileno até

realização da análise sensorial

Composição química; Teor de umidade; Gramulometria

Análise sensorial

Comentários

Doação do arroz pelo Arroz Cristal. Os grãos quebrados e o farelo foram adquiridos imediatamente após o processamento.

Mistura na base 92% de grãos quebrados de arroz, 8% de farelo e 10% de quinoa. Adição de 1,12% corante caramelo e 1,0% de corante urucum.

Temperatura = 4°C Embalagem de polietileno de baixa densidade.

Foram realizados testes preliminares para determinar as melhores condições de extrusão (taxa de alimentação de 350 g min-1, temperatura na 1ª, 2ª e 3ª zona de aquecimento em 50 ºC, 70 °C e 120°C respectivamente, rotação da rosca de 250 rpm, 12% de umidade.

Para preparação dos sabores utilizou-se 25% de açúcar para o sabor doce e 10% de sal para o sabor salgado. Para o sabor natural não houve adição de sal ou açúcar.

Secagem para obtenção de extrusados com 12% de umidade.

Análise realizada com 60 provadores na Pontifícia Universidade Católica de Goiás.

Armazenamento realizado até a realização da Análise Sensorial.

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3.2.1 Produção da mistura para extrusão

Para a produção da mistura para a extrusão foi realizada preparação da mistura básica

com 92% de grãos quebrados de arroz e 8% de farelo de arroz para reconstituir o percentual

de farelo existente nos grãos de arroz integrais antes do processamento. Posteriormente, foi

realizada a mistura de 90% de grãos quebrados com farelo de arroz (mistura base) com 10%

de grãos de quinoa. Esta mistura foi realizada 3 vezes, sendo a primeira natural, sem

acréscimo de corante, a segunda com acréscimo de 1,12% corante caramelo e a terceira com

acréscimo de 1,0% de corante urucum. Foram realizadas 3 repetições para cada mistura.

3.2.2 Processo de extrusão

O processamento das misturas foi realizado em extrusora monorosca (Inbramaq,

PQ 30, Ribeirão Preto, Brasil). A alimentação da extrusora foi conduzida por um silo com

o sistema de dosagem por gravidade. O controle das variáveis: temperatura, rotação da

rosca e velocidade de alimentação e da faca de corte foi realizado através da visualização

no painel acoplado ao sistema de extrusão.

Foram fixados os parâmetros: taxa de compressão da rosca de 3:1, taxa de

alimentação de 350 g min-1, abertura da matriz circular de 4 mm de diâmetro, com camisa

helicoidal, temperatura na primeira, segunda e terceira zona de aquecimento em 50 ºC, 70

°C e 120°C respectivamente, rotação da rosca de 250 rpm. Foi definido, em testes

preliminares, 12% de umidade para a mistura, assim como as condições de extrusão.

Para acondicionamento da umidade do experimento, a umidade inicial das misturas

foi determinada segundo o método nº 925.10 (AOAC, 1997) e a quantidade de água

adicionada foi determinada pela Equação 1. A água foi adicionada com auxílio de

pulverizador e homogeneizada em misturador tipo Y (Tecnal, TE-201/10, Piracicaba,

Brasil), por 5 min. Em seguida, a mistura foi colocada em embalagem de PEBD e

armazenada à temperatura de refrigeração (5 °C ± 1 °C), por uma noite, para melhor

homogeneização da umidade na amostra. Este procedimento foi realizado em três

repetições para cada mistura.

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Equação (1)

Na qual:

QA: Quantidade de água a ser adicionada

UF: Umidade final ou desejada

UI: umidade inicial da amostra

3.3 Análises

3.3.1 Classificação granulométrica

Para determinar o tamanho das partículas das matérias-primas (grãos quebrados de

arroz, farelo de arroz e quinoa) foi utilizado um agitador de peneiras (Granutest). Foram

peneirados 100 g de cada amostra durante 5 minutos, num conjunto de peneiras

arredondadas, com aberturas de malhas variando de 0,053 mm a 4,0 mm e uma base. Em

seguida, os conteúdos retidos em cada peneira foram pesados e expressos em porcentagens

de retenção, seguindo o procedimento padrão (AOAC, 1995).

3.3.2 Composição centesimal

As proteínas foram mensuradas pelo método Kjeldahl para determinação do

nitrogênio total; o teor de lipídios foi determinado após a extração com éter de petróleo em

extrator Soxhlet; a umidade foi determinada com a perda de peso da amostra, quando

aquecida a 105°C, até peso constante; o teor de cinzas por carbonização seguida de

incineração completa em mufla a 550 °C (AOAC, 1995). A fibra total foi determinada

segundo o método da AOAC, descrito por Horwitz (2010). Os carboidratos foram

calculados pelo método de diferença, subtraindo-se de cem os valores de umidade, cinzas,

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proteínas, lipídeos e fibra (AOAC, 1997). O valor energético total foi estimado seguindo os

valores de conversão de Atwater, onde se multiplicou o conteúdo de carboidrato e proteína

por quatro e o de lipídeos por nove, os produtos somados constituíram o valor energético

total (OSBORNE; VOOGT, 1978). As análises foram realizadas em triplicata.

3.3.3 Parâmetros instrumentais de cor

As determinações dos parâmetros instrumentais de cor (L*, a* e b*) foram

realizadas em colorímetro (Color Quest II, Hunter Lab Reston, Canadá), segundo Paucar-

Menacho et al. (2008). Os resultados foram expressos em valores L*, a* e b*, onde os

valores de L* (luminosidade ou brilho) variam do preto (0) ao branco (100), os valores do

croma a* variam do verde (-60) ao vermelho (+60) e os valores do croma b* variam do

azul ao amarelo, ou seja, de –60 a +60, respectivamente. As análises foram realizadas em

triplicata para cada sabor.

3.3.4 Índice de expansão

O índice de expansão (IE) foi obtido logo após a extrusão e calculado através do

quociente entre o diâmetro dos extrusados e o diâmetro do orifício de saída da extrusora

(Equação 2), conforme a metodologia proposta por Faubion E Hoseney (1982). Para a

medida do diâmetro dos extrusados foi utilizado um paquímetro (Tramontina) e o valor

considerado foi obtido pela média aritmética de 10 medidas aleatórias. Equação (2)

3.3.5 Volume específico

O volume dos extrusados foi determinado por deslocamento de sementes de painço

e a massa por pesagem, sendo o VE calculado pela média aritmética de 16 medidas

aleatórias, conforme o método descrito por Leonel et al., (2006).

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pvVE =

Equação (3)

Na qual:

VE – volume específico (mL g-1)

p – peso (g)

v – volume (mL)

3.3.6 Textura

Medidas de fraturabilidade e dureza foram realizadas nos três extrusados: doce,

salgado e natural, utilizando um analisador de textura (Stable Micro Sistem, TA.TX

Express, Surrey, Inglaterra). As amostras, de tamanho similar, foram uniaxialmente

cortadas individualmente com um probe tipo guilhotina, utilizando velocidade de 5mm.s;

20mm de distância; força de 20gf e 1 ciclo de ensaio. Foram gerados gráficos, que

registraram on line a dureza e a fraturabilidade, com auxílio de aplicativo (Expression

2008, versão 1.1.12.0, Surrey, Inglaterra). A fraturabilidade correspondeu à altura do

primeiro pico do gráfico, e a dureza ao pico máximo, ambos no primeiro ciclo de

compressão (BOURNE, 1978). Os resultados médios foram obtidos a partir de 10 amostras

coletadas aleatoriamente.

3.3.7 Atividade de água

A atividade de água (Aw) foi determinada à temperatura de 25 ±4 °C, utilizando-se

o equipamento Aqua Lab, modelo CX-2 Water Activity System. As análises foram

realizadas em triplicata para cada sabor. Foram adicionados 7,5 ml de cada amostra sólida

(triturada manualmente) em uma cápsula de amostra, a qual foi colocada no medidor de

atividade de água. Foi fechada a tampa da câmara sobre a amostra até o equilíbrio de

vapor. Um feixe infravermelho focado em um pequeno espelho determina o ponto de

orvalho preciso da amostra. A temperatura do ponto de orvalho foi então traduzida em

atividade de água.

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3.3.8 Ácidos graxos

A determinação da composição de ácidos graxos saturados e insaturados foi

realizada por cromatografia em fase gasosa de acordo com a metodologia descrita pelo

Instituto Adolf Lutz (BRASIL, 2005). Os lipídeos das amostras foram extraídos pelo

método descrito por Bligh e Dyer (1959), seguido do preparo dos ésteres metílicos de

ácidos graxos e análise da amostra utilizando um cromatógrafo a gás com detector de

ionização de chama, coluna cromatográfica capilar de sílica fundida com fases

estacionárias de ciano propil siloxano, exemplo: SP2340 de 60 m, SP2560 de 100 m, CP-

Sil 100 m de comprimento, diâmetro interno de 0,25 mm e espessura do filme 0,25 μm. Foi

feita programação da temperatura da coluna: 45°C por 4 min, primeira rampa de 13°C/min

até 175°C (27 min), segunda rampa de 4°C/min até 215°C (35 min), temperatura do injetor

220°C, temperatura do detector 220°C, razão de divisão da amostra 1:50.

Os lipídios foram submetidos a reações de hidrólise e esterificação; os ésteres

metílicos de ácidos graxos formados são determinados por cromatografia em fase gasosa

utilizando como padrão interno metiltridecanoato. O método permite uma separação

quantitativa de misturas de ésteres metílicos de ácidos graxos saturados e insaturados. A

quantificação é feita baseada nas relações de área de cada ácido graxo com a área do

padrão interno, utilizando os fatores de correção de resposta do detector de ionização de

chama (DIC) e de conversão de ésteres metílicos de ácidos graxos para ácido graxo.

3.3.9 Perfil de aminoácidos

O perfil de aminoácidos foi determinado em aparelho Dionex, modelo DX 300,

após hidrólise ácida. Para a hidrólise, foi pesado em triplicata, quantidade de amostra

contendo aproximadamente 25mg de proteína, a qual foi processada seguindo as

recomendações gerais descritas por White; Hart; Fry (1986) e HAGEN; FROST;

AUGUSTIN (1989).

3.3.10 Minerais

Os minerais (Ca2+, Mg2+, K+, Zn2+, Cu2+, Na2+, Se, Mn2+ e Fe2+) foram

quantificados nas amostras de grãos de quinoa e extrusados por meio de espectrofotometria

de absorção atômica, utilizando-se os parâmetros instrumentais (lâmpada, comprimento de

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onda, corrente da lâmpada e largura da fenda) específicos para cada nutriente por absorção

atômica, utilizando o espectrofotômetro modelo Spectr AA 50 B.

A análise foi realizada de acordo com o método oficial 965.09 da AOAC (1997),

com digestão nitroperclórica.

3.3.11 Microscopia eletrônica de varredura

Foi utilizado um microscópio de varredura eletrônica (FEI Company, Quanta-200,

Netherlands, EUA). As amostras de produtos extrusados de grãos quebrados de arroz,

farelo e quinoa foram colocadas em stubs de alumínio, utilizando uma fita dupla face,

banhados com um fino filme de ouro (10 nm) e examinadas com voltagem de aceleração

de 10 kV, em aumentos de 80X, 300X, 1600X, 6000X, 12000X.

3.3.12 Propriedades viscoamilográficas

Os parâmetros de viscosidade foram determinados em Rápido Visco Analisador

(RVA) (Newport Scientific, 1, Warriewood, Australia), conforme método 61-02 da AACC

(2000). Pesou-se 3 g de farinha com umidade corrigida para 14 % (em base úmida) e

adicionou-se de água destilada até peso final de 28 g (ASCHERI et al., 2006).

Os parâmetros avaliados foram: viscosidade inicial a frio (VI), que é o pico de

viscosidade entre o tempo 0,2 – 2min; pico de viscosidade (PV), que é a viscosidade

máxima obtida após o início do aquecimento e antes do início do resfriamento; quebra de

viscosidade (QV) – breakdown que é a diferença entre a viscosidade máxima e mínima

durante a manutenção a 95 ºC; tendência à retrogradação (TR), que é a diferença entre a

viscosidade final e o menor valor de viscosidade durante a manutenção a 95 ºC; e

viscosidade final (VF). Todos os valores obtidos foram expressos em centipoise (cP).

3.3.13 Análises microbiológicas

As análises microbiológicas dos produtos processados foram realizadas conforme a

Resolução RDC nº12 da Agência Nacional de Vigilância Sanitária do Ministério da Saúde,

de 12 de janeiro de 2001 (BRASIL, 2001). Foi pesquisada presença de Coliformes a 45ºC

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para cereais matinais e extrusados (grupo 10.i - farinhas, massas alimentícias, produtos de

panificação, industrializados e embalados e similares/ cereais matinais e extrudados)

conforme Brasil (2001). Adicionalmente, foram analisados a presença de Salmonella,

Staphylococcus aureus, Bacillus cereus e bolores e leveduras, com finalidade de avaliar

contaminação cruzada, condições higiênico-sanitárias do processo e armazenamento e

capacidade de sobrevivência e multiplicação de microrganismos em alimentos extrusados

(alta temperatura e baixa atividade de água). As análises foram realizadas em triplicata,

segundo os procedimentos descritos pelo Compendium of Methods for the Microbiological

Examination of Foods (DOWNES; ITO, 2001) e realizadas no Laboratório de Controle

Higiênico Sanitário de Alimentos da Faculdade de Nutrição da Universidade Federal de

Goiás (FANUT/UFG).

3.3.14 Análise sensorial

Para obtenção dos produtos extrusados doce e salgado, foi adicionado através de

borrifação, após a extrusão, xarope de sacarose a 25% e salmoura a 10% NaCl. Foi

utilizada em média 24,5mL de solução para cada 100g do produto final. Os cereais foram

secos em estufa a 100°C por 30 min e embalados em polietileno até a realização da análise

sensorial.

Os testes de aceitação dos cereais matinais doces, natural e salgado foram

realizados no Laboratório de Análise Sensorial da Universidade Católica de Goiás,

utilizando-se cabines individuais, iluminadas com branca.

As amostras foram servidas de forma balanceada, em copos pequenos de plástico,

codificando-se cada uma com números de três dígitos. Para avaliar os três cereais, foi

recrutado um painel sensorial constituído por 60 consumidores de ambos os sexos.

Para as avaliações dos atributos aceitação global, sabor e crocância dos produtos

extrusados foi utilizada a escala hedônica estruturada de 9 pontos, na qual 9 representava a

nota máxima “gostei muitíssimo” e 1, a nota mínima “desgostei muitíssimo”.

A escala hedônica afetiva mede o gostar ou desgostar de um alimento. A avaliação

da escala hedônica é convertida em escores numéricos e analisada estatisticamente para

determinar a diferença no grau de preferência entre amostras.

Para o atributo intenção de compra, foi aplicada a escala estruturada de 5 pontos, na

qual 5 representava a nota máxima “certamente compraria” e 1 representava a nota mínima

“certamente não compraria”, a 60 provadores não treinados, (Anexo I) empregando os

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procedimentos descritos para análise sensorial (SILVA, 1997; DAMÁSIO, 1996;

MEILGAAR, 1991; STONE SIDEL, 1985).

3.3.15 Análise estatística

Os resultados foram submetidos a tratamentos estatísticos, utilizando-se o Programa

Statistic for Windows versão 5.0 aplicando-se o teste de Tukey para avaliar e comparar as

diferenças entre as médias (p ≤ 0,05).

4 RESULTADOS E DISCUSSÃO

4.1 Classificação granulométrica das matérias primas

Os resultados estão apresentados na tabela 1. Para a quinoa obteve-se que 97,31%

dos grãos ficaram retidos na peneira de 1,41mm de abertura, para grãos quebrados de arroz

de arroz, 81,82% ficou retida na mesma malha da quinoa e 17,31% na malha de 1,00mm.

Para o farelo de arroz, 34,48% ficou retido na malha de 0,71mm; 17,65% na malha de

0,50mm; e 43,68% na malha de 0,25mm. A classificação granulométrica foi realizada para

definir o tamanho médio dos grãos de quinoa, farelo de arroz e grãos quebrados de arroz

com finalidade de padronizar estes tamanhos para facilitar reprodução dos resultados dos

extrusados.

Tabela 1: Percentual médio das matérias primas retidas nas peneiras durante a análise granulométrica TYLER Abertura (mm) Quinoa (%) Grãos quebrados

de arroz de arroz (%)

Farelo de arroz (%)

5 9

12 16 24

Fundo

4,00 2,00 1,41 1,00 0,71

0,01 ± 0,01 0,37± 0,04 97,31± 0,17 2,26± 0,27 0,02± 0,03 0,03± 0,01

0,00± 0,00 0,04± 0,05 81,55± 1,51 17,25± 1,62 0,82± 0,08 0,34± 0,06

34,15± 14,24

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32 60 100 150 270

Fundo

0,50 0,25 0,15

0,106 0,053

17,48± 7,77 43,26± 13,15

4,67± 0,01 0,32± 2,21 0,08± 0,21 0,04± 0,05

A irregularidade no tamanho de partículas influencia negativamente nas

características físicas como dureza e expansão de produtos extrusados (MOHAMED,

1990), enquanto que a homogeneidade promove o cozimento adequado e uniforme da

matéria-prima durante o processo de extrusão, prevenindo a dureza e o cozimento, parcial,

que provoca o aparecimento de partículas indesejáveis com diferentes graus de cocção,

comprometendo a qualidade do produto extrusado, tanto na aparência quanto na

palatabilidade (RAMIREZ; WANDERLEI, 1997; BORGES et al., 2003). A irregularidade

da granulometria das matérias primas pode ter influenciado na expansão e aparência dos

extrusados obtido. Houve formação de uma linha preta (figura 5) no interior do cereal

extrusado, sendo causado provavelmente pela diferença de granulometria do farelo, o qual

é 29% menor que a quinoa e que os grãos quebrados de arroz e tem uma coloração mais

escura do que as outras matérias primas. Provavelmente se os grãos quebrados de arroz e a

quinoa tivessem a mesma granulometria do farelo, essa linha não seria observada.

Figura 2: Extrusado linha preta central

Na utilização das farinhas para fabricação de produtos de panificação, massas

alimentícias e extrusados, é importante para a padronização, o perfil granulométrico das

matérias-primas. Alguns autores reportaram que o tamanho de partículas do alimento ou de

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misturas de vários alimentos afeta a elaboração de produtos panificáveis de qualidade, isso

porque influenciam a viscosidade de pasta, a densidade e a textura de produtos à base de

carboidratos (SILVA et al., 2009; IWUOHA, NWAKANMA, 1998). Essa diferença de

granulometria também influencia na aparência de produtos extrusados.

4.2 Produção dos extrusados

Foram preparados três tipos de grupos amostrais para extrusão: 4kg de cereais

extrusados natural, 4kg com 1,12% de corante caramelo e 4 kg com 1% de corante urucum

(Figura 6). As amostras com corante urucum foram utilizadas para produção do extrusado

salgado, enquanto que as amostras com corante caramelo foram utilizadas para produção

de extrusado doce. Para obtenção dos produtos extrusados doce e salgado, foram

adicionados através de borrifação, após a extrusão, xarope de sacarose a 25% e salmoura a

10% NaCl. Foi utilizada em média 24,5mL de solução para cada 100g do produto final. Os

extrusados foram cortados em tamanhos de 1,5 a 3,5 cm de comprimento para posterior

secagem a 100°C por 25 minutos (Figura 7) e análise sensorial.

(A) (B) (C)

Figura 3: Extrusado com corante caramelo (A). Extrusado natural sem corante (B). Extrusado com corante urucum (C).

Na figura 6 e 7 é possível observar a diferença entre as cores dos extrusados obtidos

e também da influência da adição do corante na etapa de extrusão. Ficou claro que a adição

de corante interfere nas características de expansão e por consequência na aparência dos

produtos.

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Figura 4: Extrusados cortados em comprimento de 1,5 a 3,5 cm em estufa para secagem a 100°C.

4.3 Composição centesimal

O resultado do teor de umidade, cinzas, proteínas, lipídeos, fibras e calorias

encontradas nas matérias primas e extrusados (calculado) estão apresentados na tabela 2. A

quinoa e o farelo são ingredientes ricos em proteínas, conferindo melhor valor protéico ao

extrusado. O farelo proporciona também maior teor de lipídeos e fibras para a mistura final

e consequentemente maior valor calórico. Não há desvio padrão para carboidratos e valor

calórico porque eles foram calculados a partir do resultado médio dos outros nutrientes.

Para o produto final, foram realizados cálculos permitidos pela ANVISA para a elaboração

da tabela nutricional (BRASIL, 2003).

Tabela 2: Composição centesimal da quinoa, grãos quebrados de arroz de arroz, farelo (base seca) e produto extrusado

Matéria prima quinoa grãos

quebrados

de arroz

farelo Produto

extrusado

natural

(valores

calculados)

Extrusado de

farinha de arroz

(Becker, F.S, 2010)

Umidade (%) 11,38±1,34 13,67±0,40 12,16±1,00 -- --

Cinzas (%) 2,24±0,16 0,39±0,10 9,70±0,84 1,30 0,39

Proteínas (%) 12,92±0,13 7,90±0,04 14,57±0,22 8,91 8,64

Lipídeos (%) 2,19±0,03 1,18±0,04 16,42±0,05 2,40 0,24

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Fibra total(%) 5,73±0,13 0,66±0,02 10,91±0,21 2,00

Carboidrato (%) 71,27 77,20 47,15 75,00

Valor calórico (kcal)

356,4 349,6 394,66 354,0

A composição média da Chenopodium quinoa real, de origem boliviana, utilizada

neste trabalho, assemelha-se a composição encontrada por Repo-Carrasco Valencia (2011)

para variedade Blanca de Juli da região Andina da Colômbia para umidade 11,39%;

proteína 13,96% e carboidrato 75,15%.

Os teores de umidade, proteína e cinzas dos grãos de quinoa determinados, no

presente estudo, foram similares aos valores informados por Jong et al., 2012 para os

flocos de quinoa do Peru, os quais foram de 11,93% de umidade, 11,73% de proteína e

1,86% de cinzas. Entretanto, o teor de lipídeos (4,88%), carboidratos (60,95%) e fibras

(8,65%) diferiram dos resultados encontrados neste estudo em 2,65%, 10,32% e 2,92%,

respectivamente. Sabe-se que fatores genéticos e climáticos interferem diretamente na

composição nutricional da quinoa e, de acordo com Koziol (1992), variedades de quinoa

do Equador possuem mais gordura e proteína em relação às andinas. Além disso, os

princípios nutritivos dos cereais não se distribuem homogeneamente (SALINAS, 2002).

Em função da elevada quantidade de proteínas nos grãos de quinoa, 12,92% (base

seca), estes podem ser considerados alimentos com alto teor proteico de acordo com a

Resolução 54 da ANVISA (BRASIL, 2012) e são, comumente, utilizados na preparação de

alimentos como substitutos parciais ou totais de cereais, uma vez que apresentam

quantidades de proteínas, em peso seco, semelhantes à aveia (11,6%), ao trigo (10,5%) e

ao arroz (9,1%) (REPO-CARRASCO et al., 2003).

Os grãos de quinoa e o farelo de arroz podem ser considerados alimentos fonte de

fibras por conterem mais de 3 g de fibra.100 g de produto (BRASIL, 2012 ). Os cereais,

como arroz e farinha de trigo, apresentam quantidades inferiores de fibras (3,5% e 2,4%,

respectivamente) (LEÓN e ROSELL, 2007). A composição centesimal dos grãos

quebrados de arroz aproxima-se de alimentos basicamente amiláceos, como farinha de

batata, com baixo conteúdo lipídico (BORBA; SARMENTO; LEONEL, 2005).

O produto extrusado de grãos quebrados de arroz, farelo e quinoa possui maior teor

de lipídeo (2,4%), proteína (8,91%) quando comparado ao extrusado apenas de farinha de

arroz desenvolvido por BECKER 2010, que apresentou valores de lipídeos de 0,24% e de

proteína de 8,64%. Fernandes (2003) estudando a composição centesimal de extrusado de

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milho obteve valores de proteína de 7,84%, de lipídeos de 0,49% e de fibra de 0,44%,

diferindo dos valores deste trabalho em 1,91% para lipídeos, 1,07% para proteínas e 1,56%

para fibra. Essa diferença tem relação direta com as matérias primas utilizadas, já que o

gritz de milho possui quantidade inferiores de lipídeos, proteínas e fibras.

O teor de proteína do extrusado em estudo corresponde a 12% de VD - Valor

Diário de nutrientes para uma pessoa adulta, enquanto o valor de lipídeos corresponde a

4% de VD e o valor de fibras corresponde a 8%, segundo Brasil (2003). Para o extrusado

de milho de Fernandes (2003), o valor diário corresponderia a 10% para proteína, 1% para

lipídeo e 2% de VD para fibra. Sendo assim, pode-se considerar vantagens para o

extrusado de arroz integral enriquecido com quinoa para uma dieta mais rica em proteínas,

lipídeos e fibras que o extrusado de milho.

4.4 Parâmetros instrumentais de cor

A tabela 3 apresenta os resultados das coordenadas de cor L*, a* e b*. Os valores de

luminosidade (L*) foram menores para os extrusados com corante caramelo (66,46),

indicando realmente o resultado esperado, que o caramelo seria o extrusado com coloração

mais escura e o natural (sem corante) com coloração mais clara (79,67). Os valores de a* e

b* foram maiores para o extrusado com corante urucum, indicando que este extrusado

tende a maior coloração vermelha e amarela simultaneamente que os extrusados natural e

com corante caramelo.

Tabela 3: Média dos dados experimentais de cor (L*, a* e b*) das farinhas dos produtos extrusados de grãos quebrados de arroz e farelo de arroz com quinoa com uso dos corantes natural, urucum e caramelo e de farinha de arroz de diversos autores. 1Tratamento das farinhas de extrusados

Coordenadas de cor

L* a* b* natural 79,67 ±0,0a 2,00±0,02c 14,40±0,03b urucum 73,29±0,01b 6,11±0,02a 18,45±0,02a caramelo 66,46±0,02c 4,97±0,04b 13,93±0,06c Tavares (2010) 92,52±0,23 -0,22±0,02 5,04±0,05 Becker (2010) 92,49±0,13 -0,22±0,01 5,06±0,01 1 Médias seguidas pela mesma letra em cada coluna não diferem estatisticamente pelo teste de Tukey a 5% de probabilidade de erro.

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Os resultados indicam que a farinha dos extrusados natural, urucum e caramelo se

aproximam mais da coloração amarela e não a do azul e tendem levemente para a

coloração vermelha e não para a verde. Em relação à luminosidade (L*), as três amostras

tendem para coloração mais clara.

Para a luminosidade L* e para as coordenadas a* e b*, os extrusados natural,

urucum e caramelo diferem significativamente entre si pelo teste de Tukey. Em estudo com

mudanças físico-químicas e sensoriais de farinhas de arroz com torração em microondas,

Tavares (2010) encontrou valores superirores em 12% para luminosidade, comparando

com extrusado natural, valores próximos a neutralidade para cromaticidade a* e 22%

inferiores para cromaticidade b*. Esses valores foram encontrados para cultivar IRGA 417,

e demonstram que a farinha de arroz sem extrusar é mais clara e com leve tendência ao

amarelo que a farinha do extrusado natural.

Becker (2010) trabalhando com caracterização de farinhas cruas e extrusadas

obtidas a partir de grãos quebrados de diferentes genótipos de arroz, encontrou valores

12% mais claras (L*) para cultivar IRGA 417, 3,7% menores para cromaticidade a* e para

a cromaticidade b* 15,6% inferiores, comparados ao extrusado natural. Estes valores

indicam que a farinha crua de arroz tem coloração mais clara, por não ter passado pelo

tratamento térmico de extrusão e não ter sofrido processo de caramelização, apresenta

tendência a coloração neutra entre verde e vermelho e menor tendência ao amarelo que a

farinha do extrusado de grãos quebrados e farelo de arroz.

4.5 Índice de expansão e volume específico

Para realização destas análises, os cereais extrusados foram cortados em tamanhos

médios de 3 cm de comprimento. Os resultados encontram-se na tabela 4. A análise do

índice de expansão indicou que o cereal sem corante teve maior expansão, média de 3,69;

seguido do cereal com corante urucum, 3,56 e com menor expansão foi o cereal com

corante caramelo, 2,93. Podemos inferir que os corantes caramelo e urucum interferem

negativamente no índice de expansão de produtos extrusados. A análise estatística indicou

diferença significativa entre os três tratamentos em relação ao índice de expansão e volume

específico.

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Tabela 4: Índice de expansão e volume específico dos extrusados e respectivos desvios padrões

Produto Índice de

expansão

Volume específico

(mL. g-1)

Extrusado com urucum 3,56 ± 0,09b 11,81 ± 2,61b

Extrusado com caramelo 2,93 ± 0,15c 10,64 ± 4,53c

Extrusado natural 3,69 ± 0,11a 11,87 ± 1,54a

1 Médias seguidas pela mesma letra em cada coluna não diferem estatisticamente pelo teste de Tukey a 5% de probabilidade de erro.

Segundo Oliveira (2005), as sementes de urucum apresentam: 40 a 45% de

celulose; 3,5 a 5,5 % de açúcares; 0,3 % a 0,9 % de óleo essencial; 3 % de óleo; 1,0 % a

4,5 % de pigmento; 13% a 16 % de proteína como também alfa e beta caroteno além de

taninos e saponinas. De acordo com o fabricante, Beraca, o corante caramelo apresenta

88% de carboidratos, 14 mg de cálcio, 1,8 mg de ferro e 2118 mg de sódio e menos de 1g

de fibra e proteína. De acordo com Hsieg (1990), a adição de sal ou de açúcar melhora as

expansões radiais e axiais, mas reduz a densidade do produto e resistência à ruptura, o que

justifica o menor volume específico para os extrusados com corantes.

Os índices de expansão estão similares aos resultados encontrados por Camargo;

Leonel e Mischan (2008), em biscoito extrusado de polvilho azedo que variaram de 3,5 a

5,7. Já o índice de expansão de extrusados encontrados por Borba; Sarmento; Leonel

(2005), a base de farinha de batata doce variou de 1,9 a 2,6. Estes valores assemelham-se

porque são matérias-primas amiláceas, as quais conferem melhor expansão. As matérias

primas utilizadas na extrusão possuem em comum o grande percentual de amido: batata

doce 100%, polvilho azedo 96% e grãos quebrados de arroz, 90%.

Expansão é a propriedade física mais importante de extusados. Amido, o principal

componente de cereais desempenha papel importante no processo de expansão (KOKINI et

al. 1992). A amilopectina presente no amido é uma cadeia ramificada de moléculas e é a

principal responsável pela expansão de produtos extrudados (DAVIDSON et al. 1984). Já

que o amido desempenha um papel vital na produção de produtos expandidos, assim

quando a proporção de amido diminui, resulta em extrusados com pouca expansão. Já a

proteína tem um impacto negativo sobre a expansão dos produtos extrusados e,

conseqüentemente, quando o teor de proteínas nas respectivas misturas aumenta, há uma

diminuição do coeficiente de expansão (KANNADHASON E ROSENTRATER, 2008).

Desta forma, os corantes influenciaram na menor expansão do extrusado em estudo,

devido à presença de outros componentes, que não o amido. Resultados semelhantes com

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menor expansão devido ao uso de corantes foram reportados em extrusados a base de arroz

e a base de polpa de laranja, por Ding et al., (2005) e Larrea et al., (2005).

Os atributos físicos das matérias-primas, tais como tamanho de partícula (farinha,

grão, amido), a densidade, e as propriedades mecânicas e de reologia podem influenciar

fortemente o comportamento de cozimento por extrusão e expansão (JANES, 1993). Além

disso, os ingredientes funcionais (por exemplo, fibra, proteína de soja, soro de leite em pó,

açúcar, sal, emulsificante) também influenciam nos processos de cozimento e expansão

(GUY, 1994).

O volume específico se manteve maior para o extrusado natural, já que este não

teve nenhuma interferência de corante. Houve maior desvio padrão no volume específico

do extrusado com caramelo, pois estes não ficaram uniformes ao longo de sua extensão,

tendo diferentes pesos e volumes. Os valores de volume específicos encontrados foram

bem superiores aos de biscoito extrusado de polvilho azedo de Camargo; Leonel e Mischan

(2008) que variaram de 1,5 a 5,6 mL.g-1. Este resultado indica que o peso do extrusado

deste trabalho estava baixo e o volume maior, quando comparados com resultados de

outros trabalhos. Este resultado não favorece muito no transporte do produto, uma vez que

as embalagens deverão ter mais produto para alcance de um peso padrão dos produtos

disponíveis no mercado. Em contrapartida, o extrusado obtido se mostra bastante leve,

grande expansão, que é uma característica desejada para esse tipo de produto.

4.6 Textura e atividade de água

Os resultados de dureza, fraturabilidade e atividade de água encontram-se na tabela

5. O que se deseja em “snacks” com boas características de textura, é que os valores de

fraturabilidade não sejam elevados (MENDONÇA; KARAN; GROSSMANN,1998). Os

valores obtidos no trabalho de Alves e Grossmann (2002), para snacks de farinha de cará

foram entre 660 e 1000g.f. Já no trabalho de BASTOS (2012), os valores de fraturabilidade

para snacks de polpa residual de batata variaram entre 687 e 1304g.f., os quais foram

menores que o apresentado na tabela 5 para os três sabores.

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Tabela 5: Dureza e fraturabilidade de snacks de grãos quebrados de arroz e farelo de arroz com quinoa sabores natural, doce e salgado obtidos pelo processo de extrusão termoplástica.

Característica 1 natural doce salgado dureza (g.f) 4410,7a 3419,9c 3729,8b

fraturabilidade (g.f) 2740,2a 2320,4c 2414,8b atividade de água 0,527b 0,537 a 0,498 c

1 Médias seguidas pela mesma letra em cada linha não diferem estatisticamente pelo teste de Tukey a 5% de probabilidade de erro.

Os resultados encontrados para os extrusados de grãos quebrados de arroz de arroz,

farelo e quinoa indicaram diferença estatística significativa ao nível de 5% entre os sabores

doce, salgado e natural.

A dureza é um dos fatores que determina a aceitabilidade do alimento pelo

consumidor (BHATTACHARYA, 1994) e, assim como a fraturabilidade, é desejável que

seus valores sejam baixos. Porém, para estas propriedades de textura, não há definição da

faixa de valores aceitáveis para “snacks” (MENDONÇA; KARAN; GROSSMANN,

1998).

Estudos com snacks comerciais de milho apresentados por Mendonça; Karan;

Grossmann (1998), indicaram resultados de dureza que variaram na faixa de 757,43 a

1210,17g.f., os quais foram inferiores aos valores apresentados nesse estudo, para todos os

tratamentos. Apesar dos valores maiores de dureza e fraturabilidade, comparados ao snack

de milho, farinha de cará e polpa de batata, os extrusados de grãos quebrados e farelo de

arroz com quinoa tiveram boa aceitação no quesito “textura” na análise sensorial, objeto de

estudo deste trabalho a ser apresentado no item 5.11. Sendo assim, pela afirmação de

Mendonça; Karan; Grossmann (1998), que a dureza e a fratubilidade não sejam elevadas

pode dizer que a dureza e a fraturabilidade dos extrusados obtidos não eram elevadas.

Já Lustosa; Leonel; Mischan (2010) avaliaram snacks de farinha de mandioca e

caseína e observaram que em condições de baixa umidade, baixo teor de proteína e baixa

temperatura de extrusão proporcionaram menores valores de dureza. A dureza dos

produtos extrusados encontrada por esses autores variou de 4430 g.f. a 12320 g.f. O menor

valor foi 0,5%, 23% e 16% maior que os encontrados nos extrusados natural, doce e

salgado, respectivamente.

Embora o teor de umidade seja um parâmetro importante na conservação dos

alimentos, em muitos casos a atividade de água tem sido o parâmetro preferido para ser

medido e acompanhado, por representar melhor a água disponível ou o estado da água

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disponível que melhor se correlaciona com a conservação dos alimentos (CHIRIFE;

BUERA, 1995). Observou-se que os extrusados de grãos quebrados de arroz e farelo de

arroz com quinoa apresentaram valores de aw abaixo de 0,537 (tabela 5), podendo ser

consideradas microbiologicamente estáveis a temperatura ambiente.

No trabalho de extrusado de arroz e feijão de CARVALHO et al., 2012, a atividade

de água encontrada foi de 0,34. O teor de atividade de água do extrusado de grãos

quebrados de arroz com quinoa salgado foi 5,5% inferior que extrusado natural,

provavelmente devido à presença de sal, que promove redução da atividade de água.

4.7 Perfil de ácidos graxos e minerais

Foi determinado o perfil de ácidos graxos e minerais para a quinoa e o extrusado

natural (tabela 6), indicando que há pouca diferença de ácidos graxos e minerais para o

cereal in natura e após extrusão, com exceção do potássio, que foi encontrado em menor

teor para o extrusado.

Tabela 6: Média do perfil de ácidos graxos e minerais para quinoa e extrusado natural Quinoa

(por 100g)

Arroz integral*

Fonte:

JULIANO

(1985)

Extrusado

natural

( por 100g)

IDR**

criança

(BRASIL,

2005)

IDR***

adulto

(BRASIL,

2005)

Ácido graxo

total

2,18 g 3,20g 2,28 g

Ác. graxo trans 0,03 g 0,0g 0,03 g

Ác graxo

saturado

0,37 g 0,52g 0,65 g

Ferro 11,9 mg 2 a 52mg 7,7 mg 6 mg 14mg

Zinco 11,8 mg 6 a 28mg 13,3 mg 5,1 mg 7mg

Sódio 95 mg 17 a 340mg 108 mg 2400mg

Cobre 10 mg 1 a 6mg 6 mg 440µg 900µg

Manganês 22 mg 2 a 36mg 28 mg 1,5mg 2,3mg

Magnésio 295 mg 0,2 a 1,5 mg 252 mg 73mg 260mg

Cálcio 333 mg 0,1 a 0,5mg 287 mg 600mg 1000mg

Potássio 781 mg 0,6 a 1,8mg 585 mg

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Selênio 0,0 mg 0,3µg 0,0 mg 21µg 34µg

*Equivale a reconstituição feita neste trabalho de grãos quebrados de arroz e farelo de arroz

**Ingestão Diária Recomendada para crianças de 4 a 6 anos

***Ingestão Diária Recomendada para adultos

De acordo com a Resolução RDC 360 do Ministério da Saúde, a quantidade de

ácido graxo trans encontrado é considerado não significativo, pois é menor que 0,2g. A

quantidade de ácido graxo total encontrado para matérias primas e produto final é baixo,

comparado, por exemplo, com o amaranto que tem 7,96g (BASTOS, 2012) e o farelo de

arroz, 16,48g. O valor de ácidos graxos total também está abaixo da variedade de quinoa

Blanca di Juli, 5,51g, relatado no trabalho de Repo-Carrasco-Valência (2011).

O teor de lipídios na quinoa pode variar na faixa de 2 a 10%, dependendo dos

métodos de cultivo (KOZIOL, 1992). Os grãos de quinoa deste trabalho apresentaram

2,18% de lipídios, diferente dos 4,88% encontrados por Jong et al., (2012) em flocos de

quinoa da variedade Chenopodium. Esta diferença pode ser devido a diferentes cultivares,

espécies, variedades, solo, entre outros fatores. No entanto, a quinoa possui maior teor de

ácidos graxos insaturados do que saturados. Essa relação torna-se importante, pois os

ácidos graxos saturados elevam a colesterolemia por reduzirem receptores hepáticos e

inibirem a remoção plasmática de LDL, enquanto os ácidos graxos insaturados exercem

efeitos protetores, podendo reduzir os níveis sanguíneos de LDL e triglicérides (SANTOS;

AQUINO, 2008).

Koziol (1992) e Repo-Carrasco et al. (2003) mencionaram a composição

semelhante do óleo de quinoa com o de soja, ressaltando sua importância econômica, uma

vez que contém 82,71% de ácidos graxos insaturados e 11% de saturados, sendo

predominante o ácido palmítico.

Capriles (2005) analisou salgadinhos de gritz de milho no mercado e foram

encontrados valores que variaram de 19 a 27% de ácido graxo total, enquanto que o

extrusado natural deste estudo apresentou apenas 2,3% de ácido graxo. Este resultado é

devido à alta quantidade de óleo ou gordura vegetal que são adicionados nos salgadinhos

extrusados vendidos no mercado brasileiro.

De acordo com a IDR- Ingestão Diária Recomendada (BRASIL, 2005) a

quantidade necessária a ser consumida ao dia para adultos seria 14mg para ferro, 7mg para

zinco, 900 µg para cobre, 2,3 mg para manganês, 260 mg para magnésio, 1000 mg para

cálcio e 34 µg para selênio. Desta forma, a quantidade de zinco, cobre e manganês presente

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no cereal extrusado supre o valor a ser consumido diariamente tanto para adulto quanto

para criança, considerando 100g de consumo diário de cereal. Por outro lado, o teor de

ferro, sódio, magnésio, cálcio e selênio estão abaixo do IDR recomendado para adulto e

criança, de acordo com a tabela 7 abaixo.

Tabela 7: Comparação dos resultados com Ingestão Diária Recomendada-IDR Minerais IDR – Brasil,

2005

Cereal

extrusado(100g)

Diferença do cereal

extrusado para IDR(%)

Ferro 14mg 7,7 mg - 45%

Zinco 7mg 13,3 mg + 47%

Cobre 900 µg 6 mg + 85%

Manganês 2,3mg 28 mg + 91%

Magnésio 260mg 252 mg - 3,0%

Cálcio 1000mg 287 mg - 71%

Selênio 34 µg 0,0 mg -100%

Os relatos de Koziol (1992), estudando quinoa oriunda do Chile, apresentaram teor

de cálcio (149 mg.100 g-1), magnésio (250 mg.100 g–1), zinco (4,4 mg.100 g-1), ferro(13,2

mg.100 g–1) e potássio (927 mg.100 g–1), valores que diferenciam dos encontrados nesse

estudo em 48% menor para cálcio, 68% menor para zinco, 41% maior para ferro.

Para Karyotis et al. (2003) essas diferenças são devidas às condições climáticas e

do solo, os quais influenciam na composição de minerais.

4.8 Perfil de aminoácidos

O extrusado analisado apresentou adequado equilíbrio de aminoácidos essenciais,

quando comparado com a indicação da FAO ano 1985 (WHO, 2002), para adultos (Tabela

9). A quinoa e o arroz complementam o perfil de aminoácidos considerados essenciais e de

alto valor biológico. A quinoa utilizada nesse estudo apresentou teores elevados de lisina

(0,56g), geralmente o aminoácido limitante nos cereais, e histidina (0,36g), quando

comparada aos resultados de JONG et al. (2012) para lisina e histidina respectivamente em

arroz (0,38g; 0,21g), trigo (0,26g; 0,20g), aveia (0,37g; 0,21g) (JONG et al., 2012).

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Tabela 8: Média do perfil de aminoácidos do extrusado de farelo arroz + grãos quebrados de arroz + quinoa e desvio padrão comparado com arroz e grão de quinoa natural. Aminoácidos (g/100g de amostra)

Arroz 3 Grão de quinoa

Extrusado e DP

Padrão FAO/ WHO 2

Perfil de aa essenciais para proteína de alto valor biológico 4

Ácido Aspártico 0,79 1,03±0,01 0,86±0,01 - -

Ácido Glutâmico 1,49 1,85±0,01 1,39±0,59 - -

Serina 0,48 0,48±0,01 0,46±0,01 - - Glicina 0,31 0,63±0,01 0,59±0,01 - -

Histidina 0,21 0,36±0,01 0,25±0,01 0,19 0,17 Arginina 0,96 1,18±0,01 0,93±0,01 - - Treonina1 0,34 0,38±0,01 0,46±0,01 0,34 0,35 Alanina 0,45 0,52±0,01 0,54±0,01 - - Prolina 0,39 0,43±0,01 0,57±0,01 - - Tirosina 0,48 0,39±0,01 0,38±0,01 - - Valina1 0,52 0,57±0,01 0,42±0,01 0,35 0,48

Metionina1 0,36 (met+cis) 0,23±0,01 0,25±0,01 0,25(met+cis) 0,26 (met+cis) Cistina -- 0,09±0,01 0,03±0,01 - -

Isoleucina1 0,37 0,45±0,01 0,34±0,01 0,28 0,42

Leucina1 0,71 0,69±0,01 0,70±0,01 0,66 0,70 Fenilalanina1 0,48 0,45±0,01 0,43±0,01 0,63 (fen+tir) 0,73 (fen+tir)

Lisina1 0,14 0,56±0,01 0,33±0,01 0,58 0,51 1 aminoácidos essenciais 2 FAO/ WHO, 1985 3 ASCHERI et al. 4 Sgarbieri (1987)

A proteína do grão de quinoa pode ser considerada de elevado valor biológico, pois

apresentou quantidades de aminoácidos essenciais iguais ou superiores às necessidades

diárias do indivíduo. Resultados similares em 98% foram descritos por Jong et al. (2012),

com exceção da isoleucina que apresentou resultado 0,41g, enquanto este trabalho

apresentou valor de 0,45g. Porém, o extrusado e o arroz não podem ser considerados de

alto valor biológico, pois apresentaram quantidades inferiores ao estipulado para isoleucina

e lisina, e ainda valina apenas para o extrusado (ver tabela 8).

O adequado tratamento térmico favorece o aumento do valor nutricional de

produtos alimentícios devido à desnaturação de proteínas, além de melhorar as

características sensoriais como sabor, cor, textura e aparência, inativar enzimas, fatores

antinutricionais e microrganismos (PEREIRA, 2008).

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Observa-se, na Tabela 8, que alguns aminoácidos tiveram seu valor aumentado

após extrusão, como para a treonina, alanina e prolina. No trabalho de Pereira, 2008, a

mistura pré-cozida do pó de café com a farinha de arroz apresentou um aumento

significativo nos teores da maioria dos aminoácidos quando comparados com os valores

citados para as matérias-primas individuais.

Estudos sobre a proteína presente em alimentos ou em misturas de alimentos

brasileiros indicam que a fração digerível representa cerca de 65 a 95%. A digestibilidade

de fontes proteicas vegetais, como feijão, varia de 62 a 83% (TIRAPEGUI, 2008). Os

relatos de Pires (2006) indicam que para os cereais, como milho, a proporção digerível foi

de 82% a 85%, para o arroz variou de 67% a 89%. Já o trigo, na forma de farinha,

apresentou maiores valores entre os de origem vegetal, alcançando índices de 89% a 96%

de proteína digerível.

Os resultados encontrados para a digestibilidade da quinoa foram em média

78,64%, superior a algumas variedades de feijão (62%) e arroz (67%). Já para o extrusado

de arroz com farelo e quinoa, obteve-se média de 43,05% de digestibilidade “in vitro”,

inferior às matérias primas arroz integral e quinoa. A menor digestibilidade do cereal

extrusado pode ser explicado pelo tratamento térmico que favorece reações químicas

causando a interação e degradação de aminoácidos, ou mesmo formação de ligações

intermoleculares (SGARBIERI, 1996).

O cereal extrusado deste trabalho apresentou perfil de aminoácidos superior ao

padrão mínimo estabelecido pela FAO/WHO para maioria dos os aminoácidos essenciais,

com exceção da lisina, a qual apresentou média de 0,33g/100g, sendo que o mínimo seria

0,58g/100g. Comparando com cereal de milho de Pires et al. (2006), onde cinco (5)

aminoácidos essenciais estariam abaixo do mínimo recomendado pela FAO, para este

produto, sendo a isoleucina (0,23); lisina (0,25); metionina + cistina (0,22) e treonina

(0,30). Estes resultados indicam que o cereal extrusado de arroz com quinoa tem melhor

perfil de aminoácidos essenciais que o de milho.

Quanto aos aminoácidos não essenciais, os grãos de quinoa e de extrusado

produzido apresentaram um teor de arginina, ácido glutâmico, ácido aspártico e alanina, na

forma livre, que podem desempenhar um papel importante na formação de cor e aroma

durante a torrefação (DINI et al., 2005). Comparando com o trabalho de Silva et al, 2008,

foram encontrados valores semelhantes para farinhas mistas extrusadas de quirera de arroz

com pó de café, sendo 0,88g para arginina, 1,50 para ácido glutâmico, 0,78g para ácido

aspártico e 0,51g para alanina.

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4.9 Microscopia eletrônica de varredura

A análise microscópica do extrusado de grãos quebrados de arroz e farelo de arroz

com quinoa mostrou estrutura densa e compacta (Figura 5), como geralmente ocorre com a

estrutura de alimentos extrusados que se alteram com a alta temperatura, conforme

evidenciou no trabalho de Bastos (2012). O extrusado apresentou partículas compactadas,

com pequena indicação da presença de grânulos de amido intactos, conforme setas laranja

indicadas.

Figura 5: Extrusado de grãos quebrados de arroz e farelo de arroz com quinoa em ampliação de 1600X (1), 6000X (2), 12000X (3).

Foi possível observar que o material extrusado apresentou partículas de tamanho

irregular, com partes lisas. O amido durante a extrusão e cocção é progressivamente

comprimido e transformado em material denso, sólido, compacto e a estrutura granular

cristalina desaparece (COLONNA; BULEON; MERCIER, 1987).

1 2

3

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De acordo com Ferreira (2012) a farinha de arroz sem ser extrusada apresenta

grânulos de amido intactos e com concavidades, de acordo com a figura 6, indicando

também presença de materiais não amiláceos que se encontravam aderidos entre si.

Figura 6: Microscopia de varredura eletrônica de farinha de arroz em ampliação de 80X (1), 2000X (2),

4000X (3). Fonte: (FERREIRA, 2012)

A análise microscópica das amostras de fécula de mandioca extrusadas, no trabalho

de Freitas e Leonel (2008), mostrou que não foi possível observar a presença de grânulos

intactos, diferenciando do extrusado deste estudo, o qual ainda aparecia grânulos de amido

intactos após a extrusão. Essa diferença pode ser tanto pelas características dos amidos,

que possuem temperatura de gelatinação diferentes para arroz (65 - 73°C) e mandioca

(melhor em 80°C), como pela composição de amilose e amilopectina (BILIADERES,

1992). A Figura 7 apresenta microfotografias da fécula de mandioca após a extrusão.

Figura 7: 2 – Microfotografias em microscopia ótica da fécula de mandioca extrusada (aumento de 40x).

Fonte: Freitas e Leonel, 2008

1 2 3

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4.10 Propriedades viscoamilográficas

A análise do RVA permitiu avaliar o comportamento das farinhas de quinoa e de

arroz, submetidas ao aquecimento, ao atrito mecânico e ao resfriamento, possibilitando a

sugestão de possíveis utilizações em diversos alimentos, conforme tabela 9.

Tabela 9: Viscosidade inicial a 25ºC (VI), pico de viscosidade (PV), quebra de viscosidade (QV), viscosidade final (VF) e tendência a retrogradação (TR) das farinhas de arroz e quinoa. Característica1 arroz quinoa

VI 3225,00 3312,25

PV 3252,00 3707,75

QV 2302,50 2509,00

VF 2478,00 3518,00

TR 1528,50 2319,25 1 Centipoise (Cp);

O perfil de viscosidade das farinhas de quinoa em função do tempo evidenciou uma

estabilidade média do 2° ao 5° minuto (figura 8). Houve a quebra da viscosidade, após o 6°

minuto, devido ao rompimento dos grânulos, liberando amilose. Já a farinha de arroz

apresentou um pico mais curto do 2° ao 3° minuto.

A farinha de quinoa alcançou o pico de 3707,75 Cp, depois houve a quebra da

viscosidade. Isso ocorreu porque durante a fase de resfriamento, os polímeros de amilose e

amilopectina solubilizados começam a se reassociar, outro aumento na viscosidade foi

registrado, 3518,00 Cp. Esse segundo aumento é conhecido como tendência a

retrogradação. A farinha de quinoa quando comparada com a farinha de arroz, mostrou

maiores valores de pico de viscosidade e quebra de viscosidade, maiores teores de

viscosidade final e tendência a retrogradação (Tabela 9), o que pode ser devido ao maior

teor de fibras, proteínas, ou ainda em função do menor alinhamento das cadeias de

amilose.

As curvas do perfil viscoamilográfico da farinha de arroz e quinoa foram

semelhantes. Elas mostram um pico agudo a partir de 2 min, seguido por uma queda

acentuada (Figura 8), o que revelou pouca estabilidade da pasta quente durante agitação.

Quando suspensões aquosas de amido são submetidas ao RVA, há um aumento da

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viscosidade na fase inicial de aquecimento, período em que os grânulos também iniciam o

poder de inchamento e moléculas de amilose são lixiviadas desses amidos (FERNÁNDEZ

MUÑOZ et al., 2011).

Comparando com a viscosidade final de farinha de casca de batata (7268Cp) e

farinha de fécula de batata (5391Cp), observou-se que as farinhas de arroz e quinoa

obtiveram menor valor de viscosidade final. Esta viscosidade final está relacionada com a

retrogradação do amido e corresponde à viscosidade a ser desenvolvida no produto final.

Isso demonstra que as farinhas de arroz e de quinoa seriam mais adequadas para o preparo

de sopas, por exemplo, já que o baixo valor de viscosidade final proporciona sopas com

boa característica de cremosidade, homogeneidade e textura, mesmo após o seu preparo,

em temperaturas mais amenas (FERNÁNDEZ MUÑOZ et al., 2011).

(A)

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(B)

Figura 2: Perfil viscoamilográfico da farinha de quinoa (A), farinha de arroz (B)

4.11 Resultados microbiológicos

O manejo e armazenamento inadequado no processamento de um alimento podem

favorecer a sua deterioração microbiana, assim como sua contaminação por

microrganismos patogênicos (MÜRMANN et al., 2008).

Na tabela 10 estão apresentados os resultados da contagem microbiológica da

mistura dos três extrusados produzidos.

Tabela 10: Contagens microbiológicas Microrganismo Resultados da mistura dos

cereais extrusados

(3 sabores)

Resolução RDC 12 para

extrusados

Coliformes a 45ºC /g

Salmonella sp. /25g

< 1 UFC/g Ausente em 25g

< 1 UFC/g

--

Staphylococcus aureus

Bacillus cereus

Bolores e leveduras

< 1 UFC/g

< 1 UFC/g < 1 UFC/g

--

-- --

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As amostras dos cereais extrusados não apresentaram contagens acima dos limites

da legislação sanitária vigente para coliforme termotolerantes, assim como para os outros

microrganismos patógenos pesquisados: Salmonella sp., Staphylococcus aureus, Bacillus

cereus. Também não foi identificada presença de indicadores de más condições higiênico-

sanitárias, bolores e leveduras. Este resultado já era esperado uma vez que o processo de

extrusão pode interromper o desenvolvimento microbiano (BHANDARI; D’ARCY;

YOUNG, 2001), devido às altas temperaturas alcançadas no processo.

De acordo com Bastos (2012), as amostras de extrusados de polpa residual de

batata também não apresentaram contagens acima dos limites da legislação sanitária

vigente de Bacillus cereus, coliformes totais e termotolerantes, clostrídios sulfito redutores,

estafilococos coagulase positiva, bolores e leveduras. Também não foi identificada

presença de Salmonella sp., indicando boas condições higiênico sanitárias.

4.12 Análise sensorial

Houve avaliação sensorial (ficha – anexo I) de 60 provadores não treinados, sendo a

faixa etária de 18 a 50 anos, não sendo discriminado o sexo feminino ou masculino. As

amostras foram servidas em ordem aleatória, em copos plásticos numerados com

algarismos de três números, em 10 repetições de 6 arranjos numéricos, conforme tabela 11.

As amostras foram servidas conforme figura 9.

Tabela 11: Arranjos numéricos para apresentação dos copos para análise sensorial Arranjos Ordem de apresentações

1 A B C

123 231 312

2 A C B

412 369 239

3 B C A

593 612 219

4 B A C

618 711 581

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5 C A B

323 255 627

6 C B A

289 499 726

Figura 9: Apresentação das amostras antes de servir a cabine dos provadores

Observou-se que o extrusado sabor salgado obteve a melhor pontuação para todos

os quesitos: avaliação geral, sabor, crocância e intenção de compra, diferindo

estatisticamente dos demais tratamentos (tabela 12). As características intrínsecas da

matéria-prima e as condições do processo de extrusão que determinam os atributos

sensoriais de snacks extrusados influenciam a ocorrência de reações, como o

escurecimento não enzimático e a degradação de pigmentos que podem afetar a cor e o

sabor do produto final (ILO; LIU; BERGHOFER, 1999; GUY, 2001).

Tabela 12: Resultados da análise sensorial de 60 provadores dos snacks nos sabores natural, doce e salgado Tratamento

Análise

natural doce salgado

Avaliação geral 5,0 ±1,8c 6,2 ± 1,8b 6,5 ± 1,8a

Sabor 5,0 ± 2,0c 6,2 ± 1,8b 6,5 ± 1,8a

Crocância 6,5 ± 2,0c 6,9 ± 1,8b 7,2 ± 1,7a

Intenção de compra 2,5 ± 1,2c 3,1 ± 1,2b 3,5 ± 1,2a

1 Médias seguidas pela mesma letra em cada linha não diferem estatisticamente pelo teste de Tukey a 5% de probabilidade de erro.

O trabalho de Souza (2003) com análise sensorial do cereal extrusado de castanha-

do-brasil com mandioca obteve melhores resultados para o sabor doce para todos os

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quesitos: aceitação global (7,75), sabor (7,88) e crocância (8,02), sendo esses escores

melhores que os apontados nesse trabalho.

O snack natural obteve a menor pontuação, diferindo significativamente dos

demais, não atingindo o score mínimo de 6,0, que corresponde a “gostei ligeiramente”,

para os quesitos avaliação geral (5,0) e sabor (5,0). Para o quesito intenção de compra

obteve média de 2,5, o qual corresponde à escala entre “possivelmente não compraria” e

“talvez comprasse”, indicando que este público prefere alimentos com mais tempero e

sabores mais acentuados.

Nos comentários gerais observou-se que 28% prefeririam que fossem acrescentados

mais temperos e aromas, acentuando tanto o sabor doce quanto o salgado, com

comentários como “sem graça” ou “falta mais tempero”. Estas características percebidas

pelos provadores podem ter como causa a condição de processamento utilizado na

produção dos snacks desse estudo, sem uso de vários condimentos industriais, como

normalmente usados em produtos comerciais de milho ou de outros cereais.

O item crocância foi bem avaliado para os três sabores, e diferiu significantemente

entre os tratamentos, sendo a pontuação menor para o natural (6,5 – gostei ligeiramente) e

a maior para o salgado (7,2 – gostei moderadamente), indicando boa aceitação para este

quesito.

Hough et al., (2001) observaram que, quando outros atributos agradam ao

consumidor, mas a textura ou a crocância não agradam, a rejeição ao alimento é imediata.

Um produto sem crocância, nem mesmo o adequado sabor pode aprová-lo. A maioria de

produtos com conteúdo baixo de umidade, panificado ou extrusado, tais como cereais

matinais, biscoitos, wafers, biscoitos e lanches têm uma textura crocante. Se o conteúdo de

umidade desses produtos aumentarem, devido à sorção de água da atmosfera ou transporte

em massa de componentes vizinhos, resulta em umedecimento e texturas moles, ou seja,

perda de crocância e rejeição dos consumidores (ROUDAUT, G.; DACREMONT, C.;

MESTRE, M.L., 1998).

Produtos crocantes têm uma estrutura celular de baixa densidade, são quebradiços,

friáveis e geram alto barulho quando quebrado. Dessa forma, a crocância está associada

com contrastes texturais agradáveis de frescor e qualidade, sendo que sua perda é a grande

causa da rejeição do consumidor e evitar essa perda é o maior interesse da indústria de

alimentos. Nesse estudo a pontuação para o quesito “crocância” foi bem aceita, variando as

médias de 6,5 para natural a 7,2 para salgado.

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Para o atributo Intenção de compra, com escala de 1 a 5, observou-se menor média

para o cereal natural (2,5 – entre possivelmente não compraria e talvez comprasse) e a

melhor média para o cereal extrusado de arroz salgado (3,5 – entre talvez comprasse e

possivelmente compraria) e os tratamentos diferiram entre si estatisticamente. O cereal

doce obteve média de 3,1 – talvez comprasse, indicando que apenas os sabores salgado e

doce, apesar de diferirem, tiveram notas satisfatórias para intenção de compra com atitude

mais aceitável dos provadores.

Baseado nestes resultados observa-se, em relação a todos os atributos sensoriais

avaliados, que as amostras de cereais extrusados de grãos quebrados de arroz e farelo de

arroz com quinoa, para os sabores doces e salgado, alcançaram médias de aceitação global,

sabor e crocância entre os valores das escalas –“gostei ligeiramente” e “gostei

moderadamente”, podendo justificar o processamento e oferta destes tipos de cereais no

mercado consumidor. Anexo 1: Avaliação sensorial de cereal extrusado de farelo de arroz, grãos quebrados de arroz e quinoa nos sabores doce, natural e salgado. PROVADOR N° ___________________ DATA:___/___/___ Nome:_________________________ E-mail:_______________________Fone:___________ 1. Você está recebendo 03 amostras codificadas de um cereal matinal extrusado. Por favor, prove-as e avalie de forma global, utilizando a escala a baixo, o quanto você gostou ou desgostou: 9. gostei muitíssimo 8. gostei muito 7. gostei moderadamente 6. gostei ligeiramente 5. nem gostei/nem desgostei 4. desgostei ligeiramente 3. desgostei moderadamente 2. desgostei muito 1. desgostei muitíssimo Código da amostra Nota Valor Comentário 123_________________________________________________________________________ 231_________________________________________________________________________ 312_________________________________________________________________________ 2. Agora, utilizando a mesma escala a cima, prove as amostras novamente e avalie o quanto você gostou ou desgostou quanto ao sabor.

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Código da amostra Nota Valor Comentário 132_________________________________________________________________________ 231_________________________________________________________________________ 312_________________________________________________________________________ 3. Novamente, utilizando a mesma escala a cima, prove as amostras outra vez e avalie o quanto você gostou ou desgostou quanto à crocância. Código da amostra Nota Valor Comentário 123_________________________________________________________________________ 231_________________________________________________________________________ 312_________________________________________________________________________ 4. Com base na sua opinião sobre estas amostras, indique na escala abaixo, sua atitude, se você encontrasse cada uma das amostras à venda. Se eu encontrasse este produto à venda eu: 5. certamente eu compraria 4. possivelmente compraria 3. talvez comprasse/talvez não comprasse 2. possivelmente não compraria 1. certamente não compraria Código da amostra Nota Valor Comentário 123_________________________________________________________________________ 231_________________________________________________________________________ 312 __________________________________________________________________________

CONCLUSÃO

As análises físico-químicas dos snacks demonstraram que com a aplicação de

temperatura de 120 ºC na terceira zona do extrusor e umidade da matéria-prima de 12% é

possível obter extrusados com boa combinação de índice de expansão e volume específico,

crocância e textura aceitáveis, características desejáveis em produtos extrusados. Foram

obtidos cereais nos sabores doce, salgado e natural, sendo que os dois primeiros também

foram adicionados corantes. Os extrusados com uso de corantes têm a expansão e volumes

menores que o natural, indicando interferência no aspecto final dos snacks.

A composição nutricional do extrusado deste trabalho indica que o conteúdo de

proteínas, fibras e lipídeos é ligeiramente superior ao extrusado de milho, sendo uma boa

opção de consumo para atendimento aos valores diários de consumo.

Em relação aos minerais, a quantidade de zinco, cobre e manganês presente no

cereal extrusado supre o valor a ser consumido diariamente tanto para adulto quanto para

criança, considerando 100g de consumo diário de cereal. Por outro lado, o teor de ferro,

sódio, magnésio, cálcio e selênio estão abaixo do IDR recomendado para adulto e criança.

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A quantidade de ácido graxo total encontrado para matérias primas e produto final é baixa,

indicando boa opção para dietas com restrição calórica.

O cereal extrusado deste trabalho apresentou perfil de aminoácidos superior ao

padrão mínimo estabelecido pela FAO/WHO para todos os aminoácidos essenciais, com

exceção da lisina. Os resultados mostraram que o cereal extrusado de arroz com quinoa

tem melhor perfil de aminoácidos essenciais que o de milho.

A análise microscópica do extrusado de grãos quebrados de arroz e farelo de arroz

com quinoa mostrou estrutura densa e compacta, como geralmente ocorre com estrutura de

alimentos extrusados que se alteram com alta temperatura. Em relação às propriedades

viscoamilográficas, a farinha de quinoa mostrou maiores valores de pico de viscosidade e

quebra de viscosidade e maior tendência a retrogradação que a farinha de arroz, que pode

ser devido ao maior teor de fibras, proteínas, ou ainda em função do menor alinhamento

das cadeias de amilose.

O cereal extrusado de grãos quebrados de arroz e farelo de arroz com quinoa obteve

resultados microbiológicos satisfatórios, sem contaminantes com bactérias patogênicas ou

indicadores de higiene. Este resultado confirma que devido ao uso de alta temperatura e

baixa atividade de água, não é possível sobrevivência ou multiplicação de microrganismos

nos produtos extrusados.

Na análise sensorial, houve boa aceitação para os cereais extrusados salgado e doce,

sendo que o salgado obteve a melhor nota. Também houve intenção de compra para os

sabores salgado e doce, indicando a preferência dos consumidores por snacks mais

temperados e com sabores mais acentuados. O atributo “crocância” foi bem avaliada pelos

provadores para todos os sabores, sendo este um atributo importante para compra e

preferência entre snacks.

Este snack é uma boa opção de consumo para o público que consome alimentos

práticos e se preocupa com a saúde, pois é um alimento rico em fibras, proteínas e tem

baixo teor de gorduras. A extrusão de grãos quebrados de arroz e farelo de arroz é uma

opção viável para ampliar as aplicações deste resíduo, viabilizando aquisição pela

população menos favorecida. Além disso, seria uma opção de consumo para os celíacos, os

quais são intolerantes ao consumo de glúten, pois o arroz e a quinoa são alimentos isentos

desta proteína.

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